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RESOLUÇÃO CFM Nº 1931/2009 (Publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2009, Seção I, p. 90) (Retificação publicada no D.O.U. de 13 de outubro de 2009, Seção I, p.173) Aprova o Código de Ética Médica. O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuições conferidas pela Lei n.º 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n.º 44.045, de 19 de julho de 1958, modificado pelo Decreto n.º 6.821, de 14 de abril de 2009 e pela Lei n.º 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e, consubstanciado nas Leis n.º 6.828, de 29 de outubro de 1980 e Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999; e CONSIDERANDO que os Conselhos de Medicina são ao mesmo tempo julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente; CONSIDERANDO que as normas do Código de Ética Médica devem submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes; CONSIDERANDO a busca de melhor relacionamento com o paciente e a garantia de maior autonomia à sua vontade; CONSIDERANDO as propostas formuladas ao longo dos anos de 2008 e 2009 e pelos Conselhos Regionais de Medicina, pelas Entidades Médicas, pelos médicos e por instituições científicas e universitárias para a revisão do atual Código de Ética Médica; CONSIDERANDO as decisões da IV Conferência Nacional de Ética Médica que elaborou, com participação de Delegados Médicos de todo o Brasil, um novo Código de Ética Médica revisado. CONSIDERANDO o decidido pelo Conselho Pleno Nacional reunido em 29 de agosto de 2009; CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão plenária de 17 de setembro de 2009. Página 1 de 17 CÂMARA TÉCNICA SOBRE A TERMINALIDADE DA VIDA 31/05/2015 http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2009/1931_2009.htm

Resolução 1931 CEM

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Novo Código de Ética Médico

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  • RESOLUO CFM N 1931/2009

    (Publicada no D.O.U. de 24 de setembro de 2009, Seo I, p. 90)

    (Retificao publicada no D.O.U. de 13 de outubro de 2009, Seo I, p.173)

    Aprova

    o

    Cdigo

    de

    tica

    Mdica.

    O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, no uso das atribuies

    conferidas pela Lei n. 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada

    pelo Decreto n. 44.045, de 19 de julho de 1958, modificado pelo Decreto

    n. 6.821, de 14 de abril de 2009 e pela Lei n. 11.000, de 15 de dezembro

    de 2004, e, consubstanciado nas Leis n. 6.828, de 29 de outubro de 1980

    e Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999; e

    CONSIDERANDO que os Conselhos de Medicina so ao mesmo tempo

    julgadores e disciplinadores da classe mdica, cabendo-lhes zelar e

    trabalhar, por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho

    tico da Medicina e pelo prestgio e bom conceito da profisso e dos que a

    exeram legalmente;

    CONSIDERANDO que as normas do Cdigo de tica Mdica devem

    submeter-se aos dispositivos constitucionais vigentes;

    CONSIDERANDO a busca de melhor relacionamento com o paciente e a

    garantia de maior autonomia sua vontade;

    CONSIDERANDO as propostas formuladas ao longo dos anos de 2008 e

    2009 e pelos Conselhos Regionais de Medicina, pelas Entidades Mdicas,

    pelos mdicos e por instituies cientficas e universitrias para a reviso

    do atual Cdigo de tica Mdica;

    CONSIDERANDO as decises da IV Conferncia Nacional de tica

    Mdica que elaborou, com participao de Delegados Mdicos de todo o

    Brasil, um novo Cdigo de tica Mdica revisado.

    CONSIDERANDO o decidido pelo Conselho Pleno Nacional reunido em

    29 de agosto de 2009;

    CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sesso plenria de 17 de

    setembro de 2009.

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  • RESOLVE:

    Art. 1 Aprovar o Cdigo de tica Mdica, anexo a esta Resoluo, aps

    sua reviso e atualizao.

    Art. 2 O Conselho Federal de Medicina, sempre que necessrio, expedir

    Resolues que complementem este Cdigo de tica Mdica e facilitem

    sua aplicao.

    Art. 3 O Cdigo anexo a esta Resoluo entra em vigor cento e oitenta

    dias aps a data de sua publicao e, a partir da, revoga-se o Cdigo de

    tica Mdica aprovado pela Resoluo CFM n. 1.246, publicada no Dirio

    Oficial da Unio, no dia 26 de janeiro de 1988, Seo I, pginas 1574-

    1579, bem como as demais disposies em contrrio.

    Braslia, 17 de setembro de 2009

    EDSON DE OLIVEIRA ANDRADE LVIA BARROS

    GARO

    Presidente Secretria-Geral

    CDIGO DE TICA MDICA

    PREMBULO

    I O presente Cdigo de tica Mdica contm as normas que devem ser seguidas pelos mdicos no exerccio de sua profisso, inclusive no exerccio de atividades relativas ao ensino, pesquisa e administrao de servios de sade, bem como no exerccio de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Medicina.

    II - As organizaes de prestao de servios mdicos esto sujeitas s normas deste Cdigo.

    III - Para o exerccio da Medicina impe-se a inscrio no Conselho Regional do respectivo Estado, Territrio ou Distrito Federal.

    IV - A fim de garantir o acatamento e a cabal execuo deste Cdigo, o mdico comunicar ao Conselho Regional de Medicina, com discrio e fundamento, fatos de que tenha conhecimento e que caracterizem possvel infrao do presente Cdigo e das demais normas que regulam o exerccio da Medicina.

    V - A fiscalizao do cumprimento das normas estabelecidas neste Cdigo atribuio dos Conselhos de Medicina, das comisses de tica e dos mdicos em geral.

    VI - Este Cdigo de tica Mdica composto de 25 princpios fundamentais do exerccio da Medicina, 10 normas diceolgicas, 118 normas deontolgicas e quatro disposies gerais. A transgresso das normas deontolgicas sujeitar os infratores s penas disciplinares previstas em lei.

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  • Captulo IPRINCPIOS FUNDAMENTAIS

    I - A Medicina uma profisso a servio da sade do ser humano e da coletividade e ser exercida sem discriminao de nenhuma natureza.

    II - O alvo de toda a ateno do mdico a sade do ser humano, em benefcio da qual dever agir com o mximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.

    III - Para exercer a Medicina com honra e dignidade, o mdico necessita ter boas condies de trabalho e ser remunerado de forma justa.

    IV - Ao mdico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho tico da Medicina, bem como pelo prestgio e bom conceito da profisso.

    V - Compete ao mdico aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso cientfico em benefcio do paciente.

    VI - O mdico guardar absoluto respeito pelo ser humano e atuar sempre em seu benefcio. Jamais utilizar seus conhecimentos para causar sofrimento fsico ou moral, para o extermnio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.

    VII - O mdico exercer sua profisso com autonomia, no sendo obrigado a prestar servios que contrariem os ditames de sua conscincia ou a quem no deseje, excetuadas as situaes de ausncia de outro mdico, em caso de urgncia ou emergncia, ou quando sua recusa possa trazer danos sade do paciente.

    VIII - O mdico no pode, em nenhuma circunstncia ou sob nenhum pretexto, renunciar sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restries ou imposies que possam prejudicar a eficincia e a correo de seu trabalho.

    IX - A Medicina no pode, em nenhuma circunstncia ou forma, ser exercida como comrcio.

    X - O trabalho do mdico no pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade poltica ou religiosa.

    XI - O mdico guardar sigilo a respeito das informaes de que detenha conhecimento no desempenho de suas funes, com exceo dos casos previstos em lei.

    XII - O mdico empenhar-se- pela melhor adequao do trabalho ao ser humano, pela eliminao e pelo controle dos riscos sade inerentes s atividades laborais.

    XIII - O mdico comunicar s autoridades competentes quaisquer formas de deteriorao do ecossistema, prejudiciais sade e vida.

    XIV - O mdico empenhar-se- em melhorar os padres dos servios mdicos e em assumir sua responsabilidade em relao sade pblica, educao sanitria e legislao referente sade.

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  • XV - O mdico ser solidrio com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remunerao digna e justa, seja por condies de trabalho compatveis com o exerccio tico-profissional da Medicina e seu aprimoramento tcnico-cientfico.

    XVI - Nenhuma disposio estatutria ou regimental de hospital ou de instituio, pblica ou privada, limitar a escolha, pelo mdico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do diagnstico e da execuo do tratamento, salvo quando em benefcio do paciente.

    XVII - As relaes do mdico com os demais profissionais devem basear-se no respeito mtuo, na liberdade e na independncia de cada um, buscando sempre o interesse e o bem-estar do paciente.

    XVIII - O mdico ter, para com os colegas, respeito, considerao e

    solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os

    postulados ticos.

    XIX - O mdico se responsabilizar, em carter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relao particular de confiana e executados com diligncia, competncia e prudncia.

    XX - A natureza personalssima da atuao profissional do mdico no caracteriza relao de consumo.

    XXI - No processo de tomada de decises profissionais, de acordo com seus ditames de conscincia e as previses legais, o mdico aceitar as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnsticos e teraputicos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.

    XXII - Nas situaes clnicas irreversveis e terminais, o mdico evitar a realizao de procedimentos diagnsticos e teraputicos desnecessrios e propiciar aos pacientes sob sua ateno todos os cuidados paliativos apropriados.

    XXIII - Quando envolvido na produo de conhecimento cientfico, o mdico agir com iseno e independncia, visando ao maior benefcio para os pacientes e a sociedade.

    XXIV - Sempre que participar de pesquisas envolvendo seres humanos ou qualquer animal, o mdico respeitar as normas ticas nacionais, bem como proteger a vulnerabilidade dos sujeitos da pesquisa.

    XXV - Na aplicao dos conhecimentos criados pelas novas tecnologias, considerando-se suas repercusses tanto nas geraes presentes quanto nas futuras, o mdico zelar para que as pessoas no sejam discriminadas por nenhuma razo vinculada a herana gentica, protegendo-as em sua dignidade, identidade e integridade.

    Captulo IIDIREITOS DOS MDICOS

    direito do mdico:

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  • I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questes de religio, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientao sexual, idade, condio social, opinio poltica ou de qualquer outra natureza.

    II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as prticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislao vigente.

    III - Apontar falhas em normas, contratos e prticas internas das instituies em que trabalhe quando as julgar indignas do exerccio da profisso ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos rgos competentes e, obrigatoriamente, comisso de tica e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdio.

    IV - Recusar-se a exercer sua profisso em instituio pblica ou privada onde as condies de trabalho no sejam dignas ou possam prejudicar a prpria sade ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicar imediatamente sua deciso comisso de tica e ao Conselho Regional de Medicina.

    V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituio pblica ou privada para a qual trabalhe no oferecer condies adequadas para o exerccio profissional ou no o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situaes de urgncia e emergncia, devendo comunicar imediatamente sua deciso ao Conselho Regional de Medicina.

    VI - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e pblicos com carter filantrpico ou no, ainda que no faa parte do seu corpo clnico, respeitadas as normas tcnicas aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente jurisdio.

    VII - Requerer desagravo pblico ao Conselho Regional de Medicina quando atingido no exerccio de sua profisso.

    VIII - Decidir, em qualquer circunstncia, levando em considerao sua experincia e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acmulo de encargos ou de consultas venha a prejudic-lo.

    IX - Recusar-se a realizar atos mdicos que, embora permitidos por lei, sejam contrrios aos ditames de sua conscincia.

    X Estabelecer seus honorrios de forma justa e digna.

    Captulo IIIRESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

    vedado ao mdico:

    Art. 1 Causar dano ao paciente, por ao ou omisso, caracterizvel como impercia, imprudncia ou negligncia.

    Pargrafo nico. A responsabilidade mdica sempre pessoal e no pode ser presumida.

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  • Art. 2 Delegar a outros profissionais atos ou atribuies exclusivos da profisso mdica.

    Art. 3 Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento mdico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vrios mdicos tenham assistido o paciente.

    Art. 4 Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por seu representante legal.

    Art. 5 Assumir responsabilidade por ato mdico que no praticou ou do qual no participou.

    Art. 6 Atribuir seus insucessos a terceiros e a circunstncias ocasionais, exceto nos casos em que isso possa ser devidamente comprovado.

    Art. 7 Deixar de atender em setores de urgncia e emergncia, quando for de sua obrigao faz-lo, expondo a risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por deciso majoritria da categoria.

    Art. 8 Afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem deixar outro mdico encarregado do atendimento de seus pacientes internados ou em estado grave.

    Art. 9 Deixar de comparecer a planto em horrio preestabelecido ou abandon-lo sem a presena de substituto, salvo por justo impedimento.

    Pargrafo nico. Na ausncia de mdico plantonista substituto, a direo tcnica do estabelecimento de sade deve providenciar a substituio.

    Art. 10. Acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Medicina ou com profissionais ou instituies mdicas nas quais se pratiquem atos ilcitos.

    Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegvel, sem a devida identificao de seu nmero de registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdio, bem como assinar em branco folhas de receiturios, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos mdicos.

    Art. 12. Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condies de trabalho que ponham em risco sua sade, devendo comunicar o fato aos empregadores responsveis.

    Pargrafo nico. Se o fato persistir, dever do mdico comunicar o ocorrido s autoridades competentes e ao Conselho Regional de Medicina.

    Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doena.

    Art. 14. Praticar ou indicar atos mdicos desnecessrios ou proibidos pela legislao vigente no Pas.

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  • Art. 15. Descumprir legislao especfica nos casos de transplantes de rgos ou de tecidos, esterilizao, fecundao artificial, abortamento, manipulao ou terapia gentica.

    1 No caso de procriao medicamente assistida, a fertilizao no deve conduzir sistematicamente ocorrncia de embries supranumerrios. 2 O mdico no deve realizar a procriao medicamente assistida com nenhum dos seguintes objetivos:I criar seres humanos geneticamente modificados;II criar embries para investigao;III criar embries com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar hbridos ou quimeras. 3 Praticar procedimento de procriao medicamente assistida sem que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo.

    Art. 16. Intervir sobre o genoma humano com vista sua modificao, exceto na terapia gnica, excluindo-se qualquer ao em clulas germinativas que resulte na modificao gentica da descendncia.

    Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender s suas requisies administrativas, intimaes ou notificaes no prazo determinado

    Art. 18. Desobedecer aos acrdos e s resolues dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeit-los.

    Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou funo de direo, os direitos dos mdicos e as demais condies adequadas para o desempenho tico-profissional da Medicina.

    Art. 20. Permitir que interesses pecunirios, polticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierrquico ou do financiador pblico ou privado da assistncia sade interfiram na escolha dos melhores meios de preveno, diagnstico ou tratamento disponveis e cientificamente reconhecidos no interesse da sade do paciente ou da sociedade.

    Art. 21. Deixar de colaborar com as autoridades sanitrias ou infringir a legislao pertinente.

    Captulo IVDIREITOS HUMANOS

    vedado ao mdico:

    Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal aps esclarec-lo sobre o procedimento a ser

    realizado, salvo em caso de risco iminente de morte.

    Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou considerao, desrespeitar

    sua dignidade ou discrimin-lo de qualquer forma ou sob qualquer

    pretexto.

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  • Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exerccio do direito de decidir

    livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua

    autoridade para limit-lo.

    Art. 25. Deixar de denunciar prtica de tortura ou de procedimentos

    degradantes, desumanos ou cruis, pratic-las, bem como ser conivente

    com quem as realize ou fornecer meios, instrumentos, substncias ou

    conhecimentos que as facilitem.

    Art. 26. Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada

    capaz fisica e mentalmente, em greve de fome, ou aliment-la

    compulsoriamente, devendo cientific-la das provveis complicaes do

    jejum prolongado e, na hiptese de risco iminente de morte, trat-la.

    Art. 27. Desrespeitar a integridade fsica e mental do paciente ou utilizar-se de meio que possa alterar sua personalidade ou sua conscincia em investigao policial ou de qualquer outra natureza.

    Art. 28. Desrespeitar o interesse e a integridade do paciente em qualquer instituio na qual esteja recolhido, independentemente da prpria vontade.

    Pargrafo nico. Caso ocorram quaisquer atos lesivos personalidade e sade fsica ou mental dos pacientes confiados ao mdico, este estar obrigado a denunciar o fato autoridade competente e ao Conselho Regional de Medicina.

    Art. 29. Participar, direta ou indiretamente, da execuo de pena de morte.

    Art. 30. Usar da profisso para corromper costumes, cometer ou favorecer crime.

    Captulo VRELAO COM PACIENTES E FAMILIARES

    vedado ao mdico:

    Art. 31. Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execuo de prticas diagnsticas ou teraputicas, salvo em caso de iminente risco de morte.

    Art. 32. Deixar de usar todos os meios disponveis de diagnstico e tratamento, cientificamente reconhecidos e a seu alcance, em favor do paciente.

    Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgncia ou emergncia, quando no haja outro mdico ou servio mdico em condies de faz-lo.

    Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnstico, o prognstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicao direta

    possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicao a seu representante legal.

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  • Art. 35. Exagerar a gravidade do diagnstico ou do prognstico, complicar

    a teraputica ou exceder-se no nmero de visitas, consultas ou quaisquer

    outros procedimentos mdicos.

    Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados.

    1 Ocorrendo fatos que, a seu critrio, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o pleno desempenho profissional, o mdico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que comunique

    previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informaes necessrias ao mdico que lhe suceder.

    2 Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou aos seus familiares, o mdico no abandonar o paciente por ser este portador de molstia crnica ou incurvel e continuar a assisti-lo ainda que para

    cuidados paliativos.

    Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgncia ou emergncia e impossibilidade comprovada de realiz-lo, devendo, nesse caso, faz-lo imediatamente aps cessar o impedimento.

    Pargrafo nico. O atendimento mdico a distncia, nos moldes da telemedicina ou de outro mtodo, dar-se- sob regulamentao do Conselho Federal de Medicina.

    Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais.

    Art. 39 Opor-se realizao de junta mdica ou segunda opinio solicitada pelo paciente ou por seu representante legal.

    Art. 40. Aproveitar-se de situaes decorrentes da relao mdico-paciente para obter vantagem fsica, emocional, financeira ou de qualquer outra natureza.

    Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.

    Pargrafo nico. Nos casos de doena incurvel e terminal, deve o mdico oferecer todos os cuidados paliativos disponveis sem empreender aes diagnsticas ou teraputicas inteis ou obstinadas, levando sempre em considerao a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.

    Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre mtodo contraceptivo, devendo sempre esclarec-lo sobre indicao, segurana, reversibilidade e risco de cada mtodo.

    Captulo VI

    DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS E TECIDOS

    vedado ao mdico:

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  • Art. 43. Participar do processo de diagnstico da morte ou da deciso de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possvel doador, quando pertencente equipe de transplante.

    Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenes cirrgicas e outros procedimentos nos casos de transplantes de rgos.

    Art. 45. Retirar rgo de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorizao de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei.

    Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercializao de rgos ou de tecidos humanos.

    Captulo VII

    RELAO ENTRE MDICOS

    vedado ao mdico:

    Art. 47. Usar de sua posio hierrquica para impedir, por motivo de crena religiosa, convico filosfica, poltica, interesse econmico ou qualquer outro, que no tcnico-cientfico ou tico, que as instalaes e os demais recursos da instituio sob sua direo, sejam utilizados por outros mdicos no exerccio da profisso , particularmente se forem os nicos existentes no local.

    Art. 48. Assumir emprego, cargo ou funo para suceder mdico demitido

    ou afastado em represlia atitude de defesa de movimentos legtimos da categoria ou da aplicao deste Cdigo.

    Art. 49. Assumir condutas contrrias a movimentos legtimos da categoria mdica com a finalidade de obter vantagens.

    Art. 50. Acobertar erro ou conduta antitica de mdico.

    Art. 51. Praticar concorrncia desleal com outro mdico.

    Art. 52. Desrespeitar a prescrio ou o tratamento de paciente, determinados por outro mdico, mesmo quando em funo de chefia ou de auditoria, salvo em situao de indiscutvel benefcio para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao mdico responsvel.

    Art. 53. Deixar de encaminhar o paciente que lhe foi enviado para procedimento especializado de volta ao mdico assistente e, na ocasio, fornecer-lhe as devidas informaes sobre o ocorrido no perodo em que por ele se responsabilizou.

    Art. 54. Deixar de fornecer a outro mdico informaes sobre o quadro clnico de paciente, desde que autorizado por este ou por seu representante legal.

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  • Art. 55. Deixar de informar ao substituto o quadro clnico dos pacientes sob sua responsabilidade ao ser substitudo ao fim do seu turno de trabalho.

    Art. 56. Utilizar-se de sua posio hierrquica para impedir que seus subordinados atuem dentro dos princpios ticos.

    Art. 57. Deixar de denunciar atos que contrariem os postulados ticos comisso de tica da instituio em que exerce seu trabalho profissional e, se necessrio, ao Conselho Regional de Medicina.

    Captulo VIIIREMUNERAO PROFISSIONAL

    vedado ao mdico:

    Art. 58. O exerccio mercantilista da Medicina.

    Art. 59. Oferecer ou aceitar remunerao ou vantagens por paciente

    encaminhado ou recebido, bem como por atendimentos no prestados.

    Art. 60. Permitir a incluso de nomes de profissionais que no participaram do ato mdico para efeito de cobrana de honorrios.

    Art. 61. Deixar de ajustar previamente com o paciente o custo estimado dos procedimentos.

    Art. 62. Subordinar os honorrios ao resultado do tratamento ou cura do paciente.

    Art. 63. Explorar o trabalho de outro mdico, isoladamente ou em equipe, na condio de proprietrio, scio, dirigente ou gestor de empresas ou instituies prestadoras de servios mdicos.

    Art. 64. Agenciar, aliciar ou desviar, por qualquer meio, para clnica particular ou instituies de qualquer natureza, paciente atendido pelo sistema pblico de sade ou dele utilizar-se para a execuo de procedimentos mdicos em sua clnica privada, como forma de obter vantagens pessoais.

    Art. 65. Cobrar honorrios de paciente assistido em instituio que se destina prestao de servios pblicos, ou receber remunerao de paciente como complemento de salrio ou de honorrios.

    Art. 66. Praticar dupla cobrana por ato mdico realizado.Pargrafo nico. A complementao de honorrios em servio privado pode ser cobrada quando prevista em contrato.

    Art. 67. Deixar de manter a integralidade do pagamento e permitir descontos ou reteno de honorrios, salvo os previstos em lei, quando em funo de direo ou de chefia.

    Art. 68. Exercer a profisso com interao ou dependncia de farmcia, indstria farmacutica, ptica ou qualquer organizao destinada fabricao, manipulao, promoo ou comercializao de produtos de prescrio mdica, qualquer que seja sua natureza.

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  • Art. 69. Exercer simultaneamente a Medicina e a Farmcia ou obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercializao de medicamentos, rteses, prteses ou implantes de qualquer natureza, cuja compra decorra de influncia direta em virtude de sua atividade profissional.

    Art. 70. Deixar de apresentar separadamente seus honorrios quando outros profissionais participarem do atendimento ao paciente.

    Art. 71. Oferecer seus servios profissionais como prmio, qualquer que seja sua natureza.

    Art. 72. Estabelecer vnculo de qualquer natureza com empresas que anunciam ou comercializam planos de financiamento, cartes de descontos ou consrcios para procedimentos mdicos.

    Captulo IX

    SIGILO PROFISSIONAL

    vedado ao mdico:

    Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exerccio de sua profisso, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.

    Pargrafo nico. Permanece essa proibio: a) mesmo que o fato seja de conhecimento pblico ou o paciente tenha falecido; b) quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hiptese, o mdico comparecer perante a autoridade e declarar seu impedimento; c) na investigao de suspeita de crime, o mdico estar impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a processo penal.

    Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a no revelao possa acarretar dano ao paciente.

    Art. 75. Fazer referncia a casos clnicos identificveis, exibir pacientes ou seus retratos em anncios profissionais ou na divulgao de assuntos mdicos, em meios de comunicao em geral, mesmo com autorizao do paciente.

    Art. 76. Revelar informaes confidenciais obtidas quando do exame mdico de trabalhadores, inclusive por exigncia dos dirigentes de empresas ou de instituies, salvo se o silncio puser em risco a sade dos empregados ou da comunidade.

    Art. 77. Prestar informaes a empresas seguradoras sobre as circunstncias da morte do paciente sob seus cuidados, alm das contidas na declarao de bito, salvo por expresso consentimento do seu representante legal.

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  • Art. 78. Deixar de orientar seus auxiliares e alunos a respeitar o sigilo profissional e zelar para que seja por eles mantido.

    Art. 79. Deixar de guardar o sigilo profissional na cobrana de honorrios por meio judicial ou extrajudicial.

    Captulo XDOCUMENTOS MDICOS

    vedado ao mdico:

    Art. 80. Expedir documento mdico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que no corresponda verdade.

    Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens.

    Art. 82. Usar formulrios de instituies pblicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clnica privada.

    Art. 83. Atestar bito quando no o tenha verificado pessoalmente, ou quando no tenha prestado assistncia ao paciente, salvo, no ltimo caso,

    se o fizer como plantonista, mdico substituto ou em caso de necropsia e verificao mdico-legal.

    Art. 84. Deixar de atestar bito de paciente ao qual vinha prestando assistncia, exceto quando houver indcios de morte violenta.

    Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos pronturios por pessoas no obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade.

    Art. 86. Deixar de fornecer laudo mdico ao paciente ou a seu representante legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuao do tratamento ou em caso de solicitao de alta.

    Art. 87. Deixar de elaborar pronturio legvel para cada paciente.

    1 O pronturio deve conter os dados clnicos necessrios para a boa conduo do caso, sendo preenchido, em cada avaliao, em ordem cronolgica com data, hora, assinatura e nmero de registro do mdico no Conselho Regional de Medicina. 2 O pronturio estar sob a guarda do mdico ou da instituio que assiste o paciente.

    Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu pronturio, deixar de lhe fornecer cpia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicaes necessrias sua compreenso, salvo quando ocasionarem riscos ao prprio paciente ou a terceiros.

    Art. 89. Liberar cpias do pronturio sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua prpria defesa. 1 Quando requisitado judicialmente o pronturio ser disponibilizado ao perito mdico nomeado pelo juiz. 2 Quando o pronturio for apresentado em sua prpria defesa, o mdico dever solicitar que seja observado o sigilo profissional.

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  • Art. 90. Deixar de fornecer cpia do pronturio mdico de seu paciente quando de sua requisio pelos Conselhos Regionais de Medicina.

    Art. 91. Deixar de atestar atos executados no exerccio profissional, quando solicitado pelo paciente ou por seu representante legal.

    Captulo XIAUDITORIA E PERCIA MDICA

    vedado ao mdico:

    Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificao mdico-legal quando no tenha realizado pessoalmente o exame.

    Art. 93. Ser perito ou auditor do prprio paciente, de pessoa de sua famlia ou de qualquer outra com a qual tenha relaes capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que atue ou tenha atuado.

    Art. 94. Intervir, quando em funo de auditor, assistente tcnico ou perito, nos atos profissionais de outro mdico, ou fazer qualquer apreciao em presena do examinado, reservando suas observaes para o relatrio.

    Art. 95. Realizar exames mdico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior de prdios ou de dependncias de delegacias de polcia, unidades militares, casas de deteno e presdios.

    Art. 96. Receber remunerao ou gratificao por valores vinculados glosa ou ao sucesso da causa, quando na funo de perito ou de auditor.

    Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na funo de auditor ou de perito, procedimentos propeduticos ou teraputicos institudos, salvo, no ltimo caso, em situaes de urgncia, emergncia ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao mdico assistente.

    Art. 98. Deixar de atuar com absoluta iseno quando designado para servir como perito ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuies e de sua competncia.

    Pargrafo nico. O mdico tem direito a justa remunerao pela realizao do exame pericial.

    Captulo XIIENSINO E PESQUISA MDICA

    vedado ao mdico:

    Art. 99. Participar de qualquer tipo de experincia envolvendo seres humanos com fins blicos, polticos, tnicos, eugnicos ou outros que

    atentem contra a dignidade humana.

    Art. 100. Deixar de obter aprovao de protocolo para a realizao de pesquisa em seres humanos, de acordo com a legislao vigente.

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  • Art. 101. Deixar de obter do paciente ou de seu representante legal o termo de consentimento livre e esclarecido para a realizao de pesquisa envolvendo seres humanos, aps as devidas explicaes sobre a natureza e as consequncias da pesquisa.

    Pargrafo nico. No caso do sujeito de pesquisa ser menor de idade, alm do consentimento de seu representante legal, necessrio seu assentimento livre e esclarecido na medida de sua compreenso.

    Art. 102. Deixar de utilizar a teraputica correta, quando seu uso estiver liberado no Pas.

    Pargrafo nico. A utilizao de teraputica experimental permitida quando aceita pelos rgos competentes e com o consentimento do paciente ou de seu representante legal, adequadamente esclarecidos da situao e das possveis consequncias.

    Art. 103. Realizar pesquisa em uma comunidade sem antes inform-la e esclarec-la sobre a natureza da investigao e deixar de atender ao objetivo de proteo sade pblica, respeitadas as caractersticas locais e a legislao pertinente.

    Art. 104. Deixar de manter independncia profissional e cientfica em relao a financiadores de pesquisa mdica, satisfazendo interesse comercial ou obtendo vantagens pessoais.

    Art. 105. Realizar pesquisa mdica em sujeitos que sejam direta ou indiretamente dependentes ou subordinados ao pesquisador.

    Art. 106. Manter vnculo de qualquer natureza com pesquisas mdicas, envolvendo seres humanos, que usem placebo em seus experimentos, quando houver tratamento eficaz e efetivo para a doena pesquisada.

    Art. 107. Publicar em seu nome trabalho cientfico do qual no tenha

    participado; atribuir-se autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou outros profissionais, mesmo quando executados sob sua orientao, bem como omitir do artigo cientfico o nome de quem dele

    tenha participado.

    Art. 108. Utilizar dados, informaes ou opinies ainda no publicados, sem referncia ao seu autor ou sem sua autorizao por escrito.

    Art. 109. Deixar de zelar, quando docente ou autor de publicaes cientficas, pela veracidade, clareza e imparcialidade das informaes apresentadas, bem como deixar de declarar relaes com a indstria de medicamentos, rteses, prteses, equipamentos, implantes de qualquer natureza e outras que possam configurar conflitos de interesses, ainda que em potencial.

    Art. 110. Praticar a Medicina, no exerccio da docncia, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, sem zelar por

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  • sua dignidade e privacidade ou discriminando aqueles que negarem o consentimento solicitado.

    Captulo XIIIPUBLICIDADE MDICA

    vedado ao mdico:

    Art. 111. Permitir que sua participao na divulgao de assuntos mdicos, em qualquer meio de comunicao de massa, deixe de ter carter exclusivamente de esclarecimento e educao da sociedade.

    Art. 112. Divulgar informao sobre assunto mdico de forma sensacionalista, promocional ou de contedo inverdico.

    Art. 113. Divulgar, fora do meio cientfico, processo de tratamento ou descoberta cujo valor ainda no esteja expressamente reconhecido cientificamente por rgo competente.

    Art. 114. Consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicao de massa.

    Art. 115. Anunciar ttulos cientficos que no possa comprovar e especialidade ou rea de atuao para a qual no esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina.

    Art. 116. Participar de anncios de empresas comerciais qualquer que seja sua natureza, valendo-se de sua profisso.

    Art. 117. Apresentar como originais quaisquer idias, descobertas ou ilustraes que na realidade no o sejam.

    Art. 118. Deixar de incluir, em anncios profissionais de qualquer ordem, o

    seu nmero de inscrio no Conselho Regional de Medicina.

    Pargrafo nico. Nos anncios de estabelecimentos de sade devem

    constar o nome e o nmero de registro, no Conselho Regional de

    Medicina, do diretor tcnico.

    Captulo XIVDISPOSIES GERAIS

    I - O mdico portador de doena incapacitante para o exerccio profissional, apurada pelo Conselho Regional de Medicina em procedimento administrativo com percia mdica, ter seu registro suspenso enquanto perdurar sua incapacidade.

    II - Os mdicos que cometerem faltas graves previstas neste Cdigo e cuja continuidade do exerccio profissional constitua risco de danos irreparveis ao paciente ou sociedade podero ter o exerccio profissional suspenso mediante procedimento administrativo especfico.

    III - O Conselho Federal de Medicina, ouvidos os Conselhos Regionais de Medicina e a categoria mdica, promover a reviso e atualizao do presente Cdigo quando necessrias.

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  • IV - As omisses deste Cdigo sero sanadas pelo Conselho Federal de Medicina.

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