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Responsabilidade Civil do Empregador José Affonso Dallegrave Neto mestre e doutor em Direito pela UFPR Mafra – 25/nov/2014

Responsabilidade Civil do Empregador José Affonso Dallegrave Neto mestre e doutor em Direito pela UFPR Mafra – 25/nov/2014

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Responsabilidade Civil do Empregador

José Affonso Dallegrave Netomestre e doutor em Direito pela UFPR

Mafra – 25/nov/2014

- O tema no contexto pós-moderno:

digitalizada, veloz, consumista, atomizada,vaidosa, com verdades relativas , diversificada, xenófoba e competitiva

sociedade competitiva = conflitos de interesse

Produtividade da empresa x Dignidade do trabalhador

-Gestão pelo medo e o Dano ao projeto de vida

Gestão pelo Medo e Síndrome de Burn-out

“As condições de trabalho estão mudando, de modo a ficar mais duras. É preciso fazer mais e melhor. Daí por que alguns patrões, gerentes ou superiores hierárquicos, sem escrúpulos, empregam a pressão psicológica constante e o tratamento descortês com o objetivo de aumentar seus lucros (...) Esse meio de gestão conduz, geralmente, a síndrome de burnout , que se situa em uma zona muito próxima do assédio moral.” (TRT 24ª R.; 1ª. T; RO 0001628-32.2011.5.24.0006; Rel. Julio Cesar Bebber; DEJTMS 13/09/2013; Pág. 22)

*vídeo

Dano existencialDano existencial Frustração injusta Frustração injusta de projetos de projetos

razoáveis e prováveisrazoáveis e prováveis

““A lesão decorrente da conduta patronal ilícita que A lesão decorrente da conduta patronal ilícita que impede o empregado de usufruir das diversas formas de impede o empregado de usufruir das diversas formas de relações sociais fora do ambiente de trabalho, ou seja relações sociais fora do ambiente de trabalho, ou seja que obstrua a integração do trabalhador à sociedade, que obstrua a integração do trabalhador à sociedade, aoao frustrar o projeto de vida do indivíduo frustrar o projeto de vida do indivíduo e constitui o constitui o chamado chamado dano existencialdano existencial. . (...) O reiterado descumprimento do dever contratual, ao (...) O reiterado descumprimento do dever contratual, ao não não conceder férias por dez anosconceder férias por dez anos, violou o patrimônio jurídico , violou o patrimônio jurídico personalíssimo.” personalíssimo.”

(TST – RR – 727-76.2011.5.24.0002, 1ª T.; Rel. Min. Hugo (TST – RR – 727-76.2011.5.24.0002, 1ª T.; Rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, Publicação 28/06/2013) Carlos Scheuermann, Publicação 28/06/2013)

R$ 25.000,00R$ 25.000,00

ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL:

(a) Dano + (b) Nexo + (c) Culpa do Agente = Resp. Subjetiva + (c) Atividade de risco = Resp. Objetiva

Art. 186 do CC: “Aquele que, por ação ou omissão

voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Súmula n.389, II do TSTSúmula n.389, II do TST: : ““O não-fornecimento pelo empregador da O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito seguro-desemprego dá origem ao direito à indenizaçãoà indenização.”.”

DanoDano: não recebimento das quotas;: não recebimento das quotas;

CulpaCulpa: não fornecimento das guias;: não fornecimento das guias;

Nexo causalNexo causal: dano x culpa do agente: dano x culpa do agente

DANO:

Sem dano não há indenização;Art. 944, CC – Restitutio in integrum

“A indenização mede-se pela extensão do dano”

Dano Material

Acumulação: materiais + morais: Súmula 37, STJ

Dano emergente e Lucro cessante: Art. 402 NCCB

Dano moral:Dano moral: caracteriza-se pela simples lesão ao caracteriza-se pela simples lesão ao direito geral de personalidade; direito geral de personalidade;

(art. 5º, X, CF e art. 186, CC)(art. 5º, X, CF e art. 186, CC)

Comprovação em juízo: Comprovação em juízo: (presunção (presunção hominishominis) )

““Na concepção moderna da reparação do dano moral, Na concepção moderna da reparação do dano moral, prevalece a orientação de que a responsabilidade do prevalece a orientação de que a responsabilidade do agente se opera por força do simples fato da violação, agente se opera por força do simples fato da violação, de modo a tornar-se desnecessária a prova do de modo a tornar-se desnecessária a prova do prejuízo em concreto.” prejuízo em concreto.” (STJ, Resp. 173.124, 4ª T., César Asfor Rocha, DJ: 19.11.01)(STJ, Resp. 173.124, 4ª T., César Asfor Rocha, DJ: 19.11.01)

• Arbitramento pelo juiz (art. 475-C, II, CPC).

“Na fixação da indenização do dano moral, deve o juiz se nortear por dois vetores: a reparação do dano causado e a prevenção da reincidência patronal. Vale dizer que, além de estimar o valor indenizatório, tendo em conta a situação econômica do ofensor, esse deve servir como inibidor de futuras ações lesivas à honra e boa fama dos empregados.” (TST, 4ª T.; RR n. 641.571, Rel. Min. Barros Levenhagen, DJU 21.2.2003)

Princípio da Investidura FáticaPrincípio da Investidura Fática

““(...) a reparação deve vislumbrar (...) a reparação deve vislumbrar o empregado em toda a sua essência, o empregado em toda a sua essência, que lhe assegura dignidade, e, para tanto, ressalto que o que lhe assegura dignidade, e, para tanto, ressalto que o melhor princípio que melhor princípio que José Affonso Dallegrave Neto José Affonso Dallegrave Neto chama chama de `Investidura Fática`, ou seja, se colocar no lugar da de `Investidura Fática`, ou seja, se colocar no lugar da vítima para se ter ideia concreta do quanto seria a ela vítima para se ter ideia concreta do quanto seria a ela devido”. devido”.

(TST, Min. Rel. Pedro Paulo Manus - Processo AIRR-185-(TST, Min. Rel. Pedro Paulo Manus - Processo AIRR-185-96.2010.5.05.0010 – Despacho em 23/5/2012) 96.2010.5.05.0010 – Despacho em 23/5/2012)

ATO ILÍCITO OU ATIVIDADE DE RISCO

Art. 927, CC: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

parágrafo único: “Haverá obrigação de reparar o dano, independente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

Onde reside a culpa acidentária do empregador?Onde reside a culpa acidentária do empregador?

1) violação das normas de segurança e saúde;1) violação das normas de segurança e saúde;

2) violação do dever geral de cautela 2) violação do dever geral de cautela

Art. 157, Cabe às empresas:Art. 157, Cabe às empresas:I - I - cumprircumprir e e fazer cumprir as normasfazer cumprir as normas de segurança e de segurança e medicina do trabalho; medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às às precauçõesprecauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.ou doenças ocupacionais.

Concepção objetiva da culpaConcepção objetiva da culpa (pelo simples descumprimento de obrigações legais)(pelo simples descumprimento de obrigações legais)

““O agente não é mais tido em culpa por ter agido de forma O agente não é mais tido em culpa por ter agido de forma reprovável no sentido moral, mas simplesmente por ter deixado reprovável no sentido moral, mas simplesmente por ter deixado de empregar a diligência social média”. de empregar a diligência social média”.

(SCHREIBER, Anderson(SCHREIBER, Anderson. . Novos paradigmas da responsabilidade social.Novos paradigmas da responsabilidade social. Atlas, Atlas, 2007)2007)

Vídeo escadaVídeo escada

Sinalizações do CCB:

a) Regra geral: Restitutio in integrum (art. 944, caput);

b) Art. 953, § único: fixação eqüitativa cf as circunstâncias do caso;

c) A culpa como fator de redução da indenização;

Art. 944, páragrafo único: “se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir eqüitativamente a indenização”;

Art. 945, CC: Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

Jurisprudência sobre atividade normal de riscoJurisprudência sobre atividade normal de risco

Risco Criado x Risco ProveitoRisco Criado x Risco Proveito Ubi emolumentum, ibi onusUbi emolumentum, ibi onus

Corte de cana de açúcarCorte de cana de açúcar::

Processo: RR-28540-90.2006.5.15.0071Processo: RR-28540-90.2006.5.15.0071Rel. Min. José Roberto Freire Pimenta:Rel. Min. José Roberto Freire Pimenta: "No tocante ao risco da atividade desenvolvida no corte de cana de açúcar, esta Corte tem "No tocante ao risco da atividade desenvolvida no corte de cana de açúcar, esta Corte tem entendido que a responsabilidade do empregador é objetiva, prescindindo da comprovação de entendido que a responsabilidade do empregador é objetiva, prescindindo da comprovação de dolo ou culpa do empregador".dolo ou culpa do empregador".

Construção Civil – utilização de andaimesConstrução Civil – utilização de andaimes::

Processo: RR-25900-90.2008.5.17.000Processo: RR-25900-90.2008.5.17.000 Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva:Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva: ““A construção civil é atividade de risco que A construção civil é atividade de risco que

justifica a responsabilidade objetiva (…) como a justifica a responsabilidade objetiva (…) como a utilização de andaimes, entre outros.”utilização de andaimes, entre outros.”

Trabalho em rede elética:

(…) a atividade desenvolvida pela reclamada (concessionária de serviço público de energia elétrica) enquadra-se perfeitamente no rol de atividades de risco, em razão da sua potencialidade de provocação de dano a outrem, atraindo a responsabilidade objetiva (artigo 927, pg único).

Processo: TST; RR 173700-11.2005.5.04.0291; 2ª. Turma; Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva; DEJT 19/12/2013

Manejo de animais. Acidente com lesão corporal:

“Em decorrência dos sempre presentes riscos naturais que cercam o exercício de atividades laborativas no trato de animais, riscos esses que são imprevisíveis em razão das reações instintivas dos animais e das suas características comportamentais, a responsabilidade civil aplicável é a objetiva.”

Processo: TRT 4ª R.; RO 0077900-19.2009.5.04.0451; 4ª. T., Rel. Des. Hugo Carlos Scheuermann; DEJTRS 13/02/2012; Pág. 30

Motorista que trafega em estradas:

A atividade de motorista de ônibus ou caminhão, que trafegam pelas estradas, deve ser reconhecida como atividade de risco, nos termos da exceção prevista no artigo 927, parágrafo único, do Código Civil. Precedentes.

Processo: TST; Ag-RR 42000-18.2011.5.17.0006 ; 5ª. Turma; Rel. Min. Emmanoel Pereira; DEJT 07/02/2014

NEXO CAUSAL

RC - Subjetiva

RC - Objetiva

DanoCulpaNexo Causal

DanoAtividade de RiscoNexo Causal

“É necessário existir entre o ato ilícito e o dano relação de causa e efeito, ou seja, que a lesão seja resultado desse ato, sem o que a responsabilidade não ocorrerá a cargo do autor material do fato. Daí a relevância do chamado nexo causal.” (Direito, Carlos Alberto Menezes; Cavalieri Filho, Sérgio. Comentários ao novo código civil. Coord: Sálvio de Figueiredo Teixeira. RJ:

Forense, 2004. v. 13, t. II) (TRT 2ª R., RO 02090-2004-463-02-00-0, Ac. 2008/0831090, 12ª T., Rel. Benedito Valentini, DOESP 3.10.2008, p. 195)

Teoria da causalidade adequada e imediata:

Art. 403 do CC/02: “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.”;

- a idéia original da lei era a de interromper o nexo a cada nova atuação, incluindo só os danos imediatos;

- hoje a doutrina e jurisprudëncia falam em causa determinante ou necessária do dano

““A causa direta e imediataA causa direta e imediata nem sempre será a nem sempre será a mais próxima do dano, mas aquela que mais próxima do dano, mas aquela que necessariamente ensejou a hipótese danosanecessariamente ensejou a hipótese danosa. . Nesse passo, Nesse passo, o julgador deveo julgador deve eliminar os fatos eliminar os fatos menos relevantes e verificar se determinada menos relevantes e verificar se determinada condição concorreu concretamente para o condição concorreu concretamente para o evento danoso e, evento danoso e, no caso de inúmeras no caso de inúmeras circunstâncias, observar qual a causa foi , observar qual a causa foi decisiva para a ocorrência do acontecimentodecisiva para a ocorrência do acontecimento”.”.(TRF 1ª R.; Ap-RN 2000.35.00.001923-3; GO; 6ª. T.; (TRF 1ª R.; Ap-RN 2000.35.00.001923-3; GO; 6ª. T.; DJF1 03/11/10; P. 83) DJF1 03/11/10; P. 83)

Excludentes da Responsabilidade:Excludentes da Responsabilidade:

- Cláusula de não-indenizar (nula);Cláusula de não-indenizar (nula);

- Força maior e caso fortuito;Força maior e caso fortuito;

- Fato de terceiro (não pode ser o preposto);Fato de terceiro (não pode ser o preposto);

- Culpa exclusiva da vítima;Culpa exclusiva da vítima;

* casos de rompimento do nexo* casos de rompimento do nexo

Força Maior: Força Maior:

Art. 393, CC X Art. 501, CLTArt. 393, CC X Art. 501, CLT*paradigma: proteção da vítima*paradigma: proteção da vítima

““A queda de árvore decorrente de forte chuva de verão A queda de árvore decorrente de forte chuva de verão denota a imprevisibilidade característica do caso denota a imprevisibilidade característica do caso fortuito de forma a quebrar o nexo de causalidade entre fortuito de forma a quebrar o nexo de causalidade entre o fato e o resultado havidos, e, por via de o fato e o resultado havidos, e, por via de arrastamento, apresenta-se como excludente de arrastamento, apresenta-se como excludente de responsabilidade do dever de indenizar.”responsabilidade do dever de indenizar.”

(TRT 23ª R. – Paulo Brescovici, RO n. 00228.2005.066.23.00-9. DJMT: (TRT 23ª R. – Paulo Brescovici, RO n. 00228.2005.066.23.00-9. DJMT: 02.02.2006 – p. 26)02.02.2006 – p. 26)

Interpretação restritiva das excludentesInterpretação restritiva das excludentes

Teoria do fortuito interno:Teoria do fortuito interno:

a) Evento inevitável;a) Evento inevitável;b) imprevisível;b) imprevisível;c) externo c) externo (fora do risco da atividade da empresa);(fora do risco da atividade da empresa);

““Não se pode considerar inevitável aquilo que acontece dentro da Não se pode considerar inevitável aquilo que acontece dentro da esfera pela qual a pessoa é responsável e que certamente não esfera pela qual a pessoa é responsável e que certamente não aconteceria se não fosse sua atuação.” aconteceria se não fosse sua atuação.” (Fernando Noronha.(Fernando Noronha. Direito das Direito das ObrigaçõesObrigações, vol. 1. Saraiva, 2003, pág. 626.), vol. 1. Saraiva, 2003, pág. 626.)

CASO FORTUITO INTERNO. FATOR NÃO EXCLUDENTE DA CASO FORTUITO INTERNO. FATOR NÃO EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA. MOTORISTA DE ÔNIBUS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. MOTORISTA DE ÔNIBUS. MAL SÚBITO. MAL SÚBITO.

(...) Deve, portanto, ser aplicada a responsabilidade (...) Deve, portanto, ser aplicada a responsabilidade objetiva sob o enfoque da existência de objetiva sob o enfoque da existência de caso fortuito caso fortuito internointerno, pois , pois a possibilidadea possibilidade, ainda que imprevisível, , ainda que imprevisível, de o de o motorista vir a ser acometido de mal súbito motorista vir a ser acometido de mal súbito e, com isso, e, com isso, causar algum acidente, causar algum acidente, relaciona-se com os riscos da relaciona-se com os riscos da atividadeatividade desenvolvida pelo obreiro. desenvolvida pelo obreiro. (TST; RR 56300-(TST; RR 56300-47.2006.5.02.0080; Terceira Turma; Rel. Min. Mauricio Godinho 47.2006.5.02.0080; Terceira Turma; Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado; DEJT 01/07/2013)Delgado; DEJT 01/07/2013)

Fato de terceiro: assaltoFato de terceiro: assalto

““A segurança pública é dever do EstadoA segurança pública é dever do Estado, exercida para , exercida para preservação da ordem pública e da incolumidade das preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, não cabendo ao cidadão comum pessoas e do patrimônio, não cabendo ao cidadão comum ou às empresas a execução de atividades de defesa civil ou às empresas a execução de atividades de defesa civil ((art. 144, CF/88art. 144, CF/88). Por isso, o falecimento de funcionário ). Por isso, o falecimento de funcionário alvejado por disparo de arma de fogo, em assalto durante a alvejado por disparo de arma de fogo, em assalto durante a jornada de trabalho e no exercício de sua atividade jornada de trabalho e no exercício de sua atividade profissional, profissional, não caracteriza a culpa da empregadoranão caracteriza a culpa da empregadora, seja , seja pela inexistência de dever legal, seja porque o evento era pela inexistência de dever legal, seja porque o evento era totalmente imprevisível e inevitável.”totalmente imprevisível e inevitável.”

(SP. STACivSP. 7. Câm. Apelação com revisão n. 563.884-00/9, Willian (SP. STACivSP. 7. Câm. Apelação com revisão n. 563.884-00/9, Willian Campos, julgado em 22 fev. 2000.)Campos, julgado em 22 fev. 2000.)

““Por estar a Por estar a instituição financeira obrigada por leiinstituição financeira obrigada por lei (Lei n. (Lei n. 7.102/83) a tomar todas as cautelas necessárias a 7.102/83) a tomar todas as cautelas necessárias a assegurar a incolumidade dos cidadãos, inclusive seus assegurar a incolumidade dos cidadãos, inclusive seus funcionários diretos e terceirizados, funcionários diretos e terceirizados, não pode alegar força não pode alegar força maiormaior, por ser o roubo previsível na atividade bancária.”, por ser o roubo previsível na atividade bancária.” (SP. STACivSP. 7. Câm. Apelação com revisão n. 666.188-00/2, Rel.: Paulo (SP. STACivSP. 7. Câm. Apelação com revisão n. 666.188-00/2, Rel.: Paulo Ayrosa, julg:13/4/04.)Ayrosa, julg:13/4/04.)

Os danos resultantes dos ferimento produzidos por arma Os danos resultantes dos ferimento produzidos por arma de fogo, embora resultem de ato de terceiro de fogo, embora resultem de ato de terceiro (assaltante), (assaltante), serão reparados pelo empregador quandoserão reparados pelo empregador quando comprovado que a ação do meliante foi comprovado que a ação do meliante foi deflagrada pelodeflagrada pelo ato impensado de um preposto da empresaato impensado de um preposto da empresa, o qual emitiu , o qual emitiu gritos durante a ação criminosa, em resposta aos quais gritos durante a ação criminosa, em resposta aos quais foram efetuados os disparos. A responsabilidade atribuída foram efetuados os disparos. A responsabilidade atribuída ao empregador conta com o respaldo do artigo 932, III, do ao empregador conta com o respaldo do artigo 932, III, do CC.CC. (TRT 3º R, RO 00665-2006-131-03-00-7, 7º T., Rel. Wilmeia da Costa (TRT 3º R, RO 00665-2006-131-03-00-7, 7º T., Rel. Wilmeia da Costa Benevides, DJ 17/05/2007).Benevides, DJ 17/05/2007).

Culpa exclusiva: Culpa exclusiva: fato da vítimafato da vítima

ConceitoConceito: : “Ocorre quando a causa única do acidente do “Ocorre quando a causa única do acidente do trabalho tiver sido a sua conduta, sem qualquer ligação trabalho tiver sido a sua conduta, sem qualquer ligação com o descumprimento das normas legais, contratuais, com o descumprimento das normas legais, contratuais, convencionais, regulamentares, técnicas ou do dever convencionais, regulamentares, técnicas ou do dever geral de cautela por parte do empregador.”geral de cautela por parte do empregador.” (Sebastião G. de (Sebastião G. de Oliveira)Oliveira)

““Comprovada nos autos a entrega e fiscalização do uso de Comprovada nos autos a entrega e fiscalização do uso de equipamentos individuais de segurança, bem como equipamentos individuais de segurança, bem como o fato o fato do autor estar embriagadodo autor estar embriagado no momento do acidente, não no momento do acidente, não há que se falar em responsabilidade do empregador. O há que se falar em responsabilidade do empregador. O acidente de trabalho ocorreu por exclusiva culpa do acidente de trabalho ocorreu por exclusiva culpa do empregado, não fazendo jus à indenização postulada.”empregado, não fazendo jus à indenização postulada.” (TRT-PR-99513-2006-661-09-00-3-ACO-15828-2006 – 4a. T, DJPR: 30/5/06)(TRT-PR-99513-2006-661-09-00-3-ACO-15828-2006 – 4a. T, DJPR: 30/5/06) xeroxxerox

Acidente do

Trabalho

Acidente do Trabalho. Espécies

ACIDENTE – TIPO Art. 19 Lei. 8.213/1991

DOENÇA OCUPACIONAL Art. 20 Lei 8.213/1991

ACIDENTE DE

TRAJETOArt. 21

Lei 8.213/1991

CONCAUSASArt. 21

Lei 8.213/1991

Resumo:Resumo:

- Só haverá indenização quando presentes os 3 Só haverá indenização quando presentes os 3 elementos da RC elementos da RC

(“dano”, “nexo causal” e “culpa ou risco”)(“dano”, “nexo causal” e “culpa ou risco”)

- E o acidente de trajeto (E o acidente de trajeto ( in itinerein itinere)?)? Art. 21, § 4º, “d”, L. 8213/91 Art. 21, § 4º, “d”, L. 8213/91

““O acidente de trajeto, ou acidente O acidente de trajeto, ou acidente in itinerein itinere, , é equiparado a acidente do trabalho para fins é equiparado a acidente do trabalho para fins previdenciáriosprevidenciários, estando plenamente coberto , estando plenamente coberto pelo seguro acidentário (...). pelo seguro acidentário (...). As hipóteses de As hipóteses de causalidade indiretacausalidade indireta admitidas na cobertura admitidas na cobertura acidentária, arroladas no artigo 21, incisos II e acidentária, arroladas no artigo 21, incisos II e IV, da L. 8.213/91,IV, da L. 8.213/91, não caracterizam o nexo não caracterizam o nexo causal adotado como pressuposto da causal adotado como pressuposto da indenização civilindenização civil.” .”

(TRT – 3ª. R., 2ª T., Rel. Sebastião Geraldo de Oliveira, (TRT – 3ª. R., 2ª T., Rel. Sebastião Geraldo de Oliveira, DJMG: 17/05/2006).DJMG: 17/05/2006).

Acidente Acidente in itinerein itinere provocado por ato culposo: provocado por ato culposo:

““Ao assumir o risco de transportar trabalhadoresAo assumir o risco de transportar trabalhadores para o local da prestação de serviços, em lugar de para o local da prestação de serviços, em lugar de difícil acesso não servido por transporte público difícil acesso não servido por transporte público regular (Súm. 90, TST), regular (Súm. 90, TST), o empregador arca com a o empregador arca com a obrigação de proporcionar segurança aos seus obrigação de proporcionar segurança aos seus empregadosempregados, por meio da adoção medidas relativas , por meio da adoção medidas relativas à adequada manutenção do veículo de transporte. à adequada manutenção do veículo de transporte. Assim, Assim, se o transporte de trabalhadores é realizado se o transporte de trabalhadores é realizado em um veículo em péssimo estado de conservaçãoem um veículo em péssimo estado de conservação e e sem autorização do poder público, sem autorização do poder público, encontra-seencontra-se caracterizada a caracterizada a culpa patronalculpa patronal contra a legalidade contra a legalidade (...)” (...)”

(TRT – 3ª. R., 2ª T, Sebastião Geraldo de Oliveira, DJ: 05/07/2006)(TRT – 3ª. R., 2ª T, Sebastião Geraldo de Oliveira, DJ: 05/07/2006)

• Jus variandi do empregador (abuso)

Comandar a atividade x comandar a pessoa

* vídeo: doação de sangue

  • Principais casos na jurisprudência:

• Assédio Moral (individual);

PRÁTICA DE ASSÉDIO MORAL. CONDUTA QUE EXCEDE O PODER DIRETIVO. O Reclamante não tinha apreço pelo emprego; faltava reiteradamente, ora apresentando atestado, ora nada justificando; apresentava baixa produtividade, não atingindo as metas razoáveis impostas. Assim, é lógico que a Reclamada estava descontente (...), sendo-lhe conveniente que "pedisse a conta", pois as faltas ao emprego, além de lhe desagradarem, acabavam por sobrecarregar as demais equipes. (segue...)

(...) a Reclamada, dentro do poder diretivo que possuía, poderia adverti-lo, suspendê-lo ou rescindir o contrato por injusta ou justa causa. Não poderia, porém, em hipótese alguma, destratá-lo, isolá-lo, constrangê-lo e expô-lo ao ridículo perante os demais. (...) Tal conduta abusiva se dá através da repetição diária, por longo tempo, de gestos, atos, palavras, comentários e críticas hostis e depreciativas a um empregado específico, expondo-o a uma situação vexatória, incômoda e humilhante, incompatível com o respeito à dignidade da pessoa humana. (TRT 9ª R.; RO 17969-2012-084-09-00-6; Ac. 15767/2013; 7ª. T.; Rel. Des. Ubirajara Carlos Mendes; DEJT 03/05/2013)

Valor R$ 2.000,00

• assédio moral corporativo

COBRANÇA DE METAS. O empregador não está impedido de estabelecer metas de vendas ou produtividade e cobrá-las de seus empregados, desde que o faça sem discriminação e com respeito à dignidade do trabalhador. Trata-se de instrumento de sobrevivência da empresa, em um mercado cada vez mais competitivo. O que não pode é abusar desse direito, seja ao estabelecer metas inatingíveis ou cujo inatingimento seja causa de ameaça de dispensa ou de divulgação pública dos "rankings" negativos.

(TRT 12ª R.; RO 2082-64.2010.5.12.0011; 3ª. T; Rel. José Ernesto Manzi; DOESC 05/06/12)

CONCLUSÃO:

Industria do dano ou da exploração moral?

“O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral, mas somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas aflições ou angústias no espírito de quem ela se dirige.” (STJ, Resp. 215.666, 4ª Turma, Rel. Ministro César Asfor Rocha, DJ 29.10.2001).

""Ao contrário do que afirmam os detentores do poder Ao contrário do que afirmam os detentores do poder econômicoeconômico, a cujo "canto da sereia", lamentavelmente, se , a cujo "canto da sereia", lamentavelmente, se aliam alguns integrantes do Poder Judiciário, aliam alguns integrantes do Poder Judiciário, de que se de que se alarga a indústria do dano moral, a realidade é outraalarga a indústria do dano moral, a realidade é outra. .

É o despertar na consciência, na experiência e até É o despertar na consciência, na experiência e até mesmo no estímulo de doutrinadores e jurisconsultos mesmo no estímulo de doutrinadores e jurisconsultos sensíveis, o espírito de cidadania, de amor próprio, de sensíveis, o espírito de cidadania, de amor próprio, de auto-estima, que há muito o povo brasileiro havia perdido auto-estima, que há muito o povo brasileiro havia perdido e agora tenta, a duras penas, recuperar e a esses e agora tenta, a duras penas, recuperar e a esses esforços, sem dúvida alguma, não pode o Judiciário ficar esforços, sem dúvida alguma, não pode o Judiciário ficar alheio. Não é indústria do dano moral. alheio. Não é indústria do dano moral.

É indústria da defesa dos seus direitos, tentativa de, pelo É indústria da defesa dos seus direitos, tentativa de, pelo menos, se atenuar a indústria da impunidademenos, se atenuar a indústria da impunidade;;

(TJRJ – AC 3442/2000 – (22082000) – 14ª C.Cív. – Rel. Des. Ademir (TJRJ – AC 3442/2000 – (22082000) – 14ª C.Cív. – Rel. Des. Ademir Pimentel – J. 27.06.2000)Pimentel – J. 27.06.2000)

Fim.Fim.

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