Upload
vandan
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1 | P á g i n a
Resposta inflamatória aguda sob a ótica imunológica
Tecnologias de Informação e Comunicação Professora Ana Paula Peconick
Tutor Karlos Henrique Martins Kalks
Lavras/MG 2011
Espaço a ser preenchido pela biblioteca
Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
4 | P á g i n a
Índice
UNIDADE 4 ....................................................................................................... 5
1.1 Introdução .............................. Erro! Indicador não definido.
1.2 Características do processo inflamatório........................7
1.3 Fases da inflamação.....................................................10
1.4 Resposta inflamatória...................................................11
1.5 Fatores que influenciam na inflamação.........................19
1.6 Fotos de processos inflamatórios..................................21
1.7 Bibliografia....................................................... ..........22
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
5 | P á g i n a
UNIDADE 4
OBJETIVO: Rever e discutir os conceitos básicos sobre a resposta
inflamatória, destacando-se os aspectos imunológicos envolvidos nesse
processo.
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
6 | P á g i n a
1.1 Introdução
Imunidade refere-se a proteção ou resposta contra
um micro-organismo ou uma substância estranha
(antígeno) mediada por uma coleção de moléculas, células
e tecidos, chamados coletivamente de sistema imune. A
resposta imunológica pode se dividir didaticamente em
imunidade natural, que representa a linha de defesa inicial
contra um agente patogênico, consistindo em mecanismos
de defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do
estabelecimento de uma infecção e que estão
programados para responder rapidamente a infecções; E
em imunidade adquirida estimulada pela exposição a
agentes infecciosos, ou seja, surge em resposta a infecção
e se “adapta” a infecção.
O termo inflamação ou flogose origina-se do latim
inflamare e do grego phagos (queimar). Inflamação é uma
reação complexa do tecido vascularizado à infecção, à
exposição à toxina ou a lesão celular envolvendo acúmulo
extravascular de proteínas plasmáticas e leucócitos. A
inflamação aguda é um resultado comum de respostas
imunes inatas. As respostas imunes adaptativas locais
também podem promover inflamação. Embora a
inflamação sirva a uma função protetora no controle de
infecções e promoção de reparo tecidual, também pode
causar lesão e doença.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
7 | P á g i n a
1.2 Características do processo inflamatório
As transformações morfológicas e funcionais
características das respostas imunológicas e,
consequentemente, dos processos inflamatórios visam:
destruir, diluir ou isolar o agente lesivo. São reações de
defesa e de reparação do dano tecidual.
O tempo de duração e a intensidade do agente
inflamatório determinam diferentes graus ou fases de
transformação nos tecidos, classifica-se o processo
inflamatório em agudo e crônico.
Tabela 1: Pesquise características que diferencie o
processo inflamatório agudo do crônico e complete a
tabela abaixo:
Processo Agudo
Processo Crônico
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
8 | P á g i n a
A inflamação aguda é uma resposta imediata e
inespecífica
O fato de o processo inflamatório agudo ser
uma manifestação da resposta imune inata, que é
inespecífica e a primeira linha de defesa a se desenvolver,
justifica suas características citadas anteriormente.
A resposta crônica é uma reação tecidual
caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade e
de outros elementos teciduais mais próximos da
reparação, diante da permanência do agente agressor. A
inflamação crônica é sempre precedida pela inflamação
aguda. Clinicamente, nas inflamações crônicas não se
observam os sinais cardinais característicos das reações
agudas. Todas as alterações vasculares e exsudativas que
originam esses sinais clínicos continuam acontecendo,
culminando com a última fase inflamatória, a fase
produtiva-reparativa.
O perfil celular da resposta inflamatória aguda é
constituído basicamente por neutrófilos, monócitos,
eosinófilos, mastócitos e linfócitos. Os neutrófilos possuem
alto potencial de diapedese e rápida velocidade de
migração, possuem ação fagocítica e, se mortos, podem
Anotações:
do organismo diante da agressão. É
inespecífica por ser sempre a mesma resposta,
independentemente da causa que a provoque. Se
desenvolve no instante da ação do agente lesivo e possui
curso rápido (entre 1 a 2 semanas). Ocorre o
aparecimento de exsudações plasmáticas e de neutrófilos.
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
9 | P á g i n a
provocar necrose tecidual devido à liberação de suas
enzimas lisossômicas para o interstício. Os eosinófilos são
encontrados nas inflamações subagudas ou em
fenômenos alérgicos e alguns processos neoplásicos,
também possuem capacidade de fagocitose, mas menor
que os neutrófilos. Os eosinófilos são muito importantes
na resposta inflamatória mediada por células TH2.
Basófilos e mastócitos são granulócitos que aumentam de
número em processos crônicos. Basófilos contêm grânulos
de heparina e histamina e os mastócitos, de histamina. Os
macrófagos originados dos monócitos são fagócitos
mononucleares profissionais e células apresentadoras de
antígenos.
Revejam na unidade 1 os tipos celulares citados!
As inflamações também podem ser classificadas
quanto ao tipo de elemento tecidual predominante
(exsudato). A inflamação aguda pode ser do tipo serosa,
fibrinosa, hemorrágica, necrotizante ou ulcerativa,
purulenta. O processo crônico normalmente é do tipo
granulomatoso.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
10 | P á g i n a
1.3 Fases da inflamação
Classicamente, existem alguns fenômenos básicos
comuns a qualquer tipo de inflamação e que independem
do agente inflamatório, esses momentos caracterizam a
inflamação do tipo aguda: Fase irritativa, fase vascular,
fase exsudativa, fase degenerativa-necrótica e fase
produtiva-reparativa.
Tabela 2: Principais características das fases
inflamatórias.
Fase Irritativa Ocorrem modificações morfológicas e
funcionais dos tecidos agredidos que
promovem a liberação de mediadores
químicos, estes desencadeantes das demais
fases inflamatórias.
Fase Vascular Alterações hemodinâmicas da circulação e de
permeabilidade vascular no local da agressão.
Fase
Exsudativa
Exsudação celular e plasmática, oriunda do
aumento da permeabilidade vascular.
Fase
degenerativa-
necrótica
Composta por células com alterações
degenerativas reversíveis ou não (neste caso,
originando um material necrótico), derivadas
da ação direta do agente agressor ou das
modificações funcionais e anatômicas
conseqüentes das três fases anteriores.
Fase produtivo-
reparativa
Representa os aumentos de quantidade dos
elementos teciduais - principalmente de
células, resultante das fases anteriores.
Essa fase da reação inflamatória visa destruir
o agente agressor e reparar o tecido lesado.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
11 | P á g i n a
A manifestação clínica dessas fases se dá por
intermédio dos cinco sinais cardinais, que caracterizam a
agudização do processo inflamatório: calor, rubor, edema,
dor e perda da função. O calor é oriundo da fase vascular,
em que há hiperemia arterial e, conseqüentemente,
aumento da temperatura local. O rubor ou vermelhidão
também decorre da hiperemia. Tumor é causado
principalmente pela fase exsudativa e produtiva-
reparativa, representadas pelo aumento de líquido (edema
inflamatório) e de células. A dor é originada de
mecanismos mais complexos como compressão das fibras
nervosas locais devido ao acúmulo de líquidos e de
células, agressão direta às fibras nervosas e ação
farmacológicas sobre as terminações nervosas. A perda da
função é decorrente do tumor e da própria dor,
dificultando as atividades locais.
1.4 Resposta inflamatória
A resposta inflamatória é orquestrada por vários
tipos diferentes de moléculas, denominadas de
mediadores químicos.
Exemplos de mediadores importantes no processo
inflamatório: aminas vasoativas (histamina e serotonina),
proteases plasmáticas (complemento, cininas e sistemas
de coagulação), ácido aracdônico e metabólitos
(prostaglandinas, leucotrienos e lipoxinas), fator ativador
de plaquetas, óxido nítrico, radicais livres derivados do
oxigênio, citocinas e quimiocinas.
Anotações:
Muitos sinais clínicos
são manifestações da atuação desses mediadores.
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
12 | P á g i n a
Pesquise e escreva sobre os principais mediadores da
resposta inflamatória e descreva suas respectivas
atuações.
Sugestão: Trabalhe em equipe com os colegas nessa
pesquisa.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
13 | P á g i n a
Os principais mediadores inflamatórios ligados a
resposta imunológica são as citocinas e quimiocinas, que
vão contribuir para a imunopatogênese da inflamação.
Citocinas são proteínas secretadas pelas células da
imunidade natural e adquirida que medeiam muitas das
funções dessas células, são polipeptídeos produzidos em
resposta a micro-organismos e outros antígenos,
mediando a regulação das respostas imunológicas e
inflamatórias. As principais citocinas envolvidas na
imunopatogênese do processo inflamatório são o fator de
necrose tumoral alfa (TNF-α) e a interleucina 1 (IL-1). O
TNF-α é o principal mediador da resposta inflamatória
aguda, é produzido por fagócitos mononucleares ativados,
células NK e mastócitos em resposta a padrões
moleculares associados a patógenos (PAMPs). Essa
citocina estimula neutrófilos e monócitos a migrarem para
o sítio de infecção e induz a expressão de moléculas de
adesão pelas células do endotélio vascular, permitindo
assim a migração de células para os tecidos. Também
induz macrófagos e células endoteliais a produzirem
quimiocinas e fagócitos mononucleares produzir IL-1. A Il-
1 funciona em conjunto com o TNF-α na resposta
inflamatória aguda atuando sobre o endotélio,
aumentando a expressão de moléculas de adesão. IL-1 é
produzida por fagócitos mononucleares, neutrófilos,
células epiteliais e células endoteliais. Sua produção
também é induzida por PAMPs. Quimiocinas são citocinas
de uma grande família estruturalmente homólogas, que
estimula o movimento leucocitário e regula a migração de
leucócitos do sangue aos tecidos.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
14 | P á g i n a
Os componentes da imunidade natural reconhecem
estruturas que são características de patógenos
microbianos, produtos freqüentemente essenciais para a
sobrevivência dos mos, e não estão presentes nas células
de mamíferos. O sistema imunológico natural reconhece
apenas um número limitado de produtos de mos
chamados de padrões moleculares associados a patógenos
(PAMPs), e os receptores que se ligam a essas estruturas
são chamados de receptores de reconhecimento de
padrões. Os receptores de reconhecimento padrão do
sistema imune inato são codificados na linhagem
germinativa. Diferentes classes de mos (ex.: vírus,
bactérias gram-positivas, bactérias gram-negativas,
fungos, protozoários) expressam diferentes PAMPs. Essas
estruturas incluem os ácidos nucléicos que são únicos de
mos, tais como RNA de dupla hélice encontrado nos vírus
em replicação ou sequências CpG de DNA não metiladas
encontradas em bactérias; características de proteínas
que são encontradas em mos, tais como iniciação N-
formilmetionina e carboidratos que são sintetizados por
mos, mas não por células de mamíferos tais como
lipopolissacarídeos (LPS) em bactérias gram-negativas,
ácidos teicóicos em bactérias gram-positivas e
oligossacarídeos ricos em manose encontrados em
glicoproteínas microbianas. Além de produtos
microbianos, o sistema imune natural também pode
reconhecer células do hospedeiro estressadas ou lesadas,
que expressam moléculas não encontradas em
abundância nas células sadias (ex.: proteínas do choque
térmico). Devido a essa especificidade para estruturas
microbianas, o sistema imunológico natural é capaz de
distinguir o “próprio” do “não próprio”.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
15 | P á g i n a
Uma ampla variedade de tipos celulares expressa
receptores reconhecedores de padrão (neutrófilos,
macrófagos, células dendríticas, células endoteliais,
células epiteliais, linfócitos, entre outros) e, portanto,
participam nas resposta imunes naturais e no início da
resposta inflamatória. Esses receptores estão presentes
na superfície celular, em vesículas endossômicas e no
citoplasma, prontos para reconhecer mos em qualquer
uma dessas localização. Os receptores de reconhecimento
padrão são ligados a vias de transdução de sinal
intracelulares que ativam várias respostas celulares,
incluindo a produção de moléculas que promovem
inflamação e defendem contra o mos. As principais classes
desses receptores são os receptores semelhantes a Toll
(TLRs), receptores varredores (scavenger), lectinas tipo C,
receptores N-formilmetionina e as NLRs.
Agentes que romperam as barreiras epiteliais e
entraram nos tecidos ou na circulação são atacados
primeiramente por neutrófilos, fagócitos mononucleares e
células NK. Algumas dessas células que reconheceram
PAMPs secretam citocinas que ativam os fagócitos e
estimulam a reação celular da imunidade natural, a
inflamação. A inflamação, como já descrito anteriormente,
consiste no recrutamento de leucócitos e no
extravasamento de várias proteínas plasmáticas em um
local de infecção e na ativação dos leucócitos e proteínas
para eliminarem o agente infeccioso. O aumento da
permeabilidade vascular pode ser originado de
mecanismos diretos, em que o próprio agente agressor
atua sobre a parede vascular, ou indiretos, em que há
ação de mediadores químicos.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
16 | P á g i n a
Micro-organismo ou outro corpo estranho (Ag) estimulam
as células a produzir citocinas (TNF-α e IL-1),
consequentemente, selectinas são expressas pelas células
endoteliais. O recrutamento dos leucócitos (figura 1) para
os locais de infecção envolve vários fenômenos
inflamatórios. Primeiramente ocorre a pavimentação, onde
há a marginalização leucocitária; mudança na corrente
axial, os leucócitos saem da porção central do fluxo
sangüíneo e vão para a periferia do fluxo. Isso é possível
graças à diminuição da velocidade do fluxo (estase
sangüínea), decorrente dos fenômenos vasculares. Em
seguida, células endotéliais aumentam expressam de
selectinas: selectinas P e E (nas células endoteliais das
paredes dos vasos sangüíneos) e selectina L (na superfície
dos leucócitos). Ocorre, então, a rolagem dos leucócitos
sobre o endotélio mediado por selectinas. As quimiocinas
aumentam a afinidade das integrinas (LFA-1 e CR3),
presentes na superfície da membrana dos leucócitos, com
as moléculas presentes nas células endoteliais (ICAM-1 e
ICAM-2). Nesse momento observa-se adesão estável dos
leucócitos ao endotélio mediado pelas integrinas. E por
último, ocorre a transmigração de leucócitos através do
endotélio. Os leucócitos passam através das junções entre
as células endoteliais, por meio da interação das
moléculas de adesão pertencentes superfamília da
imunoglobulinas (PECAM e VCAM), presentes na superfície
de membrana dos leucócitos e do endotélio. A exsudação
plasmática é a responsável pela formação do edema
inflamatório. O exsudato inflamatório é composto por
macromoléculas como albuminas, globulinas, fibrinogênio,
entre outros.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
17 | P á g i n a
Figura 1: Recrutamento de leucócitos.
(Fonte: Abbas et al., 2007)
Os neutrófilos e monócitos migram dos vasos
sangüíneos para o tecido inflamado via quimiotaxia, e
então removem os agentes patológicos através da
fagocitose e da degranulação. O primeiro passo na
fagocitose é o reconhecimento do agente pelo fagócito. Os
fagócitos possuem receptores de alta afinidade por
moléculas de anticorpo, proteínas do complemento e,
como já discutido, os receptores de reconhecimento
padrão. Os receptores de reconhecimento e receptores de
citocinas (INF-γ) atuam para ativar fagócitos.
As principais citocinas produzidas por macrófagos
ativados e suas funções são Il-1 (ativa endotélio vascular,
ativa linfócitos, destruição local do tecido, aumenta o
acesso de células efetoras, pode causar febre), TNF-α
(ativa endotélio vascular e aumenta permeabilidade
vascular, pode causar febre, mobilização de metabólitos e
choque), Il-6 (-ativa linfócitos e aumenta a produção de
anticorpo, pode ocasionar febre e induz a produção de
proteínas da fase aguda), IL-8 (quimiocinas que recrutam
neutrófilos, basófilos e células T para o local da infecção)
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
18 | P á g i n a
e IL-12 (ativam células NK, induz a diferenciação
de céls. CD4+ para o perfil TH1). A destruição de mos
ocorre pela ação de moléculas microbicidas.
Os componentes da resposta imunológica natural
interagem de diferentes maneiras com a resposta imune
adaptativa. A resposta imunológica natural fornece sinais
que agem de comum acordo com o Ag para estimular a
proliferação e a diferenciação de linfócitos T e B antígeno-
específicos. Quando a resposta imune natural está
fornecendo a defesa inicial, promovendo uma resposta
inflamatória, por exemplo, ela também coloca em
movimento a resposta imune adquirida. Observa-se essa
interação pelas células apresentadoras de antígenos
(APCs); Com os fagócitos na imunidade mediada por céls.
T, onde os macrófagos são mais eficientes na destruição
de mos fagocitados, e na imunidade humoral, pela
opsonização. Segundos sinais gerados durante a resposta
imune natural a diferentes mos acentuam a resposta
imunológica adquirida e a natureza da mesma. A resposta
inflamatória, consequentemente, está presente em todos
os momentos da resposta imunológica, no inicio e
efetivação da resposta inata como já descrito; na
imunidade adaptativa humoral, pela ativação do
complemento (os fragmentos proteolíticos do
complemento C5a, C4a e C3a induzem a inflamação
aguda pela ativação dos mastócitos e neutrófilos), por
exemplo; na resposta adaptativa celular quando células T
CD4+ ativadas por APCs e liberam TNF-α intensificando
ainda mais o processo inflamatório, que por sua vez tende
a favorecer as células auxiliares seguir um perfil TH1; e
no processo de resolução da infecção e/ou reparação
tecidual.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
19 | P á g i n a
1.5 Fatores que influenciam na inflamação
Os principais fatores que influenciam na inflamação
são fatores ligados ao agente agressor, fatores ligados ao
hospedeiro e fatores ligados ao local agredido.
Fatores ligados ao agente agressor dependem do
tipo de agente agressor, ou seja, da natureza dos agentes
agressores (física, química e biológica), das características
do agente, por exemplo, inflamações purulentas ou
supurativas são originadas das chamadas bactérias
piogênicas (estafilococos); Micobactérias, devido à sua
virulência e patogenicidade, podem originar inflamações
granulomatosas. Dependem também da intensidade do
agente, quanto maior for à intensidade/virulência do
agente, mais exacerbada será a resposta inflamatória.
Outras caracterísiticas ainda relacionadas com o agente
agressor referem-se ao tempo de exposição, da
capacidade de invasão e da resistência a fagocitose.
Os principais fatores ligados ao hospedeiro referem-
se ao estado de saúde (Ex.: Portadores de Diabetes
mellitus possuem dificuldade de reparação, principalmente
por terem alterações metabólicas e anatômicas
significantes, como arterioloesclerose, as quais
influenciam diretamente nos vários momentos da
inflamação), o estado fisiológico, estado nutricional,
estado hormonal, idade sexo e raça.
Fatores ligados ao local agredido relacionam o tipo
de tecido (nos tecidos ósseos não se observa edema,
característico das inflamações agudas; sendo mais
comuns inflamações crônicas. Nos tecidos mais frouxos,
como pálpebra, facilmente se instalam fenômenos
exsudativos plasmáticos) e o suprimento sanguíneo. Em
geral, os tecidos vascularizados são mais resistentes a
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
20 | P á g i n a
agressão, uma vez que o processo inflamatório se instala
mais rapidamente. Os tecidos não-vascularizados, como
córnea e cartilagem, primeiro devem desenvolver
neovascularização para depois iniciar seu mecanismo de
defesa.
A progressão da inflamação dependerá da resolução ou
não da infecção e do microambiente, de citocinas, por
exemplo, instalado durante a resposta imunológica.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
21 | P á g i n a
1.6 Fotos de processos inflamatórios
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
22 | P á g i n a
1.7 Bibliografia
ABBAS, A. K.; LICHTMANA, A. H.; PILLAI, S. Imunologia
Celular e Molecular. Rio de Janeiro: Elsevier, 6ed. 2008.
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia. São Paulo:
Guanabara Koogan, 7ed. 2006.
BARRETT, N. A.; AUSTEN, K. F. Innate cells and T helper 2
cell immunity in airway inflammation. Cell press, v.31,
p.424-437, 2009.
CHEN, G. Y.; NUÑEZ, G. Sterile inflammation: sensing and
reacting to damage. Nature Reviews Immunology, v. 10,
p. 826- 837, 2010.
CUZZOCREA, S. Shock, inflammation and PARP.
Pharmacological Research, v. 52, p. 72-82, 2005.
FLINT, M. S.; DEPREE, K. M.; RICH, B. A.; TINKLE, S. S.
Differential regulation of sensitizer-induced inflammation
and immunity by acute restraint stress in allergic contact
dermatits. Journal of Neuroimmunology, v. 140, p.28-40,
2003.
FUSTER, V.; SANZ, J. Vascular inflammation. Journal of
American Society of Hypertension. V.1, n.1, p. 68-81.
JONES, T. C.; HUNT, R. D.; KING, N. W. Patologia
Veterinária. São Paulo: Manole, 6ed. 2000.
LUKIC, M.L.; ARSENIJEC, N.; MITCHISON, N.A.
Inflammation at the interface of innate and acquired
immunity, Molecular Immunology, v. 47,p.1-2, 2009.
MURPHY, K.; TRAVARES, P.; WALPORT, M. Imunobiologia
de Janeway. São Paulo: Artmed, 7ed. 2010.
Anotações:
Resposta Inflamatória aguda sob a ótica imunológica
23 | P á g i n a
SCRIVO, R.; VASILE, M.; BARTOSIEWICZ, I.; VALESINI,
G. Inflammation as “common soil” of the multifactorial
diseases. Autoimmunity Reviws, v.10, p. 369-374, 2011.
WOODS, J. A.; VIEIRA, V. J.; KEYLOCK, K. T. Exercise,
inflammation, and innate immunity. Immunology Allergy
Clinical, v. 29, p. 381-393.