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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DAMIANE TITTON RESULTADOS DO TREINAMENTO “GOSTO POR SERVIR” NOS DESEMPENHOS INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL DA PERDIGAO Balneário Camboriú 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

DAMIANE TITTON

RESULTADOS DO TREINAMENTO “GOSTO POR SERVIR” NOS

DESEMPENHOS INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL DA PERDIGAO

Balneário Camboriú

2008

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DAMIANE TITTON

RESULTADOS DO TREINAMENTO “GOSTO POR SERVIR” NOS

DESEMPENHOS INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL DA PERDIGAO

Balneário Camboriú

2008

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Recursos Humanos, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador : Prof. Lorena Schröder

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DAMIANE TITTON

RESULTADOS DO TREINAMENTO “GOSTO POR SERVIR” NOS

DESEMPENHOS INDIVIDUAL E ORGANIZACIONAL DA PERDIGAO

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Recursos Humanos da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Treinamento

Balneário Camboriú, 26 de Novembro de 2008.

__________________________________

Profª. Lorena Schröder.Msc.

Orientadora

___________________________________

Profª. Marilize Petkow.Msc.

Avaliadora

___________________________________

Profº. Flávio Ramos.Msc.

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário(a): Damiane Titton

Área de Estágio: Recursos Humanos - Treinamento

Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Magna Terezinha Lemos

Professor(a) orientador(a): Lorena Schroder

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Perdigão Agroindustrial SA

Endereço: Rua Jorge Tzachel 275, Fazenda, Itajaí-SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Treinamento

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Magna Terezinha Lemos

Carimbo do CNPJ da Empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 26 de Novembro de 2008.

A Empresa Perdigão Agroindustrial SA, pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de

Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo

acadêmico Damiane Titton.

___________________________________

Magna Terezinha Lemos

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“A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser humano pode mudar de vida, mudando de atitude”.

(William James)

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AGRADECIMENTOS

A Deus por iluminar o meu caminho.

Aos meus pais pela compreensão nas horas de desespero, nas tensões, nas horas

de angustia, insegurança, pelo amor, carinho e apoio para que tudo isso se tornasse

possível.

Ao meu namorado pela ajuda, apoio e principalmente compreensão no projeto.

Aos meus colegas de curso pela amizade, carinho e pelos momentos de

companheirismo.

A Professora Lorena Schröder pela sua orientação e seu apoio e dedicação para a

elaboração desta Monografia.

A todos os meus professores que transmitiram belas contribuições ao longo da

passagem.

À Coordenação do curso pelos anos de apoio, principalmente ao coordenador do

curso que me auxilio muito no inicio da minha jornada na universidade, no qual

precisei me afastar por motivo profissional, foi tudo muito bem administrado, graças

a eles.

A Perdigão Agroindústria S/A e todos seus funcionários pela colaboração para a

concretização desta pesquisa.

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RESUMO

A velocidade com que ocorrem as mudanças nas organizações faz com que o mercado se torne mais competitivo. Neste cenário as empresas investem mais em seus talentos, o que leva as organizações a reavaliar seus métodos de treinar e desenvolver seus funcionários de acordo com as suas necessidades e alinhar estas com os objetivos organizacionais através de um processo de aprendizado contínuo. Nesse sentido realizou-se um estudo de caso na Perdigão S.A. em que a Educação continuada tem a missão de treinar e desenvolver seus colaboradores. Este estudo teve por objetivo diagnosticar os resultados individuais, de equipe e organizacionais, de um programa de treinamento comportamental “gosto por servir” aplicado na unidade do Centro de Serviços Perdigão, a partir de pesquisa quantitativa e qualitativa com aplicação de questionários e dados secundários. Quanto ao relacionamento entre os níveis de avaliação, encontraram-se reações positivas relacionadas com a aprendizagem individual, porém fracamente com a aprendizagem organizacional. Palavras-chave: Educação Continuada, Treinamento e Desenvolvimento.

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ABSTRACT The speed with which changes occur in organizations makes the market becomes more competitive. In this scenario companies are investing more in their talents, which leads organizations to reassess their methods of training and developing their employees according to their needs and align these with organizational objectives through a process of continuous learning. In that sense it was a case study in where Perdigao SA Continuing education mission is to train and develop its employees. This study aimed to diagnose the individual results of team and management, a behavioral training program "Gosto Por Servir" applied in the unit's Service Center Perdigão, from qualitative and quantitative research with application of questionnaires and data side. As for the relationship between the levels of evaluation, we found positive reactions related to individual learning, but weakly with the organizational learning.

Keywords: Continuing Education, Training and Development.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Organização / Perdigão 62

Figura 2 Competências Adquiridas 64

Figura 3 Relacionamento com o Cliente Interno e Externo 66

Figura 4 Relacionamento com a Equipe 67

Figrua 5 Comunicação 68

Figura 6 Comunicação entre o Centro de Serviços Perdigão e a respectiva

área.

77

Figura 7 Nível de Satisfação em relação ao Centro de Serviços Perdigão. 78

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Variáveis Dependentes do Comportamento Organizacional

22

Quadro 2 Variáveis Dependentes do Comportamento Organizacional

23

Quadro 3 Cinco Disciplinas Fundamentais para o Processo de Aprendizagem e Inovação

25

Quadro 4 Níveis de Aprendizagem Organizacional

33

Quadro 5 Princípios da Psicologia de Aprendizagem

36

Quadro 6 Quatro Etapas do Processo do Treinamento 38

Quadro 7 Critérios para geração de indicadores de Treinamento e Desenvolvimento

40

Quadro 8 Tipos de Treinamento

41

Quadro 9 Tipos de Treinamento Quanto a Forma de Execução e Publico Alvo.

45

Quadro 10 Pontos do Processo de Avaliação

46

Quadro 11 Elementos de Avaliação de Resultados de Treinamento 47

Quadro 12 Descrição dos módulos do programa 56

Quadro 13 Resultados da Avaliação de Reação realizada pela empresa após o treinamento (2007).

57

Quadro 14 Resultados da Avaliação de Reação realizada pela empresa após o treinamento (2008).

68

Quadro 15 Aprendizado individual, para o setor e para a Perdigão. 71

Quadro 16 Resultados dos comentários dos questionários aplicados.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 15

1.1 Tema de estágio ...................................................................................... 15

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 16

1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 16

1.4 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 16

1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 17

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ................................... 21

2.1 Comportamento organizacional............................................................... 21

2.2 Aprendizagem Organizacional................................................................. 23

2.2.1 Aprendizagem Continua......................................................................... 30

2.2.2 Aprendizagem Individual......................................................................... 31

2.3 Treinamento e Desenvolvimento nas organizações .............................. 34

2.3.1 Processos de T&D ................................................................................. 37

2.3.1.2 Indicadores de T&D................................................................................ 38

2.3.1.3 Programas de T&D................................................................................. 41

2.3.1.4 Resultados de T&D................................................................................. 44

2.4 Avaliação e Análise de um Programa de T&D....................................... 45

2.5 Desempenho Organizacional e Individual.............................................. 49

3 METODOLOGIA CIENTÍFICA .......................... ....................................... 53

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 53

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 53

3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 54

3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 55

3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 55

4 RESULTADOS ...................................... .................................................. 56

4.1 Apresentação dos dados ......................................................................... 56

4.2 Avaliação de Reação do Treinamento “Gosto Por Servir”........................ 58

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4.2 Resultados do Treinamento...................................................................... 61

4.3 Satisfações com o Cliente Interno em relação ao Centro de Serviços

Perdigão...................................................................................................

76

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ........................................ 79

REFERÊNCIAS........................................................................................ 81

APENDICE A – QUESTIONÁRIO......................... ................................... 84

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1 INTRODUÇÃO

A globalização e o aumento gradativo da competitividade implicam na

necessidade de mudanças nas organizações. Estas mudanças refletem na

necessidade do desenvolvimento contínuo da empresa e conseqüentemente no

desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários. Com essa preocupação

cada vez mais as organizações investem em aprendizagem continua, nas

modalidades de treinamentos técnicos e comportamentais.

Silva (2006) ressalta que por ser alto o volume do investimento em programas

de treinamento, torna-se vital o alinhamento aos objetivos de treinamento com os

objetivos estratégicos da organização.

Mesmo que as pessoas tenham sido sempre fundamentais no ambiente

organizacional, hoje elas desempenham um papel ainda mais importante para a

obtenção da vantagem competitiva de uma organização. Em função disso, é

necessário que as empresas invistam cada vez nos recursos humanos, em especial

no treinamento e desenvolvimento do ser humano.

Lacerda e Abbad (2003) complementam que as organizações têm

questionado a eficácia das ações de treinamento, buscando avaliar o retorno de

seus investimentos nessa área. No entanto, o uso de treinamento é uma importante

alternativa para a mudança de atitudes, conhecimento ou habilidades necessárias

ao desempenho adequado do capital humano da empresa.

Porém, os processos aplicados nem sempre atingem os resultados esperados

pelas organizações, por serem de difícil mensuração ou em função de pouca

preocupação em relação ao retorno das estratégias. Foi a partir dessa necessidade

que surgiu a idéia de analisar um caso dos resultados de um treinamento

comportamental.

1.1 Tema:

O trabalho aborda os resultados do treinamento na aprendizagem individual e

organizacional.

1.2 Problema:

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Quais os resultados do treinamento “gosto por servir” da Perdigão podem ser

identificados na percepção dos funcionários participantes do programa?

1.3 Objetivo Geral:

Diagnosticar os resultados do programa de treinamento “gosto por servir”

aplicado na unidade do CSP Perdigão no desempenho individual e organizacional.

1.3.1 Objetivos Específicos:

Descrever o treinamento “gosto por servir” realizado na empresa.

Identificar os objetivos da empresa em relação aos resultados esperados dos

funcionários perante o programa de treinamento comportamental aplicado.

Identificar os resultados da avaliação de reação do treinamento realizado pela

Perdigão.

Analisar os resultados de aprendizagem decorrentes do treinamento na

percepção dos participantes.

1.4 Justificativa:

Este estudo é de grande interesse para a empresa, pois conhecer os

resultados do treinamento aplicado, principalmente os comportamentais, em que é

difícil uma mensuração dos resultados obtidos. É relevante para a empresa saber

se o investimento em desenvolvimento de pessoas teve o retorno esperado.

Os gestores da empresa demonstraram um envolvimento significativo com o

treinamento, que tem um custo elevado e foi planejado pelos gestores. Por essa

razão, os representantes da área de recursos humanos apoiaram a pesquisa e

proporcionaram a total disponibilidade e o acesso às informações, pois não existe

hoje avaliação mais profunda que é feita após esse treinamento.

Conhecer os resultados de um treinamento é a grande dificuldade das

organizações, as estratégias em buscar métodos para mensurá-los, pois necessita

analisar a eficácia e viabilidade do treinamento para a empresa e, principalmente a

implicação deste na aprendizagem e geração de mudança.

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Segundo Abbad, Gama e Andrade (2000, p.28) tem-se elevado o interesse

pela pesquisa sobre a avaliação de treinamento “a área esta ativa e vem

caracterizando pela busca incessante de melhores modelos conceituais, teóricos e

metodológicos, para estudar as variáveis de interesse”.

1.5 Contexto do ambiente de estágio:

Fundada em 1934 por imigrantes italianos em Videira (SC), a empresa

emprega hoje mais de 55 mil funcionários a Perdigão é uma das maiores

empregadoras do país. As unidades da empresa funcionam no Rio Grande do Sul,

Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, além das unidades

administrativas em São Paulo (SP), Itajaí (SC) e Porto Alegre (RS) e opera unidades

industriais em oito Estados brasileiros, além da Argentina, Inglaterra, Holanda e

Romênia. Escritórios comerciais da empresa estão instalados na Inglaterra, Holanda,

Hungria, Espanha, Áustria, Itália, França, Rússia, Emirados Árabes Unidos (Dubai),

Cingapura, Japão e Ilha da Madeira (Portugal), além de centro de distribuição na

Holanda.

A Perdigão é uma das maiores empresas de alimentos da América Latina.

Ocupa o terceiro lugar em abate de aves e está entre as 10 maiores em abates de

suínos no mundo, sendo também uma das principais companhias brasileiras na

captação de leite. É uma empresa de escala internacional; seus produtos chegam a

mais de 110 países.

Com receita bruta de R$ 7,8 bilhões, registrada em 2007, atua nas áreas de

carnes e de lácteos, além dos segmentos de massas prontas, tortas, pizzas,

folhados e vegetais congelados. A empresa, que se originou de um pequeno

armazém de secos e molhados, iniciou as atividades industriais com um abatedouro

de suínos em 1939. A partir daí, inovação tornou-se seu lema. E é esta

determinação que reflete o seu portfólio de mais de 1.500 itens, destinados para os

mercados interno e externo, com diversas marcas, entre as quais se destacam

Perdigão, Batavo, Elegê, Perdix, Chester® e Cotochés.

Desde 2006, a Perdigão integra o Novo Mercado da Bovespa, o que

consolidou sua posição de excelência em gestão, com controle difuso e pulverizado,

assegurando direitos igualitários aos acionistas e oferecendo um padrão ainda maior

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de transparência às operações. Foi a primeira empresa brasileira de alimentos a

lançar ações (ADRs) na Bolsa de Nova York.

A empresa tem expressiva participação nos segmentos de congelados e

industrializados de carne, com marcas líderes, como é o caso de Chester®, que

designa toda uma linha de produtos originários de ave especial, que já se tornou

sinônimo de categoria de produto. Com as marcas Batavo e Elegê, destaca-se no

segmento de lácteos, com linha inovadoras.

A linha Ouro, de produtos premium, fabricados conforme as receitas originais,

com cuidado artesanal e os melhores ingredientes. A linha é composto por produtos

típicos de diversos países, como a Mortadela Ouro, produzida com base em receita

italiana tradicional e a Salsicha Frankfurt, que reproduz a receita original alemã.

A presença da Perdigão nos segmentos de massas prontas, tortas, pizzas,

folhados e vegetais congelados também é marcante. As principais características,

além do sabor inconfundível e o preço competitivo, é a praticidade. A empresa está

sempre na vanguarda das tendências mundiais e preocupada em contribuir para a

facilitar a vida do consumidor.

Seu portfólio, nestas categorias, abrange cortes variados frango e ave

especial Chester®, lingüiças, salsicha, hambúrgueres, empanados, pratos prontos –

desde étnicos e típicos até iguarias brasileiras --, pizzas e muito mais.

Nildemar Secches (Diretor-presidente) “a Perdigão acaba de atualizar

revitalizar sua missão, visão e os valores estratégicos da companhia. A missão

resume sua proposta. E ela quem vai dar o direcionamento rumo a novas

conquistas. A visão expressa o que ela quer ser. Os valores estratégicos definem a

forma da perdigão fazer negócios, as crenças que vão orientar a conduta dos

funcionários e elevar a qualidade do relacionamento com clientes internos e

externos. Para a perdigão, o trabalho de hora faz o mundo de amanha melhor.

Conto com o seu comprometimento, pos foi com ele que conseguimos chegar ate

aqui.”

A empresa tem como missão é “participar da vida das pessoas, oferecendo

alimentos saborosos, de alta qualidade e a preços acessíveis, em qualquer lugar do

mundo”.

A visão é crescer e expandir nossas operações de forma globalizada, ser a

melhor escola em qualquer lugar, tornando uma empresa de classe mundial. Seus

princípios e valores são 1. Confiabilidade: São confiáveis, éticos e transparentes.

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Cumprem o que prometem e assim constroem relações de respeito mutuo com seus

clientes, fornecedores, colegas de trabalho e acionistas, 2. Qualidade: Tem

obsessão pela qualidade e segurança alimentar. Perseguem a inovação para estar

na vanguarda e contribuir para o bem estar de seus consumidores em todas as

partes do mundo, 3. Participação: Trabalham com paixão para serem uma das

melhores empresas globais de alimentos. São comprometidos como o que fazem e

fazem com garra, força e determinação, 4. Simplicidade: Acreditam na simplicidade

operacional e a praticam como estilo de trabalho, 5. Pessoas: São comprometidos,

desenvolvem e valorizam o espírito de equipe e assim constroem o futuro da

empresa, 6. Eficiência: Praticam uma gesta que valoriza a eficiência e a

lucratividade, evita o desperdício e assim respeita seus acionistas e 7.

Responsabilidade Sócio Ambiental: Tem e terão, cadê vez mis, um papel importante

como agente de desenvolvimento social nas localidades onde atuam.

1.6 Organização do trabalho:

O capítulo 1 apresenta a introdução, seguida do tema, do problema, os

objetivos da pesquisa, a justificativa e contextualização do ambiente de estágio.

O capitulo 2 é composto pela fundamentação teórica, inicia-se

Comportamento Organizacional e Aprendizagem Organizacional, seguindo pelos

tipos de aprendizagens continua e individual e também com os fundamentos teóricos

sobre treinamento e desenvolvimento, seus processos, indicadores, programas e

resultados. Finalizando com a avaliação e analise dos resultados de um programa

de Treinamento relacionado ao Desempenho Organizacional e Individual.

O terceiro capitulo apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para

elaborar a pesquisa, consta o tipo de pesquisa utilizado no projeto, sua área de

abrangência e a coleta de dados.

No capitulo 4 demonstram-se os dados fornecidos pela empresa, os

resultados obtidos com a aplicação da pesquisa e algumas propostas para a

empresa.

No capitulo 5 apresentam-se as considerações finais.

E, por ultimo, no capitulo 6 constam as referencias bibliográficas utilizadas

para esta pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Comportamento Organizacional

O comportamento organizacional influi em variados sentidos na organização,

como os indivíduos se comportam como o grupo num geral age e até mesmo a

empresa como um todo.

No sentido do Comportamento Organizacional, Soto (2002, p.8) ressalta: “o

Comportamento organizacional se relaciona com um conjunto de conceitos

fundamentais que giram em torno da natureza das pessoas e das organizações”.

Para Davis e Newstron (2002) o estudo do Comportamento Organizacional

existe para o beneficio do homem, para entender como as pessoas agem nas

organizações.

Robbins (2008, p.6) apresenta seu conceito sobre comportamento

organizacional como sendo “um campo de organizações que investiga o impacto

que indivíduos, grupos e estrutura tem sobre o comportamento dentro das

organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia

organizacional”.

Os autores Wagner e Hollenbeck (2002, p.6) conceituam comportamento

organizacional como sendo “um campo de estudo voltado a prever, explicar,

compreender e modificar o comportamento humano no contexto das empresas”.

Os mesmos autores consideram importante observar três considerações a

partir do conceito: a) o comportamento organizacional enfoca comportamentos

observáveis, porém lida com ações internas (pensar, perceber e decidir);

b) comportamento das pessoas tanto como indivíduos quanto como membros de

unidades sociais maiores; c) eventos de unidades maiores devem ser entendidos em

termos de processos grupais ou organizacionais.

O comportamento do individuo dentro da organização e o foco principal a ser

estudado, pois e através dele que a empresa observa o comportamento, para aplicar

o devido treinamento quando necessário.

De acordo com Soto (2002, p.10) o “comportamento organizacional interessa-

se pelas pessoas, a filosofia ética, de um jeito ou de outro, relaciona-se com os atos

do individuo. As decisões humanas não põem nem devem ignorar os valores

individuais”.

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Abrangendo um pouco mais o comportamento organizacional Wagner e

Hollenbeck (2002, p.8) destacam que:

o ponto mais forte do comportamento organizacional é a sua natureza interdisciplinar. Integra as ciências comportamentais e outras ciências sociais que podem contribuir para o campo. Ele tira dessas disciplinas quaisquer idéias que aprimorarão os relacionamentos entre as pessoas e organizações.

A interdisciplinaridade comentada pelo autor, mostra o como o

comportamento das organizações pode ser variado, integrado, com varias

contribuições.

Na visão de Robbins (2008, p.21) existem variáveis dependentes básicas no

comportamento organizacional que são enfatizadas pelos estudiosos que podem

afetar o comportamento organizacional:

Produtividade Uma organização é produtiva quando consegue

atingir seus objetivos, transformando matéria-

prima em produto ao mais baixo custo possível.

Absenteísmo É definido como o não-comparecimento do

funcionário ao trabalho. Essa questão se tornou

um grande ônus e dor-de-cabeça dos

empresários.

Rotatividade É a permanente saída e entrada de pessoal da

organização, de forma voluntária ou involuntária.

Cidadania Organizacional É um comportamento discricionário que não faz

parte das exigências funcionais de um cargo,

mas que ajuda a promover o funcionamento

eficaz da organização.

Satisfação no Trabalho Um conjunto de sentimentos que uma pessoa

possui com relação ao seu trabalho.

Quadro 1 : Variáveis Dependentes do Comportamento O rganizacional Fonte: Robbins (2008) adaptado Continuando suas reflexões Robbins (2008, p.23) apresenta também as

variáveis independentes que são as principais determinantes da produtividade,

rotatividade, absenteísmo, cidadania organizacional e da satisfação do trabalho:

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Variáveis no Nível do Individuo As características mais obvias são as pessoais

ou biográficas, como idade, sexo e estado civil;

características de personalidade; as estrutura

emocional; seus valores e atitude; e seus níveis

básicos de capacitação.

Variáveis no Nível do Grupo O comportamento de um grupo é mais do que a

soma das ações dos indivíduos que fazem parte

dele. A complexidade de nosso modelo aumenta

quando compreendemos que o comportamento

das pessoas e diferente quando elas estão

sozinhas e quando elas estão em grupo.

Variáveis no Nível do Sistema Organizacional O comportamento organizacional alcança seu

mais alto nível de sofisticação quando soma-se a

estrutura formal ao conhecimento prévio sobre o

comportamento dos indivíduos e dos grupos.

Quadro 2 : Variáveis Dependentes do Comportamento O rganizacional Fonte: Robbins (2008) adaptado

Conclui Robbins (2008, p.25) que o

comportamento organizacional fornece sugestões para ajudar executivos a enfrentar a escassez crônica de trabalho. Em tempos de mudanças rápidas e constantes – como o enfrentado hoje pela maioria dos executivos -, o estudo do comportamento organizacional pode ajuda-los a lidar com um mundo de temporariedades e aprender formas de estimular a inovação. Finalmente o entendimento do comportamento organizacional oferece a eles orientação para a criação de um ambiente de trabalho eticamente saudável.

Para influir e melhorar o comportamento organizacional, que abrange

indivíduos, grupos e a própria organização precisa de diversos fatores inclusive da

aprendizagem e seus diversos campos.

2.2 Aprendizagem Organizacional

A aprendizagem organizacional assume na atualidade crescente relevância e

novo formato nas organizações, decorrente especialmente diante das rápidas e

constantes mudanças no cenário organizacional, mudanças nas sociedades e no

comportamento do individuo (FLEURY; FLEURY, 1997).

De acordo com Prange (2001 p.41) “as organizações estão oscilando, tendo

em vista as descontinuidades criadas por um nível crescente de globalização,

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volatilidade elevada, hipercompetição, mudanças demográficas e explosão do

conhecimento”.

Fleury e Fleury (2004, p.50 (b)) fazem sua contribuição considerando que:

não foi apenas o contexto que mudou, mas as próprias empresas também mudaram. Isso ocorreu apenas como uma reação as mudanças externas, mas também porque cada empresa, no contexto de crescente competitividade, passou a construir sua vantagem competitiva em relação às concorrentes. E, com isso, a forma de jogar o jogo esta sendo sistematicamente repensada e redefinida.

Na mesma linha de pensamento Garvin (2002 p.4) aborda que “hoje, as

empresas enfrentam necessidades similares. Elas também estão em meio à

profundas transformações que requerem renovação e crescimento; por essa razão,

muitas aderiram à onda da aprendizagem”.

Mundin e Ricardo (2004, p.45) contribuem com a seguinte afirmação: “as

organizações vivem hoje em um cenário de crescentes mudanças, que decorrem

das transformações ocorridas tanto no ambiente externo como no ambiente interno”.

Assim a aprendizagem é um componente fundamental para a mudança e é

importante considerar que a aprendizagem envolve um processo complexo,.

Essa complexidade é também abordada por Fleury e Fleury (1997 p.20) :

o processo de aprendizagem em uma organização não só envolve a elaboração de novos mapas cognitivos, que possibilitem compreender melhor o que esta ocorrendo em seu ambiente externo e interno, como também a definição de novos comportamentos, que comprovam a afetividade do aprendizado.

Entretanto, Boog (2001 p.4) alerta que “ainda estão em vigor os formatos

tradicionais onde alguém assume a responsabilidade de ensinar os outros de forma

circunstancial e eventual”.

Nessas situações, administradores não habituados a pensar em termos de

ambiente não conseguem entender que quanto mais treinamento fora do contexto

atual menos aprendizado.

Para Garvin (2002 p.12) “uma organização que aprende é uma organização

hábil na criação, aquisição, interpretação, transferência e retenção de conhecimento,

e também na modificação deliberada de seu comportamento para refletir novos

conhecimentos e insights”.

Nesse sentido, vale destacar os autores Fleury e Fleury (1997 p. 20), que

apontam que “duas vertentes teóricas sustentam os principais modelos de

aprendizagem: o modelo behaviorista e o modelo cognitivo”. O modelo behaviorista

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é mensurável é observável; é diretamente ligado ao comportamento, estudam

estímulos, respostas, conseqüências. O segundo modelo, o cognitivo é focado em

conceitos, as crenças, percepções dos indivíduos que influenciam seu processo são

levadas em consideração (FLEURY; FLEURY,1997).

Segundo Senge (2003) para o processo de aprendizagem e inovação, as

organizações devem desenvolver cinco disciplinas fundamentais: Domínio Pessoal;

Modelos Mentais; Visões Partilhadas; Aprendizagem em equipe; Aprendizagem em

Grupo; Pensamento Sistêmico, conforme sintetizados a seguir:

Domínio pessoal Ocorre através do auto conhecimento e em ver a

realidade de forma objetiva. O domínio pessoal

esclarece e aprofunda a visão pessoal,

concentra as energias, desenvolve paciência e

possibilita ver a realidade objetivamente.

Modelos mentais São idéias que influenciam o modo como as

pessoas vêem o mundo e suas atitudes. São

pressupostos profundamente arraigados,

generalizações ou mesmo imagens que

influenciam nossa forma de ver o mundo e agir.

Visões partilhadas Desenvolvem-se quando um objetivo é

percebido como concreto e legitimo, as pessoas

dedicam-se e aprendem não como uma

obrigação, mas por vontade própria, construindo

visões partilhadas. Se existe uma idéia sobre

liderança que tenha inspirado as organizações

durante milhares de anos foi a capacidade de ter

uma imagem compartilhada do futuro que se

buscou criar.

Aprendizagem em grupo Ocorre com o grupo em que as habilidades

individuais são menos que as habilidades

coletivas, assim desenvolvendo a capacidade

por ação coordenada. Quando as equipes

realmente estão aprendendo, não só produzem

resultados extraordinários como também seus

integrantes crescem com maior rapidez do que

ocorreria de outra forma.

Pensamento sistêmico Aponta futuras direções para aperfeiçoamento e

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constitui um modelo conceitual. É quando todos

os eventos estão distantes no tempo e no

espaço, mas estão conectados em um mesmo

padrão.

Quadro 3 : Cinco Disciplinas Fundamentais para o Pr ocesso de Aprendizagem e Inovação Fonte: Senge (2003) adaptado

Assim, sob o ponto de vista da teoria das organizações, a aprendizagem e a

competitividade se relacionam, conforme se pode interpretar a partir da discussão de

Fleury e Fleury (2000a p.50) “é por meio do processo de aprendizagem e de gestão

do conhecimento que as organizações podem desenvolver as competências

necessárias para a realização de sua estratégia competitiva”.

Percebem-se que os grandes desafios existentes nas grandes empresas

estão diretamente ligados com a aprendizagem, e as pessoas estão motivadas a

aprender quando comprometidas com a missão (SENGE, 1998).

Por outro lado Garvin (2002, p.31) alerta que “infelizmente, várias deficiências

de aprendizagem atrapalham o processo”. O autor apresenta as três deficiências:

1) Informações tendenciosas - ao adquirir informações às organizações falham nas deficiências, na hora de passar as informações os gerentes falham em suas restrições, acabam também dados relevantes sendo ignorados, gerando acumulo de informações e falta de compartilhamento por parte deles. 2) Interpretação falha - a interpretação envolve julgamento da informação recebida; as informações acabam saindo distorcidas para o receptor e a mensagem e interpretações se tornam falhas. 3) Inação e a incapacidade ou falta de propensão a agir sobre novas interpretações - não existe iniciativa de aprendizagem sobre novas informações.

Senge (1998) ressalta também, que existem deficiências de aprendizagem

que podem ocorrer no processo quando as pessoas que ocupam os cargos não

vêem como suas ações afetam as outras posições, quando aparecem os problemas

as pessoas culpam umas às outras, quando se tornam pró-ativos, excesso de

pedidos, desgaste ao culpar os outros pelos seus problemas, eliminando as

oportunidades de aprender com a experiência uns dos outros.

Senge (1998, p.51) conclui :

não é por acaso que a maioria das organizações tem dificuldades de aprendizagem. A forma como são projetadas e gerenciadas, a maneira como os cargos são definidos e, mais importante, o modo como todos fomos ensinados a pensar e interagir (não só nas organizações mas em uma perspectiva mais ampla), tudo isso cria deficiências cruciais de aprendizagem. Essas ocorrem independentemente dos grandes esforços de profissionais brilhantes e comprometidos. Geralmente, quanto mais tentam resolver problemas, piores os resultados. No entanto, alguma aprendizagem desenvolve-se a despeito dessas deficiências, visto que ela permeia, em maior ou menor grau, todas as organizações.

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Segundo Garvin (2002) o ambiente também encoraja riscos. Para os

funcionários contribuírem eles devem sentir que as novas abordagens buscadas

superam custos. Os ambientes são chamados de “psicologicamente seguros”. Eles

se distinguem por cinco características: oportunidades de treinamento e prática;

apoio e encorajamento para superar os temores e a vergonha associados ao erro;

coaching a ocorrência de erros; normas que legitimem a ocorrência de erros; normas

que recompensem o pensamento inovador e a experimentação.

Em relação a esta abordagem pode-se ressaltar Garvin (2002 p.37) “as

empresas podem tomar diversas providências para minimizar as deficiências e

cultivar uma aprendizagem mais precisa e eficiente”.

Dessa perspectiva ainda para Garvin (2002 p.37):

para começar, elas precisam criar ambientes encorajadores e estimulantes. Para a aprendizagem florescer, quatro condições são necessárias: reconhecer e aceitar as diferenças; proporcionar feedback oportuno e imparcial; buscar novas formas de pensar e novas fontes de informações; e aceitar os erros, enganos e ocasionais fracassos como o preço da melhoria.

É fundamental considerar que o feedback é essencial para encorajar o

aprendizado. “Tal feedback é poderoso, mas tem uma importante limitação. Ele é

primordialmente corretivo, uma forma de restabelecer um rumo, ao invés de gerar

novos insights” (GARVIN, 2002 p.41).

Complementando esta idéia para Mariotti (1996 p.40) “feedback é uma

técnica utilizada no controle de processos. Trata-se de comparar constantemente os

resultados de um processo em curso com um modelo pré-estabelecido”. O autor

complementa que ao ocorrer erros ou desvios o sistema regulador intervém para que

o padrão desejado seja mantido.

Assim, o feedback é importante para encorajar o aprendizado (GARVIN,

2002).

Uma importante consideração é apresentada por Senge (2003 p. 51) “a forma

como é projetada e gerenciada, a maneira como os cargos são definidos e mais

importantes, o modo como todos fomos ensinados a pensar e interagir, tudo isso cria

deficiências cruciais de aprendizagem”.

Uma organização nada mais é do que uma grande comunidade de pessoas. Não uma máquina, mas uma comunidade viva; portanto, o verdadeiro aprendizado organizacional é o aprendizado das comunidades. Por isso e tão importante se concentrar no aprendizado em equipe (SENGE 1998, p.86).

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Senge (2003) conclui que uma organização que aprende é uma organização

que esta continuamente expandindo a capacidade de criar seu futuro.

As empresas com intuito de cada vez mais evoluir na aprendizagem

organizacional tem o desafio de se tornar cada vez mais atualizada com o passar

dos tempos, diminuindo, portanto, a flexibilidade, conforme argumenta Garvin (2002,

p.206):

Quando as organizações e sociedades jovens, são flexíveis, fluidas e ainda não paralisadas pela especialização rígida, dispostas a tentar de tudo pelo menos uma vez, à medida que a organização ou a sociedade envelhece, a vitalidade diminui, a flexibilidade dá lugar a rigidez, a criatividade esvanece e há uma perda da capacidade de enfrentar desafios de direções futuras.

Ainda vale ressaltar que para Garvin (2003), em longo prazo, a aprendizagem

é a chave da sobrevivência e do crescimento, a eficácia organizacional é tão

intimamente ligada à adaptabilidade e à flexibilidade dos funcionários dentro da

empresa.

Garvin (2003, p.208) ressalta:

a aprendizagem, afinal de contas, é simplesmente mais um processo organizacional, não muito diferente de formulação de estratégias, desenvolvimento de produtos ou preenchimento de pedidos. Como outros processos, desdobra-se com o tempo, tem entradas e saídas, envolve diversos departamentos e níveis, e consiste em atividades de passos interligados. E, como todos os demais processos, deve ser elaborado e liderado.

As práticas e mecanismos de aprendizagem também foram fatores que

exigiram inovação, conforme salientam Fleury e Fleury (1997 p.62) “para avançar

nessas questão é preciso a nosso ver, melhor entendimentos das praticas e

mecanismos que sustentam o processo de aprendizagem e capacitação”.

Segundo Fleury e Fleury (1997) existem algumas abordagens explicativas,

partindo da idéia de que é possível algumas maneiras de aprender:

A abordagem inicial seria aprender ao operar , através das atividades de

produção, houvesse processos de feedback em termos das próprias atividades de

produção. Em seguida é destacado o aprender ao mudar , que ocorre sempre que a

empresa muda as características operacionais de maneira sistemática. O aprender

pela análise de desempenho , depende da empresa possuir mecanismos que

mensurem desempenhos da produção dos funcionários. O aprender ao treinar , é a

mais utilizada, é o que faz pensar em aprendizagem. Ainda, aprender por

contratação é possibilitado ao contratar pessoas disponíveis de conhecimentos e

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habilidades que já se encontram disponíveis no ambiente. E por último aprender

por busca de conhecimento que se trata de informações que precisam ser

decodificadas, em geral consideradas como transferência de tecnologia.

Partindo desta perspectiva, Garvin (2002, p.208), complementa que “a

aprendizagem é mais um processo organizacional”. A aprendizagem envolve

diversos departamentos e níveis, consiste em atividades interligadas.

A partir dessas abordagens, destaca-se que para Soto (2002, p.92):

“aprendizagem é o produto, o resultado da interação contínua do organismo com o

mundo físico e social. Nessa interação realiza-se o trânsito do inato ao aprendido”.

Conforme a reflexão de Senge (1998, p.46), “uma organização que aprende é

um lugar onde as pessoas descobrem continuamente como criam sua realidade. E

como podem mudá-la”.

Para Spector (2006, p.536)

o desejo da administração de introduzir mudanças não garante que ela será bem sucedida. Os funcionários que devem mudar seu comportamento ou utilizar novos equipamentos e técnicas eficazmente devem estar dispostos a aceitar a mudança em lugar de se opor a ela, dedicando-se a torna-la um sucesso.

Fleury e Fleury (2004b, p.42) conclui que “a mudança em processos,

estruturas ou comportamentos não seriam os únicos indicadores de que a

aprendizagem aconteceu, mas a possibilidade de esse conhecimento ser

recuperado pelos membros da organização”.

Por fim, a partir dos conceitos apresentadas, pode-se considerar que a

aprendizagem é um processo contínuo nas organizações, tanto à nível

organizacional quanto individual. É integrado à todas as áreas e níveis, vinculado às

estratégias da organização e em constante alinhamento com as alterações oriundas

das influências ambientais.

2.2.1 Aprendizagem Continua

A Educação Organizacional Continuada envolve uma abordagem mais ampla,

que vai além de um treinamento. Trata-se de algo contínuo, que não se interrompe

após iniciada, conforme expõe os autores Milkovich e Boudreau (2000, p.32) “cada

vez mais, os gastos com programas de treinamento tem sido encarados como

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investimentos estratégicos, similares àqueles realizados com novas instalações e

equipamentos. O treinamento continuado é vital para obtenção de competitividade”.

Senge (1990, p.23) ressalta que as:

organizações de aprendizagem são onde os indivíduos expandem continuamente sua aptidão para criar os resultados que sejam, onde se criam novos e expansivos padrões de pensamento, onde a aspiração coletiva fica em liberdade e onde os indivíduos aprendem continuamente a aprender em conjunto.

Para Ruas, Antonello e Boff (2006, p.27) “aprendizagem é um processo

continuo de apropriação e geração de novos conhecimentos nos níveis individual,

grupal e organizacional, envolvendo todas as formas de aprendizagem”.

A educação organizacional continuada para Mariotti (1996, p.50):

trata-se de uma abordagem muito mais ampla, em que o treinamento aparece como um componente, e mesmo assim bem diferente do que era antes. Ela estende a totalidade da empresa, que passa a ser vista como um sistema, que convive com os outros sistemas numa rede de conexões. O conhecimento e as praticas que dela derivam são incessantemente intercambiadas entre os componentes dessa teia.

Em relação a aprendizagem contínua Chiavenato (1999 p.299) afirma:

O treinamento das pessoas na organização deve ser uma atividade continua, constante e ininterupta. Mesmo quando as pessoas apresentam excelente desempenho, alguma orientação e melhoria das habilidades sempre deve ser introduzida ou incentivada.

Segundo Mariotti (1996, p.52) “não se trata apenas de continuar treinando

pessoas na ilusão de estar fazendo Educação Organizacional Continuada, só

porque alguém deu este nome ao treinamento. O desafio é um profundo projeto de

mudança na cultura das organizações, que envolve todo o mercado”.

A educação organizacional continuada faz parte de um visão de negócios,

sistêmica, complexa e sustentada. Os efeitos são duradouros e em longo prazo

aparecem melhores resultados. Estes resultados não podem ser avaliados por

resultados somente numéricos (MARIOTTI,1996).

Mariotti (1996, p.51) complementa que “educação organizacional continuada

visa à competitividade. A competitividade gera pessoas competentes. A excelência

de seu trabalho produz benefícios que ultrapassam em muitos os objetivos e os

resultados dos simples treinamentos”.

O programa de educação continuada que visa a aprendizagem continua vem

sendo o ápice das organizações que buscam cada vez mais se desenvolver e

competir com as outras. Decorrente disso entra a Aprendizagem Individual que

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depende desse e de outros processos que envolvem treinamento e

desenvolvimento.

2.2.2 Aprendizagem Individual

A aprendizagem começa pelo individuo partindo desse para que ocorra a

mudança no grupo e na organização como um todo.

Fleury e Fleury (2004b, p.38) coloca que o processo de aprendizagem

individual inicia com a questão:

a questão que se coloca é: como eu aprendo? Essa pergunta aparentemente simples implica uma viagem interior, recuperando momentos em que o conhecimento se mistura com a emoção, sinalizando situações positivas e situações tensas, angustiantes.

Para tentar explicar aprendizagem segundo Ruas, Antonello e Boff (2006,

p.18) “a dimensão individual é analisada por vários modelos, relativamente distintos,

que foram desenvolvidos ao longo do tempo para tentar explicar o processo de

aprendizagem”.

Aprender é um processo natural do ser humano. Com base na visão de

Garvin (2002) :

aprender é mais natural das atividades humanas. É uma parte essencial de nossa experiência e algo que, como individuo, fazemos durante toda a nossa vida. No entanto, nosso progresso na aprendizagem freqüentemente não e reconhecido ou percebido. Ele acontece como que num passe de mágica: num dia somos ignorantes, daí o tempo passa e, subitamente, possuímos um tesouro de novos conhecimentos.

Mariotti (1996, p.67) afirma que é “por intermédio da aprendizagem,

aperfeiçoamos nossa compreensão de mundo e, portanto, nossa imagem humana. A

auto compreensão só pode ser atingida por meio da convivência com o outro”. O

autor complementa que:

a experiência mostra que nós, seres humanos, somos assim: protestamos, mostramos rebeldia, lutamos de todas as formas contra tudo o que ameaça a tolher a liberdade. No entanto, quando nos é oferecida a oportunidade de desfrutar dessa mesma liberdade, sem direcionamento, resistimos da mesma forma. Amamos a liberdade quando não a temos; mas sempre que ela nos e proporcionada, passamos a temê-la, porque é uma coisa nova.

Uma nova oportunidade, para o autor, tem duas vertentes a resistência de

algo que é diferente e que não conhecemos; e o desejo de mudar para sair da

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rotina, o ser humano é circundo de ambas, a questão apenas é optar por uma delas,

pois as duas tem o lado certo e o lado incerto.

Relacionando aprendizagem organizacional com aprendizagem individual, é

importante ressaltar que de acordo com Ruas, Antonello e Boff, (2006, p19):

a aprendizagem organizacional face a aprendizagem individual demonstra que a organização possui capacidade de aprender que lhe e própria, sendo passível de constituir fonte de influencia sobre os indivíduos que por ela passam a sofrer influencia de seus integrantes.

Segundo Fleury e Fleury (2004b) o processo de aprendizagem organizacional

pode ocorrer em vários níveis, conforme apresentado no quadro a seguir:

Nível do Individuo O processo de aprendizagem ocorre primeiro no

nível do indivíduo, carregado de emoções

positivas ou negativas, pode ser por meio de

caminhos diversos.

Nível do Grupo A aprendizagem pode vir a constituir-se em um

processo social e coletivo; para compreendê-lo,

é preciso observar como o grupo aprende como

combina os conhecimentos e as crenças

individuais, interpretando-as e integrando-as em

esquemas coletivos partilhados; estes, por sua

vez, podem constituir-se em orientações para

ações; o desejo de pertencer ao grupo pode

constituir um elemento motivacional ao processo

de aprendizagem.

Nível da Organização O processo de aprendizagem organizacional de

compreensão e interpretação partilhados pelo

grupo, torna-se institucionalizado e expresso em

diversos artefatos organizacionais: estrutura,

regras, procedimentos e elementos simbólicos;

as organizações desenvolvem memórias que

retêm e recuperam informações.

Quadro 4 : Níveis de Aprendizagem Organizacional Fonte: Fleury e Fleury (2004b p. 41 ).

Os autores mostram os diversos níveis de aprendizagem organizacional,

todos eles com a sua devida importância, pois todos podem ou não ocorrer sem o

outro. Primeiramente o indivíduo, após o grupo e por fim a organização como um

todo.

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Para Senge (2003) na aprendizagem, inicialmente o indivíduo focaliza seu

processo de auto-conhecimento, de classificação de seus objetivos e projetos

pessoais; em seguida, o foco desloca-se para o grupo e, finalmente, através do

raciocínio sistêmico, para organização.

Segundo Andrade, Seleme, Rodrigues e Souto (2006, p.37) o pensamento

sistêmico tem como explicação que:

num sentido amplo, o pensamento sistêmico pode ser entendido como uma nova estrutura de referência conceitual ou metalinguagem em desenvolvimento, alternativa à estrutura conceitual clássica ou pensamento analítico. O pensamento sistêmico tem por objetivo lidar com fenômenos e situações que requerem explicação baseada na inter-relação de múltiplas forças ou fatores.

Fleury e Fleury (2004b, p.39) contribuem sobre o processo de aprendizagem

do Individuo com o conceito: “aprendo lendo, aprendo ouvindo, aprendo errando,

aprendo na prática, aprendo vivenciando a situação em minha cabeça, aprendo

observando os outros. Inúmeras são as formas de aprender, e cada pessoa se vê

única nesse processo”.

Segundo Ruas, Antonello e Boff (2006, p.18):

o processo de aprendizagem individual tem um impacto significativo no conceito e nas praticas de aprendizagem organizacional, pois essa inicia-se a partir dos indivíduos. A dimensão individual é analisada por vários modelos, relativamente distintos, que foram desenvolvidos ao longo do tempo para tentar explicar o processo de aprendizagem.

Para complementar, de acordo com Garvin (2002, p.235) “sem indivíduos que

aprendem não pode haver organizações que aprendem, são necessários para o

sucesso”.

O tradicional sistema de treinamento e desenvolvimento é responsável por

acompanhar as mudanças e preparar os indivíduos a melhorar o desempenho,

desenvolvimento e aprendizagem dos funcionários.

2.3 Treinamento e Desenvolvimento

As mudanças contínuas, a necessidade cada vez de maior capacidade da

aprendizagem nas organizações, a grande competitividade entre as empresas, faz

com que a busca das organizações pelo processo de treinar e desenvolver pessoas

seja mais constante.

Nesse sentido ressalta Gil, (2001, p.118) :

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o ambiente dinâmico das organizações requer o desenvolvimento de ações voltadas a constante capacitação das pessoas, com vista em torná-las mais eficazes naquilo que fazem. Tanto é que, com freqüência cada vez maior, as empresas vem desenvolvendo programas de formação, treinamento e desenvolvimentos de pessoas, a ponto de muitas empresas decidirem-se pela instalação não apenas de centros de treinamento e desenvolvimento, mas até mesmo de centros educacionais e universidades corporativas.

As organizações cada dia mais e mais buscam pessoas que querem se

desenvolver, pessoas motivadas a inovar e produzir. Baseado nesse conceito que

Lacombe (2005, p.311) complementa:

as empresas não podem escolher se treinam ou não seus empregados, porque as pessoas são admitidas com qualificações genéricas e toda empresa tem suas peculiaridades. Sendo os recursos humanos os mais importantes em qualquer organização, a capacitação e a motivação da equipe são indispensáveis para que o trabalho seja executado com eficiência e eficácia.

Para Boog, (2001, p.2) “as organizações que estão investindo em

Treinamento e Desenvolvimento no Brasil vêm aumentando significativamente nos

últimos anos e criando novas perspectivas para a função”.

Também Boog (2001, p.5) complementa que:

Programas de treinamento, capacitação, ou quaisquer outros que proponham a resolver problemas estruturais ou conjunturais da empresa, de nada valerão enquanto não houver uma orientação maior no sentido de encaminhar as ações para um contexto pleno e permanente de desenvolvimento.

Mariotti (1996, p.49) destaca que: “a expressão treinamento refere-se quase

sempre ao fornecimento de conhecimentos, métodos e ou técnicas isolados, com

objetivos também isolados. Neste sentido, ele deve, supostamente, ser o mais breve

possível”.

Lacombe (2005, p. 311) define treinamento como:

qualquer atividade que contribua para tornar uma pessoa apta a exercer sua função ou atividade, para aumentar a sua capacidade para exercer melhor essas funções ou atividades, ou para prepara-la para exercer de forma eficiente novas funções ou atividades.

Na definição de Chiavenato (1999, p.295):

o treinamento pode envolver uma mudança de habilidades, conhecimento, atitudes ou comportamento. Isto significa mudar aquilo que os empregados conhecem, como eles trabalham, suas atitudes frente ao seu trabalho ou suas interações com os colegas ou supervisor.

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Já, Desenvolvimento segundo Chiavenato (2007, p.29) “é a educação que

visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar o homem para seu crescimento profissional

em determinada carreira na organização ou para que se torne mais eficiente e

produtivo em seu cargo”.

Os autores Milkovich e Boudreau (2000, p.338) apresentam o conceito de

treinamento como “um processo sistemático para promover a aquisição de

habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da

adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis

funcionais”.

As conceituações de treinamento apresentam significados diferentes.

Antigamente, alguns especialistas em RH consideravam o treinamento um meio para

adequar cada pessoa ao seu cargo e desenvolver a força de trabalho da

organização a partir dos cargos ocupados. Mais recentemente, passou-se a ampliar

o conceito, considerando o treinamento um meio para alavanca o desempenho no

cargo (CHIAVENATO, 1999).

Também vale ressaltar que para Chiavenato (2007, p.120):

as organizações e as pessoas que nelas trabalham estão em constante mudança. Nas organizações, algumas mudanças ocorrem por força de oportunidade que surgem, enquanto outras são projetadas antecipadamente por meio de planejamento.

Lacombe (2005, p.322) complementa que:

as empresas devem agir como facilitadoras e apoiadoras do desenvolvimento de cada um, bem como tomar a iniciativa em casos que sejam do seu interesse, mas isto não significa que as empresas possam ser responsabilizadas por não desenvolverem seu pessoal. Se não o fizerem, elas próprias serão prejudicadas.

É importante considerar a ênfase de Boog (2001, p.4). que “além dos

treinamentos destinados a resolver problemas e atender à necessidades, há aqueles

que seguem uma orientação mais estratégica que se pauta no mercado para

estabelecer desafios e metas de futuro”. E esse é entendido por desenvolvimento de

pessoas vinculado às estratégias da organização.

O último objetivo de qualquer treinamento de acordo com Gil (2001, p.135) é:

“Proporcionar o aprendizado dos treinados. Para facilitar esse processo, os

instrutores podem valer-se de alguns princípios da Psicologia da Aprendizagem”.

Conforme o autor, estes princípios são sintetizados no quadro a seguir:

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Diferenças Individuais Sempre que possível oferecer um tratamento

individualizado aos treinados.

Motivação O treinado só estará realmente motivado ao perceber que o

conteúdo lhe será útil.

Atenção Poderá ser despertado somente pelo próprio instrutor.

Feedback O treinador cria situações que esclareçam aos treinados o

quanto estão aprendendo.

Retenção Ocorre quando o instrutor favorece a retenção por parte dos

treinados.

Transferência O instrutor cria situações para favorecê-la a transferência

de informações aprendidas

Quadro 5 : Princípios da Psicologia de Aprendizagem Fonte: Gil (2001) adaptado

O que é possível observar nos princípios apresentados é que há um papel

significativo do treinador na aprendizagem. Assim, pode-se complementar a

observação de Boog (2001 p.6): “ensinar e ensinar é uma máxima das empresas.

Sua crença básica é de que é absolutamente fundamental formar pessoas

diariamente, seja de maneira formal ou informal”.

Reafirmando estas abordagens Boog, (2001 p.4) discute:

Com base nas necessidades imediatas e futuras de negócios, tais organizações, através do treinamento, podem compartilhar novos conhecimentos com todos os funcionários. Tal filosofia, suportada por um gerenciamento mais proativo e mais empreendedor estimula maior participação dentro de requisitos de excelência e valores éticos.

Relacionado às abordagens apresentadas, Lacombe (2005) fala que existem

alguns riscos do investimento em treinamento como a saída das Pessoas

treinadas: existe um receio da perda do investimento umas que o beneficiário

poderá deixar da empresa em qualquer momento, dificuldade de calcular o

retorno: outra razão e a dificuldade de se calcular um investimento pelo fato de ser

sempre em longo prazo.

Lacombe (2005, p.321) apresenta medidas para amenizar os riscos: Para

evitar o risco da saída do pessoal, é procurar, na medida do possível não concentrar

o treinamento em poucas pessoas, de modo a diluir o beneficio do investimento e

diminuir os riscos da sua perda, além de procurar selecionar quando possível as

pessoas a serem desenvolvidas (grau de identificação com a empresa, tempo de

casa, etc), finalmente ele afirma que todo treinamento formal deve ser avaliado, com

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a principal avaliação relacionada a sintonia com os demais programas de recursos

humanos e a melhoria nas atitudes, no desempenho e nos resultados obtidos pelas

pessoas que receberam o treinamento.

Após ter no geral verificado a amplitude que faz parte do Treinamento e

Desenvolvimento e necessário verificar processos, que fazem parte do mesmo.

2.3.1 Processos de Treinamento & Desenvolvimento

Segundo Chiavenato (1999, p.297), “o treinamento é um processo cíclico e

continuo”. Esse processo é composto por quatro etapas:

Diagnostico É levantar as necessidades de treinamento

existentes, futuras, passadas ou presentes;

Desenho Consiste em elaborar um programa de

treinamento que atenda as necessidades

encontradas;

Implementação É a aplicação é condução do programa de

treinamento;

Avaliação Avaliação é verificar os resultados do

treinamento. Avaliação e controle ocorrem

através da Monitoração do processo, avaliação e

medição dos resultados, comparação da

situação atual com a situação anterior e analise

de custo/beneficio.

Quadro 6 : Quatro Etapas do Processo do Treinamento Fonte: Chiavenato (1999) adaptado

Ainda Chiavenato fala (1999, p.332): “o Desenvolvimento Organizacional

utiliza um processo composto de três fases distintas”, apresentadas a seguir:

1. Diagnóstico - é a percepção a respeito da necessidade da mudança na

organização ou em parte dela. É obtido através das entrevistas com as pessoas ou

grupos envolvidos.

2. Intervenção - algo que acorre para alterar a situação vivida, planejada através de

discussões entre grupos e pessoas envolvidos para determinar ações adequadas a

mudanças.

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3. Reforço – um esforço para estabilizar e manter a nova situação através de

retroação. Geralmente o reforço e obtido através de reuniões e avaliações periódicas

que servem de retroinformação a respeito da mudança alcançada.

2.3.1.2 Indicadores de Necessidades de Treinamento e Desenvolvimento

A primeira etapa do treinamento é levantar as necessidades a partir da

análise de indicadores (CHIAVENATTO, 1999). Boog (2001 p. 12) apresenta

diversas formas de levantar as necessidades de treinamento e destacar seus

indicadores, visando a avaliação dos resultados evidencia:

seja por meio de formulários, entrevistas individuais, reuniões, observação local, diagnósticos específicos ou qualquer outro meio de análise, é fundamental que sejam identificados as causas, ou seus efeitos e as conseqüências dos problemas para, finalmente, destacar os indicadores de desempenho os quais serão mais tarde retomados com vista ao processo de avaliação dos resultados.

Gil (2001, p. 123) destaca que “costuma-se definir diagnóstico de

necessidades e treinamento como o processo que tem como objetivo identificar as

carências de indivíduos e grupos para a execução das tarefas necessárias para o

alcance dos objetivos da organização”.

Também para Carvalho (1998, p.29) o levantamento de necessidades de

treinamento é um diagnostico o mais amplo e completo possível de três áreas

decisivas da empresa, à saber:

análise da empresa (Indicação de segmentos organizacionais onde o treinamento se faz, de fato, necessário e inadiável); analise do trabalho (Identificação de como deve ser feito o trabalho do funcionário a ser formado) e analise do Comportamento do Funcionário a ser Treinado (Caracterização dos conhecimentos, habilidades e atitudes do colaborador a ser formado).

Para Chiavenato (1999 p.301) os métodos de levantamento de necessidades

requerem apontar “indicadores de necessidades futuras e passadas, a saber:

Indicadores a Priori: provoca futuras necessidades de treinamento e Indicadores a

Posteriori: são necessidades de treinamentos ainda não atendidas”.

O referido autor complementa que os indicadores das carências de

treinamento constituem-se na mais desafiante dificuldade para os gestores de

treinamento e desenvolvimento.

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É importante considerar que segundo Milioni (2004): “um indicador deve ser

gerado criteriosamente, de forma a assegurar a disponibilidade dos dados e os

resultados mais relevantes no menor tempo possível com o menor custo”:

Os critérios são sintetizados a seguir:

Critérios Descrição

•Seletividade ou importância: Capta uma característica-chave do produto ou

do processo.

•Simplicidade e clareza: Fácil compreensão e aplicação nos diversos

níveis da organização, possuindo linguagem

acessível.

•Abrangência: Suficientemente representativa, inclusive em

termos estatísticos, do produto ou do processo a

que se refere: deve priorizar indicadores

representativos de situação ou contexto global.

•Rastreabilidade e acessibilidade Permite o registro, adequada manutenção e

disponibilidade dos dados, resultados e

memórias de cálculo, incluindo os responsáveis

envolvidos. É essencial a pesquisa dos fatores

que afetam o indicador (os dados podem ser

armazenados em microfilme, meio

eletromagnético, relatórios etc)

•Comparabilidade Fácil de comparar com referenciais apropriados,

tais como: melhor concorrente, a média do ramo

e o referencial de excelência.

•Estabilidade e rapidez de disponibilidade Perene e gerado com base em procedimentos

padronizados, incorporados as atividades do

processador. Permite fazer uma previsão do

resultado quando o processo esta sob controle.

•Baixo custo de obtenção Gerado a baixo custo, utilizando unidades

adimensionais ou dimensionais simples, tais

como: percentagem, unidade de tempo, etc...

Quadro 7 : Critérios para geração de indicadores de Treinamento e Desenvolvimento Fonte: Milioni (2004)

Para Chiavenato (1999) o levantamento de necessidades de treinamento

pode ser feito em quatro níveis de analise:

Análise Organizacional: diagnóstico de toda a organização, para verificação

dos aspectos da missão, visão e dos objetivos que o treinamento deve atender.

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Analise dos Recursos Humanos: a partir do perfil das pessoas, determinar

comportamentos, atitudes, conhecimentos, competências para que as pessoas

possam contribuir para o alcance dos objetivos da organização.

Analise da estrutura de cargos: a partir das especificações do cargo,

determinar habilidades, destrezas e competências que as pessoas deverão

desenvolver para desempenhar adequadamente cargos.

E finalmente a Analise do treinamento a partir dos objetivos e metas que

deverão ser utilizados como critérios para avaliação de eficiência e eficácia do

programa de treinamento.

Os autores Hanashiro,Teixeira e Zaccarelli (2007, p.264) destacam que após

ter “sido identificado as necessidades de treinamento em função das estratégias do

negócio e estabelecidos os objetivos, torna-se necessário escolher como e onde

serão realizados os programas”.

Os indicadores de treinamento é um fator essencial para avaliar a

necessidade da empresa com seus funcionários, assim através do planejamento

buscando programas de acordo com a analise da organização.

2.3.1.3 Programas de Treinamento e Desenvolvimento A empresa de acordo com seus objetivos procura estratégias para seguir

suas missões, busca programas focados nas reais necessidades da organização,

variando tempo, tipos e principalmente necessidades.

Carvalho (1998, p. 20) conceitua: “o planejamento é a atividade gerencial que

seleciona os objetivos de uma determinada unidade ou de toda a empresa,

apontando as diretrizes, programas e procedimentos para atingir as metas

propostas”.

Em relação ao planejamento de treinamento e desenvolvimento Milkovich e

Boudreau (2000, p.347) indicam:

os objetivos precisam ser suficientemente específicos e mensuráveis para servirem de medição do sucesso. Os objetivos também mudam constantemente, na medida em que os programas de treinamentos são implementados e novas informações vêm à tona para serem usadas na etapa do levantamento de necessidades.

Carvalho (1998, p.24) aponta que a “programação de treinamento poderá ser

trimestral, semestral ou anual, dependendo de variáveis como: situações políticas e

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econômica do país, posição da organização no mercado, novidades tecnológicas,

pressão dos consumidores, etc”.

No momento da programação que a gerência de formação da organização

deve levar em conta os tipos variados de capacitação profissional para os

funcionários (CARVALHO; 1998), que são sintetizados a seguir:

Tipos de Capacitação Caracterização

Treinamento Interno: Por formação profissional interna entende-se o

treinamento inicial e o aperfeiçoamento de funcionários

por conta e risco da organização, utilizando suas próprias

instalações ou em locais fora da empresa.

Treinamento para Aperfeiçoamento no

Cargo:

A capacitação com vistas à reciclagem profissional do

funcionário pode ser desenvolvida na própria organização

ou em agencia de treinamento e escolas.

Treinamento para Transferência: O treinamento interno para transferência não e uma

promoção, mas o deslocamento ou rodízio do treinando

de uma unidade de trabalho para outra, ou mesmo de tipo

de cargo para outro numa mesma unidade.

Treinamento para Promoção: A capacitação profissional com vistas a ascensão

funcional deve cercar-se de alguns cuidados. Assim é que

o supervisor imediato do funcionário promovido deve

procurar inteirar-se sobre o nível de conhecimentos,

habilidades e atitudes do novo empregado.

Quadro 8 : Tipos de Treinamento Fonte: Carvalho (1998)

Lacombe (2005) classifica os tipos de treinamento, quanto a forma de

execução e quanto ao público-alvo:

Tipos de Treinamento Quanto a Forma de Execução:

Treinamento no Trabalho: O treinamento e aquele que ocorre no dia-a-dia. As principais

formas são: orientação da chefia; estabelecimento de metas e

avaliações; rotação de funções; substituições temporárias,

orientação por meio de mentores e incumbências especiais.

Treinamento Formal Interno: É programado e executado pela empresa exclusivamente

para seus executivos e empregados, mas realizado fora do

ambiente de trabalho. Ex: cursos, palestras, seminários, etc..

Treinamento Formal Externo: O treinamento e aberto ao publico – programado e executado

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por universidades e demais instituições e educação, de

treinamento empresarial e de formação de mão-de-obra

especializada.

Treinamento a Distancia: O uso do computador esta tornando cada vez mais comum o

treinamento a distancia com o uso de videoconferências, da

intranet e da internet, apoiado por textos que são distribuídos

a todos os participantes antes do inicio do programa.

Tipos de Treinamento Quanto ao Público-Alvo

Integração de Novos Empregados: Consiste em informar aos novos empregados os objetivos,

políticas, estratégias, produtos, benefícios, normas, praticas,

horários de trabalho da empresa.

Formação de Trainees: É preparar pessoas jovens, quase sempre de nível superior,

com pouco tempo de empresa para assumir posições de

responsabilidade na organização.

Capacitação Técnico-Profissional: Melhorar o desempenho de profissionais nas funções que já

exercem ou a capacita-la para outras funções, em geral, de

maior dificuldade.

Estágios: Alunos de instituições de ensino superior ou de formação de

mão-de-obra técnica reconhecida oficialmente pelo governo.

Não tem vinculo empregatício, não são empregados.

Desenvolvimento de Executivos: Destinado a formar futuros administradores de alto nível da

empresa, e que, muitas vezes, fica sob a responsabilidade de

executivos de alto gabarito que não cuidam dos demais

programas de treinamento.

Quadro 9 : Tipos de Treinamento Quanto a Forma de E xecução e Publico Alvo. Fonte: Lacombe (2005) adaptado

Carvalho(1998, p.28) contribui, em relação à necessidade de planejamento do

treinamento:

é grande o numero de empresas que enviam seus colaboradores para programas de formação que nada tem a ver com as reais necessidades de trabalho, funcionando mais como um mero “dialetismo profissional” ou para o participante dar uma “espiada” no que o mercado de agencias esta fazendo em determinadas áreas de atividade. Há, ainda, empresários que não tem noção alguma sobre o que e útil ou não ao seu colaborador em matéria de utilização profissional, seguindo os “modismo” do momento. Esses programas custam muito dinheiro e tempo. Por isso, cremos ser absolutamente necessário que qualquer programa externo de treinamento deve, primeiramente, atender as necessidades especificas da empresa.

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Todos os treinamentos verificam resultados, atender obketivos é findamental

para que sejam constatados as necessidades de continuar ou experimentar um novo

treinamento.

2.3.1.4 Resultados de Treinamento e Desenvolvimento É importante além dos pontos já mencionados no tema Treinamento &

Desenvolvimento destacar os resultados para que possa ser feito a avaliação dos

treinamentos já aplicados e analise para que seja verificado a necessidade do

mesmo treinamento no futuro ou de novos métodos e técnicas.

Para Chiavenato (2007, p.61) “o treinamento não e um fim em si mesmo, mas

o meio para se alcançarem determinados objetivos. Ou melhor, alcançar resultados”.

Segundo Carvalho (1998) para que a intensidade do treinamento possa

melhor atingir seus objetivos, são necessários os seguintes cuidados: Clareza,

precisão e originalidade na apresentação do programa de treinamento; Recursos

instrucionais eficientes e adaptáveis ao treinado e Plena participação dos treinandos

no desenvolvimento dos temas do programa de formação.

Chiavenato (2007, p.61) destaca que “o treinamento somente se tornará

eficaz na medida em que alcançar seus objetivos: atender adequadamente as

necessidades diagnosticadas”.

Segundo Milioni (2004) existem oito tipos de indicadores das carências e

necessidades de Treinamento e Desenvolvimento: Indicadores Estratégicos dos

efeitos da educação empresarial; Indicadores da gestão da unidade de educação

empresarial; Indicadores dos efeitos das ações da educação empresarial;

Indicadores aplicáveis ao processo de treinamento na área comercial; indicadores

de resultados de eventos de treinamento focados nas estratégias de atendimento

aos clientes; Indicadores mais usuais nos processos de atração e seleção de

pessoal; Indicadores de analise financeira aplicáveis a gestão de treinamento e

desenvolvimento; Indicadores dos programas de natureza socials.

É de grande importância a analise e posteriormente a avaliação dos

resultados dos treinamentos aplicados na empresas, para que se verifique se é

necessário ser aplicado novamente e também se o investimento obteve resultados.

Os resultados existem para serem analisados e avaliados dentro do contexto

organizacional e para serem verificados através deles o desempenho individual e

organizacional nas empresas.

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2.4 Avaliação e Analise de um Programa de Treinamen to e Desenvolvimento Na busca de resultados dos diversos tipos treinamento aplicados pelas

empresas nos funcionários, é necessário que os mesmos sejam avaliados e

analisados. Para que além disso verificar a viabilidade da aplicação do treinamento

no futuro.

Conforme Spector (2006, p.265) “a avaliação é parte de uma pesquisa que

tem como objetivo verificar se o programa alcançou seus objetivos ou não. A

avaliação é importante, porque muitos programas de treinamento são ineficientes”.

Gil (2001, p.139) faz uma reflexão que:

a avaliação constitui um dos aspectos mais críticos do treinamento. Por ser uma atividade delicada e complexa, costuma ser relegado a segundo plano, quando não deliberadamente rejeitada. Entretanto, só a partir da avaliação é que se pode saber se o treinamento atingiu seus objetivos.

Na visão de Chiavenato (1999, p.306) “a etapa final e a avaliação do

programa de treinamento para verificar sua eficácia, isto é, para ser verificado se o

treinamento realmente atendeu as necessidades da organização, das pessoas e dos

cliente”.

De acordo com a interpretação de Hanashiro,Teixeira e Zaccarelli (2007,

p.267):

nessa etapa de avaliação de resultados, há a confrontação entre os resultados esperados do treinamento e o aproveitamento pelos participantes. Isso e necessário para que obtenha eficiência cada vez maior dos recursos utilizados. Na pratica, essa costuma ser a parte menos enfatizada. Não obstante a expectativa de se obter resultados bem acima dos investimentos e esforços realizados, a sua mensuração e complexa por ser impraticável considerar em uma única formula todos os elementos que ajudam ou prejudicam o desempenho das pessoas.

Para Carvalho (1998, p.116):

é sabido que a avaliação do treinamento não e tarefa simples, pois estamos lidando com a medição do comportamento humanos e seus resultados. Essa avaliação também procura determinar como as habilidades, conhecimentos e atitudes dos treinandos contribuem efetivamente para a consecução das metas da empresa.

Ainda Hanashiro,Teixeira e Zaccarelli (2007, p.268) complementam suas

afirmações de que “a avaliação tem que ser feita porque, mesmo imperfeita, é

possível revelar indícios que ajudam no julgamento dos fatores influenciadores dos

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resultados”. Alguns pontos são importantes serem ressaltados no processo de

avaliação:

Percepção: Em relação ao conteúdo do treinamento,

metodologia e aplicação do conteúdo

programático por questionários apropriados.

Aprendizado: Representa por meio da aquisição de novos

conhecimentos, aprimoramento de habilidades e

atitudes – com testes objetivos e questionários

abertos e provas praticas, bem como a

disposição em agir, demonstrada a partir do

comportamento e fala dos treinandos.

Comportamento: Avaliado nos treinandos por meio do

desempenho demonstrando na transferência do

aprendizado para a situação do trabalho, no

decorrer do exercício das atividades dos cargos

pertinentes ao publico envolvido no treinamento

Mudança provocada na organização: Avaliando-se o impacto pela consideração da

relação custo X beneficio.

Quadro 10 : Pontos do Processo de Avaliação Fonte: Hanashiro,Teixeira e Zaccarelli (2007) adapt ado

Assim, a Avaliação dos resultados mostra se foi atingido ou não o

desempenho fixado antecipadamente após a execução do programa de treinamento.

Importante contribuição referente à avaliação do treinamento é assinalada por

Milkovich e Boudreau (2000, p.364)

a avaliação é uma parte vital do processo de treinamento, exatamente como é essencial para qualquer atividade de recursos humanos. É tentador pensar na avaliação como o passo final do processo de treinamento; mas não e verdade. Ela precisa ser planejada quando os objetivos são fixados, e precisa se tornar uma parte da subseqüente analise de necessidades dentro do planejamento dos programas futuros.

Gil (2001, p.139) complementa esta abordagem quando destaca que a

“avaliação inclui investigações feitas antes, durante e depois do treinamento”.

Na visão de Chiavenato (1999) como elementos de avaliação dos resultados

de treinamento apresentam:

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1. Dados Concretos: ● Economia de custo;

● Melhoria da qualidade;

● Economia de tempo;

● Satisfação dos funcionários;

2. Medidas de resultados: ● Clientes atendidos;

● Tarefas completadas;

● Produtividade;

● Processos completados;

● Dinheiro aplicado;

3. Exemplos de economias de custo: ● Custos variáveis;

● Custos fixos;

● Projetos de redução de custos;

● Custos operacionais;

● Custos administrativos;

4. Exemplos de dados sobre melhoria da

qualidade:

● Índice de erros e de refugos;

● Volume de retrabalho;

● Porcentagem de tarefas bem-sucedidas;

● Variância ao redor de padrões organizacionais

preestabelecidos;

5. Possibilidades de economias de tempo: ● Tempo para completar um projeto;

● Tempo de processamento;

● Tempo de supervisão;

● Tempo de equilíbrio para novos funcionários;

● Tempo de treinamento;

● Eficiência;

● Dias de tempo perdido.

Quadro 11 : Elementos de Avaliação de Resultados de Treinamento Fonte: Chiavenato (1999)

O mesmo autor apresenta diversos níveis de avaliação dos programas de

treinamento que podem ser utilizados: 1. Avaliação no nível organizacional: aumento

de eficácia organizacional, melhoria da imagem da empresa, melhoria do clima

organizacional, melhor relacionamento entre a empresa e funcionários, melhor

atendimentos ao cliente, facilidade de mudanças e inovação, aumento de eficácia e

envolvimento dos gerentes nas praticas de treinamento. 2. Avaliação no nível de

recursos humanos: redução da rotatividade e de absenteísmo do pessoal, aumento

da eficácia individual e grupal dos empregados, elevação dos conhecimentos das

pessoas, mudanças de atitudes e comportamentos as pessoas, elevação dos

conhecimentos das pessoas, aumento das competências das pessoas e melhoria da

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qualidade de vida no trabalho. 3. Avaliação no nível de cargos: adequação das

pessoas aos requisitos exigidos pelos cargos, melhora do espírito de grupo e da

cooperação, aumento da produtividade, melhoria da qualidade, redução do índice de

acidentes no trabalho e redução do índice de manutenção de maquinas e

equipamentos. 4. Avaliação no nível de treinamento: Alcance dos objetivos dos

treinamentos e retorno dos investimentos efetuados em treinamento (CHIAVENATO,

1999).

Para Milkovich e Boudreau (2000, p.366) “a eficácia do treinamento por ser

julgada usando praticamente qualquer resultado que a organização considere

relevante. A avaliação de apenas um critério, ou de uma parte dele, pode conduzir a

conclusões tendenciosas”.

Gil (2001, p.139) comenta que:

a avaliação constitui um dos aspectos mais críticos do treinamento. Por ser uma atividade delicada e complexa, costuma ser relegada a segundo plano, quando não deliberadamente rejeitada. Entretanto, só a partir da avaliação é que pode saber se o treinamento atingiu seus objetivos.

Segundo o mesmo autor existem alguns tipos de avaliações que podem ser

realizadas: a) avaliação de reações que se avalia a percepção do treinado em

relação ao conteúdo do treinamento, metodologia adotada, atuação do instrutor,

carga horária, material instrucional, aplicabilidade, etc. b) avaliação da aprendizagem

que avalia-se em que medida o participante, em decorrência do treinamento,

aprendeu o que foi proposto. c) comportamento no cargo que a avaliação neste nível

nem sempre tem sido desenvolvida a contento. Primeiro, porque ela não ocorre logo

após o treinamento; exige que o treinando tenha voltado a desempenhar a

atribuições e seu cargo. Depois, porque requer o depoimento de seu superior

imediato, que muitas vezes não esta preparada para emitir um julgamento objetivo

acerca do comportamento do treinamento no cargo. E, finalmente, porque algumas

vezes a empresa não oferece condições para que os conhecimentos obtidos sejam

postos em pratica.

Existem algumas técnicas para avaliação de comportamento no cargo que

são: amostragem de atividades: registro da observação do comportamento do

treinando no trabalho em espaços de tempo, diário do observador: o observador fica

em companhia do treinado por determinado período de tempo e ano tudo quanto ele

faz nesse período, autodiário: preenchimento de autodiários e

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entrevistas/questionários: são feitas aos treinados ou a seus superiores perguntas a

cerca de seu comportamento (GIL, 2001, p.139).

Chiavenato (2000, p.365) coloca que “todavia, um sistema eficaz e constante

de planejamento e avaliação do treinamento e essencial para assegurar o retorno

adequado do investimento realizado”.

Após os conceitos apresentados considera-se que a analise a avaliação do

programas de Treinamento e Desenvolvimento aplicado nas organizações é de

extrema importância para o desempenho individual e organizacional.

2.5 Desempenho Organizacional e Individual

O desempenho organizacional depende do processo com um todo, das

pessoas, dos processos, dos produtos e com certeza da empresa.

E importante colocar alguns conceitos sobre o que é o Desenvolvimento

Organizacional.

O desenvolvimento organizacional conforme Lacombe (2005, p.328)

trata-se de uma complexa estratégia educacional, baseada na experiência, que emprega meios mais amplos possíveis de comportamento baseado na experiência, que emprega os meios mais amplos possíveis de comportamento, e que tem por finalidade mudar as crenças, as atitudes, os valores e a estrutura das organizações, de modo que elas possam se adaptar melhor aos novos mercados, tecnologias e desafios e ao próprio o vertiginoso de mudança.

Milkovich e Boudreau (200, p.338) conceituam o Desenvolvimento

Organizacional

é um processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torna-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras expectativas.

A partir destas coloca-se como funciona o processo de Desempenho

Organizacional.

De acordo com a reflexão Kanaane (1999, p.50):

todas as organizações devem passar por um processo de analise, em que serão avaliados seus objetivos e meios para concretiza-los, adequando seus valores a nova realidade cultural e ao processo dinâmico de mudança do meio no qual esta inserido. A estratégica de mudança deverá ser ancorada no processo de formação cultural, sendo conduzida por técnicas que possibilitem um rápido diagnostico e correção ou prevenção das rupturas estruturais ou culturais previstas pelos processos organizacionais.

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O autor Lacombe (2005, p.370) faz uma contribuição no que se trata de

desempenho organizacional:

a autonomia do pessoal e a constituição de equipes autogerenciáveis, com remunerações e incentivo adequados, requerem pessoas não com delegação para agir, mas com qualificações para melhorar os produtos e processos. Consequentemente, uma parte integral desse conjunto de medidas e o treinamento e desenvolvimento de habilidades para capacitar as pessoas para exercer bem os processos que lhe cabem.

O desempenho das organizações decorre da aprendizagem dela, Lacombe

(2005, p.345) ainda esclarece: “são as organizações com capacidade de criar,

adquirir e transferir conhecimentos, bem como para modificar seu comportamento

para refletir novos conhecimentos e discernimentos”.

Kanaane (1999, p.83) contribui para estas considerações, referindo- se a

importância de considerar o comportamento organizacional. Para tanto destaca que:

normalmente atitudes e comportamentos são confundidos e ditos sinônimos, o que tende a acarretar discrepâncias fundamentais para a compreensão da conduta do trabalhador. E necessário que a chefia esteja atenta para captar o real significado das ações expressas no trabalho, o que implica comportamentos mais receptivos e sutis do nível de comando em face do trabalhador e do ambiente organizacional. A apreensão do clima organizacional em muito contribuirá para implementação de programas sociais, colaborando para a integração do trabalhador ao ambiente organizacional.

Com o desempenho organizacional colocam-se algumas reflexões

relacionadas ao desempenho individual do individuo dentro da organização.

Por muito tempo as organizações preocupavam-se com o desempenho das

máquinas esquecendo dos indivíduos que fazem parte do processo e fazem com

que as maquinas se desenvolvam, com o passar do tempo foi percebido que isso

não era suficiente para mensurado a produtividade das empresas. Foi percebido que

sem o homem não se alcançaria o ápice do processo, a partir daí veio a

necessidade de analise de desempenho individual.

Em relação ao Desempenho Chiavenato (1998, p.104) aborda que:

nas organizações mais democráticas, é o próprio indivíduo o responsável por seu desempenho e auto avaliação. Nessas organizações utiliza-se a auto-avaliação do desempenho, em que cada pessoa se auto-avalia quanto ao seu desempenho, eficiência, eficácia, tendo em vista determinados parâmetros fornecidos pelo gerente ou pela organização.

Em relação a avaliação de desempenho centrada no desenvolvimento, os

autores Hanashiro,Teixeira e Zaccarelli (2007, p.300):

com base nas competências, habilidades, conhecimentos e, ate mesmo, na motivação do funcionário, essa vertente de avaliação de desempenho

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sugere que as metas devem ser planejadas e, a posteriori, considerado o que foi cumprido e o que necessita ser revisto ou superado. Esse processo e respaldado na percepção e no comprometimento do funcionário para com a empresa e nas perspectivas de carreira que visualiza dentro dela.

Ainda para estes autores, as perspectivas focalizadas na avaliação de

desempenho abrangem três pontos: 1) o desempenho individual conectado as

estratégias da organização e do grupo; 2) o desempenho passado e atual da pessoa

com as metas traçadas para o futuro; 3) as perspectivas de crescimento das

pessoas na empresa, tendo como parâmetro o próprio desempenho e do grupo de

trabalho.

Na visão dos autores Milkovich e Boudreau (2000, p.31) a equipe tem

atualmente uma importância significativa em relação ao indivíduo, no que refere a

desempenho:

atualmente, conceitos flexíveis de papéis estão surgindo para tomar o lugar do modelo original indivíduo-tarefa. Em vez de funções rígidas estabelecidas por especificações organizacionais, papeis são definidos com base na habilidade dos empregados. Além disso, a cooperação e o espírito de equipe tem sido enfatizados em lugar da competição para se sobressair aos companheiros. A equipe e não o individuo tem aparecido como o bloco básico da construção do desempenho da organização.

Kannane (1999. p.56) contribui com a conclusão relacionada ao processo de

desenvolvimento do indivíduo:

os condicionamentos e experiências sociais e profissionais determinam sobremaneira o comportamento assumido pelo individuo em contexto socioprofissional. Determinadas categorias profissionais possuem um poder de manobra maior que lhes possibilite interagir de maneira efetiva com os impactos gerados pela estrutura hierárquica, o que lhes assegura status e poder reconhecidos. Entretanto observam-se alterações quanto a essa questão originária das mudanças socioeconômico-culturais e a respectiva postura do profissional frente a essa nova demanda.

Wagner e Hollenbeck (2003, p.114) fazem a reflexão que “o desempenho

apenas será alto quando os indivíduos com as aptidões requisitadas e o

conhecimento das metas e estratégias desejadas investirem seu melhor esforço”.

O desempenho do Individuo e de Organização é mensurado de diversas

maneiras e para variados fatores, é importante para que as empresas mensurem

seus resultados e percebam como um todo o andamento da organização no qual

estão colocando em competitividade e na globalização.

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3 METODOLOGIA

A metodologia a seguir refere-se e também esclarece os procedimentos

adotados para o desenvolvimento da pesquisa na empresa Perdigão Agroindustrial

S/A no qual foi aplicado o programa gosto por servir.

3.1 Tipologia de pesquisa:

A pesquisa foi de caráter descritivo que é fundamentado pelos autores Barros

e Lehfeld (2007, p.84) ressaltam que “nesse tipo de pesquisa não há a interferência

do pesquisador, isto é, ele descreve o objeto de pesquisa. Procuram descobrir a

freqüência com que um fenômeno ocorre, sua natureza, características, causas,

relações e conexões com outros fenômenos”. Também se trata de um estudo

exploratório que os autores Cervo e Bervian (1983, p.78) esta “fase do trabalho

destina-se ao levantamento do material necessário para a investigação. De acordo

com o tipo de pesquisa, terão que reunir instrumentos, materiais diversos ou

documentos”.

A abordagem da pesquisa foi quantitativa e qualitativa. Conforme Vieira e

Zouain (2006, p.15) a “pesquisa quantitativa garante a riqueza dos dados, permite

ver um fenômeno na sua totalidade, bem como facilita a exploração de contradições

e paradoxos”. Já a qualitativa, para os mesmos autores Vieira e Zouain (2006, p.15)

“garante a objetividade, a possibilidade de relações causais e possibilidade

generalização”

O tipo de pesquisa utilizado foi estudo de caso que segundo o autor Lima

(2004, p.31) “explicar um determinado fenômeno com a exploração

intensiva/exaustiva de uma única unidade de estudo (estudo de caso holístico) ou de

várias unidades de estudo (estudo de casos múltiplos), para possibilitar a elaboração

de exercícios de análise comparativa”.

3.2 Sujeito de estudo:

O estudo de caso foi aplicado com os funcionários da empresa Perdigão

Agroindustrial S/A que participaram do treinamento Gosto Por Servir realizado

durante o período de julho/2007 à dezembro/2007 e março/2008 à agosto/2008.

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O treinamento foi realizado em duas turmas, no qual os participantes foram

escolhidos aleatoriamente nos setores, com cargos de nível de Auxiliar

Administrativo à Analista Administrativo.

Participaram do Programa de Educação Continuada realizado na empresa

149 funcionários da organização, no primeiro período (2007) e 163 funcionários no

segundo período (2008) do CSP (Centro de Serviços Perdigão) e Suply Chain

(Logística), dos diversos setores.

De 312 funcionários que completaram o programa de educação continuada

da empresa Perdigão, encaminhou-se o questionário para 280 treinandos, desse

total 65% devolveram o questionário respondido, 4% não devolveram e os outros

31% não se encontravam presente na empresa, por diversos motivos, afastamento

por auxilio doença, licença maternidade, férias ou desligamento da empresa.

Para uma população de 312 com uma margem de erro 5%, amostra

representaria 172, com o retorno foi de 183 respondentes tem-se a validade

estatística da pesquisa.

3.3 Instrumentos de pesquisa:

Os dados primários utilizados para a realização da pesquisa foram coletados

através da aplicação de questionários que segundo Barros e Lehfeld (2007, p.106)

trata-se de “instrumento mais usado para o levantamento de informações” e também

“Um conjunto de perguntas cujas respostas são registradas pelos respondentes ou

entrevistadores” (HAIR, 2005, p.212).

Os dados secundários foram obtidos, através da própria avaliação de reação

feita pelos funcionários após vivenciar cada módulo do programa e também os

resultados da pesquisa de satisfação do cliente interno (2006/2007/2008).

Foi utilizada a pesquisa documental que o autor Roesch (1999, p.165) declara

que “é constituída por documentos como relatórios anuais da organização, materiais

utilizados em relações públicas, declarações sobre sua missão, políticas de

marketing e de recursos humanos, documentos legais, etc”.

A observação também utilizada no trabalho que segundo o autor Flick (2004,

p.147) “permite ao pesquisador descobrir como algo efetivamente funciona ou

ocorre. As apresentações em entrevistas, por outro lado, contem mistura de como

algo é e como deveria ser, a qual ainda precisa ser desemaranhada”.

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3.4 Análise e apresentação:

Os resultados foram obtidos através da analise comparativa do conteúdo da

fundamentação teórica com os resultados fornecidos pelos participantes do

programa, a partir dos questionários aplicados pelo pesquisador. Estes dados são

apresentados através de quadros, gráficos no programa Excel, buscando atingir os

objetivos propostos no trabalho.

3.5 Limitações da pesquisa:

Cabe destacar que não foi possível acessar a resultados da pesquisa de

clima que é realizada pela área de Recursos Humanos da empresa a cada dois anos

para uma análise comparativa sobre o relacionamento entre as áreas, integração e

atendimento do cliente interno.

A avaliação de desempenho que seria um importante indicador para análise

à nível individual e organizacional é realizada apenas a nível gerencial, no qual as

informações também não são fornecidas pela organização.

Apesar da pesquisa quantitativa, as questões abertas que possibilitaram a

expressão sobre a aprendizagem foram divergentes entre os participantes e as

contradições dificultaram a análise.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

O objetivo deste questionário é colher informações dos participantes do programa Gosto Por Servir da Perdigão, para a realização do meu trabal ho de Conclusão de Curso. Por favor, leia as questões a seguir, assinalando c om um X abaixo da numeração de 1 à 4 de concordo plenamente a discordo totalmente, de acord o com o grau de concordância. Devera ser marcada somente uma resposta por questão . Meu nome é Damiane Titton sou acadêmica do curso de Administração com Habilitação em Recursos Humanos. 1- CONCORDO TOTALMENTE 2- CONCORDO PARCIALMENTE 3- DISCORDO PARCIALMENTE 4- DISCORDO TOTALMENTE

Participante da Turma _______ Setor de Trabalho _______________________

1 2 3 4 Minha visão e atitude frente ao negócio da Perdigão é mais ampla. Estou mais envolvido e participativo em relação aos objetivos da empresa. Percebo mudanças como um todo na organização. Contribuo para as mudanças e clima da empresa. Existe reconhecimento pelas atividades desenvolvidas. Eu reconheço e acolho as diferenças pessoais. Habitualmente alcanço as metas que tracei Percebo perspectivas de crescimento na empresa atualmente Eu me limito a fazer aquilo que as rotinas ou normas exigem. O treinamento permitiu ampliar meus conhecimentos. Conheço melhor os objetivos da organização e a minha participação para atingi-los.

Consigo contribuir com mais eficácia com os objetivos da organização Conheço melhor a organização após o treinamento Estou comprometido na busca dos resultados organizacionais Minha equipe está mais comprometida com os resultados organizacionais As pessoas trabalham em equipe ajudando uns aos outros Eu consigo desenvolver a Empatia (comunicação eficiente) com meus clientes internos e externos

Considero-me mais receptivo a mudanças. Ocorreram mudanças em meu comportamento. Desenvolvi mais pró- atividade Meus erros me ensinam a rever atitudes e novas formas de trabalho. A qualidade do meu atendimento melhorou. O cliente percebeu a mudança no atendimento. Os funcionários conseguem se colocar no lugar do cliente. A equipe consegue se relacionar com empatia com seu cliente. Considero que a equipe esta mais unida. O relacionamento com o grupo se tornou melhor. A equipe trabalha de forma equilibrada. Eu recebo feedback do meu superior sobre meu desempenho com freqüência. A informação para realização do trabalho chega a todos com a mesma intensidade.

A comunicação é um processo claro, consistente e continuo. Na sua opinião qual(is) o(s) principal(is) resultado(s) do Programa de Formação Continuada “Gosto por Servir” da Perdigão? Para o Participante:___________________________________________________________________

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Para seu setor (área): ___________________________________________________________________________________ Para a Perdigão : ___________________________________________________________________________________ Comentários:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________