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0 EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CURSO DE PEDAGOGIA: UM ESTUDO DE CASO Antônio Graymison Xavier 1 Antônio Carlos Garcia 2 Diana Ribeiro 3 Lucicleide Barcelar 4 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo principal conhecer a formação dos estudantes do curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu sobre educação inclusiva. Para realizar o presente trabalho, partiu-se da metodologia de cunho qualitativo, em que se utilizou uma pesquisa bibliográfica, com consultas a livros de autores especialistas em educação inclusiva, e pesquisa documental, averiguando a grade curricular do curso. Com a análise dos resultados da pesquisa, foi possível conhecer os pontos fortes do curso e os débeis, com a finalidade de dar subsídios para preparar profissionais aptos a oportunizar aos portadores de necessidades especiais educacionais (PNEE) a inclusão, ou seja, a inserção no convívio com os pares. Palavras-chave: Educação Inclusiva. Grade Curricular. Formação. ABSTRACT This work aims at knowing the training of students of the Faculty of Pedagogy Athenaeum on inclusive education. To perform this work, broke a qualitative methodology, which used a literature search, consultation with the authors of books on inclusive education experts, and documentary research by examining the curriculum of the course. With the analysis of the survey results, it was possible to know the strengths of the course and the weak, in order to give grants to prepare professionals to create opportunities to people with special educational needs (PSENs) inclusion, ie the insertion socializing with peers. Keywords: Inclusive Education. Curriculum. Training. 1 INTRODUÇÃO Hoje a Educação Inclusiva apresenta-se como um desafio para os sistemas de ensino que procuram, além de combater as discriminações existentes na sociedade, preparar profissionais aptos a trabalhar com um público tão especial. Durante muitos anos, a escola se organizou como um sistema excludente, privilegiando poucos e excluindo uma maioria ao acesso da escolarização, tendo como aporte 1 Estudante do terceiro semestre de Pedagogia da Faculdade Ateneu. 2 Estudante do terceiro semestre de Pedagogia da Faculdade Ateneu. 3 Estudante do terceiro semestre de Pedagogia da Faculdade Ateneu. 4 Professora Dra. do Curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu.

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO CURSO DE PEDAGOGIA: UM ESTUDO DE CASO

Antônio Graymison Xavier1

Antônio Carlos Garcia2

Diana Ribeiro3

Lucicleide Barcelar4

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo principal conhecer a formação dos estudantes do curso

de Pedagogia da Faculdade Ateneu sobre educação inclusiva. Para realizar o presente

trabalho, partiu-se da metodologia de cunho qualitativo, em que se utilizou uma pesquisa

bibliográfica, com consultas a livros de autores especialistas em educação inclusiva, e

pesquisa documental, averiguando a grade curricular do curso. Com a análise dos resultados

da pesquisa, foi possível conhecer os pontos fortes do curso e os débeis, com a finalidade de

dar subsídios para preparar profissionais aptos a oportunizar aos portadores de necessidades

especiais educacionais (PNEE) a inclusão, ou seja, a inserção no convívio com os pares.

Palavras-chave: Educação Inclusiva. Grade Curricular. Formação.

ABSTRACT

This work aims at knowing the training of students of the Faculty of Pedagogy Athenaeum on

inclusive education. To perform this work, broke a qualitative methodology, which used a

literature search, consultation with the authors of books on inclusive education experts, and

documentary research by examining the curriculum of the course. With the analysis of the

survey results, it was possible to know the strengths of the course and the weak, in order to

give grants to prepare professionals to create opportunities to people with special educational

needs (PSENs) inclusion, ie the insertion socializing with peers.

Keywords: Inclusive Education. Curriculum. Training.

1 INTRODUÇÃO

Hoje a Educação Inclusiva apresenta-se como um desafio para os sistemas de

ensino que procuram, além de combater as discriminações existentes na sociedade, preparar

profissionais aptos a trabalhar com um público tão especial.

Durante muitos anos, a escola se organizou como um sistema excludente,

privilegiando poucos e excluindo uma maioria ao acesso da escolarização, tendo como aporte

1 Estudante do terceiro semestre de Pedagogia da Faculdade Ateneu. 2 Estudante do terceiro semestre de Pedagogia da Faculdade Ateneu. 3 Estudante do terceiro semestre de Pedagogia da Faculdade Ateneu. 4 Professora Dra. do Curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu.

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as políticas públicas em vigência. A partir da democratização do ensino, foi possível extinguir

este paradigma da inclusão/exclusão, construindo uma escola que acolhe a todos.

Mesmo assim, ainda se encontram processos excludentes nos sistemas

educacionais, muitas vezes por falta de profissionais aptos a lidar com esta nova modalidade

de educação.

Por isso se procurou, por meio deste trabalho, realizar uma pesquisa para conhecer

até que ponto o Curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu propiciará conhecimentos e

aprendizagens sobre a Educação Inclusiva aos alunos que ali estão em processo de formação,

que atuarão futuramente como professores em salas de aulas e que poderão ter alunos

portadores de necessidades educacionais especiais, a fim de com eles aplicar os

conhecimentos adquiridos durante sua permanência como aluno da instituição.

Inicialmente se buscou conhecer a grade curricular do Curso de Pedagogia, que

em sua estrutura possui duas disciplinas as quais contemplam diretamente estudos voltados à

Educação Inclusiva, sendo as disciplinas de Libras e Educação Especial, cada uma com carga

horária de 60 horas aula.

O estudo sobre a Educação Inclusiva é essencial para a formação do educador

atual, já que hoje a inclusão faz parte de políticas do governo federal, cabendo às instituições

prepararem profissionais aptos a atuar nesta área. Nesta direção, é importante salientar que a

grade curricular de um curso atende a uma organização já delimitada pelo Ministério da

Educação, enviada em seu projeto de autorização, mas que podem ser elaborados cursos de

extensão ao longo do curso os quais possam complementar a aprendizagem do aluno nessa

área.

Espera-se que o estudo ora realizado possa abrir espaço para novas discussões e

abordagens sobre o tema da inclusão, no Curso de Pedagogia, e que possam surgir mais

conteúdos voltados para o estudo dos portadores de necessidades educacionais especiais pelo

aluno/professor formado pela instituição supracitada. Para tanto, partiu-se da seguinte

pergunta problematizadora: qual a formação oferecida aos estudantes do Curso de Pedagogia

da Faculdade Ateneu sobre a educação inclusiva?

Baseando-se, no objetivo geral, buscou-se conhecer a formação dos estudantes de

Pedagogia sobre educação inclusiva da Faculdade Ateneu. Por conseguinte, os objetivos

específicos são: verificar a carga horária destinada à formação do estudante/docente na

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Educação Inclusiva; conhecer as disciplinas que abordam a temática de Educação Inclusiva

no Curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu.

2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A educação inclusiva é uma modalidade de ensino que busca incluir crianças

portadoras de necessidades educacionais especiais junto a outras crianças. Essa inclusão

acontece tanto na escola pública como na escola privada, sendo, portanto, indispensável que

as escolas busquem os recursos necessários para que todas as crianças possam usufruir de

uma mesma aprendizagem.

O processo de inclusão busca ao máximo compreender as capacidades da criança

portadora de deficiência no ensino regular, procurando a satisfação pessoal e a inserção social

de todos, pois, segundo Vygotsky, “o desenvolvimento cultural é a esfera principal de onde é

possível a compensação da deficiência” (VYGOTSKI, 1995, p. 153). Este mesmo doutrinador

preleciona que:

A educação das crianças com diferentes defeitos deve basear-se no fato de que

simultaneamente com o defeito estão dadas também as tendências psicológicas de

uma direção oposta; estão dadas as possibilidades de compensação para vencer o

defeito e de que precisamente essas possibilidades se apresentam em primeiro plano

no desenvolvimento de crianças e devem ser incluídas no processo educativo como

sua força motriz. (VYGOTSKI, 1995, p. 32).

Na educação inclusiva, a aprendizagem é recíproca, visto que novas

racionalidades vão se desenvolvendo. Na concepção Vygostshyana, entende-se que a

participação inclusiva dos alunos é um aprendizado para todos. O professor como educador

tem que saber observar e compreender como cada criança que apresenta um diagnóstico

relacionado a uma deficiência que se desenvolveu, pois é um dos fatos que leva a saber como

acorre e acontece o desenvolvimento da criança. É importante que o educador tenha teoria e

entenda sobre os transtornos, mas vai muito além disso, visto que o profissional tem de saber

identificar a criança que tem a deficiência, conhecê-la, ajudá-la no seu desenvolvimento e

superar as próprias dificuldades bem como auxiliar o aluno a vencer as dele.

Desse modo, Vygotski (1995, p. 83) “Considerava que um ser absolutamente

adaptado não teria impulsos para desenvolver-se e que na inadaptação encontra-se uma fonte

de possibilidades de desenvolvimento.”

Para Vygotsky (1995), existem dois tipos de deficiência: a primária que é quando

a criança já nasce com a deficiência; e secundária que acontece quando a criança não

consegue se adaptar ao contexto em que vive. Quando a deficiência é primária, a educação, a

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pedagogia e a psicologia pouco podem fazer por essa criança; já quando é secundária, o

sistema educacional pode ajudar na inserção da criança na cultura a qual faz parte.

Sobre a importância da relação social, pode-se afirmar que:

[…] a falta de relações sociais se constitui como um problema superior em termos

qualitativos a própria deficiência orgânica e biológica. O grande problema do atraso

cognitivo, motor e psíquico dos portadores de necessidades especiais se deve, no seu

entender, a uma ausência de educação, considerada em termos amplos, libertária,

crítica, democrática e efetivamente humanizadora. É assim que uma deficiência

primária se transforma também em deficiência secundária, que a lesão cerebral se

converte em deficiência mental e que a cegueira se transforma em uma total perda

de visão de qualquer aspecto da realidade. (PICCOLO, 2009 apud VYGOTSKY,

1995).

Vários são os mecanismos que auxiliam os portadores de necessidades especiais,

como o sistema de linguagem de LIBRAS, adaptado aos surdos, o método BRAILLE, para os

cegos, as diversas próteses construídas para os paralíticos, para aqueles que faltam algum

membro inferior ou superior, entre outros. Assim, “Os processos de compensação não são

governados rumo a uma suposta cura ou complementação do defeito, mas, sim, a sua

superação através de novas conexões interfuncionais, ou seja, a supressão das dificuldades

originadas pelo defeito”. (PICCOLO, 2009 apud VYGOTSKY, 1995).

A educação inclusiva foi preconizada quando a Declaração Universal dos Direitos

Humanos foi publicada em 1948, estabelecendo que os direitos humanos são fundamentais

para todos os indivíduos. Os documentos mais importantes que falam sobre inclusão são: a

Declaração Mundial de Educação para Todos de 1990, a Declaração de Salamanca de 1994 e

a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra

a Pessoa Portadora de Deficiência de 1999.

A base da educação inclusiva é considerar as diferenças de cada criança, sabendo

que cada uma aprende de uma forma diferente. Colocar os PNEE numa sala de aula comum,

de uma escola comum, ainda não é a inclusão, é preciso prover a escola de materiais

especializados para cada tipo de alunos com necessidades educacionais especiais, além de

preparar a escola com estrutura física adequada (alargamento portas, rampas, sinalização tátil,

visual e sonora, banheiros equipados com barras, entre outros), adaptando-a para receber

qualquer aluno com necessidades especiais.

Nos anos setenta, as escolas adotaram o processo de integração. Nesta época, as

crianças só eram aceitas nas escolas se tivessem condições de acompanhar o ritmo de

desenvolvimento da maioria dos alunos. Por outro lado, nos anos oitenta, esse método foi

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questionado, e já nos anos noventa surge um novo método, que é o da inclusão, percebendo

que a diferença não é da pessoa, e sim, da sociedade de compreender a necessidade da pessoa.

Na Antiguidade, as crianças que nasciam com deficiência eram sacrificadas, pois

se entendia que era uma mal para toda a humanidade. Na Idade Média, as crianças que

nasciam com algum tipo de deficiência eram mantidas isoladas e tratadas como se fossem um

animal.

No final do século XX, a sociedade, de um modo geral, passou a entender que as

pessoas com necessidades especiais tinham o direito de viver junto a outras pessoas inseridas

na sociedade, mas, ao chegar ao século XXI, ainda se encontram famílias que preferem

esconder as crianças que nascem com algum tipo de necessidade especial.

Para Mantoan (2005, p. 25), “Pensar em inclusão é desenvolver a capacidade de

entender e de reconhecer o outro, e assumir o privilégio de conviver e compartilhar com as

diferenças. A escola inclusiva acolhe todas as pessoas”. Com a política de inclusão do

governo federal, as escolas devem se adaptar a todas as crianças independentemente de suas

necessidades, seja ela, deficiente ou criança de rua, de “populações imigradas ou nômades,

crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos

desfavorecidos ou marginalizados" (Declaração de Salamanca, UNESCO, 1994, p. 3). A

inclusão educacional da criança com deficiência dá a ela direito à justiça, à interação e à

igualdade social.

A educação inclusiva é um assunto que abrange e envolve várias estratégias,

inúmeras atividades, trata-se de fazer alterações no sistema escolar, e não o aluno se adaptar

ao sistema já existente. Falar de educação inclusiva não é um assunto que abrange só a escola,

e sim uma iniciativa de toda a família e de toda a comunidade. O conceito da educação

inclusiva ainda está em desenvolvimento, portanto colocar esses conceitos em prática ainda é

visto como uma prática introdutória de técnicas e métodos que leva a criança a desenvolver-se

individualmente.

2.1 Educação para todos

Na Conferência de Dakar, que aconteceu em 2000 para apresentar e avaliar a EPT

(Educação para todos), estabeleceu-se que o compromisso de garantir que os objetivos e as

metas da EPT sejam alcançados e mantidos é do governo, mas essa responsabilidade é

apoiada pela cooperação de agências e por instituições regionais e internacionais. Assim,

comprometeu-se também “criar ambientes seguros, saudáveis, inclusivos e equitativamente

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dotados de recursos, que conduzam a excelência na aprendizagem e níveis de desempenho

claramente definidos para todos”. Ainda se declara que “A fim de atrair e manter as crianças

de grupos marginalizados e excluídos, os sistemas educativos devem responder de forma

flexível. Os sistemas educativos devem ser inclusivos, ao procurarem ativamente as crianças

que não estão matriculadas e ao responder de forma flexível às circunstâncias e necessidades

de todos os alunos”. A educação inclusiva ainda está voltada para a deficiência e não para a

educação para todos.

A Conferência de Salamanca, em 1994, confirma que a inclusão é um movimento

que busca melhorias no sistema educacional, de modo que seja vista como um processo que

consiste em atender e dar resposta à diversidade de necessidades de todos os alunos por meio

de uma participação cada vez maior na aprendizagem, culturas e comunidades, e reduzir a

exclusão da educação e no âmbito da educação. Isso envolve modificação de conteúdos,

abordagens, estruturas e estratégias, com uma visão comum que abranja todas as crianças de

um nível etário apropriado e a convicção de que educar todas as crianças é responsabilidade

do sistema regular de ensino.

A inclusão deve possibilitar àqueles que são descriminados por ter uma

deficiência à inserção social. “Em um sentido mais amplo, o ensino inclusivo é a prática da

inclusão de todos independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou

origem cultural em escolas e salas de aula provedoras, onde todas as necessidades dos alunos

são satisfeitas” (KARAGIANNIS; STAINBACK, W.; STAINBACK, S, 1999, p. 21).

O conceito de inclusão ainda está voltado para a deficiência e não para a inclusão

da criança. A educação inclusiva abrange todos aqueles que vêm de uma família pobre, os que

pertencem a um grupo indígena, as crianças que têm dificuldade de aprender e todos os

demais que abrangem esses conceitos de inclusão. A educação inclusiva, segundo Skrtic

(apud STAINBACK, 1999, P. 31), é mais do que um modelo educacional. É um novo

paradigma de pensamento e de ação, com o intuito de incluir todos os indivíduos em uma

sociedade na qual a diversidade humana está cada vez mais sendo valorizada e se tornando

mais norma do que exceção.

A proposta de inclusão não é só o aluno que deve se mostrar capaz de vencer os

desafios, mas a própria escola de ser ajustada e estruturada em função do aluno. Está-se

vivenciando uma fase de transição entre a integração e a inclusão. Portanto, é aceitável que,

na prática, ambos os processos sociais existam por mais um tempo até que, gradativamente, a

integração esmaeça e a inclusão prevaleça (SASSAKI, 2006, p. 41).

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O Governo Federal por intermédio da Secretaria de Educação Continuada,

Alfabetização Diversidade e Inclusão (SECADI) disponibiliza vários programas de ação com

o objetivo de contribuir para o desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino,

promovendo a educação inclusiva, bem como valorizando as diferenças e as diversidades.

Entre vários programas, podem ser destacados os seguintes.

Programa Escola Acessível: traz acessibilidade aos ambientes físicos das

escolas públicas de ensino regular e ainda proporciona recursos didáticos pedagógicos.

Transporte escolar acessível: disponibiliza transporte diário aos alunos com

necessidades especiais.

Salas de recursos multifuncionais: estão disponíveis, em escolas públicas de

ensino regular, equipamentos de informática, espaço físico adequado, material pedagógico e

professores qualificados para o desenvolvimento de alunos com transtornos globais,

deficientes e de altas habilidades.

Formação continuada de professores na educação especial: oferece cursos de

aperfeiçoamento e especialização a distância e presencial a professores da educação básica,

para atuar em salas multifuncionais e comuns do ensino regular.

BPC na escola: basicamente fiscaliza a frequência dos alunos com deficiência,

e identifica as dificuldades do dia a dia a fim de evitar a evasão escolar.

Acessibilidade à educação superior: visa a garantir a adequação dos espaços

físicos das instituições federais para os portadores de deficiência.

Livro acessível: voltado aos deficientes visuais, proporcionando material

didático adequado.

Prolibras: capacita professores no uso e ensino de libras, assim como na

tradução e interpretação.

Destarte, no Brasil, a política nacional da educação especial, na perspectiva da

educação inclusiva, dá acesso ao ensino regular aos alunos com deficiências mentais e físicas,

a surdos e cegos, além de alunos com TGD (Transtornos Globais do Desenvolvimento). Esses

Transtornos Globais do Desenvolvimento são distúrbios nas interações sociais que englobam

diferentes problemas tais como: as psicoses infantis, o autismo e as síndromes de Asperger,

Kanner e Rett.

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2.2 Formações Docente X Educação Inclusiva

O processo de inclusão ainda faz parte de uma perspectiva nova, em que os

professores sentem dificuldades nesse processo, muitas vezes se sentem incapazes e

impotentes para lidar com essa realidade. Cada profissional na área de educação tem sua

didática e seu modo particular de dar sua aula. Contudo, quando se fala de educação inclusiva,

esses métodos têm que ser realmente avaliados.

No uso de estratégias diversificadas, um dos métodos que se pode utilizar, para ter

um ambiente de cooperação entre os alunos, é colocar aqueles que têm um bom

desenvolvimento para ajudar os que têm dificuldades.

O ensino cooperativo é um tipo de ensino em que os professores, tanto os de sala

de aula comum quanto os de sala especial, utilizam-no para trabalhar juntos. Segundo dados

da USP (Universidade de São Paulo), em 2005, existem três formas diferentes de organização:

Atividades complementares: enquanto o professor do ensino regular assume,

por exemplo, as atividades e os conteúdos da área acadêmica, o professor do ensino especial

ensina alguns alunos a identificar as ideias principais de um texto, a fazer resumos, enfim, a

dominar as técnicas de estudo;

Atividades de apoio à aprendizagem: os dois professores ensinam os conteúdos

acadêmicos, enquanto o professor do ensino regular é responsável pelo núcleo central do

conteúdo, pela matéria essencial, o professor do ensino especial encarrega-se de dar apoio

suplementar a qualquer aluno que dele necessite, individualmente ou em pequenos grupos;

Ensino em equipe: o professor da classe regular e o professor do ensino

especial planejam e ensinam em conjunto todos os conteúdos para todos os alunos,

responsabilizando-se por cada um deles e por uma determinada parte do currículo ou por

diferentes aspectos das matérias de ensino. O sucesso desse método pode depender de dois

fatores: que os professores façam seus planejamentos juntos e a compatibilidade entre os

meios que os dois usam para dar aula, ou seja, os métodos e estilos de aulas.

No processo de inclusão, não só o professor de ensino regular deve ser preparado

para atender os PNEE, mas também os professores especialistas em educação especial devem

ampliar suas ações.

É importante também que a formação de professores possa ser realizada no

próprio local de trabalho, assim facilitando a troca de experiência, o que acaba tornando mais

fácil a construção dos saberes pedagógicos.

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Paulo Freire fornece algumas pistas acerca dessa complexidade quando assegura

que “ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição de qualquer forma de discriminação”.

Em suas palavras, uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as

condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor

ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Contudo, assumir-se como ser social e

histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos,

capaz de ter raiva por que é capaz de amar. Segundo Battisti (2010), “Assunção de nós

mesmos não significa a exclusão dos outros”.

O professor em uma sala inclusiva deve agir normalmente, conversar com os

alunos, brincar quando for necessário, ser amigo e repreender quando for preciso. O professor

deve tratar os alunos com necessidades especiais da mesma forma que trata os ditos normais,

a única diferença é que a didática da aprendizagem deve ser diferenciada, assim o aluno

estará, de certa forma, relacionando-se em um convívio social sem a descriminação.

Este fato é bastante interessante na medida em que a socialização é um aspecto

importante para uma inclusão escolar bem-sucedida, pois a convivência dos alunos

com necessidades educacionais especiais em ambientes comuns e as interações

sociais que se estabelecem servem para aumentar uma variedade de habilidades

comunicativas, cognitivas e sociais, bem como para proporcionar aos alunos

proteção, apoio e bem-estar no grupo. (STAINBACK; STAINBACK, 1999)

As práticas pedagógicas devem ser sempre diferenciadas, claro que isso vai de

acordo com cada aluno, assim o professor precisa saber organizar as situações de ensino para

que tenham um bom resultado para todos. A diferença é a organização das aulas que deve

ocorrer de modo que todos interajam.

Diferenciar o ensino é organizar as interações de modo que cada aluno se defronte

constantemente com situações didáticas que lhe sejam mais fecundas [...]. Implica,

pois, o desenvolvimento de caminhos diversos para que os alunos consigam atingir

as metas escolares, por meio de um acompanhamento e percursos individualizados.

(PERRENOUD, 19995, p. 28-29)

Nessa perspectiva de inclusão, os professores devem estar preparados para lidar

com as diferenças, principalmente quando se fala de inclusão. No decorrer do processo de

escolarização, podem surgir dificuldades, mas não há necessidades de excluir o aluno do

processo de aprendizagem. Tanto os profissionais de educação de sala comum quanto os de

educação especial poderiam trabalhar juntos, elaborar seus planos de aula em conjunto,

podendo ajudar os profissionais de educação especial a fazer a diferença em sala de aula.

Para garantir o êxito dos trabalhos na escola inclusiva, algumas considerações

devem ser consideras: apoio de especialistas, unificando os dois sistemas e

adaptando-os às necessidades de todos os alunos; potencialização das formas de

intervenção, isto é, aplicação dos sistemas consultivos e de intervenção direta em

sala de aula comum por meio do ensino cooperativo; adoção de uma nova

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organização escolar, propondo a colaboração, o ajuste mútuo, as formas

interdisciplinares e o profissionalismo docente. (DENARI, 2006, p. 36)

É muito importante salientar que a formação do professor deve estar também

voltada para as mudanças e que o sistema escolar tem de contar com o apoio dos pais. É

importante ressaltar que a formação dos professores deve ser voltada para a educação

inclusiva e não voltada somente para uma ou mais disciplinas, mas sim para uma formação

que está pautada nos princípios da educação inclusiva, garantindo, assim, um bom

desempenho na questão da qualidade de ensino.

O futuro da educação inclusiva em nosso país dependerá de um esforço coletivo, que

obrigará a uma revisão na postura de pesquisadores, políticos, prestadores de

serviços, familiares e indivíduos com necessidades educacionais especiais, a fim de

trabalhar uma meta comum: a de garantir uma educação de melhor qualidade para

todos. (MENDES, 2004, p. 228)

Muitos professores têm dificuldades na questão de introduzir o desenvolvimento

das crianças com necessidades especiais no ensino regular, e muitos dos profissionais

preferem adotar o sistema de inclusão excludente, por mais que haja a boa vontade de receber,

acaba ignorando as necessidades e diferenças desses alunos. Muitos profissionais se sentem

inseguros ao ver o sistema de inclusão no ensino regular, e isso acaba representando um

grande desafio a ser enfrentado. Muitos também não recebem ajuda de pessoas especializadas

na área nem recursos que possam ajudar a proporcionar essa educação inclusiva.

Os professores alegam (com toda razão) que em seus cursos de formação não

tiveram a oportunidade de estudar a respeito, nem de estagiar com alunos da

educação especial. Muitos resistem, negando-se a trabalhar com esse alunado

enquanto outros os aceitam, para não criarem áreas de atrito com a direção das

escolas. (CARVALHO, 2004, p. 27)

Os professores que acabam recebendo os alunos com necessidades especiais são

pedagogos ou licenciados em outra área e não têm nenhum tipo de formação na área de

educação especial. É importante ressalvar que os gestores os quais são, na maioria das vezes,

responsáveis pela formação dos professores têm um desafio muito maior do que os próprios

professores, o de oferecer recursos e suportes para que a proposta possa ser correspondida.

Por ser desenvolvimental, a aprendizagem da docência requer tempo e recursos para

que novas concepções, novos valores, novas técnicas sejam confrontadas com as que

já temos e comprovem sua eficácia na situação de atuação. Assim, não basta, para

mudar a prática, aprender novas vertentes teóricas ou aprender novas técnicas.

Quando um professor deseja ou precisa fazer mudanças e desenvolver novas práticas

para contemplar exigências sociais ou políticas públicas, ele precisa fazer revisões

conceituais, entre elas, aquelas sobre o processo educacional e instrucional e sobre

os suportes teóricos da própria atuação profissional. (TANCREDI, REALI e

MIZUKAMI, 2005, p. 1)

É importante que o profissional da educação conheça os conteúdos, mas também é

preciso adaptar seus conhecimentos de conteúdos específicos ao nível do conhecimento dos

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alunos para que possa ser interpretado pelo docente, isso por meio de estratégias apropriadas e

bem elaboradas.

A inclusão no sistema escolar mostra um novo modelo de educação. Os

professores, de certa forma, são abrigados a aderir esse novo modelo, claro que o profissional

em sua formação não teve instrução para lidar com as diversas formas de inclusão, pois a

formação da educação especial não está direcionada a todos os professores, mas sim àqueles

que gostam da temática e se especializaram no assunto. Dessa maneira, os professores passam

a ter dificuldades de participar da inclusão. Com a formação diferenciada, a inclusão acaba

perdendo seu espaço e fortalecendo a exclusão.

A formação diferenciada para professores de uns e professores de outros somente

vem reforçar o modelo capitalista de produção baseado na eficiência, na seleção dos

melhores e na exclusão social de muitos e fundado em visão ‘desfocada’ da

realidade e do indivíduo, estamos assim, correndo o risco de estar

institucionalizando a discriminação já no ponto de partida da formação dos

professores, e negando, portanto, o princípio de ‘integração’, não só do deficiente na

rede regular de ensino, como também do profissional da educação na realidade

educacional existente - não só nas escolas, mas também nas classes especiais, nas

instituições especializadas etc. Estamos negando a esses profissionais o privilégio e

o desafio de conviver com a diferença. (CARTOLANO, 1998, p. 38)

Aprender a ensinar exige disposição para enfrentar e superar barreiras do

desconhecido e do diferente, sendo assim a profissão do docente pressupõe muitos graus de

incertezas e na mesma proporção a possibilidade de aprender a lidar com diversas situações.

Assim a aprendizagem do docente se desenvolve no decorrer de sua carreira, construindo seu

conhecimento e modificando-se com o contexto de atuação.

3 METODOLOGIA

Como opção metodológica, a pesquisa destaca-se como qualitativa e descritiva.

Assim se optou por fazer um trabalho bibliográfico e documental. Para tanto, foi realizada

uma consulta e análise da grade curricular do Curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu.

4 ANÁLISE DA INFORMAÇÃO

De acordo com os objetivos desta pesquisa, destacam-se as disciplinas da grade

curricular a contemplar a educação inclusiva da Faculdade Ateneu:

Fundamentos e métodos da educação especial e educação inclusiva;

Libras – Língua brasileira de sinais.

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Conforme ementa da primeira disciplina citada, percebe-se que a educação

especial e a educação inclusiva oferecem assuntos visando à construção de uma prática

pedagógica a qual favorece o acesso, a permanência e o sucesso do aluno com necessidades

educativas especiais, sustentadas em princípios éticos e na aceitação da diversidade humana,

em seus aspectos sociais, culturais e pessoais. Por outro lado, a disciplina de Língua

Brasileira de Sinais (Libras) é destinada somente aos portadores de necessidades auditivas,

visando aos fundamentos legais, aos parâmetros da língua de sinais, às noções de saudações e

apresentação, à conversação, ao vocabulário e à gramática. Assim, pode-se asseverar que a

carga horária destinada à inclusão é de 120 horas-aula.

Nessa direção, Santos (2002) defende que a formação dos professores deve incluir

cadeiras que abordem a temática da educação inclusiva, para que todos os profissionais

tenham conhecimentos específicos sobre a temática assim fortalecendo a inclusão no ensino

regular. O supracitado autor ainda assevera que a “Pedagogia é o único curso de nível

superior que possui instrumentos teóricos e experiência na formação de docentes do ensino

especial e do ensino regular, capaz de ‘consagrar’ uma formação coerente com os

pressupostos da proposta da Educação Inclusiva”.

Tabela 1: Quadro de disciplinas do curso de Pedagogia.

DISCIPLINAS CARGA

HORARIA

Filosofia da educação 60

Fundamentos da pedagogia 60

Leitura e produção de texto 60

Metodologia do trabalho científico 60

Pesquisa e prática pedagógica I 120

Historia da educação 60

Informática aplicada à educação 60

Língua portuguesa: conteúdo e métodos 60

Pesquisa prática pedagógica II 120

Psicologia da educação 60

Didática 60

Estrutura e funcionamento da educação básica 60

Matemática: conteúdos e métodos 60

Sociologia e antropologia da educação 60

Pesquisa e prática pedagógica III 120

Alfabetização e letramento: métodos e perspectivas 60

Ciência: conteúdos e métodos 60

Educação de jovens e adultos: métodos e fundamentos 60

Avaliação organização e planejamentos em educação 60

Educação inclusiva 60

Educação indígena e no campo 60

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Estágio supervisionado I 100

Estágio supervisionado II 100

Estágio supervisionado III 100

Ética profissional 60

Fundamentos da educação infantil 60

Fundamentos das séries iniciais 60

Fundamentos de gestão escolar 60

Fundamentos e metodologia das atividades culturais e artísticas 60

Geografia conteúdos e métodos 60

Historia conteúdos e métodos 60

Leitura infanto-juvenil 60

Libras 60

Ludicidade e recreação 60

Meio ambiente e sustentabilidade 60

Multiculturalismo, diversidade e relações ético-raciais 60

Pesquisa prática pedagógica IV 120

Pesquisa prática pedagógica V 120

Pesquisa prática pedagógica VI 120

Pesquisa prática pedagógica VII 120

Política educacional Brasileira 60

Comunicação oficial 60 Fonte: http://fate.edu.br/web/

É importante salientar que as disciplinas: Pesquisa e Prática Pedagógica II, III, IV,

V, VI, VII e os Estágios Supervisionados I, II, III, por mais que não sejam diretamente

destinadas à educação inclusiva, estas disciplinas podem abordar o tema da inclusão, haja

vista que estas são disciplinas em que o aluno pode explorar com mais liberdade a temática a

pesquisar.

CONCLUSÃO

Verifica-se nesta pesquisa que o processo de educação inclusiva não é tão fácil,

pois existem muitas dificuldades a serem enfrentadas pelos professores. Também se percebe

que o processo de inclusão busca integrar as crianças especiais e portadoras de deficiências

junto com as outras crianças ditas normais. Esse processo está sendo trabalhado tanto nas

instituições públicas como nas privadas, e as possíveis dificuldades não são tanto por

formação de profissional, mas sim, muitas vezes, por falta de estrutura física, por falta de

material didático. Estas, sim, são as maiores dificuldades de trabalhar com a inclusão. A falta

de estrutura, em relação à assistência e ao nível de materiais a serem oferecidos para ser

usados em sala de aula, representa uma grande carência e um imenso obstáculo.

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De acordo com o objetivo geral inicialmente traçado, nota-se que tanto a carga

horária como as disciplinas que tratam da inclusão parecem diminutas para a formação do

pedagogo. Todavia, com as disciplinas complementares de pesquisa e estágio, o aluno poderá

completar a formação. Assim, conforme os objetivos específicos do trabalho, é possível

perceber que as disciplinas destinadas à educação inclusiva, como, “Fundamentos e métodos

da educação especial” e “Educação Inclusiva e Libras – Língua Brasileira de Sinais”, com a

carga horária de 120 horas-aula, abordam o assunto e fornecem possibilidades de crescimento,

de acordo com o interesse científico de cada discente. Foram destacadas algumas disciplinas

(Pesquisa e prática pedagógica e Estágios supervisionados) que podem contemplar a educação

inclusiva, por proporcionar ao aluno um maior conhecimento do assunto, visto que, nestas

disciplinas, o educando pode direcionar seus estudos, ficando a critério do aluno a escolha de

temas a ser trabalhado.

Contudo, percebe-se que a formação dos estudantes sobre educação inclusiva

do Curso de Pedagogia da Faculdade Ateneu concentra-se formalmente em duas disciplinas,

sendo disponibilizados trabalhos de pesquisa e estágios, tendo a livre decisão dos alunos para

investigar a prática sobre a temática em questão. Portanto, conclui-se que a prática aliada à

teoria é o modelo ideal para construir uma formação sólida dos novos educadores.

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