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Disciplina: Psicologia aplicada ao direito Burnout – o processo e adoecer pelo trabalho Desde a década de 70 até os dias de hoje, vem sendo realizados estudos e pesquisas sobre um processo ou até um estado psicológico denominado “Burnout”. As definições sobre o que é esse fenômeno, que ainda vem sendo abordado pelos estudiosos, possuem algumas distinções, porém o que pode-se dizer em torno de “Burnout” é que ele é a consequência de um estresse contínuo e intenso especificamente no âmbito trabalhista. A síndrome é desencadeada por uma série de insatisfações pessoais advindas de situações cotidianas como o excesso de trabalho, as frustrações profissionais, relacionamentos instáveis, entre outros, que levam a um demasiado desgaste emocional, podendo afetar também a parte física do organismo. Pelos estudos percebe-se que há alguns tipos de pessoas que são consideradas mais propensas ao desenvolvimento do “Burnout” sendo estes: profissionais que trabalham diretamente com a assistência de pessoas, profissionais com a faixa etária abaixo dos 30 anos, solteiros, viúvos, divorciados, mulheres, indivíduos com uma educação com nível baixo, perfeccionistas, pessimistas, idealistas, ansiosos, depressivos. A pessoa que tem “Burnout” apresenta alguns sintomas típicos, além da exaustão emocional e física, ocorre também a despersonalização onde a pessoa passa a tratar os demais companheiros de trabalho de forma fria, mal educada, com ironia ou até passa ao isolamento para evitar o contato interpessoal, observa-se também a grande falta de interesse no trabalho por conta da falta de realização pessoal profissional. É notável também nesses indivíduos a falta de atenção e concentração, o sentimento de solidão, a

Resumo: Burnout - Processo de Adoecer Pelo Trabalho

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Resumo crítico do texto Burnout - o processo de adoecer pelo trabalho.

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Disciplina: Psicologia aplicada ao direito

Burnout – o processo e adoecer pelo trabalho

Desde a década de 70 até os dias de hoje, vem sendo realizados estudos e pesquisas sobre um processo ou até um estado psicológico denominado “Burnout”. As definições sobre o que é esse fenômeno, que ainda vem sendo abordado pelos estudiosos, possuem algumas distinções, porém o que pode-se dizer em torno de “Burnout” é que ele é a consequência de um estresse contínuo e intenso especificamente no âmbito trabalhista. A síndrome é desencadeada por uma série de insatisfações pessoais advindas de situações cotidianas como o excesso de trabalho, as frustrações profissionais, relacionamentos instáveis, entre outros, que levam a um demasiado desgaste emocional, podendo afetar também a parte física do organismo.

Pelos estudos percebe-se que há alguns tipos de pessoas que são consideradas mais propensas ao desenvolvimento do “Burnout” sendo estes: profissionais que trabalham diretamente com a assistência de pessoas, profissionais com a faixa etária abaixo dos 30 anos, solteiros, viúvos, divorciados, mulheres, indivíduos com uma educação com nível baixo, perfeccionistas, pessimistas, idealistas, ansiosos, depressivos.

A pessoa que tem “Burnout” apresenta alguns sintomas típicos, além da exaustão emocional e física, ocorre também a despersonalização onde a pessoa passa a tratar os demais companheiros de trabalho de forma fria, mal educada, com ironia ou até passa ao isolamento para evitar o contato interpessoal, observa-se também a grande falta de interesse no trabalho por conta da falta de realização pessoal profissional. É notável também nesses indivíduos a falta de atenção e concentração, o sentimento de solidão, a impaciência, baixa auto-estima, a agressividade, a dificuldade de aceitação de mudanças, comportamento de risco podendo tudo isso acarretar até num possível suicídio.

Já que o um dos fatores, senão o principal, para o “Burnout” é o estresse, então se fazem necessários também esclarecimentos em torno do mesmo. O estresse é um termo utilizado para definir o cansaço decorrente do esforço continuo de uma série de reações enzimáticas do corpo, a fim de manter o equilíbrio do organismo do individuo frente a experiências que ultrapassam os limites da resistência física e psíquica.

O estresse é gerado por situações externas, podendo elas serem classificadas como: estressores físicos, que são os que afetam diretamente no corpo tais como o frio, calor intenso, dor, fome, etc. Estressores cognitivos, que são os que afetam o caráter ou as posses do individuo, como assaltos, discussões,

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provas, etc. E por ultimo porém não menos importante estão os considerados estressores emocionais, que são o medo, a ira, a perda e sentimentos que estão diretamente ligados ao lado afetivo.

O estresse pode ser dividido em três etapas, a primeira é chamada de “fase de alarme” onde ocorre o primeiro contato com determinada situação externa considerada geradora do estresse, em seguida vem a segunda fase chamada de “fase de resistência” onde é desencadeada diversas reações enzimáticas para se estabilizar o organismo, se a situação que gerou o estresse terminar, então o organismo voltará aos poucos ao normal de forma natural, porem se a situação persistir entra em vigor a terceira etapa chamada de “fase de exaustão” que é onde os sintomas da fase de alarme reaparecem e geram dano ao organismo por não conseguir se estabilizar.

Mas também o estresse não tem apenas o seu lado ruim, se a situação externa geradora do estresse acontecer de forma natural e suave diante do individuo, pode ser até bom para o organismo já que o processo de enzimas voltará ao estado de equilíbrio sem mais problemas, fato esse, chamado pelos estudiosos de “Eustresse”, sendo considerado um estresse bom causador de crescimento pessoal e estimulador de sensações prazerosas, excitantes, divertidas, entre outras.

No filme “Um dia de fúria”, por exemplo, exemplifica bem o caso de como enfrentar o estresse e como ocorre o “Burnout”, o filme conta a história de um homem chamado “Willian Foster” que foi demitido recentemente e ao longo das cenas vai vivendo situações cotidianas, que o deixam irritado e que o levam a um surto. Willian é um típico caso de “Burnout” já que pequenas situações do dia a dia já são motivos para uma explosão de ira, além do que a personagem sofre de diversos sintomas que confirmam isso como: comportamento de risco, irritabilidade, ironia e cinismo, perda de interesse pelo trabalho (fato que gerou sua demissão), dificuldade de aceitação de mudanças (não aceita o fato dele e sua mulher terem se divorciado), entre outros.

No filme também se observa a personagem “Martin Prendergast”, um policial no seu ultimo dia de serviço, trabalhando numa profissão com uma propensão enorme para o “Burnout” porem Martin não o tem. Um policial que gosta do que faz, se sente realizado com seu trabalho, por mais que tenha sofrido a perda inestimável de sua filha, seja casado com uma mulher emocionalmente abalada, e tenha como chefe um homem que o detesta Prendergast permanece no controle de suas emoções. Talvez por saber controlar bem o ambiente que o cerca, e por ter tornado as adversidades da vida e as situações difíceis uma forma de aprendizado e crescimento, Martin tenha tornado o que seria o seu estresse em um “Eustresse”.

Apesar de na sociedade de hoje o estresse ser iminente e do “Burnout” ser um fato relativamente novo e também muito preocupante, ambos podem ser

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prevenidos ou até mesmo tratados, desde que a pessoa que sofre da síndrome perceba que precisa de ajuda, saiba que sozinha muito provavelmente ela não conseguirá êxito para sair dessa situação desgastante constante, é preciso que a pessoa aceite um tratamento psicológico específico e talvez até prolongado, além de ter a determinação para mudar alguns fatores da própria personalidade para que encontre a força de vontade necessária para enfrentar o estresse não deixando que as coisas mínimas do cotidiano sejam motivo para uma explosão emocional, a pessoa tem que começar a praticar o controle do seu estresse para que ele não chegue ao ponto de se tornar um problema bem maior como o “Burnout”, e sim se torne com o tempo um “Eustresse”. É importante a retomada dos laços afetivos interrompidos por influência da síndrome e reforce ainda mais os que ainda se mantiveram, pois a ajuda de amigos, familiares nesse processo é essencial dando carinho, atenção, escutando e principalmente se mostrando presente, pois a felicidade, o riso, o amor compartilhado e demonstrações gratuitas de afetos de pessoas que se gosta, nenhum psicólogo ou psiquiatra poderá fornecer, e essas atitudes sim transferem de um pro outro o incentivo e a real alegria de estar vivo.

Considerações finais:

A sociedade de hoje está imersa em uma realidade caótica de trabalho para se obter cada vez mais dinheiro, e isso é um fato que dificilmente mude de uma hora pra outra, então que a busca seja fazendo o que se gosta de fazer para de pelo menos se obtenha realização profissional, e passe longe de situações como o “Burnout” e que o trabalho não se torne um processo diário doentio. Os estudos sobre “Burnout” deveriam ser repassados, divulgados e lidos principalmente em grandes empresas e nos mais diversos ambientes de trabalho, para que mais pessoas possam perceber que algo está errado, buscar ajuda e possam se auto ajudar também.

O fato de conhecer mais sobre o estresse e sobre o “Burnout” no âmbito jurídico facilita ainda mais a prática do controle de si mesmo e do seu lado emocional e físico, o que é essencial para o profissional de direito que está imerso em uma realidade de direta assistência de pessoas e precisa ser calmo, paciente, responsável, atento, ter uma memória boa, tratar os outros de forma educada, entre outros.