22
DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA 1 I - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA São termos que andam juntos e muitas vezes confundidos, embora expressem conceitos diversos nos vários aspectos em que se apresentam. 2.1 - ESTADO: É a pessoa jurídica de direito público (art. 40 e 41 do CC/2002), apresentando-se como sujeito de direitos e obrigações na ordem jurídica interna e nas relações internacionais com outros Estados. Sociologicamente falando, O Estado é: “Um povo fixado num território, de que é senhor, e que dentro das fronteiras desse território institui, por autoridade própria, órgãos que elaborem as leis necessárias à vida coletiva e que imponham a respectiva execução”. O objetivo do Estado é alcançar o bem estar social e atender as necessidades da coletividade. 2.1.1 – ELEMENTOS DO ESTADO: a) Povo – elemento humano b) Território – elemento físico, espacial; c) Governo soberano – elemento político (não admite ingerência externa em seu território) 2.1.2 - FORMAS DE ESTADO: a) Unitário: centralização política. Um único centro de poder. b) Federado: caracteriza-se pela descentralização política. Existe mais de um centro de poder, havendo autonomia de cada uma das entidades que compõem a federação: - Autoorganização possuem Constituição própria. - Autogoverno - capacidade eleger seus próprios dirigentes). - Autoadministração. (capacidade de administrar seus próprios quadros e prestar seus próprios serviços). 2.1.3 - PODERES DE ESTADO: Classificação que se dá em razão da divisão das funções precípuas de cada um dos Poderes. Cada um dos Poderes exerce uma função chamada de típica/principal e outra chamada de atípica/secundária. a) LESGISLATIVO b) EXECUTIVO c) JUDICIÁRIO 2.1.4 – FUNÇÕES DO ESTADO: a) Função Legislativa: Típica do Poder Legislativo, que pode inovar o ordenamento jurídico, revogando lei vigente e criando a nova lei. Disciplina situações em abstrato, tendo repercussão geral, erga omnes. Via de regra, independe de provocação, ou seja, é função direta, sendo que o próprio legislador tem iniciativa para exercê-la. b) Função Judiciária: Típica do Poder Judiciário. Consiste na aplicação coativa da lei. Trata-se de atuação concreta e de repercussão individual. É função indireta, pois depende de provocação (Princípio da Inércia). A principal característica da função judiciária é a chamada IMUTABILIDADE, ou seja, definitividade, impossibilidade de modificação, também conhecida como coisa julgada. c) Função Executiva: Típica do Poder Executivo. É a atividade exercida de forma concreta e, normalmente, individual. Independe de provocação, ou seja, trata-se de função direta e não produz intangibilidade jurídica. 2.2 – GOVERNO: Como já fora dito, o objetivo do Estado é alcançar o bem estar social e atender as necessidades da coletividade. Para tanto, precisa expressar-se por meio de um grupo de pessoas, escolhido pelo povo. Esse grupo que trabalha pela consecução dos objetivos do Estado denomina-se GOVERNO. Portanto, governo é a expressão política de comando, de direção, de iniciativa, de fixação de

Resumo de Administração Pública

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

1

I - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA São termos que andam juntos e muitas vezes confundidos, embora expressem conceitos diversos nos vários aspectos em que se apresentam. 2.1 - ESTADO: É a pessoa jurídica de direito público (art. 40 e 41 do CC/2002), apresentando-se como sujeito de direitos e obrigações na ordem jurídica interna e nas relações internacionais com outros Estados. Sociologicamente falando, O Estado é: “Um povo fixado num território, de que é senhor, e que dentro das fronteiras desse território institui, por autoridade própria, órgãos que elaborem as leis necessárias à vida coletiva e que imponham a respectiva execução”. O objetivo do Estado é alcançar o bem estar social e atender as necessidades da coletividade. 2.1.1 – ELEMENTOS DO ESTADO: a) Povo – elemento humano b) Território – elemento físico, espacial; c) Governo soberano – elemento político (não admite ingerência externa em seu território) 2.1.2 - FORMAS DE ESTADO: a) Unitário: centralização política. Um único centro de poder. b) Federado: caracteriza-se pela descentralização política. Existe mais de um centro de poder, havendo autonomia de cada uma das entidades que compõem a federação: - Autoorganização – possuem Constituição própria. - Autogoverno - capacidade eleger seus próprios dirigentes). - Autoadministração. (capacidade de administrar seus próprios quadros e prestar seus próprios serviços).

2.1.3 - PODERES DE ESTADO: Classificação que se dá em razão da divisão das funções precípuas de cada um dos Poderes. Cada um dos Poderes exerce uma função chamada de típica/principal e outra chamada de atípica/secundária. a) LESGISLATIVO b) EXECUTIVO c) JUDICIÁRIO 2.1.4 – FUNÇÕES DO ESTADO: a) Função Legislativa: Típica do Poder Legislativo, que pode inovar o ordenamento jurídico, revogando lei vigente e criando a nova lei. Disciplina situações em abstrato, tendo repercussão geral, erga omnes. Via de regra, independe de provocação, ou seja, é função direta, sendo que o próprio legislador tem iniciativa para exercê-la.

b) Função Judiciária: Típica do Poder Judiciário. Consiste na aplicação coativa da lei. Trata-se de atuação concreta e de repercussão individual. É função indireta, pois depende de provocação (Princípio da Inércia). A principal característica da função judiciária é a chamada IMUTABILIDADE, ou seja, definitividade, impossibilidade de modificação, também conhecida como coisa julgada. c) Função Executiva: Típica do Poder Executivo. É a atividade exercida de forma concreta e, normalmente, individual. Independe de provocação, ou seja, trata-se de função direta e não produz intangibilidade jurídica. 2.2 – GOVERNO: Como já fora dito, o objetivo do Estado é alcançar o bem estar social e atender as necessidades da coletividade. Para tanto, precisa expressar-se por meio de um grupo de pessoas, escolhido pelo povo. Esse grupo que trabalha pela consecução dos objetivos do Estado denomina-se GOVERNO. Portanto, governo é a expressão política de comando, de direção, de iniciativa, de fixação de

Page 2: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

2

objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. Para que o Estado seja independente o governo tem que ser soberano. Soberania nada mais é do que independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna. 2.2.1 - SISTEMAS DE GOVERNO: é o modo como se dá a relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo no exercício de suas funções governamentais. a) Presidencialista: ocorre a predominância da separação dos Poderes, onde o presidente é ao mesmo tempo chefe de Estado (representa seu país fora) e chefe de governo (representa dentro do país), cumprindo mandato fixo. b) Parlamentarista: sistema em que ocorre uma maior colaboração do Parlamento. O chefe de Estado é um Presidente ou um Monarca; e o chefe de governo é um primeiro-ministro ou um conselho de ministros. - O Chefe de Governo geralmente é escolhido, pelo Presidente ou pelo Parlamento. Porém, em qualquer caso, a sua permanência no cargo depende da confiança do Parlamento. 2.2.2 - FORMAS DE GOVERNO: a) Monarquia: Forma de governo em que a assunção do Poder se dá pelo critério do sangue, ou seja, pela hereditariedade, havendo a vitaliciedade no exercício do Poder e a responsabilização do governante pelos atos por ele praticados. b) República. Forma de governo em que o critério de assunção do poder é a paridade, ou seja, por eleição; havendo ainda transitoriedade (temporalidade) dos mandatos do Executivo e a responsabilização do governante pelos atos por ele praticados. 2.3 - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É a estrutura, a máquina administrativa. Todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. É o conjunto de poderes e órgãos instituídos para que o GOVERNO possa realizar suas competências a atribuições – GESTÃO

É O INSTRUMENTAL DE QUE DISPÕE O ESTADO PARA POR EM PRÁTICA AS DECISÕES DO GOVERNO.

Direta (Centralizada) Indireta

(Descentralizada) União, Estados, DF e Municípios.

Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Personalidade jurídica de direito público.

Personalidade jurídica de direito público e direito privado.

A divisão de atribuições para seus órgãos é chamada de desconcentração.

A outorga de atribuições para essas pessoas é chamada de descentralização.

2.3.1 - NO ASPECTO FORMAL, ORGÂNICO OU SUBJETIVO: Entidades, órgãos e agentes que compõem a estrutura Estatal. 2.3.2 - NO ASPECTO MATERIAL OU OBJETIVO: a administração pública deve ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado, ou melhor, a função administrativa: Poder de Polícia, Contratação, licitação etc.

Page 3: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

3

II - REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O regime jurídico é o conjunto de princípios que guardam entre sim uma correlação lógica. Esses princípios que orientam toda a atividade da Administração Pública estão, explicita ou implicitamente, na Constituição Federal de 1988 ou nas diversas leis que compõem o regime da Administração Pública. 1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS: Art. 37 da CF/88 – L I M P E

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

1.1 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE É a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei (art. 5º II, art. 37, caput e art. 150, todos da CF).

Art. 5º - CF/88 II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Art. 37 -- CF/88 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Art. 150 -- CF/88 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

A atividade administrativa fica condicionada à observância da lei, significa que o administrador

público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade administrativa, civil e criminal, conforme o caso.

OBSERVAÇÃO 1) Legalidade para o direito público: O ADMINISTRADOR SÓ PODE FAZER O QUE A LEI AUTORIZA E DETERMINA. O administrador não pode criar regra nova. Critério de subordinação à lei. 2) Legalidade para o direito privado: particular pode tudo, salvo o que estiver vedado em lei. Critério de não contradição à lei. 3) RESERVA DE LEI: restrição de matéria para uma espécie normativa pré determinada. E mais especificamente restrição para elaboração pelo Congresso Nacional. . 1.2 - PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE O agente público está impedido de considerar quaisquer inclinações e interesses pessoais (interesses próprios ou de terceiros). O ATO ADMINISTRATIVO NÃO É DO AGENTE E SIM DA PESSOA JURÍDICA 1.3 - PRINCÍPIO DA MORALIDADE É a exigência de atuação ética por parte dos agentes da administração. Este princípio se relaciona com a idéia de honestidade, exigindo a estrita observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina interna na Administração Pública. Em outras palavras, o agente público deve respeitar a moral pública distinguindo o bem do mal, o legal do ilegal, o conveniente do inconveniente, o honesto do desonesto, o lícito do ilícito, o justo do injusto, bem como as regras do bem administrar e os bons costumes.

Page 4: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

4

OBSERVAÇÃO

1) IMORALIDADE x IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA: não são expressões sinônimas. A Improbidade é prevista pela Lei 8.429/92, que traz uma lista de condutas punidas como improbidade administrativa. Portanto, improbidade, hoje, é mais ampla do que imoralidade.. 2) MORALIDADE COMUM x MORALIDADE ADMINISTRATIVA: a) MORALIDADE COMUM: diz respeito ao que é certo ou errado; b) MORALIDADE ADMIINSTRATIVA: é mais rigorosa. Não é baseado apenas no conceito de certo ou errado, mas vincula-se, também, ao fato de que o administrador tem que ter uma boa administração. 3) NEPOTISMO:

a) Qualquer pessoa pode ocupar cargo comissão, salvo os casos previstos na Súmula Vinculante 13 do STF (proibição do nepotismo).

Súmula Vinculante 13. A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

2) DECRETO Nº 7.203, DE 4 DE JUNHO

DE 2010.: Dispõe sobre a vedação do nepotismo no âmbito da administração pública federal.

Art. 3o No âmbito de cada órgão e de cada entidade, são vedadas as nomeações, Contratações ou designações de familiar de Ministro de Estado, familiar da máxima autoridade administrativa correspondente ou, ainda, familiar de ocupante de cargo em comissão ou função de confiança de direção, chefia ou assessoramento, para: I - cargo em comissão ou função de confiança;

II - atendimento a necessidade temporária de excepcional interesse público, salvo quando a contratação tiver sido precedida de regular processo seletivo; e III - estágio, salvo se a contratação for precedida de processo seletivo que assegure o princípio da isonomia entre os concorrentes.

1.4 - PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Significa a divulgação dos atos dos agentes públicos para conhecimento e cumprimento, da parte dos administrados. O aspecto mais importante do principio da publicidade é transparência da atuação administrativa. A princípio, todos os atos dos agentes públicos devem ser publicados, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais ou em caso de interesses superiores da Administração Pública, que serão preservados em processo previamente declarado sigiloso. Não se trata de mera publicação oficial. Esta é apenas uma forma de publicidade. Até mesmo porque, nem todo ato administrativo depende de publicação oficial. A PUBLICIDADE TAMBÉM NÃO SE SATISFAZ COM A SIMPLES DIVULGAÇÃO EM RÁDIO. Portanto, a simples divulgação de determinada matéria no programa de rádio “A Voz do Brasil” não supre a atenção ao Princípio da Publicidade.

OBSERVAÇÃO

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA PUBLICIDADE

1) SIGNIFICA CONHECIMENTO DO TITULAR DO DIREITO, QUE É O POVO, E CONTROLE POR PARTE DESTE; Exemplo: processo licitatório: possibilidade de impugnação por qualquer cidadão, art. 41, Lei 8.666/93;

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

Page 5: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

5

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.

2) INÍCIO DE EFEITOS EXTERNOS, art. 61, pu, Lei 8.666/93; condição de eficácia, sendo a publicidade termo inicial de produção de efeitos.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

3) INÍCIO DE CONTAGEM DE PRAZO 4) RELATIVIDADE DO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Exceções ao Princípio da Publicidade: a) art. 5º, inciso X (direito a intimidade): se violar os direitos previstos na Constituição, não se deve tornar público.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

b) Art. 5º, inciso XXXIII (segurança da sociedade e do Estado)

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,

que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

c) Atos Processuais em sigilo na forma da lei: segunda a doutrina majoritária, também se refere aos atos processuais administrativos.

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

5) PUBLICIDADE x PROMOÇÃO PESSOAL: violação de diversos princípios: legalidade, Impessoalidade, moralidade etc.

Art. 37 § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

6) Para o STJ, a mera citação do administrador não é suficiente para se caracterizar a promoção pessoal. Deve-se analisar as circunstâncias de cada caso concreto, pois a promoção deve apresentar caráter de propaganda pessoal e configura-se como improbidade administrativa. 1.5 - PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Princípio introduzido no Texto Constitucional por meio da EC Nr 19/98. No entanto, esse princípio já estava expresso no art. 7º da Lei 8.987/95. Consiste na busca de resultados práticos de qualidade, de produtividade, de economicidade, a fim de não desperdiçar dinheiro público e de alcançar, também no serviço público, o rendimento típico da iniciativa privada, sendo que aqui o lucro é do povo. Esse Princípio trouxe uma série de conseqüências no serviço público:

Page 6: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

6

a) Repercussão na Estabilidade dos Servidores; b) Repercussão na Racionalização da Máquina Administrativa O princípio aqui é visto sob o prisma da economicidade, a fim de não desperdiçar dinheiro público.

2 - PRINCÍPIOS NÃO EXPRESSOS (IMPLÍCITOS) NA CONSTITUIÇÃO 2.1 - PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO É o princípio que determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o particular. Só existe uma sociedade, em razão da existência de uma supremacia do interesse público.

OBSERVAÇÃO NÃO É SUPREMACIA DO ADMINISTRADOR NEM DA MÁQUINA ADMINISTRATIVA. A SUPREMACIA É DO INTERESSE PÚBLICO. Exemplo: 1) O Poder de Polícia é aquele que permite à Administração frenar, limitar a atuação do particular em nome do interesse público. 2) Atos Administrativos: o Poder Público quando limita a velocidade de veículos em determinada via pública, que se violada permite ao Poder Público aplicar multa. 3) Proteção de bens públicos, que são impenhoráveis; 4) Intervenção na Propriedade: requisição. 5) Cláusulas exorbitantes: Em nome do Princípio da Supremacia, a Administração pode quase tudo, menos dispor do interesse público. 2.2 - PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO: O interesse público não pode ser livremente disposto pelo administrador que exerce função pública, e este deve atuar nos limites da lei. Este princípio é um limite ao Princípio da Supremacia, é um contrapeso ao princípio anterior.

O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do interesse público são considerados os dois pilares do regime jurídico-administrativo.

OBSERVAÇÃO: FUNÇÃO: exercício de atividade em nome e no interesse de outrem, sendo que no caso da Função Pública, a atividade é realizada em nome e no interesse do povo, da sociedade. É o exercício do munus publico.

CF/88 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

2.3 - PRINCÍPIO DA ISONOMIA A doutrina entende que se apresenta no tratamento dos iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades. Verificação do fator de discriminação, devendo o mesmo estar compatível com o objetivo da norma. Havendo incompatibilidade, incorrerá ofensa ao Princípio da Isonomia.

OBSERVAÇÃO

CF/88 Art. 7º. XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

1) Concurso da Polícia Feminina: vedação da participação dos homens no concurso. Não há violação em razão da especificação de finalidades inerentes à natureza feminina. 2) Concurso da PF - realização de exame físico: exigência de que a mulher também faça a flexão de barra. 3) Limitação de Idade e Concurso: O STF editou a Súmula 683: é possível quando justificada e fundamentada no art. 7º, XXX, e desde que a complexidade do cargo assim o justifique. Quem dita a complexidade é o administrador.

Page 7: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

7

2.4 - PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE Exige-se que o administrador haja de forma coerente, equilibrada. Inclina-se à demonstração do fim social a que se destinam os atos da Administração, visando à realização do Direito, tendo um justo equilíbrio entre os meios empregados e os fins a serem alcançados. Inclina-se à demonstração do fim social a que se destinam os atos da Administração, visando à realização do Direito, tendo um justo equilíbrio entre os meios empregados e os fins a serem alcançados. Este princípio diz que não pode o Administrador, a pretexto de cumprir a lei, agir de forma despropositada ou tresloucada, devendo-se manter um padrão do razoável. Passou a ser expresso no texto constitucional com a EC nº 45, no que se refere à duração de processos. 2.5 - PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE Equilíbrio entre a extensão e a gravidade da medida adotada. Por meio deste, exige-se equilíbrio entre o sacrifício imposto ao interesse de alguns e a vantagem geral obtida, de modo a não tornar excessivamente onerosa a prestação. Alguns autores entendem que este princípio está embutido na razoabilidade. Tem o objetivo de coibir excessos, por meio da aferição da compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa, para evitar restrições desnecessárias ou abusivas. O Princípio da Proporcionalidade está implícito na Constituição. Porém, está expresso, no art. 2º da Lei 9.784/99.

OBSERVAÇÃO 1) CONTROLE DE LEGALIDADE EM SENTIDO AMPLO:

Todo Ato Administrativo pode ser revisto pelo Poder Judiciário, no que tange a sua legalidade. Porém, o Poder Judiciário não pode controlar o mérito do ato administrativo, ou seja,

no que diz respeito ao mérito do ato administrativo.

Exemplo: Município que necessita da construção de um Hospital e de uma escola, mas tem recurso para apenas uma construção. Se o prefeito decide construir o hospital com base no juízo da conveniência e oportunidade, o Poder Judiciário não pode obrigá-lo a construir a escola ao invés de construir o hospital.

No entanto, se diante da necessidade da construção de um hospital ou escola, o administrador resolve construir uma praça, o Poder Judiciário pode, em nome do Princípio da Razoabilidade, considerar o ato ilegal.

2) Os Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade são limitativos do Poder Discricionário. 2.6 - PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE O serviço público tem que ser prestado de forma contínua e ininterrupta, de forma adequada. Para Celso Antônio decorre da exigência da obrigatoriedade da prestação de serviço público. 2.7 - PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA Possibilidade que tem a Administração de rever os seus próprios atos para anulá-los quando ilegais ou revogá-los quando inconvenientes. Súmulas 346 e 473 do STF.

Súmula 346 A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS ATOS Súmula 473 A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.

Page 8: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

8

2.8 – PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE Leia-se legitimidade (regra moral e a verdade dos fatos) e legalidade. Todo ato administrativo é presumidamente legal e legítimo até que se prove o contrário, trata-se de uma presunção relativa. Traz como conseqüência jurídica, a aplicação imediata dos atos administrativos. Trata-se de presunção relativa, ou seja, admite prova em contrário.

Page 9: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

9

III - ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Organização da Administração é a estruturação das entidades e órgãos que irão desempenhar as funções através de agentes públicos. - fundamento - Decreto-Lei 200/67 A Administração Pública é organizada em Administração Direta e Indireta.

Direta (Centralizada) Indireta (Descentralizada)

União, Estados, DF e Municípios.

Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Personalidade jurídica de direito público.

Personalidade jurídica de direito público e direito privado.

A divisão de atribuições para seus órgãos é chamada de desconcentração.

A outorga de atribuições para essas pessoas é chamada de descentralização.

OBSERVAÇÃO

1) A definição das pessoas que compõem a administração indireta segue um critério formal, ou seja, o rol de pessoas jurídicas da administração indireta é definido pela lei (Decreto-Lei 200/67). Portanto, podemos encontrar pessoas jurídicas que, ainda que estejam a desempenhar atividades típicas de Estado, prestando serviços públicos, não integrarão a administração pública indireta, como por exemplo as entidades paraestatais (SESC, SENAI etc.) e as concessionárias de serviços públicos. 2) NATUREZA JURÍDICA DOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: classificação é feita com base na natureza da função desempenhada – Código Civil / 2002 e Dec-Lei 200/67: a) de Direito Público:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os

Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

b) de Direito Privado:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos.

1 FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA: 1.1 - CENTRALIZADA A atividade é exercida pelo próprio Estado, ou seja, pela União, pelos Estados, Distrito Federal ou pelos Municípios - Administração Direta. DESCONCENTRAÇÃO: é a distribuição de atividades dentro do próprio núcleo da Administração Pública, ou melhor, dentro da própria pessoa jurídica. Aqui existe controle hierárquico. Exemplo: a relação dos Ministérios com a Presidência da República; dos Secretários com a Governadoria.

1.2 - DESCENTRALIZADA

Ocorre quando o Estado transfere o exercício de atividades que lhes são pertinentes para uma nova pessoa jurídica, por ele criada, ou para particulares. O Estado passa a atuar indiretamente, por intermédio de outras pessoas. - Formas de Descentralização: a descentralização pode ocorrer por outorga ou por delegação: a) outorga: significa transferir titularidade e execução do serviço. Transfere a propriedade, o domínio da atividade. Só poderá ocorrer se for para a Administração Indireta de Direito Público

Page 10: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

10

(autarquias e fundações públicas de direito público); Essa outorga só pode ser efetiva por meio de lei. A lei cria a autarquia ou a fundação pública e transfere o serviço. Não pode haver outorga por meio de contrato. b) delegação: A Administração retém a titularidade e transfere somente a execução do serviço. O delegatário é mero executor. . Pode dar-se para a Administração Pública Indireta (Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e para as Fundações Públicas de Direito Privada), por meio de lei – delegação legal. Ocorre também descentralização para os particulares, que recebem essa transferência por meio de contrato administrativo (mais comum / delegação contratual; Também por meio de ato administrativo. Ato unilateral de caráter excepcional – autorização de serviço público – ex: taxi, despachante.

OBSERVAÇÃO - DIFERENÇAS BÁSICAS DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO - Mesma pessoa jurídica. - Relação de hierarquia, relação de subordinação.

- Para outra pessoa jurídica, via de regra, ou para outra pessoa física. - Controle, mas sem subordinação.

2 - ADMINISTRAÇÃO DIRETA 2.1 - RELAÇÃO DO ESTADO COM OS AGENTES: A pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio de seus órgãos, de seus agentes Quando os agentes que compõem os órgãos manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse. O agente, no exercício da função, é a própria Administração atuando. Substitui a idéia de representação, que entende que o agente seria um mero representante do Estado, pela de imputação direta.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A Responsabilidade Civil do Estado consiste na obrigação que é imposta ao poder público, face aos atos praticados por seus agentes no exercício das suas atribuições, de reparar os danos ocasionados a terceiros.

A redação do texto constitucional é clara ao indicar como regra geral a adoção da chamada Responsabilidade Civil Objetiva.

CF/88 Art. 37. § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Note-se que a Responsabilidade Civil

Objetiva depende do concurso de somente três elementos - a conduta, o dano e o nexo-causal – dispensando a existência da culpa ou do dolo. A Responsabilidade Objetivo pode decorrer de conduta lícita ou ilícita.

EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE

ESTATAL – a) TEORIAS: - Teoria do risco integral: o Estado responde

independentemente de qualquer coisa. Não admite excludente.

- Teoria do risco administrativo: é aquela que admite excludente. Essa é a teoria aceita no Brasil, é a regra geral.

Mas excepcionalmente a Constituição admite a teoria do risco integral: dano nuclear, material bélico e dano ambiental.

b) Causas Excludentes - caso fortuito ou força maior: - culpa exclusiva da vítima: - ausência de nexo-causal: - ausência de dano OBSERVAÇÃO: No Brasil, admite-se a

Responsabilidade Subjetiva do Estado, ou seja, a exigência de comprovação de dolo e culpa na conduta?

R: A regra geral é a responsabilidade

objetiva. No entanto, a jurisprudência aceita as duas teorias no Brasil:

- Tratando-se de conduta comissiva (ação) →→→→ responsabilidade objetiva. Ex.:

Page 11: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

11

prendeu o preso e torturou; - Tratando-se de conduta omissiva

(omissão) →→→→ responsabilidade subjetiva. Ex.: descumprimento de um dever legal - nesta responsabilidade há uma ilicitude e, consequentemente, a responsabilidade subjetiva.

2.2 - ÓRGÃOS PÚBLICOS:

2.2.1 - CONCEITO: são centros, ou núcleos especializados de competências. Cada núcleo com a sua competência específica.

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

A Administração Indireta também pode se dividir em órgãos públicos, previsão expressa no art. 1º da lei 9.784/99 – ex.: INSS.

2.2.2 - CARACTERÍSTICAS:

a) Não têm personalidade jurídica. Não pode ser sujeito de direito e obrigações. Por isso, quem responde pelos mesmos é o ente ao qual é vinculado. b) A responsabilidade civil se transfere para a pessoa jurídica a qual é vinculada, ex, contratos danos etc.

OBSERVAÇÃO 1) O órgão não pode celebrar contrato em seu nome. Quem celebra o contrato é a pessoa jurídica de direito público. O órgão realiza a gestão do contrato, exemplo:

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

C M A - 2º Gpt E 5º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE

CONSTRUÇÃO PREGÃO ELETRÔNICO nº 025/2008 – SRP

PROCESSO ADMINISTRATIVO nº 096/2008 – 5° BEC

2) Os órgãos possuem CNPJ apenas para fins de controle e fiscalização do fluxo de recursos públicos (IN 748, da Receita Federal).

3 - ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

É composta por entidades que e são responsáveis pela execução de atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada.

Administração Indireta Brasileira, do ponto de vista do diploma legal que a instituiu, Art. 4º do Decreto-Lei 200/67, é integrada pelas seguintes entidades: • AUTARQUIAS; • EMPRESAS PÚBLICAS; • SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA; • FUNDAÇÕES PÚBLICAS. No entanto, a Lei 11.107/2005, que trata sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos. A referida lei indica que os consórcios públicos podem ter natureza jurídica de direito privado ou natureza jurídica de direito público. No caso de ser dotado de natureza jurídica de direito público, o consórcio público será AUTARQUIA. Vale ressaltar que, existem entidades de direito privado, sem fins lucrativos, não integrantes da estrutura da administração pública indireta, que,

Page 12: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

12

realizando atividades de interesse público, colocam-se ao lado do Estado, colaborando com este na busca do bem-estar social. Elas são chamadas de ENTIDADES PARAESTATAIS. São: a) Serviços Sociais Autônomos - SISTEMA “S”: SESI, SENAI, SENAC SEST/SENAT etc; b) Entidades de Apoio (Atuam junto a universidades e hospitais públicos – CESPE, Fundação Riomar); c) Organizações da Sociedade Civil Organizada (OSCIP); d) Organização Social. 3.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS: 3.1.1 - Possuem personalidade jurídica própria: implica no fato de que irão responder diretamente por seus atos, de seus agentes. 3.1.2 - Possuem receita e patrimônio próprios; 3.1.3 - Possuem capacidade técnica, administrativa, financeira: Porém não têm capacidade política, ou seja, capacidade de legislar. 3.1.4 - Criação: sua criação depende de lei, art. 37, XIX CF; alterado pela EC Nr 19/98

CF. Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. (LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA)

OBSERVAÇÃO

1) Lei específica: cria a autarquia e autoriza a criação das demais pessoas jurídicas. Cada pessoa jurídica tem a sua lei específica, ou seja, que só versa sobre a respectiva pessoa jurídica. A lei cria autarquia e autoriza a criação das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das fundações.

2) Para a criação das Empresas estatais: necessita-se do registro dos atos constitutivos (contrato ou estatuto) nos órgãos competentes: na

Junta Comercial ou no Cartório, dependendo da natureza da Pessoa Jurídica.

3) Extinção: Também depende de Lei. Paralelismo de formas. O que a lei faz o ato não desfaz.

3.1.5 - Finalidade Específica: essas pessoas jurídicas não têm fins lucrativos, ou seja, não são criadas com o escopo de obter, mas não nada impede que essas pessoas obtenham o lucro. A finalidade pode ser:

I - Prestação de Serviço público: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade de Economia Mista; II - Exploração de Atividade Econômica: Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. Intervenção na economia por motivo de proteção da segurança nacional e por interesse coletivo, art. 173.

CF. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

3.1.6 - Controle da Administração Direta sobre a Administração Indireta. a) Poder Legislativo: CPI, TCU. b) Poder Judiciário: por meio das diversas ações judiciais; c) Poder Executivo - Supervisão ministerial. O Ministério de controle é definido de acordo com o ramo de atividade. Não havendo subordinação hierárquica. Essa supervisão, ainda, de acordo com a lei de cada pessoa jurídica, permite ao chefe do Executivo realizar a nomeação dos dirigentes etc.

OBSERVAÇÃO

EXCEPCIONALMENTE ESSA ESCOLHA NÃO SERÁ LIVRE: No caso do Banco Central e Agencias Reguladoras: Art. 52, CF/88, dependendo de prévia autorização do Senado (Banco Central), e lei específica das A. Reguladoras. d) Pelo Cidadão: titular do Poder, podendo representar contra PJ

Page 13: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

13

3.2 - CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS: 3.2.1 - AUTARQUIAS A - CONCEITO: É pessoa jurídica de direito público, dotada de capital exclusivamente público, com capacidade administrativa e criada para a prestação de serviço público. Desenvolve atividades típicas de Estado. TEM TRATAMENTO DE FAZENDA PÚBLICA. B - REGIME JURÍDICO: muito semelhante ao regime da Administração Direta. 1) Criação e extinção: por lei – art. 37, XIX, da CF; 2) Controle: interno e externo 3) Responsabilidade Civil: É, em regra, objetiva (art.37, § 6º, da CF) e subsidiária do Estado. 4) Bens Autárquicos: Seus bens são públicos. Seguem regime de bem público.

OBSERVAÇÃO

1) ALIENAÇÃO: alienabilidade condicionada / inalienabilidade relativa.

Lei 8.666/93. Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

2) PENHORA / ARRESTO / SEQÜESTRO: Não pode ser objeto de penhora (restrição judicial para garantia do juízo) - impenhorabilidade; e conseqüentemente não podem ser objeto de arresto e sequestro. Arresto (bens indeterminados) e seqüestro (bens determinados) são cautelares típicas para restrição de bens. 3) PENHOR / HIPOTECA: Os bens públicos também não podem ser onerados, ou seja, objetos de direito real de garantia – penhor e hipoteca. O penhor é a garantia, fora do juízo, do bem móvel. Já a hipoteca é a garantia, fora do juízo, de bem imóvel.

4) USUCAPIÃO: os bens públicos não estão sujeitos à usucapião. Os bens públicos são inusucapíveis. 5) Débitos Judiciais: seguem o regime de precatórios, art. 100, CF/88.

Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

6) Privilégios Processuais: prazos dilatados, juízo privativo e reexame necessário; - Prazo: Dilatado: art. 188, CPC:

CPC. Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público

- Juízo privativo:

CF/88. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

- Reexame Necessário: Art. 475 do CPC. 7) Privilégio Tributário – Imunidade recíproca: para os impostos, desde que ligada à sua finalidade especifica:

CF/88. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Page 14: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

14

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

OBSERVAÇÃO

A imunidade constitucional é para os impostos, portanto, pagam normalmente os demais tributos. Essa imunidade é somente para os impostos ligados à sua finalidade específica, essencial. Portanto, não é imunidade total. 8) Procedimentos Financeiros: seguem as regras de contabilidade pública: a) Lei nº 4.320/64, que trata sobre as regras da Contabilidade Pública; e b) LC 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal. c) Licitação / Lei 8.666/93: está sujeita às regras de licitação. 9) Regime de Pessoal: Os seus agentes são servidores públicos, podendo ser estatutários (titular de cargo público) ou celetistas (titular emprego público - CLT), a depender da previsão legal. C - EXEMPLOS DE AUTARQUIAS: 1) Autarquias Culturais: Universidade Federais: UFJF, UFRJ, UFMG etc; 2) Autarquias assistências: são aquelas criadas para incrementar o desenvolvimento social do país. Ex.: ADENE (Agência de Desenvolvimento do Nordeste) e ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia), que sucederam respectivamente as antigas SUDENE e SUDAM; INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) etc. 3) Autarquias de Administração e Controle: - Banco Central. Os seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da República com prévia aprovação do Senado Federal. No caso do Banco Central, o seu Presidente tem status de Ministro de Estado. Art. 52, CF/88 – Presidente e seus diretores.

Destinam às várias atividades administrativas, inclusive as autarquias de fiscalização. Ex.: BACEN (Banco Central do Brasil), INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio- Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) etc. 4) Autarquias Profissionais: São os Conselhos de classe: CRM - Conselhos de Medicina, Conselhos de Contabilidade, Conselhos de Administração, 5) Autarquias Territoriais / Políticas: Território não é ente da Federação. Não se confundem com as autarquias administrativas e não compõem a Administração Indireta. É uma autarquia muito mais política do que administrativa. Não tem estrutura nem finalidade de autarquia. Só são assim considerados para fins de personalidade jurídica. 6) Autarquias de Regime Especial: terminologia muito antiga no Brasil. Surgiu inicialmente para definir as universidades públicas federais, em suas características especiais de maior liberdade na escolha de seus dirigentes (eleição e mandato certo) e liberdade e autonomia pedagógica. Modernamente, o termo autarquia de regime especial tem sido utilizado para distinguir as Agências Reguladoras. D - AGÊNCIAS REGULADORAS: A Agência Reguladora nada mais é do que uma autarquia de regime especial. A nomenclatura foi importada do direto norte-americano. Agências Reguladoras firmaram-se como órgãos de controle, de regulação e fiscalização. A atividade da AR não é novidade, pois a função dessa já era exercida pelo Estado anteriormente. A ideia é que com a nova personalidade o controle seria mais efetivo. Em regra geral, segue o regime geral das autarquias. No entanto, a adoção de um regime especial se baseia em 3 regras fundamentadas no papel de regulamentação, normatização, fiscalização de controle: 1) Maior autonomia que as demais pessoas jurídicas. As AR regulamentam em

Page 15: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

15

complementação à lei, isto é, não pode criar regra nova, uma vez que as mesmas não possuem capacidade política. Elas só podem expedir normas técnicas; 2) Investidura Especial de seu Dirigente: O Presidente da República nomeia com prévia aprovação do Senado Federal. 3) Mandato do Dirigente: 1º - Mandato com prazo fixo: o prazo é definido pela lei que cria a AR. O entendimento é que não se pode admitir prazos maiores que o prazo de mandato do chefe do Executivo – acima de 4 anos. Porém, existe um projeto de lei para se unificar todos os prazos de mandato das AR em quatro anos não coincidentes com o mandato do Presidente da República. 2º - Quarentena: o ex-dirigente não pode trabalhar no mesmo ramo de atividade da AR, fora da administração, por um prazo determinado. Esse prazo também não é fixo. Na maioria das AR é de quatro meses, sendo de 12 em algumas. Durante esse período, o ex-dirigente recebe normalmente. 3º - Perda do Cargo: processo justificado por prática de infração ou por condenação transitada em julgado.

OBSERVAÇÃO

1) EXEMPLOS DE AGÊNCIAS REGULADORAS - ANEEL: Agência Reguladora de Energia Elétrica – SERVIÇO PÚBLICO - ANATEL: Agência Reguladora de Telecomunicações; - SERVIÇO PÚBLICO - ANS: Agência Nacional de Saúde; - SERVIÇO PÚBLICO - ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária; - SERVIÇO PÚBLICO - ANTT: Agência Nacional Transporte Terrestres; SERVIÇO PÚBLICO - ANTAQ: Agência Nacional de Transporte Aquaviários; - SERVIÇO PÚBLICO - ANAC: Agência Nacional de Aviação Civil; - SERVIÇO PÚBLICO - ANA: Agência Nacional de Águas; - BEM PÚBLICO - ANP: Agência Nacional de Petróleo (monopólio); - ATIVIDADE ECONÔMICA - CVM: Comissão de Valores Mobiliários – apesar

do nome atípico, é uma AR; 2) Agências Reguladoras que servem de fomento de atividades particulares: - ANCINE: Agência Reguladora Nacional de Cinema – criada por meio de MP ainda não convertida em lei. 3) TEM NOME DE AGÊNCIA MAS NÃO É:

a) Autarquias comuns: - ADA: Agência de Desenvolvimento da Amazônia; - Agência Executiva - ADENE: Agência de Desenvolvimento do Nordeste; - Agência Executiva - AEB: Agência Espacial Brasileira; autarquia comum.

b) Órgão da Administração Direta: ABIN –

Agência Brasileira Inteligência;

c) Serviços Sociais Autônomos: - ABDI: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - APEB: Agência de Produção e Exportação do Brasil. 4): no âmbito estadual e municipal, também podem ser criadas agências. Alguns Aspectos Relevantes – AGÊNCIA REGULADORA Lembrando que as AR são autarquias, tudo o que fora dito anteriormente sobre autarquias aplica-se às AR, com as seguintes exceções: 1. Licitação: A lei 9.472/97 (instituiu a ANATEL - lei das telecomunicações). 2. Regime de pessoal: - Obs.: Desde 2003, os contratos temporários estão sendo prorrogados, apesar de decisão do STF no sentido de que a contratação é inconstitucional. E - AGÊNCIAS EXECUTIVAS O Poder Público possuía uma série de velhas autarquias, ineficientes, sucateadas e precisava reformulá-las.

Page 16: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

16

As AE são velhas autarquias ou fundações de direito público submetidas a um plano estratégico de modernização. Para isso celebram um contrato de gestão com a Administração Direta, recebendo mais autonomia e recursos públicos. Conceito: São autarquias ou fundações que por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de Agência, em razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de custos - Lei 9.649/98. O status de Agência executiva é temporário, pois é recebido por meio de contrato, e todo contrato tem prazo determinado. O INMETRO é um exemplo atual de Agência Executiva. 3.2.2 - FUNDAÇÕES PÚBLICAS: A criação de Fundação depende de lei ordinária. Fundação é um patrimônio personalizado, destacado por um fundador para uma finalidade específica – universitas bonorum.

CC/2002. Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

A Fundação Pública é instituída pelo Poder Público, regulada pelo Direito Administrativo. A Fundação Privada é instituída pelo particular, regulada pelo Direito Civil. A Fundação Pública pode ter natureza de Direito Privado ou de Direito Público: a) FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO: Natureza de Direito Público. É uma espécie de autarquia. Deve ser criada por lei. É conhecida como Fundação Autárquica ou Autarquia Fundacional.

b) FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO: Natureza de Direito Privado. A lei autoriza a sua criação. Segue o mesmo regime das Empresas Estatais. É conhecida como Fundação Governamental.

3.2.3 - EMPRESAS ESTATAIS

São aquelas nas quais o Estado tem parte e seguem o regime de direito público. Nem toda empresa em que o Estado tem parte é empresa estatal. Para ser estatal, além da participação, exige-se a aplicação do regime de híbrido (segue normas de direito privado e normas de direito público). A - EMPRESA PÚBLICA:

1) Conceito: É pessoa jurídica de direito privado, composta por capital exclusivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração de atividades econômicas.

2) Capital: Seu capital é exclusivamente público, ainda que de Entes distintos. Portanto, nada impede que dois Estados-membros constituam uma Empresa Pública, ou a União e o Estado-membro etc.

3) Constituição: pode ser de qualquer modalidade empresarial. Ex.: CEF, EMBRAPA, SERPRO, DATAPREV, CASA DA MOEDA, EBCT e CEDAE, dentre outras.

B - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:

1) Conceito: É pessoa jurídica de direito privado, criada para prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica.

2) Capital: O capital é misto, porém, a maioria votante tem que pertencer ao Poder Público.

3) Constituição: com relação à sua forma de constituição tem que ser a de S/A.

Page 17: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

17

C - FINALIDADES DAS EMPRESAS ESTATAIS: Aspectos comuns às Empresas Públicas e às Sociedade de Economia Mista.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre

O regime público das empresas estatais é híbrido. Porém, vale ressaltar que:

1) Prestadora de serviço público, o seu regime híbrido aproxima-se mais do regime público. A sua responsabilidade é objetiva.

2) Exploradora de atividade econômica, mesmo sendo híbrido, seu regime aproxima-se mais do regime de direito privado.

D - REGIME JURÍDICO DAS EMPRESAS ESTATAIS:

1) Criação e Extinção: são autorizadas por lei, dependendo para sua constituição do registro de seus atos constitutivos no órgão competente (art. 37, XIX da CF);

2) Bens: A doutrina e a jurisprudência entendem que os bens dessas empresas têm que ser protegidos, principalmente no caso das prestadoras de serviços públicos, em nome do Princípio da Continuidade do Serviço Público.

Portanto, via de regra, os bens das Empresas Públicas e das SEM são penhoráveis, exceto se a empresa for prestadora de serviços públicos e o bem estiver diretamente ligado a prestação de serviços públicos.

3) Licitações:

- Prestadoras de Serviços Públicos: seu regime se aproxima mais do regime público do que do privado, estando, pois, sujeitas às regras da Lei 8.666/93:

- As Empresas Estatais exploradoras de atividade econômica estão sujeitas à regra geral da lei 8.666/93. Portanto, deve seguir a regra geral, independentemente de ser empresa pública ou sociedade de economia mista.

Essas empresas muitas vezes conseguem fugir da licitação em face do fato da própria lei criar situações de dispensa e inexigibilidade. O Art. 24 da Lei 8.666/93 estabelece algumas liberalidades nos casos de Empresas Estatais.

4) Controle - interno e externo: o entendimento recente do STF é de que as mesmas estão sujeitas à controle pelo TCU

5) Responsabilidade Civil:

- Quando prestadoras de serviços públicos, é responsabilidade objetiva, com base no art. 37, §6º, da CF, respondendo o Estado subsidiariamente pelos prejuízos causados.

CF/88. Art. 37. § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

- Quando exploradoras de atividade econômica, o regime será o privado. Responsabilidade decorrente do Código Civil e não do Art. 37, § 6º, CF/88.

Pelas regras do CC/2002, a responsabilidade é, via de regra, subjetiva, mas pode se considerada como objetiva se enquadrar nas hipóteses de responsabilidade objetiva do CC. Nesse caso, o Estado não responderá subsidiariamente.

6) Regime de pessoal: quem atua em Empresa Estatal é titular de emprego, ou seja, são empregados, seguindo o regime da CLT.

- Recebem o nome de servidores de entes governamentais de direito privado. Todavia, são

Page 18: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

18

equiparados a servidores públicos, em razão de algumas regras: exigência de concurso público, teto remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais, improbidade administrativa nos termos da lei 8.429/92, e outras, pois seu regime é híbrido, APLICANDO-SSE A ELAS:

- Regra do concurso público: tem que prestar concurso público. Orientação nº 231-TCU.

- Acumulação: a regra é da não acumulação, salvo as hipóteses previstas na Constituição.

- Teto Remuneratório: são sujeitos ao teto, salvo quando a empresa estatal não receber recursos públicos para custeio de manutenção.

- Fins Penais: SIM. O empregado das empresas estatais é funcionário público para fins penais. Art. 327 do CP.

7) Imunidade Tributária: regra geral, a imunidade prevista na alínea “a” do inciso VI do Art. 150 da CF/88, estende-se, no termos do § 2º do mesmo artigo, apenas às autarquias e às fundações autárquicas. No entanto, o STF tem julgados no sentido de extensão da imunidade recíproca também às empresas estatais prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória pelo Estado, decidindo em favor da EBCT (Correios), CAERD (Cia de Águas e Esgotos de Rondônia); e INFRAERO (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária).

OBSERVAÇÃO - DISPENSA DO EMPREGADO:

1) Para o TST, se a relação é Celetista, quem julga é a Justiça do Trabalho;

- Súmula 390-TST: 390. Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. I – O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. II – Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que

admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. 2) Para os administrativistas depende de processo administrativo e de motivação;

3) PORÉM, PARA O TST NÃO PRECISA DE PROCESSO E NEM DE MOTIVAÇÃO. Não há garantia de permanência. Súmula 390, TST, diz que esses empregados não gozam da estabilidade art. 41, CF/88. OJ NR 247 – Não precisa de motivação.

E - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS - ECT

A jurisprudência, em razão da exclusividade de seus serviços (serviço postal), goza de tratamento de Fazenda Pública, idêntico ao de uma autarquia, com os mesmos privilégios e os mesmos rigores do regime público.

No entanto, o TST, coloca ressalva quanto à dispensa do empregado da ECT, que segue o regime de Fazenda Pública, com isso, há a necessidade de processo administrativo e de motivação.

Page 19: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

19

IV – ENTES DE COOPERAÇÃO / ENTES PARA-ESTATAIS / TERCEIRO SETOR

São entidades de direito privado, sem fins lucrativos, não integrantes da estrutura da administração pública indireta, que, realizando atividades de interesse público, colocam-se ao lado do Estado, colaborando com este na busca do bem-estar social.

São genericamente denominadas ENTIDADES PARAESTATAIS ou ENTES DE COOPERAÇÃO, que têm por objetivo cooperar (daí a sua denominação) com a Administração Pública. São os seguintes: • os SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS; • as ORGANIZAÇÕES SOCIAIS; • as ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO; e • as FUNDAÇÕES DE APOIO.

OBSERVAÇÃO - Divisão da Economia: a) Primeiro Setor: atuação do Estado; b) Segundo Setor: Mercado, iniciativa Privada; c) Terceiro Setor: Organizações Não-Governamentais (nem todas as ONGs); d) Quarto Setor: economia informal.

1. SERVIÇO SOCIAL AUTÔNOMO – SITEMA S: SESI, SENAI, SENAC, SENAT, SEBRAE etc. Praticamente todos que começam com “S”, salvo a ABDI (Agência Brasileira da Desenvolvimento da Indústria e a APEB (Agência de Produção e Exportação do Brasil). São instituídos por lei, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com a finalidade fomento, prestando assistência (médica, odontológica etc.) ou ensino a certas categorias sociais ou grupos profissionais. Têm a sua manutenção através de dotações orçamentárias próprias ou de contribuições de seus beneficiários (parafiscalidade)

OBSERVAÇÃO - PARAFISCALIDADE

É a delegação da capacidade tributária

(aptidão para cobrar tributos. A capacidade tributária pode ser delegada

para outros entes Públicos, como por exemplo para o INSS, ou para particulares - pessoas de direito privado - desde que perseguidores do interesse público, como por exemplo as pessoas jurídicas do Sistema “S”.

Esse tipo de remuneração é a chamada de contribuição parafiscal.

- CARACTERÍSTICAS:

a) Controle: Estão sujeitas a controle pelo Tribunal de Contas.

b) Regime de pessoal: é o da CLT, e em sua maioria segue contratação temporária.

c) Licitação: como são controlados pelo TCU, estão sim sujeitos à licitação, mas possuem um regime próprio, especial. O próprio TCU criou o regulamento do procedimento licitatório. 2. ENTIDADE DE APOIO São aquelas pessoas jurídicas que prestam apoio ao Estado, mais especificamente junto às universidades públicas (Fundações / Associações / Cooperativas). Incentivam e financiam pesquisas, promovem cursos de pós-graduação. Não compõem Administração Pública. Possuem natureza de Fundação, porém muitos autores admitem que podem ter natureza de associação ou de Cooperativa. Quem trabalha na EA é servidor público, bem como as instalações e a estrutura são da pessoa jurídica de direito público apoiada.

Podem atuar também junto a hospitais.

Não precisam realizar concurso;

Não fazem licitação

A única EA que possui lei é a de apoio às Universidades (Lei 8.958/94).

Page 20: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

20

O vínculo jurídico com o Estado é um contrato de convênio.

3. ORGANIZAÇÃO SOCIAL:

Também chamada de “OS”, foi instituída e definida pela Lei nº 9.637/98. Surgiram em 1998, por ocasião da reforma administrativa, promovida pela Emenda à Constituição n.º 19/98, visando à ampliação da descentralização na prestação de serviços públicos. Na oportunidade, o governo federal instituiu o Programa Nacional de Publicização - PNP, por meio da já mencionada Lei n.º 9.637, de 15 de maio de 1998, que previa a extinção de entidades e órgão públicos, sendo as suas atividades, de caráter social, absorvidas por pessoas jurídicas de direito privado qualificadas como Organizações Sociais.

É pessoa jurídica de direito privado, criada por particulares para a execução, por meio de parcerias, de serviços públicos não exclusivos do Estado, previsto em lei (art.1º): serviços de pesquisa, tecnologia, ensino, cultura, meio ambiente. O vínculo jurídico se dá por meio de um contrato de gestão: Administração X Particular. Caracteriza-se por poder receber três privilégios: a) Pode receber recursos orçamentários; b) Pode receber permissão de uso de bem público; c) Pode receber cessão de servidores. É submetida ao controle do Tribunal de Contas da União. Com relação à licitação:

Art. 24. É dispensável a licitação: XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

Exemplificam as Organizações Sociais, dentre outras, as seguintes instituições:

- Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto – ACERP - Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Síncrotron – ABTLuS - Associação Brasileira para o Uso Sustentável da Biodiversidade da Amazônia – BIOAMAZÔNIA - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – IDSM - Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada – IMPA - Associação Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – ARNP - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE

4. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – OSCIP: É pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado (Fundamento Legal - Lei Federal 9.790/99) sob o incentivo e fiscalização dele e que consagrem em seus estatutos uma série de normas sobre estrutura, funcionamento e prestação de contas (art.4º). O objeto das OSCIPs é muito mais amplo que o das OS, compreendendo, inclusive, finalidades de benemerência social. As OSCIPs desenvolvem, portanto, atividades socialmente úteis como as de: assistência social, combate à pobreza, promoção gratuita da saúde, da cultura, da cidadania e dos direitos humanos. Delas são exigidas providências de ordem contábil e fiscal para a formação do termo de parceria, tais como o balanço patrimonial e o demonstrativo do exercício, bem como a declaração de isenção do Imposto de Renda. A finalidade das OSCIPs é facilitar o aparecimento de parcerias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos (federal, estadual e municipal), além de permitir que as doações a elas destinadas tenham isenções tributárias. Exemplificam-nas, dentre outras, as seguintes instituições: - Fundação Semear, de Novo Hamburgo – RS; - Instituto BioBrasil (atua nas áreas da saúde pública, assistência social, planejamento e meio ambiente);

Page 21: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

21

- Associação Eco Juréia – AEJ (objetiva preservar os rios, o mangue, a fauna e a flora da Jureia); - VIVA MARIA (tem por finalidade promover o desenvolvimento da mulher, no âmbito da consciência e das atitudes, por meio da sua educação para a vida).

OBSERVAÇÃO:

1) Ela já tem que existir no ramos de atividade há pelo menos 1 ano;

2) Vínculo jurídico: termo de parceria. Esse termo de parceria tem natureza jurídica de contrato.

3) Serve para satisfazer necessidade da Administração, sendo que para suprir a necessidade, a OSCIP é quem irá comprar material e equipamento e contratar pessoal especializado. SUA NECESSIDADE TEM QUE SER TEMPORÁRIA. QUANDO SE TRATAR DE NECESSIDADE PERMANENTE, DEVE-SE REALIZAR CONCURSO.

4) O Estado paga para a OSCIP pelos serviços.

5) A OSCIP não recebe recursos orçamentários, não participa do orçamento. Não tem bens públicos e nem servidores públicos.

6) Não há controle constante do TCU. Nada impede um controle específico do contrato.

7) Não há previsão expressa de sujeição de regime de licitação. QUESTÕES DE CONCURSO: 01. (DER/RO-2010) - Administração Indireta é o

conjunto de entidades que, vinculadas à

Administração Direta, tem o objetivo de

desempenhar as atividades administrativas de

forma descentralizada. Das categorias citadas,

uma NÃO faz parte da Administração Indireta.

Identifique-a.

A) Autarquia.

B) Empresa pública.

C) Organização Não Governamental (ONG).

D) Fundação.

E) Sociedade de economia mista.

02 A Administração Pública pode descentralizar

suas atividades, criando pessoas jurídicas que

integrarão a Administração Indireta. Uma das

entidades da Administração Indireta será criada

por lei para desempenhar atividades consideradas

típicas do Estado. Trata-se da seguinte entidade:

(A) autarquia;

(B) empresa pública;

(C) sociedade de economia mista;

(D) fundação pública;

(E) órgão público.

03. TCE/PB-2009 - Em tema de Administração

Pública, é INCORRETO afirmar:

(A) A administração, para exercer a sua função,

não está em posição de igualdade em face do

particular, que normalmente obedece ao princípio

da autonomia das vontades, mas se encontra em

situação diferenciada face ao princípio da

supremacia do interesse público.

(B) O princípio da legalidade administrativa

preconiza que a administração pública deve atuar

em conformidade com a lei, enquanto o particular

deve agir apenas numa relação de compatibilidade

legal, ou seja, sem contrariar a lei.

(C) Conceitua-se Administração Pública, no

sentido objetivo, como função administrativa ou de

atividade desempenhada sob o regime de direito

público para a consecução de interesses coletivos.

(D) A fonte primária do Direito Administrativo, por

excelência, é a norma jurídica, seja ela

considerada regra ou princípio, contida na

Page 22: Resumo de Administração Pública

DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO VELHO / 2011- Prof. VITOR SOUZA

22

Constituição Federal, em lei ou ato normativo

editado pelo Poder Executivo.

(E) Pelo princípio da proporcionalidade, os atos

administrativos devem ter a sua publicidade restrita

apenas aos casos em que a sua publicação é

expressamente exigida.

04. TJ/AP-2009 - É princípio estranho ao rol

contido na Lei federal que traz normas sobre

processo administrativo o princípio

(A) da motivação.

(B) da razoabilidade.

(C) da inércia processual.

(D) da segurança jurídica.

(E) do interesse público.

05. ANA / 2009 - Quanto às características da

administração pública federal brasileira e sua

forma de organização, analise os itens a seguir e

marque com V se a assertiva for verdadeira e com

F se for falsa. Ao final, assinale a opção

correspondente.

( ) Os órgãos são compartimentos internos da

pessoa pública que compõem sua criação bem

como sua extinção são disciplinas reservadas à lei.

( ) A realização das atividades administrativas do

Estado, de forma desconcentrada, caracteriza a

criação de pessoas jurídicas distintas,

componentes da administração pública indireta.

( ) As entidades da administração pública indireta

do Poder Executivo, apesar de não submetidas

hierarquicamente ao Ministério a que se vinculam,

sujeitam-se à sua supervisão ministerial.

( ) O Poder Judiciário e o Poder Legislativo

constituem pessoas jurídicas distintas do Poder

Executivo e, por isso, integram a administração

pública indireta.

a) V, F, V, F

b) V, F, F, V

c) F, V, V, F

d) F, V, F, V

e) V, V, F, V

06. Segundo doutrina dominante, o princípio da

moralidade administrativa impõe ao gestor público

o dever:

a. da boa administração

b. de publicidade

c. de motivar os atos administrativos

d. de obediência às ordens superiores.

07 - CESPE (AGU/2008) Não obstante o princípio

da legalidade e o caráter formal dos atos da

administração pública, muitos administrativistas

aceitam a existência de fontes escritas e não-

escritas para o direito administrativo, nelas

incluídas a doutrina e os costumes; a

jurisprudência é também considerada por

administrativistas como fonte do direito

administrativo, mas não é juridicamente correto

chamar de jurisprudência uma decisão judicial

isolada.

( ) CERTO

( ) ERRADO

GABARITO:

1) C; 2) A; 3) E; 4) C; 5) E; 6) A; 7) CERTO