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O nosso objetivo é a sua Aprovação RESUMO DE DIREITO CIVIL LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO Conceito de Direito - Palavra originária do latim, que significa "tudo aquilo que é reto". É o conjunto de normas que regulam a conduta e que garantem ao Estado o poder de fiscalizar e exigir seu cumprimento por meio da coação. Conceito de Direito Civil – Ramo do Direito que trata das relações coletivas nos âmbitos privado, social, patrimonial, obrigacional, contratual e outros. Direito Positivo – Conjunto de normas vigentes em um determinado Estado. Direito Natural - Sentimento de justiça emanado pela sociedade. A pura expectativa de direito. Direito Subjetivo - "facultas agendi" - Faculdade individual de agir ou não agir dentro das regras legais. Direito Objetivo - "norma agendi" - o direito imposto pelo Estado, ou seja, a simples existência das normas e sua aplicação geral. Direito Público - Todas as normas de ordem pública que disciplinam o interesse coletivo. Direito Privado – Todas as normas de ordem privada que disciplinam o interesse das partes em determinados assuntos, firmados em litígios existentes entre determinados agentes.

Resumo de Direito Civil

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RESUMO DE DIREITO CIVIL

LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

Conceito de Direito - Palavra originária do latim, que significa "tudo aquilo que é reto". É o

conjunto de normas que regulam a conduta e que garantem ao Estado o poder de fiscalizar e

exigir seu cumprimento por meio da coação.

Conceito de Direito Civil – Ramo do Direito que trata das relações coletivas nos âmbitos

privado, social, patrimonial, obrigacional, contratual e outros.

Direito Positivo – Conjunto de normas vigentes em um determinado Estado.

Direito Natural - Sentimento de justiça emanado pela sociedade. A pura expectativa de direito.

Direito Subjetivo - "facultas agendi" - Faculdade individual de agir ou não agir dentro das

regras legais.

Direito Objetivo - "norma agendi"  - o direito imposto pelo Estado, ou seja, a simples existência

das normas e sua aplicação geral.

Direito Público - Todas as normas de ordem pública que disciplinam o interesse coletivo.

Direito Privado – Todas as normas de ordem privada que disciplinam o interesse das partes

em determinados assuntos, firmados em litígios existentes entre determinados agentes.

FONTES DO DIREITO CIVIL

O Direito Civil tem suas fontes ou regras na lei, nos costumes, na doutrina e na

urisprudência.

Lei – Norma oriunda do poder legislativo. Em casos especiais, estabelecida pelo Presidente da

República, por meio das medidas provisórias.

Costume – Capacidade que o Juiz tem de aplicar os costumes quando a lei é omissa sobre

determinado assunto, ou quando não existe lei específica para determinado assunto.

Doutrina – Todo trabalho científico elaborado por estudiosos do Direito.

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Jurisprudência – A reiteração de julgados faz com que se crie uma interpretação da lei pela

forma mais aceita. Essa reiteração e aceite praticados pelos juízes denomina-se 

jurisprudência.

Hierarquia das Leis – Na ordem decrescente: Constituição, Emendas a Constituição, Leis

Complementares, Leis Ordinárias, Decretos regulamentares e normas de hierarquia inferior.

Vigência da Lei – “vacatio legis” – a regra é que a lei passa a vigorar 45 dias após sua

publicação. Existe a possibilidade da lei determinar em seu texto a data de sua entrada em

vigor, podendo ocorrer, no caso de leis temporárias, de vir expressa a data de sua validade.

Irretroatividade da Lei – A lei só retroage para beneficiar, isto é, a lei nova só pode regular

fatos passados, se respeitar: o "direito adquirido" (fato jurídico amparado por lei anterior e

devidamente constituído); o "ato jurídico perfeito" (consumação do ato jurídico em

conformidade com a existência de uma lei vigente); e a "coisa julgada" (decisão judicial

irrecorrível).

DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

Da Pessoa Natural (artigo 1º) – É o ser humano, a contar de seu nascimento, com a primeira

respiração,  até o término de sua vida, isto é, até sua morte.

Nascituro – É o ser humano que está para nascer, o qual é protegido desde a concepção,

para que, após seu nascimento com vida, possa usufruir de seus direitos e ter obrigações,

individuais e coletivas.

Nome – Direito de ser conhecido na sociedade em que nasceu por meio de uma identificação.

Estado – Capacidade adquirida na sociedade pela existência em si.

Comoriência – Sempre que duas ou mais pessoas falecem ao mesmo tempo, para efeitos de

abertura dos direitos de sucessão, se prova contraria não for feita, presume-se que essas

pessoas tiveram morte simultânea.

Capacidade Civil – No Direito Civil, presume-se que todos os indivíduos de uma coletividade

são capazes para determinados atos, e que alguns atos civis têm impedimento de execução,

firmados na incapacidade absoluta ou relativa desses mesmos indivíduos.

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Incapacidade Absoluta (artigo 3º) – proibição do exercício de direito sem representação

legal; o que resulta em nulidade de ato praticado. São absolutamente incapazes: os menores

de dezesseis anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário

discernimento para a prática desses atos; e os que, mesmo por causa transitória, não puderem

exprimir sua vontade.

Incapacidade Relativa (artigo 4º) – Alguns atos podem ser praticados diretamente pela

pessoa; para outros, há necessidade da presença de um representante. São incapazes,

relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: os maiores de dezesseis e menores

de dezoito anos; os ébrios habituais; os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental,

tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; e

os pródigos (aqueles que dissipam seu patrimônio de forma desregrada).

Emancipação - Ocorre por concessão dos pais - ou apenas de um deles, na falta do outro -

mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial; por sentença do

Juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; pelo casamento; pelo exercício

de emprego público efetivo; pela colação de grau em curso de ensino superior; pelo

estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em

função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Pessoa Jurídica – Todas as entidades a que a lei empresta personalidade, capacitando-as a

serem sujeitos de obrigações e direitos.

Pessoa Jurídica de Direito Público – Entidades criadas por lei, ou representadas por

estados, países e organismos internacionais. Podem ser internas ou externas.

Pessoa Jurídica de Direito Privado – Criadas por lei, são representadas por associações,

fundações, entidades paraestatais, empresas públicas ou de economia mista.

Domicílio – Local onde a pessoa se encontra presente; sede jurídica. Pode ser voluntário

(fixado livremente) ou necessário (obrigação contida em lei).

Observações – A pessoa jurídica tem seu término fixado: pela vontade de seus membros; por

lei; por prazo ou por decisão judicial. Existem pessoas jurídicas despersonalizadas, isto é,

existem de fato ou de forma irregular. Há possibilidade de os sócios responderem por atos da

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empresa, inclusive com seu patrimônio pessoal, no caso da desconsideração da pessoa

jurídica, por determinação judicial.

DOS BENS

Conceito – É tudo aquilo que, de forma material ou não, satisfaça à necessidade do ser

humano.

Bens Imóveis – Por sua inamovibilidade, isto é, por sua incapacidade de ser transportada,

essa espécie de bens se encontra fixa em seus locais de origem.

Bens Móveis – Podem  mover-se do seu lugar de origem por meio de transporte ou por força

própria.

Bens Fungíveis – Podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e

quantidade (exemplo: uma lata de óleo).

Bens Infungíveis – Não podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade e

quantidade (como por exemplo: um quadro raro).

Bens Consumíveis – Bens que se destroem com o uso (como os bens usados na

alimentação).

Bens Inconsumíveis – Bens que possuem durabilidade após seu uso (exemplo: os livros de

uma biblioteca).

Bens Divisíveis – Bens que admitem divisão (como os terrenos de uma fazenda divididos em

lotes).

Bens Indivisíveis – Os que não admitem divisão (um carro, por exemplo).

Bens Singulares – Bens que possuem individualização (como um livro).

Bens Coletivos - O conjunto dos bens agregados no todo (por exemplo: os livros de uma

biblioteca).

Bens Reciprocamente Considerados (artigos 92 a 97) – Bens cuja existência se fixa em

uma reciprocidade. São divididos em: principais (existem por si sós); e acessórios (cuja

existência depende do principal).

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Bens Quanto ao Titular do Domínio (artigos 98 a 103) – Dividem-se em: particulares (todos

os bens que não pertençam às pessoas jurídicas de direito público); públicos (pertencentes às

pessoas jurídicas de direito público) e “res nullius” (que não têm proprietário definido, como as

coisas abandonadas e os peixes de um rio ou mar).

Bens Fora de Comércio – São os de impossível apropriação (ar, luz solar e outros); os

personalíssimos (honra, dignidade humana) e os legalmente inalienáveis (gravados com

cláusulas e bens de família).

FATOS JURÍDICOS (artigos 104 a 232)

Conceito – Todo acontecimento que produz consequências de caráter jurídico.

Ato Jurídico (ou Negócio Jurídico) – Fato decorrente da ação humana de forma lícita e

voluntária.

Fato Jurídico Natural – Decorre da natureza, e pode ser ordinário (nascimento, morte,

maioridade e outros), ou extraordinário (provocado por fatos fortuitos ou de força maior, como:

tempestades, raios, vulcões e outros).

Ato Ilícito – É o ato que se contradiz frente à legalidade, ou seja, é a ação humana ilegal. O

indivíduo que, por ação ou omissão voluntárias, negligência ou imprudência, violar direito e

causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Também comete ato

ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo

seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Exclusão de Ilicitude – Excluem a ilicitude de um ato: sua prática em legítima defesa ou no

exercício regular de um direito reconhecido, e a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou

a lesão à pessoa, a fim de remover perigo iminente.

Características do Negócio Jurídico – O negócio jurídico possui elementos que são

essenciais para sua efetividade e validade. Suas principais características são: a capacidade

do agente para o ato, o objeto lícito, e a manifestação da vontade.

Defeitos do Ato Jurídico – Anulam os atos jurídicos: o erro (ou a falsa noção sobre o objeto),

que pode anular o ato se for substancial, estando afastada a possibilidade no caso de erro

acidental; o dolo – que é vontade de enganar alguém, por meio de subterfúgios ou artifícios

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(neste caso só anula o ato se for grave); a coação – aplicação de violência física ou moral para

obrigar outrem à pratica do ato (anulável se grave);  a simulação – vontade de burlar a lei ou

iludir a outra parte envolvida no ato, por meio de declaração enganosa da vontade; e ainda a

fraude contra credores – que é o ato de se desfazer do patrimônio, com o fim de evitar sua

possível execução por dívidas.

Modalidades dos Atos Jurídicos – Os atos jurídicos podem ser divididos nas seguintes

modalidades: condição (subordinação do ato a evento futuro e incerto); termo (momento em

que se iniciam ou terminam os atos jurídicos); e encargo (atribuição imposta ao beneficiário do

ato jurídico).

Validade Do Ato Jurídico – Os atos jurídicos têm plena eficácia quando celebrados em

consonância com a lei; podendo ser: nulos (nulidade absoluta), ou anuláveis (nulidade

relativa).

Decadência e Prescrição (artigos 205 a 211) – Decadência é a extinção de um direito por

falta de seu exercício no prazo legal estabelecido. Prescrição é a perda de um direito, ou parte

deste, por inércia do interessado durante um determinado lapso de tempo.

Responsabilidade Civil – A responsabilidade civil ou dever de indenizar, prevista no Código

Civil, em seus artigos 186 a 188 e 927 a 954, ocorre sempre que presentes os seguintes

requisitos: ato ilícito – ato omisso ou comissivo que traga lesão a direito ou a patrimônio

alheio; culpa – existência de um ato praticado (mesmo que sem intenção), que viola um bem

jurídico protegido; e  nexo causal – O comportamento do agente está diretamente relacionado

ao dano provocado.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (artigos 233 a 420)

Conceito – Ato jurídico transitório, que vincula, de forma direta, o credor e o devedor a uma

prestação ou contraprestação econômica.

Estrutura – A obrigação se compõe de um sujeito ativo (o credor), do objeto da obrigação (a

prestação) e do vínculo (que é a sujeição do devedor ao cumprimento da obrigação em favor

do credor).

Fontes - a lei, o negócio jurídico ou contrato, o ato ilícito, a declaração unilateral da vontade, o

abuso de direito, a responsabilidade civil e outros.

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Classificação

Obrigação de Dar Coisa Certa (artigos 233 a 242)- Tipo de obrigação na qual o devedor é

obrigado a dar "coisa certa" (móvel ou imóvel, com ou sem acessórios). Se a coisa se perder,

sem culpa do devedor, antes da tradição, ou quando pendente a condição suspensiva, fica

resolvida a obrigação para ambas as partes. Se a perda resultar de culpa do devedor, este

responderá  pelo equivalente acrescido de perdas e danos. Deteriorada a coisa, não sendo o

devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu

preço o valor perdido. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou

aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,

indenização das perdas e danos.

Obrigação de Dar Coisa Incerta (artigos 243 a 246) – Tipo de obrigação na qual o devedor

se obriga a entregar a "coisa incerta", que será indicada, ao menos, pelo gênero e pela

quantidade. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao

devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar coisa pior, nem

será obrigado a prestar a melhor. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou

deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

Obrigação de Fazer (Artigos 247 a 249) – Tipo de obrigação calcada na prestação de um

serviço, ou execução de ato positivo. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos, o

devedor que recusar a prestação só a ele imposta, ou só por ele exeqüível. Se a prestação do

fato tornar-se impossível, sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele,

responderá por perdas e danos. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre o credor

para mandar executá-lo à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da

indenização cabível. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização

judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

Obrigação de Não Fazer (artigos 250 e 251) – Tipo de obrigação em que o ato não deve ser

praticado para evitar na maioria das vezes prejuízo a parte contrária. Extingue-se a obrigação

de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que

se obrigou a não praticar. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor

pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado

por perdas e danos. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,

independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.

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Coisa Fungível – Todas as coisas que podem ser substituídas por outras de mesma espécie,

qualidade e quantidade (exemplo: um quilo de milho, uma dúzia de ovos, cinco metros de

plástico).

Coisa Infungível - Todas as coisas que não podem ser substituídas por outras (por exemplo, o

quadro da “Mona Lisa” e a espada usada por Caxias na Guerra do Paraguai).

Coisa Certa – São todas as coisas certas e determinadas, com características de

infungibilidade e individualidade.

Coisa Incerta – Basicamente são as coisas fungíveis, pela falta de individualidade, podendo

ser substituídas por outras de mesma espécie, qualidade e quantidade.

Cláusula Penal – É o mesmo que multa por convenção das partes, em que existe a obrigação

do pagamento de multa por desrespeito às cláusulas do contrato ou por descumprimento

deste.

Mora – Atraso no pagamento ou cumprimento das obrigações.

Efeitos das Obrigações - Inexecução: descumprimento da obrigação. Pagamento:

cumprimento da obrigação com a devida prestação em dinheiro ou espécie. Novação: ocorre

na substituição de uma obrigação por outra. Compensação: extinção de uma obrigação pelo

equilíbrio existente entre os deveres e as obrigações das partes contratantes. Transação: é o

puro acordo feito entre as partes. Compromisso: acordo pelo qual as partes delimitam um

procedimento para a solução de uma divergência. Confusão: o devedor e o credor passam a

ser uma só pessoa. Remissão: perdão dado pelo credor, no que se refere ao pagamento da

dívida. Perdas e Danos: quando, ocorrendo ato ilícito ou descumprimento do contrato, deve

uma parte indenizar a outra pelos danos causados.

CONTRATOS (artigos 421 a 839)

Conceito – Convenção legal, formal ou não-formal, e bilateral, estabelecida por partes

capazes, para constituir, regular ou extinguir direitos patrimoniais. 

Elementos dos Contratos – Bilateralidade (no mínimo duas partes), capacidade,

consentimento, objeto lícito e forma prescrita e prevista em lei.

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Princípios – Autonomia da vontade (liberdade na estipulação de cláusulas); supremacia da

ordem pública (dever de respeitar o interesse coletivo sobre o particular); e obrigatoriedade do

contrato (o contrato faz lei entre as partes contratantes).

Classificação

Bilaterais ou sinalagmáticos – Existem obrigações para ambas as partes contratantes.

Unilaterais –  Existe obrigação para apenas uma das partes contratantes.

Onerosos - Existem obrigações patrimoniais para as partes contratantes. Nos Gratuitos,

apenas uma das partes se compromete economicamente.

Comutativos – As partes recebem contraprestações equivalentes ou iguais. Nos Aleatórios,

a contraprestação pode não existir, ou ser desproporcional para uma das partes.

Formais - Têm previsão legal. Os Não-formais não possuem, para seu estabelecimento, a

rigidez contida em lei, podendo ser efetivados de forma livre.

Principais - São aqueles que existem de forma independente; e Acessórios, os que

dependem de um contrato anterior para existirem.

Consensuais - Os que são firmados em simples proposta e aceitação. Os Reais  são os que

se formam com a entrega da coisa.

Formação – Os contratos se formam, de maneira geral, pela proposta e pelo aceite, e sua

celebração será o lugar de sua proposição, caso as partes não definam de forma diferente.

Nulidades – Os contratos podem ser nulos, quando atentarem contra normas de ordem

pública, ou anuláveis, por defeito de formação, que poderá ser corrigido.

Efeitos – Quando celebrado dentro dos requisitos de validade, o contrato estabelece um

vínculo jurídico de obrigatoriedade de cumprimento das cláusulas estabelecidas (respeitadas

eventuais nulidades).

Extinção - Normalmente o contrato se extingue com o seu cumprimento ou por rescisão (por

meio de distrato ou inadimplemento).

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Revisão – Os contratos podem ser revistos mediante intervenção judicial, sempre que uma

parte sentir-se prejudicada.

Arras ou Sinal – A título de garantia do contrato, pode-se fixar uma entrada financeira,

que será perdida pela parte que desistir da efetivação do contrato.

Vício Redibitório – São os eventuais defeitos da coisa, que a tornam imprópria para o uso

ou diminuem seu valor.

Evicção – Perda total ou parcial, por decisão judicial, da coisa já adquirida,  em favor de

terceiro que era o verdadeiro proprietário.

Tipos de Contrato

Contrato de Compra e Venda (artigos 481 a 532) - Pelo contrato de compra e venda, um dos

contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certa quantia

em dinheiro. A compra e venda, quando pura, será considerada obrigatória e perfeita, desde

que as partes acordem no objeto e no preço. O contrato de compra e venda pode ter por objeto

coisa atual ou futura. Nesse caso, ficará sem efeito o contrato se a coisa vier a não existir,

salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.

Contrato de Troca e Permuta (artigo 533) – As partes, de comum acordo, fazem concessões

mútuas, dando alguma coisa por outra que não seja dinheiro. Aplicam-se à troca as

disposições referentes à "compra e venda". Salvo disposição em contrário, cada um dos

contratantes pagará a metade das despesas com o instrumento da troca. É anulável a troca de

valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros

descendentes e do cônjuge do alienante.

Contrato Estimatório (artigos 534 a 537) - Pelo contrato estimatório, o consignante entrega

bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço

ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. O

consignatário não se exonera da obrigação de pagar o valor da coisa, se sua restituição

integral tornar-se impossível, ainda que por fato a ele não imputável. 

Contrato de Doação (artigos 538 a 564) – Ato pelo qual se transfere, por vontade, parte ou

totalidade de patrimônio, bens ou vantagens para determinada pessoa. A doação será feita por

escritura pública ou instrumento particular. A doação verbal será válida, tratando-se de  bens

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móveis e de pequeno valor. A doação feita a nascituro valerá, desde que aceita pelo seu

representante legal. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde

que se trate de doação pura. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a

outro, importa em adiantamento do que lhes cabe por herança.

Contrato de Locação (artigos 565 a 578 e 593 a 626) - Na locação de coisas, uma das partes

se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e o gozo de coisa não fungível,

mediante certa retribuição. Na locação, o locador é obrigado a entregar ao locatário a coisa

alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse

estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário. O locador é ainda

obrigado a garantir ao locatário, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa. Se,

durante a locação, deteriorar-se a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir

redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso a coisa já não sirva  para o fim a

que se destinava. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações de terceiros,

que tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e responderá pelos seus vícios,

ou defeitos, anteriores à locação.

Empréstimo (artigos 579 a 592) – Entrega da coisa a uma pessoa de forma não onerosa,

obrigando-se o recebedor a devolvê-la, ou devolver outra coisa da mesma espécie.

Comodato – Empréstimo não oneroso de coisas não fungíveis.

Mútuo – Empréstimo de coisa fungível, para consumo. Sua devolução se faz por coisa

equivalente ou do mesmo gênero. 

Depósito (Artigos 627 a 652) – O depositário recebe um objeto móvel, para devida guarda,

até que o depositante o requeira de volta. Esse tipo de contrato permite a prisão do depositário

pelo não-cumprimento do dever de guarda.

Mandato (artigos 653 a 709) – Ocorre quando alguém recebe poderes de representação para

a prática de atos por meio de um instrumento denominado procuração.

Transporte (artigos 730 a 756) – Obrigação de transportar, mediante pagamento de uma

retribuição financeira ou não.

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O nosso objetivo é a sua Aprovação

Seguro (artigos 757 a 802) – Mediante pagamento de uma quantia previamente estipulada,

uma pessoa se compromete com a outra a indenizá-la no caso do sofrimento de danos

reparáveis.

Fiança (artigos 818 a 839) – Forma de assegurar ao credor o pagamento de uma dívida, no

caso de inadimplência do devedor principal.

DIREITO DAS COISAS (artigos 1.196 a 1.510)

Também chamado de Direito Real. Trata-se de normas que regulamentam as relações de trato

subjetivo e objetivo, existentes entre pessoas e seus bens materiais e imateriais.

Classificação - Os direitos reais são exercidos sobre coisas próprias (propriedade) ou alheias

(gozo, uso, garantia e aquisição).

Posse (artigos 1.196 a 1.227) – É a detenção plena de uma coisa em nome próprio. O Código

Civil adota a posse de forma objetiva, ou seja, considera-se na posse todo aquele que tem de

fato o exercício, pleno ou não, de alguns dos poderes relacionados ao domínio ou a simples

propriedade.

Classificação

Posse Direta  -  É exercida diretamente pelo possuidor; Posse Indireta é exercida por terceiro

em virtude de contrato ou dever legal.

Posse Justa – Toda posse que não for clandestina, nem violenta ou precária; Posse Injusta é

aquela exercida de forma clandestina, violenta e precária.

Posse de boa-fé - É quando o possuidor ignora o vício ou o obstáculo impeditivo do seu

exercício;  a Posse de Má-fé é exercida sem que os vícios sejam de desconhecimento do

possuidor.

Composse - É a união de posses de forma sucessiva, pela existência de mais de um

possuidor.

Defesa da Posse – A posse pode ser defendida sempre que houver a ocorrência de esbulho

(perda da posse), turbação (tentativa de esbulho) ou pela ameaça de iminente agressão.

Page 13: Resumo de Direito Civil

O nosso objetivo é a sua Aprovação

Propriedade (artigos 1.228 a 1.368) – Direito pessoal de usar, gozar, dispor ou reivindicar um

bem que esteja sob posse alheia.

Formas de aquisição – Registro do título de propriedade, pela acessão, pelo usucapião e pelo

direito hereditário.

Usucapião (artigos 1.238 a 1.244) - Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem

oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título

e boa-fé; podendo requerer ao Juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título

para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. O prazo reduz para dez anos, se o

possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele houver realizado

obras ou serviços de caráter produtivo. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou

urbano,  pelo direito hereditário ou pelo usucapião, possua como sua, por cinco anos

ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares,

tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á

a propriedade. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros

quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia

ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel

urbano ou rural.

Perda da Propriedade – Perde-se a propriedade mediante alienação, renúncia, abandono,

perecimento, desapropriação e usucapião.

Aquisição da Propriedade Móvel – Dá-se pela tradição, pela ocupação, pela adjunção (união

de um bem alheio a um bem pessoal), pela confusão (os bens, após se unirem, tornam-se um

só), pela comistão (ou mistura), pela especificação, pelo usucapião, pelo casamento e pelo

direito hereditário.

Tradição – Por força de contrato, entrega-se ao adquirente a propriedade da coisa móvel.

Condomínio – Propriedade em comum, onde um bem pertence a várias pessoas. Cada

condômino pode usar da coisa conforme sua destinação e sobre ela exercer todos os direitos

compatíveis com a indivisão; pode reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a

respectiva parte ideal ou gravá-la. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa

comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros.

Page 14: Resumo de Direito Civil

O nosso objetivo é a sua Aprovação

Servidão (artigos 1.378 a 1.389) - A servidão proporciona utilidade ao prédio dominante e

grava o prédio serviente, pertencente a diverso dono, e constitui-se mediante declaração

expressa dos proprietários, ou por testamento, e subseqüente registro no Cartório de Registro

de Imóveis.

Usufruto (artigos 1.390 a 1.411) – Direito de uso da coisa alheia. O usufruto pode recair em

um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-

lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. O usufruto de imóveis, quando não resulte de

usucapião, será constituído mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Penhor (artigos 1.431 a 1.472) - Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse

que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por

ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.

Hipoteca (artigos 1.473 a 1.505) – Direito de garantia, em que o devedor oferece ao credor

um determinado bem como garantia, tendo o credor preferência em relação a eventuais outros

credores. O bem dado em garantia pode ser vendido mediante ordem judicial para quitação da

hipoteca e de eventuais outros credores.

Anticrese (artigos 1.506 a 1.510) - Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do

imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e

rendimentos.