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SEMINÁRIO: MISSIOLOGIA E MINISTÉRIOS Resumo do artigo Missão e Ecumenismo – Desafios e compromissos Autor: Roberto E. Zwetsch No século XIX houve grande expansão de missionários de diversas profissões protestante como a Batista, Anglicana, Presbiteriana, Metodista e Luterana nos continentes europeu, africano, asiático, na Oceania e alguns países da América Latina. Evangelizavam estes povos anunciando um mesmo Senhor; Jesus Cristo. Isso incomodava e causava questionamentos nos seio destas igrejas, pois como podiam propagar a boa nova do Evangelho e a mesma fé neste Senhor se elas mesmas estavam divididas. No início do século XX, em 1910, houve no continente Europeu a primeira conferência para tratar da unidade dos cristãos de profissão Luterana, mas com o desenvolvimento das duas Grandes Guerras logo a seguir, retardou o processo de unidade destes cristãos. Somente na metade do século XX, após as duas Grandes Guerras e depois de conversações e encontros foi criado o Conselho Mundial das Igrejas (CMI) onde desenvolve grande esforço para cumprir com o seu propósito. Desde então, cristãos separados destas igrejas, tiveram o entendimento comum entre as igrejas de confissão Luterana de que todo o cristão pela fé professada e vivida em Jesus Cristo é missionário, sem deixar de estar atentos as realidades sociais, econômicas e culturais de onde a missão de evangelização estivesse. Ainda no final do século passado em conferência na cidade de Salvador na Bahia o CMI pediu perdão pelos pecados praticados a exemplo da Igreja Católica que reconheceu e pediu perdão pelos pecados praticados no passado. As igrejas pertencentes ao CMI têm desafios ainda maiores na América Latina quando o assunto é a unidade dos cristãos e missão devido ao fenômeno de criação de muitas igrejas pentecostais autônomas e neopentecostais a partir

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SEMINÁRIO: MISSIOLOGIA E MINISTÉRIOS

Resumo do artigo Missão e Ecumenismo – Desafios e compromissos

Autor: Roberto E. Zwetsch

No século XIX houve grande expansão de missionários de diversas profissões protestante como a Batista, Anglicana, Presbiteriana, Metodista e Luterana nos continentes europeu, africano, asiático, na Oceania e alguns países da América Latina. Evangelizavam estes povos anunciando um mesmo Senhor; Jesus Cristo. Isso incomodava e causava questionamentos nos seio destas igrejas, pois como podiam propagar a boa nova do Evangelho e a mesma fé neste Senhor se elas mesmas estavam divididas.

No início do século XX, em 1910, houve no continente Europeu a primeira conferência para tratar da unidade dos cristãos de profissão Luterana, mas com o desenvolvimento das duas Grandes Guerras logo a seguir, retardou o processo de unidade destes cristãos. Somente na metade do século XX, após as duas Grandes Guerras e depois de conversações e encontros foi criado o Conselho Mundial das Igrejas (CMI) onde desenvolve grande esforço para cumprir com o seu propósito. Desde então, cristãos separados destas igrejas, tiveram o entendimento comum entre as igrejas de confissão Luterana de que todo o cristão pela fé professada e vivida em Jesus Cristo é missionário, sem deixar de estar atentos as realidades sociais, econômicas e culturais de onde a missão de evangelização estivesse. Ainda no final do século passado em conferência na cidade de Salvador na Bahia o CMI pediu perdão pelos pecados praticados a exemplo da Igreja Católica que reconheceu e pediu perdão pelos pecados praticados no passado.

As igrejas pertencentes ao CMI têm desafios ainda maiores na América Latina quando o assunto é a unidade dos cristãos e missão devido ao fenômeno de criação de muitas igrejas pentecostais autônomas e neopentecostais a partir da metade do século XX. A pluralidade de igrejas com objetivos de evangelização massiva e convicção de ortodoxia maior em relação a outras igrejas causa maior divisão entre cristãos oriundos do pentecostalismo dificultando os esforços das igrejas protestantes nesta unidade desejada.

Junto com os esforços de um ecumenismo tradicional o autor descreve outra forma de ecumenismo chamado ecumenismo de base, isto é, experiência comum da presença de Deus nas bases e que tem como fundamentos: respeito mútuo entre as diferentes tradições eclesiásticas e a opção preferencial pelos pobres, não como luta social, mas como experiência cristã de missão-evangelização e depois reflexão para a solução da problemática social e política que estão inseridos. Para o ecumenismo de base os pobres ora mencionados não estão restritos àqueles pertencentes a uma classe social totalmente à margem das garantias mínimas de identidade da pessoa humana em suas necessidades básicas de vida, mas os que estão oprimidos pela estrutura social, político e cultural. Esta estrutura necessita ser visualizada e estudada amplamente para que a missão contida no Evangelho consiga ter seus frutos.

Para o autor, missão e ecumenismo são quase que inseparáveis nos dias de hoje, pois não se deve mais admitir uma igreja dividida, cristãos divididos por professar a fé numa determinada igreja e sim viver a koinonia de uma só comunidade cristã. O Concílio Vaticano II contribuiu enormemente para a evolução do diálogo entre os cristãos e o artigo cita dois principais documentos do Concílio: Lumem Gentium 15 e a Unitatis Redintegratio. Ainda assim nos dias de hoje, apesar deste avanço conciliar e dos diálogos ecumênicos pós-Concílio, há ainda grandes dificuldades institucionais e em comunidades locais para plenificar o desejo de todos os cristãos; a unidade visível daquilo que já é unido invisivelmente, isto é, o Corpo cuja cabeça é Cristo.

Resumo do artigo Lugar da Missão em Aparecida

Autor: Paulo Suess

O presente artigo foi redigido antes do V CELAM e o ponto central desta conferência seria os desafios da Igreja Católica no continente Latino-americana sobre missão e evangelização. Numa realidade própria de um continente plural de culturas e crenças a Igreja na América Latina se vê diante duma realidade contrastante em relação às outras igrejas; o êxodo de fiéis católicos para estas outras igrejas. Qual seria o motivo deste êxodo? O autor aponta para um contentamento de um “pequeno rebanho” eleito em contradição da universalização da missão, um indicador qualitativo de como nós católicos estamos professando nossa fé-missão na sociedade secular ou de uma sociedade totalmente indiferente à instituição eclesiástica. O autor ainda discorre sobre os temas já tratados nas Conferências anteriores como: opção pelos pobres, formação de agentes de pastorais, ampliação e reestruturação de ministérios entre outros apontamentos e a necessidade urgente deles se concretizarem na vida do povo.

Os apontamentos teológico-pastoral feito pelo autor a partir do Concílio Vaticano II revela que a missão da Igreja tem sua origem na missão dos Doze, na abertura intratrinitária de Deus que se deixou revelar plenamente em Jesus Cristo; a missão é a identidade da Igreja e como consequência disso devemos ser discípulos-missionários; o confrontamento do Reino de Deus com o anti-reino manifestado pelo capitalismo que desestrutura sociedades inteiras através de um sistema econômico predatório das riquezas, culturas e religiosidade de um povo, desfigura a face dos menos favorecidos por este sistema perverso levando à miséria populações inteiras desfigurando a face de filhos de Deus presente em cada pessoa humana; a Igreja que convoca sociedades inteiras para fazer parte do Povo de Deus e envia do meio deste povo agentes de missão para estas sociedades.

No número quatro do presente artigo são elencadas cinco pontos da natureza missionária da Igreja: o converter-se a si mesmo; caminhar com as vítimas e resgatar sua memória; os pobres, a epifania de Deus; práticas significativas de participação e viver a gratuidade como atitude pascal. Nestes cinco pontos são reveladas a face e a missão da Igreja como Mãe no contexto sócio-político-cultural que vai de encontro aos seus filhos e filhas para restitui-lhes a dignidade e a salvação de filhos e filhas de Deus.

Por fim o autor questiona para onde vão os apontamentos que a Conferência Episcopal de Aparecida irá realizar vista a urgência dentro do Continente Latino-Americano de um novo “sopro” do Espírito Santo no que tange a missionariedade da Igreja frente aos desafios sócio-politico-cultural e o esvaziamento das igrejas pelos fieis cristãos católicos.

Resumo do artigo Luta e Contemplação – Mística Missionária militante entre além de Medellín e Aparecida

Autor: Paulo Suess

O artigo em seu começo começa retratando o cenário político da América Latina, onde havia um regime político de exceção; a ditadura militar que permeou todos os países do continente latino americano. Dentro deste contexto havia manifestações populares e engajamento maciço da juventude contra o regime imposto, suas consequências danosas e catastróficas à população e a Igreja de um lado, do outro lado o próprio regime ditatorial.

A Conferência Episcopal de Medellín dá sinais de esperança duma mudança que deveria ser buscada pelo povo dentro do contexto sócio-político que a América Latina se havia mergulhada. A Igreja não somente acolhe aqueles que eram perseguidos pelo regime de exceção como também era a voz profética do povo para denunciar atos de barbárie cometidos, ao mesmo tempo em que formava lideranças para darem continuidade a missão profética iniciada. Assim os “sinais dos tempos”, expressão usada pelo Papa João XXIII na Encíclica Pacem in Terris, foi a metáfora de que o Reino estava sendo violado neste contexto histórico e que ressoou dentro da Igreja para dar um vigor novo e forte na missionariedade da Igreja em favor dos pobres, dos perseguidos. A Igreja na América Latina estava assim definitivamente inserida na história e no tempo em que “os sinais dos tempos” foram decifrados pela dor do povo e acolhidos com amor materno pela Igreja. Muitos foram os profetas e mártires neste contexto vivido. O autor ainda escreve que ‘a opção preferencial pelos pobres necessita ser plenamente cumprida com uma maior participação dos pobres na reconstrução das sociedades e na reformação da Igreja’.