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RESUMO DE GEOGRAFIA PROF. CADU FIQUEM ATENTOS Fordismo: a organização como máquina Toyotismo: a organização como organismo Volvismo : A organização como cérebro A Organização como Máquina A mecanização do trabalho trouxe uma grande transformação aos métodos de produção, não só em termos quantitativos e qualitativos, mas também uma mudança estrutural, que consistiu na superação do conceito de organização como associações humanas objetivando a realização predeterminada de algo, para que estas se transformassem em fins em si mesmas. Por exemplo: o objetivo da Empresa X, montadora de automóveis, deixa de ser montar automóveis, para ser a busca do lucro máximo que essa atividade pode lhe trazer. O homem passa então a ser usado como acessório da máquina, devendo assim, obedecer o ritmo daquela, com horários rígidos, mecanização da atividade e controle rígido. Esse processo trouxe sérias conseqüências não só à produtividade, que aumentou enormemente, mas à toda sociedade em si. Mesmo dentro das empresas ela não restringiu-se à linha de produção, chegando também à administração, em forma de burocratização: divisão rígida de tarefas, supervisão hierárquica e regras e regulamentos detalhados. A Teoria Clássica Os preceitos gerais da Teoria Clássica (também chamada Administração Científica) são: - Trabalhadores são motivados pela recompensa monetária - Divisão de trabalho detalhada - Hierarquia de autoridade, com definição clara de responsabilidade

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RESUMO DE GEOGRAFIA

PROF. CADU

FIQUEM ATENTOS

Fordismo: a organização como máquina

Toyotismo: a organização como organismo

Volvismo : A organização como cérebro

A Organização como Máquina

A mecanização do trabalho trouxe uma grande transformação aos métodos de

produção, não só em termos quantitativos e qualitativos, mas também uma

mudança estrutural, que consistiu na superação do conceito de organização

como associações humanas objetivando a realização predeterminada de algo,

para que estas se transformassem em fins em si mesmas. Por exemplo: o

objetivo da Empresa X, montadora de automóveis, deixa de ser montar

automóveis, para ser a busca do lucro máximo que essa atividade pode lhe

trazer.

O homem passa então a ser usado como acessório da máquina, devendo

assim, obedecer o ritmo daquela, com horários rígidos, mecanização da

atividade e controle rígido.

Esse processo trouxe sérias conseqüências não só à produtividade, que

aumentou enormemente, mas à toda sociedade em si.

Mesmo dentro das empresas ela não restringiu-se à linha de produção,

chegando também à administração, em forma de burocratização: divisão rígida

de tarefas, supervisão hierárquica e regras e regulamentos detalhados.

A Teoria Clássica

Os preceitos gerais da Teoria Clássica (também chamada Administração

Científica) são:

- Trabalhadores são motivados pela recompensa monetária

- Divisão de trabalho detalhada

- Hierarquia de autoridade, com definição clara de responsabilidade

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FIQUEM ATENTOS

Dentro dela, o engenheiro Frederick Taylor desenvolveu uma série de

princípios, objetivando separar o trabalho mental do trabalho físico, que foram

reunidos numa “Teoria da Motivação”. Com ela, procurava-se explorar ao

máximo o trabalho humano, buscando o limite da fadiga.

Características Gerais do Fordismo

Ford conseguiu reduzir drasticamente os custos e melhorar radicalmente a

qualidade, numa época em que o volume de produção era baixo e aumentos

quantitativos não reduziam esses custos.

O conceito chave da produção em massa era na verdade, a

intercambiabilidade de partes, que reduziu o ciclo de tarefas radicalmente,

sendo melhorado pela linha contínua. Reduziu-se o esforço humano e facilitou-

se a operação e manutenção dos carros.

O trabalhador na linha de montagem tinha apenas uma tarefa, o que tendia a

uma desabilitação total do mesmo. As decisões era centralizadas e seu

sistema completamente inflexível. Outras conseqüências negativas eram :

imobilidade e lentidão para associar mudanças sócio-culturais e econômicas,

que têm ocorrido cada vez mais rápido; alienação o trabalhador que resulta

numa falta geral de autocontrole; não-interação com o meio-ambiente, limitação

da capacidade humana, individualidade combinada à competitividade, que

podem trazer conseqüências negativas à produtividade.

Ainda hoje são estudadas as causa do declínio do sistema fordista. Algumas

são facilmente identificáveis como a crise do petróleo, e os defeitos do próprio

sistema. Mas quais foram as condições externas que fizeram com que esses

problemas viessem à tona? Alguns deles são: a falta de políticas industriais

melhores, o declínio na qualidade de educação, o fenômeno do capitalismo de

papel e os movimentos sociais em geral.

Organizações como organismos

A evolução da produção trouxe a percepção de que era preciso enfocar o lado

humano da produção. Teorias como a dos Sistemas, a da Contingência e a

Estruturalista tratam de novas idéias, que acabaram por priorizar diferentes

dimensões dentro da produção, como a compreensão das relações

organização-meio, sobrevivência como objetivo central, importância da

inovação e acima de tudo, busca de harmonia entre estratégia, estrutura,

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tecnologia e dimensões humanas. Surgem ainda as idéias de Recursos

Humanos e a Teoria das Relações Sociais, que davam um novo enfoque ao

trabalhador em si e seu papel na produção enquanto ser humano, não

máquina.

Coloca-se em análise a dicotomia competição – colaboração. A primeira,

focalizando a sobrevivência do mais apto, na verdade significa uma “ameaça à

gerenciabilidade do mundo social” (de acordo com o próprio autor), enquanto a

segunda proporciona uma cooperação em busca de resultados melhores, uma

associação de esforços e interesses que traz melhores resultados à todos.

O Toyotismo

Sua principal característica é a flexibilização. Ao analisar o sistema fordista e

criar seu próprio, os japoneses tiveram de superar vários obstáculos para

poderem competir em larga escala, como por exemplo: seu mercado

doméstico, sua mão de obra que não se adaptaria ao esquema taylorista, a

busca por tecnologia e a dificuldade de exportar.

Eles desenvolveram assim uma série de inovações técnicas, que acabaram por

facilitar a modificação de características de seus produtos e

conseqüentemente, facilitavam o reparo de defeitos.

Em conseqüência de uma demissão me massa após a Segunda Guerra,

desenvolveu-se em suas fábricas uma particularidade também na relação

capital – trabalho, acabando por tornar-se característica do sistema japonês:

emprego vitalício, promoções por critérios de antigüidade e participação nos

lucros. A partir desta mão-de-obra diferenciada foram realizadas diversas

tarefas.

A primeira foi reunir vários trabalhadores em torno de um só líder, dando-lhes

responsabilidades sobre diversas tarefas; então passam a ser mercados

diversos encontros para discussão de melhorias no processo de produção.

Os operários são habilitados para agir em caso de detecção de problemas na

linha de montagem, fazendo com que a quantidade de defeitos caísse

bastante. O sistema Just-in-Time reduz os estoques, obrigando cada membro a

antecipar os problemas e evitar que eles ocorram.

O sistema tem por pontos fortes captar as necessidades do mercado

consumidor e adaptar-se às mudanças tecnológicas. O sistema de vendas cria

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com os fornecedores uma relação de longo termo, numa cadeia produtiva,

funcional e ágil.

Porém os mesmos problemas que atacaram o sistema fordista-taylorista está

atacando o sistema toyotista. Mas é difícil prever suas conseqüências, pois o

sistema é bastante particular do meio em que foi implantado; é difícil separá-las

do “quadro mais amplo que as gerou e as sustenta”.

O modo de produção é então compararado com o feudalismo, em que a base

da pirâmide, constituída por milhares de pequenas empresas e empregando a

maior parte da mão-de-obra existente, faz o papel do servo, continuamente

submetido a pressões para redução de custos, trabalhando com margens de

lucro insuficientes e praticamente impedido de abandonar seu clã.

E graves problemas têm surgido, sendo o mais estrutural queda relativa do

padrão de devoção dos empregados às empresas, conseqüência talvez de

mudanças culturais e comportamentais, surgindo uma nova atitude e

expectativa em relação à vida e ao trabalho.

Conclusão

Uma visão mais ampla sustenta que o toyotismo seria nada mais que uma

evolução do fordismo, e que esse sistema estaria exposto às mesmas

contradições de seu antecessor.

O conjunto de contradições internas seria potencializado pelas mudanças

sociais, enfraquecendo a flexibilidade e adaptabilidade do sistema, seus dois

trunfos competitivos em relação ao sistema fordista.

A Organização como Cérebro

Sumariamente, aqui o processo de produção é visto como um processo de

informação, com capacidade de auto-regulação, onde os membros tem um

acesso muito maior à totalidade do processo produtivo, que entre outras

conseqüências, tem: descentralização das decisões, dando mais autonomia

aos componentes do processo e inserindo mais o operário ( o que dá muito

mais flexibilidade ao sistema, ao aumentar a conexão e capacidade dos

diversos setores) e aumenta a capacidade de inovação .

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FIQUEM ATENTOS

E é por causa dessa habilidade de se auto renovar é que o sistema é visto

como um cérebro, em que cada neurônio é conectado aos outros, tendo

funções específicas e com grande possibilidade de intercambiabilidade. Além

disso, o grau de conexão entre os diversos centros de controle é altíssimo,

gerando uma habilidade extra em movimentos complicados e a

descentralização de controle e execução gera o que o autor chama de

intersubstituição e independência simultânea. Os procedimentos são bastantes

simples e as especificações, mínimas.

O Volvismo

Em linhas gerais, a indústria sueca é caracterizada endogenamente altíssimo

grau de informatização e automação e exogenamente pela forte presença dos

sindicatos trabalhistas e mão-de-obra altamente qualificada. No caso das

fábricas da Volvo, é ainda marcada por um alto grau de experimentalismo, sem

o qual talvez não fosse possível ter introduzido tantas mudanças.

O Volvismo surgiu como resultado de várias inovações conjuntamente postas

em prática, com a particularidade da participação constante dos trabalhadores.

A exigências do mercado competitivo forjaram melhorias, mas o que fez a

diferença no caso da Volvo foi claramente características particulares da

sociedade sueca. Além dos sindicatos fortes, o alto grau de automação das

fábricas no país faz com que desde há tempos os jovens rejeitem serem vistos

como “acessórios das máquinas”, como no taylorismo o seriam.

Isso gerou mudanças estruturais: nessa linha, o operário tem um papel

completamente diferente daquele que tem no fordismo, e ainda mais

importante que no toyotismo: aqui é ele quem dita o ritmo das máquinas,

conhece todas as etapas da produção, é constantemente reciclado e participa,

através do sindicatos, de decisões no processo de montagem da planta da

fábrica ( o que o compromete ainda mais com o sucesso de novos projetos).

Conclusão

As tendências apontadas pelo autor para o sistemas do futuro são: estruturas

mais simples, menos níveis hierárquicos e alta flexibilização . Mais do que

melhorias na produtividade e melhor gerenciamento, essa nova visão gera

novas estruturas do trabalho, com conseqüências já citadas, como: maior

inserção do trabalhador na totalidade do processo, caracterização da vida

social do operário não mais num meio excessivamente competitivo, e sim de

cooperação, entre outras.

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FIQUEM ATENTOS

Desde séculos atrás as sociedades são caracterizadas pelos seus modos de

produção, e estudamos o intercâmbio entre as particularidades de cada

civilização, as nuances sociais e ecológicas, étnicas etc., que faziam com que

elas plantassem de uma forma ou de outra, numa época do ano determinada, e

assim os modos de produção evoluíam e se modificavam ao longo do tempo.

O conjunto dessas mudanças, quando generalizado e aperfeiçoado se refletem

em mudanças na sociedade, que são, ao mesmo tempo, resultado e condição

da renovação dos sistemas de produção. Ou seja, uma nova forma de se

encarar o trabalhador é uma nova forma de se encarar o homem como

elemento social e vice versa, restando- nos refletir o quão profundas e

definitivas são essas inovações