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Resumo LIBERALISMOs

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Page 1: Resumo LIBERALISMOs

LIBERALISMO

Clássico/Idealismo

Primazia da ética sobre a política. Os interesses do individual se

submetem aos interesses do todo;

Assim, o utópico crê necessariamente em uma obrigação ética e no

caráter, em detrimento do direito do mais forte.

A doutrina da harmonia de interesses se baseia no pressuposto moral

de que o mais elevado interesse do indivíduo coincide com o mais

elevado interesse da maioria. Ao visar o interesse próprio, o indivíduo

visa o interesse da comunidade e, promovendo o interesse da

comunidade, promove o seu próprio interesse. Tais leis morais são

estabelecidas por raciocínio lógico. E qualquer suposição de divergência

de interesses advém de cálculo incorreto.

o A doutrina da harmonia de interesses foi popularizada pela escola do laissez-

faire na economia política, criada por Adam Smith. O objetivo da escola era

reduzir o controle do estado sobre a economia e para isso tinha de demonstrar

que era possível confiar na racionalidade do indivíduo para promover os

interesses da comunidade, sem o controle externo.

O liberalismo utópico justificava o livre comércio universal, se baseando

na doutrina da harmonia de interesses, sendo assim, o interesse

econômico máximo de cada nação era idêntico ao interesse máximo do

mundo inteiro;

A divisão de trabalho entre as nações se fundamentava no pressuposto

de que cada nação teria sua tarefa própria, correspondente às suas

aptidões específicas, que seria sua contribuição ao bem estar do todo.

Se todas as nações agissem conforme esse pressuposto, a harmonia

interacional prevaleceria;

Influência de Darwin mudança sutil na doutrina da harmonia de

interesses: o interesse do todo continuaria idêntico ao interesse do

indivíduo, mas somente daqueles que era competidores efetivos na luta

pela sobrevivência. Ver: Carr, A hamonia de interesses, p. 68 – Apostila

TRI I.

Harmonia de Interesses: as nações possuem o interesse idêntico de

manter a paz, portanto, toda e qualquer nação que deseje perturbar a

paz é irracional e imoral.

CRÍTICA: A crença de que todos as Estados querem manter a paz

esconde o interesse real de que alguns Estados buscam manter o status

quo sem ter que lutar por isso e outros buscam mudar o status quo sem

ter de lutar por isso.

Page 2: Resumo LIBERALISMOs

Princípio da infalibilidade da opinião pública, ou seja, a crença de que a

opinião pública julgará corretamente qualquer questão racionalmente

apresentada, é o argumento que defende a democracia como instituição

política;

Assim, a opinião pública uma vez efetiva será suficiente para previnir a

guerra;

A concepção da Liga das Nações, por Wilson, baseava-se no

pressuposto de que a opinião pública tende a prevalecer e que ela é

sempre a voz da razão;

Direito natural (falta explanar sobre)

Funcionalismo

O funcionalismo representa a tentativa liberal de fundamentar seus

modelos teóricos em um método baseado na observação científica da

realidade;

Para tanto, adotou-se uma metodologia baseada na observação

empírica da realidade, com o objetivo de identificar tendências e

processos que comprovassem as hipóteses liberais;

Buscavam ver como a realidade é, mostrando os elementos que

reforçam a possibilidade de cooperação (e não do conflito);

O objetivo do funcionalismo era estudar o funcionamento das

organizações internacionais e analisar como a criação de agências

especializadas no tratamento de questões específicas do

relacionamento entre Estado é capaz de conduzir ao aprofundamento da

cooperação;

Lema dos funcionalistas: “peace by pieces” remete à ideia de que a

paz seria atingida pela formação de redes de organismos internacionais,

que gradativamente assumiriam funções que os governos não seriam

mais capazes de assumir sozinhos.

David Mitrany

o Spill-over effect (efeito de trasbordamento): para os funcionalistas, o

efeito de transbordamento ocorre quando se verifica que experiências de

sucesso no desempenho de determinada função são transferidas para

outras áreas, estimulando a cooperação intergovernamental em setores

antes submetidos à esfera do Estado nacional. Ou seja, o aprendizado

Page 3: Resumo LIBERALISMOs

com experiências bem sucedidas faria com que as soluções

organizacionais transbordassem para diferentes setores da vida social.

o Separação da política da técnica como caminho para a

institucionalização das relações interacionais, em outras apalavras, pó

progresso da técnica produz o resultado político desejável: a cooperação

e a paz;

o CRÍTICA À ESSA CONCEPÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE POLÍTIA E

TÉCNICA: o avanço da integração depende das decisões de natureza

política que só os Estados nacionais podem tomar;

o Os reveses no aprofundamento da Comunidade Econômica Europeia

desmentiram a noção de que experiências de integração bem sucedidas

tendem ao aprofundamento da cooperação. Além disso, o fato desse

revés ter sido motivado por uma ação política da França desmentiu a

noção de que é possível desvincular a racionalidade técnica dos

interesses políticos dos Estados.

Neofuncionalismo

Ernest Hass

Hass incorpora a dimensão política ausente no funcionalismo;

Sendo assim, Hass enxerga a dinâmica do spill-over de uma maneira

menos fragmentada e mais dependente dos centros de centros

decisórios, incluindo os próprios governos nacionais;

Quando estes esbarram em interesses divergentes, as organizações

supranacionais atuam como instâncias negociadoras na tentativa de

negociar acordos que possibilitem o avanço dos processos de

regionalização;

Incorpora valores ao funcionalismo: para que as elites burocráticas e

governamentais se empenhem em desenvolver instituições

governamentais eficazes é preciso que elas estejam convencidas dos

benefícios materiais resultantes da integração e de ser a cooperação na

interdependência a melhor maneira de promover a paz. (p. 79, messari e

nogueira);

Hass acredita na tendência ao declínio do Estado-nação!

Keohane e Nye

o Power and Interdependence: world politics in trasition

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A teoria da interdependência surgiu no contexto da detenté

(distenssão), período no qual a tensão EUA e URSS do período da

Guerra Fria afrouxou.

Os autores identificam os processos interdependência, ou seja, de

intensificação do comércio, globalização, as empresas transnacionais,

as economias de mercado, o avanço da tecnologia, da comunicação e

da informação criavam um ambiente onde problemas também tinham

efeitos concretos em países diferentes daqueles onde haviam sido

gerados. Sendo assim, os autores defendem que os processos

transnacionais estavam mudando o caráter do sistema internacional.

Essa política em transição tinha como característica mais nova o

surgimento de atores não estatais. Assim, os autores acreditavam que

não era mais possível estudar as relações internacionais com base

apenas nos Estados nacionais, era imprescindível incorporar os novos

atores nos modelos de análise.

Por outro lado, era importante não cair na armadilha do idealismo e

deixar de considerar o poder na política mundial.

A interdependência não é um fenômeno neutro ou benigno, podendo ser

uma fonte de conflito e um recurso de poder;

A interdependência deve ser entendida como uma relação entre

dois ou mais Estados, caracterizada pela intensificação das

conexões e ter eles, na qual processos e decisões tomadas em

cada um têm efeitos recíprocos;

Os efeitos da interdependência geram custos para os países envolvidos,

por isso, Keohane e Nye criticam a visam de alguns liberais de que a

interdependência aproxima os Estados ao estimular a

complementaridade das suas economias;

Os Estados entendem que o grau de integração das economias tende a

aprofundar a interdependência e veem as incertezas causada por ela de

uma maneira negativa;

Os autores constatam que o grau de integração e de complexidade das

economias tornam o aprofundamento da interdependência inaceitável,

forçando os Estados a buscarem maneiras e lidar com seus efeitos

negativos;

EFEITOS PRODUZIDOS PELA INTERDEPENDÊNCIA

Page 5: Resumo LIBERALISMOs

Sensibilidade: é o indicador de impacto, medido em termos dos custos

que uma ocorrência em determinado país tem sobre a sociedade de

outro. Quanto maior a interdependência maior a sensibilidade.

Vulnerabilidade: é medida em termos do custo das alternativas

disponíveis para fazer frente aos efeitos de ocorrências externas.

A interdependência complexa caracteriza uma nova configuração da

política mundial na qual a interdependência tornou mais complexa a

forma como as decisões políticas são tomadas, bem como a análise das

variáveis que determinam o resultado das interações;

CARACTERÍSTICAS DA INTERDEPENDÊNCIA COMPLEXA:

1) Existência de múltiplos canais de comunicação e negociação: existência

de múltiplos atores, organizações internacionais e contatos informais;

2) Agenda múltipla: não há mais hierarquia de temas, ou seja, as high

politics não condicionam mais as low politics, bem como há uma maior

diversidade de questões;

3) Utilidade decrescente do uso da força: a interdependência implica em

um envolvimento tal entre os atores que o uso da força militar na

resolução de questões é virtualmente descartado.

Para os teóricos da interdependência, a organizações internacionais não

tinha a função de suprir o Estado nas funções que ele não era mais

capaz de desenvolver, como colocavam os funcionalistas, mas de

auxiliá-los na resolução de questões que dependem da cooperação

entre Estados.

Para Keohane e Nye, as organizações serviriam para diminuir o curto da

interdependência e criar condições favoráveis à cooperação.

Como a interdependência é considerada uma fonte de conflitos, a

criação de regimes, representaria um meio de administrar esses

conflitos de forma a permitir que os Estados usufruam de um sistema

interacional mais integrado.

Institucionalismo neoliberal

É o resultado da revisão dos pressupostos liberais, que tinham sido

abalados em função do fim da detenté e a consequente retomada das

Page 6: Resumo LIBERALISMOs

hostilidades da Guerra Fria aos níveis anteriores à Crise dos Mísseis de

Cuba.

Tal revisão começava com a aceitação de dois pressupostos realistas:

1) Aceitação do Estado como ator mais importante da política internacional;

2) Aceitação da anarquia como princípio ordenador do sistema

internacional e a aceitação de que as ações são explicadas em função

dela.

A primeira concessão significou o afastamento dos estudos das relações

transnacional passando a focar na atuação do Estado, concebido com

um ator racional interessado em maximizar o seu bem-estar;

A segunda concessão ao realismo representa o abandono da

reivindicação mais ousada da interdependência, a de que a

interdependência complexa representaria uma mudança estrutural da

política internacional, impondo uma lógica de funcionamento distinta da

anarquia internacional;

Os liberais passaram a concordar que a anarquia gera incertezas, mas

discordavam dos realistas quanto a concluir que o resultado seria a

adoção de estratégias competitivas em busca do poder e da

sobrevivência. Para elas, a cooperação era uma possibilidade.

Assim, os neoliberais fazem uma análise do dilema de segurança dos

realistas, que para eles emerge em um contexto de interação estratégica

em que não há informação suficiente sobre as intenções do vizinho.

O dilema de segurança consiste em uma situação na qual os Estados buscam

garantir a sua segurança. No entanto, como na anarquia os Estados vivem em

perigo iminente de conflito e conduzem suas políticas com vistas a garantir

suas sobrevivência e acumular poder, eles atuam no sentido de proteger as

informações de suas políticas dos outros Estados, vistos como potenciais

competidores. Dessa forma, os Estados atuam no sentido de aumentar seu

poder, político, econômico e militar. Tal atitude é vista com suspeita pelos

outros Estados, por falta de clareza nas intenções do outros atores da

interação. A consequência é a de que os outros Estados também buscarão

maximizar o seu poder, aumentando a probabilidade de conflito. Portanto, o

que ocorre é o contrário do que se deseja: ao invés de aumentar a segurança,

as ações dos Estados no processo de interação criam um ambiente cada vez

mais instável e propício ao conflito.

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No ambiente da anarquia, as intenções tendem a ser disfarçadas de

modo a não permitir que os demais antecipem as suas estratégias;

O resultado é o oposto do que cada ator, individualmente, deseja: a

deterioração da segurança e uma escalada para a guerra.

Para os institucionalistas neoliberais, o problema está na no ambiente

em que se dá a interação. Em outras palavras, a anarquia é um

ambiente descentralizado no qual o conflito emerge devido à

situação (de falta de transparências nas informações) em que os

Estado interagem.

O Dilema do Prisioneiro desempenha um papel central nas

teorias neoliberais das RI, uma vez que passa a representar de forma

emblemática essa situação;

Para os neoliberais a solução é mudar o contexto da interação de forma

a tornar possível que os Estados encontrem interesses comuns. A

competição não é a única estratégia possível;

O argumento neoliberal é que o contexto pode mudar através da

formação de instituições, cujas funções básicas seriam:

1) Aumentar o fluxo de informações, permitindo maior transparência acerca

das intenções;

2) Permitir o controle do cumprimento dos compromissos de forma a

reduzir o risco da trapaça através de medidas que aumentem o custo

das estratégias não cooperativas;

3) Diminuir as incertezas quanto à cooperação ao longo prazo As

instituições gerariam custos para as estratégias que visam obter lucros

em curto prazo por meio da trapaça.

Para os neoliberais as instituições importam. Elas não são apenas um

replexo dos interesses dos poderosos, as instituições exercem influência

própria sobre as ações dos Estados, pois, ao auxiliar a compreensão do

papel, dos interesses e das motivações dos Estados, influencias suas

ações na medida em que atuam nos incentivos e os custos das

mesmas.