20

Click here to load reader

Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Processual penal pucrs I aury resumo

Citation preview

Page 1: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

I. Condições da AçãoSão as condições necessárias para o exercício da pretensão acusatória.

1. Teorias:

a) Teoria Geral do Processo:

legitimidade:- ativa: propositor;- passiva: réu.

interesse: interesse de punir. O interesse de punir do MP decorre de lei (é discutível).

pedido juridicamente possível: Tem de haver prova.

justa causa.

b) Teoria para o Processo Penal:

legitimidade:- ativa: MP, quando for ação penal pública; vítima, quando for ação penal privada.- passiva: réu.

fato aparentemente criminoso: Tem de haver o fumus comissi delicti.- tipicidade;- ilicitude;- culpabilidade;

punibilidade concreta: não cabe ação se estiver extinta a punibilidade.

justa causa: causa que justifique a acusação.- indícios razoáveis de autoria / materialidade.- instrumento de controle do caráter fragmentário do direito penal: princípio da bagatela.

c) Representação e Requisição de Ministro da Justiça – Art. 395 c/c 41 do CPP:O juiz poderá rejeitar a requisição:

I. se for inepta. Nesse caso o MP / vítima pode fazer nova acusação.

II. se estiver sem os pressupostos processuais (condições da ação).- se faltou tipicidade = o juiz rejeita fazendo coisa julgada.- se estiver prescrito = o juiz rejeita fazendo coisa julgada.- se a parte for ilegítima = o MP / vítima pode refazer a representação, corrigindo o problema.- se faltar justa causa:

Falta de prova = o MP / vítima pode refazer.O fato se enquadrar no Principio da bagatela = o juiz rejeita fazendo coisa

julgada.

Da decisão que recebe a denúncia, não cabe recurso. Pode, entretanto, impetrar HC para trancar o processo.

Page 2: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

- Após recebida a denúncia, o juiz cita o réu para apresentar resposta.- Com a resposta, o processo volta para o juiz, que poderá absolver sumariamente.Art. 397: essa absolvição faz coisa julgada.- Caberá recurso de apelação – Art. 593, I.

No caso da Lei de Imprensa, caberá recurso da decisão que recebe a denuncia! (único caso).

II. Ação Civil “EX DELICTI”

Art. 387, IV c/c 63 o CPP: A condenação imposta pelo juiz fixará um quantum indenizatório que o réu deverá pagar à vítima.Nada impede que a vítima busque mais indenização na área cível.

1. Sentença Penal Condenatória Transitada em julgado – Art. 63 do CPP

- liquidar o valor – Art. 475-N CPC- executar

2. Entrar com ação indenizatória cível:

- antes / durante / após o processo penal

a) Antes: ao ajuizar a ação penal, a indenizatória cível é suspensa até o transito em julgado da penal – Art. 265, IV, §1º do CPC (+- um ano).

b) Durante: quando já está tramitando o processo penal é ajuizada ação indenizatória. O juiz pode dar antecipação de tutela e suspender o processo cível.

c) Após: o processo penal pode ter sentença:

- absolutória: Art. 66 do CPPI. impede ação cível;II. pode ajuizar indenizatória porque o nível probatório no crime é maior do que no cível.

- declaratória:III. pode ajuizar indenizatória.IV. não pode pq ele é culpado;V. não pode pq não tem provas suficientes;VI. legitima defesa não pode ajuizar indenizatória.

3. Estado de necessidade agressivo: é quando a pessoa, para se salvar, sacrifica um bem de terceiro. Neste caso o terceiro pode ajuizar indenizatória moral e/ou material.

4. Estado de necessidade defensivo: Não pode ajuizar ação indenizatória.

- Lei 9.099/95 Art. 75 – crimes de menor potencialidade.

III. Assistente de Acusação – Art. 269 CPP.

Page 3: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

É a vitima, representada por advogado, o qual dá assistência à acusação. Só ocorre nas ações penais públicas. Nãos é fundamental, mas pode entrar no processo até o transito em julgado O assistente pode entrar a partir do oferecimento da denúncia, mas tbm depois da sentença de primeiro grau.O MP pode recusar a assistência quando não tiver procuração ou quando não tiver ligação com o réu.A vítima contrata advogado que entra no processo, para ajudar o MP, depois do recebimento da denúncia até o transito em julgado.

1. O Assistente de Acusação pode arrolar testemunhas?

a. Art. 271 CPP – não pode arrolar testemunhas e nem pode postular a repetição dos atos.

b. Art. 209 – quando necessário, o juiz poderá ouvir outras testemunhas.

- Co-réu não pode ser assistente de acusação.

2. Direitos do Assistente:

a. recorrer quando o MP não recorrer;b. se o MP recorrer, o assistente pode arrazoar junto, mas não recorrer

novamente;

3. Assistente habilitado: a. está no processo;b. é parte;c. é intimado dos atos;d. tem prazo igualitário de 5 dias, conforme Art. 598, § único.

4. Assistente não habilitado:a. não está no processo;b. vem só para recorrer;c. não é intimado;d. tem prazo de 15 dias que começa a correr tão logo acabe o prazo do MP, Art.

598, § único.

IV. Contumácia, ausência e revelia.

- Art. 396: o prazo para apresentar resposta á acusação é de 10 dias, a contar da citação (art. 351).

- Art. 362:

a) Quando ocorrer citação com hora certa:- se o réu, citado, não comparece, dá-se por citado e o processo segue à revelia.- se o réu, citado, não compare, cita-se por edital – Art. 366.- se o réu, citado, comparece, OK.

b) Quando ocorrer citação real:- a citação é pessoal.

Page 4: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

c) Quando ocorre citação ficta:- a citação é feita por edital.

1. Citação por Edital - Art. 366 e 367 CPP:

a. procura e não encontra = cita por edital:- não comparece ou não constitui advogado = suspende o processo e a prescrição.

b. procura, cita pessoalmente, e ele não comparece = o processo segue sem ele.

Mesmo que o réu esteja ausente, segue a presunção de inocência!

V. Teoria Geral da Prova e Provas em Espécie:

1. Papel das provas: As provas permitem em ritual de (re) cognição, pq o juiz não conhece os fatos. As provas são formas de presentificar o crime.A sentença é um ato de crença, é aquilo que o juiz acredita.

2. Princípios da prova:

1º. Jurisdicionalidade: é a garantia de que a prova será colhida diante de um juiz competente.

2º. Presunção de inocência:- in dúbio pro réu (na dúvida a favor do réu);- carga probatória é do acusador ( o réu não é obrigado a fazer prova).

3º. Contraditório: é assegurado as partes igualdade de participação e tratamento no processo.

a. Quatro momentos da prova em que deve incidir o contraditório:

- postulatório: igualdade de oportunidades.- admissão: o juiz diz se admite ou não a prova. Há possibilidade de impugnação à admissão.- produção: a outra parte tem direito de assistir e participar do processo.- valoração: o juiz valora a prova na sentença, mas deve fundamentar, sempre, para permitir interposição de recurso.

4º. Ampla defesa: - positiva: direito de fazer prova para se defender;- negativa: direito de não fazer prova contra si, nada a temer por se deter, direito de silêncio.

5º. Livre convencimento motivado: O juiz tem que julgar com base nas provas. Não é livre.

6º. Identidade física do juiz – Art. 399:O juiz que colheu a prova deverá julgar o caso. Terá exceções!.

- Art. 155 – não pode julgar “exclusivamente” com base no inquérito.

Page 5: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

- Art. 156 – juiz inquisidor.

VI. Prova Ilegal – Art. 157

O gênero é a prova ilegal, da qual são espécies a:

1. Prova Ilegítima: é aquela que viola uma norma de direito processual, de produção de prova no processo. Ex.: carta psicografada – pai de santo.

2. Prova Ilícita: é aquela que viola uma norma de direito material, no momento de sua produção, exterior ao processo.

a) Teorias a cerca da admissibilidade da prova ilícita:

1ª. Admite a prova ilícita desde que seja legítima: a prova ilícita é admissível desde que entre no processo no momento certo. TEORIA NÃO ACEITA!

2ª. Inadmissibilidade absoluta da prova ilícita: tem base no Art. 5º, LVI c/c Art. 157 da CF. CORRENTE MAIS FORTE!

- A crítica é que, por ser absoluta, não abre possibilidades de ver o que ocorre foro do processo.

3ª. Admite prova ilícita dentro do principio da proporcionalidade: seria correto sacrificar o interesse privado em favor do público.

- A critica é que o interesse privado é fundamental, e por trata-se de proporção, o juiz poderia fazer o que quiser, dentro da sua esfera de relativismo.

4ª. Admite-se a prova ilícita pela proporcionalidade se for “pro réo”: existe perigo jurídico já que o réu sacrifica o direito do outro para não ser condenado. Nesse caso a prova ilícita se torna lícita já que trata-se de estado de necessidade.

b) Prova ilícita por derivação:

- Art. 157 c/c Art. 573, §1º CPP

- Prova ilícita = atos nulos.

A prova derivada exige demonstração do nexo causal, comprovado o nexo, ela também será inadmissível.

Prova de fonte independente ou de descoberta inevitável rompe com o nexo causal, então a prova torna-se admissível. É uma construção jurisprudencial.

Principio da Contaminação: está ligado com o nexo causal. Ex.: fruto da arvore está envenenado.

- Crítica: se uma prova ilícita entrar no processo, não há como retira-la, pois já contaminou o juiz, este sim deveria ser retirado, junto à prova.

Page 6: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

VII. Prova Pericial e Exame de Corpo de Delito – Art. 158 CPP

1. Perícia – Art. 159 CPPA perícia pode ser feita por um perito oficial ou por duas pessoas idôneas, com conhecimento técnico. As partes podem formular quesitos que deverão ser respondidos pelo perito. Também terão direito a um assistente que poderá acompanhar a pericia.

a. Se:- perito oficial diz que o réu é culpado;- assistente diz que ele é inocente;

= pode haver a remessa do laudo ao perito oficial para que esclareça as divergências;= ou pode ser nomeado novo perito para fazer novo laudo;

- Se a duvida prevalecer, deve-se absolver o réu!

2. Exame de Corpo de Delito – Art. 182É o exame, a análise diretamente no corpo da vítima. O juiz não ficará adstrito do laudo, que apenas servirá como meio de prova.

a. Exame de Corpo de Delito Direto:É aquele em que a análise recai diretamente no corpo, objeto, estabelecendo uma relação.

- A confissão não é prova plena e não supre o exame de corpo de delito.

Quais as infrações que deixam vestígios?Depende do resultado. As de resultado naturalístico deixam vestígios. Ex.: dirigir embriagado, estupro.

b. Exame de Corpo de Delito Indireto:

Se não existir o corpo o objeto para realizar o exame direto, far-se-á o exame indireto, que são provas testemunhais, filmagem...O juiz não poderá condenar alguém sem realizar o exame direto, apenas se não houver como realiza-lo.Ex.: condenação por homicídio sem cadáver.

VIII. Intervenções Corporais

1. Natureza invasiva: Exames que necessitam de células corpóreas. Ex.: tirar sangue para exame, fio de cabelo...

2. Réu: tem direito de silêncio, então pressupõe-se que não pode haver intervenção corporal coercitiva (sem concordância do réu). Não se relativiza nem com a proporcionalidade!

3. Vítima: não tem direito de silêncio, mas não existe nada no Brasil dizendo sobre a obrigatoriedade ou não de ceder-se à intervenção corporal.

Page 7: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

IX. Interrogatório – Art. 185

É imprescindível a presença de um advogado, sob pena de nulidade.

É o momento de defesa pessoal mais importante para o réu.

1. Interrogatório on-line: é inconstitucional, pois viola o principio da presença física do juiz.

- O correto seria o juiz se deslocar até o presídio para tomar o depoimento.

- Não pode intimar hoje para interrogar amanhã, o espaço mínimo de tempo é de 48horas.

2. Valor probatório do interrogatório:

É o ato de defesa do réu.

Art. 186 – tem direito a silenciar e se falar não se presume confissão.

Art. 187 in line: qualificação.Art. 187 in fine: caso penal.

Art 188: a defesa indagará as partes; após o MP fará as perguntas.

Art. 191: se houver co-réus, os depoimentos serão tomados separadamente, com a presença constante dos advogados, que podem formular perguntas.

Art. 192: interrogatório do deficiente.

Art. 196: o interrogatório poderá ser repetido ou adequado à qualquer momento.

a) Valor probatório da palavra do co-réu:

O depoimento do co-réu tem que ser visto com reserva, já que tem interesse na demanda.

3. Confissão:Não é prova plena e não autoriza a condenação por si só.

4. Das perguntas ao Ofendido:

- A vítima não presta compromisso de dizer a verdade;- Não entra no computo numérico das testemunhas;- Só é ouvida se for arrolada;- Não pode usar do direito de silêncio e não pode deixar de comparecer, sob pena de ser conduzida.

Art. 201: a vítima deverá ser comunicada de todos os atos do processo. Isso é perigoso, já que poderá atentar contra ávida do acusado.

Art. 217: o juiz pode determinar que o acusado saia para a vítima depor.

Page 8: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

a) Valor probatório da palavra da vítima:

O juiz não poderá condenar o acusado com base na palavra da vítima, já que ela esta emocionalmente envolvida com o crime. Portanto, seu depoimento deve ser analisado com reservas.

Exceção de crimes patrimoniais e sexuais. (essa exceção tbm deve ser vista com cuidado!)

X. Prova Testemunhal – Art. 202

- Qualquer pessoa pode ser testemunha, desde que preste compromisso com a verdade.Há exceções que não prestam compromisso e não respondem por falso testemunho.

1. Quem pode recusar-se a depor:

Art. 206: possibilidade de recusar-se a depor: - ascendente, descendente... salvo quando não for possível produzir outro meio de prova.

2. Quem é proibido de depor:

Art. 207: pessoas que em razão da função são obrigadas a guardar segredo. Ex.: padre.

Todas têm que ir até o juiz e fazer a recusa com base nos artigos acima descritos.

Art. 208: menor não tem compromisso com a verdade.

Art. 209: ouvir testemunhas não arroladas - viola o sistema acusatório.

Art. 214: Contraditar testemunhas: É argüir motivos, fatos, circunstancias que a tornem testemunha indigna de fé = impugnar testemunha. Se quiser, o juiz poderá ouvi-la como informante.

3. Classificação das Testemunhas:

a) Presencial: é aquela que viu, assistiu o fato.

b) Indireta: nada viu, e vai depor sob circunstancias acessórias.

c) Informante: não presta compromisso com a verdade.

d) Abonatória: seu testemunho pode ser substituído por declaração escrita. É aquela que fala bem do réu. Serve para a dosimetria da pena – Art. 59.

e) Referida: é aquela que não foi arrolada, mas foi mencionada por outra testemunha como alguém que sabia de algum fato do processo. – Art. 209.

4. Caracteres da prova testemunhal:

Page 9: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

a) Oralidade – Art. 204: é uma prova falada.b) Objetividade – Art. 213: o depoimento tem que ser o mais objetivo possível.c) Retrospectividade: o depoimento está sempre vinculado ao fato criminoso,

que é passada.

5. Momento de arrolar as testemunhas:

a) Denuncia ou queixa: é o momento apropriado para arrolar, sob pena de inépcia.

b) Resposta à acusação: momento em que a defesa arrola suas testemunhas.

6. Número de testemunhas:

a) Oito testemunhas nos crimes com pena máxima igual ou maior que 4 anos.b) Cinco nos crime com pena menor que 4 anos.

7. Desistência ou substituição de testemunha:

- No caso de desistência, deve submeter-se ao contraditório, se a outra parte não aceitar a desistência, não poderá desistir.

- A substituição de testemunha não existe mais com a reforma do CPP (há jurisprudência dizendo que faz parte do contraditório).

Art. 217: quando o réu causar temor:- o juiz pode pedir para que saia da sala;- pode optar pela vídeo-conferência.

8. Reconhecimento de Pessoas e Coisas – Art. 226É um ato formal, feito na fase pré-processual, no entanto, o réu tem direito de silêncio.

a) reconhecimento por fotografia:Não vale como prova, já que viola o princípio das provas.

XI. Reconstituição do delito – Art. 7

É possível, porém exige o respeito ao direito de silêncio. A reconstituição será possível desde que seja respeitada a moralidade. Ex.: não será possível reconstituir um crime de estupro.

XII. Acareação – Art. 229

Colocar as testemunhas cara-a-cara para verificar possíveis disparidades de depoimentos.

XIII. Documentos:

Podem ser juntados a qualquer tempo até o encerramento da instrução (1º e única audiência). Exceção: Art. 479 CPP – Júri: os documentos devem ser juntados até três dias antes do Júri.

Page 10: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

XIV. Indícios:

Tem valor probatório mínimo.

XV. Busca e Apreensão – Art. 240

É um meio de obtenção de prova e medida assecuratória. Pode ser feita no inquérito ou durante o processo.

1. busca domiciliar: linha de tensionamento com o Art. 5º, XI da CF, já que a casa é bem inviolável.

a) Casa: Art. 150 CP - é invasão quando entrarem nos locais descritos no §2º (quando lugar onde se more – ex.: barco, quarto de pensão).

- Cabine de Caminhão = jurisprudência não entende como sendo casa!

2. busca e apreensão com consentimento (esse consentimento tem que ser do dono da casa):

- pode ser de dia ou de noite.

Intimidação ambiental: é um consentimento viciado!

3. busca e apreensão em flagrante, sem mandado (casos de crime permanente):- pode ser de dia ou de noite.

4. busca e apreensão com mandado:- só pode ser de dia, das 6h as 20h.

- Art. 243 CPP – busca de ofício: viola o principio do sistema acusatório.

- Art. 248 CPP – não deveria molestar os moradores, desde que se obtenha êxito!

5. Busca Pessoal – Art. 240, §2º, h

Não depende de mandado judicial e pode ser feita a qualquer hora do dia e da noite.

- Art. 249 – busca em mulher será feita por mulher, salvo se causar retardamento a diligência.

6. Busca em estabelecimento privado: pode estabelecer critérios.

7. Restituição de Coisas apreendidas:

a) Regra: tudo o que for apreendido pode ser restituído, desde que:

- não interesse mais ao processo e não seja ilícito –Art. 118 CPP c/c Art. 91, §2° CP.

Page 11: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

- Art. 243 CF: todo e qualquer bem utilizado para o tráfico reverterá em benefício da união.

XVI. Prisão Cautelar

É o gênero, do qual são espécies a prisão temporária, a prisão preventiva e, em parte, a prisão em flagrante.

Confronto: prisão cautelar x presunção de inocência.

- Qualquer prisão antes do trânsito em julgado é prisão cautelar. Após, é cumprimento de pena.Hoje: a cruel necessidade faz com que a prisão cautelar coexiste com a presunção de inocência.

1. Teoria Geral das Prisões Cautelares

a) Requisitos – Art. 311 e 312 CPP

- fumus comissivi delicti- prova da existência do crime;- indícios suficientes / razoáveis / verossímeis da autoria.

b) Fundamento:O fundamento da prisão cautelar é a situação de perigo que decorre da liberdade do sujeito, o “periculum libertatis” para:

- a ordem pública;- a ordem econômica;- a tutela da prova;- perigo de fuga.

Esse fundamento deve estar embasado em provas.

2. Princípios que informam o sistema cautelar:

1º. Jurisdicionalidade: a prisão cautelar pressupõe ordem escrita e fundamentada pelo juiz.

2º. Provisoriedade: a prisão cautelar é medida emergencial e deve ter curta e breve duração.

3º. Provisionalidade: a prisão cautelar tutela uma situação fática. Situacional.

4º. Excepcionalidade: a prisão cautelar é a ultima ratio. É excepcional, o ultimo instrumento a ser usado.

5º. Proporcionalidade: exige que a prisão cautelar seja adequada ao caso concreto e proporcional em relação a necessidade e a prova existente.

3. Prisão em Flagrante:

Page 12: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

Não é uma prisão cautelar, mas sim pré-cautelar, preparatória de uma cautelar de verdade.

- Art. 310, § único: o juiz, depois de ouvido o MP, poderá optar pela prisão cautelar preventiva.

A prisão em flagrante pode durar no máximo 24 horas.

Art. 301 CBT – acidente de transito, se prestar socorro, não se impõe a prisão em flagrante.

Qualquer pessoa pode prender outra em flagrante.

- Art. 302: considera-se flagrante quando o sujeito está praticando o verbo nuclear do tipo.

I. está cometendo;II. acabou de cometer;III. é preseguido logo após o crime.

O que é perseguir?Art. 290, §1º - tem que começar a perseguição, minutos após o crime, porém pode durar horas.- é quase flagrante, pq é mais fraco.

IV. é encontrado logo após o fato.

- jurisprudência: esse encontrar tem que ser causal e não pode ser casual.

Ex.: barreira rotineira da policia, sujeito esperando alguém trazer-lhe os documentos do carro, a policia recebe aviso que o carro é roubado.Não é fragrante, porque o carro roubado foi encontrado casualmente.Não é receptação, porque a posse posterior é mero exaurimento.

a) Flagrantes Ilegais:

- Flagrante Forjado: criar situação que não existe. Ex.: enxerto de drogas.

- Flagrante Preparado: Súmula 145 STJ – crime impossível.

- Flagrante Provocado: É um delito putativo por obra do agente provocador. Ex.: policial vai comprar drogas e o sujeito compra do traficante só para vender mais caro e tirar lucro, naquele momento.

b) Flagrante Legal:

- Flagrante Esperado: ficar de campana.

- Flagrante Protelado: Art. 2° lei 9034, se admite ação controlada, esperando o restante dos crimes serem praticados para dar flagrante em todos.

XVII. Crime Permanente

Page 13: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

Nos crimes permanentes, a prisão em flagrante é permanente, ou seja, enquanto durar o crime pode haver a prisão – Art. 303.

1. Art. 304: sujeito vai preso para a delegacia, o delegado comunica o juiz e toma os depoimentos.

2. Em 24 horas o delegado tem que formalizar a prisão em flagrante e expedir a nota de culpa. Neste mesmo prazo mandar os documentos ao juiz.

3. O juiz ao receber o auto de prisão em flagrante vai analisar os aspectos formais do Art. 302 e:

a) homologar a prisão em flagrante;b) relaxar a prisão diante da irregularidade (será irregular a prisão que durar

mais de 24 horas). Assim o sujeito será solto.

- se homologada, o juiz vai analisar os requisitos do Art. 310, § único:

a) se tem pedido de prisão cautelar preventiva;b) se tem perigo na liberdade.

- se a resposta for sim, decreta a prisão preventiva e manter o sujeito preso.- se a resposta for não, solta imediatamente o sujeito.

4. Prisão Preventiva

É a mais importante das cautelares, pode ser decretada a qualquer momento do processo, por juiz competente, devendo ser fundamentada. É situacional e tem prazo determinado.

Está subordinada ao fumus comissi delicti, para prender preventivamente tem que ter os quatro fundamentos das cautelares.

- art. 313: não existe cautelar obrigatória e nem automática. E só será admissível nos crimes dolosos!

- Art. 316: a prisão preventiva pode ser revogada e decretada novamente quantas vezes for necessário.

5. Prisão Temporária

Lei 7.960/89 – é uma prisão para investigação, só cabe no curso do inquérito. Tem que ter ordem judicial.A prisão temporária pode durar por no máximo 05 dias, prorrogáveis por mais 05, ou 30 prorrogável por mais 30 se for crime hediondo (lei 8.072/90).

Art. 1º da lei 7.960/89I. quando imprescindível para as investigações;II. quando o indiciado não tiver residência fixa;III. quando houver provas de participação ou autoria em homicídio doloso,

seqüestro, extorsão, estupro...

Jurisprudência majoritária só admite prisão temporária se identificados os incisos I e III juntos! O II é mero acessório!

Page 14: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

XVIII. Prisão decorrente de sentença penal condenatória recorrível

- Art. 596: réu absolvido é réu solto!

1. réu condenado:

a) manter prisão;b) mandar prender.

Art. 312: há de se verificar a necessidade (4 fundamentos da prisão cautelar). Pode haver condenação e mandar soltar, é o caso dos condenados a prestação de serviços a comunidade.

XIX. Prisão decorrente da pronúncia

Art. 413, §3º: o juiz deve fundamentar toda a decisão.

1. No Júri:a) Pronunciar = mandar para o júri.b) Impronunciar = arquivar.

- Na pronuncia, o juiz poderá mandar prender preventivamente, até o plenário, com base no Art. 312.

XX. Liberdade Provisória – Art. 321

1. Com fiança: crimes menos graves.

2. Sem fiança: crimes mais graves, sem direito a fiança.

a) Art. 323, §3º, §4º - ressalva: livrar-se-á solto – não terá que pagar fiança.

b) Art. 322 – autoridade policial só arbitra fiança quando o crime for apenado com detenção. Se o crime for de reclusão, a fiança deverá ser arbitrada pelo juiz.

c) Qual será o valor da fiança?

fixar-se-á levando em conta a gravidade do fato c/c a possibilidade econômica do réu.

se o réu for absolvido o valor pago pela fiança é restituído.

se for condenado:- e se apresenta para cumprir a pena, o valor é restituído descontado as custas processuais e eventual multa ou indenização.

- e foge, poder todo o valor.

XXI. Medidas Assecuratórias:

Destinam-se a assegurar a prova e/ou os efeitos civis da sentença penal condenatória. Podem ser decretadas pelo juiz, mediante pedido, no curso do inquérito ou do processo.

Page 15: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

1. Busca e apreensão: é a retenção do objeto direto do crime, que será restituído à vitima. – Art. 125.

2. Seqüestro de bens (imóveis / móveis, ilícitos): é a retenção dos proventos do crime, que serão leiloados e o valor será restituído a vitima. Art. 132.

3. Hipoteca Legal: é a retenção dos imóveis de origem lícita, diversa do crime. Art. 134.

4. Arresto Prévio: é o instituto preparatório da hipoteca legal. É medida emergencial quando ainda não há todos os elementos para hipoteca. Art. 136.

5. Arresto: é a retenção dos bens móveis lícitos. Art. 137.

6. Lei 8.009/90 – Lei da impenhorabilidade dos bens de família. O bem de família não tem proteção absoluta no direito penal.

XXII. Atos Jurisdicionais

1. Despachos de mero expediente - meramente ordenatórias; não têm cunho decisório; não geram prejuízo e não são passíveis de recurso, irrecorríveis. Ex.: “vista ao réu”, “intime-se”, “junte-se”.

2. Decisões:a) Interlocutórias Simples: um pouco mais que os despachos de mero expediente; têm cunho decisório, causam certo prejuízo pro réu, mas não cabe recurso. Ex.: decisão que recebe a denúncia.

b) Interlocutórias Mistas: têm cunho decisório; geram um dano; encerram uma fase do procedimento ou do processo, mas sem o julgamento de mérito; cabe recurso em sentido estrito, eventualmente apelação. Ex.: decisão que rejeita a denúncia, decisão de pronúncia ou imprópria.

3. Sentenças: - ato que coloca fim ao processo, com julgamento de mérito:

a) Condenatórias;

b) Absolutórias;

- Absolutórias Impróprias: aquela que absolve e aplica medida de segurança (art. 386);

- Absolvição sumária: (art. 415);

c) Declaratória da extinção da punibilidade: (art. 107, CP).

Todas passíveis de recurso. Regra Geral: Apelação.

Sentença: 3 partesa) Relatóriob) Motivação – fundamentação: análise das teses e fatosc) Dispositivo – pena.

Page 16: Resumo P2 - Processual Penal PUCRS

4. Princípio da correlação ou da congruência

Deve existir uma relação entre a acusação e a decisão. Temos que vincular pelo fato natural narrado na acusação. Fato vincula na decisão.Quando o juiz não respeita a correlação, ele gera uma sentença incongruente = NULA.

Art. 383 e 384

Art. 383 – “Emendatio Libelli”Emendar a acusação – apenas corrige a tipificação legal

At. 384 – “Mutatio Libelli”Mudar a acusação – fato novo que não está na acusação; crime novo, circunstância nova. O MP deve emendar a acusação.

Para condenar ou absolver pelo fato novo deve haver aditamento. Se julgar, sem que haja o aditamento, a sentença é incongruente, NULA.

Obs.: elementar é o que está no núcleo do tipo.

- Súmula 453, do STF (segue valendo):Não se admite “Mutatio Libelli” em grau recursal. O tribunal não pode julgar o que não foi julgado. Supressão de um grau de jurisdição. O fato novo não foi objeto de julgamento.

“Emendatio Libelli” pode em grau recursal, porque só está mudando o nome do crime.