Resumo Poética Aristóteles

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  • 7/26/2019 Resumo Potica Aristteles

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULPROGRAMA DE PS-GRADUAO EM LETRAS

    Disciplina: Leituras Dirigidas: Mmese e RepresentaoProfessora: Regina Zilberman

    Aluna: Vivian ! Alves de arval"o

    ARTE POTICA

    Aristteles

    RESUMO

    Ca!t"l# I

    Da #esia e $a i%ita&'# se(")$# #s %ei#s* #+,et# e %#$# $ei%ita&'#

    Prop#e$se tratar da produo po%tica em si mesma e de seus diversosg&neros' bem como a funo de cada um' como se deve construir a obra a

    (m de obter o belo po%tico' o n)mero de partes e a nature*a de cada uma edemais assuntos relativos!

    +popeia' poesia tr,gica' com%dia' poesia ditir-mbica' aul%tica'citarstica: todas se en.uadram nas artes de imitao! +ntretanto' ",diferenas entre elas no .ue di* respeito aos seus meios' aos ob/etos .ueimitam e 0 maneira de imitar! 1essas artes' a imitao se d, por meio doritmo' da linguagem e da "armonia' empregados em con/unto ouseparadamente!

    2, g&neros .ue se utili*am de todos os meios de e3presso: doritmo' do canto' do metro! 4 .ue os diferencia % o emprego desses meios!

    Ca!t"l# II

    Di.ere)tes es/0ies $e #esia se(")$# #s #+,et#s i%ita$#s

    5ma ve* .ue a imitao se aplica aos atos dos personagens' e essesatos no podem ser seno bons ou maus' da resulta .ue as personagensso representadas ou mel"ores' ou piores ou iguais a todos n6s!

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    +ssa diferena se fa* notar em todas as formas de imitar! 7 o .uedistingue' por e3emplo' a trag%dia 8 .ue se prop#e a imitas os "omensmel"ores do .ue so na realidade $ da com%dia' .ue os representa piores!

    Ca!t"l# IIIDi.ere)tes es/0ies $e #esia se(")$# a %a)eira $e i%itar

    7 possvel imitar os mesmos ob/etos nas mesma situa#es' numasimples narrativa ou pela introduo de um terceiro' como no caso de2omero9 ou insinuando$se a pr6pria pessoa sem .ue interven"a outropersonagem9 ou' ainda' apresentando a imitao com a a/uda depersonagens .ue vemos agirem e e3ecutarem elas pr6prias!

    Ca!t"l# IV

    Ori(e% $a #esia Se"s $i.ere)tes (1)er#s

    A tend&ncia para a imitao % instintiva do "omem desde a inf-ncia!Pela imitao' ad.uire seus primeiros con"ecimentos' e a a.uisio de umcon"ecimento arrebata no s6o (l6sofo' mas todos os seres "umanos!

    Assim como com % natural essa tend&ncia' tamb%m os so o gosto da"armonia e do ritmo! Por isso' os "omens mais aptos por nature*a paraestes e3erccios deram origem ao g&nero po%tico' separando$os em diversasesp%cies' conforme o seu car,ter moral' e no por improvisao!

    4s espritos mais propensos 0 gravidade reprodu*iram belas a#es eseus autores trag%dia;' en.uanto os espritos de menor valor voltaram$separa as pessoas ordin,rias a (m de as censurar com%dia;!

    2omero' cantor' sobretudo' de assuntos s%rios' foi tamb%m o primeiroa traar as lin"as mestras da com%dia! Margitesapresenta analogias com og&nero c

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    A com%dia % imitao de maus costumes por meio da e3posio doridculo! +ste' por sua ve*' reside num defeito ou numa tara .ue noapresentam car,ter doloroso ou corruptor! omo foi um g&nero poucoestimado' no muito se sabe sobre suas origens!

    =uanto 0 epopeia' seu estilo assemel"a$se ao da trag%dia na imitaode assuntos s%rios' mas sem empregar um s6 metro simples e a formanarrativa! om relao 0s dimens#es' a trag%dia emepen"a$se em noe3ceder o tempo de um dia ou pouco mais' en.uanto a epopeia no limitasua durao! 1o .ue di* respeito 0s partes constitutivas' podem ter traosem comum ou suas particularidades! Por isso' .uem souber distinguir o bome o mau na trag%dia' tamb%m o saber, na epopeia! >odos os caracteres .uea trag%dia apresenta encontram$se na epopeia' embora o inverso nemsempre se/a verdadeiro!

    Ca!t"l# VIDa tra(/$ia e $e s"as $i.ere)tes artes

    A trag%dia % a imitao de uma ao importante e completa' de certae3tenso9 num estilo tornado agrad,vel 8 reunindo ritmo' "armonia e canto8 empregando em separado cada uma de suas formas' segundo as partes9ao apresentada por meio de atores e .ue' suscitando a compai3o e oterror' tem por efeito obter a purgao dessas emo#es!

    A trag%dia comp#e$se necessariamente de seis partes:

    ?; A @B5LA 8 combinao dos atos9 imitao e uma ao 8 o mito!

    C; 4 ARA>+R+ 8 os personagens tem seus atos de(nidos pelo car,ter epelo pensamento9 o car,ter % o .ue permite ver .ual a deciso adotadaap6s reEe3o' ou se/a' o car,ter se fa* notar nas a#es do "omem!

    F; A +L45GH4 8 a composio m%tria9 a escol"a dos termos .ue possuemo mesmo poder de e3presso!

    I; 4 P+1AM+1>4 8 tudo o .ue nas palavras pronunciadas e3p#e o .ue.uer .ue se/a ou e3prime uma sentena!

    J; 4 +P+>5L4 APR++1>AD4 8 o trabal"o de encenao 8 a arte docen6grafo tem mais import-ncia .ue a do poeta!

    K; 4 A1>4 M+L4P+A; 8 fora e3pressiva musical evidente para todos 8 oprincipal condimento do espet,culo!

    A trag%dia % a imitao no de "omens' mas de a#es' da vida' dafelicidade e da infelicidade! A ao no se destina a imitar os caracteres'mas' pelos atos' os caracteres /, so representados! Da resulta serem osatos e a f,bula a (nalidade da trag%dia!

    Ca!t"l# VII

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    Da e2te)s'# $a a&'#

    A trag%dia % a imitao de uma ao completa formando um todo ede certa e3tenso! >odo % o .ue tem princpio' meio e (m! Portanto' para

    .ue as f,bulas se/am bem compostas' % necess,rio .ue no comecem nemacabem ao acaso' mas .ue se/am estabelecidas segundo as condi#esindicadas!

    4 belo deve apresentar ordem em suas partes e comportar certasdimens#es! As f,bulas devem apresentar uma e3tenso tal .ue a mem6riapossa ret&$las! +ssa e3tenso % de(nida pela durao da representaoepelo grau de ateno .ue o espectador % suscetvel! =uanto mais amplafor uma f,bula' tanto mais agrad,vel ser,' desde .ue no perca em clare*a!

    Assim' como regras geral' temos .ue % su(cientemente e3tensa apea no decurso da .ual os acontecimentos' .ue se produ*am em acordo

    com a verossimil"ana ou a necessidade' mudem em infort)nio a felicidadeda personagem principal' ou a felicidade em infort)nio!

    Ca!t"l# VIII

    U)i$a$e $a a&'#

    7 importante .ue a unidade da imitao resulte da unidade do ob/eto!Por isso' na f,bula' .ue % a imitao de uma ao' conv%m .ue a imitao

    se/a uma e total e .ue as partes este/am entrosadas de tal modo .ue bastea supresso ou o deslocamento de uma s6 para .ue o con/unto (.uemodi(cado ou confundido!

    Ca!t"l# I3

    4istria e #esia

    1o compete ao poeta narrar e3atamente o .ue aconteceu9 mas simo .ue poderia ter acontecido' o possvel' segundo a versossimil"ana ou anecessidade!

    4 "istoriador e o poeta no se distinguem um do outro pelo fato de oprimeiro escrever em prosa e o segundo em verso! Diferem entre si por.ueum escreveu o .ue aconteceu e outro escreveu o .ue poderia teracontecido!

    Assim' a poesia % mais (los6(ca e de car,ter mais elevado .ue a"ist6ria' por.ue a poesia permanece no universal e a "ist6ria estuda apenaso particular!

    A misso do poeta % mais fabricar f,bulas do .ue versos' uma ve*.ue % poeta pela imitao e por.ue imita as a#es!

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    Ca!t"l# 3

    A&'# si%les e a&'# 0#%le2a

    2, f,bulas simples e f,bulas comple3as' de acordo com as a#es .ueimitam!

    Ao simples % a.uela cu/o desenvolvimento permanece uno econtnuo e na .ual a mudana de fortuna no resulta nem de perip%cia nemde recon"ecimento!

    Ao comple3a % a.uela na .ual a mudana de fortuna resulta deperip%cia ou de recon"ecimento ou de ambos! +sses meios devem estarligados 0 pr6pria tessitura da f,bula' resultando dos fatos anteriores' nosimplesmente vindo depois deles!

    Ca!t"l# 3I

    Ele%e)t#s $a a&'# 0#%le2a5 eri/0ias* re0#)6e0i%e)t#s*a0#)te0i%e)t# at/ti0# #" 0at7str#.e

    A perip%cia % a mudana da ao no sentido contr,rio ao .ue foiindicado' sempre em conformidade com o verossmil e o necess,rio!

    +mbora "a/a outras esp%cies' o recon"ecimento' como o nomesugere' fa* passar da ignor-ncia ao con"ecimento! 4 mais belo dosrecon"ecimentos % o .ue sobrev%m no decurso de uma perip%cia' comoacontece em dipo! A unio de um recon"ecimento e de uma perip%ciae3citar, compai3o ou terror' consistindo' assim' na imitao .ue % opr6prio ob/eto da trag%dia!

    4 acontecimento pat%tico cat,strofe; resulta de uma ao .ueprovoca morte ou sofrimento!

    Ca!t"l# 3IIDi8is9es $a tra(/$ia

    As partes comuns a todas as trag%dias so: pr6logo' epis6dio' &3odoou sada e canto coral' elemento musical .ue compreende o p,rodoprimeira interveno do coro; e o est,simo!

    Ca!t"l# 3III

    Das :"ali$a$es $a .7+"la e% rela&'# ;s ers#)a(e)s D#$ese)la0e

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    A mais bela trag%dia % a.uela cu/a composio deve ser comple3a9a.uela cu/os fatos por ela imitados so capa*es de e3citar o temor e apai3o!

    Para tanto' % necess,rio .ue a f,bula se propon"a um (m )nicodesenlace;9 ela deve oferecer mudana da felicidade para o infort)nio emconse.u&ncia de algum erro grave!

    Ca!t"l# 3IV

    D#s $i8ers#s %ei#s $e r#$"

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    7 fundamental ater$se 0 necessidade e 0 verossimil"ana' e .ue odesenlace saia da pr6pria f,bula' no de um artifcio c&nico! 4 irracionaltamb%m no deve entrar no desenvolvimento dos acontecimentos' a menos.ue se/a fora da ao! A trag%dia % a imitao de "omens mel"ores do .uen6s9 portanto' eles devem ser retratados com vantagem pelo poeta!

    Ca!t"l# 3VI

    Das :"atr# es/0ies $e re0#)6e0i%e)t#

    ?; Recon"ecimento por meio de sinais e3teriores: sinais da nature*a'ou sinais ad.uiridos cicatri*es' ob/etos;

    C; Recon"ecimento devido 0 inventiva do poeta 8 no artstico!

    F; Recon"ecimento pela lembranaI; Recon"ecimento por meio de um silogismo ou de um paralogismo

    por parte dos espectadores!

    A mel"or esp%cie de recon"ecimento % a .ue deriva dos pr6priosacontecimentos' por o efeito de surpresa % ento causado de formaracional!

    Ca!t"l# 3VII

    C#)sel6#s a#s #etas s#+re a 0#%#si&'# $as tra(/$ias

    $ Ao organi*ar sua f,bula' o poeta deve proceder como se ela decorressediante de seus ol"os' para .ue no l"e escape nen"um pormenor contr,rioao efeito .ue pretende produ*ir!

    $ mporta completar o efeito do .ue se di* pelas atitudes das personagens!

    $ o mais escutados os poetas .ue vivem as mesmas pai3#es de seuspersonagens!

    $ =uanto aos assuntos' conv%m .ue primeiro faa dos mesmos uma ideiaglobal' e .ue em seguida distinga os epis6dios e os desenvolva!

    $ 5ma ve* atribudos nomes aos personagens' importa tratar os epis6dios'tendo o cuidado de bem os entrosar no assunto!

    $ 1os poemas dram,ticos' os epis6dios so breves' mas' devido a eles' aepopeia assume maiores propor#es!

    Ca!t"l# 3VIII

    N* $ese)la0e= tra(/$ia e e#eia= # 0#r#

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    +m toda trag%dia ", o n6 e o desenlace! 4 n6 % a parte da trag%dia.ue vai desde o incio at% o ponto a partir do .ual se produ* uma mudanapara uma sorte ditosa ou desditosa! Por sua ve*' o desenlace % parte .uevai desde o princpio dessa mudana at% o (nal da pea!

    2, .uatro esp%cies de trag%dias: uma comple3a' constitudainteiramente pela perip%cia e recon"ecimento9 outra pat%tica9 a trag%dia decaracteres9 e a .uarta' composta por todas as trag%dias .ue se passam no2ades! onv%m aos poetas .ue se esforcem para possuir todos os m%ritos'.ue incluem uma boa tessitura do n6 e do desenlace!

    1o se deve compor uma trag%dia como se comp#e uma obra %pica'uma ve* .ue esta abraa muitas f,bulas' assumindo uma e3tenso dedimens#es .ue seriam inconvenientes no g&nero dram,tico! eria comocolocar todo o assunto da Iladanuma trag%dia!

    4 coro deve ser considerado como um dos atores9 deve constituirparte do todo e ser associado 0 ao' 0 maneira de 6focles!

    Ca!t"l# 3I3

    D# e)sa%e)t# e $a el#0"&'#

    >udo .uanto se e3prime pela linguagem % do domnio do pensamento!Disso fa*em parte a demonstrao' a refutao' a maneira de mover aspai3#es' tais como a compai3o' o temor' a c6lera e as restantes! >ais

    efeitos so produ*idos por meio da elocuo!+ntre as .uest#es relativas 0 elocuo' o .ue se prende ao nosso

    e3ame so as atitudes a tomar no decurso da dico' e trata$se de sabercomo se e3prime uma ordem' uma s)plica' uma narrativa' uma ameaa'uma interrogao' uma resposta e outros casos desse g&nero! 1o se podefa*er nen"uma crtica digna de considerao pelo fato de o poeta con"ecerou ignorar essas .uest#es!

    Ca!t"l# 33

    Da el#0"&'# e $e s"as artes

    4s elementos essenciais da elocuo so: a letra' a slaba' acon/uno' o nome' o verbo' o artigo' a Ee3o' a e3presso!

    A letra % um som indivisvel' embora no completo' mas de seemprego numa combinao resulta naturalmente um som! Dividem$se emvogais' semivogais e mudas! 4 estudo de suas particularidades % do

    domnio da m%trica!

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    A slaba % um som sem signi(cao' composto de uma muda e deuma letra provida de som! 4 estudo de suas diferenas tamb%m compete 0m%trica!

    A con/uno % uma palavra destituda de signi(cado .ue' sendocomposta de v,rios sons' no tira nem confere a um termo seu podersigni(cativo' e .ue se coloca nas e3tremidades ou no meio' se no conv%massinar$l"e um lugar independente no comeo de uma composio!

    4 artigo % um termo sem signi(cao .ue designa o comeo' o (m oua diviso de uma proposio' ou uma palavra va*ia de sentido .ue noimpede nem produ*' com a a/uda de v,rios sons' uma s6 e3presso dotadade sentido' e se coloca nas e3tremidades ou no meio!

    4 nome % um som composto' signi(cativo' sem indicao de tempo'nen"uma parte do .ual ten"a sentido por si mesma' pois nos nomesformados de dois elementos' no empregamos cada elemento com um

    sentido pr6prio!4 verbo % um som composto' signi(cativo' .ue indica o tempo' e do

    .ual nen"um elemento % signi(cativo por si!

    A Ee3o % uma modi(cao do nome e do verbo' .ue indica umarelao!

    A loucuo ou e3presso % u m con/unto de sons signi(cativos'algumas partes do .ual t&m a signi(cao por si mesmas' pois nem todasas locu#es so constitudas por nomes e verbos! Deve ter' no entanto'sempre uma parte signi(cativa!

    Ca!t"l# 33I

    Das .#r%as $# )#%e= $as >("ras

    $ 1ome simples: nome .ue no % composto de elementos signi(cativos!

    $ 1ome duplo: nome composto ora de um elemento signi(cativo e de outrova*io de sentido' ora de elementos todos signi(cativos!

    $ 4 nome pode ser formado de tr&s' .uatro ou v,rios outros nomes!$ >odo nome % ou termo pr6prio ou um termo dialetal' ou uma met,fora' ouum voc,bulo ornamental' ou a palavra for/ada' ou alongada' ou abreviadaou modi(cada'

    $ >ermo pr6prio: nome de .ue nos servimos

    $ >ermo dialetal: nome de .ue se servem as pessoas de outra regio!

    $ Met,fora: transposio do nome de uma coisa para outra' por analogia!

    $ 1ome for/ado: nome .ue no foi empregado nesse sentido por ningu%m'

    mas .ue o poeta' por sua pr6pria autoridade' atribuiu a uma coisa!

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    $ 1ome alongado: nome do .ual se emprega uma vogal mais longa .ue a"abitual ou pela ad/uno de uma slaba!

    $ 1ome abreviado: nome do .ual se suprime uma vogal ou uma slaba!

    $ 1ome modi(cado: nome em .ue se conserva uma parte e se muda outra!

    $ 4s nomes so masculinos' femininos ou neutros!

    Ca!t"l# 33II

    Das :"ali$a$es $a el#0"&'#

    A principal .ualidade da elocuo po%tica % a clare*a' mas semtrivialidade! A clare*a % obtida pelo emprego das palavras da linguagem

    corrente' de forma elevada!Atinge$se a elevao musturando$se termos da linguagem corrente

    com voc,bulos dialetais e (guras de linguagem! 4 termo pr6prio % o .ue d,clare*a! 7 importante conservar o meio termo em todas as partes daelocuo!

    Ca!t"l# 33III

    Da ")i$a$e $e a&'# )a 0#%#si&'# /i0a

    1a imitao pelo g&nero narrativo' % fundamental .ue as f,bulasse/am compostas num esprito dram,tico' como as trag%dias' ou se/a' .ueencerrem uma s6 ao inteira e completa' para .ue' assemel"ando$se a umorganismo vivo' causem o pra*er .ue l"es % pr6prio!

    4 poeta no deve combinar um n)mero e3cessivo de elementos'narrar todos os acontecimentos da vida de um ou mais "omens em dadoperodo de forma .ue um fato suceda outro sem .ue resulte efeito comumentre eles!

    4 mel"or % seguir o e3emplo de 2omer' .ue optou por no cantar porinteiro a uerra de >r6ia' mas limitou$se a tratar de uma parte dela'inserindo outros fatos por meio de epis6dios!

    Ca!t"l# 33IV

    Das artes $a e#eia= %/ri$#s $e 4#%er#

    A epopeia' como a trag%dia apresenta as mesmas esp%cies: simplesou comple3a' de car,ter ou pat%tica! 4s elementos essenciais tamb%m so

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    os mesmos' com e3ceo do canto e da encenao! Recon"ecimentos'perip%cias e acontecimentos pat%ticos tamb%m so necess,rios!

    2omero foi o primeiro a empregar todos esses m%ritos de formaconveniente! A Ilada% de esp%cie simples e pat%tica' en.uanto a Odisseia%comple3a e de car,ter!

    A epopeia difere da trag%dia .uanto 0s dimens#es e ao emprego dometro! =uanto 0 e3tenso' % preciso .ue o seu con/unto possa ser abarcadodo incio ao (m!

    1a epopeia' por se tratar de uma forma narrativa' % possvel mostrarv,rios acontecimentos simult-neos .ue' se bem cone3os com o assunto' otornam mais grandioso!

    4 .ue mel"or conv%m 0 epopeia % o metro "er6ico' pois % dotado deumais gravidade e amplido!

    Ca!t"l# 33V

    C#%# se $e8e arese)tar # :"e / .als#

    4 poeta deve falar o menos possvel por conta pr6pria' pois no peprocedendo assim .ue ele % imitador!

    1as trag%dias' % necess,rio .ue o maravil"oso ten"a lugar' mas naepopeia pode$se ir al%m e avanar at% o irracional' atrav%s do .ual se

    obt%m no grau mais elevado esse maravil"oso' pois nela nossos ol"os nocontemplam o espet,culo!

    @oi 2omero .uem ensinou aos outros poetas como se deve apresentaras coisas falsas: o paralogismo!

    7 prefervel escol"er o impossvel verossmil do .ue o possvelincrvel' e os assuntos po%ticos no s6 no devem ser constitudos deelementos irracionais' mas neles no deve entrar nada de contr,rio 0 ra*o'salvo se for al"eio 0 pea!

    =uanto 0 elocuo' deve ser muito mais acurada nas partes de ao

    menos movimentada' .ue no ostentam nem estudos de car,ter nempensamentos! 5m estilo demasiado fulgurante dei3aria na sombra oscaracteres e o pensamento!

    Ca!t"l# 33VI

    De al("%as res#stas ;s 0r!ti0as .eitas ; #esia

    $ e o poeta se prop#e a imitar o impossvel' a falta % dele! Mas se a falta

    prov%m de alguma escol"a mal feita' ou se refere a algum con"ecimentopartivular' ou se de .ual.uer forma admite coisas impossveis' ento esse

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    erro no % intrnseco 0 pr6pria poesia! +mbora a e3ist&ncia deimpossibilidades possa constituir falta' no .uer di*er nada se a (nalidadeda arte for alcanada! Por%m' se essa (nalidade pudesse ser alcanadarespeitando a verdade' a falta % indesculp,vel!

    $ =uando um termo parece provicar contradio' importa e3aminar .uantasinterpreta#es ele % suscetvel de tomar no passo em causa!

    $ Devemos referir o impossvel ou 0 poesia ou 0 opinio corrente! 1o .uerespeita a poesia' deve$se preferir o impossvel crvel ao possvel incrvel!

    $ =uanto 0s coisas irracionais referidas pela opinio' temos de admiti$las taiscomo so propaladas e mostrar .ue por ve*es so so desarra*oadas' pois %verossmil .ue aconteam coisas .ue parecem inverossmeis!

    $ =uanto 0s contradi#es' importa e3amin,$las' ver se a a(rmao se refereao mesmo caso e 0s mesmas coisas e da mesma maneira' se o poeta falou'ele pr6prio' e por .ue motivo' e o .ue pensaria sobre o assunto um "omem

    sensato!

    Ca!t"l# 33VII

    S"eri#ri$a$e $a tra(/$ia s#+re a e#eia

    1o se deve avaliar a .ualidade da trag%dia a partir da encenao ede seus atores! A trag%dia produ* efeito pr6prio mesmo sem amovimentao dos atores!

    A trag%dia cont%m todos os elementos da epopeia! ua clare*apermanece intacta' tanto na leitura .uanto na representao! om umdesenvolvimento menor' ela alcana seu ob/etivo' .ue % imitar' /, .ue o .ue% mais concentrado proporciona maior pra*er do .ue a.uilo .ue % diludopor longo espao de tempo! A imitao' em .ual.uer epopeia' apresentamenor unidade .ue na trag%dia!

    Por todas essas vantagens e pela e(c,cia de sua arte' % evidente .ue'reali*ando mel"or sua (nalidade' a trag%dia % superior 0 epopeia!

    ????????????????????

    +dio consultada:

    AR>N>+L+!Arte Potica! >rad! Pietro 1asseti! +ditora Martin laret! oPaulo: COOF!