Resumo - Principais Pontos - Penal

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* MISTURADO: - histria: O fenmeno da bifurcao brasileira, isto , a aplicao da Lei portuguesa em nosso territrio, no Perodo Colonial, vigoraram as Ordenaes Afonsinas (1500 1512); as Ordenaes Manuelinas (1512 1569); o Cdigo de D. Sebastio (1569 1603); as Ordenaes Filipinas (1603 1830) (Cf. PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro: parte geral, p. 60-64). A mitigao passou a ocorrer aps 1830, a partir do projeto do Deputado Bernardo Pereira de Vasconsellos, foi criado o primeiro Cdigo Penal verdadeiramente brasileiro. Quanto ao perodo republicano, o Brasil teve a contribuio de Batista Pereira que contribuiu para a criao do segundo Cdigo Penal brasileiro, em 1890. - Nos crimes de tendncia intensificada, o tipo penal requer o nimo de realizar a prpria conduta tpica legalmente prevista, sem necessidade de transcender tal conduta, como ocorre nos delitos de inteno. Em outras palavras, no se exige que o autor do crime deseje um resultado ulterior ao previsto no tipo penal, mas, apenas, que confira ao tpica um sentido subjetivo no previsto expressamente no tipo, mas deduzvel da natureza do delito. Cita-se, como exemplo, o propsito de ofender, nos crimes contra a honra. - Subdividem-se os crimes de perigo em crimes de perigo concreto e crimes de perigo abstrato, diferenciando-se um do outro porque naqueles h a necessidade da demonstrao da situao de risco sofrida pelo bem jurdico penal protegido, o que somente pode ser reconhecvel por uma valorao subjetiva da probabilidade de supervenincia de um dano. Por outro lado, no crime de perigo abstrato, h uma presuno legal do perigo, que, por isso, no precisa ser provado. - O crime material aquele que demanda, para a sua configurao, da ocorrncia do resultado naturalstico, proveniente da conduta do agente. Se o referido resultado no ocorre, lesionando um bem jurdico, no h se falar em consumao do crime. o caso do homicdio (art. 121, CP). Observa-se o crime quando ocorre o "matar algum". - Crime omissivo prprio: h somente a omisso de um dever de agir, imposto normativamente, dispensando, via de regra, a investigao sobre a relao de causalidade naturalstica. So delitos de mera conduta. Ex.: Omisso de socorro (art. 135 CP), omisso de notificao de doena (art. 269 CP), etc.

- O crime omissivo imprprio (ou comissivo por omisso), por natureza, um crime material, pois deve haver a produo do resultado naturalstico a partir do descumprimento de um dever jurdico de agir do agente. Encontra-se no tipo penal a descrio de uma ao, uma conduta positiva, que veio a ser descumprida. o caso de uma me que, dolosamente, deixa de alimentar o filho, levando-o morte. - Nos crimes omissivos imprprios (tambm chamados "Comissivos por Omisso" essa denominao esclarece bastante o seu sentido) h uma figura, denominada garante ou garantidor, que tem o dever jurdico de agir para evitar um determinado resultado e, em no agindo (ou seja, omitindo-se), poder produzir-se um determinado resultado naturalstico que , notadamente, caracterstico de um delito comissivo. Da o porque de chamar-se tambm "Comissivo por Omisso" esse tipo de delito pois, em sua essncia, um delito comissivo, mas cujo resultado naturalstico somente se configura a partir de uma dada omisso daquele que tinha o dever jurdico de agir. - Crime comissivo: a norma prev a conduta proibida, ou seja, o sujeito no deve agir, portanto s haver crime se resultante de uma ao formalmente tpica. - Crime omissivo: a norma impe um dever jurdico de agir, ou seja, a norma ordena que o sujeito impea um determinado resultado. Assim, s haver crime se o sujeito no agir conforme a norma prev. - No CP, adota-se, em relao ao concurso de agentes, a teoria monstica ou unitria, segundo a qual, aquele que, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas na medida de sua culpabilidade; no referido cdigo, adota-se, ainda, o conceito restritivo de autor, entendido como aquele que realiza a conduta tpica descrita na lei, praticando o ncleo do tipo. - Franz Von Liszt estabeleceu distino entre ilicitude formal e material, asseverando que formalmente antijurdico todo comportamento humano que viola a norma penal, ao passo que substancialmente antijurdico o comportamento humano que fere o interesse social tutelado pela prpria norma. E justamente o conceito de ilicitude material, parafraseando o Professor Toledo, com base no esclio de Von Liszt, conduz a novas possibilidades de admisso de causas supralegais de justificao, com base no princpio da ponderao dos bens. - A supervenincia de causa relativamente independente exclui a imputao quando, por si s, tenha produzido o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os tenha praticado;

- A norma penal em branco em sentido estrito a mesma norma penal em branco heterognea, ou seja aquela que regulada por outro tipo normativo que no lei (ex.: portaria estabelecendo as substncias entorpecentes). Enquanto que a norma penal em branco em sentido lato a mesma homognea, na qual uma lei, de mesma natureza que a norma penal, a regulamenta (Ex.: cdigo civil que dispe sobre os impedimentos para casamento, regulando o crime de ocultao de impedimento para casamento) - O uso de norma penal em branco no ofende o princpio da legalidade. Ex: crime de trfico de drogas em que o complemento da norma feito por portaria do Ministrio da Sade; - Conforme lio do professor Luiz Flvio Gomes, os denominados delitos de dano cumulativo ou delitos de acumulao, so aqueles cometidos mediante condutas que, geralmente, so inofensivas ao bem jurdico protegido. No entanto, quando cometidas reiteradamente pode constituir sria ofensa ao bem jurdico. Exemplo: pequenas infraes segurana viria ou ao ambiente, desde que repetidas, cumulativamente, podem constituir um fato ofensivo srio. Obs.: Considerando estes atos isoladamente, no seria o caso de se utilizar o Direito Penal, e sim, o Direito Administrativo ou Direito Sancionador; - Quanto recusa do advogado em depor, sob a alegao de sigilo profissional, correto afirmar que a dispensa do depoimento no tem cabimento quando a inquirio no envolva matria a que se esteja preso pelo sigilo necessrio; - Segundo Rogrio Greco, toda vez que o legislador nos fornecer em fraes as diminuies ou aumentos a serem aplicados, estaremos diante de CAUSAS DE DIMINUIO OU AUMENTO DE PENA. Se estas estiverem na Parte Geral, sero CAUSAS GERAIS, se na Parte Especial, CAUSAS ESPECIAIS. - PRINCPIOS: - PRINCPIO DA LEGALIDADE: O princpio da legalidade o mais importante instrumento constitucional de proteo individual no moderno Estado Democrtico de Direito, porque probe: a) a retroatividade como criminalizao ou agravao da pena de fato anterior; b) o costume como fundamento ou agravao de crimes e penas; c) a analogia como mtodo de criminalizao ou de punio de condutas; d) a indeterminao dos tipos legais e das sanes penais.

Tais ponderaes so resumidas nas frmulas lex praevia, lex scripta, lex stricta e lex certa. O artigo em voga foi vedado, eis que no atendia ao princpio da legalidade em sua vertente lex certa. Acerca do tema, leciona Mirabete: "Vigora com o princpio da legalidade formal o princpio da taxatividade, que obriga a que sejam precisas as leis penais, de modo que no pairem dvidas quanto a sua aplicao ao caso concreto. Infringe, assim, o princpio da legalidade e a descrio penal vaga e indeterminada, que no possa determinar qual a abrangncia exata do preceito da lei. Tambm inconstitucional o dispositivo que no comine com exatido a qualidade e quantidade da sano penal a ser aplicada ao autor do fato criminoso, proibindo-se, assim, as penas indeterminadas. do princpio a funo de garantia fundamental de liberdade, de se fazer aquilo que se quer, mas somente o que a lei permite, e que, por isso, exige clareza da lei a fim de possibilitar que seu contedo e limites possam ser deduzidos do texto legal o mais claramente possvel." - O princpio da reserva legal considera que a lei que incrimina ou agrava a pena deve estar em vigor antes da prtica do ato a lei em sentido formal, no incluindo, portanto, a medida provisria, que, por outro lado, pode ser editada para descriminalizar condutas ou diminuir penas. Ex: A MP 417/2008, alterou o Estatuto do Desarmamento realizando um abolitio criminis; - O princpio da consuno ou absoro prev que uma conduta mais ampla engloba, absorve outras condutas menos amplas e, geralmente, menos graves, as quais funcionam como meio necessrio ou normal fase de preparao ou de execuo de outro crime, ou nos casos de antefatos e ps-fatos impunveis (Cf. Greco, 2003, p. 33). O referido princpio prev uma relao entre crime meio e crime fim, trazendo a idia de antefatos e ps fatos impunveis, condutas que so absorvidas por um crime principal de acordo com o contexto em que esto inseridas. O fato anterior no punvel considerado uma preparao, um caminho necessrio para obteno do resultado de outra conduta, em geral mais grave, um crime principal. No recebe punio pelo Direito Penal, pois estar absorvido pelo crime-fim. - Hipteses Aplicveis: a) Quando um crime meio necessrio ou normal fase de preparao ou de execuo de outro crime;

b) Nos casos de Antefato e Ps-fato impunveis; Exemplos: a) A consumao absolve a tentativa, esta por sua vez absolve o ato preparatrio; b) O crime de homicdios absolve o de Leso Corporal; Antefato Impunvel: - Situao antecedente praticada pelo agente, a fim de conseguir levar a efeito o crime por ele pretendido inicialmente e que, sem aquele no seria possvel. Ps- fato Impunvel: - Pode ser considerado um exaurimento do crime principal praticado pelo agente. - O enfoque sobre o fato, em suas diversas ocorrncias no tempo, caracterstico do Princpio da Consuno, sendo essa, inclusive, a tnue linha que separa esse princpio do Princpio da Subsidiariedade. Na Subsidiariedade, considerando-se os fatos praticados, comparam-se as normas. Na Consuno, sem recorrer s normas, comparam-se os fatos. O fato principal absorve um dado fato acessrio. Logo, partindo-se do pressuposto desse enfoque precipuamente ftico, surgem os conceitos de "ante factum" e "post factum". O primeiro consistindo em fato anterior menos grave que apresenta-se como meio para que se realize fato criminoso mais grave. O segundo diz respeito realizao de novo fato, aps realizado um primeiro, sob o mesmo objeto jurdico, visando apenas tirar proveito da prtica anterior, nesse sentido considerando-se o "post factum" como mero exaurimento. - Princpio da Especialidade: Esse princpio estabelece que a lei especial prevalece sobre a lei geral. Considera-se lei especial aquela que contm todos os requisitos da lei geral e mais alguns chamados especializantes. Exemplo: o crime de infanticdio, tem um ncleo idntico ao do crime de homicdio, qual seja - matar algum. Entretanto, ele torna-se especial ao exigir elementos diferenciadores: a autora deve ser a me e a vtima deve ser o prprio filho, nascente ou neonato, cometendo-se o delito durante o parto ou logo aps, sob influncia do estado puerper. - Princpio da Anterioridade: Esse princpio tem base no art. 5, XXXIX, da CF/88 e estabelece a necessidade de que o CRIME E A PENA estejam previamente definidos em LEI. A lei penal produz efeitos a partir de sua entrada em vigor. No pode retroagir, salvo para beneficiar o ru.

- Princpio da Subsidiariedade: Esse princpio subdivide-se em: expresso e ttico. Ocorre a subsidiariedade expressa, quando a prpria norma reconhecer o seu carter subsidirio, admitindo incidir somente se no ficar caracterizado o fato de maior gravidade. Exemplo - Cdigo Penal: "Art. 132. Expor a vida ou a sade de outrem a perigo direto e iminente: Pena - deteno, de 3 meses a 1 ano, se o fato no constituir crime mais grave." No caso da subsidiariedade tcita, a norma nada diz, mas, diante do caso concreto verifica-se o seu carter secundrio. Exemplo: Crime de roubo em que a vtima constrangida, mediante o emprego de violncia, a entregar sua bolsa ao agente. Nesse caso, incidem o tipo definidor do roubo (norma primria) e o do constrangimento ilegal (norma secundria). - PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA: - Pode ser aplicado mesmo quando o agente tenha maus antecedentes; - Uma quantidade mnima de cocana apreendida, em hiptese alguma, pode constituir causa justa para trancamento da ao penal, com base no princpio da insignificncia; - O Princpio da insignificncia ou criminalidade de bagatela funciona como causa de excluso da tipicidade, desempenhando uma interpretao restritiva do tipo penal. Com a caracterizao de tal princpio opera-se to somente a tipicidade formal, isto , a adequao entre o fato praticado pelo agente e a lei penal incriminadora. No h, entretanto, tipicidade material, compreendida como a capacidade de lesar ou ao menos colocar em perigo o bem jurdico penalmente tutelado. (Direito Penal EsquematizadoCleber Masson); - O princpio da insignificncia deriva do princpio da interveno mnima, em seu carter fragmentrio. Este, por sua vez, est relacionado com a misso fundamental do direito penal, e no com a pena; - Uma vez aplicado o princpio da insignificncia, que deve ser analisado conjuntamente com os postulados da fragmentariedade e da interveno mnima do Estado, a prpria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu carter material, afastada ou excluda; - No se aplica o referido princpio s condutas judicialmente reconhecidas como mprobas, pois no existe ofensa insignificante ao princpio da moralidade;

- O crime de responsabilidade praticado por prefeito no comporta aplicao do princpio da insignificncia, pois desse agente pblico exige-se comportamento tico e moral; - O STJ na maioria de seus julgados entende que no possvel a aplicao deste princpio nos crimes contra a administrao pblica, pois entende que nos crimes contra a Administrao Pblica, ainda que o valor da leso possa ser considerado nfimo, a norma busca resguardar no somente o aspecto patrimonial, mas a moral administrativa, o que torna invivel a afirmao do desinteresse estatal sua represso (Resp 655.946/DF). 26/3/07 Esse entendimento acima exposto, retirado de um julgado do STJ reflete a maior parte dos julgados desse Tribunal, principalmente em relao aos crimes funcionais contra a Administrao Pblica.

O STF, contudo, no vem restringindo da mesma maneira a aplicao do princpio, realizando um alargamento constitucional do princpio, possibilitando a aplicao do referido princpio a diversas espcies criminosas, como a prtica de crime de responsabilidade, peculato praticado por militar e descaminho, vejamos: Em concluso de julgamento, a Turma, por maioria, deferiu habeas corpus impetrado em favor de militar denunciado pela suposta prtica do crime de peculato (CPM, art. 303), consistente na subtrao de fogo da Fazenda Nacional, no obstante tivesse recolhido ao errio o valor correspondente ao bem. No caso, o paciente, ao devolver o imvel funcional que ocupava, retirara, com autorizao verbal de determinado oficial, o fogo como ressarcimento de benfeitorias que fizera v. Informativo 418. Reconheceu-se a incidncia, na espcie, do princpio da insignificncia e determinouse o trancamento da ao penal. HC 87478/PA, rel. Min. Eros Grau, 29.8.2006. (HC87478). Mesmo nos casos supracitados, entendendo-se pela possibilidade, h que se ter o cuidado de demonstrar que tal entendimento no unnime na jurisprudncia de nossa corte constitucional, dependendo, portanto da anlise de cada caso em concreto para aferir-se a possibilidade da aplicao ou no do princpio da insignificncia. - PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA: Critrios de aplicao (STF e STJ) a) Mnima ofensividade da conduta do agente; b) Nenhuma periculosidade social da ao;

c) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; d) Inexpressividade da leso jurdica provocada; Observaes importantes: -na aplicao do princpio da insignificncia h julgados do STF analisando a realidade econmica do pas. -STJ analisa o significado do bem jurdico para a vtima. -STF, em regra, admite o princpio da insignificncia nos delitos contra a administrao pblica. -STJ, em regra, no admite o princpio da insignificncia em crimes contra a administrao pblica. - STF e STJ no aplicam o princpio da insignificncia no delito de moeda falsa, pois o bem jurdico tutelado f pblica. - temos decises no STF e STJ no aplicando o princpio quando se trata de ru reincidente ou criminoso habitual. *Crtica: temos corrente lecionando que os antecedentes do agente no devem ser levados em conta no princpio da insignificncia, sob pena de se restaurar o direito penal do autor. - STF e STJ admitem princpio da insignificncia no descaminho. Cuidado: a 1 turma do STF, no dia 31-05-11, no aplicou o princpio no descaminho (HC 100.986). - STF no aplica o princpio da insignificncia na apropriao indbita previdenciria (art. 168-A), pois considera o carter supraindividual do bem jurdico; - Princpios relacionados com a misso fundamental do direito penal: - Princpio da exclusiva proteo de bens jurdicos: - Impede que o Estado venha a utilizar o direito penal para a proteo de bens ilegtimos. Obs.: a misso do direito penal proteger os bens jurdicos mais relevantes do homem. Ex.: Direito penal punir quem segue o atesmo ou o homossexualismo. - Princpio da interveno mnima: - O direito penal s deve ser aplicado quando estritamente necessrio, mantendo-se subsidirio (a sua interveno fica condicionada ao fracasso dos demais ramos) e

fragmentrio (observa somente os casos de relevante leso ou perigo de leso ao bem jurdico). Caractersticas: Subsidiariedade orienta a interveno em abstrato. O direito penal s tipifica um fato como crime quando ineficazes os demais ramos (ltima ratio). O Direito penal a derradeira trincheira. Fragmentariedade orienta a interveno em concreto. O direito penal s intervm no caso quando presente relevante leso ou perigo de leso ao bem jurdico. O princpio da insignificncia um desdobramento lgico da fragmentariedade; - Jlio Fabbrini MIRABETE esclarece que, apesar da disposio do princpio tempus regit actum, por disposio expressa do prprio Cdigo Penal Brasileiro, possvel a ocorrncia da retroatividade e da ultratividade da lei. [1] Por retroatividade podemos entender o fenmeno jurdico aplica-se uma norma a fato ocorrido antes do incio da vigncia da nova lei. Por ultratividade podemos entender o fenmeno jurdico pelo qual h a aplicao da norma aps a sua revogao; - Princpio da ultratividade da lei penal benfica: Pelo princpio da ultratividade da lei penal anterior mais benfica a lei ser aplicada mesmo que perdida a sua vigncia, mas, apenas nos crimes que ocorreram durante a sua vigncia; - Princpio da fragmentariedade: Segundo o princpio da fragmentariedade, o direito penal deve limitar-se a punir as aes mais graves praticadas contra os bens jurdicos mais importantes, ocupando-se somente de uma parte dos bens protegidos pela ordem jurdica; - PRINCPIO DA CULPABILIDADE: impe a subjetividade da responsabilidade penal. No cabe, em direito penal, uma responsabilidade objetiva, derivada to-s de uma associao causal entre a conduta e um resultado de leso ou perigo para um bem jurdico. indispensvel a culpabilidade. A culpabilidade no se presume. A responsabilidade penal sempre subjetiva. - PRINCPIO DA OFENSIVIDADE: no haver crime quando a conduta no tiver oferecido, ao menos, um perigo concreto, real, efetivo e comprovado de leso ao bem jurdico. A punio de uma agresso em sua fase ainda embrionria, embora aparentemente til do ponto de vista social, representa proteo do indivduo contra atuao demasiado intervencionista do Estado. - PRINCPIO DA INTRANSCEDNCIA: Prev a Constituio Federal que nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a

decretao de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor do patrimnio transferido. Referido dispositivo constitucional traduz o princpio da intranscendncia; O princpio da intranscendncia possui duas vertentes: a processual penal e a penal. A processual penal implica na imputao do fato quele que cometeu o delito, ou seja, ser sujeito passivo da ao penal somete aquele que, a priori, praticou a conduta criminosa. A vertente penal a acima mencionada, tambm chamada de princpio da pessoalidade da pena, j que a pena criminal no poder passar da pessoa do condenado.

- CAUSAO, VALORAO E IMPUTAO: A causao est atrelada ao mbito da tipicidade formal, ou seja, est vinculada com a conduta, resultado naturalstico (nos crimes materiais) e nexo de causalidade. Tudo tem conexo com o princpio da materializao do fato. A tipicidade formal se completa com a adequao tpica (subsuno do fato letra da lei), que exigncia do princpio da legalidade do fato. A valorao, sobretudo, diz respeito tipicidade material, onde se acham presentes dois juzos de valor: (a) valorao da conduta e (b) valorao do resultado jurdico. A conduta deve ser valorada de acordo com a teoria do risco de Roxin, ou seja, importa saber (aqui) se o agente criou ou incrementou um risco proibido relevante. Para Roxin, o risco proibido matria de imputao (imputao da conduta). Isso foi contestado por Frisch, com razoabilidade, que sublinha que o risco proibido no assunto de imputao, sim, de valorao. Causar, valorar e imputar so coisas distintas em Direito Penal. Pensamos que Frisch tem razo. No mbito da valorao do resultado jurdico o juiz, em ateno ao princpio da ofensividade, deve constatar se a ofensa ao bem jurdico (leso ou perigo concreto de leso) (a) concreta, (b) transcendental, (c) significativa e (d) intolervel. Tendo em vista o princpio ou teoria da imputao objetiva de Roxin cabe ao juiz (ainda) verificar (e) se o resultado (jurdico) pode ser imputado ao risco criado (nexo de imputao) e (f) se esse resultado est no mbito de proteo da norma.

Na ordem lgica, portanto, depois da causao e da valorao vem a imputao. A primeira imputao em Direito Penal diz respeito ao aspecto objetivo, ou seja, quando deve o agente ser responsabilizado pelo seu ato. A segunda imputao em Direito Penal a subjetiva, que est atrelada a uma parte do princpio da responsabilidade subjetiva, ou seja, ao dolo e/ou outras intenes especiais (que so chamadas de elementos subjetivos do tipo ou elementos subjetivos do injusto ou requisitos subjetivos especiais). No se pode confundir responsabilidade subjetiva (ningum pode ser punido penalmente seno quando atua com dolo ou culpa) com responsabilidade penal (ningum pode ser punido por fato alheio). A terceira imputao em Direito Penal diz respeito a quem deve ser responsabilizado penalmente: a chamada imputao pessoal. Dentro dela temos que estudar o princpio da responsabilidade pessoal (quem responde pelo delito) assim como o princpio da culpabilidade (s responde quem podia se motivar de acordo com a norma e se comportar conforme o direito). - SUPERVENINCIA DE CAUSA INDEPENDENTE: - Art. 13 - O resultado, de que depende a existncia do crime, somente imputvel a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido. Supervenincia de causa independente 1 - A supervenincia de causa relativamente independente exclui a imputao quando, por si s, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. - Est regulada, em nosso sistema, pela teoria da equivalncia dos antecedentes causais; - Art. 13, 2 - 2 - A omisso penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado; - Tal relao indispensvel nos crimes materiais, j que tais crimes exigem para sua consumao a ocorrncia do resultado descrito pela norma penal. - prescindvel nos crimes formais, j que em tais crimes a ocorrncia do resultado naturalstico mero exaurimento, se consumando com a simples prtica da conduta descrita. - Para se determinar quando uma ao causa de um resultado, h vrias teorias:

Teoria da equivalncia das condies: doutrina do Cdigo Penal Brasileiro, define causa como antecedente invarivel e incondicionado de algum fenmeno; Teoria da causalidade adequada: quando causa a condio mais adequada para produzir um resultado; Teoria da imputao objetiva de resultado: um resultado tpico s realizar o tipo objetivo delitivo se o agente criou um perigo juridicamente desaprovado na causa; Teoria da qualidade do efeito ou da causa eficiente: causa como condio da qual depende a qualidade do resultado; Teoria da condio mais eficaz ou ativa: o valor de uma causa reduzido a uma expresso quantitativa sendo a que contribui mais que outras; Teoria do equilbrio ou da preponderncia: a causa como o resultado de uma luta entre duas foras, como uma condio positiva que prepondera sobre uma negativa; Teoria da causa prxima ou ltima: a causa a ltima ao humana na cadeia causal; Teoria da causalidade jurdica: o juiz escolhe a causa responsvel pelo resultado antijurdico dado, fazendo juzo de valor; Teoria da tipicidade condicional tem de apresentar os requisitos da sucesso, necessidade e uniformidade, revelando todos os critrios de causalidade. Entre o comportamento humano e o resultado necessrio a verificao da relao causa e efeito. Causa aquilo que determina a existncia de uma coisa. Condio o que permite a uma causa produzir seu efeito. Ocasio uma circunstncia acidental que favorece a ocorrncia do resultado. Concausa concorrncia de mais de uma causa Teoria da causalidade adequada causa a condio mais adequada para produzir o resultado. Causa o antecedente que, alm de necessrio, o adequado para a produo do resultado. a valorao acrescentada c.s.q.n.,em que restam afastadas as condies indiferentes, fortuitas e excepcionais. A causa obtida a partir do juzo feito pelo magistrado, colocando-se no lugar do agente na mesma situao ftica, e considerando-se o homem mdio. A causa adequada para o resultado se, normalmente praticada no meio social, produz aquele resultado. Crtica: confunde-se com culpabilidade; impossvel determinar o grau de possibilidade efetivo para gerar o resultado; possvel o nexo de causalidade envolvendo agente inferior ao homem mdio.

- TEORIAS DA AO: - Para o modelo de ao finalista, que inspirou a alterao da parte geral do Cdigo Penal brasileiro, em 1984, ao e omisso so acontecimentos no mundo do dever ser, condicionadas pelas valoraes jurdicas; - O professor Luiz Luisi, assim interpretou a justificativa do criador do finalismo: "Ao apreender a essncia dos atos do querer e do conhecimento do homem - postos como objetivas realidades, na posio de objetos do conhecimento - verifica-se que o conhecer e o querer humanos se voltam sempre para uma meta; visam um objetivo. O conhecimento conhecimento de algo, posto ante o sujeito. O querer querer algo posto como fim pelo sujeito. A caracterstica ontolgica, portanto, do conhecer e do querer humanos est nesta intencionalidade, isto , nesta finalidade, que sempre, por fora da normao ntica, visada pelo agente. A ao, portanto, como decorrncia desta estrutura ontolgica, sempre, enquanto autenticamente humana, exerccio de atividade final. " Miguel Reale Jr. afirma, tambm, que a ao humana ontologicamente finalista, integrando-a a intencionalidade, por fora de sua prpria estrutura. Diz mais, o mestre paulista: "Alm do carter finalstico da ao, se impe, tambm, a causalidade como uma exigncia do real; - Teorias funcionalistas. Subdivide-se em duas: -Teoria personalista da ao A ao conceituada como manifestao da personalidade, isto , tudo aquilo que pode ser atribudo a uma pessoa como centro de atos anmico-espirituais. Para essa teoria considera-se ao como categoria pr-jurdica, coincidente com a realidade da vida, no sendo puramente naturalista, nem finalista. Outros aspectos peculiares dessa doutrina vm a ser o critrio funcional da teoria da imputao objetiva (tipicidade) e a extenso da culpabilidade a uma nova categoria sistemtica, a responsabilidade (culpabilidade/necessidade preventiva da pena). A culpabilidade se apia nos princpios poltico-criminais da teoria dos fins da pena. (Luiz Regis Prado) -Teoria da evitabilidade individual Substitui-se aqui a finalidade pela evitabilidade. Configura a ao como a realizao de um resultado individualmente evitvel. Tem por finalidade conseguir obter um conceito onmodo de comportamento, fundado na diferena de resultado: ao como causao evitvel do resultado e omisso como no-evitamento de um resultado que se pode evitar. (Luiz Regis Prado)

- Segundo entendimento pacificado dos Tribunais, a existncia de sistema eletrnico de vigilncia NO impede de forma eficaz a consumao de delitos; - Segundo Clber Masson, o CP adotou a teoria objetiva temperada ou intermediria (os meios empregados e o objeto do crime devem ser absolutamente inidneos a produzir o resultado idealizado pelo agente); - Existem 3 teorias que explicam a punibilidade do crime impossvel: Teoria objetiva apregoa que a responsabilizao de algum pela prtica de determinada conduta depende de elementos objetivos e subjetivos (dolo e culpa). Tal teoria se divide em teoria objetiva pura (quando a conduta incapaz, por qualquer razo, de provocar a leso, o fato h de permanecer impune, independentemente do grau da inidoneidade da ao); e teoria objetiva temperada ou intermediria (j explicada acima). Teoria Sintomtica Com sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razo pela qual deve ser punido ainda que o crime se mostre impossvel de ser consumado. Preocupa-se com o perigo do agente, sendo um desdobramento do direito penal do autor. Teoria Subjetiva Sendo a conduta subjetivamente perfeita (no crime impossvel o agente demonstra a vontade consciente de praticar o delito), deve o agente sofrer a mesma pena cominada tentativa. Nesta, h resqucio de direito penal do autor, porque ela est preocupada com o seu dolo. No se preocupa com o fato. - Crime tentado: O CP adotou como regra o critrio objetivo, realstica ou dualista, segundo o qual a pena da tentativa deve corresponder ao crime consumado, diminuda de um a dois teros, pois o desvalor do resultado menor. Excepcionalmente, aceita a teoria subjetiva, voluntria, ou monista nos delitos de atentado ou de empreendimento. Ex. Art. 352/CP evaso mediante violncia contra a pessoa e art. 309 do Cdigo Eleitoral. - Segundo Clber Masson a desistncia voluntria no admitida nos crimes unissubsistentes, pois, se a conduta no pode ser fracionada, exteriorizando-se por um nico ato, impossvel desistir da sua execuo, que j se aperfeioou com a atuao do agente. Arrependimento eficaz ou resipiscncia somente admitido em crimes materiais, pela anlise do art. 15 do CP impede que o resultado se produza. No crime formal e de mera conduta, com a prtica do fato tpico esgota-se a consumao do delito;

- Segundo remansosa jurisprudncia desta Corte, bem como do Supremo Tribunal Federal, a devoluo do "bem" na apropriao indbita, mesmo que antes do recebimento da denncia, no afasta o dolo, principalmente se houver controvrsia sobre a existncia de devoluo parcial, tampouco ilide a justa causa do tipo do art. 168 do CP, devendo ser tal fato ser considerado como arrependimento posterior e, portante, servir aos parmetros da individualizao penal. Existindo dvida sobre o elemento subjetivo e sobre a extenso do ressarcimento vtima, tudo deve ser apurado pela instruo criminal, no sendo certo interromper o procedimento criminal diante de fatos absolutamente controversos;

* AO PENAL: - O prazo para o ajuizamento da queixa-crime de seis meses, iniciando a fluncia desse prazo no dia em que o ofendido vem a saber quem o autor do crime; - Havendo vestgios nos crimes contra a propriedade imaterial, o exame pericial condio de procedibilidade para a ao penal: Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial,

observar-se- o disposto nos Captulos I e III do Ttulo I deste Livro, com as modificaes constantes dos artigos seguintes. Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestgio, a queixa ou a denncia no ser recebida se no for instruda com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito. - O Presidente da Repblica possui imunidades formais em relao ao processo, podendo ser processado por crime comum ou de responsabilidade somente aps a admissibilidade da Cmara dos Deputados com 2/3 de votos dos membros. Ele tambm tem privilgios em relao priso, somente sendo preso por infrao comum aps sentena condenatria (Art. 86, 3).O Art. 86 da Constituio Federal prev o Senado federal como competente para processar e julgar o Presidente da Repblica neste tipo de crime, sendo necessria a admisso pela Cmara dos Deputados O Art. 86 da Constituio Federal prev o Senado federal como competente para processar e julgar o Presidente da Repblica neste tipo de crime, sendo necessria a admisso pela Cmara dos Deputados; - Em regra, o crime de divulgao de segredo se sujeita ao penal pblica condicionada. Todavia, quando resultar prejuzo para a administrao pblica, a ao penal ser pblica incondicionada.

* CRIME CULPOSO: - So elementos do crime culposo a no observncia do dever de cuidado e a previsibilidade do resultado; - So elementos estruturais do crime culposo: - Conduta voluntria; - Violao de um dever de cuidado objetivo por imprudncia, negligncia ou impercia; - Resultado naturalstico involuntrio; - Nexo causal; - Previsibilidade, ou seja, possibilidade do agente conhecer o perigo que sua conduta esteja gerando; O resultado deve estar abrangido pela previsibilidade do agente, isto , possibilidade de conhecer o perigo. No se confunde com previso. Previsibilidade potencialidade de conhecimento do perigo. Exceo: Culpa consciente no h previsibilidade, h previso. - Tipicidade - Vale lembrar que o sistema normativo brasileiro traz quatro espcies de culpa (Rogrio Sanches): Culpa consciente ou com previso - neste caso h uma maior reprovabilidade da conduta; Culpa inconsciente ou sem previso; Culpa prpria - o agente no quer e nem assume o risco de produzir o resultado; Culpa imprpria - derivada de erro de tipo evitvel, na qual, embora o agente haja com dolo em sua conduta, o ordenamento jurdico considera a evitabilidade do erro, tornando, assim, a punio por crime culposo (cabe lembrar que o erro de tipo sempre exclui o dolo, permitindo, se evitvel, a punio por culpa). - Nos crimes dolosos, a finalidade do agente ilcita e, se a conduta puder ser fracionada em atos preparatrios e executrios, haver tentativa. J nos crimes culposos, seja qual for a modalidade, a finalidade do agente lcita, mas acaba por cometer um ilcito apenas por negligncia, imprudncia ou impercia.

Assim, o instituto da tentativa inaplicvel a qualquer modalidade de crime culposo, j que o agente no almejava fim ilcito. Seria absurdo algum ser condenado por tentaiva de alcanar um fim permitido pela lei. - Cleber Masson: "A doutrina nacional tranquila ao admitir a coautoria em crimes culposos, quando duas ou mais pessoas, conjuntamente, agindo por imprudncia, negligncia ou impercia, violam o dever objetivo de cuidado a todos imposto, produzindo um resultado naturalstico." - "Parte da doutrina tradicional e da jurisprudncia brasileira admite co-autoria em crime culposo. Quanto participao a doutrina praticamente unnime: no possvel nos crimes culposos. A verdade que a culpa (como infrao do dever de cuidado ou como criao de um risco proibido relevante) pessoal. Doutrinariamente, portanto, tambm no sustentvel a possibilidade de co-autoria em crime culposo. Cada um responde pela sua culpa, pela sua parcela de contribuio para o risco criado. A jurisprudncia admite co-autoria em crime culposo, mas tecnicamente no deveria ser assim, mesmo porque a co-autoria exige uma concordncia subjetiva entre os agentes. Todas as situaes em que ela vislumbra co-autoria podem ser naturalmente solucionadas com o auxlio do instituto da autoria colateral." (GOMES, Luiz Flvio. Participao de vrias pessoas no crime culposo.

* CRIME PRETERDOLOSO: - Crime preterdoloso = dolo no antecedente e culpa no consequente. H dolo na conduta inicial do agente e o resultado desta diverso do almejado por este. No se admite tentativa nos crimes preterdolosos, haja vista que, o resultado lesivo gravoso est fora do campo de vontade do agente, sendo produzido de forma culposa. O art. 19 do Cdigo Penal Brasileiro define os crimes preterdolosos, como sendo aqueles que so qualificados pelo resultado, ou seja o agente punido a ttulo de dolo e tambm de culpa. - CRIME PRETERDOLOSO: Conduta base (dolo) + resultado qualificador (culpa). Obs.: Autores desatualizados entendem que os crimes preterdolosos no admitem a tentativa. Porm, a doutrina moderna entende que possvel a tentativa em crime preterdoloso sempre que a figura tpica admitir a consumao do resultado qualificador culposo sem a consumao da conduta base dolosa. Ex.: Aborto doloso + leso corporal grave da gestante (art.127). possvel que se inicie as manobras abortivas na gestante, mas o feto no morre. Teremos, nesse caso, uma

conduta base dolosa tentada (pois o feto no morreu) + consumao do resultado qualificador (leso corporal grave culposa). J no caso da leso corporal seguida de morte no ser possvel a tentativa, pois a morte culposa s pode acontecer se for seguida da leso. Veja: Leso dolosa + morte culposa = no possvel a tentativa. - Toda vez que houver um resultado mais grave do que o descrito no tipo fundamental e apenado, por isso mesmo, mais severamente, por ele responder o agente se lhe houver causado ao menos culposamente (art. 19). No caso, se as circunstncias evidenciam que o agente no quis (dolo direto) o resultado morte, nem assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual), dever responder pela morte a ttulo de culpa, no como incurso nas penas do homcidio, pois no tinha dolo de matar, mas nas penas da leso corporal (a ttulo de dolo) seguida de morte (a ttulo de culpa), art. 129 3 - recluso, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Acho que isso!

* PEREMPO: - "A perempo instituto jurdico aplicvel s aes penais de iniciativa privada propriamente ditas ou personalssimas, no se destinando, contudo, quela considerada como privada subsidiria da pblica." (Rogrio Greco - Curso de Direito Penal - parte geral; editora Impetus, 2008 - pg. 715)

- Art. 60 do CPP: "Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se- perempta a ao penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, no comparecer em juzo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber faz-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenao nas alegaes finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurdica, esta se extinguir sem deixar sucessor."

* EFEITOS DA CONDENAO: - A perda de funo pblica constitui efeito da condenao quando aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a Administrao Pblica, desde que a sentena apresente a necessria motivao; - Nos termos do Cdigo Penal, a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo ocorrer quando, nos crimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a administrao pblica, for aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano E quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. - Art. 92 - So tambm efeitos da condenao: I - a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violao de dever para com a Administrao Pblica; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. II - a incapacidade para o exerccio do ptrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos pena de recluso, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; III - a inabilitao para dirigir veculo, quando utilizado como meio para a prtica de crime doloso. Pargrafo nico - Os efeitos de que trata este artigo no so automticos, devendo ser motivadamente declarados na sentena. - NOS CRIMES COMETIDOS POR FUNCIONRIOS PBLICOS OS EFEITOS DA CONDENAO DO ART. 92, INC. I, ALNEAS A e B, APS O TRNSITO EM JULGADO SO: 1. A PERDA DO CARGO, 2. FUNO PBLICA OU 3. MANDADTO ELETIVO. TAIS EFEITOS SO CONSIDERADOS ESPECFICOS, J QUE NO SO AUTOMTICOS, NO ESTENDENDO-SE, ASSIM, A TODOS OS CRIMES. O QUE

SIGNIFICA DIZER QUE O JUIZ AO PROLATAR A SENTENA DEVER MOTIVLOS DE FORMA CONCISA E FUNDAMENTADA, SOB PENA DE NULIDADE.

CONSEQUENTEMENTE, O MAGISTRADO PRECISA PROCEDER APRECIAO DA NATUREZA E DA EXTENSO DO DANO, BEM COMO S CONDIES PESSOAIS DO RU, PARA AFERIR SEU CABIMENTO NO CASO CONCRETO. - possvel a homologao, pelo STJ, de sentena penal condenatria proferida pela justia de outro pas, para obrigar o condenado residente no Brasil reparao do dano causado pelo crime que cometeu;

* ERRO DE TIPO: - Erro de tipo, se vencvel e, por isso, inescusvel - exclui dolo, mas responde por culpa, se houver previso. - Erro de tipo, se invencvel e, por isso, escusvel - exclui dolo e culpa. - Nas descriminantes putativas derivadas de erro de tipo necessrio que ele seja plenamente justificado pelas circunstncias;

* ERRO DE PROIBIO: - O erro sobre a ilicitude do fato reflete na culpabilidade, de modo a exclu-la ou atenula; - O erro de proibio se verifica quando o engano do agente recai sobre a ilicitude do fato. O desconhecimento da existncia da norma proibitiva ou a certeza de sua noincidncia no caso concreto caracterizam o erro de proibio direto, enquanto que o erro de proibio indireto se d quando o agente reconhece a sua conduta como tpica, porm acredita que age de acordo com uma das excludentes legais. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel (escusvel), isenta o agente de pena; se evitvel (inescusvel), implica na possibilidade de diminuio da pena de um sexto a um tero (art. 21 do Cdigo Penal). Assim, o disposto na alternativa "e" est correto, justamente por prever a possibilidade, e no a certeza, de excluso da culpabilidade, uma vez que apenas o caso concreto ir determinar se o erro foi evitvel ou no. Exemplo de erro evitvel:

Casa de prostituio Drive-in Local no destinado especificamente a encontros para fins de prostituio Fiscalizao do mesmo pela Polcia Licena de funcionamento fornecida pela Prefeitura local e placa proibindo a entrada de menores Erro sobre a ilicitude do fato, portanto, acolhido Absolvio decretada Inteligncia dos arts. 229 e 21 (redao da Lei 7.209/84) do CP. Para a caracterizao do delito previsto no art. 229 do CP de 1940 necessrio que se demonstre que o drive-in tenha sido desvirtuado para lugar destinado prostituio (TJSP, Ap. 41253-3, 3. Cm., Rel. GENTIL LEITE, j. 30.12.85, v.u., RT 610/335.). - O erro de proibio causa excludente da potencial conscincia da ilicitude, ou seja, exclui a culpabilidade, pois o agente ativo age sem ter conscincia da ilicitude do fato. Nucci afirma que: o legislador abriu bem ao incluir entre o rol das excludentes de culpabilidade o erro quanto ilicitude do fato, uma vez que possvel o agente desejar praticar uma conduta tpica, sem ter a noo de que ela proibida. Ex: um soldado, perdido de seu peloto, sem saber que a paz foi acelerada, mata um inimigo, acreditando ainda estar em guerra. Trata-se de um erro quanto ilicitude do fato, uma vez que, durante o perodo de guerra, lcito eliminar o inimigo. - O erro de proibio ocorre quando o agente ativo pratica a conduta de boa-f supondo ser lcita, mas, na verdade, pratica uma ilicitude. O desconhecimento da lei inescusvel, mas o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder diminu-la de um sexto a um tero; - Erro de proibio, se inevitvel e, por isso, escusvel - exclui a culpabilidade. - Erro de proibio inescusvel, se evitvel e, por isso, inescusvel - diminui a pena de 1/6 a 1/3; - No erro de proibio indireto, o agente tem perfeita noo da realidade, mas avalia de forma equivocada os limites da norma autorizadora. Tal erro, se escusvel, isenta-o de pena; se inescusvel, concede-lhe o direito a reduo da pena de um sexto a um tero; - O erro de proibio indireto se d quando o agente supe que sua ao, ainda que tpica, amparada por alguma excludente de ilicitude. Pode ocorrer em duas situaes, quais sejam: 1. Quanto aos limites: o agente pratica o fato porm desconhece seus limites, como por exemplo, Joo ameaa Jos, este por sua vez vai sua casa, pega a arma e mata Joo. Se enganou, pois pensou que a legtima defesa poderia se dar em relao a mal futuro. Desconhecia Jos que a referida excludente de ilicitude se refere agresso atual e iminente. 2. Quanto existncia: o agente supe presente uma causa que est ausente, guisa de exemplo pode-se citar o caso de algum que,

sendo credor de outrem, entende que pode ir casa deste pegar o dinheiro devido, sendo certo que tal atitude configura crime de Exerccio Arbitrrio das Prprias Razes - Em relao embriaguez no acidental, o CP adotou a teoria da "actio libera in causa", devendo ser considerado o momento da ingesto da substncia e no o da prtica delituosa, para aferir a culpabilidade do agente;

* ERRO SUCESSIVO:

No h previso na lei a respeito do erro sucessivo. A disciplina dessa situao dada pela doutrina, na qual existem trs orientaes a respeito: - H concurso material entre a tentativa de homicdio e o homicdio culposo. A soluo tem o mrito de prestigiar a realidade dos fatos, mas francamente minoritria na doutrina brasileira; - Existe somente uma tentativa de homicdio. De acordo com Damsio Evangelista de Jesus, no termos da teoria da imputao objetiva, o resultado morte advindo da segunda conduta no pode ser imputado ao agente, que no teve a inteno de causar esse risco; - Ocorre um homicdio doloso consumado. O agente deve ser responsabilizado por seu dolo inicial (precedente), tendo em vista a perfeita similaridade entre o que ele fez e o que ele quis fazer. De acordo com Magalhes Noronha, nos crimes dolosos, no mister que o dolo persista durante todo o fato: basta que a ao desencadeante do processo causal seja dolosa [16]. Utiliza-se o mesmo raciocnio da aberratio ictus, em que a lei considera existir um crime doloso em um fato culposo contra uma vtima que o agente no pretendia atingir

* CULPA: - De acordo com Rogrio Sanches, culpa imprpria aquela na qual recai o agente que, por erro, fantasia situao de fato, supondo estar acobertado por causa excludente da ilicitude (caso de descriminante putativa) e, em razo disso, provoca intencionalmente o resultado ilcito e evitvel. Ressalte-se que apesar de a ao ser dolosa, a denominao "culpa" advm do fato de o agente responder a ttulo de culpa por razes de poltica criminal.

- Culpa imprpria: tambm conhecida por culpa por extenso, por equiparao ou por assimilao, aquela em que o sujeito, aps prever o resultado, realiza a conduta por erro inescusvel quanto ilicitude do fato. Supe uma situao ftica que, se existente fosse, legitimaria sua ao. um dolo punido a ttulo de culpa, por motivos polticocriminais. - Culpa inconsciente, sem previso ou ex ignorantia: o agente no prev o resultado objetivamente previsvel. - Culpa consciente, com previso, ex lascivia": o agente, aps prever o resultado objetivamente previsvel, realiza a conduta acreditando sinceramente que o resultado no acontecer;

* DOLO: - Dolo de segundo grau ou de consequncias necessrias: vontade do agente dirigida a determinado resultado, efetivamente desejado, em que a utilizao dos meios para alcana-lo inclui, obrigatoriamente, efeitos colaterais de verificao praticamente certa. - o CP adotou a teoria da atividade, ou seja, o dolo a inteno de se praticar um fato que se conhece contrrio lei (agente deve conhecer o ato que vai praticar + vontade de causar o resultado), e teoria do assentimento/aceitao (dolo a vontade de praticar a conduta com a aceitao dos riscos de produzir o resultado; o agente no quer, mas no se importa com o resultado). Assim, o art. 18, I, diz que o dolo a conscincia da vontade ou a aceitao do risco de produzir o resultado. A outrateoria do dolo a da representao/previso (dolo a previso do resultado, sendo suficiente que o resultado seja previsto pelo sujeito). - Na teoria naturalista da conduta o dolo normativo (porta a conscincia da antijuridicidade - teoria clssica); na teoria finalista, atual, o dolo sempre natural (ele a simples vontade de fazer, deslocando a conscincia da ilicitude para a culpabilidade).

* LEGTIMA DEFESA: -"Na legtima defesa putativa, o indivduo imagina estar em legtima defesa, reagindo contra uma agresso inexistente. Trata-se de discriminante putativa: h erro quanto existncia de uma justificante. o que a doutrina chama de erro de permisso ou erro de proibio indireto, de acordo com os adeptos da teoria limitada da culpabilidade.

Fale-se em legtima defesa subjetiva na hiptese de excesso exculpante, que se caracteriza quando h erro invencvel, posto que, qualquer pessoa, na mesma situao, e, diante das mesmas circunstncias, agiria em excesso. Trata-se de causa supralegal de inexigibilidade de conduta diversa, que exclui, portanto, a culpabilidade. Por derradeiro, a legtima defesa sucessiva ocorre quando h repulsa ao excesso. Em outras palavras, a reao contra o excesso injusto."

* CULPABILIDADE: - Compem a culpabilidade: potencial conscincia da ilicitude; imputabilidade; e inexigibilidade de conduta diversa; - A coao moral irresistvel e obedincia hierrquica afastam o exigibilidade de conduta diversa, um dos componentes da culpabilidade. Portanto, so situaes que excluem a culpabilidade; - A culpa, pela teoria finalista da conduta, passou a ser elemento desta, realando que a previsibilidade objetiva elemento do tipo culposo (por ser elemento, sua ausncia exclui a tipicidade); a culpabilidade, 3 elemento da anlise do crime (crime fato tpico, ilcito e culpvel), abarcou os elementos subjetivos do mesmo, a previsibilidade subjetiva do crime. Desta forma, a ausncia desta exclui a culpabilidade (3 fase de anlise do crime), e no o elemento culpa do tipo. - Teoria normativa pura da culpabilidade: essa teoria tem base finalista. Se ela tem base finalista, o que voc no vai mais encontrar na culpabilidade? Dolo e culpa. - O que a teoria normativa pura faz: a culpabilidade tinha dolo e tinha culpa. Ela faz com que o dolo e a culpa migrem para onde? Para o fato tpico. Porm, o dolo, que agora pertence ao fato tpico, constitudo somente de conscincia e vontade. O terceiro elemento, que a conscincia atual da ilicitude, virou elemento da culpabilidade como potencial conscincia da ilicitude. - Ento, um dolo despido do elemento normativo. (potencial conscincia da ilicitude). O fato que foi para o fato tpico, um dolo despido do elemento normativo. Esse elemento normativo ficou na prpria culpabilidade como potencial conscincia da ilicitude. - As causas de excluso da imputabilidade so as seguintes: a) doena mental; b) desenvolvimento mental incompleto;

c) desenvolvimento mental retardado; d) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou fora maior. Excluem, por conseqncia, a culpabilidade; as 3 primeiras causas encontram-se no artigo 26, caput, do Cdigo Penal; a quarta, no artigo 28, 1. So as seguintes as causas excludentes da culpabilidade: a) erro de proibio (21, caput); b) coao moral irresistvel (22, 1 parte); c) obedincia hierarquica (22, 2 parte); d) inimputabilidade por doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (26, caput); e) inimputabilidade por menoridade penal (27); f) inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou fora maior. - Guilherme de Souza Nucci classifica as excludentes de culpabilidade (causas dirimentes) da seguinte maneira: 1 - Quanto ao agente do fato: - Doena mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado - art. 26, CP; - Embriaguez decorrente de vcio ( considerada doena mental) - art. 26, CP; e - Menoridade - art. 27, CP. 2 - Quanto ao fato: 2.1 - Legais - Coao moral irresistvel - art. 22, CP; - Obedincia hierrquica - art. 22, CP; - Embriaguez decorrente de caso fortuito ou fora maior - art. 28, 1, CP; - Erro de proibio escusvel - art. 21, CP; e - Descrimiantes putativas. 2.2 Supralegais: - Inexigibilidade de conduta diversa; - Estado de necessidade exculpante;

- Excesso exculpante; - Excesso acidental.

* APLICAO DA LEI PENAL: - No tocante aplicao da lei penal, a lei brasileira adotou a teoria da ubiquidade quanto ao lugar do crime; - LUGAR DO CRIME locus delicti - Para a aplicao da regra da territorialidade necessrio que se esclarea qual o lugar do crime, ou seja, o local em que ele foi cometido. Trs so as teorias a respeito desde assunto, quais sejam: - Teoria da atividade (ou da ao): considerado lugar do crime o local em que o agente desenvolveu atividade criminosa, ou seja, onde praticou os atos executrios. Ex.: local onde foram efetuados os disparos. - Teoria do resultado (ou do efeito): invoca o local do resultado criminoso como sendo o local do crime. Ex.: local em que a vtima veio a morrer. - Teoria da ubiqidade (ou mista): lugar do crime aquele em que se realizou qualquer um dos atos criminosos (ao ou resultado tanto faz) - No aplicao da teoria da ubiquidade: Crimes conexos (aqueles que de algum modo esto relacionados entre si, sendo cada um julgado no pas em que foi cometido); crimes plurilocais (aqueles em que a conduta e o resultado ocorrem em comarcas diversas, mas no mesmo pas); Crimes dolosos contra a vida (aplica-se a teoria da atividade); infraes penais de menor potencial ofensivo (teoria da atividade); crimes falimentares (local onde foi decretado a falncia) e atos infracionais (cometidos por crianas ou adolescentes ser competente a autoridade do lugar da ao ou omisso); - O CP adotou, para o tempo do crime, a teoria da atividade, no seu artigo 4: considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado. Essa teoria gera relevantes conseqncias: - aplica-se a lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se a do tempo do resultado for mais benfica; - a imputabilidade apurada ao tempo da conduta;

- no crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigncia de uma lei, e prossiga durante o imprio de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa; e - no crime continuado em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operandose o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta ltima a toda a unidade delitiva, desde que sob a sua vigncia continue a ser praticada; - SMULA N 711: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGNCIA ANTERIOR CESSAO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANNCIA; - STF Smula n 611: Sentena Condenatria Transitada em Julgado - Competncia na Aplicao de Lei Mais Benigna. Transitada em julgado a sentena condenatria, compete ao juzo das execues a aplicao de lei mais benigna. - Segundo a jurisprudncia predominante do Supremo Tribunal Federal, a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia; - Para os efeitos penais, consideram-se extenso do territrio nacional as embarcaes e aeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro, onde quer que se encontrem; - A extraterritorialidade CONDICIONADA, como o prprio nome j sugere, exige outras CONDIES alm da que o autor seja processado e julgado quando entrar no territrio nacional. So elas: (art 7, $2, CP) 1- entrar o agente no territrio nacional; 2- ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticado; 3- estar o crime includo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradio; 4- no ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou no ter a cumprido a pena; 5- no ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel. Aplica-se aos crimes listados no inciso II do art7: II - os crimes que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigar a reprimir; os praticados por brasileiro; praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territrio estrangeiro e a no sejam julgados; - Falsificao de selo crime contra a f pblica (art. 296 do CP). Conforme o art. 7, do CP, Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico;

Trata-se de hiptese de extraterritorialidade incondicionada, ou seja, obrigatria a aplicao da lei brasileira, sem que seja necessrio preencher qualquer condio para isso. No caso da questo, aplica-se o chamado princpio da defesa (ou real) - "a lei aplicvel a da nacionalidade do bem jurdico lesado, onde quer que o crime tenha sido cometido e qualquer que seja a nacionalidade do seu agente (Rogrio Sanches CP para Concursos; Ed. Juspodium, 2010, p. 50)". Por fim, conforme dispe o art. 7, 1, do CP, "Nos casos do inciso I, o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro".O fato de o agente ser absolvido no exterior s impediria a condenao no Brasil se o exemplo da questo fosse caso de extraterritorialidade condicionada (hipteses do art. 7, II e 2, CP); como no o caso, Fernando pode ser julgado de acordo com as leis brasileiras, independentemente de condenao ou absolvio no exterior.O princpio da territorialidade pode ser absoluto (aplica a territorialidade sem excees) ou relativo (admite-se exceo). Diferentemente do CPP, o CP adotou a territorialidade RELATIVA ou TEMPERADA PELA INTRATERRITORIALIDADE (sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional); - TEMPO DO CRIME: Teoria da atividade: Considera-se praticado o crime no momento da ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado; - O princpio da irretroatividade da lei penal mais gravosa, que se desdobra na possibilidade da retroao da lei mais benfica mitigado no tocante s leis temporrias e excepcionais. O fundamento dessa regra o de que no teria utilidade nenhum as ditas leis se fosse permitido a retroao da lei mais benfica, visto que essas leis tm tempo exguo, fazendo com que o sujeito que as infringe seja julgado justamente sob a gide de outra lei. - Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica; b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio, de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo Poder Pblico; c) contra a administrao pblica, por quem est a seu servio; d) de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes:

a) que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em territrio estrangeiro e a no sejam julgados. 1 - Nos casos do inciso I, o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 2 - Nos casos do inciso II, a aplicao da lei brasileira depende do concurso das seguintes condies: a) entrar o agente no territrio nacional; b) ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticado; c) estar o crime includo entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradio; d) no ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou no ter a cumprido a pena; e) no ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, no estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorvel. 3 - A lei brasileira aplica-se tambm ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condies previstas no pargrafo anterior: a) no foi pedida ou foi negada a extradio; b) houve requisio do Ministro da Justia. Pena cumprida no estrangeiro

- Art. 8 - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela computada, quando idnticas; - Regra Benfica do Concurso Material. O CP estabelece no art. 70, nico, o que a doutrina denomina de regra benfica do concurso material ou de regra do concurso material benfico. O aludido dispositivo reza que a aplicao do critrio da exasperao, em sede de concurso formal, no poder resultar em pena mais alta a que seria cabvel pela regra do cmulo material (prpria do concurso material de crimes - art. 69 do CP). Ou seja, nunca aumentar (exasperar) benefcio outorgado ao ru por motivos de poltica criminal pode resultar em pena mais grave do que a correspondente em face da soma (da cumulao material) dos crimes. Caso o juiz preveja que a aplicao do critrio de exasperao do concurso formal (ou, como veremos adiante, do crime continuado) redunde em pena maior que a cumulao, deve

deixar de lado a primeira e aplicar esta ltima tcnica. Trata-se de medida lgica, estabelecida para, em homenagem aos primados da razoabilidade e proporcionalidade, evitar situaes esdrxulas. - OBS: A pena do crime continuado no pode exceder a que seria resultante do concurso material. o que se extrai da parte final do Art. 71, paragrafo nico, do Cdigo Penal" (STF: HC 88.253/RJ, rel. Min Eros Grau, 2 Turma, j. 02.05.2006); - Pode-se aplicar o princpio da consuno num fato que ostente a materialidade de falso e de estelionato, como a falsificao de carteira de trabalho para obteno de vantagem pessoal indevida.

* DESISTNCIA VOLUNTRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: - O agente que, depois de esgotar todos os meios de que dispunha para consumar a infrao penal, se arrepende e impede que o resultado ocorra, s responde pelos atos praticados: CP Art.15- O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execuo ou impede que o resultado se produza, s responde pelos atos j praticados; - O arrependimento eficaz ocorre quando o agente pratica, at o final, os atos executrios, no entanto, obsta o resultado, por sua voluntariedade. Exemplo: "A" dispara e acerta vrios tiros em "B", contudo, "A" se arrepende e desiste de mat-lo e o socorre evitando assim sua morte. Segundo o eminente professor Damsio de Jesus, o arrependimento eficaz tem lugar quando o agente, tendo j ultimado o processo de execuo do crime, desenvolve nova atividade impedindo a produo do resultado. - DESISTNCIA VOLUNTRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ: SO INSTITUTOS QUE AFASTAM A TIPICIDADE DO CRME TENTADO, RESTANDO APENAS RESPONSABILIZAO PELOS ATOS J PRATICADOS. NESSE SENTIDO A DICO QUE O DO ART. 15 DO SE CP, SEGUNDO S O QUAL "O AGENTE ATOS QU, J VOLUNTARIAMAENTE, DESISTE DE PROSSEGUIR NA EXECUO OU IMPEDE RESULTADO PRODUZA, RESPONDE PELOS PRATICADOS". CARACTERSTICAS DA DESISTNCIA VOLUNTRIA: O AGENTE EST NO ITER CRIMINIS, OU SEJA, INICIOU A EXECUO E, VOLUNTARIAMENTE, DECIDE INTERROMPER SUA TRAJETRIA EM DIREO CONSUMAO DO CRIME.

SENDO ASSIM, A DESISTNCIA VOLUNTRIA S POSSVEL NA TENTATIVA IMPERFEITA. CARACTERSTICAS DO ARREPENDIMENTO EFICAZ: O AGENTE ENCERROU O ITER CRIMINIS E, VOLUNTARIAMENTE, PRATICA NOVA AO QUE EVITA A CONSUMAO DO CRIME. SENDO ASSIM, O ARREPENDIMENTO EFICAZ S POSSVEL NA TENTATIVA PERFEITA.

* ARREPENDIMENTO POSTERIOR: - causa OBRIGATRIA de reduo da pena; - No arrependimento posterior, a reduo da pena varia de um a dois teros. Conforme doutrina majoritria, o critrio a ser utilizado pelo juiz para quantificar a reduo da pena o da celeridade da reparao. Assim, quanto mais rpida a reparao do dano, maior dever ser a reduo da pena pelo juiz; - Arrependimento Posterior Art.16 - Nos crimes cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa, reparado o dano ou restituda a coisa, at o recebimento da denncia ou da queixa, por ato voluntrio do agente, a pena ser reduzida de um a dois teros. - O arrependimento posterior ocorre aps a consumao do crime, uma causa obrigatria de reduo de pena, porm so necessrios alguns requisitos: 1- A reparao do dano (ressarcimento) ou a restituio do objeto material; 2- necessrio que o ato seja voluntrio, ainda que no seja espontneo; 3- O ressarcimento deve ser feito at o recebimento da denncia ou queixa; 4- No pode ser aplicado nos casos de delitos praticados com violncia ou grave ameaa. Todo crime com violncia ou grave ameaa no ter a aplicao do arrependimento posterior;

* CONCURSO DE CRIMES: - Espcies de concursos de agentes: o concurso poder ser eventual ou necessrio. Veja-se: I. Eventual: aquele em que o delito pode ser praticado por um nico agente, de maneira isolada, como furto, homicdio, etc. Esses delitos so denominados pela

doutrina como unissubjetivos, porque eles no dependem (exigem) da participao de terceiro. II. Necessrio: um tipo de delito em que para sua realizao ser imprescindvel a existncia de mais de um agente. A doutrina os identifica como delitos plurissubjetivos. Esses delitos iro variar conforme o nimo do agente, porque eles podem ser praticados mediante: a) Aes convergentes: ocorre quando os desgnios rumam (convergem) para o mesmo sentido (ex.: bigamia, quando a concubina, por exemplo, sabe do matrimnio de seu parceiro). b) Aes paralelas: ocorre quando os agentes executam o delito por meio de aes distintas, como no crime de quadrilha ou bando, em que cada um dos agentes tem uma funo distinta no cometimento do delito. c) Aes divergentes: ocorre quando a conduta dos agentes acaba se voltando uma contra a outra, como no delito de rixa. Sendo assim, sem a existncia da previso plurissubjetiva, os referidos delitos dessa segunda parte (necessrio) deixariam de existir, isso porque a presena de mais de uma agente elementar do tipo penal. - Art. 69, CP - Concurso material: Quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicao cumulativa de penas de recluso e de deteno, executa-se primeiro aquela. 1 - Na hiptese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, no suspensa, por um dos crimes, para os demais ser incabvel a substituio de que trata o art. 44 deste Cdigo. 2 - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprir simultaneamente as que forem compatveis entre si e sucessivamente as demais. - No concurso formal de crimes, aplica-se ao agente a mais grave das penas cabveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto at metade. As penas de multa so aplicadas distinta e integralmente; - Art. 70, CP - Concurso formal: Quando o agente, mediante uma s ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um

sexto at metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ao ou omisso dolosa e os crimes concorrentes resultam de desgnios autnomos, consoante o disposto no artigo anterior. - Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes da mesma espcie e, pelas condies de tempo, lugar, maneira de execuo e outras semelhantes, devem os subseqentes ser havidos como continuao do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um s dos crimes, se idnticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois teros. Pargrafo nico - Nos crimes dolosos, contra vtimas diferentes, cometidos com violncia ou grave ameaa pessoa, poder o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstncias, aumentar a pena de um s dos crimes, se idnticas, ou a mais grave, se diversas, at o triplo, observadas as regras do pargrafo nico do art. 70 e do art. 75 deste Cdigo. - O concurso formal imperfeito, justamente porque h designios autnomos. No concurso formal perfeito que no h designios autonomos, h unidade de desgnio. Exemplo: A atira pedra para atingir B mas sem querer atinge tambm C (aberratio ictus com unidade complexa). Dois resultados mas um nico desgnio, concurso formal perfeito. J se o caso fosse assim: A atira pedra querendo atingir 2 desafetos, B e C, os designios so autonomos, ocorrendo 2 resultados o concurso ser formal imperfeito, e as penas sero somadas. No imperfeito as penas so somadas, no perfeito so exasperadas de um sexto at a metade mas podero ser somadas se benfico ao ru (concurso material benfico. - Aberratio ictus = desvio no golpe ou aberrao no ataque. tratada pelo nome de ERRO NA EXECUO e vem prevista no artigo 73, do CP: Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execuo, o agente, ao invs de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 3 do artigo 20 deste Cdigo. No caso de ser tambm atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do artigo 70 (concurso formal) deste Cdigo. - O referido 3o, do artigo 20, diz o seguinte: O erro quanto pessoa contra a qual o crime praticado no isenta de pena. No se consideram, neste caso, as condies ou qualidades da vtima, seno as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

- O erro, como se pode ver, de pessoa para pessoa, ou seja, quero matar A, mas mato B. Pode haver, entretanto, que, alm de matar A, mate tambm B, o que d origem a duas classificaes quanto aberratio ictus: COM UNIDADE SIMPLES o agente, com sua conduta, produz um nico resultado, ou seja, s atinge uma pessoa, embora diversa da pretendida. Aqui, aplicam-se as regras do erro quanto pessoa, ou seja, o agente responder por seu dolo, ainda que o resultado tenha sido culposo: se quer matar o pai, mas atinge e mata stranho, responde com a agravante do homicdio contra ascendente. COM UNIDADE COMPLEXA h um resultado duplo. Com sua conduta o agente atinge o alvo e tambm um terceiro. - Concurso Material Benfico nas Hipteses de ABERRATIO ICTUS E ABERRATIO CRIMINIS Seja nas causas de aberratio ictus ou de aberratio delicti (ambos com unidade complexa), dever ser observada a regra do concurso material benfico, ou seja, se o concurso formal for prejudicial ao agente, em comparao com o material, aplicam-se as regras deste ltimo. - Rogerio Greco, Regra Benfica do Concurso Material: O CP estabelece no art. 70, nico, o que a doutrina denomina de regra benfica do concurso material ou de regra do concurso material benfico. O aludido dispositivo reza que a aplicao do critrio da exasperao, em sede de concurso formal, no poder resultar em pena mais alta a que seria cabvel pela regra do cmulo material (prpria do concurso material de crimes - art. 69 do CP). Ou seja, nunca aumentar (exasperar) benefcio outorgado ao ru por motivos de poltica criminal pode resultar em pena mais grave do que a correspondente em face da soma (da cumulao material) dos crimes. - A regra geral para aplicao da pena a utilizao do sistema da exasperao (aumenta-se a pena de 1/6 at a metade), no entanto, pode ser aplicada a regra do concurso material benfico (se a soma das penas for mais benfico que a exasperao) quando se tratar de concurso formal perfeito (no h designios autonomos, como o caso da aberratio ictus com unidade complexa, dois resultados). Para solucionar esta alternativa (a) preciso entender porque a aberratio ictus com unidade complexa exemplo de concurso formal perfeito. Na aberratio ictus (erro na execuo) o agente por acidente ou erro no uso dos meios de execuo acaba ofendendo uma pessoa diversa daquela que ele pretendia atingir.A

aberratio ictus pode ser com unidade simples (consequncia jurdica do erro sobre a pessoa art.20 p.3) ou com unidade complexa. Ser com unidade simples quando tiver resultado nico. Ser com unidade complexa quando tiver resultado duplo (desejado e o no desejado - ateno, se os 2 resultados forem desejados no h aberratio ictus mas concurso formal imperfeito, j que presente os designios autnomos). Ento, tendo em vista que na aberratio ictus com unidade complexa h uma conduta e dois resultados, o concurso formal perfeito, pois h unidade de desgnio. No concurso formal imperfeito h designios autnomos e a regra aplicada ser a da cumulao material. Parte final do artigo 70. Pra memorizar: COM RELAO A APLICAO DA PENA NO CONCURSO DE CRIMES: Concurso material sistema do cmulo material

Concurso formal - sistema da exasperao (Mais grave das penas se diferentes ou uma nica pena se iguais os crimes, aumentados em qualquer caso de 1/6 at a metade). Formal perfeito (sem desgnios aut.) Sistema da Exasp, aumenta de 1/6 a metade. Ou concurso material benfico. Formal imperfeito (com desgnios aut.) Sistema do cmulo material. Concurso formal perfeito - sistema da exasperao ou concurso material benfico

* SUSPENSO DA PENA: - A condenao anterior pena de multa no impede a suspenso da pena, se presentes os demais requisitos. Smula 499 STF: No obsta concesso do "sursis" condenao anterior pena de multa;

* TENTATIVA: - Pargrafo nico - Salvo disposio em contrrio, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuda de um a dois teros; - ART. 17, CP. No se pune a tentativa quando por ineficcia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, impossvel consumar-se o crime;

- O crime impossvel tambm denominado por alguns estudiosos de tentativa inidnea, inadequada, intil, ou quase crime. Trata-se de tentativa no punvel, haja vista que o sujeito se vale de meios absolutamente ineficazes ou objetos absolutamente imprprios que tornam impossvel a consumao do crime; - Se a autoridade policial, sem ter sido artificialmente provocada, vem a conhecer previamente a iniciativa do agente, criando a partir de ento, situao de precauo no sentido de surpreender o agente quando este intentar o ato criminoso, evitando, em funo do aspecto surpresa, o resultado criminoso, no h se falar em crime putativo. - Segundo Damsio de Jesus, so crimes que no admitem a forma tentada: a) crimes culposos; b) contravenes; c) crimes omissivos prprios; d) crimes unissubsistentes; e) crimes preterdolosos ou preterintencionais; f) crimes em que a lei somente pune o agente quando ocorre o resultado, como, por exemplo, acontece na participao em suicdio (art. 122, CP); g) crimes habituais; h) crimes permanentes de forma exclusivamente omissiva; i) crimes de atentado; j) no crime continuado, s admissvel a tentativa dos crimes que o compem. O todo, no crime continuado, no a admite; k) no crime complexo, a tentativa ocorre com o comeo de execuo do delito que inicia a formao da figura ou com a realizao de um dos crimes que o integram. - O critrio utilizado pela jurisprudncia para fixar o quantum de reduo da pena pela tentativa considera, basicamente, a maior ou menor proximidade da consumao; - Segundo a doutrina: "O percentual de reduo no meramente opo do julgador, livre de qualquer fundamento. Assim, visando trazer critrios que possam ser aferidos no caso concreto, evitando decises arbitrrias, entende a doutrina que quanto mais prximo o agente chegar consumao da infrao penal, menor ser o percentual de reduo; ao contrrio, quanto mais distante o agente permanecer da consumao do crime, maior ser a reduo. Tendo esse crtrio como norte, poder o julgador fundamentar com mais facilidade o percentual por ele aplicado, evitando-se, ainda, decises extremamente subjetivas e injustas. Poder o condenado, a seu turno, recorrer da deciso que imps este ou aquele percentual, de acordo com o estgio em que se encontrava o crime". Fonte: GRECO, Rogrio. Curso de Direito Penal. 11 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009, p. 265.

* INTERCEPTAO TELEFNICA:

- LEI 9296/96 Art. 5 A deciso ser fundamentada, sob pena de nulidade, indicando tambm a forma de execuo da diligncia, que no poder exceder o prazo de quinze dias, renovvel por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. - possvel a prorrogao do prazo de autorizao para a interceptao telefnica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que exija investigao diferenciada e contnua;

* CRIMES EM LICITAES: - Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei so de ao penal pblica incondicionada, cabendo ao Ministrio Pblico promov-la; porm: Art. 103. Ser admitida ao penal privada subsidiria da pblica, se esta no for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto no Cdigo de Processo Penal; - A autoridade competente que, fora das hipteses previstas em lei, determinar dispensa ou inexigibilidade de licitao incorrer em crime previsto na Lei n. 8.666/1993; Ateno: Paragrafo nico. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumao da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Pblico; - LEI 8666/93 Art. 84. Considera-se servidor pblico, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunerao, cargo, funo ou emprego pblico. 2o A pena imposta ser acrescida da tera parte, quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comisso ou de funo de confiana em rgo da Administrao direta, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista, fundao pblica, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Pblico; - Os crimes definidos na lei de licitaes sujeitam os seus autores, quando servidores pblicos, perda de cargo, emprego, funo ou mandato eletivo, ainda que o crime no tenha sido consumado; 8666/93 Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores pblicos, alm das sanes penais, perda do cargo, emprego, funo ou mandato eletivo. - Nos casos de sentena condenatria por prtica de algum dos crimes previstos na Lei n. 8.666/1993, a pena de multa dever ser fixada em percentual, cuja base dever

corresponder ao valor da vantagem obtida ou potencialmente aufervel pelo agente.

* SIGILOS BANCRIO, TELEFNICO E FISCAL: - Entendimento do STF: Os membros do Ministrio Pblico, no uso de suas prerrogativas institucionais, no esto autorizados a requisitar documentos fiscais e bancrios sigilosos diretamente ao fisco e s instituies financeiras, sob pena de violao aos direitos e garantias constitucionais da intimidade da vida privada dos cidados. Obs: Cabe to-somente ressaltar que, segundo o STF, o Ministrio Pblico pode, excepcionalmente, solicitar a quebra do sigilo bancrio quando se tratar de aplicao de verbas pblicas, devido ao princpio da publicidade; - Dependem de prvia autorizao do Poder Judicirio a prestao de informaes e o fornecimento de documentos sigilosos solicitados por comisso de inqurito administrativo destinada a apurar responsabilidade de servidor pblico por infrao praticada no exerccio de suas atribuies, ou que tenha relao com as atribuies do cargo em que se encontre investido; - OBS: Conforme recente deciso do STF, de 26.11.2010, a Receita Federal agora tem poder para quebrar sigilo bancrio; -

* CRIME CONTINUADO: - H duas teorias que tratam a respeito dos elementos fundamentais do crime continuado: objetiva e objetivo-subjetiva. A primeira entende que o crime continuado exige, apenas e to-somente, requisitos de ordem objetiva; dispensa-se a unidade de desgnios, por se entender que os elementos exteriores de homogeneidade bastam para se afirmar da unidade criminosa. Ou seja, para os objetivistas a unidade do crime deflui dos elementos exteriores da homogeneidade: crimes da mesma espcie, praticados em tais condies de tempo, lugar e maneira de execuo, que os subseqentes so havidos como continuao dos precedentes. J para a teoria objetivo-subjetiva ou subjetivo-objetiva o crime continuado surge da coexistncia de elementos subjetivos (unidade de desgnios) e elementos objetivos (elementos exteriores de homogeneidade: circunstncias de tempo,

lugar, maneira de execuo e outras, que indicam continuao delitiva mediante sucesso criminosa). A unidade de desgnios prvia vontade planejada de executar vrios delitos em continuidade , portanto, elemento indispensvel, na viso da teoria ecltica ou mista, para a configurao do crime continuado. Teoria adotada pelo CP. O nosso diploma penal no fez qualquer referncia unidade de desgnios enquanto requisito do crime continuado. Consoante se extrai da redao do art. 71 do CP, os elementos estruturantes da continuidade delitiva so apenas de ordem objetiva, inexistindo qualquer meno a elementos subjetivos. Assim, a doutrina brasileira pacfica em afirmar que o Cdigo brasileiro adotou a teoria objetiva pura. Alis, a prpria Exposio de Motivos da Parte Geral do CP, no item n. 59, afirma expressamente que foi mantido, na reforma de 1984, o critrio da teoria puramente objetiva, por se entender que este no revelou na prtica maiores inconvenientes, a despeito das objees formuladas pelos partidrios da teoria objetivo-subjetiva. - Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes da mesma espcie e, pelas condies de tempo, lugar, maneira de execuo e outras semelhantes, devem os subseqentes ser havidos como continuao do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um s dos crimes, se idnticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois teros. Pargrafo nico - Nos crimes dolosos, contra vtimas diferentes, cometidos com violncia ou grave ameaa pessoa, poder o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstncias, aumentar a pena de um s dos crimes, se idnticas, ou a mais grave, se diversas, at o triplo, observadas as regras do pargrafo nico do art. 70 e do art. 75 deste Cdigo. - HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIME CONTINUADO. NECESSIDADE DE PRESENA DOS ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS. REITERAO HABITUAL. DESCARACTERIZAO. ORDEM DENEGADA. 1. Para a caracterizao do crime continuado faz-se necessria a presena tanto dos elementos objetivos quanto subjetivos. 2. Constatada a reiterao habitual, em que as condutas criminosas so autnomas e isoladas, deve ser aplicada a regra do concurso material de crimes. 3. A continuidade delitiva, por implicar verdadeiro benefcio queles delinqentes que, nas mesmas circunstncias de tempo, modo e lugar de execuo, praticam crimes da

mesma espcie, deve ser aplicada somente aos acusados que realmente se mostrarem dignos de receber a benesse. - Como bem aduz Leonardo Marcondes Machado " O crime continuado e a habitualidade delitiva so duas figuras que no se confundem. Alis, este tambm o entendimento do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual "a reiterao criminosa indicadora de delinqncia habitual ou profissional suficiente para descaracterizar o crime continuado {1} "

A continuidade delitiva representa, na verdade, conforme j destacado inicialmente, fico jurdica inspirada em poltica criminal e na menor censurabilidade do autor de crimes plurais da mesma espcie e praticados de modo semelhante, a indicar continuidade (ou seja, que os subseqentes devem ser havidos como continuao do primeiro). Diferente, no entanto, a hiptese de simples reiterao ou habitualidade criminosa, em que, muito embora haja pluralidade de delitos, ainda que da mesma espcie, ausente as similitudes; ou, ainda que verificadas as similitudes, estas no so bastantes a indicar continuidade. Tome-se, por emprestado, hiptese concreta julgada pelo Supremo: "No caso dos autos, os modos de execuo so distintos e os delitos esto separados por espao temporal igual a seis meses. No se cuida, portanto, de crime continuado, mas de reiterao criminosa. Incide a regra do concurso material". [02] Nos casos de mera reiterao criminosa, claro que o tratamento penal deve ser endurecido (leia-se: maior pena), uma vez que a culpabilidade (no sentido de censurabilidade ou reprovabilidade) maior. Indispensvel, neste ponto, o magistrio de Cernicchiaro, segundo o qual s se pode entender a continuao, desde que a seqncia das aes ou omisses diminuam a censura. "Ao contrrio, se as circunstncias evidenciarem, por exemplo, propenso para o delito, raciocnio frio, calculista, reiterao que se projeta todas as vezes que o agente encontra ambiente favorvel aos delitos, pouco importa a conexo objetiva. A reiterao que, se transforma em habitualidade, atrai, sem dvida, maior culpabilidade", o que significa maior pena, em virtude de no se reconhecer o benefcio dogmtico e poltico-criminal da continuidade delitiva; - Crime habitual, habitualidade delitiva e crime continuado:

Crime habitual aquele que depende de reiterao da conduta para que haja consumao. , em regra, delito caracterizado pelo exerccio de uma profisso regulamentada, verbi gratia, exerccio ilegal da profisso de mdico. Habitualidade delitiva a reiterao criminosa. o costume de praticar crimes. Uma pessoa que vive de diferenciados tipos de crimes ser criminosa habitual. No Brasil, adotamos a teoria da fico juridica, pela qual a natureza do crime continuado uma fico emprestada pelo Direito. Por isso, quem diz o que crime continuado a lei. In casu, o Cdigo Penal define crime continuado e, como adotamos, tambm, a teoria objetiva (puramente objetiva ou objetiva pura), s so exigidos os requisitos expressos em lei para que haja reconhecimento da continuidade delitiva. Com isso, criamos nova espcie de conexo material (vinculao material de delitos), esta a conexo legal, ou seja, bastam os requisitos constantes do art. 71 do Cdigo Penal para que haja crime continuado. O exposto afasta a possibilidade sustentada por alguns, no sentido de que necessrio distinguir habitualidade delitiva de crime continuado. O criminoso habitual que atenda aos requisitos do art. 71 do CP ter direito ao reconhecimento da continuidade delitiva. Esta, ao contrrio de soma de penas, provoca a exasperao da mais grave. No caso de continuidade delitiva profissional (envolvendo crimes dolosos, vtimas diferentes, violentos ou com grave ameaa pessoa) a exasperao ser maior. Ao contrrio de ser de 1/6 a 2/3 (esta a exasperao do crime continuado simples), poder elevar at o triplo (exasperao para o crime continuado especial ou especfico). - "O entendimento desta Corte no sentido de que a reiterao criminosa indicadora de delinqncia habitual ou profissional suficiente para descaracterizar o crime continuado" (STF RHC 93.144/SP, Relator Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, DJ 9.5.08);

* PENAS: - O condenado por crime contra a administrao pblica ter a progresso de regime do cumprimento da pena condicionada reparao do dano que causou, ou devoluo do produto do ilcito praticado, com os acrscimos legais; - MULTA:

- A multa considerada dvida ativa de valor, aplicando-se as normas da legislao relativa dvida ativa da fazenda pblica. - STF Smula 693: No cabe habeas corpus contra deciso condenatria a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infrao penal a que a pena pecuniria seja a nica cominada; - REGIME DE PENAS: - Caput do Art. 33 - A pena de recluso deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de deteno, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferncia a regime fechado. Art. 33 pargrafo 4o O condenado por crime contra a administrao pblica ter a progresso de regime do cumprimento da pena condicionada reparao do dano que causou, ou devoluo do produto do ilcito praticado, com os acrscimos legais. Art. 34 pargrafo 3 - O trabalho externo admissvel, no regime fechado, em servios ou obras pblicas. Art. 39 - O trabalho do preso ser sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefcios da Previdncia Social. Art. 97 - Se o agente for inimputvel, o juiz determinar sua internao (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punvel com deteno, poder o juiz submet-lo a tratamento ambulatorial. 1 - A internao, ou tratamento ambulatorial, ser por tempo indeterminado, perdurando enquanto no for averiguada, mediante percia mdica, a cessao de periculosidade. O prazo mnimo dever ser de 1 (um) a 3 (trs) anos.

* RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURDICA: - As penas restritivas de direitos so: a suspenso parcial ou total de atividades, interdio temporria de estabelecimento, obra ou atividade e proibio de contratar com o poder pblico (artigo 22); - Pessoas com personalidade judiciria, sem personalidade jurdica, no podem ser responsabizadas. A lei no as alcana. Por exemplo, a massa falida, o esplio dos bens deixados pelo falecido (CPC, artigo 12, III e IV). A sociedade de fato tambm no. Ela no tem representante legal e no haveria como executar a pena; - A jurisprudncia contempornea do STJ e do STF entende que h aplicao da Teoria da Dupla Imputao Objetiva, sendo esta: " independentemente de ser ou no

"penal" a natureza especfica da responsabilidade da pessoa jurdica prevista na lei ambiental, emerge como absolutamente inevitvel a incidncia da teoria da dupla imputao (ou da imputao paralela), leia-se, jamais pode a pessoa jurdica isoladamente aparecer no plo passivo da ao penal (sempre ser necessrio descobrir quem dentro da empresa praticou o ato criminoso em seu nome e em seu benefcio). Desse modo, devem ser processadas (obrigatoriamente) a pessoa que praticou o crime e a pessoa jurdica (quando esta tenha sido beneficiado com o ato). OBS: STJ: RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. INPCIA DA DENNCIA. AUSNCIA DE DESCRIO MNIMA DA RELAO DA RECORRENTE COM O FATO DELITUOSO. INADMISSIBILIDADE. PESSOA JURDICA. RESPONSABILIZAO SIMULTNEA DA PESSOA FSICA. NECESSIDADE. (...)No possvel que haja a responsabilizao penal da pessoa jurdica dissociada da pessoa fsica, que age com elemento subjetivo prprio;