3
Universidad Pontificia de Salamanca Derecho Publico Eclesiastico Resumo: Tema 4 – Igreja e estado na Idade moderna Aluno: Ricardo Gaiotti Silva A idade moderna se inicia com uma série de fatores sociais, políticos, econômicos e sociais que influenciaram diretamente a relação entre a Igreja e o estado. Dentre estes se destaca a reforma protestante, que a principio veio denunciar a forma laxa que vivia o clero, contudo ela acabou produzindo efeitos maiores do que propriamente no campo disciplinar, mas sim afetou diretamente a figura do papa, dos dogmas e a ideia da Igreja como sociedade visível e hierarquicamente estruturada. (cf. Apuntes, pg. 16) O grande iniciador da reforma protestante sem dúvida foi Martin Lutero, ele considerava a salvação mediante a fé individual, sem a necessidade de intervenção humana, formando assim uma doutrina sobre os sacramentos que não necessitava de certa hierarquia para administra-lo, ou seja, a estrutura jurídica na Igreja, não haveria razão para a relação entre a Igreja e o Estado. Por um lado a doutrina de Lutero influenciou a ideia de a Igreja e a hierarquia é desnecessária, por outro, incentivou a criação de igrejas nacionais, no qual a religião passa a ser politica de estado, cabendo a este organiza-la, ou seja, a igreja estaria sobre o poder temporal, assim, a reforma protestante acabou por colaborar com o absolutismo do poder soberano. (cf. Apuntes, pg. 16) Um exemplo claro desta influencia se deu na Inglaterra com a reforma anglicana, onde o Rei Henrique VIII, após uma um litigio com a Santa Sé a respeito de seu matrimônio, simplesmente se auto proclamou chefe supremo da Igreja na Inglaterra, além de submeter o clero sobre sua autoridade, confiscou bens dos entes eclesiásticos, enfim, tudo isso com a intenção de controlar os assuntos eclesiásticos e colocar a Igreja sob seus “pés”. (cf. Apuntes, pg. 17) Afirma a Lei de Supremacía de Henrique VIII: “Aunque es justo y legítimo que la Majestad del Rey sea y deba ser la Cabeza Suprema de la Iglesia de

Resumo - Tema 4 – Igreja e Estado Na Idade Moderna

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Igreja e estado na idade moderna

Citation preview

Universidad Pontificia de Salamanca Derecho Publico EclesiasticoResumo: Tema 4 Igreja e estado na Idade moderna Aluno: Ricardo Gaiotti Silva A idade moderna se inicia com uma srie de fatores sociais, polticos, econmicos e sociais que influenciaram diretamente a relao entre a Igreja e o estado. Dentre estes se destaca a reforma protestante, que a principio veio denunciar a forma laxa que vivia o clero, contudo ela acabou produzindo efeitos maiores do que propriamente no campo disciplinar, mas sim afetou diretamente a figura do papa, dos dogmas e a ideia da Igreja como sociedade visvel e hierarquicamente estruturada. (cf. Apuntes, pg. 16)O grande iniciador da reforma protestante sem dvida foi Martin Lutero, ele considerava a salvao mediante a f individual, sem a necessidade de interveno humana, formando assim uma doutrina sobre os sacramentos que no necessitava de certa hierarquia para administra-lo, ou seja, a estrutura jurdica na Igreja, no haveria razo para a relao entre a Igreja e o Estado. Por um lado a doutrina de Lutero influenciou a ideia de a Igreja e a hierarquia desnecessria, por outro, incentivou a criao de igrejas nacionais, no qual a religio passa a ser politica de estado, cabendo a este organiza-la, ou seja, a igreja estaria sobre o poder temporal, assim, a reforma protestante acabou por colaborar com o absolutismo do poder soberano. (cf. Apuntes, pg. 16)Um exemplo claro desta influencia se deu na Inglaterra com a reforma anglicana, onde o Rei Henrique VIII, aps uma um litigio com a Santa S a respeito de seu matrimnio, simplesmente se auto proclamou chefe supremo da Igreja na Inglaterra, alm de submeter o clero sobre sua autoridade, confiscou bens dos entes eclesisticos, enfim, tudo isso com a inteno de controlar os assuntos eclesisticos e colocar a Igreja sob seus ps. (cf. Apuntes, pg. 17)Afirma a Lei de Supremaca de Henrique VIII: Aunque es justo y legtimo que la Majestad del Rey sea y deba ser la Cabeza Suprema de la Iglesia de Inglaterra y que como tal sea reconocida en sus Asambleas por el clero del reino, sin embargo, como confirmacin y ratificacin de ello, y en orden al incremento de las virtudes cristianas en este reino de Inglaterra, as como para reprimir y extirpar todos los errores, herejas y otros excesos y abusos cometidos en el mismo, por el actual Parlamento debe decretarse que el Rey, nuestro Soberano, sus herederos y sucesores reyes de este reino, sean acogidos, aceptados y tenidos como Cabeza Suprema en la tierra de la Iglesia de Inglaterra, llamada Anglicana Ecclesia, y que posean y disfruten la Corona Imperial aneja y unida a este reino, de su ttulo y asignacin, as como de todos los honores, dignidades, jurisdicciones, privilegios, facultades, inmunidades, tiles y bienes propios y los pertenecientes a la dignidad de Cabeza Suprema de esta Iglesia. (cf. Texto, pg. 16)A reforma protestante originou a diviso religiosa na Europa e com ela as sangrentas guerras de religio que duraram mais de um sculo (1520-1648). Neste intervalo de tempo, inmeras foram as tentativas de acordo, h de se destacar o surgimento na Frana da politica de tolerncia, essa anos mais tarde revogada por Luis XIV.Um marco para a histria foi a chamada paz de Westfalia, esta que significou para o imprio o fim da hegemonia religiosa na Europa e o desaparecimento do confessionalismo nico, consequentemente produziu efeitos direito na relao entre a Igreja e os estado. A partir de Westfalia a religio do monarca era considerada como a religio do povo, assim, o soberano teria o poder para determinar a religio que deveria ser professada em seu reino, muitas vezes esta era imposta a fora. Roma no aceitou nunca esta soluo porque sem o dualismo, significava uma proteo ao menos terica, dos indivduos frente ao poder politico e o religioso. A paz de Westfalia significava a aceitao de uma radical competncia do poder politico sobre a vida religiosa dos sditos. Os estados protestantes no reconheceram mais o direito cannico e o prncipe passou a dar normas legais necessrias para reger a vida religiosa de cada igreja nacional. (cf. Apuntes, pg. 16)Por outro lado onde se solidificava a f catlica pelos soberanos, nascia o regalismo que foi um conjunto de direitos e prerrogativa do monarca absoluto catlico que exercia frente a Santa S, este sistema de relaes entre Igreja e Estado durou toda a idade mdia, muitas vezes era organizado por meio de concordatas. (cf. Apuntes, pg. 17)H de se destacar ainda o desenvolvimento da doutrina poder indireto da Igreja, com o Concilio de Trento, procurou-se realizar uma profunda reforma nos aspectos disciplinares, especialmente no clero, da mesma forma diante da realidade dos novos estados nacionais que se apoiavam nas teses de extenso do regalismo e das doutrinas que o sustentavam, iniciou o desenvolvimento da teoria do poder indireto da Igreja. (cf. Apuntes, pg. 18)Esta doutrina explicava a existncia de duas ordens independente e autnomas, sem negar que a Igreja e concretamente o papa, carecia do poder temporal direto, se chegava concluso de que ela tinha competncia jurisdicional sobre as coisas temporais em quanto podiam afetar as espirituais. Como consequncia, se afirmava uma maior excelncia da Igreja e por sua finalidade e se deduzia uma certa subordinao do Estado nos assuntos de interesse comum. (cf. Apuntes, pg. 19)No sculo XIX surgiu doutrinas que afirmava que a Igreja tem poder espiritual e ao temporal e, s vezes que exerceu este poder foi por necessidades histricas como, por exemplo, na Cristandade. Atualmente no se usa mais a expresso sociedade perfeita para definir a Igreja, mas o contedo desta expresso continua vlido. Hoje a fundamentao da juridicidade da Igreja e a maneira dela se relacionar com o estado se baseia em sua qualificao como ordenamento jurdico primrio e autnomo. Enfim, a Igreja goza de autonomia, plenitude, justificada no direito divino, carter jurdico de suas normas, portanto pode se afirmar que a Igreja um ordenamento jurdico, sua estrutura jurdica serve de base organizativa de seu ser espiritual. (cf. Apuntes, pg. 19 e 20)