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 CONCEITOS BÁSICOS DO DIREITO DO TRABALHO APRESENTAÇÃO Hoje em dia o judiciário brasileiro anda abarrotado de processos trabalhistas por conta da supressão de direitos dos empregados por seus empregadores, que por falta de conhecimento acabam tendo que responder perante o juiz o porquê de ter desrespeitado o direito do seu funcionário. Tal situação traz um impacto negativo nas contas das empresas, em que ao invés de lucrarem, acabam utilizando o lucro para pagar condenações de processos trabalhistas.  Ainda, a empresa pode acabar inscrita na Justiça do T rabalho como uma empresa devedora, não podendo emitir a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas e sem poder participar de licitações públicas (contratação com administração pública).  A falta de conhecimento do departamento da empresa responsáv el pelo seu pessoal pode acarretar diversos prejuízos de ordem econômica/financeira, até mesmo de reputação, pois os pretensos empregados se afastarão de um empregador que não honra seus compromissos. Daí a importância do conhecimento na legislação trabalhista, para que não incorra no erro de suprimir direitos dos empregados pela falta de conhecimento. Há sim empresas que mesmo conhecendo a legislação, acabam suprimindo direitos para não arcar com o ônus fiscal que é obrigatório no país, porém acabam sendo condenadas numa eventual ação trabalhista, seja nos débitos com o seu ex-empregado, seja com o INSS, Receita, etc. Não é diferente quanto ao conhecimento na folha de pagamento do seu pessoal, pois tendo conhecimento da memória de cálculo de cada verba paga ao seu empregado, não correrá o risco de pagar a mais ou a menos e ensejando uma futura ação.

Resumo - Trabalhista

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Resumo - Trabalhista

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  • CONCEITOS BSICOS DO DIREITO DO TRABALHO

    APRESENTAO

    Hoje em dia o judicirio brasileiro anda abarrotado de processos

    trabalhistas por conta da supresso de direitos dos empregados por seus

    empregadores, que por falta de conhecimento acabam tendo que responder

    perante o juiz o porqu de ter desrespeitado o direito do seu funcionrio.

    Tal situao traz um impacto negativo nas contas das empresas, em

    que ao invs de lucrarem, acabam utilizando o lucro para pagar condenaes

    de processos trabalhistas.

    Ainda, a empresa pode acabar inscrita na Justia do Trabalho como

    uma empresa devedora, no podendo emitir a Certido Negativa de Dbitos

    Trabalhistas e sem poder participar de licitaes pblicas (contratao com

    administrao pblica).

    A falta de conhecimento do departamento da empresa responsvel

    pelo seu pessoal pode acarretar diversos prejuzos de ordem

    econmica/financeira, at mesmo de reputao, pois os pretensos empregados

    se afastaro de um empregador que no honra seus compromissos.

    Da a importncia do conhecimento na legislao trabalhista, para

    que no incorra no erro de suprimir direitos dos empregados pela falta de

    conhecimento.

    H sim empresas que mesmo conhecendo a legislao, acabam

    suprimindo direitos para no arcar com o nus fiscal que obrigatrio no pas,

    porm acabam sendo condenadas numa eventual ao trabalhista, seja nos

    dbitos com o seu ex-empregado, seja com o INSS, Receita, etc.

    No diferente quanto ao conhecimento na folha de pagamento do

    seu pessoal, pois tendo conhecimento da memria de clculo de cada verba

    paga ao seu empregado, no correr o risco de pagar a mais ou a menos e

    ensejando uma futura ao.

  • 1. CONCEITO DE TRABALHO

    Trabalho qualquer desprendimento de energia fsica ou intelectual

    a fim de produzir algo em favor de algum.

    2. PROTECIONISMO DA LEGISLAO TRABALHISTA

    Hoje vigora no pas a CLT (Consolidao das leis do trabalho) que

    um conjunto de decretos e leis que preveem os direitos dos empregados e dos

    empregadores, bem como regula a justia do trabalho e a atividade dos

    sindicatos.

    Principal texto em matria trabalhista, porm existem outros

    diplomas que tratam do tema, como a lei do aviso prvio, lei do 13 salrio, lei

    do vale transporte, etc.

    Diante da relao entre o empregado e o seu empregador, o Estado

    por meio da legislao, tenta equilibrar as partes para que no haja imposio

    de um sobre o outro, mais precisamente do patro sobre o empregado.

    Eleva alguns direitos do empregado para que possa se igualar ao

    potencial financeiro do empregador que em tese, tem mais capacidade

    econmica que o empregado que diante da situao de hipossuficiente, no

    tem escolhas a no ser se sujeitar a vontade do patro.

    Um exemplo so as multas aplicadas a empresa por

    descumprimento da legislao trabalhista, como o prazo de 10 dias para

    pagamento das verbas rescisrias na dispensa imotivada.

    3. CONCEITO DE RELAO DE TRABALHO E EMPREGO

    Relao de trabalho gnero do qual relao de emprego espcie

    de relao de trabalho.

    A CLT tem aplicao na relao de emprego, no qual deve ser

    observado alguns requisitos para sua caracterizao e ser objeto de estudo a

    seguir.

  • A relao de trabalho o desprendimento de fora fsica ou

    intelectual a fim de produzir algo em favor de algum.

    A relao de emprego tambm, porm acresce-se o requisito da

    subordinao, ou seja, empregado subordinado as ordens do patro.

    A relao entre empregado e empregador denomina-se relao de

    emprego e as demais relaes de trabalho, como por exemplo o trabalho

    avulso, eventual e autnomo.

    3.1 TRABALHADOR AVULSO

    Aquele que, sindicalizado ou no, presta servio de natureza urbana

    ou rural a diversas empresas, sem vnculo empregatcio, com a intermediao

    obrigatria do sindicato da categoria ou do rgo gestor de mo de obra.

    Tem todos os direitos que um empregado celetista faz jus, porm

    no tem subordinao trabalhando por conta prpria, mas sempre intermediado

    por um sindicato de classe ou rgo gestor de mo de obra.

    3.2 TRABALHADOR EVENTUAL

    Aquele que presta servios sem habitualidade, ou seja, de forma

    eventual, atendendo a uma necessidade excepcional de servio, que no

    enquadra nas necessidades normais da atividade empresarial. Existe a

    subordinao, porm eventual, afastando a caracterizao do vnculo

    empregatcio.

    3.3 TRABALHADOR AUTNOMO

    Aquele que trabalha sem subordinao, porm exerce com

    habitualidade e por conta prpria a prestao de servio.

    4. CONCEITO DE EMPREGADO E EMPREGADOR

    A CLT define o que empregado e empregador sendo importante

    analisar o texto de lei para diferenciar algumas caractersticas entre ambos que

    refletem diretamente na relao de emprego que nada mais que um contrato

    particular entre as partes.

  • 4.1 EMPREGADOR

    Art. 2 CLT. Considera-se empregador a empresa, individual ou

    coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econmica,

    admite, assalaria e dirige a prestao pessoal de servio.

    Individual ou coletiva significa que a empregador pode ser um grupo

    econmico, em que uma empresa gere outras empresas do mesmo grupo,

    onde todas as empresas tero responsabilidade solidria sobre os crditos

    trabalhistas dos empregados.

    Assumindo os riscos da atividade econmica, a empresa no pode

    repassar ao empregado os custos, as obrigaes, o nus que seu, como por

    exemplo, responsabilizar um funcionrio por conta dos seus clientes no lhe

    pagarem pelo produto vendido.

    Dirigir a prestao pessoal de servio o poder diretivo do

    empregador que pode impor ao empregado a forma que este deve prestar seu

    servio. Divide-se em poder disciplinar, fiscalizador e gestor da prestao de

    servio.

    4.2 EMPREGADO

    Art. 3 CLT. Considera-se empregado toda pessoa fsica que

    prestar servios de natureza no eventual empregador, sob a

    dependncia deste e mediante salrio.

    So cinco requisitos que formam a relao de emprego, sendo eles

    a pessoalidade, no eventualidade, subordinao e onerosidade.

    - Pessoalidade O empregado deve prestar o servio de forma

    pessoal, no podendo outra pessoa fazer em seu lugar.

    - No eventualidade A prestao de servio deve ser contnua no

    tempo, no podendo ser de forma eventual, espordica ou de vez em quando.

    - Subordinao Elemento essencial para diferenciao da relao

    de emprego para as demais relaes de trabalho. Aqui o empregado fica

    subordinado ao patro, que escolhe a forma que vai ser prestado o servio, e

    no o empregado exercer as atividades dentro da empresa como quiser.

  • - Onerosidade O empregado recebe em contraprestao pelo

    servio, o seu salrio.

    5. CONTRATO DE TRABALHO

    A relao de emprego um contrato celebrado entre as partes em

    que um se obriga a prestar servios e o outro a pagar por esses servios.

    Porm h muito mais obrigaes do que simplesmente essa citada, pois o

    Estado por meio da legislao impe o respeito a um contrato mnimo, ou

    clusulas importantes do contrato como, por exemplo, o pagamento do salrio,

    o registro na CTPS, o horrio de almoo, etc. (art. 442 e seguintes da CLT).

    A relao de emprego pode ser celebrada por contrato escrito,

    verbal ou tcito:

    - Escrito Instrumento particular em que constam todas as

    obrigaes das partes e se por prazo indeterminado sem data para acabar, ou

    se por prazo determinado, com data para o trmino do contrato. Em regra o

    contrato de trabalho deve ser indeterminado.

    - Verbal Pode as partes pactuarem a prestao de servio de

    forma verbal, porm s ter validade o contrato por prazo determinado se for

    escrito (experincia, por exemplo).

    Tcito As partes pode AGIR como se estivessem em um contrato

    de prestao de servios, a atitude de ambas configura a relao de trabalho.

    5.1 CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO

    Em regra, o contrato de trabalho se d sem prazo final, tendo reflexo

    diretamente nas verbas rescisrias. Em caso de extino do contrato de

    trabalho por prazo indeterminado, decorrente de dispensa imotivada, incide a

    multa de 40% sobre o FGTS e o aviso prvio pode ser trabalhado ou

    indenizado.

    5.2. CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO

  • o contrato que no momento da sua celebrao j tem termo final,

    ou seja, tem data para terminar a sua vigncia. Temos 3 tipos de contrato por

    prazo determinado, o de experincia e temporrio.

    O contrato de experincia tem como prazo mximo de 90 dias,

    podendo ser prorrogado uma vez dentro desse perodo, e se a prorrogao

    ocorrer mais de uma vez, o contrato passa a ser por prazo indeterminado.

    Dentro do contrato de experincia no incide a multa sobre o fundo,

    no h aviso prvio, e a trabalhadora mulher em que a concepo da gravidez

    ocorra dentro do contrato de experincia, far jus a estabilidade da gestante.

    O contrato temporrio regido pela lei 6.019/74, e tem durao de 3

    meses ocorrendo somente em caso de necessidade transitria de substituio

    de pessoal regular e permanente e acrscimo extraordinrio de servio. Nessa

    modalidade o empregado contratado por uma empresa especializada em

    trabalho temporrio e registrada no Ministrio do Trabalho e Emprego para o

    exerccio dessa atividade.

    H ainda a modalidade de contrato por prazo determinado previsto

    na CLT, art. 445, em que o prazo mximo de 2 anos regido pela lei 9.601/98

    permitindo-se somente 1 prorrogao.

    Para a contratao do mesmo empregado aps exaurido o prazo de

    2 anos, deve ser observado a carncia de 6 meses. Havendo clusula de

    resciso antecipada, o contrato ter extino observando os direitos como do

    contrato por prazo indeterminado.

    6. CTPS

    Carteira de trabalho e previdncia social, utilizada para anotao do

    vnculo empregatcio e demais informaes inerentes a relao entre as partes,

    como frias, alterao salarial, inscrio no PIS, etc.

    O empregador dever exigir a CTPS do futuro empregado e nela

    anotar todas as informaes da relao de emprego e devolver ao empregado

    em 48 horas sob pena de pagamento de multa correspondente a 50% do

    salrio mnimo (Art. 29 da CLT).

  • 7. ADMISSO E REGISTRO DE EMPREGADOS

    O processo de admisso do empregado inicia com a publicao da

    vaga nos meios de comunicao, onde deve ser observados alguns preceitos:

    - No pode exigir experincia acima de 6 meses para a funo;

    - No pode haver distino de sexo, cor, raa e religio;

    - No pode exigir atestado de gravidez ou esterilidade no momento

    da contratao e da demisso;

    8. JORNADA DE TRABALHO

    Jornada de trabalho o perodo em que o empregado presta servio

    ao seu empregador, seja executando o servio ou aguardando ordens.

    A jornada legal deve ser respeitada no limite de 8 horas dirias e 44

    horas semanais (art. 58 da CLT).

    Pode haver a celebrao de jornada inferior como o caso dos

    bancrios em que a jornada diria de 6 horas e 30 semanais.

    H tambm a jornada 12x36 em que o empregado trabalha 12

    horas, mas repousa durante 36 horas, no desrespeitando o limite de 8 horas

    se tal jornada for pactuada por acordo ou conveno coletiva.

    Para o empregado que tem jornada diria de 8 horas e 44 horas

    semanais, perfaz no ms uma jornada de 220 horas que ser o divisor para

    saber o salrio hora do empregado submetido a esta jornada.

    Para o empregador que tenha mais de 10 funcionrios, obrigatria

    a marcao de ponto, seja por meio eletrnico ou fichas manuais (smula 338

    do TST).

    9. HORAS EXTRAS

    A jornada acima do limite legal de 8 horas dirias e 44 horas

    semanais considerada hora extraordinria e deve ser paga com acrscimo de

    50%. (art. 59 da CLT e art. 7, XVI da CF).

  • Se a conveno coletiva da categoria prever acrscimo maior, deve

    ser respeitado.

    H o sistema de compensao em que o empregado que labora

    acima de 8 horas de um dia, poder compensar em outro dia, no fazendo jus

    ao pagamento da hora extra. (art. 59, 2 CLT).

    Ainda, h o sistema de banco de horas, em que o empregado que

    labora acima das 8 horas dirias, acumula as horas extras podendo compens-

    las em at 1 ano a critrio do empregador. Se dispensado, deve ser paga todas

    as horas do banco de horas com acrscimo de 50%. (art. 59, 3, CLT).

    As horas extras se habituais tem reflexo em outras verbas

    trabalhistas, como Descanso Semanal Remunerado, aviso prvio, 13 salrio,

    frias e FGTS, alm da incidncia da contribuio previdenciria.

    Para saber a hora/salrio do empregado deve pegar o salrio e

    dividi-lo pela jornada mensal.

    Exemplo: empregado que labora 8 horas dirias e 44 horas

    semanais, tem jornada mensal de 220horas e salrio de R$ 1.000,00.

    Memria de clculo = 1.000 / 220 = 4,54

    O valor do salrio hora R$ 4,54 e com o acrscimo de 50% a hora

    extra de R$ 6,81.

    O reflexo em DSR calcula-se pelo ms trabalhado, em que h

    diferena de um para o outro, sendo que tem meses que incidem 4 ou 5

    domingos ou feriados.

    Exemplo: Hora extra R$ 6,81 / 25 (dias teis) x 5 (domingos) = R$

    1,36 correspondente ao DSR

    Empregados excludos do regime de jornada (art. 62, CLT).

    10. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO

    Ser assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24

    horas consecutivas, o qual, salvo motivo de convenincia pblica ou

  • necessidade imperiosa do servio, dever coincidir com o domingo, todo ou em

    parte. (art. 67 da CLT).

    Chama-se descanso semanal por ser obrigatoriamente concedido

    num espao de 7 dias, ou seja, dentro de uma semana o empregado poder

    trabalhar somente 6 dias, sendo o 7 dia de descanso, conceito hebdomadrio.

    pago correspondente a 1 dia de trabalho, em que o empregado

    descansa mas faz jus ao pagamento. Perde direito ao pagamento se faltar

    algum dia dentro daquela semana.

    Incide sobre a hora extra e qualquer outra verba que tenha o

    pagamento com base no salrio/hora.

    11. INTERVALOS PREVISTOS E NO PREVISTOS EM LEI

    11.1 INTERVALO INTRAJORNADA

    o intervalo concedido aos empregados para descanso e refeio

    no podendo ser reduzido ou suprimido. (art. 71, CLT).

    O empregado que tenha jornada abaixo de 4 horas no faz jus a

    intervalo para descanso e refeio.

    O empregado que tenha jornada acima de 4 at 6 horas, faz jus ao

    intervalo de 15 minutos para descanso e refeio.

    O empregado que tenha jornada acima de 6 horas faz jus a 1 hora

    no mnimo para descanso e refeio.

    A no observncia desse intervalo acarreta o pagamento da hora

    com acrscimo de 50% (art. 71, 4 CLT) e reflexos nas demais verbas

    (smula 437 do TST).

    11.2 INTERVALO INTERJORNADA

    o intervalo entre uma jornada de trabalho diria e outra, devendo o

    empregador respeitar o descanso mnimo de 11 horas entre uma jornada e

    outra.

  • Se o empregado entra as 07:00hs da manh e sai as 22:00hs da

    tarde, tendo que entrar as 07:00hs da manh do dia seguinte, no respeitado

    o intervalo mnimo de 11 horas, devendo o empregador pagar as horas

    suprimidas como hora extra.

    11.3. INTERVALO NO PREVISTO EM LEI

    O intervalo concedido pelo empregador por mera liberalidade e no

    tenha previso legal, deve ser considerado dentro da jornada de trabalho para

    fins remuneratrios.

    11.4. Observaes

    - Horas in itinere tempo em que o empregado dispe para

    locomoo entre residncia / trabalho e vice e versa. (Art. 58, 2 da CLT).

    - Tempo disposio do empregador

    - Sobreaviso / Planto paga-se 1/3 da hora normal

    12. SALRIO E REMUNERAO

    12.1. SALRIO conjunto de parcelas contraprestativas, pagas pelo

    empregador ao empregado, em decorrncia da relao de emprego.

    12.2. REMUNERAO conjunto de retribuies percebidas em

    decorrncia da prestao de servio englobando parcelas remuneratrias de

    diversas naturezas (contraprestao, indenizao, benefcio).

    Pode-se entender como remunerao no s o salrio mas qualquer

    verba que tenha natureza salarial como horas extras, adicionais, comisses,

    gorjetas.

    importante a diferenciao, pois as verbas podem ser pagas com

    base no salrio ou na remunerao, como por exemplo, o adicional de

    periculosidade, previsto no art. 193 da CLT que pago com base no salrio. J

    as horas extras, frias, 13 salrio, so pagos com base na remunerao

    (salrio + outras parcelas).

  • Empregado cujo salrio de R$ 1.500,00 ser utilizado como base

    para verbas que tomam por base o salrio do obreiro.

    Empregado cujo salrio de R$ 1.500,00 e tem adicional de

    periculosidade de 30%, ter como remunerao a quantia de R$ 1.950,00 que

    servir de base para verbas que tomam por base a remunerao.

    vedado o ajuste de um valor fixo para pagamento de todas as

    parcelas trabalhistas como salrio + horas extras + comisses. Chamado de

    salrio complessivo.

    Descontos salariais, somente se autorizado no contrato de trabalho

    e se for por culpa do empregado. Se for dolo, no precisa de previso

    contratual.

    13. SALRIO UTILIDADE

    Toda prestao que concedida pelo empregador PELO trabalho,

    considerado salrio utilidade e pode ser somada a remunerao do

    empregado.

    Se for concedida PARA o trabalho considerada instrumento de

    trabalho e, portanto, no tem natureza salarial, no integrando a remunerao.

    Exemplos de salrio utilidade: Veculo fornecido para o empregado

    de utilizao prpria, ou seja, fornecido PELO trabalho. Integra o valor do

    aluguel mensal desse veiculo na remunerao.

    Exemplos de utilidade sem natureza salarial: vestimentas, vale

    transporte, seguro de vida, etc. Art. 458 da CLT.

    14. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE E

    NOTURNO

    14.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Ao empregado que

    trabalha sob condies insalubres (exposto a agente nocivo a sua sade)

    dever receber adicional de insalubridade em grau mnimo (10%), mdio (20%)

    e mximo (40%) a depender do grau de nocividade dos agentes. Este

  • percentual sobre o salrio mnimo e repercute nas outras verbas trabalhistas.

    (art. 189 e 192 da CLT).

    14.2 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE Ao empregado que

    trabalha exposto a exploso, eletricidade, roubo ou violncia fsica, motocicleta,

    devido adicional de 30% sobre o salrio base. (Art. 193 da CLT).

    14.3 ADICIONAL NOTURNO ao empregado que trabalha das

    22:00hs as 05:00hs deve receber adicional noturno de 20% sobre a hora diurna

    considerando a hora ficta em 52 minutos e 30 segundos (art. 73 da CLT).

    Para cada uma hora trabalhada o empregado faz jus a 7 minutos e

    30 segundos como hora extra.

    15. FGTS (FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIO)

    Parcela paga pelo empregador no importe de 8% sobre a

    remunerao do empregado depositado em conta vinculada na Caixa

    Econmica Federal.

    16. SEGURIDADE E PREVIDENCIA SOCIAL

    Por meio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) o Estado

    prov para os segurados, benefcios diversos para meios de subsistncia.

    Para isso, existem meios de custeio em que participa o empregador

    (de 8% a 11%) e o empregado (8%), pagos atravs das contribuies

    previdencirias.

    17. FRIAS

    Perodo do contrato de trabalho em que o empregado no presta

    servios, mas aufere remunerao do empregador aps ter adquirido o direito

  • no decurso dos 12 primeiros meses de vigncia de seu contrato de trabalho.

    (art. 129 e seguintes da CLT).

    Perodo aquisitivo o perodo em que o empregado deve trabalhar

    para ter o direito s frias. 12 meses.

    Perodo concessivo ou fruitivo o perodo em que o empregador

    deve conceder as frias. 12 meses.

    A no concesso das frias no perodo concessivo enseja o

    pagamento em dobro.

    O no pagamento das frias at 2 dias antes da sua fruio, enseja

    o pagamento em dobro.

    As frias compreende-se em 1 ms de remunerao do empregado

    considerando os ltimos 12 meses e acresce-se 1/3 sobre a remunerao,

    chamado de tero constitucional (art. 7, XVII da CF).

    A concesso das frias corresponde a 30 dias, porm pode ser

    descontado se o empregado faltou um determinado nmero de vezes

    injustificadamente durante os 12 meses do perodo aquisitivo. Tabela do art.

    130, CLT.

    No ter direito as frias o empregado que no perodo aquisitivo,

    deixar o emprego e no for readmitido dentro de 60 dias sua sada;

    permanecer em gozo de licena remunerada por mais de 30 dias; deixar de

    trabalhar com percepo do salrio, por mais de 30 dias em virtude de

    paralisao parcial ou total dos servios da empresa e tiver percebido da

    previdncia social prestaes de acidente de trabalho ou auxlio doena por

    mais de 6 meses.

    17.1 FRIAS COLETIVAS

    Podero ser concedidas frias coletivas a todos os empregados de

    uma empresa ou de determinado estabelecimento ou setores da empresa.

  • O empregado que no tem o perodo aquisitivo completo, e se

    usufruturio das frias coletivas, ter o perodo aquisitivo reiniciado quando

    voltar das frias coletivas.

    As frias coletivas no podero ser concedidas com prazo inferior a

    10 dias.

    17.2 CLCULO DAS FRIAS

    Empregado com salrio de R$ 1.500,00 ter direito ao salrio de R$

    1.500,00 acrescido de 1/3 no importe de R$ 500,00.

    Frias proporcionais. Empregado que trabalhou 8 meses em 2014

    com salrio de R$ 1.500,00 receber frias proporcional em 8/12 de R$

    1.500,00. Clculo: 1.500 / 12 x 8 = 1.000 / 3 + 1.000 = R$ 1.333,33.

    Frias com base na remunerao. Empregado que recebe salrio de

    R$ 1.000,00 e teve uma mdia de comisses em R$ 300,00 nos ltimos 12

    meses. Clculo: 1.000 + 300 + 1/3 = R$ 1.733,33.

    Para se auferir a mdia das comisses no exemplo, somam-se as

    comisses dos ltimos 12 meses e divide-se por 12.

    Considera-se 1/12 o ms em que o empregado trabalhou por mais

    de 15 dias.

    18. 13 SALRIO OU GRATIFICAO NATALINA

    O 13 salrio uma gratificao compulsria por fora de lei, tem

    natureza salarial, tambm denominado gratificao natalina e foi criado pela

    lei 4.090/62.

    Devido a empregados urbanos, rurais e domsticos, avulsos e

    temporrios.

    O valor corresponde a uma remunerao normal caso empregado

    tenha trabalhado o ano inteiro, isto , os 12 meses, e dever ser paga at o

    ms de dezembro.

  • Caso o empregado tenha trabalhado apenas alguns meses,

    receber o 13 proporcional, na razo de 1/12 por ms trabalhado,

    considerando frao igual ou superior a 15 dias.

    A lei 4.749/65 desdobrou em duas parcelas o pagamento do 13

    salrio, sendo paga a primeira entre fevereiro e novembro e a segunda at dia

    20 de dezembro.

    Clculo do 13 salrio: Empregado que tenha salrio de R$ 1.780,00

    receber o valor integral se trabalhou durante os 12 meses.

    Se trabalhou 8 meses em 2014, seu 13 salrio ser de R$ 1.186,67.

    Clculo: 1.780 / 12 x 8 = 1.186,67.

    O mesmo clculo ser feito para o empregado que receba

    comisses ou qualquer verba que integre sua remunerao, somando-se os

    ltimos 12 meses e dividindo por 12.

    Empregado que tenha mdia de horas extras de R$ 200,00 com

    salrio de R$ 1.500,00 ter como base para o 13 salrio R$ 1.700,00. Se

    trabalhado 8 meses ter direito ao 13 proporcional de R$ 1.133,33. Clculo

    1.500 + 200 / 12 x 8 = 1.133,33.

    19. ORGANIZAO SINDICAL

    Os sindicatos so entidades representativas tanto dos empregados

    como dos empregadores, atuando em cada regio com abrangncia as

    diversas categorias profissionais se servem de porta voz dos seus

    representados em negociaes ou litgios (dissdio coletivo).

    As normas que regulam os direitos dos representantes, chama-se

    convenes coletivas ou acordos coletivos.

    As convenes coletivas so frutos de negociao entre sindicato do

    empregado e sindicato do empregador prevendo direitos e deveres para

    determinada categoria profissional.

  • Os acordos coletivos so frutos de negociao entre sindicato dos

    empregados e determinada empresa em que trabalham, prevendo direitos e

    deveres somente aqueles empregados dessa determinada empresa.

    As empresas devem observar os acordos e convenes coletivas

    pois fazem lei entre as partes que os celebraram.

    20. SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    A Constituio Federal prev que o empregador deve fornecer um

    ambiente de trabalho digno aos seus empregados, tomando atitudes que visem

    a diminuio de riscos a sade e a acidentes.

    Pois o trabalho visa a melhoria da condio social do trabalhador e

    no degradar a sua sade, visto que empreende no trabalho esforo fsico e

    mental.

    Para tanto, no momento da admisso, a empresa deve encaminhar

    o pretenso empregado para exames admissionais constatando se este est

    apto ou no para o trabalho.

    O mesmo deve ocorrer durante e depois do contrato de trabalho, a

    fim de amenizar os impactos que o trabalho exerce sobre a sade do

    empregado.

    Qualquer acidente ocorrido no curso do contrato de trabalho, seja

    indo para o trabalho ou durante a jornada, a empresa responsvel pela

    emisso do CAT (Comunicao de Acidente de Trabalho) encaminhado ao

    INSS para que seja implantado o benefcio de auxlio doena acidentrio que

    pago aps o 30 dia aps o acidente, sendo que esses primeiros 30 dias

    pago pela empresa.

    21. AVISO PRVIO

    O aviso prvio como o prprio nome diz, uma forma de avisar a

    uma das partes da relao de emprego, que no h mais interesse na

    continuao do trabalho, para que no haja surpresa e prejuzos aquele que

    dependa do trabalho ou da prestao de servios.

  • A lei 12.506/2011 estendeu o direito ao aviso prvio mnimo de 30

    dias acrescentando 3 dias para cada ano trabalhado.

    Poder o empregado no perodo do aviso prvio, escolher entre o

    labor com diminuio de 2 horas dirias ou no trabalhar nos ltimos 7 dias do

    aviso. Nesse perodo o contrato continua vigente com todas as suas clusulas,

    devendo o empregador pagar todo o perodo se trabalhado.

    Pode ser o aviso pago de forma indenizada, em que o empregador

    no queira mais que o empregado trabalhe nesse perodo, pagando todo o

    salrio, porm o contrato continua vigente mesmo o empregado no prestando

    o servio.

    22. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE

    A empresa ter que reter na fonte o imposto devido a Receita

    Federal se os proventos do empregado ultrapassarem o limite estipulado pelo

    fisco, conforme tabela abaixo:

    23. FORMAS DE EXTINO DO CONTRATO DE TRABALHO

    Para cada tipo de extino do contrato de trabalho o empregado ter

    direito a verbas variveis.

  • 23.1 Dispensa sem justa causa onde o empregador decide sem

    motivo justificvel dispensar o empregado.

    Verbas: saldo de salrio; frias integrais e proporcionais + 1/3; aviso

    prvio trabalhado ou indenizado; 13 salrio proporcional; multa de 40% sobre

    o FGTS, direito a saque do FGTS; indenizao adicional prevista na conveno

    coletiva se o empregado for dispensado 30 dias antes da data base.

    23.2 Dispensa com justa causa o empregado que praticar alguma

    falta prevista no art. 482 da CLT pode ser dispensado por justa causa fazendo

    jus somente ao saldo de salrio e frias vencidas, sem direito a saque do

    FGTS.

    23.3 Demisso pedido de demisso do empregado

    Verbas: saldo de salrio; 13 salrio; frias integrais ou

    proporcionais; sem direito a multa ou saque do FGTS;

    23.4 Aposentadoria empregado com o contrato vigente que se

    aposenta e quer ver extinto o contrato de trabalho;

    Verbas: saldo de salrio; frias integrais e proporcionais + 1/3; 13

    salrio proporcional; levantamento do FGTS, no tem direito a multa.

    23.5 Resciso Indireta empregador que pratica alguma falta grave

    prevista no art. 483 da CLT poder ser dispensado por justa causa pelo

    empregado, em que o contrato ser rescindido com incidncia das verbas

    devidas como se fosse dispensa imotivada.

    23.6 Culpa Recproca quando o empregado e o empregador

    praticam faltas graves ao mesmo tempo, fazendo jus o empregado a 50%

    somente das verbas rescisrias (aviso prvio, 13 salrio, frias e multa do

    FGTS em 20%).

    Apostila elaborada por Tiago Cunha Pereira, advogado, OAB/SP

    333.562. Indaiatuba/SP.