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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRESENTADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP DE JULHO/DEZEMBRO 2005 BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR CARACTERIZAÇÃO DE UM ELEMENTO REPETITIVO DE EXTREMIDADE CROMOSSÔMICA DE LEISHMANIA MAJOR 310 Medicina, Ribeirão Preto, 38 (3/4): 310-385, jul./dez. 2005 NOTAS E INFORMAÇÕES por quimioluminescência com dois anticorpos anti-ninjurina 1, centrifugação diferencial, espectrometria de massa e imu- nocitoquímica, além de reações de cross-linking para a iden- tificação de possíveis ligantes da ninjurina 1. Dentre as cé- lulas humanas testadas, a linhagem de melanoma metastáti- co LB373 foi a que apresentou maior expressão de ninjurina 1. Em camundongos, foi observada maior expressão de ninjurina 1 em melanomas metastáticos do que em não- metastáticos que, por sua vez, apresentaram maior expres- são do que em melanócitos normais. Os ensaios com a pro- teína indicaram que a ninjurina 1 encontrava-se solúvel no citoplasma nesta linhagem, não estando associada a mem- branas. A localização citoplasmática foi confirmada por imu- nocitoquímica confocal, onde era possível visualizá-la em células permeabilizadas, mas não em células não-permeabi- lizadas. Portanto, nas células LB373, a ninjurina 1 está alta- mente expressa e se localiza de forma diferente da observa- da em outras células. Estes resultados contribuem para o conhecimento acerca da ninjurina 1. Andréa Martins Silva Orientadora: Profa. Dra. Angela Kaysel Cruz Dissertação de Mestrado apresentada em 01/07/2005 Este trabalho descreve a caracterização de um ele- mento repetitivo, nomeado LST-R533, presente em quatro regiões diferentes de uma extremidade do cromossomo 20 de Leishmania. As quatro seqüências são repetições poli- mórficas no tamanho, variando de 367 a 533 pares de base e contêm um elemento interno de 81 pares de bases que encontra-se disperso por todo o genoma do parasito. Estas seqüências não são encontradas em regiões codificadoras de genes preditos no genoma de L. (L.) major Friedlin, mas são parte de regiões não traduzidas de alguns transcritos de Leishmania. A análise da seqüência de 81 nucleotideos revelou graus significativos de identidade com retrotrans- posons descritos em plantas e animais. A presença do LST-R533 em outras espécies do gênero Leishmania foi determinada por hibridação e seqüenciamento de DNA genômico clonado após amplificação de fragmentos pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Esta análise reve- lou a conservação do elemento de 81 nucleotídeos em to- das as espécies de Leishmania estudadas. Nenhuma se- qüência similar à LST-R533 ou ao elemento 81nt foi encon- trada em bancos de dados de T.brucei e de T.cruzi. Karine Sá Ferreira Orientadora: Profa.Dra. Maria Cristina R. Costa Dissertação de Mestrado apresentada em 12/08/2005 A ninjurina 1, do inglês ninjurin 1 ( nerve injury induced protein 1), é uma proteína recentemente descober- ta cuja estrutura primária sugere dois segmentos transmem- brana, um loop intracelular e os domínios N- e C-terminais extracelulares. Sua participação como molécula de adesão já foi descrita durante a regeneração axonal periférica e em processos neoplásicos, e sua localização por hibridização in situ em diversos tecidos indica também expressão duran- te a embriogênese. O objetivo deste trabalho consistiu em estudar a expressão de mRNA de ninjurina 1 em células nor- mais e tumorais (incluindo melanoma) de humanos e camun- dongos e verificar sua localização celular em uma linhagem de melanoma metastático. Para tanto, foram realizados en- saios de expressão diferencial por RT-PCR, imunodetecção EXPRESSÃO E LOCALIZAÇÃO CELULAR DE NINJURINA 1 EM LINHAGENS DE MELANOMA

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RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADOAPRESENTADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

DE JULHO/DEZEMBRO 2005

BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

CARACTERIZAÇÃO DE UM ELEMENTO REPETITIVO DE EXTREMIDADE CROMOSSÔMICA DELEISHMANIA MAJOR

310

Medicina, Ribeirão Preto,38 (3/4): 310-385, jul./dez. 2005 NOTAS E INFORMAÇÕES

por quimioluminescência com dois anticorpos anti-ninjurina1, centrifugação diferencial, espectrometria de massa e imu-nocitoquímica, além de reações de cross-linking para a iden-tificação de possíveis ligantes da ninjurina 1. Dentre as cé-lulas humanas testadas, a linhagem de melanoma metastáti-co LB373 foi a que apresentou maior expressão de ninjurina1. Em camundongos, foi observada maior expressão deninjurina 1 em melanomas metastáticos do que em não-metastáticos que, por sua vez, apresentaram maior expres-são do que em melanócitos normais. Os ensaios com a pro-teína indicaram que a ninjurina 1 encontrava-se solúvel nocitoplasma nesta linhagem, não estando associada a mem-branas. A localização citoplasmática foi confirmada por imu-nocitoquímica confocal, onde era possível visualizá-la emcélulas permeabilizadas, mas não em células não-permeabi-lizadas. Portanto, nas células LB373, a ninjurina 1 está alta-mente expressa e se localiza de forma diferente da observa-da em outras células. Estes resultados contribuem para oconhecimento acerca da ninjurina 1.

Andréa Martins SilvaOrientadora: Profa. Dra. Angela Kaysel CruzDissertação de Mestrado apresentada em 01/07/2005

Este trabalho descreve a caracterização de um ele-mento repetitivo, nomeado LST-R533, presente em quatroregiões diferentes de uma extremidade do cromossomo 20de Leishmania. As quatro seqüências são repetições poli-mórficas no tamanho, variando de 367 a 533 pares de basee contêm um elemento interno de 81 pares de bases queencontra-se disperso por todo o genoma do parasito. Estasseqüências não são encontradas em regiões codificadoras

de genes preditos no genoma de L. (L.) major Friedlin, massão parte de regiões não traduzidas de alguns transcritosde Leishmania. A análise da seqüência de 81 nucleotideosrevelou graus significativos de identidade com retrotrans-posons descritos em plantas e animais. A presença doLST-R533 em outras espécies do gênero Leishmania foideterminada por hibridação e seqüenciamento de DNAgenômico clonado após amplificação de fragmentos pelaReação em Cadeia da Polimerase (PCR). Esta análise reve-lou a conservação do elemento de 81 nucleotídeos em to-das as espécies de Leishmania estudadas. Nenhuma se-qüência similar à LST-R533 ou ao elemento 81nt foi encon-trada em bancos de dados de T.brucei e de T.cruzi.

Karine Sá FerreiraOrientadora: Profa.Dra. Maria Cristina R. CostaDissertação de Mestrado apresentada em 12/08/2005

A ninjurina 1, do inglês ninjurin 1 (nerve injuryinduced protein 1), é uma proteína recentemente descober-ta cuja estrutura primária sugere dois segmentos transmem-brana, um loop intracelular e os domínios N- e C-terminaisextracelulares. Sua participação como molécula de adesão jáfoi descrita durante a regeneração axonal periférica e emprocessos neoplásicos, e sua localização por hibridizaçãoin situ em diversos tecidos indica também expressão duran-te a embriogênese. O objetivo deste trabalho consistiu emestudar a expressão de mRNA de ninjurina 1 em células nor-mais e tumorais (incluindo melanoma) de humanos e camun-dongos e verificar sua localização celular em uma linhagemde melanoma metastático. Para tanto, foram realizados en-saios de expressão diferencial por RT-PCR, imunodetecção

EXPRESSÃO E LOCALIZAÇÃO CELULAR DE NINJURINA 1 EM LINHAGENS DE MELANOMA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Josane de Freitas SousaOrientadora: Profa. Dra. Enilza Maria EspreaficoTese de Doutorado apresentada em 01/09/2005

O melanoma é uma neoplasia muito agressiva e queapresenta grande resistência terapêutica. A progressão dotumor ocorre através de três principais estágios: a fase decrescimento radial (RGP), a fase de crescimento vertical(VGP) e a metástase. As células em fase de crescimentoradial ficam confinadas à epiderme, em contraste com aque-las da fase de crescimento vertical que invadem a derme e jáapresentam competência para a metástase. Embora haja umgrande número de estudos sobre melanoma, as bases mo-leculares da sua progressão não estão claramente defini-das. Linhagens celulares estabalecidas, de diferentes fasesda progressão tumoral de melanomas humanos, servemcomo modelos experimentais com grande potencial para aidentificação e caracterização de genes com papel na pro-gressão tumoral. Nosso objetivo consistiu em utilizar umacoleção dessas linhagens para análise da expressão gênicadiferencial, permintindo assim identificar e iniciar a caracte-rização de novos genes envolvidos na progressão tumoral.A primeira abordagem consistiu em selecionar, atravésde minuciosa análise in silico, fragmentos ORESTES(Open Reading Frame ESTs) gerados pelo Projeto GenomaHumano do Câncer, que alinham em regiões cromossômi-cas cujos rearranjos são freqüentemente associados commelanoma. Em um ensaio piloto, utilizando dot blots con-tendo 137 fragmentos ORESTES que mapeam nas regiõescromossômicas 1p36, 1p11-12 e 1q21, foram detectados, eposteriormente confirmados por Northern blot, 4 genes di-ferencialmente expressos entre uma linhagem de melanoma

obtida de um tumor em fase de crescimento vertical e umalinhagem da metástase derivada da primeira. Em uma etapaseguinte, a análise do perfil de expressão de linhagens re-presentando as fases radial, vertical e metastática da pro-gressão tumoral, com o uso de um microarranjo de clonesORESTES representando genes das regiões 1p36, 6q21-23e 9p21, revelou um pequeno, porém significativo, númerode genes diferencialmente expressos, entre eles dois genessem função conhecida (C6ORF51) e C9ORF82) com poten-cial papel de supressor de tumor. Em uma outra abordagem,através da construção de bibliotecas subtrativas nós obti-vemos, conforme validação por diferentes ensaios, duasgrandes coleções de genes diferencialmente expressos en-tre os estágios de crescimento radial e metastático do mela-noma. Dentre os genes detectados, existem genes jáconhecidamente envolvidos na progressão tumoral, genesainda não associados ao processo e um grande número degenes de função desconhecida. O uso dos clones das bi-bliotecas subtrativas em ensaios de microarranjos revelouque um maior número de eventos de repressão gênica pare-ce estar associado a progressão do estágio de crescimentoradial para os estágios mais avançados, enquanto na tran-sição da fase vertical para a metástase houve um maiornúmero de superexpressão de genes. Além disso, nós sele-cionamos para estudos funcionais um dos genes detecta-dos no ensaio piloto (KIAA0090), para o qual nenhumafunção é conhecida. Duas diferentes construções da pro-teína, em fusão com a EGFP, quando expressas em quatrolinhagens de melanoma mostraram diferentes padrões dedistribuição e colocalização da proteína com organelas ce-lulares, além de afetarem a viabilidade celular, também emníveis diferentes.

MICROARRANJO DE cDNA ORESTES E BIBLIOTECAS SUBTRATIVAS APLICADOS A MODELODE MELANOMA HUMANO INDICAM NOVOS GENES COM POTENCIAL IMPORTÂNCIA NAPROGRESSÃO TUMORAL

racterização estrutural com base no alto grau de conserva-ção evolutiva e anotação. Para um deles (CG8709) estende-mos a caracterização ao nível funcional. A proteína deduzidadeste predito apresenta identidade significativa de seqüên-cia com o gene Lpin1 de camundongos, cujas mutaçõescausam lipodistrofia em conseqüência de falha na diferen-ciação dos adipócitos e neuropatia periférica progressivarelacionada com mielinização anormal e degeneração axonal.Neste trabalho caracterizamos duas novas isoformas dohomólogo de Lpin1 em Drosophila, por nós denominadoDmLpin. DmLpinA e DmLpinB apresentam padrão de

Valeria ValenteOrientadora: Profa. Dra. Maria Luisa Paçó-LarsonTese de Doutorado apresentada em 02/09/2005

A partir da análise de um conjunto de ORESTES(open reading expressed sequence tags) produzidas emum projeto piloto de geração de seqüências expressas emDrosophila melanogaster identificamos 83 possíveis no-vas regiões de splicing em diferentes genes preditos. Qua-tro destes genes: CG3060 (Apc2), CG8709 (lipina), CG14616(unknown) e CG7376 (swi/snf) foram selecionados para ca-

CARACTERIZAÇÃO DE NOVOS GENES DE DROSOPHILA MELANOGASTER IDENTIFICADOSA PARTIR DE SEQÜÊNCIAS ORESTES

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splicing diferente entre si e com uma terceira isoforma co-dificada por um cDNA (GH19076) seqüenciado pelo Proje-to Genoma de Drosophila de Berkley, que chamamos deDmLpinC. DmLpinA, DmLpinB e DmLpinC apresentam di-ferenças nas proteínas codificadas pela maior fase abertade leitura de cada transcrito. DmLpinA, DmLpinB e DmLpinCtambém diferem quanto ao padrão de expressão. DmLpinAe DmLpinC são detectados no intestino/tubúlos de Malpighie DmLpinB é detectado no cérebro larval. Análises de li-nhagens mutagenizadas por inserção de elemento P no locusDmLpin indicam que esse locus é requerido para o desen-volvimento. Dentre as isoformas analisadas, DmLpinA eDmLpinB parecem ser essenciais. Duas das linhagens in-vestigadas, que apresentam letalidade durante os estágiosembrionário larval, mostraram alterações quantitativas ouqualitativa nas isoformas DmLpinA e B. Uma destas linha-gens, a EP2431, apresenta ainda esterilidade no macho ealterações no comportamento de geotaxismo negativo.Análises da linhagem EY10844 mostram superexpressão deDmLpin na presença do driver hsp70/GAL4, o que dispo-nibiliza uma ferramenta adicional para testes de ganho defunção. Ensaios iniciais mostram que a super-expressão de

DmLpin ao longo do desenvolvimento causa letalidade.Com o objetivo de analisar o efeito do knockdown deDmLpin de modo regulado temporal e espacialmente foramgeradas linhagens transgênicas transformadas com cons-trução para indução de RNAi para esse locus. Inesperada-mente, em vez de diminuição, observamos que, nos animaisem que a expressão do dupla-fita é induzida, o transcritoendógeno é detectado em níveis bem mais elevados. Ascausas desse resultado inesperado são discutidas. Final-mente, células S2R+ de Drosophila transfectadas com cons-truções para a expressão das proteínas LPINA e LPINB emfusão com GFP, ou com um pequeno epitopo viral, mostra-ram que tanto LPINA quanto LPINB ficaram restritas aocitoplasma, apesar da presença de possíveis sinais de loca-lização nuclear em ambas as proteínas. Dados preliminaresrelativos ao padrão de crescimento de células transfectadascom LPINA-GFP ou LPINB-GFP mostraram que a super-expressão dessas proteínas, em células S2 ou S2R+, ocasi-ona uma redução significativa na taxa de crescimento celu-lar, o que sugere que as proteínas lipina de Drosophilapossam desempenhar algum papel no controle da prolifera-ção celular.

antimonial foi investigada através da submissão destaespécie do subgênero Viannia a pressão por droga. Usan-do um protocolo de seleção isolamos a linhagem de L.braziliensis resistente a 10 mg/ml do antimonial pentavalente(SbV). Nossos resultados indicaram que a resistência aoantimonial nestas linhagens celulares não esta associada àalteração do influxo da droga ou da redução do SbV naforma tóxica trivalente (SbIII). Análises de Southern blottingrevelaram que o PGPA não está amplificado nas linhagensresistentes a 10 mg/ml de SbV e análises de PFGE demons-traram que a linhagem resistente não carregava moléculasepissomais amplificadas. Linhagens celulares de L. majorsubmetidas ao mesmo protocolo de seleção demonstrouclaramente a formação de amplicons e um alto número decópias do gene PGPA. O gene PGPA de L. major foi capaz deconferir resistência em L. braziliensis quando transfectadonesta espécie do subgênero Viannia. Estes resultados indi-caram que todos os outros componentes relacionados àresistência mediada pelo PGPA estão presentes em L.braziliensis. Experimentos de resistência cruzada revelaramque, apesar da não amplificação dos genes PGPA ou HTBFlinhagens de L. braziliensis resistentes ao antimonial tam-bém são resistentes a terbinafina. Desta forma nossos re-sultados sugerem que em L .braziliensis o mecanismo deamplificação não é favorecido no desenvolvimento da re-sistência a droga.

Wilton Carlos Zanetti LopesOrientador: Prof. Dr. Luiz Ricardo Orsini TosiDissertação de Mestrado apresentada em 05/09/2005

Espécies do protozoário Leishmania são os agentesresponsáveis por um amplo espectro de manifestações clí-nicas denominadas leishmanioses. O tratamento desta do-ença é baseado na administração de antimoniais pentava-lentes que podem causar uma série de efeitos colaterais emdoses elevadas. O estudo da habilidade do parasita paraescapar da ação de drogas é importante para o desenvolvi-mento de tratamentos efetivos. A Leishmania major quan-do submetida a altas concentrações do antimonial ou ou-tras drogas não relacionadas, amplifica um locus de 48 kbdenominado região H. Os genes contidos neste locus, PGPA,PTR1 e HTBF estão relacionados com a resistência à dro-gas. O gene PGPA confere resistência a antimoniais e estáassociado a vesículas da via endo-e exocíticas da célula doparasita. Em estudos anteriores demonstramos que, apesarda divergência de seqüência entre a L. major e L. (Viannia)braziliensis, a sintênia gênica é mantida na região H destasduas espécies. O objetivo do estudo aqui apresentado foiinvestigar o papel do gene PGPA na resistência a metaispesados em L. braziliensis.

A participação do gene LbPGPA na resistência ao

CARACTERIZAÇÃO DE MECANISMOS DE RESISTÊNCIA À ANTIMONIAIS EM LINHAGENSSELECIONADAS DE LEISHMANIA (VIANNIA ) BRAZILIENSIS

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Daniel Giuliano CerriOrientadora: Profa Dra Maria Célia JamurTese de Doutorado apresentada em 15/09/2005

Os mastócitos exercem um papel crítico em proces-sos inflamatórios e alérgicos, através da liberação de me-diadores presentes em seus grânulos. Neste estudo, foiinvestigado o papel da quinase de adesão focal (FAK)no processo de desgranulação de mastócitos da linhagemRBL-2H3. Células C5 deficientes em FAK, derivadas dasRBL-2H3, e células 2C1 que foram reconstituídas com o geneda FAK foram analisadas em comparação com as célulasRBL-2H3. As células C5 expressaram apenas 15,5% de FAK,enquanto as células 2C1 expressaram 7 vezes mais FAK,quando comparadas com as células RBL-2H3. A linhagemC5 foi constituída, na sua maioria, de células arredondadasque, quando estimuladas via FcεRI, apresentaram uma re-dução de 71% na liberação da enzima β-hexosaminidase, emcomparação com as células RBL-2H3. Nas células C5 não seobservou à formação de placas de adesão, mesmo durante oestímulo via FcεRI. Nestas células, o citoesqueleto de actina

e os microtúbulos apresentaram-se desorganizados. Os grâ-nulos secretores mantiveram-se agregados e apresentaramuma redução de 88% no conteúdo de condroitim sulfato damatriz granular. No entanto, não foram observadas altera-ções morfológicas nas organelas relacionadas com o pro-cesso de síntese e secreção celular como o retículo endo-plasmático rugoso e o complexo de Golgi. A deficiência daFAK não impediu a fosforilação de resíduos de tirosina dasproteínas destas células. As células 2C1, reconstituídascom o gene da FAK, são morfologicamente semelhantes àsRBL-2H3 e mostraram um aumento de 55% na liberação deβ-hexosaminidase, em relação às células selvagens. Também,foi verificado nestas células um aumento de 17% no conteú-do de condroitim sulfato dos grânulos, em comparação comas células RBL-2H3. Portanto, a deficiência em FAK afetou amanutenção da morfologia celular, alterou a função de cito-esqueleto, a distribuição dos grânulos e o conteúdo de com-ponentes da matriz granular, como a do glicosaminoglicanocondroitim sulfato. Estas alterações morfofuncionais obser-vadas em decorrência da deficiência em FAK interferem di-retamente no processo de desgranulação de mastócitos.

As seqüências dos eventos de inserção foram compiladasno programa Artemis, permitindo disponibilizar graficamenteos dados de seqüenciamento. Os fragmentos de rupturagênica delineados foram transfectados no parasita pararuptura direcionada de genes. A integração específica des-tes fragmentos no locus cromossômico foi validada pelaruptura de dois genes sub-teloméricos, um transportadorda família ABC e uma RNA polimerase III. A inativação dosegundo alelo da RNA polimerase requisitou a complemen-tação epissomal do gene intacto. A habilidade de gerar es-tes reagentes é uma ferramenta poderosa para análises fun-cionais neste parasita.

Fabio Márcio SquinaOrientador: Prof. Dr. Luiz Ricardo Orsini TosiTese de Doutorado apresentada em 19/09/2005

O seqüenciamento do genoma de diferentes espéci-es do protozoário parasita Leishmania vem requisitando odesenvolvimento de estratégias genômicas para o estudoda função gênica. Com este intuito, foi utilizado o sistemamariner MOS1 de transposição in vitro como fonte dereagentes para integração gênica. Bibliotecas genômicasde L. major e L. braziliensis foram construídas e utilizadascomo alvo para inserção de transposons especializados.

PRODUÇÃO SISTEMÁTICA DE REAGENTES PARA MUTAGÊNESE SÍTIO-ESPECÍFICA EM LEISH-MANIA. A RUPTURA DE GENES LOCALIZADOS NA EXTREMIDADE DE CROMOSSOMOS

ALTERAÇÕES MORFOFUNCIONAIS PROMOVIDAS PELA DEFICIÊNCIA DA PP125FAK EMMASTÓCITOS DA LINHAGEM RBL-2H3

Os gangliosídeos são glicoesfingolipídeos comple-xos localizados na monocamada externa da membrana plas-mática e apresentam um ou mais resíduos de ácido siálico.

Adriana Maria Mariano Silveira e SouzaOrientadora: Profa. Dra. Constance OliverTese de Doutorado apresentada em 17/10/2005

GANGLIOSÍDEOS DERIVADOS DO GD 1B SÃO ESSENCIAIS NA TRANSDUÇÃO DE SINAL VIAFcεεεεεRI E NA MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA CELULAR

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Embora os gangliosídeos atuem em múltiplas funções celu-lares, ainda são escassos os estudos detalhados sobre opapel biológico desses glicoesfingolipídeos na fisiologiacelular. Evidências recentes mostram que os eventos inici-ais da transdução de sinal ocorrem em microdomínios damembrana plasmática denominados lipid rafts, que são for-mados por agrupamentos de esfingolípideos, colesterol eonde se encontram confinadas certas proteínas da membra-na. Os gangliosídeos derivados do GD1b, específico de mas-tócitos de rato e camundongo, foram identificados comocomponentes estruturais dos lipid rafts da superfície dascélulas RBL-2H3, uma linhagem de mastócitos rato. Essesgangliosídeos são reconhecidos pelo anticorpo monoclonalAA4 que, ao se ligar a estes gangliosídeos, inibe a liberaçãode β-hexosaminidase pelos mastócitos. Entretanto, o papelfuncional desses gangliosídeos nos lipid rafts ainda nãoestá esclarecido. Neste estudo foram analisadas alteraçõesmorfológicas, bioquímicas e funcionais nas linhagens mu-tantes, E5 (expressa aproximadamente 35% de gangliosídeosderivados do GD1b) e D1 (expressa menos de 1% gangliosí-deos derivados do GD1b), em comparação com as célulasRBL-2H3, durante a transdução de sinal via receptor de altaafinidade para a porção Fc da imunoglobulina E (FcεRI). Astrês linhagens celulares em estudo expressam FcεRI, Lyn,Syk, LAT e Vav, que são importantes para a transdução desinal. Entretanto, apenas na linhagem RBL-2H3, ocorreu amobilização dos gangliosídeos derivados do GD1b, do FcεRI,e das proteínas Lyn e LAT para os lipid rafts após o estímulovia FcεRI. As linhagens E5 e D1 tiveram redução na porcen-tagem de liberação de β-hexosaminidase após estímulo viaFcεRI em comparação à linhagem RBL-2H3. No entanto,quando estimuladas com ionóforo de cálcio A23187, as célu-las mutantes apresentaram resposta similar, a das célulasselvagens, o que demonstra que estas linhagens possuem

capacidade funcional para desgranular. A mobilização de cál-cio nas linhagens mutantes, após estímulo via FcεRI, foimais rápida do que a observada para as células RBL-2H3,porém menos duradoura. Este resultado associado à porcen-tagem menor de liberação de β-hexosaminidase encontradanas linhagens mutantes, estimuladas via FcεRI, sugere queo defeito destas células precede a mobilização de cálcio.

Morfologicamente, as linhagens E5 e D1, indepen-dente de estarem estimuladas ou não, diferem entre si e sãodiferentes das células RBL-2H3. Os filamentos de actinanas células E5 e nas RBL-2H3 se localizam abaixo da mem-brana plasmática, seguindo a morfologia fusiforme destascélulas. Entretanto, nas células D1, a F-actina está concen-trada nas grandes ondulações da membrana plasmática. Osmicrotúbulos nas células RBL-2H3 e E5 partem radialmentedo centrossomo e estão organizados em feixes longos eretos devido à morfologia fusiforme destas células. Nascélulas D1, os microtúbulos também partem do centrossso-mo e se estendem radialmente em direção à periferia celular.Os feixes nas células D1 são mais espessos e estão organi-zados circunferencialmente sob a membrana plasmática,constituindo um arcabouço. O retículo endoplasmático e ocomplexo de Golgi também se mostraram alterados nas li-nhagens celulares mutantes. Nas células RBL-2H3 o retículoendoplasmático apresentou marcação filamentosa distribu-ída por todo o citoplasma. Entretanto, as células E5 e D1,apresentaram marcação com aspecto vesicular, bem evidentena região perinuclear. O complexo de Golgi, nas células D1,apresentou cisternas pequenas e muitas delas espalhadaspelo citoplasma, não exibindo a organização de “sacos acha-tados empilhados”, observada nas células RBL-2H3. Estesdados sugerem que os gangliosídeos derivados do GD1bsão essenciais para a ativação dos mastócitos via FcεRI epara a manutenção da estrutura celular.

embrionária, direcionamento axonal, histólise das glândulassalivares e diferenciação das células pigmentares durante oprocesso final do desenvolvimento do olho. O locus rstcodifica uma proteína transmembrana unipasso com cincodomínios semelhantes àqueles de imunoglobulina na suaporção extracelular e uma longa cauda citoplasmática ricaem serina e treonina contendo vários sub domínios potenci-almente importantes do ponto de vista funcional. A proteínaRst é dinamicamente expressa durante a embriogênese, nosestágios larvais tardios e pupais e parece atuar tanto comouma molécula de adesão quanto de sinalização. No olhocomposto, a distribuição precisa e regulada da proteínaRst, no espaço e tempo, é essencial para a correta diferen-ciação das células pigmentares secundárias e terciárias e

Lucilene de AlmeidaOrientador: Prof. Dr. Ricardo Guelerman Pinheiro RamosTese de Doutorado apresentada em 25/10/2005

A família IRM (Irre Recognition Module) é umsubgrupo filogenéticamente conservado de proteínas deadesão da superfamília das imunoglobulinas, a qual incluios produtos dos loci hibris (hbs) stick and Stones (sns)e os parálogos roughest (rst) and kin of irre (kirre) emDrosophila melanogaster bem como as proteínas SYGde C. elegans e Nefrina e Neph de mamíferos. rst é umgene pleiotrópico que está envolvido em vários processosdo desenvolvimento embrionário e pós embrionário deDrosophila, tais como desenvolvimento da musculatura

ANÁLISE FUNCIONAL “IN VIVO” DA PORÇÃO INTRACELULAR DO PRODUTO PROTÉICO DOLOCUS ROUGHEST DE DROSOPHILA MELANOGASTER, POR TRANSFORMAÇÃO MEDIADAPOR ELEMENTO P

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para a eliminação das células interomatidiais em excesso.Com a intenção de estudar in vivo a função de alguns des-tes domínios, diversas versões truncadas do cDNA rst con-tendo regiões progressivamente menores do domínio in-tracelular da proteína, previamente construídas em nossolaboratório foram microinjetadas em embriões de Drosophilamelanogaster, através da técnica de transformação media-da por Elemento P. Estas construções foram integradas es-tavelmente na linhagem germinativa de Drosophilamelanogaster. Uma das construções, pGMR18Z, a qualcodifica uma proteína truncada, que elimina a seqüênciaconsenso putativa reconhecida por proteínas com domínioPDZ (X-Ser/Thr-X-Val-COO-), apresentou um fenótipo deolho rugoso com desorganização das omatídias e num pla-no mais basal, compactação dos possíveis fotorreceptores,sugerindo que o complexo protéico necessário para oancoramento ao citoesqueleto, para a montagem do com-

plexo juncional, não foi recrutado, formando dessa maneirauma adesão célula-célula ineficiente, porém suficiente paracompactar estruturas celulares, já que esta possui o domí-nio transmembranar, numa região onde esta proteína nãodeveria estar presente naquele período do desenvolvimen-to. As demais construções, pCa18Z/∆1, pCa18Z/∆2,pCa18Z/∆3, pGMR 1.2E e pGMR st, não apresentaram alte-rações fenotípicas de olho nos indivíduos analisados. Nocaso do fenótipo de olho rugoso apresentado pelo trans-gênico pGMR18Z pode-se especular que este seja devidoà falta da seqüência consenso putativa reconhecida porproteínas com domínio PDZ, já que este foi o único domí-nio retirado da proteína Rst. Em conjunto, os resultadosobtidos contribuíram para o entendimento do papel desem-penhado pelos diversos domínios da proteína Rst, na for-mação da estrutura altamente organizada que caracteriza oolho composto de Drosophila melanogaster.

ses anticorpos resistirem à hidrólise por enzimas do tratogastrointestinal. Supondo que O-glicanas possam estarpresentes em imunoglobulinas do colostro de diversos ma-míferos, decidimos investigar a aplicação de jacalina imobi-lizada em matriz de agarose no isolamento de imunoglobu-linas dos colostros bovino e eqüino.

A classe de imunoglobulina isolada por cromato-grafia de afinidade em coluna de agarose-jacalina a partirdo colostro das duas espécies estudadas não foi IgA, comono colostro humano, e sim IgG. Essa é a classe de imuno-globulinas bovinas e eqüinas que mais se assemelha à IgA1humana, por conter O-glicanas apenas na cadeia pesada.Os resultados demonstram que o colostro bovino apresen-ta uma concentração muito maior de imunoglobulinas O-glicosiladas do que o colostro eqüino.

As moléculas de IgG contidas em ambas fraçõescromatográficas foram analisadas por SDS-PAGE,immunoblot e espectrometria de massa (MS), após a diges-tão por pepsina. As primeiras abordagens permitiram de-monstrar que as moléculas de IgG O-glicosilada do colostrobovino, que se ligaram à jacalina imobilizada e foram eluídascom solução de D-galactose, mostraram-se mais resisten-tes à digestão por pepsina do que as moléculas de IgG quenão contém tais glicanas e que, portanto, não se ligaram àresina. A última abordagem (MS) demonstrou que a IgG O-glicosilada contida na fração ligante de jacalina se mantémresistente à hidrólise péptica, mesmo quando submetida aprocesso de 24 horas de incubação com a enzima. Por fim, aanálise dos peptídeos trípticos evidenciou que as cadeiaspolipeptídicas da IgG O-glicosilada e da IgG que não con-

Ana Carolina Rusca Corrêa PortoOrientadora: Profa.Dra. Maria Cristina R. Antunes BarreiraDissertação de Mestrado apresentada em 08/11/2005

A ingestão de colostro é o processo natural maissignificativo para conferir proteção imunitária eficaz a be-zerros e potros na fase inicial de vida. Isso se justifica pelofato de que esses animais nascem agamaglobulinêmicos,em decorrência da total falta de passagem transplacentáriade moléculas de imunoglobulinas, tornando a proteção derecém-nascidos contra patógenos dependente de anticor-pos passivamente transferidos pelo colostro. Por muitasrazões animais neonatos podem ser privados da ingestãodo colostro, tais como a falta de produção de colostro pelamãe e a incapacidade do neonato de levantar para mamar.Na condição de privação do aleitamento, o neonato ficatotalmente suscetível a infecções. Preparações alternati-vas ao colostro natural são alvo de investigações que, en-tretanto, não chegaram à meta de obtenção de formulaçãoque seja absorvida adequadamente e cuja ingestão mimetizea natural.

Jacalina, lectina de Artocarpus integrifolia, foi des-crita como ferramenta útil no isolamento de imunoglobuli-nas contidas no colostro humano. Essa propriedade é atri-buível ao fato da lectina se ligar a glicanas associadas a taismoléculas de anticorpos, glicanas que incluem resíduosgalactose e N-acetilgalactosamina (GalNac), interligadosnas posições β1-3. Esse dissacarídeo constitui o core deO-glicanas. À presença de O-glicanas na região de dobra-diça de imunoglobulinas secretórias atribui-se o fato des-

IMUNOGLOBULINAS GLICOSILADAS DO COLOSTRO BOVINO E DO EQÜINO: ISOLA-MENTO, CARACTERIZAÇÃO E RESISTÊNCIA À DIGESTÃO PÉPTICA

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tém O-glicanas, são similares, indicando que a diferença desuscetibilidade à ação da enzima relacione-se à presençade O-glicanas nessas cadeias.

Em contraposição à IgG bovina, a IgG eqüina ligantede jacalina não apresentou resistência à ação enzimática.Na verdade, a IgG contida na fração não retida na colunafoi claramente mais resistente à digestão péptica. A diferen-ça de suscetibilidades entre as frações ligantes, ou não, dejacalina não é atribuível a distinções entre suas cadeiaspolipeptídicas, já que elas proporcionaram mapa trípticosimilar, na análise por MS. Por outro lado a N-deglicosilaçãoenzimática da IgG eqüina não absorvida à coluna de jacalinatornou a molécula suscetível à digestão péptica mostrando

que, no caso da IgG eqüina, a resistência à digestão rela-cione-se à presença de oligossacarídeos N-ligados ao es-queleto protéico da IgG. Uma vez que essa IgG é ampla-mente majoritária no colostro eqüino, não há interesse emobter preparações enriquecidas de tais glicoformas de anti-corpos.

O presente trabalho permite concluir que a IgGligante de jacalina proveniente do soro lácteo bovino pos-sa ser utilizada na imunoterapia de bezerros neonatos pri-vados da ingestão de colostro. Já a imunoterapia de potrosnão aleitados não requer a utilização de preparações espe-cialmente enriquecidas de glicoformas particulares de imu-noglobulinas.

DNA. O presente trabalho analisou o perfil de expressãodos referidos genes durante o ciclo de vida de S. mansoni.

Através da técnica RT-PCR foi possível demonstrarque os três genes são constitutivamente expressos duran-te os diferentes estágios do ciclo de vida do parasita. Aanálise dos fragmentos amplificados a partir do DNAgenômico mostrou a ausência de íntros na região codifica-dora dos três genes conforme observado na seqüência degenes relacionados de outros organismos. Através da aná-lise das seqüências de nucleotídeos e aminoácidos se ob-servou a alta conservação dos resíduos, em especial naregião do domínio UBC, que caracteriza as enzimas dessaespécie.

O presente trabalho sugere a presença de uma viaconservada de tolerância a lesões no DNA dependente deubiquitina em S. mansoni que possivelmente está ativadurante todos os estágios do ciclo de vida e dessa formamantém a integridade do genoma do parasita nos diferen-tes ambientes em que se localiza.

Sergio Henrique da SilvaOrientador: Prof. Dr. Vanderlei RodriguesDissertação de Mestrado apresentada em 06/07/2005

A modificação pós-traducional de proteínas podedesempenhar um papel essencial para a homeostase e parao desenvolvimento de S. mansoni. Entre os diversos meca-nismos de modificação de proteínas, a ubiquitinação sedestaca por ser crítico em diversos processos geralmenteassociados à proteólise intracelular. Outros eventos, noentanto, podem ser promovidos pela modificação porubiquitina, sem que ocorra a proteólise pelo proteassoma26S. Os mecanismos de tolerância a lesões no DNA media-do pela ubiquitinação do PCNA (Proliferating cell nuclearantigen) são exemplos desses processos controlados porubiquitina. A função de enzimas conjugadoras de ubiquitinacomo UBC13, MMS2 e RAD6 desempenha um papel es-sencial no controle dos mecanismos mutagênico e não-mutagênico de tolerância a lesões durante a replicação do

BIOQUÍMICA

CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DA EXPRESSÃO DOS GENES CODIFICADORES DAS ENZIMASCONJUGADORAS DE UBIQUITINA ENVOLVIDAS NOS MECANISMOS DE TOLERÂNCIA ALESÕES NO DNA EM SCHISTOSOMA MANSONI

A via de modificação pós-traducional dependentede ubiquitina direciona a regulação de diversos processosbiológicos tais como, controle do ciclo celular, ativação da

Andressa Barban do Patrocínio AndreolliOrientador: Prof. Dr. Vanderlei RodriguesDissertação de Mestrado apresentada em 11/10/2005

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DAS ENZIMAS DESUBIQUITINADORAS 7 E 12 DURANTE OCICLO DE VIDA DO PARASITA SCHISTOSOMA MANSONI

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transcrição, transdução de sinal e proteólise intracelulardependente do proteassoma 26S.

A conjugação e a ativação da molécula de Ubiquitina(Ub) envolvem três enzimas distintas: a enzima ativadora(E1), dependente de ATP, conjugadora (E2) e a ligase (E3).Esse processo é reversível, sendo regulado pelas enzimasenvolvidas na conjugação e também por enzimas chama-das desubiquitinadoras (DUBs). Essas últimas clivam a li-gação isopeptídica entre as ubiquitinas que formam a ca-deia poliubiquitinada, mantendo o pool livre de Ub intrace-lular; clivam a ligação entre a Ub e o substrato mono oupoliubiquitinado; e processam a pré - proteína, dando ori-gem a forma madura de Ub.

As enzimas desubiquitinadoras são divididas emcinco famílias: as ubiquitinas C-terminal hidrolases (UCHs),proteases específicas para ubiquitina (USPs), otubaínas,proteases ataxina3/josephim e isopeptidases do tipoJAMM.

Dentro desse contexto, o nosso trabalho teve comoobjetivo determinar as diferentes DUBs presentes emS. mansoni, através de análises de bioinformática no bancode dados do Projeto Genoma do Schistosoma, as quais mos-traram a existência de 32 clusters relacionados a essas enzi-mas; sequenciar, caracterizar e analisar a expressão dosgenes que codificam para as enzimas DUB7 e DUB12 nesseparasita.

Foram utilizados oligonucleotídeos iniciadores gene-específicos, idealizados com base nos clusters SmAE 604756e 602388, para amplificar um produto com 800 e 736 pb,através da técnica de RT-PCR, da fase de verme adulto.

Depois disso, foi extraído o RNA total das diversas

anal, associada ou não a defeitos de posição do reto, ocor-re dentro de um espectro de gravidade.

Neste trabalho foram estudadas as inervações mo-tora e entérica, a musculatura da pelve e as alterações sacrais,em fetos de ratos com e sem anomalia anorretal, induzidapela etilenotiouréia.

Foram utilizadas 60 fêmeas gerando 243 fetos, dos

fases do parasita (esporocistos mãe e filho, ovos, esquis-tossômulos de 3 horas, e cercárias) e procedemos à técnicade RT-PCR. Para SmDUB7 obtivemos um padrão de expres-são, mas para a SmDUB12 a técnica de RT-PCR não possi-bilitou amplificar os cDNAs para esquistossômulos e ovosdevido aos baixos níveis de transcritos.

O tamanho da mensagem codificadora, bem como operfil da população de mRNA em verme adulto foi verifica-do, utilizando a técnica de Northern Blot. Para SmDUB7obtivemos uma banda de 5,46Kb e para a SmDUB12 umabanda de 1,7Kb.

Para determinar o perfil genômico desses dois genesem parasitas adultos, foram utilizadas as técnicas de PCR eSouthern Blot. O resultado da seqüência genômica, para ofragmento do gene SmDUB7, mostrou não haver interrup-ções por regiões não codificadoras na região codificadoraanalisada. Por outro lado, a SmDUB12 mostrou que o frag-mento gênico correspondente a região codificadora é inter-rompida por pequenas regiões não codificadoras o que éuma característica do genoma de S. mansoni, descrita ante-riormente para outros genes do parasita. A técnica deSouthern Blot mostrou que existe apenas uma cópia dessegene por genoma haplóide nesse parasita para a SmDUB12.

Esses dados juntamente com outros resultados ob-tidos pelo nosso grupo, apontam para a forte evidência deque ciclos de ubiquitinação/desubiquitinação podem estarenvolvidos em processos celulares críticos durante um ci-clo biológico completo do S. mansoni. No entanto, pode-mos ressaltar que esta caracterização inicial constitui umaabordagem pioneira no estudo destas enzimas em parasi-tos helmintos.

Evandro Luis da Cunha OliveiraOrientadora: Profa. Dra. Yvone Avalloni de M. V. A. VicenteTese de Doutorado apresentada em 02/08/2005

A anomalia anorretal (AAR), malformação congêni-ta cuja característica é a imperfuração ou ectopia do orifício

CLÍNICA CIRÚRGICA

ESTUDO DA INERVAÇÃO MOTORA E ENTÉRICA, DA MUSCULATURA DA PELVE E DASALTERAÇÕES SACRAIS EM FETOS DE RATOS COM ANOMALIA ANORRETAL INDUZIDAPELA ETILENOTIOURÉIA

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quais 43 eram controles, 118 eram portadores de anomaliaanorretal (malformados) e 82 foram submetidos ao efeito dadroga mas não apresentavam anomalia anorretal (afetados).As anomalias associadas mais freqüentes foram: 55 fetoscom espinha bífida, 20 com encefalocele e 5 com alteraçõesde membros inferiores. O sacro estava malformado em 45 %dos ratos afetados e em 53,2 % dos ratos malformados.

A inervação motora foi estudada por meio da rela-ção número de placas motoras / área muscular e a inerva-ção entérica considerando-se o número de pontos visuali-

ESTUDO IN VITRO DA REATIVIDADE VASCULAR DE AORTAS DE COELHOS SOB A AÇÃODO COMPOSTO 48/80

zados por campo fotográfico, para cada corte. (Tabela I)Concluiu-se que há redução da inervação motora,

na musculatura pélvica de ratos com anomalia anorretal,induzida pela ETU e também nos fetos expostos ao efeitoda droga, mas sem anomalia anorretal. A inervação entéricaestá alterada nos fetos com anomalia anorretal, mas nãonos fetos expostos à droga e sem anomalia. A alteraçãosacral, quando presente, não interferiu nos resultados, quan-do comparados dentro do mesmo grupo (ratos afetados oumalformados).

ram: inibidores da síntese de prostanóides, óxido nítrico,receptores de histamina H1 e H2 e de canal para cálcio. Tam-bém foi estudado relaxamento vascular induzido por C48/80 em solução de Krebs livre de cálcio.

Os resultados principais obtidos com respeito à açãodo C48180 foram: a) C48/80 causa relaxamento dependentedo endotélio via produção de NO; b) C48/80 é dependenteda expressão da isoforma eNOS; c) C48/80 é dependente daativação de cGMP; d) C48/80 é independente da mobilizaçãode cálcio extracelular e; d) C48/80 é independente de recep-tores da histamina H1 e H2.

Nossos dados sugerem, com grande margem desegurança, que C48/80 induz síntese de NO por ativaçãodireta de G proteínas. Como tal, é possível que C48/80 pos-sa ser uma valiosa ferramenta farmacológica para estudarin vitro a transdução de sinal, que é uma função altamenteespecífica da família de G-proteínas.

Fernanda Viaro BorgesOrientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa EvoraDissertação de Mestrado apresentada em 12/08/2005

O Composto 48/80 (C48180), um clássico liberadorde histamina, é um produto de condensação sintético deN-metil-p metoxifenetilamina com formaldeído. A presenteinvestigação experimental objetivou investigar o C48/80como uma possível alternativa farmacológica para o estu-do in vitro do relaxamento vascular através da ativaçãodireta de G-proteínas.

Segmentos de aorta de coelho, com e sem endotélio,foram suspensos em câmaras de órgão (10 ml) preenchidascom solução de Krebs mantida a 37°C, borbulhada com95% 02/5% CO2 (pH 7.4). Fenilefrina foi usada para contrairos segmentos antes do C48/80, que foi usado para induzirrelaxamento vascular. Outras drogas do protocolo incluí-

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EFEITO DO LASER NO TECIDO HEPÁTICO REMANESCENTE APÓS HEPATECTOMIA90% EM RATOS

macionais na estrutura dos citocromos dos hepatócios, ex-pressando um aumento do metabolismo energético do fíga-do de ratos submetidos à hepatectomia. As perspectivas deaplicação do laser na insuficiência hepática aguda motivampesquisas com intuito de aumentar as opções terapêuticaspara essa doença. O objetivo desse trabalho foi avaliar osefeitos da irradiação a laser, nos ratos submetidos a hepa-tectomia a 90%. O laser foi aplicado em cinco pontos do

Alexandre Ferreira OliveiraOrientador: Prof. Dr. Orlando de Castro e Silva Jr.Tese de Doutorado apresentada em 15/09/2005

O efeito fotobioestimulador do laser de baixa potên-cia é uma modalidade terapêutica que progressivamente vemcrescendo. Presume-se que este conduza a alterações confor-

(acetilcolina e ADP): 2) Transdução de sinal pelas G-proteí-nas (fluoreto de sódio), 3) Processos intracelulas indepen-dentes de receptores (fosfolipase C e ionóforo do cálcio) e4) Função da musculatura lisa (nitroprussiato de sódio/sis-tema GMPc e isoprotereno/sistema AMPc). Além dareatividade vascular foi realizada dosagem de nitritos e ni-tratos no plasma de todos os animais, analisando a variaçãoda concentração em diferentes momentos do experimento.O azul de metileno provocou diminuição no relaxamentovascular induzido pela ACH e ADP no grupo I/R e tambémno relaxamento induzido pelo isoproterenol no grupo ctl. Aaminoguanidina causou diminuição no relaxamento vascu-lar induzido pela PLc no grupo ctl. Também houve diminui-ção no relaxamento pela PLc e ADP e ADP no grupo I/R deanimais submetidos a administração de aminoguanidina. AL-NAME provocou a diminuição do relaxamento induzidopor todas as drogas agonistas do NO ainda no grupo ctl. Osanimais submetidos à isquemia-reperfusão, nos quais foiadministrado a L-NAME, não sobreviveram ao experimen-to. A variação na concentração sérica de nítricos e nitratosfoi pouco significativa exceto nos animais submetidos à ad-ministração de L-NAME, que tiveram a maior variação ne-gativa. Analisando os resultados obtidos concluímos que:1) O óxido nítrico derivado da iNOS participa de mecanismocompensatório protetor do endotélio no evento isquemiareperfusão de extremidades em cães; 2) A utilização in vivodo bloqueio inespecífico da NOS afeta de maneira acentua-da a função endotelial, tornando proibitivo sua utilizaçãoem ensaios clínicos e 3) A utilização do azul de metileno naisquemia reperfusão de extremidade, provocou deteriora-ção na reatividade vascular induzida pela ACH e ADP, indi-cando a necessidade de novos estudos para melhor definira ação desta droga na referida condição.

Edwaldo Edner JovilianoOrientador: PROF.DR. Jesualdo CherriTese de Doutorado apresentada em 11/8/2005

Os mecanismos da lesão de isquemia e reperfusãorelacionam-se com disfunção endotelial, que entre outrosprocessos biofarmacológicos, devem-se à diminuição daprodução do óxido nítrico (NO) ou da sua biodisponibilida-de, expondo os vasos sangüíneos ao risco de espasmo etrombose. O presente estudo teve como objetivo avaliar oefeito de bloqueadores da atividade do óxido nítrico (L-Name,aminoguanidina e azul de metileno) utilizado in vivo em ani-mais, estudando as vias de produção do NO através dautilização de agonistas dependentes e independentes dereceptores de membrana da célula endotelial in vivo e do-sando a variação da concentração de nítricos e nitratos nasdiferentes condições. O modelo experimental escolhido foiisquemia parcial das extremidades inferiores (patas trasei-ras) de cães, submetidos à oclusão temporária da artériaaorta abdominal infra-renal, padronizando oito grupos ex-perimentais (N=6): 1) Grupo controle (ctl), 2) Grupo isque-mia (90 min.), reperfusão (60 min.), (I/R); 3) Grupo controle /azul de metileno, 4) Grupo isquemia (90 min.), reperfusão (60min.)/azul de metileno, 5) Grupo controle/L-NAME; 6) Gru-po isquemia (90 min.) – reperfusão (60 min.) /L-NAME 7)Grupo controle / aminoguanidina, 8) Grupo isquemia (90min.)- reperfusão (60 min.) / aminoguanidina. A reatividadevascular da artéria femoral foi estudada in vitro em sistemade banhos orgânicos (organ chambers), onde segmentosde 4 a 5 mm, com e sem endotélio, foram suspensos econectados a transdutores de força. Todos os passos davia de liberação do NO foram estudados: 1) Receptores

REATIVIDADE VASCULAR DA ARTÉRIA FEMORAL CANINA: ESTUDO FARMACOLÓGICO DAFUNÇÃO ENDOTELIAL E ATIVIDADE ÓXIDO NÍTRICO SÍNTASE NA ISQUEMIA-REPERFUSÃODE EXTREMIDADE

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fígado remanescente, por 30 segundos em cada um deles,com comprimento de onda de 660 nm e intensidade 30 mW.Os animais foram sacrificados após 24, 48 e 72 horas paracoleta de sangue sendo realizado as dosagens bioquímicasde bilirrubina total (BT) e frações; da alanina-aminotransfe-rase (ALT); aspartato-aminotransferase (AST); fosfatase al-calina (FA) e desidrogenase lática (DHL) e análise do fígadoatravés de imunohistoquímica utilizando o PCNA (Antíge-

no Nuclear de Proliferação Celular). Nos grupos irradiadoscom laser os resultados mostraram diminuição nos níveis debilirrubina direta (BD) nos grupos de 48 e 72 horas; acrésci-mo do nível sérico de ALT no grupo de 24 horas e decrésci-mo no grupo de 72 horas e o aumento do índice de célulasmarcadas (ICM) no grupo de 72 horas. A análise dos resul-tados demonstrou que o laser não causou lesões hepáticasadicionais à ressecção e estimulou a atividade proliferativa.

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DO NERVO ÓPTICO DE RATOS WISTARNORMAIS E COM ANEMIA FERROPRIVA

Gabriel RibeiroOrientador: Prof. Dr. João José LachatDissertação de Mestrado apresentada em 18/10/2005

Muitos investigadores têm demonstrado que a di-minuição da ingestão de ferro leva a mudanças morfológi-cas e bioquímicas no sistema nervoso central. A deficiênciade ferro é uma das mais comuns desordens nutricionais empacientes pediátricos e adultos e atinge cerca de 2,5 a 5bilhões de pessoas em todo mundo. A conseqüência maisexplícita da deficiência de ferro é a anemia. A relação entre aintegridade do sistema visual e a anemia ferropriva tem sidoestudada em seres humanos através de potenciais visuaisevocados. O ferro está relacionado ao desenvolvimento defibras mielínicas e sua deficiência induz alterações na mieli-nização. Sendo grande parte das fibras do nervo ópticomielínicas, o objetivo deste trabalho foi verificar os efeitosda anemia sobre parâmetros morfométricos do nervo ópticode ratos Wistar, no período de amamentação e desmame.

Os animais foram divididos em 2 grupos: Controle eAnêmico. O grupo anêmico recebeu uma dieta com 4 mg deferro/Kg, e o grupo controle recebeu uma dieta com 35 mgde ferro/Kg. Avaliações do peso corpóreo, hemoglobina ehematócrito foram feitas para analisar os efeitos da defici-ência de ferro. Os animais foram anestesiados e sacrifica-

dos por perfusão cardíaca com PBS 0,05 M em pH 7,4, se-guido da mistura fixadora paraformaldeído 2% maisglutaraldeído 1% em tampão fosfato 0,1 M (pH 7,4). O ner-vo óptico foi dissecado e imerso em solução de tetróxidode ósmio a 1% por duas horas a 4 ºC, desidratado em aceto-na e incluído em araldite. As amostras do nervo óptico fo-ram orientadas para permitir secções transversais de suasfibras. Secções semi-finas (0,5µm) foram obtidas, monta-das em lâminas histológicas, coradas com azul de toluidina1%, utilizadas para documentação fotográfica e para análi-ses morfológicas e morfométricas. Foram avaliadas as den-sidades de vasos sanguíneos, oligodendrócitos, astrócitose fibras mielínicas lesadas. Os valores hematológicos e dopeso corpóreo estavam diminuídos no grupo anêmico. Aanálise estrutural mostrou que os animais do grupo anêmi-co têm o espaço intersticial aumentado separando as fibrasdo nervo óptico, levando a um menor empacotamento des-tas. A análise morfométrica do grupo anêmico revelou umasignificante diminuição da densidade de vasos sanguíne-os (18º e 32º dia) e oligodendrócitos (32º dia) e um aumentoda densidade de fibras mielínicas lesadas (32º dia). Por ou-tro lado a densidade de astrócitos aumentou no grupo anê-mico (32º dia). Os resultados demonstraram que o modeloexperimental induziu a anemia ferropriva efetivamente, cau-sando lesões morfológicas e alterações morfométricas nonervo óptico de ratos Wistar.

ANALGESIA INTRA E PÓS-OPERATÓRIA COM A COMBINAÇÃO DE BAIXAS DOSES DECLONIDINA E MORFINA POR INFUSÃO PERIDURAL CONTÍNUA EM CRIANÇAS SUBMETIDASA CIRURGIAS ABDOMINAIS DE GRANDE PORTE

Magaly SantoniOrientador: Prof. Dr. Jyrson Guilherme KlamtTese de Doutorado apresentada em 27/10/2005

Justificativa e objetivo: Estudos em adultos temdemonstrado uma potente interação na administração declonidina e morfina peridural para o controle da dor após

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Whemberton Martins de AraújoOrientador: Prof. Dr. Silvio Tucci Jr.Tese de Doutorado apresentada em 18/11/2005

A necrose tubular aguda (NTA) é uma complicaçãofreqüentemente observada no pós-operatório imediato dotransplante renal. Apesar de importantes avanços, aindapersiste a necessidade de melhores métodos de preserva-ção da viabilidade do rim doado. Soluções de perfusão emétodos farmacológicos de proteção são atualmente utili-zados e/ou permanecem em avaliação. No presente traba-lho, propomos avaliar o efeito protetor da clorpromazina(CPZ) em modelo experimental de isquemia renal normotér-mica, utilizando cintilografia renal dinâmica (CRD) e análisehistopatológica (AH). Foram analisados 25 ratos adultosmachos, divididos em 3 grupos: grupo A (controle), grupoB (isquemia sem CPZ) e grupo C (isquemia com CPZ), to-dos previamente estudados CRD com 99mTc-MAG3 (estu-do basal), e em seguida submetidos à cirurgia, com isola-mento da artéria renal esquerda (ARE). Nos grupos B e Cfoi provocada isquemia do rim esquerdo (através de obs-trução arterial com pinça metálica, durante 1 hora e, poste-

rior reperfusão), sendo que o grupo C recebeu dose préviaendovenosa de 3mg/kg de CPZ, 15 minutos antes da isque-mia. O grupo A teve a ARE apenas isolada, porém nãoobstruída. Todos os grupos tiveram o rim direito preserva-do, e submetidos à segunda CRD, após 24 horas. Do totalde 25 animais, 15 foram mantidos sedados (após segundaCRD, todos os 5 animais do grupo A; 5 animais do grupo B,e 5 do grupo C), em seguida nefrectomizados e sacrifica-dos. Os 10 animais restantes (grupos B e C) foram nova-mente estudados 8 dias pós-isquemia, com terceira CRD,sendo em seguida mantidos sedados, e na seqüência,nefrectomizados e sacrificados. Não houve óbito relacio-nado à isquemia. Todas as peças histológicas obtidas (rinsesquerdo e direito) foram rapidamente imersas em formoltamponado (a 10%), imediatamente após a vivissecção. Aanálise cintilográfica constou de quantificação da funçãorelativa no primeiro minuto da fase funcional. A avaliaçãohistopatológica foi realizada por dois observadores, consi-derando a presença de: dilatação da luz tubular (DLT),vacuolização (VC) e necrose celular (NC), cilindrosintratubulares (CIT) e fibrose intersticial (FI). Escorehistomorfométrico utilizado: 0 – Normal; 0.5 – Pequenas

cirurgia abdominal. Além disso, essa combinação ou cloni-dina administrada isoladamente, tem um efeito na reduçãodo consumo de anestésico. Esse estudo foi empreendidopara avaliar a eficácia e segurança analgésica no intra e pós-operatório da combinação de baixas doses de clonidina emorfina por infusão peridural contínua em crianças subme-tidas a cirurgias abdominais de grande porte.

Metodologia: Após aprovação do Comitê de Ética eobtido consentimento dos pais ou responsáveis, foram ana-lisadas 30 crianças, entre 2 e 149 meses, submetidas a cirur-gias abdominais de grande porte e, divididas em 2 gruposatravés de sorteio pré-definido. No grupo C, foi administra-do um bolus de 2 mg.kg-1 de cetoprofeno intravenoso, se-guido de infusão contínua por 24 horas de 0,2 mg.kg-1. h-1,sendo essa, uma das rotinas de tratamento de dor pós-ope-ratória do serviço. No grupo C+M, foi administrado um bolusno cateter peridural de 0,7 mcg.kg-1 de clonidina e 7 mcg.kg-

1 de morfina antes do início da cirurgia, seguido de infusãocontínua por 24 horas de 0,12 mcg.kg-1 h-1 e 1,2 mcg.kg-1 h-1

de clonidina e morfina respectivamente. A concentraçãoinspiratória de isoflurano requerida para manter, no intra-operatório, valores pressóricos dentro de 20% abaixo dovalor pré-anestésico, foi mensurada a cada 10 minutos du-rante a cirurgia. Foi utilizado tramadol, na dose de 1 mg.kg-1,como analgésico de resgate, no pós-operatório. A recupera-

ção da anestesia geral também foi avaliada na sala de cirur-gia e na sala de recuperação pós-anestésica.

Resultados: Foi observada uma redução significati-va nas concentrações inspiratórias de isoflurano, nos tem-pos de 20, 60 e 90 minutos após o início da cirurgia e mantidadurante a cirurgia no grupo C + M, comparado ao grupo C.O tempo de manutenção da anestesia somente com a mis-tura de N2O : O2 (50% : 50%) comparado com o final dacirurgia, também apresentou resultados significativos nogrupo C + M. O tempo requerido entre o final da cirurgia ea primeira dose de analgesia de resgate (tramadol) foi signi-ficativamente maior no grupo C + M, apesar de não terapresentado diferença significativa entre o número de do-ses utilizadas nas 24 horas após o término da cirurgia. Otempo transcorrido entre o final da cirurgia e a saída dopaciente da sala cirúrgica, foi significativamente menor nogrupo C + M. Não foi observado depressão respiratória ouaumento na incidência de vômitos. Dois casos de hipoten-são moderada, um caso de retenção urinária e um caso deprurido foi observado no grupo C + M.

Conclusão: A combinação de baixas doses de cloni-dina e morfina por infusão peridural contínua, reduz o con-sumo de anestésico no intra-operatório além de proporcio-nar uma analgesia pós-operatória efetiva e segura em crian-ças submetidas a cirurgias abdominais de grande porte.

ESTUDO DO EFEITO PROTETOR DA CLORPROMAZINA NA ISQUEMIA RENAL NOR-MOTÉRMICA, COM CINTILOGRAFIA RENAL DINÂMICA COM 99MTC-MAG3 E ANÁLI-SE HISTOPATOLÓGICA

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áreas focais; 1 – Menor que 10%; 2 – 10 a 25%; 3 – 25 a75%; 4 – Superior a 75%. No grupo B, observou-se impor-tante redução da função renal esquerda (NTA) nas ima-gens cintilográficas 24 horas pós-isquemia, comparativa-mente ao estudo basal do mesmo grupo (p<0.001) e do gru-po controle (grupo A, com p<0.001). No grupo C (isquemia+ clorpromazina) observou-se déficit funcional do rim es-querdo pós-isquemia, comparativamente ao estudo basaldo mesmo grupo (p<0.01), porém com déficit significativa-mente menor quando comparado ao grupo isquemia (grupoB, com p<0.001). O seguimento com 8 dias demonstrou me-lhor recuperação funcional do rim esquerdo no grupo C,comparativamente ao grupo B (p=0.01). Padrões funcional

e histológico preservados nos rins controles (rim direito)de todos os grupos, assim como nos rins esquerdos nosanimais do grupo A. Quanto à AH, observou-se significati-va preservação tecidual (embora parcial) nos rins (esquer-dos) coletados 24 horas pós-isquemia do grupo C, compa-rativamente ao grupo B, principalmente nos quesitos DLTe CI (p<0.05), assim como melhor recuperação tecidual ob-servada 8 dias pós-isquemia, principalmente referente aosquesitos VC e NC (p<0.01). Somente algumas áreas de FIforam observadas nas amostras 8 dias pós-isquemia (nãosignificativas). Os achados cintilográficos e histopatológi-cos são consistentes com significativo efeito protetor daCPZ frente à isquemia renal normotérmica.

EFEITO DA TALIDOMIDA NA CICATRIZAÇÃO DE ANASTOMOSES COLÔNICAS. ESTUDOEXPERIMENTAL EM RATOS

Samuel Gama e VenezianoOrientador: Prof. Dr. Omar FéresDissertação de Mestrado apresentada em 18/11/2005

A cicatrização desperta muito interesse para o cirur-gião e é um processo complexo e depende de múltiplos fato-res para sua realização, seja intrínsecos ou extrínsecos. Sabe-se que agentes farmacológicos podem influir neste proces-so. Dos agentes farmacológicos, a talidomida, devido suaspropriedades anti-inflamatórias, tem ressurgido como umaopção no tratamento da doença de Cröhn refratária à tera-pêutica convencional. Neste trabalho, estudamos o efeitoda talidomida na cicatrização de anastomoses colônicas norato. Foram utilizados 60 animais Rattus norvegius, sexomasculino, entre 60 a 80 dias de vida, com peso médio de300g. Organizou-se 3 grupos de 20 animais, sendo um grupocontrole (AC) com administração de solução salina por 7dias, um grupo (BD), com administração de talidomida 0,5mg/kg por 7 dias e um grupo (AD) com administração detalidomida 1,0 mg/kg por 7 dias. Todos foram operados apósa administração prévia das soluções com colotomia de colon

esquerdo e anastomose término-terminal contínua de prolene6-0. O sacrifício foi no 7º. dia pós operatório e as anastomosesforam analisadas quanto a aspecto macroscópico, dosagemde hidroxiprolina, histologia em hematoxilina-eosina e imuno-histoquímica para metaloproteinase 1, inibidor de metalo-proteinase 1 e VEGF. Feito a análise estatística dos resulta-dos, não houve diferença estatisticamente significante paraa observação macroscópica, sem diferença para dosagemde hidroxiprolina (p=0,5403), com diferença para alguns pa-drões histológicos como crosta fibrino-leucocitári, necrose,edema, hemorragia, neoformação vascular e fibrose. Na aná-lise imuno-histoquímica, para VEGF houve p=0,5817, parametaloproteinase 1, p=0,1854 e para inibidor de metalopro-teinase, p=0,0023, considerado estatisticamente significan-te. Concluímos que a talidomida influenciou na maturaçãodo colágeno formando anastomoses com menor fibrose, ne-crose, crosta fibrino-leucocitária, mais remodelação, semgrande atuação na ação do VEGF e sem danos à vasculaturada anastomose. Notou-se maior ação das metaloproteina-ses, que pode significar uma tendência negativa para o pro-cesso cicatricial.

EXPRESSÃO DE RNA MENSAGEIRO DOS RECEPTORES DE SEROTONINA, 5HT1A E 5HT2A,DE NORADRENALINA, ADRA1A E ADRA2A, E DE BDNF EM HIPOCAMPOS DE PACIENTESCOM ESCLEROSE HIPOCAMPAL

Alexandre Magno de Nóbrega MarinhoOrientador: Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti Jr.Tese de Doutorado apresentada em 19/12/2005

A epilepsia é uma doença crônica de etiologia multi-fatorial. A elucidação dos mecanismos moleculares e celu-

lares na epileptogênese pode resultar no desenvolvimentode novos agentes terapêuticos objetivando a prevenção eum melhor manejo da doença. Uma hipótese pouco explo-rada clinicamente, ou em experimentos, é a relação da epi-lepsia com o sistema serotoninérgico de neurotransmis-são. Além da epilepsia, as deficiências nesse sistema têm

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Agrupando o material estudado em pacientes epilépticos,sem depressão (n=28); epilépticos com depressão (n=9), eum grupo controle (n=4), sem epilepsia e sem depressão,onde motivo operatório foi tumor mesial temporal. Concluiu-se que não existe diferença significativa (α=5%) entre osepilépticos, depressivos ou não, em todos os genes estu-dados; apenas uma diferença estatisticamente significantequanto a hipoexpressão relativa de 5HT1A quando se com-parou os controles com os epilépticos.

sido associadas a distúrbios como estresse, ansiedade edepressão, doenças nas quais alterações no sistema sero-toninérgico são amplamente conhecidas. Uma forte suges-tão de correlação epilepsia e sistema serotoninérgico é arelevante ocorrência de episódios depressivos na doençaepiléptica. Quantificou-se a expressão gênica pelo métodode PCR em tempo real de RNA mensageiro dos receptoresde serotonina, 5HT1A e 5HT2A, receptores de noradrenali-na, e BDNF em hipocampos com esclerose por epilepsia.

lobo temporal associado à esclerose do hipocampo(ELT-EH) portadores de alelo normal no códon 171 (N17IN),pacientes portadores de ELT-EH que possuem o alelovariante no códon 171(N171S), pacientes com ELT associa-da a lesões corticais e hipocampos retirados de autópsia depacientes sem doença neurológica ou psiquiátrica. Em nos-sos dados encontramos um aumento significativo da es-pessura da região interna do estrato molecular do girodenteado nos grupos de ELT-E1-1 quando comparados aosgrupos autópsia e lesão, que pode estar relacionado aobrotamento que ocorre nesta região em pacientes porta-dores de epilepsia. A expressão da PrPc nas regiões dohipocampo (CAl a CA4) foi variável entre os grupos eentre pacientes de um mesmo grupo. No grupo lesão a ex-pressão da PrPc foi menor nas regiões CAl, CA2 e CA3quando comparada ao grupo autópsia, enquanto que o gru-po autópsia apresentou forte imunoreatividade em todasas regiões.

Marcelo Neves LinharesOrientador: Prof. Dr. Carlos Gilberto Carlotti JuniorTese de Doutorado apresentada em 21/12/2005

A proteína prion celular (PrPc) é expressa em altasconcentrações no sistema nervoso central, sendo mais abun-dante no córtex cerebral, hipocampo e estriado, enquantoníveis moderados são detectados no bulbo olfatório, hipo-tálarno, mesencéfalo, cerebelo e tronco cerebral. Animaisem que o gene da PrPc foi removido apresentam uma altasensibilidade a crises epilépticas induzidas. Pacientes ope-rados de epilepsia do lobo temporal (ELT) associado àesclerose do hipocampo que apresentam alelo variante nocódon 1 7 1 têm uma pior resposta ao tratamento cirúrgicoquando comparados aos que possuem o alelo normal. Emnosso trabalho, avaliamos a expressão de PrPc em hipo-campos humanos através dc imunohistoquímica para oprion em 4 grupos: pacientes portadores de epilepsia do

AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA PRION CELULAR EM HIPOCAMPOS HUMANOS

CLÍNICA MÉDICA

EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS DE ADESÃO NA LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA/ LINFOMALINFOCÍTICO E EM LINFOMAS NÃO-HODGKIN B EM FASE LEUCÊMICA

Daniel Mazza MatosOrientador Prof. Dr. Roberto Passetto FalcãoDissertação de Mestrado apresentada em 22/07/2005

As moléculas de adesão representam um conjuntode famílias de receptores e contra-receptores que atuam emdiversos processos biológicos, entre os quais a migraçãocelular. Desde que as células dos linfomas não-Hodgkin B(LNH-B) são as correspondentes malignas dos linfócitos B

que sofreram um ou mais eventos de transformação neoplá-sica em algum estágio do seu desenvolvimento, é possívelque essas células utilizem os mesmos mecanismos de migra-ção linfocitária como método de disseminação a partir doseu tecido de origem, qual seja, o gânglio linfático, nos ca-sos dos LNH-B nodais. Neste estudo foi analisada a expres-são de 10 moléculas de adesão (CD11a, CD11b, CD11c, CD18,CD49c, CD49d, CD29, CD44, CD54, CD62) no sangue perifé-rico e, ou no gânglio linfático de 58 pacientes com o diag-

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Fabíola Singaretti de OliveiraOrientadora: Profa. Dra. Aparecida Maria FontesDissertação de Mestrado apresentada em 12/08/2005

A modificação gênica de células dendríticas em Leu-cemia Mielóide Crônica (LMC) com os genes BCRABL par-cial e o gene B7.1 pode consistir uma estratégia de vacina-ção alternativa que permitirá a apresentação de múltiplosantígenos leucêmicos e de maneira eficiente com a super-expressão de uma das moléculas co-estimuladoras da res-posta imune. Entre os diferentes protocolos de modifica-ção gênica, o uso do sistema retroviral tem se mostradofavorável em estudos de terapia gênica envolvendo as cé-lulas tronco hematopoéticas. Assim, esse trabalho visa oestabelecimento de duas populações celulares produtorasde retrovírus super-expressando esses genes. No que dizrespeito a geração da população celular produtora doretrovirus portador do gene BCR-ABL parcial, inicialmen-te, um fragmento de DNA de 531 bp relativo a região defusão do gene BCRABL foi isolado por PCR partindo doDNA plasmidial MIGR1 portador do cDNA BCRABL intei-ro e sub-clonado no vetor retroviral plasmidial pBMN-I-GFP. Em seguida, foi realizada a co-transfecção do plasmídeorecombinante pBMN-BCRABL-I-GFP com o plasmídeopCDNA3.1/Neo portador do gene que confere resistênciaa neomicina na linhagem celular ecotrópica Eco-PackTM-293.Análises por citometria de fluxo mostraram uma expressãotransitória de 13% e após a seleção com geneticina foi diag-

nosticado um aumento de 6X no nível de expressão dogene GFP. Posteriormente, o sobrenadante retroviral pro-duzido pela linhagem Eco-PackTM-293/BCRABL+ foi utiliza-do para transduzir a linhagem celular anfotrópica PG-13/LNc8 e após o rastreamento por citometria de fluxo foi pos-sível o isolamento de um clone celular com níveis de ex-pressão de GFP de 99% e título retroviral da ordem de 4,4x106

pfu/ml. No que diz respeito ao estabelecimento de uma li-nhagem celular produtora de retrovirus portador do cDNArelativo ao gene B7.1, inicialmente foi isolado o fragmentode DNA de 866 bp a partir do RNA total extraído de célulasdendríticas geradas ex-vivo, e em seguida, esse fragmentode DNA foi sub-clonado no vetor retroviral plasmidialpBMN-I-GFP. Posteriormente, foi realizada a co-transfecçãodo plasmídeo recombinante pBMN-BCRABL-I-GFP com oplasmídeo pCDNA3.1/Neo na linhagem Eco-PackTM-293 oque resultou em uma eficiência da transfecão de 16%. Apósa seleção com o antibiótico, seguido do rastreamento porcitometria de fluxo essa população celular passou a expres-sar níveis de GFP da ordem de 94%. Finalmente, o sobrena-dante retroviral produzido pela linhagem Eco-PackTM-293/B7.1+ foi utilizado para transduzir a linhagem PG-13/LNc8 eapós o rastreamento celular por citometria de fluxo foi iso-lado um clone celular com níveis de expressão de GFP de71% e título retroviral da ordem de 4,4x106 pfu/ml. Em con-junto, esse trabalho mostra a geração de duas populaçõescelulares produtoras de retrovirus portadoras de dois genesterapêuticos que poderão ser utilizados no desenvolvimen-to de protocolos de vacinação para LMC.

nóstico de leucemia linfocítica crônica/ linfoma linfocítico eoutros LNH-B em fase leucêmica (linfoma de células do man-to, linfoma da zona marginal esplênica e nodal e linfomafolicular), com o objetivo de melhor compreender os meca-nismos de disseminação empregados por essas neoplasiaslinfóides. Foi utilizada a intensidade de fluorescência média(I.F.M) aferida por técnica de citometria de fluxo nas amos-tras de sangue periférico e gânglio linfático com o intuito dequantificar a intensidade de expressão das moléculas deadesão. A expressão dessas moléculas foi comparada entreas células malignas do sangue periférico dos pacientes comleucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico e os outrossubtipos de LNH-B em fase leucêmica. A expressão dasmoléculas de adesão foi também comparada entre as célulasmalignas do sangue periférico e do gânglio linfático dospacientes com leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocíti-co, bem como entre as células do sangue periférico e dogânglio linfático dos pacientes com os outros subtipos de

LNH-B em fase leucêmica, constituindo, esses últimos, umgrupo único. A leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocíti-co apresentou a menor intensidade de expressão para asintegrinas CD11a, CD11b, CD18 e CD49d, e a maior intensi-dade de expressão para o CD49c, nas células do sangueperiférico, quando comparada com os outros subtipos deLNH-B. O linfoma da zona marginal mostrou a maior intensi-dade de expressão para o CD11c e o CD54. A comparaçãoentre as amostras de sangue periférico e gânglio linfáticoevidenciou uma forte tendência para uma menor expressãode CD11a e CD49d nas células em circulação, nos casos deleucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico; e menor ex-pressão do CD54 nas células em circulação nos casos deLNH-B em fase leucêmica. A leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico apresenta um perfil de expressão de mo-léculas de adesão bem distinto de outros LNH-B, o quepoderia responder pelo seu comportamento biológico ca-racterizado pela freqüente invasão da corrente sanguínea.

GERAÇÃO DE DUAS POPULAÇÕES CELULARES TRANSGÊNICAS SUPER-EXPRESSANDO OSGENES BCRABL PARCIAL E B7.1

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Valéria Cristiane Nakano JunqueiraOrientador: Prof. Dr. Clóvis Simão TradDissertação de Mestrado apresentada em 23/08/2005

O trauma constitui um dos principais problemas desaúde pública mundial. No Brasil é a segunda causa demorte em geral e a primeira causa de morte entre 11 e 40anos de vida, o que tem provocado forte impacto na morbi-dade e mortalidade da população.

Na década de 80, houve importantes avanços notratamento dos pacientes traumatizados com a criação edesenvolvimento do Sistema de Atendimento às Emergên-cias Médicas e o uso disseminado da tomografia computa-dorizada. Esse exame tornou-se fundamental na avaliaçãodos pacientes vítimas de trauma, devido à sua alta sensibi-lidade (100%), especificidade (97,6%) e acurácia (96,8%) nadetecção da presença e extensão das lesões. A utilizaçãode tomografia computadorizada na avaliação do trauma ab-dominal tem diminuído o número de laparotomias desne-cessárias e aumentado o tratamento conservador não ope-ratório em lesões traumáticas de órgãos parenquimatosos.

Neste trabalho retrospectivo procurou-se avaliar osachados tomográficos em pacientes com trauma esplênicoe/ou hepático e o impacto em relação ao tipo de tratamento,comparando os achados tomográficos do laudo original

com os achados após a revisão desses exames e com asdescrições cirúrgicas dos pacientes que foram para la-parotomia exploradora. Foram estudados 57 pacientes sub-metidos à avaliação por TC das lesões abdominais decor-rentes do trauma no período de 13/12/1997 a 15/09/2003 eque apresentaram lesões esplênicas e/ou hepáticas nosexames de TC.

Observou-se que laceração foi o tipo de lesão maisfreqüente em todos os pacientes e que grau 4 foi mais co-mum nas lesões esplênicas e 3 nas lesões hepáticas e o lobodireito foi o mais acometido. Não houve diferença do laudooriginal de TC, realizado em uma Unidade de Emergência,que comumente é um ambiente estressante, em relação àdetecção de lesão hepática e/ou esplênica e hemoperitônio,quando comparado com a revisão destes exames tomográfi-cos. Comparando-se os achados tomográficos com os ci-rúrgicos, todas as 13 lesões esplênicas descritas no laudode TC foram encontradas na cirurgia e das seis lesões hepá-ticas, cinco foram encontradas na cirurgia, ocorrendo umcaso de falso positivo. Embora a avaliação com TC tenhatido um importante papel na detecção e extensão das le-sões, os achados tomográficos, isoladamente, não indica-ram quais pacientes se beneficiaram com tratamento cirúrgi-co e quais poderiam apresentar complicações tardias comtratamento conservador.

CONTRIBUIÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) NO DIAGNÓSTICO DELESÕES TRAUMÁTICAS DO BAÇO E DO FÍGADO

todos os testes de broncoprovocação. Com o objetivo deverificar se os testes de broncoprovocação (bradicinina,metacolina e exercício) influenciam a variável resposta (es-cala de Borg, visual analógica e número de tosses), foi uti-lizado o modelo de regressão linear com efeitos mistos (efei-tos aleatórios e fixos). Em termos da dispnéia medida pelaescala de Borg, não houve diferença entre os estímulostestados (p > 0,05). Quando a dispnéia foi medida pela es-cala visual analógica, a bradicinina induziu mais dispnéiado que os outros estímulos (p = 0,02). Segundo a avaliaçãode tosse, a bradicinina se mostrou mais potente indutor emcomparação à metacolina e ao exercício (p < 0,01). Em con-clusão, o teste de broncoprovocação com bradicinina as-sociado à escala visual analógica parece ser o instrumentode escolha para avaliação da dispnéia, principalmente parapacientes hipoperceptores.

Thaís Regina SuguikawaOrientador: Prof. Dr. Elcio Oliveira ViannaDissertação de Mestrado apresentada em 25/08/2005

Identificar a obstrução por meio da sensação da disp-néia é fundamental para o paciente asmático, mas nem sem-pre ocorre devido a peculiaridades do paciente ou do bron-coespasmo. Portanto, a relação entre bronconconstricçãoe dispnéia é importante para a identificação da crise pelopaciente e por profissionais da saúde. O presente estudocomparou a intensidade da dispnéia e tosse induzidas pordiferentes estímulos broncoconstrictores. Vinte indivídu-os asmáticos foram submetidos a testes de broncoprovo-cação com metacolina, bradicinina e exercício, em seqüên-cia aleatória. A dispnéia foi medida por duas escalas: Borgmodificada e visual analógica. A tosse foi contada durante

DISPNÉIA E TOSSE ASSOCIADAS À BRONCOCONSTRICÇÃO POR BRADICININA, META-COLINA E EXERCÍCIO NA ASMA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Ceci Baldochi de OliveiraOrientador: Prof. Dr. Eduardo Antônio DonadiDissertação de Mestrado apresentada em 30/08/2005

Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doençainflamatória crônica, de causa desconhecida e de naturezaauto-imune, caracterizada pela presença de diversos tiposde auto-anticorpos, comprometendo diferentes órgãos esistemas. Fatores múltiplos, como mecanismos ambientais,imunológicos, genéticos e hormonais, contribuem na pro-gressão e patogênese da doença. Níveis elevados do fatorde necrose tumoral (TNF-α) no plasma e líquido cefalorra-quidiano de pacientes com LES indicam fortemente a parti-cipação desta citocina na patogenia da doença. A regiãogênica que codifica o TNF é altamente polimórfica, sendodescritos seis microssatélites (TNFa-b-c-d-e-f), caracteri-zados por seqüências curtas de nucleotídeos, arranjadosin tandem. Posto que alguns desses alelos estejam associ-ados com a magnitude de produção de TNF, no presenteestudo, avaliamos os polimorfismos dos microssatélitesTNFa-e em 127 pacientes brasileiros com LES e 120 indiví-duos sadios. As tipificações foram realizadas utilizando se-

qüências iniciadoras específicas para cada loco desses mi-crossatélites. Os haplótipos foram reconstruídos atravésdo consenso dos métodos computacionais EM X PHASE eas distribuições alélicas e haplotípicas foram comparadasentre os dois grupos estudados. As freqüências dos alelosTNFa12, TNFb2 e TNFb6 estavam diminuídas nos pacien-tes com LES (p=0,0014, p=0,0265 e p=0,0061, respectiva-mente), quando comparadas ao grupo de indivíduos sadi-os. Já a freqüência do alelo TNFd0 estava aumentada nospacientes lúpicos quando comparada aos indivíduos sadi-os (p=0,0112). Os haplótipos TNFa2-b3-c1-d1-e3 e TNFa6-b5-c1-d3-e3 mostraram-se aumentados nos pacientes comLES, determinando susceptibilidade para o desenvolvimentoda doença. Três haplótipos, TNFa12-b3-c1-d5-e3, TNFa2-b2-c1-d1-e3 e TNFa10-b3-c1-d3-e3 mostraram-se diminuí-dos nos pacientes, indicando proteção contra o desenvol-vimento do LES. Considerando que a região do TNF estácontida dentro do complexo principal de histocompatibili-dade, cujos alelos estão fortemente associados com sus-ceptibilidade/proteção ao LES, este estudo corrobora a par-ticipação dos alelos dos microssatélites da região do TNFna patogenia do LES.

ELISA com os obtidos por outros métodos tradicionais dediagnóstico desta doença; a avaliação da sua utilidade comométodo alternativo de diagnóstico da LTA; e avaliação daspossíveis associações entre os resultados dos testes evariáveis clínicas dos pacientes em estudo. Foram incluí-dos no estudo 53 pacientes com quadro clínico compatívelcom LTA e que apresentavam positividade em pelo menosum dos seguintes exames: reação de imunofluorescênciaindireta (RIFI) para LTA, intradermorreação de Montenegro(IRM), reação em cadeia da polimerase (PCR) em biópsia depele ou mucosa e visualização de parasitas em biópsia depele ou mucosa; 16 indivíduos normais, sem lesões de peleou mucosas; 26 pacientes com diagnóstico clínico e labo-ratorial confirmado de paracoccidioidomicose (Pb) e 18 pa-cientes com a forma cardíaca da doença de Chagas e queapresentavam reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI)positiva para esta doença. Utilizamos antígeno preparado apartir da cepa 2762 de Leishmania braziliensis, que foimantida em meio líquido “Schnneider Suplementado” pormeio de lise por ciclos de congelamento e aquecimento. Oteste ELISA IgG no soro obteve o melhor desempenho,diferenciando o grupo LTA dos indivíduos sadios e do gru-po Pb, embora tenha sido incapaz de diferenciar os pacien-

Maíra Peres FerreiraOrientador: Prof Dr José Fernando de Castro FigueiredoDissertação de Mestrado apresentada em 09/09/2005

A ocorrência da LTA na região nordeste do estadode São Paulo e estados vizinhos tem aumentado nos últi-mos anos As tentativas de padronização de ensaio imuno-enzimático (ELISA) para o diagnóstico da LeishmanioseTegumentar Americana (LTA) se justificam uma vez que, osmétodos tradicionalmente utilizados para o diagnósticodesta doença apresentam sensibilidade e especificidadevariáveis, dando margem a resultados falso-positivos e/oufalso negativos em proporção considerável de pacientes.Alternativamente, o emprego de fluidos orais na pesquisade anticorpos específicos para diagnóstico de doenças in-fecciosas apresenta vantagens, por não ser um método decoleta invasivo; por ter maior viabilidade em indivíduoscom dificuldade de acesso venoso e pelo menor risco detransmissão de infecções aos que manipulam as amostras.Tivemos por objetivos a padronização do ensaio imunoen-zimático para a detecção de anticorpos anti-Leishmaniadas classes IgG, IgM e IgA no soro e na saliva de pacientesportadores de LTA, comparando os resultados do teste

ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO PARA PESQUISA DE ANTICORPOS DAS CLASSES IgG, IgM E IgA,NO SORO E NA SALIVA DE PACIENTES COM LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA

POLIMORFISMO DOS MICROSSATÉLITES DA REGIÃO DO FATOR DE NECROSE TUMORALEM PACIENTES BRASILEIROS COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Virgínia Mara de Deus WagatsumaOrientadora: Profa. Dra. Aparecida Yulie YamamotoDissertação de Mestrado apresentada em 20/09/2005

Embora o citomegalovírus (CMV) seja reconhecidocomo o agente mais comum de infecção congênita no ho-mem, pouco é conhecido sobre os eventos virológicos eimunológicos da infecção materna pelo CMV que determi-nam a transmissão da infecção intra-útero, numa popula-ção com elevada taxa de soropositividade. Característicasmaternas e a variabilidade genética viral podem contribuirna ocorrência da infecção ativa durante a gestação. Nãoexistem dados sobre as taxas de excreção do CMV em mu-lheres brasileiras e o papel das diferentes cepas virais natransmissão vertical tem recebido atenção principalmentedevido às estratégias futuras de vacinação. Os objetivosdeste estudo incluíram a determinação das taxas de excre-ção do CMV em mães transmissoras e não transmissoras ea verificação da associação com a ocorrência de infecçãocongênita. Ainda, a caracterização dos genotipos gB dascepas identificadas em amostras maternas e a ocorrênciada co-infecção materna com mais de uma cepa viral foraminvestigadas. Foram incluídas 48 mães de 50 recém-nasci-dos (RN) infectados congenitamente pelo CMV (transmis-soras – T) e identificados em um programa de triagem neo-natal de 4439 recém-nascidos, com uma incidência de 1,1%.O diagnóstico de infecção congênita foi baseado na detec-ção de frações nucleotídicas do CMV pela reação de ampli-ficação gênica da polimerase (PCR) e confirmação pelo iso-lamento viral em cultura celular em duas amostras de urinae/ou saliva obtidas nas primeiras duas semanas de vida.Para cada caso-índice, 3 mães soropositivas para o CMVde RN não infectados foram incluídas (144 não transmisso-ras – NT). Das mães T e NT foram coletadas amostras deleite, urina, saliva e sangue na primeira semana após o par-to (mediana de 3 dias) e submetidas à PCR para detecção

do DNA viral. A partir do produto amplificado, realizou-se acaracterização genotípica baseado na glicoproteína B (gB)do CMV pela análise do polimorfismo do tamanho do frag-mento de restrição. Soros maternos do início da gestaçãoforam obtidos. Mães T e NT não diferiram em relação àidade e escolaridade; porém observou-se que mães queexcretavam o CMV eram predominantemente primíparas jo-vens (< 20 anos). Considerando todos os sítios de excre-ção viral, o CMV foi detectado mais freqüentemente nasmães T do que NT (41/48; 85% vs. 39/144; 27%, p<0,0001;odds ratio = 15,77). O leite materno foi o melhor sítio dedetecção do CMV tanto em mães T e NT. A detecção doDNA do CMV no leite foi significativamente maior em T(38/44; 86%) do que em NT (39/143; 27%; p<0,0001; oddsratio = 16,89), assim como na urina (9/48; 19% vs. 0/140,0%); p<0,0001). Taxas menores foram observadas na salivaem ambos os grupos (2/48; 4% em T vs. 1/142; 1% em NT, p= 0, 569). Não se observou a detecção do DNA viral nosangue de nenhuma mãe. A excreção viral em mais de umsítio foi observada em 19,5% das T e em 2,6% das NT(p<0,0001). Com exceção de três mães T e uma NT, todaspresumivelmente albergavam uma única cepa viral. Todasas mães que tiveram amostras de soro disponíveis noinício da gestação eram soropositivas ao CMV. A distribui-ção dos genotipos gB em mães T foi gB1 27% (10/37), gB246% (17/37) e gB3 27% (10/37); (p= 0,137) e entre as NTfoi gB1 28,5% (8/28), gB2 28,5% (8/28) e gB3 43% (12/28);(p= 0,424). O genotipo gB4 não foi encontrado. A excreçãodo CMV é comum em mães que transmitiram a infecção aosseus filhos mostrando uma associação com a transmissãointra-útero deste vírus. A virolactia precoce pode ser consi-derada um indicador da infecção fetal. Não houve predomí-nio de nenhum genotipo gB bem como nenhuma associa-ção com a transmissão vertical do CMV. Ao contrário depacientes imunocomprometidos, um único genotipo viralfoi observado na grande maioria das mães.

tes com LTA dos pacientes chagásicos. Sua sensibilidadefoi de 85% e a especificidade de 61%, no conjunto doscasos. Observou-se correlação significativa e índice de con-cordância razoável entre os testes ELISA IgG no soro eRIFI para Leishmaniose. Nos doentes com LTA que apre-sentavam IRM negativa, o ELISA foi positivo em 75%; alémdisso, foi positivo em 84,8% dos casos de LTA com biópsiasde pele ou mucosa negativas para a presença de parasitase detectou 100% dos casos com PCR negativa realizada embiópsia de pele ou mucosa. O desempenho dos diferentestestes diagnósticos utilizados nesta mesma população depacientes com LTA, quando analisados isoladamente, re-

velou: 85% de positividade para o ELISA IgG; 81% para aPCR, 64,4% para IRM, 58% para a RIFI e 34% para a presen-ça de parasitas na biópsia. A pesquisa de IgG na salivaapresentou sensibilidade comparável à obtida na RIFI nosoro (60% x 54%) O ELISA no soro pode ser consideradoum método complementar de diagnóstico da LTA uma vezque foi capaz de identificar uma proporção consideráveldos pacientes portadores de LTA e que apresentavam re-sultados negativos em outros testes diagnósticos. Os re-sultados encontrados nos testes ELISA para pesquisa deIgM e IgA na saliva, não recomendam a sua aplicação parao diagnóstico rotineiro da LTA.

EXCREÇÃO VIRAL MATERNA E GENOTIPOS gB NA INFECÇÃO CONGÊNITA PELO CITOME-GALOVIRUS (CMV) NUMA POPULAÇÃO COM ELEVADA TAXA DE SOROPOSITIVIDADE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Marisa Afonso Andrade BrunherottiOrientador: Prof. Dr. José Antônio Baddini MartinezDissertação de Mestrado apresentada em 21/09/2005

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é umadoença que se caracteriza pela perda progressiva da forçamuscular. Incapacidade para caminhar estabelece-se geral-mente entre sete a doze anos de idade. As principais causasde óbitos nessa condição são as complicações pulmonarese cardíacas. Nos últimos anos estudos demonstram que aintrodução de ventilação não invasiva pode diminuir signi-ficativamente a incidência de hospitalização e prolongar avida destes indivíduos. Ao longo dos anos, o comprometi-mento motor em indivíduos com DMD têm sido avaliadocom o emprego de diferentes escalas funcionais. No pre-sente estudo foram analisadas as correlações entre as esca-las funcionais EK e de Barthel com a força muscular perifé-rica, dados espirométricos, gasométricos e pressões respi-ratórias máximas, de 26 pacientes com DMD. A idade médiae desvio-padrão do grupo foi de 12,7 ± 4,0 anos e os escoresdas escalas EK e Barthel, respectivamente, de 8,1± 7,3 e 54,0± 26,2. Os escores da escala EK correlacionaram-se signifi-cantemente com a idade (r= 0,596), capacidade pulmonartotal (r= -0,773), capacidade vital forçada (r= -0,751), volumeexpirado forçado no primeiro segundo (r= -0,665), pressão

inspiratória máxima (r= -0,674), pressão expiratória máxima(r= -0,521), força de preensão palmar direita (r= -0,556) eforça de preensão palmar esquerda (r= -0,623). Os escoresdo índice de Barthel correlacionaram-se significantementecom a idade (r= -0,512), capacidade pulmonar total (r= 0,727),capacidade vital forçada (r= 0,679), volume expirado forçadono primeiro segundo (r= 0,556), índice de Tiffeneau (r= -0,482)pressão inspiratória máxima (r= 0,562), pressão expiratóriamáxima (r= 0,442), força de preensão palmar direita (r= 0,567)e força de preensão palmar esquerda (r= 0,648). Os coefici-entes de correlação obtidos com a escala EK não diferiramsignificantemente em relação aos obtidos com o índice deBarthel. Em função de variáveis funcionais, os pacientesforam classificados em dois grupos, um de baixo risco (n=15)e outro de alto risco (n=11), para introdução de ventilaçãomecânica. Por meio de regressão logística foi possível sedeterminar que um escore de escala EK maior ou igual a 21prevê risco aumentado para ventilação mecânica com sensi-bilidade de 90% e especificidade de 40%. Tal valor não foipossível de ser calculado com o índice de Barthel. Concluiu-se que ambas as escalas funcionais correlacionam-se, emgrau semelhante, com parâmetros espirométricos, força mus-cular periférica e pressões respiratórias máximas. Um escorede escala EK maior ou igual a 21 aponta risco elevado paraindicação de suporte ventilatório não invasivo.

ESTUDO DAS CORRELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS FUNCIONAIS RESPIRATÓRIOS E ASESCALAS EK E BARTHEL EM INDIVÍDUOS COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

AVALIAÇÃO DO QUANTIPLEX-BDNA PARA QUANTIFICAÇÃO DE RNA DO VÍRUS DA IMUNO-DEFICIÊNCIA HUMANA TIPO 1 EM LÍQUOR, CONTEÚDO VAGINAL E SORO

Adriana Cunha BandieraOrientadora : Profa. Dra. Alcyone Artioli MachadoDissertação de Mestrado apresentada em 27/09/2005

A quantificação de RNA do Vírus da Imunodeficiên-cia Humana tipo-1 (HIV-1), também chamada de carga viral,mede a quantidade de partículas virais, presentes no san-gue de um indivíduo infectado pelo HIV. Esta detecção estárelacionada ao estágio da infecção, ao risco da evoluçãopara aids e à eficácia do tratamento anti-retroviral. Níveismais elevados de carga viral estão associados a maior riscoda evolução para a doença, enquanto níveis mais baixoscorrelacionam-se a menor risco de progressão clínica. Umdos testes de biologia molecular utilizado para dosar a cargaviral de um paciente infectado pelo HIV-1 é o QUANTIPLEX-bDNA®, o qual permite apenas a quantificação do vírus emplasma. Este estudo analisou a utilização do testeQUANTIPLEX- bDNA® em diferentes materiais biológicos,quais sejam, líquor, conteúdo vaginal e soro. A análise des-

tes materiais foi realizada através da comparação entre acarga viral plasmática e a carga viral encontrada nos referi-dos materiais. Para tal foram selecionados 53 pacientes in-fectados pelo HIV-1, divididos em 3 grupos: grupo líquorcom 17 pacientes, grupo conteúdo vaginal com 19 pacien-tes e grupo soro com 17 pacientes. Foi colhida de cadapaciente, uma amostra de sangue para obtenção do plasmae uma de outro fluído entre líquor, conteúdo vaginal, ousangue para obtenção de soro. Analisou-se para cada gru-po, pelo teste de Spearman, a correlação entre a carga viralplasmática e a carga viral de cada material. Entre a cargaviral plasmática e a carga viral liquórica obteve-se correla-ção significante (r = 0.6789 e p = 0.0027). O grupo do con-teúdo vaginal e o grupo soro, também apresentaram corre-lação significante sendo que os valores encontrados paracada grupo foram r = 0.7325 e p = 0.00040 e r = 0.8527 ep = < 0.00010, respectivamente. Conclui-se que o teste ana-lisado é capaz de detectar níveis de RNA do HIV-1 em to-dos os fluídos estudados.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Liz Andrea Villela BaronciniOrientador: Prof. Dr. Antonio Pazin FilhoDissertação de Mestrado apresentada em 03/10/2005

Objetivos: Estabelecer a correlação entre a avalia-ção quantitativa, através da caracterização tecidual video-densitométrica, de imagens ultra-sonográficas bidimensio-nais digitalizadas e a análise histopatológica de placascarotídeas vulneráveis removidas cirurgicamente,.

Métodos: Vinte e cinco pacientes (18 homens e 7mulheres), com idade variando entre 57 e 78 anos (média ±desvio padrão: 67.48 ± 6.4 anos) admitidos para cirurgia deendarterectomia da artéria carótida, com estenose acima de70%, foram submetidos à caracterização tecidual ultra-sônicada placa antes do procedimento cirúrgico. Um software decomputador (CaPAS – Carotid Plaque Analysis Software)foi especificamente desenvolvido para a análise videoden-sitométrica das imagens bidimensionais digitalizadas dasplacas carotídeas através de índices estatísticos de primeira(NMC - nível médio de cinza e DP - desvio padrão) e segun-

da (Entropia, Energia e Homogeneidade) ordens, baseadosnos níveis de cinza da imagem. Os pacientes foram dividi-dos em 3 grupos de acordo com a sintomatologia: Grupo I ,pacientes com sintomas até 3 meses antecedendo o proce-dimento cirúrgico; Grupo II, pacientes com sintomas acimade 3 meses antecedendo o procedimento cirúrgico e GrupoIII, pacientes assintomáticos. Os espécimes cirúrgicos fo-ram analisados histopatologicamente para determinar as per-centagens de gordura/necrose, fibrose e cálcio.

Resultados: O nível médio de cinza (primeira ordem)e os parâmetros de segunda ordem (entropia, energia ehomogeneidade) foram capazes de diferenciar os gruposclínicos, mas não se correlacionaram com os achados his-topatológicos, mostrando apenas uma tendência das vari-áveis videodensitométricas de primeira ordem (nível médiode cinza) em refletir tais achados.

Conclusões: A análise videodensitométrica de ima-gens bidimensionais digitalizadas pode ser usada para iden-tificar placas vulneráveis e potencialmente instáveis, po-rém não se correlacionam com a proporção de componen-tes estruturais básicos avaliados pela histologia.

CARACTERIZAÇÃO TECIDUAL ULTRA-SÔNICA DA PLACA CAROTÍDEA VULNERÁVEL: COR-RELAÇÃO VIDEODENSITOMÉTRICA E HISTOPATOLÓGICA

EFEITO DO MICOFENOLATO MOFETIL NAS ALTERAÇÕES INTRAGLOMERULARES NAGLOMERULONEFRITE MESANGIAL AGUDA INDUZIDA EM CAMUNDONGOS COM ANTICORPOHETERÓLOGO ANTICÉLULAS MESANGIAIS

vem sendo avaliada, e os seus efeitos intraglomerularesnão são totalmente conhecidos. A administração de anti-soro de carneiro anticélulas mesangiais em camundongosleva a glomerulonefrite mesangial aguda (GMA) com ex-pressiva albuminúria. O MMF não foi ainda testado nestemodelo experimental de glomerulonefrite.

Janaina Silva MartinOrientador: Prof. Dr. Márcio DantasDissertação de Mestrado apresentada em 18/10/2005

A eficácia do micofenolato mofetil (MMF) no trata-mento de glomerulopatias, incluídas as formas mesangiais,

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Marcos Eduardo ScheicherOrientador:Prof. Dr. Elcio dos Santos Oliveira ViannaTese de Doutorado apresentada em 03/11/2005

O exame do escarro é um método direto para inves-tigar a inflamação das vias aéreas de maneira não invasiva.Nosso objetivo foi elucidar se a cultura de células do escar-ro pode ser um modelo apropriado para avaliar a produçãode citocinas e quimiocina pelas células inflamatórias dasvias aéreas. A indução de escarro foi realizada em 21 indiví-duos normais e 30 pacientes asmáticos: 21 em uso decorticosteróide inalado e 9 asmáticos sem uso prévio decorticosteróides, avaliados antes e após 14 dias de trata-mento com prednisona oral (40 mg/dia). O sobrenadante doescarro foi analisado e comparado com o sobrenadante dacultura. A concentração de TNF-α, IL-8, IL-1β, IL-13,eotaxina 1 e eotaxina 2 foi determinada pelo teste de ELISA.A maior viabilidade celular e produção de mediadores foi

detectada com 48 - 72 horas de cultura com importante di-minuição no 5º dia (p < 0,0001). Não houve diferença signi-ficante nos níveis de TNF-α, IL-8, IL-1β e eotaxina 2 quan-do as células em cultura foram ou não estimuladas com LPSou fitohemaglutinina. A produção de eotaxina 2 foi maiorno grupo asma (105,4 ± 31,7 pg/ml) quando comparado como grupo controle (39,1 ± 10,2 pg/ml) e o tratamento comcorticosteróide oral aboliu essa diferença. Além disso, aredução dos níveis de eotaxina 2 por este tratamento foimaior na cultura de células (∆ = 85,6 %) do que no escarro(∆ = 67,7 %) (p < 0,05). A diminuição na produção de eotaxina2 induzida pelo tratamento com esteróide sistêmico foi as-sociada com a diminuição no número de eosinófilos do san-gue (r = 0,85; p = 0,003). A eotaxina 2 pode ter uma importan-te função na inflamação da asma. A significante diferençaentre escarro induzido e cultura celular em resposta ao tra-tamento com corticosteróide sugere que a análise da cultu-ra de células pode ser um bom marcador inflamatório a serempregado na prática clínica.

Objetivo: avaliar o efeito do MMF na albuminúria,morfologia glomerular, fenótipo das células mesangiais, pro-liferação celular e na infiltração glomerular de macrófagosnesse modelo de GMA em camundongos.

Material e Métodos: GMA foi induzida em camun-dongos pela administração intravenosa de anti-soro de car-neiro anticélulas mesangiais, e os animais controles (semglomerulonefrite) receberam soro de cabra não imunizada.Os camundongos foram tratados com MMF ou soro glico-sado 5% (SG) pela via intraperitoneal, diariamente, do dia -1até o dia +7 quando foram avaliadas a albuminúria (mg/15horas), creatinina sérica, área glomerular, celularidade glo-merular e, por imunohistoquímica, a ativação de célulasmesangiais (α-smooth muscle actin: α-SMA), proliferaçãocelular (proliferating cell nuclear antigen: PCNA) e a infiltra-ção glomerular de macrófagos. A absorção do MMF peloperitôneo foi comprovada pela dosagem sangüínea de áci-

do micofenólico por cromatografia líquida de alta perfor-mance em um grupo adicional de camundongos.

Resultados: Nos camundongos dos grupos comglomerulonefrite, não tratados ou tratados com MMF (gru-pos GMA/V e GMA/MMF, respectivamente), a albuminúriafoi de 8.376 g/15h (variação: 4.332 ; 15.664) e 0.554 g/15h(variação:0.446; 0.815) (p<0,01), respectivamente, e o escorede expressão de α-SMA foi de 2,78 (variação:2,21 ; 3,3) e de1,61 (variação:0,96 ; 2,56) (p<0,05). Não houve diferença nacreatinina sérica, na celularidade e na área glomerular e naexpressão de PCNA entre os grupos GMA/V e GMA/MMF.Houve forte tendência para menor expressão de macrófagosno grupo GMA/MMF em relação ao GMA/V; 1,48 (variação:1;1,72) e 1,75 (variação:1,25;2,10), respectivamente; (p=0,054).

Conclusão: o MMF reduziu a lesão glomerular naGMA, diminuindo a ativação das células mesangiais e, pos-sivelmente, também a infiltração de macrófagos.

EOTAXINA 2 EM CULTURA DE CÉLULAS DO ESCARRO E SUA RELAÇÃO COM A ASMA

das vias aéreas. Estímulos broncoconstritores, como solu-ção salina hipertônica (SSH), são freqüentemente utiliza-dos para avaliação da responsividade. A inalação seqüencialde SSH reduz a resposta broncoconstritora, sendo este fe-nômeno denominado refratariedade. Avaliamos se o perío-do refratário à SSH tem duração de, pelo menos, 10 horas(protocolo I). Posteriormente, avaliamos o efeito do perío-

Marcos de Carvalho BorgesOrientador:Prof. Dr. Elcio dos Santos Oliveira ViannaTese de Doutorado apresentada em 01/12/2005

A asma pode ser definida por hiperresponsividadebrônquica, limitação reversível ao fluxo aéreo e inflamação

BRONCOPROVOCAÇÃO COM SOLUÇÃO SALINA HIPERTÔNICA: CARACTERIZAÇÃO DOPERÍODO REFRATÁRIO E INFLUÊNCIA SOBRE A ASMA NOTURNA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

do refratário à SSH na asma noturna (protocolo II). A doseprovocadora de uma queda de 20% (PD20SSH) do volumeexpiratório no 1o segundo (VEF1) e a inclinação da curvadose-resposta foram determinadas e comparadas. Protoco-lo I: Treze asmáticos foram submetidos à broncoprovoca-ção com SSH às 7:00 h e 17:00 h em um mesmo dia (diaestudo) e, com três a sete dias de intervalo, à outra bronco-provocação às 17:00 h (dia controle). Os dias estudo e con-trole foram randomizados. Após o teste das 7:00 h, foi de-terminado o tempo necessário para que o VEF1 retornassea, pelo menos, 90% do valor basal, sendo denominado re-cuperação espontânea do VEF1. A média geométrica dologPD20SSH ± d.p. às 17:00 h do dia estudo foi significativa-mente maior que a do dia controle, 1,00 ± 0,48 mg e 0,71 ±0,50 mg, respectivamente (p = 0,0005). A inclinação da cur-va dose-resposta foi significativamente menor no dia estu-do quando comparada com o dia controle (5,63 ± 5,47 x 8,96

± 8,88, p = 0,0049). O tempo de recuperação espontânea doVEF1 foi 38,80 ± 36,94 minutos. Protocolo II: Treze voluntá-rios com asma noturna foram submetidos à broncoprovo-cação com SSH às 16:00 h e 18:00 h e à avaliação do VEF1 às4:00 h, na mesma noite (dia estudo). Com intervalo de umasemana, foram submetidos à inalação com solução salinaisotônica às 16:00 h e à avaliação do VEF1 às 4:00 h, namesma noite (dia controle). Foi comparada a variação doVEF1 entre 16:00 h e 4:00 h nos dias controle e estudo. Nosvoluntários que apresentaram refratariedade à SSH, a mé-dia de queda do VEF1 no dia estudo foi 137 ± 369 mL ou 7,33± 16,15 % e no dia controle, 506 ± 332 mL ou 21,55 ± 15,82 %.A piora noturna foi significativamente maior no dia contro-le do que no dia estudo (p = 0,024). Este estudo demonstraque o período refratário à SSH dura, pelo menos, 10 horas eque a realização de duas broncoprovocações com SSH re-duz o declínio do VEF1 da asma noturna.

medicação e que conhecia o nome da droga em uso. Utili-zou-se, também, o teste de Morisky, que permite avaliar opadrão de comportamento do paciente em relação ao usodiário do medicamento. Este teste consiste de quatro per-guntas padronizadas relacionadas ao esquecimento, des-cuido com o horário de tomada do medicamento, percepçãode efeitos colaterais e ausência de sintomas. Na análise dosmedicamentos utilizados pelo paciente, foram observadasas seguintes proporções de pacientes classificados comomenos aderentes: 15,4% em pacientes portadores de DC,13,3% na RCU, 8,4% na PC e 16,6% nos pacientes do grupoADV. Porém, o teste de Morisky mostrou as seguintes pro-porções de menos aderentes: 50% de pacientes portadoresde DC, 63,3% na RCU, 54,2% na PC e 63,4% na ADV. Nãohouve diferenças estatisticamente significativas, entre osgrupos de pacientes, tanto na análise dos medicamentosutilizados pelo paciente como pelos resultados do teste deMorisky. Em análise univariada, nenhum dos fatores demo-gráficos, sociais, clínicos ou referentes ao tratamento medi-camentoso apresentou relação estatisticamente significati-va, comum a todos os grupos, que indicasse influência so-bre a adesão ao tratamento. Apesar do alto grau de adesão,de acordo com a análise dos medicamentos utilizados, de-tectou-se alto percentual de não-adesão ao tratamento me-dicamentoso ligado ao comportamento habitual e indepen-dente do diagnóstico, ou do acesso gratuito aos medica-mentos. Isto pode indicar a existência de um padrão especí-fico de comportamento dos usuários do serviço, o que su-gere a necessidade de maior atenção dos profissionais desaúde para o problema, bem como medidas de educação dopaciente quanto ao uso dos medicamentos.

Nathalie de Lourdes Souza DewulfOrientador: Prof. Dr. Luiz Ernesto de Almeida TronconDissertação deMestrado apresentada em : 02/12/2005

A adesão ao tratamento medicamentoso é um impor-tante fator determinante no sucesso terapêutico. A adesãodo paciente pode ser influenciada por fatores diversos, liga-dos à doença, ao tratamento, ao paciente, às condições so-ciais e econômicas, como também, relacionada ao sistemade saúde que o atende. Ainda que existam inúmeros estu-dos sobre a adesão ao tratamento em portadores com doen-ças crônicas, são escassas as investigações sobre este temanas doenças inflamatórias intestinais. O presente trabalhoteve o objetivo de avaliar a adesão ao tratamento medica-mentoso e os possíveis fatores que a influenciam, em paci-entes portadores de doenças inflamatórias intestinais (DII):doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU), doHospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de RibeirãoPreto (HCFMRP), da Universidade de São Paulo. Como con-troles, foram investigados pacientes portadores de pancrea-tite crônica e insuficiência pancreática (PC), com medicaçãofornecida pelo hospital, tal como os pacientes portadoresde DII. Foram também investigados pacientes portadoresde afecções digestivas variadas (ADV), grupo no qual amedicação prescrita não era fornecida pelo hospital. Por meiode estudo transversal e indireto, foi realizada entrevistaestruturada para avaliar a adesão de 110 pacientes, que fo-ram caracterizados como apresentando maior ou menor graude adesão. Esta classificação foi baseada no cotejo entre osdados do prontuário e os informados pelo paciente em en-trevista, considerando a afirmação do paciente que usava a

INVESTIGAÇÃO SOBRE A ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO EM PACIENTESCOM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

David José Oliveira TozettoOrientador: Prof. Dr. Antônio Pazin FilhoDissertação de Mestrado apresentada em 08/12/2005

A anticoagulação oral é amplamente utilizada emnosso meio para o tratamento e prevenção de várias doen-ças associadas a eventos tromboembólicos. Porém, o con-trole fino da anticoagulação é difícil, sendo freqüentes ascomplicações associadas a esta terapia, manifestadas naforma de sangramentos. O presente trabalho estudou paci-entes, atendidos na urgência de um hospital terciário, queapresentavam complicações relacionadas ao uso de anti-coagulantes orais (elevação do INR acima da faixa terapêu-tica, com ou sem sangramentos) . A estes pacientes foi apli-cado um protocolo para reversão do efeito anticoagulante,baseado no uso de baixas doses de vitamina K (1;2,5;5 mg)por via endovenosa, particularizadas na dependência dapresença e da gravidade do sangramento (menor, maior ouameaçador da vida).Nos casos em que o sangramento seencontrava ausente,a conduta foi pautada a partir do valordo INR inicial (inferior a cinco, entre cinco e 10 e maior do

que 10). Foram estudados 104 pacientes (45 homens,43,26%) na fase prospectiva , com idade média de 69,9 ±15,4 anos, sendo suas características comparadas a 46 pa-cientes (19 homens,43,26%) com idade média de 64,7 ± 13,5 anos, atendidos previamente à implantação doprotocolo, não se observando diferença nas característi-cas entre os dois grupos.No grupo prospectivo houve gran-de variabilidade das dosagens de vitamina K empregues, oque permitiu a comparação do efeito de dose da vitamina Kna dependência da apresentação clínica e do valor inicialdo INR . O uso da vitamina K em baixas doses por viaendovenosa é seguro e eficaz na reversão da anticoagulaçãooral, não estando associada a efeitos colaterais e refratarie-dade à reintrodução do anticoagulante oral, reduzindo tam-bém a necessidade do uso de hemoderivados para a norma-lização dos valores do INR. A dose utilizada de vitamina Kdeve ser particularizada na dependência da presença desangramento, valor inicial de INR e tipo de sangramento. Oestudo permitiu ainda o seguimento dos pacientes após aalta hospitalar, sendo observado baixa qualidade daanticoagulação oral após o atendimento na emergência, in-dependentemente do uso de vitamina K.

REVERSÃO DA ANTICOAGULAÇÃO ORAL:APLICAÇÃO DE PROTOCOLO DE CONDUTA EMSERVIÇO MÉDICO DE EMERGÊNCIA

estipula através de análise e observações do conjunto dedados, os melhores agrupamentos ou padrões entre os da-dos tornando-os mais fáceis de serem observados e inter-pretados. Os resultados obtidos foram avaliados atravésdo calculo da precisão, que indica a proporção de objetosrelevantes em relação ao total de objetos recuperados, ob-tendo-se para imagens de ressonância magnética nuclear(precisão = 0,70), mamografia (precisão=0,65), tomografiacomputadorizada (precisão = 0,62) e raio-x de tórax (preci-são = 0,58). Os resultados indicam o potencial de utilizaçãoda metodologia proposta para ensino, pesquisa, auditoriae auxílio ao diagnostico, seja por permitir a comparaçãovisual entre os casos ou a classificação de uma nova ima-gem em disposição com as imagens armazenadas no bancode dados.

Marcelo Ossamu HondaOrientador: Prof. Dr. Paulo Mazzoncini de Azevedo Mar-quesTese de Doutorado apresentada em 09/12/2005

Este trabalho apresenta o estudo e a implementaçãode um sistema de recuperação de imagens baseada em con-teúdo para imagens radiológicas utilizando atributos detextura e “data mining”. Foram utilizadas imagens de diver-sas modalidades de exames e regiões anatômicas, caracte-rizadas por atributos de textura. Os dados da caracteriza-ção das imagens radiológicas e as informações pertinenteaos exames radiológicos estão armazenados em um bancode dados. Para o processo de indexação e recuperação deimagens é utilizada a metodologia de “data mining”, a qual

RECUPERAÇÃO DE IMAGENS BASEADA EM CONTEÚDO UTILIZANDO ATRIBUTOS DETEXTURA E DATA MINING

ESTUDO DA DEGLUTIÇÃO DE PACIENTES COM IMOBILIDADE UNILATERAL DE PREGAVOCAL

Geruza Costa GonzagaOrientador: Prof. Dr. Roberto Oliveira DantasDissertação de Mestrado apresentada em 20/12/2005

Este trabalho objetivou o estudo das fases oral efaríngea da deglutição de 14 pacientes consecutivos porta-dores de imobilidade unilateral da prega vocal, sendo oito

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

com o diagnóstico sugestivo de lesão neurogênica dos ra-mos laríngeos (n=8), apontados pela eletroneurorniografia(grupo 1), e seis pacientes que apresentaram ausência decomprometimento neurológico sugerida pelo mesmo exame(n=6). Estes pacientes foram reunidos, independentementedo resultado eletroneuromiográfico, constituindo o grupo3 (n=14). O grupo 4 (controles) foi formado por indivíduossaudáveis (n= 11).

Os pacientes do grupo 3 responderam um questio-nário a respeito das queixas de deglutição e, posteriormen-te, submeteram-se ao exame videofluoroscópico da deglu-tição. Os indivíduos do grupo 4 também foram submetidosao mesmo exame. Foram consideradas as medidas do tem-po de movimentação do osso hióide, trânsito oral, trânsitofaríngeo, trânsito pelo segmento faringoesofágico, depu-ração faríngea e tempo de residência do alimento sobre osegmento faringoesfágico.

Todos os indivíduos do grupo 1 apresentavam quei-xas relacionadas à voz e à deglutição. No grupo 2, todos

apresentavam queixas vocais e quatro, queixas de deglutição.As principais alterações mencionadas foram: presença detosse e/ou engasgo e cansaço durante a alimentação. Se-gundo eles, essas dificuldades ocorreram predominantemen-te de maneira esporádica. Dentre as consistências do alimen-to, a líquida foi apresentada como a de maior dificuldade

A partir da análise estatística, não foram verificadasdiferenças entre os tempos dos fenômenos estudados, comexceção do trânsito do alimento pelo segmento faringoeso-fágico na deglutição de 10 ml da consistência liquida e 5 mlda consistência pastosa dos indivíduos do grupo 3 em re-lação ao grupo 4; e na deglutição de 5 ml do alimento pas-toso dos indivíduos do grupo 1 comparados ao grupo 4.

Foram sequencializados os fenômenos do trânsitoorofaríngeo dos indivíduos do grupo 3 e 4, a partir do inícioda fase oral, não sendo observadas alterações na seqüênciados eventos entre os grupos. De maneira geral, houve urnatendência a uma maior duração dos fenômenos estudadosnos indivíduos do grupo 3 em comparação ao grupo 4

ou ao LCE ativou neurônios NOS positivos nos núcleosparaventricular, parte parvocelular (PVNp) e lateral (HL) dohipotálamo, núcleo dorsal da rafe (NDR) e substância cin-zenta periaquedutal dorsolateral (SCPdl). Somente a expo-sição ao gato ativou neurônios NOS positivos na amígdalamedial (AmMe), no núcleo pré-mamilar dorsal do hipotálamo(PMd) e no núcleo intersticial da estria terminal (BNST).Além disso, foi testada a hipótese de que o pré-tratamentoi.c.v. com drogas ansiolíticas, o AP-7, um antagonistaNMDA, ou o midazolam, um benzodiazepínico, atenuariaessa ativação. O pré-tratamento com midazolam, mas nãocom AP7, atenuou a ativação de neurônios NOS positivosno PVNp de ratos submetidos ao LCE. Em ratos expostosao gato, a administração de AP7 produziu efeito antiaversi-vo e atenuou a ativação de neurônios nitrérgicos no PVNp,no PMd, na SCPdl e no NDR. Já a microinjeção de midazolamnão alterou o comportamento dos animais expostos ao gato,mas atenuou a ativação de neurônios nitrérgicos no PVNp,na SCPdl e no NDR. Em conjunto, os resultados sugeremque a exposição a estímulos ameaçadores ativa neurôniosNOS em regiões relacionadas com reações defensivas. Alémdisso, a administração prévia de drogas ansiolíticas atenuaessa ativação em algumas dessas regiões.

Vanessa BeijaminiOrientador: Prof. Dr. Francisco Silveira GuimarãesTese de Doutorado apresentada em 01/07/2005

Diversas evidências têm sugerido que o óxido nítri-co (NO), sintetizado pela enzima óxido nítrico sintaseneuronial (NOSn), possa ter um papel modulador em rea-ções defensivas, possivelmente facilitando a ansiedade. Alocalização da NOSn em regiões envolvidas com reaçõesdefensivas também sugere o envolvimento do NO na ansi-edade. Entretanto, a maioria dos estudos tem investigado opapel do NO através de administração direta de fármacosem estruturas cerebrais envolvidas com reações defensi-vas. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi inves-tigar se neurônios NOS positivos, localizados em regiõesdo SNC de ratos relacionadas a reações defensivas, seriamativados após exposição a eventos ameaçadores de dife-rentes intensidades, a exposição a um labirinto em cruz ele-vado (LCE) e a um predador natural (gato). A ativaçãoneuronial foi verificada pela detecção da imunorreatividadeà proteína c-Fos (IR-Fos) e a presença da NOS por meio dehistoquímica para NADPH-diaforase. A exposição ao gato

FARMACOLOGIA

O POSSÍVEL ENVOLVIMENTO DO ÓXIDO NÍTRICO NA MODULAÇÃO DE COMPORTAMEN-TOS DEFENSIVOS INDUZIDOS EM RATOS POR ESTÍMULOS AMEAÇADORES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Márcio Luís Lombardi MartinezOrientador: Prof. Dr. José Eduardo Tanus dos Santos Dissertação de Mestrado apresentada em 05 /07/2005

Hipertensão é o principal fator de risco para o de-senvolvimento de aterosclerose e doença da artéria coro-nária. Quando a hipertensão e diabetes estão associadas, orisco cardiovascular aumenta a índices muito elevados, esão acompanhados por uma alteração fisiopatológica co-mum, que é o remodelamento vascular acelerado, caracteri-zado pelo desarranjo na regulação na atividade/ expressãodas metaloproteinases (MMPs) associado ao aumento dostress oxidativo.

Recentemente, um grupo de endopeptidases zinco-dependentes denominadas metaloproteinases têm sidoimplicadas no remodelamento vascular subjacente à ate-rosclerose. MMPs (metaloproteinases) têm sido reconhe-cidas como um grupo de enzimas envolvidas na degrada-ção de componentes da matriz extracelular em processosfisiológicos, bem como patológicos, e uma aumentada ex-pressão e atividade de MMP pode resultar num remodela-mento cardiovascular alterado e aterosclerose da artériacoronária. Níveis circulantes elevados de MMP-9 (metalo-proteinase 9) têm sido descritos em pacientes com hiper-tensão e em pacientes com diabetes tipo 2. Além disso, umrecente estudo mostrou que níveis circulantes de MMP-9(metaloproteinase 9) podem predizer mortalidade em paci-entes com doença da artéria coronária. Juntos estes acha-dos, são consistentes com a noção de que a MMP-9 podeter um papel na patofisiologia das alterações cardiovascu-lares associadas com hipertensão e diabetes mellitus, e queníveis circulantes de MMP-9 (metaloproteinase 9) podemter valor prognóstico.

Lercanidipina é um bloqueador de canal de cálcio(CCB) da classe das diidropiridinas usado para tratamentoda hipertensão. Além de reduzir a pressão arterial, há evi-dências de que a lercanidipina tenha ações pleiotrópicasque possam significativamente contribuir para os bene-fícios que ela produz na terapia da hipertensão. Por exem-plo, a lercanidipina produziu efeitos antioxidantes em paci-

entes com hipertensão e em pacientes com hipertensãocombinada a diabetes tipo 2. Além disso, incubação dascélulas endoteliais com lercanidipina significativamentereduziu a formação de espécies reativas de oxigênio induzi-da por ox-LDL.

Enquanto os efeitos dos CCB (bloqueador de canalde cálcio) na atividade/ expressão das MMPs não são cla-ros, é possível que a lercanidipina e outros CCB (bloqueadorde canal de cálcio) com efeitos antioxidantes reduzam a ati-vidade/ expressão das MMPs (metaloproteinases) em paci-entes com hipertensão e diabetes mellitus. Esta hipótese ésustentada por evidências experimentais, que indicam queo stress oxidativo aumentado é o principal fator que modulaa atividade/ expressão da MMP-2 (metaloproteinase 2) eMMP-9 (metaloproteinase 9), e que as espécies reativas deoxigênio estão envolvidas no remodelamento vascular dahipertensão via ativação de MMP (metaloproteinase).

Sendo assim, este estudo foi feito com o objetivo deinvestigar se a lercanidipina produz efeitos antioxidantesassociados ou não a uma redução na atividade plasmáticada MMP-2 (metaloproteinase 2) e MMP-9 (metaloproteina-se 9) em pacientes hipertensos.

Os resultados deste estudo mostraram que o trata-mento com lercanidipina reduziu a pressão arterial sistólicae diastólica nos pacientes hipertensos, o que não foi obser-vado nos pacientes hipertensos diabéticos. Além disso, otratamento com lercanidipina reduziu significativamente osníveis plasmáticos de malondialdeído (MDA) em pacienteshipertensos com ou sem diabetes (P<0.05). Em adição o tra-tamento com lercanidipina diminui a atividade da fração ati-va da MMP-9 em pacientes hipertensos com ou sem diabe-tes (P<0.05) e da fração inativa da MMP-2 (metaloproteina-se 2) apenas nos pacientes hipertensos diabéticos (P<0.05).

Em conclusão, nós demonstramos pela primeira vezque o tratamento com lercanidipina consistentemente dimi-nui a atividade da fração ativa da MMP-9 em pacientes hi-pertensos. Este efeito foi associado com uma significanteredução no stress oxidativo, o que sugere provavelmenteum mecanismo relacionado às ações pleiotrópicas dalercanidipina.

EFEITOS DA LERCANIDIPINA SOBRE A ATIVIDADE DE METALOPROTEINASE(MMP)-2E MMP-9 EM PACIENTES HIPERTENSOS

EFEITOS DA INTERAÇÃO ENTRE L-ARGININA E SILDENAFIL SOBRE A HIPERTENSÃOARTERIAL PULMONAR INDUZIDA POR EMBOLIA PULMONAR AGUDA EM CÃES

Allethéa Robertha Souza e SilvaOrientador: Prof. Dr. José Eduardo Tanus dos SantosDissertação de Mestrado apresentada em 05/08/2005

A embolia pulmonar aguda (EPA) é uma importantecausa de morbi-mortalidade. Foi demonstrado que o silde-nafil atenua a hipertensão pulmonar secundária à EPA. No

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

entanto, não foram examinados ainda os efeitos do sildena-fil ao ser administrado concomitantemente com outros fár-macos em casos de EPA. Neste estudo, foram avaliados osefeitos hemodinâmicos da co-administração de sildenafil(0.25 mg/kg, i.v.) e um aminoácido, a L-arginina (100, 200,500, e 1000 mg/kg/h, i.v.) em um modelo de microembolia emcães. As concentrações plasmáticas de nitrito/nitrato (NOx)e de GMPc foram determinadas utilizando o método da qui-mioluminescência e um ensaio imunoenzimático (ELISA),respectivamente. Nos animais tratados apenas com L-arginina não houve redução da hipertensão pulmonar in-duzida por EPA. Porém, ocorreram reduções significativas

na pressão média da artéria pulmonar 30, 45, 60 e 75 minapós a administração de sildenafil isoladamente ou após otratamento combinado de sildenafil e L-arginina (P<0.05).Não foram verificadas diferenças significativas nos parâ-metros hemodinâmicos nos diferentes grupos. A L-argininaaumentou significativamente as concentrações de NOx ,enquanto que as concentrações de GMPc aumentaram ape-nas com a administração de sildenafil (P<0.05). Estes resul-tados sugerem que o sildenafil atenua a hipertensão pul-monar; a L-arginina administrada após a EPA não reduz ahipertensão pulmonar em cães e que a L-arginina não au-menta os efeitos hemodinâmicos benéficos do sildenafil.

inibiu de maneira dose-dependente (2, 4 e 8mg/Kg, 2hs apóso estímulo) a hipernocicepção, a qual foi prevenida pornaloxone (1mg/Kg). O papel dos mediadores nociceptivos(prostaglandinas, leucotrienos, PAF e aminas simpáticas)foi avaliado tanto na hipernocicepção articular quanto namigração leucocitária articular, neste modelo. Para tal osanimais foram tratados com: indometacina (inibidor da ci-clooxigenase), guanetidina (simpatolítico), dexametasona(glicocorticoide), fucoidina (inibidor da migração celular),MK886 (inibidor da síntese de leucotrienos), CP105696 (an-tagonista do receptor de leucotrienos B4) e BN50730 (anta-gonista do receptor de PAF), estes pré-tratamentos inibi-ram tanto a hipernocicepção articular quanto a migraçãoleucocitária articular induzida pelo zimosan, com exceçãoda guanetidina, que inibiu apenas a hipernocicepção arti-cular. Em conclusão, o presente estudo demonstrou a via-bilidade desta metodologia em avaliar quantitativamente ahipernocicepção articular em camundongos, além de de-monstrar a participação de prostaglandinas, leucotrienos ePAF na hipernocicepção articular e migração leucocitária,as quais parecem ser dependentes destes mediadores, nes-te modelo. Entretanto, as aminas simpáticas parecem medi-ar apenas a hipernocicepção articular induzida pelo zimosan.

Ana Tereza Gomes GuerreroOrientador: Prof. Dr. Sérgio Henrique FerreiraDissertação de Mestrado apresentada em 05/08/2005

Embora a dor seja um sintoma importante associadocom doenças artríticas, existem poucos modelos animaisque avaliam precisamente a hipernocicepção articular. Opresente estudo descreve uma nova metodologia que per-mite a avaliação direta e quantitativa da hipernocicepçãoarticular dependente da flexão dorsal da articulação tíbio-tarsal de camundongos. Neste modelo experimental de hi-pernocicepção artrítica foi utilizada uma ponteira de poli-propileno cuja área (4,15mm2) é maior que a padrão (0,5mm2).Desta forma não há estimulação do tecido cutâneo plantar,mas sim flexão da articulação tíbio-tarsal. Esta ponteira foiadaptada ao transdutor do anestesiômetro, o qual detectaa força aplicada a superfície plantar da pata, sendo estaproporcional a flexão dorsal da articulação. Além disso, aadministração de zimosan na articulação tíbio-tarsal indu-ziu hipernocicepção dose-e-tempo-dependentes, observa-da por redução do limiar de retirada caracterizado por flexãoarticular. A hipernocicepção articular máxima foi detectada7hs após a injeção de zimosan. O tratamento com morfina

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DA NOCICEPÇÃO ARTICULAREM CAMUNDONGOS: PARTICIPAÇÃO DE PROSTAGLANDINAS, LEUCOTRIENOS, FATORDE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIO E AMINAS SIMPÁTICAS

CONSEQÜÊNCIAS DA HOMOCISTEINEMIA SOBRE O SISTEMA ENDOTELINA EM CARÓTIDADE RATOS: DA EXPRESSÃO DE RECEPTORES À REATIVIDADE VASCULAR

Claudia Roberta de AndradeOrientadora: Profa. Dra. Ana Maria de OliveiraTese de Doutorado apresentada em 12/08/2005

A hiperhomocisteinemia (HHcy) aumenta, de manei-ra tempo-dependente o Emax de endotelina-1 (ET-1) e feni-lefrina (Phe) e reduz os relaxamentos dependentes do en-dotélio, desencadeados por Acetilcolina (Ach) e L-Arginina

em artéria carótida. A HHcy não altera a estrutura arterial eintegridade do endotélio. As alterações na reatividade vas-cular são agonista e receptor específicas, uma vez que aHHcy não altera as curvas para KCl.

Os valores de Emax (Efeito máximo) de ET-1 e Pheforam significativamente aumentados nos períodos de trata-mento estudados. Entretanto, aos 15 dias de tratamento esseaumento desencadeado pela HHcy foi mais acentuado.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Assim, foi escolhido esse período para o estudo dos meca-nismos celulares envolvidos nessa patologia.

O BQ 123, antagonista seletivo de receptores ETA,reduziu os valores de Emax e potência (pD2) de ET-1, emartérias dos grupos controle e HHcy. Essa redução foi maisacentuada em artérias do grupo HHcy. O BQ 788, antago-nista seletivo de receptores ETB, reduziu o Emax e pD2 deET-1 em artérias dos grupos controle e HHcy. O relaxamen-to via ativação de receptores ETB endoteliais foi reduzidopela HHcy devido à redução da biodisponibilidade de óxi-do nítrico (NO). Emax e potência da Big-ET-1 foram reduzi-dos pela HHcy em artérias com endotélio. A expressão doRNAm para prepro-ET-1 e receptores ETA e ETB não foi alte-rada na HHcy. A expressão da proteína receptora ETA foiaumentada na HHcy. A síntese e/ou liberação basal de ET-1 não foi alterada pela HHcy. Essa patologia acarreta ainda,em aumento endotelial da síntese e/ou liberação de trom-boxana A2 (TXA2) uma vez que o aumento de Emax de ET-1,conseqüente da HHcy, foi revertido na presença de SQ29,548 (antagonista de receptores de TXA2). A mobilizaçãoe o influxo de Ca2+ desencadeados pela ativação de recep-tores para ET-1 e Phe foi aumentada na HHcy.

A HHcy acarretou em aumento do Emax de Phe emartérias com endotélio. Adicionalmente, o relaxamento indu-zido pela Phe via ativação de receptores á1D-endoteliais ocor-re via liberação e/ou síntese de NO. A HHcy reduz o Emax derelaxamento da Phe devido a redução de NO. O relaxamentovia ativação de α1D-adrenoceptores, em artérias de animaiscontrole, foi totalmente inibido na presença de L-NNA (ini-bidor seletivo da enzima NO sintase endotelial, NOSe). En-

tretanto, na HHcy o relaxamento foi inibido parcialmentepor L-NNA e parcialmente por 1400W (inibidor seletivo NOsintase induzida, NOSi). Curvas para nitroprussiato de só-dio (NPS), um doador de NO, não apresentaram diferençasignificativa entre artérias de animais controle e HHcy, mos-trando integridade da maquinaria de relaxamento.

A HHcy reduz o relaxamento da L-Arginina, indi-cando redução na atividade das NOS. Apesar de reduçãoda atividade da NOS, a HHcy aumenta a expressão da NOSee NOSi. Ocorreu ainda, redução nos níveis de nitrito emcarótidas de animais do grupo HHcy. A nitrotirosina, ummarcador estável no processo da reação de NO com osprodutos do estresse oxidativo foi aumentada pela HHcy.Esses dados indicam que a HHcy promove redução de NOpelo estresse oxidativo. A redução da biodisponibilidadedo NO está relacionada ao aumento de ânions superóxido(O2

-). Esse aumento dos O2- pode ser devido à redução da

atividade da enzima superóxido dismutase (SOD), enzimaque degrada o O2

-.A HHcy está relacionada à isquemia cerebral, aci-

dente vascular cerebral e infarto do miocárdio. O presenteestudo estabelece uma correlação positiva entre essa pato-logia e o comprometimento do sistema endotelinérgico. Osresultados mostram a HHcy como uma patologia que afetadiferentes mecanismos celulares que controlam as proprie-dades contráteis da artéria carótida. Nesse sentido, os re-sultados do presente trabalho possibilitam o entendimentode alguns dos processos celulares que são afetados naetapa mais precoce dos processos de aterosclerose desen-cadeados pela HHcy.

DL-HcyT. A HHcy aumentou o Emax de ET-1 somente emartérias com endotélio de ratos tratados por 14 dias. Foiobservado aumento do Emax de Phe em artérias carótidascom endotélio de ratos tratados por 14, 28 e 56 dias de trata-mento. A retirada do endotélio fez com que todo o efeito depotencialização dos agonistas em artérias de animais trata-dos desaparecesse. O aumento do Emax para ET-1 e Phe foidecorrente de um aumento da ativação do sistema Rho-kinase, com possível conseqüencia na diminuição da parti-cipação do NO, uma vez que na presença de L-NAME asrespostas contráteis das artérias controle foram maiores doque aquelas provenientes de animais tratados. Não foi ob-servada participação de prostanóides nas contraçõesinduzidas por ET-1 e Phe. A HHcy aumentou a produção deânion superóxido, porém sem alterar a marcação para nitrotiro-sina. Os níveis de nitrito e nitrato não foram diferentes entreos grupos controle e tratado. Os resultados revelam ainda quenão houve alteração da participação do cálcio intra e extrace-lular nas artérias de animais tratados, bem como nenhumaalteração na produção basal de ET-1 e tromboxano A2.

Glenda Andréa Déstro de CamposOrientadora: Profa. Dra. Ana Maria de OliveiraDissertação de Mestrado apresentada em 19/08/2005

Hiperhomocisteinemia (HHcy) é um fator de riscoindependente para doenças cardiovasculares. O objetivodeste trabalho foi avaliar as conseqüências da HHcy emanimais jovens. Ratos Wistar machos recém desmamados(21 dias) foram divididos em controles e tratados com DL-homocisteína tiolactona (DL-HcyT, 1g/Kg/dia) por 7, 14, 28e 56 dias. Curvas concentração-efeito para KCl, acetilcolina(Ach), fenilefrina (Phe) e endotelina-1 (ET-1) foram realiza-das nas artérias carótidas dos ratos. Foi observado que oefeito máximo (Emax) das contrações estimuladas por KCl,Phe e ET-1 diminuiu com o aumento da idade do animal.Entretanto, não foram observadas diferenças significativasno relaxamento desencadeado pela Ach em função da ida-de. O tratamento com DL-HcyT não alterou o Emax de KClem artérias com e sem endotélio. As curvas de relaxamentopara Ach não sofreram modificações pelo tratamento com

CONSEQÜÊNCIAS DA HIPERHOMOCISTEINEMIA NA REATIVIDADE DA ARTÉRIA CARÓTIDAEM ANIMAIS JOVENS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Daniella BonaventuraOrientadora: Profa. Dra. Lusiane Maria BendhackTese de Doutorado apresentada em 20/09/2005

Relatos da literatura têm mostrado que os mecanis-mos de relaxamento vascular estimulado pelo óxido nítrico(NO) parecem diferenciar na ativação das cascatas intrace-lulares, dependendo da fonte de NO utilizado. Alguns au-tores observaram haver heterogeneidade nos perfis farma-cológicos de diversas fontes de NO, dentre estas diferen-ças destaca-se a ativação da guanilato ciclase solúvel. Alémdisso, a heterogeneidade nos perfis farmacológicos podeestar relacionada à espécie de NO produzido e/ou liberado.Baseados nestas informações, o objetivo do presente tra-balho foi identificar o mecanismo de ação de novos doado-res de NO em aortas de ratos normotensos, sham-operadose hipertensos renais. A caracterização dos novos doadoresde NO em aorta de ratos normotensos e sham-operadosmostrou que o composto trans-[RuCl([15]aneN4)NO]2+ ne-cessita ser reduzido quimicamente para promover seus efei-tos vasculares. Dos doadores estudados, este composto éo que apresentou menor potência; necessita de mais tempopara obtenção do efeito máximo que o observado para osdemais doadores; libera NO no meio extracelular, seu efeitoparece ocorrer primordialmente pela liberação de NO

radicalar; ativa tanto a via dependente quanto a via inde-pendente de GMPc, a qual envolve a ativação de canaispara potássio e da Ca2+ATPase reticular e todos os subtiposde canais para potássio estudados participam do relaxa-mento deste doador, sendo que os canais para potássioativados por Ca2+ de alta condutância parecem ser os maisimportantes. Com relação à caracterização do doadorRu(terpy)(bdq)NO+]3+, nossos resultados mostram que estecomposto é menos potente que o doador de referência (NPS)e mais potente que o trans-[RuCl([15]aneN4)NO]2+, promo-ve seu efeito vasodilatador tão rapidamente quanto o NPS;libera NO no meio intracelular; parece envolver tanto a es-pécie radicalar do NO quanto os íons nitroxil; sua respostavasodilatadora se deve principalmente à ativação daguanilato ciclase e ativação de canais para potássio opera-dos por voltagem, os canais ativados por Ca2+ de altacondutância e a ativação da Ca2+-ATPase reticular parecemnão estar envolvidos no processo de relaxamento desen-cadeado por este doador.

Em aorta de ratos hipertensos renais (2R-1C) orelaxamento induzido pelos doadores trans-[RuCl([15]aneN4)NO]2+ e [Ru(terpy)(bdq)NO+]3+ ocorre prin-cipalmente pela ativação da enzima guanilato ciclase; nãoparece envolver a ativação de canais para potássio e a en-zima Ca2+-ATPase reticular participa apenas do relaxamen-to induzido pelo composto trans-[RuCl([15]aneN4)NO]2+.

CARACTERIZAÇÃO DOS MECANISMOS DE AÇÃO DE NOVOS DOADORES DE ÓXIDO NÍTRI-CO (NO) EM AORTA DE RATOS NORMOTENSOS, SHAM-OPERADOS (2R) E HIPERTENSOSRENAIS (2R-1C)

localmente, uma vez que o EAI apresenta níveis deangiotensinogênio superiores ao MAC. Experimentos deWestern blot confirmam a presença dos receptores AT1 eAT2 da Ang II em ambos os tipos de células de músculoliso. Entretanto, o EAI possui maior densidade de recepto-res do tipo AT1 que o MAC de ratos. Por outro lado, oMAC possui maior densidade de receptores do tipo AT2que o EAI de ratos. Além desses resultados, nossos expe-rimentos também mostram que a adição de losartan reduzsignificativamente o tônus basal do EAI (35,7 ± 3%) massem produzir qualquer efeito significativo no MAC. Con-cluímos que o tônus basal espontâneo do EAI deve-se,parcialmente, à atividade de um SRA local nas células demúsculo liso, resultando em síntese e liberação local deAng II e ativação de receptores do subtipo AT1. Tal carac-terística permite às células de músculo liso do EAIautoregularem-se de acordo com a demanda local por tônus.Por outro lado, o MAC de ratos não expressa níveis sufici-entes de todos os componentes do SRA necessários para asíntese local de Ang II.

Márcio Augusto Fressatto de GodoyOrientadora Profa.Dra. Ana Maria de OliveiraTese de Doutorado apresentada em 30/09/2005

Testamos a hipótese de que músculos lisos do tipotônico (desenvolvem tônus espontâneo) possuem um SRAlocal nas células de músculo liso, sintetizam localmenteangiotensina II (Ang II) e desenvolvem tônus. Por outrolado, músculos lisos do tipo fásico (sem tônus espontâ-neo) não possuem as mesmas características. Para testaresta hipótese, adotamos o músculo anococcígeo (MAC)de ratos e o esfíncter anal interno (EAI), respectivamente,como modelos experimentais de músculos fásico e tônico.Os resultados mostram que tanto o EAI como o MAC deratos são capazes de converter angiotensinogênio em AngII. Entretanto, o EAI é mais eficiente que o MAC nesseprocesso. Os resultados mostram ainda que o EAI possuiníveis basais de Ang II significativamente mais elevadosque o MAC. Tal diferença está relacionada à habilidade decada tipo de músculo liso em sintetizar angiotensinogênio

PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA NA REGULAÇÃO DO TÔNUS BASALDE MÚSCULO LISO TÔNICO E DE MÚSCULO LISO FÁSICO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Thiago Mattar CunhaOrientador: Prof. Dr. Sergio Henrique FerreiraDissertação de Mestrado apresentada em 30/09/2005

A dor inflamatória é caracterizada pela sensibiliza-ção dos nociceptores (hipernocicepção), a qual é resultadoda ação dos mediadores inflamatórios. Foi demonstradoem ratos, que a liberação dos mediadores finais da hiperno-cicepção inflamatória (que atuam diretamente no nocicep-tor), como as prostaglandinas e aminas simpáticas, é prece-dida pela liberação de uma cascata de citocinas. Demons-trou-se que o TNF-α liberado pela bradicinina (BK) é acitocina chave nesta cascata, onde ele libera IL-1β que in-duz a produção de prostaglandinas. Por outro lado, o TNF-α induz a liberação de IL-8/CINC-1 que por sua vez liberamaminas simpáticas. A generalização destes resultados, noentanto, dependem da confirmação em outras espécies ani-mais. Os efeitos hipernociceptivos do TNF-α, quimiocinaderivada de queratinócitos-KC, IL-1β e da bradicinina (BK)e suas participações na hipernocicepção induzida pelacarragenina (Cg) ou em um modelo de inflamação de origemimune foram investigados em camundongos. A hipernoci-cepção foi quantificada usando uma versão eletrônica doteste de von Frey filamentos em camundongos selvagens(WT) ou deficientes para o receptor para TNF-α do tipo 1(TNFR1-/-). TNF-α, KC, IL-1β e BK induziram hipernoci-cepção de maneira dose e tempo dependente. A hipernoci-cepção induzida pelo TNF-α estava abolida em camundon-gos TNFR1-/-, parcialmente inibida pelo pré-tratamento comIL-1ra ou indometacina e não foi afetada pelo anticorpo

contra KC (AbKC) ou guanetidina. O pré-tratamento comIL-1ra e indometacina inibiu fortemente a hipernocicepçãoinduzida pela IL-1β, a qual não foi alterada pelo pré-trata-mento com AbKC ou guanetidina, ou nos animais TNFR1-/-. A hipernocicepção induzida pelo KC foi abolida pelo AbKC,pela associação de indometacina e guanetidina e parcial-mente inibida pela IL-1ra, indometacina ou guanetidina. Emcontraste, a hipernocicepção do KC não estava alterada nosanimais TNFR1-/-. A hipernocicepção induzida pela Cg oupor um estímulo imune foi abolida pelo pré-tratamento comindometacina mais guanetidina, estava diminuída nos ani-mais TNFR1-/- e foi parcialmente inibida nos animais selva-gens por AbKC, IL-1ra, indometacina ou guanetidina. Asconcentrações de TNF-α, KC e IL-1β estavam elevadas napele das patas injetadas com Cg ou antígeno. Bradicinina(BK) induziu hipernocicepção dependente de prostanoidese aminas simpáticas uma vez que a indometacina e guaneti-dina inibiram seus efeitos. No entanto, os efeitoshipernociceptivos da BK parecem não depender da libera-ção de citocinas, diferentemente do que tinha sido obser-vado em ratos. Além disso, BK não induziu a produção decitocinas na pata dos animais. Portanto, a cascata de citoci-nas, em camundongos, começa com a liberação de TNF−α(agindo no receptor TNFR1) e KC, os quais estimulam aliberação de IL-1β. Os mediadores finais desta cascata fo-ram as prostaglandinas liberadas pela IL-1β e as aminassimpáticas liberadas pelo KC. Estes resultados estendempara camundongos o conceito de que a liberação dos medi-adores finais da hipernocicepção inflamatória é precedidapor uma cascata de citocinas.

CASCATA DE CITOCINAS MEDEIA HIPERNOCICEPÇÃO INFLAMATÓRIA EM CAMUNDONGOS

como ambas as drogas podem ativar a via NO-GMPc, produ-zindo vasodilatação, investigamos se o pré-tratamento comatorvastatina (0, 5 e 30 mg/kg/dia), por duas semanas, aumen-ta o relaxamento induzido pelo sildenafil (1pM – 100 mM)em anéis de aorta isolados de ratos Wistar. Além disso,examinamos as conseqüências hemodinâmicas desta inte-ração. Neste estudo, foram também determinadas as con-centrações de nitritos e nitratos (NOx) plasmáticas, por meiodo método de quimioluminescência. Enquanto que o pré-tratamento com atorvastatina aumentou a potência do sil-denafil em promover relaxamento nos anéis de aorta (P<0,01),nenhuma diferença foi observada no relaxamento máximoproduzido pelo sildenafil nestes anéis. A incubação préviados anéis de aorta com NG-nitro-L-arginine methyl ester(L-NAME) diminuiu a potência do sildenafil em promover

Michele Mazzaron de CastroOrientador: Prof. Dr. José Eduardo Tanus dos SantosDissertação de Mestrado apresentada em 11/11/2005

As estatinas são drogas frequentemente utilizadaspara o tratamento de doenças cardiovasculares. Além deseus efeitos de redução do colesterol, elas podem apresen-tar outros efeitos biológicos benéficos. Um deles é o au-mento da biodisponibilidade do óxido nítrico (NO) vascu-lar. Na maioria das vezes, pacientes que apresentam doen-ças cardiovasculares, possuem também quadros de disfun-ção erétil e são tratados frequentemente com sildenafil, uminibidor seletivo da fosfodiesterase do tipo 5. Ao inibir estaenzima, o sildenafil promove uma redução da degradaçãode GMPc, prolongando a ação da via NO-GMPc. Assim,

EFEITOS DO TRATAMENTO CRÔNICO COM ATORVASTATINA SOBRE AS RESPOSTASCARDIOVASCULARES AGUDAS INDUZIDAS PELO SILDENAFIL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Renato Leonardo de FreitasOrientador: Prof. Dr. Norberto Cysne CoimbraDissertação de Mestrado apresentada em 08/12/2005

Tem sido descrito na clínica médica que alguns paci-entes relatam hipalgesia, um fenômeno muito mal estudadoem neurociência, quando consideramos serem sua causareações convulsivas. Como alguns medicamentos antiepi-lépticos podem causar hipalgesia, e a maioria dos pacientesserem medicados já desde longa data, esse fato tem sido umagravante no estudo desse fenômeno. Sendo assim, o pre-sente trabalho pretende dar um passo adicional, investigan-do o envolvimento das conexões anatômicas entre estrutu-ras mesencefálicas que elaboram as atividades epileptogê-nicas e núcleos monoaminérgicos que participam no con-trole da dor em um modelo experimental de analgesia pós-ictal. Também foi avaliada a neurotransmissão serotoninér-gica na analgesia que segue a síndrome de imobilidade pós-ictal, com administrações periféricas, por via intraperitoneal(i.p.), e por meio de microinjeção central, no núcleo dorsalda rafe (NDR), de antagonistas farmacológicos seletivos ounão-seletivos, com o objetivo de estudar a participação dosreceptores serotoninérgicos nesse processo antinocicepti-vo. Estudou-se o envolvimento do NDR na analgesia pós-ictal através de lesões neurotóxicas locais (com ácido ibotê-nico) em um modelo experimental de crises convulsivas emRattus norvegicus (Rodentia, Muridae). As característicasdas crises convulsivas tônico-clônicas evocadas pelo pen-tilenotetrazol (PTZ, 64mg/kg, i.p.) e o efeito do pré-trata-mento com os antagonistas serotoninérgicos (i.p. ou noNDR) sobre as convulsões foram avaliadas de acordo como índice de gravidade de crises de Racine (1972), modifica-do por Maggio (1989). A performance motora dos animais

após as crises convulsivas e sob o pré-tratamento com osantagonistas serotoninérgicos foi avaliada através do tes-te rota-rod, e não houve mudanças da capacidade motoranos grupos estudados.

Nossos dados neuroanatômicos sugerem intercone-xões entre estruturas mesencefálicas, tais como o colículoinferior, camadas profundas do colículo superior e substân-cia cinzenta periaquedutal, que elaboram pelo menos parci-almente as atividades convulsivas, segundo alguns relatosna literatura. Essas estruturas mesencefálicas enviam proje-ções para núcleos monoaminérgicos do sistema endógenode inibição de dor, tais como o núcleo dorsal da rafe e oLocus Coeruleus, os quais encontram-se envolvidos no con-trole da dor no processo antinociceptivo pós-ictal.

A administração por via periférica de metisergida,um antagonista não-seletivo para receptores 5-HT, e decetanserina, um antagonista com maior afinidade para re-ceptores 5-HT2A/2C, antagonizou de maneira dose-depen-dente a analgesia pós-ictal, ao passo que o pré-tratamentodos animais com metiotepina, um antagonista com afinida-de por receptores 5-HT1A/1B, causou um efeito facilitatóriosobre a elevação dos limiares nociceptivos após as crisesconvulsivas. A lesão do NDR diminuiu a intensidade e du-ração da analgesia pós-ictal, evidenciando a participaçãorelevante deste núcleo em processos antinociceptivos eli-ciados após crises convulsivas. A microinjeção de metiser-gida intra-NDR antagonizou desde o início a analgesia pós-ictal, ao passo que o pré-tratamento dos animais comcetanserina bloqueou a analgesia após 20 ou 30 minutosapós as crises convulsivas. Esses dados sugerem o envol-vimento de mecanismos serotoninérgicos e do recrutamen-to dos receptores 5-HT1A/1B e 5-HT2A/2C, e das redes neuraisdo NDR na analgesia pós-ictal.

relaxamento nestes anéis, principalmente naqueles que fo-ram tratados previamente com atorvastatina na dose de 30mg/kg/dia. Além disso, o pré-tratamento com atorvastatinaaumentou as concentrações plasmáticas de NOx e os efei-

tos de hipotensão e taquicardia induzidos pelo sildenafil(todos P<0,05). Estes resultados sugerem que a atorvastati-na aumenta a sensibilidade vascular ao sildenafil por meiode mecanismos mediados pelo NO.

ESTUDO FARMACOLÓGICO E NEUROANATÔMICO DAS INTERCONEXÕES ENTRE ESTRU-TURAS MESENCEFÁLICAS E NÚCLEOS MONOAMINÉRGICOS ENVOLVIDOS NO CONTRO-LE DA DOR: PARTICIPAÇÃO DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE E DE RECEPTORES SEROTO-NINÉRGICOS NA ANALGESIA PÓS-ICTAL

TAK-778 : EFEITO OSTEOGÊNICO E ANÁLISE DA EXPRESSÃO GÊNICA EM LARGA ESCALAEM OSTEOBLASTOS HUMANOS

Larissa Sverzut BellesiniOrientador: Prof. Dr. Adalberto Luiz RosaDissertação de Mestrado apresentada 19/12/2005

O TAK-778 é um composto não endógeno capaz deestimular a osteogênese in vitro e aumentar a formaçãoóssea durante o processo de reparo in vivo.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

No entanto, até o presente momento, nenhum estu-do para avaliar as respostas celulares de osteoblastos hu-manos cultivados na presença de TAK-778 (10-5M), foi re-alizado. Em adição, também não foram realizados estudospara avaliar o efeito do TAK-778 (10-5M) sobre a expressãogênica em larga escala de osteoblastos humanos, obtidosde osso alveolar humano.

Desta forma, o objetivo do presente estudo foi in-vestigar o efeito osteogênico do TAK-778 (10-5M) em célu-las obtidas de osso alveolar humano e seu efeito sobre aexpressão gênica, por meio da técnica de cDNA microar-rays. Para isto, células da primeira passagem (2x104 células/poço) foram cultivadas em placas de 24 poços contendomeio de cultura, suplementado com TAK-778 (10-5M) e ve-ículo (controle) e, também, em frascos para cultura, a umadensidade celular inicial de 8x104 células/poço, na presen-ça de meio de cultura suplementado com TAK-778 (10-5M)e veículo (controle). Para investigar o efeito osteogênicodo TAK-778 (10-5M), foram avaliados os seguintes parâme-tros: proliferação e viabilidade celulares, atividade defosfatase alcalina (ALP), conteúdo de proteína total e for-mação de matriz mineralizada. Todos os parâmetros foramavaliados aos 7, 14 e 21 dias, exceto a formação de matrizmineralizada, que foi avaliada aos 21 dias. Os dados foramcomparados por ANOVA e testes T e de Duncan.

Para o estudo da expressão gênica, osteoblastos hu-manos foram cultivados por 7 dias na presença TAK-778(10-5M) e veículo (controle). Após este período, o RNA totaldestas células foi extraído, e por sua vez, foi convertido emDNA complementar (cDNA), na presença do radioisótopo33P (sonda radioativa). Em adição, foi preparado um cDNAmicroarray em nylon contendo 687 clones de cDNA, refe-rentes a genes relacionados com a sinalização intracelular,

apoptose, ativação e metabolismo celulares, regulação dociclo celular, reparo, carcinogênese , autoimunidade e oste-ogênese. Tais clones são provenientes da biblioteca IMAGEHUMANA, totalmente caracterizada. As sondas complexasforam hibridadas com os microarrays, e às imagens de hibri-dação obtidas, foram atribuídos valores numéricos de quan-tificação, os quais foram normalizados. Com o auxílio deprogramas de bioinformática aplicados à análise de dadosdos microarrays, foram realizados o agrupamento dos da-dos, por meio de dendrogramas e, também, cálculos estatís-ticos, para detecção de genes diferencialmente expressos.

Os resultados obtidos na avaliação do efeito osteo-gênico do TAK-778, mostraram que a viabilidade celularnão foi afetada pelo TAK-778 (10-5M). A proliferação foireduzida, enquanto o conteúdo de proteína total, a ativida-de de ALP e a formação de matriz mineralizada foram au-mentadas pelo TAK-778 (10-5M).

Os resultados obtidos na avaliação da expressãogênica, de osteoblastos humanos, mostraram que o TAK-778 (10-5M) induziu a expressão de genes relacionados aodesenvolvimento do esqueleto e histogênese, dentre osquais destacam-se os genes: BMP5, CDH11, ALPL, BMPRII,MSX2, SMURF1 e CTGF.

Os presentes resultados sugerem que os eventosque indicam diferenciação celular, como redução da prolife-ração, aumento na atividade de ALP e aumento da forma-ção de matriz mineralizada são acentuados pela presençado TAK-778 (10-5M).

Além disso, sugere-se que o TAK-778 (10-5M) ace-lera o processo de diferenciação celular, uma vez que aexpressão de certos genes como ALPL e OMD, é induzidaaos 7 dias em cultura e, este mesmo padrão temporal deexpressão, não é observado no grupo controle.

SCPD do agonista de receptores 5-HT1A e do agonista pre-ferencial de receptores 5-HT2A, 8-OH-DPAT e DOI, respec-tivamente, sobre a resposta de fuga induzida pela estimula-ção elétrica da SCPD.

No presente estudo, nós exploramos a hipótese deque a sensibilização de receptores 5-HT1A e 5-HT2A da SCPDesteja envolvida no efeito antipânico da imipramina. Paratal, ratos Wistar, tratados sub-cronicamente ou cronicamentecom imipramina receberam a administração intra-SCPD de8-OH-DPAT (0,4 ou 3,2 nmoles) ou de DOI (16 nmoles) eforam testados no labirinto em T elevado, um modelo ani-mal que também associa a resposta de fuga com o transtor-no do pânico. Este teste também avalia a resposta de esqui-

Janaina Menezes ZanoveliOrientador: Prof. Dr. Hélio Zangrossi JuniorTese de Doutorado apresentada em 20/12/2005

A substância cinzenta periaquedutal dorsal (SCPD)tem sido implicada na mediação da resposta de fuga, umcomportamento defensivo associado ao transtorno do pâ-nico. A administração intra-SCPD de serotonina ou de dro-gas que mimetizam seu efeito inibe a resposta de fugainduzida pela estimulação elétrica/química desta mesma áreacerebral. O tratamento crônico com o agente antipânicoimipramina aumenta o efeito inibitório da administração intra-

ENVOLVIMENTO DOS RECEPTORES SEROTONINÉRGICOS 5-HT 1A E 5-HT2A LOCALIZADOSNA SUBSTÂNCIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL DORSAL NO EFEITO DE DROGAS USADAS NATERAPÊUTICA DO TRANSTORNO DO PÂNICO: EVIDÊNCIAS OBTIDAS EM RATOS SUBMETI-DOS AO LABIRINTO EM T ELEVADO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Claudia Simone CaligioniOrientador: Prof. Dr. Celso Rodrigues FranciTese de Doutorado apresentada em 29/07/2005

A ocitocina (OT) é sintetizada em neurônios dosnúcleos paraventricular (PVN) e supraóptico (SON) dohipotálamo cujos axônios em parte se direcionam para aneuro-hipófise onde é armazenada e liberada após estímuloapropriado. Outros axônios se direcionam para a eminênciamediana onde a OT é liberada, alcança a adeno-hipófise einfluencia a secreção de vários hormônios adeno-hipofisá-rios, dentre eles o hormônio luteinizante (LH). Além de atuarna hipófise, OT também regula os neurônios produtores dohormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), presentesna área preóptica medial (MPOA) de ratas. Entretanto, nãose sabe da influência direta da OT nesses neurônios, poisnão há estudos demonstrando a presença de receptorespara OT (OTR) nos mesmos. A OT também participa do con-trole hidro-salino e, o aumento da osmolalidade plasmáticaé um estímulo para a sua secreção. Neurônios OT são influ-enciados por vários hormônios e dentre eles o estrógeno

(E2). Estudos em nosso laboratório mostram que há aumen-to da secreção plasmática de OT durante o proestro e, oestímulo osmótico promove aumento significativo da con-centração plasmática de OT em todas as fases do ciclo estral.Em ratas ovariectomizadas, o tratamento com E2 e progeste-rona, potencializam a resposta da OT ao estímulo osmótico.

Deste modo, um dos objetivos deste trabalho foianalisar se a regulação dos neurônios GnRH pela OT podeser direta. O outro objetivo foi verificar se há variação daexpressão de receptores para E2 α e β (ERα e ERβ) em neu-rônios OT durante o ciclo estral e em condição de estimula-ção osmótica.

Para isso foi realizada imuno-histoquímica dupla paraverificar a presença de OTR em neurônios GnRH, presençade fibras OT próximas de neurônios GnRH na MPOA e apresença da proteína FOS em neurônios OT no PVN e SONde ratas em proestro e metaestro. Além disso, foi verificadaa presença de RNAm para OTR nesta região. Para o estudodos ER, foi realizada imuno-histoquímica dupla no PVN eSON de ratas durante o ciclo estral, submetidas ou não aoestímulo osmótico. Nossos estudos mostram que 10% dos

va inibitória, um comportamento que tem sido associadoao transtorno de ansiedade generalizada. Os efeitos des-ses agonistas serotoninérgicos administrados na SCPD tam-bém foram investigados em ratos tratados cronicamentecom o agonista parcial de receptores 5-HT1A buspirona,uma droga clinicamente eficaz no tratamento do transtornode ansiedade generalizada, mas não no transtorno do pâni-co. Adicionalmente, nós investigamos o efeito da adminis-tração intra-SCPD de 8-OH-DPAT (0,4 nmol) em animaistratados cronicamente com duas outras drogas antipânico,a fluoxetina ou a sertralina. Enquanto a imipramina inibe arecaptação de serotonina e noradrenalina, a fluoxetina e asertralina inibem seletivamente a recaptação de serotonina.

Os resultados mostraram que a administração intra-SCPD de 8-OH-DPAT (3,2 nmoles) e de DOI (16 nmoles)inibiu a resposta de fuga e este efeito panicolítico foi signi-ficativamente maior em animais tratados cronicamente, masnão sub-cronicamente, com imipramina. Adicionalmente, aadministração intra-SCPD de 8-OH-DPAT (3,2 nmoles), masnão a de DOI, prejudicou a resposta de esquiva e este efei-

to ansiolítico não foi alterado pelo tratamento com imipra-mina. Embora a dose de 0,4 nmol de 8-OH-DPAT não tenhaalterado a resposta de fuga em animais tratados com salina,favoreceu o efeito panicolítico causado pelo tratamentocrônico com imipramina. O tratamento crônico com abuspirona não alterou os efeitos de 8-OH-DPAT e de DOIsobre a resposta de esquiva inibitória e de fuga. Ademais,embora a administração intra-SCPD de 0,4 nmol de 8-OH-DPAT não tenha alterado a fuga em animais tratados comsalina, aumentou o efeito panicolítico causado pelo trata-mento crônico com fluoxetina ou sertralina.

No conjunto, nossos resultados corroboram a su-gestão que receptores serotoninérgicos na SCPD estão en-volvidos no efeito terapêutico de drogas usadas no trata-mento do transtorno do pânico. Mais especificamente, asevidências comportamentais obtidas na presente análiseindicam que receptores serotoninérgicos dos subtipos 5-HT1A e 5-HT2A desta estrutura mesencefálica sejam sensibi-lizados pelo tratamento crônico com diferentes agentespanicolíticos.

FISIOLOGIA

INTERAÇÃO DE OCITOCINA, DO ESTRÓGENO E DO HORMÔNIO LIBERADOR DEGONADOTROFINAS NO CICLO ESTRAL E NA VARIAÇÃO DA OSMOLALIDADE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Karin Vianna WeisheimmerOrientador: Prof. Dr. Benedito H. MachadoDissertação de Mestrado Apresentada em 01/09/2005

Estudos têm demonstrado o envolvimento dos re-ceptores 5-HT3 na modulação dos reflexos cardiovascula-res no núcleo do trato solitário (NTS). Além disso, evidênci-as anatômicas de projeções dos núcleos da rafe caudal (pá-lido, obscuro e magno) para o NTS sugerem que o núcleo darafe poderia ser a origem dos neurônios serotoninérgicosque estariam liberando serotonina no NTS e promovendo amodulação dos reflexos cardiovasculares. Considerando quenão há evidências experimentais explorando a participaçãodo núcleo da rafe obscuro (NRO) na neuromodulação doquimiorreflexo no NTS, o presente trabalho teve como obje-tivo avaliar a influência da estimulação glutamatérgica dasprojeções serotoninérgicas do NRO sobre as respostas car-diovasculares decorrentes da ativação do quimiorreflexo comcianeto de potássio (KCN 40 µg/rato) no rato acordado everificar a participação dos receptores 5-HT3 no NTS caudalnesta possível neuromodulação.

Os resultados deste trabalho mostram que a excita-ção química (L-glutamato 10 nmol/50 nL) do NRO promoveu

uma atenuação da resposta bradicárdica do quimiorreflexo,no entanto não alterou a resposta pressora do referido refle-xo nem os parâmetros cardiovasculares basais. Também evi-denciamos que o antagonismo dos receptores 5-HT3(granisetron 500 pmol/50 nL) no NTS caudal bilateralmenteinibiu a redução da bradicardia do quimiorreflexo promovi-da pela excitação do NRO. Diante desses resultados, pode-mos sugerir que as projeções serotoninérgicas do NRO parao NTS caudal exercem influência neuromoduladora inibitó-ria sobre a resposta bradicárdica do quimiorreflexo por meioda liberação de serotonina e subseqüente ativação dos re-ceptores 5-HT3 no NTS.

Considerando que os receptores 5-HT3 não parecemestar envolvidos no controle tônico dos parâmetros cardio-vasculares basais no NTS e, ainda, que o núcleo da raferecebe aferências dos núcleos hipotalâmicos e outras estru-turas centrais envolvidas em determinadas condições deestresse, podemos sugerir que a ativação desses recepto-res 5-HT3 no NTS pelas projeções serotoninérgicas do nú-cleo da rafe ocorre, provavelmente, somente em circunstân-cias especiais, como a modulação dos reflexos cardiovascu-lares em condições de estresse, como por exemplo, a hipóxiae a reação de defesa, as quais requerem ajustes autonômi-cos temporários.

neurônios GnRH expressam OTR no metaestro e noproestro e que há fibras OT próximas a esses neurônios.Foi observado também a expressão de RNAm para OTR naMPOA. Aproximadamente 30% dos neurônios OT no SONexpressam proteína FOS, no metaestro e proestro, enquan-to não foi detectada ativação desses neurônios no PVN.No estudo com os ERs, não foi detectada a presença deERα em neurônios OT, enquanto ERβ foi expresso nessesneurônios no SON e PVN. O estímulo osmótico promoveudiminuição da expressão de ERβ no PVN de animais na

tarde do proestro. Esses dados permitem concluir que OTparticipa do controle de eventos do ciclo reprodutivo, po-dendo influenciar diretamente os neurônios GnRH, via OTR.Além disso, os neurônios OT são influenciados diretamen-te por E2 tanto em condições fisiológicas como em condi-ções de alteração da osmolalidade plasmática e ERβ pareceser modulado negativamente após estímulo osmótico. Des-te modo há uma interação desses sistemas hormonais quepode significar o sucesso da reprodução em fêmeas emcondições de homeostase.

PARTICIPAÇÃO DO NÚCLEO DA RAFE OBSCURO NA MODULAÇÃO DO COMPONENTEPARASSIMPÁTICO DO QUIMIORREFLEXO NO RATO ACORDADO

Além disso, tem sido sugerido que a NOR tem um importan-te papel na neurotransmissão/neuromodulação do compo-nente simpato-excitatório do quimiorreflexo também no NTScaudal. Porém, considerando que os estudos até então rea-lizados não exploraram suficientemente o envolvimento daNOR na modulação dos componentes autonômicos e doquimiorreflexo e foram conduzidos em ratos acordados, no

Luciana Cristina Silva de OliveiraOrientador:Prof. Dr. Benedito Honório MachadoDissertação de Mestrado apresentada em 04/09/2005

Várias evidências na literatura indicam um importantepapel para a NOR e seus receptores na modulação dos com-ponentes autonômicos cardiovasculares no NTS caudal.

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES À MICROINJEÇÃO DE NORADRENALINA NO NTSCAUDAL DE RATOS ACORDADOS: ASPECTOS CENTRAIS, PERIFÉRICOS E A NEUROTRANS-MISSÃO DO QUIMIORREFLEXO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

presente trabalho analisamos os aspectos centrais e perifé-ricos das respostas cardiovasculares à microinjeção de NORno NTS caudal e avaliamos também a possível participaçãoda NOR na neurotransmissão/neuromodulação do quimior-reflexo no NTS caudal de ratos acordados.

Os resultados demonstraram que a microinjeção deNOR no NTS caudal de ratos acordados promoveu respos-ta hipertensora e bradicárdica de maneira dose-dependen-te, as quais não são secundárias a alterações no padrãoventilatório. No entanto, quando as microinjeções foramrealizadas em áreas adjacentes ao NTS caudal promoveramalterações semelhantes. Baseados na literatura esperáva-mos que a ação da NOR fosse restrita ao NTS caudal devi-do à densa presença de neurônios e receptores adrenérgicosnessa região. Para investigarmos o fato do efeito da NORnão ter sido restrito ao NTS caudal realizamos uma série deexperimentos onde comparamos a magnitude das respos-tas à NOR central e periférica e também analisamos o efeitodo anestésico ou do hexametônio sobre essas respostas.Esses experimentos demonstraram que as alterações car-diovasculares observadas após a microinjeção de NOR noSNC são decorrentes de mecanismos periféricos e centrais(os quais não envolvem a atividade eferente simpática).Dessa forma, a NOR microinjetada tanto no NTS caudal

como em áreas adjacentes pode ter tido acesso à circulaçãosistêmica e atuado diretamente sobre receptores periféri-cos, bem como desencadeado mecanismos neuronais, pro-movendo as alterações cardiovasculares similares.

Para investigarmos o envolvimento da NOR e dosseus receptores na neurotransmissão/neuromodulação doquimiorreflexo no NTS caudal fez-se necessário um estudofarmacológico para o estabelecimento da DI_50 do antago-nista para bloquearmos os receptores e analisarmos o seuefeito sobre o quimiorreflexo. No entanto, ioimbina e fento-lamina, nas doses máximas possíveis de serem diluídas, nãoforam efetivos em bloquear as respostas à NOR central.Uma alternativa foi avaliar o efeito que a própria NORmicroinjetada no NTS caudal exerceria sobre o quimiorre-flexo. Assim, com relação ao possível envolvimento da NORe dos seus receptores na modulação do quimiorreflexo, osnossos resultados sugerem que a NOR exerce uma modula-ção inibitória, uma vez que sua microinjeção prévia ate-nuou significativamente a resposta pressora e bradicárdicado quimiorreflexo. Um aspecto relevante a ser consideradoé que essa neuromodulação inibitória não foi observadaquando as microinjeções de NOR foram realizadas em áreasadjacentes ao NTS caudal, ou seja, esse efeito foi restritoao NTS caudal.

PAM e aumento da freqüência cardíaca. A concentraçãoplasmática de OT aumenta na segunda hora após a injeçãode LPS, seguindo em queda e retornando aos valores basaisna sexta hora. A concentração plasmática de ANP aumentana quarta hora após a injeção de LPS e permanece elevadaaté o final do experimento (6 horas). O grupo de animaisque recebeu LPS após a administração iv de aminoguanidi-na (AG), um inibidor seletivo da isoforma induzível da óxi-do nítrico sintase (iNOS), apresentou aumento na concen-tração plasmática de ANP em 2, 4 e 6 horas em relação aogrupo de animais que apenas com LPS. Quanto à concen-tração plasmática de OT, não foram observadas diferençasentre os grupos que receberam LPS + AG e aqueles trata-dos apenas com LPS. A injeção de Ag por via intracerebro-ventricular, previamente à administração de LPS, levou aoaumento das concentrações plasmáticas de OT e ANP nasexta hora em relação aos animais tratados apenas com LPS,e a queda menos acentuada da PAM. Nossos dados mos-traram que a inibição da via central da iNOS levou ao au-mento da concentração plasmática de ANP e OT, indicandoum papel inibitório do NO sobre a liberação deste doishormônios. Além disso a inibição da iNOS leva a atenuaçãoda hipotensão induzida pelo LPS.

Angelita Maria StábileOrientadora: Profa. Dra. Evelin Capellari CarnioDissertação de Mestrado apresentada em 16/09/2005

O choque endotoxêmico é um quadro clínico carac-terizado por vasodilatação periférica, hipotensão, inade-quada perfusão tecidual e falência de múltiplos órgãos,sendo geralmente induzido por produtos bacterianos, prin-cipalmente o lipopolissacarídeo (LPS) de bactérias Gram-negativas. Tem se observado experimentalmente que a ad-ministração de altas doses de LPS leva ao aumento da pro-dução de óxido nítrico (NO) pela isoforma induzível da óxi-do nítrico sintase (iNOs) e a queda acentuada da pressãoarterial média (PAM). Estudos indicam que o NO possuiação reguladora sobre a liberação de diversos hormônios.O presente estudo objetivou avaliar o papel do NO, produ-zido durante a endotoxemia, na liberação de peptídeo na-triurético atrial (ANP) e ocitocina (OT) e sendo os mesmosimportantes hormônios vasoativos, avaliaremos essas al-terações sobre os valores de pressão arterial média e fre-qüência cardíaca. O choque endotoxemico foi induzido emratos Wistar machos pela injeção intravenosa (iv) de LPS.Após a injeção de LPS observamos acentuada queda da

PARTICIPAÇÃO DA VIA DA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE INDUZÍVEL NA SECREÇÃO DEPEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL E OCITOCINA DURANTE O CHOQUE ENDOTOXÊMICOEXPERIMENTAL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Gisele Vieira RodovalhoOrientadora: Profa. Dra. Janete Aparecida Anselmo FranciTese de Doutorado apresentada em 20/10/2005

O locus coeruleus, um dos principais núcleos nora-drenérgicos do sistema nervoso central, está associado aocontrole da secreção de gonadotrofinas, mediando parteda influência do estrógeno e da progesterona nos neurô-nios produtores do hormônio liberador de gonadotrofinas(GnRH). No entanto, ainda não está esclarecida a forma pormeio da qual os esteróides ovarianos atuam neste núcleo.Assim, este trabalho se propôs avaliar a atividade do locuscoeruleus de ratas em diferentes condições de concentra-ções de esteróides ovarianos. Para tanto, as concentraçõesde noradrenalina e de seu principal metabólito, 3-metoxi-4-hidroxi-feniletilenoglicol (MHPG) foram dosadas no locuscoeruleus e em terminais noradrenérgicos da área pré-opticamedial (região onde se localiza corpos celulares dos neurô-nios GnRH) de ratas durante as fases de proestro e metaestrobem como de ratas ovariectomizadas tratadas com óleo (gru-po OV-óleo), estradiol (grupo OVE2) e estradiol e progeste-rona (grupo OV-E2P4), às 10, 12, 14, 16, e 18 horas. Amostrassanguíneas foram colhidas em cada horário estudado e asconcentrações plasmáticas de estradiol, progesterona, LH eFSH determinadas por radioimunoensaio. Em uma segundaabordagem, o efeito do estradiol na atividade elétrica es-pontânea dos neurônios do locus coeruleus de ratas ovari-ectomizadas foi avaliado in vitro, por meio de registrosextracelulares unitários. Os resultados deste trabalho de-monstram que as concentrações de noradrenalina e MHPGno locus coeruleus estão aumentadas durante todo o dia doproestro em relação ao metaestro, o mesmo ocorrendo nogrupo OV-E2P4 em relação ao grupo OV-óleo. Além disso,as concentrações de MHPG no proestro possuem um perfil

ascendente no período da tarde atingido os maiores valoresàs 18 horas, coincidindo com os picos pré-ovulatórios degonadotrofinas e com o aumento nos níveis plasmáticos deprogesterona. Ainda, um aumento nas concentrações denoradrenalina do locus coeruleus foi observado às 18 horasno proestro e no grupo OV-E2P4. Na área pré-optica medial,as concentrações de MHPG estão aumentadas durante tododo proestro em relação ao metaestro, bem como no grupoOV-E2P4 em relação ao grupo OV-óleo. Nesta área, a nora-drenalina se encontra aumentada durante todo o dia deproestro em relação ao metaestro, contudo nenhuma dife-rença foi observada entre os grupos de ratas ovariectomiza-das tratadas ou não com esteróides ovarianos. Em relação àatividade elétrica espontânea dos neurônios do locuscoeruleus, o estradiol promoveu uma resposta predominan-temente de queda na freqüência de disparos destes neurô-nios. Em síntese, estes dados demonstram que as concen-trações de noradrenalina e de MHPG no locus coeruleusvariam nos dias de metaestro e proestro sendo esta respostadependente dos níveis de esteróides ovarianos presentesem cada fase. Tanto no proestro quanto em ratas OV-E2P4,os altos níveis de estradiol e progesterona parecem aumen-tar a atividade dos neurônios do locus coeruleus, uma vezque concentrações de MHPG estão aumentadas nestes pe-ríodos. Adicionalmente, estes esteróides parecem modularas concentrações de noradrenalina e MHPG nos terminaisnoradrenérgicos da área pré-optica medial, onde se encontramcorpos celulares de neurônios GnRH. Além disso, o estra-diol parece regular a atividade elétrica dos neurônios dolocus coeruleus, sendo esta ação predominantemente inibi-tória. Estes dados, em conjunto, indicam que locus coeruleusé um importante local de ação dos esteróides ovarianos sendoque esta ação pode estar envolvida na regulação da secre-ção de gonadotrofinas durante o ciclo estral de ratas.

AÇÕES DOS ESTERÓIDES OVARIANOS NO LOCUS COERULEUS DE RATAS

nas seguintes condições: normalmente alimentados, jejua-dos, diabéticos e expostos ao frio (4ºC por 24 ou 72 horas).O peso do TABR não alterou nos ratos expostos ao frio,mas diminuiu nos animais jejuados e diabéticos. A reduçãodo peso nestes dois grupos foi menor no tecido desnervado.O conteúdo de lipídios do TABR não se modificou nasdiferentes condições e não foi afetado pela desnervação. Oconteúdo de noradrenalina, índice da atividade simpática,mostrou-se aumentado no TABR de ratos jejuados, diabé-ticos e expostos ao frio, e foi marcadamente reduzido nostecidos desnervados. A captação de glicose foi menor noTABR de animais jejuados ou expostos ao frio. A captação

Danubia FrassonOrientador: Prof. Dr. Renato Hélios MiglioriniDissertação de Mestrado apresentada em 26/10/2005

O presente trabalho teve o propósito de verificar osefeitos da desnervação simpática na geração de glicerol-3-fosfato por duas vias: através da via glicolítica, estimadapela captação de glicose e através da via gliceroneogênica,avaliada pela incorporação de piruvato em glicerol detriacilglicerol e pela atividade da fosfoenol-piruvatocarboxiquinase (PEPCK). Os experimentos foram realizadosno tecido adiposo branco retroperitonial (TABR) de ratos

PAPEL DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO NA CAPTAÇÃO DE GLICOSE E NAGLICERONEOGÊNESE NO TECIDO ADIPOSO BRANCO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Wagner Luis ReisOrientador: Prof. Dr. José Antunes RodriguesDissertação de Mestrado apresentada em 07/12/2005

Durante as últimas décadas, uma série de experi-mentos foram realizados com o objetivo de esclarecer comoáreas específicas hipotalânicas modulam a secreção de va-sopressina (AVP) e ocitocina (OT) em resposta a variaçõesde volume e osmolalidade do líquido extracelular. A presen-ça da enzima sintase de oxido nítrico na lamina terminal eem neurônios paraventricular e supra óptico, tem sugeridoo envolvimento do oxido nítrico (NO) na regulação da libe-ração de AVP e OT. Desta maneira, neste trabalho avaliou-se a participação do sistema nitrérgico central na modula-ção da liberação de hormônios neurohipofisários envolvi-da no controle da excreção renal de água e sódio.

Os resultados deste trabalho demonstram a admi-nistração icv de L-NAME (inibidor da NOS) determinouredução do fluxo urinário acompanhada por um aumentoda excreção urinária de sódio e nitrato, correlacionadas ao

aumento da concentração plasmática de AVP, OT e ANP.Entretanto, a administração icv de SNAP e SIN-1 (doado-res de NO) não induziram alterações significativas na con-centração plasmática destes hormônios. O pré-tratamentoicv com L-NAME determinou uma potencialização daantidiurese, natriurese e excreção urinária de nitrato e umaumento mais intenso das concentrações plasmáticas deAVP, OT e ANP em animais estimulados centralmente comsalina hipertônica, ANG-II ou carbacol. Por outro lado, otratamento prévio icv com SNAP eliminou os efeitosantidiurético, natriurético e excretório de nitrato da salinahipertônica e da ANG-II em resposta ao bloqueio do au-mento das concentrações plasmáticas de AVP, OT e ANP,bem como, reduziu os efeitos hormonais e excretórios indu-zidos pelo carbacol. Desta forma, os dados sugerem que osistema nitrérgico central modula as respostas neuroendó-crinas envolvidas na homeostase hidroeletrolítica, uma vezque, o NO produzido no SNC tem um papel tônico inibitóriosobre a secreção de AVP, OT e ANP, atenuando as respos-tas antidiuréticas e natriuréticas induzidas por estímuloosmótico, angiotensinérgico e colinérgico central.

da hexose aumentou com a desnervação no TABR de ratosnormalmente alimentados e no dos submetidos a todas con-dições estudadas. A incorporação de piruvato em glicerolde triacilglicerol e a atividade da PEPCK encontravam-seaumentadas no TABR de animais jejuados, diabéticos eexpostos ao frio. Estes processos foram marcadamente re-

duzidos pela desnervação nestas condições e nos ratosnormalmente alimentados. Nossos dados sugerem que adesnervação simpática do TABR induz um aumento da sen-sibilidade do tecido à insulina, resultando numa maior dacaptação de glicose e numa redução na atividade glicero-neogênica.

PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA NITRÉRGICO CENTRAL NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTASNEUROENDÓCRINAS ENVOLVIDAS NO CONTROLE DA EXCREÇÃO DE ÁGUA E ELETRÓLITOSINDUZIDAS POR ESTIMULAÇÃO OSMÓTICA, ANGIOTENSINÉRGICA E COLINÉRGICA

ber informações sobre o volume e a osmolaridade plasmáti-ca e gerar respostas homeostáticas corretivas, o hipotálamoé responsável pela síntese dos peptídeos vasopressina (AVP)e ocitocina (OT). Estes hormônios estão diretamente envol-vidos no balanço hidrossalino, sendo liberados na circula-ção sanguínea em resposta a estímulos osmóticos, depen-dentes ou não da carga de sódio circulante.

Dentre os neurotransmissores envolvidos com o con-trole da liberação de AVP e OT o óxido nítrico (NO) e os glico-corticóides vêm apresentando um papel de destaque comomoduladores do sistema hipotálamo-neurohipofisário. Noentanto, poucos estudos têm evidenciado a participação detais substâncias na manutenção da homeostase hidrossali-na em situações de estresse osmótico prolongado.

Utilizando um modelo de sobrecarga salina, objeti-

Renato Rizo VenturaOrientador:Prof. Dr. José Antunes RodriguesTese de Doutorado apresentada em 19/12/2005

O equilíbrio hidroeletrolítico é sem dúvida uma con-dição de grande relevância para os organismos vivos dadaa sua importância na manutenção da vida nas diferentesespécies existentes em nosso planeta. Tal afirmativa justifi-ca o grande empenho de cientistas do mundo inteiro, quetêm procurado entender cada vez mais os mecanismosneuroendócrinos e comportamentais envolvidos com a ma-nutenção deste estado de equilíbrio. Nas últimas décadasnosso laboratório tem dado especial atenção ao hipotalámopor ser uma estrutura chave neste processo. Além de rece-

ASPECTOS DA HOMEOSTASE HIDROELETROLÍTICA EM RATOS COM SOBRECARGA SALI-NA: PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA NITRÉRGICO E DA CORTICOSTERONA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

vamos estudar algumas variáveis plasmáticas, urinárias,hormonais e comportamentais no rato. Além disso, avalia-mos a participação do sistema nitrérgico e os efeitos dadexametasona, um análogo glicocorticóide, sobre algunsdos parâmetros estudados.

A sobrecarga salina promoveu um aumento gradati-vo da concentração sérica de sódio e da osmolaridade plas-mática, aumentando também a carga excretada de sódio e ovolume urinário. Houve ainda uma queda no hematócrito noprimeiro dia de sobrecarga salina com um aumento progres-sivo a partir deste dia. O aumento exagerado no volumeurinário promoveu uma redução da osmolaridade urinária,resultando numa urina bastante diluída. A desidratação pro-gressiva induziu ao aumento da ingestão de NaCl 0,3 M aolongo dos 7 dias. Concomitantemente, houve redução daingestão alimentar e do ganho de peso nos ratos com sobre-carga salina quando comparados com os controles. Interes-santemente, a concentração plasmática e o conteúdoneurohipofisário de OT foram reduzidos progressivamenteao longo do período experimental, enquanto que a concen-tração plasmática de AVP permaneceu elevada apesar daqueda progressiva do seu conteúdo na neurohipófise.

Além disso, houve um aumento da atividade dasintase do NO (NOS) nos núcleos paraventricular (PVN) esupraóptico (SON) 1 e 7 dias após a sobrecarga salina. En-tretanto, na neurohipófise (NH) houve redução da ativida-de da NOS após 1 dia de sobrecarga salina e aumento desteparâmetro no sétimo dia pós-sobrecarga. A injeção intrape-ritoneal (/ip/) de 7-NI, um inibidor seletivo da NOS (isofor-ma neuronal), potenciou a liberação de OT 1 e 7 dias após a

sobrecarga salina, enquanto que reduziu a liberação de AVPsomente após 1 dia de sobrecarga. Este resultado sugereque o NO pode atuar diferentemente no controle da secre-ção de AVP e OT em reposta ao aumento da osmolaridade.

Interessantemente, a sobrecarga salina de 7 diaspromoveu um aumento gradativo na concentração plasmá-tica de corticosterona a partir do terceiro dia. Logo, apesardo modelo adotado ser praticamente não invasivo, o es-tresse osmótico resultante da sobrecarga salina foi capazde ativar o eixo HPA. O tratamento com dexametasona, umanálogo glicocorticóide, alterou a secreção de OT e AVPnos ratos com sobrecarga salina. Além disso, o aumento dovolume e sódio urinário induzido pela dexametasona refor-ça o papel inibitório dos glicocorticóides sobre a secreçãoneurohipofisária de AVP e OT.

A imunohistoquímica para c-fos nos neurônios mag-nocelulares do SON revelou que após 24 hs de sobrecargasalina, ambos os neurônios AVP e OT estão ativados. Noentanto, 7 dias após o início da sobrecarga pouquíssimosneurônios OT estão ativados, achado este consistente coma queda na concentração plasmática de OT. É possível en-tão, que o aumento da corticosterona plasmática durante asobrecarga salina esteja inibindo direta ou indiretamenteneurônios magnocelulares ocitocinérgicos, diminuindo as-sim a secreção neurohipofisária deste peptídeo. Aparente-mente, a AVP é primordial para a sobrevida do animal emcondições de estresse osmótico intenso. Neste contexto,os sinais estimulatórios para os neurônios AVP poderiamse sobrepor aos efeitos inibitórios dos glicocorticóides,garantindo assim a secreção deste peptídeo.

as amplificações destes oncogenes são consideradas alte-rações relativamente incomuns apresentando uma maior fre-qüência em linhagens celulares de MBs e não em tumoresprimários. Grande parte dos trabalhos que estudam amplifi-cações na família MYC utilizam métodos como CGH, Hibri-dação in situ Fluorescente (FISH), Dot blot e Southernblotting sendo que o emprego dos métodos de PCR-SQ ede PCR-RQ são escassos. Assim, no presente estudo ava-liamos a amplificação dos oncogenes MYCC e MYCN atra-vés de PCR-SQ e de PCR-RQ em amostras de MBs do Ser-

Plínio Cerqueira dos Santos CardosoOrientador: Prof. Dr. Luiz Gonzaga ToneDissertação de Mestrado apresentada em 21/07/2005

O meduloblastoma (MB) é considerado o tumorpediátrico primário do sistema nervoso central (SNC) maisfreqüente, sendo seu tratamento extremamente agressivo.Os membros da família Myc (em especial o MYCC e o MYCN),quando amplificados, têm se mostrado importante nosurgimento de diversas malignidades humanas. Nos MBs,

GENÉTICA

ESTUDO DA AMPLIFICAÇÃO DOS PROTO-ONCOGENES MYCC E MYCN ATRAVÉS DOS MÉ-TODOS DE PCR SEMI-QUANTITATIVO (PCR-SQ) E PCR EM TEMPO REAL (PCR-RQ) EM MEDU-LOBLASTOMAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Fernando de Faria FrancoOrientadora: Profa. Dra. Maura Helena ManfrinDissertação de Mestrado apresentada em 26/07/2005

Seqüências de DNA altamente repetitivas e organi-zadas em tandem, denominadas DNA satélite, representamuma porção substancial da heterocromatina dos eucariotos.No presente trabalho foram caracterizadas duas famílias deDNA satélites, denominadas pKoe150 e SCS139, que sãocompartilhados pelas espécies do “cluster” Drosophilabuzzatii, que é formado por D. buzzatii, D. koepferae, D.antonietae, D. gouveai, D. serido, D. seriema e D.borborema. O pKoe150 possui monômeros ricos em C+Gde aproximadamente 150pb, e é encontrado em todas asespécies do “cluster” D. buzzatii. Embora as seqüênciasdeste DNA satélite estejam acumulando variação, não fo-ram detectadas mutações diagnósticas para nenhuma es-pécie do “cluster” D. buzzatii. Tal resultado foi explicadocomo sendo conseqüência de baixas taxas de homogenei-zação de cadeia do DNA satélite pKoe150. Dentre as espé-cies do “cluster” D. buzzatii, D. gouveai e D. koepferaeapresentam as maiores quantidades de cópias relativas dopKoe150 e os menores índices de diversidade nucleotídica(Pi = 0.068 em ambas). Este resultado pode ser um indicativode que este DNA satélite foi recentemente amplificado e,conseqüentemente, homogeneizado nestas duas espécies.

Seqüências homólogas ao pKoe150 foram detectadas emD. richardsoni, que pertence ao “cluster” D. stalkeri, que éo grupo basal do complexo D. buzzatii, sugerindo que esteDNA satélite estava presente na espécie ancestral destecomplexo. O DNA satélite SCS139 possui seqüências deaproximadamente 139pb, ricas em A+T, e apresenta muta-ções diagnósticas para as espécies D. gouveai e D. seriema.Com exceção de D. buzzatii, seqüências homólogas aoSCS139 foram detectadas nas demais espécies do “cluster”D. buzzatii, que formam o “subcluster” serido. Este resul-tado coincide com dados morfológicos do edeago, indi-cando que estes marcadores poderão ser considerados si-napomorfias para o “subcluster” serido. Tanto as seqüên-cias do pKoe150 quanto o SCS139 apresentam duplicaçõesinternas nas suas unidades de repetição, indicando queambas podem ter evoluído de seqüências menores. As es-pécies do “cluster” D. buzzatii apresentam diferenças quan-titativas em relação ao número de cópias dos DNA satélitespKoe150, SCS139 e pBuM (previamente descrito), sugerin-do que evolução saltatória, através de processos de ampli-ficação/deleção desigual de famílias de DNA satélite, deveter ocorrido nestas espécies, resultando no padrão obser-vado atualmente. Foram obtidas seqüências homólogas aoSCS139 associadas a um fragmento de 51pb do elementomóvel Galileu. Estas seqüências podem constituir umasubfamília do DNA satélite SCS139, entretanto, são neces-sários mais estudos para comprovar esta hipótese.

viço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas (HC-FMRP-USP). Foi detectada a presença de amplificação do MYCNem dois tumores por PCR-SQ. Por outro lado, nenhuma evi-dência de amplificação foi observada para o gene MYCCnas amostras estudadas por este método. Através do mé-

todo de quantificação por tempo-real foi possível detectarseis amplificações em 5 amostras das 13 estudadas subme-tidas a esta técnica, mostrando que o método de PCR-RQparece ser uma técnica mais acurada para a quantificaçãodo número de cópias gênicas.

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE DUAS FAMÍLIAS DE DNA SATÉLITES COMPARTILHA-DAS ENTRE ESPÉCIES DO “CLUSTER” DROSOPHILA BUZZATII (DIPTERA; DROSOPHILIDAE)

transcricional diferenciado de células mononucleares desangue periférico de pacientes e controles foi observadousando análises por cDNA microarray, na qual a clusteriza-ção hierárquica foi usada para revelar genes induzidos ereprimidos e para discriminar pacientes com glioblastomade controles. Nosso método fornece a detecção de genesinduzidos implicados no reconhecimento da resposta inatae adaptativa (toll-like receptors 4 and 9, and interleukin 7

Renata Camacho MiziaraOrientador: Prof. Dr. Geraldo Aleixo da Silva Passos JúniorTese de Doutorado apresentada em 18/08/2005

O principal objetivo deste estudo foi avaliar a possi-bilidade do uso de células mononucleares do sangue peri-férico e a técnica de cDNA microarrays como um novo mé-todo para identificar pacientes com glioblastoma. O perfil

USO DE cDNA MICROARRAYS NA IDENTIFICAÇÃO DE PACIENTES COM GLIOBLASTOMAMULTIFORME POR MEIO DO PERFIL DE EXPRESSÃO GÊNICA DIFERENCIAL DE CÉLULASMONONUCLEARES DO SANGUE PERIFÉRICO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Lenícy Lucas de MirandaOrientadora: Profa.Dra. Eucleia Primo Betioli ContelTese de Doutorado apresentada em 30/08/2005

No início do século XX, foram trazidos alguns java-lis para a Argentina, que acabaram escapando e se espa-lhando pelo norte da Argentina, Uruguai e Sul do Brasil. Nadécada de 90 começaram a ser importados alguns animaispuros, para fins de criação comercial, principalmente daFrança e Canadá. Ocorrem no Brasil também animais híbri-dos com 2n= 37 ou 38 cromossomos, resultantes do cruza-mento do javali (2n= 36) com o porco doméstico (2n= 38). Opresente trabalho tem como objetivo caracterizar genetica-mente javalis considerados puros, originários da Europa,criados em cativeiros no país, através de marcadores mi-crossatélites, com o intuito de contribuir com o monitora-

mento da variabilidade genética e sendo assim, auxiliar nomanejo e gerenciamento de programas de melhoramentogenético. Para estudar a pureza das linhagens de javalis,assim como estimar a variabilidade genética dentro de al-gumas linhagens, o DNA genômico foi extraído e posterior-mente amplificado pela técnica de PCR para análise de mi-crossatélites (IGF1, SW444, ACTG2, LOX12A, CGA eTNFB), os quais foram descritos para a subespécie Susscrofa domestica (suíno doméstico). As condições de am-plificação foram padronizadas para o javali (Sus scrofascrofa). Todos os seis loci foram polimórficos, apresentan-do um total de 36 alelos nos dois grupos genéticos (indi-víduos com 2n= 36 e 2n= 37 ou 38 cromossomos). A utiliza-ção de iniciadores heterólogos é importante, pois, elimina anecessidade do desenvolvimento de biblioteca genômica,tornando-se um método mais rápido e de menor custo.

receptor), resposta anti-tumoral (tumor necrosis factorreceptors 10B), apoptose (caspase 8, TNF receptor-associated factor3, CASP 2 and RIPK domain containingwith death domain), fator de splicing de pré-mRNA (splicingfactor arginine/serine-rich 11) e os genes reprimidos liga-dos a atividades imunossupressoras (transforming growthfactor beta regulator 1) e implicados na cascata de sinaliza-

ção do cálcio (adenylate cyclase 1, calumenin, calmodulin 1and calcium modulating ligand). O perfil de expressão gênicacaracterístico mostrou que esta técnica pode ser utilizadapara a detecção de pacientes com câncer e até mesmo paradiagnóstico, pois foi possível estratificar pacientes de acor-do com o estágio do glioblastoma e respectivos aspectosclínicos.

CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE JAVALIS (SUS SCROFA SCROFA L.) ATRAVÉS DE MARCA-DORES MICROSSATÉLITES – STRS

Mutações somáticas no gene parecem ser raras nasneoplasias humanas. Entretanto, vários polimorfismos fo-ram relatados em diversos tipos de tumor e as suas fre-qüências estão associadas à etnia. Alterações na expres-são de CDKN1A foram observadas numa ampla variedadede cânceres humanos, incluindo o ovariano, o uterino, ocervical, o coloretal, o hepatocelular, de pulmão, do pâncre-as e nos carcinomas de cabeça e pescoço.

No presente trabalho, utilizamos como amostras detumores de SNC (astrocitomas, ependimomas e meduloblas-tomas) de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico, re-alizando o estudo de gene CDKN1A quanto à presença depolimorfismos e à expressão protéica.

Nossos resultados sugerem que os polimorfismosdo gene CDKN1A não apresentam correlação com o de-senvolvimento de tumores do sistema nervoso central as-sim como não apresentaram um padrão uniforme de expres-são protéica.

Mev Dominguez ValentinOrientador: Prof. Dr. Luiz Gonzaga ToneDissertação de Mestrado apresentada em 06/10/2005

O câncer é uma doença genética provocada por dis-túrbios da progressão celular normal. Estes distúrbios sãoo resultado de alterações de genes que exercem o controledas várias etapas do ciclo celular como, por exemplo, osgenes supressores de tumor.

O CDKN1A é um inibidor universal das cdks e cum-pre funções críticas na regulação da transição G1/S e tam-bém na G2/M. CDKN1A pode induzir a diferenciação decélulas normais e transformadas, suprimir o crescimento decélulas malignas in vitro e in vivo. As alterações no geneCDKN1A e na sua expressão podem exercer um papel im-portante na patogênese do câncer, visto que a sua funçãonormal é a detenção do ciclo celular, a diferenciação termi-nal e a apoptose.

ESTUDO DOS POLIMORFISMOS E DA EXPRESSÃO PROTÉICA DO GENE CDKN1A EMMEDULOBLASTOMA, ASTROCITOMAS E EPENDIMOMAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Christina VretosOrientadora: Profa. Dra. Ester Silveira RamosTese de Doutorado apresentada em 31/10/2005

A síndrome de insensibilidade aos andrógenos é umadas entidades de masculinização ausente (genitália femini-na) ou deficiente (genitália ambígua) em indivíduos mascu-linos (46, XY). A incidência desta patologia é estimada em 1:20.000-64.000 nascimentos masculinos. Pode apresentar umamplo espectro clínico [completa, incompleta (ou parcial) eleve], mesmo em indivíduos de uma mesma família, depen-dendo de alterações do receptor de andrógeno (AR). O pa-drão de herança da doença é ligado ao X recessivo. O geneAR localiza-se na região Xq11-12, contando com aproxima-damente 90 kb e 2757 pb de região codificante, organizadaem 8 exons.

Defeitos quantitativos ou qualitativos na proteína,que acarretam resistência ao andrógeno, são causados poruma grande variedade de mutações, que incluem deleções,inserções e mutações de ponto; que levam a substituiçõesde aminoácidos, stop codon e splicing impróprio do RNA. Aisto se credita a heterogeneidade da expressão fenotípicaencontrada nos pacientes. Estas mutações têm sido estuda-das por técnicas de biologia molecular, tais como PCR, SSCPe seqüenciamento de DNA. O presente trabalho teve comoobjetivos a avaliação de pacientes do Hospital das Clínicasda Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), que apre-sentam o diagnóstico clínico de Síndrome da Insensibilida-de aos Andrógenos, para classificação do quadro clínico,avaliação dos heredogramas, detecção de anomalias asso-ciadas e identificação de mutações do gene AR, visando aimplantação destas novas técnicas para a sua utilização sis-temática na rotina hospitalar, melhoria do atendimento, tra-tamento e aconselhamento genético mais específico. Foramlevantados prontuários de um total de 57 pacientes com

diagnóstico provável de SIA, tendo sido analisados porcitogenética todos os casos; e por biologia molecular, atra-vés de técnicas de PCR-SSCP para cada um dos 8 exons dogene AR (para posterior seqüenciamento), nove pacientescom diagnóstico final de SIAC, 14 com SIAP e oito comSIAL. Foram encontradas duas mutações pontuais que nãoforam descritas anteriormente na literatura, uma transversãoG®T, que alterava o códon 104 ATG para ATT, levando auma substituição de aminoácidos (Met623Ile) (em uma paci-ente de SIAP); e a segunda tratando-se de uma transversãoA®G, que altera o códon 86 AAA para AAG, entretanto oaminoácido não é alterado, pois estes dois códons estãorelacionados ao aminoácido lisina (paciente SIAP). Foramencontradas também três mutações pontuais descritas an-teriormente na literatura (Arg607Gln) (em paciente SIAP),uma transversão G ® A que altera o códon 1, levando àsubstituição de aminoácidos (Gly589Gln) (paciente SIAL);e outra transversão sendo A ® C que altera o códon 175,levando à substituição de aminoácidos (Tyr602Pro) (paci-ente SIAL).

Nos casos nos quais não foram detectadas altera-ções moleculares pela técnica de PCR-SSCP, a causa pode-ria ser um problema da técnica empregada ou outras altera-ções que não eram objetivos deste estudo, tais como muta-ções intrônicas ou em seqüências regulatórias. Por inter-médio dos resultados verificou-se que é possível fazer usosistemático desta metodologia como um instrumento muitoútil de screening dos pacientes encaminhados a serviçosmédicos com hipótese diagnóstica de SIA, uma vez que aanálise de um gene tão extenso através de seqüenciamentoem vários pacientes é um procedimento muito custoso. Esteestudo molecular tem grande importância na confirmaçãoda etiopatogenia da doença e pode servir como ferramentapara a condução clínica dos casos e posterior aconselha-mento genético.

ESTUDO DE MUTAÇÕES DO GENE RECEPTOR DE ANDRÓGENOS EM PACIENTES COM ASÍNDROME DE INSENSIBILIDADE AOS ANDRÓGENOS

ção de vias de reparo das lesões induzidas no DNA. Noentanto, se esse dano for muito extenso ou comprometer ometabolismo celular, uma cascata de sinalização acionamecanismos alternativos que inibem a proliferação das cé-lulas e acionam vias de morte, incluindo-se a apotose.

Os astrocitomas malignos são os tumores cerebraismais comuns que afetam o sistema nervoso central, compre-

Patrícia de Oliveira CarminattiOrientador: Profa. Dra. Elza Tiemi Sakamoto HojoDissertação de Mestrado apresentada em 06/12/2005

Uma variedade de agentes antitumorais é capaz deinduzir danos no material genético e estimular várias. Aresposta inicial das células é o bloqueio no ciclo e a ativa-

RESPOSTAS CELULARES AOS DANOS CAUSADOS PELO ANTITUMORAL CISPLATINA EM LI-NHAGENS DE FIBROBLASTOS HUMANOS NORMAIS (MRC-5) E ASTROCÍTICA (U343 MG-A)

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

endendo mais de 60% dos tumores cerebrais primários. Otratamento padrão é a radioterapia seguida de quimiotera-pia, no entanto, o prognóstico para pacientes portadoresdesse tipo de câncer ainda continua desanimador. A cispla-tina é um agente genotóxico largamente empregado no tra-tamento de gliomas, além de outros tipos de câncer. Essadroga liga-se ao DNA, formando aductos, os quais levam aum bloqueio na duplicação e na transcrição, podendo indu-zir apoptose nas células dependendo da extensão do dano.

No presente trabalho foram avaliadas as respostascelulares ao tratamento com a cisplatina em linhagem deglioma (U343 MG-a) e em fibroblastos normais transforma-dos por SV40 (MRC-5). Foram avaliadas as respostas emtermos de sobrevivência celular, indução de apoptose eexpressão gênica em larga escala pela técnica de micro-arranjos de cDNA, sendo esta última realizada somente paraa linhagem U343.

A cisplatina causou uma redução acentuada na so-brevivência das células MRC-5 (~1%) e U343 (< 1%) apóscinco dias de tratamento (teste de sobrevivência celular)com concentrações que variavam de 12,5 a 300 µM. O trata-mento por 24 h com iguais concentrações de cisplatina re-duziu a sobrevivência das linhagens em cerca de 20-80%(teste de citotoxicidade). Ambas as linhagens sofreramapoptose após o tratamento com diversas concentrações

de cisplatina (12,5, 25 e 50 µM). A linhagem U343 apresen-tou uma freqüência máxima de apoptose de 20,4% após otratamento com 25 µM de cisplatina por 72 h, enquanto alinhagem MRC-5 apresentou 11,0% de apoptose após 50µM de cisplatina por 48 h.

Os dados de expressão gênica analisados pelo mé-todo de micro-arranjos de cDNA, obtidos 48 h após o trata-mento das células U343 com 25 µM de cisplatina, mostra-ram genes significativamente (p ≤ 0,05) reprimidos relacio-nados principalmente com alterações no citoesqueleto(TBCD, RHOA, LIMK2 e MARK1), apoptose ou sobrevi-vência celular (BCL2-XL, ING1, RHOA, VDP, TIMP2,DYRK3 e NFKBIE), invasão celular ou metástase (LIMK2,TIMP2 e CALU), reparo de DNA (SMC1L1) e metabolismocelular (DYRK3, MARK1, TBCD, LIMK2, VDP e P4HB),entre outros processos. Esses dados apontam para um sé-rio comprometimento da maquinaria celular como um todoapós os danos induzidos pela cisplatina. Embora o meca-nismo de apoptose justifique cerca de 20% da extensão demorte celular, conforme foi comprovado nos ensaios desobrevivência e apoptose, uma grande porcentagem dascélulas é provavelmente eliminada em conseqüência daação da droga em vários níveis do metabolismo e manuten-ção da integridade celular, visto o elevado grau de citotoxi-cidade da cisplatina.

ada) e RS (menos pronunciada). A amostra RS diferenciou-se de PE e SP, considerando-se ambos os sexos. Entre SP ePE houve diferenciação significativa apenas no Intron 13,na comparação entre Homens. O dendrograma confirma es-ses dados, pois mostra SP e PE agrupadas próximas, en-quanto que RS está mais distante. Observa-se que no Intron13 a distribuição é centrada no alelo Intron13*20, caindo àmedida que se considera o alelo maior. As comparações quan-to ao Intron 22, mostraram nas três amostras aqui estuda-das moda centrada no alelo Intron 22*26. O haplótipo maisfreqüente baseado nos Introns 13 e 22 para ambas as popu-lações é o 20/26. Os haplótipos compostos pelos alelos 20/27 e 21/24, respectivamente – não ocorrem, nas amostras RSe SP, contrariamente ao que seria esperado pela freqüênciadeles nas outras amostras. Os parâmetros forenses indicamque ambos os marcadores são significativamente informati-vos e podem ser empregados em situações forenses em quea identificação genética seja necessária, respeitadas as ca-racterísticas de ser ligado ao cromossomo X e consideran-do cuidadosamente o uso de marcadores geneticamente li-gados.

Juliana Doblas MassaroOrientador: Prof.Dr. Aguinaldo Luiz SimõesDissertação de Mestrado apresentada em 07/12/20065

A Hemofilia Clássica ou Hemofilia A (HA) é uma do-ença ligada ao X que afeta entre 1 e 2 homens em cada10.000. A análise direta das mutações deste gene é difícildevido ao seu grande número e heterogeneidade. Portanto,a maioria dos testes para a detecção do portador e diagnós-tico pré-natal emprega o estudo da ligação de polimorfismosde DNA com o locus do Fator VIII (FVIII). Nos poucos estu-dos em populações brasileiras, foram empregados marcado-res do tipo RFLP, os quais não são suficientemente informa-tivos. Portanto, com o objetivo de caracterizar a distribuiçãodas freqüências alélicas e haplótipos em amostras de indiví-duos não aparentados de São Paulo, do Rio Grande do Sul ede Pernambuco nós utilizamos os STRs dos Introns 13 e 22do gene do FVIII da coagulação. A distribuição dos alelosdo Intron 13, com exceção da amostra PE, mostrou-se seme-lhante em ambos os sexos. Os alelos do Intron 22 mostraramdistribuição diferente entre os sexos em PE (mais pronunci-

MICROSSATÉLITES DO GENE DO FATOR VIII EM POPULAÇÕES BRASILEIRAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Liane de Rosso GiulianeOrientador: Prof.Dr. João Monteiro de Pina NetoDissertação de Mestrado apresentada em 15/12/2005

Nos países desenvolvidos, a deficiência mental(DM) ocorre em 2 a 3 % da população geral, chegando até10% da população geral em países subdesenvolvidos, prin-cipalmente de DM leve. Das causas herdadas de DM, cercade 20 a 25% dos homens com DM são portadores de DMligada ao X. (DMLX), das quais as mais comuns são: asíndrome do FRAXA (DMLX Sindrômica) e a síndrome doFRAXE (DMLX Não Sindrômica). A triagem para estassíndromes é recomendada em toda criança com dificuldadede aprendizado ou deficiência mental de etiologia desco-nhecida, com problemas de comportamento ou atraso nodesenvolvimento da linguagem. Com o objetivo de realizaruma triagem diagnóstica da Síndrome de DM tipo FRAXAe da Síndrome de DMLX não Sindrômica (FRAXE), numapopulação de deficientes mentais institucionalizados, fo-ram avaliados os 430 pacientes da Associação de Pais eAmigos de Batatais. As análises moleculares das Síndro-mes do FRAXA e FRAXE por exame molecular de PCR fo-ram realizadas em 144 indivíduos dos 201pacientes mascu-linos previamente selecionados sem diagnóstico etiológi-co definido. O Screening do FRAXA foi feito conforme oprotocolo de Haddad et al 1996, e o Screening do FRAXEfoi realizado conforme o protocolo de Santos et al 2001,. Odiagnóstico etiopatogênico foi estabelecido em 49 % dospacientes, prevalecendo os outros 51% sem sua etiologiadefinida. Entre as etiologias definidas, 18,5% dos pacien-

tes tinham doença genética; 3,2% tinham defeito isoladodo SNC; em 16,2% dos pacientes a causa da deficiência eraambiental; 9,5% apresentavam disfunção do SNC (DM comepilepsia ou DM com paralisia cerebral); 0,9% tinham DMcom psicoses. Os pacientes com prováveis síndromes ge-néticas em que não foi possível a finalização das avalia-ções representaram 21,86% da amostra total e 29,76% erampacientes não sindrômicos. A avaliação clínica da amostratotal de pacientes detectou prevalência do sexo masculinocom uma razão de 1.5 M: 1 F, consangüinidade em 2,32%dos casos. A deficiência mental foi estimada em 360 pacien-tes, cuja DM leve a moderada foi encontrada em 70% doscasos (30% DM leve e 40% DM moderada), em 12% foidiagnosticado DM grave e 18% dos pacientes foram clas-sificados como RDNPM, pois não pôde-se estimar o graude DM devido a faixa etária. A triagem diagnóstica por PCRpara estas síndromes nos 144 pacientes, não revelou casospositivos. Considerando que as técnicas apresentam eficá-cia, e que 41% apresentavam: critérios clínicos muito su-gestivos de do FRAXA, concluímos que nesta amostra ounão havia pacientes com Síndromes FRAXA e FRAXE ouhá casos que são mosaicos e, portanto, não foram detecta-dos. Isto nos leva a sugerir que estes casos sejam, numpróximo momento, testados com exame molecular deSonthem-Bloting para FRAXA e FRAXE, e que a investiga-ção para a exclusão ou confirmação de síndromes de DMligada ao X deva prosseguir. O conhecimento desta popu-lação de DM ajudou definir melhores estratégias preventi-vas e manejo das DM, e, o aconselhamento genético foirealizado em todos os casos avaliados neste trabalho.

pam a bacia do Rio de Paraná e a ação do fluxo gênico e dafilopatria. Cinco locos de microssatélites foram utilizadosnas análises das populações. A diversidade genética foi sig-nificativamente elevada. A disposição geográfica das popu-lações mostram baixa diferenciação genética, porém signifi-cativa (FST entre -0.003 e 0.08; RST entre -0.015 e 0.079). Aassociação entre posicionamento geográfico e diferencia-ção genética foi positiva entre as populações de cervo-do-pantanal (isolamento por distância). A estrutura genéticaespacial sugeriu que o processo de dispersão é baseado emmachos e também a ocorrência de filopatria matrilinear. Ospadrões genético e demográfico encontrados, e as implica-ções para a conservação das espécies e do ecossistema naregião do Pontal do Paranapanema, são discutidos levan-do-se em consideração os diversos fatores que podem estaratuando sobre suas populações.

Eddy José Francisco de OliveiraOrientadora: Profa. Dra. Eucleia Primo Betioli ContelTese de Doutorado apresentada em 20/12/2004

O cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) é umdos mamíferos mais ameaçados da América do Sul. Para con-tribuir no manejo e conservação da espécie, o desenvolvi-mento de marcadores microssatélites foi uma etapa vital paradefinir os níveis da variabilidade e diferenciação genéticadas populações. No primeiro capítulo, sete locos polimórfi-cos de microssatélites foram isolados por meio de uma bibli-oteca genômica enriquecida e estudados em 50 animais, mos-trando uma variação no número de alelos de 3 a 12. Aheterozigosidade observada variou de 0.69 a 0.89. No se-gundo capítulo, nós examinamos a estrutura genética espa-cial em 194 cervos-do-pantanal (seis populações) que ocu-

ESTRUTURA GENÉTICA ESPACIAL DO CERVO-DO-PANTANAL ( BLASTOCERUS DICHOTOMUS)

TRIAGEM DAS SÍNDROMES DO X FRÁGIL TIPO FRAXA E FRAXE, REALIZADA POREXAME MOLECULAR DE PCR EM AMOSTRA DE PACIENTES DE UMA INSTITUIÇÃO PARADEFICIENTES

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Dante GavioOrientador: Prof.Dr. Raysildo Barbosa LôboTese de Doutorado apresentada em 20/12/2005

Sêmen criopreservado de 100 touros jovens, proce-dentes de seis centrais de Inseminação Artificial e selecio-nados para teste de progênie, foram avaliados pela motili-dade, origem DNA mitocondrial e capacidade de desenvol-vimento embrionário in vitro. Os procedimentos GLM eMIXED foram utilizados para identificar as possíveis fon-tes de variação: reprodutor, tipo de DNA mitocondrial, pro-cedência do sêmen (Central de Inseminação Artificial), mo-tilidade e vigor espermático, ano e réplica do experimento.Foi observado efeito significativo na produção de blasto-cistos para procedência, motilidade espermática e efeitoaninhado da interação Touro-Central-Motilidade. A origemmitocondrial não apresentou efeito significativo (p>0,05),

provavelmente e devido ao tamanho e à proporção de ani-mais indicus (9,37%) na amostra estudada. Todavia, nagenealogia materna se observam diferenças significativas(P<0,05) favorecendo animais com origem taurina para to-dos os valores de médias nas DEPs para característicasreprodutivas, de crescimento, habilidade materna, com ex-ceção das características MGT, DDPAC, DDSTAY e DDP8.Foi constatado efeito materno importante na PIV (Produ-ção in vitro), existindo correlações positivas e significati-vas (P<0,05) para características de habilidade materna(DMPP120, DMPP240 e DDPAC) e para Perímetro escrotalno primeiro ano de idade (DDPE365), embora de baixa mag-nitude (r=0,20 P<0,05). Finalmente, foram realizadas análi-ses de pedigree nos touros jovens a partir da probabilidadede origem de um gene e foi observada participação predo-minante de dois ancestrais principais nos touros perten-centes ao grupo de maior produção de embriões in vitro.

captados. A análise foi feita por método não invasivo, comfotos digitais obtidas através do microscópio de luz. Paracada oócito foram realizadas 3 fotos: A primeira foto foifeita após a retirada do cumulus oophorus, antes da ICSI(DO), para analisar alterações do espaço perivitelínico, frag-mentação do primeiro CP e presença de inclusões citoplas-máticas, a segunda foi realizada em 18-20 horas após a ICSI(D1) e observamos a simetria e angulação dos pró-núcleose número e simetria dos nucléolos e a terceira foi realizadano dia da transferência, 72 horas após a ICSI (D3), ondeanalisamos o número de blastômeros, sua simetria e a por-centagem de fragmentação.

A análise estatística foi feita com Teste x2 entre asvariáveis. Levou-se em consideração a variável idade, sen-do esta categorizada em três faixas etárias: < 30 anos, 30 a35 anos e > 35 anos de idade. Não foi achada relação esta-tisticamente significativa entre as alterações morfológicasestudadas e a qualidade embrionária. Para a variável idade,houve diferença significativa quanto à qualidade embrio-nária (p<0,05). O presente estudo demonstrou a influêncianegativa da idade materna na qualidade embrionária.

Fabiana Cristina Telles TristãoOrientadora: Profa. Dra. Rosana Maria dos ReisDissertação de Mestrado apresentada em 08 /08/2005

A Injeção intracitoplasmática de espermatozóides(ICSI) é a melhor indicação para casais com infertilidade decausa masculina e com falha prévia na fertilização in vitro(FIV). Nesse tipo de tratamento, para que se aumente a pos-sibilidade de gravidez, são transferidos mais de um embrião,que se correlaciona com um aumento da taxa de gestaçõesmúltiplas. A gestação múltipla relaciona-se com um maiorrisco de ocorrência de algumas patologias gestacionais ecom uma maior morbi-mortalidade materno-fetal. A seleçãoembrionária prévia à transferência reduz o número de gravi-dez múltipla, desde que a transferência se faça em embriõesmorfologicamente perfeitos. Na ICSI, a estrutura morfológi-ca dos oócitos após a retirada do cumulus oophorus émelhor visualizada se comparada com a FIV .

Foi realizado um estudo prospectivo, com 50 ciclosde pacientes submetidas à ICSI, num total de 322 oócitos

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

CORRELAÇÃO ENTRE A MORFOLOGIA OOCITÁRIA E A QUALIDADE EMBRIONÁRIA PÓSICSI (INJEÇÃO INTRACITOPLASMÁTICA DE ESPERMATOZÓIDE)

EFEITOS GENÉTICOS E AMBIENTAIS NA PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES UTILIZANDOSÊMEN DE TOUROS JOVENS SELECIONADOS PARA TESTE DE PROGÊNIE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Patricia SparaOrientador: Prof. Dr. Francisco Mauad FilhoTese de Doutorado apresentada em 29/09/2005

O objetivo desse estudo foi determinar os valoresdo volume do líquido amniótico e do embrião, pela ultra-sonografia bidimensional e tridimensional em gestantesnormais da 8ª a 11ª semana de gestação. Realizamos estudoprospectivo longitudinal em 25 fetos normais. Os critériosde inclusão foram gestações únicas, avaliação clínica e la-boratorial normal e os de exclusão, gestantes portadorasde patologias maternas e/ou próprias da gestação, comotambém as usuárias de fumo, álcool ou drogas. Todas aspacientes assinaram o termo de consentimento esclarecidopós-informado. Os exames foram realizados por dois obser-vadores que utilizaram aparelho ultra-songráfico modeloSA-9900 (MEDISON), transdutor endovaginal volumétrico,banda larga, de 5- 6,5 MHz, com 1200 de campo visual. Cadagestante foi avaliada na 8ª, 9ª, 10ª e 11ª semana de gesta-ção. O estudo bidimensional consistiu da determinação dasmedidas volumétricas por cálculo matemático baseado naforma do elipsóide, averiguando-se o volume do saco am-niótico total e do embrião. No estudo tridimensional o vo-

lume do líquido amniótico foi feito pela técnica VOCAL. Emambos o volume do líquido amniótico foi obtido da subtra-ção da medida do volume do saco amniótico pela medidavolumétrica do embrião. Os dados foram analisados pelaanálise de variância (ANOVA), correlação e análise de re-gressão. Em todas as análises foi utilizado como nível designificância p< 0,05. O volume do líquido amniótico (VLA)pela ultra-sonografia bidimensional aumentou de 5,45 cm3

para 39,52 cm3 da 8ª para a 11ª semana (ANOVA – p< 0,05).A correlação entre a idade gestacional e o volume do líqui-do amniótico foi forte e positiva (p< 0,001, r2 = 88,3%). Noestudo tridimensional o volume do líquido amniótico au-mentou de 5,75 cm3 para 42,96 cm3 da 8ª para a 11 semana(ANOVA – p< 0,05). A correlação entre a idade gestacio-nal e o volume do líquido amniótico foi forte e positiva(p< 0,001, r2 = 98,1%). Concluindo, o volume do líquidoamniótico e do embrião aumenta progressivamente da 8ªpara a 11ª semana de gestação tanto na avaliação bidimen-sional como na tridimensional. A estimativa do volume dolíquido amniótico na ultra-sonografia tridimensional é me-nor que a bidimensional na 9ª e 10ª semana gestacional emaior na 11ª semana de gestação. O volume do embrião émaior pela técnica tridimensional do que pela bidimensio-nal em todas as semanas gestacionais avaliadas.

QUANTIFICAÇÃO DOS VOLUMES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO E DO EMBRIÃO OBTIDOS PELAULTRA-SONOGRAFIA BIDIMENSIONAL E TRIDIMENSIONAL NO PRIMEIRO TRIMESTRE DAGESTAÇÃO

nal hormonal, não fumantes, com ciclos menstruais regula-res), grupo com TRH (15 mulheres de 45 a 60 anos,menopausadas há mais de 2 anos, usuárias de valerato deestradiol 1mg/norgestimato 90 mcg há no mínimo 6 meses)e grupo sem TRH (15 mulheres com idade de 45 a 60 anos,menopausadas há mais de 2 anos sem TRH há no mínimo 6meses). Todas as pacientes foram submetidas à avaliaçãootorrinolaringológica e videolaringoscopia para confirmara integridade da laringe. Posteriormente, avaliou-se a F0com a emissão das vogais “e” e “i” na altura de fala habi-tual da paciente. A F0 foi analisada através do programaDr.Speech 3.0®. Foi utilizado o teste ANOVA para compara-ção das médias de F0 entre os grupos. A média da idadedos grupos controle, com TRH e sem TRH foi respectiva-mente 30,3 anos, 54,5 anos e 56,5 anos. A média da F0 dosgrupos foram respectivamente: vogal “e”: 215,97 Hz; 206,21Hz e 200,71 Hz, e vogal “i”: 229,89 Hz; 221,79 Hz e 212,79 Hz.Os resultados mostraram uma tendência de agravamento

Janaína Mendes LaureanoOrientador: Dr. Gustavo Salata RomãoDissertação de Mestrado apresentada em 08/11/2005

São freqüentes as queixas entre as mulheres, parti-cularmente entre as cantoras, de que ocorrem alterações navoz após a menopausa. Há relatos na literatura de que afreqüência fundamental da voz da mulher se altera nestafase da vida. Como a prega vocal possui receptores para osesteróides sexuais, é possível que essas alterações sejamdecorrentes da deficiência estrogênica observada no cli-matério.

O presente trabalho teve como objetivo comparar afreqüência fundamental da voz (F0) de mulheres na pós-menopausa usuárias e não usuárias de terapia de reposi-ção hormonal (TRH) com mulheres no menacme.

Foram estudadas 45 pacientes: grupo-controle (15mulheres de 20 a 40 anos, não usuárias de anticoncepcio-

INFLUÊNCIA DOS ESTERÓIDES SEXUAIS SOBRE A VOZ FALADA EM MULHERES DOCLIMATÉRIO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luciano Silveira Pinheiro FilhoOrientador: Francisco Mauad FilhoTese de Doutorado apresentada em 25/11/2005.

Objetivo: Construir uma curva de crescimento para ovolume cardíaco e para os volumes pulmonares fetais, es-querdo e direito, por meio da ultra-sonografia tridimensio-nal ao longo da gestação normal.

Introdução: As doenças cardíacas e pulmonares nofeto mostram-se algumas vezes inicialmente como uma al-teração nos volumes destes órgãos. Estas alterações sãoanalisadas normalmente pela determinação dos perímetrostorácico e cardíaco. A ultra-sonografia tridimensional temse mostrado uma importante ferramenta para permitir queseja calculado o volume mais aproximado destes órgãos,podendo auxiliar na avaliação de suas alterações e quantoaos seus volumes.

Pacientes, Material e Métodos: Foram estudadaslongitudinalmente 30 pacientes com idade gestacional ini-cial de 20 semanas até a 36ª semana. Todas estas pacientespossuíam um exame realizado no primeiro trimestre para adeterminação mais aproximada da idade gestacional. Foram

obtidos ao final 1530 blocos tridimensionais torácicos pormeio da ecografia tridimensional. Estes blocos foram anali-sados pelos softwares 3D View e VOCALTM para a determi-nação dos volumes do coração e dos pulmões esquerdo edireito fetais.

Resultados: Foi possível representar os nossos da-dos sob a forma de curvas de crescimento dos órgãos cora-ção, pulmões esquerdo e direito. A média do volume cardíacoentre 20 e 36 semanas variou de 4,76cm3 a 58,24cm3. A médiado volume pulmonar esquerdo entre 20 e 36 semanas varioude 3,45cm3 a 36,80cm3. A média do volume pulmonar direitoentre 20 e 36 semanas variou de 4,55cm3 a 47,30cm3. Todasas curvas se mostraram de caráter ascendente e puderamser representadas por fórmulas polinomiais do sexto grau.

Conclusões: As curvas mostraram um crescimentoascendente com aceleração próxima da linear. Esta acelera-ção mostrou uma mais intensa a partir da 24ª semana até a34ª quando se nota uma mudança neste padrão, sugerindouma desaceleração. Embora a melhor representação tenhasido por meio de fórmulas polinomiais do sexto grau, todaspuderam igualmente ser por representadas por fórmulas li-neares.

da F0 em menopausadas, sendo a média do grupo com TRHmais próxima do grupo-controle que do grupo sem TRH.Entretanto não houve diferença estatisticamente significa-tiva na F0 da voz para as vogais “e” (p=0,2127) e “i”(p=0,193), comparando os três grupos entre si.

De acordo com esses resultados, parece não haverdiferença clinicamente relevante na F0 da voz falada entre

mulheres no menacme, menopausadas usuárias e nãousuárias de TRH. A tendência à diminuição de F0 nas paci-entes hipoestrogênicas sugere a possibilidade de que pe-quenas diferenças, decorrentes da influência hormonal so-bre a laringe, que não tenham sido detectadas neste estu-do, possam atingir maiores níveis de significância, quandoos grupos forem analisados para a voz cantada.

PADRÃO DE CRESCIMENTO DOS VOLUMES CARDÍACO E PULMONARES DE FETOS PORULTRA-SONOGRAFIA TRIDIMENSIONAL

gia de alta freqüência (CAF) veio contribuir para o trata-mento da LIE, substituindo práticas invasivas e onerosas.A população contaminada pelo HPV é composta por paci-entes imunocompetentes e imunodeprimidas, especialmen-te as infectadas pelo HIV, que poderão ter diferente respos-ta a esta cirurgia.

Objetivos: Avaliar a efetividade da CAF no trata-mento das LIEAG no colo uterino e a taxa de complicações

Patrícia Pereira dos Santos MelliOrientador: Prof. Dr. Geraldo DuarteDissertação de Mestrado apresentada em 20/12/2005

Introdução: Sabe-se que a elevada prevalência dainfecção pelo HPV na população sexualmente ativa, asso-cia-se ao desenvolvimento de lesões intra-epiteliais cervi-cais de alto grau e de baixo grau (LIEAG e LIABG). A cirur-

TRATAMENTO DAS LESÕES INTRA-EPITELIAIS CERVICAIS DE ALTO GRAU COM CIRUR-GIA DE ALTA FREQÜÊNCIA EM MULHERES PORTADORAS OU NÃO DO VÍRUS DA IMUNO-DEFICIÊNCIA HUMANA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Lizandra Guidi MagalhãesOrientador: Prof. Dr. Vanderlei RodriguesDissertação de Mestrado apresentada em 12/08/2005

Vias de transdução de sinal podem desempenharum papel essencial para o desenvolvimento e a homeosta-se de Schistosoma mansoni. Entre as diversas vias de sina-lização, a via mediada pelo receptor Notch se destaca porser crítico na diferenciação celular em muitos organismos.Alguns dos componentes dessa via, como o receptor Notch,a protease Presenilina e a enzima ubiquitina ligase Supres-sor de Deltex, desempenham papéis fundamentais durantea ativação e a regulação da via Notch. O presente trabalhoreconstituiu in silico essa via de sinalização e analisou operfil de expressão dos referidos genes durante o ciclo devida do parasita S. mansoni.

A reconstituição in silico demonstrou a presençade transcritos dos principais componentes da via Notch.Através da técnica de RT-PCR foi possível demonstrar queNotch é expresso em baixíssimos níveis durante o estágiode cercária, entretanto, Presenilina e Supressor de Deltexsão expressos nos principais estágios evolutivos desteparasita. A análise dos fragmentos amplificados a partir doDNA genômico mostrou a ausência de íntrons nas regiõesflanqueadas pelos oligonucleotídeos específicos.

Esta caracterização inicial constituiu uma aborda-gem pioneira no estudo dessa via em S. mansoni. Destaforma, as análises subseqüentes de caráter estrutural e fun-cional poderão ser empregadas para a elucidação dos me-canismos pelo qual a via Notch coopera para garantir tantoa diferenciação como o desenvolvimento deste parasita.

tardias dessa modalidade terapêutica em pacientes porta-doras ou não do HIV e avaliar se a infecção HIV favorece apersistência de LIEAG após a CAF.

Pacientes e Métodos: Estudo observacional pros-pectivo longitudinal onde foram selecionadas 97 pacientesportadoras de LIEAG e tratadas com CAF divididas em doisgrupos: 38 pacientes portadoras do HIV e 59 não infecta-das por esse vírus, todas atendidas em Hospital Universi-tário de referência terciária. As pacientes foram submetidasa CAF e reavaliadas com coleta de colpocitologia e colpos-copia com três, seis, nove e 12 meses após o procedimento.As taxas de efetividade da CAF consideraram a evoluçãoda doença cervical ao longo do seguimento desses doisgrupos de pacientes por um ano.

Resultados: Após o seguimento de 12 meses foramobservadas situações de cura (citologia e colposcopia nor-mais), melhora (citologia e/ou com colposcopia com sinaisde infecção HPV ou LIEBG) ou de piora da LIEAG inicial(lesão microinvasora/invasora). Sendo assim, foram obti-dos para as pacientes portadoras do HIV: 55,2% de cura;34,3% de melhora e nenhum caso de piora após o tratamen-to inicial. Para as pacientes não portadoras do HIV os re-sultados foram: 75,4% de cura; 14,1% de melhora e 1,7% depiora, indicando desfecho clínico mais favorável entre as

pacientes não portadoras do HIV (X2, p= 0,02). As taxas deestenose de canal cervical entre as pacientes portadorasdo HIV (13,5%) não foram estatisticamente diferentes da-quelas observadas entre as pacientes não portadoras doHIV (10,5%). A excisão completa da LIE que motivou a CAFocorreu em 69 (71,2%) pacientes. Entretanto, 21 (21,7%)mulheres tiveram excisão incompleta com margens da peçacirúrgica comprometida pela LIE. Dessas 21 pacientes queapresentaram margens da peça cirúrgica comprometidasapenas cinco tiveram necessidade de novo tratamento.Também foram submetidas a novo tratamento três das mu-lheres que tiveram margens cirúrgicas livres da peça excisadae uma paciente com a margem cirúrgica carbonizada.

Conclusões: Não foi encontrada diferença estatisti-camente significativa entre os dois grupos estudados emrelação ao número de complicações após a realização daCAF e também na necessidade de novo tratamento no casode mulheres portadoras do HIV. Entretanto, o desfecho clí-nico favorável (cura e melhora) para essa população estu-dada foi significativamente melhor para as pacientes nãoportadoras do HIV que para as infectadas por esse vírusapós um ano de seguimento pós-CAF. A recidiva da LIEAGé mais freqüente em pacientes com margens cirúrgicas com-prometidas, independente da presença da infecção pelo HIV.

IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ALGUNS COMPONENTES DA VIA DE SINALIZAÇÃOMEDIADA POR NOTCH EM SCHISTOSOMA MANSONI

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luiz Otávio de Oliveira GuideroliOrientador: Prof. Dr. Eduardo Antônio DonadiDissertação de Mestrado apresentada em 13/09/2005

O Fator de Necrose Tumoral (TNF) é uma potentecitocina pró-inflamatória altamente envolvida na patogeniada asma brônquica. O gene que codifica o TNF está localiza-do na região altamente polimórfica do Complexo Principalde Histocompatibilidade apresentando seis locus polimórfi-cos de microssatélites(TNFa-f). como os microssatélites têmsido associados com a magnitude da produção de citoci-nas, no presente estudo avaliamos a freqüência dos alelos ehaplótipos do TNFa-e em pacientes apresentando asma brôn-quica, estratificados de acordo com a gravidade da doença,ou seja, asma grave, moderada e leve. DNA do sangue peri-férico foi amplificado e hibridizado com iniciadores específi-cos. A tipificação dos microssatélites do TNF foi realizadade acordo com a mobilidade do DNA amplificado em géis depoliacrilamida. Análises estatísticas foram realizadas utili-zando-se os programas GENEPOP, GRAPHPADInStat3 eARLEQUIN. Considerando o grupo de pacientes como umtodo, o alelo TNFa2 estava associado com proteção, em-bora o TNFe2 estivesse associado com susceptibilidadepara a asma brônquica. Após estratificarmos os pacientes

de acordo com a gravidade da doença, o grupo de pacien-tes com a forma moderada da doença apresentava baixafreqüência do alelo TNFa4, que está associado com reduzi-da produção de TNF, enquanto pacientes com a forma gra-ve apresentavam freqüências aumentadas dos alelos doTNFa associados com baixa produçaõ de TNF (TNFa7) oufreqüência diminuída do alelo do TNFa associado comelevada produção da citocina (TNFa2). TNFb1 estava as-sociado com proteção, embora o alelo TNFb4 apresentavasusceptibilidade para o desenvolvimento das formas gra-ves da doença. Nenhuma associação foi obsevada entre osalelos do microsssatélite TNFc e asma. Os alelos TNFd2 eTNFd3 estavam associados com susceptibilidade para odesenvolvimento da asma grave, enquanto os alelos TNFd4e TNFd5 estavam associados com proteção contra o de-senvolvimento das formas grave e moderada, respectiva-mente. O alelo TNFe1 estava associado com proteção con-tra o desenvolvimento da asma grave. Concluindo, a asmagrave foi associada com alelos TNFa relacionados com baixaprodução de TNF e a asma leve com alelos relacionadoscom alta produção. Ainda, este estudo mostrou que alelosindividuais TNFa-e estavam associados com formas espe-cíficas de asma brônquica. Finalmente, este é o primeiroestudo avaliando os alelos dos microssatélites do TNF naasma brônquica.

cimento e/ou injúria oxidativa, com o intuito de manter aintegridade do microrganismo através de um processo de-nominado de biocristalização do DNA. A fração homólogaà Dps de S. enterica Typhimurium (J-Dps) mostrou afinida-de e especificidade de ligação à jacalina em ensaios lectino-enzimáticos, e essa interação foi inibida por alfa-metil-galactose, indicando que o domíminio de reconhecimentode carboidrato (CRD) esteja envolvido nesse processo.Análises de espectrometria de massa (ESI-MS) reforçarama idéia de que a fração purificada seja glicosilada e quecontenha manose como um dos constituintes de sua glicana.Além disso, a busca de um glicopeptídeo de digestãotripsínica de J-Dps, por “parent ion scanning”, revelou umíon m/z 841 que foi objeto de investigação, mas não produ-ziu resultados conclusivos. Ressalta-se que a glicosilaçãoem Dps nunca fora descrita anteriormente, e a descrição dapresença de cadeias glicídicas ligadas à Dps abre novasperspectivas ao estudo de glicoproteínas bacterianas.

Ebert Seixas HannaOrientador: Prof. Dr.Marcelo BrocchiTese de Doutorado apresentada em 03/10/2005

Microrganismos são comumente expostos a ambi-entes de carência nutricional, e desenvolveram um novosistema de resistência independente de energia, onde for-mam estruturas intracelulares muito organizadas, na qualmoléculas de DNA são seqüestradas e estruturalmenteprotegidas. Esse mecanismo foi bem caracterizado emEscherichia coli, que produz uma proteína ligante de DNAdenominada Dps (DNA binding protein from starved cells).Uma proteína de 18 kDa, purificada do antígeno bruto deS. enterica Typhimurium, com seqüenciamento parcial apre-sentando 100% de homologia com Dps, foi isolada e carac-terizada por sua habilidade de ligar-se à jacalina imobiliza-da. Dps é uma proteína presente em altas concentrações nocitosol de células bacterianas em fase estacionária de cres-

INTERAÇÃO JACALINA-DPS REVELA PROVÁVEL MECANISMO DE GLICOSILAÇÃOBACTERIANO

POLIMORFISMO DOS MICROSSATÉLITES DA REGIÃO DO FATOR DE NECROSE TUMORALEM PACIENTES COM ASMA BRÔNQUICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Fernanda de Freitas AnibalOrientadora: Profa. Dra. Lúcia Helena FaccioliTese de Doutorado apresentada em 16/11/2005

Dentre as doenças parasitárias que acometem prin-cipalmente as crianças, podemos destacar a Síndrome daLarva Migrans Visceral (SLMV) causada pelo Toxocaracanis, um dos helmintos mais freqüentes em cães. Uma dasprincipais conseqüências desta infecção é o aumentosistêmico de eosinófilos. Neste trabalho verificamos que épossível induzir SLMV em camundongos C57BL/6 e ca-mundongos 129. Além disso, ambas as linhagens de ca-mundongos apresentam aumento: sistêmico de eosinófilos,dos níveis de IL-8, TNF-α, IL-4 e IL-5 nos e de anticorposdo isotipo IgE, sendo IgG1 e IgG2a detectáveis somente no

soro. De forma inédita analisamos o papel dos leucotrienosdurante SLMV tanto pelo tratamento com MK-886 ouinfectando animais 5LO-KO, onde verificamos queleucotrienos são importantes para mobilizar a saída deeosinófilos e células mononucleares da medula óssea parao sangue e favorecer parcialmente a migração destas célu-las do sangue para o LBA; e que contribui para que ocorrainfiltrado inflamatório e lesão pulmonar em camundongosBALB/c, mas, não em C57BL/6, 129 e 5LO-KO. Demonstra-mos ainda que a IL-5 é produzida durante a SLMV e que éimportante para o recrutamento de eosinófilos e célulasmononucleares, e que esta citocina modula os níveis deIL-8, IL-10 e IgE nos animas infectados com T. canis. Nos-sos resultados sugerem que a IL-5 e leucotrienos contribu-em para as alterações imunopatológicas pulmonares pre-sentes na SLMV em camundongos.

CONTRIBUIÇÃO DA IL-5 E DE LEUCOTRIENOS NA EOSINOFILIA, NA LIBERAÇÃO DE CITOCI-NAS E NA PRODUÇÃO DE IMUNOGLOBULINAS DURANTE A SÍNDROME DA LARVA MIGRANSVISCERAL

se a produção de anticorpos monoclonais capazes de inici-almente inibir uma das atividades do veneno de B.jararacussu, a fosfolipásica, utilizando-se a biblioteca defragmentos de anticorpos humanos (scFv) “Griffin.1”, pro-duzida no Medical Research Council – MRC, Cambridge,Reino Unido. O protocolo adotado para a seleção dos fagos-anticorpos contra veneno bruto foi o de imobilização dasproteínas em imunotubo. Foram realizados quatro turnosde seleção e os fagos-anticorpos selecionados em cada umforam analisados por ELISA para a escolha do turno commaior título de anticorpos específicos para as proteínas. Oterceiro e o quarto turnos de seleção foram escolhidos paraa produção de fagos-anticorpos monoclonais em placas decultura de 96 poços. Como o ELISA monoclonal utilizandoas placas do quarto turno de seleção demonstrou que amaioria dos clones foi capaz de produzir fagos-anticorposcom especificidade para o veneno, estas placas foram es-colhidas para a realização dos ensaios de inibição dehemólise. Após a padronização de um método de quantifi-cação da atividade fosfolipásica in vitro compatível com asnecessidades deste trabalho, puderam-se identificar qua-tro clones capazes de inibir tal atividade. Os quatro clonesprodutores de fagos-anticorpos selecionados foram utili-zados para a produção de fragmentos solúveis de anticor-pos, porém, devido à ausência de marcadores que facilitas-

Mirela de Barros TamarozziOrientador: Prof. Dr. José Elpídio BarbosaDissertação de Mestrado apresentada em 07/12/2005

Envenenamentos por peçonhas de serpentes repre-sentam um sério problema de saúde pública, especialmentenos países tropicais, onde eles ainda causam altas taxas demorbidade e mortalidade. No Brasil, serpentes do gêneroBothrops são responsáveis por mais de 90% dos acidentesocorridos. O tratamento específico ainda utilizado para oscasos de envenenamento é a soroterapia, ou seja, a injeçãode quantidades empíricas de anticorpos, sendo uma parte(cerca de 20%) direcionada aos componentes do veneno.Embora a imunoterapia tenha provado a sua eficácia naredução da mortalidade e morbidade em casos de picadasde serpentes, ela é também responsável pelas reações alér-gicas agudas ou tardias, cuja incidência depende principal-mente da quantidade de anticorpos heterólogos injetadose da pureza do antiveneno. Os efeitos colaterais são princi-palmente causados pela sensibilização de alguns indivídu-os às proteínas de eqüinos. Algumas alternativas têm sidobuscadas para evitar esses inconvenientes do uso de so-ros heterólogos e uma delas é a produção de fragmentos deanticorpos humanos pela tecnologia de “phage display”para a produção de antivenenos. Neste trabalho, buscou-

EXPRESSÃO DE FRAGMENTOS DE ANTICORPOS HUMANOS RECOMBINANTES CAPAZESDE INIBIR AS ATIVIDADES FOSFOLIPÁSICA E MIOTÓXICA DO VENENO DE BOTHROPSJARARACUSSU

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Henrique Roberto de MacedoOrientador:Prof.Dr. José Geraldo SpecialiDissertação de Mestrado apresentada em 03/08/2005

As disfunções temporomandibulares (DTMs) po-dem ser definidas como um conjunto de sinais e sintomasenvolvendo os músculos mastigatórios, as articulaçõestemporomandibulares ou ambos. Informação anedotal su-gere a correlação entre migrânea e DTMs. A correlação en-tre DTM e migrânea crônica não foi estudada. Decidimosentão, verificar de forma controlada e prospectiva, a rela-ção entre DTMs, migrânea e migrânea crônica. Três gruposforam formados: 1 – Migrânea (n = 31); 2 – Migrânea Crôni-ca (n = 34); 3 – Controle (n = 28). Como controle, foram

selecionadas pessoas sem cefaléia nos últimos 6 meses. Osparticipantes dos três grupos foram pareados, de acordocom sexo e idade. A avaliação de DTM foi feita com umprotocolo específico para essas disfunções, para determi-nação do Índice de Helkimo (IH). Participantes com Migrâ-nea Crônica e Migrânea apresentaram escores no IH signi-ficativamente superiores aos obtidos no grupo controle (39vs. 29 vs. 22, p < 0.05). Adicionalmente, os escores do IH dogrupo Migrânea Crônica foram significativamente maioresque os do grupo Migrânea (p < 0,05). A intensidade doacometimento também foi maior em pacientes do grupo mi-grânea crônica (50% apresentavam DTM intensa), compa-rados com o grupo da migrânea (32%) e do controle (10%).Nossos resultados demonstram, que as DTMs estão asso-ciadas com as cefaléias refratárias.

sem a detecção destes anticorpos, a purificação dos scFvnão foi conseguida. Visando a obtenção de scFv puro, al-gumas resinas cromatográficas foram testadas e, ao final,não se conseguiu a purificação total do scFv, porém elimi-nou-se boa parte dos contaminantes presentes no meio.Depois de confirmada a capacidade de inibição da ativida-

de enzimática pelos anticorpos, resolveu-se verificar se aligação destes interferia em outras atividades induzidas peloveneno, como a miotóxica e a anticoagulante. Os clonesselecionados foram capazes de inibir a atividade miotóxicain vivo, porém não tiveram influência sobre a atividade an-ticoagulante.

NEUROLOGIA

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NA MIGRÂNEA EPISÓDICA E NA MIGRÂNEA CRÔNICA.UM ESTUDO CONTROLADO

e retrógrada nos dias subseqüentes. Há evidências de pro-gressão da perda neuronal e axonal na fase tardia após otrauma, observada principalmente pela evolução da atrofiacerebral, secundária a vários fatores, incluindo a apoptoseneuronal. Com o objetivo de testar a hipótese de que astécnicas quantitativas em ressonância magnética (RM) per-mitem identificar, de modo não invasivo, as variáveis bioló-gicas que estimam a perda neuronal e axonal no cérebrorelacionadas ao TCE moderado e grave e à lesão axonaldifusa, na fase tardia, foram avaliados 9 pacientes, sendo 5

Augusto Elias MamereOrientador: Prof. Dr. Antonio Carlos dos SantosDissertação de Mestrado apresentada em 05/08/2005

O traumatismo craniencefálico (TCE) fechado é, clas-sicamente, um modelo de lesão neuronal e axonal monofá-sica, onde a destruição do parênquima, incluindo neurô-nios e células gliais, ocorre principalmente no momento dotrauma, seguida pela degeneração Walleriana anterógrada

AVALIAÇÃO DO DANO NEURONAL E AXONAL TARDIO, SECUNDÁRIO AO TRAUMATISMOCRANIENCEFÁLICO MODERADO E GRAVE, POR TÉCNICAS QUANTITATIVAS EM RESSONÂN-CIA MAGNÉTICA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Lissandra Castellan BaldanOrientador: Dr. Norberto Cysne Coimbra Tese de Doutorado apresentada em 05/08/2005

O objetivo deste trabalho foi investigar se as cone-xões GABAérgicas estriado-nigro-tectais se estendem aosubstrato neural responsável pela organização dos com-portamentos defensivos e do medo no colículo inferior (CI)de ratos, determinando sua influência sobre a modulaçãode respostas defensivas eliciadas por estimulação elétricae química de aspectos caudais do teto mesencefálico. Tam-bém foi estudada a neuroanatomia funcional das conexõesestriado-nigro-coliculares.

O neurotraçamento retrógrado realizado com a mi-croinjeção de “fast blue” na substância negra, parte reticular(SNpr), mostrou células neuroniais e seus prolongamentoslocalizadas no caudado-putame, no globo pálido em suasporções medial e lateral e nos aspectos dorsais e ventraisdos núcleos subtalâmicos. Corpos celulares neuroniais efibras axônicas foram observadas no caudado-putame, apósas microinjeções do neurotraçador biodextran conjugada a“Texas red” na SNpr. Este procedimento permitiu-nos iden-tificar fibras positivas para biodextran nos núcleos corticaldorsal e central do colículo inferior, demonstrando assim aexistência da via estriado-nigro-tectal, a qual se destinatambém para sítios caudais do mesencéfalo dorsal.

Os efeitos da diminuição da atividade na via nigro-colicular foram estudados, através de lesões neuroquímicas,com ácido ibotênico, ou por meio de microinjeções demuscimol na SNpr. Os resultados obtidos após as lesõesneuroquímicas da SNpr mostraram um aumento das res-

postas defensivas (número de cruzamentos) eliciadas apósas microinjeções de bicuculina no colículo inferior. Os re-sultados observados após as microinjeções de muscimolna SNpr mostraram uma redução dos limiares do comporta-mento de defesa, evocados pela estimulação elétrica docolículo inferior, e causaram um claro aumento das respos-tas defensivas (expressas por corridas e rotações) elicia-das após as microinjeções de bicuculina no colículo inferi-or. Foi também observado um aumento no número de rota-ções entre o grupo que recebeu microinjeção de muscimolna SNpr comparado com aquele pré-tratado com salina fisi-ológica nessa mesma estrutura.

Os efeitos do aumento da atividade na via nigro-colicular foram investigados, através de microinjeções debicuculina na SNpr. Os resultados observados após as mi-croinjeções de bicuculina na SNpr mostraram um aumentodos limiares do comportamento de imobilidade defensiva ede fuga, assim como uma clara diminuição das respostasdefensivas (expressas por corridas e saltos) eliciadas apósas microinjeções de bicuculina no colículo inferior, tendohavido também uma redução do número de cruzamentos,saltos e rotações entre o grupo administrado com bicuculi-na na SNpr quando comparado com o grupo pré-tratadocom salina na SNpr.

Os resultados sugerem que a substância negra, par-te reticular, envia projeções inibitórias para o substratoneural envolvido com a organização dos comportamentosdefensivos no mesencéfalo dorsal e também sugerem umafunção adicional da substância negra, parte reticular, nocontrole das respostas defensivas organizadas pelas redesneurais do colículo inferior.

do sexo masculino e 4 do sexo feminino, com idades varian-do de 11 a 28 anos (média de 21,1 anos), que foram vítimasde TCE moderado ou grave (Escala de Coma de Glasgowmenor que 12 na admissão hospitalar após o TCE) e quetiveram boa recuperação. O tempo médio entre o trauma e oexame de ressonância magnética foi de 3,1 anos (± 0,5 anos).Foram utilizados os índices ventrículo-cerebrais bifrontal(IVCF) e bicaudado (IVCC), a medida do tempo de relaxaçãoT2, o índice de transferência de magnetização (MTR), ocoeficiente de difusão aparente (ADC) e a espectroscopiade prótons multi-voxel, com o cálculo dos índices metabó-licos N-acetilaspartato/creatina (NAA/Cre) e colina/creatina(Cho/Cre). Foram estudados a substância branca (SB) fron-tal e parietal bilateralmente, o joelho e o esplênio do corpocaloso (CC) e a substância cinzenta (SC). As médias dosvalores medidos foram comparadas às de um grupo contro-

le formado por 9 pessoas sadias, pareadas pela idade esexo. Observou-se aumento estatisticamente significativo(p ≤ 0,05) do IVCF e do IVCC nos pacientes, devido aoaumento ventricular secundário à atrofia subcortical; au-mento no tempo de relaxação T2 na SB e no CC, que refleteo aumento da concentração de água por provável perdaaxonal e gliose; aumento do ADC e redução do MTR na SBe no CC, que demonstram lesão das fibras axonaismielinizadas, e redução do índice NAA/Cre no CC, indican-do perda axonal. Não houve diferença estatisticamente sig-nificativa nas medidas realizadas na SC e nem no índiceCho/Cre (p › 0,05). Os resultados encontrados mostram queas técnicas quantitativas em RM foram capazes de detec-tar, de modo não invasivo, o dano neuronal e axonal nasubstância branca e no corpo caloso de cérebros huma-nos, secundário ao TCE moderado e grave.

ESTUDO NEUROMORFOLÓGICO E PSICOFISIOLÓGICO DA VIA INIBITÓRIA GABAérgicaESTRIADO-NIGRO-COLICULAR E DE SUA INFLUÊNCIA SOBRE O COMPORTAMENTO DEDEFESA ELICIADO POR ESTIMULAÇÃO DO COLÍCULO INFERIOR

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Paulo de Tarso T. GuimarãesOrientador: Prof. Dr. Geraldo SpecialiDissertação de Mestrado apresentada em 11/08/2005

Não encontramos na literatura consultada um exa-me fisíoterapêutico que possa ser rotineiramente realizadoem pacientes com cefaléia primária.

No presente estudo, decidiu-se avaliar as alteraçõesdo segmento crânio-cervical em cento e vinte participantes,agrupados em grupos de 30, selecionados em sua primeiraconsulta no Ambulatório de Cefaléias do Hospital das Clíni-cas, na cidade de Ribeirão Preto-SP. Os grupos foram diag-nosticados, segundo os critérios da International HeadacheSociety (IHS, 2004), e Silberstein, (1998); em Migrânea (M),Cefaléia do Tipo Tensional Crônica (CTTC), Migrânea Trans-formada (MT) e Grupo Controle (GC). Foi proposto um pro-tocolo de avaliação fisioterapêutica do segmento crânio-cervical, onde foram analisadas a presença de dor espontâ-nea, amplitude articular da coluna cervical, estruturas ósse-

ção de pequeno para idade gestacional (PIG) ou adequadopara idade gestacional (AIG).

Através de filmagem e posterior análise, foram iden-tificadas e catalogadas as variações nas posições duranteum minuto de exposição a estímulo, estando o lactente co-locado em decúbito ventral ou sentado.

No presente trabalho, os achados de ocorrência decategorias que não se repetiram em maior número no grupoAIG, sugere maior variabilidade no repertório desteslactentes. Juntamente com a análise qualitativa daquelascategorias exclusivas que se repetiram, apresentaram di-versificação, complexidade e padrão avançado neste gru-po. As categorias com transferência de peso foram exem-plos disto, não ocorrendo entre as categorias que se repe-tiram nos nascidos PIG.

Nesta amostra de lactentes, foi possível perceberque aos 7 meses de idade corrigida nascidos pré-termo sãocapazes de manter-se em determinada posição e ajustar-sea ela, em momentos que requerem atenção.

Conclui-se que houve diferenças na quantidade equalidade de ajustes posturais em situação atencional, se-gundo a relação peso/idade gestacional ao nascimento.Houve diferença quanto à relação peso/idade gestacional,sendo desfavorável para o grupo PIG. Não se observoudiferenças segundo o gênero. Não houve correlação entreas variáveis relacionadas aos ajustes posturais e o tempototal de atenção.

as (processo espinhoso e articular posterior de C2-C7, eprocesso mastóideo); estruturas nervosas (nervos occipitaismaior e menor, e supra-orbitário); estruturas musculares(trapézio, escaleno, esternocleidomastóideo, elevador daescápula, masseter, pterigóideo, occipital, suboccipital, tem-poral, frontal) e a abertura e presença de estalido da Articu-lação Temporomandibular (ATM).

Os grupos com cefaléias apresentaram perda daamplitude articular da coluna cervical, sensibilidade dolo-rosa aumentada nos pontos avaliados e alterações da Arti-culação Temporomandibular (ATM), em relação ao GrupoControle (GC) e quando comparados entre si, apresentaramas mesmas alterações, não importando o diagnóstico dostipos de cefaléias referenciadas nesse estudo.

Concluiu-se que a realização da avaliação fisiotera-pêutica específica e direcionada às estruturas cranianas epericranianas se faz necessária para a análise das caracte-rísticas individuais de cada paciente, contribuindo assimpara a complementação no diagnóstico e no tratamento dascefaléias primárias.

Sílvia Penedo LemeOrientadora: Profa. Dra. Carolina A. R. FunayamaDissertação de Mestrado apresentada em 03/10/05

A avaliação de movimentos espontâneos tem sidoconsiderada excelente recurso para o diagnóstico neuroló-gico. Ajustes posturais frente a situações estruturadas éobjeto de estudos no sentido de ampliar o conhecimentosobre características motoras de grupos específicos, comoos nascidos adequados ou pequenos para a idade gesta-cional, de termo ou pré-termo.

Esse conhecimento pode ajudar na detecção de pa-râmetros que possam correlacionar-se precocemente comprocessos como atenção, memória e outras funções corti-cais e auxiliar profissionais a detectar o que é patológicoem padrões de movimento, reconhecer anormalidades o maiscedo possível para intervir precocemente e auxiliar na redu-ção de seqüelas funcionais.

Na presente pesquisa, considerou-se importantecomparar características nos ajustes posturais durante aexposição a estímulo visual e auditivo, em crianças nasci-das pré-termo adequadas e pequenas para a idade gesta-cional simétricas, com 7 meses de idade corrigida, sem si-nais de alterações neurológicas, em situação de atenção.

Os objetivos desta pesquisa foram verificar algunsaspectos de quantidade e qualidade das categorias de ca-talogadas, comparar gênero feminino e masculino e condi-

ESTUDO SOBRE AJUSTES POSTURAIS DURANTE TESTE DE ATENÇÃO EM LACTENTESCOM 7 MESES DE IDADE NASCIDOS PRÉ-TERMO

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA CRANIO-CERVICAL EM PACIENTES COM CEFALÉIA PRIMÁRIA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Fabiana Penedo LemeOrientadora: Profa. Dra. Regina Maria França FernandesDissertação de Mestrado apresentada em 20/10/2005

Crises epilépticas são a manifestação mais freqüen-te de comprometimento encefálico no recém-nascido devi-do à maior excitabilidade cerebral nesta época da vida emcomparação com outras idades. Através do eletrencefalo-grama, as crises epilépticas podem ser melhor diagnostica-das, especialmente no recém-nascido, cujas manifestaçõesclínicas costumam ser sutis, com maior freqüência de criseseletrográficas sem manifestação clínica aparente. Devido àmaior propensão para crises epilépticas e seu alto risco dedesenvolvimento de encefalopatias primárias ou secundá-rias, o recém-nascido também apresenta maior chance demanifestar estado de mal epiléptico. Os objetivos deste tra-balho foram de estudar características diversas do estadode mal epiléptico neonatal, diagnosticado através de regis-tros poligráficos, em serviço terciário de referência, comvistas ao melhor conhecimento de aspectos relacionados àresposta ao tratamento, ao contexto clínico-etiológico eevolutivo, em conexão com características do traçadopoligráfico durante o estado de mal, em recém-nascidosatendidos no HCFMRP-USP.

Foram incluídos neste estudo os recém-nascidoscom diagnóstico de estado de mal epiléptico confirmadopor um ou mais registros poligráficos, no período de 01 dejaneiro de 2000 a 01 de janeiro de 2004. Dos 419 neonatossubmetidos a este exame no período, o estado de mal epi-léptico foi documentado em 42 (10,02%), sendo 20 nasci-dos pré-termo e 22 a termo. O Status Epilepticus (SE) ocor-reu em 13,18% (92 de 698) das poligrafias neonatais regis-tradas no período e a taxa de refratariedade ao tratamento

com fenobarbital e fenitoína foi de 66,6% (28 de 42 crian-ças), sendo usados midazolam em todos estes casos, dosquais 7 foram também resistentes a esta droga, necessitan-do de uso do thiopental.

As etiologias do estado de mal epiléptico foram:Encefalopatia Hipóxico Isquêmica (11), Hemorragia Peri-Intraventricular (7), Malformações do SNC (5), SíndromesGenéticas (7), Erros Inatos do Metabolismo (4), Meningi-tes (2), Infecção Congênita (1), Kernicterus (1) e uma mis-celânea de fatores em 4 crianças. Dois casos tiveram diag-nóstico eletroclínico de Síndrome de Ohtahara.

O primeiro registro de estado de mal foi feito emidade de termo para a maioria das crianças (30 termos e 11pré-termos), tendo sido diagnosticado status com base emsinais clínicos evidentes, em um neonato com intensa de-pressão cortical, devida a EHI grave. As descargas ictaispredominaram nas regiões do vértex e rolândicas em todasas faixas etárias.

O estado de mal epiléptico multifocal relacionou-secom maior chance de refratariedade às drogas de segundalinha do que o focal (p=0,02), não havendo influência daidade gestacional nem da idade pós-concepcional da crian-ça à época do primeiro exame da em relação a esta variável,bem como, em relação à evolução favorável ou desfavorá-vel, ou ao óbito. A idade gestacional mostrou tendência ase correlacionar com o óbito, com maior risco nos neonatosque nascem prematuramente, mesmo que o status tenha seinstalado já em idade pós-concepcional de termo (p=0,08).O óbito ocorreu em 20 das 42 crianças (40,4%) e em 5 das 7crianças que usaram thiopental (70,1%). O registro de umciclo vigília-sono durante o estado de mal epiléptico nãoteve influência na evolução favorável ou desfavorável apóso estado de mal (p=1,0).

STATUS EPILEPTICUS NO PERÍODO NEONATAL: ASPECTOS CLÍNICOS E TRATAMENTOASSOCIADOS À AVALIAÇÃO POLIGRÁFICA

rizada do ponto de vista clínico e de neuroimagem, em es-pecial nos pacientes com bom controle de crises, pouco seinvestigou a respeito do substrato histopatológico da atrofiahipocampal, bem como da possível influência das diferen-tes variáveis clínicas e do prognóstico pós-cirúrgico nospacientes com ELTMF farmacologicamente intratáveis.Neste estudo avaliamos aspectos clínicos e histológicosde uma série de pacientes cirúrgicos com ELTM associadaà esclerose hipocampal nas formas esporádica e familiar,

Luciana Patrízia Alves de Andrade-ValençaOrientador: Prof. Dr. João Pereira LeiteTese de Doutorado apresentada em 21/10/2005

Objetivo: A epilepsia do lobo temporal mesial famili-ar (ELTMF) é uma síndrome clínica heterogênea compostapor indivíduos com diferentes controles de crises epilépti-cas, e com presença de atrofia hipocampal em um percentualelevado dos casos. Apesar da ELTMF já estar bem caracte-

EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL MESIAL: ESTUDO CLÍNICO E HISTOPATOLÓGICO DASFORMAS FAMILIARES E ESPORÁDICAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Adriana Tonhão TribucciOrientadora: Profª Drª Carolina Araújo Rodrigues FunayamaDissertação de Mestrado apresentada em 30/11/2005

O estudo dos ajustes posturais associados a estí-mulos externos pode contribuir para novos instrumentosde avaliação para o diagnóstico precoce e avanços no tra-tamento de crianças com atraso no desenvolvimento. Nes-te sentido, o presente estudo tem por objetivo, catalogar eanalisar algumas categorias de mudanças de movimentodurante os ajustes posturais, em situação de atenção decrianças com 7 meses, e a relação entre tais categorias e otempo total de atenção visual, comparando: os grupos nas-cidos a termo e pré-termo com idade corrigida; os percentisda relação peso ao nascimento/idade gestacional (PN/IG).Para isso, foram incluídas 29 crianças, 7 nascidas a termo e22 pré-termo, com 31 a 39 semanas de idade gestacional epeso de 1060 a 3665 gramas ao nascimento, com ausênciade sinais de lesão neurológica, anormalidades sensoriaisou motoras e, com desenvolvimento postural esperado paraa idade, de acordo com a avaliação neurológica e físico-funcional. Foi realizada filmagem da criança, com 3 câmerasdigitais, durante um minuto de exposição de uma boneca

“Emília”, apresentada por um orifício em painel, com anima-ção, através de uma gravação falada, dirigida à criança. Amesma foi posicionada em decúbito ventral ou, no caso dedesconforto, sentada, em um colchonete a um metro dedistância do painel. Foram consideradas para estudo, apósanálise e catalogação das categorias: número total de posi-ções; posições com transferência de peso; número de ve-zes de mudanças do eixo, do apoio, decúbitos, movimentosda coluna cervical e tronco e o tempo total de atenção visu-al. Os resultados mostraram principalmente que, não hou-ve diferença significativa quanto as variáveis estudadas,entre os grupos nascidos a termo e pré-termo. No grupopré-termo com percentis PN/IG > 25, houve maior freqüên-cia no número de posições com transferência de peso e demudanças dos movimentos do tronco (p<0,05), em relaçãoas nascidas com percentil < 25. Considerando a amostratotal, houve correlação positiva significativa entre o núme-ro de posições com transferência de peso e tempo total deatenção visual (r= 0.39; p=0.04), e quanto maior o PercentilPN/IG, maior a freqüência do número de posições com trans-ferência de peso. A metodologia utilizada evidenciou dife-renças segundo a maturação, em algumas variáveis postu-rais, e permitiu sugerir a relação entre número de posiçõescom transferência de peso e a persistência da atenção.

objetivando definir a influência do componente genéticosobre as variáveis clínicas e histológicas.

Pacientes e métodos: Os pacientes, ELTM esporá-dica (n = 39) e ELTMF (n = 20), foram selecionados doambulatório de epilepsia de difícil controle do Hospital dasClínicas-Universidade de São Paulo-Ribeirão Preto, e avali-ados com protocolo específico para epilepsia do lobo tem-poral. Definiu-se ELTMF quando dois ou mais indivíduosparentes de primeiro ou segundo graus preenchiam critéri-os para ELTM. As amostras teciduais dos hipocampos fo-ram processadas pela técnica de Nissl/HE e neo-Timm. Osdois grupos foram comparados em relação às variáveis clí-nicas e histopatológicas qualitativas e quantitativas (den-sidade celular em diferentes regiões do hipocampo e inten-sidade da reorganização sináptica das fibras musgosas).

Resultados: Não houve diferença significativa en-tre os grupos de pacientes com ELTMF e ELTM esporádicanos seguintes parâmetros clínicos: idade no momento dainclusão no estudo, sexo, presença e tipo de injúria precipi-tante inicial (IPI), idade da IPI, idade da primeira crise usual,período latente, tempo de doença, padrão eletrográficointerictal e ictal no vídeo-EEG, avaliação qualitativa da RMno que se refere à presença de atrofia ou aumento de sinal

hipocampal, tempo de acompanhamento pós-cirúrgico, eprognóstico pós-lobectomia temporal. Não observamostambém diferenças significativas na intensidade da perdaneuronal nos diferentes subcampos (CA1, CA2, CA3, CA4),bem como também na camada polimórfica do hilo, fásciadenteada, prossubiculum e subiculum. Entretanto, detec-tamos uma maior intensidade na marcação do Timm nosterminais sinápticos da camada molecular interna do grupode pacientes com ELTM esporádica em relação ao grupocom ELTMF (p < 0,05).

Conclusão: A despeito da diferença na intensidadeda reorganização sináptica na camada molecular internaentre os pacientes com ELTMF e ELTM esporádica obser-vamos um perfil clínico, bem como histológico, bastantesemelhante entre os dois grupos, inclusive uma boa res-posta ao tratamento cirúrgico. Provavelmente os pacientescom as formas familiares respondem de forma diferente àsalterações plásticas induzidas por perda celular, desnerva-ção neuronal e possivelmente por crises epilépticas. Poroutro lado, a intensidade da reorganização sináptica na ca-mada molecular interna parece não exercer influências quepossam modificar a história natural dos pacientes comELTM farmacorresistentes.

ESTUDO DE CATEGORIAS DE MUDANÇAS DE MOVIMENTO DURANTE OS AJUSTES POS-TURAIS EM LACTENTES AOS 7 MESES DE IDADE EM SITUAÇÃO DE ATENÇÃO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Tatiana Tocchini FelippottiOrientador: Prof. Dr. Norberto Cysne CoimbraDissertação de Mestrado apresentada em 09/12/2005

A antinocicepção é descrita como redução na capa-cidade de perceber a dor, sendo importante componentepara o organismo, quando este está envolvido em situa-ções de emergência. Muitos neurotransmissores e seusreceptores estão envolvidos nas diversas formas de anal-gesia, como por exemplo, monoaminas, acetilcolina e opiói-des endógenos. A analgesia pós-ictal é uma das muitasformas de antinocicepção em que o recrutamento de cadaum desses neurotransmissores é descrito.

Algumas evidências mostram o envolvimento deestruturas mesencefálicas em processos antinociceptivos(GEBHART & TOLEIKIS, 1978; COIMBRA e col., 1992;COIMBRA & BRANDÃO, 1997; CASTILHO e col., 1999) Ocolículo inferior é a estrutura mesencefálica responsávelpela origem e expressão de crises audiogênicas (MCCOWNe col, 1987). Estruturas como a substância cinzentaperiaquedutal, camadas profundas do colículo superior enúcleo central do colículo inferior, têm sido implicadas emprocessos convulsivos (DE PAULIS e col., 1990; CARDO-SO e col., 1994, MCCOWN e col., 1984). Recentes relatosdemonstraram que a estimulação dessas estruturas, em cujosubstrato neural há neurônios positivos para β-endorfina eleu-encefalina (EICHENBERGER e col., 2002; OSAKI e col.,2003) pode gerar processos antinociceptivos (CASTILHO

e col., 1999; GEBHART & TOLEIKIS, 1978), seja de nature-za opióide (NICHOLS e col., 1989), seja de naturezamonoaminérgica (COIMBRA e col., 1992; COIMBRA &BRANDÃO, 1997).

Neste trabalho, foi realizado o estudo periférico parainvestigar o envolvimento, mais especificamente, dos re-ceptores opióides µ1 na analgesia que segue as crises con-vulsivas evocadas pela administração de um antagonistade canais de Cl- ligados ao GABA, como é o caso do penti-lenotetrazol, administrado por via intraperitoneal, após opré-tratamento com o bloqueador opióide específico, onaloxonazine, administrado em diferentes doses. Assim tam-bém, estudou-se a participação do colículo inferior nesseprocesso de inibição de dor, mensurado pelo teste de reti-rada de cauda.

O pré-tratamento com naloxonazine, administradopor via intraperitoneal por tempo prolongado (24h), masnão agudamente (10 min), antagonizou a antinocicepçãoevocada por convulsões tônico-clônicas. Microinjeções denaloxonazine realizadas nos núcleos central, cortical exter-no e cortical dorsal do colículo inferior antagonizaram aanalgesia induzida por crises convulsivas tônico-clônicas,efeito que segue uma curva dose-resposta, bem como, cau-saram a redução do tempo do processo convulsivo induzi-do pelo bloqueio ionóforo de canais de cloro ligados aoGABA. Em vista disso, podemos sugerir o envolvimentode receptores µ1-opióides e das redes neurais do colículoinferior na elaboração da analgesia pós-ictal, e na modula-ção de crises convulsivas tônico-clônicas.

ENVOLVIMENTO DE RECEPTORES OPIÓIDES µ 1 E DAS REDES NEURAIS DO COLÍCULO INFE-RIOR NA ANALGESIA PÓS-ICTAL

núcleo central da amígdala (CeA) induz autolimpeza exa-cerbada, considerada um sintoma de TOC. Neste trabalho,nós estudamos os substratos neuroanatômicos e celularesdeste comportamento. Nossos dados sugerem uma ligaçãoentre o CeA e a “área hipotalâmica de grooming” (HGA). AHGA inclui parte do núcleo paraventricular do hipotálamoe a área hipotalâmica dorsal. Nossos dados mostrando co-localização de OT (imunofluorescência para peptídeo), re-ceptor para OT (ensaio de binding) e marcação de célulasretrogradamente depois da injeção de Fluoro-Gold no CeAsugerem que o CeA e conexões são substratos importantesnos circuitos subjacentes de comportamento normal e dequadro patológico tal como o TOC dependente de OT des-crito neste trabalho.

Simone Saldanha MarroniOrientador: Prof. Dr. Norberto Garcia-CairascoDissertação de Mestrado apresentada em 16/12/2005

Ocitocina (OT) é um nonapeptídeo neurosecretóriosintetizado nas células hipotalâmicas que se projetam paraa neurohipófise e para locais extensamente distribuídos nosistema nervoso central. As microinjeções centrais de OTinduzem uma variedade de comportamentos em animais noâmbito cognitivo, sexual, reprodutivo, de autolimpeza eafiliativo. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) in-clui uma escala dos sintomas cognitivos e comportamen-tais que tem alguma relação com dimensões de comporta-mento associadas com a OT. A administração de OT no

SUBSTRATOS NEUROANATÔMICOS E CELULARES DO COMPORTAMENTO DEAUTOLIMPEZA EXACERBADA (HYPERGROOMING) INDUZIDO PELA INJEÇÃO DEOCITOCINA NO NÚCLEO CENTRAL DA AMÍGDALA, UM MODELO EXPERIMENTAL DE TRANS-TORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Valéria BorelliOrientador: Prof. Dr. Norberto Cysne CoimbraDissertação de Mestrado apresentada em 21/11/2005

A Substância Negra, rica em neurônios GABAérgicos,recebe aferências também GABAérgicas provenientes docorpo estriado e se projeta para o mesencéfalo dorsal, mo-dulando o substrato neural do medo no colículo superior eSCPd. O objetivo deste trabalho consiste em investigar asinfluências das conexões GABAérgicas nigro-tectais sobreas respostas defensivas eliciadas por confronto entre presa( Rattus norvegicus) e predador (Crotalus durissusterrificus). A diminuição de atividade dessa via foi estudadaatravés da lesão neuroquímica da substância negra, partereticulada (SNpr), com ácido ibotênico. Os efeitos dessamanipulação farmacológica sobre a elaboração do compor-tamento de defesa foram avaliados pelo registro das diver-sas respostas comportamentais evocadas pelo confrontoaversivo entre roedor e serpente do gênero Crotalus. Tantoa lesão aguda como subaguda, unilaterais, de neurônioslocalizados na parte reticulada da substância negra causa-ram um aumento da eliciação de imobilidade defensiva, se-guida de ativação do sistema nervoso neurovegetativo, as-sim como uma diminuição no número de cruzamentos e donúmero e tempo de interação com a serpente. Esses acha-

dos refletem uma sensibilização de áreas que elaboram ocomportamento de defesa à presença de um predador natu-ral, provavelmente induzida pela diminuição de atividade davia GABAérgica nigro-tectal. Com efeito, após lesão neuro-tóxica da SNpr, os animais exploraram menos a arena, evi-tando claramente o predador, do qual mantinham uma dis-tância segura. Como o contato com a serpente diminuiu,provavelmente devido ao aumento do medo na presa, hou-ve uma diminuição no número de acionamento do chocalhoe no desferimento de botes ofensivos por parte do preda-dor. Nossos dados são uma clara evidência do envolvimen-to da SNpr na modulação das emoções, provavelmente atra-vés da via nigro-tectal GABAérgica, sugerindo a participa-ção da Substância Negra, parte reticulada, na regulação econtrole de algumas respostas emocionais, como as sensa-ções de medo, que propiciam a elaboração do comporta-mento de fuga.

Os presentes achados consistem na primeira evidên-cia de participação efetiva das vias GABAérgicas nigro-tectais sobre os estados emocionais elaborados no teto me-sencefálico em um modelo experimental de confronto entrepresa e predador. A técnica experimental empregada permiteanalisar claramente os comportamentos frente a situaçõesde risco iminente de vida, possibilitando, também, estabele-cer alguns aspectos da modulação do substrato neural res-ponsável pela organização de respostas emocionais.

ESTUDO DO EFEITO DA DIMINUIÇÃO DE ATIVIDADE DAS PROJEÇÕES NIGRO-TECTAISGABAérgicas SOBRE O COMPORTAMENTO DE DEFESA ELICIADO POR RATTUSNORVEGICUS (RODENTIA, MURIDAE) EM CONFRONTO AGRESSIVO COM CROTALUSDURISSUS TERRIJICUS (REPTILIA, VIPERIDAE )

T CD4+, carga viral e uso da terapia anti-retroviral de alta

potência (HAART); 2) verificar se a presença de subtiposHLA, descritos como associados à progressão rápida oulenta para a aids, influenciam na taxa de sobrevida dos pa-cientes com aids e retinite por citomegalovírus (RCMV) pré-via, e nos pacientes com aids que não desenvolveram RCMV;e 3) determinar se o subtipo HLA-B8, que apresentou umatendência a proteção para o desenvolvimento de RCMV(RODRIGUES, 2000), protegeu os pacientes com aids com

Márcia Abelin VargasOrientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes V. RodriguesDissertação de Mestrado apresentada em 05/08/2005

Objetivos: os principais objetivos deste estudo fo-ram: 1) avaliar as condições oftalmológicas de pacientescom Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids), so-breviventes de longa data, previamente avaliados por of-talmologista, e correlacioná-las com a contagem de células

OFTALMOLOGIA

CONDIÇÕES OFTALMOLÓGICAS E IMUNOGENÉTICAS DE PACIENTES COM SÍNDROMEDA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (AIDS) DE PROGRESSÃO LENTA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

fatores de risco para o desenvolvimento de RCMV.Método: estudo observacional de 42 pacientes com

aids, subdivididos em dois grupos: Grupo I – 8 pacientescom aids e RCMV prévia, Grupo II – 34 pacientes com aidssem RCMV. No momento atual, cada paciente foi submeti-do a um exame oftalmológico. Para avaliar a sobrevida, fo-ram incluídos pacientes falecidos com aids e RCMV (GrupoIII- 32 pacientes) e pacientes falecidos com aids sem RCMV(Grupo IV- 33 pacientes). Dados do estado imunológico edatas de óbitos foram obtidos pela análise dos prontuáriosmédicos. Foi realizada sorologia para o citomegalovírus(CMV) nos pacientes do Grupo II. Para a análise deantígenos e alelos de histocompatibilidade, de classes I(HLA-A e HLA-B) e II (HLA-DRB1* e HLA-DQB1*), foramutilizados os dados de pesquisa anterior, da qual os paci-entes desse estudo haviam participado e nos quais taisantígenos e alelos foram tipificados (RODRIGUES, 2000).Foram considerados fatores de risco para a RCMV a conta-gem de células T CD4

+ < 100 células/mm3 e o logaritmo dacarga viral > 3,60 (>4.000 cópias/mm3), independente douso da HAART e independente de já ter desenvolvidoRCMV em alguma época de sua vida. A análise estatísticafoi realizada através do cálculo de valores de probabilida-de, método de Kaplan-Meier e teste de Wilcoxon.

Resultados: a maioria dos pacientes apresentouacuidade visual (AV) no melhor olho entre logMAR 0.0(68,3%) e 0.1(26,2%). No Grupo I, 87,5% apresentaram AV ≥logMAR 0.1 em pelo menos um dos olhos. A prescriçãoóptica para longe beneficiou 57,6% dos pacientes do Gru-po II, mas nenhum dos pacientes do Grupo I. A presbiopiafoi corrigida em 27,3% do Grupo II e 12,5% no Grupo I. Nãoforam encontradas manifestações oculares atuais relacio-nadas a aids em nenhum dos grupos. As alteraçõesfundoscópicas encontradas em dez pacientes foramcicatriciais de retinite/retinocoroidite, sendo sete (16,7%)pacientes pertencentes ao Grupo I e três (7,1%) pacientespertencentes ao Grupo II. Todos os pacientes que realiza-

ram a sorologia para o CMV apresentaram positividadesorológica para o mesmo. A estimativa da função de sobre-vivência demonstrou que desenvolver RCMV diminui mui-to a taxa de sobrevida (p<,0001). A análise do uso da HAARTpelos pacientes com imunidade gravemente comprometidanão apresentou significância estatística. No que diz respei-to ao perfil HLA, foram encontradas diferenças estatistica-mente significativas para os antígenos HLA-A23, HLA-A30e HLA-A33, quando comparados o total dos sobreviven-tes com o total dos pacientes falecidos; para o antígenoHLA-A30, quando comparados os sobreviventes semRCMV e os pacientes falecidos sem RCMV; e ao se compa-rar os pacientes falecidos com RCMV e os falecidos semRCMV, houve significância estatística para os grupos dealelos HLA-DRB1*13, HLA-DQB1*02 e HLA-DQB1*06. Aanálise estatística do HLA-B8 demonstrou significância aose comparar os pacientes sobreviventes e os pacientes fa-lecidos, ambos com fatores de risco para o desenvolvimen-to da RCMV.

Conclusão: Somente quatro (9,5%) pacientes apre-sentaram piora das condições oftalmológicas por causasatribuíveis às seqüelas da RCMV. Dez (24,4%) pacientesapresentaram alteração visual decorrente do envelhecimen-to. Todos os outros pacientes estavam em boas condiçõesoftalmológicas e a maioria dos mesmos se encontrava emrecuperação imunológica, devido ao uso da HAART. A so-brevida foi maior nos pacientes com aids sem RCMV, de-monstrando que ter RCMV aumenta as chances de óbito(p<,0001). Os resultados não confirmam associação entremoléculas HLA e o tempo de sobrevida dos pacientes comaids. Os antígenos HLA-A23 e HLA-A33 tiveram uma ten-dência a proteger do óbito e o antígeno HLA-A30 apresen-tou uma tendência ao óbito, ao se comparar os pacientessobreviventes e os que faleceram. Ao se comparar os paci-entes com fatores de risco para o desenvolvimento da RCMV,o subtipo HLA-B8 apresentou uma tendência a proteçãocontra o óbito, mas não ao se comparar todos os grupos.

conectivos). Ao contrário da musculatura esquelética (ME),que é pós-mitótica, a MOE apresenta-se em contínua reno-vação celular, às custas das células satélites (CS), que, quan-do ativadas, expressam o MyoD1, marcador de diferencia-ção celular da linhagem miogênica. Sua expressão em MOEde humanos adultos, sob condições normais, ocorre numafreqüência de dois a quatro núcleos de CS para cada cemmiofibras examinadas. O aumento da força da MOE guardaalta relação com o aumento no número de CS ativadas. Va-riações na capacidade de proliferação/diferenciação das CS

Rosália Maria Simões Antunes FoschiniOrientador: Prof. Dr. Harley E. A. BicasTese de Doutorado apresentada em 19/08/2005

Alterações no número de células satélites em dife-renciação podem estar correlacionadas com as disfunçõesdo músculo oblíquo inferior comumente encontradas nospacientes com estrabismo. O estrabismo caracteriza-se pelodesequilíbrio entre as forças que mantêm o alinhamentoocular (musculatura ocular externa (MOE) e tecidos

ESTUDO DAS CÉLULAS SATÉLITES DE MÚSCULO OBLÍQUO INFERIOR DE PACIENTES COMHIPERFUNÇÃO DE MÚSCULO OBLÍQUO INFERIOR E DE PACIENTES SEM ESTRABISMO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Marcelo Guimarães Brandão do RêgoOrientador: Prof. Dr. Rodrigo JorgeTese de Doutorado apresentada em 19/08/2005

O objetivo do estudo foi avaliar o perfil de liberaçãointravítrea de dexametasona a partir de um sistema biode-gradável, em olhos de coelhos, além da ocorrência de pos-sível toxicidade retiniana que pudesse ser causada pelapresença da droga ou do polímero na cavidade vítrea.

Foram utilizados sessenta coelhos albinos machosno estudo. Os animais foram divididos em dois grupos. Ogrupo I era composto de 38 coelhos, que receberam implan-tes intravítreos no olho direito preparados com o co-polí-mero derivado dos ácidos lático e glicólico (PLGA) em pro-porções iguais (50:50) e contendo 1,0 mg de dexametasona.O grupo II (grupo controle) era formado por 22 animais nosquais foram colocados implantes também no olho direitocontendo apenas o PLGA, sem a droga. Para o estudo dedosagem de dexametasona pelo método enzyme linkedimmunosorbent assay (ELISA) foram empregados 48 coe-lhos, sendo escolhidos aleatoriamente 32 animais do grupoI e 16 do grupo II. Para o estudo de toxicidade, 12 coelhosforam utilizados, sendo escolhidos aleatoriamente seis decada grupo. Vinte e quatro horas antes da cirurgia e naoitava semana, os 6 coelhos do grupo I foram submetidos

ao eletrorretinograma. Após oito semanas, esses 12 ani-mais foram sacrificados e tiveram os olhos direitos proces-sados para análise histopatológica.

A concentração intravítrea de dexametasona obser-vada nos olhos dos animais do grupo I apresentou médiade 613,6 ng/ml na primeira semana de avaliação; nas sema-nas dois e três as médias foram de 308,6 ng/ml e 326,5 ng/ml, respectivamente. Na quarta semana a média encontradafoi de 856,1 ng/ml, e na quinta semana, 2172,3 ng/ml. Apósseis semanas da cirurgia para a colocação do implante amédia foi de 2589,3 ng/ml. Na sétima semana esse valor foide 2660,3 ng/ml e na oitava, de 2559,2 ng/ml. Não foramobservadas alterações morfológicas na retina dos animaisde ambos os grupos ao exame através de microscopia deluz e eletrônica, assim como sinais de toxicidade retinianano exame de eletrorretinograma. Um coelho evoluiu comendoftalmite e outro com descolamento de retina, ambosdo grupo I.

Os resultados mostraram que o implante biodegra-dável contendo dexametasona permitiu a liberação prolon-gada da droga para a cavidade vítrea em níveis terapêuti-cos, sem causar toxicidade. Estudos futuros poderão ga-rantir sua aplicabilidade clínica, como uma importante alter-nativa para o tratamento de diversas doenças vítreo-retinianas.

podem estar relacionadas com as disfunções muscularesocorridas no estrabismo, como as hiperfunções dos mús-culos oblíquos inferiores (MOI). Outros marcadores paraas CS incluem o PCNA, expresso em CS em proliferação e oc-met, marcador de CS ativadas, em proliferação ou em re-pouso. Este estudo teve como objetivos quantificar as CSativadas pela expressão do MyoD1 e as CS em proliferaçãopela dupla marcação pelo PCNA e pelo c-met em MOIhiperfuncionantes de pacientes estrábicos e em MOI depessoas sem estrabismo, além de investigar hipertrofia mus-cular. Os pacientes foram divididos em: 1. Grupo estrabis-mo (GE) – 26 pacientes submetidos a miectomia porhiperfunção do MOI); 2. Grupo controle (GC) – 10 globosoculares doados ao Banco de Olhos, de pessoas sem estra-bismo/doenças neuromusculares). Por estudo imuno-histoquímico em cortes transversais de MOI, as CS foramidentificadas por técnica de dupla marcação para o PCNA eo c-met e pela marcação para o MyoD1, sendo os resulta-dos expressos e porcentagem de núcleos marcados em re-lação ao número total de miofibras. Para a medida da áreaseccional e do perímetro das fibras, estudaram-se cortestransversais de fibras de MOI de 18 pacientes do GE e 7 doGC. Os GE e GC tiveram marcações medianas de, respecti-

vamente, 29,0 e 3,0% (p<0,0001) para o MyoD1 e de 30,0 e31,0% (p<0,05) para a expressão simultânea de PCNA e c-met. O número de fibras avaliadas por paciente e as médiasda área seccional e do perímetro foram, respectivamente,para o GE e GC, 305 (DP 91) e 280 (DP90) (p>0,05), 734 µm2

(DP 256 µm2) e 697 µm2 (DP 172 µm2) (p>0,05) e 98 µm (DP16µm) e 98 µm (DP 12µm) (p>0,05). A marcação aumentadadas CS pelo MyoD1 no GE (p<0,0001) em relação ao GCmostra que os MOI mantêm características de miofibrasimaturas, com um padrão de marcação pelo MyoD1 seme-lhante ao encontrado em Mede neonatos. Suas CS possi-velmente diferenciam-se numa taxa superior àquela encon-trada nos MOI do GC, o que poderia estar relacionado comuma heterogeneidade na população de CS. Embora no GEnão tenha sido encontrada hipertrofia (medida pela áreaseccional e perímetro) em relação ao GC, a hiperfunção dosMOI no GE pode estar relacionada com o aumento do nú-mero de CS ativadas, à semelhança do que ocorre com ahipertrofia da MOE experimentalmente induzida em coelhose com a ME hipertrófica de atletas. A dupla marcação peloPCNA e c-met não revelou diferenças significativas entreos grupos, sugerindo não haver correlação entre hiperfunçãodo MOI e proliferação das CS.

LIBERAÇÃO PROLONGADA DE DEXAMETASONA INTRAVÍTREA EM COELHOS ATRAVÉS DEUM SISTEMA BIODEGRADÁVEL

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Cristiane Santos BernardesOrientador: Prof. Dr. Sidney Júlio de Faria e SousaDissertação de Mestrado apresentada em 03/10/2005

Objetivo: Comparar com a microbiota ocular de am-bos os olhos na eventualidade de uma ceratite infecciosaunilateral não viral e identificar com que freqüência as úlce-ras corneanas são causadas pela flora ocular.

Métodos: Foram incluídos os pacientes que procu-raram atendimento oftalmológico no ambulatório do Hos-pital das Clínicas de Ribeirão Preto, com ceratite infecciosade etiologia bacteriana ou fúngica confirmada através deexame microbiológico, infecção corneana unilateral e nãousuário de lente de contato. Os pacientes foram submeti-dos a exame oftalmológico completo e colheita de materialda córnea infectada e da borda palpebral e conjuntival doolho sadio. Novas culturas de controle da borda palpebrale conjuntiva, de ambos os olhos, foram colhidas com inter-valos de 1, 3 e 6 meses após término do tratamento tópico.Utilizou-se o teste estatístico de McNemar para análise dasamostras.

Resultados: Foram incluídos 57 pacientes no estu-do. Quanto aos agentes etiológicos das ceratites, 80,7%dos casos foram causados por bactérias e 19,30% por fun-gos. As culturas da borda palpebral e conjuntival foram ana-lisadas nos meses 0, 1, 3 e 6 e não se encontrou diferençaestatisticamente significante entre os dois locais com rela-

ção aos germes isolados. Ao se comparar os resultados dasculturas da borda palpebral inferior de ambos os olhos, nosmeses 1, 3 e 6, não foi encontrada diferença estatisticamentesignificante entre elas, com relação aos germes isolados.Um mês após término do tratamento tópico evidenciou-seefeito residual do colírio sobre a flora conjuntival do olhotratado. Na borda palpebral este efeito não foi encontradoapós o mesmo período. Staphylococcus epidermidis foi abactéria mais freqüente na borda palpebral dos pacientesseguida, em ordem decrescente, por Staphylococcus au-reus e Streptococcus veridians. Fungos não foram isoladosnas culturas da flora palpebral. Fungos não foram isoladosnas culturas da flora palpebral. Em 22,80% dos casos foiisolado o mesmo germe na úlcera e na flora palpebral doolho adelfo e em 77,2% os resultados foram diferentes.

Conclusão: No olho normal as floras da bordapalpebral e da conjuntiva tendem a ser idênticas num mes-mo tempo de exame. Uma vez cessado o estímulo modifica-dor da flora da superfície de um olho, ela tende a se igualarà flora do olho adelfo. Uma vez cessado o estímulo modifi-cador da flora ocular, ela tende a se igualar à flora do olhoadelfo, mais rapidamente na borda palpebral do que naconjuntiva. No presente trabalho, cerca de ¼ das úlcerasforam presumivelmente causadas por microorganismos daprópria flora ocular. Para um intervalo de confiança de 95%,a expectativa de ceratites infectadas causadas por microor-ganismos da flora varia de 13 a 36%.

INVESTIGAÇÃO DA FLORA OCULAR EM PACIENTES COM CERATITE INFECCIOSA NÃOVIRAL ATENDIDOS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO PRETO, BRASIL

MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CORTE NA CONFECÇÃO DE LAMELACORNEANA PEDICULADA POR MICROCERÁTOMO EM LASER IN SITU CERATOMILEUSIS

mos, na confecção de lamelas corneanas pediculadas emLASIK.

Métodos: Realizou-se estudo clínico prospectivo naEye Clinic Day Hospital, São Paulo (SP), entre maio e julhode 2004, com população composta por 35 pacientes (70olhos) portadores de miopia com ou sem astigmatismo quese submeteram à cirurgia de LASIK. Para a avaliação daqualidade de corte dos microcerátomos foram constituídosdois grupos: grupo Hansatome (35 olhos) e grupo Masyk(35 olhos). Com o emprego de microscopia confocal, emcada grupo, foram avaliadas as seguintes variáveis: espes-sura do epitélio corneano, espessura total corneana, es-pessura efetiva da lamela pediculada corneana, espessuraefetiva do estroma residual corneano, profundidade e den-sidade de partículas na interface lamela-estroma corneano,presença, orientação e maior diâmetro de micro-estrias na

Gustavo Victor de Paula BaptistaOrientador: Prof. Dr. Sidney Júlio de Faria e SousaTese de Doutorado apresentada em 07/11/2005

Introdução: O laser in situ keratomileusis (LASIK)é atualmente a cirurgia refrativa mais realizada em todomundo para correção de miopia baixa e moderada, astigma-tismo e hipermetropia. O corte feito pelo microcerátomo naconfecção da lamela corneana pediculada é relevante parao resultado visual e pode induzir as mais comuns e maisgraves complicações do procedimento. A monitoração daqualidade de corte dos microcerátomos com o objetivo dese obter resultados melhores e mais seguros é imprescindí-vel quando o procedimento e as tecnologias envolvidasmudam continuamente. Esta pesquisa propõe uma metodo-logia de avaliação in vivo de desempenho de microceráto-

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Eduardo Soares Maia Vieira de SouzaOrientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes V. RodriguesTese de Doutorado apresentada em 09/12/2005

Objetivos: Analisar a variação da pressão intra-ocu-lar e da pressão de infusão durante as cirurgias de vitrecto-mia e facectomia (extracapsular, facofragmentação e facoe-mulsificação), em olhos de coelhos e determinar eventuaisalterações na retina de macacos-prego submetidos a varia-ções semelhantes da pressão intra-ocular.

Materiais e Métodos: Um polígrafo computadoriza-do registrou a pressão intra-ocular, através de uma cânulana câmara vítrea de coelhos submetidos a vitrectomia (25olhos), facectomia extracapsular (14 olhos), facofragmen-tação (14 olhos) e facoemulsificação (14 olhos). A pressãode infusão foi medida somente durante os procedimentosde vitrectomia e facofragmentação. Em 4 olhos de 4 maca-cos-pregos provocou-se variações controladas da pressão-intra-ocular, entre 0mmHg e 100mmHg, durante 40 minutos.Os olhos adelfos serviram de controle. Os animais foramsacrificados 22 dias depois e os olhos foram enucleadospara posterior análise bioquímica do vítreo (quantificaçãode proteínas totais e aminoácidos excitatórios) e histológi-ca da retina (contagem de células ganglionares e medida daespessura das camadas retinianas).

Resultados: Apesar de transitórios, foram constata-dos picos pressóricos acima de 100 mmHg, chegando aquase 200 mmHg. A facoemulsificação registrou a maiorvariação e, a facofragmentação, a menor. As pressões míni-mas, em todas as cirurgias, foram muito próximas de 0 mmHg.As etapas que provocaram os maiores picos pressóricosforam a esclerotomia e a introdução das ponteiras, durantea vitrectomia, e a abertura da córnea, lavagem da câmaraanterior, injeção de metilcelulose, hidrodissecção, amplia-ção da incisão e refazer a câmara anterior durante as faceto-mias. A pressão de infusão durante a vitrectomia e faco-fragmentação variou menos do que a pressão intra-ocular.A análise bioquímica do vítreo evidenciou um aumento sig-nificativo das proteínas totais nos olhos experimento emrelação aos olhos controle. A análise histológica não en-controu qualquer alteração significativa.

Conclusões: Podem ocorrer grandes variações dapressão durante a realização das cirurgias intra-oculares devitrectomia, facectomia extracapsular, facofragmentação efacoemulsificação, em coelhos. A pressão de infusão nãomostrou uma boa correlação com a pressão intra-ocular. Aanálise bioquímica e histológica da retina de macacos-pre-go submetidos à variação da pressão intra-ocular, segundoo modelo proposto, não constatou lesão permanente, so-mente um processo inflamatório reversível.

interface lamela-estroma corneano, pico de refletividade eíndice de opacificação corneana (IOC).

Resultados: 1) Não houve diferença entre os doisgrupos em relação a: sexo (p = 1,0), idade (p = 1,0), poderdióptrico dos meridianos mais plano (p = 0,81) e mais curvo(p = 0,98), poder corneano médio (p = 0,94), poder corneanocentral (p = 0,86), espessura central da córnea (p = 0,73),componentes refrativos esfera (p = 0,88), cilindro (p = 0,79)e equivalente esférico (p = 0,79) e acuidade visual LogMARcom a melhor correção (p = 0,72); 2) Não houve diferençasignificativa entre os grupos no pós-operatório quanto àespessura do epitélio (p = 0,72), espessura da lamelapediculada (p = 0,87), espessura do estroma residual (p =0,68), espessura total da córnea (p = 0,80), profundidade departículas (p = 0,61), densidade de partículas (p = 0,12),presença, orientação (p = 0,33; p = 0,53; p = 0,56) e maiordiâmetro de microestrias (p = 1,0), pico de refletividade (p =0,77), índice de opacificação corneana (p = 0,67), ablaçãototal (p = 0,79) e acuidade visual LogMAR com a melhor

correção (p = 0,75); 3) Não houve correlação nos dois gru-pos (p = 0,14 e p = 0,93) entre densidade de partículas eíndice de opacificação corneana, espessura total do centroda córnea e espessura efetiva da lamela (p = 0,09 e p = 0,78)e entre a espessura efetiva da lamela e o poder corneanomédio (p = 0,44 e p = 0,26); 4) Houve correlação (p = 0,02) nogrupo Hansatome entre o equivalente esférico e a espessu-ra efetiva média da lamela corneana. Não houve esta corre-lação (p = 0,77) no grupo Masyk; 5) No grupo Hansatomemais de 97% das lamelas corneanas apresentaram espessu-ra menor que a programada, enquanto no grupo Masykmais de 31% apresentaram espessura maior que a progra-mada.

Conclusão: O modelo de avaliação in vivo da quali-dade de corte de microcerátomos pela MC proposto e utili-zado neste estudo mostrou-se ser uma ferramenta útil naavaliação do corte de microcerátomos e poderá ser utiliza-do em controles de qualidade de cirurgias refrativas e nodesenvolvimento de novos métodos de ceratomileusis.

ESTUDO SOBRE A VARIAÇÃO DA PRESSÃO INTRA- OCULAR DURANTE CIRURGIAS OFTAL-MOLÓGICAS EM COELHOS E SEUS EFEITOS NA RETINA DE MACACOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Márcio MatsumotoOrientadora: Profa. Dra. Gabriela Rocha LaurettiDissertação de Mestrado apresentada em 08/08/2005

Introdução: As dores de origem lombar e cervical,classificadas como crônicas com componente neuropático,permanecem como uma das causas prevalentes e onerosasa qual atingem adultos jovens em idade produtiva, usual-mente de forma recorrente. O objetivo deste estudo foi ava-liar a eficácia analgésica da administração por via transdér-mica do fentanil, cetamina e clonidina, ou suas combina-ções, em pacientes portadores de dor crônica de origemneuropática.

Metodologia: 54 pacientes com história de dor crô-nica de origem cervical ou lombar com componenteneuropático, em uso de antiinflamatórios não-esteroidais,porém não satisfeitos com o resultado e não responsivosaos tratamentos convencionais, foram de forma aleatória eduplamente-encoberta, alocados a um dos grupos do estu-do prospectivo. Os grupos foram seis, com 9 pacientes emcada, denominados Grupos: Clonidina (Clo) (25 µg/g),Cetamina (Cet) (25 mg/24 horas), Fentanil (Fen) (25 µg/hora),Clonidina+Cetamina (Clo+Cet), Fentanil+Cetamina(Fen+Cet) e Fentanil+Clonidina (Fen+Clo). Valores da EAN

de dor e coletas sangüíneas para medidas da noradrenalinaplasmática foram realizadas às: 0 hora, 3 horas e 6 horasapós a aplicação transdérmica dos medicamentos.

Resultados: Todos os grupos avaliados apresenta-ram analgesia durante a sexta hora do estudo, mensuradaclinicamente através da Escala Numérica de Dor (10 cm)(p<0,05). Entretanto, apenas nos grupos que incluíramfentanil por via transdérmica foi correlacionado valores emdeclínio de noradrenalina plasmática a partir da sexta hora,quando era utilizado apenas o fentanil, e a partir da terceirahora quando foi associado clonidina ou cetamina ao fentanil(p<0,05 e p<0,02, respectivamente). O grupo que utilizou acombinação de clonidina e cetamina por via transdérmicanão resultou em analgesia superior à administração isoladados mesmos fármacos, sendo que as concentrações plas-máticas de noradrenalina mantiveram-se semelhantes du-rante o período de estudo neste grupo, e este mesmo grupoapresentou maior incidência de sedação (p<0,05).

Conclusões: Foi demonstrada clinicamente e atra-vés da mensuração plasmática da noradrenalina, que empacientes portadores de dor crônica não-neoplásica de ori-gem lombar ou cervical, a combinação de fentanil com clo-nidina ou com cetamina transdérmica representam alterna-tivas promissoras para o controle da dor crônica não res-ponsiva aos tratamentos convencionais.

ORTOPEDIA, TRAUMATOLOGIA E REABILITAÇÃO

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DO FENTANIL, CETAMINA E CLONIDINA PORVIA TRANSDÉRMICA NO CONTROLE DA DOR CRÔNICA NEUROPÁTICA

1 a 5µg de neostigmina). O grupo controle recebeu soluçãosalina como droga-teste e o grupo morfina recebeu somen-te morfina. O grupo morfina + 1µg de neostigmina recebeua dose fixa de morfina intratecal (100µg) mais 1µg de neos-tigmina. O seguinte grupo, morfina + 2,5µg de neostigmina,recebeu morfina espinhal e 2,5µg de neostigmina. Final-mente, o grupo da morfina + 5µg recebeu morfina espinhale 5µg de neostigmina. Os grupos foram demograficamentesimilares. A requisição da primeira dose de analgésico, emminutos, foi maior em todas as pacientes que receberammorfina intratecal associadas às doses de neostigmina(média de 6 horas) comparadas ao grupo controle (média

Raquel Alves de AlmeidaOrientadora: Profa. Dra. Gabriela Rocha LaurettiTese de Doutorado apresentada em 12/08/2005

Este estudo foi proposto para determinar se a com-binação de baixas doses de neostigmina intratecal (1 a 5µg)potencializaria a analgesia de uma dose fixa de morfinaintratecal. Sessenta pacientes submetidas à cirurgia gine-cológica foram distribuídas aleatoriamente em cinco gru-pos. As pacientes receberam 15 mg de bupivacaína mais2ml de droga-teste intratecal (salina 100µg de morfina ou de

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA MORFINA INTRATECAL ASSOCIADA ABAIXAS DOSES DE NEOSTIGMINA INTRATECAL NA DOR AGUDA PÓS- OPERATÓRIA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Orli José NériOrientador: Prof. Dr. Helton Luiz Aparecido DefinoDissertação de Mestrado apresentada em 13/09/2005

Foi realizado um estudo experimental com o objeti-vo de comparar a estabilidade biomecânica da fixação cer-vical anterior do segmento C2-C3 com parafusos e a fixaçãocom placa cervical. Foram utilizadas 80 colunas cervicaisde suínos, nas quais o segmento C2-C3 foi dissecado epreparado. Ambos os tipos de fixação foram avaliadosbiomecanicamente por meio de ensaios mecânicos de flexão,extensão, flexão lateral e torção, tendo sido formados oitogrupos experimentais com 10 espécimes cada um. Os parâ-metros utilizados para análise dos resultados foram a rigi-dez, a força necessária para uma deflexão (4,0mm) ou deslo-

da cirurgia: e as do grupo placebo, a uma falsa estimulação.Houve a padronização do cloridrato de bupivacaína (0,5%)como droga anestésica, associado ao fentanil (2 ml) para arealização das colecistectomias; e da medicação analgésicautilizada no pós-operatório: dipirona, prescrita de 6 em 6horas, e diclofenaco de sódio, como medicação de resgate.A intensidade de dor pós-operatória foi mensurada pelaEscala Numérica de Mensuração da Dor (END), em 8 mo-mentos (2½, 3½, 4½, 5½, 7, 8 e 16 horas após a indução dobloqueio anestésico, além de uma última verificação no mo-mento da alta hospitalar), e pelo Questionário de Dor McGill(MPQ), aplicado 16 horas após a indução do bloqueio anes-tésico. Outrossim, o grau de satisfação das pacientes com otratamento foi mensurado pela Escala de Satisfação do Paci-ente (ESP). Os dados foram analisados por meio de testesestatísticos descritivos, Teste de Mann-Whitney, Teste-tde Student para amostras não-pareadas e qui-quadrado, sen-do o nível de significância de 95%.

de 3 horas) (p<0,02). O grupo morfina (p<0,05) e os gruposque receberam a combinação de morfina e neostigminaintratecais (p<0,005) requisitaram menos analgésicos nasprimeiras 24 horas pós-operatórias comparados ao grupocontrole. A incidência de efeitos adversos foi similar entreos grupos (p>0,05). Sendo assim, adição de baixas doses

de neostigmina espinhal a 100µg de morfina intratecal du-plicou o tempo do primeiro resgate analgésico na popula-ção estudada e diminuiu o consumo de analgésico nas pri-meiras 24 horas, sem aumentar a incidência de efeitos ad-versos. Os dados sugerem que baixas doses podem melho-rar a analgesia da morfina intratecal.

FIXAÇÃO CERVICAL ANTERIOR C2-C3 COM PARAFUSOS: ESTUDO BIOMECÂNICOCOMPARATIVO

camento angular (6,5mm) específicos e o momento de forçado sistema formado pelo segmento C2-C3 e a fixação cor-respondente. Os resultados foram submetidos ao teste não-paramétrico de Mann-Whitney com nível de significânciaem cinco por cento. A fixação anterior do segmento C2-C3com parafusos proporcionam estabilidade, é de fácil aplica-bilidade, apresenta menor risco de lesão das estruturas ad-jacentes da coluna cervical superior, contornando as difi-culdades do acesso. Não foi observada diferença significa-tiva entre os tipos de fixação nos testes de flexão e torção.No entanto, nos ensaios de extensão foi observada maiorestabilidade do sistema de fixação com parafusos, quandocomparado com a fixação com placa cervical. Para flexãolateral, houve maior estabilidade do sistema de fixação como parafuso, na análise da carga necessária para deflexão de4,0mm e momento de flexão lateral.

Danilo Ribeiro GuerraOrientador: Prof. Dr. Luís Vicente GarciaDissertação de Mestrado apresentada em13/12/2005

Introdução. O uso da Estimulação Elétrica Transcutâ-nea do Nervo (TENS) vem sendo muito pesquisado em pós-operatórios, todavia os estudos não analisam se a TENS debaixa freqüência –– que estimula a liberação de opióides en-dógenos –– seria eficiente em promover analgesia preemptiva.

Objetivo. Analisar se essa modalidade de TENS,aplicada antes de colecistectomias por laparotomia, pode-ria proporcionar analgesia preemptiva.

Casuística e método. A pesquisa –– clínica, contro-lada, randomizada e duplamente encoberta –– foi realizadano Hospital São Domingos Sávio, e teve uma amostra de 50pacientes, todas do sexo feminino: grupo preemptivo (n =25) e placebo (n = 25). As pacientes do primeiro grupo foramsubmetidas à aplicação da TENS de baixa freqüência antes

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA DO NERVO: ANALGESIA PREEMPTIVA EM COLE-CISTECTOMIA POR LAPAROTOMIA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

João Paulo Chieregato MatheusOrientador: Prof. Dr. Antônio Carlos ShimanoDissertação de Mestrado apresentada em 14/12/2005

A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) é umimportante recurso utilizado na medicina esportiva paraacelerar processos de recuperação. O objetivo deste estu-do foi analisar os efeitos da EENM durante a imobilizaçãodo músculo gastrocnêmio, em posições de alongamento(LP) e encurtamento (SP). Para tanto, 60 ratas fêmeas jo-vens WISTAR foram distribuídas em seis grupos e acompa-nhadas durante 7 dias: controle (C), eletroestimuladas (EE),imobilizadas em encurtamento (ISP), imobilizadas em alon-gamento (ILP), imobilizadas em encurtamento e eletroesti-muladas (ISP+EE) e imobilizadas em alongamento e eletro-estimuladas (ILP+EE). Para a imobilização, o membro pos-terior direito foi envolvido por uma malha tubular e atadu-ras de algodão juntamente à atadura gessada. A EENM foiutilizada com uma freqüência de 50 Hz, 10 minutos por dia,totalizando 20 contrações em cada sessão. Após 7 dias osanimais foram submetidos à eutanásia e os músculos gas-

trocnêmios foram retirados para a realização do ensaio me-cânico de tração em uma máquina universal de ensaios(EMIC®). A partir dos gráficos carga versus alongamentoforam calculadas as seguintes propriedades mecânicas:alongamento no limite de proporcionalidade (ALP), cargano limite de proporcionalidade (CLP), alongamento no limi-te máximo (ALM), carga no limite máximo (CLM) e rigidez.As imobilizações SP e LP promoveram reduções significati-vas (p<0,05) nas propriedades de ALP, CLP, ALM e CLMsendo mais acentuada, principalmente, no grupo ISP. Quan-do utilizada a EENM, houve acréscimo significativo (p<0,05)destas propriedades somente no grupo ISP. Já, em relaçãoà rigidez, foi observada redução significativa (p<0,05) so-mente do grupo C para o grupo ISP. Quando utilizada aEENM, a rigidez do grupo ILP+EE foi significativamente(p<0,05) maior e mais próxima do grupo C que a do grupoISP+EE. Neste modelo experimental, a imobilização dos mús-culos em alongamento atrasou a queda das propriedades ea estimulação elétrica, contribuiu para a manutenção daspropriedades mecânicas durante o período de imobiliza-ção, principalmente no grupo ILP+EE.

EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR DURANTE A IMOBILIZAÇÃO NASPROPRIEDADES MECÂNICAS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

Cada grupo foi subdividido em três grupos, de acordo como período de irradiação ultrasônica; 3, 7 e 14 dias, e a cica-trização foi avaliada através de análise planimétrica. Au-mento significante (p<0,05) da área cicatrizada foi observa-do no Grupo 2 (141,88±18,50 mm2) em relação ao Grupo 1(117,38±15,14 mm2), no 14o dia. Não foram observadas dife-renças entre os grupos nos outros tempos experimentaisestudados. Concluiu-se que o ultra-som pulsado de baixaintensidade não apresenta efeitos deletérios e estimula mo-deradamente a cicatrização cutânea por segunda intençãoem condições experimentais, com potencial para aplicaçãoclínica em humanos. Ainda, a planimetria, como método deacompanhamento da evolução da lesão cutânea, mostrou-se adequada e eficaz.

Adriana da Silva FerreiraOrientador: Prof. Dr. Cláudio Henrique BarbieriDissertação de Mestrado apresentada em 21/12/2005

Foram avaliados os efeitos do ultra-som pulsado debaixa intensidade sobre a cicatrização de lesão cutânea pro-duzida na região dorsal de ratos. Utilizamos 60 ratos ma-chos (Wistar, peso médio de 300g) divididos em dois gru-pos de acordo com o tratamento, sendo: 1) irradiação simu-lada (controle); 2) irradiação efetiva (irradiado) Freqüênciafundamental de 1,5MHz, freqüência de repetição de pulsosde 1KHz, largura de pulso de 200 µs, intensidade de 30mW/cm2 (SATA), 10 minutos de aplicação em dias alternados).

EFEITOS DO ULTRA-SOM PULSADO DE BAIXA INTENSIDADE SOBRE A CICATRIZAÇÃOPOR SEGUNDA INTENÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS TOTAIS EM RATOS, MEDIANTEAVALIAÇÃO POR PLANIMETRIA

Resultados. A intensidade de dor, mensurada pelaEND, foi significativamente menor no grupo preemptivonas terceira e quarta coletas. Não houve diferença signifi-cativa quanto aos índices obtidos pelo MPQ, e nem quantoà satisfação das pacientes, o consumo de drogas analgési-

cas no pós-operatório e o tempo para o primeiro requeri-mento de diclofenaco de sódio.

Conclusão. A TENS de baixa freqüência proporcio-nou analgesia preemptiva após colecistectomia por laparo-tomia.

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Milton Malheiros da SilvaOrientador: Profa. Dra. Myriam Lima IsaacDissertação de Mestrado apresentada em 03/10/2005

Os Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Cere-bral (P.E.A.T.C.) foram registrados em um grupo estudo dedoze crianças, com idade de quatro anos a seis anos e onzemeses, história de otites médias de repetições no primeiro esegundo anos de vida e sem queixas auditivas, e em umgrupo similar de treze crianças sem história de otites. Ascrianças tinham audição normal no momento desta avalia-ção. Os P.E.A.T.C. foram realizados após análise dos pron-

danos superficiais dos espécimes foram observados atra-vés de microscópio eletrônico de varredura (MEV).

Resultados:A resina Z100® apresentou maior alte-ração de cor e brilho após a exposição ao calor do que aCHARISMA®. Pelos resultados, observou-se um padrãobifásico de alteração de cor e brilho das resinas compostasapós a exposição ao calor, inicialmente escurecendo e pos-teriormente clareando em relação a sua cor original. Os va-lores de ∆L* mostraram-se como melhor parâmetro instru-mental para a avaliação das alterações visuais observadasnas amostras de resina. Através da Microscopia Eletrônicade Varredura observou-se que a resina Z100 apresentoumenores danos superficiais pela ação do calor do que aresina Charisma.

Conclusões: Os resultados indicam que as altera-ções de cor e brilho observadas em ambas resinas compos-tas, assim como as alterações superficiais são úteis comoguia para análise odontoforense funcionando como indi-cadores confiáveis de temperatura e tempo de exposiçãode um corpo ao fogo.

OTORRINOLARINGOLOGIA

AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA DE CRIANÇAS COM ANTECEDENTES DE OTITES MÉDIAS NOSDOIS PRIMEIROS ANOS DE VIDA POR MEIO DE POTENCIAIS EVOCADOS AUDITIVOS DETRONCO CEREBRAL

tuários médicos no Hospital das Clínicas da Faculdade deMedicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo(H.C.F.M.R.P. -USP), história clínica, otoscopia, imitancio-metria e audiometria. Foram analisadas as latências absolu-tas das ondas I, III e V e os intervalos interpicos destasrespostas. O objetivo principal deste estudo foi compararos P.E.A.T.C. destes dois grupos. Os resultados mostraramque o grupo com história de otites médias nos dois primei-ros anos de vida apresentou significativo aumento da la-tência da onda I. Estes resultados indicam que a diferençaentre os grupos deve-se a alterações mais caudais nas viasauditivas, possivelmente causadas pelas otites médias noperíodo crítico do desenvolvimento.

Renata Bueno BrandãoOrientadora: Profa. Dra. Carmen Cinira Santos MartinDissertação de Mestrado apresentada em 01/07/2005

Objetivos: O objetivo deste estudo foi investigaralterações de cor, brilho e superfície em resinas compostasdentais submetidas a altas temperaturas por diferentes tem-pos de exposição para avaliação da aplicabilidade em aná-lises forenses.

Materiais e Método: Foram confeccionados espéci-mes (pastilhas) de dois tipos de resinas compostas (Z100®e Charisma®; n=8), que foram submetidos a um tratamentotérmico em forno especial para fundição à 200ºC, 400ºC,600ºC e 1000ºC por 15, 30 ou 45 minutos. As alterações decor (∆E*) e brilho (∆L*) foram obtidas através de espectro-fotômetro na escala de cor CIE L*a*b* pela comparaçãoentre as amostras submetidas ao calor e o grupo controlesem alterações térmicas. Os dados foram submetidos àAnálise de Variância (ANOVA) e Teste de Tukey para gru-pos amostrais de mesmo tamanho (p <0.05 e p< 0.01). Os

PATOLOGIA

ALTERAÇÕES DE COR, BRILHO E SUPERFÍCIE DE RESINAS COMPOSTAS FOTOPOLIMERI-ZÁVEIS DENTAIS SUBMETIDAS A ALTAS TEMPERATURAS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Daniel ChangOrientadora: Profa. Dra. Leandra Náira Zambelli RamalhoDissertação de Mestrado apresentada em 15/08/2005

A infecção pelo Schistosoma mansoni pode acarre-tar fibrose hepática. As células mesenquimais hepáticas(CMH) estão envolvidas na fibrogênese hepática. O pre-sente estudo teve por objetivo comparar as populações deCMH e suas atividades proliferativas na fibrose esquistos-somótica (FE) e na cirrose hepática induzida pelo vírus Cda hepatite (CH). As CMH foram avaliadas por dupla mar-cação imunoistoquímica para antígeno nuclear de prolife-ração celular (PCNA) e proteína ácida fibrilar glial (GFAP), epara PCNA e alfa-actina de músculo liso (α-SMA) embiópsias hepáticas com FE (n=40), CH (n=20) e fígado nor-mal (n=20). O número de CMH foi maior na esquistossomo-

sete (n=7) e quatorze dias (n=9), os animais foram sacrifica-dos e nas amostras hepáticas foi realizado o estudo porhibridização in situ cromatogênica (CISH) para a região srydo cromossomo Y (SRY), com dupla marcação imuno-histo-química para CK19, CD34 e Thy-1. Em ambos os períodosfoi possível identificar células marcadas pelo SRY, algumasjá com morfologia de hepatócitos e colangiócitos. Numero-sas células foram marcadas por CK19+; CD34+; Thy-1(-/+),possivelmente células ovais, porém sem expressão de SRY.Entretanto, parte da população de células CD34+ apresen-tava positividade para o SRY, mas não para CK19 e Thy-1(CD34+, SRY+; CK19- e Thy-1-), provavelmente eram célu-las de origem hematopoética. Assim, é possível que o fenô-meno da transdiferenciação de células hematopoéticas emtecido hepático, não ocorra através das células ovais, sen-do estes progenitores uma outra reserva de células capazde colonizar o fígado e diferenciar-se diretamente em hepa-tócitos e colangiócitos.

CÉLULAS ESTRELADAS HEPÁTICAS NA FIBROSE ESQUISTOSSOMÓTICA HUMANA:UM ESTUDO IMUNOISTOQUÍMICO COMPARATIVO COM A CIRROSE HEPÁTICA

se que no fígado normal, porém menor que na cirrose. Nacirrose, as células α-SMA predominaram em relação àsGFAP-positivas. Houve maior prevalência de células GFAPem relação às α-SMA-positivas na esquistossomose. O ín-dice de marcação pelo PCNA foi maior nas células α-SMAque nas GFAP-positivas, não havendo diferença entre FE eCH em relação à proporção de células α-SMA ou GFAP-positivas marcadas pelo PCNA. O GFAP tem sido conside-rado marcador de células estreladas hepáticas (CEH) nafibrose hepática humana. A predominância de células GFAP-positivas observada na esquistossomose sugere que asCEH possuem um papel fundamental na fibrogênese da es-quistossomose humana. O menor número de CMH na FEem relação à CH deve estar associada à resposta inflamató-ria menos acentuada induzida pelos ovos do S. mansoniem comparação com o processo necroinflamatório de inter-face desencadeado pela hepatite viral C.

Marissa Rabelo TarláOrientadora: Profa. Dra. Leandra Naira Zambelli RamalhoDissertação de Mestrado apresentada em 17/08/2005

Durante a regeneração hepática, a massa tecidualperdida pode ser restituída, principalmente devido à proli-feração hepatocitária. Todavia, as células ovais hepáticaspodem assumir o papel regenerativo dos hepatócitos quan-do estes estão impedidos de proliferar. Recentemente, foidemonstrado que células tronco hematopoéticas, enxerta-das em tecido hepático, podem contribuir como uma outrafonte de reserva nos processos de regeneração hepática. Oobjetivo do presente estudo foi avaliar a capacidade decolonização e transdiferenciação das células tronco hema-topoiéticas durante a regeneração hepática. Ratas fêmeasWistar foram submetidas a tratamento com 2- acetilamino-fluorene e hepatectomia parcial, seguida por infusão portalde medula óssea oriunda de ratos isogênicos machos. Após

COLONIZAÇÃO HEPÁTICA PELAS CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS

lorretal. Imuno-histoquímica com o p53, p16 e p63 foi reali-zada em 30 adenomas e 30 adenocarcinomas colorretais comdiferentes graus de diferenciação. Os casos p63-positivosforam submetidos a estudo de dupla marcação com citoce-ratina 5 (CK5). A expressão de p53 e p16 foi observada emalguns adenomas assim como em adenocarcinomas masnão houve relação com o grau de diferenciação. A expres-

Fabiana Pirani CarneiroOrientadora: Profa. Dra. Leandra Naira Zambelli RamalhoDissertação de Mestrado apresentada em 25/08/2005

O objetivo deste estudo foi determinar a relação daexpressão de p63 com o desenvolvimento da neoplasia co-

EXPRESSÃO DE P63 EM ADENOMAS E ADENOCARCINOMAS COLORRETAIS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Jussara de Sousa Ribeiro BettiniOrientador: Prof. Dr. Edson Garcia SoaresTese de doutorado apresentada em 31/08/2005

O Papiloma vírus humano (HPV) é conhecido comoagente etiológico do câncer de colo uterino. Há muitos anossabe-se que o genoma do HPV persiste em tumores malig-nos. Porém, pouco se sabe sobre os determinantes de riscoda infecção persistente do HPV. Estudos epidemiológicostem indicado que quando uma mulher é persistentementeinfectada por tipos oncogênicos de HPV, ela está mais sus-ceptível para desenvolver câncer cervical, do que se esti-vesse sendo infectada transitoriamente. O gene E7 dosHPVs de alto grau oncogênico, principalmente HPV16 e oHPV18, atuam diretamente sobre os genes que regulam ocrescimento celular, levando ao desenvolvimento de lesõesintraepiteliais escamosas (SIL - Squamous intraepithelialLesions), que podem evoluir para câncer cervical invasor.

A PCR em tempo real é um método de detecção mo-lecular, que utiliza-se de primers e sondas fluorogênicaspara determinar a presença ou ausência de uma seqüênciaespecifica de DNA ou RNA em amostras clínicas e industri-ais, usando termocicladores para amplificar essas seqüên-cias de ácidos nucléicos e medir a concentração dos mes-mos simultaneamente.

Foram coletadas sessenta amostras de esfregaçocérvico-vaginal, de mulheres infectadas pelo HPV, sem ecom LSIL ou HSIL ou câncer cervical invasivo e 10 amos-tras de mulheres sadias, sem lesões de colo uterino. Nósobservamos que nas amostras HPV16, a quantidade, emnúmero de cópias do gene E7, é bastante superior às quan-tidades deste mesmo gene nas amostras infectadas peloHPV18. Nessa análise também foram observadas diferen-ças significantes entre os grupos de amostras HPV18 semlesões de colo uterino e HPV18 com LSIL ou HSIL ou cân-cer cervical invasivo, com relação ao número de cópias dogene E7 que é maior no grupo com lesões.

são de p63 foi encontrada principalmente em adenocarci-nomas pouco diferenciados e nos adenomas vilosos. Osadenocarcinomas pouco diferenciados também exibiram co-expressão de p63 e CK5. Os dados deste estudo suportamachados prévios que sugerem possível papel do p63 naregulação da diferenciação e proliferação epitelial. E como

p63 e CK5 têm sido descritos como marcadores de célulasprecursoras em várias neoplasias, principalmente de ori-gem escamosa, é possível que a co-expressão destes mar-cadores observada no presente estudo possa estar relacio-nada com o fenômeno de diferenciação divergente duranteo desenvolvimento do câncer colorretal.

QUANTIFICAÇÃO ABSOLUTA DO GENE E7 POR PCR EM TEMPO REAL EM AMOSTRASCERVICAIS DE MULHERES INFECTADAS POR HPV

e alfa actina de músculo liso (α-SMA), respectivamente.Apesar de um maior número de PC não ter sido observadoem concordância com a atividade inflamatória, observou-se um importante aumento do número de plasmócitos noscasos de fibrose moderada e acentuada, o que não foi vistonos casos de fibrose leve. Nos pacientes com hepatite Ccronica, houve um acentuado aumento de células estrela-das hepáticas nos estadios mais avançados da doença,associado ao grau de fibrose. Este aumento foi associado aum maior número de plasmócitos. Porém, o aumento dograu de fibrose não esteve associado com as outras variá-veis como depósitos de ferro, presença de auto-anticorposou a um específico genótipo viral. A presença de plasmócitosna hepatite C crônica é um achado freqüente e está associ-ado à fibrose hepática.

Sugere-se assim que os PC podem estimular as CMH,as quais são responsáveis pela fibrogênese hepática, e as-sim contribuir na progressão para cirrose nos casos de he-patite crônica pelovírus C.

Luciana XimenesOrientadora: Profa. Dra. Leandra Naira Zambelli RamalhoDissertação de Mestrado apresentada em 13/12/2005

A hepatite C é uma doença inflamatória crônica dofígado que frequentemente resulta em cirrose. O presenteestudo objetivou determinar a relação entre plasmócitos(PC) e a gravidade da doença nos pacientes com hepatite C(HC), assim como a associação entre PC e células mesen-quimais hepáticas (CMH) na determinação da fibrose he-pática. Foram avaliadas oitenta biópsias hepáticas de paci-entes com hepatite C crônica com diferentes graus de infla-mação (atividade) e fibrose. Em todas as biópsias foramdeterminados: índice de atividade histológíca (HAI), graude fibrose e depósitos de ferro. A presença de auto-anticor-pos e o genótipo viral também foram pesquisados. O núme-ro de PC e de CMH foram avaliados pelo método deimunohistoquímica para os marcadores plasma cell marker

PLASMÓCITOS NA HEPATITE CRÔNICA PELO VÍRUS C: HÁ ASSOCIAÇÃO COM A GRAVI-DADE DA DOENÇA?

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Carla EnokiOrientadora: Profa. Dra. Wilma T. Anselmo LimaTese de Doutorado apresentada em 14/12/05

A expansão rápida da maxila é um procedimentoortodôntico com o propósito de corrigir atresia da maxila,que é uma displasia esquelética transversal, podendo estarassociada a problemas respiratórios. O objetivo deste tra-balho foi avaliar o efeito da expansão rápida da maxila so-bre a cavidade nasal através da rinometria acústica e rino-manometria computadorizada e determinar as alterações nopadrão morfológico da face, no plano transversal, horizon-tal e vertical analisado por meio das radiografias cefalomé-tricas frontal e lateral, após a expansão rápida da maxila.Foram selecionadas vinte e nove crianças com respiraçãobucal e ou mista, de ambos os gêneros, com idade variando

imunoistoquímica de Fator VIII e p57kip2; bem como aploidia através do método de CISH em cortes histológicos.A hiperplasia trofoblástica foi comum nas molas, sendo di-fusa nas MHC e focal nas MHP e nos AH. A hipoplasiatrofoblástica esteve presente nas três condições, da mes-ma forma que as pseudoinclusões trofoblásticas e as cis-ternas centrais, apesar de terem intensidades diferentes.Os vasos sangüíneos foram vistos somente na MHP e AH,confirmados pela IH para Fator VIII, porém não em todosos casos. Quanto à expressão de p57kip2, nenhum dos ca-sos de MHC apresentou acima de 50% de positividade, ooposto da MHP e AH. Com o método CISH, identificou-seque dos 20 casos de MHC e AH, 19 foram diplóides e ape-nas um caso, diagnosticado previamente como MHC, apre-sentou uma constituição genética triplóide, sendo reclassi-ficado como MHP. Dos 10 casos de MHP, 9 apresentaramum genótipo triplóide e um caso apresentou constituiçãodiplóide que, associado aos achados morfológicos eimunoistoquímicos, foi reclassificado como AH. Nosso es-tudo demonstrou que nenhum critério histológico isoladofoi suficiente para a distinção entre as três condições e queambas expressão de p57kip2 e técnica de CISH foram es-senciais na diferenciação entre as três condições, permitin-do a reclassificação de dois casos.

EFEITO DA EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA SOBRE AS DIMENSÕES DA CAVIDADE NASAL,RESISTÊNCIA AÉREA NASAL E MORFOLOGIA FACIAL

entre 07 e 10 anos, na fase da dentição mista, portadoras demordida cruzada posterior, uni ou bilateral, envolvendocaninos e molares decíduos e primeiros molares permanen-tes, sem qualquer tipo de tratamento otorrinolaringológicoou ortodôntico. Os exames rinológicos e documentaçõesortodônticas foram realizados em três tempos: antes, imedi-atamente e após 90 dias a expansão. Os resultados mostra-ram que não houve diferenças na área de secção transver-sa ao nível da válvula e concha nasal inferior, entretanto,houve diferenças estatisticamente significantes na resis-tência nasal que diminuiu após a expansão. Com relação àsmedidas ortodônticas, houve diferenças em determinadostempos da pesquisa para a altura facial anterior (N-Me) eposterior (AFP), inclinação do plano mandibular, larguraóssea nasal e maxilar, posição da maxila e inclinação deincisivos superiores.

Mariana Spigiorin MaggioriOrientador: Prof. Dr. Luiz César PeresDissertação de Mestrado apresentada em 16/12/2005

Dentre as perdas gestacionais do primeiro trimestreencontram-se três condições distintas, quer seja do pontode vista histo e patogenético, quer seja prognóstico, cujodiagnóstico diferencial é usualmente fácil, mas ocasional-mente podem causar muitas dificuldades. São elas as molashidatiformes, parcial e completa, e o aborto hidrópico. Asduas primeiras fazem parte da chamada Doença TrofoblásticaGestacional (DTG), enquanto a última é resultado da reten-ção placentária após a morte embrionária ou fetal. O objeti-vo do presente estudo foi identificar quais aspectos histo-patológicos, imunoistoquímicos e genéticos, representadopela Hibridação in situ Cromossômica (CISH), são adequa-dos para a distinção entre elas em casos de apresentaçãohistológica duvidosa. Foram selecionados 10 casos de cadauma das três condições dos arquivos do HCFMRP-USP,submetidos à análise histológica em que se avaliou a pre-sença ou ausência de hiperplasia trofoblástica, hipoplasiatrofoblástica, pseudoinclusão trofoblástica, cisterna cen-tral e vasos sangüíneos intravilositários; a expressão

DETERMINAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS, IMUNOISTOQUÍMICA E GENÉ-TICA NA DIFERENCIAÇÃO ENTRE MOLA HIDATIFORME COMPLETA, MOLA HIDATIFORMEPARCIAL E ABORTO HIDRÓPICO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Solange Aparecida Estevão CortezOrientador: Prof. Dr. Marco Antonio BarbieriTese de Doutorado apresentada em 05/08/2005

Justificativa: Efeitos negativos a saúde da criançatêm sido associados ao trabalho infantil. Entretanto, seusefeitos sobre o desenvolvimento humano ainda precisamser melhor avaliados em razão do pequeno número de estu-dos existentes da deficiência de controle de fatores socio-econômicos.

Objetivo: avaliar o efeito do trabalho infantil na esta-tura final e algumas características da escolaridade de jovensentre 22-25 anos pertencentes à coorte de nascidos vivosde parto único hospitalar de Ribeirão Preto, SP - 1978/79.

Métodos: O presente estudo incluiu 2063 jovens, per-tencentes a coorte inicial de 6827 nascidos vivos na cidadede Ribeirão Preto, Brasil (1978/79). Foram seguidos 30,2%dos homens e 33,5% das mulheres. O trabalho infantil foiclassificado de acordo com a idade de início do primeirotrabalho: < 14, 14-16 e 17+ anos. Determinantes da alturaforam considerados variáveis de confusão na análise, aonascer (restrição do crescimento intra-uterino – RCIU; com-primento ao nascer, idade materna, escolaridade materna,hábito de fumar na gravidez e ocupação do chefe de família)e na vida adulta (cor/etnia, número de irmãos e atividadefísica). Para as mulheres, idade da menarca também foi con-siderada. Análise de regressão linear múltipla estratificadapor sexo foi realizada após análise bivariada. As variáveisforam selecionadas para o modelo utilizando-se o procedi-mento passo a passo com seleção retrógrada das variáveis.Interações plausíveis foram testadas. Análise seqüencial dos

fatores associados à altura final também foi realizada, sepa-radamente por sexo.

Resultados: A altura média foi 176,0 cm (IC 95%175,6 – 176,4) para homens e 162,7 cm (IC 95% 162,3 - 163,0)para mulheres. Trabalho antes dos 14 anos de idade foiobservado em 20,4% dos homens e 12,4% das mulheres etrabalho entre 14 – 16 anos foi observado em 41,7 % doshomens e 36,7% das mulheres. Na análise bivariada o tra-balho infantil foi associado à mais baixa estatura final tantopara homens (p= 0.007) quanto para mulheres (p=0.004).No entanto, esta associação não se manteve após o con-trole pelos fatores de confusão. A análise seqüencial suge-re que tanto para os meninos como para as meninas asvariáveis sócio econômicas interferiram na associação dotrabalho infantil e altura final. Ter trabalhado na infânciaresultou em pior resultado escolar comparados com quemnão trabalhou na infância. Aqueles que iniciaram no traba-lho antes dos 14 anos e que não estudavam no momento dapesquisa, 62,3% pararam seus estudos no ensino médiosendo que 30,2% pararam de estudar antes de completar9 anos de estudo. Para quem iniciou o trabalho entre 14-17anos, 66% chegaram ao ensino médio e 16,4% tem escolari-dade acima de 12 anos.

Conclusão: Os resultados deste estudo não corro-boram com a hipótese de associação independente entretrabalho infantil e altura final. Este resultado se explica pelaação dos confundidores sociais. Observou-se também quenão ter trabalhado na infância propicia um melhor resulta-do escolar, sendo observado que 60,2 % dos que iniciaramatividade laborativa após 17 anos tem escolaridade alta (aci-ma de 12 anos).

SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O EFEITO DO TRABALHO INFANTIL NA ESTATURA FINAL DE ADULTOS JOVENS E CARACTE-RÍSTICAS DE SUA ESCOLARIDADE - ESTUDO DA COORTE DE NASCIDOS VIVOS ENTRE1978/79, NOS HOSPITAIS DE RIBEIRÃO PRETO, SP

IMUNIZAÇÃO GESTACIONAL COM A VACINA PNEUMOCÓCICA POLISSACARÍDICA EMMULHERES INFECTADAS COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA. SEGURANÇA,IMUNOGENICIDADE, TRANSFERÊNCIA PLACENTÁRIA E CINÉTICA DE ANTICORPOSCONTRA O STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE ATÉ 6 MESES DE IDADE

Volia de Carvalho AlmeidaOrientadora: Profa. Dra. Marisa Márcia Mussi PinhataTese de Doutorado apresentada em 10/08/2005

Introdução: Vacina Pneumocócica Polissacarídica(VPP) tem sido usada em mulheres saudáveis resultando

em maiores níveis de anticorpos em recém-nascidos, permi-tindo níveis protetores de anticorpos até 2 meses de idade.Crianças nascidas de mães portadoras do vírus da imuno-deficiência humana (HIV) podem ter risco aumentado dedoença pneumocócica mesmo se não infectados com HIV,considerando-se que estas crianças não são amamentadas

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

e são freqüentemente expostas a pessoas colonizadas ouinfectadas com pneumococo. Imunização durante a gesta-ção com VPP, assim como a transferência de anticorposcontra o pneumococo, não foi estudada em mulheres infec-tadas pelo HIV.

Objetivos: Avaliar a segurança e imunogenicidadeda VPP 23-valente em gestantes infectadas pelo HIV vaci-nadas durante o terceiro trimestre da gestação. Quantificaranticorpos pneumocócicos contra os sorotipos 1, 3, 5, 6B,9V e 14, do nascimento até 6 meses de idade em criançasnascidas de mães infectadas pelo HIV, e verificar a propor-ção de crianças com níveis protetores em diferentes idadescomparando aquelas cujas mães foram vacinadas com aque-las não vacinadas durante a gestação.

Métodos: Anticorpos anti-polissacarídicos capsula-res (PCP) sorotipo específicos 1, 3, 5, 6B, 9V e 14 cujas con-centrações foram aferidas por ELISA, foram analisados an-tes da vacinação com VPP e que ocorreu entre 32 e 34 sema-nas de gestação e no parto, em 44 gestantes infectadas peloHIV. Todas possuíam contagens CD4 ≥ 200céls/mm3, 97,7%eram assintomáticas e 97,8% receberam profilaxia antiretro-viral durante a gestação antes de serem imunizadas. Res-posta adequada foi definida como concentração de anticor-pos pós vacinais (PTV) ≥ 1.3 µg/ml ou > 4x níveis pré-vacinais(PRV). As crianças foram seguidas prospectivamente a par-tir do nascimento (0, 1, 2, 3 e 6 meses de idade). AnticorposIgG contra 6 sorotipos do pneumococo foram quantificadosem 44 crianças de mães VPP+ e 40 de mães VPP-.

Resultados: Reações locais leves foram encontra-das em 3/44 (6,8%) mulheres. Carga viral do HIV foi maisbaixa após vacinação do que antes (2,96 vs. 1,59 log), po-

rém, contagens de CD4 não variaram. Em geral, anticorposPRV > 1,3 µg/ml foram encontrados em 48 a 82% de 44 mu-lheres. Após vacinação, 36 (85,7%; 95% CI:67-91) respon-deram a pelo menos 4 de 6 PCP. Aumentos significantes daconcentração de anticorpos PTV foram encontrados paratodos os sorotipos, exceto o sorotipo 3. Em ambos os gru-pos VPP+ e VPP– houve uma queda progressiva de anticor-pos até 6 meses de idade. Em recém nascidos, VPP+ foimaior que VPP- apenas para sorotipos 6B (2,2 vs. 1,2 µg/ml),9V (1,2 vs. 0,8 µg/ml) e 14 (4,8 vs. 2,3 µg/ml). Com um mês,somente anticorpos contra sorotipo 14 mantiveram títulosmais elevados quando comparados VPP+ com VPP- (2,7 vs.1,3 µg/ml). A partir dessa idade, as concentrações foramsemelhantes para os dois grupos. A freqüência de criançascom níveis protetores contra os sorotipos estudados foramsemelhantes em ambos os grupos (recém-nascidos=37-70%;1m=29-57%; 2m=7-53%; 3m=9-37%; e 6m=9-23%). Com ex-ceção dos S6 e S14, limites inferiores aos protetores foramestimados a partir de 1 mês em 4 de 6 sorotipos, indepen-dente do grupo a que pertenciam.

Conclusões: A vacina 23-valente é segura em ges-tantes infectadas pelo HIV. Polissacarídeos capsulares 1, 5,6B, 9V e 14 foram imunogênicos enquanto o PCP 3 não.Diferentemente de crianças nascidas de mulheres saudá-veis vacinadas durante a gestação, crianças nascidas demães infectadas pelo HIV vacinadas durante a gestaçãonão possuem níveis protetores de anticorpos após 1 mêsde idade contra a maioria dos sorotipos estudados, excetoS14. Para avaliar se crianças expostas ao HIV irão se bene-ficiar pelo aumento dos níveis de anticorpos maternos, maisestudos serão necessários.

RDR (relative dose response), sendo o mesmo capaz dedetectar a deficiência de vitamina A ainda em níveissubclínicos. No momento da entrada da criança no estudoforam avaliadas as seguintes variáveis e sua relação com aDVA: peso e estatura, exame parasitológico de fezes, valo-res de hemoglobina, ferro sérico, capacidade latente de fi-xação do ferro, saturação da transferrina, proteína C-reativa,α1-glicoproteína ácida e zinco sérico. Foram realizadas en-trevistas com os responsáveis diretos das crianças a fim dese obterem informações sobre a presença de doençasdiarréicas e/ou febris, participação em estudo anterior dedosagem de vitamina A, grau de escolaridade dos pais, ren-da per capita da família e número de pessoas residentes nodomicílio. Não foram encontrados sujeitos com xeroftalmia,20,4% das crianças apresentaram DVA subclínica e nenhu-ma das variáveis analisadas foi considerada como fator derisco relacionado à DVA, tal resultado demonstra ser essedistúrbio também um problema de saúde pública nessa po-pulação.

Viviane Imaculada do Carmo CustódioOrientador: Prof.Dr. Julio César DaneluzziDissertação de Mestrado apresentada em 15/09/2005

A vitamina A é uma substância lipossolúvel obtidaatravés da dieta e sua deficiência é um sério problema desaúde pública em diversas regiões do globo, inclusive noBrasil, gerando aumento da morbimortalidade infantil, prin-cipalmente devido a infecções do trato respiratório e diges-tório em populações de risco (desnutridos, baixas taxas dealeitamento materno, baixo nível sócio-econômico etc). NoCentro Médico Social Comunitário de Vila Lobato, vincula-do à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universi-dade de São Paulo, nos últimos anos foram verificados al-tos índices de deficiência de vitamina A em lactentes e pré-escolares previamente hígidos. De forma a prosseguir a ve-rificação da situação dessa vitamina em crianças entre 5,5anos e 11 anos atendidas nessa unidade, foi pesquisada apresença de xeroftalmia e realizado o teste conhecido por

AVALIAÇÃO DA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A EM CRIANÇAS ATENDIDAS EM UMA UNIDADEDE SAÚDE

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Cristina CalixtoOrientador: Prof. Dr. Francisco Eulógio MartinezTese de Doutorado apresentada em 28/09/2005

Existem muitos pontos a serem esclarecidos quantoao perfil do cortisol salivar em recém-nascidos pré-termo.Não se encontra na literatura, por exemplo, o padrão daresposta do cortisol salivar após estímulo com ACTH.

O objetivo do presente estudo foi estabelecer o tem-po de resposta ao teste com ACTH por meio da dosagemseriada do cortisol salivar em recém-nascidos pré-termo naprimeira semana de vida. Como objetivos secundários pro-curou-se definir a variação da concentração salivar do cor-tisol a ser considerada como indicativo de resposta ao es-tímulo com ACTH e analisar as características dos recém-nascidos que respondem ou não ao estímulo com ACTHseguindo o critério de definição de resposta.

Foram estudados 49 recém-nascidos, com idade ges-

tacional entre 25 e 34 semanas, idade pós-natal entre 3 e 7dias de vida e clinicamente estáveis. Cada recém-nascidopré-termo foi submetido aos dois testes, aleatoriamente comACTH (3,5 µg/kg) e soro fisiológico, com intervalo de 24horas entre um teste e outro. A saliva foi coletada basal e30, 60, 90 e 120 minutos após o estímulo com ACTH ou SFpara a dosagem do cortisol.

Enquanto as concentrações salivares do cortisolpermaneceram sem diferença estatisticamente significativano teste controle, elas aumentaram progressivamente apóso estímulo com ACTH. A partir de 30 minutos a diferençaentre os grupos já atingiu significância estatística, mas adiferença foi mais significativa com 120 minutos. Tomando-se como definição de resposta ao ACTH aumento de 175 %da concentração basal com 120 minutos encontrou-se sen-sibilidade de 81% e especificidade de 91 %. Os recém-nas-cidos com concentrações mais altas de cortisol salivar ecom quadro clínico mais grave seriam os com maior possi-bilidade de não responderem ao estímulo com ACTH.

TESTE DE ESTÍMULO COM ACTH POR MEIO DA DOSAGEM DO CORTISOL SALIVAR EM RE-CÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO NA PRIMEIRA SEMANA DE VIDA

ção missense (L848P) em dois indivíduos da segunda famí-lia. As duas mutações encontradas nas famílias brasileirascom PHA1 estão localizadas na região do gene do MR quecodifica o domínio de ligação ao hormônio (LBD). RIEPE etal. (2004) descreveram previamente a mutação R947X, emheterozigose, no gene do MR em dois indivíduos de umafamília turca com a forma renal do PHA1. A mutação L848Pnão havia sido descrita previamente e é a única alteraçãodescrita no éxon 7 do gene do MR até o momento. Na análi-se de toda a região codificadora e regiões de transição íntron-éxon do gene do MR encontramos dois polimorfismos. Opolimorfismo I180V foi encontrado em heterozigose nos in-divíduos carreadores da mutação R947X, mas não nos in-divíduos não-carreadores, sugerindo segregação comum.O polimorfismo A241V foi encontrado em homozigose emtodos os indivíduos analisados nessa família, carreadores ounão da mutação. Nas duas famílias estudadas houve umavariação de apresentação fenotípica, seja em relação à apre-sentação clínica ou em relação à concentração de aldostero-na. Os polimorfismos no gene do MR não estão associadosa esta variação fenotípica nos indivíduos estudados.

Fábio Luiz Fernandes RosaOrientador: Prof .Dr. Sonir Roberto Rauber AntoniniDissertação de Mestrado apresentada em 12/12/2005

A forma renal do pseudohipoaldosteronismo tipo 1(PHA1) é uma doença genética rara, transmitida por padrãode herança autossômico dominante ou esporádico, caracte-rizada por perda urinária de sal no período neonatal, vômi-tos, desidratação e baixo ganho pôndero-estatural. Os paci-entes afetados apresentam hiponatremia, hipercalemia, au-mento da atividade de renina plasmática e concentraçõesmuito elevadas de aldosterona plasmática, secundários auma resistência renal à aldosterona. Mutações inativadorasdo gene do receptor do mineralocorticóide (MR) estão as-sociadas à forma renal do PHA1 em várias famílias afetadascujo padrão de herança é autossômico dominante bem comoem casos esporádicos. No presente trabalho estudamos ogene do MR em duas famílias brasileiras com indivíduosafetados por PHA1. Encontramos duas mutações emheterozigose no gene do MR, uma mutação nonsense(R947X) em três gerações de uma família e uma nova muta-

ESTUDO DO GENE DO RECEPTOR DO MINERALOCORTICÓIDE EM FAMÍLIAS BRASILEIRASCOM A FORMA RENAL DO PSEUDOHIPOALDOSTERONISMO TIPO 1

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Larissa Joana Exposto de Carvalho MatosOrientadora: Profa.Dra.Amábile Rodrigues Xavier MançoDissertação de Mestrado apresentada em 12/08/2005

O trabalho estudou o estado nutricional de umaamostra aleatória (n = 98) de idosos vivendo na zona urba-na do Distrito Bonfim Paulista e procurou identificar al-guns fatores relacionados ao risco de desnutrição. Os ido-sos selecionados foram avaliados quanto ao estado nutri-cional através da “ Mini Avaliação Nutricional” (MAN) eatravés do recordatório alimentar de 24 horas. Também foielaborado um questionário domiciliar especifico contendoquestões relacionadas à escolaridade, renda do idoso e dafamília, perfil multidimensional, impressão subjetiva de saú-de e de qualidade de vida, atividade de trabalho, moradia,doenças crônicas, atividade de vida diária e participaçãosocial. Procuramos, desta forma, identificar a prevalênciade desnutrição e risco de desnutrição na comunidade eidentificar fatores associados com a menor pontuação naMAN, ou seja, fatores que possam contribuir para um piorprognóstico nutricional. Participaram do trabalho 98 vo-luntários sendo 30 (30,6%) idosos do sexo masculino e 68(69,4%) do sexo feminino. Detectamos a prevalência de11,2% de idosos desnutridos, 37,7% de idosos sob risco dedesnutrição e 51,1% de bem nutridos de acordo com MAN.Após avaliação da normalidade, usamos testes nãoparamétricos (Kruskall-Wallis) quando estes três gruposforam comparados em relação às diferentes variáveis estu-dadas como idade, IMC, consumo energético, gasto ener-gético e variáveis neuropsiquiátricas. Observamos que a

MAN é um método viável e de fácil aplicabilidade em ido-sos vivendo em comunidades brasileiras e que nossos re-sultados foram semelhantes à maioria dos estudos que usa-ram a MAN como instrumento de investigação da preva-lência de “risco de desnutrição” na comunidade. Paralela-mente, acreditamos que a variável IMC não é um bomparâmetro para caracterização de desnutrição e que o esta-do de saúde mental do idoso contribui fortemente para oseu estado nutricional. Em relação ao consumo energéticopodemos dizer que, continua sendo uma das principais cau-sas de desnutrição na terceira idade e pode estar presentemesmo entre os idosos caracterizados como nutridos. Paraavaliação de associações de determinados fatores, discri-minados no questionário geral, com o estado nutricional,montamos tabelas 2X2 e usamos o teste exato de Fisher.Procuramos observar associações entre algumas variáveiscom dois grupos: o primeiro que tinha escore inferior a 23,5e outro que possuía escore superior a 24 na MAN acredi-tando que estes valores definem, respectivamente, um piore melhor estado nutricional. Desta forma foi possível ob-servar que fatores como o analfabetismo, baixa renda fami-liar, falta de participação social e em atividades de trabalhopossuem forte correlação com escores inferiores na MiniAvaliação Nutricional apesar de não fazerem parte do seuconteúdo. A auto avaliação do estado de saúde ou impres-são subjetiva de saúde possui forte correlação com a maiorou menor pontuação na MAN. Finalmente, apesar de nãoter havido correlação estatística, acreditamos que haja umatendência à maior prevalência de desnutrição em faixas etá-rias mais elevadas.

SAÚDE NA COMUNIDADE

RISCO DE DESNUTRIÇÃO EM IDOSOS NA COMUNIDADE

to das crianças em idade escolar, requerendo medidas queatuem com mecanismos de proteção, incluindo-se com tal osuporte psicopedagógico. Objetiva-se identificar indicado-res de proteção associados a um programa de suportepsicopedagógico oferecido na escola à crianças com difi-culdades escolares. Para tal desenvolveu-se um estudo de

Cynthia Barroso OkanoOrientadora: Profa. Dra. Sonia Regina LoureiroTese de Doutorado apresentada em 08/07/ 2005

As dificuldades escolares têm sido reconhecidascomo condições de vulnerabilidade para o desenvolvimen-

SAÚDE MENTAL

SEGUIMENTO DE CRIANÇAS ATENDIDAS EM UM PROGRAMA DE SUPORTE PSICOPEDAGÓ-GICO NA ESCOLA: AUTOCONCEITO E COMPORTAMENTO

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

seguimento prospectivo, de comparação de grupos consi-derando-se as variáveis pessoais das crianças relativas àmaturidade, ao comportamento e ao autoconceito, em doismomentos de avaliação. O primeiro momento, nos anos ini-ciais de escolarização fundamental, quando do atendimen-to em um programa de suporte psicopedagógico na escola,e o segundo momento, após aproximadamente dois a trêsanos dessa primeira avaliação. Foram estudadas 48 crian-ças de ambos os sexos, com nível intelectual pelo menosmédio (Raven), alunas do ensino fundamental, distribuídasem três grupos. O Grupo 1 (G1) foi composto por 16 crian-ças que apresentaram dificuldades escolares e receberamsuporte psicopedagógico na escola, quando freqüentavama 1ª ou 2ª série; o Grupo 2 (G2) foi composto por 16 criançasque apresentaram dificuldades escolares e não receberamqualquer suporte psicopedagógico, quando freqüentavama 1ª ou 2ª série do ensino regular; e o Grupo 3 (G3) foicomposto por 16 crianças, que não apresentaram dificulda-des escolares quando freqüentavam a 1ª ou 2ª série do en-sino fundamental. Nos dois momentos, as crianças foramavaliadas por meio do teste Desenho da Figura Humana –

DFH e da Escala Piers-Harris de Autoconceito e aplicou-secom as mães a Escala Comportamental Infantil A2 de Rutter,e um questionário com informações gerais. Os dados foramcodificados, quantificados conforme as recomendações téc-nicas, e tratados por procedimentos estatísticos, compa-rando-se o perfil dos grupos nos dois momentos (p<0,05).O grupo que freqüentou o suporte psicopedagógico (G1)apresentou, no segundo momento, melhoras significativasquanto ao comportamento e ao autoconceito, inclusive naárea status intelectual, ainda que permanecendo com indi-cadores de imaturidade. O G2 que freqüentou somente oensino regular permaneceu com as dificuldades comporta-mentais e não melhorou o autoconceito status intelectual.O G3, sem dificuldades escolares, permaneceu com indica-dores mais positivos quanto a maturidade e o autoconceito,sugerindo que o bom rendimento no início da escolarizaçãofoi um bom preditor de um desenvolvimento favorável.Considera-se que o suporte psicopedagógico, oferecidona escola, foi benéfico para as crianças com dificuldadesescolares no que diz respeito ao rendimento acadêmico e asocialização.

da Escala de Avaliação de Sintomas Positivos e Negativosda Esquizofrenia (PANSS), Inventário de Dominância deEdimburgo e Stroop Color Word Test (SCWT). Os partici-pantes foram também submetidos a medidas de condutânciaeletrodérmica e avaliações por espectroscopia de prótonpor ressonância magnética. Comparados aos controles, osesquizofrênicos apresentaram valores significativamentemenores nas razões de NAA/Cre+Cho na região dorsolateralpré-frontal direita e cíngulo bilateralmente. Confirmandodados anteriores, o grupo de esquizofrênicos eletrodermi-camente não responsivos apresentou significantemente maiserros no SCWT. Entretanto, os dois subgrupos de esquizo-frênicos, divididos segundo a responsividade eletrodérmica,não diferiram entre si na concentração de NAA, nas áreasestudadas. A variável “nível basal de condutância” identifi-cou claramente dois subgrupos de pacientes esquizofrêni-cos, um com nível comparável aos controles normais e outrocom baixo nível de condutância. Este subgrupo de esquizo-frênicos, com baixo nível de condutância eletrodérmica, apre-sentou diminuição dos níveis de NAA/Cre+Cho no cínguloesquerdo, que foi estatisticamente significante em compa-ração aos controles normais e ao outro subgrupo de pacien-tes esquizofrênicos. Estes resultados sugerem a existênciade um subgrupo de esquizofrênicos caracterizado pelos bai-xos níveis de condutância da pele e que apresentam umaredução significativa de NAA no cíngulo esquerdo.

Rafael Faria SanchesOrientador Prof. Dr. Antonio Waldo ZuardiTese de Doutorado apresentada em 29/07/2005

O diagnóstico atual da esquizofrenia, baseado emagrupamentos de sintomas, pode justificar muitos resulta-dos contraditórios encontrados nas pesquisas com pacien-tes esquizofrênicos. Uma das formas de diminuir esta difi-culdade seria a seleção de amostras mais homogêneas depacientes com esquizofrenia. A atividade eletrodérmica temsido considerada como uma variável eletrofisiológica capazde identificar subgrupos de esquizofrênicos. O presente tra-balho tem como objetivo verificar se subgrupos de pacien-tes com esquizofrenia, com diferentes características quan-to à condutância da pele, apresentam diferenças nas razõesde N-acetilaspartato/creatina+colina (NAA/Cre+Cho) naregião dorsolateral pré-frontal, cíngulo e lobo parietal. Parti-ciparam do estudo 37 pacientes, emparelhados com volun-tários saudáveis em relação ao sexo, idade, nível sócio-eco-nômico pessoal e dos pais, escolaridade e dominância ma-nual. Todos os pacientes estavam em uso de antipsicóticose tiveram seu diagnóstico de esquizofrenia confirmado pormeio da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID).Os sujeitos foram avaliados individualmente, por meio deentrevista clínica e dos seguintes instrumentos: Escala deAvaliação Psiquiátrica Breve (BPRS), Subescala Negativa

ESPECTROSCOPIA DE PRÓTON POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM PACIENTES ESQUIZO-FRÊNICOS: CORRELAÇÕES COM RESPONSIVIDADE ELETRODÉRMICA E DÉFICITS NA ATEN-ÇÃO SELETIVA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Ludmila Palucci PuntelOrientadora: Profa Dra. Edna Maria MarturanoDissertação de Mestrado apresentada em 16/09/2005

A literatura evidencia associações entre problemasde comportamento, dificuldades de aprendizagem e a pre-sença de eventos de vida adversos como condições de ris-co para distúrbios psiquiátricos em crianças e adolescen-tes. E as crianças na fase escolar, por sua vez, representam amaior parte da demanda por atendimento psicológico narede pública de saúde e nas clínicas-escola de Psicologia.Nesse sentido, faz-se necessária a obtenção de informa-ções mais precisas sobre as condições de risco ao desen-volvimento psicossocial, a fim de promover a melhor estru-turação dos serviços e implantação de estratégias preventi-vas na área da saúde mental infantil. Esse interesse conver-ge com os objetivos do Programa de Saúde da Família, queenfatiza ações de proteção e promoção à saúde de cadamembro da família, identificando as condições de risco paraa saúde do indivíduo. Este trabalho tem como objetivo iden-tificar crianças em risco para transtornos emocionais / com-portamentais na clientela de um Núcleo de Atenção Primáriado Programa de Atenção Primária e Saúde da Família. Comoobjetivos subsidiários, buscou-se identificar crianças comsintomas emocionais e de comportamento em nível acima dafaixa considerada normal, descrever o perfil das dificulda-des comportamentais e investigar associações entre indica-dores de problemas emocionais / comportamentais, desem-penho escolar e adversidade ambiental. As famílias foramconvidadas a participar da pesquisa pelo agente comunitá-rio de saúde. Cem crianças (48 meninos e 52 meninas) de 6 a12 anos foram avaliadas. A avaliação foi realizada com a mãeou responsável. A identificação foi feita empregando-se doisinstrumentos, um de rastreamento, o Questionário de Capa-cidades e Dificuldades da Criança – SDQ, e um de diagnós-tico de problemas emocionais e de comportamento, o In-ventário de Comportamentos da Infância e da Adolescênciade Achenbach – CBCL. Foi empregado também um teste denível intelectual – o Teste de Matrizes Progressivas Colori-das de Raven, bem como o Teste de Desempenho Escolar.Através dos resultados apresentados no teste de desempe-nho escolar, verificou-se que, das crianças que freqüenta-

vam escola, 65% apresentavam desempenho compatível aoda série cursada. Quanto ao nível intelectual, resultado com-patível com deficiência mental foi encontrado em 2% daamostra total. Os problemas de comportamento mais fre-qüentes segundo o SDQ foram sintomas emocionais,hiperatividade e problemas de conduta. No CBCL, os pro-blemas mais freqüentes foram ansiedade/depressão, pro-blemas de atenção e retraimento. Com relação à comorbidadede problemas internalizantes e externalizantes no CBCL, osdados mostraram essa associação em 17% da amostra. Acorrelação entre o SDQ e o CBCL foi de 0,81 para os escoresbrutos totais e 0,60 para a classificação clínica, indicandomenor concordância nos resultados que remetem a normas.Segundo o SDQ, 19% das crianças apresentavam proble-mas de comportamento em nível clinico, ao passo que oCBCL classificou como clínicos 38% dos casos. Houve con-cordância entre os instrumentos na classificação clínica de16 crianças. Esse grupo de crianças que apresentaram clas-sificação clínica tanto no CBCL como no SDQ foi compara-do com o grupo de crianças classificadas como normais emambos os instrumentos, em relação a variáveis demográficas,pessoais e ambientais. Não foram encontradas diferençassignificativas entre os grupos para gênero, idade, escolari-dade das mães, composição familiar e nível sócio-econômi-co. O grupo clínico apresentou desempenho mais pobre noteste de desempenho escolar e mais eventos de vida adver-sos. Os participantes do grupo clínico apresentaram maissituações adversas nos contextos familiar e escolar, assina-ladas por problemas financeiros, problemas no relaciona-mento do casal parental, mudança de escola, suspensão etroca de professora. O estudo fornece indícios para a iden-tificação precoce dos indivíduos em situação de vulnerabi-lidade, essencial no atendimento primário à saúde mental dacriança. Os resultados poderão facilitar a atuação da equipedo Programa de Saúde da Família frente à população estu-dada, contribuindo com informações sobre o perfil psicos-social e as condições ambientais que apresentam risco aodesenvolvimento da criança na faixa etária de 6 a 12 anos.Com base nessas informações, as equipes do PSF podemser instrumentalizadas para identificar casos em risco e pro-mover condutas e encaminhamentos no sentido de reduziro risco de desadaptação psicossocial na adolescência.

PROBLEMAS EMOCIONAIS E DE COMPORTAMENTO EM CRIANÇAS DE 6 A 12 ANOS CA-DASTRADAS EM UM NÚCLEO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E SAÚDE DA FAMÍLIA

ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONSTRUTO DE UM QUESTIONÁRIO DE LEVANTAMENTODO COMPORTAMENTO DE DEFESA EM SERES HUMANOS

Rosana ShuhamaOrientadora: Profa. Dra. Cristina Marta Del BenDissertação de Mestrado apresentada em 16/09/2005

Da teoria darwiniana da evolução por seleção natu-ral, cumulativa, deriva a hipótese de um passado filogenéticocomum às espécies e um conseqüente compartilhamento

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de estratégias defensivas entre mamíferos humanos e não-humanos. Sobre o tema, destacam-se os trabalhos de pes-quisadores da Universidade do Havaí, que têm investigadocomo as topografias desses comportamentos de defesa serelacionam com características específicas do contexto deameaça. Para estudar as estratégias de defesa em humanos,este grupo construiu um questionário que tem por base ce-nários que descrevem ameaças co-específicas. O objetivodo presente estudo foi traduzir e adaptar este instrumento,o Defensive Behavior: a survey of normal responses tothreats, visando estudar a sua validade de construto a par-tir de aplicação em amostra de universitários da cidade deRibeirão Preto, São Paulo. O enfoque transcultural do estu-do justifica-se pelo reconhecimento da possível influênciade atitudes culturalmente adquiridas sobre a experiênciaemocional. Como resultado, elaborou-se uma versão emportuguês do questionário, denominada Questionário deAvaliação do Comportamento Defensivo em Seres Huma-nos (QCD). Na análise dos dados de 248 alunos de Medici-na, de ambos os gêneros, aos quais o QCD foi aplicado,foram observadas semelhanças com o original havaiano. Oscenários do QCD que ocuparam os extremos das cinco di-mensões influentes da resposta de defesa corresponderam,em sua maioria, aos que ocuparam estes postos no DefensiveBehavior. As mulheres e homens da amostra brasileira ava-liaram as dimensões diferentemente em alguns cenários doQCD. A avaliação sistemática das ameaças do DefensiveBehavior como mais intensas pelas mulheres havaianas,comparativamente aos homens, não foi encontrada neste

estudo. Quando as respostas mais freqüentemente escolhi-das pelas mulheres brasileiras e havaianas foram compara-das, houve concordância em nove dos 12 cenários. Estaconcordância foi de oito em 12 cenários na comparação en-tre os homens. Quando se considerou as estratégias de de-fesa preferenciais comparadas entre os gêneros, observou-se que os homens escolheram, quando houve diferença,respostas que sugerem menor defensividade ou maioragressividade do que as mulheres. Esta diferença pode re-fletir o dimorfismo da espécie, com os homens geralmentemais fortes. E ainda pode refletir prescrições culturais. Sefor verdadeira a hipótese de que as estratégias sejam níveisde defesa da menos urgente – investigar, à mais urgente edramática – atacar defensivamente, como parece ser o caso,as respostas de ameaça vocal e de ameaça de ataque devemser consideradas como legítimos elementos deste escalona-mento defensivo e não apenas respostas inclusas no ques-tionário por terem probabilidade alta de ocorrência entrehumanos. A resposta de procurar algo para ser usado comoarma pode não ter uma correspondência topográfica em ro-edores, mas é observada em primatas. O mesmo pode serdito quanto à resposta vocal de pedir desculpas, que é umaforma humana para a estratégia de reconciliação. As seme-lhanças observadas entre os estudos e a concordância dosachados com o predito na literatura sobre animais não-hu-manos sugerem que a adaptação do questionário foi ade-quada e que este instrumento é válido, realmente investi-gando as estratégias defensivas e a sua relação com carac-terísticas das situações de ameaça.

ESTUDO DOS EFEITOS DO CANABIDIOL EM SINTOMAS PSICÓTICOS INDUZIDOS PORDOSES SUBANESTÉSICAS DE (S-) KETAMINA

sões: uma em que recebeu placebo e outra CBD (600mg), emordem aleatória, de maneira duplo-cega. Em seguida foi ad-ministrado ketamina (0,26 mg/kg, em bolus, e 0,25mg/kg nospróximos 30 minutos.

Os efeitos psicopatológicos foram medidos atravésda utilização da Escala de Avaliação Psiquiátrica Breve(BPRS) e Escala Clínica de Avaliação de Estados Dissociati-vos (CADSS). Observou-se que o CBD foi capaz de atenuaros sintomas negativos da ketamina, porem intensificou ossintomas positivos, de ativação e de ansiedade, medidospela BPRS. Este efeito duplo do CBD poderia ser explicadopela diminuição na atividade glutamatérgica, que no lobofrontal levaria a uma redução dos sintomas negativos, en-quanto no lobo temporal poderia intensificar os sintomaspositivos. O CBD também reduziu a manifestação dos sinto-mas dissociativos medidos pelo fator despersonalização daCADSS. Estas observações sugerem que o CBD interfereem sintomas psicóticos, possivelmente, devido a sua inte-ração com o sistema glutamatérgico.

Daniel Carneiro da Cunha BosiOrientador: Prof. Dr. Antonio Waldo ZuardiDissertação de Mestrado apresentada em 25/11/ 2005

Estudos prévios sugerem que um dos componentesda Cannabis sativa, o canabidiol (CBD), poderia ter efeitoantipsicótico. Este possível efeito antipsicótico do CBDpode estar relacionado a uma interação com o sistema gluta-matérgico, uma vez que o CBD reduz a neurotoxicidade in-duzida pelo glutamato. O objetivo deste estudo foi avaliar oefeito do CBD no modelo de psicose induzida em voluntári-os sadios pela ketamina, um antagonista dos receptores glu-tamatérgicos.

Participaram do estudo 10 voluntários do sexo mas-culino, com idades entre 18 e 40 anos, sem antecedentes depatologia psiquiátrica, o que foi verificado pela aplicação deentrevista diagnóstica estruturada para população de não-pacientes (SCID-NP). Cada um foi submetido a duas ses-

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TESES 1º SEMESTRE DE 2005

BIOQUIMICA

CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DAS ENZIMAS FORMADORAS DE ANGIOTENSINA II DOLEITO ARTERIAL MESENTÉRICO DE RATO

Milene Kyoto MoysésOrientador: Prof. Dr. Eduardo Brandt de OliveiraTESE de Doutorado apresentada em 29/06/2005

O leito arterial mesentérico (LAM) isolado de rato écapaz de liberar, aparentemente sem estímulo externo, endoe exopeptidases para a solução de perfusão. Entre essasenzimas uma elastase-2 foi descrita como a principal enzimaformadora de Angiotensina (Ang) II nesse leito. No pre-sente trabalho verificamos a existência de outra serinoprotease conversora de Ang I, que é responsável por apro-ximadamente 25% da Ang II formada pelo perfusato do LAMde rato. Propriedades bioquímicas e enzimológicas dessaenzima indicam que ela possui alguns aspectos em comumcom quimases e elastases-2, como por exemplo, a inibiçãopor quimostatina, Ac-AAPL-CK e CH5450. Até o momentoé difícil separar as contribuições das enzimas como elastase-2 e quimase nas vias de geração de Ang II independentesda ECA. Isso ocorre pelo fato de que substratos e inibido-res considerados específicos e seletivos para quimase, [‘ProEXP. 11’-D-’Ala EXP. 12']-Ang I e CH-5450, respectivamen-te, interagem produtivamente também com a elastase-2 doLAM de rato. A síntese de substratos e inibidores específi-cos para a elastase-2 é importante para o estudo da partici-pação específica dessa enzima e de outras na conversão deAng I no LAM de rato e em outros leitos vasculares. Nopresente trabalho foram sintetizados diversos substratospeptídicos, estruturalmente relacionados com a Ang I, in-cluindo análogos truncados na porção aminoterminal com

a extremidade carboxiterminal livre ou amidada; peptídeosfluorescentes apagados; e substratos fluorogênicos. Utili-zando-se os substratos sintéticos verificamos que a enzi-ma elastase-2 do LAM de rato, apesar de apresentar umaespecificidade ampla por diferentes substratos, não hidro-lisou qualquer peptídeo que contivesse a ligação Phe- His,como aquela hidrolisada na Ang I. O estudo da ação daelastase-2 sobre as duas séries de peptídeos contendo aestrutura da Ang I truncada revelou a importância da se-qüência IIe-His-Pro-Phe na interação enzima- substrato,além de indicar ausência de interações eletrostáticas im-portantes do resíduo carboxiterminal do substrato com aelastase-2. O substrato Ang I- amidado, um análogo isoes-térico da Ang I desprovido da carga negativa terminal, foihidrolisado pela enzima elastase-2 do LAM de rato com um‘K IND. m’ de 111 ‘micro’ M e ‘K IND. cat’ de 1724 ‘min EXP.1’, indicando uma eficiência catalítica de 15,5 ‘micro’’M EXP.1' ‘min EXP. 1’. Além disso, esse peptídeo também apresen-tou atividade contrátil em preparação de anéis de carótidaisolada de rato. Para estudos funcionais e enzimológicostentamos produzir a elastase-2 do LAM de rato recombi-nante, através da sua expressão como pré-pró-enzima, pró-enzima ou na forma madura, em bactérias E. coli BL21(DE3)Codon Plus ou na linhagem de células HEK293T de mamí-feros. Apesar de trabalhos anteriores terem relatado a ex-pressão da enzima elastase-2 pancreática de rato, no pre-sente trabalho não verificamos a presença da proteínaelastase-2 do LAM de rato recombinante, nos meios decultura ou extratos celulares, através de medidas da ativi-dade ou SDS-PAGE e imunotransferência.

As estatinas inibem competitivamente a enzima 3-hidroxi-3-metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA) redutase.Esta enzima catalisa o passo limitante da síntese de coles-

Tania Santodomingo GarzónOrientador: Prof. Dr. Sérgio H. Ferreira.Dissertação de Mestrado apresentada em 29/06/2005

FARMACOLOGIA

EFEITO ANTINOCICEPTIVO DA ESTATINA, ATORVASTATINA, NA HIPERNOCICEPÇÃO MECÂ-NICA INFLAMATÓRIA EM CAMUNDONGOS

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

terol pela via da HMG-CoA no fígado e outros tecidos, einduz a síntese de ácido L-mevalonico (mevalonato), umimportante produto intermediário da síntese do colesterol.As estatinas também inibem a síntese de derivados do áci-do L-mevalonico, isoprenóides, os quais são importantespara o deslocamento de pequenas proteínas G para a mem-brana.

Atualmente, as estatinas são as drogas mais pres-critas no mundo, sendo que 200 milhões de pessoas apre-sentam critério para tratamento e somente 25 milhões usamestatinas. Além de seu efeito sobre a redução dos níveis decolesterol, as estatinas apresentam efeitos pleitrópicos,dentre tais, destacam-se as ações antiinflamatórias,imunomodulatórias e aumento da expressão da sintase deóxido nítrico endotelial (NOSe). Porque tem sido descrito oefeito antiinflamatório das estatinas, o objetivo do presen-te estudo foi avaliar o efeito da atorvastatina (ATV, PfizerInc) na hipernocicepção mecânica inflamatória.

Os experimentos foram feitos em camundongosswiss e a hipernocicepção mecânica foi quantificada comuma versão eletrônica do teste de filamentos de von Frey.

Nossos resultados indicam que o pré-tratamento porvia oral com ATV (3, 10, 30 mg.Kg-1, uma vez ao dia), inibiudose e tempo dependentes, a hipernocicepção mecânicainflamatória induzida por administração intraplantar (i.pl.)de LPS (100 ng / pata) ou albumina bovina metilada (mBSA,90 µg / pata). Para avaliar o mecanismo pelo qual ATV induzanti-hipernocicepção, foi avaliada o efeito desta sobre ahipernocicepção induzida pela cascata de mediadores in-flamatórios liberados pelo LPS. A ATV (30 mg.Kg-1) inibiu

significativamente a hipernocicepção mecânica induzida porbradicinina (500 ng / pata), fator de necrose tumoral-alfa (50pg / pata), interleucina-1β (1 ng / pata), quimiocina deriva-da do queratinócito (KC, 20 ng / pata) e prostaglandina E2(PGE2) (100 ng /pata). O pré-tratamento com L-NAME ou L-NMMA (ambos, 90 mg.Kg-1), mas não 1400W, inibidor sele-tivo da óxido nítrico sintase induzível, (1.5 mg.Kg-1) ou ani-mais deficientes para iNOS, reverteram o efeito anti-hipernociceptivo da ATV em camundongos estimuladoscom PGE2 ou LPS. Por outro lado, foi avaliado o efeito daATV sobre a produção de IL-1β e PGE2 no tecido subcutâ-neo plantar dos animais injetados com LPS. O pré-trata-mento com ATV (30 mg.Kg-1, uma vez/dia) reduziu a libera-ção de IL-1β e PGE2 (50% e 85%, respectivamente). Em con-traste, demonstramos que o efeito anti-hipernociceptivoda ATV é independente da redução da síntese colesterolou de intermediários isoprenóides. Além disso, observa-mos que não há diferença na migração de neutrófilos para ofoco inflamatório entre camundongos pré-tratados com ATVe o grupo controle. Embora tem-se descrito que as estatinasbloqueiam a ligação LFA1-ICAM e estimula a liberação dacitocina anti-inflamatória IL-10, nenhuma diferença foi en-contrada no efeito anti-hipernociceptivo da ATV, quandoadministrada em camundongos deficientes para ICAM -/-ou IL-10 -/- estimulados com LPS.

Em conclusão, os nossos dados demonstram que oefeito antinociceptivo da ATV deve-se a inibição da produ-ção de IL-1β e PGE2, bem como a ativação da via L-arginina/cNOS/NO, atuando assim, tanto na prevenção quantoantagonizando diretamente a sensibilização do nociceptor.

Lúcia Aparecida BressanOrientador: Prof. Dr. José Geraldo SpecialiTese de Doutorado apresentada em 09/06/2005

A avaliação constitui uma etapa importante no pro-cesso de tratamento em terapia ocupacional. O seu resulta-do, com base nos recursos e potencialidade remanescen-tes, oferece subsídios para o plano e estratégias do trata-mento. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é com-parar as informações fornecidas pelo cuidador a um avalia-dor com o desempenho do paciente, observado por outroexaminador, frente a um mesmo protocolo de avaliação.Participaram do estudo todos os pacientes com diagnósti-

co confirmado de demência, atendidos pela TerapiaOcupacional do Ambulatório de Neurologia Comportamen-tal do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto- USP, no pe-ríodo de 1999 a 2001. Um número de 26 pacientes e 26 cui-dadores participaram do estudo, podendo-se observar naamostra um equilíbrio de sujeitos do sexo feminino (54%) emasculino (46%), escolaridade até 4 anos (73%), a maioriacasada (54%), e idade acima de 71 anos (54%). O cuidadorem geral é o cônjuge (58%), na maioria a mulher (81%), comidade entre 51 e 70 anos (46%) e escolaridade entre 4 e 8anos (54%), dedicando a maior parte do seu tempo ao cui-dado (64%). O questionário de Atividades Funcionais dePfeffer foi aplicado simultaneamente ao paciente, que reali-

NEUROLOGIA

O DESEMPENHO FUNCIONAL DO IDOSO COM DEMÊNCIA

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Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

Luciana MianOrientadora: Profa. Dra. Sonia Regina LoureiroDissertação de Mestrado apresentada em 07/01/2005

A infância se constitui no período de desenvolvi-mento em que ocorrem as principais aquisições e que deter-minados eventos têm maior impacto, dentre estes se desta-ca a doença psiquiátrica dos pais, em especial a depressãomaterna. Objetiva-se compreender o significado de vulnera-bilidade para crianças em idade escolar do convívio com adepressão materna, em comparação com crianças que con-vivem com mães sem história psiquiátrica. Foram avaliadas40 crianças, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 12 anos,com nível intelectual pelo menos médio, sem doenças orgâ-nicas crônicas e sem deficiências sensoriais aparentes, divi-didas em dois grupos: G1- 20 crianças, cujas mães têm histó-ria recente de Depressão e G2- 20 crianças sem história psi-quiátrica recente ou pregressa. As crianças foram selecio-nadas através do Teste das Matrizes Coloridas de Raven eas mães através da Entrevista Clínica Estruturada para oDSM-IV (SCID), com o objetivo de avaliar sistematicamentea presença ou ausência de sintomas psiquiátricos. As crian-ças foram avaliadas em sessões individuais, por meio dosinstrumentos: Escala Infantil Piers-Harris de Autoconceitoe Roteiro de Avaliação do Senso de Auto-eficácia. As mãesresponderam à Escala Comportamental A2 de Rutter, ao In-ventário de Recursos do Ambiente Familiar e a Escala deEventos Adversos. Os dados foram codificados e quantifi-cados de acordo com as recomendações de cada técnica.

Procedeu-se as análises de comparação dos grupos, atra-vés dos testes não paramétricos de Mann-Whitney, Exatode Fisher e Qui-quadrado e a integração dos dados, pelascorrelações univariadas e análise fatorial, considerando ump< 0,05. Observou-se diferenças significativas entre os gru-pos tanto para as variáveis das crianças como para o ambi-ente familiar. Com relação às variáveis pessoais das crian-ças, as de G1 foram referidas pelas mães como apresentan-do maior dificuldade de comportamento e maior necessida-de de cuidados especializados do que as de G2. As criançasde G1 se auto perceberam com um autoconceito comporta-mento mais negativo e fizeram uma avaliação mais negativaquanto à auto-eficácia acadêmica. Quanto às característicasdo ambiente familiar, foi observada a presença de menosrecursos e uma menor organização das rotinas para as crian-ças de G1. Não foi observada diferença significativa entreos grupos na avaliação geral de ocorrência de eventos ad-versos. Com base nas análises de integração dos dadosrelativos as variáveis pessoais das crianças e do ambientefamiliar caracterizou-se a depressão materna como uma con-dição adversa ao desenvolvimento destas crianças. Tal dadochama a atenção para a necessidade de promover mecanis-mos de proteção que possam ser efetivados em práticas desaúde mental que focalizem as crianças que experimentamtal condição, que dêem suporte às suas mães e orientemsuas famílias no sentido de prevenir dificuldades futuras,proporcionando condições favoráveis à superação do im-pacto negativo da depressão materna para o desenvolvi-mento de crianças em idade escolar.

zava as tarefas de atividades de vida diária, e ao cuidadorque informava sobre o desempenho funcional do paciente.Uma análise estatística realizada, utilizando-se o coeficien-te Kappa e o teste não-paramétrico de Wilcoxon. Os resul-tados mostraram diferenças significativas entre o desem-penho do paciente e as informações do cuidador. Pode-seconcluir que as informações fornecidas pelos cuidadoresna avaliação não são fidedignas. Os cuidadores mostra-

ram-se mais pessimistas e avaliaram mais negativamente odesempenho do paciente. A comparação entre os resulta-dos da aplicação do Questionário de Atividades Funcio-nais de Pfeffer e os resultados obtidos no Mini Exame doEstado Mental (MEEM), Escala Clínica de Demência (CDR),Escala de Deterioração Global (GD) e Instrumental de Ativi-dades de Vida Diária (Lawton e Brody)) não revelaram cor-relação contraditória.

SAÚDE MENTAL

COMPORTAMENTO, AUTO-PERCEPÇÕES E AMBIENTE FAMILIAR DE CRIANÇAS QUE CONVI-VEM COM MÃES COM HISTÓRIA RECENTE DE DEPRESSÃO