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A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS Reunião Mundial de Treinamento da Liderança 2 1 D E J U N H O D E 2 0 0 3

Reunião Mundial de Treinamento da Liderança 21 de Junho de 2003

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A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS

Reunião Mundial deTreinamento da Liderança2 1 D E J U N H O D E 2 0 0 3

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SumárioComo Conceder o Sacerdócio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1

Presidente Boyd K. Packer

A Administração da Estaca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4Élder L. Tom Perry

O Chamado e as Responsabilidades de um Bispo . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8Élder Robert D. Hales

Como Planejar e Dirigir a Reunião Sacramental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12Élder Russell M. Nelson

“Que Tipo de Homens [Deveremos] Ser?” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15Élder Neal A. Maxwell

"Porei Dentro de Vós Um Espírito Novo" . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18Presidente Thomas S. Monson

Regozijar-nos pelo Privilégio de Servir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22Presidente Gordon B. Hinckley

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A Doutrina

A quinta regra de fé diz: “Cremosque um homem deve ser chamadopor Deus, por profecia [que é arevelação] e pela imposição de mãos,por quem possua autoridade, parapregar o Evangelho e administrarsuas ordenanças”.

Meu tema é como conceder aautoridade do sacerdócio. O que eulhes disser encontra-se nas escriturase é explicado com mais detalhes noManual de Instruções da Igreja.1

O sacerdócio, que “foi [instituídono céu] desde antes da fundação domundo” (D&C 124:33), é sagrado.“(…) Os direitos do sacerdócio sãoinseparavelmente ligados com ospoderes do céu.” (D&C 121:36)

Por serem servos autorizados doSenhor Jesus Cristo, éresponsabilidade de cada portadordo sacerdócio, de todos vocês,promover as qualidades divinas emsua vida , em casa e em seu chamadona Igreja.

O “sacerdócio maior administra oevangelho e contém a chave dosmistérios do reino, sim, a chave doconhecimento de Deus.

Portanto em suas ordenançasmanifesta-se o poder da divindade.

E sem suas ordenanças e aautoridade do sacerdócio, o poderda divindade não se manifesta aoshomens na carne”. (D&C 84:19–21)

Quando o sacerdócio está bemorganizado e em plenofuncionamento todas as outras coisasse encaixam. A autoridade e o poderdo sacerdócio constituem o alicercede tudo o que fazemos na Igreja.

O Princípio

O poder e autoridade de todos oscargos provêm do sacerdócio. Asestacas, missões, alas, quóruns,auxiliares, reuniões e conselhos,todos dependem da orientação dosacerdócio.

Falarei da ordenação e dadesignação.

Quem tem as chaves daautoridade aprova a ordenação aosacerdócio ou autoriza que a pessoaseja designada para servir.

Na estaca ou missão, o presidenterecebe certas chaves do sacerdócio;no quórum, o presidente recebecertas chaves do sacerdócio; na ala, obispo recebe certas chaves dosacerdócio. Os presidentes dasauxiliares não recebem chaves.

Como escolher as pessoas a seremordenadas ou designadas

Primeiro, quero explicar comoescolher a pessoa a ser ordenada aum ofício do sacerdócio oudesignada para liderar ou ensinar.

Como presidência ou bispado,vocês devem reunir-se em conselho,orar individualmente e em conjuntoa respeito de quem deveria serchamado. A resposta vem porrevelação.

As escrituras ensinam: “(…) devesestudá-lo bem em tua mente; depoisme deves perguntar se está certo e,se estiver certo, farei arder dentro deti o teu peito; portanto sentirás queestá certo”. (D&C 9:8, grifo do autor)

Não se deve conceder o sacerdócioaos homens ou meninos que não searrependam ou não estejam dispostosa viver de acordo com osmandamentos relacionados a ele.

Tanto no caso das ordenaçõescomo no das designações, façamuma entrevista para descobrir:

• Eles são dignos do chamado?• Eles aceitarão o chamado?• Se forem casados, será que o

cônjuge os apoiará?• Existe algum problema de família,

trabalho ou saúde que possainterferir com o serviço queprestarão?

Como fazer o chamado

Um chamado é mais que umconvite ou um pedido. É umchamado do Senhor por intermédiode Seu servo escolhido. Há anos, oPresidente Spencer W. Kimball, queera presidente de uma estaca noArizona, passou por uma experiênciaao fazer um chamado: Havia umcargo vago na organização dosRapazes da estaca. O Presidente

P R E S I D E N T E B OY D K . PA C K E RPresidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos

Como Concedero Sacerdócio:A Doutrina, o Princípioe a Prática

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Kimball saiu de seu local de trabalhono banco, foi a pé a umestabelecimento comercial que ficavana mesma rua e disse: “Jack, vocêgostaria de ser o presidente dosRapazes da estaca?”

Jack respondeu: “Ah, Spencer,você está brincando”.

Ele disse: “É claro que não. Vocêainda é jovem e entende-se bem comos jovens. Seria um ótimopresidente”.

Aí eles tiveram uma conversa queo Presidente Kimball achou muitodesagradável, porque Jack recusou ochamado. Ele voltou para o banco,sentou-se à sua escrivaninharemoendo o fracasso. Então, teveuma idéia: Levantou-se e foi aomesmo lugar, falar com a mesmapessoa; chamou-o pelo nomecompleto e disse: “Domingopassado, a presidência da estacareuniu-se para tratar do cargo depresidente dos Rapazes, que estávago. Oramos e conversamos sobre oassunto. Finalmente, de joelhos,perguntamos ao Senhor e recebemosa inspiração de que você deveria serchamado. Como servo do Senhor,estou aqui para transmitir essechamado”.

Jack respondeu: “Bem, Spencer,se esse é o caso…”.

Ele respondeu: “Esse é o caso”.Então passou a ser mais do que

um mero pedido, passou a ser umchamado do Senhor por intermédiode Seu servo.

O Apoio

O Senhor disse: “E também vosdigo que a ninguém será permitidosair a pregar meu evangelho ouestabelecer minha igreja, a não serque tenha sido ordenado por alguémque tenha autoridade; e que a igrejasaiba que tem autoridade” (é por issoque existem os apoios: para que aIgreja saiba que ele tem autoridade)“e foi apropriadamente ordenadopelos dirigentes da igreja”. (D&C42:11)

Para que todos da Igreja saibamquem a lidera, é preciso que se faça

o apoio. As escrituras ensinam:“Nenhuma pessoa deve ser ordenadapara qualquer ofício nesta igreja,onde houver um ramo [estaca ouala] devidamente organizado, sem ovoto daquela igreja”. (D&C 20:65)

“Todas as coisas (…) devem serfeitas em ordem e de comumacordo” (D&C 28:13; ver também26:2) “pela voz da igreja”. (D&C38:34, grifo do autor; ver tambémD&C 41:9.)

Agora, o procedimento de apoio:Quando se apresenta o nome,manifesta-se o voto de apoiolevantando-se a mão. O líder, então,pergunta se alguém se opõe. Sealguém votar em contrário, depois,um líder do sacerdócio designadoconversará com a pessoa emparticular para saber se há ummotivo válido para essa oposição.

Somente em casos de emergênciarealizam-se ordenações ao Sacerdóciode Melquisedeque sem passar peloapoio ou somente com o apoio deuma ala; e, nesses casos, a ordenaçãoé apresentada posteriormente para adevida aprovação.

Como conceder a autoridade dosacerdócio

Agora, as ordenações: Os ofíciosdo Sacerdócio Aarônico e deMelquisedeque são concedidos pormeio da ordenação.

Emprega-se a palavra ordenarquando se concede um ofício dosacerdócio. Os ofícios do Sacerdóciode Melquisedeque são: élder (oprimeiro do Sacerdócio deMelquisedeque), sumo sacerdote,patriarca, Setenta e Apóstolo.

Os ofícios do Sacerdócio Aarônicosão: diácono (o primeiro doSacerdócio Aarônico), mestre,sacerdote, bispo. [O bispo tem deser sumo sacerdote. (Ver D&C68:14–15, 19; 107:17; 69–71.)]

A pessoa é ordenada ou designadapor meio da imposição das mãos doportador das chaves ou de alguémque tenha recebido a incumbênciade fazê-lo. Desde a antigüidade, aautoridade ou as bênçãos são

concedidas por meio da imposiçãode mãos. (Ver Números 27:18, 22–23;Atos 6:5–6; Alma 6:1.)

Desse modo simples e digno,confirmamos os novos membros daIgreja e selamos as unções aoministrarmos aos doentes. É damesma maneira que os patriarcasdão bênçãos e os pais dão a bênçãopaterna.

O sacerdócio só é concedido umavez. No futuro, o portador dosacerdócio pode ser simplesmenteordenado a outro ofício. Quando seordena um diácono, primeiro lheconcedemos o Sacerdócio Aarônico;depois, ele é ordenado diácono, queé um ofício desse sacerdócio.Quando se ordena um élder,concedemos a ele o Sacerdócio deMelquisedeque e, depois, ele éordenado élder, que é um ofíciodesse sacerdócio.

Todas as ordenações edesignações devem ser feitas sob adireção das autoridades presidentes.O sacerdócio só pode ser concedidopor alguém que tenha a autoridadedo sacerdócio e tenha sidoautorizado pelo portador das chavescorrespondentes.

A ordenação a um ofício dosacerdócio é permanente e válida emqualquer lugar para onde a pessoaordenada vá. A menos que elatransgrida, nunca será desobrigada.

Quem é designado acaba sendodesobrigado pela mesma autoridadeque o chamou.

O sumo sacerdote que é chamadopara bispo é também designado parapresidir uma ala. Ele serádesobrigado da presidência da ala,mas o ofício de bispo permanece. Seele for chamado para presidir outraala, só precisa ser designado.

Todos os ofícios aos quais se éordenado, exceto o de bispo e o depatriarca, são organizados emquóruns.

Os direitos e privilégios de cadaofício do sacerdócio e o número depessoas em cada quórum sãoexplicados nas escrituras e nomanual.2

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É por meio das designações que aschaves e a autoridade do sacerdóciosão concedidas aos presidentes deestaca, bispos, presidentes de missão,presidentes de templo e de quórum.

A palavra designar é usadaquando os membros recebem umaresponsabilidade especial como, porexemplo, a de membro dapresidência de uma auxiliar,professor, missionário ou algumaoutra; mas eles não recebem nemtêm chaves.

Quando alguém é designado paraservir como líder ou professor, estárestrito a certos limites, como a alaou ramo, a estaca, o distrito, oquórum ou a missão. O bispo não ébispo fora de sua ala, por exemplo.

A Prática

Para que uma pessoa participe deuma ordenação, sua autoridade dosacerdócio deve ser igual ou superiorà que será concedida na ordenança.Por exemplo, um élder não deveparticipar do círculo de ordenaçãode um sumo sacerdote ou quandoum homem for ordenado a um cargoque exija que ele seja sumosacerdote. Somente as autoridadespresidentes podem ordenarpresidentes que recebem chaves.

Quando alguém é ordenado oudesignado, a pessoa que realiza aordenança coloca as mãos sobre suacabeça. Se houver mais dois irmãos,eles fazem o mesmo. A pessoa querealiza a ordenança diz o nomecompleto de quem a recebe e,depois, declara a autoridade pela qualage, a autoridade do Sacerdócio deMelquisedeque e, depois, concede aele o ofício e profere uma bênção.

Nos casos em que um númeromaior de irmãos participe daordenação, cada um coloca a mãodireita na cabeça da pessoa a serordenada e a esquerda no ombro dequem está a sua esquerda. Dessemodo o círculo fica completo.Realiza-se então a ordenação ou adesignação; uma cerimônia bemsimples e digna.

O apoio da família e dos amigos émuito bem-vindo. Contudo, onúmero de homens que participamdo círculo deve ser pequeno. Apessoa que realiza a ordenança euma ou duas outras são só o que énecessário. Todas as outras servemapenas de apoio para quem proferiráa ordenança. É uma dificuldade euma atrapalhação quando muitoshomens participam. O costume deconvidar muitos membros da família,amigos e líderes para ajudar naordenação ou designação não érecomendável.

Quem realiza a ordenação oudesignação, repito:

• Chama a pessoa pelo nomecompleto.

• Declara a autoridade pela qualrealiza a ordenança (“pelaautoridade do Sacerdócio deMelquisedeque”).

• Concede o sacerdócio, se apessoa não o tiver recebidoanteriormente.

• Ordena ao ofício do sacerdócioem questão e concede osdireitos, poderes e a autoridadedo ofício.

• Dá uma bênção de acordo com aorientação do Espírito.

• Sempre encerra em nome deJesus Cristo.3

Mantemos um registro de todas asordenações ao sacerdócio edesignações dos líderes das estacas,alas, ramos, missões e templos.

As ordenações e as designaçõessão oportunidades de concederbênçãos. A bênção não deve serusada para dar conselhos neminstruções: isso é feito depois, aoensinar os deveres da pessoa.

Não há palavras exatas a seremditas. Uma das melhores coisas daIgreja é a organização do sacerdócio,em que pouquíssimas ordenançastêm de ser feitas com as palavrasexatas. Não precisamos e, naverdade, não devemos memorizar abênção. De acordo com a orientaçãodo Espírito, podemos dar umabênção relativa ao lar, família etrabalho da pessoa. Ela pode serabençoada com discernimento,sabedoria, entendimento e comsaúde. O que dissermos deve serrecebido por inspiração. Cadabênção, portanto, é única e pessoalpara determinado membro.

As ordenações e designações nãoprecisam transformar-se em reuniõesformais. Não é preciso fazer orações,prestar testemunho nem darinstruções toda vez que alguém éordenado ou designado. A ordenaçãoou designação pode ser feita demaneira simples e digna, na presençadas pessoas diretamente interessadas.

Não se deve desejar um chamadonem pedir desobrigação ou ressentir-se por ser desobrigado. É a inspiraçãodos líderes que determina tanto ochamado como a desobrigação.

Dignidade

É crucial que sejamos dignos.Cada um deve ser absolutamente fielà mulher. Qualquer atração fora docasamento, mesmo que inocente,pode sofrer a influência doadversário e levar diretamente aodesastre.

Cumpram a Palavra de Sabedoriaconscienciosamente para que o seucorpo e mente sejam o instrumentodas revelações que essas ordenançasexigem.

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Caso não estejam dignos emqualquer aspecto, caso tenham emcasa ou no trabalho filmes oumateriais torpes impressos,destruam-nos para que vocês nãotenham más influências ao seu redor.

Se vocês tiverem cometido umpecado tão grave que devessem terconfessado, mas não o tenham feito,busquem o bálsamo restaurador daconfissão, do arrependimento e doperdão.

É assim que os homens comunsexercem a autoridade e o poder do“sacerdócio que é segundo a maissanta ordem de Deus”. (D&C 84:18)Sempre invocamos essas bênçãos emnome de Jesus Cristo, a quem estaIgreja pertence. Dessa forma, acadeia contínua da autoridade dosacerdócio não se interrompe degeração em geração.

Lembrem-se irmãos; lembrem-se:Esta é a Igreja de Jesus Cristo.Tomamos o nome Dele sobre nós.(Ver Morôni 4:3.) Recebemos omandamento: “Portanto tudo quantofizerdes, vós o fareis em meu nome”.(3 Néfi 27:7)

Presto testemunho do Senhor edo poder sagrado do sacerdócio quenos é concedido e agradeço aoSenhor a oportunidade que temosde, por meio da inspiração querecebemos Dele, contribuir para oprogresso da Igreja, em nome deJesus Cristo. Amém.

Notas1. Ver o Manual de Instruções da Igreja,

Volume 1: Presidências de Estaca eBispados, (1998) e Volume 2: Líderes doSacerdócio e das Auxiliares, (1998).

2. Ver D&C 20:38–47, 53–59, 70; 42:44;46:2; 84:111; 107; ver também o Manualde Instruções da Igreja, Volume 2:Líderes do Sacerdócio e das Auxiliares,1998, pp. 161–162, 175–177.

3. Ver o Manual de Instruções da Igreja,Volume 1, pp. 33; Volume 2, p.173; oGuia da Família (2001), pp. 20–21, e oGuia do Ramo (2001), pp. 12–13.

É L D E R L . TO M P E R R Ydo Quórum dos Doze Apóstolos

A Administraçãoda Estaca

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A Autoridade do Sacerdócio

Uma das maiores bênçãos daRestauração é a de ter novamente aautoridade para realizar asordenanças que são ligadas no céuassim como na Terra. Sem aautoridade do sacerdócio, a própriaIgreja não poderia ter sidorestaurada, nem poderia sergovernada por revelação.

Após a quinta regra de fé, quedeclara a restauração do sacerdócio,temos a sexta: “Cremos na mesmaorganização que existia na IgrejaPrimitiva, isto é, apóstolos, profetas,pastores, mestres, evangelistas, etc”.

Minha apresentação deveráabordar os dois papéisorganizacionais do pastor e domestre. O pastor é um líder dosacerdócio, que serve em umaunidade local. O pastor a respeito dequem fui designado a falar hoje é opresidente da estaca e aqueles queservem com ele na administração daestaca.

A Força que Sustém

“A palavra estaca na Igreja vem dapalavra estaca [que é] uma varafincada no solo. Essa palavra, nosentido que a utilizamos, origina-sedas escrituras.

Seu significado remonta ao VelhoTestamento quando os israelitas,depois de terem sido libertados doEgito, vagaram pelo deserto. Elesconstruíram um tabernáculo, sob adireção do Senhor. Foi o protótipode um templo e era chamado de oTabernáculo do Testemunho.

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Ele consistia de uma edificaçãocom duas salas, o Lugar Santo e oSanto dos Santos. (…) No [Santo dosSantos] ficava a Arca do Convênio, opeitoral do juízo e o Urim e Tumim.

Quando mudavam de um lugarpara outro, eles desmontavam otabernáculo e levavam-no consigo.Quando o montavam novamente,eles armavam a edificação que eraum tipo de tenda, então colocavamuma parede em volta, de modo aformar um pátio. (…) Para manter oedifício e o muro erguidos, fincavamestacas no solo. Uma estaca era umaunidade de sustentação de seutabernáculo ou templo.”1

Para manter esse simbolismo, emáreas onde temos concentração demembros da Igreja com a força dosacerdócio que ampara e sustém aIgreja restaurada, tais unidadesorganizadas são chamadas estacas.

A Presidência da Estaca

Os presidentes de estaca sãochamados por revelação para presidiruma estaca, por alguém que tenha aautoridade do Presidente da Igrejapara conferir as chaves da presidência.

A responsabilidade de presidir umaestaca seria tremenda, se o presidenteassumisse esse fardo sozinho.Contudo, o Senhor criou umaorganização que lhe permite dividiresses tipos de fardos. Se ele utilizar aorganização adequadamente, poderáatingir cada pessoa a quem preside.

À frente de cada estaca existe umapresidência constituída por trêsportadores do Sacerdócio deMelquisedeque: o presidente e doisconselheiros. O presidente da estacapossui as chaves para presidir suaestaca.

“Essas chaves são o direito depresidir e dirigir a Igreja dentro deuma determinada jurisdição. (…)

O Presidente da Igreja autoriza ospresidentes de (…) estaca (…),bispos, presidentes de ramo e dequórum a portar as chaves dosacerdócio de que precisam parapresidir. Uma pessoa que serve emuma dessas posições detém as chaves

somente até sua desobrigação. Osconselheiros não recebem as chaves,mas recebem autoridade delegadapor chamado e designação.”2

O Secretário da Estaca

Além dos conselheiros, opresidente da estaca escolhe umsecretário da estaca e um secretárioexecutivo. Quero salientar que tantoo cargo de secretário da estaca comoo de secretário executivo são muitoimportantes na administração daIgreja para auxiliar o presidente daestaca a utilizar as chaves de suaimportante designação. Gostaria,hoje, de dar uma atenção especial àsresponsabilidades do secretário daestaca.

A responsabilidade de umsecretário de estaca divide-se emquatro categorias principais:

1. Ele é o encarregado financeiro daestaca. É sua responsabilidadeassegurar-se de que todos osrecebimentos e despesas daestaca sejam contabilizadosadequadamente.

2. Ele é o responsável pelamanutenção de registros, porassegurar-se de que estejamatualizados e que cada membroesteja devidamente registrado, deque todos os batismos,confirmações, ordenanças dosacerdócio e ordenanças sagradas

da Igreja tenham sido registradase os certificados emitidos pelaunidade da estaca.

3. Ele é responsável pelos registrosestatísticos. Precisa manter osregistros cuidadosamente. Aprecisão com a qual os registrossão mantidos indica quão válidossão.

4. Ele é responsável pelo registrohistórico. Ele provê o registro doque acontece na estaca em umlongo período de tempo. Ele é oencarregado da transição,conhecendo o histórico queajudará a orientar a novapresidência da estaca a preparar-se para cumprir com suasimportantes designações.

Uma das responsabilidades dosecretário da estaca é a de ser ummestre e treinador. Deve visitar asalas e ensinar e treinar os secretáriosde ala no que se refere aos deveres eresponsabilidades deles.

Os Comitês do Sacerdócio daEstaca

Em cada estaca existe umaorganização (o comitê executivo dosacerdócio, composto pelapresidência de estaca e pelo sumoconselho) que forma dois comitêsmuito importantes para auxiliar apresidência da estaca.

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Comitê doSacerdócio de

Melquisedeque da Estaca

Secretárioda Estaca

Comitê doSacerdócioAarônicoda Estaca

Conselheiro

Sumo ConselhoSecretárioExecutivoda Estaca

Conselheiro Presidenteda Estaca

Comitês do Sacerdócio da Estaca

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1. O comitê do Sacerdócio deMelquisedeque, presidido pelopresidente da estaca, comqualquer um dos conselheiros

da presidência da estaca designadocomo vice-encarregado.

2. O comitê do SacerdócioAarônico, presidido pelo outroconselheiro da presidência daestaca. Esse comitê, com o auxílioda presidência dos Rapazes daestaca dá apoio ao bispado noque se refere ao SacerdócioAarônico da ala.

Em cada uma de suas alas vocêtem um quórum de élderes e umgrupo de sumos sacerdotes. Opresidente da estaca tem aresponsabilidade de assegurar-se quetodo homem entenda seu dever:“Portanto agora todo homemaprenda seu dever e a agir no ofíciopara o qual for designado com todadiligência”. (D&C 107:99)

A principal responsabilidade dopresidente de estaca é ensinar etreinar os líderes do sacerdócio paraque entendam seu dever e ajam nosacerdócio para o qual foramdesignados. E note, a escritura diz:“com toda diligência”. O Senhorproveu uma maneira para que opresidente da estaca treinediligentemente todos esses líderesdo sacerdócio. Por meio do comitêdo Sacerdócio de Melquisedeque eletem mestres a quem pode delegaressa responsabilidade de treinar osquóruns do sacerdócio em seusdeveres específicos.

Os Sumos Conselheiros

Esses mestres que levam amensagem para as alas e quóruns daestaca são os sumos conselheiros.

Os sumos conselheiros devem serlíderes experientes, dignos depossuir uma recomendaçãoatualizada para o templo, bonsprofessores e administradorescapazes. O presidente de estaca podeconsiderá-los responsáveis porassegurar-se que os quóruns

funcionem adequadamente na ala daqual cada um é encarregado.

Presidentes, sejam específicos nasdesignações que dão aos sumosconselheiros. Eles precisam entenderexatamente o que se espera querealizem ao ensinarem e treinaremos quóruns do Sacerdócio deMelquisedeque da Igreja.

Agora, eu gostaria de sugeriralgumas maneiras de os sumosconselheiros ensinarem e treinaremos líderes de quóruns a que foramdesignados.

Há três funções importantes emum quórum.

Primeiro, o quórum é uma classe.O quórum nutre os membros com aboa palavra de Deus. Sumosconselheiros, vocês devem estarcertos de que cada quórum tenhaum professor capaz, designado paraensinar as doutrinas do reino.

Temos um ótimo programa naIgreja, sob a supervisão dapresidência da Escola Dominical,chamado aperfeiçoamento didático.Ele é coordenado por uma pessoaque é um recurso de ensino paratodos os professores da ala. Esseprofessor pode treinar seusprofessores de quórum para quesejam mais eficazes em suasdesignações e edifiquem um alicercedo evangelho na vida dos membrosde cada quórum em particular.

Segundo, o quórum é umairmandade. Certifiquem-se de quecada membro do quórum tenha umamigo. Chamo sua atenção para oque ensinamos a vocês em janeiropassado. Façam uma relação dosmembros do quórum. Depois,reúnam-se com a presidência de seuquórum; utilizando essa relação,preparem outras duas relações: umade membros ativos, que podemreceber designações de liderança euma dos menos ativos, que precisamreceber ajuda para fazer amizades.

Então, a partir dessa relação demembros ativos do quórum, apresidência do quórum pode formara liderança necessária para estender amão a todo membro do quórum,

incluindo aqueles que perderam oespírito do quórum a que pertencem.

Terceiro, incentive o quórum a seruma organização de serviço. Osquóruns precisam concentrar-se naproclamação do evangelho, noaperfeiçoamento dos santos e naredenção dos mortos. Eles devemconcentrar-se em ajudar e fortalecercada membro do quórum, inclusivereativar élderes em perspectiva eintegrar os novos conversos.

Sumos conselheiros, vocês sãoresponsáveis por assegurar-se que opresidente do quórum ou o líder degrupo entenda seu dever. Ajudem-noa organizar-se de modo a realizar asimportantes funções para as quais elefoi chamado.

Organizar o Quórum de ModoEficiente

Cada membro ativo do quórumdeve ter a oportunidade de receberuma designação. A designação quecertamente está disponível a todos éo ensino familiar. Ao organizar oensino familiar, os presidentes dequórum devem fazê-lo de maneiraque o membro firme tenha comocompanheiro alguém que não sejatão firme. Isso ajuda a formar dentrodeles a confiança em sua designaçãoespecífica. Ao visitar cada ala,assegurem-se de que os élderes emperspectiva e os menos ativosestejam divididos de acordo com aforça do quórum ou grupo dosacerdócio. Vejam o número deélderes e sumos sacerdotes ativos ecertifiquem-se de que o quórum ougrupo que tenha um númerosuficiente de duplas ativas fiqueencarregado das famílias dos élderesem perspectiva.

Lembrem-se dos deveres dosmestres familiares: “(…) Certificar-seque não haja iniqüidade na igrejanem aspereza entre uns e outrosnem mentiras, maledicências oucalúnias;

E certificar-se que a igreja se reúnaamiúde e também certificar-se quetodos os membros cumpram seusdeveres”. (D&C 20:54–55)

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Mais uma vez, lembramos a vocêso que foi dito na última transmissãovia satélite. Ensinem seus líderes dequórum a como utilizar essa relação.Com base nessa relação de todos osmembros do quórum, preparem umasegunda relação de membros ativos.Vocês podem contar com essesmembros para edificar seusprogramas. Edifiquem e limitem seusprogramas com base na força ativaque tiverem no quórum.

Tenham em mente que para asunidades básicas temos materiaisbásicos. Para as unidades completas,temos os materiais gerais da Igreja.Lembramos novamente que maiornão significa necessariamentemelhor. As unidades da Igreja devemcrescer na proporção que o tamanhoe a maturidade da unidade opermitam.

Lembrem-se do fundamental. OPresidente Hinckley continua alembrar-nos: “Façam o melhor quepuderem”. Ele não disse: “Façamaquilo que puderem”, mas enfatizou:“Façam o melhor”.

Sabemos que alguns quóruns nãopossuem membros ativos suficientes.Presidentes de estaca, se issoacontece em sua estaca, discuta comseu sumo conselho maneiras deestender a mão e trazer para aatividade os membros menos ativosde seu quórum. Amplie seusesforços, de acordo com asprioridades, para onde puder obteros melhores resultados com a basede liderança que você possui. “Façamo melhor que puderem.”

Sumos conselheiros, assegurem-sede que os quóruns que lhes foramdesignados para ensinar e treinarsejam nutridos com a boa palavra doevangelho com uma aula muitoeficaz. Tenham certeza de que cadamembro tenha a oportunidade paraauxiliar no serviço do quórum.

Irmãos, a organização está pronta.

Nutrir os Membros da Igreja

Presidentes de estaca, vocês têm opoder para alcançar cada membro desua estaca. Vocês devem trabalhar

com os bispos em sua estaca paracoordenar esse empenho.Assegurem-se de ter comitês doSacerdócio de Melquisedeque e doSacerdócio Aarônico ativos, emfuncionamento em sua estaca,integrados por membros de seusumo conselho. Tenham a certeza deque o sumo conselho receba aresponsabilidade direta de treinar osquóruns em como devem funcionare de oferecer apoio às alas.

Irmãos, se a orientação corretapartir da presidência da estaca, e se adesignação de treinamento for feitapormenorizadamente ao sumoconselho, vocês poderão edificarfortes quóruns do sacerdócio, quetocarão a vida de todos os membrosde sua estaca. Irmãos, vocês têm aresponsabilidade. Vocês têmconselheiros, secretários, secretáriosexecutivos e o sumo conselho paraauxiliá-los.

Agora é o seu dever assegurar-sede que isso ocorra.

Que o Senhor os abençoe nagrande designação que receberam.Em nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas1. Presidente Boyd K. Packer. “The Twenty-

Mark Note”, BYU—Idaho Devotional, 12de março de 2002.

2. Manual de Instruções da Igreja, Volume2, p. 161.

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O Pastor do Rebanho

Irmãos, nosso Salvador, JesusCristo, é o “bom Pastor; o bom Pastordá a vida pelas ovelhas”. (João 10:11)

Há alguns anos, fui a umcampeonato nacional e vi os pastorescompetirem. Aprendi uma liçãoinesquecível: O verdadeiro pastornão corre de um lado para o outroatrás das ovelhas; anda entre elas econquista sua confiança. Ensina oscães pastores e lhes dá tarefas.Alguns seguem na frente e outrosficam atrás. Ele conduz as ovelhas eanda adiante delas. No caminho eleusa a voz e gestos para dar ordens aseus cães fiéis. Desse pontoprivilegiado, cuida das ovelhas e leva-as para onde precisam ir.

O mesmo acontece com overdadeiro Pastor. “(…) as ovelhasouvem a sua voz, e [ele as] chamapelo nome, e as traz para fora”. (João10:3)

Bispos, vocês são os pastores dorebanho do Senhor. É importanteque saibam quem são. Agora apergunta é: para que foramchamados?

As Chaves do Sacerdócio

Foram chamados, ordenados edesignados para cuidar de todos osque moram na área de sua ala. Paraisso, receberam as chaves para cuidardo bem espiritual e material dossantos, para ajudar cada membro aachegar-se a Cristo. Essas chaves sãoreais. Quero que entendam que sãotão reais quanto a chave que tenhona mão; mas as que vocês têm nãosão materiais, como esta; são aschaves do sacerdócio.

As chaves do sacerdócio quereceberam pertencem a seu papel de

sumo sacerdote presidente,presidente do Sacerdócio Aarônico edo quórum dos sacerdotes e juizcomum em Israel.

Alguns bispos não sabem que têmessas chaves. São como os lamanitasque foram batizados com fogo e como Espírito Santo e “não o souberam”.(3 Néfi 9:20)

Quando encontro esses bispos,eles muitas vezes sentem-sesobrecarregados; não percebemquantos recursos o Senhor lhesproporcionou. Além das chaves dosacerdócio, receberam o poder dosacerdócio, o Espírito Santo, o domdo discernimento, os conselhos e osseus conselheiros no bispado.Asseguro-lhes, bispos: com essesrecursos seu trabalho pode ser umaalegria e bênção para vocês.

Mas como usar essas chaves?Como exercê-las? Darei um exemplode minha própria vida.

Certo dia, o Presidente Kimballpediu-me que fosse ao seu escritório.Eu era novo como Autoridade Geral.Foi em 1975. Graças a uma situaçãoincomum, ele estava sentado comum casal que enfrentava problemassérios no casamento, com os filhos enos negócios.

Quando eles terminaram decontar sua história, o PresidenteKimball virou-se e disse: “Este é oÉlder Hales. Ele foi chamado paraAssistente dos Doze Apóstolos.Quero que ele trabalhe com vocês.Ele prestará contas de seu progressoa mim”.

Percebem em que o PresidenteKimball agiu como pastor? Eleutilizou suas chaves ao dar-me umatarefa. Ele utilizou os recursos de quedispunha.

Aceitei a tarefa. Reuni-me com afamília e os líderes do sacerdócioresponsáveis por ela. Por inspiração,chamei outras pessoas para ajudar.Trabalhei com essa família poraproximadamente seis meses, atéseus problemas serem resolvidos.

O Presidente Kimball tinha aschaves para delegar-me essa tarefa.Meu ponto é este: Bispos, vocês têm

É L D E R R O B E R T D. H A L E Sdo Quórum dos Doze Apóstolos

O Chamado e asResponsabilidadesde um Bispo

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as chaves para fazer o mesmo em suaprópria ala, ao fazer chamados edesignar tarefas.

É claro que há algumas coisas quevocês podem fazer, mas são poucas.Por exemplo: só vocês podem:

• Chamar e designar ospresidentes.

• Entrevistar os jovens todos osanos.

• Entrevistar os membros quereceberão a própria investidura eos que pretendem casar-se notemplo.

• Aconselhar os membros emquestões importantes.

• Realizar casamentos civis.• Aplicar a disciplina da Igreja na

ala.• Realizar o acerto do dízimo.

Devem empregar seu tempo nautilização de suas chaves que seaplicam a essas responsabilidadesintransferíveis. Tudo o mais pode serdelegado aos líderes do sacerdócio edas auxiliares que trabalham sob suaorientação. Portanto, vocês precisamaprender a dar-lhes essa orientação econfiar neles. Precisam compreendero seu próprio papel de empregarsuas chaves do sacerdócio.

O Sumo Sacerdote Presidente

Vocês são o sumo sacerdotepresidente da ala. Dirigem o trabalhodo presidente do quórum de élderese do líder do grupo de sumossacerdotes.

O presidente de sua estaca tem aschaves do Sacerdócio deMelquisedeque. Com o sumoconselho, ele é responsável portreinar os líderes do Sacerdócio deMelquisedeque das alas; mas em seupapel de sumo sacerdote presidenteda ala, vocês reúnem-se com eles emconselho. São chamados a escutar,aprender e, depois, a delegar tarefas.

No ensino familiar, vocêsdeterminam duplas específicas paraas famílias que mais precisam delas.Depois, pedem os relatórios eacompanham o andamento dastarefas. Utilizem sempre a reunião do

conselho para isso, principalmentena obra missionária, reativação eretenção. Por quê? A cada membrodo conselho “é dado um dom peloEspírito de Deus. A alguns é dadoum, a outros é dado outro, para quedesse modo todos sejambeneficiados”. (D&C 46:11-12)

O Pastor dos Jovens

Vocês presidem também oSacerdócio Aarônico e o quórum dossacerdotes. Zelam pelas crianças daPrimária, rapazes e moças. Comofazer isso?

Recentemente perguntamos aosjovens: “Qual foi a coisa maisimportante que aconteceu na suavida no ano passado?” Uma dasrespostas mais comuns foi: “Umaentrevista com o bispo”. Bispos,vocês têm a chave necessária paraentrevistar e orientar os jovens daala, ajudá-los na idade decisiva quevivem. Olham para vocês eimaginam como conseguiramrealizar tantas coisas, comoenfrentaram os estudos,conseguiram emprego, casaram eformaram família. Vocês podemajudá-los. Podem ensiná-los a ouviros sussurros do Espírito Santo, oConsolador, e conseguir aautoconfiança de que precisam.

Minha maior alegria com meusfilhos e com todos os jovens é ajudá-los a descobrir os próprios dons etalentos e descobrir quem realmentesão. Então é como se uma luz seacendesse, a luz do Espírito em seuíntimo. Aprendem que são especiais,principalmente para o Senhor.

Como presidente do SacerdócioAarônico, vocês não ajudam somenteos jovens, ajudam os pais deles.Envolvam os pais, escutem-nos,aprendam com eles a ajudar os filhosdeles. Nesse processo o Espíritomostrará a vocês como ser umabênção na vida deles também.

Às vezes o pai tem dificuldade defalar com os filhos. Vocês podemservir de catalisador; podem fazercom que se unam. Suas chaves dosacerdócio os ajudarão a fazer com

que o coração dos pais se volte paraos filhos e o dos filhos, para os pais;e isso é a obra da salvação.

Portanto, bispos, não subestimemquem são e o que são capazes defazer. Como o pastor de famílias,vocês lideram os jovens no caminhoque leva ao templo, à missão e aoselamento para esta vida e para aeternidade.

Juiz Comum em Israel

Vocês foram chamados tambémpara ser juízes comuns de Israel.Foram “designados e ordenados porDeus para zelarem pela igreja”. (D&C46:27)

Receberam o dom dodiscernimento para ajudá-los. (VerD&C 46:27.) Esse dom os ajudará aaconselhar os membros quecometerem transgressões morais ououtros pecados graves. Ela osorientará nos casos que impliquemem disciplina da Igreja e os ensinaráa ser um pastor eficiente: a perceberque tarefas podem e devem serdelegadas a outros.

Como Supervisionar o Bem-Estar

Vocês dirigem também o trabalhode bem-estar da ala. Foi-lhesordenado que façam isso “buscandoos pobres”. (Ver D&C 84:112.) Àsvezes, os necessitados são pobres nascoisas materiais e precisam dealimentos e ajuda financeira. Às vezessão pobres nas coisas espirituais,pois sofreram injustiças e até maus-tratos.

Utilizem o comitê de bem-estar daala para descobrir quais são asfamílias e indivíduos necessitados.Converse com a Presidente daSociedade de Socorro. Peça a ajudados líderes do Sacerdócio deMelquisedeque.

Ao avaliar as necessidades eidentificar os recursos, consideremprimeiramente os recursos daprópria pessoa e, depois, os dosparentes. Depois, examinem eassinem pessoalmente cada pedidode ajuda de bem-estar antes deapresentá-lo.

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Salvaguardar o Dinheiro

Como bispos vocês têm aresponsabilidade de salvaguardar odinheiro sagrado da Igreja. Querofalar-lhes de três princípiosimportantes para a proteção dessedinheiro.

Primeiro, certifiquem-se de quevocês, seus conselheiros esecretários pagam integralmente odízimo e as ofertas. Só se podeconfiar em quem honra a leifinanceira do Senhor para lidar como dinheiro Dele.

Segundo, obedeçam o princípiode trabalhar em pares. Deve haversempre dois portadores dosacerdócio trabalhando lado a ladosempre que o dinheiro é coletado,contado, depositado e distribuído.

Por fim, não deixem o dinheirosem vigilância nem em lugar que nãoseja seguro. Usem um caixa 24 horasde depósito bancário, onde isso forpossível. Com o portador dosacerdócio que o acompanha,deposite o dinheiro no mesmo diaem que ele foi coletado, contado eregistrado.

Irmãos, esses princípios não sãosomente para proteger o dinheiro daIgreja. Observando experiênciastristes aprendi que, quando alguémfaz mal uso dos recursos do Senhor,arrisca-se a perder seu lugar noreino. Pode colocar a própria fé emrisco e até a enfraquecer a fé dasgerações futuras.

Por ter sido o Bispo Presidente daIgreja durante nove anos, posso dizerque nunca houve mau uso dodinheiro nos lugares em que essestrês princípios foram ensinados,aplicados e seguidos fielmente.

Ensinar os Membros

Lembrem-se, bispos, vocês sãoprofessores em tudo o que fazem.Não importa que vocês não seconsiderem professores; o Espíritopode ajudá-los a transformar-se emprofessores. Pois, o Espírito éconcedido pela “oração da fé”. (D&C42:14) À medida que seguirem essa

inspiração sagrada, ficarão “aptos aensinar”. (I Timóteo 3:2)

Ensinem principalmente nareunião sacramental, como um paiensina os filhos. Em todas as suasreuniões, lembre-se de apascentar asovelhas. Não basta fazer discursos edar aulas bem preparadas: é precisonutrir, nutrir espiritualmente, osmembros que estão sob suaresponsabilidade. Edifiquem otestemunho deles, incuta neles oEspírito de Deus e reforce ocompromisso que assumiram de serfiéis aos princípios do evangelho.

Depois, uma vez por ano, noacerto do dízimo, ensinem a lei dodízimo às famílias. Prestem seutestemunho, transmitam-lhes seuamor e orem com eles quando issofor adequado.

O ponto central do trabalho dobispo é ensinar as famílias a ser auto-suficientes nas coisas espirituais enas materiais. Pois, quando asfamílias cuidam de si mesmas, todo orebanho fica fortalecido e protegido.

Fortalecer as Famílias

Agora falarei um pouco dofortalecimento das famílias. Cada umde nós tem de começar com aprópria família. Um dosmandamentos mais importantesdados aos bispos encontra-se emEfésios 5:25: “maridos, amai vossasmulheres”.

O verdadeiro bispo agirá em casada maneira que pede aos líderes dosacerdócio da ala que o façam. Irápara casa depois desta reunião,sentará com a mulher e fará umapergunta bem simples: “Querida, oque posso fazer para ser melhor paie companheiro?” Depois, dedicaráuma meia hora para escutar o queela tem a dizer.

Escutem de coração e façam osajustes necessários em sua própriavida. Com isso, serão o pastordedicado de sua própria família.

Como vêem, irmãos, temos quedar a vida pela mulher e a família damesma forma que o Salvador deu a

Dele pela Igreja e por todos nós.Então, poderemos representá-Lo.Então, poderemos ser maissemelhantes a Ele.

Talvez estejam pensando: “ÉlderHales, não tenho tempo para fazerisso tudo”. Darei a vocês o melhorconselho que já recebi quanto a esseassunto.

• Normalmente, não fique fora atétarde para cuidar de seu chamadomais de duas noites por semana;e uma dessas noites deve serdedicada a visitar os membros emcasa.

• Avise sua família comantecedência quando chegará emcasa e cumpra sua palavra a todocusto: seu carro deve entrar nagaragem na hora que disse quechegaria. Assim, a mãe poderádizer aos filhos: “O papai chegaráem casa tal hora”, e eles saberãoque você chegará.

• Todas as semanas, dediquetempo a sua mulher e a cadafilho.

Comecem assim. Prometo quese colocarem a mulher e a famíliaem primeiro lugar, serão maridos epais melhores e também passarão aser bispos melhores.

Acima de tudo, lembrem-se, ah,lembrem-se de que sua ala é umconjunto de famílias. O trabalho desalvação progride quando o pai e amãe lideram os filhos com a ajuda dobispo. É por isso que sua realizaçãomais importante é ajudar sua famíliaa entrar no templo. Vocês têm aschaves para isso.

As Bênçãos do Templo

Alguns anos antes da dedicaçãodo Templo de Salt Lake, o PresidenteWilford Woodruff teve um sonho. Viumuitas pessoas andando confusasfora do templo. Estavam tristesporque não podiam entrar notemplo. No sonho, o PresidenteBrigham Young apareceu aoPresidente Woodruff e deu-lhe aschaves do templo.

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Esta chave que tenho na mão éuma das chaves originais dos portõesdo Templo de Salt Lake.

Brigham Young disse aoPresidente Woodruff: “Abra a porta edeixe as pessoas entrarem”1.

Esta chave que tenho na mãosimboliza as chaves que temos comobispos para abrir as portasmaravilhosas do templo. Lembrem-sebispos, vocês têm as chaves dosacerdócio. Usem-nas no papel desumo sacerdote presidente, juizcomum em Israel e presidente doSacerdócio Aarônico. Usem-nas paraorientar os líderes do sacerdócio edas auxiliares de sua ala; usem-naspara abrir as portas de todas asbênçãos da Igreja verdadeira doSenhor e, depois, para deixar que aspessoas entrem no templo.

Presto testemunho de que oSalvador está pronto a receber todosnós. Ele conhece Suas ovelhas; elasconhecem Sua voz e, se vocês, osbispos da Igreja, forem fiéis, a vozDele falará por seu intermédio.

Não importa quanta experiênciavocês tenham. A Igreja cresce a cadageração. Alguns de vocês são o quesão graças a outros: aos líderes dosacerdócio que tiveram quandojovens. Como vocês foramabençoados!

Alguns de vocês são pioneiros:vocês serão o alicerce da próximageração. Vocês é que serãolembrados e louvados no futuro.

Amamos vocês; somos gratos avocês; oramos por vocês e sabemos(sim, sabemos) que esta é a obradivina de nosso Senhor e Salvador,Jesus Cristo, e que Ele os elevará à

altura do manto que foi colocadosobre vocês. Ele abençoará seu lar,fortalecerá seus filhos e aumentará oamor que existe entre cada um devocês e sua mulher.

Testifico que Ele é o Pastor quedeu a vida por nós. Ele lidera SuaIgreja. Somos o Seu rebanho; poisEle é o Bom Pastor, sim, “Pastor eBispo das [nossas] almas”. (I Pedro2:25) Isso rogo e testifico em nomede Jesus Cristo. Amém.

Nota1. Loren C. Dunn. “The Temple is the

‘Heart od Sacred Work’”, Church News, 6de fevereiro de 1993, p. 12.

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Alicerce Doutrinário

Obrigado irmãos, por sua devoçãoao Senhor e à Sua obra sagrada.Sinto uma humilde gratidão por estarcom vocês. Minhas palavras sobre asreuniões sacramentais sãoespecificamente para os bispos epresidentes de ramo, e seusconselheiros.

Muitos de vocês sãoprovavelmente novos em suadesignação e sentem-se apreensivos.Peço-lhes que não se preocupem.Não só as pessoas receberão os seusserviços, mas sua família seráabençoada, devido ao seucompromisso com o Senhor e SuaIgreja.

Os bispados e as presidências deramo têm muitas responsabilidadesque podem ser delegadas. Mas vocêsnão podem delegar a responsabilidadepelas reuniões sacramentais. Em geral,vocês presidem e são, dessa forma,responsáveis tanto pelo espíritoquanto pelo conteúdo dessasreuniões.

Esta é a reunião de ala ou de ramoà qual comparecemos como umafamília—a unidade básica da Igreja.Ensinem à sua família e aos membrosa chegarem bem antes do início dareunião sacramental. Ensinem-lhesque comparecemos, segundo omandamento do Senhor, parareceber o sacramento e para renovarnossos convênios. Ele instituiu osacramento para que nos lembremosde Sua Expiação.

Quando aquela última ceia dePáscoa, preparada especialmente,estava terminando, Jesus tomou dopão, abençoou-o e partiu-o, e deu-oa Seus Apóstolos, dizendo: “Tomai,comei”. (Mateus 26:26) “Isto é o meucorpo, que por vós é dado; fazei istoem memória de mim.” (Lucas 22:19)Depois, Ele tomou o cálice, rendeugraças e passou-o aos que estavamreunidos com Ele, dizendo: “Estecálice é o novo testamento no meusangue” (Lucas 22:20), “que éderramado (…) para a remissão dospecados”. (Mateus 26:28) “Fazei isto(…) em memória de mim. Porque

todas as vezes que comerdes estepão e beberdes este cálice anunciaisa morte do Senhor (…).” (I Coríntios11:25–26) Desse modo, Eleestabeleceu o elo entre o sacramentoe Sua iminente Crucificação.

Deus declarou: “Pois eis que estaé minha obra e minha glória: Levar aefeito a imortalidade e vida eterna dohomem”. (Moisés 1:39) Em seguida,o Filho de Deus deu Sua vidavoluntariamente para cumprir avontade de Seu Pai. Assim, aimortalidade tornou-se realidade, e avida eterna, uma possibilidade atodos os que viverem nesta Terra.Celebramos Sua Expiação de ummodo muito particular. Trazemos umcoração quebrantado e um espíritocontrito para a nossa reuniãosacramental. Este é o ponto alto daobservância do Dia do Senhor. (VerD&C 59:8–13.)

As orações sacramentais foramreveladas pelo Senhor. (Ver Morôni4:3; 5:2 e D&C 20:77, 79.) Essasorações contêm convênios e umapromessa. Fazemos convênio detomar sobre nós o nome de JesusCristo e guardar Seus mandamentos.Comemos o pão partido emlembrança de Seu corpo. Bebemos aágua em lembrança de Seu sangue,que foi derramado por nós. Etestificamos que sempre iremoslembrar-nos Dele. A promessa:teremos sempre Seu Espíritoconosco. Que promessa maravilhosa!

Como Planejar a ReuniãoSacramental

Com essa doutrina em mente,irmãos, planejem sua reuniãosacramental cuidadosamente.

É L D E R R U S S E L L M . N E L S O NDo Quórum dos Doze Apóstolos

Como Planejare Dirigir aReunião Sacramental

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Tenham em mente o propósito decentralizar a atenção no Senhor eensinem a respeito do Senhor e SuaExpiação, Seu exemplo e asdoutrinas do evangelho.

O convite aos oradores deve serfeito com muita antecedência e deveincluir uma descrição clara do tópicodesignado e do tempo para cada um,juntando sua oferta de ajuda.

Incluam entre os que irão oferecerorações, as pessoas que não sãochamadas com freqüência. Evitem opadrão de orações oferecidas pelomarido e pela mulher, no início efinal da mesma reunião. Isso podeconter uma mensagem não-intencional de exclusão dos solteirosou sozinhos. E recomendamos quealertem aos que farão a oração paraque não façam um sermão.

Pode-se dar, aos missionários queestão saindo para o campo, aoportunidade de falar em umareunião sacramental. Os membros desua família e amigos não devem serconvidados a falar. Na mesmareunião podem falar dois ou maismissionários que saem em missão.

Os missionários que retornam eserviram honrosamente devem serconvidados a falar em uma reuniãosacramental e deve-se conceder-lhestempo para que falem sobre suasexperiências espirituais e prestemtestemunho.

As reuniões sacramentais são umaexcelente oportunidade para que osjovens façam um pequeno discursosobre um tópico designado doevangelho. No tempo restante, ossumos conselheiros serão designadospelo presidente da estaca para falar.

Pensem em chamar membros paracompor um comitê de boas-vindas epara servir como recepcionistas. Elespodem receber calorosamente osmembros e conduzi-los aos bancosconfortavelmente, e ao mesmotempo reservar algumas fileiras elugares laterais para pessoas comnecessidades especiais.

Equipamentos audiovisuais comovideocassetes e projetores não devemser usados na reunião sacramental.

Ocasionalmente, os membros nãopoderão comparecer devido adoenças. Vocês podem designarportadores do sacerdócio paraministrar o sacramento a essaspessoas, enquanto estiveremimpossibilitadas de sair.

Uma reunião sacramental típicadeve incluir: o prelúdio musical, asboas-vindas e reconhecimento daautoridade presidente e dorepresentante do sumo conselho, sedesignado; um hino e uma oração deabertura.

Depois da oração tratam-se dosassuntos da ala, como, por exemplo,a desobrigação e o apoio de líderes eprofessores da ala, o reconhecimentodas crianças que terminam aPrimária, os membros chamados paraservir como missionários e paraoutras designações, as realizaçõesdos rapazes e moças, a apresentaçãodo nome dos irmãos que receberamo Sacerdócio Aarônico ouprogrediram nele e o nome dosmembros novos na ala.

Depois dos assuntos da ala, areunião prossegue com aconfirmação dos membros novos, ohino sacramental e a administraçãodo sacramento, mensagens doevangelho e outras músicasopcionais, o hino e a oração deencerramento e um poslúdio.

Os membros que serãodesobrigados e apoiados não precisamser apresentados individualmente.Eles podem ser propostos em grupos:primeiro, os que serão desobrigados,e em seguida os que serão apoiadosno sacerdócio e os que serão apoiadospara chamados nas auxiliares.

Irmãos, assegurem-se de que essasreuniões comecem e terminem nohorário e não ultrapassem o que foiprogramado. Não é necessário realizaruma reunião de oração antes dareunião sacramental. Você e os demaisconvidados a participar devem estarsentados pelo menos cinco minutosantes do início da reunião, para queestejam espiritualmente preparadospara uma cerimônia de adoração.

Reunião Sacramental Típica

Prelúdio musical.Boas-vindas e reconhecimento da autoridade presidente e do

representante do sumo conselho, se designado.Hino e oração de abertura.Assuntos da ala:Desobrigação e apoio de líderes e professores da ala.Reconhecimento:

• crianças que terminam a Primária,• membros chamados para servir como missionários ou para outras

designações,• realizações de rapazes e moças.

Apresentação dos:• nomes dos irmãos que receberam o Sacerdócio Aarônico ou

progrediram nele,• membros novos na ala.

Confirmação dos membros novos.Hino sacramental e administração do sacramento.Mensagens do evangelho e outras músicas opcionais.Hino e oração de encerramento.Poslúdio.

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Durante esse intervalo dequietude, o prelúdio musical deveprevalecer. Esse não é um momentode conversar ou de transmitirmensagens. Ensine aos membros orespeito pelo próprio período demeditação em espírito de oração—epelo período de meditação do bispo,enquanto se prepararamespiritualmente para o sacramento.

A Música

Irmãos, ensinem ao regente demúsica que os hinos da Igreja são amúsica básica para os serviços deadoração e o padrão para o canto dacongregação. Outras seleçõesmusicais podem ser empregadas noprelúdio e poslúdio, no coro e emapresentações especiais. Os hinos deabertura e de encerramento sãohabitualmente cantados pelacongregação. O hino sacramental ésempre cantado pela congregação.

O ideal seria que vocês tivessemum coro em sua unidade, com umconvite para apresentar-seperiodicamente. Um coro podeabençoar vidas. A irmã Nelson e eutemos gratas lembranças de nossaparticipação durante anos no coro denosso pequeno ramo emMinneapolis, Minnesota. Quando nóse os demais íamos adiante paracantar, havia mais membros no coroque na congregação.

Pianos, órgãos ou instrumentoseletrônicos equivalentes são opadrão usado nas reuniões da Igreja.Se outros instrumentos foremutilizados, seu uso deve ser feito demodo a preservar o espírito dareunião. Instrumentos com sonsaltos ou não condizentes com aadoração, como metais e percussão,não são adequados para as reuniõessacramentais. Se não houver piano,órgão ou alguém para tocar, hágravações adequadas que podem serusadas como acompanhamento.

O canto dos justos é uma prece aoSenhor. (Ver D&C 25:12.) Algunsmembros parecem relutantes emcantar, talvez por medo. Ajudem-nosa esquecer-se de si mesmos e a

cantar como uma oportunidade delouvar seu Criador em espírito deoração. A música durante a reuniãosacramental deve ser para adoração,e não para exibição.

Irmãos, dependemos de vocês.Não deixem que nossa músicasagrada desapareça, nem permitamque a música secular tome seu lugar.

Como Dirigir a ReuniãoSacramental

Vocês, caros irmãos, têm aresponsabilidade não só de planejaressas reuniões, mas também dedirigi-las. Algumas pessoas em suacongregação estão orando parareceber delicada inspiração e entrarem comunicação com o céu. Vocêspodem ajudá-los, estabelecendo umespírito de reverência. A reverênciaconvida a revelação.

Ao dirigir a reunião, façam umasaudação cordial. Anúncios mais bemdetalhados devem ser feitos maisadequadamente em outra ocasião.Uma vez que convidamos todos avirem a Cristo, os amigos e vizinhossão sempre bem-vindos, mas não seespera que tomem o sacramento.Contudo, isso não é proibido. Aescolha é deles. Esperamos que osvisitantes que se encontram entrenós sempre se sintam bem-vindos e àvontade. As crianças pequenas, porserem inocentes beneficiários daExpiação do Senhor, podemparticipar do sacramento, empreparação para os convênios quefarão mais tarde em sua vida.

Nossas reuniões devem sersempre dirigidas segundo aorientação do Espírito. (Ver D&C46:2.) Ocasionalmente, algoinesperado poderá ser dito, quevocês precisarão esclarecer.Respondam a esse influxo e façam ascorreções necessárias. Do contrário,nenhum outro comentário deveráser feito depois do último orador.

A Administração do Sacramento

O bispado e a presidência deramo preside o Sacerdócio Aarônico,nas alas e ramos. Vocês e os

consultores dos quóruns dosacerdócio tomarão todas asprecauções para que o sacramentoseja preparado bem antes da reuniãoe que a distribuição do sacramentoseja planejada cuidadosamente.

Aqueles que administram osacramento devem estar bemapresentáveis e estar vestidosadequadamente. Camisas brancasnão só têm uma boa aparência, massão um suave lembrete de outrosrituais sagrados, como o batismo e asordenanças do templo, nos quaistambém se usam roupas brancas.

Vocês podem designar umapessoa para ajudar os diáconos asaber quem é a autoridadepresidente que deverá receber osacramento em primeiro lugar.

As orações sacramentais devemser oferecidas de modo inteligível,pois aquele que a profere dá voz aosconvênios que outros estão fazendo.A limpeza e a pureza de coração sãorequisitos daqueles que têm oprivilégio de abençoar o sacramento.

As Reuniões de Jejum eTestemunho

As reuniões de jejum etestemunho são realizadas uma vezpor mês, habitualmente no primeirodomingo. Em geral, os bebês sãoabençoados nesse dia. Depois dosacramento, o irmão que dirige areunião presta um brevetestemunho. Depois, ele incentiva osmembros a prestar um breve esincero testemunho do Salvador,Seus ensinamentos e a Restauração.

Os pais e professores devem ajudaras crianças a aprender o que é umtestemunho e qual a ocasião propíciapara prestá-lo. As crianças menoresdevem aprender a prestar testemunhoem casa ou na Primária, até quetenham idade suficiente para prestarum testemunho adequado sozinhas,na reunião de jejum e testemunho.

A Participação Pessoal

Cada membro da Igreja éresponsável pelo crescimentoespiritual que advém da reunião

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sacramental. Cada um deve cantarcom o coração cheio de gratidão eresponder com um sonoro “amém”ao final de cada oração outestemunho.

Ponderamos individualmentesobre a Expiação de Jesus Cristo.Refletimos sobre o significado de Seusofrimento no Getsêmani e Suacrucificação no Calvário. Nessemomento, cada um de nós devefazer um “exame de si mesmo” (ICoríntios 11:28), e refletir a respeitodos convênios pessoais feitos com oSenhor. Nesse momento, meditamossobre as coisas sagradas de Deus.

Com extrema sinceridade,agradeço ao Senhor pela reuniãosacramental e por tudo o que elasignifica em minha vida. Ela renovarepetidamente minha fé e permite-me renovar meus convêniossemanalmente, ajuda-me e à irmãNelson a viver e criar nossa família nagloriosa luz do evangelho.

Irmãos, testifico-lhes que Deusvive, que Jesus é o Cristo, que esta éSua Igreja, restaurada nesses últimosdias para cumprir seu destino divinal.Oro para que as bênçãos do Senhorsejam derramadas sobre cada um devocês, no nome sagrado de JesusCristo. Amém.

É L D E R N E A L A . M A X W E L LDo Quórum dos Doze Apóstolos

“Que Tipo de Homens[Deveremos] Ser?”(3 Néfi 27:27)

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Gratidão Àqueles Que Servem

Irmãos, desejo congratulá-los,aconselhá-los e por fim lembrá-los deuma promessa muito preciosa quefoi feita a todos nós.

Em primeiro lugar, queroagradecer-lhes sinceramente por seuserviço como líderes do sacerdócio.Muitas vezes vocês ficarão ansiosospara saber se estão sendo adequadosou não, mas provavelmente estão-sesaindo muito melhor do queimaginam. Queremos cumprimentá-los por esse serviço.

Aceitem nossa gratidão tambémpela forma com que servem osmembros da Igreja, inclusive aquelesque caminham silenciosamente asegunda milha, cujas açõesfreqüentemente só são conhecidaspor vocês e pelo Senhor. Esses

membros não se sobressaem; elessão mansos e humildes. Essesmembros da Igreja, freqüentementepouco reconhecidos, precisamreceber toda a nossa gratidão. Elesrealizam o seu trabalho com muitaconstância e eficiência e precisamoslembrar-nos deles mais do quegeralmente o fazemos.

Recentemente, eu estavacomentando com o Presidente Packersobre esses maravilhosos, mansos ehumildes membros da Igreja, e dissea ele: “Minha admiração por eles étamanha que se no mundo vindouroeles precisarem levar seus mantosbrancos para a lavanderia, espero sera pessoa que irá buscá-los para eles”.Ele disse, rápido como um raio: “E euserei quem irá lavá-los”. Peço quetenhamos sempre em mente essesmembros fiéis, mansos e humildesem meio ao rebanho do qual vocêscuidam tão bem.

Tornar-se um “Homem de Cristo”

Agora, no contexto dessecumprimento, deixo-lhes algunsconselhos. Há muito tempo, oSalvador ressuscitado perguntou aoslíderes do sacerdócio, de modomuito profundo: “Que tipo dehomens devereis ser?” Jesus entãoinstruiu que devemos ser “como[Ele] é”. (3 Néfi 27:27)

Portanto, devemos esforçar-nos,passo a passo, para tornar-nos mais emais semelhantes a Ele,

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desenvolvendo inclusive as atitudesespirituais que acompanham umavida feliz! (Ver 2 Néfi 5:27.)

Portanto, para nós, despojar-nos dohomem natural (ver Mosias 3:19) etornar-nos, em vez disso, um “homemde Cristo” (Helamã 3:29) nãoacontece automaticamente. Em vezdisso, acontece “com o correr dotempo”. (Moisés 7:21) Portanto, aindaque vocês estejam serenamenteprocurando ensinar sua família ou seurebanho na Igreja, não há substitutopara a eloqüência do exemplo.

As sugestões que gostaria de lhesdeixar se aplicam a todas as culturas etodas as situações econômicas.Algumas delas enfocam nosso papel demarido e pai, algumas enfocam o nossochamado, e outras se aplicam a ambos.

Irmãos, o tempo que lhes restaem seu chamado é limitado. Otempo está correndo. Mas vocêsnunca serão desobrigados do cargode pai ou marido. Esses sãochamados eternos, e não mudamquando vocês mudam de endereço.

Preparação Pessoal

Portanto, gostaria de falar sobrepreparação pessoal.

Seu primeiro dever é obter econservar o testemunho do EspíritoSanto de que Jesus é o Cristo. (VerD&C 46:13–14.) Quando sabemos, aspessoas a quem servimos saberãoque sabemos. E isso é incrivelmenteimportante. Além disso, esse membroda Trindade, o Espírito Santo, nosinspira como Seus pastores.

Ora, essa inspiração, em minhaexperiência, que sem dúvida deve ser amesma que vocês tiveram, nem sempreé conveniente e freqüentemente émuito exigente. Às vezes os problemasque enfrentamos quase chegam a sermaiores do que podemos suportar.Quando nos sentimos assoberbados,Aquele que venceu o mundo nosajudará. (Ver João 16:33.)

Quando vocês estiverem exaustos,ainda poderão contar com o evangelho,que é inexaurível. Vocês jamais atingirãosuas maiores profundezas ou alcançarãosuas maiores alturas e extensão.

Portanto, quando se banquetearem nasescrituras, serão renovados mesmo queestejam exaustos. Sua família e seus co-servos na Igreja vêm quando vocêsestão cansados. Não podemos escondero cansaço; portanto, deixem que vejamtambém sua perseverança, que estárelacionada à promessa quemencionarei posteriormente.

Seus filhos sairão um dia do ninho,mas podem levar consigo seu amorpelas escrituras, tal como podemlevar as escrituras. Deixem que levemcom eles, além das escrituras, alembrança de ouvirem sua voz, comopatriarca, pai, líder do sacerdócio, aoler as escrituras e aplicá-las à suaprópria vida. (Ver 1 Néfi 19:23.) Elesse lembrarão disso muito tempodepois de saírem do ninho.

Como o Presidente Packer disse,sirvamos com as mãos e o coraçãopuros. Precisamos fugir dapornografia. Temos que abster-nos depráticas questionáveis nos negócios.Tudo que nos diminua espiritualmentedeve ser afastado de nossa vida.

Se vocês tiverem alguma falha nãoresolvida em sua própria vida,procurem o devido líder do sacerdócio.Não esperamos perfeição uns dosoutros no reino, irmãos, mas nãoqueremos que nossos líderes seafundem na autocomiseração. Aautocomiseração nos torna vulneráveis.

A vida e seus eventos podeminfligir-nos a nossa porção pessoal deadversidade. Isso tem a ver com otipo de homens que devemos ser.Aceitem a adversidade sem setornarem irados ou amargos, e assimterão prestado um testemunho demodo especial e duradouro!

Lembro-me da jovem MelissaHowes, que se recusou a ficar comraiva de Deus quando seu pai, aos 43anos, ficou à beira da morte porcâncer. Numa oração familiar, poucoantes de seu pai morrer, Melissa disse,conforme contou sua mãe: “PaiCelestial, abençoa o meu pai, mas seprecisares dele mais do que nós, podeslevá-lo. Nós o queremos, mas seja feitaa Tua vontade. E por favor ajuda-nos anão ficarmos com raiva de Ti”.

Há uma bonequinha de papel queganhei de Melissa, pendurada naparede de meu escritório, para queeu me lembre de sua oração e decomo ela evitou ficar com raiva.

Responsabilidades Familiares

Agora, falemos sobre nossasresponsabilidades para com afamília—

Como nenhum sucesso, como todossabemos, compensa o fracasso crônicona família, a liderança inadequada nolar—a liderança cronicamenteinadequada, pois todos cometemoserros—cedo ou tarde, diminuirá nossaeficácia na liderança da Igreja.

Sabemos que vocês só dispõem deum número limitado de horas.Pedimos que sejam comedidos efaçam as coisas com “sabedoria eordem”. (Mosias 4:27; ver tambémD&C 10:4.) Façam com que seutempo primordial seja dedicado àssuas responsabilidades primordiais:Sua esposa e sua família! Casocontrário, irmãos, a família fica só comas sobras. Além disso, por melhor quetenha sido o dia no trabalho, ele nãopode compensar um dia ruim no lar.

Irmãos, amem a mãe de seusfilhos. Neste mundo tumultuado,esse relacionamento especial precisaser sólido e seguro. Da mesma forma,deixem que sua esposa e seus filhosouçam vocês orarem nominalmentepor eles em sua oração familiar.

Peço-lhes que façam os merecidose específicos elogios à sua esposa,seus filhos e aos membros de seurebanho e quórum. O mundodeprime as pessoas, mas vocêspodem elevá-las, inclusive dandouma bênção paterna a seus filhos.

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Meu pai era tímido e retraído, masera um homem maravilhoso, e pedi-lhe uma bênção paterna por muitosanos. Mas ele era tão tímido e retraídoque isso só aconteceu mais tarde emminha vida. Mas naquela bênção, meupai previu minha grande enfermidade,20 anos antes de ela acontecer. Eleusou estas palavras ao abençoar-me,dizendo que eu teria “forças parasuportar os fardos que [me] serãoinfligidos fisicamente (…) para que[eu possa] suportá-los como Paulo ofez, sem reclamar”. Sinto-me muitograto por ter tido um pai tímido mascarinhoso que me deu uma bênçãopaterna há tantos anos. Ainda meesforço para estar à altura dela.

Nossa família testemunha asnossas imperfeições o tempo todo.Eles percebem nossas falhas. Mas, sepuderem ver-nos esforçandoespiritualmente, com bondade, irãoafastar a imagem dos fracassos.

Não somente durante a reuniãofamiliar, mas também nas refeições emfamília, conversem de mododescontraído e tranqüilo a respeito doevangelho, conforme declaram asescrituras: “E falamos de Cristo,regozijamo-nos em Cristo, (…), paraque nossos filhos saibam em que fonteprocurar a remissão de seus pecados”.(2 Néfi 25:26) Um bom líder é sempreum bom ouvinte, especialmente no lar.

Dignidade

Em seguida, irmãos, quanto anosso chamado como representantesdo Senhor—

Como todos estamos preparando-nos para viver numa cultura celestial,tudo o que existe em nossa culturatemporária e local que esteja emconflito com o evangelho e seus

padrões precisa simplesmente serretirado de nossa vida. As fugazesmodas do mundo, em pouco tempo,se tornarão obsoletas, de qualquerforma. (Ver I Coríntios 7:31.) Enquantoisso, não devemos ceder a essas coisas.

Mantenham sua dignidade e seupadrão de vestuário, mesmo que nãosejam ricos. No mundo atual, porexemplo, os líderes da Igrejafreqüentemente são os poucosexemplos existentes de um modoadequado de se vestir. Sua aparênciae sua presença são seu modo deexpressar aos outros como vocês sevêem e como vêem seu chamado ecomo vocês honram e apóiamaqueles que os chamaram.

Normalmente não nos lembramosde apoiar as pessoas que nos chamarampara um cargo. Precisamos apoiá-los.

No domingo seguinte a seu apoiocomo Conselheiro na PrimeiraPresidência, o Presidente Marion G.Romney falou em nossa ala e disse dopúlpito: “Sempre apoiei o Presidenteda Igreja, e ainda posso apoiá-lo,embora ele tenha-me chamado comoum de seus Conselheiros”. Temos asolene obrigação de apoiar aquelesque nos chamaram.

Sua dignidade espiritual incluimanter sigilo sobre as coisas que lhesforem confidenciadas. O Senhor, omembro da Igreja que vocês estãoaconselhando e vocês são os únicosque “precisam saber” de certascoisas. E essa dignidade, esse sigilo,precisa ser mantido.

Deixem que os membros e suafamília vejam vocês não apenas indoao templo, que nos relembra o tipode homens e mulheres que devemosser, mas que vejam também como oque acontece ali influi em sua vida eos torna melhores pessoas.

Servir e Liderar

Irmãos, se fizermos essas coisas eoutras semelhantes em nosso dia-a-dia, iremos tornar-nos “o tipo dehomens” que Jesus desejava. Aspessoas verão o que somos mastambém o que estamos nosesforçando para nos tornar. Verão

que tomamos verdadeiramente sobrenós o jugo de Cristo e que estamoshumildemente servindo o nossopróximo. (Ver Mateus 11:29.)

Há alguns anos, eu estavacumprindo uma designação com oÉlder Howard Hunter no Cairo.Compartilhávamos um quarto de hotele, após um dia cansativo, estávamosdescansando antes das reuniões danoite. Perguntei se poderia deitar-me edormir um pouco, e é claro que eledisse: “Certamente”. Acordei antes dahora e vi o Presidente Howard Hunterengraxando meus sapatos.

Devemos ser líderes-servos elembrar-nos de quem realmente somos.Isso será inequivocamente transmitidoaos outros. Ficará indelevelmentemarcado na mente e no coração daspessoas. Evidentemente, talvez nemsempre nosso amor seja retribuído, oumesmo reconhecido, mas o amornunca é desperdiçado.

A Promessa aos Líderes Fiéis

Por fim, o lembrete da promessaque foi feita a todos nós e a todos osirmãos fiéis—

Essa promessa, como vocêssabem, é a de que o Senhor irárevigorar nosso corpo. Trata-se dealgo significativo para aqueles queprocuram servi-Lo incansavelmente.(Ver D&C 84:33; Helamã 10:4–5.)

Nesses abençoados momentos derenovação, haverá ocasiões, irmãos,em que o Espírito irá inundá-los comouma onda—para revigorá-los, renovarsua segurança e até abraçá-los. OEspírito Santo também fará com quesaibam pessoalmente que o Senhordo universo que tudo vê nos conhecee ama individualmente. Ele nosconhece já há muito, muito tempo.Ele conhece os detalhes de nossavida. Ele lembra-se, como dizem asescrituras, de Seu povo em todas asnações e, sem dúvida, também selembra de Seus líderes do sacerdócioem todos os países. (Ver Alma 26:37.)

Afinal de contas, irmãos, todos queamamos e servimos são filhos de Deus!

Disso testifico no sagrado nomede Jesus Cristo. Amém!

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Tomar Providências Específicas

Cumprimento a cada um dosoradores que ouvimos. Minhamemória volta a um período em quetópicos semelhantes eramapresentados por membros doQuórum dos Doze na que era entãochamada de Reunião Geral da Juntado Sacerdócio e foramposteriormente levados para asreuniões de liderança do sacerdócioem sessões de conferências deestaca.

Na época, a Igreja era menor—tanto numérica quantogeograficamente. Como somosgratos por podermos nos beneficiarcom a moderna tecnologia, queoferece comunicação mundialimediata.

Quando o Presidente Hinckleydesignou-me a falar-lhes hoje, eledisse que eu deveria falar seguindo ainspiração do Espírito do Senhor.Com essa introdução, concentrareimeus comentários principalmente naadministração de alas e estacas,entremeados com experiênciaspessoais de meus próprioschamados.

Em 1959, na época em que eupresidia a Missão Canadense, o ÉlderElRay L. Christiansen, umaAutoridade Geral, visitou nossamissão. Viajamos juntos durante dezdias atravessando Ontário e Quebec,onde nos reunimos em conferênciasde distrito com os membros e emconferências de zona com osmissionários e, ao final da visita,tivemos uma reunião com os líderesdos distritos de membros que logose tornariam uma estaca de Sião—aEstaca Toronto, que se tornou aestaca de número 300 da Igreja.

O Élder Christiansen, umprofessor excelente, narrou umaexperiência extremamentesignificativa da época em que eleacabara de ser chamado comopresidente de estaca. Ele disse:“Quando fui chamado comopresidente da Estaca Cache Leste emLogan, Utah, meus conselheiros e euanalisamos qual seria a maiornecessidade dos membros de nossaestaca. Finalmente concordamos queo princípio mais necessário era a

espiritualidade. Apreciamos averdade encontrada na seguinteobservação: Quando alguém tratade generalidades, ele raramenteterá sucesso; mas quando eletrata de coisas específicas, eleraramente fracassará. Ao final,estabelecemos um plano compostopor quatro passos para atingirmosnosso objetivo geral de elevar aespiritualidade”.

O plano de quatro passos doPresidente Christiansen e de seusconselheiros foi aprimorado demaneira excelente. Primeiro passo:“Elevaremos a espiritualidade dosmembros da Estaca Cache Leste setodas as famílias fizerem a oraçãofamiliar”. Segundo passo:“Elevaremos a espiritualidade dosmembros da Estaca Cache Leste setodos os membros freqüentarem areunião sacramental semanalmente.”Terceiro passo: “Elevaremos aespiritualidade dos membros daEstaca Cache Leste se cada membropagar um dízimo honesto”. Quartopasso: “Elevaremos a espiritualidadedos membros da Estaca Cache Lestese cada membro guardar o Dia doSenhor e santificá-lo”. Cada um delesfoi o tema durante um períodoespecífico, sendo enfatizadoregularmente.

O resultado foi que cada um dosobjetivos específicos foi alcançado. Aespiritualidade dos membros daestaca foi literalmente às alturas.

Esforço a Nível de Ala

Hoje, alas e estacas variamsignificantemente em experiência,história e força do sacerdócio. Cadauma delas pode melhorar seudesempenho com um esforçoespecífico.

Fui chamado para servir comobispo da Ala 6-7 em Salt Lake City emmaio de 1950. Essa ala foi resultadoda combinação da Ala 6 com a Ala 7,que estavam entre as 19 primeirasalas de Salt Lake. A industrializaçãona área eliminou muitas residências,levando a essa combinação. Na épocaem que eu fui chamado, o total de

P R E S I D E N T E T H O M A S S . M O N S O NPrimeiro Conselheiro na Primeira Presidência

“Porei Dentro de VósUm Espírito Novo”(Ezequiel 36:26)

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membros da ala era pouco mais de1.000 membros. Eles compreendiamcerca de 25 por cento de famíliaspioneiras tais como a minha, 25 porcento de famílias em trânsito e osoutros 50 por cento ficavam entreesses dois grupos.

Por ser um novo bispado, nossoprimeiro objetivo era o de fazer umadesignação a cada membro da ala.Para ajudar-nos a atingir essa meta,imprimimos um folheto, muitoresumido, que contava a históriapioneira da ala, a natureza amigávelde seus membros e como eranecessário que todos prestassemserviço.

Como?Em primeiro lugar, um chamado

dignificado precedido por umaoração sincera; em segundo, umaexplicação referente ao que eraesperado da pessoa que estavarecebendo o chamado; e, emterceiro, a apresentação do folheto,que continha idéias fundamentaispara o ensino bem-sucedido, taiscomo:

• Uma personalidade repleta dequalidade religiosa.

• Interesse genuíno pelas pessoas.• Conhecimento do evangelho.• Uma atitude edificante.• Utilização de bons métodos de

ensino.

O folheto também continha osseguintes “Oito Pontos de Liderança”do Élder John A. Widtsoe, antigomembro do Quórum dos DozeApóstolos:

• O atributo da fé.• O atributo do amor.• O atributo da compreensão.• O atributo da industriosidade.• O atributo da autocorreção.• O atributo da obediência.• O atributo da sinceridade.• O atributo da oração.

Foi esclarecido aos recém-chamados a ajuda específica queseria dada. O curso deaperfeiçoamento didático foiexplicado. Asseguramos que apresidência da organização auxiliar

ajudaria no que fosse preciso. O fatode a ala ter um número significativode membros em trânsito não foiconsiderado um problemaabsolutamente. Ao contrário, issodeu uma oportunidade real paraalcançar e ensinar mais filhos donosso Pai Celestial. Que privilégio!

Trabalhar com os Jovens

Com referência ao SacerdócioAarônico e às moças de idadeequivalente, simplesmente nós dobispado decidimos queempregaríamos todos os esforçosnecessários para que nenhum rapaze nenhuma moça se perdesse. Porexemplo: voltei-me para o meusegundo conselheiro com o pedido:“sua designação, irmão Hemingway, érelativa aos diáconos e àqueles quedeveriam ser diáconos. Ore arespeito e então, com a ajuda doconsultor dos diáconos e dapresidência do quórum de diáconos,ponha mãos à obra e assegure-se deque cada diácono esteja pronto paraser ordenado mestre aos 14 anos deidade.

Voltei-me então para o meuprimeiro conselheiro, o irmão Cox, erepeti a mesma diretiva, expressandocom amor a incumbência de orar arespeito disso e então, juntamentecom o consultor dos mestres e apresidência do quórum de mestres,se assegurassem de que cada mestreestaria pronto a ser ordenadosacerdote aos 16 anos de idade.

Declarei, então, que faria omesmo com referência ao quórumde sacerdotes.

Não poupamos esforços. O amorautêntico e o senso de deverguiariam nosso empenho.

Gostaria de poder dizer quetivemos sucesso total, mas possodeclarar que o resultado foi quaseum milagre. Um dos exemplos foiRichard Casto, um sacerdote.

Certo domingo de manhã, noteique Richard não estava na reuniãodo quórum. Deixei o quórum aoscuidados do consultor e fui até a casado Richard. Sua mãe disse-me que

ele estava trabalhando na OficinaWest Temple. Dirigi até a oficina atrásdo Richard. Procurei-o por todaparte, mas não consegui encontrá-lo.De repente tive a inspiração de olharem uma vala utilizada para a troca deóleo que ficava ao lado do posto. Noescuro consegui distinguir dois olhosbrilhantes. Então ouvi o Richarddizer: “O senhor me encontrou,Bispo! O senhor me encontrou. Vousair”. Ele raramente perdeu outrareunião do sacerdócio.

A família mudou-se para umaestaca próxima. O tempo passou erecebi um telefonema informandoque Richard aceitara seu chamadomissionário para o México. Fuiconvidado para falar na reuniãosacramental que antecedeu suapartida para o campo missionário. Aofalar, Richard disse que a reviravoltaem sua determinação para servir emuma missão ocorreu certo domingopela manhã—não na capela, masquando olhou para o alto naescuridão da vala de troca de óleo eviu a mão estendida de seupresidente do quórum.

Através dos anos recebi relatóriosde progresso ocasionais, sempreassinado: “o menino na vala de trocade óleo”, contando a respeito de seutestemunho, da família e do serviçofiel na Igreja, inclusive como bispo.

Hoje Richard Casto servenovamente como bispo.

Orientação das Escrituras

Em nossas reuniões do comitê dosacerdócio da ala e nas reuniões deconselho da ala, normalmentecomeçávamos lendo uma escrituraadequada, apenas paraconcentrarmos o pensamento emnosso dever de salvar. Lembro-me dealgumas daquelas escrituras; vocêsestão familiarizados com elas:

Doutrina e Convênios, 64:33--34:“Portanto não vos canseis de fazer obem, porque estais lançando oalicerce de uma grande obra. E depequenas coisas provém aquilo que égrande. Eis que o Senhor requer ocoração e uma mente solícita”.

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Novamente Doutrina e Convênios,seção 84, versículo 106: “E se houveralgum homem entre vós de Espíritoforte, que tome consigo aquele quefor fraco, para que seja edificado”.Essa é a chave para o ensino familiar.

Uma outra de Doutrina eConvênios 76:5–6, minha preferida:“Eu, o Senhor, sou misericordioso ebenigno para com aqueles que metemem e deleito-me em honraraqueles que me servem em retidão eem verdade até o fim. Grande serásua recompensa e eterna sua glória”.

E finalmente, Doutrina eConvênios 88:78, uma das preferidasdo Presidente Packer: “Ensinaidiligentemente e minha graçaacompanhar-vos-á”.

Seu Tempo de Servir

Irmãos, este é o seu tempo deservir. Hoje em dia os presidentes deestaca não servem durante vinte outrinta anos, como aconteciaantigamente. Os bispos não servempor 34 anos como aconteceu com oBispo William Thorn da ala em queeu presidi. Quando servi comosecretário da ala, procurei nosregistros gravados em microfilmes daIgreja e verifiquei que a PrimeiraPresidência enviou ao Bispo Thornuma carta incomum, que continha aseguinte mensagem:

“Caro Bispo Thorn:Como sabe, o Bispo Harrison

Sperry da Ala 4 foi chamado paraservir em uma missão de dois anos naInglaterra. Para que ele continue a serbispo durante o período em queestiver em missão, estamos chamandovocê, Bispo Thorn, para cuidar dosnegócios da Ala 4 até que o BispoSperry volte. Isso, naturalmente, sejuntará às suas responsabilidadescomo bispo da Ala 7.

Sinceramente seus irmãos, aPrimeira Presidência.”

Muitos dos presentes à sessão deliderança do sacerdócio servem nosumo conselho de sua estaca. Vocêsdesempenham um papel vital. Li oseguinte relato no jornal ChurchNews que foi inspirador para mim e

demonstrou uma virtude clássica dogoverno da Igreja—isto é, umaexpressão de apreço:

“Ao término de um [conselhodisciplinar], o presidente da estacapediu que os membros do sumoconselho permanecessem no localpor mais alguns momentos.

Com emoção em sua voz, opresidente agradeceu os irmãos doconselho por seu serviço e devoção.Foi uma longa noite e estávamostodos cansados, mas enquanto ossumos conselheiros escutavam seupresidente expressando amor egratidão por eles, a fadiga dissipou-see o espírito de seu chamado tomouconta deles e aqueceu-os.

‘Não sei o que faria sem vocês,irmãos’, disse o presidente. ‘Vocêssão meus braços e minhas pernaspara levar avante o trabalho doSenhor nesta estaca. Dedico a cadaum de vocês a mesma estima quetenho por meus dois conselheiros napresidência.’”2

Cumprimento a liderança dosacerdócio desta Igreja, irmãos, detodo o mundo. Quando a Igreja oschama, vocês trabalham. Vocêsservem de bom grado. Servemfielmente. Como pai, marido, filho eirmão, vocês honram o conselhodado pelo Apóstolo Paulo a Timóteo:“Sê o exemplo dos fiéis, na palavra,no trato, no amor, no espírito, na fé,na pureza”. (I Timóteo 4:12)

O Presidente John Taylor deu umaadvertência motivadora para vocês epara mim ao declarar: “Caso nãocumpram os seus chamadoshonrosamente, Deus os consideraráresponsáveis pelas pessoas a quempoderiam ter salvado se houvessemfeito a sua obrigação”.3

O Presidente Harold B. Lee, aodirigir-se aos líderes do sacerdóciodisse o seguinte: “Quando umhomem se torna portador dosacerdócio, torna-se um agente doSenhor. Ele deve encarar seuchamado verdadeiramente como oserviço do Senhor”.4 Quando estão aserviço do Senhor, vocês têm odireito a receber a ajuda do Senhor.

Meu apelo pessoal é que todosnós nos esforcemos para saber o quedevemos saber, fazer o que devemosfazer e ser o que devemos ser.

Obedecer Conselhos

Servi como bispo durante operíodo da Guerra da Coréia.Havíamos recebido da sede da Igrejaa sugestão de que os bisposmandassem uma carta pessoal a cadamilitar todos os meses,acompanhada de uma cópia darevista da Igreja daquela época,Improvement Era, além de umaassinatura do Church News, o jornalsemanal da Igreja. Foi preciso umpouco de esforço. Em nossa enormeala, tínhamos cerca de 18 militares.Não tínhamos muito dinheiro. Osquóruns do sacerdócio, com esforço,forneceram os fundos para asassinaturas e eu me encarreguei deescrever as cartas. Tendo servido naMarinha no final da Segunda GuerraMundial, eu sabia a importância dese receber notícias de casa.

Certo dia, uma irmã quetaquigrafava as cartas que eu ditava,perguntou-me: “Bispo Monson, vocênunca desanima?”

Respondi: “Não. Por quê?”“Já percebeu”, disse ela, “que esta

é a 17ª carta mensal consecutiva quemanda a Lawrence Bryson, semnunca ter recebido uma resposta?”

Eu disse: “Envie a número 17.Talvez ela dê resultados”. E deu.Recebi a resposta de um posto decorreio do Exército em SãoFrancisco. O irmão Bryson, nodistante Pacífico, escrevera umacartinha que começava assim:“Prezado bispo: Estou devendo estacarta para o senhor há já algumtempo.

Não sei bem a respeito do queescrever ou contar. Esta é a primeiravez que escrevo ou tento escrever aum bispo. Como vai o senhor e suafamília? Como está a Igreja? Como foio Natal? Eu gostaria de ter estado aí.Há uma diferença muito grandeentre o Natal de casa e o Natal daqui.

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Bem, Bispo, já não sei mais o quedizer. Como pode ver, ainda sou omesmo garoto acanhado queconheceu. Mas eu lhe devia estacarta e, aqui vai. Continueescrevendo. É um prazer recebersuas cartas. Diga alô a todos. Tentareiescrever algumas linhas de vez emquando. Até lá, sinceramente,Lawrence Bryson. P.S. Esqueci deagradecer pelo Church News e pelasrevistas. Eles são ótimos.”

Ainda tenho essa cartamaravilhosa que Lawrence Brysonme escreveu, datada: “Dia de Natal,25 de dezembro de 1953". Foi umdos presentes de Natal maissignificativos e valiosos que já recebi.

É, às vezes, depois de enviar 17cartas, perguntamo-nos por que nãorecebemos resposta, mas lembrei-medessa verdade: “A sabedoria de Deuspode parecer loucura aos homens,mas a maior de todas as lições damortalidade é que quando Deus falae o homem obedece, esse homemsempre estará certo”. Os líderes daIgreja falaram. Nós, como bispos, sóprecisávamos obedecer. A bênçãoviria, com certeza.

Temos um modelo para seguir,irmãos, no Presidente Hinckley,nosso profeta, vidente e revelador.Ele é receptivo ao Espírito doSenhor. Ele vive de maneira amerecer Sua orientação. Ele nãopede nada de nós que esteja alémdaquilo que ele próprioexemplifique.

Encerro com as palavras de Jesus,que declarou: “Eis que estou à porta,e bato; se alguém ouvir a minha voz,e abrir a porta, entrarei em sua casa”.(Apocalipse 3:20) Essa é a nossapromessa.

Ele é nosso Senhor e Mestre.Somos Seus servos. Sirvamos deforma a sermos dignos de Seu divinoauxílio e aprovação. Orohumildemente, em nome do SenhorJesus Cristo. Amém.

Notas1. John A. Widtsoe, “8 Points of Leadership”

(8 Pontos de Liderança), ImprovementEra, junho de 1939, pp. 330–331, 378,380.

2. “A’Sacred Calling’” (Um ‘ChamadoSagrado’), Church News, 19 de fevereirode 1994, p. 16.

3. Em Deseret News: Semi-Weekly, 6 deagosto de 1878, p. 1.

4. Stand Ye in Holy Places (Permanecei emLugares Santos) (1974), p. 255.

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O Milagre Que É Tudo Isso

Meus queridos irmãos, é umprazer, uma honra e um privilégiodirigir-lhes algumas palavras deencerramento. Tivemos umaexcelente sessão e espero que depoisdo término desta reunião todos osque tiverem a oportunidade deconseguir uma versão impressa dareunião procurem revisá-la repetidasvezes. Isso será extremamenteproveitoso.

Enquanto as Autoridades Geraisfalavam, fiquei pensando em vocês,meus queridos companheiros nestegrandioso trabalho. Em minhamente, eu os vi no mundo inteiro—em todas as nações da Europa, epara o leste, por toda a Rússia e seusvizinhos; no México, América Central

e em todas as terras da América doSul; na Ásia, no Japão, Coréia,Taiwan, Hong Kong, Filipinas,Tailândia, Malásia, Índia, descendopara Cingapura e Indonésia; naAustrália e Nova Zelândia, e nas ilhasdo Pacífico; na África com todas assuas muitas nações; por todo oCanadá e os Estados Unidos.

Penso no milagre que é tudo isso.Penso primeiro no milagre docrescimento da Igreja. A pequenapedra que foi cortada da montanhasem o auxílio de mãos está rolandopara encher a Terra. (Ver Daniel2:34–35.) Penso também no milagrede falar a vocês nestas circunstâncias.Somos homens de diferentes paísese diferentes línguas, mas somostodos servos do Deus vivo, líderes deSua Igreja e reino. É um gloriosomilagre podermos reunir-nos assim.

É importante que o façamos. OSenhor proveu-nos o meio.

Estamos tendo atualmente 350 ou400 novos presidentes de estaca acada ano. Temos cerca de 4.500novos bispos a cada ano. Os outroslíderes estão constantemente sendosubstituídos. Novos líderes precisamser treinados, e alguns dos líderesexperientes podem ficar tentados adizer: “Já ouvi tudo isso antes”.

Ora, a repetição é a lei doaprendizado. Não importa porquanto tempo tenhamos servido,precisamos de constante renovação ede exposição a novas idéias e outras

pessoas, tudo isso visando ofortalecimento do trabalho.

Enquanto ouvia com vocês, veio-me à mente uma pergunta que creioestar também na mente de cada umde vocês. A pergunta é: “Como vouencontrar tempo para fazer tudoisso?”

Deixem-me dizer-lhes que nuncahá tempo suficiente para fazer tudoisso. Há muito mais a ser feito doque qualquer um de nós conseguiriacuidar sozinho.

Creio que conheço um pouco aesse respeito. Já estive onde muitosde vocês estão hoje. Há uma únicaforma pela qual vocês conseguirãofazê-lo. Vocês devem seguir ainstrução que o Senhor deu a JosephSmith. Ele disse:

“Organizai-vos; preparai todas ascoisas necessárias.” (D&C 88:119)

As Quatro Responsabilidades

Cada um de nós tem quatroresponsabilidades. Primeiro, somosresponsáveis por nossa família.Segundo, temos umaresponsabilidade para com o nossoemprego. Terceiro, temos aresponsabilidade de fazer o trabalhodo Senhor. Quarto, temos umaresponsabilidade em relação a nósmesmos.

Primeiro, é fundamental que nãonegligenciem sua família. Nada quevocês possuem é mais precioso. Suaesposa e filhos merecem a atençãode seu marido e pai. No final detudo, é o relacionamento familiarque levaremos para além desta vida.Parafraseando as escrituras: “Pois queaproveita ao homem servir fielmentena Igreja e perder sua própriafamília?” (Ver Marcos 8:36.)

Determinem junto com elesquanto tempo vocês passarão comeles e quando. E depois cumpram ocombinado. Não deixem que nadainterfira nisso. Considerem-no algosagrado. Considerem-no umcompromisso a ser cumprido.Considerem-no um merecidomomento a ser desfrutado.

P R E S I D E N T E G O R D O N B . H I N C K L E YPresidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

Regozijar-nos peloPrivilégio de Servir

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Considerem a noite de segunda-feira sagrada para a reunião familiar.Reservem uma noite para estaremsozinhos com sua esposa. Programemumas férias com toda a família.

Em segundo lugar, seu empregoou seu patrão. Vocês têm umaobrigação. Sejam honestos com seuempregador. Não façam o trabalhoda Igreja no horário de serviço.Sejam leais a ele. Ele os remunera eespera resultados de vocês. Vocêsprecisam de seu emprego paracuidarem de sua família. Sem ele,não poderão trabalhar eficazmentena Igreja.

Terceiro, o Senhor e Sua obra.Programem seu horário parapoderem cuidar de suasresponsabilidades na Igreja.Reconheçam em primeiro lugar quetodo líder tem muitos ajudantes,como lhes foi lembrado hoje. Opresidente da estaca tem doisconselheiros muito capazes. Apresidência tem um sumo conselhode homens dedicados e capazes. Elescontam com secretários sempre quefor necessário. Todo bispo temconselheiros. Eles estão ali paraaliviar o fardo de seu cargo. Ele temum conselho de ala, além de outraspessoas a quem ele pode e devedelegar responsabilidades. Ele tem osmembros de sua ala, e quanto maisdelegar a eles, mais leve ficará seufardo e mais forte ficará a fé dosmembros.

Todo presidente de quórum dosacerdócio tem conselheiros e osmembros de seu quórum. O mesmoacontece na Sociedade de Socorro.Nenhum bispo pode tomar o lugarda presidente da Sociedade de

Socorro ao atender as necessidadesdos membros de sua ala.

Quarto, todo líder da Igreja temuma obrigação para consigo mesmo.Ele precisa de repouso e exercícios.Precisa de um pouco de recreação.Precisa ter tempo para estudar. Todolíder da Igreja precisa ler asescrituras. Precisa de tempo paraponderar, meditar e pensar sozinho.Sempre que possível, ele precisa ircom sua esposa ao templo, sempreque houver oportunidade.

Essas são quatro obrigações quetodos nós temos. Com ponderadareflexão e cuidadoso planejamento,podemos programar nosso horáriopara atender a todas elas. Nãodevemos, irmãos, não podemosnegligenciar nenhuma delas. OSenhor não espera que sejamossuper-homens. Mas se noscolocarmos em Suas mãos, sesuplicarmos a Ele em oração, Ele nosinspirará e ajudará. Ele magnificaránossa capacidade e nos colocará àaltura de nossa responsabilidade.

Ele disse: ‘Sê humilde; e o Senhorteu Deus te conduzirá pela mão edará resposta a tuas orações”. (D&C112:10)

Ele disse também: “Deus vos daráconhecimento, por seu SantoEspírito, sim, pelo indescritível domdo Espírito Santo”. (D&C 121:26) Odesafio que todo bom líder enfrentaé o de aprender a delegar. Todopresidente de estaca, bispo,presidente de quórum precisa passarresponsabilidades a outros, para quetenha tempo de fazer aquilo queprecisa fazer sozinho.

Felicidade Neste Trabalho

Irmãos, se vocês estão semprereclamando que têm muito o quefazer, então vocês têm mesmo muitoo que fazer. Precisam livrar-se departe dessas coisas, porque um líderdescontente é um mau líder.

Perguntei a um amigo que tinha-se tornado bispo como ele estava-sesaindo. Ele disse: “Esta é a melhorépoca de minha vida. Observo osoutros trabalharem, e eles me dizem

como estão felizes. Tenho o melhortrabalho que há na Igreja”.

Ora, é claro que aquele homemtinha um volume imenso de trabalhoa ser realizado. Havia muitasresponsabilidades que ele não podiapassar para outros. Mas a frustraçãodesaparecera. As preocupaçõestinham deixado de existir. Ele tinha acapacidade de fazer designações e defazer com que as pessoas que asrecebiam sentissem que tudodependia de como desempenhariamsuas obrigações. E na verdade, eraisso mesmo que acontecia.

Irmãos, quero pedir-lhes que sejamfelizes em seu trabalho. Tenham umsorriso no rosto e um hino em seucoração ao servirem o Senhor.

Sou um homem velho agora.Simplesmente não tenho mais aenergia que tinha no passado. Masnão me permitirei sentir-me infelizao fazer o que posso fazer.

As exigências são muito grandes.Sinto uma constante e inexorávelpreocupação pelo que está sendorealizado na Igreja. Quero fazermelhor, quero que as coisasmelhorem. Mas sei que não possofazer isso sozinho. Tenho doisconselheiros maravilhosos, que sãohomens capazes e dedicados. Tenhoo Conselho dos Doze. Não há umgrupo melhor de homens em toda aface da Terra. Tenho os Setenta e oBispado Presidente. E tenho todosvocês trabalhando juntos como umagrande família para ajudar nosso Pai alevar a efeito Sua incomparável obraconcernente à imortalidade e vidaeterna de Seus filhos. Tenho a grandebênção da oração. E o mesmoacontece com cada um de vocês.Tenho a oportunidade de ajoelhar-me e pedir ao Senhor que memostre o caminho e me dê forças e odesejo e a sabedoria de cumprir oque Ele quer que seja feito.

Não há outro trabalho em todo omundo que seja tão cheio defelicidade quanto este. Essafelicidade é muito estranha. Ela vemquando servimos os outros. Ela éreal. É única. É maravilhosa.

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O Privilégio de Servir

Para concluir, gostaria de contar-lhes uma experiência relatada por L.Robert Webb, quando ele serviacomo bispo.

O bispo Webb disse:“Fiquei sabendo por meus

conselheiros que uma irmã idosatinha recusado um chamado na ala.Achando que havia algo errado (…),marquei um horário para ir visitá-laem sua casa para falar com ela.Quando cheguei, ela e o marido láestavam.

Depois de conversarmos umpouco educadamente, eu disse quesabia que ela não tinha-se sentidoconfortável em aceitar um chamadona ala e perguntei o que poderiafazer para ajudar. Os dois ficaramolhando para o chão por um bomtempo, antes da irmã responder. Porfim, ela explicou que cinqüenta anosantes, quando ainda não eramcasados, eles tiveram intimidades umcom o outro e ficaram muitoenvergonhados para resolverem essasituação com o bispo antes de secasarem no templo. Durante todosaqueles anos eles tinham vivido sobo peso da culpa por aquelatransgressão, embora pagassemgenerosas ofertas de jejum e odízimo (…) criando uma família na fée enviando seus filhos para a missão.

Embora fossem fiéis, não estavamcompletos. Foram impedidos dedesfrutar a paz e a alegria quedeveriam ter tido nos melhores anosde sua vida por causa das dúvidasquanto à sua própria dignidade e dalembrança de uma transgressão nãoresolvida. Por fora, pareciam segurose serenos. Por dentro, carregavamuma ferida e uma dor que abalavamsua confiança espiritual. Tinhamsofrido juntos aquele afastamento doSenhor por muito tempo.

Não sei por que seu sofrimentodurou toda uma vida. Sei apenasquando terminou, assim que oSenhor os libertou de suas solitáriaslamentações. Ao ouvir sua históriacom lágrimas nos olhos, orei

sinceramente para saber o quepoderia fazer para aliviar seusofrimento. Quando terminaram defalar, senti-me inspiradosimplesmente a dizer: ‘Estáterminado. Vocês já sofreram osuficiente. Estou certo de que oSenhor já os perdoou. Oarrependimento consiste noabandono do pecado e na confissão.Vocês abandonaram aquele atoerrado há muito tempo. Hoje, vocêstambém confessaram. Agora estãolivres. Tenho certeza de que oSenhor perdoou sua transgressão eestá muito desejoso de livrá-los daculpa com graça redentora’.

Depois de ajoelhar-nos juntos,abraçamo-nos os três e choramos asúltimas lágrimas de seu sofrimento eangústia reprimidos.

‘Oh, bispo, terminou realmente?’perguntaram eles.

Assegurei-lhes que haviaterminado.

A bondade carinhosa e a graça doSalvador derramaram-se em sua vidacom o doce perdão. Ele transpôs ascoisas que os separavam Dele e osenvolveu em doce comunhão”.1

Vocês, meus queridos irmãos detodo o mundo, têm o privilégio derepresentar o Redentor do mundo aolevarmos adiante este trabalho. Vocêstêm o privilégio de falar da maravilhaque é a Expiação do Senhor JesusCristo em favor de Seus filhos efilhas. Acaso existe privilégio maiordo que esse?

Regozijem-se por esse privilégioque é seu. Sua oportunidade deservir não irá durar para sempre.Muito em breve, haverá apenas alembrança da grandiosa experiênciaque estão tendo agora.

Nenhum de nós realizará tudoque desejamos. Mas façamos omelhor que pudermos. Tenhocerteza que o Redentor então dirá:“Bem está, servo bom e fiel”. (Mateus25:21)

Deus os abençoe, meus amadosirmãos. Deixo com vocês o meuamor. Cada um de vocês tem umlugar caloroso em meu coração.

Deixo com vocês minha bênção,como co-servos nesta grande causa ereino. Faço tudo isso, no sagradonome do Senhor Jesus Cristo. Amém.

Nota6. L. Robert Webb, “Vast and Intimate: The

Atonement in the Heavens and in theHeart,” Brigham Young University1998–1999 Speeches (1999), pp. 78–79.

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