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Review do canivete multifunção ARAGUAIA Ao vê-lo o que nos vem à mente são os clássicos multitools suíços, principalmente o SAK ( Swiss Army Knife ) Victorinox. E algo nos salta à vista: as talas de empunhadura em um amarelo fosforescente, que na verdade são isso mesmo, fosforescentes, ou seja, conseguem se saturar com luz forte e permanecerem “brilhando” por um tempo. Pode parecer apenas uma função cosmética ou extravagante, mas na verdade cumpre uma função para a qual poucos atentam. Se ele precisa de uma forte fonte de luz para ter sua fosforescência “carregada”, que serventia teria além de impressionar os amigos? Simples: imagine uma situação de um acidente noturno em que um veículo esteja acidentado em uma ribanceira, com alguém do lado de fora do carro e alguém preso ao cinto no veículo; pode ser difícil ou impossível para você descer até lá, mas você pode “carregar” o canivete com o farol do seu veículo e jogá-lo para quem já se encontra lá embaixo poder resgatar quem está preso ao cinto. A fosforescência sinalizará onde o canivete está! O aço é provavelmemte o 440B, que proporciona quando com o devido tratamento térmico, boa resistência à corrosão ( superior ao 440C ) e um fio muito bom com durabilidade semelhante aos tradicionais Victorinox e facilidade na reafiação. Vamos à sua lâmina principal: tem uma abertura ( furo ) alongada para propiciar sua abertura com uma só mão. Neste canivete que tenho em mãos, a força para isso é considerável, o que torna sua abertura com uma só mão no mínimo penosa para o dedão. Ao contrário do que se vê normalmente, a lâmina do tipo combo, tem o serrilhado nos 2/3 da ponta e fio liso no terço próximo à empunhadura. Por mais estranho que possa parecer, faz todo o sentido, de vez que a quase totalidade dos cortes que fazemos envolvem os 2/3 finais da lâmina, e os dentes protegerão 99% do fio propriamente dito de contato com superfícies duras como vidro, pedra, etc que inutilizariam este fio. Já o fio liso

Review do canivete Guepardo multifunção ARAGUAIA

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Avaliação dos aspectos técnicos

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Review do canivete multifunção ARAGUAIA

Ao vê-lo o que nos vem à mente são os clássicos multitools suíços, principalmente o SAK ( Swiss Army Knife ) Victorinox.

E algo nos salta à vista: as talas de empunhadura em um amarelo fosforescente, que na verdade são isso mesmo, fosforescentes, ou seja, conseguem se saturar com luz forte e permanecerem “brilhando” por um tempo.

Pode parecer apenas uma função cosmética ou extravagante, mas na verdade cumpre uma função para a qual poucos atentam. Se ele precisa de uma forte fonte de luz para ter sua fosforescência “carregada”, que serventia teria além de impressionar os amigos? Simples: imagine uma situação de um acidente noturno em que um veículo esteja acidentado em uma ribanceira, com alguém do lado de fora do carro e alguém preso ao cinto no veículo; pode ser difícil ou impossível para você descer até lá, mas você pode “carregar” o canivete com o farol do seu veículo e jogá-lo para quem já se encontra lá embaixo poder resgatar quem está preso ao cinto. A fosforescência sinalizará onde o canivete está!

O aço é provavelmemte o 440B, que proporciona quando com o devido tratamento térmico, boa resistência à corrosão ( superior ao 440C ) e um fio muito bom com durabilidade semelhante aos tradicionais Victorinox e facilidade na reafiação.

Vamos à sua lâmina principal: tem uma abertura ( furo ) alongada para propiciar sua abertura com uma só mão. Neste canivete que tenho em mãos, a força para isso é considerável, o que torna sua abertura com uma só mão no mínimo penosa para o dedão. Ao contrário do que se vê normalmente, a lâmina do tipo combo, tem o serrilhado nos 2/3 da ponta e fio liso no terço próximo à empunhadura. Por mais estranho que possa parecer, faz todo o sentido, de vez que a quase totalidade dos cortes que fazemos envolvem os 2/3 finais da lâmina, e os dentes protegerão 99% do fio propriamente dito de contato com superfícies duras como vidro, pedra, etc que inutilizariam este fio. Já o fio liso próximo à empunhadura, é usado normalmente em tarefas corriqueiras e de cortes mais controlados, como descascar frutas. Outra vantagem por exemplo é ao se cortar uma corda de sisal; o fio liso pode até “correr” na corda, mas ao seu fim, o fio serrilhado irá se cravar na mesma e fazer o serviço!

O fio por sinal é do tipo chisel ground, ou seja, o desbaste é feito só de um lado da lâmina. Quando bem afiado ( que não é o caso da lâmina assim que sai do blister ), torna este tipo de fio um fatiador invejável, sendo comum em facas japonesas por exemplo usadas na preparação de sushis.

Algo que deixa a desejar é o sistema de trava da lâmina principal, algo que até então eu nunca tinha visto, e que por total falta de conhecimento vou chamar de trava por oposição inferior. Normalmente os linerlocks se fazem engajando uma superfície plana e angulada do linerlock em um recorte/batente na lâmina. Neste caso não! O linerlock simplesmente se posiciona sob a parte inferior da lâmina, o que permite que com pouco esforço em sentido de fechar, a lâmina desloque para cima e para o lado o linerlock, iniciando o fechamento; se forçado pode entortar ou quebrar o linerlock. Outra peculiaridade é que seu deslocamento para destravar é para direita, quando o corriqueiro é para esquerda. Os canhotos agradecem!

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Há os tradicionais argola para chaves, palito de plástico, pinça, abridor de garrafa/chave de fenda/descascador de fio, saca rolhas e punção ( este não muito tradicional, já que é bastante rombudo ).

Há a lâmina serrilhada para corte de cintos, cintos de segurança, cordas, etc, que apresenta a ponta arredondada para evitar perfurar a pessoa presa ao cinto no ato de passá-la ( serra ) por sob o cinto para cortá-lo. Inesperadamente a mola de retenção desta lâmina tem uma tensão muito baixa, mas este pode ser mais um item de segurança, para evitar que mesmo com a ponta arredondada, se traumatize uma costela ou mesmo tecidos moles com a ponta da lâmina, já que ela se dobrará no sentido de fechamento ao invés de provocar uma contusão. Os dentes desta lâmina são muito agressivos e na minha opinião poderiam ser mais “suaves” ( menos profundos ) para não correrem o risco de “travarem” quando morderem no cinto.

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Na extremidade da empunhadura há uma peça em aço que lembra uma coroa com uma ponta facetada. Este é o quebrador de vidros! Para os vidros laterais das janelas e quebra-ventos que normalmente são do tipo temperado, basta uma pancada firme e seca e o vidro se estilhaçará por completo, oferecendo uma via de acesso ou escape.

Há também uma outra serra destinada a ser usada em conjunto com este quebrador de vidro: a serra de vidro! Pode soar estranho, mas sua função é esta mesma! Ocorre que há alguns anos, por questões de segurança, os vidros dos para-brisas são do tipo laminado, ou seja, duas peças de vidro que ensanduicham uma película de polímero plástico e que são curados à vácuo em determinada temperatura, fazendo com que mesmo que o vidro sofra um impacto ele não se estilhace. Aí é que entra a serra de vidro. Com o quebra-vidro se faz 4 impactos nos 4 cantos do para-brisa, causando 4 perfurações; com a serra, irá se “rasgar” o vidro unindo estes 4 pontos de modo a permitir retirar esta “fatia” de vidro para se ter acesso ao interior do veículo.

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Apesar da falha no sistema de trava da lâmina principal, considero uma peça importante para se ter no porta-luvas do veículo, pois acidentes acontecem, e mesmo que por sorte não sejam conosco, o ARAGUAIA pode fazer a diferença no caso de um semelhante nosso em necessidade.

Pelo seu preço médio na internet abaixo de R$45,00, considero uma barganha para se ter no porta-luvas e que terá uma utilidade imensamente superior e um custo inferior àqueles famigerados kits de primeiros-socorros que fomos obrigados a comprar durante um certo período...

Ou podemos usá-lo em atividades bem mais divertidas e prazeirosas, como um camping, pescaria ou trekking, já que seu peso é de 172g! Outro motivo para se tê-lo à mão no porta-luvas, e que para este caso ele se faz acompanhar de uma bolsinha de nylon com passador para cinto!