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Universidade de São Paulo André Marsola Giroti Revisão taxonômica das aranhas neotropicais do gênero Ariadna Audouin, 1826 (Araneae, Segestriidae) Taxonomic revision of neotropical Ariadna Audouin, 1826 (Araneae, Segestriidae) São Paulo 2013

Revisão taxonômica das aranhas neotropicais do gênero ... · Chave dicotômica de grupos de Ariadna ... habitando pequenos buracos ou fendas em rochas e troncos de árvores, sendo

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Universidade de São Paulo

André Marsola Giroti

Revisão taxonômica das aranhas neotropicais do

gênero Ariadna Audouin, 1826

(Araneae, Segestriidae)

Taxonomic revision of neotropical

Ariadna Audouin, 1826 (Araneae, Segestriidae)

São Paulo

2013

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André Marsola Giroti

Revisão taxonômica das aranhas neotropicais do

gênero Ariadna Audouin, 1826

(Araneae, Segestriidae)

Taxonomic revision of neotropical

Ariadna Audouin, 1826 (Araneae, Segestriidae)

Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, para a obtenção de Título de Mestre em Ciências Biológicas, na Área de Zoologia.

Orientador: Dr. Antonio Domingos Brescovit

São Paulo

2013

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Ficha Catalográfica

Marsola Giroti, AndréRevisão taxonômica das aranhas neotropicais do gênero Ariadna Audouin,

1826 (Araneae, Segestriidae)Número de páginas: 203

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Departamento de Zoologia.

1. Taxonomia 2. Dysderoidea 3. HaplogynaeI. Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências. Departamento de Zoologia.

Comissão Julgadora:

________________________ _______________________

Prof(a). Dr(a). Prof(a). Dr(a).

______________________

Dr. Antonio Domigos Brescovit

Orientador

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Dedico este trabalho

a memória da Profa. Dra. Doralice Maria Cella,

pelos ensinamentos e conselhos

essenciais ao amadurecimento de minha vida acadêmica.

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Agradecimentos

Gostaria de agradecer primeiramente a minha família, meu pai João Jair Giroti, minha mãe

Regina Maria Marsola Giroti e minha irmã Marina Marsola Giroti pelo apoio no decorrer de minha

vida de estudos. Devo eterna gratidão a vocês por me ajudarem a construir uma vida de luta e

perseverança.

Agradeço ao meu orientador, Dr. Antonio D. Brescovit, pelo auxílio desde o início de

minhas pesquisas na Aracnologia, permitindo-me aprofundar meus conhecimentos sobre a Biologia

de Aranhas, e possibilitando um trabalho melhor embasado dentro da Taxonomia de Segestriidae.

Agradeço a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e ao

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo financiamento deste

estudo. Agradeço também a FAPESP pela Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) que

possibilitou-me a análise de exemplares em coleções da Alemanha, Inglaterra e França.

Agradeço aos curadores das coleções nacionais e internacionais pela disponibilização do

material examinado neste estudo, em especial ao Dr. Hubert Höfer pelo período de orientação em

Karlsruhe, Alemanha. Agradeço aos técnicos Enio Mattos e Phillip Lenktaitis pelo auxílio com as

fotografias de Microscopia Eletrônica de Varredura, feitas no Instituto de Biociências - USP.

Agradeço a meus amigos de laboratório, especialmente a Rafael Yuji Lemos e Jimmy Jair

Cabra Garcia pela troca de conhecimentos ao longo do Mestrado, que foram de grande importância

para o feitio deste trabalho. Agradeço aos demais amigos, João Lucas Chavari, Gustavo Perroni,

Flávio Yamamoto, Rafael Indicatti, João Paulo Pena Barbosa, Lina Almeida, André Nogueira,

Daniele Polotow, Gustavo Ruiz, Cristina Rheims, Igor Cizauskas, David Candiani, Nancy Lo Man

Hung, Cláudio Augusto Souza, Amanda Ribeiro, Hector Gonzalez, Victor Passanha, Luiz Fernando

Moura, Paulo Goldoni, Priscila Nanni, Alexandre Veloso, Danilo Demarchi, Vanessa Penna, Camila

Huffenbaecher, Felipe dos Santos Paula, Paulo Machado, Sabrina Outeda, Tatiana Kawamoto,

Andria de Paula, entre outros que passaram pelo Instituto Butantan. Muito obrigado pelo apoio,

conversas, risadas, churrascos e alegrias que só este laboratório poderia proporcionar. Também

agradeço àqueles que trabalharam durante e após o incêndio de nossa coleção em 2010. Sabemos

que a perda foi imensurável, mas continuamos lutando e superando as adversidades para que a

pesquisa continuasse e o conhecimento não se perdesse!

Agradeço a meus amigos da Biologia, e até mesmo os que fiz fora dela. Vocês acrescentaram

muita sabedoria de vida. Agradeço especialmente a meus amigos-irmãos que mesmo estando longe

me ouvem e me incentivam das melhores maneiras possíveis. Valeu Peidarada!. Também agradeço

especialmente uma pessoa que me acompanhou na fase final de meus trabalhos e foi um pilar que

me ajudou a não fraquejar: obrigado minha namorada, Rafaela Lumi.

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Índice

1. Resumo.............................................................................................................................................1

2. Abstract.............................................................................................................................................2

3. Introdução.........................................................................................................................................3

4. Objetivos...........................................................................................................................................8

5. Material e Métodos...........................................................................................................................9

5.1. Material examinado...........................................................................................................9

5.2. Análise e Descrições........................................................................................................10

5.3. Mensurações....................................................................................................................11

5.4. Espinulação......................................................................................................................12

5.5. Fotografias e ilustrações..................................................................................................12

5.6. Coordenadas geográficas.................................................................................................13

6. Resultados.......................................................................................................................................14

Taxonomia..............................................................................................................................15

Grupos.........................................................................................................................16

Chave dicotômica de grupos de Ariadna....................................................................18

Grupo bicolor..............................................................................................................19

Grupo arthuri..............................................................................................................30

Grupo mollis...............................................................................................................52

Grupo boliviana..........................................................................................................76

Grupo araucana..........................................................................................................96

Grupo sp. n. 6............................................................................................................102

Incertae sedis.............................................................................................................110

Nomina dubia............................................................................................................129

7. Discussão......................................................................................................................................131

8. Conclusão.....................................................................................................................................137

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9. Referências bibliográficas............................................................................................................138

10. Anexo I. Figuras.........................................................................................................................147

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1. Resumo

O gênero Ariadna Audouin, 1826 compreende atualmente 99 das 119 espécies descritas

taxonomicamente para Segestriidae. Distribui-se em todos os continentes (exceto a Antártida),

sendo mais abundante em regiões tropicais e subtropicais. No presente estudo é apresentada uma

revisão taxonômica de Ariadna na Região Neotropical, juntamente com um trabalho de maior

detalhamento e descrição da morfologia corporal e das genitálias masculina e feminina das espécies,

diagnosticando-as de forma mais clara. Após análise de aproximadamente 2200 exemplares tipos e

não-tipos advindos de 24 coleções nacionais e internacionais, foram encontradas 30 espécies

taxonomicamente válidas para a Região Neotropical, sendo 22 anteriormente descritas e 8 espécies

novas: Ariadna sp. n. 1, Ariadna sp. n. 3, Ariadna sp. n. 4, Ariadna sp. n. 6, Ariadna sp. n. 7 e

Ariadna sp. n. 8 descritas para o Brasil; Ariadna sp. n. 2 descrita para a América Central; e Ariadna

sp. n. 5 descrita para o Chile. Sete espécies foram sinonimizadas: A. pragmatica com A. bicolor, A.

gracilis e A. conspersa com A. obscura, A. murphyi com A. tarsalis, A. pusilla com A. maxima, A.

dubia com A. boliviana, e A. spinifera com A. mollis. Duas espécies estão sob proposta de nomina

dubia: A. solitaria e A. tubicola. O alótipo de A. crassipalpa descrito por Camargo (1950) e o

parátipo de A. levii descrito por Grismado (2008), foram identificados como A. mollis e A. maxima,

respectivamente, sendo considerados identificações errôneas. O macho de A. cephalotes e a fêmea

de A. calilegua estão sendo descritos pela primeira vez. Vinte e cinco espécies foram alocadas em

seis grupos: grupo bicolor, grupo arthuri, grupo mollis, grupo boliviana, grupo araucana e grupo

sp. n. 6, com base em caracteres morfológicos compartilhados entre as espécies de cada grupo.

Cinco espécies não foram alocadas devido a não compatibilidade destas com nenhum dos grupos

supracitados: A. maxima, A. cephalotes, A. tovarensis, A. fidicina e A. abrilae. A hipótese de

agrupamento apresentada neste estudo, reforçou o posicionamento de algumas espécies

anteriormente feito por Beatty (1970).

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2. Abstract

The genus Ariadna Audouin, 1826 currently comprises 99 of the 119 described species of

Segestriidae. Its distribution comprises all continents (except Antarctica), but is found most on the

tropical and subtropical regions. In this study, a taxonomic revision of Ariadna in the Neotropical

region is presented, together with detailed descriptions of the body morphology, and male and

female genitalia. After the examination of nearly 2200 type and non-type specimens from 24

national and international collections, we detected 30 species taxonomically valid for the

Neotropical region, 22 previously described and eight new: Ariadna sp. n. 1, Ariadna sp. n. 3,

Ariadna sp. n. 4, Ariadna sp. n. 6, Ariadna sp. n. 7 e Ariadna sp. n. 8 from Brazil; Ariadna sp. n. 2

from Central America e Ariadna sp. n. 5 from Chile. The following taxa are newly synonymized: A.

pragmatica with A. bicolor, A. gracilis and A. conspersa with A. obscura, A. murphyi with A.

tarsalis, A. pusilla with A. maxima, A. dubia with A. boliviana, e A. spinifera with A. mollis. Two

species were proposed as nomina dubia: A. solitaria and A. tubicola. The allotype of A. crassipalpa

described by Camargo (1950) and the paratype of A. levii described by Grismado (2008) were

identified as A. mollis and A. maxima, respectively. The male of A. cephalotes and the female of A.

calilegua are described for the first time. Twenty five species were placed in six groups: bicolor

group, arthuri group, mollis group, boliviana group, araucana group and sp. n. 6 group, based in

putative synapomorphies between the species. Five species were not placed in any of the groups

due to the incompatibility between the morphological characters presented by them and the grouped

species: A. maxima, A. cephalotes, A. tovarensis, A. fidicina and A. abrilae. The grouping

hypothesis presented in this study, reinforced the position of some of the species grouped by Beatty

(1970).

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3. Introdução

A Família Segestriidae Simon, 1893 compreende atualmente 119 espécies taxonomicamente

válidas, distribuídas em três gêneros: Segestria Latreille, 1804, Ariadna Audouin, 1826, e

Gippsicola Hogg, 1900 (Platnick, 2013). São aranhas de tamanho pequeno e médio, com seis olhos

e o terceiro par de pernas voltado para frente. Possuem hábito de vida noturno e sedentário,

habitando pequenos buracos ou fendas em rochas e troncos de árvores, sendo também comumente

encontradas em habitações humanas. Constroem um abrigo de seda em forma de funil, de onde

irradiam fios para detecção de presas (Prandi, 1990; Capocasale, 1998; Grismado, 2008). Algumas

espécies africanas de áreas desérticas aliam esses fios irradiantes a cristais de quartzo, que

amplificam o sinal vibratório emitido pela presa ao tocá-las (Costa et al., 1995; Costa & Conti,

2013). Filogeneticamente, Segestriidae encontra-se dentro do clado Dysderoidea, composto por

quatro famílias: (Segestriidae (Dysderidae (Orsolobidae, Oonopidae))), o qual está suportado por

uma sinapomorfia, o desenvolvimento de uma segunda porção (=receptáculo posterior, em

Segestriidae) da genitália interna feminina, associada à parede posterior da cavidade da bursa

(Forster & Platnick, 1985; Griswold et al. 2005; Jocqué & Dippenaar-Schoeman, 2006). Atualmente

não existem dados sobre as relações de parentesco entre os três gêneros que compõe a família e

somente uma análise filogenética poderia elucidar esta questão.

O gênero Segestria possui atualmente 19 espécies descritas, com ampla distribuição nas

regiões Paleártica e Neártica (Platnick, 2013). Na região Neotropical, foram descritas e registradas

apenas duas espécies: Segestria florentina (Rossi, 1790), introduzida da Região Paleártica e

encontrada no Brasil, Uruguai e Argentina (Giroti & Brescovit, 2011) e Segestria danzantica

Chamberlin, 1924, descrita para a região da Baja California, no México.

Gippsicola é um gênero monotípico que ocorre apenas na Austrália e Nova Zelândia e a

espécie-tipo, Gippsicola raleighi Hogg, 1900, é conhecida apenas pela descrição da fêmea (Forster

& Platnick, 1985; Platnick, 2013). O gênero nunca foi alvo de revisão e uma análise recente do

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holótipo depositado no Natural History Museum, em Londres, mostrou se tratar de um exemplar

juvenil (Giroti, pers. com.).

Em contrapartida, Ariadna se destaca como o mais diverso dentro de Segestriidae, com 99

espécies descritas, distribuídas em todos os continentes (excetuando-se a Antártida), com maior

diversidade nas regiões tropical e subtropical (Platnick, 2013). Beatty (1970) revisou o gênero nas

Américas do Norte, Central e Sul. Redescreveu 19 espécies de Ariadna e descreveu três espécies

novas, sendo que Ariadna peruviana Beatty, 1970 foi sinonimizada com A. tarsalis Banks, 1902

neste mesmo trabalho. Suas diagnoses concentraram-se principalmente em caracteres mensuráveis,

que foram utilizados em análises estatísticas, como medidas de comprimento e largura do corpo, da

carapaça, do esterno, do lábio e das pernas, além do número de espinhos nas pernas. Detalhes da

genitália feminina foram omitidos por Beatty (1970) devido ao problema de adaptação destes ao

método estatístico, além de discorrer sobre a uniformidade desta estrutura no gênero: "The female

has no epigynum, there being only a shiny, brownish, somewhat elevated patch of cuticle in the

genital area. The internal genitalia present no usable taxonomic characters. There is a single median

"seminal receptacle", which probably does not actually receive sperm. Dorsal and posterior to the

receptacle is a large membranous bursa copulatrix. Both receptacle and bursa have a uniform

structure throughout all American species." (Beatty, 1970, pág. 449).

Beatty (1970) tentou relacionar as espécies de Ariadna presentes nas Américas dividindo-as

em grupos taxonômicos, ressaltando que esta divisão é uma interpretação dos dados compilados por

ele, a partir dos poucos exemplares disponíveis naquele momento, e que estas relações poderiam

sofrer mudanças com a análise de uma maior quantidade de indivíduos. Para agrupar as espécies

utilizou principalmente o método estatístico da "análise de distância de Mahalanobis", analisando os

dados quantitativos obtidos a partir das descrições das espécies, e agrupando aquelas que

apresentassem valores resultantes semelhantes. Os detalhamentos dos resultados não são

apresentados no trabalho, e seriam futuramente apresentados em outro trabalho em preparação por

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Beatty e Bossert (Beatty, 1970, pág. 442), o qual nunca foi publicado. Foram três os grupos criados

por Beatty: grupo bicolor, grupo arthuri (em certo momento também denominado grupo

multispinosa), e grupo mollis. Algumas espécies não foram agrupadas, e o posicionamento de

algumas das espécies agrupadas mostrou-se ambíguo, sob interpretação do próprio autor (Beatty,

1970).

O grupo bicolor compreende 11 espécies: Ariadna bicolor (Hentz, 1942), A. pilifera O. P.-

Cambridge, 1898, A. pragmatica Chamberlin, 1924, A. weaveri Beatty, 1970, A. caerulea

Keyserling, 1877, A. cephalotes Simon, 1907, A. murphyi (Chamberlin, 1920), A. peruviana Beatty,

1970, A. maxima (Nicolet, 1849), A isthmica Beatty, 1970 e A. tovarensis Simon, 1893, sendo as

duas últimas de posicionamento duvidoso. Beatty (1970) justifica o agrupamento destas espécies

baseando-se primeiramente em suas análises estatísticas, e reforça essa conclusão comentando sobre

a distribuição das mesmas e caracteres morfológicos compartilhados, principalmente entre as

fêmeas, como a espinulação das tíbias I e II.

O grupo arthuri compreende espécies das ilhas do Caribe e de Galápagos: A. arthuri

Petrunkevitch, 1926, A. multispinosa Bryant, 1948 e A. tarsalis Banks, 1902. Estas espécies foram

agrupadas baseando-se nos espinhos ventrais das tíbias I e II das fêmeas, sempre maior que quatro

pares, sendo também ressaltada a distribuição principalmente insular das mesmas (Beatty, 1970).

O terceiro e último grupo, denominado grupo mollis, abrange as espécies A. mollis

(Holmberg, 1876), A. boesenbergi Keyserling, 1877, e quatro espécies de São Paulo e Diamantina,

que poderiam ser representadas por A. crassipalpa (Blackwall, 1963), A. dubia Mello-Leitão, 1917,

A. conspersa Mello-leitão, 1941, e A. spinifera Mello-Leitão, 1947, sendo as quatro últimas

apresentadas como nomina dubia por Beatty (1970) devido a indisponibilidade dos tipos. Beatty

(1970) ressalta possíveis características como o padrão escuro dorsal apresentado por A. mollis e A.

boesenbergi como diagnósticos para esse grupo, juntamente com a espinulação das tíbias I e II das

fêmeas e a distribuição das espécies que o compõe, porém a definição das espécies do mesmo se

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torna ambígua pela escassez de exemplares representativos das mesmas.

Espécies que não foram alocadas em nenhum dos grupos supracitados foram A. obscura

(Blackwall, 1858), A. solitaria Simon, 1891, A. tubicola Simon, 1893, A. boliviana Simon, 1907, A.

gracilis Vellard, 1924 e A. fidicina (Chamberlin, 1924), por apresentarem um padrão de espinulação

muito divergente do evidenciado pelos grupos formulados (Beatty, 1970). As conclusões publicadas

por Beatty (1970) sobre estes agrupamentos foram importantes para fornecer prévias relações entre

as espécies americanas de Ariadna, porém a ausência de detalhamento das análises estatísticas

utilizadas por este, dificultam possíveis discussões acerca de suas conclusões.

Em outro estudo, Grismado (2008) revisa as espécies de Ariadna ocorrentes no Chile e

Argentina, ampliando a distribuição de quatro espécies já descritas (A. maxima, A. mollis, A.

cephalotes e A. boesenbergi), e descreve cinco espécies novas (A. calilegua, A. changellkuk, A.

abrilae, A. levii e A. araucana). Opondo-se a interpretação da genitália feminina feita por Beatty

(1970) e baseando-se em estudos descritivos sobre a morfologia de Dysderoidea (Brignoli, 1976;

De la Serna de Esteban, 1976; Forster & Platnick, 1985; Uhl, 2000; Burger et al., 2003), detecta

caracteres importantes da genitália interna feminina. Além disso, apresenta descrições detalhadas

das espécies novas e método de espinulação mais elucidativo.

Após os trabalhos de revisão feitos por Beatty (1970) e Grismado (2008), Ariadna encontra-

se representado na Região Neotropical por 27 espécies taxonomicamente válidas. Para o México,

foram registradas 5 espécies: Ariadna bicolor (Hentz, 1842), A. fidicina (Chamberlin, 1924), A.

pilifera O. P.-Cambridge, 1898, A. pragmatica Chamberlin, 1924 e A. weaveri Beatty, 1970. Na

América Central, apenas 4 espécies foram descritas: Ariadna solitaria Simon, 1891 para as Ilhas de

São Vicente e Granadinas, A. arthuri Petrunkevitch, 1926 para as Ilhas Virgens, ambas nas

Pequenas Antilhas, A. multispinosa Bryant, 1948 para a República Dominicana e Ariadna isthmica

Beatty, 1970 para o Panamá.

As demais 18 espécies foram descritas para América do Sul: Ariadna caerulea Keyserling,

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1877 descrita para a Colômbia; A. tovarensis e A. tubicola, ambas descritas por Simon (1893b) para

a Venezuela; A. obscura (Blackwall, 1858), A. crassipalpa (Blackwall, 1863), A. gracilis Vellard,

1924, descritas para o Brasil; A. tarsalis Banks, 1902, descrita para o Arquipélago de Galápagos; A.

murphyi (Chamberlin, 1920), descrita para o Peru; A. boliviana e A. cephalotes, ambas descritas por

Simon (1907) para a Bolívia; A. maxima (Nicolet, 1849), A. changellkuk, A. abrilae, A. levii, e A.

araucana, descritas para o Chile, sendo as quatro últimas descritas por Grismado (2008); A. mollis

(Holmberg, 1876) e A. calilegua Grismado, 2008, descritas para a Argentina; e A. boesenbergi

Keyserling, 1877 descrita para o Uruguai. Quatro espécies se encontram em nomina dubia: três

espécies, A. dubia, A. conspersa e A. spinifera foram descritas para o Brasil, por Mello-Leitão

(1917; 1941; 1947, respectivamente) e designadas como nomina dubia, por Beatty (1970), uma vez

que os tipos não foram estudados por este autor, e a espécie chilena Ariadna pusilla (Nicolet, 1849),

recentemente transferida de Segestria por Giroti & Brescovit (2011).

A maioria das espécies não apresenta descrições detalhadas de sua morfologia externa,

espinulação e mensurações precisas das pernas, bem como a descrição e ilustração da genitália

interna feminina. Sendo assim, o presente estudo visou revisar taxonomicamente as espécies de

Ariadna da Região Neotropical, adicionando novos caracteres diagnósticos relacionados à

espinulação das pernas, a escópula tarsal dos machos e a genitália interna feminina. Além disso,

ampliar a distribuição das espécies do gênero na Região Neotropical, e apresentar espécies novas

que foram descobertas durante o estudo.

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4. Objetivos

- Revisar taxonomicamente as espécies de Ariadna descritas e registradas para a Região

Neotropical;

- Mapear e ampliar a distribuição destas espécies na Região Neotropical;

- Descrição de possíveis espécies novas descobertas durante o estudo.

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5. Material e Métodos

5.1 Material examinado:

Durante o presente estudo, foram analisados 2115 exemplares tipos e não-tipos, incluindo

adultos e juvenis, provenientes de empréstimos de 24 coleções zoológicas nacionais e

internacionais:

AMNH – American Museum of Natural History, Nova Iorque, Estados Unidos da América – N. I.

Platnick;

CAS – California Academy of Sciences, São Francisco, Estados Unidos da América – C. E.

Griswold;

CHNFUPI – Coleção de História Natural da Universidade do Piauí, Teresina, Brasil – L. S.

Carvalho;

DZUB – Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília, Brasília, Brasil – P. C. Motta;

IBSP – Instituto Butantan, São Paulo, Brasil – D. M. Barros Battesti;

ICN – Instituto de Ciencias Naturales, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, Colômbia – E.

Flórez;

MACN – Museo Argentino de Ciencias Naturales "Bernardino Rivadavia", Buenos Aires,

Argentina – C. Scioscia;

MCN – Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,

Brasil – R. Ott;

MCTP – Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do

Sul, Porto Alegre, Brasil – A. A. Lise;

MCZ – Museum of Comparative Zoology, Cambridge, Estados Unidos da América – L.

Leibensperger; G. Giribet;

MHNCI – Museu de História Natural do Capão da Imbuia, Curitiba, Brasil – O. L. Lopes;

MNHNC – Museo Nacional de Historia Natural, Santiago, Chile – M. Elgueta;

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MNHNP – Muséum National d'Histoire Naturelle, Paris, França – C. Rollard;

MNHNU – Museo Nacional de Historia Natural, Montevidéu, Uruguai – M. Simó;

MNRJ – Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil – A. B. Kury;

MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, Pará, Brasil – A. B. Bonaldo;

MUSM – Museo de Historia Natural, Universidad Mayor de San Marcos, Lima, Peru – D. Silva

D'Avila;

MZSP – Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil – R. Pinto da Rocha;

NHM – Natural History Museum, Londres, Inglaterra – J. Beccaloni;

RBINS – Royal Belgian Institute of Natural Sciences, Bruxelas, Bélgica – L. Baert;

SMNK – Staatliches Museum für Naturkunde Karlsruhe, Karlsruhe, Alemanha – H. Höfer;

UCON – Museo de Zoologia, Universidad de Concepción, Concepción, Chile – J. N. Artigas;

USNM – Smithsonian National Museum of Natural History, Washington, Estados Unidos da

América – J. Coddington;

ZMH – Zoological Museum Hamburg, Hamburgo, Alemanha – M. Koch

5.2 Análise e Descrições

A análise e descrições dos exemplares foram feitas utilizando-se estereomicroscópios Leica

MZ6 e MZ12.

Para as descrições, seguiu-se o modelo proposto por Grismado (2008). Para análise da

genitália interna feminina foi utilizado o seguinte procedimento: (I) dissecção da região ventral

anterior do abdômen; (II) digestão do material dissecado com auxílio de enzima limpadora de lentes

de contato Ultrazime®, na concentração de 1 pastilha para 5 ml de água destilada, no período de 24

horas; (III) posterior tratamento com solução de KOH aquecida por 20 minutos, de acordo com

Platnick et al. (1999), para melhor digestão e clareamento da genitália.

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Abreviações:

AR – receptáculo anterior (anterior receptaculum);

B – bulbo;

D – dorsal;

DL – lobo dorsal (dorsal lobe);

E – êmbolo;

GP – placa glandular (glandular plate);

IF – dobra interpulmonar (interpulmonary fold);

MP – peça mediana (midpiece);

P – prolateral;

PR – receptáculo posterior (posterior receptaculum);

R – retrolateral;

SL – lobo único (single lobe);

UE – uterus externus;

V – ventral;

VL – lobo ventral (ventral lobe);

VP – ventroprolateral;

VR - ventroretrolateral.

Nota: Algumas abreviações foram utilizadas referentes a nomenclatura de estruturas em inglês, de

acordo com a utilizada por Beatty (1970) e Grismado (2008).

5.3 Mensurações

Todas as medidas apresentadas foram feitas utilizando-se um estereomicroscópio Leica MZ6

e Leica MZ12, com ocular milimetrada, e estão expressas em milímetros (mm).

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Foram obtidas medidas do comprimento total (vista dorsal, não incluindo as quelíceras e

fiandeiras), comprimento (vista dorsal, do clípeo ao pedicelo) e largura (vista dorsal, região de

maior largura) da carapaça, e medidas dos artículos das pernas (vista dorsal), excetuando-se as

coxas e trocânteres.

5.4 Espinulação

Informações sobre a espinulação (morfologia, número e disposição) das pernas basearam-se

na adaptada por Grismado (2008) para Ariadna, excetuando-se a utilização do termo "apical (ap)"

para definição dos espinhos mais distais dos artículo. O termo "macrosetae" foi modificado para o

termo "espinho" para facilitar sua identificação. As tíbias I e II tiveram suas faces ventrais sempre

divididas em VP (ventroprolateral) e VR (ventroretrolateral) para melhor informação sobre a

posição dos espinhos. Além disso, está sendo apresentada a espinulação das pernas IV, atentando-se

para a disposição dos espinhos em cada artículo, diferentemente da apresentada por Beatty (1970).

5.5 Fotografias e ilustrações

Fotografias multifocais foram utilizadas para ilustrar detalhes sobre coloração, aspectos da

morfologia do corpo e apêndices dos espécimes estudados. Foi utilizada uma câmera digital Leica

DFC500, acoplada a um estereomicroscópio Leica MZ16A. As fotografias obtidas foram montadas

pelo programa Leica Application Suite 3.3.

O corpo dos machos e fêmeas foi fotografado em vista dorsal e ventral; a perna I de ambos

os sexos foi fotografada em vista prolateral e retrolateral, juntamente com uma fotografia em vista

ventral do metatarso I da perna do macho, para mostrar caracteres morfológicos diagnósticos e

espinulação (Fig. 2). O palpo do macho de cada espécie (preferencialmente o esquerdo), foi

fotografado em vista prolateral e retrolateral, para auxiliar na diagnose das espécies (Figs 3A-B).

As fotomicrografias foram feitas no Microscópio Eletrônico de Varredura Zeiss DSM 940 do

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Instituto de Biociências (IB/USP).

As ilustrações das genitálias internas femininas foram feitas utilizando microscópio Zeiss

Axioskop 20 e Leica DM2500 (utilizado no SMNK), ambos com câmara-clara acoplada. São

apresentadas duas ilustrações por espécie: vistas ventral e lateral, a fim de evidenciar as diferenças

entre as espécies.

5.6. Coordenadas geográficas

As localidades do material examinado tiveram suas coordenadas geográficas expressas em

graus (DMS). Coordenadas apresentadas entre parênteses estavam expressas na etiqueta do lote

examinado, e apresentadas entre colchetes foram obtidas com Google Earth (Lat/Lon-WGS84).

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6. Resultados

Após a análise dos exemplares tipos e não-tipos disponibilizados para o presente estudo, são

apresentadas 30 espécies taxonomicamente válidas de Ariadna para a Região Neotropical, sendo

que 22 delas já se encontravam descritas taxonomicamente, e 8 espécies novas que estão sendo

descritas no presente estudo. Sete espécies foram propostas como sendo sinônimos-júnior: A.

pragmatica com A. bicolor, A. gracilis e A. conspersa com A. obscura, A. murphyi com A. tarsalis,

A. pusilla com A. maxima, A. dubia com A. boliviana, e A. spinifera com A. mollis. Duas espécies

estão sob proposta de nomina dubia: A. solitaria e A. tubicola, devido apenas a disponibilidade de

exemplares-tipo juvenis, dificultando a identificação precisa das mesmas.

O alótipo de A. crassipalpa descrito por Camargo (1950) e o parátipo de A. levii descrito por

Grismado (2008), foram considerados identificações errôneas, sendo identificados como A. mollis e

A. maxima, respectivamente. O macho de A. cephalotes e a fêmea de A. calilegua estão sendo

descritos pela primeira vez.

As espécies foram alocadas em 6 grupos: grupo bicolor, grupo arthuri, grupo mollis, grupo

boliviana, grupo araucana e grupo sp. n. 6, com base em caracteres morfológicos compartilhados

entre as espécies de cada grupo. Cinco espécies não foram alocadas devido a não compatibilidade

destas com nenhum dos grupos supracitados, evitando-se a criação de grupos monotípicos: A.

maxima, A. cephalotes, A. tovarensis, A. fidicina e A. abrilae (Tabela).

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Taxonomia

Ariadna Audouin

Espécie-tipo: Ariadna insidiatrix Audouin, 1826: 109.

Ariadna Audouin, 1826: 109. Espécie-tipo por monotipia: Ariadna insidiatrix Audouin, 1826.

Pylarus Hentz, 1842: 225. Espécie-tipo: Pylarus bicolor Hentz, 1942, designada por Beatty (1970:

454). – Emerton, 1890: 201.

Macedonia Hogg, 1900: 85. Espécie-tipo por monotipia: Macedonia burchelli Hogg, 1900. –

Rainbow, 1911: 136.

Segestriella Purcell, 1904: 165. Espécie-tipo por monotipia: Segestriella gryllotalpa Purcell, 1904 –

Beatty, 1970: 454

Citharoceps Chamberlin, 1924: 607. Espécie-tipo por designação original e monotipia: Citharoceps

fidicina Chaberlin, 1924. – Beatty, 1970: 454.

Diagnose: Espécies de Ariadna diferenciam-se das dos demais gêneros de Segestriidae por

apresentar dentes cônicos nas quelíceras, três na promargem e um na retromargem (Fig. 1B); lábio

afilado em sua metade distal (Fig. 12B); palpo do macho com címbio curto, fendido distalmente

(Figs 20A-B); e, olhos posteriores em linha reta ou levemente recurva (Fig. 1A).

Descrição: Cefalotórax com coloração variando entre tons alaranjados e avermelhados

escuros (Figs 15, 42). Olhos delimitados por contornos pretos (Fig. 17A). Pernas, palpos e

pedipalpos variando de tons amarelados a avermelhados escuros (Figs 15, 42). Abdômen variando

de cinza claro com padrão escuro dorsal bem marcado (Figs 19A-B), a cinza escuro (Figs 42F-G).

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Comprimento total: 2,8-20,25; cefalotórax: comprimento 1,38-5,6; largura 1,02-3,8. Carapaça

oblonga, com pelos geralmente concentrados na região cefálica (Fig. 45F). Seis olhos, sendo os

médios anteriores ausentes (Fig. 1A). Quelíceras normalmente projetadas nos machos (Fig. 8A), e

não-projetadas nas fêmeas (Fig. 8F). Lábio com 2/3 do comprimento dos enditos (Fig. 12B).

Enditos com região proximal arredondada (Fig. 10B). Esterno elíptico, com região anterior truncada

(Figs 21B, G). Pernas com fórmulas I-II-IV-III ou II-I-IV-III. Machos com escópula tarsal,

localizada na região ventral (Fig. 1C). Órgão tarsal rebordado, presente em todas as pernas, com

duas pequenas sensilas (Fig. 1E). Tricobótrias encontradas apenas na região subdistal dos

metatarsos I-IV, com uma crista transversal (Fig. 1D). Pernas com três unhas tarsais, sendo as duas

superiores pectinadas e a inferior com um pequeno dente apenas (Fig. 1F). Abdômen

uniformemente piloso, mais longo do que largo (Figs 19A-B, F-G).

Grupos

O agrupamento utilizado no presente estudo compreende três grupos criados por Beatty

(1970), grupo bicolor, grupo arthuri e grupo mollis, juntamente com três novos: grupo boliviana,

grupo araucana e grupo sp n. 6. Na tabela abaixo é apresentada uma comparação entre o

agrupamento de espécies feito por Beatty (1970) e o presente neste estudo, juntamente com espécies

não alocadas (Incerta sedis) e em nomina dubia, para ambas revisões. As espécies posicionadas em

nomina dubia por Beatty, foram alocadas tentativamente por ele mesmo no grupo mollis (Beatty,

1970, pág. 443), sendo assim foram apresentadas duas vezes na tabela. Uma chave dicotômica para

identificação dos grupos delimitados no presente estudo também é fornecida no intuito de facilitar a

identificação das espécies componentes dos mesmos.

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Tabela. Grupos taxonômicos apresentados por Beatty (1970) e no presente estudo. Nomes

científicos em negrito tiveram sua posição corroborada neste estudo. Ver discussão.

Grupo Beatty (1970) Presente estudo

Grupo bicolor

A. bicolor (Hentz, 1842)A. pilifera O. P.-Cambridge, 1898A. pragmatica Chamberlin, 1924A. weaveri Beatty, 1970A. caerulea Keyserling, 1877A. cephalotes Simon, 1907A. murphyi (Chamberlin, 1920)A. peruviana Beatty, 1970 (=A. tarsalis)A. maxima (Nicolet, 1849)A. isthmica Beatty, 1970A. tovarensis Simon, 1893

A. bicolor (Hentz, 1842)A. pilifera O. P.-Cambridge, 1898A. pragmatica Chamberlin, 1924 (=A. bicolor)A. weaveri Beatty, 1970

Grupo arthuri (=multispinosa)

A. arthuri Petrunkevitch, 1926A. multispinosa Bryant, 1948A. tarsalis Banks, 1902

A. arthuri Petrunkevitch, 1926A. multispinosa Bryant, 1948A. tarsalis Banks, 1902A. obscura (Blackwall, 1858)A. gracilis Vellard, 1924 (=A. obscura)A. conspersa Mello-Leitão, 1941 (=A. obscura)A. peruviana Beatty, 1970 (=A. tarsalis)Ariadna sp. n. 1Ariadna sp. n. 2

Grupo mollis

A. mollis (Holmberg, 1876)A. boesenbergi Keyserling, 1877A. crassipalpa (Blackwall, 1963) (?)A. dubia Mello-Leitão, 1917 (?)A. conspersa Mello-Leitão, 1941 (?)A. spinifera Mello-Leitão, 1947 (?)

(?) – ver nomina dubia

A. mollis (Holmberg, 1876)A. boesenbergi Keyserling, 1877A. crassipalpa (Blackwall, 1963)A. spinifera Mello-Leitão, 1947 (=A. mollis)A. calilegua Grismado, 2008A. changellkuk Grismado, 2008A. levii Grismado, 2008

Grupo boliviana -

A. caerulea Keyserling, 1877A. boliviana Simon, 1907A. dubia Mello-Leitão, 1917 (=A. boliviana)A. isthmica Beatty, 1970Ariadna sp. n. 3Ariadna sp. n. 4

Grupo araucana -A. araucana Grismado, 2008Ariadna sp. n. 5

Grupo sp. n. 6 -Ariadna sp. n. 6Ariadna sp. n. 7Ariadna sp. n. 8

Incertae sedis

A. boliviana Simon, 1907A. obscura (Blackwall, 1858)A. solitaria Simon, 1891A. fidicina (Chamberlin, 1924)A. gracilis Vellard, 1924A. tubicola Simon, 1893

A. maxima (Nicolet, 1849)A. tovarensis Simon, 1893A. cephalotes Simon, 1907A. fidicina (Chamberlin, 1924)A. abrilae Grismado, 2008

Nomina dubia

A. crassipalpa (Blackwall, 1963)A. dubia Mello-Leitão, 1917A. conspersa Mello-Leitão, 1941A. spinifera Mello-Leitão, 1947

A. solitaria Simon, 1891A. tubicola Simon, 1893

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Chave dicotômica dos grupos taxonômicos de Ariadna da Região Neotropical

1. Abdômen acinzentado ou com padrão dorsal escuro difuso............................................................................................2

– Abdômen claro com padrão dorsal em forma de seta (Fig. 19A).................................................................Grupo mollis

2. Abdômen acinzentado com padrão dorsal escuro difuso (Figs 8A-B).............................................................................3

– Abdômen acinzentado sem padrão dorsal. (Figs 38A-B)..................................................................................................4

3. Metatarso I dos machos com uma ou duas apófises com espinhos modificados (Figs 8E, 10E); fêmeas com seis ou

mais pares de espinhos ventrais nas tíbias I-II (Figs 8H-I, 14C-D)................................................................Grupo arthuri

– Metatarso I dos machos retilíneo, não apresentando apófises (Figs 40E, 41E).......................Grupo sp. n. 6 (em parte)

4. Abdômen uniformemente acinzentado (Figs 38A-B); machos com metatarso I sinuoso (Fig. 38F) e projeções

lamelares distais nas quelíceras (Fig. 38C); fêmeas com cinco ou mais pares de espinhos nas tíbias I-II (Figs 38I-J),

e metatarso IV com pente com 6 espinhos..............................................................................Grupo sp. n. 6 (em parte)

– Abdômen acinzentado, com regiões claras (Figs 2A-B; 29A-B); machos com metatarso I de outra forma e sem

projeções lamelares distais nas quelíceras; fêmeas com pares de espinhos nas tíbias I-II e metatarso IV com pente de

outra forma......................................................................................................................................................................5

5. Abdômen acinzentado na região dorsal e ventral, e claro nas regiões laterais (Figs 2A-B); metatarso I dos machos

com duas projeções laterais cônicas (exceto em A. weaveri) (Fig. 2E, 4E), e tíbia do palpo inflada igual ou menor

que a metade do diâmetro do bulbo (Figs 3A-B); fêmeas com 2-4 espinhos ventroprolaterais distais na tíbia

II.................................................................................................................................................................Grupo bicolor

– Abdômen acinzentado, com região ventral clara; metatarso I dos machos e tíbia do palpo inflada de outra forma;

fêmeas outro conjunto de pares de espinhos na tíbia II..................................................................................................6

6. Machos com escópula tarsal estendendo-se até a região distal ou mediana do metatarso IV (Fig. 29F); fêmeas com 4

pares de espinhos ventrais nas tíbias I-II (Figs 31I-J).................................................................................Grupo boliviana

– Machos com címbio maior que o diâmetro do bulbo e fenda profunda (Figs 37A-B); fêmeas com pernas II mais

longas que I............................................................................................................................................Grupo araucana

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Grupo bicolor

Grupo bicolor Beatty, 1970: 442

Diagnose: As espécies que compõe o grupo bicolor diferem das demais por apresentarem o

seguinte conjunto de caracteres: machos com metatarsos I com duas projeções laterais cônicas (Fig.

2E), exceto A. weaveri; tíbia do palpo pouco inflada, não ultrapassando metade do diâmetro do

bulbo (Fig. 5A-B) e região distal da tíbia II das pernas das fêmeas com 2-4 espinhos

ventroprolaterais.

Elenco: Ariadna bicolor (Hentz, 1842); Ariadna pilifera O. P.-Cambridge, 1898; Ariadna

weaveri Beatty, 1970 (Fig. 48).

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Ariadna bicolor (Hentz, 1842)

(Figuras 2, 3, 48)

Pylarus bicolor Hentz, 1842: 225, pl. 8, figs 3-4 (Síntipos ♂ ♀ do norte do Alabama, Estados

Unidos da América, perdidos, conforme Beatty, 1970: 458).

Pylarus pumilus Hentz, 1842: 226, pl. 8, fig. 5 (Holótipo juvenil da Carolina do Norte e norte do

Alabama, perdido, conforme Beatty, 1970: 458). – Emerton, 1875: 131 (Syn.).

Ariadna pallida C. L. Koch, 1843: 90, pl. 350, fig. 817 (Holótipo ♀ da Pensilvânia, Estados Unidos

da América, não examinado). – Petrunkevitch, 1911: 131 (Syn.).

Ariadne rubella Keyserling, 1877: 229 (Holótipo ♀ de New Orleans [29°58'N; 90°03'O],

Louisiana, Estados Unidos da América, E. Keyserling col., depositado no NHM 907.1.480,

examinado). – Banks, 1901: 188 (Syn.).

Ariadna bicolor – Emerton, 1890: 201, pl. 8, fig. 3 (transf.). – Emerton, 1902: 23, figs 73-74. –

Simon, 1907: 263, fig. 5. – Kaston, 1948: 63, figs 11-16. – Beatty, 1970: 458, figs 38, 42-43. –

Platnick, 2013.

Ariadna mexicana Banks, 1898: 212 (Holótipo ♀ de La Chuparosa [23°34'N; 110°00'O], Baja

California, México, N. Banks col., depositado no MCZ 22044, examinado). – Beatty, 1970: 458

(Syn.).

Ariadna pragmatica Chamberlin, 1924: 606 (Holótipo ♀ de Tepoca Bay [30°15'N; 112°49'O],

Sonora, México, 25.IV.1921, J. C. Chamberlin col., depositado no CAS 1389, examinado). –

Beatty, 1970: 463. – Platnick, 2013. – SINÔNIMO NOVO.

Ariadna philosopha Chamberlin, 1924: 606 (Holótipo ♀ de Isla Partida [24°33'45"N;

110°22'42"O], La Paz, Baja California Sur, México, 22.IV.1921, J. C. Chamberlin col.,

depositado no CAS 1390, examinado; Parátipos 3 juvenis com os mesmos dados, depositados no

CAS 9039597, examinados). – Beatty, 1970: 458 (Syn.).

Ariadna scholastica Chamberlin, 1924: 607 (Holótipo ♀ de Patos Island [29°16'14"S;

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112°27'16"O], Gulf of California, México, 25.IV.1921, J. C. Chamberlin col., depositado no CAS

1391, examinado). – Beatty, 1970: 463 (Syn. com A. pragmatica). – SINÔNIMO NOVO.

Material adicional examinado: Estados Unidos da América: Massachusetts: Plymouth

County: Wareham [41°45'45"N; 70°43'20"O], 1♀, 20.VI.1961, B. J. Kaston col. (USNM); Bristol

County: SE of New Bedford [41°27'04"N; 70°55'20"O], in Buzzard Bay, Penekese Island, off stone

wall, 3♀1juv., 7.VIII.1923, R. E. C. col. (USNM); Nantucket County: Coatue Penninsula

[41°18'48"N; 70°03'16"O], 1♀2juv., 19.XI.1976, J. Coddington col. (USNM); Connecticut: New

Haven County: Guilford, Leete's Island [41°16'58"N; 72°40'55"O], 1♀, 12.IX.1927, B. J. Kaston

col. (USNM); Branford [41°16'40"N; 72°47'59"O], 1♀, 22.V.1936, B. J. Kaston col. (USNM);

California: Los Angeles County: Santa Catalina Island [33°23'N; 118°25'O], 1♀, 27.V.1921, J. C.

Chamberlin col. (CAS 9039605); Missouri: Newton County: Neosho [36°51'20"N; 94°22'35"O],

1♀, 31.III.1963, W. Peck col. (CAS 9039616); Newtonia [36°52'43"N; 94°10'58"O], 3♀,

30.V.1962, W. Peck col. (CAS 9039601); Ozark County: 1mi SO. Zanoni Mill, 1♀1juv., 16.X.1983,

W. Peck col. (CAS 9039614); West Virginia: Monongalia County: Morgantown [39°40'50";

79°46'49"O], WV Universtity Forest, Chestnut Ridge, 1♂, 22-30.V.1989, D. T. Jennings col.

(USNM); 2♂, 30.V - 5.VI.1989 (USNM); 2♀, 19-26.VI.1989 (USNM); 1♀, 26.VI - 3.VII.1989

(USNM); Virginia: Fairfax County: MacLean, C & O Canal near Herzog Island [38°58'31"N;

77°12'47"O], 1♂, 18.X.1935, E. A. Chapin col. (USNM); Maryland: Montgomery County: Takoma

Park [38°58'48"N; 77°00'08"O], 2♀, 9.V.1943, E. S. Ross col. (CAS 9039506); Rockville

[39°05'01"N; 77°08'54"O], 1♂, 23.V.1991, W. E. Steinerd & J. M. Swearingen col. (USNM);

Chesapeake Bay [36°59'45"N; 75°57'34"O], 1♂, 16.IX.1912 (USNM); Prince George's County:

Hyattsville [38°57'25"N; 76°57'05"O], in a house, 1♂, 21.IX.1990, G. Hormiga col. (USNM);

District of Columbia: Washington D. C. [38°53'42"N; 77°02'11"O], 1♂, 9.IX.1969, Dr. J. Stuart

col. (USNM); 2♂2juv. (USNM); Arizona: Coconino County: 3mi. NE. Sedona, Oak Creek Canyon

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[34°54'45"N; 111°43'37"O], 1♀, 17.XI.1988, C. P. Kistensen col. (CAS 9039608); Pima County:

Tucson [32°13'18"N; 110°55'35"O], Ajo Way in Tucson Mts., saguaro palo verde desert, 2♀,

1.VIII.1988, D. Richman col. (USNM); New Mexico: Otero County: Mountain Park [32°57'02"N;

105°49'29"O], 1♀, 26.VIII.1960, E. S. Ross col. (CAS 9039525); Texas: Willianson County: 3 mi

S. of Taylor off highway Tex. 95 [30°34'21"N; 97°25'00"O], 2♀, 27.IV.1960, D. Campbell & P. R.

Craig col. (CAS 9039533); Travis County: Austin [30°15'N; 97°45'O], 1♀, 1-10.VIII.1945, D. L. F.

& H. E. F. col. (CAS 9039609); Bastrop County: 2 mi W. Cedar Crk. [30°05'11"N; 97°30'05"O],

1♀, 16.I.1969, B. Vogel col. (USNM); Arkansas: Washington County: Fayetteville [36°04'35"N;

94°09'39"O], 1♀, V.1968, Lowarren col. (CAS 9039613); Louisiana: New Orleans [29°58'N;

90°03'O], 1♀, 30.I.1942, E. S. Ross col. (CAS 9039522); Alabama: Cleburne County: Cheaha

State Park (33°29'N; 85°49'O), 1♀, VII.1984 (USNM); Georgia: Chatahoochee County: Cusseta

[32°18'20"N; 84°46'37"O], 1♀, 10.IV.1960, D. Campbell & P. R. Craig col. (CAS 9039549); North

Carolina, Colorado, Louisiana: sem dados específicos de localidade e data, 2♂45♀13juv., Morr

col. (MNHNP-AR 7043); MÉXICO: Baja California: Ensenada, Isla Cedros [28°05'45,5"N;

115°11'12,4"O], 1♀, 22.II.1945, B. F. O. Tafall col. (AMNH); Baja California Sur: Sierra Laguna

[23°34'N; 110°00'O], 17 air mi. ENE Todos Santos 6000', 2♀5juv., 12-18.XII.1979, C. E. Griswold

col. (CAS 9039538); Isla San Diego [25°12'01"N; 110°41'53"O], 1♀, 27.V.1921, J. C. Chamberlin

col. (CAS 9039615); Isla San Francisco, E. part [24°50'N; 110°35'O], 1♀, 27.III.1971, V. F. Lee col.

(CAS 9039519).

Sinonímia: Chamberlin (1924) descreve A. pragmatica e A. scholastica, diferindo-as com

base no espaçamento interocular apresentado pelos holótipos. Após análise dos tipos, este caráter

não se mostra como diagnóstico, comparativamente a outros relacionados à espinulação das pernas

e genitália interna feminina. Sendo assim A. pragmatica e A. scholastica são aqui consideradas

sinônimos-júnior de A. bicolor.

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Diagnose: Ariadna bicolor diferencia-se das demais espécies do grupo bicolor por

apresentar machos com metatarso I truncado, pouco sinuoso em comparação a A. pilifera,

possuindo duas projeções cônicas localizadas na região proximal do mesmo (Fig. 2E). Fêmeas

apresentam o receptáculo anterior bilobado, diferindo-se das demais espécies do grupo por

apresentar o lobo dorsal mais longo que o ventral (Figs 3C-D).

Descrição: Macho (Rockville – USNM): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas (Fig.

3A). Enditos alaranjados; lábio laranja escuro. Esterno alaranjado com bordas escurecidas (Fig. 3B).

Palpos marrom alaranjado claros (Figs 3A-B). Pernas marrom alaranjadas com pares I-II mais

escuros (Figs 2C-D). Abdômen acinzentado dorsal e ventralmente, com laterais claras (Figs 2A-B).

Comprimento total: 5,6; cefalotórax: comprimento 2,88, largura 2,08. Carapaça com região cefálica

delimitada anteriormente. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 2A).

Palpos: bulbo pouco arredondado, peça mediana curta, e êmbolo mais longo, curvado e afilado.

Tíbia pouco inflada, de diâmetro aproximado ao da metade do bulbo (Figs 3A-B). Pernas: robustas

e pouco pilosas (Figs 2C-D). Escópula tarsal presente nas pernas II-IV. Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 2,96, patela 1,0, tíbia 2,52, metatarso 2,28, tarso 0,88, total 9,64; II, 2,84, 1,0,

2,56, 2,4, 0,72, 9,52; III, 2,12, 0,88, 1,6, 1,72, 0,64, 6,96; IV, 2,6, 1,04, 2,08, 1,92, 0,64, 8,28.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-1/0-0-2-0, P0-0-0-0-2/1-1-0; tíbia P1-0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-0-0,

VR1-1-0-1-0-1-0-1(engrossado/apófise), R1-0-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0-1-0-0-0, V1-0-0-2-0-0-2

(Figs 2C-E); II, fêmur D0-1-1-1-0-1-0, P0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-1/0-0-1,

VR2-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-1-0-0-0-0, V0-2-0-2-0-2, R0-1-0-0-1-0; IV, pente

metatarsal com 3 espinhos.

Fêmea (2 mi W. Cedar Crk. – USNM): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas, sendo

as quelíceras mais escuras (Fig. 2F). Enditos, lábio e esterno como no macho (Fig. 2G). Pedipalpos

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alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas marrom alaranjadas, com pares

I-II mais escuros (Figs 2H-I). Abdômen como no macho (Figs 2F-G). Comprimento total: 10,0;

carapaça: comprimento 4,56; largura 2,92. Carapaça com margens onduladas; região cefálica

elevada, delimitada anteriormente. Quelíceras como no macho (Figs 2F-G). Pernas: robustas e

pilosas. Pernas I-II com espinhos tibiais ventrais de tamanho similar, metatarsais de tamanhos

diferentes (Figs 2H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,12, patela 1,52, tíbia 2,32,

metatarso 2,2, tarso 0,68, total 9,84; II, 2,8, 1,52, 2,4, 2,12, 0,68, 9,52; III, 2,32, 1,28, 1,6, 1,64, 0,6,

7,44; IV, 2,92, 1,56, 2,24, 1,72, 0,64, 9,08. Espinulação: I, fêmur P0-0-0-0-1-0-0/1-0; tíbia VP1-0-1-

0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-2-2-2-2/1-2-2-2 (Figs 2H-I); II, fêmur P0-0-0-0-0/1-1-0-0;

tíbia VP0-0-0-0-0-1-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-2/1-2-2-1/2-2-2/1-1/2-2; IV, metatarso V0-

0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 3 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com o lobo

ventral expandido, com placa glandular localizada na região mediana do receptáculo, e expandida

em sua região proximal (Figs 3C-D).

Variação: Machos (n=10): comprimento total 5,2-7,36; carapaça: comprimento 2,8-3,76;

largura 2,0-2,68; fêmur I 2,8-3,96. Fêmeas (n=10): comprimento total 7,68-10,48; carapaça:

comprimento 3,2-4,56; largura 2,0-2,92; fêmur I 2,24-3,32.

Distribuição: Estados Unidos da América (Alabama, Arkansas, Arizona, California,

Colorado, Connecticut, District of Columbia, Georgia, Louisiana, Maryland, Massachusetts,

Missouri, New Mexico, North Carolina, Texas, Virginia, West Virginia); México (Baja California,

Baja California Sur) (Fig. 48).

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Ariadna pilifera O. P.-Cambridge, 1898

(Figuras 4, 5, 48)

Ariadna pilifera O. P.-Cambridge, 1898: 235, pl. 30, fig. 9 (Holótipo ♀ de Ventana [24°15'11,02"N;

106°27'10,01"O], Durango, México, G. D. col., depositado no NHM 1901/3/3-78, examinado). –

F. O. P.-Cambridge, 1899: 43. – Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 732. – Beatty, 1970:

461, figs 20, 31, 36-37, 40-41. – Platnick, 2013.

Ariadne comata O. P.-Cambridge, 1898: 235, pl. 30, fig. 8 (Holótipo ♀ de Orizaba [18°51'N;

97°06'O], Vera Cruz, México, G. & S. col., depositado no NHM 1901.3.3.77, examinado). – F.

O. P.-Cambridge, 1899: 32. – Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 732. – Beatty, 1970:

461 (Syn.).

Ariadna acanthopus Simon, 1907: 262, fig. 5A (Holótipo ♂ de Guanajuato [21°01'04"N;

101°15'24"O], Guanajuato, México, Dugès col., depositado no MNHNP-AR 14381, examinado).

– Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 730. – Beatty, 1970: 461 (Syn.).

Ariadna jaliscoensis Chamberlin, 1925: 212 (Holótipo ♀ de Hacienda San Marcos, SW Jalisco

[20°47'N; 104°11'O], México, 11-17.VII.1905, P. H. Goldsmith, depositado no MCZ 1263,

examinado). – Beatty, 1970: 461 (Syn.).

Material adicional examinado: MÉXICO: 2♀1juv., Boucard col. (MNHNP-AR 7047);

Sonora: 15 mi W. Yecora, 4000' [28°22'N; 108°55'O], 1♀, 7.VIII.1986, V. Roth col. (CAS

9039541); Hidalgo: Jacala [21°00'19"N; 99°10'19"O], 1♀, 20.IV.1963, W. J. Gertsch & W. Ivie col.

(NHM 1968.2.23.6).

Diagnose: Ariadna pilifera difere das demais espécies do grupo bicolor por apresentar o

metatarso I mais sinuoso, com duas apófises laterais cônicas localizadas na região mediana e

pequena apófise ventral distal (Fig. 4E). Fêmeas diferem das demais do grupo, exceto A. weaveri,

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por apresentar receptáculo anterior bilobado, com o lobo dorsal menor que o ventral. Diferencia-se

de A. weaveri por apresentar o lobo ventral expandido, e não sinuoso (Figs 5C-D).

Descrição: Macho (Holótipo de A. acanthopus – MNHNP-AR 14381): Carapaça laranja

avermelhado. Quelíceras alaranjadas (Fig. 4A). Enditos laranja claro; lábio laranja escuro. Esterno

alaranjado, com bordas escurecidas (Fig. 4B). Palpos amarelo claros (Figs 5A-B). Pernas

alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros. Metatarsos I-II avermelhados (Figs 4C-E). Abdômen

acinzentado claro (Figs 4A-B). Comprimento total: 8,36; carapaça: comprimento 4,24; largura 2,8.

Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras e

pelos frontais (Fig. 4A). Palpos: bulbo arredondado, peça mediana e êmbolo curtos e curvados.

Tíbia pouco inflada, com menos da metade do diâmetro do bulbo (Figs 5A-B). Pernas: robustas e

pilosas (Figs 4C-D). Escópula tarsal presente nas pernas I-IV, porém reduzida nas pernas I.

Fórmula: II-I-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,4, patela 1,52, tíbia 3,12, metatarso 3,08, tarso 1,24, total

13,36; II, 4,12, 1,44, 3,6, 3,56, 1,12, 13,84; III, 3,08, 1,24, 2,2, 2,24, 1,0, 9,76; IV, 3,28, 1,6, 2,84,

2,44, 0,96, 11,12. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-0-1/0-0; tíbia P1-1-0-1-1-0-0,

VP1-0-1-0-1-0-1(delgados), VR2/1-0-1-0-0-1(lancelolado/projeção)-1(lanceolado/projeção), R1-0-

1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0-1-0-0-0-0-1, V0-0-1/0-1-1-1-0-0-1 (Figs 4C-E); II, fêmur D0-0-0/1-1-

0-2-0, P0-0-0-1-0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0-0, VP0-0-0-0-1-0-1-0, VR2-0-1-1/0-1-0-0-1, R1-1-0-0-

1-1-0-0; metatarso V0-2-0-0-2-0-0-2, R0-0-1-0-0-0-0-0; IV, fêmur D1-1-1/0-1-1-0-0, R0-0-1-1-1-0-

0; tíbia VR0-0-0-0-0-0-1; metatarso V0-0-1-0-0-0-1; pente metatarsal com 3 espinhos.

Fêmea (CAS 9039541): Carapaça e quelíceras marrom avermelhado escuro (Fig. 4F).

Enditos laranja avermelhado; lábio laranja avermelhado escuro. Esterno laranja avermelhado, com

margens escurecidas (Fig. 4G). Pedipalpos marrom avermelhados, escurecendo gradativamente em

sentido distal. Pernas marrom avermelhadas, sendo os pares I-II mais escuros e com grânulos

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escuros regularmente distribuídos (Figs 4H-I). Abdômen acinzentado (Figs 4F-G). Comprimento

total: 14,24; carapaça: comprimento 6,32; largura 4,0. Carapaça oblonga, com margens onduladas, e

região cefálica delimitada anteriormente. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pilosidade

frontal densa (Fig. 4F). Esterno como no macho (Fig. 4G). Pernas: robustas e densamente pilosas.

Pernas I-II com pelos ventrais longos em todos os artículos, espinhos ventrais tibiais de tamanhos

similares, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 4H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur

4,92, patela 2,16, tíbia 3,52, metatarso 3,28, tarso 0,96, total 14,84; II, 4,56, 2,2, 3,8, 3,28, 0,96,

14,8; III, 3,84, 1,84, 2,64, 2,48, 0,88, 11,68; IV, 4,36, 2,24, 3,48, 2,72, 0,88, 13,68. Espinulação: I,

fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P1/0-1-0-1-0-1/0-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-

1, R0-0-1-0-0-0-0; metatarso V0-2-2-2-2-2-2-2-2 (Figs 4H-I); II, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-

1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-1-0-1, VR1-0-1-1/0-1-0-1; metatarso V0-2/1-2-2-2-2-2-2-2-

1-2; IV, fêmur D1-0-0-0-0-0-0, R0-0-0-1-1/0-1-0; metatarso V0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 3-

4 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior apresentando a placa glandular com região

proximal expandida (Figs 5C-D).

Variação: Fêmea (n=7): Comprimento total: 11,65-17,15; carapaça: comprimento 5,0-7,52;

largura 3,0-4,56; fêmur I 3,65-5,2.

Distribuição: México (Vera Cruz, Guanajuato, Jalisco, Sonora, Durango, Hidalgo) (Fig.

48).

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Ariadna weaveri Beatty, 1970

(Figuras 6, 7, 48)

Ariadna weaveri Beatty, 1970: 464, figs 50, 53, 56. (Holótipo ♂ de Clarion Island [18°22'N;

114°44'O], Revillagigedo Islands, México, 7-8.V.1955, McDonald & Blodget col., depositado no

AMNH, não examinado; Parátipo 1♂ 6♀, mesmas informações do holótipo, depositado no

AMNH, examinado). – Platnick 2013.

Diagnose: Ariadna weaveri difere das demais espécies do grupo bicolor por apresentar

machos com metatarso I inerme, retilíneo, sem apófises (Fig. 6E). Fêmeas diferem das demais por

apresentarem receptáculo anterior bilobado, com lobos de tamanhos semelhantes e sinuosos, não

expandidos (Figs 7C-D).

Descrição: Macho (Parátipo): Carapaça e quelíceras alaranjadas (Fig. 6A). Enditos

amarelos; lábio amarelo escuro. Esterno alaranjado claro, com margens escurecidas, e grânulos

escuros distribuídos uniformemente (Fig. 6B). Palpos amarelo claros (Figs 7A-B). Pernas amarelas,

sendo os pares I-I mais escuros (Figs 6C-D). Abdômen acinzentado dorsal e ventralmente, com

laterais claras (Figs 6A-B). Comprimento total: 5,16; carapaça: comprimento 2,04; largura 1,52.

Carapaça com região cefálica pouco delimitada anteriormente e afilada. Quelíceras projetadas, com

ranhuras e pelos frontais (Fig. 6A). Palpos: bulbo arredondado, peça mediana curvada e êmbolo

engrossado. Tíbia pouco inflada, com menos da metade do diâmetro do bulbo (Figs 7A-B). Pernas:

delgadas e pilosas (Figs 6C-E). Escópula tarsal presente nas pernas I-IV, porém reduzida nas pernas

I. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,4, patela 0,84, tíbia 2,0, metatarso 2,0, tarso 0,64, total

7,88; II, 2,2, 0,8, 2,08, 2,0, 0,64, 7,72; III, 1,56, 0,64, 1,08, 1,12, 0,48, 4,88; IV, 1,88, 0,84, 1,48,

1,24, 0,48, 5,92. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P1-0-1-0-1-0-1-0,

VP1-0-0-0-0-0-0-1, VR1-1-0-1-1-1-0-1, R1-0-1-0-1-0-1-0 (Figs 6C-D); II, D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-0-

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0-0-1-0; tíbia P1-0-1-0-1-1/0-1-0, VP0-0-0-0-0-1/0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-0-1-0-0-0-0-0; IV,

fêmur D0-1-1-0/1-0-0; metatarso, V0-0-1/0-0-2, pente metatarsal com 3 espinhos.

Fêmea (Parátipo): Carapaça e quelíceras laranja avermelhadas, com região cefálica

escurecida (Fig. 6F). Enditos alaranjados; lábio laranja escuro. Esterno alaranjado, com margens

escurecidas, e grânulos escuros distribuídos uniformemente (Fig. 6G). Pedipalpos alaranjados,

escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros

(Figs 6H-I). Abdômen como no macho (Figs 6F-G). Comprimento total: 9,4; carapaça:

comprimento 4,3; largura 2,65. Carapaça com margens onduladas, e região cefálica delimitada

anteriormente. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 6F). Esterno como no

macho (Fig. 6G). Pernas: robustas e pilosas, com espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, e

metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 6H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,25, patela

1,3, tíbia 2,4, metatarso 2,2, tarso 0,65, total 9,8; II, 2,95, 1,45, 2,45, 2,15, 0,65, 9,65; III, 2,35, 1,2,

1,6, 1,55, 0,65, 7,35; IV, 2,6, 1,6, 2,4, 1,7, 0,7, 9,0. Espinulação: I, fêmur P0-0-0-0-0-1-0; tíbia VP1-

0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-2-2-2-2-2-2-2-2 (Figs 6H-I); II, fêmur P0-0-0-0-1-1-0;

tíbia VP0-0-0-0-1-1-1/0-1, VR1-1/0-1-0/1-1-0-1; metatarso V2-2-0/1-2-2-0/1-2-2-2-2-1-2; IV,

metatarso V0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 3 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior

com placa glandular pouco expandida em sua região proximal (Figs 7C-D).

Variação: Fêmeas (n=6): Comprimento total: 8,65-12,5; carapaça: comprimento 4,25-5,95;

largura: 2,65-3,75; Fêmur I, 3,05-4,3.

Distribuição: México (Ilhas Revillagigedo) (Fig. 48).

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Grupo arthuri

Grupo arthuri Beatty, 1970: 443 (=multispinosa Beatty, 1970: 443).

Diagnose: Integrantes do grupo arthuri são diferenciados daqueles dos demais grupos por

possuírem coloração abdominal acinzentada, com padrão escuro dorsal difuso (Fig. 8F), machos

com metatarso I apresentando uma ou duas apófises conspícuas, portando espinhos modificados

(Figs 8E, 10E), e, fêmeas com o seguinte conjunto de caracteres: tíbias I e II com seis ou mais pares

de espinhos ventrais, com exceção de A. tarsalis, que pode apresentar 4 pares (Figs 8H-I, 14C-D);

e, metatarso IV com pente portando 2-4 espinhos.

Elenco: Ariadna obscura (Blackwall, 1858); Ariadna tarsalis Banks, 1902; Ariadna arthuri

Petrunkevitch, 1926; Ariadna multispinosa Bryant, 1948; Ariadna sp. n. 1; Ariadna sp. n. 2. (Fig.

49)

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Ariadna obscura (Blackwall, 1858)

(Figuras 8, 9, 49)

Dysdera obscura Blackwall, 1858: 334 (Holótipo juvenil de Pernambuco, Brasil, destruído, como

citado por Beatty, 1970: 480). – Blackwall, 1861: 446. – Petrunkevitch, 1911: 132. – Bonnet,

1956: 1632.

Ariadora campinensis Mello-Leitão, 1916: 13 (Holótipo ♀ de Campina Grande [07°13'50"S;

35°52'52"O], Paraíba, Brasil, T. Leitão col, deveria estar no MNRJ 1471, perdido). – Mello-

Leitão, 1947: 234 (Syn). – Bonnet, 1955: 732. – Moreira et al., 2010: 61.

Ariadna gracilis Vellard, 1924: 160, pl. 12, fig. 45 (Holótipo ♂ de Caxias [04°51'32"S;

43°21'21"O], Maranhão, Brasil, deveria estar no Instituto Vital Brazil, perdido); Bonnet 1955:

732. – Beatty, 1970: 479, figs 7, 28-29, 33. – Platnick, 2013. – SINÔNIMO NOVO.

Ariadna taperae Mello-Leitão, 1929: 93 (Síntipos 1♂ 7♀ 3 juvenis de Tapera (atualmente: Moreno,

Bonança) [09°25'38"S; 40°44'15"O], Pernambuco, Brasil, B. Pickel col., depositados no MNRJ

1263, examinados). – Mello-Leitão, 1947: 234 (Syn.).

Ariadna conspersa Mello-Leitão, 1941: 256 (Holótipo juvenil de Curitiba [25°25'47"S;

49°16'19"O], Paraná, Brasil, 10.I.1919, F. Lange de Morretes col., depositado no MNRJ 14087,

examinado). – Beatty, 1970: 483. – SINÔNIMO NOVO.

Ariadna obscura – Mello-Leitão, 1947: 234 (Syn.). – Beatty, 1970: 480. – Platnick, 2013.

Ariadna taperana – Bonnet, 1955: 737.

Sinonímia: Beatty (1970) levanta hipótese da sinonímia entre A. obscura e A. gracilis

devido a características morfológicas descritas por Blackwall (1858) e Vellard (1924), porém não a

efetua devido à distribuição conhecida destas duas espécies, que apesar de serem registradas para o

nordeste do Brasil, apresenta registros de A. gracilis para o estado do Amazonas e para o Peru.

Detectamos que A. obscura tem uma distribuição mais ampla que a apresentada por Beatty (1970),

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estendo-se do leste do Peru e centro do estado do Amazonas, até a região sul do Brasil. Além disso,

após análise dos exemplares-tipo designados por Mello-Leitão e as descrições originais, contatou-se

que A. gracilis pode ser considerada sinônimo-júnior de A. obscura, assim como A. taperae e A.

conspersa, que vivem na mesma área de distribuição.

Material adicional examinado: BRASIL: Amazonas: Manaus [03°06'00"S; 60°01'48"O],

Rio Tarumã-Mirim, 4♀5juv., 8.VIII - 6.IX.1987, H. Höfer col. (SMNK-ARA 3093); Tefé

[03°21'14"S; 64°42'39"O], 1♂, 1919, H. O. Parrish col. (MCZ 46060); Pará: Ilha de Marajó, Santo

André [00°58'S; 49°34'O], 2♀, 14.IV.1912, Bluntschili col. (AMNH); Belém [01°27'21"S;

48°30'16"O], 5♀1juv., VII.1954, N. L. H. Krauss col. (AMNH); Piauí: Castelo do Piauí

[05°19'19"S; 41°33'10"O], 3♀1juv., 21-23.VII.2012, L. S. Carvalho col. (CHNFUPI); Ceará:

Fortaleza, Bairro Benfica [03°44'36"S; 38°32'24"O], 1♂, 20.I.2008, S. C. Carvalho col. (MPEG

11628); Fortaleza [03°47'08"S; 38°33'06"O], Universidade Estadual do Ceará, 3♀1juv.,

13.IX.2012, A. M. Giroti col. (IBSP); Rio Grande do Norte: Atol das Rocas [03°52'S; 33°49'O],

1♂2♀, 4.IX.1996, C. E. Almeida col. (IBSP 12053); Paraíba: Soledade [07°02'11"S; 36°27'31"O],

1♀, 16.XI.1999, A. Kury & A. Giupponi leg. (MNRJ 6320); Juazeirinho, Planalto da Borborema

[07°04'04"S; 36°34'40"O], 1♀, IX.1956, C. Gonçalves col. (MNRJ 6427); Pernambuco: sem dados

específicos, 3♀ (MACN-Ar 21367); Bahia: Mata de São João [12°31'49"S; 38°17'57"O], Fazenda

Caramujipe, 1♂, 2006, C. Machado col. (IBSP 85421); Salvador [12°58'16"S; 38°30'39"O], Barra,

1♀, IV.1992 (IBSP 17596); Salvador, 4♀1juv., VI.1954, N. L. H. Krauss col. (AMNH); Santa

Brígida [09°47'17,3"S; 38°15'42,4"O], Povoado de Colônia, 342m, 1♀, 21.V.2012, I. L. F.

Magalhães & J. L. Chavari col. (IBSP); Una [15°17'36"S; 39°04'31"O], Reserva Biológica do Una,

4♀, 13.IV.1998, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP 18283; 18318); Sergipe: Laranjeiras [10°48'11"S;

37°10'10"W], Caverna Aventureiros, 1♀, 25.VII.2011, C. Donato et al. col. (IBSP); Laranjeiras,

Gruta dos Orixás, 1♀, 12.XII.2010, C. Donato & P. Rocha col. (IBSP); 1♀1juv., 25.VII.2011, C.

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Donato et al. col. (IBSP); Laranjeiras, Pedra Furada, 1♀, 28.XI.2010, C. Donato et al. col. (IBSP);

1♀, 9.VI.2011, C. Donato et al. col. (IBSP); Espírito Santo: Conceição da Barra [18°35'36"S;

39°43'56"O], Itaúnas, 1♀3juv., I.1999, C. A. Rheims col. (IBSP 20498); São Mateus [19°23'27"S;

40°04'19"O], Reserva Florestal do Vale do Rio Doce, 3♀, 19-25.VII.1997, A. D. Brescovit et al.

col. (IBSP 13016); Apiacá [21°09'14"S; 41°34'04"O], Fazenda Santa Maria, 1♀, 5.IX.1986, R. L.

C. Baptista col. (MNRJ 6410); 3♀, 5.X.1985, R. L. C. Baptista col. (MNRJ 6414); Rio de Janeiro:

Bom Jesus de Itabapoana [21°08'02"S; 41°40'48"O], Chácara São Luís, 5♀, 6.X.1985, R. L. C.

Baptista col. (MNRJ 6404; 6418); 1♂, 15.VII.1986 (MNRJ 6408); Mendes [22°36'31"S;

43°43'58"O], 3♀ (MNRJ 1264); Nova Iguaçu [22°45'37"S; 43°26'51"O], 2♂, Bianc col. (MNRJ

1279/2061); Pinheiral [22°30'46"S; 44°00'03"O], 3♂, Mello-Leitão col. (MNRJ 1271; 1272); Parati

[23°13'21"S; 44°42'50"O], Centro, 1♂, 1.VI.1985, R. L. C. Baptista col. (MNRJ 6401); São Paulo:

São Sebastião, Ilha de Alcatrazes [24°06'S; 45°41'O], 2♀, 4-6.VII.1998, M. E. Callefo col. (IBSP

19490); Paraná: Guaraqueçaba, Serra Negra [25°09'56"S; 48°25'59"O], 4♀4juv., A. Mayer col.

(MNRJ 2058); 9♀1juv., VIII.1946 (MHCI 3375-3382); Santa Catarina: Bombinhas [27°07'54"S;

48°31'40"O], ARIE Costeira de Zimbros, 2♀2juv., 2.VIII.2011, A. Chagas et al. col. (IBSP);

Bombinhas, 1♂, 23.XII.1988, M. A. L. Marques col. (MCN 18135); PERU: San Martín: Mishqui-

Yacu, 1200 M.A.S.L., 20km NE Moyobamba [06°02'S; 76°58'O], 2♀, 16-24.VIII.1947, F.

Woytkowsky col. (AMNH).

Diagnose: Ariadna obscura diferencia-se das demais espécies do grupo arthuri por possuir

o metatarso I truncado, com uma forte apófise ventroretrolateral, portando um espinho delgado, e

outra menor prolateral com um espinho truncado (Fig. 8E). Fêmeas de A. obscura diferem das

demais do grupo por apresentar receptáculo anterior bilobado, com o lobo dorsal curto e lobo

ventral expandido, ambos não sinuosos (Figs 9C-D).

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Descrição: Macho (IBSP 85421): Carapaça e quelíceras alaranjadas (Fig. 8A). Enditos

alaranjados; lábio laranja escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas (Fig. 8B). Palpos

amarelo claros (Figs 9A-B). Pernas alaranjadas, com os pares I-II mais escuros. Fêmures, patelas e

tíbias I avermelhados. Tíbia e metatarso I-II com grânulos escuros formando anéis distais (Figs 8C-

E). Abdômen acinzentado claro, com padrão escuro dorsal difuso (Figs 8A-B). Comprimento total:

4,92; carapaça: comprimento 2,68; largura: 1,84. Carapaça com região cefálica pouco delimitada

anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 8A). Palpo: bulbo

pequeno e quadrado, peça mediana e êmbolo longos em curva sinuosa, êmbolo com ponta pouco

afilada (Fig. 8A-B). Tíbia pouco inflada, com diâmetro pouco maior que do bulbo, portando um

delgado espinho prolateral (Figs 9A-B). Pernas: robustas e pouco pilosas (Figs 8C-E). Tíbia I com o

espinho ventroretrolateral mais distal lanceolado e retilíneo (Fig. 8D). Escópula tarsal presente nas

pernas I-IV. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,32, patela 1,0, tíbia 2,76, metatarso 2,28, tarso

1,04, total 10,4; II, 2,96, 1,0, 2,64, 2,44, 0,8, 9,84; III, 2,08, 0,84, 1,48, 1,56, 0,64, 6,6; IV, 2,36, 1,0,

1,92, 1,72, 0,72, 7,72. Espinulação: I, fêmur D0-1-0-1-0-1-0-2/1-0, P0-0-0-0-0-1-0-1-0; tíbia P1-1-

0-1-0-1-0, VP1-0-0-1-0-1-0, VR1-1-3/1-1-1/0-1-0-1(lanceolado), r1-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0-0-

0-0-1(truncado)-0, V1-0-0-1(apófise)-0-0-2 (Figs 8C-E); II, fêmur D0-1-0-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-

0-1-0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-1-1-0, VR1/2-1-1-1-0-1-0, R1-1-0-1-0-1-0; metatarso

V2-0-0-0-2-0-2, R0-1-0-0-0-0-0; IV, pente metatarsal com 3-4 espinhos.

Fêmea (Universidade Estadual do Ceará – IBSP): Carapaça e quelíceras marrom

alaranjadas (Fig. 8F). Enditos, lábio e esterno como no macho (Fig. 8G). Pedipalpos alaranjados,

sendo a tíbia e tarso avermelhados. Pernas alaranjadas, com pares I-II mais escuros. Tíbia I e

metatarsos I-II avermelhados. Grânulos escuros formando anéis na região distal da tíbia e metatarso

das pernas I-II (Figs 8H-I). Abdômen como no macho (Figs 8F-G). Comprimento total: 8,32;

carapaça: comprimento 3,72; largura 2,44. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente.

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Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 8F). Pernas: robustas e pilosas.

Pernas I-II com espinhos tibiais ventrais geralmente de tamanhos similares, metatarsais de

tamanhos diferentes (Figs 8H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,88, patela 1,24, tíbia

2,52, metatarso 2,2, tarso 0,64, total 9,48; II, 2,56, 1,32, 2,32, 2,12, 0,6, 8,92; III, 2,16, 1,04, 1,56,

1,52, 0,64, 6,92; IV, 2,84, 1,36, 2,4, 1,76, 0,68, 9,04. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-

1-2-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-1-1-1-1-1-0, VR1-1-1-1-0/1-1-1, R0-1-0-1-0-0-0; metatarso V2-

0/2-2-2/1-2-2-2-2-2 (Figs 8H-I); II, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-1-0-0/1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0,

VP1-0/1-1-1-1-1-0/1-, VR1-1-1-1-1-1-1-1, R0-1-0-1-0-0-0; metatarso V2-2-2-2-2-0/1-2-2/1-2; IV,

pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com placa glandular

expandida (Figs 9C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 4,48-6,24; carapaça: comprimento 2,64-3,2;

largura 1,84-2,28; fêmur I 2,84-3,52. Fêmea (n=10): Comprimento total: 6,72-9,84; carapaça:

comprimento 3,44-4,36; largura 2,44-2,96; fêmur I 2,68-3,2.

Distribuição: Norte a sul do Brasil e Peru (San Martín) (Fig. 49).

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Ariadna tarsalis Banks, 1902

(Figuras 10, 11, 49)

Ariadna tarsalis Banks, 1902: 57, pl. 1, fig. 9 (Holótipo juvenil de Culpepper Island (atual Ilha

Darwin) [01°40'01"N; 91°59'56"O], Arquipélago das Galápagos, Equador, N. Banks col.,

depositado no MCZ 23235, examinado). – Beatty, 1970: 474. – Platnick, 2013.

Dysdera murphyi Chamberlin, 1920: 38 (Holótipo ♀ de Chinchas Island [13°38'24"S; 76°24'00"O],

Ica, Peru, 12.X.1919, R. C. Murphy col., depositado no MCZ, não examinado; Parátipos 2♀,

mesmos dados do holótipo, depositado no AMNH, examinados). – Bonnet, 1956: 1631. –

SINÔNIMO NOVO.

Ariadna murphyi – Beatty, 1970: 467 (transf. de Dysdera) - Platnick 2013.

Ariadna peruviana Beatty, 1970: 467, figs. 34-35, 39 (Holótipo ♂ de Lima [12°02'06"S;

77°01'07"O], "in haus", Lima, Peru, 1939, Weyrauch col., depositado no MCZ 22634,

examinado; Parátipos: 1♀1juv., mesmos dados do holótipo, depositado no MCZ 46053); 1 juv.

de Jequetepeque [07°25'S; 79°30'O], La Libertad, Peru, 15.II.1965, L. Peña col., depositado no

MCZ 46054; 4♀ de La Molina [12°04'40"S; 76°54'40"O], 250m, Lima, Peru, I.1961, R. Garcia

col., depositado no MCZ 20277, todos examinados). – Beatty 1970: 485 (Syn.).

Sinonímia: Beatty (1970) separou A. murphyi de A. tarsalis e A. peruviana baseando-se na

espinulação do pente metatarsal encontrado nas pernas IV. Este caráter é pouco útil nas diagnoses

entre espécies devido a sua variação, mesmo nas pernas do mesmo indivíduo. Após análise dos

exemplares-tipo de A. tarsalis, A. peruviana e A. murphyi, constatou-se que estes últimos podem ser

considerados como sinônimos-júnior de A. tarsalis. Apesar da variação na espinulação das pernas I-

II presente nas três espécies, existem caraterísticas nas genitálias masculina e feminina que

reforçam esta sinonímia.

Em 1970, Beatty descreve Ariadna peruviana de Lima, Peru, porém em apêndice no final

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deste artigo sinonimiza esta espécie com A. tarsalis, com base em espécimes recebidos

posteriormente das Ilhas Galápagos. Ele os considerou semelhantes aos encontrados em Lima.

Nesta revisão, esta hipótese de sinonímia é corroborada.

Material adicional examinado: EQUADOR: ARQUIPÉLAGO DAS GALÁPAGOS:

Ilha Darwin: [01°40'01"N; 91°59'56"O], 1♂14♀5juv., 29.I.1964, D. Q. Cavagnaro col. (CAS

9039512; 9039520); Ilha Pinta: S. Coast [00°36'S; 90°39'O], 6♀5juv., 25.V.1964, D. Q. Cavagnaro

col. (CAS 9039504); Playa Ibbetson [00°36'S; 90°39'O], 40m, open Bursera forest, 1♂, 13-

33.III.1992, S. Peck col. (RBINS); 710ft. Asl., 1♀1juv., 8.II.1982, Y. D. Lubin col. (MCZ 46069);

Ilha Santiago: NW Slope [00°15'S; 90°42'O], 600m, 1♀1juv., 30.V.1964, D. Q. Cavagnaro col.

(CAS 9039531); N-flank, 200m, 2♀, 4.III.1986, L. Baert et al. col. (RBINS); Ilha Isabela: Punta

Albermale [00°30'S; 91°04'O], SW of old US radar site, alt. +-10m, 1♀, 28.III.1970, R. Silberglied

col. (MCZ 46066); Ilha San Cristobal: vic. "El Junco" (crater lake) [00°48'S; 89°24'O], alt. +-

700m, 1♂, 15-16.IV.1970, R. Silberglied col. (MCZ 46149); Ilha Santa Fé: South Coast

[00°49'12"S; 90°03'36"O], 1♀, 30.I.1983, Y. D. Lubin col. (MCZ 46068); PERU: Piura: Negritos

[04°39'14"S; 81°18'16"O], 1♂1♀, III.1941, H. E. F. col. (CAS 9039505); 6♀4juv., 18.XI.1939

(CAS 9039509); 6♀21juv., 12.X.1941 (CAS 9039539); 1♀, XI.1939 (CAS 9039543); 5♀3juv.,

7.XI.1939, D. L. F. & H. E. F. col. (CAS 9039530); 1♂, VIII.1939 (CAS 9039547); 1♀, 5.I.1942, B.

Vivas col. (CAS 9039553); Pariñas Valley, 15km NE of Negritos, 1♀, 16.X.1938, D. L. F. & H. E.

F. col. (CAS 9039551); Ancash: Huarmey [10°04'07"S; 78°09'37"O], Huacho, 1♀1juv., 23.I.1984,

G. Mayo col. (MUSM-ENT 0504968); Lima: Matucana [11°50'41"S; 76°23'10"O], 2389m, 1♀,

30.IX.1952, F. Blancas col. (MUSM-ENT 0504969); Lima [12°02'06"S; 77°01'07"O], Interior

MUSM-Entomologia, 1♂, 7.X.2009, D. Silva-Dávila col. (MUSM-ENT 0504972); Lima, Interior

do Museo, 31♀2juv., IX.1948, Blancas col. (MUSM-ENT 0504980); Lima, Barbones [12°03'16"S;

77°00'35"O], 1♂8♀2juv., 22.IV.1948, F. Blancas col. (MUSM-ENT 0504979); Lima, Chorrillos

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[12°10'S; 77°02'O], 20♀2juv., 12.X.1954, F. Blancas col. (MUSM-ENT 0504981); Lima

[12°02'06"S; 77°01'07"O], 1♀, VI.1967, C. del Cicuillo & Dr. Meneses col. (IBSP 3012); 3♂1♀,

1939, Weyrauch col. (CAS 9039516); Lunahuana, 423m (12°59'09,2"S; 76°09'29,2"O), 2♂5♀1juv.,

18.VI.2012, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP); Carretera Canta km36 [11°28'S; 76°37'O], 1♀,

I.1968, Q. Meneses col. (IBSP 3013); Ica: Pisco, South Chinchas Island [13°38'76"S; 76°24'00"O],

2♀4juv., 23.II.1935 (AMNH); Ica [14°04'S; 75°44'O], Casallai Pisco, 1♂1♀ (MUSM-ENT

0504974).

Diagnose: Os machos de A. tarsalis diferenciam-se das demais espécies do grupo arthuri

por apresentar metatarso I com duas apófises na região proximal, portando espinhos engrossados e

um espinho ventral distal truncado (Fig. 10E). Fêmeas de A. tarsalis diferenciam-se das outras

fêmeas do grupo obscura, excetuando-se A. multispinosa, por apresentarem receptáculo anterior

bilobado, com lobos sinuosos, e extremidades posicionadas de forma oposta. A. tarsalis diferencia-

se de A. multispinosa por possuir lobos mais longos (Figs 11C-D).

Descrição: Macho (Playa Ibbetson, Ilha Pinta – RBINS): Carapaça e quelíceras

alaranjadas (Fig. 10A). Enditos amarelos; lábio amarelo escuro. Esterno amarelo, com margens

escurecidas (Fig. 10B). Palpos amarelos (Figs 11A-B). Pernas amarelas, com os pares I-II mais

escuros (Figs 10C-E). Abdômen claro, com padrão escuro dorsal difuso (Figs 10A-B).

Comprimento total: 8,08; carapaça: comprimento 3,96; largura 2,56. Carapaça com região cefálica

delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 10A). Palpo:

bulbo arredondado, peça mediana maior que o êmbolo e curvatura pouco evidente, e êmbolo

curvado e afilado. Tíbia inflada, com diâmetro de 2/3 do bulbo (Figs 11A-B). Pernas: robustas e

pilosas (Figs 10C-E). Tíbia I com o espinho ventroretrolateral mais distal lanceolado e sinuoso (Fig.

10E). Escópula tarsal presente nas pernas I-IV, reduzida no par I. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I,

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fêmur 3,92, patela 1,44, tíbia 3,24, metatarso 3,12, tarso 0,92, total 12,64; II, 3,72, 1,32, 3,12, 3,2,

0,88, 12,24; III, 2,68, 1,12, 2,04, 2,16, 0,72, 8,72; IV, 3,12, 1,44, 2,64, 2,48, 0,8, 10,48.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-2/1-0-2-0, P0-0-0-0-2/1-1-0; tíbia D0-0-0-0-0-1-0, P0-1-0-1-0-1-0,

VP1-0-1-0-1/0-0-0, VR2-1-1-1-1-1-1-1(lanceolado), R0-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0-1(truncado

em projeção)-0-0-0-0, V1-0-0-0-0-0-2(VP truncado), R0-1(digitiforme em projeção)-0-0-0-0-0

(Figs 10C-E); II, fêmur D0-0/1-1-1/2-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia D0-0-0-0-0-1/0-0, P0-1-0-1-0-1-

0, VP1-0-1-0-1/0-0-1/0, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-1-1/0-1-0; metatarso P0-1-0-0-0-0-0, V2-0-0-2-

0-0-2, R1-0-1-0-1-0-0; IV, fêmur D2/1-1-1-1-0/1-1-0/1-1-0-0; tíbia V0-0-0-0-0-0-2; metatarso P0-

0-0-1/0-0-0-1, V0-0-0-1-0-0-1, pente com 2 espinhos.

Fêmea (N-flank, Ilha Santiago – RBINS): Carapaça marrom alaranjada; quelíceras

marrom alaranjadas escuras (Fig. 10F). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno

alaranjado, com margens escurecidas (Fig. 10G). Pedipalpo alaranjado, escurecendo gradativamente

em sentido distal. Pernas alaranjadas com os pares I-II mais escuros. Metatarsos e tarsos das pernas

I-II marrom avermelhados (Figs 10H-I). Abdômen como no macho (Figs 10F-G). Comprimento

total: 9,52; carapaça: comprimento 4,44; largura 2,88. Carapaça com região cefálica delimitada

anteriormente e elevada. Pelos da carapaça mais concentrados na região cefálica. Quelíceras não-

projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 10F). Pernas: robustas e pilosas. Pernas I-II com

espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, intercalados entre si, e metatarsais de tamanhos

diferentes (Figs 10H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,04, patela 1,4, tíbia 2,36,

metatarso 2,08, tarso 0,6, total 9,48; II, 2,8, 1,4, 2,36, 2,0, 0,68, 9,24; III, 2,28, 1,2, 1,6, 1,56, 0,6,

7,24; IV, 2,8, 1,48, 2,44, 1,84, 0,64, 9,2. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1/2-1-0;

tíbia P1-0-0-0-0-0-0, VP1-1-1-1-1-1-1, VR1-1-1-1-1-1-1, R0-1-0-1-0-1/0-0 (Figs 10H-I); metatarso

V2-2-2-2-2-2-2; II, fêmur D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-1/0-0-0/1-0-0-0, VP1-0-1-0-

1-0-1, VR1-1-1-1-1-1-1, R0-1/0-0-0-0-0-0; metatarso V2-2-2-2/1-2-2-2-2; IV, metatarso V0-0-0-0-

39

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0-0-1, pente metatarsal com 3 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com o lobo dorsal

menor que o ventral, e placa glandular na região mediana do receptáculo, não expandidas (Figs

11C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 5,04-8,08; carapaça: comprimento 2,48-3,96;

largura 1,84-2,64; fêmur I 2,36-4,0. Espinulação: I, tíbia D0-0-0-0-0-1-0, P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-

0-0-0-0, VR1/2-0-1-0-1-0-1(lanceolado), R0-1-0-1-0-1-0; II, tíbia D0-0-0-0-0-1-0, P0-1-0-1-0-1-0,

VP0-0-0-0-0-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-0-1-0-1-0. Fêmea (n=10): Comprimento total: 7,4-12,8;

carapaça: comprimento 3,45-5,12; largura 2,25-3,44; fêmur I 2,7 - 4,24. Espinulação: I, tíbia P0-1-

0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1-0, VR1-0-1-0-1-0-1-0, R0-1-0-1-0-1-0; II, tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-

1-0-1-0-1-0, VR1-0-1-0-1-0-1-0, R0-1-0-1-0-1-0.

Distribuição: Equador (Arquipélago das Galápagos) e Peru (Piura, Ancash, Lima, Ica) (Fig.

49).

40

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Ariadna arthuri Petrunkevitch, 1926

(Figuras 12, 13, 49)

Ariadna arthuri Petrunkevitch, 1926: 48, figs 8-10 (Holótipo juvenil de Santa Maria Bay, Saint

Thomas [18°21'52"N; 64°59'47"O], Ilhas Virgens Americanas, Pequenas Antilhas, depositado no

Peabody Museum, não examinado). – Petrunkevitch, 1929: 59, fig. 41 – Beatty, 1970: 472, figs

8-9, 26-27, 32. – Platnick, 2013.

Nota: Esta espécie foi identificada baseando-se nas descrições e ilustrações de exemplares

identificados por Beatty (1970). Alguns desses exemplares foram analisados no presente estudo.

Material examinado: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA: Flórida: Monroe County:

Squirrel Key [24°40'38"N; 81°37'23"O], 1♀, 29.VIII.1967, R. Silberglied col. (MCZ 46081);

Squirrel Key, opposite E-1, under bark of red mangrove [24°40'38"N; 81°37'23"O], 1♀, 4.VII.1967,

R. Silberglied col. (MCZ 128432); Key E-2, east side of Upper Snipe Key, Lower Keys

[24°40'40"N; 81°39'09"O], 1♀, 12.VI.1966, D. Simberloff & E. O. Wilson col. (MCZ 46152); Big

Pine Key [24°41'10"N; 81°21'40"O], 1♀, 29.XII.1956, F. & C. Phillips col. (MCZ 128431);

CUBA: Villa Clara: Santa Clara, Prosa Ochoa y Ochoyta [22°24'24,91"N; 79°57'53,78"O],

2♀2juv., 26.V.2006, R. Tenel col. (IBSP); Camagüey: Camagüey, Sierra de Cubitas; Limones-

Tuabaquey Ecological Reserve [21°34'56,69"N; 77°45'0,47"O], 1♂4♀5juv., III-IV.2012, CarBio

team col. (IBSP); Holguín: Moa, El Toldo [20°38'23"N; 74°55'03"O], 2♀4juv., 2.XI.1997, A. Foug

col. (IBSP); Guantánamo: Baracoa, Parque Nacional Humboldt [20°27'N; 75°00'O], 2♀1juv.,

2.III.1998, A. Sánchez col. (IBSP).

Diagnose: Os machos de A. arthuri diferenciam-se das demais espécies do grupo arthuri

por apresentar metatarso I sinuoso, com duas apófises na região distal, portando espinhos

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engrossados (Fig. 12E). Fêmeas de A. arthuri diferenciam-se da demais por apresentar receptáculo

anterior bilobado, com lobo dorsal sinuoso e o ventral expandido, principalmente na região

proximal (Figs 13C-D).

Descrição: Macho (Sierra de Cubitas – IBSP): Carapaça e quelíceras amarelo escuro, com

região cefálica levemente escurecida (Fig. 12A). Enditos amarelos; lábio amarelo escuro. Esterno

amarelo claro, com margens escurecidas, e pequenos grânulos escuros, presentes também no lábio

(Fig. 12B). Palpos amarelo claros (Figs 13A-B). Pernas amarelas com os pares I-II mais escuros

(Figs 12C-D). Abdômen acinzentado dorsalmente, e claro lateral e ventralmente (Figs 12A-B).

Comprimento total: 4,36; carapaça: comprimento 2,16; largura 1,52. Carapaça com região cefálica

pouco delimitada anteriormente. Pelos da carapaça mais concentrados na região cefálica. Quelíceras

projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 12A). Palpos: bulbo arredondado, peça mediana

longa e êmbolo curvado e afilado. Tíbia pouco inflada, com diâmetro próximo ao do bulbo (Figs

13A-B). Pernas: robustas e pouco pilosas (Figs 12C-E). Escópula tarsal presente nas pernas II-IV.

Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,04, patela 0,8, tíbia 2,0, metatarso 2,08, tarso 0,56, total

7,48; II, 2,0, 0,72, 1,8, 1,88, 0,65, 7,05; III, 1,56, 0,64, 1,16, 1,16, 0,44, 4,96; IV, 1,68, 0,8, 1,44,

1,24, 0,48, 5,64. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-1/2-1-0; tíbia D0-0-0-0-1-0-0, P1-

0-1-0-0-1-0, VP0/1-0-0-0-0-0-0, VR1-1-1-1-1/0-1-1, R0-0/1-0-1-0-0-1; metatarso V0-1-0-0-0-2(em

apófises)-0-2 (Figs 12C-E); II, fêmur D0-0-0-1/0-1-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia D0-0-0-0-1-0-0, P1-

0-1/0-0-0-1-0, VP0-0-0-0-0-0-1, VR2-1-1-1-1-1-1, R1-0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-1-0-2-0-0-2,

R0-1-0-0-0-1-0; IV, pente metatarsal com 2 espinhos.

Fêmea (Sierra de Cubitas – IBSP): Carapaça e quelíceras alaranjadas, com região cefálica

levemente escurecida (Fig. 12F). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado

claro, com margens escurecidas, e pequenos grânulos escuros (Fig. 12G). Pedipalpos alaranjados,

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escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros

e com bandas escuras conspícuas presentes na região ventral do fêmur, patela, tíbia e metatarso

(Figs 12H-I). Abdômen como no macho (Figs 12F-G). Comprimento total: 5,2; carapaça:

comprimento 2,52; largura 1,6. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e pouco

elevada. Pelos da carapaça mais concentrados na região cefálica. Quelíceras não-projetadas, com

ranhuras e pelos frontais (Fig. 12F). Pernas: robustas e pilosas. Pernas I-II com espinhos tibiais

ventrais de tamanhos similares, e espinhos metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 12H-I).

Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 1,76, patela 0,84, tíbia 1,6, metatarso 1,44, tarso, 0,44, total

6,08; II, 1,6, 0,76, 1,48, 1,28, 0,44, 5,56; III, 1,32, 0,64, 0,96, 0,88, 0,4, 4,2; IV, 1,68, 0,84, 1,36,

1,04, 0,4, 5,32. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-1/0-0-2-0, P0-0-0-1-1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-

1-1-1-1-1-0, VR1-1-1-1-1-1-1, R0-1-0-1-0-0; metatarso V2-2-2-2-2-2-1/2-2 (Figs 12H-I); II, fêmur

D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia P0-1-0-0-1-0-0, VP1-1-1-1-1-1-0, VR1-1-1-1-1-1-1, R0-0-1-

1-0-0; metatarso V2-2-1/2-1/2-2-1/2-1-2; IV, pente metatarsal com 2 espinhos. Genitália interna:

receptáculo anterior com lobo ventral maior que o dorsal, placa glandular localizada na região

mediana do receptáculo e expandida na região proximal (Figs 13C-D).

Variação: Fêmea (n=10): Comprimento total: 4,08-8,28; carapaça: comprimento 1,84-3,76;

largura 1,16-2,4; fêmur I 1,2 - 2,6.

Distribuição: Estados Unidos da América (Flórida), Pequenas Antilhas (Ilhas Virgens

Americanas) e Cuba (Villa Clara, Camagüey, Holguín e Guantánamo) (Fig. 49).

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Ariadna multispinosa Bryant, 1948

(Figuras 14, 49)

Ariadna multispinosa Bryant, 1948: 339 (Holótipo ♀ de Loma Rucilla [19°02'40"N; 70°57'28"O],

Pico del Yaque, 8-10,000, San José de las Matas, Santiago, República Dominicanam, VI.1938,

Darlington col., depositado no MCZ 22224, examinado; Parátipo 1 juv. de Cordillera Central,

near Valle Nuevo [18°48'N; 70°41'O], rain forest, 6000ft, República Dominicana, VIII.1938,

Darlington col., depositado no MCZ 46064, examinado). – Beatty, 1970: 474 - Platnick, 2013.

Diagnose: Ariadna multispinosa difere-se das demais espécies do grupo arthuri, com

exceção de Ariadna sp. n. 1, por possuir 8 ou mais pares de espinhos nas tíbias I e II (Figs 14C-D).

Diferencia-se de Ariadna sp. n. 1 por apresentar receptáculo anterior bilobado, com lobos sinuosos

e com extremidades em sentidos opostos (Figs 14E-F).

Descrição: Macho: Desconhecido.

Fêmea (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas (Figs 14A). Enditos

alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas (Figs 14B).

Pedipalpos alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas alaranjadas, com

pares I-II mais escuros (Figs 14C-D). Abdômen acinzentado (Figs 14A-B). Comprimento total: 9,0;

carapaça: comprimento 3,8; largura 2,6. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e

bem elevada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 14A). Pernas: robustas

e pilosas. Pernas I-II com espinhos ventrais tibiais e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 14C-

D). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,95, patela 1,25, tíbia 2,2, metatarso 1,95, tarso 0,55,

total 8,9; II, 2,7, 1,25, 2,2, 1,85, 0,6, 8,6; III, 2,15, 1,1, 1,4, 1,35, 0,6, 6,6; IV, 2,5, 1,35, 1,9, 1,65,

0,65, 8,05. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-0-1-1-1-0; tíbia VP1-1-1-1-1-1-1-1-0-1-1,

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VR1-1-1-1-1-1-1-1-1-1-1; metatarso V2-2-2-2-2-2-2-2-2-2-2 (Figs 14C-D); II, fêmur D0-0-0-0-0-

1-0; tíbia VP1-0-1-1-1-1-1-1-0-1, VR1-1-1-1-1-1-1-1-1-1; metatarso V2-2-2-2-2-1-2-2; IV,

metatarso, pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com placa

glandular localizada na região mediana do receptáculo (Figs 14E-F).

Distribuição República Dominicana (Santiago) (Fig. 49).

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Ariadna sp. n. 1

(Figuras 15, 16, 49)

Material-tipo: Holótipo ♂ de Gruta dos Brejões [11°33'00"S; 41°09'21"O], Morro do Chapéu,

Bahia, Brasil, 14.V.2009, M. E. Bichuette col., depositado no IBSP 151451; Parátipos: 2♀, mesmos

dados do holótipo, depositados no IBSP.

Diagnose: Ariadna sp. n. 1 diferencia-se das demais espécies do grupo arthuri pelos machos

apresentarem metatarso I delgado com uma apófise ventroprolateral pequena, portando um espinho

curvado, juntamente com um espinho truncado na região distal do mesmo (Fig. 15E). Fêmeas de

Ariadna sp. n. 1 diferenciam-se das demais por apresentar receptáculo anterior bilobado, com lobos

de tegumento irregular e o lobo dorsal mais largo que o ventral (Figs 16C-D).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras alaranjadas (Fig. 15A). Enditos

alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno amarelo, com margens escurecidas (Fig. 15B). Palpos

amarelo-claros (Figs 16A-B). Pernas amarelas, com os pares I-II mais escuros (Figs 15C-E).

Abdômen acinzentado claro (Figs 15A-B). Comprimento total: 6,4; carapaça: comprimento 3,4;

largura 2,36. Carapaça com região cefálica pouco delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas,

com região frontal achatada, possuindo ranhuras e pelos (Fig. 15A). Palpos: bulbo quadrado com

margens arredondadas, peça mediana e êmbolo longos em curva sinuosa, e ponta do êmbolo afilada.

Tíbia pouco inflada, com diâmetro menor que do bulbo (Figs 16A-B). Pernas: delgadas e pilosas

(Figs 15C-E). Tíbia I com espinho ventroretrolateral mais distal lanceolado, retilíneo e afilado (Fig.

15D). Escópula tarsal reduzida encontrada nas pernas I-IV. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur

4,2, patela 1,24, tíbia 4,28, metatarso 3,68, tarso 0,88, total 14,28; II, 3,96, 1,28, 3,92, 3,88, 0,76,

13,8; III, 3,2, 1,2, 2,72, 3,12, 0,72, 10,96 ; IV, 3,72, 1,32, 3,12, 3,2, 0,76, 12,12. Espinulação: I,

fêmur D0-0-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-1-2-0-1-0; tíbia P1-0-1-0-1-0-1-0, VP2-1-0-1-0-1-0-1-0, VR2-1-0-

46

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1-0-1-0-1-1, R1-0-1-0-1-1-0-1-0; metatarso P0-0-1-0-0-1(truncado)-0-0, V1-0-0-1(apófise)-1-0-0-1

(Figs 15C-E); II, D0-0-1-1-1-1-1-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-0-0-0-1-0-0-1-0; tíbia P1-0-1-0-1-0-1-0,

VP2-0-1-0-1-0-1-0, VR2-0-1-0-1-0-1-0-1-0, R1-0-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0-1-0-0-0-0-0-0, V2-

0-0-1-1-0-1-0-1, R0-0-1-0-1-0-1-0-0; IV, D1-1-1-0-1-1-0-1-1-0-1-1-0-1-0, R0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

0-0-1-0; tíbia R1-0-0-0-0-0; metatarso, pente com 3 espinhos.

Fêmea (Parátipo): Carapaça e quelíceras alaranjadas, com região cefálica e as últimas mais

escuras (Fig. 15F). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno como no macho (Fig.

15G). Pedipalpos alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas e abdômen

como no macho (Figs 15F-I). Comprimento total: 9,36; carapaça: comprimento 4,6; largura 2,84.

Carapaça com margens onduladas, e região cefálica bem delimitada anteriormente e elevada.

Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 15F). Pernas: delgadas e pilosas. Pernas

I-II com espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs

15H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,0, patela 1,44, tíbia 4,08, metatarso 3,2, tarso 0,68,

total 13,4; II, 3,72, 1,52, 3,76, 3,12, 0,64, 12,76; III, 3,08, 1,36, 2,72, 2,64, 0,64, 10,44; IV, 3,72,

1,52, 3,52, 3,04, 0,68, 12,48. Espinulação: I, fêmur D0-0-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-1-2-1-1-0; tíbia P1-

1-0/1-1-0-0-0-0, VP1-1-1-1-1-1-1-1-0-1-0, VR2-1-1-1-1-1-1-1-1-1-0, R1-1-0-1-0-1-0-0-0;

metatarso V2-2-2-1-2/1-2-2-2-1-2-1/2-2-1-2 (Figs 15H-I); II, fêmur D0-0-1-1-1-0-2-0, P0-0-0-0-1-

0-1/0-0; tíbia P1-1-1-1-0-0-0-0, VP1-1-1-1-1-1-1-1-1-0, VR2-0/1-1-1-1-1-1-1-1-1-1-0, R0-0-1-0/1-

0-0-0-0; metatarso V2-2-2/1-2-2-2/1-2-2-1/2-1-2-1-1-2; IV, pente metatarsal com 3 espinhos.

Genitália interna: receptáculo anterior com lobos de tamanhos semelhantes e placa glandular

expandida (Figs 16C-D).

Variação: Fêmea (n=2): Comprimento total: 8,4-9.36; carapaça: comprimento 3,68-4,6;

largura 2,48-2,84; fêmur I 3,44 - 4,0.

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Distribuição: Brasil (Bahia) (Fig. 49).

48

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Ariadna sp. n. 2

(Figuras 17, 18, 49)

Material-tipo: Holótipo ♂ de 4km SE Puerto Viejo de Sarapiqui, Finca La Selva, Puerto Viejo de

Sarapiqui [10°27'20"N; 84°00'20"O], Província de Heredia, Costa Rica, 5-20.IX.1981, C. E.

Griswold col. (CAS 9046549); Parátipos: 2♀, mesmos dados do holótipo (CAS); 1♂, mesma

localidade e coletor do holótipo, IX.1981 (CAS 9046566).

Material adicional examinado: MÉXICO: Chiapas: 8km SE Salto de Agua, 100m,

secondary wet forest (17°30'57,31"N; 92°18'08,31"O), 1♀, 14.IV.2008 (MCZ 80237);

GUATEMALA: Petén: Tikal Natural Park, elev. 270m, tropical moist forest (17°14'25,21"N;

89°37'15,38"O), 1♀3juv., 22.V.2009 (MCZ 89477); BELIZE: Cayo: Augustine, Rio Frio near

Augustine (16°58'N; 88°58'O), 1♀, 20.VII.1972, C. & M. Goodnight col. (AMNH); COSTA

RICA: San José: San Antonio de Escazú [09°53'25"N; 84°08'38"O], 1725m, 1♀, 3.IX.1984, W.

Eberhard col. (MCZ 40632); Heredia: Puerto Viejo de Sarapiquí, La Selva Biological Station

(10°25'19"N; 84°00'54"O), 1♀, 13.III.1987, D. M. Olson col. (MCZ 125213).

Diagnose: Ariadna sp. n. 2 difere-se das demais espécies do grupo arthuri por apresentar

machos com o metatarso I truncado e retilíneo, com uma apófise ventroprolateral na região distal e

portando um espinho engrossado (Fig. 17E). As fêmeas diferenciam-se das demais do grupo

arthuri, exceto A. obscura, por apresentar um receptáculo anterior bilobado, com lobo ventral com a

extremidade expandida. Diferencia-se de A. obscura por possuir os lobos sinuosos (Figs 18C-D).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras amarelas (Fig. 17A). Enditos amarelo

claros; lábio amarelo. Esterno amarelo claro, com margens escurecidas (Fig. 17B). Palpos amarelo-

claros (Figs 18A-B). Pernas amarelas, com os pares I-II mais escuros. Grânulos escuros presentes

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na região distal do fêmur, e regiões prolateral, ventral e retrolateral da patela, e tíbia das pernas I-III.

Metatarsos e tarsos mais claros em comparação aos outros artículos (Figs 17C-E). Abdômen

acinzentado escuro, com região ventral clara (Figs 17A-B). Comprimento total: 2,8; carapaça:

comprimento 1,48; largura 1,1. Carapaça com região cefálica levemente delimitada. Olhos laterais

anteriores bem próximos à margem anterior da carapaça, projetando-se anteriormente. Quelíceras

não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 17A). Palpos: bulbo arredondado, peça mediana

menor que o êmbolo, sendo este último afilado e com uma leve torção. Tíbia pouco inflada, com

diâmetro menor que o bulbo (Figs 18A-B). Pernas: truncadas e pouco pilosas (Figs 17C-E).

Escópula tarsal presente nas pernas II-IV. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 1,4, patela 0,54,

tíbia 1,28, metatarso 1,38, tarso 0,4, total 5,0; II, 1,4, 0,52, 1,26, 1,28, 0,46, 4,92; III, 1,1, 0,42, 0,8,

0,86, 0,4, 3,58; IV, 1,28, 0,56, 0,96, 0,92, 0,36, 4,08. Espinulação: I, fêmur D0-0-1-1-1/0-0-2-0, P0-

0-0-0-2-0-1-0; patela P0-1/0-1; tíbia D0-0-0-0-1-0-0, P0/1-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-1-1-

1-1-0-1, R1-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0/1-0-0-0-0-0, V1-0-0-2(VP em apófise)-0-0-2; II, fêmur

D0-0-1/0-1-1-0-2-0, P0-0-0-0-0-0-0/1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-1-0-1, VR1/2-0-1-0-1-0-

1, R1-0-1-0-1-1-0; metatarso P0-1-0-0-0-0-0, V2-0-0-1/2-0-0-2, R0-1-0-1-0-0-0; IV, fêmur D1-0/1-

0-1-0-0-1-0, R0-0-0-0-0-0-1-0; tíbia VP0-0/1-0-0-0-0-0; metatarso V0-1-0-0-0-0-1, pente metatarsal

com 4 espinhos.

Fêmea (Parátipo - 4km SE Puerto Viejo de Sarapiqui - CAS): Carapaça e quelíceras

alaranjadas (Fig. 17F). Enditos amarelos; lábio amarelo escuro. Esterno amarelo, com margens

escurecidas (Fig. 17G). Pedipalpos amarelos, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas

amarelas, sendo os pares I-II mais escuros. Grânulos escuros presentes na região distal do fêmur, e

regiões prolateral, ventral e retrolateral da patela, e tíbia das pernas I-III (Figs 17H-I). Abdômen

como no macho (Figs 17F-G). Comprimento total: 4,6; carapaça: comprimento 1,7; largura 1,14.

Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente, e com poucos pelos. Quelíceras não-

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projetadas, com ranhuras e poucos pelos frontais (Fig. 17F). Pernas: truncadas e pilosas. Pernas I-II

com espinhos ventrais tibiais e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 17H-I). Fórmula: I-II-IV-

III. Medidas: I, fêmur 1,26, patela 0,62, tíbia 1,0, metatarso 0,9, tarso 0,36, total 4,14; II, 1,16, 0,52,

1,0, 0,88, 0,36, 3,92; III, 0,88, 0,5, 0,64, 0,62, 0,34, 2,98; IV, 1,2, 0,58, 0,86, 0,72, 0,34, 3,7.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-0-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-1-1-1-1-1-0,

VR1-1-1-1-1-1-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-2-2-1-2-2-2-2 (Figs 17H-I); II, fêmur D0-0-0-0-0-

2-0, P0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-1-1-1-1-1-1; metatarso V2-2-2/1-

1/0-2-1/0-1-2; IV, pente metatarsal com 3-4 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com o

lobo dorsal menor que o ventral, e placa glandular localizada na região mediana do receptáculo e

com região proximal não expandida (Figs 18C-D).

Variação: Macho (n=2): Comprimento total: 2,8-2,84; carapaça: comprimento 1,38-1,48;

largura 1,02-1,1. Fêmea (n=7): Comprimento total: 2,88-6,46; carapaça: comprimento 1,6-2,7;

largura 1,04-1,82; fêmur I 1,06-1,94.

Distribuição: México, Guatemala, Belize e Costa Rica (Fig. 49).

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Grupo mollis

Grupo mollis Beatty, 1970: 443.

Diagnose: As espécies que compõe o grupo mollis diferem-se das dos demais grupos por

apresentarem abdômen claro, com padrão dorsal conspícuo composto por marcas escurecidas em

forma de seta (Fig. 19A).

Elenco: Ariadna crassipalpa (Blackwall, 1863); Ariadna mollis (Holmberg, 1876); Ariadna

boesenbergi Keyserling, 1877; Ariadna calilegua Grismado, 2008; Ariadna changellkuk Grismado,

2008; Ariadna levii Grismado, 2008 (Fig. 50).

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Ariadna crassipalpa (Blackwall, 1863)

(Figuras 19, 20, 50)

Dysdera crassipalpus Blackwall, 1863: 43 (Holótipo ♂ do Rio de Janeiro, Brasil, Oxford Museum

of Natural History, Inglaterra, não examinado). – Beatty, 1970: 483 (como nomina dubia).

Ariadna crassipalpus – Mello-Leitão, 1947: 234 (transf. de Dysdera). – Camargo, 1950: 445 (descr.

♀, = A. mollis, presente estudo).

Ariadna crassipalpa – Platnick, 2013.

Nota: Esta espécie foi identificada baseando-se na descrição original de Blackwall (1963).

O alótipo descrito por Camargo (1950) foi analisado, e após estudo da genitália interna constatou-se

que esta foi uma identificação errônea de um exemplar de A. mollis.

Material adicional examinado: BRASIL: Minas Gerais: Belo Horizonte [19°49'01"S;

43°57'21"O], Reserva da COPASA, Barreiro, 1♂, X-XI.1999, X. Prous col. (IBSP 43910); São

Paulo: Mogi das Cruzes [23°31'22"S; 46°11'16"O], Parque Natural Municipal da Serra do Itapety,

1♂, 2003, Equipe Biota col. (IBSP 54640); Mogi das Cruzes, 1♀, V.1977, C. T. S. Filho col. (MZSP

10431); São Paulo [23°32'52"S; 46°38'09"O], 1♂, 17.V.2006, N. Carvalho col. (IBSP 72613);

Salesópolis [23°37'51"S; 45°52'11"O], Estação Ecológica de Boracéia, 1♀, VII.2005, A. D.

Brecovit et al. col. (IBSP 55304); Rio de Janeiro: Itatiaia [22°29'29"S; 44°33'33"O], Parque

Nacional do Itatiaia, 1100m, 1♀1juv., 20-30.V.2013, R. P. Indicatti et al. col. (IBSP); Santa

Catarina: Chapecó [27°13'S; 52°33'O], Lageado Monte Alegre, 1♂, 2001-2002, J. M. Marques col.

(IBSP 93752); Florianópolis [27°35'49"S; 48°32'56"O], Lagoa do Perí, 1♀, 2012, A. L. Trivia & A.

Chagas col. (IBSP); Rio Grande do Sul: Guaporé [28°50'45"S; 51°53'24"O], 1♂, 1.VI.1991, M. D.

Bernard col. (MCTP 0970); Caxias do Sul [29°10'04"S; 51°10'44"O], Bairro Centenário, 1♀,

31.II.2012, R. P. Indicatti col. (IBSP); Cambará do Sul, Parque Nacional Aparados da Serra

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[29°11'30"S; 50°05'51"O], 1♂1♀2juv., 20-24.VII.2012, R. P. Indicatti & B. Gambaré col. (IBSP);

1♀, 2-10.I.2013, R. P. Indicatti col. (IBSP); Canela, Cascata do Caracol [29°21'57"S; 50°48'57"O],

1♀, 7.X.1967, A. A. Lise col. (MCN 11762); 13♀10juv., 19.II.1966 (MCN 11763); Canela

[29°21'57"S; 50°48'57"O], 1♂, 3.VII.1965, A. A. Lise col. (MCN 3846); 30♀27juv., 3.II.1967

(MCN 0551; 0552; 01460); 8♀10juv., 20.XII.1966 (MCN 0712); Gramado [29°22'44"S;

50°52'26"O], 1♀, 7.IV.2007, A. A. Lise col. (MCTP 20337); 1♀1juv., 20.IV.2008, A. A. Lise col.

(MCTP 20462); Porto Alegre [30°01'58"S; 51°13'48"O], Retiro Ponta Grossa, 1♀, XI.2003 (MCN

37024); Porto Alegre, 1♀, IV.1985, R. Baião col. (MCN 14400); 2♂, 19.V.1973, S. L. Cardoso col.

(MCN 3577); Palmares do Sul [30°15'28"S; 50°30'36"O], Lagoa do Capivari, 1♂, 20.V.2004,

Equipe Probio col. (MCN 37391).

Diagnose: Ariadna crassipalpa difere-se das demais espécies do grupo mollis, com exceção

de A. mollis e A. calilegua, pelos machos apresentarem metatarso I com um espinho

ventroprolateral curto e curvado, localizado na região mediana do mesmo, podendo apresentar-se

em uma pequena apófise (Fig. 19E). Difere de Ariadna mollis por apresentar tíbia do palpo mais

inflada, com o diâmetro semelhante ao do bulbo, e de A. calilegua por possuir a curvatura da peça

mediana e do êmbolo menos acentuada e êmbolo mais grosso (Figs 20A-B). As fêmeas de A.

crassipalpa diferem-se das demais espécies do grupo mollis, excetuando A. calilegua, por

apresentarem um receptáculo anterior bilobado, com tegumento irregular (Figs 20C-D). Diferem de

A. calilegua por não apresentar espinhos prolaterais nas patelas I-II (Figs 19H-I).

Descrição: Macho (MCN 3577): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas (Fig. 19A).

Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas e

grânulos escuros esparsos (Fig. 19B). Palpos alaranjado claros (Figs 20A-B). Pernas alaranjadas,

pares I-II mais escuros, com grânulos escuros formando anéis difusos na região distal da tíbia e

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metatarso (Figs 19C-E). Abdômen claro, com padrão dorsal composto por marcas escurecidas em

forma de seta (Figs 19A-B). Comprimento total: 7,28; carapaça: comprimento 3,92; largura 2,72.

Carapaça com região cefálica levemente delimitada. Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos

frontais (Fig. 19A). Palpos: bulbo pouco arredondado, peça mediana maior que o êmbolo, e êmbolo

engrossado, com a ponta em torção (Figs 20A-B). Pernas: robustas e pilosas (Figs 19C-E). Escópula

tarsal presente nas pernas II-IV. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,84, patela 1,56, tíbia 3,16,

metatarso 3,48, tarso 0,72, total 12,76; II, 3,48, 1,48, 3,08, 3,24, 0,76, 12,04; III, 2,68, 1,2, 1,8, 2,16,

0,72, 8,56; IV, 3,04, 1,4, 2,2, 2,24, 0,68, 9,56. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-1-

1-0-0; patela P0-0-1; tíbia P0/1-1-0-1-0-1-0, VP2-0-0-0-0-0-1, VR2-0-1-0-1/2-0-1, R1-1-0-1-0-1-0;

metatarso V2-0-0-2-0-0-2 (Figs 19C-E); II, fêmur D0-0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-0-1-1-0; patela P0-0-

1; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-1-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-0-0-2-0-

0-2, R0-1-0-0-0-1-0; IV, fêmur D1-1-0-1-0-1-0-1-0; metatarso, V0-1/0-0-0-1-0-1, pente metatarsal

com 6 espinhos.

Fêmea (MCN 0551): Carapaça e quelíceras laranja avermelhados, sendo as quelíceras mais

escuras (Fig. 19F). Enditos laranja avermelhados; lábio laranja avermelhado escuro. Esterno laranja

avermelhado, com margens escurecidas, e grânulos escuros esparsos (Fig. 19G). Pedipalpos

alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas alaranjadas, pares I-II mais

escuros e com grânulos escuros distribuídos no fêmur, patela e tíbia, e formando um anel na região

distal do metatarso (Figs 19H-I). Abdômen como no macho (Figs 19F-G). Comprimento total:

14,48; carapaça: comprimento 6,92; largura 4,4. Carapaça com região cefálica delimitada

anteriormente e elevada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 19F).

Pernas: robustas e densamente pilosas. Pernas I-II com pelos mais longos na região ventral dos

artículos, espinhos tibiais ventrais de tamanhos semelhantes, e metatarsais de tamanhos diferentes

(Figs 18H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,92, patela 2,48, tíbia 3,68, metatarso 3,64,

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tarso 0,92, total 15,64; II, 4,4, 2,4, 3,76, 3,56, 0,92, 15,04; III, 3,68, 1,84, 2,6, 2,68, 0,92, 11,72; IV,

4,2, 2,4, 3,44, 2,88, 0,96, 13,88. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P0-1-

0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-0-0-0-0; metatarso V2-1-2-2-1/2-2-2-0/1-2-

2-2-2 (Figs 19H-I); II, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; patela P0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0,

VP0-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-0/1-2-2-2-2/1-1/2-2-2-2-2; IV, metatarso V0-0-0-

0-0-0-1, pente metatarsal com 5 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com lobos de

tamanhos semelhantes, e placa glandular localizada na região mediana do receptáculo (Figs 20C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 5,84-8,72; carapaça: comprimento 3,2-4,6;

largura 2,32-3,04; fêmur I 3,24 - 4,72. Fêmea (n=10): Comprimento total: 10,96-14,8; carapaça:

comprimento 5,36-6,92; largura 3,44-4,4; fêmur I 3,68-4,92.

Distribuição: Brasil, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa

Catarina, Rio Grande do Sul (Fig. 50).

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Ariadna mollis (Holmberg, 1876)

(Figura 21, 22, 50)

Segestria mollis Holmberg, 1876: 25, fig. 6 (Holótipo ♀? de Buenos Aires, Argentina, depositório

desconhecido, perdido).

Segestria vulgarissima Holmberg, 1876: 9, 25, fig. 7 (Holótipo ♀ de Buenos Aires, Argentina,

depositório desconhecido, perdido). – Mello-Leitão, 1933: 12 (Syn.).

Ariadna mollis – Mello-Leitão, 1933: 12 (transf. de Segestria); 1944: 312, 322 fig. 1 (descr. ♂);

1947: 233, 234. – Bonnet, 1955: 735 – Beatty, 1970: 475, figs 1, 16-17, 22 – De la Serna de

Esteban, 1976: 139 – Prandi, 1990: 3, figs 1, 3-5, 10-11 – Grismado, 2008: 354, figs 1, 8L-M,

10A-D – Platnick, 2013.

Ariadna spinifera Mello-Leitão, 1947: 233, fig. 1 (Holótipo ♂ de Curitiba [25°25'47"S;

49°16'19"O], Paraná, Brasil, V.1942, R. Lange col., depositado no MHNCI 2486, examinado). –

Beatty, 1970: 483. – SINÔNIMO NOVO.

Ariadna crassipalpus – Camargo, 1950: 445, fig. 3h (descr. ♀) - IDENTIFICAÇÃO ERRÔNEA.

Sinonímia: A. spinifera foi descrita por Mello-Leitão (1947) com base em um macho adulto

que apresentava coloração e espinulação semelhante a A. mollis, exceto pela presença do dorso

escurecido, ao contrário do padrão dorsal abdominal evidente, comumente encontrado em A. mollis.

Após análise do holótipo de A. spinifera, confirma-se a semelhança deste com um macho de A.

mollis, sendo aqui considerado um sinônimo-júnior da mesma.

Camargo (1950) descreve a fêmea de São Paulo para A. crassipalpa. Após exame detalhado

da genitália interna deste espécime constatou-se que se tratava de uma fêmea de A. mollis,

demonstrando erro de determinação do autor.

Material adicional examinado: BRASIL: Minas Gerais: Santana do Riacho, Parque

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Nacional da Serra do Cipó (19°21'21"S; 43°36'16"O), 1♂, 20.III.2010, B. T. Faleiro col. (UFMG

4038); São Paulo: Santa Rita do Passa Quatro, Parque Estadual da Vassununga (21°43'S; 47°35'O),

1♂, 19.24.III.2002, Equipe Biota col. (IBSP 98902); Jundiaí, Serra do Japi (23°13'S; 46°56'O), 1♀,

2004, Alunos de Pós-Graduação USP col. (IBSP 98905); Cabreúva [23°18'27"S; 47°07'59"O], Serra

do Japi, Sertãozinho, 1♀, 15.II.2009, A. B. Ribeiro col. (IBSP 145231); São Paulo, Parque Estadual

Serra da Cantareira [23°24'05"S; 46°35'24"O], sede, 1♂, 28.X.2000, R. Pinto da Rocha et al. col.

(MZSP 28186); 1♂, 22.XII.2000 (MZSP 28187); São Paulo, Parque Estadual do Jaraguá

[23°27'42"S; 46°45'44"O], 1♀, 14-23.X.2002, Equipe Biota col. (IBSP 98898); 1♂, VII.2002, R. P.

Indicatti col. (IBSP 62789); 1♂, 3.III.2011 (IBSP); São Paulo, Perdizes [23°32'14"S; 46°40'19"O],

1♂, 1945, M. Lurdes col. (MZSP 11568); Perdizes, 1949, D. Urban col. (MZSP 1709, alótipo de A.

crassipalpa); São Paulo, Instituto Butantan [23°34'03"S; 46°43'06"O], 1♀, 8.V.2006, E. O.

Machado col. (IBSP 71986); 1♀, 9.II.2007, G. Ruiz col. (IBSP 72885);, 1♀, 2.I.2013, G. R. S. Ruiz

col. (IBSP); 1♀, IX.2010, A. M. Giroti col. (IBSP); 1♂, 10.XII.2010 (IBSP); 1♂, 6.XI.2012 (IBSP);

1♀, I.2013 (IBSP); São Paulo, Parque da Previdência [23°34'50"S; 46°43'36"O], 1♂, 20.V.1999, F.

S. Cunha col. (IBSP 32926); 1♀, 3.III.2000, D. F. Candiani col. (IBSP 33329); São Paulo

[23°32'52"S; 46°38'09"O], 1♂, II.1982, E. C. Gregório col. (IBSP 3011); 1♂, 1941, Pe. Pereira col.

(MZSP 3624); Cotia [23°36'14"S; 46°55'08"O], 1♂, 3.XI.1998, M. Arantes col. (IBSP 20409);

Paraná: Foz do Iguaçu, Parque Nacional de Foz do Iguaçu (25°36'S; 54°25'O), 1♂, 3-12.III.2002,

Equipe Biota col. (IBSP 98897); Rio Grande do Sul: Derrubadas, Parque Estadual do Turvo (27°00'

- 27°20'S; 53°40' - 54°10'O), 1♀, 11-18.I.2002, Equipe Biota col. (IBSP 98894); Itaara [29°36'36"S;

53°45'54"O], 1♂, 12.V.2007, A. A. Lise col. (MCTP 21195); ARGENTINA: Província de

Misiones: Parque Provincial Uruguai, Refugio Caa-porá, 3km W Deseado [25°46'59"S;

54°02'59"O], 1♀, 14-15.II.1995, M. Ramírez col. (MACN-Ar 10134); Aguapaí-Guazú, 1♀,

IX.1948, Exc. A. Giai col. (MACN-Ar 2631); Província de Catamarca: El Rodeo [28°13'S;

65°52'O], 1♀, I.1957, M. E. Galiano col. (MACN-Ar 10126); Província de Santiago del Estero:

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Colonia Alpina [30°03'36"S; 62°06'14"O], 1♂, Goeldi col. (MNHNP-AR 7050); Província de

Buenos Aires: Reserva Natural Otamendi, Sección "Los Guardianes de la Barranca", elev. 16m

(34°13'44,0"S; 58°53'41,5"O), 1♂1juv., 7.IV.2007, C. Grismado et al. col. (MACN-Ar 12456); 1♀,

19.V.2007 (MACN-Ar 12597); Delta del Tigre, Rio Luján, 1♂1♀1juv., 9.VI.1940, F. Monros col.

(MNHNP-AR 14918); San Isidro [34°28'S; 58°31'O], 1♀, X.1963 (MACN-Ar 29444); Campo de

Mayo [34°32'04"S; 58°40'18"O], 1♀, 28.V.2005, P. Turienzo col. (MNHNP-AR 14917); Buenos

Aires [34°35'59"S; 58°22'55"O], Parque Centenário, under bark of Tipuana tipu, 2♀, 10.VII.1993,

C. Grismado col. (MACN-Ar 10160); Buenos Aires, Jardines del Museo de Ciencias Naturales,

2♀2juv., III.2010, C. Grismado & M. Izquierdo col. (MACN-Ar 29448); Buenos Aires, 6♀,

XII.1968, A. Bachmann col. (MACN-Ar 10158; 29441); Moreno [34°39'04"S; 58°47'24"O], 2♀,

X.1947, R. D. Schiapelli col. (MACN-Ar 29445); Punta Lara [34°49'S; 57°58'O], La Plata,

1♀3juv., (NHM 1947.8.5.9-12); 3♀1juv., 6.IV.1950, M. J. Viana col. (MACN-Ar 29443); Glew

[34°53'17"S; 58°23'03"O], 1♀, 1979, Carpintero col. (MACN-Ar 10151); General Madariaga

[37°00'07"S; 57°08'1'10"O], 2♀, I.1962, M. E. Galiano col. (MACN-Ar 29442); URUGUAI:

Artigas: Artigas [30°24'12"S; 56°28'11"O], 3♀, 19.II.1963, L. A. Gambardella col. (MNHNU 392);

Lavalleja: Minas, Cerro de los Cuervos [34°16'29"S; 55°15'08"O], 1♀, 6.XII.2005, A. J. Santos et

al. col. (IBSP 59514); Minas [34°22'S; 55°14'O], Hotel Minas, 1♀1juv., 8.XII.2005, R. P. Indicatti

col. (IBSP 58675); Canelones: Canelones [34°31'S; 56°17'O], Parque Municipal en Ciudad de

Canelones, en Eucalyptus, 3♀, 15.V.2009, Simó y col. col. (MNHNU FCE 3153); Montevideo:

Montevideo, Prado [34°51'50"S; 56°12'09"], 1♂4♀2juv., R. Maynard col. (MNHNU 680);

Montevideo, Parque Rivera [34°52'48"S; 56°05'33"O], 6♀2juv., 7.VI.2013, A. D. Brescovit col.

(IBSP); Montevideo, Campus FCEN [34°53'01"S; 56°10'55"O], 12♀1juv., 5.VI.2013, A. D.

Brescovit et al. col. (IBSP); Montevideo, Buceo [34°53'59"S; 56°07'58"O], 12♀2juv., I.1976, R.

Maynard col. (MNHNU 656); Montevideo, Parque Rodó (34°54'54"S; 56°09'58"O), 1♀, 7.X1961,

R. M. Capocasale col. (CAS 9046555).

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Diagnose: Ariadna mollis diferencia-se das demais espécies do grupo mollis, excetuando-se

A. crassipalpa, por apresentar metatarso I com um espinho ventroprolateral na região mediana,

curto e curvado (Fig. 21E). Difere de A. crassipalpa por apresentar êmbolo tubular e tíbia do palpo

pouco inflada, com diâmetro menor que o do bulbo (Figs 22A-B). Fêmeas de A. mollis diferem das

demais, com exceção das de A. crassipalpa e A. calilegua, por apresentar receptáculo anterior

bilobado, com lobos de tamanho semelhantes, diferenciando-se destas últimas por apresentar

tegumento regular (Figs 22C-D).

Descrição: Macho (Parque Estadual do Jaraguá – IBSP): Carapaça e quelíceras marrom

alaranjadas (Fig. 21A). Enditos amarelos; lábio amarelo escuro. Esterno alaranjado, com margens

escurecidas, e grânulos escuros distribuídos uniformemente (Fig. 21B). Palpos amarelo claros (Figs

22A-B). Pernas marrom amareladas, pares I-II mais escuros e com grânulos escuros formando anéis

difusos na região distal do fêmur, patela, tíbia, metatarso (Figs 21C-E). Abdômen claro, com padrão

dorsal composto por marcas escurecidas em forma de seta (Figs 21A-B). Comprimento total: 6,8;

carapaça: comprimento 3,24; largura 2,24. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente.

Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 21A). Palpos: bulbo arredondado, peça

mediana longa (aproximadamente duas vezes o tamanho do êmbolo), e êmbolo curto com a ponta

tubular afilada. Peça mediana e êmbolo pouco curvados (Figs 22A-B). Pernas: delgadas e pilosas

(Figs 21C-E). Escópula tarsal presente nas pernas II-IV. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur

3,48, patela 1,28, tíbia 2,92, metatarso 3,16, tarso 0,72, total 11,56; II, 3,16, 1,32, 2,84, 2,88, 0,8,

11,0; III, 2,2, 0,96, 1,64, 1,72, 0,68, 7,2; IV, 2,64, 1,16, 2,0, 1,96, 0,68, 8,44. Espinulação: I, fêmur

D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-

0-1-0-1; metatarso V1-0-0-2-0-0-2 (Figs 21C-E); II, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia

P0-0-0-0-1-0-1-0, VP0-0-0-1-0-1-0-1, VR2-0-0-1-0-1-0-1, R0-0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-0-0-2-

0-0-2, R0-1-0-0-0-0-0; IV, fêmur D1-1/0-1-1/0-0/1-0-1-0-0; metatarso V0-0-0-0-0-0-2/1, pente

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metatarsal com 5-6 espinhos.

Fêmea (IBSP 72885): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas, com região cefálica mais

escura (Fig. 21F). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno como no macho (Fig. 21G).

Pedipalpos marrom alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas marrom

alaranjadas, pares I e II mais escuros e com grânulos escuros densamente distribuídos no fêmur,

patela e tíbia, e formando um anel na região distal do metatarso. Pernas III-IV com a mesma

configuração, porém com menor densidade de grânulos (Figs 21H-I). Abdômen como no macho

(Figs 21F-G). Comprimento total: 10,32; carapaça: comprimento 4,72; largura 3,04. Carapaça com

região cefálica delimitada anteriormente e elevada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos

frontais (Fig. 21F). Pernas: robustas e densamente pilosas. Pernas I-II com pelos mais longos na

região ventral dos artículos, e espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, e metatarsais de

tamanhos diferentes (Figs 21H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,92, patela 1,8, tíbia

2,88, metatarso 2,64, tarso 0,8, total 12,04; II, 3,48, 1,76, 3,0, 2,52, 0,8, 11,56; III, 2,68, 1,44, 1,92,

1,8, 0,76, 8,6; IV, 3,28, 1,8, 2,6, 2,08, 0,76, 10,52. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-

1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1/0-0-0-0-0-0; metatarso V2-

2/0-2-2-2-2-2-2-2 (Figs 21H-I); II, fêmur D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-0-0-1-0-1-0,

VP0-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-1-2-2-0/1-2-2-0/1-2-2-1/2-2; IV, metatarso V0-0-

0-0-0-0-1, pente metatarsal com 5 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com o lobo

ventral geralmente mais largo, e placa glandular na região mediana do receptáculo, estendendo-se

até região proximal do lobo dorsal e ventral (Figs 22C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 6,04-9,12; carapaça 2,92-4,36; largura 1,92-

3,0; fêmur I 3,0-4,88. Fêmea (n=10): Comprimento total: 9,84-13,92; carapaça: comprimento 4,32-

5,48; largura 2,8-3,48; fêmur I 3,0-4,12.

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Distribuição: Brasil, Regiões Sudeste e Sul; Argentina e Uruguai (Fig. 50).

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Ariadna boesenbergi Keyserling, 1877

(Figuras 23, 24, 50)

Ariadne bösenbergii Keyserling, 1877: 223, pl. 7, fig. 7 (Lectótipo ♀ e lectoparátipo ♂ de

Montevideo [34°53'01"S; 56°10'55"O], Uruguai, Bösenbergi col., depositados no ZMH 58,

designados por Beatty, 1970, examinados; Tipo ♂ de Uruguai, depositado no NHM 90.7.1.475-

6-7, examinado).

Ariadna bösenbergi – Petrunkevitch, 1911: 130.

Ariadne bösenbergi – Gerhardt, 1921: 92.

Ariadna mollis – Mello-Leitão, 1933: 12 (syn. com A. boesenbergi); 1947: 234. – Bonnet, 1955:

730, 735.

Ariadna boesenbergi – Beatty, 1970: 476 (remove ♂ syn. A. mollis) – Prandi, 1990: 3. – Grismado,

2008: 357, figs 8N, O, 10E, H. – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: BRASIL: Rio Grande do Sul: Itaqui/Maçambará, Reserva

Biológica São Donato [29°02'46,7"S; 56°04'48,7"O], 1♂, 23.I.2012, M. Machado col. (IBSP);

Quaraí [30°23'17"S; 56°29'56"O], Cerro do Jarau, 1♀, 23.II.1975, A. Lise col. (MCN 02508); Rio

Grande [32°02'06"S; 52°05'55"O], 1♀1juv. (NHM 90.7.1.477); ARGENTINA: Tucumán: Arroyo

India Muerta, road to Ticucho [26°31'S; 65°15'O], 1♀, 25.VI.1995, M. Ramírez & P. Goloboff col.

(MACN-Ar 10161); La Rioja: Chilecito [29°10'S; 67°30'O], 1♀, 27-30.I.1956, M. E. Galiano col.

(MACN-Ar 10163); Entre Ríos: Concordia [31°24'S; 58°02'O], under bark of Melia azedarach,

1♀, X.1992, C. Grismado col. (MACN-Ar 10175); Córdoba: Córdoba [31°25'S; 64°11'O], Bosque

Alegre, 3♀1juv., IX.1981, P. Goloboff col. (MACN-Ar 10166; 10168); Nono, elev. 880m

(31°47'44.3"S; 64°00'6,26"O), 2♀3juv., 3-9.II.2008, M. Ramírez col. (MACN-Ar 13504; 13505);

Leones [32°42'21"S; 62°06'30"O], 1♀, 13.X.1946, W. Patridge col. (MACN-Ar 10164); 1♀,

12.X.1946 (MACN-Ar 10234); Santa Fé: Santa Fé [31°39'00"S; 60°43'60"O], 2♂, I.1965, M.

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Aschenbach col. (MACN-Ar 5853); 1♀, 9.X.1963, Pignalloni col. (MACN-Ar 10176); San Luís:

Cortaderas (in wood of "Molles" (Schinus sp.) under stones) (32°29'58,9"S; 65°00'01,5"O), 1♀,

10.XI.1982, A. Roig col. (MACN-Ar 10169); Carolina [32°48'S; 66°06'O], between stones, 3♀,

XI.1992, C. Scioscia col. (MACN-Ar 10171; 101712); Quebrada Merlo, 3♀1juv., 12.XI.1982, A.

Roig col. (MACN-Ar 10170); Sierra Central, 3♀ (MNHNP-AR); Buenos Aires: San Pedro

[33°40'46"S; 59°40'01"O], in a tube under bark of Eucalyptus, 1♀, 24.XII.1912, A. G. Frers col.

(MACN-Ar 10187); Pergamino [33°44'S; 60°36'O], 1♀, IX.2007, S. Rodriguez Gil col. (MACN-

Ar); Fontezuela [33°55'S; 60°28'O], 5♀, IX.2007, S. Rodriguez Gil col. (MACN-Ar); Ruta

Pergamino-Arrecifes, km 210, 5♀, IX.2001, S. Rodriguez Gil col. (MACN-Ar 28170); Arrecifes

[34°02'S; 60°10'O], Todd, 1♀, IX.2007, S. Rodriguez Gil col. (MACN-Ar); Zelaya [34°21'38"S;

58°52'36"O], 2♀, VIII.1939, H. Hepper col. (MACN-Ar 10188; 10189); Tigre [34°25'S; 58°35'O],

1♂, I.1938, J. M. Viana col. (MACN-Ar 303); Martínez [34°29'S; 58°30'O], 3♂4♀4juv., V.1976, R.

Maynard col. (MNHNU 1036); Saavedra [34°33'18,30"S; 58°29'32,67"O], 1♀, VIII.1937, Castillo

col. (MACN-Ar 706); Junín [34°35'38"S; 60°56'47"O], 1♀, II.1962, Daguerre col. (MACN-Ar

10186); Buenos Aires [34°35'59"S; 58°22'55"O] (Capital Federal), 7♀, 1967, Bachmann col.

(MACN-Ar 21349); 4♀, VII.1945 (MACN-Ar 1585); 2♂, I.1989, M. Miranda col. (MACN-Ar

10177; 21308); 3♀1juv., VIII.1948, D. Y. Carpintero & O. Carpintero col. (MACN-Ar 10178); 1♀,

VI.1964, A. Martínez col. (MACN-Ar 10180); 4♀, 1967, Bachmann col. (MACN-Ar 21309); 1♂,

30.XII.2008, C. Kopuchian col. (MACN-Ar 21312); 1juv., Bery col. (MNHNP-AR 7045); 1♀2juv.,

1-31.XII.1968, Bachmann col. (MNHNP-AR 14916); (Parque Patrícios), 1♀, X.1948 (MACN-Ar

10179); (Parque Centenário, under bark of Tipuana tipu), 1♀, X.1992, C. Grismado col. (MACN-

Ar 10182); (Vila Lugano), 1♀, L. R. Rodriguez col. (MACN-Ar 10184); (bit to Paladino), 1♂,

XII.1965 (MACN-Ar 10185); (Arbe frente ao Museo), 1♀4juv., 9.XI.1960 (MACN-Ar 21360);

(Jardines del Museo de Ciencias Naturales), 1♀, III.2010, C. Grismado & M. Izquierdo col.

(MACN-Ar 29449); Hurlingham, Arroyo Morón [34°36'S; 58°38'O], 2♀1juv., XI.1962, E. Massoia

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col. (MACN-Ar 10190); Moreno [34°39'04"S; 58°47'24"O], 1♀1juv., III.1942, L. R. D. Schiapelli

col. (MACN-Ar 2354); 2♀1juv., III.1947, exp. R. D. Schiapelli col. (MACN-Ar 10191); 2♀,

X.1947, R. D. Schiapelli col. (MACN-Ar 21310); Sarandí, Plaza del Viaducto [34°39'45"S;

58°21'54"O], 3♀34juv., 30.IX.2007, C. Grismado & A. Grismado col. (MACN-Ar 21311; 21313;

21314); Sarandí [34°41'S; 58°20'O], on wall of bricks, 3♀2juv., 27.IV.2002, C. D. Grismado & A.

Grismado col. (MACN-Ar 10204); Sarandí, 1♀, 15.VII.2006, C. Grismado & A. Raya col.

(MACN-Ar 11425); Villa Madero [34°42'S; 58°30'O], 5♀, VI.2007, C. Scioscia col. (MACN-Ar);

2♀, VIII.2007 (MACN-Ar); Florencio Varela [34°47'51"S; 58°16'34"O], 1♀, XII.1939, F. Monrós

col. (MACN-Ar 10197); Glew [34°53'17"S; 58°23'03"O], 1♀, 1970, Carpintero col. (MACN-Ar

10194); 1♀1juv., 1979 (MACN-Ar 10196); Tandil [37°19'43"S; 59°08'13"O], La Cascada, 1♀,

16.V.1973, C. Cesari col. (MACN-Ar 10200); Tandil, 1♀3juv., V.1967, E. Maury col. (MACN-Ar

10199); Sierra de los Padres [37°57'S; 57°46'O], 2♀2juv., XI.1962, M. E. Galiano col. (MACN-Ar

10202); Tornquist, Estancia Fortin Chaco [38°06'S; 62°13'O], 1♂, 1-31.I.1972, J. A. Obarrio col.

(MNHNP-AR 14915); 15km O de Lobería [38°08'59"S; 58°47'00"O], 1♀, 4.IX.1972 (MACN-Ar

10127); Río Negro: General Fernandez Oro [38°57'S; 67°55'O], 1♂, I.1976, Coscaron col.

(AMNH); URUGUAI: Cerro Largo: Ruta 8, Rio Tacuari, 2♀, 15.IV.1965, F. Achaval leg.

(MNHNU 1050); Río Negro: San Javier [32°41'S; 58°08'O], 4♀, VI.1962, L. C. Zolessi col.

(MNHNU 569); Durazno: Durazno, Ruta 5, km 172 [33°24'47"S; 52°30'02"O], 6♀4juv.,

15.V.2009, Simó y col. col. (MNHNU FCE 3152); Lavalleja: Minas [34°22'39"S; 55°14'17"O],

2♀1juv., 5.I.1990, L. Prandi col. (MNHNU 1070); Colonia: Colonia del Sacramento [34°38'05"S;

57°50'27"O], 6♂9♀1juv., 27.VIII.1989, L. Prandi col. (MNHNU 391); San José: Ciudad del Plata,

Playa Pascual [34°44'43"S; 56°27'07"O], 1♀5juv., 13.I.1990, L. Prandi col. (MNHNU 540);

Canelones: Parque Natural INIA Las Brujas [34°38'S; 56°20'O], 4♀, 6.VI.2013, A. D. Brescovit

col. (IBSP); Montevideo: Montevideo, 7ª Sec. Judicial [34°53'01"S; 56°10'55"O], 1♂, VI.1964, R.

Capocasale col. (CAS 9039513); Montevideo, Buceo [34°53'59"S; 56°07'58"O], 21♀5juv., I.1976,

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R. Maynard col. (MNHNU 575); Montevideo, Cordón [34°54'00"S; 56°10'50"O], 2♂, VI.1964, R.

Capocasale col. (MNHNU 1020).

Diagnose: Ariadna boesenbergi diferencia-se das demais espécies do grupo mollis,

excetuando A. changellkuk, por apresentar machos com o metatarso I retilíneo, sem espinhos

modificados (Fig. 23E). Diferencia-se de A. changellkuk por apresentar o corpo menos alongado

(Fig. 23A-B). Fêmeas de A. boesenbergi diferenciam-se da demais por apresentar receptáculo

anterior unilobado, com uma membrana hialina envolvendo-o totalmente (Figs 24C-D).

Descrição: Macho (Reserva Biológica São Donato – IBSP): Carapaça e quelíceras

marrom avermelhadas (Fig. 23A). Enditos marrom amarelados; lábio marrom amarelado escuro.

Esterno marrom amarelado, com margens escurecidas (Fig. 23B). Palpos marrom alaranjados (Figs

24A-B). Pernas marrom amareladas, sendo os pares I-II mais escuros e com grânulos escuros

formando anéis difusos na região distal do metatarso e tarso (Figs 23C-E). Abdômen claro, com

padrão dorsal composto por marcas escurecidas em forma de seta (Figs 23A-B). Comprimento total:

6,64; carapaça: comprimento 3,4; largura 2,16. Carapaça com região cefálica delimitada. Quelíceras

projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 23A). Palpos: com bulbo pouco arredondado, peça

mediana com região proximal larga, pouco menor que a metade do diâmetro do bulbo, e êmbolo

afilado, curvado abruptamente. Tíbia curta e pouco inflada, de diâmetro pouco menor que o do

bulbo (Figs 24A-B). Pernas: delgadas e pilosas (Figs 23C-E). Escópula tarsal presente nas pernas I-

IV, porém reduzida nas pernas I e IV. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,16, patela 1,2, tíbia

2,6, metatarso 3,04, tarso 0,8, total 10,8; II, 2,88, 1,16, 2,6, 2,8, 0,76, 10,2; III, 2,0, 0,96, 1,56, 1,84,

0,64, 7,0; IV, 2,56, 1,24, 2,04, 2,0, 0,6, 8,44. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-1-1-1/0-2-0, P0-0-0-0-0-

2-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-1-1-1-1-0; metatarso P0-1-0-

0-0-0-0-0, V0-2-0-0-2-0-0-2, R0-1-0-0-0-0-0-0 (Figs 23C-E); II, fêmur D0-0-1-1-1-0-2-0, P0-0-0-0-

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0-1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0/1-1-0/1-1-0; metatarso

P0-1-0-0-0-0-0-0, V0-2-0-0-2-0-0-2, R0-1-0-1-0-1-0-0; IV, fêmur D0/1-1-1-0-1-1-0-1-0-0-0; tíbia

V0-0/1-0-0-0-0-0/1; metatarso V0-0-0/1-0-0-0-2, pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (Parque Natural INIA Las Brujas – IBSP): Carapaça e quelíceras marrons, com

região cefálica escurecida (Fig. 23F). Enditos marrons; lábio marrom escuro. Esterno marrom

alaranjado, com margens escurecidas (Fig. 23G). Pedipalpos marrom amarelados, com tíbia e tarso

avermelhados. Pernas marrom amareladas, sendo os pares I-II mais escuros. Metatarsos e tarsos das

pernas I-II escurecidos. Grânulos escuros formando anéis difusos na região distal da tíbia, metatarso

e tarso, das pernas I-II (Figs 23I-J). Abdômen como no macho (Figs 23F-G). Comprimento total:

9,88; carapaça: comprimento 4,44; largura 2,68. Carapaça com região cefálica delimitada.

Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 23F). Pernas: robustas e pilosas.

Pernas I-II com pelos mais longos na região ventral dos artículos, e espinhos tibiais ventrais de

tamanhos similares, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 23I-J). Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 3,04, patela 1,52, tíbia 2,36, metatarso 2,32, tarso 0,76, total 10,0; II, 2,76, 1,48,

2,32, 2,16, 0,68, 9,4; III, 2,16, 1,24, 1,48, 1,52, 0,6, 7,0; IV, 2,8, 1,56, 2,16, 1,8, 0,64, 8,96.

Espinulação: I, fêmur P0-0-0-0-0-1-0; tíbia VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-0-0-0-0;

metatarso V2-2-2-2-0/1-2-2-2 (Figs 22I-J); II, fêmur D0-0-0-0-0-0/2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia P0-0-

0-0/1-0-0/1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V1/0-2-1/2-2/1-2-2-2-1/0-2; IV, fêmur

D0-1-1-0-0-0-0; metatarso V0-0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 4 espinhos. Placa genital externa

ampla e conspícua, ocupando 1/3 da região anterior ao sulco (Fig. 23H). Genitália interna:

receptáculo anterior com região glandular arredondada (Figs 24C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 5,12-7,04; carapaça: comprimento 2,92-3,52;

largura 2,0-2,48; fêmur I 2,44-3,4. Fêmea (n=10): Comprimento total: 8,72-11,64; carapaça:

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comprimento 3,84-4,88; largura 2,44-3,08; fêmur I 2,64-3,4.

Distribuição: Brasil (Rio Grande do Sul); Argentina (Tucumán, La Rioja, Entre Ríos,

Córdoba, Santa Fé, San Luís, Buenos Aires, Río Negro); Uruguai (Cerro Largo, Río Negro,

Durazno, Lavalleja, Colonia, San José, Canelones, Montevideo) (Fig. 50).

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Ariadna calilegua Grismado, 2008

(Figuras 25, 50)

Ariadna calilegua Grismado, 2008: 338, figs 3A-B, 4A-D (Holótipo ♂ de Mesada de las Colmenas,

Ruta Provincial no. 83, Parque Nacional Calilegua [23°55'S; 64°50'O], Departamento de

Ledesma, Província de Jujuy, Argentina, 25.X.1983, G. Lingua col., depositado no MACN-Ar

10087), examinado). – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: ARGENTINA: Província de Salta: 17km N La Caldera

[24°36'S; 65°23'O], Alto de la Sierra, 1550m , 1♂, 2-30.XII.1987, S. & J. Peck col. (AMNH); 22km

N La Caldera, El Ucumar, 1550m, 1♂ (AMNH); Província de Tucumán: Tapia [26°36'11"S;

65°15'41"O], 700m, 1♀2juv., J. Daniels col. (NHM 1903.4.1.284-286).

Diagnose: Ariadna calilegua difere das outras espécies do grupo mollis, com exceção de A.

crassipalpa, por apresentar machos com metatarso I com um espinho ventroprolateral curto e

truncado em uma apófise localizada na região mediana do mesmo (Grismado, 2008: 340, fig. 4D).

Difere de A. crassipalpa por apresentar a curvatura da peça mediana e do êmbolo mais acentuada, e

êmbolo mais fino (Grismado, 2008: 340, figs 4A-B). Fêmeas de A. calilegua diferenciam-se das

outras espécies do grupo, excetuando A. crassipalpa, por apresentarem receptáculo anterior

bilobado, com tegumento irregular (Figs 25E-F). Difere de A. crassipalpa por apresentar espinhos

prolaterais nas patelas I-II (Figs 25C-D).

Descrição: Macho: Descrito por Grismado, 2008: 338, 3A-B, 4A-D. Informações

adicionais: escópula tarsal presente nas pernas II-IV. Espinulação: IV, fêmur D1-1/2-1-1-0-1-0, R0-

0-0-0-0-1-0; metatarso V0-0-0-0-0-0-2/1, pente metatarsal com 5-6 espinhos.

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Fêmea (Tapia – NHM): Carapaça e quelíceras marrom avermelhadas, com região cefálica

levemente escurecida (Fig. 25A). Enditos marrom alaranjados; lábio marrom alaranjado escuro.

Esterno marrom alaranjado, com bordas escurecidas (Fig. 25B). Pedipalpos marrom avermelhados,

escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas marrom avermelhadas, com os pares I-II mais

escuros e com grânulos escuros distribuídos na região distal do fêmur, e uniformemente nos demais

artículos (Figs 25C-D). Abdômen cinza claro, com padrão dorsal composto por marcas escurecidas

em forma de seta (Figs 25A-B). Comprimento total: 8,8; carapaça: comprimento 4,2; largura 2,55.

Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e elevada. Quelíceras não-projetadas, com

ranhuras e densos pelos frontais (Fig. 25A). Pernas: robustas, truncadas e densamente pilosas, sendo

os pelos ventrais mais longos que os demais, com espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, e

metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 25C-D). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,05,

patela 1,4, tíbia 2,25, metatarso 2,1, tarso 0,65, total 9,45; II, 2,8, 1,4, 2,3, 2,05, 0,65, 9,2; III, 2,2,

1,15, 1,5, 1,5, 0,6, 6,95; IV, 2,6, 1,45, 2,0, 1,65, 0,6, 8,3. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-

0-0-0-2-1-0; patela P1/0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-0;

metatarso V2-1-2-2-2-2-2-2-2 (Figs 25C-D); II, D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; patela P1; tíbia

P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-1-1-2-2-2-1-2-2-2; IV, fêmur D1-

0-0-0-0-0-0; pente metatarsal com 6 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com lobos

expandidos e placa glandular localizada na região mediana do receptáculo (Figs 25E-F).

Variação: Ver Grismado (2008: 338).

Distribuição: Argentina (Províncias de Salta e Tucumán) (Fig. 50).

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Ariadna changellkuk Grismado, 2008

(Figura 50)

Ariadna changellkuk Grismado, 2008: 341, figs 3C-H, 4E-H (Holótipo ♂ e parátipo 1♀1juv. de East

of Curicó [34°59'S; 71°14'O], Las Tablas, Provincia Curicó, Região de Maule (VII), Chile,

II.1985, L. E. Peña col., depositados no AMNH, examinados). – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: CHILE: Região de Valparaíso (V): Província de

Valparaíso: Valparaíso [33°03'S; 71°37'O], 1♀, IV.1970, Fritz col. (MACN-Ar 10509); Província

de Quillota: Las Palmas de Ocoa [32°57'S; 71°05'O], 1♂, 25.V.1984, R. Calderón col. (AMNH);

Palmas de Ocoa, Parque Nacional Campanas (32°55'56"S; 71°04'41"O), 1♂, 10.XII.1997 -

10.I.1998, M. E. Irwin & E. I. Schlinger col. (CAS 9046530); Região Metropolitana: Província de

Santiago: Santiago, Renca [33°24,2'S; 70°43'O], 1♂, 23.IV.1984, L. Irrazával col. (AMNH).

Diagnose: Ariadna changellkuk difere das outras espécies do grupo mollis por apresentar

cefalotórax e abdômen bastante alongados, e pernas relativamente curtas e truncadas (Grismado,

2008: 339, figs 3C-G).

Descrição: Ver Grismado, 2008: 341, figs 3C-H, 4E-H. Informações adicionais: Macho

(Holótipo): Escópula tarsal presente nas pernas I-III. Espinulação: IV, fêmur D0-1-1-1-0-0-0, R0-0-

0-0-1-0-0; tíbia V0/1-2/1-0-1-0-0-2, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V0-3-0-0-2-0-2, R0-1-0-0-0-0-0,

pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (Parátipo): Espinulação: IV, metatarso V0-0-1-0-1/0-0-1, pente metatarsal com 4

espinhos.

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Variação: Ver Grismado (2008: 341).

Distribuição: Chile (Regiões de Valparaíso e Metropolitana) (Fig. 50).

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Ariadna levii Grismado, 2008

(Figuras 26, 50)

Ariadna levii Grismado, 2008: 345, figs 5D-E, 6D-I (Holótipo ♂ N of Tiltil [33°04'00"S;

71°01'59"O], 800-1300m, Cuesta La Dormida, Santiago, Região Metropolitana, Chile, 13-

18.XI.1982, L. Peña col., depositado no AMNH (AMNH), examinado; Parátipo ♂ de farmland,

Isla Teja, Valdivia, Região de Los Lagos (X), Chile, 6.III.1965, H. Levi col., depositado no MCZ

47261), não examinado). – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: CHILE: Região de Valparaíso (V): Província de Petorca:

Papudo [32°30'30,8"S; 71°27'9,27"O], 76m, 1♀, 9.IV.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães

col. (IBSP); Zapallar [32°33'13"S; 71°27'32"O], Acon., 1♂, 27.XI.1950, Ross & Michelbacher col.

(CAS 9046508); Região de Maule (VII): Província de Cauquenes: Cauquenes, R. N. Los Ruiles,

elev. 174m (35°50'02,6"S; 72°30'35,7"O), 3♂1juv., 17.VII.2010, A. Ojanguren et al. col. (MACN-

Ar 29452); Província de Curicó: Curicó, Las Tablas, East of Curicó (34°59'S; 71°14'O), 2♀2juv.,

II.1985, L. Peña col. (AMNH); Região de Araucanía (IX): Província de Cautín: Temuco, Cerro

Ñielol [38°43'40,91"S; 72°32'34,42"O], 1♂, 15.I.1989, M. Ramírez col. (MACN-Ar 10088);

Região de Los Ríos (XIV): Província de Valdívia: Valdívia [39°49'51"S; 73°13'15"O], 3♀, 1983, E.

Krahmer col. (MNHNC-CAT 836).

Diagnose: Ariadna levii difere das demais espécies do grupo mollis por apresentar machos

com o metatarso I retilíneo possuindo duas apófises, uma ventroprolateral portando um espinho

curto e curvado, e outra ventroretrolateral, com um espinho não modificado (Grismado, 2008: 344,

fig. 6H). Fêmeas de A. levii diferenciam-se das demais, excetuando-se A. changellkuk, por

apresentarem em receptáculo anterior bilobado, com o lobo ventral mais longo que o dorsal

(Grismado, 2008: 344, figs 6D-E). Difere-se de A. changellkuk devido a uma morfologia corporal

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menos alongada (Grismado, 2008: 343, figs 5D-E), e por possuir o lobo ventral mais sinuoso

(Grismado, 2008: 344, figs 6D-E).

Descrição: Macho: Ver Grismado, 2008: 345, figs. 5D-E, 6D-I. Informações adicionais:

escópula tarsal presente nas pernas II-IV, porém reduzida na perna IV. Espinulação: IV, fêmur D1-1-

1-0/1-1-0/1-1-0, R0-0-0-0-0-0-1-0; tíbia V0-0-0-1/0-0-0-2, R0-0-0-0-0-1/0-0; metatarso V0-2-0-0-

1-0-2, pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (MNHNC-CAT 836): Carapaça e quelíceras marrom avermelhadas (Fig. 26A).

Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas (Fig.

26B). Pedipalpos alaranjados, com tíbia e tarso avermelhados. Pernas alaranjadas, com os pares I-II

mais escuros. Perna I-II com tíbia, metatarso e tarso avermelhado escuro (Figs 26C-D). Abdômen

claro, com padrão dorsal composto por marcas escurecidas em forma de seta (Figs 26A-B).

Comprimento total: 9,68; carapaça: comprimento 3,6; largura 2,12. Carapaça com região cefálica

delimitada anteriormente e levemente elevada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos

frontais. (Fig. 26A). Pernas: truncadas e pilosas. Pernas I-II com pelos mais longos na região ventral

dos artículos, e espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, e metatarsais de tamanhos

diferentes (Figs 26C-D). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,2, patela 1,12, tíbia 1,96,

metatarso 1,68, tarso 0,56, total 7,52; II, 1,96, 1,04, 1,88, 1,52, 0,52, 6,92; III, 1,6, 0,92, 1,2, 1,12,

0,48, 5,32; IV, 2,0, 1,16, 1,6, 1,28, 0,52, 6,56. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-1-2-0, P0-0-0-0-2-1-

0; patela P0-1/0-0; tíbia P0-1/0-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1/0-0-1-0;

metatarso V2-2-2-2-2/1-2-2-2 (Figs 25C-D); II, fêmur D0-0-0-0-1/0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia P0-

1-0-1-0-1-0, VP1(delgado)-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-1-1-0-1, R1/0-0-0-0-0-0-0; metatarso V2-2-2-2-2-

2-1/0-2; perna IV, fêmur D0-1/0-1-0-0-0-0, R0-0-0-0-0-0/1-0; metatarso V1/0-1-0-0-0-0-1, pente

metatarsal com 4-5 espinhos. Abdômen alongado (Figs 26A-B). Genitália interna: receptáculo

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anterior possuindo lobos sinuosos, e placa glandular localizada na região mediana do receptáculo,

estendendo-se até a região proximal dos lobos (Grismado, 2008: 344, figs 6D-E).

Variação: Macho (n=6): Comprimento total: 5,08-7,24; carapaça: comprimento 2,8-3,72;

largura 1,84-2,32; fêmur I 2,44-3,0. Fêmea (n=6): Comprimento total: 7,4-9,68; carapaça:

comprimento 3,2-4,16; largura 1,96-2,48; fêmur I 2,04-2,8.

Distribuição: Chile (Regiões de Valparaíso, Metropolitana, Maule, Araucanía, e Los Ríos)

(Fig. 50).

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Grupo boliviana

Diagnose: As espécies componentes do grupo boliviana diferem das presentes nos demais

grupos por apresentarem machos com a escópula tarsal estendendo-se até a região distal ou mediana

do metatarso IV (Figs 29F). Fêmeas deste grupo apresentam a seguinte combinação de caracteres:

abdômen acinzentado (Figs 31G-H); tíbias I-II com quatro pares de espinhos ventrais (Figs 31I-J);

metatarso IV com pente possuindo 4 espinhos.

Elenco: Ariadna caerulea Keyserling, 1877; Ariadna boliviana Simon, 1907; Ariadna

isthmica Beatty, 1970; Ariadna sp. n. 3; Ariadna sp. n. 4 (Fig. 51).

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Ariadna caerulea Keyserling, 1877

(Figuras 27, 28, 51)

Ariadne caerulea Keyserling, 1877: 227 (Lectótipo e lectoparátipo juvenis de Bogotá [04°35'53"N;

74°04'33"O], Cundinamarca, Colômbia, depositados no NHM 90.7.1.478.9, designados por

Beatty (1970), examinados).

Ariadna caerulea – Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 732. – Beatty, 1970: 465, figs 44-45,

49. – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: COLÔMBIA: Magdalena: S side of Sierra Nevada de

Santa Marta [10°51'59"N; 73°42'59"O], 8-11,000ft. elev., 1♂, IV.1938, T. D. Cabot col. (MCZ

46061); Cundinamarca: Suesca [05°06'N; 73°48'O], Vda. Santa Rosa, 2600m, 1♂, 31.III.2010,

Laura Sánches col. (ICN-AR 4762); Bogotá [04°35'53"N; 74°04'33"O], 1♀ (MNHNP-AR);

Tolima: 10 mi W. de Ibague [04°27'N; 75°14'O], 1♀, 9.III.1955, E. I. Schlinger & E. S. Ross col.

(AMNH); Caqueta: P. N. N. Los Picachos [02°46'N; 74°39'O], Var. La Esperanza, 1350m, 1♀,

3.XII.1997, V. Rodríguez col. (ICN-AR 1483); Huila: 12 mi. E of Santa Letícia [02°14'25"N;

76°10'13"O], 2300m elev., 2♀, III.1976, W. Eberhard col. (MCZ 46137).

Diagnose: Ariadna caerulea difere das demais espécies do grupo boliviana por apresentar

machos com o metatarso I retilíneo (Fig. 27E). Fêmeas diferem-se das demais, com exceção de A.

isthmica, por apresentar o receptáculo anterior bilobado, com o lobo ventral menor que o dorsal.

Difere de A. isthmica, por apresentar o lobo ventral mais sinuoso (Figs 28C-D).

Descrição: Macho (ICN-Ar 4762): Carapaça e quelíceras marrom escuro, com a região

cefálica mais escura (Fig. 27A). Enditos marrom alaranjados; lábio marrom alaranjado escuro.

Esterno marrom alaranjado com bordas escurecidas (Fig. 27B). Palpos marrons (Figs 28A-B).

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Pernas marrom alaranjadas, com pares I-II mais escuros (Figs 27C-E). Abdômen acinzentado,

porém com a região ventral mais clara, e finas linhas claras transversais dorsais (Figs 27A-B).

Comprimento total: 8,2; carapaça: comprimento 3,8; largura 2,6. Carapaça com região cefálica

pouco delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 27A).

Palpos: bulbo pouco arredondado, peça mediana e êmbolo curvados abruptamente para frente, com

a ponta do êmbolo afilada. Tíbia expandida, com diâmetro semelhante ao do bulbo (Figs 28A-B).

Pernas: delgadas e pilosas (Figs 27C-E). Metatarso IV pouco sinuoso em visão lateral. Escópula

tarsal presente nas pernas II-IV, estendendo-se a região distal do metatarso IV. Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 3,64, patela 1,32, tíbia 2,8, metatarso 3,0, tarso 0,84, total 11,6; II, 3,4, 1,36,

2,84, 3,0, 0,84, 11,44; III, 2,44, 1,08, 1,84, 1,84, 0,76, 7,96; IV, 2,84, 1,32, 2,2, 1,92, 0,8, 9,08.

Espinulação: I, fêmur D0-0-1-0-0-2-0, P0-0-0-0-0-1-0; patela P1, R1-1; tíbia D0-0-0-1-0-0-0, P0-1-

0-1-0-1-0, VR2-0-0-0-0-0/1-1, R1-1-1-0/1-1-0; metatarso V1-0-0-0-0-0-1 (Figs 27C-E); II, fêmur

D0-1-1-0/1-0-2-0, P0-0-0-0-1/0-1-0; patela P0/1, R1; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-0-0-1, VR2-

0-1-0-1-1-1, R1-0-0/1-1-0-1-0; metatarso V2-0-0-0-0-1; IV, pente metatarsal com 3-4 espinhos.

Fêmea (MNHNP-AR 25233): Carapaça marrom alaranjada, com região cefálica mais

escura. Quelíceras marrom avermelhadas, mais escuras que a carapaça (Fig. 27F). Enditos marrom

alaranjados; lábio marrom alaranjado escuro. Esterno marrom alaranjado com margens escurecidas

(Fig. 27G). Pedipalpos alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas marrom

alaranjadas, com pares I-II mais escuros (Figs 27H-I). Abdômen como no macho (Figs 27F-G).

Comprimento total: 10,64; carapaça: comprimento 4,96; largura 2,84. Carapaça com margens

onduladas, e região cefálica delimitada anteriormente. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e

pelos frontais (Fig. 27F). Pernas: robustas e pilosas, com espinhos ventrais tibiais de tamanhos

similares, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 27H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I,

fêmur 3,68, patela 1,76, tíbia 3,08, metatarso 2,92, tarso 0,84, total 12,28; II, 3,44, 1,68, 2,92, 2,8,

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0,84, 11,68; III, 2,68, 1,4, 1,88, 2,0, 0,8, 8,76; IV, 3,48, 1,76, 2,8, 2,32, 0,8, 11,16. Espinulação: I,

fêmur D0-0-0-0-0/1-2/1-0, P0-0-0-0-2-0-0; tíbia P1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1-0, VR1-0-1-0-1-0-

1-0, R0-1-0-0-1-0; metatarso V2-2-2-2-2-1-1-2-2-2-2 (Figs 27H-I); II, fêmur D0-0-0-0-1-1-0, P0-0-

0-0-1-1-0; tíbia P0-0-1-0-1-0, VP1-0-0/1-0-1-0-1-0, VR1-0-1-0-1-0-1-0, R0-1-0-0-1-0; metatarso

V2-2-2-2-2-2-1-2-2-1-2; IV, pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna: receptáculo

anterior com placa glandular estendendo-se até a região ventral proximal do lobo dorsal (Figs 28C-

D).

Variação: Macho (n=2): Comprimento total: 3,84-8,2; carapaça: comprimento 2,16-3,8;

largura 1,68-2,6; fêmur I 2,72-3,64. Fêmea (n=5): Comprimento total: 8,8-12,0; carapaça:

comprimento 3,64-4,96; largura 2,48-3,24; fêmur I 2,76-3,68.

Distribuição: Colômbia (Cundinamarca, Tolima, Caqueta) (Fig. 51).

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Ariadna boliviana Simon, 1907

(Figuras 29, 30, 51)

Ariadna boliviana Simon, 1907: 262 (Lectótipo ♀ e lectoparátipo ♂ de Espíritu Santo, Bolívia

[16°55'S; 67°48'O], Garlepp col., depositados no MNHNP-AR 14382; 14383, designados por

Beatty (1970), examinados). – Petrunkevitch, 1911: 130. – Beatty, 1970: 477, figs 4, 6, 14, 51-

52, 54-55. – Platnick, 2013.

Ariadna dubia Mello-Leitão, 1917: 82 (Holótipo ♀ de Pinheiro (atual Piraí, Pinheiral) [22°30'46"S,

44°00'03"O], Rio de Janeiro, Brasil, E. Brito col., deveria estar depositado no MNRJ 1452,

perdido). – Beatty, 1970: 483. – Platnick, 2013. – Moreira et al., 2010: 61 – SINÔNIMO

NOVO.

Sinonímia: Mello-Leitão (1917) descreve A. dubia com base em um exemplar seco e

alfinetado, apresentando um abdômen murcho e deformado. Beatty (1970), devido

indisponibilidade do holótipo e a descrição fragmentada de Mello-Leitão, trata a espécie como

nomina dubia. Na localidade-tipo de A. dubia, estão registradas duas espécies: Ariadna boliviana

Simon, 1907 e Ariadna obscura (Blackwall, 1858). De acordo com a espinulação apresentada por

Mello-Leitão (1917) na descrição original de A. dubia, as tíbias I e II apresentam padrão 2-2-2-2

(VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1) e metatarsos I e II com 7 pares de espinhos. Esta espinulação é

compatível com a de A. boliviana, e diferente da apresentada por A. obscura. Com base nestes

caracteres apresentados por Mello-Leitão (1917), A. dubia é considerada sinônimo-júnior de A.

boliviana.

Material adicional examinado: SURINAME: Distrito de Sipaliwini: Upper Kaburi Creek

[03°46'37"N; 56°01'40"O], 1♀, IX.1977, J. E. D. Milner col. (NHM); BRASIL: Pará: Carajás,

Floresta Nacional de Carajás, Gruta N5S02, 1♀, 3-13.V.2005, Andrade & Arnoni col. (IBSP

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55777); Carajás, Floresta Nacional do Carajás, Gruta N4E32, 1♀, 8-12.II.2007, R. Andrade et al.

col. (IBSP 97751); Carajás, Floresta Nacional do Carajás, Gruta N4E31, 1♀, mesma data e coletor

(IBSP 97752); Novo Progresso, Serra do Cachimbo, Campo de Provas Brigadeiro Velloso

(09°21'89"S; 55°02'01"O), 1♀, 11.IX.2003, D. R. Santos-Souza col. (MPEG 6243); Maranhão:

Caxias, Reserva Ecológica Inhamum (04°53'56"S; 43°26'10"O), 2♂, 16-19.I.2006, G. A. Cunha col.

(IBSP 122448); mesma localidade e coletor, 1♂, 12-15.VII.2006 (IBSP 122449); mesma localidade,

1♂, 2006, F. Limeira col. (IBSP 122450); Piauí: Teresina [05°05'20"S; 42°48'07"O], Sítio do

Carlos Brasil, 1♀, 15.V.2004, L. S. Carvalho col. (MPEG 5320); Areias, Parque Estadual Mata do

Pau Ferro (06°58'38,6"S; 35°42'25"O), 1♂, 26-30.IX.2011, E. Araújo & A. Medeiros col.

(CHNUFPI (ARA) 0285); Pernambuco: Tapera [09°25'38"S; 40°44'15"O], 1♀, 1.III.1972, P. F. L.

Duarte col. (MCN 25804); Mato Grosso: Cotriguaçu, Fazenda São Nicolau (09°50'24"S;

58°14'54"O), 1♂1♀, 2-14.X.2010, A. J. Santos col. (UFMG 7743; 7744); Sapezal [13°32'33"S;

58°48'51"O], Utiariti, 1♀, 1961, K. Lenko col. (MZSP 3583); Vale de São Domingos/Pontes de

Lacerda, Usina Hidrelétrica de Guaporé [15°07'S; 58°58'O], 1♀, X.1999, Equipe Resgate col.

(IBSP 41650); Miracema do Norte [09°34'01"S; 48°23'31"O], 1♀1juv., 17-25.IV.2005, I. Knysak &

R. Martins col. (IBSP 124516); Porto Nacional, Capivara [10°09'44"S; 48°31'07"O], 1♀,

21.IX.2000, I. Knysak & R. Martins col. (IBSP 124057); Porto Nacional [10°42'28"S; 48°25'01"O],

Fazenda Sandoval, Cerrado, 1♀, 19.IX.2002, Martins & Knysak col. (IBSP 123806); Palmas

[10°11'04"S; 48°20'01"O], 1♀, 30.IX.2001, Equipe IBSP col. (IBSP 37797); Goiás: São Domingos

[13°23'52"S; 46°19'04"O], Parque Estadual de Terra Ronca, Cavernas Passa Três, 1♀, 3-5.IX.2000,

F. P. Franco col. (IBSP 26082); Minaçu, Usina Hidrelétrica Serra da Mesa [13°50'01"S;

48°18'10"O], 2♂3juv., 18-30.XI.1996, Bonaldo & Moura col. (MCN 27861); São Jorge, Parque

Nacional da Chapada dos Veadeiros [14°10'S; 47°30'O], 1♀, 30.X.2009, P. C. Motta col. (DZUB

5379); Cocalzinho de Goiás [15°47'38"S; 48°46'33"O], RPPN, 1♂1juv., 2008, I. P. Rocha col.

(DZUB 5965); Morrinhos [17°43'55"S; 49°06'03"O], Fazenda Recanto do Jatobá, 2♂, 2009, W. C.

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R. Pinto col. (IBSP 152775; 152777); Jataí [17°52'51"S; 51°42'50"O], 2♀, 20.IX.2005, P. C. Motta

col. (DZUB 3880); Catalão, Barragem para Aproveitamento Hidrelétrico Serra do Facão

(18°03'20,07"S; 47°37'55,63"O), 1♀, VII.2010, R. B. Martines & R. M. C. Silveira col. (UFMG

4526); Catalão [18°10'12"S; 47°56'31"O], 1♂, 20.X.2001, P. C. Motta, F. S. P. Godói & D. Diniz

col. (DZUB 2530); Bahia: Porto Seguro, Parque Nacional do Monte Pascoal (16°47'31"S;

39°28'30"O), 1♀, 21-23.IV.1998, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP 18438); Mato Grosso do Sul:

Corumbá [19°00'32"S; 57°39'10"O], Serra do Urucum, 1♀, 27.XI.1960, K. Lenko & C. Carvalho

col. (MZSP 11564); Paranaíba [19°40'37"S; 51°11'27"O], 1♂, XI.1983, R. R. da Silva col. (IBSP

3768); 1♀, I.1983 (IBSP 4141); 1♀, 7.VI.1983 (IBSP 14084); Dois Irmãos do Buriti [20°27'S;

55°30'O], Piraputanga, 1♀, 31.VI - 6.VII.1999, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP 98896); Três

Lagoas [20°45'04"S; 51°40'42"O], 1♀, VI.1964, C. D. Z. col. (MZSP 3616); 1♀, X.1964, Exp. O.

Z. col. (MZSP 3766); Três Lagoas, Horto Barra da Moeda (20°58'S; 51°47'O), 1♂, XI.2007, M.

Uehara-Prado col. (UFMG 3202); Santa Rita do Rio Pardo [21°18'10"S; 52°49'51"O], 1♀,

23.IV.2001, R. Bertani & E. K. Kashimata col. (IBSP 39480); Minas Gerais: Itacarambi, Distrito de

Fabião II (15°10'19"S; 44°10'49"O), 1♂, 17-22.X.2010, G. F. B. P. Ferreira et al. col. (UFMG

9357); Águas Vermelhas [15°44'49"S; 41°27'36"O], 1♂, III.1985, V. Palmeira col. (MNRJ 6415);

Diamantina, Minas de Serrinha [18°14'56"S; 43°36'00"O], 1♂, 1945, Eliz. Cohn col. (AMNH);

Sete Lagoas, Gruta do Chisé [19°27'57"S; 44°14'49"O], 1♀, 25.II.2009 (IBSP 149911); Sete

Lagoas, Entorno da Gruta da Lapinha (19°33'S; 43°57'O), 1♀, 23.VI.2001, R. L. C. Baptista col.

(MNRJ 6186); Timóteo, Parque Estadual do Rio Doce (19°39'28,3"S; 42°34'22,5"O), 2♂,

19.XI.2010, B. T. Faleiro col. (UFMG 10501); Timóteo, Parque Estadual do Rio Doce

(19°39'30,1"S; 42°34'25,2"O), 1♂, 19.XI.2010, B. T. Faleiro col. (UFMG 10488); Timóteo, Parque

Estadual do Rio Doce (19°39'30,6"S; 42°34'28,2"O), 1♂, 19.XI.2010, B. T. Faleiro col. (UFMG

10476); Timóteo, Parque Estadual do Rio Doce (19°39'30,7"S; 42°34'32,2"O), 2♂, 17.XII.2010, B.

T. Faleiro col. (UFMG 10457); Santa Bárbara [19°57'32"S; 43°24'54"O], Reserva Florestal Peti,

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1♂1♀, 14.VIII.1986, R. L. C. Baptista col. (MNRJ 6407); Catas Altas [20°04'30"S; 43°24'28"O],

Serra do Caraça, 1♀, 12-23.XI.1961, U. Martins-Lenko & R. Kloss col. (MZSP 6687); Catas Altas,

RPPN Parque Natural do Caraça (20°05'51"S; 43°29'18"W), 1♀, 2011 (UFMG 10368); Espírito

Santo: Linhares, Floresta Nacional de Goytacazes (19°26'07"S; 40°04'32"O), 1♀, 26.X.2005, T.

Souza et al. col. (IBSP 134971); Santa Teresa [19°54'20"S; 40°33'44"O], Reserva Biológica August

Ruschi, 1♀, VI - VIII.2006, T. Souza, T. Barnabé & E. Soveiro col. (IBSP 121566); São Paulo:

Luís Antônio [21°30'S; 47°50'O], Estação Ecológica de Jataí, 5♂1♀, 3-7.X.2009, A. G. Cristovão

col. (IBSP); 1♀, 6-12.XI.2009 (IBSP); Tabatinga [21°47'05"S; 48°38'09"O], Mata Sagrada, 1♀,

27.VIII.1965, K. Lenko col. (MZSP 11565); Araraquara [21°47'38"S; 48°10'33"O], 1♀ (IBSP);

Assis, Estação Ecológica de Assis (22°34'S; 50°24'O), 1♂1♀, 25-30.XI.2002, Equipe Biota col.

(IBSP 98907; 98908); Assis [22°39'43"S; 50°24'43"O], 3♂, F. T. S. Morimoto col. (IBSP); Rosana,

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta [22°34'48"S; 53°03'32"O], 1♀, I-II.2000, Equipe IBSP

col. (IBSP 29705); Bernardino de Campos [23°00'46"S; 49°28'26"O], 1♀, 19.XI.2003, A. C. B.

Silveira col. (IBSP 40946); São Paulo [23°32'52"S; 46°38'09"O], 1♀, X.1991, J. C. Ferreira col.

(IBSP 5822); Barueri [23°30'39"S; 46°52'33"O], 1♀, 9.I.1966, K. Lenko col. (MZSP 5598); mesma

localidade e coletor, 1♀, 3.X.1960 (MZSP 8387); Registro, Porto Cabral [24°29'16"S; 47°50'38"O],

2♂, L. Travessos F° col. (MZSP 77; 8591); Rio de Janeiro: Campos dos Goytacazes, Morro Itaoca,

Aprovisionamento (21°45'14"S; 41°19'26"O), 1♀, 22.I.2010, M. Marques col. (IBSP); Paraíba do

Sul, Fazenda Maravilha (22°12'S; 43°16'O), 1♀, 16-18.VIII.2001, Equipe Biota col. (IBSP 98888);

Macaé, Ilha de Santana [22°24'S; 41°42'O], 1♂, 19-20.X.1986, R. L. C. Baptista col. (MNRJ 6406);

Pinheiral, Fazenda Santa Helena [22°31'S; 43°58'O], 3♂1♀, 5-11.XI.1999, A. D. Brescovit et al.

col. (IBSP 98884; 98885; 98886; 98887); Rio de Janeiro, Floresta da Tijuca, Guanabara

[22°57'47"S; 43°14'40"O], 3♂, VI.1966, Alvarenga col. (MZSP 20137; 20139; 20167); Paraná:

Diamante do Paraná [22°37'06"S; 52°51'23"O], Estação Ecológica do Caiuá, 1♀, 2012, D. Araujo

et al. col. (IBSP); Pinhais [22°26'41"S; 49°11'33"O], Serra da Farinha Seca, 1♀, 15-20.IX.1995,

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Equipe Lab. Aracnologia col. (MCTP 7649); BOLÍVIA: Departamento de Santa Cruz: Buena

Vista, 344m (17°29'33,6"S; 63°39'29,9"O), 1♂, 2.XII.2010, R. Pinto da Rocha et al. col. (MZSP);

PARAGUAI: sem dados específicos de localidade, 1♀, 1891-1893, Dr. Bohls col. (NHM

1906.3.24.3-1500 (hart)).

Diagnose: Ariadna boliviana diferencia-se das demais espécies do grupo boliviana por

apresentar o metatarso I sinuoso, com uma curvatura acentuada na região proximal (Fig. 29E).

Fêmeas de A. boliviana diferem das outras espécies, excetuando-se A. isthmica, por apresentar o

lobo ventral mais longo que o dorsal. Difere de A. isthmica por apresentar o lobo ventral menos

sinuoso (Figs 30C-D).

Descrição: Macho (IBSP 98908): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas (Fig. 29A).

Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas, e

grânulos escuros distribuídos uniformemente (Fig. 29B). Palpos alaranjados (Figs 30A-B). Pernas

marrom alaranjadas, com pares I-II mais escuros, e com grânulos escuros formando anéis difusos na

região distal do fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso (Figs 29C-F). Abdômen acinzentado, mais

claro ventralmente (Figs 29A-B). Comprimento total: 6,96; carapaça: comprimento 3,76; largura

2,56. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras e

pelos frontais (Fig. 29A). Palpos: bulbo pouco arredondado, peça mediana curta (aproximadamente

metade do comprimento do êmbolo), êmbolo afilado com ponta levemente curvada. Peça mediana e

êmbolo posicionados perpendicularmente. Tíbia pouco inflada, com diâmetro pouco maior que a

metade do bulbo (Figs 30A-B). Pernas: robustas e pilosas (Figs 29C-F). Metatarso I com espinhos

curtos (Fig. 29E). Metatarso IV sinuoso em visão lateral (Fig. 29F). Escópula tarsal presente nas

pernas II-IV, estendendo-se até a região distal do metatarso (Fig. 29F). Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 3,8, patela 1,52, tíbia 3,24, metatarso 3,56, tarso 0,8, total 12,92; II, 3,56, 1,36,

84

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3,16, 3,48, 0,84, 12,4; III, 2,56, 1,12, 1,84, 2,04, 0,76, 8,32; IV, 3,12, 1,44, 2,36, 2,08, 0,8, 9,8.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-1-0-1-0-0; tíbia D0-0-0-0-0-1-0, P1-1-0-1-0-1-0,

VP1-0-0-0-0-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0-1-1-1/0-1-1-0/1-0/1; metatarso P0-0-0/1-0-0-0-0, V0-0-

0-1-0-1-1-1-0-1 (Figs 29C-D); II, fêmur D0-0-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-0/1-0-1-0; tíbia D0-0-0-0-0-1-

0, P1-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-0-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-0-1-0-0-0-0-

0, V0-2-0-0-2-0-0-2, R0-0-0-1-0-0-1-0-0; IV, fêmur D1-1-1-0-1-0-1-0, R0-0-0-0-0-0-1-0; metatarso

V0-0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (DZUB 3880): Carapaça e quelíceras marrom avermelhadas (Fig. 29G). Enditos,

lábio e esterno como no macho (Fig. 29H). Pedipalpos marrom alaranjados, escurecendo

gradativamente em sentido distal. Pernas marrom alaranjadas, com pares I-II mais escuros, e com

grânulos escuros formando anéis bem conspícuos nas regiões distais do fêmur, patela, tíbia,

metatarso e tarso (Figs 29I-J). Abdômen como no macho (Figs 29G-H). Comprimento total: 12,0;

carapaça: comprimento 5,72; largura 3,52. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e

elevada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e densos pelos frontais (Fig. 29G). Pernas:

robustas e densamente pilosas, principalmente na região ventral dos artículos das pernas I-II. Pernas

I-II com espinhos tibiais ventrais de tamanho regular, e metatarsais de tamanho irregular (Figs 29I-

J). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,44, patela 2,12, tíbia 3,68, metatarso 3,48, tarso 0,84,

total 14,56; II, 4,12, 2,08, 3,6, 3,28, 0,84, 13,92; III, 3,16, 1,64, 2,32, 2,2, 0,8, 10,12; IV, 3,96, 2,04,

3,12, 2,56, 0,84, 12,52. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P1-0-1-0-0-1-0,

VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-0-0-1-0 (Figs 29I-J); metatarso V2-1-2-2-2-2-2-1/0-2-

2; II, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-

0-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-2-2-1/0-2-2-2-2-1-2; IV, metatarso V0-0-0-0-0-0-1, pente

metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior com placa glandular localizada na

região mediana do receptáculo, expandida em sua região proximal (Figs 30C-D).

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Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 5,2-8,64; carapaça: comprimento 2,8-4,12;

largura 1,96-2,8; fêmur I 2,96-3,96. Fêmea (n=10): Comprimento total: 8,4-12,24; carapaça:

comprimento 4,12-5,76; largura 2,6-3,8; fêmur I 2,84-4,52.

Distribuição: Suriname, Bolívia, Paraguai e quase todo território brasileiro (Fig. 51).

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Ariadna isthmica Beatty, 1970

(Figuras 31, 32, 51)

Ariadna isthmica Beatty, 1970: 470, figs 23-25, 30 (Holótipo ♂ de Barro Colorado Island [09°09'N;

79°51'O], Canal Zone, Panamá, 1-2.VII.1939, A. M. Chickering col., depositado no MCZ 21712,

examinado; Parátipos: ♀, mesma localidade e coletor do holótipo, 28-31.VII.1939, MCZ 27669);

1♀ 4juv., 16.VI - 15.VII.1934, MCZ 27675; 2juv., 7-9.VII.1936, MCZ 27681; 2♀, 23-

30.VI.1939, MCZ 27682; 1♂ 1juv., 8-9.VIII.1939, MCZ 27683; 1♀, 1936, MCZ 27684; 1♂,

19.IV.1939, V. H. Dropkin col., AMNH; 5juv. de Canal Zone Biological Area, Canal Zone,

Panamá, VI.1950, A. M. Chickering col., MCZ 27667; 1♀ de Canal Zone Forest Preserve, Canal

Zone, Panamá, 25.VII.1954, A. M. Chickering col., MCZ 27673; 2juv. de Huaspuc River,

Musawas, Nicaragua [14°37'60"N; 84°25'60"O], 10-31.X.1955, B. Malkin col., AMNH, todos

examinados). – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: NICARÁGUA: Granada: Volcan Mombacho

[11°49'34"S; 85°58'03"O], San Joaquin #1, 1♂, 15.VI.1999, J. M. Maes col. (MCZ 32451); Volcan

Mombacho, El Progreso #1, non-organic coffee plantation, elev. 700-800m, 1♀, 2.VI.1998, J. M.

Maes col. (MCZ 32454); 1♂, 21.VI.1998 (MCZ 32455); PANAMÁ: Canal Zone: Barro Colorado

Island [09°09'N; 79°51'O], Kodak House, 1♀, 10.IV.1976, Silberglied & Aiello col. (USNM);

Panamá [08°59'N; 79°31'O], 2♀, 24-25.XII.1943, D. L. F. col. (CAS 9039563); BRASIL:

Amazonas: Reserva Florestal Adolpho Ducke, elev. 100m (02°55'12"S; 59°58'48"O), 1♂,

16.IX.1991, Höfer & Gasnier col. (SMNK-ARA 3035); Pará: Ilha de Marajó, Salvaterra, Praia de

Joanes [00°45'10"S; 48°31'01"O], 1♀, 15.II.2010, R. P. Indicatti, D. F. Candiani & N. F. Lo-Man-

Hung col. (MPEG 15621); Senador José Porfírio [02°35'27"S; 51°57'14"O], 1♂, 2.III.2001 (MPEG

11278).

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Diagnose: Os machos de A. isthmica diferem dos demais do grupo boliviana por apresentar

metatarso I sinuoso, com curvaturas proximal e distal iguais (Fig. 31E). Fêmeas de A. isthmica

diferem-se das outras espécies, com exceção de A. caerulea, por apresentar o receptáculo anterior

bilobado, com o lobo ventral menor que o lobo dorsal. Difere desta por apresentar o lobo ventral

menos sinuoso (Figs 32C-D).

Descrição: Macho (Parátipo – Barro Colorado Island – AMNH): Carapaça e quelíceras

marrom alaranjadas (Fig. 31A). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado,

com margens escurecidas (Fig. 31B). Palpos alaranjados (Figs 32A-B). Pernas marrom alaranjadas,

com os pares I-II mais escuros e com grânulos escuros difusos presentes na região distal do fêmur,

patela, tíbia, metatarso e tarso (Figs 31C-F). Abdômen acinzentado, com região ventral levemente

mais clara (Figs 31A-B). Comprimento total: 6,24; carapaça: comprimento 3,12; largura 2,32.

Carapaça com região cefálica pouco delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras

e pelos frontais (Fig. 31A). Palpos: bulbo pouco arredondado, peça mediana curta e êmbolo longo e

afilado, com a ponta levemente curvada. Tíbia pouco inflada, com diâmetro pouco maior que o do

bulbo (Figs 32A-B). Pernas: delgadas e pilosas (Figs 31C-F). Metatarso I com espinhos curtos (Fig.

31E). Metatarso IV sinuoso em visão lateral (Fig. 31F). Escópula tarsal presente nas pernas II-IV,

estendendo-se até a região distal do metatarso IV (Fig. 31F). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur

3,0, patela 1,2, tíbia 2,52, metatarso 2,72, tarso 0,72, total 10,16; II, 2,68, 1,12, 2,52, 2,72, 0,76, 9,8;

III, 2,08, 0,96, 1,56, 1,68, 0,64, 6,92; IV, 2,4, 1,08, 1,88, 1,68, 0,64, 7,68. Espinulação: I, fêmur D0-

0-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia D0-0-0-0-1-0-0, P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-0-0-0-0-1, VR2-0-1-0-1-

0-1, R1-1-1-1-1-1-1; metatarso P0-1-0-0-0-0-0, V0-1-0-0-2-0-2 (Figs 31C-E); II, fêmur D0-0-0/1-

0/1-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia D0-0-0-0-0/1-0-0, P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-0-1-1, VR2-0-1-0-1-

0/1-1, R1-1-0-1-0-1-0; metatarso P0-1-0-0-0-0-0, V2-0-0-2-0-0-2, R0-0-0/1-0-1/0-0-0; IV, fêmur

D1/0-1-0-0-0-0-0; pente metatasal com 4 espinhos.

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Fêmea (Barro Colorado Island – USNM): Coloração corporal como a do macho (Figs

31G-J). Comprimento total: 10,56; carapaça: comprimento 3,8; largura 2,56. Carapaça com região

cefálica anterior delimitada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 31G).

Pernas: robustas e pilosas. Pernas I-II com espinhos ventrais tibiais de tamanhos similares, e

metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 31I-J). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: perna I, fêmur 2,8,

patela 1,32, tíbia 2,2, metatarso 2,0, tarso 0,68, total 9,0; II, 2,6, 1,32, 2,2, 2,0, 0,68, 8,8; III, 2,04,

1,12, 1,44, 1,44, 0,64, 6,68; IV, 2,44, 1,32, 1,92, 1,6, 0,6, 7,88. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-

0, P0-0-0-2-1-0-0; tíbia P0-0-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-1-0;

metatarso V2-2-2-2-2-2-2 (Figs 31I-J); II, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-

1-0, VP0-0-0-1(delgado)-0-1-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-0/1-2-2-0/1-2-0/1-

2-2-2; IV, metatarso V0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna: receptáculo

anterior com lobos curtos, e placa glandular com região proximal expandida lateralmente (Figs

32C-D).

Variação: Macho (n=7): Comprimento total: 4,52-7,08; carapaça: comprimento 2,28-3,68;

largura 1,6-2,52; fêmur I 2,32-3,4. Fêmea (n=10): Comprimento total: 7,2-12,48; carapaça:

comprimento 3,2-4,32; largura 2,08-2,8; fêmur I 2,32-2,96.

Distribuição: Nicarágua (Granada), Panamá (Canal Zone) e Brasil (Amazonas, Pará) (Fig.

51).

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Ariadna sp. n. 3

(Figuras 33, 51)

Material-tipo: Holótipo ♂ de Parque Nacional de Ubajara, Ubajara [03°51'S; 40°55'O], Ceará,

Brasil, IX-XI.2007, D. Loebmann col. (IBSP 89344); Parátipo ♂, mesmos dados do holótipo

(IBSP).

Diagnose: Ariadna sp. n. 3 diferencia-se das demais espécies do grupo boliviana,

excetuando Ariadna sp. n. 4, por apresentar metatarso I sinuoso, com curvatura mediana. Difere-se

desta por apresentar uma curvatura menos acentuada, e apenas um par de espinhos na região

proximal e outro na região distal (Fig. 33E).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom avermelhado escuro (Fig.

33A). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas

(Fig. 32B). Palpos alaranjados (Figs 33F-G). Pernas alaranjadas, com os pares I-II mais escuros, e

com grânulos escuros formando anéis difusos na região distal do metatarso e tarso (Figs 33C-E).

Abdômen acinzentado, porém com a região ventral mais clara, e finas linhas claras transversais

dorsais pouco delimitadas (Figs 33A-B). Comprimento total: 9,04; carapaça: comprimento 4,4;

largura 3,12. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas, com

ranhuras e pelos frontais (Fig. 33A). Palpos: bulbo arredondado, peça mediana com uma curvatura

acentuada, e êmbolo tubular, engrossado. Tíbia muito inflada, excedendo o diâmetro do bulbo (Figs

33F-G). Pernas: delgadas e pilosas (Figs 33C-E). Metatarso IV pouco sinuoso em visão lateral.

Escópula tarsal presente nas pernas I-IV, estendendo-se até a região distal do metatarso IV. Fórmula:

I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,32, patela 1,64, tíbia 3,84, metatarso 4,12, tarso 1,0, total 14,92; II,

4,12, 1,64, 3,88, 4,0, 0,92, 14,56; III, 3,16, 1,32, 2,36, 2,56, 0,84, 10,24; IV, 3,84, 1,6, 3,08, 2,88,

0,84, 12,24. Espinulação: I, fêmur D0-0/1-1-0-1-2/1-1/2-2/1-0/1-2-0, P0-0-0-0-0-0-0-2-0-1-0; tíbia

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D0-0-0-0-1-1-0, P1-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR2-1-1/0-1-0-1, R1-1-0-1-1/0-1-0-1-0;

metatarso V0-1/2-0-0-0-0-2; II, fêmur D0-1-1-1-1/2-1-1/2-1-1/0-1-0, P0-0-0-0-0-0-0-1-0-1; tíbia

D0-0-0-0-0-1-0, P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-1/0-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0-1-1-1-0; metatarso

P0-1-0-0-0-0-0-0, V0-2-0-0-1-0-0-2, R0-1-0-0-1-0-0-0; IV, fêmur D1/2-2/1-1-1-1/2-1-1/0-0/1-0-

0/1-0, R0-0-0-0-0-0-0-0/1-1-0-0; metatarso V0-0-0-0-0-0-2, pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea: Desconhecida.

Variação: Macho (n=2): Comprimento total: 9,04-9,36; carapaça: comprimento 4,4-4,72;

largura 3,12-3,36; fêmur I 4,32-4,6.

Distribuição: Brasil (Ceará) (Fig. 51).

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Ariadna sp. n. 4

(Figuras 34, 35, 51)

Material-tipo: Holótipo ♂ de Porto Alegre [30°01'58"S; 51°13'48"O], Rio Grande do Sul, Brasil,

10.XII.1993, M. A. L. Marques col. (MCN 24622); Parátipos: 1♀ de Cantagalo, Viamão

[30°04'51"S; 51°01'22"O], Rio Grande do Sul, Brasil, 12.VII.1963, J. Pacini col. (MCN 1043); 1♂

de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, 25.X.1994, M. A. L. Marques col. (MCN 25873); 1♂

de Parque Estadual de Itapuã, Viamão [30°04'51"S; 51°01'22"O], Rio Grande do Sul, Brasil,

13.I.2004, A. C. K. Ferreira et al. col. (MCTP 16822); 1 ♂ de Cidreira, Rio Grande do Sul, Brasil

[30°10'26"S; 50°12'27"O], 10.VIII.2003, J. A. M. Pinto leg. (MCTP 22335).

Material adicional examinado: BRASIL: Rio Grande do Sul: Santo Angelo [28°17'56"S;

54°15'46"O], 1♀6juv., 19.VII.1963, L. O. de Moraes col. (MCN 1041); Capão da Canoa

[29°45'39"S; 50°01'48"O], 14♀6juv., 6.I.1963, C. A. Hortlieb col. (MCN 1052); Porto Alegre,

Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger (30°14'S; 51°06'O), 1♂, 20.X - 8.XI.2005, R.

Moraes col. (MCN 40282); Porto Alegre, Morro São José [30°01'58"S; 51°13'48"O], 1♂, 6.I.1963,

C. A. Hortlieb col. (MCN 1176); Porto Alegre [30°01"58"S; 51°13'48"O], 1♂, 17.XI.1991, M. A. L.

Marques col. (MCN 21612); 1♂, 25.X.1994 (MCN 25873);, 1♂, 25.XI.2000 (MCN 33489); 1♂,

2.I.2003 (MCN 35030); 1♂, 2009 (MCN 46763); 1♂, 5.X.1998, Z. Rosa col. (MCN 29474);

Viamão, Parque Estadual de Itapuã [30°04'51"S; 51°01'22"O], 1♀2juv., 2.XI.1962, C. A. Hortlieb

col. (MCN 1062); 1♂, 21.X.2003, A. C. K. Ferreira col. (MCTP 16819); 1♂, 10.II.2004 (MCTP

16820); 1♂, 8.X.2003 (MCTP 16821); 1♂, 30.XII.2003 (MCTP 16823); 1♂, 12.VIII.2003 (MCTP

16824); 1♀, 28.VIII.2003 (MCTP 16825); 1♂, 17.XII.2003 (MCTP 16826); 1♂, 26.I.2004 (MCTP

16827); Viamão, Foz Arroio Itapuã, 1♂, 11.IX.2001, L. E. C. Schimidt & R. Ott col. (MCN 34282);

Cidreira [30°10'26"S; 50°12'27"O], 1♂, 6.IX.2003, J. A. M. Pinto col. (MCTP 22336); 1♂,

1.XI.2003 (MCTP 22337); 3♂, 29.XI.2003 (MCTP 22338; 22339; 22340); 3♂, 26.XII.2003 (MCTP

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22341; 22342); Tapes [30°40'22"S; 51°23'45"O], 1♀1juv., 18.II.1977, E. H. Buckup col. (MCN

5292).

Diagnose: Ariadna sp. n. 4 difere das outras espécies do grupo boliviana, com exceção de

Ariadna sp. n. 3, por apresentar o metatarso I sinuoso, com uma curvatura mediana. Difere desta

por apresentar a curvatura mais acentuada, e espinhos ventrais curtos, localizados na região

mediana e distal (Fig. 34E). Fêmeas de Ariadna sp. n. 4 diferem-se das demais, excetuando-se A.

boliviana, por apresentar o receptáculo anterior bilobado, com o lobo ventral maior que o dorsal,

diferindo-se desta última por apresentar o lobo ventral mais sinuoso e com a extremidade expandida

(Figs 35C-D).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas (Fig. 34A).

Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno alaranjado, com margens escurecidas (Fig.

34B). Palpos alaranjados (Figs 35A-B). Pernas alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros e com

grânulos escuros formando anéis difusos na região distal da patela, tíbia, metatarso e tarso (Figs

34C-F). Abdômen acinzentado, com região ventral mais clara (Figs 34A-B). Comprimento total:

5,76; carapaça: comprimento 2,6; largura 1,76. Carapaça com região cefálica delimitada

anteriormente. Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 34A). Palpos: bulbo

arredondado, peça mediana e êmbolo longos e curvados acentuadamente, com a ponta do êmbolo

afilada. Tíbia pouco inflada, com 2/3 do diâmetro do bulbo (Figs 35A-B). Pernas: truncadas e

pilosas (Figs 34C-F). Metatarso IV sinuoso em visão lateral (Fig. 34F). Escópula tarsal presente nas

pernas II-IV, estendendo-se até a região distal do metatarso IV (Fig. 34F). Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 2,44, patela 0,92, tíbia 2,04, metatarso 2,28, tarso 0,56, total 8,24; II, 2,36, 0,92,

2,04, 2,24, 0,6, 8,16; III, 1,72, 0,8, 1,24, 1,36, 0,52, 5,64; IV, 2,0, 0,88, 1,48, 1,36, 0,52, 6,24.

Espinulação: I, fêmur D0-1-0-1-0-1-1/0-0-2-0, P0-0-0-0-0-0-0-1-1-0; tíbia D0-0-0-1-0-1-0, P1-1-0-

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1-0-1-0, VP1-0-0-0-0-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0-1-0-1-0-1; metatarso P0-1-0-0-0-0-0, V0-0-1-

0-1-0-1; II, fêmur D0-1-0-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-0-1-0-1-0; tíbia D0-0-0-0-0-1-0, P1-1-0-1-0-1-0,

VP0-0-0-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-1-0-1-0-1-0-1; metatarso P0-1-0-0-0-0-0, V2-0-0-2-0-0-2,

R0-1-0-0-0-0-0; IV, fêmur D1-1-1-1-0-1-0, R0-0-0-0-0-1-0; metatarso V0-0-0-0-0-0-1, pente

metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (Parátipo – MCN 1043): Carapaça e quelíceras como no macho (Fig. 34G).

Enditos, lábio e esterno como no macho (Fig. 34H). Pedipalpos alaranjados, escurecendo

gradativamente em sentido distal. Pernas alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros e com

grânulos escuros formando anéis difusos na região distal do fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso

(Figs 34I-J). Abdômen como no macho (Figs 34G-H). Comprimento total: 8,0; carapaça:

comprimento 3,2; largura 1,96. Carapaça com região cefálica delimitada e elevada (Fig. 34G).

Pernas: truncadas e densamente pilosas. Pernas I-II com pelos ventrais que diminuem

gradativamente de tamanho em sentido distal, espinhos tibiais ventrais de tamanhos similares, e

metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 34I-J). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,24, patela

1,12, tíbia 1,76, metatarso 1,72, tarso 0,6, total 7,44; II, 2,0, 1,12, 1,8, 1,72, 0,6, 7,24; III, 1,64, 0,88,

1,12, 1,16, 0,56, 5,36; IV, 2,04, 1,12, 1,64, 1,24, 0,48, 6,52. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-1-0-2-0,

P0-0-0-0-2-0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-0-1-0, VP1-1/0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-0-1-0;

metatarso V2-1-2/1-2-2-2-1/2-2-2 (Figs 34I-J); II, fêmur D0-1-0-1/0-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-0-0-0/1-1-

0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1(delgado)-0-1-0-1-0-1, VR1-0/1-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-0-0; metatarso

V2-2-2-2-2-2-1/2-2-2; IV, metatarso V0-0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália

interna: receptáculo anterior possuindo a placa glandular localizada na região mediana do

receptáculo, com região proximal expandida (Figs 35C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 4,6-6,5; carapaça: comprimento 2,25-3,05;

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largura 1,6-2,1; fêmur I 2,1-2,65. Fêmea (n=10): Comprimento total: 4,75-7,75; carapaça:

comprimento 2,35-3,3; largura 1,55-2,1; fêmur I 1,75-2,2.

Distribuição: Brasil, apenas para o estado do Rio Grande do Sul (Fig. 51).

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Grupo araucana

Diagnose: Este grupo compreende machos com címbio maior que o diâmetro do bulbo, e

com uma fenda profunda (Grismado, 2008: 348, fig. 8F; Fig. 37B). Fêmeas são distinguidas por

apresentarem o segundo par de pernas maior que os demais.

Elenco: Ariadna araucana Grismado, 2008; Ariadna sp. n. 5 (Fig. 52).

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Ariadna araucana Grismado, 2008

(Figura 52)

Ariadna araucana Grismado, 2008: 346, figs 7D-F, 8A-G (Holótipo ♂ de NE Puerto Montt

[41°28'18"S; 72°56'13"O], Província de Llanquihue, Região de Los Lagos (X), Chile, 22-

28.XII.1985, L. E. Peña col., depositado no AMNH, examinado; Parátipo 1♀ de 15km S of

Chepu [42°03'27"S; 74°01'30"O], Chiloé Island, Província de Chiloé, Chile, 3.II.1991, M.

Ramírez col., depositado no MACN-Ar 10090, examinado). – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: CHILE: Região de Araucanía (IX): Província de Cautín:

Villa Rica [39°16'S; 72°13"O], Caipara, 2♀, 1894, Silv col. (MNHN-AR); Região de Los Ríos

(XIV): Província de Valdívia: La Unión, Cudico [40°15'S; 73°09'O], 40m, 2♀1juv., 11.XI.1966, E.

I. Schlinger col. (CAS 9046559); La Unión, 34km WNW La Unión [40°17'S; 73°05'O], 1♂,

17.XII.1984 - 7.II.1985, S. & J. Peck col. (AMNH); La Unión, Las Lajas, 3♀2juv., 9-13 January

1990, L. E. Peña col. (AMNH); Huachocopihue, 1♀, 7.III.1965, H. Levi col. (MCZ 47260); Região

de Los Lagos (X): Província de Osorno: San Juan de la Costa [40°31'S; 73°24'O], hills S

Maicolpué, 75m, 3♀3juv., 26.I.1986, N. I. Platnick & R. T. Schuh col. (AMNH); Província de

Llanquihue: Puerto Montt, Lago Chapo [41°27'S; 72°30'O], 34km E Pto Montt, 1♂, 24.XII.1984 -

2.II.1985, S. & J. Peck col. (AMNH); P. N. Alerce Andino [41°27'53,0"S; 72°38'43,4"O],

Correntoso, sendero "Huillifoten", 1♂, 3.II.2005, M. Ramírez & F. Labarque col. (MACN-Ar

10919); 2♂, 14.V.2005 (MACN-Ar 10920; 10921); Província de Chiloé: Isla Chiloé, Mocopulli

[42°36'S; 73°57'O], 1♀, 2.II.1983, T. & N. Cekalovic col. (AMNH); 2♀, 19.III.1991, T. Cekalovic

col. (AMNH); Isla Chiloé, 15km S of Chepu, 1♀, 3.II.1991, M. Ramírez col. (MACN-Ar 10092);

Província de Palena: Chaitén [42°55'S; 72°42'O], roadside at night, 10m, 1♂, 16.I.1986, N. I.

Platnick, P. A. Goloboff & R. T. Schuh col. (AMNH); Chaitén, 1♀, I.1982, M. E. Casanueva col.

(UCON).

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Diagnose: Ariadna araucana difere de Ariadna sp. n. 5 por apresentar machos com o bulbo

quadrado, e peça mediana e êmbolo afilados (Grismado, 2008: 348, figs 8E-F). Fêmeas de A.

araucana diferem-se por apresentar o receptáculo anterior unilobado, achatado lateralmente, sem

regiões expandidas (Grismado, 2008: 348, figs 8A-D).

Descrição: Ver Grismado, 2008: 346, figs 7D-F, 8A-G. Informações adicionais: Macho

(Holótipo): Palpos: Címbio maior que o diâmetro do bulbo (Grismado, 2008: 348, figs 8E-F).

Pernas: Escópula tarsal presente nas pernas I-III. Espinulação: IV, fêmur D1-1-1-1/0-0-0-0, R0-0-0-

0-0-0/1-0; tíbia V0-0-0-1/0-0-0-1, R0-1-0-0-0-1-0; metatarso P0-0-0-0-0-1-0-0, V0-1-0-1/0-0-1-0-1,

R0-0-1-0-0-0-0-0, pente metatarsal com 6-8 espinhos.

Fêmea (Mocopulli – AMNH): Espinulação: IV, tíbia V0-0-1-0-0-0-2/1; metatarso V0-2-0-

0/1-1-0-1, pente metatarsal com 5-6 espinhos.

Variação: Ver Grismado, 2008: 346.

Distribuição: Chile (Regiões de Araucanía, Los Ríos, e Los Lagos) (Fig. 52).

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Ariadna sp. n. 5

(Figuras 36, 37, 52)

Ariadna araucana – Grismado, 2008: 347, figs 7A-C (somente ♂) – INDENTIFICAÇÃO

ERRÔNEA.

Material-tipo: Holótipo ♂ de Reserva Nacional Los Ruiles, elev. 174m (35°50'02,6"S;

72°30'35,7"O), Cauquenes, Província de Cauquenes, Região de Maule (VII), Chile, 17.VII.2010, A.

Ojanguren et al. col. (MACN-Ar 29457); Parátipos: 1♂ de Contulmo Natural Monument

[38°01'55"S; 73°04'22"O], Purén, Malleco, Região de Araucanía (IX), Chile, 11.XII.1984-

13.II.1985, S. & J. Peck col. (AMNH); 1♀2juv. de Estación Biológica de Hualpén, elev. 10m,

Concepción, Region VIII (Bío-Bío), Chile (36°47'51,2"S; 73°09'29,3"O), 15-16.VII.2010, A.

Ojanguren et al. col. (MACN-Ar 29456); 3♀2juv. (MACN-Ar 29454).

Nota: Esta espécie foi ilustrada com base em um macho por Grismado (2008: 347, figs 7A-

C) como A. araucauna. Após exame deste exemplar e comparado com outros provenientes da

mesma região de ocorrência, detectamos tratar-se de uma espécie nova, muito semelhante a A.

araucana, porém com diferenças na estrutura da genitália masculina e feminina.

Material adicional examinado: CHILE: Região de Bío-Bío (VIII): Província de

Concepción: Hualpén [36°47'32"S; 73°05'44"O], 1♀, 11.I.1989, M. Ramírez col. (MACN-Ar

10089); 1♀, E. Maury col. (MACN-Ar 21348); Estação Ecológica Hualpén, 10m (36°47'51,2"S;

73°09'29,3"O), 1♀, 15-16.VII.2010, A. Ojanguren et al. col. (MACN-Ar 29462); "Pissis",

1♀(MNHNP-AR 9069); Região de Araucanía (IX): Província de Malleco: Monumento Natural

Contulmo (38°00'46,8"S; 73°11'15"O), 2♀1juv., 19-21.XII.1998, M. Ramírez et al. col. (MACN-Ar

10094); 1♂, 10-11.II.2005, M. Ramírez & F. Labarque col. (MACN-Ar 10918).

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Diagnose: Ariadna sp. n. 5 diferencia-se de A. araucana por apresentarem machos com o

bulbo quadrado, menos arredondado que A. araucana, com a peça mediana e o êmbolo curvados

acentuadamente e engrossados (Figs 37A-B). Fêmeas de Ariadna sp. n. 5 diferenciam-se por

possuir um receptáculo anterior unilobado, com a região dorsal expandida e arredondada (Figs 37C-

D).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom avermelhado escuro, com

região cefálica e quelíceras mais escuros, quase negros (Fig. 36A). Enditos marrons; lábio marrom

escuro. Esterno marrom, com margens escurecidas (Fig. 36B). Palpos marrom amarelados (Figs

37A-B). Pernas marrom amareladas, com os pares I-II mais escuros (Figs 36C-E). Abdômen

acinzentado dorsalmente, e claro ventralmente (Figs 36A-B). Comprimento total: 8,56; carapaça:

comprimento 4,4; largura 3,2. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e elevada.

Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 36A). Palpos: ponta do êmbolo afilada e

voltada para o bulbo. Tíbia pouco inflada, com diâmetro menor que do bulbo. Címbio maior que o

diâmetro do bulbo (Figs 37A-B). Pernas: delgadas e pilosas, com espinhos de tamanhos similares

(Figs 36C-E). Metatarso I delgado e retilíneo, sem espinhos modificados (Fig. 36E). Escópula tarsal

presente nas pernas I-III. Fórmula: II-I-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,48, patela 1,6, tíbia 3,68,

metatarso 4,44, tarso 1,52, total 15,72; II, 4,24, 1,68, 4,0, 4,48, 1,48, 15,88; III, 3,48, 1,44, 2,72, 3,2,

1,2, 12,04; IV, 3,56, 1,6, 2,96, 2,92, 1,12, 12,16. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-0-0-2-

0-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-1/0-1-0-1-0-1, VR1-1-0-1-0/1-1-0-1, R0/1-1-0-1-0-1-1-0/1;

metatarso P0-1-0-0-0-0-0-0, V2-0-2-0-2-2/0-2-2, R1-1-0-0-0-0-0-0; II, fêmur D0-0-0-0-0-1-0, P0-0-

0-0-0-1-0; tíbia P0-0-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-1-0-1, VR0-1-0/1-0-1-1-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso

P0-1-0-0-1/0-0-0-0, V0- 1/2-0-1-1-1-1-2, R0-1-0-0-0-0-0-0; IV, fêmur D1-1-1-0-0-0-0; tíbia

V0-0-0-0-0-0-1, R0-0-0-0-0-1-0; metatarso V0-1/0-0-0-1-0-1, pente com 6-7 espinhos, sendo 2

laterais mais longos.

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Fêmea (Parátipo – MACN-Ar 29456): Carapaça e quelíceras como no macho (Fig. 36F).

Enditos marrom alaranjados; lábio marrom alaranjado escuro. Esterno marrom alaranjado, com

margens escurecidas (Fig. 36G). Pedipalpos marrom alaranjados, escurecendo gradativamente em

sentido distal. Pernas marrom alaranjadas, com os pares I-II mais escuros e com grânulos escuros

formando anéis difusos na região distal da tíbia, metatarso e tarso (Figs 36H-I). Abdômen

acinzentado, com região ventral mais clara (Figs 36F-G). Comprimento total: 15,6; carapaça:

comprimento 5,92; largura 3,6. Carapaça com região cefálica delimitada e elevada. Quelíceras não-

projetadas, com ranhuras e densa pilosidade frontal (Fig. 36F). Pernas: truncadas e densamente

pilosas. Pernas I-II com espinhos ventrais tibiais de tamanhos similares entre si, e metatarsais de

tamanhos semelhantes entre si (Figs 36H-I). Fórmula: II-I-IV-III. Medidas: I, fêmur 3,88, patela

1,84, tíbia 3,12, metatarso 3,0, tarso 1,04, total 12,88; II, 3,84, 1,92, 3,28, 3,04, 1,04, 13,12; III,

3,04, 1,64, 2,32, 2,44, 0,92, 10,36; IV, 3,6, 1,84, 2,76, 2,48, 0,88, 11,56. Espinulação: I, fêmur P0-0-

0-0-0-2/1-0; tíbia VP1-0-1-0-1-0-0/1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V0-2-0/2-0/2-1/0-2-1/0-2-2-2-2

(Figs 35H-I); II, fêmur P0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-0-0-0-1-0, VP0-0-0-0-0-1, VR0-1-0-1-0-1;

metatarso V0-2-1/0-1/0-2-2-2-1-0/1-2; IV, fêmur D0-0/1-0/1-0-0-0-0; tíbia V0-0-0-0-0-1; metatarso

P0-1-0-0-1-0, V0-1-0-0-0-2, pente com 7 espinhos, sendo 2 mais longos. Genitália interna:

receptáculo anterior de tegumento irregular, com uma membrana envolvendo-o totalmente, e placa

glandular localizada na região proximal do receptáculo (Figs 37C-D).

Variação: Macho (n=2): Comprimento total: 8,0-8,56; carapaça: comprimento 3,72-4,4;

largura 2,64-3,2; fêmur I 3,52-4,48. Fêmea (n=6): Comprimento total: 10,72-15,6; carapaça:

comprimento 4,84-5,92; largura 3,04-3,6; fêmur I 3,16-3,88.

Distribuição: Chile (Regiões de Maule, Bío-Bío, e Araucanía) (Fig. 52).

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Grupo sp. n. 6

Diagnose: As espécies que compõe o grupo sp. n. 6 diferenciam-se das demais por

apresentar machos com a seguinte combinação de caracteres: abdômen acinzentado com padrão

abdominal difuso (Fig. 38A); metatarso I retilíneo ou pouco sinuoso, sem apófises ou espinhos

modificados (Fig. 40E); êmbolo curto, com comprimento igual ou menor que a peça mediana, e

curvado acentuadamente, formando um ângulo próximo a 90° com a peça mediana (Figs 39A-B).

Fêmeas se diferenciam pela seguinte combinação de caracteres: abdômen acinzentado com padrão

abdominal difuso (Fig. 38G); tíbias I e II com 5 ou mais pares de espinhos ventrais (Figs 38I-J);

metatarso IV com pente possuindo de 6 espinhos.

Elenco: Ariadna sp. n. 6; Ariadna sp. n. 7; Ariadna sp. n. 8 (Fig. 53).

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Ariadna sp. n. 6

(Figuras 38, 39, 53)

Material-tipo: Holótipo ♂ de Trilha do Terreirão, Parque Nacional da Serra do Caparaó (20°25'S;

41°52'W), Alto Caparaó, Minas Gerais, Brasil, III.2003, E. W. Wienskoski col. (IBSP 38345).

Parátipos: 1♂2♀, mesmos dados do holótipo (IBSP); 1♂1♀3juv. de Parque Nacional da Serra do

Caparaó, Espírito Santo/Minas Gerais, Brasil [20°25'S; 41°52'W], 13.X.1986, R. L. C. Baptista col.

(MNRJ 06420).

Material adicional examinado: BRASIL: Minas Gerais: Alto Caparaó, Parque Nacional

da Serra do Caparaó [20°25'S; 41°52'W], 1♀, III.2003, E. Wienskoski leg. (IBSP); 1♂, 13.X.1986,

R. L. C. Baptista leg. (MNRJ 6411).

Diagnose: Ariadna sp. n. 6 diferencia-se das demais espécies pertencentes ao grupo sp. n. 6

por apresentar machos com o metatarso I sinuoso (Fig. 38F). Fêmeas de Ariadna sp. n. 6 possuem

as tíbias I-II com 5 ou mais pares de espinhos ventrais, juntamente com o metatarso IV possuindo

um pente com 6 espinhos (Figs 38I-J).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom alaranjado escuro, com

região cefálica escurecida (Figs 38A, C). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno

alaranjado, com margens escurecidas, e grânulos escuros distribuídos uniformemente (Fig. 38B).

Palpos amarelos (Figs 39A-B). Pernas marrom amareladas, com pares I-II mais escuros e com

grânulos escuros formando anéis difusos na região distal do fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso

(Figs 38D-F). Abdômen acinzentado uniformemente (Figs 38A-B). Comprimento total: 5,6;

carapaça: comprimento 3,04; largura 2,2. Carapaça com região cefálica levemente delimitada

anteriormente (Fig. 38A). Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais, e projeções

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lamelares distais (Figs 38C). Esterno oblongo, com região anterior truncada (Fig. 38B). Palpos:

bulbo pouco arredondado, peça mediana maior que o êmbolo, sendo este curvado acentuadamente,

afilado e retilíneo. Tíbia curta e pouco inflada, com diâmetro pouco menor que o do bulbo (Figs

39A-B). Pernas: truncadas e pilosas (Figs 38D-F). Metatarso I com apenas um espinho

ventroprolateral proximal (Fig. 38F). Escópula tarsal presente nas pernas I-IV. Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 2,96, patela 1,0, tíbia 2,12, metatarso 2,36, tarso 0,76, total 9,2; II, 2,68, 1,0,

2,12, 2,08, 0,8, 8,68; III, 1,96, 0,76, 1,24, 1,32, 0,68, 5,96; IV, 2,28, 1,0, 1,6, 1,44, 0,68, 7,0.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-0-0-0-0-1,

VR1-1-1-1-1-1-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V1-0-0-0-0-0-0; II, fêmur D0-0-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-

1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-0-0-1, VR2/1-1-1-1-1/0-1-1/0-1, R1-0-1-0-1-0-1; metatarso

V2-0-0-1-0-0-1; IV, fêmur D1-1-1-1-0-1-0, R0-0-0-0-0-1-0; metatarso V0-0-0-0-0-0-2/1, pente

metatarsal com 5 espinhos.

Fêmea (Parátipo – Parque Nacional da Serra do Caparaó – IBSP): Coloração corporal

como no macho (Figs 38G-J). Comprimento total: 8,44; carapaça: comprimento 4,12; largura 2,8.

Carapaça com região cefálica levemente delimitada e elevada. Quelíceras não-projetadas, com

ranhuras e pelos frontais (Fig. 38G). Esterno como no macho (Fig. 38H). Pernas: truncadas e

pilosas, com pelos mais concentrados na região dorsal dos artículos (Figs 38I-J). Fórmula: I-II-IV-

III. Medidas: I, fêmur 2,92, patela 1,24, tíbia 2,08, metatarso 1,96, tarso 0,68, total 8,88; II, 2,68,

1,24, 2,16, 1,88, 0,68, 8,64; III, 2,08, 1,08, 1,4, 1,28, 0,6, 6,44; IV, 2,4, 1,36, 1,8, 1,44, 0,64, 7,64.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-0-0; tíbia VP1-1/0-1-1-1-1/0-1, VR1-1-1-1-1-

1/0-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-2-2-2-2-2-1/2-2 (Figs 38I-J); II, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia VP1-0-

1-1-1-1-0, VR1-1-1-1-1-0/1-1-0, R0-0-0-1-1-1-0; metatarso V2-2-1/2-2-2-2/1-2-2/1-2; IV, pente

metatarsal com 6 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior bilobado, com lobos alongados,

sendo o ventral maior que o dorsal. Lobo ventral sinuoso, com extremidade expandida e placa

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glandular localizada na região mediana do receptáculo, estendendo-se até a região proximal do lobo

dorsal (Figs 39C-D).

Variação: Macho (n=4): Comprimento total: 5,6-6,72; carapaça: comprimento 3,04-3,6;

largura 2,2-2,64; fêmur I 2,96-3,32. Fêmea (n=4): Comprimento total: 7,92-10,2; carapaça:

comprimento 4,08-4,52; largura 2,72-3,12; fêmur I 2,88 - 3,04.

Distribuição: Brasil (Minas Gerais e Espírito Santo) (Fig. 53).

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Ariadna sp. n. 7

(Figura 40, 53)

Material-tipo: Holótipo ♂ de Parque Nacional da Serra do Cipó (19°22'S; 43°36'26"O), Santana do

Riacho, Minas Gerais, Brasil, 21.IV.2010, B. T. Faleiro col. (UFMG 4031); Parátipos: 1♂ de Parque

Copesul de Proteção Ambiental, Triunfo [29°56'34"S; 51°43'04"O], Rio Grande do Sul, Brasil,

12.XII.2006, R. Ott & A. Barcelos col. (MCN 42759); 1♂ de Guarapuava [25°23'42"S;

51°27'28"O], Paraná, Brasil, 12.I.1987, Equipe PROFAUPAR col. (MCN 20711).

Material adicional examinado: BRASIL: Minas Gerais: Santana do Riacho, Parque

Nacional da Serra do Cipó (19°22'S; 43°36'26"O), 1♂, 18.V.2010, B. T. Faleiro col. (UFMG 3410);

São Paulo: Jundiaí, Parque Estadual da Serra do Japi (23°17'S; 46°59'O), 2♂, I.2008, J. Sobjack

col. (UFMG 7370).

Diagnose: Ariadna sp. n. 7 difere das outras espécies componentes do grupo sp. n. 6,

excetuando-se Ariadna sp. n. 8, por apresentar machos com metatarso I retilíneo (Fig. 40E). Difere-

se desta última por apresentar o bulbo quadrilátero (Figs 40F-G).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom avermelhadas, com região

cefálica levemente escurecida (Fig. 40A). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno

alaranjado com margens escurecidas (Fig. 40B). Palpos amarelos (Figs 40F-G). Pernas marrom

amareladas, com os pares I-II mais escuros e com grânulos escuros formando anéis difusos na

região distal do metatarso e tarso (Figs 40C-E). Abdômen cinza claro, com padrão dorsal escuro

difuso (Figs 40A-B). Comprimento total: 6,72; carapaça: comprimento 3,28; largura 2,36. Carapaça

com região cefálica levemente afilada. Pelos da carapaça mais concentrados na região cefálica.

Quelíceras projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 40A). Palpos: peça mediana mais longa

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que o êmbolo, sendo este último afilado, com a ponta sinuosa. Tíbia inflada, com diâmetro maior

que do bulbo (Figs 40F-G). Pernas: delgadas e pilosas (Figs 40C-E). Metatarso I truncado e

retilíneo e sem espinhos modificados (Fig. 40E). Tarso II levemente inflado, em comparação aos

demais. Escópula tarsal presente nas pernas I-IV, porém reduzida nas pernas I. Fórmula: I-II-IV-III.

Medidas: I, fêmur 3,12, patela 1,08, tíbia 2,48, metatarso 2,44, tarso 0,68, total 9,8; II, 2,92, 1,08,

2,56, 2,4, 0,68, 9,64; III, 2,0, 0,92, 1,48, 1,6, 0,68, 6,68; IV, 2,48, 1,12, 1,92, 1,68, 0,64, 7,84.

Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-1/0-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-0-1-0, VR1-0-0-1-0-1-0,

R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-0-0-2-0-0-2, R0-1-0-0-0-0-0; II, fêmur D0-0-0-0-0-1-0; tíbia P0-1-0-

1-0-1/0-0, VP0-0-0-1-0-1-0, VR1/2-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-1-0; metatarso V2-0-0-2-0-0-2, R0-1-

0-0-0-0-0; IV, fêmur D1-1-0-0-0-0-0; metatarso, pente metatarsal com 4-5 espinhos.

Fêmea: Desconhecida.

Variação: Macho (n=6): Comprimento total: 4,72-6,72; carapaça: comprimento 2,4-3,28;

largura 1,64-2,36; fêmur I 2,28-3,12.

Distribuição: Brasil (Regiões Sudeste e Sul) (Fig. 53).

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Ariadna sp. n. 8

(Figura 41, 52)

Material-tipo: Holótipo ♂ de Reserva Natural da Serra do Teimoso, Jussari [15°08'S; 39°31'O],

Bahia, Brasil, 8-9.IV.1998, A. D. Brescovit et al. col., depositado no IBSP (IBSP 18730).

Nota: O holótipo não possuía uma das pernas do par III e ambas as pernas do par IV, sendo

assim, não foi possível fornecer informações sobre a medida e espinulação das pernas IV.

Diagnose: Ariadna sp. n. 8 difere das demais espécies do grupo sp. n. 6, com exceção de

Ariadna sp. n. 7, por apresentar o metatarso I retilíneo (Fig. 41E). Difere-se desta última por

apresentar um bulbo arredondado (Figs 41F-G).

Descrição: Macho (Holótipo): Carapaça e quelíceras marrom avermelhadas, com região

cefálica levemente escurecida (Fig. 41A). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro. Esterno

alaranjado, com margens escurecidas e grânulos escuros esparsos (Fig. 41B). Palpos amarelos (Figs

41F-G). Pernas alaranjadas, com os pares I-II mais escuros e com grânulos escuros formando anéis

difusos na região distal do fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso. Par I avermelhado e mais escuro

que os demais (Figs 41C-E). Abdômen acinzentado, com padrão dorsal difuso, e região ventral clara

(Figs 41A-B). Comprimento total: 5,92; carapaça: comprimento 2,88; largura 1,88. Carapaça com

região cefálica levemente delimitada. Olhos ocupando quase a totalidade da região cefálica anterior.

Quelíceras pequenas e projetadas. com ranhuras e pelos frontais (Figs 41A). Palpos: peça mediana

com o tamanho aproximado ao do êmbolo, sendo este curvado e tubular. Tíbia pouco inflada, com

diâmetro aproximado ao do bulbo (Figs 41F-G). Pernas: delgadas e pilosas (Figs 41C-E). Metatarso

I retilíneo (Fig. 41E). Escópula tarsal presente nas pernas II-III. Fórmula: I-II-III. Medidas: I, fêmur

2,8, patela 1,0, tíbia 2,24, metatarso 2,32, tarso 0,68, total 9,04; II, 2,44, 1,0, 2,24, 2,24, 0,76, 8,68;

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III, 1,8, 0,72, 1,24, 1,32, 0,72, 5,8. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0,

VP1-0-1-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1/0-0-1, R1-1-0-1-1/0-1; metatarso V1-0-0-1-0-0-2 (Figs 41C-E); II,

fêmur D0-0-0-0-0-2-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP0, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-

0-0-2/1-0-0-2, R0-1-0-1-0-0.

Fêmea: Desconhecida.

Distribuição: Brasil (Bahia) (Fig. 53).

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Ariadna Incertae Sedis

Cinco espécies não foram alocadas em nenhum dos 6 grupos taxonômicos apresentados

neste estudo: A. maxima, A. tovarensis, A. cephalotes, A. fidicina e A. abrilae. Estas apresentaram

caracteres morfológicos que diferiram das diagnoses dos grupos supracitados. Evitando-se a criação

de grupos monotípicos, estas são apresentadas separadamente, diagnosticando-as comparativamente

a todas as espécies de Ariadna conhecidas para a Região Neotropical.

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Ariadna maxima (Nicolet, 1849)

(Figuras 42, 43, 54)

Dysdera maxima Nicolet, 1849: 341, pl. 2, figs 6A-D (Holótipo ♀ de Santiago [33°26'16"S;

70°39'01"O], Chile, 1845, Gay col., depositado no MNHNP-AR 9068 (4210), examinado). –

Keyserling, 1877: 230.

Dysdera virens Nicolet, 1849: 342 (Síntipos 5♀ de Santiago, Chile [33°26'16"S; 70°39'01"O],

1845, Gay col., depositados no MNHNP-AR 9071 (4143), examinados). – Keyserling, 1877:

230. – Simon, 1896: 64 (Syn.). – Petrunkevitch, 1911: 131.

Dysdera incerta Nicolet, 1849: 342 (Síntipos 2♀ de Santiago, Chile [33°26'16"S; 70°39'01"O],

1845, Gay col., depositados no MNHNP-AR 9072 (4132), examinados). – Keyserling, 1877:

230. – Simon, 1896: 64 (Syn.). – Petrunkevitch, 1911: 131.

Dysdera coarctata Nicolet, 1849: 344, pl. 2, figs 7A-C (Síntipos 4 juvenis de Santiago, Chile

[33°26'16"S; 70°39'01"O], 1845, Gay col., depositados no MNHNP-AR 9070 (4145)),

examinados) – Simon, 1864: 106. – Keyserling, 1877: 230. – Petrunkevitch, 1911: 131. –

Bonnet, 1956: 1619. - Beatty, 1970: 469 (Syn.).

Dysdera longipes Nicolet, 1849: 343, pl. 2, fig. 8 (Síntipos 1♂2♀ de Valdivia, Chile [39°49'51"S;

73°13'15"O], 1845, Gay col., depositados no MNHNP-AR 9067 (4133)), examinados). – Simon,

1896: 64 (Syn). – Petrunkevitch, 1911: 131.

Segestria pusilla Nicolet, 1849: 345, pl. 2, fig. 9 (Holótipo juvenil de Chile, deveria estar

depositado no MNHNP, perdido). – Brignoli, 1976: 50. – SINÔNIMO NOVO

Ariadna pusilla – Giroti & Brescovit, 2011: 63 (transf. de Segestria).

Ariadna maxima – Simon, 1896: 64 (transf. de Dysdera); 1902: 11; 1905: 71. – O. P.-Cambridge,

1898: 17. – Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 734. – Beatty, 1970: 469, figs 2, 18-19,

21. – Grismado, 2008: 349, figs 2, 5F-H, 8H-I, 9A-D. – Platnick, 2013.

Ariadna levii Grismado, 2008: 345 (em parte, somente o parátipo ♀) – IDENTIFICAÇÃO

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ERRÔNEA.

Sinonímia: Giroti & Brescovit (2011) transferiram Segestria pusilla para Ariadna sob status

de nomina dubia, devido a inacessibilidade do holótipo e a indefinição de uma localidade-tipo.

Considerando caracteres da descrição apresentada por Nicolet (1849), como a coloração marrom

avermelhada e as pernas amarelo claras, juntamente com a distribuição de A. maxima no Chile, a

espécie está sendo sinonimizada com A. maxima.

Grismado (2008) descreve um parátipo fêmea de A. levii, ilustrando a genitália interna de

outro exemplar não pertencente a série-tipo. Após análise destes exemplares, constatou-se que o

parátipo trata-se na verdade de uma A. maxima, devido a características de coloração, espinulação e

tamanho das pernas em relação ao corpo. O padrão abdominal difuso apresentado pelo parátipo é

comum em A. maxima. Em contrapartida, a genitália descrita e ilustrada por Grismado (2008: 344,

figs 6D-E) pertence a um exemplar de A. levii.

Material adicional examinado: CHILE: Região de Coquimbo (IV): Província de

Coquimbo: La Pampilla [29°57'32,36"S; 71°21'10,87"O], 1♀, VIII.1977, L. Alvarez col. (MNHNC-

CAT 645); Província de Choapa: Illapel, Valle de Pupio, Cuz-Cuz, 204m (31°24'0,07"S;

71°10'33,78"O), 1♂3♀2juv., 8.IV.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma

data e coletores, Salamanca, El Tambo, 403m (31°27'46,97"S; 71°02'24,39"O), 2♀3juv. (IBSP);

mesma data e coletores, Salamanca, 489m (31°28'14,69"S; 70°35'31,24"O), 2♀1juv. (IBSP);

mesma data e coletores, Los Vilos, near Puerto Punta Chungo, 19m (31°31'33,67"S;

71°17'41,02"O), 1♀1juv. (IBSP); 10km S of Los Vilos [31°55'S; 71°31'O], 1♀1juv., I.1989, P.

Goloboff col. (MACN-Ar 10099); Ruta 5 km 212, Quebrada 16km N Pichidangui, 10m

(32°01'00,5"S; 71°30'29,0"O), 2♂, 20.II.2005, M. Ramírez & F. Labarque col. (MACN-Ar 10787;

10788); Pichidangui, Valle de Quillimari, 59m (32°03'53,35"S; 71°18'14,07"O), 1♀, 7.IV.2013, A.

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D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); Pichidangui [32°08'S; 71°32'O], 1♂, 12.VIII.1966,

E. I. Schlinger col. (CAS 9046571); Pichidangui (32°08'14.28"S; 71°32'3.33"O), 1♀12juv.,

20.II.2012, M. J. Ramírez et al. col. (MACN-Ar 28670); Região de Valparaíso (V): Província de

Petorca: Quebrada de Chivato, 1 km S of Los Molles [32°14'22"S; 71°30'54"O], 1♀, 30.IX.1988,

P. Goloboff et al. col. (MACN-Ar 10106); Papudo, 76m (32°18'11,08"S; 71°16'45,37"O), 4♀9juv.,

9.IV.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Zapallar, La

Laguna, 54m (32°23'22,56"S; 71°15'15,84"O), 15♀4juv. (IBSP); Pichicuy [32°20'18"S;

71°27'36"O], 20m, 1♀, 9.II.1986, N. I. Platnick col. (AMNH, parátipo de A. levii); Província de

San Felipe de Aconcágua: San Felipe, El Guayacán, 370m (32°17'54,02'S; 70°33'30,02"O), 1♀,

6.IV.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, San Felipe,

670m (32°25'24,96"S; 70°26'32,74"O), 2♀ (IBSP); mesma data e coletores, Putaendo, 947m

(32°20'24"S; 70°25'33,63"O), 1♂3♀ (IBSP); Província de Quillota: Quillota, Cuesta El Melón,

elev. 520m (32°52'S; 71°15'O), 1♀, 10.I.1985, N. I. Platnick & O. F. Francke col. (AMNH); Ocoa,

Borda do Parque Nacional La Campana, 355m (32°32'59,27"S; 71°03'15,11"O), 1♂1♀1juv.,

23.III.2013, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP); mesma data e coletores, Ocoa, Borda do Parque

Nacional La Campana, Palmas de Ocoa, 440m (32°33'36,1"S; 71°03'4,6"O), 2♀1juv. (IBSP);

Província de Los Andes: Los Andes, Juncal, 1950m [33°02'25"S; 70°05'01"O], 1♀, I.1984, P.

Goloboff col. (MACN-Ar 10102); Província de Valparaíso: Casablanca [33°19'S; 71°25'O],

1♀2juv. (MNRJ 1094); Juan Fernandez Islands [33°38'42,5"S; 78°49'23,48"O], Masafuera,

2♂4♀10juv., II.1978 (MNHNC-CAT 765); Juan Fernandez Islands [33°38'42,5"S; 78°49'23,48"O],

1♀1juv., R. Wachenknechr col. (MNRJ 588); 1♀, Dr. Plate col. (NHM 222.); 1♂ (NHM); 3♀2juv.,

1905, Porter col. (MNHNP-AR 7046); Região Metropolitana: Província de Santiago: Las Chilcas,

Camino a Llaya Llay, Puente Pedro Bustus M., 616m (32°31'16,32"S; 70°30'31,32"O), 3♀1juv.,

23.III.2013, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP); Santiago, Caminho para Farillones, 1994m

(33°12'41,4"S; 70°11'51,35"O), 2♂6♀1juv., 21.III.2013, A. D. Brescovit et al. col. (IBSP);

113

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Santiago, Caminho para Farillones, 1262m (33°12'46,43"S; 70°13'18,48"O), 3♂6♀2juv. (IBSP);

Santiago, Valle Lo Campino, 482m (33°13'55,16"S; 70°26'4,84"O), 1♀, 24.III.2013, A. D.

Brescovit et al. col. (IBSP); Santiago, Cerro San Cristobal, 650m (33°15'31,60"S; 70°22'45,48"O),

2♂15♀3juv. (IBSP); Santiago, Cuesta Lo Prado, 499m (33°16'29,67"S; 70°32'20,97"O),

1♂15♀5juv. (IBSP); Santiago, Guayacán, Río Colorado (33°59'S; 70°37'O), 1♀, I.1984, P.

Goloboff col. (MACN-Ar 10100); Santiago, Cerro Santa Lucia [33°26'16"S; 70°39'01"O], 1♂,

II.1961, A. F. Andres col. (AMNH); Santiago, Talagante [33°40'S; 70°52'O], 1♀, VII.1961, O.

Ramírez col. (AMNH); Santiago, Cantillana [33°58'S; 70°58'O], 1♀, 10-22.XII.1983, L. Irarrazaval

col. (AMNH); Santiago [33°26'16"S; 70°39'01"O], 8♀3juv., 20.X.2009, T. H. Kawamoto col.

(IBSP); 1♀1juv., 1899, Silv col. (MNHNP-AR); 1♂, 25.IV.1985 (MNHNC-CAT 882); Lo

Barnechea [33°22'15"S; 70°26'00"O], Puente El Ñilhue, Camia Tarellones, 1♀, I.1962, Mann col.

(MNHNC-CAT 602); Província de Cordillera: San José de Maipo, Cajon del Maipo, Camiño

Central, Hidrelétrica Los Maitenes, 1001m (33°20'32,28"S; 70°12'17,28"O), 3♀1juv., 22.III.2013,

A. D. Brescovit et al. col. (IBSP); mesma data e coletores, San José de Maipo, Cajon del Maipo, El

Manzano, 880m (33°20'51,72"S; 70°14'48,83"O), 3♂1♀1juv. (IBSP); San José de Maipo, Cajon

del Maipo, Passado San José de Maipo, 1005m (33°24'16,91"S; 70°12'28,79"O), 2♀ (IBSP); San

José de Maipo, Trilha para Refúgio Lagunillas [33°41'S; 70°20'O], 1♀, 3.III.2007, E. Álvares col.

(IBSP 73492); Província de Maipo: Buin, Linderos [33°45'46"S; 70°44'07"O], 4♀3juv., V.1963,

Fritz col. (MACN-Ar 10119); Huélquen, 434m (33°29'16,79"S; 70°23'17,15"O), 1♂2♀1juv.,

25.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletor, Huélquen,

390m (33°31'29,78"S; 70°24'14,5"O), 1♀1juv. (IBSP); Região de O'Higgins (VI): Província de

Cachapoal: Machalí, Coya, 780m (34°07'04"S; 70°22'7,35"O), 4♀2juv., 5.IV.2013, A. D. Brescovit

& I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Machalí, Coya, 873m (34°07'17,07"S;

70°18'20,05"O), 4♀ (IBSP); mesma data e coletores, Machalí, Los Nogales, 653m (34°08'4,95"S;

70°23'44,7"O), 25♀5juv. (IBSP); Doñihue, caminho para Doñihue. 449m (34°06'47,44"S;

114

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70°30'25,09"O), 33♀4juv., 25.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP);

Cachapoal, R. N. Rio de Los Ciprestes, sector Las Arpas, elev. 1066m (34°16'52,1"S;

70°27'04,2"O), 3♀3juv., 20.VII.2010, A. Ojanguren et al. col. (MACN-Ar 29460; 29461; 29463);

Coltauco, Próximo ao Cemitério Municipal, 252m (34°10'7,96"S; 71°03'19,65"O), 5♀3juv.,

25.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); Coltauco, Entre Coltauco e Telmo,

220m (34°13'40,36"S; 71°54'0,35"O), 2♂9♀1juv., 26.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F.

Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Pichidegua, Pataguas Cerro, 117m (34°11'20,65"S;

71°13'47,31"O), 4♀4juv. (IBSP); mesma data e coletores, Pichidegua, 152m (34°12'25,92"S;

71°11'43,04"O), 3♂3♀4juv. (IBSP); San Vicente [34°26'22"S; 71°04'34"O], 3♀, Silv col.

(MNHNP-AR); Itahue, 241m (35°04'31,79"S; 71°12'59,11"O), 9♀7juv., 26.III.2013, A. D.

Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); Província de Cardenal Caro: Litueche, 309m

(34°32'56,04"S; 71°24'38,52"O), 14♀5juv., 4.IV.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col.

(IBSP); mesma data e coletores, Marchihue, 230m (34°11'54,42"S; 71°21'58,6"O), 6♀2juv. (IBSP);

Província de Colchagua: Palmilla, Isla de Yaquil, 156m (34°20'25,94"S; 71°14'37,75"O), 3♀,

4.IV.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, San Fernando,

346m (34°21'53,67"S; 71°00'19,26"O), 32♀8juv. (IBSP); mesma data e coletores, Puquillay Alto,

338m (34°23'52,62"S; 71°56'51,35"O), 2♂12♀8juv. (IBSP); Santa Cruz, Quinahue, Pista de

Motocross, 185m (34°25'10,84"S; 70°11'49,16"O), 4♀2juv., 26.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F.

Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Chépica, Rincón de los Navarros, 235m

(34°29'22,63"S; 71°07'37,09"O), 1♀ (IBSP); Região de Maule (VII): Província de Curicó: Curicó

[34°59'S; 71°14'O], 10km E Los Queñes, 1000m, 1♀, 23.II - 9.III.2001, J. E. Barriga col. (CAS

9046537); Curicó, Los Niches, Fundo Barriga, elev. 299m (35°03'47,4"S; 71°07'22,3"O), 1♀,

18.VII.2010, A. Ojanguren et al. col. (MACN-Ar 29458); Província de Talca: Talca, Cerro La

Virgen, 150m (35°15'8,06"S; 71°24'41,61"O), 4♀1juv., 27.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F.

Magalhães col. (IBSP); Gil de Vilches [35°29'S; 70°58'O], 1♀, 7.I.1989, Ramírez col. (MNHNP-

115

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AR 14919); 1♀, 16-17.I.1984, P. Goloboff col. (MACN-Ar 10112); 1♀, 7-8.I.1984, E. Maury col.

(MACN-Ar 10114); Província de Maule: Maule, 178m (35°18'14,97"S; 71°25'18,55"O), 3♀,

27.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); Las Garzas, La Suiza, 653m

(35°27'49,28"S; 70°35'50,1"O), 1♂10♀3juv., 2.II.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col.

(IBSP); Tregualemu [35°57'19"S; 72°44'46"O], 2♀, II.1966, I. Moyano col. (UCON); Província de

Cauquenes: Chanco, Reserva Nacional Federico Albert, 45m (35°26'7,07"S; 72°19'15,96"O), 1♀,

27.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Cauquenes,

Reserva Nacional Los Ruiles, 180m (35°30'1,54"S; 72°18'21,38"O), 1♀ (IBSP); Cauquenes,

Reserva Nacional Los Ruiles, elev. 174m (35°50'02,6"S; 72°30'35,7"O), 1♀1juv., 17.VII.2010, A.

Ojanguren et al. col. (MACN-Ar 29465); Província de Linares: Linares, El Canelo [35°51'S;

71°36'O], 1♀7juv., X.1963, Fritz col. (MACN-Ar 10110); Região de Bío-Bío (VIII): Província de

Ñuble: San Fabián de Alico, Fundo El Sauce [36°33'S; 71°33'O], 1♂4♀7juv., 8-24.I.1986, L. E.

Peña col. (AMNH); Chillán, Chillán Viejo, 142m (36°22'50,01"S; 72°02'44,91"O), 2♀, 1.IV.2013,

A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Pinto, Las Trancas,

1150m (36°32'49,45"S; 71°18'24,8"O), 5♀9juv., (IBSP); Chillán, Las Trancas [36°36'21"S;

72°06'13"O], 2♂1♀3juv., II.1980, L. Peña col. (AMNH); Província de Concepción: Talcahuano

[36°43'S; 73°07'O], 2♀, 27.VII.1962, Mendéz col. (UCON); Hualpén [36°47'32"S; 73°05'44"O],

1♀, 1975, Tapia col. (UCON); Concepción; Río Andalien [36°50'S; 73°03'O], 2♂4♀13juv.,

11.I.1983, G. Muñoz col. (AMNH); Concepción [36°50'S; 73°03'O], 1♀, 12.VIII.1979, Artigas col.

(UCON); 1♂3♀1juv., 8.VIII.1955 (UCON); 1♂, 14.III.2007, L. Garavilla col. (UCON); 1♀ (MNRJ

3721); Chiguayante [36°55'S; 73°01'O], 3♀2juv., 17.II.2005, C. Solar col. (UCON); Coronel,

Estación Escuadrón [36°55'59"S; 73°09'00"O], 2♂5♀3juv., 20.IX.1980, N. Cekalovic col.

(AMNH); Província de Bío-Bío: Monte Aguila, 132m (37°02'0,16"S; 72°14'55,39"W), 8♀4juv.,

29.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); mesma data e coletores, Tucapel,

Huépil, 234m (37°06'23,86"S; 72°01'57,72"O), 4♀ (IBSP); mesma data e coletores, Tucapel,

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Polcura, 594m (37°11'6,39"S; 71°22'49,15"O), 3♀5juv. (IBSP); Região de Araucanía (IX):

Província de Cautín: Angol [37°48'S; 72°43'O], 1♂2♀1juv., 1950, D. S. Bullock col. (CAS

9046503); Temuco [38°45'S; 72°40'O], 1♀, 26.VII.1989, C. Salazar col. (UCON); Província de

Malleco: Collipulli [37°57'S; 72°25'O], 9♀14juv., 24.IV.1963, F. Mendéz Z. col. (UCON); Região

de Los Ríos (XIV): Província de Valdívia: sem dados específicos, 3♀2juv. (MNHNP-AR); Região

de Los Lagos (X): Província de Osorno: Pucatrihue, 15m (40°19'43,6"S; 73°25'51,31"O), 2♀,

31.III.2013, A. D. Brescovit & I. L. F. Magalhães col. (IBSP); Província de Llanquihue: Puerto

Montt [41°28'18"S; 72°56'13"O], 1♂, 12.X.2011, A. Taucare-Rios col. (IBSP); 1♂, 2012 (IBSP);

CHILE: Sem dados específicos de localidade: 1♂3♀11juv. (MNHNP-AR 7042); 1♂ (MNHNP-

AR 7044); 1♂51♀22juv., X.1894, E. Wangles & Latr. col. (MNHNP-AR 9073); 2♀ (MNRJ

42166); 7♀9juv. (MACN-Ar 10108); 5♀5juv. (NHM 90.7.1.483-490); ARGENTINA: Província

de Neuquén: Lago Moquehue [38°54'12,5"S; 71°16'42,9"O], 1♀, 10.I.1985, E. Maury & Toth col.

(MACN-Ar 10097).

Diagnose: Ariadna maxima diferencia-se das demais espécies neotropicais de Ariadna

apresentar machos com a seguinte combinação de caracteres: metatarso I retilíneo em visão ventral,

porém sinuoso em visão lateral, com curvatura oposta as outras espécies (Figs 42C-E); peça

mediana retilínea e curta, com comprimento aproximado ao da metade do êmbolo; êmbolo

engrossado, terminando abruptamente (Figs 43A-B). Fêmeas diferem-se por apresentar um

receptáculo anterior bilobado, com uma membrana hialina envolvendo os lobos (Figs 43C-D).

Descrição: Macho (Puerto Montt – IBSP): Carapaça e quelíceras marrom avermelhado

escuro (Fig. 42A). Enditos marrom amarelados; lábio marrom amarelado escuro. Esterno marrom

amarelado, com margens escurecidas (Fig. 42B). Palpos marrom amarelados (Figs 43A-B). Pernas

marrom amareladas, sendo os pares I-II mais escuros e com grânulos escuros formando anéis

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difusos na região distal do metatarso e tarso (Figs 42C-E). Abdômen acinzentado, com padrão

escuro dorsal difuso (Figs 42A-B). Comprimento total: 10,0; carapaça: comprimento 5,2; largura

3,6. Carapaça com região cefálica levemente delimitada anteriormente. Quelíceras projetadas e

afiladas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 42A). Palpos: bulbo pouco arredondado. Tíbia inflada,

com diâmetro aproximado ao do bulbo (Figs 43A-B). Pernas: delgadas e pilosas (Figs 42C-E).

Metatarso I delgado, com espinhos curtos (Figs 43C-E). Escópula tarsal presente nas pernas I-IV.

Fórmula: II-I-IV-III. Medidas: I, fêmur 5,88, patela 2,0, tíbia 5,12, metatarso 5,52, tarso 1,24, total

19,76; II, 5,72, 2,12, 5,4, 5,76, 1,16, 20,16; III, 4,28, 1,64, 3,32, 3,6, 0,92, 13,76; IV, 4,72, 2,08,

3,96, 3,72, 0,96, 15,44. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0/1-0-2-0, P0-0-0-0-2-0-1-0; tíbia P1-0-0-1-

0-0-1-1-0, VP1-0-1-0-1/0-0-1-0, VR1/2-0-1-0-1-0-1-0, R1-1-1-1-1-1-1-1-0; metatarso V2-1-1/2-2-

0-0-0-2, R0-1-0-0-0-0-0-0 (Figs 42C-E); II, fêmur D0-0-0-0-0/1-1/0-2-0, P0-0-0-0-1-0-1-0; tíbia

P0-1-0-1-0-1-0-0, VP1-0-1-0-1-0-1-0, VR2-0-1-0-1-0-1-0, R1-1-1/0-1-1-1-1-1-1-0; metatarso V2-

1/2-1/0-1/2-1/2-0-0-0-2, R0-1-0-0-0-0-0-0; IV, fêmur D2/1-1-1/2-1/2-0/1-1/0-1/2-1/2-1/2-1-0-0,

R0-0-0-0-0-0-0-0-0-1-0-0; tíbia V0-0-0-0-0-0-0-2; metatarso V0-0-0-0-0-0-2, R0-0/1-0-0-0-0-0,

pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (Santiago – IBSP): Carapaça e quelíceras marrom avermelhado escuro, quase negro

(Fig. 42F). Enditos marrom alaranjados; lábio marrom alaranjado escuro. Esterno marrom

alaranjado, com margens escurecidas (Fig. 42G). Pedipalpos marrom alaranjados, escurecendo

gradativamente em sentido distal. Pernas marrom alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros e

com grânulos escuros formando anéis difusos na região distal do metatarso e tarso (Figs 42H-I).

Abdômen como no macho (Figs 42F-G). Comprimento total: 14,24; carapaça: comprimento 5,96;

largura 3,72. Carapaça com região cefálica delimitada e levemente elevada. Quelíceras não-

projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 42F). Pernas: robustas e pilosas. Pernas I-II com

espinhos tibiais ventrais de tamanhos semelhantes, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 42H-

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I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 4,4, patela 1,92, tíbia 3,6, metatarso 3,32, tarso 0,88, total

14,12; II, 4,08, 2,0, 3,4, 3,16, 0,76, 13,4; III, 3,24, 1,68, 2,32, 2,32, 0,76, 10,32; IV, 4,12, 2,04, 3,36,

2,72, 0,8, 13,04. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-

0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-1-0-0/1-0; metatarso V2-1-2-2-2-2-2-0/1-2-2-2-2 (Figs 42H-

1); II, fêmur D0-0-0-0-0-1/2-0, P0-0-0-0-1-1-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-

1-0-1, R0-1-0-1-0-1/0-0; metatarso V1/0-2-2/1-2-2/1-1/2-2-1/2-2-2-2-1-2; IV, metatarso V0-0-0-0-

0-0-1, pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna: receptáculo anterior bilobado, com lobos

dorsal e ventral de tamanhos aproximados, e placa glandular ocupando a região mediana do

receptáculo e as regiões proximais dos lobos (Figs 43C-D).

Variação: Macho (n=10): Comprimento total: 7,7-11,15; carapaça: comprimento 3,9-5,6;

largura 2,7-3,8; fêmur I 3,7-5,88. Fêmea (n=10): Comprimento total: 10,43-20,25; carapaça:

comprimento 5,25-7,75; largura 3,31-5,0; fêmur I 4,18-5,56.

Distribuição: Chile (Regiões de Coquimbo, Valparaíso, Metropolitana, O'Higgins, Maule,

Bío-Bío, Araucanía, Los Ríos, e Los Lagos; Argentina (Província de Neuquén) (Fig. 54).

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Ariadna tovarensis Simon, 1893

(Figuras 44, 55)

Ariadne tovarensis Simon, 1893b: 448 (Lectótipo ♀ e lectoparátipos 2♀ de Colônia Tovar

[10°24'30"N; 67°17'22"O], Aragua, Venezuela, Simon col., depositados no MNHNP-AR 14388;

14389, designados por Beatty, 1970, examinados).

Ariadna tovarensis – Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 738. – Beatty, 1970: 472. –

Platnick, 2013.

Diagnose: Ariadna tovarensis difere das outras espécies neotropicais de Ariadna,

excetuando-se Ariadna sp. n. 6, por apresentar o receptáculo anterior bilobado, com lobos delgados

e alongados, sendo o lobo ventral maior que o dorsal. Difere-se de Ariadna sp. n. 6 por possuir o

lobo ventral menos sinuoso (Figs 44E-F).

Descrição: Macho: Desconhecido.

Fêmea (Lectótipo): Carapaça e quelíceras alaranjadas (Fig. 44A). Enditos amarelos; lábio

alaranjado. Esterno amarelo, com margens escurecidas (Fig. 44B). Pedipalpos amarelos,

escurecendo gradativamente em sentido distal. Pernas amarelas, sendo os pares I-II mais escuros

(Figs 44C-D). Abdômen cinza claro (Figs 44A-B). Comprimento total: 7,4; carapaça: comprimento

3,04; largura 2,16. Carapaça com região cefálica delimitada e elevada. Quelíceras não projetadas

com ranhuras e pelos frontais (Fig. 44A). Pernas: robustas e pilosas. Pernas I-II com espinhos

tibiais ventrais de tamanhos semelhantes, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 44C-D).

Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,24, patela 0,96, tíbia 1,6, metatarso 1,52, tarso 0,6, total

6,92; II, 2,0, 0,96, 1,6, 1,4, 0,52, 6,48; III, 1,6, 0,76, 1,0, 0,92, 0,44, 4,72; IV, 1,92, 0,96, 1,44, 1,12,

0,52, 5,96. Espinulação: I, fêmur D0-0-0-0-0-2-0, P0-0-0-0-2-1-0; tíbia P0-1-0-1-1/0-1-0, VP1-0-1-

120

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0-1-0-1, VR1/2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-0/1-2-2/1-2-2-2; II, fêmur D0-0-0-0-0-

2-0, P0-0-0-0-0/1-1-0; tíbia P0-0/1-0-1-1/0-1-0, VP0-0-0-1/0-0-1-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-0-1-0-1-

0-1/0; metatarso V2-1/2-2-1/2-2-2; IV, pente metatarsal com 4 espinhos. Genitália interna:

receptáculo anterior com placa glandular localizada na região mediana do receptáculo expandida

em sua região proximal (Figs 44E-F).

Variação: Fêmea (n=3): Comprimento total: 6,04-7,52; carapaça: comprimento 2,6-3,04;

largura 1,76-2,16; fêmur I 1,96-2,24.

Distribuição: Venezuela (Aragua) (Fig. 55).

121

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Ariadna cephalotes Simon, 1907

(Figuras 45, 46, 55)

Ariadna cephalotes Simon, 1907: 262 (Lectótipo ♀ e lectoparátipo juvenil de San Mateo, Bolívia

[16°19'40"S; 59°36'52"O], Garlepp col., depositados no MNHNP-AR 14384; 14385, desginados

por Beatty (1970), examinados) – Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 732. – Beatty,

1970: 465, fig. 11. – Grismado, 2008: 353, figs 8J-K, 9E-F. – Platnick, 2013.

Ariadna hotchkissi Chamberlin, 1916: 216, pl. 10, figs 4-5 (Holótipo juvenil de Lucma, Cuzco,

Peru, 7100ft. (2130m), VIII.1911, Yale Peruvian Expedition col., deveria estar depositado no

MCZ, perdido). – Beatty, 1970: 465 (Syn.).

Material adicional examinado: PERU: Apurimac: 37km S. of Andahuaylas [13°39'27"S;

73°23'00"O], 1♀3juv., 6.III.1951, Ross & Michelbacher col. (AMNH); Junín: Tarma [11°25'11"S;

75°41'27"O], 3200m, 4♀, 14.II.1965, H. Levi col. (MCZ 46062); Tarma, 3100m, 3♀, 11-12.II.1965,

H. Levi col. (MCZ 46063); Cochas Bajo [11°25'20"S; 75°46'10"W], 11km W of Tarma, 3600m,

rock ledge in agricultural valley, 2♀2juv., 29.III.1988, J. Palmer col. (MCZ 40718); BOLÍVIA: La

Paz: La Paz, Vale do Zongo, Sainani [16°06'S; 68°04'O], 1♂2juv., 4.VIII.1993, H. Höfer col. (MCN

24097); La Paz, La Cumbre [16°20'S; 68°01'O], 1♀, 2.VIII.1993, A. D. Brescovit & H. Höfer col.

(MCN 24072); La Paz, Laguna Viscachani [17°13'S; 69°36'O], 4♀, 5.VIII.1993, A. D. Brescovit

col. (MCN 23865); La Paz, Vale do Zongo, Laguna Viscachani, 2♀, 5.VIII.1993, H. Höfer col.

(MCN 24100); La Paz, Vale do Zongo, Laguna Viscachani, 3660m, 4♀4juv., 5.VIII.1993, A. D.

Brescovit & H. Höfer col. (SMNK-ARA 1376); La Paz, Laguna Viscachani, 3660m, 1♀,

5.VIII.1993, A. D. Brescovit col. (SMNK-ARA 1398); Botijlaca [16°12'56"S; 68°06'58"O], 3600m,

3♀, 2.XI.1984, L. E. Peña col. (AMNH); Songotal, 3800m, 1♂7♀5juv., 30.II.1953, Forster &

Schlinder col. (AMNH); Cochabamba: Cochabamba, Escola de Agronomia, Next to Ivirganzama,

215m (17°06'17,3"S; 64°46'56,5"O), 1♀, 8.XII.2010, R. Pinto-da-Rocha et al. col. (MZSP);

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Morochata [17°14'04"S; 66°31'56"O], 1♀, 10.X.1983, A. Roig col. (MACN-Ar 10123);

ARGENTINA: Jujuy: Calilegua National Park [23°55'S, 64°50'O], "near Sevenguillar, 3km up to

Mesada de las Colmenas", c. 1600m, 1♀, 7.VIII.1997, M. Ramírez & L. Compagnucci col.

(MACN-Ar 10120).

Diagnose: Ariadna cephalotes diferencia-se das demais espécies neotropicais de Ariadna

por apresentar machos com uma quilha anterior presente na região distal da peça mediana (Figs

46A-B). Fêmeas de A. cephalotes se diferenciam por apresentar um receptáculo anterior bilobado,

com o lobo ventral expandido e deprimido ventralmente (Figs 46C-D).

Descrição: Macho (MCN 24097): Carapaça e quelíceras marrom alaranjadas (Fig. 45A).

Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro (Fig. 45B). Esterno alaranjado, com margens

escurecidas, e grânulos escuros distribuídos uniformemente (Fig. 45B). Palpos alaranjado claros

(Figs 46A-B). Pernas alaranjadas, pares I-II mais escuros e com grânulos escuros formando anéis

difusos na região distal do fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso (Figs 45C-E). Abdômen

acinzentado (Figs 45A-B). Comprimento total: 6,24; carapaça: comprimento 2,72; largura 2,08.

Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e levemente elevada. Quelíceras projetadas,

com ranhuras e pelos frontais (Fig. 45A). Palpos: bulbo arredondado, peça mediana curta, com

aproximadamente metade do diâmetro do bulbo, e êmbolo afilado, curvado abruptamente. Tíbia

inflada, com diâmetro aproximado de 2/3 do bulbo (Figs 46A-B). Pernas: truncadas e pilosas (Figs

45C-E). Metatarso I truncado, com a metade proximal sinuosa, e espinhos também truncados (Fig.

45E). Escópula tarsal presente nas pernas II e III. Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,68,

patela 1,08, tíbia 2,16, metatarso 2,4, tarso 0,8, total 9,12; II, 2,56, 1,08, 2,28, 2,32, 0,76, 9,0; III,

2,0, 0,88, 1,44, 1,52, 0,64, 6,48; IV, 2,32, 1,04, 1,76, 1,72, 0,64, 7,48. Espinulação: I, fêmur D0-0/1-

0-1-0-2-0, P0-0-0-2-0-1/0-0; tíbia P0-1-0-1-0-1-0, VP1-0-1-0-1-0-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-0-1-

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0-1-0; metatarso p0-1(truncado)/0-0-0-0-0-0, v1-0-0-2(VP truncado)-0-0-2(VP truncado), r0-

1(truncado)-1(truncado)-0-0-0-0 (Figs 45C-E); II, fêmur D0-1-0-1-0-1-0-2-0, P0-0-0-0-0-0-1-1-0;

tíbia P0-0-0-1-0-1-0, VP0-0-0-0-0-1-1, VR2-0-1-0-1-0-1, R1-0-1-0-1-1-1-0; metatarso V2-0-0-2-0-

0-2, R0-1-0-1-1-0-0; IV, fêmur D0-1-1-1-1-1-0/1-0-0, R0-0-0-0-0-0-0-1/0-0; tíbia V0-0-0-0-0-0-1,

R0-0-0-0-0/1-0; metatarso V0-0-0-0-1-0-2, pente metatarsal com 4 espinhos.

Fêmea (MCN 23865): Carapaça e quelíceras marrom avermelhadas, sendo as quelíceras

mais escuras (Fig. 45F). Enditos marrom alaranjados; lábio marrom alaranjado escuro. Esterno

como no macho (Fig. 45G). Pedipalpos alaranjados, escurecendo gradativamente em sentido distal.

Pernas marrom alaranjadas, pares I-II mais escuros e com grânulos escuros formando anéis difusos

na região distal da tíbia, metatarso e tarso (Figs 45H-I). Abdômen como no macho (Figs 45F-G).

Comprimento total: 10,4; carapaça: comprimento 4,36; largura 3,04. Carapaça com região cefálica

delimitada e evidentemente elevada. Quelíceras não-projetadas, com ranhuras e pilosidade frontal

densa (Fig. 45F). Pernas: robustas e pilosas. Pernas I-II com espinhos tibiais ventrais de tamanhos

semelhantes, e metatarsais de tamanhos diferentes (Figs 45H-I). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I,

fêmur 3,28, patela 1,6, tíbia 2,56, metatarso 2,4, tarso 0,8, total 10,64; II, 3,12, 1,56, 2,6, 2,36, 0,76,

10,4; III, 2,44, 1,24, 1,72, 1,68, 0,68, 7,76; IV, 2,96, 1,6, 2,24, 1,96, 0,72, 9,48. Espinulação: I,

fêmur P0-0-0-0-0-1-0; tíbia VP1-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1, R0-1-0-0-0-0-0; metatarso V2-2-

0/1-2-2-0/1-2-2-2-2-2 (Figs 45H-I); II, tíbia VP0-0-1-0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V2-2-2-

2/1-1/2-2-2-2-1/2-2/1-2; IV, metatarso V0-0-0-0-0-0-1, pente metatarsal com 5 espinhos. Genitália

interna: receptáculo anterior bilobado, com lobos de tamanhos semelhantes, e placa glandular

localizada na região mediana do receptáculo (Figs 46C-D).

Variação: Machos (n=2): Comprimento total: 6,24-7,2; carapaça: comprimento 2,72-3,5;

largura 2,08-2,6; fêmur I 2,68-3,35. Fêmeas (n=10): Comprimento total: 7,7-13,6; carapaça 3,4-

124

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4,65; largura 2,3-3,1; fêmur I 2,35-3,4.

Distribuição: Bolívia (La Paz, Cochabamba); Peru (Apurimac); Argentina (Província de

Jujuy) (Fig. 55).

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Ariadna fidicina (Chamberlin, 1924)

(Figuras 47, 56)

Citharoceps fidicina Chamberlin, 1924: 608 (Holótipo juvenil de Ensenada [31°51'28"N;

116°36'21"O], Baja California del Norte, México, 4.VII.1921, Soiver col., depositado no CAS

(CAS 1392), examinado).

Citharoceps californica Chamberlin & Ivie, 1935: 8, pl. 5, figs 32-33 (Holótipo ♀? de Laguna

Beach, California, depositado no coleção da University of Utah, não examinado). – Beatty, 1970:

478 (Syn.).

Ariadna fidicina – Beatty, 1970: 478 (Syn.).

Material adicional examinado: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA: California: San

Luis Obispo County: Cayucos [35°26'18"N; 120°53'37"O], 300', 1♀, 15.XI.1937, O. Bryant col.

(CAS 9039527); San Diego County: San Diego, La Jolla [32°50'24"N; 117°16'37"O], Eucalyptus

grove, 1♀1juv., XII.1965, F. Ennik col. (CAS 9039517); MÉXICO: Baja California del Norte:

2.5mi S. of the Halfway House on Mex. Highway #1 (RB-3) [30°33'N; 115°10'O], 2♀, 21.XI.1962,

P. R. Craig & D. Dailey col. (CAS 9039518; 9039546).

Diagnose: Ariadna fidicina difere das demais espécies de Ariadna conhecidas para a Região

Neotropical por possuir fêmeas com um par de aparelhos estridulatórios bem conspícuos nas

laterais da carapaça, juntamente com um pino estridulatório localizado na região mediana prolateral

do fêmur I (Figs 47A, C-D).

Descrição: Macho: Desconhecido.

Fêmea (CAS 9039517): Carapaça e quelíceras alaranjadas, com região cefálica levemente

126

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escurecida (Fig. 47A). Enditos alaranjados; lábio alaranjado escuro (Figs 47B, E). Esterno laranja

claro com margens escurecidas (Fig. 47B). Pedipalpo alaranjado, escurecendo gradativamente em

sentido distal. Pernas alaranjadas, sendo os pares I-II mais escuros, escurecendo gradativamente em

sentido distal. Fêmur I-II com grânulos escuros na região distal (Figs 47F-G). Abdômen

uniformemente acinzentado (Figs 47A-B). Comprimento total: 8,0; carapaça: comprimento 3,72;

largura 2,36. Carapaça com região cefálica delimitada anteriormente e elevada. Quelíceras não-

projetadas, com ranhuras e pelos frontais (Fig. 47A). Lábio afilado na região proximal (Figs 47B,

E). Pernas: robustas e pilosas, com espinhos tibiais ventrais curtos, e metatarsais de tamanho regular

(Figs 47F-G). Fórmula: I-II-IV-III. Medidas: I, fêmur 2,56, patela 1,08, tíbia 1,88, metatarso 1,72,

tarso 0,76, total 8,0; II, 2,36, 1,08, 1,84, 1,76, 0,76, 7,8; III, 1,92, 1,0, 1,28, 1,24, 0,68, 6,12; IV, 2,4,

1,24, 1,8, 1,52, 0,68, 7,64. Espinulação: I, fêmur P0-0-1(pino estridulatório)-0-0-1-0; tíbia VP1-0-1-

0-1-0-1, VR1-0-1-0-1-0-1; metatarso V0-2-1(central)-1-1/0-2-2-4 (Figs 47F-G); II, tíbia VP0, VR1-

0-1-0-1-0-2/1; metatarso V0-2-0/1(central)-2-1-4; IV, pente metatarsal com 6 espinhos. Abdômen

densamente piloso (Figs 47A-B). Genitália interna: receptáculo anterior pseudo-bilobado, com um

lobo dorsal curto, e um lobo ventral expandido e irregular, envolto por uma membrana hialina, e

com região dorsal projetada. Placa glandular restrita a região ventral do lobo dorsal. Dobra

interpulmonar conspícua e fortemente quitinizada (Figs 47H-I).

Variação: Fêmea (n=4): Comprimento total: 6,08-9,32; carapaça: comprimento 3,0-4,32;

largura 1,84-2,76; fêmur I 1,92 - 2,92.

Distribuição: Estados Unidos da América (California) e México (Baja California del Norte)

(Fig. 56).

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Ariadna abrilae Grismado, 2008

(Figura 54)

Ariadna abrilae Grismado, 2008: 342, figs 5A-C, 6A-C (Holótipo ♀ de Los Molles [32°14'S;

71°30'O], Rt. 5; Km 188, elev. 10m, Petorca, Região de Valparaíso (V), Chile, 27.I.1994, N.

Platnick, K. Catley, R. Calderón & T. Allen col., depositado no AMNH, examinado; Parátipos:

3♀11juv., mesmos dados do holótipo, depositados no AMNH; 1♀1juv., mesma localidade,

9.XI.1993, N. Platnick, K. Catley, M. Ramírez & T. Allen col., depositado no MACN-Ar 10592,

todos examinados). – Platnick, 2013.

Material adicional examinado: CHILE: Região de Valparaíso (V): Província de Petorca:

Los Molles [32°14'S; 71°30'O], Rt. 5; Km 188, elev. 10m, 2♀2juv., 9.XI.1993, Platnick, Catley,

Ramírez & Allen col. (AMNH).

Diagnose: Ariadna abrilae difere das demais espécies neotropicais de Ariadna, por

apresentar um receptáculo anterior bilobado, com o lobo dorsal sinuoso, e extremidades

arredondadas (Grismado, 2008: 343, figs 6A-B).

Descrição: Macho: Desconhecido.

Fêmea: Ver Grismado, 2008: 342.

Variação: Ver Grismado, 2008: 342, figs 5A-C, 6A-C.

Distribuição: Chile (Valparaíso) (Fig. 54).

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Nomina dubia

Ariadna solitaria Simon, 1891

Ariadne solitaria Simon, 1891: 556 (Holótipo juvenil de Saint Vincent Island [13°15'N; 61°12'O],

São Vicente e Granadinas, depositado no NHM 1894.10.17.72, examinado).

Ariadna solitaria Petrunkevitch, 1911: 131. – Bonnet, 1955: 737. – Beatty, 1970: 482 – Platnick,

2013.

Nota: O holótipo de A. solitaria foi examinado e, corroborando a informação apresentada

por Beatty (1970), trata-se de um indivíduo juvenil. Infelizmente, só é conhecido este exemplar de

Ariadna coletado nesta localidade, e apesar de sua semelhança com A. arthuri, este possui a

espinulação das pernas I-II diferente. Sendo assim, seriam necessárias novas coletas na localidade-

tipo, com o intuito de obter exemplares adultos e futuramente diagnosticar de forma precisa esta

espécie. No presente momento, tomou-se a decisão de posicioná-la como nomina dubia.

Distribuição: São Vicente e Granadinas.

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Ariadna tubicola Simon, 1893

Ariadne tubicola Simon, 1893b: 448 (Lectótipo e lectoparátipo juvenis de Caracas [10°29'N;

66°55'O], Venezuela, Simon col., depositados no MNHNP-AR 14386; AR 14387, designados

por Beatty, 1970, examinados).

Ariadna tubicola Petrunkevitch, 1911: 131 – Bonnet, 1955: 738 – Beatty, 1970: 482 – Platnick,

2013.

Nota: A situação de A. tubicola é semelhante a apresentada por A. solitaria. Os exemplares-

tipo analisados são juvenis de uma espécie de Ariadna diferente de A. tovarensis, outra espécie

registrada para a Venezuela, e apenas estes exemplares são conhecidos para esta localidade. A coleta

de exemplares adultos de Ariadna da região de Caracas pode ajudar a elucidar detalhes sobre a

identificação desta espécie, que por hora está aqui posicionada como nomina dubia.

Distribuição: Venezuela (Caracas).

130

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7. Discussão

Atualmente apenas uma hipótese de agrupamento foi proposta, a de Beatty (1970) para

espécies americanas de Ariadna. Apesar de utilizar basicamente dados quantitativos, essa proposta

mostrou-se ambígua em diversos momentos de seus comentários. As diagnoses dos três grupos

propostos não foram apresentadas, assim como não há uma clara delimitação dos caracteres

utilizados. Além disso, a indisponibilidade de avaliar os resultados das análises estatísticas feitas

por Beatty (1970) foi um dos fatores que dificultaram a interpretação de seus agrupamentos. Mesmo

assim, parte de sua proposta de grupos foi replicada neste trabalho, com três deles mantidos, uma

vez que também foram unidos por dados de distribuição das espécies.

No presente estudo apresentamos uma hipótese de agrupamento das espécies neotropicais,

na qual foram utilizados apenas caracteres descritivos, como a morfologia das genitálias masculina

e feminina, modificações do metatarso I dos machos, espinulação das pernas dos machos e fêmeas,

e padrão de coloração abdominal. A hipótese de agrupamento apresentada por Beatty (1970) foi

utilizada como base para a formulação da proposta apresentada neste estudo, sendo que três dos seis

grupos apresentados no presente estudo foram anteriormente propostos por Beatty (1970), e seus

nomes foram mantidos (Tabela). É importante ressaltar que, como definido por Beatty (1970), a

hipótese de agrupamento apresentada neste estudo é subjetiva, sendo esta resultado de interpretação

dos autores, e não de análises filogenéticas dentro do gênero em questão, e passível de modificações

futuras.

O grupo bicolor compreende três espécies (Tabela), no presente estudo, considerando-se a

sinonímia de A. pragmatica com A. bicolor. Estas espécies haviam sido agrupadas por Beatty

(1970), juntamente com mais sete espécies (Tabela). Inicialmente, detecta-se uma ambiguidade

neste agrupamento: A. peruviana, alocada no grupo bicolor, foi sinonimizada no mesmo estudo

com A. tarsalis, esta última posicionada no grupo arthuri de Beatty (1970). Ambiguidades como

esta evidenciam falta de delimitação de caracteres diagnósticos para o grupo bicolor por Beatty

131

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(1970). O posicionamento das demais espécies não é corroborado no presente estudo por

divergências na escolha de características diagnósticas para o grupo bicolor. Neste estudo

constatou-se que características presentes nos palpos e nos metatarsos I dos machos podem auxiliar

na diagnose das espécies que compõe este grupo. O grupo bicolor apresentado neste estudo parece

possuir uma morfologia conservada entre as espécies que o compõe, havendo um maior grau de

afinidade entre A. bicolor e A. pilifera, devido a semelhança entre os metatarsos I dos machos.

O grupo arthuri foi criado por Beatty (1970) e compreendia três espécies (Tabela). Apesar

da ambiguidade entre os grupos bicolor e arthuri apresentada acima, este grupo foi o melhor

delimitado e possui uma diagnose semelhante a apresentada neste estudo, com fêmeas possuindo

mais de quatro pares de espinhos nas tíbias I e II (Beatty, 1970). O grupo arthuri apresentado neste

estudo compreende as três espécies agrupadas por Beatty (1970) e foi ampliado com outras três

espécies: A. obscura, Ariadna sp. n. 1 e Ariadna sp. n. 2.

O grupo arthuri poderia ser dividido em dois subgrupos: um com A. obscura e Ariadna sp.

n. 1, espécies que possuem proximidade de distribuição, e apresentam o metatarso I dos machos

com uma apófise ventroretrolateral com espinho modificado e um espinho prolateral truncado; e

outro com A. tarsalis, A. arthuri, A. multispinosa e Ariadna sp. n. 2, por apresentarem machos com

o metatarso I com uma ou duas apófises com espinhos modificados, não apresentando espinho

truncado na região prolateral, e fêmeas com o receptáculo anterior possuindo dois lobos sinuosos.

O grupo mollis foi criado por Beatty (1970) que alocou seis espécies (Tabela). Além de

relacionar o grupo mollis e bicolor devido ao padrão de espinulação, Beatty (1970) ressalta a

coloração abdominal apresentada por A. mollis e A. boesenbergi. Este caráter foi utilizado para a

diagnose do grupo mollis apresentado neste estudo, e permitiu incluir seis espécies dentro do

mesmo: A. crassipalpa, A. mollis, A. boesenbergi, A. calilegua, A. changellkuk e A. levii. O

posicionamento das espécies do grupo mollis apresentado por Beatty (1970) foi confirmado no

presente estudo, com exceção de A. dubia, aqui sinonimizada com A. boliviana, posicionada no

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grupo boliviana, e A. conspersa, sinonimizada com A. obscura, posicionada no grupo arthuri. Estas

duas espécies podem ter sido alocadas erroneamente, devido ausência de informação sobre o padrão

abdominal, sendo que este poderia ter sido degradado por uma má preservação (Beatty, 1970).

Acredita-se que após análises filogenéticas possam haver alterações nas relações de

parentesco entre as espécies que compõe o grupo mollis, transformando-o em dois possíveis grupos

resultantes: um composto por A. crassipalpa, A. mollis, e A. calilegua, por apresentarem machos

com metatarso I sinuoso e fêmeas com pernas robustas, e outro compreendendo as espécies A.

boesenbergi, A. changellkuk e A. levii, por apresentarem o corpo alongado, machos com metatarso I

retilíneo, e fêmeas com penas mais truncadas.

O grupo boliviana compreende duas espécies que foram anteriormente alocadas no grupo

bicolor por Beatty (1970) além de A. boliviana, cujo posicionamento encontrava-se incerto, e mais

duas espécies novas (Tabela). A presença de uma escópula tarsal da perna IV estendendo-se até

região distal ou mediana do metatarso não foi encontrada em machos de outras espécies de Ariadna

da Região Neotropical. Isto poderia ser uma possível sinapomorfia para o grupo. Internamente, o

grupo parece compreender dois possíveis subgrupos: um compreendendo A. caerulea e Ariadna sp.

n. 3, por apresentarem machos com o metatarso I retilíneo ou pouco sinuoso, e outro com A.

boliviana, A. isthmica e Ariadna sp. n. 4, por apresentarem este comparativamente mais sinuoso.

O grupo araucana está representado por duas espécies, restritas as regiões central e sul do

Chile: A. araucana e Ariadna sp. n. 5 (Tabela). Este grupo possui características autapomórficas,

diferentes das demais espécies de Ariadna: machos possuem o címbio maior que diâmetro do bulbo

e com uma fenda profunda, e as fêmeas apresentam o segundo par de pernas maior que o primeiro.

Devido a semelhança da fauna de alguns invertebrados terrestres do Chile e da Oceania (Giribet &

Boyer, 2010), foram analisados, complementarmente, exemplares coletados nesse continente, e

foram encontrados exemplares muito semelhantes aos do grupo araucana, porém de espécies

distintas. Poderiam pertencer ao gênero Macedonia Hogg, 1900, descrito para Austrália, o qual esta

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sinonimizado com Ariadna por apresentar os olhos posteriores em fila recurva. O holótipo da

espécie-tipo de Macedonia, M. burchelli Hogg, 1900, está perdido e deveria estar depositado no

Natural History Museum, em Londres (Giroti, pers. com.), não sendo possível confirmar esta

sinonímia. Sendo assim, as espécies do grupo araucana serão mantidas dentro do gênero Ariadna,

até que o holótipo seja encontrado e examinado, e sejam feitas análises filogenéticas dentro deste

gênero.

O último grupo, grupo sp. n. 6, é aqui representado por três espécies novas descritas para o

Brasil (Tabela). Este grupo é delimitado por um conjunto de caracteres, o que pode evidenciar

problemas em seu suporte. A morfologia do palpo e do metatarso I dos machos é bastante

conservada entre as espécies que o compõe, porém apresentam diferenças quanto a espinulação das

pernas. Além disso, o grupo sp. n. 6 apresenta algumas semelhanças com o grupo mollis com

relação a morfologia dos palpos e do metatarso I dos machos, porém não apresentam o mesmo

padrão abdominal dorsal bem conservado nesta última, não sendo descartada uma hipótese de

parentesco entre estes dois grupos. As três espécies que o compõe possuem poucos exemplares

coletados, e apenas a fêmea de Ariadna sp. n. 6 está sendo descrita neste estudo. Sendo assim,

dúvidas sobre as relações de parentesco entre as espécies deste grupo poderiam ser elucidadas com

a disponibilização de mais exemplares e uma análise filogenética.

Cinco espécies de Ariadna não foram agrupadas por possuírem caracteres diferentes dos

apresentados nas diagnoses dos grupos apresentados: A. maxima, A. tovarensis, A. cephalotes, A.

abrilae e A. fidicina. Evitando-se a criação de grupos taxonômicos monotípicos, estas espécies

foram mantidas em incertae sedis até que estudos filogenéticos possam fornecer informações sobre

seus posicionamentos.

Destas, Ariadna maxima é a espécie mais comumente encontrada no Chile, estendendo sua

distribuição ao oeste da Argentina (Fig. 54). Os machos apresentam morfologia do palpo e

metatarso I distinta dos grupos apresentados no presente estudo e das demais espécies da Região

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Neotropical. Ariadna abrilae também é encontrada no Chile (Fig. 54) e só é conhecida pela

descrição da fêmea. Seu tamanho reduzido e sua genitália interna feminina a difere das outras

espécies de Ariadna da Região Neotropical, não sendo possível alocá-la em nenhum dos grupos

propostos. Outra espécie na mesma situação é A. cephalotes e sua ocorrência restringe-se ao centro

da América do Sul (Bolívia e norte da Argentina) (Fig. 55). Os machos apresentam palpos com peça

mediana curta e com uma quilha anterior, característica esta não apresentada por nenhuma espécie

registrada para a Região Neotropical. O metatarso I dos machos possui pouca semelhança com o de

A. boliviana, que é uma espécie simpátrica a ela, porém os machos de A. cephalotes não possuem

escópula tarsal na perna IV, em oposição a A. boliviana, que possui machos com escópula tarsal

bem desenvolvida na mesma perna. Sendo assim, seu agrupamento é uma incógnita. O não

agrupamento de A. tovarensis pode ser explicado pela morfologia do receptáculo anterior,

apresentando lobos delgados e pouco sinuosos. O macho desta espécie não está descrito, e apenas

os exemplares pertencentes a série-tipo são conhecidos. Sendo assim, uma maior amostragem desta

espécie poderia elucidar dúvidas sobre a alocação desta espécie nos grupos propostos neste estudo,

ou em possíveis grupos diferentes a estes.

A ausência de posicionamento de A. fidicina deve-se ao fato desta espécie possuir um

aparelho estridulatório composto por estrias nas laterais da carapaça, e um pino estridulatório na

região prolateral do fêmur I. Esta espécie foi anteriormente descrita dentro do gênero Citharoceps

Chamberlin, 1924, juntamente com outra espécie, C. californica Chamberlin & Ivie, 1925, por

ambas apresentarem esta característica. Beatty (1970) analisou os tipos das duas espécies, e

sinonimizou C. californica com C. fidicina. Devido a ausência da descrição de machos para ambas

as espécies, Beatty concluiu que o gênero Citharoceps deveria ser sinonimizado com Ariadna por

não possuírem diferenças evidentes quanto ao padrão de espinulação das pernas das fêmeas, e

também por interpretar que o aparelho estridulatório poderia representar uma autapomorfia da

espécie, não sendo este um caráter que suportaria a monofilia do gênero Citharoceps (Beatty, 1970).

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No apêndice adicionado ao trabalho, Beatty comenta que analisou o primeiro exemplar macho de A.

fidicina, e que este possui o mesmo aparelho estridulatório das fêmeas, além de outros caracteres

que reforçam Citharoceps como sinônimo-júnior de Ariadna, porém a descrição deste nunca foi

publicada (Beatty, 1970).

Após a análise detalhada da morfologia externa de exemplares de A. fidicina, juntamente

com a descrição e ilustração da genitália interna feminina, detectou-se que esta espécie apresenta

características muito diferentes de todas as espécies de Ariadna registradas na Região Neotropical.

O aparelho estridulatório, a genitália interna feminina com o receptáculo anterior pseudo-bilobado e

uma dobra interpulmonar fortemente quitinizada, são características ausentes em todas as espécies

conhecidas até o presente momento para esta região biogeográfica. Possivelmente estes caracteres

não representem autapomorfias desta espécie, devido a grande disparidade morfológica em

comparação as outras espécies de Ariadna analisadas. Sendo assim, não é descartada a hipótese de

revalidação de Citharoceps, com base em estudos filogenéticos futuros.

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8. Conclusão

• A morfologia das genitálias masculina e feminina e a espinulação das pernas de ambos sexos

mostrou ser um caráter efetivo para diagnose das espécies de Ariadna;

• A hipótese de agrupamento feita por Beatty (1970), apesar de apresentar ambiguidades, foi

reforçada em parte no presente estudo;

• Os agrupamentos aqui propostos mostram de forma mais clara relacionamentos entre as

espécies, porém a não inclusão de algumas espécies evidencia a necessidade de uma análise

cladítica ampla para discutir estes parentescos.

137

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