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Cultura Mané Revista 4 - Março 2015 LEIA SOBRE: bloco dos sujos, entrevistas com Peninha e outros Conheça mais sobre o projeto e como ele está sendo construído!

Revista 4 - Marca Florianópolis

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Revista de andamento do Projeto Marca Florianópolis: 4 entrevistas ilustres, a personalidade de Floripa e convite de aniversário da cidade!

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Cultura ManéRevista 4 - Março 2015

LEIA SOBRE: bloco dos sujos,entrevistas com Peninha

e outrosConheça mais

sobre o projeto

e como

ele está sendo construído!

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ApoioProjeto

Equipe

Luiz Salomão Ribas GomezDesigner – Pós-Doutor em Branding - Professor Design UFSC

Marília Matos GonçalvesDesigner - Doutora em Engenharia de Produção - Professora Design UFSC

Clarissa Martins AlvesDesigner - Mestranda em Design e Expressão Gráfica UFSC

Grasiele PilattiDesigner - Mestranda em Design e Expressão Gráfica UFSC

Daniele Diniz WarkenDesigner - Especializanda em UX UFSC

Angela Carolina MansimGraduanda em Design UFSC

Juliana AzevedoGraduanda em Design UFSC

Pedro KirstenGraduando em Design UFSC

Rafaela De ContoGraduanda em Design UFSC

Thiago JanningGraduando em Design UFSC

Clique para acessar!

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Cascaes, Peninha, Douglas Ferreira, responsável pela página do Dezarranjo Ilhéu, João Bub, chef do restaurante Bettina Bub, e André Damasco, responsável pelo instagram Floripa Que Resiste. O nosso blog continua crescendo, com destaque para nosso post “10 razões pelas quais eu amo ser manezinho”, que foi muito bem recebido e repercurtido. Já déssi uma olhadinha? Comenta lá o que achou! Boa leitura! :)

Através de nossas redes sociais, vocês podem ver que a equipe da Marca não para! Tivemos muitos Eventos Criativos, as ações de verão e no carnaval e assim conseguimos conversar com muita gente (manezinhos, turistas e manezinhos de coração), além de distribuir muitos brindes! Para não deixar o Carnaval passar em branco, estivemos no Bloco dos Sujos, com uma ação bem interativa em que passamos o dia conversando, tirando fotos (e também fazendo festa, claro!) com os foliões. Algumas das fotos tiradas foram publicadas nesta edição da revista. Dá uma olhada na página 24 para ver se você não aparece em nenhuma! Neste mês de março, a etapa de Eventos Criativos foi encerrada contando com a participação e apoio de diversas organizações. Agora entramos em uma uma fase de análise dos dados obtidos nos eventos, na Fenaostra, na SEPEX e nas ações da Marca Florianópolis pela cidade, que resultarão no DNA da cidade. Esse DNA será divulgado em breve e é o assunto da nossa próxima revista! Nesta edição também pudemos contar com a participação de ilustres convidados, incluindo uma entrevista com o historiador e pupilo de Franklin

eM que Pé Tá o PRoJeTo?Ô iShTePÔ! MáSh uMA ReviSTA MARiviLiNDA PRA Tu SABÊ CoMo ANDA o NoSSo PRoJeTiNho! Ti PRePARA que TeM MuiTA CÔSA BÔA, quiRiDu!

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O Projeto Branding Territorial identidade de Marca Turística é um projeto de pesquisa registrado na Pró Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina sob o número 2014.0819 e pode ser acessado no sistema notes no site da UFSC.

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FLoRiPA que ReSiSTe

#marqueflorianopolisPROJETO MARCA FLORIANÓPOLIS 4

ObjetivoDivulgar fotos atuais de tradições e lugares que resistiram ao tempo em Florianópolis, valorizando a cultura local e o patrimônio histórico da cidade.Divulgar história e curiosidades a respeito desses lugares ou costumes com o objetivo de mudar a perspectiva das pessoas e aprofundar a conexão delas com a cidade.

Quem faz Me chamo André Jair Damasco, tenho raízes profundas em Florianópolis, sou filho, e neto de manezinhos da ilha, meus pais se conheceram dentro dos corredores do Mercado Público onde trabalharam por muitos anos. Sou formado em Publicidade e Propaganda, e além de auxiliar na administração da loja da família trabalho com Fotografia de Arquitetura e meu trabalho pode ser visualizado no site (www.cinquentamm.com). Ouvi durante muito tempo histórias ricas em detalhes de uma Florianópolis muito diferente desta dos tempos atuais, histórias contadas em primeira pessoa por minha avó Arminda, ou para nós, Vó Minda, que presenciou desde a inauguração da Ponte Hercílio Luz, atravessada por ela e por seu pai para visitar parentes residentes no Estreito até o aterro do

centro que, como conta minha vó, jogou o encanto do centro de Florianópolis pra longe dos olhos. A fotografia surgiu na minha vida de forma natural, seja ela impulsionada pelos inúmeros quadros que vi minha mãe pintar ou pelo simples fato de gostar de registrar momentos.

Inspiração

Em São Paulo existe um site chamado São Paulo Antiga que foi a fonte de inspiração para o projeto.

Como surgiuQuando pequeno andava pelo centro prestando atenção nas belas fachadas dos prédios antigos e procurando os lugares das histórias de minha Vó, no entanto com o passar dos anos o interesse diminuiu e tudo começou a passar despercebido. Porém ao conhecer o projeto São Paulo Antiga, percebi que poderia fazer algo semelhante por Florianópolis e resgatar não somente a memória da cidade, mas também a que minha avó falecida em 2013, depois de decidi o que queria fazer, registrei um domínio e procurei meios para executar o projeto, fui até o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, onde conhecia o presidente e alguns dos membros da casa, em busca de alguma documentação que me

Por André Damasco

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auxiliasse e quem sabe algum apoio, mas pouco consegui a não ser palavras de incentivo. O projeto ficou latejando na minha cabeça, mas não conseguia meios de colocá-lo no ar. Foi então que em Setembro de 2014 tive a ideia de faze-lo utilizando o instagram, usando uma TAG a ser divulgada que poderia contar com o apoio de colaboradores e só iria depender de trabalho de pesquisa para auxiliar nas postagens.

DificuldadeSem dúvida a parte da pesquisa é onde encontro as maiores dificuldades, os registros são poucos e na internet então, são quase inexistentes. Já adquiri 6 livros e mais 2 estão a caminho (por incrível que pareça, eu encontro livros nos sebos de São Paulo sobre a nossa história que não encontro por aqui).

Novembro Azul ♂Foto exclusiva por: @andredamasco

Local: Santo Antônio de Lisboa

Informações: Por conta da visita de

Dom Pedro II a Desterro, em 1845, Santo

Antônio de Lisboa foi a localidade da ilha

escolhida para receber a primeira rua

calçada em Santa Catarina.

Na época era muito comum utilizar o

chamado “pé-de-moleque”, um tipo

de calçamento com pedras brutas e

irregulares, que lembra o famoso doce

à base de amendoim. Embora não haja

registro, muitos autores afirmam que

este tipo de calçamento, escolhido para

pavimentar as primeiras ruas nas vilas

do Brasil colônia, surgiu de uma tentativa

de reaproveitar as pedras que eram

utilizadas como lastro nos porões dos

navios que vinham de Portugal.

Hoje em dia, neste mesmo local, ocorre a

Feira das Alfaias, uma feira de artesanato

com produtos de artistas locais, aos

sábados, a partir das 14 horas.

Fonte: guiafloripa.com.br

Tag oficial: #floripaqueresiste

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#marqueflorianopolisPROJETO MARCA FLORIANÓPOLIS 6

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Foto exclusiva por: @ana_e_gu_periusLocal: Confeitaria ChiquinhoInformações: Fundada em 1904 por Francisco Kunzer, o seo Chiquinho. Após falecimento do proprietário, sua esposa vende o prédio em 1915 para Luiz Catani, que em 1921 finaliza a venda do prédio para Theodoro Ferrari. Em 1924, Theodoro investe 200 contos de réis ganhos na loteria demolindo o prédio e construindo outro de três andares, tornando a confeitaria o edifício mais alto de Santa Catarina. Após a reinauguração com toda a pompa em evento que movimentou a pacata cidade, passou a funcionar no prédio o cinema Cine Ponto Chiq, depois o Cine Lido. Neste cinema os filmes mudos eram acompanhados por uma orquestra ao vivo. No interior, a alta sociedade da ilha ocupava as mesas de mármore com pés de ferro trabalhado em estilo rococó, e ouviam uma pequena orquestra que embalava as noites de sábado e manhãs de domingo. As atividades como confeitaria foram cessadas em 1967. Atualmente Gustavo Ferrari, bisneto de Theodoro Ferrari possui uma pizzaria na Travessa Ratcliff com entrada pela rua Tiradentes.

Atualmente: Livrarias CatarinenseCaso você tenha informações a respeito deste ou de outro lugar ou costume histórico de Florianópolis, nos ajude, é só mandar um email: [email protected]

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#marqueflorianopolisPROJETO MARCA FLORIANÓPOLIS 8LUCAS CUNHA

DeZARRANJo iLhéuCom Douglas Ferreira

Oi, me chamo Douglas Ferreira, sou formado em Design Gráfico e trabalho como ilustrador. Dizem que só é mané quem tem a carteira da Carmela, mas eu nasci na Carlos Correa, tá valendo? Desde “rapásh piquênu” vivi os costumes e tradições aqui da ilha. Me lembro que ia na casa da minha avó, que era rendeira, só pra escutar o barulhinho que o bilro fazia quando se batiam. Na época da tainha, as vezes eu ia na praia com o meu pai pra ajudar a puxar a rede, e sem contar o boi de mamão, que naquele tempo tinha quase sempre. Como surgiu a ideia do Dezarranjo?

O Dezarranjo surgiu assim, como um desarranjo mesmo. Rápido e rasteiro...(risos) Na verdade, eu e mais um amigo tínhamos a ideia de montar um negócio. Queríamos abrir uma lojinha que vendesse pequenos presentes, como camisetas, canecas, almofadas, etc. Mas, víamos que o mercado já estava saturado desse tipo de negócio. Pensamos então em fazer algo mais voltado pra Floripa, vendendo pequenas lembranças. Mas não queríamos vender algo que dissesse apenas o nome da cidade ou de alguma praia, como vemos por aí. Foi aí que num momento de ócio criativo, fiz um desenho, sem pretensão alguma de uma pomba na balaia e postei no meu perfil das redes sociais. O pessoal começou a curtir e acabei fazendo mais outro desenho nessa mesma pegada, com

dizeres da ilha, em seguida fiz outro, e mais outro e mais outro, quando eu vi já tinha quase dez (por isso o nome Dezarranjo Ilhéu). Então resolvi criar uma página pra colocar esses desenhos e, em pouco mais de 3 dias já tinha mil curtidas. Foi então que veio a ideia do negócio. Resgatar a cultura de Floripa através do humor e de desenhos que ilustrassem cenas do cotidiano mané.

As pessoas se identificam com o “dialeto” manezês que você coloca nos desenhos?

Muito. Desde o começo o pessoal aceitou bastante. Sabemos que o que mais caracteriza no sotaque mané ó o som puxado do “X”, porém quem não está habituado com a nossa cultura, quando lê por exemplo “Táx tôlo?”, lê o X com som de CS. Pra facilitar a leitura e até ficar mais divertido, substituímos o X pelo SH, assim qualquer um consegue ler e falar como nós (risos).

Como é divulgar a cultura local e “fazer de mané pra mané”?

É muito bom ver o trabalho que você faz abrir tantos sorrisos e despertar tantos sentimentos bons nas pessoas. Vejo que muita gente acaba esquecendo um pouco a nossa cultura devido a rotina do dia a dia. Resgatar um pouco da nossa tradição através das “ilustrações manezinhas” e levar elas de encontro

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com as pessoas através das redes sociais, foi uma maneira que achamos de divulgar a cultura local, já que muitos não vão de encontro a ela.

Acha que a cultura mané ainda é a mesma? O que mudou?

Acho que sim, o que muda são as pessoas e a vontade delas de manter essa cultura de pé. Me lembro que antigamente tinha muitas

apresentações de boi de mamão por exemplo, hoje já é mais difícil. Se perguntares pra uma criança dessas que hoje vivem grudadas num tablet o que é boi de mamão, provavelmente ela não vai saber responder. Acho que cabe a nós mesmos não deixar que a nossa cultura que é tão rica ficar somente nos livros de história. Floripa é muito mais que praias e gente bonita.

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#marqueflorianopolisPROJETO MARCA FLORIANÓPOLIS 12LUCAS CUNHA

Peninha: Essa já foi uma das cidades mais lindas do mundo, Nossa Senhora do Desterro. E os navegantes estrangeiros é que se deslumbravam. Quando botavam os olhos na cidade, ficavam deslumbrados com a cidade Nossa Senhora do Desterro, toda bordada, um lugar maravilhoso, a arquitetura era espetacular. Mas eles foram sepultando a cidade, eles destruíram. A história do aterro da Baia Sul que a gente brigou para não fazer, meu Deus, que eu apanhei! Tem uma peça de teatro chamada Casos Raros, que se provava por A + B que não podia deixar entrar mais nem um tijolo na ilha mais em 1972 e depois com o desastre do aterro, a destruição da arquitetura, porque ali tínhamos um luxo imenso. Pode falar de tristeza?

Tu tinha uma visão de arquitetura de vários períodos, desde onde é hoje o Terminal Urbano velho. ali que foi a Fundação Franklin Cascaes, A Fortaleza de Santa Barbara. Aí tu tinha um desenho de arquitetura de tudo quanto era período. Colonial, Art Nouveau, até chegar na grande modernidade da Beira Mar. Esse aterro devia ter sido feito no lado de lá. Jamais no lado de cá.

Foi o primeiro grande erro. A modernidade toda lá e aqui a História, aquilo que interessa. Turista quando vai num lugar quer levar alguma coisa, então, quer dizer, a História é uma coisa muito interessante pra quem vem visitar um lugar novo, conhecer a História. Então essa possibilidade da arquitetura que existia mostrava assim, um grande retrato de vários períodos da historia desse lugar. Eles destruíram, destruíram a memória toda.

A padroeira dos eruditos, estudiosos, estudantes, é uma dignidade muito grande. Nós somos o único estado do Brasil que homenageia a mulher com nome feminino. Alagoas não, Amazonas não que é nome de tribo. O único nome mesmo feminino é o nosso. Olha só que chique. E não é qualquer nome não, é Santa Catarina! Padroeira dos cientistas, dos filósofos, eruditos. E depois o nome da cidade também. Primeiro que os índios chamavam de Anhembi esse lugar todo, que é um lugar bom de se viver, montes ao longo do rio, várias tradições, mas um lugar bom de se viver é ótimo. Falando de índio que deu nome pra lugar, Anhembipe ou Iurere Mirim, que é uma boca pequena de água estreita entre continente e ilha. Os Guarani buscavam

uM PASSeio NA hiSTóRiA e A NoSTALGiA De PeNiNhACom Gelci José Coelho (Peninha)

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conhece novas pessoas, novas coisas, mas precisa de muito ainda pra fazer turismo. Primeiro educação, não tem. Pessoas preparadas para trabalhar nesses pontos de apoio é precário. Eu não sei como são, quem são, de onde vieram essas pessoas. Gente da ilha não é.

Marca Florianópolis: Hoje abriram muitos cursos pra isso, mas ainda falta mão de obra.

Peninha: Eu acho que eu fui um dos primeiros a colaborar com guia de turismo. Primeiro curso que apareceu em Camboriú, era pra ser até uma faculdade de turismo, eu fiquei até impressionado que alguém ousou fazer isso. E a gente já percebia ali com aqueles alunos, que eles não conheciam nem a história de seu lugar, nem a sua própria história eles conheciam. Iam ter que começar tudo de novo. Guia turístico é bem interessante, é um trabalho muito nobre. Porque quando tu convida alguem pra vir na tua casa, tu tem que deixar a casa arrumadinha, com expressão de consideração por quem visita. E a gente não tem essa casa arrumada, nem com gente pra atender, nem com estrutura pra atender esses visitantes que a gente espera. Eles estão preocupados com a ocupação total dos quartos. [...] O que mais espanta o turista é que eles vêem essa maravilha e não tem trasporte náutico pra levar ninguém

e saíram das profundezas da Amazônia atrás dessa “terra sem males”. Exatamente nessa região, dessas duas baias que além da farta produção de alimento, ostra, marisco, camarão que não acabava nunca mais. Era um lugar protegido de grandes ventos e tal e um lugar fabuloso pra se viver nesse subtropical que é onde a Ilha se localiza. E nessa busca pela “terra sem males” eu sempre acreditei que eles tinham encontrado, porque os vestígios dessa gente era intenso, era encontrado grandemente, quando os europeus começam a ocupar são esses índios que eles encontram aqui e era uma quantidade muito grande. Claro, porque era um lugar excelente de se viver, não existia fome, nada de nenhum exagero. Não é altamente frio, nem altamente quente, é temperado. É o lugar perfeito pra se viver! E depois é que os europeus vem e as coisas claro que mudam tudo. Os índios desaparecem e as terras ficam vazias de gente. E eles precisam ocupar essa terra pra tomar posse dela. Aí trazem os imigrantes, pela nossa gente vem os açorianos. Não vieram para colonizar, eles vieram para ocupar. Foram largados ao longo do litoral para garantir, porque era posse. Quem tivesse nela ganhava a posse de uso da terra.

A ilha é uma paixão, mas a gente evita de ver hoje em dia, porque a gente ficou muito impotente, não conseguiu salvar. Então é melhor evitar para não sofrer muito. Vocês querem fazer turismo na ilha é? Vai ver o que? Não tem museu, não tem grandes referências culturais, por cultura não é. Eles vem fazer turismo por causa da praia?

Marca Florianópolis: Hoje em dia, é.

Peninha: É? Triste. Porque a praia não é aquilo tudo que eles decantam. Se não tem aquela estrutura de apoio eles estão muito atrasados. Se você não pode se deslocar facilmente, isso não é lugar pra fazer turismo. Um turista que vem fazer turismo na Ilha de Santa Catarina vai querer pontuar as praias, vai querer fazer um circuito pelas praias, mas ele não consegue se locomover daqui até ali. Vai ficar tenso, nervoso “Nunca mais é que eu volto!” Lá a gente queria o contrário, queria que a pessoa viesse e não quisesse nunca mais embora, voltasse sempre. Mas não é o caso de turista, eu acho que não. Turista é bom né? Turista trás dinheiro. A gente

Foto: Notícias UFSC

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que salva, nos encanta, tem uma magia nela. Ali está a magia da Ilha. Mas ela não vai durar pra sempre. Assusta, porque é uma coisa tão magnífica, mas a gente sabe que ela já teve milhões de ameaças, gente que já veio estudar e todas as indicações que os cientistas fizeram para tentar manter a figueira, nada foi feito. [...] A ponte é uma besteira, ela vai cair a qualquer hora e não será remontada. Talvez se eles fizerem alguma alegoria pra lembrar de como era a ponte. Se é por causa da ideia da magnificência da ponte, da arquitetura da ponte, se é por causa disso né. […] Mas então, o que mais? Que arquitetura pode simbolizar? Ficam encantados com Ribeirão, Santo Antônio, esses lugares pitorescos que deviam ter sido preservados. Tem muita arquitetura colonial esperando para ruir. Se é tao encantadora a arquitetura, tanta gente fotografa, vamos conservar? Vamo conservar! Status de poder governamental, de interferir pra não deixar derrubar e o governo arrumar mesmo. Tem muita coisa que podia ser recuperada, mas já destruíram tanto que não tem mais graça. […] Mas agora é tarde. Se a arquitetura tivesse sido preservada e o aterro feito na Baía Norte, com toda a arquitetura moderna, seria uma cidade espetacular. Tu irias fazer um circuito com o passado mais remoto da nossa história, até agora com uma modernidade exuberante. Salva alguma coisa, os nomes indigenas que a ilha tem, é a coisa mais simpática que a ilha tem: Itacorubi, Itaguaçu, Jurerê, Cacupé. O melhor som da ilha são esses lugares.

Sabe que eles debocham da gente né, dizem que parece golfinho falando ih, ih, ih. Eles riem da gente assim. A gente tem muito apelido por aí a fora. Bicuíra. Sempre negativo. Quando eles começaram a dizer manezinho era pra ser pejorativo, mas nem tanto porque é diminutivo de Manoel. Mas chegou uma hora que isso era pejorativo, até que a gente reverteu o processo e virou luxo ser manezinho.

Marca Florianópolis: Tem muita gente mais antiga que ainda não gosta.

Peninha: Tem. Eu estava fazendo um trabalho no Rio Vermelho e perguntei “Então és a manezinha legitima?” e ela se ofendeu. Não gostou da ideia. Talvez hoje

pra lugar nenhum, isso já é uma prova de atraso imenso.

Marca Florianópolis: Você vê algum ponto positivo no Turismo?

Peninha: Sim ele, é ótimo. Traz, provoca postura da gente que recebe o turista. É uma economia interessante e pode escoar muito a produção de artistas e artesãos. Turista gosta de levar lembrança. E sse não está acontecendo, tiveram umas feirinhas, umas tentativas, uma coisa muito local, muito pequeninha. A ilha é um lugar que não chega barco que nem em Itajaí.

Marca Florianópolis: Não chega barco grande.

Peninha: Pronto! Aí eu fui ver um barco para chegar la em Canasvieiras.

Marca Florianópolis: Acho que o único lugar que chega barco maior é lá.

Peninha: Eu fui ver, pra tentar entender isso. O trapiche que eles passaram, umas tábuas que até eu tenho receio de passar. Quando o pessoal chega na areia, é uma recepção que deveria estar ali, mas tem uma depressão que está ali. Tem umas lojinhas de coisas de contrabando do Paraguai, umas coisas ridículas, simplesmente ridículo. Isso é o que recebe as pessoas. Quando estão recebendo turismo, elas esperam ser bem recebidos, porque elas estão pagando. E acham que a gente vai receber com simpatia, carinho, que bom que eles vieram nos visitar, beijos, abraços, cantoria. Não tem nada disso.

Marca Florianópolis: Isso é uma das coisas que faltava.

Peninha: Falta! Como é que você vai fazer uma ilha tao famosa, tão decantada, que ganha tantos títulos, que é chamada de Ilha da Magia, e “os barcos não podem vir aqui. Vão pra Governador Celso Ramos, Bombinhas, essas coisas, e aqui não vem porque não tem estrutura nenhuma. […] Nos não estamos acostumados a receber visita.

Marca Florianópolis: Mas agora saindo um pouco do turismo e focando em Florianópolis, pra ti qual o simbolo da cidade?

Peninha: É a figueira da Praça XV ainda

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ela tenha mudado, mas em outras épocas eles se ofendiam por isso. […] Todas as coisas estão em extinção, dizem que eles decantam, mas essa ostra que eles fazem, ostra, marisco é de cativeiro, é bem diferente da ostra que colhíamos nas pedras.

Eu não acho que tenha uma culinária, as pessoas querem o pitoresco e parece que a gente evita o pitoresco. A ilha era cheia de gente pra fabricar farinha de mandioca, açúcar. Isso era fabuloso e eles acabaram com tudo. Aqueles que sobreviveram, tiveram resistência, deveriam ser acolhidos por algum programa de apoio, de iluminação, de arrumação. Mostrar que tesouro que a gente tem. Mas eles escondem porque é tudo muito precário. Essa coisa pitoresca, rústica, é o que o turista quer ver, eles acreditam que conseguem ver isso. Já tentaram outras coisas. Uma vez já quiseram, já que está tudo desaparecendo, todas as tradições. Os açorianos viviam e os descendentes viviam um calendário cultural, religioso, entre o sagrado e o profano. Começava em dezembro e acabava em finados. Em dezembro preparava o Natal e ao longo do ano vão várias coisas que eram uma ebulição muito grande, eram muitas festividades que açoriano reza muito, são muitos católicos, até fervorosos em outras épocas. Mas acabou a reza e eles se acabam de dançar. Esses eventos todos que tinham na ilha e provocavam a sociabilidade da nossa gente, foram extintos. […]

Se tu perguntar para eles o que é o boi de mamão, eles não sabem explicar.

“Ah vocês estão brincando de boi de mamão. Como é que se brinca?”. Não sabem. Primeiro tu fica olhando, aquilo te hipnotiza, não sabe explicar para outra pessoa o que tu visse. É um caos. Eles perderam o enredo, eles perderam completamente a história toda e eu estou falando de um folguedo. Porque foi um dos poucos que sobreviveram. Sobreviveram por insistência de gente que vem trabalhando muito nisso, como o Núcleo de Estudos Açorianos, que fazem um trabalho imenso no litoral de Santa Catarina, para animar, valorizar. A ideia era fazer uma grande corredor turístico cultural, onde todos os municípios foram mapeados e tudo que eles tinham de melhor dessa

tradição. E também que quando viajasses pelo litoral de Santa Catarina, em todos os lugares teriam packs da cultura regional, da culinária, folgueiros. Estão trabalhando nisso, mas já se sabe que isso não vai acontecer. Houve uma grande resistência, uma grande animação dessa herança cultural, com os trabalhos do NEA, que vai se extinguir agora, que vai deixar de existir porque não tem quem continue o trabalho, que é uma pessoa abnegada que dê a vida. Tem uma hora que ela não vai conseguir levar por vários motivos, se aposenta e nao vai ter gente que queira levar adiante aquilo, né? Tem vários projetos importantes para a educação e cultura de Santa Catarina, e sempre se desintegraram assim como nossa herança cultural também se desintegrou. Essa vivência cultural dos açorianos. Eles começavam no dia 8 de dez até Natal, e tinham cantorias a noite. Era o mês inteirinho de cantoria e cada residência que ia, era uma festa que acontecia. A gente foi na tua casa e depois ia na casa dela, amanhecia o dia, o povo todo em cantos, danças, bebedeiras e comilanças. Acontecia a sociabilidade do povo. As festas duravam pelo menos três dias, toda gente que pudesse pelo menos andar, ia pra festa. Essa festa na verdade o santo era só uma desculpa, porque ali era onde acontecia a sociabilidade “Como vai Maria, Como vai João?”. Os conselhos, eles querem comprar meu boi de engenho, havia uma discussao de vende não vende, faz assim faz assado. Era intenso, intenso, intenso, e isso o ano todo. E isso em todos os lugares, pulavam para todos os lugares.

Mas eles mudaram a Igreja Católica e os padres que apoiavam essas tradições eram de cultura portuguesa. O padre benzia e o povo procurava muito as benzedeiras. Eram pessoas extremamentes respeitadas nas comunidades, eram rainhas na comunidade. Mas parte desse apoio foi substituído por padres que vinham de outras regiões, de descendência alemã e italiana. Quando eles chegavam nas comunidadezinhas aqui eles já não chegavam com graça, sair de algum lugar da Europa, pra vir pra cá para esses lugarzinhos. “Que isso? Não tem valor religioso” O avô, tataravô, bisavô faziam assim e vem uma pessoa ou padre dizer que não tem valor religioso? Então essa gente se ofendeu muito muito muito com

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essa mudança, porque eles eram muito católicos. Então essa gente se afastou da igreja, as igrejas ficaram vazias, a maioria não respondia mais. Mas a nossa gente não sabe ler nem escrever, eles tinham necessidade de ouvir a palavra. E eles faziam isso ouvindo a prática do padre e eles ficavam encantados com o padre falando a prática, coisa solene. O povo adora. O povo gosta de luxo e tragédia.

Marca Florianópolis: Nós estamos falando muito do catolicismo e da mistura das bruxas com o catolicismo. O que o senhor acha das duas coisas juntas na cidade?

Peninha: Eu vou chegar ai quando eu disser assim: Esses padres se integraram, porque o povo queria ouvir a palavra, só que eles tentaram resolver essas coisas em casa. As Assembléias de Deus abriram as portas e o pastor é falante. Eles entraram para ouvir o pastor, são seduzidos. E essas Igrejas Evangélicas condenam qualquer alegria, não pode dançar, não pode cantar, não pode mais nada. Viram meio zumbis. Então todas aquelas manifestações culturais que a gente sente falta mesmo sem ter vivido, elas acabaram nesse momento. Na hora que houve uma mudança. Então dentro desse universo açoriano, a proteção deles contra o sobrenatural, eles tinham maior medo do sobrenatural. Tudo que não tinha explicação, lobisomem, mula sem cabeça, bruxa. Eles tinham um medo danado disso, mas eles tinham proteção e isso era legal. Era interessante ver como eles resolviam esses problemas do medo, do inusitado, do desconhecido. Assim surgiam essas histórias que Franklin Cascaes registrou, que outras pessoas registraram, mas principalmente Cascaes que teve a ousadia de colocar no papel pela primeira vez essas lendas que as pessoas contavam. E a gente descobre que essas lendas vem das profundezas da Idade Média, era uma coisa que a própria Igreja católica queria para amedrontar as pessoas, para elas se comportarem. E aí criavam essas coisas estranhas né? Não sei. (risos) Mas eu acredito nisso sim! Bruxas e lobisomens, adoro essas histórias, é uma coisa impressionante. Eu vou nas escolas e quero falar disso e daquilo. Mas quando eu conto as lendas as pessoas ficam impressionadas, mesmo sabendo que é

mentira. Mas tem a dúvida. Uma porção de mistério assim.

Muitas histórias surgiram e eu chamo de educação repressora, não sei se é essa a expressão. Mas eram as próprias mães que criavam para controlar os filhos, porque mulher era uma coisa que trabalhava demais, mulher dona da casa, a mãe da casa.[…] Essa mulher tinha muita coisa para fazer enquanto o pessoal estava na roça, esse pessoal voltava 18 horas, e quando eles voltavam ela já estava com a ceia pronta e ainda era dia. E eles falam assim “Oh mãe, eu vou fazer ceia, mas depois eu vou ali na casa do Maneca” e os garotos moravam longe, os lugares eram distantes. “Ai que bom que tu vai lá, eu queria que tu levasse um queijozinho” dizia ela animada. Ela dá tudo que ela fez o dia inteiro, o que ela podia e não podia fazer, cuida da horta, cuida da criação, tem que tecer, dobrar o algodão, ela tinha uma atividade imensa. Durante a ceia, onde se reunia toda a família, coisa linda, rezavam antes de comer. […]

E nessa de falar de ataque, de bruxa, de coisa estranha, eles começam a se lembrar de várias outras histórias e quem está na mesa fica impressionado com a história que está ouvindo, ainda mais que é a mãe que está contando. Tua mãe pode ser mentirosa, mas a minha não. Terminou a ceia e já devia agarrar o caminho para ir de encontro ao amigo, mas ele fica amoado num canto, por causa da história que ela acabou de contar, que aconteceu no caminho que ele vai ter que passar pra ir na casa do amigo. Entendesse as estratégias? Inteligente. “Ah não, eu estou cansado” Tá vendo, sem gritar, sem incomodar ela conseguiu o objetivo dela, que era ter ele no outro dia descansado para trabalhar. “Ah por que tu não vieste?” Ele já escuta a história do outro “Ah, minha mãe contou” e ele já conta isso em casa e a mãe de um conta pro outro e a história começa. E assim as notícias corriam e agora pra desmentir isso era difícil, porque foi a mãe de alguem que contou. Muitas dessas histórias nunca aconteceram, elas foram criadas pelas próprias mães, para poder dar um domínio, as vezes até com o marido, porque as pessoas ficavam numa dúvida danada, com coisa estranha, pessoas doentes. Eles achavam que

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que nós temos até a presente data. Você iria ver tesouros de populações de 5 mil anos atrás. Uma das coisas que mais encantam quem nos visita, é quando visitam os petroglifos e as inscrições rupestres. E olha que já destruíram, e mesmo assim ainda sobrou alguma coisa. E é isso que o pessoal fica absolutamente encantado, se fizer souvenir com esse negócio, vende. O turista quer levar lembrança e aqui não tem algo impactante, boneco de cerâmica, às vezes tentam mostrar o conjunto do boi-de-mamão, mas tem gente que nunca viu isso na vida. A bernunça, tem gente que não sabe nem explicar o que ela significa. Então, é um pouco triste.

Se fosse colocar as palavras que demonstram a essência de Florianópolis, ou coisas ou objetivos, quais seriam? Umas três, cinco palavras.

Cascaes tinha um poema de amor à ilha “oh, minha Ilha de Santa Catarina, se longe de ti morrer quero em teu seio repousar”. Ele tinha um preocupação tremenda em ser sepultado na mais bela ilha do mundo. Claro que não, mas a gente é tão vaidoso com ela que acredita nisso. O divino arquiteto quando fez, caprichou , trabalhou na ilha como se fosse uma jóia pra enfeitar essa grande obra.

Marca Florianópolis: Floripa, você gosta quando chamam de Floripa?

Você sabe que a nossa gente não usava. “Eu vou na cidade”, “eu vou no centro”, mas não falavam Florianópolis. Primeiro por causa da palavra, é uma palavra que nos engana, e as pessoas não conhecem a história. Quando elas conhecerem a história, elas vão ficar indignadas e ver que é preciso mudar mesmo o nome da cidade. Seria fascinante se tivesse um plebiscito pra mudar o nome da cidade, fazer esse agito, porque as pessoas iriam conhecer a história. Aí com o conhecimento da história, a coisa ia começar a mudar. Mas na verdade eu acho que na ilha já tem pouca gente nativa mesmo.

era alguma coisa sobrenatural, mas era falta de higiene. […] As pessoas não tinha informação né. Então muitas histórias jamais aconteceram.

Marca Florianópolis: Muita gente que a gente entrevistou falou que é a “capital provinciana”, com ares de uma cidade pequena, mas é uma capital.

Peninha: Por isso que se eles não tivessem enterrado a cidade, seria fabulosa. Beira-mar dentro da água, Art Nouveau, era um luxo. Era um charme absoluto, o mercado, o mar batendo ali, aquilo era uma coisa encantadora. A gente ia para o pôr do sol e se deslumbrava, pois era a “terra dos casos e ocasos raros”, um dos primeiros slogans da magia da ilha era esse. Aqui acontecem coisas que nunca se repetiram em parte nenhuma no mundo. Mas tem que tomar muito cuidado, porque se a pessoa não for de boa índole aqui, ela cai. Ela corre sérios riscos de ser rebelada. A ditadura militar no Brasil praticamente caiu aqui em Florianópolis quando eles bateram junto, imagina no Figueiredo.[…] Se você for ver coisas que aconteceram nesses casos raros, é de arrepiar. E são essas pitorescas, as histórias que as pessoas gostam de ouvir. Eu trabalhava no museu da UFSC e eu fazia o programa por minha conta, atendia turista sábado e domingo lá, era muito legal. O museu era ridiculamente pequeno, não tinha muita coisa, mas ele tinha os templos históricos, arqueologia, os índios e a herança açoriana. Então tinha um túnel do tempo, dava uma noção da ocupação humana no nosso litoral, pelo menos. Uma coisa que eu vivo falando que deveria acontecer é a criação de um memorial da Ilha de Santa Catarina. Nós temos tesouros históricos engavetados que ninguém tem acesso, é o maior desperdício. Por isso que eu falo, não se faz turismo sem organização cultural. Esses aterros, eles querem animar ali, fazer alguma coisa, era isso que tinha que ser. Nós temos acervos absolutamente deslumbrantes em arqueologia, por exemplo, que estão guardados no sótão. Isso não tinha que estar guardado, tinha que estar exposto aos olhos da nossa gente, primeiro. Porque quando eu falo do memorial da ilha, eu estou preocupado com a nossa gente, que a nossa gente conheça os tempos históricos e as histórias

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Como nos disse, certa vez, um de nossos entrevistados: “Pra mim o que é mais característico do manezinho é a teimosia. O manezinho é teimoso. Ele insiste naquilo que considera importante, não larga de mão aquilo ao que dá valor. Temos que aprender com eles a valorizar o que é nosso”. Essa frase pode resumir, também, o trabalho que alguns artistas vem desenvolvendo com o objetivo de preservar alguns aspectos da cultura mané: as expressões, o sotaque, a maneira de falar, as gírias locais, a maneira característica de contar histórias, as crenças populares, entre outras coisas.

O trabalho realizado pela artista Vanderléia Will, por exemplo, tem levado diversas pessoas a conhecerem um pouco do imaginário da cidade por meio da personagem Dona Bilica. Dona Bilica representa um aspecto da cultura mané que está ligado não só à maneira de falar, mas à preservação da cultura oral, dos “causos” e histórias antigas, e das crendices populares da “gente antiga” da cidade. Rendeira, lavadeira e benzedeira, a personagem insiste em manter vivos os fazeres típicos da ilha e envolve todo o público em uma atmosfera que além de resgatar muitos aspectos da Floripa antiga, também leva

FiGuRAS MANéS: o huMoR MANeZiNho MARCA FLoRiANóPoLiS!

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todos às gargalhadas com o jeito simples e alegre dessa divertida manezinha.

Outra personalidade manezinha que ganhou o coração da cidade é o Darci. Apaixonado por tainha, o personagem do músico Moriel Adriano da Costa, da banda Dazaranha, tem como objetivo resgatar a cultura açoriana e entreter todo mundo com as “histórias de pescador”, típicas do viver de Floripa. Nascido e criado e Florianópolis, Darci “tira onda” do Avaí e do Figueirense, faz piadas com as próprias histórias, acaba sempre envolvendo a sua mãe (de quem leva algumas broncas) e leva todo mundo às gargalhadas.

O trabalho desses artistas vem resgatando as histórias e o modo de viver e de falar típicos da cidade, levando as novas gerações a conhecerem suas origens e encantando aos turistas e àqueles que escolheram Florianópolis para viver com os mais divertidos causos da cultura mané. Vale a pena conferir o trabalho desses artistas que tem feito um verdadeiro trabalho de resgate e revitalização desta cultura, mantendo vivos aspectos da nossa cultura oral e transmitindo a simplicidade do humor mané para as novas gerações.

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CoMo FLoRiANóPoLiS SeRiA Se FoSSe uMA PeSSoA?

Quem acompanhou as outras duas edições e já conhece o nosso projeto sabe das diversas ações que temos empreendido para alcançarmos o nosso objetivo de desenvolver uma marca para a cidade de Florianópolis. Entretanto, antes de efetivamente criarmos essa marca, temos procurado diversas maneiras de identificar o que entendemos como o DNA da cidade: sua identidade, sua essência, os elementos que a tornam única e a diferenciam de todas as outras cidades.

Uma das maneiras pelas quais temos buscado entender a cidade é por meio da personificação. A personificação (ou prosopopéia) é uma figura de linguagem que consiste em atribuir qualidades pessoais a qualquer entidade não-humana; também pode ser definida como uma pessoa que representa uma ideia ou qualidade. No caso do nosso projeto, podemos compreender a personificação de ambas as maneiras: por um lado buscamos características ou atributos pessoais da cidade, e por outro lado construímos – com esses atributos – uma espécie de cidade-persona.

A pergunta que vem guiando esse nosso estudo é: Se Florianópolis fosse uma pessoa, como ela seria? Essa pergunta foi feita à diversas pessoas-chave da nossa cidade e o resultado foi um mosaico de personalidades que expressam diversas facetas e identidades de Floripa. Da sereia perfeita à matriarca coruja; do pescador manezinho ao “cara jovem”, alternativo e meio hippie. Decidimos explorar alguns desses perfis que apareceram em nossas conversas e compartilhá-los com vocês:

A SereiaEsta é a nova Mulher alegre, descontraída, comunicativa e simpática. Sempre disponível e disposta à interagir com todos. De papo fácil e sorriso largo, mas não se iluda: ela coleciona mistérios. Metade mulher e metade peixe, o mar é seu habitat natural. Eles se confundem e se fundem em uma estranha harmonia. Sua beleza exuberante encanta a todos, ela enfeitiça os que a miram com seus belos cantos, encantos e curvas.

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Nós do Projeto Marca Florianópolis nos identificamos muito com essa postura e procuramos, com as nossa ações, alcançar a todas as pessoas que se interessam por nossa cidade, transformando todo o processo em algo cocriativo, pois queremos uma marca que seja a cara de Floripa! Consideramos fundamental que todos participem desta criação, pois, para nós, a participação de todos é a garantia de um bom resultado.

O ManezinhoSeu jeito simples, carinhoso e informal cativa a todos os que se aproximam. A maneira de falar, com sotaque carregado, traz nas notas e ritmos o peso leve da tradição açoriana e o desejo de preservar a simplicidade e as coisas típicas da cidade. O maior desejo do manezinho é ser eterno, não só na mente e no coração daqueles que o conhecem, mas no jeitinho simples de viver o dia-a-dia.

Foto: Wikipedia

Foto: Tudoenergia

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A MatriarcaUma mulher madura, que ama os seus filhos e não permite que eles a deixem. Uma mãe que carrega seus filhotes debaixo das asas, a matriarca é otimista e tem o olhar voltado para o futuro. Apesar das circunstâncias nem sempre favoráveis, a matriarca tem sempre algo positivo a dizer: uma palavra de ânimo, uma visão otimista. Se tem sol em dia de trabalho é bom porque o sol anima; se chove, é bom para as plantas e revitaliza a natureza.

O Manezinho 2.0 Esse cara é alegre, alto astral. Carrega consigo a simplicidade do velho manezinho: um pouco alternativo, um pouco hippie, gosta do sal da água do mar e de pegar uma onda. Divertido e simpático, esse cara não tem dificuldades para fazer amigos e ele sabe ser acolhedor com todos os que conhece. Um cara legal que todo mundo gosta, simples e acessível. Ele não descarta conhecer e ganhar o mundo, mas tem orgulho de ser daqui e tem a certeza de que, mesmo que voe pra longe, um dia vai voltar: e com mais histórias pra contar.

Você já pensou quem ou como Floripa seria se fosse uma pessoa? Esses foram só alguns perfis que nós identificamos, mas nós queremos saber sua opinião!

Foto: Starmedia

Foto: Wealthysinglemommy

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#marqueflorianopolis e nos ajude a conhecer melhor Floripa e suas diversas identidades!

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E pra você, como Florianópolis seria se

fosse uma pessoa?

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CARNAvAL 2015 MARCA No BLoCo DoS SuJoS

CARNAvAL 2015: MARCA No BLoCo DoS SuJoS

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Começamos a nossa entrevista no Bettina Bub pensando que seria uma entrevista tradicional, nossa pergunta foi: Como você percebe o turismo em Florianópolis?

O Gastrônomo João Bub, nos respondeu: “O turismo é essencial para a cidade. É só observar a população de Florianópolis no verão e no inverno, é absurda a diferença. E é fato que muito do dinheiro que vem pra Florianópolis, vem pelo turismo; e junto com o turismo tu precisas de hotelaria, de restaurantes, enfim, é muito importante que Floripa tenha uma marca, nesse sentido. E ninguém nunca tinha parado pra pensar nisso.”

Quando perguntamos sobre a história do restaurante com a cidade, entramos em um mundo de aromas e sabores; uma espécie de passeio sensorial pelos ingredientes e segredos culinários de Floripa. Para João Bub, o bistrô nasceu como um sonho. Bub, desde pequeno, considerava-se bom em duas coisas: desenhar e cozinhar. Caindo, por acaso, na Gastronomia, acabou se apaixonando – especialmente pela comunhão dos conteúdos teóricos colocados à prova com a prática na cozinha.Simpatizante do conceito de restaurante

secreto, viu nessa modalidade uma maneira de dar um passo de cada vez e de ter sempre ingredientes frescos compondo seus pratos. Uma das maneiras que encontrou para assegurar o frescor e a qualidade dos ingredientes foi plantá-los na própria horta do restaurante, além de recorrer à feiras e à alguns pescadores da região. A relação com a cidade, portanto, não veio na forma de pratos típicos manezinhos, mas com o fato de explorar diferentes sabores de ingredientes locais.

Uma das tristezas do chef é o pouco valor dado aos ingredientes locais, pois não raro encontram-se nas mesas e cardápios ilhéus frutos do mar de outras localidades, como côngrio do chile, salmão de cativeiro, camarão do recife, entre outros. Nada contra esses ingredientes, mas certamente os ingredientes locais são de alta qualidade e tem, a seu favor, o fato de poderem ser servidos frescos, quase recém pescados; para Bub, o brasileiro precisa dar mais valor à sua matéria prima, ao seu produto.

uM PASSeio PeLoS ARoMAS e SABoReS De FLoRiPACom João Bub, do Bettina Bub

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do Chico, parece que eu to comendo espetinho de camarão com o meu pai de novo. Eu enxergo o meu pai de baixo, da cintura pra cima, e sei lá quantos anos eu tinha quando eu gravei essa memória na minha cabeça”.

Para finalizar esse nosso passeio, perguntamos para Bub quem ou como Florianópolis seria se fosse uma pessoa. Deixamos vocês com aquilo que ele nos respondeu. Vale a pena refletir sobre aquilo que Floripa tem de especial e de como devemos tratar as especialidades e especiarias de nossa cidade:

“Se Floripa fosse uma pessoa, seria um mané bem carrancudo, com os dedos todos truncados, teimoso pra caramba. Mané é muito teimoso, de certa forma uma teimosia inteligente. Mané é muito restrito, é muito resumido ao que é dele, ao que é de Floripa. Não come peixe cru, peixe bom é peixinho frito, peixe novo, berbigão. O cara valoriza o que é dele. Faz a farinha dele, cultiva a ostra dele, insiste em ter carro de boi, anda com o carro de boi de um lado pro outro, só por andar, só pelo prazer de mostrar o boi e o barulho do carro... são muito apegados ao que é deles. Eu acho que o que falta pra cidade como um todo é valorizar isso ao que eles são apegados, porque eles são apegados por um motivo: porque é bom. Se fosse ruim eles não seriam apegados. Se fosse ruim eles largariam mão e pegariam o que vem de fora.”

“O cara às vezes tem orgulho de dizer que comeu salmão grelhado em Santo Antônio de Lisboa e quase tem vergonha de falar que comeu uma misturinha frita passada na farinha de mandioca que é fantástico! É um peixe que o cara pegou hoje de manhã, passou na farinha que o Fausto produziu aqui no engenho dele e só faltava o óleo de soja ser da soja que ele colheu no jardim. Não tem preço esse tipo de coisa”.

Quando questionado sobre ingredientes locais de destaque – que mereceriam um selo de origem – cita: ova de tainha in natura, seca, salgada em qualquer fomato (tanto que a maior parte deste produto é exportada para o Japão a altos preços), a própria tainha (que está impregnada em nossa cultura) e a pimenta rosa (conhecida aqui como semente de aroeira e encontrada nas proximidades de muitas praias). Para Bub, ter um selo de origem é ter muita qualidade em algo específico, que possui muita tradição e que faz girar a economia local.

Em um passeio pelo quintal e pela horta não é difícil encontrar ingredientes muito valorizados por qualquer manezinho que se preze: pitangueiras, goiabeiras, pés de ameixa-amarela (a exótica nêspera, como é conhecida no meio gastronômico), jaboticaba. Para João, alguns sabores marcam a cidade (e a sua infância): como o trevo de três folhas, apelidado carinhosamente pelos manezinhos de azedinha. Como ele mesmo diz: “Uma coisa que eu adoro usar, que eu como desde criança, era uma alegria, era quase uma caça ao negócio é a azedinha, o trevo de três folhas. É super azedinho, é uma delícia. Eu tava brincando com os meus amigos e encontrava um pé de trevo eu parava a brincadeira e ia comer trevo. E hoje sempre que eu encontro eu colho e coloco na salada do bistrô. É uma surpresa, é um negócio legal. É algo que eu gostaria de ter um fornecedor”. João dividiu conosco, também, o que considera uma memória emocional: o sabor do camarão branco. Para ele, se Florianópolis fosse um sabor, seria esse: “É um negócio que eu boto na boca, eu dou a primeira mordida e eu volto pro caldo de cana que tem do lado da peixaria

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No dia 23 de março a cidade completa 289 anos da sua fundação e por isso iremos comemorar o que ela tem de mais especial - a sua essência! Em parceria com o Shopping Iguatemi, teremos um espaço dedicado à

cultura manezinha.

Venha visitar o lounge “Minha Marca é Florianópolis” que estará entre os dias 19 e 23 de março, das 11h às 17h, na praça de alimentação do

Shopping Iguatemi!

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Contamos com a criatividade de todos aqueles que amam Floripa e convidamos todos a acompanharem o nosso processo. Existem muitas maneiras de colaborar; você pode:

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