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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Julho 2008 12 O Maior Milagre 27 Celebrando o Sábado 11 É Seguro Comer Peixe? Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Um R ussıa D anıel na

Revista Adventist World - Julho 2008

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Revista Adventist World

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Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Ju lho 2008

12 O Maior Milagre 27 Celebrando o Sábado

11 É Seguro Comer Peixe?

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

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Julho 2008

A I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial ....................... 3

Notícias do Mundo 3 Notícias e Imagens

Janela 7 O Canadá por Dentro

Visão Mundial 8 Liberdade para Cuidar

S A Ú D E

É Seguro Comer Peixe? .......................... 11Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

O Fim do Pecado e dos Pecadores ............. 26Por Angel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

Celebrando o Sábado ........................ 27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 O Lugar de Oração31 Intercâmbio de Idéias

O Lugar das Pessoas ........................ 32

A R T I G O D E C A P A

Um Daniel na Rússia Por Andrew McChesney .............................................................. 16Russo aceita chamado de Deus para pregar aos ricos.

D E V O C I O N A L

O Maior Milagre Por David Marshall .................................. 12Ele começa quando digo “sim” a Jesus.

V I D A A D V E N T I S T A

Missionários Adventistas – Eles Ainda Existem? Por Laurie Falvo .......................................................................... 14Quando oramos pelos “missionários e colportores”, podemos estar orando por alguém que conhecemos.

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Reavivando o Dom Por Jonathan A. Thompson ................. 20Todos possuem dons espirituais. O que estamos fazendo com os nossos?

D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Ele Ainda Fala Por Alberto R. Timm ..................................... 22Deus não nos abandona lutando sozinhos; Ele Se revela de várias e maravilhosas maneiras.

S E R V I Ç O

O Espírito de Deus em Ação na África Por Jean Thomas ......................................................................... 24A nova geração leva adiante a luz que recebeu.

Capa: MONUMENTOS CONHECIDOS: A Catedral de São Basílio está locali-zada na Praça Vermelha, em Moscou, Rússia. Ela é a praça mais antiga, mais famosa e abriga os monumentos mais conhecidos da cidade: Catedral de São Basílio, o Kremlin e o Mauso-léu de Lenine.

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 7, Julho de 2008.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

www.portuguese.adventistworld.org

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■ Dentre os poucos lugares no Reino Unido sem presença adventista do sétimo dia, existe um que, graças à migração de membros para a região e à ajuda da Associação Sudeste da Grã-Bretanha, saiu dessa lista.

As Ilhas do Canal – Jersey e Guern-sey – estão entre os lugares mais dese-jados e dispendiosos do mundo para se viver. Localizadas a cerca de 20 km fora da costa noroeste da França, foram anexadas ao Ducado da Normandia em 933, de acordo com referências da Web. Em 1066, William II, da Norman-dia, súdito do rei da França, invadiu e conquistou a Inglaterra, tornando-se

N O T Í C I A S D O M U N D O

Adventistas Organizados nas Ilhas do Canal

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Quando Ester Foi Batizada

Um antigo coro afro-caribenho está viajando pelo mundo neste momento:

Leve-me para as águas, Leve-me para as águas, Leve-me para as águas, Para ser batizado.De Ancara a Anchorage e de Manaus a Mombasa há um

convite, feito centenas de vezes por dia, a homens e mulheres que se unem ao povo remanescente de Deus. Em lagos, ainda com o gelo do inverno e nos rios lamacentos da selva onde a paisagem, às vezes, inclui crocodilos, cerca de três mil pessoas por dia estão selando, pelo batismo, seu compromisso com Jesus e Sua igreja do fim dos tempos. O milagre do Pentecostes está se repetindo todos os dias.

O suave e contínuo “chuá” que você ouve em todo o mundo adventista é o som de alguém sendo imerso a cada trinta segun-dos, “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Aqueles rastos molhados pelo corredor da igreja foram deixados por um dos mais de um milhão de novos conversos que se uniram à Igreja Adventista do Sétimo Dia nos últimos doze meses.

O que estamos fazendo para dar as boas-vindas aos nossos irmãos e irmãs? Será que estamos abrindo espaço para eles na mesa da família, incluindo-os em nossa vida? Será que sabem que são preciosos para o Senhor e para nós? Quando foi a última vez que sentiram a mão carinhosa de alguém em seus ombros ou nos ouviram orando por eles? Será que estão nos vendo como bons perdoadores, prontos a encorajar e lentos para criticar?

Suas necessidades não são complexas, suas esperanças não são difíceis de satisfazer. Eles precisam daquilo que a vida jovem sempre precisa: bondade, alimento e roupas. Vista-os com as vestes do louvor. Alimente-os com o maná encontrado na Palavra. Ouça suas mágoas, lutas e triunfos.

Renove seus votos batismais comprometendo-se com os que são novos entre nós. Prometa que não irá deixar passar nenhum outro sábado sem abençoar a vida de alguém que re-centemente passou pelas águas. Certamente, “foi para tal tem-po como este que chegaste ao reino”, e que grande tarefa essa!

— Bill Knott

E D I T O R I A L

A Igreja em Ação

ADVENTISTAS EM JERSEY: O Castelo Mount Orgueil é um ícone da imagem das Ilhas do Canal de Jersey (Grã-Bretanha). Os adventistas hoje realizam cultos regulares em Jersey e Guernsey e esperam organizar congregações ali.

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N O T Í C I A S D O M U N D O

William I, da Inglaterra, também co-nhecido como William, o Conquista-dor. A partir de 1204, a perda do resto das terras da monarquia no continente da Normandia fez com que as Ilhas do Canal fossem governadas como pro-priedade separada da coroa britânica.

Conhecidas pelo turismo e por serem “paraíso fiscal”, as ilhas, cuja população combinada é de aproxima-damente 160 mil habitantes, contam hoje com catorze adventistas do sétimo dia e, pelo menos, dois interessados na mensagem da igreja.

“Alguns jovens nativos de Jersey e Guernsey estavam orando para que um dia pudessem outra vez experimentar a vibração de uma boa Escola Sabatina”, disse Tambu Muoni ao repórter do jor-nal da União Britânica.

De acordo com Muoni, “fomos to-dos encorajados quando a Associação Sul da Inglaterra entrou em contato conosco e, em agosto passado, o pastor Aristotle Vontzalidis (responsável pelo crescimento da igreja da associação) e sua esposa nos visitaram e combinaram uma reunião em Guernsey.”

Vontzalidis voltou às Ilhas do Canal em maio de 2008 e, dessa vez, a capela de um hospital em Jersey foi o local escolhido para a Santa Ceia e o culto de sábado.

Muoni escreveu: “Alternando entre as ilhas, os membros agora planejam reunir-se para se confraternizarem com

mais freqüência. Cremos que, um dia, pela graça de Deus, a igreja continue a crescer e logo haja igrejas estabelecidas em ambas as ilhas.”

“Há muito tempo, a Associação Sul da Inglaterra deseja estabelecer a pre-sença adventista nas ilhas”, diz Muoni. “Ao longo dos anos, tem-se distribuído literatura e nossos colportores evange-listas têm desempenhado importante papel. No entanto, é a aldeia global da imigração que está ajudando a trans-formar o sonho em realidade.

As Ilhas do Canal têm uma rica e célebre história. Victor Hugo passou muitos anos exilado, primeiro em Jersey e depois em Guernsey, onde es-creveu Os Miseráveis. Guernsey é tam-bém o cenário do último romance de Hugo, Les Travailleurs De La Mer (Os Trabalhadores do Mar). As Ilhas foram a única parte da Comunidade Britânica a ser ocupada pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. Os cinco anos de ocupação foram marcados por extrema privação e crueldade. Hoje, as ilhas são o principal destino de muitos turistas do Reino Unido e da Europa. — BUC notícias com equipe da Adventist World.

Adventistas Exploram Parcerias com Grupos de Saúde Global■ A Organização Panamericana de Saúde está buscando parcerias com Or-ganizações Religiosas, incluindo o Mi-nistério da Saúde da Igreja Adventista do Sétimo Dia, como parte de seu esforço para se conectar com o FBO, que presta cerca de 40% dos cuidados de saúde em muitos países em desen-volvimento.

Recentemente, representantes de ambas as organizações reuniram-se na sede mundial da Igreja Adventista para analisar meios de implementar os Alvos de Desenvolvimento do Milênio da UM, com base na estrutura da igreja, incluindo instituições de saúde e seus líderes.

“Fiquei impressionado ao ver o quanto a saúde é parte integral da Igreja Adventista e achei isso fascinan-te”, disse James Hill, relações externas da PAHO .

PAHO é o escritório regional da Organização Mundial de Saúde nas Américas do Norte e do Sul e antecede sua organização-mãe.

FAZENDO PARCERIAS: Dr. Allan Handysides, diretor do Ministério da Saúde Adventista, crê que a parceria com organizações internacionais de saúde ajudará a ampliar a compreen-são dos estudantes adventistas sobre as questões globais de saúde.

F O T O : R A J M U N D D A B R O W S K I / A N N

A Igreja em Ação

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Os líderes da igreja disseram que a parceria com essa organização, com a obtenção de padrões internacionais de cuidado, dará ainda mais credibilidade ao seu trabalho.

“Gostaríamos de ver profissionais de saúde adventistas e igrejas interes-sadas na saúde, engajando algumas das suas atividades para atenuar alguns problemas como a mortalidade infantil nas Américas Central e do Sul”, disse o Dr. Allan Handysides, diretor do Minis-tério da Saúde da igreja.

Ele ainda disse que a colaboração poderá oferecer mais estágio para es-tudantes adventistas e oportunidades missionárias: “Normalmente, pensamos em missionários que vão para as nos-sas instituições, mas se fosse possível colocar alguns de nossos estudantes adventistas em organizações como essa, isso os ajudaria a obter uma compre-ensão global das questões de saúde e criaria um intercâmbio natural entre os jovens, possibilitando essa parceria ao longo do tempo.” — Ansel Oliver, Rede Adventista de Notícias

Adventistas nas Filipinas “Falam do Amor de Deus” Usando Mensagem de Texto■ Em breve, a capital mundial da mensagem de texto terá a opção da in-confundível voz adventista.

Membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nas Filipinas, estão se asso-ciando à Globe Telecom, Inc., o maior

provedor de telecomunicações daquele país, para criar um “chip” de telefone celular ou cartão SIM exclusivo para os adventistas.

A SIM ou Módulo de Identidade do Assinante é usada para conectar o celular à companhia escolhida pelo assinante e acrescentar créditos. Os cartões SIM são usados em aparelhos celulares como cartões removíveis/chip que armazenam informações de identi-dade pessoal.

Jonathan Catolico, diretor de comu-nicação da Igreja Adventista na região Ásia-Pacífico Sul, espera que o cartão seja usado por cerca de 250 mil adven-tistas ou um quarto dos membros da igreja nas Filipinas.

Como parte do projeto chamado “Comprometidos a Falar do Amor de Deus”, os usuários do cartão adventista SIM podem ministrar a outros pela utilização de recursos exclusivos do cartão: versículos bíblicos, oração diária, pedidos de oração, curiosidades bíblicas, notícias, relação das igrejas em regiões metropolitanas e outras cidades e uma versão abreviada das doutrinas da igreja.

“Se um membro de igreja envia uma mensagem incorporada no cartão SIM para alguém que deseja inspirar, ele ou ela está ativamente envolvido com o programa de ganhar almas da igreja”, diz Catolico.

Uma porcentagem da tarifa de cada mensagem de texto será doada para projetos especiais da igreja.

Rodolfo Bautista Jr., professor de Bíblia e História no Centro Médico Adventista de Manila e Colégios, aju-dou a liderar o projeto. Ele diz que o SIM Advent será uma ferramenta útil

para chegar a uma geração de pessoas que têm o hábito de enviar pequenas mensagens de textos para os amigos.

“Um jovem pode ter até trezentas pessoas não adventistas em sua agenda de telefone e o cartão facilita o evange-lismo pessoal”, diz Bautista.

Em 2002, a Igreja Adventista nas Filipinas iniciou o “ministério móvel”, um simples procedimento de envio de mensagens de inspiração para qual-quer telefone móvel, explica Catolico. Mas o projeto avançou rapidamente em 2007, quando Bautista soube que a Globo já havia criado comunidades específicas de cartões SIM para seis outras organizações religiosas nas Filipinas. — Taashi Rowe, Rede Adventista de Notícias

Líderes Adventistas de Alimentos Saudáveis Realizam Conferência e Compartilham Idéias■ Em março, representantes de várias companhias adventistas de alimentos saudáveis do mundo realizaram três dias de conferências em Sidney, Austrá-lia. O Sanitarium Health Foods da Aus-trália, o maior produtor de cereais para o desjejum do país, foi o anfitrião do encontro da Conferência do Ministério Internacional de Alimentos Saudáveis.

O tema da conferência mundial foi “Unidos Compartilhando Saúde e Es-perança”. As oportunidades de partilha

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N O T Í C I A S D O M U N D O

A Igreja em Ação

e colaboração foram enriquecidas com seminários sobre “A Filosofia do Minis-tério da Saúde Alimentar”, “O Papel das Marcas e Marketing”, “Inovação e Cres-cimento: Novos Produtos e Estratégias”, “Formação de uma Rede de Suprimen-to Eficiente” e “Elementos Nutricionais do Leite de Soja e Carne Análoga”.

“Foi um privilégio nosso sediar, recentemente, o Congresso Internacio-nal do Ministério de Alimentos Sau-dáveis”, disse Barry Oliver, presidente da Igreja Adventista na Divisão do Sul do Pacífico. “Gostaria de parabenizar o Diretor Executivo (do Sanatório), Ke-vin Jackson e sua equipe, pela maneira profissional com que conduziram o congresso. Obviamente, há benefício em nos reunirmos para trocarmos idéias e estratégias. As companhias de alimentos saudáveis podem transmitir a missão da igreja, sendo ativamente envolvidas e centradas nas atividades missionárias.”

Stoy Proctor, diretor associado do Ministério da Saúde da Associação Ge-ral e palestrante em um dos seminários, comentou: “O Ministério dos Alimen-tos Saudáveis é muito mais complexo e importante do que imaginamos. O mi-nistério permeia a força de trabalho e consumidores com a missão de Cristo, enquanto estão, ao mesmo tempo, na vanguarda da produção.”

As fábricas de alimentos, em todo o mundo, contribuem para a missão da igreja, a cada ano, com milhões de dólares.

Fazer propaganda de alimentos vegetarianos, um negócio associado à mensagem de promoção da saúde da Igreja Adventista do Sétimo Dia é, como dizem, “um dos segredos mais bem guardados” do movimento e está causando efeito positivo em muitos países. Com mais de 40 companhias de

alimentos espalhadas em várias partes do mundo, a Associação Internacional de Alimentos Saudáveis supervisiona essa “grande tendência”, que está se tor-nando mundial: a conscientização da saúde. — Reportagem de Gerry Karst, com informações adicionais da Rede Adventista de Notícias.

LÍDERES DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS: Kevin Jackson, presidente da comissão diretiva do Sanitarium Health Food Company, de propriedade da igreja, à esquerda, e Joel Zukovsky, diretor do Ministério Internacional de Alimentos Saudáveis da Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial, durante o encontro de 2008, em Sidney, Austrália.

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J A N E L A

Localizado entre os oceanos Atlântico, Pacífico e Ártico, o Ca-nadá é freqüentemente citado como modelo de como pessoas

de culturas diferentes, que vivem em comunidades completa-mente distintas, podem conviver em paz e prosperidade. Ocu-pando a maior parte da região setentrional da América do Norte, o território canadense varia de vilas de pescadores na costa leste, metrópoles como Montreal, Toronto e Vancouver, às grandes pla-nícies do centro do Canadá e as Montanhas Rochosas do oeste.

Durante o século XVII, a Grã-Bretanha e a França, super-poderes europeus na época, estabeleceram colônias no Cana-dá. Em 1763, a França cedeu o controle dos seus territórios após ser derrotada pela Grã-Bretanha na Guerra dos Sete Dias, fazendo de todo o Canadas, como era conhecido na época, parte do império britânico. Em 1867, o Parlamento Britânico promulgou a lei britânica na América do Norte, que criou o Domínio do Canadá. Esse foi o princípio do caminho rumo à liberdade do país, que aconteceu em 1982. O Canadá, hoje, é totalmente independente, embora ainda reconheça a monar-quia britânica como cabeça de seu estado e continue membro da Comunidade das Nações.

As culturas francesa, inglesa e indígena, conhecida como “Pri-meira Nação”, influenciaram grandemente a cultura canadense. Colonizadores franceses mantiveram sua identidade e, hoje, seus descendentes compõem a maior parte da província de Quebec, na região oriental. Cerca de 75% dos canadenses vivem nos 160 km da região sul, fronteira com os Estados Unidos. O resto do Canadá é escassamente habitado. Na realidade, ele tem uma das menores densidades populacionais, per capita, do mundo.

O Canadá tem dois idiomas nacionais: inglês e francês. Entretanto, alguns dos territórios do norte têm idiomas ofi-ciais da Primeira Nação. Há, ainda, um movimento para fazer do francês o único idioma na província de Quebec.

Adventistas no CanadáA Igreja Adventista tem duas grandes estratégias para

evangelizar o Canadá. Montreal e Quebec são amplamente reconhecidas como as cidades norte-americanas mais seculares. A forte herança católica dessas cidades cedeu lugar ao pós- modernismo, com sua crescente população urbana de cerca de 3,6 milhões de pessoas, tornando-se cada vez mais diversa. Como

parte do projeto mundial “Es-perança para as Grandes Cida-des”, o “Projeto Esperança para Montreal” tem como objetivo plantar, em 2010, duas novas congregações nessa desafiadora área metropolitana.

No próximo Décimo Terceiro Sábado, parte da oferta da Escola Sabatina ajudará a construir estações de rádio de baixa potência em comunidades rurais no Canadá. Essas estações retransmitirão a programação originada na VOAR, uma estação de rádio adventista com sede em Newfoundland. Por anos, as leis canadenses proibiram a concessão para estações de rádio religiosas. Quando Newfoundland se tornou uma província canadense em 1949, foi permitido à VOAR manter seu registro de rádio religiosa, uma vez que já era uma estação estabelecida. No Canadá, é permitido a estações de rádios de alto alcance construir estações de pouco alcance em comunidades menores. Assim, a VOAR criou uma rede nacional de rádio religiosa, a única no Canadá. Hoje, dezoito dessas estações transmitem a mensagem adventista em ambas as costas. Espera-se que se criem mais emissoras, incluindo uma em Whistler, Columbia Britânica, local das Olimpíadas de Inverno de 2010.

Para saber mais sobre os projetos relacionados com as ofertas do Décimo Terceiro Sábado deste trimestre, e como as estações de rádio da VOAR surgiram, veja o Informativo das Missões na sua igreja local ou visite www.AdventistMission.org.

CANADÁCapital Ottawa

Idiomas oficiais Inglês e Francês

Religiões Católica – 42.6%; Protestante – 23.3%; Outras cristãs – 4.4%; Muçulmana – 1.9%; Outras – 11.8%; nenhuma – 16%

População 32,6 milhões

Comunidade Adventista do Sétimo Dia 57.324

População Adventista per capita 1:568

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Victoria

Yellowknife

Whitehorse

Iqaluit(Frobisher Bay)

Washington, D.C.

Ottawa

Nuuk (Godthab)

Por Hans Olson

K U R T F A T T I C

K U R T F A T T I C

por Dentro

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V I S Ã O M U N D I A L

Recentemente, visitei o Sanatório John Harvey Kellogg’s1, em Battle Creek, Michigan, Estados Uni-dos. Fundado em 1866, foi reconstruído e expan-dido ao longo dos anos. No seu apogeu, abrigava

cerca de 1.200 pacientes, muitos dos quais figuras famosas da época: empresários, políticos, cientistas, artistas, escritores e intelectuais.

Vinham para experimentar as novas práticas revolucioná-rias de saúde, recomendadas por Ellen White. Ela defendia ar fresco, água pura, dieta baseada em vegetais e exercício – conceitos tão revolucionários na época, como são conven-cionais hoje.

Enquanto caminhava por aquele grande complexo de prédios antigos, fiquei perplexo com a audácia de nossos pioneiros, a enormidade de seu empenho. Como era ampla a visão deles! Quão profundas suas convicções, levando-os a um empreendimento tão ambicioso! Naquele prédio históri-co, podemos encontrar as raízes da atual rede internacional de hospitais adventistas do sétimo dia, escolas de medicina e clínicas. Foi ali, também, o início de nossas indústrias de alimentos saudáveis e onde o trabalho médico missionário da igreja começou a ser estruturado.

Foi um poderoso lembrete para mim de que, no âmago do adventismo, há uma profunda preocupação com a pessoa como um todo. Nossa fé é fundamentada na mensagem de to-talidade de Cristo – uma transformação espiritual que engloba os aspectos físico e emocional da pessoa. Nenhum aspecto da vida humana está além do toque de Cristo; nenhuma faceta da atividade humana sai do âmbito de Seu cuidado.

Como adventistas do sétimo dia, essa é a nossa herança. Foi isso que moldou nossas atitudes e nossas instituições. Isso ajuda a explicar por que priorizamos a assistência humani-tária; porque defendemos a liberdade religiosa para todos os povos, independente de sua crença; porque continuamos a investir pesadamente em educação. Essa mensagem de “tota-lidade” tem nos mantido na vanguarda nas questões de saúde pública, nas campanhas contra o álcool, o fumo e outras práti-cas que destroem os indivíduos, as famílias e a comunidade.

Enquanto reflito sobre nosso passado, tenho também a consciência de que nosso desafio não é estático. Temos uma responsabilidade contínua de nos engajarmos com as questões emergentes da sociedade; de destacar nossos valores e voz

profética daquelas coisas que afetam as comunidades onde vivemos hoje.

Em nossos dias, uma questão em particular, que gera imensa cobertura da mídia e discussão política em quase to-das as partes do mundo, é o meio ambiente. Contudo, é um assunto que nós, como igreja, ainda não assumimos de modo

significativo. Falando com membros da igreja sobre meio am-biente e mordomia, encontrei atitudes diferentes: cautela em relação a algumas retóricas filosóficas e políticas que tantas vezes acompanham a linguagem do ambientalismo; indiferen-ça em relação a uma questão vista por alguns como secundária à nossa missão principal; e para outros, frustração por perma-necermos silentes, quando nossa voz deveria ser ouvida.

O meio ambiente é um “problema adventista”? Temos algo significativo, algo singular, para contribuir para a sua preser-vação? Creio que a resposta seja “sim”.

Minha esperança é de que avancemos na direção de uma discussão sobre o adventismo e a responsabilidade ambiental, para desenvolvermos uma abordagem leal aos nossos valores e compatível com nossa vocação histórica. Então, ao iniciarmos esta conversa, gostaria de compartilhar com você três breves reflexões sobre administração ambiental.

1. Removendo os envolvimentos políticos“Ambientalismo” é o mesmo que cuidar do meio am-

biente? Como tantos “ismos”, o ambientalismo é, por vezes, direcionado pela sociedade para questões política e economi-camente orientadas, tendo consigo uma agenda específica.

Às vezes, o ambientalismo pode assumir um sabor, ou um conjunto de dinâmicas que, na realidade, não é para o cuidado do meio ambiente. É fácil as pessoas pensarem: “Estou sendo empur-rado numa batalha política entre governos, poderes econômicos, industriais, cientistas, figuras públicas e grupos de ‘lobby’. Com freqüência, o tom é acusativo e confrontador. Assim, retrocedemos e dizemos: ‘Não quero me envolver com isso’.”

Jan Paulsen é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Lıberdade

A Igreja em Ação

8 Adventist World | Julho 2008

Quando, porém, tiramos as camadas que envolvem o “am-bientalismo”, encontramos idéias que também ecoam nossas próprias crenças e valores: cuidado pelo mundo de Deus e cuidado pelo nosso semelhante, o ser humano.

Vamos dizer ao mundo sobre o descanso sabático, um dia específico da semana em que nos lembramos, especialmente, do poder criativo de Deus. Vamos falar sobre nossa defesa do vegetarianismo, a dieta que, quilo por quilo, requer menos recursos para ser produzida do que a dieta não vegetariana (e, ao mesmo tempo, falemos sobre convicções espirituais que norteiam nossas escolhas e estilo de vida!). Falemos sobre nos-so interesse pela pessoa como um todo – em lugar de apenas o “espírito” ou “alma”− doutrina que dá aos adventistas uma perspectiva única entre a maioria dos cristãos, hoje. Falemos também sobre a relação feita por nossa profetisa, Ellen White, entre um ambiente limpo e boa saúde. Falemos sobre a ênfase que os adventistas colocaram historicamente na água pura e no ar fresco.

2. Responsabilidade espiritual ou uma opção extra?

Quando Deus completou Seu trabalho criativo, deu ao homem poder – domínio – sobre a Terra. Mas o que significa ser “senhor” de nosso meio ambiente? Senhor apenas para sua utilização? Trata-se de uma afirmação de poder sobre a natureza, o direito de uso e abuso, extrair e destruir, indepen-dente das conseqüências? Não. O domínio que Deus estendeu à humanidade foi um ato de confiança, uma responsabilidade especial para administrar, com sabedoria, os recursos que Ele providenciou.

Quando Deus criou o mundo físico – com sua incrível variedade de vida e habitantes – não agiu de forma aleatória e casual. Ele criou algo completo, e creio que, se fracassamos na condução de nossa vida de maneira a preservarmos o equilí-brio entre todas essas coisas, falhamos na mordomia, violamos a confiança de Deus na humanidade.

Há os que dizem: “Mas este mundo não vai muito longe.

Cuidar

Por Jan Paulsen

Lıberdadepara

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Deveríamos nos concentrar no mundo porvir!” Mas eles mes-mos não conseguem deixar este mundo. Este é o lugar onde estamos hoje; este é o lugar onde somos chamados a demons-trar nossa obediência a Deus. Este é o mundo que Deus con-fiou ao nosso cuidado. E é hoje, neste mundo, que começamos a moldar nossa vida e coração para a eternidade.

Outros podem dizer: “Mas isso não é uma distração da nossa tarefa mais importante que é compartilhar Cristo com os outros?”

Eu responderia: “Mal começamos a nos envolver com esse

assunto; temos um longo caminho a percorrer antes que se torne uma distração!” Não nos esqueçamos ainda de que nossa missão, como igreja, nunca foi tacanha. Com isso, quero dizer que nossos esforços na missão sempre abrangeram um vasto le-que de atividades como pregação, ensino, evangelismo, cura, as-sistência humanitária, serviços comunitários, liberdade religiosa e educação. Essa abordagem global – imitando o ministério de Cristo em nossas comunidades – só será reforçada ao destacar-mos também nosso cuidado pelo aspecto físico do mundo.

3. Verdadeira liberdade“Uma residência dispendiosa, mobília trabalhada, ostenta-

ção, luxo e conforto não proporcionam as condições essenciais a uma vida útil e feliz”, escreveu Ellen White. “Jesus veio ao mundo a fim de realizar a maior obra jamais efetuada entre os homens... Quais foram as condições escolhidas pelo Pai infini-to para Seu Filho? Uma habitação isolada nas colinas da Gali-

léia; um lar mantido pelo trabalho honesto e respeitável; vida de simplicidade; luta diária com as dificuldades e provações; abnegação, economia e paciente... serviço.” 2

Há outro aspecto da administração ambiental que exprime fortemente os valores adventistas. Quando escolhemos um estilo de vida simples e subjugamos nossos desejos, quando enfatizamos o espiritual acima do material e escolhemos rela-cionamentos acima de “coisas”, estamos seguindo o exemplo de nosso Senhor.

Vejo certo círculo nisso. Os adventistas do sétimo dia sempre pregaram uma mensagem de liberdade espiritual – liberdade do poder do pecado, liberdade do medo, liberdade de consciência e de expres-são religiosa. Mesmo nossa obra de cura, educação e assistência huma-nitária é guiada pelo mesmo desejo de libertar as pessoas da pobreza, ignorância, dor e injustiça. Esse mes-mo interesse pela liberdade desperta nosso interesse pelo mundo em que vivemos. Tendo consciência sobre o que bebo, como, visto, uso, como viajo e gasto meu tempo – tudo isso afeta o meio ambiente e, conseqüen-temente, cada um dos filhos de Deus e os seres criados por Ele.

Isso não significa vivermos uma existência incolor e sombria. Pelo contrário, significa nos libertarmos do consumismo implacável, dando mais atenção às pessoas e menos às aquisições, construindo uma vida centrada nas prioridades de Cristo

e não nas do mundo – essas são escolhas que conduzem a uma maravilhosa sensação de liberdade, um indescritível senso de liberação! E essas são escolhas que produzem quali-dade de vida.

Este é um tema com uma riqueza de idéias ainda a ser explorado; é uma discussão que, espero, venha a ter raízes em nossas escolas, instituições e nossos lares. Ao observarmos mais de perto a administração ambiental e considerar nossa resposta, creio que encontraremos a base de princípios sobre a qual possamos desenvolver uma abordagem clara, bíblica e distintamente adventista. Oro para que, ao fazermos isso, não sejamos menos ousados, menos visionários do que nossos pioneiros. E, acima de tudo, oro para que nossa resposta, em palavras e atos, sirva para revelar mais claramente ao mundo a imagem do Criador.

1 Os prédios Kellogg pertencem aos EUA e são administrados pelo governo. 2 A Ciência do Bom Viver, p. 365.

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A Igreja em Ação

Este é o mundo que Deus confiou ao nosso cuidado.

10 Adventist World | Julho 200810 Adventist World | Julho 2008

Sua pergunta é muito típica e de grande interesse dos vegetaria-nos. Você deve estar a par de que

muitos “vegetarianos” incluem peixe na dieta. Ellen White comeu peixe em vez de “carne vermelha” e ela considerava peixe melhor do que a carne de ani-mais. Ela tomava cuidado com peixes de rios poluídos e essa é a situação que enfrentamos hoje – onde os peixes dos rios do interior e das águas da costa de muitos países estão poluídos e con-taminados por mercúrio, pesticidas e dióxido. O teor de mercúrio nos peixes foi o que levou os médicos a eliminá-los da dieta das mulheres grávidas. A inversão dessa recomendação foi basea-da em fatores que não o teor de mercú-rio, pois esse não mudou.

As células de uma pessoa necessi-tam de ácidos graxos ômega-3 para seu funcionamento perfeito e dois tipos importantes desse ácido são o eicosa-pentaenóico (EPA) e o docosahexae-nóico (DHA). O óleo de peixe é rico desses dois importantes ácidos graxos. A preocupação com o desenvolvimen-to do cérebro do feto fez com que a recomendação para as grávidas fosse revertida.

Subjacente a essa recomendação está a convicção de que os ácidos graxos ômega-3, derivados de fontes vegetais, não são facilmente metaboli-zados para as variedades EPA e DHA de ômega-3.

No V Congresso Internacional de Nutrição Vegetariana, o Dr. Alexander Leaf Jackson, professor emérito de medicina clínica, na Universidade Har-vard, expôs essa crença. Sua posição foi criticada violentamente pelo Dr. Iqwal Mangat, da Universidade de Toronto, talvez, impressionado com as recentes informações dos estudos adventistas sobre saúde. O estudo mostrou que, nas biópsias da gordura de vegetarianos, o nível de DHA foi bem adequado. Isso significa que, qualquer que seja a teoria sobre o metabolismo de gorduras que possa surgir, a realidade é que os vege-tarianos podem obter DHA suficiente. Isso significa que não vemos, por en-quanto, necessidade de recomendar a adição de peixe à dieta vegetariana.

Na mesma tendência, consideramos que uma dieta vegetariana bem equi-librada é adequada tanto para a mãe grávida quanto para seu filho.

Não sendo injusto com os vegetaria-nos que consomem peixe, é apropriado reconhecer os benefícios do consumo de peixe que incluem o decréscimo do risco da mortalidade por ataque cardíaco, provavelmente relacionado ao efeito an-tiarrítmico do óleo de peixe e, contami-nação à parte, o peixe não causa danos à saúde. Os peixes retirados de águas não poluídas, tais como oceanos profundos, não têm o mesmo nível de problemas que vemos com peixes criados em cati-veiros ou de águas costeiras.

Em muitas populações de países e ilhas, o peixe é parte importante da dieta. Nossa base para o vegetarianis-mo é a busca pela excelência na saúde. Devido a diferenças geográficas na disponibilidade de alimentos, reco-mendamos uma dieta rígida, e seria prudente uma transição cuidadosa e bem planejada de uma dieta habitual para a dieta vegetariana. Os registros bíblicos de Jesus servindo peixe depois de Sua glorificação, certamente ate-nuam qualquer dúvida da moralidade sobre o comer peixe. A preferência de Ellen White pelo peixe sobre a carne vermelha sugere também que qualquer problema com peixe está relacionado apenas à sua contaminação. Aqueles que têm ampla possibilidade de esco-lha entre uma variedade de alimentos, particularmente nozes e sementes, não têm razão para incluírem peixe em sua dieta. Por outro lado, não sabemos de nenhum risco para a saúde no consu-mo do peixe não contaminado.

Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor executivo da ICPA e diretor associado do Ministério da Saúde.

Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

Recentemente, li que mulheres grávidas, hoje, são aconselhadas a comer peixe. Sempre pensei que o mercúrio, encontrado no peixe, o torna perigoso para o consumo. Será que o peixe deve ser parte da dieta de uma pessoa conscienciosa?

Peixe?Seguro Comer

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Selina não era uma recém-con-versa típica do Grande Reaviva-mento em George Whitefield. Ela era uma condessa, esposa

do Conde de Hauntingdon. Para os padrões das mulheres aristocratas do século dezoito, ela havia recebido ex-celente educação, a qual, após sua con-versão, foi aplicada ao estudo da Bíblia. Pouco depois, tornou-se autoridade nas Escrituras.

Certa ocasião, um grupo de cristãos perguntou a Selina: “Qual é o maior milagre relatado na Bíblia?”

Ela pensou alto: Será que foi cami-nhar sobre a água ou alimentar cinco mil pessoas com o lanche de um me-nino? Não. Talvez, um dos milagres de cura, como a dos dez leprosos.

Selina, então, lembrou-se do vale de Betânia e da ordem: “Lázaro, vem para fora!”

Mas, enquanto prosseguia em sua reflexão, Selina mais uma vez disse não, concluindo, pensativa: “O maior milagre das Escrituras é descrito nos primeiros onze versos do capítulo oito do Evangelho de João.”

Lembra-se da História?Lembra-se da maneira como um

grupo de homens religiosos empurrou uma mulher adúltera, seminua e aflita, à presença de Jesus?

O cenário eram os arredores do tem-plo, na época, ainda em construção, com pedras soltas pelo terreno, talvez um lugar adequado para um apedreja-mento.

Jesus não tinha saída. Os religiosos já haviam pensado em tudo. Se Ele ti-vesse misericórdia da mulher, poderiam dizer que não cumpria a lei. Se con-cordasse com seu apedrejamento, teria

problema com as autoridades romanas. Era uma situação de derrota ou derrota. Ele, porém, nem perdoou a mulher, nem desafiou o Império Romano.

Jesus não Se apressou a tomar uma decisão. Sabia que estava diante de uma emboscada. Ele não estava prestes a cair, vítima da hipocrisia de Seus acusadores. No começo de João 8, eles queriam ape-drejar uma adúltera. No final do capítu-lo, queriam apedrejar Jesus. Então ficou bem evidente o que desejavam, desde o início.

Jesus, então, escreveu na areia usan-do uma prática não desconhecida pelos professores séculos antes do quadro negro. O verbo grego traduzido por “es-crever” é um verbo técnico, que sugere que o que Jesus escreveu era hostil para os acusadores da mulher.

Jesus fez uma pausa para pensar e, talvez, para orar. Do outro lado da ora-

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MilagreMaior

A Bíblia contém muitos milagres. Conheça um deles

Por David Marshall

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Ali, em pé, ela pensou que sua vida havia acabado. Esse era o fim de sua história.

ção, está a sabedoria infinita. Ele estava nos mostrando o que fazer quando somos convidados a condenar.

Ao dar a impressão de que estivesse ignorando os acusadores da mulher, Je-sus também os obrigava a reformular o caso. Ao forjarem uma situação, aqueles religiosos agiram de modo inadmissível. Se não fossem tão duros de coração, teriam considerado o arrependimento.

O caso contra a mulher poderia ter sido trazido pelo esposo dela, mas ele não foi mencionado. Qualquer que fos-se a sentença sobre a mulher, teria que também passar pelo grupo da segunda parte. Estava Ele permitindo que ela escapasse... ou tinha Ele Se unido aos acusadores da mulher?

Estratégia ArriscadaO que Jesus estava escrevendo sobre

aqueles acusadores? Ele havia parado. As palavras que

escreveu estavam a Seus pés. ORGU-LHO? ARROGÂNCIA? MALDADE? LASCÍVIA? ADULTÉRIO?

Seja o que for que Jesus tenha escri-to, fez com que aqueles corações endu-recidos se sentissem muito, mas muito desconfortáveis.

Após levantar-Se, Jesus falou pela primeira vez: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8:7).

Essa foi uma estratégia arriscada, não apenas por causa das pedras soltas no pátio do Templo, mas por aqueles homens cheios de justiça própria. Al-guém poderia ter jogado a pedra que tinha na mão. E se um jogasse...

Jesus correu o risco para mostrar que Ele leva a lei a sério. O dedo que esteve escrevendo no chão havia escrito na pedra.

Jesus sabia que a mulher era culpa-da do que era acusada. Ele levou a sério o seu pecado. Tão a sério que o carregou até o Calvário.

Pela segunda vez, Jesus escreveu no chão.

Pela segunda vez, Ele Se levantou.“Mulher, onde estão aqueles teus

acusadores? Ninguém te condenou?” (verso 10).

“Ninguém, Senhor!” (verso 11).“Um a um, cabisbaixos e confusos,

foram-se afastando silenciosos, deixando a vítima com o compassivo Salvador” (O Desejado de Todas as Nações, p. 461).

Quando Jesus falou pela última vez, foi como se houvesse permitido o início do apedrejamento. O Desejado de Todas as Nações diz que esperavam pelo início da dolorosa morte daquela mulher.

Por essa razão, ela estava totalmente despreparada para a resposta piedosa do Salvador:

“Nem Eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (verso 11).

Selina Estava Certa

Lembra-se de Selina? O maior mila-gre das Escrituras?

“Nem Eu tampouco te condeno. Vai...” Para dizer essas palavras, Jesus teve que ir ao Calvário e comprar o per-dão para a mulher e morrer a segunda morte.

Ali, em pé, ela pensou que sua vida havia acabado. Esse era o fim de sua his-tória. “Não ainda”, Jesus estava dizendo. “Sua história começa aqui. Começa ou-tra vez. Agora. Novo começo.”

Naquele mundo de homens, onde o poder pertencia aos religiosos, a mulher adúltera pensou que era seu fim. Ela havia visto o tamanho das pedras que aqueles homens seguravam ameaçado-ramente.

Ao dizer: “Nem Eu tampouco te condeno”, Jesus comprometeu-Se com o Calvário. Suas palavras sintetizavam o milagre da graça. “O maior de todos os milagres”, disse Selina.

David Marshall é editor veterano da Stanborough Press, em Lincolnshire, Inglaterra.

MilagreMaior

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Por mais de cento e trinta anos, a Igreja Adventista tem paixão pela obra missionária. J. N. Andrews foi o primeiro missionário oficial adventista do sétimo dia a embarcar em um navio para a Europa, em 1874.

Uma década antes, os adventistas guardadores do sábado, Hannah More e Michael Czechowski, ajudaram a implantar o Adventismo nos continentes africano e europeu, respectiva-mente. Milhares seguiriam suas pegadas, deixando o conforto do lar para compartilhar o amor de Deus em lugares estra-nhos e perigosos. Muitos até sacrificaram a vida.

E hoje? A missão é ainda prioridade para a Igreja Adventista?

O cuidado e a compaixão que os Ribeyro dedicam aos seus pacientes dão-lhes um vislumbre do amor que Jesus tem por todos.

Samir e Tanya Berbawy (Egito)Samir Berbawy nasceu no Egito, cresceu no Líbano e, mais

tarde, emigrou para os Estados Unidos, onde se tornou educa-dor adventista.

Quando seus filhos serviam como estudantes missionários na Academia da União do Nilo, Samir e a esposa Tanya visita-ram a escola adventista. Ele se sentiu chamado por Deus para retornar à sua terra natal para fazer a diferença na vida de muitos jovens da igreja ali.

Finalmente, Samir foi convidado a retornar ao Egito como missionário e está servindo como presidente do Campo, nesse país.

A cada ano, grande número de missionários adventistas é treinado e enviado para todo o mundo, com objetivos práticos, tais como educação, cuidado da saúde, implantação de igrejas, alfabetização. Eles se esforçam para chegar até os não-alcança-dos e ganhá-los para a verdade.

Os missionários sempre foram, e ainda o são, instrumentos do Espírito Santo para fazer da Igreja Adventista o que ela é hoje, uma família espiritual e mundial. Oscar e Eugênia Giordano (Lesoto)

No pequeno país de Lesoto, dois missionários adventistas estão semeando a semente da esperança entre pessoas infectadas pelo HIV.

Como missionários veteranos na África, Oscar e Eugênia Giordano já serviram à igreja em alguns dos lugares mais difíceis daquele continente.

Juntos, fundaram o Ministério Adventista Internacional HIV-AIDS, uma organização dirigida pela igreja, com sede em

Por Laurie Falvo

Adventıstas–Missionários

Eles Ainda Existem?

V I D A A D V E N T I S T A

“Desde seu início, a Igreja Adventista do Sétimo Dia é um movimento missionário”, diz Gary Krause, diretor dos escritó-rios da Missão Adventista, na sede mundial da Igreja. “É claro que foram necessários alguns anos para a igreja se conscienti-zar de que ‘ir a todo mundo’ significava mais do que só a América do Norte. Entretanto, quando essa conscientização veio, tornou-se convicção. Começamos enviando missionários para todas as partes do mundo, um grande número de pessoas para uma denominação tão pequena. A missão tornou-se nos-sa grande prioridade, a própria razão da existência da igreja.”

Hoje, os missionários adventistas vêm de numerosas regiões do globo e servem onde há necessidade. Provêm de diferentes países, culturas e profissões, mas são unidos por um objetivo comum: compartilhar o amor e a esperança de Jesus com um mundo que necessita desesperadamente dEle.

Vindos de grandes cidades e de vilas remotas nas florestas, missionários como Elmer e Angélica Ribeyro fazem a diferen-ça na vida das pessoas que não têm para onde ir.

Elmer e Angélica Ribeyro (Serra Leoa)Quando ainda criança, Elmer Ribeyro sentiu que Deus o

estava chamando para ser médico missionário. “Senti o desejo de tornar-me um médico e orei para que Deus abrisse as por-tas para que isso acontecesse”, ele disse. “Eu sabia que queria servir algum dia na África.”

Originário do Peru, Elmer, hábil cirurgião, e sua esposa Angélica, formada em farmácia, trabalham em uma pequena clínica em Serra Leoa, país recentemente dilacerado pela guerra civil.

Médicos missionários como Elmer e Angélica desempe-nham papel importante no evangelismo da igreja. Geralmente, eles são o primeiro ponto de contato entre a comunidade local e os adventistas.

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Johannesburgo, África do Sul, que combina amor, compaixão e educação para ajudar as vítimas do HIV e da AIDS a terem qualidade de vida.

“Podemos ver como vidas têm sido transformadas”, diz Eugênia. “Vemos pessoas com esperança, pessoas que estavam doentes e morrendo. Por meio desse ministério, dizem: ‘Agora tenho esperança.’”

“Jesus Se aproximaria dessas pessoas”, diz Oscar. “Iria tocá-las, dar-lhes Sua presença concreta, o que significaria muito para uma pessoa que está completamente sozinha. Esse toque de amor durará para sempre... Cuidado e compaixão consti-tuem o início do processo de cura.”

Rick e Márcia McEdward (Divisão Ásia-Pacífico Sul)

Rick McEdward é um pastor com coração de missioná-rio. Há seis anos, ele, sua esposa Márcia e filhos mudaram-se para a Ásia, uma das áreas mais desafiadoras do mundo para o evangelismo. Rick tem o compromisso de compartilhar o amor de Deus com pessoas de várias religiões.

Como coordenador das Missões Adventistas para a Divisão Ásia-Pacífico Sul, Rick trabalha com os pioneiros da Missão Global para iniciar novos grupos de crentes em cidades e áreas remotas nas selvas.

“Recentemente, visitei uma pequena vila dentro da selva, na Indonésia, onde tivemos um projeto de Missão Global por vários anos”, diz Rick. “Há ali um pequeno grupo de cinco fa-mílias que, semanalmente, se reúnem para o culto. Temos um pioneiro da Missão Global que vai à vila, toda semana, para dirigir os estudos bíblicos e compartilhar o amor de Deus com as pessoas. Houve certa oposição ao nosso trabalho no passado, mas à medida que os pioneiros e a família da igreja transmitiam seu amor, a comunidade se abriu e aceitou a Palavra de Deus.”

Milan e Eva Moskala (Bangladesh)Nos últimos oito anos, Milan Moskala atuou como mis-

sionário em Dhaka, Bangladesh, um dos lugares mais pobres do mundo. Suas favelas estão apinhadas de pessoas que nem mesmo têm as coisas essenciais para a sobrevivência.

Natural da República Checa, Milan gastou anos ministran-do para refugiados de guerra, na Bósnia. Dentista realizado, ele faz mais do que consertar dentes. Freqüentemente, visita as escolas que fundou no coração das favelas de Dhaka.

“Em todo lugar, há milhares de crianças sem pais, sem apoio, mendigando, trabalhando, tentando sobreviver com a comida que pegam do lixo e brigando entre si”, diz Milan. “Têm uma vida miserável.”

Essas escolas provêem educação para crianças que, de ou-tra forma, não teriam a mínima chance de vencer na vida. As escolas também oferecem a única refeição que provavelmente essas crianças têm por dia.

No final do dia, Milan visita casas nas favelas para ensinar às pessoas os princípios de uma vida saudável.

Os atos gentis de Milan refletem o amor de um Deus que, de outro modo, permaneceria desconhecido para aquela comunidade.

Um Vislumbre ApenasEssas curtas histórias constituem apenas um vislumbre

da vida das famílias dos missionários. Esses são apenas uns poucos das centenas, ao redor do mundo, que trabalham em lugares perigosos, solitários e sem recursos adequados, mas que estão determinados a fazer a diferença.

“É maravilhoso quando uma vida é transformada”, diz Os-car Giordano, “quando vemos a alegria das pessoas que expe-rimentaram o poder restaurador de Jesus Cristo. Quero apelar aos meus irmãos e irmãs de todo o mundo a se envolverem e a apoiarem, por meio das ofertas missionárias, o trabalho que é realizado na linha de frente.”

A cada trimestre, a Missão Adventista prepara um DVD que

evidencia o trabalho das missões da Igreja Adventista do Sétimo Dia ao redor do mundo. Os vídeos no DVD podem ser usados para promover o Décimo Terceiro Sábado e as ofertas para as missões nas igrejas locais. Este artigo foi adaptado do DVD da Missão Adventista do primeiro trimestre de 2008. Para adquirir uma assinatura do DVD ou para assistir às histórias do DVD online, visite www.AdventistMission.org.

Laurie Falvo é diretora dos projetos de comunicação da Missão Adventista da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em sua sede mundial em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

Adventıstas–Missionários

Eles Ainda Existem?F O T O : C O R T E S I A D A M I S S Ã O A D V E N T I S T A

Esquerda: CRISTIANISMO PRÁTICO: Eugênia Giordano, vice-diretora do HIV-AIDS Ministério Adventista Internacional na África, trabalha com um participante do curso de costura em Lesoto, criado para ajudar pessoas infectadas pelo HIV ou AIDS. Abaixo: DENTISTA MISSIONÁRIO: Milan Moskala, dentista adventista em Bangladesh, posa com alunos de uma das muitas escolas que fundou nas favelas de Dhaka.

Julho 2008 | Adventist World 15

Timofei não se parece com um milionário. Ele é baixo, escuro e bochechudo como um garoto

do primário. Por trás, porém, de seus alegres olhos castanhos e fala suave, há um fantástico senso para os negócios, que lhe permitiu construir um impé-rio empresarial que se alastra por três países.

O impassível empresário de 29 anos de idade conta o segredo do seu suces-so: um encontro, por acaso, com um adventista do sétimo dia que o encami-nhou para Deus.

“Quando encontrei David, eu era um homem comum que tinha uma empresa familiar com meu pai. Eu era motorista e entregador. Esse era meu trabalho”, diz Timofei. “Agora... fazemos negócios com quase todos os grandes varejistas da Rússia, Ucrânia e Cazaquistão.”

Timofei está entre o grupo de russos abastados, em cuja vida houve grandes mudanças, depois que co-meçou a estudar inglês com David Kulakov, talvez o mais improvável professor entre os professores de inglês. Sendo o russo sua língua nativa, David estudou na Universidade Adventista Zaoksky com o desejo de evangelizar, do púlpito, os mais de dez milhões de habitantes de Moscou.

Deus, porém, tinha outros planos.David, 34, tornou-se uma espécie de

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chamado de Deus para pregar aos ricos

Por Andrew McChesney

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Daniel moderno, amigo e conselheiro de pessoas influentes que, de outro modo, nunca seriam desafiadas a levar Deus em consideração.

“Quando Nabucodonosor começou a interagir com Daniel, reconheceu que ele não temia o futuro como as outras pessoas. Aconteceu o mesmo com meus alunos”, disse David. “Geralmente, essas pessoas são muito sábias; podem ver seu interior; conseguem ver se você teme o futuro e o que o preocupa. Eles vêem o que o deixa chateado; vêem quais são seus hábitos, se são bons ou maus.”

“Não se pode pregar para eles”, disse ele. “É por isso que não vão à igreja, porque alguns ouviram pessoas pregando sobre vida eterna e tesouros eternos, e não sabem administrar as coisas terrenas adequadamente.”

Não era o objetivo de David atrair pessoas ricas e poderosas quando começou a ensinar inglês, por meio período, há mais de uma década. Mas depois de Deus mudar sua vida mira-culosamente, chegou à conclusão de que era da Sua vontade que ele ensinasse.

Após alguns anos, David tinha tantos alunos que orou e aumentou consideravelmente o valor de suas aulas para limitar a demanda de alu-nos. Como resultado, David cobra um dos preços mais altos para aulas particulares na Rússia. Seus alunos,

naturalmente, são empresários abasta-dos e altos funcionários públicos bem relacionados com o governo, que pro-curam as melhores aulas de inglês que o dinheiro possa pagar.

Para os alunos que perguntam – e inevitavelmente o fazem – David também oferece algo que o dinheiro não pode comprar: conselhos para ad-ministração dos negócios e educação dos filhos – diretamente das páginas da Bíblia e dos livros de Ellen G. Whi-te. À medida que os alunos seguem as instruções e vêem sua vida mudando para melhor, questionam David sobre o segredo de sua sabedoria. David dá o crédito a Deus e os presenteia com os cinco livros da série Conflito dos Séculos, de Ellen White, instruindo-os a iniciar com Patriarcas e Profetas. Ele ainda os convida para o almoço de sábado, em sua casa, com outros adven-tistas, para que vejam seu estilo de vida em ação.

Muitos alunos já aceitaram a Jesus e foram batizados; entre eles está a própria esposa de David, um estadista e um bilionário, que já foi capa da edição russa da revista Forbes.

“David é muito bem-sucedido no seu ministério pessoal porque conhece muito bem as Escrituras”, disse Andrey Scheglov, tesoureiro da Associação Adventista do Sétimo Dia de Moscou e que conhece David há aproximada-mente uma década.

“Seria muito difícil alcançar essas pessoas de outra forma, mas ele as leva para a igreja”, disse ele. “Não há dúvida de que o Espírito Santo está trabalhando por meio de David.”

A História de TimofeiTimofei ligou para David, há cinco

anos, quando se cansou de trabalhar

como motorista da pequena empresa da família e concluiu que, se falasse inglês fluentemente, poderia dar um salto para começar sua própria carreira. Tinha já um professor de inglês, mas sentiu que poderia melhorar. Por isso, leu todos os anúncios de professores nos jornais. O anúncio de David lhe saltou aos olhos. Era o único que pro-metia a habilidade de escrever e pensar em inglês, disse Timofei. Ele ligou e marcou um encontro com David.

“Em pouco tempo, constatei que tipo de homem ele era”, diz Timofei, falando em inglês fluente. “Constatei que grande professor de inglês ele era, porque eu tinha experiência falando com professores [anteriores] e tendo aulas com eles.”

Assim, à medida que Timofei e David foram se conhecendo melhor, Timofei começou a contar-lhe sobre suas aspirações. “Eu era um homem ambicioso e queria um trabalho mais interessante para desenvolver meu potencial. Queria aprender inglês e ingressar numa grande empresa como um empregado comum”, disse Timofei.

“David disse para eu pensar grande.Durante as aulas de David, aprendi que ele também ensinava eficiência pessoal, e durante suas aulas me deu algumas lições de seus seminários. Isso mudou alguma coisa em minha psicologia e minha vida começou a mudar, espe-cialmente minha vida empresarial”, diz Timofei. Perplexo com seu sucesso,

Andrew McChesney é jornalista; morou e trabalhou na Rússia nos últimos doze anos.

RussıaREFEIÇÃO E TESTEMUNHO: Alguns dos alu-nos de inglês de David Kulakov, assim como membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia Internacional de Moscou, participam de um almoço de sábado no apartamento de David. Ele convida alunos para irem a sua casa, a fim de conhecerem outros adventistas e aprender mais sobre sua fé.A

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perguntou a David sobre a fonte de sua sabedoria.

Timofei assumiu os negócios da família e logo ganhou o seu primeiro milhão de dólares.

Timofei e sua esposa agora estão lendo Patriarcas e Profetas.

“Sem dúvida alguma, posso dizer que David nos ajudou a reconhecer que Deus está em nossa vida”, diz Timofei. Deus é tudo em nossa vida. Creio que Deus é amor. O nosso amor por Deus e pelas pessoas está relacionado um com o outro. “Quando começamos a amar a Deus, começamos a amar a nós mesmos, começamos a amar e a ajudar os outros.”

Timofei falou com a condição de não ser revelado seu sobrenome por causa do mundo criminoso dos ne-gócios, comum na Rússia, e teme pela segurança de sua esposa e três filhos menores, se chamar a atenção para a sua situação financeira. Ele disse que, recentemente, recusou uma entrevista para a revista Forbes pelo mesmo motivo.

Timofei, entretanto, concordou em falar sobre David porque queria “dizer a outras pessoas o tipo de homem que ele é e o que fez em sua vida.”

Quando perguntado sobre como David o ajudou a abrir seu coração para Deus, Timofei disse: “Suas pala-vras são coerentes com suas ações. Isso realmente me ajudou a compreender que existem pessoas em nosso mundo que fazem, ou pelo menos procuram fazer tudo o que lemos na Bíblia.”

Timofei, judeu de nascimento, re-centemente começou a freqüentar uma sinagoga aos sábados e devolveu seu primeiro dízimo ali. David continua a orar enquanto Timofei avança na leitu-ra de O Desejado de Todas as Nações.

Como David ComeçouApós uma difícil juventude que dei-

xou a mente de David transbordando de pensamentos dos quais queria liber-

tar-se desesperadamente, decidiu de-dicar sua vida a Deus. Ávido estudante de psicologia, David chegou à con-clusão de que seria psicologicamente impossível mudar seus impulsos da noite para o dia, por causa dos hábitos fixados nas células cerebrais, formados ao longo de anos de indisciplina e pensamento cético.

“Para reconstruir novas conexões entre minhas células cerebrais eu precisava, realmente, de um milagre. Isso leva tempo”, disse David, homem alto, forte, de óculos prateados e uma sonora voz de barítono. O sorriso que parecia estar sempre nos seus lábios desapareceu por um momento.

David, a princípio, relutou em con-tar sua história dizendo que, se alguém merecia ser entrevistado deveria ser sua mãe, fiel adventista que testemunhou muitos milagres durante a repressão soviética. Após muitos dias de ora-ção e exame de consciência, David concordou, na esperança de que sua experiência servisse para honra e glória do nome de Deus. Mas ele impôs duas

condições: que a fotografia e a identi-dade de seus alunos atuais, com exce-ção de Timofei, não fossem publicadas. Ele disse que não queria dificultar, inadvertidamente, o trabalho de Deus em um país onde é forte a paranóia sobre qualquer organização religiosa dominante, não relacionada com a Igreja Ortodoxa Russa, especialmente se o grupo é, erroneamente, rotulado como seita dos Estados Unidos.

David disse que queria provar, por meio de seu trabalho, que os adventis-tas do sétimo dia são confiáveis e que, se solicitados, podem servir fielmente aos outros, em seus negócios, família e na vida do país.

David começou a estudar inglês no começo dos anos noventa e aperfeiçoou seu aprendizado, trabalhando com mis-sionários norte-americanos.

Em 1997, David orou fervorosa-mente para que Deus mantivesse seus pensamentos sob o controle divino. No dia 28 de novembro, resolveu copiar a Bíblia toda a mão. Durante os dois anos e meio seguintes, ele copiou as Escri-

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BÍBLIA COPIADA A MÃO: A fim de permitir que Deus controlasse seus pensamentos, David Kulakov copiou toda a Bíblia a mão. No período de dois anos e meio, ele copiou as Escrituras em folhas de papel, reunindo as páginas em um volume.

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turas, em oração, em folhas brancas de papel. Ao mesmo tempo, releu a série O Conflito dos Séculos e os nove volumes dos Testemunhos para a Igreja, de Ellen G. White.

O exercício de copiar a Bíblia levou, ao todo, oitocentas horas e o resultado foi extraordinário, disse David.

“Eu previ as mudanças que Deus realizaria em minha vida se eu copias-se a Bíblia à mão. Mais tarde, porém, concluí que eu havia predito apenas 3% delas. Eu não podia sequer imaginar quão abrangentes seriam essas mu-danças”, disse. Entre elas, segundo ele, estava uma nova habilidade de pensar concentradamente, que descreve como períodos com menor número de pensa-mentos, porém, mais profundos e úteis. Com a Bíblia gravada em sua mente, foi muito mais simples distinguir entre a verdade e o erro, especialmente em livros seculares.

“Naquele momento, um desejo profundo surgiu em meu coração: o de ser como Daniel”, disse David. “Che-guei à conclusão de que Deus sempre precisou de homens como Daniel, porque Ele espera que pessoas apresen-tem Sua verdade com poder, nos países onde vivem.”

David orou pedindo a Deus que fizesse dele uma testemunha fiel. Foi quando, de repente, percebeu que, entre seus alunos, havia um número de pessoas preeminentes e muitas delas tinham se tornado adventistas, inclusive sua esposa Anna e o bilioná-rio mencionado pela Forbes. O bilio-nário, que aceitou a Jesus enquanto David estava na metade da tarefa de copiar da Bíblia, mora atualmente fora da Rússia.

Ellen White e Autodisciplina

Com seu interesse em psicologia, David pesquisou dezenas de livros sobre eficiência pessoal, compilando um dossiê com citações de autores como Stephen R. Covey e Jim Collins,

que estavam de acordo com a Bíblia e com os escritos de Ellen White. David encontrou um tópico em comum em todos os autores: a necessidade de au-todisciplina e dedicação – as mesmas habilidades, coincidentemente, que um aluno necessita para aprender uma lín-gua estrangeira. Assim, David incorpo-rou às suas lições de inglês uma parte do material em autodisciplina.

Seus alunos começaram a pergun-tar se ele tinha mais literatura sobre autodisciplina e se podia recomen-dá-las à parte das aulas de inglês. Ele desenvolveu, então, um seminário sobre eficiência pessoal e habilidades práticas de liderança. “Pouco a pouco, Deus me dirigiu para um campo com o qual nunca havia sonhado antes”, diz ele. “Fiquei realmente surpreso ao per-ceber que aquelas pessoas, extrema-mente ricas, não se envergonhavam de dizer o quanto desejavam desenvolver o controle das emoções e de caráter que viram em mim e que não consigo enxergar.”

David lê e relê O Desejado de Todas as Nações para aprender de Jesus como interagir com pessoas importantes. Uma de suas histórias preferidas é a do banquete na casa de Simão, quan-do Maria Madalena ungiu os pés de Jesus com um perfume caríssimo e com lágrimas. Simão, rico homem de negócios, olhou para ela com desdém, certo de que Jesus não iria permitir aquela efusão de afeto, se Ele soubesse do passado pecaminoso de Maria – um passado do qual ele havia participado. No mesmo banquete, estava sentado o discípulo Judas Iscariotes, criticando o ato de Maria como desperdício de dinheiro.

Cheio de compaixão, Jesus contou a parábola dos dois devedores, direcio-nando a repreensão para ambos, Simão e Judas, sem humilhá-los na frente dos outros.

“Ellen G. White mostra no livro O Desejado de Todas as Nações como

Cristo era confrontado com situa-ções difíceis e como sempre tocava, com muita sabedoria, o coração das pessoas, sem ofendê-las e, ao mesmo tempo, marcando vidas com a melhor influência possível”, disse David. “Ela, inclusive, usa termos psicológicos para explicar isso tudo. Os mesmos termos que encontramos nos livros modernos de psicologia.”

David diz ter novas idéias toda vez que, em oração, reflete em como Jesus tratava as pessoas ricas e importantes e as multidões.

“Os ricos têm vontade forte; sabem como influenciar as pessoas e também como afugentá-las, se for necessário”, diz ele. “Você tem que saber como re-preendê-los com firmeza, sem ferir sua auto-estima ou dignidade pessoal. Foi isso que O Desejado de Todas as Nações me ensinou.”

Os empresários abastados rapida-mente compreendem que não conse-guem intimidar David, assim como Nabucodonosor percebeu que não podia amedrontar Daniel. David disse que a paz, apesar da adversidade, é uma lição que aprendeu com o julgamento de Jesus, na véspera de Sua crucifixão.

“Eles podiam rasgar Sua pele, cus-pir em Seu rosto, fazer qualquer coisa, mas viram que Ele tinha dignidade”, disse David. “Na verdade, foi por isso que O mataram, porque viram que não podiam insultá-Lo.”

David disse que a quietude do amor de Jesus e Sua compaixão durante o julgamento ensinaram-lhe que é im-possível perturbar uma pessoa que tem íntimo relacionamento com Deus e confia em Seu cuidado e direção.

“Os ricos procuram as melhores lições para sua própria sobrevivência neste mundo”, disse ele. “Eles querem saber, é claro, o que lhes dá dignidade e auto-estima.”

Quando Timofei e outros alunos perguntaram qual o segredo, David indicou-lhes a resposta: Deus.

Julho 2008 | Adventist World 19

“Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2Tm 1:6, 7).

O que há no fato de recebermos um presente que provoca tanto interesse, desperta entusiasmo e nos enche de uma alegria tão transbordante? Será a perspectiva de ter alguma necessidade suprida? É a idéia de ter sido lembrado ou querido? Ou, talvez, o sentimento de ser especial? Receber presentes de Natal, aniversário ou por qualquer outra come-moração é muito emocionante. Que realidade impressionante: Deus, o Criador, ter Se reconciliado conosco, favorecendo a humanidade por meio da encarnação de Seu Filho!

Entusiasmo adicional é causado pela notícia de que Ele unge e presenteia os crentes com porções do Seu Santo Espí-rito. Deus nos envolveu em uma quase parceria para estender e expandir o ministério de Cristo mediante a concessão dos dons espirituais.

Quais são esses dons? Como atuam na vida do crente? Como impactam a formação espiritual de alguém?

Definindo os Dons EspirituaisOs dons espirituais são dádivas especiais do Espírito San-

to para equipar os crentes para o serviço, para o ministério e para a evangelização de um mundo hostil a Jesus Cristo (Ef 4:12). Eles podem ser associados aos talentos naturais ou habilidades desenvolvidas; freqüentemente capacitam o dis-cípulo, submisso ao Espírito Santo, a satisfazer necessidades e desafios de nossa luta espiritual. As barreiras, timidez ou deficiências interiores são superadas quando o Espírito de Deus unge a vida do crente e envia o servo que se dispõe a trabalhar para Cristo.

O apóstolo Paulo instruiu a igreja de Corinto a respeito da origem dos dons espirituais: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente (1Co 12:11). Em Romanos 12:6, Paulo associa os dons à graça de Deus e à nossa fé. Em I Pedro

4:10, o antigo e jactancioso Pedro nos mostra que os dons não são dados para glorificar o indivíduo, mas para compartilhar graça e servir a outros. Se alguém deve ser glorificado, esse é Deus, o doador, e não nós, os instrumentos. “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (1Pe 4:11).

Minha Experiência com os Dons EspirituaisEm mais de três décadas de ministério, repetidamente

tenho experimentado e visto o trabalho do Espírito Santo por meio desses dons especiais mais convincentemente evi-denciados no evangelismo. Minha primeira campanha evan-gelística foi realizada em uma pequena cidade suburbana em Long Island, Nova Iorque (EUA), onde duas congregações se reuniam no espírito de unidade e zelo missionário. Morando em Nova Jersey, minha jovem esposa e eu atravessávamos duas pontes, diariamente, para chegar ao nosso distrito. Ao retornarmos das lides da igreja certa noite, nos arrastamos por quatro horas entre o tráfego do metrô, e essa experiência levou os administradores da igreja a verem, naquela situa-ção, uma oportunidade para realizar o tão esperado esforço evangelístico. Pediram, então, que nos mudássemos tempo-rariamente para uma das salas de Escola Sabatina, no prédio ligado à igreja e, por mais bizarra que fosse a idéia, nós acei-tamos. O Espírito Santo concedeu dons aos nossos membros, durante as reuniões. Nós “reavivamos os dons” e cinqüenta e nove pessoas foram batizadas.

Jonathan Thompson é diretor do Centro Ellen G. White do Oakwood College, em Huntsville, Alabama.

DomReavivando

N Ú M B E R O 1 7

Recebemos a promessa de algo poderoso, muito além de nossos recursos.

Por Jonathan A. Thompson

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

o

20 Adventist World | Julho 2008

Em outra aventura ganhadora de almas na Nova Inglaterra, vimos o Espírito Santo transformar vidas. Um membro da igreja soube que seu vizinho estava pensando em suicidar-se, porque o álcool havia provocado o fracasso de sua próspera empresa, arruinado seu casamento e destruído sua família. O membro, reavivando seus dons, convenceu seu vizinho a assistir às reuniões e dar uma chance a Deus. À medida que o Espírito Santo atuava, a mensagem apresentada naquela noite lembrava o desesperado visitante a respeito da verdade que ha-via ouvido quando criança. A esperança ardia em seu coração. Ele assistiu às reuniões todas as noites. O Espírito Santo deu-lhe forças para abandonar as bebidas alcoólicas. Deus, então, trouxe de volta sua esposa, a família e a empresa. Esse homem tornou-se fiel diácono e, mais tarde, operoso ancião da igreja.

Sempre que os pastores e membros leigos reavivaram os dons e trabalharam juntos, testemunhamos resultados extra-ordinários: o testemunho fortaleceu a comunidade, o evan-gelismo floresceu, igrejas foram implantadas, escolas cristãs inauguradas, prédios foram renovados e hipotecas quitadas.

Como os Dons Espirituais Moldaram Minha FéMeu primeiro encontro com os dons espirituais, cedo na

vida, impressionou-me de maneira indelével e transformado-ra. Foi uma combinação de três dinâmicas:

Primeiro, meu pai tinha um modo singular de conduzir o culto familiar depois do trabalho. Sentávamos ao redor da mesa da sala de jantar, estudávamos a Lição da Escola Sabati-na e líamos os livros de Ellen G. White. Para demonstrar que prestávamos atenção, cada um de nós lia um parágrafo e ex-plicava seu significado.

Embora esse exercício demorado tenha falhado em criar em nós apreciação por aqueles livros, semeou a boa semente e construiu um excelente alicerce.

Segundo, meu pastor (Elder J. J. North, Sr.) pregava ser-mões sobre Daniel e Apocalipse, usando figuras fascinantes de

bestas que se pareciam com criaturas de histórias em quadri-nhos, focalizando os “últimos dias”. A vinda de Jesus estava “às portas”, dizia sua mensagem.

Terceiro, aos nove anos de idade, tomei a decisão de dar meu coração ao Senhor, de ser batizado e seguir a direção de Deus. Então a irmã Ruth North entrou em ação. Sua classe batismal para novos crentes doutrinou-me, preparou-me para as apresentações do décimo terceiro sábado e treinou-me para as experiências de testemunho de sábado à tarde e de domin-go. Sendo eu uma criança tímida, a última coisa que eu queria fazer era bater de porta em porta, nos prédios de apartamento do Brooklyn, em Nova Iorque. Isso era muito perigoso! A rejeição e o embaraço eram certos! Entretanto, com o senso de urgência de nossa mensagem, o poder do Espírito Santo e a presença dos anjos, eu reavivei os dons e tornei-me uma pequena testemunha para o meu Senhor. Para minha surpresa, houve mais respostas positivas do que negativas. Logo nosso grupo foi organizado em igreja e mudou-se de um prédio de depósito para um lindo prédio de culto.

O Que Deus Fará em BreveA tarefa de pregar o evangelho ao mundo começou com

uma dinâmica explosão de poder. O vento soprava através de uma câmara superior na velha Jerusalém, enquanto fogo des-cia sobre um grupo heterogêneo, à semelhança de uma chuva torrencial. Eles reavivaram os dons e milhares foram converti-dos naquele dia.

Isso acontecerá outra vez. Ellen White disse: “A grande obra do evangelho não deve terminar com menos manifes-tação do poder de Deus, do que a que marcou seu início... Servos de Deus, com sua face iluminada e brilhando com san-ta consagração, irão se apressar de um lugar para outro para proclamar a mensagem do céu... Serão feitos milagres, os en-fermos serão curados e sinais e maravilhas seguirão os crentes” (A Fé pela Qual Eu Vivo, p 332).

Deus concedeu a todos os membros de Sua igreja, de todas as idades, dons espirituais que devem ser empregados em amoroso ministério para o bem comum da igreja e da humanidade.

Concedidos pela ação do Espírito Santo, que atribui a cada membro o que Lhe apraz, os dons capacitam para o exercício de todas as habilidades necessárias aos

ministérios da igreja para cumprir suas funções divinamente ordenadas. De acor-do com as Escrituras, esses dons incluem ministérios como o da fé, cura, profecia, proclamação, ensino, administração, reconciliação, compaixão, trabalho com abnegação e amor para ajudar e encora-jar as pessoas. Alguns membros são cha-mados pelo Espírito Santo para funções

reconhecidas pela igreja no ministério pastoral, evangelístico e apostólico, ne-cessários para equipar os membros para o serviço, para levar a igreja à maturidade espiritual e para promover a unidade da fé e do conhecimento de Deus.

Quando os membros utilizam esses dons espirituais como fiéis mordomos da variada graça de Deus, a igreja é protegi-da contra a influência destrutiva de falsas doutrinas, cresce e se desenvolve na fé e no amor.

(Rm 12:4-8; 1Cor. 12:9-11, 27, 28; Ef 4:8, 11-16; At 6:1-7; 1Tm 3:1-13; 1Pe 4:10, 11.)

Reavivando

MinistériosDons Espirituais

e

Julho 2008 | Adventist World 21

“Desde seu lançamento, em setembro de 2005, a revista Adventist World vinha publicando uma seleção dos escritos de Ellen G. White. Começando com esta edição e continuando pelos próximos dois anos, serão publicados neste espaço, em meses alternados, artigos especiais sobre o dom de profecia bíblico, para ajudar os adventistas do sétimo dia, em todo o mundo, a apreciar e aprender mais sobre o dom especial de Deus para o Seu povo remanescente. A seção “Descobrindo o Es-pírito de Profecia” incluirá reflexões sobre os ensinos bíblicos alusivos aos dons espi-rituais, artigos práticos sobre como apli-car esses conhecimentos à vida cotidiana e métodos úteis para partilhar a riqueza deste dom com os amigos e vizinhos.”

Vivemos num mundo em que os recursos de comunicação estão crescendo rapidamente, sob

o impacto da revolução tecnológica e cibernética. Satélites, a Web, telefones celulares e muitas outras ferramentas transformaram nosso mundo em uma comunidade global. Ocupados, comuni-cando-nos uns com os outros por esses meios, não gastamos tempo suficiente para ouvir nosso amorável Deus. Fasci-nados com tantos recursos sofisticados, somos constantemente tentados a ne-gligenciar os simples meios pelos quais Deus tenta falar-nos. Com a disponibi-lidade de abundante informação, corre-mos o risco de ignorar o conhecimento salvador que só Deus pode oferecer. Pre-cisamos reconectar nossa mente com a clara comunicação que vem “lá do alto” (veja Tiago 3:13-18).

Deus Se revela à raça humana “de várias maneiras” (Hb 1:1). Uma delas é pela natureza, com incontáveis e miste-riosas formas de vida ao nosso redor e, acima, o esplêndido céu estrelado. Evi-

dências do poder criativo e sustentador de Deus podem ser vistas ao “levantar-mos ao alto os olhos” (Is 40:26), pois “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos”(Sl 19:1). O amor restaurador de Deus é demonstrado no infinito pro-cesso de renovação da vida que permeia toda a criação. Ellen White explica que, “Por intermédio de agentes naturais, Deus está operando dia a dia, hora a hora, momento a momento, para nos conservar vivos, construir e restaurar-nos. Quando qualquer parte do corpo sofre um dano, principia imediatamen-te um processo de cura; os agentes da natureza põem-se em operação para restaurar a saúde. Mas o poder que opera por seu intermédio é o poder de Deus. Todo poder comunicador de vida tem nEle sua origem. Quando alguém se restabelece de uma enfermidade, é Deus que o restaura” (A Ciência do Bom Viver, p. 112, 113).

Todo processo de renovação e res-tauração que mantém viva a natureza também aponta, silenciosamente, para a restauração final quando Deus “fará novas todas as coisas” (Ap 21:5). “As árvores lançam suas folhas apenas para se vestirem de folhagem mais vicejan-te; as flores morrem, para brotar com nova beleza; e em cada manifestação do poder criador existe a segurança de que podemos de novo ser criados em ‘justiça e santidade’. (Ef 4:24). Assim, as próprias coisas e operações da natureza que, tão vividamente, nos trazem ao espírito nossa grande perda, tornam-se mensageiros da esperança” (Educação, p. 27). Contudo, a mensagem da na-tureza não é apenas incerta por causa da presença do pecado, é também in-completa, pois não fala explicitamente sobre o plano da redenção.

O meio mais evidente de revelação divina foi pelo ministério de profetas genuínos, escolhidos por Deus para serem Seus porta-vozes para a huma-

Alberto R. Timm é reitor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia em Brasília, Brasil.

Ele

FalaAindaExperimentando Sua Presença

Por Alberto R. Timm

D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

22 Adventist World | Julho 2008

nidade. O relacionamento entre Deus e Seus profetas não pode ser limitado a meros encontros unilaterais, pois isso envolve a comunicação de penetrantes verdades de forma proposital. Deus declarou em Números 12:6: “Se entre vós há profeta, Eu, o Senhor, em visão a ele, Me faço conhecer ou falo com ele em sonhos.” Há muitos casos na Bíblia em que o profeta reivindicou “a palavra do Senhor” que foi até eles e, como tal, foi transmitida ao povo (Jr 1:4; Ez 1:3). Devido à sua origem divina, as mensagens proféticas (tanto na forma oral como escrita) têm credenciais e autoridade divinas (Is 8:20; Gl 1:8, 9; Ap 22:18, 19). Muitos profetas do Anti-go Testamento anunciaram a vinda do Messias, mas foi João Batista que, na verdade, foi Seu antecessor (Mt 3:1-12; Lc 3:1-18).

“Sem dúvida, a suprema revelação de Deus para a raça humana é encon-trada na pessoa e no ministério de Jesus Cristo, o Filho de Deus, que Se tornou também Filho do homem. Hebreus 1:1-3 afirma: ‘Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas ma-neiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o Univer-so. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder.’ Por essa razão, Ele foi chamado ‘Emanuel’, que significa ‘Deus conosco’ (Mt 1:23). De fato, temos apenas uma fotografia perfeita de Deus: Jesus Cris-to” (E. G. White, no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia v. 7, p. 906).

Apesar do fato de Jesus Cristo não estar mais visível entre nós, tanto quan-to sabemos não existem, em nossos dias, profetas verdadeiros vivos, mas a providência de Deus gerou e preservou as Escrituras através dos séculos. Como nossa única regra de fé e procedimento, elas testemunham acerca de Cristo (Jo

5:39). Os profetas messiânicos do An-tigo Testamento retratavam o Messias vindouro tão nitidamente que Jesus de Nazaré podia ser identificado como tal. Os escritores do Novo Testamento con-firmam tal identificação, apresentando-O como a única esperança de salvação e vida eterna para os pecadores. O apóstolo João diz que o evangelho foi registrado para que “creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (Jo 20:30, 31). Isso implica um relaciona-mento vivo com a pessoa de Cristo e um real comprometimento com Seus ensinos encontrados nas Escrituras (veja Mt 7:21-27).

Crucial em todo o processo de re-velação é o trabalho do Espírito Santo. Ele inspirou os profetas a escreverem as Escrituras (2Tm 3:16; 2Pe 1:19-21), ilumina nossa mente quando as estu-damos (1Co 2:10), coloca o amor de Deus “em nosso coração” (Rm 5:5) e tenta nos guiar “a toda a verdade” (Jo 16:13). O trabalho do Espírito Santo é tão importante que Ellen White declara que, sem o Seu trabalho, “o sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido” (O Desejado de Todas as Nações, p. 671) para nós, porque não O teríamos acei-

tado. Além de nos convencer a aceitar as Escrituras como a Palavra escrita e Cristo como a Palavra viva, o Espírito Santo ainda procura nos guiar no bom caminho. Isaías 30:21 diz: “Quando te desviares para a direita e quando te des-viares para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizen-do: Este é o caminho, andai por ele.”

Deus revela, por meio da natureza, Seu poder sustentador, criativo e amor restaurador. Mas Ele falou mais expli-citamente para a humanidade por Seus servos, os profetas. A mensagem profé-tica básica foi incorporada às Escrituras e preservada pela providência divina por séculos. O processo de revelação alcançou seu clímax na pessoa e no ministério de Jesus Cristo, que real-mente foi “Deus conosco”. O mesmo Espírito Santo que inspirou os profetas a escrever as Escrituras, também ilu-mina nossa mente para compreendê-la adequadamente, para aceitar a Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor e para caminhar com Ele e para Ele. Todo o processo visa a livrar-nos dos nossos caminhos de pecado e morte e a guiar-nos pelos caminhos onde encontramos plenitude de vida na presença amorosa do nosso Deus.

1. De que maneira você vê o caráter de amor e redenção de Deus revelado na natureza?

2. Muitas vezes os profetas de Deus tiveram que apresentar mensagens de adver-tência. De que maneira você, pessoalmente, já se beneficiou dessas mensagens?

3. De que modo o Espírito Santo atua em sua vida? Como a compreensão da vontade de Deus para você tem se tornado clara ultimamente?

Qual é SuaOpinião?

Julho 2008 | Adventist World 23

Quando ele chegou à nossa porta da frente, estava ves-tido, não com uma manta masai, mas com calças e paletó, carregando um computador ‘laptop’, em lugar

de uma lança de caça.− Sou Solomon – ele disse. – Alguém lhe perguntou sobre

meu trabalho?− Entre – convidamos. Enquanto colocava o computador na mesa de centro, ele

explicava: − Um médico, vindo de Dakota do Norte em uma viagem

missionária, me deu isso. Pensei em lhe mostrar algumas fotos dos membros de uma das minhas igrejas.

Lá estavam elas, mulheres masai, sentadas em grupos sob uma árvore, enroladas em mantas de cores brilhantes, usando os tradicionais colares e brincos de contas.

− Quantos membros têm sua igreja? – perguntamos. − Uma tem cerca de 300, incluindo as crianças, e a outra

aproximadamente 120 membros – respondeu ele. Os homens masai pensam que religião é apenas para as esposas; por isso, nossa congregação é composta, em sua maioria, de mulheres e crianças. Mas, com a ajuda de Deus, essa mentalidade vai mudar.

Todos nós, que trabalhamos no Quênia e Tanzânia como missionários no fim da década de 50, podemos ver o progresso como um sinal evidente da graça de Deus, uma demonstração do poder do evangelho. Pessoas que até recentemente nunca haviam ouvido sobre o evangelho, estão aprendendo a confiar no verdadeiro Ngai, o soberano do Céu e da Terra.

Trilha Brilhante

Quando, pela primeira vez, os missionários chegaram da Inglaterra, no começo do século vinte, para estabelecer uma missão na África Oriental, descobriram que o governo co-lonial do Quênia estava alocando áreas específicas do país a vários grupos de missionários.

Aos adventistas foi dado o território ao redor do Lago Vitória, entre as tribos Luo e Kisii. Aquela área tornou-se, primordial-mente, adventista. A Missão de Gendia, a Casa Publicadora Africana Oriental e o Hospital da Missão Kendu foram fundados entre o povo Luo. A Missão Nyanchwa e a Escola Kamagambo foram estabelecidas em Kisii. O território masai faz fronteira com essas duas áreas, mas não deveria ser tocado pelo evangelismo.

Em meados dos anos 50, já com muitas igrejas fundadas entre o povo Luo e Kisii, foi permitido que os líderes da igreja compartilhassem o evangelho com seus vizinhos Masai. No

entanto, era recomendação do governo que essa tribo não fosse evangelizada. O assunto foi discutido em várias ocasiões pela comissão administrativa do Campo, em Nyanza do Sul (Kisii).

Foi quando surgiu o plano de abrir uma clínica médica no lado masai da fronteira e convidar a equipe médica do Hos-pital Kendu para participar. Os médicos se entusiasmaram e logo uma clínica médica estava em funcionamento. Por vários meses, os médicos, acompanhados pelo pessoal da Missão em Kisii, trabalharam juntos provendo assistência médica para os masai que vinham das vilas vizinhas.

Um dia, porém, chegou uma carta do delegado distrital de Kilgoris, sede de monitoramento dos interesses masai. “Chegou ao meu conhecimento”, dizia a carta, “que vocês estão entrando ilegalmente no território Masai. Portanto, a partir desta data, devem parar e desistir de cruzar a fronteira e interferir no seu estilo de vida.”

Ali terminou o primeiro esforço evangelístico para os ma-sai, na fronteira norte. Entretanto, por uma estranha evolução dos fatos, logo ocorreu uma mudança.

Em uma de suas viagens da Missão Kisii para o Hospital Kendu, o presidente da Missão, Fred Thomas (que ajudara a iniciar a clínica médica), surpreendeu-se ao encontrar um chefe masai no hospital.

− O que o trouxe ao Hospital Kendu, Mafuta? − perguntou Thomas.

− Fiquei muito doente e fui a todos os hospitais que co-nhecia, até mesmo em Nairóbi. Mas não encontrei nenhum médico que me curasse. Então, voltei para casa a fim de mor-rer. Minhas esposas ficaram preocupadas com o futuro delas e disseram: “Há um hospital a que você ainda não foi.” Qual? perguntei. “Você ainda não foi ao hospital Kendu Bay”, disseram. “Não”, eu lhes disse. “Nunca iria lá.” Nós, os masai, desprezamos a tribo que mora perto daquele hospital e por

Jean Thomas (foto na página 25, esquerda) retornou do Quênia, recentemente, onde ela e o esposo Fred serviram como voluntários por nove meses, no Colégio Adventista Maxwell.

ÁfricaEspírito

em Ação nadeus

Os crentes de hoje constroem sobre o alicerce deixado pelas

gerações de missionários.

Por Jean Thomas

Ode

S E R V I Ç O

24 Adventist World | Julho 2008

isso pedi ao delegado distrital para fechar a clínica médica que eles começaram em nosso distrito.

− Minhas esposas apenas riram, e disseram: “Vá, já que não tem mesmo esperança de viver por muito mais tempo, você deve cuidar da sua vida e ir lá.” Por isso, estou aqui e esses médicos vão me curar e logo voltarei para casa.

Progredindo

De volta à nossa sala, o pastor leigo Solomon Lenana rela-tou sua história. Ele nasceu em uma família tradicional masai e esperava-se que passasse sua infância e juventude pastorean-do gado nas colinas ao redor da manayatta (choupana) de seu pai. Mas Solomon havia notado que os jovens que estudavam não pastoreavam o gado e cabritos de sua família, mas conse-guiam bons empregos, com bons salários.

Quando Solomon disse a seus pais de seu desejo de estudar, seu pai não concordou. Sua mãe, entretanto, usou seu poder de persuasão. Eles venderam algumas cabeças de gado para possi-bilitar a ida de Solomon para um colégio interno em Nairóbi.

“Havia apenas um outro jovem masai na minha escola”, disse Solomon. “Os outros alunos eram de tribos com cultura diferente da minha. Seus costumes e crenças eram muito es-tranhos para nós.”

Após completar o ensino médio, em 1989, Solomon come-çou a procurar emprego. O Colégio Adventista Maxwell, com regime de internato para filhos de missionários na África Orien-tal, estava sendo transferido para fora da cidade de Nairóbi. Com um conhecimento prático de inglês e de outras habilidades que adquiriu na escola, Salomon candidatou-se a um emprego e foi-lhe dada a responsabilidade de controlar os materiais do prédio, enquanto iam sendo transferidos para o novo campus.

O estilo de vida dos professores missionários com quem trabalhou impressionou muito a Solomon, que expressou o

desejo de aprender mais sobre suas crenças. Seus questiona-mentos o levaram a estudar a Bíblia e, mais tarde, ao batis-mo. Estimulado por encontrar tanta alegria e satisfação com o que tinha aprendido, começou a compartilhar sua fé com outros masai, alguns dos quais viviam numa colina, logo atrás da nova escola. Solomon e um missionário chamado Gwen Edwards começaram a ensinar os aldeões a ler a Bíblia.

Em 1994, os primeiros seis conversos daquele grupo foram batizados numa pequena piscina construída no fundo do anfi-teatro da escola. Entretanto, quando terminaram o prédio da escola, Solomon perdeu o emprego.

− E o que aconteceu? – perguntamos. − Fui enviado para o Instituto de Treinamento Riverside,

no Zâmbia, onde cursei seis meses de teologia e saúde. Agora, trabalho como pastor autônomo. Viajo pelo território Masai fazendo amigos, despertando-lhes o interesse pela Palavra de Deus e ensino-lhes higiene, saúde e prevenção da AIDS.

Como o território Masai é majoritariamente rural e de áreas subdesenvolvidas, estendendo-se por centenas de qui-lômetros através do Quênia e Tanzânia, são raras as estradas pavimentadas e as que existem são, freqüentemente intran-sitáveis, exceto com veículos de tração nas quatro rodas. Isso significa que Solomon, que não tem seu próprio meio de transporte, viaja aonde pode ir de ônibus, e depois anda longas distâncias para atender as pessoas interessadas. É difícil o acesso a suas duas igrejas.

Ele fica muitas noites fora de casa, ministrando seminários de saúde e estudos bíblicos. Tudo isso é feito como trabalho voluntário, sem remuneração da igreja.

As estradas precárias e a falta de comunicação tornam di-fícil obter um registro exato do número de membros e igrejas nas terras masai hoje, mas vidas estão sendo transformadas pelo evangelho.

ÁfricaEspírito

REUNIÃO: Fred Thomas, missionário jubilado, ao lado de Solomon Lenana (de paletó cinza) e outro masai adventista que conheceu Jesus e o poder do evangelho.

Julho 2008 | Adventist World 25

PERGUNTA:Ouço diferentes opiniões a respeito da destruição final dos ímpios. É verdade que Deus não vai destruí-los, e sim que irão autodes-truir-se?

Evito responder a essa pergunta porque qualquer res-posta pode levar a um debate e não estou interessado em debates. Uma vez, porém, que sua pergunta é feita

com muita freqüência, deixe-me começar dizendo que apenas uma Pessoa experi-mentou a segunda morte: Jesus Cristo. Vou abordar o tema por meio de Sua expe-riência, mantendo em mente que, embora Sua experiência tenha sido semelhante à dos ímpios, também foi significa-tivamente diferente.

1. O Problema: Algumas pessoas crêem que o pecado é autodestrutivo, uma vez que traz em si mesmo conseqü-ências e resultados específi-cos que destroem o pecador. Esse é, geralmente, o caso. Mas a extinção final do peca-do, do pecador e dos poderes do mal é algo diferente. Nes-te caso, Deus é descrito como estando direta e pessoalmente envolvido. Para alguns, esse é um problema porque, dizem, Deus castiga o ser humano com a morte e, aparentemente, alguns sofrerão mais que outros. Para eles, seria melhor sugerir que os pecadores se destruam. Eu aceito a declaração bíblica: “desceu, porém, fogo do céu e os consumiu” (Ap 20:9). Reconheço que não compreendo os detalhes desse estranho ato divino.

2. Jesus Sofreu a Morte dos Ímpios: Seria difícil negar que Deus, o Pai, estava diretamente envolvido na morte de Jesus. A Bíblia atribui a morte de Jesus ao Pai, ao próprio Filho, aos romanos e às autoridades judias.

O fato de que o Pai poderia ter poupado Jesus da morte e não o fez não significa que Sua morte foi da vontade do Pai. Isso corresponde a dizer que essa foi Sua divina intenção para Seu Filho (Jo 12:27,28). Jesus bebeu da taça do julga-mento de Deus (Mt 26:39). O Pai não O poupou (Rm 8:32), mas O entregou para morrer (Rm 4:25).

Jesus disse que entregaria a própria vida, e que ninguém teria poder para tirá-la dEle (Jo 10:17, 18). Jesus entregou Sua vida voluntariamente (Mc 10:45; Gl 2:20; Ef 5:25).

Os humanos também estavam envolvidos na morte do Filho de Deus (Lc 18:32; 22:3; Mc 15:15). O Pai, o Filho e os seres humanos estavam diretamente envolvidos na morte do Filho de Deus. A experiência de Jesus foi um pouco diferente do que acontecerá aos ímpios. Em ambos os casos, porém, o individuo e Deus estarão envolvidos.

3. Jesus Sofreu: Ninguém questiona que Jesus sofreu in-tensamente na cruz. O sofrimento foi físico, mas, acima de tudo, espiritual. Ele experimentou o abandono divino como

nenhum ser humano jamais experimentou (Mt 27:46). Levou sobre Si o pecado do mundo todo. Os ímpios receberão a recompensa de acordo com suas obras (Ap 20:13). Essa não será uma dor auto-infligida ou pro-vocada por Satanás. Deus, pessoalmente, dará a eles o que escolheram como seu destino final: morte eterna.

4. Jesus Entregou Sua Vida: Foi necessário que Jesus morresse como portador do pecado. Aceitou a justiça e a justa vontade do Pai para Ele. Na cruz, Ele sofreu até que, voluntariamente, entregou a vida a Seu Pai. Uma vez que

Sua morte era parte do plano da salvação, Ele suportou o sofri-mento por um determinado período de tempo e, no momento oportuno, entregou Sua vida clamando: “Está consumado!”

No caso dos ímpios, sua destruição é precedida pelo pró-prio reconhecimento de que merecem morrer. Cairão de joe-lhos e reconhecerão que Jesus Cristo é Senhor (Fl 2:10 e 11).

Não obstante, os ímpios lutarão para entregar volunta-riamente a vida a Jesus. Deixe-me sugerir que a intensidade do sofrimento deles pode estar diretamente relacionada à sua disposição de desistir da vida, o que está diretamente relacio-nado ao egoísmo. Tal atitude pode estender seu sofrimento e permitir que cada um experimente o julgamento de acordo com suas obras. Uma vez que desistirem da vida, a justiça de Deus é vindicada e a existência deles é apagada para sempre. Em seguida, terminará o conflito entre o bem e o mal.

Isso ajudou? (Ôpa, terminei com uma pergunta!)

Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

O Fim do

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Pecadoe dos

PorAngel Manuel Rodríguez

Pecadores

26 Adventist World | Julho 2008

Alguma vez você desejou descobrir uma ilha de paz neste mundo de estresse? Há momentos, em sua vida, em que tudo o preocupa? Você teme o futuro? Deus criou essa ilha de paz que seu coração tanto deseja. O sábado é o eterno símbolo de Seu amor por nós. Seu descanso sabático lembra-nos, a cada semana, de que Ele nos criou e não Se esqueceu de nós.

1. Que três coisas específicas fez Deus no sétimo dia, o sábado? Leia o texto abaixo e responda.“E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera”(Gn 2:3).

a. Deus

b. Deus

c. Deus

Embora seja possível receber as bênçãos de Deus em qualquer dia em que O adoremos, apenas podemos receber Suas bênçãos sabáticas se O adorarmos no Seu sábado. Ele abençoou, em especial, o sétimo dia; esse é o dia que Ele santificou.

2. O que Deus prometeu para os que guardam o sábado? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco.“Bem-aventurado o homem que faz isto, e o filho do homem que nisto se firma, que se guarda de profanar o sábado e guarda a sua mão de cometer algum mal”(Is 56:2).

Deus promete um para aqueles que guardam o sábado.

Escreva, com suas próprias palavras, algumas das bênçãos que Deus dá àqueles que guardam o sábado.

3. Como Deus descreve o sábado? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco. “Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas” (Lv 23:3).

O sábado é o dia de solene e de santa .

Aos sábados, descansamos de nossas lutas e encontramos paz e alegria na santa convocação de Deus. Convocação é “reunião”. O sábado é uma sagrada ou santa reunião do povo de Deus para adorá-Lo.

4. Como Jesus guardou o sábado? Como era Seu costume semanal? Leia o verso abaixo e circule as respostas.“Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o Seu costume, e levantou-Se para ler” (Lc 4:16).

O sábado era especial para Jesus. Cada sábado ele gastava tempo adorando Seu Pai celestial. Jesus também realizou muitos de Seus milagres de cura no sábado.

o Por Mark A. Finley

CelebrandoSábado

E S T U D O B Í B L I C O

Julho 2008 | Adventist World 27

5. O que os milagres de cura realizados por Cristo nos ensinam sobre a celebração do sábado? Leia o texto abaixo e sublinhe por que Jesus curava no sábado.“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do homem é senhor do sábado. […] Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem” (Mt 12:7,8 e 12).

O que isso significa para nós hoje?

Como a compaixão, bondade e boas obras de Jesus durante o sábado servem de modelo para nós?

6. O que o Senhor nos convida a fazer hoje? Leia o texto abaixo e preencha os espaços em branco.“Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do Senhor o disse” (Is 58:13, 14).

O Senhor nos diz:

a. Se vocês desviarem o

b. E chamarem ao

c. Deleitoso e

O Senhor nos convida a não:

a. Fazer

b. Seguir

c. Falar

A mensagem de Isaías nos ensina que, quando separamos o sábado do sétimo dia do nosso controle e honramos a Deus com nossas palavras e atividades, Ele nos fará andar nas alturas da terra. Em outras palavras, nossa vida será abençoada com a Sua presença.

7. Como serão os nossos sábados no Céu? Leia o texto abaixo e circule a resposta. “‘E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante Mim’, diz o SENHOR” (Is 66:23).

Imagine: Todos os seres celestes e todos os remidos adorarão diante do trono de Deus, aos sábados. Cantarão hinos de louvor e melodias de adoração. O próprio Deus falará do Seu infinito amor por nós. Ele compartilhará Sua imensa alegria por estarmos com Ele por toda a eternidade.

Gostaria você de dizer a Jesus que o desejo do seu coração é adorar com os anjos naquele primeiro sábado no Céu? Por que não inclina a cabeça, agora, e conta

isso a Ele?

O que a Bíblia diz sobre saúde? Acompanhe nosso próximo estudo bíblico:

“Uma Questão de Saúde”

28 Adventist World | Julho 2008

C A R T A S

Minhas Pedras do JordãoQuando a edição de abril de 2008 da Adventist World chegou, notei meu sobrenome no título de um artigo, “Minhas Pedras do Jordão,” por Ste-phen Dunbar. Possivelmente, Dunbar não sabe que nas páginas do início do Adventismo estão escondidas muitas “pedras” que contam a experiência de nossos pioneiros e sua luta para contar a história da breve vinda de Jesus e para o desenvolvimento da igreja.

Um desses pioneiros, José Bates, de Fairhaven, Massachusetts, começou con-tando essa história em 1844. Ele vendeu sua casa e foi para Maryland a fim de pregar para escravos e seus senhores. Mais tarde, tomou conhecimento do sá-bado do sétimo dia e escreveu sobre isso. O interessante título de seu terceiro livro foi O Caminho do Segundo Advento Esta-belece Marcos e Finca Postes. Esse título, baseado em Jeremias 31:21, refere-se ao profeta dizendo: “Poe-te marcos, finca postes que te guiem” – tudo isso como lembrança da travessia do Jordão.

A história adventista está repleta de “Pedras do Jordão”. O Ministério da Herança Adventista, uma organização leiga, disponibiliza lugares históricos em Battle Creek, Michigan, em Whitehall e Port Gibson, Nova Iorque e em Fairha-ven, Massachusetts, para todos verem e ouvirem desses “marcos”. Eles contam da providência de Deus guiando e edifi-cando nossa igreja.

Minha esposa e eu somos voluntá-rios, cuidando da casa de José Bates em Fairhaven, Massachusetts. Contamos a sua história e de como Deus o usou para “colocar marcos” para contar a história do amor de Deus pelos pecadores e so-bre Seu breve regresso.

Chet JordanMassachusetts, Estados Unidos

TrindadeO artigo da revista Adventist World de março de 2008, de autoria de Roy Adams, sobre a Trindade, foi muito inspirador. Como necessitamos do Espírito Santo não somente em nossa vida individual, mas em nossa igreja como um todo! Realmente creio que o batismo do Espírito Santo é necessário como nunca dantes.

Concordo com a R. A. Torrey ao afirmar que, além de sermos batizados e de recebermos o Espírito Santo em nossa conversão e batismo, necessitamos da experiência singular do batismo do Espírito Santo. Ele é enviado para capa-citar o povo de Deus a compartilhar o evangelho com poder. Parece-me que os adventistas têm tanto medo de asseme-lhar-se aos pentecostais que evitam tal experiência, embora necessitemos deses-peradamente dela.

Ainda quero agradecer Roy Adams pela Lição da Escola Sabatina que escreveu sobre Jesus. Fantástica!

Lillian R. Guild Loma Linda, Califórnia, Estados Unidos

Graça em AçãoConcordo plenamente com a mensagem de Jan Paulsen, em seu artigo de março de 2008, intitulado “Esclarecimentos Sobre Serviço Militar.” Não poderia escrever nada em meu comentário que depreciasse ou discordasse de qualquer de suas afirmações.

Tendo dito que, se algo é necessário em nossas igrejas, talvez até mais do que a instrução que nossos jovens precisam (não em lugar de ) em relação a esse assunto, é a afirmação e reafirmação dos princípios bíblicos, a graça, a qual deve ser o primeiro e principal fundamento de nossa igreja. Como igreja, somos sempre rápidos em elaborar, detalha-damente, princípios morais aos quais

deveríamos aderir em nossa vida espiritual, mas somos deficientes em aplicar essa mesma prática de elabora-ção quando se refere a ensinar nosso povo “como” praticar a graça.

É um benefício para os líderes de nossa igreja enfatizar e educar os mem-bros de nossa igreja por meio de artigos sobre formas práticas e sempre exercitar a graça. Sou testemunha de um jovem membro de igreja com valores morais impecáveis, líder de um grupo de jo-vens de sua igreja, que foi disciplinado e, posteriormente, retirado do rol de membros, por ter escolhido alistar-se. Sei que os líderes de nossa igreja nem sempre estão cientes das escolhas indivi-duais dos membros da igreja local, mas estamos nós dispostos a nos responsabi-lizar pela falta de graça e compaixão por causa de nossa deficiência em instruir nossos membros sobre a maneira de praticar a graça? O que estamos fazendo como igreja pelos nossos homens e mu-lheres que se alistaram? Estamos envian-do mensagens de incentivo? Estamos apoiando os membros de sua família en-quanto esperam dia a dia, ansiosamente, pelo retorno dos seus queridos? O que a igreja está fazendo pelos soldados que voltam feridos, com vidas despedaçadas pelos horrores associados com o estresse pós-traumático? Se a resposta for pou-co ou quase nada, então lá no fundo, em nosso silêncio, há um sonoro “eu te avisei”. Estamos preocupados com a mensagem conflitante que nosso apoio possa inferir? Se, como igreja, devemos ensinar nossos jovens sobre os perigos e conflitos morais de portar armas, é nos-so dever, então, gastar tempo e esforço ensinando nossos membros as diretrizes práticas de como exercitar a graça.

Lillian Rosa CorreaNoruega

Intercâmbio Mundial

Julho 2008 | Adventist World 29

Intercâmbio MundialC A R T A S

Com o quê isso se parece realmente?Quero agradecer-lhes por me ajudarem a compreender “O que Realmente é ser um Cristão?” por Robert K. McIver (Adventist World, janeiro de 2008), artigo que apreciei muito.

Ruth Kwamboka OmbukiNairóbi, Quênia

O Fundamento da FéFiquei muito impressionada ao ler a his-tória “O Fundamento da Fé” por Tessa Fennell-Swaby, de Nova Iorque, EUA, na seção Intercâmbio de Idéias, da edição de abril de 2008. Penso que necessitamos de mais histórias de vida ou de experiências de vida como essa, para lembrar-nos de que, apesar das provações e dificuldades que enfrentamos, não podemos perder nossa esperança em Deus.

Embora nem sempre receba os exemplares desta revista, posso lê-la online [ www.adventistworld.org], e por isso agradeço a Deus pela comunicação através da mídia, que Ele tem usado

como lembrete para que eu permaneça fiel, qualquer que seja a situação!

Oro para que Deus sempre use a Adventist World para a glória de Seu nome!

Wilda AdrianVia E-mail.

Jovens em ServiçoNa edição de março de 2008, na seção de notícias, o artigo “Juventude Adventista Invade Taiwan para Serviço e Crescimen-to Espiritual,” sobre o fórum jovem em Taiwan, em dezembro passado, trouxe muita alegria ao meu coração! Não havia nada mais apropriado do que o tema do evangelismo e do serviço para desafiar nossos jovens, em todo o mundo, a seguir os passos de nosso Mestre, Jesus Cristo. As palavras de Ellen G. White ecoam com clareza: “Com tal exército de obreiros como o que poderia fornecer a nossa juventude devidamente preparada, quão depressa a mensagem de um Salvador crucificado, ressuscitado e prestes a vir poderia ser levada ao mundo todo!”

(Mensagens aos Jovens, p. 195). Que clímax para o centenário do ministério jovem ao redor do mundo! Vamos nos envolver com nossos jovens para que, ombro a ombro com a liderança, busque-mos preciosas almas para o Reino!

Léo Ranzolin, ex-diretor mundial dos jovens (1980-1985)Flórida, Estados Unidos

Mantenha Acesa a ChamaAprecio a leitura da revista Adventist World e quando saio a trabalho, gosto de compartilhá-la com meus fregueses que também apreciam sua leitura. Encorajo a todos a manter acesa a chama.

Earnest Kube,Nigéria

Solicito aos adventistas de todo o mun-do que orem por minha igreja. Ela está localizada numa área nova em que os adventistas são desconhecidos. Orem para que Deus conduza as pessoas à igreja.

Herbert, Tanzânia

Por favor, ore por minha filha. Já a le-vamos a todos os lugares, na tentativa de salvar sua visão. Ore por nós duas – física, mental, espiritual e emocio-nalmente.

Genevieve, Estados Unidos

Gostaria de pedir orações pelo Exame de Licenciatura para Professores, que prestarei em setembro. Já fiz uma vez e fui reprovado. Creio que suas orações podem ajudar-me.

Jeffrey, Filipinas

Por favor, orem pela melhoria da si-tuação financeira de nossa família. Precisamos pagar a escola e um lugar melhor para morar. Com Deus tudo é possível.

Dan, Uganda

Obrigada por suas orações. Solicito-as para muitas necessidades: saúde para meu esposo, minha sogra, minha mãe e para mim; para eu ter um filho, encon-trar um trabalho para ajudar meu espo-so e para termos nossa casa própria.

Cassandre, Haiti

O L U G A R D E O R A Ç Ã O

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

Intercâmbio Mundial

30 Adventist World | Julho 2008

I N T E R C Â M B I O D E I D É I A S

O seu pastor irá dormir melhor essa noite e lidar com mais eficiência com os de-safios do ministério, se ele souber que os membros de sua igreja estão orando

por ele, mencionando seu nome de manhã e à noite, quando falam com Deus.No fim dos anos noventa, eu trabalhava como diretor de mordomia para a Mis-

são da Nova Bretanha e Nova Islândia, em Papua-Nova Guiné. Morávamos na mi-nha vila porque uma erupção vulcânica, alguns anos antes, havia destruído a cidade onde os escritórios da Missão estavam. Meu trabalho, freqüentemente, me levava à plantação de palmeiras de óleo em Nova Bretanha Ocidental, uma vila feliz da Nova Irlanda, e da acidentada costa sul da Nova Inglaterra Oriental.

Enquanto me preparava para viajar a esses lugares, Ken ToMiki chegou à mi-nha casa, mancando, com sua bengala. Ele era um velho tio que tinha sido professor adventista por muitos anos. Ele me chamou de lado e fez pequenos discursos, variando apenas o local onde me encontrava. O modo como falou e a expressão do seu olhar mos-travam ser verdade tudo que dizia: “Filho, não posso ir com você para a Nova Bretanha Ocidental porque já estou muito velho. Não posso ajudá-lo a pregar, mas farei uma coi-sa: Todas as manhãs e todas as noites mencionarei seu nome ao Pai em minhas orações.”

Em 1998, fui convidado a participar da equipe internacional que traduziu Dwight Nelson em uma campanha evangelística realizada na Universidade Andrews, Michigan. A campanha foi transmitida via satélite para centenas de lugares ao re-dor do mundo. Eu estava assustado com a nova experiência. Na manhã da minha partida, o velho ToMiki chegou manquejando outra vez. Ele me chamou de lado e disse: “Filho, não posso ir para a América com você. É do outro lado do mundo. Não posso ajudá-lo a traduzir, mas irei até o trono do Céu e mencionarei seu nome cada manhã e cada tarde.” Esse pequeno discurso levantou minha moral.

Não traduzi bem as três primeiras noites do evangelismo e estava muito desani-mado. Entretanto, só a lembrança daquele velho homem, do outro lado do planeta, orando por mim, me animava a seguir. Enquanto traduzíamos, a cada noite, solda-dos de oração da congregação local se ajoelhavam e oravam silenciosamente ao lado de cada cabine de tradução. Aquelas orações me deram confiança. Mais do que isso, Deus ungiu meus lábios com renovado poder.

Eu havia traduzido os sermões do Dr. Nelson para Tok Pisin, levando as cópias impressas comigo para a Universidade Andrews. Entretanto, Tok Pisin, o idioma comum de Papua-Nova Guiné, é um idioma falado. Tal como meus conterrâneos, falo fluentemente a língua, mas sou desajeitado para ler e escrever. Isso me atrapa-lhou e fez com que eu perdesse grandes porções dos três primeiros sermões para acompanhar o ritmo acelerado do Dr. Nelson. Depois de cada sermão, eu ficava desanimado. Tinha a sensação de estar desperdiçando o dinheiro daqueles que pagaram minha viagem e o desapontamento de milhares de pessoas que lotavam os locais onde o sinal era recebido, em Papua-Nova Guiné.

Alguma coisa, porém, aconteceu durante a quarta noite. Deixando de lado os sermões impressos, concentrei-me na voz do Dr. Nelson e as palavras apropriadas fluíram de minha boca. Aquela experiência se repetiu até o fim da campanha.

“Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago 5:1).

—Matupit Darius é diretor de comunicação da União Missão de Papua-Nova Guiné, na Divisão do Sul do Pacífico.

Por Matupit Darius

por SeuOrandoPastor?

Neste mês, um leitor nos conta uma poderosa experiência de oração.

A D R I A N V A N L E E N

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.

Editor AdministrativoBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialJan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico

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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

Adventist World é uma revista mensal editada simultanea-mente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.

Vol. 4, No. 7

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Julho 2008 | Adventist World 31

RESPOSTA: Igreja Adventista do Sétimo Dia Mashayamvura, no Zimbábue, África, durante confraternização dos membros após o culto, fora do templo.

Q U E L U G A R É E S S E ?

P E N S A M E N T O D O M Ê S

“A esperança é o produto das promessas de Deus para nós.”—Pastor Charley Kitney, 5 de janeiro de 2008, na Igreja Adventista do Sétimo Dia em Kempton Park, África do Sul.

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V I D A A D V E N T I S T AO antigo professor Dr. Edward Heppenstall, com sua

vasta experiência em lecionar para alunos formandos, ti-nha total consciência de que sempre haverá alguém que imagina ter uma nova luz que ninguém teve. Ele voltou à sua terra natal para lecionar uma matéria no Newbold College, por um verão.

Antes de iniciarmos nosso exame final, Heppenstall fez uma oração e lembrou-nos: “Desejo muito sucesso a vocês. Espero não aprender muitas coisas novas.” —Pastor K. H. Clothier, Devon, England

C O N H E Ç A S E U V I Z I N H OQue privilégio, que alegria!” disse o casal

J. K. e Esther Martinez sobre o voluntariado na Escola Internacional Adventista de Bangkok, Tailândia. Desde agosto de 2006, eles estão envolvidos com a escola. Esther, natural da Califórnia, Estados Unidos, trabalha como professora da quinta série, rege o Coral Tone Chimes, da 4a à 6a séries e coordena vários acampamentos. J. K. é originário do México, enfermeiro da escola e professor de Bíblia na décima primeira série e de Ciências no jardim da infância. Enquanto cada um deles usa muitos

chapéus na Tailândia, sua grande missão é partilhar o evangelho. “Amamos nossos alunos,” dizem Esther e J.K. “Queremos vê-los novamente no Céu e, por isso, todos os dias os

levamos para mais perto de Jesus.”Esther e J. K. servirão na Tailândia até o fim de julho de 2008. Recomendam a

experiência do voluntariado a outros. “Vemos quanto trabalho precisa ser feito para que o evangelho seja pregado em todo o mundo”, dizem. “Aceite o trabalho que Deus nos deu para fazer e assim terminaremos a tarefa!”

Se você quiser ler mais histórias sobre os voluntários adventistas em todo o mundo ou saber como você pode participar em um programa voluntário, acesse: www.adventistvolunteers.org.

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