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DEZEMBRO DE 2011 ANO V NÚMERO 9 REVISTA LABORATORIAL DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO DA ULBRA/CANOAS ENERGIA NUCLEAR O Brasil deve investir? PÁGINA CENTRAL PNEUS USADOS Vilão no passado, hoje é reutilizado na fabricação de asfaltos PÁGINAS 6 E 7 babel babel IMPRENSA Jornal NH completa 50 anos contando a história do Vale dos Sinos PÁGINAS 8 E 9 LEMBRANÇAS Turistas fazem coleções com peças trazidas do exterior PÁGINAS 20 E 21

Revista Babel n.º 9

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Revista produzida pelos alunos da disciplina de Produção Jornalística II do curso de Comunicação Social da Ulbra/Canoas. Ano 2011/2: Eduardo Alves de Souza, Tuani Pereira Mallmann, Lucas Schwants, Cristiane Magno, Luan Ott, Leonardo Leal, Bruna Paiva Serrano, Diego Di Luca e Letícia Giacomelli. Fotografia Arquivo Babel e fotos de divulgação Revisão Carlos Nunes. Coordenadora de Ensino Cármen Lúcia Rodrigues Coordenador do curso de Jornalismo Deivison Campos Professor responsável Carlos Alberto Nunes Projeto Gráfico Jorge Gallina (RPMT/RS 4043).

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Page 1: Revista Babel n.º 9

DEZEMBRO DE 2011ANO V

NÚMERO

9REVISTA LABORATORIAL DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/JORNALISMO DA ULBRA/CANOAS

ENERGIA NUCLEAR

O Brasil

deve

investir?PÁGINA CENTRAL

PNEUS USADOSVilão no passado, hoje é reutilizado nafabricação de asfaltosPÁGINAS 6 E 7babelbabelIMPRENSAJornal NH completa50 anos contando ahistória do Vale dos SinosPÁGINAS 8 E 9

LEMBRANÇASTuristas fazemcoleções com peças trazidas do exteriorPÁGINAS 20 E 21

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A cada semestre que passa, a Babel, revista produzida por acadêmicos de

Jornalismo da Ulbra, aborda os mais diversos temas cotidianos. Acompanhar a

evolução da sociedade é uma das premissas, seja na área tecnológica, seja na

área humana. No entanto, o resgate histórico de fatos e dos meios de comu-

nicação também têm seu lugar cativo nas páginas deste veículo.

Esta edição acompanha algumas mudanças em espaço físico, comportamentais

e tecnológicas. Assuntos da “casa”, como carinhosamente nos referimos quan-

do relatamos algo referente à Ulbra: um novo projeto promete trazer de volta

a Ulbra TV para o Campus, saindo do prédio centralizado na Capital. Nossa

reportagem acompanha o benefício de reaproximar o canal aos alunos de co-

municação, proporcionando o toque universitário, tanto na aprendizagem quanto

na produção. O transporte coletivo na Ulbra também é abordado, onde as

alternativas utilizadas pelos estudantes são analisadas e divididas com o leitor.

Ainda pela casa, tem a história do curso de Engenharia de Plástico que, devido

a sua baixa procura, foi excluído da grade da Universidade; porém, não sai sem

deixar uma importante marca social: a reciclagem, na qual os alunos resolveram

reaproveitar os restos de plástico que iriam para o lixo e construíram

tratorzinhos de brinquedo, que posteriormente serão destinados a instituições

de caridade. Também tratando sobre o importante tema da sustentabilidade,

saiba para onde vão os pneus gastos e no que se transformam.

Na área de comunicação, o jornalismo de serviço, uma das áreas de maior

relevância no radiojornalismo, é tratado em uma matéria que destaca o Gaúcha

Hoje, programa de maior audiência no Rio Grande do Sul, justamente por ofe-

recer as informações de que os ouvintes mais necessitam no início da manhã. O

Jornal NH, importante meio de comunicação no Vale dos Sinos, completa meio

século de existência e, claro, não poderia deixar de ser lembrado pela Babel.

Um dos assuntos mais recorrentes da atualidade é a informática, e duas ma-

térias abordam duas das ferramentas mais recentes que estão virando moda

entre os “usuários digitais”: o Twitter e o sistema de geoposicionamento do

Foursquare. Entenda mais nas informações tecnológicas da revista, que traz

ainda uma discussão sobre energia nuclear.

Boas notícias sobre educação e esportes também são contatas nesta edição,

sendo relatados, respectivamente, os importantes avanços no desempenho da

educação infantil do Estado, o futebol feminino ganhando cada vez mais espaço

nos gramados e uma nova modalidade de esporte aquático dos gaúchos.

Uma edição recheada de temas que caminham lado a lado com os aconteci-

mentos. Assim é a Babel, acompanhando as tendências e procurando oferecer

um jornalismo de qualidade através dos acadêmicos da Universidade.

editorial

Reitor Marcos Fernando

Z iemer V ice-Reitor Valter

Kuchenbecker Pró-Reitor de

Administração Levi Schneider

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-

Graduação Erwin Francisco

Tochtrop Júnior Pró-Reitor de

Extensão e Assuntos Comuni-

tários Ricardo Willy Rieth Pró-

Reitor Adjunto de Graduação

Pedro Antonio Gonzàlez

Hernàndez Capelão Geral Pas-

tor Gerhard Grasel

Coordenadora de Imprensa

Rosa Ignácio Leite Coordena-

dora de Ensino Cármen Lúcia

Rodrigues Coordenador do

curso de Jornalismo Deivison

Campos Professor responsá-

vel Carlos Alberto Nunes Pro-

jeto Gráfico Jorge Gallina

(RPMT/RS 4043)

Revista produzida pelos alunos

da disciplina de Produção

Jornalística II – Revista - 2011/2

Eduardo Alves de Souza, Tuani

Pereira Mallmann, Lucas

Schwants, Cristiane Magno,

Luan Ott, Leonardo Leal, Bru-

na Paiva Serrano, Diego Di Luca

e Letícia Giacomelli.

Fotografia Arquivo Babel e fo-

tos de divulgação Revisão

Carlos Nunes.

Universidade Luterana

do Brasil

Av. Farroupilha, 8001

Bairro São José, Canoas/RS

CEP 92425-900

Fone: 51 3477.4000

Fax: 51 3477.1313

Acompanhando tendênciasDIEGO DI LUCA

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Page 3: Revista Babel n.º 9

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índice 3

ENTREVISTA

Vagas em creches

e pré-escolas

aumentam

no Rio Grande

do Sul 18 26

Alunos da Ulbra

desenvolveram

projeto, com fim

solidário,

ecológico

e educativo

Paradão do campus

22

Nos finais da tarde e noite,

centenas de alunos da universidade

se reúnem no local para esperar

seus ônibus. As conversas giram

em torno do deslocamento dos

alunos até a universidade

Nelcira NascimentoEla conta a sua

experiência profissional

no desenvolvimento do

jornalismo social.

Nelcira nasceu em

Canoas e revela que

muito de sua vontade

de ajudar as pessoas

veio por influência

de sua mãe.

A aposta do diretor geral é no

crescimento da emissora através da

ampliação da grade de programação

ULBRA TV de casa nova

4

16

Page 4: Revista Babel n.º 9

UlbraTV de casa nova

,,,,,CRISTIANE MAGNO

O prédio que abrigava o museu doautomóvel, no campus da Ulbra Ca-noas, se prepara para receber estúdiose cenários de televisão. A sede da

Ulbra TV, até agora localizada na avenida Voluntá-rios da Pátria, no coração da Porto Alegre, passa-rá a desenvolver suas atividades junto à universi-dade. A emissora também ganhou outro espaçoalém do quarto andar do prédio em que ocupará,é um estúdio na avenida Lucas de Oliveira, na zonanorte da Capital.

Desde 2007 a UlbraTV ocupa o atual endereço.Lá funciona toda a estrutura da UlbraTV: dois es-túdios de televisão, núcleos de produção e cria-ção, setor administrativo e a redação do tele-jornal Ulbra Notícias, além da rádio Pop Rock,

imprensa

que também está de mudança. Conforme o dire-tor geral da TV, Douglas Moacir Flor, o projeto deunião das emissoras de rádio e televisão com ocampus será posto em prática em junho desteano, “no fim das contas está nova fase é muitoprodutiva para nós, pois veio acelerar o que jápretendíamos fazer”.

Para sanar parte das dívidas adquiridas pelaUniversidade no período de crise durante a ges-tão anterior, o imóvel do centro de Porto Alegre,que pertence à Universidade será entregue ao go-verno federal. Lá será instalado o Instituto Fede-ral de Educação, que deve começar a funcionarno local já no mês de julho.

A mudança de espaço físico promete proporcio-nar ampliações na programação da UlbraTV. Oprédio que antes era tomado por carros antigosjá está em reformas para receber os mais de cem

Novo estúdio daUlbraTV está localizado nas

dependências do campus Canoas

FOTOS LAYLA ARAUJO

Page 5: Revista Babel n.º 9

Douglas Flor, diretorda TV. Abaixo, prédioatual da tv nocampus Canoas

funcionários da emissora. A UlbraTV e a rádioPop Rock ocuparão o quarto andar do Museu deTecnologia da Ulbra. Do estúdio da Lucas de Oli-veira, no bairro Petrópolis serão transmitidos osprogramas Diversidade, Atividade e Cadeira Ca-tiva.

Segundo Douglas, a Ulbra TV irá trazer novida-des positivas aos seus telespectadores “e se ca-racterizará como um canal universitário, o queserá muito produtivo para os alunos do curso deComunicação Social e para os telespectadores”.Será uma oportunidade para os alunos da univer-sidade estarem mais perto da prática jornalística.Ainda estão em estudo as maneiras como se daráa interação entre acadêmicos e emissora. Estaparceria está sendo tratada entre o diretor daTV e o coordenador do curso de jornalismo daUlbra, o professor Deivison Campos.

A aposta no crescimento da emissora junto aocurso de Comunicação conta com o otimismodos alunos perante a novidade. O estudante doquarto semestre de Jornalismo e estagiário daUlbraTV, Guilherme Dias, está satisfeito com onovo endereço de trabalho. “Mudanças são ne-cessárias para o crescimento da empresa. Umaempresa não cresce sem se aprimorar. De modogeral a mudança será boa.” Quanto aos colegasque ainda não conhecem as emissoras de rádio eTV, Guilherme declara que terão mais oportuni-dades para vivenciar na prática as lições ensina-das nos bancos acadêmicos. “Antes os alunos nãobuscavam a oportunidade pela distânciado campus.” Além das novas experiên-cias para os alunos, o editor chefe detelejornalismo do canal fala da aproxi-mação com os professores do curso deJornalismo. Ele considera que no atualmomento esta interação é insuficiente,“aconteceu em apenas duas oportuni-dades, com dois deles que não traba-lham mais na casa: fizeram parte da dis-ciplina Telejornalismo na Redação. Foimuito produtivo para todos”.

A equipe de jornalismo também pre-para novidades quanto às notícias trans-mitidas no telejornal diário da emisso-ra. Segundo Israel de Castro, a nova li-nha editorial do Ulbra Notícias terá umconteúdo inovador. O cenário perma-necerá o mesmo, mas os acontecimen-tos mudam. Serão tratados assuntos deinteresse da comunidade da região me-

tropolitana. O que para ele é “um défict da TVgaúcha.” O editor diz que estão sendo acertadosdetalhes quanto ao novo jornalismo da casa, como:“os limites, os focos, os fluxogramas, as novida-des...”

Também está previsto que em casos eventuais oUlbra Notícias ocupe o estúdio da avenida Lucasde Oliveira, para evitar quaisquer transtornos emquestão de deslocamento dos convidados. E umaequipe do telejornalismo será fixada na capital. “Équase impossível não falar da região sem estar pre-sente em Porto Alegre também”, pondera Israel.

A casa nova já está sendo arrumada para o mêsde julho marcar a história do canal. “Já estamos emclima de mudança”, diz Douglas em meio algumascaixas já prontas para serem transferidas de lugar.Ele também fala que “a UlbraTV não muda quandoa questão é o comprometimento com a informa-ção e o entretenimento dos telespectadores”.

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Para onde vão os

pneus usados?,,,,,LEONARDO LEAL

“Na natureza nada se cria, nada seperde, tudo se transforma.” A consa-grada frase do francês Antoine La-voisier (1743–1794) está mais pre-

sente do que nunca na atualidade. Em buscade reaproveitar tudo aquilo que não possuimais utilidade, isto é, para algumas pessoas ouempresas, hoje existe uma solução para o des-carte de quase tudo, inclusive para os pneusvelhos e gastos.

Com o novo nicho ligado à sustentabilidade,há empresas responsáveis pela seleção da bor-racha (matéria prima dos pneus) onde passa-rá por um procedimento de transformação atévirar pó, para depois ser reaproveitada na fa-bricação do chamado asfalto ecológico, bemcomo na elaboração de pistas de atletismo.Algumas cidades do Brasil estão adotando esteprocedimento para recapear falhas nas estra-

das brasileiras. O recurso ainda é caro e nãohá interesse de divulgação sobre o tema, so-frendo influência do lobby das empresas dopetróleo. Além disso, o procedimento possuium custo 30% mais caro do que o asfalto con-vencional, porém a vantagem é sua durabilida-de.

Segundo Michel Ferraz, líder operacional esupervisor de operações da CBL, que atuana área de reciclagem, o material vem de ci-dades que possuem mais de seis mil habitan-tes. “Às prefeituras que aderiram à reciclagem,nós disponibilizamos contêineres, a fim detrazer até as empresas que transformam aborracha em pó, para que possa ser fabrica-do o asfalto emborrachado (ecológico)”, es-clarece.

No entanto, as prefeituras estão utilizandocada vez mais este recurso para pavimentar viasurbanas, bem como as pistas de atletismo,ciclovias e acessos a cadeirantes.

meio ambiente

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usados?A chefe da Gerência de Pavimentos, Márcia

Rodrigues, também é pesquisadora, focandoesta espécie de iniciativa. Segundo ela, já exis-te uma resolução do Conselho Nacional deMeio Ambiente (Conama), de número 258, queobriga as empresas fabricantes de pneumáti-cos a coletar e dar uma destinação adequada.E foi com base nessa norma que se desenvol-veu todo o trabalho.

Além disso, a especialista destaca que o as-falto ecológico possui uma durabilidade maiordo que o utilizado na pavimentação urbana. “Oprojeto visa auxiliar as grandes empresas doramo ao descarte correto de pneus. Na Euro-pa existem incentivos fiscais para as empresasfabricantes do concreto asfáltico que incorpo-ram a borracha (pneu)”, destaca.

No Brasil não existe uma fiscalização ade-quada para o descarte do material, mas algunsórgãos governamentais o recolhem. Em PortoAlegre este descarte é realizado pelo Depar-tamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).Segundo a pesquisadora, o setor tem recebidomuita demanda de material, logo é destinadoao descarte adequado, sendo que uma porcen-tagem é destinada para a fabricação do pavi-mento. Apesar de uma pequena parcela depneus serem reaproveitados, não há um crité-rio para a seleção. “Todos os pneus que nãopodem ser utilizados em automóveis, podemser reutilizados na elaboração do concretoasfáltico. Pelo fato de que só a borracha deveser extraída do pneu”, esclarece.

PROCESSODESCOMPLICADO

O pneu selecionado passa por um processode separação de elementos, além da borracha,são retirados compostos em aço. “O processoé simples onde é desmontada a sua estrutura,após é levado para uma esteira em que o aço éretirado por imãs.” Além da fabricação de as-falto, Márcia lembra que a borracha também éutilizada para outros fins, como a fabricaçãopara acessórios de automóveis: um exemplo sãoos tapetes internos.

Assim como o asfalto tradicional, o ecológi-co também precisa ser mantido sempre em ma-nutenção, caso seja utilizado em via pública. “Aágua é o principal fator da degradação do as-falto convencional; no sistema ecológico é amesma coisa, por isso é recomendado que apavimentação com base na borracha seja tra-balhada preventivamente, para que a sua pre-servação seja mantida”, observa.

O asfalto ecológico traz muitas vantagens ealgumas delas já são visíveis no uso diário dainovação. “O asfalto ecológico é mais elásticona aderência, quando passa um veículo pesado,por exemplo, o concreto composto pela bor-racha cede, sem prejudicar a sua estrutura”, dizMárcia. Segundo informa, um pavimento queleva o material poderá ter uma vida útil de atédez anos.

Mas perante a implantação desse sistema porparte do poder público, Márcia mostra-se reti-cente. “O processo é caro para ser adotadopelo poder público, mas se muitas prefeituras,empresas e órgãos afins o adotarem, o custopara a fabricação do asfalto ecológico tende aficar mais acessível”, compara.

Hoje quem utiliza mais o recurso são as con-cessionárias, que visam pavimentar as estradascom pedágio. Pode-se encontrar mais deste ele-mento no trecho da estrada em direção à ser-ra na BR 116. Além daquele, a estrada que vaiem direção a Guaíba.

A tendência é de que as grandes empresasadotem o asfalto ecológico como alternativapara a preservação ambiental e descarte depneus. “Na Europa já existe iniciativa por partedos governos para a utilização do asfalto eco-lógico. Quem sabe no Brasil isso possa vir como tempo”, acredita.

Márcia defende que a médio prazo

o asfalto ecológico ficaaté mais barato

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Jornal NH

,,,,,TUANI MALLMANN

Em uma década de ouro para a publici-dade brasileira e para o calçado ham-burguense, com a criação da Fenac (Fei-ra Nacional do Calçado) e o impulso

nacional do setor diante do país, o Jornal NH surgecomo o fechamento do ciclo da prosperidade domunicípio. A primeira edição do inicialmente sema-nal foi impressa no dia 19 de março de 1960, quan-do o Grupo Editorial Sinos, fundado pelos irmãosMário Alberto Gusmão e Paulo Sérgio Gusmão, jáexistia há cerca de três anos. Custando CR$ 5, oexemplar número um do jornal deixa claro em dezpáginas os objetivos de sua existência: estimular osempresários e a criação de companhias do ramo

imprensa

coureiro-calçadista através da veiculação de anún-cios de produtos da cidade e região. A Calçados PetryLtda abriu os trabalhos ao ser a primeira firma dostempos de vacas gordas a estampar a contracapainteira do que viria a ser o jornal de maior impactonos últimos 50 anos no Vale dos Sinos, Região Me-tropolitana de Porto Alegre, Vale do Paranhana, Valedo Caí, Serra e parte do Litoral Norte.

“No começo era uma sala, uma mesa e uma má-quina de escrever e o jornal era vendido em arma-zéns. Assim nasceu o Grupo Editorial Sinos, com oJornal NH como carro chefe”, relembra o repórtere fotógrafo Alceu Feijó, que permanece no grupodesde o início, em 20 de dezembro de 1957. Hoje, aestrutura do jornal está localizada em uma rua pró-pria: Jornal NH, número 99.

A primeira edição de 1960,à esquerda, e a edição

do cinquentenário

meio século de história no Vale dos Sinos

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Inicialmente, para que o Jornal NHdesse certo, os irmãos Gusmão deci-diram fazer um acordo com empre-sários do ramo calçadista do Vale.“Trocamos espaço para anúncios porcatálogos de clientes das empresascom as quais as fábricas mantinhamnegócios em todo o Brasil”, revela odiretor-presidente, Mário Gusmão.Em posse desses dados, os dois deci-diram enviar edições do periódicopor correio a esses contatos. Assim,conseguiram atingir o número de oitomil lojistas ao longo do País, ainda nosprimeiros anos de trabalho.

Seu Feijó, como é conhecido pelosfuncionários da redação, tem mais de60 anos no jornalismo, e hoje é umaespécie de “guia-turístico” da empre-sa. Fica com ele o papel de grande li-vro de recordações da história dojornal e, mesmo no alto de seus 84anos, as lembranças vêm à tona facil-mente.

Ao relembrar o longo caminhopercorrido até o sucesso atual doveículo, Feijó conta orgulhoso as di-ficuldades que a equipe tinha que su-perar todos os dias: “No início eratudo tipográfico. A edição tinha de fechar meio-dia, ser mandada para ser impressa em PortoAlegre numa tipografia, para ser entregue no ou-tro dia de manhã. Hoje fechamos a edição até ameia-noite se quisermos, pois temos gráfica pró-pria. E o assinante ainda recebe o jornal antesde acordar”.

O GrupoSinos nosanos 2000

A estrutura daspublicações diáriasinclui os cadernos Bah!,focado no públicojovem; Viver com Saúde,com colunistas eespecialistas da área;Motores, sempreatualizando o leitor dastecnologiasautomobilísticas;Turismo, com dicas deviagens e espaçodestinado àsexperiências do público;Decoração, feito por umjornalista especializadona área; e Gourmet,proporcionando dicasda culinária para ocotidiano.O ABC Classificadosacompanha o jornal e oABC Domingo é aversão dominical doNH, com reportagensmais aprofundadas eelaboradas.Ao longo dos anos, oGrupo Sinos expandiuseu número de meiosde comunicação eserviços à sociedade.

Mário Gusmão, aolado, acima; AlceuFeijó, e abaixo afoto do jornal sendovendido emarmazéns

Algumas táticas inovadoras foram necessári-as para o notável crescimento do jornal. Em1968 os irmãos Gusmão planejavam compraruma impressora off-set. Para que a vontade setornasse realidade, venderam assinaturas dejornais de dez anos, coisa bem pouco comumna época. Com a venda de 700 assinaturas, ofeito foi realizado, e o NH adquiriu uma máqui-na que só existia em Brasília, São Paulo e Riode Janeiro.

O Grupo sempre correu atrás das novas te-cnologias, muitas vezes chegando à frente da maio-ria das outras empresas jornalísticas do Brasil. Foiassim com a técnica da fotocomposição, em 1978;com a eliminação do fotolito em 1983; com aimplementação de computadores na redação em1985; com a diagramação direta no computador,em 1986; e com as máquinas fotográficas digitaisem 1998.

Passados 51 anos de sua fundação, o Jornal NHhoje abrange uma área de cobertura de cerca de45 municípios, com uma tiragem diária superiora 63.500 exemplares e mais de 43 mil assinantes,assim alcançando a 8° posição no ranking de as-sinaturas entre os jornais brasileiros. “Construí-mos o nosso reino”, reflete Mário Gusmão, queacredita que o trabalho em família e a vontade deajudar a região a crescer foram os elementosbásicos dessa conquista.

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,,,,, CRISTIANE MAGNO

As maquiagens, os acessórios e os bi-chinhos de pelúcia identificam o quar-to de Andressa Hartmann, uma jovemde 18 anos que pela própria vontade

resolveu trabalhar com o que gosta. Andressa jogafutebol profissionalmente no clube Juventos, deJaguará do Sul, Santa Catarina. Pelo fato de sermulher e ter optado por um trabalho de grandeaceitação aos homens e algumas restrições quantoa mulheres, ela encara o preconceito imposto pelasociedade de forma natural e luta pela igualdadenos esportes. A sociedade em geral ainda não vêmulheres praticando futebol com a mesma igual-dade com que Andressa encara a profissão.

O sociólogo Henrique Castelo argumenta que,embora a sociedade já aceite os direitos iguaisentre homens e mulheres, a imagem feminina ain-da está ligada à delicadeza, é estranho para as pes-soas mais antigas acharem normal moças usandochuteiras. Porém, este tipo de calçado já entroudesde os oito anos de idade na bolsa de Andressa.

profissão

A equipe deAndressa procura

se firmar no esportetradicionalmente

masculino

Pelo caminho mais difícilA menina conta que sempre acompanhou o painas partidas de futebol na cidade em que nasceu,São Paulo das Missões, no Rio Grande do Sul. Emseguida entrou para uma escolinha de futebol. Láela era a única menina do grupo. Castelo fala que atendência é que as mulheres ganhem mais espaçonos esportes profissionais: “Elas lutam pelo que-rem, isto é muito importante, apenas assim se con-segue a aceitação de quem nos vê. Acredito queos tempos em que futebol era coisa de homem jápassaram, a sociedade de hoje em dia já percebeisso”. Para Andressa, “o futebol feminino está con-seguindo lugar aos poucos”.

A HISTÓRIA A história do esporte feminino é antiga no Bra-

sil. A primeira competição oficial ocorreu em 1921,em São Paulo. Anos depois as mulheres foram proi-bidas por lei de jogarem futebol profissionalmen-te entre 1964 a 1981. Hoje 40 clubes registradosna CBF disputam partidas femininas. O pai de umadas alunas, Luiz Nunes, faz questão de acompa-nhar a filha nos treinos e nos campeonatos. “O

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futebol é um esporte como qualquer outro, façoquestão de que ela pratique alguma atividade es-portiva, ainda bem que ela escolheu ter a mesmapaixão que o pai pela bola”. O coordenador deuma escolinha que trabalha com futebol femininohá 11 anos comemora o atual momento do es-porte: “Agora eu considero um bom momentopara o futebol feminino, comecei a escolinha comseis alunas, e uma delas desistiu dos treinos por-que a avó não permitiu mais por não aceitar quemulheres também podem jogar futebol sem dei-xarem de ser femininas”.

AS INICIANTESNo bairro Floresta, em Porto Alegre, 18 meninas

entre nove e 12 anos treinam futebol todas terçase quintas-feiras pela manhã em uma escolinha re-creativa. O número ainda é baixo comparado àsturmas de futebol masculino, que são quatro e to-das têm jogadores reserva. Na equipe feminina to-das as meninas jogam durante a aula e o professorconta com a colaboração dos meninos para com-pletar os times.

DIVULGAÇÃO DO ESPORTEO esporte considerado por muitos a “paixão

nacional” ainda é mais divulgado quando as parti-das incluem os grandes clubes de futebol femini-no. “Se o futebol feminino fosse mais divulgadopela mídia e tivesse mais patrocinadores não es-taria nessa situação. Um exemplo disso é ver queraras jogadoras são patrocinadas por grandesmarcas, o que no futebol masculino é comum”,compara Andressa.

Acreditar no sonho e avaliar boas possibilidadessão os conselhos de Castelo para aquelas que bus-cam ser jogadoras de futebol nos dias de hoje. “Asmulheres que se identificam com o esporte devemir à luta sem medo, afinal, elas moram no país dofutebol, não há o que temer”, empolga-se. A joga-dora Andressa, que já integrou a seleção brasileirasub-17 no ano de 2008 como atleta de futebol decampo e hoje joga futsal no time catarinense, dádica: “A mulher que joga bola tem que ter a cabeçamuito no lugar, eu sei que enquanto for jogadoravou sofrer preconceito, mas a minha vontade decontinuar sempre foi mais forte”.

Pelo caminho mais difícil10/11

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Prestação de serviço

imprensa

Scola e Macedoavaliam a importância

do serviço no Gaúcha Hoje

no programa Gaúcha Hoje

,,,,,DIEGO DI LUCA

O jornalismo de serviço ocupa um consi-derável tempo na programação das rádiosbrasileiras, privilegiando informações deaproveitamento imediato. Atende necessi-dades cotidianas, como temperatura, pre-

visão do tempo, trânsito, entre outras. Nas primei-ras horas do dia, a programação das emissoras tempriorizado esse tipo de informação, buscando atraira audiência neste que é o principal horário do rádioem termos de número de ouvintes. O livro “Manualde Radiojornalismo da Jovem Pan”, de Maria ElisaPorchat, informa que o noticiário matutino é o maisouvido, porque o cidadão quer chegar ao trabalhojá conhecedor das principais notícias e busca tam-bém informações que dizem respeito ao seu cotidi-ano, como condições do trânsito e abastecimentos.Marcelo Parada, na obra “Rádio: 24 horas de jorna-lismo”, declara que as pesquisas indicam que a mai-or audiência concentra-se entre 5h e 10h.

A rádio Gaúcha, de Porto Alegre, líder em audi-ência no segmento jornalístico, é um exemplo deemissora que prioriza a prestação de serviço, espe-cialmente no período das 6h às 8h. Para todo o Es-tado, a Gaúcha está no ar com o programa GaúchaHoje, apresentado pelos jornalistas Antônio CarlosMacedo e Daniel Scola, que tem no serviço sua prin-cipal característica. Macedo destaca que as pessoas

querem saber as coisas que dizem respeito ao seudia-a-dia, que têm influência direta em suas vidas:“O jornalismo de serviço funciona como um guiapara a sociedade. Essas informações não apenas ori-entam a população sobre alterações e novidades narotina das comunidades como permitem que aspessoas façam escolhas e programem as suas ativi-dades sem sobressaltos, na certeza de estarem ori-entadas sobre o que vão encontrar”.

Além das informações necessárias, os apresenta-dores e produtores acreditam que o ouvinte buscatambém companhia e descontração. Apresenta pre-visão do tempo com o meteorologista Cléo Kuhn,bem como informações constantes de hora e tem-peratura. Possui comentaristas de Direito, sendoCláudio Brito o responsável, de esporte, com SílvioBenfica, e geral, a cargo de Túlio Millman e PauloSantana. Realiza sínteses noticiosas e atualização dotrânsito.

Os ouvintes podem ser qualificados como “jor-nalismo participativo”, uma vez que informam so-bre trânsito nas principais rodovias que ligam aointerior do Estado, alertam sobre datas de aconte-cimentos importantes na região metropolitana e di-videm conhecimentos que podem gerar pautas àreportagem da rádio, por exemplo. No Gaúcha Hoje,que trabalha fortemente com boletins de trânsito, aparticipação do ouvinte quanto ao trânsito é bas-tante explorada, uma vez que informam sobre aci-dentes ou lentidão em áreas que estão fora docronograma de alcance do programa e sobre con-dições meteorológicas em cidades do interior.

Previsão do tempo e temperatura também pos-suem relevância no Gaúcha Hoje. No processo daescala de prestação de serviço no rádio, após osserviços citados acima, informações de caráter so-cial, notícia e comentários auxiliam o ouvinte a pre-encher sua busca por estar atualizado e na forma-ção de opinião sobre temas cotidianos.

Macedo conclui dizendo que o programa lida comuma audiência inconstante devido aos horários dis-tintos de acordar e chegar ao trabalho, e para issoprocuram fazer um rodízio de informações: “Temosa consciência de que a grande maioria das pessoasescuta apenas uma parte do programa. Assim, pro-curamos ‘picotar’ as informações, para que todospossam acompanhar na íntegra a informação, mes-mo dispondo de pouco tempo para se atualizar”.

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Twitteré opção de apoio aos mídias,,,,,DIEGO DI LUCA

Basicamente os fatos co-tidianos norteiam a pautadiária de veículos de co-municação. A partir deles

é que editores e jornalistas correm atrásda informação para transformá-la em no-tícia para o leitor, ouvinte, telespectadore internauta. Aliado aos fatos, existem ou-tras tantas ferramentas que também ser-vem de guia para os pauteiros, sejam elasno setor de radioescuta, via telefone outorpedo, e-mail e até mesmo o “corpo-a-corpo” (por quê não?!). Entretanto, umaferramenta eletrônica vem sendo usadacada vez mais no suporte aos meios decomunicação: o Twitter. Esse meio digital,que permite ao usuário passar uma infor-mação em apenas 140 caracteres, inicial-mente projetado para o usuário respon-der ao que está fazendo naquele momen-to, acabou por ter reduzido seu uso paraesta prática, talvez porque a juventude,maior usuária do Twitter, reconheça queele oferece poucos recursos e atrativosvirtuais. Em função disso, o pessoal que

lida com a informação instantânea aca-bou por utilizá-lo como fonte noticiosa.Assim, frequentemente são “twittadas”manchetes, acontecimentos, “furos”jornalísticos e informações de interessegeral; seja por mídias, seja por órgãosinstitucionais, ou seja por simples pesso-as. O fato é que os veículos de comunica-ção usufruem desta ferramenta captando

André Machadoreconhece o valor do twitter

sem perder o foco no jornalismo

as informações e deslocando-se para fazera checagem. Muitas viram notícia.

André Machado, coordenador de produ-ção da rádio Gaúcha, analisa que as empre-sas de comunicação utilizam o Twitter divi-dido em três categorias: na primeira o jor-nalista usa de forma pessoal emitindo opi-nião, na segunda ele faz do microblog umaextensão do seu trabalho e, por último, uti-liza quase que como seu principal canal deinformação instantânea. “Vejo o Twitter comouma ferramenta complementar ao trabalho.Tento não desviar meu foco principal, que éo rádio, onde procuro passar a informaçãoem primeiro lugar. Porém, nem sempre dá,seja pelo espaço de tempo ou por ser emum dia que não estou no trabalho; aí uso oTwitter”, comenta.

Com relação à diminuição do uso domicroblog como meio de inter-relação social,Machado acredita que o grande sucesso doTwitter é ter uma incrível capacidade do usu-ário personalizar sua página de acordo comseu interesse: “quem não quiser notícia, nãovai seguir canais de comunicação ou jornalis-tas. A pessoa faz a seleção de quem vai seguirde acordo com sua vontade, seja jornalismo,setores da sociedade, colegas ou amigos”.

Em uma edição da revista Época do mêsde abril, uma matéria destacou que o jorna-lista Rafinha Bastos, apresentador do pro-grama CQC, da Band, foi eleito pelo NewYork Times como a pessoa mais influentedo Twitter. Rafinha tem quase dois milhõesde seguidores e, quando indagado por que éo mais influente, enfatizou que seu Twittertem somente coisas originais, como piadasque não são encontradas em lugar nenhum.O apresentador é uma das figuras mais po-lêmicas do Twitter, pois muitas piadas sãofeitas com situações cotidianas, as quais elenão mede esforços para censurar, mesmoque extrapole o bom senso. Até nisso eledemonstra sua personalidade extrovertida:“No Twitter existe patrulha ideológica. Vejona sociedade a patrulha do politicamente cor-reto. Hoje não se pode fazer piada de maisnada”, conclui o jornalista, que alterna emsuas postagens informações, irreverência epolítica. Talvez por isso tenha um grandiosonúmero de seguidores.

O Twitter se popularizou pela suapraticidade, simplicidade e agilidade. Ma-chado conclui com uma frase que traduzesse conceito: “gosto muito do Twitter,acho que tem uma resposta muito rápida.Com o tempo, vamos aprendendo a usá-lo com mais equilíbrio e eficiência”.

No final do ano passado, o jorna-lista Rafinha Bastos foi eleito pelojornal New York Times como apessoa mais influente do Twitter.Ele tem quase dois milhões deseguidores.

“Meu Twitter tem somen-

te coisas originais,

como piadas que

não são

encontradas

em lugar

nenhum”.

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,,,,,LETÍCIA GIACOMELLI

Operadores de uma usina nuclear rea-lizavam um experimento com um rea-tor ignorando alguns procedimentos desegurança. Era 1986 e o maior desas-

tre nuclear da história estava para acontecer. Oacidente de Chernobyl matou 31 pessoas instanta-neamente e provocou a evacuação de mais de 130mil da região, em virtude da exposição à radiação.Depois surgiram vários casos de câncer, principal-mente na glândula tireóide de crianças.A tragédia vem sendo lembradadesde o colapso do sistemade refrigeração dos reato-res do complexo da Usi-na Nuclear de Fu-kushima, no Japão, emmarço deste ano.

O mundo voltou a conviver com o drama da pos-sibilidade de um acidente nuclear. Decorrência deum terremoto devastador, o incidente provocou aliberação de fumaça e material radioativo na atmos-fera. Mais tarde, descobriu–se radiação na água domar próximo à usina, e laticínios e verduras deixa-ram de ser consumidos na região. Até agora a popu-lação japonesa se sente insegura, embora a Agênciade Segurança Nuclear do país insista em minimizaros efeitos.

No Brasil, muito se discutiu nos últimos meses so-bre os riscos oferecidos pelas usinas

nucleares. Por aqui convive-mos com Angra I e II, em

Angra dos Reis, Riode Janeiro, e a

terceira deveestar pronta

em 2015.Além dis-

O acidente de

Fukushima, no

Japão, em

março,

reacendeu

a discussão em

torno dos riscos

e vantagens das

usinas nucleares

energia nuclear

Ter ounão ter?

Page 15: Revista Babel n.º 9

l l l l l A procura datecnologia nuclear noBrasil começou nadécada de 50, com oAlmirante ÁlvaroAlberto, criador doConselho Nacional dePesquisa.

l l l l l A decisão daimplementação deuma usinatermonuclear noBrasil aconteceu em1969, quando foidelegado a FurnasCentrais Elétricas S.A.a incumbência deconstruir a primeirausina nuclear.

l l l l l Em 1975, com ajustificativa de que oBrasil já apontavaescassez de energiaelétrica, foi assinadocom a Alemanha oAcordo deCooperação Nuclear,pelo qual o Brasilcompraria oito usinasnucleares e obteriatoda a tecnologianecessária ao seudesenvolvimentonesse setor.

l l l l l Angra I começa aoperar em 1982 efornece ao sistemaelétrico brasileirouma potência de 657MW. Angra II, apóslongos períodos deparalisação nas obras,iniciou sua geraçãoentregando aosistema elétrico mais1300 MW.

l l l l l Em 2002, Brasil eFrança assinamacordo de cooperaçãopara utilização daenergia nuclear parafins pacíficos.

so, o governo pretende expandir a produção destetipo de energia com a construção da central nucle-ar do Nordeste. A região pesquisada para a implan-tação do projeto fica entre Salvador e Recife e con-ta com duas usinas com capacidade para produziraproximadamente 1.000 MW cada.

O professor do Departamento de EngenhariaNuclear da Universidade Federal do Rio Grande doSul (Ufrgs), Alberto Ricardo Präss, defende o uso deenergia nuclear e diz que qualquer tecnologia é boaou ruim, dependendo do uso que se faz dela. “Elaexiste e é abundante e a humanidade precisa de mui-ta energia. Logo, por que não usar?”, questiona.

O professor argumenta que toda atividade hu-mana possui riscos e diz que nenhuma é cercada detantos cuidados quanto as usinas nucleares. Ele ex-plica que se Fukushima não fosse uma usina velha enão tivesse sido atingida por uma catástrofe natural,não existiriam problemas em torno dela. “A usinafoi atingida por um terremoto e por um tsunami emesmo assim aguentou. A radiação liberada até agorafoi pequena (mas não desprezível)”, pondera.

Präss diz que não existe uma grandeza capaz demensurar custo e benefício de uma usina nuclear edefende a precaução. Ele explica que, em geral, há trêsobjetivos primários na segurança das usinas, o contro-le da reatividade, ou seja, a possibilidade de apagar areação nuclear em cadeia de fissão que deve ser in-trínseco ao projeto (de acordo com o professor issonão existia em Chernobyl, por exemplo), a remoçãodo calor de decaimento (a falha nesse sistema contri-buiu para o acidente de Three Mile Island, na Pensilvânia,nos Estados Unidos, em 1979) e barreiras múltiplaspara confinamento da radioatividade.

O professor lembra que Segundo a Comissão Na-cional de Energia Nuclear (CNEN), acidentes comoo da usina de Chernobyl, por exemplo, não podemocorrer em Angra dos Reis, porque lá se utiliza rea-tor a água pressurizada, em que os elementos com-

bustíveis estão dentro de um grande e resistentevaso de pressão de aço, circundados por contençãoque impede quaisquer emissões em caso de aci-dente.

A dúvida sobre qual tipo de energia, para umapopulação que faz cada vez mais uso dela, é melhorou mais adequada e segura prossegue e a insegu-rança sentida pela população em relação às usinasdemonstra que o debate precisa ser aprofundado,porque tragédias nucleares como a de Chernobyldeixaram marcasemocionaisem toda ahumani-dade eestão vi-vas namemóriadas pes-soas.

Professor Albertodiz que a energia nuclearé necessária e inevitável

Brasil utilizaBrasil utilizaBrasil utilizaBrasil utilizaBrasil utiliza

a tecnologiaa tecnologiaa tecnologiaa tecnologiaa tecnologia

desde 1982desde 1982desde 1982desde 1982desde 1982

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O jornalismo

entrevista

como ferramenta da solidariedade

Babel - De que maneira surgiu o interessepelo Jornalismo?

Nelcira Nascimento - Sabe, um dia uma colegadisse que eu sempre tive vocação para ser repór-ter. Que na época do ensino fundamental, escreviadiversas coisas. Então, no ano que eu fui fazer vesti-bular, mudou o sistema de seleção da Ufrgs. Eu es-

tava em dúvida entre Jornalismo e Di-reito. Senti que tinha mais chances como Jornalismo, mas acho que seria umaótima promotora. (Risos)

A primeira experiência nos reve-la muito sobre o que escolhemos.Como foi a sua?

Meu primeiro emprego foi com asses-soria de imprensa na Ufrgs e eu nemsabia atender ao telefone. Uma vez o

telefone tocou a tarde inteira. Tocou, tocou e eunão atendi. Meu chefe chegou e perguntou por queeu não tinha atendido. Eu disse: “Mas eu não sei aten-

,,,,,EDUARDO ALVES DE SOUZA

Mais de 30 anos. Esse é o tempo que NelciraNascimento dedicou a fazer o bem através do jor-nalismo. Hoje, aos 52 anos e vivendo em um sítiono Lami, rodeada de seus 20 cachorros, a jornalis-ta se tornou um exemplo de talento e dedicaçãona imprensa nacional. Além do amor por animais, arepórter que trabalhou por mais tempo na RádioGaúcha, ganhadora do prêmio Tim Lopes de Jor-nalismo -, Nelcira conta um pouco de sua trajetó-ria e como desenvolveu o jornalismo social emtodos esses anos. Nascida em Canoas, revela quemuito de sua vontade de ajudar as pessoas veiopor influência de sua mãe. Quando não estava aju-dando vizinhos e amigos, a mãe de Nelcira (fasci-nada por rádio) levava a filha a Porto Alegre, paraassistir aos cantores nos programas de auditórioda década de 1950. Enfrentou a discriminação degênero em uma época em que a mulher não tinhao espaço que possui hoje. Trabalhou em prol dasociedade, sempre por meio de um jornalismo decunho social e humanitário. Após anos de profis-são, Nelcira conta parte desta história a Babel.

der.”. Bom, fiquei dois anos lá, aprendi a atender te-lefone e ser repórter. Por que o Jurandir Soares di-vidiu os setores por estagiários. Então eu fazia ma-térias sobre o setor de Agronomia, de Veterinária,Letras. Ele nos ensinou a ser repórter, buscando anotícia com professores, alunos e todo o lugar nauniversidade. E eu só saí de lá para trabalhar na rá-dio Gaúcha.

Trabalhar na Gaúcha da época já represen-tava um grande aprendizado?

A Gaúcha já era essa potência técnica. Ainda tive aoportunidade de trabalhar com uma grande pessoae chefe que foi o Luís Figueiredo. Ele vinha de umafamília militar, então, o pai dele fazia uma escala dequais filhos iriam ajudar a mãe naquele dia. Além deser extremamente humano, ele tinha esse respeitopela figura feminina e acabou transferindo isso parao trabalho. Então, ele brincava que gostava de traba-lhar com as mulheres por dois motivos: elas falta-vam e mentiam menos. Foi uma experiência única.

Qual foi a primeira grande pauta?

Eu era redatora, até que, um dia, desapareceuum avião do estado do Amapá aqui na fronteiracom Santa Catarina. E eu mantive contato comas pessoas de lá durante uma semana, dez dias,até que o avião apareceu. Era um sábado, eu avi-sei o Figueiredo, para que avisassem a Zero Horae mandassem uma equipe. E ele disse; “Se tu qui-ser ir, vai.”. Então, eu sai com um fotógrafo, atéporque era uma coisa impactante. A gente ficoutanto tempo na mata que, quando eu voltei, fuientrevistada. Era um dia de chuva e uma distân-cia de aproximademente 15 km. Um cinegrafistada tv teve uma crise quando chegou no lugar, echorava. Ele ficou nervoso, assim como todos osque foram até lá, afinal, eram paredões da serra,entre Rio Grande do sul e Santa Catarina, e aroupa foi toda fora depois. Ainda encontramosuma equipe perdida no caminho, que nos pediuajuda. Durante muitos anos eu me sentia mal desubir em lugares altos. Sentia o cheiro de quei-mado, lembrava dos restos dos aviões. Muito tris-te, sabe. Mas, por outro lado, quando eu volteidessa pauta, foi que me tornei repórter da rá-dio.

Meu chefe perguntou por

que eu não tinha atendido

o telefone. Eu disse: “Mas

eu não sei atender.”. Bom,

fiquei dois anos lá, aprendi

a atender telefone e ser

repórter.

Page 17: Revista Babel n.º 9

Uma das premiações mais conhecidas e con-ceituadas do meio jornalístico é o Concur-so Tim Lopes de Jornalismo, concedido pelaAgência de Notícias do Direito das Crian-ças (ANDI). Em 2004, você ganhou o con-curso e o título de Jornalista Amigo da Cri-ança. A que se deve tudo isso?

Eu já trabalhava na área social, simultaneamente, naZero Hora, Rádio Gaúcha, então, eu até dizia que nin-guém fazia uma matéria dentro de um posto de saúdemelhor que eu. Essa indicação da ANDI surgiu de umconjunto da obra. De várias matérias com esse enfoque.Mas uma das matérias que eu destaco, foi a da Ilha doPavão, onde as crianças estavam tomando água namamadeira, em vez de leite. Faltou leite no posto desaúde e eles estavam mandando as mães embora, ediziam: “A culpa é do governo federal”. Porque a pre-feitura estava inadinplente, não esclarecia a situação eo governo federal cortou o convênio. O dia em que amatéria saiu, as pessoas começaram a levar alimentos,e como não se confiava no poder público, para a rádioGaúcha. Aí, nós começamos a levar as coisas para a ilhae descobrimos que um grupo de freiras juntamentecom uma associação de pescadores, estava desviandoos materiais. E elas só davam os alimentos para quemia à igreja. Porém, existia uma lista de inscritos, uma“panelinha”, mas o povo que passava fome mesmo,não tinha. Acusaram a rádio de estar dividindo a co-munidade da ilha. E eu disse que eles estavam se divi-dindo, excluindo quem queriam. E a gente mostrou arealidade da Ilha do Pavão, onde crianças tomavam águana mamadeira. E esse tipo de matéria, que cria umamobilização geral com um problema da sociedade, égratificante demais.

Você acredita que, por vezes, o jornalismosensacionalista, que é social de certa forma,acaba passando de alguns limites éticos?

Eu espero que com o crescimento de público a essetipo de jornalismo, com o crescimento da audiên-cia, contrate-se profissionais qualificados que deemqualidade ao sensacionalismo. Acredito que não te-nha necessidade de colocar alguém fazendo todasaquelas palhaçadas. Acho que um pouco de humoré legal, mas tira o mérito do jornalismo fazer dissoum circo. Ridicularizar autoridades públicas,espetacularizar as coisas, não acrescenta em nada.Eles poderiam se pautar para fazer pressão de umaoutra forma. Mas te confesso que de alguns eu gos-to muito, só acho que deveriam aumentar a produ-ção. Tornar mais profissional a coisa. Existem pesso-as que precisam ter voz, e, se tu for refletir, por quetêm veículos que dão voz a essas pessoas e outrosnão? É nesse ponto que defendo o jornalismo sen-sacionalista.

Qual mensagem deixaria a alguém que pre-tende ser jornalista e, de preferência, repórter?

Não adianta tu sair da redação com a pauta fechada.Tem que dar teu olhar para ela, porque é tu que vaionde está a notícia. Tu que saiu da tua cadeira e tuque vai ganhar menos. Tem que mostrar que tu é orepórter. Por que o editor não vai se incomodar, ochefe de reportagem não vai se incomodar, o donodo veículo muito menos, alguém tem que fazer isso.Por isso, o repórter tem que ter ousadia, mostrarque vale a pena e que as pessoas querem matériasque falem a verdade.

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Creches e pré-escolas

educação

tem aumentos de vagas no Estado,,,,,LETÍCIA GIACOMELLI

Em qualquer discurso uma coisa éconsenso: um país só progride comeducação. Mas entra ano e sai ano,entra governo e sai governo, e a

realidade não muda. As escolas públicas conti-nuam sucateadas, faltam professores, os que tra-balham são mal remunerados, os livros didáti-cos continuam chegando tarde a seus destinos- isso quando chegam -, descobre-se que o di-nheiro da merenda foi desviado e o número devagas ofertadas é sempre menor do que a ne-cessidade.

Buscando contribuir para a renovação destecenário, o Tribunal de Contas do Estado do RioGrande do Sul (TCE) incluiu, em 2007, entre assuas diretrizes específicas de fiscalização, o exa-me das taxas de atendimento da educação in-fantil em todos os municípios gaúchos. A ideiaé verificar, junto aos procedimentos rotineirosde auditoria nas cidades, o distanciamento en-tre as metas fixadas pelo Plano Nacional deEducação (PNE) - que prevê 50% das criançasde zero a três anos em creches e 80% daquelascom quatro e cinco anos na pré-escola - e odesempenho dos indicadores em todo o Esta-do com o objetivo de diagnosticar, alertar e re-comendar as medidas cabíveis para o atendi-mento à educação infantil que, de acordo como órgão, deve ser tratado como um projeto detoda a sociedade.

O TCE realiza o levantamento através dacomparação dos dados do Censo Escolar e doIBGE com as diretrizes do PNE e, em 2008,focou o estudo nos 45 municípios que repre-sentavam 70% do déficit de atendimento naárea da educação infantil. Estes eram, também,os que estavam entre os de situação mais crí-tica no aspecto sócio-familiar e/ou apresenta-vam maiores necessidades de novas matrícu-las. A verificação considerou o total de matri-culados em todas as esferas administrativas eo total de matriculados na educação infantilem escolas regulares e de educação especial.Agora, após a fiscalização continuada, já é pos-sível perceber importantes avanços no desem-penho dos indicadores entre os anos de 2008e 2010.

Fiscalização procura melhorara qualidade de educação

infantil no Estado

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De acordo com os números divulgados peloTCE em maio, a necessidade de vagas nas cre-ches e pré-escolas, por exemplo, diminuiu 22%.Ou seja, do imperativo de criação de 258 milnovas vagas, em 2009, segundo apuração do Tri-bunal, em 2010 reduziu para 201mil. O que podeindicar o comprometimento dos municípiosgaúchos com a retomada do crescimento nes-sa área.

As cidades gaúchas apresentaram, nesse perío-do, aumento de 15,46% na matrícula em creche,8,81% na matrícula no pré-escolar e 11,30% namatrícula na educação infantil. No grupo daque-les municípios monitorados, o aumento, no mes-mo período, foi de 19,20% na creche, 13,88% nopré-escolar e 15,96% na educação infantil. Quan-to às taxas de atendimento, o conjunto dos mu-nicípios do Estado apresentou um acréscimo de29,16% no número de crianças atendidas em cre-che, 26,85% no pré-escolar e 26,36% na educa-ção infantil. Naqueles 45 auditados, o incrementofoi de 32,82% na creche, 34,87% no pré-escolar e32,04% na educação infantil no mesmo período.

Para o presidente do TCE, conselheiro CezarMiola, idealizador do acompanhamento, já é pos-sível identificar os efeitos positivos da atuaçãodo Tribunal na identificação das situações mais

críticas em relação à educação infantil no RioGrande do Sul. “Ao apontar os problemas comoa insuficiência de vagas, o atendimento inade-quado, a falta de qualificação de recursos hu-manos e de instalações, a Corte estimula a ado-ção de políticas e ações que minimizem essesproblemas e cumpram as metas fixadas noPNE”.

De acordo com o conselheiro, também há re-flexos positivos no conjunto de dados de todoo Estado. De 2008 a 2010, o incremento da taxade atendimento da educação infantil observa-do no Rio Grande do Sul, de 7,43%, superouem 30% o desempenho alcançado pelo indica-dor em nível nacional que registrou uma varia-ção de 5,69% no mesmo período. Mas, vale lem-brar que, embora ainda baixos, os percentuaisde atendimento de crianças em creche por aquisempre foram maiores que a média brasileira.

O melhor desempenho geral do Estado é domunicípio de Muçum, que atualmente tem umataxa de atendimento de 88,66%, seguido porBarra do Guarita, com 85,17%, e Três Arroios,com 81,30%. Em 2011, informa o TCE, as açõesde fiscalização serão conduzidas nos 72 muni-cípios que representam 80% da necessidade decriação de vagas. A gurizada agradece!

Para Cezar Miola,idealizador dolevantamento, dadospermitem os devidosreparos

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Caçadores delembranças

coleção

Viajantes conservam memórias através de coleções

,,,,,LUAN OTT

Para relembrar momentos ou porsimples hobby, as coleções semprefizeram parte da rotina de muitaspessoas. Há, no entanto, verdadeiros

caçadores de relíquias. Angela Spolavori, 59 anos, nãodescansa até encontrar em cada país por onde passauma colher para adicionar a sua coleção. Estudantede Turismo na Federação de Estabelecimento de En-sino Superior em Novo Hamburgo (Feevale), a admi-

nistradora hospitalar aposentada tem exatas 136peças, contagem que deve aumentar até o fim doano. Elas têm origem em 32 países – além do Brasil –e estão expostas na casa de sua família, em SãoLeopoldo, há 35 anos, quando a atividade começou.“Meu marido ganhou de um amigo a primeira colher,fabricada no México em 1975. Ele gostou da ideia decolecionar, mas quem ficou viciada fui eu. Todos meapoiam. Minhas filhas, inclusive, trazem mais colheresquando viajam. Até minha neta Luize, de seis anos, jápediu a coleção para ela, de tanto que gosta”, conta.

Ângela se alegraa cada vez que

acrescentauma colher à coleção

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ABASTECENDOA COLEÇÃONA COLÔMBIA

A paixão também fez o analista de sis-temas, Giscard Stephanou, tornar-se sóciofundador do Clube Gaúcho de Cole-cionáveis Cervejeiros (Tcherveja), que rea-liza convenções em Porto Alegre, São Pau-lo e Buenos Aires. Foi por conta do clubeque Stephanou fez uma de suas maioresaventuras para satisfazer o desejo de co-lecionador. Em 2005, embarcou em umavião rumo a Bogotá para comprar latasda cerveja Águila, que reproduzia na em-balagem fotos de jogadores da SeleçãoSub-20 da Colômbia. Eram 21 tipos dife-rentes. Para encontrá-las, foi a vários su-permercados e comprou diversos kits dabebida. E de outras marcas também. Aotodo, o analista trouxe na bagagem 23 en-gradados, totalizando cerca de 480 itens:“Como não dava para desperdiçar a cer-veja, fui a um local próximo e ofereci àspessoas tudo de graça. Ainda fui barradono aeroporto pela quantidade de latas. Es-clareci aos fiscais que era colecionador, eum dos agentes ainda queria levar uma daslatas, porque também juntava.”

CARLOS EOS UNIFORMESO advogado Carlos Fleck uniu duas paixõesao longo dos anos: o futebol e as viagens.Aos 31 anos, conhece nove Estados e 11países. De todos eles, traz uma camiseta.Atualmente, o morador de Igrejinha, noValedo Paranhana, já acumula mais de 70 peças.A última aquisição foi na França, em abril,quando Fleck comprou o uniforme doOlympique de Marselha. “O viajante coleci-onador está sempre atento às novidades eopções pelo mundo afora. Às vezes, exigeaté sacrifícios. Uma vez, por exemplo, du-rante uma excursão ao Rio de Janeiro, tiveque escolher entre comprar um exemplarnovo ou me alimentar na jornada de volta.Óbvio que comprei a camiseta,” relembra.Assim como outros colecionadores, Fleckcomeçou a mania ainda criança. Na épocacom quatro anos, o pai – já falecido – o pre-senteou com o fardamento do Grêmio de1983. Em outra ocasião, um amigo de famí-lia, que vivia em Campinas (SP), trouxe umacamiseta do Guarani. Desde então, não pa-rou mais. As mais valiosas são as mais anti-gas. No entanto, como não pretende ven-der nem expor as peças, não sabe quantovalem. As mais recentes custaram R$ 180.

Acima o mestre cervejeiroe abaixo o colecionador

de camisas

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O “paradão”da universidade

transporte

,,,,,EDUARDO ALVES DE SOUZA

A cena se repete de segundaa sexta-feira no mesmo ter-minal de ônibus na Ulbra, co-nhecido pelos usuários como“Paradão”. Centenas de alu-

nos da universidade, nos finais de tarde e noi-te, se reúnem na parada para esperar seusônibus. No “Paradão”, dividem espaço veícu-los de linhas das empresas Metropolitano, Sogil,Real, Via Nova, Central, Vicasa e Sogal, que fa-zem o transporte dos alunos para Porto Ale-gre e Região Metropolitana. Esses ônibus, porserem de linha, têm acesso restrito à parada,e não podem circular dentro da universidade.O acordo foi estabelecido entre a Ulbra, asempresas e o órgão que fiscaliza esse serviço,a Metroplan. Uma exceção con-tratual foi aceita pela Metroplan,permitindo a construção de umterminal nas dependências da ins-tituição.

Entre os diversos estudantes eusuários do terminal de ônibusestá Giordano Lusana Michelon.Estudante de Ciências Contábeisda Ulbra, aos 20 anos, ele utilizaa linha Interior para ir até a uni-versidade. Ele possui carro pró-prio, mas fala das vantagens dese usar o transporte público. “Ogasto com o carro é muito mai-or.”, diz Giordano. “Eu gastaria dez reais diari-amente, fazendo isso de ônibus, gasto menosde três reais.”, complementa. O cálculo delese baseia em um gasto médio de cinco reaisde gasolina, mais cinco pelo estacionamento,se utilizasse o carro. Como estudante, pagameia passagem, o que resulta em dois reais ecinquenta centavos por dia. De acordo comele, diferença que vale a pena no final do mês.Nas questões que causam polêmica entre os

alunos, como o horário de chegada e saídados ônibus, o estudante não vê grandes pro-blemas: “Às vezes, me atraso um pouco naentrada, mas não é grande coisa”. E apostaem outras melhorias: “Se fosse pra mudaralguma coisa, gostaria que existissem para-das dentro da universidade”.

Porém, a ideia de Giordano encontra al-guns obstáculos pela frente. A colocação deparadas dentro da universidade se torna im-possível, segundo o subprefeito do campus,Walter Patzer. Ele analisa que a solução se-ria boa, contudo, vai de encontro às nor-mas da Metroplan. “Nenhum ônibus de li-nha pode entrar na universidade. O termi-nal já foi um acordo para favorecer os alu-nos”, explica. O subprefeito fala que provi-dências serão tomadas quanto à discussão

do horário. Ele confirma: “Porenquanto, para alunos que es-tudam em prédios mais dis-tantes, disponibilizamos umavan interna.”. ConformePatzer, houve problemascom o ônibus da empresaVicasa que prestava o ser-viço interno. Diante dorompimento do contratocom a Vicasa, outras inova-ções surgiram. Uma delasseria gratuidade da passa-gem do ônibus integração,que faz o it inerário do

Trensurb até a universidade. Esse tipo deprática já é utilizada em outras instituições.Nesse caso, há uma parceria entre institui-ção e empresa. Segundo o engenheiro detráfego das empresas Vicasa e Sogal, FlávioCaldasso, é preciso discutir certas questõesque favoreceriam os usuários. “Não tenhocomo dizer se é ou não viável não cobraressa passagem. Teria que se fazer um estu-do mais aprofundado.”

“Eu gastaria

dez reais de carro

diariamente,

fazendo isso

de ônibus,

gasto menos de

três reais.”

GIORDANO LUSANAMICHELON

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Mesmo com otransporte públicotendo tão poucocusto, ainda existemos que encontramformas maiseconômicas dechegar até auniversidade. BaderZahran, estudantede EngenhariaElétrica, dá caronapara dois ex-colegasde colégio. Eleexplica que issobeneficia os doislados, pois os amigosnão precisamdepender dosônibus e contribuemcom a gasolina. “Paramim, que dequalquer jeito viriade carro, é ótimo”,afirma Bader. Ocálculo paraeconomizar é básico.Por exemplo, ummotorista oferececarona para quatropessoas que moramem Porto Alegre.Cada uma contribuicom dois reais,menos do quegastariam de ônibus.Em um carro 1.0 –como o de Bader –percorre-se emtorno de 14 km porlitro, e o caminho daAvenida Ceará nacapital, até o campusCanoas equivale auma distância de13,5 quilômetros.Ou seja, seriamgastos em médiadois litros degasolina, em médiaseis reais. Nessecaso, valeria a penapara motoristas ecaronas.

Soluçõesalternativas

22/23FOTOS LAYLA ARAUJO

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geoposicionamento

mundo virtual

A rede social do

,,,,,LUCAS SCHWANTES

Com o avanço tecnológico e apopularização dos aparelhos ce-lulares de última geração, chama-dos smartphones, as redes soci-

ais de atualização rápida e os serviços de geo-posicionamento estão cada vez mais inclusos narotina dos brasileiros. Nos últimos meses, oTwitter (http://twitter.com) alcançou mais de 10milhões de usuários só no Brasil, e já é o 4º sitemais acessado no mundo. Um dos grandes moti-vos para essa demanda é a facilidade com que ousuário encontra a informação em tempo real eainda firma relacionamentos na web, tanto pesso-ais quanto profissionais.

Partindo desse princípio, podemos citar a últimarede social que vem caindo no gosto do público: oFoursquare (http://foursquare.com). Trata-se de umserviço de geolocalização. Basicamente ele permite

que você indique onde está através de um aplicativono seu celular. É bom citar que só é possível utilizar oserviço se o aparelho tiver GPS.

O Foursquare une a busca pela informação emtempo real com a curiosidade da nova geraçãopor saber tudo que ocorre ao seu redor. Vocêindica o lugar em que você chegou, escolhe se vaiavisar seus amigos ou se não quer que esse check-in (esse é o nome que o Foursquare dá para aação que você executa no aplicativo para dizerque chegou em algum lugar) apareça no Twitter eFacebook.

É verdade que o grande diferencial da rede é o fatode cada vez que você chega em algum lugar, ganhapontos, esses pontos criam um ranking entre você eos seus amigos e outro ranking entre todos na mes-ma cidade.

Se você é o usuário que mais vezes esteve em al-gum lugar, você se torna mayor (prefeito) daquelelocal; isso lhe dá direito de cuidar do lugar no site do

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Foursquare, pode editar o endereço, o local no mapa, adi-cionar uma categoria no lugar, etc.

Conforme você se torna um usuário mais ativo, colecio-na badges de acordo com os seus hábitos e frequência, comopequenos troféus do jogo.

Para finalizar os serviços do aplicativo, estão as Tips, quesão descrições dos locais feitas pelos usuários. Cada umpode colocar o que achou do lugar, recomendar ou criticarseu serviço, ajudando os outros usuários da rede, comouma espécie de guia telefônico caracterizado.

Facebook LocaisTodos conhecem a rede social Facebook (http://

www.facebook.com). A empresa de Mark Zuckerberg aca-ba de lançar seu próprio serviço de geoposicionamento,baseado no próprio concorrente. O Facebook Locais lo-caliza em tempo real todos os seus usuários.

Como o Facebook Locais é uma ferramenta muitorecente, ainda não existem números mais complexosque def inam bem a re lação dos usuár ios doFoursquare, mas o crescimento em ambos só tendea aumentar.

Cases de sucessoO McDonald´s norte-americano fez uma parceria com

o Foursquare e teve um aumento de 33% de clientes emum dia, segundo o diretor de mídias sociais da rede defast food, Rick Wion. A empresa gastou apenas mil dóla-res no Foursquare Day, onde distribuiu cupons de U$S 5a U$10 para quem fizesse o check-in nas unidades doMcDonald´s. A ação fez sucesso e chamou a atenção damídia, com a publicação de mais de 50 artigos da redecom o Foursquare.

O Facebook, deZuckerberg,entra na onda dogeoposicionamento

Sou um usuário doFoursquare - embora agorabem menos participativo doque quando era umanovidade. O que ocorre é que,infelizmente, o aplicativo,assim como todos os outrosaplicativos de geolocalização,não emplacou no Brasil etenho dúvidas se tão cedoeste tipo de aplicativo terá

opinião

sucesso por aqui.  Nestemomento ele apenas serve auma onda de trendsetters que semostram empolgados com opotencial social de informar demaneira cool sua localização,com o objetivo da mesmaconstar em ferramentas comoFacebook e Twitter. Ele deixa deser interessante no momento emque seus benefícios não vão alémde badges virtuais. Quando oBrasil se atentar comercialmentepara seu potencial, e, através dele,se oferecerem benefícios reaispara frequentadores assíduos queutilizem o Foursquare para darcheckin em seus locais favoritos,então aí se tornará relevante.Mas para isto é preciso que obrasileiro passe a ter uma relaçãoainda mais íntima e funcionalcom seus gadgets mobiles.

O aplicativo ainda não emplacou na Brasil

uAlessandro Garcia éescritor e publicitário,

31 anos.

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humanitária

solidariedade

Reciclagem de plásticos é uma atitude

,,,,,TUANI MALLMANN

O curso de Engenharia de Plásticosnão é muito conhecido no país e sóexiste em duas universidades brasi-leiras, sendo uma delas a Ulbra. E, pela

baixa procura de novos estudantes na área, ainstituição teve de excluí-lo de sua grade de cur-sos no ano passado.

Sem se deixar abater pela notícia do fim dessaengenharia, os alunos remanescentes se uniramcom outros da Química e da Mecânica e desen-volveram um projeto, com fim solidário, ecoló-gico e educativo. Resolveram reaproveitar osrestos de plástico que iriam para o lixo e cons-truíram tratorzinhos de brinquedo. Os estudan-tes colocaram a mão na massa e aprenderam amexer nas máquinas do laboratório do prédio

Alunos da Ulbraapostam na reciclagem

para construir brinquedos

29 da Ulbra/Canoas, local onde se reúnem to-das as tardes para construir as peças. O traba-lho é manual: eles colocam os moldes na máqui-na e fazem peça por peça, a carcaça do trator, asrodas e o toldinho. O professor e coordenadordo laboratório, Luis Sidnei Barbosa Machado, sa-lienta que esse trabalho é muito importante paraos futuros engenheiros, pois assim eles apren-dem a l idar com as máquinas e com oreaproveitamento de materiais desde antes deentrarem no mercado de trabalho.

Os restos de plásticos vêm de diversos luga-res que não mais aproveitariam o material. Paraconseguir utilizar os resíduos nas máquinas, oprimeiro passo é moer a substância, para queela possa ser colocada na prensa. Os grandespedaços são todos unificados em pequenas pe-drinhas. A matéria prima do trabalho é totalmen-

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Tratores debrinquedo (acima)são o primeiroproduto do projeto.Rafael Greve (aolado), como outrosestudantes,emploga-se com aideia de distribuir osbrinquedos

te reciclada e reciclável também, jáque até as sobras que ficam nainjetora são empregadas novamente.

A escolha da confecção dos peque-nos tratores se deu quando os aca-dêmicos de engenharia receberam adoação dos moldes em julho do anopassado. A empresa Tecplast presen-teou o curso com as três partes quecompõem o brinquedo. Depois damáquina, as matrizes são imprescin-díveis para a criação de uma peça e opreço delas pode variar entre R$7 mile R$50 mil.

ProduçãoA primeira ideia dos estagiários do

laboratório de plástico foi de que aprodução fosse destinada a institui-ções de caridade no Dia das Crian-ças. Hoje eles já têm mais de mil brin-quedos prontos e ainda geram cercade 300 por dia. “Como estamos pro-duzindo bastante, temos vontade deexpandir as doações também para oNatal e outras datas especiais”, con-ta o estudante de Engenharia de Plás-ticos, Rafael Greve. Ele e mais oitojovens são os responsáveis por todoo trabalho e já escolheram alguns lu-gares para fazer a alegria da criança-da no próximo dia 12 de outubro.

SustentabilidadeSustentabilidade é o assunto do mo-

mento e, com o apoio da mídia, deveseguir em pauta daqui para diante. Omundo está mais atento para a natu-reza e , para quem não sabe ,sustentabilidade é conseguir utilizar oque se tem hoje e desenvolver aomáximo sem comprometer o futuroe as próximas gerações. Segundo oambientalista Ubiratan Heck, o assun-to é muito mais do que um conceito aser aplicado. “A sustentabilidade estános pequenos atos do cidadão em seudia-a-dia, desde o comportamentocomo consumidor até o destino finalde resíduos”, comenta. Ele ainda sali-enta que a maior parte dos produtosdesprezados pelas pessoas pode serreciclada de alguma forma. “Muitosprojetos visando um meio ambientesustentável são promovidos pelo po-der público e diversas instituições, masa população tem grande peso nos pro-cessos de reciclagem”, afirma Hack.

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