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A PRIMEIRA OBRA DO SETOR Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 136 - Novembro 2011 No dia 25 de outubro, o Inda – Instituto Nacional de Dis- tribuidores de Aço – e o Sindisider – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos – lança- ram em São Paulo, SP, o 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos. O evento aconteceu no Hotel Renaissance e reuniu mais de 100 convidados, entre empresários, diretores executivos e representantes do setor. O evento foi ministrado pelo presidente do Inda e Sindisider, Carlos Loureiro, que também apresentou os números do mês de setembro, em uma avaliação sobre a atualidade do mercado. O objetivo do 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos é informar e colaborar para um estudo mais apro- fundado do segmento, de forma que fomente a distribuição e revenda de aços no Brasil. O anuário traz dados sobre a dis- tribuição de aços planos entre 2000 e 2010, com números que apontam a produção, compra, venda e importação de produtos planos; evolução dos estoques da rede associada e consumo aparente de aço (a distribuição é responsável por aproximadamente 45% do aço comercializado no Brasil). Através de gráficos e tabelas, este trabalho mostra a evo- lução do setor nos últimos dez anos, traçando um panorama da distribuição de aço plano em períodos distintos, como o pré-crise e pós-crise. Após o entendimento das informações contidas no Anuário, o leitor ampliará a visão sobre a distri- buição associada, bem como a importância que o setor pos- sui para a economia do País. Desde a sua fundação, o Inda recolhe dados de mercado e elabora análises estatísticas para servir os associados. “Vi- vemos na Era da informação instantânea, onde a boa infor- mação pode ser sinônimo de competitividade. Um mercado bem informado, erra menos, e é nossa obrigação, enquanto representantes setoriais, trabalharmos para transformar con- ceito em uma prática rotineira”, declarou Loureiro. Devido a importante série histórica contida na publica- ção, a tiragem inicial foi de 300 exemplares, entregues a um seleto grupo de associados das Instituições, altos executivos do segmento e órgãos do governo. Inda e Sindisider lançaram em outubro, o 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos Detalhe da capa do Anuário O Presidente do Inda e Sindisider, Carlos Loureiro, durante o lançamento do 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos Fotos: Isis Moretti

Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 136 - Novembro ... · que apontam a produção, compra, ... (Arenas) compõem apenas um “departamento” do assunto Copa do ... gos,

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A PRIMEIRA OBRA DO SETOR

Revista Brasileira do Aço Ano 20 - Edição 136 - Novembro 2011

No dia 25 de outubro, o Inda – Instituto Nacional de Dis-tribuidores de Aço – e o Sindisider – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos – lança-ram em São Paulo, SP, o 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos. O evento aconteceu no Hotel Renaissance e reuniu mais de 100 convidados, entre empresários, diretores executivos e representantes do setor. O evento foi ministrado pelo presidente do Inda e Sindisider, Carlos Loureiro, que também apresentou os números do mês de setembro, em uma avaliação sobre a atualidade do mercado. O objetivo do 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos é informar e colaborar para um estudo mais apro-fundado do segmento, de forma que fomente a distribuição e revenda de aços no Brasil. O anuário traz dados sobre a dis-tribuição de aços planos entre 2000 e 2010, com números que apontam a produção, compra, venda e importação de produtos planos; evolução dos estoques da rede associada e consumo aparente de aço (a distribuição é responsável por

aproximadamente 45% do aço comercializado no Brasil). Através de gráficos e tabelas, este trabalho mostra a evo-lução do setor nos últimos dez anos, traçando um panorama da distribuição de aço plano em períodos distintos, como o pré-crise e pós-crise. Após o entendimento das informações contidas no Anuário, o leitor ampliará a visão sobre a distri-buição associada, bem como a importância que o setor pos-sui para a economia do País. Desde a sua fundação, o Inda recolhe dados de mercado e elabora análises estatísticas para servir os associados. “Vi-vemos na Era da informação instantânea, onde a boa infor-mação pode ser sinônimo de competitividade. Um mercado bem informado, erra menos, e é nossa obrigação, enquanto representantes setoriais, trabalharmos para transformar con-ceito em uma prática rotineira”, declarou Loureiro. Devido a importante série histórica contida na publica-ção, a tiragem inicial foi de 300 exemplares, entregues a um seleto grupo de associados das Instituições, altos executivos do segmento e órgãos do governo.

Inda e Sindisider lançaram em outubro, o 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos

Detalhe da capa do Anuário

O Presidente do Inda e Sindisider, Carlos Loureiro,durante o lançamento do 1º Anuário Estatístico da Distribuição de Aços Planos

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“A valorização do Real potencializou as importa-ções. Para os fabricantes de aço, a crise não foi apenas um momento passageiro. A partir dela, deu-se início a um processo de mudança definitiva no mercado side-

rúrgico, apresentando em um período de três anos, um ce-nário em que as bases dos negócios se alteraram e afetaram a lucratividade das empresas. Sem dúvida, esta é uma questão que endereça preo-cupações à siderurgia brasileira. Desta forma, torna-se im-prescindível que o poder público crie as condições neces-sárias para avaliar e combater eventuais práticas desleais

de comércio internacional e, preservem condições isonô-micas de competição para as cadeias produtivas. Se comparado ao mesmo período de 2010, o ritmo das importações diretas aponta queda. No entanto, as importações indiretas (aço contido em produtos) revelam indícios de crescimento. No mercado interno, os setores que impulsionam o cres-cimento siderúrgico, especialmente no caso da Soluções Usi-minas são: máquinas e equipamentos em geral, construção civil e toda a cadeia automotiva (montadoras e autopeças). Segundo o Instituto Aço Brasil, estima-se que o cresci-mento da siderurgia seja 3,5% maior do que em 2010. Esse dado reforça uma tendência recente de que o Brasil conti-nuará com índices de crescimento superiores aos países da América do Norte e da Europa”.

Ponto de vista

Ronei Kilzer Gomes, diretor comercial da Soluções Usiminas

Diretoria ExecutivaPresidente Carlos Jorge LoureiroVice-presidente José Eustáquio de LimaDiretor administrativo e financeiro Miguel Jorge LocatelliDiretor para assuntos extraordinários Heuler de AlmeidaConselho Diretor Alberto Piñera Graña, Carlos Henrique Stella Rotella, Philippe Jean Marie Ormancey, Ronei Kilzer Gomes, Newton Roberto LongoSuperintendente Gilson Santos Bertozzo

Conselheiro Editorial Oberdan Neves OliveiraRevista Brasileira do Aço 11 2272-2121 [email protected] Isis Moretti (Mtb 36.471) [email protected] gráfico, diagramação e editoração www.criatura.com.brImpressão NeobandDistribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Expediente

Ponto de vista | 02 D

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O Projeto Arquitetônico do Instituto Cultural e Educacional – Museu do Aço, criado pela FGMF Arquitetos, está pre-sente na 9ª Bienal Internacional de Arquitetura – BIA. A exposição ocorre de 02 de novembro a 04 de dezembro de 2011, na cidade de São Paulo, SP, e passando pelo prédio da Oca (no Parque do Ibirapuera), estações de metrô e ruas, além de unidades do Sesc no interior paulista. Com o tema “Arquitetura Para Todos - Construindo Cidadania”, essa é a primeira Bienal de Arquitetura a ocupar as ruas de São Paulo. Usuários do metrô poderão conferir projetos e maquetes da construção das principais estações paulistanas e, no prédio da Oca, estão confirmadas exposições de arquitetura de 12 países. O Instituto Cultural e Educacional – Museu do Aço – ICEMA, é um amplo aparato cultural localizado na zona leste de São Paulo, que contará com um teatro completo para 500 pessoas, espaço de exposições temporárias, salas de capacita-ção profissional e, claro, o museu do aço. A FGMF Arquitetos ainda tem mais dois trabalhos à mostra na Bienal: Complexo Multi Uso SAI (Brasília) e Casa 4x30 (São Paulo).

Museu do Aço na Bienal

Estatísticas | 03

Estoques: perto do nível esperadoPor Oberdan Neves Oliveira

Em setembro, as vendas registraram ligeira alta de 0,6% em relação a agosto, com volume total de 389,4 mil tone-ladas. No acumulado de 2011, tiveram aumento de 10,7% diante ao mesmo período de 2010. As compras também subiram: 4,3%, comparado ao mês anterior, com volume de 330,7 mil toneladas. No ano, acumu-la-se queda de 8,3% em relação ao mesmo período de 2010. As importações de setembro mostraram pequena alta

de 1,9% frente ao mês anterior, com total de 217,9 mil to-neladas. No acumulado de 2011, redução de 45,8% quando comparado a igual período de 2010. Assim, os estoques apontaram queda de 5,3% em rela-ção a agosto, totalizando 1.047,6 mil toneladas, reduzindo o giro dos estoques para 2,7 meses. Para outubro, a expectativa da rede associada é que as compras e as vendas apresentem um declínio em torno de 4%.

Unid:1000 ton.

Unid:1000 ton.

PRODUÇÃO MUNDIAL PRODUÇÃO AMÉRICA LATINA PRODUÇÃO BRASIL

AGOSTO AGOSTO SETEMBRO

2011 2010 Var.%

124.515 113.445 9,8%

ESTOQUE¹

SETEMBRO

2011 2010 Var.%

1.047,6 1.220,6 -14,2%

COMPRAS²

SETEMBRO

2011 2010 Var.%

330,7 281,7 17,4%

VENDAS¹

SETEMBRO

2011 2010 Var.%

389,4 316,6 23,0%

2011 2010 Var.%

5.876 5.409 8,6%

2011 2010 Var.%

2.807 2.710 3,6%

Panorâmica do Aço

Desempenho dos Associados

1 Incluem importações informadas pelos associados - 2 Incluem os embarques das usinas para outros setores via distribuição - 3 Produtos: LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV.

A Copamovimentando o Brasil

Além dos estádios para os jogos da Copa do Mundo de 2014, diversas obras de infra-estrutura estão sendo realizadas pelos Governos Federais e Estaduais. Acompanhe abaixo algumas delas, e perceba a onde você pode atuar como fornecedor

Oportunidades de mercado | 04

A Copa do Mundo de 2014 está cada vez mais próxima e as empreiteiras trabalham a todo vapor para concluir no prazo determinado as construções necessárias para a reali-zação deste grande evento mundial. As sedes dos jogos são: Belo Horizonte, MG, Brasília, DF, Cuiabá, MT, Fortaleza, CE, Manaus, AM, Natal, RN, Porto Alegre, RS, Recife, PE, Rio de Janeiro, RJ, Salvador, BA, e São Paulo, SP. Entretanto, os estádios (Arenas) compõem apenas um “departamento” do assunto Copa do Mundo. A complexi-dade desta competição abrange toda a infra-estrutura que dará capacidade para receber as delegações, turistas nacio-nais e estrangeiros, sendo: vias de acessos (rodovias, aero-portos e transportes públicos), hotelaria e pontos turísticos. Já imaginou a enorme gama de copro-dutos do aço necessários para atender a toda essa demanda? Se a indústria nacional não for capaz de abastecer tais obras, as empre-sas responsáveis pelas construções e refor-mas terão que importar mercadorias. E é isso o que você deseja? Só para se ter uma ideia, o Mato Grosso fará diversas melhorias na mobilidade urbana, a começar pela rodovia Mário Andreazza (MT-444), que interliga Cuiabá a Várzea Grande. A duplicação será feita pela companhia Agrimat, que tem por meta, entregar em 12 meses o novo corredor formado pela estrada e pela ponte, totalizando 9,4 quilômetros. No projeto, estão previstos os serviços de terrapla-nagem, pavimentação, drenagem, sinalização e recuperação do meio ambiente. Enquanto isso, em Recife, a primeira ação es-truturadora de preparação da cidade para a Copa do Mundo é a Via Mangue. Uma obra viária com investimentos de R$ 433,2 milhões com recursos fornecidos pelo PAC da Copa e do próprio município. É composta por faixas de rola-mentos para veículos, calçadas para pedestre e ciclovia (será a primeira via expressa da cidade). A obra ainda engloba a construção de dois elevados, oito pontes, duas alças de liga-ção, alargamento da Ponte Paulo Guerra e do Viaduto Capi-tão Temudo. A via expressa não possuirá semáforos ou cru-zamentos de tráfego e contemplará ainda a acessibilidade para deficientes físicos e idosos. E não pára por aí: construção e reformas de terminais ro-doviários estão em andamento, além de uma passarela do Ae-roporto Internacional Recife/Guararapes – Gilberto Freyre. Na capital baiana, a prioridade é a implantação de cor-redores de transporte metropolitano de alta capacidade, entre Lauro de Freitas e Salvador. Foram liberados R$ 567,7 milhões do Governo Federal para a realização da obra, que

serão contratados pelo Governo do Estado da Bahia. Na cidade de São Paulo, no entorno do estádio Itaquerão, na zona leste, a intenção do governo é que as pessoas utilizem o transporte público nos dias da Copa, e para tanto, as estações de trem e metrô (a 500 metros da Arena), devem ser preparadas para receber e escoar até 100 mil passageiros por hora. Dentre as outras ações que o Governo pretende desenvolver, inclui-se a inauguração da linha chamada “Expresso da Copa”. Porto Alegre, RS, também se prepara: construção da passagem de nível da Anita Garibaldi com a 3ª perimetral, duplicação da Avenida Tronco: trechos III e IV da Icaraí até a Gastão Mazzeron, duplicação da Voluntários da Pátria:

da Rua da Conceição até a Ramiro Barcelos, troca de pavimento do corredor da Protásio Alves e da

Bento Gonçalves, preparando a implantação de Bus Rapid Transit (BRT), duplicação da

Avenida Edvaldo Pereira Paiva: trecho III, do Beira Rio até a Pinheiro Borda, Viaduto junto a Rodoviária ligando a Júlio de Castilhos com a Castelo Bran-

co, Extensão de 5,8 km (Gasômetro até o Viaduto da Pinheiro Borda).

Você pode oferecer: vergalhões, barras diversas, telas nervuradas, veios de aço, varões, alambrados, arames, coluna

POP, malhas POP, estribos, espaçadores, sapatas, treliças, cantoneiras, vigas, pre-gos, parafusos, tubos diversos, chapas perfuradas, espandidas ou lisas, etc.

Já pensou em fornecer itens para fechaduras, pla-cas de sinalização, batentes para as mais diversas fi-

nalidades (a exemplo de portas e janelas), assoalhos, correntes, caixas de comandos, suportes variados, maçane-tas, utensílios para a produção de elevadores destinados a deficientes físicos, e muito mais? Ou ainda desenvolver um produto novo, que traga novas soluções? Dentro de todas essas informações apresentadas, você com certeza, conse-guirá produzir algo que se encaixe neste processo.

Os números da construção civil Os investimentos gerados pelo programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” e pelo PAC, somados ao aumento da renda da população e às obras previstas para a Copa do Mundo, garantirão um crescimento do PIB da construção ci-vil superior a 6% ao ano até 2012. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, no PAC 2 estão destinados R$ 959 bilhões até 2014 para obras de in-fraestrutura. Só a Copa do Mundo e as Olimpíadas, em 2016, exigirão cerca de R$ 60 bilhões.

X Atualidade | 05

Governança CorporativaEmpresa Familiar

Governança corporativa é um título que traz bons status às organizações que adotam tal gestão. Entenda os pontos positivos e quais as formas de se empregar corretamente este modelo

Há algum tempo, o modo de gerir empresas passa por modificações; o objetivo é aprimorar os ganhos e os lucros empresariais. O modelo de gestão em que os acionistas de-tinham sobre o si o poder de decisão na alta administração, tem se fragilizado a cada dia. Atualmente, está em evidência o modelo de “governan-ça corporativa”, que adota mecanismos e práticas que contri-buem para a profissionalização, trazendo estruturas mais for-mais que tendem a regrar as relações entre as partes interes-sadas, permitir o monitoramento constante da administração e diminuir a assimetria informacional (maior transparência). “Dessa maneira uma série de problemas são minimiza-dos, contribuindo para o desenvolvimento econômico sus-tentável da organização. Empresas com uma boa governan-ça apresentam maior previsibilidade na tomada de decisões, o que aumenta a confiança do investidor e leva a organiza-ção a um melhor posicionamento no mercado e, por conse-quência, maior acesso às fontes externas de financiamento

(nacionais e internacionais, públicos e privados)”, explicou José Othon de Almeida, exe-cutivo da Deloitte Touche Toh-mastu, especializado na indús-tria de manufatura. Dentre as ferramentas importantes da governança corporativa destacam-se: As-sembleia Geral, Conselho de Administração, Conselho Fis-cal, Códigos de Ética e Condu-ta, Políticas e Procedimento, Acordo de Acionistas, Audito-

ria Independente e Auditoria Interna. Nas empresas familia-res temos também a Assembleia Familiar, o Conselho Fami-liar e o Regimento Familiar.

No âmbito familiar Em empresas familiares, principalmente aquelas em es-tágio inicial (forte presença dos fundadores), os membros da família influenciam, quando não definem sozinhos, os rumos dos negócios. Neste caso, as decisões ainda são tomadas de maneira individual. Com o tempo, as novas gerações da família tomam parte nos negócios. Isto implica no surgimento de diversas opiniões contrárias sobre as estratégias da companhia. “Geralmente, são vistas como organizações de pequeno e médio porte, na qual a gestão é bastante engessada devido à forte presença do proprietário-fundador, que deseja saber de tudo que acontece em sua companhia. Essa visão, no entanto,

pode mostrar-se um tanto equivocada”, declarou Alex Buzato Borges, responsável pelo Grupo de Empresas Emergentes e Governança Corporativa, da Delloit Touche Tohmatsu. Essas firmas estão buscando gradativamente adaptar-se ao contexto moderno da economia, cenário em que a competitivida-de, a imprevisibilidade e os riscos estão cada vez mais presentes. “O caminho para o crescimento sustentado e a perpetuidade dos negócios passa pelos conceitos de profissionalização, estrutura-ção e planejamento. Somente assim é possível ter segurança e operar em um mercado hostil, que derruba àqueles que não es-tão preparados”, afirmou Borges. Por muitas vezes, a ade-quada governança corporativa não tem por objetivo prin-cipal a distribuição de poder. Esta permanecerá nas mãos dos familiares. “A meta essencial reside na oportunidade da viabilizar a convergência dos familiares nas decisões do negócio e passar a frente à visão e os valores, que devem permear todas as atividades dentro e fora da companhia”, completou Almeida. Os negócios familiares representam hoje cerca de 80% das empresas em todo o mundo e, aproximadamente 90% no Brasil. Possuem escalas variadas, indo desde pequeno e médio porte até grandes conglomerados que operam em diversos setores e países. Geram mais de 2 milhões de em-pregos formais diretos e são responsáveis por boa parte do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

A boa governança deve estar alicerçadanos seguintes pilares:

▪ Transparência: trata-se da adequada disponibiliza-ção de informações que sejam de interesse das partes interessadas, resultando assim em um clima de confian-ça nas relações internas à companhia ou com terceiros;▪ Equidade: se refere ao tratamento igualitário de to-das as partes interessadas da organização;▪ Prestação de Contas (Accountability): os gestores devem prestar contas de seus atos, assumindo integral-mente as consequências;▪ Responsabilidade Corporativa: diz respeito ao zelo da sustentabilidade da organização como um todo, a fim de garantir a perpetuidade.

José Othon de Almeida, executivo da Deloitte Touche Toh mastu

Alex Buzato Borges,responsável pelo Grupo de Empresas

Emergentes e Governança Corporativa, da Delloit Touche Tohmatsu

A utilização do aço traz vantagens e benefícios, principalmente no que diz respeito à construção civil. Proporciona a economia de tempo e dinheiro, evita a utilização de recursos naturais e também o desperdício. É um produto reciclável e facilmente readequado mesmo depois de construído

No tema da construção civil (com foco na sustentabili-dade), a utilização do aço em uma obra, elimina do cantei-ro os depósitos de areia, brita, cimentos, madeiras e ferra-gens, reduzindo o inevitável desperdícios desses materiais. É importante salientar, que não gerar resíduos é mais importante do que a reci-clagem dos mesmos, pois para tal, requer transporte de saída e entrada, e ener-gia de transformação. As estruturas de aço e os sistemas industrializados complementares requerem menos transporte ao canteiro de obras e quase nenhum transporte de saída; geram edifícios mais leves e com menor energia contida na massa total (necessária para gerar o edifício e suas partes)

que são conceitos cada vez mais ca-ros aos empreendimentos urbanos e às soluções tecnológicas. O ambiente limpo ainda oferece melhores condições de segurança ao trabalhador, contribuindo para a redução dos acidentes na obra. De acordo com a ge-rente executiva do Centro Brasileiro da Constru-ção em

Aço, Catia Mac Cord, pode-se ter uma redução de até 40% no tempo da obra, quando comparado com os processos

convencionais, já que a fabricação da estrutura é feita em paralelo às fundações, permitindo trabalhar em diversas frentes de serviços simultaneamente. “A diminuição de formas e escoramentos, e o fato da montagem da estru-

tura não ser afetada pela ocorrência de chuvas, são fatores que contri-buem para esta redução”, explicou Catia. O material oferece a possibilidade de reabi-litação e utilização para

construção de áreas anteriormente consideradas ruins ou inadequadas para suportar edificações convencionais. A estrutura em aço mostra-se especialmente indicada nos casos onde há necessidade de adaptações, ampliações, reformas e mudança de ocupação de edifícios, em melhor aproveitamento do espaço interno e aumento da área útil. “Além disso, o aço é 100% reciclável e ecoeficiente em seu processo produtivo. Os coprodutos também são materiais re-sultantes do processo siderúrgico, e para os quais foram de-senvolvidas tecnologias que permitem a utilização, de forma

ambientalmente correta, como matéria pri-ma ou fonte de energia na própria atividade geradora ou por terceiros”, destacou Catia,

afirmando que o uso de coprodutos do aço contribui para a sustentabilidade da

indústria deste setor, evitando a disposição de resíduos em aterros, reduzindo a emissão de CO2 e preservando os recur-sos naturais não renováveis.

Realidade | 06

AÇOElemento Sustentável

Catia Mac Cord,ge rente executiva do CentroBrasilei ro da Cons trução em Aço

Não gerar resíduos é mais importante doque a reciclagem dos mesmos, pois para

tal, requer transporte de saída e entrada,e energia de transformação

Direitos trabalhistas = empregadosObrigações trabalhistas = empresários

Quando uma pessoa pensa em abrir uma empresa, é preciso estar ciente da enorme gama de tributos existen-tes para desenvolver determinada atividade. Aqui, trata-remos sobre os encargos trabalhistas, que no caso da in-dústria de transformação, só a contribuição ao INSS – Ins-tituto Nacional de Seguro Social – corresponde a 20% da folha de salários (sendo o setor que mais contribui para a Previdência Social). Há também a taxa por risco de acidente de trabalho, sa-lário educação e outras mais, que podem chegar a 9% da folha. O empregador paga o FTGS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço –, previdência privada, indenizações trabalhistas e outros benefícios (como 13º salário e abono férias). De acordo com a Fiesp – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – 32,4% do custo da mão de obra brasileira na in-dústria de transformação é referente a encargos. Este número é extremamente alto, principalmente, quando compara-do à países em desenvolvimento, dos quais o Brasil compete comercialmente: em Taiwan, esses encargos representam 14,7% dos custos, 17% na Argentina e Coréia do Sul, e 27% no México. Na Europa, este valor é de 25%. Inevitavelmente, essa situação aumenta os custos de bens e serviços, tornando-se mais um dos motivos da perda de com-petitividade da indústria nacional (e levando ao quadro de de-sindustrialização do País). “O empregador tem que cumprir com as obrigações legais e com todos os direitos adquiridos pelo Sindicato dos Trabalhadores ao longo dos últimos anos. Esses direitos são tão abrangentes, que muitas vezes, desestimulam os empresários a aumentarem a atividade fabril, tornando-se meros distribuidores, principalmente de produtos importados”, comentou o Diretor Conselheiro do Inda e Diretor de Assuntos Trabalhistas do Sindisider, Newton Longo.

E isto é só começo No Brasil, existe o receio da Justiça do Trabalho referente aos abusos sobre o empregado, e por isso, o mesmo é am-parado por leis. A justiça brasileira é “paternalista”, como de-finem os empresários. O medo de reclamatórias posteriores também se tor-nou um fator de inibição à contratação. Todos os anos, mais de 2 milhões de ações trabalhistas ingressam na Justiça, a exemplo de Santa Catarina, onde cerca de 150 ações são iniciadas diariamente, e há quem considere que este alto número é motivado pela legislação arcaica (e que

pede urgentemente uma reformulação). Mesmo que o empresário cumpra com todas as suas obrigações ao longo do período em que o funcionário atuar na firma, e depois, indenizando-o conforme manda a lei, no momento da dispensa surgem inúmeras reclamações. Segundo o advogado, Daniel Pasquino, militante na área empresarial, por mais que as empresas sejam citadas para se defenderem (utilizando-se do princípio constitu-cional da ampla defesa e do contraditório), terminada a fase de apresentação de provas e oitiva de testemunhas,

caso a sentença definitiva seja desfavorável ao empre-gador, a constrição de bens para o pagamento da

dívida é muito mais eficaz do que na área cível. “Infelizmente, tal eficácia e por vezes eventual

abuso por parte dos reclamantes, inibem as relações de trabalho de forma direta, en-

sejando a terceirização de vários servi-ços, no intuito de se desvencilhar de futuras ações de caráter laborativo”, disse Pasquino. Existe a penhora por meio do sis-tema “Bacen Jud”, chamada de penho-ra online. Trata-se de um mecanismo

de solicitação eletrônica de informações pelo qual, a partir do comando de um juiz, o Banco Central (Bacen) bloqueia contas bancárias e aplicações financeiras de pessoas físicas e jurídicas, executadas em ações judiciais. No ato do pedi-do das informações sobre a disponibilidade de saldo, o juiz já requisita a indisponibilidade do montante, que será ob-jeto da penhora. Não se admite o bloqueio indiscriminado de contas e de valores superiores aos citados. Entretanto, na possibilidade do bloqueio de contas bancárias na fase executiva (final) do processo, Newton afirma que alguns empresários da distribuição do aço ainda enfrentam problemas. “Já existe uma determina-ção do judiciário para que a empresa indique uma úni-ca conta para o devido bloqueio, para garantir a inte-gridade da execução, mas na prática isto não acontece. Tivemos vários relatos de afiliados do Sindisider, de que houve excesso da penhora, bloqueando as contas cor-rentes dos sócios da firma e vários bens materiais com valores que excediam em dezenas de vezes o valor da ação”, relatou Newton, ressaltando que existe outro fato importante a ser analisado pelo judiciário. “Reivindicar direitos e reembolsos que já foram devidamente cumpri-dos, ferindo os Artigos 16 e 17 do Código Civil (Litigância de má fé). São raros os casos de punição, inclusive ao advogado do reclamante”, encerrou.

Com o passar dos anos, torna-se cada vez mais difícil ser um empreendedor no Brasil. São impostos de todos os lados, sendo os encargos trabalhistas a maior taxação de uma empresa. Tal legislação é um assunto bastante delicado... Um dilema que parece nunca ter fim

encargos

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