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C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT LEIA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA CLÁUDIO FRISCHTAK Revista CNT Transporte Atual se consolida como referência no debate dos principais assuntos do setor de transporte ANO XVIII NÚMERO 200 MAIO 2012 TRANSPORTE ATUAL Edição

Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

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A Revista CNT Transporte Atual se consolida como referencia no debate dos principais assuntos do setor de transporte.

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CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

LEIA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA CLÁUDIO FRISCHTAK

Revista CNT Transporte Atual se consolida como referência no debate dos principais assuntos do setor de transporte

ANO XVIII NÚMERO 200MAIO 2012

T R A N S P O R T E A T U A L

Edição

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 20124

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVIII | NÚMERO 200 | MAIO 2012

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA Duke

Cláudio Frischtakcomenta os índices decrescimento do país

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Congresso aprovaregulamentação da profissão

PÁGINA 30

MOTORISTA

ANTF divulga osresultados do setoralcançados em 2011

PÁGINA 32

BALANÇO FERROVIÁRIO

HIDROVIAS

Evento discutiu osdesafios para ocrescimento

PÁGINA 38

ROTAS AÉREAS • Projeto de reestruturaçãode aerovias desenvolvido pela Aeronáutica permite que os voos fiquem mais rápidos

PÁGINA 26

Revista CNT Transporte Atual completa 200 edições.Lançada em 1995, consolidou-se como referência no setorde transporte, lançando ideias e discutindo problemas esoluções para uma atividade tão essencial para o país

Página 16

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

[[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 5

Assunto foi tema dedebate em semináriorealizado pela CNT

PÁGINA 50

RECICLAGEM DE VEÍCULOS

Novas unidades são inauguradas emSão Paulo e no Rio

PÁGINA 60

SEST SENAT

Alexandre Garcia 6

Humor 7

Mais Transporte 12

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

SeçõesDIA DA ÁGUA

Sest Senat de todo opaís oferece dicas de preservação

PÁGINA 64

ORIENTAÇÃO

Semana da Saúde trabalha os cuidadoscom a coluna

PÁGINA 68

RODOVIAS DO BRASIL • Região Centro-Oeste precisa de estradas em boas condições para escoaruma das maiores produções agrícolas do país

PÁGINA 42O Sest Senat inaugurou maisduas unidades: em Guarulhos(SP) e em Paciência, no Rio deJaneiro. Agora, a instituiçãoconta com 140 sedes em todo opaís. Veja na Agência CNT agaleria de fotos das solenidadesde inauguração. Conheça aindaa infraestrutura das unidades.(http://www.cnt.org.br/Paginas/Agencia_Fotos.aspx) e(http://www.flickr.com/photos/agenciacnt/sets/72157629437226676/).

Programa Despoluir• Conheça os projetos• Acompanhe as notícias sobre

meio ambiente

Canal de Notícias• Textos, álbuns de fotos, boletins

de rádio e matérias em vídeosobre o setor de transporte no Brasil e no mundo

Escola do Transporte• Conferências, palestras e

seminários• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

Sest Senat• Educação, Saúde, Lazer

e Cultura• Notícias das unidades• Conheça o programa de

Enfrentamento à ExploraçãoSexual de Crianças e Adolescentes

NOVAS UNIDADES DOSEST SENAT

SEMINÁRIOS

O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

E MAIS

www.cnt.org.br

A Agência CNT publica galerias defotos dos seminários realizados nasede da entidade. Confira os prin-cipais registros dos dois últimos eventos: o II SeminárioInternacional sobre Reciclagemde Veículos e Renovação de Frota(http://bit.ly/FO334y) e o IISeminário Brasil-Bélgica sobreHidrovias (http://bit.ly/Hxj8zE).

SONDAGEMA Confederação Nacional doTransporte acaba de finalizar uma pesquisa sobre as expectativas de investimentos do setor rodoviáriode cargas e de passageiros em 2012. A sondagem revela que os empresários estão otimistas com o crescimento da economia, maspreocupados, por exemplo, com oaumento do custo de insumos. Acessena Agência CNT reportagem com oresultado completo da pesquisa(http://www.cnt.org.br/paginas/Agencia_Noticia.aspx?n=8136).

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rasília (Alô) – A Globo fez uma repor-tagem mostrando a carência demotoristas de transporte de cargasno Brasil. Na verdade, as transporta-doras procuram bons motoristas,capazes de cuidar da própria vida, da

saúde, da carga, do veículo, da vida alheia, daestrada e até dos animais que cruzam à suafrente. Têm que ser mecânicos para emergên-cias. E que saibam tomar cuidados paradesencorajar assaltos e, acima de tudo, queentreguem a carga com pontualidade. Umsuper-homem na boleia? É mais ou menosisso. Alguém que, carregado de responsabili-dade, ainda conduz sua carga sem incidentesaté chegar ao destino. E, depois de descarre-gar, começa tudo de novo.

Com tanta exigência, a profissão não épara amadores que gostariam de ter nasmãos o volante de um caminhão gigante.Não é para aqueles que, não encontrandoemprego, assumem um caminhão apenasaté encontrar outra ocupação. Hoje, sermotorista de caminhão é para os que têmvocação e os que se preparam para ser pro-fissionais completos. Como a formação demotoristas é um investimento na segurançae na produtividade, já existem em todas asregiões do país cursos, com um mínimo de160 horas-aula, para os que queiram assumira pesada responsabilidade em caminhões,carretas ou ônibus. São ministrados peloSest Senat, e são gratuitos, mas com a con-

dição de o matriculado se comprometer aexercer a profissão.

A iniciativa faz bem para os futurosmotoristas, para as transportadoras e parao país. Grandes fabricantes, como aMercedes-Benz e a Scania, já se preocupamcom a formação de motoristas há muitosanos. As montadoras também são parceirasde entidades que já ministram cursos paraformar e aperfeiçoar motoristas de cami-nhão. Com o Sest Senat, esse ensino seestende para o Brasil inteiro. A demandaanual de bons motoristas vai bem acima de50 mil vagas a cada ano. Para quem nãosabe, a iniciativa do Conselho Nacional doSest Senat prevê especialização em trans-porte de cargas de animais, de grãos, decana, de verduras, de mudanças, de veícu-los, de valores, de lixo, de produtos farma-cêuticos, de carga frigorificada, de substân-cias perigosas e de cargas indivisíveis.Dependendo dos cuidados com cada tipo decarga, aumenta o número de aulas.

Essa preocupação toda mostra que sãoinsuficientes as aulas das autoescolas. Omotorista com habilitação C, D ou E aindaprecisa aprender muito. Instrução para queo Estado dê o direito de dirigir tem umnível, mas para assumir as imensas res-ponsabilidades de ser o comandante deuma nave sobre rodas, o conhecimento vaimuito além. Nas mãos do motorista decaminhão estão cargas e vidas.

B

“Hoje, ser motorista de caminhão é para os que têm vocaçãoe os que se preparam para ser profissionais completos”

Nas mãos domotorista

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 7

Duke

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ENTREVISTA CLÁUDIO FRISCHTAK - ECONOMISTA

Éprovável que o Brasilnunca alcance índi-ces chineses de cres-cimento devido ao

perfil da economia nacional,voltada ao consumo, e não aoinvestimento. No entanto, opaís ainda tem um grandepotencial a ser explorado emuita coisa por fazer para semanter entre as maiores eco-nomias mundiais. Essa é avisão do economista CláudioFrischtak, presidente daInter.B, consultoria interna-cional de negócios.

De acordo com ele, é preci-so melhorar a qualidade danossa força de trabalho e dainfraestrutura, simplificar osistema tributário, que afetadiretamente as empresas, e

desburocratizar os sistemas.“Não podemos ficar parados. Épreciso ampliar os índices deinvestimentos em infraestru-tura. Nós investimos, atual-mente, algo em torno de 2,5%do PIB em energia, transporte,saneamento e telecomunica-ções. Isso não é suficiente nempara repor as nossas necessi-dades básicas”.

Diretor de país doInternational Growth Center(Centro de CrescimentoInternacional, instituto de pes-quisa da London School ofEconomics e da Universidadede Oxford que fornece orienta-ções sobre o crescimento eco-nômico para os governos dospaíses em desenvolvimento) emembro do Think Tank-20 do

Brookings Institution (organi-zação política pública sem finslucrativos, sediada emWashington, nos EstadosUnidos, e que realiza pesqui-sas em economia e política),Frischtak tem pós-graduaçãona área econômica pelaUniversidade de Campinas epela norte-americana StanfordUniversity, e foi o principal eco-nomista da área de indústria eenergia do Banco Mundial entre1984 e 1991. Professor adjuntoda Universidade de Georgetownentre 1987 e 1990, ele tem maisde cem publicações, entrelivros editados, artigos acadê-micos e relatórios de pesquisa.Acompanhe os principais tre-chos da entrevista concedida àrevista CNT Transporte Atual.

Que avaliação pode serfeita da economia nacionalatualmente?

Em primeiro lugar, nós nãosomos um país de elevado cres-cimento nem deveremos sernos próximos anos. O nossomodelo não é voltado a umcrescimento acelerado da eco-nomia e também não é ummodelo, digamos assim, volta-do a estagnação. Existem ele-mentos que impulsionam aeconomia ao crescimentomoderado. Este ano, conse-quentemente, vai ser mais umano de crescimento moderado.O potencial de crescimento doBrasil deve estar em torno de4%, talvez um pouco mais ouum pouco menos. Isso não éprevisão, é bom que fique claro.

“Nós investimos, atualmente, algo em torno de 2,5% do PIBsuficiente nem para repor as necessidades básicas e reflete

“Não podemos ficarPOR LIVIA CEREZOLI

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em infraestrutura. Isso não éna elevação dos custos”

Isso é o que o país pode cres-cer. Quanto à expectativa para2012, eu diria que, a menos quehaja alguma catástrofe na eco-nomia mundial, algo entre 3% e3,5% é razoável.

A que se deve isso?A primeira parte da equação

diz respeito ao motor do nossocrescimento, que é voltadopara o consumo, e não para oinvestimento. Para crescermosalgo em torno de 5%, porexemplo, nossa taxa de investi-mento deveria ser em torno de25%. Hoje, a nossa taxa deinvestimento está em torno de19% do PIB. Nossa taxa de pou-pança também é muito baixa,ficando entre 16,5% e 17% doPIB. E, a menos que você queira

ter uma explosão no déficit emcontas correntes, o que obvia-mente não é interessante parao país, ficamos limitados nataxa de crescimento. Quandose poupa pouco e se investe deforma limitada, a tendênciatambém é crescer de formalimitada. A outra parte daequação é que o mercado detrabalho brasileiro se movi-menta de uma forma interes-sante. Ele tem criado, nos últi-mos anos, bastante empregona base da pirâmide. Os salá-rios que crescem mais estãonessa base. O lado negativodisso é que esses são empre-gos de baixa produtividade.

Quais as consequênciasdiante do anúncio de cresci-

mento de apenas 2,7% doPIB em 2011?

Precisamos levar em consi-deração que, em 2010, o Brasilcresceu muito acima do seupotencial. Foram 7,5%. Amaneira correta de olhar isso éperceber que, depois de cres-cer acima do seu potencial, emalgum momento essa contadeveria ser paga. Foi o queaconteceu em 2011, por isso ocrescimento “baixo”. Quandofalamos em pagar a conta, sig-nifica compensar, porque aspressões inflacionárias sobem

diante de um crescimento altoe, ao final de 2010, elas já erambastante significativas. Ogoverno federal teve que agirdo ponto de vista fiscal e oBanco Central do ponto de vistamonetário e regulatório paraconter o crédito.

A crise europeia podebeneficiar o país de algumamaneira?

No caso da crise europeia,à medida que você tem umaoferta maior de liquidezpelos bancos centrais e, por

INTER.B/DIVULGAÇÃO

parados”

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consequência, mantém osjuros baixos e a inflação con-trolada, facilita, digamosassim, o acesso do Brasil ataxas muito competitivas.Agora, fora isso, acredito quea crise na Europa não benefi-cie o Brasil. Não acho que elarepresenta, necessariamente,uma oportunidade. Pelo con-trário, é um desafio para onosso país. Gostaríamos quea Europa saísse rapidamenteda crise porque isso aumen-tará a demanda por produtosbrasileiros.

Mesmo que tenham cres-cido nos últimos anos, osinvestimentos em infraestru-tura de transporte no paísnão ultrapassaram 1% do PIBem 2011. Na China, esse índi-ce é de 10%. Qual o reflexodisso para o país?

Em primeiro lugar, os inves-timentos em infraestrutura noBrasil, de forma geral, têm sido,nos últimos anos, e ainda sãobaixos. Nós investimos, atual-mente, algo em torno de 2,5%do PIB em infraestrutura, levan-do em consideração a área deenergia, de transporte, de tele-comunicações e de saneamen-to. Esse valor, em primeirolugar, está abaixo do nível míni-mo da depreciação do capitalfixo. Não investimos o suficien-te para repor as nossas neces-

sidades básicas. E aqui nãoestamos falando em avançar,mas apenas repor o que já exis-te. Em segundo lugar, os nossoscompetidores investem muitomais. Isso reflete não apenasem uma baixa na qualidade dosserviços, como também na ele-vação dos custos, o que impac-ta diretamente na competitivi-dade do país.

Qual é a necessidade míni-ma de investimentos, propor-cionais ao PIB, para a manu-tenção da infraestrutura jáexistente no país? E para aampliação da mesma?

Para manter o que já existe,o investimento deve ser de 3%do PIB. Algo em torno de US$75 bilhões. Esse é um valormínimo aceito. Precisamosavançar em pelo menos 0,5ponto percentual. Paraampliar, precisaríamos ir para5% ou 6%, ou seja, basica-mente temos que adicionarentre 2,5% e 3,5% de PIB. Esseé um esforço muito grande.Uma parte deveria vir do setorpúblico, mas a maioria poderiavir do setor privado.

Como a administração públi-ca pode atrair e garantir inves-timentos privados em projetosde infraestrutura no país?

O setor privado tem grandeinteresse e já está se engajan-

do. Na verdade, quando osetor privado vê um ambienteno mínimo razoável, ele jáestá lá. Mas ainda é precisofazer algumas coisas paraatrair ainda mais esses inves-timentos. O setor privado temcada vez mais um papel deprotagonista em relação aosinvestimentos em infraestru-tura e isso precisa continuaracontecendo. Para tanto, énecessário acelerar os pro-cessos de concessão, mas,antes disso, temos que melho-rar o ambiente regulatório.Isso só é possível com o forta-lecimento das agências regu-ladoras que precisam ser des-partidarizadas, despolitizadasradicalmente. As agênciastêm de ser entidades deEstado, de natureza técnica. É

AEROPORTOS Concessão de terminais pode trazer melhorias

“Se você paga um

pouco mais de pedágio,

mas não tempneu furado,suspensão

quebrada nemcustos de

manutençãoelevados, isso já é

um ganho”

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vos privados ao interesse públi-co, é bem-vindo. O pulo do gatoé fazer esse alinhamento. Éóbvio que precisamos permitirao setor privado ganho dedinheiro porque é esse o objeti-vo dele. E, sem dúvida, precisa-mos ter fiscalização forte paraque se atenda ao interessepúblico.

A elevação dos custospara os usuários não seriaum problema?

Do ponto de vista dosusuários, o mais importante eque deve ser levado em consi-deração é a qualidade dasrodovias. Se você paga umpouco mais, mas não tempneu furado, suspensão que-brada nem custos de manu-tenção elevados, isso já é um

ganho. Com rodovias em boascondições, ganha-se tambémcom a redução dos tempos deviagem. Hoje, nós temos rodo-vias pedagiadas que, de modogeral, funcionam muito bem.Existem discussões em tornodos valores das taxas deretorno, se seriam muito ele-vadas, e se poderia haver umarepactuação desses contra-tos. Obviamente, quando osprimeiros contratos foram fei-tos, talvez até para atrair osetor privado, tenha ocorridoalgumas falhas. Mas, em geral,a tendência hoje é que, comcontratos equilibrados e aten-dendo ao interesse público,você tenha uma participaçãocrescente da iniciativa priva-da, seja para operar, investirou fazer manutenção. O fatode as empresas aceitaremhoje taxas de retorno meno-res já é um bom sinal de queos custos repassados aosusuários podem não ser muitoelevados.

Como o senhor avalia omodelo adotado para a con-cessão dos aeroportos noBrasil? Ele é vantajoso paraas empresas, o governo e asociedade?

Evidentemente, só otempo dirá. O processo aindaé muito prematuro. Maspodemos fazer algumas aná-

lises. O fato é que a situaçãodos aeroportos era e ainda éinsustentável. Em segundolugar, era imperativo atrair ainiciativa privada para osetor de transporte aéreo.Acredito que o leilão tenhasido bem-sucedido, agora, osresultados só serão vistosmais adiante. Precisamosaguardar para então fazerum julgamento definitivo.

A concessão deveria serampliada para outros setoresdo transporte?

De modo geral, as ferroviasjá estão concedidas e, mesmoque existam discussões emtorno do modelo, ele funciona.Nas rodovias, as concessõestambém poderiam ser amplia-das. Porém, na área hidroviária,deveríamos fazer um trabalhomuito grande, mas isso depen-de, num primeiro momento, deinvestimentos públicos porqueé preciso melhorar a infraes-trutura antes mesmo de passara operação ao setor privado. Dequalquer forma, a iniciativa pri-vada deveria ter sim uma parti-cipação maior.

E qual deveria ser o mode-lo a ser seguido?

Não é possível definir ummodelo de concessão idealpara o setor. É preciso anali-sar caso a caso. l

na infraestrutura, acredita o economista

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

inadmissível que partidospolíticos indiquem diretores,superintendentes ou o cargoque for. Além disso, é precisoter normas transparentes eprevisíveis que deem segu-rança jurídica aos investido-res. E, por último, deve-seavançar nos processos. Emalguns casos, o caminho é aprivatização, em outros sãoas PPPs (Parcerias Público-Privadas).

O governo federal estudaa possibilidade de privatizaras obras de manutenção nasrodovias federais. Essa é umamedida acertada?

Com certeza. De modo geral,tudo que puder ser repassadoao setor privado, de forma inte-ligente e alinhando os incenti-

“Existemelementos queimpulsionam a

economiabrasileira aocrescimentomoderado”

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201212

MAIS TRANSPORTE

O concurso interativo “YouCity”,realizado pela BombardierTransportation, vai levar o projetovencedor para a feira InnoTrans,que acontece em setembro, emBerlim, na Alemanha. O concursodá seguimento ao YouRail, apresentado na última edição daInnoTrans, em 2010. Naquela oportunidade, a disputa atraiu4.239 projetos e 8.565 comentáriossobre o futuro do design de interiores para trens de passageiros. A competição

deste ano, direcionada a estudantese profissionais, recebeu trabalhosque propõem melhorias para diferentes mercados no mundo,representados por três cidades:Londres, na Inglaterra, na categoria mercado maduro; BeloHorizonte, no Brasil, na categoriaBrics (sigla que se refere a Brasil,Rússia, Índia, China, países emdesenvolvimento que se destacamno cenário econômico mundial); eVienciana, no Laos, na categoriamercado emergente.

Concurso de mobilidade urbana

EXPANSÃO Braspress inaugura unidade em Teófilo Otoni

A Braspress abriu uma filial emTeófilo Otoni (MG). Essa é a 104ªsede da empresa no país. O novoterminal, com área total de 5.000metros quadrados, tem 2.400metros quadrados de área útil, com14 docas para o carregamento e descarregamento simultâneo.Quatorze funcionários trabalhamna sede. Para Urubatan Helou, dire-

tor-presidente da Braspress, o novoterminal vai trazer reflexos positivosnas operações realizadas pelaorganização em toda Minas Gerais,Estado onde funcionam 15 filiais da companhia. “A empresa vem aperfeiçoando sua grade de entregase coletas na região, já que a ampliaçãode filiais reforça ainda mais a presençada transportadora nesse Estado.”

Nova filial em Minas

A temporada 2012 da Copa Trollervem com novidades. A competiçãooff road, que completa 10 anos, vaiagrupar as corridas das regiõesSudeste e Nordeste. O número deprovas passa a ser dividido poretapa, além de um novo sistemade pontuação. A disputa deste anocomeça em junho. O rali manterá a

mesma característica de percorrer trilhas em várias cidades do Brasil e de selecionarcategorias para diferentes níveis de habilidade de participantes. A temporada termina no dia 8 de dezembro, com a conclusão da Copa Sudeste, etapa São Paulo.

Novidades em rali

BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

DONIZETTI CASTILHO/TROLLER/DIVULGAÇÃO

SEGURANÇA Equipamento é comercializado no Brasil

O Airbag Denko, criado exclusivamente para motociclistas,está sendo comercializado noBrasil. O acessório de segurançapossui um cartucho de gás CO2

que, quando acionado, infla o airbagem menos de 0,25 segundos. Eleprotege o pescoço, a coluna vertebral, o tórax e o cóccix docondutor. Foram vários anos de pesquisas até que o produtofosse aprovado pelos órgãos

competentes. De acordo com ostestes conduzidos pelo JapanAutomotive Research Institute,em caso de impacto lateral equedas, o airbag reduz o impactogravitacional na coluna e notórax em 75%; e a aceleração e oimpacto no pescoço e na cabeçaem, aproximadamente, 40%. São três modelos: duas jaquetasimpermeáveis e um colete, apropriados para os dias quentes.

Airbag para motos

DENKO/DIVULGAÇÃO

CORRIDA Competição trazmudanças em sua 10ª edição

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 13

FORD/DIVULGAÇÃO

VANTAGEM Modelo tem motor no padrão Euro 5

O porto de Santos anunciou crescimento acima dos 1.000% namovimentação de soja em grãosembarcada no terminal em janeiro.O porto operou tonelagem1.274,3% maior de soja em grãoseste ano, se comparado aomesmo período de 2011. Emnúmeros absolutos, foram movimentadas 332 mil toneladas,

quase 14 vezes o montante realizado em janeiro do ano passado (24 mil toneladas). O complexo soja (grãos e pellets)também teve aumento expressivono intervalo em questão: foram embarcadas 400 mil toneladas, montante342,6% superior que as 90,4 miltoneladas de janeiro de 2011.

Soja registra crescimento

O novo Ford Cargo 816 traz umnovo padrão de desempenho eeconomia no segmento de caminhões leves, com o motorEuro 5. O modelo vem equipadotambém com painel diferenciado,que garante maior conforto aocondutor. O caminhão passa acontar com dois anos de garantia,sem limite de quilometragem.Segundo a montadora, o Cargo é oúnico da categoria a oferecer essavantagem operacional. O modelotem peso bruto total de 8.160 kg,

capacidade máxima de tração de11.000 kg e conta com três opçõesde distância entre-eixos (3.300,3.900 e 4.300 mm), que facilitam aadequação a diferentes aplicações.Outra característica é que a atualversão ficou mais econômica noconsumo de diesel, em comparaçãoao modelo anterior em, aproximadamente, 7%. Os intervalosde troca de óleo passam a sermaiores. A durabilidade ampliada dos componentes tem reflexopositivo na vida útil do motor.

Caminhão com mais garantia

REGULAMENTAÇÃO

Representantes das empre-sas associadas à ANTF(Associação Nacional dos

Transportadores Ferroviários), daANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres) e doExército se reuniram no 1ºSeminário de Discussão doRegistro de Bens das ConcessõesFerroviárias.

Promovido pelo Comitê dePatrimônio da ANTF, comapoio da CNT, o encontrodebateu o processo deimplementação do GIGFER(Sistema de Gestão comInteligência Geográfica nosAtivos Ferroviários). As dis-cussões tiveram como base aregulamentação existente eas experiências adquiridasentre poder concedente einiciativa privada nos traba-lhos de levantamento dedados e aferição piloto.

O objetivo da reunião, deacordo com a gerente técni-

ca da ANTF, Ellen Martins,foi viabilizar a padronizaçãode tarefas para aperfeiçoaro processo de operacionali-zação do sistema GIGFER.Jorge Bastos, diretor daANTT, destacou que a agên-cia “está inteiramenteempenhada para que essetrabalho vá para frente eseja concluído.”

Sérgio Carrato, coordena-dor do Comitê de Patrimônioda ANTF, afirmou que aimplantação do sistemaserá positiva para as con-cessionárias. “Dessa manei-ra, as empresas vão ter umabase única e sistematizadade controle dos ativos patri-moniais. Durante o seminá-rio, experiências foram tro-cadas e as dúvidas sanadas.O setor alinhou conhecimen-tos para definir os próximospassos para a implantaçãodo GIGFER.”

Seminário ferroviário inédito

DEBATE ANTF e ANTT discutem concessão da malha

ANTF/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201214

MAIS TRANSPORTE

Transporte Ferroviário -História e TécnicasConta a história das locomotivas avapor, elétricas e movidas a diesel,e a criação das estradas de ferroDe: Sílvio dos Santos , Ed.Cengage Learning, 264 págs., R$ 42,90

A História dos Transportes no Brasil Com mais de 200 fotografias e ilustrações, o transporte tem suatrajetória histórica contadaDe: Mariana Ferreira e CristinaMantovani Bassi, Ed. Horizonte,132 págs., R$ 89

Ozires Silva – Um Líder da InovaçãoMostra a trajetória de um dos presidentes da Embraer. Fala sobre os seus projetos, dificuldades,obstáculos e conquistasDe: Decio Fischetti, Ed. BizzEditorial, 278 págs., R$ 65

O A-380, maior avião comercial do mundo, pousou em Guarulhos (SP) em março. A passagem pelo Brasilcontempla o Tour Mundial da Airbus para mostrar que a aeronave tem como operar nas infraestruturasaeroportuárias atuais. Com capacidade para até 845 passageiros, passou por mais de 140 aeroportos.

Tour do gigante passa pelo Brasil

AIRBUS/DIVULGAÇÃO

Consulta à programação de navios O porto de Itapoá lançou o primeiro aplicativo móvel para consulta à programação de navios que atracam no terminal. Por meio de ummecanismo que lê o calendáriode atracações no porto e o disponibiliza via web para todo o mundo, foi criado o aplicativo para que importadores,

exportadores, despachantes eagentes acompanhem a movimentação dos navios. O sistema está disponível nasversões Android (Samsung, Nokiae Motorola) e aguarda as aprovaçõesda Apple (IPhone e IPad) e Cym(Blackberry) para disponibilizar orecurso nos demais smartphones.De acordo com o terminal,

o próximo passo será a atualização do aplicativopara ofertar aos clientesdo porto consulta de carga e contêineres, agendamentos de entrega e recebimento de contêineres, atendimento on-line pelos departamentoscomerciais, documentação e faturamento.

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 15

A Copersucar anunciou a instalação de mais três terminaismultimodais para o escoamentode açúcar. Serão dois em SãoPaulo e um em Minas Gerais, comprevisão de conclusão até 2015.Segundo o presidente da companhia,Paulo Roberto de Souza, os terminaisserão semelhantes ao que existeem Ribeirão Preto (SP), com

integração à malha ferroviária,para o escoamento da safra até o porto de Santos. O terminal dointerior paulista foi totalmente reformado pela empresa, totalizando custos da ordem de R$ 30 milhões para o escoamentode 1,5 milhão de toneladas de açúcar por ano, dez vezes maisque a capacidade anterior.

Terminais multimodais

BOZZA/DIVULGAÇÃO

ALTERNATIVA Produto tem utilização em vários segmentos

A Bozza lançou a bomba elétricaportátil 7029-Premium. Ela funciona com uma bateria de 12volts, com vazão de 75 gramaspor minuto. A ferramenta chegaao mercado como mais umaalternativa em lubrificaçãorápida, sem exigir força físicapor parte do usuário. A bomba é recomendada para os serviçosde manutenção de máquinas

industriais, empilhadeiras, caminhões, tratores, máquinasagrícolas e demais equipamentosmecânicos empregados naconstrução civil, na mineração ena indústria de papel e celulose,entre outras frentes de trabalho.A bomba elétrica auxilia ainda a realização de serviços rápidosde engraxamento, em pontos de difícil acesso.

Bomba elétrica para graxa

MEIO AMBIENTE

Alinha Renault Master2012/2013 está saindo defábrica em conformidade

com a norma Proconve L6(Programa de Controle daPoluição do Ar por VeículosAutomotores). Todas as versõesà venda no mercado nacionalestão aptas a rodar com o dieselestabelecido pela normatização.Trata-se de um combustívelcom menor teor de enxofre,menos poluente. Para atenderas exigências do Proconve L6, omotor 2.5 dCi 16V que equipa ofurgão passou a contar com osistema EGR (Recirculação dosGases de Escape).

O EGR diminui a formaçãoexcessiva de óxido de nitrogênioque se forma no interior dacâmara de combustão, devido àalta temperatura somada à pre-sença de oxigênio. Uma válvulapermite que entre 20% e 30%dos gases de escape inertessejam reutilizados pelo motor,reduzindo a pressão e diminuin-do a temperatura na câmara.

Desde 1º de janeiro desteano, todos os fabricantes eimportadores de veículos utilitá-rios movidos a diesel têm queproduzir modelos conforme anorma P7 para caminhões e ôni-bus e L6 para utilitários leves.

Master atende Proconve L6

ADEQUAÇÃO Veículo movido a diesel com menos enxofre

RENAULT/DIVULGAÇÃO

Page 16: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Parte da história do trans-porte do Brasil vemsendo contada nas pági-nas da revista CNT

Transporte Atual, desde sua 1ªedição, em maio de 1995. Ao longodesses 17 anos, a revista se trans-formou em referência no debatedos principais assuntos que envol-vem o setor, atraindo também aatenção de outros segmentos dasociedade, como a comunidadeacadêmica, entidades ambientaise o público em geral.

A publicação mensal da CNT,

que chega neste mês de maio à200ª edição, foi idealizada com aproposta de lançar ideias, discu-tir problemas e soluções para umsetor tão vital para o dia a dia daspessoas e para o desenvolvimen-to do país. Logo no primeiro edi-torial, o presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade, afirmou que os assun-tos abordados não se restringi-riam a questões do transporte,mas envolveriam também econo-mia, negócios, meio ambiente,entre outros temas.

“A revista CNT pretende serum fórum permanente de debatedas novas realidades e necessi-dades brasileiras para demons-trar que os transportadoresestão integrados e querem parti-cipar da construção de um paísmelhor”, disse Clésio Andrade,em 1995. Hoje, o presidente daCNT reforça que a revista tembuscado incentivar o debate dostemas mais relevantes queenvolvem o transporte de cargase de passageiros. “Com as repor-tagens publicadas a cada mês, a

revista contribui para estimularo desenvolvimento do Brasil etambém para incentivar o usodos diversos sistemas de trans-porte”, diz Clésio Andrade.

Além das reportagens sobretemas variados, são publica-dos mensalmente debatesentre especialistas da área detransporte, entrevistas, car-tuns e outros recursos paralevar informações precisas aopúblico leitor. Em todas as edi-ções há boletins estatístico,econômico e ambiental, com

Referência notransporte

Revista CNT Transporte Atual chega à 200ª edição;em 17 anos, publicação se consolidou no setor e

atrai também a atenção de outros segmentosPOR CYNTHIA CASTRO

REPORTAGEM ESPECIAL

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012161996

1997

1998

Page 17: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

os principais números dosetor. Os leitores tambémpodem participar com suges-tões e críticas.

Em 2003, a publicação passoupor uma reformulação editorial egráfica. Hoje, o reconhecimentoda qualidade da revista CNTTransporte Atual ocorre nasmais diferentes áreas. O doutorem planejamento de transportese logística da Fundação DomCabral, o engenheiro PauloResende, afirma que “a revistada CNT é absolutamente essen-

cial para manter a chama dodebate sobre o setor”.

Resende destaca que o Brasilpassa por um momento de cresci-mento econômico e, ao mesmotempo, a infraestrutura na área detransporte precisa melhorarmuito. “Se não tivermos uma fontede informações e de debates,como a revista da CNT, a sociedadenão consegue se informar sobreos principais assuntos para podercobrar”, considera o professor daFundação Dom Cabral.

O vice-presidente da CNT,

Newton Gibson, também presiden-te da ABTC (Associação Brasileirade Logística e Transporte deCarga), afirma que a revista temcontribuído fortemente para queas pessoas envolvidas com o setorde transporte possam debater,questionar e reivindicar melhorescondições para o segmento. “Osassuntos são abordados com pro-fundidade em suas reportagens,que transmitem o conhecimentonecessário para empresários, tra-balhadores e estudantes do setorde transporte.”

De acordo com Newton Gibson,o retorno que ele recebe dos lei-tores indica a importância darevista. “Já tive a oportunidadede ler e ouvir declarações deempresários e de funcionários doalto escalão do governo, afirman-do o quanto as reportagens osauxiliam nas atividades que exe-cutam”, diz Gibson.

Leia nas próximas páginasalgumas áreas destacadaspelas reportagens da CNTTransporte Atual.

1999

2000

2003

1995, edição nº 1

Page 18: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Para que o transporte possaser mais eficiente no Brasil,é necessário incentivar o

maior equilíbrio da matriz.Atualmente, cerca de 60% damovimentação de carga se dá pelomodal rodoviário. O aumento daparticipação de outros modaiscontribui para dar mais qualidadeao transporte dos produtos,podendo proporcionar reduçãodos custos logísticos e trazerbenefícios ambientais.

No transporte de passagei-ros, também é importante quehaja oferta de qualidade nosmodais aquaviário, ferroviário, -rodoviário e aéreo. E para incen-tivar o equilíbrio da matriz, arevista CNT Transporte Atualtraz, em todas as edições, maté-

rias que abordam os variadosmodos de transporte.

“A revista da CNT é o grande veí-culo para qualificar todos os tiposde transporte e mostrar aos leito-res, principalmente às autoridades,a importância do transporte nocontexto nacional. O país precisa deboas estradas, de boas hidrovias,de bons portos, de boas ferrovias,bons aeroportos. Isso é importantepara o transporte de cargas e parao de passageiros”, afirma MetonSoares, presidente da Fenavega(Federação Nacional das Empresasde Navegação Marítima, Fluvial,Lacustre e de Tráfego Portuário).Meton Soares também é vice-presi-dente da CNT para TransporteAquaviário, Ferroviário e Aéreo.

Mais integração dos modais

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201218

2009 2010

2011 2011

Page 19: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Estimular o desenvolvimento susten-tável, reduzindo os impactos gera-dos pelo setor de transporte, é uma

das linhas de trabalho da CNT(Confederação Nacional do Transporte) edo Sest Senat (Serviço Social doTransporte e Serviço Nacional deAprendizagem do Transporte), que desen-volvem, desde 2007, o Despoluir –Programa Ambiental do Transporte.

Na revista CNT Transporte Atual, oleitor encontra reportagens sobre temasrelevantes em relação a meio ambiente etransporte. Também ganham visibilidadeprojetos e publicações do Despoluir, comoo manual de “Procedimentos para aPreservação da Qualidade do Óleo DieselB”, divulgado no último mês de fevereiro,o documento sobre “A Fase P7 doProconve e o Impacto no Setor deTransporte” e a cobertura completa sobre

o 2º Seminário Internacional sobreReciclagem de Veículos e Renovação deFrota, realizado em março deste ano (leiana página 50 desta edição).

A preocupação da CNT com o tematransporte e meio ambiente vem sendodivulgada pela revista CNT TransporteAtual há vários anos. A capa da ediçãode março de 2004 abordou “A logísticareversa e sua importância para a reci-clagem”. Na edição de julho de 2011, aministra do Meio Ambiente, IzabellaTeixeira, concedeu uma entrevista sobremeio ambiente e transporte.

Na avaliação do presidente da NTC &Logística (Associação Nacional doTransporte de Cargas e Logística), FlávioBenatti, que também é presidente da Seçãode Transporte de Cargas da CNT, é muitoimportante que a revista aborde temasrelativos à sustentabilidade, estimulando o

Pelo desenvolvimento sustentável

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 19

debate sobre as medidas necessá-rias para a redução de emissões,geração de menos resíduos, entreoutras ações relevantes para amelhoria do meio ambiente.

“A revista da CNT é uma refe-rência no setor de transporte. Aabordagem dos assuntos é fun-damental para contribuir para aformação de opinião em relaçãoa todos os modais. A revista trazmatérias diversificadas e é muitoimportante para a divulgação detemas que envolvem tambémsustentabilidade, como a discus-são sobre a necessidade de reno-var a frota de caminhões doBrasil e sucatear os antigos peloprocesso da reciclagem”, dizBenatti.

2007 2009

2004

Page 20: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Os principais temas que envolvemas situações de transporte e trân-sito ganham destaque na CNT

Transporte Atual. A revista abordaquestões variadas, que passam peloroubo de cargas, acidentes de trânsito,legislação contra álcool ao volante,entre outras.

A capa de junho de 2007 abordou otema da transposição do rio SãoFrancisco. Em agosto do mesmo ano,há uma reportagem sobre as dificulda-des que os motoristas brasileirosenfrentam ao trafegar no frio daCordilheira dos Andes.

Os resultados das pesquisas daCNT, como os estudos sobre as condi-ções das rodovias e das ferrovias,também podem ser consultados narevista. “São 200 edições que refor-çam o papel da CNT com a sociedade

em todos os aspectos relacionadosao transporte de cargas e de passa-geiros. O setor ferroviário reafirma aconvicção da importância desse tra-balho como fonte de informação econtribuição para o equilíbrio damatriz”, diz o presidente-executivoda ANTF (Associação Nacional doTransportadores Ferroviários) e pre-sidente da Seção de TransporteFerroviário da CNT, Rodrigo Vilaça.

O presidente da Seção deTransportadores Autônomos, dePessoas e de Bens da CNT, José daFonseca Lopes, diz que a impor-tância se dá, principalmente, peladiversidade dos temas. “A revistajá nasceu de parabéns, pois sem-pre buscou abordar todas asnecessidades do setor.”

Destaque para temas atuais

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201220

2003 2007

2009 2007

Page 21: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Arevista CNT Transporte Atual exer-ce um papel fundamental para incen-tivar as pesquisas acadêmicas em

relação a temas de interesse do setor.Estudos relacionados à infraestrutura,logística, tecnologia e combustíveis sãoconstantemente publicados nas ediçõesmensais.

A cada ano, a revista também publicauma reportagem sobre os trabalhos e auto-res vencedores do Prêmio CNT de ProduçãoAcadêmica, que seleciona os melhoresestudos em busca de soluções tecnológi-cas, logísticas e de gestão para o setor detransporte.

Na edição de junho de 2009, a matéria decapa abordou os desafios para se colocarem uso os carros elétricos no Brasil e nomundo e também o nível em que se encon-tram algumas pesquisas. Reportagenssobre os estudos para a produção de ener-gia elétrica a partir do movimento dasondas e sobre as pesquisas com os biocom-bustíveis também podem ser lidas na CNTTransporte Atual.

Na avaliação do pesquisador EliabRicarte Beserra, pós-doutorado em ener-gias renováveis do mar, a revista da CNTdiminui a distância entre a comunidadeacadêmica e a população em geral.

“As universidades fazem pesquisas queficam muitas vezes desconhecidas do públi-co interessado. Não chegam do lado de lá,fora do meio acadêmico, por falta de veicu-lação. A revista da CNT exerce esse impor-tante papel: diminui a distância e revela asinformações e pesquisas acadêmicas aosinteressados”, afirma Beserra, que é pes-quisador do Laboratório de TecnologiaSubmarina, da Coppe – Instituto AlbertoLuiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisade Engenharia, da UFRJ (UniversidadeFederal do Rio de Janeiro).

Incentivo às pesquisas

Em todas asedições, hádebate com

2especialistas

2009

2012

2003

Page 22: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Promover a maior qualificação dosprofissionais do transporte, traba-lhar pela formação e pela ampliação

dos conhecimentos são ações fundamen-tais desenvolvidas pela CNT, pelo SestSenat e pela Escola do Transporte. Nos 17anos de veiculação, a CNT TransporteAtual busca contribuir para que a popula-ção brasileira possa conhecer melhor oscursos e as atividades promovidas nas uni-dades do Sest Senat de todos os Estadosdo país e pela Escola do Transporte.

A revista dá destaque às conferênciaspromovidas pela escola, em Brasília, con-tribuindo para que os profissionais quenão estiveram presentes no evento pos-sam ter acesso ao conteúdo. Em 2011, foipublicada uma entrevista com o navegadorAmyr Klink, feita durante uma conferênciana sede da CNT, em Brasília.

Klink falou sobre a importância detodos os profissionais serem empreende-dores e amarem o que fazem, para segui-rem assim em busca do sucesso. Na edição

de abril de 2011, os leitores puderam confe-rir um balanço das atividades do SestSenat.

É importante que muitos cursos ofereci-dos para os trabalhadores em transportesejam mais conhecidos por meio da revista,conforme destaca o presidente da Fetacesp(Federação dos Taxistas Autônomos doEstado de São Paulo), José Fioravanti. “Issoé muito importante para toda a categoria.Com a Copa do Mundo, por exemplo, ostaxistas precisam melhorar a qualidade dotrabalho. E a revista ajuda a orientar sobreos treinamentos do Sest Senat”, dizFioravanti, que também é vice-presidenteda CNT para Transportadores Autônomos,de Pessoas e de Bens.

Qualificação e formação

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201222 2011

2011

2011

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Com a proximidade da Copado Mundo de 2014 e dasOlimpíadas no Brasil, em

2016, eventos que aumentarão ademanda do transporte de passa-geiros em todos os modais, torna-se ainda mais importante divulgaras necessidades do Brasil paramelhorar sua mobilidade urbana.

Discutir normas, legislações e pro-jetos que garantam ao país as medi-das necessárias para as melhorias dosdeslocamentos da população, como aimplantação de corredores exclusivosde ônibus, os BRTs (Bus Rapid Transit),tem sido uma preocupação editorialda CNT Transporte Atual.

“A revista tem um papel importan-te nessa busca pela melhoria da mobi-lidade urbana, especialmente nessemomento em que nos preparamospara eventos, como a Copa do Mundoe os Jogos Olímpicos”, afirma o presi-dente da NTU (Associação Nacionaldas Empresas de Transportes

Melhor mobilidade

2010

2004

2008 2010

2005

Urbanos), Otávio Cunha, que tambémé vice-presidente da Seção deTransporte de Passageiros da CNT.

E ao abordar os deslocamentosdiários da população, a CNTTransporte Atual defende também anecessidade de melhoria no trans-porte aquaviário de passageiros. Acapa da edição de julho de 2010,“Navegar é preciso”, mostra a dificul-dade de crianças da região amazôni-ca em conseguir chegar à escola.Uma pesquisa da UnB (Universidadede Brasília) identificou embarcaçõesinadequadas e as longas caminhadasque os estudantes precisam fazer.

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201224

As reportagens publicadas na CNT TransporteAtual também têm como proposta oferecer aosleitores um resgate histórico de temas que envol-

vem o setor e revelar alguns assuntos que despertamcuriosidade.

O mergulho em naufrágios do Nordeste do país foi otema da edição de dezembro de 2009, que publicou belasfotografias do fundo do mar, como uma imagem da cor-veta Ipiranga, naufragada na ilha de Fernando deNoronha a 63 metros de profundidade.

Na edição de janeiro de 2010, os leitores puderamconhecer um pouco sobre os bastidores da Esquadrilha daFumaça. A equipe da CNT Transporte Atual esteve na sededo Esquadrão de Demonstração Aérea, em Pirassununga,no interior de São Paulo, para mostrar como é o dia a diade trabalho dos pilotos que desenham o céu com a fuma-ça das aeronaves durante as acrobacias aéreas.

A história da construção da ponte Rio-Niterói, umaimpressionante obra da engenharia no Brasil, tambémpôde ser lida na edição de setembro de 2009. E na come-moração dos 50 anos da capital federal, em 2010, os lei-tores puderam conhecer mais sobre os modos de trans-porte no início da construção de Brasília.

História e curiosidades

2009

2009

2010

2010

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Levar humor para ostemas do transporte.Essa também é uma das

propostas da revista CNTTransporte Atual. Em todas asedições sempre há um cartumnas páginas iniciais, abordan-do as mais diferentes situa-ções do trânsito das cidades edo transporte de cargas e depassageiros.

O risco de se falar no celularao volante, a falta de atençãocom os pedestres, as dificulda-des de infraestrutura nos aero-portos. Todos esses assuntos jáforam abordados de formadivertida.

“Qualquer temática podeser vista na ótica do humor.O humor nos leva a refletir. E

fazer cartum com um temafixo é interessante porquevocê precisa sair do óbviopara explorar ao máximoaquele tema”, diz o cartunis-ta Duke.

Um dos cartuns de Dukepublicado na revista da CNT em2008 (veja ao lado) foi premia-do em um salão internacionalde humor sobre a temáticatransporte e trânsito, naArgentina.

“É muito interessante tra-balhar com o transporte etentar levar uma leveza paraos temas mais variados.Sinto-me honrado de partici-par de uma revista tão impor-tante, divulgada em todo oBrasil”, afirma Duke. l

Sempre com humor

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 25

2008

2011 2010

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

AVIAÇÃO

As viagens de aviãono Brasil estão maisrápidas. Pelo menosentre Brasília e as

capitais da região Sudeste dopaís. E não é porque as filasou o tempo de espera nosaeroportos foram reduzidos. Otempo mais curto nesses des-locamentos se deve a um pro-jeto de reestruturação derotas que está sendo desen-volvido pela Aeronáutica.

Desde o dia 8 de março, asviagens realizadas entreBrasília, Belo Horizonte, SãoPaulo, Rio de Janeiro e Vitóriativeram o tempo de voo redu-zido em pelo menos dez minu-tos. Pode parecer pouco, mas,quando se fala em viagensaéreas, a redução é significa-tiva. Em dez minutos é possí-vel percorrer, de avião, aproxi-madamente 100 km.

O novo sistema que estásendo implantado é baseadono chamado PBN (NavegaçãoBaseada em Performance, dasigla em inglês) e permite quepilotos e controladores utili-

zem informações via satélitepara saber a exata posiçãodos aviões durante os voos. Areestruturação faz parte deum grande projeto de moder-nização da aviação mundial,que leva em consideração oavanço das tecnologias eagora chega ao Brasil.

No sistema convencional,que ainda continua sendousado nas demais rotas dopaís, a localização das aero-naves é realizada por equipa-mentos instalados no solocom antenas capazes detransmitir sinais por meio deondas eletromagnéticas. Para

ter os sinais captados, asaeronaves precisam sobre-voar a área de alcance dasantenas, que demarcam a tra-jetória do voo.

Desse modo, os aviões nãovoam, necessariamente, emuma linha reta. Eles são obri-gados, muitas vezes, a desviar

Reduzindo Projeto de reestruturação de rotas desenvolvido pela

POR LIVIA CEREZOLI

Page 27: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

2.000 kg de combustível, acada dez minutos a menos devoo são economizados 330 kgde combustível.

No novo sistema, a rota nãoé determinada pela localizaçãodos equipamentos em solo, eas informações das aeronavessão transmitidas via satélite.

Isso permite que os trajetospercorridos entre as cidadessejam mais retilíneos. Na rotaBelo Horizonte-São Paulo, porexemplo, a reestruturaçãodeve reduzir em 60 milhas otrajeto final da viagem, o queequivale a 111 km. A distânciarodoviária entre as duas cida-

des é de 582 km e o tempo devoo (incluindo todos os proce-dimentos de embarque edesembarque), em média, é de1h20.

O conceito de PBN surgiu nofinal de 1999 na Icao(Organização da Aviação CivilInternacional, da sigla eminglês) para padronizar os sis-temas de navegação aéreaexistentes no mundo. Segundoo capitão Alexandre Luiz DutraBastos, especialista em con-trole de tráfego aéreo, asses-sor de tráfego aéreo e chefedo planejamento estratégicodo Decea (Departamento deControle do Espaço Aéreo),órgão ligado ao Comando daAeronáutica, cada país traba-lhava com uma tecnologiadiferente e as companhiasaéreas precisavam passar porcertificações em cada umadas localidades para ondevoavam. “Desde então, omundo todo vem se preparan-do para falar a mesma lingua-gem, facilitando os procedi-mentos e até mesmo aumen-tando a segurança.”

De acordo com Bastos, a

e fazer curvas para alcançaros referidos equipamentos emsolo, aumentando assim o tra-jeto a ser percorrido e, conse-quentemente, o tempo de vooe o consumo de combustível.Considerando que, em média,uma aeronave consome, acada hora, aproximadamente,

distânciasAeronáutica torna as viagens a éreas mais curtas

DUKE

Page 28: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201228

implantação do novo sistemapermite ao Brasil ter rotasaéreas mais precisas, além deprever as possibilidades dedesvio das mesmas, aumen-tando assim a segurança devoo no país. “Ela correspondea uma nova etapa da aviação,a uma modernização dos sis-temas”. A tendência, segundoo capitão, é que a cada avançotecnológico, outras rotassejam adaptadas.

A novidade também podepossibilitar a ampliação donúmero de voos, uma vez queos trajetos mais retos permi-tem uma ocupação diferentedo espaço aéreo brasileiro. Onúmero de cruzamentos émenor e “sobra” mais espaçopara que outras aeronaves ocu-pem as vias aéreas. Isso tam-bém deve reduzir a carga detrabalho dos controladores devoo, uma vez que o espaçoaéreo fica menos complexo.“Esses profissionais já estãosendo treinados para operaremo sistema nessa nova estruturade rotas”, afirma Bastos.

Nas duas maiores compa-nhias aéreas nacionais, Gol eTAM, que detêm mais de 74%do mercado de voos domésti-cos no Brasil, os aviões ou jápossuem os equipamentosnecessários para operar onovo sistema, ou estão sendoadaptados para isso.

Segundo Leonard Grant, dire-

ampliação da capacidade dosaeroportos.

Na Gol, as 125 aeronavesque compõem a frota da com-panhia já estão aptas paraatuar no novo sistema denavegação. Mesmo sem dadosreais de comparação, a com-panhia acredita que seja pos-sível economizar, em um ano,5,82 milhões de quilos decombustível nas rotas já alte-radas, o que equivale a 18,63milhões de quilos de CO2 amenos na atmosfera.

aproveitamento do espaçoaéreo do país. “Essa medidavai nos deixar mais tranquilosem relação ao aumento dofluxo de voos no país, princi-palmente quando formosreceber a Copa e asOlimpíadas”, afirma Grant.

Porém, o diretor ressaltaque a ampliação do númerode rotas não significa, neces-sariamente, um aumento naquantidade de voos. Issodepende não apenas do espa-ço aéreo, mas também da

tor de operações e treinamentooperacional da TAM, os novosaviões que são adquiridos pelaempresa já possuem a tecnolo-gia necessária para esse tipo denavegação e as aeronaves maisantigas estão sendo adaptadas.A companhia possui 156 aviões,dos quais 130 são usados emvoos domésticos.

Para ele, a navegaçãobaseada em performanceacompanha a evolução da tec-nologia existente nas aerona-ves e permite um melhor

FACILIDADE Reestruturação das rotas deve descomplicar o espaço aéreo e

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 29

Civil) para o uso. “Em todo omundo, o sistema PBN estásendo implantado desde 2008,por recomendação da Icao,mas aqui no Brasil, mesmoque o projeto do Decea estejaadiantado, a legislação dehomologação só saiu no meiode março”.

Segundo a agência, o trata-mento processual previstopara a emissão de normativosbrasileiros prevê etapas quenão podem ser eliminadas,resultando no alongamento do

Por meio de sua assessoriade imprensa, a empresa afir-ma que a redução no tempode voo não deve implicar emnenhuma mudança de horário,mas apenas em uma utiliza-ção mais eficiente e racionaldas aeronaves e do espaçoaéreo. “A principal vantagemé a redução do tempo de vooe, consequentemente, a redu-ção dos custos variáveis deoperação diretamente asso-ciados (combustível, manu-tenção, consumíveis etc)”,

afirma nota enviada à CNTTransporte Atual.

Porém, essas vantagensainda podem demorar umpouco para serem contabiliza-das pelas companhias. Deacordo com o instrutor de PBNe consultor da Aircons, empre-sa de treinamento e consulto-ria em aviação, comandanteMarcus Vinícius de Grandis, denada adianta as empresasterem os equipamentos sefalta homologação da Anac(Agência Nacional de Aviação

prazo para publicação final. AAnac afirma que antes mesmodo início da implantação donovo sistema, alguns operado-res já detinham autorizaçãopara a condução de operaçõesPBN. Hoje, aproximadamente,430 aeronaves já estão homo-logadas. “Esses operadoresforam comunicados sobre anecessidade de adequação dosprocessos antigos para aten-derem aos novos critériosinternacionalmente aceitos”,afirma a agência. l

FÁBIO MACIEL/DECEA/DIVULGAÇÃO

melhorar o trabalho dos controladores

Reestruturação só vale por enquanto em rotasOPERAÇÃO

Por enquanto, todas asalterações implantadas peloDecea valem apenas para asetapas de voos em rota (quan-do as aeronaves atingem onível de cruzeiro) e nãoincluem os procedimentos depouso e decolagem. No entan-to, o órgão já desenvolve umprojeto de implantação de pro-cedimentos de aproximaçãomais precisos, também utili-zando informações via satéli-te. Inicialmente, o sistema fun-cionará no Aeroporto SantosDumont, no Rio de Janeiro.

Localizado em uma região

montanhosa e com pista depouso curta (extensão inferiora 1.350 metros), o aeroportosofre com as constantesmudanças de clima. Em dias dechuva e neblina, as aeronavessão impedidas de pousar nolocal devido à baixa visibilida-de. O novo sistema permiteuma maior acessibilidade aoaeroporto, segundo o capitãoBastos, chefe do planejamentoestratégico do Decea.

“Esse sistema permite queos pousos sejam mais diretos.O avião não precisará maisrealizar tantas manobras

sobre a pista antes da aproxi-mação. No Santos Dumont, porexemplo, vai ser possível atémesmo optar por trajetosonde o ruído cause menosimpacto para a população”,afirma Leonard Grant, diretorde operações e treinamentooperacional da TAM.

O sistema já está disponívelpara ser utilizado e as compa-nhias aéreas nacionais têmcondições de operar nessanova estrutura, mas tambémainda falta homologação dosequipamentos e do treinamen-to da tripulação pela Anac.

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201230

MERCADO

Representantes do setorde transporte rodoviáriode cargas e de passagei-ros comemoraram a

aprovação do projeto de lei nº99/07, que regulamenta a profis-são de motorista no Brasil. Depoisde ter passado pelo Senado, otexto foi aprovado sem alteraçõespela Câmara dos Deputados e, atéo fechamento desta edição,aguardava sanção presidencial.

As novas regras estabelecemintervalos mínimos de refeiçãode uma hora, além de repousodiário de 11 horas a cada 24horas e descanso semanal de 35

Novas regraspara motoristas

Projeto de lei, aprovado pelo CongressoNacional, regulamenta a profissão no país

POR LIVIA CEREZOLI

horas. Porém, um acordo coleti-vo pode permitir a redução emduas horas de descanso (paraaté nove horas), desde que adiferença seja compensada nodia seguinte.

O excesso de tempo do moto-rista ao volante, apontado comouma das principais causas deacidentes, poderá causar multae prisão para quem exigir que oprofissional exceda a jornadaestabelecida de trabalho.

Para o presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade, o texto é rigoroso,visando principalmente a segu-

rança no trânsito e a saúde dosmotoristas. “Precisamos garantiraos nossos profissionais asmelhores condições de trabalho.”

A proposta ainda asseguraaos motoristas seguro obrigató-rio custeado pelo empregador eproíbe que se remunere o profis-sional em função da distânciapercorrida ou da redução dotempo de viagem pela quantida-de ou natureza dos produtostransportados, de modo a nãocomprometer a segurança rodo-viária ou da coletividade.

O seguro será custeado peloempregador e destinado à

cobertura de riscos pessoaisinerentes às suas atividades, novalor de dez vezes o piso salarialda categoria ou de valor fixadoem acordo coletivo.

Segundo Flávio Benatti, pre-sidente da seção de transportede cargas da CNT e daNTC&Logística (AssociaçãoNacional do Transporte deCargas e Logística), a nova legis-lação deve garantir melhoriaspara os trabalhadores e para asempresas. “Não existia nenhumcapítulo na CLT (Consolidaçãodas Leis do Trabalho) que trata-va especificamente da profissão

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 31

de motorista rodoviário. Esse éum setor com característicasespecíficas, de acordo com cadatipo de carga, e merece atençãoespecial.”

Pela nova regulamentação, omotorista fica proibido de diri-gir por mais de quatro horasininterruptas sem intervalomínimo de 30 minutos de des-canso. Porém, o texto permiteque a jornada se estenda pormais uma hora, até que o moto-rista encontre um local segurocom infraestrutura adequadapara o seu repouso e para asegurança da carga.

Para cumprir essa determina-ção, a lei também prevê a cons-trução de pontos de parada acada 200 km nas rodovias, pormeio de alteração nos editais deconcessão de novas rodovias oumesmo de PPP (Parceria Público-Privada), para as estradas admi-nistradas pelo poder público.

“Estaremos atentos paracobrar das autoridades compe-tentes o cumprimento dessadeterminação. Ter locais deparada com infraestrutura ade-quada sempre foi uma exigên-cia que fizemos. Isso é essen-cial para preservar a vida do

motorista e o bom estado dacarga a ser entregue”, diz Joséda Fonseca Lopes, presidenteda seção de transportadoresautônomos, de pessoas e debens da CNT.

As regras também contem-plam os motoristas do transporterodoviário de passageiros, sejameles urbanos ou interestaduais. Opresidente da NTU (AssociaçãoNacional das Empresas deTransportes Urbanos) e vice-pre-sidente da seção de transporte depassageiros da CNT, Otávio Vieirada Cunha, acredita que uma dasgrandes conquistas é a possibili-

dade de flexibilização dos inter-valos de almoço. “Esse tempo deuma hora poderá ser fracionadoem pequenos intervalos de dezminutos, o que vem atender umdesejo das empresas e dos pró-prios trabalhadores”.

Direitos e deveresAlém de determinar o tempo

de direção e de descanso, o PLnº 99/07 determina os direitos eos deveres a serem exigidos ecumpridos pelos motoristas. Sãodireitos: o seguro obrigatório, oacesso gratuito a programas deformação e aperfeiçoamento, oatendimento profilático, tera-pêutico e reabilitador no SUS(Sistema Único de Saúde) emrelação aos problemas de saúdedecorrentes da atividade profis-sional e a não responsabilidadepor danos patrimoniais dosquais não tenha participado.

Entre as obrigações a seremcumpridas pelos motoristas estãoa atenção às condições de segu-rança do veículo, a condução deforma prudente, o cumprimentodo regulamento patronal sobretempos de direção e descanso e adisponibilidade em submeter-se atestes e programas de controle deuso de droga e bebida alcoólicaexigido pelo empregador. l

VOLVO/DIVULGAÇÃO

JORNADA Pelo projeto, motoristas deverão ter repouso diário de 11 horas a cada 24 horas trabalhadas

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201232

do pela ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários), em abril, na sededa CNT, em Brasília.

Segundo Rodrigo Vilaça, presi-dente-executivo da associação, aalta no volume de investimentosé uma resposta das empresas aocrescimento na produção regis-trado nos últimos anos. “Desde aconcessão, a movimentação decargas cresceu 87,6%, passando

Os bons resultados dotransporte ferroviáriode cargas registradosdesde a concessão da

malha à iniciativa privada têmcontribuído para o crescimentono volume de investimentos pri-vados no setor.

Em 2011, as concessionárias,que administram 28.366 km, apli-caram R$ 4,6 bilhões em obras derecuperação da malha, em novastecnologias, em capacitação pro-fissional, no aumento da segu-rança nas operações ferroviárias,na aquisição e na reforma delocomotivas e vagões. O valor é56,3% superior ao volume inves-tido em 2010. Desde 1997, quandoteve início o processo de privati-zação da malha, foram R$ 28,58bilhões aplicados pelas conces-sionárias, contra apenas R$ 1,39bilhão da União. Para este ano, aexpectativa é que os investimen-tos cheguem a R$ 5,3 bilhões.

Os números fazem parte doBalanço do TransporteFerroviário de Cargas, divulga-

de 253,3 milhões de toneladas,em 1997, para 475 milhões, no anopassado”. E a expectativa para2012 é ainda mais positiva. Osetor espera movimentar 522milhões de toneladas.

O minério de ferro e o carvãomineral são os principais produ-tos transportados pelas ferroviasatualmente no país, representan-do 76,6% do total, mas é no agro-negócio que o setor vê as gran-

des possibilidades de expansão.Em 15 anos, a participação dotransporte de produtos, comoaçúcar, soja, milho, entre outros,por ferrovias cresceu 277,2%.“Nos próximos cinco anos, espe-ramos que o açúcar seja o princi-pal produto transportado por fer-rovias no país”, afirma Vilaça.

No total das cargas movimen-tadas em 2011, os produtos doagronegócio tiveram participa-

Investimentos privados crescem 56,3%, e setor ferroviário espera movimentar mais

de 522 milhões de toneladas em 2012POR LIVIA CEREZOLI

Expansãodo setor

FERROVIAS

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 33

ANTF/DIVULGAÇÃO

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Momento oportuno para investimentosPROJETOS

O governo federal prevê ummontante de R$ 46 bilhões, pormeio do PAC 2, para o modal fer-roviário. Representantes e espe-cialistas afirmam que esse é omomento adequado para inves-tir, já que as empresas estãoaptas a atender à demanda quese anuncia com a expansão damalha. As obras anunciadas con-templam o transporte de cargase de passageiros, com projetospara outros trechos de TAV (Tremde Alta Velocidade).

Estão previstos a elaboraçãode estudos e obras para a execu-ção do projeto da Ferrovia deIntegração do Centro-Oeste,entre Campinorte (GO) e Lucasdo Rio Verde (MT), e no trechoentre Lucas do Rio Verde eVilhena (RO). Para a Norte-Sul,será realizada a elaboração deestudos do Trecho Sul, entreEstrela D’Oeste (SP) e Panorama(SP); a extensão do trecho entrePanorama e Rio Grande (RS); e aconexão da ferrovia com aFerrovia do Pantanal.

Ainda será executada a ela-boração de estudos para aFerrovia de Integração doPantanal, no trecho entre

Panorama e Dourados (MS); aextensão da Ferronorte, com ela-boração de estudos entreRondonópolis e Cuiabá, no MatoGrosso, e também para oCorredor Ferroviário do Paraná.

Os projetos envolvendo o TAVtambém estão no portfólio deobras previstas para as ferrovias.De acordo com o Ministério dosTransportes, será realizada a ela-boração de estudos para omodelo entre Curitiba e SãoPaulo; entre Campinas e a regiãodo Triângulo Mineiro; e entreBelo Horizonte e Campinas.

O ministério confirma quetodos os empreendimentos degrande porte do “PAC 2Ferrovias” possuem estudos deviabilidade técnica, econômicae ambiental, já elaborados, ouem fase de elaboração ou decontratação.

Na opinião do engenheiroVicente Daniel Vaz da Silva, pro-fessor titular da PUC-Minas(Pontifícia Universidade Católicade Minas Gerais) e especialistaem setor ferroviário, é precisovalorizar e tornar as regiões daAmazônia e do Pantanal maisatrativas, além de efetivar

melhorias na distribuição demo-gráfica do leste litorâneo para ooeste agrícola e pecuarista. Deacordo com ele, a integração dosprojetos previstos vai garantir aeficiência do modal.

Maurício Querino Teodoro,presidente da Ferroeste, diz queos benefícios obtidos porempresas, cooperativas e produ-tores, com uma malha maisextensa e operacional, vai culmi-nar no barateamento do frete.“O Brasil exporta commoditiesagrícolas e metais em grandeescala, entre outros. São cargasde grande volume e baixo valoragregado, típicas do transporteferroviário. O modal só ganharácom esse incremento.”

Silva acredita que os investi-mentos podem representar umasegunda retomada para omodal, assim como foi a deses-tatização da malha. “O transpor-te de cargas via ferrovia diminuicaminhões e acidentes gravesnas estradas. O transporte depassageiros pelo modal poderepresentar uma abertura turís-tica internacional e beneficiarmilhares de brasileiros.”

(Letícia Simões)

ção de 11,51%, os siderúrgicos, de3,77%, os derivados de petróleo eálcool, de 2,79% e os insumospara construção civil e cimentorepresentaram 1,41%.

O transporte de contêineres,fundamental para aumentar ovolume do transporte de pro-dutos de alto valor agregadono Brasil, de acordo comVilaça, também apresentounúmeros positivos. Entre 1997 e2011, o crescimento foi de 82vezes. Só entre 2010 e 2011, ovolume de contêineres trans-

portados cresceu 23,7%, pas-sando de 232.424 unidades, em2010, para 287.458, em 2011.

“Esses números positivos sãofruto do trabalho que desenvol-vemos nesses 15 anos de conces-são das linhas, mas o setor podemais”, diz Vilaça. De acordo comele, o setor deve solicitar, embreve, ao governo federal, novasformas de financiamento e incen-tivos semelhantes aos oferecidosaos produtos da linha branca eaos veículos.

Com os benefícios, segundo

Vilaça, o país deverá dar um saltona produção de locomotivas evagões, aumentando considera-velmente os planos de expansãode investimentos previstos até2020. Hoje, a frota ferroviária dopaís conta com 3.045 locomotivase 100.925 vagões. Pelos planos deexpansão já existentes, as conces-sionárias devem adquirir mais2.000 locomotivas e 40 mil vagõesnos próximos oito anos. “Com osbenefícios e aumentando os pra-zos de pagamento dos financia-mentos para 25 anos, nossa

RESULTADOS Minério

Volume decontêineres

movimentadoscresceu

23,7%no último ano

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 35

expectativa é chegar a 6.000 loco-motivas e 200 mil vagões até2020”, afirma. O Brasil tem hojeduas fábricas com capacidadepara construir até 150 locomotivase 12 mil vagões por ano.

Além de expansão, a expecta-tiva é também de renovação dafrota ferroviária. Os vagões emoperação hoje têm em média 25anos e a previsão é reduzir essamédia para 18 anos. Segundo aANTF, a vida útil dos vagões giraem torno de 30 a 35 anos. Issosignifica mais eficiência no trans-

porte de cargas, uma vez que osvagões novos possuem tecnolo-gia que contribui para a reduçãode tempo e de custos. “Antes, otransporte de açúcar, por exem-plo, era realizado em vagões quedemoravam até 45 minutos paradescarregar 80 toneladas. Hoje,em 58 segundos é possível des-carregar uma carga de até 100toneladas”, diz Vilaça.

Porém, para que essa frotanova e tecnológica possa trazeros resultados esperados, éessencial também investir em

obras de melhorias e expansãoda malha ferroviária. Segundoexpectativa do governo federal,considerando as obras que estãoem andamento pelo PAC(Programa de Aceleração doCrescimento), até 2015, o Brasildeve alcançar 35 mil quilômetrosde ferrovias. Para 2022, a expec-tativa é chegar a 42 mil quilôme-tros. Segundo o presidente-exe-cutivo da ANTF, para atender ademanda existente hoje no país,o ideal seriam 52 mil quilômetrosde malha disponíveis. l

de ferro e carvão são os principais produtos transportados pelas ferrovias

ANTF/DIVULGAÇÃO

Brasil temcapacidadeanual para produzir

12 milvagões

INVESTIMENTOS PRIVADOS (R$ milhões)

MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS (milhões de toneladas)

FROTA FERROVIÁRIA

Locomotivas Vagões1997 1.154 43.8162011 3.045 100.924Previsão para 2020 5.000 140.000Previsão com benefícios 6.000 200.000

TRANSPORTE FERROVIÁRIO DE CARGASResultados de 2011

Fonte: ANTF

412 386 538 617 766 6681.089

1.958

3.114

2.2212.597

4.173

2.4992.941

4.596500045004000

250030003500

2000

10001500

5000

253,3 259,3 256,0288,1 291,6 315,8

336,4 368,4386,0 404,2

445,2 450,5

395,5

470,1 475,1

1997

1998

1999

2000 20

0120

0220

0320

0420

0520

06 2007

2008

2009 20

10 2011

300

350

400

450

500

250

200

150

100

50

0

1997

1998

1999

2000 20

0120

02

2003

2004

2005

2006 20

0720

0820

09 2010 20

11

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201238

Agestão adequada dosrecursos hídricos éparte fundamentalno desenvolvimento

das hidrovias brasileiras.Utilizar a água apenas paragerar energia, deixando delado seu potencial de trans-porte, pode ser algo prejudi-cial para a economia do país.

Para solucionar essa ques-tão e definitivamente utilizaro potencial hidroviário brasi-

leiro para promover a integra-ção nacional é necessário pla-nejar a construção de eclusassimultaneamente com as usi-nas hidrelétricas. Essa foi aideia compartilhada porempresários, representantesdo governo brasileiro e espe-cialistas belgas durante o 2ºSeminário Brasil-Bélgica sobreHidrovias. Realizado pelaAntaq (Agência Nacional deTransportes Aquaviários),

entre os dias 2 e 3 de abril, nasede da CNT, o evento contoucom o apoio da confederaçãoe da Embaixada da Bélgica.

O Brasil tem ao todo 63 milquilômetros de rios e lagoas,dos quais 43 mil quilômetrossão potencialmente navegá-veis. No entanto, apenas 15,5mil quilômetros são utilizadoscomercialmente. Segundodados do Ministério dosTransportes, o aproveitamento

do potencial hidroviário dopaís poderia resultar no trans-porte de 180 milhões de tonela-das por ano, mas, atualmente,as hidrovias transportam ape-nas 45 milhões de toneladas.

De acordo com MarceloPerrupato, secretário de PolíticaNacional de Transportes doministério, o conflito para o usomúltiplo dos recursos hídricosestá entre os principais desa-fios para o desenvolvimentoda navegação interior noBrasil, além da falta de atuali-zação das normas vigentes, deum planejamento estratégicoe de investimentos no setor. “Ocasamento de barragens comeclusas é extremamentenecessário para permitir anavegabilidade dos rios. Sabe-se que é muito mais baratoconstruir a eclusa no momen-to da construção da usina doque posteriormente.”

Um exemplo disso é aconexão das hidrovias Tietê-Paraná e Paraná-Prata, naregião do Parque TecnológicoItaipu. Por lá, a barragem de120 metros de altura é o únicoponto de descontinuidade dorio Paraná, nos seus 4.000 kmde extensão.

Integraçãonacional

POR LIVIA CEREZOLI

AQUAVIÁRIO

Evento realizado na CNT apresentou os principaisdesafios para o desenvolvimento das hidrovias no Brasil

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 39

Segundo um estudo enco-mendado pela usina aoInstituto Ilos de Logística eSupply Chain Management,seriam necessários R$ 4,2bilhões de investimentos paraa construção de quatro eclu-sas, com extensão do canal de5,4 km. O estudo foi elaboradoa partir de convênio com oBID (Banco Interamericano deDesenvolvimento).

Para o professor da

Universidade Livre deBruxelas, Jean-Michel Hiver,mesmo que o valor seja alto, aconstrução das eclusas é amelhor solução para o caso deItaipu. “Poderia ser um eleva-dor, mas o tamanho dasembarcações brasileiras impe-de isso. Outra opção seria aconstrução de um plano incli-nado, mas percorrer mais de100 metros com um percentualde 4% de declive envolve cus-

tos ainda mais altos do que aseclusas. Esse não seria umproblema se essas estruturasjá estivessem previstas. Nãoconsigo entender como noBrasil ainda se constroem bar-ragens sem eclusas”, afirmouele, em Brasília.

Hiver acredita que o proje-to poderia seguir o mesmomodelo da Hidrelétrica deTrês Gargantas, na China,onde a eclusa foi construída

DEBATE Experiências belgas e brasileiras no setor hidroviário foram apresentadas no seminário

JÚLIO FERNANDES/CNT

“O casamentode barragenscom eclusas é necessário

para a navegação”

MARCELO PERRUPATO,MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201240

metro útil por hidrovias sãogastos, em média, 5 litros decombustível, contra 96 litrosnas rodovias.

Isso causa impacto diretono preço dos produtos trans-portados. Segundo o diretorde infraestrutura aquaviáriado Dnit (DepartamentoNacional de Infraestrutura deTransportes), Adão Proença, ofrete do transporte de soja,por exemplo, chega a ser30,6% mais caro no Brasildevido à falta de uma infraes-

setor hidroviário, principal-mente no transporte de produ-tos para as regiões maispobres do país, por um preçomais acessível e com menoresdanos ao meio ambiente”.

Dados do PNLT (PlanoNacional de Logística eTransporte), do Ministério dosTransportes, mostram que oconsumo de combustível notransporte hidroviário chegaa ser 19 vezes menor do queno rodoviário. Para transpor-tar mil toneladas por quilô-

no sistema WSB, capaz dereutilizar, por meio de umconjunto de reservatórios,100% da água usada para aelevação dos navios.

Além do professor, repre-sentantes do governo e deempresas belgas apresenta-ram as experiências hidroviá-rias existentes no país e osprojetos para o futuro. O maisaudacioso deles é o Seine-Nord Canal Project, uma cone-xão entre os rios Sena, naFrança, e o Scheldt, nos PaísesBaixos, e a partir daí com oMar do Norte. Para tanto,devem ser investidos 4,5bilhões de euros na constru-ção de um canal de 106 km,com 54 metros de largura, seteeclusas, quatro portos interio-res, 57 pontes rodoviárias equatro plataformas logísticas.

InvestimentosA necessidade de um plane-

jamento em longo prazo e deinvestimentos massivos nosetor hidroviário brasileirotambém foi tema de debatedurante o seminário realizadopela Antaq. O vice-presidenteda CNT, Meton Soares Júnior,cobrou ações mais diretas dogoverno, ressaltando a eficiên-cia do sistema. “Nós podemosavançar, e muito, dentro do

HIDROVIA DO TIETÊ A falta de eclusas na barragem da Usina Hidrelétrica de

“Não consigoentender comono Brasil aindase constroembarragens sem

eclusas”JEAN-MICHEL HIVER,

UNIVERSIDADE DE BRUXELAS

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 41

trutura adequada. “A nossaprodução agrícola deveria serescoada, preferencialmentepor hidrovias. Porém a peque-na quantidade de rios nave-gáveis faz com que o paísperca competitividade nomercado mundial, isso impac-ta em um crescimento maislento”, afirma ele.

Proença reconhece que osetor esteve abandonado porduas décadas, mas garanteque os investimentos estãosendo retomados. De acordo

com o diretor, até 2014 deveser investido R$ 1,987 bilhãoem obras de melhorias, comodragagem, sinalização dasvias e modernização de por-tos, nas oito bacias hidrográ-ficas brasileiras.

E diante das dificuldadesdo setor, empresas brasileirasapresentam algumas soluçõesinovadoras, como o sistemaRo-Ro Caboclo (transporte decarretas carregadas por balsasem vias de baixo calado), utili-zado na Amazônia, pela

Transportes Bertolini “Precisamosaprender a conviver com a reali-dade da região. Investimos naintermodalidade e nossoscaminhões e carretas passa-ram a ser transportados embalsas capazes de navegarem rios de até 2,20 metros deprofundidade”, diz PauloVicente Caleffi, presidente daCIT (Câmara Interamericanade Transporte) e representan-te da Bertolini no evento.(Com Rosalvo Streit e JacyDiello) l

Itaipu impede a conexão entre as bacias Tietê-Paraná e Paraná-Prata

ANTAQ/DIVULGAÇÃO

“Podemosavançar notransporte de produtos

com menoresdanos ao meio

ambiente”

METON SOARES, VICE-PRESIDENTE DA CNT

CONSUMO DE COMBUSTÍVEL

Quantidade (litro por 1.000 TKU)

EMISSÃO DE CO2

Quantidade (gramas por TKU)

EFICIÊNCIA HIDROVIÁRIA

Fonte: Antaq

708090

515

90

6050403020100

140160180

120100806040200

Hidroviário Ferroviário Rodoviário

Hidroviário Ferroviário Rodoviário

33,448,1

164,0

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201242

quatro unidades federativas: oDistrito Federal e os Estados deGoiás, Mato Grosso e MatoGrosso do Sul.

Para José Hélio Fernandes,presidente da Fenatac(Federação Interestadual dasEmpresas de Transporte deCargas), mesmo que nos últi-mos anos a qualidade dasrodovias da região tenha apre-sentado uma melhora signifi-cativa, os números do estudoda CNT mostram que ainda épreciso fazer muita coisa. “Oque mais nos preocupa neste

timento na integração dos dife-rentes modais, com maior parti-cipação do ferroviário e doaquaviário. E como grandeparte do transporte de grãos doCentro-Oeste se dá pelo modalrodoviário, é imprescindívelinvestir nas estradas. Outrossegmentos estão se desenvol-vendo na região e tambémnecessitam de infraestrutura dequalidade.

Pelos dados da últimaPesquisa CNT de Rodovias,70,8% dos trechos avaliadosno Centro-Oeste apresentam

algum tipo de deficiência,sendo classificados como regu-lar, ruim ou péssimo. O percen-tual de rodovias com estadogeral regular foi de 35%. Ostrechos ruins somaram 26,7% eos péssimos, 9,1%. Nesta ter-ceira reportagem da série darevista CNT Transporte Atualsobre os dados da PesquisaCNT de Rodovias 2011, produto-res, transportadores e pesqui-sadores falam da importânciade se investir mais para melho-rar a qualidade das estradasnessa região composta por

Região precisa de estradas de qualidade para o transportede grãos de uma das maiores áreas produtoras do país

POR CYNTHIA CASTRO

Para escoar melhor a safra

RODOVIAS DO BRASIL – CENTRO-OESTE

Aregião Centro-Oestedo Brasil deve regis-trar a maior participa-ção na produção de

grãos da safra 2011/2012, segun-do levantamento da Conab(Companhia Nacional deAbastecimento). Serão 62,65milhões de toneladas. Uma altade 10% em relação à safra2010/2011. Mas para que todoesse volume possa ser escoadocom o menor custo possível, aregião precisa de uma infraes-trutura de transporte mais efi-ciente. Há necessidade de inves-

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 43

momento é a manutenção daqualidade dessas estradas,principalmente em relação aopavimento. Ficamos anos seminvestimentos e não queremosisso de novo.”

De acordo com ele, além daimportância para o escoamentoda safra agrícola, as rodovias doCentro-Oeste têm papel funda-mental na ligação entre asdemais regiões do país, como éo caso da BR-020, que seguepara o Nordeste, da BR-040, naligação com o Sudeste, e da BR-153, em direção à região Norte.

Na avaliação de José daFonseca Lopes, presidente daseção de transportadores autô-nomos, de pessoas e de bens daCNT, a falta de atenção com asrodovias reflete no aumentodos custos do transporte, naperda de competitividade doBrasil e também no maior riscode acidentes. Tudo isso envolveveículos de transporte de car-gas, de transporte de passagei-ros e carros particulares.“Precisa haver investimento defato para manter o que já exis-te e também para melhorar

outras rodovias da regiãoCentro-Oeste. Há trechos emcondições muito ruins”, diz opresidente da Abcam.

Lopes chama a atenção paraa necessidade de que sejamcolocadas balanças de pesagemsuficientes em funcionamentono país. O excesso de peso demuitos veículos contribui paracomprometer a qualidade doasfalto. “É necessário controlaresse excesso de peso para redu-zir os prejuízos à qualidade darodovia e também pela questãoda segurança.”

“É necessárioinvestir em

outros modais,mas nãopodemos

dispensar aagilidade das

rodovias”CARLOS FÁVARO, APROSOJA-MT

BR-163 Rodovia tem papel fundamental no escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste

FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2011

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201244

No Estado do Mato Grosso,70,1% dos trechos avaliados naPesquisa CNT de Rodovias apre-sentam algum tipo de deficiên-cia no estado geral. Em relaçãoàs condições da superfície dopavimento, somente 30,7%foram considerados totalmenteperfeitos. No Mato Grosso doSul, o percentual total de tre-chos pesquisados com estadogeral considerado regular, ruimou péssimo foi de 72,9%. EmGoiás, 71,5%, e no Distrito

AVALIAÇÃO DAS RODOVIASVeja o resultado da Pesquisa CNT de Rodovias 2011 em relação ao Centro-Oeste

ESTADO GERAL (EM %)

PAVIMENTO (EM %)

SINALIZAÇÃO (EM %)

GEOMETRIA (EM %)

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

“Precisa investir para manter oJOSÉ DA FONSECA LOPES, PRESIDENTE DA ABCAM

BR-060 Rodovia que corta

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 45

de Soja do Estado de MatoGrosso), Carlos Fávaro, destacaque as rodovias são de extre-ma importância para o desen-volvimento da economia e oescoamento dos produtos doagronegócio. “Hoje temos fer-rovia que chega ao sul doEstado e há hidrovia emRondônia. Mas para chegar atéesses modais, tem de ser porrodovia. É necessário investirem outros modais, mas nuncapoderemos dispensar a agili-

dade proporcionada pelotransporte rodoviário”, dizFávaro.

Segundo ele, as melhorias naBR-163 e na BR-158 são funda-mentais para facilitar o escoa-mento da produção em direçãoao Norte do país. “Também éimportante concluir a BR-080 ea BR-242, rodovias com diretri-zes no sentido leste-oeste.Temos então a necessidade deobras no Mato Grosso, pelomenos nessas quatro rodovias.

Federal, 51,6%. Somente no DFnão há trecho com estado geralclassificado como péssimo.

No ranking das 109 ligaçõesrodoviárias feito pelo estudo daCNT, trecho da GO-174 (Rio Verdea Iporá) foi o penúltimo coloca-do. As ligações rodoviárias sãoformadas por uma ou maisrodovias, que têm relevânciapara o transporte de cargas etambém de passageiros.

O presidente da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores

que já existe e para melhorar outras rodovias”

o Mato Grosso do Sul, Estado onde 28,5% das estradas foram consideradas ruins

“Dependemosdas rodovias

para o escoamento da produção

agrícola”

CLÁUDIO HENRIQUE DE OLIVEIRA, FIEG

Transporte exige segurança

PASSAGEIROS

O presidente daFetramar (Federação dasEmpresas de TransporteRodoviário de Passageirosdos Estados do MatoGrosso, Mato Grosso do Sule Rondônia), João RezendeFilho, ressalta a importân-cia de o Centro-Oeste terrodovias em boas condi-ções para que assim possahaver também maior quali-dade no transporte rodo-viário de passageiros.

Apesar de alguns pro-blemas ainda detectadosem muitas rodovias, JoãoRezende considera quenos últimos anos temhavido uma certa melhoraem muitos trechos doCentro-Oeste, com inves-timentos em obras e sina-lização, como faixa adi-

cional de subida, entreoutras.

AcidentesA questão da segurança

nas estradas é ressaltada pelaPesquisa CNT de Rodovias,que traz números de aciden-tes em todo o país. Em 2010,as rodovias federais policia-das, em todo o Brasil, registra-ram 183 mil acidentes, umaumento de 15,8% na compa-ração com o ano anterior.

Em relação às mortes, oaumento foi de 15,5% em2010, quando foram registra-dos 8.516 óbitos. O custo comacidentes envolvendo óbitosem rodovias federais totali-zou R$ 4,1 bilhões em 2010, e oprejuízo total com acidentesnas rodovias federais pavi-mentadas foi de R$ 14 bilhões.

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201246

O presidente da AprosojaMato Grosso do Sul, Almil DalPasquale, destaca que, “noEstado, o transporte se dábasicamente sobre rodas”, e émuito importante priorizar osinvestimentos nas rodovias.“Nos últimos anos, tem havidomais investimento, mas éimportante manter as rodo-vias sempre em boas condi-ções. O agronegócio dependedas rodovias.”

O Centro-Oeste é a segundaregião mais extensa do país. Aagricultura comercial tem sidoimpulsionada com o cultivo desoja, arroz, café, algodão emilho. Os dados do Ministério daAgricultura indicam que o

A BR-163, a BR-158 e a BR-242estão em obras. A BR-080 estáem fase de projetos”, comenta.De acordo com a Aprosoja-MT,70% da safra do Estado é desti-nada para os portos de Santos(SP) e de Paranaguá (PR).

Fávaro considera que nosúltimos anos está havendo maisinvestimento nas rodovias, masele defende que é necessáriomelhorar mais. Em 2009, a asso-ciação criou um movimentochamado Pró-Logística para rei-vindicar melhorias na infraes-trutura da região. Participamtambém entidades de outrasáreas, como associações decriadores, federações de indús-tria e do comércio.

“Nos últimosanos, tem

havido maisinvestimento,

mas é importantemanter asrodovias sempre em boas

condições”ALMIL DAL PASQUALE, APROSOJA-MS

Aumento de 16,7%

CORREDOR DA SOJA

As condições do pavimentode um importante corredor dasoja do Brasil, entre o municípiode Lucas do Rio Verde, no MatoGrosso, passando pelo MatoGrosso do Sul e chegando aoParaná, no porto de Paranaguá,geram um aumento do custooperacional do transporte rodo-viário em torno de 16,7%. Essecorredor tem 2.586 km e é for-mado pelas rodovias federaisBR-163 (Lucas do Rio Verde, sen-tido Campo Grande), BR-467 (emCascavel) e BR-277 (emParanaguá).

Os dados são do estudo“Custo operacional: o caso dasoja brasileira”, que integra aúltima Pesquisa CNT deRodovias. Para exemplificar aperda econômica devido à quali-dade das rodovias, a CNT ava-liou esse corredor, consideran-do uma escolha típica de muitostransportadores de soja doCentro-Oeste, por uma rota maiscurta e com menor número depraças de pedágio.

E a escolha da soja se deveao fato de o grão ser a princi-pal commodity agrícola deexportação brasileira. Em 2010,o Brasil plantou 23,3 milhõesde hectares de soja, o querepresenta 35% do total agrí-cola plantado no país. Nessemesmo ano, foram produzidos68,5 milhões de toneladas degrãos de soja em todo o terri-tório nacional. E o Centro-Oeste é a principal região pro-

BR-020 Trecho pesquisado no Distrito Federal teve pavimento classsificado como ótimo

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 47

A qualidade do pavimento no corredor entre Lucas do Rio Verde e Paranaguá gera um aumento de custo operacional. Veja abaixo.

Fonte: Pesquisa CNT de Rodovias 2011

PERDA ECONÔMICA

Ótimo 0,0% 0,0%Bom 18,8% 12,5%Regular 41,0% 4,2%

Custo adicional no corredor Lucas do Rio Verde/Paranaguá*

Custo adicional devido à qualidade do pavimento, em qualquer rodovia

Condições do pavimento

*Os trechos do corredor pesquisado foram classificados como ótimo, bom e regular em relação à qualidade do pavimento

no custo operacionaldutora, respondendo por aproxi-madamente 46% da produção.

O aumento do custo operacio-nal de 16,7%, devido ao estado dopavimento entre a região produto-ra de Lucas do Rio Verde e o portode Paranaguá, deve-se principal-mente às alterações nos custosvariáveis do transporte, queincluem as despesas com combus-tível, lubrificantes, conjunto derodagem, pedágio e manutenção.

A Pesquisa CNT de Rodovias 2011apontou que em 1.989 km dos 2.586km do corredor em análise háalgum tipo de deficiência no pavi-mento. Se houvesse investimentoem melhorias do pavimento dessestrechos com problemas, haveriauma economia de R$ 38,5 por tone-lada de soja deslocada. Isso equiva-leria a uma redução de cerca de13% no frete de uma tonelada desoja transportada de Lucas do RioVerde até o porto de Paranaguá.

SOJA Carregamento do produto

APROSOJA-MT/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201248

ENTREVISTA - SÉRGIO RONALDO GRANEMANN

Para que os produtos doCentro-Oeste possam ser trans-portados com mais eficiência etambém para que o transporte depassageiros ocorra com mais qua-lidade e segurança, é necessárioinvestir na melhoria das rodovias,que predominam hoje no trans-porte da região. Mas o doutorem economia de transportes elogística, professor da UnB(Universidade de Brasília),Sérgio Ronaldo Granemann, fazquestão de ressaltar que a solu-ção não está somente em priori-zar os investimentos nas estra-das. E sim, na necessidade de setrabalhar pelo equilíbrio dosmodais, com maior atenção para aexpansão das ferrovias e dashidrovias. Granemann também édiretor do Ceftru (CentroInterdisciplinar de Estudos emTransportes) da UnB. Ele participade um estudo coordenado pelaUFMS (Universidade Federal doMato Grosso do Sul) para avaliar aqualidade dos terminais intermo-dais de grãos no Brasil. Leia aseguir trechos da entrevista.

Qual avaliação geral osenhor faz da importância dasrodovias para o Centro-Oestedo Brasil e das condições emque elas se encontram hoje?

Há algumas deficiências,especialmente para as rodoviasque acessam as regiões produto-ras, em relação ao transporte decargas. O Centro-Oeste é umaregião bastante agrícola, masnem sempre essas rodoviasestão em boas condições. Dequalquer forma, a precariedadeda infraestrutura rodoviária nãoé uma questão específica doCentro-Oeste, e sim um proble-ma de todo o Brasil, como mos-

tra a última Pesquisa CNT deRodovias. Tirando algumas rodo-vias federais que estão conces-sionadas no Estado de São Pauloe também no Sul, o restanteapresenta muita situação crítica.

É preciso então investirmais nas rodovias?

É preciso orientar a política deinvestimento em rodovias. Éóbvio que existe a rodovia e nãopodemos deixar que ela desapa-reça. Tem que ter investimentoem duplicação, em conservação.Em curto prazo, isso dá resultado,mas em longo prazo não. Por isso,não se pode esquecer que osoutros modais são muito impor-tantes para o escoamento de car-gas e também para o transportede passageiros. Tem que fazer osinvestimentos simultâneos. Aideia é manter as rodovias e tra-zer mais investimentos paraoutros modais. Pensar em inte-gração. No Centro-Oeste, teriaque investir mais na integraçãocom outros modais, investir maisem ferrovias. Há ferrovias quepassam por aqui, mas que movi-mentam um volume de cargasmuito pequeno.

Ocorre uma sobrecarga dotransporte rodoviário noCentro-Oeste?

Exatamente. E é por isso que éimportante investir muito emmanutenção, o que nem sempre éfeito da forma que deveria.

Pelos dados da últimaPesquisa CNT de Rodovias,70,8% dos trechos avaliadosno Centro-Oeste apresentamalgum problema. Que tipo deprejuízo isso leva para a econo-mia da região?

“Tem que manter as rodovias e

Centro-Oeste deve continuarcom a maior participação naprodução nacional de grãos. Nasafra 2012-2013, a previsão departicipação é de 38,3%, segui-do do Sul do país, com 36,8%.

Mas apesar da predominân-cia do agronegócio, outros seg-mentos têm se destacado naregião. O economista CláudioHenrique de Oliveira, da Fieg(Federação das Indústrias doEstado de Goiás), afirma que oEstado está diversificando o seuparque fabril. “Dependemos das

rodovias para o escoamento daprodução agrícola. Mas pode-mos destacar também outrasáreas importantes, como osetor farmoquímico, fábricasde fertilizantes e até mesmo osetor automobilístico”, dizOliveira.

O economista da federaçãocita ainda que o porto seco domunicípio de Anápolis, emGoiás, e empresas de distribui-ção são exemplos de atividadesque precisam de boa infraestru-tura de transporte.

Produção de grãos

Participação das regiões do Brasil na produção nacional

Produtos selecionados

Participação do Centro-Oeste na produção nacional

Exportação

Estimativa

Saiba mais sobre a participação do Centro-Oeste na produção nacional. Os números do Ministério da Agricultura são uma projeção para 2012

AGRONEGÓCIO

Fonte: Ministério da Agricultura

38,3%

36,8%

11,6%10,6%

2,7%

70 62%

36,8%50,8%

65,1%6050403020100

Algodão Milho Soja Sorgo

44%

13%

46,3% 53,2%

21,5%

Algodãoem pluma

Milho Soja Farelo desoja

Óleo desoja

6050403020100

Centro-Oeste

Sul

Sudeste

Nordeste

Norte

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Os prejuízos são vários.Primeiro os acidentes, que geramum custo social enorme. Há os óbi-tos. Muitas pessoas acidentadasdeixam de trabalhar por invalidez.Isso tudo gera também um custopara a sociedade, com os trata-mentos em hospitais públicos. Asmás condições das rodovias gerammais custos ao transporte. O cami-nhão que passa em uma rodoviaesburacada tem o consumo decombustível maior, pode quebrar.Há ainda os prejuízos ambientais,mais risco de derramamento deprodutos tóxicos. Muitos cami-nhões nem sempre estão bemadaptados ao transporte de grãos.Qualquer problema na rodovia con-tribui para a perda de carga, quevai derramando ao longo do traje-to. Há uma inadequação de algunsveículos, há imprudência de muitosmotoristas. Mas tudo se agravacom as condições ruins das rodo-vias. E gera também problemaspara o transporte em carros depasseio. Também aumentam aschances de quebras e de acidentesdos veículos de passeio.

Há rodovias estratégicas noCentro-Oeste que deveriam terpriorização de investimentos ?

As ligações tradicionais quevão para São Paulo e para o Nortedo país merecem investimentoconstante porque são grandes cor-redores de transporte. Mas tam-bém é preciso investir nas rodo-vias estaduais que chegam aoslocais de produção e fazem ali-mentação com esses grandeseixos. As estaduais têm mais capi-laridade nos locais de produção.Chegam perto da lavoura e tam-bém em zonas industriais. O PAC(Programa de Aceleração doCrescimento) prevê vários investi-

mentos em rodovias. Mas nãopode ser assim. Uma hora tira umprograma da cartola e diz “vamosresolver o problema agora”. Senão houver fiscalização e investi-mento contínuo em melhorias e namanutenção, não adianta. E éimportante lembrar que embora aprodução agrícola predomine noCentro-Oeste, há outras áreasimportantes. A indústria automobi-lística está presente em várioslocais, como em Catalão, em Goiás.Também em Goiás, há indústriafarmacêutica, de informática,grandes empresas atacadistas. Noporto seco, em Anápolis (GO), e nosoutros Estados do Centro-Oeste,há indústrias que precisam de umtransporte de qualidade, além daprodução agrícola.

Como conciliar o melhorescoamento dos produtos e ocuidado ambiental na regiãoCentro-Oeste?

Hoje, não só no setor detransporte, mas em qualquer

investimento público ou priva-do, tem que fazer o estudo deviabilidade técnica, econômicae ambiental. Todos os aspec-tos de engenharia, financeiros,econômicos, sociais e ambien-tais precisam ser considera-dos para definir a viabilidadedo projeto. Problemas ambien-tais são gerados por todosmodais de transporte. Um dosentraves para o uso do trans-porte hidroviário, em algunscasos, é a questão da preser-vação ambiental. Alguns riosprecisam de obras para sernavegáveis, além de eclusas.E isso gera impactos que pre-cisam ser avaliados. Ao cons-truir estradas, é preciso tam-bém cosniderar as áreas indí-genas. Tudo precisa ser ava-liado para se tomar a melhordecisão.

O senhor está participandode uma pesquisa, coordenadapela UFMS (Universidade

Federal do Mato Grosso doSul), sobre a qualidade dosterminais intermodais. É pos-sível falar em algum resulta-do do Centro-Oeste?

É uma pesquisa que avalia aeficiência dos terminais intermo-dais de grãos do Brasil. Estamosem fase de análise dos resulta-dos coletados. A pesquisa écoordenada pela UniversidadeFederal do Mato Grosso do Sul etem a participação de váriasoutras universidades. O estudoavalia cerca de oito a dez termi-nais de cada região. No Centro-Oeste, há pouca integração. Oacesso, tanto pela rodovia comopela ferrovia, deixa muito adesejar. Às vezes, tem infraestru-tura nos grandes corredores,mas não tem rodovia boa parachegar ao terminal. A intermoda-lidade não é adequada. Mas, emtodo o Brasil, a infraestruturaestá aquém do que precisaria.Até o final deste ano, o relatórioda pesquisa fica pronto. l

PESQUISA Granemann participa de estudo sobre eficiência dos terminais intermodais

JÚLIO FERNANDES/CNT

trazer investimentos para outros modais”

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trará inúmeros benefícios, nãosó ambientais, mas para a eco-nomia do país”, disse o presi-dente da CNT e do Sest Senat,senador Clésio Andrade.

O assunto foi discutido emmeados de março, na sede daCNT em Brasília, durante o IISeminário Internacional sobre

Para melhorar a quali-dade do ar, evitar oacúmulo de sucata,reduzir acidentes,

garantir a maior eficiêncialogística, entre outros inúme-ros benefícios, o Brasil precisaimplantar um programa derenovação de frota de cami-nhões e reciclagem dos veículosem final de vida útil. Grandeparte da frota atual, de mais de1 milhão de caminhões, temidade avançada.

Somente os veículos dosautônomos, que representam32% do total (347 mil), estãocom mais de 20 anos de uso. Oscaminhões com mais de 30 anosrepresentam 17% (183,7 mil). Aose incentivar a renovação, énecessário criar meios para areciclagem, contribuindo assimpara economizar matéria-primae reduzir danos ambientais dasucata depositada em locaisinadequados. “A implementaçãode um programa de renovaçãode frota de caminhões no Brasil

Reciclagem de Veículos eRenovação de Frota. Japão,Argentina e Colômbia mostra-ram o que têm feito para resol-ver o problema e o que aindafalta fazer. No Japão, o sistemade renovação de frota e recicla-gem é extremamente eficiente.De um veículo que pesa 1,1 tone-

lada, só sobram 55 kg. O restan-te vai para a reciclagem.

Na vizinha Argentina, há pro-blemas parecidos com algunsdo Brasil, como a avançadaidade da frota, que dificulta areutilização de muitas peçasdos veículos em final de vidaútil, devido ao avançado estado

II Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos

POR CYNTHIA CASTRO

Solução é re

MEIO AMBIENTE

REFERÊNCIA Japão se destaca na

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 51

de deterioração. A Colômbiaestá trabalhando em um projetode renovação de frota de cami-nhões e também tem utilizadorecursos obtidos por meio decréditos de carbono.

Durante a realização doseminário, representantes dossetores privado e público do

Brasil debateram seus pontosde vista sobre o tema. A CNTapresentou o RenovAR (PlanoNacional de Renovação deFrota de Caminhões), elabora-do em 2009. O plano prevê aconsolidação de mecanismoseconômicos, financeiros e fis-cais, com ênfase para um pro-

grama especial de crédito aotransportador, retirada de cir-culação de veículos velhos eencaminhamento para a reci-clagem.

“O RenovAR está dedicadoao fornecimento de crédito,permitindo assim a retirada decirculação dos veículos anti-

gos. O programa foi pensadoinicialmente para os autôno-mos porque, geralmente, sãoeles que ficam com o veículono final da vida útil”, disse odiretor-executivo da CNT,Bruno Batista. Pelas premissasbásicas, o proprietário docaminhão que dedicar o seu

e Renovação de Frota, na CNT, discute o problema e mostra soluções

VINI

CIUS

LAD

EIRA

RICARDO NOGUEIRA/FUTURA PRESS

novar e reciclar reciclagem de veículos; depois de 100 mil quilômetros rodados, troca é incentivada SANTOS No porto, caminhões chegam a ter mais de 30 anos

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201252

veículo velho ao processo dereciclagem ganhará um bônuspara a aquisição de um novo.

A troca de veículos dotransporte de cargas deve serfeita prioritariamente acima de20 anos de uso, conforme indi-ca o plano da CNT. “A propostado RenovAR é retirar 50 milveículos por ano. Se começar-mos neste ano a tirar 50 mil eencaminhar para a reciclagem,demoraríamos de 2012 a 2023,mais de dez anos, para fazercom que a idade média doscaminhões chegasse a oitoanos”, disse Bruno Batista.

O II Seminário Internacionalsobre Reciclagem de Veículos eRenovação de Frota teve oapoio da Jica (Agência deCooperação Internacional doJapão). A Jica é um órgão dogoverno japonês, responsávelpela implementação daAssistência Oficial para oDesenvolvimento, que apoia ocrescimento e a estabilidadesocioeconômica de países emdesenvolvimento.

Na abertura do seminário, odiretor do escritório da Jica naprovíncia de Hokuriku, AkihikoHoshino, destacou que há nomundo cerca de 1 bilhão de veí-culos atualmente e que não é

SEMINÁRIO Encontro reuniu transportadores, representantes do Japão, da Argen

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 53

tina, da Colômbia e do governo brasileiro

DEBATE PRODUTIVOO presidente da CNT e do Sest Senat,senador Clésio Andrade, recebeu osrepresentantes do Japão, na sede daCNT, durante a realização do IISeminário Internacional sobreReciclagem de Veículos e Renovaçãode Frota. Kenichi Tsugumi, NorihikoKondo e Akihiko Hoshino falaramsobre as ações que levaram ao sucesso do programa de reciclagemno Japão. Para Clésio Andrade, oBrasil precisa adotar ações urgentespara promover um programa no país.Também estiveram presentes noencontro o presidente da seção deTransporte de Cargas da CNT, FlávioBenatti, e o diretor de TransporteRodoviário de Passageiros da CNT,Eudo Laranjeiras.

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

95% do veículo é reciclado no JapãoEXEMPLO

O Japão é uma referênciamundial no processo dereciclagem de veículos. Emum país formado por umarquipélago, onde as dimen-sões territoriais são restri-tas, dar a correta destina-ção para os resíduos setorna uma necessidade maisevidente, pois não há espa-ço para armazenar a sucata.Atualmente, a taxa média dereciclagem por unidade noJapão é de 95%. Ou seja, emum veículo que pesa 1,1 tone-lada, só não são recupera-dos 55 kg, que são destina-dos para aterros.

Há pelo menos cinco legis-lações específicas no paíspara viabilizar o reaproveita-mento de produtos em finalde vida. A Lei de Reciclagemde Automóveis é a maisrecente, de 2005. Mas o paístem também leis para a reci-clagem de contêineres eembalagens, para aparelhoselétricos domésticos, mate-riais de construção e alimen-tos. “O objetivo maior é que oJapão se torne uma socieda-de orientada para a recicla-gem”, disse o diretor daindústria recicladora Irec(International RecyclingEducation Center), KenichiTsugumi.

Com o aprimoramento detecnologias, a cada ano, 3,6milhões de veículos são inuti-lizados no Japão e destina-dos aos processos de recicla-gem. Pela legislação, os fabri-cantes ou importadores deautomóveis têm responsabili-dade de recolher três itensespecíficos: o gás CFC do ar-condicionado, airbags e resí-duos pulverizados (o quesobra após a retirada demetais e de outras peças).

“São resíduos praticamen-te sem valor e que ninguémquer reciclar. Por isso, a res-ponsabilidade foi colocadapara os fabricantes. O CFC doar-condicionado causa danoà camada de ozônio. E o air-bag também é de responsabi-lidade do fabricante”, disse odiretor da Irec. SegundoTsugumi, se esses três itensdifíceis de reciclar foremrecolhidos adequadamente, orestante será processadoapropriadamente no atualmercado de reciclagem.

A Lei da Reciclagem deAutomóveis do Japão contacom a participação dos usuá-rios. No momento de aquisi-ção de um veículo novo, apessoa paga uma taxa dereciclagem em torno de US$100 (R$ 180). Segundo

Tsugumi, a troca de veículo éincentivada aos 100 mil quilô-metros rodados.

“No Brasil, são milhões deveículos circulando. Se nãohouver uma indústria dereciclagem, vai virar umagrande montanha de lixo. Ese houver um mecanismoadequado de processamentode veículos, haverá umaenorme chance de negó-cios”, disse Kenichi Tsugumi.

Um conceito usado noJapão, o de Mina Urbana,remete ao potencial guarda-do nos produtos a serem reci-clados. Em um veículo de 1tonelada, podem ser retira-dos cerca de 800 kg de ferro,9 kg de cobre e 68 kg de alu-mínio, entre outros váriosprodutos que não são metais.

O representante da direto-ria da Rum Alliance, NorihikoKondo, destacou também queexiste um grande negócioenvolvendo as peças usadas.Segundo ele, há um padrãoestabelecido para que essaspeças tenham certificação dequalidade. “O sistema dereciclagem contribui para ocrescimento econômico, paraa geração de empregos,desenvolvimento de tecnolo-gia, melhoria do meioambiente.”

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Hoshino. A reciclagem énecessária para dar a destina-ção correta a esses veículosem final de vida útil. E oincentivo à renovação dafrota de caminhões também éimportante porque esses veí-culos antigos têm tecnologiaultrapassada e poluem muitomais que os novos.

PropostaRepresentantes do Mdic

(Ministério do Desenvolvimento,

possível se descartar a necessi-dade de reciclagem de automó-veis, ônibus e caminhões quechegam ao final da vida útil.

“O número de veículosaumenta rapidamente e empaíses da América Latina,como o Brasil, a Argentina e aColômbia, é necessário pen-sar em soluções também.Senão, aumentarão cada vezmais os problemas de polui-ção ambiental causados pelosveículos abandonados”, disse

LEI Representantes do Japão falaram sobre a legislação da reciclagem

“Se nãohouver

indústria dereciclagem,

vai virar umamontanhade lixo”

KENICHI TSUGUMI, DA INDÚSTRIA RECICLADORA

Experiências na Arge

AMÉRICA LATINA

Experiências da Argentina eda Colômbia foram expostasdurante o II SeminárioInternacional sobre Reciclagemde Veículos e Renovação deFrota, na sede da CNT. A vizinhaArgentina tem um modelodesenvolvido pelo Cesvi (Centrode Experimentação e SegurançaViária), que tem autorizaçãopara desmontar veículos dasseguradoras. São veículos quese envolveram em acidentes enão têm mais condições de cir-cular. A capacidade instaladaatualmente é para desmancharaté cem veículos por dia.

De acordo com o representan-te do Cesvi, Gustavo de Carvalho,em 2010, de todos os carros pro-cessados, foram comercializadas75% das peças. Os representan-tes da Argentina reclamaram danecessidade de se criar legisla-ções no país para que a recicla-gem possa ser promovida emlarga escala. Eles tambémdenunciaram a falta de controledos desmanches ilegais.

Na Colômbia, o assessor daDiretoria Setorial Sustentável doMinistério do Meio Ambiente,Alexander Valencia, explicou os

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 55

Indústria e Comércio Exterior)informaram que estão sendoiniciados os estudos para a pos-sível estruturação de um pro-grama de renovação de frota ereciclagem de veículos noBrasil. Entretanto, ainda não háações definidas nem data pre-vista para qualquer medidamais efetiva.

“Estamos tendo ideias ini-ciais e vamos agir com sereni-dade para construir um planoouvindo todas as áreas envol-

vidas: os caminhoneiros autô-nomos, os frotistas, a indústria.Vamos tentar construir ummodelo com amplitude deatendimento, mas que seja fac-tível, para a renovação de frotae reciclagem”, prometeu odiretor da Secretaria deComércio e Serviços do Mdic,Maurício do Val. Também parti-cipa das discussões aSecretaria de Desenvolvimentoda Produção, do ministério.

Por enquanto, segundo

TRANSMILÊNIO Colombiano explicou benefícios do sistema

“Um programade renovaçãode frota trará

inúmerosbenefícios”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE,PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT

ntina e na Colômbiabenefícios gerados pelo sistemaTransmilênio, que utiliza ônibusnovos com tecnologia avançada.O sistema é baseado em ônibusque circulam por faixas exclusi-vas, inspirado nos BRTs (BusRapid Transit) de Curitiba.Periodicamente, são retiradosônibus velhos de circulação.Assim, menos poluentes são emi-tidos, e o país recebe recursosfinanceiros por meio de créditosde carbono.

Em relação aos caminhões, aColômbia tem um programa derenovação de frota que pretendetirar de circulação 100 mil cami-nhões velhos nos próximos dezanos. Segundo Valencia, atual-mente, 30% da frota de cami-nhões da Colômbia tem mais de30 anos. E mais de 50% tem maisde 20 anos. De acordo com orepresentante do ministériocolombiano, hoje, em seu país, oveículo a ser reciclado é levadopara uma siderúrgica que apro-veita o material metálico.Entretanto, ele considera que éimportante evoluir mais paraaproveitar outros componentes,como ocorre no Japão.(Com Livia Cerezoli e Rosalvo Streit)

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201256

15 mil veículos para reciclagem em SCLEILÃO

Até o final do ano passado,30 mil veículos permaneciamabandonados nos pátios doDetran (Departamento Estadualde Trânsito) de Santa Catarina eem delegacias de polícia doEstado. São veículos apreendi-dos por documentação irregu-lar, por falta de condições decircular ou por haver algumapendência com a Justiça ouvinculação a inquérito policial.Muitos deles estavam nessasituação há mais de dez anos.“Às vezes, a pendência é tãogrande que o proprietário nãotem interesse em regularizar”,disse o presidente daComissão Estadual de Leilãodo Detran, José Theodósio deSouza Júnior.

Agora, por meio de umtermo de cooperação entre aSecretaria de SegurançaPública do Estado, o MinistérioPúblico e o Tribunal de Justiçade Santa Catarina, veículos vin-culados a processos judiciais eadministrativos ou a inquéritopolicial serão leiloados.

Pelo menos 15 mil veículos(cerca de 10 mil toneladas),incluindo motocicletas, devemser recolhidos e encaminha-dos para o processo de reci-clagem. A implantação doprojeto Leilão de MaterialFerroso Reciclável eInservível permitiu quemuitos veículos abandona-

dos tenham uma destinaçãoambientalmente adequada.

“O diferencial de nosso pro-jeto é que a empresa que arre-mata o leilão tem a obrigaçãode fazer a descontaminação –retirar óleo, combustível eoutros produtos – e tambémprecisa desmontar as peçasque podem ser reutilizadas. Aempresa não pode aproveitarsomente o metal, mas tem quese comprometer a tentar rea-proveitar outros materiais doveículo antes da trituração,como plásticos, borracha,bancos etc. Até portas ecapôs em bom estado devemser reaproveitados antes deserem triturados”, explicouJosé Theodósio.

Segundo ele, a Gerdau foia vencedora do primeiro lei-lão do projeto, no final doano passado. Dez mil tonela-das de material ferroso ereciclável abandonado nospátios do Detran foram arre-matadas por R$ 1,7 milhão.De acordo com JoséTheodósio, 15% desse valorirá para uma conta doJudiciário para resolvereventuais problemas porquestionamentos dos pro-prietários dos veículos futu-ramente. O restante deveráser aplicado pela Secretariade Segurança Pública.

Além dos benefícios

ambientais e da geração derecurso para o Estado, o pro-jeto terá outro impacto posi-tivo, segundo o presidente dacomissão, que é a intensifica-ção da fiscalização. ConformeJosé Theodósio, em SantaCatarina, há 860 mil veículoscirculando irregularmente, oque representa em torno de25% da frota. E, atualmente,com os pátios lotados, não hámais espaço para encaminharmuitos veículos apreendidosnas ruas. “Com o esvaziamen-to dos depósitos, a fiscaliza-ção voltará a ter mais força”,afirmou.

Na avaliação de JoséTheodósio, para implantar pro-jetos como esse, é preciso queos Estados se mobilizem. Masele considera também que oContran (Conselho Nacional deTrânsito) deveria criar umanorma específica para agilizaros leilões dos veículos apreen-didos que não têm mais condi-ções de circular. “Muitos carrosforam retirados das ruas exata-mente porque não têm comocircular porque estão velhosdemais. E esses veículos sãotratados pela legislação damesma forma que aqueles maisnovos apreendidos por outrosmotivos. Então, é preciso haveruma diferenciação para queesses antigos tenham o proces-so de leilão mais facilitado.”

“Muitoscarros foram

retiradosdas ruas

porque estãovelhos demais

e nãotêm comocircular”

JOSÉ THEODÓSIO, DETRAN DE SC

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 57

Maurício do Val, o BNDES (BancoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social) analisa apossibilidade de uma nova linhade financiamento de cami-nhões, e o Inmetro (InstitutoNacional de Metrologia,Qualidade e Tecnologia) começaa estudar alternativas nos cená-rios normativos e de certifica-ções, especialmente em relaçãoa possíveis centrais de recicla-gem. Mas ainda não há nadaconclusivo, de acordo com orepresentante do ministério.

Maurício do Val informoutambém que a motivação para

essa discussão foi o Plano BrasilMaior. “Esse plano é a nova polí-tica industrial do governo brasi-leiro, que trata não só dos inte-resses de fomento das indús-trias, mas também do aumentoda competitividade do setor deserviços. E, na ótica do setor deserviços, merecia um destaqueo bloco setorial de serviçoslogísticos”, explicou.

Segundo ele, a realização do IISeminário Internacional sobreReciclagem de Veículos eRenovação de Frota foi muitoimportante para que se possaconhecer experiências de outros

APROVEITAMENTO No Japão, só 55 kg de um veículo de 1,1 t vão para aterro

VINICIUS LADEIRA

Saiba mais sobre o Plano Nacional de Renovação de Frota de Caminhõeselaborado pela CNT

PREMISSAS

Troca do veículo• O plano é dirigido, prioritariamente, para os caminhoneiros autônomos• Será oferecido pelo governo um bônus pelo caminhão antigo a ser entregue

pelo proprietário • Esse bônus poderá ser utilizado somente para a compra de um caminhão mais novo• Haverá melhoria do acesso ao crédito, principalmente para os autônomos• O plano deve estar alinhado com a inspeção veicular e com a Política Nacional de

Resíduos Sólidos

Veículo usado• Para se conseguir o bônus, o veículo deve ter mais de 20 anos de uso

(são 347 mil no Brasil) • Tem de ser registrado no RNTRC (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários

de Carga) e no Denatran (Departamento Nacional de Trânsito)• Deve ter sido usado em atividades de transporte nos últimos 12 meses• Precisa estar em condições de circular• Não pode possuir ônus ou encargos• Deverá ser encaminhado para a reciclagem

Reciclagem• O governo terá de organizar e monitorar centros de recepção e de reciclagem• Estabelecer regras que controlem o processo de desmontagem• Utilizar processo ambientalmente adequado• Garantir que a sucata seja aproveitada

VANTAGENS

Sociais• Redução de acidentes• Redução de congestionamentos• Melhor qualidade do ar• Melhor mobilidade urbana• Melhor qualidade de vida para a população• Melhor condição de empregabilidade para o autônomo

Econômicas• Fortalecimento da indústria• Diminuição dos gastos com saúde pública• Diminuição dos gastos com acidentes• Redução de custos operacionais (combustível e manutenção)• Melhor gestão da frota e de seus insumos• Aumento da qualidade do serviço de transporte• Dinamização da logística nacional

Ambientais• Redução drástica das emissões veiculares• Reciclagem de veículos antigos com tratamento adequado dos resíduos• Redução da emissão de CO2 em toda a cadeia de produção• Redução do consumo de combustíveis• Diminuição de congestionamentos• Produção sustentável• Fortalecimento da política ambiental e da política de resíduos sólidos

RENOVAR

Fonte: RenovAR/CNT

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países e buscar exemplos do quepode e do que não pode ser usadono Brasil. “Está sendo iniciadauma discussão para a localizaçãodentro do cenário internacionalde qual seria o modelo mais ade-quado para um programa de reno-vação de frota que possa vir a serimplementado no Brasil”, garantiuo representante do Mdic.

Maurício do Val afirmou queseria formado um grupo de tra-balho dentro do ministério paradiscutir o assunto e que a CNTparticiparia desse grupo. Ele afir-mou que a proposta do RenovARserá analisada pelo governo,

CESVI Na Argentina, Centro de

Potencial para aproveitar maisBRASIL

No Brasil, 1,5% da frotaque sai de circulaçãoanualmente é encaminha-da para a reciclagem, con-forme informações doInesfa (Instituto Nacionaldas Empresas de Preparaçãode Sucata Não Ferrosa e deFerro e Aço). Muitos dessesveículos são provenientesde leilões promovidos poralguns Estados, de acordocom o secretário-executi-vo do Inesfa, Elias Bueno.

O instituto reúne 3.000empresas do comércioatacadista de resíduos esucatas metálicas de todoo Brasil, que trabalham nacoleta, seleção, prepara-ção e destinação de qual-quer material metálicoreciclável. Entre eles, estãoveículos, eletrodomésticos(geladeiras, fogões, máqui-nas), embalagens (latas deaço) etc.

Por ano, são processa-das cerca de 9,5 milhõesde toneladas de sucatasde ferro e aço no Brasil,sendo aproximadamente8,5 milhões de toneladaspelas siderúrgicas e 1milhão pelas fundições. Dototal de 9,5 milhões detoneladas, cerca de 35% a

40% do abastecimento érealizado pelas 42 empre-sas filiadas ao Inesfa.

Em relação aos veícu-los, o secretário-executivodo Inesfa ressalta que oBrasil tem potencial parareciclar muito mais. Paraque isso aconteça, o pri-meiro passo, segundo ele,deve ser a criação de umalegislação específica, deabrangência nacional.“Essa legislação deveincentivar e regulamentara reciclagem de veículos,possibilitando o desemba-raço e a baixa nos órgãoscompetentes com rapi-dez”, diz Bueno.

Mas ele destaca tam-bém que precisa haver umenvolvimento financeirodo governo para estimularo proprietário a trocar oveículo antigo. “Em algunspaíses, quando o carro étrocado, é obtido um des-conto se o proprietárioentregar o veículo usadono ato da compra. Ou elerecebe um bônus para acompra de um carro zeroquilômetro ou com idademenos avançada”, comen-ta o secretário-executivodo Inesfa.

“Uma legislaçãoespecífica

deveincentivar e

regulamentara reciclagemde veículos”

ELIAS BUENO, DO INESFA

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 59

inclusive a possibilidade de ofe-recimento de um bônus para oproprietário que encaminhar oveículo em final de vida útil paraa reciclagem.

Em 2010, o governo federalaprovou a PNRS (PolíticaNacional de Resíduos Sólidos),e uma grande expectativa éque o tema da reciclagem deveículos possa ser contem-plado por essa política.Entretanto, a gerente de resí-duos perigosos do Ministériodo Meio Ambiente, Zilda MariaFaria Veloso, disse que não estáclaramente citada na PNRS a

obrigatoriedade da logísticareversa para os veículos.

LentidãoDurante as considerações

finais do seminário, o presidenteda seção de Transporte deCargas da CNT, Flávio Benatti,também presidente da NTC &Logística (Associação Nacionaldo Transporte de Cargas eLogística), questionou a lentidãodo poder público em colocar emprática um programa que permi-ta a renovação de frota de cami-nhões no Brasil e a reciclagemdos veículos em final de vida útil.

Benatti lembrou que a discus-são não é nova. Em 2010, duranteo primeiro seminário sobre o temarealizado na CNT, os problemasreferentes à frota antiga e anecessidade de se pensar emsoluções já foram amplamentedebatidos pelo poder público epelo setor privado. “Há três anos,estamos tratando desse temadentro da confederação. É impor-tante que seja feito de fato umprograma de governo que abordea renovação de frota. Tem quehaver vontade política e incentivode fato para que isso aconteça”,afirmou Benatti. l

Experimentação e Segurança Viária faz o desmonte legal de veículos

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

Livro aborda a reciclagemLANÇAMENTO

Durante o II SeminárioInternacional sobre Reciclagemde Veículos e Renovação deFrota, foi lançado o livro“Reciclagem e Sustentabilidadena Indústria Automobilística”,escrito pelo engenheiro aero-náutico Daniel E. Castro, doutorem engenharia de mate-riais e professor do Cefet-MG (Centro Federal deEducação Tecnológica deMinas Gerais).

O livro tem nove capítulosque abordam temas variados.Um deles, sobre a situaçãodos veículos de transporte decargas no Brasil e a necessi-dade de reciclagem, foi escri-to pelo assessor governa-mental da CNT, o engenheiroVinicius Ladeira. Também sãoabordados o surgimento daindústria automobilística, areciclagem na Comunidade

Europeia, Estados Unidos eJapão, entre outros assuntos.

“A ideia é resgatar otema do ciclo de vida deum veículo. Que não seveja de forma separada oprocesso de fabricação deum veículo e o da recicla-gem. Tudo isso deve fazerparte de um processo só”,diz Daniel Castro.

“Estamostendo ideias

iniciais eagiremos com

serenidadepara construir

um plano”

MAURÍCIO DO VAL, MDIC

Daniel Castro, autor do livro

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201260

SEST SENAT

OSest Senat inaugurouduas novas unidades:em Guarulhos (SP), a29ª no Estado, e em

Paciência, a nona no Estado doRio de Janeiro. Com as inaugu-rações, o Sest Senat passa ater 140 unidades em todo opaís. A unidade de Guarulhosestá instalada em uma área deaproximadamente 40 milmetros quadrados, com umaárea construída de 4.000metros, e vai levar seus servi-ços a uma região dinâmica eco-

Mais duasunidades

inauguradasSão Paulo e Rio têm novos centros de

atendimento ao trabalhador em transporte

POR KATIANE RIBEIRO

nomicamente. A unidade podeser acessada pela rodoviaPresidente Dutra.

De acordo com o presiden-te da CNT e do Sest Senat,senador Clésio Andrade, nes-ses 18 anos e meio de exis-tência, o Sest Senat já reali-zou mais de 100 milhões deatendimentos, nas diversasespecialidades da área dasaúde, como atendimentoodontológico, de fisioterapia,de psicologia e de oftalmolo-gia, além dos diferentes cur-

sos de qualificação profissio-nal oferecidos.

Segundo Clésio Andrade,entretanto, existe ainda umdéficit de profissionais que pre-cisa ser reduzido ao longo dosanos. "Precisamos hoje formarcerca de 50 mil motoristas porano e essa nova unidade doSest Senat estará contribuindopara a formação desses profis-sionais.”, disse.

"O Sest Senat ficou muitobonito e vai atender a umgrande número de trabalha-

dores de Guarulhos. Hojenossa cidade abriga váriasempresas do setor, sem falarno fato de possuirmos o maioraeroporto da América Latina",afirmou o prefeito de Guarulhos,Sebastião Almeida.

"Queremos que a populaçãoutilize o espaço não apenaspara o lazer, mas, principal-mente, para formação de mãode obra para o setor", informouo prefeito.

O diretor de Guarulhos,Carlos Alberto Pelúcio, ressal-

GUARULHOS

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 61

tou que a população ganha umgrande presente, que irá pro-porcionar uma maior qualifica-ção profissional e, consequen-temente, irá refletir na qualida-de de vida dos trabalhadoresde Guarulhos.

Com uma infraestruturacompleta para a realizaçãode cursos, a unidade deGuarulhos possui sete salasde aulas e um laboratório deinformática. Para atendi-mento na área de saúde,possui clínica de fisioterapia

e de psicologia, consultóriooftalmológico e oito cadei-ras de dentistas. Conta tam-bém com um auditório para137 pessoas.

Para as atividades de lazer eesportivas, o Sest Senat man-tém piscina semiolímpica, pis-cina infantil, parque infantil,quatro churrasqueiras, duasquadras poliesportivas e doiscampos de futebol soçaite gra-mado. A nova unidade do SestSenat tem capacidade pararealizar 1.800 atendimentos

odontológicos e 1.500 atendi-mentos mensais na área desaúde.

“Com os nossos atendimen-tos, auxiliaremos a promoçãodo bem-estar social aos traba-lhadores de Guarulhos eregião, oferecendo maissaúde, maior qualificação pro-fissional, esportes, cultura elazer”, afirmou o presidentedo Conselho Regional de SãoPaulo, Flávio Benatti.

Por meio de um decreto, arua onde está instalada a sede

mudou o nome de Hum paraCelso Rodrigues Salgueiro,importante empresário dosetor, já falecido. "É uma home-nagem a trabalhadores quederam a vida ao setor de trans-portes em Guarulhos", desta-cou Almeida.

Além do prefeito deGuarulhos, estiveram presen-tes no evento o secretárioadjunto de Transportes eTrânsito, Celso Masson, osecretário de Educação,Moacir de Souza, e a deputadafederal Janete Rocha Pietá.

Unidade em Paciência A unidade do Sest Senat de

Paciência (RJ) entrou em fun-cionamento no dia 2 de abril. Aunidade localizada na zonaoeste do Rio e principal via detransportes urbanos da região,oferece atendimento na áreade saúde. como atendimentoodontológico, de fisioterapia,de psicologia e de oftalmolo-gia e completa infraestruturapara a prática de esporte, lazere atividades culturais.

“O Sest e o Senat são enti-dades responsáveis por geren-ciar, desenvolver e apoiar pro-gramas que prezem pelo bem-estar do trabalhador, ofertandoserviços nas áreas de saúde,cultura, lazer e segurança no

JÚLIO FERNANDES/CNT

O presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, participa da inauguração da unidade paulista

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201262

Para o presidente da Anttur(Associação Nacional dosTransportadores de Turismo eFretamento), membro doConselho Nacional do SestSenat e do Conselho Regionaldo Sest Senat do Rio deJaneiro, Martinho Ferreira deMoura, Paciência careciadessa unidade, já que o bairroestá a 20 km da zona indus-trial de Santa Cruz e do poloindustrial de Itaguaí, que pos-suem uma grande demandapor transporte rodoviário decarga e escassez de mão deobra. Além disso, na região,

trabalho. Além de proporcionara formação e assistênciasnecessárias aos profissionaiscondutores de veículos edemais atividades ligadas aosetor de transporte, que cadavez mais se tornam a molamestra para o desenvolvimentodo país”, afirma a diretora daunidade, Wilma Barros.

“O conhecimento torna oprofissional mais seguro noexercício de suas atividades, oque diminui, inclusive, os riscosda profissão”, diz a diretora.

De acordo com EduardoRebuzzi, presidente daFetranscarga (Federação doTransporte de Cargas doEstado do Rio de Janeiro), anova unidade vai ajudar apopulação e os trabalhadorestanto em maiores oportunida-des de emprego e crescimen-to na carreira profissionalcomo no aspecto social, ofe-recendo uma excelente estru-tura para atendimento naárea de e de lazer. “É uma uni-dade muito bonita, confortá-vel e bem equipada, motivode orgulho para todos nósque atuamos no estratégicosetor de transportes”, ressal-ta Rebuzzi.

A unidade está instalada emuma região privilegiada, pois obairro de Paciência é cortado

pela avenida Brasil, maior viabrasileira em extensão e omaior trecho urbano da BR-101.Além de ser a via de principalacesso ao centro da cidade ede escoamento de mercadoriase valores.

A avenida Brasil, responsá-vel pelo maior fluxo viário dacidade, com mais de 250 milveículos por dia, é uma viaestratégica para o dinamismoda cidade do Rio de Janeiro,pois diminui os custos de circu-lação de mercadorias, assimcomo facilita o acesso às indús-trias da região.

existem cinco empresas detransporte coletivo de passa-geiros, com uma frota de 2.500ônibus, que geram 10 milempregos diretos. “O SestSenat chegou em muito boahora para capacitar esses pro-fissionais e consequentemen-te atender melhor à populaçãoda cidade e região”, afirma.

O Sest Senat de Paciênciarecebeu o nome de JacobBarata, empresário do setor,na área de transporte de pas-sageiros, que hoje dá empregodireto a mais de 25 mil pes-soas em vários Estados. l

RIO Valter dos Santos (esq.), da Viação Algarve, e Eduardo Rebuzzi, presidente da Fetranscarga

SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

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PRESERVAÇÃO

Para incentivar o usoracional da água, o SestSenat realizou diversasações nas unidades de

todo o país, entre os dias 19 e 23 demarço. Distribuição de panfletoseducativos sobre o consumo cor-reto da água, palestras, debates,blitze, caminhadas ecológicas eexibição de filmes temáticos movi-mentaram a semana nas unidades.

O Dia Mundial da Água écelebrado no dia 22 de março. A

data tem como objetivo princi-pal criar um momento de refle-xão, análise, conscientização eelaboração de medidas práti-cas para a conservação dosrecursos hídricos em todo omundo. O dia foi instituídodepois da realização da Eco-92(Conferência das NaçõesUnidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento, em 1992). NoBrasil, a lei nº 10.670, de maiode 2003, também criou o Dia

Nacional da Água, comemoradona mesma data.

Neste ano, a ONU (Organizaçãodas Nações Unidas) definiu comotema central das comemora-ções a questão da água e dasegurança alimentar. Deacordo com a entidade, 1bilhão de pessoas em todo omundo já vivem em condi-ções de fome crônica, e afalta de água pode impactarainda mais essa situação. Por

Nosso bemmais preciosoUnidades do Sest Senat de todo o país realizaram

ações para comemorar o Dia Mundial da Água

POR LIVIA CEREZOLI CHAPECÓ

isso, a preservação dos recur-sos hídricos é tão importante.

“Precisamos refletir sobre adificuldade do acesso à água,sobre o desperdício e sobre a con-taminação por poluentes queinviabilizam a reutilização dolíquido mais importante do nossoplaneta”, afirma o presidente daCNT e do Sest Senat, senadorClésio Andrade.

No material educativo distribuí-do pelo Sest Senat, foram listadas

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201264

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FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

Uma caminhada ecológica marcou a data na unidade de Santa Catarina JOÃO PESSOA Estudantes receberam orientações

algumas ações para garantir a pre-servação dessa fonte de vida aindapor muitos anos. São atitudes sim-ples que devem ser praticadas nodia a dia, como manter a torneirafechada enquanto escovar os den-tes, evitar vazamentos em tornei-ras e pias, usar vassoura para lim-par o chão e pequena quantidadede água para lavar o carro, além deutilizar reservatórios e armazenara água da chuva para regar plan-tas e lavar quintais.

Em Formiga (MG), aproximada-mente 250 pessoas aderiram àcampanha do Sest Senat. Durantetodo o dia 22 de março, funcioná-rios da instituição visitaramempresas de transporte da cidadee da região para falar sobre aimportância da data. As atividadescontaram com a colaboração daPolícia Militar Rodoviária, dassecretarias municipais deComunicação e de Administração eGestão de Pessoas, do DER

(Departamento de Estradas deRodagem) e da Viação Campo Belo.

Na unidade de Chapecó (SC), oDia da Água foi marcado por umacaminhada ecológica educativaem uma trilha de um quilômetrode extensão, localizada dentro deuma APP (Área de ProteçãoPermanente) de 44 mil metrosquadrados. O Sest Senat, em par-ceria com o Instituto Araucária,está recuperando a vegetação datrilha. Cem pessoas também parti-

ciparam de palestra sobre práti-cas ambientais e assistiram a umvídeo sobre o percurso que a águafaz das nascentes até as torneiras.

Em parceria com a PolíciaRodoviária Estadual, o Sest Senat deNatal (RN) realizou uma blitz educa-tiva para conscientizar os motoris-tas sobre a importância do usoracional da água. O material infor-mativo também foi distribuído paraos usuários do transporte coletivoda capital potiguar. Mais de 200 pes-

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 65

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soas participaram das palestrasrealizadas no auditório da unidade.

Também na região Nordeste,em João Pessoa (PB), o Sest Senatlevou a campanha de conscienti-zação sobre o uso da água paradentro da sala de aula do ColégioLíder Oswaldo Pessoa. Na sede daunidade, alunos dos programasJovem Aprendiz e Formação deNovos Motoristas para o Mercadode Trabalho também foram orien-tados sobre o assunto.

A preservação ambiental sem-pre esteve presente nas ações doSest Senat de todo o país e, emAgudos (SP), não foi diferente. NoDia da Água, mais de 150 pessoasparticiparam das ações realizadasna sede da unidade, como a cami-nhada ecológica, as orientaçõesaos pacientes e a exibição docurta “Próximo Retorno”, produzi-do pelo Sest Senat, em 2010, paratrabalhar a temática ambiental.

Em Passo Fundo, no Rio Grandedo Sul, o Sest Senat, em parceriacom a prefeitura, realizou umablitz educativa na praça central dacidade. As pessoas abordadasreceberam orientações sobre oconsumo consciente da água, alémde mudas de árvores para serem

PASSO FUNDO Campanha reuniu

FORMIGA Motoristas recebe

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201266

Reprodução do folheto distribuído pelo Sest Senat

Page 67: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

plantadas e, assim, ajudar na pre-servação das nascentes dos rios.

Águas brasileirasO Brasil é um país privilegiado

quando o assunto é a água.Possui reservas gigantescasdessa fonte não renovável empraticamente todos os Estados.Dados da ONU revelam que o paíspossui 11,6% de toda a água docesuperficial do mundo.

Porém, a distribuição dessesrecursos é desigual. De todo ovolume de água disponível para

uso no Brasil, 70% estão locali-zados na Amazônia, onde vivemapenas 7% da população dopaís. Os 30% restantes estãodistribuídos para atender os93% restantes da populaçãonas demais regiões.

O maior reservatório subterrâ-neo de água doce conhecido domundo está localizado, em suamaior parte, no Brasil. O AquíferoGuarani ocupa uma área de maisde 1,2 milhão de quilômetros qua-drados nas rochas da bacia sedi-mentar do Paraná. Em terras bra-

sileiras, são 884 mil quilômetrosquadrados entre os Estados deGoiás, Mato Grosso do Sul, SãoPaulo, Paraná, Santa Catarina eRio Grande do Sul. O reservatóriotambém se estende para oParaguai (58,5 mil quilômetrosquadrados), o Uruguai (58,5 milquilômetros quadrados) e aArgentina (255 mil quilômetrosquadrados). Estima-se que o aquí-fero contenha mais de 40 mil qui-lômetros cúbicos de água, o que ésuperior a água contida nos rios elagos de todo o planeta. l

órgãos municipais na praça da cidade AGUDOS Usuários do Sest Senat e comunidade participaram das ações do Dia da Água

NATAL Dicas de como economizar água foram distribuídas aos passageiros do transporte coletivo

ram panfletos educativos durante blitz

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Cumprindo seu papelsocial de oferecermais qualidade devida aos trabalha-

dores do transporte e seusdependentes, o Sest Senatofereceu atendimento espe-cial durante a SemanaMundial de Saúde.

Realizadas em todas as uni-dades em funcionamento nopaís entre os dias 9 e 15 deabril, as ações tiveram comofoco principal os cuidados coma coluna. Em todo o mundo, odia 7 de abril é dedicado àatenção da saúde. A data foicriada pela OMS (OrganizaçãoMundial de Saúde).

Durante toda a semana,foram oferecidas palestras eaulas de ginástica laboral nasunidades do Sest Senat e nasempresas do setor de trans-porte para orientar os traba-lhadores sobre as melhoresformas de manter uma posturaadequada e se prevenir delesões na coluna. As unidadestambém organizaram cami-nhadas e gincanas relaciona-das ao tema.

De acordo com o presiden-te da CNT e do Sest Senat,senador Clésio Andrade, oobjetivo da instituição com arealização do evento é levaras orientações para os traba-

Promovendoo bem-estarAtividades realizadas pelo Sest Senat nas

empresas de transporte tiveram como focoprincipal os cuidados com a coluna

POR LIVIA CEREZOLI

SEMANA DA SAÚDE

ATENDIMENTO Em Governador Vala

VACINAÇÃO Em Maceió (AL), foram oferecidas vacinas con

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201268

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FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

dares (MG), motoristas realizaram diversos tipos de exames

tra diversas doenças

COLUNA Trabalhadores participaram de aula de alongamento em Foz do Iguaçu (PR)

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 69

EXERCÍCIOS Ginástica laboral com funcionários de empresa de transporte de Aracaju (SE)

lhadores de forma simples edescontraída. “Procuramosestimular as pessoas para quecuidem da saúde e assimtenham mais qualidade devida. Os cuidados com a colu-na dependem de ações sim-ples que podem fazer toda adiferença no dia a dia”.

Em Governador Valadares(MG), as atividades do SestSenat contaram com a parce-ria da Unipac (UniversidadePresidente Antônio Carlos).Mais de 700 caminhoneirosreceberam orientações sobrea coluna e realizaram examesde pressão arterial e índicesde glicose. O evento foi reali-zado no posto de combustível

Page 70: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

elas se preocupam e investemna qualidade de vida de seusfuncionários”.

As dores nas costas são umgrande transtorno na vida demuitas pessoas porque impe-dem a realização de movimen-tos rotineiros, influenciandode forma direta na redução dodesempenho profissional e daqualidade de vida dos traba-lhadores.

“Nosso corpo precisa semovimentar. Como os motoris-tas passam muito tempo namesma posição, o ideal é queeles façam alongamentos,nem que seja por pequenosperíodos”, explica a fisiotera-peuta do Sest Senat de

Cherokee e contou com a pre-sença de diversas empresasdo setor de transporte.

Motoristas de empresas detransporte de cargas e passa-geiros também foram orienta-dos pelos profissionais do SestSenat em Foz do Iguaçu (PR).Durante toda a semana, apro-ximadamente 650 trabalhado-res participaram das ativida-des desenvolvidas nas empre-sas do setor, no postoGasparin e no porto Seco. Paraa coordenadora do Sest,Vanderléia Pietrovski RolonCáceres, a participação dasempresas foi fundamentalpara a realização do evento. “Éinteressante perceber como

SAÚDE Fisioterapeuta de Araçatuba (SP) dá dicas sobre a

Com exercícios simples você pode aliviar tensões de um dia detrabalho, melhorar sua saúde e aumentar sua produtividade

CUIDE DE SUA COLUNA

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Araçatuba (SP), Nataly LinoIzeli Martines. Segundo ela,pequenos alongamentos aoacordar, antes de dormir e nosintervalos da viagem já podemgarantir uma melhora signifi-cativa na qualidade de vidadesses profissionais.

Durante as atividades daSemana da Saúde realizadaspela unidade em empresas detransporte da cidade, os moto-ristas também foram orienta-dos sobre a importância de sepreparar o local de trabalho,nesse caso, a boleia do cami-nhão ou a cabine do ônibus. “Éimportante observar a distân-cia entre o banco e o volante.O motorista não deve ficar

com as pernas muito esticadasou muito dobradas, porqueisso prejudica a coluna”, res-salta a fisioterapeuta.

As orientações sobre aimportância da prática da ati-vidade física e os cuidadoscom a coluna foram os temastrabalhados nas palestras rea-lizadas pelo Sest Senat deMaceió (AL). Motoristas dasempresas de transporte depassageiros da capital alagoa-na também tiveram a oportu-nidade de receber orientaçõessobre doenças sexualmentetransmissíveis e prevenção deacidentes domésticos.

Durante toda a semana, nasede da unidade, ainda foram

realizados exames, como aferi-ção de pressão arterial, cálcu-lo do IMC (Índice de MassaCorporal), glicemia e vacina-ção contra tétano, hepatite B etríplice viral.

Em Três Lagoas (MS), ins-trutores do Sest Senat visita-ram 25 empresas do setor detransporte de cargas e de pas-sageiros para levar as orienta-ções sobre a Semana daSaúde. Os trabalhadores rece-beram dicas de como manteruma postura saudável e assimmelhorar o rendimento profis-sional. De acordo com o dire-tor da unidade, Celso VicentePereira, é interessante perce-ber como muitos motoristas já

estão preocupados com otema. “Eles perceberam queprecisam se preocupar com apostura para ter um dia a diano trabalho mais agradável”,acrescenta ele.

No Sest Senat de Marabá(PA), mais de 500 trabalhado-res participaram das aulas deginástica laboral oferecidaspara prevenir a LER (Lesão porEsforço Repetitivo) e o DORT(Distúrbios OsteomuscularesRelacionados ao Trabalho),duas das doenças que maiscausam afastamentos noslocais de trabalho. As ativida-des foram realizadas na sededa unidade e em empresas detransporte da região. l

distância correta entre o banco e o volante ORIENTAÇÃO Material educativo foi entregue pelo Sest Senat de Três Lagoas (MS)

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 71

Page 72: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 63.966 12.975 76.941Estadual Coincidente 17.073 5.234 22.307Estadual 106.548 113.451 219.999Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 214.414 1.366.578 1.580.992

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.365Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.284.143Cavalo mecânico 462.006Reboque 873.284Semi-reboque 674.004Ônibus interestaduais 16.136Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 152

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 30.051Total Concedida 28.614Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 7.136Total 28.614

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 92.814Locomotivas 3.014Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 32Domésticos 35Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADESTransporte regular, doméstico ou internacional 505 Transporte não regular: táxi aéreo 918Privado 5.749Outros 6.711Total 13.883

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

MARÇO - 2012

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201274

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(dados atualizados março/2012)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

121086R

$ bi

lhõe

s

420

20181614

0,01

17,66

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

0,004(0,3%)

Observações:

1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2012

2 - Taxa Selic conforme Copom 07/03/2012

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até março/2012

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até março/2012 (US$ bilhões)

5 - Posição dezembro/2011 e março/2012 em US$ bilhões

6 - Câmbio de fim de período 23/03/2012, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal (fevereiro/2012), COFF - Câmara dos Deputados (março/2012), IBGE e

Focus - (Relatório de Mercado 23/03/12), Banco Central do Brasil.

Investimentos em Transporte da União por Modal (total pago acumuldado - até março/2012)

(R$ 1,34 bilhão) 0,087(6,5%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - MARÇO/2012

2011 acumuladoem 2012

últimos12 meses

expectativapara 2012

PIB (% cresc a.a.)1 2,7 n.d. n.d. 3,23

Selic (% a.a.)2 11,00 9,75 9,00

IPCA (%)3 6,50 1,01 5,85 5,28

Balança Comercial4 29,79 0,42 28,62 19,00Reservas Internacionais5 352,01 364,12 -

Câmbio (R$/US$)6 1,87 1,76 1,75

0,088(6,6%)

1,33 1,34

Restos a Pagar Pagos

Arrecadação Acumulada CIDE

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente écobrada sobre a comercialização e importação de gasolina (R$ 0,091/liltro) e diesel (R$ 0,047/litro)conforme Decreto nº 7.591 (out-2011). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transportede combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte.Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes.

Investimento Pago Acumulado

54

36

R$

bilh

ões

18

02002

20032004

20052006

20072008

20092010 2011 2012

90

72

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

74,1

33,7

valores pagos em infraestrutura (CIDE)

não utilizado (CIDE) 51% 49%

Obs.: são considerados todos os recursos nãoinvestidos em infraestrutura de transporte.

* O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.1 - inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados no exercício corrente e em anos anteriores.2 - Inclui investimentos realizados com recursos da CIDE arrecadados apenas no exercício corrente.

CIDE - 2012 (R$ Milhões)Arrecadação no mês fevereiro/2012 399

Arrecadação no ano (2012) 815

Investimentos em transportes total pago* em 2012 (com recursos de 2012 e de anos anteriores)1 413

Investimentos em transportes total pago* em 2012 (apenas com recursos de 2012)2 403

CIDE não utilizada em transportes (2012) 412

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 74.165

1,165(86,6%)

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 75

BOLETIM DO DESPOLUIR

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos,entre em contato com a Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

589.905ATÉ FEVEREIRO MARÇO

20122007 A 2011 TOTAL

Aprovação no período

16.313 10.602 616.820

87,49% 87,53% 91,26% 87,60%

Federações participantes 21

Unidades de atendimento 73

Empresas atendidas 8.419

Caminhoneiros autônomos atendidos 9.767

Em Janeiro de 2012, entrou em vigor afase P7 do Programa de Controle dePoluição do Ar por Veículos Automotores(Proconve) para veículos pesados. AConfederação Nacional do Transporte(CNT) considera que este fato temimpactos significativos no setor, umavez que novos elementos fazem partedo dia a dia do transportador rodoviá-rio. Nesse contexto, a CNT elaborou apresente publicação, com o objetivo dedisseminar informações importantes arespeito do tema. O trabalho apresentaao setor as novas tecnologias e asimplicações da fase P7 em relação aosveículos, combustíveis e aos ganhospara o meio ambiente.

O governo brasileiro adotou o biodieselna matriz energética nacional, atravésda criação do Programa Nacional deProdução e Uso de Biodiesel e da apro-vação da Lei n. 11.097. Atualmente, todoo óleo diesel veicular comercializadoao consumidor final possui biodiesel.Essa mistura é denominada óleo dieselB e apresenta uma série de benefíciosambientais, estratégicos e qualitativos.O objetivo desta publicação é auxiliarna rotina operacional dos transporta-dores, apresentando subsídios para aefetiva adoção de procedimentos quegarantam a qualidade do óleo diesel B,trazendo benefícios ao transportadore, sobretudo, ao meio ambiente.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo duas das diversas publicações ambientais que estãodisponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Autônomo

Carga

FENACAM

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETCESP

FETRANCESC

FETRANSPAR

FETRANSUL

FETRACAN

FETCEMG

FENATAC

FETRANSCARGA

FETRAMAZ

FETRANSPORTES

FETRABASE

FETRANSPOR

FETRONOR

FETRAM

FEPASC

CEPIMAR

FETRAMAR

FETRANORTE

FETRASUL

FETERGS

PR e MG

ES

BA e SE

SP

SC

PR

RS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MA

MG

DF, TO, MS, MT e GO

RJ

AC, AM, RR, RO, AP e PA

ES

BA e SE

RJ

RN, PB, PE e AL

MG

SC e PR

CE, MA e PI

MS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e AP

DF, GO, SP e TO

RS

41.3347-1422

27.2125-7643

71.3341-6238

11.2632-1010

48.3248-1104

41.3333-2900

51.3374-8080

81.3441-3614

31.3490-0330

61.3361-5295

21.3869-8073

92.2125-1009

27.2125-7643

71.3341-6238

21.3221-6300

84.3234-2493

31.3274-2727

41.3244-6844

85.3261-7066

65.3027-2978

92.3584-6504

62.3598-2677

51.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201276

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

BOLETIM AMBIEN TAL

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - FEVEREIRO 2012

Corante

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto

Pt. Fulgor

Enxofre

Teor de BiodieselOutros

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 50

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu,Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, SãoJosé dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba,Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

2,2 0,70,0

5,5 4,40,4

2,50,0 1,5 0,7

13,9

2,9 2,2

AC4,9 5,2 0,0 0,5 1,9 0,0 3,3 0,0 0,2 2,2 0,7 4,3 0,8 5,5 4,4 0,4 0,8 2,0 2,5 0,0 3,0 1,5 0,7 13,9 2,9 0,0 2,20,07,9 4,8 0,0 0,2 1,9 0,0 2,1 0,0 0,0 1,7 1,9 5,6 1,3 2,9 3,0 0,4 0,5 1,7 3,0 0,0 2,9 1,4 0,6 4,7 2,7 0,0 2,00,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,0 0,2 0,80,50,0

4,9

0,00

10

20

25

15

5 3,30,0

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

1,9 2,0 3,04,3

0,8

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - FEVEREIRO 2012

5,2

Diesel 44,76 44,29 49,23 51,78 8,00

Gasolina 25,17 25,40 29,84 35,45 6,14

Etanol 13,29 16,47 15,07 10,71 1,50

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 17,26 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 0,55 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,06 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 17,87 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011(ATÉ JUNHO)

25,7%

6,9% 1,8% 17%

28%

20,6%

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Consultar a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800**

TIPO 2008 2009 2010 2011 2012

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV** Dados fornecidos pelo último Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – MMA, 2011.

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009** EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009**

(FEVEREIRO)

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e fixas2, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais3.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e processos industriais3.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida4.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta odesenvolvimento de plantas eanimais, devido a sua naturezacorrosiva.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e processos industriais3.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida4, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.2. Fontes fixas: Centrais elétricas e termoeléctricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.3. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.4. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

Page 78: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

Adécada mundial para asações de segurançaviária proposta pelaONU teve seu início ofi-

cial no Brasil no dia 11 de maio de2011. Os principais temas para aredução da quantidade de mor-tes em acidentes de trânsito são:controle de velocidade, controledo uso do álcool e direção, trans-porte seguro de crianças, uso docinto e uso do capacete paramotociclistas.

O excesso de velocidade estáassociado à gravidade dos aci-dentes, portanto, a fiscalização éuma das medidas necessáriaspara promover a cultura de res-peito à velocidade e, logo, a redu-ção de acidentes e vítimas. OCesvi Brasil, desde 2008, é favo-rável a retirada da sinalizaçãoque orienta a existência dos“radares”, pois acreditamos quea regulamentação (R-19) é sufi-ciente para obrigar o condutor arespeitar a velocidade máximada via, independente da informa-ção da posição do “radar”.

A obrigatoriedade de avisar ocondutor da localização do medi-dor provocava um efeito “pon-tual” em termos de controle davelocidade, e não contribuía paradesenvolver uma cultura de res-

ALMIR FERNANDES DA COSTA

peito ao limite imposto. O condu-tor, orientado pela sinalização,reduzia a velocidade somente apoucos metros antes do “radar”,não raramente freando de modorepentino, situação que aumen-tava significativamente os riscosde acidentes graves.

Por sua vez, as equipes de fis-calização que possuíam equipa-mentos estáticos ou portáteis,conhecidos como “móveis”, tam-bém precisavam respeitar oslimites impostos pela sinalizaçãoque indicava a existência de con-trole de velocidade.

Na prática, a placa R-19 queregulamenta a velocidade máxi-ma estava “desacreditada”, poisa maioria dos condutores só sepreocupava em manter a veloci-dade regulamentada nas proxi-midades do “radar”. Essa condi-ção, certamente, não contribuíapara a melhoria da segurançaviária. Em dezembro de 2011, oConselho Nacional de Trânsitopublicou a resolução n.º 396, queretirou a obrigatoriedade desinalizar a existência de radaresao revogar a resolução n.º 214.

Pode-se dizer que a novaresolução restabeleceu a “credi-bilidade” da placa R-19, que,assim como outras sinalizações

de regulamentação, independemde sinalização prévia, cuja inob-servância sujeita o condutor àspenalidades previstas.

Atualmente, são estudadasformas de tornar mais rígida afiscalização de velocidade nasrodovias por meio de um sistemade verificação que calcula a velo-cidade média dos veículos. OEstado de São Paulo iniciará ostestes dessa nova modalidade decontrole ao mesmo tempo emque se calcula a tarifa de pedágioa cada quilômetro rodado.

Naturalmente, caberá à auto-ridade de trânsito estabelecer olimite máximo de velocidade pormeio de cálculos adequados àatual condição de infraestruturada via, sob pena de perder a con-fiança do condutor na regula-mentação e incorrer no desvio definalidade ao proceder a fiscali-zação e aplicação da penalidade.

A ausência de sinalizaçãoinformando a presença de “rada-res”, associada futuramente àmedição de velocidade pelamédia desenvolvida no trecho,obrigará o condutor a respeitaros limites da via, contribuindopara a redução das vítimas poracidentes de trânsito causadopor excesso de velocidade.

DEBATE A instalação de placas de aviso de controle de velocidade

ALMIR FERNANDES DA COSTADiretor de operações do Cesvi Brasil(Centro de Experimentação eSegurança Viária)

Aviso provocava apenas umefeito pontual no condutor

“A obrigatoriedade de avisar o condutor da localização do medidor nãocontribuía para desenvolver uma cultura de respeito ao limite imposto”

Page 79: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

próximas de radares deve ser obrigatória?

Avelocidade é umimportante fator naocorrência dos desas-tres de trânsito. Ela

gera insegurança não só paraquem está dentro, mas tambémpara os que estão fora do veí-culo. Um pedestre pode avistarfacilmente um carro numa velo-cidade moderada e calcular suatravessia numa rua com segu-rança. Mas se o veículo estiverem excesso de velocidade,mudam completamente o cená-rio e suas consequências: opedestre não terá tempo desair da situação, o motoristanão terá o espaço necessáriopara frear ou adotar umamanobra para evitar o atrope-lamento. É de toda conveniên-cia observar que os atropela-mentos a 30 km/h matamcerca de 5% das vítimas; a 50km/h a metade dos atropela-dos morre; a 70 km/h só ummilagre salva a vítima. Issoporque a violência do impactocresce exponencialmente coma velocidade: um choque a 60km/h é quatro vezes mais bru-tal do que a 30 km/h.

Controlar a velocidade nãose faz exclusivamente com fis-calização eletrônica. A textura

sua finalidade, transformando-os em pontos de redução develocidade. O condutor nãoprecisa saber onde está a fis-calização de velocidade. Eleprecisa apenas ser permanen-temente informado sobre avelocidade máxima da via pormeio de placas e painéis e obe-decê-la sempre.

As placas que avisam ondeestá a fiscalização de velocida-de fazem parte dos “antídotos”para evitar os flagrantes e mul-tas . Alguns segmentos cominfluência na nossa sociedadeadvogam essa forma de “trans-parência”. Pior: uma questãotécnica ficou politizada, fazparte de campanhas e promes-sas políticas.

Morrem todos os anos noBrasil mais de 40 mil pessoas eoutras 800 mil ficam feridas.Parte dessa tragédia pode seratribuída ao excesso de veloci-dade. Precisamos imitar os paí-ses que estão aprimorando asegurança de trânsito, inclusiveutilizando câmeras que vigiamtoda a via. Avisar o infrator ondeele será fiscalizado é beneficiaro infrator e incentivar o desres-peito à lei. E colaborar com aviolência no trânsito.

DAVID DUARTE LIMADoutor em segurança de trânsito, professor da UnB e presidentedo Instituto Brasileiro deSegurança no Trânsito

Avisar beneficia o infrator eincentiva o desrespeito à lei

“Colocar placas avisando onde estão os “pardais” é desrespeitar suafinalidade, transformando-os em pontos de redução de velocidade”

do pavimento, o mobiliáriourbano, a largura da faixa derolamento, lombadas, a profun-didade de visão da via, quepode ser quebrada utilizando“chicanes”, são elementos úteispara moderação da velocidade.Insistir apenas em fiscalizaçãoeletrônica significa abandonartodo o arsenal de recursos con-tra o abuso da velocidade.

No Brasil, a vigilância davelocidade por “pardais” e“barreiras eletrônicas” tem tidoum papel essencial para reduzira violência no trânsito. As bar-reiras têm a finalidade de redu-zir a velocidade pontualmente,perto de travessias de pedes-tres, de entrada e saída de veí-culos e na frente de escolas,por exemplo. Por isso elas sãobem visíveis e apresentam numdisplay a velocidade dos veícu-los que passam. Os “pardais”têm o objetivo de controlar avelocidade ao longo da via.Para realizar bem seu objetivo,eles devem ficar “escondidos”para que os condutores pres-tem atenção ao velocímetro eobedeçam a velocidade máxi-ma da via. Colocar placas avi-sando onde estão os “pardais”é simplesmente desrespeitar

DAVID DUARTE LIMA

Page 80: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200
Page 81: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2012 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

o mercado editorial jornalístico, a credibilidadedetermina três importantes características deuma publicação: tradição, aceitação e longevida-de. Nos últimos 17 anos, a revista CNT TransporteAtual tem oferecido a seus leitores informaçõessobre os temas mais relevantes, ligados, sob os

aspectos mais diversos, ao transporte. Neste mês demaio, a revista apresenta a edição número 200, ummarco para o setor transportador e para todos queacompanham o informativo.

A qualidade editorial e o rigor jornalístico consa-graram a revista como uma das mais importantespublicações, no gênero, sobre transporte no Brasil. Acredibilidade do impresso é resultado de um trabalhocom foco no interesse, pela sociedade, das váriasnuanças da atividade transportadora em nosso país.Em 17 anos, construímos um veículo de informaçãopara os meios transportador, acadêmico, parlamen-tar, executivos federal, estaduais e municipais e mui-tos outros segmentos da sociedade organizada.

Tendo transcorrido 17 anos de publicação, em suaducentésima edição, podemos afirmar que os fatosmais relevantes do transporte brasileiro, ocorridosnesse período, estão registrados na revista CNTTransporte Atual. A maneira independente de divul-gar suas notícias, com transparência e autonomia,forjou um caráter editorial desvinculado de qualquerinteresse político ou econômico, dando a necessárialiberdade para se apontar falhas que comprometemo desempenho do transporte ou para mostrar solu-ções bem-sucedidas. Posição que transformou nossarevista numa espécie de fórum permanente dosgrandes temas nacionais do transporte.

Revendo edições anteriores, especialmente emnosso espaço editorial, não há como não se sur-preender com o argumento recorrente contra ainfraestrutura deficiente em todos os modais. Ouseja, há 17 anos, a revista dos transportadoresacusa, sob os mais variados pontos de vista, anecessidade de o Brasil ter melhores portos, aero-portos, rodovias, ferrovias, hidrovias e um trans-porte público de qualidade.

Portanto, por se tratar de uma publicação setorial,a revista CNT Transporte Atual se reserva o direitode promover algumas bandeiras que julga mais rele-vantes com destaque para a pauta por uma melhorinfraestrutura de transporte e, nos últimos cincoanos, pelo desenvolvimento sustentável, informandoe buscando o compromisso do setor transportadorcom a preservação ambiental. Tudo sem deixar delevar a seu público informações curiosas, sempre demaneira agradável.

A CNT tem em sua revista mais uma contribuiçãoefetiva da entidade com o desenvolvimento do país.Junto com seus estudos e pesquisas, a confederação,por meio de seu periódico mensal, informa à socieda-de brasileira os fatos e reflexões a respeito da ativi-dade que literalmente conduz o país. A revista cum-pre, assim, seu mais nobre papel: levar ao povo brasi-leiro informações para que conheçam a dimensãosocial e econômica da atividade transportadora.

Desde o primeiro exemplar, a revista expressa ocompromisso e o objetivo consagrado na CNT devalorizar o setor transportador, usando a informaçãocomo um instrumento de divulgação do impacto daatividade no crescimento social e econômico do país.

N

Uma revista a serviçodo setor de transporte

“A qualidade editorial e o rigor jornalístico consagraram a revistacomo uma das mais importantes publicações sobre transporte”

Page 82: Revista CNT Transporte Atual - Ediçao 200

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201282

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

TRÂNSITO URBANO

Espero mesmo que a novapolítica de mobilidade urbana traga as soluçõesnecessárias para as nossascidades não pararem. Éimpossível convivermos com tantos carros nas ruas. Até quando vamoscontinuar negligenciando o nosso transporte público e a capacidade de deslocamentos não motorizados? Não podemosaceitar que o número decarros cresça cinco vezesmais por ano do que a população de nossas cidades, como citado ementrevista da revista CNTTransporte Atual de abril.

Marilu CorreiaCampinas/SP

FERROVIA DE PASSAGEIROS

Foi uma satisfação ler narevista CNT TransporteAtual a possibilidade decolocar em prática os projetos para aumentar onúmero de ferrovias para o transporte de passageiros.Como deixamos esse serviço se perder ao longodos anos? O transporte ébarato, seguro e muitomenos poluente.

Gerson RochaMarília/SP

ÓLEO DIESEL B

Tive acesso ao Manuel sobreos cuidados com o óleo diesel B elaborado pelo programa Despoluir depoisde ler reportagem na ediçãonº 199 da revista CNTTransporte Atual. Gostariade parabenizar toda a equipe pelo material simplese esclarecedor. Não sabia da necessidade desses procedimentos para mantera qualidade do combustível.

Vinícius DiasIbotirama/BA

VOOS INTERNACIONAIS

É muito bom saber que o número de voos internacionais tem crescidono Brasil. Isso demonstraque a economia do nossopaís mantém bons índices.Mas o que me preocupa é a infraestrutura. Nossos aeroportos já não comportam nem ademanda interna de voos.Como ficaremos na Copa?

Carol PiresCascavel/PR

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

Júlio Fontana Neto

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

Eduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

José Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellEurico GalhardiFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJoão Rezende FilhoMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Paulo Sérgio Ribeiro da Silva

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de SousaJosé Alexandrino Ferreira NetoJosé Percides RodriguesLuiz Maldonado MarthosSandoval Geraldino dos SantosÉder Dal’ LagoAndré Luiz CostaDiumar Deléo Cunha BuenoClaudinei Natal PelegriniGetúlio Vargas de Moura BratzNilton Noel da RochaNeirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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