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CONSTRUIR NORDESTE Edição 59 | outubro 2011 arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços (só para assinantes) ano XII | nº 59 | outubro 2011 | www.construirnordeste.com.br FORTALEZA UMA NOVA ORLA SE ANUNCIA Novo Código Florestal pode impactar a construção ARQU ITETURA Recife terá obras para a mobilidade urbana ENTRE VIS TA Jorge Hereda – Presidente 14,5% do crédito imobiliário R$ 12,90 | € 5,60 SISTE MAS DE SEGURANÇA CHEGAM ÀS OBRAS | L OCAÇÃO DE MÁQUINAS CRESCE NO RIT MO DA CONSTRU ÇÃO Projeto urbano dará modernidade à beira-mar

Revista Construir Nordeste - Fortaleza uma nova orla se anuncia

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Ano XII, n°59, outubro de 2011

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CON

STRUIR N

ORD

ESTEEdição 59 | outubro 2011

arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços (só para assinantes)

ano XII | nº 59 | outubro 2011 | www.construirnordeste.com.br

FORTALEZAUMA NOVA ORLA SE ANUNCIA

Novo Código Florestal pode impactar a construção

ARQU ITETURARecife terá obras para a mobilidade urbana

ENTRE VIS TAJorge Hereda – Presidente

14,5% do crédito imobiliário

R$ 1

2,90

| €

5,60

SISTEM

AS D

E SEGU

RA

NÇA

CHE

GA

M À

S OBRA

S | LO

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AS CRESCE

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Projeto urbano dará modernidade à beira-mar

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SUMÁRIO

| AGOSTO 20116 |

nARQUITETURA & INTERIORES

38 Obras de grande porte prometem dar mobilidade ao Recife

48 Traço pernambucano de Mônica Paes no Evidencia Astoria de Lisboa

nTECNOLOGIA

66 Sistemas de segurança mostram o que se passa em obras e condomínios

nECONOMIA & NEGÓCIOS

70 A construção dá carga total à locação de máquinas e equipamentos

74 Salão Imobiliário da Bahia termina com bons negócios

78 Feiras em São Paulo e no Nordeste atestam o poder de compra da construção

nSEÇÕES

14 SHARE28 RESPONSABILIDADE SOCIAL34 TRENA33 PAINEL CONSTRUIR36 VITRINE61 COMO SE FAZ31 DIA A DIA NA OBRA84 INSUMOS89 ONDE ENCONTRAR

nCOLUNAS 16 PALAVRA | Waldecy Pinto41 D&A | Ricardo Castro55|5 VISTO DE PORTUGAL | Renato Leal73 CONSTRUIR ECONOMIA | Frederico Katz77 INDICADORES IVV | José Freitas83 INDICADORES CUB | Clélio Moraes

nCAPA | 42ARQUITETURA Projeto urbanístico dará uma nova vida à orla de Fortaleza

nENTREVISTA | 18 Jorge Hereda: a Caixa Econômica Federal deve liberar R$ 90 bilhões para habitação no país em 2011

nVIDA SUSTENTÁVEL | 58|8O novo Código Florestal pode interferir na construção das cidades

nTECNOLOGIA | 62Vidros solares refletem economia de energia e conforto

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CARO LEITOR

| AGOSTO 20118 |

A s boas notícias cada vez correm o mundo com mais ra-pidez. Não demorou nada para que o projeto de requa-lifi cação da orla de Fortaleza viesse parar na reunião

de pauta e, logo, na capa da nossa revista. O que poderia ser só uma reportagem, na verdade, traça um caminho mais largo que a Construir NE está percorrendo, com a estreia, nesta edição, do correspondente da Bahia, Pacheco Maia Filho, e a participa-ção do repórter cearense Hugo Renan Nascimento, assinando o texto de capa com detalhes do projeto escolhido num concurso nacional de ideias, promovido pela Prefeitura de Fortaleza. A cidade e os trabalhadores da beira-mar esperam os bons ventos trazidos pela iminência da Copa de 2014.

O grande evento do futebol mundial promete deixar um sal-do positivo no traçado urbano das cidades-sede, como é o caso do Recife que, por sua vez, prepara um arrojado projeto de mo-bilidade com viadutos e novos meios de locomoção, levando a hoje utópica proposta de fazer a população deixar seus carros em casa. Estamos na torcida por essa sustentável realidade, “pois é dos sonhos dos homens que uma cidade se inventa”, já escre-veu o poeta pernambucano Carlos Pena Filho.

De sonhos e de concreto se erguem obras e se constroem pro-fi ssionais que doam seu sangue ou são incluídos no mundo digi-tal em ações de responsabilidade social das construtoras Gabriel Bacelar, em Pernambuco, e Cyrela, na Bahia, como você poderá conferir nas próximas páginas.

Na entrevista especial, trazemos o presidente da Caixa Eco-nômica Federal, Jorge Hereda, um arquiteto baiano que enfrenta o desafi o de continuar a escalada para reduzir o défi cit habita-cional do país, aumentando a liberação de recursos que estimu-lam a cadeia nacional da construção.

A cada edição, encontramos setores e segmentos que vivem ou revivem um crescimento suspenso pela construção, como o de locação de máquinas pesadas mostrado pela repórter Cris-tina França. Já que o sol parece não se pôr, o editor do site da Construir NE, Edilson Vieira, nos abre as janelas e portas do inovador mercado de vidros solares, que vem ganhando visibi-lidade no Nordeste. Em outra matéria, ele revela a disponibili-dade de sistemas de segurança de visível tecnologia para obras e condomínios, um serviço cada vez mais procurado.

Para terminar, avisamos que ainda não paramos de mudar, buscando sempre oferecer o melhor aos nossos leitores. Seja em notícias, seja no traço do nosso mais novo colaborador: o car-tunista Samuca, que diagrama e ilustra, com seu bom humor, nosso trabalho. Bem-vindo!

Boa leitura.

Elaine Lyra(publisher)Elaine Lyra

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EXPEDIENTE

| AGOSTO 201110 |

Diretora Geral | Elaine Lyra

reViSta CoNStrUir NorDeSteedição 59 | outubro 2011 | 10.000 exemplares

CoNSelho eDitorialAdriana Cavendish, Alexana Vilar, Augusto Santini, Bruno Ferraz, Celeste Leão,

Clélio Morais, Eduardo Moraes, Elaine Lyra, Francisco Berek, Haroldo Azevedo,

José G. Larocerie, Lailson de Holanda, Mário Disnard, Renato Leal, Ricardo Leal,

Risale Neves, Serapião Bispo e Carlos Valle.

CoNSelho téCNiCo Professores

Alberto Casado, Alexandre Gusmão, Arnaldo Cardim de Carvalho Filho, Cezar

Augusto Cerqueira, Béda Barkokébas, Eliana Cristina Monteiro, Emília Kohlman,

Fátima Maria Miranda Brayner, Kalinny Patrícia Vaz Lafayette,

Stela Fucale Sukar, Yêda Povoas.

reDaÇÃo | [email protected]

Publisher | Elaine Lyra

[email protected]

Skype: elaine.lyra - Publisher

eDitora exeCUtiVa | Etiene Ramos

[email protected]

rePortaGemRecife

Edilson Vieira | [email protected]

Cristina França | [email protected]

Ceará

Hugo Renan Nascimento

Bahia

José Pacheco Maia Filho

ColUNiStaSClélio Morais | Fred Katz | José Freitas | Renato Leal | Ricardo Castro

reViSÃo De textoBetânia Jerônimo

FotoGraFiaAlexandre Albuquerque

Projeto GráFiCo Zdizain

DiaGramaÇÃo e ilUStraÇÃoSamuca

PUbliCiDaDe e ProjetoS eSPeCiaiS

[email protected] | 55 81 3038 1045Marketing e Eventos- Lucas Miranda

[email protected]

PUbliCiDaDe [email protected]

Redes sociais e site (WWW.construirnordeste.com.br)

Edilson Vieira | [email protected]

rePreSeNteS Para PUbliCiDaDeCeará | Aldamir Amaral | 55 85 3264.0576 | 55 85 3264.0576

[email protected]

Santa Catarina | Ana Luisa | 55 48 9981.9588

[email protected]

Rio de Janeiro | Aílton Guilherme | 55 21 2233.8505 | 55 21 8293.6198

[email protected]

São Paulo | Demetrius Sfakianakis | 55 11 3255-2522

[email protected]

Rio Grande do Sul | Everton Luis | 55 51 9986-0900

[email protected]

Portugal- B4- Business Consulting & Investiments | Renato Leal

351 210329111

[email protected]

AdministrAtivo-FinAnceiro Secretária executiva | 55 81 3325.2782

Alda Paula de Andrade | [email protected]

Assistente administrativo-financeiro

Stanislau Macário Júnior | [email protected]

aSSiNatUraS e DiStribUiÇÃoTatiana Feijó | [email protected]

Beatriz Feijó | [email protected]

55 81 3038 1045 | 55 81 3038 1046

endereço: Av. Conselheiro Aguiar, 1555/36 | Boa Viagem | Recife/PE

CEP 51 111-011 | 55 81 3038 1045 | 1046

arquitetura | tecnologias | mercado | índices | preços de insumos | custos de serviços (só para assinantes)

ano XII | nº 59 | outubro 2011 | www.construirnordeste.com.br

FortaleZaUma NoVa orla Se aNUNCia

Novo Código Florestal pode impactar a construção

arQUitetUraRecife terá obras para a mobilidade urbana

eNtreViStaJorge Hereda – Presidente da CEF: Nordeste ficou com 14,5% do crédito imobiliário

R$ 1

2,90

| €

5,60

Projeto urbano dará modernidade à beira-mar

Foto capa: Gisa Carvalho

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| AGOSTO 2011

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CARTAS

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olhando uma caçamba coletora na minha obra, tenho a impressão de que há uma grande variedade de materiais na composição dos entulhos. Como é realizado o tratamento desses resíduos para a produção de agregados reciclados?

Que medidas são mais eficientes para a redução do consumo de água na construção de prédios?

reDaÇÃo/SUGeStÕeS De [email protected]. Conselheiro Aguiar, 1555Boa Viagem | Recife | PECEP: 51111-011

ateNDimeNto ao [email protected]: + 55 81 3038-1045 e 81-3038-1046Segunda a sexta-feira, das 8h às 12h

e das 14h às 18h

CartaSAv. Conselheiro Aguiar, 1555/36Boa Viagem | Recife | PECEP: 51 111-011

AGENDA

A variabilidade de materiais presentes na com-posição dos resíduos de construção realmente existe e é justificada pelo ambiente dinâmico do canteiro de obra, com várias atividades (carpinta-ria, alvenaria, concretagem etc) sendo realizadas concomitantemente. Por esta razão, pode-se afir-mar que a reciclagem dos resíduos de construção e demolição deve ser iniciada na fonte geradora dos resíduos, separando-os em função dos seus materiais constituintes (madeira, concreto, me-tal, plástico etc). Vale ressaltar que esta atitude contribui também para que os empreendimentos tenham canteiros de obras mais organizados e, consequentemente, mais seguros, eficientes e econômicos. Em se tratando da produção de agregados reciclados de RCD, as peças de concre-to devem ser encaminhadas para uma usina de reciclagem, onde serão inspecionadas, a fim de verificar a ocorrência de contaminação por ma-teriais indesejáveis como graxas e óleos. Sendo liberadas na inspeção, elas serão recebidas e ar-mazenadas. Em seguida, as peças de concreto te-rão as suas dimensões reduzidas, de forma a se-rem beneficiadas em um britador – a abertura na entrada do britador ditará o tamanho das peças

nesta etapa. Após o processo de britagem e com o auxílio de esteiras rolantes, os resíduos passam por um eletroímã – para a retirada dos eventu-ais componentes metálicos – e, em seguida, são encaminhados para um jogo de peneiras de dife-rentes aberturas de malha. Na etapa de peneira-mento, os agregados reciclados serão separados em diferentes faixas granulométricas. Vários es-tudos demonstram que os agregados reciclados obtidos por meio do processo de beneficiamento possuem excelentes qualidades para aplicação em pavimentação e confecção de artefatos de concreto sem função estrutural. No entanto, o processo de reciclagem pode ser alterado para a obtenção de agregados que atendam a critérios técnicos mais específicos. É importante lembrar também que, além de todos os benefícios am-bientais, a reciclagem de RCD apresenta-se como uma alternativa vantajosa, por representar uma possibilidade de converter uma fonte de despe-sas para o setor público e para os construtores em uma fonte de faturamento e economia.

*Prof. Dr. Éder Carlos Guedes dos SantosPEC/Poli/UPE

O consumo de água em uma obra varia com o volume de serviços de alvenaria, revestimen-tos e pisos, entre outros. Porém, acredita-se que o setor de maior consumo de água nas obras ocorre na área de vivência (sanitários, refeitório e escritório), embora quase não haja dados dis-poníveis sobre o consumo de água nos canteiros de obras. Como se trata de uma instalação pro-visória, normalmente, as construtoras não inves-tem em equipamentos economizadores de água, tais como torneiras e chuveiros com redução de vazão, devido ao seu custo. É possível reduzir o consumo de água potável através do uso de fon-tes alternativas como poços e captação de águas

pluviais, desde que seja respeitada a qualidade da água necessária ao seu uso. Ou, ainda, com o reuso de água na própria obra, utilizando-se lavatórios e chuveiros para a descarga de sani-tários, por exemplo. A conscientização dos fun-cionários para a redução dos desperdícios com água também é muito importante, bem como o monitoramento contínuo dos volumes de água consumidos durante as diversas fases e setores da obra. Evidentemente, as medidas terão impac-tos distintos em função do porte da obra.

*Profa. Dra. Simone Rosa da SilvaPEC/Poli/UPE

Curso de etiquetagem de edifícios residenciais

(Selo Procel de Eficiência Energética)Data: 31 de outubro a 5 de novembro de 2011local: Sinduscon/PE (Rua Marquês de Amorim, 136 – Ilha do Leite – Recife/PE)www.sindusconpe.com.br

4º Concurso Cultural de Projetos de arquitetura Novo Núcleo

Data: até 7 de novembro de 2011local: Novo Núcleo (Av. Domingos Ferrei-ra, 1486/sala 12 - Boa Viagem – Recife/PE)http://www.novonucleo.com.br/concurso/

9ª bienal internacional de arquitetura

local: OCA - Parque do Ibirapuera - São Paulo - Brasil Data: 2 de novembro a 4 de dezembro de 2011www.nonabia.com.br

Prêmio Nacional para estudantes de arquitetura

Data: até 31 de outubro de 2011local: sede do IAB/SP (Rua Bento Freitas, 306/sala 43 - São Paulo/SP)www.iabsp.org.br

Construir rio

Data: 16 a 19 de novembro de 2011local: Riocentro – Rio de Janeiro/RJwww.feiraconstruir.com.br/rj/

2º rio infraestrutura – Feira de Produtos e Serviços para infraestrutura

Data: 17 a 20 de novembro de 2011local: Riocentro – Rio de Janeiro/RJwww.rioinfra.com.br

12º Congresso e exposição internacional de tintas

Data: 21 a 23 de novembro de 2011local: Transamérica Expocenter – São Paulo/SPwww.abrafati2011.com.br

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SHARE

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eDilSoN Vieira

a ViDa é em 3D

Q uando a tecnologia das imagens em terceira dimensão foi criada e utilizada pela primeira vez em filmes, no início do século XX, a novidade foi tão grande que pôde ser

comparada com o conhecimento científico que serviu para levar o homem à lua, ou seja, impressionou mas não serviu para mui-ta coisa, apenas provou que podia ser feita. Passados cem anos, a tecnologia 3D volta, primeiro como alternativa de lazer nas salas de cinema, depois para uso doméstico em modernos aparelhos de TV digital. Mas agora surge outra utilidade para as imagens de três dimensões: ferramenta de trabalho de corretores de imóveis. Com ela, eles podem esmiuçar os diversos ambientes de um projeto - ainda na planta - para o potencial comprador, indo muito além da simples maquete. Já funciona no Recife o primeiro showroom em 3D do Nordeste, montado como uma sala de cinema, com tela de 60 polegadas, poltronas reclináveis e até pipoqueira. A ideia de transformar um modismo em ferramenta para o mercado imobiliário é mesmo muito boa. A mesma coisa acontece com o uso de tablets

por uma empresa de esquadrias e perfis de alumínio, os quais per-mitem ao engenheiro, arquiteto ou técnico conhecer as possibilidades dos produtos com mais detalhes. Gosto quando as novas tecnologias são utilizadas realmente com um fim, e não apenas para atestar uma modernidade vazia. Utilizar o Twitter, por exemplo, apenas para dar “bom dia” a seus seguidores parece-me um desperdício. Já utilizar a rede social para cobrir um evento em tempo real, como fizemos com o 14º Fórum Construir Nordeste - Pernambuco Próxima Década, re-alizado no final de setembro, no Recife, permite compartilhar com o mundo um resumo das ideias e observações dos palestrantes. Por isso, vai uma dica: não queira ser moderno apenas por ser. Encontre um sentido em cada aplicativo ou gadget tecnológico que decidir utilizar. O mago da modernidade Steve Jobs, fundador da Apple, falecido no último dia 5 de outubro, foi criticado, nos anos 70, quando falou em levar o computador para a casa das pessoas. Na época, ninguém via utilidade nisso. Steve Jobs criou essa necessidade e provou ao mundo que estava certo.

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o Fato e aS FotoSTem novidade na galeria de fotos: um ensaio fotográfico sobre o 14º Fórum Construir Nor-deste, com o tema Pernambuco - Próxima Dé-cada. Veja quem andou por lá.

aNUNCie aQUiAssim como a revista, o site da Construir NE também dispõe de espaços para você anunciar sua empresa ou serviço, com notícias atualizadas diariamente, complementos do conteúdo da revista, hotsites temáticos e artigos. É clicar e se informar. Anunciar no site é uma maneira de estar no ar e ser visto pelo seu público-alvo 24 horas por dia. Fale com a gente: (81) 3038-1045 e [email protected].

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A publisher da Construir NE, Elaine Lyra, entre os representantes do Governo de Pernambuco no Fórum: o secretário de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, e o de Governo, Maurício Rands

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PALAVRA

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O Planeta Terra abrigará, neste final do século, dez bilhões de pessoas. Esta é uma afirmativa da ONU, a Orga-

nização das Nações Unidas, órgão interna-cional que se preocupa com o bem-estar dos que o habitam.

O fenômeno de esvaziamento da área rural, resultante das migrações para as áreas urbanas, torna-se outro grande desafio para as gestões municipais, sem preparo urbanístico, princi-palmente nos países emergentes como o Brasil.

Os desequilíbrios regionais são notados em nosso país - principalmente nas cidades polo - como verdadeiros “eldorados”, como é o caso do Recife. A verticalização da pouca área privada existente no município tem de-safiado os planejadores e, consequentemen-te, os seus gestores. Presencia-se hoje, depois de décadas, a inexistência de obras estru-turadoras destinadas à mobilidade urbana, principalmente do sistema viário, projetado nas décadas de 70 e 80, quando foi concluída a primeira perimetral, denominada Avenida Agamenon Magalhães.

O Recife, em termos de mobilidade, não oferece nenhum conforto aos seus munícipes, podendo-se afirmar que atualmente se apre-senta totalmente paralisado. O deslocamento da população de todas as classes sociais está nitidamente em estado estático, em termos dos percursos diários da habilitação para o trabalho ou para a escola ou para o lazer.

A saída do lar para qualquer ponto do território municipal ou metropolitano, mes-mo enfrentando curtas distâncias (de dez a 20 quilômetros), realiza-se em horas, seja utilizando o veículo individual ou mesmo o coletivo. A perda de tempo, o desperdício material e a poluição atmosférica e sono-ra alinham-se e incorporam-se ao estres-se urbano, que não deixa de ser uma das

reciFe - o crescimento VerSUS a mobiliDaDe

características da própria violência. Além desse problema de circulação,

acrescem-se outros mais graves como a saú-de e a educação. Na área da saúde, o aumento dos hospitais e dos médicos mal remunera-dos, e as ausências de vagas nas UTIs e leitos vêm se tornando normativos, porque o que existe não está dando conta das necessida-des. Quando se pensa em saúde, não se deve esquecer que a área metropolitana do Recife está com 23% do tratamento dos seus esgo-tos em instalações seculares, fazendo uso da rede precária das águas pluviais, dos rios, dos canais, dos córregos e das lagoas. Como re-solver a saúde sem tratamento sanitário? E a drenagem?

Juntando-se as citadas deficiências com os prognósticos do crescimento populacio-nal, tanto demográfico quanto econômico, onde iremos chegar e como combateremos a violência? O crescimento econômico produz automaticamente aumento de poder aquisi-tivo e busca de conforto material, dentre eles o automóvel. A mão de obra de alto padrão requerida pelas empresas “ISO”, que estão no propósito de alavancar a região e, em espe-cial, o Estado de Pernambuco, possivelmente migrará de outras regiões e até mesmo do exterior.

Assim, nesse prognóstico dos cenários apresentados para o desenvolvimento da população que se exercitará funcionalmente nas cidades classificadas como “eldorados”, como eles se comportarão? Então se soma a tudo isso a preocupação do comportamento do tecido e da malha urbana, que não supor-tarão as exigências desenvolvimentistas. E a mobilidade, sem obras estruturadoras, e a complementação do sistema viário existente e incompleto distanciam-se, cada vez mais, do ideal. Então o que fazer?

Os desafios são muitos, porque o tempo passou, a cidade cresceu em população e em poder aquisitivo, e as gestões municipais an-daram lentamente e se afastaram (e muito) das reais necessidades técnicas e científicas, abraçando as questões das assembleias parti-cipativas em que os pedidos e as prioridades são altamente questionáveis, em termos de custos e benefícios. Explica-se que a cidade deve ser vista e administrada em termos glo-bais, e não com distinção e com gestões vi-sando unicamente ao crescimento pessoal e político, usando a máquina como trampolim.

O plano da mobilidade deve estruturar a cidade como um todo, principalmente relacionado com os deslocamentos da sua população no seu território, visando à ra-cionalidade e à integração das necessidades do ser humano, tais como habitar, estudar, trabalhar e recrear o corpo e o espírito, pre-conizado nas normas biológicas desde os pri-mórdios da ciência do urbanismo.

Waldecy Fernandes Pinto é arquiteto urbanista e presidente da Academia Pernambucana de Ciências. Foi secretário de Planejamento do Recife (1969-1970 e 1975-1979) e reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (1983-1987).

WalDeCy FerNaNDeS PiNto*

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AGOSTO 2011 |

ENTREVISTA

| AGOSTO 201118 |

Caixa DeVe liberar r$ 90 bilhÕeS Para habitaÇÃo em 2011

O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, lembra que, em 2002, a empresa liberou apenas R$ 4,8 bilhões para o sistema habitacional brasileiro. No ano passado, o volume chegou a R$ 76 bilhões e deve atingir R$ 90 bilhões este ano. Os números mostram que a demanda continua alta e pode aumentar se Estados e municípios ajudarem na liberação de terrenos - hoje um dos desafios da Caixa para acelerar a redução do déficit habitacional. Nesta entrevista à Construir NE, o arquiteto de Salvador que passou cinco anos na vice-presidência da Caixa e foi nomeado presidente em março passado, diz que o Nordeste recebeu 14,5% do crédito imobiliário liberado pela instituição no primeiro semestre. Já em relação à segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, a região ficará com 30% das 860.000 novas unidades previstas para a faixa de renda familiar até R$ 1,6 mil. É um bom percentual, mas prova que ainda há muito a se construir no Nordeste.

etiene ramos

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AGOSTO 2011 | | 19| AGOSTO 2011

ENTREVISTA

Quais são hoje os principais papéis da Cai-xa Econômica Federal com impacto na construção civil?

A Caixa Econômica Federal sempre teve uma forte atuação no setor habitacional, pos-suindo um portfólio de produtos que aten-de a todos os segmentos de renda, desde a baixíssima até a mais alta renda. Da mesma forma, dispõe de linhas de crédito que aten-dem às mais diversas necessidades - de uma simples cesta de material de construção ao fi-nanciamento de um grande empreendimen-to residencial ou comercial. A Caixa possui linhas de crédito específicas para empresas da construção civil, financiando a produção e comercialização de imóveis, além de forte atuação no segmento de imóveis usados, o que dá liquidez ao mercado imobiliário se-cundário e alavanca recursos para as famílias adquirirem imóveis novos. Neste contexto, a Caixa tem uma atuação decisiva no fomento e na sustentabilidade do setor habitacional brasileiro, tanto no lado econômico, ao viabi-lizar a produção de novos empreendimentos, contribuindo para o fortalecimento do setor produtivo e gerando renda e emprego, quanto no lado social, contribuindo para que as famí-lias, principalmente aquelas de menor poder aquisitivo, tenham acesso a moradias dignas.

Qual o orçamento disponível para o setor em 2011 e quanto ele representa em cresci-mento, em relação ao ano passado?

O orçamento para 2011 equivale a R$ 90 bi-lhões, representando um aumento de 18% em relação ao orçamento de 2010.

Qual é a divisão entre o segmento imobiliá-rio e o de infraestrutura?

Em termos de distribuição orçamentária de recursos do FGTS, 60% são destinados à habitação e 40% para saneamento básico e infraestrutura.

Durante muitos anos, a construção sofreu com a falta de financiamentos oficiais e mesmo privados, gerando a quebra de construtoras e um crescente déficit habita-cional no Brasil. Desde quando este cená-rio começou a mudar e de que forma a CEF contribuiu para essa mudança?

A retomada gradual dos investimentos no setor habitacional verifica-se a partir da consolidada estabilidade econômica, princi-palmente a partir de 2002. Nos últimos oito anos, a habitação e o combate ao déficit habi-tacional foram incluídos como prioridade do governo federal, com grandes aportes de sub-sídios e também alocação de um maior volu-me de recursos para financiar a produção e comercialização de imóveis. Como exemplo, a Caixa liberou, em 2002, aproximadamente R$ 4,8 bilhões, valor este que evoluiu para R$ 76 bilhões, em 2010, devendo atingir R$ 90 bilhões, em 2011. Os bons fundamentos da economia brasileira, com o crescimento de emprego e renda, associados ao volume ex-pressivo de subsídios da União, são fatores que permitiram o ciclo virtuoso ora viven-ciado pelo setor habitacional brasileiro.

Hoje, qual é o maior desafio para manter o crescimento de financiamentos para a construção?

Do lado do crédito, disponibilizar recursos com taxas de juros acessíveis e, principal-mente, aporte de subsídios em volume sufi-ciente para complementar a capacidade de pagamento das famílias de baixa renda; do lado das empresas, viabilizar produtos com qualidade e preço compatível com a deman-da, levando-se em conta que mais de 90% do déficit habitacional são compostos por famí-lias com até cinco salários mínimos de renda; do lado dos municípios, dar efetividade ao Estatuto das Cidades, principalmente viabili-zando terras para a produção de habitação de interesse social.

Para a CEF, a inadimplência dos contra-tos imobiliários do passado vem sendo superada?

A carteira de crédito imobiliário é constitu-ída por contratos assinados, em quase sua totalidade, a partir de 2001. Portanto, não há contratos desequilibrados, como aqueles contratados à época da hiperinflação. Histo-ricamente, a inadimplência da referida cartei-ra vem se mantendo abaixo de 2,0%. Este não é um fator que requeira uma maior preocu-pação por parte da empresa.

Quem deve mais: o poder público ou os mutuários?

A carteira mais expressiva da Caixa é consti-tuída por pessoas físicas e pelo setor privado.

Como está a liberação de recursos do PAC para obras de infraestrutura nos Estados e municípios?

A Caixa contratou um montante de R$ 19.130.971.687,44 em operações de finan-ciamento, no âmbito do PAC, no período de 2006 a 2011, tendo sido desembolsados cerca de R$ 8 bilhões. Por se tratar de obras com prazo de execução em torno de três a quatro anos, o ritmo de desembolso pode ser con-siderado normal, conforme cronogramas de execução previstos.

Para manter os financiamentos em alta, é necessário ter juros acessíveis, subsídios suficientes e imóveis de qualidade e preço compatível”

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Como está o Nordeste na tomada e na li-beração de financiamentos até o primeiro semestre de 2011?

Dos R$ 34,5 bilhões que a Caixa contratou em crédito imobiliário, no primeiro semestre de 2011, 14,8% foram destinados à Região Nordeste.

O programa Minha Casa, Minha Vida 2 terá maior participação da Região Nordes-te em relação à primeira fase?

Para a segunda fase, em se tratando da fai-xa 1 (FAR – renda familiar até R$ 1.600,00), está prevista a contratação de 860.000 novas unidades, sendo que, destas, 258.683 (30%) serão destinadas ao Nordeste. Das 262.263 unidades contratadas em 2011, 18,5% estão situadas no Nordeste, sendo que a maioria refere-se às faixas 2 e 3, ou seja, famílias com renda superior a R$ 1.600,00.

Saneamento, estradas, urbanização, obras da Copa 2014 e Olímpiadas de 2016 exigi-rão um aporte maior do orçamento da Cai-xa em 2011 e nos próximos anos?

Não existe aporte de recursos a serem alo-cados, informando que eles são oriundos do FGTS e da contrapartida de recursos próprios dos tomadores. A atual previsão de contratação, no âmbito do PAC 2 e da Copa 2014, é de 410 contratos, sendo 135 na área de saneamento (R$3,27 bilhões), 240 para projetos de pavimentação (R$ 1,98 bilhão), 19 voltados para habitação (R$ 588 milhões) e 16 específicos para a Copa 2014 (R$ 3,25 bilhões), num total superior a R$ 9 bilhões.

Que iniciativa as construtoras brasileiras devem tomar para melhorar o desempenho dos financiamentos no Nordeste para o se-tor imobiliário ?

Com exceção das capitais, a Região Nordeste não apresenta grandes problemas, em rela-ção à escassez de terrenos adequados para a habitação de interesse social. Portanto, uma forma que entendemos ser importante para ampliar a participação da Região Nordeste no setor imobiliário é investir na melhoria de produtos e processos, de forma a ofer-tar qualidade e preço adequado ao perfil da demanda.

E como os Estados e municípios podem contribuir para esse fim?

Os Estados e municípios podem contri-buir, e muito, por meio da viabilização de terrenos e infraestrutura, bem como, em algumas situações, com aporte de subsídios complementares.

ENTREVISTA

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AGOSTO 2011 |

FÓRUM CONSTRUIR

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PerNambUCo olhaNDo Para FreNte

Debates com especialistas e autoridades do Recife e do Estado, convidados pela Construir NE, mostraram que o desenvolvimento urbano está apenas no alicerce

edilson Vieira

O 14º Fórum promovido pela Revista Construir Nordeste e o Instituto de Qualificação (IQ) reuniu no Recife,

em 29 de setembro, gestores públicos, empre-sários, acadêmicos, arquitetos e engenheiros para pensar e debater o futuro de Pernambu-co na próxima década. Segundo os especia-listas, este será o período de permanência do crescimento acelerado vivido pelo Estado e que já é conhecido como a “revolução indus-trial pernambucana”.

O diretor da TGI Consultoria e um dos palestrantes do encontro, Francisco Cunha, mapeou as áreas de desenvolvimento de Per-nambuco e apresentou números que preo-cupam. “Sou do tempo em que se dizia que Pernambuco não tinha jeito mas, felizmente, nos últimos dez anos o cenário mudou e de forma tão radical que, em 2010, nossa econo-mia só perdeu em crescimento para a China”. Para exemplificar, o Estado não tem petróleo mas ganhou uma refinaria e um estaleiro que produz navios para a Transpetro, o braço logístico da Petrobras. Tamanho crescimen-to em pouco tempo, segundo Cunha, vem acompanhado de desafios. “A escassez de mão de obra especializada, causando um ver-dadeiro apagão de profissionais em todos os

setores, talvez seja o lado mais urgente desse momento”, afirma, sem esquecer a necessi-dade de uma infraestrutura que suporte os grandes investimentos.

Como boa noticia, Francisco Cunha res-saltou a interiorização do crescimento eco-nômico. “Suape, com a refinaria e o setor de logística e Goiana, na Mata Norte, com o se-tor automobilístico, serão pólos importantes mas a novidade será a expansão de um novo pólo econômico no Sertão, na cidade de Sal-gueiro, a 500 quilômetros do Recife, movido pelos ramais da Ferrovia Transnordestina, por um dos eixos da Transposição do Rio São Francisco e por ser um importante entronca-mento rodoviário entre os Estados da Bahia, Ceará e Pernambuco”, revelou o consultor.

O arquiteto Zeca Brandão fala do urbanismo voltado para o crescimento do Recife.

Prof. Mauricio Andrade (UFPE) apresentou painel sobre mobilidade urbana.

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FÓRUM CONSTRUIR

QUaliFiCaÇÃo e UrbaNiSmoDe que tipo de profissional precisamos

hoje? A questão, levantada pelo secretário de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo de Pernambuco, Antônio Carlos Maranhão, recebeu dele próprio uma resposta sucinta: de “pessoas com competência cognitiva, habili-dade na resolução de problemas e que saibam trabalhar em equipe. É o que o mercado busca hoje”, diz Maranhão. Com a experiência de 15 anos à frente do Senai/PE, o secretário é oti-mista, lembrando que “já fomos piores e mais desiguais; hoje estamos no caminho”.

Complementando a fala de Maranhão, Marcos Salvatori, gerente de Mercado do Se-nai/PE, apresentou a planta da nova Escola Técnica da Construção Civil, a ser erguida no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Zeca Brandão, arquiteto e secretário de Con-trole e Desenvolvimento Urbano e Obras de Pernambuco, ficou encarregado de apre-sentar o painel sobre urbanismo e tratou de defender os altos investimentos feitos por conta da Copa de 2014. “As obras de infra-estrutura como acesso viário, melhoria do transporte coletivo e a própria Cidade da Copa - que será erguida em São Lourenço

da Mata, porque Recife não comportaria um empreendimento deste porte - serão legados para a sociedade”, afirmou Brandão. Para ele, está sendo estimulado o crescimento metro-politano para a zona oeste da RMR, uma área carente de investimentos. “A Copa vai passar, mas graças a ela podemos repensar o urba-nismo do Recife”, disse o arquiteto.

Fechando o evento, os secretários estadu-ais de Governo, Maurício Rands, e de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, fizeram seus respectivos balanços das ações do Governo de Pernambuco, nos últimos cinco anos, com expressivos ganhos econômicos. O secretário de Meio Ambiente mostrou sua pre-ocupação com o “depois” da euforia. “Histori-camente, após um período de expansão, vem uma época de estagnação”, alertou o secretário.

“Queremos romper com esse ciclo e cons-truir hoje um desenvolvimento sustentável e socialmente justo”, afirmou, endossado pelo colega Maurício Rands: “Não existe desen-volvimento se não houver redução da desi-gualdade social”.

A publisher da Construir NE, Elaine Lyra, encerrou o encontro lembrando que “neste momento de crescimento, o verbo a ser con-jugado é planejar”.

mobiliDaDe em PaUta

O 14º Fórum Construir Nordeste abriu espaço também para o debate. O professor do curso de Engenharia Civil Maurício An-drade, da Universidade Federal de Pernam-buco (UFPE), salientou a importância da mobilidade para ampliar ainda mais o po-tencial econômico local e deixou ao público um questionamento: como conseguir isso sem desequilibrar o meio ambiente? Este é o grande desafio”, afirmou o professor. Segun-do ele, em São Paulo os congestionamentos causam prejuízos de R$5 bilhões ao ano e o

crescimento econômico exige dos gestores eficiência no trato com a questão. Antônio Machado Neto, coordenador de Mobilidade da Cidade do Recife aceitou o recado e apre-sentou os planos de expansão para o trans-porte coletivo com a implantaçãodas vias expressas para o sistema Bus Rapid Transit (BRT), os ônibus articulados, que, na sua opinião, são quase tão eficientes quanto o metrô com um custo de implantação bem mais baixo.

O engenheiro Luiz Priori Júnior, media-dor do debate, foi mais além e pediu para que, apesar das grandes obras fosse discu-tido também o básico do dia a dia,o direito de caminhar. “É impossível andar a pé com a situação das nossas calçadas”, protestou.Concluindo o debate, o professor Mauricio Andrade observou que a mobilidade hoje é entendida de forma particular. “Quem tem carro quer mais é viadutos”, alertou.

A casa da Indústria de Pernambuco recebeu o 14º. Fórum Construir NE.

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AGOSTO 2011 |

CADERNO TÉCNICO - PEC

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aValiaÇÃo Do CiClo De ViDa Com FoCo Na CoNStrUÇÃo SUSteNtáVelMaria Cecília Araújo Santos (Poli/UPE), MSc. Lícia Trajano (Poli/UPE), Prof. Dr. Arnaldo Cardim de Carvalho Filho (Poli/UPE)

reSUmo

A mudança climática, poluição do ar e esgotamento dos recursos naturais estão entre os problemas mais graves gerados pela indústria da cons-trução civil, esta que, atualmente, passa por grandes investimentos e mobilização com foco na produção. É caracterizada por ser uma das ati-vidades menos sustentáveis do planeta, consumindo cerca de 50% dos recursos naturais e gerando alto nível de emissões gasosas, entre outras responsáveis pelo aquecimento global. A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) surge como uma ferramenta eficaz para auxiliar a sustentabilidade ambiental de um produto, processo ou serviço, avaliando seus aspectos e impactos potenciais ao longo de sua vida, desde a origem na natureza até seu descarte final, buscando a melhoria do seu desempenho ambiental e uma construção mais sustentável. O presente artigo pretende focar a aplicação da ACV no âmbito da construção sustentável, considerando os resultados de cada etapa da metodologia adotada, no auxílio de uma tomada de decisões sobre os padrões da construção e as estratégias de gestão para o alcance da sustentabilidade. A ACV permite identificar e qualificar a utilização de matérias e energias como alternativas de menores impactos ao ambiente. Como todo processo de produção impacta o meio ambiente, a ACV permite avaliar os danos causados em todas as etapas da construção, recomendando o consumo racional dos recursos naturais, a melhor eficiência energética ou o uso dos recursos renováveis, buscando uma mudança nos hábitos de consumo dos materiais e das técnicas tradicionais empregadas.

PALAvrAs-cHAveAvaliação do ciclo de vida, sustentabilidade ambiental, construção sustentável.

1 iNtroDUÇÃo

Desde a Revolução Industrial (Inglaterra, segunda metade do sé-culo XVIII), elevam-se as emissões de CO2 na atmosfera, apesar dos acordos internacionais vigentes e de algumas melhorias com a efici-ência energética. As cidades são responsáveis por 75% dessa emissão, que contribui para o aquecimento global, provocando impactos como a mudança climática e a poluição do ar (EDWARDS, 2005).

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) começa a ser discutida nos anos 60, paralelamente atrelada ao conceito de desenvolvimento sus-tentável, como uma possível metodologia capaz de analisar os impac-tos ambientais potenciais, tendo seu primeiro estudo sido motivado pela crise do petróleo de 1970 (LCA Training Manual, 2008). A partir de então, a crise ambiental vem sendo discutida e atribuída, também, ao rápido crescimento populacional.

De acordo com Hogan (2005), esse crescimento provocou conse-quências graves ao meio ambiente como a degradação dos recursos naturais, a baixa qualidade do meio ambiente e o estabelecimento de espaços segregados dirigidos exclusivamente à população de baixa renda, com menores recursos para se proteger dos riscos ambientais.

Adotar princípios de sustentabilidade voltados para a construção

civil, esta que consome cerca de 50% dos recursos naturais, surge como alternativa para minimizar os impactos ambientais, sociais e econômicos, além de alcançar a construção sustentável.

Diante desse panorama, o presente artigo pretende mostrar o es-tudo da ACV com foco na construção sustentável, apresentando duas experiências realizadas em Pernambuco, elaboradas por Trajano (2009) e Santos (2011).

2 AvALiAÇÃo do cicLo de vidA - Acv

A ACV é uma ferramenta que avalia os aspectos ambientais e os impactos causados ao longo da vida de um determinado produto, des-de a extração da matéria-prima até o seu uso e disposição final. Para isto, é elaborada uma compilação de um inventário, onde são definidas as entradas e saídas do sistema, a avaliação dos impactos gerados e a interpretação dos resultados obtidos (NBR 14040, 2006).

Tradicionalmente, as informações sobre os impactos ambientais são relacionadas a problemas ambientais de maneira isolada. Sendo assim, as medidas corretivas também são focadas em soluções isola-das. A ACV permite a elaboração de uma estrutura complexa para

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CADERNO TÉCNICO - PEC

analisar e quantificar o perfil ambiental de um produto (SUPPEN e HOOF, 2005). Portanto, é possível identificar as influências sociais e econômicas de cada etapa da vida de um produto ou serviço. Isto per-mite uma reflexão diante das tomadas de decisões dos profissionais da área e também dos consumidores.

A Figura 1 apresenta a cadeia do processo ou produto, que vai des-de a extração dos materiais até a sua disposição final. É possível iden-tificar, em alguns estudos, a transferência de impactos de um processo para outro. Em alguns casos, os impactos que deveriam ser reduzidos e/ou removidos foram, na verdade, deslocados para outra parte da cadeia, às vezes fora do escopo do estudo. Para identificar essa transi-ção, é necessário realizar uma avaliação sistemática, que quantifique os impactos e as emissões em diferentes escalas espaciais (local, regio-nal ou global) e compare processos ou produtos rivais (LCA Training Manual, 2008).

FIGURA 1 - Ciclo de Vida de um Produto.FONTE - Centro de Análisis de Ciclo de Vida y Desarrollo

Sustentable, 2009.

“A ACV é a ferramenta do futuro”, segundo John (2010), já que a tomada de decisões sobre os impactos ambientais e os componentes construtivos só será possível com a utilização da metodologia. John (2010) apresenta também a necessidade do BIM (Building Informa-tion Modelling) como ferramenta, onde disponibilizará todos os da-dos dos materiais fornecidos pelos fabricantes, tais como o fluxo de matéria e energia do seu processo industrial, que será alimentado de informações obtidas através da ACV dos materiais de construção.

A metodologia desse recurso, mostrada na Figura 2, resume-se em quatro etapas: definição de objetivo e escopo (mostra as razões para desenvolver a pesquisa e define o público-alvo que deseja comunicar os resultados a serem obtidos); análise do inventário (levantamento de dados sobre informações quantitativas da utilização dos recursos naturais e suas emissões - são as “entradas e saídas”); avaliação de im-pactos (pretende avaliar os resultados da análise do inventário do pro-duto, quantificando os possíveis impactos ambientais); interpretação dos resultados (pretende combinar os resultados obtidos no inventá-rio com os impactos analisados, para formar conclusões e recomenda-ções para a melhoria da atividade a ser produzida) (NBR 14040, 2006).

FONTE - NBR 14040, 2006.

Diante disso, é possível perceber a importância do estudo da ACV para alcançar a construção sustentável. Porém, não só o uso desta ferramenta será suficiente para atingir uma construção sustentável. É preciso uma mudança de paradigma com aceitação da sociedade dos novos produtos como alternativas mais sustentáveis.

3 CoNStrUÇÃo SUSteNtáVel

A construção sustentável é uma forma construtiva de promover alterações no meio urbano, onde pretende atender às necessidades de edificação e utilização, preservando o meio ambiente e os recursos na-turais, e garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras (IDHEA, 2009).

Coberlla e Yannas (2009) mostram que, para a realização de uma construção sustentável, é preciso integrar recursos econômicos, am-bientais, sociais e culturais, com o objetivo de alcançar metas que, entre outras observações, viabilizem uma gestão eficiente para captar recursos necessários, firmando parcerias com instituições públicas e privadas; estabeleçam ações que reduzam a geração de resíduos e energia da construção; utilizem materiais de baixo impacto ambiental e tecnologias limpas; contemplem uma configuração equilibrada da malha urbana e rural, sem perder a identidade cultural da população envolvida.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU/SP) criou, em 2003, um Manual de Diretrizes e Pro-cedimentos Gerais para a execução de Habitações de Interesse Social (HIS), integrando ações de responsabilidade socioambiental e estimu-lando novas formas de planejamento, projeto e gestão dos processos produtivos, bem como a implementação de programas habitacionais. Trata-se de uma medida racional para alcançar a sustentabilidade nas construções de cunho social.

Alcançar a sustentabilidade na indústria da construção depende, basicamente, de três regras: reduzir e otimizar o consumo de mate-riais e energia; reduzir os resíduos gerados; e preservar e melhorar a qualidade do ambiente natural e construído (SATTLER, SOUZA e PEREIRA, 2006).

FIGURA 2 - Metodologia da ACV.

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CADERNO TÉCNICO - PEC

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TABELA 1 – Resumo das entradas de matérias-primas e energia para a produção de 1000 blocos de concreto.

FONTE: Trajano, 2009.

TABELA 2 – Resumo das saídas de matérias ou substancias ao meio ambiente.

FONTE: Trajano, 2009.

Na terceira etapa (avaliação de impactos), a autora determinou as categorias de impactos mais relevantes, de acordo com os dados en-contrados no inventário, no âmbito global, regional e local, descar-tando outras categorias de menor relevância mostrados na Tabela 3.

No âmbito global, foi observado que o efeito estufa, ocasionado pelas emissões de CO2, foi o impacto mais relevante, pois eleva a tem-peratura e causa as catástrofes ambientais; no âmbito regional a aci-dificação e a eutrofização, ocasionadas pelas emissões de NOx e SO2, foram os impactos mais relevantes, proporcionando as chuvas ácidas (CA), a toxicidade ao ser humano (TH) e o aumento dos níveis de nu-trientes na água (ANN); já no âmbito local, os materiais particulados e as emissões de SO2 causam impactos chamados de “contaminação de inverno”, podendo provocar danos irreversíveis à saúde.

TABELA 3 – Resumo das categorias de impacto

FONTE: Trajano, 2009.

De acordo com os resultados encontrados, os valores passam a ser calculados com base na unidade funcional definida pela autora na primeira etapa da ACV. Os números acima foram multiplicados pelo número total de blocos para a construção das 100 habitações, dividindo-se por mil blocos estudados pela ACV. A Tabela 4 apre-senta a quantidade total dos impactos causados pela construção das habitações.

TABELA 4 – Quantidade total dos impactos para construção de 1000 blocos e 100 habitações.

FONTE: Trajano, 2009.

Em 2010, a Caixa Econômica Federal lançou o “Selo Casa Azul”, um guia para a construção sustentável das habitações, onde apresenta, em duas partes, as etapas que devemos seguir para alcançar a sustenta-bilidade em seus diversos aspectos: qualidade do ambiente, conforto, gestão de água e resíduos, eficiência energética, entre outros.

4 exPeriÊNCiaS

Podemos apontar duas experiências realizadas no Estado de Per-nambuco, voltadas para a construção sustentável de habitações de in-teresse social. A primeira foi elaborada por Trajano (2009), intitulada “Avaliação do Ciclo de Vida dos produtos derivados do cimento para Habitações de Interesse Social”, e a segunda, ainda em desenvolvimen-to, por Santos (iniciada em 2010), intitulada “Avaliação da sustentabi-lidade ambiental das Habitações de Interesse Social”.

4.1 avaliação do Ciclo de Vida dos produtos derivados do cimento para habitações de interesse Social

A pesquisa de Trajano (2009) foi baseada na metodologia ACV em blocos de concreto para vedação (nas dimensões de 9cm x 19cm x 39cm, produzidos com traço 1:5:7), utilizados para a construção de 100 habitações de interesse social com 42m2 cada, ou seja, 120.575 unidades de blocos.

Na primeira etapa da ACV (objetivos e alcance), a autora descartou a fase de extração da matéria-prima, aproveitando referências existen-tes para a coleta desses dados, tendo considerado as etapas de entrada da matéria-prima no portão da fábrica e a saída do produto para o canteiro de obras (porta a porta, ou seja, gate to gate).

Na segunda etapa (construção do inventário), foi definido que as entradas (Tabela 1) fossem calculadas pela quantidade de óleo diesel consumido no transporte dos materiais, bem como pela quantidade de matéria prima e energia consumida no processo de produção da fá-brica. Já as saídas (Tabela 2) foram marcadas pelas principais emissões consideradas pela autora, calculadas pela quantidade de CO2, NOx, SO2 e materiais particulados.

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CADERNO TÉCNICO - PEC

Na quarta etapa da ACV (interpretação dos resultados), a autora observa que as etapas que causam impacto ao meio ambiente, consi-derando a produção de mil blocos, são relacionadas ao transporte das matérias-primas até a fábrica de pré-moldados, não causando danos ao meio ambiente demais etapas. E que, pelo perfil ambiental encon-trado, o EE foi considerado o impacto com a categoria mais relevante entre os estudados.

A autora finaliza a pesquisa sugerindo a substituição de uma quan-tidade de matérias-primas pela reutilização dos resíduos sólidos, já que a perda dos blocos corresponde a 1% da produção, servindo como agregado na fabricação de novos blocos. Assim, haveria uma contri-buição para a minimização do consumo de matéria-prima e da susten-tabilidade ambiental, uma vez que é na fase de transporte de recursos naturais que estão os impactos de maior relevância.

4.2 avaliação da Sustentabilidade ambiental das habi-tações de interesse Social

Já a pesquisa de Santos teve início em 2010 e está em desenvolvi-mento. O trabalho pretende apresentar um estudo da ACV voltada para o bloco cerâmico de vedação (nas dimensões de 9cm x 19cm x 19cm), acompanhando desde a extração da matéria-prima até a sua transformação em resíduo, em uma obra de HIS.

Será analisada a quantidade de tijolos necessários para vedar uma habitação de 50m², aproximadamente, área padrão das HIS. A partir daí, inicia-se a metodologia ACV para, posteriormente, ser aplicada à unidade habitacional. Atualmente a pesquisa está em fase de levanta-mento de dados de fabricação do bloco - consumo de matérias-primas,

transporte, fornos, equipamentos, emissões, ou seja, todos os dados relativos às entradas e saídas do processo.

O bloco cerâmico é o material mais utilizado na construção civil em todo o Estado e não há na região estudos ambientais voltados para este produto. Portanto, as pesquisas mencionadas iniciam a construção de inventários dos materiais mais comuns utilizados na construção de HIS, como um passo tomado para obter uma construção mais sustentável.

5 CoNSiDeraÇÕeS FiNaiS

A ACV nos permite identificar os impactos ambientais potenciais de cada produto, podendo haver uma tomada de decisões no futuro desde o processo de fabricação dos materiais nas indústrias, até a sua eliminação/reintegração na natureza, proporcionando soluções mais sustentáveis e também buscando materiais ecologicamente corretos.

Sabe-se que todo processo de produção impacta no meio ambiente. Para isso, a ACV propõe a minimização dos danos causados nas etapas de construção, com a racionalização do consumo de recursos naturais e fontes de energia, uso de recursos renováveis e aprimoramento das técnicas de execução empregadas, permitindo reconhecer como as tomadas de decisões influenciam em cada etapa do processo e contri-buem para o meio ambiente, a economia e a sociedade.

O estudo da ACV como alternativa para alcançar a construção sus-tentável é uma maneira eficiente de perceber as anomalias existentes na vida de um produto. Este tema ainda é pouco explorado no setor da construção civil, mas permite encontrar caminhos para a produção de produtos ambientalmente corretos e alcançar a sustentabilidade ambiental.

maria Cecília araújo SantosArquiteta e mestranda em Engenharia Civil (Poli/UPE)E-mail: [email protected]

mSc. lícia trajanoEngenheira civil com pós-graduação em Engenharia Civil (Poli/UPE)E-mail: [email protected]

Prof. Dr. arnaldo Cardim de Carvalho Filho Professor adjunto e membro do corpo docente permanente do mestrado em Engenharia Civil (Poli/UPE)E-mail: [email protected]

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RESPONSAbILIDADE SOCIAL

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oPerárioS Da Cyrela No mUNDo DiGitaljosé Pacheco maia Filho

ACyrela (Regional Nordeste) desen-volve, na Bahia, o projeto “Cons-truindo profissionais”. Vencedora

do Prêmio Ademi-BA 2010, na categoria Responsabilidade Social, realiza ações que vão além da alfabetização dos trabalhadores. Promove educação continuada, capacitação para novas atividades, promoção da saúde e até inclusão digital.

A companhia procura dar o exemplo de responsabilidade social dentro da própria casa, com ações que melhorem a condição de vida de seus funcionários e repercutam em toda a sociedade. “Os trabalhadores da Cyre-la são o grande patrimônio da empresa. De-les depende a qualidade de nossos produtos imobiliários”, explica Jeane Souza, gerente de Recursos Humanos.

Dentro da política social da companhia, focada no público interno composto por aproximadamente 4.800 funcionários, uma das ações do “Construindo profissionais” é o curso de inclusão digital, que faz par-te do calendário de aulas do programa de alfabetização.

Além de aprender a ler e escrever, o traba-lhador ganha noções básicas sobre informá-tica - ligar o computador, acessar a Internet e criar um e-mail. As aulas acontecem dentro da própria sala de alfabetização ou em um ônibus adaptado e equipado com computa-dores que o Sesi disponibiliza para os cantei-ros de obras.

Mais de 300 trabalhadores já foram cer-tificados no curso de alfabetização com in-clusão digital. “Eu só ouvia falar em e-mail, mas não entendia o que era. Agora estou sempre me comunicando com o encarregado da obra”, comenta o servente José Silva. Co-nhecido como Zé Silva no canteiro de obras, é um dos trabalhadores da construção civil que deixou de ser um excluído do dinâmico mundo digital.

Um vasto universo de informações se abriu para ele ao aprender a acessar e navegar na Internet, uma tecnologia imprescindível para a comunicação na atualidade. A opor-tunidade elevou sua capacidade profissional. Zé Silva agora não só coloca tijolo sobre ti-jolo num desenho mágico, como diz a mú-sica “Construção”, de Chico Buarque. Com o projeto, ele se transformou num cidadão do mundo virtual também.

O processo de qualificação do “Cons-truindo profissionais” também engloba ações culturais. “Nós promovemos a ida dos alunos para teatro, cinema, museus e shows. Eles recebem estímulos para o desenvolvimento cultural e intelectual”, informa Jeane Souza.

A empresa subsidia toda a programação cultural: o ônibus para transportar os alunos, o lanche e o ingresso. “Foi uma glória ir ao cinema e poder ler as legendas. Eu nunca ti-nha ido por vergonha”, lembra Manoel Ale-xandrino, que foi alfabetizado pelo programa da Cyrela.

A autoestima de Manoel cresceu e isto se refletiu no desempenho do seu trabalho. Seu universo cultural foi ampliado. A empresa foi favorecida com o aumento de produtividade

do seu colaborador.A gerente de Marketing Juliana Marinho

observa que muitos trabalhadores nunca ti-veram a oportunidade de assistir a uma peça teatral ou a um filme. “Os olhinhos deles brilham quando vivenciam essa nova expe-riência. É um novo mundo que se descortina para eles”, diz.

A assistente social Márcia Consuelo é responsável por acompanhar o desempenho dos trabalhadores. Com base no monitora-mento, identificam-se potencialidades, com-prometimento e assiduidade dos operários, que de acordo com a performance podem ser convidados a realizar um treinamento para exercer outra função. “Hoje em dia mão de obra qualificada é muito difícil de achar no mercado. Então, optarmos por treinar e de-senvolver”, explica Consuelo.

Com o projeto, a Cyrela não só forma mão de obra para atender às suas demandas e às demandas do mercado. Para Juliana Ma-rinho, a iniciativa, principalmente, estimula e cria condições para a evolução pessoal dos colaboradores e familiares, transformando--os em cidadãos capazes de exercerem a ple-na cidadania.

Unidade volante leva aulas de inclusão digital

Alfabetizados em informática básica já podem enviar e-mails

Divulgação

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RESPONSAbILIDADE SOCIAL

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ProGrama Cia DoS aNjoS mobiliZa ParCeriaS imPortaNteS em trÊS eStaDoS

F ortalecer o atendimento às crianças e adolescentes de instituições benefi-ciadas pelo projeto Casa da Criança

através da mobilização de voluntários. Este é o objetivo do programa Cia dos Anjos, me-todologia desenvolvida pelo Casa da Criança para contribuir com as instituições de atendi-mento às crianças e adolescentes, em busca de parceiros voluntários que ofereçam serviços nas áreas de saúde, educação, esportes, lazer, doação de produtos, arte e cultura. Os profis-sionais voluntários passam por um processo de entrevistas e visitas acompanhadas pela equipe do Cia dos Anjos, antes de iniciarem o traba-lho, e assinam um termo de compromisso com o projeto para formalizar a atividade. A coor-denação nacional do programa Cia dos Anjos acompanha, periodicamente, as ações com visitas às instituições e acompanhamento dos relatórios enviados pelos voluntários.

O Cia dos Anjos vem ampliando sua rede de unidades beneficiadas, não limitando o atendimento apenas às instituições refor-madas pelo projeto Casa da Criança. Atual-mente, são 11 instituições beneficiadas em Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Destas, cin-co também foram reformadas pelo Casa da Criança: o abrigo Casa de Carolina, o Núcleo Social Nassau e a creche Lar de Clara, em Per-nambuco; a Associação de Pais e Amigos dos

Leucêmicos de Alagoas (Apala), em Alago-as; e o abrigo Sorriso, em Sergipe. As demais organizações são os abrigos públicos manti-dos pelo Governo de Pernambuco: Casa da Madalena, Casa da Vovó Geralda e Casa da Harmonia, e as creches Lar Esperança e Lar dos Pequeninos de Jesus, em Pernambuco; e o Centro de Recuperação e Educação Nutri-cional de Alagoas, em Maceió.

Alegria e cores para as crianças

Equipe multidisciplinar de voluntários

Aprendendo a fazer arte

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DIA-A-DIA NA ObRA

edilson Vieira

D esde 2005, os funcionários admi-nistrativos e operários da Gabriel Bacelar Construções recebem, re-

gularmente, a visita de uma unidade móvel de saúde, nos escritórios e canteiros de obras da construtora. O chamado é para a campa-nha voluntária anual de doação de sangue, que, no seu início, foi realizada pelo Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene) e atraiu uns 50 funcionários. Hoje já são cerca de mil colaboradores sensibilizados pela campanha. Nem todos se tornam doadores, mas a in-formação é disseminada. Tarciana Campelo, gerente de Incorporação e representante da diretoria para a Gestão da Qualidade, ex-plica que a campanha começou a partir da mobilização dos funcionários para conseguir doadores, sempre que alguém precisava. “Já havia esse espírito de cooperação e o que fize-mos foi ampliar e tornar a doação de sangue mais regular. A campanha de doação serviu para ampliar essa solidariedade também para pessoas desconhecidas”, explica a gestora.

Uma unidade móvel pertencente ao centro de hemoterapia, parceiro da campanha, visita os canteiros de obras. Lá, profissionais da área de saúde fazem uma palestra, onde tiram dú-vidas e esclarecem as condições para se tornar um doador: ter entre 18 e 65 anos, com peso superior a 50 quilos; não ter contraído hepati-te após os dez anos de idade; não ter recebido transfusão de sangue ou hemoderivados nos últimos dez anos; e não ter ingerido bebidas alcoólicas no dia anterior à doação.

Este ano a captação de doações será feita pelo Hemocentro de Pernambuco (Hemo-pe), que é ligado à Secretaria Estadual de Saúde. O Hemope processa em torno de 250 mil bolsas de sangue por ano e é o único he-mocentro do país a produzir hemoderivados, além de suprir 60% das necessidades de san-gue para transfusão dos hospitais públicos e

DaNDo o SaNGUe Por Uma boa obra

Campanha de doação de sangue faz parte de programa de qualidade de construtora e incorporadora pernambucana

privados de Pernambuco. A campanha in-terna da construtora acontece no dia 25 de outubro, Dia do Doador de Sangue, e será organizada pelo supervisor de Segurança da Gabriel Bacelar, Ednarmarcos Fernandes. Ainda novato na empresa, ele está entusias-mado com a campanha. “Todos os funcioná-rios estão mobilizados; já é algo que faz parte do calendário da construtora”, diz.

Além de colaborarem com a procura permanente do Hemope por doadores, os funcionários da Gabriel Bacelar, desde 2010, podem também se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea - o Redome. Por meio da associação Amigos do Transplante de Medula Óssea (Atmo), o fun-cionário cede voluntariamente uma amostra do seu sangue, para cadastramento como doador no Redome. Essa amostra ficará à disposição de pacientes que necessitem de transplantes e não tenham encontrado doa-dores entre familiares. A medula óssea é uma espécie de tecido líquido que fica dentro do osso – popularmente conhecido por “tutano”.

Ela produz os componentes do sangue – he-mácias, leucócitos e plaquetas – que, entre outras coisas, fazem a defesa do nosso corpo contra infecções. Pessoas com alguns tipos de anemia e leucemia graves têm baixa resis-tência a infecções e podem necessitar de um transplante de medula óssea.

O problema é que a compatibilidade entre doador e receptor é muito baixa: 30% entre familiares diretos (irmãos de mesmo pai ou mãe) ou um receptor compatível para cada 60 mil medulas doadas. Criado há 11 anos, o banco de dados para doadores de medula ós-sea no Brasil contabiliza, hoje, 2,3 milhões de cadastros - menos da metade do considerado ideal por especialistas. Para melhorar essa re-lação, o Brasil precisaria ter pelo menos cin-co milhões de inscritos no cadastro nacional, segundo a Atmo. “Obtivemos, no universo de 900 funcionários, 39% de doadores cadas-trados, um resultado bastante significativo”, afirmou Tarciana Campelo, referindo-se aos números do ano passado O pessoal da Ga-briel Bacelar está fazendo a sua parte.

Mais de 900 funcionários já se cadastraram para as doações

Foto: Divulgação

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PAINEL CONSTRUIR

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PVC é lUxoA Refinare, loja pernambucana especializada em revestimentos, louças e metais de luxo, apos-tou em produtos diferenciados e ecológicos e passou a oferecer opções de piso em PVC. De alta resistência, o produto é indicado tanto para residências quanto para edificações de grande tráfego como hotéis, lojas e escritórios. Na Refinare, podem ser encontrados pisos em PVC das marcas Itafloor e Interfloor, fabricados com tecnologia alemã, atérmicos, de fácil aplica-ção e manutenção, com isolamentos antichamas e acústica que absorve barulhos de sapatos e saltos. Outra vantagem do material é a resistência à água, já que o PVC não incha em caso de vazamentos. Os revestimentos ainda podem ser colados sobre o piso já existente no ambiente, conferindo um design exclusivo e original.

CalCUle o SeU SolVocê decidiu colocar vidros de controle solar na sua obra. Mas, como escolher o vidro ideal? A Cebrace, maior produtora de vidros e espelhos da América do Sul, acaba de lançar, em seu site, o programa Cálculo Solar, uma ferramenta que auxilia os profissionais do vidro e da cons-trução civil com a especificação ideal e de maneira rápida, práti-ca e intuitiva. O objetivo é forne-cer opções de vidros que tenham essas características, atendendo às necessidades de passagem de luz, calor e isolação térmica, de acordo com o que for estipulado no projeto. Além disso, o softwa-re informa o tipo ideal para cada aplicação, seja em fachadas ou coberturas, sempre levando em consideração todos os fatores que podem influenciar a especificação do vidro.

De hoSPital a ParQUeOs arquitetos Carmen Cavalcanti, Luciana Raposo, Manuela Maia, Celso Vinícius Sales, Chris-toph Jung e Mariana Ribas, do Escritório LF, do Recife, foram os vencedores do Concurso Pú-blico Nacional de Ideias, promovido pela prefeitura da capital pernambucana para o novo Par-que da Tamarineira, a ser implantado até o final de 2012, no tradicional bairro da Tamarineira, zona norte do Recife. A nova área de lazer ocupará o terreno do Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano. Participaram da disputa 23 concorrentes de vários Estados brasileiros. O escri-tório LF Empreendimentos fez jus ao prêmio de R$ 40 mil e vai transformar a proposta inicial num projeto executivo para a construção do parque, que terá um museu no prédio principal, resgatando a memória da psiquiatria, e um centro de convivência para auxiliar a reintegração de pacientes à sociedade, com cursos e oficinas.

Sobre ProjetoS e PaNelaSO que a profissão de arquiteto e de chef de cozinha tem em comum? Quem pro-moveu a união dos dois mundos foi a chef Flávia Quaresma, no ciclo de pales-tras Maison Docol, realizado no Recife, em setembro passado, em parceria com o Home Center Ferreira Costa. Flávia exi-biu filmes sobre os grandes chefs e como eles se inspiram e inspiram. Também fez desenhos improvisados de projetos de pratos e de espaços, além de comparações hilárias sobre como domar o maxixe na receita e o cliente deslumbrado, no proje-to da sala rosa-choque. A plateia de arqui-tetos e gastrônomos entrou na brincadei-ra e fez até perguntas finais mais “sérias” sobre o casamento entre a funcionalidade da alma da cozinha e o ambiente de um restaurante. Todas foram respondidas com humor. Flávia Quaresma disse que, como o chef, o arquiteto encanta pelos sentidos. Por isto, ao contratar um para conceber um restaurante, é preciso “co-meçar a conversa na cozinha, comendo”.

Fotos: Divulgação

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PAINEL CONSTRUIR

baiaNoS terÃo NoVo aeroPortoO consórcio ATP-Traço, formado pela pernambucana ATP Engenharia e pela alagoana Traço Arquitetura e Planejamento, responderá pelo pro-jeto de reforma e requalificação do Aeroporto Internacional de Salvador. As intervenções incluem a reforma do terminal de passageiros, a am-pliação do edifício-garagem, com passarela de interligação ao terminal, e a reforma do acesso viário. O novo layout melhora a integração com o edifício-garagem, que terá a sua capacidade aumentada de 1,3 mil para 2,5 mil vagas, amenizando um dos maiores problemas do terminal: a falta de estacionamento. Ele será conectado com a área de embarque por passarelas em estrutura metálica, que facilitarão o acesso dos usuários. As áreas internas receberão novos elevadores, escadas rolantes, sanitá-rios e praça de alimentação - tanto no pavimento térreo quanto no su-perior. O aeroporto ganhará também um espaço mais amplo para novas atividades comerciais, reforçando a imagem de aeroshopping.

oNDe aValiar NoVaS teCNoloGiaSO Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), que já atuava como instituição avaliadora de soluções construtivas em gesso, recebeu auto-rização da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para atuar em outros tipos de sistemas construtivos. O instituto tornou-se, assim, uma das Instituições Técnicas Avaliadoras (ITAs) do Sistema Nacional de Avaliação Técnica de soluções construtivas no país, aprovado pela Co-missão Nacional do Sistema Nacional de Avaliação Técnica (CN-Sinat), vinculada à Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cida-des. O Itep, ligado ao Governo de Pernambuco, será a segunda ITA do Nordeste - e também de Pernambuco - a contar com a Tecnologia da Construção e Materiais (Tecomat). Das cinco ITAs do país, quatro estão em São Paulo: o Instituto Falcão Bauer da Qualidade (IFBQ), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o Laboratório de Engenharia e Consul-toria (Lenc) e a Tecnologia de Sistemas em Engenharia (Tesis).

TableT é FerrameNta De CoNStrUtorA Belmetal, distribuidora e desenvolvedora de produtos em alumínio, é a primei-ra empresa da indústria brasileira de alumínio a entrar no universo dos tablets, disponibilizando aos usuários do iPad desenhos técnicos de uma das suas prin-cipais linhas de esquadrias: a Smart 2.0. Com a novidade, uma das intenções da empresa é começar a interagir com os jovens universitários e futuros especifica-dores, além de dialogar com arquitetos, engenheiros, projetistas, fabricantes de esquadrias e consultores que já estejam em contato com esta ferramenta, ou que em breve a utilizarão. Com o aplicativo da linha Smart 2.0, os usuários do iPad podem simular, em tempo real, os diferentes tipos de tratamentos de superfície (anodização convencional, anodização com tecnologia multicolor e pintura ele-trostática a pó) e obter informações técnicas gerais sobre eles. Também estão dis-poníveis algumas obras que utilizaram a linha Smart 2.0, com informações sobre cada uma delas. Para ter o aplicativo gratuito no iPad, basta o usuário acessar o site da Belmetal através do próprio tablet.

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TRENA

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A cada edição, a cada olhar na caixa de e-mails da Construir NE, en-contramos um mundo de notícias verdes ou sustentáveis do setor

da construção que nos dão um novo fôlego, um frescor num universo que já teve apenas tons de cinza. Elas mostram que o Brasil está seguindo, mesmo que sem muito foco, os princípios estabelecidos em convenções internacionais como a COP-15, em 2009, em Copenhague, para termos um clima melhor e mais qualidade de vida. A indústria da construção não se vê mais apartada da sustentabilidade. Construtoras de todo o mundo, seguidas pelas brasileiras, adotam princípios sustentáveis em seus projetos e modos de gestão, e a reciclagem de entulhos avança e transforma o que era lixo em insumos. O melhor é que, enquanto essas práticas se incorpo-ram ao dia a dia das obras, as empresas se voltam para os funcionários.

etieNe ramoS

A CONSTRUÇãO, O VERDE E A INTERNET

Em tempos de falta de mão de obra nos canteiros, as relações de trabalho se renovam e vão além do prato feito e do vale-transporte para o ônibus – oferecer tickets aéreos aos operários de outros Estados já não é novidade. E eles fazem a disposição ir mais longe. Trabalhadores de todas as idades procuram aulas de alfabetização porque sabem que, quem lê e escreve, segue placas que levam ao emprego. E este, a uma nova alfabetização, a di-gital, onde é possível descobrir o que é um e-mail, um post e o admirável mundo novo da Internet. É bom viver para ver isso. É uma pena a colega de tantos planos, Sofia Graciano, que há um ano desenhava comigo um novo perfil para a Construir NE - e tanto se empolgava com as notícias da Vida Sustentável - não estar mais entre nós. Voou mais longe. Agora nos vê do alto. Até um dia, amiga!

BRENNAND NA PARAíBAO Grupo Brennand, fundado no Recife há 90 anos, está investindo cerca de R$ 500 milhões numa nova unidade da Brennand Cimentos, na Paraíba, num local conhecido como Fazenda Fugida, onde existe calcário em quantidade e qualidade ideais para a empresa. A planta será semelhante à de Sete Lagoas, em Minas Gerais, com produção di-recionada para o crescente mercado do Nordeste. As obras começam no próximo semestre e a fábrica entra em operação em 2014. A capa-cidade de produção estimada é de 3.000 toneladas por dia de clínquer, ou um milhão de toneladas de cimento por ano.

QUE VENHA OS IMPACTOS

Pesquisa da Amcham, apresen-tada no Seminário Competiti-vidade Regional, no Recife, em agosto, mostrou que para 91% dos 223 altos executivos entre-vistados em todo o país, a cons-trução civil é o setor que terá o maior impacto em relação aos empreendimentos que serão implementados no Brasil, nos próximos anos. A pesquisa foi realizada em parceria com o Ins-tituto Análise.

Foto: Divulgação

IMAGEM E SUSTENTABILIDADE

O engenheiro civil Luiz Priori Jr. e a pesquisadora de Intersemiose Maria do Carmo Nino assinam a mos-tra fotográfica Sustent + Ações, em cartaz até 31 de outubro, na Torre Malakoff, no Recife. São 50 fotos, fruto de viagens e observações do cotidiano, com um olhar sobre diversos elementos da natureza e do meio ambiente, tendo como viés o eixo da sustentabilidade.

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VITRINE

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ChaNel aProVariaPor amor aos sapatos ou por amor à arru-mação, a solução pode estar na cordonnierie (sapateiro em francês) da Líder Interiores. Com ares de relicário e 170cm de altura, a charmosa sapateira faz homenagem à Coco Chanel na porta estofada quadriculada, lem-brando os famosos tailleurs da estilista, que não dispensava quadretos em preto e branco.

o CaNtiNho Do tetoInovador é o ar-condicionado Teto Canto, da Komeco. Nas opções de 9.000 BTUs, para ambientes com até 21m², e 12.000 BTUs, para ambientes com até 26m², o mo-delo proporciona melhor aproveitamento do espaço, seja corporativo ou residencial. Possui aletas inteligentes, sistema de autodiagnóstico, desumidificador e ventiladores eficientes e silenciosos.

Slim e wirelessA iHouse, líder em automação residencial, apresenta o Wallpad com design slim, inspirado nos painéis touchscreen adotados pelas indústria automobilística e de ele-trodomésticos de alto padrão. Sem concorrentes no mercado, reúne todos os dispositivos de automa-ção em um módulo único. Com o Wallpad, pode-se acionar ar-con-dicionado, persianas e iluminação por controle remoto universal (sensor IR infravermelho), tablets e smartphones.

eSQUaDriaS De PVC CoNQUiStamA proposta da New Building está presente em vários projetos pelo Nordeste, especialmente turísticos. O design, clássico ou contemporâ-neo, imita até madeira, oferecendo portas e janelas com dez anos de garantia. Resistente a impactos, não precisa de manutenção e nem pintura. O tratamento térmico impede a ab-sorção de calor e ainda economiza energia, poupando o ar-condicionado.

eNCaixa NUm CliCk Chega ao Brasil, ainda este ano, o piso vinílico AcquaFloor, da Pertech, que funciona com sis-tema de encaixe, dispensando o uso de cola. Disponível em sete padrões amadeirados, com to-que idêntico à madeira natural, o produto é 100% resistente à água, não deforma, não muda de aparência, não mancha e contém uma tecnologia que inibe a proliferação de bacté-rias e fungos.

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P ernambuco atingiu, no final de agos-to, a marca de dois milhões de veícu-los emplacados, 70% deles concen-

trados na Região Metropolitana do Recife (RMR). É a segunda maior frota do Nordeste, atrás apenas da baiana, que já atinge a marca de 2,5 milhões de veículos. Há algum tem-po, o Grande Recife sofre as consequências deste que é um dos reflexos da multiplicação do poder aquisitivo da população. Adquiri-do com a função de tornar os deslocamentos mais fáceis ou confortáveis, o carro particular se vê preso à sua própria condição de ocupar,

edilson Vieira

r$ 1,2 bilhÃo

A Região Metropolitana da capital pernambucana sofre com a falta de mobilidade. Para resolver o problema, o governo de Pernambuco lança pacote de obras que contam com recursos do PAC da Copa

cada vez mais, espaço num lugar onde espaço está cada vez mais raro. Como resultado, a ci-dade literalmente para nos horários de pico, com suas principais ruas e avenidas sendo tomadas por veículos que se deslocam tão lentamente que, uma caminhada a pé, muitas vezes, é mais rápida.

E os engarrafamentos tendem a piorar, se nada for feito. Para tentar reverter esse quadro caótico, o Governo de Pernambuco apresentou o Programa Estadual de Mobili-dade Urbana (Promob), que abarca a cifra de R$ 1,2 bilhão e prevê obras que representam

um grande desafio logístico e operacional para serem executadas, mas que prometem desentupir as artérias da RMR. A área, de 2,8 mil quilômetros quadrados, engloba 14 municípios, onde vivem cerca de 3,7 mi-lhões de habitantes (IBGE, 2010). É a maior metrópole do Nordeste e a quinta maior do Brasil. “O programa visa, sobretudo, a uma mudança de cultura. Durante muitos anos, vivemos a cultura do transporte individual; hoje, a solução para a mobilidade das cidades passa por pensar no coletivo”, explica Danilo Cabral, secretário das Cidades do Governo

Para o reCiFe aNDar

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de Pernambuco, responsável pelo programa.E pensar no coletivo significa propria-

mente pensar em novos paradigmas para o transporte integrado de passageiros. A meta é bastante ambiciosa: dobrar o número de pessoas que utilizam o ônibus como princi-pal meio de transporte até 2014, passando dos atuais 800 mil para 1,6 milhão de usu-ários por mês. “A ideia é convencer o maior número possível de proprietários de auto-móveis a deixar o veículo em casa, durante a semana, e utilizá-lo mais para atividades de lazer ou viagens, nos finais de semana”, diz Danilo Cabral.

O governo pretende investir R$ 76 mi-lhões na construção, reforma e ampliação dos Terminais Integrados de Passageiros, implantando um novo modelo de transpor-te coletivo urbano, que tem como principais novidades a utilização das estações de trans-bordo em substituição às paradas de ônibus e o uso de tecnologia para o monitoramento das viagens. Serão implantados corredores exclusivos para ônibus articulados - TRO (Transporte Rápido por Ônibus), onde o pa-gamento de tarifas é feito antes do embarque. O modelo já é bastante conhecido em Curiti-ba, onde foi criado na década de 80. Projeto prevê novos corredores exclusivos para ônibus articulados

Av. Agamenon Magalhães, em horários de pico: retrato da inércia do trânsito do Recife

Para o reCiFe aNDar

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ARQUITETURA

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Os veículos desse sistema contarão com ar-condicionado, câmeras de segurança, acessibilidade para portadores de deficiência e GPS. A velocidade operacional será supe-rior a 20 km/h e uma Central de Controle Operacional (CCO) acompanhará o deslo-camento de cada ônibus, ditando o ritmo de operação do sistema. Se for preciso liberar mais ônibus para uma determinada linha, num momento de pico inesperado, isto será feito praticamente em tempo real. O usuá-rio, por sua vez, poderá solicitar, através do celular, mensagens de texto que informarão quanto tempo o ônibus levará para chegar até o ponto de embarque. Será criado também um fundo de manutenção para os terminais, com um capital inicial de R$ 4 milhões.

mÃoS àS obraS

O Promob pretende implantar, na RMR, cerca de 52 quilômetros de corredores ex-clusivos, 17 quilômetros de ciclovias e 53 estações, além de um terminal integrado de oito mil metros quadrados, no municí-pio de Camaragibe. O sistema terá elevados nos cruzamentos das principais artérias para evitar engarrafamentos, aumentando a velo-cidade média das composições. Além disso,

os novos corredores do transporte coletivo serão interligados, em alguns trechos, ao Sistema Estrutural Integrado (SEI) e suas 13 estações, que já cobrem praticamente toda a RMR. Os novos projetos foram inscritos e já estão aprovados no PAC da Copa, totalizan-do cerca de R$ 470 milhões. Os editais foram lançados em agosto passado e o início das obras está previsto para dezembro deste ano. O maior desafio será a construção de quatro viadutos, que cortarão uma das principais avenidas do Recife, a Agamenon Magalhães, com um fluxo diário de cem mil veículos.

A avenida funciona como uma espécie de termômetro da mobilidade do Recife, pois é a principal ligação entre as zonas norte e sul e centro e oeste da capital pernambucana. A velocidade média na artéria é de 12 km/h, no entanto, durante o horário de pico, entre 17h e 19 h, cai para 4,5 km/h. Em agosto, a Prefeitura do Recife realizou intervenções na área, visando a diminuir os congestionamen-tos quilométricos. A velocidade média na via principal aumentou, mas os desvios criados sobrecarregaram as pistas laterais. Os no-vos viadutos, estimados em R$ 180 milhões de investimento, foram projetados para dar mais fluidez ao tráfego. “O grande desafio será construí-los sem parar a cidade”, disse

Danilo Cabral em um almoço na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon/PE), onde apre-sentou o Promob aos empresários da cons-trução civil.

O programa contempla ainda uma antiga vocação da cidade, conhecida como “Veneza brasileira”: a criação de corredores de trans-porte fluvial, através dos rios Capibaribe e Beberibe, num total de 24,5 quilômetros que ligarão o centro do Recife às zonas norte, sul e oeste, com diversas estações e um custo es-timado de R$ 400 milhões. Deverá ainda sair do papel um projeto de cerca de dez anos, que prevê a construção de uma passarela de 460 metros que interligará o Aeroporto Internacional Gilberto Freyre à linha sul do metrô, com um custo de R$ 22 milhões.

O presidente do Sinduscon/PE, Gustavo Miranda, chamou a atenção para outro desa-fio, além do operacional: equacionar o equilí-brio financeiro das construtoras. “O preço dos insumos, sobretudo o cimento, e a distorção salarial da mão de obra, com o aquecimento do mercado, são os grandes desafios na hora do empresário atender aos valores estipulados nos editais. Mas o empresariado pernambuca-no está pronto para atender às demandas das grandes obras”, assegura Miranda.

A meta do Promob é duplicar o número de usuários do transporte coletivo, liberando as ruas

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DECORAÇÃO E ARQUITETURA

ricardo j. Pessoa

D&a DiGital

O editor desta coluna lançou, no fim do mês de setembro, na Maison Blune´lle, mais um projeto de sucesso. Dessa vez foi a revista D&A

Digital, um novo veículo de divulgação 100% sustentável e voltado para a área de arquitetura e decoração. O coquetel de lançamento reuniu mais de 300 convidados, entre lojistas, empresários e profissionais da área. A D&A Digital estreou com 136 páginas e pode ser acessada através do site www.revistadea.com.br.

oFFiCiNa

O mês de outubro promete ser agitado na área de arquitetura e decoração na

Paraíba. E um dos motivos será a esperada inauguração da nova sede da Officina Móveis Planejados, do casal Sony e Adeilton Perei-ra, nomes tradicionais neste segmento. Com projeto moderno e arrojado do arquiteto Ma-noel Farias, o novo espaço da Officina será inaugurado no dia 20 de outubro.

Ser Portobello

Aempresária Valdelice Campelo - leia-se Portobello Shop - ainda recebendo os parabéns por mais uma conquista.

É que ela foi contemplada com o primeiro lugar no prêmio nacional Ser Portobello 2011, como a franqueada que mais cresceu nacionalmente. A entrega do prêmio aconteceu em Salvador e recebeu também a presença de nomes importan-tes da arquitetura e decoração paraibana: Henrique Santiago, André Pinheiro, Alfredo e Fabiana Rezende, Isabel Cavalcante, Neila Melo, Patrícia Lago e Bethânia Tejo.

toUr GeNeVe

Ocasal Eric e Simone Gasmann, diretores da TWS Empreendi-

mentos, seguiu para São Paulo, onde houve uma reunião com o apresenta-dor Amaury Jr. O motivo foi a apre-sentação do superprojeto do Com-plexo Tour Geneve, que será lançado oficialmente no mês de novembro, em concorrido evento. O casal convidou Amaury para vir ao Recife e cobrir to-dos os detalhes para o seu famoso pro-grama, apresentado na Rede TV!

NaiF ParaibaNo

Oartista plástico Clóvis Júnior, um dos maiores representantes da

arte paraibana, expôs suas obras naif, de 20 de setembro a 6 de outubro, na Câmara dos Deputados - Espaço Cul-tural Zumbi dos Palmares, em Brasília. O coquetel de abertura contou com a presença de muitos apreciadores da boa arte.

Artista plástico Clóvis Júnior em sua exposição realizada em Brasília

Foto: Amaury Júnior

Alfredo e Fabiana Resende (Evviva Bertolini), Ricardo Castro (editor da coluna) e Lisiane e Roberto Honorato (ArtCasa e Sierra)

André Pinheiro, Bethânia Tejo, Henrique Santiago e Valdelice Campelo na entrega do prêmio Ser Portobello 2011

Sony e Adeilton

Pereira,

proprietários

da Officina

Móveis

Planejados

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ARQUITETURA

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AAvenida Beira-Mar, em Fortaleza, é o local preferido de visitantes e moradores da capital cearense. A re-

gião, famosa por abrigar um dos pontos turís-ticos mais frequentados da cidade e oferecer serviços variados, vai ganhar uma completa requalificação. É o que promete a Prefeitura de Fortaleza. O Projeto de Requalificação e Reforma Geral dos Espaços Urbanísticos e Paisagísticos da Beira-Mar é uma necessi-dade há tempos discutida pelas autoridades governamentais e foi apresentado, em agosto passado, pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, à sociedade cearense. Os custos da obra são estimados em R$ 102 milhões, sendo R$ 15,9 milhões contrapartida do município. Os recursos também são provenientes do gover-no federal, por meio do Ministério do Turis-mo, e da Cooperação Andina de Fomento. A requalificação faz parte das ações do Progra-ma Nacional de Desenvolvimento do Turis-mo (Prodetur) e, segundo a prefeitura, teve a participação popular por meio de consultas e reuniões com grupos diretamente afetados pelas obras.

São 3,5 quilômetros entre a Av. Rui Bar-bosa e o Mercado dos Peixes. Entre as inter-venções na região está incluída a repavimen-tação da avenida e do calçadão, bem como o tratamento paisagístico e a requalificação da feirinha, dos embarcadouros e da área de

BeirA-mAr de FortALezA GaNha Projeto De reQUaliFiCaÇÃo

Mais importante corredor turístico da capital cearense vai receber intervenções para melhoria da paisagem urbana. Previsão é entregar a obra antes da Copa 2014

Por hugo renan do Nascimento

manutenção das jangadas e dos quiosques, além da construção de um aterro hidráulico entre as avenidas Rui Barbosa e Desembarga-dor Moreira, que custará R$ 38 milhões.

A ideia de requalificação da Beira-Mar vem desde 2008, quando a prefeitura foi acionada pelo Ministério Público Federal, que deu um prazo de 120 dias para apresen-tar um projeto para a região. Desta forma, o município assinou um termo de ajustamento de conduta, pedindo prorrogação do prazo. A partir de reuniões com diversos órgãos, foi formada uma comissão integrada para apre-sentar um Termo de Referência como base para um edital voltado para um concurso nacional de ideias.

Para tornar realidade o que se vê hoje em vídeos e simulações, a prefeitura, há três anos, vem trabalhando na concepção desse Termo de Referência, um roteiro onde estão todas as necessidades de locomoção, paisa-gismo e estrutura da região. Após a conclu-são do termo, foi realizado um concurso para a definição de um projeto que se adequasse melhor às características nele observadas.

Para a escolha do projeto, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) no Ceará, em con-vênio com a prefeitura, realizou um concurso nacional de ideias, onde 23 equipes multidis-ciplinares de todo o país participaram. O projeto vencedor, dos arquitetos Fausto Nilo,

Esdras Santos e Ricardo Muratori, levou um ano para ficar pronto. O presidente do IAB, Odilo Almeida, diz que o instituto colaborou com a concepção do Termo de Referência e que a hora é de colaborar com apresentações do projeto para a sociedade.

Segundo ele, o projeto vencedor deu prio-ridade à locomoção dos pedestres, às solu-ções para o uso adequado do espaço público pela feirinha de artesanato, à integração da cidade com a paisagem litorânea, ao tipo de pavimento e à acessibilidade. “Um dos gran-des elementos favoráveis do projeto é a en-gorda de 80 metros de largura que vai ter a faixa litorânea”, complementa Almeida, em referência ao aterro hidráulico. Ele vai per-mitir que calçadas e vias sejam ampliadas, com espaços para estacionamento de ônibus e veículos. “As questões referentes à mobi-lidade vão ser imensamente melhoradas”, destaca.

Segundo o presidente do IAB, o projeto de requalificação revela uma série de avanços, tanto na gestão pública quanto dessa gestão com a produção urbanística de Fortaleza. Ele reitera que as soluções apresentadas são de boa qualidade e marcam o tom de harmonia do meio com as necessidades da cidade.

Odilo Almeida afirma ainda que a requa-lificação vai potencializar diversos ganhos socioeconômicos para a capital, além de

Av. Beira-Mar concentra 80% da rede hoteleira e terá mais atrativos para os turistas

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ARQUITETURA

fortalecer a área turística da Beira-Mar. O projeto, na opinião dele, teve um rigor técni-co e orçamentário de acordo com as normas instituídas pela prefeitura. “O projeto, no seu conjunto, representa um grande ganho para a sociedade, para a arquitetura e o urbanismo, e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, ressalta.

A coordenadora do projeto de requali-ficação da Beira-Mar, Josenira Pedrosa, da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor), diz que para a concretização do projeto são necessários também alguns estudos de im-pactos socioeconômicos. Segundo dados preliminares da prefeitura, cerca de 22 mil pessoas passam por dia na região. O corre-dor da avenida é um dos principais pontos de referência no turismo da cidade, abrigando 80% da rede hoteleira de Fortaleza.

Um dos principais problemas enfrentados hoje na Beira-Mar é o uso inadequado do espaço público. A coordenadora cita alguns exemplos como estacionamentos irregulares e ambulantes sem autorização da prefeitura, e diz que o projeto vem para tentar minimizar os atuais problemas. Segundo ela, a prefeitu-ra tenta acabar com as questões de irregula-ridade, mas sempre existem ações na Justiça que impedem o poder municipal de tomar alguma providência.

Após a conclusão do projeto, todas as

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ARQUITETURA

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ações contra a prefeitura serão levadas para a Justiça Federal. “Este projeto de requalifica-ção foi apresentado na Justiça Federal e refe-rendado, ou seja, aprovado pelos juízes fede-rais”, complementa Josenira Pedrosa.

Coleta eletrôNiCa A requalificação da Beira-Mar também in-

clui os donos de barracas e feirantes, trazendo algumas inovações para adequar o uso corre-to do espaço público. As barracas se tornarão quiosques padronizados, tanto no tamanho quanto no formato. Não serão considerados restaurantes e haverá coleta de lixo eletrônica. Cada proprietário terá um cartão magnético. As calçadas em frente aos quiosques terão cestas de lixo subterrâneas. O cartão servirá para abrir essas cestas e armazenar o lixo. Quando as cestas estiverem cheias, um alar-me soará na central de recolhimento e virá um carro para retirar o material. Segundo Josenira Pedrosa, a técnica é usada em alguns lugares da Europa e deverá facilitar a coleta de lixo, principalmente para impedir a poluição do meio ambiente.

Para a vice-presidente da Associação dos Empreendedores da Beira-Mar (ABBMar), Laís da Silva, o projeto de requalificação be-neficiará diretamente os proprietários de bar-racas. Segundo ela, todo o projeto foi discuti-do em conjunto com a Prefeitura de Fortaleza, que atendeu prontamente às necessidades

apontadas pela associação.Um dos pontos fortes do projeto, de acor-

do com Laís, é a mudança de visão que as pessoas terão daqui para frente, em relação aos barraqueiros. Além disso, ela conta que muita gente será capacitada. O Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial (Senac) serão responsáveis pelos treinamentos, além do manejo social, que vai realocar pessoas e estabelecimentos em outros lugares, enquanto a obra na região estiver sendo executada. A ação conta com o apoio do Sebrae no Ceará e da Prefeitura de Fortaleza.

Atualmente, na Beira-Mar, funcionam 33 barracas cadastradas pela ABBMar. Muitas estão lá há anos, a exemplo de Laís, que pos-sui um estabelecimento há 28 anos. “A pre-feitura tem passado segurança para a gente e, com certeza, o projeto vai ser excelente para o nosso negócio”, enfatiza a vice-presidente da associação.

As mudanças trarão um novo visual para a feirinha de artesanato. A coordenadora do projeto, Josenira Pedrosa, explica que o ma-terial para a montagem da feira será todo armazenado no subsolo. O modelo é uma das novidades. Hoje os vendedores precisam montar manualmente suas barracas e isto causa muito incômodo nos turistas e tran-seuntes. Com a concretização do projeto,

será possível organizar toda a feira em uma hora e 20 minutos, com o uso de empilha-deiras. Outra novidade é que a feirinha será organizada por áreas de comercialização e os feirantes terão concessões públicas para atuar na área. Hoje eles não pagam nada à prefeitu-ra e as futuras concessões vão garantir o uso adequado do espaço.

PraZoS e liCeNCiameNtoSDe acordo com Josenira Pedrosa, todo o

projeto de requalificação está pronto, assim como a planilha orçamentária. O próximo passo é a conclusão do edital para a escolha da construtora, o que deve ocorrer no começo de outubro. A partir daí, será dada a largada para o processo de licitação e, no máximo, até a metade do primeiro semestre de 2012, serão iniciadas as intervenções na Beira-Mar. A ex-pectativa é concluir a obra antes da Copa 2014.

Os estudos de impacto ambiental para o projeto urbanístico estão prontos, assim como a licença prévia. A prefeitura também deu entrada na documentação para a licen-ça de instalação. Já os estudos de impacto do aterro hidráulico ainda estão sendo feitos, porque são os mais complexos.

Somente na Secretaria de Turismo de For-taleza (Setfor) estão envolvidas oito pessoas, incluindo a própria Josenira Pedrosa, Danie-le Melo, gerente do projeto, e Luiz Mauro, assessor técnico responsável.

Ousadias tecnológicas como coleta de lixo eletrônica fazem parte do projeto

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CASA COR

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A Casa Cor Ceará dá vida ao tema “Dia a dia com a tecnologia” em áreas diferenciadas - Morar, Comercial, Social e Gastronomia. Entre 6 de outubro e 22 de novembro, o even-to atrai as atenções para a Praia de Iracema,

temPoraDa De CaSa Cor No NorDeSte

Entre o calor e os preparativos para as festas de fim de ano, abrem-se os espaços da Casa Cor 2011, trazendo tecnologia para modernizar ambientes antigos

A mostra acontece de 29 de se-tembro a 6 de novembro, no antigo Salvador Praia Hotel, com uma vista exclusiva para o mar de Ondina. A 17ª edição da Casa Cor Bahia conta com 98 profissionais entre arquitetos, decoradores, paisagistas e designers, esbanjando talento em 62 ambientes afinados com o fio condutor do tema nacional “Dia a dia com a tecnologia”.

O hotel transformou-se em casa, apartamento, loft, áreas de convívio e institucional, além dos espaços dos Novos Talentos. Para o público, a se-guinte mensagem: “a tecnologia, antes restrita a ambientes corporativos, che-gou em casa, garantindo comodidade, economia de recursos e preservação do meio ambiente”. Nos dois últimos dias, Special Sale, com descontos entre 30% e 70% nos produtos da mostra.

CeNário De hotel Na CaSa Cor bahia

CaSa Cor PerNambUCo em oliNDa

Quatro casarões de valor histórico, à bei-ra-mar de Olinda, acolherão os 50 ambientes da Casa Cor Pernambuco 2011, de 8 de no-vembro a 13 de dezembro. Na cidade tomba-da há 30 anos pela Unesco como Patrimônio

Mundial, Cultural e Natural da Humanida-de, a leitura do “Dia a dia com a tecnologia” aproveita a interligação das casas (que per-tenciam a ricas irmãs) por um corredor e cria um espaço único para casal e dois filhos.

Na entrada, o visitante se depara com as ruínas de um imóvel e entende o recado, à medida que segue pelo ambiente “Preservar a memória não impede de desfrutar o conforto do mundo moderno”. A mostra tem ambien-tes também no Clube Atlântico e no Cine Olinda, aos quais se chega passando pelas áreas de convivência da cafeteria, sorveteria e cervejaria. O consagrado sociólogo pernam-bucano Gilberto Freyre e a Casa Brasileira são os homenageados locais.

traDiÇÃo e teCNoloGia Na CaSa Cor Ceará

parte da cultura e da história do Ceará, que passa por um processo de revitalização e requalificação.

São mais de 50 ambientes. No Morar, dois desafios para os arquitetos: apartamen-

to à beira-mar para casal e três filhos, e casa do futuro para casal sem filhos, que gosta de receber amigos. Destaque para o artesanato local no loft cea-rense. Os dois últimos dias se-rão dedicados ao Special Sale, onde o público poderá adqui-rir objetos, produtos e móveis expostos na mostra, com des-contos de até 70%.

Fotos: Divulgação

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INTERIORES

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Cristina França

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O grupo português Evidencia tem por filosofia a máxima “mais por menos”. Ela aplica-se aos serviços que oferece e ao valor cobrado, nesta ordem. Ao ser cha-mada para dar cara à reclassificação de uma para três estrelas, com o novo nome

de Evidencia Astoria, ao hotel localizado na Av. Liberdade, em Lisboa, a arquiteta per-nambucana Mônica Paes ousou, comedidamente. Na fachada, proibido tocar, mas dentro, franciscanamente falando, ficou um luxo. As obras aconteceram durante dois anos com o hotel funcionando e ficaram totalmente prontas em abril deste ano. A Construir NE mostra, em avant-première, o resultado.

Logo no hall, espaço diminuto, o salto da fachada histórica para um ambiente mo-derno, clean, funcional ao extremo. As cores fendi, cobre e preto; vidros e luz por trás do balcão da recepção para iludir os olhos; o en-costo alto, em couro, confortando as costas de quem senta no básico sofá. Nos detalhes, cadeiras Philippe Starck (inclusive no bar que ocupa o pé-direito alto), mãos em cerâmica prateada - lote comprado a “baixo custo” em um antiquário local.

Os 119 quartos são divididos em sol-teiro, casal e duplo. O grande público do Astoria é formado por grupos, mas tem--se a positiva imagem de que os quartos foram feitos para atarefados executivos de bom gosto, tão forte é a impressão que eles servem exatamente para dormir com estilo, sem excessos. A facilidade de manutenção também foi pesada na hora de definir a ambientação. Novamente, é mais fácil de limpar e conservar. Móveis e portas de correr fazendo às vezes de cortina em madeira ebanizada, com to-nalidades de cobre e preto. Nos quartos com varanda, puffs para apreciar a vista.

uPGraDe FraNCiSCaNo

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No hall dos elevadores, o carpete art decó sob encomenda, mais espelhos para ampliar o espaço e o charme do puff re-cortado para revistinhas. “É a minha as-sinatura em um hotel. Já fiz outros, mas como coordenadora da arquiteta Janete Costa. O mesmo grupo me contratou para fazer um hotel de golfe, que ficou parado por conta da crise e deve ser re-tomado ainda este ano”, adianta Mônica Paes. Como ela chegou até eles? Torres Filho, o presidente do grupo Evidencia, comprou um apartamento da constru-tora pernambucana Moura Dubeux, no Recife, e adorou a ambientação. Daí para frente, só foi trabalho.

As áreas comuns são pequenas e o restau-rante, um longo e estreito vão, foi beneficiado pelas andanças de Mônica Paes por Milão. A mesa central foi a solução para oferecer o nú-mero de lugares necessários à reclassificação. E a ideia veio do Straf, o milanês membro do seleto grupo de hotéis design. As janelas do restô dão para um mínimo jardim lateral e receberam vidro. Adesivos florais e ilumina-ção da também pernambucana Light Design, que assina todo o projeto luminotécnico do hotel.

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ano II | nº 8 | outubro 2011

n eNtreViStaGilberto Meirelles, presidente da Abrecon, defende a destinação dos resíduos da construção

n eU DiGoA arquiteta baiana Celeste Leão e as boas novas da decoração sustentável

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As restrições da lei, ainda não aprovada, podem travar projetos imobiliários

NoVo CóDiGo FloreStal trata CiDaDe Como FloreSta

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EXOEDIENTE

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CARO LEITOR,

O novo Código Florestal brasileiro, que agora tramita na Câmara dos Deputados e deve ser votado até meados de novembro, traz no próprio nome o motivo de grande parte da celeuma que provoca: a lei tem a alma da fl oresta, a ser encaixada no corpo das cidades. A constatação nos lembra que abordar a questão ambiental com uma maior participação de toda a sociedade é um dever da democracia. Buscamos, nesta edição, ouvir opiniões sobre essa dualidade. Certamente o código não terá um capítulo específi co sobre áreas urbanas, onde vivem 87% da população brasileira, mas acredita-se que as adequações pelas quais ele vem passando possibilitará à alma encaixar-se melhor no corpo. As ci-dades historicamente nasceram às margens de cursos d’água, com o verde valorizando suas áreas - no íntimo, todo ser humano quer um ambiente saudável.Há espaço para a conciliação. E é nesse espaço que trabalham pessoas, entidades e em-presas, em busca de aproveitamento dos resíduos criados pela irrefutável necessidade de prover moradia para os cidadãos. Não apenas ocupando novas áreas, mas demolindo o que ocupa espaço a ser melhor aproveitado. Ferro, tijolo, gesso e areia dependem de ajustes logísticos e econômicos e da boa vontade política para deixarem de ser entulhos e voltarem a ser matéria-prima. Esse tema é discutido por Gilberto Meirelles, presidente da Associação Brasileira para Re-ciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição, em entrevista para este número. Ideias na cabeça e mãos à obra. Há prêmios para quem quer fazer isso, como mostra nossa agenda ambiental. Há ideias que dão beleza aos ambientes internos, ao mesmo tempo em que preservam o externo e o que é de todos, nos ensina a arquiteta Celeste Leão.

Boa leitura.Elaine Lyra.

EU DIGO

A decoração sustentável tem estilo, agrega beleza e economia aos projetos. Confi ra no artigo da arquiteta Celeste Leão

VISTO DE PORTUGAL

O colunista Renato Leal e a especialista Isabel Santos falam sobre a chegada da consciência sustentável para os negócios

ENTREVISTA

Gilberto Meirelles, presidente da Associação Brasileira para Reciclagemde Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), revela que o Nordeste procura iniciativas

SUMÁRIO

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CoNSelho eDitorialAna Lúcia Rodrigues

Carlos ValleInez Luz Gomes

José Lucas SimonKilvio Alessandro Ferraz

Ozeas OmenaRenato LealRicardo Leal

Serapião Bispo

PublisherElaine Lyra

[email protected]

eDitora exeCUtiVaEtiene Ramos

[email protected]

rePórterCristina França

ColaboraÇÃo téCNiCaRoberta Marques Feijó | gestora ambiental

reViSÃo De textoBetânia Jerônimo

[email protected]

FotoS (CaPa)Alexandre Albuquerque

Boa leitura.

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AGENDA

2º FÓRUM NACIONAL SUSTENTABILIDADE NA PRÁTICA

nDias 1º e 2 de dezembro acontece, em Brasília, o 2º Fórum Nacional Sustentabi-lidade na Prática, realizado pela Conexões Educação. O fórum terá dois workshops: Agenda Estratégica de Sustentabilidade - A Gestão da Mudança para a Sustentabi-lidade, conduzido por Aerton Paiva, consi-derado um dos melhores consultores em sustentabilidade do Brasil; e Liderança, Inovação e Sustentabilidade - Como Criar um Ambiente Favorável à Inovação para a Sustentabilidade e Integrar os stakehol-ders”, guiado pelo consultor e professor da Universidade de São Paulo (USP) Ro-berto Voltolini. Serão apresentados casos práticos de empresas como Banco Santan-der e Itaipu Binacional, além de palestras de especialistas em negócios inclusivos e gestão de resíduos sólidos. Informações na Internet (www.conexxoes.com.br).

SIEMENS STUDENT AWARDS, APRESENTE SUA IDEIA

nQuais soluções desenvolvidas para a Copa do Mundo no Brasil também serão úteis após o evento? Como elas podem contribuir para o cotidiano das cidades? Um grande evento como a Copa do Mundo é capaz de tornar a vida melhor de forma sustentável? As res-postas podem ser enviadas para o concurso Siemens Student Awards, através do site www.studentaward-brazil.com, até o próxi-mo dia 30 de novembro, individualmente ou em grupos de até três pessoas. Registre-se, faça parte da comunidade on-line e aguarde o veredito. Dez finalistas serão convidados para apresentar e discutir suas ideias, ao vivo, na cerimônia de premiação, em mar-ço de 2012. O Conselho de Especialistas da Siemens e um júri técnico irão escolher as três melhores ideias. O primeiro lugar leva R$ 40.000,00; o segundo, R$ 16.000,00; e, o terceiro, R$ 8.000,00.

CURSO AQUA PARA RENOVAÇãO DE EDIFíCIOS

nA Fundação Vanzolini lança o curso Aqua - Renovação para Edifícios Comerciais e de Serviços, voltado para arquitetos, engenhei-ros, empreendedores, gestores e profissio-nais que atuam no segmento da Alta Quali-dade Ambiental da Construção (Aqua) com pesquisa, consultoria, projetos e obras. As inscrições podem ser realizadas na Internet (www. vanzolini.org.br) até o dia 18 de no-vembro. As aulas têm início previsto para o dia 28 de novembro, no Centro de Treina-mento Unidade Paulista, na Av. Paulista, 967, em São Paulo. O curso ensinará profissionais da construção civil a introduzir conceitos de sustentabilidade em obras de retrofit para edifícios comerciais e de serviços das cida-des brasileiras. Para empresas que atuam na construção civil e com arquitetura, os cursos Aqua podem ser desenvolvidos para grupos no formato in company.

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EU DIGO

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SUSteNtáVel Sem abrir mÃo Do reQUiNte

Celeste leão*

É possível decorar uma casa de for-ma sustentável, sem deixar de lado o charme e o requinte. Possível e

recomendável. Aliar criatividade e susten-tabilidade não se trata de uma tendência passageira, mas uma questão determinante no século XXI, quando, mais que nunca, a consciência sobre a importância de preser-var os recursos naturais é fundamental para garantir o futuro do planeta. É totalmente possível conceber um ambiente elegante e com identidade própria utilizando com cria-tividade materiais como plástico, papelão e PVC na decoração. A pessoa que resiste em investir nessa linha para decorar sua casa ou ambiente profissional deve buscar um pro-fissional conceituado e de talento, que possa assessorá-la, despertando um olhar diferen-ciado que vai permitir um resultado final ele-gante e sustentável.

Trabalhar com madeira de demolição ou com móveis antigos e objetos reciclados, uti-lizar produtos artesanais feitos por comuni-dades tradicionais, comprar móveis em lojas que trabalhem com madeira certificada são as bases para se criar um ambiente sustentável. Também é importante aplicar as melhores so-luções, no sentido de reduzir o consumo de água e energia nos diversos ambientes.

Para criar ambientes criativos, elegantes e “ecologicamente corretos”, procuro usar temas florais, objetos de papelão, garrafas PET, teci-dos de fibra de bambu, retalhos de cerâmica e madeira reciclada. Assim, muitos materiais que teriam como destino o lixo, ganham uma nova roupagem com estilo, beleza e funcionalidade.

Quando se pensa em investir numa

decoração sustentável, a primeira coisa é não pensar em trocar todos os móveis. A renova-ção das peças com utilização de recortes, tintas e adesivos é uma alternativa que pode resultar em móveis que agregam estilo a um baixo custo, além de garantir um novo desti-no para objetos usados, ao invés de simples-mente descartá-los. Peças produzidas com materiais reutilizados são a melhor opção para uma decoração sustentável. O redesign faz parte dessa tendência da decoração que chamo de ecoestilo. Um corte personaliza-do pode reduzir a dimensão de um móvel já usado. A aplicação de uma laca bem feita na peça redimensionada resulta num móvel novo, totalmente repaginado. Ao reutilizar móveis evita-se que mais árvores sejam der-rubadas para extração de madeira, diminuin-do o impacto ambiental.

O uso de elementos naturais - tapetes de sisal, flores desidratadas, paredes forradas com papel ou tecidos reciclados, revestimen-tos de parede com incrustações de cascas de coco e madrepérola, e acessórios em resina 100% reciclável - também integra o ecoesti-lo na decoração. As cores podem fazer a dife-rença. Paredes em tons azul (céu e mar), ver-de (vegetação) e terroso (planície) compõem um ambiente agradável, um convite para o bem-estar. O contato com cores e elementos da natureza em ambientes urbanos traz um novo referencial e uma nova estética, e con-tribui para a conscientização ambiental.

*Celeste Leão é arquiteta, com escritório na Bahia, e membro do Conselho Editorial da Construir NE.

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VISTO DE PORTUGAL

Na proposição feita sobre a forma de abordar o tema sustentabilidade, optamos por fazê-lo em três atos, já

tendo sido apresentado, na edição anterior, três temas que ao empresário dizem respeito - custo, valor e oportunidade. Cabe agora de-senvolvermos o segundo ato, sob o ponto de vista do cliente. E a pergunta que cabe, neste momento, é o que está acontecendo com ele, em termos de:

1.Consciência - O cliente fi nal está se in-formando e se conscientizando, seja ele prin-cipalmente o cliente empresarial, industrial ou residencial. Este último, nas faixas mais elevadas. Essa consciência vem de mais infor-mação e elevação do padrão cultural. Vem da disponibilização da Internet, das viagens que vêm fazendo parte da vida cada vez mais de brasileiros. O ataque ao meio ambiente é um tema transversal da escola à universidade. O nível de consciência e preocupação cresce com as catástrofes naturais e com a perspec-tiva da falta de alimentos e a escassez de água e energia. Engraçado é que, ao escrever estas linhas - eu estudante em meados da década de 70 da Fundação Getúlio Vargas, recordo--me das diversas palestras e discussões sobre Malthus e os estudos do Clube de Roma. Antes tarde do que nunca. Parece mesmo que, desta vez, será para valer. Não é moda, a sustentabi-lidade veio mesmo para fi car.

2.Qualidade - A economia brasileira – e em particular a pernambucana – vem rece-bendo investimentos diretos de empresas estrangeiras em todos os sectores. Especial-mente no setor da construção, importa referir algumas questões. As empresas chegam aqui já acostumadas e, de certa forma, engessa-das a exigências mais elevadas, em termos de sustentabilidade e efi ciência enérgética. Estes fatores também são sinônimos de qua-lidade. As empresas querem suas fábricas e

SUSteNtabiliDaDe: CoNSCiÊNCia, QUaliDaDe e iNVeStimeNto (2º ato)

reNato leal*

escritórios certifi cados por padrões inter-nacionais. Não podem conviver internacio-nalmente com padrões distintos, só porque estão em diferentes países ou continentes. E começam a aparecer construtoras que olham à frente do tempo e avançam no sentido de atender a tais demandas e se fi rmar como ambientalmente responsáveis. A qualidade vem ganhando novos contornos e o cliente cada vez mais a exige. Não é só material e design. Ela vaza para os diversos padrões de efi cîencia energética e construção susten-tável. Não é só o produto fi nal. É também o modelo construtivo. Ele tem que responder como a obra é gerida, como os resíduos são tratados e o quanto agridem o meio ambien-te. Simples assim. No mercado doméstico, ocorre o mesmo através da força da mudança da consciência e do padrão cultural. E dos medos que começam a aparecer com relação ao futuro da terra.

3.investimento - O cliente/comprador fi nal começa a construir e exigir uma nova relação custo/benefício. Adianta o seu apartamen-to ser mais barato e depois lhe obrigar a um grande consumo de energia? Evidente que não. À medida que a fatura enegética for au-mentando em valor, mais sentido faz se pensar assim. A relação área verde e área construída, principalmente nos condomínios, começa a ser mais exigida, à medida que é lá que você vai viver ou passar seus fi nais de semana. Importa

perceber que o investimento em sustentabili-dade na construção, ou em qualquer outro se-tor, tem o seu retorno e não se trata de custo. Trata-se, sim, de uma questão de consciência, investimento e aumento da qualidade.

É preciso agir de forma integrada, pen-sando em conformidade com esses três te-mas da sustentabilidade.

Queremos demonstrar, para todos os lei-tores, que temos de pensar de forma integra-da ao construir nossos empreendimentos. São eles que vão criar nossas cidades. E são estas que nos vão proporcionar qualidade de vida, ou não. Além disso, como dá para per-ceber, a pressão e a exigência dos mercados abrem caminho para uma quebra de para-digma, uma vez colocada, desde o ponto de partida do empreendimento imobiliário, a questão da sustentabilidade e da efi ciência energética.

O que espera para exigir o seu empre-endimento sustentável? Não se esqueça: “A natureza não faz nada em vão” (Aristóteles).

Renato Leal - Estrutura negócios, atuando no Brasil e em [email protected]

Isabel Santos – Presidente da Ecochoice, empresa portuguesa em implantação no [email protected]

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a abrecon não tem associados no Nordeste, mas é possível traçar um retrato da região, no que diz respeito à gestão dos resíduos da construção e demolição?

Existem diversas consultas que são feitas à Abrecon e a mim como consultor. Sabemos que 70% das iniciativas estão nas regiões Sul e Sudeste, mas posso afirmar que pra-ticamente dobrou, nos últimos 12 meses, o interesse de municípios e empresários do Nordeste. Há iniciativas de reciclagem de RCD em Maceió, Fortaleza, João Pessoa, Re-cife e Salvador. Porém, como os modelos são muito variados, podemos classificar como reciclador quem tem equipamento móvel, grande ou pequeno, ou mesmo usinas fixas com produção acima de 4.000 m3/ mês. Ain-da não temos informações consistentes para mapear a região.

onde a gestão de rCD está mais estruturada?

eNtUlho: Do DiSCUrSo à PrátiCa, há mUito a PerCorrer

U m dos debates mais acalorados na programação do Congresso da Associação Brasilei-ra de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), que aconteceu em agosto, em São Paulo, foi o que se seguiu à palestra sobre “Reciclados na construção

civil”. Na mesa estava Gilberto Meirelles, presidente da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), no momento ainda sem associados no Nordeste. Meirelles falou à Construir NE sobre o oceano que separa o que se diz que se faz da-quilo que se faz realmente, quando o tema foi a gestão de Resíduos da Construção e Demolição (RCD). Construtoras, poder público e recicladoras ainda precisam afinar o discurso. Empurrar a questão com a barriga tem um peso: sabe-se que o habitante de regiões urbanas gera, em média, meia tonelada/ano de entulho.

Cristina França

Sabemos que existem mais de 120 unida-des em operação no Brasil, sendo gestões públicas, mistas e privadas. A maioria delas no eixo Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. As regiões mais desenvolvidas, quando fala-mos de gestão de RCD, são as Regiões Me-tropolitanas de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São José dos Cam-pos, Campinas e Santos, evidentemente pelo fato dessas regiões serem as que mais geram entulho no país, o que está diretamente re-lacionado com a concentração populacional. Montar uma usina padrão custa entre R$ 600 mil e R$ 1,2 milhão, em termos de equipa-mentos e projeto.

Na palestra você falou muito em marke-ting e pouca prática por parte do governo e das empresas. Qual o receio em usar o reciclado?

Esta é uma questão crucial. As empresas e o

poder público, de um modo geral, se dizem praticantes da sustentabilidade e incluem no discurso social e político a reciclagem de RCD. A Política Nacional de Resíduos Só-lidos trouxe ao topo das preocupações dos municípios esta questão. Mas, quando per-guntamos às empresas, qual o percentual de consumo de agregado reciclado ou o nível de confiabilidade na rastreabilidade do que

Div

ulga

ção

“montar uma usina padrão custa entre r$ 600 mil e r$ 1,2 milhão, em termos de equipamentos e projeto”

ENTREVISTA

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geram, o que temos são resultados ainda muito modestos. Já o município quer resol-ver a questão dos aterros, mas fiscaliza isso com seriedade? Tem uma política estrutura-da de consumo próprio ou de incentivo ao consumo das empresas prestadoras de ser-viços e executoras de obras na região? Não. O reciclado tem normas na Associação Brasi-leira de Normas Técnicas (ABNT) e inúmeros casos de aplicação sem função estrutural. Se inovamos na produção, por que não inovar no consumo sustentável?

já se fala em falta de matéria-prima e ele-vação de preços. teoricamente, o reciclado é uma saída para estas duas questões?

As prefeituras têm que ser mais conscientes em seus projetos em conjunto com a inicia-tiva privada. Há municípios que fazem pro-postas do tipo “a prefeitura dá o material para a recicladora e vocês vendem”. Isto é transferir o ônus para a iniciativa privada. É um erro duplo: não resolve as premissas eco-nômicas que uma recicladora precisa para se manter e cria outro problema: aterros que deveriam ser recicladoras cheias de material “a reciclar” que, por falta de mercado e pela péssima qualidade do entulho permanecem passivos ambientais. A receita de destinação do resíduo tem que existir para manter viá-vel uma recicladora e, aos poucos, o preço do produto final, que pode chegar ao patamar do produto não sustentável das pedreiras e portos de areia, por exemplo. Mas isso leva tempo e conscientização do mercado. A fal-ta de conhecimento em relação ao benefício dos reciclados é o nosso maior concorrente.

mas há casos em que a abundância de maté-ria-prima retarda a questão da reciclagem?

Para responder, o caso do Ceará é emble-mático. Lá temos extração de 98% de toda a gipsita que abastece o Brasil e até alguns países do Mercosul. É muito difícil aconte-cer das empresas da região destinarem o resíduo de drywall ou o próprio gesso para reciclagem, uma vez que a oferta suprime a possibilidade de reciclar. O gesso reciclado serve para retardar o processo de endure-cimento do cimento, além de ser um vetor para fertilizantes e corretivos agrícolas. É um dos poucos materiais que pode ser reciclado

infinitamente. A Abrecon está fomentando, por meio de uma parceria com a Associação dos Fabricantes de Chapas para Drywall, o recebimento de drywall, resíduo que ou-trora foi um material sem tecnologia para reciclagem. Na questão da triagem, o que é ideal e qual o material mais fácil e o mais difícil de ser triado? Custa muito mais demolir, já visando à reciclagem?

O ideal é o concreto limpo, sem plásticos, papel, metais e outros materiais, e o mais di-fícil é a caçamba, onde são misturados todos os produtos de uma obra e o cidadão ainda passa na rua e coloca um saco de lixo com material orgânico dentro. Educação e orien-tação são fundamentais e nossos associados já desenvolvem vários projetos neste senti-do. Na pesquisa Abrecon 2011, identificamos a triagem como o item mais caro em todo o processo de reciclagem. Porém, há outros itens que também encarecem a produção de agregado reciclado, tais como impostos e licenciamento ambiental. O gerenciamen-to de resíduos bem orientado, que engloba a demolição para reciclagem, dá resultados a médio prazo. No início, o gerador precisa investir em capacitação e nas tecnologias atualmente disponíveis. Mas temos mode-los práticos e viáveis com a “cara” do Brasil. E muito a fazer para equacionar geração e reciclagem.

“a falta de conhecimento em relação ao benefício dos reciclados é o nosso maior concorrente”

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LEGISLAÇÃO

Cristina França

P elos dados do Censo IBGE 2010, cer-ca de 87% dos 185 milhões de brasi-leiros vivem nas cidades. Entende-se,

então, a preocupação com o fato do novo Código Florestal, a ser votado no Senado Fe-deral até a primeira quinzena de novembro, tratar igualmente de áreas urbanas e rurais. Há a tentativa de abrigar no código um ca-pítulo específico sobre as cidades, uma luta que, na opinião do advogado pernambucano especialista em meio ambiente Ivon Pires, as prefeituras não encamparam. “Conversei pessoalmente com vários prefeitos e, para todos eles, o Código Florestal é uma preocu-pação de ruralistas. O próprio setor da cons-trução civil só acordou para as implicações urbanas há cerca de dois anos”, afirma Pires.

Para o advogado, tomar como padrão a Amazônia, com o pensamento volta-do para o controle dos novos municípios que se expandem em volta da floresta, é

o laDo UrbaNo Do NoVo CóDiGo FloreStalEspecialistas criticam tratamento igualitário dado às

áreas urbanas e rurais. A segunda frase continua. Se não houver mudanças, há riscos para o mercado imobiliário e empreendimentos turísticos

regionalmente louvável, mas nas grandes metrópoles que convivem com explosão po-pulacional em espaços exíguos, é humana-mente injusto. “Paira no ar a insegurança le-gal. Não se pode tratar de assentamento em Áreas de Preservação Permanente (APPs) urbanas, em torno de córregos e lagos, como as APPs rurais. População em área de risco deve ser removida para locais seguros. Mas, e as pessoas que vivem próximas de cursos d’água, áreas nas quais as prefeituras já investem em melhorias? A ação pública e de empresas contratadas para realizar obras precisa estar juridicamente acobertada”, pondera Pires.

Posição igual tem o vice-presidente de Meio Ambiente do Sinduscon/SP, Francisco Vasconcellos, expositor da videoconferência promovida pela Associação para o Desen-volvimento Turístico e Imobiliário do Brasil (Adit), em agosto passado. “É preciso que

esteja claro no código que as ocupações con-solidadas e seguras em APPs urbanas tenham o mesmo tratamento dado àquelas rurais, consolidadas até 22 de julho de 2008, ou seja, que não serão removidas nem responsabili-zadas por danos ambientais”, afirma.

Para isso, diz Vasconcellos, faz-se necessá-rio também definir quais ações de infraestru-tura são consideradas de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental. A proposta é incluir, no parágrafo 7 do ar-tigo 8º do Código Florestal, atividades como implantação de instalações para captação e condução de água potável e pluvial, sistemas de esgotamento sanitário, transposição do sistema viário e equipamentos públicos edu-cacionais e de lazer e esportes.

Trazendo a questão para Pernambuco, o vice-presidente do Sinduscon/PE, José Lucas Simon, coloca que toda a cidade do Recife é uma APP, “ou é mar, ou é rio, ou é mangue,

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ENTREVISTA

ou é morro”. Ele diz que o deputado federal Aldo Rebelo (PPS/SP), relator do código na Câmara dos Deputados, confessou que não olhou para as cidades, e sim para o meio ru-ral. “O código virá para traçar parâmetros de proteção ambiental. Nas cidades, a maior reserva que existe é aquela que deixamos nas áreas construídas em função da Lei de Uso e Ocupação do Solo. Meio ambiente é atrati-vo fundamental. O que valoriza uma área é a presença do verde e dos cursos d’água. Então é preciso preservar, porém considerando a realidade urbana, ou alguém quer mudar o Recife de lugar”?

O novo Código Florestal menciona ape-nas seis vezes o termo área urbana, contra 44 referências às áreas rurais. Para comprovar que a questão ambiental precisa ser baliza-da pela presença humana, chega a proposta inovadora do secretário de Políticas de Pes-quisa e Desenvolvimento do Ministério da

Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, sobre como proibir a ocupação urbana em áreas de passagem de inundação nas APPs ripá-rias – várzeas de rios e corpos d’água. Onde há inundação frequente, o território é de rio. Passar por cima desta verdade natural pode acarretar situações de desespero e morte como a que vimos, em 2010, em cidades de Pernambuco e Alagoas. Sobre a proposta, Lucas Simon vai mais além. “O que defen-demos é o controle do rio e a proteção das pessoas através de um sistema de barragens, senão as regras terão que ser mudadas se-gundo as enchentes”.

Saindo do urbano para as áreas litorâne-as, o gargalo fundamental em discussão no novo código é a questão da restinga (depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada), presente em grande parte do litoral brasileiro. “Discute-se a pre-servação da restinga, considerando que seja

uma formação geológica ou um tipo de solo ou vegetação. Nós defendemos que seja uma vegetação nativa com a função de fixar dunas ou estabilizar mangues, o que já está previs-to e detalhado na Lei da Mata Atlântica, de 2006”, argumenta Vasconcellos.

Até agora, a Adit não tem registro de empreendimentos turísticos parados, espe-rando o novo código. “Muitos empreendi-mentos foram anunciados nos últimos anos e poucos foram realizados, até em função da crise econômica mundial de 2008, mas as perspectivas para o Brasil são boas. Porém, se persistir no código a interpretação que restinga é solo arenoso com coqueiro e que não se pode construir numa faixa mínima de 300 metros, medida a partir da linha de preamar máxima, vamos ter a paralisação do desenvolvimento turístico no litoral bra-sileiro”, alerta o presidente da Adit, Felipe Cavalcante.

As propostas para as florestas não podem ser as mesmas para as áreas urbanas, onde há restingas e mangues

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COMO SE FAZ

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Madeira em todo o ambiente, deixa tudo mais acolhedor, como as da varanda criada por Elza Mendonça em um apartamento no Recife. Pontos de luz mais fortes na área de preparo e quase inexistentes para aquela dos convidados também favorecem o clima íntimo.

VaraNDa GOurMeT e PriVatiVaTendência de reunir amigos nas varandas chega ao Nordeste, pedindo reformas e equipamentos fáceis de executar

Cristina França

A varanda gourmet, uma tendência nos novos apartamentos, de todos os portes, e pode ser executada nos

que não vieram com este “acessório” de fábri-ca. A arquiteta Elza Mendonça, do escritório PMZ Arquitetura, com a expertise de quem já fez vários projetos do tipo, revela que o kit básico de uma varanda gourmet é formado por pontos de gás, água e esgoto, balcão com pia e cooktop de duas bocas. Os pontos po-dem ser puxados da cozinha, com uma refor-ma que pode ser executada em poucos dias.

“Ao contratar um projeto é bom ter em mente quais equipamentos se deseja, muito em função do se gosta de oferecer aos convi-dados. Tive uma cliente, fã de bruschetta que não abriu mão de um forninho”, diz a arqui-teta. Os materiais ideais para o balcão, inclu-sive o de apoio, são granito, marmoglass, aço inox ou madeira resistente à água.

A varanda gourmet se incorpora a um es-tilo de vida que favorece e valoriza o convívio e quem cozinha nela são os donos da casa. Mesmo recente, a tendência e já tem uma eti-queta própria. “O espaço só funciona à noite ou nos finais de semana para receber amigos. De regra, mesmo quem tem sombra e uma bela vista não almoça ou toma café da manhã nela”, dita Elza Mendonça.

Espaço para curtir um filme, enquanto se espera a comidinha na varanda gourmet das torres Splendor Park e Splendor Ocean, do Reserva do Horto, empreendimento da Queiroz Galvão, em Salvador. A proposta é bem clean, com lugar para adegas climatizadas e maquinas de café

Foto: Alexandre Allbuquerque

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COMO SE FAZ

ChUrraSCo elétriCoNo Nordeste, varanda gourmet, em apartamentos, de regra, ainda não têm

churrasqueiras. Mas os modelos elétricos disponíveis no mercado podem matar a vontade de dividir um churrasco com os amigos e sem fazer fumaça. A fabri-cante gaúcha Scheer apresenta um modelo de churrasqueira cooktop que devem ser oferecidas, inicialmente, a residências em condomínios de alto padrão em Salvador, Fortaleza e Recife”, segundo o gerente comercial da Scheer, Maurício Della Giustina. Um dos diferenciais da marca é abolir inteiramente a alvenaria, sem banir o carvão. Móveis planejados recebem a cooktop em aço inox escovado nos modelos espeto giratório ou parilla, ambos com caixa de fogo provida de isolante térmico refratário. O produto é patenteado e traz o aval da líder mun-dial em churrasqueiras industriais.

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ViDroS SolareS: lUZ Sem Calor

Há quase duas décadas, o mercado brasileiro oferece soluções em vidros de controle solar já bem aceitos e aplicados em projetos no Nordeste

edilson Vieira*

A s afirmações que o vidro transfor-ma o ambiente em estufa geram dúvidas sobre o uso dos vidros de

controle solar, mas elas passam muito mais pelo desconhecimento das vantagens de sua aplicação do que pela ineficiência desses vidros para amenizar o calor típico do Nor-deste. “Pelo menos o setor comercial – lojas e escritórios – já utiliza largamente os vidros de controle solar. O residencial, no entanto, ainda sofre da cultura que o vidro tecnolo-gicamente mais avançado representa apenas um custo maior para o construtor”. A afirma-ção é do sócio diretor da Pórtico Esquadrias, Leonardo Maranhão. A empresa, com sede no Recife, é líder no Nordeste em beneficia-mento de vidros planos e atende a grandes projetos de fachadas que usam os vidros de controle solar.

O maior deles foi o terminal de passa-geiros do Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, do Recife, inaugurado em 2004, onde foram utilizados cerca de 30 mil metros qua-drados de vidros solares para proporcionar iluminação natural, mantendo o conforto térmico do ambiente. A área corresponde à cobertura de quatro estádios de futebol e o aeroporto já foi citado em publicações espe-cializadas como um dos melhores do mun-do, ao lado de Munique, Madri, Cingapura e Londres.

“Hoje 100% do vidro que vendemos para fachadas de prédios comerciais são do tipo que oferece controle térmico. Quem compra ou aluga um escritório vai passar o dia intei-ro nele, e por isso busca mais conforto”, diz Leonardo Maranhão. Mas, para projetos resi-denciais, a Pórtico praticamente não registra procura. “O construtor quer economizar na obra para, teoricamente, oferecer um custo

menor para o comprador do imóvel, que não se preocupa com os vidros na decisão de compra”. Mas se ambos, construtor e com-prador, pensarem que um vidro de controle solar laminado representará mais eficiência energética e conforto térmico e sonoro, além de proteção da mobília dos nocivos raios UV, o que parece caro, no início, se transformará em economia futura.

ParaDiGmaS triNCaDoSO arquiteto Luiz Rangel acredita que a

demanda irá se voltar naturalmente para esse tipo de produto e o preço tenderá a cair. Hoje, dependendo do projeto e da especificação, um vidro de controle solar pode ficar cerca de 40% mais caro do que o convencional. Para convencer o cliente mais reticente, Ran-gel tem uma fórmula simples: basta calcular quanto o cliente economizará de energia em iluminação e climatização com a adoção de vidros de controle solar. O investimento maior no início será compensado a médio e longo prazos. “Para calcular essa economia, dependemos de vários fatores como posição da fachada, se tem beiral ou não, entre outros aspectos, mas o payback (taxa de retorno do investimento inicial) deverá sempre ser posi-tivo”, ensina.

A economia está associada à sustentabi-lidade. Uma das exigências para uma edifi-cação ter o selo verde do Green Building é o uso de vidros de controle solar. “Cada vez mais o consumidor e, consequentemente, o mercado irão pedir esse tipo de vidro, que já é obrigatório em vários países da Europa para economizar energia”, afirma o arquite-to, ressaltando que são países com índices de irradiação solar bem inferiores ao Nordeste brasileiro. “O arquiteto precisa conhecer as diversas opções que o mercado oferece para atender à demanda, cada vez maior, que virá da própria sociedade. O edifício sustentável deixará de ser algo exótico e o uso de mate-riais mais eficientes se tornará comum”, pre-coniza Luiz Rangel.

As fábricas estão investindo agora nas no-vas gerações de vidros de controle solar sele-tivos, temperáveis e com baixa emissividade (capacidade de retransmitir calor). Quando utilizados como vidros duplos, isolam termi-camente até cinco vezes mais que um vidro transparente monolítico, mantendo em alta a transmissão luminosa. A nova geração de vidros solares tem ainda uma aparência se-melhante aos vidros comuns, sem o efeito es-pelhado. Atualmente Rangel trabalha no pro-jeto da fachada de um grande magazine em construção na zona norte do Recife, que terá duas folhas - uma com cerca de 50 metros x 8 metros e outra com 30 metros x 10 metros. “O cliente pediu transparência para que o in-terior da loja pudesse ser visto da rua, sem tirar o conforto térmico de quem está dentro da loja e sem sobrecarregar o sistema de re-frigeração”, explica o arquiteto, revelando que o projeto terá transparência e iluminação na-tural, deixando o calor lá fora.

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Luiz Rangel: cresce uso de vidros de controle térmico

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Os dois maiores grupos fabricantes mundiais de vidros - o japonês NSG/Pilkington e o francês Saint--Gobin, uniram-se no Brasil, em 1982, numa joint venture, visando ao mercado da América do Sul. Nasceu assim a Cebrace, líder na fabricação de vidros planos e espelhos no continente, com uma produção atual de 2.700 toneladas/dia em quatro fábricas no Brasil - duas em Jacareí e uma em Caçapava, em São Paulo, e uma em Barra Velha, em Santa Catarina. A Cebrace produz o vidro de controle solar mais vendi-do no Brasil - o Coolite, com cinco milhões de metros quadrados comercializados em 15 anos de produção.

A empresa possui, hoje, seis tipos de vidros de controle solar. “O Nordeste é o nosso foco”, diz Sa-muel Gadia, coordenador de Desenvolvimento de Mercados do Rio de Janeiro e São Paulo da empresa. “Nos preocupamos em atender todo o Brasil e insta-lamos um centro de distribuição no Ceará. Ainda este ano, vamos inaugurar outro na Bahia, onde será ins-talada nossa primeira fábrica no Nordeste”, revelou o executivo durante uma visita técnica de jornalistas à fábrica da Cebrace em Caçapava, em agosto passado.

A unidade da Bahia deve começar a operar em 2013. “Hoje o mercado de vidros de controle solar no Brasil fica em torno de 80.000.000 metros qua-drados por ano”, diz Carlos Henrique Mattar, gerente de Desenvolvimento de Mercados da Cebrace, pre-vendo que ainda há muito a crescer, principalmente nos vidros de valor agregado. “No caso do vidro float, podemos falar que nosso consumo per capita ainda é metade do que temos em países ibéricos e que o con-sumo de vidros de valor agregado é ainda menor”, diz o especialista. “É importante lembrar o trabalho do Procel Edifica e do selo Leed (programas de eficiência energética em edificações), pois ambos preconizam o uso de vidros de controle solar para uma melhoria significativa na redução do consumo energético, que pode chegar a 24% em regiões como o Nordeste”, conclui Mattar.

merCaDo traNSPareNte e CreSCeNte No NorDeSte

TORRES ALFRED NOBEL E ISAAC NEWTON (RECIFE/PE)As torres empresariais Alfred Nobel e Isaac Newton estão localizadas no polo médico do Recife, que fica próximo ao centro da cidade. Cada torre tem 22 andares e utiliza uma combinação de vidro de controle solar (Emerald - 6mm) com vidro comum (Float verde - 6mm) nas fachadas

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O vidro é um dos materiais mais versáteis à disposição de projetistas e construtores. Por ser basicamente uma mistura de areia (sílica) e álcalis (os principais são o carbonato de sódio e o sulfato de sódio), o vidro pode ganhar muitas formas com beneficiamento e modificações em sua estrutura e com-posição, para atender às mais diversas necessidades.

O laminado, composto por duas ou mais chapas de vidro, intercaladas por uma película plástica de grande resistência - o polivinil butiral (PVB), é considerado um vidro de segurança porque, em caso de quebra, seus frag-mentos ficam presos no PVB, evitando ferimentos e mantendo a área fecha-da, até que a substituição do vidro seja realizada.

Já o temperado é o vidro comum submetido a um tratamento térmico de têmpera (aquecimento e resfriamento rápido), que lhe dá uma resistência me-cânica até cinco vezes maior. O proces-so também garante mais resistência ao choque térmico (variação de tempera-tura acima de 200°C). Também é con-siderado um vidro de segurança que, em caso de acidentes, fragmenta-se em pequenos pedaços pouco cortantes.

Na construção civil, os vidros de se-gurança estão mais presentes nas por-tas, divisórias e estruturas em vidro.

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Acrescentando-se minerais à sua com-posição como cobalto, ferro, e níquel, pode-se alterar sua cor, resistência e transparência. Já na linha dos vidros especiais, encontram-se o autolimpan-te e os de controle solar. Desenvolvidos com tecnologia que garante o controle eficiente da intensidade de luz e do calor transmitidos para o ambiente interno, são grandes aliados do conforto térmico e da eficiência energética.

Os vidros de controle solar podem ser de vários tipos, de acordo com o seu processo de fabricação: coloridos, refle-tivos e de baixa reflexão, sendo que es-tes últimos se dividem em seletivos e de alta seletividade, de acordo com a rela-ção entre a passagem de luz e o calor, ou seja, quanto mais luz passar em relação ao calor que barra, maior sua seletivida-de. Muita gente acha que para um vidro ser eficiente como isolante da tempera-tura externa, precisa necessariamente ser “escuro” ou barrar fortemente a en-trada de luz. Hoje existem vidros capa-zes de barrar até 80% do calor, com uma entrada de luz acima de 40%. Assim, é possível ter uma expressiva redução de calor no ambiente e, ao mesmo tempo, mantê-lo claro e iluminado, sem agre-dir a estética ou passar a sensação de enclausuramento.

* o repórter viajou a convite da Cebrace

PARQUE CIDADE DA CANDELÁRIA (NATAL/RN)O Parque Cidade da Candelária tem 64 hectares e está numa área de preservação ambiental na zona sul da capital potiguar. Possui uma torre de 45 metros de altura, fechada com a tecnologia structural glazing, que utiliza vidros autolimpantes (Bioclean) que combatem as partículas de sujeira acumuladas sobre a sua face exterior, não deixando que a superfície seja afetada por poeiras, vestígios de chuva, respingos marítimos, poluentes atmosféricos e orgânicos. O vidro solar autolimpante foi escolhido pela dificuldade de limpeza regular, devido à altura

ESTAÇÃO CIÊNCIA, CULTURA E ARTES (JOÃO PESSOA/PB)A Estação Ciência, Cultura e Artes é um complexo arquitetônico que ocupa um terreno de, aproximadamente, 37 mil metros quadrados. Sua torre tem 5.184 metros quadrados, com 1.275 metros quadrados de pele de vidro. Devido à sua extensão, foram aplicados vidros de controle solar (Cool Lite), a fim de reduzir a entrada de calor, o que permite uma economia no consumo de energia

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SALVADOR NORTE SHOPPING (SALVADOR/BA)O Salvador Norte Shopping, na capital baiana, foi o primeiro shopping a receber, da Eletrobras e do Inmetro, a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia do Procel Edifica, na categoria A, a mais eficiente em termos de iluminação, condicionamento de ar e envoltória. Foi utilizado neste projeto um tipo de vidro duplo, o Cool Lite SKN, de controle solar seletivo, na fachada e nas coberturas, proporcionando a redução de até 74% de transferência do calor externo para o ambiente interno

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edilson Vieira

D esde 2001, o mercado de seguran-ça eletrônica vem mantendo um crescimento médio de 13% ao ano

e, em 2010, movimentou cerca de R$ 3 bi-lhões. Quem fez as contas foi a Associação Brasileira de Segurança Eletrônica (Abese). Tamanha demanda traz ao mercado equipa-mentos sofisticados que exigem pouca inter-ferência humana, mas têm muito a oferecer em recursos e motivam o surgimento de novas empresas no setor, a exemplo da Bio-nic Vídeo, criada em 2009, em Pernambuco, especializada em oferecer serviços baseados em software. São sistemas de câmeras de cir-cuito fechado de TV (CFTV) de alta resolu-ção, gerenciadas por programas de compu-tador especialmente desenvolvidos para este fim. “Todo o nosso sistema é autônomo, inte-ligente e digital”, resume André Vital, diretor da empresa que ainda não tem concorrentes na região.

André explica que o foco inicial da empre-sa - vigilância em indústrias - está mantido, mas condomínios residenciais e empresas de construção estão descobrindo as vantagens do sistema de vigilância inteligente. A Bio-nic instalou, recentemente, 300 câmeras tipo

SiStemaS De SeGUraNÇa aVaNÇam Para oS CaNteiroS De obraS

A tecnologia de circuito fechado com câmeras de alta definição já atende às muitas construtoras. Nos condomínios, os sistemas inteligentes sãos aliados da cultura da segurança

Box HD em um grande canteiro de obras no Complexo Industrial de Suape – região onde se concentram os novos empreendimentos pernambucanos. “As câmeras servem para identificar e evitar desperdício de material, fiscalizar o fluxo de fornecedores, observar possíveis desvios de função de funcionários ou mesmo casos de improbidades adminis-trativas”, diz André.

O diferencial do sistema inteligente, se-gundo ele, começa na qualidade de resolução das câmaras. Enquanto um sistema CFTV lógico comum utiliza equipamentos que re-gistram imagens em preto e branco e de baixa resolução (500 linhas verticais de imagem), o sistema digital HD opera com câmaras de 1.3 a 3.0 megapixels que registram imagens mais definidas e em cores, que podem ser amplia-das com baixa perda de definição. “Isto é par-ticularmente útil quando surge a necessidade de identificação de detalhes, como o rosto das pessoas que aparecem na gravação”, ex-plica André Vital.

O sistema inteligente digital faz a leitura e identificação de placas de veículos e libera, au-tomaticamente, cancelas em portarias e emite sinais de alerta em caso de ocorrências não

previstas, que podem ser avisadas em tem-po real, por e-mail. O cliente também pode receber as imagens do sistema de vigilância no laptop ou no smartphone, com softwares e aplicativos específicos fornecidos pela Bionic. Um diretor de engenharia pode acompanhar o desempenho de vários canteiros de obras ao mesmo tempo, onde quer que esteja.

Os equipamentos e o software são corea-nos, mas o último foi customizado para apli-cação no Brasil. A rede CFTV digital é toda montada no local, via cabos ou sinal Wi-Fi (sem fio), com rede intranet própria e nobre-aks que entram em ação no caso de interrup-ção do fluxo de energia da rede. A montagem em rede Wi-Fi permite instalar câmeras em locais inviáveis para uma rede cabeada, tais como pontos altos ou muito distantes da cen-tral de gravação.

Tanta sofisticação tem um preço, e não é barato. O sistema CFTV digital pode custar até três vezes mais que um analógico conven-cional. Uma câmera-robô com lentes de alta qualidade ótica e visão noturna de até 200 metros, por meio de raios infravermelhos, custa cerca de R$ 30 mil, mas há sistemas que podem ser locados a partir de R$ 500,00

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por mês. “Trabalhamos com vendas, leasing ou locação, de acordo com as necessidades do cliente”, explica André Vital. Para ele, em breve os sistemas inteligentes de vigilância eletrônica serão cada vez mais aceitos, o que implicará uma redução de custos. Diz isto com a propriedade de quem comanda uma empresa que, em apenas dois anos de exis-tência, tem cerca de mil câmeras instaladas da Bahia à Paraíba.

As grandes empresas também estão aten-tas a esse mercado. A Siemens, líder nacio-nal em monitoramento para residências, condomínios e estabelecimentos comerciais, oferece soluções de vigilância eletrônica e monitoramento por uma unidade própria, a Building Technologies. A opção mais tra-dicional para a proteção do imóvel é o siste-ma de monitoramento 24 horas. Um técnico da empresa realiza uma visita ao local para identificar os pontos vulneráveis, definindo um projeto de segurança com a especificação dos aparelhos que devem ser utilizados. En-tão faz a instalação de sensores de presença, câmeras de vigilância com sistemas de moni-toramento (visualização) e gravação de ima-gens, alarmes e sistemas de identificação para

portarias (porteiro eletrônico). A tecnologia mais recente desenvolvida

pela Siemens permite ao cliente visualizar remotamente as imagens do seu imóvel em tempo real, em qualquer horário, usando um computador com Internet banda larga. O acesso às imagens é feito mediante confir-mação do nome do usuário (login) e da sua senha, previamente cadastrados. Assim é possível identificar qualquer movimentação suspeita no imóvel e acionar a polícia. “O cliente pode ainda incluir um serviço de mo-nitoramento remoto de imagens, que além de proporcionar mais agilidade ao sistema, também solicita, à Central de Monitoramen-to Siemens, vistorias no imóvel monitorado”, explica Leandro Martins, diretor da área de monitoramento da Building Technologies. Se o alarme instalado for acionado, enquanto um profissional da central verifica as imagens do imóvel, uma unidade volante de atendi-mento vai até o local para conferir a possibi-lidade de um assalto. “Caso seja um alarme falso, a central avisa o morador que está tudo bem em até 15 minutos, caso ele não esteja em casa, ou então aciona a polícia, se confir-mar a intrusão”, afirma Martins.

André Vital, da Bionic: equipamentos coreanos vigiam obras no Nordeste

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A tecnologia avança em eficiência, mas não dispensa práticas que vão garantir mais segurança. Walter Cariry, gerente geral da Nordeste Segurança Eletrônica, empresa pernambucana com uma média de 15 mil clientes monitorados no Nordeste, diz que todos querem morar num condomínio se-guro, mas poucos estão dispostos a perder alguns minutos na portaria, acendendo a luz interna do seu veículo e baixando os vidros, até que todos os ocupantes sejam identifica-dos pelo porteiro, que só então permitirá o acesso. Cariry lembra que nenhum sistema de segurança será eficiente se o componente humano falhar.

Funcionários bem treinados na aplicação das normas e rotinas de segurança, familia-rizados com o funcionamento de aparelhos como câmeras de vídeo, alarmes, identifica-dores eletrônicos e sensores de presença, e ainda moradores conscientes do seu papel em fazer esse aparato funcionar, são funda-mentais. “Moradores que acham que seus parentes ou amigos podem acessar qualquer área do condomínio sem se identificar, ou mesmo que técnicos em reparos domésticos

CUltUra Da SeGUraNÇa

não precisam de autorização para adentrar, estão indo de encontro ao que se espera de um condomínio seguro”, alerta Cariry.

Para ele, os sistemas de segurança pa-recem ser todos iguais, mas só se percebe a eficiência no momento de utilizá-los. Na entrevista à Construir NE, traçou os pila-res para um projeto eficiente de segurança condominial:

- controle de fluxo (implantar um siste-ma eficiente de identificação dos moradores e seus veículos, com restrição de acesso a visitantes e fornecedores que só entrarão após um prévio cadastramento - no caso de fornecedores, e identificação na porta-ria e autorização do morador - no caso de visitantes);

- equipamentos de segurança (“Não é uma questão apenas de quais equipamen-tos comprar, e sim de quem comprar”, diz Walter Cariry. Para o gestor, a diferença na eficiência do sistema eletrônico não está necessariamente na tecnologia empregada, mas no pós-venda. “Não adianta ter um bom equipamento se ele for mal instalado, ou mesmo se bem instalado, não oferece

suporte para manutenção e correção de pro-blemas”. O melhor caminho para fazer um bom negócio é procurar empresas reconhe-cidas e levar em conta o preço de equipa-mentos e outros serviços oferecidos);

- rastreabilidade (um ponto bastante negligenciado pelos condomínios é o mo-nitoramento. Segundo Cariry, todo siste-ma eletrônico de vigilância gera um banco de dados com informações que precisam ser monitoradas e, em caso de ocorrências, rastreadas. “Não adianta ter câmeras insta-ladas se não houver alguém monitorando as imagens, bem como um sistema de grava-ção operando de forma correta para que, em caso de sinistro, possam ser obtidas infor-mações como local, horários etc”. No caso de alarmes, é necessário que a interligação deles com as centrais de monitoramento, se for o caso, seja feita por sistemas confiáveis de comunicação via rádio, linha telefônica ou Internet, ou por um sistema combinado, também chamado de redundante, unindo linha telefônica e Internet para minimizar a possibilidade de falhas de comunicação.

Na palma da mão, em qualquer lugar, a movimentação nas obras

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TECNOLOGIA

hyUNDai eleVaDoreS CheGa ao braSil Por PerNambUCo

A Wollk Elevadores, empresa pernam-bucana do Grupo Emel, anunciou em setembro, parceria com a core-

ana Hyundai Corporation do Brasil, visando o mercado brasileiro. Giseob Kim, diretor geral da Hyundai Corporation, revelou que a parceria se deu pela confiabilidade do grupo Emel. Com o acordo, as duas empresas pas-sam a operar sob a marca Hyundai Elevadores Wollk e a meta, em cinco anos, de responder por 20% do mercado nacional de elevadores - algo em torno de R$ 3 bilhões ao ano.

Os elevadores e plataformas maid in Ko-rea serão apenas montados na planta per-nambucana da Wollk Elevadores, no Recife, mas os coreanos não descartam a implanta-ção de uma fábrica própria no Brasil.

A Wollk, única fábrica de elevadores fora

do eixo Sul/Sudeste, tem 15 anos de atuação, especialmente no Nordeste. Até o fim deste ano, será inaugurado o escritório de negócios da Hyundai Elevadores Wollk em São Paulo a fim de agilizar contatos com os clientes no país. “O acordo levará ao reposicionamento da indústria brasileira de elevadores para um patamar acima do atual. Vamos trazer ao mer-cado equipamentos de alta tecnologia e de-sign arrojado”, garante o presidente do Grupo Emel, Eduardo Mendonça. Player da indústria automotiva, a Hyundai fabrica sofisticados elevadores com velocidade de 1.080 m/min.

A parceria prevê a transferência de tec-nologia e compra e venda de peças e com-ponentes dos elevadores. O sistema se asse-melha ao de uma fábrica de veículos, com a entrega das cabinas e peças em Completely

Knock Down (CKD) ou inteiramente des-montados. A Hyundai Elevadores Wollk irá montar e adaptar os equipamentos que serão instalados nas obras dos clientes e oferecerá soluções de movimentação como esteiras e escadas rolantes, sistemas de automação lo-gística, de automação para estacionamento de veículos e movimentação em aeroportos (pessoas e cargas).

Gi-seob kim, da Hyundai, Eduardo Mendonça e Roberto Maia, da Wollk celebram parceria no Recife.

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ECONOMIA & NEGÓCIOS

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Cristina França

A mecanização da construção favorece o mercado de locação de máquinas em

todo o Brasil, e Pernambuco vai no embalo. Tanto que, somente este ano, 60 novas empre-sas deste setor surgiram no Estado, buscando um quinhão das grandes obras em anda-mento ou previstas. O número inclui aquelas abertas em cidades de médio porte como Sal-gueiro, Petrolina e Serra Talhada, no Sertão pernambucano. A estimativa é que existam cerca de 300 empresas de locação atuando em todo o Estado. Há espaço, confirma o pre-sidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Máquinas e Equipamentos de Pernambu-co (Sindileq/PE), Reynaldo Fraiha, mas não para diletantes. “É um negócio de risco, com custos de gestão e manutenção. Para investir nele, é preciso foco e logística”, avisa.

Com tanta gente entrando no mercado, uma das principais preocupações do Sindi-leq/PE é a canibalização alimentada por em-presários de ocasião, que apostam para ver se dá certo. A maioria tem experiência em outros ramos e acredita poder transferir a ex-pertise. Fraiha compara o setor com o que foi o de informática há cerca de 15 anos: muitos dos que enxergaram um Eldorado ficaram pelo caminho, engolidos pela concorrência acirrada que exigia sempre mais profissiona-lismo e conhecimento.

Para abrir uma empresa de locação em condições de competir e esperar o retorno do capital investido por pelo menos dois

alUGUel De máQUiNaS eNtra No ritmo Da CoNStrUÇÃo

No rastro do boom da construção imobiliária e pesada, empresas de locação de máquinas e equipamentos se expandem. Mas o mercado não aceita amadores

anos, é preciso investir, no mínimo, de R$ 1 milhão. “Aplicar num fundo de renda fixa pode dar um retorno maior”, alerta o assessor econômico do Sindileq/PE, o pós-doutor em Economia Écio Costa. Ele fez uma palestra sobre a formação do preço de locação para os participantes do II Seminário Loc Show Nor-deste, parte da I Loc Show, feira que reuniu fabricantes e investidores do setor em Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro. “Os preços de locação caíram relativamente há dois anos, quando não havia oferta para a de-manda. Hoje há oferta, mas a qualidade do serviço não é a regra. Muitas vezes, quando o equipamento quebra, o locador não tem es-trutura para uma imediata reposição, e todos perdem tempo e dinheiro”, diz Costa.

Ao pensar em fazer parte do boom da

locação, o empresário deve buscar o preço de equilíbrio, receitas totais iguais a custos totais, para fazer frente às despesas geren-ciais, operacionais e de financiamento. Pro-jetar o negócio considerando a vida útil do equipamento oferecido é uma boa prática: se a vida útil for de 15 anos, é desejável con-seguir pagar o financiamento em cinco e lu-crar por 10 anos. Um excelente parâmetro é o valor de locação proposto tanto por quem revende, quanto por quem aluga os equipa-mentos. Esses players balizam um mercado que precisaria dobrar para chegar ao nível dos Estados Unidos: lá, 90% dos equipa-mentos usados em obras de construção, ci-vil ou pesada, são locados.

Quem olha para o Complexo Industrial e Portuário de Suape, distante 50 quilômetros da capital de Pernambuco, imagina-se logo

Fotos: Divulgação

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ECONOMIA & NEGÓCIOS

alugando caminhões-caçamba que nunca irão apresentar defeito e nunca estarão para-dos. Afinal, o local é um verdadeiro canteiro de obras. Amargo engano. Antes de tudo, sentir a concorrência e ponderar que, em média, um equipamento fica locado 65% do tempo, faz acordar para a realidade. Fraiha calcula que se um equipamento ficar 45 dias na obra, passará por uma revisão ao ser de-volvido e vai esperar entre dez e 15 dias para ser novamente locado.

O Sindileq/PE tem hoje 53 associados e planos de chegar a 60, até o final do ano. O sindicato foi fundado com 15 empresas, em 2002, e das pioneiras, quatro já fecha-ram as portas. Os associados locam desde aspirador de pó a guindastes e máquinas de corte de concreto. Pelos próximos dez anos, demanda e profissionalização cami-nharão lado a lado. Ferrovia Transnordesti-na, transposição do São Francisco, Cidade da Copa, duplicação de rodovias, polos de desenvolvimento nos litorais sul e norte e

em direção ao interior. Obras não faltam. E clientes exigentes também não. Já existem 14 mil trabalhadores atuando no mercado de locação e a necessidade de formar mão de obra é premente. Tanto no topo quanto na base da pirâmide. Operadores e mecâni-cos são o maior gargalo e formá-los é mais um custo na planilha.

O presidente do Sindileq/PE já anunciou que está em gestação, em parceria com o

Cedepe Business School, o primeiro MBA voltado para o setor. Na análise do assessor Écio Costa, uma empresa de locação não pre-cisa ser grande e atuar em várias frentes, mas ser bem montada. “Nem sempre porte signi-fica qualificação linear. A lista de exigências das grandes empreiteiras, para quem presta serviços, é imensa e, muitas vezes, a média e a pequena empresa são mais ágeis em atendê--las, sem deslizes”.

Écio Costa, do Sindileq/PE, alerta: atenção na qualidade dos serviços

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AGOSTO 2011 |

ECONOMIA & NEGÓCIOS

CoNStrUir bahia troUxe liNha amarela ao NorDeSte

etiene ramos

Os locadores de máquinas da Bahia de-ram um passo adiante este ano, escavando um espaço próprio na Construir Bahia, re-alizada em Salvador, de 17 a 20 de agosto. Pela primeira vez, o Nordeste teve uma feira só para as gigantes da linha amarela: a Expo Máquinas e Equipamentos reuniu cerca de 80% dos fabricantes, segundo o presidente da Associação Baiana das Empresas Locadoras de Máquinas e Equipamentos (Abelme), Ar-thur Vieira.

O aquecido mercado baiano de constru-ção refletiu-se na procura e no fechamen-to das vendas de pelo menos 50 máquinas, durante o evento, algo em torno de R$ 15

milhões, pelos cálculos do presidente da Abelme. “Não havia nada no Nordeste que mostrasse as novas tecnologias da linha ama-rela. Os interessados da região tinham que ir para a M&T Export, em São Paulo, ou para fora do país”, comentou Vieira, justificando o sucesso da exposição que trouxe máquinas com computadores de bordo, entre outros avanços.

Criada há 14 anos e hoje com 95 asso-ciados, a Abelme não tem do que reclamar, nos últimos anos, quando voltou-se para o mercado, realizou missões técnicas nacionais e internacionais, e dobrou o número de as-sociados, que era de apenas 44 empresas, em

2010. Agregados, os locadores disseram “pre-sente” às muitas empresas de fora do Nordes-te que traziam equipamentos e máquinas de outros Estados para obras na região. “Desco-briram que estamos atualizados. A Bahia tem uma das frotas mais novas do país, com uma média de três anos de uso, e 13 mil máquinas – sendo três mil da linha amarela e o restante de menor porte”, afirmou Arthur Vieira.

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ECONOMIA

A travessamos um momento no qual o panorama econômico futuro glo-bal parece bastante incerto. Essa

indefinição afeta regiões, moedas e setores econômicos. Há certamente muitos aspec-tos a considerar, quando se decide fazer um investimento.

Nos EUA, um grupo extremamente ra-dical e influente no Partido Republicano, o “Tea Party”, mantém o governo sob rédea curta no Congresso. Obama, que recebeu o governo de Bush Filho fazendo enormes dé-ficits todos os anos, e com um imenso endi-vidamento público acumulado, só conseguiu obter margem para rolar essa dívida porque atendeu a uma série de condições impostas pelo grupo. Entre elas, mudanças nas políti-cas sociais de saúde pública, estabelecimento de uma comissão bipartidária para acom-panhar e aprovar aumentos nos limites do endividamento etc. Formou-se, assim, uma situação de fortes restrições à política fiscal. Combinadas com um período em que a po-lítica monetária já baixou os juros para per-to de zero, as condições de ação para sair da crise ficam muito limitadas no país mais rico do mundo.

Na Europa, a situação deficitária de di-versos países é ainda mais crítica. Junte-se a isto o problema do euro. Será que esta moeda sobrevive, em sua característica atual, à pre-sente crise? É difícil, pelo menos para alguns países. Ora, unir-se à Alemanha, uma econo-mia muito grande e competitiva, que sozinha faz um grande superávit comercial, jogando o valor do euro para cima, torna difícil a situ-ação de exportação de outros países da União Europeia como a Grécia, por exemplo. Se este país estivesse em carreira solo, o valor da dra-cma cairia e poderia haver um equilíbrio. Não sem custos, claro, mas seria uma maneira de

FalaNDo De iNVeStimeNtoS

FreDeriCo katZ*

evitar default. Agora não. Alguém já tem tra-zido muitas decepções. Mas, certamente, em algum momento, deverão surgir ali também boas oportunidades. Porém, mesmo contan-do com alguma assessoria profissional, ainda é pescar em águas turvas. Não menos incerta é a aposta recentemente muito sugerida do ouro ou algo associado, pois são “jogadas” em que participam, em dimensão internacio-nal, grandes operadores.

Todos esses raciocínios trazem à tona o mercado imobiliário. Neste caso, está se li-dando com algo que se conhece bem mais e que, sendo de “pedra e cal”, não vai desa-parecer. Portanto, é relativamente bem mais seguro. É sempre indispensável se aconselhar com profissionais do mercado e obter uma segura assessoria jurídica, mas, se a aquisição for para uso próprio, residencial, profissional ou de lazer, trata-se de um dos investimen-tos mais aconselháveis no momento. Porém,

mesmo que seja para valorização ou renda, desde que se conte com apoio especializado, existem aquisições que muito provavelmen-te trarão bons resultados. É verdade que os preços dos imóveis, em geral, vêm subindo bastante, nos últimos anos e meses. Mas, observe-se que, em Pernambuco, particular-mente no Recife, essa alta se deu a partir de preços, em relação a outras cidades grandes do Brasil, muito mais baixos e, em virtude da programação de investimentos para nosso Estado, a direção do movimento não parece mudar brevemente. Ou seja, há aqui maior possibilidade de resiliência nos preços. Se não está envolvido em alguma atividade mais diretamente ligada ao grande surto de cresci-mento em nosso Estado, que ganhe pelo me-nos nisto. Na recuperação e valorização dos valores de nossos imóveis.

Frederico katz é economista e pesquisador

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AGOSTO 2011 |

ECONOMIA & NEGÓCIOS | Mercado Imobiliário

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josé Pacheco maia Filho

O Salão de Negócios Imobiliários da Bahia impulsionou o setor, neste se-gundo semestre, no Estado. Depois

da ausência de lançamentos, nos primeiros seis meses do ano, o mercado baiano foi reativado com 21 novos empreendimentos apresentados durante o evento, que recebeu 21.357 pessoas no Centro de Convenções da Bahia, de 31 de agosto a 4 de setembro.

Segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi/BA), responsável pela realização, foram gera-dos R$ 320 milhões em negócios. Durante o salão, houve a comercialização de 352 imó-veis, no valor total de R$ 132,2 milhões. Os três bancos - Brasil, Caixa e Bradesco - que operaram dentro do evento liberaram 1.381 cartas de crédito, que somaram R$ 192 mi-lhões em financiamento.

SalÃo Da bahia reatiVa VeNDaS De imóVeiS

Lançamentos e boa oferta de crédito resultaram em negócios da ordem de R$ 320 milhões

Os números deixaram satisfeitos orga-nizadores e expositores. “O resultado foi satisfatório pelo momento de incerteza da economia mundial, devido aos pro-blemas da Europa e dos Estados Unidos”, observa o vice-presidente da Ademi/BA, Cláudio Cunha.

Na avaliação de Cunha, a tendência de queda de juros, sinalizada pelo Ban-co Central, favorece o investimento em imóveis. “Na compra de imóveis, não há problema de insegurança. Corre-se menos risco comprando um bem que se tenha a propriedade e a perspectiva de valorização”.

Em sua sexta edição, o salão já faz parte da estratégia comercial das incor-poradoras que atuam na Bahia. Fun-ciona como vitrine para os produtos

Mais de 20 mil pessoas circularam pelo Centro de Convenções da Bahia durante o salão

imobiliários, mas também para reforçar a imagem institucional das empresas, como considera o diretor de Marketing e Vendas da Odebrecht Realizações Imobi-liárias (OR), André Sá.

A OR foi uma das empresas a aprovei-tar o evento para lançar o seu novo em-preendimento. Voltado para a classe mé-dia alta, reunindo 494 unidades em oito torres, o Residencial Tropicália tem valor geral de vendas de R$ 300 milhões.

André Sá informa que o estande da OR recebeu um bom número de visitan-tes, onde foram realizadas as vendas. Mas o executivo observa que a compra de um imóvel, geralmente, envolve uma decisão mais demorada. Por isso, muitos contatos feitos durante o evento só são efetivados em vendas um tempo depois.

Fotos: Divulgação

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MERCADO IMObILIÁRIO

Amoedo, o salão aqueceu o mercado baia-no. “As vendas no primeiro semestre esta-vam fracas, praticamente sem lançamentos, e o evento trouxe à tona novos imóveis. Isto sempre estimula o comprador”, comenta, acrescentando que a sua empresa interme-diou a venda de 200 unidades.

Para Amoedo, o ritmo de vendas este ano caiu e a desaceleração do boom imobiliário é natural. “Além do momento econômico com-plicado no mundo, o comprador está menos impulsivo e há uma retração nas compras também por causa da reavaliação dos preços dos imóveis em função do aumento dos cus-tos de mão de obra e insumos”.

DeSCoNtoS atratiVoS

Uma estratégia adotada pelas incorpo-radoras para estimular a comercialização durante o salão é a oferta de produtos com preços especiais e descontos. A Iberosta-te, divisão imobiliária do grupo espanhol Iberostar, adotou o procedimento e não se arrependeu.

O diretor da Iberostate, Javier Trinidad, comemora o resultado positivo do salão, que superou suas expectativas. “Optamos por fa-zer o lançamento no salão, com preços espe-ciais e desconto de 10%, e já contabilizamos a venda de 15% das 76 unidades do Residen-cial Mediterrâneo”, diz.

O novo empreendimento da Iberostate integra o complexo hoteleiro Iberostar, na Praia do Forte, no litoral norte baiano. Trata--se de um investimento com apartamentos para segunda residência, áreas de 70m² a 100m² e valor do metro quadrado a R$ 5 mil.

O sucesso de vendas do produto da Ibe-rostate demonstra que o salão também fun-ciona para imóveis de veraneio. De acordo com Trinidad, os empreendimentos para se-gunda residência são sazonais e, geralmente, têm apenas o período de setembro a março (primavera a verão) para a sua comercializa-ção. “Por isso, o salão deu tão certo com a nossa estratégia de vendas. Depois do verão, o interesse por casas de veraneio cai muito”.

A incorporadora Nova Dimensão, que es-treou no evento em 2010, repetiu a dose este ano e, pelos resultados, não tem do que re-clamar. Comercializou 30% das 320 unidades do Residencial Green Life Imbuí. O diretor Luciano Coutinho não esconde que procura sincronizar os lançamentos da empresa com o salão.

Segundo o executivo, a Nova Dimensão tem mantido o ritmo de lançar um empre-endimento por ano em Salvador. “O salão é bastante conveniente e uma excelente vitri-ne para nossos empreendimentos. Temos a oportunidade de apresentar nossos produtos

para milhares de pessoas interessadas na aquisição de imóveis”.

Coutinho, no entanto, faz a ressalva que o sucesso de vendas vai depender da equação mágica do mercado imobiliário: localização, qualidade do produto e preço. No caso espe-cífico do Green Life Imbuí, ele considera que acertou em todas as variáveis. “É um empre-endimento localizado numa região bastante procurada, para onde está crescendo a cida-de. Oferece apartamentos de dois e três quar-tos, com estrutura de lazer e preços entre R$ 200 mil e R$ 300 mil”, explica o executivo.

Na opinião do diretor da imobiliá-ria Brito&Amoedo/Brasil Brokers, Guto

Descontos e produtos diferenciados contribuíram para o resultado

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ECONOMIA & NEGÓCIOS | Mercado Imobiliário

SÃo PaUlo Sem SalÃo

Cláudio Cunha destaca diferencial da Bahia

Se o Salão da Bahia cumpriu seu pa-pel, mais uma vez, este ano, o mesmo não pode ser dito do evento paulista. O Salão Imobiliário de São Paulo (Sisp) foi cance-lado. A justificativa dos organizadores foi falta de empreendimentos para expor ao público.

A interpretação dos empresários baia-nos é outra para o problema. Luciano Coutinho, da Nova Dimensão, que co-nheceu o Sisp, diz que o evento baiano é melhor formatado e focado nos incorpo-radores e nos lançamentos. “No paulista, mistura-se muita coisa. Há estande de imóvel, materiais de construção, empresas de serviços de condomínios e até eletro-domésticos. Acho que isto desinteressou os incorporadores”.

O vice-presidente da Ademi/BA, Cláu-dio Cunha, que foi o idealizador do salão baiano, ratifica a opinião de Coutinho e observa que, na Bahia, o evento é organi-zado pela associação do setor, não é tercei-rizado como o paulista. “Fazemos um salão voltado para as incorporadoras e a comer-cialização de imóveis. Além dos estandes dos empreendimentos, o que se encontra no evento baiano são conteúdos ligados à comercialização de imóveis, tais como o espaço financeiro, onde se localizam os bancos, e o espaço decorar, onde há suges-tões para a decoração dos ambientes dos imóveis”, explica Cláudio Cunha.

As incorporadoras conseguiram reverter as quedas nas vendas apresentadas no primeiro semestre deste ano

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NEGÓCIOS IVV

SÃo PaUlo Sem SalÃo

joSé FreitaS*

T odos nós sabemos que a construção civil é um setor de fundamental im-portância para qualquer país. Esta

assertiva é dita em diversas discussões sobre economia, no entanto é conveniente sempre fundamentá-la. Antes de adentrarmos numa explicação através de dados e fatos, cabe co-mentar um pouco sobre a abrangência des-te macrossetor. Quando se fala em setor da construção civil, entende-se que estão en-quadradas as edificações, as obras viárias, a construção pesada e os segmentos fornece-dores de matérias-primas, equipamentos e serviços de distribuição ligados à construção.

Iniciemos comentando sobre o desempe-nho do setor da construção civil ao longo do tempo. É notória a importância da atividade na geração de empregos na economia brasi-leira. Nos últimos cinco anos, este macrosse-tor admitiu, aproximadamente, 11 milhões de trabalhadores formais. Para se ter uma noção da amplitude do número, a indústria de transformação e a indústria extrativa mi-neral, juntas, somaram por volta de 19 mi-lhões de admissões, segundo dados do Mi-nistério do Trabalho e Emprego. Se formos falar agora da geração de postos de trabalho, ou seja, dos saldos efetivos depois de extraí-das as demissões, no mesmo período anali-sado, vê-se que a construção civil gerou cerca de 1,2 milhão de postos de trabalho, o que representa algo em torno de 13% de todos os postos gerados pelo país no período.

Permutando as variáveis, ou seja, anali-sando agora sob a ótica do Produto Interno Bruto (PIB), também se observa a importân-cia da construção para o desenvolvimento do país. No último dado oficial, calculado pelo IBGE, a riqueza gerada pelo setor da cons-trução civil representou cerca de 5% de todo o PIB do país, o que dá algo em torno de R$ 127 bilhões. Ademais, a força de impulsão da atividade pode ser demonstrada de outra

a CoNStrUÇÃo Na baSe Do DeSeNVolVimeNto

maneira, através de sua participação na for-mação do investimento: aproximadamente 70% da formação bruta de capital fixo da eco-nomia são realizados pela construção.

Fixando o olhar agora para o Estado de Pernambuco, os números também são relati-vamente grandiosos. O Ministério do Traba-lho e Emprego divulgou que a construção civil pernambucana admitiu, nos últimos cinco anos, pouco mais de 400 mil trabalhadores formais, enquanto a indústria de transforma-ção e a indústria extrativa mineral admitiram, juntas, algo em torno de 530 mil pessoas. Deste quantitativo de trabalhadores admi-tidos pelo setor da construção, extraindo os números de demissão, ou seja, ficando o saldo de postos de trabalho efetivamente gerados, o setor pôs na economia pernambucana cer-ca de 77 mil pessoas, nos últimos cinco anos, representando cerca de 22% do total de postos gerados por todos os setores no período.

Além de uma expressiva participação no PIB de Pernambuco (6% ou R$ 3,4 bilhões), a construção civil, de acordo com os últimos resultados da Agência Estadual de Planeja-mento e Pesquisas de Pernambuco (Conde-pe/Fidem), vem impulsionando a economia local. Para exemplificar, de 2009 para 2010,

o setor cresceu quase 30% e, no primeiro tri-mestre de 2011, em relação ao mesmo perí-odo de 2010, ultrapassou a variação positiva dos 30%. E as causas fundamentais para tão honroso desempenho são fáceis de demons-trar, basta que citemos algumas cifras dos principais projetos aportados no Estado, que somam aproximadamente R$ 60 bilhões em investimentos que impactam evidentemente no setor. Tudo sem falar ainda do extraor-dinário efeito multiplicador do setor sobre os demais setores da economia. Dados dão conta que para cada 100 postos de trabalho gerados diretamente no setor, outros 285 são criados indiretamente na economia. Estima--se que para cada R$ 1,0 bilhão a mais na demanda final da construção, sejam gerados 177 mil novos postos de trabalho na econo-mia, sendo 34 mil diretos e 143 mil indiretos. Portanto, sem dúvida, ao comentar a impor-tância do macrossetor da construção civil, não fiquemos somente nas inferências. Sem-pre revelemos dados e informações para que possamos consolidar nossos argumentos.

*José Freitas é coordenador da Unidade de Pesquisas Técnicas da Fiepe.

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AGOSTO 2011 |

ECONOMIA & NEGÓCIOS | Feiras

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CoNCrete ShoW SoUth amériCa CreSCeU 342% em CiNCo aNoS

Em sua quinta edição, a feira gerou R$ 750 milhões em negócios, registrando o bom momento do concreto e da construção civil brasileira

A 5ª edição do Concrete Show con-firmou: o Brasil é a bola da vez no mundo. Os olhos dos investidores

globais estão voltados para o país, por conta de todas as previsões de aportes na sua in-fraestrutura. Cresce a importância de se con-seguir fazer mais, em menos tempo e com custos competitivos – situações possíveis apenas com alta tecnologia, como a exposta e discutida no evento. Realizado de 31 de agos-to a 2 de setembro, no Centro de Convenções Imigrantes, em São Paulo, o Concrete Show 2011 gerou R$ 750 milhões em negócios e ba-teu o recorde em todos os aspectos. Nos seus cinco anos, cresceu 342%, acompanhando a velocidade do setor e se tornando uma das feiras mais importantes do mundo, voltada para a cadeia do concreto e da construção. E não para de crescer: para a edição 2012, serão 60 mil metros quadrados de exposição, supe-rando os 53 mil deste ano.

No Concret Show, diversos lançamentos de produtos e equipamentos foram apre-sentados por 500 expositores, nacionais e internacionais. O otimismo deu a tônica das conversas nos estandes e corredores pelos quais passaram mais de 28 mil profissionais com alto poder de decisão. O resultado con-firmou a expectativa dos organizadores, que se mostraram mais do que satisfeitos com a

visitação. “O Concrete Show se consolidou como o maior ponto de encontro de profis-sionais que buscam inovação, tecnologia e bons negócios em construção civil em nosso país. Quem quer investir e saber mais sobre este mercado está aqui”, diz Cláudia Godoy, diretora geral da UBM Sienna, organizadora do evento.

Renato Giusti, presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP),

corrobora: “O Concrete Show agrega mui-to valor para o segmento e o Brasil não é mais o país do futuro, é o país do presente e a construção civil é o caminho para o nosso crescimento”, disse. Roberto Shaefer, diretor geral da Putzmeister, um dos oferecedores desta edição do Concrete Show, manteve o entusiasmo com os negócios gerados nos três dias de evento. “A feira está acontecen-do num momento importante do nosso país,

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ECONOMIA & NEGÓCIOS | Feiras

A área externa do Imigrantes virou um grande estande de máquinas e veículos

Concrete Congress: intensa geração de conhecimento

Confirmando sua vocação de ponto de encontro e transferência de tecnologias, o Concrete Congress trouxe assuntos de ex-trema relevância para o desenvolvimento do setor construtivo. Entre os destaques, o se-minário da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) com o tema “A importân-cia da normalização no mundo do concreto”. Haroldo Mattos de Lemos, superintendente do Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental, falou sobre a sustentabilidade na construção civil, assunto de fundamental importância para que o Brasil se torne um polo mun-dial de transferência de tecnologia, aliando qualidade técnica com a questão ambiental. Outro destaque foi o seminário “Habitação econômica: sistemas industrializados à base de cimento”, coordenado pela ABCP e com a participação de representantes da Caixa Eco-nômica Federal. A discussão girou em torno de como as tecnologias construtivas podem – e devem – ser aprovadas pelos agentes oficiais de financiamento, empregadas pela iniciativa privada para ampliar a possibilidade de ven-cer o déficit habitacional brasileiro. O grande foco foi apresentar, aos diferentes agentes do mercado, o que já vem sendo empregado.

com todos os investimentos sendo anuncia-dos. Fechamos pedidos com clientes novos e antigos”, comemora. O presidente da BMC, Felipe Cavalieri, também oferecedor, surpre-endeu-se com a quantidade de visitantes in-teressados em seus equipamentos e soluções. “A quinta edição do Concrete Show nos dei-xou com ânimo revigorado”, disse.

Algumas empresas aproveitaram a alta concentração de profissionais especializa-dos para lançar uma nova área de negócios, como foi o caso da Atlas Copco. “Trouxemos uma linha completa de equipamentos, fer-ramentas pneumáticas, rompedores hidráu-licos, compressores, torres de iluminação, geradores e ferramentas para acabamento de concreto”, disse Fernando Groba, gerente da divisão de energia portátil da empresa. Ele afirma que não poderia ter havido situação mais propícia. “Para nós, foi excelente! Pla-nejamos e conseguimos, com a área externa, mostrar todos os equipamentos muito bem”, explica.

A grandiosidade da feira impressionou até quem veio de longe como Li Weigm, re-presentante chinês da Sany. “A estrutura do Concrete Show é muito grande e - o melhor - especializada. Consegui conhecer bastante o mercado brasileiro de máquinas de concreto por meio do evento”, comenta.

Cristian Herrera, chefe de Marketing e Comunicação do Instituto Del Cemento y Del Hormigón (ICH), no Chile, trouxe di-versas empresas interessadas em trabalhar com o Brasil para o Concrete Show. “Todos ficaram muito impressionados com o tama-nho do evento. Não tínhamos ideia que ele teria tamanha amplitude. Foi excelente e cer-tamente voltaremos em 2012”.

Na abertura da Concrete Show foram homenageadas as revistas que divulgam o setor. A Construir NE foi representada pela editora executiva, Etiene Ramos (esquerda).

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AGOSTO 2011 |

ECONOMIA & NEGÓCIOS | Feiras

| AGOSTO 201180 |

hugo renan Nascimento

A segunda edição da ExpoConstruir (Feira de Materiais e Sistemas Construtivos) movimentou mais de R$ 100 milhões em negócios, entre os dias 21 e 24 de setembro, em Fortaleza, no Ceará. Cerca de 200 mar-cas de todo o país foram representadas no evento, que recebeu em torno de 10 mil vi-sitantes. Para uma das organizadoras da fei-ra, Micheline Camarço, da Ikone Eventos, a ExpoConstruir é sustentada em três pilares: colocar a construção civil em evidência, mostrando-se forte e permanente; colocar num mesmo ambiente expositores, a fim de sustentar a cadeia de relacionamentos; e rea-lizar lançamentos para o setor.

A ExpoConstruir envolve vários segmen-tos como tecnologia, meio ambiente, res-ponsabilidade social, inovação e segurança, tendo surgido em 2009, fruto da parceria fir-mada entre a Ikone Eventos e a Artepiso, com

2ª exPoCoNStrUir moVimeNtoU maiS De r$ 100 milhÕeS em FortaleZa

Cerca de dez mil pessoas visitaram a feira, que este ano teve a participação de 200 marcas de todo o país

os objetivos de reunir as principais empresas da construção civil, apresentar as novas ten-dências e novidades do mercado, possibilitar a troca de experiência e proporcionar um ambiente favorável ao conhecimento, divul-gação e acesso a tecnologias que permitam o crescimento sustentável e, ao mesmo tempo, aproximem o mercado de produção do mer-cado consumidor.

habCoNStrUirDentro da programação da ExpoCons-

truir, aconteceu o Seminário Regional sobre Políticas Públicas e de Ensino para a Habita-ção de Interesse Social - o HabConstruir, ba-seado no tema “A Copa de 2014 como vetor para a melhoria da qualidade na habitação”, um tema amplo que permitiu a discussão das várias oportunidades trazidas pela Copa para promover melhorias estruturais significativas

na cidade, a serem refletidas na qualidade de vida das pessoas.

No HabConstruir também foi debatida a responsabilidade da construção civil na degradação do meio ambiente, pelo fato do setor ser grande consumidor de recur-sos naturais (principalmente energia) e gerador de resíduos que trazem prejuízos à natureza. O HabConstruir reuniu cerca de 300 participantes entre professores, pes-quisadores, estudantes de graduação e pós--graduação, técnicos e profissionais de em-presas públicas e privadas, confederações e associações de classe ligadas ao tema da habitação social. O seminário foi promovi-do pela Associação Técnico-Científica En-genheiro Paulo de Frontin (Astef), apoiado pela Secretaria das Cidades do Governo do Ceará e patrocinado pelo Banco do Nor-deste do Brasil (BNB).

Movimento acima das expectativas da abertura ao último dia

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AGOSTO 2011 | | 81| AGOSTO 2011

ECONOMIA & NEGÓCIOS | Construir bahia

A feira foi um termômetro da expectativa de negócios da cadeia da construção para os próximos anos

Copa, ferrovias e geração de energia no alvo dos construtores do Brasil e do exterior

Cristina França*

Público seleto, presença de expositores nacionais e de outros 14 países (Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Costa Rica, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Peru, Singapura, Suíça e Taiwan), e seminários sobre temas como o uso do aço na construção civil e formação profissional, num Brasil que se transforma em um can-teiro de obras. A M&T Peças e Serviços e a Construction Expo 2011, promovidas pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema), entre 10 e 13 de agosto, em São Paulo, juntou entidades empresariais, empreiteiras de por-te, grandes, médios e pequenos empresários e estudiosos para fazer negócios. Ao final, foi anunciada a edição de 2012, que será de 29 de maio a 2 de junho, com vários expositores já reservando espaço.

m&t PeÇaS e SerViÇoS: obraS VÃo CoNSUmir r$ 1,2 trilhÃo até 2016

Em seis salões temáticos - Copa, Aço, Hi-drelétrica de Belo Monte, Ferrovias e Trem de Alta Velocidade, Inovação e Sustentabi-lidade - e na Mostra de Equipamentos para Pequenos Canteiros, entidades e empresas defenderam ideias e produtos para agilizar o atendimento às necessidades de infraestrutu-ra do Brasil. Pelos cálculos da Sobratema, até 2016 nada menos que 9.550 obras consumi-rão cerca de R$1,2 trilhão. A hora é de apro-veitar o bom momento brasileiro para ter acesso a tecnologias, participando da cons-trução de estádios com baixo custo e manu-tenção econômica, visando à Copa de 2014, e potencializar o uso do concreto pré-moldado e do aço como fatores de aceleração, não apenas das obras da Copa, mas também do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal.

Por parte das empresas expositoras, euforia no fechamento e prospecção de negócios. A chinesa LiuGong, líder mundial na produ-ção de pás-carregadeiras, tem interesse de instalar uma fábrica no Brasil e, segundo o presidente da empresa para a América La-tina, Fernando Mascarenhas, está visitando vários Estados. Como representante da mar-ca no Nordeste, a cearense Conterrânea tem planos de atender, até o final do ano, Natal e Recife. No sentido contrário, a pernambu-cana Saraiva Equipamentos esteve na M&T para fortalecer a sua atuação no Sudeste. A empresa abriu escritório em São Paulo, em novembro do ano passado, focando o seg-mento de içamento de vigas, pilares e estacas pré-fabricadas de concreto.

* a repórter viajou a convite da Sobratema

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AGOSTO 2011 || AGOSTO 201182 |

Os resultados da 11ª Construir Bahia - Feira Internacional da Construção, realizada de 17 a 20 de agosto, no Centro de Conven-ções da Bahia, provaram, mais uma vez, que a construção civil movimenta a economia do Nordeste.

Promovida pelo Sinduscon/BA, a feira trouxe uma novidade este ano - a 1ª Expo Máquinas e Equipamentos, que superou as expectativas de geração de negócios. Nesta edição, a Construir Bahia gerou negócios da ordem de R$ 90 milhões, sendo R$ 70 mi-lhões somente na feira e R$ 20 milhões na Expo Máquinas e Equipamentos. Nos quatro dias da feira, 34 mil pessoas circularam pelos estandes dos expositores presentes e partici-param de palestras e seminários paralelos.

A Construir Bahia abriu espaço para a 9ª edição do Seminário Tecnológico da Cons-trução Civil, evento que, desde o ano pas-sado, agrega o Seminário de Inovação na Construção Civil, uma ação do Programa de Inovação Tecnológica (PIT), da Câmara

máQUiNaS alaVaNCam a CoNStrUir bahia 2011

Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic). Carlos Vieira, presidente do Sindus-con/BA, afirmou que os dois seminários pro-movem uma cultura de inovação no Estado, imprescindível para este momento de aque-cimento no setor da construção civil.

Além da inovação, a sustentabilidade também foi discutida a partir de duas pales-tras: Certificação de Eficiência Energética de Prédios Residenciais e Comerciais; e Case Aqua - Cidade Jardim Corporate Center (Be-nefícios e Inovações).

Gratuito e aberto ao público em geral, o evento foi direcionado para lojistas e ataca-distas, arquitetos, engenheiros, administra-dores de condomínio, profissionais da cons-trução, designers de interiores, decoradores e paisagistas, construtores, empreiteiros e estu-dantes de áreas afins.

A Construir NE marcou presença no es-tande decorado pela arquiteta baiana Celeste Leão, patrocinado pela pernambucana T&A, referência nacional em pré-fabricados.

Cresce a oferta de equipamentos e produtos para os empresários nordestinos da Construção

O Espaço Construir foi ponto de encontro e base para futuros contratos

ECONOMIA & NEGÓCIOS | Construir bahia

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AGOSTO 2011 | | 83| AGOSTO 2011

INDICADORES | CUb

O Índice Nacional do Custo da Cons-trução (INCC), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),

atingiu, em 2011, até o mês de agosto, uma variação positiva total de 6,22% (T), ficando o grupo de Mão de Obra (MO) no patamar de 8,95% e, o de Materiais, Equipamentos e Serviços (M/E/S), 3,60%. Comparando com os índices do Recife, da mesma FGV, que atingiram 2,52% (T), -2,70% (MO) e 4,31% (M/E/S), verificamos que, segundo a FGV, os custos do grupo de M/E/S, no Recife, ficaram 0,71 pontos percentuais acima dos preços na-cionais; já os do grupo de MO ficaram 11,65 pontos percentuais abaixo. A dife-rença nos índices de MO ocorre pelo fato de no Recife o ajuste na mão de obra só acontecer no mês de outubro, em função do dissídio coletivo, enquanto no INCC já fo-ram computados os dissídios de algumas capitais.

Analisando as variações do Custo Unitário Básico (CUB) do Sinduscon/PE, encontramos, para o mesmo período, 7% de variação total, com o grupo de MO sem alteração e 12,3% para o grupo

iNDiCaDoreS SetoriaiS e eCoNômiCoS – eVolUÇÃo até aGoSto

Clelio FoNSeCa De moraiS*

PROJETOS PADRãO DE ACABAMENTO

PROJETOS PADRÕES R$/M2

VARIAÇãO PERCENTUAL

MENSAL ACUMULADONO ANO

ACUMULADOEM 12 MESES

RESIDENCIAIS

R-1 (residência unifamiliar)

Baixo R-1-B 933,07 0,69% 7,91% 15,39%

Normal R-1-N 1.129,41 0,72% 7,98% 16,03%

Alto R-1-A 1.460,68 0,58% 9,40% 17,87%

PP-4 (prédio popular)

Baixo PP-4-B 880,59 0,96% 8,93% 16,72%

Normal PP-4-N 1.059,67 0,71% 7,21% 14,25%

R-8 (residência multifamiliar)

Baixo R-8-B 831,49 0,92% 8,42% 15,48%

Normal R-8-N 917,25 0,73% 6,87% 14,08%

Alto R-8-A 1.170,16 0,67% 8,74% 16,04%

R-16 (residência multifamiliar)

Normal R-16-N 897,38 0,70% 7,00% 13,98%

Alto R-16-A 1.156,41 0,68% 5,60% 12,62%

PIS (Projeto de Interesse Social) PIS 622,89 0,93% 7,76% 15,48%

RP1Q (residência popular) RP1Q 891,13 1,49% 6,36% 14,82%

COMERCIAIS

CAL-8 (comercial andares livres)

Normal CAL-8-N 1.029,27 0,56% 4,91% 11,34%

Alto CAL-8-A 1.130,16 0,55% 5,73% 12,49%

CSL-8 (comercial salas e lojas)

Normal CSL-8-N 875,66 0,64% 4,48% 10,89%

Alto CSL-8-A 984,03 0,64% 5,42% 12,18%

CSL-16 (comercial salas e lojas)

Normal CSL-16-N 1.170,25 0,73% 4,70% 11,35%

Alto CSL-16-A 1.314,89 0,72% 5,66% 12,63%

GI (galpão industrial) GI 503,13 0,88% 5,76% 12,52%

de M/E/S. Comparando com o INCC, 0,78 pontos percentuais a mais no índice total, 8,95 pontos percentuais a menos no índice de mão de obra (pelo mesmo motivo) e 8,70 pontos percentuais a mais no índice de mate-riais, equipamentos e serviços.

Observamos variações inferiores à varia-ção total do INCC em outros indicadores da FGV: os índices IGP-DI, IGP-M e IPC-BR apresentaram variações de 3,524%, 3,479% e 4,170%, respectivamente.

No mesmo período de 2011, tivemos também variações inferiores nos seguintes indicadores gerais de preços: ICV/Dieese

(4,237%), IPC/Fipe (3,808%), INPC/IBGE (4,202%) e poupança (5,081%).

Com relação à variação dos preços dos insumos do lote básico, utilizados para o cálculo dos CUBs do Recife, destacamos os insumos com as maiores variações no mes-mo período: vidro liso transparente de 4mm colocado (53,26%), cerâmica 30cmx40cm PEI II cor clara (37,06%), fio de cobre anti-chama de 2,5mm2 (24,71%), porta interna de 0,60mx2,10m (23,61%), cimento Portland CP-II (23,46%), disjuntor tripolar de 70A (21,24%) e janela de correr em perfil de cha-pa de ferro nº 20 (19,87%).

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AGOSTO 2011 |

CUb | INSUMOS

** Você pode adquirir com o Consultor Clelio Morais – colaborador da REVISTA CONSTRUIR NORDESTE, responsável pela Seção de Preços – as composições detalhadas dos serviços apresentados nesta tabela EXCLUSIVA para assinantes da CONSTRUIR NORDESTE.

Barracão em chapa de madeira resinada 12mm Tapumes em chapa de madeira resinada 6mm Demolição de meio fio com linha d’água Demolição de meio fio Demolição de linha d’água Demolição de pavimentação asfáltica sobre macadame hidráulicoDemolição de pavimentação em paralelos sobre colchão de areiaDemolição manual de concreto simples Demolição manual de concreto armado Demolição de alvenaria de pedra rejuntada Demolição de alvenaria de pedra seca Demolição de alvenaria de tijolos furados (sem reaproveitamento)Demolição de revestimento em argamassa de cal e areiaDemolição de revestimento em argamassa de cimento e areiaDemolição de revestimento em azulejo Demolição de estrutura de madeira em coberta Demolição de coberta em telha cerâmica Demolição de piso em tacos de madeiraDemolição de piso cimentado Demolição de piso em ladrilho hidráulico ou cerâmicoDemolição de passeio cimentado sobre lastro de concretoRetirada de esquadria de madeira ou metálica Demolição de forro de estuque

M2M2MMM

M2M2M3M3M3M3M3M2M2M2M2M2M2M2M2M2M2M2

220,8833,31

2,721,511,248,195,82

139,35181,68

53,8446,2256,17

2,774,435,229,115,227,504,117,505,476,835,22

SerViÇoS PrelimiNareS

FUNDaÇÕeS

moVimeNto De terra

UN

UN

UN r$

r$

r$

Limpeza do terreno com retirada de vegetação Corte de capoeira fina Escavação mecânica até 2,00m Escavação mecânica até 4,00m Escavação manual até 2,00m de profundidadeEscavação manual até 4,00m de profundidadeApiloamento de fundo de valas Reaterro apiloado de cavas Aterro do caixão com barroRemoção de material escavadoSubstituição de terreno por solo/cimento - 10:1 Escoramento contínuo de valas Escoramento descontínuo de valas

M2M2M3M3M3M3M2M3M3M3M3M2M2

1,710,696,76

10,1115,7219,8010,6018,4443,0811,61

168,4272,1127,55

Locação da obra (banquetas) Forma de tábua para fundações (sem reaproveitamento) Forma de tábua para fundações (com reaproveitamento=2x) Forma de chapa resinada de 12mm p/fundações (com reaproveitamento=3x) Forma de chapa resinada de 12mm p/fundações (sem reaprovei-tamento) Ferro CA-50 de 12,5mm para fundações cortado e dobrado na obraFerro CA-60 de 4,2mm para fundações cortado e dobrado na obraFerro CA-50 e CA-60 para fundações cortado e dobrado na obraFornecimento de ferro pronto para fundações, já cortado e dobradoArmação de ferro pronto para fundações, por firma especializadaConcreto magro p/fundações com fck=7,50Mpa (preparo mecânico)Concreto magro p/fundações com fck=10Mpa (usinado) Concreto simples p/fundações com fck=15Mpa (preparo mecânico) Concreto simples p/fundações com fck=15Mpa (usinado)Concreto simples p/fundações com fck=15Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/fundações com fck=20Mpa (preparo mecânico) Concreto simples p/fundações com fck=20Mpa (usinado)Concreto simples p/fundações com fck=20Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/fundações com fck=25Mpa (usinado)Concreto simples p/fundações com fck=25Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/fundações com fck=30Mpa (usinado)Concreto simples p/fundações com fck=30Mpa (usinado e bombeado)

Concreto simples p/fundações com fck=35Mpa (usinado)Concreto simples p/fundações com fck=35Mpa (usinado e bombeado)Concreto ciclópico Embasamento de pedra rachão Embasamento de 20cm c/ tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cmEmbasamento de 20cm c/ tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm

MM2M2M2

M2

KGKGKGKGKGM3M3M3M3M3

M3M3M3

M3M3

M3M3

M3M3

M3M3M2

M2

12,2866,1141,2530,77

59,65

5,065,585,283,750,69

266,13314,16338,66324,64346,74

350,06334,84356,84

341,30366,94

355,24377,04

365,44387,14

276,06227,59

56,35

92,25

alVeNariaS e Pré-molDaDoSAlvenaria de 8cm com tijolo de vidro de 19x19x8cm Alvenaria de 10cm com tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm Alvenaria de 22cm com tijolo cerâmico maciço de 10x5x23cm Alvenaria de 10cm com tijolo cerâmico aparente de 10x7x23cmAlvenaria de 7cm com tijolo cerâmico de 4 furos de 7x19x19cmAlvenaria de 9cm com tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm Alvenaria de 10cm com tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cm Alvenaria de 20cm com tijolo cerâmico de 6 furos de 9x10x19cmAlvenaria de 9cm com tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cm Alvenaria de 20cm com tijolo cerâmico de 8 furos de 9x19x19cmAlvenaria de 12cm com tijolo cerâmico de 8 furos de 12x19x19cmAlvenaria de vedação de 9cm c/bloco de concreto de 9x19x39cm c/2,5MPaAlvenaria de vedação de 12cm c/bloco de concreto de 12x19x39cm c/2,5MPaAlvenaria estrutural de 14cm c/bloco de concreto de 14x19x39cm c/4,5MPa Alvenaria estrutural de 19cm c/bloco de concreto de 19x19x39cm c/4,5MPa Alvenaria de pedra rachão Elemento vazado de cimento tipo colmeia de 25x25x10cm Verga de concreto armado pré-moldada de 10x10cm Bandeja de proteção móvel com 2,20m - fabricação Bandeja de proteção móvel com 2,20m - montagem e desmontagemTela de nylon para proteção de fachada

M2M2M2M2M2M2M2

M2

M2M2

M2

M2

M2

M2

M2

M3M2MMM

M2

329,7751,78

102,6661,9829,7632,6834,52

63,41

29,9554,14

33,96

36,64

39,42

51,23

58,52

227,5995,4717,2386,9215,92

9,39

CobertUraSCalha de concreto moldada “in loco”Algeroz de concreto com 30x5cm moldado “in loco” Terça de concreto pré-moldada de 7x10cm Madeiramento para telhas de fibrocimento ou alumínio Madeiramento convencional para telhas de cerâmica Madeiramento tipo caibro mineiro para telhas de cerâmica tipo canal Estrutura de madeira para telhas cerâmicas com vão de até 16mCoberta com telha ondulada Fibrotex CRFS de 4mm BrasilitCoberta com telha ondulada Residencial CRFS de 5mm BrasilitCoberta com telha ondulada BR CRFS de 6mm BrasilitCoberta com telha ondulada BR CRFS de 8mm BrasilitCoberta com telha Kalheta de 8mm BrasilitCoberta com telha Kalhetão 90 de 8mm Brasilit Coberta com telha de alumínio trapezoidal de 0,5mm Coberta com telha de cerâmica tipo colonial

MMM

M2M2M2

M2

M2M2

M2M2M2M2M2M2

67,0028,1321,0428,5364,47

114,12

105,60

24,3932,87

37,9745,68

100,7088,9940,8933,38

Laje treliçada B12 para vão até 4,00m com SC=300kgf/m2Laje treliçada B16 para vão até 6,00m com SC=150kgf/m2Laje treliçada B16 para vão até 6,00m com SC=300kgf/m2Laje treliçada B20 para vão até 7,00m com SC=150kgf/m2Laje treliçada B20 para vão até 7,00m com SC=300kgf/m2Laje treliçada B25 para vão até 8,00m com SC=150kgf/m2Laje treliçada B25 para vão até 8,00m com SC=300kgf/m2Laje treliçada B30 para vão até 9,00m com SC=150kgf/m2Laje treliçada B30 para vão até 9,00m com SC=300kgf/m2Bandeja de proteção fixa com 3,30m

M2M2M2M2M2M2M2M2M2M

62,2368,9969,4978,5479,1296,6697,16

113,20113,76131,25

UN r$UN r$

UN r$

eStrUtUraSForma de tábua p/estruturas c/escoramento (sem reaproveitamento)Forma de tábua p/estruturas c/escoramento (c/reaproveitamento=2x)Forma de chapa plastificada de 12mm p/estruturas c/escoramento (sem reaproveitamento)Forma de chapa plastificada de 12mm p/estruturas c/escoramento (com reaproveitamento=3x)Forma de chapa plastificada de 17mm p/estruturas c/escoramento (com reaproveitamento=3x)Forma de chapa resinada de 12mm p/estruturas c/escoramento (sem reaproveitamento)Forma de chapa resinada de 12mm p/estruturas c/escoramento (com reaproveitamento=3x)Forma de chapa resinada de 17mm p/estruturas c/escoramento (com reaproveitamento=3x)Forma pronta com chapa plastificada de 12mm p/estru-turas, sem escoramento (fabricação do jogo) Forma pronta com chapa plastificada de 17mm p/estru-turas, sem escoramento (fabricação do jogo) Forma pronta com chapa plastificada de 20mm p/estru-turas, sem escoramento (fabricação do jogo) Ferro CA-50 de 12,5mm para estruturas cortado e dobrado na obra Ferro CA-60 de 4,2mm para estruturas cortado e dobrado na obraFerro CA-50 e CA-60 para estruturas cortado e dobrado na obraFornecimento de ferro pronto para estruturas, já cortado e dobradoArmação de ferro pronto para estruturas, por firma especializadaConcreto simples p/estruturas com fck=15Mpa (preparo mecânico)Concreto simples p/estruturas com fck=15Mpa (usinado)

M2

M2

M2

M2

M2

M2

M2

M2

M2

M2

M2

KG

KG

KG

KG

KG

M3

M3

95,24

60,32

74,91

38,05

41,36

68,82

35,93

38,11

68,55

82,56

91,25

5,41

5,88

5,60

3,75

0,69

357,77

343,75Concreto simples p/estruturas com fck=15Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/estruturas com fck=18Mpa (preparo mecânico)Concreto simples p/estruturas com fck=20Mpa (preparo mecânico)Concreto simples p/estruturas com fck=20Mpa (usinado) Concreto simples p/estruturas com fck=20Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/estruturas com fck=25Mpa (usinado) Concreto simples p/estruturas com fck=25Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/estruturas com fck=30Mpa (usinado) Concreto simples p/estruturas com fck=30Mpa (usinado e bombeado)Concreto simples p/estruturas com fck=35Mpa (usinado) Concreto simples p/estruturas com fck=35Mpa (usinado e bombeado)Laje pré-moldada c/blocos cerâmicos (capeamento=concreto mecânico)Laje pré-moldada c/blocos cerâmicos (capeamento=concreto usinado)Laje treliçada B12 para vão até 4,00m com SC=150kgf/m2

M3

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AGOSTO 2011 | | 85

CUb | INSUMOS

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iNStalaÇÕeS elétriCaSPonto de luz embutido no teto ou parede com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico até o quadro de distribuiçãoInterruptor simples de 1 seção Pial Pratis de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico até o ponto de luzInterruptor simples de 1 seção Pial Plus de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico até o ponto de luzInterruptor simples de 2 seções Pial Pratis de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico até os pontos de luzInterruptor simples de 2 seções Pial Plus de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico até os pontos de luzTomada de corrente universal 2P Pial Pratis de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plásticoTomada de corrente universal 2P Pial Plus de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plásticoTomada de corrente com aterramento 2P+T Pial Pratis de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plásticoTomada de corrente com aterramento 2P+T Pial Plus de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plásticoTomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis de embutir, p/ar condicionado, c/eletroduto PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido 2,5mm2 c/isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoTomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus de embutir, p/ar condicionado, c/eletroduto PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido 2,5mm2 c/isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoTomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis de embutir, p/chuveiro elétrico, c/eletroduto PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido 2,5mm2 c/isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoTomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus de embutir, p/chuveiro elétrico, c/eletroduto PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido 2,5mm2 c/isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoTomada de corrente c/aterramento 3P Pial Pratis de embutir, p/máquina de lavar roupa, c/eletroduto PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido 2,5mm2 c/isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoTomada de corrente c/aterramento 3P Pial Plus de embutir, p/máquina de lavar roupa, c/eletroduto PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido 2,5mm2 c/isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoPonto de força com aterramento para piscina, com eletroduto de PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoPonto de força com aterramento para portão automático, com eletroduto de PVC flexível corrugado 3/4” e fio rígido de 2,5mm2 com isolamento plástico, até o quadro de distribuiçãoPonto para campainha, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plásticoBotão pulsador para campainha, Pial Pratis, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plásticoBotão pulsador para campainha, Pial Plus, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plásticoPonto seco(sem fiação), de embutir, para antena de TV, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e placa cega 4”x2” Pial PratisPonto seco(sem fiação), de embutir, para antena de TV, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e placa cega 4”x2” Pial PlusPonto seco(sem fiação), de embutir, para interfone, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 1/2” e placa cega 4”x2” Pial PratisPonto seco(sem fiação), de embutir, para interfone, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 1/2” e placa cega 4”x2” Pial PlusCaixa de passagem em PVC de 4”x4” de embutir, com placa cega Pial Pratis 4”x4”Caixa de passagem em PVC de 4”x4” de embutir, com placa cega Pial Plus 4”x4”Tomada para telefone 4P padrão Telebrás Pial Pratis de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e cabo telefônico CCI 50-2 paresTomada para telefone 4P padrão Telebrás Pial Plus de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e cabo telefônico CCI 50-2 paresTomada para telefone RJ11 Pial Pratis de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e cabo telefônico CCI 50-2 paresTomada para telefone RJ11 Pial Plus de embutir, com eletroduto de PVC flexível corrugado de 3/4” e cabo telefônico CCI 50-2 paresEletroduto de PVC rígido rosqueável de 1/2”Eletroduto de PVC rígido rosqueável de 3/4”Eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1”Eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1 1/4”Eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1 1/2”Eletroduto de PVC rígido rosqueável de 2”Curva 90° para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1/2” Curva 90° para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 3/4” Curva 90° para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1” Curva 90° para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1 1/4” Curva 90° para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1 1/2” Curva 90° para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 2” Luva para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1/2” Luva para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 3/4” Luva para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1” Luva para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1 1/4” Luva para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 1 1/2” Luva para eletroduto de PVC rígido rosqueável de 2” Fio rígido de 1,5mm2 com isolamento plásticoFio rígido de 2,5mm2 com isolamento plásticoCabo flexível de 4mm2 com isolamento plásticoCabo flexível de 6mm2 com isolamento plásticoDisjuntor GE monopolar termomagnético de 15ADisjuntor GE monopolar termomagnético de 20ADisjuntor GE monopolar termomagnético de 30ACaixa de passagem 40x40cm(interno), h=60cm, em alvenaria de 1/2 vez sem revestimento, sobre camada de brita de 10cm e tampa em concreto armado, inclusive escavação e reaterroCaixa de inspeção 60x60cm(interno), h=60cm, em alvenaria 1/2 vez c/revestimento cimentado, sobre lastro de concreto de 10cm e tampa em concreto armado, inclusive escavação e reaterroCaixa de inspeção 80x80cm(interno), h=60cm, em alvenaria 1/2 vez c/revestimento cimentado, sobre lastro de concreto de 10cm e tampa em concreto armado, inclusive escavação e reaterro

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4,565,116,338,809,71

15,472,192,583,154,435,058,022,282,543,494,22

10,6710,9210,9268,07

171,55

236,22

iNStalaÇÕeS hiDráUliCaSPonto de água com tubulações e conexões de PVC roscável de 3/4”, inclusive abertura e fechamento de rasgos em alvenaria, até o registro geral do ambiente Ponto de água com tubulações e conexões de PVC soldável de 25mm, inclusive abertura e fechamento de rasgos em alvenaria, até o registro geral do ambiente Ponto de esgoto para bacia sanitária, com tubulações e conexões de PVC rígido soldável tipo PBV, até a coluna ou o sub-coletor Ponto de esgoto para pia ou lavanderia, com tubulações e conexões de PVC rígido soldável tipo PBV, até a coluna ou o sub-coletor Ponto de esgoto para lavatório ou mictório, com tubulações e conexões de PVC rígido soldável tipo PBV, até a coluna ou o sub-coletor Ponto de esgoto para ralo sifonado, inclusive o ralo, com tubulações e conexões de PVC rígido soldável tipo PBV, até a coluna ou o sub-coletor Abertura de rasgos para passagem de tubos de 1/2” à 1”Abertura de rasgos para passagem de tubos de 1.1/4” à 2”Abertura de rasgos para passagem de tubos de 2.1/2” à 4”Fechamento de rasgos executados para tubos de 1/2” à 1”Fechamento de rasgos executados para tubos de 1.1/4” à 2”Fechamento de rasgos executados para tubos de 2.1/2” à 4”Tubo de PVC soldável de 20mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 25mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 32mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 40mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 50mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 60mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 75mm CL15 para águaTubo de PVC soldável de 85mm CL15 para águaRegistro de pressão cromado de 3/4” com canopla Deca linha Targa 1416 C40Registro de gaveta cromado de 3/4” com canopla Deca linha Targa 1509 C40Registro de gaveta cromado de 1” com canopla Deca linha Targa (base: 4509, acabamento: 710 C40)Registro de gaveta cromado de 1 1/2” com canopla Deca linha Targa 1509 C40

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2,824,416,342,843,928,613,113,705,868,74

10,1715,7722,8928,4375,0670,8358,14

117,13

loUÇaS e metaiSPia em aço inox lisa com 1,40m, com 1 cuba, concretada, com ferragens Tanque de louça Deca TQ-01 com coluna CT-11 branco gelo de 56x42cm com ferragensBacia sanitária convencional Ravena branco gelo Deca com válvula de descarga Deca HidraMax de 1.1/2”Bacia sanitária convencional Azálea branco gelo Celite com caixa de descarga de sobrepor com 8 litrosBacia sanitária com caixa de descarga acoplada Azálea branco gelo CeliteChuveiro de PVC de 1/2” com braçoBancada de mármore branco rajado de 60x2cmBancada de mármore branco extra de 60x2cmBancada de mármore travertino de 60x2cm Tanque em resina simples marmorizado de 59x54cm com ferragensTanque em resina simples marmorizado de 60x60cm com ferragensPia em mármore sintético de 1,00x0,50m com 01 cuba e ferragensPia em mármore sintético de 1,20x0,50m com 01 cuba e ferragens eSQUaDriaS De maDeiraGrade de caixa em massaranduba p/porta até 1,00x2,10m p/acabamento em pintura esmalteGrade de caixa em jatobá p/porta até 1,00x2,10m p/acabamento em verniz ou ceraPorta em compensado liso semi-oca de 0,60x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,70x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,80x2,10x0,03m Porta em compensado liso semi-oca de 0,90x2,10x0,03m Porta em compensado liso de 0,60x2,10x0,03m EIDAIPorta em compensado liso de 0,70x2,10x0,03m EIDAIPorta em compensado liso de 0,80x2,10x0,03m EIDAIPorta em compensado liso de 0,90x2,10x0,03m EIDAIPorta em fichas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em fichas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em venezianas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,60x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,70x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,80x2,10x0,03m Porta em almofadas de madeira maciça de 0,90x2,10x0,03m eSQUaDriaS metáliCaSPorta corta-fogo tipo P90 de 0,80x2,10m Porta corta-fogo tipo P90 de 0,90x2,10m Assentamento de portão metálico (sem o portão) Assentamento de gradil metálico (sem o gradil)Tubo de ferro preto de 2” para peitorilTubo de ferro preto de 4” para peitorilTubo de ferro preto de 6” para peitorilPortão em tela de ferro quadrada de #13mm com fio nº 12Portão em chapa de ferro preta nº 18Gradil de ferro em cantoneira L de 1 1/4” e barras de 1”x1/4”

FerraGeNS Para eSQUaDriaSConjunto de fechadura de cilindro ref. 521-E-CR LaFonteConjunto de fechadura interna ref. 521-I-CR LaFonteConjunto de fechadura para WC ref. 521-B-CR LaFonteDobradiça em ferro preto de 3”x2 1/2” LaFonte Dobradiça em ferro cromado de 3”x2 1/2” ref. 1410 LaFonte Dobradiça em latão cromado de 3”x2 1/2” ref. 90 LaFonte

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11,23531,82165,91250,08161,64162,14194,05202,68

124,5988,9369,3069,9770,6373,8987,2591,1098,91

109,99151,46171,23207,49198,26145,33152,33241,58158,42174,42199,16226,16

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reVeStimeNtoSChapisco p/paredes internas c/arg. de cimento e areia grossa 1:4Chapisco em tetos c/argamassa de cimento e areia grossa 1:3Chapisco p/paredes externas c/arg. de cimento e areia grossa 1:4Chapisco p/paredes externas c/arg. de cimento e areia 1:4 c/BiancoEmboço interno c/arg. de cimento, saibro e areia grossa 1:2:6 c/2cmEmboço interno c/arg. de cimento, cal e areia grossa 1:2:8 c/2cmEmboço externo c/arg. de cimento, saibro e areia grossa 1:2:6 c/.3cmEmboço externo c/arg. de cimento, cal e areia grossa 1:2:8 c/3cmMassa única interna c/arg. de cimento, saibro e areia fina 1:2:6 c/2cmMassa única interna c/arg. de cimento, cal e areia fina 1:2:8 c/2cmMassa única externa c/arg. de cimento, saibro e areia fina 1:2:6 c/3cmMassa única externa c/arg. de cimento, cal e areia grossa 1:2:8 c/3cmArgamassa de cimento e areia grossa 1:3 Argamassa de cimento e areia grossa 1:5 Argamassa de cimento e areia grossa 1:8 Argamassa de cimento, cal e areia fina 1:2:8 Argamassa de cimento, cal e areia grossa 1:2:8 Argamassa de cimento saibro e areia grossa 1:2:6Argamassa de cimento saibro e areia fina 1:2:6Azulejo branco 20x20cm Eliane (interno) c/argamassa tipo AC-I e rejunte NardukAzulejo branco 15x15cm tipo “A” Cecrisa (interno) c/argamassa tipo AC-I e rejunte NardukCerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo “A” PEI4 (interna) com argamassa Megakol tipo AC-I Narduk uso interno e rejunte aditivado interno NardukCerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm (interna) com argamassa Megakol tipo AC-I Narduk uso interno e rejunte aditivado interno NardukCerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo “A” PEI4 (externa) com argamassa Megaflex tipo AC-II Narduk uso externo e rejunte aditivado flexível externo NardukCerâmica Portobello Linha Arq. Design neve 9,5x9,5cm (externa) com argamassa Megaflex tipo AC-II Narduk uso externo e rejunte aditivado flexível externo NardukRevestimento de paredes em pedra Itacolomy do Norte corte manual Revestimento de paredes em pedra São Thomé cavaco Revestimento de paredes em pedra ardósia verde de 20x20cm Granito cinza bresant, corumbá ou andorinha de 50x50x2cm externo Granito cinza bresant, corumbá ou andorinha de 50x50x2cm interno Mármore travertino de 30x30x2cm externo Mármore travertino de 30x30x2cm interno Revestimento com pasta de gesso de 4mm sobre emboço Revestimento de paredes em fórmica lisa brilhante Revestimento de paredes em fórmica texturizada Cimentado interno ou externo com espessura de 2,5 cm PiSoSLastro de brita 38 com 5cm de espessura Laje de impermeabilização de 8cm c/concreto usinado de fck=15MpaLaje de impermeabilização de 8cm c/concreto 1:3:6 c/preparo mecânicoRegularização de pisos c/argamassa de cimento e areia grossa 1:5Cimentado liso com 2cm de espessura Cimentado liso com juntas de madeira de 1,5cm de espessuraPiso em cerâmica Eliane 20x20cm Camburí branca tipo “A” PEI4 com argamassa Megakol tipo AC-I Narduk uso interno e rejunte aditivado interno NardukPiso em cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm com argamassa Megakol tipo AC-I Narduk uso interno e rejunte aditivado interno NardukPiso em pedra Itacolomy do Norte irregularPiso em pedra São Thomé Cavaco Piso em pedra ardósia verde de 20x20cm Granito cinza bresant, corumbá ou andorinha de 50x50x2cmMármore travertino de 30x30x2cmGranilite branco com juntas de vidro Granilite cinza com juntas de vidro Piso vinílico Paviflex de 30x30cm de 1,6mm com flashPiso de borracha Plurigoma (colado)Lajota de concreto natural lisa de 50x50x3cmLajota de concreto natural antiderrapante de 50x50x3cm

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3,145,613,614,98

13,6314,5918,8820,3417,6718,8723,2624,70

275,16220,76170,60292,90273,90193,49203,36

33,9733,1731,11

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39,2347,5641,33

116,99102,56110,38

95,9511,0027,3928,6622,78

4,8527,1024,1912,3816,3029,6031,41

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34,3242,6536,42

104,1497,5360,8645,9946,1829,1638,7339,40

Construir é realizar.

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ForroS e DiViSóriaSForro em lambri de Angelim Pedra de 10x1cm com estrutura de madeiraForro de gesso liso em laje de concreto Forro de gesso liso em laje pré-moldada Divisória em gesso com 7,5cm SoleiraS, roDaPéS e DeGraUSSoleira de cerâmica tipo “A” 20x20cm Eliane cinza lisa com 15cmSoleira de cerâmica tipo “A” 20x20cm Portobello branca lisa com 15cmSoleira de marmorite cinza com 15cm Soleira de granito cinza bresant, corumbá ou andorinha com 15x2cm Soleira de mármore branco rajado com 15x2cmRodapé de cerâmica Portobello Patmos White 30x40cm ref. 82073 com 7cm Rodapé de marmorite cinza com 7cm Degraus de marmorite cinza imPermeabiliZaÇÕeSImpermeabilização de lajes com Vedapren preto,inclusive regularização prévia c/argamassa de cimento e areia grossa 1:5Impermeabilização de caixa d’água c/Neutrol 45 e Sika 1, inclusive regularização prévia c/argamassa de cimento e areia grossa 1:3 PiNtUraSCaiação (3D) Hidracor (3D) sobre massa únicaEmassamento e lixamento de paredes e tetos com massa PVA Emassamento e lixamento de paredes e tetos com massa acrílica Latex interna (2D) sobre massa única, gesso ou concreto aparente, inclusive selador de paredeLatex interna (2D) sobre tijolo aparente, inclusive selador de parede Latex interna (2D) com massa PVA, inclusive selador de paredeLatex interna (3D) sobre massa única, gesso ou concreto aparente, inclusive selador de paredeLatex interna (3D) com massa PVA inclusive selador de paredeLatex interna (3D) c/brilho, c/massa PVA, inclusive selador de paredeLatex externa (2D) sobre massa única ou concreto aparente, inclusive selador acrílico para parede externaLatex externa (2D) sobre tijolo aparente, inclusive selador acrílico para parede externaLatex externa (2D) com massa acrilica, inclusive selador acrílico para parede externaLatex externa (3D) sobre massa única ou concreto aparente, inclusive selador acrílico para parede externaLatex externa (3D) com massa acrilica, inclusive selador acrílico para parede externaTinta acrílica interna (2D) c/massa PVA, inclusive selador de paredeTinta acrílica externa (2D) c/massa acrílica, inclusive selador acrílico para parede externaEsmalte sintético (2D) em paredes e tetos internos, com massa à óleo, inclusive selador de paredeTinta cerâmica interna ou externa (2D) sobre laje ou tijolo aparenteTextura acrílica com acabamento em tinta latex para interior (2D)Textura acrílica com acabamento em esmalte sintético (2D)Textura acrílica com acabamento em tinta latex para exterior (2D)Textura acrílica com acabamento em tinta acrílica (2D)Silicone (2D) sobre blocos de cimento ou tijolo cerâmicoSilicone (2D) sobre concreto aparente Verniz acrílico (2D) sobre concreto aparenteEmassamento e lixamento de esquadrias de madeira com massa à óleoEsmalte sintético (2D) sobre madeira, c/fundo branco e massa à óleoEsmalte sintético (2D) sobre ferro, c/proteção de tinta antiferruginosaEsmalte sintético (2D) sobre corrimão de ferroPintura à base de epoxi (2D), sem emassamento

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13,6015,1810,1028,6423,7615,7617,4852,45

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ViDroS e eSPelhoSVidro impresso fantasia de 4mmVidro anti-reflexoVidro aramado incolor de 7mm Vidro liso incolor de 3mm Vidro liso incolor de 4mm Vidro liso incolor de 5mm Vidro liso incolor de 6mm Vidro liso incolor de 8mm Vidro liso incolor de 10mm Vidro Colorglass bronze de 4mm Vidro Colorglass bronze de 8mm Vidro Colorglass bronze de 10mm Vidro Colorglass cinza de 4mm Vidro Colorglass cinza de 6mm Vidro Colorglass cinza de 8mm Vidro Colorglass cinza de 10mm Espelho prata cristal de 3mm Espelho prata cristal de 4mm Espelho prata cristal de 6mm Vidro temperado de 10mm incolor sem ferragensVidro temperado de 10mm fume sem ferragensVidro temperado de 10mm bronze sem ferragens PaVimeNtaÇÃo e DreNaGemArrancamento e reassentamento de meio fio com reaproveitamentoMeio fio de pedra granítica sobre lastro de concreto magroMeio fio de concreto pré-moldado sobre lastro de concreto magroPavimentação em paralelepípedos sobre colchão de areia, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:8Pavimentação em blocos de concreto natural “Paver” de 6cm, com 25MPa (48pç/m2), assentado sobre colchão de 5cm de pó de pedra e rejuntado com areia fina seca Pavimentação em pedra portuguesa Pavimentação em concreto rústico ripado em quadros de 100x100cmArrancamento, limpesa e reassentamento de paralelepípedos sobre colchão de areia, rejuntados c/argamassa de cimento e areia grossa 1:8Linha d’água em paralelepípedos sobre lastro de concreto magroDrenagem pluvial c/tubos de concreto armado de 600mm, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:5Drenagem pluvial c/tubos de concreto armado de 800mm, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:5Drenagem pluvial c/tubos de concreto armado de 1000mm, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:5Drenagem pluvial c/tubos de concreto armado de 1200mm, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:5Drenagem pluvial c/tubos de concreto simples de 300mm, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:5Drenagem pluvial c/tubos de concreto simples de 400mm, rejuntados com argamassa de cimento e areia grossa 1:5 oUtroSCaixa de concreto pré-moldada p/ar condicionado de 7.000 BTU’s abertaCaixa de concreto pré-moldada p/ar condicionado de 7.000 BTU’s fechadaCaixa de concreto pré-moldada p/ar condicionado de 10.000 BTU’s aberta

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150,3233,1941,2552,5658,1588,30

100,3058,66

142,35181,47

49,8485,62

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74,96109,90169,51133,38164,20175,12

15,7326,2732,3756,72

39,84

48,7045,1643,01

19,20123,67

215,76

304,71

532,21

30,28

42,30

96,1199,41

121,44

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