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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE FAC CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMHABILITAÇÃO EM JORNALISMO DANIELLE PARENTE ALVES FERNANDA LEITE DA SILVA REVISTA É ANIMAL! UMA PUBLICAÇÃO QUE RETRATA O DIREITO DOS ANIMAIS FORTALEZA CE 2012.2

REVISTA É ANIMAL! UMA PUBLICAÇÃO QUE RETRATA O … E ANIMAL... · mundo inteiro: a proteção de animais. Nos anos de 2011 e 2012, diversos casos de maus tratos a animais foram

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE – FAC

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMHABILITAÇÃO EM JORNALISMO

DANIELLE PARENTE ALVES

FERNANDA LEITE DA SILVA

REVISTA É ANIMAL!

UMA PUBLICAÇÃO QUE RETRATA O DIREITO DOS ANIMAIS

FORTALEZA – CE

2012.2

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE– FAC

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMHABILITAÇÃO EM JORNALISMO

REVISTA É ANIMAL!

UMA PUBLICAÇÃO QUE RETRATA O DIREITO DOS ANIMAIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro de Ensino

Superior do Ceará, mantenedor da Faculdade Cearense (FaC), como

exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação

Social com habilitação em Jornalismo.

Orientação: Professora Especialista Klycia Fontenele Oliveira

FORTALEZA – CE

2012.2

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DANIELLE PARENTE ALVES

FERNANDA LEITE DA SILVA

REVISTA É ANIMAL!:

UMA PUBLICAÇÃO QUE RETRATA O DIREITO DOS ANIMAIS

Monografia apresentada como pré-requisito à obtenção do título de

Bacharel em Jornalismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC,

tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos

professores.

Data da aprovação:___/___/___

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Profa. Esp. Klycia Fontenele Oliveira

(Orientadora)

______________________________________________________________________

Profa. Dra. Elizabeth Linhares Catunda

(Examinadora)

______________________________________________________________________

Prof. Esp.Paulo Augusto dos Santos Paiva

(Examinador)

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Este trabalho é dedicado primeiramente a Deus. Depois, a todas as

pessoas que nos apoiaram e contribuíram para a realização dele e que

estiveram presentes em nossas vidas. É dedicado tambémaos animais

explorados diariamente no mundo e às pessoas que lutam por sua

libertação.

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Danielle Parente Alves agradece

Agradeço primeiramente a Deus, por tudo de tão precioso que fez na minha vida.

Um agradecimento especial aos meus queridos pais, Francisco Alves e Zélia Parente,

que sempre me ajudaram e me fizeram ficar de cabeça erguida para enfrentar qualquer

obstáculo. À minha tão adorada tia e madrinha Neuma Parente, que sempre fez tudo que eu

precisei com a maior vontade do mundo, querendo sempre me ver realizando sonhos.

Agradeço, também, aos meus amigos que fizeram parte das minhas vitórias. Não vou

citar todos, pois não iria caber em uma página, mas sou grata a cada um que, mesmo em

pequenos detalhes, ajudaram-me bastante. À Jacqueline de Araújo, que me ajudou na decisão

do meu curso e no decorrer deste. À panelinha do começo até quase o fim da faculdade:

Camila Cacau, Camila Maciel, Camila Sara, Evânia Batista e Rafael Barros. Juntos, passamos

por diversas dificuldades e, no final, sabíamos que podíamos contar uns com os outros. Á

Pollyana Uchoa e à Joelita Viana, que chegaram um pouco depois, mas foram fontes de

entusiasmo.

À Fernanda Leite,que me fez acreditar que o tema sobre os animais daria certo. A

verdade é que deu mais do que certo e que adorei a parceria. Espero que continuemos

trabalhando juntas. A Johanna Joplin, que fez a diagramação linda da nossa revista e teve a

maior paciência do mundo comigo.

À Klycia Fontenele, que me ajudou bastante nas orientações, dando-me muitas vezes

ideias que tiveram muito significado nas matérias. À Lenha Diógenes, que era professora da

disciplina de Projeto III. Ao Paulo Paiva e àElisabeth Catunda, que aceitaram fazer parte da

nossa banca, e aos demais professores, que de alguma forma ajudaram bastante tanto nesse

trabalho como no decorrer do período acadêmico.

Enfim, um agradecimento a todos que, de forma direta ou indireta, apoiaram-me nessa

luta durante os anos de faculdade.

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Fernanda Leite agradece

Agradeçoprimeiramente ao meu Senhor, Deus, que em todos os momentos esteve ao

meu lado, dando-me força e capacidade para seguir em frente.

À minha mãe,Maria de Fátima, que foi responsável por me dar a vida. Obrigada por

todas as vezes que cuidou de mim e por ter conseguido me criar tão bem, mesmo sem ajuda

de um pai.

À minha irmã Lusia Leite, por todo o acompanhamento de perto e de longe, e aos meus

sobrinhos Leonel e Lucas, que foram fundamentais em minha vida.

Ao meu avô Cosme Leite, meu tio Manuel Lourenço e à minha querida avó Maria Rosa,

(minha mainha), que quando em vida me deram muito apoio e coragem.

Agradeço também aos meus animais, aos que já se foram – meus cães Xuxa, Nenê,

Cuca, Chiquita e meu gato Mimi – e aos que permanecem aqui –meus cachorros Pompeu,

Pirata, Bebê, Pitanga, Xaquira e minhas lindas gatas Loirinha, Branca e, a mais velha, a Cisse,

que está há 17 anos ao meu lado. Em especial, quero agradecer ao Chocolate, que foi aquele

cachorro especial que, durante seus 14 anos, só me trouxe alegria. Agradeço tambémà minha

nova cadelinha, Mel, que amo tanto. São anjos de verdade, só que de quatro patas.

Agradeço à Danielle Parente, que trabalhou comigo neste projeto, e a todas as minhas

amigas, em especial àminha querida, responsável pela beleza dessa revista, que se empenhou

como se fosse dela, Johanna Joplin.

Agradeço à minha querida professora Klycia Fontenele, que me deu toda a orientação

para a conclusão deste trabalho, e também à professora de Projeto III Lenha Diógenes, que foi

essencial para a realização desse trabalho. Aos professores da banca Paulo Paiva e Elisabeth

Catunda e a todos os professores que foram responsáveispelo meu conhecimento acadêmico.

Ao meu noivo, que, mesmo quando eu pensei em desistir por diversos problemas,

mostrou-me o quanto sou capaz e como sempre vou ser. Carlúcio Oliveira (Branquinho), eu te

amo. Obrigada por tudo.

Por último, quero agradecer especialmente aum outro anjo que passou rapidamente em

minha vida e que me fez ter sentimentos que jamais tinham existido tão profundamente em

mim.

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“Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime

tanto quanto o assassinato de um homem.” (Leonardo da Vinci).

“Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é

um biocídio, isto é, um crime contra a vida.” (UNESCO, Artigo 11º).

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RESUMO

Este trabalho consiste em um produto jornalísticoque tem como objetivo informar sobre os

direitos dos animais em prol de seu bem-estar.Neste sentido, o relatório científico elaborado, e

aqui desenvolvido, relata o processo de produção da revista É Animal! e também é uma

maneira de estimular seus leitores a uma construção sadia de relacionamento entre humanos e

animais. Composta por 44 páginas, tendo como público-alvo os amantes de pets, voluntários e

criadores de classes B e C, a revista tem como objetivo ajudar a população a cuidar melhor

dos animais, entendendo suas necessidades e direitos. É Animal! traztextos informativos e de

opinião, de uma forma leve, com fotos e cores em harmonia. As pautas foram escolhidas a

partir de temas polêmicos que marcaram os anos de 2011 e 2012. Falar sobre animais não

humanos despertagrande interesse, pois o sofrimento que é causado a eles é desnecessário, e

ainda assim frequente. Seguindo essa linha, o relatório aqui presente foca na proteção animal

no mundo e no Brasil, mostrando que eles, assim como os seres humanos, são regidos por

direitos que devem ser cumpridos.

Palavras-chave: Jornalismo de revista; Proteção animal; Revista É Animal!

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ABSTRACT

This essay consists of a journalistic product, which has got as objective to inform about

animal rights in favor of their welfare. In this sense, the hereby elaborated and developed

report is about the process of É Animal! magazine. It is also a way to encourage the

magazine’s readers to build up healthy relationships between humans and animals. The

magazine’s editorial line is composed by 44 pages, having as audience pet lovers, volunteers

and class B and C breeders, with the intention to help the population to improve animal

caretaking and to understand animal necessities and rights. They bring informative texts,

opinions, interviews, entertainment, in a light pace, with pictures, colors and harmony. The

agendas were chosen from polemic themes noticeable in 2011 and 2012. Talking about non-

human animals is a topic that incites interest, because the sorrow sometimes animals suffer is

unnecessary, though frequent observed. Following this line, in the present report the focus

stays on animal protection around the world and in Brazil, showing that animals, like human

beings, are ruled by rights which should be carried out.

Key-words: Magazine journalism; Animal rights; Suffering

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12

2. PROTEÇÃO ANIMAL ....................................................................................................... 14

2.1. Proteção animal no Brasil ...................................................................................... 16

3. JORNALISMO DE REVISTA ............................................................................................ 19

3.1. Breve histórico sobre o surgimento das primeiras revista ..................................... 20

3.2. O mercado das revistas no Brasil .......................................................................... 21

4. GÊNERO JORNALÍSTICO ................................................................................................ 23

4.1. Entrevista ............................................................................................................... 24

4.2. Notícia .................................................................................................................... 24

4.3. Reportagem ............................................................................................................ 25

4.4. Editorial ................................................................................................................ 26

4.5. Artigo de opinião ................................................................................................... 26

5. REVISTA É ANIMAL! ....................................................................................................... 28

5.1. Proposta editorial .................................................................................................. 28

5.1.1. Projeto gráfico ......................................................................................... 28

5.1.2. Estrutura da revista ................................................................................. 29

6. DIÁRIO DE CAMPO .......................................................................................................... 34

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 38

ANEXO ...................................................................................................................................... 4

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1. INTRODUÇÃO

Este é um trabalho de conclusão do curso de jornalismo da Faculdade Cearense (FaC),

das discentes Danielle Parente e Fernanda Leite, que tem como produto final a revista É

Animal!e se debruça sobre um tema muito em foco no momento e comove a população do

mundo inteiro: a proteção de animais.

Nos anos de 2011 e 2012, diversos casos de maus tratos a animais foram divulgados na

mídia. Mas, em contraponto, observa-se um grupo maior de pessoas que lutam por esses seres

indefesos, passando a entender que os animais devem ser protegidos.

Sabe-se que relação entre humanos e não humanos foi iniciada entre 25.000 e

50.000 anos atrás e vem se estabelecendo através de fins essencialmente utilitários.

Existe atualmente cerca de 60 milhões de animais domésticos em países como

Estados Unidos e quase isso no Brasil, cerca de 50 milhões. Nessa conta, devemos

considerar a não inserção de alguns animais, tais como: bois, frangos e animais

silvestres. De fato, pelo menos centenas de pessoas mantêm uma relação próxima

com um animal. Diariamente, surgem novas associações de proteção animal, assim

como pessoas dispostas a investir suas vidas no cuidado e bem estar de todas as

formas de vida. Os meios de comunicação não param de noticiar novas reportagens

sobre a mudança progressiva da sociedade atual em relação aos animais,

especialmente os domésticos. (Grandes redes de comunicação ate sítios eletrônicos

especializados no debate animal começam a surgir, demonstrando que a relação

entre homens animais humanos) e animais não humanos estão se remodelando.

(SILVA, 2009, p. 18, apud SOUZA, 2012, p. 64).

Entre os direitos citados na Declaração Universal dos Direitos dos Animais da

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – Unesco, está o de que

“todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida”. Nesse sentido,

protetores do mundo inteiro vêm desenvolvendo campanhas, ações, movimentos, tudo isso

com ampla repercussão na mídia e com um amplo trabalho de educação ambiental. Mesmo

assim, os animais continuam tendo seus direitos desrespeitados e os números de violência

contra eles chegam a ser absurdos.

A sustentação de um patamar mínimo para a subsistência de todas as formas de vida

faz emergir novos direitos fundamentais, como os direitos inerentes a todos os

animais. Estes devem ser garantidos e principalmente incorporados à dimensão do

conceito de dignidade (SILVA, 2009, p. 36).

Diante disso, a proposta deste projeto experimental consiste em elaborar uma revista

que tenha como tema principal, questões voltadas à realidade dos animais. Dessa maneira, a

revista É Animal! tem a pretensão de ser um canal de comunicação para dar voz aos animais,

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através de protetores e militantes da causa. Além de esclarecer e informar sobre a temática à

população de Fortaleza.

Sob diferentes enfoques, o conteúdo jornalístico da revista aborda informações sobre

comportamento, cotidiano, cuidados, projetos de organizações não governamentais, animais e

a mídia, saúde, castração, animais em laboratório, animais em circo, entre outras pautas.

Dessa maneira, a ideia principal deste veículo de comunicação é orientar, informar e

estimular o leitor à reflexão para se estabelecer um convívio saudável entre animais e

humanos, uma vez que um dos quesitos básicos do jornalismo é levantar questões que

inspirem a opinião pública, seja por conteúdos específicos ou abrangentes.

Para tanto, antes de executarmos a produção da revista, fizemos uma pesquisa

bibliográfica para construirmos um embasamento teórico sobre proteção animal. Também

foram lidos autores como Maria Scalso (2011), Poliana Rollo (2008), Rogério Mirabali

(2011) e Paz e Castilho (2006), para discutirmos o jornalismo de revista.

Este relatório traz o relato de todo este processo, bem como algumas reflexões teóricas

que não constam na revista, cujo caráter é jornalístico.

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2. PROTEÇÃO ANIMAL

De acordo com as leis que protegem os animais, eles não podem ser tratados como

coisas ou bens, pois já têm seus direitos reconhecidos na maioria dos países. No ano de 1934,

o Decreto n° 24.645 deixou claro, em seu artigo 3°, que os animais são representados em

Juízo pelo Ministério Público ou pelos representantes das Sociedades Protetoras dos Animais.

O filósofo australiano do século XXI Peter Singer é uma das pessoas mais conhecidas

dentro do movimento de libertação animal. Para muitos, ele é considerado “o pai do

movimento de direitos animais”. Na sua obra Animal liberation, de 1975, o autor apresenta

uma teoria completa de libertação animal e exige sua aplicação.

Singer fala das diferentes atrocidades que animais não humanos sofrem de forma

institucionalizada nas mãos do homem e propõe uma mudança de atitudes em relação a isso.

De acordo com Singer, os animais têm todo o direito de não sofrer. E esse é o centro da

questão: o que importa não é se ele tem a capacidade de racionar ou falar, mas sim se ele tem

a capacidade de sofrer.

Afinal, “independentemente da natureza do ser, o princípio da igualdade exige que ao

seu sofrimento seja dada tanta consideração como ao sofrimento semelhante”Assim sendo, a

capacidade de sentir dor é o suficiente para que um ser seja levado em consideração em

questões morais.

Respeitar os direitos do animal não significa tratá-lo como ser humano, mas respeitar

seu interesse, especialmente para evitar inaceitáveis conflitos entre os interesses do homem e

os interesses do animal (Revista Brasileira de Direito Animal, 2007, vol. II, p. 109).

Diariamente, temos notícias e até presenciamos animais sendo espancados, mutilados e

abandonados. Por estes motivos, a questão dos direitos dos animais tem sido tema de debates

em diversos países do mundo. Há uma necessidade de se encontrar uma saída para garantia de

qualidade de vida a todos os seres que habitam nosso planeta. Não somente para o homem,

mas também para as diversas espécies de animais não humanos.

É preciso disponibilizar, imediatamente, o uso de ferramentas eficazes e capazes de

ajustar as condutas humanas e coibir as práticas destes crimes que podem tomar

dimensão incontrolável. É neste sentido que o Direito vem auxiliar a proteção

animal mediante a repressão e a organização das condutas humanas, pois não serve

somente para tutelar o ser humano, mas sim a todas as formas de vida

(RODRIGUES, 2010, p. 49).

Nós necessitamos dos animais para um equilíbrio ambiental e essa educação e respeito

ao ambiente deve ter início ainda na infância quando, os pais podem ensinar seus filhos a

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terem uma boa conduta com relação aos seus animais de estimação. A Declaração Universal

dos Direitos dos Animais da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura – Unesco cita, entre os direitos dos animais, o de que “o homem deve ser educado

desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais”.

No cotidiano, observam-se muitas arbitrariedades praticadas pelo homem que

aniquilam a dignidade desses seres geralmente indefesos, ao promover todas as

modalidades de abusos, maus tratos e crueldade, ou então, adestram-nos para se

tornarem violentos e, assim, portá-los como se armas fossem, quando não os

abandonam a toda sorte de riscos, transformando-os em vítimas inocentes e vetores

de doenças, afetando, inclusive, a saúde pública (ROCHA; PIRES, 2006, p. 3).

Todo animal não humano, doméstico ou exótico, possui direito e deve ser protegido.

Em 27 de janeiro de 1978, a Unesco considera que cada animal tem direito e que o

desconhecimento ou o desprezo destes direitos tem levado o homem a cometer crimes contra

a natureza e contra os animais.

Rocha e Pires (2006) relatam que, em 13 de novembro de 1987, o Conselho da Europa

promoveu a assinatura da Convenção Europeia para a Proteção dos Animais de Companhia,

os quais o homem leva para seu lar e deveriam ser protegidos até o fim de suas vidas.

[...] em seu preâmbulo, já demonstra uma visão inovadora, quando reconhece “que o

homem tem uma obrigação moral de respeitar todas as criaturas vivas” e afirma

haverem “laços particulares existentes entre o homem e os animais de companhia”,

para então definir importantes diretrizes para o Direito Ambiental da Fauna

Europeu, como a definição do conceito de animal de companhia; estabelecimento de

políticas públicas para os animais abandonados; proposição de programas de

informação e educação ambiental para a posse responsável (artigo 14º); além de

delinear os princípios fundamentais para o bem estar dos animais (artigo 3º) e para a

posse responsável (artigo 4º) [...] (ROCHA; PIRES, 2006, p. 15).

Para Lenize Soares (2008), os animais, além de terem servido para diversos fins ao

homem, eles também passaram a ocupar outros papéis, como companheiros, tornando-se

“ferramentas fundamentais em terapias e como facilitadores psicossociais”.

São também os animais os maiores responsáveis pelos avanços científicos mundiais,

pois, principalmente nas áreas da saúde, farmacologia e nutrição, sua utilização é

rotineira. A partir daí é que surgem as grandes questões éticas ou, mais

modernamente, bioéticas. Com todos os avanços tecnológicos não há como

substituir esses modelos vivos por algum outro qualquer? Esse é o ponto chave de

todas as discussões, das legislações, da ética e do bem-estar animal (SOARES, 2008,

p. 11).

A luta pelo total reconhecimento dos direitos dos animais, ainda não é fácil, mas é algo

certo, pois o homem não pode passar o resto da vida renegando os direitos que devem ter

estes seres vivos.

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O Direito Animal Constitucional visa não apenas a estimular a produção legislativa,

como fato solidário. O Direito Animal há de ser algo mais do que a disposição

metódica de normas e padrões de comando e controle inaplicáveis ou inaplicados (=

law-on-thebooks), há de ser, como disciplina jurídica própria, um direito aplicado,

fruto da assimetria entre norma e implementação (= law-in-practice), que obrigue o

poder público e a sociedade civil a implementar este mandamento constitucional da

não crueldade para com os animais (SILVA, 2009. p. 40).

Todos esses aspectos reconhecem, mesmo que indiretamente, os direitos dos animais.

Assim sendo, grupos de proteção animal, intelectuais, pessoas que se sensibilizam com o caos

de violência mostrados a todo instante nas mídias e até mesmo próximos ao seu convívio

provocam manifestações em todo o mundo em prol dos animais.

2.1. Proteção Animal no Brasil

Segundo Tagore Trajano (2009), o processo de constitucionalização dos animais foi

demorado no Brasil. De fato, o primeiro registro de uma norma que protegesse os animais foi

com o Código de Posturas, em 1986, do município de São Paulo, artigo 220, que previa que

os cocheiros e condutores de carroça estavam proibidos de maltratar animais com castigos

bárbaros e imoderados, prevendo multa. No entanto, somente no ano de 1934, durante o

governo de Getúlio Vargas, que foram introduzidas de fato, pela primeira vez no Brasil, leis

que protegessem os animais: o decreto 24.645, que tornava contravenção os maus-tratos

contra os animas.

Contudo, a constitucionalização somente viria com o advento da Constituição de 1988,

momento em que as normas ambientais adquiriram status constitucional, passando o direito à

proteção ambiental a ser considerado direito fundamental (SILVA, 2009, p. 39). Com isso,

qualquer crime contra os animais da fauna brasileira se tornou inafiançável. Mas, até então, os

crimes contra os domésticos e exóticos permaneciam como contravenções, ou seja, que não

levam à prisão, apenas à multa.

É somente com o art. 32 da Lei de Crimes Ambientais que se incluem os crimes contra

os animais, independentemente de sua natureza, doméstico, exótico, silvestres ou

domesticados.

Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,

domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel

em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem

recursos alternativos. § 2º - A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

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Foi somente em 21 de maio de 2003 que o deputado federal Manuel Maria do (PTB/RS)

transformou o projeto em lei.

A Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal- LPCA, desde a sua fundação,

em 1983, esteve envolvida com a modernização da legislação ambiental no Brasil.

Ao verificar que a punição dos maus tratos aos animais e agressões à fauna silvestre

eram apenas contravenções e, via de regra, restavam sem punição, a meta de

modernizar a legislação entrou para a linha de frente da LPCA. Para atingir seus

objetivos a Liga trabalhou continuamente junto com a mídia, junto às autoridades e

outras entidades ambientalistas no Brasil (REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO

ANIMAL, 2007, VOL. II, p. 157).

Os meios de comunicações podem ser grandes aliados na luta contra os maus-tratos a

animais, através de campanhas, denúncias, esclarecimentos etc. A revista É Animal! foi criada

com um único propósito: o de dar voz aos animais, que merecem tanto respeito quanto os

seres humanos, e também como forma de passar informação bem apurada aos seus leitores.

Em entrevista com a Procuradora Autárquica e presidente da União Protetora dos

Animais (Uipa), do Ceará, Geuza Leitão, pudemos visualizar, entre as leis existentes no

estado do Ceará, alguns dos projetos que ela criou e entregou a um parlamentar e que foram

transformados em lei, a exemplo, o Abate Humanitário (Lei 12.505/95) e a lei que estabelece

a Semana Educacional de Proteção aos Animais (Lei 13.077/2000).

Segundo Geuza Leitão, existe a Lei do município de Fortaleza, 8966/2005 que deveria

ajudar os animais e, no entanto, não os ajuda, pois fala sobre controle de natalidade, mas não

especifica métodos.

A procuradora acha que a proteção animal aqui é muito fraca, pois, ainda que muitas

pessoas tratem cães e gatos, elas não se interessam pela parte jurídica.

Entretanto, a política adotada no país se preocupa de forma mais imediata apenas

com os crimes ecológicos, ou seja, quando o ecossistema é ameaçado colocando em

risco a qualidade de vida do ser humano. O direito brasileiro não tem nenhum

compromisso com a dignidade do animal. Os grandes entraves são a insensibilidade

generalizada e o falso conceito de que existem vidas que valem mais que outras.

(REVISTA BRASILEIRA DE DIREITO ANIMAL, 2007, VOL. III, p. 112).

Foi aprovado pelo senado brasileiro o projeto de lei 3142/12 que prevê de um a quatro

anos de prisão para quem maltratar animal, alterando assim a lei 9.605/98 cuja pena é de três

meses a um ano de detenção.

Um caso bem comentado no Brasil foi o vídeo publicado na internet em novembro de

2011, que ganhou repercussão em diversos meios de comunicação, o qual mostra a enfermeira

Camila de Moura, de 22 anos, espancando várias vezes uma cadela da raça yorkshire na frente

de sua filha. Ela foi julgada por maus tratos e exposição da filha a constrangimento.

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Esse fato, entre tantos outros, mobilizou diversas pessoas, que questionavam a

necessidade de penas mais severas para quem praticasse atos de violência contra animais. Mas

a pergunta fica no ar: se esse projeto de lei entrar mesmo em vigor, os assassinos de animais

irão mesmo para trás das grades? O que é certo é que uma luta, entre tantas outras que estão

por vir, foi vencida.

Para falar de proteção animal, citamos alguns artigos existentes na Declaração Universal

dos Direitos dos Animais da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura – Unesco, toda a declaração consta em anexo no final do relatório.

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3. JORNALISMO DE REVISTA

De acordo com Marília Scalzo (2011), o alvo do jornalismo sempre foi o jornal. Mas a

revista também apresenta uma importância para o jornalismo. O impresso tem uma

credibilidade por ser um documento histórico. A revista cria grupos de pessoas com o mesmo

interesse, tendo um vínculo maior com os seus leitores.

Entre as revistas, [...] a segmentação por assunto faz parte da própria essência do

veículo. Para ilustrar, podemos lançar mão da seguinte imagem: na televisão, fala-se

para um imenso estádio de futebol, onde não se distinguem rostos na multidão; no

jornal, fala-se para um teatro, mas ainda não se consegue distinguir quem é quem na

plateia; já numa revista semanal de informação, o teatro é menor, a plateia é

selecionada, você tem uma ideia melhor do grupo, ainda que não consiga identificar

um por um. É na revista segmentada, geralmente mensal, que de fato se conhece

cada leitor, sabe-se exatamente com quem se está falando (SCALZO, 2011, p. 14-

15).

Exatamente por esse motivo que optamos por fazer uma revista cujo principal enfoque é

mostrar os direitos, deveres e prazeres relacionados aos animais domesticados, pensando

principalmente nos militantes das causas. Mas também tentando atingir aos que não se

importam ou até mesmo quem acha que animal não pensa e por isso não tem direito.

“Estudando a história das revistas, o que se nota em primeiro lugar não é uma vocação

noticiosa do meio, mas, sim, a afirmação de dois caminhos bem evidentes: o da educação e do

entretenimento.” (SACALZO, 2011, p. 13).

De acordo com Poliana Rollo (2008), as revistas possuem diversas especificações, as

quais definem o público-alvo, e é exatamente por isso que existe todo um processo de

apuração das pautas.

E, para que as revistas cheguem às mãos dos leitores, existe todo um processo para

construção das matérias. Podemos citar as pesquisas de campo. Os veículos

jornalísticos utilizam-se bastante desse tipo de pesquisa, que indicam possíveis

correções que podem ser feitas no trabalho e identificam os gostos do público. É

ainda, uma maneira de analisar, se alguma matéria específica, possui futuro ou não

(ROLLO, 2008, p. 16).

Para Poliana Rollo (2008), os jornalistas são participantes ativos na matéria. Assim

sendo, é essencial ser observador e sempre estaremem busca de matérias novas, atuais e

inusitadas.

Já, com relação aos textos publicados em revistas, eles são sedutores, exploram

novos ângulos, buscam notícias exclusivas, ajustando o foco no seu leitor. É de

acordo com as características dos leitores que se dá o tipo de linguagem e conteúdo

das revistas. Sendo assim, para a construção dos textos, existe uma conciliação entre

as técnicas jornalísticas e literárias. Vilas Boas (1996) acrescenta que as revistas

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publicam as principais notícias em 18 destaques nos noticiários, acrescido de

pesquisas, documentações e riquezas textuais, o que quebra as rotinas cotidianas dos

demais veículos (ROLLO, 2008, p. 17.18).

Sendo assim, a revista É Animal! foi pensada e criada a partir dessas ideias: seduzir,

encantar e mostrar o novo, dentro do universo dos animais, tudo isso deixando claro que eles

têm todo o direito a uma vida sem sofrimentos.

Antes, porém, de apresentar a estrutura da revista, produzida como projeto experimental

para conclusão do curso de jornalismo, é fundamental abordar outros pontos importantes que

marcaram a história da revista no Brasil e, com isso, perceber a evolução desse veículo.

3.1. Breve histórico sobre o surgimento das primeiras revistas

Segundo Marília Scalzo (2011), foi no ano de 1963, na Alemanha, que surgiu a primeira

revista, a Erbauliche Monath-Unterredungem (Edificantes Discussões Mensais). Mesmo com

cara e jeito de livro, possuía vários artigos com um mesmo assunto e era voltada para um

público específico.

Como tudo que é inovador, inspirou publicações semelhantes pelo mundo: em 1665,

surgiu na França o Journal dês Savants; em 1668, nasce na Itália o Giornali dei Litterati, e na

Inglaterra, em 1680, aparece o Mercurius Lbrarius [...] (SCALZO, 2011, p. 19).

Em Londres, em 1731, surgiu a revista The Gentleman’sMagazine, cujo formato é

parecido com o que conhecemos hoje. Segundo Scalzo, essa revista reunia vários assuntos e

os apresentava de forma leve e agradável.

Para a autora, as revistas, além de terem umpúblico-alvo, aprofundam muito o assunto:

“mais que os jornais, menos que os livros”.

Enquanto os livros tratavam e geralmente tratam o mesmo tema sob um mesmo

ângulo, a revista inovou, ao tratar de um mesmo tema com assuntos variados e

diversos enfoques. A questão periodicidade, isto é, a expectativa de uma

continuidade com data certa também fez da revista um meio mais atraente do que o

livro (MIRABILI, 2011, p. 26).

De acordo com Rogério Mirabili (2011), a partir do século XIX, surgiu a primeira

revista popular, “[...] recheada de entretenimento e informação variada, formato que caiu no

gosto de um número maior de leitores e anunciantes.” (MIRABILI, 2011, p. 27). O autor

reforça, ainda, quetodo o avanço tecnológico foi um marco para uma produção maior de

exemplares, diminuindo os preços. É nessa época que surge a primeira revista ilustrada, no

ano de 1842, a qual reproduzia os acontecimentos em desenhos.

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Com os anúncios [...]financiando os custos de produção, foi possível baixar os

preços dos exemplares, que consequentemente passaram a ser lidos por ainda mais

gente, o que fez as tiragens crescerem na mesma produção [...] Começa, então, a

nascer o negócio das revistas como conhecemos hoje – uma parte da indústria de

comunicação de massa (SCALZO, 2011, p. 20-21).

Aos poucos, a revista foi ganhando espaço e novos leitores que queriam se instruir, mas

não se interessavam pelos livros, ainda vistos como instrumentos de elite e com pouca

acessibilidade a determinada classes da população.

Com o avanço técnico das gráficas, as revistas se tornaram o meio ideal, reunindo

vários assuntos em um único lugar e trazendo belas imagens para ilustrá-los. Era

uma forma de circular diferentes informações concentradas sobre os novos tempos, a

nova ciência e as possibilidades que se abriam para uma população que começava a

ter acesso ao saber. A revista ocupou, assim, um espaço entre o livro (objeto

sacralizado) e o jornal (que só trazia o noticiário ligeiro) (SCALZO, 2011, p. 20).

Segundo Rogério Mirabili (2011), em 1923, dois jovens lançaram a Time, uma revista

semanal de notícias. Queriam atender à necessidade de informar com concisão, “com

informações bem apuradas e checadas”.

Conforme Scalzo (2011), com o passar dos anos, outros títulos foram surgindo, como a

Life, que “nasce impressa e com papel de qualidade”; ela dava prioridade às reportagens e

fotografias. Sex andthe single girl, revista feminina, também se tornou um grande sucesso,

assim como a Cosmopolitan, voltada para os jovens, e a Playboy, revista masculina que, entre

suas páginas, trazia fotos de mulheres nuas.

3.2.O mercado das revistas no Brasil

De acordo com Scalzo (2011), a primeira revista no Brasil foi idealizada pela Corte

Portuguesa, no início do século XIX, aparecendo em 1812, em Salvador, e com o nome As

Variedades ou Ensaios de Literatura. Como todas as outras da época, o material tinha a

estrutura de um livro e não tinha caráter noticioso. “Em 1813, no Rio de Janeiro, surge o

Patriota, a segunda revista no Brasil [...] que, como o próprio nome sugere, propunha-se a

divulgar autores e temas da terra” (SCALZO, 2001, p. 28).

Segundo esta autora, as primeiras revistas eram inspiradas nos exemplares estrangeiros

e somente com o lançamento de A Marmota na Corte, em 1849, que o Brasil encontrou o viés

da variedade e uma forma mais divertida de criticar a sociedade e a política.

As primeiras revistas que surgiram no Brasil tratavam sempre de variedades. Todas

elas com informações gerais e entretenimento. Dessa forma, destinavam-se a um

grupo muito grande, ou seja, de todas as idades, sexos, e perfis. Mas a procura por

um público mais específico levou as revistas criarem títulos cada vez mais

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diversificados para, assim, atender aos mais diferentes tipos de público (PAZ e

CASTILHO, 2006, p. 50).

De acordo com Paz e Castilho (2006), grande fenômeno do jornalismo impresso

brasileiro foi a revista O Cruzeiro, criada por Assis Chateaubriand, em 1928. Sua publicação

estabelecia uma nova linguagem na imprensa nacional, por meios de grandes reportagens.

Dava uma atenção especial ao fotojornalismo, repercutindo nas décadas de 1940 e 1950,

alcançando o patamar de 700 mil exemplares. “Em 1952 surge a concorrente Manchete,

fundada por Adolpho Bloch e, no ano de 1966, as duas revistas dominavam as bancas. Em

seguida, a Editora Abril lançou a revista Realidade.” (PAZe CASTILHO, 2006, p. 54).

Também enfocada na reportagem e no jornalismo investigativo, mas com postura

mais crítica que O Cruzeiro e Manchete, surge, em 1966, Realidade [...] fechou em

1976 e é considerada uma das mais conceituadas revistas brasileiras de todos os

tempos. Depois dela, a Editora Abril investiu na Veja(SCALZO, 2011, p. 31).

Conforme Scalzo (2011), em 1970 O Cruzeiro chega ao fim. Porém, a Manchete

consegue continuar em circulação até 1990. Outra revista de renome é a Veja: “Veja é hoje a

revista mais vendida e mais lida do Brasil, o único título semanal de informação no mundo a

desfrutar de tal situação” (SCALZO, 2011, p. 31).

As revistas se caracterizam por passar a informação mais aprofundada, diferente de

outros meios,que trabalham com o imediatismo. Reúne reportagem a uma linguagem visual.

Scalzo (2008) também diz em seu livro que as revistas cobrem funções culturais mais

complexas que as simples transmissão de notícias. Entretendo, trazendo análise, reflexão,

concentração e experiência de leitura. Assim, as revistas falam sobre um tema através de

vários assuntos com seus diversos gêneros jornalísticos sobre os quais falaremos um pouco.

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4. GÊNEROS JORNALÍSTICOS

De acordo com Mário Erbolato (2008), o importante da comunicação é fazer com que o

público entenda a matéria, seja ele o presidente da república ou uma empregada doméstica.

Desta forma, “a linguagem deve ser correta e acessível a todos”. Para ele, os textos

jornalísticos são produzidos com base em quatro intenções básicas, chamadas categorias

jornalísticas: informativo, interpretativo, opinativo e direcional.

O segredo da boa notícia depende da maneira compreensível como chega ao

receptor. É preciso evitar, ainda que, ela seja influenciada pelo repórter, que poderá

distorcê-la, com a sua apreciação pessoal e apaixonada. É difícil escrever com

imparcialidade, porque o jornalista, ao narrar um acontecimento, pode encará-lo do

ponto de vista favorável aos seus interesses e sujeito às suas emoções momentâneas

(LIMA, 2010, p. 123).

Para Marques de Melo (2006), dentro do jornalismo, existe uma divisão bem ampla, as

categorias informativas e opinativas; dentro delas, encontramos os gêneros jornalísticos.

Estudando o jornal Folha de São Paulo, o autor ressalta que, no jornalismo informativo, há os

gêneros: nota, notícia, reportagem, entrevista, serviço e enquete. Já como jornalismo

opinativo, ele considera: comentário, coluna, artigo, resenha, crônica, carta e caricatura.

Para que servem os gêneros jornalísticos? Com certeza servem para orientar os

leitores a lerem os jornais, permitindo-os identificar as formas e os conteúdos dos

mesmos. Servem, também, como um diálogo entre o jornal e o leitor, pois é através

das exigências dos leitores que as formas e os conteúdos dos jornais se modificam.

Os gêneros servem ainda para identificar uma determinada intenção, seja de

informar, de opinar, de interpretar ou de divertir. Podemos afirmar que os gêneros

são determinados pelo estilo que o jornalista emprega para expressar para o seu

público os acontecimentos diários (MEDINA, 2001, p. 50-51).

Conforme Erbolato (2008), além das categorias informativas e opinativas, existem

também o jornalismo direcional e jornalismo interpretativo, conhecidos como: “jornalismo

em profundidade, jornalismo explicativo ou jornalismo motivacional”.

Há necessidade de separamos os três aspectos da divulgação de um fato:

informação, interpretação e opinião. Há os que resistem à prática do jornalismo

interpretativo, alegando que, com ele, se pretende transmitir aos leitores opiniões

disfarçadas em forma de análises e interpretação (ERBOLATO, 2008, p. 34).

Já Medina (2001), cita outros gêneros além dos citados na comunicação jornalística.

São eles os utilitários ou prestadores de serviços – roteiro, obituário, indicadores, campanhas,

gêneros ilustrativos ou visuais. Também fala a respeito da propaganda, “comercial,

institucional e legal”, e entretenimento, como “passatempos, jogos, história em quadrinhos,

folhetins, palavras cruzadas, contos, poesia, charadas, horóscopo, dama, xadrez e

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novelas”.Serão mostrados e conceituados alguns gêneros a seguir que estão presentes na

revista É Animal! São eles: entrevista, notícia, reportagem, editorial, artigo de opinião e

coluna.

4.1. A entrevista

Segundo Mário Erbolato (2008), a entrevista tem que ser autêntica e para isso o repórter

deve pesquisar e se preparar antes, pois só assim poderá obter êxito. “A entrevista é um

gênero jornalístico que requer técnica e capacidade profissional, pois se não for bem

conduzida redundará em fracasso” (ERBOLATO, 2008, p. 157). Segundo este autor,as

entrevistas podem ser classificadas como geradoras de matéria jornalística, quanto aos

entrevistados, quanto aos entrevistadores e mesmo quanto ao conteúdo.

1) Como geradoras de matéria jornalística: a) de rotina, e b) caracterizadas.2)

Quanto aos entrevistados: a) individual e b) de grupos (subdividas estas em enquete

e de pesquisa).3) Quanto aos entrevistadores: a) pessoal (ou exclusiva), e b) coletiva

(podendo a última subdividir-se em conferências de imprensa e pool).4) Quanto ao

conteúdo: a) informativas, b) opinativas, c) ilustrativas ou biográficas (ERBOLATO,

2008, p. 159).

Na entrevista – feita pela É Animal! – com Tiago Ferigoli, autor do filme Vira-latas: os

verdadeiros cães de raça, o primeiro contato foi feito via internet, pela fanpage do filme.

Assim, conseguimos conversar com Ferigoli para conseguir as informações necessárias ao

desenvolvimento da entrevista. Foi o único caso, durante a revista, em que não houve um

contato pessoalmente, pois o entrevistado reside em outro estado.

Já na entrevista Contraponto, foram escolhidas duas fontes cujas opiniões eram

discordantes e diziam respeito a vender ou adotar um animal. Assim, um veterinário, que é a

favor das vendas de animais, e um protetor, que é contra, são os dois primeiros entrevistados

de uma seção que, como o próprio nome diz, pretende sempre apresentar, através da

entrevista, duas opiniões contrárias sobre o mesmo tema. Para podermos desenvolver os

outros gêneros da revista, mantivemos contato com as fontes a todo instante, através de visitas

e de redes sociais.

4.2. Notícia

A notícia é um gênero de extrema importância para o jornalismo. Medina (2001) define

notícia como “puro registro dos fatos, mas sem entrevistados”.

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As notícias são as matérias prima do jornalismo, pois somente depois de conhecidas

ou divulgadas é que os assuntos aos quais se referem podem ser comentados,

interpretados e pesquisados [...] As notícias são comunicações sobre fatos novos que

surgem na luta pela existência do individuo e da própria sociedade (ERBOLATO,

2008, p. 49-52).

Segundo Erbolato (2008), como “as notícias são a matéria-prima do jornalismo”, elas

podem ser sobre qualquer assunto, porém, ele deve ser recente e claro, trazer fatos

verdadeirose de interesse de todos. O autor deixa claro que 24 critérios fazem algo virar

notícia, levando em conta proximidade, impacto, importância, utilidade, descobertas e

invenções, repercussão, raridade, progresso entre outras.

Conforme Erbolato, três são os sistemas de redação jornalística quanto à técnica de

apresentação: pirâmide invertida, forma literária e sistema misto. O autor também explicita

que para que algo possa ser notícia tem de responder a seis perguntas que devem existir no

primeiro parágrafo, chamado lead. As perguntas são: Quem? O quê? Quando? Onde? Por

quê? Como?

Uma das máximas das redações e faculdades é a “natureza econômica” da pirâmide

invertida: garantir a apreensão imediata (já no parágrafo de abertura) de todo o

conteúdo da informação. Após o abre, pode-se pular sem culpa para o próximo

texto, se a notícia não interessar. Todo o esforço de informar esbarra no paradoxo de

textos que, na prática, são elaborados e lidos com a consciência de que não é preciso

concluir a litura (PEREIRA, 2009, p. 121).

Entende-se assim que as notícias devem de fato ser interessantes, buscando instigar as

pessoas com fatos da atualidade e, por serem factuais, geralmente são mais comuns nos

jornais do que nas revistas, por conta de sua curta periodicidade, já que este gênero é

amparado na factualidade.

4.3. Reportagem

A reportagem é uma notícia de forma ampliada, na qual o empenho do jornalista é

fundamental para uma boa construção da pauta. Para Ricardo Kotscho (2007), o repórter deve

sempre estar atento: “com pauta ou sem pauta, lugar de repórter é na rua”. A grande diferença

entre a reportagem e a notícia é a quantidade maior de informações.

Toda reportagem é notícia, mas nem toda notícia é reportagem. Isso que dizer que a

notícia não muda de caráter quando evolui para a categoria de reportagem. A

reportagem é, portanto, uma espécie de notícia que por ter as próprias regras,

alcança um valor especial (BAHIA, 1990, p. 49).

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Dessa maneira, podemos destacar que com a reportagem não somente o texto cresce em

caracteres, mas em informações e amplas abordagens. Assim, foram exploradas três pautas

(polêmica gerada em torno dos cães da raça pit bull, adoção de animais e tratamento assistido

por animais de estimação) para criação das reportagens da primeira edição da revista É

Animal! Todas elas com uma linguagem direta formal e objetiva, composta por diversas

informações, fontes e também com box de informações.

4.4. Editorial

É um texto que expressa a opinião do veículo e tem o objetivo de argumentar sobre

determinado tema. Conforme Marques de Melo (2006), o editorial é um texto argumentativo,

no qual o veículo mostra sua opinião sobre algum acontecimento da atualidade. “O editorial

afigura-se como “espaço de contradições”, acomodando as opiniões próprias dos donos da

empresa com aquelas procedentes dos segmentos sociais, com os quais o jornal mantém um

vínculo.” (MELO, 2006, p. 185).

A revista é Animal! trabalhou seu editorial em cima de casos de violência contra

animais que aconteceram nos últimos dois anos, tendo como foco, ainda, a questão da

proteção animal e também a ajuda direta e indireta da população e dos veículos de

comunicação.

4.5. Artigo de opinião

O artigo “traz interpretações ou opiniões de pessoas que não precisam ser

necessariamente jornalistas. É sempre assinado” (MEDINA, 2001, p. 54). Nesse sentido, o

autor do artigo busca convencer o leitor sobre o tema abordado, usando de recursos

persuasivos como ironia, emoção e questionamentos.

A opinião é um texto no qual o seu autor exprime pontos de vista subjetivos

relativamente a assuntos que, por qualquer razão, despertaram o seu interesse. A

amplitude dos estilos e temáticas ao fazer opinião varia muito, podendo ir desde o

texto leve e bem humorado sobre costumes, ou a falta deles, até a análise dura e

rigorosa de acontecimentos relacionando fatos aparentemente díspares e deles

retirando deduções e conclusões (GRANDIM, 2003, p. 95).

Na revista É Animal!, optamos por convidar uma especialista na luta contra vaquejada e

rodeios para dar sua opinião a respeito do tema. Para Jorge Medina (2001), coluna é o “espaço

no jornal onde uma pessoa escreve regularmente”. Por essa razão, a coluna também está

presente em nossa revista. A de Danielle Parente mostra histórias engraçadas que aconteceram

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com os animais dos leitores. Já a de Fernanda Leiteconta histórias dos seus animais de

estimação. Assim outros leitores serão convidados a relembrar suas experiências com seus

bichos.

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5. A REVISTA É ANIMAL! JORNALÍSTICOS

O objetivo da revista É Animal! é tornar possível que um número cada vez maior de

leitores possa ter acesso à informação escrita. Por isso, ao invés de termos nossos títulos

colocados à venda nas bancas de jornal de todo o país, como se era de esperar, optamos por

uma estratégia de distribuição incomum: nossas revistas são ofertadas gratuitamente ou a

preço de baixo custo ao consumidor. Assim, criemos uma comunidade forte para discussão de

assuntos relacionados ao universo animal. Dessa maneira, poderemos tornar a vida de nossos

animais mais feliz!

Por se desejar uma distribuição gratuita ou preço de baixo custo, a É Animal! pretende

buscar formas de financiamentos, através de anúncios de empresas ligadas à temática, bem

como do poder público.

5.1.Proposta editorial

Composta por 44 páginas, a revista É Animal! traz uma linha editorial que mostra a vida

dos animais em suas diversas formas, sempre com o objetivo de focar nos direitos destes

seres, já que eles ainda são vulneráveis aos males do homem e, embora existam leis que os

protejam, geralmente não existe uma punição adequada quando estas são infringidas.

O público-alvo da revista é composto por amantes de pets, voluntários e criadores,

especialmente das classes B e C. Usamos uma linguagem que é uma mescla de formal com

informal e a apuração das informações tem como base revistas, jornais, matérias

disponibilizadas na internet, de órgãos oficiais, de ONGs (organização não governamental),

mas, principalmente, fontes especializadas e confiáveis que entendem bem do assunto

abordado.

5.1.1. Projeto gráfico

A revista É Animal!foi trabalhada, a partir da variação de tonalidades das cores do arco-

íris, numa referência a um fenômeno natural de rara beleza, tornando-se um produto moderno

e bem atrativo aos olhos do público-alvo. Os textos com seus respectivos títulos, subtítulos,

intertítulos, boxes com informações extras de algumas matérias, fotos com legendas, dicas,

curiosidades e artes criadas, com o propósito de atrair o leitor.

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Manchetes, títulos, textos, legendas, representam o componente digital da comunicação

jornalística. “Como é própria das línguas naturais, a sintaxe lógica é rica e complexa, o que a

torna adequada à comunicação de conceitos.” (LAGE, 2008, p. 13).

Um ponto que diferencia visivelmente a revista dos outros meios de comunicação

impressa é o seu formato. Ela é fácil de carregar, de guardar, de colocar em uma

estante e colecionar. Não suja as mãos como os jornais, cabe na mochila e disfarçada

dentro de um caderno, na hora da aula. Seu papel de impressão também garante uma

qualidade de leitura – do texto eda imagem – invejável (SCALZO, 2008, p. 39).

Assim, cada página da revista foi pensada, até mesmo cada cor, em cada matéria. Como

exemplos: na entrevista Contraponto foi usada a cor laranja por ser uma cor quente e ativa,

que significa movimento e espontaneidade. Na reportagem de capa (nesta edição sobre cães

da raça pit bull) da revista foi utilizada a cor anil, que pode simbolizar o medo ou a depressão,

mas é também uma cor que transmite estabilidade, sucesso e qualidade.

Na reportagem secundária, (nesta edição, falamos sobre adoção) usamos a cor verde,

por conter a esperança como um dos seus significados. A ideia é que a cada edição seja

abordada uma pauta que traga perspectivas melhores às situações de maus-tratos e abandonos

de animais. O amarelo, por ser uma cor que transmite calor, luz e descontração, foi usado,

nesta edição, para a matéria sobre terapia assistida por animais de estimação, visto que a

proposta é sempre trazer uma matéria que apresente os benefícios de se criar ou conviver com

animais.

O propósito básico da proximidade é o de organizar. Os outros princípios também

têm suas funções, mas o simples agrupamento de elementos relacionados em

proximidade cria, automaticamente, uma organização. Se as informações estiverem

organizadas, o texto será mais fácil de ler e memorizar. Como resultado da

organização da comunicação, também se criam brancos (o termo preferido dos

designers) mais atrativos (mais organizados) (WILLIAMS, 2005, p. 30).

Diante disso, a diagramação foi feita no formato das revistas de variedades, com a

manutenção de espaços em branco e textos na fonte Times New Roman, tamanho 11. Nos

títulos das matérias usamos a fonte Calibriem caixa alta e tamanho de acordo com a página.

Além disso, trabalhamos a diagramação em duas colunas para melhor visualização do leitor.

A revista É Animal! apresenta, então, a seguinte especificação: tamanho – 29 cm x 21 cm;

miolo – 40 páginas, papel couché fosco; capa – 4 páginas, papel couché brilhoso.

Por fim, a Revista É Animal! foi concebida a partir de técnicas existentes no jornalismo

e em suas 44 páginas, o conteúdo foi distribuído visando a um equilíbrio adequado e a uma

suavidade no passar de uma página para a outra.

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5.1.2. Estrutura da revista

Dessa maneira, a revista é estruturada da forma abaixo apresentada a seguir:

PÁGINA CONTEÚDO GERAL CONTEÚDO DA EDIÇÃO N° O1

01 Sempre com chamada para matéria

principal, acompanhada de uma

grande foto; com chamada para uma

reportagem secundária; uma

entrevista; e uma arte.

OS VERDADEIROS CULPADOS:

Polêmica sobre o fato de o pit Bull

ser ou não uma raça de cão

feroz/violento; terapia assistida por

animais de companhia; entrevista

com Tiago Ferigoli, autor do filme

Vira-latas: os verdadeiros cães de

raça; os cães mais famosos do

cinema.

02 Propaganda educativa Arte de cão dando língua para quem

não gosta de animais.

03 Editorial Apresentação da revista É Animal!

04 –05 Índice: títulos e páginas das matérias

com um texto introdutório,

acompanhado por foto.

Índice

06– 09

Reportagem de capa “Os verdadeiros culpados” – sobre a

polêmica gerada em torno da raça de

cão pit bull e sua suposta

agressividade.

10 Serviço Lugares em Fortaleza para tratar

gratuitamente animais de estimação.

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11 Seção Alguns cuidados que se deve ter com

os animais de estimação.

12–13 Entrevista ping-pong Contraponto de dois

entrevistados:um, a favor da venda de

animais; outro, a favor da adoção.

14 Propaganda educativa Água a um animal de rua neste verão.

15 Notícia Breve matéria sobre a polêmica que

envolve o trabalho científico de

vivissecção com animais.

16 –17 Informe publicitário Declaração Universal dos Direitos

dos Animais.

18 – 19 Reportagem secundária “Circo legal é circo sem animal”fala

sobre a lei que proíbe animais em

circo na maioria dos estados do

Brasil.

20–23 Reportagem “Adoção: um ato de amor” fala sobre

adoção de animais abandonados e um

pouco sobre o trabalho realizado por

organizações protetoras.

24 Serviço fixo Fotos de animais para adoção.

25 Coluna fixa de Danielle Parente Conta histórias engraçadas de

bichinhos de estimação e seus donos.

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26 – 27 Reportagem secundária “Uma vida melhor com a castração”:

dono de cães, veterinário e ONG

falam a respeito do beneficio da

castração de cães e gatos.

28 – 29 Reportagem secundária “As redes sociais combatem

aviolência contra animais”: como as

redes sociais estão ajudando a

combater os maus tratos cometidos

contra animais.

30 Seção fixa Animais-estrelas (nessa edição

mostra cães mais famosos)

31 Coluna fixa de Fernanda Leite Histórias sobre seus animais de

estimação

32 – 33 Reportagem secundária “Gato e gravidez”, entrevista na qual

um veterinário, uma ginecologista e

uma mãe falam a respeito de o gato

ser considerado o grande vilão da

toxoplasmose.

34–35 Reportagem secundária “Terapia assistida por animais de

estimação” fala sobre o uso de

animais como coadjuvantes

terapêuticos para seres humanos.

36 Propaganda educativa Cão chamando atenção para ser

adotado.

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37 Seção fixa – artigo de convidado A procuradora e presidente da União

Internacional Protetora dos Animais

– Uipa fala sobre vaquejada.

38 SeçãoCuriosidades sobre cães Gráfico mostrando a idade certa do

cachorro

39 SeçãoCuriosidades sobre gatos Gatos: você conhece?

40–41 Notícia Perfil do publicitário criador do

filme-documentário Vira-latas: os

verdadeiros cães de raça.

42 Expediente; próxima edição Todos os colaboradores da revista É

Animal! E conteúdos principais da

próxima edição

43 Propaganda institucional Poema sobre animal

44 Contracapa Anúncio institucional Aprov

(Associação de Proteção à Vida)

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6. DIÁRIO DE CAMPO

No começo, quando pensávamos no trabalho de conclusão do curso, trabalhávamos com

temas que nada tinham em comum com o mundo animal. Na verdade, nem pensávamos em

fazer um trabalho de conclusão de curso juntas. Foi quando surgiu, no final de 2011, a ideia

da revista É Animal! um produto jornalístico que tivesse por finalidade ajudar na luta de

proteção animal.

A proposta surgiu porque uma de nós (Fernanda Leite) é militante nessa luta contra

maus-tratos a animais, e tem atualmente seis cães e três gatos adotivos, intermediando, ainda,

diversas adoções. Assim, em 2012, confirmamos nossa união para este projeto. Danielle, que

aprendeu muito sobre o mundo animal durante esse processo, também se tornou uma militante

nessa luta.

Após algumas conversas em dois ou três encontros, decidimos enfrentar este desafio. O

convite para a orientadora (Klycia Fontenele) já havia sido feito, mas ela nem pensou muito –

pois é uma protetora voluntária –, disse que aceitaria e que entraria nesse projeto com toda a

garra. Klycia viu além e nos deu um grande estímulo quando disse que a revista poderia ser a

primeira a tratar, de forma jornalística, da questão da proteção animal no Ceará.

Resolvido. “Vamos trabalhar juntas e fazer a melhor revista de conclusão de curso, não

importa quanto trabalho dê!”, pensamos. Queríamos uma revista que tivesse o intuito de

defender os animais. Aí, veio a segunda decisão: sobre que animais falaríamos? Assim,

decidimos por focar, principalmente, nos domesticados.

Foi no nosso primeiro encontro de orientação que vimos um leque de opções,

ampliando, ainda mais, nossas ideias para a elaboração do projeto editorial da revista. Depois

disso, era correr, pois só tínhamos menos de cinco meses para fazer tudo.

Em seguida, mais uma inquietação: quais pautas iriam para a revista? Pensamos em

trabalhar tantos temas, que em pouco tempo sumiu a apreensão de faltar assunto para a

revista. Então, decidimos por pautas atuais, polêmicas e que gerassem interesse no leitor. A

partir daí, passamos a assistir, ler, pesquisar e frequentar, sempre que possível, tudo que

estivesse relacionado ao nosso tema.

Com isso, percebemos o quanto o mundo dos bichos é grandioso e o quanto necessita de

pessoas que ajudem a combater os crimes contra todo e qualquer tipo de animal. Decidimos

por uma revista completa, sem medo, e grande: 44 páginas. Nesse caminho, já tínhamos

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grande ajuda e incentivo: nossa amiga Johanna Joplin, que nos cederia seu talento para

diagramação deste projeto experimental.

Definidas as pautas, feitas as primeiras pesquisas de pré-produção, corremos atrás das

fontes. Médicos veterinários, médicos de humanos, adestradores, ONGs (Organização Não

Governamental), criadores, especialistas etc. Empolgação total, mas também havia certo

receio, pois nós duas trabalhávamos e ainda tínhamos outras disciplinas além trabalho de

conclusão de curso. As fontes sempre queriam marcar no horário de trabalho, mas com uma

boa conversa dávamos um jeito de as entrevistas serem nos nossos horários livres.

As redes sociais foram de grande ajuda para encontrar fontes interessantes,

especialmente, o Facebook, que nos possibilitou encontrar diversos perfis de grupos de

animais e de protetores, nossos grandes parceiros. A reportagem de capa, por exemplo – da

qual as fontes são o adestrador, o criador e o veterinário –, foi iniciada a partir de um primeiro

contato com o grupo Jangadeiro Animal.

Podemos dizer que 90% das fontes foram conseguidas por contatos nas redes sociais.

As ONGs nos ajudaram bastante, com informações sobre pessoas que entediam sobre as

pautas propostas. Esses protetores estavam sempre à nossa disposição.

A revista começou a caminhar. A primeira matéria foi a de capa, que fala da polêmica

gerada em torno dos pit bulls. De todos os criadores entrevistados, os cães de Roberto Studart

foram os escolhidos para serem protagonistas da reportagem. O motivo era o fato de a pauta

trazer um objetivo principal: mostrar como os animais desta raça poderiam também ser

dóceis, e os cães de Studart eram animais criados com dedicação e bem socializados.

Em outra matéria, tínhamos em mente falar sobre um famoso que fosse protetor da

causa animal. Queríamos ir longe, tentar entrevista com “gente grande”, como a apresentadora

Xuxa Meneguel, que é uma grande defensora. No entanto, mudamos de ideia, não por

acharmos impossível que ela fosse executada, mas porque achamos interessante entrevistar

Tiago Ferigoli, criador do filme-documentário “Vira-latas: Os verdadeiros cães de raça”, que

vai estrear em 2013 nos cinemas. Nas entrevistasda seção Contraponto, optamos por um

assunto sempre recorrente: vender ou adotar animais.

Uma das últimas matérias a serem trabalhadas foi a de terapia assistida por animais de

companhia, por acharmos que seria muito difícil encontrar as fontes necessárias. Novamente,

com a ajuda das redes sociais e alguns recados para grupos sobre animais e de adestradores

que já havíamos entrevistado, conseguimos duas pedagogas de Fortaleza que fazem um

trabalho terapêutico com animais para ajudar humanos.

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Tivemos tantas matérias legais, conhecemos tantas pessoas interessantes que decidimos

por convidar uma de nossas fontes a colaborar com a revista. Convidamos, assim, a

Procuradora Autárquica e Presidente da União Internacional Protetora dos Animais (Uipa)

Geuza Leitão, uma mulher de personalidade forte e marcante para assinar um artigo. Ela nos

concedeu um artigo sobre vaquejada, algo que ela vem combatendo há anos.

Pensando na parte de entretenimento da revista, desenvolvemos duas colunas e diversas

seções, como: cães de cinema, cuidados, curiosidades sobre gatos, idade certa do seu cão etc.

A ideia era a de que, além de informar e educar, a É Animal! pudesse também divertir.

Textos escritos, relatório científico concluído. Os passos seguintes foram: a revisão,

feita por Soraya Madeiro, e a diagramação da revista, sob os cuidados de Johanna Joplin.

Fomos à casa de Johanna, para decidirmos e acompanharmos cada detalhedas páginas.

Enfim, tudo concluído! Visto assim ninguém imagina o quanto foi trabalhoso, o quanto

cada detalhe dessas páginas foi pensado, como cada cor, em cada matéria, teve seu

significado, tudo feito com muito carinho e dedicação. Para nós, tudo tão perfeito, por ser um

sonho concretizado.

Agora, fica um desejo de levar adiante este projeto. Afinal, temos uma revista de punho

inédito e especializada em animais para apresentar à população de Fortaleza (e do Brasil), tão

carente de publicações jornalísticas sobre o assunto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aprofundarmo-nos em um tema sobre animais de estimação, em nosso trabalho de

conclusão de curso, foi algo grandioso e emocionante. Cada ponto envolvido e cada pessoa

que conhecemos nos fizeram acreditar que não estamos sozinhas nessa luta. A revista É

Animal! foi criada como um instrumento que tem por objetivos trazer à tona temas que

foquem na proteção e defesa dos animais, no que concerne, principalmente, à relação de afeto

e carinho entre o ser humano e o animal e a importância de lutar em favor deles.

A ideia é que, a partir do jornalismo, não somente que questionemos como são

desnecessários todos esses sofrimentos pelos quais passam os animais, causados pelos seres

humanos, mas também que estimulemos ações à procura de soluções, cada um fazendo sua

parte. Esse é o lugar onde queremos chegar.

A violência contra animais constitui um grave problema que carece ser reconhecido e

enfrentado, tanto pela sociedade como pelos órgãos governamentais, através da criação de

políticas públicas que contemplem sua prevenção e combate. Da mesma forma,é necessário

tomar providências com relação ao fortalecimento de leis mais severas para quem praticar

qualquer ato de covardia contra esses seres. Devemos conhecer o animal para entender seu

comportamento e, assim, também conhecer suas limitações e potencialidades.

Por isso, cada pauta escolhida para essa primeira edição da revista É Animal! foi

pensada criteriosamente. Os temas foram focados nas polêmicas geradas nos últimos dois

anos, pela mídia, protetores e cidadãos de bem que se indignam perante tanto sofrimento

causado desnecessariamente aos animais.

Esperamos, com o final deste trabalho, que tenhamos passado uma imagem que indique

o quanto precisamos de leis mais rigorosas que possam proteger nossos animais e que em um

futuro próximo, ninguém mais pratique essa violência. Entendemos a relevância de nossa

proposta e acreditamos que é importante que mais trabalhos assim surjam, de modo a dar mais

visibilidade ao combate à violência contra animais e contribuir para aprofundar o

conhecimento sobre o tema, na perspectiva de enfrentá-lo.

É preciso que o homem se conscientize que os animais não são brinquedos e nem

objetos. Eles sentem frio, medo, amor e dor. Defender os direitos delesnão se trata de sermos

apenas favoráveis aos que os amam e sim de aplicar o princípio do respeito por qualquer

espécie, seja ela humana ou não humana, pois o respeito deve ser praticado por todos os seres

vivos que habitam este planeta.

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ANEXO

Declaração Universal dos Direitos dos Animais da UNESCO –Organização das Nações

Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

Brasil e os países-membros da ONU são signatários da declaração abaixo,

proclamada em uma assembleia da UNESCO em Bruxelas, Bélgica, em 27/01/1978:

1 – Todos os animais têm o mesmo direito à vida.

2 – Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem.

3 – Nenhum animal deve ser maltratado.

4 – Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.

5 – O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado.

6 – Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.

7 – Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.

8 – A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os animais.

9 –Os diretos dos animais devem ser defendidos por lei.

10 –O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os

animais.

Preâmbulo:

Considera que todo animal possui direitos;

Considera que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar

o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;

Considera que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras

espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;

Considera que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a

perpetrar outros;

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Considera que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo

seu semelhante;

Considera que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a

respeitar e a amar os animais;

Proclama-se o seguinte:

Artigo 1º

Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

Artigo 2º

1. Todo animal tem o direito a ser respeitado.

2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los

violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos a serviço dos animais.

3. Todo animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.

Artigo 3º

Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. Se for necessário matar

um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe

angústia.

Artigo 4º

1. Todo animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio

ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático, e tem o direito de se reproduzir.

2. Toda privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.

Artigo 5º

1. Todo animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do

homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que

são próprias da sua espécie.

2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com

fins mercantis é contrária a este direito.

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Artigo 6º

1. Todo animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de

vida conforme a sua longevidade natural.

2. O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

Artigo 7º

Todo animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de

trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.

Artigo 8º

1. A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível

com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou

qualquer que seja a forma de experimentação.

2. As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas.

Artigo 9º

Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado

e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.

Artigo 10º

1. Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.

2. As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a

dignidade do animal.

Artigo 11º

Todo ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime

contra a vida.

Artigo 12º

1. Todo ato que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um genocídio,

isto é, um crime contra a espécie.

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2. A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.

Artigo 13º

1. O animal morto deve de ser tratado com respeito.

2. As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na

televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.

Artigo 14º

1. Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível

governamental.

2. Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.