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Espaços para anotações Letra maior para uma leitura confortável Em espiral para facilitar o manuseio Artigos mais cobrados sinalizados e com súmulas correlatas transcritas Texto legal com destaques: palavras-chaves, negativos/ ressalvas e prazos Caderno de Estudos da Lei Seca Base revista e atualizada edição Concursos Públicos Tomo 1

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Artigos mais cobrados sinalizados e com súmulas correlatas transcritas
Texto legal com destaques: palavras-chaves, negativos/ ressalvas e prazos
Caderno de Estudos da
Estudado Questões
TÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (arts. 1º a 4º)
TÍTULO II – DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (arts. 5º a 17)
Capítulo I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (art. 5º)
Capítulo II – DOS DIREITOS SOCIAIS (arts. 6º a 11)
Capítulo III – DA NACIONALIDADE (arts. 12 e 13)
Capítulo IV – DOS DIREITOS POLÍTICOS (arts. 14 a 16)
Capítulo V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS (art. 17)
TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (arts. 18 a 43)
Capítulo I – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (arts. 18 e 19)
Capítulo II – DA UNIÃO (arts. 20 a 24)
Capítulo III – DOS ESTADOS FEDERADOS (arts. 25 a 28)
Capítulo IV – DOS MUNICÍPIOS (arts. 29 a 31)
Capítulo V – DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS (arts. 32 e 33)
Capítulo VI – DA INTERVENÇÃO (arts. 34 a 36)
Capítulo VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (arts. 37 a 43)
TÍTULO IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (arts. 44 a 135)
Capítulo I – DO PODER LEGISLATIVO (arts. 44 a 75)
Capítulo II – DO PODER EXECUTIVO (arts. 76 a 91)
Capítulo III – DO PODER JUDICIÁRIO (arts. 92 a 126)
Índice SiStemático da conStituição Federal11
Estudado Questões
Capítulo IV – DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA (arts. 127 a 135)
TÍTULO V – DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS (arts. 136 a 144)
Capítulo I – DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO (arts. 136 a 141)
Capítulo II – DAS FORÇAS ARMADAS (arts. 142 e 143)
Capítulo III – DA SEGURANÇA PÚBLICA (art. 144)
TÍTULO VI – DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO (arts. 145 a 169)
Capítulo I – DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (arts. 145 a 162)
Capítulo II – DAS FINANÇAS PÚBLICAS (arts. 163 a 169)
TÍTULO VII – DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA (arts. 170 a 192)
Capítulo I – DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA (arts. 170 a 181)
Capítulo II – DA POLÍTICA URBANA (arts. 182 e 183)
Capítulo III – DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA (arts. 184 a 191)
Capítulo IV – DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (art. 192)
TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL (arts. 193 a 232)
Capítulo I – DISPOSIÇÃO GERAL (art. 193)
Capítulo II – DA SEGURIDADE SOCIAL (arts. 194 a 204)
Capítulo III – DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO (arts. 205 a 217)
Capítulo IV – DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (arts. 218 a 219-B)
Capítulo V – DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (arts. 220 a 224)
Capítulo VI – DO MEIO AMBIENTE (art. 225)
Capítulo VII – DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO (arts. 226 a 230)
Capítulo VIII – DOS ÍNDIOS (arts. 231 e 232)
TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS GERAIS (arts. 233 a 250)
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (arts. 1º a 114)
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Promulgada em 05 de outubro de 1988
` DOU 191A, de 05.10.1988.
PreÂmBulo Nós, representantes do povo brasileiro, reuni- dos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e indi- viduais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fun- dada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
tÍtulo i doS PrincÍPioS FundamentaiS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FundamentoS:
` arts. 18, caput; e 60, § 4º, I e III, desta CF.
I - a soberania; ` arts. 21, I e III; 84, VII, VIII, XIX e XX, desta CF. ` arts. 36, 237, II, CPC. ` arts. 780 a 790, CPP.
II - a cidadania; ` arts. 5º, XXXIV, LIV, LXXI, LXXIII e LXXVII; e 60, § 4º, desta CF.
III - a dignidade da pessoa humana; ` arts. 5º, XLII, XLIII, XLVIII, XLIX, L; 34, VII, b; 226, § 7º, 227; e 230 desta CF.
SV, 6. Não viola a constituição o estabelecimento de remune- ração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. SV, 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física pró- pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis- ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. SV, 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com com- petência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. SV, 56. A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
IV - os valores sociais do trabalho e da li vreiniciativa;
` arts. 6º a 11; e 170, desta CF. ` Lei 12.529/2011 (Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica).
V - o pluralismo político. ` art. 17 desta CF. ` Lei 9.096/1995 (Lei dos Partidos políticos).
Parágrafo único. todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de represen tantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
` arts. 14; 27, § 4º; 29, XIII; 60, § 4, II; e 61, § 2º, desta CF. ` art. 1º, Lei 9.709/1998 (Regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 desta CF).
Art. 2º São Poderes da união, indepen dentes e harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o Judiciário.
` art. 60, § 4º, III, desta CF. SV, 37. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função le- gislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. STF, 649. É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades.
Art. 3º Constituem oBJetiVoS fundamen tais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e so- lidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional; ` arts. 23, parágrafo único, e 174, § 1º, desta CF.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
` arts. 23, X e 214, desta CF. ` arts. 79 a 81, ADCT. ` LC 111/2001 (Dispõe sobre o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza).
IV - promover o bem de todos, sem preconcei- tos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
` Lei 7.716/1989 (Lei do Racismo). ` Lei 11.340/2006 (Cria mecanismos para coibir a violência domés tica e familiar contra a mulher). ` Lei 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial) ` ADPF 132 (DOU, 13.05.2011) e ADI 4.277: reconhecimento da união homoafetiva como família
conStituição da rePÚBlica FederatiVa do BraSil art. 5º13
C F
Art. 4º A República Federativa do Brasil re- ge-se nas suas relações internacionais pelos seguintes PrincÍPioS:
` arts. 21, I; e 84, VII e VIII, desta CF.
I - independência nacional; ` arts. 78, caput; e 91, § 1º, III e IV, desta CF.
II - prevalência dos direitos humanos; ` Dec. 678/1992 (Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos Pacto de São José da Costa Rica). ` Dec. 4.463/2002 (Dispõe sobre a declaração de reconhecimento da competência obrigatória da Corte Interamericana em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). ` Lei 12.528/2011 (Cria a Comissão Nacional da Verdade no âmbito da Casa Civil da Presidência da República). ` Dec. 8.767/2016 (Promulga a Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado).
III - autodeterminação dos povos;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; ` art. 5º, XLII e XLIII, desta CF. ` Lei 7.716/1989 (Lei do Racismo). ` Lei 8.072/1990 (Lei dos Crimes Hediondos). ` Dec. 5.639/2005 (Promulga a Convenção Interamericana contra o Terrorismo). ` Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo).
IX - cooperação entre os povos para o pro- gresso da humanidade;
X - concessão de asilo político. ` Dec. 55.929/1965 (Promulga a Convenção sobre Asilo Territorial).
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, polí tica, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comuni- dade latino-americana de nações.
tÍtulo ii doS direitoS e GarantiaS
FundamentaiS
caPÍtulo i doS direitoS e deVereS indiViduaiS e coletiVoS
Art. 5º todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
` arts. 5º, §§ 1º e 2º; e 60, § 4º, IV, desta CF. SV, 6. Não viola a constituição o estabelecimento de remune- ração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.
SV, 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física pró- pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis- ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
` arts. 143, § 2º; e 226, § 5º, desta CF.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
` art. 14º, § 1º, I; art. 143, desta CF. SV, 44. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habili- tação de candidato a cargo público.
STF, 686. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a ha- bilitação de candidato a cargo público.
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
` incisos XLIII; XLVII, e; XLIX; LXV; e LXVI deste artigo.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
` art. 220, §§ 1º e 2º, desta CF.
V - é assegurado o direito de resposta, pro- porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
` art. 220, § 1º, desta CF. STJ, 37. São cumuláveis as indenizações por dano material e da- no moral oriundos do mesmo fato.
STJ, 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
STJ, 362. A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do arbitramento.
STJ, 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estéti- co e dano moral.
STJ, 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
STJ, 403. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins eco- nômicos ou comerciais.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
` art. 208, CP (crime de ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo)
VII - é assegurada, nos termos da lei, a pres- tação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
` art. 24, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais). ` art. 124, XIV, Lei 8.069/1990 (ECA).
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximirse de obrigação legal a todos imposta e recusarse a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
` arts. 15, IV, e 143, §§ 1º e 2º, desta CF.
IX - é livre a expressão da atividade intelec tual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
` art. 220, § 2º , desta CF.
conStituição da rePÚBlica FederatiVa do BraSil art. 5º 14
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
` art. 114, VI, CF. ` arts. 186 e 927, CC.
SV, 11. Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física pró- pria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade dis- ciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. STF, 714. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de ser- vidor público em razão do exercício de suas funções. STJ, 227. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. STJ, 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estéti- co e dano moral. STJ, 388. A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. STJ, 403. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins eco- nômicos ou comerciais. STJ, 420. Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor de indenização por danos morais.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con- sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
` art. 150, §§ 1º a 5º, CP. ` arts. 283, CPP.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipó- teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
` arts.136, § 1º, I, b e c; e 139, III, desta CF. ` arts. 151 e 152, CP (crimes contra a inviolabilidade de corres pondência) ` art. 233, CPP. ` Lei 9.296/1996 (Lei das Interceptações Telefônicas). ` art. 7º, II e §6º do Estatuto da OAB
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
` arts. 170 e 220, § 1º, desta CF.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informa ção e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
` art. 220, § 1º, desta CF. ` art. 154, CP (violação do segredo profissional) ` ADPF 130 (Lei de Imprensa incompatível com a CF)
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
` arts. 139, desta CF. ` art. 22, Pacto de San Jose da Costa Rica.
XVI - todos podem reunirse pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, in- dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido PRÉVIO AVISO à autoridade compe tente;
` arts. 136, § 1º, I, a; e 139, IV; desta CF.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
` arts. 8º; 17, § 4º; e 37, VI, desta CF. ` art. 199, CP (atentado contra a liberdade de associação)
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autori- zação, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
` arts. 8º, I; e 37, VI, desta CF.
XIX - as associações só poderão ser compul soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a asso ciarse ou a permanecer associado;
` art. 117, VII, Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, Autarquias e Fundações Públicas Federais).
XXI - as entidades associativas, quando ex pressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
` art. 82, IV e § 1°CDC. ` art. 5º, Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública). ` art. 210, III, Lei 8.069/1990 (ECA).
STF, 629. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da au- torização destes.
XXII - é garantido o direito de propriedade; ` art. 243 desta CF. ` arts. 1.228 a 1.368A, CC
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
` arts. 170, III; 182, § 2º; e 186 desta CF.
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante jus ta e prévia indenização em dinheiro, ressal- vados os casos previstos nesta Constituição;
` arts. 22, II, 182, § 3º; 184 e 185, desta CF. ` arts. 1.228, §3º e 1.275, V, CC ` Lei 4.132/1962 (Define os casos de desapropriação por interesse social). ` Lei 6.602/1978 (Desapropriação por utilidade pública). ` Dec.Lei 3.365/1941 (Lei das Desapropriações).
STF, 23. Verificados os pressupostos legais para o licenciamen- to da obra, não o impede a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada. STF, 111. É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir à finalidade da sua desapropriação. STF, 157. É necessária prévia autorização do Presidente da Re- pública para desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica. STF, 164. No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão de posse, ordena- da pelo juiz, por motivo de urgência. STF, 218. É competente o juízo da Fazenda Nacional da capital do Estado, e não o da situação da coisa, para a desapropriação promovida por empresa de energia elétrica, se a União Federal intervém como assistente. STF, 378. Na indenização por desapropriação incluem-se hono- rários do advogado do expropriado. STF, 416. Pela demora no pagamento do preço da desapropria- ção não cabe indenização complementar além dos juros.
Código Penal
CÓDIGO PENAL
DECRETOLEI N. 2.848, DE 07 DE DEZEMBRO DE 1940
` DOU, 31.12.1940. ` art. 22, I, CF.
O Presidente da República, usando da atribui ção que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
PARTE GERAL ` Parte Geral com redação determinada pela Lei 7.209/1984 (DOU, 13.07.1984).
TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Anterioridade da Lei Art. 1º Não há CRIME sem lei anterior que o defina. Não há PENA sem prévia cominação legal.
` art. 5º, XXXIX e XL, CF. ` arts. 2º e 3º, CPP. ` art. 1º, CPM. ` art. 61, Lei 9.099/1995 (Juizados Especiais). ` art. 1º, Dec.Lei 3.914/1941 (Lei de Introdução ao Código Penal e à Lei das Contravenções Penais). ` art. 9º, Dec. 678/1992 (Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos Pacto de São José da Costa Rica). ` Súm. 722, STF.
Lei penal no tempo Art. 2º Ninguém pode ser punido por
fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
` art. 5º, XL, CF. ` art. 107, III, deste Código. ` art. 2º, CPP. ` art. 66, I, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).
STF, 711. A lei penal mais grave aplicase ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qual quer modo favorecer o agente, aplicase aos fatos anteriores, ainda que decididos por sen tença condenatória transitada em julgado.
STF, 611. Transitada em julgado a sentença condenatória, com pete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.
STJ, 471. Os condenados por crimes hediondos ou asseme lhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitamse ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
Lei excepcional ou temporária Art. 3º A lei excepcional ou temporária,
embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determi naram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência.
Tempo do crime Art. 4º Considerase praticado o crime no
momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
` art. 69, CPP. STF, 711. A lei penal mais grave aplicase ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Territorialidade Art. 5º Aplicase a lei brasileira, sem pre
juízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
` arts. 1º, I; 5º, LII; CF. ` arts. 1º; 70; e 90, CPP.
§ 1º Para os efeitos penais, consideramse como extensão do território nacional as em barcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em altomar.
` art. 20, VI, CF.
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achandose aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
` arts. 89 e 90, CPP. ` art. 2º, Dec.Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
CóDIGO PENALArt. 6º 154
Lugar do crime Art. 6º Considerase praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzirse o resultado.
` arts. 70 e 71, CPP.
Extraterritorialidade Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, em
bora cometidos no estrangeiro: ` art. 88, CPP. ` art. 2º, Lei de Contravenções Penais.
I os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
` art. 109, IV, CF.
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
` art. 1º, Lei 2.889/1956 (Lei do Crime de Genocídio). ` art. 1º, p.u., Lei 8.072/1990 (Lei de Crimes Hediondos).
II os crimes: ` art. 2º, Dec.Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
` art. 109, V, CF.
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade pri vada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
` art. 2º, Lei nº 9.455/1997.
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional;
STF, 1. É vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasi leira, ou que tenha filho brasileiro, dependente da economia paterna.
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
` V. Lei 13.445/2017 (Institui a Lei de Migração).
d) não ter sido o agente absolvido no estran geiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estran geiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
` arts. 107 a 120 deste Código.
§ 3º A lei brasileira aplicase também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça.
` art. 5º, deste Código.
Pena cumprida no estrangeiro Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro ate nua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
` art. 42 deste Código. ` arts. 787 a 790, CPP. ` art. 8º, CPM. ` Dec. 5.919/2006 (Convenção Interamericana sobre o Cumprimento de Sentenças Penais no Exterior).
Eficácia de sentença estrangeira Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homo logada no Brasil para:
` art. 105, I, i, CF. ` arts. 780 a 790, CPP.
I obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
` arts. 63 a 68, CPP.
II sujeitálo a medida de segurança. ` arts. 96 a 99 deste Código. ` arts. 171 a 179, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).
Parágrafo único. A homologação depende: a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tra tado de extradição com o país de cuja autori dade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Contagem de prazo Art. 10. O dia do começo incluise no cômputo do prazo. Contamse os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
` art. 798, § 1º, CPP. ` art. 16, CPM.
Frações não computáveis da pena Art. 11. Desprezamse, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as
CóDIGO PENAL Art. 17155
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frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
` art. 44, § 4º, deste Código.
Legislação especial Art. 12. As regras gerais deste Código apli camse aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
` art. 287, CE. ` art. 17, CPM. ` art. 1º, Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais). ` art. 90, Lei 9.504/1997 (Lei das Eleições). ` Súm. 171, STJ.
TÍTULO II DO CRIME
Relação de causalidade Art. 13. O resultado, de que depende a
existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considerase causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
` art. 19 deste Código.
Superveniência de causa independente § 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputamse a quem os praticou.
Relevância da omissão § 2º A omissão é penalmente relevante quan do o omitente DEVIA E PODIA agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, pro teção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Art. 14. Dizse o crime: STF, 610. Há crime de latrocínio, quando o homicídio se con suma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.
STJ, 96. O crime de extorsão consumase independentemente da obtenção da vantagem indevida.
Crime consumado I CONSUMADO, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
` art. 111, I, deste Código. SV, 24. Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/90, antes do lança mento definitivo do tributo.
Tentativa II TENTADO, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
` art. 111, II, deste Código. ` art. 4º, Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
STJ, 567. Sistema de vigilância realizado por monitoramen to eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto. (DJe, 29.02.2016.)
Pena de tentativa Parágrafo único. Salvo disposição em con trário, punese a tentativa com a pena corres pondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
SV, 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabele cimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. (DOU, 17.04.2015.)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15. O agente que, VOLUNTARIAMEN TE, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só res ponde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior Art. 16. Nos crimes cometidos sem vio
lência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
` arts. 65, III, b, e 312, § 3º, deste Código. STF, 554. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosse guimento da ação penal.
Crime impossível Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absolu ta impropriedade do objeto, é impossível consumarse o crime.
` arts. 386, III; 397, III; 415, III. ` Súm. 145, 567, STJ.
Código de Processo Penal
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
DECRETOLEI N. 3.689, DE 03 DE OUTUBRO DE 1941
O Presidente da República, usando da atribui ção que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
LIVRO I DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º O processo penal regerseá, em todo o território brasileiro, por este Código, res- salvados:
` arts. 4º a 8º, CP. ` arts. 1º a 6º, CPPM. ` Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica). ` Lei 8.617/1993 (Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros).
I os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
` art. 109, V, CF. ` Dec. 678/1992 (Pacto de São José da Costa Rica). ` Dec. 4.388/2002 (Promulga o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional).
II as prerrogativas constitucionais do Presi dente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribu nal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
` Refere-se à CF/1937. V., na CF/1988, os seguintes arts. 50, § 2º; 52, I, p.u.; 85; 86, § 1º, II; e 102, I, b. ` Lei 1.079/1950 (Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento). ` Súm. Vinc. 46, STF.
III os processos da competência da Justiça Militar;
` art. 124, CF.
IV os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n. 17);
` Refere-se à CF/1937. ` arts. 5º, XXXV e XXXVII, e 109, CF. ` Lei 7.170/1983 (Lei de Segurança Nacional). ` Lei 5.250/1967 (Lei de Imprensa). ` ADPF 130-7 (DOU e DJe, 12.05.1009).
V os processos por crimes de imprensa. ` ADPF 130.
Parágrafo único. Aplicarseá, entretanto, este Código aos processos referidos nos n. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
Art. 2º A lei processual penal aplicarseá desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
` arts. 1º a 3º, CP.
Art. 3º A lei processual penal ADMITIRÁ interpretação extensiva e aplicação analó gica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
` art. 1º, CP. ` arts. 4º e 5º, Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro - LInDB, antiga LICC).
Juiz das Garantias ` (Incluído pela Lei 13.964/2019)
Art. 3°-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos indi viduais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, com petindolhe especialmente: I receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal;
II receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código;
III zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
IV ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
V decidir sobre o requerimento de prisão pro visória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1° deste artigo;
VI prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituílas ou revogálas, assegurado, no primeiro caso, o
CóDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 3ºE227
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exercício do contraditório em audiência públi ca e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente;
VII decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
VIII prorrogar o prazo de duração do inqué rito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;
IX determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razo ável para sua instauração ou prosseguimento;
X requisitar documentos, laudos e informa ções ao delegado de polícia sobre o andamen to da investigação;
XI decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comu nicações em sistemas de informática e tele mática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que res trinjam direitos fundamentais do investigado;
XII julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia;
XIII determinar a instauração de incidente de insanidade mental;
XIV decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;
XV assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investiga do e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;
XVI deferir pedido de admissão de assis tente técnico para acompanhar a produção da perícia;
XVII decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colabora ção premiada, quando formalizados durante a investigação;
XVIII outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.
§ 1º O preso em flagrante ou por força de man dado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Minis tério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. (Vetado pelo Presidente da República na Lei 13.964/2019, mantido pelo Con- gresso Nacional e publicado no DOU de 30.04.2021) § 2° Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação
da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as ques tões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garan tias não vinculam o juiz da instrução e julga mento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acau telados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de ante cipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. § 4° Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias.
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas compe tências dos arts. 4º e 5° deste Código ficará impedido de funcionar no processo. Parágrafo único. Nas comarcas em que fun cionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodi camente divulgados pelo respectivo tribunal.
CóDIGO DE PROCESSO PENALArt. 3°F 228
Art. 3°-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padroni zado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão;
TÍTULO II DO INQUÉRITO POLICIAL
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apu ração das infrações penais e da sua autoria.
` art. 144, § 1º, IV, CF. ` arts. 12; 13; 16 a 18; e 22, CPP. ` Lei 12.830/2013 (Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia).
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
` art. 22, CPP. STF, 397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas depen- dências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito..
Art. 5º Nos crimes de ação pública o in quérito policial será iniciado:
` art. 129, I, VII e VIII, CF. STF, 397. O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas depen- dências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito..
I de ofício;
II mediante REQUISIÇÃO da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a RE QUERIMENTO do ofendido ou de quem tiver qualidade para representálo.
§ 1º O requerimento a que se refere o n. II conterá sempre que possível:
` art. 12, § 1º, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher).
a) a narração do fato, com todas as circuns tâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indi cação de sua profissão e residência.
` arts. 202 e 207 deste Código.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimen to de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver co nhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública PODERÁ, verbalmen te ou por escrito, comunicála à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, MANDARÁ instaurar inquérito.
` art. 340, CP. ` art. 66, I e II, Dec.-Lei 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais).
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a AÇÃO PÚBLICA depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
` arts. 24 e 25 deste Código. ` art. 100, § 1º, CP.
§ 5º Nos crimes de AÇÃO PRIVADA, a auto ridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentála.
` arts. 30; 31; e 34 deste Código. ` art. 100, § 2º, CP.
STF, 594. Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu re- presentante legal.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prá tica da infração penal, a autoridade policial deverá:
` art. 12, CPPM. ` art. 69, Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais). ` arts. 10 a 12, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher). ` art. 90, II, Dec. 6.049/2007 (Regulamento Penitenciário Federal). ` Lei 9.296/1996 (Lei de Interceptação das Comunicações Tele- fônicas). ` Lei n. 12.830/2013 (Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia).
I dirigirse ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
` arts. 158 a 184 deste Código. ` Lei 5.970/1973 (Exclui da aplicação do disposto neste inciso os casos de acidente de trânsito).
II apreender os objetos que tiverem rela ção com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
` arts. 11; 124; e 240 a 250 deste Código. ` art. 91, II, a e b, CP.
III colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
` arts. 155 a 250 deste Código. ` art. 12, II, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher).
IV ouvir o ofendido; ` art. 201 deste Código. ` art. 12, I, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher).
V ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
` art. 5º, LIV e LXIII, CF. ` arts. 185 a 196 deste Código. ` art. 12, V, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher).
VI proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
CóDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 13A229
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` arts. 226 a 230 deste Código.
VII determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
` arts. 158 a 184 deste Código. ` art. 12, IV, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher).
VIII ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
` art. 5º, LVIII, CF. ` art. 12, VI, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher). ` Lei 12.037/2009 (Dispõe sobre a identificação criminal do civil- mente identificado). ` Súm. 568, STF.
IX averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
` art. 59, CP. ` art. 5º, Lei 7.210/1984 (Lei de Execuções Penais).
X colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indica do pela pessoa presa.
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à repro dução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
` art. 5º, LXIII, CF. ` art. 13, CPPM.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
` arts. 301 a 310 deste Código. ` art. 69, p.u., Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais). ` Súm. 145, STF.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
` art. 21, CPPM. ` Súm. Vinc. 14, STF.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no pra zo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
` arts. 647; 648, II; e 798, § 1º, deste Código. ` art. 20, CPPM. ` art. 66, Lei 5.010/1966 (Lei da Organização da Justiça Federal). ` art. 51, Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
` art. 52, I, Lei 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiri das, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
` art. 16 deste Código.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acom panharão os autos do inquérito.
` art. 5º, LIV, CF. ` arts. 118 a 124; e 155 a 250 deste Código.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
` arts. 27; 39, § 5º; 40; 46, § 1º; 211; e 573 deste Código. ` art. 28, CPPM.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
` art. 322 deste Código.
I fornecer às autoridades judiciárias as infor mações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
` art. 129, VIII, CF.
III cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
` arts. 282 a 300; deste Código
IV representar acerca da prisão preventiva. ` arts. 311 e 312 e 378, II, deste Código. ` arts. 1º e 2º, Lei 7.960/1989 (Dispõe sobre prisão temporária). ` art. 20, caput, Lei 11.340/2006 (Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher).
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do DecretoLei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei
Legislação Complementar
Diploma Pág.
LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965 377
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981 381
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984 388
LEI Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985 416
LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989 419
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990 420
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 422
LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990 457
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 460
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 466
LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 498
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995 507
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996 519
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 520
Diploma Pág.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 521
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998 533
LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999 539
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000 548
LEI Nº 11.079, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004 567
LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005 576
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 620
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 629
LEI Nº 11.417, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006 648
LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009 649
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013 654
LEI Nº 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021 661
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Regula a ação popular.
` Ação Popular
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de so- ciedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausen- tes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
` Refere-se à Constituição de 1946. ` CF/88: arts. 5º, LXXIII e 129, III.
§ 1º Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. § 2º Em se tratando de instituições ou funda- ções, para cuja criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades sub- vencionadas, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos. § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. § 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades, a que se refere este artigo, as certidões e informações que julgar necessárias, bastando para isso indicar a fina- lidade das mesmas. § 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, deverão ser fornecidas
dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de ação popular. § 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser sigi- lo, poderá ser negada certidão ou informação. § 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo ante- rior, a ação poderá ser proposta desacompa- nhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em julgado de sentença condenatória.
Art. 2º. São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fun- damenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
Art. 3º. Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou privado, ou das
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entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se compreendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
Art. 4º. São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º. I – A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto às condições de habilitação, das normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
II – A operação bancária ou de crédito real, quando: a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, estatutárias, regimen- tais ou internas; b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao constante de escritura, contrato ou avaliação.
III – A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando: a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou adminis- trativa, sem que essa condição seja estabe- lecida em lei, regulamento ou norma geral; b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que comprometam o seu caráter competitivo; c) a concorrência administrativa for processada em condições que impliquem na limitação das possibilidades normais de competição.
IV – As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem admitidas, em favor do adjudicatário, durante a execução dos con- tratos de empreitada, tarefa e concessão de serviço público, sem que estejam previstas em lei ou nos respectivos instrumentos;
V – A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não cabível con- corrência pública ou administrativa, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou constantes de ins- truções gerais; b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na época da operação; c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na época da operação. VI – A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que seja a sua modali- dade, quando: a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares ou de instru- ções e ordens de serviço; b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador.
VII – A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o limite de valor,
desobedecer a normas legais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
VIII – O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando: a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamentares, regimentais ou constantes de instruções gerias: b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior ao da avaliação.
IX – A emissão, quando efetuada sem obser- vância das normas constitucionais, legais e regulamentadoras que regem a espécie.
DA COMPETÊNCIA
Art. 5º. Conforme a origem do ato impug- nado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município. § 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das sociedades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse patrimonial. § 2º Quando o pleito interessar simultanea- mente à União e a qualquer outra pessoa ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar si- multaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do Estado, se houver. § 3º A propositura da ação prevenirá a juris- dição do juízo para todas as ações, que forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos. § 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado.
DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES
Art. 6º. A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato im- pugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo. § 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indeterminado ou desco-
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nhecido, a ação será proposta somente contra as outras pessoas indicadas neste artigo. § 2º No caso de que trata o inciso II, item b, do art. 4º, quando o valor real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pessoas públicas ou privadas e entidades referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela avaliação inexata e os beneficiários da mesma. § 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou dirigente. § 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. § 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular.
DO PROCESSO
Art. 7º. A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código de Processo Civil, observadas as seguintes normas modificativas:
` CPC/15: art. 318 e ss.
I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público;
` CF/88: art. 127.
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros que se lhe afigurem neces- sários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará para que as requisições, a que se refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz.
` CF/88: art. 127.
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser oferecidos nos prazos assinala- dos, o juiz poderá autorizar prorrogação dos mesmos, por prazo razoável. II – Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários far-se-á por edital com o prazo de 30 (trinta) dias, afixado na sede do juízo e publicado três vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou da Capital do Estado ou Território em que seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita e deverá iniciar-se no máximo 3 (três) dias após a entrega, na repartição competente, sob protocolo, de uma via autenticada do mandado.
III – Qualquer pessoa, beneficiada ou respon- sável pelo ato impugnado, cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver feito na forma do inciso anterior.
IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a reque- rimento do interessado, se particularmente difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital.
V – Caso não requerida, até o despacho sa- neador, a produção de prova testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10 (dez) dias, para alegações, sendo-lhe os autos conclusos, para sentença, 48 (quarenta e oito) horas após a expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o processo tomará o rito ordinário.
VI – A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julgamento, deverá ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz.
Parágrafo único. O proferimento da senten- ça além do prazo estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de merecimento para promoção, durante 2 (dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de promoção por anti- guidade, de tantos dias quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, declinado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar competente.
Art. 8º. Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo justo devidamente comprovado, a autoridade, o administrador ou o dirigente, que deixar de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido estipulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra b), informações e certidão ou fotocópia de documento neces- sários à instrução da causa.
` CP: art. 330.
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entregue, sob recibo, o requerimento do interessado ou o ofício de requisição (art. 1º, § 5º, e art. 7º, n. I, letra b).
Art. 9º. Se o autor desistir da ação ou der mo- tiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qual- quer cidadão, bem como ao representante
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do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
Art. 10. As partes só pagarão custas e pre- paro a final.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prá- tica e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na con- denação dos réus, o pagamento, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extraju- diciais, diretamente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fun- damento de direito do pedido, julgar a lide manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas.
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado na sentença; se depender de avaliação ou perícia, será apurado na execução. § 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer pagamento, a condenação imporá o pagamento devido, com acréscimo de juros de mora e multa legal ou contratual, se houver. § 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, simulada ou irreal de contratos, a condenação versará sobre a reposição do débito, com juros de mora. § 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por des- conto em folha até o integral ressarcimento do dano causado, se assim mais convier ao interesse público. § 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita a sequestro e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência da lei penal ou a prática de falta
disciplinar a que a lei comine a pena de demis- são ou a de rescisão de contrato de trabalho, o juiz, ex officio, determinará a remessa de cópia autenticada das peças necessárias às autoridades ou aos administradores a quem competir aplicar a sanção.
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução o representan- te do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades referidas no art. 1º, ainda que hajam contestado a ação, promover, em qualquer tempo, e no que as beneficiar a execução da sentença contra os demais réus.
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idên- tico fundamento, valendo-se de nova prova.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribu- nal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. § 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. § 2º Das sentenças e decisões proferidas con- tra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se entidades autárquicas: a) o serviço estatal descentralizado com per- sonalidade jurídica, custeado mediante orça- mento próprio, independente do orçamento geral; b) as pessoas jurídicas especialmente insti- tuídas por lei, para a execução de serviços de interesse público ou social, custeados por
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