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Turismo – Cultura – Moda – Beleza – Comportamento – Arquitetura – Tecnologia – Gastronomia – Vinhos Ano I - #007 - Distribuição gratuita Beleza Inesquecível Há 80 anos nascia Audrey Hepburn, atriz mais elegante do cinema Especial Chanel A estilista que revolucionou a moda

Revista Estação Aeroporto #07

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Nesta edição fazemos uma homenagem a Audrey Hepburn, que estaria comemorando 80 anos; também entrevistamos o galã Clive Owen e traçamos um perfil da estilista que mudou a moda para sempre: Coco Chanel. Em turismo, conheça Santarém, Campos do Jordão, Gramado e o potencial turístico e de aventura de Tocantins. Em turismo internacional, Nice na França. O gemólogo Luiz Augusto Teixeira Koerich fala de diamantes e a estilista Martha Medeiros abre seu atelier. Um perfil do artista Stephan Doitschinoff. Tudo isso e muito mais. Confira!

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Turismo – Cultura – Moda – Beleza – Comportamento – Arquitetura – Tecnologia – Gastronomia – Vinhos

Ano I - #007 - Distribuição gratuita

BelezaInesquecível

Há 80 anos nascia

Audrey Hepburn, atriz

mais elegante do

cinema

Especial

ChanelA estilista que revolucionou

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Nesta edição, brindamos o leitor com matérias so-bre duas das mulheres mais marcantes de todos

os tempos: Audrey Hepburn e Coco Chanel. Dois ícones de beleza e elegância, que revolucionaram o cinema, a moda, e portanto, o mundo.

Audrey, mais uma vez eleita a atriz mais bonita de todos os tempos, completaria 80 anos em maio, se es-tivesse viva. Mas foi imortalizada nos filmes. Impossível esquecer seus olhos brilhantes, a graça dos gestos de bailarina, o carisma do sorriso, o charme aristocrático.

Chanel também dispensa apresentações. Sua busca por conciliar simplicidade e sofisticação e a ousadia dos modelos inspirados na moda masculina fizeram com que seu nome fosse o único lembrado para configurar a lista das 100 pessoas mais influentes do século 20, organiza-da pela revista Time. Mais do que moda, muitas vezes efêmera, Chanel criou um estilo.

Em “Lugares por Onde Andei”, Maria Remor fala de

suas recordações da terra de sua Nona, a bela Toscana (Itália). Continuando a tratar sobre o Ano da França no Brasil, outro encontro entre a culinária francesa e brasilei-ra, com perfil de Eduardo Jacinto, chef do Café Constant, delicioso bistrô que virou o point da moda na capital francesa. Em “Turismo Internacional”, um passeio a Nice.

Seguimos com um pouco mais sobre o Congresso Mundial de Viagem e Turismo, o Wttc, em Florianópo-lis. E, tantos outros assuntos que foram abordados uni-camente para dar prazer e satisfação ao leitor Estação Aeroporto. Quanto a nós da equipe, fica o sentimento de mais um dever cumprido. Obrigada aos nossos parceiros, junto com eles vamos viabilizando o projeto!

Um beijo... Fiquem com Deus.

Narriman

Redação:Rua: Anita Garibaldi 79 sala 606 - Centro Execu-tivo Miguel Daux - Florianópolis (SC)Tel. (48) [email protected]

Diretora:Narriman [email protected]

Conselho editorial:Guilherme MirandaNarriman ChedeDani FerreraRodrigo Brasil

MarketingGuilherme [email protected]

Jornalista responsável:Rodrigo Brasil - MTB SC-02811 [email protected]

Editores:Dani Ferrera (cultura e entretenimento)[email protected]

Mirian Koerich (Moda)[email protected]

Produção de Moda:Narriman Chede

Colunistas:Syomara [email protected] [email protected] [email protected]

Diagramação:Rodrigo Kurtz [email protected]

Colaboradores:Rodrigo Kurtz Matheus AlvesBruna SplittesEscritório Samira CamposLuiz Augusto Koerich Teixeira

Comercial:

BrasíliaAlberto Moreira Rosa Neto.SCS quadra 02 bloco DEdifício Oscar Niemayer,1002Fone (61) [email protected]

São PauloClaudia Carpes PedroRua:Pamplona,1465 conj 74Fone (11) [email protected]

CuritibaMirian LinsRua: Senador Xavier da Silva,488 conj 808Fone (41) 3232-3466paraná@centralcomunicacao.com.br

A revista Estação Aeroporto é uma publicação da E EDITORA LTDA ME - Revistas. Rua Jerônimo Coelho, 293, Sala 201 - CEP 88010-030 - Flo-rianópolis, SC. (48) 3222 18490.

Expediente

Editorial

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Sumário

08 Horizontes10 Mimos12 Lugares por onde andei14 Beleza16 Turismo Internacional22 Habitat24 Perfil28 Capa32 Tecnologia34 Cultura

46 Desembarque52 Velocidade54 Gastronomia56 Vinhos57 Mais ESTAÇÃO 58 Moda71 Mulheres no Poder76 Estação Mulher78 Sexo81 Crônica

28Audrey

Hepburn

18Diamantes

26CliveOwen

58Coco

Chanel

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HorizontesEncontro com Amazonas e Tapajós Santarém / Pará

Popularmente chamada de “Pérola do Tapajós”, Santarém é a principal cidade do oeste paraen-

se. Distante 1.369 km de Belém, o município se destaca pelo seu grande potencial turístico. Um dos atrativos é o encontro dos rios Tapajós e Amazonas, espetáculo que pode ser visto logo na entrada da cidade. De um lado, as águas azul-esverdeadas do Tapajós e, de outro, as águas barrentas do Amazonas.

Os dois rios correm lado a lado sem se misturarem por quilômetros, até que o Amazonas absorve completamente o Tapajós. A diferença das águas se dá porque o Tapajós drena a velha placa geológica central Brasileira, esgotada em sedimentos e matéria orgânica, a e o Amazonas, por outro lado, vem das bem mais recentes formações Andi-nas, ainda carregada de sedimentos.

O artesanato típico, um dos principais signos da identi-dade e cultura do Pará, possui como destaque as cuias, que recebem decorações gravadas, pintadas ou incisas, com formas que remetem às culturas indígenas, tão presentes em toda a região. São feitas quase que exclusivamente por mulheres - a participação dos homens se dá apenas no processo de raspagem para retirada do miolo do fruto.

Não deixe de experimentar o bacuri, uma das frutas preferidas pela população amazônica, que chegou a ser integrante dos banquetes oficiais do Itamaraty nos tempos do Barão de Rio Branco. Sua polpa branca, que se torna amarelada em contato com o ar, serve ao preparo de sor-vetes, sucos, compotas e pudins.

A apenas 30 km dali, fica Alter-do-Chão, uma vila de pescadores com cerca de seis mil habitantes, que ofere-ce um cenário magnífico de praias de águas límpidas e transparentes e areia fina, às margens do rio Tapajós. No mês de agosto, período da seca, o nível da água chega a baixar dez metros, e aparecem 100 km de praias, muitas desertas. Mas não é preciso ir longe: a praia do centro do vilarejo, chamada Ilha do Amor, é belíssima e possui boa infraestrutura.

Na ponta do Cururu, pode-se avistar outra atração lo-cal: os botos. Tanto o cor-de-rosa quanto o tucuxi (cinza) visitam os barcos que desligam seus motores em torno da praia no entardecer. No mês de setembro, a vila sedia a famosa festa do Çairé.

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Saiba mais:Prefeitura de Santarém: www.santarem.pa.gov.br

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O encontro dos rios que não se misturam: as águas azul-esverdeadas do Tapajós e as lamacentas do Amazonas.

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Em sentido horário: A paisagem de Alter do Chão, casarão antigo e feira de artesanato no centro histó-rico de Santarém, e uma anta, espécie encontrada na região.

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Uma década de beleza e luxo

Há 10 anos de mercado de jóias em Flo-rianópolis, a loja Bárbara K. expande seus horizontes para lojas no interior de San-ta Catarina e Paraná. Além disso, em sua nova coleção, peças como esse colar ao lado, da Fause Haten.

Mais informações: Rua Bocaiúva, 2468Florianópolis (SC)Tel.: 48 3222 7767

Mimos

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Clássico revisitado

Estampa de bicho, junto com a camisa branca, as pérolas e o pretinho básico, é um clássico. E como os clássicos nunca saem de moda, lá veio a bicharada desfilar seu inconfundível pa-drão nas passarelas do inverno 2010 interna-cionais. No Brasil, chega pela Bob Store.Mais informações: www.bobstore.com.br

Chic e confortável

A Arezzo investe cada vez mais no chic aliado ao confortável. A prova está aí, na coleção ou-tono e inverno deste ano - coleção esta que traz Juliana Paes calçando os mais belos sapa-tos da estação.Mais informações: www.arezzo.com.br

Em datas como o Dia dos Namorados e das Noivas, é comum que se pense naquela perguntinha básica: qual a maneira mais adequada de presentear alguém tão espe-cial? Para ajudá-lo nesta intrincada missão, fizemos uma lista dos últimos lançamen-tos. Confira!

Especial Dia dos Namorados

Praticidade e elegância

Especializada em belos sapatos, a Schutz também está arrasando nos as-sessórios. A coleção de inverno da marca não deixa a desejar no quesito praticidade e beleza. Basta dar uma olhadinha na bolsa ao lado.Mais informações: www.schutz.com.br

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Caixas e mais caixas

Desde Pandora, já sabemos que mulheres não resistem a uma caixinha. Seja para guardar jóias, fotos ou coisas importantes, elas sempre são úteis. Ainda mais com um belo design e customizações.Mais informações: www.6f.com.brFo

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Sono delicioso

A Trousseau é a primeira marca de enxoval premium do Brasil. Idealizada pelo casal Adriana e Romeu Trussardi Neto, a coleção de Inverno chega jun-to com o friozinho. E você nem preci-sa sair de casa - as compras podem ser via internet.Mais informações: www.trousseau.com.br

Dois em um

Estilo e bom humor

Com o preço do dólar caído, é a hora de invadir os sites norte-americanos de compras. Uma das novas manias é o Busted Tees, uma marca que investe no bom humor das estampas. A compra sai por cerca de R$ 30.Mais informações: www.bustedtees.com

Nostalgia moderna

Lembra do jogo Tetris? Os designers do Brave Space Design lembram. E criaram nichos e móveis simples de incrível adaptação, que relembram as formas do jogo.Mais informações: www.bravespacedesign.com

Desenhados inicialmente para a prática de futsal, esses tênis da Pe-nalty também caem muito bem para um visual mais casual e esti-loso. Os novos modelos vêm assinados pelos jogadores profissionais Vander e Morruga.Mais informações: www.penalty.com.br

Versatilidade

O Mix de produtos da Helvétia House sempre surpreende, tanto pela releitu-ra do clássico como por sua versatilida-de em inovar. Além do espelho ao lado, a loja oferece peças decorativas, louças, almofadas, gravuras, utilidades para o lar e mobili-ário para atender diferentes ambientes da casa como estar, cozinha, copa, pér-gula, quarto e jardim.Mais informações: www.helvetiahouse.com.br

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Lugares por onde andeiSob o sol de Toscana Por Maria M. Remor

As folhas do outono já tingiam toda a Toscana de tons alaranjados quando cheguei naquela região

da Itália. O sol descambava atrás de suas colinas dulcíssi-mas. Descendente de italianos, o coração bateu mais for-te e não pude conter a emoção quando senti sob meus pés o solo de meus antepassados.

Talvez nenhuma região italiana possua tantos tesou-ros naturais e artistícos como aquela. Alpes, alpeninos, mar, estações de esporte de inverno e hidrominerais celebérrimas e um clima privilegiado. Mas o seu maior tesouro indubitavelmente é o artístico.

Cidades esplêndidas, medievais, falam-nos de um passado glorioso e longínquo e estão ali, como os vinhe-dos, campos de girassóis, olivais, compondo a paisagem toscana.

Conheci primeiro Florença, capital da Toscana, berço de gênios como Dante, Michelangelo e tantos outros cujas idéias e obra de arte transcenderam o tempo.

Colorida, elegante, circundada por férteis colinas e cortada pelo Arno, a beleza noturna de Florença refletida

em suas águas e suas várias pontes, dentre elas a pon-te Vecchio, a mais famosa, deixam a cidade ainda mais bonita.

Mistura o antigo à modernidade de hoje, mas já foi um dia a capital da Itália e o centro da civilização euro-péia na época do renascimento. Cidade milenar e uma das mais visitadas da Europa, continua com a mesma grandiosidade de outrora, na época áurea de seu apo-geu.

Igrejas, praças,galerias de arte, palácios e museus contam e guardam a sua história e arte. A catedral (Di-romo), com sua fachada toda em mármore, a cúpula de Brunelleschi e o campanário de Giotto; as igrejas de San-ta Crose, a Santa Maria Novella; galerias de arte e pa-lácios suntuosos, museus com obras de escultura e pin-tura de artistas florentinos, como a escultura de David, de Michelangelo,obra-prima de rara beleza e perfeição; telas valiosas como as de Botticelli, Da Vinci, Rafaello, Filippi Lippi, Caravaggio, Tiziano.

A praça Signorina, ali no seu centro histórico, com

Paisagem típica: Vales verdes com vinícolas, olivais e girassóis.

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seus monumentos e esculturas, contitui um dos espa-ços arquitetônicos mais relevantes da cidade.

Mas não foi só na Florença que a arte floresceu. Ela está em toda a Toscana. Siena, Pisa e San Gimignano também são verdadeiras jóias, por seu tesouro artístico.

Em Vinci, cidade de Leonardo, pude degustar da companhia e hospitalidade da família do artista. O mu-seu conta e mostra a vida do gênio da Toscana. Na colina está a sua casa, linda e conservada.

É de la que se descortina um dos panoramas mais belos que vi na Toscana. O verde domina. Vinhedos di-videm o espaço com olivais. Ciprestes guardam como sentinelas as casas antigas. Lá no vale o amarelo res-plandece: campos de girassóis em flor.

Esta foi a Toscana que conheci e amei. Pedaço da Itá-lia da minha saudosa “nona” Mariana, de meu querido neto Antônio Paulo.

“Conheça a Toscana. Ali se descobre novamente o homem e a vida.”

À esquerda, o charme das ruas de Florença. Abaixo, os famosos girassóis que inspiraram Van Gogh. E abaixo, a fonte de Netuno e vista do rio Arno, em Florença.

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Beleza Lançamentos para elaAlegria, alegria!

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oO Boticário criou o Myriad Celebrare e a linha limitada de Cele-brare Collection, além de seis estojos exclusivos. Os novos pro-dutos, que chegaram às lojas em 20 de abril, celebram a beleza feminina por meio de fórmulas e componentes especiais que deixam a pele com textura aveludada e deliciosamente perfu-mada.A fragrância de Myriad Celebrare foi concebida pelo perfumista Hernán Figoli e possui saída marcante que traduz alegria.Preço sugerido: R$ 81. Mais informações: www.oboticario.com.br

Casa perfumada

Para elas, a dica é a nova linha Flor de Pêssego, com aroma sua-ve e delicado. A Perfumada Flor de Pêssego libera sua fragrância delicada de pétalas de flores e um aroma doce e aveludado de pêssego, que criam uma deliciosa sensação de primavera nos ambientes da casa. Elegante e refinada, a vela perfumada tem duração de aproximadamente 20 horas. Preço sugerido: R$ 66. Mais informações: www.loccitane.com.br

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Efeito rubi

A Racco buscou inspiração na mais vibrante das pedras precio-sas para criar um presente especial. Trata-se do Kit Rubi – Linha Pedras, com três novos e surpreendentes produtos, em edição limitada: a Deo Colônia Splash Hidratante, Hidratante com Geléia Rubi e Sabonete Líquido Cintilante. Preço sugerido: R$ 87. Mais informações: www.racco.com.br

Evolução

Líder mundial e pioneira em máscaras para cílios, Lancôme cria uma revoluçãoem maquiagem ao inventar a primeira máscara aplicada por meio de micro-os-cilações. São 7.000 vibrações por minuto com o simples toque de um botão para uma aplicação perfeita e um efeito espe-tacular.Preço sugerido: R$ 162Mais informações: www.lancome.com.br

Lavanda

Para relaxar, revitalizar e revigorar o corpo e a mente, desfrutando do prazer, da beleza e do bem-estar de um spa, a L´Occitane lança o kit lavanda. Composto por incenso em Barra Lavanda (40 unidades), Gel de Ducha Lavanda Orgâ-nica (250 ml),e duas unidades de Sabonete Borboleta Lavanda (50 g). Preço sugerido: R$ 124Mais informações: www.loccitane.com.br

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Lançamentos para ele

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Blue label

Amadeirado fresco, com notas de bergamota, grapefruit, tangerina, pimenta, cardamomo, madeira de cedro e ve-tiver. Givenchy Blue Label envoca a energia, o estilo e a atitude do homem moderno, dinâmico e sensual.100 ml preço sugerido: R$ 30050 ml preço sugerido: R$ 200

Túnel do tempo

Maxxi 300, da Racco, é um produto que melhora o vigor físico, o tônus e a sustentação da pele, além de reduzir os sinais de envelhecimento pelo combate aos radicais livres.Outro grande feito é combater a calvície. O frasco contém 30 cápsulas, que contêm uma combinação de antioxidantes, tais como, Vitamina C, Vitamina E, Zinco e Colágeno.Preço sugerido: R$ 80Mais informações: www.racco.com.br

Costas lisas

Você já deve ter escutado conversas a respeito. Mulheres não gostam de costas peludas. O Mangroomer, um barbea-dor elétrico que parece uma arma de kung fu futurista, pa-rece ser a resposta para esse “problema“. Completamente estendido, o Mangroomer mede quase 60 centímetros da base até a lâmina - comprido o bastante para raspar os cantos mais remotos das costas humanas.Mais informações: www.mangroomer.com

Com produtos desenvolvidos e testados com rigor far-macêutico, a Vichy, marca da divisão Cosmética Ativa, da L´Oréal, inaugura o segmento de dermocosméticos mascu-linos com o lançamento da linha Vichy Homme, composta por Mousse de Barbear, Desodorante Vaporizador, Desodo-rante Roll-on e Gel de Limpeza Purificante exclusivo para peles sensíveis. Mais informações: www.vichy.com.br

Só para eles

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Nice / França

Turismo internacionalTodas as cores de Nice

Capital não-oficial da Riviera Francesa, a meio caminho entre o Principado de Mônaco e Can-

nes, Nice encerra um balneário e um grande porto, onde os Alpes e o rio Pailon encontram o Mediter-râneo. A cidade tem muitos prédios com arquitetura art nouveau, muitos museus e vida noturna e cultural agitada. A praia pedregosa, mas relaxante para dei-tar, fica cheia de gente nos dias ensolarados. Porém, pouca gente nada.

A Vila Velha é um centro histórico repleto de ativi-dades culturais,com suas ruelas e grandes praças com monumentos. Uma sugestão de passeio é caminhar pela avenida Promenade des Anglais, que circunda o Mar Mediterrâneo, até chegar a Place du 8 de mai, onde se tem uma linda vista de toda a costa de Nice.

A apenas um quarteirão do mar e no centro da ci-dade velha, o mercado de flores é uma das atrações mais famosas de Nice. Cercado por cafés e lojas de souvenirs, às segundas-feiras abriga uma feira de an-tiguidades. Nos outros dias, o forte das barracas são alimentos da região e uma infinidade de flores.

A Cathédrale Orthodoxe Russe Saint-Nicolas (Av. Nicolas-II, Boulevard Tzarevitch, próximo à estação de trem Gare Nice Ville) é passeio obrigatório. Constru-ída pelo czar Nicolau II, no início do século 20, é o mais belo edifício da igreja ortodoxa fora da Rússia,

ricamente ornamentada e decorada com imagens be-líssimas.

A fonte do Sol, na praça Massena, e a rua France, com seu calçadão repleto de lojas, barzinhos e res-taurantes turísticos, são outros bons lugares para se passear a pé. Os restaurantes turísticos ficam atrás do chamado Quai des États-Unis, no Cours Saleya, liga-dos à praia por um pavilhão, na área conhecida como Vieux Nice. Com sorte, você encontra um bom festival de jazz no verão.

Nice serviu de morada e inspiração para muitos artistas, incluindo o escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, o pintore Henri de Toulouse-Lautrec e o escultor Auguste Rodin. No alto da colina de Cimiez, os visitantes podem apreciar a coleção de obras dei-xadas por Henri Matisse para a cidade que amou. O museu foi inaugurado em 1963 para homenagear o pintor, que morou em Nice de 1918 a 1954, ano de sua morte.

Também vale a pena conhecer o Musée des Beaux-Arts, que tem uma importante galeria dedicada ao período da Belle Époque, e obras de artistas como J. B. Carpeaux, Rude e Rodin. Já o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall tem 17 grandes telas de au-toria do pintor russo que ilustram os dois primeiros livros da Bíblia.

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Lanchas sofisticadas: O balneário é frequentado pela elite européia.

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Saiba mais:Turismo: www.nicetourism.com

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À esquerda, Monumento do Centenário, localiza-do na Promenade des Anglais.

Do alto da Place du 8 de mai, tem-se uma linda vista de toda a costa de Nice.

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Mais EstaçãoDiamantes são eternos

O diamante é, consagradamente, o melhor amigo de uma mulher. Quem de nós não conheceu a célebre

frase dita por Marilyn Monroe: “diamonds are a girl best friend”? Ou quem ainda não ouviu que diamantes são eter-nos, graças ao filme “Diamonds Are Forever”, de 007? Esse talvez seja o motivo pelo qual o diamante foi escolhido como a pedra preciosa oficial dos aneis de noivado. O costume per-durou. Pedras preciosas há séculos inspiram pureza, eterni-dade e, por meio de seu brilho transluzente, força. Oferecem o bastante para unir qualquer pessoa ao laço de amor. É a essência que o casal que está noivando ou consolidando um compromisso precisa para ser feliz nesse começo ou reco-meço de vida.

Mas antes de decidir comprar qualquer joia de diamante, especialmente um anel de noivado ou compromisso, exis-tem algumas características sobre a pedra que vão ajudar você a tomar a decisão certa. Diamantes são avaliados pela cor (color), pureza (clarity), lapidação (cut) e quilate (carat), também conhecidos como os quatro C’s (em inglês); o preço de um diamante é calculado de acordo com essas quatro características. O brilho do diamante, a neutralidade de sua cor, a eternidade de sua dureza e a pureza de sua formação o tornam a pedra mais desejada e clássica de todas. O dia-mante é sempre uma ótima escolha na hora de presentear. Qual a mulher que nunca ganhou um diamante em uma ocasião especial?

Seu preço, assim como o preço de todas as coisas, é de-terminado pela lei da oferta e da procura. Fatores que de-terminam o valor são raridade, escassez, desejo e consumo. Portanto, uma gema grande, pura e completamente incolor tem um alto valor, pois é uma pedra extraordinária, muito rara e desejada por qualquer pessoa.

O primeiro sistema de classificação do diamante é datado do século VI, na Índia. O sistema era baseado na estrutura de classes. Os membros das diferentes castas tinham permissão de ter e usar somente os diamantes de uma cor específica. Assim, os diamantes eram usados como uma identificação de poder e prestígio para uns e submissão para outros. Os sacerdotes e os governantes, os Brahmins, tinham permis-são de possuir diamantes que eram de cor branca a inco-lor. Aos guerreiros e proprietários de terra, eram designados diamantes de cor marrom. Aos comerciantes era permitido o diamante amarelo. Os membros das classes mais baixas podiam usar cinza ou preto. Reis, no entanto, eram livres para escolher a cor que quisessem.

O diamante existe em todas as cores do arco-íris, porém os coloridos são mais raros que os da faixa de incolor a ama-relado. A raridade tem um profundo impacto no preço dos diamantes. Vermelho, verde e azul são extremamente raros.

Por Luiz Augusto Koerich Teixeira*

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Marilyn Monroe: Considerada uma das maiores “Diamond Divas“ de todos os tempos

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Quanto maior melhor? Procure não deixar que o ta-manho comprometa a qualidade da pedra, pois uma pedra grande perfeita pode ser inacessível, entretanto uma pedra grande acessível com cor amarelada e com muitas impurezas pode não ser atrativa. Portanto, é sempre bom ter um vendedor-consultor para escolher o melhor custo-benefício.

Para entender:As variáveis que determinam a classificação e con-

sequentemente o preço de um diamante são quatro, os 4 C’s em inglês.

- Carat, quilate: unidade de medida de massa, ou peso de pedras preciosas. Um quilate equivale a 0,2 gramas.

- Cut, lapidação: formato da pedra, simetria e acaba-mentos. Nomes de lapidações: brilhante, gota, bague-te, navete, trapézio, coração, etc...

- Clarity, pureza: qualidade de formação da pedra, quantidade de inclusões (impurezas) presentes no inte-rior da pedra. Possui 11 ou 12 níveis, que vão do mais puro ao menos puro: F, IF, VVS1, VVS2, VS1, VS2, SI1, SI2, I1, I2 e I3

- Color, cor: ausência ou presença de cor. Possui 23 níveis que vão do incolor ao amarelado: D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, ... Z.

Essas variáveis de classificação foram criadas na década de 50 pelo Instituto Americano de Gemologia (GIA), com o objetivo de padronizar a classificação em todo o mundo. * Tem curso de diamante pelo Gemological Institute of America (GIA).

Variáveis de classificação

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Mais ESTAÇÃOEntre flores e a escrita

Gentileza com personalidade. Essa é a proposta das floristas Aparecida Helena e Lucia Milan.

Uma paixão antiga, uma tradição. Tudo começou há dez anos, quando mãe e filha decidiram se unir e montaram um atelier de flores. O prazer em trabalhar com flores de Aparecida Helena se estendeu à filha Lucia Milan, aluna disciplinada e herdeira do impecá-vel gosto e paixão por flores da mãe. Aparecida Helena se recorda dos cheiros e canteiros da sua infância no interior. Seu contato com as plan-tas vem de longa data. São mais de duas décadas de experiência entre rosas e arranjos, uma atividade que começou no quarto dos fundos da família. A dedica-ção e a busca incessante pelos diferenciais tornaram o trabalho da florista uma tradição quando o assunto em pauta é o luxo e a sofisticação em arranjos, bu-quês e decorações.O resultado? Estilo único, capaz de transformar as peças mais simples em itens sofisticados e objetos de desejo. Um trabalho minucioso que procura trazer equilíbrio e simetria para presentes, ambientes, mo-mentos que podem marcar a vida de alguém. A cartela de serviços é variada. Começou com os tradicionais buquês de noivas e agora conta com os arranjos personalizados para diversas ocasiões, deco-ração de eventos como casamentos, festas e jantares. Destaque para a manutenção floral em residências e empresas: nesse serviço elas providenciam trocas periódicas das flores e arranjos, renovando os am-bientes e facilitando a vida dos seus clientes. Para garantir um trabalho diferenciado, as floristas in-serem personalização a cada nova criação, tornando os arranjos únicos. A qualidade é assegurada pelo uso de flores frescas e variadas, que buscam nos melho-res cultivadores nacionais e também nas importadas como as rosas chilenas, holandesas e colombianas. Recentemente, Lucia Milan deu um passo a mais e criou um blog para compartilhar experiências e dicas sobre sua grande paixão. Inovador, o blog “Entre Flo-res e a Escrita” traz posts sobre decoração de festas, dicas de passeios, presentes e eventos, tudo com o objeto de democratizar o mundo das flores. E tem mais: os leitores podem fazer comentários e pautar o blog. Para isso, é só acessar e pedir o tema que deseja saber mais. Segredos de família que se traduzem na arte de ex-pressar com flores o sentimento das pessoas, sua personalidade e bom gosto.

Saiba mais:Blog: www.aparecidahelenaflores.com.brBlog: www.entrefloreseaescrita.com.br

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Belo Horizonte Savassi (31) 3261 8366Pátio Savassi (31) 3282 6339

DiamondMall (31) 3292 9266Brasília Parkshopping (61) 3361 0200

Cuiabá Goiabeiras Shopping (65) 3624 6167Curitiba Shopping Crystal (41) 3039 5709

Campinas Shopping Iguatemi (19) 3254 6633Goiânia Shopping Bougainville (62) 3941 4342

Manaus Manauara Shopping (92) 9989 3000Rio de Janeiro BarraShopping (21) 3387 0095

Rio Design Barra maio/09 www.patachou.com.br

Seja um franqueado: [email protected]

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HabitatCenário de cinema

O hotel Ritz de Madri, do grupo Orient-Express, é um exemplo soberbo do estilo Belle Époque, um oásis

de luxo e tranquilidade a poucos metros de duas galerias mundialmente conhecidas, Prado e Thyssen-Bornemisza, e logo ao lado do Parque del Retiro. Cada um de seus 137 quartos e 30 suites são todos desenhados individu-almente e decorados com mobília antiga, lençóis borda-dos em seda luxuosos, tapetes artesanais exclusivos e elegantes casas de banho em mármore.

O Ritz é um hotel para quem não tem pressa, e gosta da vida do jeito que ela é. Para quem sabe que o luxo está nos detalhes. Seja na madeira, no mármore, nos tapetes felpudos, candelabros ou vasos de flores. Todos impecáveis. Como qualquer uma das suas suítes ou apar-tamentos. São todos diferentes, mas com o mesmo esti-lo e com a mesma atmosfera.

O hall possui um salão amplo, com uma clarabóia envidraçada que joga sempre uma luz tênue sobre as cadeiras. No lobby erguem-se oito colunas dóricas. Os tapetes, famosos no mundo inteiro, continuam sendo fa-bricados pela mesma empresa fundada há mais de 300

anos por um pedido do rei Felipe V. O ambiente faz você se sentir num cenáro de cinema,

e ter a sensação de que Audrey Tatou ou a própria Coco Chanel, que morou no Ritz de Paris, podem entrar pelo salão a qualquer momento.

O aclamado Restaurante Goya, elegante e sofistica-do, oferece uma grande seleção de cozinha espanhola e mediterrânea. A terraza, com suas cadeiras de vime confortáveis e vista para jardins bem cuidados, é o lugar ideal para tomar um café da manhã ou um drinque no final da tarde. A luz chega filtrada pelas imensas tuias. À noite, luz de velas e música criam uma atmosfera única.

O hotel foi construído em 1910, por iniciativa do rei Afonso XII, da Espanha, que se viu constrangido quatro anos antes, quando de seu casamento com a princesa Vitória, por não achar um hotel à altura de seus convi-dados. Encomendou ao senhor César Ritz (o mesmo que idealizou o de Paris) um lugar onde ele, o rei, pudesse hospedar seus amigos nobres, assim como os visitan-tes ilustres de outros países. Em 2001, foi renovado por completo.

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Serviço:

Hotel Ritz - Plaza de la Lealtad 5, Madrid 28014, Espanha.www.ritzmadrid.com

Os quartos (à esquerda) são decorados individualmen-te. Restaurante Goya (à esquerda, abaixo) preserva sofisticação da Belle Époque. Abaixo, fachada do hotel, localizado no coração de Madri, e estátua de Goya, pintor da nobreza espanhola.

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PerfilMagia das rendas Martha Medeiros

Martha Medeiros tem um trabalho único tanto em design como na confecção das suas peças. Como

matéria-prima, ela utiliza rendas primorosamente bor-dadas à mão por comunidades de rendeiras situadas às margens do rio São Francisco, em Alagoas. São artesãs que mantêm vivas técnicas de bordados que remontam ao período colonial, algumas das quais só existem ainda em locais específicos, como a Ilha do Ferro, a 320 km de Maceió.

Sob a orientação da designer, são bordados tecidos com materiais nobres como fio de seda, que depois serão transformados em vestidos, túnicas e kaftans modelados com técnicas de alta costura e acabamento premium. O resultado são peças exclusivas, ricas em texturas e deta-lhes e que resgatam manufaturas tradicionais, mas que ressurgem numa linguagem de moda atual e dentro de um contexto de puro luxo. Pelo seu apuro e suas carac-terísticas, a marca atende bastante o segmento Noivas, mas não apenas este – são roupas perfeitas para todo tipo de festas e recepções.

Com Daniela Mercury: Figurinos exclusivos para a cantora.

Coleção ”Renascença”A nova coleção da marca é atemporal e clássica, para

mulheres que buscam elegância acima de tudo e um estilo que permanece, tanto por sua excelência, quanto pela atualidade. Por isso privilegia os vestidos, em di-ferentes proporções e sempre com decotes e detalhes únicos e bem femininos. Mas shapes que estão em evi-dência, como os quimonos e as calças sarouel, também têm seu espaço garantido. A cartela de cores teve sua maior inspiração nas pedras brasileiras como o quartzo negro, a kunzita, que apresenta uma coloração de cere-ja, e uma incrível variedade de turmalina, uma genuína preciosidade nacional, em tons que vão do rosa claro ao verde cristalino.

Croquis: os primeiros esboços do trabalho

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Serviço:

Martha MedeirosR. Dr. Mello Alves, 287, Jardins, São Paulo. Tel.: 11 30627907. www.marthamedeiros.com.br

Figurinos famososHá mais de três anos, Martha veste a cantora Daniela

Mercury nos seus shows e aparições públicas, como as cerimônias de entrega do Grammy Latino das quais Da-niela participou nos últimos dois anos. Inclusive leva a assinatura de Martha Medeiros o premiado figurino que Daniela exibiu no último carnaval baiano, que levou o Troféu Dodô e Osmar 2009, na categoria melhor pro-dução de moda. Os figurinos homenagearam as déca-das de 1960, 1970 e 1980, e no sábado de carnaval, Carmen Miranda, que completaria 100 anos no mês do fevereiro. Para cada uma das décadas, foi realizada uma enorme pesquisa em busca de referências de época que resgatassem os símbolos que mais caracterizaram cada período.

Noivas em destaqueA convite de Vera Simão, organizadora do Casar, Mar-

tha Medeiros faz sua segunda participação no evento, direcionado ao segmento Noivas. O momento é mesmo ideal para essa participação, pois Martha inaugurou em Dezembro de 2008, nos Jardins, em São Paulo, seu pri-meiro endereço fora de Maceió, onde sua marca teve origem.

Na nova loja, foi criado um espaço reservado para o atendimento às noivas, onde acontecem as provas e ajustes. Além disso, São Paulo agora pode apreciar, em caráter permanente, as luxuosas criações da estilista e seu trabalho único com diferentes tipos de rendas, todas feitas à mão, com fios e materiais nobres e acabamento de alta costura. Enfim, um design made in Brazil, com qualidade e linguagem internacional. E foi exatamente por isso que a marca já participou de importantes feiras na Espanha, por exemplo, um dos principais mercados para Noivas e esteve presente na prestigiada Selfridges, de Londres.

Características como essas evidenciam a excelência da marca em todo tipo de roupas para festas e casamentos. Desde o desenho que a renda apresenta, a cor, a mistura de fios, as pedras e contas, tudo pode ser escolhido e customizado, criando peças exclusivas. Com modelagem impecável e estilo atemporal.

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Ele é descrito pelos críticos como um jovem Sean Connery, por seu carisma e aparência máscula,

sem ser necessariamente um troglodita. Sua beleza rús-tica rendeu a ele um 10º lugar na lista dos homens mais lindos do mundo, segundo a revista People. Clive Owen prova não ser apenas um rostinho (e um corpo) bonito. Seu talento e suas escolhas para diferentes papéis fazem dele um dos grandes atores de sua geração.

Nascido em Keresley, Inglaterra, em 1964, filho de uma dona de casa e um cantor country, ele afirma ter tido uma infância problemática após o divorcio dos pais, o que o levou a buscar refúgio nas artes. Owen é forma-do pela conceituada Royal Academy of Dramatic Art. En-tre seus muitos colegas de classe, estava Ralph Fiennes. Foi também na escola que ele conheceu sua esposa, a atriz Sarah-Jane Fenton. Após sair da escola, Clive entrou para a Young Vic Theatre Company, encenando clássicos pelos palcos britânicos. Seu primeiro destaque nas telas foi na pele do ardiloso protagonista de “A Vida em Jogo” (“Croupier”). Mesmo com o fracasso na Inglaterra, o fil-me abriu-lhe as portas de Hollywood, e em pouco tempo já era figura certa no casting de produções de grande porte, como “A Identidade Bourne”, de Doug Liman, e “Assassinato em Gosford Park”, de Robert Altman. Mas o grande reconhecimento veio por “Closer - Perto Demais” (que Owen também encenou ao lado de Rachel Weiz no teatro), no qual interpretou Larry, um dermatologista que vê sua vida virar de pernas para o ar quando sua mulher o trai. O sucesso de “Closer” rendeu-lhe o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante e uma infinidade de

Mais EstaçãoTalento de Clive Owen

Estação Aeroporto: Fazer “Trama Internacional” foi um papel fisicamente desgastante?Clive Owen: Foi sim. Toda a sequência do Guggenheim exigiu muito de mim fisicamente. E ela foi incrivelmen-te bem coreografada. Quando eu fui apresentado ao Tom (Tom Tykwer) pela primeira vez, lembro de ter pergunta-do: “Quando você pretende filmar?” E ele disse: “Daqui a aproximadamente um ano, quando conseguirmos o Gu-ggenheim”. Todo o cronograma foi organizado em torno disso. Nós filmamos no museu dois ou três dias e rodamos o resto no estúdio de Berlim.

Vamos falar do personagem. Ele é um homem muito obstinado…Sua revolta o motiva a continuar. E quando Tom e eu con-versamos sobre isso, nós concordamos que esse deveria ser o cerne do filme. Trata-se de um único homem contra uma corporação gigantesca, e ele é falível, está desespe-

rado e p... da vida. Ele não é o exemplo do agente perfeito e tem grandes lacunas na sua própria vida, mas é obses-sivo. Desde o primeiro dia no set, Tom dizia: “Esse cara é feroz, obcecado, ele acredita que tudo isso é uma injustiça e fará tudo o que puder para tentar levar o caso a público”.

As locações constituem uma grande parte do filme. Como isso o enriquece, na sua opinião?O coração do filme era Berlim, mas rodamos em Milão, numa das principais praças da cidade, então estivemos num ambiente muito italiano por algum tempo. Depois, fomos a Nova York, onde convivemos com atores nova-iorquinos, visitamos o Guggenheim – fantástico. E também Istambul – o grande mercado. São lugares de grande per-sonalidade e Tom aproveitou-os de modo brilhante. Assis-tindo ao filme, você sente como se tivesse viajado e, sem dúvida, nós viajamos muito para produzi-lo. O que o interessa na escolha dos seus papéis atual-

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convites. Ele foi um dos atores cogitados para substituir Pierce Brosnan na serie 007, perdendo o posto para Da-niel Graig como o agente britânico. Clive está de volta em dose dupla. Em “Duplicidade”, ele vive um espião e repete a parceria com Julia Roberts. Em “Trama Interna-cional”, dá vida ao agente inconformado Louis Salinger, que vive uma busca implacável por justiça. Nesta en-trevista, ele fala sobre o filme e como foram rodadas as cenas no Guggenheim, de Nova York.

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mente?Cada vez mais, é o diretor. Antes, era mais o roteiro, mas essa tendência já mudou. Eu me diverti como nunca tra-balhando com os melhores diretores – profissionais que admiro e cujo trabalho eu realmente admiro –, e acho que isso é o que importa. Eu diria que Tom Tykwer e Tony Gilroy (“Duplicity”) são os dois melhores diretores que eu já conheci. Eu não analiso os filmes para ver se são inde-pendentes ou feitos por um grande estúdio, hoje esses limites são tênues. Eu teria agarrado a chance de fazer “Trama Internacional” e “Duplicity”, fosse qual fosse o contexto no qual estivessem inseridos. São filmes sérios feitos por diretores sérios e muito bons.

O senhor mencionou que a maior parte das filmagens de Trama Internacional foi feita em Berlim. O que achou?Eu me diverti muito em Berlim.

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o “Trama Internacional”: O novo filme de Owen promete muitas surpresasAbaixo: ao lado de Julia Roberts, em “Closer”

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Mais EstaçãoEterna Audrey Hepburn

Às novas gerações, basta assistir alguns minutos de “Bonequinha de Luxo” (Breakfast at Tiffany’s) para

entender a razão de ela ser um ícone. Ícones são atem-porais e permanecem conosco como referências - nesse caso de elegância, beleza e talento. Audrey Hepburn era tão princesa que Truman Capote chegou a fazer campa-nha para que a atriz não encarnasse a protagonista da adaptação cinematográfica do seu conto, no caso a alpi-nista social Holly Golightly. Ele queria Marylin Monroe.

Mas assim como para as novas gerações, naquela época foi impossível para o autor não morder a língua e ficar no mínimo encantado ao vê-la na pele amoral de uma call girl. A própria Hepburn hesitou, pois, até então sua imagem era vinculada a Cinderelas acima de qual-quer suspeita. Nos idos de 1961, Hollywood era a res-peito dos mocinhos e bandidos – pouco se sabia e ainda hoje pouco se sabe da existência de um terceiro tipo: os humanos anti-heróis. Uma escolha feita com dedo ruim significava um abalo tremendo na carreira de um ator. Mas você já sabe o final dessa história.

Até hoje a joalheria Tiffany, uma das mais renomadas do segmento no mundo, vincula a sua imagem à atriz que nos deixou em 1993. Caso estivesse entre nós, Au-drey Kathleen Ruston teria completado, em 4 de maio, 80 anos de idade.

por Rodrigo Kurtz

Audrey Hepburn nasceu na Bélgica em 1929. Sua ma-neira delicada e seu porte elegante, inerentes a pessoas de sangue azul, não eram uma encenação. Ela tinha san-gue azul. Seu pai era um rico banqueiro inglês e a mãe uma baronesa, e desde sempre Hepburn recebeu uma educação à altura.

Quando seus pais se divorciaram, morou com a mãe em Londres, e durante umas férias na Holanda, ela, que tinha uma natureza doce, sofreu um de seus primeiros choques com a natureza destrutiva do homem. A Ho-landa estava ocupada pelos exércitos nazistas e nesse período ela teve depressão e má nutrição.

Após a liberação, Hepburn e a mãe retornaram a Lon-dres, onde estudou balé – que lhe deu a graça final para uma proveitosa carreira como modelo fotográfica. Das passarelas para o cinema foi um passo.

A estréia aconteceu em 1948, logo com um papel re-levante, com o filme “Nederlands in 7 Lessen” – e não demorou muito para que os produtores norte-ameri-canos a notassem. Ela ganhou proeminência nos Esta-dos Unidos quase que imediatamente após o filme “A Princesa e o Plebeu” (Roman Holliday, 1953) – onde ela

Sangue azul

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Bonequinha de Luxo: No papel de Holly Golightly, Hepburn desafiou o conservado-rismo do cinema e o escritor Truman Capote - ganhou os dois.

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interpretava uma princesa que escapava de seus guarda-costas e nas ruas libertas de Roma conhecia o amor com Gregory Peck. “Sabrina” (1954) ao lado de Humphrey Bogart, veio para fixar o tipo de papel de “princesa que mora ao lado”. Mais tarde, pelo papel em “Princesa e o Plebeu”, ela foi indicada pela primeira vez ao Oscar.

E ganhou. Ao receber a estatueta das mãos do presi-dente da academia na época, Jean Hersholt, ela ficou tão empolgada e feliz, que em vez de agradecê-lo com um beijo na bochecha, deu-lhe um selinho nos lábios.

A carreira seguiu com “Guerra e Paz” (War and Pea-ce, 1956), “Cinderela em Paris” (Funny Face, 1957) e “O Passado Não Perdoa” (The Unforgiven, 1960), entre ou-tros. Mas aí veio “Bonequinha de Luxo”, que foi a grande virada em sua carreira. Ou pelo menos o papel que mais a marcou.

Divisor de águas

Após a experiência de interpretar um papel tão polê-mico, foi inevitável que Audrey procurasse roteiros que a desafiassem como atriz – e que também desafiassem o público. No mesmo ano de “Bonequinha”, ela participou de “Infâmia” (The Children´s Hour) – um filme cruel a respeito de um destrutivo rumor sobre um caso lésbico entre duas professoras, co-estrelado por Shirley McLaine.

Logo depois fez “Charada” (Charade, 1963) e o clás-sico instantâneo “My Fair Lady” em 1964 – sobre uma vendedora de flores que é transformada em uma dama da alta sociedade.

Outro grande filme é “Um Clarão Nas Trevas” (Wait Until Dark, 1967), um thriller sufocante no qual ela inter-preta uma cega que enfrenta o ataque de três bandidos em seu apartamento. Seu último filme foi “Além da Eter-nidade” (Always, 1989) de Steven Spielberg.

Além da carreira cinematográfica, Hepburn passou também pelos palcos da Broadway (ao lado do seu pri-meiro marido, o roteirista e ator Mel Ferrer) e dedicou-se com esmero a causas de caridade. Na UNICEF, onde foi embaixatriz, ajudou a arrecadar fundos para crianças carentes da América Latina e África.

My Fair Lady uma vendedora de flores que é transformada em uma dama da alta sociedade.

Engajamento: Audrey Hepburn foi uma das primeiras celebridades a abraçar causas sociais. Certa vez ela disse: “Nasci com uma enorme necessidade de afeto, e uma imensa necessidade de dá-lo“

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“Para mim, as únicas coisas que interessam são aquelas ligadas ao coração.“

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Audrey Hepburn completaria 80 anos no dia quatro de maio, se estivesse viva; a atriz morreu em 20 de janeiro de 1993. Audrey foi escolhida recentemente a atriz mais bonita da história do cinema de Hollywood, à frente de Angelina Jolie, que ficou em segundo, e de estrelas como Grace Kelly, Sophia Loren, Julia Roberts e Cameron Díaz, segundo uma pesquisa publicada no Reino Unido no iní-cio do ano.

Uma lata com cinco DVDs, chamada Coleção Audrey Hepburn, foi lançada para comemorar seus 80 anos de nascimento. Entre os títulos, estão aqueles que construí-ram para a atriz o mito de mulher mais chique e elegan-te da história do cinema:“Bonequinha de Luxo” (1961), “A Princesa e o Plebeu” (1953), “Sabrina” (1954), “Cin-derela em Paris” (1957) e “Guerra e Paz” (1956).

A mais bela

1929 – Edda van Heemstra Hepburn-Ruston (que se tor-naria conhecida como Audrey Hepburn) nasce em Bruxe-las, capital da Bélgica, filha de um rico banqueiro inglês e da Baronesa holandesa Ella Van Heemstra. Mas viveu grande parte da infância na Holanda.

1939 – Começa a Segunda Guerra Mundial. Audrey par-ticipou do esforço anti-nazista, dançando para angariar dinheiro para a resistência holandesa, e nesse período sofreu de má nutrição e depressão.

1951 – Foi escolhida para protagonizar a peça “Gigi”, so-bre uma cortesã na Paris da Belle Epoque.

1953 – Participa de seu primeiro grande sucesso, “A Prin-cesa e o Plebeu”, no qual interpreta uma princesa que foge de seus deveres para passear por Roma e se apai-xona por um jornalista vivido por Gregory Peck. O filme lhe rendeu Oscar de melhor atriz.

1954 – Em “Sabrina”, ela faz a filha do motorista de uma família rica que tem que escolher entre dois irmãos, in-terpretados por William Holden e Humphrey Bogart.

1956 – Em “Guerra e Paz”, contracena com seu marido, Mel Ferrer, que conheceu participando de uma peça.

1957 – Em “Cinderela em Paris”, ela contracena com Fred Astaire, e interpreta uma vendedora de uma livraria que se transforma numa modelo da alta costura.

1957 – “Um Amor na Tarde”, em que se apaixona pelo personagem vivido por Gary Cooper.

1960 – Casa-se com o psiquiatra italiano Andrea Dotti.

1961 – Vive um de seus papéis mais aclamados, Holly Golightly, uma jovem do interior que descobre a sofisti-cação de Nova York, em “Bonequinha de Luxo”.

1967 – Após “Um Clarão nas Trevas”, ela deixa de atuar em tempo integral e passa a viver principalmente na Suíça.

1989 – Faz seu ultimo filme, Steven Spielberg’s “Além da Eternidade”,

1993 – Morre, aos 63 anos, vítima de câncer no útero.

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Sabrina: Divertindo-se nos cenários, antes da transformação parisiense da personagem

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Acima, esquerda: Nos sets de “Charada“;Abaixo, direita: Literalmente tomando café da manhã na TiffanyDireita: Duas cenas de “Cinderela em Paris“

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Tecnologia

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O VAIO P530 é o notebook mais leve do mundo e foi pre-miado na CES como o melhor produto na categoria Com-puter & Hardware. É o único PocketStyle PC que opera com Windows Vista® Home Premium. Ele possui 60GB de disco rígido, memória RAM de 2GB, processador Intel® de 1.33GHz e duas saídas USB 2.0. O modelo acompanha Bluetooth e rede Wi-Fi (Banda N) integrados – a Banda N é até 5 vezes mais rápida que as bandas convencionais (A, B ou G). Preço sugerido: R$ 3 999.Mais informações: www.sonystyle.com.br

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Mais leve do mundo

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MP4 bom e barato

O Philips SA1VBE04 reproduz fotos e vídeos em VMA, tem boa qualidade de som, grava direto da FM e também fun-ciona como gravador de voz. Possui 8GB de memória. Preço: R$ 299. Mais informações: www.philips.com.br

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Rádio com BluetoothO LG LAC7710 é o melhor custo-benefício entre os rádios com Bluetooth disponíveis no mercado, e traz praticamen-te tudo o que os concorrentes oferecem. O equipamento possui memória para 18 estações FM e 6 para AM e tam-bém tem entrada frontal para portáteis — do tipo P2, a mesma dos players comuns. Preço: R$ 290. Mais informações: br.lge.com

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Cultura - teatroVersão premiada de Peter Pan

A imaginação rola solta e quem conduz a história é a dupla de atrizes Alexandra Golik e Carla Can-

diotto. Elas desembarcam em Florianópolis para levar ao palco do Teatro Governador Pedro Ivo, nos dias 30 e 31 de maio, sua versão do clássico infantil “Peter Pan e Wendy”. Para quem não conhece o trabalho da Cia Le Plat Du Jour, não pode perder a oportunidade de assisti-las. Super elogiada pela crítica, a peça encenada pelas atrizes ganha destaque pela sua capacidade de instigar a imaginação infantil. Considerada umas das produções mais emocionantes e criativas pelo Jornal Estado de São Paulo, o espetáculo é uma verdadeira aventura para a criançada.

A história é contada pela dupla em tom de brinca-deira e simplicidade. Sem efeitos mirabolantes, as atri-zes usam e abusam da criatividade e imaginação para transformar em realidade a obra de J.M. Barrie. O cenário é funcional e versátil. A cama de Wendy vira nuvem, depois uma casa de árvore. Em seguida a montanha da Terra do Nunca. Para ir à Terra do Nunca é só levantar os braços. Tudo é lúdico.

A Sininho é uma bolinha de luz que ganha vida nas mãos da dupla. Os garotos perdidos que não querem

crescer são um grupo de bonecos que a dupla carrega de um lado para o outro na peça. E o Peter Pan é mais birrento. A proposta da dupla é bem essa, desconstruir aquilo que é preconcebido.

As atrizes encenam os protagonistas e outros perso-nagens da história. É uma maratona que elas seguram muito bem em cena, afiadas, irreverentes e cheia de sa-cadas cômicas. O conto de fadas se transformou no con-to da atualidade por meio de um espetáculo dinâmico, imagético e cheio de humor. Com direção de Pedro Pires, trilha sonora de Guga Bernardo, e realização da Lúdica Produções, a adaptação de “Peter Pan” tem a marca da Cia Le Plat Du Jour, e traz um olhar irreverente, um espe-táculo “esperto, espuleta e espetacular”.

Serviço:

O que: Peter Pan e Wendy Onde: Teatro Governador Pedro Ivo, Florianópolis. Tel. (48) 7812-7127 ou 7812-7128. Quando: Dias 30 e 31 de maio, 17h.Quanto: R$ 40 (individual, para crianças, adultos acompan-hantes, idosos e estudantes). Antecipado custa R$ 35.

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Cultura - teatroAmizade celebrada

Marieta Severo e Andréa Beltrão se conhecem há cerca de 20 anos, mas, por conta da enorme

cumplicidade que possuem dentro e fora dos palcos, elas costumam dizer que são amigas há mais de um século. Inspirado na relação das duas – e a pedido delas -, o premiado autor Newton Moreno escreveu a comédia “As Centenárias”, que está em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, após cumprir uma longa temporada no Rio. O trabalho marca a volta das atrizes ao gênero e à parceria com o diretor Aderbal Freire-Filho, iniciada há quatro anos, na bem-sucedida montagem de “Sonata de Outono”.

No Rio, “As Centenárias” teve casa lotada por um ano e meio no Teatro Poeira, de propriedade das atrizes, e venceu os principais prêmios de teatro do país: Shell de melhor autor (Newton Moreno), melhor atriz (Andrea Beltrão) e melhor cenário (Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque); Contigo de melhor atriz (Andréa Beltrão), melhor espetáculo de comédia (júri oficial e voto popular) e melhor autor (Newton Moreno); Prêmio Qualidade Brasil de melhor espetáculo de comédia, me-lhor atriz de comédia (Marieta Severo) e melhor diretor de comédia (Aderbal Freire-Filho); e APTR de melhor atriz (Andrea Beltrão).

Autor de “Agreste”, que conquistou em 2004 os prê-mios Shell e APCA, Newton aceitou de imediato o convi-te das atrizes para escrever um texto especialmente para

elas. A história das amigas carpideiras que tentam driblar a morte é apoiada no humor, a pedido das duas: “Está-vamos vindo de um drama denso (“Sonata de Outono”, que marcou a inauguração do Teatro Poeira, em 2005). Queríamos ir por outro caminho. Saímos da Noruega e fomos para o Nordeste”, brinca Andréa. “Newton soube recriar de uma forma deliciosa este manancial da cultura popular em que um tema pesado como a morte é trata-do com um misto de irreverência e respeito”, completa Marieta.

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No interior do Nordeste, duas amigas carpideiras pas-sam a vida percorrendo velórios, chorando os mortos, ouvindo e contando histórias. A trama se desenvolve cercada por personagens e ‘causos’ que muitas vezes beiram o irreal: “É interessante ver como o maravilhoso, o surreal, está inserido no cotidiano dessa gente. Inde-pendente da temática abordada em nossos trabalhos, nossa intenção é sempre a de contar histórias de vidas interessantes”, explica Marieta. “São personagens que enfrentam uma vida hostil, cheia de reveses, mas ain-da assim seguem em frente com humor, imaginação e crença no fantástico.”

Socorro (Marieta Severo) e Zaninha (Andréa Beltrão) iniciam ainda jovens uma forte amizade. A mais nova se encanta quando vê a carpideira Socorro rezando e cantando em um velório e sonha seguir seus passos. A condição para isso era a maternidade que, segundo So-corro, lhe daria o medo da perda e, consequentemente,

o devido respeito à morte. Exigência cumprida, elas se-guem sua jornada e nela encontram personagens como o mítico cangaceiro Lampião, um coronel traído e uma viúva inconsolável, até o inevitável confronto com a mor-te, que quer levar o filho de Zaninha. Com esperteza e sabedoria popular, as duas encontram caminhos ardilo-sos e bem-humorados para driblar e adiar o inevitável. “Quem nunca pensou ou sonhou em enganar a morte?”, desafia Marieta.

A peça

Serviço:

O que: As CentenáriasOnde: Teatro Raul Cortez, Rua Doutor Plínio Barreto, 285 - Bela Vista. Tel: (11) 2198.7701Quando: Sextas, 21h30, sábado, 21h, e domingo, 17h. Até 28/6.Quanto: R$ 80 (sextas e domingos) e R$ 90 (sábados)

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O Roupa Nova apresenta, nos dias 19 e 20 de junho, o show de lançamento do CD/DVD Roupa Nova em

Londres, lançados em março deste ano pelo selo próprio, Roupa Nova Music. Além dos sucessos consagrados que marcaram a carreira, como “Linda Demais”, “Coração Pira-ta”, “Seguindo no Trem Azul” e “Dona”, a banda mostra, no palco do Credicard Hall, algumas das canções do pro-jeto gravado no Abbey Road Studios e também no AIR Lyndhurst Hall, em Londres.

Com uma carreira brilhante, extensa discografia e uma lista gigante de sucessos, o grupo não lançava um disco de inéditas há oito anos.

Nos últimos 12 anos, o Roupa Nova realizou projetos de regravações (Agora Sim!, 1999), de homenagem aos compositores mineiros (Ouro de Minas, 2001), os acla-mados e bem sucedidos dois volumes de Acústico (2004 e 2006) e um disco natalino (Natal Todo Dia, 2007). Em 2008, o sexteto produziu e gravou um EP 4U (For You) e o lançou em outubro, às vésperas de viagem para Londres.

Quando concluíram que havia chegado a hora de lançar um CD com canções inéditas, os seis integrantes da ban-da – Serginho, Kiko, Nando, Feghali, Cleberson e Paulinho – decidiram realizar o projeto em Londres. Para eles, que sempre foram fãs dos Beatles, nada mais emocionante do que gravar no Studio 2. O engenheiro de som Moogie Canazio foi co-produtor do projeto, idealizado, dirigido e produzido pelo próprio Roupa Nova. O trabalho teve bas-tidores e gravações filmados pela equipe da premiada di-retora Joana Mazzuchelli.

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Serviço:

O que: Roupa Nova em LondresOnde: Av. das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, São PauloQuando: 19 e 20 de junho, as 22hQuanto: R$ 60 (inteira, platéia superior) a R$ 150 (camarote)Mais informações: www.credicardhall.com.br

Vanguart faz parte da nova cena independente brasileira. A banda, que começou dentro do quarto do vocalista, acaba de lançar seu novo

trabalho, Multishow Registro - Vanguart. Na contramão das demais bandas, os meninos resolveram lançar um trabalho diferenciado.

Em vez de buscar experimentações e ampliar seus horizontes, esse se-gundo disco é uma versão melhorada do primeiro. A banda começou a fazer sucesso por meio da internet, uma ferramenta dúbia mas de extrema ne-cessidade. O Vanguart usou e abusou de mecanismos como MySpace, Trama Virtual, sem contar os inúmeros blogs que divulgavam suas músicas, e assim conseguiu recrutar uma infinidade de fãs.

O show tem direção de Rodrigo Carelli, e em sua hora e meia de duração mostra o que a banda faz de melhor: misturar estilos. Os meninos passeiam por Bob Dylan, Leonard Cohen, Nina Simone e Joni Mitchell. O espetáculo conta ainda com algumas participações: o maestro gaúcho Arthur de Faria foi o responsável pelo arranjo de cordas do show, o guitarrista da banda Tutti Frutti, Luiz Carlini, sobe ao palco em “You Know Me So Well”, e, como não poderia deixar de ser, Mallu Magalhães, fã da banda, fez uma participação bacanérrima em “The Last Time I Saw You”. Para galera indie.

O que: Multishow Registro - VanguartArtista: VanguartQuanto: R$ 40 (DVD) e R$ 30 (CD)Lançamento: Universal Music

Direto da net

Cultura - músicaRoupa nova

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Ladies first

Lady Gaga foi quem compôs todas as músicas, melodias e realizou grande parte do trabalho com sintetizadores em seu disco THE FAME. O álbum foi gravado

como se GAGA o dividisse em duas partes dance-pop – uma eletro-pop e outra rock, burlesca, com uma pitada de Disco –, e enchesse generosamente as taças de Martini do mundo para embebedar a todos com sua Fama. “THE FAME é sobre como qualquer um poderia se sentir famoso”, explica. “A cultura Pop é arte. Odiar o pop não faz as pessoas parecerem cool, então eu abracei isso e você pode ouvi-lo em todo meu disco. Eu quero convidar a todos para a festa. Eu quero que as pessoas se sintam parte desse estilo de vida. A primeira faixa do CD é também o primeiro single, “Just Dance”, que toma conta da pista de dança com sua vibração animada. Assim como para a igualmente grudenta “Boys Boys Boys”, GAGA não se importa de usar suas influências na manga. “Eu queria escrever a versão feminina de ‘Girls Girls Girls’, do Motley Crue, mas sob a minha ótica. Eu queria escrever uma canção pop que roqueiros gostassem!” Sendo assim, a menina prece que veio pra ficar.

O que: The Fame (Álbum)Artista: Lady GagaQuanto: R$ 30Lançamento: Universal

Cultura - música

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Let’s get On

Sua vida foi interrompida prematuramente quando seu pai o assassinou, no início dos anos 1980, mas

sua obra, embora pequena para um artista de seu porte, perpetua até hoje. Dono de voz poderosa, Marvin Gaye foi um dos grandes intérpretes da chamada “Era de Ouro”. Juntamente com nomes como Diana Ross e The Commo-dors, teve uma carreira à frente da gravadora Motown. A ST2 acaba de lançar o “Fundamentals Marvin Gaye (Live), uma compilação de músicas ao vivo na voz do inesquecí-vel cantor. Dance ao som de clássicos como “Sexual He-aling”, ‘“Joy”, “Love Twins”, e reflita com “What’s Going on”, uma música atemporal.

O que: Fundamentals Marvin Gaye Live (Álbum)Artista: Marvin Gaye Quanto: R$ 30Lançamento: ST2 Records

Ricardo Koctus lança seu primeiro álbum solo, uma investida corajosa em tem-

pos em que o indie toma conta do mercado. Baixista da banda mineira Pato Fu, ele coloca à disposição de seus fãs um set bacanérrimo, produzido pelo mestre Carlos Eduardo Miranda. O disco traz baladas intercaladas com rocks, em canções que falam sobre a solidão e a perda. O disco é cru, com cara de acústico meio retrô, o que imprime um certo charme. Você pode con-ferir também o primeiro vídeo disponível em seu perfil no www.myspace.com/ricardokoctus.

Pato com Laranja

O que: Ricardo Koctus (Álbum)Artista: Ricardo Koctus Quanto: R$ 30Lançamento: Independente

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Cultura - cinema

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Budapeste

Costa (Leonardo Medeiros), bem-sucedido como ghost-writer, está retornando do Congresso de

Escritores Anônimos, em Istambul. Uma ameaça de bomba obriga seu vôo a fazer uma aterrissagem for-çada em Budapeste. Desde seus primeiros momentos na cidade, ele se apaixona pelo idioma húngaro. De volta ao Rio, ele reencontra sua mulher Vanda (Gio-vanna Antonelli), uma famosa apresentadora de tele-jornal, e seu filho. Mas o casamento se deteriora e, cada dia mais infeliz, ele passa a murmurar o hún-garo enquanto dorme. A experiência em Budapeste despertou anseios e desejos adormecidos em algum ponto de seu subconsciente. A direção primorosa de Walter Carvalho faz de Budapeste uma grande sur-presa, pois sua experiência como diretor de fotogra-fia supre a falta de um roteiro consistente. O roteiro poderia ter sido melhor escrito. Rita Buzzar pisa feio na bola com um roteiro tão confuso quanto o livro, baseado no romance de Chico Buarque, um grande sucesso literário, editado em mais de 20 países. Des-taque para Giovanna Antonelli, que prova ser uma grande atriz de sua geração.

por Dani Ferrera

Poppy (Sally Hawkins), uma professora primária alegre por natureza, um espírito livre, é aber-

ta e generosa, tão divertida e desgovernada quanto focada e responsável. Em “Simplesmente Feliz”, a personagem de Sally Hawkins (ganhadora do Globo de Ouro de melhor atriz por um filme musical ou de comédia por esse filme) tem tempo para todos, e qualquer pessoa que ela conheça se apaixona por ela. Essa professora ama as crianças para as quais leciona e trabalha duro. Divide um apartamento com uma amiga, gosta da sua vida social, é cuidadosa com suas irmãs mais novas e faz aula de cama elás-tica.

Quando ela começa suas aulas de direção, sua maturidade e seu senso de humor a ajudam a lidar com um instrutor maníaco-depressivo. Satisfeita com sua vida de solteira, conhece um rapaz, por meio do trabalho, com quem ela realmente entra em sinto-nia. O roteiro delicado e a direção primorosa de Mike Leigh fazem de “Simplesmente Feliz” uma boa dica para um cinema a dois, a três ou mesmo só.

Ela é demais

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Cultura - cinemaA garota ideal

Quando o famoso professor da Universidade de Harvard Robert Langdon (Tom Hanks) descobre evidências do ressurgimento de uma irmandade

secreta milenar conhecida como Illuminati, desconfia de seu envolvimento no sequestro de cardeais do alto clero da igreja católica e de uma experiência com alto poder de destruição. Langdon é convocado pela guarda do Vaticano para descobrir qual o real motivo por trás das ações da Illuminati. Ele conta com a aju-da da cientista Vittoria Vetra (Avelet Zurir) em sua cruzada por respostas, numa trilha de 400 anos de historia. O roteiro de David Koepp e Akira Golds, baseado no best-seller de Dan Brown, é o grande atrativo nessa nova aventura dirigida por Ron Haward. Se esta fita é melhor que O Código Da Vinci, só vendo para tirar suas próprias conclusões. O fato é que, ao contrário do primeiro longa, Anjos e Demônios não perde tempo explicando isso ou aquilo e parte direto à ação.

Entre o céu e o inferno

Milagre em Sta. Anna é um emocionante épico sobre a II Guerra Mundial que conta a história de quatro soldados afro-americanos, membros do

exército dos Estados Unidos, integrantes da 92ª Divisão “Buffalo Soldiers”, com-posta exclusivamente por negros e baseada na Toscana italiana. Na guerra, eles experimentam a tragédia e o triunfo ao ficarem presos atrás de linha inimigas e separados de sua unidade após um deles arriscar a vida para salvar um garoto italiano.A história é inspirada no Massacre de St. Anna di Stazzema, que aconte-ceu em Agosto de 1944, provocado pelos Waffen-SS em retaliação as atividades que apoiavam os antifascistas na Itália. Dirigido por Spike Lee, a partir do roteiro de James McBride,também autor do best-seller.Lee um gênio por trás das câme-ras deixa mais uma obra prima para a posteridade.

Coração de cavaleiro

Quando Lars Lindstron (Ryan Gosling) apresenta sua nova amiga Bianca, que ele conheceu na internet,

ao seu irmão Gus (Paul Schneider) e à sua cunhada Karin (Emily Mortimer), os dois não acreditam e ficam imedia-tamente chocados. Eles olham para Bianca e vêem uma boneca, mas Lars vê uma mulher. O irmão e a cunha-da resolvem consultar a médica da família, Dra. Dag-mar Berman (Patrícia Clarkson), que aconselha os dois a conviver com a história. Lars está vivendo uma ilusão e, para ajudá-lo a superar essa crise, sua família e os outros moradores da cidade precisarão embarcar na fantasia. Depois de um pouco de persuasão e de pensar no amor e carinho por Lars, Gus e Karin resolvem cooperar. Logo Bianca vai à igreja e à loja de roupas, faz trabalho volun-tário no hospital e acompanha Lars em seus primeiros eventos sociais. Surpreendentemente, Bianca conquista todos que conhece e preenche vazios que as pessoas nem sabiam que tinham.

O que acontece em seguida é uma trajetória emo-

cionante, engraçada e transformadora, tanto para Lars quanto para as pessoas em sua volta. Delicada interpre-tação de Gosling lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro.

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Cultura - literatura

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oUma vez por ano, a cidade de Paraty se torna um dos epicentros culturais do mundo. Nela circulam

e convivem nesses dias autores excepcionais do mundo todo. E o melhor: eles ficam descontraidamente próxi-mos ao público – tudo isso em meio ao cenário paradi-síaco da cidade.

Este ano, a Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece de 1 a 5 de julho, já tem confirmados 34 au-tores, que estarão reunidos em 18 mesas. Nelas, eles discutirão de poesia a ciência, do jornalismo literário à crítica musical, da literatura portuguesa à história, do conto e dos quadrinhos à arte contemporânea

Às portas da sétima edição, o diretor de programação da FLIP, Flávio Moura, diz que a FLIP 2009 é a confirma-ção de que o festival está com as raízes bem sólidas no calendário mundial da literatura. Para ele, “a FLIP 2009, a exemplo das edições anteriores, traz autores de qua-lidade inquestionável em seus campos de atividade e consolida seu posto ao lado dos melhores festivais lite-rários do mundo”.

Uma das presenças mais esperadas é a do jornalista americano Gay Talese, que conversará com o jornalista brasileiro Mario Sergio Conti, considerado um dos criado-res do jornalismo literário. Gay Talese, que está comple-tando quarenta anos de carreira, chegará ao Brasil em meio a muitas expectativas, como vem alardeando a imprensa nacional.

Chico Buarque volta a Paraty com o livro “Leite Derra-mado”. Ele participa de mesa com o romancista Milton Hatoum, autor dos premiados “Dois irmãos” e “Cinzas do Norte”, também veterano da FLIP, depois de memorável participação em 2003 (o primeiro ano da festa).

FLIP 2009 homenageia Manuel Bandeira

Como todo ano, um autor de outrora é homenageado, e este ano é a vez de Manuel Bandeira. O escritor mo-dernista será discutido em duas mesas. Representantes de destaque da nova poesia brasileira, Heitor Ferraz, Eu-canaã Ferraz e Angélica Freitas discutem a atualidade da obra do poeta pernambucano. O professor e pesquisa-dor Edson Nery da Fonseca e o jornalista Zuenir Ventura compartilham suas memórias e impressões do escritor modernista, que foi amigo de Fonseca e professor de literatura de Zuenir.

A presidente da FLIP, Liz Calder, diz que “uma das principais motivações da Festa Literária de Paraty é a valorização da literatura brasileira. Este ano a FLIP faz isso homenageando um poeta muito querido, Manuel Bandeira”. Para o diretor de programação, Flávio Mou-ra, “Bandeira é uma das melhores pontes, na literatura brasileira, entre a tradição e o modernismo, e sua obra variada, na prosa, nas crônicas e na poesia, ainda pede muitas releituras”. A Oficina Literária deste ano é uma extensão da homenagem a Bandeira e tem como tema a poesia. Ela será ministrada pelo poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, professor da PUC do Rio de Janeiro.

Saiba mais:www.flip.org.br

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Cultura - literatura

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Em O Filho da Mãe, o autor Bernardo Carvalho lida com a ambivalência dos sentimentos entre mães e filhos. E são os

mais variados por aqui: orfandade, desamparo e desajuste, repre-sentado cruamente pela guerra. “As mães têm mais a ver com a guerra do que imaginam”, diz a certa altura uma personagem.

A história é ambientada na guerra da Tchetchênia - acontecida em 2003 -, mas, como costuma acontecer nos livros de Bernardo Carvalho, a ação se expande vertiginosamente no tempo e no es-paço. Do Oiapoque ao Nieva, de Grozni ao mar do Japão, chegam os estilhaços desses dramas nucleares de mães culpadas, filhos extraviados e pais tirânicos ou ausentes. Todos os personagens parecem, em alguma medida, estar fora do lugar, em famílias e países alheios.

Ganhador de vários prêmios nacionais, o carioca Bernardo Car-valho escreveu um daqueles que é considerado atualmente um dos melhores livros do ano – e sua presença é uma das mais aguardadas na FLIP desse ano.

O avesso da maternidade

O que: O Filho da MãeAutor: Bernardo CarvalhoQuanto: R$ 39Lançamento: Companhia das Letras

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Outro autor que está sendo aguardado com muitas expec-tativas na Festa Literária Internacional de Paraty é Chico

Buarque. Depois de grandes obras como Estorvo, Benjamin e Bu-dapeste, chega às livrarias o aguardado Leite Derramado.

Nele conhecemos um velho de 100 anos que faz de uma en-fermeira sua ouvinte, quando ele é internado em um hospital. Ele narra histórias de sua vida, para manter-se vivo.

Marcado por um discurso incoerente em certos pontos, Eulálio Assumpção mostra-se como um homem de família influente en-tre o poder imperial e a República Velha, que perdeu seus privilé-gios e posses no decorrer da vida.

O livro percorre a história do país de forma não-linear e tam-bém a vida do personagem, carregada de derrocadas e amargura. Mas tudo de uma bela maneira, como é costumeiro do autor.

Leite derramado

O que: Leite DerramadoAutor: Chico BuarqueQuanto: R$ 39Lançamento: Companhia das Letras

Depois da vinda de Angeli em 2003 e de Neil Gaiman no ano passado, a FLIP dedica outra mesa aos quadrinhos brasileiros e apresenta nomes de destaque da produção atual: os vencedo-res do Prêmio Eisner, Rafael Grampá, Fábio Moon e Gabriel Bá, e o quadrinista e artista plástico Rafael Coutinho, todos eles muito próximos também da literatura.

O prêmio Eisner é considerado o Oscar dos quadrinhos nos EUA e o prêmio foi entregue no Comicon, em San Diego. Os irmãos e o quadrinista Rafael Grampá venceram na categoria melhor antolo-gia. O troféu foi conquistado pela revista independente “5”.

Próximos da literatura

Saiba mais:10paezinhos.blog.uol.com.br

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Cultura - dvd

Leonardo DiCaprio e Kate Winslet formam o casal Frank e April Whe-eler, que sempre se consideraram especiais, diferentes, prontos e

dispostos a levar uma vida baseada em altos ideais. Assim, quando se mudam para o novo lar na Revolutionary Road, eles orgulhosamente de-claram sua independência da inércia do subúrbio que os envolve e prome-tem jamais ficarem presos aos limites sociais de sua época. Mas mesmo com todo o seu charme, beleza e irreverência, os Wheeler se vêem tornar exatamente o que não esperavam: um bom homem preso num trabalho de rotina e uma insatisfeita dona de casa sedenta por realização e paixão. Uma família americana com sonhos perdidos, como outra qualquer.

Determinados a mudar o destino, April arma um ousado plano para re-começar: deixar o conforto de Connecticut para trás e ir para Paris. Porém, quando o plano é colocado em prática, eles são levados ao seus extremos - um para fugir, seja qual for o preço, o outro para salvar tudo o que eles têm.

Foi apenas um sonho

O que: Foi Apenas um SonhoQuanto: Apenas para locação

Lançamento: Paramount Home

Los Angeles, março de 1928. Em uma bela manhã de sábado, num bairro de classe operária, a mãe solteira Christine Collins (Angelina Jolie) se

despede do filho de nove anos, Walter (Gattlin Griffith), e sai para trabalhar como telefonista. Quando ela volta, se depara com o pior pesadelo de uma mãe: seu filho desapareceu.

Uma busca exaustiva e infrutífera tem início, até que, cinco meses depois, uma criança é trazida pela polícia, ávida em tirar proveito de um suposto re-encontro entre mãe e filho. Christine é convencida a levar o menino para casa. Mas no fundo ela sabe que ele não é seu filho Walter. Mesmo concorrendo nas principais categorias do Oscar, nem Angelina nem Clint levaram nada.

Meu filho, minha vida

O que: A Troca (Blu-Ray)Quanto: R$ 99Lançamento: Universal Pictures

Ben Thomas (Will Smith) é um homem que se vê em uma encruzilhada, e busca uma maneira de redimir suas culpas. Ele descobre que tem

o poder de mudar as circunstâncias de sete pessoas que ele não conhece e merecem uma segunda chance. Mas uma delas conquista o seu coração, e ele terá que decidir se deve desistir do plano e revelar o seu segredo.

Sete vidas

O que: Sete Vidas (Blu-Ray)Quanto: R$ 89,90Lançamento: Sony Home

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Cultura - dvdWatchmen

Eles estão no livro. E também neste DVD. Com produção executiva do diretor de “Watchmen” e “300”, aqui estão dois contos da

mais celebrada graphic novel de todos os tempos, que não aparece-ram na extraordinária versão cinematográfica de “Watchmen”. Contos do Cargueiro Negro (com a voz de Gerard Butler, de 300) dá uma impressionante vida animada à graphic novel, com uma história den-tro de outra, ricamente sobrepostas, uma ousada saga pirata cujos tumultuados eventos podem espelhar os do mundo de “Watchmen”. Astros do filme se juntam no surpreendente documentário “Sob o Ca-puz”, baseado nas memórias do primeiro Coruja, e sobre como suas aventuras vieram a existir. Duas histórias essenciais aos fãs.

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O que: Watchmen: Contos do Cargueiro Negro Quanto: R$ 29,90Lançamento: Paramount Home

Bryan Cranston é a estrela da série no papel de Walter White, um professor de química que leva uma vida difícil e luta para pagar as

contas e sustentar a esposa (Anna Gunn) e o filho, que tem dificuldades físicas (RJ Mitte). Sua vida inteira muda diante de um diagnóstico pertur-bador: câncer do pulmão sem possibilidade de cura. Com poucos anos de vida e nada mais a perder, Walter usa seus conhecimentos de química para fazer e vender metanfetamina com um dos seus ex-alunos (Aaron Paul). Seus negócios crescem e as mentiras também, mas nada detém Walter em sua missão de assegurar o futuro da família após a sua morte, mesmo que ele tenha que arriscar a vida da família toda.

Breaking Bad – 1ª Temporada

O que: “Breaking Bad – 1ª Temporada”Quanto: R$ 69,90

Lançamento: Sony Home

Eddie(Brad Garrett)e Joy (Joely Fisher) vivem um adorável casal com 24 anos de histórias de guer-

ra para contar aos seus novos vizinhos, Jeff Woodcock (Eddie Kaye) e Steph( Kat Foster). Mas o relacionamento entre vizi-nhos é uma via de mão dupla. Os recém-casados, otimistas, também têm algumas coisi-nhas para ensinar ao “velho casal” nesta nova e elogiada comédia.

Til Death-1ª Temporada

Nestes dois títulos, pais e bebês irão desfrutar de mo-mentos especiais, por meio de encantadoras ima-

gens reais e animações. “Em Bebê Mais Bichos”, os bichos da casa, da fazenda e da floresta são apresentados para os bebês, enquanto em “Bebê Mais Cores”, artistas como Van Gogh, Monet e Cézanne, e objetos do dia adia, revelam as cores para as crianças. A série Bebê Mais tem uma primorosa trilha musical, embalada por cantigas brasileiras e grandes composi-tores de música clássica.

Para os baixinhos

O que: Til Death-1ª TemporadaQuanto: R$ 69,90 Lançamento: Sony Home

O que: Bebê MaisQuanto: R$ 59,90Lançamento: Paramount Home

Page 44: Revista Estação Aeroporto #07

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Cultura - artes plásticasStephan Doitschinoff

Dono de uma percepção única e incomum, Ste-phan Doitschinoff - mais conhecido no exterior

pelo pseudônimo de Calma - vem impressionando, e muito, os críticos de arte. Ao misturar o profano à re-ligião, ele quebra diversos dogmas correlacionados à própria história.

Filho de um pastor evangélico e de uma mãe que o deixava no culto ouvindo sermões para assim poder trabalhar, e neto de uma avó espírita, Doitschinoff é mais um brasileiro absorto pela diversidade cultural e religiosa de seu país. Assim, nasceu um artista, dono de um traço próprio e de ideias próprias.

Sua arte é fruto do próprio esforço autodidata e de muita pesquisa. “No meu trabalho, sempre existiu uma pesquisa da relação entre sagrado e profano, religião, morte e tempo”, diz Doitschinoff no curta “Temporal”, que mostra sua experiência de dois anos pintando a cidade de Lençóis, na Bahia.

“Na cidade, todos esses fatores já estavam ali, na cultura popular marcada pela região e bem supersti-ciosa.” Suas pinturas possuem “alma“, e daí surge o apelido “Calma“ (com alma).

Depois de tirar o segundo lugar no prêmio Jabuti de melhor ilustração pelo livro “Palavra Cigana“, em 2006, e também fazer a capa do disco “Dante XXI“, do Se-pultura, Stephan fechou-se num estúdio em Lençóis, onde morou com a irmã. Maturou a idéia de pintar uma cidade inteira.

Topo: Impressionante mural em LençóisAbaixo: Capa do livro da Gestalten

O resultado você pode conferir no livro Calma, pu-blicado pela Gestalten (R$ 160, em média, em livrarias brasileiras), e no curta “Temporal“.

Saiba mais:

Site - www.stephandoit.com.brCurta - vimeo.com/2301531

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por Rodrigo Kurtz

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À esquerda, detalhe da Supergirl; À direita, fan art de Kill Bill;Abaixo, o livro de rascunhos com O Coringa e a Mulher-Gato

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“A inspiração para minhas caveiras vem de uma corrente filosófica que fala sobre contem-plação da morte para celebrar a vida”, explica. “É para lembrar a fragilidade humana, a brevidade da vida.”

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DesembarqueCampos do Jordão / São PauloRomantismo nas alturas

Encravada nos topos verdejantes da Serra da Manti-queira, Campos do Jordão oferece inúmeras atrações

aos visitantes: caminhar pelo Horto Florestal, conhecer os 17 jardins temáticos do parque Amantikir, conferir o acer-vo do Palácio Boa Vista, visitar a Casa da Xilogravura, per-correr as trilhas que levam ao alto da Pedra do Baú. Em julho, a estância sedia o famoso Festival Internacional de Inverno, com apresentações de música erudita e popular.

O tradicional passeio de teleférico (R$ 5) parte da base do Morro do Elefante, em Capivari. O percurso de mil me-tros é realizado em cinco minutos e leva ao topo do morro, numa altura de 1,8 mil metros, de onde se tem uma visão panorâmica belíssima da cidade. Uma opção bastante ro-mântica é passear no tradicional bondinho. O trajeto, de 40 minutos, mostra desde a Estação de Vila Capivari, num extremo da cidade, até a Parada de São Cristóvão, que fica próxima à entrada.

Outra atração, o Horto Florestal (Das 8h às 17h, entrada R$ 4 por carro), com seus mais de 8 mil hectares, abriga uma das maiores reservas de floresta de araucária do Es-tado e possui trilhas imperdíveis, entre piscinas naturais e cachoeiras. Com sorte, é possível ver bugios, esquilos, cotias, quatis, muriquis e papagaios-de-peito-roxo.

Também não se deve deixar de visitar a Gruta dos Criou-los, uma pedra monumental, usada como esconderijo por escravos. Já o passeio de trem elétrico de Campos do Jor-dão a Santo Antônio do Pinhal proporciona vistas belíssi-mas, ao longo de seus 19km.

Durante o mês de julho, a música erudita invade Cam-

pos do Jordão. Realizado desde 1969, o Festival de Inver-no, o maior evento de música clássica da América Latina, prioriza a formação de músicos e regentes e conta com a participação dos mais importantes nomes da música do Brasil e do mundo. Parte da programação oficial do Ano da França no Brasil, terá presença de nomes da música clássica francesa, como o maestro Guillaume Bourgogne, o violinista Philippe Aïche, a violoncelista Diana Ligeti, o clarinetista Jérôme-Julien Laferrière, o percussionista Flo-rent Jodelet, a harpista Geneviève Létang. A 40ª edição do festival marca o aprimoramento do intercâmbio artístico-educacional do evento.

Nessa época, o epicentro dos acontecimentos são as mesas na calçada da Baden Baden, a mais famosa cerve-jaria local, localizada em Capivari, por onde todos passam e tudo acontece. É preciso chegar cedo para garantir um bom lugar. O Quiosque do Capitão Gancho e a Villa de Phoenix são outros bares movimentados do bairro. Um passeio pelas lojas de chocolate é imperdível. Conheça os bombons, trufas, tabletes e drageados da fábrica de Chocolates Araucária e visite lojas como Alpes, Bourbon, Lievori e a tradicional Montanhês.

Campos do Jordão tem 269 quilômetros quadrados e 50 mil habitantes, e apresenta temperatura média de 19ºC na primavera e 25ºC no verão. Durante o mês de julho, chega a receber 1 milhão de visitantes. Mas, contando com infra-estrutura espetacular, tanto moradores como vi-sitantes não enfrentam racionamento de água, energia ou aumento da criminalidade.

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Do alto das montanhas verdes da Serra da Mantiqueira.

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Saiba mais:

Festival: www.festivalcamposdojordao.org.br

Página da Prefeitura: www.camposdojordao.sp.gov.br

Acima, à esquerda, o trem que faz passeio turístico. Acima, casarão com arquitetura européia e uma das muitas cachoeiras da região. À esquerda, concerto do Festival de Iverno, que receberá grandes nomes da música francesa este ano.

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O charme das ruas floridas, a arquitetura com influ-ência alemã e italiana, as iguarias gastronômicas,

os vinhedos, a hospitalidade dos moradores, o cheiro das serras, cachoeiras, o clima ameno, tudo em Gramado conspira para criar uma atmosfera de romantismo. Não é à toa que a serra gaúcha, entre os destinos nacionais, é dos mais requisitados para viagens de lua-de-mel. Locali-zada a 126 km de Porto Alegre, a cidade chama a atenção pelas características da colonização européia, presentes nos detalhes arquitetônicos, na culinária e na organização dos espaços públicos.

As belezas naturais da paisagem serrana, com suas florestas de araucárias, muitos pássaros e outros animais silvestres, estradas ladeadas de hortênsias (a cidade é co-nhecida como Jardim das Hortênsias), além do nevoeiro característico da serra, contribuem para criar um clima especial.

Uma das atrações locais é o Mini Mundo (rua Horácio Cardoso com Rua Pedro Candiago, tel. 54 3286.1334. De ter. a dom., das 13h às 17h), cidade em miniatura com réplicas de castelos e casas em estilo europeu típico, moi-nhos, praças, ferrovias e cascatas. Para quem quer conhe-cer mais sobre a tradição gaúcha, vale visitar o Museu CTG Rodeio Velho (rua Augusto Zatti, 55. Visitas todas as pri-meiras e terceiras quintas-feiras do mês, das 20h às 22h. Entrada Franca), único do Estado dedicado exclusivamente a mostrar os costumes do gaúcho serrano. O local reúne peças raras da época da Revolução Farroupilha e da cha-mada Era do Couro. Pode-se ainda, assistir a apresentação de violeiros interpretando músicas típicas dos gaúchos do

alto da serra. Inaugurada em 1942, a Igreja São Pedro (av. Borges de

Medeiros, 2659, diariamente das 8h às 21h) é uma das maiores demonstrações de religiosidade da comunidade. A estrutura montada em pedra basáltica exibe arte nos vitrais com imagens sacras e em perfeita harmonia arqui-tetônica. A torre, de 46 m de altura, inspira uma prece a São Pedro, o padroeiro.

A gastronomia é uma atração à parte. Além da tradicio-nal fondue suíça, feita com queijos emmenthal e gruyére, vinho branco seco e kirsch, os restaurantes da cidade ofe-recem variações como a bourguignonne (com pedaços de filé mignon fritos no óleo) e a La Pierrade (com pedaços de filé mignon e peito de frango assados em pedra vul-cânica). As frituras quase sempre são feitas com óleo de babaçu (palmeira nacional), que produz menos cheiro e fumaça.

No Centro, fábricas e lojas vendem o famoso chocola-te da cidade em barras, ramas, bombons, trufas, licores e formatos diferenciados para as rianças. As fábricas da Prawer (Av. das Hortênsias, 4020, saída para Canela, tel. 54 286-1580, agendar) e da Planalto (Rua João Carniel, 689, B. Carniel, tel. 54 286-1701. Das 8h às 11h30, 13h30 às 17h30, fecha sábado e domingo) têm visitas guiadas à linha de produção.

Anualmente, Gramado sedia um dos mais famosos festivais de cinema do País, que este ano será realizado de 9 a 15 de agosto. O evento reúne centenas artistas, diretores e produtores para divulgar e debater o cinema nacional.

DesembarqueDelícias da paisagem serrana Gramado / Rio Grande do Sul

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O Lago Negro, cercado de hortências.

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Saiba mais:

Prefeitura: www.gramado.rs.gov.brFestival de Cinema: http://www.festivaldegramado.net/Mini Mundo: www.minimundo.com.br

Acima, à esquerda: Chalé típico da região das monta-nhas. Acima, à direita, estrada ladeada por hortências. À esquerda, rua do Mini Mundo. Acima, lago Joaquina Rita Bier.

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A paisagem de Tocantins, caracterizada por uma es-pécie de transição entre a floresta tropical do norte

e o cerrado do sudeste, possui belezas naturais ainda pou-co conhecidas, com potencial para tornar o estado um dos roteiros de ecoturismo mais procurados do país.

Palmas, a capital, é uma cidade planejada construída nos moldes de Brasília. Possui como principal ponto turísti-co a Praça dos Girassóis, a maior praça do Brasil e segunda maior do mundo (só perde para a Praça Vermelha, em Moscou). No local situa-se o belo Palácio Araguaia, sede do governo. Outra atração é o Palácio Araguaia (Praça Girassol, tel. 63 3218-1000, das 8h às 18h, entrada grátis), que é decorado com grandes mosaicos coloridos e possui uma maquete da própria praça – o visitante pode comparar a miniatura com a vista da original pela janela. Próximo dali, o Memorial Coluna Prestes presta homenagem ao militar e político por sua luta contra a ditadura e o fascismo.

A leste da capital, a Serra do Lajeado abriga cachoeiras, piscinas naturais, trilhas e mesmo pinturas rupestres. Seus picos são muito procurados para a prática de rappel e pa-raglider.

Mais ao leste, situa-se o Parque Estadual do Jalapão, que se estende a uma área de 34 mil km², com diversos rios, cachoeiras, lagoas, dunas, serras e chapadões. Há ainda formações rochosas como a Pedra Furada, um gigantesco

morro de arenito onde a ação prolongada do vento e da chuva fez aberturas em sua estrutura.

O parque ocupa terras dos municípios de Mateiros, Pon-te Alta do Tocantins, São Félix do Jalapão, Novo Acordo, Santa Teresa do Tocantins e Lagoa do Tocantins. A região é formada por uma densa vegetação de cerrado baixo. A água flui exageradamente formando rios, brejos e lagoas, onde muitas espécies de animais encontram alimento em abundância.

O parque é chamado de deserto devido à baixa densi-dade demográfica. O nome Jalapão vem da planta trepa-deira nativa conhecida como Jalapa-do-Brasil, cujas raízes são utilizadas pelos habitantes da região como remédio contra problemas gastrointestinais.

O grande atrativo e a melhor maneira de conhecer o Jalapão é fazendo o rafting no Rio Novo, que corta boa par-te da região. Outra atração é a Cachoeira Velha, que tem duas quedas de 25 m de altura em forma de ferradura e deságua no Rio Novo.

O artesanato do raro Capim Dourado, só encontrado no preservado Cerrado do Jalapão, constitui um dos principais atrativos do local. Nas mãos habilidosas dos habitantes de vilarejos locais, a matéria-prima se transforma em bolsas, cintos, pulseiras, bandejas, descansos e chaveiros, que fi-cam com brilho e cor semelhantes ao do ouro.

DesembarqueNovos caminhos para a aventura Tocantins

Esquerda: Rio de Matadeiros, no Parque Estadual do Jalapão. Direita, acima: Bacuri, uma das frutas favoriitas dos moradores. Direita, abaixo: Descida de rafting no Jalapão.

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Acima: Cachoeira em Matadeiros, no Jalapão. Abaixo: Pessoa mergulhando em lagoa , também em Matadeiros.

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o Saiba mais:

Parque do Jalapão: jalapao.to.gov.br

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VelocidadeCarro dos sonhos Rolls Royce

A Rolls-Royce exibiu ao público no Salão de Genebra 2009, realizado em março, o modelo 200 EX, sedã

que pode ressuscitar o nome Silver Ghost, que entrou para a história da marca em 1906 e evoca imagens de aventura e inovações técnicas. Um carro dos sonhos para qualquer noi-va, este é o quarto lançamento da montadora desde 2003, quando a BMW adquiriu a empresa.

O 200 EX, além de todo o requinte da Rolls-Royce, é equipado com um motor 6.0 V12 a gasolina de 452 cv de potência. Entre suas inovações, está o propulsor 6.6 V12 aco-plado a uma nova transmissão de 8 marchas da ZF. As rodas do modelo, que vêm de série, serão bem grandes, de 20 polegadas.

Tom Purves, presidente da Rolls-Royce, diz que o veículo é uma “execução moderna da elegância da marca”. O exe-

cutivo espera que “o design ágil e mais informal (do 200 EX) aumente o apelo da Rolls-Royce Motor Cars, atraindo pesso-as que apreciem a fusão de refinamento, novas tecnologias e estilo contemporâneo”.

O sistema de suspensão é a ar e traz um sistema que analisa as condições de rodagem e a adapta às diferentes si-tuações. Um fato chama a atenção nesta versão é a abertura das portas, que para facilitar o acesso ao interior do veículo, recebe o batente em posição contrária dos modelos atuais.

O modelo será 435 mm mais curto que o modelo Phan-tom atual, para melhorar a dirigibilidade e tração, mas seu interior terá espaço interno praticamente igual. O veículo, que deve ser lançado em setembro no Salão de Frankfurt, tem preço estimado em 200 mil e 250 mil euros (cerca de R$ 600 mil).

Os traços clássicos do Rolls Royce, numa “execução moderna da elegância da marca”.

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Levado à França pelas mãos do lendário chef Chris-tian Constant, o jovem brasileiro Eduardo Jacinto é

o responsável pelo sucesso do charmoso Café Constant, um delicioso bistrô que virou o point da moda na capital francesa. Eduardo comanda com maestria uma pequena e eficiente equipe e orquestra como poucos panelas e frigideiras, resultando em um harmonioso encontro en-tre a culinária francesa e brasileira.

Em 2003, após voltar de cursos na Itália e na França, Jacinto encontrou o renomado chef francês em semana de palestras no Hotel Gran Meliá, em São Paulo. Por fa-lar a língua do mestre, foi convidado a ajudá-lo na pre-paração dos pratos e ganhou sua confiança. Seis meses depois, embarcou para a França com vaga garantida na cozinha do Violon D’Ingres, uma das jóias do império de Constant, na Rue Saint Dominique, no nobre 7º arrondis-sement de Paris, ao lado da Torre Eiffel.

No inicio, Eduardo não teve vida fácil. Sofreu com a lín-gua, pensou em desistir. Mas ficou, superou preconceitos e, aos poucos, se estabeleceu, passando pelo Le Tables de la Fontaine – outra casa do chef na mesma rua – e chegando, enfim, ao Café Constant, do qual hoje é sócio. No charmoso bistrô, a menção de Bib Gourmand no Michelin – de ótima cozinha a preço justo – fez com que a ocupação dobrasse e os lucros triplicassem. No salão, não é raro ver ministros, embaixadores e até estrelas de Hollywood, como Eva Men-des, o casal brasileiro Gloria Pires e Orlando Morais, os jorna-listas Sonia Bridi e Paulo Zero, e os embaixadores do Brasil na França.

A rotina de Eduardo começa às oito da manhã, quando chega sorridente e pronto para mais um dia de trabalho. É ele quem negocia diretamente com os fornecedores. Não é difícil encontrar o chef discutindo o preço dos legumes e peixes servidos na casa. “A gente sempre tenta dar uma quebrada, porque às vezes eles não são tão em conta.”

Um dos grandes segredos da cozinha de Eduardo é usar sempre alimentos frescos e só começar a preparar os pratos no mesmo dia. Nada é desperdiçado. A carne, por exemplo, chega em peças e ele faz os cortes, e assim tudo vai sendo preparado por ele e sua equipe na hora.

Uma boa dica para quem estiver por lá e conseguir uma mesa na concorrida casa é o Ravióli de lagosta com manjeri-cão e gengibre, um verdadeiro “Manjar dos Deuses”.

Ele só lamenta uma coisa: que a pressa esteja contami-nando a hora do almoço na França, que costumava ter uma pausa de mais de duas horas. “Agora, em 45 minutos eles querem comer a entrada, o prato e a sobremesa e voltar para o trabalho.” Eduardo corre na cozinha, enquanto o povo chega com fome no restaurante. Não é fácil servir três pratos por pessoa. “Eu tenho amor pelo que eu faço.

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GastronomiaLe Chef

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Serviço:

Café Constant139, rue Saint-Dominique, 7th 139, rue Saint-Dominique, 7.T: 01 47 53 73 34 T: 01 47 53 73 34 . www.cafeconstant.com

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VinhosUm reinado ameaçado

Nos tempos atuais, nota-se que uma uva vem ameaçando o longo reinado da Cabernet Sau-

vignon - e essa uva é a Syrah (ou Shiraz). Quase dia-riamente ouvimos mais enófilos declarando sua paixão por ela ao degustarem um bom vinho em que ela é a protagonista. Ao mesmo tempo em que mostra potência e longevidade é sedosa, e isso seduz quem a degusta. Por outro lado, um vinho Syrah/ Shiraz de má qualidade produz uma experiência muito desconfortável de acidez agressiva e aspereza.

Casta originalmente do Norte do Rhône (França), ela encontra-se como varietal ou em assemblage (mistu-rada). Mudando de nome para Shiraz, como é conheci-da no Novo Mundo dos vinhos, foi na Austrália que ela realmente se revelou e alçou vôos. O Syrah do Norte do Rhône mostra à boca frutas negras (groselha preta), entrelaçado de pimenta e cogumelos silvestres quando envelhecido adequadamente. Um Hermitage e um Côte Rotie – mais famosos Syrah franceses – demoram anos, pelo menos dez, para atingirem seu apogeu. Apenas o St. Joseph e o Crozes-Hermitage podem ser aprecia-dos um pouco mais jovens. Nessa região, em geral, essa variedade amadurece sem problemas, ofertando espe-ciarias e chocolate junto a taninos potentes e redondos, aptos para uma longa guarda em garrafa. Os Syrah do sul do Rhône geralmente fazem parte de um corte ou mistura de várias cepas. Idem Languedoc - Rousillon e Provença.

O Shiraz australiano clássico corresponde, em geral, a tintos muito escuros, densos; ao nariz, se mostram mais frutado (frutas negras) e com mais chocolate que os do Rhône. Especiarias, pimenta negra, frutas em com-pota, baunilha (carvalho americano), taninos potentes, mas doces, fazem parte de seu amplo leque de sabores. Prontos mais cedo para serem degustados, aguentam, e bem, guarda de 10 a 15 anos. Atualmente, pode-se dizer que existe um estilo definido de Shiraz de acordo com as regiões de onde emergem. Na Austrália do Sul, mui-tas regiões se especializaram nessa uva. O destaque fica para Barossa Valley, a mais famosa delas. Vinhos den-sos, ricos, porém de uma elegância ímpar nos melhores exemplares. De vinhas muito antigas (centenárias) saem vinhos com rara profundidade e concentração. Similar aos de Barossa são os Shiraz provenientes de Clare Val-ley, embora tenham notas de menta e um toque mais tânico e mais estruturado. Sedutores são os produzidos em McLaren Valley, com suas notas achocolatadas, de sabor quente (‘cheio’). Seguindo o modelo de Côte Rotie, em Langhorne Creek muitos mesclam à tinta Shiraz pou-ca quantidade da branca Viognier, produzindo um vinho rico e saboroso.

Gerson LopesEditor do site www.vinhoesexualidade.com.br;Colunista do jornal Estado de Minas sobre vinhos (“In Vino V

Gerson LopesEditor do site www.vinhoesexualidade.com.br;Colunista do jornal Estado de Minas sobre vinhos (“In Vino Veritas”); Colaborador da revista Wine Style (www.winestyle.com.br)

Nas zonas mais frescas da Autrália do Sul – Coonawar-ra, Eden Valley e Adelaide Hills – são produzidos vinhos com estilo mais elegante (contido, com mais menta, pi-menta branca, groselha vermelha, framboesa). Climas mais frios – Yarra Valley e mais ao norte de Vitória o Pyrenees, Grampians e Heathcote – produzem, talvez, os Shiraz mais parecidos com os do Rhône. São verdadeiros vinhos de clima frio; secos, apimentados, de bom cor-po e longitudinais. O toque apimentado é mais pronun-ciado nos vinhos originais de Frankland e Mount Baker (Western Austrália). Na Nova Gales do Sul, em Hunter Valley, o Shiraz é mais suave, com um toque a couro ca-racterístico. Menos ostensivos e vibrantes que os vinhos da Austrália Meridional, a Austrália Ocidental (Margaret River) vem produzindo muitos vinhos dessa uva de alta qualidade.

Outros países do mundo vêm fazendo excelentes vi-nhos com essa uva, como os EUA; Nova Zelândia; a África do Sul; o Chile, com regiões de clima quente propícias à maturação da Syrah/ Shiraz, e hoje, investindo em zonas mais frias. Portugal (fantástico os da Quinta do Monte D’Oiro) e Itália (só ou fazendo parte de um corte com a Cab ou Merlot) também produzem excelentes vinhos.

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Mais ESTAÇÃOPara sempre Chanel

Elegante, revolucionária, perfeccionista e com per-sonalidade forte. Muitos são os adjetivos atribuídos

a Gabrielle ‘Coco’ Chanel, a estilista francesa que chocou o mundo na década de 20 com suas atitudes e estilo à frente do seu tempo.

A história da mulher visionária que mudou o rumo da moda e se tornou um ícone de sucesso chega às telas dos cinemas em 2009. Coco Avant Chanel (Coco antes de Chanel), dirigido pela francesa Anne Fontaine, e estrela-do pela atriz Audrey Tautou, estreou na Europa no último mês de abril com bilheteria estimada em mais de 2.7 milhões de euros (R$ 7,56 milhões) na primeira semana em cartaz na França. No Brasil, o filme está previsto para outubro.

Baseado na biografia L’Irrégulière, escrita por Edmon-de Charles-Roux, o filme de Fontaine aborda sobretudo o período menos requintado da vida de Coco Chanel, a atribulada juventude da estilista, que fomentou sua re-beldia contra os excessos da vestimenta feminina.

Para Anne Fontaine, porém, a moda não é o principal foco do filme, mas sim a personalidade de Chanel. “Não foi tanto a moda, mas as características dessa mulher excepcional que despertaram meu interesse”, conta. “Fi-quei particularmente tocada pelo fato de ela ter vencido pelo esforço pessoal. Essa moça pobre, sem formação, que saiu do interior da França, mas dotada de uma per-sonalidade excepcional, estava destinada a estar à frente de seu tempo.”

Orfã, Chanel passou a infância e a adolescência em um colégio de disciplina severa. Seu primeiro contato com o mundo da moda foi como vendedora em uma loja da ci-dade de Moulins, onde passou a morar quando completou 20 anos de idade. Foi nessa época que adotou o nome de Coco, durante uma breve carreira de cantora de café.

Foram os dois primeiros homens da vida de Chanel, um rico militar francês e um industrial inglês, que financiaram a pequena chapelaria da estilista, em 1910. Em quatro anos, a talentosa modista já era dona de duas lojas do gênero, uma em Deauville, outra em Paris. Foram ainda seus dois protetores que a ajudaram a conseguir clientes da alta sociedade. Suas criações logo caíram no gosto do público e seus negócios se expandiram para o ramo da moda.

Foi na década de 1920 que Chanel se estabeleceu como estilista. Com roupas confortáveis, tecidos fluidos, peças emprestadas do guarda-roupa masculino e saias mais curtas, Chanel devolveu às mulheres sua liberdade primeira, em contraste com uma época em que a silhueta feminina era extremamente rígida. Entre a célebre lista de admiradores de Chanel, aristocratas como Charles Worth,

Jacques Doucet, Jean Patou e Paul Poiret.

Com o início da 2ª Guerra Mundial, Chanel decidiu fe-char sua maison e chegou a trabalhar como enfermeira. Em 1954, aos 71 anos, retomou suas criações originais e elegantes. Foi então que o famoso tailleur ganhou vida e as ruas. A estilista insistiu sempre no corte impecável de suas roupas e em suas cores básicas – o cinza, azul-marinho e bege, além do predileto preto. Dando ênfase à criação de acessórios, ela visualizou o futuro de sua linha de perfumes e cosméticos. Chanel foi uma figura presente e atuante em sua Maison até sua morte, aos 88 anos.

Audrey Tautou encarna Gabrielle ‘Coco’ Chanel no filme “Coco antes de Chanel“, numa atuação que vem sendo bastante elogiada. Abaixo, ela contracena com Alessandro Nivola no longa dirigido por Anne Fontaine, de “Nathalie X“.

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por Gabriela Tanuri

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O look Chanel afirma por meio de linhas simples que a maneira de usar uma roupa é infinitamente mais impor-tante do que o que se veste. Princípios, mais que criações, conceito, mais que aparência. Chanel definiu a moda de um jeito novo e que se mantém a até hoje. O rastro do perfume sutil e marcante da estilista deixou muito mais que lem-branças. O novo comprimento das saias, que mostrava os tornozelos das mulheres, os sapatos confortáveis de bicos arredondados e bicolores - que davam a impressão de um pé menor -, as pérolas misturadas a bijuterias, o corte de

cabelo simétrico, mostrando a nuca, o vestido preto, simples, reto, a bolsa de correntes douradas e matelassê, o perfume Chanel nº 5, até hoje o mais vendido em todo o mundo. O legado de Chanel vai muito além da moda, como define a própria estilista: “A moda não é uma coisa que existe apenas nas roupas; a moda é algo que sempre está no ar. É o vento que sopra a nova moda; nós a sentimos chegar, sentimos seu cheiro. A moda está acontecendo no céu, nas ruas; a moda tem a ver com as idéias, com o modo de vida, com o que está acontecendo”.

Perfume de Chanel

Audrey Tautou também é a estrela da nova campanha do perfume Chanel

Nº 5, com trilha sonora de Billie Holiday

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CocosimplesmenteModa

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Stephanie Gomes usa tailler Tida; jóias Lanzara; legging BrasilSul; bolsa, sandália meia pata e correntes acervo.

Gabriela Girardi veste camisa de renda Bo.bô, saia tafe-tá Maria Bonita, e bijoux Glória Coelho (todos Tida); jóias Lanzara; faixa de cabelo Le Lis Blanc; sapato pep-toe Fo-lic; colar de cristal negro Fafá Andrade; gravata acervo.

Chanel personifica a modernidade e delineia o

contorno de uma nova mulher

por Mirian Koerich

A moda revolucionária de Chanel cortou os cabelos rente à nuca e subiu as saias para

superar todas as modas e criar um estilo único. A personalidade complexa e singular da estilista flertava com as contradições entre masculino e feminino, da simplicidade com o luxo, do rigor e o charme, do domínio e da submissão, para criar uma obra-prima paradoxal, inovadora e inesgo-tável.

Ícones de elegância sem artifícios, os clássi-cos instituídos e eternizados por mademoiselle são revisitados pelas mulheres do mundo todo. A indumentária feminina recorre, incansavelmente através dos tempos, ao “pretinho básico”, cha-péus e lenços, laçarotes e camélias, aos sapatos bicolor e blusas navy, à bolsa de matelassê com alças de corrente ou às peças inspiradas no guar-da-roupa masculino para assegurar o luxo discre-to e basicamente chique decretado por Coco.

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Fotografado por Matheus Alves

Beleza: Fabiane Arcoverde

Styling: Mirian Koerich

Produção executiva: Gabriela Tanuri

Casting: Ford Models Santa Catarina

Assistente de fotografia: Bruna Splitter

Assistente de produção: Cássio Zunino

Agradecimentos: Marina Lins von Wangenheim

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Stephanie veste terno Le Lis Blanc; top Glória Coelho (Tida) e sapato Le Lis Blanc; jóias Lanzara; bolsa, cinto e luvas acervo.

Gabriela está com blusa Le Lis Blanc e sapatilha Le Lis Blanc; calça Le Lis Blanc; blazer Folic; jóias Lanzara; bi-joux e boina acervo.

Tweeds e Navy na fase inglesa da Maison

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Gabriela usa vestido Folic, jóias Lanzara; sapato Raphaela Booz, chapéu e luvas acervo.

Stephanie está com vestido Glória Coelho (Tida); jóias Lanzara; scarpin Le Lis Blanc; meias Lupo; luvas acervo.

Frisson do preto

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Gabriela veste jaqueta de couro Vertigo (Tida); jóias Lanzara; bijoux e óculos acervo.

Mix de jóias e bijouxem trajes diurnos

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Stephanie usa vestido Glória Coelho (Tida); jóias Lanzara; colar de pérolas Fafá Andrade; chapéu, camélias e lu-vas acervo.

As camélias de Mademoiselle

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Gabriela veste tailler e sapato pep-toe Folic; saia Glória Coelho (Tida); jóias, pingente e relógio Lanzara; touca Le Lis Blanc; polaina e cinto acervo.

Stephanie está com vestido Glória Coelho (Tida); tomara- que-caia Fo-lic; jóias Lanzara; brincos e sandálias Raphaela Booz; meia calça e segunda pele Lupo; chapéu e cinto acervo.

Conforto e liberdade são os lemas de Chanel

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Stephanie veste camisa Folic; bermu-dão Bo.bô (Tida); jóias Lanzara; broche e gravata acervo.

Gabriela usa camisa Saad e conjunto de colete e calça alfaiataria Vertigo (todos Tida); jóias Lanzara.

Fusão entre masculino e feminino

“Não gosto que falem de moda Chanel. Chanel é antes de tudo um estilo. A moda sai de moda, o estilo, jamais.”

Coco Chanel

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Mais ESTAÇÃO Paixão pela moda

A 27ª edição do São Paulo Fashion Week terá vá-rias novidades. O evento, que integra o calendário

oficial do Ano da França no Brasil, tem um tema bem romântico: Passion/ Paixão. A programação terá início com uma aula magna de Didier Grumbach, presidente da Federação Francesa da Costura, do Prêt-à-porter, dos Costureiros e dos Criadores de Moda, no dia 15 de junho. Ainda neste dia, ele lança a edição brasileira do livro História da Moda.

O calendário para o Verão 2009/10 inclui apresen-tações de Alexandre Herchcovitch, Gloria Coelho, Maria Bonita, Osklen e Reinaldo Lourenço, além de marcas de moda praia, como Cia. Martítima, Água de Coco e Paola Robba. As grifes Do Estilista, de Marcelo Sommer e Ama-pô, de Pity Taliani e Carô Gold, não aparecem no lineup.

No dia 16 de junho, ocorre a coletiva oficial do SPFW e o lançamento da edição especial da MAG! Passion/Pai-xão. À noite, uma festa especial para a homenageada da edição, considerada uma das mulheres mais elegantes do mundo, a mineira Beth Lagardère. Haverá exibição de documentário sobre ela criado especialmente por Paulo Borges, e aberta uma exposição inédita de suas peças de alta costura.

Nestes dias 15 e 16, serão abertas exposições refe-rentes ao Ano da França no Brasil, e terá início uma série de outras atividades. Os desfiles começam no dia 17 e vão até o dia 22 de junho.

Outra novidade é que o SPFW sugeriu às grifes que contratem modelos de várias etnias, em apoio à inclusão social dos diversos tipos étnicos. O evento se comprome-teu com o Ministério Público a contratar pelo menos dez por cento de modelos entre negros, afrodescendentes ou indígenas. No ano passado, só oito dos 344 modelos eram negros.

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oGisele para a Colcci

Desfile de Ricardo Almeida. Coleção da Melissa.

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Dia 17 (quarta)

Osklen ............................................. 15hPriscilla Darolt ................................ 17hV.Rom .............................................. 18hPaola Robba ................................... 19hUma Raquel Davidowicz ............... 20h15Colcci ............................................... 21h30

Dia 18 (quinta)

Iodice .............................................. 13h30Maria Bonita .................................. 15h30Alexandre Herchcovitch (fem.) .... 16h30Cori .................................................. 17h30Forum Tufi Duek ............................. 19hHuis Clos .......................................... 20h15Cia. Maritima .................................. 21h30

Dia 19 (sexta)

Reinaldo Lourenço ......................... 12h15Simone Nunes ................................ 15h30Agua de Coco por Liana Thomaz .. 16:30 hsCarlota Joakina ................................ 17h30Fabia Bercsek ................................. 18h30Ellus ................................................. 19h30Triton ............................................... 21h

Dia 20 (sábado)

Gloria Coelho .................................. 12h45Gloria Coelho .................................. 13h45Erika Ikezili ...................................... 15h30Maria Garcia ................................... 16h30FH por Fause Haten ........................ 17h302nd Floor ......................................... 19hOestúdio .......................................... 20h15Animale ........................................... 21h30

Dia 21 (domingo)

Cavalera .......................................... 12hNeon ................................................ 14h30Ronaldo Fraga ................................. 15h30Jefferson Kulig ................................ 17hMario Queiroz ................................. 18hLino Villaventura ............................. 19h30

Dia 22 (segunda)

Isabela Capeto ................................ 15hWilson Ranieri ................................. 16hMovimento ..................................... 17hAlexandre Herchcovitch (masc.) ... 18hReserva ............................................ 19hSamuel Cirnansck ........................... 20h15André Lima ..................................... 21h30

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Desfile da Neon na edição anterior. Máscaras surreais da Cavalera.

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O Congresso Mundial de Viagem e Turismo (WTTC), realizado nos dias 15 e 17 de maio, no Costão do

Santinho, em Florianópolis (SC), reuniu alguns dos maio-res investidores do setor turístico de todo o mundo e autoridades brasileiras. As tendências do turismo para os próximos anos e parcerias capazes de garantir suces-so do setor como atividade econômica foram temas em pauta no evento. O Brasil é o primeiro país da América Latina a sediar o WTTC, que contou com presença de exe-cutivos e agentes de turismo, jornalistas e profissionais especializados, vindos de vários países.

O presidente do WTTC, Jean Claude Boumgarten, res-saltou o potencial turístico do Brasil no mercado inter-nacional. “Tivemos a certeza de que escolhemos o lu-gar certo por perceber que o Brasil enxerga no turismo uma atividade importante em sua economia e é um País que está crescendo neste cenário e ganhando cada vez mais visibilidade”, afirmou Boumgarten. “Não se sintam desencorajados a prosseguir, nem diante das crises que possam vir. O turismo é uma saída para a recuperação da economia neste momento”, completou o executivo do WTTC, Geoffrey Kent.

O tema do evento foi “Parcerias reais energizando

economias”, enfatizando a importância das parcerias pú-blico-privadas para alavancar o turismo. Jefrey Kent disse que os gestores privados estão dispostos a compor par-cerias com as administrações públicas para desenvolver o turismo no mundo.

O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Sil-veira, chamou a atenção para a importância do evento para o turismo na região. “Precisamos mostrar lá fora que existimos, pois o nosso grande adversário é o desco-nhecimento. O WTTC vai colocar Santa Catarina na vitrine mundial do turismo”, diz.

O presidente Lula, presente na abertura do evento, de-fendeu a política nacional de turismo, os investimentos em infra-estrutura e a ousadia. “Provavelmente temos o maior potencial turístico do mundo, mas nem sabemos”, afirmou, ao enumerar a diversidade dos destinos turísti-cos e a riqueza do patrimônio histórico-cultural brasileiro.

O ministro do Turismo, Luiz Barreto, apresentou dados sobre o desempenho do turismo na economia do mundo e do Brasil e disse que o Brasil é um dos destinos mais promissores para receber investimentos atualmente. “O ambiente de crise não pode servir de pretexto para inibir ações e investimentos no turismo”, afirmou.

Mais ESTAÇÃOWTTC: Brasil na rota do turismo mundial

Evento reuniu os presidentes e principais executivos das 100 maiores empresas de turismo e viagem do mundo.

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Durante o WTTC, o governo do Estado entregou aos participantes o portfólio Santa Catarina — Relatório de Oportunidades de Investimentos. A publicação apresenta 37 projetos que estão sendo desenvolvidos no Estado, com o objetivo de atrair investimentos e parcerias dos empresários.

Nos três dias de evento, foram coordenados 11 tours pelos três consultores contratados dentro da estratégia traçada pelo governo do Estado, com assessoria do Con-vention Bureau de Florianópolis. Ciceroneados pelo go-vernador Luiz Henrique, os congressistas sobrevoaram, de helicóptero, os locais de cada projeto – alguns, já iniciados. “Conversamos com muita gente no decorrer do evento, mas identificamos pelo menos 15 potenciais investidores”, contou Carlos Olsen, um dos consultores.

Os investidores passaram a semana seguinte ao even-to conhecendo melhor o Estado e visitando mais uma vez as áreas onde pretendem construir empreendimen-tos. Entre os projetos mais comentados durante o WTTC, está o investimento bilionário de um grupo espanhol em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, onde serão construídos dois campos de golfe, uma marina, um porto turístico, hotéis, clubes e casas. O projeto envolve aplicação de R$ 2,5 bilhões e vai gerar mais de 10 mil empregos. O presidente da multinacional, John Kenne-dy, anunciou que o início das obras está previsto para o início de 2010. Atualmente, o empreendimento está em fase de licenciamento ambiental.

Outro projeto que pode abrir postos de trabalho no Estado é o do estaleiro que será construído em Biguaçu, também na Grande Florianópolis, pelo empresário Eike Batista. A área já foi comprada. Construção de outro es-taleiro, possivelmente em Itajaí, está em fase de nego-ciação. Durante o congresso, um grupo de chineses se reuniu com o governador e estuda a possibilidade de construir navios de grande porte para exploração e trans-porte de petróleo. “Vamos nos reunir, para fazer uma avaliação de todas as informações e, a partir daí, fazer um plano estratégico. Nós não podemos perder essa oportunidade, as informações que nós recebemos. Va-mos agora trabalhá-las de forma planejada, sequencial”, disse o secretário de Turismo, Esporte e Lazer do Estado, Gilmar Knaesel.

Turismo estimula economia A indústria do turismo catarinense representa 12,5%

do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, o equivalente a US$ 6,4 bilhões, e deve dobrar de tamanho nos próximos 10 anos. Essa é a principal constatação do estudo sobre o impacto econômico do setor, apresentado pelo Con-selho Mundial de Viagem e Turismo (WTTC) na abertura do congresso. O relatório aponta que o segmento gera 500 mil empregos no Estado, 11,9% do total, e que este

Mais ESTAÇÃOInvestimentos em Santa Catarina

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Conferência foi realizada pela pri-meira vez na América Latina.

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número deve chegar a 696 mil em 2019.O Presidente do WTTC enfatizou que, apesar do poten-

cial indiscutível, grande parte da região ainda é inexplo-rada. “Santa Catarina deve ser um dos maiores segre-dos turísticos, porque poucas pessoas fora da América Latina, e até mesmo do Brasil, sabem da sua incrível diversidade de paisagens, culturas e pessoas”, observou Baumgarten.

O turismo emprega 230 milhões de pessoas em todo o mundo, o que corresponde a 8,3% do total de empre-gos e tem impacto direto de aproximadamente 10% do PIB mundial. Isso quer dizer que uma, em cada grupo de 12 pessoas trabalha no segmento. As economias emer-gentes serão as primeiras a se recuperarem da crise glo-bal, em especial a China e também o Brasil. A conside-ração foi feita no painel Transformando Economias, que avaliou como o turismo pode contribuir para uma nova ordem econômica mundial.

De acordo com as previsões do WTTC para a década 2007/2017, o turismo da China deverá registrar o maior crescimento do mundo, algo em torno de 9,1%, e gerar 75, 710 milhões de empregos em 2017, deixando prá trás Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Itá-lia e Canadá. Até lá, os EUA deverão ter faturamento de US$3, 067 trilhões. Já o Brasil nesse prazo, prevê o WTTC, fecha com 7, 773 milhões de empregos, alcado à quinta posição no ranking, atrás da China, Índia, EUA e Japão.

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o Bailarinos da Escola do Teatro Bolshoi apresentaram-se no evento.

Participantes do Congresso sobrevoaram as paisagens de Santa Catarina.

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Festa Cris Arcangeliby Fernando Willadino

Disco SP

Estação final by Syomara [email protected]

Fernando Scherer e Eric Lovey

Michael Papo e Chef Benoit François

Adriele Guimaraes e Mari Pelegrini

Bárbara K. Teixeira

Rodeio de Jaguariúna

Cynthia Benini

Ana Paula Junqueira

Gustavo Reis

Jockey Club SP

Marlus e Lucia Dall Stella

Gina e Paulo Butori

Julio e Carla Settani

Constanrino Bittencourt, Felipe Barahona e Michel Saad

Ana Khoury

Diana Noronha

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Fashion For a Smiles

Emporionakaby Wellington Cerqueira

Fillity SP

Luciana Vendramini e Mariangela Bordon

Bel Matarazzo

Ana Luiza Castro

Giovane Gavio, Ione e Luisa

Tremel do Valle Pereira

Joyce Mussi

Omar Carvalho

Marinho Naccarato e Ellen Roche

Monique Alfradique

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SexoAmadurecer e crescer. Eis a questão!

Muitas pessoas parecem não saber que sexu-alidade é vida. Portanto, falar de uma se-

xualidade com qualidade é falar de uma vida com prazer, emoção positiva, comunicação assertiva e afeto. Por outro lado, as pessoas devem entender a sexualidade como uma qualidade de interação entre pessoas e não apenas individual.

Confundida, às vezes, com a terceira idade, a maturidade é chamada por alguns de fase adultícia maior ou de envelhecimento.

É importante refletirmos que, quando tentamos ou queremos evitar o envelhecimento, estamos no fundo evitando o movimento da vida. A vida está no movimento Envelhecer é em + velho + ser. É a possibilidade de resgatarmos a nossa essência, o ser, o interior. É um movimento (ou a chance dele) de direção ao nosso espaço maior que é o de dentro. Muitos amadurecem sem, no entanto, crescer. Como alguns frutos que amadurecem e, não crescendo, caem. Ou aqueles que, amadure-cidos à força, não têm o mesmo brilho, doçura, vivacidade, sabor, etc. Para acontecer o amadure-cimento, a vida tem que processar o movimento do sentido cronológico para crescimento pessoal. Deixar de ser só tempo percorrido que deixou mar-cas na aparência, no exterior, para ser conquista de maior compreensão e flexibilidade interior, am-pliação de outros valores essenciais por meio das realizações. Com a maturidade existe a possibilida-de de se valorizar o que se tem. Trabalha-se para que seja atingido o que se pode buscar. A pessoa madura conhece a influência dos dois mundos: o convencional, que dá condição de sobrevivência (amparo), e o experiencial, que o liberta para o crescimento. E consegue fazer o “ziguezague” ne-cessário entre estes dois referenciais.

Vamos esclarecer um pouco mais isto. O mundo convencional, ligado ao hemisfério esquerdo, se comporta como o alicerce da casa. Lógico, racional, de aparência, concreto, objetivo, estratégico, no qual podemos manipulá-lo e controlá-lo. O mun-do experiencial, ligado ao hemisfério direito, é o recheio, a intimidade, onde o ser se expressa lá no seu íntimo. Brota, portanto, das relações inter-pessoais. Subjetivo, único, imprevisível e incontro-lável, o mundo experiencial tem suas próprias leis

e elas nem sempre estão de acordo com o outro mundo (o convencional). Nele não há controle; no máximo, podemos compreendê-lo.

Mesmo correndo o risco de generalização, po-demos dizer que, enquanto os jovens explodem no mundo racional ou convencional, o ser humano maduro (o que cresce) tira das perdas os ganhos. É o que bem coloca o psicólogo mineiro Wolber de Alvarenga: “em todo ganho, há uma perda. Em toda perda, há um ganho. Se eu fico no que per-co, perco o que poderia ganhar”. A maturidade, quando vem acompanhada de crescimento, permi-te vislumbrar um horizonte onde a pessoa se argu-menta, se protege, se defende, cuida de si mesmo e tem direção. Para a vida ou para a morte (a vida proibida de ser vivida), a escolha é de cada um. Nós somos os únicos responsáveis pela qualidade de vida que optamos. Os outros e as coisas podem apenas nos facilitar ou dificultar a viver.

Os relacionamentos amorosos e sexuais na ma-turidade podem ser os mais ricos em intensidade e plenitude, se os relacionamentos experimentados ao longo da vida foram trabalhados pela balança de perdas e ganhos e apaziguados pela temperan-ça. Os amantes maduros são os que podem viven-ciar prazeres e emoções intensas e plenas, mas ao mesmo tempo seguras e calmas, pois a paixão que outrora desestabilizava os amantes agora acontece harmoniosa e sábia.

Gerson LopesMédico, com atuação em sexologia, coordenador do departamento de Medicina Sexual do Hospital Mater Dei/BH/MG e do projeto “Sexualidade com Qualidade, da Associação Saber (www.ongsaber.org.br – 0800.7744.525).

Gerson Lopes

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CrônicaFlagrantes de bar Raul Caldas Filho

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Ela estava sentada à minha frente, de costas, numa das mesas do Píer 301, localizado no terceiro piso do

Shopping Beira Mar, de onde se descortina um belo visual da Baía Norte da capital catarinense. Era uma jovem de ca-belos lisos e louros, que se alongavam até os ombros. Mas quando chegou eu me encontrava imerso na leitura de jornal e não vi o seu rosto. Agora eram aqueles compridos fios amarelos que, como um hipnotizante raio de luz, res-plandeciam aos meus olhos. Após fazer o seu pedido, ela abriu uma bolsa, que trazia a tiracolo, e de lá tirou um livro, começando também a ler. Dei uma espiadinha indiscreta e desvendei o título do livro: “Uma breve história do mun-do”, de Geofrey Blainey. Trata-se de uma jovem que quer estar bem informada, conjeturei. E voltei ao meu jornal.

Depois de algum tempo, a moça loura, mesmo sem tirar os olhos do livro, ainda de costas para mim, ini-ciou uma operação muito enigmática, à observação mas-culina. Primeiro, com as duas mãos juntas, levantou todo aquele volume capilar até o alto, deixando à mostra a sua nuca branquinha. Em seguida, passou a dividir o cabelo em camadas, com uma destreza manual digna de um artífice, e, enquanto a mão esquerda segurava as mechas, a direita ingressou na bolsa e de lá tirou um pente e um prendedor de elástico. Então, à medida que ia penteando as camadas, com a mão direita, mantendo o prendedor no polegar, ia juntando tudo com a outra mão, sem deixar, em nenhum momento, de prosseguir com a sua atenta leitura. Até que colocou o prendedor. Estava pronto o rabo de cavalo.

Aí levantou-se e, pela primeira vez, lançou um olhar para o meu lado. E não sei se foi alguma ilusão de ótica, ou um passe de mágica, pois à minha frente surgiu a face da atriz Gwyneth Paltrow.

2

Manhã de sol num bar da Lagoa da Conceição. A música está agradável e relaxante, os fregueses

conversam em voz baixa, a cerveja foi servida na tem-peratura ideal, o camarão ao bafo apresenta-se fresco e saboroso e as verde-azuladas águas da Lagoa ondulam suavemente sob as rajadas de um fraco nordeste. A paz domina o ambiente e tudo parece perfeito.

Mas, de repente, um casal de namorados começa a dis-

cutir numa mesa de canto, a música transforma-se numa desagradável estridência de batidas eletrônicas, ao mesmo tempo em que um bando de jovens ruidosos invade o local com espalhafatosas gargalhadas. E o momento de sereni-dade esfumaça-se no ar..

3

Dia frio e cinzento de outono, 11 e 45 da manhã. Um casal entra num bar popular do Mercado Público e

acomoda-se numa mesa. Ele: um sujeito alto, quarentão, de ascendência portu-

guesa, cabelos pretos, lustrosos, alisados para trás, bigode fino e aparado, trajando um terno listrado de casimira e gravata de bolinhas.

Ela: morena miúda e bonita, vinte e poucos anos, ves-tindo um casaco xadrez, blusa azul de gola rolê, saia cur-ta, deixando os joelhos à mostra, e sapatos marrons com pequenos saltos. Os cabelos castanhos e compridos estão presos num lenço branco, realçando os brincos de argola. Seus olhos escuros permanecem atentos ao falar macio do acompanhante, as pernas agitadas e nervosas.

De longe surgem fragmentos de um diálogo quase sus-surrante, enquanto o homem acaricia as pequenas mãos da moça:

Ela : - Não vais me abandonar agora, vais?Ele : - Claro que não.Ela: - Prometes?Ele: - Prometo.Ela: - Então vou acreditar em ti. Já estou sentindo a

barriga crescer.Ele: - Não te preocupes. Vai dar tudo certo.Em seguida consomem o que pediram. Ela: um café

com leite e um sonho. Ele: uma pinga, uma cerveja e uma almôndega.

Logo depois saem, perdendo-se na multidão.

(Do livro “A Palavra Mínima” – Ed. Insular, 2009)

RAuL CALDAS FILHOJornalista, cronista e ficcionista.www.raulcaldasfilho.com.brcontato@raulcaldasfilho.com.br

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Paixão Eça de Queiroz

“... Tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escre-viam aquelas sentimentalidades, e o seu orgu-lho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamen-te um roupão, veio levantar os transparentes

Trecho de O Primo Basílio, de Eça de Queiroz

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da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho”

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Débora Falabella na adaptação cinematográfica de “O Primo Basílio“

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