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Ano I . n° 2 www.creadf.org.br Georreferenciamento a serviço da sociedade MOBILIDADE Manutenção predial Projeto de Lei propõe redução dos riscos de instabilidade de edificações

Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

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A mobilidade urbana é um dos grandes desafios do Brasil. Para Brasília, a situação não é diferente. A locomoção e os meios de transportes tornaram-se assuntos muito discutidos pelas autoridades, pela população do Distrito Federal e por diversos profissionais da área tecnológica. Os congestionamentos diários preocupam todos os segmentos da sociedade e, por isso, este é tema principal de nossa 2ª edição.

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Page 1: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

Ano I . n° 2www.creadf.org.br

Georreferenciamento a serviço da sociedade

MOBILIDADE

Manutenção predial Projeto de Lei propõe redução dos riscos de instabilidade de edificações

Page 2: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição
Page 3: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

A mobilidade urbana é um dos

grandes desafios do Brasil. Para Bra-

sília, a situação não é diferente. A lo-

comoção e os meios de transportes

tornaram-se assuntos muito discuti-

dos pelas autoridades, pela popula-

ção do Distrito Federal e por diversos

profissionais da área tecnológica. Os

congestionamentos diários preocupam

todos os segmentos da sociedade e, por

isso, este é tema principal de nossa

2ª edição.

A acessibilidade durante o ano

de realização da Copa do Mundo em

2014 torna-se item fundamental a ser

abordado. Vamos falar das dificuldades

e possíveis soluções, sob a ótica de um

profissional, que além de engenheiro é

cadeirante. Destacaremos os trabalhos

de integrantes do Sistema Confea/

Crea e Mútua em prol das pessoas que

possuem necessidades especiais.

Tendo a mobilidade urbana

como norte, mostraremos na editoria

“Inovação” o projeto de uma bicicleta

que promete purificar o ar. A propos-

ta ainda não foi implementada, mas é

focada na redução de carros nas ruas,

melhora da qualidade do ar e, ainda,

traz benefícios à saúde das pessoas

pela prática de exercícios físicos.

Reforçando o comprometimen-

to do Crea-DF com o meio ambiente

e com a saúde da população, vamos

abordar as problemáticas relacionadas

ao uso indiscriminado de agrotóxicos

nas plantações e explicaremos o por

quê do Conselho apoiar o Sistema de

Monitoramento do Comércio e Uso de

Agrotóxico (Siagro).

O Projeto de Lei que trata da

criação da Política Nacional de Ma-

nutenção Predial será tema da re-

portagem da editoria “Legislação”. O

texto base do projeto foi criado pelo

Crea-DF e tem recebido muito apoio

dos parlamentares.

O Crea Jovem-DF possui a im-

portante tarefa, dentro de nosso Re-

gional, de refinar o relacionamento

do Crea-DF com o corpo acadêmico

e sob esse viés, minha gestão apoia

todos os esforços do Sistema em prol

da Regulamentação do Programa Crea

Júnior/Jovem. Nossa matéria tratará

dos parâmetros necessários para oficia-

lização do programa nos Creas de todos

os Estados.

Nesta edição, o nosso entrevis-

tado de honra foi o engenheiro civil e

advogado, José Tadeu da Silva, atual

presidente do Conselho Federal de

Engenharia e Agronomia (Confea).

O engenheiro conta como tem sido

a experiência de presidir o Confea,

explana sobre a atuação do Conse-

lho em favor da mobilidade urbana

e fala um pouco do atual cenário da

engenharia brasileira.

Nas editorias institucionais, fa-

remos um destaque ao aumento da

eficiência em fiscalizações, constatada

em 2013, pelo fato do Crea-DF usar o

georreferenciamento no mapeamen-

to de áreas fiscalizadas. Falaremos

também, das Quintas Tecnológicas,

importante programação de eventos

mensais coordenadas pelo Colégio de

Entidades Regionais (Cder), com foco

no aprimoramento de nossos profissio-

nais e na orientação da sociedade so-

bre questões que envolvam as áreas de

abrangência do Sistema Confea/Crea

e Mútua.

Unidos sempre seremos mais

fortes e juntos poderemos pensar

em melhorias de mobilidade em

nossa capital.

Flavio CorreiaPresidente do Crea-DF

A acessibilidade durante o ano de

realização da Copa do Mundo em 2014 torna-se item fundamental a

ser abordado.

3editorial

Palavra do presidente

Page 4: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

4 sumário e expediente

Editor Executivo e Jornalista Responsável:José Bosco dalla Pietà Carvalho - JP 2898/GO

Redação: Rhaianny MarquesReportagem e pesquisa: Laura Santos Braga e Wynne CarneiroRevisão: Ana Lucia Pereira

COLABORAÇÃO:Giselle Guedes (Crea-DF)Henrique Nunes (Confea) Maranhão Viegas (GDF)Diretor de Criação: Juliano Pimenta Fagundes Impressão: Gráfica e Editora Atalaia - Tiragem: 20 mil exemplaresPublicidade: (62) 3087-9418 - [email protected]

56810121418202426

Expediente Crea-DFDiretoria 2014

PresidenteEng. Civil e de Seg. do Trab. Flavio Correia de Sousa

Vice-PresidenteEng. Civil Reinaldo Teixeira Vieira

Diretor AdministrativoEng. Civil Emílio Façanha Mamede Neto

Diretor FinanceiroEng. Eletricista Luiz Henrique Lobo

Diretor de FiscalizaçãoEng. Mecânico Ivanoé Pedro Tonussi Lobo

Diretora de Valorização ProfissionalEngª. Ambiental Jhessica Ribeiro Cardoso

Diretor de Relações InstitucionaisEng. Eletricista Adriano Silva Arantes

Diretor de PlanejamentoEng. Agrônomo Álvaro José de Aguiar Oliveira

Coordenação das Câmaras Especializadas 2014:

Câmara Especializada de Engenharia Industrial e de Segurança do Trabalho (CEEIST)

Eng. Mecânico Liberalino Jacinto Souza - CoordenadorEng. Civil e de Seg. do Trabalho Jaime Corá - Coordenador Adjunto

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Geologia, Minas e Agrimensura (CEECGMA)

Eng. Civil Maxwell Simes de Souza Paiva - CoordenadorEng. Civil Lelia Barbosa de Souza Sá - Coordenadora Adjunta

Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (CEEE)

Eng. Eletricista Afonso Siqueira de Moura - CoordenadorEng. Eletricista Marcus Vinícius Fusaro Mourão - Coordenador Adjunto

Câmara Especializada de Agronomia (CEAgro)

Eng. Agrônomo Kleber Souza dos Santos - Coordenador Eng. Florestal Eleazar Volpato- Coordenador Adjunto

Assessoria de Comunicação Social do Crea-DF

Giselle Guedes - CoordenadoraLetícia Almeida - Assessora de Imprensa

ColaboradoresAndré Taboquini, Jailson Veloso eJonas Moura (estagiário)

Sua opinião é muito importante. Envie seus comentários para: [email protected] é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal executada pela QI-Empresarial. Artigos assinados podem divergir da linha editorial da revista. Autorizamos a publicação do conteúdo, com a citação das fontes, de acordo com o CC BY 3.0 BR. Todos os envolvidos na edição da revista são profissionais autônomos, sem vínculo empregatício com a QI-Empresarial.

QI-Empresarial Soluções Autossustentáveis Ltda-MERua M3A, 327, Q. 27, L. 22 - Parque das Laranjeiras74855-560 Goiânia - GOTelefones: (62) 3087-9418 / 9132-5474 / 8483-9449www.qiempresarial.com

Alívio para a saúde e para o ambiente

Georreferenciamento a serviço da sociedade

Manutenção predial: proteção e segurança

Perigo à mesa

Crea-DF em foco

Mobilidade urbana: o direito ao acesso

Acessibilidade em época de Copa

Atuação forte: Engenheiro José Tadeu da Silva

Crea Jovem DF busca regulamentação

CDER promove Quintas Tecnológicas

Page 5: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

5inovação

Alívio para a saúde e para o ambiente

Em nome da sustentabilidade, a empresa tailandesa Lightfog Creative Design desenvolveu um protótipo de uma bicicleta purificadora de ar, a Air- Purifier Bike. A promessa é que o veícu-lo, que até agora só existe em conceito, despolua o ar enquanto o ciclista passeia pela cidade. Um bom negócio para a saúde e para o planeta.

O protótipo “ecoamigável” é ali-mentado por uma bateria recarregável e possui um filtro na parte frontal, que retém partículas poluidoras pequenas presentes nos centros urbanos. Junto com um gerador de oxigênio, esse filtro despolui o ar. Depois o oxigênio puro é bombeado para o ciclista.

Bicicletas são uma alternativa de transporte para o espaço urbano nos ho-rários de pico, mesmo sem o filtro, por questões de mobilidade urbana. A op-ção de utilizar uma bike como meio de transporte e lazer foi adotada há um ano pelo vice-presidente do Crea Jovem-DF, Murilo Aquino.

“Notei que o tempo gasto de bici-cleta de minha residência até o trabalho era menor do que de carro”, compara. A troca gerou mudanças, como a redução do gasto de combustível e o prazer em praticar uma atividade física. “A vontade de ultrapassar meus limites é o que mais me motiva”, comenta.

A ideia de proporcionar um ar pu-rificado ao ciclista pode ser um grande atrativo. Aquino lembra que já teve di-versas experiências ruins ao passar por ônibus, caminhões e carros. “Os veículos liberam uma quantidade fora do normal de gás carbônico, além daquela fumaça preta que causa uma dificuldade imensa para respirar.”

Ele diz acreditar que ideias inova-doras como a Air-Purifier Bike devem ser incentivadas. “Grandes empresas devem investir para que o processo de produção e de venda aconteça no presente e não em um futuro distante”, afirma o vice- presidente do Crea Jovem-DF.

BICIClETA EColóGICA PRoMETE AlIAR ExERCíCIoS E PRESERvAção AMBIEnTAl

Ciclovias do DF

Nas grandes cidades, os veículos gastam em média de 45 minutos a uma hora para percorrer um percurso de 10 a 15 quilômetros. O mesmo percurso pode-ria ser feito de bicicleta em 30 minutos, no máximo. De acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF), o DF possui cerca de 398 quilômetros de malha ciclo-viária. O investimento busca a mudança de hábitos das pessoas em relação aos carros, motocicletas e transporte público.

Com a disponibilidade das ciclo-vias, o número de ciclistas tende a cres-cer e o tempo gasto em engarrafamentos a diminuir. O DF assumiu a liderança nacional quando se refere a malha ciclo-viária, ficando à frente de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas a cami-nhada segue pela busca de estar entre as líderes mundiais, ao colocar em execu-ção o Plano de Mobilidade por Bicicleta que prevê, até o fim deste ano, que a ma-lha atinja 600 km de ciclovias.

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6 sustentabilidade

Georreferenciamento a serviço da sociedadeCrea-DF usa teCnologia que melhora a eFetiviDaDe DAS FISCAlIzAçõES E FoMEnTA AçõES DIRIGIDAS

O planejamento das ações nas empresas, sejam públicas ou privadas, tem sido fator primordial para a garan-tia do sucesso de projetos e trabalhos de rotina. Pelo fato da fiscalização ser a atividade finalística do Crea-DF, o Departamento de Fiscalização do Con-selho implementou em 2013 uma tec-nologia usada pelas Geociências, com a finalidade de mapear e processar infor-mações geográficas a favor da fiscaliza-ção, de toda a área de abrangência do Distrito Federal.

As forças-tarefas programadas, que ocorrem por meio do Sistema de Informação Geográfica/Geoprocessa-mento (SIG) e da Divisão de Fiscali-zação (DIF), já somaram desde o lan-

çamento em abril de 2013, centenas de Relatórios Matrizes de Ocorrência (RMOs), resultantes da abordagem de pessoas físicas e jurídicas nas regiões mapeadas. O SIG é um sistema de su-porte às decisões que integram dados georreferenciados em um ambiente de respostas a uma série de problemas.

O Georreferenciamento tem a proposta de tornar as coordenadas geo-gráficas de um dado qualquer conheci-do, em um sistema de referência pre- estabelecido. Isso ocorre obtendo-se as coordenadas geográficas do elemento referenciado, principalmente, através do uso do aparelho GPS (Global Posi-tioning System). O GPS é na atualida-de o instrumento mais eficiente para

a coleta dos dados. O método de fisca-lização programada em questão con-tribui para que todas as informações geográficas/geoprocessadas das ativi-dades de fiscalização externa sejam efetivamente gerenciadas.

O Crea-DF tem disponibilizado no mínimo metade do grupo de fiscais para as ações dirigidas, o que tem oti-mizado a abrangência e celeridade das fiscalizações. A média de três relatórios por dia de antigamente mais que do-brou. “Com as forças-tarefas em ação, 75% de uma área que levava meses para ser fiscalizada, tem sido concluí-da em semanas”, ressaltou a chefe da DIF, técnica em telecomunicação Aline Azevedo.

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7sustentabilidade

Principais produtos fornecidos pelo SIG/Geoprocessamento do Crea-DF aos agentes de fiscalizaçãoMapas e planilhas de fiscalização programada – Produto bá-sico, composto por um mapa temático e uma planilha. Orientam onde e quando os agentes de fiscalização atua-rão, no período de um mês, dentro do território do Distrito Federal. Evitam fiscalizações aleatórias.

Mapas e planilhas de fiscalização força-tarefa – São mapas com marcações e planilhas que orientam onde e quando os agentes fiscais atuarão ostensivamente, geralmente du-rante uma semana. A vantagem, neste caso, é a de possibi-litar a fiscalização de uma grande área/região em um curto período de tempo, o que dificilmente seria realizado em fiscalizações de rotina.

Planilhas de fiscalização dirigida – Planilhas que indicam onde e quando fiscalizar determinado segmento econômi-co, modalidade profissional ou tipo de empreendimento, como: instituições de ensino particular, hotéis, concessio-nárias, clínicas e hospitais, entre outros.

Para o geógrafo e coordenador do Sistema de Informação Geo-gráfica/Geoprocessamento do Crea-DF, Leonardo Medeiros Duarte Júnior, a implementação do SIG no Crea-DF, além de fiscalizar, tem a preocupação de capacitar e estimular os profissionais que atuam na área. “É a busca pela organização e direcionamento dos esforços da equipe de fiscalização no sentido de aumentar a produtividade”, afirma Duarte Júnior. Ele reforça que “essa escolha influencia na visibilidade dos agentes fiscais em relação a terem sua presença no-tada pelos fiscalizados e pela sociedade”.

Segundo Leonardo Duarte, esse sistema possibilita geor-referenciar, espacializar e conhecer as ações fiscalizatórias do Regional. “Os dados obtidos in loco são armazenados em bancos de dados geográficos, para posteriormente serem recuperados e analisados, possibilitando assim, o planejamento dos atos da fiscalização externa”.

O geógrafo ressalta que “as geotecnologias empregadas na fiscalização do exercício profissional possibilitam ações mais or-ganizadas e assertivas. O GPS georreferencia os pontos visita-dos e as trilhas percorridas pelos agentes fiscais, auxiliando o entendimento do quê, de onde e de quando foram efetivadas as fiscalizações externas”.

Exercício profissionalConsiderada hoje de grande precisão, a tecnologia utilizada

para elaborar georreferenciamentos deve ser operada por profis-sionais com conhecimento especializado para alcançar os efei-tos desejados. A execução dos serviços por pessoas inabilitadas pode gerar erros de planejamento e inconsistências nos relatórios de fiscalização.

Page 8: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

8 segurança

Manutenção Predial: proteção e segurançaProjeto De lei ProPõe regras que visam resguarDar A SoCIEDADE E oS PRoFISSIonAIS

A preocupação com a segurança dos edifícios comerciais e residenciais é o motivo pelo Projeto de Lei 4012/2012 a ser anexado ao PL 3370/2012, que propôs a criação a Política Nacional de Manutenção Predial (PNPM). O PL 4012/12 foi apresentado pelo deputado Luiz Pitiman (PSDB) com a finalidade de agir com rigidez acerca das leis de se-gurança na busca pela diminuição dos riscos de instabilidade a que estão ex-postas as edificações. O Crea-DF partici-pou ativamente da construção do texto base do primeiro PL citado.

A PNPM é composta por uma sé-rie de regras desenvolvidas para garan-tir a segurança de edificações contra desabamentos e incêndios. Verifica o estado geral das construções, incluindo a situação das estruturas, das instala-ções elétricas, hidráulicas e da facha-da do edifício, e identifica eventuais falhas de segurança. Além de impor a obrigatoriedade de vistorias periciais e manutenções periódicas nas edifica-ções constituídas por unidades autôno-mas, públicas ou privadas, em todo o território nacional.

Page 9: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

Manutenção Predial: proteção e segurança

segurança 9

Já aprovado na Comissão de Cons-tituição de Justiça e Cidadania (CCJC), o Projeto de Lei insere no Brasil uma cultura de manutenções prediais, que protege a so-ciedade e valoriza o profissional do Sistema Confea/Crea e Mútua. Segundo Luiz Piti-man, o empreendedor imobiliário moderno já atua nesse sentido, mas o diferencial está na participação da sociedade. “O consu-midor, que está cada vez mais exigente e fiscalizador, vai contribuir para que a cul-tura de manutenção seja criada”, afirma o deputado.

Outro diferencial do PL 4012/12 está na garantia que o proprietário pas-sa a ter sobre o imóvel que adquire. A construtora passa a ter obrigação de en-tregar um manual com informações do apartamento, que contém projetos e normas de segurança e manutenção do edifício.

A PNPM também estipula que sejam registradas as Anotações de Responsabili-dades Técnicas (ART), no Crea do Estado onde houver a construção. As irregularida-des encontradas pelo Conselho precisam ser direcionadas à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros. Mas para o presidente do Crea-DF, Flávio Correia de Souza, “É pre-

ciso escolher um profissional que seja cre-denciado no Conselho, que siga as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e que seja capacitado para fazer a ART”. Flávio ainda afirma, que a escolha do profissional habilitado é a segurança que a sociedade precisa ter para se resguardar.

Entenda o Plano Nacional de Manutenção

Até ser instituída a Política de Ma-nutenção Predial, cada edificação realiza a manutenção à sua maneira, criando as pró-prias normatizações. O PL 4012/12, apoia-do pelo Crea-DF, uniformizará as normas para garantir que o imóvel seja de qualida-de. Cada obra terá um plano de manuten-ção individual, com métodos de trabalho, cronograma e realização dos serviços de manutenção detalhados, de acordo com as características da edificação.

Depois que o projeto se tornar Lei, as construções terão um prazo de dois anos no máximo para terem um plano de manuten-ção próprio. Após esse período, as obras são passíveis de fiscalização pelos Municípios, pelos Estados e Distrito Federal, além dos conselhos profissionais.

Luiz Pitiman, deputado federal

O consumidor, que está cada vez mais exigente e fiscalizador...

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10 agrotóxicos

Perigo à mesauso inDisCriminaDo De DeFensivos agríColas nas Plantações Causa sérios Danos à saúDe

Segundo a Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa), responsável pela análise dos níveis de agrotóxicos uti-lizados no plantio de alimentos, um terço das frutas, verduras e legumes consumi-dos pela população brasileira apresenta resíduos desse tipo de substância acima da quantidade permitida. As avaliações são realizadas por meio do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para).

Relatórios do órgão apontam que 36% das amostras analisadas em 2011 e 29% das avaliadas em 2012 apresentaram resultados insatisfatórios. As irregularida-des encontradas comprovam a presença de produtos não autorizados no Brasil, que en-tram no País por meio de contrabandistas. Enquanto isso, pesquisadores destacam os danos que os agrotóxicos provocam à saúde e ao meio ambiente.

Biólogo e mestre em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Carlos de Melo lembra que tanto os trabalhadores que atuam na aplicação dos agrotóxicos, quanto quem consome ali-mentos com essas substâncias podem de-senvolver doenças degenerativas, neuroló-

gicas e câncer; males diretamente ligados à exposição aos agrotóxicos. “Não temos no-ção da contaminação. Para muitas pessoas, higienizar os alimentos já é suficiente para estar a salvo, o que não é verdade”, alerta.

Além disso, a fauna nativa como pei-xes e abelhas, são afetados diretamente pe-los agrotóxicos. Assim, é necessário encon-trar alternativas para o uso dos agrotóxicos. A mestre em Fitopatologia pela Universida-de de Brasília (UnB) e produtora orgânica, Eliane Amaral, lembra que essa não é uma tarefa fácil, sobretudo devido ao modelo adotado pelo Brasil: o de monoculturas plantadas em grandes extensões de terra.

No entanto, existem alternativas, como o controle biológico, o Manejo Inte-grado de Pragas (MIP), que fazem a ma-peamento das pragas e da intensidade do ataque, avaliando as medidas aplicáveis em cada situação. Outra opção é a agri-cultura orgânica, que dispensa o uso de defensivos agrícolas. “Apesar dos produtos orgânicos serem aparentemente mais caros que os convencionais, temos a garantia de ingerir um alimento saudável”, afiança a produtora orgânica.

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11agrotóxicos

Fiscalização

De acordo com a Secretaria de Agricultura e Desenvol-vimento Rural do Distrito Federal (Seagri), para comercializar agrotóxicos a empresa precisa possuir um responsável técnico legalmente habilitado, com registro no Conselho Regional de Engenharia de Agronomia no Distrito Federal (Crea-DF). A aquisição do produto deve ser feita mediante a apresentação de receituário agronômico, prescrito somente por engenheiros agrônomos ou florestais, conforme indica a Resolução nº 344/90 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Caso as exigências não sejam cumpridas, as penalidades vão de multa no valor de até R$ 19.000, suspensão da comercia-lização, até a destruição dos vegetais pulverizados, quando for o caso. As sanções cabem tanto ao profissional que prescreveu a receita quanto ao usuário e ao comerciante, quando agirem em desacordo com a legislação. Apesar das medidas adotadas na fis-calização, há brechas para falhas no controle dos agroquímicos.

A Seagri informa que tenta, desde o final de 2011, a im-plantação do Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos (Siagro), um grande banco de dados on-line onde são armazenadas as transações relativas à compra, venda e apli-cação dos agrotóxicos. Os únicos estados do País que possuem esse sistema em plena atividade são Paraná e Rio Grande do Sul.

Crea-DF defende implantação do Siagro

O Siagro é um sistema de monitoramento do comércio e utilização de agrotóxicos utilizado pelo Governo do Estado do Paraná. Ao apontar os benefícios do procedimento, o chefe do Departamento de Fiscalização do Crea-DF (DFI), engenheiro agrônomo João Lustosa, explica que o sistema é constituído de um banco de dados on-line para emissão e armazenamento de todas as operações relativas a vendas de agrotóxicos. “Por meio do Siagro o governo do Paraná tem controlado a prescrição, o comércio e a aplicação de produtos agrotóxicos em todo o Esta-do, por município e cultivo agrícola. É possível, também, obter informações sobre a empresa que comercializa os produtos, os estoques disponíveis e o profissional que prescreveu o agrotóxco”, afirmou Lustosa.

Desde o início de 2013, o presidente do Crea-DF está em-penhado pela assinatura de um acordo de cooperação entre a Secretaria de Estado de Agricultura e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), visando trazer o Siagro para o Distrito Federal. “Este acordo trata de atividades e produtos relacionados diretamente com a saúde da população, por isso a necessidade de junção de esforços para melhor controle e fiscalização, sempre conside-rando o interesse público envolvido”, afirmou o presidente.

Se o sistema for implantado no Distrito Federal, o Crea-DF poderá utilizar as informações obtidas para a ampliação da fiscalização das atividades rurais no Distrito Federal. “As informações, além de darem mais efetividade às ações fiscali-zatórias relacionadas à prescrição e utilização de agrotóxicos no âmbito do DF, deverão facilitar a fiscalização de empreen-dimentos que se dedicam à classificação vegetal, manutenção de instalações agroindustriais, produção de mudas e outras empresas que possuem ação voltada para o setor primário”, informou Lustosa.

Page 12: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

12 Crea-DF em foco

Crea Jovem-DF promove primeira plenária ordinária na UNIP

Conselheiros regionais participam de etapa do Treinamento de Conselheiros 2014

Por causa da renovação do terço do plenário que ocorre todos os anos, o Crea-DF tem investido no treinamento de novos conselheiros, com uma série de informações necessárias para o exer-cício efetivo dos mandatos. No dia 26 de fevereiro, o Conselho promoveu uma apresentação institucional sobre o fun-cionamento do Sistema Confea/Crea e Mútua. Os conselheiros antigos também foram convidados a participar visando a atualização de conhecimento.

A ideia do treinamento é subsidiar os conselheiros quanto aos assuntos de legislação, funcionamento administra-tivo do Sistema, instrução de processo, dentre outros assuntos. A última etapa do treinamento foi voltada para questões operacionais com palestras de chefes de departamentos e divisões do Crea-DF.

Presidente do Crea-DF participa do 3º Encontro de Líderes Representantes do Sistema Confea/Crea e Mútua

Durante abertura do 3º Encontro de Líderes Representan-tes do Sistema Confea/Crea e Mútua, o presidente do Crea-DF, Flavio Correia, discursou para mais de 600 lideranças do Siste-ma, no dia 24 de fevereiro. O evento realizado pelo Conselho Fe-deral de Engenharia e Agronomia (Confea) aconteceu nos dias 24, 25 e 26 de fevereiro, no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada.

Promovido anualmente, o evento é considerado um dos compromissos mais importantes do Sistema e tem a proposta de promover reuniões dos fóruns consultivos - Colégio de Presi-dentes (CP), Colégio de Entidades Nacionais (CDEN) e Coorde-nadorias de Câmaras Especializadas dos Creas -, com a eleição dos seus coordenadores nacionais. Na ocasião, o coordenador da Câmara Especializada de Agronomia do Crea-DF, engenhei-ro agrônomo Kléber Santos, foi eleito coordenador nacional da Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Agronomia.

Flavio Correia classificou 2014 como um ano especial por conta do período de eleições dentro e fora do Sistema. Para ele, os candidatos vencedores no legislativo podem impactar direta-mente na possibilidade de aprovação dos diversos projetos de lei prioritários para o Sistema Confea/Crea e Mútua.

O Crea Jovem-DF organizou a primeira plenária ordinária do ano de 2014, para estudantes da Universidade Paulista (UNIP), com apoio do centro acadêmico. O evento ocorreu no dia 25 de fevereiro. A intenção é que este ano várias plenárias sejam realizadas nas faculdades e universidades, para faci-litar a participação dos acadêmicos nas atividades do Conselho. O presidente do Crea-DF, Flavio Correia, explicou as

atividades que o Conselho tem desen-volvido em prol da juventude e desta-cou a importância do Crea Jovem-DF, para aproximação dos estudantes com o Conselho.

Uma das palestras ministradas foi sobre o papel da mulher na enge-nharia, da engenheira civil Lélia Sá, ex-presidente do Crea-DF, que abor-dou: “Os Desafios da Mulher da Área Tecnológica”. Lélia contou sua trajetó-

ria profissional e como alcançou o su-cesso. Destacou, também, as iniciativas que o Brasil possui de valorização da mulher e os cargos de liderança que as engenheiras têm ocupado.

Page 13: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

13Crea-DF em foco

Sistema Confea/Crea e Mútua participa de articulações para aprovação de Projeto de Lei que tipifica carreira de engenheiro e agrônomo

O Sistema Confea/Crea e Mútua defende a car-reira de Estado para engenheiros e agrônomos a fim de aumentar o reconhecimento dos profissionais e trazer mais segurança para a sociedade. Durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) do Senado, no dia 19 de fevereiro, o presidente do Con-fea, engenheiro civil José Tadeu, defendeu as atividades de engenheiros e agrônomos que atuam no serviço pú-blico, como carreiras típicas de Estado.

Esse projeto é também uma das prioridades da Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia e Agrono-mia, que foi lançada em agosto, na Câmara dos Deputa-dos, em Brasília - DF. Segundo o relator da proposta, se-nador Romero Jucá, “o texto ainda precisa de ajustes”. Sob o mesmo enfoque, o presidente do Crea-DF, Flavio Correia afirmou que “é importante o cumprimento de todos as adequações necessárias, para que não se per-cam os avanços iniciais já conquistados”.

Representantes do Sistema se reúnem com Gleisi Hoffman em prol do PLC 13/2013

A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) se reuniu no dia 18 de fevereiro com representan-tes do Sistema Confea/Crea e Mútua e demais entidades ligadas à engenharia para discutir possíveis alterações no PLC 13/2013, apontadas pela senadora.

Gleisi diz que o projeto tem uma boa pro-posta, mas conforme está redigido, ele corre o risco de engessar a administração pública e ser vetado pela presidente, explicou a senadora, que sugere que certas funções sejam retiradas do rol de carreira de Estado, pela necessidade de muitas vezes serem terceirizadas.

Gleisi Hoffman declarou apoio aos engenheiros e se comprometeu a buscar informações junto à Advocacia Geral da União, para identificação de questões que poderiam ocasionar o veto do projeto.

Crea-DF e entidades promovem palestra para síndicos de condomínios do bairro Jardins Mangueiral

Bairro novo, nas proximidades da capital federal, Jardins Mangueiral é um dos condomínios criados pelo Morar Bem, programa de Habitação do GDF. No dia 24 de fevereiro, representantes do Crea-DF participaram de um encontro com síndicos e entidades do condomínio, para tratar das reformas realizadas pelos moradores do bairro. O evento teve por objetivo informar síndicos e subsíndicos sobre questões estruturais das edificações, bem como orientá-los quanto a à importância da manutenção predial.

A ação educativa foi organizada por representantes do Crea-DF, da Secretaria de Estado e Proteção e Defesa Civil (SEPDC/DF), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Distrito Federal (IBAPE/DF) e por representantes da empresa Odebrecht.

Page 14: Revista Fator Crea-DF - 2ª edição

14 capa

Mobilidade urbana: o direito ao acessoA InTERAção Do ATo DE loCoMovER AlIADo à oFerta De ConDições De aCessibiliDaDe

Muito se fala sobre mobilidade urbana, mas pouco se sabe e se vê. As-sociar o conceito apenas ao transpor-te e ao trânsito é limitar um assunto bastante amplo. Mas, então, o que é mobilidade urbana? É o resultado da interação dos deslocamentos de pes-soas e de bens com a própria cidade, a fim de atender e suprir as necessida-des de locomoção para a realização de atividades cotidianas, como trabalho, educação, saúde, lazer, cultura.

O direito de ir e vir previsto na Constituição Federal não deve ser con-fundido com o conceito de mobilidade urbana. O primeiro prevê a liberdade do cidadão de se deslocar, podendo en-trar e sair do território nacional e den-tro do País pelas vias públicas. Já o de mobilidade, é o direito que o indivíduo tem de ir e chegar nos locais de desti-nos desejados, mas com condições de acessibilidade oferecidas pelo Estado.

Mobilidade urbana, para ser

benéfica, requer ações que provoquem mudanças de paradigmas. Devem promover a integração e a interação com os agentes públicos e privados das cidades. É preciso criar uma parceria entre as cidades, o Estado e a população para, juntos, chegarem na melhor descrição do conceito, colocando-o em prática. Segundo o técnico em edificações e conselheiro do Crea-DF, Francisco Francineudo, para a melhoria da mobilidade urbana,

Imagem aérea de Brasília: crescimento incessante

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Mobilidade urbana: o direito ao acessonão basta apenas um avanço na infraestrutura.

As diretrizes traçadas devem envolver a combinação de políti-cas, com a mudança de hábitos e conscientização da população. Desde o uso do carro individual, até a opção por alternativas como, metrô, ônibus e bicicleta. Franci-neudo acredita que “o problema da mobilidade urbana só será re-solvido quando houver o empe-

nho, a participação popular e o planejamento necessário de go-vernos, entidades e organizações”.

Sair de carro, ônibus, bicicleta ou de qualquer outra forma de locomoção é apenas um apêndice do conceito. “Mobilidade urbana significa as diferentes maneiras que indivíduos e agentes econômicos usam para suprir ou prover suas necessidades de deslocamento. O esforço de

ir e vir pode se dar de maneira direta, no caso dos deslocamentos a pé, ou pode recorrer a meios de transporte motorizados ou não motorizados. A distância, os meios de acesso e a condição socioeconômica são os fatores mais salientes que, em geral, determinarão o uso de um ou outro modo de movimentação”*, inclusive respeitando as políticas de meio ambiente e segurança.

Tadeu Filippelli, Vice-Governador de Brasília

...a capital está investindo em diferentes segmentos de infraestrutura e está vivendo um momento especial...

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BarreirasO atendimento e o acesso à mo-

bilidade é um direito para todos, inde-pendentemente de idade, sexo e nacio-nalidade. Contudo, o conceito precisa se agrupar à informação e às necessidades do espaço físico. Muitas vezes a mobili-dade existe, mas a forma de propagá-la para a sociedade pode ser insuficiente e resultar em falhas.

Pessoas com necessidades espe-ciais enfrentam barreiras que vão além da falta de informação. São confrontadas pelas dificuldades de espaço físico, que dificultam e até impedem a locomoção.

As que se enquadram dentro das restrições são confrontadas diariamente com situações de falta ou dificuldade de acessibilidade. São indicadores de que a mobilidade urbana deve ser vista também como política de inclusão social, para promover não só oportunidades de locomoção, mas também propor formas para que todos tenham acesso à mobilidade.

BrasíliaA mobilidade urbana nas

grandes cidades está cada vez mais problemática, e a capital do Brasil não ficou de fora. Segundo dados do portal Mobilize Brasil, Brasília ocupa a última posição, numa relação de doze capitais pesquisadas, quando se fala em ônibus adaptados adequadamente para transportar pessoas com certos tipos de necessidades especiais. Na capital

federal, apenas 31% dos coletivos estão adaptados para receber passageiros com essas necessidades.

Para Francisco Francineudo, um dos motivos que pode ter colocado a ca-pital na última posição do ranking, foi o fato do Governo do Distrito Federal (GDF) ter herdado um sistema que, se-gundo ele, estava abandonado. “Nos últi-mos 30 anos a falta de políticas públicas, prioridade nos investimentos públicos para o setor de transporte urbano e o adensamento desordenado das Regiões Administrativas e do Entorno, sem con-trole do uso e ocupação do solo, aliado ao crescimento econômico verificado nos últimos anos, conduziram à situação atual”,explica o conselheiro do Crea-DF.

Pesquisa encomendada pela Se-cretaria de Transportes, realizada no âmbito do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal (PDTU/DF), apontou outro problema de mobilidade urbana na capital. Até 2020, as principais ruas e avenidas de Brasí-lia estarão tomadas por um número de carros superior àquele que as vias con-seguem comportar, mostraram os dados da pesquisa.

O levantamento do PDTU/DF também revela que a cada 10 pessoas que moram em Brasília ou nos arredo-res, oito se locomovem por meios mo-torizados como: carros, motos, ônibus, vans e metrô. Francineudo acredita que algumas soluções que o GDF visa imple-mentar poderão atenuar o problema da mobilidade urbana.

As deficiências apontadas podem estar com os dias contados. Segundo o vice-governador de Brasília, Tadeu Filippelli, a capital está investindo em diferentes segmentos de infraestrutura e está vivendo um momento especial. “Autorizamos o início das obras da Via Expressa Torto Colorado que é a primei-ra grande obra de mobilidade do Lado Norte do DF, que beneficiará mais 400 mil pessoas que vivem no Taquari, Lago Oeste, Sobradinho I e II, Condomí-nios do Grande Colorado e Planaltina”, afirma Filippelli.

Outras obras também fazem parte do pacote de investimentos em melho-rias na capital federal. A saída Norte re-ceberá melhorias com a construção do Trevo de Triagem, que reconstruirá a Ponte do Bragueto e outras duas pontes paralelas. Além da construção de uma ciclovia e um conjunto de alças de aces-so e 12 viadutos, que segundo Filippelli “vão significar uma etapa histórica no sistema de trânsito de Brasília”.

O vice-governador também prome-te melhorar um dos problemas que colo-cou o DF na última posição da ordem de classificação do portal Mobilize Brasil. A inauguração do Expresso DF Sul, que terá uma pista exclusiva para a rodagem de ônibus especiais, num trajeto que liga o Gama e Santa Maria. “A obra será uma nova etapa histórica do transporte cole-tivo de Brasília, além de virar uma pági-na de tempo, de sofrimento e desrespei-to com a população”, ressalta Tadeu.

Trânsito parado

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Projetos e investimentosBrasília já investe em alguns proje-

tos que visam de médio a longo prazo re-duzir e solucionar problemas relaciona-dos à mobilidade urbana. O Governo do Distrito Federal (GDF) já investiu cerca de R$ 65,3 milhões em ciclovias e R$ 2,2 bilhões estão destinados à expansão do Metrô, segundo o técnico em edificações e conselheiro, Francisco Francineudo.

De acordo com informações do GDF, o governo executou nos últimos anos alguns projetos para o incenti-vo do uso da bicicleta como meio de transporte. Parte dessas ações já estão concluídas e algumas estão em fase de implantação.

• 1. Bicicletas de aluguel: Instauração do Sistema Público de Aluguel de Bicicle-tas. Serão criadas estações para retira-da e devolução de bicicletas.

• 2. Bicicletas escolares: Já foram entre-gues 300 bicicletas adaptadas aos alu-nos da rede pública para realização do transporte escolar. Até o fim deste ano, serão mais 2,7 mil unidades.

• 3. Ciclofaixa do lazer: Aos domingos e fe-riados uma faixa do Eixo Monumental e da W3 Norte e Sul é exclusiva para os ciclistas.

• 4. Malha cicloviária: A malha cicloviária do Distrito Federal chegará a uma ex-tensão de 600 km em 2014.

Mobilidade urbana por metrô, ônibus e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)

Os investimentos do GDF em mo-bilidade urbana visam ampliar a capaci-dade do sistema de transporte público. Entre os escolhidos está a expansão do Metrô, na implantação do Expresso DF - Eixos Sul e Oeste -, além do VLT. Tam-bém será implantado posteriormente o Expresso DF Eixo Norte.

*4ª CONFERÊNCIA DAS CIDADES. As Interfaces do

Planejamento Urbano com a Mobilidade. Disponível

em: <http://goo.gl/I7BEIl>. Acesso em: 8 mai. 2014.

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18 acessibilidade

Acessibilidade em época de CopaaDaPtações ganham esPaços nas CiDaDes, mas há muito que melhorar

Os investimentos em locais adaptados para pessoas com dificuldades de locomoção ou com deficiências aumentaram com a chegada da Copa do Mundo 2014. O acesso era reduzido, mas agora, com a chegada do Mundial, a adaptação de locais que possam receber deficientes físicos começa a ganhar espaço nas cidades, principalmente as que receberão os jogos, embora especialistas apontem que os resultados

não sejam totalmente satisfatórios.Os estádios que sediarão os jogos

precisam seguir as exigências estipuladas pela Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). É necessário seguir os padrões estabelecidos internacionalmen-te para quantidades de assentos, acessos e localização, além da previsão de um número mínimo de lugares reservados para pessoas com necessidades especiais nas arenas.

Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso do Sul (Crea-MS), Jary Castro, autor do livro “Ir e Vir, Acessi-bilidade: Compromisso de Cada Um”, é importante que a fiscalização compreen-da todos os aspectos. “Será uma grande lástima se nossos estádios não possibilita-rem a participação das pessoas com defi-ciência ou mobilidade reduzida nos jogos do mundial”, pondera.

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19acessibilidade

Estudo realizado pelo Ministério do Tu-rismo (MTur), em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Re-pública (SDH/PR) e com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), revelou que a acessibili-dade é uma das principais preocupações do público na hora de viajar.

Na visão do presidente do Crea-MS, para que uma cidade seja considerada acessível, é necessário que diversos serviços possam aten-der, com qualidade, pessoas com deficiências. Mas os gargalos ainda existem e preocupam. Um deles diz respeito à acessibilidade em ae-roportos. “Muitos não possuem equipamentos que possam auxiliar o embarque de usuários que usam cadeiras de rodas. Assim, a pessoa tem de ser carregada no colo até o assento do avião”, exemplifica.

Na hora de programar uma viagem, a informação sobre a estrutura dos hotéis, res-taurantes, pontos turísticos e da existência de pessoas qualificadas para atendê-los é um fator que pode definir os caminhos do turis-ta. Acostumado a viajar para eventos a servi-

ço, o engenheiro civil e cadeirante Armando Vicentini avalia que as cidades-sede da Copa do Mundo não estão preparadas para receber pessoas com deficiência.

“Nos hotéis, os quartos geralmente são apertados, a altura das camas é inadequada. Sem falar dos banheiros, que apesar de cons-tar a informação de que são adaptados, não o são”, descreve o engenheiro. E os problemas são variados: ruas esburacadas, calçadas es-treitas, dificuldades de acesso ao transporte coletivo e aos monumentos históricos. “Como engenheiro e cadeirante, procuro adaptar meus projetos, busco soluções universais para grupos com mais dificuldades que outros com menos. Acredito que quem tem maior dificul-dade e suas necessidades forem atendidas, então os outros poderão se adequar com mais facilidade, do que o contrário” finaliza.

Para auxiliar os turistas com deficiência, o MTur deve lançar, nos dias que antecedem a Copa do Mundo, um aplicativo para celular e tablet que mostrará as atrações, pontos turís-ticos e estabelecimentos que foram avaliados por pessoas com necessidades especiais.

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José Tadeu da SilvaCom um históriCo De Forte atuação junto às entiDaDes De engenharia, o engenheiro Civil e também aDvogaDo, josé taDeu Da silva, Conta Como tem siDo a trajetória na ProFissão e Como PresiDente Da instânCia máxima Do sistema ConFea/Crea e mútua: o ConFEA

O Senhor tem uma extensa formação e experiência profissional. O caminho que percorreu como profissional lhe deu condições de assumir a presidência do Confea?José Tadeu da Silva: Nosso Sistema dispõe de muitos profissionais compe-tentes, com ampla experiência geren-cial. Por isso, sinto-me honrado em completar este primeiro ciclo à frente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, representando os profissio-nais da área tecnológica de todo o país. Esse tem sido o perfil de todos os que me antecederam no Conselho Fede-ral e posso dizer que também possuo esse instrumental, profissional, técnico e humano, necessário para cumprir esta missão que os profissionais me delegaram. Tenho procurado exercer este mandato com o mesmo empenho com que fui conduzido, contando com

o apoio expressivo destes mesmos pro-fissionais, procurando dialogar e aten-der da melhor maneira possível às suas demandas. Foi assim que atuei quando presidi o Crea-SP (2006-2011) e atuo em diversas entidades de classe e asso-ciações de engenharia.

Qual sua visão sobre como deve ser a ad-ministração de um Crea e do Confea?José Tadeu da Silva: A administração de um Crea e do Confea, autarquias federais, devem, obrigatoriamente, observar o binômio legalidade – trans-parência, ou seja, legalidade nas suas ações, e transparência em todos os atos que pratica. É com essa visão que tenho procurado fazer uma gestão primando pela organização e planejamento, atra-vés de mecanismos que garantam a sustentabilidade do Sistema Confea/Crea e Mútua e das entidades de classe

que integram o Sistema. Cabe observar que somos um sistema profissional re-gulamentado e, como tal, agimos em defesa da sociedade. Não há nenhu-ma diferença em liderar um Crea ou o Sistema Confea/Crea e Mútua, ten-do em vista que, no Crea, lideramos líderes e, no Sistema Confea/Crea e Mútua, também.

Quais são as expectativas do Sistema para 2014?José Tadeu da Silva: Nosso esforço em 2014 se mantém com o objetivo de apresentar e aprovar propostas legisla-tivas, em tramitação no Congresso Na-cional. Chegamos a promover, durante o Encontro de Líderes, a distribuição de um compilado destes projetos de lei que interessam ao Sistema com o ob-jetivo de mobilizar ainda mais os pro-fissionais. Entre os projetos em via de serem aprovados, está o PLC 13/2013,

20 entrevista

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José Tadeu da Silva21entrevista

que torna a Engenharia e a Agronomia atividades típicas de Estado. Enfim, uma série de projetos que podem ser consultados em nosso site (www.con-fea.org.br). Mas 2014, um ano atípico, também nos exige a continuidade das nossas atividades de rotina e organiza-ção do nosso processo eleitoral interno.

Nesse período à frente do Confea, como trabalhou para fortalecer a atua-ção do Sistema na implementação de políticas públicas?José Tadeu da Silva: Temos defendido junto ao Congresso Nacional a apro-vação do PLC 13/2013, Projeto de Lei que qualifica a Engenharia e a Agrono-mia como carreiras típicas de Estado, quando atuantes no serviço público, por entendermos que é importante para o desenvolvimento do Brasil ter essas categorias presentes na estru-tura dos órgãos do Governo. O papel determinado pela Lei nº 5.194/66 nos orienta a continuar fortalecendo o Confea, participando da formulação de políticas públicas e contemplando as áreas do conhecimento relacionadas à ciência, tecnologia e inovações tecnoló-gicas. O Confea é a instância superior da fiscalização, que examina e decide os assuntos relativos ao exercício das profissões da Engenharia e Agronomia. Esta é sua missão principal, definida na Lei 5.194/66. O espírito desta Lei está contido no seu artigo primeiro, definin-

do que nossas profissões são caracte-rizadas pelas realizações de interesse social e humano, que importam na uti-lização dos recursos naturais, meios de locomoção, comunicações, mobilidade urbana, saneamento, edificações, ser-viços e equipamentos urbanos e rurais, desenvolvimento industrial e agrope-cuário, instalações e meios de acesso às costas, cursos e massas de água e extensões terrestres, em síntese, em-preendimentos imprescindíveis para a adoção de políticas públicas.

Na área de mobilidade urbana, como é a atuação do Confea?José Tadeu da Silva: A mobilidade urba-na é um dos maiores desafios do século XXI, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Ela envolve não apenas me-didas de acessibilidade a pessoas com necessidades especiais, pessoas com diversas patologias e também pessoas com idade avançada. Fazemos parte como conselheiros titulares do Con-selho das Cidades (ConCidades), do Ministério das Cidades, onde contribuí-mos com esse e outros temas. Também somos representados pelo conselheiro Osvaldo Valinote no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade). O Confea possui um Grupo de Trabalho (GT) dedicado a estabele-cer propostas sobre o tema, cuja atua-ção já está garantida para ser mantida em 2014. O GT é responsável pela ela-

boração de uma minuta para promover um convênio com o Conselho Nacional do Ministério Público, para definir o papel do Sistema e garantir a acessi-bilidade nos prédios públicos. Iniciati-vas como a do presidente do Crea-MS, engenheiro civil Jary de Carvalho e Castro, que lançou o livro “Ir e Vir – Acessibilidade: Compromisso de Cada Um”, demonstram que o Sistema está sensibilizado para avançar nas discus-sões sobre este assunto, que é uma das atribuições de todos nós. Também par-ticipamos de diversas discussões junto aos órgãos do Governo, no sentido de promover melhorias nesta área. Entre elas, está a acessibilidade nas obras da Copa, mas este é um tema que merece ir muito além da Copa e por isso tem sido constantemente debatido pelo Sis-tema, inclusive no 3º Encontro de Líde-res Representantes do Sistema Confea/Crea e Mútua e no Congresso Nacional de Profissionais, realizados em Brasília.

E a expectativa para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. A engenharia brasileira está preparada para este evento? José Tadeu da Silva: A engenharia na-cional é reconhecida mundo afora. Temos profissionais e empresas com-petentes atuando em diversas partes do planeta. É grande a nossa responsabili-dade em relação às obras erguidas nas cidades-sede dos jogos da Copa deste ano e não vamos decepcionar. Temos

Capital federal: ajustando-se ao crescimento

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22 entrevista

profissionais habilitados à frente de-las. Os problemas de atraso na entrega e mesmo o fato de algumas obras não irem além dos estádios onde os jogos acontecerão, não colocam em dúvida a competência dos nossos engenhei-ros, pelo contrário, a competência de engenheiros e demais profissionais en-volvidos permitiu que muitas dificul-dades fossem superadas, assim como a disposição dos operários da construção civil que, divididos em turnos, não in-terromperam o trabalho nas 24 horas do dia. O atraso na entrega de vários es-tádios se deve muito mais a decisões ou indecisões da área política e econômica do governo. Temos a necessidade, por exemplo, de promover uma inspeção e uma vistoria prévia nos estádios que ainda estão em construção. Isso deve ser implementado entre a CBF, o Con-fea e os Creas. Não podemos ter nenhu-ma surpresa como um desabamento de cobertura de estádio, como já ocorreu com o estádio lotado, em estádios que ainda não estão prontos.

O senhor afirmou em texto no site do Con-fea que o atraso na execução das obras de infraestrutura do País passa, evidente-mente, pela falta de gestão, planejamento e projetos de engenharia. Quais os requi-sitos básicos para realização de bons pro-jetos de engenharia?

José Tadeu da Silva: Planejamento é o requisito básico para toda e qualquer atividade. Nos países desenvolvidos, essa etapa leva às vezes mais de cinco anos. Ele começa quando a decisão é erguer um estádio, por exemplo. O local é escolhido, avaliado por uma equipe interdisciplinar que reúne engenhei-ros ambientais e civis, além de geólo-gos. De acordo com suas dimensões, o que chamamos tecnicamente de Proje-to Executivo começa a ser elaborado. Nele, constam o desenho da edificação, dimensões, a descrição e as quantida-des dos materiais a serem usados, mão de obra necessária, tempo de execução e orçamento. Detalhado, o Projeto Exe-cutivo representa economia de gastos porque evita despesas não previstas. Ao contrário de outras nações, o Brasil dedica pouco tempo ao planejamento, seus projetos sempre excedem os cus-tos planejados, nem sempre o material usado tem qualidade, o tempo de cons-trução se arrasta por meses, ou mesmo anos, e não precisamos esperar muito para que surjam as primeiras conse-quências em uma obra que não recebeu a atenção e os cuidados devidos.

A presidente da República, Dilma Rousseff, manifestou elogios à engenharia nacional durante um pronunciamento na Assem-bleia Geral da ONU. No entanto, no âmbi-

to governamental, falta o reconhecimento das atividades exercidas pelos profissio-nais de Engenharia e de Agronomia ocu-pantes de cargo efetivo no serviço público. Como o senhor vê essa situação?José Tadeu da Silva: Em primeiro lu-gar, é importante ressaltar que temos uma Frente Parlamentar apoiada por 281 deputados e presidida pelo depu-tado federal Augusto Coutinho, com o qual temos nos reunido a cada 15 dias para avaliar a tramitação, no Congresso Nacional, de Projetos de Lei de interes-se da sociedade e da área tecnológica brasileira. Nossa atuação tem sido por meio da legislação que precisa ser mu-dada. Sobre cargos efetivos no serviço público, participamos, no final de feve-reiro, de reunião da Comissão de Cons-tituição, Justiça e Cidadania (CCJC), do Senado, quando defendemos, con-forme já nos referimos acima, as ativi-dades de profissionais da área tecno-lógica, que atuam no serviço público, como carreiras típicas de Estado. O Sistema Confea/Crea e Mútua defende a carreira de Estado para engenheiros e agrônomos a fim de aumentar o re-conhecimento dos profissionais e trazer mais segurança para sociedade. O PLC 13/2013, que trata desse assunto, esta-va pautado para a reunião da CCJC dia 19 de fevereiro deste ano, quando foi analisado e obteve entendimento entre

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23entrevista

os parlamentares e representantes dos profissionais, a favor de ajustes de re-dação. É preciso tipificar as atividades desses profissionais com a elaboração de uma emenda para aprovação ainda no âmbito da CCJC do Senado. A títu-lo de informação, as carreiras típicas de Estado foram previstas na Emenda Constitucional 19/1998, que promoveu a reforma administrativa no serviço pú-blico. Inicialmente, a classificação se restringiu a servidores das áreas jurídi-cas, de auditoria e de gestão governa-mental. O PLC 13/2013 altera a norma que regula as profissões de engenheiro, arquiteto e agrônomo (Lei 5.194/1966) para também enquadrá-las como es-senciais também ao Estado.

Há vários processos e projetos tramitando no poder público a fim de, com a aprova-ção, melhorar a atuação do Sistema Con-fea/Crea e Mútua. Poderia elencar alguns desses projetos? José Tadeu da Silva: Em fevereiro, como acontece todo o início de ano, realizamos o nosso Encontro de Líde-res Representantes, quando definimos nossas metas para 2014. Reunimos em Brasília 651 profissionais que atuam nas áreas abrangidas pelo Sistema Con-fea/Crea e Mútua que são, além da En-genharia e da Agronomia, a Geologia, a Geografia, a Meteorologia, tecnólogos

e técnicos de grau médio. Acreditamos tanto que nosso caminho deve seguir a trilha do Legislativo que, durante esse encontro, providenciamos e distribuí-mos para as lideranças acompanharem em seus estados, uma compilação dos mais de 200 Projetos de Lei que tra-mitam no Congresso Nacional. O PLC 13/2013 é um deles. Temos o que trata de federalizar o plenário do Confea com cadeiras ocupadas por representantes de todos os Estados do País com rodízio entre as profissões. Outro é o que crimi-naliza o exercício ilegal da profissão de engenheiro. É nosso dever exigir profis-sionais habilitados à frente de obras e empreendimentos, foco da fiscalização exercida pelos Creas. Acompanhamos o PL 58/08 que trata da fiscalização de obras públicas inacabadas e mais uma série de outros projetos de interesse do País.

Quais são os principais desafios colocados para os profissionais da área tecnológica no Brasil?José Tadeu da Silva: Podemos men-cionar, inicialmente, o desafio da ob-jetividade. Com segurança e precisão, vamos ratificar a importância da Enge-nharia e da Agronomia. Assim, podere-mos demonstrar nossa eficiência e efi-cácia. Mas temos nos empenhado em demonstrar, até mesmo para aqueles

que já deveriam saber, a importância e o peso da área tecnológica do país. É inadmissível administrar sem a Enge-nharia. E é ainda mais inadmissível deixar de reconhecer esse papel, em nossa história. Seria difícil enumerar todos os outros desafios, retratados, em grande parte, nos Projetos de Lei que tramitam no Congresso. Mas pontual-mente diria que um dos nossos maiores desafios que se aponta neste século XXI é mesmo a mobilidade urbana. O Brasil ainda tem muito a avançar nesta seara.

E para a engenharia brasileira no mundo? O que falta para o pleno reconhecimento?José Tadeu da Silva: Acredito que, lá fora, este reconhecimento é bem mais natural, em consequência da valoriza-ção mais objetiva de toda uma série de obras que desenvolvemos ao longo de décadas. No entanto, talvez ainda fal-tem iniciativas mais descentralizadas em nível de comunicação, que pos-sam difundir mais toda a competência da nossa Engenharia. Nesse sentido, em um mundo onde a informação se descortina praticamente de forma ins-tantânea e universal, reportagens e entrevistas como esta, à Revista Fator Crea-DF, por exemplo, podem contri-buir para mudar esse jogo.

Mobilidade urbana: gargalo

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24 Crea Jovem-DF

Crea Jovem busca regulamentação com novos líderesartiCulações Dentro Do sistema ConFea/Crea e mútua avançam em Prol Do aPoio aos novos e Futuros ProFissionais, aPesar De terem um longo Caminho a PerCorrer

Os vinte e sete presidentes dos Regionais, ladeados pelos dez Coorde-nadores de Câmaras Nacionais, assi-naram a Carta do Fórum Jovem, no 3º Encontro de Líderes Representantes dos Creas Júniores, realizado em Brasí-lia (DF) entre 24, 25 e 26 de fevereiro, oficializando apoio total à celeridade do processo CF-741/2011 que regula-menta o Programa Crea Júnior/Jovem no âmbito do Sistema Confea/Crea e Mútua. Durante a reunião do Colégio de Presidentes, que ocorreu durante o Encontro, os representantes Júniores receberam uma moção de apoio de to-dos os presidentes presentes.

A moção foi motivada por con-ta de um documento que a liderança

do Fórum Jovem elaborou, no qual os jovens declaram que o Crea Júnior/Jovem tem 14 anos de história e efe-tivo papel na divulgação do Sistema na valorização profissional, na forma-ção de jovens lideranças, na difusão da prática ética responsável do exer-cício profissional e nas ações orienta-doras e preventivas de fiscalização da área tecnológica.

Os objetivos e principais diretri-zes do programa ainda estão em dis-cussão. Em linhas gerais, tendo o pro-cesso CF-741/2011 como referência, o programa Crea Júnior tem a finalidade de debater e desenvolver: políticas de formação, especialização e atualização dos profissionais do Sistema Confea/

Crea e Mútua; promover ampliação da compreensão sobre o Sistema Profis-sional; auxiliar no desenvolvimento de políticas de formação de novas lideran-ças no âmbito das entidades de classe e do Sistema, dentre outros aspectos.

Na proposta inicial, o Crea Júnior seria vinculado à comissão permanen-te do Crea responsável pela educação e atribuição profissional. Na reunião de instalação, a comissão permanente poderia designar entre seus membros um conselheiro regional para super-visionar as atividades do Crea Júnior.Inexistindo comissão permanente, o Plenário do Crea poderia propor a in-dicação de outra Comissão para apre-sentar a proposta de diretrizes gerais.

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25Crea Jovem-DF

Representatividade

No ano passado, Flávio Castro, presidente do Crea Júnior da Bahia, tra-balhou como representante nacional e teve a gestão focada em acompanhar a tramitação do processo de regulação dos Creas Júnior/Jovem e demais assuntos de interesse dos jovens.

Em reunião na cidade de Grama-do-RS, durante a 70ª Semana Oficial de Engenharia e Agronomia, que ocor-reu em setembro, foram eleitos os novos representantes nacionais pelo voto dos coordenadores estaduais. Na votação, o grupo escolheu os estudantes de enge-nharia civil: Saulo Souza (titular), pre-sidente do Crea Jovem do Amazonas e Sathya Ananda Carnielli (representante- adjunta), presidente do Crea Júnior do Espírito Santo.

Ao final da votação, o manifesto do Fórum Crea Jovem foi elaborado abor-

dando as decisões tomadas durante a reunião de coordenadores. O documen-to foi entregue ao presidente do Confea, José Tadeu da Silva.

Crea Jovem-DF

Apesar da proposta de regulamen-tação do programa ainda estar na Comis-são de Articulação Institucional do Sis-tema (CAIS), no Crea-DF já existe um grupo de trabalho que apóia e coordena os trabalhos do Crea Jovem-DF, liderado pelo conselheiro Eng. Ambiental Marcus Vinícius Souza.

Para o presidente do Crea-DF, Flavio Correia, “criar condições para a atuação do grupo de estudantes e re-cém-formados é investir na qualidade da renovação do Sistema que acontecerá no futuro. Além de futuros profissionais, muitos deles possivelmente serão a nova geração de líderes do Sistema Confea/

Crea e Mútua”, defende.O vice-presidente do Crea Jovem,

Murillo Aquino, formando em Eng. Ci-vil, destacou que as próximas plenárias, sempre que possível, serão realizadas nas faculdades e universidades, para fa-cilitar a ainda mais a integração dos aca-dêmicos nas atividades do Conselho. A primeira experiência em faculdades nes-te ano, aconteceu para os alunos da Uni-versidade Paulista (UNIP), com apoio do Centro Acadêmico.

Até a resolução das questões bu-rocráticas que envolvem a regulamen-tação do Programa Crea Júnior, o Crea Jovem-DF continuará os trabalhos no âmbito do Distrito Federal, com o apoio do Crea-DF.

Quer ficar por dentro das datas de plenárias, cursos, palestras e demais eventos do grupo? Então acesse o blog: http://creajovemdf.blogspot.com.br.

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26 tecnologia

Cder promove Quintas Tecnológicasas quintas teCnológiCas têm o intuito De Promover enContros Para o aPerFeiçoamento esPeCializaDo Dos ProFissionais Do sistema ConFea/Crea

A meta de aprimorar os profissionais cadastrados por meio de cursos e palestras inspirou o Colégio de Entidades Regionais (Cder-DF) a iniciar o ano com uma série de eventos. Com foco nesse objetivo, o Colégio criou a Quinta Tecnológica – um dia da se-mana específico para a promoção de eventos com abordagem técnica de assuntos atuais do mercado da engenharia e da agronomia.

A Quinta Tecnológica é um espaço para que as entidades registradas no Conselho rea-lizem diversos eventos de interesse dos pro-fissionais. Desde 13 de março, o colegiado passou a realizar cursos de capacitação profis-sional no auditório do Crea-DF.

Nos meses de março e abril, diversos palestrantes discutiram novas tecnologias e problemas relevantes, como reformas em edificações de alvenaria estrutural, instala-ções de gás em situação de risco, qualidade do ar de interiores, preenchimento do eSo-cial* e a segurança do trabalho, dentre ou-tros. Segundo o coordenador do Cder-DF, Francisco Rabello, “o evento foi planeja-do como uma forma de induzir os profis-sionais do sistema a buscar informações e atualizações tecnológicas”.

Com o propósito de promover a inte-gração entre os profissionais do Crea-DF, o Cder-DF realizará durante todo o ano pa-lestras, workshops, cursos, apresentação de trabalhos acadêmicos, científicos e mostras de produtos. A expectativa é que o espaço promova também a valorização das entidades parceiras do Conselho que invistam no apri-moramento dos profissionais.

Francisco Rabello disse estar satisfeito com o sucesso dos eventos promovidos pelas entidades e incentiva para que mais empresas se disponham a promoverem os encontros. “O espaço que o Crea-DF oferece para as enti-dades é um grande ganho para o Cder-DF e para os profissionais. Em 2014 esperamos a participação maciça de todas as entidades”, destacou Rabello.

Além dos Cder, existe o Colégio de Entidades Nacionais (Cden). Saiba mais:

• O Cden é composto pelos presidentes ou representantes das Entidades Nacionais do Sistema Confea/Crea;

• De acordo com a legislação relacionada ao Cden o colegiado tem uma série de objetivos que visam: elaborar, realizar e primar sobre política de formação, especialização e atualização dos profissionais, planejamento estratégico do Sistema, ações de verificação e fiscalização do exercício e atividades das profissões, elaboração de resoluções específicas de in-teresse geral das profissões, elaboração de Atos Administrativos, elabo-ração do Código de Ética Profissional, implementação de projetos de pesquisas, publicações, campanhas, cursos e eventos em parceria com o Confea, indicação de profissionais à outorga da Medalha do Mérito e inscrição no Livro do Mérito do Confea e participar da organização do Congresso Nacional dos Profissionais – CNP, em conjunto com o Confea.

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