Revista FENAM nº 9 - junho 2010

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    Publicao oficial da Federao Nacional dos Mdicos/Edio n 9/Junho 2010

    Foto: divulgao/Sime

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    EXPEDIENTEA revista I-FEN uma publicao da Secretaria de Comunicao da

    Federao Nacional dos Mdicos

    Ave ni da Frank lin Roosevelt, 84, grupos 803 e 804, Centro, Rio de Ja neiro,CEP 20021-120Telefones: (21) 2240-6739 e 2240-6426 (fax)www.fenam.org.br [email protected]

    Diretor responsvelWaldir CardosoJornalista responsvel:Denise Teixeira reg. prof. n 18.514/MTb/RJProduo e edio:Denise Teixeira

    Reportagens, redao e revisoDenise TeixeiraClaudia Silveira reg. prof. n 15.102/MTb/RJColaborao

    Ana Paula da FonsecaDiagramao e arte-finalNamlio reg. prof. n 16.806/MTb/RJFotolito e impressoGrfica UniversalTiragem: 50.000 exemplares

    FENAM

    Diretoriagesto 2008 a 2010

    PresidentePaulo de Argollo Mendes1 vice-presidenteos Erivalder Guimares de Oliveira

    2 vice-presidenteEduardo Santana

    Secretrio-GeralMrio Fernando da Silva LinsSecretrio de Finanasac Lampert

    Secretrio de Assuntos JurdicosAntnio Jos Francisco Pereira dos SantosSecretrio de ComunicaoWaldir Arajo CardosoSecretrio de Relaes Intersindicaisoo Pedro Carreiro Neto

    Secretrio de Formao Profissional e Residncia MdicaCid Clio Jayme CarvalhaesSecretrio de Relaes TrabalhistasWellington Moura GalvoSecretrio de Benefcios e PrevidnciaOtino Jos de Arajo FreitasSecretrio de Sade SuplementarMrcio Costa BicharaSecretrio da Condio FemininaMaria das Graas SoutoSecretrio de Educao Permanenteanice Painkow

    ADJUNTOSSecretrio-Geral Adjuntoos Caires Meira

    Diretor de Assuntos Jurdicosos Roberto Cardoso Murisset

    Diretor de ComunicaoHolda Moreno Costa Filha

    Diretor de Relaes IntersindicaisClvis Abrahim CavalcantiDiretor de Formao Profissional e Residncia MdicaEdinaldo da Fonseca LemosDiretor de Relaes TrabalhistasMarcelo Miguel Alvarez QuintoDiretor de Benefcios e Previdnciaos Tarcsio da Fonseca Dias

    Diretor de Sade SuplementarMario Antonio FerrariDiretor da Condio FemininaMaria Rita Sabo de Assis BrasilDiretor de Educao PermanenteTarcsio Campos Saraiva de Andrade

    FENAM Regional - presidentesCentro Oeste/Tocantins Janice PainkowNordeste Jos Tarcsio da Fonseca DiasAmaznia - Mrio Rubens de Macedo ViannaSo Paulo - Cid C lio Jayme CarvalhaesSudeste - Cristiano Gonzaga da Matta MachadoSul Brasileira Sami El JundiConselho FiscalConselho Fiscal T1 - Luiz Carlos Siqueira BaltazarConselho Fiscal T2 - Wanderley SilvaConselho Fiscal T3 - Casimiro dos Reis JniorConselho Fiscal S1 - Luiz Evandro dos Santos SenaConselho Fiscal S2 - Joo Carreira BahiaConselho Fiscal S3 - Adolfo Silva Paraso

    Representantes junto s entidades sindicais de grau superiorTitular: Gustavo Antnio Reis Lopes PicalloSuplente: Iron Antnio de Bastos

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    Posso dizer, com muito orgulho,que entrego uma FENAM

    renovada e fortalecida

    Ao avaliar seus dois anosno comando da FederaoNacional dos Mdicos,Paulo de Argollo Mendesdestacou o que consideramais importante durantetodo o pe rodo em quepresidiu a entidade.

    Foto: Joo Mattos

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    simultaneamente e articuladamente,em todas as questes de interessedos mdicos.

    MarcoPaulo de Argol lo Men des clas-

    si ficou ain da como um marco nasua administrao, a criao, atra-vs da FENAM, de uma adequa-o da ta bela da CBHPM ao servi-o pblico, que permite umasimulao para que cada prefeito,cada gestor, saiba exatamente querepercusso ter qualquer aumen-to de honorrios mdicos, itempor item, j em um clculo de m-dia ponderada, considerando onmero de procedimentos que

    so realizados naquele hospital ounaquele municpio.

    Outra questo de grande rele-vncia a carreira de estado, quetambm foi um marco na nossagesto. Tornamos nacional a discus -

    so da car reira de es tado que enten-demos como o futuro para o atendi -mento no SUS e para le var ainteriorizao do mdico. A carreirade estado, semelhana das carrei -ras de promotores e juzes, umacarreira na qual se ingressa exclusi-

    vamente por concurso, com estabi-lidade e com os profissionais come-ando nos locais mais distantes edepois se aproximando das grandescapitais, na medida em que, por

    mrito, forem conquistando essasposies, explicou o dirigente.

    DecisoUma das decises mais difceis

    tomadas pela FENAM, junto com

    as demais entidades mdicas (CFMe AMB), na gesto de Paulo Argollo,foi a retirada da representao mdi -ca no Conselho Nacional de Sade,depois de 55 anos participando da-quele rgo de controle social doMinistrio da Sade para polticaspblicas no setor. Argollo explicouque havia um acordo garantindo aosmdi cos assen to no CNS e o acordofoi unilateralmente rompido, o queabriu a possibilidade de um

    Deputados aprovam Lei do Ato Mdico, considerada por Argollo como uma das maioresconquistas durante sua gesto. Mdicos lotaram as galerias do plenrio.

    Foto: Denise Teixeira

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    conselho sem a participao de m -dicos.

    A deciso de nos retirarmos doCNS no foi levi a na ou aodada. Aocontrrio, dada a gravidade da questo,foi longamente discutida pelas trs enti -dades e s a ado tamos por que fo mosempurrados para isso pela atitude de

    vrios conselheiros que, sistematica-mente, hostilizaram os mdicos, assi -nalou Argollo, acrescentando que haviaum conluio poltico, retirando todos osespaos de representao da categoriam di ca do CNS. Sem pre fomos voto

    vencido, amassados pelo corporativis-mo das outras pro fis ses. No quera -

    mos ficar sem representao no CNS.Estivemos l por dcadas, sem qual-quer resultado, mas seria nosso devercontinuar l. Exceto se, por palavras ouaes, fssemos expulsos. E fomos,afirmou Paulo Argollo.

    ResgateA criao da Rede Nacional de

    Museus de Histria da Medicina outro feito que Paulo Argollo classi-

    fica como extremamente importan -te em seu man da to, por que resgatano s a his tria da medi cina nopas, mas tambm a prpria histriado Brasil.

    A cons tru o da rede o au x-lio recproco, o aprimoramento deconduta, a troca de experincias, oque extremamente importantepara o resgate da me mria da me di -cina, da histria universal da medici-na, da histria do pas. Isso funda -mental do ponto de vista do

    movimento sindical, porque resgatatambm uma rea importante daauto-estima do mdico. A medicina uma das poucas pro fisses quetem uma histria de mais de cincomil anos, lembrou Argollo.

    ModernizaoSobre a comunicao com a

    sociedade e com os mdi cos, o setorteve um grande in cremento no man-

    dato de Paulo Argollo. O presidentedeu nfase realizao do SeminrioMdico/Mdia, que, segundo ele, seconsolidou como um encontro degrandes propores, com a participa -

    o de mais de 200 pes soas e o forteinteresse tanto de mdicos quanto dejornalistas. Outro destaque foi amodernizao da presena daFENAM nas mdias alternati vas esociais, o aprimoramento do portalde notcias, a introduo de novastecnologias, alm da transmisso emtempo real de vrios eventos, o quedeu maior visibilidade a todo o traba-lho desenvolvido pela diretoria.

    Ainda temos muitos planos eestamos certos de que va mos avan -ar e alcanar um sucesso ainda ma i-or para o movimento mdico nacio-nal na pr xima ges to da FENAM e

    continuaremos juntos nessa luta,trabalhando com dedicao e res-ponsabilidade pela valorizao detodos os 330 mil mdicos que atuamneste pas, assegurou Paulo de

    Argollo Mendes.

    Mudana de CulturaApaixonado por administrao

    e especialista em administrao em-presarial pela USP Paulo Argollo

    props-se a modernizar a prpria en-tidade, rompendo com a cultura ge-rencial de muitos direitos e poucosdeveres entre os funcionrios.

    Para Argollo, a troca de diretoriaa cada dois anos e o pe ro do tur bu-lento pelo qual passou recentemen-te a entidade, entre outros fatores,acabaram por gerar uma culturaempresarial que dava aos interessesdos funcionrios um espao maior

    do que o desejvel.Foi preciso um cho que de ges-to, o que certamente provocoudescontentamentos. Mas no haviacomo evitar, at porque os re cur sosno so nossos, so dos m dicos,justificou.

    A nova FENAMTrs metas foram propostas, mo-

    dificando radicalmente a entidade,segundo Argollo. Primeiramente, ele

    Estamos certos deque o crescimento

    da FENAM serexponencial.

    Argollo na abertura da 4 edio do Seminrio Mdico/Mdia

    Especial

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    No encerramento do man -dato do presidente Paulode Argollo Men des naFENAM, os titulares das secretariasque compem a diretoria executiva fi -zeram uma anlise dos trabalhos quedesenvolveram frente de suas pastase sintetizaram as principais conquistas,

    des crevendo o papel que cada uma de -sempenha na estrutura organizacionale funcional da Federao Nacional dosMdicos.

    Alm da primeira e segundavice-presidncia, ocupadas, respectiva -mente, por Jos Erivalder Guimaresde Oliveira e Eduardo Santana, a dire -toria da FENAM possui 11 secretarias,que so as seguin tes: Geral, com MarioFernando Lins como titular; de Fi nan-

    as, co mandada por Jac Lampert:Comunicao, tendo como titular

    Waldir Cardoso; Relaes Intersindi -cais, com Joo Pedro Carreiro Neto;

    Assuntos Jurdicos, sob a responsabili -dade de Antnio Jos Francisco Perei -ra dos Santos; Formao Profissional eResidncia Mdica, comandada porCid Carvalhaes; Relaes Trabalhistas,com Wellington Galvo; de Benefciose Pre vi dncia, que tem como titular

    Otino Jos de Arajo Freitas; Condi -o Feminina, com Maria das GraasSouto; Educao Permanente, com Ja -nice Painkow; e de Sade Suplemen -tar, sob a responsabilidade de MrcioBichara.

    1 vice-presidnciaO 1 vice-presi den te, Jos Eri val -

    der Guimares de Oliveira, fez questode destacar trs fatos que consideramais importantes e que contriburam

    Especial

    Dirigentes da FENAM fazem umasntese de seus trabalhos e destacam

    as aes mais importantes

    sade e reabilitao quando acometi-dos de doena profissional. A rea de

    sade do trabalhador sempre foi rele-gada a um segundo pla no e essas dire-trizes vo dar uma perspecti va novapara o setor pblico, destacou.

    Mais uma atividade em destaque a regulao de profisses, com atuaodireta na Cmara de Regulao do Tra-balho no Ministrio da Sade. Essacmara sem pre teve um papel impor-tante no sentido de dar parecer tcnicopara o Congresso Nacional, com rela-

    o regu lao de pro fis ses na reade sade, uma delas com interessemuito especfico para os mdicos, que a optometria, sobre a qual conversa-mos muito com a Sociedade de Oftal-mologia e em conjunto fizemos umparecer tcnico para apresentarmos naCmara de Regulao, que aceitou esseparecer e o en caminhou para o Con-gresso Nacional, com parecer do mi-nistrio contrrio regulamentaodos optometristas, concluiu.

    para melhorar o trabalho desta gesto.So trs trabalhos da vice-presidncia,

    que tm uma di menso muito grandena questo da qualida de de vida e dabusca de uma perspecti va diferentepara os trabalhadores pblicos da sa -de, assinalou.

    O primeiro, segundo Jos Erival -der, foi o protocolo para o fim da pre-carizao, feito pela Mesa Nacional deNegociao Permanente do SUS.Esse protocolo estabelece os parme-tros necessrios para que os governos

    possam desprecarizar os hospitais p-bli cos, que hoje enfrentam uma situ a-o ruim, disse , acres centando queOu tra ao importante e que ainda estem consulta pblica, so as diretrizesna rea de sa de do tra balhador para oSUS. a pri me ira vez que se constro-em diretrizes para ao Sistema nico deSade, na perspectiva de criar parme-tros legais para que o funcionalismopblico tenha regras bem claras nosen tido de prevenir e de ter aten o

    Secretrios e diretores reunidos na posse de Paulo Argollo

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    Um dos pontos mais im portantesfoi a reviso do C di go de ti ca M di -ca. Fui membro da Comis so de Revi -so do C di go e acho que fizemos umtrabalho importante, de maneira coleti -

    va, e foi a primeira vez que o movi -mento sindical par ticipou desse pro-ces so desde o in cio, avaliou o 2

    vice-presidente, Eduardo Santana, aofazer uma anli se da sua atuao nosdois anos da atual ges to.

    Segundo ele, outra atividade rele -vante foi a atu ao na Comis so deAssuntos Pol ticos do CFM, que pas-

    sou a ser coletiva, ou seja, das trs enti -dades m dicas FENAM, CFM e

    AMB. A comisso tem propiciadouma anlise permanente de projetos delei do Congresso Nacional, no sentidono s do que diz respeito tica e aoexerccio da medicina, como tambmdo que diz respei to sa de e socieda -de como um todo, assi nalou.

    Outro item que Eduardo Santanaacha importante a participao em

    enti dades mdicas internacionais, prin -cipalmente na Am rica Latina e Penn -su la Ib rica, como a CONFEMEL, oque fez com que a FENAM pudes se,duran te esta ges to, estar em todos oseventos, segundo Santana, de maneiramuito produtiva. Duas das aes quedestaco so o processo de reviso dadeclarao de Helsinki, no qual aFENAM teve uma participao im -portante, articulando as entidades da

    Amrica Latina para um posiciona -mento comum alinhado com todos ospases, e a outra a discusso coletivano s do problema que foi comumpara ns, a gripe A, como a questo douso racional de medicamentos e tam-bm da sade do mdico e seguranano trabalho, finalizou.

    Secretaria geralO Secretrio geral, Mrio Fernan -

    do Lins, apontou a trans fern cia da

    sede da FENAM do Rio de Janeiropara Braslia, a mudana do estatuto eo planeja mento das aes de toda a di-retoria como destaques de sua pasta.Segundo Mrio Lins, a secretaria teve ocuidado de elaborar um calendriocom todos os even tos e re unies, fa -zendo um planejamento para que todaa diretoria pudesse realmente cumprirum calendrio. Alm disso, conse-guimos manter a diretoria em sintonia,

    viabilizando a aquisio de modenspara que os diretores tivessem contatopermanente atra vs da internet, umaferramenta importante para nossocrescimento, destacou.

    Outro fator importante e que aju -dou na execuo do tra balho de sua se-cretaria, de acor do com Mrio Lins, foiinstituir uma ata para cada re unio, oque vem ocor rendo desde 2008. Eledestaca ainda a reforma no estatuto daFENAM. Fizemos uma reforma donosso estatuto, que estava precisandorealmente de algumas modifica es eregistramos o estatuto novo, que estem vigor. Alm dis so, criamos regras

    para o deslocamento dos diretores, porconta de vi agens que ocorrem sem pre;estabelecemos um teto nas dirias deremunerao da diretoria. E, finalmen -te, tive mos a mu dana da nos sa sededo Rio para Bra s lia, o que mu ito im-portante do ponto de vista poltico,disse Mrio Lins. Para o secre trio, otrabalho nestes dois ltimos anos foiconsiderado proveitoso. Tivemos umdesempenho bastante razovel, j que

    no existe nenhuma reclamao porconta da diretoria e dos membros daexecutiva, avaliou.

    FinanasAo fazer um balano das ati vi da -

    des da secretaria de Finanas, o titularda pas ta, Jac Lampert, disse que umdos maiores investimentos feitos pelaentidade foi a abertura da representa-o da FENAM em Bras lia. Durantea ltima prestao de contas aos

    membros do Conselho Deliberativoda FENAM, realizada em abril, Jactambm mostrou a evoluo queocorreu no perodo em termos de re-ceitas, fazendo um comparativo comas despesas que a Federao teve aolongo de 2009. Foi demons tradoque, do ponto de vista das despesas,tivemos uma reduo de quase 3%em comparao a 2008 e um acrs ci-mo de re ceita prximo a 22%. Issodemonstra um resultado adequadopara as necessidades da ao sindical eque a gente consegue administrar des -sa forma, especialmente.

    Outro feito destacado por Lam-

    pert foi a criao de uma rea res tri tano portal de no tcias da FENAM,para que os dirigentes da Federao edos sindi catos pudessem ter acesso atodos os demonstrativos e a todas asplanilhas de custo, despesas e receitas.Para que tudo isso fique transparen-te, a qualquer momento o diri gentepode acessar e ana lisar todos essesitens e, se ti ver dvida, pode entrarem contato com a secretaria de Finan-

    as, concluiu

    ComunicaoAlm da divulgao das atividades

    dirias da diretoria, produo e geren-ciamento de contedo e atualizao doportal da entidade, atendimento da m-dia em geral e das demandas das asses-sorias de imprensa dos sindicatos m-dicos e demais entidades do setor,entre outras tarefas, o secretrio de Co-

    municao, Waldir Cardoso, avalioucomo algu mas das aes mais impor-tantes de sua pasta o crescimento e a

    valorizao do Seminrio NacionalMdico/Mdia, a reestruturao doportal de notcias e a cri ao da Redede Museus da Medicina.

    Waldir Cardoso fez um balano,ms a ms, desde 2008, daquilo queclassificou como destaque duranteos dois anos em que es teve frenteda equipe de Comunicao. Em

    2 vice-presidncia

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    2008, os destaques fi caram por contada im plantao da Rdio FENAM ea reestruturao do portal de notci -as. J no pri meiro se mestre de 2009,ele ressaltou como mais importantesa promoo do IV Encontro Nacio-nal M di co/Mdia, o incio das trans -mis ses de eventos ao vivo pelaInter net; e o lanamento do progra -ma Reprter FENAM, transmitidopela TV FENAM e disponibilizadopara os sin dicatos mdicos.

    No se gun do se mestre de 2009, foia vez do lanamento do portal Trans -parncia FENAM, fazendo com quetodos os sindicatos mdicos tivessem

    acesso movimentao financeira daentidade. Ainda em 2009, os destaquesficaram por conta do lanamento doPlano de Carreira, Cargos e Venci -mentos (PCCV), e da trans mis so ao

    vivo da IV Conferncia Nacional detica Mdica, que resultou no novoCdigo de tica Mdica. Foi tambmem 2009 que o blog da FENAM FalaMdico ficou em segundo lugar noPrmio Top Blog. O lanamento do

    Projeto Memria do Movimento Sin -dical e o I Encontro das Asses sorias deComunicao de Entidades Mdicas(EACEM) fecharam as atividades dasecretaria de Comunicao com chavede ouro no ano passa do, avaliou Wal -dir Cardoso.

    Este ano, a se cretaria tem comodes taques a promoo de trs work -shops FENAM 2.0, oficinas de mdiassociais, com a participao de sindica-

    tos mdicos de to das as regies dopas. Outros eventos realizados pelaSecretaria de Comunicao em 2010foram o I Encon tro Nacional de Mu -se us de Histria da Medicina e o I Se -minrio Mdico Mdia do Nordeste,que acon teceu em Alago as, em mar o,com o apoio do Sindi cato dos Mdi -cos. Em abril, aconteceu o I Encon trode Secretrios de Comunicao de Sin -dicatos Mdicos, com a participaode representantes de 11 estados.

    O V Seminrio Nacional MdicoMdia, que reuniu mais de 200 m di cose jornalistas no Hotel Pestana, em Co-pacabana, e o lanamento da Rede Na-cional de Museus da Medicina, fe-cham, jun to com a pro duo da re vis taI-FEN, os des taques do ano de 2010na Comunicao.

    Relaes IntersindicaisMesmo considerando que faltourealizar algumas aes, o secretrio deRelaes Intersindicais, Joo PedroCarreiro Neto, classificou o trabalhode sua pasta como posi tivo. Acho quepude contribuir e participar ativamentedas decises da di retoria e pude, na me-dida do poss vel, contribuir para oavano nas questes sindicais da classe.No entanto, acho que faltou pro mover-

    mos um curso de for mao sindical ereunies com as outras entidades sindi-cais. Mesmo com alguns problemas,consi de ro o balano das aes da se cre-taria positivo neste mandato e creio quea minha contribuio foi boa, avaliou.

    Assuntos JurdicosA secretaria de Assuntos Jurdicos,

    que h dois manda tos tem frenteAntnio Jos Francisco Pereira dosSantos, passou por uma gran de trans -

    formao, prestando um servio a to-dos os sindicatos do Bra sil, atra vs deinmeros pareceres que foram diri-mindo as dvidas relati vas ao movi-mento sindical trabalhista, aos direitos,e s reivindicaes. Temos como as-sessoria jurdica o escritrio de advoca -cia Ridel & Resende, em Bras lia, quenos tem prestado grandes servios.

    Hoje, temos uma secretaria extrema-mente gil e organizada, em condiesde pres tar os me lhores ser vios aos co-le gas de todos os sin di catos do Brasil,assegurou Antnio Jos, ao lembrarque seu trabalho foi realizado em con-jun to com o di retor Jos Roberto Car-doso Murisset.

    Formao Profissional eResidncia Mdica

    Cid Carvalhaes, titular da Secretariade Formao Profissional e ResidnciaMdica, explicou que a sua pas ta tem afuno especfica de atuar na Comis-so Nacional de Residncia Mdica,por isso, ele e o dire tor, Edinaldo Le-mos, levaram adiante a proposta da se-cretaria, procurando estar em todas asreu nies da comis so. Acho que apresena da FENAM de extremaimportncia para balizamento e trei-namento em servi o, alm de vri as

    Primeira reunio de planejamento dos secretrios e diretores

    desta gesto

    Foto: Denise Teixeira

    Especial

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    situaes que exigem uma vi so sin di -cal, que estabelecem uma s rie de equi -lbrios em relao a administrar os pro -gramas de residncia mdica, disseele, acrescentando que a secretaria tevea oportunidade de participar de vrias

    vistorias de servios de residncia m -dica em hospitais de diversas regiesdo pas e essa participao intensa ga -rantiu a organizao, junto com o Sin -dicato dos Mdicos de So Paulo, doFrum Nacional sobre o Ensino M -dico, em agosto de 2009.

    A secretaria tambm acompanhoucom muita ateno a situao do ensinom di co no pas, as aes da Se cretaria

    de Ensino Superior, as fiscalizaes jun -to s faculdades de medicina e apoiou apoltica do Ministrio da Educao deintensificar a fiscalizao dos programasde faculdades.

    Um ou tro as pecto de grande re le -vncia, segundo Carvalhaes, foi acom -panhar todo o desenvolvimento deaplicao de programas de residnciamdica e educao continuada no pas.

    A secretaria teve a oportunidade de de -

    fender o programa pr- residncia, queorganiza as vagas em servios j existen -tes e a cri ao de novas vagas na quelesque tm con dies de ofe rec-las.

    Outro resultado positivo foi a par-ticipao na Comisso Mista de Espe -cialidades, que regida pelo CFM, pela

    AMB e Comisso Nacional de Resi -dn cia M di ca. Atra vs de uma nego -ciao com a comisso, uma das va gasfoi re servada para a FENAM pelo re -

    conhecimento da im portncia que aFederao tem dentro da comisso,res ponsvel pelas decises e definiesrelacionadas s reas de atuao domdico no mercado de trabalho. Emfuno des sa conquista e por conta dapresena da FENAM, a secretaria teveacesso tambm Comisso de Revisodo Ensino Mdico, e tem participadodas discusses sobre a necessidade deuma reviso da grade curricular, focan-do nos aprimoramentos de qualifica -

    o do profissional, concluiu CidCarvalhaes.

    Benefcios e PrevidnciaOtino Freitas, titular da secretaria

    de Benefcios e Previdncia, destacouem sua gesto o encontro com o entoministro da Previdncia Social, Jos Pi-mentel, no ano pas sado. Fomos eu eo diretor de Benefcios e Previdncia,

    Jos Tar c sio Dias, e o secretrio e o di-retor jurdico, Antnio Jos e Jos Ro-berto Murisset. Obtivemos a nossaparceria com o mi nistro e com os se -nadores do Cear, disse ele, acrescen-tando que a secretaria desenvolveu um

    plano nacional de sade para os mdi -cos sindicalizados, que tambm umaforma de filiar mais pessoas, conformeafirmou Otino. Queramos realizarum even to em Rondnia sobre o fu tu-ro do mdico, analisando aposentado -ria, con dies de tra balho, mas noconseguimos devido ao acmulo deeventos. Deixamos como sugestopara a futura direto ria, finalizou.

    Educao PermanenteFao uma avaliao positi va dotrabalho que desempenhamos na secre-taria de Educao Permanente e desta -co as reunies mensais que acontece-ram na sede do CFM, na Comis so daEducao Mdica, afirmou Janice Pa-inkow. Ela informou que dando anda -mento a esse processo, a co misso estorganizando o Frum Nacional deEducao Mdica, que dever aconte-

    cer em outubro. Demos andamento atodas as pautas em defesa da melhoriado ensino mdico, assinalou Janice.

    Sade SuplementarMrcio Bichara, secretrio de Sa -

    de Suplemen tar considera que as prin-cipais atividades realizadas por sua se-cretaria nesta gesto esto ligadasbasicamente a uma atuao intensa na

    Agncia Nacional de Sade, Suple -mentar, no sentido de mostrar aos ges -

    tores da ANS e ao go ver no que a rela-o entre mdicos e operadoras deplanos de sade conflituosa e quenessa relao o mdico tem acumula-do perdas histricas na remunerao.

    Alm disso, a falta de regulamentaodos contratos de prestao de serviosdos mdicos com as operadoras fize-ram com que a catego ria no tivessereajuste nos ltimos cinco anos, estan-do com seus honorrios defasados.

    Bri gamos o tempo todo den tro daANS para que se crias se um grupo detrabalho que intermediasse essa negocia-o entre operadoras de planos de sadee os m dicos. Isso foi feito no l timo tri-

    mes tre, com a cri ao de um grupo pro-posto por Maurcio Ceschin, atual dire -tor-pre si dente da ANS, em um gesto dereconhecimento de nosso pleito. Isso consequn cia da ao da FENAM juntoao Ministrio Pblico Federal do Traba-lho, quando pedimos a intermediaodo Procurador Geral para que houvessealgum tipo de negociao. Queramosque fosse cri ada uma mesa de ne goci a-o, s que as ope rado ras nunca acei ta-

    ram. Todo esse trabalho poltico daFENAM resultou tambm numa reaodos mdicos em n vel nacional, pois odescontentamento geral com a posturada ANS, que tem como pa pel regular omercado. Isso fez com que, numa atitu-de que louvamos, tivssemos esse grupode trabalho que pode avan ar nas ne go-ciaes, j que temos prazo de seis mesespara produzirmos uma proposta per-manente de reajuste de honorrios.

    Esse foi um mo vimento que a ANSnun ca tinha se proposto a fazer e consi-deramos um avano, para discutir eaprofundar a forma de melhorar esserelacionamento e, assim, garantir o rea-juste anual para os mdicos brasileiros,j que todos os planos de sade so re a-justados anualmente. Acho que tive-mos um gran de progres so nessa rea eesperamos que com a nossa posturadentro da ANS possamos conseguirum bom acordo, analisou Bichara.

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    Ensino mdico: mais controle

    na busca pela qualidadeO presidente da Comisso de Superviso dos Cursos de Medicina , o ex-ministro daSade, Adib Jatene, fala, em entrevista concedida Revista I-FEN, sobre o que vemsendo feito no sentido de garantir um ensino melhor para os futuros mdicos do pas

    Qu ando o ano de 2010 co -me ou, o pas j contabili -zava 181 escolas de me di -cina, com 16.762 vagas, a maior

    parte (56.3%) na rede privada de en-sino superior. Os nmeros do aoBrasil o segundo lugar per de so -men te para a ndia, - no ran kingmundial de escolas de medicina ecria uma grande preocupao com aqualidade do que ensinado eaprendi do nas salas de aula.

    mdicas de todo o pas, a fim de ga -rantir que esses cursos tenham qua -lidade compat vel com as funesexercidas pelos profissionais que

    neles se formam, dirigentes daentidade passaram a acreditar queessas solues comeam a surgir.

    Em entrevista REVISTAI-FEN, o presidente da Comissode Super vi so dos Cur sos de Me di -cina da Secretaria de Educao Su -perior (Sesu) do Ministrio da Edu-cao, o mdico e ex-ministro daSade, Adib Jatene, comenta os es -foros que vem sen do fe itos no sen -

    tido de garantir um ensino melhorpara os futuros mdicos do pas.

    I-FEN Que balano a Co-misso de Superviso dos Cursosde Medicina faz sobre a situaodas instituies de ensino mdi -co no pas, em funcionamento,sob suspeio, sendo supervisio-nadas ou prestes a encerrar cur-sos?

    ADIB JATENE A situaodos cursos de medicina preocu -pante. At 1996, existiam 82 cur -

    sos em funcionamento, com res -tries a vri os de les, sob o

    ponto de vista da infra-estru -tura oferecida e, em conse -

    quncia, da qualidade doensino ministrado. As

    entidades profissio -nais da rea ple i -

    tea vam me -

    Adib Jatene:A situaodos cursos demedicina

    preocupante

    Foto Valter Campanato/ABr

    Entrevista

    Antiga bandeira de luta daFENAM, a qualidade do ensino m-dico hoje questionada devido proliferao de faculdades de medi -

    cina no pas. H anos, a Fede raovem alertando as autoridades e rei-vindicando solues para o proble-ma. Nos ltimos dois anos, a par tirda implantao de algumas medidascomo a cri ao da Co mis so de Su-perviso dos Cursos de Medicina,criada para supervisionar as escolas

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    didas visando melhorias.Tentativas como a da Cinaem (Co-misso Interinstitucional Nacionalde Avaliao do Ensino Mdico)no conseguiram corrigir as defi -cincias.

    O que mudou na l tima dca-da em relao qua lidade do en-sino mdico no Brasil?

    De 1996 para c, fo ram criados

    99 novos cursos, a maioria privados,com deficincias que agravaram a si -tuao ento existente. Recente-mente, o Ministrio da Educao,atravs do Enade (Exame Nacionalde Desempenho de Estudantes),detectou 17 cursos com nota inferi -or a trs, o que le vou o Ministrio arecriar a Comisso de Especialistasdo Ensino Mdico para assessorar aSesu. O processo de avaliao pormembros da comisso confirmou a

    necessidade de medidas como acompatibilizao do nmero de va-gas oferecidas com a disponibilida-de de espao, para treinamento a serofertado pela instituio, e confir -mou insuficincias, objeto deacordo de saneamento dedeficincia, incluindo reduo de

    vagas e encerramento da oferta decursos.

    A FENAM vem denuncian-do, as sim como outras entida-des representati vas da catego-ria, que o crescimento doscursos de medicina no implicano aumento da qualidade dosservios de sade no pas. O queest sendo feito pela comisso

    para mudar esse per fil de ensinoe, consequentemente, de aten-

    dimento?A qualidade dos servios de sa-de tem relao, alm do nmero deprofissiona is, com o padro do ensi-no mdi co. No nos so meio, o mo -delo tem se voltado, principalmente,ao preparo de especialistas e subes -pecialistas, e no no preparo do m-di co geral, ca paz de atuar sem o su-porte da alta tecnologia. Isso criaum descompasso entre atendimentodo do ente e o tempo para conseguir

    Adib Jatene, com o ministro da Educao, Fernando Haddad, na reunio da Comisso de Supervisodos Cursos de Medicina

    Foto Valter Campanato/ABr

    De 1996 para c,foram criados 99

    novos cursos, amaioria privados,com deficinciasque agravaram a

    situao

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    realizar exames, muitas vezesdesnecessrios.

    Como se d o trabalho da co-misso para garantir que institui -es de ensino no se jamcaa-nqueis e o futuro mdicoseja realmente qualificado? Comoest o processo de autorizao

    para a abertura de novos cursos?A co mis so orientou a Sesu para

    exigir que a entidade que soliciteabertura de um curso mdico de -monstre que possua, funcionandoh pelo me nos dois anos, complexomdico hospitalar e ambulatorial,atuando como referncia regional.

    O nmero de leitos deve ser cin covezes o nmero de vagas ofertadas. As instalaes ambulatoriais vodesde unidades bsicas do Progra -ma de Sa de da Famlia at am bula -trios de especialidades e implanta -o de hierarquizao eregionalizao. Quando o complexomdico-hospitalar e ambulatorialno for propriedade da entidade,mas for conveniado, ele no pode

    ser compartilhado com outras insti -tuies de ensino. Tambm devepossuir servio de pronto-socorrocapaz de treinar seus alunos nassituaes de emergncia e poderoferecer residncia aos seus alunos.

    H uma concentrao de fa-culdades nas regies mais de -senvolvidas do pas - Sul e Su-deste em detrimento dasde ma is, as mais pobres. Isso no

    comprometeria a qualidade doensino por estimular uma in-dstria, o lucro? A co missotem como atuar para reverteresse quadro, a fim de promoveruma diviso mais igualitria narelao mdico-populao?

    Essa uma ideia equivo ca da, eda forma como est exposta, confu -sa. A interiorizao do mdico nodeve ser encarada como coloc-lonos pequenos municpios, nas re-

    gies mais pobres do pas, mas inte-

    rioriz-lo no seio da populao. Asregies mais carentes de mdicos es-to nas periferias das regies metro-politanas, que no atraem mdicosque se concentram nas re as mais ri-cas das ci dades. Apenas como in di -cao indireta, vou citar a relao deleitos por mil habitantes na cidadede So Paulo, que levantamos em1999. Enquanto nos 25 distritosmais ricos e mais an tigos existem 13leitos por mil habitantes, nos demais

    71 distritos da periferia, com maisde 8 milhes de pessoas, existia 0,6leitos por mil ha bitantes. Em 39 dis-tritos des se gru po, com mais de 4milhes de pessoas, no ha via umleito sequer. Por isso, nem sempre aconcentrao de mdicos nas capi-tais, que, no global incorporou 20%da populao brasileira onde esto50% dos mdicos, significa que todaa populao est assistida. Esse qua -dro no se rever te com facul dadesde medicina, mas com poltica ade-quada de fixao de profissionais,que in clui no ape nas salrios, mascondies de trabalho, instalaes,

    suporte multiprofissional, garantiade acesso na carreira, sem o que nose consegue levar mdico a reascarentes, seja no interior do pas ouno interior da periferia das grandescidades.

    Recentemente, o ministroFernando Haddad afirmou queno temos ex ces sos de mdi-cos. O que precisamos adequaro nmero de vagas oferecidas

    capacidade de atendimento dainstituio, zelando pela quali-dade de ensino. Como a comis-so trabalha para alcanar esseobjetivo? vivel ainda neste go-

    verno?Pases da Eu ropa tm 32 mdi-

    cos por 10 mil ha bitantes. Ns pos-su mos 16 mdi cos por 10 mil ha bi-tantes. O desafio aumentar pelomenos para 20 por 10 mil, po rm

    com qualidade de formao e nopensando apenas na quantidade.Esse aspecto no foi enfatizado nopassado, por isso existem faculda-des de medi ci na que no esto pre-paradas para entregar sociedadeprofissionais que venham ajudar acorrigir os problemas. A maior difi-cul dade que se enfrenta ao buscaradequar o nmero de vagas inviabilizar a instituio, criandoproblemas aos alunos.

    Pases da Europatm 32 mdicos por10 mil habitantes.Ns possumos 16

    por 10 mil. Odesafio aumentarpara 20 por 10 mil,

    porm comqualidade deformao

    Foto: divulgao/Adib Jatene

    Entrevista

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    O ensino mdicoest ruim e mereceuma reviso cri -teriosa, respons vel e consciente.

    A avaliao do secretrio de For -mao Profissional e ResidnciaM di ca da FENAM, Cid Carva lha -es, ao ana lisar a criao da Comissode Supervi so dos Cur sos de Me di -cina da Secretaria de Educao Su -

    perior (Sesu) do Ministrio da Edu-cao, que tem como objetivosupervisionar os cursos de medicinade todo o pas para ga ran tir a quali -dade do ensino mdico.

    De acor do com Cid Carvalhaes,a criao da comisso foi muito bem

    vinda, pois o pas est en frentandouma dificuldade acentuada nos cri -trios de qualidade do ensino mdi -co, tanto na graduao quanto na

    ps gra duao, bem como na resi -dncia mdica, considerada comoreferncia fundamental para aformao do especialista.

    Revises so sempre muito bemvindas, at mesmo pela diversifica -o das escolas de medicina no pas,pelo nmero excessivo, pelo resulta-do sa bido que no est bom. Os n -

    veis de avaliao que foram feitos atagora, o ENADE (Exame Nacional

    de Desempenho de Estudantes) e oprprio exame do Conselho Regio -nal de Medi cina de So Paulo, tmdemonstrado um ndice de reprova -o muito alto, o que comprova queo ensi no est ruim, alm de pon tual -mente algumas faculdades teremproblemas gra ves, como por exem -plo a UNAES, em Ri beiro Preto,que deixa muito a desejar, aUNIMAR, em Ma rlia, e mais ou tras15 escolas mdicas que apresentam

    O ensino mdico est ruim e

    merece uma reviso criteriosandice de aproveita -mento consideradoruim e que estosob diligncia ou vi -gilncia do Minist-rio da Edu cao,mais a diminuiode 800 vagas de in-gresso nas 181 fa-cul da des do pas, o

    que reflete efetiva -mente que o en si noest ruim, merecen-do uma revi socriteriosa, muitosria, responsvel,consciente, semnenhuma persegui-o a quem querque seja, mas tam -bm sem privilgi -

    os a quem no me-rece, salientou odirigente.

    De acordo como secretrio, a

    Brasil. O que precisamos ade quar onmero de vagas oferecidas capaci-dade de atendimento da instituio,zelando pela qualidade do ensino",ressaltou o ministro.

    A secretria de Educao Supe-

    rior do Ministrio da Educao(Sesu), Maria Paula Dallari, garantiuque os proces sos para o en cerra-mento de ofer tas e re du o de va gasem cursos de medicina no prejudi-cam os estudantes. Segundo ela, osalunos j matriculados no so afe-tados. Pelo contrrio, a tendncia que se beneficiem, j que a atenose vol ta para eles. Onde se re duz

    vaga, a tendncia de melhoria daqualidade do ensino, explicou.

    Cid Carvalhaes: "A criao da comisso foimuito bem vinda"

    Foto: divulgao/Simesp

    FENAM apoia o trabalho da Co mis -so de Supervi so dos Cursos de Me -dicina. Asseguro que a prxi ma ges -to vai se preocu par com isso, darcontinuidade a esse trabalho e apro-fun dar ain da mais o quan to for pos-

    svel o critrio e o ri gor de con trole doensino mdico, para qualificar melhoros profissionais, completou.

    SeguranaO ministro da Educao, Fernan-

    do Haddad, afir mou que a su pervisodos cursos de medi cina serve para dars pessoas segurana da formao dequem vai cu idar da sade de toda apopulao. Haddad tambm conside -ra que no h excesso de m dicos no

    Formao

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    Waldir Cardoso*

    As bases conceituais do Siste -ma ni co de Sa de estobem consubstanciadas emprincpios e diretrizes previstos naCarta Mag na e nas suas leis com ple -mentares. Infe liz mente, h enormedistncia entre o SUS real e o SUSlegal.

    Conquis tamos com o SUS ine -gvel avano ao garan tir a todos odireito de acesso aos servios desade. Insculpir na Carta Magna odever do Esta do em ga ran tir esse di -reito foi vitria maiscula da cidada-nia brasileira.

    Aprovar a mudana da lgica daateno sade atravs da integrali -dade das aes d ao SUS um car -ter revolucionrio. O pilar mais sig -

    nificativo a equidade. Pelo sentidode justia social intrnseco na discri -minao positiva que o caracteriza,.O SUS constitucional verdadeirareforma do Estado.

    Considero a participao da co-munida de um quarto princpio doSistema nico de Sade. No hcomo fazer sade den tro dos princ -pios da integralidade e equidade semter a populao participando ativa -

    mente do processo de deciso. Mui-to alm da simples participao emConferncias de Sade e Conselhosde Sade, a participao dacomunidade deve acontecer nocotidiano da ateno sade.

    Partindo desses princpios, f -cil entender a importncia das dire -trizes do SUS. S poss vel ga ran tirque o sistema de sade seja integral,equitativo, universal e que tenha aparticipao da comunidade no pro-

    H esperana para o

    SUS constitucional?

    cesso de deciso se for descentrali-zado, regionalizado e hierarquizado.S pode ser nico se tiver apenasum comando em cada nvel degoverno.

    Por que, ento, o SUS, com essebelo arcabouo jurdico-institucional,no sai do papel? Ha vemos de con si -derar os interesses em disputa na are-na da sa de e a atitude das elites dopas. Vejamos alguns exemplos.

    O setor privado quer fortalecer aassistncia mdica. Nele, esto in-cludos a indstria de equipamentose me dicamentos, os grandes labora-trio, donos de hospi tais. Maus pol -

    ticos instrumentalizam o setor sadena sua rede de corrup o. Outrosagem com irresponsabilidade e do sade gesto desqualificada, mantmativamente o modelo de ateno bio-mdico, desconhecem os princpiose diretrizes do SUS, precarizam o

    vnculo dos trabalhadores do setor eterceirizam servios de sade.

    Os setores organizados da socie -dade, como o movimento sindical,fogem do SUS. Nas mesas de nego-

    ciao garantem assistncia mdicaprivada para os trabalhadores da suabase atravs de planos de sade. Ascamadas mdias, no mesmo senti-do, buscam nos pla nos de sade as -sistncia mdica supostamente demelhor qualidade.

    O Senado da Repblica garanteassistncia privada vitalcia para seusparlamentares e familiares. Exrcito,

    Marinha e Aeronutica tm serviosde sade prprios. Servidores de sa-de federais, estaduais e muitos muni -cipais pagam previdncia estatal, quelhes oferece, tambm, assistnciamdica. O judicirio prov planos desade para juzes, promotores e ser-

    vidores. O governo federal contri-bui, permitindo que todos descon -tem no impos to de ren da os valorespagos sade suplementar.

    A esmagadora maioria da popu-lao fica de fora. Trabalhadores dosetor privado, os excludos da cida -dania, trabalhadores autnomos, apopulao rural. um grupamentopopulacional em geral privado de ci-dadania, desorganizado, que noconsegue verbalizar suas demandas.Para eles, o SUS; o SUS da atenobsica desqualificada e abandonada.

    Bem, exis te o SUS da alta com -

    plexidade. Transplantes, cirurgiascomplexas, medicamentos de alts -si mo cus to. O SUS prov procedi-mentos e insu mos que no so co-bertos pelas operadoras de planosde sa de. Ser ve a pou cos, mas ren deboa m dia para o governo e vul tososlucros para os capitalistas da sade.

    Neste quadro, h esperana parao SUS constitucional?

    * Waldir Cardoso Secretrio de Comunica-

    o da FENAM

    Waldir Cardoso, secretrio deComunicao

    Opinio

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    Polmica

    Mdicos peritos se torna-ram um alvo f cil da vi o-ln cia em postos do

    INSS. Quando, em 2007, aFENAM recorreu s autoridadespblicas, a fim de exigir seguranapara a categoria de vido a mais umassassinato de um profissional a ti-ros, o mdi co Jos Ro drigues deSou za, por um ho mem que teve opedido de aposentadoria negado, aexpectativa era de que novos casos

    semelhantes no mais aconte-cessem. Aquele no havia sido o pri -meiro, nem se ria o ltimo re gistro.

    A cena voltou a se re petir e mais ca -sos foram noticiados em vrios esta-dos, como Alagoas, So Paulo ePar, apenas para citar al guns exem-plos.

    Somente em 2009, segundo in-formaes da Associao Nacionalde Mdicos Peritos da Previdncia,

    Crescem oscasos deviolnciacontramdicosAlvosprincipais soos peritos doINSS e os

    profissionaisque atendemnas unidadesdo Sistemanico de Sade

    71 peritos sofreram agresses nasagnci as do INSS em diver sos es ta-dos do pas.

    Um dos episdios mais recentesde violncia contra mdicos aconte-ceu em Campinas (SP). No dia29/4, o presidente do Sindicato dosMdicos, Moacir Perche, ingressoucom ao ci vil pbli ca na Justi a,com representao junto PolciaFederal e ao Ministrio Pblico,para conter a violncia contra os pe-

    ritos e outros profissionais do postodo INSS local.

    O que tivemos em Cam pinas,em abril, foi um ato de mo bilizaocontra as polticas previdencirias,em uma ao legtima chamada pordiversas entidades, mas que culmi -nou na invaso de uma agncia e na

    violncia contra os colegas peritos.O sin di cato agiu para ten tar evitarisso no futuro e saber de quem a

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    responsabilidade sobre a mobiliza -o. At con cordamos e fazemoscrticas poltica previdenciria bra-sileira, mas no podemos estar cul -pabilizando o colega servidor, traba-lhador, que est colocando emprtica as nor mas para as quais foicontratado, como se ele fosse o res -pons vel por isso e essa a dis cus -so que temos feito com a socieda -de, desabafou.

    No entanto, segun do ele, a crti -ca ao modelo previdencirio nopode se re vestir de subverso or -dem e atos cri minosos. Os profis -sionais que estavam trabalhando no

    prdio do INSS foram submetidos aum terror psicolgico sem igual. Fo -mos mdia que, estranhamente,no consegue enxergar a violnciacontida em uma in vaso de pr dio,no entrincheiramento de profissio -nais no seu horrio de trabalho,como se fosse a coisa mais normaldo mundo, criticou.

    O Sindimed tambm encami -nhou uma nota s en tidades que as -

    sinaram o ato de mobilizao, solici -tando esclarecimentos sobre omovimento que culminou nainvaso do posto do INSS.

    preciso sensibilizara populao

    A violncia contra os mdicos deCampinas no res tri ta aos pos tos doINSS. Os pro fissionais do SUS so alvo

    vulnerveis no prprio local de traba -

    lho. preciso tra balhar essa questojunto sociedade para evitarmos essetipo de situao. A situao de crise(nos hospitais) tem trazido instabilida -de, as pesso as en xergam os mem brosmais gra duados da equipe, ou seja, m -dicos e enfermeiros, como representan -tes dos ges tores do Executivo e da faltade po ltica p blica no setor, e a des -conta toda a au sncia do Estado noprofissional que est ali naquele mo -mento, analisa Moacir Perche.

    Como consequncia, h umaevaso de profissionais devido in-segurana. Nos locais com algumtipo de violncia ou ambiente mais

    violento, h a perda do mdico plan-tonista e a sobrecarrega de quemfica, e quem fica no suporta muitotempo. O gestor tenta colocar maisum plantonista, mas o que aparecefica pouco tempo e sai, isso muitocomum, salientou.

    Nota

    Em ju nho de 2007, as trs en ti-dades mdicas nacionais:FENAM, Conselho Federal deMedicina e Associao MdicaBrasileira, j cobra vam providn-cias das autoridades federais, di-

    vulgando nota oficial lamentandoas agres ses e pe din do ao presi-dente da Repblica, Luiz IncioLula da Sil va, que o governo to-masse providncias no sentido degarantir a integridade fsica dosmdicos nos seus locais de traba-lho. Aba i xo, a nota na ntegra:

    Os recentes e continuados epi-sdios de agresso atingindo mdi -cos em seus lo cais de trabalho, emespecial no exerccio da funo deperitos da Previdncia Social, chega-ram a um pon to insuportvel einaceitvel.

    Por inmeras vezes, alertamos asautoridades do grave risco a que osmdicos peritos da Previdncia So-cial estavam submetidos.

    A morte do colega Jos Rodri -gues de Sou za teve como facilitadora inopern cia dos dirigentes do Mi-nistrio da Previdncia Social e doINSS, que, de maneira irrespons -

    vel, ficaram silentes aos nossosalertas e pleitos por segurana.

    As entidades mdicas signatriasdeste documento acusam as autori-dades federais de irresponsabilidadecom o interesse pbli co e as co lo-

    cam como nicas responsveis pelasegurana funcional dos mdicosperitos.

    Por fim, nos di rigimos ao pre si-den te Luiz Incio Lula da Silva paraque, com respaldo na sua de le gaopopular, determine aos seus auxilia-res na Previdncia Social os cuida-dos e as atitu des que o caso re quer,para garantir que o sagrado direitoao trabalho se d em condiesjustas de segurana.

    Perche: Osrecentes episdiosde agresso contramdicos chegaram

    a um pontoinsuportvel".

    Moacir Perche, presidente doSindimed Campinas

    Foto: Sindimed/Campina

    O diretor do Sindimed admite adificuldade de mudana comporta-mental dos usurios do Sistema. uma situao muito complicada ten-tar sensibilizar a populao de que oprofissional tambm est sujeito auma situao degradante, muitas ve-zes precria de atendimento. Isso sed com mais fora na urgn cia eemergncia, onde o paciente est maisdesprovido de sua dignidade e auto-

    nomia. Os profissionais esto no limi -te da sua capacidade de aguen tar.

    Polmica

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    Noticirio dos ltimos anos mostra como os mdicosesto expostos ao perigo em seus locais de trabalho

    Setembro de 2006 A mdica Maria Cristina Souza, delegada da AssociaoNacional de Mdicos Peritos da Previdncia, foi assassinadacom quatro tiros, em resposta ao seu trabalho na deteco defraudes contra o INSS. O crime aconteceu na porta da casa daperita, em Governa dor Valadades, Minas Gerais. O mdico perito Edilei Batista Bonfim Jnior foi agredidoem uma agncia do INSS em Coronel Fabriciano (MG). Elesofreu agresso aps informar a um segurando que o resulta-do da percia no sairia no mesmo dia. Descontente, o segura-do, que alegava ter LER (Leso por Esforo Repetitivo), arre -messou um monitor e uma CPU sobre o perito e uma mdicaem treinamento.

    Maio de 2007 O mdico Jos Rodrigues de Souza foi assassinado comum tiro na cabea, a sangue frio, por um segurado do INSS,indignado com o indeferimento de seu auxlio-doena. O cri -me aconteceu na cidade de Patrocnio, em Minas Gerais.

    Junho de 2007 A mdica pe rita Mrcia Silva Santos foi agredida a socos noposto do INSS de Santo Andr, em So Paulo, e teve descola -mento da retina. O motivo da agresso foi a confirmao daalta do benefcio de auxlio-doena de R$ 498 que a operadora

    de telemarketing Eudete Vilas Boas recebia.

    Novembro de 2008 A populao da cidade de Itarema, Cear, foi surpreendidacom a notcia do assassinato do mdico obstetra Edjanir Gar-cia de Sousa, morto com vrios tiros de pistola na porta doHospital Municipal Natrcia Rios. Edjanir Garcia deixava ohospital, por vol ta das 5h30, e foi atingido pe los tiros quan dose encontrava dentro de seu carro.Teve morte imediata.

    Maro de 2009 O cirurgio torcico Ilion Fleury Jnior, 54 anos, foi assas-sinado com trs tiros no trax, em Anpolis, Gois. Segundo aPolcia Militar, Ilion foi atingido por um homem vestido depreto, quando saa do trabalho na Santa Casa de Misericrdiada cidade.

    Agosto de 2009 Mais uma mdica foi agredida no Par e a FENAM pediuprovidnci as ao governo federal, alm de ter mobilizado ossindicatos da categoria em todo o pas no sentido de que pro-movessem manifestaes para conter a violncia contra mdi-cos nas agncias do INSS e em outras unidades de sade. Di-

    rigentes da FENAM se reuniram com o ministro da Pre-

    vidncia, Jos Pimentel, em Braslia, para pedir a adoode medidas contra agresses como a que sofreu a mdicaperita paraense Simone Guilhon Zoghbi, atacada e amea-ada por um segurado inconformado por ter sido encami-nhado ao programa de reabilitao. Foi a oitava agresso am dicos do INSS registrada no Par nos seis primeirosme ses do ano passado, algumas com ameaa de morte.

    Dezembro de 2009 Na Bahia, a suspenso do Benefcio do auxlio-doena peloINSS vitimou mais uma perita. Aps indeferir o pedido deVerena Sampaio, 26 anos, a mdica Edriene Barros Teixeira

    foi agredida com tapas no rosto e puxes que arrancaram me-chas de seu cabelo.

    Janeiro de 2010 Cinco homens armados invadiram o hospital de Urgnciae Emergncia Clementino Moura, em So Luis, Maranho, eresgataram um preso que estava internado para uma cirurgia.Os criminosos renderam mdicos e outros funcionrios dohospital e levaram o detento Claydson Barbosa.

    Fevereiro de 2010 Mdicos so agredidos por pacientes nas Unidades de

    Pronto Atendimento de Campo Grande, Mato Grosso doSul. Dirigentes do Sindicato dos Mdicos pediram Comissode Sade da Cmara Municipal e ao prefeito Nelsinho Tradprovidncias para conter a onda de violncia contra mdicosna rede pblica de sa de.

    Abril de 2010 Mdicos peritos foram agredidos no posto do INSS deCampinas depois de a agncia ser invadida por manifestantes.O Sindicato dos Mdicos ingressou com ao civil pblica naJustia para conter a violncia contra os peritos e outros pro-fissionais do posto do INSS local.

    Maio de 2010Pela segunda vez este ano, o Hospital Me morial Fuad

    Chidid, na Zona Nor te do Rio de Janeiro, foi assaltado porhomens armados. Mdicos, demais profissionais de sade,pacientes e seus acompanhantes viveram momentos de p-nico quando dois homens armados invadiram a unidade erenderam cinco funcionrios. Os criminosos assaltaram to-das as pessoas que estavam no primeiro andar, levando joi -as, bolsas, cartes de crdito, dinheiro e outros objetos de

    valor, alm do dinheiro do caixa do hospital.

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    Acr ise na sade pblicano fato novo, sobretudoa que atin ge, h dcadas, asemergncias do Sistema nico deSade (SUS) na quase totalidade dascidades brasileiras. A rede de aten-o bsi ca, incapaz de cumprir o seupapel como porta de entrada parao sistema, no corresponde s ne-cessidades primrias de preveno e

    atendimento s doenas considera-das mais simples da popula o e

    vem provocando uma corrida cadavez maior s emer gncias. a buscadesesperada pela assistncia imedia-ta, que causa superlotao e gerauma crise ainda maior nos corredo -res das uni dades de sa de de todo opas, somando-se carncia de pro -fissionais por conta das ms condi -es de trabalho e remunerao.

    Um trabalho desenvolvido pelomdico e pesquisador gacho Air -ton Stein, na d cada de 90, j apon-tava, segundo a diretora da FENAMe vice-presidente do Sindicato M -dico do Rio Gran de do Sul, MariaRita de Assis Brasil, que 70% dospacientes que buscam as emergnci -as no precisariam daquele servio.So pacientes que necessitam depronto-atendimento; tm doenas

    que, muitas ve zes por no se rem denatu reza grave ou aguda, no as le-variam emergncia, a segundagrande porta de entrada no serviopblico de sade, assinalou.

    nas emergncias, segundo ela,que os pacientes tentam no apenaso acesso assistncia mdica, mastambm investigao diagnsticamais gil. muito mais rpido doque quando se consul ta em um pos -to de sade e existe a necessi dade de

    Crise nas emergncias:

    a quem interessa?exame complementar, como radio -grafias, tomografias e ressonnciasmagnticas. H uma esperana dopaciente que, ali, o problema deleser encaminhado. Resultado: filasinterminveis e atendimento com-prometido, lamentou Maria Rita.

    O drama se repete com pacien-tes que apresentam problemas cr-nicos, que apostam ter na emer gn-

    cia a chan ce de obter um leitohospitalar. O paciente da emergn -

    em processo de aposentadoria.Como boa par te formada por es -pecialistas, o atendimento ficar ain-da mais precrio, j que, atra vs daemergncia, abre-se a oportunidadede aces so a esse tipo de pro fissi onal.

    Temos feito essa discusso em nos-sas plenrias da FENAM , afirmaMaria Rita.

    No limiteNa outra ponta da deman da

    altssima, esto as condies de tra-balho precrias e a sobrecarga exigi -da no ape nas aos m di cos pelosgestores, mas a todos os profissio-nais de sade. Ns, mdicos, nosuportamos mais o nmero de paci-entes que somos obri gados a aten -der. Na nossa so li do em um plan-

    to, atendendo a es sas gran desdemandas, no somos capazes decum prir o que diz o Con selho Fe de-ral de Medicina no Cdi go de ti ca,que um mdico deve aten der tantospacientes quantos ele tiver capacida -de. S que no est ali a funcionar oprprio sistema, a prpria gesto,ento, aquele mdico fica solitrio,com enormes fi las, com pressesimportantes, com riscos integrida-

    de fsica e psquica, comprometidocom o trabalho sistemtico dessaforma, alerta Maria Rita.

    De acordo com a di retora daFENAM, h discus ses em anda-mento para, a exemplo do en ca-minhamento dado pelos profissio-nais de Pernambuco ao ConselhoRegional de Medicina daquele es-tado, a limitao do nmero de pa-cientes a serem atendidos em umaemergncia.

    Ns, mdicos,no suportamos

    mais o nmero depacientes que

    somos obrigados

    a atender

    cia, no conseguindo um leito, ficadepositado, aglomerado nesses ser-

    vios. s vezes, so enfermarias queexistem nos pronto-atendimentos.Ficam internados em hospitais clan-destinos, no reconhecidos comotal, e nem sequer ti ve ram uma AIH

    (Autorizao de Internao Hospi -talar) preenchida no momento dainternao. Essa realidade poderiaser modificada se a rede bsica fun -cionasse, criticou a mdica.

    Outro problema est na fal ta demdicos. No Rio Grande do Sul, osmdicos dos servios federais queprestaram concurso por volta dosanos 80 e no ltimo concurso pro-movido pela Secretaria Estadual deSade, com ex ceo do Samu, es to

    Polmica

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    Em tese, te mos de aten der umnmero mximo de, por exemplo,qua tro pacientes por hora. No querdizer que quando eu che gar noquarto paciente vou cruzar meusbraos e parar de tra balhar. No setrata dis so. Trata-se, sim, de umamdia histrica de atendimento eque a gesto dever ser le vada a con -tratar tantos mdicos, tantas horas

    de planto forem necessrias parasuprir a demanda naquela emergn -cia. Isso far tam bm com que aprpria gesto se organize. No so -mos ns, m dicos, que temos de di -zer no ao pa ciente, o que gravs -simo; seremos levados a atitudes denegligncia, imprudncia ou imper -cia. Qualquer ser hu mano tem o seulimite, protestou.

    Um exem plo dessa falta de li -

    mite" est no Hospital Conceio,em Porto Alegre, onde funciona amaior emergncia do Rio Grandedo Sul, com cerca de 800 aten -dimentos dirios. Temos umasituao, por exem plo, de cincopacientes novos e eles se traduzemem forma de boletins, que seroatendidos a cada hora. Depois deduas, trs, quatro horas de planto,teremos os cinco pacientes novos

    mais os outros que foram atendi -dos nessas ou tras ho ras, e que vmnos mos trar o resul tado de sua me -di cao, de exa mes e assim por di -ante. Do meio para o fim do plan -to, ficamos absolutamenteexaustos. Defendemos at que osplan tes sejam, por exemplo, de12 ho ras, mas no sentido de queno haja uma continuidade doatendimento, finalizou a diretorada FENAM.

    Maria Rita: nasemergnciasque os

    pacientestentam noapenas oacesso assistnciamdica, mastambm investigaodiagnsticamais gil

    Foto:Divulgao/Simers

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    Pode parecer bvia a afirmati - va exposta no ttulo, maspoucos profissionais se doconta das doenas a que es to sujei -tos de vido ao estres se, longa jorna-da de tra balho e s mais di ferentesadversidades na luta pela sade dos

    seus pacientes. Patologias de origemortopdica esto entre as mais co-muns, provocadas, sobretudo, pelacorreria do dia a dia, m postura e se -dentarismo, aliadas falta de ativida-de fsica e a outros fa tores de risco.

    De acordo com o ortopedistaOsmar de Oliveira, ex-mdico doCorinthians e da Seleo Brasileira deBasquete, a lombalgia o maior ini -migo do m dico que se mantm de

    p horas a fio e no pratica exerccios

    Ortopedista adverte

    A lombalgia um dosmaiores inimigos do mdicofsicos. O cirurgio que fica em pqua tro, cinco, seis horas por dia eno faz qualquer atividade fsica,nem sequer alongamento, com certe-za comear a sentir aquela dorzi-nha nas cos tas, avisa.

    Para amenizar o sofrimento, uma

    alternativa tentar modificar o col-cho e a posi o do ban co do carro,mas o prprio ortopedista admiteque seriam atitudes insuficientes di -ante do quadro. Um alongamentoda coluna lombar algo que se fazpela manh quan do acor da; o sufi-ciente para no deixar a patologiaevolu ir, mas pode ser feito at du ran-te o intervalo comercial de televi -so, recomenda.

    Depois da lombalgia, os grandesviles so as tendi nites. A do tendode Aquiles, a pa telar e a dos joelhosso, de pois da lombalgia, os qua drosmais predominantes, alerta.

    Estresse e correriaCom o estresse imposto pela roti-

    na agitada do mdi co, a tendn cia acorreria diria transformar-se emuma patologia, como adverte Osmar

    de Oliveira. No existe remdiopara isso, a no ser uma mo di ficao

    tamento embutido na sua rotina. Onico remdio excessivamente bara-to e efi caz a ati vidade f si ca. A es ta-ria talvez um con tra-senso, dizer parauma pes soa que no tem tempo paranada, fazer uma atividade fsica, masisso no significa pas sar uma hora na

    academia todo dia, afir ma.O conselho sim ples: A ativida-

    de fsica pode comear por estacio-nar o carro mais longe de casa ou dotrabalho e fazer o trajeto andando;ou, den tro do ba nheiro de casa, fazera corrida estacionada, ou seja, nafrente do espelho, correndo sem sairdo lugar. O que temos hoje de fi ni dodo ponto de vista cientifico quecom 30 minutos de atividade fsica

    por dia, mesmo intercalando pero-dos de 10 mi nutos, em dois meses apessoa de ixar de ter o r tulo de se-dentria. O mdico vai sentir tantadiferena respirar e dormir me-lhor, ter mais re sis tncia para fi carem p em uma ci rur gia, me lhora r aauto-estima , que vai en tender quepraticar atividade fsica era realmenteo conselho melhor que poderia rece-ber - e o mais barato, ga rante o or-

    topedista.No entanto, na contramo dossedentrios, h os mdicos que nose cercam de cuidados antes e depoisdas atividades fsicas. Esses passama ter leses ortopdicas, articulares,mus culares, que todos tm, e evi den-temen te o peso tem aspecto funda-men tal, con cluiu Osmar de Oli vei-ra, que alm de mdi co jor nalis ta ecomentarista esportivo da TV Ban-deirantes.

    da qualidade de vida domdi co, o que para ele di fcil porque tem o tra -

    Osmar de Oliveira afirmaque as patologias deorigem ortopdica estoentre os problemas desade que mais atingemos mdicos.

    Foto:AlexandreVieira

    Alerta

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    Apesar de ser consideradapela categoria mdicacomo a maior e mais im-portante arma na ateno primria sa de, como defende a FENAM, aEstratgia Sade da Famlia (ESF)

    vem recebendo crticas, de norte a

    sul do pas, e en frenta a precarieda -de co mum rede pblica pssimascondies de trabalho, sobrecargado atendimento e profissionais malremunerados.

    No Par, em mdia, ape nas 30%da populao so beneficiados, em -bora existam muni cpios onde a co-bertura no chega a 20%, o quemostra uma re gresso no atendi -men to, como o caso de Belm.

    preciso que a ESF seja uma priori -dade e que funcione de for ma ade -quada, com qualidade. No adiantas colocar pessoas para trabalhar seno tiverem qualificao para isso.O ide al que os mdicos do pro gra -ma tenham residncia em medicinade famlia em comunidade,afirmou o diretor do Sindicato dosMdicos do Par, Joo Gouveia.

    No Par, sobrecargaA sobrecarga imposta ao mdico

    uma ameaa no estado. Atualmen -te, h uma mdia de mil fam li as, porprofissional, para atendimento gerando algo em torno de 3 mil pes -soas , mas exis te uma pro pos tados gestores locais para que o n -mero passe para uma mdia de 2 milou 3 mil fa mlias, ele vando o aten di -men to para 9 a 10 mil pes so as. Issoseria um absurdo! A qualidade do

    Sindicatos criticam

    precariedade da EstratgiaSade da Famlia

    servio com certeza decairia e a po-pulao no seria bem atendida. Va-mos lutar para isso no acon tecer,afirma Gouveia. H consultriosque nem gua tem, no tem apa re-lho de presso, estetoscpio, notem um termmetro. As condiesno so adequa das para exercer aprofis so. O m di co no pode irpara benzer o paciente. Ele precisater condi es pra atender de uma

    forma digna, completou.No Cear, pssimascondies de trabalho

    A rotina se repete no Cear. Noapenas em Fortale za como no inte-ri or do es tado, os m di cos da ESFenfrentam a precarizao do traba-lho, com a falta de concursos pbli -cos e trocas frequentes de equipesdevido a pssimas condies de tra-balho. A ESF no cobre todos os

    usurios que deveria. Hoje, temosmuitos problemas com a atenobsi ca: o n me ro de casos de AVC

    vem aumentando justamente por-que a ateno bsica no funciona ea quantidade de pacientes com dia-betes que tm de sofrer ampu tao

    so resultado do no funcionamen-to do pro grama. O (ento) Progra-ma de Sa de da Famlia (PSF) foicolocado como a grande salvao dasade pu bli ca do Brasil, s que aateno bsica continua ruim, a se-cundria continua ruim, afirmou opresidente do Sindicato dos Mdi-cos do Ce ar, Jos Maria Pontes.

    Segundo ele, a carncia de pro-fissionais na capital cearense supe-

    rior a 100%. Aqui, 80% ou mais dapopulao dependem do SUS. For-taleza tinha de ter mais de 400 equi-

    Gouveia: preciso que a ESFseja uma prioridade e que

    funcione de forma adequada

    Foto: Keyth Washington

    Pontes: Como voc pode teruma equipe de sade da

    famlia sem mdico?

    Alerta

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    pes, mas tem aproximadamenteapenas 200, mu itas de las sem mdi -co. Como voc pode ter uma equipede sa de da famlia sem mdico?,questionou.

    Baixos salrios tambm prejudi -cam o atendimento. Quando o m -dico as sume o car go na sa de da fa-mlia, recebe o primeiro ms, ose gundo, mas o ges tor atrasa o ter -ceiro, quarto, e depois no pagamais, e o sindicato ainda precisa re -correr Justia. Ento, tem de terconcurso pblico, pagar bem, Planode Carreira, Cargos e Vencimentos.

    A estratgia que pode dar cer to a

    carreira de estado. Em Fortaleza, osmdicos recebem liquido entre R$5,5 mil e R$ 6 mil por 40 horas se-manais, praticamente dedicao ex -clusi va. Hoje, h de 20 a 30 equi pesde ESF sem mdico, de uma mdiade 200, 210 equipes. Eles esto dei-xando o cargo para fazer residncia,indo para outros locais com salriosmelhores, revelou Jos MariaPontes.

    No Tocantins, faltaqualificao

    A falta de qualificao mdicaagra va o quadro, na avaliao dapresidente do Sindicato dos Mdi-cos do Tocantins e diretora daFENAM, Janice Painkow. A ESFest sendo ocupada, na maioria das

    vezes, por profissionais que no tmhabilitao da Sociedade Brasileirade Sade da Famlia e Comunidade.E eu acho que o primeiro passoque deveria ser preenchido por cole-gas com essa for mao, para o en-tendimento de como devefuncionar a unidade de sade dafamlia, avaliou.

    De acordo com Janice Painkow,

    ocorre ainda um desvio de funoque praticamente inviabiliza o aten-dimento. O gestor, muitas vezes,coloca o mdico da sade da famliano pronto-socorro, nas Unidades dePronto-Atendimento, com a finali -dade de melho rar o salrio dele, queo municpio muitas vezes no pagaadequadamente, e porque no tem omdico para trabalhar naquelas uni -dades. Ele (ges tor) acha que dentro

    da ESF o mdico est produ zin dopouco. No Tocantins, a jornada di -ria do m di co de oito horas e umdia por semana so deslocados parao pronto-atendimento justamentepela falta de mdicos, criticou.

    Em Alagoas, aprecarizao dotrabalho mais grave

    Em Alagoas, a precarizao dotrabalho ain da mais grave, comodenuncia o presidente do Sindicatodos Mdicos do estado e diretor daFENAM, Wellington Gal vo. Osgestores se uniram, atra vs da Asso -ciao dos Municpios, dos Conse-lhos Municipais e da Secretaria deSade do estado, e firmaram umpacto, sendo que o mdi co fica atre -la do a esse pacto, que defi ne comoele vai tra balhar. Agora, se o m di co

    mudar de um muni cpio para ou troe o prefeito aumentar o salrio dele,o prefeito vai ter as equipesdesabilitadas pela SecretariaEstadual de Sade, explicou.

    Alagoas possui 800 equipes deESF, mas, segundo Wellington Gal-

    vo, seriam necessrias pelo menos

    mais 400 para ga ran tir a cober tu ratotal da populao. O salrio pagoao mdico de ape nas cerca de R$ 4mil pela jornada de 40 horas sema-nais. Os prefeitos j discutem apossibilidade de acabar com a ESF.O PSF um programa ministerialpara fazer poltica pblica, mas uma poltica muito mais eleitoral,porque no controlou as aberraesque vem acontecendo. Se cumprisse

    seu papel, seria um programa muitobom, assinalou o dirigente acres-centando que o mdico precisaria deum salrio m nimo de R$ 15 mil rea-is para 40 horas se manais. Os m-dicos esto abandonando a Estrat-gia de Sa de da Fam lia, aineficincia da ESF, procurandooutra forma para sobreviver. necessrio um frum nacional paradiscutir esses assuntos, defendeu

    Wellington Galvo.

    Janice: No Tocantins, um diapor semana os mdicos sodeslocados para o

    pronto-atendimento

    Wellington: Os prefeitos j

    discutem a possibilidade deacabar com a ESF

    Alerta

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    Eleio

    O Mdico e a Realidade Bra-sile ira o tema do Con -gresso Mdico daFENAM, evento mais importante docalendrio da Federao Nacional dosMdi cos, que acontece nos dias 18 e19 de ju nho, no Hotel Caesar Busi -

    ness, em So Paulo. No congres so,alm de debater os temas mais rele -

    vantes para o movimento mdicobrasileiro, a Federao elege sua dire -toria para o bi nio 2010/2012. Compblico estimado em 200 pessoas, oCongresso Mdico da FENAMreceber cerca de 130 delegados comdireito a voto.

    Como ocorre tradicionalmente, aeleio da diretoria da FENAM acon-

    tece no ltimo dia do evento (19/06).De acordo com o es tatuto da en tida -de, na prxima gesto o presidenteser oriundo da FENAM RegionalSo Paulo.

    FormaoFormao mdica, escolas de me -

    dicina, residncia mdica e revalida-o de diplomas e ttulos de especia -listas esto entre os assuntos

    debatidos no evento, que inclui aindana sua programao temas comomercado de trabalho e remunerao,Plano de Carreira, Cargos e Venci -mentos (PCCV), carreira de estado etrabalho mdico na sade suplemen-tar.

    O trabalho mdico no Sistemanico de Sa de (SUS), o Programa deSade da Famlia e Comunidade, al -ternativas de remunerao e contratode ges to tambm so subtemas do

    Fenam realiza congresso e

    elege diretoria para 2010/2012Novo presidente oriundo da FENAM Regional So Paulo, conforme determina o estatuto

    Congresso Mdico, assim como oportal da FENAM Web 2.0 e a plani-lha SUS/FENAM.

    No dia 19, an tes da ele io que es-colher os novos dirigentes da Fede -rao, representantes de sindicatosmdi cos de todo o pas debatem ain-da temas como po lticas de sade e re -lao com a sociedade, financiamentoe gesto do SUS e a rela o dos mdi -cos com a sociedade.

    AvaliaoO Congresso Mdico da FENAM

    classificado pela diretoria da entida -de como um grande mo mento deavaliao e definio das diretrizes eaes que sero desenvolvidas nosprximos dois anos em fa vor do m -dico brasileiro, que, na ltima dcada,

    vem so frendo um processo de desva-lorizao, por conta, principalmente,da baixa remunerao e falta de con-dies de trabalho.

    O secretrio geral da FENAM,Mrio Fernando Lins, ressaltou a

    importncia do congresso para os m -di cos de todo o pas. Vamos nos fo -car na realidade brasileira, a partir datica dos mdicos, e isso realmente relevante, j que nesse congresso queiremos traar todas as estratgias queserviro de embasamento para as

    aes que a FENAM vai desenvolverem prol dos mdicos brasileiros nosprximos anos. Essas aes, evidente-men te, tero como foco o paci ente, amedi cina como um todo e a populaobrasileira no que diz respeito ao finan-ciamento adequado para o SUS, me-lhores condies de trabalho e umacarreira nacional para a categoria, ouseja, uma carreira de es tado que venharealmente atender aqueles municpios

    onde h dificuldade para o mdico. Acarreira de estado uma das maioresbandeiras de luta da FENAM e vamostambm nos concentrar nisso, acen-tuou o secretrio.

    M rio Lins acrescentou que exis-tem cer ca de mil mu nicpios no passem mdi cos, mas isso no significaque no haja nmero suficiente de m-di cos no Brasil. Esse problema ocor-re porque no h condies de tra ba-

    lho e nem remunerao suficiente quepossam fixar os mdicos nessas cida-des ou atrativos que sejam de interessedo m di co no que diz res peito suaqua lida de de vida. Ele precisa no so-mente ter condies de estudar, mastambm de se man ter no seu lo cal detrabalho. Com as facilidades hoje dainternet, da telemedicina, isso poss -

    vel, mas des de que se d condiespara que atue nos lo cais mais distan-tes, finalizou o dirigente.

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    Evento

    OEncontro Nacional dasEntidades Mdicas(ENEM), de 27 a 30 dejulho, em Braslia, reunir mdicosde todo o pas em de bate por ummodelo de gesto eficiente para oSistema nico de Sade, que atenda

    as necessidades da populao e dosprofissionais do setor. Propostas ereivindicaes importantes que tmpermeado as lutas das entidades re -presentati vas da categoria, como aFENAM, a Associao Mdica Bra-sileira (AMB) e o Conselho Federalde Medicina (CFM), se ro a base doencontro.

    Os m di cos vo dis cutir a for -mulao de polticas pblicas para o

    setor que contemplem as delibera-es dos pr-Enems regionais,como a implantao da carreira deEstado e a interiorizao do profis -sional, o mercado de trabalho e ofim da precarizao do trabalho m -dico, a formao mdi ca e a remu -nerao digna, com o Pla no de Car -reira, Cargos e Vencimentos,objetivando promo ver a maioracessibilidade da populao a uma

    rede de sade eficaz e de qualidade.O pac to de luta contnua peloaperfeioamento do sistema ser re -forado no ENEM. Os mdicosdiscutiro como alcanar a meta dedar ao ci da do uma sade me lhor.

    Antes de tudo, o Congresso Na cio-nal precisa regulamentar a EmendaConstitucional 29, o que garantirrecursos para investimentos. Almdisso, necessrio dar ateno aomdico e aos outros profissionais da

    Maior acesso a uma rede

    de sade de qualidadeem debate no ENEM

    sade com uma poltica de pessoalque reconhea a competncia e a de -dicao com salrios dignos, avaliao vice-presidente do ConselhoFederal de Medicina, Alosio

    Tibiri.

    O ENEM pretende sedimentartambm questes ligadas sade su -plementar, como a inexistncia de

    vnculo entre as operadoras de sa -de e os profissionais, e critrios dereajustes. Ser uma oportunidadede juntarmos foras, de discutirmose de encaminharmos melhor asnossas prioridades, afirma Alosio

    Tibiri.Estudo realizado recentemente

    pelo CFM mostra que no h es cas-

    sez de mdicos no Brasil. Os nme-ros indicam que o volume de pro fis-sionais da categoria aumentou,percentualmente, quase o dobro doque cresceu a populao brasileiradu ran te o pero do de 2000 a 2009.Entretanto, a con cluso de que a

    interiorizao da medicina ainda um imen so de safio. Com a criaode uma carreira de estado, cuja pro-posta tramita no Congresso, seroassegurados a presena do mdicoem todos os cantos do pas e sa lrioscompatveis com as exigncias dotrabalho, dando ao mdico condi-es de se desenvol ver e cumprirsua misso. Haver benefcios paratoda a sociedade, aposta o

    vice-presidente do Conselho.O encontro resultar em um do-

    cumento, assinado pelas entidadesmdicas nele representadas, a ser en-caminhado aos futuros governantesdo pas, com pro postas em prol dasade pblica e da categoria. Este um ano ele itoral e no pode mos es -quecer isso porque temos modelosde gesto heterodoxos, que passamao largo da discus so com as en tida-

    des m di cas. A sade no Bra sil agrande preocupao do brasileiro,mas no do a dimenso que ela me-rece. No ou vimos, at ago ra, o queos candidatos tm a di zer sobre essaquesto, ento, vamos colocar altoessa bandeira e apresentar socieda -de e classe mdica o que ns, en ti-dades mdicas, em consenso, quere -mos para a sa de e para os mdi cos, medi da que uma coisa est li gada aoutra, finaliza.

    Tibiri: O pacto de luta peloaperfeioamento do SUS serreforado no ENEM

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    Integrao

    AFederao Nacional dos M -dicos lanou, no dia 12 demaio, no Rio de Janeiro, aRede Nacional de Museus de Histriada Medicina (RNMHM), evento queestabeleceu um mar co na histria daenti dade. A solenidade reuniu no Ho -tel Windsor Guanabara convidados erepresentantes de oito dos 12 museuse memoriais que j aderiram Rede e

    contou com palestra do professor LuisAntonio Castro Santos, que falou so -bre Histria das doenas e institui -es de sade: encontros e desencon -tros. De pois da conferncia, foilanada a Rede, com a ade so de to dosos museus de histria da medicina dopas.

    A Rede Nacional de Museus deHistria da Medicina (RNMHM) temcomo objetivo integrar e aperfeioar o

    trabalho dos museus de medicina exis -tentes no Brasil, bem como fomentar acriao de novas instituies no setor,para preservar e divulgar o patrimniocultural mdico brasileiro. Funcionarpor meio de um comit gestor e cadainstituio co-responsvel pela cria -o da RNMHM. A adeso dos mu se -us e memoriais no acarreta custos porparte da instituio-membro. Do mes -mo modo, a Rede no tem nenhum

    tipo de compromisso econmico comos museus cadastrados e a FederaoNacional dos Mdicos que vai coorde -nar e apoiar os trabalhos, que se ro vo -luntrios por parte das instituies.

    Os museus, memoriais e entidadesmdicas que j ade ri ram Rede so osseguintes: Museu da Histria da Medi-cina do Rio Gran de do Sul, Cen tro deMemria da Medicina, da Faculdadede Medicina da Universidade Federalde Minas Gera is (UFMG), Mu seu da

    Rede integra museus de histria

    da medicina de todo o pas

    Vida, da Fundao Instituto OswaldoCruz; Casa de Oswaldo Cruz, da Fio-cruz; Museu da Academia Nacional deMedicina, Museu Histrico Dr. Wlad -

    mir da Prs sia Gomez Ferraz, da Uni-fesp; Museu Histrico Carlos da SilvaLacaz, da Universidade de So Paulo(USP), Memorial da Pediatria, do Riode Janeiro, Sindicato dos Mdicos doRio de Janeiro, Associao Comercialdo Rio de Janeiro, Museu da Medicinado Par, e Maternidade Esco la da Uni-

    versidade Federal do Rio de Janeiro.

    Acesso

    Integrando as instituies, a RedeNacional de Museus de Histria daMedicina possibilitar tambm que opblico tenha acesso a todo o acervodisponvel sobre a profisso mais anti-ga e conhecida no mundo. O objetivoprincipal fazer com que toda a po pu-lao possa conhecer objetos, obras li -terrias e de artistas plsticos, entre ou-tras pe as, que contam no apenas ahistria da medicina, mas tambm aprpria histria do Brasil.

    Entre as pe as que integram osacervos desses museus esto obras deCandido Portinari, Rodolfo Bernadelli,Batista da Costa e Ren Lalique; rplica

    fiel do estetoscpio em madeira inven-tado por La ennec em 1818, cujo ori gi-nal foi trazi do para o Brasil pelo mdi-co de D. Pe dro I; cu los quepertenceram a escritores, intelectuais epolticos como Dom Pedro II, Jusceli-no Kubitschek, Getlio Vargas, RuiBarbosa, Guimares Rosa e Jos Linsdo Rego; ca deira-trono onde D. PedroII se senta va quando participa va dassesses solenes da Academia Nacional

    de Medicina; objetos de uso pessoaldos mdicos Juliano Moreira, CarlosChagas, Oswaldo Cruz e Mi guel Cou-to; alm de pe as curiosas que mos -tram de que maneira a medicina erapraticada antigamente, como os bistu -ris utilizados no scu lo XIX, o apare-lho de alta frequn cia usa do na dcadade 20 para terapia atravs da correnteeltrica, bem como selos raros ligados personalidades e a fatos histri cos re-lacionadas medicina.

    Cerimnia de lanamento da Rede Nacional de Museus deHistria da Medicina, no Rio de Janeiro

    Foto: Denise Teixeira

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    AFENAM realizou, nos dias15 e 16 de abril, no Rio de Ja -neiro, a quinta edio do Se -minrio Nacional Mdico/Mdia,evento j tradicional nos meios m -

    di cos e jor nals ti cos do pas e que acada ano se transfor ma em refernciapara profissionais e estudantes dasduas reas. Cer ca de 200 pes soas, re -presentando todas as regies do Bra-sil, compareceram ao evento, queeste ano foi reali zado no Hotel Pesta-na Rio Atlntica, em Copacabana

    Considerado como uma das ati -vidades mais importantes da Secre -taria de Comunicao da FENAM,o seminrio contou com a participa -

    Seminrio Mdico/Mdiase consolida e amadurece

    o de renomados profissionais darea mdica e da gran de im prensa.Entre eles, o presiden te do Con se-lho Federal de Medicina, RobertoD'vila, que manifestou a inteno

    de realizar o prximo Mdico/M-dia em parceria com a FENAM; osjornalistas Alex Cunha, Bette Luc -chese e Ctia Fal co, que atuam emduas das maiores emissoras de TVdo pas, o n cora da R dio CBN,Maurcio Martins, os jornalis-tas/mdicos Osmar de Oliveira eIlana Polistchuck, a jornalista Patr-cia Comunello, os mdicos Sami El

    Jundi, Ftima Fernandes Christo eWellington Galvo, e o professor da

    Fiocruz Andr de Faria PereiraNeto, que fa la ram sobre temascomo tica, liberdade de expresso,decodificao da sade nos meiosde comunicao, novas tecnologias

    e o meio ambiente.Em sua quin ta edio, o Semin-rio Nacional Mdico/Mdia, que direcionado a profissionais e estu-dantes de jornalismo e medicina,gestores do setor de sade e pblicoem ge ral, teve como ob jetivo cola-borar com os profissionais de sadeno seu relacionamento com a mdiae tambm simplificar o trabalho daimprensa, ajudando os jornalistas acompreenderem melhor o setor.

    Cerca de 200 pessoas participaram do Mdico/Mdia 2010

    Fotos: Alexandre Vieira

    Evento

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    Pblico avalia seminrioNs estamos muito satisfeitos, porque o evento seconsolidou, amadureceu, no s pela qualidade das ex-

    posies, mas tambm pelo pblico que compareceu,com uma quantidade grande de colegas mdicos partici -pantes, muitos jornalistas e apresentadores e palestran -tes da me lhor qualida de. Da par te dos m dicos, a presen -a do pre sidente do CFM, Roberto Dvila, com umapalestra magistral debatendo a questo tica, sigilo pro-fissional, foi fantstica e a FENAM est muito satisfeitacom o resultado do nosso evento. Waldir Cardoso, se-cretrio de Comunicao da FENAM, Par.

    Acho que as discus ses so produ tivas, at por quemuito dos temas so polmicos, ento, realmente em al-guns momentos a gente tem um em ba te, a vi so do jor-nalis ta e a vi so do m di co, mas acho que isso impor-tante, pois h uma discusso. Se voc vem a um lugarpara ou vir s a mesma opinio que a sua, no adiantanada. Mas aqui no, aqui se discu te mesmo e eu es tougostando muito. Crystal S, assessora de Imprensa doSindicato dos Mdicos do Piau

    O even to est sen do de alto nvel. Ns tivemos aqui

    palestras e debates importantes que esclarecem exata-mente a im portncia que tem o mdi co e que tem a im-prensa no tra balho do m dico. At agora, o even to temsido de gran de importncia e para quem est as sis tindo,quem veio e quem est as sistindo em casa, est ganhandomuito. Wellington Galvo, presidente do Sindicato dosMdicos de Alagoas.

    O seminrio muito interessante e trouxe questes real-mente importantes para de bate. Por mais que fique essa dico-tomia, de um lado o jornalis ta e de outro o mdi co, acho que

    a gente ganha com essa discus so. A nica coisa da qual sen tifalta foi uma discusso maior sobre as polticas pblicas desade, porque, na verdade, quando o jornalista chega ao m-dico para criticar, na me nor parte dos casos uma questo deerro mdico; na maioria das vezes pela fal ta de es trutura.Ento, como falar de m di co e mdia e no fa lar de pol ticap bli ca de sa de? Foi s disso que senti falta, mas achei ex-tremamente interessante e creio que essa discusso tem decontinuar. Luciane Chame, assessora de Comunicao daPrefeitura de Rio das Ostras e professora universitria

    Fao uma avaliao muito positiva. Acho que ns,mdicos, precisamos ser capacitados em comunicao eutilizar o poder da internet junto aos nossos pacientes eao pblico leigo e esse seminrio instrumentaliza isso umpouco. bom que aqui a gente tem os jor nalistas, os jor-nalistas so os profissionais de comunicao, ns mdi-cos somos muito analfabetos na comunicao com opblico. Essa troca, essa experincia muito rica. MarcusCarvalho, mdico e professor da UFRJ, Rio de Janeiro.

    Estou achando muito positivo, gostei especialmentede um comentrio que um dos palestrantes fez di zendo

    que no um even to mdicos ver sus mdia, mdi-co/mdia, quer dizer, temos to dos que tra balhar juntos.

    Acho que isso en tender como cada lado funciona, oprimeiro passo. Tatiana Clebica, jornalista, So Paulo.

    O even to avanou bastante em relao aos ou trosque acompanhei. Trouxemos uma dinmica maior, am-pliamos o leque das discusses, incorporamos diverso.Eu acho que foi um avano e trouxe mu ita coi sa novapara ns. Ant nio Jos Pe rei ra dos Santos, mdi co e se-cretrio de Assuntos Jurdicos da FENAM, Braslia.

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    Presidente do CFM falou sobre tica mdica,liberdade de expresso e sigilo profissional

    Ctia Falco falou sobre um tema at entoindito no Mdico/Mdia: meio ambiente

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    Os honorrios mdicos pa -gos pelas operadoras deplanos de sade vem, h al -gum tempo, causando polmica eprovocando debates entre os repre -sentantes da categoria mdica de todoo pas, pelo fato de as empresas insis -tirem em no conceder, h pelo me-nos dez anos, reajus tes nos valoresdos procedimentos que fazem parte

    da rotina dos consultrios dos mdi -cos que prestam servios s empresasda rea de sade suplementar. O pro-blema j levou, inclusive, profissiona-is de especialidades como pediatria,urologia, anestesiologia e ortopedia,entre outras, a se mobilizarem no sen-tido de pedir at mesmo descredenci-amento em massa dos planos e segu-ros de sade em estados como SoPaulo, Alagoas, Rondnia e o DistritoFederal.

    Diante de toda essa polmica, aFENAM, entre outras aes, levou ocaso ao Ministrio Pblico do Traba-lho, a fim de intermediar uma negoci-ao que visa garantir reajustes peri-di cos nos va lores de todos osprocedimentos pagos pelos planos desade, ou seja, aumento dos honorri-os cada vez que as em presas elevaremos valores dos planos aos usurios,mas ainda no h nenhuma definioquanto a isso.

    Ago ra, no entan to, surge uma ou -tra polmica envolvendo, desta vez, anomeao de pessoas que j foram li-gadas a planos de sa de para a direto-ria colegiada da Agncia Nacional deSade Suplementar (ANS). O dire -tor-presidente, o gastroenterologistaMaurcio Ceschin, por exemplo, foiexecutivo do Grupo Qualicorp e daMedial Sade, assim como os direto -res Alfredo Luiz de Almeida Cardosoe Leandro Reis Tavares atuaram na

    Governo entrega ANS s

    operadoras de planos de sade

    Amil. Alfredo foi superintendente daRede de Centros Mdicos da Empre-sa de Servios Hospitalares do Grupo

    Amil e Leandro foi chefe mdico daUnidade de Emergncias da AmilResgate Sade. Isso, segundo avalia-o de dirigentes da FENAM, pre ju-dicial categoria mdica.

    O grande problema da ANS hoje que seu corpo direti vo, na grandemaioria, procedente de operadoras

    de planos de sa de, e est na agnciapara defender interesses das operado-ras e do mercado de sa de suplemen-tar, afirmou o secretrio de SadeSuplementar da FENAM, Mrcio Bi-chara, acrescentando que a relaoentre prestadores de servio e usuri-os das operadoras tinha de ser maisequilibrada. Precisamos que a dire-o de uma entidade reguladora sejaequnime, para que pudesse avaliar osinteresses tambm da sobrevivncia

    dos prestadores de servios no siste-ma, que analisas se o lado dos usuriosde planos de sade, a qualidade doatendimento, porque hoje em dia to-dos esto insatisfeitos, mdicos eusurios. E quando voc tem uma di -retoria de uma agncia reguladora dogoverno, na qual as operadoras pre-dominam nos seus car gos, os di rigen-tes oriundos de operadoras esto dan-

    do os rumos da sade suplementar noBrasil, e isso muito gra ve. AFENAM tem in sistido nisso, de queessa relao est desproporcional. Ogoverno tem de inter vir, alertouBichara.

    Mrcio Bichara informou que hainda uma di retoria vaga e as entida-des mdicas j solicitaram ao ministroda Sade, Jos Gomes Temporo,que o prximo di retor no seja umapessoa ligada a empresas do setor,

    mas, sim, como afirma o secretrio,uma pessoa comprometida com osistema de sa de como um todo, eno s vi san do ao lu cro do mer cado.

    O que que remos um di retorque venha para contrapor o predo m-nio do mercado das operadoras hojeden tro da agncia; uma pessoa que ti-

    vesse conhecimento da sade suple-mentar e que fosse neutra, mas neutrames mo, que no defendesse as idiasdas operadoras, do poder econmico.

    Seria para equilibrar essa disputa daprpria agncia, porque o que vemos um favorecimento explcito dos pla-nos de sa de, das ope radoras, em ter-mos de re ajuste e no que se re fere ano interferncia na relao com osprestadores de servio, que est terri-

    velmente ruim, justificou Bichara.O dirigente da FENAM, no en-

    tanto, reconheceu que o diretor-presi-dente, Mauricio Ceschin, promoveuum avan o quan do criou um gru po de

    Mrcio Bichara: O quequeremos um diretor quevenha para contrapor o

    predomnio do mercado dasoperadoras dentro da agncia,uma pessoa neutra

    Sade Suplementar

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    E ncaminhado no dia 29 deabril pela Comisso de Fi-nanas e Tributao daC mara ao gabinete do relator, o de -putado Jos Nobre Guimares

    (PT/CE), o pro je to de lei 3734/08,que fixa em R$ 7 mil o sa l rio mni -mo profissional para mdicos eden tistas, aguarda parecer do parla -mentar para que possa ter anda -mento no Congresso. At