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Revista Filme B - novembro/13

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Revista Filme B de novembro de 2013.

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  • 04CINEMA EM 2014 Como o mercado est se preparando para a Copa do Mundo no Brasil, e os principais lanamentos nos cinemas at agosto do ano que vem

    O novo diretor da Globo Filmes, Edson Pimentel, conta como ser sua gesto

    Sinais de alertaPaulo Srgio Almeida

    O prximo ano ser de Copa do Mundo no Brasil, eleies (talvez com segundo turno) e, para comple-tar, tambm ser o ano em que grande parte dos ci-nemas entrar na era digital.

    Estamos vindo de anos seguidos de crescimento de pblico e de renda, o que est possibilitando impor-tantes investimentos no aumento do nmero de salas em todo o Brasil. Passamos pelo multiplex, introdu-zimos o 3D, a sala VIP, a sala 4D, o som imersivo, as telas gigantes, o IMAX, as transmisses via satlite de peras, shows e eventos esportivos, e tantos outros atrativos. Mas o que parece que isso foi s o comeo de um processo que, tudo indica, no ter fim.

    Se essas novidades foram importantes e contribu-ram para uma aprendizagem e amadurecimento do setor, o digital uma nova tecnologia que necessita de manuteno e atualizaes constantes. O exibidor deixa de ser apenas exibidor para virar um executivo administrando uma alta tecnologia. E o cinema dei-xa de ser apenas um local de exibio e passa a ser um espao multiuso, sempre em busca das ltimas inovaes. Quem no entender isso dificilmente con-tinuar no jogo.

    Durante 2014, est prevista a digitalizao de cerca de mais de mil salas no Brasil, o que talvez nos leve a duas mil salas digitalizadas at dezembro. Certamente ser um ano de muito trabalho, nego-ciaes em busca de investimentos, aprendizado de programao, de novos sistemas operacionais. Enfim: vem a um novo cinema, de implantao altamente complexa e que, como toda grande transformao, poder deixar alguns mortos e feridos.

    Copa do Mundo, manifestaes vista, disputa-dssimas eleies presidenciais, certamente com bas-tante movimentao nas ruas, e, ao mesmo tempo, a implantao desta complexa engenharia de digitali-zao das salas. Tudo isso deixa o cenrio disperso e a certeza de que no ser um ano fcil para ningum. Tambm comeamos a sentir na rea econmica al-guns sinais de enfraquecimento. Se olharmos para trs, poderemos ter a sensao de que nos ltimos anos vivemos um cu de brigadeiro.

    Dentro deste panorama, a pergunta que se faz : haver espao para crescimento? O ciclo virtuoso que vem nos acompanhando nos ltimos anos ser capaz de resistir a tudo isso?

    O programa criado pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro completa cinco anos

    Exibidores apostam em tela gigante e 3D para atrair mais pblico aos cinemas

    A trajetria de Aquiles Mnaco, da Orient Cinemas, grupo de exibio da Bahia que se internacionalizou, com salas na frica e em Portugal

    Aos poucos, o mercado de DVD substitudo pelo VOD, a distribuio de contedo audiovisual por plataformas digitais

    Uma relao dos ttulos que as distribuidoras pretendem lanar no circuito brasileiro em 2014

    18 ENtrEvIStA

    223036

    4044

    SHOWEASt

    CINEMA PArA tODOS

    PErFIL DO EXIBIDOr

    vIDEO ON DEMAND

    LINE UP

    Revista Filme B >>> Diretor: Paulo Srgio Almeida editor: Pedro Butcher editor-assistente: Gustavo Leito subeditor: Jaime Biaggio Reprter: Beatriz Leite Comunicao e marketing: Denise do Egito Projeto grfico: Cardume Design Diagramao: Ana Soares Reviso: Cristina Siaines Pesquisa: Elizabeth Ribeiro Grfica: Walprint

    EDItOrIAL

    Filme B | www.filmeb.com.br

    O Filme B um portal especializado no mercado de cinema no Brasil. Todas as teras-feiras, o boletim Filme B informa os resultados das bilheterias e rene as principais notcias da indstria no Brasil e no mundo. O portal traz ainda as sees Calendrio de Estreias, Quem Quem no Cinema no Brasil, Filmes em Produo, Database Brasil, Database Mundo e Editais. A revista Filme B, com reportagens mais aprofundadas sobre os assuntos do mercado, publicada trs vezes por ano, nas ocasies do Show de Inverno, em Campos do Jordo (maio); RioMarket, do Festival do Rio (setembro); e Show Bzios, no Festival de Bzios (novembro).

    Rio 2

    Revista Filme B novemBRo 2013 3

  • 4 Revista Filme B novemBRo 2013

    Driblando A COPA

    O cinema vai precisar de muita ginga para driblar seu principal adversrio em 2014: a Copa do Mundo. Se o campeonato mun-dial de futebol costuma paralisar o pas quando acontece no exterior, com re-flexos diretos nas bilheterias, sua reali-zao no Brasil deve afetar ainda mais os resultados no ano que vem. J es-tamos nos acostumando com a ideia de que 2014 dificilmente ser um ano de crescimento, com o impacto negativo esperado para junho e julho. Teremos quatro semanas perdidas, que coinci-dem com as frias de inverno no pas. A mdia estar mais cara e o pblico disperso. Temos que achar formas cria-tivas de levar pessoas aos cinemas, diz Csar Silva, vice-presidente e diretor geral da Paramount.

    O pas inteiro vai se mobilizar com a Copa, antes, durante e depois dos jogos, completa Andr Sala, gerente de programao e vendas da Sony/Universal. O jeito, ento, escapar das datas do evento, que comea no dia 12 de junho e termina em 13 de ju-lho. Transferimos Velozes e furiosos 7 (Universal), que estreia nos EUA no fim

    CAPA

    de semana da final da Copa, para 18 de julho. Mas tambm vamos trabalhar com contraprogramao. Marcamos Sex Tape, comdia com Cameron Diaz mais voltada para o pblico feminino, para 4 de julho.

    CONGestiONameNtO

    Essa movimentao, inevitavelmente, vai causar um congestionamento nas salas. No mesmo dia de Velozes e fu-riosos 7, 18 de julho o primeiro fim de semana depois da final , entram em cartaz Dawn of the Planet of the Apes (Fox) e Transformers A era da extino (Paramount), que nos EUA ser lanado trs semanas antes, em 27 de junho. Os nicos ttulos que desem-barcam no circuito brasileiro enquanto ainda h jogos so Bears, document-rio de natureza dos estdios Disney (13 de junho), Como treinar o seu drago 2, da Paramount (19 de junho), a ani-mao brasileira Nautilus (4 de julho) todos opes fortes para o pblico infantil , alm do j citado Sex Tape (4 de julho).

    Com a escassez de filmes, uma alterna-tiva para os exibidores pode ser a exi-

    bio dos prprios jogos da Copa, mas essa possibilidade remota e s ser de-finida mais adiante. As condies para a transmisso da Copa nos cinemas s sero estabelecidas pela FIFA depois do sorteio das chaves, marcado para 6 de dezembro, conta Laudson Diniz, da Ci-nelive, empresa especializada em distri-buio de contedo ao vivo, via satlite, para as salas de cinema. A tendncia abandonar o formato 3D, que j foi alvo de experincias e se revelou muito caro, e h uma chance de a FIFA s permitir a transmisso no formato 4K, o que pode limitar o nmero de salas aptas a exibir os jogos, completa. Tudo depende, ain-da, dos valores de direitos de transmis-so, que podem inviabilizar o negcio.

    Para completar, 2014 tambm ser um ano de eleies, o que tem um impacto menor, mas tambm afeta o mercado de uma forma geral. Confira, na pgina ao lado, um mapa com as cidades, da-tas e horrios dos jogos da Copa, como ficou a resoluo do Conselho Nacional de Educao sobre as frias escolares no Brasil durante o campeonato, e as datas das eleies.

    4 Revista Filme B novemBRo 2013

  • Revista Filme B novemBRo 2013 5

    Driblando A COPA

    Alm da Copa do Mundo no Brasil, 2014 tambm ser um ano de eleies, com votao para presidente, governadores, senadores e deputados (federais e estaduais). As eleies no tm o mesmo impacto que a Copa, mas o estabelecimento do horrio eleitoral gratuito na TV implica alteraes nas campanhas de mdia e os domingos de votao costumam sofrer queda de pblico. A propaganda eleitoral na TV comea em 19 de agosto e segue at 2 de outubro. O primeiro turno das eleies ser em 5 de outubro e o segundo, em 26 de outubro.

    Eleies 2014

    RiO De JaNeiRO / 7 jogos maracan

    15/6 (domingo) 19h18/6 (quarta-feira) 19h22/6 (domingo) 19h25/6 (quarta-feira) 17h28/6 (sbado) 17h (oitavas de final)4/7 (sexta-feira) 13h (quartas de final)13/7 (domingo) 16h (final)

    sO PaUlO / 6 jogos arena de so Paulo

    12/6 (quinta-feira) 17h (abertura da Copa; Seleo Brasileira)19/6 (quinta-feira) 16h23/6 (segunda-feira) 13h26/6 (quinta-feira) - 17h1/7 (tera-feira) 13h (oitavas de final)9/7 (quarta-feira) 17h (semifinal)

    BRaslia / 7 jogosestdio man Garrincha

    15/6 (domingo) 13h19/6 (quinta-feira) 13h23/6 (segunda-feira) 17h (Seleo Brasileira)26/6 (quinta-feira) 13h30/6 (segunda-feira) 13h (oitavas de final)

    5/7 (sbado) 13h (quartas de final)12/7 (sbado) 17h (deciso do 3 lugar)

    BelO HORiZONte / 6 jogos mineiro

    14/6 (sbado) 13h17/6 (tera-feira) 13h21/6 (sbado) 13h24/6 (tera-feira) 13h28/6 (sbado) 13h (oitavas de final)8/7 (tera-feira) 17h (semifinal)

    FORtaleZa / 6 jogos estdio Castelo

    14/6 (sbado) 16h17/6 (tera-feira) 16h (Seleo Brasileira)21/6 (sbado) 16h24/6 (tera-feira) 17h29/6 (domingo) 13h (oitavas de final)4/7 (sexta-feira) 17h (quartas de final)

    salvaDOR / 6 jogos arena Fonte Nova

    13/6 (sexta-feira) - 16h16/6 (segunda-feira) - 13h20/6 (sexta-feira) - 16h

    25/6 (quarta-feira) - 13h1/7 (tera-feira) - 17h (oitavas de final)5/7 (sbado) - 17h (quartas de final)

    PORtO aleGRe / 5 jogos estdio Beira Rio

    15/6 (domingo) 16h18/6 (quarta-feira) 13h22/6 (domingo) 13h25/6 (quarta-feira) 13h30/6 (segunda-feira) 17h (oitavas de final)

    ReCiFe / 5 jogos arena Pernambuco

    14/6 (sbado) 19h20/6 (sexta-feira) 13h23/6 (segunda-feira) 17h26/6 (quinta-feira) 13h29/6 (domingo) 17h (oitavas de final)

    CURitiBa / 4 jogos arena da Baixada

    16/6 (segunda-feira) 16h20/6 (sexta-feira) 19h23/6 (segunda-feira) 13h26/6 (quinta-feira) 17h

    Natal / 4 jogos estdio das Dunas

    13/6 (sexta-feira) 13h16/6 (segunda-feira) 19h19/6 (quinta-feira) 19h24/6 (tera-feira) 13h

    maNaUs / 4 jogos arena amaznia

    14/6 (sbado) 21h18/6 (quarta-feira) 15h22/6 (domingo) 15h25/6 (quarta-feira) 16h

    CUiaB / 4 jogos arena Pantanal

    13/6 (sexta-feira) 18h17/6 (tera-feira) 18h21/6 (sbado) 18h24/6 (tera-feira) 16h

    COPA DO MUNDO NO BrASIL12 de junho a 13 de julho Cidades, datas e horrios dos jogos

    Revista Filme B novemBRo 2013 5

    Inicialmente, a Lei Geral da Copa previa que todas as escolas das cidades-sede deveriam decretar frias durante o perodo do campeonato, mas a medida provocou reao do setor. Em maro de 2012, o Ministrio da Educao divulgou um parecer do Conselho Nacional de Educao (CNE) concluindo que a Lei Geral da Copa no poderia se sobrepor Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. O parecer manteve a autonomia das escolas para fixarem seus calendrios, desde que cumpram

    800 horas anuais divididas por pelo menos 200 dias de aula. A rede pblica estadual de So Paulo marcou o incio de suas frias de meio de ano para 12 de junho, abertura da Copa. Para compensar, o incio do ano letivo foi antecipado para 27 de janeiro. Tambm foi estabelecido um recesso em outubro, entre os dias 13 e 20. A Federao Nacional das Escolas Particulares divulgou um comunicado sugerindo que, pelo menos nas cidades-sede, as aulas sejam suspensas nos dias de jogos.

    Frias foram motivo de polmica

  • 6 Revista Filme B novemBRo 2013

    A SELEO DOS FILMESOs principais ttulos que vo desembarcar nos cinemas brasileiros no ano que vem, incluindo o time que, em junho e julho, vai enfrentar a Copa no Brasil

    Por Gustavo Leito, Jaime Biaggio e Pedro Butcher

    O HOBBIT A DESOLAO DE SMAUG (THE HOBBIT THE DESOLATION OF SMAUG, WARNER)

    FrA BLO 3D 13 de dezembro

    Segundo captulo da trilogia adaptada do livro de J. R. R. Tolkien O Hobbit, cuja histria se passa antes da srie O senhor dos anis. Desta vez, Bilbo Bol-seiro tenta recuperar o tesouro rouba-do pelo drago Smaug. O primeiro Ho-bbit, lanado em novembro de 2011, atraiu 2,8 milhes de espectadores no mercado brasileiro, com bilheteria de R$ 36 milhes. A grande novidade deste segundo captulo que ele foi rodado em altas taxas de quadros por segundo (high frame rate), tecnologia que comea a chegar aos cinemas.

    MINHOCAS (FOX) ANI NAC 20 de dezembro

    Primeira animao brasileira produzi-da em stop-motion, o filme baseado em um curta que conquistou 11 pr-mios no pas. Dirigido por Paolo Conti e Arthur Nunes, conta a histria de Ju-nior, um menino urbano transportado a um mundo extraterrestre. O time de

    dubladores conta com nomes conheci-dos como Rita Lee, Anderson Silva e Daniel Boaventura.

    ENDERS GAME O JOGO DO EXTERMINADOR (ENDERS GAME, PARIS)

    BLO 20 de dezembro

    Nesta fico cientfica de apelo juvenil, com muitos efeitos especiais, Asa But-terfield (A inveno de Hugo Cabret) vive um menino enviado a uma esco-la preparatria militar no espao para combater uma iminente invaso alie-ngena. Harrison Ford interpreta seu mentor, o coronel Graff.

    AT QUE A SORTE NOS SEPARE 2 (DOWNTOWN/PARIS)

    FrA NAC BLO 27 de dezembro

    Depois de atrair 3,5 milhes de especta-dores aos cinemas brasileiros, a comdia sobre um milionrio instantneo que vai

    DEZEMBrO

    DIStrIBUIO

    falncia ganha uma continuao com a mesma equipe principal: o diretor Ro-berto Santucci e o protagonista Lean-dro Hassum. No papel de Tino, o come-diante mais uma vez enfrenta as agruras de ver sua fortuna desaparecer, ao lado da mulher Jane (Camila Morgado, subs-tituindo Danielle Winits). Com locaes em Las Vegas, o longa tem participaes de Jerry Lewis e Anderson Silva.

    A VIDA SECRETA DE WALTER MITTY (THE SECRET LIFE OF WALTER MITTY, FOX)

    OSC 27 de dezembro

    Conhecido por seus papis em comdias como Zoolander e Trovo tropical, Ben Stiller protagoniza e dirige esse drama de ares existenciais sobre um funcion-rio sonhador da revista Life que parte numa jornada para encontrar uma fo-tografia perdida. A imagem a pea

    LEGE

    NDAS AnimaoANI

    FrA Franquia

    BLO Blockbuster

    3D 3D

    NAC Nacional

    HQ Quadrinhos

    OSC Oscar

    O Hobbit A desolao de Smaug

    Fotos

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    lga

    o

  • Revista Filme B novemBRo 2013 7

    que d o arremate ltima edio da revista. Baseada em um conto escrito em 1939, a histria j foi transformada em filme em 1947. Filmado em locaes na Islndia.

    CAMINHANDO COM DINOSSAUROS (WALKING WITH DINOSAURS, FOX)

    3D ANI BLO 3 de janeiro

    Produzido pela BBC, o filme traz dinos-sauros animados por computador em cenrios reais, capturados no Alasca. O projeto derivado de uma srie de TV de 1999, agora revivida com o auxlio do 3D. A trama tem como protagonista um jovem paquirinossauro que, com o auxlio da manada, precisa aprender a se defender em um ambiente hostil. Como em A marcha dos pinguins, os animais tm seus pensamentos narrados por vo-zes em off.

    FROZEN UMA AVENTURA CONGELANTE (FROZEN, DISNEY)

    ANI 3D BLO 3 de janeiro

    Nova animao da Disney, baseada em um conto de Hans Christian Andersen. No reino de Arandelle, a princesa Elsa est prestes a ser coroada rainha. Mas seus poderes de criar neve e gelo saem de controle e ela precisa fugir. Com sua ausncia, o lugar passa a ser palco dos planos malvolos do Duque de Weselton. O projeto chegou a ser cogitado pela Pi-xar, mas acabou ganhando o selo Walt Disney Animated Classics. Dirigido por Chris Buck (T dando onda) e Jennifer Lee (Detona Ralph).

    ATIVIDADE PARANORMAL MARCADOS PELO MAL (PARANORMAL ACTIVITY THE MARKED ONES, PARAMOUNT)

    FrA 10 de janeiro

    Com quatro filmes na bagagem, a srie Atividade paranormal rende seu primei-ro spin-off (histria paralela principal). A trama comea quando um grupo de amigos deixa uma festa para investigar uma morte no apartamento de baixo, onde descobrem indcios de um ritual de magia negra. Dirigido por Christopher B. Landon, responsvel pelos captulos 2 a 4, o filme mantm o visual de cmera de segurana dos outros. A franquia, que costuma atrair por volta de um milho de espectadores no Brasil, ter mais uma sequncia em 2014.

    CONFISSES DE ADOLESCENTE (SONY) NAC 10 de janeiro

    Livro-fenmeno dos anos 1990 escri-to por Maria Mariana, Confisses de adolescente se perpetuou como es-petculo teatral e srie de televiso. Agora, ganha tratamento cinemato-grfico de Daniel Filho (ao lado de Cris DAmato), que tambm dirigiu o programa de TV. Ele convocou novo time de garotas, liderado por Sophia Abraho, para viver os dramas e emo-es da adolescncia, que tocam em temas como gravidez, drogas e virgin-dade. Tudo agora com a cara da gera-o internet.

    MUITA CALMA NESSA HORA 2 (DOWNTOWN/PARIS)FrA NAC 17 de janeiro

    Continuao do bem sucedido filme adolescente de vero de 2010, que teve

    1,5 milho de espectadores. Com dire-o de Felipe Joffily e produo de Au-gusto Cas, o longa se passa trs anos depois da viagem a Bzios do original. Desta vez, as amigas interpretadas por Andria Horta, Fernanda Souza, Gianne Albertoni e Dbora Lamm se reencontram no Rio de Janeiro. Juntas, vivem novas aventuras. Marcelo Adnet e Bruno Mazzeo completam o elenco.

    OPERAO SOMBRA JACK RYAN (JACK RYAN SHADOW RECRUIT, PARAMOUNT)

    BLO 24 de janeiro

    Criado por Tom Clancy, o personagem Jack Ryan j rendeu quatro filmes, in-cluindo Jogos patriticos, com Harrison Ford. Em vez de voltar srie de livros, os produtores criaram uma histria ori-ginal, na qual o agente da CIA Ryan (Chris Pine) precisa conter uma ameaa terrorista russa que pretende provocar o caos econmico no governo americano. A direo do shakespeareano Kenneth Branagh, que recentemente assinou seu primeiro blockbuster com Thor.

    AMAZNIA 3D (IMOVISION)

    NAC 3D 31 de janeiro

    Um macaco-prego conduz esse grandio-so passeio pela floresta amaznica, uma coproduo entre Brasil e Frana de mais de R$ 26 milhes. Com direo de Thier-ry Ragobert, do documentrio O planeta branco, o filme usa a histria do animal, que sobrevive a um acidente areo e pre-cisa aprender as manhas da vida na sel-va, para explorar o cenrio exuberante em 3D. Foram trs anos de produo, na

    At que a sorte nos separe 2

    Frozen - Uma aventura congelante

    JANEIrO

  • 8 Revista Filme B novemBRo 2013

    DIStrIBUIO

    qual uniram foras a brasileira Gullane e a francesa Biloba. O filme encerrou o Festival de Veneza e abriu o Festival do Rio, em setembro.

    47 RONINS (47 RONIN, UNIVERSAL)3D 31 de janeiro

    Keanu Reeves estrela o filme de ao, recheado de cenas de luta, inspirado nos ronins, grupo real de samurais que vi-veu no Japo do sculo XVIII. Ele vive Kai, um guerreiro que se junta ao time liderado por Kuranosuke Oishi. Juntos, buscam vingar o assassinato de um mes-tre. Reeves comanda o elenco, formado principalmente por atores japoneses. Os contos dos ronins deram origem a diversos longas no Japo, mas esta a primeira adaptao de Hollywood.

    FEvErEIrO

    AMERICAN HUSTLE (SONY)OSC 7 de fevereiro

    Depois do sucesso de O lado bom da vida, os atores Bradley Cooper e Jennifer Lawrence (alm de Robert De Niro, em papel coadjuvante) voltam a dividir a cena, outra vez dirigidos por David O. Russell. Passado no fim dos anos 1970, o roteiro d um tratamento ficcional a uma operao real do FBI, que tinha como misso infiltrar dois trapaceiros no mundo da mfia. Os escolhidos so Irving (Christian Bale) e sua amante Sydney (Amy Adams). Cooper vive um agente do servio americano.

    UMA AVENTURA LEGO (THE LEGO MOVIE, WARNER)ANI 3D 7 de fevereiro

    Baseado no mais popular brinquedo de montar do mundo, o longa mistura tcni-cas de stop motion e animao computa-dorizada para dar vida aos bonequinhos. A aventura comea quando Emmet confundido com um mrtir que pode salvar o universo Lego. Com a ajuda de uma mulher, um mstico e Batman, ele vai luta contra um vilo que quer colar todas as peas que encontrar. Os criado-

    res de T chovendo hambrguer, Chris Miller e Phil Lord, assinam a direo.

    SAVING MR BANKS (DISNEY)OSC 7 de fevereiro

    Tom Hanks vive Walt Disney neste filme, que mostra o conturbado nasci-mento de um clssico do estdio, o mu-sical Mary Poppins. Emma Thompson a escritora P. L. Travers, autora do livro que deu origem ao filme. Duas persona-lidades conflitantes, ela e Disney vive-ram um cabo de guerra desde a compra dos direitos e at as decises artsticas da adaptao, como a insero de ani-maes no longa. Esta a primeira vez que o criador da Disneylndia mostra-do em um filme de fico.

    ROBOCOP (SONY)FrA BLO 7 de fevereiro

    Jos Padilha (Tropa de elite) dirige a nova verso da histria do policial-ciborgue, cujo original, assinado pelo holands Paul Verhoeven, de 1987. O ator sueco Joel Kinnaman faz o papel-ttulo, e o elenco traz Samuel L. Jack-son, Michael Keaton e Gary Oldman. Passa-se na mesma cidade do original, Detroit, em 2028. O RoboCop (rob feito a partir do material humano de um policial ferido de morte em com-bate) no mais o projeto inovador de um executivo ambicioso, mas a adoo, em terreno domstico, de uma linha de combatentes (os drones) j explorada em guerras no exterior por uma grande corporao.

    CAADORES DE OBRAS-PRIMAS (THE MONUMENTS MEN, FOX)14 de fevereiro

    Quinto filme dirigido por George Cloo-ney (Confisses de uma mente perigosa, Boa noite e boa sorte, O amor no tem re-gras e Tudo pelo poder foram os outros), traz ele prprio e Matt Damon frente de um peloto do exrcito dos EUA na II Guerra, cuja misso resgatar obras de arte roubadas pelos nazistas e devolv-las aos donos. Ainda no elenco Bill Mur-

    ray, John Goodman, Cate Blanchett e o francs Jean Dujardin, que levou o Oscar por O artista. A Fox desistiu de lan-lo nos EUA a tempo da temporada do Os-car, que este ano est sendo considerada disputadssima, e preferiu uma data no comeo do ano.

    O LOBO DE WALL STREET (THE WOLF OF WALL STREET, PARIS)

    OSC 14 de fevereiro

    Novo filme de Martin Scorsese, tem por base a histria real de Jordan Belfort, um figuro do mercado de aes que acabou preso por envolvimento num escndalo de corrupo e contou sua histria no li-vro de mesmo nome. Leonardo DiCaprio vive o personagem, naquele que j seu quinto filme em parceria com o diretor (Gangues de Nova York, O aviador, o vencedor do Oscar Os infiltrados e A ilha do medo foram os demais).

    AS AVENTURAS DE PEABODY E SHERMAN (MR. PEABODY & SHERMAN, FOX)

    ANI 3D 28 de fevereiro

    Animao da DreamWorks baseada em Peabodys Improbable History, esquete da srie de animao televisiva dos anos 1960 The Rocky and Bullwinkle Show. Os tais Peabody e Sherman so um ca-chorro e seu filho adotivo, um menino. Graas a uma mquina do tempo pro-jetada por Peabody, eles circulam por diferentes pontos da Histria tentando reparar o erro de Sherman, que interfe-riu em acontecimentos do passado. Rob Minkoff, de O rei leo e O pequeno Stu-art Little, dirige.

    MArO

    300 A ASCENSO DO IMPRIO (300 RISE OF AN EMPIRE, WARNER)

    FrA BLO 3D HQ 7 de maro

    Lanado no Brasil em maro de 2007, 300 rendeu R$ 22,8 milhes no pas. Sete anos depois, chega o novo filme, cujos acontecimentos esto situados antes, durante e depois do anterior, in-cluindo as origens de Xerxes, persona-

  • Revista Filme B novemBRo 2013 9

  • 10 Revista Filme B novemBRo 2013

    DIStrIBUIO

    gem interpretado por Rodrigo Santoro (que desta vez, portanto, ter algumas cenas sem a maquiagem pesada do 300 original). Com apenas um outro longa no currculo, e de porte bem menor, o israelense Noam Murro o diretor; Zack Snyder (Homem de Ao), diretor do original, apenas corroteirista. Alm de Santoro, o elenco traz Eva Green (Casino Royale) e Lena Headey (a srie Game of Thrones), reprisando o papel da Rainha Gorgo. O Rei Lenidas, vivi-do por Gerard Butler em 300, no est na histria deste, tambm assinada pelo quadrinista Frank Miller.

    TIM MAIA (DOWNTOWN/PARIS)NAC 14 de maro

    Com direo de Mauro Lima, do sucesso Meu nome no Johnny, a cinebiogra-fia do cantor carioca de soul music fa-lecido em 1998 traz Babu Santana no papel-ttulo (Robson Nunes faz as cenas da juventude de Tim). Alinne Moraes e Cau Reymond engrossam o elenco. A produo de Rodrigo Teixeira, da RT Features, na primeira empreitada mais comercial de sua cartela marcada por filmes de baixo oramento.

    SOS - MULHERES AO MAR (DISNEY) NAC 21 de maro

    Giovanna Antonelli a protagonista des-ta comdia, passada em um cruzeiro pelo Mediterrneo. Disposta a reconquistar o ex, Eduardo (Marcelo Airoldi), Adriana (Antonelli) embarca no navio onde ele

    est com a nova namorada (Fabula Nas-cimento). Alm das filmagens em alto mar, o longa teve locaes em Roma, Ve-neza e Rio de Janeiro. A direo de Cris DAmato. O elenco tem ainda Reynaldo Gianecchini.

    RIO 2 (FOX)BLO 3D FrA ANI 28 de maro

    A continuao do longa animado de grande sucesso da Blue Sky Studios, vis-to por mais de seis milhes de pessoas no Brasil em 2011, novamente dirigi-da pelo carioca Carlos Saldanha, e, mais uma vez, conta com as vozes de Jesse Ei-senberg, Anne Hathaway, Jamie Foxx e Rodrigo Santoro nas cpias legendadas. Desta vez, o elenco conta com o reforo de John Leguizamo, Andy Garcia, da veterana Rita Moreno (Amor, sublime amor) e do cantor Bruno Mars. A trama leva os pssaros para a Amaznia, onde Jewel quer ensinar seus filhotes a vive-rem no habitat natural.

    ABrIL

    NO (NOAH, PARAMOUNT)BLO 4 de abril

    De produo atribulada, marcada por fortes rumores de discordncias entre o diretor Darren Aronofsky (Cisne negro) e os produtores, a adaptao da saga b-blica de No chega com a promessa de equilibrar espetculo visual e uma vi-so diferente do personagem-ttulo, no

    necessariamente pautada pela Bblia. Russell Crowe quem vive o comandan-te da mtica arca, e o elenco traz ainda Anthony Hopkins, Jennifer Connelly e Emma Watson (a Hermione Granger dos filmes de Harry Potter).

    CAPITO AMRICA 2 O SOLDADO INVERNAL (CAP-TAIN AMERICAN THE WINTER SOLDIER, DISNEY) BLO 3D FrA HQ 11 de abril

    Segundo filme do Capito Amrica na franquia da Disney/Marvel. Chris Evans faz o papel-ttulo pela segunda vez. Do filme anterior, de 2011, tambm Domi-nic Cooper, Samuel L. Jackson e Hayley Atwell esto de volta, nos papis de Ho-ward Stark, Nick Fury e Peggy Carter. Por sua vez, do elenco de The Avengers Os Vingadores (2012), desembarcam aqui Cobie Smulders, que vive a agente Maria Hill, e Scarlett Johansson, a Viva Negra. Robert Redford tambm est no elenco.

    ALEMO (DOWNTOWN/PARIS)NAC 18 de abril

    Jos Eduardo Belmonte (Billi Pig) dirige este suspense, ambientado na comunida-de carioca do Complexo do Alemo trs dias antes da ocupao por tropas da Unidade de Polcia Pacificadora (UPP). A trama mostra a claustrofbica situao de policiais infiltrados que, descobertos por traficantes, se abrigam em uma pi-zzaria para esperar a chegada das foras. Caio Blat, Milhem Cortaz, Otvio Muller, Gabriel Braga Nunes e Marcelo Melo Jr

    Rio 2Robocop

    Fotos

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    DIStrIBUIO

    interpretam os agentes. Cau Reymond vive Playboy, o traficante da regio.

    OS HOMENS SO DE MARTE (DOWNTOWN/PARIS)NAC 25 de abril

    Depois de oito anos de sucesso, o mo-nlogo Os homens so de Marte... E pra l que eu vou, escrito e interpretado por Mnica Martelli, ganha uma verso para o cinema. A atriz vive Fernanda, uma mulher solteira em busca de um novo amor. O filme ser dirigido por Marcus Baldini (Bruna Surfistinha).

    MAIO

    O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA 2 (THE AMAZING SPIDER MAN 2, SONY)

    BLO 3D FrA HQ 2 de maio

    No segundo filme do reboot da fran-quia Homem-Aranha, o heri (Andrew Garfield) enfrenta desta vez dois novos viles, Rhino e Electro, vividos por Paul Giamatti e Jamie Foxx, respectivamen-te. O diretor novamente Marc Webb, cooptado a partir do bom resultado do independente 500 dias com ela para comandar a parte 1, que, no Brasil, em 2012, rendeu R$ 60,2 milhes e foi vista por 5,1 milhes de pessoas. Emma Stone (Histrias cruzadas) retorna ao papel da namorada do heri.

    GODZILLA (WARNER)BLO 3D 16 de maio

    Depois de uma longa histria de sucesso construda ao longo da segunda metade do sculo XX no Japo, com uma srie de filmes baratos em que enfrentava to-dos os tipos de criatura, o lagarto gigante chegou a Hollywood em 1998, sob a di-reo do alemo Roland Emmerich (In-dependence Day), num filme castigado pela crtica e de bilheteria decepcionante. Esta nova tentativa de import-lo para os EUA tem a direo de Gareth Edwards e roteiro coassinado por Frank Darabont (Um sonho de liberdade, espera de um milagre). No elenco, Bryan Cranston, o protagonista da srie Breaking Bad, Aa-ron Taylor-Johnson.

    OS MUPPETS 2 (DISNEY)ANI FrA 16 de maio

    Durante uma turn mundial que os leva aos palcos de grandes teatros de capi-tais europeias, os Muppets se veem s voltas com uma organizao criminosa cujo lder um ssia de Kermit (o co-mediante ingls Ricky Gervais vive o ajudante trapalho do vilo). O segun-do filme da nova franquia dos Muppets procura homenagear o cinema policial da dcada de 1960. Tina Fey, da srie de TV 30 Rock, encarna uma guarda de priso mal-humorada.

    X-MEN DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (X-MEN DAYS OF FUTURE PAST, FOX)

    BLO 3D FrA HQ 23 de maio

    O stimo e mais ambicioso filme da franquia traz de volta o diretor em cujas mos ela nasceu Bryan Singer, de X-Men (2000) e X2 (2003) e parte do elenco dos trs primeiros filmes. A trama em que a luta pela sobrevivncia dos mutantes se d em duas pocas di-ferentes a senha para alternar cenas com Ian McKellen, Patrick Stewart, Halle Berry, Anna Paquin e Hugh Ja-ckman com as aparies das verses jovens dos personagens, vistas em X-Men: Primeira classe (2011), do qual voltam cena Michael Fassbender, Ja-mes McAvoy e Jennifer Lawrence, en-tre outros.

    NO LIMITE DO AMANH (EDGE OF TOMORROW, WARNER)

    BLO 30 de maio

    No calor de uma batalha contra alienge-nas, um soldado assassinado se v preso num loop temporal, condenado a repe-tir ad aeternum os acontecimentos do dia de sua morte. Contudo, a repetio constante o faz aprimorar seus reflexos, destreza e fora e se tornar mais apto a derrotar os invasores. Tom Cruise e Emi-ly Blunt (O diabo veste Prada) protago-nizam esta fico cientfica, dirigida por Doug Liman, de A identidade Bourne e Sr. e sra. Smith.

    MALVOLA (MALEFICENT, DISNEY)BLO 30 de maio

    Angelina Jolie protagoniza esta verso da fbula da Bela Adormecida, narrada sob o ponto de vista da bruxa que a condena ao sono de dcadas, como vingana por no ter sido convidada para o batizado da princesa. O filme explora o passado da bruxa e os acontecimentos que a le-varam a se tornar m. Elle Fanning, irm de Dakota, quem vive a princesa Au-rora. Ainda no elenco, Miranda Richar-dson, Sharlto Copley, Imelda Staunton e Juno Temple.

    JUNHO

    BEARS (DISNEY)13 de junho

    Este documentrio que faz parte da s-rie Disneynature cujos quatro outros ttulos versam, respectivamente, sobre a Terra, os oceanos, os grandes felinos da frica e os chimpanzs , acompa-

    O espetacular Homem-Aranha 2

    X-Men - Dias de um futuro esquecidoFo

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  • 14 Revista Filme B novemBRo 2013

    DIStrIBUIO

    nha a vida de uma famlia de ursos do Alasca, em especial os dois filhotes, que aprendem as primeiras lies de sobrevivncia. A direo de Alastair Fothersill e Keith Scholey.

    COMO TREINAR O SEU DRAGO 2 (HOW TO TRAIN YOUR DRAGON 2, FOX)

    BLO 3D FrA ANI 19 de junho

    O primeiro filme, lanado em maro de 2010, teve seu trabalho em 3D elogiado por especialistas no formato e emplacou nas bilheterias: o faturamento mundial chegou a nada menos que US$ 495 mi-lhes. No Brasil, foram dois milhes de ingressos vendidos e R$ 22 milhes de renda. Com o sucesso, a DreamWorks Animation apostou nesta continuao, que ser um dos poucos ttulos a enfren-tar a Copa, confiando na fidelidade do pblico infantil. E j anunciou a produ-o de um terceiro captulo.

    JULHO

    NAUTILUS (DOWNTOWN/PARIS)ANI NAC 3D 4 de julho

    Os jovens Cristvo Colombo, Leonardo Da Vinci e Monalisa so os personagens principais dessa animao brasileira assinada por Rodrigo Gava, que foi di-retor de animao de Xuxinha e Guto contra os monstros do espao e codiretor de Turma da Mnica em Uma aventu-ra no tempo. Os trs se juntam em uma aventura pelos mares, em busca de uma terra lendria chamada Hi Brazil, que esconderia muitos tesouros. No caminho, porm, so surpreendidos por Nautilus, uma fera martima.

    DAWN OF THE PLANET OF THE APES (FOX)BLO FrA 18 de julho

    Em 2011, a Fox retomou a franquia Planeta dos Macacos com um filme que contava a histria do surgimento de Caesar, chimpanz geneticamente mo-dificado que lidera a revoluo contra os humanos e d incio dominao dos smios na Terra. Foram US$ 481 milhes de bilheteria mundial s no

    Brasil, 2,5 milhes de ingressos e R$ 24 milhes de bilheteria. Neste novo filme, dirigido por Matt Reeves (Cloverfield), os humanos sobreviventes travam uma primeira guerra contra os macacos.

    TRANSFORMERS A ERA DA EXTINO (TRANSFOR-MERS AGE OF EXTINCTION, PARAMOUNT)

    BLO FrA 3D 18 de julho

    A franquia Transformers chega ao seu quarto captulo totalmente renovada. Sai Shia LaBeouf, entram Mark Wahlberg e Nicola Peltz. Para fazer um novo epis-dio, s mudando completamente a hist-ria e os personagens, explicou o diretor Michael Bay. Wahlberg o jovem pai de uma adolescente (Peltz) que mantm um namoro secreto. Transformers o caso de uma franquia que foi aumentando seu pblico: o primeiro filme, de 2007, ven-deu 1,9 milho de ingressos no Brasil; o segundo, de 2009, vendeu 2,1 milhes, e o terceiro, de 2011, 3,1 milhes.

    VELOZES E FURIOSOS 7 (FAST & FURIOUS 7, UNIVERSAL)

    BLO FrA 18 de julho

    A principal novidade deste stimo ca-ptulo a direo de James Wan. At agora especializado no gnero horror, o criador da srie Jogos mortais e diretor do sucesso Invocao do mal assume a franquia de ao cujo ponto forte so as longas perseguies de carro. No elenco, mais uma vez, Paul Walker, Vin Diesel, Dwayne Johnson e Jason Statham. Os seis filmes anteriores tiveram pblico crescente com exceo do captulo passado em Tquio, de 2006 e somam, ao todo, 13 milhes de ingressos s no mercado brasileiro.

    AGOStO

    CINQUENTA TONS DE CINZA (FIFTY SHADES OF GREY, UNIVERSAL)

    BLO FrA 1 de agosto

    Esta adaptao do primeiro livro da trilogia que se tornou um fenmeno literrio mundial, com 65 milhes de exemplares vendidos no Brasil, qua-

    tro milhes , enfrentou alguns contra-tempos na escalao do elenco. Charlie Hunnam (Crculo de fogo), inicialmente escalado para viver o bilionrio Chris-tian Grey, desistiu antes do comeo das filmagens, alegando problemas de agen-da, e foi substitudo por Jamie Dornan (das sries Once Upon a Time e The Fall). Como Anastasia Steele, sua par-ceira em aventuras erticas, est confir-madssima Dakota Johnson (A fera).

    JUPITER ASCENDING (WARNER)8 de agosto

    Os irmos Andy e Lana Wachowski ainda no conseguiram repetir o suces-so da trilogia Matrix. A verso para o cinema da animao japonesa Speed Racer custou mais de US$ 120 milhes e faturou apenas US$ 93 milhes. No ano passado, A viagem (Cloud Atlas), codirigido com Tom Tykwer, quase se-guia pelo mesmo caminho quando foi salvo pelas bilheterias chinesas, que fi-zeram sua arrecadao pular para US$ 130 milhes. Esta nova fico cientfi-ca de visual exuberante traz no elenco Mila Kunis e Channing Tatum.

    GUARDIES DA GALXIA (GUARDIANS OF THE GALAXY, DISNEY)

    BLO FrA 3D HQ 22 de agostoA compra da gigante dos quadrinhos Marvel trouxe para os estdios Disney uma infinidade de franquias possveis comeando pela super bem-sucedida Os Vingadores. Guardies da galxia traz uma nova turma de super-heris, formada por Groot, Rocket Racoon, Drax O Destruidor, Senhor das Estrelas e Gamorra.

    OS MERCENRIOS 3 (CALIFRNIA)BLO FrA 22 de agosto

    A velha guarda dos filmes de ao Ar-nold Schwarzenegger e Sylvester Stallo-ne frente volta cena, desta vez com participaes afetivas de Harrison Ford e Mel Gibson. Este outro caso de fran-quia em que o pblico no Brasil aumen-tou: de um milho de espectadores, em 2010, para 3,1 milhes, em 2012.

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  • 18 Revista Filme B novemBRo 2013

    H mais de 30 anos na TV Glo-bo, onde entrou em 1979, Edson Pimentel construiu sua carreira nos bastidores da maior empre-

    sa de comunicao do pas, assumindo um papel chave em algumas de suas maiores empreitadas. Comeou no ar-quivo de imagens, quando o videotape ainda era uma novidade, e desde ento ocupou diversas funes, sempre liga-das sua maior expertise: a implanta-o e administrao de grandes estru-turas organizacionais.

    Formado em administrao de empre-sas, com ps-graduao no Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pimentel participou de todo o processo que levaria criao do Projac, o cen-tro de produo da Globo. Em 2000, assumiu o cargo de diretor executivo

    de Competncias, que reunia sob sua responsabilidade, justamente, todas as reas ligadas infraestrutura do Projac. Em abril de 2013, deixou a diretoria de Planejamento Estratgico e Controle da direo-geral de Entretenimento para assumir a direo da Globo Filmes. Em entrevista exclusiva revista Filme B, Pimentel conta quais sero as orienta-es gerais de sua gesto.

    FILME B Em agosto passado, a Rede Globo anun-ciou uma grande reformulao de suas estruturas, em que a Globo Filmes foi incorporada ao ncleo de entretenimento, na rea de Contedo. Essa re-estruturao muda algo em relao ao modelo de negcios predominante at agora, que prioriza a associao com produtoras independentes? Esse modelo ser mantido?EDSON PIMENTEL Sim. O modelo de par-ceria com as produtoras independentes

    vitorioso e ser estimulado na busca de projetos talentosos que projetem o cinema nacional, com garantia de diver-sidade de gneros, compromisso com qualidade e com contedos que surpre-endam o espectador. Isso o fundamen-tal para todos que esto envolvidos na indstria do cinema. Nossa proposta com estas parcerias contar histrias boas e variadas, como variados so o Brasil e o pblico. Com a reestrutura-o, ganhamos em sinergia.

    A Globo Filmes continuar, eventualmente, a investir em produes 100% da casa, como A grande famlia O filme, entre outros exemplos?Sim. Sempre que houver uma oportu-nidade em linha com aquilo que acre-ditamos, que ter uma boa histria para contar, investiremos nela. Estamos abertos para provocar e identificar as

    Em entrevista exclusiva revista Filme B, o novo diretor da Globo Filmes, Edson Pimentel, adianta como ser sua gesto e anuncia os prximos projetos

    Compromisso com o cinema nacional

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  • Revista Filme B novemBRo 2013 19

    oportunidades de conversa entre os dois veculos, sempre com o princpio de res-peitar cada um, mas entendendo onde podem se completar. A premissa o que for melhor para os dois. A televiso tem sido uma excelente plataforma para projetar, divulgar e incentivar o cinema nacional. Precisamos seguir nesse cami-nho, para que cada vez mais tenhamos grandes plateias nas salas de cinema as-sistindo a contedos brasileiros.

    O apoio a filmes de mdio porte tambm ter continuidade?

    Sim, nossa medida no o tamanho da produo, mas a qualidade. Nossa pau-ta so boas histrias, variadas, que me-xam com o pblico, que falem a lngua dele, emocionem, faam rir, refletir, que falem do Brasil e dos brasileiros, adicio-nem conhecimento, alguma inquietao. Histrias que estabeleam uma conexo dos valores, crenas e cultura brasileiros com o que estamos produzindo e levan-do para as salas de cinema. Acredito que, independente do tamanho ou regionali-dade, os contedos de qualidade traro, como efeito, mais gente para as salas de cinema. E esse tem sido um perma-nente discurso de todos os produtores, criadores e diretores com quem recente-mente conversamos: o compromisso de lutar pelo fortalecimento da produo nacional, abrindo oportunidades para o talento dos profissionais brasileiros, criando possibilidades de consolidar a formao de pblico.

    Recentemente, Carlos Diegues entrou para o conse-lho artstico. Ele ser responsvel por algum perfil especfico de filme? Haver alguma mudana na dinmica de acompanhamento de projetos? Estamos muito satisfeitos com a che-gada do Cac, que veio se juntar a um timao j formado por Guel Arraes e Daniel Filho. Os trs so responsveis pela avaliao dos projetos de coprodu-o da Globo Filmes e pelo acompanha-mento artstico dos trabalhos. Estamos trabalhando tendo como norte um vo-lume de produo que nos possibilite um acompanhamento artstico ideal, a busca pela diversidade de gneros e por parcerias que tenham a qualidade como premissa, para provocar e projetar o ci-nema brasileiro.

    O senhor foi um dos executivos que implantaram e organizaram o Projac. Como essa experincia pode contribuir para a gesto da Globo Filmes?Na Globo, em minhas diferentes funes, aprendi o quanto importante saber trabalhar com pessoas e vises diferen-tes. Estive frente de projetos variados e pude exercitar a habilidade de agre-gar profissionais com talentos e olhares complementares, de conciliar a viso criativa com a de produo executiva. Tive a oportunidade de integrar equipes que desenvolveram grandes projetos, como foi o planejamento do Projac, e de contribuir para ideias maravilhosas se transformarem em realizaes que nos orgulham como profissionais de comu-nicao. Tem sido um prazer me juntar

    a este grupo de profissionais que est construindo h tantos anos o sucesso do cinema brasileiro. Formamos um time fantstico no comit artstico da Glo-bo Filmes com o Daniel (Filho), Guel (Arraes) e, agora, com a vinda do Cac (Diegues), para juntos colocarmos nossa experincia no fomento, incentivo e, so-bretudo, a servio do cinema nacional.

    A Globo Filmes tem inteno de investir em filmes para cinema que possam disputar o mercado in-ternacional? Pretende investir, por exemplo, na produo de telefilmes, que tambm so comuns no mercado internacional e podem preencher a grade no s da TV aberta, mas dos canais da TV paga tambm?Alguns filmes de nossa coproduo j tiveram carreira internacional, indi-cados pelo Brasil ao Oscar, inclusive. Mas isso decorrncia da qualidade da histria e da produo. O cinema brasileiro tem produo cada vez mais consistente e isso exige e implica a presena de seu contedo em todas as mdias. Como mencionei, acredito que as televises aberta e fechada podem ter um papel importante no estmulo e na divulgao do cinema nacional e tambm para a consolidao do hbito de ver e de motivar o pblico a ir ao cinema para assistir ao filme brasileiro. Penso que uma produo audiovisual permanente e forte pode sim ter esta parceria como um elo importante na cadeia produtiva (televiso-cinema-ou-tras mdias). A conquista do mercado internacional decorrente da qualida-

    Cr, com Marcelo Serrado: prximo lanamento

    Boa sorte, de Carolina Jabor: com recursos do Artigo 3

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    de do que produzimos e, seguramente, um objetivo da indstria como um todo. Porque fortalece, gera prestgio e reconhecimento. Sobre os telefilmes, ainda no temos estruturado o nosso projeto, embora seja um objetivo para os prximos anos.

    Qual a importncia do Artigo 3 A para a Globo Filmes? Que projetos recebero recursos prove-nientes desse dispositivo?O Artigo 3 A permitiu ao cinema como um todo a ampliao da produ-o, sendo fundamental para a afirma-o da indstria e para essa variedade que buscamos. Temos estudado todas as oportunidades proporcionadas pela legislao para fomento do cinema nacional e alguns projetos onde j temos investimento desse recurso so Irm Dulce (Vicente Amorim), Pe-queno dicionrio amoroso 2 (Sandra Werneck), Muita calma nessa hora 2 (Felipe Joffily), Lngua seca (Homero Olivetto), Boa sorte (Carolina Jabor), Pixinguinha (Denise Saraceni), alm dos documentrios Amaznia (Thier-ry Ragobert), Histrias de Arcanjo (Guilherme Azevedo) e Setenta (Em-lia Silveira).

    Qual o balano das reunies realizadas com produ-tores, distribuidores e parceiros da Globo Filmes?As reunies tm sido todas muito pro-dutivas. O mercado conhece o compro-misso de longo prazo da Globo com o cinema e com a criatividade nacional e tem sido muito parceiro nesse desafio de ampliao e diversificao de por-tflio e de pblico, de construo de uma obra audiovisual cada vez mais qualificada e plural. A grande mensa-gem que pude perceber : todos esto conscientes do desafio de consolidar este momento de crescimento especial do cinema brasileiro e buscando como diversificar contedos que motivem o espectador para os filmes nacionais, bem como mobilizar investimentos para o crescimento do nmero de cine-mas no Brasil.

    CR O Filme Produo: LC Barreto. Direo: Bruno Barreto. Com Marcelo Serrado. Distribuio: Downtown/Paris. Estreia: 29 de novembro de 2013.

    miNHOCas Produo: Glaz e AnimaKing. Dire-o: Paolo Conti e Arthur Nunes. Animao. Dis-tribuio: Fox. Estreia: 20 de dezembro de 2013.

    at QUe a sORte NOs sePaRe 2 Produo: Gullane Entretenimento. Direo: Roberto San-tucci. Distribuio: Downtown/Paris. Estreia: 27 de dezembro de 2013.

    CONFisses De aDOlesCeNte Produo: Lereby. Direo: Daniel Filho e Cris DAmato. Com Malu Rodrigues, Sophia Abraho. Distri-buio: Sony. Previso de estreia: 10 de janeiro de 2014.

    mUita Calma Nessa HORa 2 Produo: Cas Filmes. Direo: Felipe Joffily. Com Andreia Horta, Fernanda Souza, Bruno Mazzeo, Marcelo Adnet. Distribuio: Downtown/Paris. Previso de es-treia: 17 de janeiro de 2014.

    amaZNia 3D Produo: Biloba/Gullane/Gedeon Programmes/France 2 Cinema/RioFil-me. Direo: Thierry Ragobert. Distribuio: Imovision. Previso de estreia: 31 de janeiro de 2014.

    sOs mUlHeRes aO maR Produo: Anan. Direo: Cris DAmato. Com Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini. Distribuio: Disney. Previ-so de estreia: 21 de maro de 2014.

    CONFia em mim Produo: Mixer. Direo: Mi-chel Tikhomiroff. Com Matheus Solano, Fernanda Machado. Distribuio: Downtown/Paris. Previso de estreia: 28 de maro de 2014.

    eNtRe Ns Produo: O2 Filmes. Direo: Paulo Morelli e Pedro Morelli. Distribuio: Downtown/Paris. Previso de estreia: 28 de maro de 2014.

    Os CaRas De PaU Produo: Cas Filmes. Dire-o: Felipe Joffily. Com Leandro Hassum, Marcius Melhem. Distribuio: Imagem. Previso de es-treia: abril de 2014.

    tim lOPes HistRias De aRCaNJO Produ-o: Filmi di Luzzi. Direo: Guilherme Azevedo.

    Documentrio. Distribuio: Esfera. Previso de estreia: 6 de junho de 2014.

    iRm DUlCe Produo: Migdal Filmes. Direo: Vicente Amorim. Em produo. Distribuio: Do-wntown/Paris. Previso de estreia: 3 de outubro de 2014.

    JliO sUmiU Produo: TV Zero. Direo: Ro-berto Berliner. Com Lilia Cabral, Fiuk. Distribui-o: Imagem. Previso de estreia: 2014.

    BeleZa Produo: Casa de Cinema de Porto Ale-gre. Direo: Jorge Furtado. Com Adriana Esteves, Vladimir Brichta. Em produo.

    BOa sORte Produo: Conspirao. Direo: Carolina Jabor. Com Deborah Secco, Joo Pedro Zappa, Fernanda Montenegro. Distribuio: Ima-gem. Em finalizao.

    em NOme Da lei Direo: Srgio Rezende. Em produo.

    lNGUa seCa Direo: Homero Olivetto. Com Cau Reymond, Nanda Costa. Distribuio: Imagem.

    O GRaNDe CiRCO mstiCO Produo: Luz Mgi-ca. Direo: Carlos Diegues. Inspirado nos poemas de Jorge de Lima. Em produo.

    PeQUeNO DiCiONRiO amOROsO 2 Produo: Cineluz. Direo: Sandra Werneck. Com Andra Beltro e Daniel Dantas. Em produo.

    PiXiNGUiNHa Produo: Ip Artes. Direo: De-nise Saraceni. Com Milton Gonalves. Distribuio: Downtown/Paris. Em produo.

    maDe iN CHiNa Produo: Pindorama Filmes. Direo: Estevo Ciavatta. Com Regina Cas. Dis-tribuio: H2O. Em produo. Previso de estreia: outubro de 2014.

    seteNta Produo: Cavdeo. Direo: Emlia Sil-veira. Documentrio.

    teRaPia DO meDO Produo: Corao da Selva. Direo: Roberto Moreira. Em produo.

    Uma FaDa veiO me visitaR Direo: Daniel Filho. Adaptao do livro de Thalita Rebouas. Em produo.

    PRXIMOS TTULOS DA GLOBO FILMES

    Confira abaixo a relao dos longas brasileiros que, at o fechamento desta edio, j haviam assinado contrato de coproduo com a Globo Filmes e sero lanados entre novembro de 2013 e 2014. Outros ttulos esto em negociao e sero anunciados em breve.

    ENtrEvIStA

  • Revista Filme B novemBRo 2013 21

    MAIS CINEMAS USAM DOREMI QUE TODOS OS OUTROS

    CONCORRENTES JUNTOS.DESCUBRA A RAZO DE SERMOS OS LDERES GLOBAIS

    MAIS DE 50.000 UNIDADES VENDIDAS WORLDWIDE

    Liderana em Tecnologia para Cinema Digital **SERVIDORES E IMBS PARA PROJETORES DE CINEMA COM TECNOLOGIA DLP.

  • 22 Revista Filme B novemBRo 2013

    imagem, no multiplex AMC Aventura, no shopping de mesmo nome. Devido afluncia de exibidores estrangeiros, o dia de programao mais concentrada, o primeiro, divide sua grade de eventos em duas, uma delas especfica para o

    pblico internacional e, como a maio-ria dos presentes de latino-americanos, os temas so eleitos tendo em mente o que mais importa no contexto da re-gio. Nesse sentido, a escolha da DCDC Digital Cinema Distribution Coalition como tema de um painel, a princpio

    MErCADO

    Formatos que garantem o diferencial das salas de cinema, como a tela gigante e o 3D, dominaram as discusses do ShowEast, que

    reuniu profissionais da indstria em Miami. A criao de uma plataforma digital nica para distribuio de contedo em alta

    velocidade para os cinemas tambm foi destaque entre os painis.

    Por Jaime Biaggio

    miami, eUa No mundo todo, a inds-tria do cinema tem se agarrado ao 3D e demais formatos de exibio e re-produo difceis de serem replicados em casa, como a tecnologia de som imersivo e as telas de tamanho gigan-te, no intuito de garantir o futuro da sala de cinema. A mesma preocupao tem feito os estdios agitarem, com particular veemncia para a Amrica Latina, a bandeira da digitalizao, que ainda incipiente no territrio em comparao com os Estados Unidos e com boa parte do mundo, por mais que venha crescendo a olhos vistos. No surpreende, portanto, que estes tenham sido os temas escolhidos para serem destacados na edio 2013 do ShowEast, conveno de mercado da costa Leste americana que ocorreu en-tre 21 e 24 de outubro nos arredores de Miami, mais especificamente num municpio de nome bem apropriado: Hollywood.

    O formato do evento, mais enxuto que o antigo ShoWest (agora CinemaCon), em Las Vegas, inclui painis de discusso, que ocorrem no centro de convenes do hotel Westin Diplomat Resort, e exibi-es de filmes prontos e demonstraes de tecnologias modernas de som e de

    APOStA NA DIFErENA

    A questo da plataforma digital ter

    todos os exibidores a bordo e uma coordenao

    central Valmir Fernandes, Cinemark

    estranha, sendo a iniciativa restrita aos EUA e Canad, teve o intuito de plantar a ideia na cabea dos estrangeiros.

    DCDC ReNe estDiOs e eXiBiDORes

    Estamos estudando possibilidades pa-ra implantar algo assim na Amrica Latina, disse Valmir Fernandes, presi-dente da Cinemark International, uma das criadoras da DCDC, junto com suas concorrentes no ramo da exibio AMC e Regal Entertainment e com a Warner e a Universal, representando os estdios de Hollywood. No podemos permitir que a regio fique para trs. Valmir era um de dois latino-ameri-canos na mesa (o outro era Gabriel Morales Becker, diretor delegado para Estratgia de Cinema Digital do gru-po Cinpolis) e foi quem mais puxou a discusso para o mbito da Amrica Latina. Era tambm um de dois repre-sentantes de companhias criadoras da DCDC, o outro sendo Noah Bergman, vice-presidente de Desenvolvimento de Negcios e Planejamento Estratgico da Universal, que atuou como media-dor e explicou, em resumo, no que con-siste a iniciativa.

    Trata-se de uma plataforma aberta para distribuio de contedo digital

  • Revista Filme B novemBRo 2013 23

    do h mais tempo, tem 150 complexos e cerca de 600 telas, incluindo, segundo suas informaes, 100% das redes Cin-polis e UCI e mais de 90% da Cinemark; a Cinecolor, que mais recente, tem 41 complexos. H dvidas e discordncias no mercado quanto melhor forma de atuar, e deve-se levar em conta a regula-o da Ancine, que tende a ser mais forte do que a existente nos Estados Unidos. Os criadores da DCDC esto atentos a esse aspecto, que pode dificultar seus planos. Em especial porque seu olhar est voltado no s para o Brasil, mas para a Amrica Latina como um todo o que implica diferenas regulatrias de pas para pas. Temos que comear a criar uma iniciativa que d conta des-ses territrios, disse Valmir, defendendo a parceria com empresas de tecnologia que atuem nestes diferentes mercados, a exemplo do que faz a DCDC nos EUA,

    em alta velocidade para os cinemas, disse ele. Por plataforma, entenda-se um canal de transmisso robusto, ca-paz de escoar uma grande quantidade de produtos variados para os cinemas, incluindo filmes, eventos de msica e esporte, e que pode ser alimentada por satlite, IP terrestre ou entrega de hard disk. Alm disso, ao contrrio do que acontece no Brasil, ela unificada. Alm dos criadores, a DCDC, cuja data oficial de incio de operaes foi 1 de outubro passado, depois de seis anos de gestao, j rene 360 complexos, com 5.010 telas ao todo. Dos estdios, fechou acordo com todas as majors e mais a Lionsgate, que cada vez mais se credencia ao posto de mini-major. Estamos no fim da primeira fase de implantao, recrutando exibidores e distribuidores, diz Noah. De nossos parceiros exibidores, solicitamos que

    possuam uma infraestrutura digital. Das majors, que garantam um mnimo de contedo para dar estabilidade plataforma.

    A plataforma ainda est nascendo nos EUA, na prtica, mas seus criadores j pensam no seu modelo de exportao. A tecnologia seria apenas 5% do pro-blema, opinou Valmir. 95% da questo o desenvolvimento de um modelo de negcios. A Cinpolis conseguiu implan-tar a plataforma em complexos antigos. A questo da plataforma digital ter todos os exibidores a bordo e uma co-ordenao central. O custo mais baixo se mais gente participar. O modelo s funciona se tiver volume e no d para separar em iniciativas diferentes.

    No Brasil, no momento, exatamente em iniciativas diferentes que o modelo est organizado. A Cinelive, no merca-

    Fotos

    : PSA

  • 24 Revista Filme B novemBRo 2013

    onde a parte tecnolgica propriamente dita fica a cargo da DeLuxe/EchoStar. A ideia abrir uma licitao e convi-dar as empresas que j atuam no setor a participar.

    DistRiBUiDOR CRitiCa vaRieDaDe De telas GiGaNtes

    Discordncias quanto unificao de processos foram registradas tambm na mesa em que se exps o atual momento dos formatos de tela gigante. A Cinema-rk, que tem 90 salas com telas gigan-tes na Amrica do Norte, intitula sua iniciativa de Extreme Digital Cinema. A Regal chama as suas 52 de RPX. As 15 da AMC se chamam BTX. As 19 do grupo Carmike atendem por BigD. As 49 da Cineplex, por UltraAvX. Ou seja, cada exibidor tem seu formato e, para Mark Viane, o vice-presidente snior para a Amrica Latina e sia/Pacfico da Paramount, isso um problema. um monte de logos e siglas que confun-de o pblico e dificulta a promoo das salas. Sua colocao, porm, foi con-frontada de imediato por Ellis Jacob, presidente e CEO da Cineplex, grupo exibidor que domina o mercado cana-dense. Ns temos 90% das telas largas do pas e investimos US$ 30 milhes com pouco apoio dos distribuidores. Um formato nico iria nos prejudicar muito. No Brasil, a Cinemark tem 23 salas Extreme Cinema. A Cinpolis tem salas no formato Macro XE em oito complexos, alm de salas com a mar-ca IMAX, ainda a mais conhecida do formato. A IMAX tem atualmente sete salas no pas, com parceiros diferentes. So quatro salas em So Paulo, uma no Rio (UCI New York City Center), uma em Porto Alegre (Cinespao Porto Alegre), e uma em Curitiba (IMAX Palladium). Acaba de assinar contrato para mais uma, com a Cinpolis. A sopa de letri-nhas, portanto, tambm existe por aqui.

    A eficcia do formato de tela gigante, no entanto, uma aposta generaliza-da. Segundo o mediador Steve Bun-

    nell, vice-presidente snior para Pro-gramao de Contedo Global da rede Cinemark, as arrecadaes de US$ 14 milhes para O hobbit e US$ 12 mi-lhes tanto para Velozes e furiosos 6 quanto para Homem de Ferro 3, ape-nas nos formatos gigantes, seriam a prova de que os consumidores tendem

    a achar que o preo mais alto vale a pena. Ellis Jacob, da Cineplex, contu-do, fez o alerta de que bolso de famlia tem fundo. Aprendemos a evitar lan-ar filmes de animao e para toda a famlia em tela gigante. Os pais no acham que o preo valha a pena nes-sas circunstncias.

    iNGRessO premium DO 3D GeROU Us$ 6 BilHes

    Ao menos uma mesa no teve registro de discordncias ou polmicas. No pai-nel Penetrao do 3D no mercado, o clima era de euforia, em grande parte devido performance mundial de Gra-vidade, de Alfonso Cuarn. Enquanto a mdia histrica de bilheteria em 3D para os filmes disponveis no formato de 30% nos EUA, este filme chegou a 80% (no Brasil, a comparao ainda mais assombrosa: 28% contra 92%). Os resultados na Amrica Latina deixaram todo o mercado exultante, mas espe-cialmente Tom Molter, vice-presidente snior para Distribuio Internacional da Warner Bros., que observou que isso era um tributo qualidade do filme. A Amrica Latina uma regio de pblico bastante seletivo quanto ao que ver em

    Aprendemos a evitar lanar

    filmes de animao e para a

    famlia em tela gigante. Os pais no acham que o preo valha a

    pena Ellis Jacob, Cineplex

    MErCADO

    Acesso ao centro de convenes do Westin Diplomat Resort, onde acontece o ShowEast

  • Revista Filme B novemBRo 2013 25

  • 26 Revista Filme B novemBRo 2013

    PERCENTUAL DE PBLICO 3D X PBLICO TOTAL (AMRICA LATINA)

    Colmbia argentina Brasil equador Bolvia venezuela amrica Central

    Chile Peru mxico

    27% 26% 25% 25% 25% 24%18% 14% 12% 12%

    PERCENTUAL DE PBLICO 3D EM FILMES LANADOS NO FORMATO

    alemanha Rssia Hong Kong Brasil Colmbia argentina venezuela Frana Japo itlia taiwan

    71% 70% 69% 57% 52% 51% 47%

    40% 36% 32% 31%

    3D, diferente da Alemanha e da China,

    para citar dois exemplos de pases onde

    praticamente tudo funciona em 3D.

    Por sinal, assim como no caso das telas

    gigantes, o ponto fraco do 3D tambm

    parece ser o filme familiar. mais di-

    fcil, disse Jeff Forman, vice-presidente

    snior da Disney. preciso oferecer

    preos mais baixos, s vezes fornecer

    culos especiais para as crianas.

    No painel, mediado por Valmir Fer-nandes, falou-se especificamente do Brasil, ressaltando-se o crescimento do formato e a queda dos preos, mas fazendo-se a ressalva de que pode j ter se chegado ao pico. Para Marlene Songin, vice-presidente de Operaes em Cinema da RealD, h 50% do p-blico que precisam ser conquistados, em mdia. H geralmente 25% j con-vertidos de sada, que vero filmes em

    3D com certeza, e outros 25% que no vero em 3D de jeito nenhum. Temos de focar naquele grupo que talvez v ver em 3D e talvez no. Os nmeros justificam a preocupao em se ganhar os outros 50%: de 2006 a 2013, o preo mais alto do 3D gerou US$ 6 bilhes adicionais para a indstria em todo o mundo, dos quais US$ 2,5 milhes nos EUA e Canad e US$ 400 milhes na Amrica Latina.

    O Brasil est entre os pases latino-americanos que mais abraam o 3D: 25% do pblico total de cinema registrado no pas em 2013, at setembro, corres-ponde a ingressos comprados para ver filmes neste formato. Pesquisas indicam, contudo, que j pode ter-se chegado ao pico de pblico. Dados: ShowEast

    Embora o 3D tenha ganho muito espao recentemente no Brasil, o pas ainda considerado, em termos mundiais, um mercado seletivo, onde o pblico escolhe bem que filmes ver em 3D e em 2D. A Alemanha, lder desta tabela, por comparao, vista como um pas onde o 3D virou regra. Dados: ShowEast

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  • 28 Revista Filme B novemBRo 2013

  • Revista Filme B novemBRo 2013 29

  • 30 Revista Filme B novemBRo 2013

    A tUrMA DO CINEMA

    Quando acertou a pr-estreia de As melhores coisas do mundo na abertura da segunda edi-o do programa Cinema para

    Todos, em abril de 2010, a cineasta Las Bodanzky no esperava uma reao to entusiasmada do pblico. Ela chegou ao Kinoplex Nova Am-rica, do Grupo Severiano Ribeiro, na Zona Norte do Rio, acompanhada dos atores principais do filme, Caio Blat e Francisco Miguez. Fomos re-cebidos como os Beatles, lembra-se Las. Muito por conta da presena do Caio, claro, mas ainda assim foi uma grande surpresa.

    Na hora da projeo, a diretora es-tava apreensiva. Tratava-se, afinal, de uma histria protagonizada por alunos de uma escola particular de So Paulo, exibida para alunos de

    Foto:

    Chris

    Torre

    s

    escolas pblicas do Rio de Janeiro. Ningum se importou com isso. A sesso comeou com muita bagun-a, mas o pblico foi se envolvendo e logo estava em silncio. Deu para notar que eles se identificaram com os personagens, e que as diferenas que me preocupavam eram circuns-tanciais. Depois, o debate foi timo. Todos estavam vontade para fazer perguntas, conta.

    Desde ento, Las vem acompa-nhando com carinho o programa da Secretaria de Estado de Educa-o do Rio de Janeiro, que acaba de completar cinco anos. Diretora de dois longas voltados para o pbli-co jovem seu filme de estreia foi Bicho de sete cabeas, com Rodrigo Santoro , a cineasta , ela mesma, uma agente na formao de novas

    plateias e do acesso cultura (desde 2006 administra, em parceria com o marido e scio Luiz Bolognesi, o Cine Tela Brasil, sala itinerante que leva filmes brasileiros a cidades onde no h cinemas). O Cine Tela Brasil um exemplo do que pode ser feito. J o Cinema para Todos a realizao daquilo em que eu mais acredito: a importncia do audiovi-sual na escola. Adoro o programa e o considero um raro projeto de pol-tica pblica de fato, elogia.

    Implantado em 2008 pela secretria de Estado de Cultura do RJ, Adriana Rattes, e realizado em colaborao com a Secretaria de Educao, o Ci-nema para Todos est em sua tercei-ra edio e acaba de chegar marca de 1,6 milho de espectadores. Ele se inscreve na poltica cultural tanto

    Por Pedro Butcher

    Programa Cinema para Todos, criado pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, completa cinco anos levando 1,6 milho de alunos da rede pblica para ver filmes nacionais

    POLtICASPBLICAS

    Estudantes na sesso de beira do caminho, no multiplex Jardim Guadalupe

  • Revista Filme B novemBRo 2013 31

    pelo lado de acesso cultura quanto pelo lado da melhoria do desempe-nho econmico das atividades cultu-rais, diz Adriana.

    O Cinema para Todos tem como car-ro-chefe a distribuio de vales en-tre alunos e professores das escolas pblicas do estado do Rio. Eles po-dem ser trocados nas bilheterias dos cinemas credenciados por ingressos para filmes nacionais, e so vlidos para qualquer sesso e para qual-quer dia (incluindo fins de semana e feriados). Os exibidores mandam os vales usados de volta Secretaria de Cultura e recebem R$ 4 por vale. O programa se completa com sesses

    Foto:

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    oFilme DistRiBUiDOR PBliCO * PBliCO RJ % RJ Pblico CPt % CPt Renda BR Renda RJ Renda CPt

    1 At que a sorte nos separe Downtown/Paris 3.435.824 935.456 27,2% 121.012 12,9% R$ 34.802.906,00 R$ 8.836.986,00 R$ 484.048,00

    2 Os penetras Warner 2.543.051 599.170 23,6% 118.732 19,8% R$ 25.481.344,00 R$ 5.355.944,00 R$ 474.928,00

    3 De pernas pro ar 2 Downtown/Paris 4.794.185 932.966 19,5% 82.288 8,8% R$ 50.291.166,00 R$ 9.429.679,00 R$ 329.152,00

    4 Vai que d certo Imagem Filmes 2.736.812 622.307 22,7% 82.227 13,2% R$ 29.002.981,00 R$ 6.006.095,00 R$ 328.908,00

    5 Somos to jovens Imagem Filmes 1.719.490 335.298 19,5% 50.955 15,2% R$ 18.269.746,00 R$ 3.288.647,00 R$ 203.820,00

    6 E a, comeu? Downtown/Paris 2.601.233 626.378 24,1% 37.886 6,0% R$ 26.230.577,00 R$ 6.156.841,00 R$ 151.544,00

    7 Gonzaga, de pai para filho Downtown/Paris 1.469.488 300.871 20,5% 33.183 11,0% R$ 14.740.485,00 R$ 3.085.905,00 R$ 132.732,00

    8 Totalmente inocentes Downtown/Paris 543.288 190.599 35,1% 27.278 14,3% R$ 5.417.380,00 R$ 1.795.950,00 R$ 109.112,00

    9 O Dirio de Tati Vinny 207.402 74.346 35,8% 20.285 27,3% R$ 1.781.247,00 R$ 606.665,00 R$ 81.140,00

    10 Faroeste caboclo Europa 1.504.990 293.607 19,5% 20.098 6,8% R$ 15.913.634,00 R$ 2.918.642,00 R$ 80.392,00

    11 Xingu Downtown/Sony 392.537 90.872 23,1% 16.902 18,6% R$ 3.977.480,00 R$ 906.424,00 R$ 67.608,00

    12 Minha me uma pea Downtown/Paris 4.078.404 1.330.118 32,6% 15.481 1,2% R$ 43.956.265,00 R$ 14.143.255,00 R$ 61.924,00

    13 beira do caminho Fox 168.360 37.288 22,1% 14.541 39,0% R$ 1.515.670,00 R$ 296.044,00 R$ 58.164,00

    14 Tain, a origem Downtown/Sony 347.191 84.991 24,5% 14.504 17,1% R$ 3.140.516,00 R$ 761.134,00 R$ 58.016,00

    15 A busca Downtown/Paris 349.388 103.876 29,7% 14.449 13,9% R$ 3.689.955,00 R$ 1.000.535,00 R$ 57.796,00

    16 Giovanni Improtta Sony 189.671 94.346 49,7% 12.900 13,7% R$ 1.964.433,00 R$ 932.915,00 R$ 51.600,00

    17 O palhao Imagem 1.453.990 214.274 14,7% 9.123 4,3% R$ 13.744.479,00 R$ 2.229.399,00 R$ 36.492,00

    18 Colegas Europa 163.388 33.041 20,2% 8.450 25,6% R$ 1.706.927,00 R$ 300.337,00 R$ 33.800,00

    19 Parasos artificiais Zazen 402.348 84.606 21,0% 6.462 7,6% R$ 3.978.916,00 R$ 893.957,00 R$ 25.848,00

    20 Meu p de laranja lima Imovision 72.020 17.067 23,7% 5.924 34,7% R$ 699.955,00 R$ 161.973,00 R$ 23.696,00

    CINEMA PARA TODOS - RESULTADOS DA TERCEIRA EDIO (ABRIL DE 2012 A SETEMBRO DE 2013)

    pr-agendadas pelas escolas, sesses especiais seguidas de debates com a presena do diretor e do elenco (al-gumas exclusivamente para profes-sores), oficinas e um recm implan-tado programa de cineclubes.

    PROGRama tem imPaCtO NO meRCaDO

    Da primeira para a terceira edio, o nmero de vales distribudos au-mentou de 250 mil para 2,2 mi-lhes, com a meta de alcanar, nesta terceira edio, um retorno de 1,12 milho. Do primeiro para o segun-do ano mais do que duplicamos o re-torno, e do segundo para o terceiro tambm, diz Jlia Levy, superinten-dente de Audiovisual da Secretaria

    Fonte: Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro* pblico referente ao perodo aferido pelo programa: de abril de 2012 a setembro de 2013.

    Adriana Rattes, secretria de Estado de Cultura do RJ

  • 32 Revista Filme B novemBRo 2013

    Foto:

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    o

    de Cultura, responsvel pelo geren-ciamento do programa.

    Cada vale traz um cdigo de barras, o que permite um acompanhamento detalhado de seu caminho at ser devolvido Secretaria. Antes da dis-tribuio, fazemos um input de dados e os registramos no nosso sistema. Quando os exibidores nos mandam os vales de volta, fazemos novo input e, assim, conseguimos saber onde o vale foi distribudo, em que cinema foi uti-lizado e em que filme.

    Esse acompanhamento permite ava-liar o impacto do programa no mer-cado algumas vezes com detalhes curiosos. O ranking dos filmes mais procurados na ltima edio (veja tabela na pgina 31) mostra que os vales tiveram peso significativo no pblico feito no Rio de Janeiro por alguns filmes, como Os penetras (19,8%), Somos to jovens (15,2%) e O dirio de Tati (27,3%). No caso de beira do caminho, de Breno

    Silveira, chegaram a responder por 39% do pblico do filme no estado. Breno, por sinal, outro admirador do projeto, do qual tambm parti-cipou com Gonzaga De pai para filho. Senti, nas sesses de que par-ticipei, que estvamos conquistando um pblico futuro. Um jovem que possivelmente escolheria um filme estrangeiro estava ali descobrindo uma outra opo, diz.

    A evoluo do Cinema para Todos coincidiu com uma srie de trans-formaes do setor cinematogrfi-co, o que acabou potencializando resultados. Na mesma medida em que o programa cresceu, o parque exibidor do estado se ampliou e se modernizou, e a oferta de filmes bra-sileiros passou a contar com mais t-tulos voltados para o pblico jovem e comdias para toda a famlia. No incio, s havia um municpio do in-terior que era lanador, Volta Redon-da. Hoje, Maca, Campos e Friburgo tambm so cidades lanadoras. E Friburgo foi o primeiro municpio do interior a ter um projetor 3D, conta Jlia. Outro fator importante que, hoje, a renda do Cinema para Todos

    contribui para a sobrevivncia de al-gumas salas menores, completa.

    A instalao do programa tambm obrigou a secretaria a acompanhar mais de perto os problemas da exibi-o no Estado. Viajamos para o in-terior e entramos em contato com a realidade dos cinemas. O programa nos levou a refletir sobre o parque exibidor. Criamos diversas aes que hoje formam um conjunto, como a desonerao fiscal e o Prmio de Est-mulo Exibio. Precisamos facilitar o acesso aos filmes, mas tambm pre-cisamos que o cinema seja um lugar que as pessoas gostem de ir.

    O Cinema para Todos atende a alunos do nono ano do ensino fundamental, de todo o ensino mdio e, tambm, dos cursos supletivos e do chamado EJA (Educao para Jovens e Adul-tos), que geralmente acontecem na parte da noite. No total, so 1.067 escolas. Dos 28 municpios com ci-nema, 27 aderiram ao programa a nica exceo Cabo Frio, que acaba sendo atendido indiretamente. Entre 30 e 35 municpios solicitam vales que so usados em cinemas de ci-dades prximas. Para estabelecer as prioridades, os municpios foram di-vididos em trs raios de proximidade dos cinemas parceiros.

    A distribuio dos vales (cada aluno tem direito a dois por edio) reali-zada por 50 promotores selecionados e treinados, para que o atendimen-to seja padronizado. Ao longo do tempo, distribuidores e produtores entenderam que o programa repre-senta uma nova mdia para os filmes. O promotor do programa entra em contato direto com alunos e profes-sores, entende como funciona aquela escola e leva material dos filmes em cartaz nos cinemas prximos. No basta apenas promover a identidade do programa, mas tambm seu con-tedo, diz Jlia.

    POLtICASPBLICAS

    importante o aluno poder ir ao cinema na sua hora

    de lazer e ver um filme sem se preocupar se vai cair na

    prova. Adriana Rattes

    secretria de Estado de Cultura do RJ

    Jlia Levy: superintendente de Audiovisual da Secretaria de Estado de Cultura do RJ

  • Revista Filme B novemBRo 2013 33

  • 34 Revista Filme B novemBRo 2013

    mos programar filmes que normal-mente no chegam aos cinemas da periferia e de outros municpios. Entre os ttulos exibidos nas sesses agendadas esto, por exemplo, Esse amor que nos consome, de Alan Ri-beiro, Uma longa viagem, de Lcia Murat, e Uma histria de amor e fria, a premiada animao de Luiz Bolognesi.

    Alm disso, o programa comple-mentado por oficinas e, mais recen-temente, pelo Circuito de Cineclubes, que tem como meta criar ncleos de exibio em 30 escolas. A ideia dos cineclubes no s colocar o acervo de filmes nas escolas, mas fomentar o aparecimento de alunos e profes-sores capazes de atuar como agentes culturais, diz Adriana, que, nos anos 1980, foi uma das fundadoras do Ci-neclube Estao Botafogo, no Rio.

    Uma anlise cuidadosa dos resulta-dos do Cinema para Todos, na viso de Adriana, pode gerar uma reflexo importante para o cinema brasilei-ro. Por que, por exemplo, um fil-me como a animao Uma histria de amor e fria teve uma resposta to excepcional no programa e no encontrou o mesmo sucesso nos ci-nemas comerciais? Acho que temos a um problema de comunicao do cinema brasileiro. H muitos filmes legais que fazem sucesso quando so exibidos para grupos jovens, mas no conseguem atrair esse pblico no circuito comercial. H alguma coisa na distribuio e na promoo dos filmes nacionais que ainda pre-cisamos entender, assim como existe um pblico de cinema e audiovisual a se explorar, que talvez seja o mes-mo pblico que gera um fenmeno como o Porta dos Fundos. Tem uma galera querendo ver as coisas e que, quando voc mostra, reage bem. O pblico do Cinema para Todos de-monstra isso.

    eXiBiDOR RetORNO - iNGRessOs esPONtNeOsRetORNO - sesses

    aGeNDaDas RetORNO tOtal

    Grupo Severiano Ribeiro 165.222 25.151 190.373

    UCI 101.926 9.299 111.225

    Rede Cine Show 80.496 27.522 108.018

    Cinesystem 75.578 9.796 85.374

    Cine Arajo 66.660 9.672 76.332

    Espao Filmes 46.822 10.854 57.676

    Cinemark 42.375 4.362 46.737

    Cine Mais Bom Jesus 18.851 24.612 43.463

    Cinpolis 18.880 4.983 23.863

    Cinesercla 16.568 4.327 20.895

    Cinemaxx 8.113 9.826 17.939

    Cine Teatro Glria 7.877 8.191 16.068

    Cinemagic 12.288 3.071 15.359

    Cine Star 8.428 1.308 9.736

    Cine 9 de abril 655 6.441 7.096

    Cine 3 Rios 2.251 4.387 6.638

    Cine Angra Shopping 1.963 4.455 6.418

    Grupo Estao 2.270 2.690 4.960

    Top Filmes 2.545 1.657 4.202

    Cine Sesc 2.141 1.395 3.536

    CINEMA PARA TODOS - RANkINg EXIBIDORES

    Resultados da terceira edio (abril de 2012 a setembro de 2013) Fonte: Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro

    OBJetivO PRiNCiPal estimUlaR HBitO

    O objetivo principal do Cinema para Todos ampliar o acesso aos filmes brasileiros e estimular um hbito que andava meio abandonado por boa parte da populao: ir ao cinema. No comeo, foi difcil convencer as pessoas de que o Cinema para Todos no deveria ser obrigatoriamente atrelado a projetos pedaggicos. importante o aluno poder ir ao ci-nema na sua hora de lazer e ver um filme sem se preocupar se vai cair na prova, defende Adriana. O que no significa deixar de lado aspectos edu-cativos. O programa tambm tem a misso de se tornar mais uma ferra-menta na qualificao do ensino p-blico no estado do Rio.

    Da a importncia das sesses espe-ciais. Elas completam a ida espont-nea e muitas vezes so responsveis por levar jovens de 16, 17 anos pela primeira vez ao cinema. E o interes-sante que, ao longo do tempo, sur-giu uma comunidade de alunos que vo ao cinema. Se voc entrar na nossa pgina no Facebook, vai notar que tem uma grande interao entre estudantes que usufruem o programa de escolas diferentes, completa a se-cretria.

    As sesses especiais tambm cum-prem um papel fundamental para garantir uma diversidade maior para o Cinema para Todos. Temos uma rede de distribuio insuficiente e ainda concentrada em alguns ttulos, e por meio dessas sesses consegui-

  • Revista Filme B novemBRo 2013 35

    www.volfoni.com

    BECAUSE WE LOVE 3D

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    CINEMA HORIZONTALDesigned by Volfoni in France

  • 36 Revista Filme B novemBRo 2013

    MErCADO

    Aquiles Mnaco, presidente da Orient Cinemas, tradicional exibidor da Bahia, faz um balano de sua trajetria e detalha sua expanso internacional, que inclui salas em Portugal e Angola

    Por Joo Carlos Sampaio

    Fotos: Agnes Cajaiba

    salvaDOR, BaHia Contrariando a lgica de mercado e os indicadores econmicos, um dos trs complexos de cinema mais frequentados do Brasil est na Bahia. Trata-se do UCI Orient Iguatemi, que, no ano passado, atraiu 1,6 milho de pagantes, mantendo-se de maneira slida em segundo lugar no ranking de cinemas do pas posio que ocupa j h alguns anos. Apenas o UCI New York City Center, no Rio de Janeiro (um megaplex com 18 salas, o maior do Brasil), consegue superar, em nmeros absolutos, o cinema so-

    BAIANO SEM FrONtEIrAS

    PErFIL DO EXIBIDOrAquiles Mnaco

    teropolitano, que possui 12 salas. No entanto, em mdia de ocupao nin-gum bate o pblico fiel do UCI Orient Iguatemi, o que faz Aquiles Mnaco, presidente do grupo Orient, exibir um sorriso largo.

    A frmula do sucesso, que o prprio Aquiles diz ser apenas fruto do tra-balho srio, guardada com cuidado como, alis, todos os nmeros do exi-bidor baiano. At extrair sua idade no tarefa fcil: ele garante ter 52 anos, por a, calculados a partir da lembran-a de datas e dados da sua trajetria.

    Natural de Camaari, cidade da regio metropolitana de Salvador, mas criado desde a infncia na capital baiana, Seu Aquiles como todos o chamam na fir-ma possui ainda mais um complexo em Salvador em parceria com a multi-nacional United Cinemas International (UCI), com seis salas (UCI Orient Para-lela), e acaba de inaugurar um terceiro multiplex com esta mesma parceria, com padro luxuoso, no shopping Bar-ra, onde a empresa j tinha duas salas. uma parceria to bem sucedida que continua crescendo, comemora.

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    Com as marcas Orient e Cineplace, Aquiles tambm opera na Bahia em Feira de Santana, segunda maior cida-de do Estado (com cerca de 600 mil habitantes), alm de Juazeiro do Norte, no Cear, e Petrolina, em Pernambu-co. Um de seus empreendimentos mais ousados, porm, extrapolou fronteiras: h seis anos, Aquiles Mnaco inau-gurou um complexo de oito salas em Angola e, em agosto passado, iniciou atividades em Portugal, onde vai ge-rir 60 salas, um feito indito para um exibidor brasileiro, que conquistou ao vencer uma concorrncia promovida pela administradora de shoppings So-nae Sierra, que tem centros comerciais em vrias cidades lusitanas.

    Com orgulho e aquele mesmo sorriso cativante, Aquiles Mnaco crava: So-mos o primeiro grupo brasileiro a ope-rar em trs continentes, sem esconder o sonho de estender a atividade para outros pases africanos e levar o en-tretenimento dos filmes para rinces carentes. Ele defende: O cinema o lazer mais barato que existe.

    iNCiO

    O menino Aquiles Mnaco se fascinou pelo cinema aos 8 anos de idade, se-gundo lembra, assistindo s sesses promovidas aos sbados pela manh em sua escola, o tradicional Salesiano Salvador, fundado em 1900. Foi assim que tomou contato com Jerry Lewis e os filmes de caubi, que fizeram nascer nele uma paixo instantnea.

    Filho de famlia de classe mdia, aos 14 anos comeou a negociar a distribuio de filmes na poca, pelculas semipro-fissionais, na bitola de 16mm. Aos 16 anos, ganhou dos pais a emancipao civil e fundou, em 1978, a distribuido-ra Orient. Lembra que se dava muito bem, porque escolhia filmes que todos queriam ver, principalmente de artes marciais. Em 1982, passou a traba-lhar com filmes de 35mm, enfrentando

    a concorrncia de grandes empresas j sedimentadas no mercado. Eram tantas as dificuldades que eu percebi que tinha de abrir o meu prprio cine-ma, no dava para sobreviver apenas de distribuio. No ano seguinte, em 1983, a Orient ingressou no mercado da exibio.

    Passamos a explorar o Cinema Jan-daia, na Baixa dos Sapateiros, que ti-nha mil e seiscentos lugares, algo im-pensvel para os dias de hoje, diz o empresrio, pontuando que uma das razes de estar na atividade h mais de 30 anos se deve ao fato de sempre se antecipar s novidades e estar atento s exigncias do mercado e do pbli-co. A Orient chegou a manter, entre os anos 1980 e 1990, cerca de 140 salas em funcionamento na Bahia e em Ser-gipe, at que o negcio comeou a se concentrar nas capitais, com o fecha-mento das salas interioranas e o sur-gimento dos multiplex. Por sinal, j em 1994, Aquiles Mnaco desenvolvia o primeiro projeto neste formato. Em 1998, foi inaugurado o UCI Orient Iguatemi, o segundo multiplex a entrar em funcionamento no pas. Foi um grande investimento na poca, mas sa-

    bamos que estvamos fazendo a coisa certa e o resultado est a, at hoje, diz Aquiles.

    CONCORRNCia

    Eu nunca tive medo de concorrncia, mesmo quando era um exibidor peque-no enfrentando um grupo j estabeleci-do (a antiga Art Filmes), que dominava a exibio em Salvador. Ele prossegue dizendo que at gosta do aumento da competio: A Orient vive de desafios, diz. Tanta confiana faz com que ele es-teja atento s novidades e disposto a investir em novos equipamentos. Sem-pre nos mantivemos atualizados ou frente do tempo, apostando no nosso conhecimento do negcio. Esse know-how, alis, o que me permite dizer, seguramente, que dificilmente a Orient colocar no mercado um produto que no seja rentvel.

    Sem medo de olhar para a frente, Aquiles lamenta o fim dos filmes em pelcula. Como cinfilo, eu choro! Se olharmos quadro a quadro, cada foto-grama, a pelcula uma obra de arte. No entanto, como negcio, a digitali-zao tudo de bom. Aquiles pros-segue: E quem ganha com as novas

    Cinema da parceria UCI Orient no shopping Paralela, em Salvador

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    tecnologias, o digital, a exibio via satlite, o espectador, com as possi-bilidades de se exibir um filme dubla-do ou legendado, de ter lanamentos simultneos, a transmisso de eventos esportivos e shows... uma grande variedade.

    O presidente da Orient Cinemas diz que o digital e suas possibilidades com-binam com o conceito de programao do grupo. Nossa marca registrada exibir filmes que atendam a todos os gostos, todas as faixas etrias e todas as classes. Ns queremos todo mundo no cinema, afirma. Nos complexos da rede h sempre espao para o fil-me que tambm circula pelo chamado circuito alternativo, lado a lado com os blockbusters. Cinema no tem p-tria, diz Aquiles, com nfase. O bom filme sempre vai ter pblico, por isso que sempre apoiamos as produes locais (referindo-se aos filmes baianos) e o cinema brasileiro. Para ele, uma obrigao do exibidor garantir bons espaos para as produes nacionais: Protegendo o cinema do pas, estamos protegendo o mercado.

    At mesmo o incipiente cinema ango-lano tem tido espao no complexo que administra em solo africano. Quero fa-zer o mesmo com o cinema portugus. Outro dia vi um filme espetacular, que mostra a qualidade do que andam fil-mando em Portugal, diz, referindo-se a Tabu, de Miguel Gomes, um dos ttu-los mais elogiados do circuito de arte este ano, j lanado no Brasil. Vamos resgatar o amor do povo portugus ao cinema. No possvel se falar em crise na nossa atividade. Justamente quando h crise que as pessoas vo ao cine-ma, porque ele a forma mais barata de aliviar as dores e as preocupaes, diz Aquiles.

    POPUlaR

    Sempre fizemos sesses filantrpicas voltadas a diversas instituies, com-

    pleta o presidente da Orient Cinemas. Alm disso, praticamos preos popula-res, com muitas sesses promocionais. Ele no descarta a possibilidade de que um dia venha a investir em com-plexos ou salas nos bairros perifricos e comunidades. No penso somente no lucro, mas em proporcionar diverso s pessoas, dar acesso a esta arte que me encantou e me encanta tanto at hoje. Aquiles v muitas possibilidades para quando o programa Vale Cultura, do

    CiNema CiDaDe estaDO N salas

    1 UCI Orient Iguatemi * Salvador BA 12

    2 UCI Orient Shopping Barra* Salvador BA 8

    3 UCI Orient Paralela * Salvador BA 6

    4 Orient Cineplace Feira de Santana BA 4

    5 River Petrolina PE 4

    6 Center Lapa Salvador BA 2

    7 Ponto Alto Salvador BA 2

    8 Cariri Shopping** Juazeiro do Norte CE 2

    ORIENT CINEMAS

    * Em parceria com UCI ** Em obras

    governo federal, estiver enraizado e fun-cionando bem.

    O futuro j presente para o exibidor baiano com a inaugurao do moderno UCI Orient Barra, segundo ele, equipa-do com o que h de mais avanado no mundo. Mas, fiel ao seu estilo discreto, evita dar detalhes sobre os prximos in-vestimentos da companhia. O calcanhar, Aquiles protege assim, com ar de mist-rio e segredos disfarados com sorriso e simpatia.

    MErCADO

    Hall do Orient Cineplace, em Feira de Santana, na Bahia

    Foto:

    PSA

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    DIGItAL

    Presente h pouco mais de trs anos no Brasil, o video on demand se fortalece e, aos poucos, ganha o status de substituto do DVD

    Por Gustavo Leito

    PErFIL DO EXIBIDOrAquiles Mnaco

    Era uma vez um pujante merca-do de DVDs, com sua promes-sa de rendimentos polpudos e duradouros. Em 2004, a onda

    de otimismo estava cintilando, com a venda recorde de discos nos Estados Unidos. Mas, de l pra c, esse encan-tamento perdeu sua mgica em escala progressiva. A queda j supera os 30%, segundo a Forbes. Seria uma trag-dia e no faltou apocalptico para semear o pnico na indstria se no fosse a chegada de uma nova janela: o video on demand (em traduo literal, vdeo por demanda). Assim como o movimento de substituio digital dos projetores das salas de cinema, no en-tanto, essa renovao tecnolgica tem seus desafios.

    Em expanso pelo mundo, a entrega digital de contedo de home entertain-ment a gosto do fregus comeou a dar passos mais largos no Brasil h dois anos, com a chegada da loja do iTunes e do servio por assinatura da ameri-cana Netflix. Mas ainda suscita muitas dvidas de produtores e distribuidores, desde a salada de modelos com siglas complicadas como TVOD, SVOD, OTT (veja vocabulrio na pgina ao lado), at os caminhos do licenciamento. Para dirimir algumas dessas questes, seminrios e encontros de profissionais do audiovisual tm se multiplicado na agenda do setor.

    Hoje, no d mais para esperar at a ps-produo para pensar nessas pla-taformas. O vod precisa constar no pla-no de negcios de um projeto, ao lado das outras janelas, sentenciou recen-temente, em um seminrio promovido pelo sindicato de produtores do Rio de Janeiro, Steve Solot, do Latin Ameri-can Training Center. Pesquisas recentes confirmam essa nova realidade. Se-gundo a Dataxis Latin America, este ano a Amrica Latina j conta com 4,8 milhes de assinantes de servios

    over the top (distribuio de contedo por banda larga). Em 2017, sero 27,2 milhes, que, juntos, movimentaro US$ 4,3 bilhes. O Brasil j representa 51,5% do market share da regio.

    O vod tem crescido na escala de 50% ao ano no Brasil, afirmou Izabela Mar-tins, coordenadora de marketing e pro-duto da rede Telecine. Trata-se de um modo de distribuio que abre espao para contedos que no tiveram tantas salas no cinema ou no mobilizaram as pessoas a ponto de sarem de casa, de-

    NA PrAtELEIrA vIrtUAL

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    pe lado a lado grandes lanamentos de Hollywood e pequenas produes inde-pendentes, justificou Sarandos.

    Eu vejo o vod como um caminho na-tural e complementar ao lanamento em salas de cinema, j que nem todo filme independente tem espao na tele-viso ou no circuito exibidor, diz Sil-via Cruz, da distribuidora Vitrine, que recentemente licenciou para o iTunes os documentrios Domstica e As hi-permulheres, destaques do circuito de festivais que no tiveram ampla dis-tribuio nos cinemas. Por enquanto, trabalhamos apenas com o transac-tional, que o nico modelo que gera possibilidade de receita contnua para o distribuidor e o produtor, explica ela, referindo-se distribuio na qual se paga por locao ou compra de ar-quivos digitais, com um percentual destinado ao detentor dos direitos. Nos modelos por assinatura, como o Ne-tflix, o pagamento por licenciamento de ttulo, como nos canais de TV.

    uma nova forma de gerar receita, que pode no ser to grande, mas pin-gar de forma contnua, como na teo-ria da cauda longa. o que falta para dar estabilidade s produtoras brasilei-

    ras, opinou o advogado especializado em direitos autorais Eduardo Senna. Figura muito presente nos debates do setor, Senna tambm tem apontado alguns ns provocados pela chegada do modelo do video on demand no mercado brasileiro, como a questo do pagamento da Condecine, contri-buio federal cobrada sobre produtos audiovisuais. A regulao do tributo, como existe hoje, no 100% clara na questo da responsabilidade pelo pagamento quando falamos de vod. A lgica desse novo mercado a do custo zero de prateleira. A partir do momen-to em que existe uma Condecine alta, o produto pode sair dali porque ficou invivel. Acaba sendo favorvel para aquele filme que j teve uma carreira bem-sucedida no cinema e tem no ser-vio s mais uma fonte, disse.

    aNCiNe mONta GRUPO De tRaBalHO

    Atualmente, um grupo de trabalho for-mado na Ancine discute novas regras para o mercado. Temos conversado com todos os players para definirmos como possvel explorar formas no tradicionais de circulao do contedo. Estamos vendo mudanas no sistema de janelas tradicional, com filmes saindo

    vOD (video on demand) forma de distribuio de contedo audiovisual que disponibiliza filmes e sries em plataformas digitais (televiso, com-putador, tablets e smartphones).

    svOD (subscription vod) o usurio paga uma taxa mensal fixa para acessar um catlogo de fil-mes, de forma ilimitada.

    FvOD (free vod) todo o contedo grtis, mas o usurio precisa assistir a comerciais antes ou du-rante o streaming.

    tvOD (transactional vod) o usurio paga por alugu