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Rio+20 A bola está com as empresas PPP Um novo caminho para a segurança pública WORKSHOPS REGIONAIS O RIC em debate em todo o país idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 03 - Número 09 - abril/maio/junho de 2012 O mundo da ciência forense em multimídia e da segurança eletrônica reunido em Brasília ICMEDIA 2012

Revista idigital 9

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idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 03 - Número 09 - abril/maio/junho de 2012

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Rio+20A bola está com as empresas

PPPUm novo caminho para a segurança pública

WORKSHOPS REGIONAISO RIC em debate em todo o país

idigital - Revista da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital - Ano 03 - Número 09 - abril/maio/junho de 2012

O mundo da ciência forense em multimídia e da segurança eletrônica

reunido em Brasília

ICMEdIA 2012

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abril - maio - junho 2012 | 3

A ConferênCiA internACionAl de CiênCiAs forenses em multimídiA e

segurAnçA eletrôniCA AConteCe em setembro, em brAsíliA, e vAi reunir representAntes

dA ACAdemiA, dAs empresAs, dAs indústriAs e do setor de

segurAnçA

revistA dA AssoCiAçÃo brAsileirA dAs empresAs de teCnologiA em identifiCAçÃo digitAl - Abrid

32 . CAPA

O Nordeste abre o calendário anual de encontros regionais para discutir o Registro de Identidade Civil

28 . WORKSHOPS RIC

44 . PPPPalestra promovida pela ABRID mostra que a Parceria Público-Privada pode ser uma excelente alternativa para concluir a implantação do Registro de Identidade Civil e ainda gerar receita para a área de segurança pública

52 . RIO +20Fórum da Sustentabilidade Empresarial, realizado dentro da programação da Conferência da ONU, comprova a responsabilidade do setor empresarial com o futuro do planeta

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08 . CARdSMaior evento do setor de cartões da América Latina chega à 17ª edição com mais de 6,5 mil visitantes qualificados

20 . SUSTENTABILIdAdEDiálogos Sociais: Rumo à Rio+20 debatem a importância de políticas e mecanismos de financiamento tributários para o desenvolvimento sustentável

86 . PRA TERMINAR...Proteja os documentos...

12 . IdWORLdO mundo reunido no Rio de Janeiro para discutir segurança, mobilidade e rastreabilidade

14 . CERTfORUMMaior evento brasileiro da certificação digital chega à edição de número dez com etapas em seis capitais

82 . fLASHES82 . RIC: WORKSHOP EM PERNAMBUCO

83 . CARdS

84 . CERTfORUM

58 . dATACARdDocumentos de Identificação de Alta Segurança: Usando QSDC para determinar o mix certo

64 . GEMALTOVelocidade da Luz - Conheça as últimas tecnologias a serem observadas na superpotência emergente: China

56 . CASOS E ARTIGOS68 . IMPRENSA OfICIALDesmaterialização de documentos melhora qualidade de prestação de serviço

72 . MAGIC CONTROLCartões USB: A tecnologia a favor de seus clientes

76 . INfINEONSinergia entre os programas de viajantes registrados e processamento de vistos para pessoas que viajam com frequência

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abril - maio - junho 2012 | 5

Vem aí a ICMedia.

nesta edição demos uma atenção especial à

Conferência internacional de Ciências forenses em

multimídia e segurança eletrônica 2012. A iCmedia

reúne na capital da república gente de todo o mundo

com um objetivo de trocar experiências sobre temas

como identificação digital, biometria e monitoramen-

to, e suas aplicações pela área pericial.

É a chance para pesquisadores, desenvolvedores,

usuários e nós, fornecedores, apresentarmos tudo

que está acontecendo no setor. A Conferência de

setembro tem de estar na agenda de qualquer um

interessado no universo da segurança eletrônica.

Junto com a iCmedia vão acontecer também, em

paralelo, dois eventos muito caros à Abrid: a etapa

brasília da 10ª edição do Certforum e o Workshop

regional do riC para o Centro-oeste. o fórum da

Certificação digital é um encontro essencial para o

debate do certificado digital, que está em franco cres-

cimento e tem um amplo mercado a conquistar em

nosso país. Já os Workshops regionais acontecem

exatamente para consolidar a implantação do re-

gistro de identidade Civil. os dois eventos já estão

sendo realizados em outras cidades e você vê os de-

talhes nas próximas páginas.

por falar no riC, a nova identidade que vai garantir

a segurança da identificação pessoal de cada brasi-

leiro e brasileira, apresentamos neste número uma

possibilidade interessante para o futuro do documen-

to. É a parceria público-privada.

A Abrid promoveu palestra às associadas com

especialista – e também a incluiu no roteiro dos

Workshops regionais – para detalhar a possibilidade

de uso da ppp na área de segurança pública, com a

inclusão da estrutura necessária para efetivar a dis-

tribuição dos cartões riC pelos estados e distrito fe-

deral. É um novo modelo que pode agregar valor aos

serviços oferecidos, por exemplo, pelos institutos de

identificação. vale a pena acompanhar os detalhes.

Aproveite a leitura!

Célio ribeiro, presidente da Abrid

idigital é uma publicação da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (ABRID).

Presidente: Célio RibeiroDiretor de Identificação Digital: Edson RezendeDiretor de Projetos e Informação Tecnológica: Fernando CassinaReportagem: Iara Rabelo e Marcio PeixotoEditor: Marcio Peixoto MTB 4169/DFRevisão: Millena DiasTiragem: 2.500 exemplaresPeriodicidade: trimestralContato: (61) 3326 2828Projeto gráfico e diagramação: Infólio Comunicação - www.infoliocom.com - (61) 3326 3414

(Os cases e artigos assinados não refletem o pensamento nem a linha editorial da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores)

PALAVRA dO PRESIdENTE

EXPEdIENTE

RIC

AR

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CArds

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CARdS 2012

Maior evento do setor de cartões da América Latina chega à 17ª edição com mais de 6,5 mil visitantes qualificados

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SALA DE

IMPRENSA

Auditório 1Room 1

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SaídaExit

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Auditório 3Room 3

SONSUNSKYTEF

VERIFONE

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THOMASGREG & SONS

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GRUPO

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EntradaEntrance

MATICASYSTEM

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PAVILION

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Espaço ABRID

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ADVANIDEDIGITALPERSONA

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CARDNEWS

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VAREJO &TECNOLOGIA

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BTS

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Última Atualização: 29 de Março / Last Update: March, 29

4º PAVIMENTO

Sucesso absoluto. A 17 ª Cards Payment & Iden-tification mostrou a força do setor de pagamento e

identificação digital. O evento reu-niu cerca de 130 expositores de todo o mundo no Centro de Convenções Frei Caneca, de 10 a 12 de abril, em São Paulo.

Nos três dias de encontro, que recebeu 6.597 visitantes qualifica-dos, empresas brasileiras e estrangei-ras mostraram o que há de mais mo-derno em tecnologia, apresentando tendências, serviços e produtos em áreas como identificação digital, bio-metria, certificação digital, cartões, fidelização, private labels, híbridos, pré-pagos e gift cards, cartões em-presariais, cartões de benefício e de saúde, bilhetagem eletrônica, smart cards, contactless, NFC, RFID, mo-bile payment e acquiring.

A Cards, maior feira do setor na América Latina, promove o encon-tro entre profissionais e permite a troca de experiências, transferência de tecnologias, networking e gera-ção de negócios, por meio da variada agenda de fóruns, seminários e con-ferências, além da área de exposições. Na plenária de abertura, o jornalista Carlos Alberto Sardenberg, comen-tarista econômico da TV Globo e da rádio CBN, coordenou a discussão sobre consumo e varejo e avaliou o atual cenário político-econômico. Segundo Sardenberg, apesar dos problemas enfrentados, como o ris-co inflacionário e a taxa de juros, o Brasil é considerado um “paísão”, apresenta perspectiva positiva para grandes investimentos estrangeiros e tem elevado potencial para cresci-mento econômico.

Um dos destaques da Cards 2012 foi a realização, em paralelo, do 10º Certforum, o Fórum da Cer-tificação Digital, realizado em 11 de abril. O evento, Promovido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), é feito em etapas regionais em todo o país e a fase Sudeste aconteceu durante a Cards. Pela primeira vez, o Cerforum, que aprofunda o conhecimento sobre certificação digital, aconteceu dentro da Cards.

» ESPAçO ABRIDAlém do apoio ins-

titucional ao evento, a ABRID contou com o maior stand da Cards 2012. Foram 132 me-tros quadrados voltados para a divulgação do tra-balho das associadas. O Espaço ABRID contou, inclusive com salas reser-vadas destinadas ao uso pelas empresas participan-tes da Associação. Dezessete associadas participaram da Cards: Casa da Moeda do Brasil; Certisign; GD Burti; Gemalto; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; In-fineon Technologies; IntelCav Cartões; HID Global (Laser-Cards Corporation); NXP Se-miconductors; Oberthur Tech-nologies; Safran Morpho; Serasa Experian; Smartrac; STMicroe-letronics; Thomas Greg & Sons; Valid e Zebra Technologies. O Espaço ABRID também foi uti-lizado para o coquetel de encerra-mento do 10 º CertForum.

» NOVO ENDEREçOApós 17 anos de realização no

Centro de Convenções Frei Cane-ca, a Cards Payment & Identifica-tion terá novo endereço. Em 2013, o evento vai ser realizado no Tran-samérica Expo Center, Também em São Paulo. Lá, serão 4.000 metros quadrados de área de exposição. Então, você já pode agendar: Cards 2013, de 10 a 13 de abril.

CArds

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SALA DE

IMPRENSA

Auditório 1Room 1

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SaídaExit

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SONSUNSKYTEF

VERIFONE

PERTO

THOMASGREG & SONS

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EntradaEntrance

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FRANCE

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PAVILION

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ED.LAMÔNICA

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Última Atualização: 29 de Março / Last Update: March, 29

4º PAVIMENTO

em debAte

O Programa da Cards 2012 incluiu nove fóruns temáticos. A intenção foi discutir a fundo os temas relacionados a pagamento e identificação. Os grupos contaram com a par-ticipação de especialistas de cada uma das áre-as, que analisaram as tendências de mercado e as possibilidades dos setores em discussão. Confira a lista dos grupos:

• Fórum Cartões no Varejo • Fórum de Mobile Payment• Fórum Ciclo de Crédito em Cartões • Fórum de Tendências para Bandeiras,

Credenciadoras e Processadoras • Fórum Tendências para Emissores• Fórum de Novas Tecnologias • Fórum ID e Segurança• Fórum Cartões Pré-pagos• Fórum de Marketing e Vendas

de Cartões

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12 | digital

O mundo reunido no Rio de Janeiro para discutir segurança, mobilidade e rastreabilidade

Id WORLd 2012

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O Rio de Janeiro recebeu em junho, pelo segundo ano consecutivo, a ID World, conferência in-

ternacional para discutir temas como identificação digital, segurança, mo-bilidade e rastreabilidade.

Como em 2011, este ano a ABRID e associadas participaram do evento para mostrar as tecnolo-gias em desenvolvimento no Brasil e conhecer o que está em debate em todo o mundo. A edição 2012 da ID World contou com a presença de oito associadas : Akiyama, Casa da Moeda do Brasil, Gemalto, Infine-on Technologies, IntelCav, Montre-al Informática, Safran Morpho e STMicroele-tronics.

Este ano a confe-rência foi realizada no Windson Atlântica Ho-tel e trouxe 48 pales-trantes das mais diversas partes do mundo. A ID World reuniu repre-sentantes de governos, indústrias, controle de fronteira, policiais, ban-cos, telecomunicações, provedores de seguran-ça e muitos outros para trocar experiência, fazer networking e apresentar os cases de sucesso.

A presidente do evento, Sophie Giro-

day, enfatizou que o encontro do Rio de Janeiro permite o desenvol-vimento do setor. “Com um forte foco na implantação de tecnologias de identificação automática, no Rio os principais atores da área tiveram a chance de compartilhar e expor o conhecimento, as experiências e as inovações”, constatou.

O representante da ABRID, Car-los Collodoro, foi um dos palestrantes no fórum sobre segurança do trans-porte e apresentou aos participantes uma visão geral do projeto de implan-tação do RIC, o Registro de Identi-dade Civil. Quem acompanhou a palestra teve a chance de conhecer a

elaboração, a legislação e os desafios do projeto, um dos maiores de identidade civil em todo o mundo.

“Esse é um projeto de grande porte para o Bra-

sil e essa apresentação dá uma visão muito clara para outros países que nós sabemos o que estamos fazendo e que, em breve, o RIC será uma re-alidade para os brasileiros”, ressaltou Colodoro. Além da palestra, na mesa de exposição da ABRID foram dis-tribuídas pastas com as lâminas das associadas.

» PREmIAçãO A programação da ID World

contou com entrega do prêmio ID People America Awards 2012. Dois representantes de associadas ABRID foram contemplados: Ismael Akiya-ma, da Akiyama, recebeu a premia-ção na categoria Citizen ID Fórum e Carlos Roberto de Oliveira, da Casa da Moeda do Brasil, foi o homena-geado da categoria Transportation Security Forum. Com informações da i9 Assessoria.

entre os temas discutidos na conferência estão rastreabilidade, segurança, identificação digital e mobilidade

Premiação: durante a id word foi entregue o id PeoPle america awards 2012

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RIA

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Maior evento brasileiro da certificação digital chega à edição de número dez com etapas em seis capitais

10º CERTfORUM

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16 | digital

O Fórum da Certificação Digital, CertForum, chega este ano à déci-ma edição com visitas a

quatro regiões do país, especificamen-te aos estados de São Paulo, Pernam-buco, Goiânia, Rio de Janeiro e Santa Catarina, além do Distrito Federal.

O CertForum é promovido pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), com organi-zação da ABRID. O convênio para

garantir a parceria no evento foi as-sinado entre as duas instituições em fevereiro. Na época, o presidente da Associação, Célio Ribeiro, enfatizou o crescimento da certificação digi-tal no país: “Os excelentes padrões adotados pela ICP-Brasil vão elevar progressivamente o acesso do país ao certificado digital, garantindo mais e melhores serviços ao cidadão, tanto na esfera pública quanto entre os en-tes da iniciativa privada”.

Os números comprovam a ava-liação de Ribeiro. De acordo com dados do ITI, em 2011 a média de certificados digitais emitidos cresceu 14% no Brasil, com cerca de cinco milhões de certificados ativos. Des-tes, 1,7 milhão foram expedidos ape-nas no ano passado.

Diante de um mercado em fran-ca expansão e com altíssimos poten-ciais de crescimento, o CertForum está consolidado como o maior even-

to do setor no país. O encon-tro tem a missão de unir os principais atores para discutir a certificação digital, permi-tindo a essencial troca de ex-periências entre estudantes, pesquisadores, usuários, re-gulamentadores, gestores go-vernamentais e, em especial, o mercado. Além da ABRID, o Fórum conta com apoio e participação de diversas asso-ciadas – que veem na feira a

célio ribeiro, Presidente da abrid, durante a etaPa são Paulo

as equiPes do iti e da abrid durante a relização do 10º certiforum em goiânia

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chance de apresentar no-vidades e conhecer pro-jetos e pesquisas.

A programação do CertForum inclui mesas e palestras para apre-sentar e discutir cases de sucesso e iniciativas diversas que incluem certificação digital e tecnologia da informa-ção. Na primeira etapa do ano, em São Paulo, o CertForum aconteceu em paralelo à 17ª Cards Payment & Identifica-tion (saiba mais na pági-na 8).

O presidente do ITI, Renato Martini, enfa-tizou a importância do padrão ICP-Brasil para a desburocratização do setor público brasileiro. Ele enfatizou a neces-sidade de disseminar o uso do documento eletrônico para, entre outras vantagens, reduzir o consumo de papel. “A economia de papel é profundamente impactante nas questões ambientais e estamos tentando construir e estabelecer um diálogo com os tomadores de deci-são. Temos tecnologia, agora deve-mos avançar na mudança do hábito cultural”, disse.

Ainda em São Paulo, a ABRID

assinou convênio de cooperação técnica com o Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI TEC). O documento tem como

objetivo desenvolver pesquisas nas áreas de identificação digital. O La-boratório é uma associação sem fins lucrativos criada em 1999 dedicada ao desenvolvimento e inovação em tec-nologias avançadas. O LSI-TEC é um elo entre a sociedade e as instituições científicas de excelência, promovendo a aplicação do conhecimento em tec-nologia avançada para gerar produtos, serviços e sistemas mais competitivos e

de maior valor agregado, sempre com foco na elevação da competitividade da indústria brasileira.

Já no CertForum Recife, ga-nhou destaque o uso de novas tec-nologias pelo Judiciário. O des-taque, claro, foi para o certificado digital no padrão da ICP-Brasil. A certificação facilita o trâmite de processos, com grande economia e aumento da segurança, a partir dos documentos eletrônicos.

em recife, o certiforum aconteceu no JcPm trade center

renato martini, Presidente do iti (direita), fala na

abertura do certiforum goiânia

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18 | digital

O diretor de Sistemas Judiciários do Tribunal de Justiça de Rondônia, Luciano de Souza Côrtes, destacou que o Processo Judicial eletrônico (PJ-e) é a principal modernização na Justiça brasileira, com potencial de acelerar diversas etapas de um pro-cesso e eliminar gargalos no trâmite burocrático. Por outro lado, o pre-sidente da Comissão de Tecnologia da Informação da Ordem dos Ad-vogados do Brasil em Pernambuco, Frederico Preus Duarte, avaliou que a tendência é a adoção progressiva da obrigatoriedade do PJ-e pelos tribunais do país. No entanto, reco-

nheceu que há um longo caminho a ser percorrido até o uso total do siste-ma. Entre os empecilhos para a universalização do processo eletrônico, Duarte apontou limita-ções econômicas e de logística.

Em Goiânia, ganhou destaque a apresentação da Caixa sobre a Co-nectividade Social ICP, programa de relacionamento eletrônico que revo-luciona a forma de transmissão de da-dos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Agora, empresas, bancos, escritórios de contabilidade, Ministério do Trabalho, sindicatos e

outras entidades podem en-viar os dados à Caixa de for-ma eletrônica, com a garantia de segurança da certificação digital no padrão ICP-Brasil.

Segundo a Gerência Nacional do FGTS, a Cai-xa administra hoje cerca de 700 milhões de contas ativas do Fundo de Garan-tia. A Conectividade Social garante a universalidade e a interoperabilidade dos certi-ficados digitais, além de per-mitir a gestão do sistema na plataforma web, de forma segura. Agora, a pessoa física com certificado digital pode utilizar o sistema e, para as empresas, entre as diversas facilidades, está a permissão de outorga de procuração eletrônica, evitando despe-

sas cartoriais ou o uso de papel.Com a conclusão das etapas

São Paulo, Recife e Goiânia, o 10º CertForum vai encerrar o ano em Florianópolis, em 18 de outubro. Antes, fará escalas no Rio de Janei-ro, em 29 de agosto, e em Brasília – numa edição especial de três dias, entre 18 e 21 de setembro. Confira os detalhes e faça a inscrição para os três últimos encontros do ano no site www.certforum.iti.gov.br.

abertura da etaPa são Paulo

mesas de debate durante o certiforum são Paulo, no centro de convenções frei caneca

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FOTOS: STUDIO F IMAgEM

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abril - maio - junho 2012 | 19

Fonte: ITI.

São Paulo11 de abril, Centro de Convenções Frei CaneCa

Mesa 1 – Plano Nacional de Desmaterialização: o uso da certificação digital da ICP-Brasil na desburocratização da administração públicaPalestra 1 – ICP-Brasil em números e o projeto piloto de biometriaPalestra 2 – O cenário internacional do desenvolvimento de identidades segurasMesa 2 – Certificação Digital: Modernização e segurança no trâmite com o FiscoMesa 3 – Certificação digital aplicada à gestão de saúdePalestra 3 – A certificação digital no conectividade social ICP: Números, perspectivas e avanços no FGTSMesa 4 – A modernização do Judiciário

Recife24 de Maio, JCPM trade Center

Mesa 1 – Plano Nacional de Desmaterialização: o uso da certificação digital da ICP-Brasil na desburocratização da administração públicaMesa 2 – ICP-Brasil em números e o projeto piloto de biometriaPalestra 1 – Conectividade Social ICP: Perspectivas e avanços no FGTSMesa 3 – Certificação Digital: Modernização e segurança no trâmite com o FiscoPalestra 2 – Carimbo do tempo: Definições e usoPalestra 3 – Usos da certificação digital no judiciário

Goiânia14 de Junho, MerCure hotel

Mesa 1 – Plano Nacional de Desmaterialização: o uso da certificação digital da ICP-Brasil na desburocratização da administração públicaMesa 2 – ICP-Brasil em números e o projeto piloto de biometriaPalestra 1 – O sistema de compensação digital (Comp)Palestra 2 – Conectividade Social ICP: números, perspectivas e avanços no FGTSMesa 3 – Certificação digital: Modernização e segurança no trâmite com o FiscoPalestra 3 – Carimbo do tempo: definições e usosMesa 4 – A modernização do Judiciário

Rio de Janeiro29 de agosto, auditório da FirJan

Escolhida para implantar o projeto piloto do Registro de Identidade Civil (RIC), a cidade maravilhosa sediará uma das etapas do 10º CertForum. A capital cari-oca já apresentou em edições passadas o sucesso de ações governamentais que otimizaram resultados na gestão de documentos eletrônicos, como o Tri-bunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ) e o Centro de Tecno-logia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj).

Brasília18 a 21 de seteMbro, royal tuliP alvorada

Sede dos Três Poderes e palco das prin-cipais decisões políticas do país, Brasí-lia sempre promove grandes debates sobre a certificação digital da ICP-Brasil e demais tecnologias da informação e comunicação. Na capital da República, o 10 º CertForum reunirá autoridades e gestores da política tecnológica brasilei-ra que proporão itens inovadores ca-pazes de encaminhar a proposição de novos paradigmas na democratização do uso da certificação digital.

Florianópolis18 de outubro, Centro de Convenções Centrosul

A produção acadêmica em certifica-ção digital da ICP-Brasil outorga Flori-anópolis como grande polo tecnológico nacional. Uma parceria entre o ITI e a UFSC tem apresentado excelentes resultados, dos quais destacam-se a implantação da sala cofre no campus da universidade e o desenvolvimento do Sistema de gerenciamento de Cer-tificados (SgC) da ICP-Brasil. Além dis-so, Florianópolis abriga corpo empre-sarial de destaque, que desenvolvem e usam a tecnologia da certificação digital ICP-Brasil.

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Diálogos Sociais: Rumo à Rio+20 debatem a importância de políticas e mecanismos de financiamento tributários para o desenvolvimento sustentável

EM BUSCA dA RIQUEZA SUSTENTÁVEL

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Quais iniciativas eco-nômicas dos setores públicos e privados podem possibilitar o

desenvolvimento sustentável? Quais instrumentos internacionais podem ser propostos para o financiamento necessário à economia mundial com sustentabilidade? Qual a responsa-bilidade de cada ator internacional nas políticas e incentivos econômicos para um desenvolvimento econô-mico verde? Pensar alternativas para um consumo e uma riqueza que a população mundial possa ter acesso de forma sustentável é um dos temas mais complexos a serem debatidos na Rio+20, a conferência da Organiza-ção das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável, em ju-nho, no Rio de Janeiro.

Ampliar o diálogo em torno do desenvolvimento sustentável e deba-ter os mecanismos de financiamen-to do desenvolvimento sustentável foi o ponto central do encontro dos Diálogos Sociais: Rumo à Rio+ 20, que ocorreu no dia 26 de abril, em Brasília, e foi promovido pela parce-ria entre o Conselho de Desenvolvi-mento Econômico e Social (CDES), Secretaria de Assuntos Estratégicos

e Secretaria-Geral da Presidência da República.

A abertura do evento foi feita por Aron Belinky, articulador do acordo para o desenvolvimento sus-tentável do Instituto Vitae Civilis, pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, e pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Belinky ressal-tou a importância dos debates para a preparação para a Rio+20.

Para Gilberto Carvalho, o gran-de desafio é definir mecanismos que proporcionem o crescimento econô-mico de forma sustentável. “Todo brasileiro merece um padrão de vida com dignidade de forma sadia com a sociedade e com a natureza. Espero que nessa manhã de trabalho surjam novas propostas que possam possibi-litar isso”, enfatizou.

Já Cristovam Buarque destacou a importância de uma política fiscal que tenha práticas voltadas para fi-nanciar o sustentável. “Não temos como falar em desenvolvimento sustentável com uma política que incentive o uso de combustíveis fós-seis. Precisa haver mecanismos para o desincentivo do transporte priva-do, por exemplo”, constatou.

A mesa de debates foi composta por Cristovam Buarque, Sérgio Rosa, conselheiro do CDES e presidente da Companhia de Previdência Aber-ta Brasilprev, Guilherme Narciso de Lacerda, diretor de Infraestrutura Social, Meio Ambiente e Agropecu-ária e de Inclusão Social do BNDES, e Adhemar Mineiro, representante do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP), organização integrante da Cúpula dos Povos.

Sérgio Rosa ressaltou que é pre-ciso definir claramente o conceito de desenvolvimento sustentável: “Para discutir os mecanismos para o desenvolvimento sustentável, nós temos que aumentar o grau de con-senso daquilo que acreditamos ser desenvolvimento sustentável. Ele é fundamental para alinhar os investi-mentos para o financiamento, tanto nacionalmente quanto internacio-nalmente. A sustentabilidade é uma questão chave para a economia no momento atual”.

Para o diretor do BNDES, Gui-lherme Narciso, o debate sobre sus-tentabilidade está em um momento chave. “Esta é uma oportunidade

ministro gilberto carvalho, da secretaria geral da Presidência da rePública

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SubSídIoS para o debate

O Acordo para o Desenvolvimento Sustentável aponta mecanismos de financiamento, tributários e não tributários – como parte essencial das estratégias para o desenvolvimento sustentável. As principais diretrizes são:

• Fortalecimento do papel do Estado como indutor do desenvolvimento de políticas públicas e de um sistema pú-blico e privado de financiamento ca-paz de apoiar a promoção de oportu-nidades de trabalho decente e a tran-sição para economia verde inclusiva.

• Implementar a justiça fiscal respei-tando os princípios de progressivida-de, simplificação e não cumulativi-dade do sistema tributário, com foco na correção das desigualdades, no es-tímulo à produção e ao investimento produtivo e com atenção para ques-tões ambientais como vetor impor-tante na construção de estímulos tributários.

• Adequar os sistemas financeiros e in-centivar a gestão das empresas a um modelo que assegure as condições para o investimento de longo prazo, necessário para o crescimento susten-tado e geração de empregos na tran-sição para uma economia verde com justiça social.

• Ampliar e reorientar os investimen-tos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, priorizando pesquisas voltadas para desmaterialização da produção de processos, tecnologias de baixo carbono, os ciclos fechados de produção e consumo, soluções

geradoras de emprego e renda, siste-mas de uso social de recursos, bens e serviços.

• Desenvolver amplamente as “com-pras públicas sustentáveis”. Incenti-var que o mesmo critério seja usado em reação às compras de outras ins-tituições, como grandes empresas e organizações, visando incentivar pa-drões de produção e consumo mais sustentáveis.

• Prever, entre as ações para preserva-ção, recuperação e conservação dos recursos naturais, incentivos e/ou retribuição às atividades humanas de restabelecimento, recuperação, ma-nutenção e melhoria dos ecossiste-mas que geram serviços ambientais.

• Entre os desafios globais o Acordo aponta a regulação do sistema finan-ceiro, de forma a evitar instabilidades e apoiar o desenvolvimento sustentá-vel. Neste sentido, deve priorizar o investimento de longo prazo, sólido e não especulativo.

• Aponta também a necessidade de uma arquitetura internacional multi-lateral capaz de coordenar e conferir sinergia às agendas nacionais; coor-denar e monitorar os compromissos globais; e coordenar o financiamento para o desenvolvimento sustentável.

importante para aprofundarmos o debate tanto nacionalmente quan-to internacionalmente a respeito do tema fundamental da sustentabilida-de. Podemos debater também com muitos outros bancos de desenvolvi-mento do mundo, como BID e Ban-co Mundial. Os agentes financeiros

terão papéis importantes nesse pro-cesso”, disse. 

Já Adhemar Ribeiro lembrou que é importante ver o desenvol-vimento sustentável como uma mudança no padrão de produção e consumo. “Fazer esta discussão da distribuição e redistribuição de

renda de forma sustentável é mais fácil em um ambiente que está em desenvolvimento, e é essencial que o crescimento tenha qualidade e esteja alinhado com a política monetária e fiscal. É essencial crescer alterando o padrão de produção e consumo de forma sustentável”, encerrou.

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A definição mais aceita para de-senvolvimento sustentável é o desen-volvimento capaz de suprir as neces-sidades da geração atual, sem com-prometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Essa definição surgiu na Comis-são Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Na-ções Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Os 14 temas que devem ser tra-balhados para o desenvolvimento sustentável de acordo com a ONU:

1 Pobreza2 Perigos naturais3 O desenvolvimento econômico4 Governação5 Ambiente6 Estabelecer uma parceria global

econômica7 Saúde8 Terra9 Padrões de consumo e produção10 Educação11 Os oceanos, mares e costas12 Demografia13 Água potável, Escassez de água

e Recursos hídricos14 Biodiversidade

Fonte: WWF

entenda o que é deSenVolVIMento SuStentáVel

SuStentabIlIdadeNo Dicionário Aurélio: Qua-

lidade do sustentável. Sustentável: (1) Que se pode sustentar. (2) Capaz de se manter mais ou menos cons-tante, ou estável, por longo período.

Na Wikipédia: É a habilida-de de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou con-

dição de um processo ou de um siste-ma que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. Ultimamente, este conceito tornou-se um princípio segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.

Na ABRID: Sustentabilidade é ação, não discurso. As empresas asso-ciadas têm programas específicos para permitir o uso racional dos recursos, com foco no consumo consciente das fontes da natureza para garantir o acesso a estas mesmas fontes também às gera-ções futuras. Confira, a seguir, algumas iniciativas relatadas pelas empresas.

3M

Para a 3M, não basta inovar, é preciso inovar pensando no futuro. Ao criar novos produtos, a empresa busca conciliar a responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. Essa conduta é apoiada em alicerces éticos adotados pela organização cor-porativamente, o que faz da sustenta-bilidade uma extensão natural de seus valores. Dessa forma, se compromete a contribuir ativamente para o desen-volvimento sustentável por meio da

proteção ao meio ambiente, da res-ponsabilidade social e do progresso econômico, com ações integradas.

Neste sentido, a 3M do Bra-sil vem, há décadas, desenvolvendo iniciativas focadas na redução dos impactos que suas operações cau-sam na natureza, implementando programas que envolvam toda a companhia e ajudem a criar uma consciência ambiental. A subsidiária segue políticas corporativas especifi-

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camente voltadas para a preservação do meio ambiente, como os Objeti-vos Ambientais, aplicados interna-cionalmente de acordo com critérios de gestão corporativos.

Os Objetivos Ambientais são metas instituídas em 1990 e revisa-das a cada cinco anos, com o pro-pósito de promover a redução no consumo de energia, da emissão de compostos orgânicos voláteis, de resíduos sólidos emitidos por ano e aumentar o número de projetos do programa 3P (Prevenção à Poluição se Paga). Recentemente, incluíram--se objetivos para o monitoramento de recursos hídricos e de retirada de fontes de água.

O programa 3P (Prevenção à Po-luição se Paga) é uma iniciativa glo-bal que incentiva e reconhece anu-almente os projetos que minimizem os impactos ambientais em diferen-tes áreas, inclusive com evidências de ganho econômico. Implantado há 10 anos no Brasil, trata-se de um dos principais programas internos da companhia. Sua criação aconte-ceu em 1975, nos Estados Unidos, quando o vice-presidente de enge-nharia à época, Joseph Ling, afirmou

que “o desperdício de hoje nos leva a escassez do amanhã”.

Para um projeto ser aprovado, deve comprovar ao longo de um ano economia de pelo menos US$ 1 mil e reduzir no mínimo 500 quilos de emissão, seja gasosa, líquida ou sólida, ou o equivalente em uso de energia. Dentre as categorias de pro-jeto 3P, existem algumas específicas, direcionadas ao desenvolvimento de produtos com menor toxicida-de, embalagens reduzidas, logística e distribuição otimizadas, além de projetos absolutamente inovadores em tecnologia, design ou processo.

A 3M do Brasil liderou o ranking de subsidiárias do 3P em 2010, com 78 projetos implementados e apro-vados durante o ano e dois projetos reconhecidos internacionalmente. Um deles foi da área de Logísti-ca com a substituição de paletes de madeira por papelão, o que levou a fábrica de Sumaré (SP) a economi-zar 38% na compra de material para estocagem, já que o papelão é mais barato, e ainda permitiu a recicla-gem, em uma proporção de 70% do material utilizado. Isso minimizou a geração de resíduos e a emissão de

gases para a atmosfera. Em um ano, aproximadamente 124 toneladas de madeira deixaram de ser descartadas e a emissão de gás carbônico caiu em 24.682 toneladas. Pela primeira vez um projeto 3P utilizou a ferramenta do GHG Protocol Brasil para com-putar a redução de emissão de gases do efeito estufa, considerando coefi-cientes da matriz energética brasilei-ra. Além dos benefícios ambientais, outro ganho relevante foi a melhoria nas condições ergonômicas dos tra-balhadores, obtida a partir da redu-ção no peso dos paletes de 25 quilos na versão em madeira para 3,6 quilos na versão em papelão.

Outro destaque na área ambien-tal que a 3M pratica desde 2001 é a política de Gerenciamento do Ciclo de Vida dos Produtos, cujo objetivo é identificar os riscos e oportunida-des relacionados ao meio ambiente, à saúde e à segurança nas mais variadas fases do ciclo de vida de um produto. São avaliados tanto produtos em de-senvolvimento quanto os já existen-tes de forma a encontrar melhorias e oferecer diferenciais aos clientes. Em 2010, 33% do portfólio da 3M pas-sou por esse tipo de análise.

IntelCaV

Desde que inaugurou oficial-mente suas operações há 12 anos, uma das maiores preocupações da IntelCav tem sido a preocupação com a adoção de práticas sustentá-veis em todas as etapas de sua ca-deia de produção, desde a escolha das máquinas e equipamentos até a concepção dos produtos e a matéria prima a ser utilizada.

Entre vários dos resultados ob-tidos, atendendo ao Plano de Ge-

renciamento de Resíduos (PGR), destaca-se o planejamento de desti-nação ambientalmente correta dos resíduos industriais (segregação na origem da produção a fim de contro-lar e reduzir riscos ao meio ambiente ao identificar o melhor destino para cada resíduo).

Estes procedimentos atendem às normas do ISO 14001, que também prevê o treinamento em educação do meio ambiente aos funcionários e

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colaboradores, além do acompanha-mento diário da legislação ambiental. Os conceitos de sustentabilidade da IntelCav também podem ser encon-trados na estrutura física da empresa. As fábricas utilizam paredes e telha-dos com isolamento térmico, piso branco para maior luminosidade do ambiente e baixo consumo elétrico.

Em relação ao desenvolvimento de produtos, a IntelCav se notabi-lizou pelo pioneirismo na produção de cartões feitos com o uso de garra-fas PET recicladas pós consumo. A iniciativa rendeu à empresa a con-

quista do Prêmio Eco na categoria ‘Produto de Sustentabilidade’ e o produto já ultrapassou a marca his-tórica de 2 milhões de unidades re-sultando na eliminação de cerca de 8 320 garrafas de dois litros da natu-reza (estima-se que para cada 10 mil cartões fabricados sejam utilizadas 832 embalagens deste tipo).

Para o presidente de IntelCav, Fernando Castejon, o produto traz no seu conceito as preocupações que estão sendo debatidas em even-tos como o Rio +20. “A tecnologia proporciona a aplicação prática da

sustentabilidade num dos segmentos que mais crescem na economia na-cional que é o de meios eletrônicos de pagamento”, diz.

“Além da sobrevivência do pla-neta, o produto contribui para a in-clusão social por meio da geração de renda às cooperativas de catadores de garrafas”, completa.

A IntelCav também produz os cartões PVC Reciclado, a partir das sobras resultantes do processo de fabricação dos cartões plásticos da própria empresa, como aparas e car-tões triturados.

SeraSa

O conceito de sustentabilidade estabelecido pela Serasa Experian está fundamentado na visão sistê-mica do processo: a empresa inte-gra um sistema e precisa respeitá--lo, bem como o próprio desenvol-vimento do negócio. A Gestão da Sustentabilidade na Serasa Experian conceitua-se como um conjunto de políticas, processos e práticas que vi-sam a equilibrar aspectos econômi-cos, sociais e ambientais no relacio-namento com as partes interessadas - profissionais, clientes, acionistas, fornecedores e a sociedade como um

todo (organizações sociais, governo, imprensa, universidades).

O negócio da Serasa Experian está relacionado à sustentabilida-de na medida em que provê infor-mações para tornar a gestão mais segura ao contribuir para que a sociedade possa tomar decisões com responsabilidade. Desenvol-ver e integrar conhecimento, tec-nologia e serviços de informação para apoiar a validação de dados, decisões de crédito e de marketing direto, gerando valor para nossos profissionais, clientes, acionistas, fornecedores e sociedade é a missão da Serasa Experian e, desta forma, a promoção do desenvolvimento sustentável é contemplada.

Produzir para o mercado solu-ções de análise de risco social e am-biental, gestão sustentável de forne-cedores, relatórios de conformidade legal e programas de educação finan-ceira dos consumidores são as princi-pais evoluções da busca pela susten-tabilidade. Extremamente relevante

nesse aspecto é também a atuação da empresa como Autoridade Certifica-dora, pela importância da tecnologia de certificação digital para a desma-terialização de processos, e pelo que ela significa em termos de racionali-zação de recursos e melhoria da com-petitividade.

As políticas de sustentabilidade da Serasa Experian são a concretiza-ção de suas responsabilidades:

» PRODUTOS E SERVIçOSCriar soluções que contribuam

para o aprimoramento do processo de tomada de decisão de negócios dos nossos clientes, de forma a gerar valor sustentável, buscando também a in-clusão de pequenas e médias empresas.

» DADOSUsar e proteger dados apropria-

damente, respeitar as leis ajudar a desenvolver diretrizes do setor e uma nova legislação, assegurar uma cultu-ra em conformidade com os mais ele-vados padrões de integridade e ética.

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» CIDADãOS/CONSUmIDORESGarantir o tratamento justo e

honesto ao cidadão, facilitando o acesso a seus dados, colaborando para a gestão responsável das suas finanças pessoais e beneficiando-o com a disponibilização de seus há-bitos de pagamento para o mercado.

» PESSOASProporcionar o melhor ambiente

organizacional, gerando o máximo de oportunidades para o desenvolvi-mento profissional e pessoal, estabe-lecendo atitudes, comportamentos e valores comuns, assegurando trata-mento justo e condições de seguran-ça e saúde para todos.

» COmUNIDADEDesempenhar um papel ativo

no desenvolvimento socioeconômi-

co das comunidades, estimulando o espírito voluntário de seus profis-sionais e incentivando a prática da cidadania corporativa e do envolvi-mento comunitário.

» mEIO AmBIENTEMinimizar tanto quanto possível

os impactos ambientais associados ao negócio, mobilizando profissio-nais, clientes e fornecedores.

StMicroeletronics

Com a crescente demanda de produtos eletroeletrônicos e o au-mento da preocupação mundial com o impacto do chamado “lixo eletrônico”, além dos efeitos ligados ao impacto ambiental de nossas fá-bricas, a STMicroeletronics, líder mundial fabricante de semicondu-tores, define como política interna atender as regulamentações ambien-tais mais rigorosas de qualquer país em que opere. Em todos os locais, vem atendendo a exigência cada vez mais severa de clientes e mercado no que se refere à composição química de nossos produtos.

Em 2000, a STMicroelectronics lançou voluntariamente e estrategi-camente o programa ECOPACK ®.

No contexto desse programa, a ST-Microelectronics vem desenvolven-do em classe mundial soluções técni-cas para desenvolvimento da emba-lagem ecológica de nossos produtos e também a remoção de poluentes e substâncias perigosas de todos os nossos produtos.

O programa ECOPACK ® foi re-centemente expandido para atender as novas exigências de mercado no que se refere a produtos Halogem--Free, dividindo-se em duas etapas:

Programa ECOPACK ® 1, que atualmente trata da exclusão de ma-teriais conforme norma europeia de isenções de materiais danosos ao meio ambiente RoHS, como Chumbo (Pb).

Programa ECOPACK ® 2, que reduz progressivamente a presença de materiais nocivos ao meio am-biente como os halóogenos. As li-mitações atuais são: a 2500ppmMax de antimônio, óxido de composto orgânico e de 900ppmMax (cloro + bromo) - este valor referindo-se ao máximo conteúdo total.

Outros Programas que visam a redução do impacto ecológico:

Gerenciamento de Água: Enfocar

esforços na redução do uso e captação de água buscando garantir a integri-dade adequada nos rios e afluentes. A gestão sustentável da água é uma questão fundamental para a comu-nidade e nossa empresa. Os resulta-dos obtidos através de programas de melhoria contínua em cada local de fabricação Front-end e Back-end re-duziram em mais de 50% a captação de água nos últimos cinco anos.

Gerenciamento de Energia: Re-duzir continuamente o nosso consu-mo de energia por unidade de pro-dução e promover o uso de energias renováveis e livres de emissão de CO2. O Processo de fabricação de semicondutores requer uso contínuo de energia e a STMicroelctronics vem, desde os anos 90, trabalhando na eficiência de processos e máqui-nas em cada unidade fabril.

Objetivos: • Reduzir o consumo de energia

em 5% por unidade de produ-ção/ano, em comparação a linha de base 1994.

• Aumento de até 7% do consu-mo de energia renovável (verde) por unidade de produção para 2012.

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WorKsHops

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O Nordeste abre o calendário anual de encontros regionais para discutir o Registro de Identidade Civil

WORKSHOPS RIC

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Recife foi a primeira parada de 2012 dos Workshops Regionais do RIC, o Registro de

Identidade Civil. Os encontros anu-ais realizados nas cinco regiões do país acontecem para entrosar todos os atores envolvidos no projeto do RIC, permitindo a troca de experiências entre as unidades da federação.

Os Workshops, iniciativas do Conselho Nacional dos Diretores de Órgãos de Identificação  (Conadi), são organizados pela ABRID. Na etapa do Nordeste, o evento contou ainda com o apoio de 13 associadas: Akiyama, Bayer MaterialScience, GD Burti, Gemalto, IntelCav, OVD Kinegram, Montreal Informática, NEC, Oberthur Technologies, Sa-fran Morpho, Serasa Experian, Valid S.A. e Valid Certificadora.

“A intenção desses encontros é que os participantes explorem ao máximo uns dos outros, no bom sen-tido, com indagações, orientações, agendamento de visitas, apresenta-ção de soluções e de equipamentos”, anunciou o diretor de Identificação Digital da ABRID, Edson Rezende, ao abrir os debates.

O Conadi levou ao Recife os di-retores representantes de cada região do país no Comitê Gestor do RIC.

O presidente do Conselho, Carlos César Saraiva, ressaltou a importân-cia da unidade nacional em defesa do RIC e garantiu: “O RIC é um grande sonho que servirá de exemplo para outros países”.

Já o secretário executivo de Ges-tão Integrada da Secretaria de Defe-sa Social de Pernambuco, Alciomar Goersch, destacou que o RIC é uma necessidade. “Ele vai evitar que os cri-minosos utilizem identidades falsas e será mais uma ferramenta para com-bater à criminalidade”, comentou.

E a diretora do Instituto Na-cional de Identificação, Ana Lúcia Ferreira Chaves, avaliou que encon-tros como os Workshops Regionais são importantíssimos para o setor de identificação. “Este é um evento importante para prosseguir não só com o RIC, mas com ideias, proje-tos, união e fortalecimento da área de identificação”, completou.

gruPo de ParticiPantes do workshoP regional do ric, etaPa nordeste, realizado no hotel atlante Plaza, em recife

edson rezende,

diretor de identificação

digital da abrid

Cronograma RIC Workshops Regionais 2012

Região Data Local

Nordeste 25 de maio Recife (PE) – Hotel Atlante Plaza

Norte 6 de julho Manaus (AM) – Hotel Tropical

Sudeste e Sul 30 de agosto Rio de Janeiro (RJ) JW Marriot Hotel

Centro-Oeste 20 de setembro Brasília (DF) – Hotel Royal Tulip Alvorada

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1 Conadi: O consultor do Conselho, Carlos Collodoro, explicou a possibilidade de uso da PPP, Parceria Público-Privada, para implantação de projetos na área de identificação. Ele ainda ressaltou que o RIC é muito importante para redução e prevenção dos crimes de falsidade ideológica prati-cados a partir do atual modelo da carteira de identidade.

2 Instituto Nacional de Tecnologia da Informação: O assessor da Presidência do ITI, Eduardo Lacerda, recordou o modelo de certificação digital utilizado no Brasil e explicou a função dos Insti-tutos de Identificação na emissão do RIC, cartão que será certificado digitalmente. Ainda enfatizou que a certificação digital é uma revolução tecnológica que exige mudanças de hábitos culturais, como o uso do papel.

3 Montreal Informática: O convidado da Montreal Informática, Fernando Oliveira, abordou a mo-dernização dos sistemas de identificação civil e criminal como um dos atuais desafios dos estados brasileiros. Ele detalhou as formas de integração entre os sistemas biométricos e a importância de trabalhar com a unicidade do país no processo de identificação e implantação do projeto RIC.

4 Instituto Nacional de Identificação: A diretora do INI, Ana Lúcia Ferreira Chaves, destacou a reestruturação da Polícia Federal e do Instituto – órgão que tem entre suas atribuições coordenar e promover o intercâmbio de informações com os institutos de identificação dos estados e do DF. Já o diretor substituto do órgão, Alexandre Donnici, ressaltou o andamento do projeto RIC dentro do INI.

5 Instituto Nacional de Criminalística: O perito criminal federal do INC, Rafael de Oliveira Ri-beiro, falou das competências do órgão como responsável pelo novo documento de identidade civil. Ainda comentou os elementos eletrônicos do RIC e os dados biométricos e biográficos con-tidos no cartão.

6 NEC: O representante da empresa NEC, Marcos Souza, palestrou sobre a digitalização de arquivos comuns e biométricos. Ao abordar a história da digitalização, explicou que, no passado, os méto-dos de análise eram analógicos. Ainda disse que a digitalização não é apenas uma necessidade, mas uma obrigação devido ao propício momento tecnológico e econômico do Brasil.

7 Conadi: O presidente do Conselho e diretor do Instituto de Identificação do Distrito Federal, Carlos César Saraiva, ressaltou a importância do sistema AFIS na experiência do DF, que garantiu a melhoria dos serviços prestados à população em três pontos: agilidade, qualidade e segurança. Também foram apresentados os benefícios do sistema para a identificação criminal.

O Workshop do Nordeste foi marcado por sete mo-mentos distintos, além da abertura e do encerramento. Confira o resumo de cada um deles:

reCife em sete pAssos

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ICMEdIA 2012A Conferência Internacional de Ciências Forenses em Multimídia e Segurança Eletrônica acontece em setembro, em Brasília, e vai reunir representantes da academia, das empresas, das indústrias e do setor de segurança

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Identificação digital, biometria, controle migratório, entrada pela fronteira, acesso a am-bientes como prédio, estádio e

ginásio, vigilância eletrônica e o uso de tudo isso pelas ciências forenses. Estes temas e muitos outros vão atrair gente dos quatro cantos do mundo para Brasília em setembro. Por quatro dias, de 18 a 21, a capital da Repúbli-ca será também a capital mundial das ciências forenses em multimídia e da segurança eletrônica.

É a edição 2012 da ICMedia, a Conferência Internacional de Ci-ências Forenses em Multimídia e Segurança Eletrônica. O evento é re-alizado e organizado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Fe-derais (APCF), com co-organização da ABRID e apoio institucional da Polícia Federal, Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e governo federal.

Com os grandes acontecimentos mundiais em realização no Brasil, como a recém-encerrada Rio+20, a Copa do Mundo de 2014 e as Olim-píadas de 2016, temas como vigilân-cia eletrônica e biometria ganham ainda mais importância e a ICMedia vai permitir debates e troca de expe-riência sobre as questões. A avaliação é do presidente da ABRID, Célio Ribeiro: “O grande mérito da ICMe-dia é juntar em um só lugar todos os players do setor, com as indústrias, como as representadas pela nossa As-sociação, as empresas, os pesquisado-res e estudantes e, principalmente, os usuários da ponta, sejam peritos cri-minais, policiais ou demais represen-tantes do governo e do setor privado”.

O coordenador da ICMedia e chefe do Serviço de Perícias em Au-diovisual e Eletrônicos da Polícia Fe-deral, André Luiz da Costa Morisson, concorda que o encontro é essencial para efetivar a sinergia apontada por Ribeiro. “O corpo de peritos crimi-nais da Polícia Federal pode funcio-

nar como uma interface eficiente de diálogo técnico entre o segmento industrial e a segurança pública. Pela dualidade de sua natureza, técnica e policial, de um lado, os peritos re-cebem as necessidades específicas da segurança pública brasileira, e, do outro lado, podem transmiti-las com clareza à industria. O perito criminal fala os dialetos ‘técnico’ e ‘policial’, por isso a comunicação pode ser fa-cilitada, sem distorções. E, como consequência, têm-se melhores in-vestimentos tecnológicos na área da segurança pública. Além do debate científico-tecnológico, a ICMedia abordará assuntos que estimularão o aprimoramento de técnicas, dou-trinas e tecnológico. A apresentação de soluções já implementadas ou em implementação, cases de sucesso, é uma das vertentes do evento”, disse.

A Conferência, que será reali-zada no Centro de Convenções do Royal Tulip Brasília Alvorada, tem a missão de aprofundar a discussão sobre o incremento do uso da tec-nologia no processo de segurança, aliado à melhoria da matéria-prima de trabalho dos experts nas áreas de fonética forense e análise forense de imagens. O diretor administrativo da APCF, Jorge Lambert, avalia que é preciso casar as duas questões: “A inserção da perícia no processo é exatamente porque, como tem mui-ta tecnologia voltada para identifi-cação e vigilância, para tentar fazer com que essa tecnologia leve em consideração também a parte foren-se, ou seja, que esse material que é produzido na ação de vigilância, de controle de acesso, de identificação, seja útil posteriormente para uma eventual perícia”.

O perito criminal federal Paulo Reis, especialista em imagens e inte-grante da comissão organizadora da ICMedia 2012, entende que é ne-cessário dar uma visão holística ao uso da tecnologia em atividades de

identificação e monitoramento. “O emprego de tecnologias de seguran-ça eletrônica deve ser pensado com início, meio e fim. Todo o processo deve ser levado em conta. Por exem-plo, na utilização de sistemas de vi-gilância por CFTV, a fase ‘início’, de projeto, e a fase ‘meio’, de implanta-ção, devem ser executadas coerente-mente entre si, e também coerente-mente com a fase ‘fim’, de emprego. Se o objetivo do emprego for a iden-tificação de pessoas, tanto o projeto como a implantação devem ser pen-sados visando este objetivo. Só que

muitas vezes os sistemas

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de vigilância não são pensados assim, e os usuários só se deparam com pro-blemas depois. E fica a questão: em situações que a segurança não é pen-sada dessa forma, será que eu con-sigo identificar um indivíduo que transitou em um determinado local por meio das imagens? Será que eu consigo pegar aquela imagem, aque-la face e fazer um exame de reconhe-cimento facial através de processo de perícia forense? Nesses casos a res-posta muitas vezes é não”, detalhou.

E é preciso ainda, acrescenta o perito Morisson, garantir o uso ju-

rídico das provas tecno-lógicas, em caso

de processo judicial. “O

ideal é que uma imagem oriunda de um sistema de CFTV sirva tanto para auxiliar as equipes de investiga-ção quanto para a comprovação de autoria num processo criminal. Há casos em que ela possui qualidade no âmbito investigativo, você olha e reconhece a pessoa, mas do ponto de vista técnico-científico ela não tem qualidade suficiente para que o peri-to criminal, especialista em imagens, sustente essa evidência multimídia como uma prova efetiva em âmbito judicial. Um dos focos do evento é fazer com que todos entendam essa diferença. Difundir os requisitos téc-nicos desejáveis sob o ponto de vista forense possibilitará o aprimoramen-to dos sistemas e, consequentemen-

te, o aumento de casos de su-

cesso em âmbito judicial. É isso que vamos debater na ICMedia”, conclui o coordenador do evento.

Uma das ações previstas na pro-gramação é justamente o lançamen-to de um guia orientativo para ins-talação de circuitos internos de TV, que abordará desde o entendimento das aplicabilidades (monitoramen-to, reconhecimento e identificação) até a realização de um projeto, com as explicações técnicas sobre os vá-rios aspectos envolvidos na questão, como a adequação do equipamento aos objetivos da captura de imagem e o posicionamento ideal para as câ-meras. Confira nas próximas páginas outros detalhes da ICMedia 2012.

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Esse evento é uma chance única para quem atua em áreas como identificação digital, biometria e segurança. Para a indústria, é a chance de mostrar os serviços e equipamentos disponíveis em desenvolvimento. Para quem trabalha na área pericial, é a oportunidade de discutir o trabalho com os pares e também com os desenvolvedores. Para a academia, é hora de divulgar o conhecimento desenvolvido. Para a área governamental, há a oportunidade de conhecer em detalhes tudo que está sendo pesquisado e desenvolvido na área."CÉLIO RIBEIROPresidente da ABRID

A ABRID tem orgulho em ser parceira da ICMedia 2012, que inclui também etapas do CertForum e dos Workshops Regionais do RIC, eventos organizados pela Associação. A junção deste dois

encontros com outros que também vão acontecer em paralelo à Conferência fazem da ICMedia 2012 o ponto alto do calendário anual no setor. Para resumir, qualquer um que atue nas áreas de

ciências forenses em multimídia e segurança eletrônica tem obrigação de estar em Brasília de 18 a 21 de setembro. É imperdível.”

EDSON REZENDEDiretor de Identificação Digital da ABRID

Um dos pontos alto da Conferência Internacional de Ciências Forenses em Multimídia e Segurança Eletrônica é a interação entre

os profissionais de segurança pública, os acadêmicos e a indústria. Transmitir aos pesquisadores os problemas em aberto da segurança

pública e justiça criminal estimula o desenvolvimento científico aplicado, propiciando a atualização de técnicas e procedimentos, assim

como o aperfeiçoamento de produtos tecnológicos”ANDRÉ LUIZ DA COSTA MORISSON

Coordenador da ICMedia e chefe do Serviço de Perícias em Audiovisual e Eletrônicos da Polícia Federal

Uma conferência internacional como a ICMedia, ainda mais sendo realizado no Brasil, é uma grande chance para quem milita nesse setor. Vamos ter em Brasília a síntese de tudo que está acontecendo ao redor do globo nos segmentos de ciência forense e segurança eletrônica. É importante frisar que essa troca de experiência entre os países é muito importante para garantir a melhoria dos processos em todo o mundo, especialmente no contexto globalizado em que vivemos atualmente."FERNANDO CASSINADiretor de Projetos e Informação Tecnológica da ABRID

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Se observarmos o modelo com que este evento científico foi idealizado, propiciando o debate com pesquisadores, desenvolvedores de tecnologia e profissionais de segurança pública em um mesmo foro, fica claro que o resultado potencial dessa interação passa pela descoberta de afinidades entre estes atores, de tal forma que desenvolvedores e pesquisadores podem se aproximar e, juntos, contribuir com a oferta de soluções que atendam aos anseios dos profissionais de segurança pública no combate a criminalidade."JOÃO PINTO ROSADiretor em exercício do Instituto Nacional de Criminalística

A ICMedia é um ambiente de discussão fundamental para que os setores interajam e apresentem soluções perenes para a área de

segurança e justiça. O evento ganha maior importância devido ao fato de estarmos às vésperas da realização de grandes eventos, nos quais a utilização de sistemas de vigilância é fundamental. É um momento

propício para a criação de critérios baseados nas necessidades reais da segurança pública brasileira, com consequente aplicação na justiça

criminal sob o ponto de vista de material probante.”PAULO ROBERTO FAGUNDES

Diretor técnico-científico da Polícia Federal

O mais importante será a fusão dos dois públicos envolvidos em ambos os eventos, o ICMedia e o CertForum, seja o especialista e o técnico com o tomador de decisão, quer seja também a indústria e as empresas envolvidas com o ecossistema da certificação digital em nosso país. Vários temas são comuns: fraude eletrônica, auditoria e perícia, segurança da informação e TI, biometria, identidade digital e criptografia. Integração é a palavra chave aqui: compartilhar experiências e boas práticas entre profissionais e organizações que têm a priori ‘culturas organizacionais’ de certa forma heterogêneas.RENATO MARTINIPresidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI)

A ICMedia é um evento bem diferenciado, pois apresenta quatro vertentes da problemática da identificação de pessoas relacionadas à

segurança pública: a governamental administrativa, a tecnológica, a forense e a científica. Será uma excelente oportunidade para que as autoridades encontrem os recursos necessários para melhorar a infraestrutura tecnológica de segurança pública, de identificação

digital, de controle de acesso e de fronteiras, levando-se em consideração inclusive os critérios forenses de qualidade dos registros

multimídia, áudio, fotografias e vídeos."HÉLIO BUCHMÜLLER

Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais do Departamento de Polícia Federal (APCF)

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trilHAs temÁtiCAsO ICMedia 2012 inclui quatro ei-

xos de discussão, chamados de Trilhas Temáticas. Confira:

Científica: Apresentação de tra-balhos científicos relacionados às ci-ências forenses em multimídia e segu-rança eletrônica, incluindo estudo de casos e ensaios de caráter pericial, com enfoque na natureza do problema, nos desafios enfrentados, nas soluções, nas fragilidades e nas necessidades de de-senvolvimento e aprimoramento tec-nológico nas áreas de análise forense de imagens e fonética forense.

Tecnologia: Palestras e trabalhos de caráter técnico ou científico, re-lacionados ao estado da técnica e ao desenvolvimento e à prospecção de tecnologias e soluções voltadas para a segurança eletrônica e para a análise forense de evidências multimídia.

Direito e Ética em Vigilância e Segurança Pública: Palestras abor-dando aspectos jurídicos, éticos, so-ciais e econômicos relacionados à aná-lise forense de evidências multimídia e ao monitoramento eletrônico.

Governamental: Palestras sobre práticas de implementação e o estado atual de soluções tecnológicas empre-gadas por órgãos governamentais em âmbito nacional ou internacional nas áreas de identificação digital, vigilân-cia, monitoramento eletrônico, con-troles de fronteiras e de acesso a am-bientes públicos e privados.

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CidAde digitAlA cidadania no cotidiano:

uma Cidade Digital, onde todos poderão vivenciar as tendências e novidades tecnológicas usadas em prol da cidadania e da segu-rança pública. Simulações de-monstrarão como, em institui-ções públicas e privadas, as tec-nologias serão simples, rápidas e seguras na vida das pessoas. É o cidadão com acesso digital.

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eventos ColigAdosPara potencializar os benefícios da ICMedia 2012 e reforçar os objetivos essen-

ciais de integrar e aprimorar, o projeto conta com eventos preparatórios e paralelos.

» EVENTOS PREPARATóRIOS

“Estado da arte”ICMedia Cases & Open Issues,

promovida pelo Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Po-lícia Federal, integrou-se ao IEEE Intl. Workshop on Information Forensics and Security, realizado pela Signal Pro-cessing Society do Institute of Electrical and Electronic Engineer. Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil, novembro de 2011. O objetivo principal foi transmitir a esta sociedade de pesquisadores e aca-dêmicos os desafios que a ciência deve enfrentar em prol da segurança pública.

» EVENTOS PARALELOS

“Estado da técnica”10º CertForum, etapa Centro-Oes-

te, realizado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação.

Workshop Regional RIC, etapa Centro-Oeste, realizado pelo Conselho Nacional dos Dirigentes de Órgãos de Identificação.

Reunião do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (CONSESP).

Reunião do Conselho Nacional dos Dirigentes de Órgãos de Identificação (CONADI).

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eXposiçÃo teCnolÓgiCAEstandes construídos num

ambiente cenográfico irão re-meter os participantes a uma cidade virtual, onde serão apre-sentadas soluções de vanguarda em tecnologias de segurança eletrônica e análise de evidên-cias multimídias.

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Anders Erikssonph.d., professor da universidade de gotemburgo, suécia

Anders Eriksson é professor de Fonética do Departamento de Filosofia, Linguística e Teoria da Ciência da Universidade de Gotemburgo. É mestre em física do estado sólido pela Universidade de Gotemburgo e recebeu Ph.D. em linguística geral pela Universidade de Gotemburgo. Sua área de interesse inclui fonética forense, percepção da fala e, recen-temente, psicologia forense. Eriksson é um membro ativo da Associação Internacional de Fonética Forense e Acústica desde 2004.

Anderson de Rezende Rochaph.d., professor da universidade de Campinas (unicamp), brasil

Anderson Rocha é professor no Instituto de Computação da Unicamp. Graduou--se em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Concluiu mestrado, doutorado e pós-doutorado em Ciência da Computação pela Unicamp. Tem interesse em problemas relacionados à análise forense de documentos, técnicas de identi-ficação humana, categorização e recuperação de imagens baseado em conteúdo, análise de padrões e aprendizado de máquina para dados complexos.

Jurrien Bijholdph.d., cientista forense do instituto forense Holandês

Jurrien Bijhold é mestre em física experimental pela Universidade de Utrecht e Ph.D. pela Universidade de Amsterdam. Desde 1992, atua no Instituto Forense Holandês na avaliação de sistemas automáticos de classificação e no reconhecimento de escritos. Ele também foi precursor e líder de projetos visando aplicações forenses em análise digital de imagens e reconhecimento de padrões em diferentes áreas de atuação forense. Em 2002, fundou o grupo de Análise de Imagens e Biometria do NFI, e foi o líder desse grupo até 2009.

Stefan Gfroererph.d., chefe da seção de fala, Áudio e linguística forense da polícia federal Criminal alemã

Stefan Gfroerer (Ph.D., MA) é chefe da Seção de Fala, Áudio e Linguística Forense da Polícia Federal Criminal da Alemanha (Bundeskriminalamt), em Wiesbaden. Ele es-tudou psicolinguística, fonética e psicologia na Universidade Ludwig-Maximilians em Munique. Antes de ingressar na Polícia Federal Criminal Alemã em 1990, ele era um pesquisador de psicologia cognitiva na Universidade Ludwig-Maximilians, em Munique, e no Instituto Max Planck de Psicolinguística e em Nijmegen, Holanda.

pAlestrAntes

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fAçA suA insCriçÃo ACesse WWW.iCmediA.org.br

Até 31 de julho Até 30 de agosto Até 18 de setembro

Padrão R$ 650,00 R$ 800,00 R$ 950,00

Estudante R$ 325,00 R$ 400,00 R$ 475,00

Observação: Peritos criminais, policiais federais e profissionais de segurança pública possuem uma cota de isenção da inscrição. Para saber os detalhes, envie uma mensagem para [email protected].

Timo Beckerm.A., cientista forense da polícia federal Criminal alemã

Timo Becker (MA) trabalha na Seção de Fala, Áudio e Linguística Forense da Polícia Federal Criminal da Alemanha. Ele estudou fonética e linguística computacional na Uni-versidade de Trier. Timo Becker trabalhou cinco anos como cientista no Instituto de Pes-quisa Acústica da Academia Austríaca de Ciências na área de reconhecimento automático de voz e análise de áudio antes de se juntar a Polícia Federal Criminal Alemã em 2009.

Walter J. Scheirerph.d., professor da universidade do Colorado em Colorado springs, estados unidos

Walter Scheirer recebeu Ph.D. em engenharia, com ênfase em Ciência da Compu-tação, da Universidade do Colorado e diplomas de mestre em Ciência da Computação e de graduação em Ciência da Computação e Relações Internacionais da Universidade de Lehigh. É professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade do Colorado e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Securics, Inc., uma empresa de tecnologia especializada em soluções inovadoras em segurança biométrica.

Zeno Geradtsph.d., cientista forense do instituto forense Holandês

Zeno Geradts trabalha desde 1991 no Instituto Forense Holandês como cientista fo-rense. É especialista em análise de imagem e biometria, bem como coordenador de P&D em evidência digital. É Ph.D. pela Universidade de Utrecht por pesquisas sobre corres-pondência computacional de imagens de pegadas de tênis/sapatos, marcas de ferramentas, pílulas de drogas e estojos de cartuchos. Geradts é presidente do grupo de trabalho em TI da Rede Europeia de Institutos de Ciências Forenses.

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Palestra promovida pela ABRID mostra que a Parceria Público-Privada pode ser uma excelente alternativa para concluir a implantação do Registro de Identidade Civil e ainda gerar receita para a área de segurança pública

UM NOVO CAMINHO PARA O RIC

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E se fosse possível garantir a modernização tecnológica necessária para a implan-tação do RIC, o Registro

de Identidade Civil, em todas as uni-dades da federação? E se, ao mesmo tempo, entidades como Institutos de Identificação e Secretarias de Segu-rança Pública conseguissem agilizar o atendimento aos cidadãos de cada estado ou Distrito Federal? E se a solução para tudo isso ainda gerasse receita para estes entes públicos, que seria também revertida em benefício da população?

Essa alternativa existe e já está em uso no Brasil, é a Parceria Públi-co-Privada. Já em aplicação em áreas como transportes, energia elétrica e construção de estádios de futebol, a PPP começa a ser implementada no setor de segurança pública, com es-pecial foco na identificação civil.

E foi exatamente pensando na possibilidade de uso da PPP na área de identificação digital que a ABRID entrou em campo para disseminar a informação. A Associação promoveu em maio, em Brasília, uma palestra para associadas como o consultor Carlos Collodoro.

Collodoro é engenheiro forma-do pela Escola Politécnica da USP e há mais de 25 anos presta consultoria na concepção de soluções integradas de serviços e tecnologia aplicáveis à emissão de documentos oficiais de identificação e no planejamento e execução de processos licitatórios de acordo com a lei 8.666/1993, co-nhecida como lei das licitações. O especialista também atuou no desen-volvimento de projetos integrados, sob a forma de PPP, para os Estados do Espírito Santo e de São Paulo - nos dois casos, nas áreas de identi-

ficação civil e criminal - e de Minas Gerais - para a implantação das Cen-trais Integradas de Atendimento ao Cidadão.

Ao abrir a palestra, o presidente da ABRID, Célio Ribeiro, confir-mou que a intenção é dar visibilida-de ao processo de PPP. “O objetivo aqui é cada vez mais darmos aos as-sociados e às entidades de governo alguma ajuda, algum subsídio em projetos existentes ou que venham a existir com a utilização de uma par-ceria público-privada. Esse tipo de projeto tem sido muito exitoso no Brasil. Estamos com alguns projetos em andamento na área de identifica-ção em formato de PPP e pela nossa experiência, do que temos acompa-nhado nos últimos meses, a tendên-cia nos estados é fazer seus projetos dentro do conceito de PPP. Então, todos nós precisamos estar prepara-

célio ribeiro, Presidente da abrid, aPresenta o Palestrante, carlos collodoro

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dos para essa modalidade”, disse.Já o diretor de Identificação Di-

gital da Associação, Edson Rezende, explicou que o evento surge da busca de informações pelo sistema de PPP. “Temos recebido muitas indagações das empresas associadas a respeito desta legislação e, muito mais do que das empresas, dos estados brasilei-ros, dos Institutos de Identificação, principalmente, e das Secretarias de Segurança Pública. A verdade é que os investimentos em Segurança Pú-blica, e em especial nos Institutos de Identificação, nunca são suficientes e os Institutos estão vendo agora a possibilidade de investimento na área de identificação em razão do RIC e a Segurança Pública também vê a possibilidade de conseguir mais investimentos aproveitando o RIC também. Então, a PPP abre essa pos-sibilidade”, constatou.

O presidente do Conselho Na-cional dos Diretores de Órgãos de Identificação (Conadi) e diretor de Instituto de Identificação do Dis-trito Federal, Carlos César Saraiva, confirma que as instituições veem a PPP como uma possibilidade real.

“Não só viável como realmente é uma forma eficiente e eficaz de via-bilizar projetos”, garantiu.

O Instituto de Identificação do DF é tido como modelo no Brasil e Lacerda acredita que ele pode ficar ainda melhor com investimentos a partir de recursos obtidos por meio de parcerias. “A gente tem a necessi-dade de melhorar nosso parque tec-nológico, de inserir algumas ferra-mentas que nós ainda não dispomos, como o Afis palmar, que pode ajudar muito. 30 a 40% dos fragmentos co-letados nos locais de crimes são frag-mentos palmares, então, nossa in-vestigação está perdendo um grande filão de pesquisa para resolução de vários crimes. E também aumentar a capacidade de processamento para que até os documentos de identida-de possam ser emitidos com mais velocidade”, disse. Carlos Lacerda enfatizou que qualquer projeto em PPP tem de ter um foco claro: “O benefício maior vai ser para a popu-lação, sempre em prol da comunida-de, porque a polícia trabalha para o cidadão”.

Carlos Collodoro concorda que

o principal beneficiado pela implan-tação do RIC por meio de PPP é o cidadão. “O primeiro ponto é o ci-dadão passar a não ter mais a pre-ocupação de que roubaram o seu RG e ele tem que sair correndo para uma delegacia antes que alguém use seu RG, fazendo prejuízo no merca-do. Por quê? Com a certificação da identidade ou é ele ou não é. Então, se alguém roubar a identidade, não vai fazer nada com ela, nem cartão de crédito, porque é uma grande se-gurança para o cidadão. Em segun-do, acho que é um privilégio muito grande para cidadão a elevação de serviço, porque além de ter essa fa-cilidade da verificação, ele vai come-çar a receber o cartão RIC, que é um cartão seguro, com alto nível de tec-nologia. Na minha opinião, a PPP é a solução para o RIC”, constatou.

Para garantir que os detalhes so-bre a possibilidade de PPP na área de identificação e segurança cheguem a todos os interessados, a ABRID incluiu a palestra de Collodoro no roteiro dos Workshops Regionais do RIC, que já estão percorrendo todo o país (detalhes na página 28).

edson rezende, diretor de identificação digital da abrid, com o consultor carlos collodoro durante a Palestra Para emPresas associadas

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» O QUE é UmA PPP?A Parceria Público-Privada é

uma fórmula largamente usada no mundo para permitir investimentos em setores essenciais para a socieda-de, especialmente quando o gover-no, sozinho, não tem condições de atender a demanda. O poder públi-co banca parte dos recursos e firma a parceria com a iniciativa privada, que complementa os aportes neces-sários para efetivar determinado ser-viço e, em contrapartida, o explora comercialmente de alguma forma.

É o tipo de cenário em que to-dos ganham, já que o governo vê a iniciativa implementada – como a construção de uma hidroelétrica, por exemplo – e ainda tem a chance de obter receita com ela, a população

tem a demanda atendida – no mesmo exemplo, o fornecimento de energia – e as empresas conseguem prestar o serviço. A PPP cria uma espécie de círculo virtuoso, porque as concessões são de médio e longo prazo (mínimo de cinco, máximo de 35 anos), geran-do postos de trabalho e arrecadação de impostos – que podem ser reverti-dos novamente para a sociedade.

No Brasil, a medida foi estabe-lecida pela lei 11.079, de 2004, com regulamentação pelo decreto 5.977, de 2006. Segundo o Ministério do Planejamento, “o texto da lei in-corporou conceitos aplaudidos pela experiência internacional e garante que as Parcerias Público-Privadas sejam um instrumento efetivo na viabilização de projetos fundamen-

tais ao crescimento do país e sejam balizadas na atuação transparente da administração pública e nas regras de responsabilidade fiscal”.

A lei traz a possibilidade de com-binar a remuneração tarifária com o pagamento de contraprestações pú-blicas e define PPP como contrato administrativo de concessão, nas modalidades patrocinada ou admi-nistrativa. Na concessão patrocina-da, a remuneração do parceiro priva-do envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contrapartida financeira do governo. A concessão administrativa, por sua vez, envolve apenas contraprestação pública – essa forma é usada para os casos em que não há possibilidade de cobran-ça de tarifa dos usuários.

LEI FEDERAL

8.987/1995Concessões

LEI FEDERAL

8.666/1993Licitações

LEI FEDERAL

11.079/2004PPP

LEISESTADUAIS

LEIS MUNICIPAIS

LICITAÇÃO

PMIManifestãode interesse

PODER CONCEDENTE

Decreto5.977/2006

OBRIGATÓRIO

PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA Embasamento Jurídico

Fonte: Carlos Alberto Collodoro

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O formato de PPP, porém, não pode ser usado de forma indiscri-minada. São vetados, por exemplo, contratos para apenas contratar pes-soal, fornecimento de equipamentos ou execução de obras públicas. Entre as regras para estabelecer uma PPP estão também valor mínimo de R$ 20 milhões, compartilhamento dos riscos entre os parceiros e a criação de uma SPE – a Sociedade de Propó-sito Específico.

É exatamente a SPE quem vai executar a PPP. O especialista Car-los Collodoro detalha: “Essa empresa nova vai ser uma concessionária de serviço público e é ela quem assina o contrato de parceria com o estado, não é o consórcio ou o proponente. E para criar essa empresa existem regras – capital mínimo que ela tem que ter, capital mínimo que ela tem de man-ter no período de concessão, lucro máximo que ela pode ter – tem uma série de regras que essa empresa tem de respeitar ao longo do período de vigência do contrato. É uma empresa que tem de nascer, viver e morrer em

função de uma única parceria”.Em nível nacional, a Lei da PPP

estabeleceu que a abertura da lici-tação pelo órgão competente estará condicionada à autorização prévia do Comitê Gestor das PPP - CGP, formado pelos Ministérios do Plane-jamento (coordenador), Fazenda e Casa Civil. Este órgão dá as diretri-zes para contratação das PPP no âm-bito federal e estabelece os critérios para seleção dos projetos sujeitos ao modelo. Para ser aplicada em nível estadual, a PPP tem de ser regula-mentada por lei local e os governa-dores estão atentos: das 27 unidades da federação, 21 já têm leis próprias de Parceria Público-Privada.

Com a intenção de facilitar as PPP, o governo federal anunciou em 15 de junho, junto com outras medi-das para a área econômica, a flexibili-zação tributária das contraprestações pagas pelo setor público para as em-presas em contratos de PPP. A mu-dança deve reduzir em quase 35% a carga tributária sobre esses valores, le-vando em conta que as contrapartidas

estatais ficarão livres de PIS/Cofins e do Imposto de Renda.

Outra alteração foi o aumento, de 3% para 5%, do valor da receita líquida que o governo pode compro-meter com projetos de PPP. O mi-nistro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou as alterações em entrevista coletiva e justificou: a intenção é es-timular investimentos do setor pú-blico, em níveis nacional e estaduais. As medidas de incentivo às PPP fo-ram divulgadas logo depois de um encontro da presidenta Dilma Rous-seff com governadores e ministros da área econômica, em Brasília.

» POSSIBILIDADES DA PPP NA SEgURANçA PúBLICA

Collodoro reconhece que o uso de PPP na segurança é algo novo em todo o mundo. “Quando começamos a falar sobre isso alguns anos atrás, de PPP na segurança pública, as pessoas diziam ‘esse cara está ficando louco’, porque PPP que se conhece só existe para metrô, rodovias, hidroelétricas. Segurança pública não existe refe-

os rePresentates das emPresas associadas demostraram muito interesse na Possibilidade de uso da Parceria Público-Privada na área de segurança

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rência no mundo para projeto deste tipo. Só que surgiu esse conceito e fi-zemos a primeira em 2005/2006, em São Paulo, mas por razões internas de governo não prosperou. E, neste mo-mento, está em andamento uma PPP no Espírito Santo, a gente está asses-sorando o governo do estado no de-senvolvimento do projeto”, afirmou.

Segundo ele, entre as aplicações da PPP na área de segurança, umas das possibilidades exige uma mu-dança de paradigma, com a trans-formação do certificado digital de produto para serviço. Desta forma, a SPE teria receita – a ser divida com o governo – a partir de cada con-sulta ao certificado digital. “Em vez de vender por X reais o certificado, a empresa vai receber X reais por transação feita com o uso daquele certificado. Estamos propondo uma mudança no modelo de negócio mesmo”, comentou.

O novo modelo garantiria van-tagens para a sociedade como a pre-venção e redução de crimes de falsi-dade ideológica praticados com base no documento de identidade – já

que a PPP permitiria a implantação efetiva do RIC. Também haveria au-mento da elucidação de crimes e da identificação de cadáveres a partir de fragmentos de impressão digital a partir dos bancos de dados, além da geração de receita com a conferência dos certificados digitais.

Collodoro considera importante frisar que a proposta não retira do Instituto de Identificação o banco de dados pessoais. “O Instituto tem sua base de dados, guarda todas as im-pressões digitais das pessoas que um dia tiraram a carteira de identidade. Na medida em que o serviço de con-sulta estiver disponível, a empresa responsável pelo serviço vai enca-minhar para o Instituto a impressão digital, a indicação de qual é o dedo e o número do documento; o Insti-tuto vai lá em sua base de dados, faz a verificação e responde para a em-presa com o resultado: sim ou não. A base de dados vai ficar 100% dentro do Instituto e nenhuma informação vai ser replicada. Isso é passível de auditoria e penalidade caso não seja cumprido”, detalhou.

Carlos Collodoro considera o uso da PPP na área de identidade civil uma grande chance para as as-sociadas ABRID, que podem se unir para participar das licitações das eventuais PPP que venham a ser ofe-recidas na área. “Eu diria que, pri-meiro, é uma oportunidade de negó-cios de longo prazo, estamos falando de contratos de cinco a 35 anos, ou seja, perpetuar a presença do cliente. Segundo, são empresas especializadas que podem se organizar em grupos e participar de um processo desse tipo junto com outras empresas de tecno-logias diferentes e instituições finan-ceiras de porte que possam financiar os investimentos do projeto. Então, pode ser que a gente veja coisas in-teressantes como a Serasa se consor-ciando com uma Gemalto, com uma Montreal, para prestar um serviço desse, coisa que em condições nor-mais jamais existiria uma associação desse tipo entre as empresas”, con-cluiu.

mAis CrÉditoNa entrevista coletiva de 15 de junho, em Brasília, além das

medidas para incentivar a adoção de Parcerias Público-Privadas pelos estados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou duas outras propostas para aumentar a capacidade de investimen-to das unidades da federação.

A primeira delas é uma linha especial de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 20 bilhões. Chamado de Pró-Investe, o financiamento tem baixas taxas de juros e acesso facilitado, o que permite o uso da verba ainda este ano. A segunda iniciativa foi a abertura de uma nova rodada de negociação para ampliar o limite de endividamen-to dos estados, dentro do Programa de Ajuste Fiscal (PAF).

Ao lado da maior facilidade para contratar PPP, as propostas formam um tripé para movimentar a economia. “Com esse conjunto de medidas, os governos federal e estaduais realizarão mais investimentos em uma ação anticíclica para diminuir nossa exposição à crise inter-nacional”, explicou o ministro.

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Discriminação PPP 11.079/2004 Lei das licitações 8.666/1993

Prazo de vigência do contrato Até 35 anos Até cinco anos, prorrogável por

mais um ano

Solução técnica e operacional

De acordo com as necessidades do órgão oficial de identificação

De acordo com as necessidades do órgão oficial de identificação

Risco de descontinuidade

dos serviços de atendimento a requerentes e de emissão de

documentos

Reduzido, durante o período máximo de vigência da concessão

Necessidade de realizar licitação a cada cinco anos, com a possibilidade de postergação da nova contratação em função de demandas judiciais ou administrativas na licitação

Relacionamento com o contratado

Empresa de Propósito Específico – SPE, na forma de parceiro

Empresa ou consórcio, na forma de contratado

Qualidade dos serviços

Índices de desempenho e qualidade afetam diretamente o faturamento da SPE

Índices de desempenho e qualidade podem afetar o faturamento da contratada, dependendo do objeto: serviços ou produtos

Origem dos recursos

Possibilidade de receitas adicionais para o estado – garantia de fluxo de caixa acumulado do governo igual a “zero”

Orçamento do estado: recursos próprios ou financiamentos ou apoio do governo federal

Investimentos Retorno dos investimentos é de responsabilidade da SPE

Retorno dos investimentos é de responsabilidade do estado

Receitas anciliares

Possíveis, de acordo com o modelo de negócio da PPP;Com compartilhamento entre a SPE e o estado

Impossíveis, pois o contrato tem que ser de valor certo e definido

Preços propostos

Mais vantajosos para a administração, em função dos custos e do compartilhamento de riscos e de receitas anciliares

Mais vantajosos para a administração entre os preços propostos

Fonte: Carlos Alberto Collodoro.

CompAre As regrAs dA pArCeriA públiCo-privAdA Com A lei 8.666/1993, ConHeCidA Como lei dAs liCitAçÕes

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RIO+20: A SUSTENTABILIdAdE

PASSA PELO CORPORATIVO

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Fórum da Sustentabilidade Empresarial, realizado dentro da programação da Conferência da ONU, comprova a responsabilidade do setor empresarial com o futuro do planeta

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O mundo ao redor de uma mesa para discutir a sus-tentabilidade. Assim foi a Rio+20, a Conferência

das Nações Unidas sobre o Desenvol-vimento Sustentável. O evento reu-niu representantes de 193 países, em junho, na capital fluminense.

O termo Rio+20 é uma alusão à Eco 92, encontro realizado pela Or-ganização das Nações Unidas (ONU) em 1992, também no Rio de Janeiro. O objetivo principal da Eco 92 foi estabelecer formas de conciliar o de-senvolvimento socioeconômico com a preservação do meio ambiente.

Duas décadas depois, gente de todo o mundo voltou ao Rio para dis-cutir a sustentabilidade. Na verdade, a Rio+20 foi um gigantesco conjun-to de atividades dividas em três eixos principais: os governos, reunidos em debates preparatórios e no encontro final de chefes de estado; a Cúpula dos Povos, que congregou represen-tantes de movimentos sociais e popu-lares, sindicatos, povos, organizações da sociedade civil e ambientalistas; e, finalmente, o Fórum da Sustentabili-dade Empresarial.

O Fórum foi uma iniciativa da ONU e da Global Compact Local Network Brazil com a meta de for-talecer a contribuição empresarial no desenvolvimento sustentável e esti-

mular a colaboração entre empresas, governo, sociedade civil e a própria Organização das Nações Unidas. O presidente da ABRID, Célio Ribeiro, acredita que as empresas têm mui-to a oferecer. “Felizmente, ficou no passado o tempo em que defender o meio ambiente era pauta exclusiva de ambientalistas. A sustentabilidade, o futuro do planeta, o crescimento com respeito à natureza e ao ser humano, todos estes são temas que fazem parte da agenda dos mais diversos segmen-tos da sociedade, especialmente das empresas, que podem liderar o pro-cesso e dar o exem-plo”, afirmou.

E x a t a m e n t e pensando em cola-borar com o debate da sustentabilidade, a ABRID contri-buiu para a realiza-ção da Rio+20, por meio do apoio à realização da etapa Centro-Oeste dos Diálogos Regionais – Rumo à Rio+20, série de encontros que prepararam os temas para discussão na cúpula do Rio de Janeiro. O trabalho foi feito em parceria

com a Fundação SOS Mata Atlânti-ca. A ABRID e a Fundação têm um convênio de cooperação técnica para desenvolver temas ambientais.

O diretor de Políticas Públi-cas da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, classificou como excep-cional o nível das discussões durante o Fórum da Sustentabilidade Em-presarial. Para ele, o evento teve re-sultados mais efetivos até do que os debates feitos entre governantes ou dentre os movimentos sociais.

De acordo com Mantovani, a ABRID atuou positivamente ao in-

cluir assuntos como desmaterialização e certificação digital nos debates sobre susten-tabilidade. “A gente falava lá no Fórum que isso é realmente uma prova de que há mu-

conferência da onu reuniu delegações de mais de 190 Países no rio de Janeiro

célio ribeiro e mário mantovani: Parceria entre abrid e sos mata atlântica colaborou Para debates no fórum da sustentabilidade emPresarial

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bom negÓCio pArA o rio, bom negÓCio pArA o brAsilA Rio+20 não destacou apenas a força do setor em-

presarial brasileiro: o evento foi positivo também para os negócios no Rio de Janeiro e para a imagem do Brasil.

Os estrangeiros que aqui estiveram para todos os eventos oficiais e paralelos relacionados à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentá-vel saíram satisfeitos com o que viram. Segundo pesqui-sa da Embratur, o órgão do governo federal responsável pelo turismo, 97% dos entrevistados disseram que vol-tariam ao Brasil e cerca de 60% afirmaram que deixam o país com opinião melhor sobre a nação.

A pesquisa ouviu 228 pessoas – 101 jornalistas de 42 países e 127 representantes de delegações de 33 paí-ses – e apontou que, para 36% delas, a visita superou as expectativas, enquanto apenas 4% disseram que voltam para casa com uma impressão pior do Brasil.

Entre as críticas feitas pelos visitantes estão os preços dos produtos e serviços, o trânsito, a telefonia e a inter-net. Para o presidente da Embratur, Flávio Dino, não há surpresa nos gargalos apontados. Ele garante que o Rio de Janeiro e o Brasil estarão prontos para os próxi-mos megaeventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Temos hoje um trabalho muito intenso e está tudo em andamento, como o novo marco de concessão de aeroportos e investimentos em mobili-dade urbana. Temos tempo suficiente, mas a pesquisa confirma que temos que avançar muito”, constatou.

Especificamente para a capital fluminense, a Rio+20 gerou uma positiva movimentação econômi-

ca. A Câmara de Dirigentes Lojistas calcula em 6% o aumento das vendas no comércio da cidade no período de 11 a 25 de junho.

De acordo com o levantamento, os africanos fo-ram os consumidores estrangeiros que mais compraram durante a Rio+20, com participação de 34,5% do to-tal, seguidos pelos latino-americanos (24,1%), europeus (20,7%), norte-americanos (17,2%) e asiáticos (3,4%). Entre os artigos mais procurados no período estavam roupas, calçados, bolsas, acessórios e moda praia.

Já a Prefeitura do Rio calcula que os cerca de 110 mil estrangeiros que passaram pela cidade gastaram R$ 274 milhões em hospedagem, transporte e alimentação. Aproximadamente 45 mil pessoas estiveram presentes no Riocentro, local que sediou a conferência da ONU, e mais de um milhão de participantes estiveram nos even-tos paralelos, com destaque para a Cúpula dos Povos, no Parque do Flamengo, que reuniu 300 mil pessoas, e para o Espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, que teve 210 mil visitantes.Com informações da Agência Brasil.

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dança. Isso de acabar com o papel, de reduzir um monte de coisa, eu dava como exemplo nas discussões, porque você imagina o que a gente conseguiu evitar que se gastasse de tinta, de pa-pel, de viagens. Isso é uma coisa mui-to prática. Nós cumprimos um papel, a gente trouxe o debate sobre este tema”, comemorou.

Mario Mantovani acredita que o setor empresarial saiu fortalecido da Rio+20, especialmente porque mos-trou compromisso efetivo com a sus-tentabilidade. “Nenhuma empresa, hoje em dia, vai arriscar o nome se não estiver envolvida para valer mes-mo, porque viram que não há espaço de negociação, ou você é o que você fala ou não pode mais falar isso. O

recado que foi dado foi esse: você tem que ter realmente postura, com-promisso, transparência. Todas essas coisas ficaram muito fortes e isso foi falado pelos próprios empresários que participaram da Rio+20 – essa foi a melhor parte”, conclui.

» ECONOmIA VERDESe as empresas saem fortalecidas

da Rio+20, um dos temas dos deba-tes, a economia verde, vai precisar de mais tempo para ganhar corpo. O termo vem do inglês green economy, um conceito que envolve a atuação coordenada com base no tripé social--ambiental-econômico para traba-lhar pela erradicação da pobreza.

A ideia, porém, não está pacifi-

cada e foi criticada no documento final da Cúpula dos Povos. Mário Mantovani, no entanto, acredita que as discussões sobre a economia verde vão ser retomadas no futuro. “A economia verde ainda vai ter o tempo dela. A proposta é bem legal e ganhou força quando foi lançada, só que por toda essa situação do desgaste da ONU, das frustrações, ela acabou ficando meio marginal e o próprio movimento social rea-giu a isso, por não entender. A eco-nomia verde precisa amadurecer”, concluiu. Enquanto isso, as empre-sas, como as associadas ABRID, re-forçam as ações de responsabilidade socioambiental para garantir cresci-mento sustentável.

Page 56: Revista idigital 9

CASOSe A r t i g O S

Te

cno

log

ia

Page 57: Revista idigital 9

Cada

empresa

tem uma histó-

ria que reflete a forma

única encontrada por seus só-

cios, diretores e funcionários na busca

por soluções pela implantação de processos e

desenvolvimento de tecnologias. É a soma de um conjun-

to de fatores que faz de cada empresa, cada grupo, cada corpo-

ração um caso de sucesso. Resumir todas essas histórias em um

único texto não seria justo para quem desenvolveu tudo isso, nem

para o leitor, que perderia conteúdo, a essência da história e a

oportunidade de apreender informações que podem provocar mu-

danças, auxiliar na tomada de decisões, no planejamento do futuro.

É por isso que a revista idigital abre espaço para que as associadas

ABRID dividam seus casos de sucesso com você.

Boa leitura.

Page 58: Revista idigital 9

58 | digital

resuMoPara qualquer pessoa envolvi-

da na produção de um documen-to de identificação de alta segu-rança, o risco é uma preocupação constante. Será que o documento vai manter um bom aspecto após anos de uso? Conseguimos fazer um documento fácil de verificar e ainda garantir que vai resistir a ataque criminoso? Neste arti-go, Nick Nugent apresenta um novo quadro que leva em conta os principais trade-offs na escolha de um programa de identificação e como determinar a combinação certa de Qualidade, Segurança, Durabilidade e Custo (QSDC) para gerenciar este risco.

Palavras-ChaveQualidade, Segurança, Du-

rabilidade, Custos, Bala de Prata, Custo x Benefício.

ABSTRACTFor anyone involved in the

production of a high security iden-tification document, the risk of the program is a constant concern. Will the document look good and hold up after years of use? Can we make the document easy to verify yet en-sure it will resist criminal attack? In this article Nick Nugent delivers a new framework and evaluates the key trade-offs in selecting a secured identification program and how to determine the right mix of Quali-ty, Security, Durability and Cost (QSDC) to manage that risk.

KEYWORDSQuality, Security, Durability,

Cost, Silver bullet, Cost-Effective

Page 59: Revista idigital 9

abril - maio - junho 2012 | 59

CAso / Artigo

Por niCk nugent

» INTRODUçãO

Qualidade, segurança, durabilidade e custo (QSDC) são os pilares de qualquer programa

de documento de identidade (ID) bem sucedido. Estes critérios têm tra-de-offs e compromissos e o valor rela-tivo de cada um deve ser considerado na concepção da ID mais adequada. Este artigo define os elementos essen-ciais de programas de identificação, identifica os desafios do mundo real e oferece ao leitor o conhecimento necessário para superar estes desafios usando melhores práticas comprova-das para minimizar o risco para qual-quer programa de ID.

Qualidade: Um documento de alta qualidade será consistente na aparência e muito semelhante a to-

dos os outros documentos emitidos pelo mesmo programa de ID. Os re-cursos de segurança – em particular, o retrato principal – serão nítidos e claramente definidos para permitir fácil autenticação. Características que podem ser lidas por máquinas, tais como chips, caracteres lidos op-ticamente (OCR) e códigos de bar-ras terão leitura consistente e preci-sa. Laminados terão a clareza óptica necessária. Em geral, um documen-to de alta qualidade vai parecer e ser percebido como tal.

Segurança: A segurança de uma ID é uma medida de quão bem ela resiste a ataque deliberado. Ataque ao documento tanto pode ser uma simulação para produzir uma falsifi-cação ou adulteração na tentativa de alterar a informação na ID. A segu-

rança do documento depende da di-ficuldade para falsificar ou adulterar, e também na facilidade em que o do-cumento original pode ser verificado como autêntico.

Durabilidade: A durabilidade de uma ID define a sua resistência à mudança. Um documento é exposto a uma variedade de riscos ambientais durante a sua vida útil, como a luz, temperaturas extremas e umidade. Pode também ser submetido a aci-dentes - como lavagem - ou mau uso deliberado, como o uso de um cartão para raspar gelo no pará-brisa. Uma ID com alta durabilidade vai sobre-viver ao período de validade, sem mudança visual significativa, e sem comprometer a sua performance.

Custo: O custo do documento refere-se ao custo para produzi-lo. Isto incluirá os custos fixos e vari-áveis associados com a inscrição, produção, personalização, emissão,

dOCUMENTOS dE IdENTIfICAÇÃO dE ALTA SEGURANÇA:USANdO QSdC PARA dETERMINAR O MIX CERTO

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60 | digital

transporte, e às muitas funções ad-ministrativas necessárias para geren-ciar e proteger estes processos.

» OS DESAFIOSOs elementos de QSDC estão

sob ameaça constante. Para uma ID funcionar e sobreviver no “mundo real”, ela deve ser resistente à ame-aça - alcançado por um projeto cui-dadoso e com QSDC em mente. Materiais,componentes, caracterís-ticas, hardware, software, processos, procedimentos e treinamentos devem desempenhar um papel na entrega de um documento de identi-ficação que supere os desafios de d e s e m p e -nho.

É importante perceber que QSDC não são simplesmente ligados entre si, eles estão intrinsicamente entrelaçados entre si. Qualquer al-teração no desempenho de um cri-tério terá um efeito cascata sobre os outros. Este artigo vai agora analisar cada um desses pilares e avaliar como efetivamente produzir e gerenciar o mix correto.

» QUALIDADE – ENFRENTANDO OS DESAFIOS

A identificação de alta segurança é geralmente um documento de va-lidade local ou internacional. A sua qualidade reflete a qualidade da enti-dade emissora e o titular pode se or-gulhar dele. No entanto, a qualidade de uma ID está também relacionada com o seu desempenho, segurança e durabilidade.

1. Má qualidade leva a varia-ções entre os documentos, o que

torna mais fácil de simulação e ve-rificação mais difícil.

A essência da impressão de segu-rança é a produção em massa de do-cumentos idênticos. Sejam eles cédu-las, passaportes,cartões de identifica-ção ou ingressos para a Final da Copa do Mundo, os artigos originais de-vem ter a mesma aparência para que as falsificações, com as menores im-perfeições, possam ser identificadas. A pessoa que verifica o documento está, na prática, tentando “detectar a diferença”. Ela tem poucos segundos

para responder a questão: “o do-cumento na minha frente pare-

ce diferente do documento autêntico?”

Qualidade - ou, mais especifica-mente neste caso - a consistência,

deve persistir duran-te todo o processo de

produção dos documentos de ID. Em particular, deve-se

garantir a consistência de output similares dos processos de fabri-

cação e de personalização para que todos os documentos originais sejam semelhantes de modo a tornar a tare-fa do falsificador mais difícil.

2. Características ilegíveis para leitoras, como chip ou OCR, tornam os documentos vulnerá-veis.

A utilização de características nos documentos de ID que podem ser lidas via leitoras vem aumentan-do nos últimos anos. Tais elementos certamente adicionam novos desafios para o criminoso, particularmente quando usados para complementar os recursos de segurança física. Bio-metria é um bom exemplo de uma tecnologia que pode ajudar a prote-ger documentos de identificação. No entanto, esses recursos podem ser ca-ros e muitas vezes há pressões para fornecer uma solução com o menor custo possível. Biometria também

pode ser uma falsa economia, pondo em risco a segurança do documento se houver insuficiência de recursos de segurança física para apoiá-las, eles podem falhar. Danificar propo-sitadamente chips para tornar a bio-metria ilegível tem sido uma tática usada pelos criminosos. Se o chip é o recurso de segurança, só associa-do com o ID, e ele não funciona, faz com que o examinador use seu julgamento ao invés de tomar uma decisão com mais informações sobre autenticidade.

3. Componentes de baixa qua-lidade corroem segurança.

A maioria dos recursos de segu-rança em um documento de identi-ficação não é de leitura óptica. Estas defesas, legíveis para o homem, fun-cionam melhor quando são claras e inequívocas, e podem ser compro-metidas pelos componentes de bai-xa qualidade. Se sobreposições são nebulosas, se um policarbonato não gravar de forma limpa, ou se disposi-tivos opticamente variáveis (OVDs), tais como hologramas são borrados e mal definidos, podem surgir dúvidas de verificação.

4. Componentes de baixa qua-lidade ou equipamentos podem reduzir o desempenho da durabi-lidade.

A decisão de selecionar os com-ponentes de baixa qualidade feita de modo consciente é improvável, no entanto, qualidade inferior pode muito bem ser uma consequência da redução de custos. Nem todos os ven-dedores oferecem a mesma qualidade de substratos, tintas,sobreposições, hologramas etc, e desempenho dos equipamentos também pode variar. O resultado pode ser uma ID que no começo pareça novo, mas que muito rapidamente sucumbe aos desafios de durabilidade na vida real.

Alcançar a qualidade necessária exige vários fatores, incluindo de-sign, processos de CQ, calibração e

figura 1 - os desafios Para o desemPenho da id

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abril - maio - junho 2012 | 61

manutenção. Em particular, compo-nentes de materiais e sistema de har-dware não devem ser selecionados de forma independente. A qualidade da ID emitida será maior se os materiais e sistema forem compatíveis, proje-tados e testados em conjunto para garantir a otimização do produto final.

» SEgURANçA – DEFESA Em CAmADAS

A segurança em camadas e o uso de vários recursos de seguran-ça (overt, covert e forensic) é um princípio fundamental que deve ser cuidadosamente levado em conta na definição de um programa de iden-tificação.

1. Os recursos de segurançaCriminosos atacam IDs de mui-

tas maneiras,amplamente descritas como simulação ou adulteração. O papel das características de segurança é de realçar para um inspetor ou exa-minador, como um policial ou um oficial de imigração, que um ataque poderia ter acontecido e depois - por meio de uma inspeção mais próxima - fornecer evidência suficiente que confirme a suspeita inicial. Por esta razão, as características de segurança

não devem ser apenas difíceis para simular, mas também ser fáceis de verificar.

Como os ataques são muitos e variados, nenhum recurso de segu-rança sozinho é capaz de se defender contra todos eles. Assim, as funções de segurança nas camadas devem ser incorporadas na ID.

As características mais fáceis para verificar são nível 1 overt, que podem ser verificadas sem disposi-tivo. Já as características do nível 2 covert e o nível 3 forensic requerem conhecimento e um dispositivo para verificação. A segurança oculta ofe-recida pelo nível 2 e 3 é um aspecto

importante da rede de defe-

sas em camadas, e pode impedir a falsificação, no entanto, a maioria dos inspectores se baseiam em pelo menos duas fortes características de nível 1 nos documentos de identifi-cação.

Os recursos de segurança mais fortes:

• Incentivar a inspeção com algo interessante para olhar e para procurar

• Permitir decisões rápidas e confiantes sobre autenticidade

• Intuitivo e sem ambiguidades• Não precisa de ferramenta

ou dispositivo• Utilizar a variável biodata• Não pode ser simulada

usando material ou equipa-mentos comerciais

• Ser inviolávelÉ uma vantagem se a

característica de segurança genuína foi criada utilizando os materiais e equipamentos que não são comu-mente disponíveis. No entanto, isso não garante forte segurança. É im-portante lembrar que o criminoso é engenhoso, e pode usar tecnologia relativamente simples, métodos e materiais para copiar característi-cas ou efeitos criados em processos complexos, de alta tecnologia e caro. Por exemplo, a falsificação de um holograma pode ser feita usando um holograma removido de um docu-mento diferente, desde que as cores e efeitos sejam semelhantes. Ou a

figura 2 – exemPlo de carteira de motorista. design do documento usando a abordagem de segurança multicamadas.

figura 3 – o uso da segurança

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62 | digital

simulação de gravação a laser básico pode ser conseguido com impressão digital preto, em vez do laser. Com-plexos efeitos opticamente variáveis podem ser simulados usando lustra--móveis ou cosméticos facilmente adquiridos em lojas de cosméticos.

2. Segurança na hora da perso-nalização.

Outro aspecto sobre característi-cas de segurança é sua localização no documento. Uma ID é formada de muitos componentes e montados em várias etapas. Para maior segu-rança, os recursos devem ser proje-tados para serem aplicados em todo o documento.

Os recursos de segurança menos eficazes são aque-les que os crimi-

nosos conseguem desenvolver mais facilmente. Papel com marca d’água ou laminado holográfico podem ser bem difíceis para falsificar, mas podem ser roubados. Ao usar com-ponentes roubados com as mesmas propriedades que fortalecem o re-curso, elas agora apóiam a fraude e validam o documento falsificado. Organizando as características de segurança em todo o documento, o roubo de qualquer componente em particular é menos valioso para o cri-minoso. Isto é particularmente ver-dadeiro para as características criadas durante a personalização.

Ao reunir todos os elementos necessários à criação das característi-cas durante a personalização, torna--se mais desafiador para o criminoso recriar ou adquiri-lo e, assim, a segu-rança é melhorada. Dados de perso-nalização, materiais limitados, enge-nharia única e segredos do processo criam forte sinergia e tornam a tarefa de falsificação muito mais difícil. Re-cursos de segurança na hora da Perso-nalização têm a vantagem de também se defender contra alteração de dados.

Certas tecnologias de perso-nalização melhoram ainda a resis-tência à falsificação penetrando no

substrato: jato de tinta permeando o papel de passaporte e gravação a laser de polímeros adequados são exemplos de dados personalizados profundamente sob a superfície do cartão ou na página de dados do passaporte.

Nesta primeira parte abordamos dois dos quatro pilares de qualquer programa de ID bem sucedido: Qualidade e Segurança. Na segunda parte vamos enfocar mais alguns as-pectos de Segurança, além dos pon-tos de atenção sobre a Durabilidade, e, por fim, a questão do Custo x Be-nefício para que ao final possamos determinar a combinação adequada do QSDC.

sobre o AutorNick Nugent é Technology Ma-

nager da Datacard e vem usando sua vasta experiência de mais de 20 anos no mercado de segurança de documentos para orientar o desen-volvimento de produtos e prestar con-sultoria a governos e integradores na seleção e implantação de sistemas de segurança para passaportes e cartões de identificação, que apresentem boa relação custo-eficiência.

figura 5 - segurança na hora da Personalização

figura 6 - datacard

Pb6500 PassPort issuance

system

figura 4 –segurança em todo o documento

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64 | digital

resuMoImpulsionados por inicia-

tivas governamentais, os hori-zontes digitais da China estão se expandindo rapidamente. O pagamento eletrônico, os medi-dores inteligentes e a computa-ção em nuvem são todas tecno-logias a serem observadas nesta superpotência emergente.

Palavras-ChavePagamento móvel, China,

tecnologia verde, cidade inteli-gente, goveno digital.

ABSTRACTDriven by government ini-

tiatives, China’s digital horizons are expanding rapidly. ePayment, smart meters and cloud compu-ting are all technologies to watch in this emerging superpower.

KEYWORDSM-payment, China, green

technology, smart city, e-govern-ment.

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abril - maio - junho 2012 | 65

CAso / Artigo

Por toM hanCoCk

Aos 62 anos de idade, a professora escolar Tan Zhijing tem dois telefo-nes celulares - um smar-

tphone e um outro telefone mais velho para ficar em contato com sua filha, que trabalha em uma outra pro-víncia. Ela paga com cartão de débito quando compra em uma loja de de-partamentos local e está hesitante se deve solicitar um dos cartões de crédi-to oferecidos por seu banco. “Na mi-nha idade, eu não acho que eu precise disso”, diz ela.

Com uma população de 1,4 bilhão, é fácil encontrar estatísticas surpreendentes no crescimento da China em tecnologia digital. A po-pulação que está na Internet no país agora é de 420 milhões, e mais de um bilhão de chineses usam telefo-nes celulares. Foram vendidos mais smartphones na China em 2011 do que em qualquer outro país. A pro-pagação da tecnologia digital resulta do crescimento econômico contínuo da China, que está em média 10% acima do volume da década passada.

As ricas cidades litorâneas da China abrigam a maior parte da classe média do país, os 100 milhões ou mais de consumidores que passa-ram a depender da tecnologia digi-tal como parte de suas vidas diárias. Entretanto, nas províncias rurais, poucas pessoas usam a Internet e o dinheiro permanece, de longe, o mé-todo mais popular de pagamento.

Os economistas, de um modo geral, concordam que o crescimen-to chinês continuará, embora a uma velocidade mais lenta, durante a pró-xima década, com a continuação da demanda do consumidor pela tecno-

VELOCIdAdE dA LUZ -CONHEÇA AS úLTIMAS TECNOLOGIAS A SEREM OBSERVAdAS NA SUPERPOTêNCIA EMERGENTE: CHINA

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66 | digital

logia. Apesar do aumento da renda, porém, os consumidores chineses estão relutantes em gastar. Os gas-tos do consumidor respondem por aproximadamente 30% do PIB, a metade do PIB dos países desenvol-vidos, como os Estados Unidos. Isso significa que os gastos governamen-tais têm um papel mais importante na economia da China, responden-do por quase 15% do PIB.

O governo da China vê um for-te valor estratégico na construção de uma nação digital. Preocupada em cair em uma “armadilha de rendi-mento médio” - um período de es-tagnação econômica após um rápi-do crescimento - o governo planeja impulsionar a indústria chinesa na cadeia de valor, desde a fabricação de baixa tecnologia até os setores de alta tecnologia. O governo dará sub-sídios para as empresas de tecnologia chinesas, criando novos padrões na indústria e aproveitando a demanda interna do país para desenvolver a capacidade que ela poderá exportar posteriormente para outros países.

» ChINA ADOTA A TECNOLOgIA DE ChIP

O pagamento eletrônico é uma área onde a estratégia do governo está claramente visível. Cerca de um--terço da população usa regularmen-te cartões de débito, com 2,3 bilhões de cartões de pagamento em circula-ção em 2010, de acordo com a pes-quisa da ABI. O mercado de paga-mento digital da China é dominado pela UnionPay uma rede de paga-mento estabelecida por um grupo de bancos chineses em 2003. Mais de 95% dos cartões da UnionPay usam a tecnologia de tarja magnética, mas isto está prestes a mudar durante os próximos cinco anos. O governo chinês exigirá que todos os cartões de débito mudem para a tecnologia de chip e PIN até 2015. Será uma importante transformação.

A razão chave para a mudança é prevenir a fraude, normalmente comprometida pelo uso de cartões ATM de cliente clonados. A nova geração de cartões com chip e PIN da China usará um padrão projeta-

do pelo país chamado de PBOC 2.0,

que se asse-melha bastante

ao padrão Euro-pay, MasterCard e

Visa (EMV) usado em outros países e ofe-

rece a mais alta segurança para os usuários de cartão.

Como o UnionPay é o único sistema de pagamento que pode

ser usado com os cartões PBOC 2.0, o novo padrão consolidará o

domínio do UnionPay do mercado de cartões de débito da China. Os cartões PBOC 2.0 já tiveram sua implementação piloto na cidade de Ningbo, com os custos da transição pagos pelos bancos da China. As oportunidades são abundantes para que a China expanda sua infraestru-tura de pagamento digital: ela possui 300 mil caixas eletrônicos (ATMs) em comparação com 480 mil nos Estados Unidos, apesar de ter quatro vezes a sua população.

Três das empresas de telecomu-nicações estatais da China recebe-ram licenças em 2011 para instalar os serviços de pagamento móvel. Pe-ter Chen, chefe de desenvolvimento de novos produtos de telecomuni-cações da Gemalto China, diz que se o pagamento móvel for adotado em massa no país, será vital criar um padrão da indústria, considerando que os parceiros das várias indús-trias terão interesses diferentes. Em Cingapura, através da Infocomm Development Agency (IDA), está programado o lançamento de uma infraestrutura única de pagamento móvel NFC para todo o país em me-ados de 2012. “O IDA pode ser um modelo para China”, diz Chen, “por meio do qual o governo chinês pode entrar no setor e orientá-lo.”

DIv

ULg

ãO

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abril - maio - junho 2012 | 67

» DEIxE AS máQUINAS SE COmUNICAREm

O governo chinês anunciou sua intenção de promover a indústria M2M, conhecida na China como a «Internet das Coisas». O premier chinês Wen Jiabao fez um discurso em 2009 declarando que a «Internet das Coisas tem um futuro brilhan-te”, chamando a atenção para o rá-pido desenvolvimento da indústria. Ele prometeu RMB$ 3.860 bilhões para o desenvolvimento desta indús-tria até 2020, informou o 21st-Cen-tury Business Herald.

Diante de um número rapida-mente crescente de automóveis, as cidades chinesas estão planejando usar a tecnologia M2M para o con-trole do tráfego. Um projeto na ci-dade de Wuhan requer que os mo-toristas instalem um leitor de cartão sem fio em seus veículos que cobra automaticamente de suas contas bancárias quando eles usam determi-nados túneis na cidade. O controle automatizado do tráfego será finan-ciado como parte do projeto «Smart

City” da China, que atrairá mais de RMB$ 40 bilhões de investimento governamental durante os próximos cinco anos. A State Grid, maior em-presa de rede de energia da China, lançou os “medidores inteligentes” que enviam os números do consu-mo de eletricidade de volta para a empresa ao longo de suas linhas de força. Quarenta e cinco milhões de casas receberam os medidores inteli-gentes e a State Grid planeja atuali-zar os outros até 2014.

» NA NUVEmO uso crescente da Internet

está impulsionando o mercado da computação em nuvem da China, que deve crescer cerca de 30% este ano, de acordo com a firma de pes-quisa IDC. O governo designou a computação em nuvem como uma «indústria estratégica” em seu plano quinquenal. Embora os valores exa-tos não tenham sido divulgados, é provável que a computação na nu-vem receba uma fatia maior dos dois trilhões de yuans chineses reservados

para investimentos em TI. A primeira fase foi o estabele-

cimento das “bases da computação na nuvem”, onde as empresas de computação na nuvem recebem es-paço sem aluguel e reduções fiscais. O maior destes espaços compreen-de 646 mil metros quadrados da província ao norte de Hebei e foi projetado parcialmente pela IBM. Pequim planeja criar 50 mil empre-gos na indústria de computação em nuvem na cidade até 2015, estabe-lecendo sua própria base de compu-tação em nuvem, o «Cloud Valley».

Existem sérios obstáculos ao de-senvolvimento da computação em nuvem na China. As velocidades da Internet no país são inferiores à metade da velocidade média global, de acordo com o China Internet Ne-twork Information Center. A China também usa o “Great Firewall”, um sistema de censura da Internet, que retarda ainda mais o tráfego na rede.

Para Tan Zhijing, os benefícios da tecnologia digital são a “conve-niência e a economia de dinheiro”. A dinâmica entre os consumidores chineses, que olham para a tecno-logia digital como uma maneira de tornar a vida mais simples, e o gover-no, que vê a tecnologia digital como uma ferramenta para controle social e como um elemento estratégico na

escalada da China na cadeia de va-lor global, será o que orientará o

mercado para a tecnologia di-gital no país durante a próxi-

ma década.

sobre o Autor

Tom Hanco-ck é colaborador da Gemalto, ba-seado em Pequim.

DIv

ULg

ãO

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68 | digital

resuMoIniciativa de sucesso possibi-

litou a implantação de projeto de GED e o gerenciamento de mais de 30 milhões de documentos relativos ao histórico previden-ciário de servidores públicos e militares.

Palavras-ChaveGerenciamento Eletrônico

de Documentos, GED, docu-mento eletrônico, certificação di-gital, desmaterialização de papel e processos.

ABSTRACTInitiative the successful for

implementation of project electro-nic document management ena-bled to work with more than 30 million historical documents rela-ting to the pension of civil servants and military.

KEYWORDSElectronic document manage-

ment, electronic document, digital certificate, paper and process de-materialization.

DIv

ULg

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abril - maio - junho 2012 | 69

Por João Paulo Foini e adriano Frare

O desafio era digitalizar 26 milhões de docu-mentos e migrar 4 mi-lhões de imagens já di-

gitais para o mesmo banco de dados, tudo com garantia do certificado digital. O projeto de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), realizado com sucesso, foi desenvol-

vido pela Imprensa Oficial do Esta-do, em parceria com a SPPrev – São Paulo Previdência.

A São Paulo Previdência é ges-tora de previdência dos servidores públicos e, em regime próprio, da previdência militar. A autarquia está vinculada à Secretaria da Fazenda e, atualmente, é responsável pela admi-

nistração de aproximadamente 140 mil pensões civis e militares e 230 mil aposentadorias civis.

Nesse contexto, praticamente todos os procedimentos operacionais e gerenciais da SPPrev envolvem al-gum tipo de manuseio de documen-tos. O gerenciamento e a salvaguar-da desse material são fatores críticos para a segurança e a celeridade dos processos de trabalho e dos procedi-

CAso / Artigo

dESMATERIALIZAÇÃO dE dOCUMENTOS MELHORA QUALIdAdE dE PRESTAÇÃO dE SERVIÇO

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70 | digital

mentos operacionais da autarquia. Os arquivos da SPPrev eram

compostos, em sua maioria, de do-cumentos em papel, sendo apenas uma pequena parcela submetida a procedimentos de digitalização e armazenamento digital. O acervo fí-sico era o único repositório disponí-vel. Não havia cópias de segurança, além do que o constante manuseio levava à degradação progressiva e ir-reversível das informações.

No projeto estavam previstos, ainda, a instalação, a manutenção, o treinamento e o suporte dos sistemas Content Manager, Record Manager, Document Imaging e integração por meio de webservices com o Sistema de Gestão de Benefícios Previden-ciários (Sigeprev) desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Todas as imagens digitalizadas e car-regadas no repositório são assinadas eletronicamente com selo cronológi-co eletrônico dotado da data e hora da assinatura.

A implementação do projeto permitiu manter os documentos salvaguardados, impedindo a degra-dação das informações, garantindo acesso simultâneo, eficiente e inin-terrupto às imagens digitais, com foco na segurança das informações, por meio de adoção de certificação digital e-CPF A3 / ICP-Brasil e e--CNPJ A1 / ICP-Brasil em todos os processos de trabalho que envolvam manipulação de imagens.

Buscando a excelência nos serviços prestados ao cidadão paulista, desde outubro de 2011, a SPPrev implantou o processo de pensão civil integral-mente digital, desde a solicitação ini-cial do participante até a análise final realizada pelo Tribunal de Contas do Estado. No mesmo caminho estão os processos de pensão militar e aposen-tadoria civil, em fase final de tramita-ção, integralmente digital.

O projeto possibilitou à SPPrev obter como benefícios o aumento na celeridade e a qualidade dos ser-viços prestados, redução drástica no tempo demandado para localização dos documentos, acesso simultâneo aos documentos para paralelização das atividades, garantia de contin-gência dos documentos digitais, segurança com a possibilidade de

auditoria e rastreamento no acesso aos documentos por meio da ado-ção de mecanismos de assinatura e certificação digital.

sobre os AutoresJoão Paulo Foini, especialista em

interatividade digital, portais corpora-tivos, certificação digital e soluções de governo eletrônico com 25 anos de atu-ação no mercado de Tecnologia da In-formação. Atualmente é o responsável pela gerência de produtos de tecnologia da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, na qual tem atuado em projetos para o Governo do Estado de São Pau-lo nas áreas de documento eletrônico, certificação digital, gestão eletrônica de documentos, portais e livros digitais.

Adriano Frare, especialista em certificação digital, integração de siste-ma e infraestrutura de TI, com experi-ência de mais de 20 anos no mercado. Atualmente é o responsável pelo depar-tamento de projetos de produtos de tec-nologia da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, na qual tem atuado em projetos para o Governo do Estado de São Paulo nas áreas de documento ele-trônico, certificação digital, gestão ele-trônica de documentos e portais.

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resuMoEm um mercado tão competitivo

como o de hoje, interatividade e men-suração de retorno de investimento são atividades extremamente importantes. Esta é a essência do cartão Plug-Up com tecnologia USB. Em parceria com empresas de desenvolvimento de tecnologia e de Web segura, a empre-sa francesa Plug-Up desenvolveu um cartão que promete revolucionar a for-ma de comunicação entre empresas e seu público-alvo. O cartão Plug-Up é um link entre o fabricante e o consu-midor final, pois facilita a consulta de manuais de produtos, enquanto ofere-ce informação em texto ou conteúdo multimídia como vídeos e fotos, par-ticipando assim da venda do produto.

Palavras-ChaveTecnologia USB, cartão USB,

interatividade com cliente, comuni-cação, web segura, campanhas pro-mocionais, retorno de investimento, marketing direto.

ABSTRACTIn today´s competitive market, in-

teractivity and measuring return on investment are extremely important ac-tivities. This is the essence of Plug-Up, a card with USB technology. In par-tnership with companies that develop technology and web secure, the French company Plug-Up has developed a card that promises to revolutionize commu-nication between companies and its target audience. The Plug-Up card is a link between the manufacturer and the consumer. It facilitates the consultation of products manuals, while providing information in text or multimedia con-tent, such as videos or photos..

KEYWORDSUSB Technology, USB card, interac-

tivity with customers, communication, web secure, promotional campaigns, re-turn of investment, direct marketing.

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CAso / Artigo

Por renato MorandiM

Pesquisar a fundo o cliente em seus hábitos, interes-ses, suas atividades e opi-niões tornou-se estratégia

valiosa de consolidação das empresas atentas à importância da proximida-de com o consumidor específico e

conhecimento da marca na sociedade em geral. Essa possibilidade surgiu especialmente no campo da internet, onde os usuários podem interagir li-vremente com qualquer conteúdo, marca ou contato, enquanto setores tecnológicos rastreiam, mensuram e

transformam em informações os da-dos estatísticos da navegação entre milhões de páginas web.

Apesar da inquestionável intera-tividade, a internet possui suas des-vantagens como qualquer outra pla-taforma: o que falta é uma relação tá-til com o indivíduo. No entanto, ou-tras mídias mais tradicionais podem

CARTÕES USB: A TECNOLOGIA A fAVOR dE SEUS CLIENTES

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complementá-la e juntas produzir uma experiência com o consumidor em diversos meios, ressaltando em cada um suas maiores qualidades. É o que o mercado passou a chamar de transmídia, ou seja, o convite ao consumidor à interagir com a marca ou produto por diversas formas, em diversos canais e tipos de conteúdo que se completam.

Por ser recente, são poucas as criações realmente efetivas e inova-doras a respeito da pós-modernidade no consumo de informação. Algu-mas, entretanto, se destacam pela excelente percepção das oportuni-dades. Em destaque, estão os novos cartões USB, que se conectam dire-tamente nas portas disponíveis em qualquer computador e direcionam o usuário a uma URL pré-estabeleci-da sem qualquer necessidade de cli-ques ou instalação de softwares.

A Plug-up é a empresa francesa que criou essa tecnologia no início dos anos 2000 e hoje a comercializa nos principais países do mundo. No Brasil, é representada exclusivamen-te pela MC Cartões, especializada na produção de cartões magnéticos para os mais variados segmentos de mer-cado, incluindo segmentos financei-ras, governamentais, de telecomuni-cações, comércio e outros. No último mês de abril, a MC Cartões apresen-tou a novidade para o público brasilei-ro no Salão CARDS 2012, que rece-

beu empresas internacionais ligadas ao mercado de cartões, meios eletrônicos de pagamento e identificação.

Tratando-se de empresas, o grande benefício desta ferramenta de comunicação é a facilidade de adap-tação às mais variadas campanhas promocionais. O cartão USB pode ser enviado em malas-diretas, distri-buído em eventos ou inserido em re-vistas, jornais, catálogos ou embala-gens específicas. Já para o cliente ou prospect, o que triunfa é o uso intui-tivo. Basta destacar o chip do cartão, dobrá-lo e ligá-lo em computadores com quaisquer sistemas operacio-nais, sem que a instalação de software seja necessária. Imediatamente, tem--se acesso a informações multimídia definidas pela empresa ou produto, como imagens, vídeos ou jogos que

fazem parte da campanha. Para ga-rantir máxima segurança ao consu-midor final, todo o processo da Plug--up é desenvolvido com empresas parceiras de desenvolvimento de tecnologia, a STMicroeletronics, e de Web segura, a MLState. O me-canismo de proteção ao conteúdo é simples: uma vez registrado no chip, o direcionamento não mais pode ser alterado. Entretanto, novas pesqui-sas das empresas estão ajudando a desenvolver máxima tecnologia de identificação e secutirização para ala-vancar a utilização dos cartões para pagamentos eletrônicos.

Outros dispositivos que surgi-ram à mesma época desempenham funções semelhantes. Entre os casos, o QR Code, um código de pixels que abre o navegador de smartphones em determinada página após ser es-caneado por um aplicativo instalado no celular. Outro exemplo são tokens bancários, pequenos aparelhos inde-pendentes que geram novas senhas a cada clique do botão. Essas tecnolo-gias, entretanto, pecam atualmente em um ou outro ponto, que variam entre a dependência de aparelhos so-fisticados, que não são de posse da maioria dos brasileiros, e a falta de interatividade e ludicidade. Levan-tando esses fatores, os cartões USB parecem estar em vantagem de seus

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concorrentes indiretos ao intercruzar suas características positivas.

E este não é todo o diferencial dos cartões USB. A Plug-up, junta-mente com sua representante MC Cartões, disponibiliza às empresas brasileiras um software que rastreia o desempenho de cada chip, que pos-sui um exclusivo número de registro. Desta forma, além de avaliar o suces-so de suas ações comerciais, podem acompanhar, em tempo real, a mo-vimentação de seus clientes: “através de um acesso direto à Performan-

ce de Indicadores, é possível saber quem se conectou, a localização ge-ográfica, e assim redefinir a segmen-tação de clientes e prospects, preços e muito mais”, diz Renato Morandim, diretor executivo da MC Cartões.

A mensuração do retorno de investimento e a relevância da pes-quisa psicográfica são práticas que se tornam cada vez mais comuns entre as grandes empresas, seguidas por pequenos e médios empreendimen-tos que buscam novos consumidores em um mercado tão competitivo. A

nova ordem é segmentar ao máximo os públicos-alvo e traçar estratégias de comunicação customizadas para cada um deles.

As novas tecnologias estão tor-nando o marketing direto realmente possível. São dispositivos cada vez menores, mas com um poder cada vez maior. O que fazem os cartões USB de benéfico ao seu mercado é inspirá-lo a manter um contato real com os consumidores, ainda que lide diariamente com objetos eletrônicos e artificiais. Se são desenvolvidos a pessoas, devem atender às suas ne-cessidades e aos seus desejos mais humanos, que hoje não se afastam da multiplicidade de experiências e da possibilidade de participação. Dado o sucesso dos cartões, o setor deve seguir tal tendência, compreen-dendo a cultura do novo tempo an-tes de desenvolver novas tecnologias.

sobre o AutorRenato Morandim é diretor exe-

cutivo da MC Cartões, empresa repre-sentante do cartão Plug-Up no Brasil.

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resuMoAdesivos ou carimbos de vis-

to são tecnologias comuns para visitantes de curto prazo. Por volta de 40 estados no mundo utilizam e-Gates para acelerar o processo de controle fronteira. Muitos programas têm como base o padrão ICAO e/ou utili-zam os Programas de Viajante Registrado, conhecido em inglês pela sigla (RTP). Sinergias entre o Visto e o e-Gates/RTP são pos-síveis para registro de um viajan-te frequente. Utilizar um padrão ICAO reduz os custos, riscos e tempo de desenvolvimento para e-Gates/RTP ao substituir o ade-sivo ou selos de Visto. O artigo seguinte oferece uma visão geral.

Palavras-ChavePrograma de Viajante Regis-

trado, ICAO, eVisa, Controle de fronteira, eGate.

ABSTRACTVisa-sticker or stamps are com-

mon technologies for short term vi-sitors. Round 40 states worldwide use e-Gates to speed up the border control process. Many programs are based on the ICAO Standard and/or using Registered Traveler Pro-grams. Synergies between Visa and e-Gates/RTP are possible to address frequent traveler. Using ICAO Standard reduces cost, risk and development time for e-Gates/RTP as replacing of Visa-sticker and/or –stamps. The following article dis-plays an overview.

KEYWORDSRegistered Traveler Program,

ICAO, eVisa, Boarder Control, eGate.

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Por robson alves, tolgahan yildiz, e detleF houdeau

1. PROgRAmA DE VIAjANTE REgISTRADO

Os Programas de Viajantes Re-gistrados (Registered Traveler Progra-ms, em inglês) são implementados para acelerar o processo de controle da fronteira. Trata-se da mudança de um processamento manual, com po-lícia de fronteira, caixa de controle e sistemas de inspeção como o scaner MRZ, para um processamento auto-mático, onde o objetivo principal é a inspeção de documento de identida-de e verificação do portador do do-cumento através de um computador.

Como o nome diz, um pré--registro do participante deste programa é necessário. Estes pro-gramas podem ser executados em fronteiras verdes, azuis e em aero-portos. No fim de 2011, o RTP foi usado por mais de 40 países. A pressão sobre tal programa está nos aeroportos internacionais, especialmente nos hubs de aero-portos como o Narita (Tóquio), o Aeroporto Internacional de Abu Dhabi, o Changi (Cingapura), o Fraport (Frankfurt) e o Heathrow (Londres).

1.1 Escopo do e-gatesOs objetivos de um sistema de

controle automático de fronteira (Automated Border Control), por exemplo, em aeroportos, são:

a) Melhorar o desembaraço do passageiro sem aumentar os custos com o staff (eficiência);

b) Tornar o processo mais fácil para os passageiros (conveniência);

c) Aumentar as precauções nos aeroportos (segurança).

1.2 Escopo do grupo usuárioPessoas que viajam com frequên-

cia são os principais alvos dos pro-gramas ABC. Esses viajantes podem ser um cidadão, prestador de servi-ços e\ou a tripulação do aeroporto.

SINERGIA ENTRE OS PROGRAMAS dE VIAjANTES REGISTRAdOS E PROCESSAMENTO dE VISTOS PARA PESSOAS QUE VIAjAM COM fREQUêNCIA

CAso / Artigo

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1.3 Escopo dos documentos de Identidade para RTP e e-gates

Um sistema ABC habilita con-trole de fronteira automatizado ou semi-automatizado que pode ser operado com eMRTD, cartão RTP ou cartão nacional de identidade eletrônica, “eID card”. As referências estão disponíveis em todas as quatros abordagens:• e-Passport, em conformidade

com ICAO 9303, ex: na Aus-trália, Sérvia, Reino Unido, Alemanha etc.;

• e-RTP com token, ex: na Ho-landa, França, Japão, Omã, EAU, Bahrain, eID-card Na-cional dos Estados Unidos;

• eID card, ex: Hong Kong, Es-panha;

• e-RPT sem token, ex: Ale-manha (ABG), Reino Unido (IRIS).

Com o padrão ICAO 9303, os dados biométricos, a segurança ele-trônica e as tecnologias para o token estão bem definidos.

O tempo de vida de um token--RTP específico está tipicamente li-mitado a um ano, o tempo de vida para o eMRTD e eID cards é nor-malmente 10 vezes mais longo. Em alguns casos, um token-RTP fornece um orçamento para realizar o pro-

jeto em infraestrutura e-Gate como aeroportos. Participantes do progra-ma RTP pagam uma taxa por um token-RTP.

1.3.1 e-Gates com base em eMrtdO reconhecimento de face com

base em eMRTD foi testado pela primeira vez em 1999 no Aeropor-to Internacional de Kuala Lumpur (KLIA), na Malásia. Uma verificação de validação do documento e uma verificação na identidade de passa-geiro, monitorada pela polícia de fronteira, são a pedra fundamental desta implementação. O Ministério do Interior escolheu o reconheci-mento de face como o biométrico. Não havia padrões para o conjun-to dos dados biométricos (ex: ISO 24727) ou para a foto biométrica em documentos de viagem (ICAO 9303) nessa época. Quando os novos padrões para documentos de viagem foram introduzidos em 2004, alguns países começaram a utilizar os eGa-tes com base em novos padrões mais a biometria, assim como a Tailândia (2005), Portugal (2007 – RAPID), Austrália (2008 – SmartGate), Ale-manha (2009 – easyPASS) e Sérvia (2010). A Sérvia teve uma das pri-meiras implementações que utilizou

a tecnologia de reconhecimento de digitais junto com os documentos padrão de viagem . Esperava-se que a França começasse uma abordagem similar em 2011. As digitais do via-jante são escaneadas e armazenadas eletronicamente no documento.

Um registro central dos dados biométricos do portador no booklet não tem a necessidade de ser imple-mentado em alguns países por razão de privacidade. Existem agora três gerações de documento de viagem: • 1G, Face, padrão ICAO BAC;

em uso desde 2006;• 2G, Digitais (2x), padrão BIG

EAC; em uso desde 2009;• 3G, Face, padrão ICAO SAC;

transferência esperada em 2012.Os dados biométricos no docu-

mento de viagem e a estrutura de segurança de acesso aos dados rela-cionados levam de 10 a 20 segundos para a leitura. Isto inclui leitura e ve-rificação do conjunto de dados ele-trônicos, incluindo biometria e cre-denciais, autenticação do terminal e autenticação do MRTD.

O conjunto de dados da imagem facial em documentos de viagem é normalmente comprimido utilizan-do JPEG ou JPEG2000 ficando em torno de 12 Kbytes. As imagens que a impressão digital utiliza são em alta

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resolução e ficam em torno de 18 Kbytes por impressão digital.

Leva-se por volta de 10 anos para substituir todos os documentos de viagem antigos e não biométricos. Isso significa, por exemplo, que só à partir de 2016 todos os cidadãos da Europa terão documentos eletrôni-cos contendo biometria. E isso tem implicações para o comércio atual de documentos fraudulentos e realça a necessidade de começar a utilizar eGates ou ao menos autenticação eletrônica manual, de outra forma, documentos de viagem ilegais con-tinuarão a serem utilizados.

1.3.2 e-Gates com base em token-rtpUm dos exemplos de RTP base-

ado em token-RTP foi um esquema do Aeroporto Schipol na Holanda em 2002, chamado Previum. Proje-tos similares foram implementados em Israel, no Aeroporto Internacio-nal Ben Gurion (2004); no Aero-porto Internacional JFK, nos EUA (2005); no Japão, no Aeroporto Na-rita (2006); no Reino Unido, no Ae-roporto Heathrow (2006); na Fran-ça, no Aeroporto Charles de Gaulle (2006); em Omã, no Aeroporto In-ternacional Muscat (2007); no Ca-nadá, no Aeroporto Internacional de Ottawa (2008) e nos EAU, no Aeroporto Internacional de Dubai (2009). A maioria destes são esque-mas comerciais autônomos instala-dos com o suporte das autoridades locais, mas não são interoperáveis.

Os dados do passageiro, in-cluindo dados biométricos, são mantidos centralmente para permitir autenticação de três fatores.

Vários formatos de dados bio-métricos locais estão em uso, varian-do de imagem para template e do padrão ISO ou padrão não-ISO.

Viajantes registrados pagam ta-xas adicionais para participarem de tais esquemas. Esta tecnologia ABC

leva tipicamente por volta de 5 a 10 segundos para processar cada docu-mento de viajante.

1.3.3 e-Gates com base sem token-rtpUm exemplo-chave de um pro-

grama RTP sem token é o sistema ABG no Aeroporto de Frankfurt (Fraport), na Alemanha, que foi testa-do em 2006. Este sistema e-Gate tem como base um banco de dados cen-tral com dados de template de íris. A imagem da íris do passageiro precisa ser capturada antes do vôo. A partici-pação neste esquema não tem custos e é voluntária para o passageiro. Não é necessário mais do que 15 segundos para processar cada passageiro.

Um sistema similar tem sido instalado em aeroportos no Reino Unido desde 2004. Mais de 100.000 usuários foram registrados, a maio-ria do Reino Unido, mas de outras partes do mundo também. Seu uso é gratuito e tem um tempo aproxi-madamente de 20 segundos. Porém, com poucos eGates por terminal, a fila para utilizar o sistema pode ser um tanto quanto longa às vezes, e muitos problemas de TI afetaram a disponibilidade do sistema. Os bancos de dados são mantidos pelas autoridades locais e os esquemas não são interoperáveis.

Um RTP com base em eID card foi utilizado pela primeira vez na Malásia em 1998, chamado MyKad no KLIA. Ele foi utilizado pela pri-meira vez na Europa quando foi tes-tado na Espanha em 2010. O eID card espanhol, DNI, foi utilizado no Aeroporto Barajas de Madri. A Ale-manha veio com o ID cart, nPA no Fraport, em Frankfurt.

Os dados biométricos precisam ser mantidos centralizados. Não leva mais do que cinco segundos para pro-cessar cada passageiro. Visto que os esquemas são baseados em eID card, eles são somente para cidadãos locais.

1.3.4 e-Gates com base em eId-Cards nacionaisEste conceito foi utilizado pela

primeira vez na Malásia em 1998, com base no eID-card e chamado MyKad no KLIA. Ele foi utilizado pela primeira vez na Europa quando foi testado na Espanha em 2010. O ID card espanhol, DNI, foi utilizado no Aeroporto Barajas de Madri. A Alemanha veio com o ID card, nPA no Fraport, em Frankfurt.

Três tecnologias biométricas es-tão em uso: imagem facial na Malá-sia, imagens de digitais sequenciais na Espanha e digital plana na Alemanha.

Os dados biométricos precisam ser mantidos centralizados. Não leva mais do que cinco segundos para pro-cessar cada passageiro. Visto que os esquemas são baseados em eID card, são somente para cidadãos locais.

2. VISTO

2.1 Escopo do Visto e Processamento

O processamento de visto é um tipo de programa de viajante registra-do, com foco em visitantes de curto prazo. Visitantes, como turistas, pre-cisam de um visto válido para viajar por um país onde o visto é necessário, por exemplo, visto Schengen para ci-dadãos de fora da União Européia, UE, de um país fora do Programa de Isenção de Visto, WWP. Para obter um visto, o cidadão deve iniciar um processo de requerimento na em-baixada do país-alvo da visita. Para obter um visto Schengen, o cidadão leva uma foto e coloca as 10 digitais no scanner biométrico, paga a taxa, preenche um formulário de requeri-mento e obtém, alguns dias depois, um adesivo ID2 com base no padrão ICAO, recomendação 9303_2, com MRZ impresso, foto, nome, nome de batismo, validade do documento. No caso do visto Schengen, o docu-mento impresso tem algumas carac-

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terísticas de segurança ótica, como a impressão Guilloche, impressão Rai-bow e holograma.

A validade do visto é bastante limitada, em dias. No caso do visto Schengen, o limite é definido em 90 dias. Poderia ser menor, ex: entre China e Hong Kong, com 16 dias.

Visto eletrônico significa registro online e pagamento de taxa online antes de viajar a um país. Esse tipo de processamento de visto eletrônico é usado, por exemplo, na Austrália (ETA), Armênia, Bahrain, Camboja, Nigéria, Estados Unidos (Esta) e em Omã.

2.2 grupo usuárioVisitantes de curto prazo como

turistas ou em viagens de negócios, são os maiores usuários de visto.

2.3 Escopo de documentos Identificação

O visto pode ser carimbo (um carimbo no dia de entrada e um ca-rimbo no dia de saída) no bookletto--MRP, assim como um adesivo. O adesivo pode ter um tamanho indi-vidual como um selo (por exemplo, no Egito) ou um formato ID-2 (por

exemplo, na Europa). O formato ID2 pode carregar uma linha - MRZ (por exemplo, na China), adesivo--ID2 sem linha - MRZ também é utilizado (por exemplo, na Índia). Em alguns casos, o visto é também uma autorização de desembarque e tem um código de barras em 2D (por exemplo, no Japão).

2.4 Documento com Visto Eletrônico

Quatro abordagens diferentes estão esperando aprovação:

a) Adesivo-ID2 com microchip;b) ID1 (Smart Card), como um

conceito para permissão eletrônica de residência;

c) ICAO_LDS2.0;d) ID1 (Smart Card), combina-

do com RTP.

2.4.1 adesivo-Id2 com microchipEssa ideia foi testada e avaliada

em 2004 e 2005 com base no Padrão ISO 14443 atual para interface-RF. Esses testes têm mostrado uma limi-tação física de no máximo 10 vistos, colocados no booklet-ID3. Com o padrão ICAO NTWG, esta aborda-gem não é mais adotada.

2.4.2 Id1 (Smart Card) Esta abordagem está em discus-

são na Agência de Fronteira do Rei-no Unido (UKBA) há dois anos. A ideia é entregar um documento de identificação a visitantes de curto--prazo (ex: turistas), visitantes de longo-prazo (ex: estudantes), assim como àqueles buscando asilo com um documento similar. Com essa abordagem, todos os dados dos es-trangeiros podem ser armazenados numa mesma base de dados, in-cluindo as informações da pessoa, os dados biométricos (fase, 10 impres-sões digitais) e informações sobre as condições.

2.4.3 ICao ldS2.0LDS2.0 está desde 2010 no

processo de padronização. Hoje, todos os MRTDs utilizam a Estru-tura de Dados Lógica (LDS) V1.7. No ICAO NTWG um conjunto de dados estendidos combinado com um conjunto de segurança estendi-da para aplicativo estendido é, por definição, chamado LDS2.0. Uma possibilidade pode ser um conjun-to de dados de registro de viagem armazenados no microcontrolador

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do booklet-MRTD. Com esta abor-dagem, a polícia de fronteira pode obter o conjunto dos dados padrão MRTD, tais como: nome, nome de batismo, Nº do MRZ, validade do documento, país de expedição do documento de viagem e foto do pro-prietário, assim como as informações de viagens anteriores.

2.4.4 Id1 (Smart Card), combinado com rtpÉ uma combinação do registro

de visitantes para obter um visto, com a emissão de um token-RTP no formato de um smart card. Essa abordagem é de interesse em caso de viajante frequente. Um exemplo disso seria um cidadão de Hong Kong que viaja frequentemente para a China continental. Para utilizar a tecnologia, o governo escolheu a es-trutura ICAO, ou seja, o grupo de dados ICAO (LDS 1.7), o ICAO biométrico (foto do rosto) e a segu-rança ICAO (BAC).

3. SINERgIAS ENTRE O VIAjANTE REgISTRADO E O VISTO PARA PESSOAS QUE VIAjAm COm FREQUêNCIA

Muitos benefícios são alcançá-veis com a sinergia do RTP e com o processamento de visto para pessoas que viajam com frequência. Alguns exemplos são:

a) As bases de dados podem ser simplificadas; isso permite um cru-zamento de verificações mais preciso e rápido;

b) Os documentos podem ter um design e características de segu-rança comuns; isso reduz o custo para a captura de dados, produção de do-cumento e emissão de documento;

c) O equipamento de controle de fronteira pode ser simplificado; isso reduz os custos e a complexidade

da infraestrutura;d) Treinamento dos prestadores

de serviços da fronteira e redução dos esforços; redução dos efeitos da fadi-ga e dos custos; otimização do tempo para focar em anormalidades e fraude;

e) O tempo de espera na esta-ção de controle de fronteira pode ser dramaticamente reduzido.

A EUROSMART, a Associa-ção Internacional da Indústria de Segurança Inteligente, com valor no mercado para chips de segurança em documentos oficiais, tendo produzido em 2011 por volta de 240 milhões de chips microcontroladores. Os produtos Infineon são utilizados pelo público por volta de um terço dos 192 estados--membros da União Europeia, que representam uma população total de mais de 3 bilhões de pessoas.

Por 14 anos consecutivos, a Infine-on lidera o mercado global de cartões com chips CIs (Circuitos Integrados). De acordo com empresa de pesquisa de mercado, a IMS Research a Infineon mantém 27 por cento do mercado de cartões com chip.

Para maiores informações, visite www.infineon.com/security.

sobre os AutoresRobson Alves é responsável pelo

gerenciamento de contas na divisão de Chip Card & Segurança na América Latina da Infineon Technologies.

Tolgahan Yildiz está baseado em Munique, Alemanha, na sede global da Infineon, e é o coordenador das atividades de desenvolvimento de ne-gócios para esquemas de identificação eletrônica dirigidos pelo governo.

Detlef Houdeau está em Muni-que, Alemanha, e é o diretor-sênior de desenvolvimento de negócios no segmento de identificação na Infineon Technologies.

AbreviaçõesABG Automatische biometrische gren-

zkontrolle (controle automático de fronteira biométrica)

ABC Automatic border Control (Contro-le Automático de fronteira)

API Advanced passenger information (informação Avançada de passa-geiro)

BAC basic Access Control (Controle básico de Acesso)

BIG brussels interoperability group (grupo de interoperabilidade de bruxelas)

DNI documento nacional de identidad (Cartão nacional de identificação, espanha)

EAC extended Access Control (Controle de Acesso estendido)

eMRTD electronic machine readable travel document (documento de viagem legível por equipamento eletrônico)

eRTP electronic registered traveller program (programa de viajantes registrados eletrônico)

eID Card electronic identity Card (Cartão de identidade eletrônico)

ETA electronic travel Authority (Autori-dade eletrônica de viagem)

ESTA electronic system travel Authori-zation (Autorização de viagem por sistema eletrônico)

1G/2G/3G. 1a geração, 2a geração, 3a geração

ICAO international Civil Aviation organi-zation (organização internacional de Aviação Civil)

JPEG Joint photographic expert group KLIA Kuala lumpur international Airport

(Aeroporto internacional de Kuala lumpur)

LDS logical data structure (estrutura lógica de dados)

MRTD machine readable travel do-cument (documento de viagem legível por equipamento)

MRZ machine readable Zone NTWG new technical Working group

(novo grupo de trabalho técnico)NPA neuer personalausweis (novo

Cartão de identidade; Alemanha)PNR passenger named record (regis-

tro de passageiro nomeado)RTP registerred traveller program

(programa de viajante registrado)SAC supplemental Access Control

(Controle de Acesso suplementar)UKBA united Kingdom border Agency

(Agência de fronteira do reino unido)

VWP visa Waiver program (programa de isenção de visto)

2D duas dimensões

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FlashEs RIC: WoRkshop Em pERnambuCoFOTOS: OSMAR LIMA

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FlashEs

CaRDsFOTOS: STUDIO F IMAgEM

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CERtFoRumFOTOS: RIkELLy TORRES, OSMAR LIMA E STUDIO F IMAgEM

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prA terminAr...

– Boa noite, cidadão!– Boa noite.– Identidade e habilitação, por

favor.Quem nunca ouviu essa frase

que atire a primeira multa. E lá estava eu parado em mais

uma blitz. Monotonamente, pela terceira vez em cinco semanas e, acredite, no exato mesmo local. A Polícia Militar monta com frequên-cia a fiscalização – especialmente às sextas-feiras – a algumas centenas de metros da faculdade em que lecio-no. Faz sentido, há biroscas e bares na região e é sempre prudente não confiar que os jovens levem a sério a conta bebida-mais-direção-igual--a-problema – especialmente, claro, nas noites de sexta.

Sempre que sou parado numa blitz, minha primeira reação é de alí-vio. Pago os impostos, ando na linha e se eles param a mim, o dito cidadão respeitável, também devem pegar um ou outro com problemas com a lei. Dá um sentimento de proteção quando o guarda me manda encos-tar. Mas não naquela sexta-feira.

Fato é que, ao contrário das duas últimas vezes, eu estava com um probleminha. Minha carteira de motorista havia sido lavada no bolso da bermuda e estava em con-dições, digamos, não republicanas. Com boa vontade, dava para ler as informações e até ver quem estava na foto, mas era um documento em frangalhos. E isso porque a carteira de motorista, com aquele papel com uma lâmina finíssima que parece plastificá-la, resistiu heroicamente à água, ao sabão que deixa tudo mais branco, ao amaciante e ao mexe-me-xe dentro da máquina de lavar.

Depois a endocrinologista não entende minha resistência por ativida-

des físicas. Nada disso teria acontecido caso eu não tomasse a perigosa decisão de fazer uma caminhada no parque e, por medo de ser atropelado e ir parar como indigente com a barriga aberta sobre uma mesa envolta por quarta-nistas de medicina, tivesse colocado a CNH no bolso da bermuda.

Identidade e habilitação, por fa-vor. Minha primeira reação foi usar uma tática baixa, promover o cara. Enquanto tirava o documento do carro e os pedaços da carteira de mo-torista do plástico, vi o “SD” antes do nome do policial na tarja acima do bolso esquerdo. Estendi a mão: aqui estão, tenente. Soldado gosta de ser confundido com oficial, era uma tática infalível. Eu sou soldado, cida-dão, disse o agente da lei com cara de nenhum amigo. Falhou, pensei.

O procedimento é padrão, ele pega os documentos olha no seu ros-to, vai para o fundo do carro, confere o lacre da placa e volta. É, cidadão, está tudo certo com o veículo, mas esse documento do senhor... A coisa cresceu e para resolver até o verdadei-ro tenente foi chamado, eu já fora do carro e pensando no amigo advogado que não via há cinco anos e iria rece-ber um telefonema às 11 da noite.

Pois bem, estive recentemente na Finlândia. Você pode se perguntar, quem sai do Brasil para ir à Finlândia? Respondo: a passeio, quase ninguém. Por amor, muita gente. Lá estava minha esposa fazendo mestrado, lá fui eu visi-tá-la. E ainda conheci brasileiros que ca-saram com pessoas de lá, e por lá estão.

Na volta, no segundo aeroporto – retornar do interior da Finlândia, ou ir, é uma odisseia que envolve diversos terminais e quase 30 ho-ras – sou surpreendido pelo pedido: passaporte, por favor. Cadê o pas-saporte? Bolsos da frente, bolsos de

trás; nada. Mochila, casaco, sacola do computador; nada. Já me veio à cabeça o filme O Terminal, no qual Tom Hanks fica morando no aero-porto porque seu país sofreu um gol-pe de estado e ele fica sem passapor-te, ou ao menos um que valha.

Respirei fundo, refiz mentalmen-te toda a jornada desde cedo e me lembrei da doleira – esse objeto fan-tástico que os apavorados com assalto inventaram para dar mais higiene ao salutar hábito dos viajantes, também largamente difundido no meio políti-co, de guardar dinheiro na cueca.

As duas histórias, do guarda e da cueca, remetem a uma terceira. Eu era o maior perna de pau da rua, só jogava porque tinha uma boa bola e meu irmão era o capitão do time. Mesmo assim, eu só entrava (era a arma secreta, segundo ele) para bater falta – tinha uma bicuda famosa – e para formar a barreira. Quando era falta para o adversário, só lembro do meu irmão, nosso goleiro, gritando de debaixo da trave: protege os do-cumentos, protege os documentos. Parece que ainda não aprendi a lição.

Marcio Peixoto é editor da revista idigital.

"Pra terrninar..." é o espaço de crônicas da idigital, aberto a colaborações de funcionários das associadas ABRID. Mande seu texto para

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PROTEjA OS dOCUMENTOS...

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