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Fisa, Interleite e 40 anos de Expomaq Como as novas normas poderão impactar os produtos lácteos Soluções em ingredientes para novos apelos e conceitos Cobertura LEGISLAÇÃO Inovação Ano XVII – Set/Out 2012 - nº 98 – R$ 18,00 – www.revistalaticinios.com.br – ISSN 1678-7250

Revista IL 98

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Fisa, Interleite e 40 anos de Expomaq

Como as novas normas poderão impactar os

produtos lácteos

Soluções em ingredientes para novos apelos e conceitos

Cobertura

LEGISLAÇÃO

Inovação

Ano XVII – Set/Out 2012 - nº 98 – R$ 18,00 – www.revistalaticinios.com.br – ISSN 1678-7250

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Prezado Leitor,Uma questão sui generis ocorre com um dos produtos mais

tradicionais de Minas Gerais, o queijo artesanal da Serra da Canastra. Apesar de declarada como o primeiro Patrimônio Imaterial Brasileiro, a iguaria não pode ser comercializada além das frontei-ras mineiras. Um desses equívocos advindo de legislação restringe a venda do produto fora do estado, abrindo espaço para clandestinida-de de comercialização e impedindo a expansão de produção de um alimento que tem tudo para conquistar o mercado e levar mais renda a pequenos produtores. O consumidor, por sua vez, não consegue com-prar o queijo mineiro que deseja comer.

Recentemente, até uma revista de circulação nacional, a Veja, levan-tou a questão, dizendo que se a Presidente Dilma comer esse queijo em Brasília estará fora da lei.

O absurdo que ocorre com os queijos artesanais mineiros é apenas a ponta de um iceberg de uma legislação antiga, inadequada e que pre-cisa ser atualizada por profissionais com profundo conhecimento da área, com urgência. O Riispoa (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), criado por decreto de Getúlio Vargas, em 1952, inadequado para a produção moderna do setor lácteo nacional, há anos, requer atualização. Empresas e profissionais do setor aguardam revisão e publicação de um novo documento, porém sua fi-nalização, há anos, é adiada.

Enquanto isso, sofrem produtores e laticínios, que passam por situ-ações absurdas para se adequarem a leis antigas, a exemplo desta da Serra da Canastra. Até quando?

Curiosamente, neste caso, produtos semelhantes importados, prin-cipalmente da Europa, ocupam as mesas de todo território brasileiro, tomando espaços que poderiam ser de produtores nacionais.

Nesta edição, entrevistamos Carlos da Silveira Dumont, presidente da Cooperativa do Serro, que fala um pouco das dificuldades dos produ-tores da Serra da Canastra.

Leia ainda nesta edição, as inovações em ingredientes e tecno-logias para o setor de leite e produtos lácteos e a cobertura de dois eventos importantes para o setor lácteo – Expomaq e Food Ingredients South America.

Falando ainda em legislação, trazemos também artigo técnico, elaborado por pesquisadoras do Ital/Campinas, sobre a nova regula-mentação da Nata, tecnologia e mercado do produto. Outro artigo de pesquisadores universitários da UFV – Universidade Federal de Viçosa - fala sobre Leite e Queijo de Búfala na Ilha do Marajó.

Boa leitura! Luiz Souza

Diretor e Editor

Ano XVII – nº 98– setembro/outubro 2012www.revistalaticinios.com.br

ISSN 1678-7250

Editorial

Diretor e Editor Luiz José de Souza

[email protected]

RedaçãoJuçara Pivaro

[email protected]

PublicidadeLuiz Souza

Carolina [email protected]

Daiane [email protected]

AtendimentoAna Carolina Senna de Souza

[email protected]

CapaImagem de arquivo

Diagramação Rafael Murad

Assinatura Assinatura anual - R$ 105,00 (6 edições)

Número avulso - R$ 18,00

Comitê EditorialAirton Vialta – DG/Ital

Ana Lidia C. Zanele Rodrigues – Allegis ConsultoriaAntônio Fernandes de Carvalho – UFV

Ariene Gimenes Van Dender – Tecnolat/ItalDarlila Aparecida Gallina – Tecnolat/Ital

Izildinha Moreno – Tecnolat/Ital José Alberto Bastos Portugal – Embrapa/CNPGL

Mucio Furtado – DuPont/Danisco Neila Richards – UFSM

Sebastião César Cardoso Brandão – UFV/Amazing Foods

Outra publicação:

SETEMBRO EDITORA

Ed. Green Office MorumbiRua Domingues Lopes da Silva 890, Cj. 402

Portal do MorumbiCEP 05641-030, São Paulo, SP, Brasil

Tels.: (11) 3739-4385 / 8141-3274 / 2307-5561 / 2307-5563 / 2307-5568 / 2307-5574

[email protected] opiniões e conceitos emitidos em artigos assinados não

representam necessariamente a posição da revista Indústria de Laticínios.

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SUMÁRIO

ANUNCIANTES

u Entrevista: Queijo artesanal - Patrimônio Nacional só para Mineiros ---------------------------------------------- 6u Empresas e Negócios: Veja quem movimentou os negócios lácteos no último bimestre --------------------- 10

Matéria de Capau Inovação em lácteos – Ingredientes para novos apelos e conceitos Como as novas legislações poderão impactar os produtos lácteos ------------------------------------------------ 18

u Conjuntura ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26u Cobertura Expomaq 2012 ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 28

u Perfil de empresa – Hexus ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 46 u Perfil de empresa – Akso ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 47u Case – Nestlé – Ninho Fases -------------------------------------------------------------------------------------------------- 48

u Painel ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 50 u Evento – Interleite 2012 ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 58

Fazer Melhoru Nata: mercado, tecnologia e a nova regulamentação ----------------------------------------------------------------- 62 u O Leite e Queijo de Búfala na Ilha do Marajó ---------------------------------------------------------------------------- 66

AGUIA INOX 31 ENTELBRA 57 LIVRO NOVA LEGISLAÇÃO 28

AKSO 47 FERMENTECH 07 MACALÉ 59

ANHEMBI BORRACHAS 27 FISPAL NORDESTE 60 M CASSAB 05

ASHLAND 41 FORTRESS 16 PADRONIZA 44

BRASTÓKIO 24 FORTITECH 72 QUINABRA 23

BKG ADICON 13 GAIL 09 RICEFER 25

CAP-LAB 33 GOLDPACK 19 SIG COMBIBLOC 15

CHR. HANSEN 14 GRANOLAB 51 SOMAROLE 49

DELGO 39 HIDROZON 55 TATE & LYLE 17

DOCE AROMA 21 HORIZONTE AMIDOS 10 X NOVA 53

DÖHLER 02 INTERMARKETING 11 TOVANI 54

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Patrimônio Nacional só para mineirosNem sempre obter prestígio significa destaque para um produto. É o que ocorre com o queijo artesanal mineiro, considerado patrimônio nacional, aliás, mais especificamente, o primeiro Patrimônio Imaterial Brasileiro. A honraria, no entanto, não contribuiu para a expansão da produção e conquista de novos mercados em território brasileiro. O motivo: a legislação que normatiza o segmento proíbe a venda do produto fora de Minas Gerais.

Fica estabelecido um paradoxo. Enquanto queijos importados, elaborados a partir de leite cru e semelhantes ao artesanal brasileiro, estão dispostos nas gôndolas de supermercados nacionais e comercializados livremente, o produto mineiro está restrito ao estado onde é produzido.O queijo artesanal de Minas Gerais é conhe-cido e apreciado em várias regiões do Bra-sil e, por conta de legislação vigente, sua venda ainda é realizada em outros estados, porém clandestinamente. A primeira regulamentação brasileira para esses produtos veio na década de 50, seguindo modelo dos Estados Unidos, que considerava queijos com pasteurização do leite para grandes indústrias. Em dezem-bro de 2011, o Mapa publicou a IN 57, que, ao contrário do que esperavam os produto-res, trouxe mais exigências, tornando ainda mais complexa a logística da produção e co-mercialização dos artesanais. Entre outros pontos estabelecidos, a IN 57 exige que o produtor faça análise do leite em laborató-rios da RBQL (Rede Brasileira de Qualidade do Leite). Em Minas Gerais existem somente

dois desses laboratórios oficiais, localizados em Juiz de Fora e Belo Horizonte, distan-te dos locais de produção, implicando em custos com logísticas acima das condições econômicas dos fabricantes.Os produtores querem revisão de vários pontos da nova normativa para que tenham condições de fabricar seus produtos de acordo com exigências da legislação e comer-cializar para outros estados queijos tradicionais de Minas Gerais. Existe o modelo da legislação francesa para queijos de leite cru, que atenderia de maneira mais adequa-da esses produtores.Mesmo seguindo todas as regras para produção segura dos queijos artesanais, a Coo-perativa Serro, localizada na região onde está grande parte dos produtores, só vende sua produção em Minas Gerais. Para falar sobre o assunto, a Revista Indústria de Laticínios entrevistou Carlos da Silveira Dumont, presidente da Cooperativa do Serro.

Carlos da Silveira Dumont

entrevista

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Revista Indústria de Laticínios Fale sobre a IN 57 e como a regulamentação impactou os produtores de queijos artesanais.■ Carlos da Silveira Dumont A Coopera-tiva do Serro, no caso do queijo minas artesanal, segue a legislação mineira, ou seja, a lei 14185/2002. Neste caso, temos uma certificação junto ao IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) e só podemos vender em Minas Gerais. Os produtos industrializados da cooperativa são “sifados” e podem ser vendidos em todo o BrasilTemos batido na tecla de que devería-mos utilizar a legislação francesa para os queijos de leite cru, pois hoje nós conseguimos atender esta legislação e não conseguimos atender a legislação brasileira, que tem como base uma indústria com leite pasteurizado.

RIL Antes da IN57, os produtores abasteciam vários outros estados brasileiros? ■ Carlos da Silveira Dumont Mesmo antes da IN57, não era permitido vender o queijo Minas Artesanal fora de Minas Gerais. No próprio estado, o produto era considerado clandestino até conseguir-mos a lei estadual 14185/2002.

RIL Como os produtores fazem para vender seus queijos? O consumo de outras cidades de Minas Gerais cobre o mercado que eles tinham antes da normativa ou eles diminuíram a produção?■ Carlos da Silveira Dumont Especifica-mente, a Cooperativa do Serro sempre teve seu mercado focado na cidade de Belo Horizonte. Estima-se que, na região do Serro, existam 900 produtores de queijo artesanal, legalizados junto ao IMA. Temos 110 produtores, portanto todos os

demais continuam vendendo através de queijeiros, clandestinamente, em Minas Gerais e também em outros estados.

RIL Já é possível contabilizar prejuízo desde a nova normativa? ■ Carlos da Silveira Dumont Na realida-de, nada mudou em nossa região com a IN57.

RIL Como estão as ações para reverter a situação, já que é inviável a instalação de laboratórios nas cidades da Serra Canastra apenas para atender às novas exigências legais? ■ Carlos da Silveira Dumont O assunto tem sido discutido em vários níveis, inclu-sive no MAPA, para isto contribuiu muito o filme “O mineiro e o Queijo” e, agora, a reportagem do Globo Rural.

RIL A comunidade local está se organizando para evitar que um produto considerado patrimônio nacional seja impedido de ser comercializado em outras regiões que vendem queijos europeus semelhantes e sem nenhuma restrição? ■ Carlos da Silveira Dumont Sem dúvida, a luta é constante, a região do Serro tem entidades representativas dos produtores bem organizadas e recebe-mos apoio de órgãos de pesquisa e do próprio Estado de Minas Gerais, através da Secretaria da Agricultura e das em-presas coligadas.

RIL Existem programas de melhoria de qualidade da produção dos queijos artesanais? Os produtores têm consciência de que há necessidade de certos procedimentos para garantir a segurança alimentar? Há apoio a esses pequenos produtores para implantar programas que

atendam às exigências de uma produção segura?■ Carlos da Silveira Dumont A lei 14185/2002 estabalece vários parâmetros de qualidade, aceitos e implantados. Há ainda treinamento constante através da Empresa de Extensão Rural (EMATER). A cooperativa mantém também um médico veterinário e laticinista acompa-nhando diretamente os produtores. A Cooperativa do Serro já havia im-plantado um Programa de Melhoria da Qualidade deste produto desde 1995. A partir da lei 14185/2002, atuou junto aos seus produtores, conseguindo a certifi-cação de todos eles junto ao IMA. Como já foi mencionado, temos um veterinário que controla a sanidade do rebanho: todo o rebanho é examinado anualmente contra brucelose e tuberculose.O laticinista acompanha as Boas Práti-cas de Fabricação, cobra anualmente o exame médico dos manipuladores, coleta produto para análise fiscal e orienta os produtores. Na recepção da cooperati-va, existem procedimentos de avaliação de qualidade e os produtos fora do padrão não são recebidos.

RIL O que a cooperativa e outros produtores da região esperam em relação à nova normatização para os queijos artesanais? ■ Carlos da Silveira Dumont Precisa-mos de uma nova legislação nacional que atenda especificamente o queijo de leite cru, que deveria ser baseada na legislação francesa, permitindo que todo brasileiro possa saborear o tradicional queijo do Serro, primeiro patrimônio de natureza imaterial de Minas Gerais e Patrimônio Imaterial Brasileiro.

entrevista

Estima-se que, na região do Serro, existam 900 produtores de queijo artesanal, legalizados junto ao IMA.

Mesmo antes da IN57, não era permitido vender o queijo Minas Artesanal fora de Minas Gerais. No próprio estado, o produto era considerado clandestino até conseguirmos a lei estadual 14185/2002.

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Verde Campo

Nestlé

lança primeiro queijo cottage zero lactose

apresenta Moça Doce de Leite no palito

empresas & negócios

Chegou ao mercado o primeiro queijo cottage sem lactose produzido no Brasil. Além de ser recomendado para dietas com restrição à lactose, o Queijo Cottage LacFree, fabricado pelo Laticínios Verde Campo, tem quantidade de sódio reduzida em 33% e é uma opção ideal para pesso-as que priorizam uma alimentação leve e saudável. O Queijo Cottage LacFree (R$ 6,90 a embalagem de 200g) tem apenas 68 calorias por por-ção de 50g. O produto está sendo co-

mercializado nas principais redes de varejo e em lojas especializadas em todos os estados das regiões Sudeste e Sul. Ações intensivas de degustação e distribuição de folders estão sendo feitas em pontos de venda no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

Para eliminar totalmente a lacto-se da linha LacFree, a Verde Campo adotou uma tecnologia de hidrólise própria. Assim, os nutrientes do lei-te, em especial as proteínas e o cál-cio, são absorvidos de maneira mais

rápida e eficiente pelo organismo, trazendo uma sensação de leveza e bem-estar. E, para reduzir o teor de sódio, no processo de produção o sal comum foi substituído por uma versão especial que contem sais mi-nerais de origem láctea e reconstrói parte do sabor do produto original. Essa é a segunda linha de produtos sem lactose produzida pela empresa, que, em abril do ano passado, inovou ao lançar a linha de iogurtes LacFree, primeira do tipo no país.

Depois do sucesso do picolé Moça Leite Condensado, a Nestlé surpreen-de novamente ao juntar o sabor in-comparável de uma das sobremesas mais apreciadas pelos brasileiros, o doce de leite, com a cremosidade do sorvete, no picolé Moça Doce de Leite,

feito com o verdadeiro Leite Conden-sado Moça. Com 95 kcal – o equiva-lente a 5% das necessidades diárias de energia – a novidade faz parte da família “Marcas Nestlé no Palito” e está à venda em todo o País. Além de Moça Doce de Leite, a linha de sorve-

tes Moça conta com os picolés Moça Brigadeiro e Moça Leite Condensado e com as sobremesas Pudim e Coca-da (nas versões take home, em emba-lagens de 496g).

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Tirol

Aurora

traz requeijão gourmet

lança bebida láctea de lichia

empresas & negócios

Especialmente elaborada para o uso culinário, a linha de Requeijão Gourmet da Tirol garante o sabor e a praticidade na elaboração das mais diversas receitas.

Com opções nos sabores: Tradi-cional, Cheddar e Quatro Queijos, o requeijão é comercializado em em-balagens plásticas no formato bisna-

ga, em versões de 400g e 1,8kg para atender às diferentes necessidades dos consumidores.

O requeijão para uso culinário se difere do tradicional requeijão cre-moso por apresentar uma textura mais firme e consistente, numa fór-mula mais adequada ao manuseio para a preparação de diferentes re-

ceitas de doces e salgados.Produzido a partir da reconheci-

da qualidade do leite Tirol, o requei-jão resulta da fundição da massa do queijo e gordura láctea e outros in-gredientes num processo que envol-ve maturação, envase e resfriamento.

Lichia - uma fruta originária da China - é o sabor de uma refrescan-te bebida láctea, que a Aurora lança a partir deste mês de setembro com exclusividade nos mercados do sul e sudeste brasileiro.

 A bebida não só amplia o portfó-lio de fermentados da Coopercentral Aurora Alimentos, como deve tornar--se um ícone desse verão. 

A nova bebida é elaborada com leite, soro de leite e polpa de lichia, própria para consumo no verão. Pos-sui validade de 45 dias e embalada em caixa de 5,7 kg com seis unida-des de 950 gramas. A embalagem

identifica o produto e, para cada  sa-bor, há uma cor que o define, fazen-do  com  que  ganhe  destaque  no  ato da exposição no  ponto de venda. Es-ses produtos  serão comercializados no varejo, atendendo os canais de au-tosserviço, atacado, padaria e casa de laticínio.

Pronta para beber, refrescante, sa-borosa e nutritiva, o produto pode ser consumido no café da manhã, lan-che, no preparo de cocktails e acompa-nhado com cereais, a qualquer hora do dia, ou, complementar a merenda.

O público-alvo é variado, constituído de crianças, adolescentes e adultos, voltado para a maioria das classes sociais.

        O novo produto amplia o mix de bebidas lácteas e a variedade de sabores, atende às expectativas e necessidades dos consumidores que desejam produtos práticos e conve-nientes. O  lançamento das Bebidas Lácteas Aurora reforça a marca Auro-ra no segmento de lácteos, onde está  presente através dos leites  UHT, lei-tes em pó, creme, queijos em peça ou porcionados e requeijões tradicional e light.

TangaráFoods lança Leite

Condensado Nutricional

A Tangará Foods lançou mais um produto de sua linha voltada para o varejo. O Leite Condensado Nutri-cional é produzido em sua planta industrial de Estrela/RS, adquirida pela Tangará em junho de 2011. Em

embalagem Tetra Pak de 395 g, o pro-duto faz parte da estratégia da em-presa para entrada no varejo, que se iniciou com o lançamento do Creme de Leite Nutricional, do Leite em Pó Nutricional e do Purelac Fortificado.

O início das vendas do Leite Conden-sado Nutricional está previsto para agosto nas regiões Sudeste e Nordes-te do país.

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empresas & negócios

Batavoincorpora linha de queijos

mussarela e prato ao portfólio

O brasileiro está consumindo mais queijo e, atenta a esse movi-mento, a Batavo lança duas opções: mussarela e prato. “É um mercado que cresce quase dois dígitos ao ano e movimenta cerca de R$ 7 bilhões”, afirma Luciane Matiello, diretora de marketing da unidade de lácteos da BRF.

Embora não exista estatística recente, calcula-se que o brasileiro consome cerca de 4 quilos de quei-jo por ano. Um volume irrisório se comparado a países europeus como França, Dinamarca, Itália e Holanda,

onde o consumo médio supera 20 quilos, ou seja, quase sete vezes mais que no Brasil.

“Trata-se de um segmento pro-missor, visto o maior poder aquisi-tivo do brasileiro”, ressalta Matiello. Pesquisa encomendada pela Batavo aponta que além da evolução no há-bito de consumo de frios na alimen-tação básica, a categoria está conec-tada aos valores atuais de escolha por alimentos práticos e saudáveis.

Além das tradicionais peças de 2 e 3 quilos (mussarela) e 2,7 quilos e 3,7 quilos (prato), disponíveis em su-

permercados e padarias, os queijos Batavo serão comercializados nacio-nalmente em embalagens de 150 gra-mas. São opções ricas em proteínas, cálcio, lipídios, carboidratos, fósforo e vitaminas.

O queijo Batavo utilizará a mes-ma base de produção do queijo Santa Rosa, marca regional que também pertence à BRF. “Por esse motivo, optamos por manter, num primeiro momento, o logo Santa Rosa e Bata-vo nas embalagens”. Com o passar do tempo, a empresa pretende seguir apenas com Batavo.

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Vigor chega ao mercado com produto

inédito para confeitaria

empresas & negócios

A Vigor Alimentos renova o portfólio de produtos da marca Amé-lia com o lançamento do “Chantilly ao Leite”, que alia duas necessidades antigas dos confeiteiros: sabor de creme de leite com ótima estabili-dade. Disponível em embalagens da Tetra Pak de um kilo, o produto não necessita de refrigeração antes de aberto e é indicado para bolos e so-bremesas.

Além da novidade, a Vigor Food Service também reposiciona todos os produtos da marca Amélia, que passam a espelhar nas embalagens informações com mais clareza aos consumidores. De acordo com Rena-ta Holzer, gerente de marketing da Vigor, como se trata de uma marca tradicional, a renovação acontece sem deixar de destacar os principais valores dos produtos. “O momento

especial que a Vigor atravessa vem acompanhado de um investimen-to maior em inovação e marketing”, afirma Renata.

Amélia é marca pioneira em Chantilly vegetal no Brasil, com seu produto Chanty Mix, além de ser a marca mais lembrada pelos confei-teiros nesta categoria, segundo pes-quisas da ECD (consultoria especiali-zada em Food Service) em 2011.

PiracanjubaZero Lactose ganha prêmio no FI Excellence Awards 2012A Piracanjuba conquistou o Prê-

mio Fi Excellence Awards 2012, na Categoria Produto Funcional / Nu-tracêutico Mais Inovador”, com o Pi-racanjuba Zero Lactose. A empresa também foi finalista - 2º lugar – na Categoria “O Produto Funcional/Nutracêutico Mais Inovador”, com o Piracajuba Quinoa e Linhaça. “Essa premiação reafirma nosso compro-metimento em oferecer aos consu-

midores produtos inovadores, saudá-veis e de qualidade”, afirma Helena Camargo, Coordenadora de Pesquisa & Desenvolvimento da Piracanjuba.

Considerado o “Oscar” da Indús-tria Alimentícia, Fi Excellence Awar-ds tem como objetivo identificar e reconhecer as empresas de alimen-tos que estão comprometidas com a conservação da biodiversidade, promoção de práticas sustentáveis

na cadeia de abastecimento e com a repartição justa dos benefícios pro-venientes da comercialização dos produtos. O prêmio consagra indús-trias e profissionais que investem na área de Pesquisa e Desenvolvimento, estimulando a inovação de produtos e movimentando a indústria.

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Crescem as possibilidades para o setor de lácteos investir em inovações para o mercado de consumo. Dois eventos mostraram a diversidade de soluções das empresas de ingredientes que permitem criar novas categorias em bebidas e ali-mentos ou incorporar conceitos de saudabilidade aos produtos. Um deles foi a Expomaq 2012 (Veja caderno especial a partir da página 28), realizada em Minas Gerais e outro, a FISA (Food Ingredients South America), que aconteceu de 18 a 20 de setem-bro, no Expo Center Norte, em São Paulo.

Em sua área de exposição, a FISA mostrou a próxima geração de ingredientes para a indús-tria alimentícia. Durante o evento foi realizada a FI Conference e as palestras desta edição tiveram como pauta questões como controle de peso, saú-de óssea e cardiovascular, redução de sal e açú-car, nutrição esportiva, suplementos alimentares, nutracêuticos, conceito de beleza de dentro para fora, produtos antienvelhecimento, tendências gerais e o panorama do mercado de alimentos no Brasil e no mundo.

Na feira, foi apresentado ao público diverso o desenvolvimento das empresas de ingredientes para a área de lácteos. A General Ingredients, que agora faz parte do grupo Hela do Brasil, apresen-tou sua linha de ingredientes que produz e que distribui. Entre outros produtos, a Hela apre-sentou sua linha de condimentos e especiarias diferenciadas e apropriadas para uso em queijos

e produtos lácteos, pois contribuem para evitar contaminação com a adição desses ingredientes.

A Hela traz outras soluções, tais como fibras, da Fiberstar, para fabricação de iogurte e outros pro-dutos lácteos e corantes naturais. A maior parte dos produtos da empresa permite o uso clean lable.

Uma marca nova foi apresentada ao mercado durante a FISA, a Ingredion, multinacional nortea-mericana. Isabela Abussamra, analista de marketing da empresa explica: “Houve união da Corn Products e a National Starch, empresa que ad-quirimos globalmente há dois anos”. Carlos Bian-co, presidente da Ingredion no Brasil, acrescenta: “Não deixamos para trás uma de nossas fortale-zas: o profundo conhecimento das necessidades e peculiaridades do mercado local”.

Baseada nos conceitos: inovação, nutrição, sabor e textura natural e saudável, a Ingredion levou lançamentos para a feira. Para aplicação em bebidas a base de leite, a empresa apresentou lác-teo sabor morango sem adição de açúcar e gordu-ra. Mostrou também o Enliten, adoçante produzido pela Ingredion a partir da Estevia, o qual permite ser utilizado em sorvetes e achocolatados.

FoodserviceA Alibra, que tem ênfase no desenvolvimento

de sorvetes e sobremesas, investe fortemente em lácteos e vem apresentando produtos para foodser-vice, um mercado em franco crescimento no Brasil. Para aplicação em coberturas e chocolates, a em-

Inovação em lácteosCrescem as possibilidades para a indústria

investir em inovações de lácteos. A

diversidade de soluções das empresas

de ingredientes permite criar novas

categorias ou incorporar novos conceitos.

inovação

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presa apresentou na FISA, Compostos Lácteos em pó para Chocolates. Tratam-se de substitutos de leite em pó integral e/ou desnatado, provenientes de variadas fontes de gordura vegetal e láctea. Os produtos proporcionam melhoria de cremosidade, textura e sensação organoléptica. Os compostos lácteos são produzidos em spray-dryer que, além de otimizar o processo, mantém as características sensoriais, garantem padronização, e possibilitam a redução de custo do produto final.

Outras soluções apresentadas pela empresa foram as Coberturas e recheios tipo Mussarela, re-queijão e queijo Minas Padrão, desenvolvidas com tecnologia sofisticada aplicada aos ingredientes, que já são referência nos Estados Unidos e Europa. São destinadas ao foodservice e às indústrias.

A consistência, o nível de derretimento, cremo-sidade, sabor e brilho são adequados para aplica-ção em pizzas, pães, pasteis, salgados e recheios. O Mozzana para cobertura de pizzas de mussarela tem como característica derretimento perfeito e uniforme, com elasticidade de formação de fios, não apresenta liberação de gordura após o forne-amento e proporciona maior aderência à massa, evitando descolamento de recheio, principalmente durante o processo de delivery. A Alibra ainda tem o Mozzana Recheio para pão de queijo, que subs-titui o queijo Meia Cura e o Mozzana Saudável, desenvolvido com Zero Lactose para aplicação em pizzas e recheios.

Humberto Salvador Afonso, diretor da Alibra, afirma: “tivemos crescimento em torno de 25% nos últimos meses e para atender à demanda do

mercado, investimos na unidade do Paraná para aumentar a capacidade produtiva. A torre de seca-gem da unidade ampliada contribuirá para au-mentar em 45% a produção a partir de outubro”.

Especializada em produção de soro de leite, a Sooro marcou presença na FISA para mostrar as diversas soluções desse ingrediente, cada vez mais valorizado pelas indústrias de alimentos e bebidas. A empresa foi a primeira produtora do WPC (Whey Protein Concentrate) no Brasil e fornece para o mer-cado nacional , além de atender com este produto indústrias dos Estados Unidos”, afirma José Afonso Passoto, supervisor de pesquisa e desenvolvimento da empresa.

O WPC é um concentrado proteico de soro de leite obtido através da separação parcial das proteínas do soro por processos de filtração por membranas, posterior concentração por evapora-ção, seguido de desidratação. As propriedades das proteínas do soro são mantidas, dando ao produto valor nutricional e funcional elevado, possibilitan-do sua aplicação em ampla gama de produtos.

A empresa traz outra novidade para o Brasil, o Permeado em pó, um soro de leite com menos proteína e mais lactose. É obtido pela remoção da proteína do soro por membranas de ultrafiltração, seguido de concentração em evaporadores tubula-res e posterior desidratação.

A Sooro produz ainda, soro de leite em pó e gorduras lácteas. Além de produtos lácteos, os ingredientes podem ser aplicados em sorvetes, suplemento alimentar, cárneos, salgadinhos, ração animal, entre outros.

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inovação

FuturoUma das empresas a apresentar grande varie-

dade de soluções na FISA foi a DSM, que fez de seu stand, um supermercado do futuro. Telas expostas no local apresentavam produtos para vários seg-mentos da alimentação, como se estivessem em prateleiras de supermercado e ao toque na tela, o visitante poderia ver as tecnologias em ingredien-tes aplicadas nos alimentos e bebidas expostos.

“O público recebeu muito bem a ideia, que já utilizamos em feira na Europa para mostrar nos-sas soluções. Neste ano, viemos com duas divisões, a Nutritional e a Food Specialist. Além da apresen-tação de nossos produtos e degustação, estamos celebrando os 100 anos de vitaminas”, explica Renata Razuk, diretora de marketing da empresa.

Na mostra, a companhia apresentou grande variedade de produtos, incluindo família completa de ingredientes para laticínios, mostrando as so-luções integradas da DSM para o segmento, desde enzimas, culturas e produtos de proteção alimen-tar, até amplo conjunto de nutrientes nutricionais e funcionais. O stand contou com diversos protó-tipos de produtos oferecidos para degustação do público visitante.

Durante a demonstração das soluções DSM para laticínios, os visitantes puderam provar o iogurte de baixa lactose fabricado com a linha Delvo®Yog de culturas versáteis para iogurtes, ela-borada para oferecer soluções de sabor e textura para cada aplicação específica, além de queijos fabricados com várias enzimas e culturas da em-presa.

Na FISA, a DSM apresentou o MaxilactR LGX 1000, lactase única, que garante maior consis-tência na qualidade do leite UHT deslactosado. O produto foi desenvolvido para injeção asséptica em linha com sistema de dosificação Tetra Aldose. A solução enzimática é adicionada diretamente ao processo, eliminando a necessidade de preparação e adição manual da lactase durante a produção.

A introdução da MaxilactR LGX 1000 ao mer-cado brasileiro permite que o produtor de leite aumente a segurança e o controle de qualidade do produto, pois a solução enzimática estará padro-nizada. Entre as vantagens de aplicação do ingre-diente estão: o risco de erros durante o processo de diluição ou qualquer variação na atividade da solução enzimática é eliminado, requer menos substituição de filtros e as perdas são mais limi-tadas, por não haver desperdício devido a erros de manipulação.

Tecnologia A Tate & Lyle foi para a FISA com lançamen-

to que incorpora alta tecnologia, o Tasteva TM, adoçante de Estévia, que tem alta densidade, excelente sabor e zero caloria. “Com Tasteva™ , os fabricantes de alimentos e bebidas que desejam adoçantes de fonte natural, agora têm uma opção de excelente sabor e conseguem reduzir os níveis de açúcar em 50% ou mais, sem o amargor e o sabor de alcaçuz, muitas vezes associado a outros adoçantes de alta pureza, tendo estévia como base”, explica Ijones Constantino, diretor comer-cial da empresa para América Latina.

O novo adoçante não tem after taste amargo e possui sabor que se assemelha ao açúcar. Além da tecnologia empregada em seu desenvolvimento, a empresa realizou estudos com diversas frações da matéria prima, até chegar naquela que oferecia melhor sabor. A tecnologia de purificação, associa-da aos dois anos de estudos, possibilitaram à Tate & Lyle disponibilizar um adoçante natural e com sabor limpo para aplicação em diversos tipos de alimentos e bebidas, inclusive, lácteas.

A empresa apresentou também na feira, seus ingredientes que atendem às necessidades do con-sumidor atual, com menos calorias, mais cremosi-dade e mais fibra. Foram oferecidos para degusta-ção durante o evento, protótipos com soluções que também levam em consideração os custos, além serem abordados os avanços mais recentes em sobremesas, incluindo o Creamiz™, um inovador substituto para a gordura. E um reforço a cremosi-dade do produto final.

Durante a FISA, aconteceu o tradicional FI Excellence Awards, que premia as melhores solu-ções em ingredientes e produtos para a indústria alimentícia e um dos vencedores foi da categoria lácteos. O Piracanjuba Zero Lactose, da Laticínios Bela Vista, ganhou prêmio como Produto Nutra-cêutico/Funcional Mais Inovador.

Os demais vencedores foram: PuraQ Arome NA4 – da Purac Sínteses, como o Ingrediente Ali-mentício mais Inovador, o Bolo de Caneca – da Dr. Oetker como o Produto Alimentício Mais Inovador.

A FISA foi marcada pela fartura de soluções para as indústrias e, principalmente, cumpriu seu papel de abrir espaço para empresas que desenvolvem soluções para produção de alimentos e bebidas com mais saudabilidade, um dos mais benéficos movimentos no setor, que ganhou força nas indústrias fornecedoras de soluções e alimentícias.

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Como as novas legislações poderão impactar os produtos lácteos

LEGISLAÇÃO

Informação Nutricional Complementar - No Brasil, desde

2001, a Rotulagem Nutricional é obri-gatória e a Informação Nutricional Complementar opcional desde janeiro de 1998. Em 2008, o Mercosul decidiu reavaliar e modernizar a Portaria de Informação Nutricional Complemen-tar (INC), baseando-se nas indicações e recomendações da estratégia Global. As discussões finalizaram na sua últi-ma reunião e a nova INC deve entrar em vigor no início de 2014. Esta porta-ria trará os seguintes benefícios para o consumidor: acesso a informações de alimentos mais saudáveis; valores já com conceitos para a proteção à saú-de; possibilidade de comparar estes alimentos com outros da mesma cate-goria e fazer escolhas mais saudáveis; ter informações e chamadas que po-dem potencializar seu comportamento para aquisição de novos alimentos com o propósito de uma nutrição mais ade-quada; potencializar a diminuição de custos com a saúde devido à ingestão de produtos com redução de substân-cias que podem contribuir com pro-blemas de obesidade, diabetes, pres-são arterial e doenças coronárias; ter escolhas e disponibilidade de produtos direcionados a um público alvo, contri-buindo para a saúde e balanço nutri-cional.

Os benefícios para o Governo são: suporte para cumprimento das dire-trizes da Política Nacional de Alimen-

tação e Nutrição contribuindo para a educação dos consumidores na es-colha de alimentos que contribuam para a saúde e uma dieta balanceada; potencializar a possibilidade de dimi-nuição de gastos com o tratamento de doenças crônicas potencializadas pela dieta/alimentação.

Para as indústrias, também haverá benefícios, pois poderão: aumentar a confiança dos consumidores basean-do-se em informação nutricional bem orientada e de fácil acesso; produzir alimentos diferenciados, dentro de uma mesma categoria, para facilitar e possibilitar escolhas saudáveis para várias populações de consumidores que, por motivos de saúde ou escolha, não quisessem consumir um alimento nutricionalmente não modificado.

O que faltou?Infelizmente, devido aos países te-

rem legislações específicas sobre al-guns pontos fundamentais, eles não fo-ram colocados nesta INC e, certamente, impactarão muito nossos produtos e chamadas, caso os órgãos legisladores do país não tomem medidas urgentes sobre sua normatização. São eles:

1- Retirada do carboidrato lactose das chamadas de açúcaresO desconhecimento ou falta de in-

formação na rotulagem, pela impos-sibilidade legal de colocar em alguns produtos lácteos de que são isentos de lactose, impossibilitará sua ingestão por uma parcela grande de brasileiros, principalmente crianças e idosos into-lerantes à lactose. Como exemplo: pelo rótulo, lendo apenas a lista de ingre-dientes, alimentos como o queijo e al-guns leites fermentados com baixo teor ou mesmo isentos de lactose, não são entendidos assim, pois o diagnóstico é feito de intolerância ao leite, e o pri-meiro ingrediente da lista é o leite. Por-tanto as pessoas intolerantes deixam de consumir produtos lácteos, mesmo sem nenhum traço de lactose, por fal-ta de entendimento da rotulagem. O

maior problema é que deixam de con-sumir o cálcio lácteo que é o melhor absorvido pelo organismo humano.

2- Retirada da frase que permite fazer modificações sem alteração do RTIQTão logo a nova portaria de INC

for publicada, cada país poderá fazer aprovação de produtos, já com as alte-rações previstas. No entanto, no Brasil a nova portaria sobre Informação Nu-tricional Complementar não terá a fra-se, hoje existente, na Portaria 27/98/Anvisa, que possibilita as alterações previstas, sem a necessidade de se alte-rar o RTIQ do produto no qual se fez a modificação. No Brasil, durante as dis-cussões desta Portaria discutiu-se com o Mapa, a esta frase e acordou-se (se-tor regulatório e produtivo) a frase que permitirá a existência no mercado de produtos com Informação Nutricional Complementar.

A frase em questão é: “Quando para cumprir algum atributo previs-to no presente regulamento técnico for necessária a substituição e ou re-dução e ou acréscimo de ingredientes que alterem parâmetros estabelecidos nos padrões de identidade e qualida-de existentes, tais parâmetros altera-dos devem estar previstos em critérios estabelecidos e tecnicamente justifi-cados por cada país. Estes alimentos serão designados com a denominação do produto seguida da modificação ob-jeto da informação nutricional comple-mentar.”

No entanto, não houve acordo nas discussões Mercosul e a frase foi reti-rada. Como à exemplo da Argentina e Uruguai, no Brasil, não temos legisla-ção específica sobre o assunto, portan-to, nenhum alimento que no seu re-gulamento técnico estabeleça padrões físico–químicos poderá esta regula-mentação tendo em vista, que as alte-rações da INC podem diminuir, alterar aumentar e/ou modificar o alimento. Consequentemente, esta regulamen-

*Maria Cristina Mosquim

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tação em vez de facilitar o comércio de alimentos entre os países parte, vai criar um grande tumulto. Produtos fa-bricados nos outros países poderão fa-zer as chamadas, ao passo que os aqui comercializados, não poderão. No en-tanto, estes produtos estarão nas gôn-dolas dos nossos supermercados com as chamadas a eles permitidas. Acres-centa-se a isto o fato das frases ou chamadas permitidas para chamadas nos outros países serem muito mais chamativas para o consumidor e os no-mes de produtos, mesmo com regula-

mentos técnicos aprovados no MERCO-SUL podem e continuam a ter o mesmo nome (por exemplo, na Argentina o leite com fibras é denominado “Leite UHT com Fibras”. No Brasil o mesmo produto é registrado como “Composto alimentar com fibras”. O que o consu-midor de leite vai querer? É obvio que é o produto chamado leite, adicionado de fibras. O consumidor não entende que o composto é leite e já ocorreram de-núncias no Procon de firmas que colo-cam este produto como leite. Algumas frases usadas nos outros países tam-

bém são de mais fácil compreensão e educativas, a exemplo, “Naturalmente rico em cálcio”, para os produtos lácte-os , sem precisar fazer a chamada, aqui obrigatória, “rico em cálcio como todo produto lácteo”.

Soma-se a isto, o fato de que a au-sência desta frase pode implicar na criação de uma nova categoria de ali-mentos, ou seja, os alimentos substi-tuídos de outros componentes que não os originais. Pode-se requerer então, novas normas de regulamentação, en-tre outras situações. Se forem alimen-

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tos cujo RTIQ foi previsto no Mercosul, não se pode alterar, a não ser que mude o nome e, se estiver no RIISPOA, só se este for alterado.

Historicamente, sempre trabalha-mos com a normatização desta forma e nunca ocorreram abusos ou proble-mas. A não permissão do uso da frase permitirá, além dos problemas men-cionados, o crescimento de um merca-do paralelo em franco crescimento, em detrimento dos produtos lácteos e da indústria láctea.

A não permissão vai proibir ou li-mitar a indústria brasileira de colo-car no mercado produtos com apelos e atributos que contribuam com uma alimentação mais saudável, além de aumentar a concorrência dos produ-tos importados dos países parceiros do Mercosul, que já está em franco cres-cimento .

Soma-se a isto, o fato da Informa-ção Nutricional Complementar ser, segundo a FAO/WHO, um mecanismo muito eficiente para ajudar os consu-midores a fazerem escolhas de alimen-tos saudáveis. No país as informações

nos rótulos sobre estas alterações e seus benefícios à saúde são particular-mente importantes e podem potencia-lizar o alcance dos objetivos da saúde pública facilitando estas escolhas .

Importante também é ressaltar que esta medida incentivará fabricantes de alimentos a aprimorar os atributos nu-tricionais de seus produtos.

No entanto, caso não seja previs-to por meio da inclusão da frase, hoje existente, na Portaria 27, tais produ-tos deixam de existir, pois tecnologi-camente as modificações previstas só são possíveis com alterações nas for-mulações, o que torna os produtos di-ferentes do seu padrão original e não irão mais atender os seus regulamen-tos técnicos específicos. Esta ausência de regulamentação vai resultar em negativas de aprovação do registro dos produtos que tiveram algum ingredien-te alterado ou retirado ou incluído para atender a algum atributo, pois este não mais atenderá seu regulamento técni-co. O consumidor também ficará sem referência e sem opções para uma es-colha adequada às suas necessidades.

Precisamos que os órgãos legisladores de-cidam antes da inter-nalização desta INC no Brasil, a forma de per-missão das alterações antes prevista na frase retirada. Esta frase per-mitirá, como já ocorre hoje, que se possa subs-tituir ingredientes ou alterar os parâmetros estabelecidos no RTIQ e o produto poderá ter o mesmo nome previsto, acrescido e identificado no rótulo da alteração/INC que atende.

IN 62-Republicação. Aguarda-se sua repu-blicação com a inclusão ou retirada de alguns pontos que foram con-siderados polêmicos quando de sua apro-vação. Um deles foi a exclusão do leite tipo B, o qual, com certeza, ainda deve permanecer por certo tempo.

Outro item de ex-trema importância foi a avaliação sobre a

manutenção ou não, da análise indi-vidual pela RBQL de produtores, que entregam leite a tanques comunitários. Várias solicitações de associações re-presentativas do setor foram encami-nhadas ao DILEI/DIPOA, pedindo sua exclusão e o assunto, foi discutido na Câmara Setorial do Leite, que encami-nhou um pedido á CGI/DILEI/MAPA solicitando esta exclusão.Acreditamos que a IN seja republicada com a exclu-são deste item, tendo em vista as difi-culdades operacionais que acarretaria para a realização das análises e as difi-culdades de fiscalização e autuação de produtores individuais.

OGM- Organismos Geneticamente Modificados (transgênicos)Em 13/08/2012, o TRF (Tribunal Regional Federal), com

sede em Brasília , determinou que em-presas do ramo alimentício devem in-formar aos consumidores a existência de organismos transgênicos na com-posição dos alimentos, independente-mente do percentual, ou de qualquer outro condicionante. A ação civil foi proposta pelo Ministério Público Fede-ral e o IDEC. A União e a ABIA recorre-ram, mas o procurador se manifestou contra os recursos e acatou o parecer do Ministério Público Federal. Com isto, os produtores de alimento serão obri-gados a colocar expressamente em seus rótulos a informação sobre a exis-tência de transgênicos até mesmo para valores inferiores a 1%, além de serem obrigados a tirar de circulação produ-tos que desobedeçam a determinação da justiça. As associações ligadas à produção e às Câmaras Setoriais vão trabalhar no intuito de conseguir tirar desta medida o leite e a carne pela di-ficuldade de rastreabilidade, além da impossibilidade de realizar o teste em toda matéria prima que adentrar no estabelecimento industrial. No entan-to, acredita-se que produtos que levem amidos de milho como ingrediente/aditivo, terão que fazer as chamadas. Também pretende-se trabalhar na re-dução do tamanho do símbolo que irá absorver uma parte considerável dos rótulos.

Revisão da Portaria 157/02 Inmetro no Mercosul: está sen-

do discutido no Mercosul a revisão do Regulamento Técnico Metrológico. Ao contrário do que acontece com o

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Mapa e Anvisa, o setor produtivo não foi convidado para as reuniões preli-minares de consolidação do assunto. O anexo VI da ata da última reunião Mer-cosul, ocorrida em Porto Alegre traz o documento praticamente finalizado. Comparando-o com a Portaria atual, observamos as seguintes diferenças significantes: 1-Não foi contemplada a definição para peso drenado (atual item 2.4) 2- Exclui a possibilidade da indicação quantitativa ser apresen-tada em tamanho superior a 2mm ao estabelecido, quando o mesmo constar no corpo do produto e não puder ser expresso em cor contrastante ( atual item3.2) 3- Exclui a obrigatoriedade do uso das expressões “contém ou conteú-do ou CONT.” nos acondicionamentos múltiplos (atual item 3.4). 4-Exclui o item 3.8 ou seja, não se poderá mais fa-zer indicação quantitativa fora da vis-ta ou painel principal. As associações estão trabalhando no intuito de tentar reverter algumas destas alterações.

Redução de Sódio em Produtos Lácteos : Em 07/04/2011 a

ABIA e o Ministério da saúde firmaram um compromisso com a finalidade de estabelecer metas nacionais para re-dução de sódio em alimentos processa-dos. As categorias e alimentos prioritá-rios para pactuação e monitoramento da redução do teor de sódio para laticí-nios foram as bebidas lácteas, os quei-jos Petit Suisse e Mussarela e requeijão.

As metas são voluntárias, significantes e graduadas (de 2012 á 2020), com re-dução anual de 10%. A ABIQ se posi-cionou contrária à redução nos queijos Mussarela e Petit Suisse, enquanto a FIL (Federação Internacional de Lati-cínios) não se posicione oficialmente a este respeito, pois o sal é parte inte-grante na fabricação e cura dos queijos. Além disto, é preciso lembrar de que o leite tem quantidades apreciáveis de sódio. Pesquisas recentes, entretanto, demonstram que o sódio sozinho, não causa alteração da pressão arterial e, sim, o sódio associado ao cloreto, for-mando o cloreto de sódio. Portanto, fi-cou acordado em pactuar apenas o re-queijão e, acreditamos, que ainda neste ano, após acertarmos esta posição pre-viamente com o Mapa, iremos assinar o acordo.

Revisão da GMC 26/03 Mercosul: Legislação sobre Regulamento Técnico Mercosul Para Rotulagemde Alimentos Embalados: esta re-

visão continua em andamento no Mer-cosul porém alguns tópicos estão difí-ceis de serem acordados e continuam em discussão tais como: 1- Âmbito de Aplicação: ainda não se chegou a um consenso sobre quais alimentos não precisarão atender esta resolução. Os aditivos deveriam ter uma legislação específica, mas este assunto ainda deve fazer parte de muitas discussões; 2- Definição de Consumidor: o Brasil

tem esta definição em Lei, o Código de Defesa do Consumidor, e tem por obrigação legal atendê-la. No entanto, os outros países não aceitaram esta definição completa; 3- Princípios Ge-rais: o Brasil propôs alterar a definição tornando-a mais abrangente e hou-ve entendimento de que alguns itens deveriam ser abordados no tema país de origem e outros juntos com a DQI, portanto o tema segue em discussão; 4- DQI ou QUID- Declaração Quanti-tativa de Ingredientes foi apresentada pelo Brasil como sugestão para implan-tação, mas ainda não houve discussão do assunto e 5-Alergênicos: foram apresentadas posições da Argentina e do Brasil sobre as legislações mundiais sobre o assunto, mas ainda não se ini-ciaram as discussões.

RTIQ de NATA: foi publicado no DOU de 31/08/2012 a Instrução Norma-tiva n°23 que estabeleceu o Regulamen-to Técnico de Identidade e Qualidade de Nata. As empresas, que têm registro do produto como Creme de Leite com a expressão Nata, deverão solicitar com a máxima urgência a alteração dos re-feridos croquis observando, as decisões constantes do Memorando 98/2012 do DILEI/CGI/DIPOA de 20/09/2012.

*Cristina Mosquim é Consultora Técnica da ABIQ , SINDILEITE-SP e CONIL.

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O preço do leite recebido pelos produtores teve nova alta em setembro, de 1,6% frente ao de agosto, conforme indicam dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A média ponderada dos estados considerados pelo Cepea (RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA) foi de R$ 0,7996/litro (valor líquido) – o preço bruto, que considera frete e impostos, foi de R$ 0,8692/litro.

O aumento dos preços esteve atrelado à menor captação de leite nas regiões do Sudeste e do Centro-Oeste, tendo em vista o período de entressafra, e à desaceleração da produção tam-bém no Sul do País, por conta da finalização da temporada de inverno. Em algumas regiões, foi notada, inclusive, maior disputa pela matéria-prima entre os laticínios, cenário que impulsionou as cotações.

Em agosto, o Índice de Captação de Leite calculado pelo Ce-pea (ICAP-Leite) registrou avanço de 1,1% frente a julho. No Sul do País, o aumento foi de quase 7% no volume médio diário cap-tado. Já em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, houve queda em torno de 3%.

Em setembro, a produção de leite continuou restrita no mer-cado brasileiro, devido ao clima seco em todo o País. Mesmo a chuva verificada em algumas regiões no final do mês não foi suficiente para favorecer o desenvolvimento das pastagens, se-gundo indicam agentes do setor. Normalmente, as pastagens se desenvolvem aproximadamente um mês após o início das chu-vas e elevação das temperaturas. Assim, colaboradores do Cepea acreditam que, para outubro (normalmente início da safra no Sudeste e Centro-Oeste), ainda não haja aumento significativo da produção de leite.

Além do clima, os elevados custos com alimentação con-centrada também limitam o avanço da produção neste perío-do do ano. Pesquisas realizadas pelo Cepea em parceria com a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) mostra que, em agosto, o Custo Operacional Efetivo (COE) – que considera as despesas correntes mensais, como alimentação, sa-lário, medicamentos, sal mineral, entre outros – ficou quase 20% acima do registrado no mesmo mês de 2011. Já o preço médio do leite caiu 7% em termos reais entre setembro/11 e setembro/12. Esse cenário mostra a dificuldade em se investir na atividade lei-teira.

Para o pagamento de outubro (referente à produção entregue em setembro), 64% dos agentes compradores de leite consulta-dos pelo Cepea (que representam 74% do volume amostrado) esperam estabilidade nos preços; já para 30% dos entrevistados (que representaram 17% do volume de leite), deve haver alta de preços, e apenas 6% dos agentes (responsáveis por 9% do volume da amostra) esperam queda.

No setor atacadista, os preços do leite UHT continuaram registrando ligeira alta em setembro, devido à menor ofer-

ta do produto. Considerando-se as cotações diárias coleta-das pelo Cepea, a média de preços do UHT em setembro foi de R$ 1,83/litro, 1,4% superior à de agosto. No caso do queijo mussarela, a valorização também foi de 1,4%, com a média a R$ 10,76/kg em setembro. A pesquisa tem o apoio financeiro da Or-ganização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

AO PRODUTOR – Em setembro, a maior alta no preço do leite recebido pelo produtor, de 3,4%, foi observada em Goiás, com va-lor líquido médio de R$ 0,8264/litro. Em Minas Gerais, o aumento foi de 2,3%, com a média a R$ 0,8208/litro. No estado de São Pau-lo, houve acréscimo de 1,3% no preço do leite recebido pelo pro-dutor, passando para R$ 0,8349/litro. No Rio de Janeiro, a alta foi de 1,1%, com a média a R$ 0,8451/litro. Em Mato Grosso do Sul, houve elevação de 2,1%, a R$ 0,7116/litro. Já no Espírito Santo, os preços permaneceram praticamente estáveis, a R$ 0,7789/litro.

Em Santa Catarina, o preço líquido médio foi de R$ 0,7764/litro, alta de 1,1% frente a agosto. Houve destaque para a região Norte Catarinense/Vale do Itajaí, onde a média subiu expressivos 13,7%, em decorrência da maior disputa pela matéria-prima en-tre os laticínios. No Paraná, houve alta de 0,7% no preço do leite, com a média a R$ 0,7709/litro. No Rio Grande do Sul, o aumento foi de 0,8%, a R$ 0,7391/litro.

Já na Bahia, o preço médio foi de R$ 0,7396/litro, ligeiro recuo de 0,2% frente ao mês anterior. Quanto ao Ceará, houve alta de 1%, a R$ 0,8271/litro.

LEITE/CEPEAOferta segue restrita e preços

sobem em setembro

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Gráfico 1: Série de preços médios pagos ao produtor - deflacionada pelo IPCA

(média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)

conjuntura

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Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em SETEMBRO referentes ao leite entregue em AGOSTO.

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Preços em estados que não estão incluídos na “média nacional” – RJ, MS, ES e CE

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Outras informações sobre o mercado lácteo: www.cepea.esalq.usp.br/leite e através do Laboratório de Informação

do Cepea, com a pesquisadora Aline Barrozo Ferro e prof. Sergio De Zen: 19-3429-8836 / 8837 e [email protected]

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EXPOMAQ

DA EXPOMAQ

40 anos LEVANDO TECNOLOGIAS PARA

A INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

2012CADERNO DE COBERTURA

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Consolidada como o mais importante evento para o setor lácteo, a organização já estuda criação de novo pavilhão

para as próximas edições com objetivo de atender a crescente demanda de empresas que pretendem

participar da feira.

“A Expomaq vem aprimorando ano a ano, organização, grade de palestras, etc. Como ela é a principal vitrine para o setor de laticinios, observamos que muitos expositores estão aproveitando em não apenas divulgar suas linhas de ingredientes, mas também apresen-tando conceitos de novos produtos, tendências, com foco em produtos fun-cionais, uma tendência mundial em buscar uma alimentação mais comple-ta e saudável”, considerou Nanci Oha-ta Santana, diretora da Fermentech, considerou a participação da empresa no evento muito positiva, com conta-tos importantes e boas perspectivas de trabalho no segundo semestre.

Ao analisar a feira dentro do con-texto econômico mundial, a diretora da Fermentech observa: “ao contrário do cenário exterior, que passa por for-te crise financeira na Europa, pequena recuperação nos EUA e sinalização de queda de crescimento na China. Estes três fatores contribuíram para os for-necedores de equipamentos e insumos a olharem com mais atenção para o Brasil e o resultado foi o  número ex-pressivo de representantes de empre-sas estrangeiras apresentando produ-tos e novas tecnologias na Expomaq, fato que não observávamos nas edi-ções anteriores”.

Neste ano, a Fermentech apre-sentou inovação em dois segmentos: Fermento lácteo para produção de mussarela: nova linha Choozit Star e na linha de Estabilizantes para fer-mentados, apresentou soluções para bebidas lácteas e iogurtes, Grindsted SBB, que melhoram estabilidade e vis-cosidade nesses produtos.

A Gemacom Tech mostrou ao público de seu stand que ampliou sua linha de ingredientes orgânicos, já mui-to valorizados na Europa e, no Brasil, o

interesse por essa categoria começa a crescer. A Gemacom Tech vem com li-nha de preparados de frutas orgânicas, certificados pelo Ecocert. Uma das li-nhas de iogurtes que já utiliza os pro-dutos da empresa é a comercializada com a marca Taeq.

Henrique de Castro Neves, diretor da Gemacom Tech, explica: “atualmen-te, existem muitos interessados em or-gânicos, porém é uma área complexa, pois exige auditorias, certificações e ter escala constitui um grande desafio para trabalhar com esse tipo de ingre-diente. Há grandes grupos se estrutu-rando para incluir essa categoria de produtos em suas linhas”.

Para Castro Neves, o custo dos ingredientes ainda é alto e significativo, se comparado ao convencional no pro-duto final, porém é facilmente absorví-vel porque tem alto valor agregado.

Ingredientes de fontes naturais es-tão em expansão e a FMC BioPolymer apresentou como novidade em seu portfólio corantes naturais do Chile e Inglaterra, fruto da aquisição de duas empresas, da chilena Biocolor e Phito-ne. Segundo Magali Carregã, diretora da empresa: “pela a inglesa Phitone,

além dos corantes virá também toda linha clorofila, especialidade da empre-sa”.

A Doce Aroma também levou para

a Expomaq seu lançamento de coran-tes naturais. De acordo com Helo Blan-co, diretora da empresa, “já estávamos trabalhando com essa linha, mas di-vulgamos mais intensamente na feira. Determinados nichos de mercado são bem receptivos aos corantes naturais e apesar do custo mais alto, o resultado final em qualidade e saúde contribuem para a aplicação do ingrediente em produtos para uma parcela mais sele-tiva de consumidores”.

A diretora da Doce Aroma afirma

que: “a presença na Expomaq é impor-tante porque é uma feira que traz re-sultados, que colhemos durante o ano todo”.

A Vivare apresentou algumas cultu-ras naturais retiradas seletivamente de fabricações de queijos tradicionais da Itália, fazendo com que a participação microbiológica de uma fabricação não se dê apenas por uma cultura isolada, mas sim pela presença de todo bou-quet presente no leite e soro dessas fa-bricações. A Vivare importa as soluções pela Mofin Alce.

EXPOMAQ

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ANUNCIO PAGINA INTEIRA

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Para atender a crescente necessida-de de produtos mais saudáveis, algu-mas empresas desenvolveram soluções e apresentaram na Expomaq. Saudabi-lidade e Sustentabilidade são os atuais principais focos da BKG Adicon. A em-presa apresentou solução de três for-mulações de requeijão cremoso com baixo sódio e anunciou suas pesquisas para substituição de sal, que manterá funcionalidade e que, em breve, chega-rá ao Brasil. Katerina Wagner, gerente comercial da empresa, viu esta edição da Expomaq como melhor que a de 2011 e promoveu treinamento elabo-ração de queijos processados com um público interessado e numeroso”.

Taste Solution, aromas que per-

mitem redução de açúcar sem uso de edulcorantes em lácteos foi uma das novidades da Matrix para a feira. O produto reduz 30% na quantidade de açúcar nos iogurtes. São moléculas desenvolvidas para dar dulçor. Outras inovações foram: Leite maltado, adição de extrato de malte em leite e a linha liofruit, composta por frutas liofiliza-das para adição em bebidas lácteas.

Clever Luiz Salvador, diretor da Ma-trix, considerou a feria boa, com pre-

sença de grande quantidade de clien-tes, público focado e muito proveitosa. Durante uma semana, temos contato intensivo com clientes de todo Brasil e temos aumentado nossos investimen-tos nesta feira”.

Apostando em linhas de ingredien-tes para alimentos em vários segmen-tos, a Kerry apresentou na Expomaq, soluções para categorias: Indulgência, Conveniência, Saudabilidade e Sauda-bilidade e Bem-estar. Na linha Indul-gência, a empresa traz sua Sobremesa Fermentada com Cobertura Frutas do Bosque e Iogurte grego com sabor mo-rango, em Saudabilidade e Bem-estar, dois iogurtes, um com extrato de gengi-bre e limão, outro com sabor chá mate com pêssego. Para a linha Conveniên-cia, a empresa possui solução para be-bida láctea UHT – Vira Shake – sabor vitamina e fez parceria com a Batavo para lançar com a marca Trakinas.

Em soluções para produtos que

atendem aos quesitos de Saudabilida-de, a Kerry apesentou seu Requeijão Cremoso – Redução de Sódio (32,5%), além de Farinha de Cereais, Mingau de Milho e de Arroz, misturas para prepa-ro enriquecidas com vitaminas e mine-rais.

A área de fortificação de alimentos e bebidas também mostrou a evolução para produtos lácteos na Expomaq. A Granolab chegou na feira com novida-des na área de fortificação, trazendo solução para produtos lácteos, pas-sando por leite fluido e em pó, além de margarina. As vitaminas da empresa são misturadas com minerais quela-tos. “Nosso fornecedor de vitaminas é a Basf e, de minerais quelatos, a Albitech e divulgamos a procedência dos ingre-dientes, pois são garantia de qualida-de”, informa Mogens Mark Christensen, gerente comercial da Divisão Lácteos da empresa.

Os produtos fortificados já são distribuídos no Paraná, no “Programa Leite para as Crianças” e deve integrar o Programa Viva Leite, em São Paulo,

que fornece 120 milhões de litros de leite anuais.

Um dos aspectos importantes da fortificação está no ferro quelato, que contribui para o problema de falta de ferro na infância. “Enquanto o consu-mo de leite convencional estacionou, o de leite vitaminado apresenta cresci-mento de dois dígitos ao ano, portanto é uma solução que interessa ao merca-do. Por outro lado, a filosofia da Grano-lab tem muito a ver com o lançamento desta solução, que certamente contri-buirá para que crianças carentes pos-sam ter acesso a vitaminas e minerais”, acrescenta Mark Christensen.

Soluções inovadoras não falta-ram no segmento de ingredientes. A Ashland/Germinal levou para a Expo-maq o resultado de seu projeto iniciado em 2010 com o objetivo de encontrar uma solução para que as indústrias de queijos não continuassem a ter que descartar queijos aproveitáveis. A pes-quisa envolveu desde a identificação de ingredientes adequados, desenvol-vimento de tecnologia e até a criação de equipamento especial, o Flex-Melt. O resultado foi a apresentação ao mer-cado dos Queijos Processados Fatiáveis em Blocos nos sabores Cheddar, Mus-sarela e Prato, que atendem às exigên-cias do consumo em funcionalidade (fatiabilidade, derretimento ou amole-cimento, cor e sabor) e, principalmente, com custos bastante competitivos em relação aos produtos tradicionais. Os queijos podem ser comercializados em blocos ou fatiados para uso doméstico ou institucional.

Antonio Fernandes, gerente de ma-rketing da empresa, ressalta “é um produto 15% mais barato que o tradi-

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cional. É um desenvolvimento que, inclusive, ajudamos a criar o equi-pamento para a fábrica”. a tecnolo-gia Flex-Melt

Para Lucio Alberto Forti Antunes, gerente da divisão de laticínios da Chr Hansen, a Expomaq continua mantendo o padrão profissional dos últimos anos. “Recebemos um públi-co seleto. Os clientes mais próximos comparecem e a grande maioria da-queles que esperávamos estiveram no nosso stand. Na vemos esta feira como local de realização de negó-cios, mas sim uma oportunidade de relacionamento e abertura de possi-bilidade de projetos novos”.

Foi destacado também na Ex-

pomaq o lançamento do Creamy e Premium da empresa da linha de culturas Yo-Flex e cultura probiótica Nu-trish. Os novos conceitos foram especialmente desenvolvidos para aplicação em iogurtes com redução de gordura. Segundo Antunes, as no-vas culturas prometem revolucionar este mercado. “A categoria de pro-dutos com redução de gordura vem ganhando simpatia dos consumido-res brasileiros preocupados com a saúde e é importante atender esse anseio”. Quando o leite é desnata-do, perde sabor e estrutura, o subs-tituto desenvolvido pela empresa proporciona textura e também sa-bor, possibilitando, inclusive, uso de clean lable. Como as novas culturas geram percepção de menos acidez, possibilitam o uso de menos açúcar no produto final.

A Hexus levou para a Expomaq seus lançamentos nas linhas de sa-bores de chocolate, chocolate bran-co e sensação para sobremesas lác-teas; bebida láctea tipo petit suisse, que não atinge o nível de proteína do queijo e tem custo mais baixo; suco a base de soro de leite, como o sabor abacaxi.

Sidnei Fardo, diretor admi-nistrativo da Hexus, falou da ótima receptividade e aceitação de seus lançamentos na feira. “Todos que degustaram, solicitaram amostras”, enfatiza.

A Cargill apresentou três solu-ções: Milkiss, bebida láctea fermen-tada, ingrediente que destaca prepa-rado de salada de frutas com foco em pequenos produtores, antes era disponibilizaoa apenas para grandes volumes de produção; yogofresa é outra novidade para elaboração de iogurte de morango e Chocôte, acho-colatado em pó de cacau da Costa do Marfim, que tem sabor caracte-rístico. A empresa trouxe também Amidomax 5500, uma nova solução em amido, que proporciona mais corpo e textura para bebidas lácteas fermentadas.

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“Estiveram em nosso stand muitos clientes importantes e temos boas ex-pectativas para realização de muitos negócios em decorrência de nossa pre-sença na feira”, destaca Regis Inacio, coordenador de marketing da Vogler. Entre os ingredientes e soluções da em-presa mais procuradas estão stevia, e fibras, além de estabilizantes para be-bidas lácteas.

A Dupont Danisco apresentou na Expomaq dois lançamentos de cultu-ras para isofuncionalidade e contro-le de fagos no processo de fabricação de mussarela para pizza, que torna o processo de produção rápido e seguro. Uma das soluções é congelada, Choozit e a outra liofilizada. A empresa apre-sentou também soluções para iogurtes e bebidas lácteas.

José Roberto Fernandes, gerente de

vendas para laticínios/Brasil, “vemos a Expomaq como uma oportunidade de trabalhar a relação com nossos clien-tes. Fazemos uma confraternização e nosso stand é um ponto de encontro”.

A Tovani Benzaquem foi para a Ex-pomaq com novidades na linha de es-tabibilizantes, que conta com soluções à base de celulose micro cristalina es-pecial para achocolatados, creme de leite e bebidas de soja. A empresa mos-trou também sua linha de ingredientes nutricionais da DSM, como vitaminas, pré-misturas vitamínicas, além das co-enzimas Q10 para aplicação em iogur-tes zero açúcar e linha de substituto de açúcar e gordura. Outro produto apre-sentado foi para aplicação em queijos com DHA vegetal, fonte de ômega 3.

Entre as empresas que expandi-ram sua distribuição e anunciaram na Expomaq está a Macalé. Luciana Bomtempo diretora da empresa infor-mou que a distribuição de produtos da Chr Hansen está crescendo no Sul de Minas Gerais. “Estamos também tra-balhando produtos de nossa parceira Kraki, que lançou linha de sais fun-dentes, corretores de Ph e natamicina, complementando a linha de produtos para laticínios”.

Maria Lucia Lima, da área de Pes-quisa e Desenvolvimento da Proregi, informou que a grande novidade da empresa é a parceria com a Prozyn, que permitirá à empresa atingir novos seg-mentos de mercado.

A novidade da Doremus para a fei-ra foi o lançamento do sistema de in-gredientes para fabricação do Iogurte Grego, um produto diferenciado na categoria de iogurtes, sucesso na Euro-pa e Estados Unidos, lançado recente-mente no Brasil. Por meio do exclusivo sistema de ingredientes, o Doremix IG, a empresa oferece excelente textura, cremosidade e palatabilidade, além de possibilitar fabricação ágil e econômica do produto.

Patricia Salvi, do marketing da Do-remus, afirma

“A Expomaq é uma feira consolida-

da no setor laticinista, a maior do setor, todos os anos atrai as principais em-presas e profissionais da cadeia pro-dutiva de leite. O ano de 2012 não foi diferente para a Doremus, recebemos em nosso stand os principais clientes e parceiros, pudemos demonstrar novas tecnologias, produtos e discutir as ten-dências desse mercado tão promissor”, afirma Patricia Salvi, do marketing da empresa.

Instrumentos e MáquinasNa feira deste ano, a Cap Lab des-

tacou duas novidades, o Ekomilk, analisador de células somáticas com capacidade para até 250 resultados, econômico e com baixo custo de ener-gia. O aparelho necessita pouca quanti-dade de amostra e possui saída RS 232

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para conexão ao computador, além de possibilitar conexão com uma impressora. Pode ser utilizado em fazendas, postos de coleta de leite, indústrias e laboratórios veterinário para controle de qualidade.

A empresa mostrou também o

Luminômetro System Sure Plus Hy-giena, nova geração do melhor siste-ma de monitoramento de eficiência de higienização por ATP de equipa-mentos e superfícies em indústrias de alimentos. Com resultados obti-dos em 15 segundos, o equipamen-to traz inúmeros benefícios para a indústria.

Vinicius Capeleto, diretor co-

mercial da Cap-Lab, explica que: “a Expomaq é um evento muito im-portante e de forte investimento. As expectativas para grandes negócios são sempre altas e acreditamos que conseguimos atingir nosso objetivo. Não notamos diferença muito gran-de em relação aos anos anteriores, o que impressionou foi o número de visitantes durante o primeiro dia, que normalmente é um dia mais calmo. Agora, esperamos colher bons frutos do trabalho que desem-penhamos durante esses três dias”.

A empresa aproveitou o even-to e, no dia 18 de julho, lançou da segunda edição do Manual Básico de Controle de Qualidade de Leite e Derivados, escrito pela técnica de laticínios da empresa, Ana Carolina Castanheira.

Especializada em desenvolvi-mento com meios de cultura de-sidratados, kits de diagnósticos e soluções na área de segurança ali-mentar, a Neogen lançou no evento: Teste Betastar 3 minutos para detec-ção de antibióticos em leite Betalac-tâmicos e Tetraciclinas no mesmo teste; Teste do Reveal para Salmo-nella e Listéria em 18 horas; novos testes para Sistema Soleris, com destaque para teste de esterilina em leite, coliformes em 8 horas e bolo-res e leveduras em 48 horas, além de

novo kit para alergênicos. Soluções analíticas para labo-

ratórios e linha de produção são os produtos que a Foss levou para feira no seu primeiro ano de participação na Expomaq. Helena Caminha Pe-reira dos Santos, gerente de vendas, destaca: “o público visitante foi ex-celente, mostrou muita curiosidade sobre o equipamento de metodolo-gia rápida para tomada de decisão. No primeiro dia, já tivemos retorno de negócios”.

A Verus Madasa destacou kit

para análise de resíduo de antibió-tico no leite, que possui tecnologia elisa de imunoenzimático betalamí-nicos, que detecta, inclusive, tetra-micina. O equipamento é possível detectar se o leite está próximo do limite que pode causar problemas, com essa característica torna-se uma ferramenta que classifica o lei-te com melhor perfil para a produ-ção UHT, iogurte, bebida láctea, di-minuindo descarte da bebida.

Segundo André Oliveira, da Ma-dasa, “a recepção do instrumento durante a Expomaq foi excepcional, pois agora análises que eram feitas em laboratórios, podem ser realiza-das ao pé da vaca, não há necessi-dade de aquecimento e as amostras colocadas em embalagens heméti-cas e com papel isolante”.

A Injesul trouxe para a feira a Prensa Pneumática para queijo e carrinho caçamba com tampa inox para transporte de massa e queijo pronto, além de Queijeiras para Mi-nas Frescal e Ricota com novo pro-cesso e material mais resistente.

Pedro Gonçalves, diretor da Tetra

Pak, ressaltou que a Expomaq sem-pre é um evento importante porque estão a grande maioria de profissio-nais da cadeia leiteira. “Conhece-mos novos projetos de expansão e, por esse motivo, trouxemos nossas últimas novidades em embalagens e todo portfólio para leite e produ-tos lácteos. Sempre fechamos con-

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tratos novos, porém mais importante que fechar negócio é que nesta feira iniciamos negociações que se concre-tizam até o final do ano””, acrescenta Gonçalves.

Durante o evento, a Tetra Pak apre-sentou suas diversas áreas de negócios e os profissionais de meio ambiente, serviços técnicos, sistemas de proces-samento e desenvolvimento gráfico detalharam para os visitantes os tra-balhos realizados e realizar ações es-peciais. Além disso, a empresa também fará demonstração ao vivo do processo de reciclagem das embalagens, expon-do como é realizada a separação do papel dos outros elementos que com-põem a embalagem, e os produtos que podem ser feitos com as embalagens recicladas. 

“Percebemos a carência do merca-

do para embalagens para manteiga e lançamos linha para tabletes de 200 g”, afirmou Luiz Fernando Redoschi, diretor da Grati. Ele explica que nessa categoria de mercado não são muitos os produtores e que a empresa procura outros tipos de laticínios, não apenas aqueles que produzem queijos finos e assim foram prospectados os clientes da categoria manteiga.

Iniciando sua atuação no mercado de laticínios, a Isoforma mostrou aos produtores de iogurte a ideia de vender bobina de polietireno PS para fabri-cação de bandejas, que podem ser de qualquer cor e até bicolor. “A Expomaq foi muito boa para chegar ao mercado de lácteos e tivemos bastante contatos que devem levar ao fechamento de ne-gócios”, comentou Claudia Tofeolli, ge-rente comercial da empresa.

Uma das empresas que levou no-vidades com diferenciais no segmen-to de embalagens foi a Multivac, que mostrou suas máquinas que fatiam em embalam queijos a vácuo e máqui-na que corta pedaços iguais de queijos para venda de porcionados. A empresa apresentou a Termoformatadora R095, que pode se instalada em espaços li-mitados. A máquina foi projetada para processar filmes flexíveis,incopora pro-jeto inovador e design higiênico. A ter-moformadora tem a vantagem de pro-duzir, preencher e selar a embalagem automaticamente. A máquina permite escolha de 12 formatos básicos; in-tegração de fatiadoras, podendo vir equipada com interface para integra-ção das fatiadoras Bizerba, série A 400, permitindo expandir linha completa de fatiamento automático e possibilita ainda, integração dos sistemas de eti-quetagem e inspeção.

“Para nós, o forte desta feira está na possibilidade que ela traz para relacio-namento. Na Expomaq atendemos pú-blico que vem de várias partes do Brasil e recebemos visitantes da Bahia, Piaui, Alagoas e Goiás. Percebemos expansão na área de lácteos em grande parte do Nordeste”, aponta Hiran.Dias Gonçal-vez, gestor administrativo da Fortuce. Para o evento, a empresa trouxe sua li-nha convencional de embalagens.

A Goldpack desenvolveu em par-

ceria com a Portalplast, alternativa à termoformadoras para bandejas de iogurte com foco em médios e peque-nos laticínios e criou também o selo de fechamento, ou seja, disponibiliza solução completa para a produção da bebida láctea. Os copos podem ser des-tacados com facilidade e o corte tem qualidade para que seja exato. Tarqui-nio Regis acrescenta: “com investimen-to baixíssimo, a embalagem é menos que 10% do valor de uma termoforma-da. É uma solução que fomenta os lati-cínios regionais”.

A Artvac lançou seu desenvolvi-mento em embalagens stand up para requeijão e parmesão ralad0. Roseane

Braga, da área comercial da empresa mencionou o grande movimento no stand da empresa e afirmou: “compa-rada com as feiras de anos anterio-res esta foi bem melhor e, durante o evento, tivemos finalização de muitos pedidos de clientes novos. Recebemos muitos profissionais do setor do Mato Grosso do Sul, Paraná, do Nordeste, além de Minas Gerais”.

“Esta feira sempre supera nossos objetivos porque tem 40 anos e o públi-co é muito focado. Aqui revemos nos-sos clientes e conhecemos novos. Nes-te ano, já fechamos negócios durante o evento”, comemora Willi M. Borst, dire-tor comercial da Selovac.

Na mostra, a empresa levou termo-formadora para fatiados ou porciona-dos de queijo com vácuo e atmosfera modificada, que pode ser juntas ou se-paradas ou juntas no caso de fatiados. A máquina produz bandejas de 150 g e 40 pacotes/minuto.

A Ricefer foi com novidades para a Expomaq ao levar processos de plantas completas para fabricação de queijos. A empresa está formando parceria em diferentes setores para incorporar tec-nologia, uma delas é com a TAV Enge-

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nharia e os novos parceiros já estão presentes em trabalhos realizados para o setor de leite”.

Alexandre de Freitas, gerente co-mercial da empresa, ressalta que: “a Expomaq apresentou movimento grande no primeiro dia e recebemos visitantes de várias regiões de Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Ceará e Pernambuco. É uma feira importante para conso-lidar clientes e prospectar novos”.

“Tivemos muitos negócios fecha-

dos na feira. Para nossa empresa está feira movimenta bem e cons-titui boa oportunidade para seme-ar em novas regiões brasileiras, tais como Nordeste e Norte”, afirma Mil-ton.Francisco dos Santos da Padro-niza, empresa que já tem boa atu-ação nas demais regiões brasileiras.

Especializada na fabricação de

separadoras centrífugas de alta re-sistência e performance que, entre outros setores produtivos, atende a área de lácteos, a Separatori levou novidade para a feira, a padroniza-dora autolimpante 10 mil litros para limpeza de leite. O equipamento re-tira gordura e faz a clarificação. O diferencial do equipamento está no sistema de eixo aspirador, que rea-liza a lubrificação do rolamento. A padronizadora tem garantia de cin-co anos e proporciona redução de consumo de energia.

Rodolpho Francisco, diretor co-mercial da empresa, afirmou que: “durante a Expomaq, já vendemos via cartão BNDS. A primeira venda foi para São Luiz, Maranhão. Parti-

cipamos há muitos anos desta feira e, nesta edição, foi a primeira vez que já fechamos negócios durante o evento. Em 2011, tivemos muitas vendas no pós-feira e, em 2012, a expectativa é de muitas vendas após a Expomaq com destaque para com-pradores do Nordeste”.

Paulo Nascimento, diretor da Hi-percentrifugation destacou que para esta edição da Expomaq, a novidade da empresa é a centrífuga fabricada na China pela empresa norteameri-cana Unit Separator, representada no Brasil pela Hipercentrifugation. “A máquina é robusta e com preço competitivo.

Com foco em tratamento de efluentes industriais, a Hidrozon divulgou o tratamento que executa em módulos de 2 a 12 m3 por hora e que pode aumenta, conforme a ne-cessidade do local.

A Andritz/Separation mostrou sua linha de desnatadeiras autolim-pante com correia e acoplamento hidráulico e linha de bacterizadora para reciclação de bactérias para dar mais eficiência na descontaminação do leite. A empresa conta ainda com centrífugas decanter para tratamen-

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to de efluentes, área que a empresa está entre os líderes mundiais.

A Andritz comprou a Frau italiana em 2009 e, desde esse ano, está colo-cando os equipamentos com alta tec-nologia nos laticínios brasileiros. “É o segundo ano que participamos da Ex-pomaq, que tem gerado muitos con-tatos e grandes negócios. Neste ano, recebemos um público considerável vindo das regiões Nordeste e Sudoes-te”, explica Rafael Evaristo, gerente de vendas da Andritz.

A Launer apresentou preparado de frutas elaborados especialmente para o cliente e está investindo em nesse segmento para diversificar sabor. A empresa tem em sua linha de ingre-dientes, estabilizantes para iogurtes e bebidas lácteas, além de fermento Pdd para aplicação em queijos duros, como Parmesão. “A Expomaq foi muito boa para expor nossos produtos e como temos forte atuação na região Sul do Brasil, divulgamos que estamos bus-cando parceiros para representar e dis-tribuir nossas linhas em outros pontos do país”, fala Fabio Augusto Gregory, gerente técnico da empresa. A Launer atua em várias linhas: higienização de equipamentos; laboratórios e ingre-dientes.

Ionizador Airgenic para esteriliza-ção de ar em ambientes internos e que possibilita a presença dos operadores trabalhando durante a higienização foi mostrado pela Sacco Brasil durante a feira. O equipamento pode ser utiliza-do em áreas de produção de alimentos e o oxigênio ativado destrói a parede celular das bactérias e mofos, exter-minando e impedindo qualquer forma de desenvolvimento e crescimento adi-cional. Entre outros microrganismos exterminados pelo ionizador estão bactérias aeróbicas, leveduras, Listeria, E-coli e salmonela. Ainda são elimina-dos pós, odores e gases no ambiente.

Hans Henrik Knudson, diretor da Sacco, enfatizou que: “neste ano, a Ex-pomaq está melhor que a edição de 2011. Tivemos muita visitação em nos-so stand e continua seguindo a tendên-

cia de profissionais do Nordeste”.

“A Sealed Air adquiriu a Diversey e já era proprietária da marca Cryovac e, neste evento, viemos com as duas mar-cas. O conceito é oferecer segurança aos clientes em toda cadeia, ou seja, proteção desde o processo de produ-ção de alimentos, com a Diversey e, a tecnologia em sistemas de embalagens a vácuo, bandejas, filmes etc, com a Cryovac”, esclarece Erica Sicchirolt, do marketing das empresas.

Equipamentos para produção de queijos e formas para porções menores foram os lançamentos da Jandaplast na feira. A diretoria da empresa con-siderou que a Expomaq deste ano foi mais seletiva, com muitos clientes es-pecializados na área e o evento ganha importância, pois novas ideias para de-senvolvimento, geralmente, surgem no contato com profissionais que falam de suas necessidades.

Mauro Augusto Paula, diretor da Bela Vista, falou de joint venture da em-presa com a Comat, empresa italiana para área de automação para a indús-tria de laticínios. “Contatamos clientes que desejam aplicar novas tecnologias de ponta. Implantamos o equipamento

e assessoramos na produção, fornecen-do ingredientes e tecnologia na fabrica-ção. A indústria de laticínios ainda tem muito para evoluir no Brasil, ainda há muito espaço para inovações, por isso, trouxemos a tecnologia italiana para cá”.

Rocco Tanga, da Comat, explica que o diferencial das máquinas da empre-sa está na tecnologia, que junta rendi-mento, automação dispensando despe-sas com funcionários e padronização de produto. “Fazemos atendimento igual ao da Italia nas linhas completas, que podem ser automatizadas para produção de queijos, como mussarela, rico e desenvolvemos linha também para Minas Frescal, que a empresa Bela Vista conhece o nos ajudou a desenvol-ver”, detalha Tanga. Para o empresário italiano, a Expomaq foi excelente e o stand da empresa despertou interesse e curiosidade. Durante a feira, a empre-sa, inclusive, fechou um grande negó-cio.

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Confira os vencedores do 39º Concurso Nacional de Produtos Lácteos

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CongressoA programação do Congresso Cien-

tífico contou com diversas palestras, cursos e apresentação de trabalhos. Entre os palestrantes, Sebastião Bran-dão, professor e sócio-diretor da Ama-zing, falou aos participantes sobre novos ângulos sobre o processo de ino-vação. A apresentação contribuiu para que os profissionais pudessem vislum-brar ideias e oportunidades na área de lácteos e também avaliar os riscos de colocar novos produtos no mercado. Brandão mostrou os caminhos para a inovação, destacou que não se trata de um processo linear, que envolve pes-quisas, tecnologia, desenvolvimento de produto e conhecimento do consumi-dor. Frisou que, de três mil ideias, uma é sucesso comercial e isso acontece por falta de conhecimento do mercado. Brandão ainda citou exemplos de ino-vação em lácteos, que podem vir pela tecnologia aplicada ao produto ou na embalagem, além da possibilidade de fortificação ou de inclusão de ingre-dientes que atribuem funcionalidade aos produtos.

“Na indústria de lácteos ainda tem muito a ser explorado, principalmente no segmento de funcionais”, segundo Brandão, que citou subprodutos iso-lados do leite que contribuem para prevenção de câncer, proteção contra hipertensão, entre outras funcionalida-des. O palestrante mencionou diversos tipos de inovações em funcionais exis-tentes em vários países, tais como leite e iogurtes que reduzem colesterol, leite com autoaquecimento, queijo cottage com fibras e probióticos, iogurte para perda de peso, iogurte com probiótico dentro do canudinho, assim qualquer

bebida pode receber probiótico ao ser ingerida ou o iogurte cosmético, que nutre a pele de dentro para fora. Entre as possibilidades apontadas, uma das mais interessantes vai à origem, ou seja, no animal que produz a bebida, é o leite desenvolvido para ajudar a ador-mecer, neste caso, há um processo que aumenta a melatonina no momento que a vaca dorme e, consequentemen-te, a substância irá para o leite, contri-buindo para o sono daqueles que inge-rem a bebida.

A palestra de Brandão foi estimu-lante e abriu um universo de possibili-dades para os profissionais da área de lácteos. O palestrante ressaltou que as empresas grandes e ricas diminuíram sua capacidade de inovação e afirma que com poucos recursos financeiros é possível criar novos produtos.

Entre outros temas, os inscritos no congresso científico tiveram acesso à palestra sobre as novas propostas da IN 62. Alexandre Fernandes, do setor de leite do Sipoa (MG), abordou pontos polêmicos, falou das mudanças já defi-nidas e o que ainda está em discussão.

ConcursoComo já é tradição no evento, foi

realizado o 39º Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Foram premiadas in-dústrias laticinistas dos estados de Mi-nas Gerais, São Paulo e Paraná. Foram avaliados por 22 juízes, produtos envia-dos por 52 empresas de todo o país, di-vididos em 11 categorias: Doce de Lei-te, queijos Gouda, Reino, Gongonzola, Minas Padrão, Provolone, Prato Lanche, Requeijão, Parmesão, Manteiga e Des-taque Especial, ou seja, produto lácteo que tenha pelo menos uma caracte-rística inovadora ou que se destaque.

Os produtos avaliados foram expostos durante a 39ª Exposição de Produtos Lácteos, área onde foram apresentadas as últimas inovações do setor. (Veja os vencedores no quadro da matéria)

Fino PaladarA edição da Expomaq 2012 veio com

novidade na área de apresentar inova-ções ao público. Os organizadores cria-ram espaço especial, denominado Fino Paladar, onde o público pode degustar produtos desenvolvidos por algumas empresas expositoras e que incorpora-vam tecnologias em implementos, em-balagens e insumos.

“O projeto surgiu com o objetivo de dinamizar a feira, utilizando o acesso para o outro pavilhão e aproveitar a área existente. Surgiu a ideia de abrir espaço para as empresas mostrarem seus produtos. Alguns trouxeram lan-çamentos e outros inovações para mostrar para um público especializa-do. Foi uma ação simples, mas que se destaca na feira.”, afirma Antonio Au-gusto, coordenador de comercialização da Expomaq.

No espaço Fino Paladar a Corn Pro-ducts apresentou Sorvete Diet com Entilen, adoçante natural de alta in-tensidade com elevado percentual de pureza. Entilen, produzido pela empre-sa, é proveniente de Estevia e não pos-sui sabor residual amargo característi-co de outros adoçantes provenientes de Estevia.

A Globafood levou dois produtos para degustação. Um deles, o Ener-gyDrink, é um leite fermentado com culturas probióticas, taurina, extrato de chá verde e suco de frutas e fermen-tados funcionais. Bebida Láctea UHT Sabor Chocolate foi outro produto

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apresentado pela empresa, contendo 60% de soro com substituto de cacau, permitindo substituição parcial ou to-tal do cacau na formulação.

Cream Cheese Tradicional, produ-zido a partir de exclusivo sistema de ingredientes foi apresentado pela Dore-mus. O Doremix CRC é um ingrediente

composto de proteínas e hidrocolóides, desenvolvido com matérias primas naturais, selecionadas e balanceadas, possibilitando fabricação ágil, rápida e prática.

A Cargill colocou para degustação o Achocolatado Embarezinho, produto diferenciado por ser rico em cacau e utilizar leite integral em sua formula-ção.

Mostrando sua linha de produtos que atendem o quesito saudabilidade, a BKG Adicon apresentou ao público Requeijão Cremoso Low Sodio, com re-duzido teor de sódio, contribuindo para evitar problemas de hipertensão.

No Fino Paladar, a Tetra Pak emba-lou produtos inovadores. A empresa apresentou produtos diferenciados do mercado brasileiro e do exterior. Entre eles, a nova linha de Greenday, lança-da recentemente pela Arbor Brasil, que utiliza caixinhas de um litro e 250 ml. A Do Bem, que oferece bebidas 100% na-turais e integrais, sem adição de água, açúcar ou aditivos químicos adotou embalagens divertidas e sustentáveis da Tetra Pak. Dessa forma mostra os diferenciais dos produtos por dentro e por fora, em caixinhas com cores ale-gres e tropicais.

A Piracanjuba lançou bebida inova-dora com quinoa e linhaça em emba-lagens Tetra Brik Aseptic Edge de 200 ml. O público do Fino Paladar pode co-nhecer ainda o SupligenR, desenvolvido pela Nestlé lançado na Sérvia em em-balagem Tetra Prisma Dream Cap 330 ml. Trata-se de bebida de baunilha, que contém Actigen-ETM , uma combinação

“O novo espaço nos permite de-monstrar inovações ao público de uma forma diferente da que fazemos em nosso stande. No espaço de degustação, apresentamos novidades em produtos alimentícios que contam com nossas tecnologias. Outro ponto interessan-te é plantão técnico, um profissional acompanha a degustação, tira dúvidas e aponta para o público as característi-cas do produto exposto, destaca Moni-ca Hasserodt, gerente de marketing da Globalfood.

A primeira experiência de abrir es-paço para degustação de aplicações tecnológicas inovadoras de foi positiva e, a julgar pelo interesse dos visitantes, que demostraram bastante interesse em conhecer as novidades, a iniciati-va tem boas perspectivas de se tornar área de sucesso na Expomaq.

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HEXUS Uma década inovando

Ao completar 10 anos de presença no mercado, o ano de 2012 marca a duplicação da capacidade produtiva e de armazenamento da Hexus, uma adaptação estrutural da empresa para recebimento de conteiners e moder-nização de seu laboratório. Mudanças que reforçam e dão suporte à constan-te busca por treinamento e atualiza-ção dos profissionais da área de P&D da empresa.

A Hexus é uma empresa nacional

especializada nos segmentos de leite e derivados, gelados e soluções sau-dáveis integradas, como substitutos totais e parciais de açúcar e gordura. Com atendimento personalizado, a empresa busca suprir as necessidades das particularidades de cada cliente e, para isso, conta com equipe técnica multidisciplinar, composta por en-genheiros de alimentos, técnicos em laticínios e química, nutricionistas, veterinários e biólogos.

Entre os desenvolvimentos da em-

presa estão soluções em ingredientes

que promovem estabi-lização, emulsificação, viscosidade, cremosidade e aeração. Para a área de lácteos a empresa disponibiliza soluções para iogurte, bebida

láctea fermentada e leite fermentado, bebida láctea aromatizada pasteuriza-da e UHT, bebida de soja pasteurizada e UHT, creme de leite pasteurizado e UHT, requeijão e queijo processa-do, sobremesa láctea, doce de leite, requeijão e queijo processado, sobre-mesa láctea, doce de leite, petit suisse e queijos.

Os últimos lançamentos da Hexus

para o setor de laticínios foram: iogur-te grego, queijo análogo, substitutos parciais de ou totais de açúcar de última geração, cream cheese, micro-nutrientes de alta biodisponibilidade, cálcio extraído do leite, além de proteí-nas lácteas de alta performance.

Para a indústria de gelados, a

empresa tem soluções para sorvete base leite, base água, picolé base leite e água, sorvete pasteurizado e UHT, cobertura para sorvetes e picolés.

Com foco em clientes que buscam oferecer saudabilidade em seus pro-dutos, a Hexus desenvolveu também

linha de soluções saudáveis integra-das, que inclui substitutos parciais ou totais de gordura, parciais ou totais de açúcar e fortificação com macro e micro nutrientes.

Fabiano Bergoli Zamberlan, diretor

comercial da empresa, destaca que: “além de atender empresas das várias regiões brasileiras, a Hexus atua também nos demais países do Merco-sul. Com as mudanças e ampliações implementadas na sede da empresa, agora o principal objetivo será dar con-tinuidade ao crescimento dos últimos anos, mantendo bom atendimento ao cliente, aliando qualidade, eficiência e competitividade”. Para atingir essas metas, a Hexus continuará investindo em suporte técnico aos clientes com produtos inovadores e de alto padrão de desempenho.

Com forte foco na área de P&D, a Hexus inova em soluções para lácteos, gelados e soluções

para saudabilidade.

perfil

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aksoQualidade para novos

mercados

Atuando na área de instrumen-tos de medição para diversos seg-mentos, como laticínios, frigoríficos, saneamento e tratamento de água e efluentes, refeições coletivas, in-dústria alimentícia, cosmética, entre outros, e com a crescente demanda, a Akso foi se solidificando no merca-do nacional ao longo dos anos.

Fundada em 2003, em São Leo-poldo (RS), atualmente, a empresa disponibiliza mais de 200 instru-mentos para medição, alguns deles utilizados na indústria de laticínios, tais como: termômetros termohigrô-metros, medidores de pH e conduti-vidade. Os analisadores de leite por ultrassom, nos modelos Master Mini e Master Classic Complete, desta-cam-se como os mais utilizados no setor.

A empresa possui instrumentos de medição para várias áreas de laticínios, desde a coleta do leite na fazenda, passando pelo recebimento do produto nos laticínios e, ao longo do processo de industrialização dos lácteos, garantindo que não haja proliferação de bactérias e micror-ganismos patogênicos.

Os analisadores de leite da Akso são compactos e de fácil utilização. Possuem menus de configuração em português e são bastante intui-tivos. O Master Classic Complete possui capacidade para realização de até 11 análises físico-químicas em uma amostra de 20 ml de leite, em apenas 60 segundos, incluindo densidade, gordura, sólidos não gordurosos, proteínas, lactose, sais minerais, água adicionada, ponto de congelamento, pH, temperatura e condutividade. Uma impressora acoplada registra os resultados das análises realizadas.

O Master Mini realiza as mesmas análises, com exceção do pH e con-dutividade. É um modelo bastante compacto e para análises de campo oferece adaptador veicular 12V, além de comportar saída serial para impressora e computador.

A empresa conta com equipe de suporte técnico que realiza visitas

periódicas aos clientes com objetivo de esclarecer eventuais dúvidas em relação ao uso dos instrumentos, além de apresentar novos lança-mentos da Akso.

“Nos últimos anos, temos ob-servado crescente demanda por instrumentos para laticínios, princi-palmente analisadores de leite, nas regiões Norte, Nordeste e Sudoeste. Nesses locais, houve crescimento considerável de pequenas e micro indústrias incentivadas pelas coo-perativas e associações locais, que se organizam cada vez mais para atender às legislações vigentes e aumentar a qualidade dos produtos fornecidos”, ressalta o engenheiro Marcelo Carraro, diretor técnico da empresa.

ExpansãoA Akso possui vários projetos

para médio prazo, entre eles abrir novos mercados ainda não explo-rados pela empresa, participação de novas feiras e, principalmente a construção da nova sede, que deve ser concluída até o final deste ano.

“No novo prédio, a área disponí-vel será quadriplicada em relação à sede atual, proporcionando maior organização e expansão da empresa. Em decorrência do aumento de área, o quadro de funcionários deverá ser aumentado em 30% para atender à demanda crescente”, afirma o dire-tor técnico.

A empresa ainda deverá ampliar o escopo do laboratório de metrolo-gia interno e passar a calibrar novas grandezas. A Akso vai também bus-car certificações e tem como objeti-vo a implantação da ISO 9001, com foco em melhoria contínua nos seus processos internos, e acreditação do laboratório de metrologia interno junto ao Inmetro, em conformidade com a ISO 17025.

Com a busca pelo aprimoramen-to de seus processos e investimento em qualidade, a empresa continua no caminho de crescimento sólido, marcando sua presença nos vários segmentos do mercado.

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Nestlé De acordo com a legislação

Recente polêmica em relação ao conteúdo do Ninho Fases gerou dúvidas em alguns consumidores. Para esclarecer

a questão, buscamos depoimento de especialista em legislação e publicamos nota da Nestlé.

CASe

Um caso ocorrido na cidade de São Paulo envolvendo a Nestlé causou polêmica e foi parar no Procon. Um pai foi à entidade de defesa do consu-midor, alegando que a embalagem do Ninho Fases induz ao erro, já que é um composto lácteo e está embalado e ro-tulado de forma semelhante ao Ninho convencional. Segundo o consumidor, a atitude aconteceu após ouvir do pediatra de sua filha que o produto utilizado na alimentação da criança não era leite.

A Nestlé fez nota de esclarecimen-to, onde coloca que está claro na parte frontal da embalagem tratar-se de um Composto Lácteo e, na relação de ingredientes do rótulo, está escrito que o produto não é leite.

A rotulagem do Ninho Fases atende aos requisitos da legislação, porém ocorrências como esta, principalmen-te em casos de público infantil, faz pensar em alternativas para expor de forma mais clara ainda ao consumidor a categoria do produto. Uma manei-ra seria a reformulação do rótulo, diferenciando, seja por cor ou outros grafismos, o composto lácteo da emba-lagem de leite.

Maria Cristina Mosquim, Consul-tora Técnica da ABIQ , SINDILEITE-SP e CONIL, esclarece sobre a legislação referente aos produtos similares ao Ninho Fases.

Leite Modificado e Composto Lácteo Alimentar à Base de Leite.

Durante mais de 30 anos foram comercializados no país para alimen-tação de crianças após o desmame ou mesmo como substitutos do leite materno de mães que não podiam alimentar seus filhos os chamados “Leites Modificados”, regulamentados pelo RIISPOA.

Como o RIISPOA não foi atualizado e os produtos nele regulamentados não podem ser alterados, a não ser via Mercosul , esta definição ficou arcaica, pois exigia processos de fermentação para quebrar proteínas, facilitar a digestão, entre outras coisas. Na época desta publicação, nem mesmo o soro era reconhecido como alimento huma-no (e sim indicado para alimentação animal), imaginem então, as tecnolo-gias atuais de fracionamento do soro e seus inúmeros benefícios nutricionais.

Por volta do final de 2002, começa-ram chegar questionamentos ao Mapa sobre a composição dos leites modi-ficados existentes no mercado, que já continham componentes de soro de leite. O Mapa decidiu rever este regu-lamento técnico e nada praticamente pode ser alterado, pois a definição prevista no RIISPOA não podia ser alterada sem que toda lei tivesse alte-ração.Foi discutido com as associações representativas o regulamento técni-co do leite modificado cuja definição se manteve idêntica à prevista na lei

ou seja: “entende-se por leite em pó modificado o produto resultante da dessecação do leite fluido previamente preparado, considerando-se como tal, além do acerto do teor de gordura, a acidificação por adição de fermentos láticos ou de ácido lático e o enrique-cimento com açúcares, com sucos de frutas ou com outras substâncias permitidas, que a dietética e a técnica indicarem”.

Esta definição, por exigir fermenta-ção praticamente eliminava a pos-sibilidade da existência de qualquer produto existente no mercado, embora em outros países a terminologia ainda seja aceita, sem esta exigência.

Foi necessário, portanto que o Mapa criasse outra categoria de pro-duto para a migração dos produtos existentes no mercado e, em 4 de feve-reiro de 2004, foi publicada a Portaria n°4, que estabeleceu o regulamento técnico de identidade e qualidade do “Composto Alimentar a base de Leite”, assim definido: “produto elaborado a partir de leite in natura na proporção mínima de 80% do produto pronto para consumo, por meio da combina-ção do leite com ingredientes lácteos e não lácteos”.

O produto recebeu o nome de composto, mas, na verdade, é um leite porque é obrigado a ter no mínimo 80% de leite e 20% de ingredientes lácteos. Permite-se também para o produto com adição, ingredientes não

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lácteos como gordura vegetal, malto-dextrina, outros produtos alimentícios, açúcar, preparados de frutas, cereais, chocolates, mas mantendo a propor-ção mínima de leite. Neste caso, no rótulo tem uma chamada “contém gordura vegetal” ou “contém amido”, se tiverem estas substâncias adiciona-das.

Portanto, fico admirada com os questionamentos, pois existem várias empresas no mercado que produ-zem este produto de excelente valor nutricional, pois as proteínas do soro completam e melhoram a qualidade do leite e, apesar de não receber o nome leite, é a base de leite e, portan-to, pode estar junto aos leites, além de ser autorizado e registrado no SIF com este nome. Os médicos e nutricionistas continuam receitando porque é um produto igual ou na maioria das vezes muito superior ao leite modificado, ao qual já se acostumaram a receitar.

Maria Cristina Mosquim

Nota de esclarecimento da NestléA Nestlé informa que respeita o

direito de informação ao consumidor e cumpre rigorosamente a legislação referente à comercialização de com-postos lácteos, em especial a Instrução Normativa nº 28/07, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que rege a classificação destes produtos.

A linha Ninho Fases, lançada no

mercado brasileiro em 2003, é regis-trada no MAPA e segue as normas de rotulagem que devem ser adotadas por todos os fabricantes desta catego-ria, trazendo na parte frontal de sua embalagem, com letras em caixa alta, a informação: “COMPOSTO LÁCTEO COM ÓLEOS VEGETAIS”. Além disso, o rótulo também traz a seguinte frase, destacada em caixa alta e negrito: “ESTE PRODUTO NÃO É LEITE EM PÓ”, assegurando ao consumidor seu direi-to de informação clara e transparente.

Desenvolvida para atender neces-sidades nutricionais específicas das crianças, a linha Ninho Fases conta com três produtos com perfil adequa-do de proteínas, sem adição de açúcar, além de adição de vitaminas e mine-rais: Ninho 1+ possui também adição de fibras prebióticas, óleos vegetais; Ninho 3+ traz uma combinação de fi-bras, ácidos graxos essenciais e cálcio; e Ninho 5+ traz um composto exclusi-vo com cálcio naturalmente obtido do leite e óleos vegetais.

Baseando-se na definição descrita na Instrução Normativa nº 28/07, os produtos da linha Ninho Fases são classificados como compostos lácteos, por se tratarem de produtos resultan-tes da mistura do leite com ingredien-tes não lácteos (como as fibras prebió-ticas e óleos essenciais). Sendo assim, os produtos recebem essa denomina-ção por conterem ingredientes adi-cionados, que visam contribuir para

a ingestão de nutrientes importantes para o crescimento e desenvolvimento na infância.

A marca Ninho foi lançada no mercado brasileiro em 1944, na versão leite em pó, e possui atualmente um amplo portfólio de produtos, em diversas categorias, como iogurtes, leites fermentados, petit suisse, leites flavorizados, leite em pó e UHT (Inte-gral, Levinho e Baixa Lactose), além de compostos lácteos.

A Nestlé, companhia líder em Nu-trição, Saúde e Bem estar, se compro-mete a oferecer produtos que tenham um perfil nutricional adequado, e tal premissa se torna ainda mais rele-vante quanto se trata de produtos direcionados ao público infantil. Do mesmo modo, a comunicação das marcas segue essa mesma prerrogati-va, trazendo ao consumidor todas as informações exigidas pela legislação brasileira.

Assessoria de imprensa da Nestlé BrasilSão Paulo, setembro de 2012

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Leite formal

Santa Catarina

cresce 4% na produção nacional

é líder nacional de crescimento na industrialização do leite

painel

O volume de leite industrializado em 2012 cres-ceu 4%, passando de 10,5 bilhões de litros de janeiro a junho do ano passado para 10,9 bilhões de litros no mesmo período deste ano. Este é o resultado da Pesquisa Trimestral do Leite, divulgada em setem-bro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE).

De acordo com Jorge Rubez, presidente da Asso-ciação Leite Brasil, o resultado deixa os produtores otimistas com a possível queda do leite informal ao final de 2012, considerando que o aumento no leite industrializado divulgado pelo IBGE foi superior ao da produção de leite, estimado em 3% pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento).

O aumento da industrialização do leite mostra, ainda, que o consumo de leite informal no Brasil tem sofrido queda nos últimos três anos, passando de

32% em 2010 para 31,3% em 2011. A estimativa, em 2012, é que este número chegue em 30,6%.

“O que esperamos, agora, é uma possível recu-peração de preço durante o segundo semestre para compensar o aumento dos insumos, em especial o da soja e do milho”, afirma Rubez.

HistóricoRealizado desde 1997, a Pesquisa Trimestral do

Leite coleta informações de todos os estabelecimen-tos que se dedicam à atividade leiteira e estão sob inspeção federal, estadual ou municipal. Em 2011, Amazonas e Sergipe tiveram o maior crescimento percentual da aquisição, respectivamente 190,6% e 46,4%, embora suas produções sejam pouco repre-sentativas em termos nacionais. Roraima, por sua vez teve queda da aquisição de 32,8%.

A indústria de laticínios colocou o Estado de San-ta Catarina como campeã de crescimento na indus-trialização de leite nos últimos cinco anos, segundo levantamento feito pela Associação Leite Brasil. A re-gião ocupa, atualmente, a quinta posição no ranking nacional, com participação de 8,0% no total de lei-te produzido no país e a sexta na industrialização (8,2%).

Fato importante é o desempenho do Estado nos últimos cinco anos. De 2007 a 2011, o ritmo de avan-ço da industrialização do leite no Brasil foi de 5,5% ao ano, como divulgado recentemente pela Leite Brasil. Santa Catarina registrou, no mesmo período, crescimento de 13% ao ano; aumento que superou o desempenho dos principais Estados na produção de leite, como Paraná (11,6%), Rio Grande do Sul (7,2%), São Paulo (3,8%), Minas Gerais (3,6%) e Goiás (1,4%).

Segundo dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística), Santa Catarina de-têm, ainda, a maior produtividade média de rebanho leiteiro, com 2.432 litros/vaca/ano, se comparada com a média do país, que foi de 1.340 litros/vaca/ano.

De acordo com dados do CEPEA - Centro de Es-tudos Avançados em Economia Aplicada - de julho de 2012, o produtor catarinense recebeu, em média, R$ 0,79 pelo litro do leite, enquanto que a média na-cional foi de R$ 0,85 por litro. Este fator tem atraído cada vez mais empresas da indústria de laticínios para a região e impulsionado a produção.

Os produtores catarinenses aplicam tecnologia na gestão de suas propriedades, além de investirem em pastagens, melhoria no manejo, inseminação ar-tificial e uso de indicadores de desempenho; fatores que explicam o sucesso de Santa Catarina. Não se trata, portanto, de ser grande ou pequeno produtor, como no caso da maioria dos que atuam naquele Es-tado. O relevante, neste cenário, é a busca do aumen-to da produtividade e redução dos custos por meio de uma gestão profissional.

Para Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, San-ta Catarina é essencial para o desenvolvimento da produção nacional de leite. “Esta região do País dá o exemplo de como um pequeno produtor de leite pode trabalhar com eficiência, aumentando sua pro-dução e produtividade na cadeia nacional.”

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Tetra Pak

Chr. Hansen

Nelson F. Falavina assume presidência para América Central & Caribe

anuncia novos distribuidores para as regiões de São Paulo e sul de Minas

Gerais

O executivo da Tetra Pak, Nelson F. Falavina aca-ba de assumir a posição de diretor-presidente para os países da América Central e Caribe, com a res-ponsabilidade de acelerar o desenvolvimento da em-presa nessa região. Falavina, que até então atuava como Vice-Presidente de Vendas no Brasil, traz ainda experiências nas operações da Tetra Pak em diver-sos países como: Suécia, Estados Unidos, Colômbia, Equador, Venezuela e Leste Europeu (região dos Bal-cãs). Nestas duas últimas, o executivo atuou como diretor-presidente, sendo responsável também pelas fábricas que a companhia possui em ambas as loca-lidades. O escritório principal da companhia para a região está localizado no Panamá.

A partir de setembro, Produtos Macalé, atual dis-tribuidor dos produtos Chr. Hansen nos estados de Minas Gerais (exceto triângulo mineiro), Rio de Ja-neiro e Espírito Santo, expandirá a sua atuação para o sul de Minas Gerais, enquanto o novo distribuidor Latec Ingredientes, assumirá o território do Estado de São Paulo, ambos atendidos anteriormente pelo distribuidor Somarole.

Todo o processo de migração está sendo cuidado-samente trabalhado entre a Chr. Hansen e seus par-ceiros para que a nova estrutura seja implementada de forma satisfatória. Segundo Lúcio Alberto Forti Antunes, Gerente da Divisão Laticínios da empresa, ambos os novos distribuidores, Macalé e Latec, en-contram-se devidamente preparados para atender com excelência essas regiões.

Assim, como todos os trabalhos desenvolvidos pela Chr. Hansen, a reestruturação visa uma apro-ximação ainda mais intensa com os clientes dessas regiões e um atendimento técnico-comercial focado, que contribua para o desenvolvimento da indústria laticinista.

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Elegê cresce 4% na produção nacional

painel

A Elegê, marca de grande volume e abrangên-cia nacional da BRF, lançou um novo conceito: Um gesto. Dois Sorrisos. “A proposta é estar presente em todos os momentos do dia, criando oportuni-dades de relacionamento para que as pessoas pos-sam mostrar o quão importantes são umas para as outras”, explica Luciane Matiello, diretora de marketing da unidade de lácteos da companhia.

Para reforçar esta atitude, todas as embalagens foram reformuladas. A linha de leites UHT, por exemplo, traz no verso das embalagens histórias de simples gestos de demonstração e, na lateral, um espaço para recados. “Será possível personalizar o café da manhã”, afirma Roberta Morelli, geren-te de marca e inovação da área de lácteos da BRF.. E mais, a tipografia da logomarca foi alterada e será estampada no topo de todas as embalagens. A tra-dicional “vaquinha” e o “xadrez”, caracteristicas fortes de Elegê, estão mais modernas e atraentes. “O objetivo das novidades é aumentar a percepção de qualidade e destacar nossos produtos nas gôn-dolas”, afirma Morelli. Além do leite, o portfólio de Elegê conta com refrigerados e itens de mercearia. A estratégia bem sucedida nos Estados do Rio Gran-de do Sul e Rio de Janeiro, locais onde a marca man-tém forte presença e liderança em várias categorias, será replicada em todo o Brasil. No Nordeste, por exemplo, serão lançados produtos específicos como a bebida láctea em sache. A embalagem, de preço mais acessível, vai reforçar a presença da empresa em um mercado promissor.

E não para por aí. Outros lançamentos estão previstos para outubro, tais como, as polpas mo-

rango e morango/coco. Os produtos Elegê prio-rizam a praticidade. Além disso, oferecem uma ótima relação custo/benefício. junção desses fa-tores faz da Elegê uma grande aliada do consu-midor no dia a dia, do café da manhã ao jantar. A unidade de produtos lácteos da BRF em Bom Con-selho, Pernambuco, será crucial para o desenvol-vimento da marca Elegê no Nordeste. E ampliar a presença na região depende de uma logística bem planejada. “O mercado nordestino se caracteriza pela pulverização de pontos de venda e, para con-quistar os comerciantes, é preciso ter assiduidade e construir uma relação de confiança”, afirma Matiello.

Dados recentes mostram que cerca de 40% das categorias existentes no mercado nacional não estão consolidadas no Nordeste. “A Elegê é uma marca estratégica para capturarmos volu-me de vendas nesta região”, revela Morelli. Com cerca de 54 milhões de habitantes, o Nordeste tem o porte de um país como o Chile. E o cresci-mento econômico está acima da média brasileira. Marca de volume e abrangência nacional da BRF, a Elegê oferece uma linha completa de leites, que in-clui as versões UHT Integral, Semidesnatado, Desna-tado e Leites Especiais (Ferro, Cálcio, Baixo Teor de Lactose), além de leite em pó lata e sachê. A marca também produz bebida láctea, doce de leite, leite condensado, creme de leite, manteiga, molho e re-queijão. Mantém também a linha Bob Esponja, dedi-cada ao público infantil. Entre os produtos comercia-lizados estão: petit suisse, aromatizados (chocolate e morango), flan, leite fermentado, entre outros.

SIG Combiblocexpande sua atuação na Itambé

Cliente da SIG Combibloc desde 2009, com uma linha para leite condensado, a Itambé lançou em ju-lho deste ano sua linha de leite UHT – versões inte-gral, semi desnatado e desnatado – em embalagem combiblocMidi de 1 litro com tampa combiSwift. O principal apelo da nova embalagem para o consu-midor é a conveniência da exclusiva tampa de rosca.

A escolha da SIG para este lançamento confirma a preferência da Itambé pelas linhas de envase, que se destacam pela alta performance e grande flexibi-lidade. A empresa também aponta os serviços ofere-cidos pela SIG como um diferencial importante na escolha.

A nova embalagem combiblocMidi de 1 litro com tampa combiSwift está sendo envasada em uma máquina CFA 812 com capacidade para 12.000 uni-dades/hora. O envase é feito na planta em Uberlân-dia (MG).

A Itambé é uma cooperativa de lácteos, instalada no estado de Minas Gerais e que conta com mais de 3.500 colaboradores. Hoje ela é uma das marcas de lácteos mais tradicionais do Brasil. A empresa expor-ta para 64 países, especialmente da América Latina, África e América do Norte.

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Cap-Lab e Fermentech

promovem encontro técnico

Como fruto de longa parceria, a Cap-Lab e a Fer-mentech lançam o I Encontro Técnico “Inovando com Qualidade”. O evento será realizado no dia 29 de novembro, na cidade de Cascavel (PR).

O objetivo do encontro é reunir os profissionais do setor e abordar temas importantes sobre o con-trole da qualidade e novas tecnologias na indústria de laticínios.

“Acredito que esse projeto seja apenas o pri-meiro de muitos outros. A experiência de ambas as empresas poderá proporcionar ao público presen-te uma oportunidade única de analisar e sanar as dúvidas das questões mais discutidas atualmente pelo setor”, diz Vinicius Capeleto, diretor comercial da Cap-Lab.

Dentre os palestrantes, destaca-se a presença de Sebastião Cesar Cardoso Brandão, Ph.D., professor titular aposentado do departamento de tecnologia de alimentos da UFV e da consultora técnica da ABIQ (Associação Brasileira das Indústrias de Quei-jo) Maria Cristina Mosquim, entre outros nomes im-portantes que compõem a programação.

“As palestras foram escolhidas criteriosamente, com temas voltados para o cotidiano do profissio-nal das indústrias lácteas e proporcionarão um ex-celente nível para o encontro. Estamos empolgados e bastante confiantes em oferecer um evento que todos aproveitarão ao máximo as informações para seu crescimento profissional e aprimoramento pes-soal”, comemora Nanci H. Ohata Santana, diretora da Fermentech.

A participação é gratuita e todos receberão cer-tificado, além de concorrerem a prêmios. As inscri-ções vão até 23/11/12 ou até se esgotarem as vagas. Mais informações: www.cap-lab.com.br ou da Fer-mentech www.fermentech.com.br

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painel

25 anos de atuação no mercado A importante iniciativa do grupo foi a criação da

Petite Marie, casa estratégica e competitiva, em 11 de agosto de 1987, voltada para o mercado de quími-cos aromáticos e na fabricação de ésteres e com as oportunidades percebidas no mercado de essência, foi criada a casa de fragrâncias L’Essence Fragrances, com forte compromisso para com seus clientes em relação à qualidade, desempenho, e custo benefício.

A excelência nos processos de produção começa com a escolha criteriosa da matéria prima de melhor qualidade. Os ingredientes utilizados na produção das paletas de fragrâncias são inovadores, garantin-do qualidade, segurança e evolução de cada essên-cia.

Para a elaboração destes produtos, a L’Essence investe em equipamentos, laboratórios de ponta e profissionais qualificados garantem cada etapa do processo. Toda produção é regida rigorosamente dentro das boas práticas de fabricação e das nor-

mas ISO 9001:2008, regulamentação AN-VISA e CETESB, ressal-tando adequação da empresa para cum-prir as exigências da RDC 16, referente aos alergênicos. Estes in-vestimentos atestam cada processo, desde o desenvolvimento, fa-bricação e distribuição, com um ótimo contro-le da tecnologia da in-formação (TI).

Os diferenciais da empresa levam à produção de portfó-lio completo em todo o setor de cosmético

e household, passando pela perfumaria fina tendo como foco principal as pessoas e o meio ambiente. A sólida parceria com clientes e a tradição de oferecer as melhores soluções em fragrâncias, transforma-ram a L’Esseence na principal operadora do Grupo.

A partir deste ícone, há cerca de sete anos, foi per-cebida a ampla possibilidade de atuar em aromas. Assim surgiu, a Lapiendrius Flavors, uma signatura das famílias Lapique e Andrade, como complemen-tação, atuando nos vários segmentos; Forneados (bakery), bebidas (beverage), lácteos (dairy), salgados (savory), higiene bocal (oral care).

Além de ter um centro criativo de atuação nos mais variados tipos de produtos, a empresa é refe-rência no mercado brasileiro por estar muito bem posicionada no ranking das casas de aromas de ca-pital 100% nacional. Um exemplo; tecnologia paten-teada de encapsulamento à frio, que permite uma excelente performance nos aromas e fragrâncias permitindo grandes possibilidades em aplicações e principalmente um extenso shelf life.

Ao longo destes 25 anos o Grupo Petite Marie, L’Essence e Lapiendrius adquiriu respeito, desenvol-veu tecnologias e know how nas criações tanto nas fragrâncias como em aromas, possuindo expertise em fazer plena ação em todos segmentos, nos doces e salgados, cosméticos, perfumarias e domissanitá-rios, e na produção e importação e exportação de químicos aromáticos com a Petite Marie, que detém o domínio tecnológico em sínteses, que além de su-prir o próprio Grupo com matérias primas de quali-dade, oferece ao mercado brasileiro um diferencial notório em custo/benefício no produto final.

A Lapiendrius investe fortemente em equipamen-tos e estrutura voltados para a melhor perfomance dos produtos, sua qualificação e desenvolvimento em tempo real dos aromas; na criação e na aplicação em Centros de Desenvolvimentos de alta tecnologia.

Nexirachega á India

Nexira, líder mundial em goma acácia e concei-tuado fornecedor de ingredientes naturais e inova-dores, está abrindo a sua 11ª filial em Mumbai, Índia, depois de ter aberto escritórios comerciais com su-cesso na América do Norte e do Sul, Ásia, África, Eu-ropa e Europa Oriental. A estratégia de crescimento global do grupo é confirmada e a Índia irá desempe-nhar um papel importante.

A Índia representa um dos mercados alimentícios que mais crescem (média de crescimento de 15% em todos os segmentos) com forte tendência por produ-tos saudáveis e inovadores.

A filial é uma oportunidade perfeita para a Nexira atender os mercados indianos e do sudeste asiático a fim de estar mais próximo das necessidades de seus clientes para fornecer soluções técnicas e inovado-ras.

Nexira Índia, sob sua divisão Food, irá oferecer um vasto portfólio de produtos, incluindo emulsifi-

cantes e estabilizantes para bebidas, agentes de dra-geamento e textura para confeitos, veículos para en-capsulação e proteção de ativos e aromas naturais. Com a linha Fibregum™ e Equacia™, novas soluções para o enriquecimento com fibras serão introduzidas no mercado de bebidas e panificação.

Com a sua divisão Health, a Nexira irá fornecer ingredientes e ativos premium para o gerenciamen-to de peso, anti-stress, nutrição esportiva e antioxi-dantes, junto com um extenso número de extratos naturais.

A empresa introduziu, recentemente, dois novos produtos: Fibregum Crystal™, goma acácia clara, sem sabor e odor para fortificação com fibras em ali-mentos e bebidas, atua como nenhuma outra fibra natural e Oli Ola™, extrato de azeitona com con-teúdo garantido de hidroxitirosol, com benefícios e alegação aprovada na Europa para a saúde cardio-vascular.

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Kerry

Horizonte Amidos

anuncia aquisição da Griffith do Brasil

inicia montagem da planta de amidos pré-gelatinizados

painel

Dando sequência à estratégia de ampliar sua po-sição de liderança no desenvolvimento, fabricação e entrega de soluções para a indústria de alimentos e bebidas na América Latina, a Kerry Ingredientes & Aromas efetuou, em 31 de Agosto de 2012, a aquisi-ção da empresa Laboratórios Griffith do Brasil S/A., localizada em Mogi das Cruzes, SP.

Fundada em 1951, a Griffith foi pioneira na fabri-cação de insumos para as empresas processadoras de produtos cárneos no Brasil. Atualmente é um dos líderes no fornecimento de ingredientes ao mercado de carnes processadas, tais como: condimentos, adi-tivos, hidrocolóides e proteínas. Em 2006, passou a atuar no segmento de Panificação e Confeitaria, com uma linha de ingredientes para bolos e pães regula-res e especiais, salgadinhos e sobremesas.

A Kerry é reconhecida como um dos maiores e mais avançados fabricantes de ingredientes e aro-mas para alimentos e bebidas do mundo. A em-presa está presente na América Latina desde 1994, com amplo espectro de plataformas tecnológicas e estrutura completa de pesquisa, desenvolvimento, aplicação e análise sensorial, aportando soluções

inovadoras aos consumidores das principais catego-rias da indústria de alimentos, bebidas e foodservice da região.

A sinergia proveniente da junção das duas em-presas proporcionará ao mercado de carnes e panifi-cação no Brasil um conjunto de soluções integradas que trará maior agilidade no desenvolvimento de produtos inovadores para a indústria e o consumi-dor.

Entre os produtos disponibilizados estão: Solu-ções para Carnes Processadas: condimentos e aro-mas, sistemas funcionais, breacrumbs e sistemas de empanamento, fumaças naturais, bio-ingredientes, emulsificantes e texturizantes e proteínas; Solucões para Panificação e Confeitaria: sistemas e aromas, lácteos, culinários, cereais e doces, bioingredients, emulsificantes e texturizantes, misturas para pani-ficação e confeitaria.

A aquisição anunciada permitirá à Kerry alavan-car esforços, ampliar fronteiras de negócios e aten-der aos desafios atuais e oportunidades do mercado brasileiro.

Os amidos, em sua maioria, devem passar pelo processo de aquecimento/cozimento para gerarem as características que se espera deles. Absorção de água, aumento de viscosidade do produto final, ab-sorção de gorduras, disponibilização de ingredientes e ativos, são algumas destas características.

Este processo de aquecimento/cozimento ne-cessita de tempo, mão-de-obra e energia elétrica e térmica, tudo isso em um equipamento adequado, que às vezes pode ser até mais caro do que a própria planta produtiva, que é o caso das pequenas fábricas de maionese, onde o cozinhador da pasta de amido se torna mais caro do que a emulsificadora.

Visando oferecer amidos modificados que dis-pensem a necessidade de cozimento, a Horizonte Amidos lançará, até o final de 2012, sua mais nova linha de amidos. Trata-se dos amidos pré-gelatini-zados que conseguem oferecer todos os benefícios dos amidos modificados, porém, sem necessitar de cozimento. Com o ingrediente há ganho em tempo, diminuição de mão-de-obra e, principalmente, cus-tos. Estes produtos conseguem absorver água ins-tantaneamente, mantendo uma estrutura firme, de

alto brilho e lisura.Para iniciar a produção dos amidos pré-gelatini-

zados, a Horizonte está montando uma planta com grande capacidade de produção: 350 toneladas/mês. O equipamento é importado, e trata-se do maior modelo disponível fornecido pela maior fabricante mundial de Drum Dryers.

Com este investimento, a Horizonte busca aten-der vários mercados no Brasil e exterior, nos seto-res de: -misturas para pão de queijo; maioneses e cremes; cremes de confeitaria; farinhas para empa-namento; aromas e emulsões; panificação; geleias; adesivos e alimentos infantis

Outra área muito importante de aplicação des-tes amidos é na fabricação de papéis Tissue, que são papel higiênico, papel toalha, guardanapos e outros. Estes papéis necessitam de amidos catiônicos pré--gelatinizados que a Horizonte disponibilizará em uma ampla gama DS´s e viscosidades. Com esta nova linha, a Horizonte se aproxima cada vez mais do seu objetivo de atender seus clientes com uma linha va-riável, diversificada e versátil de amidos modificados.

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CodificadorasCodificadoras, impressoras a

jato de tinta de pequenos caracteres para a indústria de lácteos

As Codificadoras 9042 e 9042 IP65 são impresso-ras que operam com a tecnologia jato de tinta, de-senvolvidas pela Markem-Imaje para atender as ne-cessidades da indústria de laticínios, principalmente quanto a maior velocidade e maior eficiência dos processos de fabricação, com manuseio mais fácil, limpo e seguro de consumíveis.

Apresentadas ao mercado neste início de agos-to de 2012, as Impressoras 9042 são capazes de im-primir até 8 linhas com informações sobre data de validade, logotipos, texto alfanumérico e códigos de barra 1D e 2D, com velocidades de impressão até 5,5 m/segundo, para atender as novas exigências dessa indústria que vê crescer continuamente a produção de iogurtes, leite, queijos, etc.

Com cabeçotes simples ou duplos (que podem dobrar a taxa de produção, ou seja, marcar 2 fileiras de iogurtes ao mesmo tempo) e umbílicos reforça-dos que ligam a cabeça de impressão ao gabinete, exigindo numerosos ciclos de vaivém e, agora, com 3, 5 ou 8 metros para mais fácil integração às linhas de produção, as Codificadoras 9042 oferecem confia-bilidade superior de operação e total robustez para impressão em movimento.

Um dos mais expressivos diferenciais da 9042 é a gestão otimizada dos consumíveis, com o uso de novos cartuchos, selados e seguros que permitem a troca de consumíveis em menos de 30 segundos, sem respingos e sem interromper a produção. As Im-pressoras 9042 operam com novas tintas multiuso sem acetona e sem MEK (metil etil cetona) na com-posição, disponíveis para aplicações que exigem mo-vimento da cabeça de impressão.

As Codificadoras 9042 são fabricadas com gabi-nete de aço inoxidável para garantir maior eficiência de limpeza e a versão 9042 IP65 tem gabinete à prova de ambientes úmidos.

Essas características garantem maior eficiência dos processos de fabricação de laticínios, com mar-cação permanente de produtos lácteos, quer sejam em frascos, potes, caixas longa vida; o efetivo acom-panhamento da velocidade das linhas de produção e o manuseio ágil e limpo de suprimentos.

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Interleite Brasil 2012

evento

Competitividade foi a palavra de ordem que permeou quase todas as apresentações. Cerca de 90% do públi-co foi composto de produtores de leite, técnicos e profissionais ligados ao setor de laticínios. Dezesseis estados da fe-deração tinham representantes, sendo 80% de Minas Gerais, Goiás e São Paulo.

Encontro Realizado em Uberlândia (MG), de

11 a 13 de setembro, antes da abertura oficial, foi realizado o 1o Encontro Mi-lkPoint para a Indústria de Laticínios, com a participação de 77 representan-tes dos principais laticínios atuantes no Brasil. Os participantes assistiram palestras do estrategista global do Ra-bobank, Tim Hunt, que apresentou o cenário mundial e tendências, como uma possível recuperação dos preços no mercado internacional. O professor Andrew Novakovic, da Universidade de Cornell, trouxe também informações importantes como os novos conceitos para a gestão de riscos no que se refere à volatilidade dos custos de insumos e dos preços do leite nos Estados Unidos.

Hunt mostrou que o custo de pro-dução em países exportadores vem

crescendo ao longo dos anos, e assim devem continuar. Em locais que depen-dem de forte suplementação de grãos, a alta destes insumos após 2007, ain-da que seguida de períodos momen-tâneos de baixa, coloca pressão sobre os custos. Em locais com produção a pasto, a elevação dos custos de fertili-zantes, a rápida elevação dos valores da terra e o risco climático colocam desafios adicionais a um tipo de ex-ploração que, antes, era tido como de baixo custo e risco, capaz de suportar períodos de preços mais baixos por mais tempo do que regiões com alta suplementação. Isso não é necessaria-mente verdade, como mostrou Hunt. Já no Interleite, Torsten Hemme, do IFCN, da Alemanha, mostrou que, nos últimos anos, percebe-se uma tendên-cia de redução de custos dos países tradicionalmente pouco competitivos, como Estados Unidos e Europa e, ao mesmo tempo, ocorre tendência oposta nas regiões em que Hunt já havia apon-tado. O resultado disso é que, em um espaço de não mais do que sete anos, a defasagem de custos, em que Europa e América do Norte apresentaram valo-

res cerca de 2 vezes mais altos do que Nova Zelândia, Austrália, Brasil, Argen-tina e outros, não mais existe. Há uma convergência em torno dos US$ 0,40/kg de custo médio e o que preocupa é a tendência: enquanto os antes “ca-ros” agora seguem rumo descendente de custos (e mantinham suas exporta-ções mediante fortes subsídios), os an-tes “baratos” seguem caminho inverso.

“É importante que a indústria esteja alinhada com o que acontece no setor, pois qualquer transformação que ve-nha a ocorrer tem que passar pela a indústria”, afirmou Marcelo Pereira de Carvalho, coordenador do MilkPoint e do Interleite Brasil 2012.  “O encontro de laticínios foi importante por pro-porcionar uma visão sistêmica do se-tor. Se trabalharmos de forma isolada, não vamos chegar em lugar nenhum. Precisamos de ações pré-competitivas” ressaltou Jacques Gontijo, presidente da Itambé e patrocinador master do In-terleite Brasil 2012.

Na abertura, Carvalho pontuou as mudanças que vêm acontecendo na cadeia do leite como a redução de me-

Evento que reuniu segmentos de sistemas de produção, mercado, tecnologia, inovação e gestão, o Interleite Brasil – Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite foi um marco sinalizador

para o futuro do setor lácteo.

Da esquerda para a direita: Wilson Zanatta, presidente da LBR, Marcelo Pereira de Carvalho • diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint e Franz Borg • Presidente da Castrolanda

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didas de apoio ao produtor em países como Estados Unidos e Europa, o cres-cimento econômico dos países emer-gentes e o nivelamento entre vários países do mundo. “O cenário de baixos custos de produção não existe mais e está ocorrendo perda de competitivi-dade, precisamos olhar para dentro da porteira da fazenda, bem como em medidas mais amplas que garantam a competitividade.”

No caso do Brasil, apenas o poten-cial de produção não é mais suficiente para termos competitividade. “Precisa-mos fazer a lição de casa e esse é o ob-jetivo do Interleite”, afirmou Carvalho.

Os participantes do Interleite pude-ram acompanhar palestras técnicas de pesquisadores e técnicos renomados, que abordaram temas como práticas genômicas no melhoramento genéti-co, manejo de pastagens tropicais, nu-trição de precisão, sucessão familiar, gestão de sistemas de confinamento e

formulação de dietas. Nos painéis de produtores, casos de sucesso foram mostrados, como a utilização de tri-cross de raças europeias, integração de sistemas de lavoura e pecuária da Seki-ta Agropecuária, uso de pastejo irriga-do nos Estados Unidos e também na realidade do Ceará e Goiás.

Prêmio Impacto 2012Na abertura do Interleite aconteceu

também a entrega do Troféu Impacto a João Ricardo Alves Pereira, professor da Universidade Estadual de Ponta Gros-sa. A premiação é uma iniciativa do MilkPoint e tem como objetivo valori-zar profissionais que contribuem com a melhoria da atividade leiteira no Bra-sil. O premiado é zootecnista formado pela UNESP em 1991, mestre em Nu-trição Animal e Pastagens pela ESALQ/USP (1995) e doutor em Zootecnia pela UNESP/Jaboticabal (1999). Atualmen-te é professor adjunto da UEPG - PR e professor no curso de Pós Graduação na PUC-PR.

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CADERNO DE TECNOLOGIA DE LÁCTEOS

n Nata: mercado, tecnologia e a nova regulamentação 62

n O Leite e Queijo de Búfala na Ilha do Marajó 66

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Nata: mercado, tecnologia e a nova regulamentação

Zacarchenco, P.B.*1.; Van Dender, A.G.F.*2

*Pesquisadoras Científicas TECNOLAT – ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos). [email protected]; [email protected]

ResumoA nata é um derivado lácteo obtido a partir do creme

de leite tipicamente consumido na região Sul do Brasil. A origem da nata remonta o século XVIII, quando imigrantes alemães e italianos utilizavam o creme de leite que sobrava do pouco leite produzido na época para substituir a mantei-ga. Este texto apresenta aspetos de mercado, da tecnologia de fabricação da nata e discute as determinações da Instru-ção Normativa no 23/2012, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade da Nata.

Palavras chaves: legislação, creme, leite

AbstractNata is a typical dairy product produced from cream

commonly consumed in the South region of Brazil. The history of nata began in the 18th century when German and Italian immigrants started eating milk cream instead of butter, a very expensive dairy product due to the little amount of milk produced at that time. This article presented information about market, technology and news rules of the Instrução Normativa nr 23/2012, a legal document that defined the characteristics of nata.

Key words: legislation, cream, milk

IntroduçãoA nata é um produto típico da região Sul do Brasil que

finalmente foi regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na Instrução Normativa no 23 de 30 de agosto de 2012, que dispõe sobre o Regulamento Téc-nico de Identidade e Qualidade da Nata. Na verdade, a nata nada mais é do que um creme de leite cujo teor de gordura, nesta IN 23/2012, é fixado como igual ou maior que 45%. Além disto, este documento legal determina que o produto deve ser pasteurizado, normatiza os aditivos permitidos, os teores de acidez, características microbiológicas entre outros aspectos que serão tratados neste artigo.

Segundo o diretor do Dipoa, Luiz Carlos de Oliveira, ao regulamentar o produto nata, o ministério dá um passo im-portante na valorização da tradição brasileira de consumir este produto, além de atender um antigo pleito da indústria láctea. O referido diretor destacou ainda que “A medida consagra uma tradição de um ingrediente alimentar de elevado valor nutritivo e que caracteriza um hábito salutar do brasileiro, além de possibilitar a diversificação de itens elaborados pela indústria de produtos de origem animal” (BIDESE, 2012).

É importante destacar que a apesar da importância regional da nata, há carência de dados na literatura sobre a história, o mercado e a tecnologia de fabricação deste pro-duto. Assim, neste artigo procurou-se apresentar aspectos de mercado e da tecnologia de fabricação da nata, além de ana-lisar as determinações da Instrução Normativa no 23/2012, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade da Nata.

História e mercado do produto

Segundo o SINDILAT (2012) (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul) a origem do produto nata remonta o século XVIII, quando imigrantes europeus, oriundos principalmente da Alemanha e Itália, começaram a utilizar o creme de leite que sobrava do pouco leite ordenhado na época para subs-tituir a manteiga, um produto muito escasso e muito caro para os padrões de vida dos recém chegados colonos euro-peus. De lá para cá, a nata tornou-se importante no hábito de consumo dos gaúchos que a utilizam principalmente no café da manhã com geléias de frutas e pão e também como ingrediente de preparações de origem européia como tortas, bolos, biscoitos, entre outros. Pessoas de outros estados também reconhecem a nata como um produto de excelente qualidade.

Com o avanço da tecnologia e a criação de laticínios no estado do Rio Grande do Sul (RS), a nata começou a ser produzida em escala industrial. Atualmente este estado produz aproximadamente 17.000 toneladas de nata ao ano. Este produto atende as preferências de paladar da popula-ção quanto ao sabor leve e suave que apresenta e também possui características nutricionais adequadas à demanda da vida moderna. Como exemplo pode-se citar o fato da nata produzida no estado do Rio Grande do Sul conter em média de 45 a 50% de gordura contra 80-82 % da manteiga tradicio-nal. Além disto, a nata na sua versão institucional (baldes, bags e sachets) atende a demanda do mercado institucional, onde é usada como ingrediente em confeitarias, padarias, sorveterias, bares, indústria de alimentos prontos, cozinhas industriais e restaurantes. Toda esta cadeia de consumidores diretos e indiretos depende deste produto, fazendo da nata um dos produtos mais típicos da culinária gaúcha (SINDI-LAT/RS, 2012).

Em termos de volume de consumo os estados do Sul do país são bastante representativos para o mercado da nata. De acordo com Wilkinson, Mior, (1999) entre os produtos artesanais fabricados no estado de Santa Catarina além do queijo, a nata destaca-se como um produto comercializado na própria propriedade do agricultor e, apesar das pequenas quantidades produzidas, este mercado é muito importante para as famílias no meio rural.

Além da região Sul do país, outras regiões usam a deno-minação nata como um sinônimo para creme de leite, como nos casos dos estados do nordeste que produzem a mantei-ga da terra a partir da nata ou creme. Em levantamento de produtos regionais derivados do leite realizado por Nassu et al, (2001) no Estado do Ceará, os autores observaram di-versificação na produção de lácteos tendo a nata sido citada entre outros produtos como queijo de coalho de leite de cabra, queijo de minas frescal, ricota, doce de leite, requeijão e bebida láctea.

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Fabricação da nata

A nata é um derivado lácteo obtido a partir do creme de leite, resultante do excesso de gordura do leite, a qual é retirada por meio das desnatadeiras. Tecnicamente a “nata” é um creme de leite padronizado e pasteurizado, sendo considerado um produto fresco e de consistência mais firme e pastosa (RODRIGUES, 2012a) do que o creme de leite pas-teurizado. É necessário que a nata apresente certa cremosi-dade, não deve “formar fio” e deve apresentar consistência curta e elástica lembrando o “cream cheese”, espalhável ao se passar em uma fatia de pão (RODRIGUES, 2012b).

O creme é uma emulsão concentrada de glóbulos de gordura do leite em leite desnatado e é preparado, comer-cialmente, por separação centrífuga entre a parte lipídica, menos densa, e o leite desnatado (Smiddy et al, 2009).

Estima-se que o leite contenha mais de 100.000 espécies moleculares diferentes. Contudo, a composição média desta matéria-prima pode ser simplificada para 4,1% de gordura, 3,6% de proteína, 4,9% de lactose e 0,7% de cinzas (HUI, 1993). Dentre as proteínas do leite destacam-se as caseínas e as proteínas do soro cuja relação é de 80:20, respectivamen-te (FOX et al, 2000; FOX, McSWEENEY, 1998) O leite bovino típico contém cerca de 3,5% de gordura mas os níveis variam bastante em função da raça, do estágio de lactação, dos indivíduos da mesma raça, da estação do ano, das condições nutricionais do animal, do tipo de alimentação, do estado de saúde e da idade do animal, dos intervalos entre as orde-nhas e do período da ordenha em que se obtém a amostra para análise (FOX, McSWEENEY, 1998).

A gordura do leite é formada por glóbulos de diversos tamanhos, que se encontram em suspensão no líquido. Esses glóbulos são perfeitamente visíveis ao microscópio. Por ser menos densa, a matéria gorda flutua quando o leite está em repouso, constituindo em grande parte o que se chama nata-creme. A matéria gorda é o elemento mais variável do leite e é o elemento de maior valor comercial (BEHMER, 1984). Os lipídios no creme, assim como no leite, estão na forma de glóbulos de gordura envoltos pela membrana do glóbulo de gordura (MGG) com diâmetro variando de 0,1 a 20 um e média entre 3 a 4 um (Fox et al, 2000). As propriedades físico-químicas do creme dependem de vários fatores como o estado dos glóbulos de gordura e da MGG, a concentração de glóbulos de gordura, a temperatura do creme, sua mani-pulação (tipo de tratamento térmico, mecânico), o tipo e a concentração de sólidos lácteos não gordurosos no creme (proteínas, sais e estabilizantes e emulsificantes adiciona-dos) (Smiddy et al, 2009). Os glóbulos de gordura do leite são cobertos por uma rede difusa de compostos bipolares que são fosfolipídios, proteínas, diacilgliceróis, monoacilgliceróis e outros materiais tensoativos provenientes da célula da glândula mamária ou do leite (KEENAN et al, 1999).

Segundo Rodrigues (2012a), na fabricação da nata, o creme de leite proveniente das desnatadeiras é misturado com leite pasteurizado para padronização e, a seguir, é pas-teurizado. Após a refrigeração a nata já pode ser consumida.

De acordo com este autor há, basicamente, dois tipos de nata: a do leite não-industrializado (ou não-processado) e a do industrializado (ou processado). No leite não-processado, ou seja, que acabou de ser ordenhado e não sofreu nenhum processamento, os glóbulos de gordura são maiores do que os do leite processado. Se o leite não-processado é deixa-do em repouso por algumas horas, os glóbulos de gordu-ra começam a se deslocar para a parte superior do leite, formando uma camada na superfície, a nata, que é formada principalmente por gordura. É a partir desta nata que se faz, por exemplo, a manteiga pelo método artesanal. Essa nata gordurosa não se forma no leite processado devido à homogeneização.

O objetivo da homogeneização é prevenir ou, ao menos, minimizar o fenômeno da separação do creme. Esta sepa-ração é evitada pela redução do tamanho dos glóbulos de gordura, que levarão tempo muito longo para se reagrupa-rem gerando a separação do creme. A seleção de parâmetros adequados de homogeneização permite realizar alterações nas características do creme e derivados e fabricar produtos com novas estruturas (Smiddy et al, 2009).

Por ser um produto relativamente rico em gordura extra-ída do leite na forma de emulsão de gordura em água, a nata pode ou não sofrer processo de homogeneização sob altas pressões de trabalho (BIDESE, 2012). Deve-se lembrar que para as aplicações culinárias da nata como, por exemplo, para obtenção de chantilly a homogeneização do creme pode afetar o desempenho do produto pois as partículas pequenas de gordura dificultarão a formação da estrutura de espuma característica.

Na Figura 1 a seguir são resumidas as etapas industriais básicas da fabricação da nata

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Segundo Rodrigues (2012a) a nata é produzida na in-dústria a partir de creme resultante do desnate com teor de matéria-gorda em torno de 55 a 60%. É feita a padronização com leite para atingir 45% de gordura, a adição de espessan-tes ou estabilizantes, a pasteurização a 78ºC e resfriamento imediato a 20ºC. O armazenamento refrigerado não deve ultrapassar 5ºC de acordo com a IN no 23/2012. A padroni-zação é a operação de mistura do creme de leite com o leite desnatado e tem a finalidade de reduzir a gordura original do creme (faixa de 55 a 60% de gordura) para o teor desejado na nata, isto é, de no mínimo 45%.

Inicialmente, a nata não levava adição de nenhum ingre-diente a não ser a gordura láctea e o leite desnatado. Desta forma, a nata chegava refrigerada até o consumidor final, porém sempre apresentando sinais de falta de padronização e dessoramento. O SINDILAT/RS (2012) destacou que a nata diverge do creme de leite pasteurizado pela sua caracte-rística de textura espalhável. Este sindicato colocou ainda que foi necessário que indústrias encontrassem soluções tecnológicas para a manutenção do padrão de textura, evitando o dessoramento durante a curta vida de prateleira da nata. Atualmente a nata produzida e comercializada no Rio Grande do Sul mantém as características originais do produto inicialmente consumido pelos imigrantes europeus com a aplicação da pasteurização, adição de estabilizantes para evitar a dessora e distribuição refrigerada. Esta fonte de dados afirma que a nata possui em média uma vida útil de 30 dias.

Devido às suas características reológicas, a nata deve apresentar ao longo de sua vida de prateleira, uma textura firme, homogênea, cremosa e sem dessoramento/separação de fases. Os estabilizantes como as carragenas e gelatinas evitam o defeito da dessoragem. Segundo o SINDILAT/RS (2012) 0,10 a 0,20 % m/m destes espessantes é suficiente para evitar o dessoramento sem impactar as característi-cas sensoriais da nata. A IN no 23/2012, contudo, permite a adição de até 0,5% m/m a este produto. Os espessantes e estabilizantes permitidos por esta norma são carragena, carragenina (incluindo sai de sódio, potássio e cálcio), goma guar e gelatina. A gelatina não tem limite máximo de adição (b.p.f. boas práticas de fabricação).

Determinações da Instrução Normativa 23/2012

A Instrução Normativa no 23, de 30 de agosto de 2012 foi elaborada para normatizar o produto Nata. Neste documen-to a Nata é definida como o produto lácteo relativamente rico em gordura retirada do leite, que apresenta a forma de uma emulsão de gordura em água, homogeneizado ou não, e submetido a processo de pasteurização, mediante tratamen-to térmico e procedimentos tecnologicamente adequados, suficientes para destruir todos os microrganismos patogê-nicos (BRASIL, 2012). A partir do momento que a nata foi regulamentada, sua tecnologia de fabricação deve atender também às boas práticas de fabricação e demais às determi-nações estabelecidas na Portaria no 368/1997 (BRASIL, 1997).

Entre as exigências da IN no 23/2012 pode-se destacar que o teor de gordura láctea deve ser de, no mínimo, 45% e a acidez de, no máximo, 02% (g ácido lático/100g). Antes desta legislação havia a Portaria no 146/1996 que normatiza os cremes de leite com diferentes teores de gordura (leve, médio e duplo creme) e submetidos a diferentes tratamen-tos térmicos (pasteurização, UAT e esterilização). Os teores de gordura dos cremes de leites podem variar de, no mínimo, 10% a mais de 50% dependendo da classificação. Os cremes de baixo teor de gordura ou leve ou semi creme devem con-ter, no mínimo, 10% de gordura (g gordura/100g de creme) e, no máximo, 19,9%. Os produtos denominados creme devem conter, no mínimo, 20% de gordura e, no máximo, 49,9%. Finalmente, conforme esta Portaria no 146/1996 o creme de alto teor de gordura deve conter, no mínimo, 50% (BRASIL, 1996). Contudo esta legislação não abrangia as caracte-rísticas do produto nata. Antes da IN no 23/2012 a nata se encaixava na categoria de creme de leite pasteurizado que, segundo a legislação em vigor (Portaria no 146/1996), não poderia ser adicionada de nenhum espessante.

Como colocado anteriormente os espessantes carragena, goma guar e gelatina são os permitidos pela IN no 23/2012. A Portaria no 146/1996 que regulamenta creme de leite cita a possibilidade de uso de ácido algínico e carboximetilce-lulose e seus sais, goma arábica, goma jataí ou algaroba, goma xantana, pectina e celulose microcristalina, além da carragena e goma guar. Os teores de espessantes máximos permitidos em ambas as normas são os mesmos de 0,5% m/m. Já o uso de sais estabilizantes como citrato de sódio; fosfato (mono, di ou tri) de sódio, potássio ou cálcio; cloreto de cálcio e bicarbonato de sódio em concentrações máximas de 0,2% m/m só são permitidos, pela Portaria no 146/1996, para creme de leite UHT e esterilizado

Os requisitos microbiológicos para creme de leite pas-teurizado e nata são os mesmos nessas duas normas citadas do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento). Nos documentos do MAPA há padrões para aeróbios mesófilos, coliformes totais, coliformes a 45ºC e estafilococos coagulase positivos. Contudo, o Ministério da Saúde (MS) através da RDC no 12/2001 normatiza padrões microbiológi-cos para coliformes a 45ºC, estafilococos coagulase positivos e Salmonella (BRASL, 2001). A tabela 1 traz uma comparação entre os valores máximos permitidos para as contagens mi-crobianas das diferentes classes de micro-organismos nestes documentos legais.

Tabela 1. Padrões microbiológicos para nata e creme de leite pasteurizado

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ConclusãoA nata é um derivado lácteo de importância regional

especialmente para a região Sul do Brasil. A publicação da Instrução Normativa no 23/2012, pelo Mistério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento, para normatização deste produto foi importante na valorização da tradição brasi-leira de consumo da nata e atendeu também aos pedidos da indústria láctea para o estabelecimento de padrões de identidade e qualidade. Com a definição legal dos parâme-tros a que a nata deve atender a indústria poderá padronizar mais seus produtos, além de desenvolver novas versões para a nata, como sua aromatização por exemplo.

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INTRODUÇÃO

Comercialmente, as búfalas representam a segunda maior fonte de produção de leite no mundo, com 93 milhões de toneladas (10,7%), sendo o continente asiático responsá-vel por quase 90% desta produção, com crescimento anual de 4% (IDF, 2011). Atualmente, no Brasil, não existe informa-ção oficial sobre o volume de leite de búfala produzido, mas acredita-se que acompanha a tendência mundial (AMARAL & ESCRIVÃO, 2005, IBGE, 2010). Em 2008, esta produção foi estimada em 92,3 milhões de litros, com crescimento ao rit-mo de 10% ao ano (POLO, 2008). Assim, espera-se para 2012 uma produção de 135,1 milhões de litros, o que constitui um potencial econômico e uma alternativa para regiões que apresentam uma oferta forrageira de baixa qualidade e solos que permanecem inundados a maior parte do ano (ANGULO et al, 2005), características da região do Marajó.

O LEITE DE BÚFALA : COMPOSIÇÃO QUIMICA E CARAC-TERÍSTICAS NUTRICIONAIS

Os búfalos (Bubalus bubalis) foram introduzidos no Brasil há pouco mais de 100 anos, na Ilha do Marajó (norte do Estado do Pará – Figura 1), de onde se expandiram por toda a região Amazônica, com predomínio das raças, Murrah e Mediterrâneo (Figura 2), as mais utilizadas para produção leiteira.

Embora relativamente recém introduzidos no país, estes animais estão hoje presentes em todas as outras regiões. Em 2010, o efetivo de bubalinos apurado pela Pesquisa da Pecuária Municipal – PPM foi de 1,185 milhões de cabeças, constituindo o maior rebanho da espécie das Américas, com uma concentração de 457.075 animais (38,5%) no Estado do Pará, e 214.271 animais (18,1%), no Amapá, o que correspon-de a mais de 60% do efetivo nacional localizado na região

Norte. A Ilha do Marajó possui o maior rebanho de búfalos do país, com 263.088 animais, o que representa 58,1% dos animais presentes no Pará (IBGE, 2010). Nesta ilha, esses animais alimentam-se exclusivamente de pastagens nativas, fazendo com que a produção leiteira bubalina na região, seja considerada uma produção sustentável.

Comparando-se os efetivos no ano de 2010 (Figura 3) observa-se que o norte destaca-se ao mesmo tempo em que derruba o estigma de que a criação de bubalinos só seria possível nesta região (ROCHA, 2007).

O Leite e Queijo de Búfala na Ilha do Marajó

Marilda Garcia Simões1, Moisés Simeão2, Roseane Esmeralda Portal3, Joseane Gonçalves Rabelo3

Almir Vieira Silva4 e Célia Lúcia de Luces Fortes Ferreira, PhD5

1Doutoranda em Ciências e Tecnologia de Alimentos – Universidade Federal de Viçosa – Viçosa, MG ; [email protected] em Ciências e Tecnologia de Laticínios – UFV- MG; [email protected]

3Graduandos de Tecnologia Agoindustrial em Alimentos - Universidade do Estado do Pará- Campus Salvaterra - PA: [email protected] e [email protected]

4Prof. Associado, Universidade Federal Rural da Amazônia- Belém do Pará, [email protected]

5Prof. Titular - Departamento de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Viçosa – Viçosa, MG; [email protected]

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A evolução do efetivo nacional de bubalinos nas dife-rentes regiões do Brasil, no período 2005 a 2010, pode ser observada na Figura 4.

Embora existam discrepâncias entre as informações oficiais sobre os efetivos nacionais e regionais, constata-se que, no Brasil, a bubalinocultura cresceu nos últimos anos e em 2011 efetivo deste rebanho foi cerca de 2,5 milhões de cabeças, com projeção de aumento de 12% ao ano (EMBRA-PA, 2011). A búfala produz leite de qualidade excepcional, que pode efetivamente contribuir para a nutrição e saúde humana. A superioridade da composição química do leite de búfala em relação ao de vaca é reconhecida pela FAO (FAO, 2004). A Tabela 1 indica valores médios da composição química dos leites de búfala, vaca e cabra.

O leite bubalino possui teores de proteínas, gorduras e alguns minerais, que superam consideravelmente os do

leite da vaca e da cabra, além de apresentar menor teor de umidade e consequentemente maior de sólidos totais (ST), o que possibilita um alto rendimento industrial, sobrepujando o do leite bovino em mais de 40% (VIEIRA et al, 2005). O leite bubalino possui teores de proteínas, gorduras e alguns mi-nerais, que superam consideravelmente os do leite da vaca e da cabra, além de apresentar menor

teor de umidade e consequentemente maior de sólidos

totais (ST), o que possibilita um alto rendimento industrial, sobrepujando o do leite bovino em mais de 40% (VIEIRA et al, 2005). Quanto ao teor de minerais, o leite bubalino é mais rico em cálcio do que o leite de vaca (1,99 g por kg versus 1,17 g por kg) e magnésio (0,18 g por kg versus 0,11 g por kg) sendo mais pobre em sódio, potássio e cloro. A relação cálcio/potássio é 1,71, enquanto no leite de vaca é de 1,31 (PINHEIRO et al, 2011).

Os elevados teores de gordura e de proteína contribuem para o aporte calórico, 1,5 a 1,9 vezes maior do que o do leite bovino (AMARAL, 2005). Apesar de alta, a porcenta-gem de matéria gorda varia em função de diversos fatores tais como: i) raça, ii) genética dos animais, iii) manejo, iv) alimentação e v) condições climáticas das regiões onde se encontram os animais, vi) fase da lactação, sendo que o percentual da gordura aumenta gradativamente ao longo da mesma (FONSECA et al, 2001).

A gordura do leite de búfala apresenta cerca de 64% de ácidos graxos saturados (AGS), com predominância de ácidos graxos de cadeia longa, como o palmítico (C16:0) e o esteárico (C18:0). Dentre os ácidos graxos saturados de ca-deia curta e média (C6-C14), o ácido graxo merístico (C14:0) é encontrado em maior concentração. Os ácidos graxos insa-turados representam, aproximadamente, 36% da gordura do leite, predominando o ácido oléico, seguido do linoléico e do palmitoléico. As concentrações de ácidos graxos saturados e insaturados variam durante o período de lactação ( Melício, 2004).

O leite de búfala apresenta grandes micelas de caseína, proporcionando rápida coagulação no processamento, com retenção menor de água e, consequentemente, produtos de textura firme. Além disso, a hidrólise de proteínas e de lipídios durante a maturação dos seus derivados é mais lenta. Os glóbulos de gordura do leite de búfala são maiores que os do leite bovino, com maior densidade e temperatura de fusão mais elevada 32º C - 43,5º C (GANGULI, 1979). A concentração de colesterol é menor do que a encontrada no leite de vaca (275 mg versus 330 mg por 100 g de gordura) (DE FRANCIS E DI PALO, 1994).

A porção protéica do leite bubalino é constituída por 77% - 79% de caseína e 21% - 23 % de soroproteínas. Na análise de aminoácidos, o leite de búfalas apresenta 25,5% de ami-noácidos essenciais a mais do que o leite de vaca, desta-cando-se a lisina (10,30 versus 8,22) e leucina (12,61 versus. 8,84) (VERRUMA e SALGADO, 1994). O valor nutricional e a digestibilidade protéica do leite e dos produtos derivados do leite de búfala e de vaca são semelhantes. O PER (razão de eficiência protéica) para a proteína do leite de búfala é de 2,74, e o do leite de vaca 2,49, enquanto os valores para a absorção de gordura para os leites de búfala e de vaca são respectivamente 78,4 e 74,6 (KANAWJIA e SINGH, 1993). Este leite apresenta grandes micelas de caseína, proporcio-nando rápida coagulação no processamento, com menor retenção de água e, consequentemente, produtos de textura mais firme.

Os aspectos nutricionais e imunológicos do leite de búfa-la, em razão da presença de quantidades de compostos bio-

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ativos, tais como as imunoglobulinas, lisozimas, lactoferrina, lactoperoxidase, têm sido pesquisados e as quantidades são maiores do que aquelas presentes no leite de vaca.

O teor de ácido linoléico conjugado (CLA), no leite de bubalinos, ainda é pouco conhecido e estudado. Fedele at al (2001), estudando rebanhos italianos em diferentes sistemas de produção encontraram valores médios de CLA entre 0,39% a 0,63%. Valores superiores foram encontrados por Matos (2007), com médias oscilando entre 0,7% a 1,68%. A lactoferrina está presente no leite de búfala em quan-tidades médias de 32 mg/100 ml, contra 15 mg/100 ml no leite de vaca conferindo-lhe maior atividade antibacteriana (MESQUITA, et al, 2001). As imunoglobulinas atuam princi-palmente neutralizando toxinas e vírus, além de prevenir o contato das células epiteliais com microrganismos patogêni-cos endógenos, impedindo as infecções (KANAWJIA e SINGH, 1993). Em razão desses efeitos bioativos presentes no leite de búfala tem - se sugerido que essa informação seja incluída nas embalagens dos produtos como forma de realçar os seus atributos nutricionais e funcionais (KORHONEN e PIHLAN-TO, 2004).

Na região Norte, a atividade leiteira bubalina é de grande importância, pois estima-se que 50% da produção nacional provêm desta região, com destaque para o Estado do Pará. No entanto, é na Ilha do Marajó, onde estão localizados os maiores rebanhos de búfalos e a maior produção leiteira

bubalina do país. Na Ilha de Marajó, a atividade leiteira é uma alternati-

va relevante como fator de elevação da renda para parce-la considerável de pequenos e médios produtores rurais, contribuindo para a sua fixação na região (BERNARDES, 2007). Estudo conduzido por Simões e Ferreira (2012 - dados não publicados), avaliou a composição do leite de búfalas

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em três municípios da costa leste da Ilha do Marajó, onde se localizam os municípios de Cachoeira do Arari, Salvaterra e Soure (Tabela 2). Os valores médios dos constituintes do leite de búfala, encontrados em estudos realizados no Brasil e em outros países, estão indicados na Tabela 2.

Fatores físicos e geográficos, dentre outros, dificultam a produção leiteira desta região, pois, em geral, as fazendas es-tão distantes dos centros consumidores e fora dos circuitos de coleta (BARBOSA, 2005). Diante destes entraves, a produ-ção de derivados de leite de búfala constitui praticamente o único meio de escoamento da produção leiteira (PINHEIRO et al, 2011). Dessa forma, os queijos artesanais do Marajó representam uma forma de aproveitamento da produção lei-teira das búfalas criadas nas pequenas propriedades rurais da região, sendo os principais, os queijos tipo Creme, com maior produção em Salvaterra e Soure, e o tipo Manteiga predominantemente produzido no município de Cachoeira do Arari. O fluxograma do processamento dos queijos do Marajó é indicado na Figura 5.

CONCLUSÃOOs queijos artesanais produzidos com leite de búfala,

além do apelo nutricional diferenciado, resultam de uma tradição centenária, transmitida por várias gerações. Essa

atividade gera renda permitindo a subsis-tência de milhares de habitantes dos cam-pos alagados do Marajó. Apesar da grande importância e aceitação na Ilha e em todo o Estado do Pará, o queijo do Marajó ainda é comercializado na informalidade, uma vez que a maior parte das queijarias não se encontra cadastrada no órgão de fiscaliza-ção estadual - Agência de Defesa Agrope-cuária do Estado do Pará – ADEPARÁ. Além disso, não existe um Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) para esses queijos. O RTIQ é uma necessidade e define as características dos produtos, os requi-sitos mínimos de qualidade, para o consu-mo humano e para sua comercialização. Portanto, estudos que definam as principais etapas de processamento dos queijos Man-teiga e Creme e estabeleçam os pontos críti-cos de fabricação aliados à implementação das boas práticas agrícolas e de fabricação podem constituir as bases para a adequa-ção das unidades produtoras e uniformi-zação da produção e sua comercialização.Seguindo-se essas etapas, a colocação no

mercado de produtos de qualidade pode ser estimulado pelo estabelecimento de selos de qualidade que além de diferen-ciar agregam valor ao produto. O estímulo à manutenção dos produtos artesanais é uma tendência em todo o mundo, e o Brasil está aliado à essa tendência constatando-se atu-almente uma preocupação com o tombamento e registro de vários produtos e processos de fabricação tradicionais. Estamos portanto, no caminho certo e com certeza o apoio e estímulo à produção artesanal dos queijos do Marajó, feitos com o leite de búfala, contribuirá para a manutenção do produtor no seu município, disponibilizando um produto de qualidade e a comercialização legal de um produto de gran-de aceitação não só no local onde é produzido , mas em todo o país o que poderá constituir um importante passo para a economia do estado e da região.

AGRADECIMENTOSOs Autores agradecem a SAGRI, ADEPARA, UEPA- Cam-

pus Salvaterra e produtores dos queijos do Marajó, dos municípios de Cachoeira do Arari, Salvaterra e Soure, pela contribuição na realização deste estudo. A autora princi-pal é bolsista de CAPES (Capacitação de Pessoal de Ensino Superior)

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