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Reformas Publicação Oficial do Sistema Findes • Novembro 2014 • Distribuição gratuita • nº 315 • IMPRESSO E mais: Paulo Hartung, mobilidade urbana, energia e Passaporte Industrial Quais mudanças na legislação podem deixar a indústria mais competitiva?

Revista Indústria Capixaba nº 315

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Revista oficial da Federação das Indústria do Estado do Espírito Santo - NOV/DEZ 2014

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Page 1: Revista Indústria Capixaba nº 315

Reformas

Publicação Oficial do Sistema Findes • Novembro 2014 • Distribuição gratuita • nº 315 • IMPRESSO

E mais: Paulo Hartung, mobilidade urbana, energia e Passaporte Industrial

Quais mudanças na legislação podem deixar a indústria

mais competitiva?

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4 Indústria Capixaba – Findes

Expediente

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos ReggianiVice-presidentes: Aristoteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: Elcio Alves2º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura3º diretor administrativo: José Augusto Rocha1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Flavio Sergio Andrade BertolloDiretores: Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, Ortêmio Locatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Sérgio Rodrigues da Costa, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi Diretor-executivo: Luis Carlos de Souza VieiraSuperintendente corporativo: Marcelo Ferraz Goggi

Conselho Fiscal Titulares: Bruno Moreira Balarini, Ednilson Caniçali, José Angelo Mendes Rambalducci Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Fábio Tadeu Zanetti

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Lucas Izoton Vieira, Leonardo Souza Rogerio de Castro

Serviço Social da Indústria – SesiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriaisTitulares: Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Vladimir Rossi, Gibson Barcelos ReggianiSuplentes: Leonardo de Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias,Valkinéria Cristina Meirelles Bussular, Houberdam PessottiRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Lauro Queiroz RabeloSuplente: Flaviano Rabelo AguiarSuperintendente: Solange Maria Nunes Siqueira

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SenaiPresidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Representantes das atividades industriais Titulares: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Almir José Gaburro, Luciano Raizer MouraSuplentes: Ronaldo Soares Azevedo, Neviton Helmer Gasparini, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, Manoel de Souza Pimenta NetoRepresentantes do Ministério do Trabalho Titular: Alessandro Luciani Bonzano Comper Suplente: Alcimar das Candeias da Silva

Representante do Ministério da EducaçãoTitular: aguardando indicação do MECSuplente: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Sérgio Luiz GuerraSuplente: aguardando indicação Senai/DN Diretora-regional: Solange Maria Nunes Siqueira

Centro da Indústria no Espírito Santo – CindesPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Gibson Barcelos Reggiani2º vice-presidente: Aristoteles Passos Costa Neto3º vice-presidente: Houberdam PessottiDiretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Edmar Lorencini dos Anjos, Altamir Alves Martins, Rogério Pereira dos Santos,Zilma Bauer Gomes, Alejandro Duenas, Ana Paula Tongo da Silva, Antonio Tavares Azevedo de Brito, Bruno do Espírito Santo Brunoro, Celso Siqueira Júnior, Eduarda Buaiz, Gervásio Andreão Júnior, Hélio de Oliveira Dórea, Julio Cesar dos Reis Vasconcelos, Raphael Cassaro Machado.Conselho Consultivo: Oswaldo Vieira Marques, Hélcio Rezende Dias, Sergio Rogerio de Castro, José Bráulio Bassini, Fernando Antonio Vaz, Lucas Izoton Vieira, Marcos GuerraConselho Fiscal: Joaquim da Silva Maia, Gilber Ney Lorenzoni, Hudson Temporim Moreira, Ennio Edmyr Modenesi Pereira, Marcondes Caldeira, Sante Dassie.

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – IdeiesPresidente do Conselho Técnico do Ideies: Marcos GuerraMembro representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio MalanquiniMembro Representante do Setor Industrial: Benízio Lázaro Membro efetivo representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro efetivo representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos DepolloRepresentantes do Conselho Fiscal - Membros suplentes:José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Houberdam PessottiRepresentante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo ReisMembro representante do Sebrae-ES: Ruy Dias de SouzaDiretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto

Instituto Euvaldo Lodi – IELDiretor-regional: Marcos GuerraConselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Vladimir Rossi, José Bráulio BassiniConselho Fiscal: Egídio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir José Gaburro, Loreto Zanotto, Rogério Pereira dos SantosSuperintendente: Fábio Ribeiro Dias

Instituto Rota Imperial – IRIDiretor-geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Duenas, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Vladimir Rossi

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Conselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Duenas, Fernando Schneider Kunsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto Kautsky, Associação Montanhas Capixabas Turismo e Eventos, Instituto Jutta Batista da Silva, Adetur MetropolitanaSuplentes: Jorge Deocézio Uliana, Tullio Samorini, João Felício Scardua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Alves da Cruz, Tharcicio Pedro Botti, Henrique Denícoli, Helina Cosmo Canal, Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó, Associação Leopoldinense de Turismo, Agrotures, Leandro Carnielli, Associação Turística de Pedra Azul, Fundação Máximo ZandonadiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernesto Mosaner Júnior, Aristoteles Passos Costa NetoConselho Fiscal Efetivos: Flavio Sergio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos AnjosSuplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior

Condomínio do Edifício Findes (Conef)Presidente: Marcelo Ferraz Goggi

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (Consats)Coordenador-geral: Gibson Barcelos Reggiani

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das Indústrias de Alimentos e Bebidas Presidente: Claudio José RezendeCâmara Setorial das Indústrias de Base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção Presidente: Houberdam PessottiCâmara Setorial das Indústrias de Mineração Presidente: Samuel MendonçaCâmara Setorial da Indústria Moveleira Presidente: Luiz RigoniCâmara Setorial da Indústria do VestuárioPresidente: Jose Carlos Bergamin

Conselhos TemáticosConselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) Presidente: Paulo Alfonso Menegueli Conselho Temático de Comércio Exterior (Concex) Presidente: Marcílio Rodrigues MachadoConselho Temático de Desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Áureo Vianna MameriConselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) Presidente: Sebastião Constantino Dadalto Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) Presidente: Flavio Sergio Andrade Bertollo Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Franco MachadoConselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Temático de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg RodriguesConselho Temático de Educação (Conedu)Presidente: Luciano Raizer MouraConselho Temático de Energia (Conerg)Presidente: Nélio Rodrigues Borges

Diretorias RegionaisDiretoria da Findes em Anchieta e região Vice-presidente institucional da Findes: Fernando Schneider KunschDiretoria da Findes em Aracruz e região Vice-presidente institucional da Findes: João Baptista Depizzol NetoDiretoria da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e região Vice-presidente institucional da Findes: Áureo Vianna MameriDiretoria da Findes em Colatina e região Vice-presidente institucional da Findes: Manoel Antonio GiacominDiretoria da Findes em Linhares e região Vice-presidente institucional da Findes: Paulo Joaquim do Nascimento Núcleo da Findes em Nova Venécia e região Vice-presidente institucional da Findes: José CarnieliNúcleo da Findes em São Mateus e região Vice-presidente institucional da Findes: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da Findes em Venda Nova do Imigrante e região Vice-presidente institucional da Findes: Sérgio Brambilla

Diretores para Assuntos Específicos e das EntidadesDiretor para Assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação Empresarial: Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos Tributários: Leonardo Souza Rogerio de CastroDiretor para Assuntos de Capacitação e Desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso OrlandiDiretor para Assuntos de Marketing e Comunicação: Eugênio José Faria da Fonseca Diretor para Assuntos de Desenvolvimento da Indústria Capixaba: Paulo Roberto Almeida Vieira Diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais:Paulo BaraonaDiretor para Assuntos do IEL: Aristoteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do Ideies/CAS: Egidio MalanquiniDiretor para Assuntos do Cindes: Aristoteles Passos Costa NetoDiretor para Assuntos do IRI: Adenilson Alves da CruzDiretor para Assuntos do Sesi: Jose Carlos BergaminDiretor para Assuntos do Senai: Benízio Lázaro

Sindicatos filiados à Findes e respectivos presidentesSinduscon: Aristoteles Passos Costa Neto | Sindipães: Luiz Carlos Azevedo de Almeida Sincafé: Sergio Brambilla | Sindmadeira: Luiz Henrique Toniato Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi Sindibebidas: Sérgio Rodrigues da Costa | Sindicalçados: Altamir Alves Martins Sindifer: Manoel de Souza Pimenta Neto | Sinprocim: Pablo José Miclos Sindutex: Mariluce Polido Dias | Sindifrio: Elder Elias Giordano Marim Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa | Sindicopes: José Carlos Chamon Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani | Sindipedreiras: Loreto Zanotto Sindirochas: Samuel Mendonça | Sincongel: Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Sinvesco: Fábio Tadeu Zanetti | Sindimol: Alvino Pessoti Sandis Sindmóveis: Ortêmio Locatelli Filho | Sindimassas: Levi Tesch Sindiquímicos: Elias Cucco Dias | Sindicer: Ednilson Caniçali Sindinfo: Luciano Raizer Moura| Sindipapel: Glaucio Antunes de Paula Sindiplast: Neviton Helmer Gasparini | Sindibores: Silésio Resende de Barros Sinvel: Delson Assis Cazelli | Sinconsul: Bruno Moreira Balarini

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Nesta Edição

Indústria Capixaba – Findes6

EspEcialA indústria batalha pelas reformas tributária e previdenciária e pela modernização do sistema trabalhista, pleitos que se arrastam há anos e ainda não contam com uma solução.

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EntrEvistaPaulo Hartung está de volta ao cargo de governador do Espírito Santo. Ele fala sobre as suas expectativas para o próximo mandato, o plano de governo que pretende implantar a partir de 2015, e as necessidades da indústria capixaba.

50 sustEntávElCriado em junho deste ano, o Iema Online chega para facilitar a vida do empresariado capixaba que precisa solicitar e emitir Licenças Ambientais Simplificadas e Únicas, como aplicações de produtos para o controle de pragas e vetores; e para o transporte rodoviário.

62 caso dE sucEssoFilho de lavradores, Egidio Malanquini trabalhou por 12 anos em uma empresa de café, e com seu know-how criou a sua própria empresa, a Vista Linda, que se prepara para exportar café para a Europa.

cEnárioA mobilidade urbana tem sido um problema para a produtividade da indústria. Não existe uma solução especifica para cidades inteiras, e é preciso repensar os modelos de projetos criados para solucionar o gargalo que estressa trabalhadores e emperra o crescimento das empresas.

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Conselho Editorial – Marcos Guerra, Gibson Barcelos Reggiani, Sebastião Constantino Dadalto, Aristoteles Passos Costa Neto, Luis Carlos de Souza Vieira, Elcio Alves, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Jose Carlos Bergamin, Egidio Malanquini, Benízio Lázaro, Eugênio José Faria da Fonseca, Solange Maria Nunes Siqueira, Annelise Lima, Fábio Ribeiro Dias, Antonio Fernando Doria Porto, Marcelo Ferraz Goggi, Cintia Dias e Breno Arêas.

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da Findes Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins, Fernanda Neves, Natália Magalhães, Rafael Porto e Milan SalviatoGerente de Marketing: Cintia Dias Coordenação: Breno Arêas

Depto. Comercial – Unirem/Findes Tel: (27) 3334-5791– [email protected]

Produção Editorial

Coordenação Editorial: Mário Fernando Souza Gerente de Produto: Elisângela EgertProdução editorial e diagramação: Fábio Barbosa e Thiara Nascimento Copidesque: Marcia RodriguesTextos: Gustavo Costa, Jaqueline Vitória, Sânnie Rocha e Marcia AlmeidaFotografia: Jackson Gonçalves, fotos cedidas, arquivos do Sistema Findes e Next Editorial

Impressão18 IndústrIa em ação

60 Fatos em Fotos

64 Cursos

Publicação oficial do Sistema Findes Novembro – 2014 ▪ nº 315

facebook.com/sistemafindes

Reformas

Publicação Oficial do Sistema Findes • Novembro 2014 • Distribuição gratuita • nº 315 • IMPRESSO

E mais: Paulo Hartung, mobilidade urbana, energia e Passaporte Industrial

Quais mudanças na legislação podem deixar a indústria

mais competitiva?

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Edição nº 315 Novembro 2014

twitter.com/sistemafindes

saúdePrevisto para ser implantado no segundo semestre de 2015, o Passaporte Industrial foi criado para reduzir o tempo gasto para a contratação de profissionais que vão atuar nas plantas operacionais. A inicitiva promete trazer mais competitividade e produtividade.

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IndústrIaO caos da energia elétrica se aproxima. As previsões para 2015 não são boas, e há estimativa de apagões e elevação do preço, que contribuem para reduzir a competitividade da indústria. A solução é bem conhecida de todos: racionamento.

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Editorial

8 Indústria Capixaba – Findes

As lições de 2014

Marcos Guerra Presidente do Sistema Findes/Cindes

O ano de 2014 caminha para um fim melancólico e não deixará saudades para a indústria nacional. O setor produtivo, entretanto, tem muito a aprender

com os resultados alcançados neste período. Apesar de representarmos mais de 12 milhões de postos de trabalho, o equivalente a 25% dos empregos formais do país, passamos mais um ano sem a necessária atenção do Governo Federal, que cede incentivos a conta-gotas aos setores com maior lobby – como se fossem suficientes para compensar 30 anos de queda da participação da indústria no Produto Interno Bruto brasileiro.

Sobrevivemos a mais um ano de juros altos, inflação crescente, carga tributária pesada e entraves burocráticos. O Espírito Santo mostrou capacidade de reação e liderou um movimento ascendente que reforça sua posição entre os principais centros industriais do Brasil. Enquanto a produção física da indústria nacional acumulou queda de 3,0% de janeiro a outubro, em terras capixabas o crescimento chegou aos 4,3% no mesmo período – o segundo melhor índice entre os Estados pesquisados.

Se considerarmos que nosso Estado recebe de volta 36,6% do que paga em tributos ao Governo Federal – em 2013, R$ 18 bilhões foram entregues, mas apenas R$ 6,8 retornaram – e que as principais obras de infraestrutura demandadas pelos capixabas caminham a passos muito lentos, o desempenho da indústria no Espírito Santo fica ainda mais proeminente. Nesse contexto, uma dúvida martela os líderes dos diferentes setores produtivos: que resultados alcançaríamos se o Espírito Santo competisse em condições de igualdade com estados maiores e países mais desenvolvidos?

A resposta, talvez, deva vir em uma segunda pergunta: o que nós – aqui incluídos a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo, as demais entidades represen-tativas, os poderes constituídos e a sociedade – temos feito pela defesa do Espírito Santo? Esta edição traz em destaque debates essenciais para o desenvolvimento econômico do país: as reformas tributária, trabalhista, política e previdenciária; as melhorias urgentes para o segmento elétrico – que enfren-tará novo risco de déficit no próximo ano; e a mobilidade nos centros urbanos. A entrevista com o governador eleito Paulo

Hartung também destaca a importância de aproveitarmos as oportunidades criadas pelo bom momento que vive o Estado.

Será preciso adentrar 2015 unidos, com argumentos fortes e enfáticos, para cobrar ações de ampliação da competitividade da indústria capixaba, que receberá até 2017 um montante de R$ 70 bilhões em investimentos privados. Nós da Federação das Indústrias estamos contribuindo com a entrega de parte das obras anunciadas no maior Plano de Investimentos da história do Sistema Findes, trazendo qualificação, interiorização e novas oportunidades. Será preciso, porém, articular em Brasília a consolidação das conquistas que temos alcançado em solo capixaba. A indústria não pode aceitar mais um ano de retrocesso e descaso. Um país que deseja crescer deve olhar para os setores produtivos, a mola propulsora da economia e uma das principais fontes de emprego e renda para os brasileiros.

Não posso também deixar de agradecer aos voluntários, colaboradores e executivos do Sistema Findes, que batalharam arduamente pelos nossos ideais ao longo de 2014 e que atuarão ainda mais em 2015 para concluir as muitas obras em andamento de norte a sul do Estado. Desejo que as reflexões contidas nesta edição inspirem os líderes da indústria capixaba, nos estimulem a desenvolver bons projetos e a não desistir de conquistar um futuro melhor para todos.

Um bom fim de ano e uma boa leitura!

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Indústria Capixaba – Findes10

Especial

O s impostos elevam em 10,6% o valor de um investi-mento no Brasil. O custo com mão de obra subiu 58% desde 1996. O país gasta com a Previdência Social

a mesma proporção do Produto Interno Bruto (PIB) que os Estados Unidos, onde a população idosa é duas vezes e meia superior à brasileira. Esses são exemplos de custos que atrapalham a competitividade do produto nacional, segundo estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que elaborou um documento com um conjunto de propos-tas para que o setor volte a crescer. Todo o seu conteúdo foi apresentado aos candidatos à Presidência da República este ano e entregues também ao Poder Judiciário e ao Congresso Nacional. A pretensão é encaminha-lo novamente ao Legislativo em 2015, com a nova bancada eleita.

As prioridades foram escolhidas pela CNI dentro de 10 fatores-chave para elevar a competitividade: educação; ambiente macroeconômico; eficiência do Estado; segurança jurídica e burocracia; desenvolvimento de mercados; relações de trabalho; financiamento; infraestrutura; tributação; inovação e produtividade. A partir daí, foram desenvolvidos 42 documentos com as propostas da indústria para os próximos quatro anos. Os estudos foram organizados com a ajuda de líderes empresariais, especialistas e representantes das associações e federações da indústria, inclusive a Federação da Indústria do Estado Espírito Santo (Findes). Para o segmento, promover mudanças no sistema tributário, modernizar as relações de trabalho e investir em infraestrutura são alguns pontos centrais que devem ser trabalhados pelo próximo

por Ana Lucia Ayub

A indústria defende mudanças na política econômica a partir de reformas que estão há anos no papel, indicando medidas como simplificação do sistema tributário, nova fórmula de reajuste do salário mínimo e definição de uma idade para aposentadoria

Especial

Reformas e modernização de leis são prioridades da indústria

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Governo para fortalecer a indústria nacional e aumentar a competitividade do Brasil.

Encerrado o processo eleitoral, a expectativa da indústria é de que os governantes e os parlamentares eleitos se unam em torno da implementação de uma agenda positiva que conduza o país ao desenvolvimento econômico e social.

TributaçãoO documento sugere o fim do acúmulo de tributos sobre a

circulação de bens e serviços (IPI, PIS/Pasep, Cofins, ICMS, ISS, Cide-Combustíveis) e propõe que a tributação seja feita somente no Estado de destino, e não na origem. A medida ajudaria a reduzir a desoneração das importações e também estimularia o fim da guerra fiscal (disputa entre governos

estaduais para atrair empresas por meio da concessão de benefícios, como redução de tributos ou ampliação do prazo de pagamento de impostos).

Um dos assuntos destacados também é o custo tributário de investimento. De acordo com a confederação, o Brasil é um país caro, com um ambiente de negócios complexo e com baixa competitividade. O custo para colocar em prática um projeto novo, segundo a entidade, é 10,6% maior que em outros países. Na Austrália, o valor final ficaria 1,7% maior e no México, 1,6%. No Reino Unido, é ainda menor, com a incidência de apenas 0,4% em tributos. Para mudar o cenário, os empresários apontam que é necessário ter mais clareza sobre os tributos. “O Brasil é um ponto fora da curva. Não apenas pela carga tributária, mas notadamente pelas imperfeições e distorções do seu sistema tributário”, disse o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes.

Os industriais alegam que o empresariado e o consumidor não conhecem o peso dos impostos no preço final dos produtos e que no Brasil os tributos são cobrados de forma cumulativa – o chamado tributo sobre tributo. O diagnóstico é de que o país precisa promover alterações estruturais imediatamente, por meio de uma reforma mais ampla e de ajustes de curto prazo. Simplificar e desburocratizar o sistema tributário estão entre as ações recomendadas pela indústria para aumentar a competitividade do setor. Para o presidente do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (Coal) do Sistema Findes, Paulo Alfonso Menegueli, a complexidade do sistema tributário brasileiro impõe elevados custos acessórios às empresas. “A tributação é excessiva, onera demasiadamente o produto nacional, inibe investimentos na atividade produtiva e, em contrapartida, oferece serviços públicos de baixa qualidade. Pagamos caro pelo que recebemos!”, diz ele.

“A carga tributária representa 36% do Produto Interno Bruto nacional, a maior entre os BRICS e a segunda mais alta da América Latina, atrás apenas da Argentina” Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

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Indústria Capixaba – Findes12

Especial

Na opinião do diretor para Assuntos Tributários do Sistema Findes, Leonardo Rogerio de Castro, para que se viabilize uma redução na carga tributária é necessário que o Governo, primeiro, enxugue seus gastos. “O Governo Federal tem que reduzir seu peso e gastar melhor os recursos arrecadados. Só assim para abrir espaço para uma redução na carga tributária. No momento atual, devemos nos ater a desonerar os investimentos (impostos sobre máquinas, equipamentos, ferramentas, moldes e tudo que esteja ligado à modernização do parque industrial); simplificar o sistema tributário; e mudar a forma de recolhimento/pagamento dos impostos, que hoje são cobrados antes que o industrial receba por suas vendas”, afirmou.

Segundo o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, há um número incontável de regras burocráticas que pesam sobre os investimentos e as exportações, minando a competitividade da indústria. “Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) aponta que existem mais de 320 mil de normas tributárias no país. Novas normas são criadas todos os dias, o que faz com que as empresas brasileiras gastem, em média, 2.600 horas por ano somente para pagar impostos. Além do desperdício do tempo, a carga pesa no bolso da classe industrial e freia a economia brasileira. A carga tributária representa 36% do Produto Interno Bruto nacional, a maior entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a segunda mais alta da América Latina, atrás apenas da Argentina. No Espírito Santo, foram pagos R$ 18,5 bilhões

Propostas em andamento

Leis trabalhistas• Tramita na Câmara dos Deputados desde 2004 o Projeto de Lei (PL) nº 4.330, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que permite ampliar a terceirização em todas as atividades empresariais. O projeto atenderia aos interesses dos empresários por trazer “segurança jurídica” a práticas de contratações terceirizadas que acabam sendo contestadas na Justiça do Trabalho. • No ano passado, um esforço para que o PL fosse levado a votação acabou frustrado diante da reação de movimentos sindicais, de trabalhadores, de especialistas e de organizações de magistrados da esfera trabalhista, que alegam perdas de direitos dos trabalhadores. A CNI e outras cinco confederações – comércio e serviços, agricultura, transporte, instituições financeiras e saúde – apoiam e estão mobilizadas pela aprovação do projeto.

Reforma tributária• Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentaram promover reformas no sistema tributário durante seus

mandatos, mas não conseguiram chegar a um projeto capaz de alcançar consenso dentro do Congresso. Desde 1988, já houve mais de 20 propostas sobre o tema, sem sucesso.• Em 2008, uma Comissão Especial da Câmara aprovou o substitutivo do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) a várias propostas sobre reforma tributária (PECs 233/08 e 31/07, entre outras) em tramitação na Casa. A matéria está parada na Câmara há seis anos.• Em 2011, a presidente Dilma Rousseff (PT) avisou que “fatiaria” a reforma tributária para viabilizar a aprovação das mudanças. • Desde então, o Congresso tem feito a reforma tributária “fatiada”, já que há dificuldade em se conseguir consenso para uma ampla mudança nas regras de tributação do país. Uma das mudanças aprovadas foi a Lei Complementar nº 147/14, que universaliza o acesso do setor de serviços ao Simples Nacional (Supersimples).• Um dia após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse que a reforma tributária é uma de suas prioridades, e a simplificação de tributos é o início desse processo.

“A tributação é excessiva, onera

demasiadamente o produto nacional,

inibe investimentos na atividade

produtiva e, em contrapartida,

oferece serviços públicos de

baixa qualidade. Pagamos caro pelo

que recebemos!” Paulo Menegueli,

presidente do Conselho Temático

de Assuntos Legislativos (Coal) do Sistema Findes

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em impostos no ano passado, mas apenas 36,65% retornaram em investimentos, um total de R$ 6,8 bilhões, o 19º pior índice entre os estados brasileiros. Não adianta esperar mudanças mágicas. É necessário ser realista, traçar metas tangíveis e trabalhar para corrigir as distorções que pesam sobre os ombros dos industriais”, afirmou.

A CNI defende a necessidade de que o presidente da República eleito assuma a liderança e comande as mudanças tributárias. Um dia após ser reeleita, a presidente Dilma Rousseff (PT) disse, em entrevista ao Jornal Nacional, que a reforma tributária é uma de suas prioridades, e a simplificação de tributos é o início desse processo. “O tema tributação exige um forte compromisso da liderança presidencial. Uma mudança no sistema tributário é complexa em qualquer nação do mundo, mas o presidente tem que se mobilizar para enfrentar essa questão”, disse Fernandes, diretor de Políticas e Estratégia da CNI.

Relações de trabalhoA agenda da indústria também traz uma série de reco-

mendações sobre o custo trabalhista para o setor. Nas contas da CNI, os gastos com mão de obra subiram 58% entre 1996 e 2012, o que demanda a desburocratização da legis-lação trabalhista. De acordo com o estudo, o país precisa de regras modernas para reduzir o custo de empresas e garantir os direitos dos trabalhadores. Entre as mudanças propostas, estão a criação de uma carteira de trabalho eletrônica, a suspensão da Norma Regulamentadora nº 12, que trata da segurança de máquinas e equipamentos, e o reconhecimento da negociação coletiva. “Precisamos dar mais segurança jurídica à nego-ciação coletiva, que não pode depois ser desqualificada por uma ação na Justiça. Hoje, há muitas negociações que não são reconhecidas pela Justiça. As regras atuais são um desestímulo à produtividade”, destacou Fernandes.

Para o presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) do Sistema Findes, Haroldo Massa, a carteira de trabalho emitida e atualizada eletronicamente trará ganhos em segurança, agilidade e confiabilidade nas informações, tanto para as empresas como para os trabalhadores. “As informações poderiam, até, ser lançadas em tempo real. Na data de sua aposentadoria, por exemplo, o trabalhador poderia ter todas as informações disponíveis, sem papel e outras comprovações que hoje são exigidas”, afirma.

Outra bandeira é a regulamentação do trabalho terceirizado. A entidade afirmou que a atual legislação é rígida e prevê pouco espaço para negociação. Mas o que para a indústria é uma modernização das relações trabalhistas é, do ponto de vista dos sindicatos, precarização, com perda de direitos. No ano passado, o esforço para que o Projeto de Lei nº 4.330

Propostas em andamento

Reforma da Previdência• Não há reforma em andamento no Congresso. A última iniciativa foi a reforma de 2003, no governo de Lula, mas foi restrita ao regime de aposentadoria dos

servidores públicos. • Há um projeto de lei (PL), o de nº 3299/2008, do senador Paulo Paim (PT/RS), que tramita desde 2008 e que tenta acabar com o fim do fator previdenciário nos benefícios do INSS, criado em 1999 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. O projeto representa uma “espinha de peixe na garganta” do Governo. É uma matéria que, se aprovada, vai provocar aumento nos gastos do caixa da Previdência Social, com um impacto de R$ 40 bilhões por ano. Mas não há data para que o PL entre na pauta de votação.

Reforma política• A reforma política não é tema abordado no documento da Confederação das Indústrias, mas é pauta da agenda nacional há muitos anos. Propostas de mudanças no sistema político se arrastam há duas décadas no Congresso. Só na Câmara, são mais de 30, todas engavetadas. Em julho de 2013, no auge das manifestações que varreram o país, a Presidência da República propôs um pacto pela reforma política, que contemplava a convocação de um plebiscito para formação de uma Constituinte sobre o tema. Rapidamente, o Congresso engavetou a proposta. •Desde então, movimentos sociais, centrais sindicais, entidades da sociedade civil e partidos progressistas engajaram-se na realização de um plebiscito popular, que ocorreu no país durante toda a primeira semana de setembro deste ano, com o objetivo de coletar assinatura para fazer a proposição ao Congresso da convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma, chegando a quase 8 milhões de assinaturas.• Tão logo foi reeleita, a presidente Dilma Rousseff prometeu priorizar a reforma política, sugerindo um plebiscito para “dar força e legitimar” a reforma. A ideia é diferente da proposta apresentada por ela em 2013. Agora, defende a realização de um plebiscito para a sociedade definir as mudanças. • A proposta da presidente enfrenta resistências da oposição e até da base aliada, cujos integrantes entendem que a mudança deve partir do próprio Congresso Nacional e só depois ser submetida a um referendo popular.

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Especial

– que permite ampliar a terceirização em todas as atividades empresariais – fosse levado a votação na Câmara dos Deputados acabou frustrado diante da reação de movimentos sindicais, de especialistas e de organizações de magistrados da esfera trabalhista, que alegam perdas de direitos para os trabalhadores. “A posição da CNI é a de que nós precisamos ter um marco regulatório que permita a terceirização para as empresas, independentemente se é atividade fim ou meio, e que dê segurança jurídica para as partes”, afirmou o diretor de Políticas e Estratégia da CNI.

“Os serviços da linha de produção industrial estão cada vez mais específicos e envolvem máquinas e equipamentos de alto custo e mão de obra especializada. Sem capacidade para arcar com esse custo, o caminho para a empresa é terceirizar o serviço”, afirma o presidente do Consurt, Haroldo Massa.

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, explica ainda que como a legislação está ultrapassada e enges-sada – em vigor desde 1943 –, as indústrias buscaram caminhos alternativos que garantissem maior competitivi-dade. “Segundo levantamento da CNI feito junto a 2.300 empresas, quase 70% delas utilizam serviços terceirizados. Deste montante, 84% pretendem ampliar a contratação de mão de obra terceirizada. Em grandes cadeias produtivas, como a indústria do vestuário, é natural que as empresas realizem trabalhos complementares: uma tinge o tecido, outra produz as peças. Ambas convivem em um mesmo cenário, sem prejuízos, e com mais oportunidades para os trabalhadores. A terceirização é um processo irreversível, e o país precisa se adequar à realidade praticada pelas cadeias globais de produção”, garante.

Outra alteração sugerida é na regra de reajuste do salário mínimo. A proposta é de que a correção seja feita com base na inflação do ano anterior e na variação do PIB per capita de dois ultimos anos. Atualmente, o comércio considera a inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de

Preços ao Consumidor (INPC), mais a variação real do PIB de dois anos anteriores. A proposta é, em vez do PIB geral, considerar o desempenho do PIB per capita. Exemplo: o crescimento do PIB de 2012 foi de 0,9%. Se fosse considerado o PIB per capita, o índice que pesaria na equação seria de apenas 0,1%, segundo dados divulgados pelo IBGE.

“Os constantes aumentos reais do salário mínimo – que é a base para o menor benefício a ser pago pela Previdência Social – provocam forte elevação nas despesas da Previdência e contri-buem para o crescimento do seu déficit”, afirma a CNI. Para a entidade, desde que foi introduzida essa política de correção, em 2007, o mínimo teve aumento real de 37,1%. E, se consi-derado o período pós-Plano Real, o crescimento real chega a 147,8%. Para os industriais, a nova regra deve fazer com que os aumentos reais do salário mínimo sigam o ritmo de cresci-mento médio da produtividade na economia brasileira.

PrevidênciaUma reforma na Previdência Social também precisa ser

enfrentada, na opinião da CNI. “Mesmo com um percen-tual ainda pequeno de idosos na população, as regras previdenciárias atuais geraram despesas com benefícios previdenciários equivalentes a 12% do PIB em 2013”, diz o relatório da entidade. Esse percentual é próximo ao de países como Canadá e Estados Unidos, porém estes têm maior população idosa. Nos Estados Unidos e no Canadá, a população com mais de 65 anos corresponde a cerca de 19% do total e as despesas com previdência estão em torno de 13% do PIB, de acordo com a CNI.

“No Brasil, as regras atuais não são sustentáveis, e a parcela da população brasileira com mais de 65 anos, que hoje é de 7,6%, irá dobrar nos próximos 20 anos, passando

“Somos um país jovem, mas nosso dispêndio com Previdência é de país muito velho” José Augusto Fernandes, diretor de Políticas e Estratégia da CNI

Custo dos impostos num investimento novo

Brasil: 10,6%

México: 1,6%

Austrália: 1,7%

Reino Unido: 0,4%

Fonte: CNI

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para 15,5% em 2035. Isso aumentará os gastos para 24% do PIB. Somos um país jovem, mas nosso dispêndio com Previdência é de país muito velho. A regra de pensão por mortes, por exemplo, é muito flexível e precisa ser revista”, disse Fernandes, diretor da CNI.

A CNI defende acabar com a integralidade desse benefício, instituindo um período mínimo de contribuição e de casa-mento para ser elegível a ele. Outra recomendação é o fim da aposentadoria diferenciada para mulheres e professores, que hoje passam à inatividade cinco anos mais cedo.

“Sabemos que é um tema sensível, que deve ser debatido com cautela, mas o Brasil precisa estimular a produção de riquezas e a participação dos profissionais experientes no mercado de trabalho, com qualificação para funções estratégicas e condições que ampliem a qualidade de vida do trabalhador. Com uma renda maior e mais resultados,

o trabalhador se sente motivado a contribuir e permanecer ativo no mercado por mais tempo”, afirma o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Reforma políticaA reforma política não é tema abordado no documento

da Confederação da Indústria, mas é pauta da agenda nacional há muitos anos. Em julho de 2013, no auge das manifestações que varreram o país, a Presidência da República propôs a convocação de um plebiscito para formação de uma Constituinte sobre o tema. Rapidamente, o Congresso engavetou a proposta. Desde então, movimentos sociais, centrais sindicais, entidades da sociedade civil e partidos progressistas engajaram-se na realização de um plebiscito popular, mobilização que ocorreu no país durante toda a primeira semana de setembro deste ano, com o objetivo de coletar assinaturas para fazer a proposição ao Congresso da convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política, chegando a quase 8 milhões de assinaturas.

Um dos aspectos importantes é mudar o modelo de financiamento de campanhas, que hoje permite doações de empresas privadas e verbas públicas oriundas do Fundo Partidário, abastecido pela União – um mecanismo poderoso para se manter as coisas como estão, pois quem financia “depois apresenta a conta”. Segundo especialistas, essa “apresentação da conta” vem por meio de obras superfaturadas, políticas públicas para atender a interesses de grupos econômicos, corrupção etc. A alternativa a esse modelo é o financiamento público de campanha.

E as campanhas políticas, já milionárias, estão cada vez mais caras, o que favorece a corrupção. Segundo o

Congresso devera receber plebiscito popular a favor da

reforma política

Foto: Zeca Ribeiro/ Câm

ara dos Deputados

Custo de mão de obra alto

Nas contas da CNI, dados comprovam a necessidade de uma desburocratização da legislação trabalhista e a criação de normas afinadas com a dinâmica produtiva moderna.

1996 2012

Custos com mão de obra subiram 58%

US$ 7,11/hora

US$ 11,20/hora

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Especial

Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2010 o gasto com a campanha de um deputado federal era, em média, de R$ 1,1 milhão. A estimativa subiu para R$ 3,6 milhões este ano. Para um senador, o valor saltou de R$ 4,5 milhões para R$ 5,6 milhões.

Ao ocorrer corrupção, reduz-se a eficiência do gasto público e desestimula-se o investimento privado, segundo estudos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Baixando a atratividade do investimento produtivo, a corrupção gera consequências negativas sobre o nível do PIB per capita, a competitividade e o potencial de crescimento da economia, elevando em até 10% os custos dos negócios. “Com mais participação e uma cobrança maior da sociedade, aumentaríamos a eficiência do Governo e das instituições públicas. A corrupção atinge até 2,3% do PIB brasileiro, algo em torno de R$ 100 bilhões, tomando como base o PIB de 2013, que foi de R$ 4,8 trilhões, segundo estudo da Fiesp. O Governo precisa recuperar sua credibilidade diante dos investidores, não apenas saneando os ralos por onde escoa dinheiro público, mas com gestão eficiente, estabilidade, regras claras e foco nos investimentos”, explicou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

Outra proposta é o fim das coligações - união de dois ou mais partidos - nas eleições proporcionais (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais). Nesse sistema, as vagas são distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos ou coligações, fazendo com que um candidato com muitos votos ajude a eleger candidatos da sua coligação com menos votos.

Há ainda proposições de se garantir o fim da reeleição no Executivo, alcançar o equilíbrio entre representantes de ambos os sexos no Congresso Nacional e nos Executivos nacional e estaduais, criar mecanismos para assegura a representatividade da diversidade da população: negros,

“Para que se viabilize uma redução na carga tributária é necessário que o Governo, primeiro, enxugue seus gastos” Leonardo Rogerio de Castro, diretor para Assuntos Tributários da Findes

indígenas e população LGBT, e promover a participação popular nas decisões políticas do país, ampliando os meca-nismos de democracia direta e democracia participativa (referendos, plebiscitos, iniciativas populares).

Tão logo foi reeleita, Dilma Rousseff prometeu priorizar a reforma política, sugerindo um plebiscito para “dar força e legitimar” a reforma. A ideia é diferente da proposta apresentada por ela em julho de 2013. Agora, a presidente defende a realização de um plebiscito para a sociedade definir as mudanças. Mas a proposta enfrenta resistências da oposição e até da base aliada. Eles entendem que a mudança deve partir do próprio Congresso Nacional e só depois ser submetida a um referendo popular. As principais lideranças do Legislativo já rebateram a ideia, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que prefere o referendo. “O plebiscito delonga. O referendo, não. O Congresso vota a lei, e a sociedade referenda”, disse.

Resta saber se a preocupação dos congressistas é de fato com a celeridade das reformas no Legislativo. Afinal, propostas de mudanças no sistema político se arrastam há duas décadas no Congresso. Para o presidente do Sistema Findes, com a diminuição da bancada governista em 2015, realizar as reformas tributária e política exigirá ainda mais empenho e interesse por parte da presidente reeleita. “A Findes tem atuado junto aos deputados e senadores do Espírito Santo em defesa dos interesses da indústria e da sociedade, mas é preciso que todos participem desse movimento, cobrando melhorias de forma democrática, a fim de conquistarmos os resultados que vão transformar o país em um ambiente mais propício ao desenvolvimento”, concluiu Guerra.

“Os serviços da linha de produção industrial estão cada vez mais específicos e envolvem máquinas e equipamentos de alto custo e mão de obra especializada. Sem capacidade para arcar com esse custo, o caminho para a empresa é terceirizar o serviço”

Haroldo Massa, presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho do Sistema Findes

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Indústria em Ação

Expo Construções 2014 atrai 10 mil visitantes em sua primeira edição

A primeira grande feira do setor da construção no Estado, a Expo Construções 2014, recebeu 10 mil visitantes de 14 estados brasileiros durante os quatro

dias do encontro, que aconteceu no Centro de Eventos de Carapina, na Serra, de 4 a 7 de novembro. As rodadas de negócios e as transações realizadas nos estandes foram estimadas em contratos futuros de cerca de R$ 20 milhões.

O evento contou com a participação de 150 empresas e dos 13 sindicatos (parceria do Sinduscon-ES, Sindicer, Sindipedreiras, Sindiplast-ES, Sindiquímicos, Sindirochas, Sindividros e Sinprocim-ES, e apoio institucional de Sindicopes de Sindifer, Sindmadeira, Sindimol e Sindmóveis) que compõem a cadeia produtiva do setor da construção civil, com mais de 8 mil empresas produtoras de insumos para a construção civil imobiliária, industrial e de obras públicas e que gera mais de 100 mil empregos diretos no Estado.

A feira, uma realização do Sistema Findes por meio de sua Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção, teve promoção e organização a cargo da Milanez & Milaneze, em parceria com VeronaFiere, com patrocínio de Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedes), ArcelorMittal, Sesi, Senai e IEL, Caixa, Samarco e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Espírito Santo (Crea-ES).

Na avaliação do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, a Expo Construções foi uma vitória do

associativismo capixaba. “Com a integração dos setores produtivos, temos mais força para desenvolver bons projetos e criar novas oportunidades para a indústria”.

O presidente da Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção, Houberdam Pessotti, disse que a feira foi um sucesso e que a expectativa é de que sejam necessários 250 estandes para atender à demanda daqueles que querem estar presentes no evento em 2015.

“Foi um sucesso total. O público que esteve presente não foi perdido, foi focado. Recebemos construtores, lojistas de material de construção, estudantes, e a parceria com o Sebrae-ES, que trouxe várias caravanas, do sul e do norte do Espírito Santo, do norte do Rio de Janeiro, do sul da Bahia e de Minas Gerais, foi muito importante e gerou muita credibilidade”, ressaltou.

Na opinião do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES) e vice-presidente da Findes, Aristoteles Passos Costa Neto, “a parceria feita para a realização da Expo Construções foi positiva. Alcançamos resultados relevantes e percebemos ainda, por meio de uma sondagem que fizemos, que o expositor também está satisfeito. Para o Sinduscon-ES, é motivo de orgulho participar da iniciativa, e o resultado final beneficia toda a cadeia produtiva da indústria da construção”.

A diretora financeira do Sindividros, Nicea Bortolotti, disse que sempre é muito válido participar de uma feira

Indústria em Ação

Evento realizado pelo Sistema Findes, por meio da Câmara Setorial da Indústria de Materiais da Construção, já tem reservas de empresas para a edição de 2015

A Expo Construções 2014 recebeu 10 mil

visitantes e gerou negócios futuros de

R$ 20 milhões

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como essa, ainda mais sendo a primeira. “O capixaba ainda não tem tradição nesse aspecto, mas com o empenho dos sindicatos em incentivar as empresas a participarem, com certeza a Expo Construções tende a tomar maiores proporções. Uma feira como essa é oportunidade de mostrar seu produto, a sua capacidade, e concorrer em iguais condições com empresas de outros estados”, salientou.

Negócios e conhecimento especializadoIncorporados à feira, tiveram lugar o Ciclo de Palestras

e Clínicas Tecnológicas promovido por Serviço Social da Indústria (Sesi-ES), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES); e a 12ª Qualicon, realizada pelo Sinduscon-ES – eventos que se constituíram em um grande fórum técnico com o objetivo de transmitir novos conhecimentos e fomentar avanços técnicos e tecnológicos no setor.

As palestras organizadas por Sesi, Senai e IEL foram realizadas simultaneamente em dois auditórios dentro do pavilhão e abordaram assuntos como sustentabilidade, eficiência energética, desempenho empresarial, segurança e saúde do trabalhador.

No estande do Sistema Findes foram oferecidos dois minicursos: “SketchUp - software proprietário para a criação de modelos em 3D no computador e aplicado na construção civil”, e “Revit - software para a arquitetura” – desenvolvido dentro do conceito de Modelagem das Informações de Construção (BIM), que permite ao usuário criar utilizando modelagem paramétrica de elementos. Trata-se de uma nova concepção de Computer Aided Design (CAD), que oferece completa associatividade bidirecional.

Foram montados ainda o estande “O Laboratório de Construção Civil” do Senai-ES e dois projetos: Ecopavis,

desenvolvido por alunos e docentes do Senai Vila Velha, que promove o reaproveitamento de 100% de resíduos sólidos da indústria de rochas ornamentais para a fabricação de pavimentos de alta qualidade, e Aqua, também do Senai Vila Velha, que consiste em projetos de edifícios habitacionais de alta qualidade ambiental (Aqua) nas fases de programa, projeto e construção, com um sistema composto por quatro categorias (ecogestão; conforto; saúde; ecoconstrução), subdividas em 14 requisitos de desempenho ambiental.

As Unidades Móveis de Espaço Confinado (NR33) e Trabalho em Altura (NR35), ambas do Senai-ES, foram bastante frequentadas, com visitantes tirando dúvidas sobre as atividades, inclusive com demonstração da forma correta por meio de uma apresentação do lado de fora das unidades. Destaque também para Serviços Tecnológicos e Inovação em Eficiência Energética do Senai-ES; Unidade Móvel de Saúde Ocupacional e Audiometria, do Sesi-ES; e ilhas por segmento (gesso, plástico, cimento, cerâmica vermelha e rochas ornamentais), promovidas pelos sindicatos industriais correlatos.

A participação de construtoras e de lojistas de material de construção foi intensa. O representante da Casa do Construtor na Serra, Leonardo de Carvalho, elogiou o público-alvo do evento, o qual considerou bem segmentado. “Nós recebemos pessoas realmente interessadas nos produtos que estamos expondo aqui, e não apenas curiosos. Mostramos nossos diferenciais para muitos clientes novos”, comentou.

A Ellus Tintas confirmou a presença em 2015. “Recebemos um público muito interessado em toda a nossa linha de produtos, e a resposta para a empresa foi ótima. É um evento de que o mercado capixaba estava precisando”, afirmou Maxwel Calegário, diretor da Ellus.

O coordenador da feira, Glauco Ferrer, da Milanez & Milaneze, reforçou a importância da Expo Construções como estimuladora da realização de negócios para o setor e confirmou a satisfação dos expositores, que já estão reservando espaços para a edição de 2015, que acontecerá de 27 a 29 de outubro.

Vários expositores confirmaram presença na segunda edição da Expo Construções

Palestras e clínicas realizadas

por sindicatos, Sesi, Senai e IEL

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entrevista

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Paulo Hartung

E leito pela terceira vez governador do Espírito Santo, o economista Paulo Hartung fala para a Revista Indústria Capixaba sobre os caminhos do Estado

para os anos de 2015 a 2018 e suas expectativas ao chefiar novamente o Executivo local.

Ele detalha ainda as diferenças entre o Espírito Santo de 2002 e de 2015, os novos projetos e as visitas que tem realizado antes da posse com o objetivo de obter experiências que possam ser aplicadas em sua próxima administração.

Hartung comenta também sobre o que é necessário para resolver os gargalos que emperram o desenvolvimento econômico, a infraestrutura logística e a qualificação da mão de obra do Espírito Santo, explicando como pretende se relacionar com o Governo Federal para dar andamento aos problemas da ampliação do aeroporto e da duplicação da BR-262, emperrados há anos, e para construir um novo terminal portuário com condições adequadas ao transporte internacional de cargas.

“É preciso agir com foco, estratégia e liderança para avançar e retomar o destaque do setor logístico do Espírito Santo, tão fundamental para o seu desenvolvimento”

por Sânnie Rocha

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O senhor já começou seu trabalho como governador visitando diversas instituições públicas e trabalhos de sucesso em outros estados. O que já avaliou e o que tem programado para começar seu mandato?

Fizemos visitas aos poderes e as instituições do Estado e visi-tamos municípios. Também estivemos em outros estados para conhecer experiências bem-sucedidas Brasil afora e que têm conexão com nosso plano de governo. Estamos buscando inspi-ração em boas práticas para adaptar à realidade de nosso Estado.

Está em nosso programa trabalhar com afinco a questão da educação, principalmente a partir do ensino básico. Iniciaremos reforçando a alfabetização para implantar a Escola Viva e evoluir com um ambiente de aprendizado atrativo para os nossos estudantes do ensino médio. Com uma boa base, é possível assegurar o progresso na formação de capital humano. O maior legado que podemos deixar é um Estado promissor, com mais inclusão, qualidade de vida e oportunidades, sobretudo para os nossos jovens, e uma economia sustentável e equilibrada.

A relação com a Assembleia Legislativa: como o senhor avalia que será depois da visita que fez à Casa e analisando os eleitos para o próximo mandato?

A visita à Assembleia Legislativa foi uma visita de cortesia, como fizemos ao Poder Judiciário, ao Tribunal Regional Eleitoral, aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e ao Tribunal de Contas. Tive uma boa conversa com nossos deputados e com o presidente da Assembleia, deputado Theodorico Ferraço (DEM). Trocamos ideias sobre o que está acontecendo no Estado e no país neste momento. Foi muito produtiva a reunião.

Como o senhor avaliou a proposta de Orçamento para 2015? Atende suas expectativas e todos os projetos que tem em mente para o próximo ano?

O Orçamento 2015 é uma proposta apresentada pelo governo que está encerrando o mandato. As primeiras análises da equipe de transição mostram inconsistências na peça orçamentária. O Orçamento precisa retratar receitas e despesas da forma realista, para que na execução não tenhamos problemas. Por isso, as receitas precisam ser muito bem estimadas. A nossa equipe de transição tem realizado uma análise detida dos dados da situação econômica e fiscal do Estado. Infelizmente, o quadro não é bom, o que confirma o que falei durante a campanha eleitoral.

Nos últimos quatro anos, o Estado recebeu recursos vultuosos de petróleo, mas contraiu muitas dívidas e perdeu capacidade de investimento próprio. É um quadro que inspira cuidados. Vamos ter que trabalhar duro novamente para voltar a caminhar com as próprias pernas.

O senhor falou durante a campanha sobre

a construção de um ambiente inovador, boa infraestrutura logística para viabilizar o escoamento de produção, abertura de novas oportunidades com base em tecnologia e inovação para todas as regiões do Estado, além de um ambiente seguro para que as empresas não tenham perda patrimonial com crimes. Como essas ações poderão ser viabilizadas?

Um bom ambiente de negócios se faz com segurança jurídica, estabilidade de regras, boa regulação e eficiência no setor público. Por isso, vamos voltar com os princípios de uma boa gestão, com base na inovação e na meritocracia,

“Criaremos um programa de atração de investimentos para as microrregiões menos desenvolvidas e que estejam fora da área de atuação da Sudene e investiremos na expansão do programa ‘Caminhos do Campo’, que foi sucesso em nosso Governo”

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entrevista

Indústria Capixaba – Findes22

o que passa por avaliar permanentemente as ações e entregas; pelo respeito aos contratos e pela transparência com os atos da administração pública. Para tornar mais competitivas as empresas que produzem e geram empregos em território capixaba, temos o desafio de construir um ambiente inovador e uma infraestrutura qualificada, que viabilize bons serviços logísticos. Mas isso passa também por assegurar trabalhadores que tenham as habilidades procuradas; o acesso à saúde de qualidade para esses trabalhadores e suas famílias; boa sensação de segurança. Enfim, são variadas as ações que impactam positivamente o ambiente de negócios e a competitividade das nossas empresas.

O senhor acredita que a educação pode ser um agente transformador. Como pretende cuidar da capacitação dos nossos jovens com o objetivo de prepará-los para o mercado de trabalho?

Educação é nossa prioridade absoluta. Vamos investir em uma escola diferente, atrativa, com o Programa Escola Viva, que irá trabalhar com os alunos individualmente, de acordo com suas potencialidades, com análise de competências. Em vez de o professor se deslocar de uma sala para outra, alunos do ensino médio, por exemplo, poderão se deslocar entre as disciplinas, de acordo com as suas preferências. Para que isso funcione, serão criados ambientes de estudos

específicos, com laboratórios de estudos por área, assim como já acontece em países desenvolvidos. Isso também deve vir agregado a novas tecnologias dentro das salas de aula, tornando até mesmo o ensino dos professores mais dinâmico. A Escola Viva vai preparar os nossos estudantes para atuação no mercado de trabalho incentivando as vocações de cada um e diminuindo até mesmo a evasão escolar. Precisamos fazer com que os jovens voltem a sonhar, tenham um projeto de vida, vontade de ser um bom profissional no futuro. Professores valorizados, bem treinados, seguros e apoiados por um bom patamar pedagógico. Do lado dos jovens, uma escola alto-astral, atrativa, que ajude a construir o seu projeto de futuro e na qual as famílias possam acreditar (precisam acreditar que aquela escola vai mudar para melhor a vida dos alunos) e se orgulhar. Fazer o Estado voltar a crescer e atrair mais oportunidades para os capixabas, desconcentrando o nosso desenvolvimento, é uma das nossas prioridades. Em alguns casos, esses jovens vão se definir pelas vocações locais, nas atividades rurais, no empreendedorismo ou no serviço público, por exemplo. Em outros casos, poderão voar mais alto, aderindo aos nossos programas de intercâmbio ou de acesso ao curso superior, o que poderá passar por mudanças de cidade, de estado ou mesmo de país. O que queremos são jovens seguros, longe das drogas e dos riscos sociais e capazes de buscar e lutar pelo seu próprio projeto de futuro.

Como foi a visita a São Paulo com o vice-presidente da Findes Leonardo de Castro? O senhor gostou do que viu? É possível adequar e implantar o projeto paulista no Espírito Santo?

Nós estivemos na sede da Investe São Paulo para conhecer o trabalho realizado pela agência de atração de empresas e incentivo à expansão dos empreendimentos existentes naquele estado. O trabalho da Investe São Paulo é inspirador. A agência é um organismo facilitador do relacionamento dos empreendedores locais e internacionais com o Governo. Em um país tão burocratizado, a iniciativa da Investe São Paulo contribui com aqueles que querem facilitar iniciativas, gerar emprego e renda. Saímos de lá inspirados com o que vimos.

E as outras comitivas que o senhor participou pelo Brasil? Resultados positivos? Novidades que podem gerar projetos interessantes para o Estado?

Visitamos os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina para conhecer traba-lhos nas áreas de educação, segurança pública e

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desenvolvimento econômico, que poderão vir a ser implan-tadas no Estado. Na oportunidade, conhecemos o trabalho feito pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação - o ICE -, entidade privada, sem fins lucrativos, que trabalha pela melhoria da qualidade da educação pública brasileira. Conhecemos a Investe São Paulo. Conversamos com José Mariano Beltrame, secretário de segurança do Rio de Janeiro, sobre a experiência das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro, entre outros projetos. O objetivo das visitas foi trocar informações com pessoas consideradas referências nas respectivas áreas. Fomos ouvir sobre essas experiências, a fim de aprofundar o intercâmbio com a equipe de transição, para que possamos debater o que pode ser viabilizado em nosso Estado. Algumas reuniões de trabalho já foram agendadas e realizadas a partir de então.

Comparando com o cenário em que

encontrou o Estado em 2002, como vê a situação que deve encontrar em 2015?

Por incrível que pareça, a nossa percepção, já apresentada na campanha e diagnosticada pela equipe de transição, confirma que o Estado sofreu um brutal retrocesso em sua política fiscal, encontrando-se endividado. O Espírito Santo, que era um dos Estados com maior capacidade de investimento com recursos próprios, perdeu totalmente esse potencial.

Após o resultado das eleições presidenciais, como o senhor pretende tratar com o Governo Federal assuntos estagnados, principalmente os que dizem respeito à infraestrutura logística (aeroporto, portos e rodovias)?

Vamos buscar junto ao Governo Federal soluções para questões importantes para o Estado, como o aeroporto e a duplicação da BR-262, que são obras já em andamento. O aeroporto era para ser inaugurado em 2007, e nós estamos terminando 2014 com a obra parada. Temos a questão da BR-262, em que foi feito um ensaio de concessão, sem sucesso. Além disso, será necessário viabilizar a construção de um novo

terminal portuário. Precisamos de um porto que permita ao Espírito Santo receber navios maiores que, hoje, fazem o transporte marítimo internacional.

Existe uma demanda antiga da indústria que diz respeito à articulação de modais que possam melhorar o desenvolvimento e a segurança das estradas capixabas como as ligações ferroviárias e a cabotagem. Como pretende alavancar esses modais nessa nova gestão?

É preciso agir com foco, estratégia e liderança para avançar e retomar o destaque do setor logístico do Espírito Santo, tão fundamental para o seu desenvolvimento. A recente mudança no marco regulatório dos portos favoreceu a participação da iniciativa privada nessa atividade. Temos bons projetos para o Espírito Santo, públicos e privados, que precisam ser fortalecidos. Nossa atribuição, nesse caso, é integrar as ações logísticas que viabilizam os portos de grande capacidade, como acessos rodoviários e a atração de eixos ferroviários, que também dependem do Governo Federal. Com isso, conseguiremos conquistar competitividade e reinserir o Estado nas grandes rotas transoceânicas, que não mais conseguem se viabilizar com a nossa atual estrutura portuária. Articulação política e gestão visionária para negócios são ingredientes fundamentais. E, ainda, precisamos fortalecer e viabilizar a navegação de cabotagem, para assegurar a competitividade no comércio interestadual.

“Educação é nossa prioridade absoluta. Vamos investir em uma escola diferente, atrativa, com o Programa Escola Viva, que irá trabalhar com os alunos individualmente, de acordo com suas potencialidades, com análise de competências”

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entrevista

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Durante a campanha, a indústria também informou ao senhor sobre os problemas que tem tido com o Invest-ES, que necessita de uma adequação. O senhor acredita que será possível fazer essas modificações pedidas?

Vamos estudar as modificações solicitadas, sim. Nós precisamos aperfeiçoar os incentivos fiscais no Estado, como o Programa de Incentivo ao Investimento no Estado do Espírito Santo (Invest-ES), para estimular a realização de investimentos gerando mais empregos, principalmente, para os nossos jovens.

Como criar diversificação para municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e baixo interesse econômico? Como levar novos investimentos para esses municípios respeitando suas vocações? As prefeituras podem ajudar na interiorização mais profunda do desenvolvimento?

Criaremos um programa de atração de investimentos para as microrregiões menos desenvolvidas, e que estejam fora da área de atuação da Sudene e investiremos na expansão do programa “Caminhos do Campo”, que foi sucesso em nosso governo. Teremos uma nova política, mais efetiva, para a instalação de polos empresariais, com a devida infraestrutura. Estamos estudando as formas de viabilizar os projetos e aprofundar as parcerias com as prefeituras. Desenvolver o interior do Estado passa pela promoção do agronegócio. Focaremos a geração de riquezas por meio de tecnologia, infraestrutura e crédito para diversificar a produção nas propriedades. Fortaleceremos a inovação dentro do Incaper, pois somente disseminando novas técnicas teremos condições de adicionar valor à produção. Promoveremos o agroturismo, a agricultura orgânica e os canais de comunicação entre produtores e consumidores organizados, o que tanto aumenta a renda do produtor quanto reduz os preços finais. E com muita atenção ao meio ambiente.

Quais as iniciativas que precisarão ser trabalhadas para o desenvolvimento do setor de petróleo e gás?

Quando nós perdemos o estaleiro, que foi para Pernambuco, eu fui até o presidente Lula e pedi que mediasse o assunto junto à Petrobras. Foi aí que eu fui para Cingapura e bati na porta da Keppel e da Jurong. A Jurong veio, e hoje é o maior investimento privado que ocorre em terras capixabas. Precisamos de pequenas, grandes, microatividades do setor atuando no Estado; participar dos diversos elos dessa cadeia produtiva e fazer um governo que abra mais portas para o trabalho. Vamos resgatar a diplomacia ativa e retomar o desenvolvimento do Espírito Santo. Nós somos o segundo produtor de petróleo. Além disso, expedimos gás natural, tanto para a malha do Nordeste quanto para a malha do Sudeste do Brasil. O Espírito Santo ajuda muito o país a crescer e, por isso, nós precisamos de outro olhar para o Estado. Nossa meta será usar a riqueza do petróleo e do gás para diversificar a economia e criar outra base para permitir o desenvolvimento do Espírito Santo no futuro, para depois que o petróleo acabar.

“Nos últimos quatro anos, o Estado recebeu recursos vultuosos de petróleo, mas contraiu muitas dívidas e perdeu capacidade de investimento próprio. É um quadro que inspira cuidados. Vamos ter que trabalhar duro novamente para voltar a caminhar com as próprias pernas”

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Indústria em Ação

Coinfra retoma as atividades no Sistema Findes

Durante a reinstalação do Coinfra, foram

discutidos cenários que envolvem a

infraestrutura

O Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) foi reins-talado no dia 13 de novembro e retomou suas atividades no Sistema Findes. Agora, o grupo passa a abordar

questões específicas de mobilidade urbana e logística. Assuntos da área enérgica, que chegaram a fazer parte da sua pauta, hoje pertencem ao Conselho Temático de Energia (Conerg).

A oficialização da retomada das atividades foi feita pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e pelo presidente do Coinfra, Sebastião Constantino Dadalto, que apresentaram ainda os dados atualizados do Projeto Sudeste Competitivo, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e as ações do Proedes Integração Logística, do Governo do Estado.

“Estamos retomando as atividades desse importante conselho e que agora ficará focado em assuntos específicos de mobilidade e logística”, ressaltou Marcos Guerra durante a oficialização de retomada do Coinfra.

Contantino Dadalto falou sobre o direcionamento para logística. “Demos esse enfoque, porque temos inúmeros projetos industriais importantes em andamento e estamos em fase de transição de governo e não podemos perder o foco, pois faremos a integração desse novo investimento ao Projeto Sudeste Competitivo”, lembrou.

Após o ato de reinstalação, o diretor da empresa Macrologística, Olivier Girard, apresentou o andamento do Projeto Sudeste Competitivo, lançado no Espírito Santo em abril, que tem o objetivo de elaborar um planejamento estratégico da infraestrutura de transportes e logística com integração dos Estados da Região Sudeste – Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo – promovendo maior competitividade com atração de investimentos que gerem emprego e renda, fomentando uma posição de destaque na economia mundial.

Já o gerente da Unidade de Projetos da Secretaria de Estado de Tranportes e Obras Públicas (Setop), Bernardo Aguirre Von Randow, e o analista executivo da entidade, Rodrigo Del Fiume Zambon, estiveram na reunião para falar sobre o Proedes Integração Logística. O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo foi lançado em maio do ano passado e prevê um investimento de R$ 3 bilhões para novos projetos, melhoria e ampliação dos sistemas rodoviário, aeroportuário, ferroviário e portuário. Os representantes do Setop aproveitaram para reafirmar o compromisso do Governo do Estado de estar alinhado aos propósitos do Projeto Sudeste Competitivo.

Conselho retomou suas atividades focado nas questões de mobilidade urbana e logística. Durante a reunião foram apresentados dados sobre o Projeto Sudeste Competitivo da CNI

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Seletiva claSSifica equipeS para evento nacional de robóticaA grande final do Torneio de Robótica First Lego League conheceu nos dias 21 e 22 de novembro as suas primeiras equipes classificadas. Em etapa realizada no Sesi em Jardim da Penha, em Vitória, a competição regional apontou cinco equipes para a grande final em Brasília, que acontecerá em abril de 2015. As três primeiras, na categoria “Champion’s Award”, foram: Troia (1º lugar – Linhares/ES), Apoiobot (2º lugar – Recife/PE) e Lego Lords (3º lugar – Cachoeiro de Itapemirim/ES). Além destas, a organização da prova abriu mais duas vagas que classificaram as equipes MarvelBots (Vila Velha/ES) e Start (Vitória/ES). No total, a etapa contou com 27 equipes do Espírito Santo, do Rio de Janeiro e de Pernambuco. “O Espírito Santo deu exemplo de organização e espírito de equipe. Todos estão de parabéns, principalmente por ser a primeira vez que uma seletiva regional trabalhou na inserção de pessoas portadoras de deficiência”, destacou o gerente executivo de Educação do Sesi Nacional, Henrique dos Santos, afirmando que, a partir de agora, o Estado sediará todos os anos uma das etapas regionais. O torneio é uma iniciativa do grupo Lego, da Dinamarca, e da organização americana First (For Inspiration and Recognition of Science and Technology), realizada em mais de 80 países, com mais de 230 mil crianças por ano. Vitória sediou a primeira das seletivas regionais, que ocorrem até fevereiro de 2015.

MiniStro do Stf participa de encontro de advogadoS

O Estado sediou, nos dias 13 e 14 de novembro, o 12º Encontro Nacional dos Advogados do Sistema Indústria (Enasi). Realizado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria, o evento reuniu no Hotel Sheraton, em Vitória, representantes de departamentos jurídicos das federações de indústrias. O destaque ficou por conta da palestra do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux sobre o novo Código de Processo Civil brasileiro. Advogados do Sistema Indústria puderam acompanhar palestras e debates sobre a lei anticorrupção, os recursos repetitivos no Tribunal Superior do Trabalho e as premissas dos direitos fundamentais. O ministro deu uma breve coletiva após a sua apresentação e respondeu a perguntas, principalmente sobre a concessão do auxílio-moradia no valor de R$ 4.377,73 aos profissionais da magistratura. Autor da decisão que garantiu o benefício, ele afirmou que a determinação está baseada em critérios legais e que não destoa da realidade social brasileira.

Projeto de Saúde e Segurança é realizado em eScolaS O Sesi-ES está promovendo nas suas 11 unidades de ensino o Projeto de Segurança e Saúde nas Escolas. Com iniciativas

que vão de palestras a distribuição de panfletos e outras peças educativas, passando ainda por visitas técnicas a empresas e demonstrações de como prevenir acidentes e proceder em situações de risco, o programa tem o objetivo de promover a saúde e a segurança desde cedo. A iniciativa conta com a colaboração de profissionais de entidades como Detran-ES e Corpo de Bombeiros, e é contínuo, pois o Sesi-ES entende que o assunto deve ser tratado como algo a ser levado até a idade adulta. “Ao se adaptar e aplicar um programa de educação para segurança, saúde e melhoria da qualidade da vida aos alunos da educação infantil ao ensino médio, nós estamos iniciando no aluno do Sesi-ES o processo de educação do cidadão para a conscientização da prática de atos seguros desde cedo”, disse a superintendente do Sesi-ES, Solange Siqueira.

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Indústria em Ação

EvEnto discutE EmprEEndEdorismo fEminino Em uma iniciativa do Cindes Jovem, foi realizada, no dia 18 de novembro, mais uma edição do evento “Ala Feminina”. Os destaques foram a empresária do setor de tecnologia e diretora do Cindes para Assuntos do Cindes Jovem, Ana Paula Tongo; a cerimonialista e dona de empresa de eventos Stella Miranda; a empresária do setor de moda Rafaela Adami; e a assessora executiva da Findes,

Annelise Lima. Elas palestraram sobre suas empresas, carreiras, desafios e oportunidades. Criadora do evento, Ana Paula iniciou o encontro contando sua trajetória, desde a formação técnica em Metalurgia e dos desafios que enfrentou para criar a Bitável Tecnologia até se tornar uma referência em empreendedorismo jovem. Em seguida, Annelise apontou a responsabilidade de empreender. Rafaela falou dos desafios em conquistar a confiança dos pais para assumir a coordenação do setor de Criação da Afago. E Stella fez uma retrospectiva de sua vida profissional. O Ala Feminina nasceu para divulgar o trabalho realizado pelo Cindes Jovem, além de apresentar a trajetória no mundo empresarial de cada uma das participantes.

cEntro sEsi/sEnai/iEL é bicampEão na Jornada dE foguEtEsO Centro Integrado Sesi/Senai/IEL de Aracruz conquistou pela segunda vez o campeonato na 6ª Jornada Brasileira de Foguetes, que faz parte da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). A competição aconteceu entre 27 e 30 de outubro, em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Os capixabas concorreram com mais de 70 equipes de todo o Brasil e receberam o troféu do torneio diretamente das mãos do astronauta Marcos Pontes. A disputa consiste na construção de foguetes com garrafas PET, e vence a equipe que registrar a maior distância horizontalmente. A meta era alcançar 190 metros com o disparo de seu foguete em duas tentativas. Mas já no primeiro lançamento, o foguete dos capixabas chegou a 211,5 metros. A equipe “Pac-Man” foi formada pelos alunos Danilo Alves Trivelin, Franciele dos Santos Borges, Danrley Florencio Cezarino, Gabriel Alexandre Severo Broetto e Daniel Carvalho Barreto – todos da 3ª série do ensino básico do Sesi articulado ao ensino Profissionalizante do Senai – e orientada pelas professoras Luciana Fontainha Tosoli e Eliana Lima Minchio. Os alunos de Aracruz receberam como troféu uma réplica em miniatura do foguete brasileiro VSB-30.

programa atLEta do futuro promovE açõEs dE finaL dE ano

Com expectativa de receber aproximadamente 8 mil pessoas, o Programa Atleta do Futuro (PAF) preparou diversas ações para comemorar o encerra-mento do ano de 2014. São várias atividades esportivas para envolver os alunos do projeto, seus familiares e também as comunidades que abrigam as unidades do Sesi onde vão acontecer os eventos.

Promovidas pelo Sesi-ES e pelas entidades parceiras, as ações do PAF acontecem em meados de novembro e durante o mês de dezembro Como parceiros estão prefeituras, ICA (Instituto Continental), Caijuc (Centro de Apoio Infanto Juvenil Canaã), Instituto Rochativa, Sindimol, Engajamento Barra do Riacho, entre outras.

Entre as atividades estão festivais esportivos, que envolvem natação, futsal, voleibol, futebol de campo; atividades recreativas, como pula-pula e paredão de escalada; e apresentações de ginástica rítmica, zumba e capoeira.

Criado e mantido pelo Sesi em nível nacional, o programa promove a inclusão social, atendendo crianças e adolescentes de baixa renda em situação de risco social, com ações baseadas no esporte e no lazer. O PAF atende a faixa etária entre 6 e 17 anos, usando as atividades esportivas e recreativas para educar e formar cidadãos. No Estado, a iniciativa é desenvolvida desde 2008 em todas as 11 unidades do Sesi e, atualmente, beneficia 4,4 mil jovens.

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O Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) comemorou 45 anos de história no Encontro da Indústria, realizado do dia 16 de outubro,

no Itamaraty Hall, em Vitória. Oito personalidades foram condecoradas com medalhas por sua contribuição ao fortalecimento do setor.

A Ordem do Mérito Industrial, concedida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao diretor do Grupo Incospal, Fernando Camargo, foi entregue pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, pelo governador do Estado, Renato Casagrande, e pelo diretor da CNI e presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, José Carlos Lyra. Em seu pronunciamento, Camargo pediu mais atenção por parte do Governo Federal para os segmentos produtivos.

“O empresário brasileiro não pode ficar calado diante de tanta burocracia. Nossa atual participação no Produto Interno Bruto (PIB) é inferior àquela registrada nos anos 50. Não somos incompetentes, somos os industriais que sobreviveram a uma inflação de 200%. Nós geramos empregos anualmente, damos oportunidade para os jovens e sustentamos o ritmo acelerado deste mundo global. É preciso dar um basta a essa situação e exigir respeito e apoio a quem promove o desenvolvimento do país”, destacou.

Condecorado com a Medalha do Mérito Industrial do Espírito Santo, o secretário de Estado de Desenvolvimento,

Cindes comemora 45 anos e premia líderes no Encontro da Indústria do ES

Nery Vicente Milani De Rossi, agradeceu aos parceiros de Governo. “É um dia de felicidade, mas também de gratidão: ao governador, pelo convite e pela confiança; ao presidente Marcos Guerra, pela parceria e pela escolha do meu nome; aos colegas de trabalho, pelo suporte dado diante dos desafios; e, principalmente, à família, pelo respeito e pelo auxílio em todos os momentos vividos”, discursou.

Marcos Guerra também detalhou o cenário econômico em seu pronunciamento, mas deu ênfase à importância do associativismo para a construção de um futuro melhor. “Temos colocado a Findes e o Cindes à disposição do industrial. Meu objetivo é este: trazer demandas, ideias, sugestões e reclamações para dentro da Federação, ouvindo com qualidade e atendendo com assertividade”, ponderou.

Outros seis industriais receberam homenagens. A Medalha do Mérito Empreendedor da Indústria do Espírito Santo foi entregue ao sócio-diretor do Grupo Pimpolho e diretor do Sindicalçados, Antonio Tavares Azevedo de Brito; ao atual diretor-presidente da Viminas Vidros Especiais e presidente do Sindividros, Maurício Silva Ribeiro; e ao atual diretor-presidente da empresa de laticínios Rezende e presidente do Sindilates, Claudio José Rezende.

Receberam a Medalha do Mérito Sindical o presidente do Sindiplast-ES, Neviton Helmer Gasparini; o vice-presidente da Findes Benízio Lázaro, e o diretor da Findes Almir José Gaburro.

Personalidades foram condecoradas com medalhas por sua

contribuição ao setor

EmprEsários dE Colatina E rEgião rECEbEm o “dia dE assoCiar-sE” O “Dia DE Associar-se Regional” realizado em Colatina recebeu empresários de diversos setores industriais em 15 de outubro, no auditório do Senai, para discutirem associativismo e seus benefícios.O vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin, falou sobre a forma de trabalho do Sistema e suas diretorias regionais. “Fazemos reuniões periódicas com os empresários e conselheiros para trazer para a Findes as demandas dos industriais, como por exemplo laboratórios para atender determinados setores e agências de treinamento municipais (ATMs), instaladas em parceria com as prefeituras, entre tantas outras ações que fortalecem os sindicatos e a indústria local”, destacou.Mediador do evento, o gerente do Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), Darcy Lannes, apresentou aos participantes motivos para se associar a um sindicato patronal e usufruir dos benefícios do Sistema Findes. Ele também ressaltou a importância da união para o fortalecimento da indústria capixaba.

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Cenário

E ngarrafamentos e acidentes são cada vez mais constantes nas grandes cidades. O excesso de carros nas ruas e o sistema de mobilidade ineficiente têm

causado transtornos, especialmente para as indústrias, afetando até mesmo a produtividade, já que provoca mais estresse, cansaço, impaciência, intolerância e piora a qualidade de vida dos trabalhadores. Com isso, dorme-se

cada vez mais tarde e é preciso acordar cada vez mais cedo para não se chegar atrasado do serviço. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que aproximadamente 20% dos trabalhadores das regiões metropolitanas brasileiras gastam mais de uma hora por dia no deslocamento de casa para o local onde exerce sua função profissional.

Cenário

por Marcia Almeida

O intenso fluxo de veículos na Grande Vitória impede a mobilidade e causa transtornos, inclusive para a indústria. Para reduzir este problema, as empresas criaram ações alternativas

Mobilidade urbana difícil afeta a rotina do capixaba

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Na Grande Vitória a situação caótica não é diferente. Estudos indicam que 45% da população leva mais de meia hora para concluir esse percurso. Um número grande, levando-se em conta as pequenas distâncias percorridas em comparação com outras regiões metropolitanas.

Para Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes, os problemas de mobilidade urbana afetam não apenas a produção nas empresas, mas também a saúde e a qualidade de vida do colaborador. Segundo ele, por muito tempo se defendeu que as grandes rodovias deveriam passar por dentro das cidades, o que atrapalhou o trânsito nos centros urbanos. “O profissional chega à indústria mais estressado e precisa de um tempo para entrar no ritmo de trabalho. Isso afeta

a produtividade e propicia um risco maior de acidentes, tornando cada vez mais importantes as campanhas de prevenção e segurança do trabalho nas indústrias. Precisamos de investimentos significativos em mobilidade urbana, com foco em transporte público, pontes, rodovias e viadutos”, diz.

Inclusive, empresas capixabas têm feito algumas mudanças em sua rotina, como a alteração no horário de entrada e saída de seus funcionários, para que eles fujam dos horários de pico do trânsito. Um dos fatores que contribui para a difícil mobilidade urbana é a ineficiência do transporte público, que interfere diretamente na quantidade de veículos nas ruas. Estudo divulgado pelo Ipea em 2011 aponta que nas capitais brasileiras, 65% da população utiliza transporte público para se deslocar. Esse percentual cai para 36% nas cidades que não são capitais. Em todos os municípios brasileiros, 23% da população adota o carro como meio de transporte.

Especialistas também indicam a carência de recursos para a infraestrutura social básica e as políticas de incentivo do Governo Federal à indústria automobilística como determinantes para o caos que se tornou o trânsito, especialmente nos grandes centros. Sebastião Constantino Dadalto, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura do Sistema Findes (Coinfra), defende que as políticas de aumento de consumo dos produtos da indústria são sempre bem-vindas, mas que as cidades não tiveram a mesma velocidade para acompanhar o desenvolvimento dos espaços urbanos. “Nos últimos 30 anos a indústria automobilística evoluiu de forma rápida e atraente, e o transporte coletivo, não.

“Nos últimos 30 anos, a indústria automobilística evoluiu de forma rápida e atraente, e o transporte coletivo, não. Ou as cidades acordam ou o caos estará próximo” - Sebastião Constantino Dadalto, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura do Sistema Findes (Coinfra)

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Indústria Capixaba – Findes32

Cenário

AlternativasNa opinião de Constantino Dadalto, o tema mobilidade

urbana é sem dúvida o calcanhar de Aquiles das cidades, não só brasileiras como de todo o mundo. “O transporte público, de má ou boa qualidade, não vem resolvendo o problema, tampouco as ciclovias ou as ciclofaixas. O assunto é mais grave. Não há vias, viadutos, soluções semafóricas, incentivos ao transporte solidário, bicicletas ou motos que resolvam a questão. Para nós, que militamos há muitos anos na elaboração do Plano Diretor Municipal e do Plano Diretor Urbano das cidades, e que viajamos, é possível concluir com toda a certeza que a melhor forma de se evitar o nó é não criar os fluxos. Comumente, exigem-se muitas vagas nos empreendimentos; esse é um erro de conceito - quanto mais vagas, mais fluxo, mais retenções. Onde existem os nós de trânsito, a solução é incentivar empreendimentos sem vagas de garagem”, defende.

Para ele, todos os modais do mundo estão sobrecarregados, e por isso é preciso criar polos de usos mistos - residencial, comercial e serviços, gerando emprego e mobilidade local.

Riley Rodrigues, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), acredita que não existe uma fórmula para solucionar os problemas de mobilidade. “Cada região metropolitana, cidade e até mesmo um bairro possuem suas características próprias, que devem ser consideradas na elaboração de um projeto

Não se compara o conforto do transporte individual ao do coletivo - há um abismo na qualidade. Ou as cidades acordam ou o caos estará próximo”, acredita.

Para Paulo Alexandre Baraona, diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais do Sistema Findes, o fato de o Brasil desonerar o setor automobilístico para vender mais carros aumenta, consequentemente, o volume de veículos nas cidades, agravando os problemas do trânsito. “Nossas cidades são vítimas dessa política, que, em vez disso, deveria privilegiar a melhora do transporte público. Não existe mágica para fazer caber transporte público e todos os veículos (que aumentam a cada dia)”, frisa. Segundo ele, é necessário privilegiar os corredores para os ônibus com maior comodidade e aumentar a velocidade média, para que possa atrair todas as classes da população.

“O profissional chega à indústria mais estressado e precisa de um tempo para entrar no ritmo de trabalho. Isso afeta a produtividade e propicia um risco maior de acidentes”

Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes

Engarrafamentos são comuns nos horários de pico na Grande Vitória

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Para ele, ao mesmo tempo as áreas habitacionais foram se localizando cada vez mais distantes, gerando longos deslocamentos pendulares e, como consequência, os longos e caros congestionamentos. “É preciso alterar o comportamento das cidades, incentivando o adensamento racional, com mais oferta de funções urbanas próximas das zonas habitacionais e com maior ocupação de moradias nas proximidades das concentrações dessas funções. Esse princípio vale tanto para cidades que já convivem com a crise de mobilidade quanto para as menores, que querem evitar essa crise”, garante.

Segundo Riley, para impacto imediato na melhoria da fluidez do tráfego, existem soluções de engenharia. “Isso porque muitas vezes a solução não está na construção de uma nova infraestrutura, mas no ajuste do sistema: faixas exclusivas (BRS), compartilhadas (ônibus, vans e táxis); ajuste de fluxo (inverter o sentido da via para beneficiar o de maior demanda); semaforização inteligente, que mantém o tráfego livre por mais tempo naquele sentido com maior fluxo; sistemas de informação (placas eletrônicas) sobre a condição das vias e sugestões de rotas alternativas (o que pode ser feito com aplicativos via internet)”.

Marcos Guerra garante que atualmente o Sistema Findes tem estimulado a criação de contornos, visando à retirada do trânsito pesado dos centros urbanos da Grande Vitória. “Ganham o trabalhador, com a diminuição do estresse; as indústrias, com o aumento da produtividade; e as transportadoras, com a maior fluidez do trânsito”, afirma. Ele enfatiza que é preciso também interiorizar as plantas industriais, explorando as potencialidades de cada região. “Costumo dizer que o Espírito Santo é muito pequeno para haver separação entre a Grande Vitória e o interior”, conclui.

Planejamento

Riley Rodrigues destaca que há alguns caminhos que são comuns a todas as cidades e regiões, independentemente do seu tamanho. Todos fazem parte do planejamento e da estruturação do sistema viário:

• Estabelecimento de vias troncais e alimentadoras (identificando quais são as vias que terão maior fluxo de veículos, ligando diferentes áreas, e quais serão as vias de circulação interna nestas áreas) e inserção, no planejamento, de ciclovias e calçadas acessíveis.• Definição do traçado das linhas de trem, metrô, VLT (veículo leve sobre trilhos) ou monotrilhos, partindo do princípio dos corredores de tráfego, ou seja: quanto maior a demanda por deslocamentos, maior deve ser a capacidade do modal de transporte.• Planejar o sistema obedecendo aos critérios de demanda crescente: a pé, bicicleta, ônibus, VLT, metrô e trem - não são todos os corredores que são adequados para o transporte sobre trilhos. Depende do adensamento, da demanda e da distância dos deslocamentos.• Em regiões onde for possível, o transporte hidroviário deve ser explorado ao máximo.

de mobilidade urbana. A solução de longo prazo está no ordenamento urbano. A crise de mobilidade ocorre porque a maioria dos fluxos se concentra no mesmo sentido e horário, gerando grande demanda por poucos corredores. A razão é que as cidades cresceram de forma desordenada e convergiram as funções urbanas (emprego, sistema de saúde, rede educacional, comércio, serviços e oferta de lazer) para poucas áreas, em especial para as regiões centrais e em seu entorno imediato”, afirma.

“A crise de mobilidade ocorre porque a maioria dos fluxos se concentra no mesmo sentido e horário, gerando grande demanda por poucos corredores” Riley Rodrigues, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan

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Indústria em Ação

A noite de 13 de novembro foi de celebração para as empresas do Estado. O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) lançou a 18ª edição do Anuário IEL 200

Maiores Empresas no Espírito Santo durante cerimônia realizada no Itamaraty Hall.

Um dos destaques da solenidade foi a Petrobras, que conquistou, de forma inédita, o primeiro lugar no ranking geral. Essa posição levou em consideração a receita operacional bruta. A melhor empresa, de acordo com o desempenho econômico, foi o Frigorífico Cofril. A Lorenge foi considerada a Empresa Destaque 2014 e a Cisa Trading ficou mais uma vez com a primeira posição na categoria de maior empresa privada com controle de capital capixaba. O vencedor do Prêmio IEL em Gestão Empresarial 2014 foi a Pred Engenharia. Para o posto de Executivo Destaque o escolhido foi diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi. Já o diretor de Relações Institucionais do Grupo Águia Branca, Luiz Wagner Chieppe, recebeu o título de Empresário Destaque. O IEL-ES também lançou o Prêmio IEL ABRH de melhor empresa para se trabalhar no Espírito Santo. A premiação será entregue a partir do ano que vem.

O evento contou com empresários, autoridades e repre-sentantes da indústria no Estado. Estiveram presentes o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; e o superintendente do IEL, Fabio Dias. “O Anuário IEL

é uma ferramenta de inteligência competitiva, que apresenta uma avaliação criteriosa da economia do Espírito Santo. Empresas que quiserem se instalar e investir no Estado podem usar o Anuário para tomar uma série de decisões. Para a Federação das Indústrias e mais especificamente para o IEL, o lançamento desse importante documento é motivo de muita satisfação”, falou Dias.

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, falou sobre a importância do Anuário, uma vitrine da indústria do Estado. “Nesta publicação nós mostramos a força do Espírito Santo e das suas empresas. É uma grande fonte de pesquisa e também serve para apresentar a robustez do Estado. A nossa indústria é responsável por 38,5% da composição do PIB capixaba, e o Anuário mostra essa força. Somos os únicos no país a ter esse instrumento e já recebemos alguns convites de outras federações, que querem entender o processo para depois implantar nos seus respectivos estados”, frisou ele.

O governador Renato Casagrande abordou o significado das 200 maiores empresas do Estado para a economia. “Eu gostaria de agradecer como capixaba a todas essas empresas que geram dignidade e oportunidade, por meio do emprego e da renda, realizando suas atividades mesmo com os riscos de investimento. Em um momento de economia mundial e nacional frágeis, essas empresas estão aqui, fazendo o dever de casa. Como liderança política, agradeço a disposição e empenho de todas”, enfatizou.

IEL-ES anuncia as 200 maiores empresas em atuação no Estado

Em sua 18ª edição, Anuário IEL é vitrine

para a indústria capixaba

Além do lançamento do Anuário, entidade premiou organizações e empreendedores

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Inovação

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A situação é crítica: ou haverá racionamento ou faltará energia no país no ano que vem, caso não caiam chuvas de grandes proporções nos próximos meses

e o verão chegue com temperaturas muito altas. Essa é a análise de especialistas da indústria espírito-santense, que dão a receita para minimizar o problema: investir em eficiência energética e em geração própria. O alarme se deve a dois fatores: a chegada da estação mais quente do ano, quando normalmente o consumo dispara; e o nível dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, atualmente muito abaixo de suas capacidades.

Principal matriz energética do país, a geração hidráulica não atende de forma segura às necessidades da população, por isso todas as usinas térmicas, mais poluentes e caras,

operam hoje no limite máximo de sua capacidade produtiva. Essa situação cria a expectativa de um novo reajuste, da ordem de 18% a 20%, na conta de energia no próximo ano, segundo o vice-presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) do Sistema Findes, Carlos Jardim Sena. Ele acredita que o preço continuará subindo nos próximos três anos.

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, lembrou que somente neste ano houve aumento de quase 30% na conta de luz, o que impactou de forma muito negativa a competitividade das empresas nacionais e resultou em alta de 6% nos preços dos produtos em geral. “Existe uma preocupação com novos reajustes e um possível racionamento de energia, o que é péssimo para a economia, que não cresce”, lamentou.

por Rafael Guzzo e Flora Viguini

Especialistas mostram preocupação com o cenário energético em 2015 e dizem que saída para evitar interrupções no fornecimento será forçar redução do consumo. Situação é considerada pior do que em 2001

Indústria

Racionamento ou apagão!

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O presidente do Conerg, Nélio Rodrigues Borges, comparou o atual cenário com a crise vivida em 2001, quando houve racionamento e diversos blecautes pelo país, e garantiu que o quadro atual é “muito pior”, já que não houve medidas mais imediatas nem um alerta para a sociedade reduzir o consumo. “Naquela época, o Governo Federal estabeleceu uma meta de redução no uso de energia da ordem de 20%, com multa para quem não atingisse esse índice. Este ano, pela demora do Governo em tomar uma atitude, é possível que essa meta chegue a 30%, um percentual muito difícil de ser alcançado. A indústria consegue chegar no máximo a 20%, a partir de programas de eficiência energética”, alertou.

A indústria já precisou reduzir a produção para conter o consumo e, se tiver que diminuir mais ainda o uso de

eletricidade para contribuir com uma política de racionamento, isso se refletirá na arrecadação de impostos e na renda dos brasileiros, com queda ainda maior na produção industrial e um possível quadro de demissões. “Na nossa análise, a ideia principal é a de não racionar mais ainda a energia na indústria, que já tem contribuído para essa economia desde março deste ano, pois, além desse agravante, ainda há outros: o câmbio desfavorável e as políticas do Governo Federal para o comércio exterior, que não têm sido eficazes. Logo, a indústria não tem pernas para enfrentar novo corte de energia”, argumenta.

Marcos Guerra lembrou que alguns dos segmentos industriais mais significativos estão entre os que mais demandam energia em seu processo de produção. “No bene-ficiamento de minério de ferro, a energia corresponde a 13% do custo total, e esta é uma área estratégica para o Espírito Santo. No ramo de cerâmica vermelha, esse percentual ultra-passa 10%; no frigorífico, é de 7,5%; e no moveleiro, 4%. Isso tudo gera um aumento em cadeia dos bens de consumo. Além de provocar inflação, consome parte do salário da população, que já está endividada”, ressaltou.

O presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado (Sindiplast-ES), Neviton Helmer Gasparini, ressaltou que a indústria pode amargar mais de dois anos de crise: “Houve investimento em energia, mas apenas de médio e longo prazo. Isso mostra a irresponsabilidade do Governo Federal. A economia está desaquecida, e estamos vivendo uma situação de carga fiscal gigantesca. Se nenhuma atitude emergencial for tomada, isso vai se refletir na baixa produção, podendo ocorrer demissões. O baque será muito maior nos setores metalúrgico e de plástico”.

Outro fator agravante é a aplicação das bandeiras tarifárias, que começam a vigorar em 2015, nas designações: verde, para condições favoráveis de geração; amarela, nas menos

“As indústrias podem se tornar parceiras, com produção a partir de biomassa, ou mesmo instalando painéis fotovoltaicos em seus telhados”Luiz Fernando Schettino, diretor-geral da Agência Estadual de Serviços Públicos de Energia do Espírito Santo (Aspe)

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Inovação

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favoráveis; e vermelha, nas condições mais caras de produção de energia. Nas duas últimas hipóteses, a iniciativa pode onerar em até R$ 1,50 (bandeira amarela) e até R$ 3,00 (bandeira vermelha) a conta de luz para cada 100 quilowatts consumidos. A tendência é que o regime de bandeiras já comece no pior cenário possível, de cor vermelha.

O aviso dado pelo setor produtivo não é recente. Em abril, o Conerg emitiu nota técnica em que alertava para o panorama ameaçador, propondo a adoção da Norma ISO 50.001, que trata do sistema da gestão de energia. O risco de apagões, explicou Carlos Sena, não é generalizado, devido ao fato de os cortes serem seletivos. “A frequência de distribuição é de 60 hz e, quando a velocidade de consumo é muito alta, há redução na frequência. Isso dispara sistemas de alívio de carga, os quais, por meio de rejeição seletiva, tentam reequilibrar o sistema para que a falta de energia não se generalize para todo o país. Isso aconteceu, por exemplo, no último blecaute, na Região Nordeste e em parte do Sudeste. Foi um afundamento de rede, colocou o Nordeste todo no escuro”, explicou.

MotivosEscassez, racionamento, apagão. Palavras que há mais de

uma década deixaram de estar no noticiário agora voltam com tudo, e permanecerão sendo citadas com frequência não só no próximo ano, mas também em 2016, conforme análise técnica do Conerg. Nélio Borges frisou que a área energética do país segue desequilibrada desde o ano passado, após a presidente Dilma Rousseff assinar o decreto

que tinha a intenção de garantir a redução das tarifas de energia em até 20%. O tiro, no entanto, saiu pela culatra. A falta de chuvas exigiu maior geração térmica, puxando os preços para o limite previsto na legislação.

“De um ano pra cá, não houve avanço, soluções nem investimentos para esse setor. Vale ressaltar que o consumo de energia não para. Ele está em constante crescimento, geralmente de 2% acima do índice de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Embora durante este período a indústria tenha diminuído o consumo de energia em até 3% para contribuir com essa racionalização, o comércio e a população o aumentaram em quase 6%”, destacou.

O que as empresas devem fazer

1) Buscar a eficiência energética: produzir usando menos energia, com aplicação da Norma ISO 50.001 •� Algumas orientações são a substituição de lâmpadas fluorescentes por LED, projetos de ventilação e uso de telhas translúcidas, para garantir a iluminação diurna.

2) Autogeração: buscar produzir a própria energia é um rumo a ser seguido.• O uso da biomassa e a geração solar são algumas

alternativas. Empresas que usem gás para queima podem investir em turbinas e usar o combustível.

3) Investir na gestão: ter uma equipe técnica qualificada para gerir a eficiência energética, desde a contratação até o próprio programa de eficiência energética. • Empresas menores podem procurar o Senai-ES para

obter orientações ou contratar empresas de consultoria.

“Houve investimento em

energia, mas apenas de médio e longo

prazo. Isso mostra a irresponsabilidade

do Governo Federal”Neviton Helmer

Gasparini, presidente do

Sindicato da Indústria de

Material Plástico do Estado

(Sindiplast-ES)

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O presidente do Conerg acredita que o período eleitoral atrapalhou uma possível recuperação do setor, já que o Governo preferiu evitar o desgaste de uma política de alerta para a necessidade de redução do consumo. “Terá de ser maior o tempo para resolver o problema, o que pode acarretar dois anos ruins para a indústria”, explicou.

Se de um lado a indústria está ciente da situação crítica vivida no setor elétrico brasileiro, de outro, o Governo Federal parece ignorar o quadro. Carlos Sena reclamou que as decisões são muito mais pautadas na questão política do que na técnica. “Tem sido passada para a população a mensagem de que existe fartura de energia, mas, na condição em que os

reservatórios estão agora (final de outubro), se não tivermos chuvas até maio, em proporções bíblicas, nem temperaturas mais amenas no verão, teremos um verão com muito corte seletivo de carga e apagões sistêmicos”, alertou.

SaídasA única forma de lidar com o problema é, no curtíssimo

prazo, buscar intensamente uma maior eficiência energética. Algumas indústrias podem maximizar a fabricação dos itens que demandam menor uso de energia em detrimento dos que necessitam de maior consumo energético, lembrou Nélio Borges. Mas isso apenas não basta: é preciso inovar e buscar soluções, como projetar estruturas que favoreçam a ventilação e não demandem climatização de ambientes e o uso de materiais transparentes no teto das edificações, aproveitando ao máximo a luz do dia, por exemplo.

“Comprar energia de outra concessionária é uma possibilidade. É possível fazer um processo para substituir a energia vinda das hidrelétricas e térmicas por outras, como a solar e de biomassa. É possível adicionar uma turbina ou um gerador para utilizar gás natural. Se a indústria tiver uma caldeira, pode usar biomassa que possa queimar. Enfim, cada indústria tem que analisar o que é melhor e suas condições para isso”, aconselhou.

Borges ressaltou que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) oferece soluções para otimizar o consumo de energia, dando orientações aos empresários. Esse processo de eficiência energética é valioso, e Carlos Sena lembrou que é necessário ter uma equipe preparada, capacitada para implementá-lo com excelência.

Investir na autogeração é, em prazo mais longo, outra saída. A energia solar pode ser uma alternativa para diversos tipos de atividade, assim como a geração eólica. Mas no nível governamental, isso não basta, segundo Sena. É preciso criar novas usinas termelétricas a óleo e carvão – que, apesar de

Os números da crise

O preço da energia deve subir em 2015

Deve ser a meta de economia durante o racionamento

Já subiu a conta de luz apenas neste ano

De 18 a 20%:

27%:

30%

“Na nossa análise, a ideia principal é a de não racionar mais ainda a energia na indústria, que já tem contribuído para essa economia desde março deste ano”Nélio Rodrigues Borges, presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg)

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Inovação

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maior jazida de urânio do mundo e detém a tecnologia mais eficiente para seu enriquecimento. Infelizmente, a população tem uma visão equivocada deste tipo de energia”, lamentou.

O presidente do Sindicato da Indústria Moveleira de Colatina (Sindimóveis), Ortêmio Locatelli Filho, é mais otimista. Ele acredita que o Governo precisa dialogar com as concessionárias de energia, a indústria, o comércio e a população para encontrar a saída. “Um caminho importante é conscientizar, fazer campanhas, mostrando que o país precisa crescer e aprender a economizar energia. Não se pode pensar só em punição para que o consumo seja reduzido. É fundamental educar”, recomendou.

Consequências do apagão

• Indústrias menos competitivas• Redução no número de empregos• Inflação mais alta• Aumento da inadimplência• Estagnação da economia

serem mais poluentes, são a única solução rápida: “Está na moda falar de geração eólica, solar, mas isso não resolve nossa situação. A eólica sofre de sazonalidades, assim como a hidrelétrica, e a solar requer investimento muito alto. São boas alternativas, mas não servem para o atual cenário.”

Em um prazo mais longo, a produção termonuclear é uma opção apontada por Sena. Ele lembrou que, apesar da má fama, as usinas nucleares produzem energia limpa, a partir de um processo quase sempre seguro. “O Brasil tem a quinta

“Um caminho importante é conscientizar,

fazer campanhas, mostrando que

o país precisa crescer e aprender a economizar energia”

Ortêmio Locatelli Filho, presidente do Sindicato da

Indústria Moveleira de Colatina

(Sindimóveis)

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Indústria em Ação

DemanDas De petróleo e gás são DiscutiDas no seminário iHs

Os desafios do setor de petróleo e gás, o cenário econômico e a oferta de equipamentos e serviços foram alguns dos temas abordados no Seminário IHS, realizado no dia 27 de outubro, no Plenário da Findes. Uma ação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) por meio do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), o evento teve como palestrante o diretor de Pesquisa da empresa IHS, Carlos José Rocha de Oliveira Castro. Em sua apresentação, Castro falou da importância de se compreender o futuro dos mercados de petróleo e gás, além do impacto do ambiente dinâmico de custos. “Compreender as forças impulsionadoras que afetam a indústria, a dinâmica de preços e as tecnologias e as tendências emergentes é essencial para desenvolver as suas estratégias de negócios em curto e longo prazo”, frisou ele, ao lembrar ainda que a IHS tem uma visão independente do cenário oficial em relação ao mercado de petróleo e gás no Brasil, sobretudo na área de exploração e produção, e de como ela se relaciona com a indústria naval.

semana nacional De ciência e tecnologia fecHa com salDo positivo

Casos de sucesso desenvolvidos por empresas e instituições que investiram em projetos inovadores, além de debates e palestras, embalaram a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Promovida simultaneamente em todos os estados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e seus parceiros, o evento movimentou o mês de outubro. Em Vitória, a realização foi feita pelo Sistema Findes, por meio do Senai-ES, pelo Sebrae-ES e pelo Instituto Brasileiro da Inovação. A Semana terminou no 17 de outubro, com o I Fórum Capixaba de Tecnologia e Inovação, no Plenário do Edifício Findes. O encontro debateu assuntos e atividades capazes de popularizar a ciência. Para o gerente da Divisão de Inovação do Sistema Findes, Iomar Cunha, empresários e empreendedores tiveram a oportunidade de reciclar informações e debater temas atuais que envolvem tecnologia e inovação. “Nossa ideia é ampliar a oferta de eventos dessa natureza e, por consequência, aproximar nosso empresário das grandes questões tecnológicas, contribuindo para a melhoria de sua competitividade”, disse.

conselHo De representantes Da finDes recebe novos membrosSete presidentes de sindicatos filiados ao Sistema Findes tomaram posse no Conselho de Representantes da entidade no dia 30 de outubro. Quatro deles foram reeleitos e permanecerão no posto até 2017: Ortêmio Locatelli Filho, do Sindmóveis; Gibson Barcelos Reggiani, do Sindicacau; Loreto Zanotto, do Sindipedreiras; e Mariluce Polido Dias, do Sindutex.Três novos presidentes das entidades patronais foram escolhidos para o mandato 2014-2017: Delson Assis Cazelli, do Sinvel; Glaucio Antunes de Paula, do Sindipapel; e Levi Tesch, do Sindimassas. O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, deu posse aos membros do grupo e os acompanhou no descerramento das placas que compõem a galeria dos presidentes de sindicatos da Federação.“Fico muito feliz com a chegada de novos industriais e com a continuidade de voluntários que há anos contribuem com a indústria capixaba. Temos um número crescente de pessoas atuando em todas as regiões do Estado, engrandecendo a imagem da Federação, participando ativamente do desenvolvimento do Espírito Santo. O Conselho é um espaço de muito diálogo e boas ideias. Ter profissionais que se dispõem a compartilhar experiências, trazer demandas e debater soluções, contribui muito para o fortalecimento da indústria capixaba”, explica Guerra.

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IEL-ES EncErra póS-graduação Em gEStão dE obraS

Depois de por 12 meses, 57 profissionais da indústria da construção civil encerraram a pós-graduação em Gestão de Obras. Inédita no Estado, a capacitação foi idealizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), viabilizada em parceria com o Conselho Regional de Administração (CRA-ES), o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-ES), das Faculdades Integradas Espírito-Santenses (Faesa) e o Senai-ES.

O objetivo foi atender a demanda de administradores em canteiros de obras com mais rapidez, desenvolvendo competências para planejamento de um empreendimento, acompanhamento da execução, medição e análise de resultados, visando à melhoria dos processos.

“Gerir uma obra é lidar com aspectos como finanças e mão de obra. Após a capacitação, o engenheiro poderá executar mais obras em menos tempo, porque poderá focar sua área, fazendo com que mais projetos possam ser lançados”, afirmou o vice-presidente da Findes e presidente do Conselho de Infraestrutura (Coinfra), Sebastião Constantino Dadalto.

dIrEtorIaS rEgIonaIS da fIndES prESEntES no EnaI 2014Ações desenvolvidas pelo Sistema Findes foram apresentadas no 9º Encontro Nacional da Indústria (Enai), realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos dias 5 e 6 de novembro, em Brasília. Participaram do evento o presidente Marcos Guerra e outros 50 líderes industriais.Após a apresentação, Marcos Guerra foi homenageado pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e pela gerente de Desenvolvimento Associativo da CNI, Camilla Cavalcanti, recebendo um troféu em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos pela Findes em prol do associativismo.

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Inovação

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Estado é pioneiro na criação de ferramenta para desburocratizar contratações

por Taís Hirschmann

P ara ser contratado por uma grande companhia, todo trabalhador precisa passar por uma série de testes e treinamentos, além de cumprir algumas exigências

burocráticas. Só depois ele pode começar a exercer a função para a qual foi admitido. Esse período costuma demandar de 30 a 45 dias. Diante da demora, que representa prejuízo para a empresa, o setor de construção civil capixaba resolveu se mobilizar e apresentar uma ideia inovadora para desburocratizar as contratações no Estado: a criação do Passaporte Industrial.

Lançado oficialmente, o Passaporte Industrial consiste em um programa para agilizar a contratação de colaboradores por meio da padronização de procedimentos, permitindo que os trabalhadores das prestadoras de serviços possam atuar em grandes plantas

Saúde

Passaporte industrial

“Estamos discutindo o Passaporte Industrial dentro de um tema maior, que é produtividade e

competitividade. Temos a previsão de implantar o programa

no segundo semestre de 2015”

Wilmar dos Santos Barroso Filho, presidente da Câmara Setorial das

Indústrias de Base e Construção

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Santo, tendo uma boa aceitação do público presente, segundo o presidente da Câmara Setorial das Indústrias de Base e Construção do Sistema Findes, Wilmar dos Santos Barroso Filho.

O documento, que está sendo elaborado em conjunto por sindicatos e grandes empresas – como ArcelorMittal, Fibria, Samarco e Vale –, tem o apoio do Sistema Findes e pretende ser estendido para todas as demais plantas industriais do Estado. “Estamos discutindo o Passaporte Industrial dentro de um tema maior, que é ‘produtividade e competitividade’. E esperamos um resultado bastante satisfatório para todos. Temos a previsão de implantar o programa no segundo semestre de 2015”, afirma Barroso.

Hoje, o tempo gasto para realizar o processo de contra-tação de um funcionário representa perda de produtividade. Em uma estimativa hipotética, para uma empresa que contrata por mês 3 mil trabalhadores a um salário médio de R$ 2 mil, o prejuízo chegaria a R$ 6 milhões. “Identificamos essa perda de produtividade, que consideramos muito grande, tanto para as fornecedoras como para as contratantes. E como estamos desenvolvendo esse tema na Câmara, queremos unificar esses treinamentos, fazendo uma matriz comum a todas as indústrias”, diz Barroso.

A ideia é desburocratizar para ganhar tempo. “O Passaporte Industrial é uma ferramenta importantíssima para reduzir a burocracia existente nos processos das grandes empresas contratantes. Pretendemos reduzir o prazo para até 15 dias, porque vamos suprir uma série de exigências que as empresas fazem”, explica o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Aristoteles Passos Costa Neto.

Principais entraves que motivaram a criação do Passaporte Industrial

Redundância de requisitos dos contratantes, acarretando custos expressivos e desnecessários

Perda de tempo e de produtividade

Burocratização do processo, elevando o tempo de resposta

Dificuldade de obter no mercado mão de obra qualificada

A própria rotatividade da mão de obra

industriais. Com esse documento, as empresas conseguem contratar mais em menos tempo e, com isso, tornarem-se potencialmente mais competitivas.

O programa está em fase de capacitação, voltada para as indústrias de base e construção pesada, e foi apresentado na Expo Construções - Feira da Construção do Espírito

“O Passaporte Industrial é uma ferramenta importantíssima para reduzir a burocracia existente nos processos das grandes empresas contratantes. Pretendemos reduzir o prazo para até 15 dias, porque vamos suprir uma série de exigências que as empresas fazem”Aristoteles Passos Costa Neto, presidente do Sinduscon-ES

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Inovação

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Para o presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) do Sistema Findes, Haroldo Olívio Marcellini Massa, o Passaporte Industrial representa um ganho significativo de tempo e de mobilização. “O programa representa uma grande melhoria na qualidade da seleção, e segurança para o trabalhador. É a garantia do trabalhador que, se convocado para o trabalho, estará disponível para início imediato. A evolução deste instrumento ainda é embrionária, mas temos objetivos e metas concretas e certamente vamos conseguir atingi-las. E isso é de grande importância para o momento do nosso Estado”, afirma Massa.

SamarcoA engenheira de Segurança do Trabalho da Samarco

Mineração Fabíola Lopes Pereira integra o grupo de estudos para a elaboração do Passaporte Industrial. “É um projeto grandioso, que vai trazer muitos benefícios para as empresas. A Samarco vai ter um ganho muito grande, tanto na mobilização quanto na rotatividade dos empregados”, avalia.

Além disso, Fabíola cita que o projeto deve resolver em parte um problema bastante comum, hoje, no meio industrial, que é a falta de qualificação. “Hoje é difícil conseguirmos contratar funcionários com o grau de qualificação necessário, e com esse projeto as empresas vão treinar os empregados o tempo todo. Acredito que vamos agregar muito valor às contratações, além de desburocratizar o processo”, conclui.

“É um projeto grandioso, que vai trazer muitos benefícios para as empresas. A Samarco vai ter um ganho muito grande, tanto na mobilização quanto na rotatividade dos empregados”

Fabíola Lopes Pereira, engenheira de Segurança do Trabalho da Samarco Mineração

Passo a passo para a implantação do Passaporte Industrial

• Novembro de 2013 – É lançado oficialmente o Passaporte Industrial, durante o III Seminário de Construções Civis e Montagens Industriais.

• Janeiro de 2014 – O projeto entra na fase de sensibilização e é tema de reuniões na Câmara Setorial da Indústria de Base e Construção do Sistema Findes.

• Setembro de 2014 – A Câmara Setorial da Indústria de Base e Construção do Sistema Findes promove o workshop “Passaporte Industrial – Capacitação”, para discutir a criação do documento.

• Novembro de 2014 – Os primeiros estudos do Passaporte Industrial foram apresentados na Expo Construções - Feira da Construção do Espírito Santo, no Carapina Centro de Eventos, no município da Serra.

O próximo passo é envolver instituições como Ministério do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho, Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (Sectti), Sesi-ES e Senai-ES.

• Junho de 2015 – Previsão de implantação do Passaporte Industrial, programa pioneiro para desburocratizar contratações de funcionários.

Inicialmente, o programa vai envolver as empresas da construção civil, mas a intenção é abranger todos os setores produtivos. Só o Sinduscon possui 220 empresas associadas, sendo que um terço delas presta serviços ao setor industrial, um dos que mais empregam no Estado. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), só no mês de setembro a indústria e a construção civil foram responsáveis pela criação de 1.361 novos postos de trabalho no Espírito Santo.

“O programa representa uma grande melhoria na qualidade da seleção, e segurança para o trabalhador. É a garantia do trabalhador que, se convocado para o trabalho, estará disponível para início imediato”Haroldo Olívio Marcellini Massa, presidente do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt)

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Indústria Capixaba – Findes48

Indústria

N o ano em que anunciou o Plano de Investimentos de R$ 150 milhões, volume feito até 2017, o Sistema Findes segue realizando ações para o fortalecimento da indústria

em diferentes regiões do Espírito Santo. Os municípios de Linhares, Sooretama e Rio Bananal, por exemplo, que compõem a diretoria Regional da Findes em Linhares e respondem por um importante polo industrial, serão beneficiados com a reforma e a ampliação do Centro Integrado Sesi/Senai/IEL. A solenidade de assinatura da ordem de serviço para o início das obras, orçadas em R$ 9,7 milhões, aconteceu no dia 21 de outubro na Regional de Linhares. Marcaram presença no evento o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; o vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento; o prefeito da cidade, Jair Correa; o prefeito de Rio Bananal, Edimilson Santo Eliziario; e o vice-prefeito de Sooretama, José Belisário Correa; entre outros. Após as obras, que devem terminar em dezembro de 2015, o Centro Integrado contará com mais três laboratórios e 18 novas salas de aulas. As salas atuais serão destinadas a outras atividades. Serão atendidos 960 alunos da educação regular e 400 da educação profissional que utilizam os ambientes no período noturno. O Sesi terá novo auditório, quadra poliesportiva com grande estrutura e uma nova Central

de Atendimento ao Cliente. Percebendo a grande importância do setor moveleiro para a região, o Senai também apresentará melhorias na Oficina de Marcenaria, com um sistema de filtragem e exaustão de poeira servirá para ampliar as condições de aprendizagem para 440 estudantes. Serão modernizados ainda oito laboratórios. Já o IEL ganhará mais espaço para atender às demandas do empresariado da região.

O Centro Integrado Sesi/Senai/IEL de Colatina é outro que receberá grandes investimentos do Sistema Findes. A ordem de serviço, que também aconteceu no dia 21 de outubro, representa um investimento de R$ 6,5 milhões. De acordo com Marcos Guerra, o Senai de Colatina prati-camente dobrará de tamanho, em um trabalho feito para atender, por meio das ATMs, escolas móveis ou parcerias, a setores que vão do vestuário até a indústria de cerâmica. “Vamos inaugurar, praticamente, uma obra por mês. Este é o maior investimento da história da Findes, um investimento que vai preparar toda a indústria para as mudanças que teremos nos próximos anos”, destacou Guerra. Estiveram presentes também o vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin; e o vice--prefeito de Colatina, Alecio Sesana.

Centros em Linhares e Colatina recebem investimentos

O Centro Integrado Sesi/Senai/IEL de

Linhares vai passar por obras de reforma

e ampliação. Entre as melhorias,

a criação de três laboratórios e 18 novas

salas de aulas

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Findes inaugura núcleo de TreinamenTo em nova venéciaO Sistema Findes inaugurou no dia 19 de novembro o Núcleo de Treinamento Sesi/Senai/IEL em Nova Venécia. O espaço faz parte da nova sede do Núcleo da Findes em Nova Venécia e região. Com um investimento de R$ 218 mil, o projeto foi feito em uma parceria com a prefeitura da cidade, que cedeu um prédio no ano passado. As obras contemplaram a reforma da estrutura física e na criação de ambientes apropriados para atuação do Sesi-ES, Senai-ES e IEL-ES como salas de aula multiuso e setor administrativo. O evento aconteceu nas instalações do Núcleo de Treinamento e contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do vice-presidente institucional da entidade em Nova Venécia e região, José Carnieli; e do prefeito de Nova Venécia, Mário Sérgio Lubiana, entre outros. O Núcleo da Findes em Nova Venécia e região abrange ainda os municípios de Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Ecoporanga e Vila Pavão.

desenvolvido. Giacomin palestrou ainda para os alunos do curso de Eletricista Instalador Predial. A ATM deverá inclusive ampliar o seu leque de opções, por meio de uma parceria com a prefeitura. O espaço oferecerá também os cursos de Pedreiro em Alvenaria Estrutural, Pintor de Obras, Instalador Hidráulico, Mecânico de Manutenção em Freios, Mecânico Suspensão e Direção Automotiva de Motores, Eletricista de Automóveis, Injeção Eletrônica, Mecânico de Motocicletas, Pintor Automotivo e Funileiro de Automóveis.

unidade de soldagem é entregue no município

Giacomin aproveitou a oportunidade para entregar em São Gabriel da Palha uma Unidade Móvel de Soldagem. Foram apresentados na ocasião os benefícios que os cursos do Senai promovem. O vice-presidente institucional frisou que a unidade demonstra a vontade da Federação das Indústrias de interiorizar o desenvolvimento e descentralizar suas ações por meio das Diretorias Regionais. “O nosso objetivo é levar qualificação profissional de qualidade para onde o industrial está. E preparar a população para atender às futuras plantas industriais que se instalarão na região. Vamos trazer mais cursos para o município, como Oficina Mecânica de Automóveis e Marcenaria, por meio da Agência de Treinamento Municipal, que é uma importante parceria com a Prefeitura de São Gabriel da Palha”, enfatizou.

Desde a sua inauguração, há um ano, a Agência de Treinamento Municipal (ATM) de São Gabriel da Palha tem promovido uma grande contribuição à qualificação de mão de obra na região. A ATM certificou mais de 300 estudantes nos cursos de Costureiro Industrial do Vestuário, Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão, Mecânico de Máquinas de Costura, Auxiliar Administrativo, Modelista, Almoxarife, Montador e Reparador de Computador. O vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin, e a gerente do Centro Integrado Sesi/Senai/IEL de Colatina, Maria Augusta Zaché Miranda, estiveram na estrutura no dia 22 de outubro e puderam conferir de perto o trabalho

aTm capaciTou mais de 300 em são gabriel da palha

Núcleo deverá oferecer 520 matrículas ao ano

Agência abre portas no mercado de trabalho para jovens na região

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Inovação

Indústria Capixaba – Findes50

As licenças ambientais agora podem ser solicitadas pelo site do Iema

por Yasmin Vilhena

L ançado em junho deste ano pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o Sistema de Licenciamento Ambiental Online

(Iema Online) vem facilitando a vida do empresariado capixaba que precisa solicitar e emitir Licenças Ambientais Simplificadas e Únicas. O serviço, que anteriormente só podia ser feito na sede do órgão, em Cariacica, agora pode ser realizado pelo site do instituto (www.meioambiente.es.gov.br). Representando a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), Wilmar Barros Barbosa, esteve presente durante o evento de lançamento do sistema, que contou ainda com a participação do governador Renato Casagrande e do diretor-presidente do Iema, Tarcísio Föeger, além de autoridades locais.

“Essa foi uma das demandas do Consuma entregue ao governador em 2013. A parte documental ganhará agilidade, facilitando, assim, a vida dos industriais. Esse é um passo importante que o Governo do Estado dá para romper um entrave burocrático que a tecnologia avançada dos tempos atuais não permite mais que exista”, afirmou Wilmar Barbosa.

Sustentável

Iema Online facilita a vida do empresário

O primeiro módulo do Iema Online possibilita que sejam emitidas Certidões Negativas de Débitos Ambientais (CNDA) e dispensas de licenciamento, além de licenças simplificadas e licenças únicas, referentes a empreendimentos de pequeno porte. De acordo com o diretor-técnico do Iema, Elias Morgan, a iniciativa ajuda a desburocratizar o serviço, trazendo um significativo benefício para o empreendedor capixaba.

IEMA ONLINE

O primeiro módulo do Iema Online permite a solicitação/emissão de:• Certidões Negativas de Débitos Ambientais (CNDA)

• Dispensas de licenciamento

• Licença Ambiental Simplificada (LS)

• Licença Ambiental Única (LU)

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de licenciamento, pois para lançar um sistema na web temos que dar um passo de cada vez, acrescentando as tipologias necessárias com o passar do tempo. Tudo que é novo assusta em um primeiro momento. Então, é importante quebrarmos esse paradigma e essa resistência cultural, tanto do público interno quanto do público externo”, afirma Elias Morgan.

De acordo com Wilmar Barbosa, a implantação do primeiro módulo ajuda a reduzir os custos com deslocamentos, pois os empresários do interior não precisam se locomover com tanta frequência para a Grande Vitória. “Essa é uma grande virada. Hoje, quando você emite qualquer protocolo do Iema, dá para acompanhar todo o processo pela internet. Antes, o empresário ou o consultor por ele contratado precisava ir até a sede do órgão, o que demandava tempo e esforço logístico. O custo dessa operação também era alto, pois eles não iam só uma vez. Tudo que facilita a vida do empreendedor e que ajuda a reduzir a burocracia e o custo deve ser considerado como resultado positivo. A indústria capixaba tende a se fortalecer ainda mais com esse tipo de serviço. É um avanço muito significativo”, comemora.

O engenheiro ambiental Pedro Maia, que também é consultor da Rio Minas Geologia, de Cachoeiro de Itapemirim, compartilha da opinião de Barbosa. “O sistema facilita não só a vida dos empresários, mas também das empresas de consultoria que lidam diariamente com esse tipo de serviço. O Iema Online proporciona uma agilidade muito grande aos processos”.

De acordo com o Iema, o Sistema de Licenciamento Online deverá incluir de forma gradativa licenças ambientais para empreendimentos de médio e grande impacto ambiental. O contrato para implementação da tecnologia foi de aproximadamente R$ 2,8 milhões.

“Essa é uma mudança de paradigma excelente em toda a sistemática operacional do órgão público competente para agir na área ambiental. Temos vários pontos importantes, como a celeridade do processo e sua disponibilização. A plataforma web possibilita que as pessoas tenham acesso mais amplo aos serviços do Iema, a partir de qualquer lugar. Basta ter um computador”. A ferramenta facilita a busca e o manuseio de informações no licenciamento ambiental, além de dar à sociedade mais transparência acerca das ações do órgão. Com o Iema Online, a utilização do serviço público passa a ser otimizada, e o tempo gasto com análises de documentos poderá ser revertido em vistorias em campo.

SERVIÇOSO sistema, que atualmente se situa no primeiro módulo

de desenvolvimento, emite licença simplificada on-line para torres de telefonia; aplicações de produtos para o controle de pragas e vetores; e, ainda, para o transporte rodoviário. A licença única se encontra disponível para a atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos. “O primeiro módulo é o que há de mais simples no processo

“O primeiro módulo é o que há de mais simples no processo de licenciamento, pois para lançar um sistema na web temos que dar um passo de cada vez, acrescentando as tipologias necessárias com o passar do tempo”

Elias Morgan, diretor-técnico do Iema

LICENÇAS AMBIENTAIS – O QUE SÃO?

Dentro do processo de licenciamento ambiental, existem diferentes tipos de licenças a serem emitidas, que variam de acordo com o tipo de empreendimento. As três principais são Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). Elas são exigidas para empreendimentos de grande potencial poluidor, como portos, siderúrgicas, beneficiamento de

rochas e exploração de petróleo onshore. Para licenciá-los, o empresário deve

apresentar um Estudo de Impacto Ambiental e um Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) ao

solicitar a primeira delas, a LP. Conforme o andamento do processo

de licenciamento ambiental e o cumprimento

das exigências impostas pelo órgão ambiental para cada fase do

empreendimento, são concedidas consecutivamente a LI e a LO.

“Tudo que facilita a vida do empreendedor e que ajuda a reduzir a burocracia e o custo deve ser considerado como resultado positivo” - Wilmar Barros Barbosa, presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma)

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Indústria em Ação

O presidente emérito do Sistema Findes e suplente de senador Sergio Rogerio de Castro narrou sua trajetória de vida em mais uma edição do projeto

Contando Histórias. Realizado no dia 25 de novembro, o evento reuniu convidados no Salão da Indústria e no auditório do 1º andar do prédio do Findes.

Para contar sua história, Sergio Rogerio dividiu os principais momentos de sua vida em quatro blocos: “Minhas Origens”, “Empreendedorismo”, “Voluntariado” e “Política”, cada um iniciado com trilha sonora específica.

O convidado falou sobre a “casa musical”, onde cresceu em Muriaé, Minas Gerais. Narrou sua ida ao Rio de Janeiro para estudar no Colégio Pedro II até chegar à mudança com a família para Vitória, movido por uma ideia inovadora: substituir os sacos de café feitos de algodão pelos de material sintético. Na época, ele havia conseguido um financiamento do Bandes para colocar seus planos em prática.

Foi no Espírito Santo que seu lado empreendedor mais se desenvolveu. Depois de muitos anos de luta no mercado, veio a decisão de investir em copos descartáveis. Atualmente, com mais de 40 anos de tradição na produção de embalagens plásticas de polipropileno, a Fibrasa, empresa que ele fundou, conquistou a confiança do consumidor, atendendo todo o território nacional e também a América Latina.

O empresário fez questão de destacar suas atuações na Associação dos Empresários da Serra (Ases), que presidiu no mandato de 1978/1982; no Espírito Santo em Ação;

e no Rotary Club. Também mostrou a importância de suas atividades na Federação das Indústrias do Espírito Santo, na Confederação Nacional da Indústria, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e na carreira política.

Sergio Rogerio contou com a participação de amigos que o ajudaram a lembrar os fatos relevantes em cada bloco. A esposa, Anamaria Castro, contou sobre a mudança para Vitória; o primeiro funcionário da Fibrasa, José Cláudio Grijó, falou sobre o início dos trabalhos da empresa no Civit; o ex-governador do Rotary Club, Lézio Pires da Luz, explicou sobre a entidade e seus valores; o diretor-executivo do Sistema Findes, Luis Carlos de Souza Vieira, falou das mudanças implementadas por Sergio Rogerio de Castro; e o ex-reitor da Ufes, Rubens Sergio Rasselli, falou da atuação do empresário dentro da instituição acadêmica.

Ao fazer uma avaliação da sua vida, Sergio Rogerio destacou alguns pontos que o levaram ao sucesso: estudo, pontualidade, trabalho árduo, compromisso com o credor, respeito aos sócios e o bom trato com os colaboradores. “Nesta altura da vida, aprendi a pedir pouco. Quero saúde e manter o bom humor”, disse. Ele revelou, ainda, qual gostaria que fosse o seu epitáfio. “Foi um bom pai, um bom filho, um bom marido, um bom avô e um bom sócio”, disse, antes de encerrar com o poema de Fernando Pessoa, “O que Ficou”. Ele recebeu o troféu “O Contador de Histórias” das mãos do vice-presidente da Findes Aristoteles Passos Costa Neto e do presidente emérito do Sistema Findes Lucas Izoton.

Trajetória de Sergio Rogerio de Castro no Contando Histórias

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Indústria em Ação

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, foi empossado no dia 28 de outubro vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI),

em Brasília. O mandato será exercido até 2018 com o presidente reeleito, Robson Braga de Andrade.

Guerra foi escolhido para o cargo em maio deste ano e para ele a indicação para função representa um reconhecimento, mas, acima de tudo, novas possibilidades para a indústria capixaba. “A escolha do meu nome me deixa feliz e traz benefícios para o Espírito Santo, mas exige um compromisso não somente com o Estado e, sim, com as demandas de toda a indústria brasileira. Fico muito grato pelo reconhecimento do trabalho que temos realizado até aqui, mas meu objetivo é atuar ainda mais em favor da indústria e do desenvolvimento econômico do Estado e país”, ressaltou.

Para Robson Andrade, a boa atuação do presidente do Sistema Findes o credenciou para o novo desafio.

Marcos Guerra é o novo vice-presidente da CNI

“A atuação do companheiro Marcos Guerra impulsiona a indústria capixaba em todas as regiões do Estado, o que possibilita a geração de emprego e renda”, destacou.

Acompanharam o evento de posse em Brasília os vice-presidentes da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) Gibson Barcelos Reggiani e Leonardo Souza Rogerio de Castro. Além da vice-presidência, Guerra saiu do Conselho Temático de Assuntos Legislativos (CAL), do qual também era vice-presidente e assumiu a presidência do Conselho Temático de Meio Ambiente (Coema).

A chapa eleita para o próximo mandato da CNI tem ainda como primeiro vice-presidente o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf; como diretor financeiro o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Francisco Gadelha; e como diretor-secretário o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Jorge Côrte Real.

MuNdO SeNaI prOMOve vISIta àS uNIdadeSPara esclarecer dúvidas sobre as profissões industriais e conhecer os laboratórios e as instalações das escolas do Senai-ES, aproximadamente 1.900 alunos que estão concluindo o ensino fundamental ou cursando o ensino médio fizeram uma visita às nove unidades da instituição. A atividade é parte da programação do Mundo Senai, um evento nacional que mobilizou cidades de todo o país. No Espírito Santo, foi realizada nos municípios de Anchieta, Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.A programação provocou movimentação nas escolas. Os alunos visitantes puderam conhecer as várias categorias de cursos que o Senai disponibiliza e as formas de ingressar neles. Já os estudantes do Senai participaram ativamente apresentando os laboratórios e explicando as atividades. Compareceram à abertura do Mundo Senai em suas respectivas unidades o vice-presidente institucional da Findes em Anchieta e região, Fernando Schneider Kunsch; o vice-presidente institucional da Findes em Colatina e região, Manoel Antonio Giacomin; o vice-presidente institucional da Findes em Linhares e região, Paulo Joaquim do Nascimento; o vice-presidente institucional da Findes em São Mateus e região, Nerzy Dalla Bernadina Junior; e o diretor adjunto Cássio Borges Caldeira.

Marcos Guerra estará ao lado do

presidente reeleito da CNI, Robson

Braga de Andrade

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Prodfor e fundação Vanzolini assinam conVênio

Durante o IV Encontro de Negócios do Prodfor, no dia 9 de outubro, foi apresentado um convênio entre a Fundação Vanzolini e o Prodfor. Trata-se de uma cooperação em que haverá condições especiais e exclusivas para certificação pelas normas ISO para fornecedores do Prodfor.

O evento contou com a participação de fornecedores certificados e em desenvolvimento, além de mantenedoras do programa. Segundo o coordenador executivo do Prodfor pelo IEL-ES, Luciano Raizer Moura, essa é uma oportunidade de aproximação que traz vantagens para todos os envolvidos, uma vez que as mantenedoras passam a conhecer melhor o trabalho das fornecedoras e, em contrapartida, estas têm contrato com a equipe responsável pelas compras das mantenedoras e suas demandas.

No encontro, 10 grandes empresas receberam 59 fornecedores capixabas qualificados e em desenvolvimento pelo Prodfor de diversos segmentos. Ao final, 60 reuniões de negócios foram executadas.

O encontro contou ainda com as palestras apresentadas através do convênio da Fundação Vanzolini e do Prodfor, que foram adquiridas com descontos que chegavam a até 80%. “A Fundação Vanzolini é acreditada pelo Inmetro e concede certificados de conformidade de Sistemas da Qualidade baseados nas normas ISO 9001. A certificação é uma ferramenta que garante credibilidade aos negócios. Essa parceria dará condições exclusivas para certificação pelas normas ISO para fornecedores do Prodfor”, salientou Raizer.

Exploração sExual infantil Em dEbatE na findEsO Ministério do Turimo promoveu, no dia 14 de novembro um encontro para debater meios de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes. A ação, realizada no plenário do Edifício Findes, em Vitória, teve o objetivo de reforçar o uso das estratégias de prevenção a esse tipo de crime considerado hediondo.O evento contou também com a participação do Projeto Vira Vida, do Sesi Nacional, implementado no Espírito Santo em janeiro deste ano, além de apresentações de outros parceiros do Ministério do Turismo do combate à exploração sexual infantil.A superintendente do Sesi-ES, Solange Siqueira, fez a abertura oficial. “Estamos todos aqui com o mesmo propósito, pois somente a união é que faz acontecer. Percebo que as pessoas estão se engajando mais na causa, que é delicadíssima, pois trata de um tipo de crime que poucos querem enfrentar. Mas temos uma força no voluntariado que está fazendo a diferença”, disse Solange.Entre os destaques, as apresentações de Paloma Salomão, coordenadora do Pronatec Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo, e do coordenador-geral de Proteção à Infância do Ministério do Turismo, Adelino Neto, que ministrou a palestra “Prevenção da Exploração Sexual Infantil”. “Que tipo de turista nós queremos? Temos uma questão social a ser resolvida. Não faltam leis exemplares no Brasil para tratar a questão. O que falta é fiscalização, em seguida a prisão dos criminosos e, por fim, o julgamento e a condenação”, frisou.

estagiários recebem Prêmio do iel-es Por boas PráticasQuatro estagiários de empresas filiadas ao Sistema Findes receberam o Prêmio IEL-ES de Boas Práticas de Estágio no dia 2 de outubro. A premiação foi dividida em grupos de disputa.Na categoria de “Empresa de Grande Porte”, o primeiro lugar foi do estudante da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e estagiário da Escelsa Thiago Valfré Lecci. Na categoria de “Empresa de Médio Porte”, a estudante do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e estagiária da ArcelorMittal Cariacica Lorena Lopes do Santos foi a ganhadora.Na categoria “Empresa de Pequeno Porte, a vencedora foi Maiane Santana Santos, aluna do Senai de Vila Velha e estagiária da Klair Indústria. Na categoria “Sistema Indústria”, a estagiária do Sesi Jardim da Penha, aluna do Centro Universitário Uniseb, Letícia Moschen Crôve foi a contemplada.

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Indústria em Ação

O diretor-presidente da Samarco Mineradora, Ricardo Vescovi, recebeu da Findes o prêmio “Amigo da Indústria”, concedido a personalidades que

contribuem com o desenvolvimento do setor no Estado. O evento aconteceu no dia 16 de outubro, e o executivo recebeu o troféu das mãos do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, que justificou a escolha reconhecendo o trabalho desenvolvido pela Samarco em parceria com a entidade industrial e o esforço pessoal do homenageado.

“A Samarco sempre foi grande parceira, um nome muito citado entre os industriais. A empresa deu apoio à interiorização do Sistema Findes e apostou na valorização dos pequenos industriais. Vescovi, com seu perfil simples e

Diretor-presidente da Samarco recebe prêmio “Amigo da Indústria”

sincero, acrescentou muito ao relacionamento entre as duas entidades: é o presidente de grande indústria que mais visitou a Findes nos últimos anos”, ressaltou.

O diretor da Samarco agradeceu e destacou a importância das ações de interiozação do Sistema Findes. “Eu fico feliz por este reconhecimento pessoal e por saber que fui o presidente que mais visitou a Findes. Sempre acreditei que a Federação é o catalisador para a interiorização, uma entidade capaz de se fazer presente, ouvir e atender as indústrias do interior. Não basta estar no interior, é preciso ser o interior, e isso a Findes conquistou. Como capixaba, sou grato pelo prêmio e desejo que minha contribuição seja esta: trabalhar sempre para compartilhar valores entre as pessoas”, disse.

Ricardo Vescovi, diretor-presidente da

Samarco, recebeu o troféu das mãos do

presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra

AlunOS DO SenAI SãO cAmpeõeS De mOStrA tecnOlógIcA eStADuAlAlunos do Senai venceram a mostra Innova Social durante a 11ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia. Eles apresentaram o projeto “Aplicação da Técnica Fukuoka como medida compensatória em educação ambiental na indústria”.A mostra abordou aspectos sociais e sustentáveis do uso da ciência e da tecnologia e premiou o trabalho desenvolvido pelos alunos do Senai de Colatina Carlos Alberto Barbosa Junior, Josiane Rodrigues da Silva, Mateus Sandrini, Mileidy da Silva Caldonho e Robert Orlado Braz Giacomin, sob coordenação na docente Bruna Neitzel Sepulcri.O projeto prevê o uso, na indústria, da técnica do agricultor japonês Masanobu Fukuoka (1913-2008), que consiste em dar e receber da terra de forma natural, em vez de sugar os seus recursos até o seu esgotamento, gerando uma produtividade muito acima dos resultados obtidos por métodos convencionais e danosos para o solo e o meio ambiente.O Senai-ES ainda marcou presença na Semana Estadual de Ciência e Tecnologia com o projeto “Girafa Automática”, da unidade de Anchieta, exposto na Innova World, voltada para iniciativas que possam ser adotadas no mercado.Desenvolvido pelos alunos Júlio Eduardo Matias Féres, Lucas Areias Bassul, Wagner Henrique Demétrio Rapozo da Costa, sob coordenação do docente Willian Teixeira de Souza, o projeto propõe o aprimoramento da girafa hidráulica, equipamento utilizado para transporte de cargas e que se destaca por totalmente automatizado, o que aumenta a praticidade de uso e o transporte para diversos locais.

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Indicadores

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Espírito Santo, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito

Santo (Ideies), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu 3,2 pontos em outubro de 2014, em relação ao mês anterior, se posicionando abaixo da linha divisória de 50 pontos (46,9 pontos). O indicador, que havia aumentado em setembro, interrompendo seis meses de queda, voltou a

O indicador de condições atuais, apurado com base na percepção dos industriais capixabas em relação à economia, ao Estado e à própria empresa, registrou uma queda de 5,0 pontos em outubro de 2014 em relação ao mês anterior, e se posicionou bem abaixo da linha divisória de 50 pontos (38,0 pontos). O decréscimo foi influenciado por todos os itens que compõem o indicador: de condições da economia brasileira (-6,4 pontos), do Estado (-4,9 pontos) e da empresa (-4,9 pontos). Além disso, todos permaneceram na faixa

recuar em outubro, influenciado tanto pelo indicador de condições atuais como pelo de expectativas, já que ambos retrocederam. Na comparação com outubro de 2013, cujo indicador era de 53,2 pontos, o ICEI registrou um decréscimo de 6,3 pontos.

O ICEI da indústria nacional retraiu-se 0,7 ponto em outubro de 2014 para o menor valor da série histórica (45,8 pontos) e se afastou ainda mais da linha divisória

dos 50 pontos, mostrando falta de confiança do empresário. Se comparado a outubro de 2013 (cujo índice era de 53,8 pontos), houve decréscimo de 8,0 pontos. O ICEI do Brasil é composto pelas informações de Condições Gerais da Economia Brasileira, Condições Gerais da Empresa, Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

Queda na confiança do industrial capixaba

Indicadores

Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) - Espírito Santo e Brasil

Tabela 1

Mai/14 Jun/14 Jul/14 Ago/14 Set/14 Out/14

Brasil 48,0 47,5 46,4 46,5 46,5 45,8

Espírito Santo 48,9 48,1 45,6 44,7 50,1 46,9

Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

Indicador de Condições Atuais Tabela 2

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Out/13 Set/14 Out/14 Out/13 Set/14 Out/14

CONDIÇÕES ATUAIS¹ 45,2 43,0 38,0 45,4 38,8 37,7

Com relação a:

Economia brasileira 38,6 34,2 27,8 39,9 31,5 29,7

Estado 39,0 37,2 32,3 - - -

Empresa 48,4 47,1 42,2 48,1 42,6 41,6

Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

1 - Em comparação com os últimos seis meses

ÍNDICE DE CONFIANÇA (ICEI) – Outubro de 2014

Percepção do Empresário Industrial - Condições Atuais

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Percepção do Empresário Industrial – Expectativas para os próximos seis meses

- Em janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os seus portes foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações http://www.cni.org.br/), e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.- O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.- A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 95 empresas capixabas (27 pequenas, 50 médias e 18 de grande porte). Dessas, 23 empresas pertencem à indústria da construção.

Notas

Em outubro de 2014, os industriais capixabas estão menos otimistas em relação aos próximos seis meses, pois o indicador de expectativas decresceu 1,5 ponto em relação ao mês anterior, mas se manteve acima da linha divisória de 50 pontos (52,2), o que permite dizer que ainda possuem expectativas favoráveis. Houve queda em dois dos três itens que compõem o indicador: expectativa em relação à economia brasileira (-0,1 ponto) e em relação à empresa (-2,2 pontos). O de expectativa em relação ao Estado cresceu 0,6 ponto. Somente o indicador de expectativa em relação à empresa se posicionou acima da linha divisória de 50 pontos (55,9 pontos). Os indicadores relacionados à “economia brasileira” e ao “Estado” se posicionaram em 42,7 pontos e 46,9 pontos, respectivamente. Em relação a outubro de 2013 observou-se queda de 4,8 pontos, acompanhada por todos os itens que compõem o indicador.

O indicador de expectativas da indústria nacional registrou pequena queda em outubro de 2014, em comparação ao mês anterior (-0,4 ponto) e, pela primeira vez em toda a série histórica, ficou abaixo da linha divisória de 50 pontos (49,9 pontos).

Indicador de Expectativas para os próximos seis meses Tabela 3

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Out/13 Set/14 Out/14 Out/13 Set/14 Out/14

EXPECTATIVAS ² 57,0 53,7 52,2 58,0 50,3 49,9

Com relação a:

Economia brasileira 48,9 42,8 42,7 51,2 42,0 41,4

Estado 50,4 46,3 46,9 - - -

Empresa 60,4 58,1 55,9 61,5 54,6 54,2

Fonte: Ideies/Sistema Findes/CNI

2 - Para os próximos seis meses

linha divisória de 50 pontos (37,7 pontos), sinalizando condições bem desfavoráveis. O decréscimo foi influen-ciado tanto pelo item “condições da economia brasileira” (-1,8 ponto), como pelo de “condições atuais da empresa” (-1,0 ponto), e ambos se situaram na faixa inferior a 50 pontos. Outubro de 2014 em relação a outubro de 2013 mostrou queda no indicador de condições atuais (-7,7 pontos) e nos dois itens que compõem esse indicador.

Decresceram os itens “com relação à economia brasileira” (-0,6 ponto) e “com relação à empresa” (-0,4 ponto), mas este último ainda se situou acima da linha divisória de 50 pontos (54,2 pontos). Na comparação com o mesmo mês de 2013, a queda no indicador de expectativa foi de 8,1 pontos, influenciada pelos dois itens que o compõem.

inferior a 50 pontos: condições da economia brasileira (27,8 pontos), condições do Estado (32,3) e condições da empresa (42,2). Frente ao resultado de outubro de 2013, constatou-se expressiva queda no indicador de condições atuais (-7,2 pontos) e em todos os itens que o integram.

A indústria brasileira também apresentou baixa no indicador de condições atuais em outubro de 2014, em relação ao mês anterior (-1,1 ponto), que permanece muito afastado da

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Fatos em Fotos

Indústria Capixaba – Findes60

IEL lança Anuário 200 Maiores Empresas do Espírito SantoO Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) promoveu, na noite de 13 de novembro, no Itamaraty Hall, em Vitória,

o lançamento da 18ª edição do Anuário IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo. Pela primeira vez, a Petrobras conquistou o primeiro lugar no ranking geral, que levou em conta a receita operacional bruta. Empresários, autoridades, gestores e representantes da Industria estiveram presentes no evento.

1 – O diretor de Relações Institucionais do Grupo Águia Branca, Luiz Wagner Chieppe que recebeu o prêmio de Empresário Destaque 2014; Márcia Pretti Chieppe; e o diretor geral da Vix Logística, Kaumer Chieppe 2 – Fábio Dias; a diretora de criação da MP Publicidade, Monica Debanné; Manu Fachetti e seu pai, Antônio Tadeu Fachetti; presidente da Hortifruti 3 – Escolhido como Executivo Destaque 2014, o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, marcou presença, acompanhado de sua esposa, Christina Vescovi 4 – O superintendente da TecVitória, Vinicius Chagas Barbosa; o diretor do Sistema Findes Luiz Alberto Carvalho; e o presidente do Sindinfo, Luciano Raizer Moura 5 – O presidente da Fenamar, Waldemar Rocha Jr.; a subsecretária de Estado de Desenvolvimento, Cristina Vellozo Santos; e o diretor-executivo da Amcham, Luiz Fernando Leitão 6 – O empresário Otacílio Coser Filho e a sua irmã, Rachel Coser, do Grupo Coimex 7 – O diretor técnico do Sebrae-ES, Benildo Denadai 8 – José Luiz Marcusso, gerente da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo da Petrobras, recebe o prêmio de primeiro lugar no ranking geral das mãos de Aristoteles Passos Costa Neto, do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, e de Fábio Dias. 9 – A jornalista Daniela Abreu foi a mestre de cerimônias do evento 10 – Representada pelo seu presidente, José Elcio Lorenzon, a Lorenge foi considerada a Empresa Destaque 2014 11 – Convidados prestigiaram o evento de lançamento do Anuário no Itamaraty Hall

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Condecoração a personalidades e líderes industriaisO Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) comemorou 45 anos de história no “Encontro da Indústria”,

realizado dia 16 de outubro no Itamaraty Hall. Foram homenageados líderes e personalidades industriais capixabas, e ainda houve a posse da nova diretoria do Cindes para o mandato 2014-2017.

1 – Diretor-presidente do Grupo Incospal, Fernando Camargo, ao lado de um dos vice-presidentes do Sistema Findes, Egidio Malanquini 2 – Convidados comemorando os 45 anos do Cindes 3 – O empresário José Luiz Kfuri, com o jornalista Cacau Monjardim, a cerimonialista do Palácio Anchieta, Hilda Cabas, e o secretário da Casa Civil, Tyago Hoffmann 4 – A Medalha do Mérito Sindical foi entregue ao presidente do Sindiplast-ES, Neviton Helmer Gasparini, ao vice-presidente do Sistema Findes, Benízio Lázaro, e ao diretor Almir José Gaburro 5 – Recebendo a Medalha do Mérito Empreendedor da Indústria do Espírito Santo: o presidente do Sindividros, Maurício Silva Ribeiro, o diretor do Sindicalçados, Antonio Tavares Azevedo de Brito; e o presidente do Sindilates, Claudio José Rezende 6 – Condecorado com a Medalha do Mérito Industrial do Espírito Santo, o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery Vicente de Rossi, ao lado do vice-presidente da Findes, Aristoteles Costa Neto 7 – Presidente do Conselho Temático de Educação, Luciano Raizer Moura, com o membro da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário, Romário José Correa de Araújo 8 – o governador Renato Casagrande parabenizando o Cindes pelos seus 45 anos 9 – Ao final, os convidados assistiram ao espetáculo “Palavra de Mulher”, com música de Chico Buarque entoadas por Tania Alves, Lucinha Lins e Virgínia Rosa.

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entrevista

Indústria Capixaba – Findes62

A té chegar à condição de industrial, Egidio Malanquini passou por experiências em cargos administrativos e comerciais, atuando como

empregado durante 12 anos em uma só empresa, cuja atividade era voltada ao café. Hoje, os tempos de office-boy ficam guardados na lembrança e marcam o início de uma trajetória construída com bastante empenho.

E nesses 25 anos de “chão”, como costuma dizer, o empresário continua com o mesmo propósito: oferecer ao mercado o melhor café. Para isso, adotou como método a valorização permanente do pequeno produtor das montanhas capixabas; a oferta para o consumo do melhor grão – e, consequentemente, da melhor bebida no setor; e o aquecimento do mercado, diversificando os produtos. A caminhada foi longa, mas o trabalho plantado colheu excelentes frutos, tendo recebido reconhecimento nacional por meio de três premiações importantes.

A origem de Malanquini pesou muito na busca pelo conhecimento desse segmento, consolidado como a principal atividade agrícola capixaba. Filho de produtores, ele saiu de Linhares ainda adolescente, aos 16 anos, buscando uma alternativa de vida em Vitória. Depois de estagiar em uma empreiteira, conseguiu uma oportunidade em uma indústria de café, onde escalou uma carreira de sucesso. “Entrei como office-boy, fiquei um tempo como promotor de vendas, supervisor e, por fim, gerente”, detalhou. Tudo isso até 1988, quando começou a montar um pequeno negócio próprio. O ramo? O café, é claro.

Mas somente em 2004, Malanquini deu início ao trabalho operacional da sua própria indústria. “Eu levei praticamente seis anos construindo um conceito, uma ideia, uma metodologia para que o projeto não ficasse

só num sonho”, ressaltou. A saga na busca pela qualidade máxima foi pontuada por um processo de muita aquisição de conhecimento, focado principalmente na melhoria dos cafés produzidos no Espírito Santo, sobretudo o grão arábica. “Com isso, começamos a interagir com os industriais do ramo do café, com esses pequenos e médios produtores de café de alta qualidade da região de montanha e, consequentemente, levamos essa integração para o processo industrial”, revela.

Esse salto obtido com a montagem da indústria e o lançamento da marca Vista Linda só foi possível a partir do momento em que ele consolidou seu relacionamento com os agentes da cadeia, adquirindo um amplo conhecimento de toda a área cafeeira. “O entendimento nas questões do associativismo e também federativas, principalmente, proporciona uma intimidade com a cadeia e capta um significativo volume de informações diárias. Assim, é possível assimilar e conhecer, com maior velocidade e rapidez, os mercados local, nacional e internacional”, diz.

A indústria Café Vista Linda diversificou e criou um mix de produtos. Hoje seu portfólio apresenta desde o sabor suave até o extraforte, atendendo a vários padrões de bebidas e a cada perfil de consumidor. Mas Egídio Malanquini faz questão de sublinhar que toda a produção possui itens de alta qualidade, diferenciados no mercado.

A fábrica, que fica na Rodovia do Sol, em Vila Velha, está fechando seu primeiro negócio internacional, exportando os produtos para a Áustria. E se o resultado for o esperado, outros países irão conhecer os cafés das montanhas do Espírito Santo. Um sonho realizado que, na opinião do industrial, pode estar ao alcance de todos. “Para isso, é necessário que a pessoa tenha comprometimento, determinação e um bom relacionamento, o que é fundamental. A partir do momento em que constrói isso, o empreendedor vai identificando as potencialidades do mercado”, conclui.

Café das montanhas capixabas nas prateleiras austríacas

Caso de Sucesso

Vista Linda leva para a Europa o melhor sabor produzido no Espírito Santo

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64 Indústria Capixaba – Findes

Cursos e Cia

Programação de Cursos IEL

Vitória

Curso Período CH

Curso MBA Estratégia e Inovação para Lideranças Empresariais

Previsto para março

de 2015365 horas

F ruto de uma parceria entre o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e a Fucape Business School, o curso de MBA em Estratégia e Inovação para

Lideranças Empresariais está com inscrições abertas, uma oportunidade imperdível de capacitação para lideranças nas indústrias capixabas.

“Fizemos uma parceria com o objetivo de oferecer esse curso aos associados do Sistema Findes, que cedeu alguns docentes do IEL para ministrar determinadas disciplinas na Fucape. É importante para o público que atua na gestão dos seus negócios, e também para funcionários em cargos de liderança”, explicou a coordenadora da área de Educação Empresarial e Executiva do IEL-ES, Rafaela Moraes Barbosa Marques.

O coordenador do curso na Fucape, professor Bruno Félix, disse que a proposta é unir a tradição das marcas

MBA para executivos: parceria entre IEL e Fucape para qualificar lideranças

MBA em Estratégia e Inovação para Lideranças Empresariais

O curso, que começa no dia 9 de março de 2015, terá turmas de até 30 alunos e carga horária de 365 horas. O custo é de 20 parcelas de R$ 850,00. Para participar, é preciso se inscrever direto no site da Fucape (http://www.fucape.br/cursos/mbaestrategiaeinovacao/). Informações pelo telefone 4009-4444.

IEL e Fucape para oferecer aos industriais capixabas um conteúdo diferenciado e exclusivo, desenvolvido especifi-camente para atender às suas necessidades.

“Esse curso tem um diferencial porque foi definido a partir de uma proposta da Findes, dentro das necessidades dos executivos industriais. Usaremos três conceitos: estratégia, liderança e inovação. Nosso papel é capacitar os líderes para que eles possam incentivar seus liderados a inovarem”, ressaltou.

O professor acrescentou que os empresários não devem deixar de fazer as aulas por acreditarem que seus negócios

Programação de Cursos Senai

Vitória

Curso Período CH

Técnico em Mecânica 09/02/2015 1.680 horas

Técnico em Eletrotécnica 09/02/2015 1.680 horas

Técnico em Informática 09/02/2015 1.680 horas

Programação de Cursos Senai

Aracruz

Curso Período CH

Técnico em Mecânica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Eletrotécnica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

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Senai/SesiO Sistema Findes disponibiliza também oportunidades

de formação técnica, por meio do Senai. São 1.180 vagas para os cursos de Mecânica, Eletrotécnica, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho, Automação Industrial e Informática, que se iniciam no dia 9 de fevereiro de 2015. Para se inscrever, os interessados devem procurar as unidades do Senai em Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, Vitória e Serra. O edital será publicado no início de dezembro.

Informações e inscrições:

Edifício Findes – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br Senai Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br

Programação de Cursos Senai

Cachoeiro

Curso Período CH

Técnico em Mecânica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Eletrotécnica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Programação de Cursos Senai

Colatina

Curso Período CH

Técnico em Mecânica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Eletrotécnica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Programação de Cursos Senai

Linhares

Curso Período CH

Técnico em Mecânica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Eletrotécnica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Meio Ambiente

Início previsto para 09/02/2015

1.200 horas

Técnico em Segurança do Trabalho

Início previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Programação de Cursos Senai

Serra

Curso Período CH

Técnico em Mecânica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Eletrotécnica Início

previsto para 09/02/2015

1.680 horas

Técnico em Segurança do Trabalho

Início previsto para 09/02/2015

1.680 horas

vão bem. “Qualificar-se, reciclar conhecimentos, é sempre bom, e o fato de o negócio estar indo bem não quer dizer que não possa melhorar. Esse curso tem essa capacidade, de ajudar a melhorar ainda mais os negócios”.

Além do MBA, o IEL-ES está oferecendo outros cinco cursos de qualificação no mês de dezembro, em diversas áreas, dirigidos a trabalhadores da indústria.

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Artigo

66 Indústria Capixaba – Findes 66

O consumo de peixe no Brasil vem aumentando. De acordo com dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, o consumo per capita aumentou cerca de 30% na

últimas década, para 9 kg por ano, o que ainda é inferior ao que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda, que é de 12 kg por pessoa. Nesse sentido, a meta do Governo é incentivar a produção nacional para que, em 2030, o Brasil alcance a expectativa do organismo internacional.

O Espírito Santo possui o principal mix de peixes nobres do Brasil, que está sendo incrementado com a produção em cativeiro de água doce. Há capacidade de expansão, especialmente ampliando-se a industrialização local, a pesca sustentável e a produção com valor agregado. Além disso, a indústria da pesca possui um grande apelo ao desenvolvimento local, pois a atividade envolve intensa aplicação de mão de obra e baixa mecanização e às está ancorada às colônias de pesca e indústrias genuinamente capixabas.

Para acontecerem o crescimento e a competitividade da indústria de pesca capixaba, é necessário avanços internos nas empresas, como estratégia de diferenciação, qualidade de produtos orientados à segurança alimentar, eficiência de logística e inovação em processos de gestão e produtos. Devem-se considerar ainda os fatores de competitividade sistêmica, como os sociais, políticos, econômicos, regulatórios ou culturais que influenciam de maneira direta os negócios que ocorrem no ambiente competitivo.

Atenta ao tema da competitividade sistêmica, a indústria de pesca no Espírito Santo criou em 2013 o Sindipesca – Sindicato das Indústrias de Pesca e Aquicultura do Espírito Santo, vinculado à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). Para crescer esse mercado, o sindicato possui desafios

como investimentos em tecnologia de produção e logística, capacitação em gestão e produção, incentivos à cadeia produtiva e regulação do transporte e da comercialização do pescado, inclusive o produto que chega ao consumidor final. Além disso, fatores como a concorrência predatória, especialmente aquela desempenhada por entrepostos e transportadores não regulamentados, e a informalidade no processamento e comercialização são obstáculos a serem superados.

Agenda para a Competitividade Sistêmica da Pesca no Espírito Santo• O Sindipesca está empenhado no desenvolvimento de

ações e articulações para ampliar a competitividade da cadeia industrial de pescados e da aquicultura capixaba, com a seguinte agenda:

Às empresas de pesca do Espírito Santo• Foco nas estratégias para o crescimento competitivo das

indústrias da pesca;• Articulação da cadeia produtiva para o desenvolvimento de

soluções em qualidade do pescado e segurança alimentar.Aos órgãos reguladores e fiscalizadores• Desempenho contínuo das atividades de regulação, no

sentido de manter a produção certificada;• Garantia de que os consumidores terão acesso a produtos

de procedência e qualidade, conforme ocorre com bovinos, suínos e frangos.

Ao Legislativo• Articulação institucional para o desenvolvimento da pesca;• Articulação estadual e nacional para atualização da legislação

e da fiscalização acerca da produção e transporte de pescados.Ao Governo do Espírito Santo• Fomento à indústria da pesca através de linhas de

financiamento e investimentos em infraestrutura portuária;

• Incentivos fiscais;• Formalização do setor produtivo;• Incentivo ao consumo de pescados;• Regulação das atividades de pesca, processamento,

industrialização, transporte e comercialização dos pescados e produtos derivados.

Ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento e ao Ministério da Pesca

• Disponibilização de equipe técnica suficiente para a supervisão e regulação das atividades produtivas do pescado;

• Aproximação com as atividades pesqueiras, indus-triais e ao consumo de pescados.

Mauro Lucio Peçanha de Almeida é presidente do Sindipesca

Agenda de Competitividade Sistêmica da Indústria da Pesca no Espírito Santo

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