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Publicação da Associação Brasileira de Odontologia - Setembro/2011 - Edição 46 Distrito Federal Centrinho: referência de reabilitação oral Correr: uma opção para sair da rotina ABO na Comunidade: modelo replicado em outros estados 14º CIO-DF Um Congresso diferente Odontologia acontece em várias frentes

Revista Informativo 46 ABO-DF

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Revista ABO-DF tiragem 6.000, [email protected]

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Page 1: Revista Informativo 46 ABO-DF

Publicação da Associação Brasileira de Odontologia - Setembro/2011 - Edição 46

Distrito Federal

Centrinho:referência de reabilitação oral

Correr: uma opção para sair da rotina

ABO na Comunidade: modelo replicadoem outros estados

14º CIO-DFUm Congresso diferente

Odontologia acontece em várias frentes

Page 2: Revista Informativo 46 ABO-DF
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Dr. Hamilton MeloPresidente da ABO-DF

Sumário

DIRETORIA EXECUTIVAHamilton de Souza Melo

PresidenteMarcelo Henrique de Negreiros Pinto

Vice-PresidenteLuciana Freitas Araújo

Secretária GeralAdriana de Andrade Carvalho Nagatani

1ª SecretáriaJoão Gilberto Barbosa Machado

Tesoureiro GeralPedro de Alcântara Bernardes Júnior

1º Tesoureiro

CONSELHO FISCAL - MEMBROS EFETIVOSAdhemar Paolielo FreireSebastião Viana Palhares

Ecy da Silva Almeida

CONSELHO FISCAL - MEMBROS SUPLENTESSebastião Paulino Sales

Samir Rezek

COMISSÃO DE DEFESA DE CLASSE – EFETIVOSOrlando Ayrton de Toledo

Maria das Graças B. de Queiroz GerolinLarissa Ribeiro de Almeida

Claudine Sousa Sáteles Carrijo

COMISSÃO DE DEFESA DE CLASSE – SUPLENTESLuciano Leal Duarte

Delcides Caetano Pereira NetoFlávia Carneiro Nunes

Danuza Gonçalves de Souza

DIRETORIA DA UNIABOSérgio de Freitas Pedrosa

Ana Cristina Barreto BezerraLaudimar Alves de Oliveira

DIRETORIA SOCIALElen Alves Arruda QueirozMaria das Graças GerolimJosemar Bezerra de Sousa

DIRETOR DE ESPORTESRoberto Amaral

PRESIDENTE DO MEMORIAL DA ABO-DFSilvio Carneiro

COORDENAÇÃO COMERCIAL E INFORMÁTICAJosé Aparecido Flor de Souza

[email protected] | www.cidoweb.com.br

PRODUÇÃO DE TEXTODocumenta Comunicação

FOTOGRAFIABanco de Imagens da ABO-DF

ASSESSORIA JURÍDICAAcosta & Advogados Associados

ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADESerconta Contabilidade

PROJETO GRÁFICO, CAPA E EDITORAÇÃOEvaldo Gomes de Abreu

TIRAGEM6000 exemplares

IMPRESSÃOGráfica e Editora Ideal - (61) 3344-2112

*Não nos responsabilizamos por conceitosemitidos por artigos assinados

Informativo da Associação Brasileira de Odontologia - Seção - DF

SGAS 616. Lote 115 – Cep: 70200 - 760 – Tel: (61) 3445.4800 Fax: (61)3445.4848

www.abo-df.org.br – [email protected]

Estatuto, rede social, Congresso Internacional da Odontologia, reconhecimento das especializações são temas desta edição

CIO-DF ....................................5Especialização ........................6Ética .......................................10Odonto Junina 2011 ............12Palestra .................................13Centrinho-USP .....................14ABO Social ...........................18

Multiplicação .......................19ABO Taguatinga ..................22Memorial da Odontologia / ABO-DF .....24Entrevista ..............................28Lado B ...................................30Artigo ....................................32

Revista ABO/DF | Setembro/2011 3

Editorial

Em tempo de concorrência acirrada, a ABO--DF preocupa-se com a formação dos pro-fissionais cirurgiões-dentistas. Hoje, a te-

mática do reconhecimento dos cursos pelo MEC é uma preocupação constante, pois a maioria dos concursos e contratações faz essa exigência.

Nesta edição você poderá acompanhar as principais definições e orientações do MEC sobre essa questão, além de conhecer os serviços pres-tados pelo Centrinho, um hospital criado a partir do sonho de profissionais e que hoje é referência internacional. O projeto ABO na Comunidade tem seu trabalho reconhecido e torna-se modelo para outros estados. O Congresso Internacional de Odontologia e a própria ABO-DF já estão na rede social. Agora você também pode acompa-nhar as notícias a partir da “fan page” da ABO-DF e do CIO-DF. Para isso, basta solicitar amizade é fazer parte deste universo que também é seu.

A ABO-DF é uma instituição viva e precisa acompanhar o movi-mento e as tendências da nossa categoria. Um exemplo é o estatuto da ABO Nacional que passou por reformulação e aprovação por toda rede ABO no último dia 4 de setembro deste ano, em São Paulo.

Chegou a nossa vez: precisamos adequar o estatuto da ABO-DF ao do Nacional, além de pleitear o título de “Utilidade Pública Federal” e inscri-ção no Cadastro de Assistência Social DF e Nacional (CASDF e CNAS).

A Diretoria da ABO-DF resolveu prorrogar o prazo para o rece-bimento de propostas para reforma estatutária até dia 8 de outubro. Participe e envie suas sugestões, prepare-se para as assembléias gerais extraordinárias que em breve serão programadas.

Boa leitura!

ABO em pleno movimento

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Atrações científicas e sociais devem marcar o 14º Congresso Internacional de Odontologia do Distrito Federal

Com uma programação vasta, o evento será o maior do Centro-Oeste

Com o tema “Política de Saúde Bucal como ins-trumento de valorização

profissional e qualidade de vida”, o 14º CIO-DF acontecerá do perío-do de 21 a 24 de março de 2012, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. O coordenador-geral da Comissão Organizadora, Valter Luís Varise, explica que a equipe trabalha para garantir um evento nunca visto na capital do país, “se-não no Brasil!”.

Uma das inovações é que o evento já está com perfil pró-prio nas redes sociais. No Fa-cebook, por exemplo, é pos-sível acompanhar todas as novidades, as ações e as ativi-dades das comissões. “A orga-nização desta décima quarta edição vem composta de no-vas comissões com ares inova-dores e disposta a surpreender o público participante”.

Inovar é o grande desafio, para isso o olhar dos profis-sionais é em busca de experi-ências que possam servir de referência para o mercado. “Tanto a comissão Científica como a Comercial objetivam atender à grande demanda de

profissionais do ramo odon-tológico e, principalmente, dar atenção especial para o público de especialistas, mes-tres, doutores e profissionais que estão em busca de novos materiais, novas tecnologias e pesquisas”, diz Valter.

O 14º CIO-DF trará a grade científica voltada para as espe-cialidades, como um Meeting dentro de um grande evento, enriquecido por grandes no-

mes nacionais e internacionais da Odontologia Moderna.

Outro diferencial é a pro-gramação social que também tem um papel importante du-rante o evento, pois além de permitir uma integração, ela promete surpreender com as atrações. “Ela está surpreen-dentemente animada, com shows, eventos e agitação de altíssimo nível. Enfim, toda a equipe está empenhada e de-dicada a fazer deste um gran-de evento, de forma que nossa classe aproveite este momento de atualização e descontração, marcando assim um `new sty-le� de Congresso no DF”, con-� de Congresso no DF”, con- de Congresso no DF”, con-clui Valter Luís Varise.

COMISSÃO ORGANIZADORA (BOX)Presidente Wesley Borba ToledoAssessoria Hamilton de Sousa Melo Tarcísio PintoCoordenador Geral Valter Luis VariseSecretário Geral Gil Montenegro1° Secretário José Cleomir Tognonato Filho2ª Secretária Juliana Lobato do Amaral MontenegroTesoureiro Geral João Gilberto Barbosa Machado1° Tesoureiro Sebastião FialhoCoordenador Infra-estrutura Jorge Vianna Dias da Silva FilhoCoordenadora Científica Ana Cristina Barreto BezerraMembro Científico Sergio de Freitas PedrosaCoordenador Social Josemar Bezerra de SousaCoordenadora Social Maria das Graças B. GerolimCoordenadora Social Elen Alves Arruda QueirozCoordenador Comercial Samir NajjarCoordenadora de Projetos Sociais Edi Sinedino de Oliveira SousaCoordenador Militar Major Dent Sérgio Lopes CrossettiCoordenação de Eventos Fabiana Tonhá BatistaCoordenação Promocional José Afonso Zerbini

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CIO-DF

Page 6: Revista Informativo 46 ABO-DF

Os cursos de especialização da Associação Brasileira de Odontologia do Distri-

to Federal são referência no mer-cado. São a porta de entrada para a valorização da profissão e ascensão na carreira, seja por meio da inicia-tiva privada ou mesmo em concur-sos públicos. Ainda estudantes de graduação, os futuros cirurgiões--dentistas já ficam de olho em qual curso irão ingressar de imediato.

É o caso de Liliany Viana, que com mais de 11 anos de car-reira já coleciona quatro cursos de aperfeiçoamento profissio-nal. Nem mesmo a rotina pu-xada é empecilho para os seus objetivos. Os cursos das ABO são reconhecidos em todo país. Várias são as ABO que ofere-cem curso de especialização. A do Distrito Federal, desde 1985 ministra cursos de pós-gradua-ção lato sensu e recebe colegas de todas as regiões geográficas do país, inclusive de outros pa-íses, como Moçambique, por exemplo, buscando aprimorar seus conhecimentos e melhorar sua qualificação profissional.

O presidente da ABO-DF, Hamilton Melo, conta que desde o princípio a entidade investe seus recursos em in-

Cursos da ABO-DF são referência no mercado

Profissionais de todo país buscam as ABO para ter no currículo capacitação técnica e enfrentar o mercado com mais competitividade

fraestrutura, e todos os cursos sempre foram ministrados por equipes de professores alta-mente qualificadas com dou-torado, mestrado e especiali-zação. “É importante ressaltar o quadro docente da ABO-DF, que se constitui de profissio-nais pertencentes ao quadro de professores de universidades e faculdades de Odontologia de várias regiões do país”, diz.

NORMASOs cursos são ministrados

pela ABO-DF e os certificados emitidos são registrados pelo Conselho Federal de Odonto-logia (CFO) através dos con-selhos regionais. Como uma entidade viva, a ABO-DF pre-cisou adequar-se as tendências do mercado. Em especial em Brasília, onde os concursos pú-blicos são parte do desejo pro-fissional. A maioria desses cer-tames atualmente exige que os cursos de especialização sejam reconhecidos pelo Ministério da Educação que possui legis-

lação específica, e registrados no Conselho de Classe. “Eles na verdade, não levam em con-ta as especificidades da própria Odontologia, que ao longo de muitos anos sempre funcionou com as regras do Conselho”, afirma Hamilton.

Os editais de concursos e até mesmo algumas empre-sas fazem essa exigência. Para que isso aconteça é necessário então que a entidade minis-tradora dos cursos de pós-gra-duação seja ou Instituição de Ensino Superior (IES) ou uma Instituição Especialmente Cre-denciada (IEC). As ABO não se enquadram em nenhum desses casos.

Foi o momento que a ABO--DF sentiu necessidade de se adequar. Cada ABO começou então a elaborar o Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI), com o objetivo de ga-rantir o credenciamento como IEC no Ministério da Educação. “Sabíamos que esse tramite

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Especialização

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era demorado, então fizemos parceria com uma IES, que no caso foi a Universidade Vale do Acaraú (UVA), em Sobral CE”, conta Hamilton.

DECISÃOA escolha pela UVA foi pro-

vocada pelo fato de que a ABO no Ceará foi a primeira das as-sociações a trabalhar no sentido de se credenciar no Ministério da Educação. “Outro fator foi a proximidade geográfica des-sa célula ABO com a Universi-dade que se localiza em Sobral (CE). Isso permitiu que toda rede ABO assim procedesse dando o sentido de unidade que sempre as ABOs persegui-ram e respeitaram”.

A ABO-DF foi submetida a um amplo trabalho para se ade-quar as exigências e necessida-des de uma entidade reconhe-cida pelo MEC: biblioteca no térreo, acessibilidade a pessoas portadoras de necessidades es-peciais, instalação do laborató-rio de informática dentre ou-tras adequações. Com a visita de inspeção e o parecer favorá-vel do Ministério da Educação, a ABO-DF obteve o credencia-mento publicado no diário ofi-cial da união da portaria 1340, de 10 de novembro de 2008, com validade de três anos.

“Assim todos os certificados da nossa entidade passaram a ter reconhecimento do MEC e registro no CFO pois somos Ins-tituição Especialmente Creden-

ciada (IEC)”, lembra Hamilton. Passamos, porém, por dificul-dades no registro dos certifica-dos expedidos pela Universida-de Vale do Acaraú – UVA, pois todos os pedidos de registro foram indeferidos pelo CFO. No entanto, esse problema já está solucionado desde 08 de julho de 2011 com uma reunião acontecida na sede do CFO em Brasília entre membros do Con-selho e da ABO Nacional, com participação da ABO-DF onde ficou acordado todo trâmite do processo e dentro de um espaço de tempo de aproximadamente cento e vinte dias os certificados serão registrados, caberá, entre-tanto à rede ABO, a partir de então seguir todas as normas e resoluções do CFO.

Cursos da ABO-DF possuem critérios bem definidos

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Neste mesmo contexto, o CNE/CES do ministério da educação baixou a resolução nº 4 de 16 de fevereiro de 2011 que revoga o credenciamento de instituições não educacionais em 31 de julho de 2011. Segun-do a resolução, todos os direitos das IEC serão mantidos até essa data, ou seja, todos os cursos já concluídos ou iniciados até essa data serão reconhecidos pelo MEC e registrados pelo CFO. A partir daí os cursos da ABO--DF, por exemplo, serão consi-derados como cursos livres e passarão a acontecer como era anteriormente sem o reconheci-mento do Ministério da Educa-ção e registrados pelo Conselho Federal de Odontologia desde que todas as normas do mesmo sejam seguidas e respeitadas.

ESPECIALIZAÇÃOA finalidade dos cursos de

especialização é difundir o co-nhecimento técnico científico aos cirurgiões-dentistas com o principal objetivo de melhorar o nível da Odontologia presta-da à população, melhorando o nível da saúde bucal da comu-nidade atendida pelas clínicas dos cursos, nos consultórios particulares da iniciativa pri-vada e no serviço público de saúde. “Isso inclusive constitui uma das missões estatutárias da ABO-DF como entidade de classe representativa da Odon-

tologia com função científica e também social”, acrescenta o presidente da ABO-DF.

O fato primordial é que durante muitos anos entida-des como a ABO ministram tais cursos sem interferência do Ministério da Educação, respeitando as normas e reso-luções do CFO.

MERCADONo Distrito Federal, há cer-

ca de 50% dos profissionais em nível de especialistas. “Isso se deve fundamentalmente à ABO que desde muito ministra cursos de especialização”, ga-rante Hamilton.

Todo curso de especializa-ção da instituição possui regras claras para acontecer. É preciso definir a carga horária, os obje-tivos do curso, a programação e a qualificação do corpo do-cente. Todos os valores arre-cadados em cursos realizados em associação de classe como a ABO, são revertidos em prol da melhoria das instalações da associação, no investimento em equipamentos, aprimoramento de seus funcionários e no sub-sidio ao tratamento dos pacien-tes da comunidade que neces-sitam. É o caso da ABO-DF que atende gratuitamente mais de 2 mil crianças de instituições carentes do Distrito Federal no projeto ABO na Comunidade.

O presidente da ABO-DF, Hamilton Melo, lembra ainda a importância do controle das ofertas no mercado, “apesar do incentivo governamental para o aumento da produção científica, e das publicações científicas do Brasil, que, aliás, é louvável, elogiável, não po-demos esquecer da normatiza-ção e da qualidade”.

Segundo o próprio minis-tro da Educação Fernando Haddad, em pronunciamento feito em São Paulo, por ocasião da solenidade de abertura do 1º Congresso Internacional de Odontologia da ABO-SP, “as instituições que regularmente ministram cursos de especiali-zação com competência terão três possibilidades a partir do marco regulatório das especia-lizações: a primeira é a aproxi-mação com as instituições de Ensino Superior, a segunda diz respeito à formação de profis-sionais em nível de mestrado profissionalizante regulamen-tado pelo Capes, por fim, a re-sidência profissional como já acontece com a medicina”. A primeira opção é a melhor ava-liada pelo ministro.

“A rede ABO estuda quais mudanças podem ser realiza-das em suas ações, na sua estru-tura e nas políticas de incentivo à formação e aperfeiçoamento do nível técnico científico dos profissionais da Odontologia”.

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Especialização

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O Código de Ética dos pro-fissionais da Odontologia foi tema de debate durante

dois dias – 12 e 13 de agosto – no auditório da ABO-DF. A proposta foi discutir e levantar os principais pontos que precisam ser ajustados no Código do ponto de vista dos profissionais do Distrito Federal.

As propostas serão encami-nhadas para o plenário da 4ª Con-ferência Nacional de Ética Odon-tológica (Coneo), que acontecerá de 7 a 10 de novembro deste ano. Essas mudanças já vêm sendo rei-vindicadas pelo mercado.

O atual Código foi aprovado em dezembro de 2002 e com as mudanças dos últimos anos, os profissionais e as entidades de classe sentiram necessidade de atualizar o seu conteúdo. Nesta entrevista, o presidente do Con-

Atualização do Código de Ética Odontológica é tema de

debate em BrasíliaProfissionais se reúnem e preparam proposta de modernização nas práticas no mercado

selho Regional de Odontologia do Distrito Federal, Júlio César, fala sobre os principais pontos que precisam ser atualizados.

ABO-DF: Quais os princi-pais pontos do Código de Ética Odontológica precisam ser alterados?

Júlio César: Se for respon-der sua pergunta como CD, po-deria lhe dizer que têm alguns pontos que gostaria que fossem alterados. Como presidente do CRO-DF, prefiro e é nossa in-tenção, que ocorram debates com toda a categoria para en-contrarmos um código atual, dinâmico e que sirva para toda sociedade, incluindo, obvia-mente, o Dentista. E que esse novo código venha ao encontro das aspirações da Odontologia, onde haja equilíbrio de propó-sito entre sociedade consumi-dora e profissionais servidores.

ABO-DF: Como o senhor analisa o Código atual? Ele está atual para o mercado?

Um código em qualquer

circunstância deveria estar sempre atual. É claro que isso é muito difícil. O código da Odontologia precisa de alguns ajustes, haja vista que a socie-dade é plural e dinâmica. Te-mos obrigação de acompanhar. Do ponto de vista de merca-do acho que qualquer código deve se ater a um conjunto de relações sociais e não somen-te na perspectiva de mercado, sob pena de ser tendencioso.

ABO-DF: De que forma um novo Código irá permitir a evolução do mercado?

Como disse, o código deve levar em consideração esse se-guimento, mas não o colocar como centro das importâncias.

ABO-DF: Como o CRO-DF pretende disseminar as novas condutas?

Por meio de um código exaustivamente discutido pela categoria, com a pre-sença da sociedade civil or-ganizada, bem como dos

10 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Ética

Page 11: Revista Informativo 46 ABO-DF

aparelhos de defesa dos ci-dadãos e ou consumidores.

ABO-DF: É possível dissociar a ética do mercado de trabalho?

Em uma explicação simplis-ta, o mercado dita as regras da sobrevivência e sucesso técni-co/profissional. A ética dita as regras da boa e necessária con-

vivência social, baseando-se no respeito à profissão, no caso à Odontologia, aos pares e à so-ciedade (consumidores).

ABO-DF: O mercado da Odon-tologia do DF é ético?

O mercado no DF depende de todos os profissionais. Eu posso lhe garantir que, assim como em

qualquer segmento social e/ou profissional todos somos éticos. Porque não podemos julgar um grupo profissional como antié-tico nos baseando na minoria. Portanto, a maioria é ética e res-ponsável. Todos os códigos ser-vem mais às minorias, que são as que cometem desvios.

O Código de Ética deveacompanhar as mudanças sociais

Frederico Minervinoadvogado e cirurgião-dentista

O Código de Ética de qualquer profis-são tem por finalidade balizar, da forma mais apropriada possível, o comportamen-to dos profissionais a ele obrigado. Logo, resta claro que aqueles que nortearem o seu comportamento profissional com os ditames do Código de Ética certamente terão menos problemas na esfera administrativa, cível e penal. Na verdade as mudanças propostas para o novo Código de Ética são muito mais para torná-lo atualizado.

Em regra, as normas vão se adaptando a evolução da própria sociedade e não o con-trário como querem alguns. O Código de Ética tem por objetivo normatizar minima-mente o comportamento dos profissionais e, com isso, valorizar a profissão e proteger a sociedade de profissionais não tão zelosos. Como afirmado em entrevista anterior, é de fundamental importância que os cirurgiões--dentistas tenham conhecimento pleno de seu conteúdo, inclusive quando estudantes, como forma de diminuir possíveis deman-das administrativa e judicial.

Um dos pontos polêmicos do novo Códi-go está relacionado à propaganda e, neste item, se será permitido ou não a colocação de imagens do antes e depois do tratamento. Os que defendem a sua colocação afirmam

que a propaganda é a alma do negócio. Por outro lado, aqueles que não concordam o fazem acreditando que a colocação dessas imagens só servirá para reforçar junto a po-pulação e o próprio judiciário que a Odonto-logia deva ser uma atividade de resultado e não de meio, o que não traz vantagem algu-ma para os cirurgiões-dentistas.

Na medida em que a reforma trará algu-mas modificações ao Código de Ética, ela es-tará aperfeiçoando o modo de proceder dos cirurgiões-dentistas e de todos aqueles pro-fissionais que devem submeter o seu com-portamento a ele. A utilidade do novo Códi-go no dia a dia será a mesma do Código ante-rior. Entretanto, para que o mesmo seja útil, é imprescindível a sua leitura e compreensão.

O Código de Ética traz, em seu bojo, direi-tos e obrigações profissionais. Logo, aqueles que atuarem em consonância com as regras ali inscritas, serão altamente beneficiados. A uma, porque estarão exercendo a profissão conforme os ditames da ética, do biodirei-to, do Código de Defesa do Consumidor e demais diplomas legais pertinentes; a duas, porque estarão enobrecendo cada vez mais a nossa profissão; e, a três, porque estarão cada vez mais cônscios de seus direitos.

Revista ABO/DF | Setembro/2011 11

Page 12: Revista Informativo 46 ABO-DF

A ODONTOJUNINA, fes-ta junina das entidades odontológicas que aconte-

ceu no dia 02/07/2011 foi sucesso mais uma vez.

A animação da festa foi to-tal. A banda Lua Nova tocou músicas de todos os estilos e a quadrilha Xodó de Cristo fez uma apresentação muito bonita para os presentes.

Mais uma vez a decoração do ambiente foi o destaque da festa. Quiosque, tendas e barra-cas estavam bastante coloridas com xita, flores de crepom, tnt e chapéus de palha.

Os pequenos não foram es-quecidos, cama elástica e tobo-gã alegraram a criançada.

Os presentes puderam se deliciar com o quentão e co-midas típicas que eram vendi-das nas barracas das entidades odontológicas e dos diretórios acadêmicos.

Representando os univer-sitários do Distrito Federal as barracas da FOPLAC, UNB e UPIS. As auxiliares e técnicas de saúde bucal estavam pre-sentes com a barraca do SIN-TASB que venderam canjicas e uma deliciosa canjiquinha de Minas feita com carne de porco.

Segundo o coordenador do evento, Josemar Bezerra de

Odonto Junina 2011Sousa 500 pessoas participa-ram da festa mas a ABO-DF estava preparada para receber 800 pessoas.

O evento contou com 8 se-guranças, 3 brigadistas e esta-cionamento fechado para todos (estacionamentos da ABO-DF e Fortium).

A festa contou com o apoio da Oral B, Milmax, Amil e SIN.

As entidades de classe (ABO-DF, ABO TAG, SODF e CRO-DF) agradece a todos que prestigiaram o evento e lamen-ta a não participação dos dire-tórios acadêmicos da Católica e UNIP.

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12 R evista ABO/DF | Setembro/2011

ABO Social

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1) Dr. Hamilton e Dr. Josemar com a quadrilha Xodó de Cristo; 2) Barraca da ABO-DF;3) Barraca do CRO-DF; 4) Barracas da FOPLAC, UPIS e UNB; 5) Apresentação da quadrilha no quiosque; 6) Barraca do Sindicato; 7) Barraca da ABO TAGUÁ;8) Barraca do SINTASB.

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A 3MESPE promoveu na ABO-DF, no ultimo dia 10 de setembro, a pales-

tra “Possibilidades estéticas dos novos materiais restauradores” ministrada pelo Prof. Dr. Edson Araujo. Com um vasto currículo, professor Edson é especialista, mestre e doutor em Odontologia Estética pela Universidade Fe-deral de Santa Catarina (UFSC) e professor da clínica integrada da graduação da Universidade. Na palestra o professor abordou variados temas da Odontologia Estética atual, mostrando inúme-ros casos clínicos realizados com esses novos materiais.

Dentre os quais estavam a re-

sina de nanopartículas Z350 XT

que, segundo o professor mantém

seu brilho e polimento por mais

tempo, o novo adesivo autocon-

dicionante de frasco único Adper

Easy One, que elimina o risco de

sensibilidade pós-operatória, uma

das situações mais enfrentadas pe-

los dentistas no dia a dia.

A palestra, que além dos den-

tistas associados da ABO foi aberta

aos demais cirurgiões-dentistas de

Brasília, contou com a presença de

cerca de cem profissionais que ti-

veram a oportunidade de assistir a

um curso de excelente qualidade,

de interagir e trocar experiências

com os colegas da região.

O público em geral se mostrou

satisfeito com a iniciativa da 3MES-

PE em parceria com a ABO-DF em

investir e incentivar a constante atu-

alização profissional.

Auditório da ABO-DF recebeu profissionais de Brasília para palestra aberta ao público-alvo

Revista ABO/DF | Setembro/2011 13

Palestra

ABO-DF abre parceria com a 3MESPE para realização de palestra sobre estética

Page 14: Revista Informativo 46 ABO-DF

Duas histórias, vidas em comum

Idealizador do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, Professor Doutor José Alberto de Souza Freitas, o Tio Gastão, tem uma história de vida que se confunde com a própria rotina do Centrinho-USP

José Alberto - Tio Gastao

Em 44 anos de atuação, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da

Universidade de São Paulo, co-nhecido como Centrinho-USP, localizado na cidade de Bauru (a 335 quilômetros da capital paulis-ta), consolidou-se internacional-mente como centro de referência no tratamento das anomalias cra-niofaciais. A procura pelo trata-mento especializado, com a tota-lidade de seus 91 leitos dedicados ao Sistema Único de Saúde (SUS), vem de todo o território nacional, levando pessoas dos mais diversos perfis a procurarem pela equipe multidisciplinar da Instituição.

Além de reabilitar pessoas com fissuras labiopalatinas (aberturas na região do lábio e/ou palato – céu da boca – ocasionada pelo não fecha-mento dessas estruturas durante a gestação dos bebês) e outras ano-malias craniofaciais, o Centrinho--USP iniciou de forma pioneira em 1985 o tratamento completo na área da audição com fornecimento gratuito das próteses auditivas em 1990 do Implante Coclear e neste ano iniciou o programa das próteses auditivas semi implantáveis, tendo

convencido o Ministerio da Saude a incluir estas próteses na tabela SUS em 1997. . Na área das anomalias craniofaciais, cirurgia plástica repa-radora, odontologia e fonoaudiolo-gia são as especialidades que se des-tacam no início do tratamento, mas muitos outros profissionais fazem parte da equipe reabilitadora.

As estatísticas atuais do Cen-trinho-USP e das suas sub-sedes Grande Sao Paulo, Sorocaba e Vale do Ribeira e do Estado do Mato Grosso do Sul já apontam a ultra-passagem da casa dos 120 mil pa-cientes matriculados na Institui-ção (cerca de 60 mil pacientes com anomalias craniofaciais e 60 mil pacientes com deficiência auditiva e comemorara este mes a realização de 1.000 Implantes Cocleares). Há cerca de 3,3 mil cidades brasileiras cadastradas no Hospital, além de outras 51 cidades do exterior.

“O que é a vida senão o acreditar na verdade do sonho ou no sonho da verdade...?”

DESTINOComo um garoto humilde e

estudioso tornou-se o principal mentor que conduz, hoje, uma locomotiva com cerca de 750 colaboradores, reconhecida no mundo todo, quando o assunto é saúde pública especializada? “Mi-nha mãe era professora primária, meu pai sempre teve orgulho de ser escrivão de polícia. Minha sorte foi sempre ter encontrado pessoas especiais, me ajudaram a estudar. Foi assim, que consegui construir a realidade do Centri-nho-USP”, diz.

Como Hospital Universitário, o Centrinho-USP também cum-pre seu papel de mediador e di-fusor de conhecimento científico graças ao oferecimento de cursos de pós-graduação. Atuante na área de ensino desde o início da

14 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Centrinho-USP

Page 15: Revista Informativo 46 ABO-DF

década de 90, a instituição iniciou seu programa de pós-graduação em 1995, com cursos de especiali-zação, mantidos até hoje. A partir de 1998, começaram a ser ofereci-dos os cursos de mestrado e dou-torado, que também atraem inte-ressados de todo o país. Há ainda cursos de atualização, aprimora-mento profissional, prática pro-fissionalizante, residência médica e residência multiprofissional. Em dezembro de 2010, o Hospital possuía, ao todo, 208 alunos ma-triculados nos seus cursos de pós--graduação stricto e lato sensu, de extensão e de aprimoramento sem considerar os estágios que ul-trapassam 1.000 por ano..

HISTÓRIAA trajetória do Centrinho-USP

tem início em meados da déca-da de 60, com a iniciativa de um grupo de sete professores de rea-lizar, em Bauru, uma pesquisa que detectou uma estatística até en-tão não trabalhada: uma em cada 650 crianças nascidas apresentava malformação labiopalatina con-gênita. Dentre os professores es-tavam o atual Superintendente da instituição, Prof.Dr. José Alberto de Souza Freitas, conhecido pe-los pacientes e funcionários como Tio Gastão.

No início de 1967, impulsio-nados pelo resultado da pesqui-

sa, profissionais da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP passaram a dar atendimento por meio de um Serviço Integrado de Ensino, Pesquisa e Assistência Social. Desta forma, funcionan-do nas dependências da própria faculdade, nasceu o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Lesões Lábio-Palatais.

Em 1973, o centro – já conhe-cido pelo diminutivo Centrinho –, com o apoio dos professores Dr. Paulo de Toledo Artigas, então di-retor da FOB-USP, Dr. Luiz Mar-tins, vice-diretor da FOB-USP, e do Reitor da USP, Dr. Miguel Re-ale, foi institucionalizado como Centro Interdepartamental da FOB-USP. Em 1976, o Centrinho é transformado em Unidade Hos-pitalar Autônoma e passa a rece-ber o nome de Hospital de Pesqui-sa e Reabilitação de Lesões Lábio--Palatais, destacado como centro de excelência no atendimento pela MSaude e como referência mundial pela Organização Mun-dial da Saúde (OMS).

Na década de 80, o Centrinho--USP tornou-se o primeiro Hos-pital universitário do Estado de São Paulo a ser conveniado com o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previ-dência Social) para prestar assis-tência especial e integral aos por-tadores de malformações faciais.

Em 1985, foi firmado o primeiro convênio entre o Hospital e a Fun-dação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais (FUNCRAF), até hoje a principal parceira do Centrinho-USP.

Em 1998, o Centrinho-USP recebeu nova denominação, em vigor até hoje: Hospital de Rea-bilitação de Anomalias Cranio-faciais (HRAC-USP), devido à ampliação do seu campo de ati-vidade. Durante essas décadas, a instituição colecionou conquistas que lhe renderam premiações e o reconhecimento como centro de excelência dentro e fora do Brasil.

APOIOOs parceiros desse proje-

to são até hoje a admiração e o reconhecimento de tio Gastão. São grandes nomes colaborado-res incondicionais na edificação do Centrinho. Por diversas ve-zes Tio Gastão narrou sua grati-dão pelo professor Luiz Ferreira Martins, por exemplo. Por ele considerado um mestre, “Ele é o grande responsável por eu estar aqui até hoje. Foi ele quem me ajudou em todas as oportunida-des, com palavras firmes e su-gestões sensatas”.

De currículo extenso, Martins trouxe vasta experiência admi-nistrativa e educacional. O “chefi-nho” Martins, assim o Tio Gastão o chamava. Luiz Casati Álvares, José Humberto Damante, Bernar-do Gonzales Vono, Halim Nagem Filho, Helí Brosco e entre outros também ganham destaque nesta história. Halim conta que como idealizador reconhece que o Tio Gastão foi o responsável em regar a semente. A mesma sensação tem Vono, “a disposição de Gastão ex-trapolou”, diz.

Dr. José Alberto, Esposa Sueli e Dr. Silvio Carneiro

Revista ABO/DF | Setembro/2011 15

Page 16: Revista Informativo 46 ABO-DF

Atendimento Centrinho-USP por mês• 640 cirurgias na área de anomalias craniofaciais (20 por dia,

em média, só na área de cirurgia plástica reparadora)• 10 implantes cocleares• 430 internações cirúrgicas • 20 internações clínica pediátricas • 30 internações na UTI • 8.400 atendimentos médicos e complementares na área de

anomalias craniofaciais• 3.500 exames em laboratórios de análises clínicas • 5.000 pacientes atendidos em ambulatório (250 por dia, so-

mando anomalias craniofaciais e deficiências auditivas) • 440 aparelhos de amplificação sonora adaptados.

O atendimento é totalmente gratuito, com todos os custos pagos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) 30% e pela USP (Universidade de São Paulo) 70%.

TRIBUTO AO “TIO GASTÃO” – “A grandeza de um homem, mede-A grandeza de um homem, mede--se pela dignidade, carinho e respeito para com o seu semelhante.” Fra-ternalmente, Dr. Silvio Carneiro, Presidente do Memorial da ABO-DF.

Dr. José Alberto e Dr. Silvio Carneiro

CONTATO Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofa-ciais (Centrinho/USP) Universidade de São Paulo Rua Silvio Marchione, 3-20 Vila Universitária Caixa Postal 1501 Bauru-SP

CEP 17012-900 Telefone: (14) 3235-8000 Fax: (14) 3234-7818 Email: [email protected] Site: www.centrinho.usp.br BLOG: http://centrinhousp.blogspot.com/ Siga-nos: http://twitter.com/centrinhous

Do primeiro cirurgião-dentis-ta contratado para atuar em clí-nica geral no hospital, Damante, não fica atrás, “que pese que cada um tenha dado um pouquinho de si, o mérito de tudo o que vemos no Centrinho é do Gastão”.

“Foi no Centrinho que des-cobri o verdadeiro sentido do termo humanista. Nunca quis saber qual a ideologia política do Gastão, para mim, sempre bastou saber de sua dignidade... Desde que o conheci – e também à sua obra -, abracei essa causa”. Jarbas Passarinho, Ex-Presidente do Senado Federal e Ex-Ministro – Ministério do Trabalho e Pre-vidência Social, Educação e Cul-tura, Ministério da Previdência e Ministério da Justiça. A grande colaboração do então ministro e senador Jarbas Passarinho e sua esposa Ruth, In Memorian par-ticiparam ativamente no trabalho de liberação de verbas em Brasí-lia, para a edificação, manuten-

ção e crescimento do Centrinho, é outro capítulo. “Chamá-lo de humanista é pouco. É bem mais que isso, é uma pessoa dedicada ao próximo. Ele ama o que de bom pode fazer pelo próximo e vem fazendo”, escreveu.

Sua esposa, Professora e Cirur-giã-Dentista com especialização em radiologia Sueli Zambonato Freitas teve papel preponderante na construção da base desse ali-cerce. Casados em 1969. Apoio de todas as horas, ela esteve sem-pre presente como sua verdadeira companheira. O casal teve quatro filhos biológicos – Patrícia, Rogé-rio, Ricardo e Priscila -, e adotou

o Guilherme filho da paciente Áu-rea que mora com eles a mais de 30 anos.. Todos eles conhecem de perto a rotina do hospital onde os pais passavam a maior parte do tempo para fazer crescer e manter o sonho vivo.

16 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Centrinho-USP

Page 17: Revista Informativo 46 ABO-DF

Aperfeiçoamento e AtualizaçãoCURSO COORDENAÇÃO

Aperf. Implantodontia: Cirurgia e Prótese Prof. Dr. Rander Pereira AvelarAperf. Ortodontia Preventiva e Cefalometria Clínica Prof. Dr. Carlos Henrique GuimarãesAperf. Perio/Prótese Prof. Dr. Humberto Oliveira PintoAperf. Periodontia Profª. Priscila Barbosa Ferreira SoaresAperf. Prótése sobre Implante Prof. Flávio Domingues NevesAtualização: Ancoragem Esquelética Dr. Jaime BicalhoAtualização: Apnéia do sono e Ronco Profa. Carla Karina dos Santos CarvalhoAtualização: Farmacologia Clínica aplicada à Odontologia Profa. Dra. Erica Negrini Lia Atualização: Fotografia Digital e Otimização de Imagens Prof. Dr. Rafael de Faria BicalhoExtensão: Aurículoacupuntura na Odontologia Profa. Faraína Rodrigues Vasconcelos FrancoExtensão: Inlay, Onlay e Facetas Prof. Dr. Gil MontenegroExtensão: Responsabilidade Civil do Profissional de Saúde Prof. Dr. Evaldo Arruda de Assis Extensão: Shiatsu Facial para alívio das Dores Orofaciais Profa. Faraína Rodrigues Vasconcelos FrancoCurso Preparatório para Concursos Dr. Renato Uetanabara

•Especialização em Endodontia•Especialização em Odontologia Legal•Especialização em Odontogeriatria•Especialização em Prótese Dentária•Especialização em Radiologia

Odontológica e Imaginologia

Informações: 61 3445-4800 | abo-df.org.br

PALESTRA GRATUITA AOS SÓCIOS“Interrelação Periodontia-Prótese em Busca da Excelência”MINISTRADOR:Prof. Dr. Humberto OliveiraMestre e Doutor em Reabilitação Oral pela USP- Ribeirão PretoDATA: 17 de Novembro de 2011.HORÁRIO: 18:30h às 21:30hLOCAL: Auditório ABO-DFFaça sua Inscrição: www.abo-df.org.br - Informações: 3445-4800

Page 18: Revista Informativo 46 ABO-DF

Novo projeto social da ABO-DF

18 R evista ABO/DF | Setembro/2011

ABO Social

O dia do cirurgião-dentista será comemorado com uma semana de saúde bucal. A quantidade de eventos que será realizada já ultrapassou os dias de uma semana. As

A ABO-DF em parceria com o grupo “Jiu-Jitsu Barreto” estará lançando ainda este ano mais um projeto social que é o “ABO na Comunidade, Jiu-Jitsu Barreto e Saúde Bucal”.

O projeto tem como objetivo estimular a prática esportiva, espe-cialmente o Jiu-Jitsu, e oferecer atenção em saúde bucal para crianças de risco social da cidade satélite de Samambaia.

A ABO-DF acredita que iniciativas como esta que promovem a elevação da autoestima podem evitar o envolvimento de crianças e adolescentes com drogas e com a criminalidade.

A coordenação do projeto será executada pelo Dr. Josemar Bezer-ra de Sousa, especialista em saúde coletiva, e pelos professores de Jiu-Jitsu, Sander e Leonardo Torres.

Dia do cirurgião-dentista será comemorado com semana de saúde bucal

ganização dos eventos.

No dia 20 de outubro será re-alizado um dia de saúde e lazer, na área verde da ABO-DF, desti-nado a crianças carentes do pro-jeto ABO na comunidade.

No período de 25 à 28 ações de promoção em saúde bucal, serão realizadas em shoppings, praças, escolas e rodoviárias.

Nos dias 27 e 28, será reali-zado um encontro de práticas integrativas em local a ser de-finido. No dia 28, às 19h, serão entregues os certificados de só-cios remidos do CRO, no audi-tório da ABO-DF.

Para encerrar os eventos comemorativos, um grande baile acontecerá no espaço Grande Oriente, no dia 29 de outubro às 22h. Uma banda e atrações prometem animar a festa até a madrugada.

entidades de classe (CRO-DF, ABO-DF, Sindicato dos odon-tologistas, ABO Taguatinga, Secretaria de Saúde e da Edu-cação e o SESC-DF), estão tra-balhando em conjunto na or-

Page 19: Revista Informativo 46 ABO-DF

Na capital Macapá (AP), o programa atende a população de todas as faixas. Para isso, primeiro é feito uma triagem e em seguida é preparado o ro-teiro de atendimento, “não fa-zemos endodontia ou próteses, somente o básico, profilaxia, restaurações e cirurgias sim-ples”, explica Daiz Nunes, pre-sidente da ABO-AP. Há uma média de cem atendimentos por mês. A equipe compreen-de cinco dentistas voluntários, dez acadêmicos e uma escola de auxiliar de saúde bucal para oferecer suporte ao projeto.

O ABO na Comunidade da Associação Brasileira de Odon-

No Amapá, o projeto ganha forma e vira referência no atendimento à comunidade. Quem conta é a cirurgiã-dentista Daiz Nunes, presidente da ABO no estado

tologia do Distrito Federal ga-nha o nome de “Dentista do Bem”, no Amapá. “As pessoas só param de frequentar a ABO depois de todos os procedimen-tos realizados e são orientados para que seja marcado o retor-no de seis em seis meses, tudo isso sem custos”, complementa Daiz. Tudo aconteceu de forma natural, havia uma necessidade real para a realização dos traba-lhos e a ABO no Amapá veio se inspirar no projeto de sucesso.

Crianças recebem tratamento e orientações sobre saúde bucal

Daiz Nunes, presidente da ABO-AP

A distribuição de kit odontológico ajuda na prevenção

Revista ABO/DF | Setembro/2011 19

Multiplicação

ABO na Comunidade é modelo para outros estados

Page 20: Revista Informativo 46 ABO-DF

“Achei lindo e muito efe-tivo até porque não acredito em projetos preventivos sem acompanhamento ou triagem para vermos os pacientes que precisam de prevenção e os que precisam de tratamento. Ações de atendimento odon-tológico para fazer estimativa numérica só servem para ações politiqueiras e disso já estamos cheios aqui”, enfatiza.

Daiz Nunes lembra ainda dos primeiros dias quando o projeto começou a funcionar: “quando lançamos o projeto éramos o único local funcio-nando para atender Odonto-logia sem cobrança de taxa nenhuma, sem faixa etária de-terminada, foi um furacão esse dia, tinha tanta gente que do-brava a esquina, pensei que não conseguiríamos, mas hoje nos

tornamos referencia da comu-nidade no estado, hoje a asso-ciação recebe pedido de ajuda até de repartições do município e do estado que teoricamente não precisariam. Nosso com-promisso e nossa seriedade nos fazem realizar e não prometer sem cumprir”.

Ideias de sucesso precisam ser replicadas.

20 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Multiplicação

Equipe de profissionais faz uma média de cem atendimentos por mês O Projeto ABO na Comunidade é inspiração para outros estados

Instituições sem fins lucrativos das ci-dades do Entorno de Brasília aderem

ao projeto e reconhecem o benefício do projeto. As creches Renascer e Can-tinho da Paz, os centros de convivên-cia e educação infantil Nossa Senhora do Carmo e Sagrada Família e a escola Maria Mãe Providência são as novas entidades que participam do projeto. O coordenador do ABO na Comuni-dade Josemar Bezerra reconhece que o sucesso das ações está em sua continui-dade, “não paramos nunca, temos o ano inteiro de atividades direcionadas às crianças carentes do DF”, diz.

Essa constância é reconhecida pelas entidades e o projeto desperta o inte-resse da própria família. “Essa parce-

ria tem sido muito importante para a creche, além de dar um estímulo para a família”, releva Josselama Viana, co-ordenadora pedagógica da Renascer, que já possui 18 anos de atividade na cidade de Samambaia Norte.

São 200 crianças na Cantinho da Amizade, todas elas receberam orien-tação sobre saúde bucal, algumas já estão recebendo tratamento e a maio-ria teve acesso ao flúor e ao kit dental. “Muito bom, antes as crianças não ti-nham essa oportunidade”, reforça Isa-bel Cristina, diretora da creche.

As expectativas são tão grandes em relação ao projeto que uma pequena desmarcação de consulta pode gerar

frustração. É o caso da Maria Mãe Providência, “tínhamos uma agenda dia 8 de setembro, mas não foi possí-vel para o projeto fazer o atendimento, isso gerou uma decepção para as famí-lias, mas estou complemente satisfeita, acho o projeto muito bom”, diz Lucin-da Magalhães, diretora pedagógica da escola.

O coordenador do projeto ex-plica que esses problemas de agenda ocorrem, mas nem sempre é possível evitar uma frustração. “acredito que seja compreensivo tudo isso, estamos lidando com gente e sabemos que as dificuldades são enormes”, relata Jose-mar.

Projeto ABO na Comunidade recebe novas aquisições

Page 21: Revista Informativo 46 ABO-DF
Page 22: Revista Informativo 46 ABO-DF

VENHA FAZER PARTE DESSA FAMÍLIA, JUNTE-SE A ABO-TAGUATINGA!

Veja agora o que a ABO-TAGUATINGA traz de novo para os associados:

ABO Taguatinga

FESTA JUNINA DA ABO TEM A BARRACA DE TAGUATINGA COMO A MAIS ANIMADA

Com muito orgulho a ABO--TAGUATINGA participou do Congresso de Odontologia de João Pessoa. A instituição cola-borou na realização do evento, que proporcionou uma gran-de integração entre as ABO do Brasil. Tal fato foi amplamente divulgado tanto no discurso de abertura proferido pela Presi-dente Dra. Patrícia Meira, as-sim como pelos outdoors pre-sentes no Congresso.

ABO TAGUATINGA PRESENTE NO CONGRESSO DE JOÃO PESSOA

22 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Gestão e Auditoria: Dra. Érica Carvalho.Esp. em Periodontia. Dr. Cesário Antônio Duarte Esp. em Odontopediatria. Dr. Edélcio Garcia Júnior Ap. em endodontia. Dr. Jacy Júnior. Laser. Dr. Antônio Luiz Barbosa PinheiroPrótese sobre Implante. Dr. Hugo de Lima DTM. Dr. Leonardo Trench

Cirurgia Avançada: Dr. Edival Barreto de Magalhães Júnior

Ap. em Cirurgia Oral Menor. Dr. João Bugarin Aperfeiçoamento em Estomatologia.Dr. João GeraldoAperfeiçoamento Implante Cone Morse. Ricardo MorandiMódulos em Orto- Flávio Gadelha e Bruno Minervino

ABO-TAGUATINGA INICIA NOVOS CURSOS NO SEGUNDO SEMESTRENão perca a oportunidade de se atualizar com os cursos de excelência da ABO-TAGUATIN-

GA. Faça já sua matrícula! Todos os cursos com previsão de início para setembro de 2011!

Page 23: Revista Informativo 46 ABO-DF

ABO-TAGUATINGA INICIA NOVOS CURSOS NO SEGUNDO SEMESTRE

Page 24: Revista Informativo 46 ABO-DF

24 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Memorial da Odontologia / ABO-DF

Dr. Silvio CarneiroPresidente do Memorial

da Odontologia – ABO-DF

Determinação. Essa pode ser a melhor definição para o começo de con-

versar. A vida de Wander de Oli-veira Silva nunca foi pela metade. Sempre se dedicou com afinco em suas decisões. Se é para ser, então é bom fazer bem feito, e foi assim em Boa Esperança, Patos de Mi-nas, Alfenas, Brasília e por aí afo-ra. Para dar certo, só poderia casar com quem pudesse corresponder a toda essa postura positiva em re-lação aos desafios. Márcia de Ávi-la Oliveira mostrou que com ela a história também tem que ser as-sim: olhando para frente.

A casa na Asa Norte é a mesma desde quando resolveram mudar para Brasília. O canto que esco-lheram para criar e procriar seus caminhos de muitos desafios e conquistas. Uma pausa para um dado curioso: a casa foi um dos primeiros negócios imobiliários

Ele sabe a hora e faz acontecer

Sol ou chuva: não tem tempo ruim para esse mineiro que segue em frente com olhar no horizonte.

feitos pelo ex vice-governador Paulo Octávio, que depois viria a se configurar como o maior em-presário no ramo da construção civil em Brasília. “Ele chegou com uma pastinha debaixo do braço e mostrou que tinha talento, não deu outra; fechou negócio”.

Wander nasceu em Boa Esperan-ça (MG), em 5 de dezembro de 1938. Filho de Alzira Leopoldina e Álvaro Rodrigues de Oliveira. Formou-se na Escola de Farmácia e Odon-tologia (EFOA), de Alfenas (MG), “hoje ela é uma Universida-de Federal”.

Nessas andanças pela vida, talvez São Paulo tenha sido sua experiência não tão bem sucedida. Passou o tempo suficiente na paulicéia para perce-

ber que ali não era seu lugar. Arru-mou as malas e montou um consul-tório em Patos de Minas (MG). “Lá foi sucesso total”. Uma experiência exitosa que compreendeu ser o vigé-simo dentista da cidade, presidente da Associação dos Dentistas do Alto Paranaíba, sócio representativo do Rotary Clube, funcionário do INPS, além de desfrutar de um convívio so-cial de grande crescimento pessoal.

Wander de Oliveira Silva

Page 25: Revista Informativo 46 ABO-DF

Revista ABO/DF | Setembro/2011 25

PARA QUE MAIS? TAVA TUDO BEM...

Depois de quatro anos, Wander e Márcia perceberam que queriam mais. Em 1970 já haviam se casa-do. Márcia não ficava atrás e tam-bém ajudava no sonho de novas conquistas. Também formada pela EFOA, em Farmácia, em fevereiro de 1972, mudaram para Brasília. “Foi amor a primeira vista. Viaja-mos para conhecer a cidade e já sa-ímos daqui com uma sala alugada para montar o meu consultório”, lembra Wander.

Márcia acrescenta que a decisão foi rápida, mas o planejamento foi minucioso. O primeiro endereço foi no Setor Comercial Sul, edi-fício Ceará no 11º andar. “Foram necessários dois anos para que eu conseguisse formar a minha clien-tela”, diz. Márcia recorda das difi-culdades iniciais e as economias que haviam reservado para os pri-meiros meses foram embora antes dos primeiros noventa dias. Nada que pudesse desanimar o casal, que sabia que era preciso experimentar

esses dias difíceis para conquistar o desejado.

A socialização foi o caminho encontrado para enfrentar as bar-reiras. Fez grandes amizades com profissionais como Dr. Paulo Bas-tos, Dr. Piantino, Dr. Wandler de Pádua, Dr. Nême da Silveira, Dr. Tácito Jacobina, Dr. Adriano Ma-galhães Freire, Dr. Cléo Octávio, Dr. Gerson Martins e muitos ou-tros nomes famosos da então Bra-sília recém inaugurada.

“Dr. Silvio Carneiro, Endodon-tista de primeira linha, também estava entre essa turma de suces-so e que representou para mim mais que uma relação social, mas um grande amigo”, pontua. Em Brasília, o segredo era trabalhar duro e logo participou da criação, como membro fundador do Cen-

tro de Estudos de Reabilitação Oral (CERO), destinado ao apri-moramento da Odontologia. “Foi um progresso para todos nós, pois para fazermos uma especialização, precisaríamos mudar para Rio ou São Paulo e com o CERO, con-seguimos trazer profissionais de renome no país para estudarmos com o mesmo aprimoramento”.

Assim, vieram Dr. Thomaz Lascala, de São Paulo; Dr. Edgar de Souza, de Belo Horizonte; outros do Rio de Janeiro e até estrangei-ros. Os seis primeiros meses sem pacientes ficaram para trás, agora, Dr. Wander de Oliveira Silva já era o que tinha predeterminado a ser quando tomou a decisão de adotar a Odontologia como profissão, in-dependentemente de qual cidade iria adotar como sua.

Wander em sua fazenda

Família: Fabrícia, André, Márcia, Wander, Gláucia, Cinthya, Arthur e Luzo Araújo

Cinthya, Arthur, Wander e seus nelores Luzo, Wander e Giorginei

Page 26: Revista Informativo 46 ABO-DF

26 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Memorial da Odontologia / ABO-DF

SOLIDARIEDADEComo tudo na vida desse mi-

neiro de boa conversa, o Banco Central também entrou para a sua vida de forma especial. “Fui atender em um dia de folga um senhor que precisava de trata-mento emergencial, sem saber de nada era o Diretor de Saúde da instituição, no mesmo dia eu saí com uma proposta de tra-balho e era exatamente isto que procurava há meses. Ele pediu que fosse ao Banco Central e queria que os funcionários re-cebessem a mesma qualidade do tratamento que dei a ele e foi desta maneira que passei a inte-grar a equipe dos profissionais liberais prestadores de serviços ao Banco”. Por lá ficou de 1973 a 2001, quando foi aposentado.

A partir da década de 90, passou a trabalhar com o gran-de amigo Dr. Silvio Carneiro, considerado um dos melhores endodontistas de Brasília, junta-mente com o Dr. Frederico Salles, Dr. Robaza e Dr. Wilson Brazil, eram referências como profis-sionais na área. “Trabalhamos muitos anos em parceria, Dr. Silvio tratava os canais e fazia os implantes e eu instalava as próte-ses. Assim, trabalhamos muitos e muitos anos juntos”.

Do edifício Ceará, o consultó-rio de Wander passou para o Ba-

racat-SCS, depois para o Conjun-to Nacional e por fim, no Shop-ping Liberty Mall. Atuou como dentista durante 35 anos. Sua outra grande paixão foi a cria-ção de gado, essa atividade o le-vou para longe neste país. Minas, Maranhão, Mato Grosso foram os estados que ele aterrissou com suas cabeças de gado. Em Goiás, além do gado, também areia. Isso mesmo, pois a propriedade de Wander em Padre Bernardo, pos-sui 15 km no Rio Verde e mui-ta areia. A exploração de areia é vendida por toda Brasília: Fazen-da Caiapó - Areia.

“Graças a Deus todas as vezes que precisei do Wander ele estava em casa, apesar da atividade com o gado que sempre exigia dele se ausentar”, lembra Márcia. O ne-gócio era comprar, criar, engor-dar e vender. “Em Mato Grosso tivemos uma área fantástica. Eu conhecia toda, mas só de avião, tal o tamanho da área. Nesse ne-gócio, eram três sócios”.

E MAIS...Em Brasília, Wander foi tam-

bém membro fundador e presi-dente do Rotary Clube – Brasília Alvorada. Aqui, nasceram os três filhos do casal: Dr. Marco André – advogado do Superior Tribunal Eleitoral, hoje, diretor do Cartório Eleitoral de Catalão (GO), casado com Fabrícia e que em novembro serão pais de Pedro Antônio; Cin-thya, formada em Agronomia pela UnB, hoje, servidora pública e mãe dos netos Arthur Repiso e Athos Repiso cujo pai é o Dr. Giorginei Trojan Repiso, advogado na área civil e da família.

Para fechar o trio, a filha Dra. Gláucia resolveu seguir a carrei-ra do pai, formada pela FOPLAC. Hoje professora da mesma uni-versidade em que se formou e também da UNIP. É especialista e mestre em Periodontia e Ortodon-tia. Recentemente apresentou sua dissertação de mestrado nos Esta-dos Unidos, na IADR, em Dallas. Casada com o também Cirurgião--Dentista Luzo Araújo, especialista

Cinthya, Arthur, Luzo, Gláucia, Marco André, Fabrícia, Marcia, (Wander 70 anos)

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Revista ABO/DF | Setembro/2011 27

em Prótese, Professor da ABO-DF e apaixonado por corridas de alta velocidade em grandes motos, é piloto profissional atuante.

UM POUCO DO QUE ELES DIZEM

Cinthya: “Meus pais foram muito corajosos. Vieram quando Brasília estava no início e de toda a família, foram os que se saíram melhor, enfrentaram muitas difi-culdades. Hoje, são os que estão com a vida mais estruturada. Tan-to é que foi exemplo para os meus

primos. Minha mãe foi muito co-rajosa, pois quando meu pai saia para cuidar das terras, ela ficava sozinha, numa época sem celular e comunicação precária. Lembro que a gente vivia com essas histó-rias de terra e gado durante toda nossa infância, até couro de onça tínhamos pendurado na parede de nossa casa”.

Gláucia: “Meus pais são exem-plo. Minha mãe é perseverante, co-rajosa e meu pai pioneiro, positivo e uma fé muito grande. Sabemos que não estamos sozinhos. Deixou

“Conheci o Dr. Wander de

Oliveira Silva há bastante tempo,

mas foi na década de 80 que tive-

mos uma aproximação maior, e em

seguida no Conjunto Nacional, pas-

samos a trabalhar juntos profissio-

nalmente falando. Em 1995 transferi

minha clínica para o Shopping Li-

berty Mall e o Dr. Wander também

o fez. A amizade foi se consolidan-

do e hoje freqüento a casa de sua

família e às vezes sua bela fazenda.

Vocês sabem bem como é mineiro

do sul de minas, vão “assuntando”,

ganhando confiança, “espiando,

olhando de banda”, ganhando

COM A PALAVRA, O DR. SILVIO CARNEIRO, PRESIDENTE DO

MEMORIAL DA ABO-DF, PARA SUAS

CONSIDERAÇÕES FINAISmais confiança e vão abrindo a

porta bem devagar, hoje já consi-

go entrar pela porta da cozinha

com leitoa de presente no final

de ano. Mas, não foi fácil não!!!...

Tenho grande sintonia de amiza-

de com sua esposa Márcia, filhos,

enfim com todos da família, não

só em Brasília como também os

de Boa Esperança-MG, sua cida-

de natal. O Pioneiro Dr. Wander

foi muito atuante, participativo

e colaborou bastante com a edi-

ficação da nossa Odontologia e

as entidades de classe. Em nome

da comunidade odontológica de

Brasília, quero agradecer ao cole-

ga e amigo Wander e sua família,

pela colaboração que todos de-

ram para o engrandecimento da

Odontologia do Distrito Fede-

ral e com a nova geração, a filha

Gláucia e o genro Luzo, que con-

tinuam clinicando e ministrando

suas aulas. Fraternalmente, que

Deus continue abençoando todos

de sua família.”

para mim a minha profissão, visi-tava o consultório dele quando era pequena, segui muitos conselhos dele. A seriedade e a leveza com que ele leva a vida pessoal e pro-fissional são exemplos e referência”.

Giorginei: “Minha sogra é a pessoa mais justa que conheço e senti uma identificação muito grande com o meu sogro que é também profissional liberal. Sou gaúcho e estou seguindo os pas-sos deles para conquistar o meu espaço também em Brasília e com o apoio desta família maravilhosa”.

Wander e Silvio Carneiro

Page 28: Revista Informativo 46 ABO-DF

28 R evista ABO/DF | Setembro/2011

Entrevista

Com data marcada para acon-tecer de 30 de novembro a 4 de dezembro, a Conferência

será estratégica no avanço das con-quistas para a adoção de uma polí-tica de saúde bucal mais democráti-ca. Nesta entrevista, Geraldo Alves Vasconcelos Filho* fala sobre o que precisa mudar e a necessidade de garantir mais recursos para a saúde do brasileiro.

ABO-DF: Qual é a propos-ta da 14ª Conferência Nacio-

nal de Saúde?

Geraldo Vasconcelos: É muito clara como ficou definido no seu tema “SUS na Seguridade Social, política pública e patrimônio do povo brasileiro: acesso e acolhimen-to com qualidade um desafio para o SUS, todos usam SUS”. A comissão organizadora da conferencia foi muito feliz ao escolher esse tema, pois precisa despertar na socieda-de, que o Sistema Único de Saúde é uma conquista da sociedade bra-sileira, onde todos sem exceção o utilizam, seja por ocasião de uma campanha de vacinação ou quan-do sentamos em um restaurante e

A 14ª Conferência Nacional de Saúde traz de volta o debate sobre a inclusão da saúde bucal na política de ações do Sistema Único de Saúde

Com mais recursos, o SUS é a proposta ideal para a saúde bucal no país

vimos uma placa informando que o estabelecimento é fiscalizado pela Vigilância Sanitária (isso também é SUS). O SUS como política de saú-de universal, sem nenhum tipo de discriminação, é a maior política de inclusão social do país, porém pre-cisa de ajustes, daí o seu eixo acesso e acolhimento com qualidade ser uma reflexão, a qual precisa ser dis-cutida por todos usuários, trabalha-dores e gestores do sistema. O tema aborda o acolhimento, como sendo um passo importante para a política de humanização do SUS.

ABO-DF: Qual a sua avaliação sobre a atual política de saúde na Seguridade Social?

GV: As necessidades específicas de cada localidade no que diz res-peito ao debate de políticas públi-cas e de legislação previdenciárias devem ser atendidas de modo mais eficiente. Algumas medidas podem ser citadas, como identificar carac-terísticas da Previdência que devem ser aperfeiçoadas; fazer propostas para melhorar a gestão do sistema previdenciário; facilitar o desenvol-vimento e solidificação da gestão democrática e próxima dos cida-dãos, além de exercer o controle so-cial sobre a administração pública.

ABO-DF: Quais os principais pontos que precisam de avanços?

GV: É importante refletir que o SUS é uma política jovem, em construção, com 23 anos e, por isso, necessita ainda de debates e discus-sões, com democracia e participa-ção popular. Relato a seguir alguns pontos que precisam de avanço: a) financiamento: está claro que as fontes de recursos para a saúde são poucas. A máquina do gover-no precisa de ajustes, no momento todos trabalham pela aprovação da Emenda Constitucional 29 (EC29), a qual deverá ser votada, pelo Con-gresso Nacional, em setembro 2009, que definirá regras e respon-sabilidades para as três esferas de governo; b) recursos humanos: é necessário avançar em uma políti-ca nacional de recursos humanos, para que o acesso dos profissionais de saúde sejam somente por meio de concursos públicos e com va-lorização profissional de todas ca-tegorias, com carga horária justa e remuneração igualitária pactuando com entes federados a carreira úni-ca do SUS, onde todos terão seu va-lor reconhecido; c) profissionaliza-ção da gestão: sabe-se que a gestão do sistema precisa de grandes ajus-tes com uma gestão eficiente, capaz, com formação e preparo e, nem sempre isso acontece, onde o gestor,

Page 29: Revista Informativo 46 ABO-DF

Revista ABO/DF | Setembro/2011 29

muitas vezes, indica seu apadrinha-do político, sem o devido preparo.

ABO-DF: Qual seria o modelo ideal?

GV: A proposta do SUS já é con-siderada um modelo ideal, necessi-ta ajustes e avanços relacionados a financiamento e recursos humanos.

ABO-DF: Por que saúde bucal ainda é um item para poucos?

GV: Em primeiro lugar é neces-sário esclarecer que a Odontologia só passou a ser política pública nos últimos oito anos com a implanta-ção do Brasil Sorridente, política que deu certo e é valorizada pela população brasileira, a qual avança em passos largos, mas que devido

às dimensões continentais do país levará algum tempo para chegar a todos. Como toda política recém implantada necessita constantes avaliações e ajustes. Reconhece-mos que na grande maioria dos municípios temos equipes de saú-de bucal na Estratégia Saúde da Família e, nas capitais e cidades polos a presença dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), através dos quais a popu-lação tem acesso aos tratamentos especializados, inclusive recen-temente a implantação da Orto-dontia e do Implante Dentário.

ABO-DF: De que forma esse debate chegará a plataforma de governo? Como acontecerá o gru-po de pressão?

GV: Primeiramente através da participação organizada da socie-dade no SUS, nas conferências, em suas diferentes etapas (estados e municípios), que discutem pro-postas que são levadas a etapa final nacional e suas deliberações e reso-luções devem ser implementadas como políticas públicas de saúde pelo governo federal. Por outro lado os conselhos de Saúde, como atores sociais coletivos, discutem, fiscalizam e deliberam sobre a im-plementação das políticas públicas.

* Coordenador da Comissão Interministerial de Comunicação e Informação em Saúde do Conselho Nacional de Saúde, membro do Plano de Inclusão Digital (PID) do Conselho Nacional de Saúde, do Conselho Editorial da Revista do Conselho Nacional de Saúde, e representante da ABO Nacional no Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores na Área de Saúde (FENTAS)

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A humildade é uma carac-terística de André da Sil-va Mendes, pelo menos

quando o assunto é corrida. “Não posso afirmar que sou maratonista, pois fiz apenas uma, por enquanto ainda sou corredor de rua”. Há pelo menos dez anos, André adotou a corrida como um antídoto contra as dores do corpo que vinha sen-tindo dentro do consultório. “Co-mecei com a acupuntura, mas fui logo alertado de que apenas isso não iria resolver a minha situação, era preciso adotar uma atividade física como prática”.

André começou devagar, primeiro vieram as caminha-das, depois as caminhadas as-sociadas aos conhecidos “tro-tes” – corridas leves – daí foi

Corrida é aliada nocombate ao estresse

No Lado B desta edição, apresentamos a performance do cirurgião-dentista André da Silva Mendes que iniciou o esporte para aliviar as dores provenientes da profissão e hoje planeja viagens para participar de maratona.

Maio 2010 BSB- corrida 10 km Fila night

um passo para se tornar um apaixonado pela corrida de rua. “A corrida vicia, é uma ca-chaça, o corpo pede e a gente não resiste, o bichinho da cor-rida me picou”. Hoje as dores no braço e na coluna são coisas do passado, “busquei saúde e qualidade de vida, pois minhas dores na coluna me incomoda-vam”. Agora o desafio é ganhar o título de maratonista, sem modéstia ou quase isso, “va-mos de vagar”.

DISCIPLINAUm fator foi decisivo na vida

de André como corredor: a dis-ciplina. “Sempre fui muito dis-ciplinado, além disso sempre gostei de esporte”. As corridas Maio 2011-Maratona de Porto Alegre

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Lado B

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de rodagem, aquelas em que a pessoa corre o quanto consegue e es-tiver com vontade, fo-ram praticadas por ele durante muito tempo. “É como a gente fala, vai para o parque, ou mesmo na rua e corre 8, 10, 12 quilômetros. É o que foi possível fazer”. Isso resultou o gostinho de quero mais, veio o desejo de começar as maratonas. A disciplina vem sendo sua principal aliada.

Nessa fase, a força de vontade não era suficiente, agora era preciso do apoio de um profissional. O treino téc-nico para aguentar os 42 qui-lômetros e quase 200 metros – percurso de uma maratona - alterna corrida e musculação. “Eu que nunca gostei mui-to de academia, agora estou com séries, pelos menos duas vezes por semana, para forta-lecer a musculatura e evitar as lesões”.

O mundo das maratonas foi apresentado pelo colega de profissão Paulo de Tarso. O próximo plano é a maratona de Buenos Aires. O longão é estra-tégico nesta etapa, “é quando o treino é mais puxado, com 28 quilômetros, em geral, nos fins de semana”. Isso daria em tor-no de três voltas completas no Parque da Cidade. Uma boa

dica para quem está começan-do é mudar o percurso,então é importante variar o trajeto. Às vezes corro no Eixão, Asa Norte, enfim, onde for mais conveniente”.

CONSULTÓRIOA vida no consultório que

já era boa, ficou melhor ainda. “Os meus pacientes sempre comentam que me encontram correndo. Isso é sempre mo-tivo de conversa”. Com duas especializações feitas na As-sociação Brasileira de Odon-tologia do Distrito Federal, endodontia e implantodontia, André conta que sempre foi uma pessoa de espírito posi-tivo, mas a corrida deu mais disposição e garantiu bom hu-mor o dia inteiro, “acho que sou uma pessoa mais alegre, mesmo quando saio do con-

sultório, depois de um dia difícil, ainda tenho forças e vontade de ter-minar o dia correndo no parque, ou em al-gum canto da cidade”.

Às vezes, são os próprios pacientes que puxam conversa sobre corrida. “Eles querem conhecer esse meu lado ou contam que me viram corren-do”. Em suas conver-sas, André promove a corrida como uma excelente alternativa. “É o esporte hoje, que

mais cresce no país. Já está em segundo lugar na movimen-tação de recursos financeiros, só perde para o futebol. As grandes marcas apostam nes-sa modalidade, patrocinam, promovem e realizam uma sé-rie de eventos”.

Muita gente vem seguindo o exemplo de André, pelo me-nos dentro de casa, a idéia foi aceita. A mulher e a irmã dele já são parceiras e os dois filhos pequenos sempre que possí-vel, vibram com o pai, ao fim de cada desafio. André como bom brasiliense afirma que quem se condiciona em Brasí-lia, consegue fazer o percurso em qualquer outro lugar, pois a cidade surpreende com su-bidas no meio de muitas retas. O clima é seco e exige mais condicionamento.

Nov 2009 - corrida de 10 km do circuito caixa econômica federal

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Em busca de um método de reabilitação oclusal que pri-masse pelo diagnóstico e

pela mínima invasividade, desen-volvemos o que agora chamamos de plástica oclusal.

A proposta de reabilitar a anatomia e os contatos dentá-rios usando-se apenas resina composta não é nova na odon-tologia 1,2. O que apresentamos aqui é o nosso método, uma se-quencia de técnicas que visam diagnosticar, planejar e exe-cutar uma reabilitação oclusal com auxilio de resinas diretas.

O processo reabilitador in-clui: o diagnóstico oclusal, o projeto de reabilitação, a insta-lação da reabilitação oclusal e a avaliação dos resultados.

O diagnóstico oclusal é re-alizado à partir da análise dos modelos de gesso montados em um articulador com o au-xílio de um arco facial e de um registro maxilo-mandibular em relação central (RC). A diferen-ça entre a posição de travamen-to condilar no aparelho (RC do registro) e a posição em que ocorre a máxima intercuspida-ção e os trajetos de deslize entre os dentes podem ser facilmente visualizados caso a montagem

PLÁSTICA OCLUSALJoão C. Palmieri Filho e Lúcia Monteiro Lima (*)

esteja satisfatória. Dentes pos-teriores com perda alveolar e/ou destruição intensa, não rara-mente, são exatamente os pri-meiros a tocarem. E pior, são capazes de guiar todos os mo-vimentos excursivos contactan-tes da mandíbula e promover estragos à distância. Na região anterior, os danos podem ser a migração (dispersão dos den-tes superiores e apinhamento dos inferiores) acompanhada de perda óssea localizada ou o desgaste e até a fratura dos dentes acompanhados de uma hipertrofia alveolar. Identifi-car os padrões de toques e os motivos de sobrecargas pa-rece ser fundamental para o diagnóstico oclusal. Somados aos achados do exame clínico (dores e ruídos articulares, fa-digas e espasmos musculares,

hipersensibilidade dentinária, fraturas dentárias...) e do exa-me imagiológico (perdas e con-densações ósseas, lesões endo-dônticas, bolsas periodontais...) podemos estimar o papel exer-cido pelos contatos oclusais no desenvolvimento e no estadia-mento do processo patológico 3.

O projeto de reabilitação se faz a partir dos achados no articulador. E como fosse um tipo de quebra-cabeças, preci-sa iniciar com peças chaves. A posição de eixo terminal trava-do bilateralmente no aparelho corresponde às duas primeiras peças. As próximas duas são obtidas no relacionamento dos caninos. Este polígono que in-clui ambas as articulações e os caninos serve de ponto de partida para todo o projeto. Lembrando que são os dentes

Paciente de 37 anos exibindo desgaste acentuado devido ao bruxismo noturno

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Artigo

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caninos que devem guiar os movimentos laterais da mandí-bula, tanto de uma posição cên-trica para uma excêntrica como o contrário. Estabelecer o tipo de relacionamento possível en-tre os caninos permite a opção por diferentes formas de trata-mentos: simples reconstrução anatômica dos dentes (seja com resinas, porcelanas ou mesmo implantes), ortodontia, ortog-natia cirúrgica ou ainda a com-binação terapêutica. A recons-trução em cera dos caninos nos modelos em gesso, iniciando--se pelos inferiores, buscando a melhor relação possível entre eles, é o ponto de partida da reconstrução 4. Aqui, um con-ceito muito útil é o da propor-ção dentária. O auxilio de atlas com tabelas de tamanhos e pro-porções será sempre de gran-de valia. Após a definição da anatomia e posição dos quatro dentes caninos, a reconstrução em cera parte para os incisi-vos. Novamente os incisivos inferiores antecedem os supe-riores. Novamente a propor-cionalidade entre a forma e o tamanho deve ser mantida. Ao final desta etapa, toda guia an-terior deve estar remodelada e permitindo não só a oclusão, mas principalmente a desoclu-são. Na sequencia, as outras peças são encaixadas aos pa-res: primeiros pré-molares in-feriores e superiores, segundos pré-molares e assim em diante

até que todos os dentes plane-jados estejam reconstruídos, ocluindo e desocluindo.

A execução clínica do pro-jeto requer cuidados prévios: lesões periodontais e endodôn-ticas precisam estar debeladas ou controladas, cáries e des-truições coronárias eliminadas e preenchidas por resinas ou cimentos e ainda, restaurações metálicas diretas como amálga-ma ou pequenas incrustações removidas e também preenchi-das por resinas ou cimentos. Qualquer forma de clareamen-to deverá ser feito nesta etapa prévia, assim como qualquer tipo de plástica gengival.

Estando os dentes prontos para o início da plástica oclusal, os modelos com o enceramento oclusal são duplicados e fôrmas a vácuo de acetato são prensa-das para servirem de máscaras--molde da reabilitação.

No estágio atual da técnica, duas consultas de longa dura-

ção (4 horas cada) são agenda-das. Na primeira, a aplicação das resinas com auxilio da más-cara-molde segue os passos do enceramento. Os quatro den-tes caninos são reconstruídos inicialmente. É possível então verificar se o projeto estava cor-reto. O toque bilateral simultâ-neo e os deslizes para laterali-dades da mandíbula podem ser testados. Após os caninos, os incisivos inferiores são recons-truídos. Ao final desta etapa, os próximos dentes a passar pela remodelação são os primeiros molares. Novamente, a recons-trução dos molares inferiores antecede a dos superiores. In-cluindo intervalos para des-canso tanto do paciente como da equipe de profissionais, o prazo de 4 horas para primeira consulta deve ser o suficiente para o cumprimento deste pri-meiro estágio. Na próxima con-sulta, agendada para no má-ximo, nas próximas 48 horas, a reconstrução dos incisivos

Modelos em RC no articulador mostrando o toque posterior e mordida aberta anterior

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Page 34: Revista Informativo 46 ABO-DF

BIBLIOGRAFIA

1 - Lee, L. Robert Biology of Occlusion, cap. 3 “Anterior Guidance” in H.C. Lundeen and C.H. Gibbs- Advances in occlusion Boston: John Wright Sons. 1982. 232p.(Postgraduate Dental Handbook).

2 - Hunt, Kenley; Full-Mouth Multidisciplinary Restoration Using the Biologic Approach: A Case Report. Practical Procedures and Aesthetic Dentistry. Jun/Jul 2001, Vol. 13, No. 5, pp. 399-406.

3 - Lytle, J.D. The clinician’s index of occlusal disease: Definition, recognition, and management. International Journal of Periodontics and Restorative Dentistry, Vol. 10, pp. 103-123 1990

4 - Alonso, A.A.; Vernazza, G. Seqüência de enceramento anatômico, diagnóstico e terapêutico. Curso de Especializa-ção em Reabilitação Oral da Clínica DATO, Buenos Aires, 2008.

e-mail: [email protected]

Projeto de reabilitação oclusal em cera

superiores deverá ser feita. Iniciando-se pelos in-cisivos centrais, normalmente mais elaborados, e finalizando com os laterais. Caso ainda haja tem-po disponível, pode-se proceder à reconstrução dos pré-molares. Para completar a reconstrução, consultas de menor duração são indicadas.

Uma vez completada a reabilitação, novos modelos de gesso são obtidos e nova montagem em articulador é feita. Os ajustes necessários são feitos simultaneamente nos modelos e na própria boca do paciente. Ao final, uma placa oclusal mista de acetato e resina é confeccionada e insta-lada. O paciente é agendado para as consultas de acompanhamento.

Os primeiros casos encontram-se atualmente no terceiro ano de acompanhamento. Uma se-quencia de fotos de um caso que julgamos bem sucedido será apresentado. O método de reabili-tação oclusal plástica parece ser um caminho sem volta. A sua divulgação cumpre o papel de esti-mular os colegas a procurarem soluções menos invasivas para males que costumam afligir nos-sos pacientes por toda a vida.

Teste das máscaras-moldes

Final da reabilitação com resina composta fotopolimerizável

Revisão de 1 ano de tratamento. Tanto a placa oclusal e como as resinas só demandaram novo polimento

(*) João Christovão Palmieri Filho é mestre em Ciências da Saúde, Especialista em Implantodontia pela ABO-DF, em Diagnóstico e Reabilitação Oclusal pela Clínica DATO de Buenos Aires. Dra. Lúcia Monteiro Lima é pós-graduada em Odontologia Estética pela Integrato e mestre em Prótese Dentária pela SLMandic.

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