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Revista Março 2016

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Revista Março 2016

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stamos no mês de março. Nele celebramos o Dia Internacional da Mulher e o Dia Mundial da Água, além de outras efemérides. Como cris-tãos, continuamos nossa caminhada quaresmal nos preparando para a celebração da Páscoa da

ressurreição.Como é de costume, a revista Missões na presente

edição traz um vasto material formativo e informativo, tendo em conta vocês, queridos colaboradores, discí-pulos missionários.

Fazendo uso deste espaço, queremos primeiro con-vocar todos a lutar pela causa das mulheres. Porque elas ainda hoje são vítimas do sexismo, racismo e machismo, apesar de notada ligeira melhora, em alguns aspectos. Segundo, a celebração da Páscoa da ressurreição, neste ano, acontecerá no presente mês. Vivemos em uma das grandes metrópoles da América Latina, que de um tempo para cá convive com a crise hídrica. A água é um elemento pascal importante para o cristianismo. Como podemos celebrar a Páscoa em meio a uma realidade em que a água é escassa? Se quisermos celebrar a Páscoa da ressurreição, em meio a realidades como a nossa, devemos mudar o nosso estilo de vida. Pois, sem água, não há vida. E a Páscoa é a vida em Cristo que vence a morte. A Páscoa celebrada em pleno Ano Jubilar Extraordinário da Misericórdia reafirma nossa responsabilidade no cuidado de nosso planeta.

Ainda nesta edição, em nome de toda equipe da revista Missões, queremos externar o nosso agrade-cimento pela colaboração do padre Boris Ulloa. A ele que durante dois anos ficou responsável pela rubrica Bíblia, uma vez mais, vai o nosso muito obrigado. A partir desta edição, a página ficará sob responsabilidade de João Claudio Rufino. A ele, desde já, fazemos votos de bom trabalho e que seja bem-vindo à equipe da revista Missões. Por fim, queremos dizer que a revista chega a vocês com algumas novidades.

Missões deseja a todos uma feliz e santa Páscoa!

SUMÁRIOMARÇO 2016/02

ATUALIDADE ---------------------------------------------03 Mulheres na construção da história Rosinha MartinsJUVENTUDE ---------------------------------------------04 Educar para o Bem Viver Guilherme CavalliPRÓ-VOCAÇÕES ---------------------------------------05 Vocação juvenil na era da incredulidade Geoffrey BorigaINFÂNCIA MISSIONÁRIA ------------------------------06 Criança, vida que nos ensina (2ª parte) André Luiz de NegreirosMISSÃO EM CONTEXTO ------------------------------07 Expressão de cultura e solidariedade Noeli Domingos BuenoVOLTA AO MUNDO ------------------------------------08 Folha de S. Paulo / Reuters / UNFCCC/WND/VaticanoESPIRITUALIDADE ---------------------------------------10 O rosto da misericórdia Tomaz Hughes TESTEMUNHO ------------------------------------------12 Com os indígens, na periferia existencial Aurora CossuFORMAÇÃO MISSIONÁRIA ---------------------------14 Missões Populares para uma Igreja em saída Simone dos Santos CostaFÉ EM AÇÃO --------------------------------------------16 De nossa esperança ativa Nei Alberto PiesFAMÍLIA CONSOLATA ----------------------------------17 Quando celebrava, parecia um anjo Francesco PaveseMISSÕES RESPONDE ----------------------------------21 São Paulo: cinco dioceses em um mesmo município Edson Luiz SampelÁFRICA ---------------------------------------------------22 Africanizando o cristianismo...? Isaack MidindileÁSIA -------------------------------------------------------23 Uma Igreja com várias frentes Mário de CarliDESTAQUE DO MÊS -----------------------------------24 Água: mais que um líquido! Dirceu BenincáBÍBLIA -----------------------------------------------------27 Imperativo para a Missão JoãoClaudioRufinoENTREVISTA ----------------------------------------------28 Projeto Missionário envia padre para a Amazônia Renato PapisVOLTA AO BRASIL --------------------------------------34 Agência Brasil / Folha S. Paulo / OMS/The Ind./Le Figaro

E D I T O R I A L

PÁSCOA E MISERICÓRDIA

1. A água é um elemento pascal importante para o cristianismo.

Sem ela não há vida!

Foto: Cleber Pires

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papel social. Inspiradora dessa luta, a filósofa Simone de Beauvoir, afirmava que ‘uma mulher torna-se ple-namente humana quando tem oportunidade de se dedicar ao exercício das atividades públicas e quando pode ser útil à sociedade’.

Merecem uma homenagem tantas delas que colabo-raram, com todas as suas forças, para o desenvolvimento

do país: Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita Garibaldi), guerreira e esposa de Giuseppe Garibaldi, participou das lutas republicanas durante a Guerra dos Farrapos; a abolicionista, escritora e jornalista Maria Firmina dos Reis, defendeu a abolição em jornais, com poemas, charadas e contos; a abolicionista e pianista Chiquinha Gonzaga; Leonilda Daltro, professora e indianista baiana que tomou para si a luta da causa indígena; a feminista anarquista Maria Lacerda de Moura, Dandara Zumbi, guerreira negra do período colonial, esposa de Zumbi dos Palmares; Ruth de Souza, primeira atriz negra a subir no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro; Esther de Figueiredo Ferraz, primeira mulher ministra, Alzira Soriano, primeira mulher da América Latina a assumir o governo de uma cidade; Anésia Pinheiro Ma-chado, segunda mulher aviadora no Brasil; Margarida Alves, sindicalista e defensora dos direitos humanos, inspiradora da Marcha das Margaridas; Zilda Arns, médica, fundadora da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa; Eliane Lima dos Santos Potiguara, professora e escritora indígena; Irmã Cleusa Carolina Rody Coelho, mártir, defensora das causas indígenas; Dilma Vana Rousseff, primeira mulher a assumir a presidência do Brasil; enfim, aquelas mulheres que no silêncio do cotidiano, nas situações mais vulneráveis se tornam sementes de esperança. Parabéns, mulher!

Rosinha Martins é jornalista, missionária scalabriniana e assessora executiva da CRB Nacional para a Comunicação.

Dia Internacional da Mulher é uma ocasião propícia para se fazer um giro na história do país e recordar, refletir e celebrar a vida, os sonhos e as lutas de mulheres que, - não obstante o obscurantismo proposto pelo

sistema colonial, imperial e republicano que tentou reger a mente, o coração e a vida dos brasileiros em nome da ordem e do progresso - fizeram a diferença no lar, na agricultura, nas fazendas, na educação, na saúde, na religião, nas fábricas, nas ruas, na política, na economia, no mundo das artes, nos serviços mais humildes.

De uma forma ou de outra, elas sempre estiveram presentes. Elas foram e continuam sendo a base, a sus-tentação, o aconchego seguro que garante o descanso, as realizações políticas, econômicas e emocionais ao masculino.

Até por volta do século XVIII, essas mulheres se mantiveram submissas, certas de que o seu ser se reduzia, de fato, às atividades do lar, como sempre ressaltou o pensamento judeu-cristão e filósofos como Rousseau, Kant e Schopenhauer.

Século promissorMas o século XIX foi promissor para uma mudança

radical na concepção do ser mulher e que levaria à sua emancipação. A queima de sutiãs em praça pública, a criação da pílula, chavões usados como ‘nosso corpo nos pertence’, ‘o privado também é político’, ‘diferen-tes, mas não desiguais’, foram atos que marcaram essa tomada de consciência da mulher em relação ao seu

ATUALIDADE

Ode Rosinha Martins

Mulheresna construção da história

Merecem uma homenagem tantas delas que colaboraram para o

desenvolvimento do país.

FOTO

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AIM

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PAT

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Participantes do Fórum Social Mundial 2007.