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maio 2009 | MeuTetto COMO VALORIZAR Manter a casa bonita, segura e confortável é mais fácil do que você imagina Maio de 2009 - Ano 1 - Número zero - www.revistameutetto.com.br - Distribuição gratuita SUA CASA? E mais: especialistas respondem questões sobre crédito imobiliário no manual do mutuário

Revista Meu Tetto

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De linguagem fácil e acessível, a Meu Tetto se propõe a informar mutuários e curiosos do assunto, a quantas anda a situação da habitação no Brasil. Na edição nº zero, disponível aqui, procuramos abordar todos os assuntos que o mutuário precisa saber para estar por dentro do seu contrato de crédito imobiliário e sobre o SFH. - Quality information for borrowers. Written in easy, accessible language, Meu Tetto proposes to inform borrowers and people interested in this matter, what´s new in Brazil in terms of housing. In issue no. zero, available in our premises, we attempt to approach all the matters that a borrower needs to know to keep abreast of his/her housing contract and the SFH.

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COMO VALORIZAR

Manter a casa bonita, segura e confortável é mais fácil do que você imagina

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SUA CASA?

E mais: especialistas respondem questões sobre crédito imobiliário no manual do mutuário

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Conhecer o outro e o espaço em que se vive. Saber direitos e de-veres. Ter noção de valores, qualidade de produtos ou serviços... ter consciência de que o conhecimento pode trazer soluções para a vida é mais que um privilégio, é uma necessidade do mundo atual.

Nunca foi tão evidente a máxima de que conhecimento é poder. Te-oria que foi confirmada em pesquisa realizada pelo Banco Mundial, onde se detectou que 64% da riqueza do mundo nos dias de hoje vem do conhecimento.

A proposta da edição número zero da revista Meu Tetto é alimentar sua reserva de poder. É provê-lo de todos os conhecimentos básicos acerca de temas que dizem respeito às relações entre o mutuário, o agente financeiro e seu contrato.

Escolhemos temas que ajudarão no entendimento de questões complicadas como as mudanças na Lei 10.150/00, boleto bancário com seus termos desconhecidos, contrato imobiliário, FCVS, seguro habitacional e hipoteca. Preparamos, ainda, um manual contendo soluções para dúvidas colhidas entre mutuários e respondidas por especialistas em crédito e direito imobiliário.

Na matéria de capa, mostramos como é fácil valorizar o seu imóvel sem gastar muito dinheiro, tirando proveito do que ele já tem. Pro-curamos profissionais especializados no assunto que falaram sobre estrutura, decoração, cuidados básicos, estética, jardinagem, segu-rança...

A revista é sua. Leia, folheie, comente, faça sugestões. Mais que isso, tire o máximo de proveito desse conhecimento e o transforme em poder.

Até a próxima!

CONHECIMENTO É PODER

Diretor Geral Eugênio Holanda - Conselho

Editorial Eugênio Holanda, Andrei Winograd,

Antonio Simões, Leo Barreto, Nêda Taconi e

José Antônio Oliveira - Colaboradores Celso

J. Santos, José Alfredo Lion, Kátia Lion, Luiz

Roberto Fernandes, Márcia Quito - Editora

Socorro e Silva DRT/PB 1.135/97 - Redação

Juliany Alencar, Patrícia Coura, Raphael Rocha

- Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica

Lanusse Castro - Fotografia Odinaldo Costa*

- Revisão Mônica Leal e Ivanildo Holanda

Revisão final Ariadne Costa e Raphael Rocha

- Tiragem 1ª edição: 5 mil exemplares; 2ª

edição: 1 mil exemplares - Versão Eletrônica

www.meutetto.com.br/revista.

A revista Meu Tetto é uma publicação da

Publitetto Editora LTDA e Agência Completta.

Sugestões, críticas e comentários enviar

para: Rua Camerino, 170 - 4˚ e 5˚ andares,

Centro, CEP 20080 010, Rio de Janeiro, RJ

- Tel: (21) 2101 2�9�, fax (21) 2101 2�01,

e-mail [email protected].

* Todas as fotografias são de autoria de Odinaldo Costa

com exceção das que estiverem creditadas.

Esta revista foi impressa em papel couchê matte

e papel offset Reciclato 90g (miolo) e couchê

matte 170g (capa).

A PROPOSTA DA EDIÇÃO NÚMERO ZERO DA REVISTA MEU TETTO É PROVÊ-LO DE TODOS OS CONHECIMENTOS BÁSICOS ACERCA DE TEMAS QUE DIZEM RESPEITO ÀS RELAÇÕES ENTRE O MUTUÁRIO, O AGENTE FINANCEIRO E SEU CONTRATO

EXPEDIENTE

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NESTA EDIÇÃO

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ENTENDENDO A LEI 10.150/00O que mudou na vida do mutuário, e seu contrato, após a promulgação da Lei que permite a quitação de até 100% do saldo devedor?

PARA QUE SERVE O FCVS, AFINAL?Saiba se seu imóvel tem direito à quitação do saldo devedor de acordo com as regras que regem o Fundo de Compensa-ção das Variações Salariais.

HIPOTECASaldo devedor quitado e prestações pagas: é hora de solicitar a baixa de hipoteca. Como proceder, quais os documentos e prazos necessários?

SEGURO HABITACIONAL Entenda porque é obrigatório pagar o seguro e quais as suas vantagens nos sinistro de morte, invalidez ou danos no imó-vel.

ENTENDENDO O SEU BOLETOTodos os termos do boleto decifrados por técnicos no assun-to para não restar qualquer dúvida sobre o que está sendo pago.

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COMO VALORIZAR SUA CASAAprenda a cuidar do seu imóvel e torná-lo mais bonito, con-fortável, seguro e valorizado sem gastar quase nada.

DO OUTRO LADO DO SEU TELEFONECom apenas uma ligação gratuita pelo 0800 da Tetto é pos-sível solicitar desde mudanças cadastrais até liberação de hipoteca.

EXPLICANDO O SEU CONTRATOO que é, quais os tipos e para que serve esse documento que confirma o acordo feito entre o dono do bem, o banco e o mutuário.

MANUAL DO MUTUÁRIO54 questões sobre contrato, saldo devedor, hipoteca, quita-ção e sinistro respondidas por especialistas em crédito imo-biliário.

28SEMPRE EM DIA COM A CASA PRÓPRIAVantagens, facilidades e dicas para manter o pagamento de suas prestações sempre atualizadas e não cair na armadilha da inadimplência.

08PARECIDOS? NEM TANTO...Entenda a diferença entre o SFH e o SFI.

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PARECIDOS? NEM TANTO...

SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO - SFH É a mais famosa linha de crédito para financiamento de

imóveis no Brasil. Criado em 1964 para suprir o déficit da casa própria, o SFH era destinado à população que não ti-nha condições de adquirir um imóvel à vista.

No SFH, é permitido ao mutuário utilizar seu saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para dar entrada, amortizar, pagar parte das prestações ou quitar o saldo devedor.

As taxas de juros são de, no máximo, 12% ao ano. Atual-mente, os preços de imóveis financiados têm um limite má-ximo de R$ 350 mil e o financiamento não pode ultrapassar 80% do valor total do bem. Fora isso, é recomendável que a prestação não ultrapasse 30% da renda familiar.

No SFH, o mutuário tem a propriedade do imóvel, mas este fica hipotecado ao banco até o final do contrato. Isto se dá porque o imóvel funciona como a garantia física do agen-te financiador. Assim, o mutuário só terá sua dívida inteira-mente liquidada quando não houver mais saldo devedor ou outras pendências.

SISTEMA FINANCEIRO IMOBILIÁRIO - SFIFoi regulamentado em 1997. É, portanto, uma modalidade

recente de financiamento. Pelo SFI é permitida a compra de vários imóveis – residenciais e comerciais - por uma mesma pessoa. Como o financiamento usa recursos dos bancos, as taxas de juros seguem as tendências do mercado. Diferente-mente das demais modalidades de financiamento, no SFI é prevista a alienação fiduciária do imóvel e não a hipoteca.

Isso significa que, enquanto não está quitado, o imóvel é propriedade do banco e o mutuário apenas tem a posse e o direito ao uso do mesmo, sendo que a propriedade ple-na só ocorre após a quitação de todo o débito. Em caso de inadimplência, o mutuário pode perder o imóvel e parte, ou até mesmo tudo o que foi pago.

No SFI somente é permitido o uso do FGTS para dar entra-da no valor do imóvel. As taxas de juros, planos de reajuste das prestações, prazos e valores dos financiamentos são li-vremente pactuados entre as partes. A única obrigatorieda-de é que haja cobertura securitária para os riscos de morte e invalidez permanente dos adquirentes e danos físicos do imóvel.

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LEI 10.150/00

Nem tudo o que se fala sobre a Lei 10.150/00 é real. Há quem acredite que todos os contra-tos estão quitados, que não é necessário pagar o saldo devedor, que prestações em atrasos serão esquecidas, que qualquer mutuário vai ganhar o imóvel adquirido, ou mesmo que o credor hipotecário é obrigado a admitir a liquidação antecipada com devolução. Esse conjunto de informações erradas provocou atitudes equivocadas por parte de alguns mu-

tuários que deixaram de pagar suas prestações e contraíram juros desnecessários.

O principal objetivo da Lei 10.150, editada em 21 de dezembro de 2000, é reduzir a responsabilidade potencial do FCVS através da liquidação antecipada das dívidas contraídas pelos mutuários, uma vez que, em muitos desses contratos, a prestação mensal sequer permite a liquidação integral dos juros. A mencionada liquidação antecipada pode ocorrer de várias formas, inclusive com descontos de 100% para os contratos que têm cobertura do FCVS e foram assinados até 31 de dezembro de 1987. Lembra-mos que a quitação só vale para os contratos sem débitos. Quem tem diferenças de prestação decor-rentes de medidas judiciais, ou prestações em atraso, continua com a dívida não paga, pois o FCVS só cobre o saldo devedor do financiamento, ou seja, a dívida que vai vencer.

Diversos mitos foram criados em torno da Lei 10.150/00, que provocou mudanças marcantes nas dívidas contraídas junto ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH) relativas a contratos celebrados com a cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). O que é verdade, afinal?

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A Lei também oferece cobertura de 70% para os contratos cujas prestações não ultrapassavam R$ 25,00 (amortização + juros) em março de 1998 e quitação de 30% para os demais casos. Fora isso, o benefício vale, inclusive, para pessoas que têm mais de um financiamento com a cobertura do FCVS, desde que os imó-veis estejam localizados em municípios diferentes e tenham sido firmados até cinco de dezembro de 1990. Nestes casos de mais de um imóvel adquiridos no mesmo município, em geral, a Lei só contempla a primeira aquisição.

HISTÓRIA DO SFH

O Sistema Financeiro da Habitação (SFH) foi criado há mais de 40 anos com uma finalidade social: facilitar o acesso à casa própria para a população que não tinha condições financeiras de comprar à vista. A idéia original era possibilitar esse acesso através de cooperativas habitacionais, operárias e companhias de habi-tação popular que comercializavam, a preços de custo, os imó-veis adquiridos. Para financiar a produção desses imóveis, eram utilizados recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os recursos captados através das cadernetas de poupança eram empregados pelos agentes financeiros do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) no financiamento de imóveis destinados às camadas de maior poder aquisitivo.

No início da história do SFH, o financiamento tinha algumas re-gras que, com o passar do tempo, foram se modificando: primeiro, o reajuste era feito de acordo com o índice de aumento do salá-rio mínimo e da Unidade Padrão de Capital, UPC. A regra não resistiu aos altos índices de inflação sem repasse para o salário e, conseqüentemente, a capacidade de pagamento das prestações pelo mutuário caiu, ou seja, a inflação subia e o salário continuava estagnado.

Foi nesse momento da história que se criou o Plano de Equi-valência Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). O objetivo era equiparar o reajuste das prestações ao mesmo índice do salá-rio, levando em conta os índices de cada categoria. No PES/CP, as prestações mensais do financiamento eram reajustadas no mesmo percentual e na mesma periodicidade do reajuste obtido pela ca-tegoria profissional do mutuário. Essa nova forma de reajuste criou um problema: o saldo devedor ficou alto demais e, ao final do financiamento, perfazia uma soma muito elevada.

Nesse período entrou em cena o Fundo de Variação das Compen-sações Salariais (FCVS), criado, anos antes, para ser o responsável pela quitação do saldo devedor existente quando do pagamento da última prestação contratualmente devida. No início, para alimen-tar o FCVS, era cobrada uma taxa paga à vista. Tempos depois, em 1984, veio mais uma mudança e a cobrança passou a ser mensal e a corresponder a 3% do valor da prestação (amortização + juros).

O FCVS foi criado com a finalidade de garantir o limite de prazo para amortização das dívidas dos financiamentos habitacionais contraídas pelos mutuários do SFH. É ele que “assume”, em nome do mutuário, os descontos nas liquidações antecipadas e o saldo devedor existente no término do prazo.

FCVS

Cópia do contrato de financiamento;

Cópia da Carteira de Identidade do titular e do cônjuge.

Cópia do CPF do titular e do cônjuge, acompanhada de Certidão de Regularidade Junto à Receita Federal;

Cópia da Certidão de Casamento;

Certidão de ônus reais atualizada (válida por 30 dias a partir da data de emissão);

Cópia dos três últimos boletos pagos.

Para dar entrada no processo de quitação aproveitando os benefícios da Lei 10.150/00 é preciso:

Acontece que os sucessivos planos econômicos e mudan-ças na economia nacional, desde a criação do SFH, trou-xeram mudanças significativas na relação entre mutuários e agentes financeiros. Novas leis, novos decretos e, hoje, não há mais contratos cobertos pelo FCVS, a não ser os fir-mados até 24 de abril de 1993. Significa que, em contratos firmados a partir dessa data, o mutuário passa a ser o único responsável pelo saldo devedor do bem adquirido.

SAIBA MAIS...

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PARA QUE SERVE O

FCVS, AFINAL?O Fundo de Compensação das Variações Salariais garante a quitação, total ou parcial, dos saldos devedores de contratos firmados por mutuários finais do SFH que contribuíram com o FCVS. Mas que fique bem claro: o benefício é válido desde que a respectiva contratação tenha obedecido todas as normas aplicadas ao SFH. Isto acontece porque o Fundo assume, em nome do devedor, os descontos dados nas liquidações antecipadas ou o saldo devedor existente no término do prazo.

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Criado em junho de 1967, o Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS) tinha como objetivo garan-tir recursos para quitar o descompasso entre a forma de reajuste do saldo devedor e das prestações men-sais. Os financiamentos com esse tipo de cobertura e

cujos contratos foram assinados até 1993 têm direito à quitação no pagamento do saldo devedor – aquela conta que sobra ao final do pagamento de todas as prestações do contrato. Significa que, no término do prazo, todos os contratos com cobertura do FCVS têm direito à quitação de 100% do saldo devedor. Para os casos de liquidação antecipada, valem os percentuais admitidos na Lei 10.150/00. (Ver matéria da página 11).

Aí vem a pergunta que não quer calar: por que é necessário um fundo para cobrir uma distorção que não deveria existir? Afinal, se as prestações são pagas em dia, não poderia haver resíduo ao final do contrato, correto?

Não, errado. Isso acontece devido ao desequilíbrio entre o per-centual de reajuste da prestação e os prazos. Para que não houves-se resíduo, os reajustes da prestação e do saldo deveriam ter per-centuais iguais e obedecer à mesma periodicidade. A coisa toda é muito simples: mesmo reajuste feito na mesma época e o saldo devedor se extingüe com o pagamento da última prestação devida. Quando isso não acontece, o resultado lógico é que, no final do contrato, há uma diferença no saldo. Por isso foi criado o FCVS: para que o fundo cobrisse essa diferença no lugar do mutuário.

Para os contratos firmados até 1993, esse resíduo era coberto automaticamente pelo FCVS, desde que estivesse dentro das con-dições vigentes à época em que foi realizada a assinatura. Os con-tratos assinados no Plano de Equivalência Salarial (PES) até então, previam que o mutuário somente pagaria prestações durante o prazo contratado e o saldo devedor, caso existisse, seria coberto pelo Fundo.

A criação do FCVS veio garantir, ao mutuário, um limite do prazo de financiamento. Mas não bastava criar, era necessário abastecer esse fundo de recursos que permitissem o cumprimento de sua finalidade. E isso foi feito, no início, através de uma única contri-buição no momento da contratação e, posteriormente, através de

contribuições mensais dos mutuários e trimestrais dos agentes

financeiros. No caso dos mutuários, a contribuição correspon-

de a três por cento da prestação (amortização + juros). Essa co-

brança mensal passou a ser devida relativamente aos contratos

firmados a partir de novembro de 1984, no Plano de Equiva-

lência Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). Antes disto,

o pagamento era feito à vista (ver Saiba Mais). Para os agentes

financeiros, a contribuição trimestral equivalia a 0,1% sobre

o saldo dos financiamentos imobiliários concedidos, existente

no último dia de cada trimestre. Fora estas formas de alimenta-

ção do Fundo, havia, ainda, outras fontes, como casos de sub-

rogação de dívida, retornos de aplicações e, eventualmente,

dotação orçamentária da União.

Mesmo com essas fontes de abastecimento, o Fundo não con-

seguiu sobreviver à adoção de diversos planos e variações eco-

nômicas e contraiu expressivo débito. Ao longo dos anos, um

enorme passivo foi assumido pelo FCVS. O resultado é que,

hoje, com a responsabilidade pela cobertura sendo do Tesouro

Nacional, o pagamento se tornou responsabilidade de todos os

contribuintes de impostos.

Desde que foi criado, foram várias as alterações nos funda-

mentos do FCVS. Atualmente, vale a edição da Lei 10.150 em

21 de dezembro de 2000, que decidiu pela novação de sua

dívida mediante securitização. Para o mutuário, isso significa

que, se o contrato foi feito com cobertura de FCVS e o credor

hipotecário aderir ao programa de novação, ele terá direito

a algum desconto para liquidar sua dívida antecipadamente.

Para o agente financeiro, o pagamento de seu crédito será efe-

tuado no prazo de 30 anos, contados a partir de 1º de janeiro

de 1997.

Para os contratos firmados após 1993 e que não têm cobertu-

ra do Fundo, a responsabilidade do pagamento do saldo deve-

dor é do próprio mutuário. No final do contrato, ele deve pagar

essa conta ou refinanciá-la.

O SFH é criado através da Lei 4380. O objetivo é suprir o déficit habitacional e possibilitar a aqui-sição da casa própria a brasileiros que não têm condições de adquirir à vista.

Criação do FCVS. O fundo inicial é constituído pelo extinto Banco Nacional da Habitação (BNH) com capital de Ncr$ 10.000.000 (dez milhões de cruzeiros novos).

É criado o Plano de Equivalência Salarial (PES). O FCVS só podia ser acionado para quitar o resíduo remanescente após decorrer todo o prazo do contrato, podendo ser prorrogado por mais 50% do tempo contratado.

É instituído o Plano de Equivalência Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). O reajuste das prestações passa a obedecer ao percentual de aumento de cada categoria, ante-riormente vinculado à variação da Unidade Padrão de Capital (UPC).

HISTÓRICO DO FCVS Evolução do Fundo desde a criação do SFH até a edição da Lei 10.150/00

SFHAgosto 19��

10 MilhõesJunho 19��

PESOutubro 19�9

PES/CPOutubro 19��

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1� MeuTetto | maio 2009

É POSSÍVEL TER MAIS DE UM FINANCIAMENTO COM COBERTURA DO FCVS?

É sim, mas isto depende da épo-ca em que o imóvel foi adquirido. Conforme o tempo, as regras para a concessão de financiamento permitiam ou não a aquisição de mais de um imóvel com cobertu-ra do Fundo.

Desde sua criação, a Lei proibia a aquisição de dois ou mais imóveis financiados pelo SFH em um mesmo município. A medida se justifica pelo fato de que o SFH foi criado para que as pessoas pudessem adquirir imóveis destinados à moradia. Partindo desse princípio, ter mais de um imóvel caracterizava investimento em negócio imobiliário e formação de renda. Por isso não era permitida a prática. A proibição está clara na Lei 4.380/64. “As pessoas que já forem proprietárias, promitentes compradores ou cessionários de imóvel residencial na mesma localidade não poderão adquirir imóvel objeto de aplicação pelo SFH”.

O mesmo não se aplicava a quem adquirisse a casa própria em cidades diferentes. Isto está definido no texto da Circular 1.161/87 do Banco Central. O documento estabelece que os financiamentos habitacionais concedidos a partir de 27 de abril daquele ano “so-mente poderiam ser efetuados por pretendentes que não possuíssem outro financiamento habitacional, nas condições estabelecidas para o SFH, no município ou região metropo-litana do domicílio ou fora dele”. Em 1990, a Lei 8.100 trouxe nova mudança: não mais permitir a propriedade de dois ou mais imóveis com cobertura do FCVS por um mesmo mutuário. A lei vale para todo Brasil.

E, para possibilitar o controle dos financiamentos passíveis de cobertura pelo FCVS e mi-nimizar irregularidades, foi instituído o Cadastro Nacional de Mutuários do SFH (Cadmut), banco de dados que centraliza os registros de todos os detentores de financiamento pelo SFH em nível nacional.

Sobre a cobertura do FCVS para quem tem mais de um imóvel (sendo os dois com co-bertura), vale hoje o que traz a Lei 10.150/00: o mutuário que contribuiu para o FCVS em mais de um financiamento, desde que em municípios diferentes, tem direito à cobertura do Fundo a qualquer tempo, para tantos imóveis quantos ele possua, desde que em muni-cípios diferentes.

O reajuste do saldo devedor passa a ser mensal, com data de aumento no primeiro dia do mês. Antes era trimestral.

O Governo Federal cria o Conselho Curador do FCVS para administrá-lo. Também em 1988, o FCVS passa a garantir o equilíbrio do seguro habitacional.

A Lei 8100 entra em vigor. A partir de então, cada mutuário só poderia ter um imóvel com cobertura do FCVS em todo o país.

Com base na Medida Provisória nº 318, é extinta, para contratos celebrados a partir de 25 de abril de 1993, a cobertura pelo FCVS de eventuais saldos remanescentes de contratos.

A Lei 10.150 entra em vigor e contratos firmados até dezembro de 1987 podem ter 100% de quitação do saldo devedor.

Beneficiados: quase quatro mil mutuários de Nova Campinas (Du-que de Caxias - RJ) têm contratos com cobertura do FCVS

Contratos firmados até 31 de dezembro de 1987: quitação de 100% do saldo devedor a vencer.

Contratos com prestações que não ultrapassavam R$ 25,00 (amortização + juros) em março de 1998: quitação de 70% do saldo devedor a vencer e refinanciamen-to dos 30% restantes.

Contratos firmados após 31 de dezembro de 1987: quitação de 30% do saldo devedor a vencer e refinanciamento dos 70% restantes.

SAIBA MAIS...

MensalFevereiro 19��

CC do FCVSJunho 19��

Lei �.100Dezembro 1990

Lei �.�92Julho 199�

Lei 10.1�0Dezembro 2000

Page 15: Revista Meu Tetto

maio 2009 | MeuTetto 1�

novos arescores novas

novos sorrisosolhares novosnovas janelas

vizinhos novos novas pessoas em sua vida

A Tetto chegou para facilitar o seu dia-a-dia

Page 16: Revista Meu Tetto

1� MeuTetto | maio 2009

HIPOTECA?Finalmente a última prestação do imóvel foi paga. Chegou a hora

de solicitar o documento que cancela a cobrança de encargos sobre o imóvel. Por onde começar?

QUEM TEM DIREITO À BAIXA DE

Page 17: Revista Meu Tetto

maio 2009 | MeuTetto 19

HIPOTECA?QUEM TEM DIREITO À BAIXA DE

Para solicitar a liberação de hipoteca é necessário apresentar a seguinte documentação:

Cópia das três últimas prestações pagas;

Certidão original de ônus reais (Histórico fornecido pelo

cartório no qual o imóvel é registrado);

Declaração de FCVS – afirmando que o mutuário é

possuidor de apenas um imóvel por município – Este

documento é fornecido pela Tetto e deve ser preenchido,

ter reconhecimento de firma e constar da presença de

duas testemunhas, também com firmas reconhecidas em

cartório;

Declaração de que o mutuário não possui nenhuma ação

judicial contra o agente financeiro. Este documento é

fornecido pela Tetto Habitação.

A Lei 10.150/2000 reconhece como válidos os contratos de

gaveta celebrados, através de instrumento público, até 25 de ou-

tubro de 1996 ou, se firmados através de instrumentos particu-

lares, com firma reconhecida em cartório de nota até a mesma

data. Este reconhecimento é válido, segundo a Lei, apenas para

a quitação do imóvel. No entanto, a liberação da hipoteca é feita

em nome de quem adquiriu o financiamento (mutuário original).

O procedimento para transferência do imóvel é o seguinte: o

“gaveteiro” averba a baixa de hipoteca no Cartório de Registro

de Imóveis (CRI) e faz um novo registro em nome próprio.

SAIBA MAIS...

A ntes de mais nada, é preciso esclarecer que a baixa de hipoteca só é possível quando a dívi-da do mutuário com o agente financeiro está liquidada. Isto se dá em três situações: sinistro total (morte ou invalidez permanente dos mu-

tuários), término de prazo de contrato com cobertura do Fundo de Compensação das Variações Salariais (FCVS) e liquidações antecipadas.

Em todos os casos, as prestações devem estar atualizadas ou, se houver atraso, devem ser quitadas para que seja an-tecipada a baixa de hipoteca. Tanto nos casos de término de prazo contratual quanto nas liquidações antecipadas com desconto, é apurada a responsabilidade do FCVS, que paga o saldo remanescente do contrato ao credor, em nome do devedor. Desse modo, somente após o reconhecimento pelo FCVS do valor de sua responsabilidade, a dívida pode-rá ser considerada liquidada e a hipoteca liberada.

NO SFH PREVALECE A HIPOTECA

Os financiamentos para compra de bens imóveis feitos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) têm como garantia o próprio imóvel adquirido. Significa que, na falta de pagamento das prestações, o mutuário corre o sério risco de perder o imóvel. Quer dizer que o mutuário que adquiriu o bem é proprietário do imóvel, mas só tem a propriedade livre e desembaraçada ao final do contrato, com a quitação integral do saldo devedor, pago pelo mutu-ário ou pelo FCVS.

Isto acontece porque, no SFH, prevalece a hipoteca. Ou seja, mesmo com o imóvel integrado ao patrimônio do mu-tuário, o próprio bem é a garantia do agente financeiro de que o contrato de financiamento será cumprido até a qui-tação.

O assunto gera confusão entre mutuários e alguns pro-fissionais que desconhecem até onde vai a limitação do direito quando se trata de “bem de família”. No caso dos contratos do SFH, mesmo que se trate de moradia da famí-lia, a proteção concedida não é aplicável.

O IMÓVEL PODE SER VENDIDO

Ao contrário do que pensa a maioria dos mutuários, o fato de o imóvel estar hipotecado ao banco não impede a sua comercialização. De acordo com o artigo 1.475 do novo Código Civil, o imóvel pode sim ser vendido. No entanto, o

bem continua respondendo pela dívida até que esta seja quitada. Não estamos, aqui, falando sobre contrato de gaveta, mas das vendas feitas com a concordância do agente financeiro. Outra forma de comercializar um bem hipotecado é quitar à vista o saldo devedor e, assim, liberar a hipoteca.

ONDE SOLICITAR?

As solicitações de baixa de hipoteca devem ser feitas junto à Tetto Habitação, após a ocorrência das situações descritas acima, com a documentação necessária para dar entrada no processo.

Contrato de gaveta

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20 MeuTetto | maio 2009

PROTEGIDAPagar um seguro habitacional significa ter a certeza da cobertura de reparos, em casos de danos físicos no imóvel, e da quitação total ou parcial do saldo devedor, caso o mutuário sofra sinistro de morte ou invalidez permanente

SEGURO: SUA CASA

Muita gente se questiona sobre a importância de pa-gar ou não o seguro habitacional. Atire a primeira pedra o mutuário que nunca se perguntou qual a utilidade de, todo mês, ter cobrado junto com a prestação da casa um percentual destinado ao

tal seguro. A resposta é simples: é ele que dá a garantia de ter o saldo devedor do imóvel quitado em caso de morte ou invalidez permanente do mutuário, ou ainda, de ter cobertura para danos físicos no imóvel.

Muitos não sabem, mas uma das grandes vantagens do seguro é que ele pode ser acionado, mesmo que as prestações do imóvel não estejam em dia. Isto porque o contrato é feito entre a segura-dora e o agente financeiro e é obrigatório para qualquer imóvel adquirido através do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). “Cla-ro que as prestações devem estar atualizadas independentemente do seguro ou de qualquer outro fator”, observa o gerente de seguro habitacional da Superintendência de Seguros Privados (Susep) do Ministério da Fazenda, Antônio de Sousa Beltrão. A Susep é o ór-gão fiscalizador das empresas em atividade de seguros no Brasil.

Vale salientar que, caso as prestações não estejam atualizadas, o débito deve ser regulamentado para permitir a liberação da hipote-

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“TEM MUTUÁRIO QUE RECLAMA DO PAGAMENTO OBRIGATÓRIO DO SEGURO HABITACIONAL, MAS A ATITUDE É INFUNDADA, POIS É ELE QUE PROTEGE

O IMÓVEL E A FAMÍLIA DELE, GARANTINDO A INTEGRIDADE DO BEM”

“Tem mutuário que reclama do pagamento obrigatório do se-guro habitacional, mas a atitude não tem qualquer fundamen-to, pois é este instrumento que protege o imóvel e a família do mutuário garantindo a integridade do bem”, destaca Beltrão. De acordo com a legislação atual, o seguro habitacional para danos físicos está vinculado ao valor do imóvel, apurado quan-do da contratação e devidamente atualizado. Para casos de morte ou invalidez, a referência é o saldo devedor. Em ambos os casos, a parcela é cobrada mensalmente, junto com a pres-tação do imóvel. O valor do prêmio mensal varia de acordo com o montante do empréstimo e o valor do imóvel, “mas no geral não chega a 1% do valor do imóvel”, esclarece o superin-tendente comercial da Excelsior Seguros, Cacá Bezerra.

A PRIMEIRA PROVIDÊNCIA É AVISAR O

AGENTE FINANCEIRO

O que fazer quando um desses sinistros acontece? A primeira providência, reforça Cacá Bezerra, é comunicar oficialmente o caso ao agente financeiro. “A medida é importante para que

ca nos episódios de sinistro total. É importante destacar, também, que o seguro cobre o saldo devedor, ou seja, a dívida a vencer, sendo de responsabilidade dos mutuários o pagamento integral das prestações vencidas até a data do sinistro. Nos casos de si-nistros parciais, somente as prestações vencidas a partir da data da ocorrência terão seus valores recalculados.

Todo mutuário do SFH, ao financiar um imóvel, adquire com-pulsoriamente um seguro habitacional, cujo valor vem embutido no encargo mensal do financiamento. Como a aquisição é parte do que determina a lei do SFH, o mutuário não tem opção entre querer ou não pagar o seguro.

O custo, no entanto, quando comparado com os possí-veis benefícios a que o dono do imóvel tem direito, se torna irrisório. Além das cláusulas amplamente conhecidas que as-seguram o prêmio em caso de morte ou invalidez, é o segu-ro que dá ao mutuário a tranqüilidade de não ter que arcar com os prejuízos provocados por danos materiais no imóvel decorrentes de incêndio, queda de raio, explosão, desmo-ronamento, destelhamento, desabamento, terremotos, inun-dação, alagamento e outros acidentes previstos na apólice.

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22 MeuTetto | maio 2009

Morte: Certidão de óbito do mutuário;

Invalidez: Declaração de invalidez permanente emitida pelo órgão previdenciário com que o mutuário possui vínculo; no caso de não haver vínculo, serve o laudo de perícia médica providenciado pela seguradora;

Danos físicos ao imóvel: Boletim de ocorrência.

Documentos necessários para comunicar o sinistro:

Incêndio;

Explosão;

Desmoronamento total;

Desmoronamento parcial - destruição ou desabamento de paredes ou vigas;

Ameaça de desmoronamento - devidamente comprovado;

Destelhamento - causado por ventos ou granizo;

Inundação - resultante de aumento de volume da água de rios e canais;

Alagamento - causado pela entrada de água no imóvel, proveniente de aguaceiro, tromba d’água, chuva ou enchentes, bem como água proveniente de ruptura de encanamentos, canalizações, adutoras e reservatórios, desde que não pertençam ao próprio imóvel segurado, nem ao edifício ou conjunto do qual seja o imóvel parte integrante.

Danos Físicos do Imóvel cobertos pelo Seguro Habitacional:

a instituição possa acionar a seguradora e garantir as de-

vidas providências”, explica. O prazo está prescrito na

apólice de seguro, mas vale reforçar que, geralmente, o

comunicado e a apresentação da documentação neces-

sária não podem ultrapassar 15 dias, sob pena de perda

de alguns direitos.

O procedimento para comunicar o sinistro é simples:

basta que o mutuário se identifique ao agente financeiro

e preencha, de próprio punho, o formulário conhecido

por “Aviso de Sinistro” – um documento disponibilizado

na instituição que financiou o imóvel. No caso de morte

ou invalidez que impeça o deslocamento do mutuário,

essa tarefa deve ser feita pelo beneficiário.

Em seguida, o seguro é acionado pelo agente financei-

ro e o sinistro é avisado à seguradora. “De acordo com

cada caso, documentos serão solicitados e farão parte

do dossiê de sinistro que será analisado pela seguradora

conforme o prazo estabelecido pela Susep”, reforça Cacá

Bezerra. O resultado é divulgado ao agente financeiro e,

se a documentação for cumprida dentro dos prazos esta-

belecidos, os efeitos práticos começam a acontecer em

aproximadamente 30 dias, contados a partir da data de

entrada do aviso de sinistro na seguradora.

É preciso esclarecer que, fora os casos de morte, em

que a cobertura é reconhecida independentemente da

causa do óbito do mutuário, os demais sinistros exigem

algumas providências: para invalidez permanente, deve

ser apresentada a comprovação da aposentadoria conce-

dida pelo órgão previdenciário ao qual o mutuário está

vinculado. Na falta deste, a seguradora indica um perito

para emitir um laudo atestando a invalidez. Para danos

físicos no imóvel, a cobertura depende do que está pre-

visto na apólice de seguro habitacional em vigência.

A idade mínima dos compradores no âmbito do SFH é de 21 anos e a soma do prazo de financiamento mais a idade do candidato não pode ser superior a 80 anos e seis meses. Desta forma, para um contrato de 15 anos, os adquirentes do imóvel financiado não podem ter mais de 65 anos e seis meses.

SAIBA MAIS...

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maio 2009 | MeuTetto 2�

MISTÉRIODetalhamos sua ficha de compensação para que você entenda o significado de todos os termos sem complicação

BOLETO BANCÁRIO SEM

Não tem segredo. Um boleto bancário nada mais é do que um documento utilizado para pagar pro-dutos ou serviços na rede bancária. Conhecido também como ficha de compensação, o boleto é composto de alguns termos estranhos ao universo

da maioria dos consumidores.

Entender o documento significa, essencialmente, saber o que está sendo pago, os encargos cobrados e as parcelas a vencer. O restante são termos bancários, informações sobre o devedor e instruções de pagamento.

Dissecamos um boleto em três partes e deciframos todos os termos, até mesmo os mais óbvios, para que não paire qualquer dúvida sobre este documento que, todo mês, é enviado ao seu endereço.

Considerado um dos sistemas mais práticos de cobrança, o bo-leto funciona da seguinte maneira: o cedente (agente financeiro) emite o documento para a administradora do crédito (Tetto Habi-tação) que o envia ao sacado (o mutuário ou o responsável pelo pagamento das prestações).

O sacado pode realizar o pagamento até a data do vencimento em qualquer agência bancária ou através da internet, utilizando o código de barras impresso na parte inferior do boleto. No caso dos contratos administrados pela Tetto Habitação, caso não seja feito o pagamento dentro do prazo, o mutuário deve entrar em contato imediatamente para solicitar um novo boleto. Esse pe-dido pode ser feito gratuitamente através do telefone 0800 606 8888 ou pelo www.meutetto.com.br.

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A

B

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O1 13

O2 14

Valor do títuloValor do título

O3 15

Cód Ag CED/DIGCódigo interno da agência bancária

O4 16

O5 17

O6 18

O7 19

O8 20

O9 21

10 22

11 23

12

Local de pagamentoLocais autorizados para recebimento do pagamento da ficha de compensação

ReajusteTipo de reajuste aplicado ao financiamento (cláusula contratual)

Plano/SistemaPlano de reajuste da prestação e sistema de amortização do financiamento (contratual)

VencimentoData de vencimento da ficha de compensação, sendo que na 1ª Via - vencimento contratual; e na 2ª Via - vencimento manual

CedenteNome do agente financeiro

Tipo de operaçãoPrestação - a que se refere o tipo de ficha de compensação emitida

D/CPagamento em forma de débito ou crédito

Nº ContratoNúmero do financiamento

Outros recebimentosValores cobrados a mais na ficha de compensação

Outros abatimentosValores deduzidos na ficha de compensação

Encargos do mêsValor da prestação do Financiamento

24

CARTTipo de carteira acordada entre a Tetto e o banco

Nosso número/CODNúmero interno da conta de cobrança (uso do banco)

Conta/ContratoConta/Contrato

Data de emissãoData da emissão dos dados da ficha de compensação

Isento de mora atéData máxima para pagamento em caso de ser autorizada a isenção de mora

Espécie de moedaR$ - Moeda a ser utilizada na cobrança da ficha de compensação

Juros/ReajusteEspaço para cobrança autorizada, quando houver

FGTSSe utilizado, parte do saldo existente no FGTS para abatimento da prestação

Nº CotaNúmero da cota de utilização do FGTS abatida na prestação

Valor cota do mêsValor da cota de utilização do FGTS abatida na prestação

Valor do documentoValor total cobrado na ficha de compensação

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C

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37

Nº/PZNúmero da parcela que está sendo cobrada e prazo restante do financiamento

Resíduo gerado mêsValor de resíduo do FGTS que pode ser gerado dentro do mês referente

38Resíduo utilizado mêsSobra de resíduo de FGTS utilizado dentro do mês referente

39

VCTOData de vencimento contratual da prestação cobrada

Total utilizado mêsTotal do valor utilizado no mês referente

40

ValorValor da prestação do financiamento

Saldo disponívelValor do saldo disponível existente

41

Logomarca do bancoMarca gráfica do banco

Nº DAMPNumeração do DAMP utilizado nessa operação

42

No do bancoNúmero do banco

Valor cobradoValor total a ser pago

43

Linha digitadaNumeração do código de barras para pagamento online

32

SacadoNome do mutuário

44

Local de pagamentoLocais autorizados para recebimento do pagamento da ficha de compensação

33

ImóvelEndereço do imóvel financiado

45

34

InstruçõesInstruções e informações sobre o pagamento da ficha de compensação

46

35

Composição do valor cobradoInformações sobre a prestação que está sendo cobrada na ficha de compensação

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Tipo de operaçãoPRESTAÇÃO - A que se refere o tipo de ficha de compensação emitida

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VencimentoData de vencimento do boleto, sendo que na 1ª Via - vencimento contratual; e na 2ª Via - vencimento manual

2525

2626

2727

2828

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PeríodoMENSAL - periodicidade da cobrança

ParcelaNúmero da parcela que está sendo cobrada

CedenteNome do agente financeiro

Agência/Cód CedenteCódigo interno da agência bancária

Data de emissãoData da emissão dos dados da ficha de compensação

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No do documentoNúmero do documento

Mora/MultasValor de mora/multas cobrada na prestação

Unidade CedenteAgência bancária

60

64

63

62

61

Valor da moedaValor R$

3054

2953

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3056

2955

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67

66

65

52

2751

2650

2549

Quantidade moedaQuantidade R$

Valor do documentoValor total cobrado na ficha de compensação

InstruçõesInstruções e informações sobre o pagamento da ficha de compensação

Outros acréscimosOutros valores que possam ser acrescentados à prestação

CarteiraTipo de carteira - rápida

Uso do bancoEspaço reservado para uso do banco

EspécieDuplicata mercantil - título de crédito

AceiteNão tem aceito - dispensa assinatura do mutuário

Dt processamentoData de processamento da ficha de compensação

Nosso Número/Cód. DocumentoRápida

Outras deduçõesOutras deduções que possam ser abatidas na prestação

Espécie de moedaR$ - Real

Valor cobradoValor total a ser pago

Descontos abatimentosValores que estão sendo descontados da prestação

58

Código de barrasCódigo gráfico de barras utilizado para leitura ótica do pagamento da ficha de compensação

Autenticação mecânicaEspaço reservado para autenticação bancária de pagamento

68

SAIBA MAIS...

Você sabia que pode solicitar a segunda via do seu boleto bancário direto do site da Tetto Habitação de maneira simples e fácil? É só entrar no endereço www.meutetto.com.br e fazer a sua solicitação.

Boleto bancário online

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Mais que a quitação de dívidas, manter-se em dia com as obrigações financeiras significa facilidade para futuros créditos, além de ter o nome sempre “limpo na praça”. Em alguns casos, pagar a dívida no prazo ainda implica

em um descontinho adicional. É certo que as seduções da vida não passam despercebidas e sempre há algum objeto de dese-jo pronto para deixar o cidadão ávido pelo consumo. Nessas horas, é preciso parar e refletir: será mesmo necessário com-prar isso? Quanto ainda é possível gastar dentro do orçamento do mês?

O auto-policiamento é importante para o controle dos gastos desnecessários. Por vezes, o consumidor adquire o hábito de fazer parcelamentos em cima de parcelamentos, sem se dar conta de que isso comprometerá parte dos próximos salários. De acordo com o Serasa, empresa de referência internacional de análises e informações para decisões de crédito, o início de cada ano costuma ser a época com maior índice de inadim-plência, graças a uma séria de eventos consecutivos, como o Natal, as férias, o carnaval, além da cobrança do Imposto de Renda, IPVA, IPTU etc.

Para os que estão em situação irregular com o pagamento das prestações do imóvel financiado, vale a dica: manter-se adimplente é, e sempre será, a melhor opção. Não faltam solu-ções para quem as deseja e os próprios agentes financeiros são os mais interessados em renegociar as dívidas. Há, inclusive, algumas “promoções” para os clientes endividados, com des-contos nos juros e até mesmo no valor principal. O interesse, nesses casos, é mútuo, já que os credores querem reaver o valor devido e o dono da dívida, limpar seu nome.

Quem vive uma crise financeira não consegue achar tudo tão fácil. É comum, em situações de desespero, que a pessoa recor-ra a extremos, como pegar mais dinheiro emprestado, atolan-do-se ainda mais em dívidas, a juros ainda maiores. Especia-

listas recomendam que o pagamento do financiamento de bens como carro ou casa devem ter a preferência absoluta. Além dos juros serem menores, o credor pode, em alguns casos, retomar o bem. “Quando isso ocorre, todo o dinhei-ro pago, além do imóvel, podem ser perdidos”, informa o Advogado Freddy Lion, com base na Lei 5.741/1971.

Segundo o Superintendente Técnico da Associação Brasi-leira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abe-cip), José Pereira Gonçalves, “o mutuário deve ter a cons-ciência de que o financiamento permitiu que ele realizasse o sonho de adquirir sua moradia própria. O pagamento dos encargos mensais sem atraso vai possibilitar que outras pessoas também realizem esse sonho”, finaliza.

CASA PRÓPRIAA melhor maneira de manter-se em dia com as obrigações é evitando atrasar a primeira vez. Caso isso aconteça, o mutuário deve procurar imediatamente a Tetto Habitação para tratar do assunto

SEMPRE EM DIA COM A

Não caia na inadimplência

Guarde uma parte do que recebe;

Elabore um orçamento doméstico;

Trace objetivos: metas de curto, médio e longo prazos

Abandone a onda de consumismo. Adquira o hábito de sair de casa com o dinheiro contado;

Comece a economizar nas pequenas coisas;

Utilize racionalmente o telefone celular, traga o sanduíche de casa, apague a luz quando sair de um recinto, feche bem a torneira, pesquise preços antes de comprar e fique atento aos preços das tarifas públicas;

Não avance no limite do cheque especial;

Não parcele compras no cartão de crédito;

Se sua renda é baixa, procure serviços extras para aumentar o orçamento.

SAIBA MAIS...

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SUA CASAO que fazer para manter sua casa bem cuidada, aconchegante, com aparência de nova e, o mais importante, sem gastar muito dinheiro? Este parece ser o desejo de muita gente. Para que isso aconteça, entretanto, são necessários alguns pequenos cuidados. São ações simples, fáceis de serem executadas e que, se bem utilizadas, darão uma vida útil maior ao seu imóvel

COMO VALORIZAR A

Há quanto tempo você não faz uma manutenção na sua casa? Não renova a pintura das paredes, portas e janelas? Não dá uma geral em busca de objetos que não servem para outra finalidade a não ser acumular poeira e preencher espaços?

Quando foi a última vez que você verificou a situação do telhado, do piso, da encanação, da rede elétrica? Parece es-tranha a comparação, mas uma casa é como um ser humano, precisa de manutenção permanente para ter uma vida mais longa. Assim como as pessoas, um imóvel, quando bem cui-dado, pode ultrapassar os 80 anos de existência.

Cuidado. Esta é a palavra principal quando se trata de valo-rizar um bem, seja ele de qualquer importância. Com a casa não é diferente. Um ambiente limpo, arejado, saudável e que traduza, através de detalhes, a identidade de quem mora no local, conceitua o espírito da valorização de um imóvel, sem necessariamente significar grandes gastos financeiros. “A casa, o lugar onde se vive tem que proporcionar segurança e conforto”, observa o ex-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro (IAB/RJ), Jerônimo de Moraes.

Estas duas premissas, na opinião do arquiteto, resumem toda a necessidade dos seres humanos com relação à casa, ao lar. Cuidar destes dois aspectos pode custar muito pouco e, em alguns casos, nem um centavo de Real. Moraes chama a atenção para aspectos básicos como ventilação, iluminação natural e higiene. “A casa deve ter condições mínimas de ha-bitabilidade”, observa.

Significa que é importante manter a casa limpa, cuidar de plantas e animais, consertar móveis, encanamento, garantir o

À esquerda:

Uma fachada limpa e adornada por um jardim bem cuidado traduz o cuidado que o morador

tem com a casa.

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funcionamento adequado de elementos que compõem o in-terior e exterior da residência e, principalmente, não acumu-lar problemas: quebrou, conserta; destelhou, retelha; caiu o reboco, recoloca; infiltrou, repara.

TIRE PROVEITO DOS ESPAÇOS VAZIOS

Uma decoração bem feita faz toda a diferença em uma residência. Adote o estilo que achar mais conveniente, mas não deixe de seguir algumas diretrizes básicas. Preste aten-ção, antes de tudo, na posição do sol. É ele que dá o norte sobre o controle da luminosidade e indica as cores adequa-das a cada ambiente: os mais claros pedem cores sóbrias e os mais escuros, cores claras.

A distribuição espacial dos móveis deve ser feita tomando como base a circulação no local. A dica é não atulhar o

ambiente com muitos objetos e imaginar o uso dos espaços de passagem, para então escolher a distribuição mais ade-quada. “Bom é tirar proveito dos espaços vazios, que além de arejarem ainda dão um ‘quê’ de refinação ao ambiente”, aconselha Moraes, lembrando que o equilíbrio no uso de móveis, tapetes ou qualquer outro objeto que fará parte do lugar é o elemento essencial em uma boa ambientação.

Para a designer Verônica Valle, o segredo está em tirar pro-veito do que se tem em casa como fotos, vasinhos de plantas e pequenos detalhes que fazem a diferença e dão o tom da personalidade de quem mora no local. “Uma parede ganha outro tom com uma boa distribuição de fotografias em mol-duras de cores e texturas diferenciadas”, ensina. Os espelhos são outro achado, além de decorativos, servem para provo-car a sensação de aumento de volume. “Eles são ideais para locais pequenos e fechados”, diz.

Ventilação e iluminaçãoEssenciais para a vida humana, a iluminação e ventilação naturais muitas vezes são desperdiçadas por desconheci-mento. Janelas que permitam entrada de luz são funda-mentais para a saúde, pois evitam fungos e doenças respi-ratórias. Além disso, o uso correto da luz natural não custa nada e, ainda, favorece a economia de energia elétrica.

SegurançaPara conseguir um ambiente seguro, alguns cuidados bási-cos e baratos são indispensáveis, afim de evitar acidentes que possam vir a colocar os moradores em risco. Então, é bom tomar alguns cuidados: instalar o botijão de gás fora de casa, isolar fios das instalações elétricas com eletrodu-tos, implantar corrimãos nas escadas e guarda-corpo nas varandas e lajes.

HigieneAbsolutamente necessária em qualquer ambiente, a higie-ne depende de equipamentos mínimos, como um sistema de esgotamento sanitário funcionando bem. Uma boa dica

é instalar, pelo menos, um ralo sifonado no banheiro. Prá-tico e barato, ele evita a disseminação de gases que provo-cam mau cheiro. Na cozinha, é essencial que exista uma caixa de gordura para evitar acúmulo no esgoto e possível entupimento dos canos. Na falta de esgotamento sanitário, é necessária a existência de uma fossa com sumidouro.

SolidezA casa deve funcionar como um abrigo contra as intempé-ries da natureza. Manter o telhado ou laje livres de infiltra-ções faz com que a casa se mantenha seca e tenha maior vida útil. Muita atenção, também, para as janelas que não impedem, totalmente, a entrada de água da chuva e para pequenas goteiras que, à primeira vista, parecem sem im-portância. Quando não consertadas elas podem crescer e se tornar um problema de difícil solução, isto sem esque-cer os gastos desnecessários.

BelezaAo contrário do que muita gente pensa, deixar a casa bo-nita e agradável pode custar bem pouco. Uma pintura bem feita, com tintas coloridas é o primeiro passo para uma melhoria na apresentação. O processo deve repetir-se a cada cinco anos ou quando houver necessidade. Não vale manter áreas sujas, esperando uma pintura geral. Se sujou uma parte, pinta-se toda a parede que está suja.

CONDIÇÕES DEHABITABILIDADE

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Boa impressão

Além de embelezar, vasos e plantas valorizam qualquer ambiente.

Não se esqueça das plantas. São elas que trazem mais vida ao lugar e embelezam qualquer ambiente. Claro, elas devem ser bem tratadas, de maneira a não passarem a impressão de descuido por parte de quem mora na casa. Escolha as espé-cies que se adaptem melhor ao ambiente e ao seu gosto, sem esquecer que os vasos são mais que detalhes decorativos e devem estar adequados às plantas escolhidas.

No mais, é cuidar da casa com carinho e procurar criar uma identidade dos que moram no local, sem esquecer que higiene, segurança e bem estar, devem ser as características básicas em um ambiente gostoso de se viver.

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FORROS DE GESSONada de água no forro de gesso. A cautela serve para manter a integridade do material. Para limpeza, use pano umedecido em água sanitária diretamente sobre as manchas. Para manter a conservação e evitar mofo ou manchas provocadas por umidade, reco-menda-se manter as janelas abertas e ventilação constante. Não fixe pregos ou ganchos, pois o gesso não suporta peso e pode romper. Tintas acrílicas são uma boa dica para impermeabilização.

METAIS SANITÁRIOSTorneiras, registros, chuveiros e outros metais sanitários devem ser limpos com pano macio, água e sabão neutro. Nunca use produtos abrasivos para não danificar as peças. Periodicamente, os sifões dos lavatórios e cozinha devem ser limpos. Para isso, basta desatarraxar e lavar com água sanitária, esponja e água corrente. O mesmo vale para o arejador das torneiras.

REVESTIMENTOSPelo menos uma vez a cada semestre, o rejuntamento dos azulejos e cerâmicas

deve ser revisado. A medida é indispensável quando se trata de áreas de chuveiro ou que recebam água direta diariamente. A limpeza de revestimentos é simples:

basta uma esponja ou flanela molhada e sabão em pó. Evite o uso de ácidos, soda cáustica ou detergentes agressivos para evitar danos irreversíveis.

CASA EM ORDEMSETE PASSOS PARA UMA

Tem coisa pior em uma casa do que pia entupida, chão riscado ou manchado, parede suja? Este é o tipo de coisa que tira o prazer de quem mora e chama a atenção de quem visita. Selecionamos sete pontos chaves que, com alguns pequenos cuidados, tornam o dia-a-dia mais fácil e facilitam a vida de quem não tem muito tempo para dedicar-se a pequenos reparos domésticos.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICASPrevenção é a palavra quando se trata de instalações elétricas. Fazer a manutenção periódica evita prejuízos e acidentes. Para isso, alguns cuidados são essenciais: eli-minar pontos de fios que apresentarem sinal de superaquecimento, substituir chaves com problemas para religação, reapertar as conexões, isolar as emendas de fios em tomadas, interruptores e pontos de luz, substituir peças desgastadas e conferir o estado físico de chuveiros, aquecedores e seus “aterramentos”.

ASSOALHOPisos de madeira são lindos, mas exigem dedicação e cuidados especiais, principal-mente na hora de limpar. O ideal é o uso do aspirador de pó, mas na falta, pode-se

usar vassoura de pelo macio ou um pano limpo e seco. Nunca use solventes, palha de aço ou detergentes químicos. Em caso de sujeira persistente, limpe com uma flanela

levemente úmida. Lembre-se de que muita água provoca mofo e pode empenar o asso-alho. Sendo assim, nada de lavar o piso com água corrente ou pano molhado. Também não é recomendada exposição direta à luz solar.

PINTURA A pintura deve ser renovada a cada cinco anos. Antes de iniciar o trabalho, é interes-sante observar se há trincas ou rachaduras e, somente depois de efetuados os conser-tos, partir para a pintura propriamente dita. Também é importante limpar a superfície

para remover gorduras ou acúmulo de sujeira. Esta limpeza pode ser feita com escova de aço e lixas. A escolha das tintas é fundamental para a duração da pintura: as

laváveis são mais baratas e práticas, mas não resistem muito tempo à sujeira; as látex acrílicas resistem mais e são mais fáceis de limpar, bastando um pano úmido.

LOUÇAS SANITÁRIASPara evitar entupimentos, não jogue no vaso sanitário objetos como absorventes higiênicos, cotonetes, preservativos, fraldas descartáveis ou material plástico. O mesmo serve para ralos e pias que devem ser protegidos de gorduras e outros resí-duos de difícil diluição. Para limpar as louças sanitárias, use somente água, sabão e desinfetante.

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APRENDA A OBSERVAR E TIRE PROVEITO DISSOUma boa dica para quem deseja uma casa confortável,

agradável e bonita é começar a perceber seu ambiente, pres-tar atenção na casa dos outros, questionar o que gosta e usar estas informações em favor próprio. A dica é da designer Verônica Valle, que chama a atenção para a importância da renovação constante dos espaços. “Basta uma troca semanal de um vaso de flores naturais e o ambiente ficará diferente, além de passar a idéia de que alguém está cuidando”.

Segundo ela, estes pequenos rituais ajudam a construir a memória da casa. Uma memória que, quando preservada, passa de geração a geração como elemento histórico dos que viveram no local. Essa memória ultrapassa as paredes da casa, invade o jardim e é contada em cada muda que é plantada. Por isso, recomenda-se atenção especial a este espaço, que é o prenúncio do que vai ser encontrado atrás da porta da frente. Sendo assim, cuidado e organização são fundamentais.

Como em todos os ambientes da casa, vale a regra bási-ca do agrupamento. Juntar plantas de mesma altura, tipos

semelhantes e cores nos mesmos tons formando ilhas gera harmonia. “A repetição causa força visual, acostuma os olhos e a visão capta essa similaridade com mais força”, justifica Verônica.

A teoria do agrupamento funciona também na decoração do ambiente interno: molduras na mesma cor em uma mes-ma parede, objetos fabricados com mesma matéria prima juntos no mesmo espaço, formas idênticas dispostas próxi-mas umas das outras criam familiaridade e terminam por se complementar.

As cores das paredes, móveis e cortinas devem ser consi-deradas bases para o restante dos elementos que compõem o ambiente. No caso das paredes, vale observar a presença do sol: se for mais forte pela manhã, opte por cores quen-tes como amarelo ou laranja, se for o contrário, escolha os tons de azul ou verde. Para as cortinas e sofás, dê preferência pelas cores claras e sem estampas, que criam infinitas possi-bilidades quando combinadas com almofadas coloridas, por exemplo.

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APRENDA A OBSERVAR E TIRE PROVEITO DISSO

Um dos equívocos mais comuns na hora de realizar pequenas reformas no imóvel é não planejar a obra. O resultado pode ser um prédio bem ao gosto do dono, mas recheado de problemas que não aparecem ime-diatamente após a reforma, mas se mostram em pou-cos anos. A princípio se manifestam através de racha-duras e infiltrações e podem levar o prédio a ruir.

O conselho dos especialistas é que, antes de empre-ender qualquer alteração no imóvel, o proprietário deve buscar junto à construtora uma cópia do projeto estrutural e observar onde pode mexer. “Dessa forma, evita-se retirar vigas essenciais ou paredes que servem de sustentação a toda estrutura”, lembra o presidente nacional do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Demetre Anastassakis.

Com uma experiência de mais de 30 anos na elabo-ração de projetos de conjuntos residenciais em todo Brasil, Demetre aconselha o mutuário a pensar o imó-vel como um bem de uso que pode se tornar mercado-ria. “Se for preciso trocar de casa ou apartamento por algum motivo, um imóvel bem cuidado tem maior po-der de venda”, argumenta. Mesmo sem a necessidade ou intenção de mudar, um investimento bem feito gera valor de uso, que neste caso pode ser traduzido como conforto para os moradores.

O mesmo conselho vale para as ampliações dos imó-veis, os famosos “puxadinhos”, que complementam os cenários da maioria dos conjuntos residenciais. Nesse caso, está em jogo não somente a segurança estru-tural, mas também a estética do imóvel. Construídos para resolver possíveis problemas de espaço, esse tipo de reforma altera o padrão do projeto e, quando mal planejado ou executado, contribui para desvalorizar a casa.

CUIDAR TAMBÉM SIGNIFICA VALORIZAR

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TELEFONEUma linha criada especialmente para atender mutuários que possuem contrato com a Tetto Habitação

DO OUTRO LADO DO SEU

Muitas são as tarefas que podem ser resol-vidas através do serviço de 0800 da Tetto Habitação. Além de não custar nada para o usuário e poder ser feito através de uma ligação de qualquer telefone fixo ou pú-

blico (orelhão), o serviço oferece segurança, qualidade e conforto para o mutuário que não precisa mais se deslocar de casa para tratar de assuntos relativos ao contrato habita-cional. Através da chamada, é possível retirar dúvidas, so-licitar serviços e atualizar dados como endereço, telefone, e-mail, numeração de documentos.

A partir do momento em que o mutuário efetua uma cha-mada para o 0800 606 8888, ele entra em contato com tele-atendentes preparados para orientá-lo e encaminhar os problemas para os setores competentes. Quando não é possível resolver via fone, o mutuário é orientado a se dirigir a uma de nossas lojas. Na ligação, ele é orientado sobre quais documentos serão necessários para cada ne-cessidade, evitando, assim, perda de tempo.

Cada ligação cria uma ocorrência e gera uma tarefa re-gistrada no sistema de atendimento que conta com dados atualizados a partir de planilhas e rotinas pré-elaboradas pelo setor técnico da Tetto. Para cada tarefa gerada é for-necida uma solução que volta ao sistema e é encaminhada ao mutuário.

Com praticidade e comodidade, o mutuário tem a solici-tação atendida dentro do tempo previamente estudado de resposta. Vale enfatizar que todos os pedidos são analisa-dos e o solicitante não fica sem resposta.

Alterações cadastrais; Atualização de endereço e telefone;Comunicação de sinistros;Devolução de prestação por duplicidade;Mudança de categoria profissional;Reclamações; Regularização de e-mail;Revisão de índice de reajuste;Solicitação de documentos.

•••••••••

Com o 0800 você solicita:

5 DIASAquisição e revenda; Segunda via de ficha de compensação;Segunda via de prestação.

10 DIASAmortização extraordinária com recursos do FGTS;Amortização extraordinária com recursos próprios; Celebração de escritura de compra e venda;Devolução de prestação por sinistro; Liquidação antecipada com desconto; Liquidação antecipada com recursos do FGTS;Liquidação antecipada com recursos próprios; Sinistro de invalidez permanente; Transferência ou sub-rogação;Pagamento de prestações com o FGTS.

15 DIASSinistro de danos físicos ao imóvel. 180 DIASLiberação de hipoteca.

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Prazos para solicitações:

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Carlene Silva, teleatendente

da Tetto Habitação.

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CONTRATOO que é e para que serve este documento que acompanha o mutuário desde o momento em que firma negócio com o agente financeiro até a liberação da hipoteca

EXPLICANDO SEU

Assinatura do contrato Assinar um “contrato de gaveta” é arriscado, pois esse tipo de

documento não é reconhecido pelo agente financeiro.

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bem, paga um valor correspondente a uma entrada e financia o res-tante da dívida, finalizando a relação entre o banco e o vendedor.

O contrato de mútuo é feito diretamente entre mutuário e agen-te financeiro. No SFH, o modelo seguido é o mesmo aprovado pelo extinto Banco Nacional da Habitação (BNH), com os devidos ajustes próprios das mudanças de legislação. O objeto de negocia-ção é a casa própria e são estabelecidas condições de pagamento. Nesse tipo de financiamento, a garantia é o próprio imóvel adqui-rido. O comprador torna-se proprietário do imóvel, ficando como devedor do financiamento. A garantia é constituída por meio de hipoteca sobre o imóvel. Assim, caso o comprador não pague o financiamento, o valor do imóvel responde pela dívida.

CASO HAJA INTERESSE EM ROMPER O CONTRATO COM O BANCO, O MUTUÁRIO TEM QUE

DEVOLVER O QUE TOMOU DEVIDAMENTE CORRIGIDO

Um contrato nada mais é que um documento que con-solida a vontade de duas ou mais partes. É uma tran-sação direta entre alguém que tem algo a oferecer e outro interessado em adquirir. No caso de finan-ciamento do SFH, esse processo tem duas vertentes:

contrato de compra e venda que é firmado entre o vendedor e o comprador/mutuário e contrato de mútuo entre o mutuário e o agente financeiro.

Parece complexo, mas trocando em miúdos é bem simples: al-guém (promitente vendedor) tem algo a vender, outra pessoa (pro-mitente comprador) quer comprar, mas não tem recurso suficiente e, então, recorre ao agente financeiro. Este empresta o dinheiro para o financiamento com uma taxa de juros pré-determinada e firma um contrato de pagamento mútuo que pode se estender por até 300 meses, dependendo de fatores como faixa de renda do mutuário e idade, por exemplo. O contrato de financiamento pelo SFH prevê o pagamento de encargos mensais, compostos pela prestação, juros mais amortização e encargos. É esta amortização que é abatida do saldo devedor.

O contrato de compra e venda e o de mútuo se diferenciam por alguns detalhes. No primeiro caso, há uma relação direta entre vendedor e comprador interessados em fazer negócio. Caso este te-nha o montante correspondente ao valor pedido, fecha o negócio, transfere oficialmente o bem e finaliza a transação comercial. Caso não tenha, ele procura uma instituição financeira, toma empresta-do o montante com finalidade determinada que é o pagamento do

OS RISCOS DO CONTRATO DE GAVETA

Confiança, boa fé, medo de fazer um novo contrato junto ao agente financeiro, receio de ter aumento nas prestações ou saldo devedor... São inúmeros os motivos que levam uma pessoa a adquirir um imóvel pelo famoso “contrato de gaveta”. O que não se imagina, no entanto, é a quantidade de problemas que podem ser gerados a com esse tipo de negociação.

Habilmente utilizado por mutuários do SFH, o contrato de gaveta é aquele que é feito entre as partes interessadas, tomando como base acordos verbais ou escritos sem autenticação no Cartório de Registro Geral de Imóveis (RGI). O risco de que muitos não têm conhecimento

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é que, sem o registro, o comprador não tem qualquer poder sobre o imóvel. O dono continua sendo o primeiro proprie-tário e pode fazer o que bem entender com a casa ou apar-tamento, até mesmo vender a outra pessoa que pode vir a quitar o saldo devedor e ganhar o direito à liberação de hipo-teca. Fora isto, o comprador por contrato de gaveta não tem qualquer direito ao seguro para casos de morte ou invalidez, o qual beneficia somente o mutuário reconhecido por lei.

Então, olho vivo quando se trata de fechar um negócio nesse tipo de contrato que divide opiniões acerca de sua legalida-de, mas que não tem reconhecimento por parte do agente financeiro. Quem compra por este meio não pode vender o imóvel, mas apenas ceder os direitos por meio de outro con-trato de gaveta, criando, assim, uma cadeia que somente será quebrada no fim do contrato e após a quitação do bem e liberação da hipoteca.

Mas os riscos não se limitam somente a quem compra. Não se engane o primeiro proprietário que vende o imóvel para o “gaveteiro”. Ele também corre risco: se o comprador não pa-gar as prestações ao agente financeiro, é ele (o primeiro pro-prietário) que responde por inadimplência junto ao sistema.

OPINIÕES DIVIDIDAS

A quantidade de contratos ajustados entre mutuários e ter-ceiros por contratos de gaveta tem contribuído para quebrar a resistência da justiça em torno do assunto. Mesmo com os riscos e os problemas detectados, a prática continua sendo muito utilizada. O assunto divide opiniões, principalmente depois da edição da Lei 10.150/00, que admite a regulari-zação desse tipo de contrato firmado até 25 de outubro de 1996. Esta abertura na legislação dá margem para que, mes-mo os que não se enquadram no prazo fixado, procurem a justiça reivindicando o direito.

Leia todas as cláusulas do contrato antes de assiná-lo. Em caso de dúvidas, não assine sem a devida orientação de um órgão ou profissional especializado no assunto.

O contrato deve ser assinado pelas partes e por testemunhas. Não faça sem a presença de pelo menos duas delas.

Um contrato completo deve ter a qualificação e o endereço das partes; nome e localização do bem; número e data do registro; preço, prazo, valor do sinal, forma (incluído siste-ma de amortização e indexadores de atualização) e local de pagamento; taxas de juros de financiamento e de mora e o seguro obrigatório. A falta de qualquer destes itens pode comprometer o negócio.

Registre o contrato no Cartório de Registro de Imóveis. Esta é a garantia tanto de propriedade quanto do negócio.

Cuidados ao assinar contratos

O nome “contrato de gaveta” vem da relação com a ilegalidade da prática. Por ser contrário ao que a lei prega, o documento deveria ficar guardado na gaveta, sem ser visto por terceiros. O comprador de um imóvel por esse método é chamado “ga-veteiro”.

Curiosidade

No SFH, os bancos financiam até 80% do valor do imóvel. Esse financiamento é feito através dos recursos do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, FGTS e Poupança. Recursos do FGTS atendem quem ganha até 10 salários mínimos. A Poupança fi-nancia quem tem renda superior a 10 salários mínimos e o FAT é direcionado a financiamentos para as classes média e alta.

SAIBA MAIS...

Financiamento

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MANUAL DO MUTUÁRIO

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MANUAL DO MUTUÁRIOAqui você pode tirar suas dúvidas a respeito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). São 54 respostas a perguntas sobre inadimplência, hipoteca, quitação, seguro, saldo devedor, resíduo, mudanças na legislação, boleto bancário e outros assuntos referentes ao contrato de crédito imobiliário. Procuramos trazer o máximo de informações necessárias ao entendimento dos contratos firmados dentro do SFH que servem de subsídio para que você entenda o tipo de negócio que firmou.

As questões foram colhidas entre mutuários do estado do Rio de Janeiro e respondidas pelos técnicos e advogados da Tetto Habitação.

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MANUAL DO MUTUÁRIO

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SUMÁRIO

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47

48

50

53

53

55

57

PRESTAÇÕES

TRANSFERÊNCIAS

ATRASOS

QUITAÇÃO/HIPOTECA

SALDO DEVEDOR

SEGURO

PERDA DO IMÓVEL

GERAIS

56PES/CP

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MANUAL DO MUTUÁRIO

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PRESTAÇÕES

1- O que determina o reajuste da prestação?

O reajuste é determinado de acordo com o tipo de contrato. Basica-mente, são dois:

Para contratos firmados entre 1º de outubro de 1967 e 31 de outubro de 1984 – O reajuste é determinado pelo Plano de Equivalência Salarial (PES), que tem como base o índice de reajuste do salário mínimo na-cional vigente, mais a Unidade Padrão de Capital (UPC). Significa que cada vez que há aumento do salário mínimo a prestação é reajustada.

Para contratos firmados a partir de 1984 – O reajuste é determinado pela correção do salário do mutuário, definida pela data-base de cada categoria. Nesse caso, a gestora do sistema financeiro aplica o reajuste de acordo com um índice nacional. Caso o mutuário não tenha tido reajuste salarial, ele pede revisão desse aumento junto ao agente finan-ceiro.

No caso de trabalhadores autônomos, como não há uma forma de com-provação de renda, o reajuste é aplicado de acordo com o índice na-cional.

2 - No caso de categorias como funcionários públicos que não têm reajuste há vários anos, mas sofrem o reajuste da prestação, qual o procedimento correto?

Nesses casos específicos, o mutuário deve obter uma declaração ori-ginal com data, carimbo da empresa na qual trabalha, ou sindicato ao qual é vinculado, declarando que não houve reajuste durante o perí-odo. Esse documento é anexado ao contrato de financiamento e serve como comprovante junto ao Fundo de Compensação da Variação Sa-larial (FCVS).

3 - A minha administradora mudou, vou continuar rece-bendo o boleto referente às prestações em dia?

Sim. A partir do momento em que a Tetto Habitação assume uma car-teira, os dados dos mutuários são organizados e a dinâmica de envio dos boletos não é alterada. Caso aconteça de algum mutuário, por

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MANUAL DO MUTUÁRIO

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qualquer motivo, não receber a ficha de compensação para paga-mento, deve procurar a Tetto ou solicitar uma segunda via através do www.meutetto.com.br ou pelo 0800 606 8888.

4 - Se precisarem fazer revisão de índice, quem precisará apresentar renda, o mutuário inicial ou quem adquiriu a casa depois?

Para a instituição financeira, os dados válidos são os do mutuário. Sig-nifica que qualquer revisão só poderá ser feita tomando como base a condição contratual do mesmo, tendo como parâmetro o banco de da-dos da carteira. Para os casos em que o imóvel está registrado no nome do casal, vale como referência a maior renda.

5 - Sou aposentado por invalidez, sei que tenho direito a quitação pelo FCVS, mas o pagamento do imóvel está em atraso. É possível receber a quitação do imóvel mesmo as-sim?

De acordo com a Lei 10.150/00, os contratos com cobertura de FCVS têm direito a quitação apenas para o saldo devedor, ou seja, prestações que ainda estão para vencer. O que está vencido continua sendo uma dívida do mutuário, que deve ser quitada para que este tenha direito à baixa de hipoteca. Dependendo da situação financeira do mutuário o ideal é que seja paga totalmente ou feita uma renegociação de dívida junto ao agente financeiro. O melhor a fazer é procurar a Tetto Habita-ção para discutir o caso com o setor de atendimento ao mutuário.

6 - Uma vez concluída a planilha de cálculos e ajuizada a causa, pode o mutuário interromper o pagamento das prestações com valor indevido e aguardar pelo parecer do juiz?

Não, pois uma ação judicial não suspende o vencimento das parcelas futuras. Isso significa que as parcelas deverão ser pagas, pois se não forem serão somadas ao valor final da dívida.

7 - Caso não chegue a cobrança da prestação da minha casa este mês, o que devo fazer?

O boleto com as cobranças das prestações deve chegar ao endereço do mutuário pelo menos 10 dias antes do vencimento. Caso ocorram atra-sos e a cobrança não chegue até a data do vencimento, o mutuário ou

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MANUAL DO MUTUÁRIO

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responsável pelo pagamento deve procurar a Tetto Habitação e solicitar esclarecimentos. Caso isso ocorra, o mutuário não será penalizado com cobrança de juros ou encargos.

8 - É possível alugar um imóvel financiado mesmo estando sob júdice? Se eu parar de pagar as prestações agora, o que acontecerá? O banco pode tomar o meu imóvel? De acor-do com os cálculos da perícia, o imóvel já deveria estar quitado desde meados de 2000. Os valores que eu estou pagando a mais, caso ganhemos a causa, vai ser devolvido pelo banco?

O imóvel não poderá ser alugado, pois ele é objeto de moradia e não mais um recurso de renda. Ao atrasar a prestação, o mutuário receberá notificações da Tetto Habitação para que efetue o pagamento; se o mu-tuário não entrar em contato com a Tetto ou não realizar o pagamento, receberá notificações, ficando sujeito a uma ação judicial e a perda do imóvel.

Se através da ação judicial ficar provado que o mutuário pagou mais do que devia e o juiz mandar devolver esta quantia, o valor será devolvido, pois não pode haver enriquecimento sem causa.

TRANSFERÊNCIAS

9 - Como faço a transferência do meu imóvel sem riscos de obter problemas futuros?

O melhor conselho é fazer a transferência oficialmente junto ao agente financeiro. De acordo com a legislação em vigor, qualquer contrato pode ser feito por sub-rogação. Isso significa que o mutuário pode pas-sar o imóvel para outra pessoa, que vai assumir o saldo devedor e ter a cobertura do FCVS sem maiores alterações, a não ser um acréscimo de 20% sobre o valor da última prestação paga pelo antigo mutuário. No caso de o mutuário optar pelo financiamento sem cobertura do FCVS, o contrato fica inviável, pois o novo mutuário começa todo o processo de pagamento das prestações e ainda assume o saldo devedor.

10 - Quais os pré-requisitos para alguém se tornar mutuá-rio a partir da transferência de um imóvel?

É preciso ter um perfil e estar dentro de alguns padrões exigidos pelo sistema. Os requisitos são: ter renda equivalente a pelo menos quatro

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vezes o valor da prestação; não ter pendência junto aos órgãos de pro-teção ao crédito; não ter outro imóvel em seu nome com registro no cadastro de imóveis com cobertura do FCVS.

11 - Vou me mudar e tenho esse imóvel cujas prestações ainda pago. Posso alugá-lo e continuar pagando normal-mente as prestações?

A lei do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) é clara: os imóveis não podem ser alugados, comercializados ou ser objeto de qualquer tran-sação comercial que os envolva, a não ser a transferência para outra pessoa junto ao agente financeiro. Com relação ao pagamento das pres-tações, isso é fundamental para o bom relacionamento junto ao agente financiador do imóvel.

12 - Como ficarão os imóveis que foram retomados pelo Banco?

Esses imóveis passam a integrar o cadastro de Bens Imóveis de Não-Uso Próprio (Binup) e são de propriedade do agente financeiro (banco que financiou a compra para o mutuário). Cada caso de imóvel retomado é tratado individualmente. Cabe ao agente decidir o destino desses bens, que podem ser alienados, alugados ou leiloados - tudo depende da po-lítica de cada agente financeiro.

ATRASOS

13 - É possível negociar montantes atrasados sem que isso comprometa meu orçamento doméstico?

O melhor caminho para qualquer negócio é a clareza. O mesmo vale para a relação mutuário/administradora de crédito/agente financeiro. O mutuário nesta situação deve procurar o setor de atendimento da Tetto Habitação munido dos boletos não pagos, comprovantes de renda da pessoa responsável ou de familiares que compõem a renda e solucionar a pendência.

14 - Ao adquirir o contrato de financiamento junto ao ban-co, eu tinha uma renda que perdi ao longo do contrato. Não tenho como pagar atualmente. O que devo fazer?

O primeiro aspecto a ser observado é verificar se o contrato tem co-bertura do Fundo de Compensação das Variações Salariais (FCVS). Se

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tiver, verificar, de acordo com a data, se a cobertura é total ou parcial.

Em seguida, procurar a Tetto Habitação para discutir a melhor forma de

resolver a situação. Cada caso é único.

15 - É vantajoso, estando o mutuário em atraso, realizar a renegociação do seu contrato com o agente financiador?

Renegociar contratos que estão em atraso é sempre bom para os dois

lados: mutário e agente. Lembrando que um contrato de venda sempre

tem como garantia o próprio imóvel que, dependendo das condições

em que se encontra o atraso, pode ser retomado pelo agente financeiro.

A melhor solução, nesse caso, é a adimplência. Então, renegociar é a

melhor maneira.

16 - Tenho um imóvel que está em meu nome. Vendi para outra pessoa e não está em dia. O ocupante não tem como pagar esse imóvel, o que posso fazer?

A melhor providência que o mutuário deve tomar neste caso é a reto-

mada do imóvel. A legislação dá esse direito ao mutuário que realizou

a venda através de “Contrato de Gaveta” sem qualquer ônus para o

dono do imóvel (dono é quem tem o registro junto ao agente). O pro-

cedimento mais honesto é procurar o comprador, conversar sobre a

situação e tentar um acordo para regularizar a situação junto ao agente

financeiro. Se não for possível, procure e Tetto Habitação para receber

orientação sobre como proceder.

17 - As renegociações de contrato voltarão? O que deve-rão fazer as pessoas que estão em atraso e que não podem pagar duas parcelas por mês, por exemplo?

O mutuário deve procurar a Tetto Habitação e buscar uma solução para

o seu caso específico.

18 - Estando em atraso, poderei pagar as prestações atuais ou uma atrasada e uma atual?

Vale a mesma orientação dada na questão anterior.

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19 - Minha prestação é muito alta e não consigo pagar. O que devo fazer?

Para repactuar a dívida, procure a Tetto Habitação com os comprovan-

tes de renda das pessoas que compõem a casa. A situação será analisa-

da em busca da melhor forma de negociar o montante atrasado.

20 - Qual a tolerância para atrasos na prestação?

A tolerância é de 30 dias contados a partir do vencimento do boleto.

Lembramos que após 90 dias (aproximadamente três meses) o agente

financeiro pode iniciar um processo para retomada do imóvel. Com 30

dias de atraso, é permitido o envio do nome do mutuário em atraso para

órgãos de proteção ao crédito, como SPC e Serasa, o que acarreta perda

de crédito para o mutuário em outras transações financeiras.

21 - Sou a segunda dona desta casa e nunca paguei uma prestação, isso já tem mais de 12 anos e o primeiro dono também não pagava. Tenho medo de perder minha casa. Já reformei e praticamente reconstruí a casa, mas nunca recebi cobranças de quem quer que seja. O único docu-mento que tenho é a certidão que foi passada em cartório no ato da compra. Será que posso vir a perdê-la?

Infelizmente, é possível sim. Procure o setor de atendimento da Tetto

Habitação para analisar o caso e receber a orientação necessária.

QUITAÇÃO/HIPOTECA

22 - Escritura definitiva e hipoteca significam a mesma coi-sa?

Não. Escritura definitiva é um documento registrado no RGI emitido

quando da posse definitiva do imóvel depois de liberada a hipoteca. Já

hipoteca é a garantia para o credor de que a dívida será paga sob pena

do devedor perder o imóvel, caso não cumpra a quitação da dívida.

23 - Contraí um empréstimo para compra de um imóvel, minha dívida é alta e talvez eu não tenha condições de pagá-la. Gostaria de saber se perderei meu imóvel, ou se posso, perante a lei, parcelar essa dívida para pagamento.

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Quero saber também se o processo de desapropriação é rápido ou se terei tempo para levantar o valor?

Os valores da hipoteca podem ser objetos de revisão judicial. Assim, o

mutuário deverá comparecer à Tetto Habitação, a fim de tentar negociar

a revisão dos valores para possibilitar o pagamento dentro das suas con-

dições finanaceiras. Não confundir, no entanto, “processo de desapro-

priação” com “processo de retomada”, são duas coisas diferentes.

24 - Sou viúva, minha casa está quitada por força da morte do meu marido, que era o mutuário. É possível transferir para o meu nome e, em seguida, passar para o nome de um filho que mora comigo antes que eu morra? Temo causar confusão de herança.

O procedimento correto é entrar em contato com a Tetto Habitação

para realizar a quitação do imóvel, depois abrir o inventário na justiça

comum para que seja, você, a reconhecida como proprietária do imó-

vel. Na parte referente a sua meação e a parte que cabe por direito aos

herdeiros, no presente caso o seu filho, ou filhos, tendo, a meeira e os

herdeiros, plenos poderes sobre ele.

25 - Após quanto tempo do fim do financiamento terei a baixa da hipoteca?

A liberação da hipoteca pressupõe a quitação do financiamento. Por-

tanto, antes disso, não é possivel sequer solicitar a baixa da hipoteca.

Se estiver quitado o saldo devedor, o mutuário deve munir-se de todos

os documentos necessários e procurar o setor de atendimento da Tetto

Habitação para proceder com o pedido. O tempo de liberação depen-

de dos trâmites legais, mas leva em média 150 dias.

26 - Com a mudança na legislação, vou continuar pagando as prestações até receber a convocação (quitação)?

A convocação para baixa de hipoteca, de acordo com a legislação, de-

pende do tipo de contrato e da data em que ele foi assinado. Pode ser

que o mutuário tenha direito à quitação do saldo devedor total, parcial

ou nenhum dos dois. Se ainda restarem dúvidas, entre em contato com

a Tetto Habitação.

MANUAL DO MUTUÁRIO

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27 - Não sou o mutuário do imóvel, mas venho pagando as prestações rigorosamente. Como faço para receber a qui-tação, sendo que comprei “de boca” e não tenho procura-ção, nem contrato de gaveta?

Comprar “de boca” não é o modo certo para realizar tal contrato. A transferência deverá ser realizada através da inscrição no RGI (Registro geral de Imóveis) fazendo com que a transferência se torne pública.

Já que, no caso, não há nenhum documento, deverá se formalizar a compra do imóvel, concretizando a venda e existindo, assim, alguma garantia de que o imóvel seja transferido para o seu nome.

28 - Ao término do financiamento, é necessário fazer outra escritura?

Não. O processo consiste em procurar a Tetto Habitação para solicitar a baixa de hipoteca, pegar um ofício, ir até o RGI onde o imóvel está registrado para formalizar a averbação da escritura. De posse do docu-mento, o imóvel passa a ser efetivamente do proprietário que tem poder de fazer o que desejar com ele.

29 - Em caso de contrato de gaveta, o oficio de cancela-mento da hipoteca poderá sair em nome do gaveteiro?

O cancelamento sairá no nome do mutuário e somente com uma pro-curação pública, feita no Cartório de Notas, o procurador poderá tomar as providências cabíveis para troca de nome do mutuário pelo do “ga-veteiro”.

30 - É possível receber baixa da hipoteca se tenho presta-ções em atraso, antes do falecimento do mutuário?

Não. Em caso do falecimento o termo do contrato é a data do óbito, portanto débitos anteriores a esta devem ser quitados para obter-se a baixa hipotecária.

31 - Já ouvi falar que posso obter a documentação definiti-va por força de usucapião, isso é possível?

Não. O contrato de financiamento e o de mútuo não são documentos corretos para exercer este tipo de direito.

MANUAL DO MUTUÁRIO

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32 - O adquirente de um imóvel financiado via contrato de gaveta pode se aproveitar do seguro para quitação do financiamento em virtude do falecimento do antigo mutu-ário?

A quitação será dada em nome do antigo mutuário e o direito à pro-priedade será de seus herdeiros. No caso dos chamados “gaveteiros”, estes deverão entender-se com os herdeiros do antigo mutuário, pois em realidade, como antes explicado, os contratos de gaveta não são legalmente reconhecidos.

SALDO DEVEDOR

33 - Por que o saldo devedor não diminui, mesmo quando as prestações são pagas em dia?

As formas de reajuste das prestações e do saldo devedor são diferen-ciadas. No caso das prestações, o reajuste geralmente é feito uma vez a cada ano, já o saldo devedor é feito mensalmente. É por isso que, mes-mo com o pagamento atualizado das prestações, tem-se a impressão de que o saldo continua igual. A recomendação para quem tem contratos com cobertura de FCVS é que não se preocupe com saldo devedor, pois, pela legislação vigente, o Fundo cobre a dívida ou parte dela.

34 - Após o término do prazo previsto no contrato para pagamento do financiamento, o saldo devedor estará qui-tado?

Não. Após pagar a última prestação, o mutuário estará devendo prova-velmente um resíduo acumulado durante o tempo do contrato imobili-ário. Caso o contrato tenha cobertura do FCVS, o próprio Fundo quita esse saldo ou parte dele, senão a responsabilidade é do mutuário.

SEGURO

35 - Em que situações eu posso acionar o seguro habita-cional?

As situações são as seguintes: incêndio; explosão; desmoronamento total; desmoronamento parcial, assim entendido a destruição ou de-sabamento de paredes, vigas ou outro elemento estrutural; ameaça de desmoronamento devidamente comprovada; destelhamento; inunda-ção ou alagamento. Com exceção dos dois primeiros, todos os citados deverão ser decorrentes de eventos de causa externa, assim entendidos

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os causados por forças que, atuando de fora para dentro sobre o prédio, ou sobre o solo em que o mesmo se acha edificado, lhe causem danos, excluindo-se, por conseguinte, todo e qualquer dano sofrido pelo pré-dio ou benfeitorias que sejam causadas por seus próprios componen-tes, sem que sobre eles atue qualquer força anormal. O seguro pode ser acionado também em caso de morte, qualquer que seja a causa; invalidez permanente, causada por acidente ou doença, que será com-provada com a apresentação, à Seguradora, de declaração do Instituto de Previdência Social para o qual contribua o Segurado, ou do laudo emitido por perícia médica custeada pela seguradora, no caso de não existir vinculação a órgão previdenciário oficial.

Obs.: Quando o sinistro for decorrente de vícios construtivos, não há a cobertura por parte da seguradora, sendo de responsabilidade da cons-trutora ou do responsável técnico pela edificação.

36 - Ao dar entrada na documentação referente ao sinistro, devo parar de pagar as prestações?

Ao preencher o aviso de sinistro junto ao agente financeiro, o mutuário será orientado sobre como proceder a partir de então. Cada tipo de sinistro exige um procedimento específico. Vale salientar que somente em caso de morte ou invalidez permanente do mutuário, o seguro cobre o valor total do imóvel. Nos demais casos, não.

37 - Eu pago o seguro do meu imóvel, posso cancelar esse seguro? O que acontece se fizer isso?

Não é possível cancelar o seguro. A lei que criou o SFH determina que é obrigatória a manutenção do seguro contra os riscos de morte, invali-dez permanente e danos físicos ao imóvel. Ver resposta 26.

38 - Por que a contratação do seguro habitacional é auto-mática?

Porque o seguro habitacional é parte integrante do contrato de finan-ciamentos do SFH, de acordo com a legislação que criou o Sistema. A finalidade é garantir a integridade do imóvel e a quitação da dívida, em caso de uma eventualidade prevista nas condições do seguro, onde o próprio imóvel é a garantia. Ele não pode ser cancelado em hipótese alguma enquanto o contrato estiver vigente.

39 - Quais são os prazos que tenho para requerer um imó-vel por invalidez e por sinistro de morte?

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Todos os mutuários, ao assinarem o contrato de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), assinam também o contrato de seguro habitacional. Esse seguro garante cobertura para os sinistros de morte ou invalidez permanente do mutuário. Para os sinistros de morte, sua cobertura é reconhecida, não importando a causa. Os sinistros de invalidez permanente exigem a comprovação da aposentadoria conce-dida pelo órgão previdenciário ao qual o mutuário está vinculado. Na ocorrência de quaisquer dos sinistros acima, o mutuário deverá comuni-car ao agente financeiro para serem efetuadas as devidas providências. Esse prazo para comunicar o sinistro também está na apólice de seguro, porém, cabe reforçar que, para os sinistros de morte ou invalidez per-manente, o mutuário (familiares ou amigos), têm prazo de quinze (15) dias para enviar os documentos relativos ao sinistro.

Documentos necessários:

Morte: certidão de óbito e última prestação da casa quitada.

Invalidez: carta de concessão do benefício emitida pelo órgão previ-denciário do mutuário e última prestação quitada.

40 - Qual a possibilidade de um mutuário soropositivo ob-ter a quitação de seu débito? Existe alguma norma que as-segure esse direito?

De acordo com a legislação atual, essa possibilidade não existe. O que se deve fazer, caso o mutuário seja soropositivo, é entrar em contato com a seguradora para saber se existe alguma cláusula que o benefi-cie.

PERDA DO IMÓVEL

41 - Em que situação eu posso perder meu imóvel?

A legislação prevê a possibilidade de o governo confiscar imóveis pri-vados. Quando o imóvel urbano ficar abandonado, sem conservação, não ocupado, será declarado sob a guarda do município ou do Distrito Federal, quando estiver em sua área, por três anos; após esse prazo, pas-sa à propriedade do município ou do Distrito Federal. O mesmo critério vale para o imóvel rural, mas a propriedade passará para a União. Se o proprietário deixou de pagar os impostos devidos incidentes sobre o imóvel, o abandono será presumido, podendo passar imediatamente à propriedade do poder público.

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42 - A partir de quantas prestações em atraso a dívida po-derá ser executada?

De acordo com a legislação, os contratos que tiverem por objeto a ven-da ou a construção de habitações com pagamento a prazo, a rescisão por não pagamento por parte do adquirente somente poderá ocorrer após o atraso de três meses do vencimento de qualquer obrigação con-tratual ou de três prestações mensais. É assegurado ao devedor o direito de pagar os encargos em atraso dentro do prazo de 90 dias, a contar da data do vencimento da obrigação não cumprida ou da primeira presta-ção não paga.

43 - Se o agente financeiro estiver executando o contrato, há possibilidade de perda do imóvel?

Há sim. Executar o imóvel significa iniciar o processo na justiça para retomada do imóvel por falta de cumprimento de algum compromisso por parte do mutuário. Durante esse processo, o mutuário pode e deve negociar junto ao agente financeiro para que o débito seja quitado ou negociado e, assim, a execução pode ser interrompida.

PES/CP

44 - Como proceder quando o Agente Financeiro cobra uma prestação maior do que a devida?

Primeiramente, deve ser solicitada a revisão do cálculo das importân-cias cobradas a mais. De posse destes números, o mutuário deve pedir ressarcimento, que deve ser feito com valores devidamente corrigidos pelos índices de atualização dos depósitos de poupança, em espécie, ou por meio de redução nas prestações que restam no contrato.

45 - Ganho de produtividade pode funcionar para aumen-to da prestação?

Pode sim. Mas isso só é válido legalmente se o financiamento contra-tado for amparado pelo Plano de Equivalência Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). Se for, a cada data-base, haverá reajuste das pres-tações com inclusão do percentual relativo ao ganho real de salário.

46 - Mudei de categoria profissional. Como fica o meu contrato em termos de reajuste?

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Se houve mudança de categoria, deve ser feita a atualização dos dados

do mutuário junto ao agente financeiro. Isto para que ele possa ter o

direito de, a qualquer momento, solicitar alteração da data-base. A Lei

assegura que isto pode acontecer a qualquer momento, sendo que a

nova situação prevalecerá a partir do reajuste anual seguinte. Essa me-

dida vale para financiamentos contratados pelo PES/CP.

47 - O valor da prestação pelo PES/CP pode cair em caso de desemprego? Qual é o índice de correção nesses ca-sos?

A redução de renda por mudança de emprego, categoria salarial ou até

mesmo desemprego não implica em possibilidade de queda no valor da

prestação. O que pode-se tentar junto ao agente financeiro é a renego-

ciação da dívida visando reestabelecer o comprometimento inicial da

renda do mutuário. A medida está respaldada pela Lei 8.004/90.

48 - No caso do imóvel estar registrado em nome de dois mutuários de categorias profissionais diferentes, qual é o percentual do reajuste do financiamento pelo PES/CP?

Nesses casos, vale como percentual de reajuste o que está relacionado

ao mutuário que detiver maior participação na renda.

GERAIS

49 - Se não tenho testamento nem herdeiro legal, para quem ficará meu imóvel após minha morte?

Se não houver testamento ou herdeiros, todos os bens da pessoa ficarão

para o Governo.

50 - Os contratos de financiamento da casa própria estão amparados pelo Código de Defesa do Consumidor?

Sim. O Código de Defesa do Consumidor estabelece direitos e obri-

gações entre fornecedores e consumidores. Fornecedor é quem presta

um serviço em troca de uma contraprestação; consumidor é justamente

aquele que se obriga a pagar. E, nos contratos de financiamentos da

casa própria, está caracterizada a presença da figura do fornecedor que

é o agente financeiro, e a do consumidor que é o mutuário.

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51 - Acordos feitos com a antiga administradora valem para a Tetto Habitação?

Valem, desde que possam ser comprovados através de documento escri-to. Quando o acordo firmado é apenas verbal, o mutuário deve escrever de próprio punho uma carta informando sobre o acordo e entregar no setor de atendimento da Tetto que encaminhará para análise. A resposta sai, em média, 20 dias a partir da data da solicitação.

52 - O que é contrato de gaveta?

É um acordo comumente praticado por mutuários do SFH para transfe-rência de responsabilidades de um imóvel a um terceiro, sem a apro-vação ou conhecimento da instituição financiadora. Para ser correto, a transferência de um imóvel deve ser feita através do Cartório de Re-gistro Geral de Imóveis (RGI), fazendo com que esta transferência de propriedade do imóvel torne-se pública.

Os Tribunais vêm entendendo que aquele que realizou a compra atra-vés do contrato de gaveta, e pagou as prestações referentes ao imóvel, tem direito a propriedade do bem. Vale lembrar que os processos na justiça são somente para dar publicidade à transferência do imóvel, como já deveria ter sido feito no RGI.

Somente com a inscrição no RGI o comprador terá todos os seus dire-tos preservados e não terá nenhum problema quanto à propriedade do imóvel. Por isso, deve-se realizar sempre este registro.

53 - Ouvi falar que quem não é mutuário, compra a casa e transfere o nome na documentação da casa começa a pagar novamente a dívida, isso pode acontecer?

O novo comprador deve entrar em contato com a Tetto Habitação para saber se existe alguma pendência financeira em relação àquele imóvel e então é realizada a atualização de um novo cálculo.

54 - Procuração vale como documento legal para compra e venda de imóvel financiado?

Vale, desde que seja feita de forma pública em um cartório de notas. Dessa forma, o documento concede poderes especiais para transferên-cia da propriedade de imóvel.

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