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Revista Planeta Lavanderia 3 jan 2016

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Gestão e Sustentabilidade na lavanderia. Consumo racional ou eficiência energética. A gestão na lavanderia passa pelo controle da eficiência dos insumos, principalmente pelos insumos energéticos.

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Editorial  

O  que  é  gestão?  O   que   é   a   Gestão?   Quais   as   funções   do  gestor?  Como  definir  as  principais  áreas  da  gestão  empresarial?  

Não  há  uma  definição  única  e  aceita  para  o  conceito   de  gestão.  Por   outro   lado,   apesar  da   evolução   ao   longo   do   século   XX,   existe  um   consenso   que   esta   deva   incluir,  obrigatoriamente,   um   conjunto   de   tarefas  que   procuram   garantir   a   eficabilidade   de  todos   os   recursos   disponibilizados   pela  organização   para   atingir   os  objetivos  e  metas  pré-­‐determinados.  

É   a   optimização   do   funcionamento   das  organizações  través  da  tomada  de  decisões  racionais   e   fundamentadas   na   recolha   e  tratamento   de   dados   e   informação  relevante  e,  por  essa   via,   contribuir  para  o  seu   desenvolvimento   e   para   a   satisfação  dos   interesses   dos   seus   stakeholdes    ou   da  sociedade  em  geral.  

A   administração   entende   a   gestão   a   partir   do   momento   em   que   uma   empresa   possui   integração   de  métodos,   processos,   produtos   e   pessoas,   gerando  produtividade   em  produtos   e   serviços   e   rentabilidade  nos  investimentos  de  capital.    

De  acordo  com  o  conceito  desenvolvido  por  Henry  Fayol  (pai  da  administração  clássica),  compete  à  gestão  atuar   através   do   Planejamento,   Organização,   Direção   e   Controle   (PODC).   Para   desempenhar   as   funções  PODC,   os   gestores   recorrem   às   técnicas   já   experimentadas   e   demonstradas   cientificamente.   Se   utilizam,  principalmente   do   conhecimento   de   diversas   disciplinas   científicas   tais   como   a   matemática,   as   ciências  sociais  e  humanas,  a  economia,  o  direito,  entre  outras.    

Daqui   concluirmos   que   a   gestão  pode   ser   considerada   uma   ciência   na   medida   em   que   comporta   uma  acentuada  componente  científica.  

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Contudo,   a   gestão  não   pode   ser   considerada   como  uma   simples   ciência   na   verdadeira   acepção   da  palavra  pois,  as  teorias  demonstradas  cientificamente  devem   ser   enquadradas   em   ambientes   mutáveis.  Para   tanto,   são   necessárias   novas   percepções.   As  teorias   sem   avaliação   do   ambiente,   raramente,   são  suficientes   para   o   processo   de   tomada   de   decisões  eficaz.    

A   percepção   é   particular   e   pode   ser   chamada   de  empírica   (alguns   chamam   arte).   A   percepção   ou  intuição   é   uma   forma   a   preencher   a   distância   que  separa  as   teorias  gerais  da  realidade  vivida  em  cada  organização  e  o  seu  escopo  ambiental.  

 

Deriva  daqui  a  importância  da  experiência  e  do  convívio  com  as  situações  concretas  vividas  diariamente  no  local  onde  se  desenrola  a  ação  o  que  é  denominado,  agora,  de  expertise.    

Esta  é  uma  das  principais  razões  apresentadas  pelos  defensores  da  realização  de  estágios  práticos  após  a  aquisição  dos  conhecimentos  técnicos  durante  o  período  escolar  ou  concomitantemente.  

Áreas  da  gestão  empresarial  

Já   no   início   do   século   XX,   Taylor,   Fayol   e   outros  apresentaram   soluções   teóricas   que   dividiam   a  gestão   empresarial   em   diversas   áreas   funcionais  especializadas,   nomeadamente   como:   produção,  comercial,  financeira,  de  segurança,  contabilísticas  e   administrativas   ou   de   gestão.   Além   destas,  podem  ainda  ser  consideradas  outras,  que  variam  consoante  a  atividade  da  empresa,  como  a  gestão  estratégica,   a   gestão   de   materiais   ou   estoque,  gestão  de  negócios   regionais   ou   internacionais,   a  gestão  de  qualidade,  a  gestão  de  tecnologias   (TI),  gestão   de   segurança,   entre   diversas   outras,   tudo  dependente   da   amplitude   da   organização   e   do  ambiente  externo  (macro  e  meso).  

 

Mas   como   posso   ter   certeza   que   estou   agindo  corretamente?  Quem  avalia  a  minha  gestão?    

Dois   indicadores   podem   ser   considerados:   o   de  satisfação   dos   clientes   (por   pesquisa   e   por  recompra   do   produto   ou   serviço)   e   o   de  crescimento   do   negócio   no   mercado.   Outros  indicadores   tais   como,   de   desempenho,  produtividade   e   rentabilidade   podem   dar  respostas   brilhantes   porém,   somente   devem  servir   de   indicadores   após   o   produto   ou   serviço  chegar   na   mão   do   cliente.   Não   há   desempenho,  produtividade   e   rentabilidade   com   o   produto   ou  serviço  mofando  na  prateleira.    

Talvez   algumas   empresas   sejam   miopes   e   não  consigam  enxergar  o  que  os  números  tem  a  dizer:  Números  não  mente  no  fnal.  

 

A  gestão  pode  corrigir  os  desvios  de  percursos  impondo  limitadores  e  metas  balizadas.    Sem  medidas  não  existe  a  gestão.  

Roberto  Maia  Farias,    

Walter  Stort  Junior  

 

Adpatado   do   texto   extraido   do   Prof.   Paulo   Nunes   da   Universidade   Nova   de   Lisboa   (28-­‐10-­‐15)   –  [email protected]    Professor  nas  áreas  de  economica  e  da  gestão,  gestor  e  consultor  de  empresas.  

 

 

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Entrevista:  O  que  eu  espero  de  uma  lavanderia?  

Issao  Hashimoto    

 

 

 

PL:  O  que  eu  espero  de  uma  lavanderia?  

Issao   Hashimoto:   Qualidade   na   prestação   do  serviço,   com   pontualidade,   atrelado   a   um   bom  custo.    

PL:  Você  terceiriza  os  serviços  de  lavanderia?  Faz  a  locação  do  enxoval?  Pra   você,  quais   as   vantagens  da  terceirização  e  da  locação?  

Issao  Hashimito:  Sim,  terceirizo,  o  benefício  está  em  um   serviço   especializado   para   determinado   fim,  atrelado   a   redução   do   quadro   funcional   e  consequentemente   exigências   legais.   Quanto   a  localção   não   sou   favorável,   apesar   de   saber   que  este  ativo  tem  um  tempo  de  vida  útil  determinado,  

mas   a   gestão   de   seu   próprio   enxoval   lhe   dá  condições  de  melhor  negociação.  

PL:   Ao   contratar   a   lavanderia,   quais   os   critérios  que   você   utilizara?   Experiência   no   mercado?  Qualidade   dos   serviços?   Atendimento?  Referências?  Ou  tem  alguma  forma  específica?  

Issao   Hashimoto:   Exatamente   todas   as   citadas  atrelado   a   um   custo   condizente   ao   orçamento   da  empresa.    

PL:  Ao  contratar  a  locação  você  escolhe  o  enxoval?    

Issao   Hashimoto:   Não   trabalho,   porém   se  trabalhasse   não   escolheria   o   enxoval,   mas   sim  determinar   os   parâmetros   e   critérios   para   que   o  locador  o  faça  nas  condições  contratada.  

 

Quais  os  critérios  que  você  utiliza  para  escolher  o  enxoval  (dimensão,  fibras,  fios,  gramatura  etc)?  

Issao   Hashimoto:   Para   quem   trabalha   em   rede,  estes   seguem   padrões   pré-­‐estabelecidos,   já   para  hotéis   próprios   os   critérios   seriam   os   citados,  atrelados  a  valores  aplicados.  

PL:   Para   os   funcionários,   os   critérios   conforto  pessoal  e  dignidade  são  avaliados?  Os  funcionários  estão  satisfeitos  com  a  aparência?  

Issao  Hashimoto:  Hoje  o   funcionário  deve  ser  visto  como  parte  do  ativo  da  empresa,  e  como  ativo,  este  deve   ser   cuidado,   conservado  e   ter  um  mínimo  de  conforto   para   seu   bem-­‐estar   e   como   isso  conseguimos   melhr   produtividade   e   qualidade   na  prestação  do  serviço.  

PL:   Qual   o   custo   da   lavanderia   em   relação   ao  faturamento  do  hotel  (hospedagem)?  

A   terceirização   é   uma   opção   que   permite   ao  

gestor  especializar  as  atividades  meios  e  fixar  o  foco   no   operacional,   tático   e   estratégico   da  atividade   fim   da   organização.   Na   hotelaria  hospitalar,  a  lavanderia  é  uma  dessas  atividades  meios  que  podem  ser  terceirizadas.  Porém,  qual  a   opinião   dos   gestores   da   hotelaria   hospitalar  sobre   a   terceirização   da   lavanderia?   estão  satisfeitos?   Insatisfeitos?   Como   avaliar?   A  revista  Planeta  Lavanderia  vai  entrevistar  alguns  gestores   hoteleiros   (hotéis   e   hospitais)   sobre  o  tema:   O   que   eu   espero   de   uma   lavanderia?   e  avaliar   a   percepção   deste   gestores   sobre   os  serviços   prestados   e,   principalmente,   passar  esta   percepção   para   os   gestores   da   lavanderia  sobre  como  pensa  o  seu  cliente.  A  terceirização  é  reversível?  Existe  este  risco?  Vamos  conhecer  a   opinião   dos   grandes   gestores   do   mercado  hoteleiro   e   hospitalar.   Para   esta   entrevista  convidamos   o   Gerente   Geral   do   Quality   Hotel  Fortaleza,   Issao   Hashimoto   para   apresentar   a  sua  brilhante  opinião.  

“Qualidade  na  prestação  dos  serviços,  com  pontualidade,  atrelado  a  um  bom  custo.”  

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Issao   Hashimoto:   É   um   custo   representativo,   pois  praticamente   são   trocadas   todas   as   peças   dia,  apesar  de  hoje  trabalharmos  campanhas  em  virtude  da  crise  hídrica  existente.  

PL:  E  em  relação  a  diária  média  ou  ao  REVPAR?  

Issao   Hashimoto:   Idem   acima,   porém   não   atrelo  diretamente   este   custo   a   diária   ou   ao   revpar,  mas  sim   a   satisfação   e   conforto   ao   hóspede   e   ou  usuário.  

PL:   Você   realiza   auditorias   de   qualidade   na  lavanderia?  Qual  a  frequência?  

Issao   Hashimoto:   Sim,   sempre   que   necessário   ou  quando  alguma  alteração  de  padrões  ou  qualidade.  

PL:  Para  você  a  terceirização  é  ireversível?  

Issao   Hashimoto:   Não,   tudo   é   uma   questão   de  momento.  

PL:  Um  conceito  para  a  terceirização:  Terceirizar  é:    

Issao   Hashimoto:   Aumentar   a   produtividade   com  qualidade.  

PL:  Como  você  classifica  os  serviços  prestados  pela  lavanderia?  

Issao   Hashimoto:   Medianos,   precisa   haver   uma  melhor   qualificação   e   profissionalismo   do   negócio  como  um  todo.  

PL:  O  que  você  não  quer  de  uma  lavanderia?  

Issao  Hashimoto:   Burocracia   e   baixa  qualidade  dos  serviçøs  prestados.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Issao  Hashimoto  Gerente  Geral  no  Quality  Hotel  Fortaleza  Com   mais   de   18   anos   atuando   na   área   de   hotelaria,   com   passagem   pelo   Grupo   Transamérica   de   Hotéis   e   na  Atlantica  desde   2003,   com   atuação  em  Recife,   Porto   de  Galinhas   e   Fortaleza.   Iniciei   no   cargo   de   continuo   e   na  sequência  assumi   funções  de  auxiliar   contábil,  assistente   contábil,   assistente  de   conttroller,   controller  e  gerente  geral.  

• Experiência   nas   áreas   financeira,   administrativa,   operacional   e   comercial   em   empreendimentos   na   categoria:  midscale  e  resort,  em  hotéis  e  flat.  

• Gerenciei  equipe  de  chefias  nos  seus  diversos  setores  como  gerente  geral,  como  controller  equipe  nas  funções  de:  Contas   a   Pagar   e   Receber,   Tesoureiro,   Comprador,   Assistente   de   Custos,   Auditor   de   Receita,   Almoxarife,  Estoquista,   Analista   de   TI,   Caixas   de   PDV,   Encarregado   Patrimonial,   Controle   de   Ativo   Físico,   Contador   e   Escrita  Fiscal.  

• Trabalhos   de   análise   de   custos   e   redução   de   desperdícios   e   perdas,   conhecimento   de   sistemas   de   gestão,  relacionado  com  a  área  operacional,  alimentos  e  bebidas,  controladoria  e  revenue  management.  

• Diferencial:  Foco  em  resultado  e  incentivo  no  relacionamento  da  empresa  com  investidores.  

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O  que  é  gestão?  2  

Entrevista:  O  que  eu  espero  de  uma  lavanderia?  5  

ISO  Série  50000  –  Normas  de  gestão  de  energia  9  

O  Estado  do  Espírito  Santo  ganha  Sociedade  de  Hotelaria  Hospitalar  13  

Critérios  básicos  para  a  proteção  contra  descargas  atmosféricas  17  

SPDA  –  Sistema  de  proteção  contra  Descargas  Atmosféricas  20  

SPDA  –  Inspeção  e  manutenção  23  

A  Norma  Regulamentadora  13.  Qual  o  impacto  sobre  o  setor  de  lavanderias?  24  

Eletricidade  mata  26  

Economia  de  energia  em  instalações  de  vapor  29  

Nova  norma  para  SPDA  42  

Temperatura  no  ciclo  de  lavagem  –  o  diferencial  entre  despesas  e  competitividade  47  

Era  uma  vez…  Minha  Historia  de  sucesso  56    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Planeta Lavanderia

Direção   Geral:   Instituto   de  Estudo   e   Pesquisa   Stort   &  Farias.  

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Professores  e  convidados:  

 

Teresinha   Covas   Lisboa,  Álvaro   Lisboa,   Walter   Stort  Junior,  Roberto  Maia  Farias,  Márcia   Albuquerque,  Fabiano   Alves,   Lia   Pacheco,  Eneo   Alves   da   Silva   Junior,  Djair   Picchiai,   Amauri  Pelloso,   Simone   Mafra,  Vânia   Eugênia   da   Silva,  Graziele   S.   Conceição,  Juliana   Pinto   F.   Freitas,  Cláudio  Lisias  Mafra,  Márcia  Barroso   Fontes.   Bárbara  Quinta   Rosa.   Maria  Mastroantônio,   Wilton  Lopes   Cruz,   Maria   Adelina  Pereira.  

Direção   Editorial:   Instituto   de  Estudo   e   Pesquisa   Stort   &  Farias.  

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ISO  Série  50000  –  Normas  de  gestão  de  energia  

Michel  Epelbaum      

A  energia  sempre  teve  um  papel  de  destaque  na  economia  e  cada  vez  mais  percebemos  a  sua  importância  para   a   ecologia.   Com   as   dimensões   do   aquecimento   global,   a   gestão   eficiente   de   energia   ganha   mais  estímulos,  estudos  e  ferramentas.  Já  mencionamos  o  recente  programa  “Energia  Sustentável  para  Todos”  das  Nações  Unidas,  e  nesta  coluna  falaremos  das  iniciativas  da  ISO  sobre  este  tema.  

   

 

A   série   de   normas   50000   da   ISO   é   uma   das   novas   ferramentas  para   melhoria   do   desempenho   energético.   Ela   nasceu   da  discussão   sobre   gestão   da   energia   em   alguns   países,   em   2005,  que   levou   posteriormente   ao   envolvimento   de   várias   partes  interessadas  e  comunidade  internacional,  determinando  em  2007  a  necessidade  de  uma  nova  norma   internacional.  Em  2008  a   ISO  aprovou   a   proposta   dos   Estados   Unidos   e   Brasil   para   conduzir  esta  tarefa,  por  meio  de  seu  Comitê  Técnico  TC  242.  

Depois  de  cinco  reuniões  plenárias,  com  a  participação  direta  de  48   países   e   de   mais   17   como   observadores,   foi   publicada   em  junho   de   2011   a   primeira   norma   da   Série   50000,   a   norma   “ISO  50001  –  Sistemas  de  Gestão  da  Energia:  Requisitos  com  Guia  para  Uso”   que   se   baseou   em   diversas   normas   nacionais   e   na   norma  europeia  EN  16001.    

Em   junho  de  2011   foi  publicada  a  norma  brasileira,  a  ABNT  NBR  ISO  50001.  

 

   

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Esta  norma  tem  como  objetivos:  

•   Habilitar   a   organização   a   estabelecer   sistemas   e   processos   para  melhoria   do   desempenho   energético,  entendido  como  resultados  mensuráveis  relacionados  à  eficiência  energética,  uso  e  consumo  de  energia;  

•  Promover  um  uso  mais  eficiente  das  fontes  de  energia  disponíveis;  

•  Conduzir  a  redução  das  emissões  de  gases  de  efeito  estufa  e  outras  emissões  ambientais  associadas;  

•  Conduzir  a  redução  do  custo  da  organização  com  energia;  

 

A   norma   é   aplicável   à   todos   os   tipos   e   tamanhos   de  organizações.  Ela  baseia-­‐se  em  elementos  comuns  às  normas  ISO  de  sistemas  de  gestão,  como  a  de  qualidade   (ISO  9001)  e  meio  ambiente  (ISO  14001),  podendo  ser  integrada  a  outros  sistemas  de  gestão  ou  implementada  separadamente.    

 A  estrutura  é  baseada  no  ciclo  PDCA  –  (P)  Planejar,  (D)  Executar  (Do),  (C)  Checar,  (A)  Atuar.  

 

Dentre  os  elementos  comuns  aos  demais  sistemas  de  gestão,  destacam-­‐se:  

A   política   energética;   identificação   dos   requisitos  legais   e   outros   aplicáveis   à   gestão   de   energia;  estabelecimento  de  objetivos,  metas  e  programas  de  gestão  de  energia;  documentação  de  controle;  definição   de   responsabilidades,   autoridades,  recursos,   competências,   treinamento,  conscientização   e   comunicação;   estabelecimento  de   procedimentos   de   controle   sobre   projeto,  aquisição   e   operação   da   organização;  monitoramento   e   medição;   tratamento   de   não-­‐conformidades,   com   as   respectivas   correções,  ação   corretiva   e   ação   preventiva;   realização   de  auditorias   internas   do   Sistema   de   Gestão   de  Energia   (SGE);   revisão   do   SGE   pela   alta  administração  da  organização.  

As   principais   diferenças   em   relação   às   demais  normas  de  sistemas  de  gestão  são:  

mesmo   não   estabelecendo   requisitos   absolutos  para   o   desempenho   energético,   há   uma   ênfase  maior   na   demonstração   efetiva   da   melhoria  contínua   deste   desempenho;   realização   de   um  trabalho   técnico   inicial,   consistindo   de   uma  revisão  energética,  definição  de  uma  linha  de  base  (referência(s)   quantitativa(s)   fornecendo   uma  base   para   comparação   do   desempenho  energético)   e   de   indicadores   de   desempenho  

energético  para  subsidiar  o  processo  de  melhoria  contínua   do   desempenho;   auditoria   interna   do  SGE   incluindo   aspectos   técnicos   da   gestão   de  energia   e   demonstração   efetiva   da   melhoria  contínua   do   desempenho;   maior   ênfase   nas  responsabilidades   e   competências   do  representante   da   direção   (coordenador   pelo   SGE  na  organização).  

A  norma  pode  ser  usada  para  certificação,  registro  ou   autodeclaração.   No   entanto,   os   sistemas   de  certificação   estão   sendo   estruturados   nos   vários  países,   sendo   que   a  Holanda   foi   o   primeiro   a   ter  um  esquema  oficial.    

No  Brasil,  o  órgão  governamental  encarregado  da  estruturação   de   critérios   de   certificação   de  sistemas   de   gestão,   o   Inmetro,   está   estudando   a  definição  nacional  em  médio  prazo.  Mesmo  assim,  dezenas   de   empresas   solicitaram   auditorias   de  acordo   com   a   norma   ISO   50001,   no   setor  elétrico/energia   (como   Schneider   Electric,   na  França;   BSES   Kerala   Power   e   Dahanu   Power  Station,  na  Índia),  eletrônico  (Delta  Electronics,  na  China;   AU   Optronics,   em   Taiwan;   e   Samsung,   na  Coréia),  automotivo   (  Subaru,  nos  EstadosUnidos;  Porsche   na   Alemanha)   farmacêutico   (Pfizer,   na  Irlanda),   químico   (Bangkok   Synthetics,   na  Tailândia).

 

As  empresas  certificadas  relataram  benefícios:  a  Delta,  na  China,  obteve  37%  de  redução  de  consumo  de  energia  em  relação  a  2009;  a  Schneider  Electric,  na  França,  apontou,  além  da  maior  eficiência,  também  o  

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reforço  da  posição  de  liderança  em  produtos  e  soluções  em  gestão  de  energia;  na  Índia,  a  Dahanu  Power  Station  está  projetando  economia  média  anual  de  energia  de  R$  3,5  milhões.  

Atualmente,  a  estrutura  e  a  atuação  do  TC  242  foram  ampliadas  para  elaborar  mais  normas  de  gestão  de  energia   relacionadas  à   ISO  50001  e  outros  assuntos  associados.  A  nova  estrutura  do  Comitíe  Técnico   (TC  242)  é  ilustrada  na  figura  a  seguir,  e  em  cada  um  dos  quatro  grupos  de  trabalho  são  apresentadas  as  sete  normas  em  elaboração  atualmente.  

 

§ ISO  50001  –  Sistema  de  gestão  energética  –  requisistos;  

§ ISO  50002  –  Auditoria  Interna;  

§ ISO  50003  –  Garantia  de  conformidade  –  Requisitos  para  auditoria  dos  organismos  de  certificação.  Sistema  de  gestão  e  competências;  

§ ISO  50004  –  Guia  para  implementar,  manter  e  melhorar  um  sistema  de  gestão  energética;  

§ ISO  50006  –  Liha  base  e  indicadors  de  comportamento  energético,  princípios  e  guias;  

§ ISO  50015  –  Monitoramento,  medida,  análisis  e  verificação  do  comportamento  energético  de  uma  organização.  

 

Este  Comitê  Técnico  242  tem  uma  atuação  conjunta  com  o  TC  257,  que  desenvolve  norma  sobre  economia  de   energia,   tais   como:   ISO/IEC   CD   13273  –   Eficiência   Energética   e   Fontes   de   Energia   Renovável   -­‐  Terminologia   Comum   Internacional;   ISO/NP   17741  -­‐   Regras   Técnicas   Gerais   para   Medição,   Cálculo   e  Verificação  das  Economias  de  Energia  em  Projetos;  ISO/NP  17742  –  Métodos  Gerais  de  Cálculo  de  Eficiência  e   Economias   de   Energia   para   Países,   Regiões   ou   Cidades;   ISO/NP   17743  –   Definição   de   uma   Estrutura  Metodológica  Aplicável  ao  Cálculo  e  Relato  de  Economias  de  Energia.  

O   assunto   interessa   diretamente   às   empresas   do   setor   elétrico,   reforçando   o   seu   negócio   e   trazendo  benefícios  econômicos,  operacionais  e  ambientais.  

 

 

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E  a  sua  empresa?  

Está   buscando   ferramentas   para   melhoria   do  desempenho   energético?   Está   tratando   a   gestão   de  energia   como   um   assunto   estratégico,   ou   como   um  assunto  técnico  da  área  de  engenharia  ou  manutenção?  Já  fez  uma  revisão  energética  profunda,  identificando  as  muitas   oportunidades   para   melhoria   da   gestão  energética   e   obtenção   de   ganhos,   como   as   empresas  citadas   nesta   coluna?   Já   implementou   um   sistema   de  gestão  de  energia  para  obter  estes  benefícios?  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Michel  Epelbaum  Engenheiro   químico   e   economista,   mestre   em   engenharia   de  produção,   com  mais   de   20   anos   de   experiência   em   consultoria,  treinamento   e   auditoria   em   gestão/certificaçãoo   da  sustentabilidade,   meio   ambiente,   segurança,   saúde   ocupacional,  responsabilidade   social   e   qualidade.   É   membro   de   comitês   da  ABNT.   É   Diretor   da   Ellux   Consultoria.  http://www.osetoreletrico.com.br/web/index.php  

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O  Estado  do  Espírito  Santo  ganha  Sociedade  de  Hotelaria  Hospitalar  

Milena  S.  Cogo    

“A   Entidade   vai   fortalecer   setor   de   hotelaria  hospitalar   ,   lavanderias   e   capacitar   pessoas  para   atender   às   demandas   dos   hospitais  capixabas  por  profissionais  treinados.”  

O   Espírito   Santo   é   mais   um   dos   estados  brasileiros   que   contam   com   uma   associação  voltada   para   o   serviço   de   limpeza   e  higienização   hospitalar.   A   Sociedade   de  Hotelaria   Hospitalar   do   Espírito   Santo   (SHHES)  vai   regulamentar   normas,   promover   eventos  científicos  e  capacitação  técnica  para  atender  à  crescente  demanda  de  profissionais  para  atuar  em  hospitais  e  lavanderias  no  Estado.  

 “Nosso  objetivo  é  fomentar  a  hotelaria  hospitalar,  lavanderias  e  higienização  no  Espírito  Santo.  A  hotelaria  hospitalar   engloba   higienização,   lavanderia,   desinfecção,   segurança   e   nutrição.   Tudo   isso   é  responsabilidade  do  gerente   de   hotelaria.   Por   isso,   é   preciso   treinamento   e   capacitação  para   quem  atua  nessa  área”,  afirma  Dr.  Mauro  Quintão,  especialista  em  higienização;  lavanderias  de  hospitais  e  idealizador  da  SHHES.  

Uma  das  propostas  da  associação  é  oferecer  treinamento  para  profissionais  da  área  de  limpeza  hospitalar  e  por  isso  a  entidade  deve  caminhar  de  braços  dados  com  as  empresas  certificadoras  internacionais  e  com  a  certificação  ABNT  para  lavanderias.  

 

“Não   há   crise   nessa   área,   que   tem   recebido   altos   investimentos,   especialmente   no   interior.   São  Mateus,  Vitória,  Cariacica  e  Linhares  são  algumas  cidades  que  vão  ganhar  novos  hospitais  ou  ampliação.  Com  isso,  é  grande   a   necessidade   de   pessoas   treinadas   para   trabalhar   na   higienização.  Mesmo   com  a   crise,   existem  muitas   oportunidades   de   trabalho,   mas   é   preciso   capacitação,   porque   limpar   um   hospital   não   é   como  limpar  um  condomínio,”  ressalta  Quintão.  

 

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Outra  meta   da   Sociedade   é   normatizar   a   atuação   da   hotelaria   para   que   não   ocorra   como   aconteceu   no  passado,   quando   cirurgias   neurológicas   já   foram   realizadas   com  moscas   dentro   do   campo   cirúrgico.   “A  criação   da   entidade   fortalece   o   setor   de   hotelaria   capixaba,   que   precisa   ser   gerido   com   profissionais  especialistas  para  garantir  o  sucesso  da  higienização  e  evitar  risco  de  infecções  hospitalares.  Não  existe  um  órgão  que  possa   representar  esses  profissionais  aqui  no  Estado,  nem  cursos  para  especialização.   Estados  como  São  Paulo,  Rio  de  Janeiro,  Minas  Gerais  e  Bahia  já  contam  com  sociedades  de  hotelaria  hospitalar,”  destaca.  

 

Segundo  ele,  que  recentemente  cursou  Hotelaria  Hospitalar  no  premiado  centro  de  ciências,  Hospital  Albert  Einstein  de  SP  da  Faria  Lima,  “os  hospitais,  clínicas  e  demais  estabelecimentos  de  saúde  do  Brasil  lutam  para  vencer  o  desafio  de  conquistar  uma  higienização  qualitativa.”    

Os   profissionais   da   saúde   erram,   por   falta   de   treinamento  adequado,   nos   procedimentos   mais   simples,   como   lavar   as  mãos.   Em  Brasília,   uma   pesquisa  mostrou   que,   quatro   a   cada  dez  pessoas  que  pegam  infecções  dentro  de  uma  UTI  morrem  por   infecção   hospitalar,   e   uma   das   principais   causas   é   a   má  higienização  das  mãos  de  quem  trabalha  no  setor.  

Um   dos   grandes   erros   na   área   de   lavanderia   é   a   não  observância  do  custo  operacional  final  e  não  o  custo  direto.    

 

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 “A  limpeza  sempre  foi  o  calcanhar  de  Aquiles  dos  médicos,  administradores  hospitalares  e  das  Comissões  de   Controle   de   Infecção  Hospitalar.   Isso   porque,   sem   a   higienização   adequada,   o   serviço  médico   vai   por  água   a   baixo   e   os   índices   de   infecção   sobem   assustadoramente,   causando   danos   irreparáveis   para   a  imagem   e   sucesso   da   instituição,   já   que   põe   em   risco   a   saúde   dos   pacientes   e   das   pessoas   que   ali  frequentam”,  afirma  o  empresário.    

Com  surgimento  da  entidade,  serviços  hospitalares  como:  higienização,  lavanderia,  rouparia,  conservação,  limpeza  e  outros  poderão  ser  certificados  e  aferidos  com  programas  de  qualidade  que  a  SHHES  irá  adotar  e  firmará  convênios  para    formatação  cientifica.  

   

 

Bem  Dita  Comunicação  

Milena  S.  Cogo  -­‐  (27)  999  040  988  

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Critérios  básicos  para  a  proteção  contra  descargas  atmosféricas  

Jobson  Modena  A   proteção   ideal   para   estruturas   é  envolvê-­‐las   completamente   por  blindagem   contínua   perfeitamente  condutora,   aterrada   e   de   espessura  adequada,   além   disso,   executar  equipotencialização   para   as   linhas  elétricas  de  energia  e  de  sinal,  além  de  tubulações  metálicas  que  adentram  na  estrutura  nos  pontos  de  passagem  pela  blindagem.   Isso   impede   a   penetração  da   corrente  da  descarga  atmosférica  e  do  campo  eletromagnético  associado  à  estrutura  a  ser  protegida  e  evita  efeitos  térmicos   e   eletrodinâmicos   perigosos  da   corrente,   como   centelhamentos   e  sobretensões   perigosas   para   os  sistemas  internos.  Na  prática,  porém,  a  aplicação  de  tais  medidas  para  se  obter  total   proteção   é   praticamente  impossível.   A   falta   de   continuidade   da  blindagem   ou   espessura   inadequada   e  o   baixo   nível   de   uma  equipotencialização   em   tais   condições  permitem  a  penetração  da  corrente  da  descarga  atmosférica  e  seus  efeitos  nas  estruturas   ou   instalações,   podendo  causar  risco  à  vida  e  falha  dos  sistemas  internos.  

As   medidas   de   proteção   adotadas   para   reduzir   tais   danos   e   perdas   relevantes   a   níveis   suportáveis   por  instalações,   equipamentos   e   pessoas   devem   ser   projetadas,   limitando   a   corrente   das   descargas  atmosféricas   e   seus   efeitos   secundários   a   um   conjunto   definido   de   parâmetros,   conforme   o   nível   de  proteção  adotado,  agregando,  assim,  uma  percentagem  de  eficiência  à  proteção.  

Níveis  de  proteção  contra  descargas  atmosféricas  -­‐  NP  

A  ABNT  NBR  5419  considera  quatro  níveis  de  proteção  contra  descargas  atmosféricas  (I  a  IV).  Para  cada  NP  é  fixado  um  conjunto  de  parâmetros  máximos  e  mínimos  das  correntes  das  descargas  atmosféricas.  

Os  valores  máximos  dos  parâmetros  das  correntes  das  descargas  atmosféricas  correspondentes  ao  NP  I  não  podem  ser  excedidos,  com  uma  probabilidade  de  eficiência  de  99%.  

Os   níveis   de   proteção   contra   descargas   atmosféricas,   cujos   parâmetros   máximos   de   corrente   sejam  menores  que  aqueles  correspondentes  ao  NP  IV,  permitem  considerar  valores  de  probabilidade  de  danos  maiores  que  aqueles  apresentados  no  anexo  B  da  parte  2  da  NBR  5419.  

Os  valores  máximos  dos  parâmetros  das  correntes  das  descargas  atmosféricas  para  os  diferentes  níveis  de  proteção  são  dados  na  Tabela  3  da  parte  1  da  ABNT  NBR  5419  e  são  usados  para  projetar  componentes  de  proteção   contra   descargas   atmosféricas   (por   exemplo,   seção   transversal   dos   condutores,   espessuras   das  chapas   metálicas,   capacidade   de   condução   de   corrente   dos   DPS,   distância   de   segurança   contra  

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centelhamentos   perigosos)   e   para   definir   parâmetros   de   ensaios   que   simulam   os   efeitos   das   descargas  atmosféricas  sob  tais  componentes.  

Os   valores  mínimos   de   amplitudes   das   correntes   das   descargas   atmosféricas   para   os   diferentes   NP   são  usados  para  se  determinar  o  raio  da  esfera  rolante  de  modo  a  definir  a  zona  de  proteção  contra  raios  ZPR  0B,   a   qual   não  pode,   dentro   da   probabilidade  do  NP   adotado,   ser   alcançada  por   descargas   atmosféricas  diretas.  Os  valores  mínimos  dos  parâmetros  das  correntes  das  descargas  atmosféricas   junto  aos  raios  das  esferas  rolantes  correspondentes  são  dados  na  Tabela  4  da  parte  1  da  ABNT  NBR  5419.  

As  medidas  de  proteção  especificadas  nas  partes  3  e  4  da  ABNT  NBR  5419  são  efetivas  contra  descargas  atmosféricas   cujos   parâmetros   de   corrente   estiverem  na   faixa   definida   pelo  NP   adotado   para   o   projeto.  Desta  maneira,  assume-­‐se  que  a  eficiência  de  uma  medida  de  proteção  é  igual  à  probabilidade  com  a  qual  os   parâmetros   das   correntes   das   descargas   atmosféricas   estão   dentro   de   tal   faixa.   Para   parâmetros   que  excedam  esta  faixa,  permanece  um  risco  residual  de  danos.  

http://www.osetoreletrico.com.br/web/index.php  -­‐  Edição  117  -­‐  Outubro  2015  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jobson  Modena  

é   engenheiro   eletricista,  membro   do   Comitê  Brasileiro   de  Eletricidade   (Cobei),   CB-­‐3   da   ABNT,   onde   participa  atualmente   como   coordenador   da   comissão   revisora   da  norma   de   proteção   contra   descargas   atmosféricas   (ABNT  NBR   5419).   É   diretor   da   Guismo   Engenharia.  http://www.osetoreletrico.com.br/web/index.php  

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A  qualidade  na  revolução  na  arte  de  lavar  

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SPDA  –  Sistema  de  proteção  contra  Descargas  Atmosféricas  

Jobson  Modena      

Benjamin   Franklin,   no   século   XIII   realizou   um   conjunto   de   experiências   para  captar  um  raio  de  uma  descarga  atmosférica.  O  experimento  consistiu  em  colocar  uma  haste  metálica  abaixo  de  uma  nuvem  de  tempestade  estabelecer  o  contacto  com   um   corpo   ligado   à   terra,   para   permitir   descarregar.   Benjamin   Franklin,  estabeleceu   o   conceito   dos   pára-­‐raios   e   o   principio   de   funcionamento   de   um  sistema   de   protecção   contra   descargas   atmosféricas   (SPDA).  Um   SPDA   é  composto   essencialmente   por   três   componentes,   o   elemento   captor,   os  condutores  de  baixada  e  o   sistema  de   terra.  Atualmente  existe   três  modelos  de  pára-­‐raios:  o  captor  do  tipo  de  Franklin,  o  captor  de  avanço  à  ignição  (ionizantes)  e  a  gaiola  de  Faraday.  

Captor  do   tipo  de  Franklin   -­‐  O  captador   "Franklin"  é   constituído  por  uma  haste  metálica,  sendo  a  extremidade  superior  pontiaguda  para  ter  um  maior  poder  de  acúmulo  de  cargas.  Este  sistema  é  o  mais  barato  mas  o  menos  eficiente.  

Captor  de  avanço  à  Ignição  -­‐  O  captor  de  avanço  à  Ignição  consiste  na  capacidade  do  pára-­‐raios  antecipar  a  descarga  atmosférica  e  definir  o  percurso  do  raio.  Este  sistema  é  barato  e  apresenta  elevada  eficiência,  embora  decresça  com  o  aumento  da  distância  do  captor.  

Gaiola   de   Faraday   -­‐   A   gaiola   de   Faraday   é   um   sistema   de   vários   receptores  colocados   de   modo   a   envolver   o   topo   da   estrutura   e   várias   baixadas.   A   gaiola  apresenta   a   elevada   eficiência,   contudo,   é   de   difícil   implementação   e   elevados  custos.    

Fonte:  http://www.qenergia.pt/content/index.php?action=detailfo&rec=231  

 

Você  sabe  o  que  é  SPDA?  

É  um  Sistema  de  Proteção  contra  Descargas  Elétricas,  popularmente  chamado  de  para-­‐raios.  

A  instalação  dos  Sistemas  de  proteção  contra  descargas  atmosféricas  (SPDA)  é  uma  exigência  do  Corpo  de  Bombeiros,  regulamentada  pela  ABNT  segundo  a  Norma  NBR  5419/2005,  e  tem  como  objetivo  evitar  e/ou  minimizar  o   impacto  dos  efeitos  das  descargas   atmosféricas,   que  podem  ocasionar   incêndios,   explosões,  danos  materiais  e,  até  mesmo,  risco  à  vida  de  pessoas  e  animais.  

 Atualmente  existem  três  métodos  de  dimensionamento:  

1)  Método  Franklin,  porém  com  limitações  em  função  da  altura  e  do  Nível  de  proteção;  

2)  Método  Gaiola  de  Faraday;  

3)  Método  da  Esfera  Rolante,  Eletrogeométrico  ou  Esfera  Fictícia.  

O  método  Franklin,  devido  às  suas  limitações  impostas  pela  Norma  passa  a  ser  cada  vez  menos  usado  em  edifícios   sendo   ideal  para  edificações  de  pequeno  porte.  Segundo  a  norma  vigente,  os  pára-­‐raios  do   tipo  Franklin  são  instalados  para  proteger  o  volume  de  um  cone,  onde  o  captor  fica  no  vértice  e  ângulo  entre  a  geratriz   e   o   centro   do   cone,   variando   de   acordo   com   o   nível   de   proteção   e   a   altura   da   edificação   (NBR  5419/2005).  

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O  método  Gaiola  de   Faraday  consiste   em   instalar  um   sistema  de   captores   formado  por   condutores  horizontais   interligados   em   forma   de   malha,  método  muito   utilizado  na   Europa.   É   baseado  na  teoria   de   Faraday,   segundo   a   qual,   o   campo   no  interior   de   uma   gaiola   é   nulo,   mesmo   quando  passa  por  seus  condutores  uma  corrente  de  valor  elevado,  para  isto,  é  necessário  que  a  corrente  se  distribua   uniformemente   por   toda   a   superfície.  Quanto  menor  for  a  distância  entre  os  condutores  da   malha,   melhor   será   a   proteção   obtida   (NBR  5419/2005).  

O  método  da  Esfera  Rolante  é  o  mais  recente  dos  três  acima  mencionados  e  consiste  em  fazer  rolar  uma  esfera,  por  toda  a  edificação.  Esta  esfera  terá  um   raio   definido   em   função   do   Nível   de  Proteção.  Os   locais   onde   a   esfera   tocar   a  edificação  são  os  locais  mais  expostos  a  descargas.  Resumindo    poderemos  dizer  que  os  locais  onde  a  esfera   toca,   o   raio   também  pode   tocar,   devendo  estes   serem   protegidos   por   elementos   metálicos  (captores  Franklin  ou  condutores  metálicos).  

Também  é  permitido  utilizar  a  combinação  desses  métodos.  

Há  certos  cuidados  na  instalação  do  SPDA.  

As   exigências   do   uso   do   SPDA   pelo   Corpo   de  Bombeiros   são   em   edificação,   estabelecimentos  industriais  ou  comerciais  com  mais  de  1500  m2  de  área   construída,   em   edificação   com   mais   de   30  metros  de  altura,  em  áreas  destinadas  a  depósitos  de   explosivos   e   inflamáveis,   e   em   outras  edificações   a   critério   do   Corpo   de   Bombeiros,  quando   a   periculosidade   se   justificar;   e   devem  obedecer   a   critérios   de   confiabilidade   e   de  segurança.  

Execução    

A   execução   do   sistema   começa   pela   contratação  de   uma   empresa   especializada   em   SPDA.   Deve,  

como   em   qualquer   outra   atividade,   atender   a  todos  os  requisitos  (trabalhadores  legais,  encargos  sociais  em  dia  etc.),  e  que  sigam  as  exigências  de  segurança  no  trabalho  (treinamento  de  segurança  básico,   treinamento   específico   para   trabalho   em  altura,   NR-­‐10   etc.).   Os   trabalhadores   devem   ser  treinados  e  utilizar  EPIs  adequados  a  cada   tarefa.  A  empresa  deve  realizar  um  estudo  preliminar  de  riscos   e   apresentar   medidas   preventivas   de  segurança.   Durante   a   realização   dos   serviços,  deve-­‐se  realizar  uma  fiscalização  permanente.  

Controle  da  qualidade  

O   controle   de   qualidade   começa   pela  especificação   correta,   no   projeto,   nos   materiais  com  as  características  previstas  em  norma.  Todos  os   materiais   deverão   ser   rigorosamente  vistoriados   e   conferidos   para   evitar   retrabalho   e  problemas  legais.  

Na  Manutenção  

Os   SPDAs   devem   passar   por   inspeções   visuais  anualmente   e   inspeções   completas   (de   acordo  com   o   nível   de   proteção   requerido),   e   nessas  inspeções   deverão   ser   identificadas   eventuais  irregularidades   e,   no   caso,   corrigidas  imediatamente   para   garantir   e   eficiência   do  sistema.  

Não   há   uma   proteção   100%   segura,   mas   sim   a  utilização   de   dispositivos   de   proteção   que  diminuam   os   riscos   e   a   probabilidade   de   danos  aos   equipamentos   e   instalações   e/ou   estruturas  físicas   ao   serem   atingidas.   É   imprescindível   a  divulgação   e   difusão   dos   conhecimentos   capazes  de   subsidiar   a   definição   e   a   adoção   de   práticas  eficientes   para   minimizar   os   efeitos   destrutivos  das  descargas.  

Fonte:  artigonal.com    

 

http://www.montal.com.br/apostilas-­‐guias-­‐normas-­‐artigos-­‐tecnicos/noticias-­‐novidade-­‐dicas-­‐curiosidades/item/18-­‐o-­‐que-­‐%C3%A9-­‐spda.html  

 

 

 

 

 

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SPDA  –  Inspeção  e  manutenção  

Jobson  Modena  Para   que   um   Sistema   de   Proteção   contra   Descargas   Atmosféricas   (SPDA)   seja   mantido   em   perfeitas  condições  de  funcionamento  e  que  essa  situação  esteja  devidamente  documentada.  

Quando   se   trata   da   ABNT   NBR   5419:2015,   podemos   dizer   que   não   aconteceram   grandes   alterações   no  texto  no  que  se  refere  a  inspeção  e  manutenção.  Na  realidade,  grande  parte  do  texto  da  seção  6  da  versão  de   2005   foi   incorporada   ao   texto   da   seção   7   da   parte   3   da   versão   2015,   dessa   forma,   teremos   várias  prescrições,   sempre   com   o   objetivo   principal   de  manter   a   operacionalidade   do   SPDA   com   consequente  minimização  do  risco  envolvido.  

Os  maiores  vilões  de  um  SPDA  sempre  foram  a  ignorância  no  assunto,  a  negligência  no  trato  com  o  sistema  e   a   corrosão.   Tentando  minimizar   os   efeitos   gerados   por   esses   aspectos,   a   norma   traz   uma   lista   do  que  deve   ser   feito   para   a   preservação   da   proteção,   como   a   importante   manutenção   da   documentação   de  inspeção,  do  projeto   (desenhos  e  memoriais)  e  dos   relatórios/laudos  de  conformidade  para  que  estejam  sempre  atualizados  e  disponíveis  quando  necessário.  

Os  prazos  

Inspeções  visuais,  realizadas  por  pessoas  minimamente  orientadas  para  observar  se  alguma  peça  está  solta,  quebrada  ou  oxidada,  devem  ser  realizadas  de  seis  meses  a  um  ano,  dependendo  das  condições  do  local,  ou  se  houver  suspeita  de  que  o  SPDA  foi  atingido  por  raio.  

Inspeções   periódicas   obrigatórias   devem   ser   realizadas   em   intervalos   de   um   a   três   anos,   no   máximo,  dependendo  da  agressividade  que  o  ambiente  estiver  impondo  ao  SPDA.  Nesta  etapa,  é  necessário  que  seja  gerado  um  relatório  técnico,  acompanhado  de  ART  do  profissional  executante,  onde  constará  a  situação  do  sistema  e  quais  intervenções  são  necessárias,  se  existirem,  para  adequação.  

Ensaios  

É  importante  ressaltar  que  os  ensaios  existentes  no  texto  da  versão  2005,  que  deveriam  servir  como  fator  limitante   para   a   existência   de   tensões   de   toque   e   passo   suportáveis   por   pessoas   e   instalações   a   que   o  eletrodo   de   aterramento   servisse,   foram   extremamente   mal   interpretados   ao   longo   desses   anos.   Eles  acabaram   sendo   exigidos   como   parâmetro   de   verificação   da   sua   integridade   física,   assim,   esse   valor   foi  suprimido  do  texto  da  versão  2015  e,  em  seu   lugar,  o  relatório  deve  apresentar  resultados  de  ensaios  de  continuidade  elétrica  dos  eletrodos  de  aterramento,  conforme  o  item  7.3.2.  Cabe  esclarecer  que  medidas  adicionais   para   prevenir   as   tensões   superficiais   foram   acrescentadas   na   seção   8.   Dessa   maneira,   por  solicitação  ou  quando  a  situação   for   relevante,  vamos  apresentando  mais  alterações   relacionadas  à  nova  ABNT  NBR  5419:2015.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jobson  Modena  

é   engenheiro   eletricista,  membro   do   Comitê   Brasileiro   de  Eletricidade   (Cobei),   CB-­‐3   da   ABNT,   onde   participa  atualmente   como   coordenador   da   comissão   revisora   da  norma   de   proteção   contra   descargas   atmosféricas   (ABNT  NBR  5419).  É  diretor  da  Guismo  Engenharia.  

http://www.osetoreletrico.com.br/web/index.php Edição   110   -­‐  Março  2015  

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A  Norma  Regulamentadora  13.  Qual  o  impacto  sobre  o  setor  de  lavanderias?  

José  Merici  Neto  A  pergunta  do  título  se  torna  pertinente,  principalmente  após  a  promulgação  do  novo  texto  desta  Norma,  publicado  em  28  de  Abril  de  2014.  E,  normalmente,  quando  uma  Norma  tem  seu  texto  modificado,  ocorre  um  maior  empenho  da  fiscalização  oficial  para  que  a  mesma  seja  cumprida.  A  Norma  trata  especificamente  de   aspectos   de   segurança   na   instalação   de   caldeiras,   vasos   de   pressão   e   tubulações.   Portanto,   é  muito  importante   que   os   empresários   e   responsáveis   pelas   unidades   de   produção   estejam   atentos   aos   seus  aspectos  mais  importantes,  que  podem  colocar  em  risco  a  operação  dessas  unidades,  além  da  possibilidade  de  interdição  por  parte  da  fiscalização.  Lembramos  que  o  responsável  pelas  ações  a  serem  tomadas  para  o  cumprimento  nos  itens  normativos  é  o  proprietário  da  instalação.  Citaremos  no  texto  quais  esses  aspectos  que  devem  ser  avaliados  e  cumpridos.  

 

ENQUADRAMENTO:  

O  primeiro   passo   para   o   atendimento   da  Norma   é  saber  se  os  equipamentos  instalados  na  planta,  bem  como   suas   tubulações   de   interligação   estão  enquadrados   na   respectiva   Norma.   Para   tal,   é  importante  saber  qual  o  tipo  de  Caldeira  instalada  e  se  os  equipamentos  estão  classificados  como  vasos  de   pressão.   Essa   análise   deve   ser   feita   baseada  na  interpretação   da   norma,   principalmente   no   item  que  trata  de  sua  abrangência.  

Um   fato   novo   que   destacamos   na   norma   revisada  trata   do   enquadramento   de   algumas   classes   de  tubulações,   principalmente   as   que   trabalham   com  fluídos   considerados   perigosos   (inflamáveis,  combustíveis   e   agressivos   ao   meio   ambiente   e   ao  homem).   Tubulações   de   gás   natural   ou   GLP,   por  exemplo,  são  abrangidas  pela  Norma,  necessitando  da   adoção   de   uma   série   de   medidas   para   o  cumprimento   dos   itens   normativos,   tais   como  projeto,   dimensionamento,   inspeção   e   plano   de  manutenção   preventiva   dos   dispositivos   de  segurança.  

INSPEÇÕES:  

Uma   vez   feita   a   classificação   e   o   enquadramento  dos  equipamentos,  é   importante  que  se  estabeleça  a   periodicidade   das   inspeções,   através   de   vários  procedimentos   técnicos  adotados  pelo   responsável  da  análise.  Esse   responsável  assume  a  condição  de  Profissional   Habilitado,   sendo   que   essa   função   é  regulamentada   pelo   CONFEA   /   CREA.   Isso   não  redime   o   proprietário   das   suas   responsabilidades  

nas   ações   a   serem   tomadas,   porém,   o   Profissional  Habilitado   tem   a   capacitação   técnica   necessária  para  a  definição  dessas  ações.  

No  caso  de  caldeiras,  a  periodicidade  das  inspeções  varia  de  acordo  com  seu  tipo,  sendo  que  na  grande  maioria  das  lavanderias,  essas  inspeções  devem  ser  realizadas   anualmente.   No   caso   dos   vasos   de  pressão   e   tubulações,   a   periodicidade   é   definida  avaliando-­‐se  a  categoria  dos  mesmos,  que  varia  de  acordo   com   a   pressão   de   trabalho,   com   o   volume  interno   (no   caso   dos   vasos)   e   com   o   fluído   de  aplicação.  

A   partir   das   inspeções,   são   gerados   os   respectivos  relatórios,   que   devem   ser   arquivados   no   local   da  instalação   e   apresentados   aos   órgãos   responsáveis  pela   fiscalização   sempre   que   solicitados.   Também  as  entidades  sindicais  e  órgãos  representativos  dos  trabalhadores   como   CIPA   podem   solicitar   a  verificação   de   tais   documentos,   bem   como   os  trabalhadores   envolvidos   na   operação   dos  equipamentos.  

CALIBRAÇÕES   E   MANUTENÇÃO   DOS  INSTRUMENTOS  DE  CONTROLE  E  OPERAÇÃO:  

Outro   ponto   importante   relatado   na   norma   trata  dos   instrumentos   de   controle   e   operação   de  caldeiras,   vasos   de   pressão   e   tubulações.   Alguns  desses  instrumentos  têm  sua  instalação  obrigatória,  sendo  que   a   ausência   caracteriza   um   risco   grave   e  iminente,   garantindo   inclusive   o   direito   de   recusa  na   operação   por   parte   dos   colaboradores  envolvidos.

   

 

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Instrumentos   como   válvulas   de   segurança   e   manômetros   fazem   parte   dos   itens   obrigatórios   e   é  recomendado   que   a   cada   inspeção   periódica   ou   em   intervalos   a   serem   definidos   pelo   Profissional  Habilitado,  tais  instrumentos  passem  por  manutenção  e  calibração.  Essas  ações  devem  ser  documentadas  através   de   relatórios   de   calibração   e   os   documentos  mantidos   juntamente   com   os   demais   documentos  obrigatórios  do  equipamento.  

QUALIFICAÇÃO  PROFISSIONAL:    

A   norma   estabelece   que   os   Operadores   de   Caldeiras  enquadradas   passem   por   treinamento   específico   obrigatório,  com   conteúdo   teórico   e   carga   horária   de   40   horas,   além   de  estágio  supervisionado  com  duração  que  varia  de  acordo  com  a  categoria   da   caldeira.   A   entidade   responsável   por   ministrar   o  treinamento   deve   gerar   um   certificado   de   participação   com  assinatura  de  Profissional  Habilitado.  O  conteúdo  programático  também  está  estabelecido  na  norma,  em  forma  de  Anexo.  

Apesar   da   norma   não   criar   obrigatoriedade,   há   uma  recomendação   para   que   os   operadores   passem   por  treinamentos  em  forma  de  reciclagem  periodicamente.  Além  da  melhoria  do  nível  de  conhecimento,  as  reciclagens  ressaltam  os  aspectos   de   segurança   pessoal   e   coletiva   que   devem   ser  adotados  pelos  colaboradores,  conscientizando-­‐os.  

TUBULAÇÕES  DE  VAPOR:  

Pela   abrangência  da  norma,   tubulações  de   vapor  não  estão  enquadradas  nos   aspectos  de   inspeção  e  de  elaboração  de  documentação  pertinente.   Porém,   tem  um   item  normativo  que   ressalta   a  necessidade  de  manutenção  dos  dispositivos  de  segurança  e  acessórios  de  controle  dessas  linhas.  Ressaltamos,  portanto,  a  necessidade  de  se  manter  um  plano  de  manutenção  em  sistemas  de  drenagem  e  no  isolamento  térmico,  a  fim  de  se  evitar  a  condensação  e  a  ocorrência  de  golpes  de  aríete  destrutivos.  

Além  disso,  para  garantir  de  forma  mais  abrangente  os  aspectos  de  segurança  em  linhas  de  vapor,  é  muito  importante   que   essas   linhas   estejam   corretamente   dimensionadas,   bem   como  os  materiais   de   aplicação  corretamente  especificados.  Manter  um  histórico  de  documentação  dessas   linhas   também  é   importante,  tais  como  as  plantas,  isométricos  com  listas  de  materiais  e  especificação  das  válvulas,  purgadores  e  demais  acessórios.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOSÉ  MERICI  NETO  Consultor  Técnico  -­‐  VAPOR  &  CIA  Div.  de  Inspeção  de  Vasos  de  Pressão,  Caldeiras  e  Tubulações  Especialista  em  Sistemas  de  Vapor,  Ar  Comprimido  e  demais  fluídos  industriais.  Graduado  em  Tecnologia  Mecânica  pela  Faculdade  de  Tecnologia  de  São  Paulo  Fone  para  contato:  (019)  9  8344.1091  /  (019)  3836.2457  email:  [email protected]    

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Eletricidade  mata  

João  José  Barrico  de  Souza  “Em  um  município  a  90  km  de  Belém  (PA),  um  pedreiro  que  estava  no  telhado  de  uma  casa  enroscou-­‐se  

na  fiação  elétrica.  Um  outro  homem  foi  ajuda-­‐lo  e  sofreu  uma  descarga  elétrica  tão  forte  que  foi  arremessado  do  telhado  de  uma  altura  de  oito  metros”.  

Os  choques  elétricos  acontecem  basicamente  por  dois  tipos  de  contatos,  os  indiretos,  que  ocorrem  quando  as   instalações   ou   equipamentos   ficam   energizados,   “dão   choque”,   por   causa   de   defeitos,   ou   então   por  contatos  diretos,  que   são  aqueles  que  ocorrem  quando  as  pessoas   tocam  em  partes  das   instalações  que  foram  feitas  para  ficarem  energizadas  em  condições  normais,  como  é  o  caso  dos  condutores  elétricos,  os  barramentos  e  outras  partes  normalmente  inacessíveis  de  equipamentos  e  instalações.

No   caso   em   questão,   apenas   pelo   que   se   pode   observar,  houve  contato  direto  com  partes  vivas  da  instalação  que  não  deveriam  estar  acessíveis  (por  exemplo,  fio  desencapado  ou  emendas  não  isoladas  adequadamente,  tanto  pela  primeira,  quanto  pela  segunda  vítima).  

Um   dos   efeitos   do   choque   elétrico   é   provocar   a   contração  muscular   e   quando   isso   ocorre   nos   dedos   da   mão,   eles  fecham   e   a   vítima   não   consegue   comandar   a   abertura   da  mão  e  fica  presa  ao  condutor  energizado.  

Esse  efeito  acontece  a  partir  de  10  mA  de  corrente  alternada  (60   Hz),   com   o   decorrer   do   tempo   outras   funções   do  organismo   acabam   sendo   comprometidas   podendo  acontecer   a   parada   respiratória,   a   parada   cardíaca   e   até   a  morte.  Foi  certamente  o  que  ocorreu  com  a  primeira  vítima.  

O  mesmo  efeito  de  contração  muscular  ocorre  na  perna,  no  braço  e  sobre  qualquer  outro  músculo  que  seja  atravessado  por   uma   corrente   elétrica,   de   forma   involuntária   e   essa  contração  muscular  violenta  é  que  na  verdade  impulsiona  o  corpo,  na  mesma  forma  que  um  salto  ou  a  puxada  violenta  de   um   braço   etc.,   comandado   pela   passagem   da   corrente  elétrica.   Certamente   foi   essa   uma  das   razões   de   a   segunda  vítima  cair  do  ponto  onde  estava.  

Felizmente,  não  houve  óbito,  mas  toda  a  potencialidade  para  que  ocorresse  esteve  presente.  

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Partes  vivas  expostas;  pessoa  não  qualificada  atuando  em  instalações   e   equipamentos   elétricos;   instalação   não  desenergizada;   trabalhos   em   altura   sem   o   uso   de  equipamento   de   proteção   contra   quedas   estão   entre   os  aspectos  envolvidos  na  ocorrência.  

Jamais   interfira  em  instalações  ou  equipamentos  elétricos  se   você   não   é   qualificado   para   isso   ou   detém   o  conhecimento   necessário.   Desligue,   comprove,   garanta   a  situação   de  desenergização   para   a   instalação   que   vai  sofrer   intervenção.   E,   mesmo   assim,   use   ferramentas  isoladas   e   equipamentos   de   proteção   apropriados  (calçados,   cintos   e   talabartes   para   trabalho   em   altura,  além  de  outros).  

Não  subestime  o  risco.  Eletricidade  mata!  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

João  José  Barrico  de  Souza  

é   engenheiro   eletricista   e   de   segurança   no   trabalho,  consultor   técnico,   diretor   da   Engeletric,   membro   do  GTT-­‐10   e   professor   no   curso   de   engenharia   de  segurança  (FEI/PECE-­‐USP/UNIP)  

http://www.osetoreletrico.com.br/web/index.php   -­‐  Edição  114  -­‐  Julho  2015  

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Economia  de  energia  em  instalações  de  vapor  

Diego  Belvilaqua    

A   execução   de   um   trabalho   técnico   e   adequado   de  Auditoria   Energética   em   uma   instalação   de   vapor,  sempre   resulta   em   economia.   Economia   esta   decorrente   da   eliminação   de   perdas   e   aproveitamento   de  oportunidades  energéticas.   E   a  pergunta  que   sempre  ouvimos  na  proposição  deste   trabalho  é:  QUANTO  VOU  ECONOMIZAR?    

Evidente!   Qualquer   empresário   quer   saber   qual   vai   ser   o  resultado   de   seu   investimento.   E,   todo   empresário   sabe  exatamente   qual   o   lucro   do   seu   negócio,   ou   seja,   sabe   o  quanto  ganha,  mas  não  sabe  o  quanto  perde  quando  se   fala  em  um  sistema  de  vapor!  

Este   artigo   tem   o   objetivo   de   apresentar   este   tema   sob   um  enfoque   prático   considerando   que   o   assunto   em   pauta   é  técnico   e,   nem   sempre   de   pleno   conhecimento   dos  interessados   em   como   eliminar   perdas   de   um   sistema   de  vapor  e  aumentar  sua  margem  de  lucratividade.    

 

É   importante   salientar  que,   empresas  deste   segmento   sempre  mencionam  que  as  perdas  de  energia  em  uma  instalação  de  vapor  situam-­‐se  em  torno  de  25%.  Mas,  de  onde  vem  este  número  e  mais  do  que  isto,  o  que  é  viável  economicamente  em  termos  de  investimento?    

Vamos  primeiramente  entender  um  sistema  de  vapor.  

Normalmente,  o  mesmo  é  dividido  para  fins  de  análise  e  compreensão  em  4  partes,  sendo:    

1)  Geração  de  Vapor,  composto  pelas  Caldeiras,  Coletor/Distribuidor  de  Vapor,  estocagem  de  combustível,  tanque  de  água  de  alimentação  e  demais  componentes  da  sala  de  Caldeiras;  

2)  Distribuição  de  Vapor  (transporte),  composto  pelas  tubulações  desde  a  saída  do  Coletor/Distribuidor  de  Vapor  até  as  tomadas  de  alimentação  dos  equipamentos;  

3)  Utilização  de  Vapor  (controles  e  transferência  de  calor),  composto  pelos  ramais  de  alimentação  para  os  equipamentos,  válvulas  de  controle,  purgadores,  eliminadores  de  ar  e  outros  acessórios  dos  equipamentos  consumidores;  

4)  Retorno  e  Aproveitamento  de  Condensado,  composto  pelas  tubulações  desde  a  saída  dos  equipamentos  consumidores  até  o  tanque  de  água  de  alimentação  das  Caldeiras.  

SISTEMA  DE  VAPOR  

 

 

 

 

 

 

 

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O  esquema  anterior  bastante  simplificado,  aponta  as  perdas  médias  das  instalações,  que  totalizam  26%  o  que  não  significa  em  absoluto  que  este  é  o  potencial  de  economia.    Isto  porque,  temos  3  situações  distintas  em  termos  de  perdas  num  sistema  de  vapor,  sendo:  

1ª.)   Perdas   Obrigatórias:   Inerentes   ao   sistema   as   quais   devem   ser   reduzidas   e   mantidas   no   mínimo  possível.   Estas   perdas   jamais   serão   totalmente   eliminadas   independentemente   do   tamanho   do  investimento  (são  os  25%  mencionados  acima);  

2ª.)   Perdas   Operacionais:   Decorrentes   das   condições   operacionais   e   de   manutenção   e   conservação   do  sistema,  as  quais  podem  e  devem  ser  totalmente  eliminadas.    

3ª.)  Perdas  Aleatórias:  Decorrentes  de  energias  secundárias  resultantes  dos  processos.  Aqui  não  se  fala  em  eliminação   de   perdas,   mas   sim   em   aproveitamento   das   perdas   o   qual   dependerá   sempre   das  oportunidades  apresentadas  pelos  diversos  processos  de  fabricação  da  instalação  auditada.  

A   economia   de   um   sistema   de   vapor   é   a   somatória   do   potencial   destas   3   situações   e,   numa   Auditoria  Energética,  o  objetivo  final  é  REDUZIR  ao  máximo  as  Perdas  Obrigatórias,  ELIMINAR  as  Perdas  Operacionais  e  APROVEITAR  as  perdas  Aleatórias.    

Antes  de  analisarmos  cada  uma  destas  situações,  é  preciso  salientar  que,  independentemente  do  tamanho  e  complexidade  da  instalação  de  vapor,  ela  sempre  apresenta  uma  característica  muito  importante:  

TODO  O  SISTEMA  ESTÁ  INSTRINSICAMENTE  INTERLIGADO    

 

Significa  que,  uma  ocorrência  ou  intervenção  em  determinado  ponto,  terá  consequências  em  outros  pontos  do   sistema.   Portanto,   a   análise   adequada   sempre   deverá   abordar   o   sistema   completo   e   nunca  isoladamente.    

Exemplificando,   a   falha   de   um   purgador   de   equipamento   (vazamento   e/ou   alagamento)   pode   ser  decorrente   de   arraste   de   água   e   impurezas   da   Caldeira.   A   manutenção   ou   substituição   do   purgador  resolverá  o  problema  momentaneamente  mas  não  definitivamente,  pois  a  causa  está  localizada  em  outro  ponto  do  sistema.  O  segredo  é  detectar,  localizar  e  corrigir  a  real  causa  do  problema!  Este  é  o  objetivo  de  uma  Auditoria  Energética  eficiente.    

PERDAS  NA  GERAÇÃO  DE  VAPOR  

TRATAMENTO  da  ÁGUA:      

A  água  em  seu  estado  natural  contém  constituintes  que  são  danosos  à  geração  do  vapor.  Geralmente  são  sais   dissolvidos   inorgânicos   e   orgânicos,   matéria   orgânica   em   suspensão,   material   coloidal,   gases  dissolvidos  e  micro-­‐organismos.    

Uma   água   perfeita   para   alimentar   Caldeiras   é   aquela   que   não   apresenta   substâncias   incrustantes,   não  corrói   o   metal   do   equipamento   e   de   seus   acessórios   e   que   não   ocasiona   arraste   e   nem   espumação.  Encontrar   uma   água   com   estas   características   é   extremamente   difícil,   portanto   toda   a   água   que   será  

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utilizada  na  caldeira  deve  sofrer  uma  purificação  artificial  (tratamento),  onde  as  impurezas  presentes  serão  eliminadas  ou  trocadas  por  produtos  menos  prejudiciais.  

A  eliminação  (purga)  destas  impurezas  é  feita  em  pontos  distintos  da  Caldeira,  pois  do  tratamento,  temos:      

-­‐  Decantação  ou  precipitação  de  sólidos  formando  o  LODO  ou  LAMA  que  se  depositam  nas  superfícies  dos  tubos  incrustando  os  mesmos.    

Sua  presença  provoca  a  redução  na  transferência  de  calor,  aumento  no  consumo  de  combustível,  elevação  da   temperatura   da   superfície   dos  metais   por   superaquecimento   com   eventuais   rupturas   da   estrutura   e,  aumento  na  temperatura  dos  gases  de  exaustão  com  o  consequente  desperdício  de  energia.  

 

Incrustação   0,5  mm   1  mm   2  mm  4  mm  

(1/8”)  

8  mm  

(1/4”)  

16  mm  

(1/2”)  

Aumento  do  Consumo  

De  Combustível  2%   4%   6%   10%   20%   40%  

 

-­‐  Concentração  de  produtos  químicos  na  superfície  da  água,  com  a  formação  de  espuma  devido  ao  excesso  de   sólidos   totais   dissolvidos   (STD),   alcalinidade   total   elevada,   óleos   e   graxas,   excesso   de   sólidos   em  suspensão,  detergentes  e  matéria  orgânica,   resultando  no  seu  arraste  para  as   linhas  de  distribuição  e  os  equipamentos,   promovendo   processos   de   corrosão   e   incrustação   prejudicando   sua   eficiência   e  aumentando  o  tempo  dos  processos  e  consumo  de  vapor;  

 

A   própria   água   já   tratada   e   energizada,   é   utilizada  para  transportar  as  impurezas  para  fora  da  Caldeira  sendo   esta   então   a   1ª.   fonte   de   perdas   (Perdas  Obrigatórias).     A   quantificação   da   água   a   ser  eliminada  para  esta  função  está  diretamente  ligada  à  quantidade  de  vapor  gerado  pela  Caldeira.  

É   importante   ressaltar   que,   se   eliminarmos   mais  água   do   que   necessário,   as   perdas   aumentam  (água,  tratamento  e  combustível)  e,  se  eliminarmos  menos   água   do   que   o   necessário,   as   incrustações  aumentam  resultando  no  aumento  do  consumo  de  combustível   e   das   perdas   de   energia   através   da  chaminé  (Perdas  Operacionais).  

Uma   vez   que   a   água   eliminada   contém   energia,  pode-­‐se   aproveitar   a   mesma   para   pré-­‐aquecer   a  água  de  reposição   (make-­‐up)  da  Caldeira   (ou  outra  aplicação),   ao   invés   de   jogá-­‐la   fora   (Perdas  Aleatórias).    

Para  obter-­‐se  redução  das  perdas  na  eliminação  de  água  (impurezas),  são  necessários  além  de  um  bom  tratamento:  

1)   Controle   através   de   Medidores   de   Vazão   de  Vapor  e  Água  para  o  cálculo  correto  da  quantidade  

a   ser   eliminada.   Quando   se   fala   em   medição   de  vazão  de  água  (hidrômetro),  deve-­‐se  medir  tanto  a  água   de   reposição   (make-­‐up)   quanto   a   água   que  alimenta  a  caldeira  (reposição  +  condensado)  pois  o  tratamento   será   tanto   menor   quanto   maior   o  volume   do   condensado   retornado   bem   como,  menor  será  a  quantidade  de  água  a  ser  eliminada.  

2)   Uso   de   Válvulas   de   Descarga   de   Fundo  específicas   para   esta   função,   que   possuem   as  seguintes  características  básicas:  

-­‐  Abertura  rápida;  

-­‐   Geometria   interna   para   arrastar   a   maior  quantidade   de   Lodo   no   menor   tempo   e,   com   a  menor  perda  de  água  possível;  

-­‐   Internos   (Obturador   e   Sede)   construídos   com  materiais   endurecidos   para   evitar   danos  decorrentes   da   passagem   do   fluído   com   partículas  de  impurezas  em  alta  velocidade;  

-­‐   Força   de   fechamento   que   garanta   a  estanqueidade  total.  

 

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É  muito  comum  aqui  o  uso  de  válvulas  inadequadas  que  apresentam  como  única  característica  a  “abertura  rápida”  como  é  o  caso  do  tipo  Esfera  que  possui  CV  (coeficiente  de  vazão)  no  mínimo  4  vezes  superior  ao  de  uma  válvula  correta  o  que  significa  que,  para  um  mesmo  tempo  de  abertura,  perde  4  vezes  mais  água  do  que  o  necessário.  

 

Salvo   raras  exceções,  as  orientações  aos  operadores  de  caldeiras  quanto  ao  acionamento  destas  válvulas  são   sempre   quanto   à   periodicidade   e   tempo   de   abertura,   independentemente   do   tipo   e   capacidade   da  válvula.  Isto  pode  resultar  em  perdas  muito  elevadas.  Tomemos  um  exemplo:  

 

-­‐  Geração  de  Vapor:         4  t/h  

-­‐  Pressão:           10  Kg/cm2    

-­‐  Descarga  de  Fundo:         1  Válvula  Esfera  Passagem  Reduzida  Ø  2”  CV  =  125  (m3/h)  

-­‐  Eliminação  requerida  de  água:       160  l/h  (Perda  Obrigatória)  

-­‐  Periodicidade  de  abertura:       1/1  h  (cada  válvula)  

-­‐  Tempo  de  abertura:         4  s    

-­‐  Capacidade  da  Válvula  de  Esfera:     90  l/s  com  pressão  de  10  Kg/cm2  

-­‐  Regime  operacional  da  Caldeira:     16  h/d  e  22  d/mês  =  352  h/mês  

-­‐  Calor  Sensível  da  água:       185,6  Kcal/Kg  

-­‐  Temperatura  da  água  de  alimentação:     50°C  

-­‐  Combustível:           Gás  Natural  (PCI=10.060  Kcal/m3)  -­‐  R$  1,82/m3  

 

Perdas:  

1  válvula  x  4  s  x  90  l/s       =   360  l/h  

Perdas  Água         =   360  –  160  l/h  x  352  l/mês  =  70.400  l/mês  

Perdas  de  Energia  (Calor  Sensível)   =   70.400  l/m  x  (185,6  –  50)  Kcal/Kg  =  9.546.240  Kcal/mês  

Perdas  de  Combustível       =   9.546.240  Kcal/mês  :  10.060  Kcal/m3  =    

948,9  m3/mês  x  R$  1,82/  m3  =  R$  1.727,00/  mês  

 

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-­‐  EXCESSO  de  AR  na  COMBUSTÃO:  

A  combustão  consiste   na   reação   química   entre   dois   ou   mais   reagentes  (combustíveis  e  comburentes)  com  grande  liberação  de  energia  na  forma  de  calor.   Para   que   se   processe   esta   reação   é   necessária   ainda   uma   fonte   de  calor.  No   caso  da  Caldeira,   a   combustão   libera   gases   (compostos   de  N2,  O2,  CO2,  H2O,  CO  e  SO2)  que  permutam  seu  calor  com  a  água  que  vai  evaporar.  A  eficiência  térmica  da  combustão,  e  a  consequente  economia  de  combustível,  estão  associadas  basicamente  a  2  fatores:  

• Otimização   do   tratamento   de   água   de   alimentação,   que   deve   ser   contínuo   e   com   análises  periódicas,  objetivando  a  redução  das  purgas  e  das  incrustações  que  dificultam  a  troca  de  calor  e  provocam  a  elevação  da  temperatura  dos  gases  da  chaminé;  

• Redução   do   excesso   de   ar   e   da   temperatura   dos   gases   de   combustão   na   chaminé,   através   do  controle  adequado  da  combustão  e  da  manutenção  e  limpeza  dos  tubos  da  Caldeira.    

Quando  a  quantidade  de  ar  fornecida  é  apenas  suficiente  para  queimar  completamente  o  combustível,  diz-­‐se  que  a  reação  é  estequiométrica.  Para  que  a  combustão  se  processe  da  melhor  maneira  possível,  algumas  condições  básicas  da  reação  química  devem  ser  satisfeitas.  

• A   quantidade   de   comburente   (oxigênio/ar)   deve   ser   suficiente   em   relação   à   quantidade   de  combustível;  

• A  temperatura  onde  se  dá  a  combustão  deve  ser  a  mais  alta  possível;  

A  partir  do  exposto  acima,  têm-­‐se  2  aspectos  quanto  à  adição  de  ar  (oxigênio)  de  queima:    

• Adicionando-­‐se  ar  em  proporções  estequiométricas  ou  com  falta,  a  combustão  será   incompleta,  com  a  consequente  redução  na  eficiência  da  queima  e,  poluição  ambiental;  

• Com  adição  de  ar  em  excesso,  deve-­‐se  considerar  o  mínimo  excesso  que  permita  a  queima  total  do   combustível   e   minimize   as   perdas   pelo   N2   que   rouba   calor   útil   do   processo   reduzindo   a  temperatura   da   chama.   Este   N2   sai   pela   chaminé   com   alta   temperatura,   roubando   calor   que  poderia  ser  usado  na  geração  do  vapor.  

 A  recomendação  aqui  é  controlar  a  operação  de  forma  a  operar  com  o  menor  excesso  de  ar  possível  o  que  resultará  em  perdas  aproximadas  de  17%  (Perdas  Obrigatórias).  

Observe-­‐se   aqui   que,   tanto   e   eliminação   (purgas)   de   água   insuficiente   quanto   o   excesso   de   ar   além   do  necessário,  são  responsáveis  diretos  por  perdas  (Operacionais  e  Aleatórias)  na  Caldeira.  

PERDAS  NA  DISTRIBUIÇÃO  DE  VAPOR  

-­‐  TUBULAÇÕES:  

Tubulações   de   Distribuição   têm   a   função   de   transportar   o   vapor   da   Caldeira   até   os   equipamentos  consumidores,   entregando   o   mesmo   na   condição   mais   próxima   possível   daquela   em   que   foi   gerado  (Pressão   /Temperatura/  Título).     Isto  envolve   seu  dimensionamento  correto  para  minimizar  as  perdas  de  pressão  e,  seu  isolamento  térmico  para  prevenir  acidentes  pessoais  (queimaduras)  e  reduzir  ao  máximo  as  transferências  de  calor  para  o  meio  ambiente,  sendo  este  um  dos  fatores  de  maior  impacto  na  economia  de  energia.    

A  determinação  da  espessura  do  isolamento  térmico  é  calculada  por  critérios  econômicos  (conhecida  como  Espessura  Econômica)  e  leva  em  conta  outros  aspectos  além  da  proteção  pessoal.  

• O  primeiro  aspecto  considerado  é  o  custo  do  isolamento  (isolante  +  revestimento  +  mão  de  obra).  Espessuras  de  isolamento  crescentes  requerem  maiores  investimentos  (curva  azul  do  gráfico).  

• O  segundo  aspecto  está  relacionado  com  a  energia  perdida  através  do  isolamento.  Espessuras  de  isolamento   crescentes   proporcionam   menores   desperdícios   de   energia   (curva   vermelha   do  gráfico).  

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• A   curva   verde   é   resultante   da   soma   dos   valores   das   curvas   azul   e   vermelha.   A   espessura  econômica  é  lida  no  eixo  horizontal  no  local  de  inflexão  da  curva  verde.  Ela  representa  o  menor  custo  operacional  anual  para  a  indústria.  

 

Por  este  critério,   tubulações  de  vapor  ainda  que   isoladas,  sempre  apresentarão  alguma  perda  de  energia  (Perdas  Obrigatórias),  estimadas  em  5%  em  média.  E  estas  perdas  resultam  ainda  em  condensação  de  uma  parcela  do  vapor  transportado  a  qual,  se  não  for  drenada,  acarretará  em  desgastes  por  erosão  nos  tubos,  válvulas   e   demais   acessórios   e,   ocorrência   de   “Golpes   de   Aríete”   os   quais   podem   causar   acidentes  extremamente  sérios  com  danos  materiais  e  físicos.  

A   falta   e/ou   deficiência   do   isolamento   térmico   (Perdas  Operacionais)   aumenta   de  maneira   diretamente  proporcional  a  ocorrência  destes  problemas.  É  simplesmente  inconcebível  o  não  isolamento  de  tubulações  aquecidas.  Outro  fator  de  perdas  é  a  presença  de  ar  e  gases   incondensáveis  tanto  nas  tubulações  quanto  nos  equipamentos  consumidores,  provenientes  do  processo  de  geração  de  vapor  entre  outros.  Por   ser  o  melhor   isolante  térmico  conhecido,  o  ar   forma  uma  película  nas  superfícies  de  troca  térmica  e  dificulta  a  transferência  de  calor.  Com  isto,  o  tempo  de  processo  e  o  consumo  de  vapor  aumentam  e,  a  qualidade  do  produto  final  é  comprometida  gerando  perdas  de  produtividade.  

PERDAS  NA  UTILIZAÇÃO  DE  VAPOR  

Cada   equipamento   consumidor   é   projetado   para   operar   em   determinadas   condições,   onde   o   consumo  obedece  a  fórmula:  

Q  =  m.c.Δt      

onde:  

Q  =  Consumo  de  Vapor  (Kg/h)  

Δt  =  Diferença  de  temperatura  (°C)  

m  =  Massa  de  produto  (kg)  

c  =  Calor  específico  do  produto  (Kcal/Kg/°C)  

C  (*)  =  Calor  contido  no  vapor  na  pressão  de  operação  (Kcal/Kg)  

 (*)  

-­‐  Para  Injeção  Indireta  de  Vapor,  C=Calor  Latente  do  Vapor;  

-­‐  Para  Injeção  Direta  de  Vapor,  C=Calor  Total  do  Vapor;  

A  análise  da  Tabela  abaixo  mostra  que  quanto  maior  a  pressão,  maior  a  temperatura  e  maior  a  quantidade  de  Calor  Total  contido  no  Vapor,  que  é  utilizado  em  equipamentos  de   Injeção  Direta.  Entretanto,  quanto  

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maior   a   pressão,  menor   a   quantidade   de   Calor   Latente   do   Vapor,   que   é   utilizado   em   equipamentos   de  Injeção  Indireta.  Tomemos  como  exemplo  um  Trocador  de  Calor  (Injeção  Indireta)  para  aquecer  água  nas  seguintes  condições:  

-­‐  Vazão  de  água:       10.000  l  /  hora  

-­‐  Temperatura  Inicial  água:     20°C  

-­‐  Temperatura  Final:       80°C    

-­‐  Pressão  disponível  do  Vapor:     9,0  Kg/cm2  

-­‐  Calor  Latente  do  Vapor:     481,8  Kcal/Kg  

-­‐  Temperatura  do  Vapor:     180°C  

-­‐  Calor  Específico  da  água:     1  Kcal/Kg/°C  

 

Utilizando-­‐se  a  forma,  teremos:  

Q  =  10.000  x  1  x  60   =  1.245  Kg/h  

                       1  x  481,8  

 

Se  usarmos  vapor  na  pressão  de  3,0  Kg/cm2  (t=144°C),  teremos:  

Q  =  10.000  x  1  x  60   =  1.177  Kg/h  

1  x  509,8  

 

A  economia  resultante  será  de:  1.245  –  1.177  =  68  Kg/h  ou,  481,8/509,8  -­‐  1  x  100  =  5,4%  

Parece  pouco?  Se  o  regime  de  operação  da  instalação  for  de  330  d/ano  e  8  h/dia,  esta  economia  será  de  179.520   Kg   de   vapor/ano   o   que   corresponde   a   11.474   m3   de   gás   natural   (PCI=10.060   Kcal/m3)   ou,   R$  20.880,00/ano.  

 

 

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Aplicando-­‐se  as  mesmas  condições  para  um  equipamento  de  Injeção  Direta  (numa  Lavadora  por  exemplo),    teremos:  

Q  =  10.000  x  1  x  60   =    905,0  Kg/h  com  pressão  de  9  Kg/cm2  

1  x  663  

Q  =  10.000  x  1  x  60   =    918,3  Kg/h  com  pressão  de  3  Kg/cm2  

                     1  x  653,4  

Neste  caso,  teoricamente  haverá  um  maior  consumo  de  vapor  (13,3  Kg/h)  com  pressão  menor.    

Há  aqui  um  ponto  fundamental  a  ser  considerado,  e  que  justifica  o  uso  de  vapor  com  menor  pressão,  qual  seja:  

A  troca  de  calor  entre  as  bolhas  de  vapor  e  o  líquido/produto  deve  ocorrer  na  distância  (d)  compreendida  entre  o  ponto  de  injeção  (furo  ou  injetor)  e  a  superfície  do  líquido.  Quanto  maior  a  pressão  do  vapor,  maior  é  a  velocidade  das  bolhas  de  vapor  dentro  do  líquido  dificultando  a  troca  neste  percurso  o  que  resulta  na  perda  de  energia  para  o  ambiente  (as  bolhas  de  vapor  “estouram”  na  superfície  do  líquido).  

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Outros  fatores  além  deste  devem  ser  considerados  como  o  Ø,  quantidade  e  posicionamento  dos  furos,  mas  isto  é  parte  construtiva  do  equipamento.  

 

REGRA:   “Utilizar   o   vapor   na   menor   pressão   possível   desde   que   a   temperatura   atenda   ao   processo,  independentemente  do  tipo  de  equipamento”.  

Mas  além  do  uso  de  vapor  na  pressão  correta,  é  ainda  preciso  controlar  a  temperatura  em  alguns  processos  através  de  Válvulas  de  Controle,  para  garantir  a  obtenção  da  máxima  economia  possível.  Tomando-­‐se  como  exemplo   uma   lavadora   (Injeção   Direta)   onde,   após   o   banho   atingir   a   temperatura   desejada,   é   preciso  controlar  a  entrada  de  vapor  para  impedir  que  a  mesma  se  eleve  perdendo  energia  para  o  meio  ambiente.  Isto  também  se  aplica  a  equipamentos  de  Injeção  Indireta.  

PERDAS  NO  RETÔRNO  DO  CONDENSADO  

Condensado   é   água   limpa   e   contém   uma   boa   parcela   de   energia   (Calor   Sensível).   Seu   retorno   para   a  Caldeira   é   certeza   de   economia   de   água,   tratamento   químico   e   combustível   (Tabela   abaixo).   E   para   isto  basta  uma  tubulação  bem  dimensionada  e  isolada  termicamente  e  uma  análise  da  pressão  disponível  para  o  retorno  direto  ou  através  de  bombeamento.  

 

CONDENSADO  RETORNADO  (%)   TEMPERATURA  DA  ÁGUA  DE  ALIMENTAÇÃO  (°C)  

ECONOMIA  DE  COMBUSTÍVEL  (%)  

0   22,0   0  

10   28,3   1,0  

20   34,6   1,9  

30   40,9   2,9  

40   47,0   3,9  

50   53,5   4,9  

60   59,8   5,9  

70   66,0   6,8  

80   72,4   7,8  

90   78,7   8,8  

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-­‐  TUBULAÇÕES:  

A  tubulação  neste  caso,  não  transporta  somente  líquido,  pois  quando  o  condensado  passa  de  uma  pressão  mais   alta   (antes   do   purgador)   para   uma   pressão   mais   baixa   (depois   do   purgador)   uma   parte   dele   se  reevapora   (Vapor   Flash)   e,   este   vapor  de  baixa  pressão  possui   um  volume  muito   elevado  em   relação   ao  líquido.  

Exemplo:  

Consumo  dos  equipamentos     =   500  Kg/h  (condensado  formado)  

Pressão  de  alimentação  de  vapor   =   7  Kg/cm2  (antes  dos  purgadores)  

Pressão  da  rede  de  condensado   =   1,5  Kg/cm2  (depois  dos  purgadores)  

Vapor  Flash         =   8,5%     x  500  Kg/h  =42,5  Kg/h  

Volume  Vapor  Flash       =   0,72  m3/Kg  x  42,5  Kg/h    =  30,6  m3/h  

Volume  do  condensado       =   (500-­‐42,5)  =  457,5  Kg/h    =  0,457  m3/h  

 

Conclusão:  Para  transportar  457,5  l/h  de  condensado,  necessitamos  de  uma  tubulação  de  6  mm  (1/4”),  e  para   transportar   42,5   Kg/h   de   vapor   na   mesma   pressão,   necessitamos   de   uma   tubulação   de   32   mm  (1.1/4”).  

O   cálculo   considerando   que   o   fluído   transportado   é   somente   líquido   resultará   em   uma   tubulação  subdimensionada   na   qual   ocorrerão   fatalmente   “Golpes   de   Aríete”   e   contrapressão   nos   purgadores.  Consequentemente,  os  equipamentos  poderão  demorar  mais  tempo  para  processar  o  produto,  com  maior  consumo  de  vapor.  Este  é  outro  exemplo  de  como  não  podemos  analisar  os  problemas  isoladamente.  

-­‐  VAPOR  DE  REEVAPORAÇÃO  (FLASH):  

Conforme  explanado  anteriormente,  sempre  que  houver  queda  de  pressão  no  condensado,  uma  parcela  do  mesmo  irá  se  reevaporar.    

 

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  39  Este   vapor   possui   as   mesmas   qualidades   do   vapor   gerado   na   Caldeira   e,   sempre   que   as   instalações  

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apresentem   oportunidades,   devemos   aproveitar   o   Vapor   de   Reevaporação   (Perdas   Aleatórias)   para  alimentar  consumidores  de  baixa  pressão  ou,  para  o  pré-­‐aquecimento  de  água  ou  produto  o  que  resultará  na  economia  direta  de  vapor  gerado  na  Caldeira.  

Os  sistemas  de  vapor  apresentam  ainda  outras  energias  secundárias  que  podem  ser  aproveitadas  como  por  exemplo,  os  gases  de  exaustão  das  Caldeiras   (com  devidos  cuidados)  e  condensados  contaminados  entre  outros.    

A  REDUÇÃO  das  Perdas  Obrigatórias,  a  ELIMINAÇÃO  das  Perdas  Operacionais  e,  o  APROVEITAMENTO  das  Perdas  Aleatórias,  é  mais  do  que  um  caminho  para  a  redução  de  custos,  é  o  caminho  para  o  AUMENTO  dos  Lucros  da  empresa.  

Mas,   cada   instalação   é   um   caso   e   só   se   pode   quantificar   o   potencial   de   economia   após   analisar  técnicamente  as  oportunidades  de  cada  caso.  

   

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

DIEGO  BEVILACQUA  Auditor   Energético   -­‐   VAPOR   &   CIA.   Div.   Recuperação   e  Aproveitamento   de   Energia.   Especialista   em   Economia,  Recuperação   e   Aproveitamento   de   Energia   em   Sistemas  de   Vapor   e   Ar   Comprimido.   Graduado   em   Tecnologia  Mecânica  pela  Faculdade  de  Tecnologia  de  São  Paulo.  Fones  para  contato:  (011)  9  9797.7297  /  (019)  3836.2457  email:  [email protected]    

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Nova  norma  para  SPDA  

Bruno  Moreira  

Iniciado   em   2005,   projeto   de   revisão   da  ABNT   NBR   5419,   norma   que   trata   da  proteção   contra   descargas   atmosféricas,  chega   finalmente   à   consulta   nacional.  Publicação  deve  ocorrer   no  meio   do   ano  de  2015.  

Após   cerca   de   nove   anos   de   reuniões  periódicas   e   muito   trabalho,   a   revisão   da  norma   ABNT   NBR   5419,   que   trata   da  proteção  contra  descargas  atmosféricas,  está  praticamente   finalizada.   O   documento  normativo   entrou   em   consulta   pública   no  site   da   Associação   Brasileira   de   Normas  Técnicas   (ABNT)   no   último   mês   de   agosto,  onde  permanecerá  até  o  dia  10  de  dezembro,  para  o  recebimento  de  sugestões.  A   ideia   inicial  era  que  o  projeto  de   revisão   ficasse   em   consulta   até  o  dia   10  de  outubro,  mas  devido   a  um  pedido  da  Associação  Brasileira   de   Engenheiros   Eletricistas   (ABEE),   que   foi   enviado   ao   Comitê   Brasileiro   de   Eletricidade,  Eletrônica,   Iluminação  e  Telecomunicações  (Cobei),  o  prazo  foi  estendido  por  mais  60  dias  pela  Comissão  de   Estudos   (CE)   64.10,   que   elaborou   o   projeto   de   revisão   da   norma.   De   acordo   com   o   secretário   da  Comissão,   o   engenheiro   eletricista   e   especialista   da   divisão   científica   de   energia   e   meio   ambiente   do  Instituto   de   Eletrotécnica   e   Energia   da  Universidade   de   São   Paulo   (IEE/USP),  Helio   Sueta,   se   tudo   correr  como  o  planejado,  a  norma  será  finalmente  publicada  nos  primeiros  meses  de  2015.  

O   longo   tempo   utilizado   pelos   membros   da   CE   64.10   para   a   confecção   do   projeto   de   revisão   tem   um  motivo:  a  ABNT  NBR  5419  passou  por  uma  pequena  revolução,  aumentando  o  seu  conteúdo  de  42  páginas  para   344   páginas,   por  meio   de   um   aprofundamento   dos   assuntos   tratados   no   documento   anterior,   que  receberam,   segundo   o   gerente   de   vendas   da   Obo   Bettermann   do   Brasil   e   engenheiro   eletricista  especializado   na   proteção   de   equipamentos   e   sistemas   eletrônicos,   Sergio   Roberto   Santos,   um   maior  detalhamento   e   mais   recomendações   em   cada   tópico.   “Foram   quase   nove   anos   de   um   trabalho   que  demandou  disciplina  e  paciência.  Sem  as  pessoas  certas  jamais  teríamos  conseguido  atingir  este  estágio  tão  importante  que  é  a  colocação  do  projeto  de  norma  em  consulta  pública”,  completa  o  engenheiro  eletricista  Jobson  Modena,  coordenador  da  CE  64.10.  

O   novo   documento   normativo   toma   como   base   a   segunda   versão   da   norma   IEC   62305   –   Lightning  Protection,  que  agrupou  assuntos  de  várias  outras  normas  e  permitiu  organizar  as  regras  para  Sistemas  de  Proteção   contra   Descargas   Atmosférica   (SPDA).   Neste   sentido,   o   documento   internacional   foi   divido   em  quatro  partes,  da  seguinte  forma:  a  parte  1  traz  os  “Princípios  Gerais”;  a  parte  2  trata  de  “Gerenciamento  de  Risco”;   a  parte  3  diz   respeito   aos   “Danos   Físicos   às   Estruturas  e  Perigo  à  Vida”;   e   a  parte  4   aborda  a  proteção  em  “Sistemas  Elétricos  e  Eletrônicos  Internos  na  Estrutura”.  

Segundo  o  engenheiro  civil  e  diretor  técnico  da  Termotécnica  Para-­‐raios,  Normando  Alves,  a  maior  parte  do  texto  da  nova  norma  sobre  proteção  contra  descargas  atmosféricas  foi  fiel  ao  texto  da  IEC  que  toma  como  base,   especialmente   as   partes   1   e   4.   “Porém,   em   dados   momentos,   foi   necessário   fazer   algumas  adaptações  para  atender  à  realidade  brasileira”,  destaca.  

Partes  2  e  3  -­‐  Tropicalização  

A  parte  2  do  texto  do  documento,  por  exemplo,  terá  um  anexo  a  mais  com  os  mapas  do  Brasil  e  de  cada  região  brasileira,  desenvolvidos  pelo  Instituto  Nacional  de  Pesquisas  Espaciais  (Inpe),  com  a  densidade  de  

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descargas  atmosféricas  para  terra.  Na  parte  3,  de  acordo  com  Sueta,  outra  tropicalização  da  norma  refere-­‐se  à  “adequação  da  bitola  de  alguns  cabos  de  cobre  a  serem  utilizados  nos  subsistemas  de  captores  e  de  descidas   conforme   a   prática   usual   do   país”,   explica   o   secretário   da   comissão   de   estudos.   Isto   porque   a  norma  atual  estabelece  a  medida  de  35  mm²  para  os  captores  e  16  mm²  para  os  condutores  de  descida,  mas   a   IEC   revisada   estipulou   a   medida   de   50   mm²   para   ambos   os   cabos.   Durante   as   reuniões   para   a  elaboração   da   nova   versão   da   NBR   5419   decidiu-­‐se   que   pelas   características   nacionais   não   era   preciso  seguir  a  orientação  da  norma  internacional,  sendo  estabelecida  a  medida  de  35  mm²  para  os  dois  casos.  

A  terceira  parte  do  documento  normativo,  aliás,  é  a  que   mais   tem   correspondência   com   o   texto  compreendido  pela  versão  em  vigor.  Neste  sentido,  é  o  trecho  que  mais  conta  com  alterações.  “A  maior  delas  é  a   retirada   inteira  de  um  anexo   informativo  referente   ao   guia   para   projeto,   construção,  manutenção  e  inspeção  do  SPDA”,  diz  o  especialista  do  IEE/USP.  

Ainda   sobre   a   terceira   parte   da   norma,   Sueta  destaca   outras   modificações.   De   acordo   com   o  engenheiro   eletricista,   a   proteção   ficará   mais  “apertada”.    Por  exemplo,  na  utilização  de  método  das  malhas  (Faraday),  as  dimensões  de  cada  malha  serão  menores:  para  nível  I,  ao  invés  de  5  m  x  10  m,  a  medida  será  de  5  m  x  5  m;  para  nível  II,  de  10  m  x  20  m  passará  a  10  m  x  10  m;  para  nível  III,  de  10  m  x  20  m  irá  para  15  m  x  15  m;  e  para  nível  IV,  de  até  20  m  x  40  m,  diminuirá  para  20  m  x  20  m.  

No  que  diz  respeito  ao  Método  de  Franklin,  visando  à   definição   do   ângulo   de   proteção,   a   tabela   que  existe   na   versão   atual   do   documento   normativo  será   substituída   por   curvas   para   cada   nível   de  proteção   em   função   da   altura   da   edificação.   Essa  mudança   deverá   revitalizar   comercialmente   o  emprego   deste   método,   que   até   o   momento   vem  sendo  deixado  de  lado  pela  comunidade  técnica  em  função   da   pouca   flexibilidade   na   utilização   dos  ângulos  de  proteção.  

Sueta   salienta   ainda   como   alteração   importante   a  redução   do   espaçamento   médio   entre   descidas,  

cujo   valor   foi   diminuído   para   os   níveis   II,   III   e   IV,  aumentando   nestes   casos   a   quantidade   de  descidas.   “Em   relação   ao   aterramento,   a   versão  brasileira   retirou   o   arranjo   tipo   A,   ficando   apenas  com  o  arranjo  tipo  B  (em  anel).  Outra  novidade  é  a  retirada   do   valor   de   10   Ohm   como   indicativo  principal  para  um  bom  aterramento”,  afirma.  

Resumidamente,  o  engenheiro  eletricista  e  gerente  da   Termotécnica   Para-­‐raios,   José   Barbosa   de  Oliveira,   afirma   que   a   principal   mudança   trazida  pela  parte  3  da  ABNT  NBR  5419  será  o  aumento  da  eficiência   dos   subsistemas   de   captação,   descida   e  aterramento,   o   que   demandará   mais   elementos  (materiais  e  serviços)  a  fim  de  atender  às  exigências  mínimas  da  revisão.  

Não  obstante  as  grandes  alterações  realizadas  nesta  parte  do   texto  normativo,  o  especialista  da  divisão  científica   de   energia   e  meio   ambiente   do   IEE/USP,  que   participou   da   confecção   das   quatro   partes   da  norma,   destaca   a   parte   2   como   a   maior   novidade  desta  revisão.  Isto  porque,  segundo  ele,  enquanto  o  documento   atual   possui   um   anexo   que   apenas  indica   se   o   SPDA   é   necessário   ou   não   para   uma  determinada   estrutura,   a   futura   norma,   por   meio  de   sua   segunda   parte,   traz   uma   análise   que  direciona  as  medidas  de  proteção  para  que  os  riscos  envolvidos   fiquem   com   valores   inferiores   aos  toleráveis.

 

“Nesta   análise,   diversos   tipos   de   descargas   que   possam   influenciar   a   proteção   da   estrutura   são  considerados,   tais   como  descargas  que  atingem  diretamente  a  estrutura,  mas   também  as  que  atingem  a  proximidade   desta,   as   redes   e   as   áreas   próximas   das   redes   que   adentram   às   estruturas,   além   das   que  atingem  as  estruturas  conectadas  à  estrutura  sob  estudo”,  explica  Sueta.  

Partes  1  e  4  

Ambas   as   partes   não   possuem   nenhuma   referência   à   versão   atual   da   ABNT   NBR   5419.   O   engenheiro  eletricista,   especialista   em   proteção   contra   descargas   atmosféricas,   José   Claudio   de  Oliveira   e   Silva,   que  participou  mais  profundamente  da  elaboração  da  primeira  parte  da  nova  norma,   informa  que  trata-­‐se  de  um  trecho  mais  conceitual.  “Além  de  conceitos,  ela  apresenta  os  parâmetros  das  correntes  das  descargas  atmosféricas  que  formam  a  base  das  regras  de  proteção,  dimensionamento  de  componentes,  etc.”,  explica.  

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O   fato   de   a   versão   atual   da   norma   da   ABNT   não  conter  praticamente  nada  desse  tipo  de  informação  faz   com   que   seja   uma   das   partes   com   a   tradução  mais   próxima   da   IEC   62305.   Isto   e,   também,   de  acordo   com   Silva,   porque   se   trata   de   uma   parte  conceitual.   “Ou   seja,   não   existem   muitas   razões  para   adaptar   conceitos,   não   é   mesmo?   A   menos,  talvez,   que   existam   algumas   diferenças   nas  distribuições   estatísticas   dos   parâmetros   das  descargas,   mas   não   temos   estes   dados   ainda”,  declara  o  engenheiro  eletricista.  

Não   por   isso   a   norma   brasileira   não   tem   a   sua  marca   própria.   Conforme   o   especialista   em  proteção  contra  descargas  atmosféricas,  após  muita  discussão,  em  que  se  contrapôs  a  teoria  e  a  prática  relativas  à  matéria,   foi  acrescentada  a  definição  do  termo   de   equipotencialização.   “Acho   que   ficou  muito  boa”,  diz.  

A  parte  4  como  um  todo  também  é  destacada  pelo  engenheiro  eletricista  Sérgio  Santos,  que  durante  as  reuniões   da   CE-­‐64.10   esteve   mais   envolvido   com  confecção   deste   trecho   do   documento   normativo.  Para   ele,   existe   apenas   uma   lacuna   com   relação   à  proteção   dos   sistemas   elétricos   e   eletrônicos   no  interior   da   estrutura,   que   não   é   suficientemente  tratado  nem  na   versão   atual   da  ABNT  NBR  5419   e  nem  na  ABNT  NBR5410.  

Nesta   parte,   o   procedimento   e   a   utilização   da  proteção   interna   contra   surtos   serão   baseados   no  conceito   de   Zona   de   Proteção   contra   Raios   (ZPR),  em  que  cada  zona  demandará  um  tipo  de  proteção.  São  três  Zonas:  Zona  0,  dividida  em  A  e  B,  Zona  1  e  Zona   2.   A   Zona   0   representa   a   área   externa   do  edifício,   sendo   que   a   parte   A   diz   respeito   a   áreas  fora  do  volume  de  proteção  imposto  pelo  SPDA  e  a  parte  B  é  referente  à  área  dentro  desse  volume  de  proteção.   Por   sua   vez,   a   Zona   1   representa   áreas  internas   ao   prédio   e   a   Zona   2   a   salas   blindadas  dentro   do   prédio,   tais   como   equipamentos   e  cubículo.  

Este   conceito   de   zonas   de   proteção   já   é   bastante  empregado   em   outras   normas   e   na   IEC,   mas   será  uma   inovação   no   documento   normativo   brasileiro.  Por   meio   da   ZPR,   é   esperado   que   haja   um  refinamento   da   proteção   interna,   beneficiando  

principalmente   os   ambientes   internos   com  equipamentos  eletrônicos  sensíveis.  

Após  a  publicação  da  norma  

Com   a   entrada   em   vigor   da   nova   versão   da   ABNT  NBR  5419,  a  expectativa  é  de  que  haja  um  impacto  positivo  no  setor  elétrico  de  maneira  geral,  levando  a   mudanças   no   mercado   de   equipamentos   de  proteção   contra   descargas   atmosféricas,   no  comportamento   dos   profissionais   e   na   vida   das  edificações  e  de  seus  usuários.  

Para   o   gerente   da   Termotécnica   Para-­‐raios,   José  Barbosa   de   Oliveira,   o   principal   impacto   será   o  volume  maior   de   elementos   (materiais   e   serviços)  para   a   implantação   de   novos   sistemas   e   a  necessidade  de  atualização  dos  projetos  existentes.  De   acordo   com   o   engenheiro   Normando   Alves,  haverá   o   reaquecimento   desse   setor   a   partir   de  novas   auditorias   que   constatem   a   necessidade   de  adaptação  ao  novo  texto  normativo.  Sem  falar  que  os   fabricantes   de   peças   e   acessórios   terão   novas  oportunidades   para   desenvolver   e   atender   a  algumas  exigências  da  norma.  

Em   contrapartida,   segundo   Barbosa   de   Oliveira,   o  setor  elétrico  terá  sistemas  de  proteção  contra  raios  capazes  de   atender   às  necessidades  de   instalações  cada   vez   mais   sensíveis   “pela   evolução   natural   da  tecnologia   e   por   estarem   em   um   país   continental,  onde   há   uma   variação   enorme   da   quantidade   de  ocorrências   de   raios”.   Conforme   Santos,   da   Obbo  Bettermann,   com   utilização   maciça   das   novas  regras,  será  inconcebível,  após  uma  tempestade,  os  equipamentos   eletrônicos   da   edificação   estarem  danificados.  

No   que   ser   refere   à   atualização   dos   projetistas,   o  secretário   do   CE   64.10,   Helio   Sueta,   acredita   que,  por   ser   um   texto   mais   extenso   e   um   pouco   mais  técnico,   será   necessário   treinar   mais   e   melhor   os  profissionais   que   utilizarão   os   documentos  normativos.   Opinião   corroborada   pelo   diretor  técnico   da   Termotécnica   Para-­‐raios,   Normando  Alves.   “Os   profissionais   desta   área   deverão   correr  atrás  para  se  informar  e  realinhar  as  ferramentas  de  trabalho  a  fim  de  que  seus  novos  projetos  atendam  às  novas  solicitações  da  norma”,  destaca.  

 

“Inicialmente  acho  que  veremos  muita  dificuldade  e,  talvez,  reclamações  para  a  aplicação  da  nova  versão  da  norma”,  diz  o  especialista  em  proteção  contra  descargas  atmosféricas,  José  Claudio  de  Oliveira  e  Silva,  pois,   trata-­‐se  de   “um  salto  grande  de   requerimento  de   conhecimento  ou  entendimento   sobre  o  assunto  

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por   parte   dos   técnicos   deste   país”.   Na   opinião   de   Silva,   a   parte   2   do   novo   texto,   que   trata   de  gerenciamento  de  risco,  será  a  que  vai  dar  mais  trabalho  visando  a  uma  aplicação  correta.  No  entanto,  de  acordo   com   o   engenheiro   eletricista,   o   conteúdo   básico   relativo   a   este   tema   vem   de   versões   da   IEC   da  década  de  1990  (séries  IEC  61024,  IEC  61312  e  IEC  61662)  e  o  Brasil  não  deve  continuar  tão  defasado  assim.  “É  importante  para  o  setor  se  não  quisermos  ficar  muito  para  trás”,  diz.  

Enfim,  atualizados  

Quando   em   2005,   era   publicada   a   quarta   revisão   da   ABNT   NBR   5419,   os   engenheiros   eletricistas   Helio  Sueta  e  Jobson  Modena  –  que  já  atuavam  como  representantes  brasileiros  junto  à  IEC  –  estavam  a  par  da  nova  versão  da  IEC  62305,  que  sairia  pela  primeira  vez  com  a  formatação  de  quatro  partes.  Dessa  forma,  nem  bem  terminado  um  trabalho  de  revisão,  a  CE  já  começava  outro.    

Desde  então,  a  IEC  62305-­‐1-­‐4  foi  publicada  em  2006  e  revisada  em  2010.  Os  responsáveis  pela  revisão  da  versão  brasileira  continuaram  seu  trabalho.  Agora,  finalmente,  o  documento  normativo  brasileiro  alcançará  o   texto   internacional.   “Quando  a  nova   versão  da  NBR  5419  entrar   em  vigor,   teremos  uma  norma  muito  próxima  da  IEC.  Pode  se  dizer  que  estaremos  atualizados  com  relação  à  IEC”,  afirma  Silva,  

O  especialista  da  divisão  científica  de  energia  e  meio  ambiente  do  IEE/USP,  Helio  Sueta,  reitera  a  afirmação  de  seu  colega  e  crê  que,  após  a  publicação  da  revisão,  o  país  estará  sim  atualizado  em  relação  à  proteção  das  estruturas  contra  os  efeitos  das  descargas  atmosféricas.  Contudo,  de  acordo  com  ele,  ainda  faltará  se  atualizar   a   respeito   dos   materiais   e   componentes   a   serem   utilizados   nos   sistemas.   “A   IEC   já   publicou  diversas  normas  de  componentes  (por  volta  de  oito  documentos)  que  ainda  não  estão  sendo  estudados  no  Brasil”,  conta.  

Agora  que  a  norma  brasileira  se  equiparou  em  conteúdo  ao  documento  internacional  que  lhe  serviu  como  base,  novas  modificações  não  deverão  acontecer  em  breve,  conforme  os  especialistas  do  setor.  “Não  vejo  lacunas   nesta   norma   que   somente   seriam   resolvidas   com   uma   revisão”,   afirma   Alves,   que,   no   entanto,  acredita  na  evolução  das  técnicas  que  certamente  demandarão  alterações  futuras,  a  serem  realizadas  tanto  no  texto  da  IEC  quanto  no  da  ABNT.  

Por   exemplo,   Silva  destaca  que  a   física  das  descargas   atmosféricas   ainda  não  é  plenamente   conhecida  e  que,   se   novos  modelos   que   tratem   os  mecanismos   de   conexão   das   descargas   com   as   estruturas   forem  desenvolvidos,  “de  maneira  razoável  para  se  lidar  em  uma  norma,  estes  devem  ser  introduzidos”.  

A  adoção  de  novas  medidas  de  proteções  e  o  abandono  de  outras  também  podem  ser  exigidos,  conforme  o  especialista  em  proteção  contra  descargas  atmosféricas,  haja  visto  que  os  equipamentos  e  as  tecnologias  de   interconexões   entre   equipamentos   dentro   das   estruturas   a   serem   protegidas   estão   em   constante  modificação.  

Outras  alterações  podem  ocorrer  nos  dados  de  frequência  de  descargas  para  terra.  “Eles  também  podem  ser   atualizados   em   versões   futuras   à  medida   que   tivermos   conjuntos  maiores   de   dados   dos   sistemas   de  localização  de  descargas  atmosféricas  em  operação  no  Brasil”,  declara  Silva.  

Mudanças  possíveis,  mas  que,  como  dito,  não  deverão  começar  a  ocorrer  agora.  O  secretário  do  CE  64.10,  Helio   Sueta,   revela   que,   segundo   informações   de   grupos   permanentes   da   IEC   que   se   reúnem  periodicamente   para   revisão   das   normas,   a   próxima   versão   da   IEC   62305-­‐1-­‐4   será   publicada   apenas   em  2018,  isto  devido  às  muitas  transformações  que  foram  realizadas  na  última  revisão.  

“Ainda  não  temos  motivo  para  comemorar,  mas  já  estivemos  muito  mais  longe  da  porta  da  festa”,  afirma  Jobson  Modena,  que  encerra  parabenizando  todos  os  membros  da  comissão  que  contribuíram  para  que  o  trabalho  fosse  feito  de  forma  a  minimizar  custos,  mas  sem  esquecer  as  boas  práticas  da  engenharia.  

Fonte:  http://www.osetoreletrico.com.br/web/index.php  Edição  104  -­‐  Setembro  de  2014  

 

 

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Temperatura  no  ciclo  de  lavagem  –  o  diferencial  entre  despesas  e  competitividade  

Roberto  Maia  Farias  Para   Jakobi   e   Löhr   (1987,   p.   210)   a   temperatura   utilizada   no   ciclo   de   lavagem   não   é   um   procedimento  estático   e   padronizado.   No   Brasil   é   variada   em   função   do   tipo   de   serviço   da   lavanderia.   Algumas,   de  pequeno  porte  lavam  roupas  em  temperatura  ambiente,  sem  aquecimento  da  água  independente  do  tipo  de  sujidade.  As  de  médio  e  grande  porte  utilizam  o  fator  temperatura  nos  seus  processo  de   lavagem.  Na  Europa,  em  razão  da  tradição,  a  temperatura  para  lavar  roupas  varia  de  30  a  95oC.,  nos  Estados  Unidos  a  temperatura  básica  é  de  55oC.  O  Japão  trabalha  com  25oC.  e,  em  casos  excepcionais  com  40oC.  A  tradição  européia  diz  que  “somente  fervida  a  roupa  fica  limpa”.1  

A  temperatura  é  um  dos  4  fatores  do  círculo  de  sinner  e  contribui  como  melhoria  do  processo  de  lavagem  de  roupas,  principalmente  na  eliminação  de  sujidades  oleosas  (algumas),  na  termo-­‐desinfecção  das  roupas  hospitalares  e  nas  roupas  contaminadas.  A   temperatura  contribui  para  a   remoção  de  sujidades,  manchas  desinfecção   da   roupa.   Se   inadequadamente   empregada   promove   a   fixação   das  manchas   e   a   redução   da  eficiência  da  desinfecção  térmica.    

A  temperatura  no  processo  de  lavagem  é  definida  pelos  fatores:  

n composição  e  classe  dos  produtos  de  lavagem;  n tipos  de  fibras  e  composição  têxtil;  n qualidade  da  água;  n classificação  das  sujidades  e  manchas;  n tempo  de  processo;  n tipo,  estado  e  manutenção  dos  equipamentos;  n tipos  de  serviços  da  lavanderia;  n contaminação  da  roupa.  

A  fonte  energética  de  aquecimento  no  processo  de  lavagem  não  é  uma  opção  que  deve  ser  feita  somente  para   escolher   entre   diferentes   tipos   de   combustíveis,   é   uma   decisão   estratégica   que   pode   determinar   a  qualidade  dos  serviços  e  a  competência  do  negócio.  A   lavanderia  necessita  de  temperatura  em  alguns  de  seus  processos  como  a  secagem,  calandragem  e  passadoria.  Na  etapa  de  lavagem,  dependendo  do  tipo  de  serviço,  pode  ser  realizado  em  temperaturas  ambientes  sem  a  necessidade  de  aquecimento.    

As  fontes  de  energia  impactam  na  potencialização  (positiva  ou  negativa)  da  produtividade,  lucratividade  e  competitividade  da  lavanderia.  É  possível,  mediante  plano  operacional,  selecionar  variados  tipos  de  fontes  energéticas.  Elas  podem  ser  geradas  por  energia  elétrica,  gás,  vapor  ou  óleo  térmico.    

A  seleção  é  estratégica.  Exemplificando,  numa   linha  de  secagem  com  fonte  à  vapor,  parte  dos  secadores  podem  ser   instalados  com  fontes  diretas  como  gás  ou  eletricidade.  Esses  equipamentos  seriam  utilizados  

                                                                                                                         1 Grifo do autor.

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em  serviços  extras  em  horários  específicos.  Evita-­‐se  assim  a  necessidade  da  estrutura  da  geração  de  vapor  para  a  realização  desse  trabalho.  

O   fator   custo   inicial   (curto   prazo)   da   fonte   de   calor   selecionada   deve   ser   avaliado   em   relação   à  manutibilidade,   capabilidade   e   fiabilidade   (médio   e   longo   prazo)   operacional,   segurança   ocupacional,  sustentabilidade,  taxa  de  depreciação  e  retorno  sobre  o  investimento.    

A  busca  pela  qualidade  energética  da  lavanderia  deve  ser  sustentável.  Para  esse  fim,  fornecedores  avançam  com   inovações   (métodos,   processos,   produtos   e   equipamentos)   para   reduzir   os   efeitos   e   custos   da  temperatura   no   ambiente   da   lavanderia.   Novos   equipamentos   com  menores   taxa   de   relação   de   banho,  menor   superfície   de   aquecimento,   melhoria   no   isolamento   térmico   em   lavadoras,   secadoras,   calandras,  novos   processos   de   lavagem,   capacitação   profissional   e   produtos   inovadores   são   continuamente  desenvolvidos  objetivando  melhor  desempenho  e  menores  custos  energéticos  

Ainda  não  é  possível  afirmar  que  a  lavanderia  se  apresenta  como  um  setor  ecoeficiente  em  função  da  larga  margem   de   desperdícios   provocados   por   produtos   inadequados,   capacitação   insuficiente   e   deficiente   e,  principalmente,  métodos  improdutivos.  Os  fatores  de  Sinner,  se   inadequadamente  harmonizados  (tempo,  temperatura,   ação   química   e  mecânica),   aliados   as   falhas   nas   atividades   e   fluxo   operacionais,   tais   como  setup  e  layout  produtivo,  são  as  principais  causas  dos  desperdícios  energéticos  no  ciclo  da  lavagem.    

A   temperatura   na   lavanderia   sofre   variações   em   função   da   etapa   e   do   processo   aplicado.   Na   etapa   de  lavagem,  a  temperatura  pode  variar  de  ambiente2  até  90oC.    

Temperatura  no  processo  de  lavagem  

Segundo  Jakobi  e  Löhr   (1987,  p.  14),  o  uso  de  temperaturas  na   lavagem  de  roupa  tem  papel  de  extrema  importância,  principalmente  para  sujidades  oleosas,  em  função  do  ponto  de  liquefação3  e  saponificação  das  gorduras,  principalmente  vegetais  e  animais.  A  temperatura  contribui  com  a  ação  dos  produtos  químicos  na  remoção  das  sujidades  e  também  no  processo  de  termo  desinfecção  da  roupa.  Porém  podem  representar  riscos   na   degradação   das   fibras   têxtil,   principalmente   quanto   não   há   compatibilidade   entre   o   tecido,   a  sujidade  e  o  produto  aplicado.  

A   classificação   da   roupa   pelo   tipo   de   sujidade   é   um   diferencial   no   processo   de   lavagem.   Roupas   sem  sujidades   podem   ser   lavadas   sem   o   uso   de   temperaturas,   salvo   as   consideradas   contaminadas.   A  classificação   da   roupa   é   um   fator   fundamental   na   redução   dos   custos   de   temperatura   no   processo   de  lavagem.  

A  lavagem  consiste  na  eliminação  da  sujeira  fixada  na  roupa,  deixando-­‐a  com  aspecto  e  cheiro  agradáveis,  confortável   para   o   uso   e   com   níveis   microbiológicos   reduzidos   aos   limites   aceitáveis.   No   controle  microbiológico,   temperaturas   de   lavagem   acima   de   71ºC   durante   25   minutos   tem   sido   recomendadas  (Arnold).  Outras  publicações   recomendam  temperaturas  de  80,  85  a  95ºC  durante  15  minutos.  Tompkins  relatou  a  prática  de  lavagens  de  roupas  hospitalares  à  temperaturas  de  40ºC,  adicionadas  de  cloro,  o  que  vem   sendo  adotada  em  hospitais   suíços  há  muitos   anos.  O   controle   sanitário  da   roupa  deve   ser  um  dos  indicadores  de  qualidade  da   lavagem  com  temperatura.  A  ausência  de   indicadores  pode   indicar  presença  de  riscos.  Lavar  roupa  é  gerar  conforto  e  segurança  sanitária  ao  usuário  e  rentabilidade  a  instituição.  

A  tabela  a  seguir  mostra  a  variação  de  temperatura  utilizada  para  cada  etapa  do  processo  de  lavagem.    

 

 

 

 

                                                                                                                         2 No Brasil, a temperatura-ambiente é variável, de acordo com a região; porém, estamos estabelecendo para fins didáticos, que a temperatura-ambiente está situada entre 25 a 30oC. 3 O ponto de liquefação das gorduras, ou de derretimento, varia entre 40 e 60oC.

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Tabela  1  Temperatura  no  processo  de  lavagem  

Operação   Mínima   Máxima  

Umectante   Ambiente   50o.C  

Desengraxante   45o.C   60o.C  

Pré-­‐lavagem   Ambiente   60o.C  

Lavagem   Ambiente   80o.C  

Alvejamento   Ambiente   90o.C  

Acidulação   Ambiente   40o.C  

Amaciamento   Ambiente   40o.C  

Engomagem   Ambiente   40o.C  

Enxágues   Ambiente   50o.C  

Tratmento  enzimático   40º  C.   60o.C  

Desengomagem   Ambiente   60o.C  

Manchas/molhos   Variável4  

    Fonte:  Boletins  técnicos,  Henkel,  Ecolab,  Lever,  Skill  entre  outros,  1980-­‐2012  

 

Figura  1  Triângulo  da  temperatura  na  lavagem  

A   ação   da   temperatura   pode   reduzir   o   tempo   de  lavagem  da  roupa.  Porém  é  necessário  harmonizar  os   fatores   como   as   características   das   sujidades,  dos   têxteis   (tecidos   e   cores)   e   o   tipo   de   produto  aplicado.  A   figura   a   seguir  mostra   essa   correlação  de  fatores.    

 

 

Fonte:  Elaborado  pelo  autor      

 

A  tecnologia  pode  impactar  na  redução  da  temperatura  como  o  uso  de  produtos  enzimáticos  na  lavagem  de  roupas  com  sujidades  pesadas.  

 

Temperatura  e  o  desempenho  dos  produtos  de  lavagem  

 

A   temperatura   no   processo   de   lavagem   pode   variar   por   cada   tipo   de   produto,   têxteis,   e   classificação  sujidades,  conforme  mostra  o  quadro  a  seguir:  

 

                                                                                                                           4 A variação na temperatura é proporcional ao tempo, à sujidade, ao produto e ao tipo de tecido.

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Quadro  1  Temperatura  x  sujidade  x  têxteis  

Temperatura  da  água   Textêis  (tecidos  e  cores)   Sujidade  

Quente  >    54o.C   Branco  ou  cores  pastéis   Pesada,  óleos  e  graxas  

Morna  30  até  45o.C  Cores  escuras,  

brilhantes,  moderadas  e  malhas  

Moderadas  –  média  

Ambiente  <  32o.  C  Cores  que  mifram  ou  podem  desbotar   Leves5  

Fonte:  Laundry  Detergents.  E.  Smulders,  2002  Wiley-­‐VCH  Verlag  GmbH  &  Co.  Electronic.  

 

O  tecido  deve  ser  compatível  com  o  tipo  de  serviço  que  o  mesmo  vai  ser  utilizado.  O  uso   inadequado  da  temperatura,   e   sem   a   avaliação   dos   fatores   sujidades,   fibras   e   produtos   de   lavagem  podem   resultar   em  danos   irreparáveis   aos   tecidos   -­‐   encolhimento;   inativação   dos   produtos   enzimáticos;   acidentes   graves:  incêndio  e  explosões  com  produtos  solventes;  fixação  de  manchas;  incrustações  nos  tecidos  por  produtos  e  água   dura:   acinzentamento;   desgastes   por   produtos   clorados;   choque   térmico:   enfraquecimento   dos  tecidos,  etc.  

A  temperatura  contribui  na  melhoria  do  processo  de  lavagem  porém,  pode  ser  um  ponto  crítico  de  danos  no   enxoval.   Os   sabões   são   mais   eficiente   quando   a   temperatura   é   maior   do   que   60oC.   Os   detergentes  apresentam  bom  desempenho  em  ampla   faixa  de   temperatura.  Os  agentes  alcalinos  apresentam  melhor  desempenho  em  temperaturas  médias  e  elevadas.  Os  produtos  enzimáticos  devem  ser  aplicados  conforme  recomendações   de   temperatura.   A   figura   a   seguir   mostra   a   eficiência   das   enzimas   em   diferentes  temperaturas.  

 

Figura  2  Eficiência  das  enzimas  em  temperatura  

      Enzima  Lipase         Enzima  Protease.  

 

   

 

 

 

Fonte:  acervo  do  autor  

 

Na  etapa  de  alvejamento,  podem  ser  utilizados  produtos  que  contenham  cloro  e  compostos  peroxidados  e  a  eficiência  dos  mesmo  está  correlacionada  à  temperatura.  Acima  de  25oC  o  cloro  é  potencializado  como  alvejante,   porém   provoca   danos   aos   tecidos,   principalmente   o   algodão.   Os   alvejantes   peroxidados  necessitam  de  temperaturas  elevadas  (>60oC)  para  melhorar  o  desempenho.  A  aditivação  do  peróxido  pode  reduzir  a  temperatura  da  etapa  de  alvejamento.    

A  acidulação  pode  ser  realizada  em  temperatura  ambiente.    

Na  etapa  de  amaciamento  também  não  requer  o  uso  de  temperatura.  

                                                                                                                         5 Tecidos coloridos ou cores que podem migrar, devem ser lavadas separadamente de outros artigos.

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Temperatura  na  área  de  acabamento  –  pós  lavagem  

Após   a   finalização   do   processo   de   lavagem,   a   roupa   continua   seu   ciclo   na   lavanderia   e   passa   agora   por  processos  de  centrifugação,  prensagem,  secagem  e  calandragem.  A  tabela  a  seguir  mostra  a  temperatura  pós  lavagem.  

Tabela  2  Temperatura  de  acabamento  

Operação   Mínima   Máxima  

Centrifugação   Ambiente   Ambiente  

Prensagem   Ambiente   Ambiente  

Secagem   45o.  C   120o.  C  

Calandragem   80o.  C   150o.  C  

Passar  com  o  ferro   110o.  C   200o.  C  

Fonte:  Acervo  do  autor.  Boletins  técnicos  de  lavagem,  1980-­‐2004  

A   centrifugação   externa,   (quando   a   lavadora   não   é   extratora)   não   exige   temperatura,   porém,   ciclos  deficientes   de   centrifugação   impactam   no   tempo   operacional   de   secagem   e   calandragem   que   utilizam  temperaturas.  Cada  tecido  tem  um  índice  de  absorção  de  água  e,  portanto  o  tempo  de  centrifugação  deve  ser  regulado  conforme  o  tipo  de  fibra.    A  centrifugação  contribui  para  reduzir  a  temperatura  das  próximas  etapas,  mas   também   representa   um   risco   de   contaminação   da   roupa,   principalmente,   ao   operar   com   a  tampa  aberta.   Esse  procedimento   impacta  na   segurança  ocupacional6   com  grave   risco  de  acidentes  e  na  aspiração   de   centenas   de   metros   cúbicos   de   ar   ambiente,   o   qual,   estando   contaminado,   aumentará   o  número  de  microrganismos  na  roupa.  

A   tabela7  a  seguir,  extraído  dos  estudos  de  Church  e  Loosli,  demonstra  claramente  a  centrifugação  como  ponto  de  recontaminação:  

Tabela  3  Centrifugação  x  recontaminação  

Etapas   Microorganismos  por  ufc/cm2  de  tecido  

Antes  da  lavagem   2.000  

Após  a  lavagem   10  

Após  a  centrifugação   2.300  

Após  a  calandragem   30  

Fonte:  Konkewicz  –  adapatado  pelo  autor  

 

As  secadoras  de  roupa  e  calandras  também  necessitam  de  temperaturas  para  exercer  a  sua  atividade  fim.  Para  os  secadores,  diversas  ações  devem  ser  conduzidas  para  evitar  os  desperdícios  com  a  temperatura  tais  como   maximizar   a   carga   da   roupa   no   secador   conforme   volume   do   cesto;   evitar   abrir   a   porta  desnecessariamente   para   verificar   a   roupa;   evitar   o   acúmulo   de   fibras   no   filtro   do   secador;   verificar   a  exaustão  do  secador;  manter   limpo  e  em  perfeito  estado  o  sistema  de  aquecimento  do  secador;   isolar  as  paredes  do  secador,  reduzindo  a  dissipação  do  calor  para  o  ambiente.    

                                                                                                                         6 Não permitido uso de centrífugas sem tampa ou com tampas abertas pela norma. ABNT NBR 11758:2008, Máquina industrial extratora de líquidos para artigos têxteis. 7 Konkewicz, Loriane Rita. www.cih.com.br/lavanderiahospitalar.htm

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Num  estudo  realizado   (2006  a  2011)  em   lavanderias  hoteleiras  e  hospitalares,   foi  possível  verificar  que  a  carga   de   roupa   é,   na  maioria   das   vezes,  menor   do   que   o   determinado  pelo   fabricante   do   equipamento,  sendo  definida  pela  sensibilidade  empírica  do  operador.  O  gráfico  a  seguir  mostra  essa  variação  em  acordo  com  a  carga  nominal  (coluna  azul)  definida  pelo  fabricante  (Fator  de  carga  1:25).  

 

Figura  3  Secador:  carga  nominal  e  real  

 

 

 

 

 

 

Fonte:  elaborado  pelo  autor  

 

A  qualidade  com  custo  otimizado  depende  do   tipo  de  aquecimento,  exaustão,  área  do  cesto,   isolamento  etc.)  e  o  estado  de  conservação.    

Figura  4  Filtros  do  secador  (sujo)  

A  falha  ou  a  ausência  procedimentos  operacionais  geram  desperdícios  como  o   acúmulo   de   felpas   nos   filtros   que   também   interfere   no   fluxo   de   ar,  reduzindo  a  saída  do  ar  úmido  e  aumentando  o  tempo  de  secagem.  

 

 

Fonte:  Acervo  do  autor  

Figura  5  Secadores  embutidos  

Os   secadores   devem   ter   superfícies   isoladas  guardando   o   calor   interno   e   melhorando   o  ambiente  de  trabalho.  A  montagem  pode  ser  isolada  da  área  produtiva  com  o  lado  quente  para   o   ambiente   externo   da   sala   de  acabamento   ou   área   limpa.   Esse   layout  permite   a   redução   da   temperatura   no  ambiente   e   favorece   a   manutenção   sem  interferir   na   área   de   acabamento   ou   área  limpa  da  lavanderia.  

Fonte:  elaborado  pelo  autor  

 

As   calandras   utilizam   temperatura   no   acabamento   da   roupa.   Esses   equipamentos   também   podem  desperdiçar   energia   por   falhas   ou   indefinição   logística   dos   processos   e   na   capacitação   dos   operadores.  Como   resultados   das   pesquisas   realizadas   (2006   e   2012)   em   lavanderias   hoteleiras   e   hospitalares  encontramos  equipamentos  operando  muito  abaixo  da   sua  capacidade  nominal  de  produção.  Em  muitos  casos,   com   valores   de   até   70%   de   improdutividade   operacional.   Não   está   sendo   considerado   o   tempo  

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ocioso  por  falta  de  roupas.  Outro  fator  relevante  é  a  quantidade  de  peças  que  são  repassadas  –  retrabalho  –  devido  ao  “safonamento”  da  roupa  na  saída  da  calandra.  

Figura  6  Desperdícios  de  produção       Figura  7  Retrabalho  –  roupa  sanfonada  

Fonte:  acervo  do  autor           Fonte:  acervo  do  autor  

 

Temperatura  e  a  resistência  dos  tecidos  

Apesar   dos   benefícios   da   temperatura   no   processo   de   lavagem,   nem   todos   os   tecidos   suportam   os  impactos  sem  que  danos  sejam  provocados.  A  combinação  da  temperatura,  do  tempo  de  exposição  e  do  produto  podem  acelerar  os  danos  nos  tecidos.  

 

Tabela  4  Temperatura  e  lavabilidade  dos  têxteis  

Fibras  Branco   Cores   Cores  Pastéis  

Temp.  O.C   RB8   Temp.  O.C   RB   Temp.  O.C   RB  

Algodão   95   Baixo   40,  60  ou  959   Baixo   60  a  95  Baixo/Alt

o  

Linho   95   Baixo   40,  60  ou  95   Baixo   60  a  95   Baixo/Alto  

Lã   <30   Alto   <30   Alto   <30   Alto  

Seda   <30   Alto   <30   Alto   <30   Alto  

Rayon   60   Alto   40  a  60   Alto   40  a  60   Alto  

Acetato   40   Alto   40   Alto   40  a  60   Alto  

Poliamida   60   Alto   30  a  40   Alto   30  a  40   Alto  

Poliéster   30  a  <60   Alto   30  a  40   Alto   30  a  40   Alto  

Poliacrílicas   <30   Alto   <30   Alto   <30   Alto  

Elastano   40  a  60   Alto   40  a  60   Alto   40  a  60   Alto  

Fonte:  Laundry  Detergents.  E.  Smulders,  2002  Wiley-­‐VCH  Verlag  GmbH  &  Co.  Electronic.  

 

 

                                                                                                                         8 Relação de banho: Baixa 1:5. ação mecânica normal. Alta: 1:20 a 1:30 e reduzida ação mecânica. 9 Cores firmes

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Tabela  5  Temperatura  e  sensibilidade  dos  têxteis  

Fibras   Sensibilidade  mecânica  

Produtos  de  lavagem  

Temp.  O.C  de  lavagem  

Temp.  o.C  Secagem  ou  calandra  

Algodão,  linho,  juta,  sisal,  rami   Pouco  sensível   Todos  os  tipos   Até  95o  C   175  –  200oC  

Rayon,  acetato,  vinílica  

Sensível   Neutro   Até  30oC   Até  120O.C  

Lã,  seda,  nylon   Sensível   Neutro   Até  30oC   Até  80O.C  

Poliéster  *,  acrílica  

Sensível   Todos  os  tipos   Até  60oC   Até  140OC  

Fonte:  Laundry  Detergents.  E.  Smulders,  2002  Wiley-­‐VCH  Verlag  GmbH  &  Co.  Electronic.  

 

Temperatura  e  a  qualidade  da  água  na  lavanderia  

A  temperatura  pode  interferir  na  qualidade  da  lavagem  quando  a  água  apresenta  tendências  incrustantes,  corrosivas  ou  contaminada.  O  quadro  a  seguir  apresenta  os  principais  contaminantes  da  água.  

 

Quadro  2  Contaminantes  da  água  

Tipo  de  Fouling   Agente  

Microbiológico   Microorganismos  (bactérias,  algas  e  fungos)  

Orgânico  Coloidal   Taninos,  ácidos  húmicos  e  fúlvicos,  

proteínas  

Não-­‐Coloidal   Óleos,  polissacarídeos,  polímeros  

Inorgânico  

Óxidos  metálicos   Óxidos  de  Fe,  Mg,  Al,  Mn  

Coloidal  Argilominerais,  sílica  coloidal  Fe(OH)3,  

Al(OH)3  

Incrustantes  (Scaling)  

SrSO4,  NaCl2,  SiO2,  BaSO4,  CaF2,  CaCO3,  

CaSO4.  

Fonte:  acervo  do  autor  

 

A  qualidade  da  água  tem   influência  significativa  sobre  os  resultados  do  ciclo  de   lavagem  interferindo  nos  produtos   químicos,   na   roupa,   nos   equipamentos,   nas   caldeiras   e   aquecedores   etc.   A   dureza   da   água   é  definida  pela  quantidade  de  sais  de  cálcio  e  magnésio  presentes  na  água  e  medidos  em  mg/l  ou  ppm  de  CaCO3.  Um  mg/l  de  dureza  corresponde  a  40,08  mg  de  ions  de  Cálcio  por  litro  de  água.    

A  qualidade  da  água  sofre  variações  com  o  ciclo  hidrológico  e  das  regiões  e  interfere  nos  equipamentos  e  tecidos.   A  má   qualidade   da   água   pode   prejudicar   gravemente   o   processo   de   lavagem,   a   dureza   tende   a  precipitar  sob  a  forma  de  carbonatos  ou  compostos  derivados.    

Estes  compostos  precipitam  nas  máquinas  e  nos  tecidos  provocando  o  amarelamento  e  acinzentamento  da  roupa  conforme  mostram  as  figuras  a  seguir:  

 

 

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Figura  8  Lavadora  e  dureza  de  água         Figura  9  Dureza  e  roupas  encardidas  

Fonte:  Acervo  do  autor               Fonte:  acervo  do  autor  

 

A  temperatura  contribui  para  precipitar  os  íons  de  dureza  na  superfície  dos  equipamentos  e  dos  tecidos.  A  solubilidade  é  afetada  tanto  pela  temperatura  como  pelo  pH,  para  o  caso  do  carbonato  de  cálcio.    

Temperatura  e  as  manchas  dos  tecidos  

A  temperatura  pode  contribuir  na  fixação  de  algumas  manchas,  como  o  sangue,  óleo  etc.  Alguns  processos  devem  ser  realizados  com  temperatura  ambiente.  Se  a  água  quente  for  utilizada  na  primeira   lavagem,  ao  invés  de  remover  a  mancha  e  a  sujeira,  ela  poderá  ser  agravada  tendo  como  resultado  final  uma  mancha  de  difícil  remoção.  Ao  selecionar  uma  etapa  da  lavagem  com  temperatura  deve-­‐se  observar  o  detergente  e  a  fibra.  Escolhas  inadequadas  geram  despesa  à  lavanderia.  

Enxovais  ou  roupas  com  fibras  e  cores  diferente  podem  provocar  a  migração  de  cores  de  um  tecido  para  outro   em   temperatura   inadequadas.   Lavar   separadamente   roupas   coloridas   das   não   coloridas   é   uma  recomendação  universal.  Lavar  roupas  coloridas  com  roupas  de  outras  cores  também  deve  ser  considerada  como   um   risco,   principalmente   em   fibras   diferentes.   Algumas   misturas   de   produtos   podem   promover  desbotamento   em   tecidos   de   cores   considerada   firmes,   principalmente   se   adicionados   diretamente   aos  tecidos.  Esse  risco  pode  ser  potencializado  na  lavagem  com  temperatura.  

Custos  da  temperatura  na  lavanderia  

Os  custos  da  temperatura  na  lavanderia  são  impactados  diretamente  pela  decisão  do  tipo  de  equipamento  comprado;  da  utilização  racional  e  sustentável,  da  eficiência  energética  e  na  manutenção  preventiva.  

A  avaliação  deve  ser  realizada  mediante  condições  ambientais  e  operacionais.  A  utilização  e  a  manutenção  conduzem  o  equipamento  ao  desperdício  ou  ao  benefício  operacional.  Um  bom  equipamento  aquecedor  pode   resultar   em   prejuízo   se   o   equipamento   utilizador   não   estiver   em   perfeitas   condições   de   uso   e  operacionalmente  mal  utilizado.  

 

 

 

 

 

   

 

 

 

Roberto  Maia  Farias.  http://lattes.cnpq.br/5271616415254610    Diretor  do  IEP  –  Instituto  de  Estudo  e  Pesquisas  Planeta  Lavanderia.  Membro  Secretário  da  ABNT  CB   04:017.07   –   Máquinas   e   Equipamentos   de   lavanderia   industrial.   Consultor   de   lavanderias,  Palestrante  da  ABG  (Equipotel  Conference  -­‐  2012/2011),  Professor  na  Pós-­‐Graduação  do  Hospital  Albert  Eisntein,  Pós-­‐Graduação  e  Graduação  das  Faculdade  São  Camilo,  FAP,  Christus  (CE),  Hotec  (SP),  UNISINOS,  UNIESP,  HOTEC  (SP),  articulista  nas  revistas  It’s  Health,  Lavanderia  &  Cia  (ANEL),  Hospital  Brasil  (SP),  Hotelnews  (SP),  Autor  dos  livros  Manual  de  segurança  na  higiene  e  limpeza,  métodos,   processos   e   produtos   de   higienização   de   ambientes,   cozinhas   e   lavanderias   (Educs,  2011)   e  Manual   para   lavanderias,   a   revolução   na   arte   de   lavar   (Educs,   2006).   Avaliador   ONA  (Acreditação),   Auditor   Interno   da   ISO   9001:2008.   Mestre   em   Administração   de   Empresas,  Especialista  em  Administração  de   RH,   Administração  Hospitalar   e  Graduado  em  Administração  Hoteleira.  CRA  8408.    

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  56  Era  uma  vez…  Minha  Historia  de  sucesso  

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Mauro  Quintão    

Empresa  capixaba  vira  referência  em  limpeza  de  hospitais  

 

Sagacidade,  empreendedorismo  e   inovação  são  algumas  características   que   definem   Mauro   Quintão.  Administrador   hospitalar,   Bacharel   em   Direito,  especialista   em   Direito   Médico,   pós-­‐graduando   em  Hotelaria  Hospitalar  no  Hospital  Albert  Einstein,  membro  efetivo   da   Federação   Brasileira   de   Administradores  Hospitalares,   entre   outros   títulos,   o   empresário   não  poupa  esforços  para  promover  o  crescimento  econômico  e   social   do   Estado   do   Espírito   Santo   e   colaborar   com   o  desenvolvimento   da   área   de   Hotelaria,   Lavanderia   e  Higienização  Hospitalar  há  mais  de  20  anos.  

Filho  de  uma  família  que  já  é  praticamente  uma  lenda  no  setor  da  saúde,  o  empresário  é  responsável  por  inúmeras  ações   de   vanguarda   no   Espírito   Santo.   Sua   história  começa  com  seu  pai  na  década  de  1970,  o  bioquímico  Dr.  Quintão,   que   fundou   o   maior   conglomerado   de  diagnósticos  laboratoriais  do  Espírito  Santo.    

Além  disso,  Mauro  foi  respons  ável  por   inúmeros  pioneirismos  como  a  primeira  de  saúde  do  Estado  a  ter  ISSO  e  PALC,  a  pioneira  em  fazer  o  teste  do  pezinho,  exame  de  HIV,  medicina  nuclear,  entre  outros.  

Depois  que  seu  pai  deixou  a  empresa  de  diagnósticos  de  analises  clínicas  para  cuidar  melhor  da  saúde,  Dr.  Mauro  fundou  o  Grupo  M  Quintão  Serviços,  que  juntamente  com  sua  sócia,  a  especialista  em  contabilidade  em  saúde  e  também  administradora  hospitalar,  Roberta  Gasperazzo,  expandiu  a  atuação  do  grupo.  

Sua  divisão  de   lavanderia   teve   inicio  em  Linhares,   cidade  na   região  Norte  do   Espírito   Santo,   com   cerca   de   20  funcionários   e,   atualmente,   já   são  duas   unidades,   uma   em   Linhares   e  outra   em   Serra,   na   região  metropolitana  de  Vitória.    

A   história   do   Grupo   quintão   está  ancorada   pelas   parcerias   firmadas  com   as   principais   empresas  fornecedoras  de  produtos  e   serviços  para  higiene,  limpeza  e  lavanderia.  

A  Sitec  é  um  dos  principais  parceiros  do  Grupo  Quintão.  

No  setor  de  lavanderia,  Mauro  Quintão  também  apresenta  inovações  e  diferenciais,  como  atendimento  in  loco   e   terceirização   total   de   lavanderias   no   local,   consultoria   para   redução   de   custos,   implantação   de  lavanderia   para  Organizações   de   Saúde   e   locação  de   enxoval   e   serviços   certificados   já   que   seu   grupo   se  encontra  em  processo  de  acreditação  ISO,  ONA  e,  em  breve,  a  conceituadíssima  ABNT.  

Com  a  ABNT,  o  Grupo  Quintão  está  aderindo  ao  Programa  Nacional  de  Certificação  de  Lavanderias  (PNCL),  desenvolvido  pelo   Instituto  de  Estudo  e  Pesquisa  Stort  &  Farias  –  Planeta   lavanderia  (IEP)  em  parceria  de  certificação  pela  ABNT.    

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Quintão   possui   em   seu   escopo   estrutural   administradores   hospitalares,   bioquímico   24   horas   para   cuidar  das  dosagens  e  POP´s,  além  de  técnicos  formados  e  capacitados  na  Diversey,  médico  do  trabalho  e  outros  profissionais  meticulosamente  selecionados  e  certificados.  

Todo   o   material   e   insumos   de   alta   performance   utilizados   em   seus   contratos,   seja   para   lavanderia  hospitalar   ou   higienização,   é   fornecido   pela   empresa   Maxicronos   Distribuidora,   que   também   integra   o  grupo  M  Quintão  e  desponta  como  uma  das  mais  atuantes  distribuidoras  da  Diversey  no  país.  

O  reconhecimento  e  a  demanda  de  trabalha  motivaram  a  instalação  do  Centro  de  Higienização  do  Sudeste  (CHS),  na  cidade  de  Serra,  com  um  investimento  de  peso  que  irá  gerar  além  de  muitos  empregos  e  atuará  também  com  uma  frente  ambiental  e  socialmente  responsável.  

O   empreendimento   será   focado   na   prestação   de   serviços   de   lavanderia   e   serviços   de   higienização   em  hospitais    

Também  foi  concebido  pelo  departamento  de  capacitação  e  eventos  do  grupo  o  evento  Higihosp  -­‐  Fórum  Nacional   de   Higienização,   Lavanderia,   Hotelaria   Hospitalar   e   Serviços   de   Saúde,   o   primeiro   fórum   de  higienização   e   serviços   hospitalares   no   Brasil   e   único   de   discussão   e   treinamento   de   profissionais   de  higienização   no   país,   realizado   com   recursos   próprios,   certificado   e   totalmente   gratuito.   Isso   confere   a  Mauro  o  status  de  um  dos  administradores  hospitalares  mais  atuantes  na  área  de  higienização  hospitalar  do  Espírito  Santo  e  do  Brasil.  

Sob  sua  supervisão,  em  2014  o  Higihosp  encheu  o  auditório  do  Hospital  Estadual  Jayme  dos  Santos  Neves  com  profissionais  e  cientistas  do  Rio  de  Janeiro,  Bahia  e  até  do  Rio  Grande  do  Norte.  

Higienização  3D  

“No  ano  de  2012  vimos  a  necessidade  de  juntar  a  aplicação  de  produtos  de  primeira  linha;  o  emprego  de  equipes   treinadas   e   atualizadas   nas   melhores   práticas;   e   a   supervisão   direta   e   constante   do  desenvolvimento  dos   trabalhos  por  gestores  capacitados.  Esses  são  os  pilares  da  Higienização  3D”,  conta  Mauro  Quintão.    

Por   conta   de   seus   destacados   serviços   executados   no   Hospital   Estadual   Dr.   Jayme   dos   Santos   Neves,  Quintão  foi  convidado  a  apresentar  suas  inovações  da  área  de  higienização  na  cidade  de  Lima,  no  Peru,  em  novembro  de  2014.  

As   características   da   técnica   agradaram   a   direção   da   Federación   Peruana   de   Administradores   de   Salud  (Federação   Peruana   de   Administradores   de   Saúde),   o   que   lhe   rendeu   um   convite   para   que   seu   grupo  estudasse  a  possibilidade  de  atuar  também  nesse  país.  

Ao   avaliar   os   números   de   infecções   hospitalares   no   Brasil,   percebe-­‐se   a   necessidade   de   um   serviço   de  excelência  na  higienização  de  hospitais.  De  acordo  com  um  estudo  realizado  pela  Associação  Nacional  de  Biossegurança,  a  cada  ano,  100  mil  pessoas  morrem  devido  às  infecções  hospitalares.  Só  nas  Unidades  de  Terapia   Intensiva  Neonatal,   as   taxas   brasileiras   de   infecção   são  de   18,9%  a   57,7%,   sendo  que   em  países  desenvolvidos  a  média  está  entre  8,4%  e  26%.  

Segundo   Mauro,   hospitais,   clínicas   e   demais  estabelecimentos  de  saúde  do  Brasil  lutam  para  vencer   o   desafio   de   conquistar   uma  higienização   qualitativa   e,   ao   mesmo   tempo,  diminuir  seus  custos.  “A  limpeza  e  a  Lavanderia  sempre   fo   ram   o   calcanhar   de   Aquiles   dos  médicos,   administradores   hospitalares   e   das  Comissões  de  Controle  de  Infecção  Hospitalar.”    

Isso  porque,  “sem  a  higienização  e  os  serviços  de   lavanderia  adequados,  o  serviço  médico  vai  por  água  a  baixo   e   os   índices   de   infecção   sobem   assustadoramente,   causando   danos   irreparáveis   para   a   imagem   e  

“No   ano   de   2012,   vimos   a   necessidade   de   juntar   a  aplicação   de   produtos   de  primeira   linha;   o   emprego  de   equipes   treinadas   e   atualizadas   nas   melhores  práticas;   e   a   supervisão   direta   e   constante   do  desenvolvimento   dos   trabalhos   por   gestores  capacitados.  Esses  são  os  pilares  da  Higienização  3  D”  

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sucesso  da  instituição,  já  que  põe  em  risco  a  saúde  dos  pacientes  e  das  pessoas  que  ali  frequentam”,  afirma  o  empresário.  

Quintão  entende  que,  em  2016,  as   instituições  deverão  olhar  com  mais  atenção  para  divisão  de  hotelaria  hospitalar,   lavanderias  e  higienização  de  seus  hospitais  e  clinicas.   “Somente  com  um  sistema  de  parceria  bastante   transparente   e   seguindo   o   princípio   da   equidade   é   que   todos   conseguirão   focar   na   razão   da  existência  dos  hospitais,  que  são  o  qualitativo  exercício  da  Medicina”.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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