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EGBERTO GISMONTI| A HISTÓRIA DO JAZZ | SANTOS E A MÚSICA | PROGRAMAÇÃO | O SOM DO TRAÇO SANTOS FESTIVAL REVISTA

Revista Santos Jazz Festival - 2013

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Revista sobre o Santos Jazz Festival, que aconteceu em 06/2013. A publicação fala das atrações, história do Jazz, da cidade de Santos e outras curiosidades

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egberto gismonti| a história do jazz | santos e a música | programação | o som do traço

santos

festival

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SUMÁRIO12 O SOM QUE VEM DO MAR

20 CARAS E RITMOS DO SJF

30 MÚSICA ILUSTRADA

34 OFICINAS: um legado para a cidade

36 VITRINE

DE 18 A 23 DE JUNHO/2013

SANTOS

FESTIVAL

16 ENTREVISTA: Egberto Gismonti

08 UMA VIAGEM MUSICAL

38 ONDE E QUANDO

40 DICAS DOS ESPECIALISTAS

42 REVISITANDO 2012

46 10 RAZÕES para amar o jazz

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6 SANTOS_ _FESTIVAL

EDITORIAL EXPEDIENTE

AQUI E AGORAQuando decidimos levar a sério a ideia de trazer para a nossa cida-de um festival de jazz, estávamos certos de que faríamos a alegria de um grupo de pessoas que, como nós, aprecia a música de qualidade. O formato era simples: reunir um elenco variado e musicalmente coerente em apresentações informais e, acima de tudo, oferecer shows gratuitos. Festivais anuais de música constam do calendário cultural de cidades tão distantes quanto diferentes entre si, como Nova York e Paraty, Londres e Garanhuns, Sydney e Rio das Ostras. Até o bairro carioca do Leblon promove seu próprio festival. Se é assim, nada mais natural que uma cidade cheia de musicalidade e história, como Santos, tivesse um festival de jazz para chamar de seu. Bastou a Vale Fertilizantes acenar com um sim e logo outros investidores, par-ceiros e apoiadores se juntaram ao projeto. Foi uma batalha e tanto, mas a emo-ção de ver a rua XV de Novembro tomada de energia, ao som de sopros e guitar-ras, não tem preço. Os músicos abraçaram com tanto carinho a nossa ideia, que prestigiaram também as oficinas. E, claro, isso aumentou a motivação para fazer o Santos Jazz Festival 2013. A honra de ter Egberto Gismonti como patrono da nossa festa musical dá a ideia do elenco peso pesado que colocaremos em espa-ços fechados e abertos. Desta vez chegamos até o Parque Anilinas, em Cubatão. A revista que o leitor tem em mãos é parte do amadurecimento desse sonho. É um prazer dividir esse conteúdo com o nosso público e uma imensa alegria proporcionar à população de Santos e de cidades vizinhas, aqui e agora, uma autêntica festa popular. Já está tudo pronto, agora só falta você. Bem-vindo ao Santos Jazz 2013!

Jamir Lopes e Denise Covas BorgesOrganizadores do Santos Jazz Festival

A revista SANTOS JAZZ FESTIVAL, dirigida ao público do Santos Jazz Festival, é editada pela Parágrafo Editora Ltda., sob licença da DC Realizações.

Tiragem: 2.000 exemplares. Distribuição gratuita. Editora responsável: Raquel Alves MTb 16.103. Diretora de redação: Rosiane Moro. Textos: Chico Marques, Raquel Alves, Regina Ramoska, Rosiane Moro e Tom Cardoso. Fotos: Fred Cappellato e Zé Cintra. Projeto gráfico e direção de arte: Daniel das Neves. Revisão: Daniela Lima. Tratamento de imagem: Esfera.com Impressão: Ativaonline. Parágrafo Editora Ltda., rua Berta, 120, Vila Mariana, São Paulo/SP, CEP 04120-040. Telefone 11 5084-8081. E-mail: [email protected]

O Santos Jazz Festival tem patrocínio da Vale Fertilizantes, via Lei Rouanet, com correalização da Prefeitura de Santos. Conta também com o apoio do Sesc Santos, da Sabesp, do Governo do Estado de São Paulo e da ESAGS - Escola Superior de Administração e Gestão. É organizado pela DC Realizações em parceria com a GPA Cultural. Produção cultural: Jamir Lopes

CAPA: SHUTTERSTOCK

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HISTÓRIA DO JAZZ

O SOM DA

LIBERDADENuma viagem pela origem dos ritmos, tentamos enquadrar o jazz e deparamos um gênero mutante que abraça todos os estilos, sem concessões ou preconceito |TEXTO|TOM CARDOSO

O poeta tropicalista Torquato O poeta tropicalista Torquato O Neto, surpreso com a versati-O Neto, surpreso com a versati-O lidade do parceiro e amigo Gil-O lidade do parceiro e amigo Gil-O berto Gil, o defi niu da seguinte O berto Gil, o defi niu da seguinte O forma: “Há várias maneiras de O forma: “Há várias maneiras de O se fazer música. Gil prefere todas”. A mesma defi -

nição vale para o jazz. Nascido originalmente do

blues, dos trabalhadores negros de New Orleans e

Chicago, o gênero passou por tantas transforma-

ções e fusões ao longo do século XX, diluiu-se em

tantos formatos, infl uenciou e se misturou a tan-

tos outros estilos musicais, que fi cou praticamente

impossível defi ni-lo no dias de hoje. O que seria o

jazz? Um ritmo ou uma forma de improvisação?

Um jeito de tocar ou um estilo? Foi justamente um

dos gênios do jazz, Louis Armstrong (1901-1971),

quem colocou ponto fi nal na questão: “Quem pre-

cisa perguntar o que é o jazz nunca o saberá”.

Louis Armstrong fala com a autoridade de

grande criador e de pioneiro do jazz. Ele já era um

jazzista sem saber, quando em New Orleans, no iní-

cio do século passado, levou o trompete além dos

limites do instrumento, chegando a notas até en-

tão inexploradas e cantando de um jeito totalmen-

te inovador, hermético, emitindo sílabas sem sen-

tido, como se a sua voz fosse o próprio instrumen-

to. Era a liberdade do improviso, uma das grandes

características do jazz, em seu limite máximo. E

Armstrong levou para as grandes orquestras, que

já haviam virado febre nos Estados Unidos, esse es-

pírito libertário – as big bands nunca mais foram

as mesmas. Na esteira de Armstrong, vieram Duke

Ellington (1889-1974), Count Basie (1904-1984), Cab

Calloway (1907-1994) e Ear Hines (1903-1983).

PARA OUVIR E DANÇARNa linha evolutiva houve também fases de retro-

cesso, quando o jazz deixou o caráter inventivo,

experimental, inovador, características de sua ori-

gem, para se render às exigências do mercado da

música e se tornar mais palatável ao público. Essa

vertente do jazz, que durou de 1930 a 1945, foi clas-

sifi cada de swing, que não se notabilizava pelo

experimentalismo e ousadia, mas arrastava multi-ILUST

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Swing – capacidade de “balançar” ao

tocar o jazz. Musicalmente,

é o efeito produzido pela

simultaneidade do ritmo regular

e da melodia fl uida

dões com suas grandes orquestras que imprimiam

um ritmo dançante irresistível.

Apesar de ser considerada uma fase “me-

nor” do jazz, o swing serviu para tornar popular

músicos como Glenn Miller (1904-1944) e Benny

Goodman (1909-1986), mitos do jazz, que du-

rante a carreira contribuiriam para inaugurar

novas correntes para o gênero. E foi na era do

swing que ninguém menos do que Billie Holiday

(1915-1959), a primeira grande cantora do jazz,

começou a despontar como artista – ela foi a pri-

meira intérprete negra a cantar numa orquestra

de brancos, isso no auge da segregação racial nos

Estados Unidos.

A resposta para os excessos do swing, e sua

falta de ousadia estética, veio com o bebop, que

fazia bem menos concessões ao gosto popular, pri-

mava pelo experimentalismo e pelo virtuosismo e

diminuía radicalmente o número de músicos em

cima de um palco. Nem todo músico de jazz estava

credenciado para tocar bebop, que exigia uma téc-

nica apurada e um fraseado original. Entre os gran-

des do estilo, ninguém podia com Charlie Parker

(1920-1955) e Dizzy Gillespie (1917-1993), embora

e da melodia fl uida

dões com suas grandes orquestras que imprimiam

um ritmo dançante irresistível.

nor” do jazz, o swing serviu para tornar popular

músicos como Glenn Miller (1904-1944) e Benny

Goodman (1909-1986), mitos do jazz, que du-

rante a carreira contribuiriam para inaugurar

novas correntes para o gênero. E foi na era do

swing que ninguém menos do que Billie Holiday >> s

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Quem precisa perguntar

o que é o jazz nunca o saberá

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10 SANTOS_ _FESTIVAL

>> big bands_

HISTÓRIA DO JAZZ

>> cool _

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Miles Davis criou

uma nova porta de entrada

para o gênero: um jazz mais

introspectivo e rico melodicamente

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Blues – forma musical de origem afro-americana, surgida nos EUA no fi nal do século 18. Originalmente tem letra com temática social ou amorosa

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11SANTOS_ _FESTIVAL

alguns estudiosos apontem o pianista Thelonious

Monk (1917-1982) como o músico que mais soube

assimilar os ensinamentos do bebop – tanto que

até hoje muitos profi ssionais têm difi culdade para

reproduzir o fraseado de seu piano.

O bebop chegou a tamanha radicalização

que inaugurou uma nova vertente, o hard bop,

uma espécie de continuação de suas experimen-

tações, com estruturas melódicas ainda mais com-

plexas. Os seus maiores expoentes são Art Blakey

(1919-1990), Horace Silver (1928-), Sonny Rollins

(1930-) e Clifford Brown (1930-1956). Se o bebop

e o “hard bop” foram uma resposta à “preguiça”

do swing, o cool jazz nasceu para acabar com os

“exageros” levados pelo jazz no pós-guerra. Era a

revolução dentro da revolução, um jazz contido,

mais introspectivo, mas não menos “quente” e

rico melodicamente. O que dizer de uma vertente

que projetou Chet Baker (1929-1988) e Miles Davis

(1926-1991), dois dos maiores monstros da música

contemporânea?

Ao longo do século passado, o gênero ain-

da se diluiria em uma série de outras vertentes,

chegando, curiosamente, a um formato só, hoje

chamado apenas de jazz, um estilo de música que

abraça todos os estilos, sem concessões nem pre-

conceitos. A música brasileira, também com tantas

variantes, talvez seja uma das responsáveis pelo

jazz ter se desgarrado de rótulos e chegar a uma

abrangência difícil de ser medida. E vale lembrar

que foram os músicos brasileiros os primeiros a

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os

se “apropriarem” do jazz americano – as nossas or-

questras de gafi eiras foram fortemente infl uencia-

das pelas big bands do swing. Os brasileiros agra-

deceram à sua maneira, levando ao jazz algo que

eles ainda não tinham: a bossa.

A partir do histórico show no Carnegie

Hall, em 1962, com a presença de Tom Jobim (1927-

1994), João Gilberto (1931-) e companhia, quando a

bossa nova foi ofi cialmente apresentada aos ame-

ricanos, os papéis se inverteram: os jazzistas come-

çaram a se apropriar da música brasileira. E deu no

que deu. Obras-primas, como o disco The Girl From

Ipanema, de João Gilberto e Stan Getz (1927-1991),

gravado em 1963, que abriu caminho para que Ella

Fitzgerald (1917-1996), Oscar Peterson (1927-2007),

Sarah Vaughan (1924-1990) e outros ases do jazz

gravassem clássicos da bossa nova.

No auge do sucesso da bossa nova, da infl uên-

cia de um gênero tão brasileiro numa música reco-

nhecidamente autossufi ciente como a americana

– a ponto de Frank Sinatra (1915-1998) gravar um

disco só com canções de Tom Jobim –, o compositor

Carlos Lyra (1939-), nascido em berço bossa-novista,

enxergou justamente o contrário e compôs “Infl u-

ência do Jazz”: “Pobre samba meu/ Foi se misturan-

do/ Se modernizando/ E se perdeu”. Por sorte, os

nossos músicos souberam assimilar os ensinamen-

tos dos grandes mestres do jazz e perceberam que

a riqueza da música está justamente na mistura de

todos os gêneros, num caldeirão fervilhante que

não se apaga nunca.

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JAZZ, BLUES E

Não é nenhum exagero dizer que Santos respirou jazz várias vezes em sua história|TEXTO|CHICO MARQUES

MEMÓRIA

A última vez foi em junho do ano

passado, quando aconteceu a

primeira edição do Santos Jazz

Festival, trazendo aos teatros e às

ruas da cidade, ao longo de uma

semana inteira, atrações de jazz, blues e música

brasileira de alto gabarito.

Quando terminou, muitos de nós ainda não

conseguíamos acreditar que, finalmente, a cidade

havia sido palco de um evento desse tipo, e com

essas dimensões. Era como se a cidade estivesse

promovendo um acerto de contas com seu pró-

prio passado musical.

O passado jazzístico de Santos remonta aos

anos 40 e 50, quando grupos de primeira grande-

za, nacionais e internacionais, tocavam nos cassi-

nos da cidade em noites memoráveis. Os cassinos

movimentavam um mercado de trabalho que

atraía músicos tanto de São Paulo quanto do Rio

de Janeiro para Santos. Quando fecharam, a músi-

ca parou de repente. Recentemente, em um texto

para o Caderno 2 do Estadão, o Maestro Gilberto

Mendes lembrou com muito carinho de uma pas-

sagem por aqui da Stan Kenton Orchestra nos anos

40 e falou de vários artistas nacionais, como Sivuca

e Hermeto Pascoal, então ilustres desconhecidos,

que tocavam com bastante frequência por aqui.

A música parou com o fechamento dos cas-

sinos, mas, na verdade, nunca morreu. Pelo con-

trário, sobreviveu em alguns restaurantes e nos

cocktail bars dos hotéis da cidade. A proximidade

de São Paulo e as primeiras transmissões de TV

na região, no início dos anos 50, mantiveram um

fluxo constante de artistas de jazz e música ins-

trumental pela cidade. Era comum ver músicos

de altíssimo gabarito comendo no Almeida ou nos

saudosos Ponderosa e Don Fabrizio depois de suas

apresentações. Vários jovens músicos da cidade

corriam atrás de seus ídolos nesses lugares para

tentar absorver alguma coisa deles. Roberto Sion é

um que conta passagens muito engraçadas nesse

sentido – muitas delas envolvendo o seu nome.

MARESIA

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No Bar da Praia (foto ao lado), espaço para

bandas de vanguarda, como a Savana e nomes

consagrados como Johnny Alf, Leny Andrade e

João Donato. Nos anos 70, Sarah Vaughan se

apresentou no Iporanga Music Hall

Mas, já que estamos falando especificamen-

te de jazz, vale lembrar que a partir do final dos

anos 50, quando foi criado o Clube de Jazz de San-

tos, é que o gênero começou a ganhar mais espaço

na cidade. Impulsionado por figuras locais de rele-

vo – como o ex-prefeito Esmeraldo Tarquínio, um

impecável crooner de orquestras nos moldes de

Billy Eckstine –, o gênero aos poucos floresceu por

aqui e passou a ganhar adeptos a cada atração que

o clube trazia para a cidade. Eram quase sempre ar-

tistas brasileiros, mas, eventualmente, um estran-

geiro ou outro de passagem por São Paulo acabava

desviando para cá.

A partir do início dos anos 60, com a “Boca”

funcionando a todo vapor no centro de Santos,

um novo mercado se abriu para os músicos de

jazz. Mais uma vez, artistas de alto gabarito então

desconhecidos, como César Camargo Mariano e

Eumir Deodato, passaram a frequentar a cidade

para tocar tanto nos nightclubs das imediações da

General Câmara (para um público festivo e diversi-

ficado) quanto nos clubes da orla (para um público

fino e selecionado). E, com isso, o jazz seguiu so-

brevivendo bravamente nos anos 60 – período em

que perdeu espaço no resto do mundo para o rock

pop emergente de bandas inglesas como os Beatles

e os Rolling Stones.

ENTÃO, VIERAM AS TREVASNos anos 70, com a Boca entrando em franca de-

cadência, os donos das casas noturnas do centro

da cidade passaram a trabalhar com repertórios

mais populares e descobriram que não precisavam

mais de músicos tão gabaritados (e caros) em seus

palcos. Os clubes da orla, por sua vez, contratavam

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Nos anos 50, com a criação

do Clube de Jazz de Santos, a

música ganhou mais espaço na

cidade

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MEMÓRIA

qualquer clone de Ray Conniff ou Paul Mauriat

para seus eventos em vez de música instrumental

de gabarito – além, claro, dos indefectíveis Agnal-

do Rayol, Moacyr Franco e Antonio Carlos & Joca-

fi, figurinhas fáceis por aqui desde então. A única

exceção, na época, foi o Iporanga Music Hall, que

funcionava no saudoso Cine Iporanga e que che-

gou a promover shows de Sarah Vaughan e Ella

Fitzgerald. Mas não durou. Infelizmente.

Esse painel sombrio começou a mudar,

finalmente, em meados dos anos 80, graças ao

empreendorismo do boêmio profissional e du-

blê de advogado Eduardo Caldeira, que começou

a trazer para seus bares – primeiro o Recicla-

gem, depois o Bar da Praia – o melhor da música

instrumental brasileira, formando um público

cativo que manteve seus bares ativos e bem fre-

quentados por quase 15 anos.

A lista de artistas de primeiro time que pas-

saram pelos bares de Eduardo é deliciosamente in-

terminável. Vai de Johnny Alf e João Donato a Nana

Caymmi e Leny Andrade. Quem os frequentou ja-

mais esqueceu. E foi no Bar da Praia que o Clube do

Jazz de Santos renasceu das cinzas, promovendo

eventos mensais para seus associados.

E também foi a partir daí que emissoras de

rádio passaram a se interessar por programas do

gênero na grade de programação. Vem dessa épo-

ca Digital Jazz, de Cássio Laranja – que ficou no ar

mais de 20 anos e hoje é uma web rádio – e tam-

bém Blues Power, produzido e apresentado por

mim, Chico Marques, durante 18 anos nas saudo-

sas Enseada FM e Litoral FM. Muitos sonharam

nesses anos todos em trazer um festival de jazz,

blues e música brasileira de gabarito para Santos.

Sem desmerecer o esforço de todos os que

tentaram, coube ao empreendedorismo de Deni-

se Covas e Jamir Lopes – juntamente com a Vale

Fertilizantes e a Prefeitura Municipal de Santos –

viabilizar isso. E, depois de uma primeira edição

memorável, começa agora mais uma maratona de

shows do Santos Jazz Festival no Teatro Sesc San-

tos, nos palcos espalhados pelas ruas do centro, no

Emissário Submarino e agora também no Parque

Anilinas, em Cubatão.

Preparem-se para mais uma semana inteira

respirando jazz, blues e música brasileira de alto

gabarito. À beira-mar, o que é ainda melhor.

Esmeraldo Tarquínio (à frente, o segundo da esquerda

para direita), nos tempos da banda “Nardy e seus Rapazes”,

na década de 40. A foto, do acervo familiar, consta do livro

Tarquínio - Começar de novo, do jornalista Rafael Motta

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Page 15: Revista Santos Jazz Festival - 2013

Conteúdo é o nosso negócio

20 ANOS DE COMUNICAÇÃO CRIATIVAwww.paragrafo.com.br

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Page 16: Revista Santos Jazz Festival - 2013

SAUDADE DO

BRASIL|TEXTO|RAQUEL ALVES

16 SANTOS_ _FESTIVAL

ENTREVISTA

E gberto Gismonti confessa que anda

acometido de uma saudade cada vez

mais aguda do Brasil. Um dos maio-

res talentos da nossa música, nome

obrigatório nos grandes festivais

pelo mundo e reverenciado por músicos, composito-

res e maestros, já não suporta passar mais do que dez

dias distante da tropicalidade.

Logo ele que passou longas temporadas na

Alemanha, na França e em tantos países, aprimo-

rando a habilidade natural com teclas, cordas e

sopros, sente agora uma necessidade asfi xiante

do contato com a gente, o ar e as coisas brasilei-

ras. Para os ouvidos mais exigentes chega a ser um

bom presságio. Afi nal um cara com raízes tão pro-

fundas não corre o risco de musicar para sempre

em outras freguesias. E então os bons ouvintes po-

dem encontrá-lo mais facilmente nos palcos brasi-

leiros. Patrono da edição 2013 do Santos Jazz Fes-

tival, Gismonti é um apaixonado pela diversidade

brasileira. Faz da natureza, da profusão de ritmos

e até dos rostos anônimos da miscigenação o ex-

trato para suas canções. Nesta entrevista exclusiva,

Gismonti diz que está feliz de voltar a Santos, con-

ta passagens de suas andanças pelo mundo, presta

uma homenagem ao Brasil e à liberdade musical e

lança um ar de mistério a respeito do balaio musi-

cal que está trazendo para a cidade.

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Page 17: Revista Santos Jazz Festival - 2013

Devemos lembrar que num país de imensas possibilidades o ‘artista’ deve acompanhar os tempos permitindo que suas ideias recebam influência da vida e dos tempos contemporâneos para que sua arte cresça, floresça e se modifique, como tudo na natureza

Devemos lembrar que num país de imensas possibilidades o ‘artista’

17SANTOS_ _FESTIVAL

SJF: Hermeto Pascoal, patrono do Santos Jazz Festival

2012, contou que foi tocando nos bailes de Santos que

fez o pé de meia para comprar a primeira casa. Você

tem alguma ligação especial com a cidade?

Gismonti: Meu amigo Hermeto é sempre bem-hu-

morado… “pé de meia pra primeira casa…”. Tenho boas

lembranças de Santos. Fiz e mantenho algumas boas

amizades na cidade. A lembrança mais marcante que

guardo sobre Santos vem do disco Circense quando

tive a oportunidade de tocar numa lona de circo ins-

talada perto da praia. Todas as fotos do encarte do dis-

co, na época um LP, foram feitas durante esse lança-

mento, que foi gravado pela TV Cultura, gerando um

belíssimo programa.

SJF: Você é um músico festejado na Alemanha. No ano

passado o seu show foi eleito um dos melhores do ano

pelo jornal New York Times e foi apontado pelo inglês

The Guardian como um dos destaques do London Jazz

Festival. A crítica brasileira costuma receber o seu traba-

lho com o mesmo entusiasmo?

Gismonti: Felizmente o público e a imprensa sempre

foram muito generosos com minha música, desde os pri-

meiros anos da minha carreira profi ssional. Veja os exem-

plos que você citou. Após tantas décadas de concertos em

mais de 40 países ainda sou surpreendido com notícias

inesperadas. O NY Times elegendo o meu show do Car-

negie Hall um dos melhores do ano em NY, e com o The

Guardian dando destaque à minha apresentação no Fes-

tival de Londres. Quanto ao Brasil, a crítica e o público me

permitiram uma carreira sólida, sempre fundamentada

no pensamento e na cultura brasileira, que alimentaram

minha força e determinação de procurar distribuir o que

aprendi aqui e em outros 40 países. Como fazer uma car-

reira de mais de 40 anos sem a aprovação do público,

que é o verdadeiro patrocinador, dentro de casa? Tenho

certeza de que sem o Brasil, sem o apoio da crítica e do

público, eu não teria conseguido desenvolver minha vida

profi ssional na direção que ela tomou. Obrigado a todos.

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Page 18: Revista Santos Jazz Festival - 2013

18 SANTOS_ _FESTIVAL

SJF: No tempo dos forrós e axés, a música instrumental ainda

continua angariando ouvintes?

Gismonti: Eu não costumo separar as coisas, acho que o Bra-

sil é grande demais, tem muita terra, espaço pra todos, ar pra

todos, pensamentos e atitudes contraditórias, cores, religiões,

gestuais, sotaques, temperos, poesias, músicas, tudo em quan-

tidades imensas e variadas. É a maior qualidade que nos repre-

senta como um país verdadeiramente miscigenado, misturado

e em mudança permanente. Essa é a razão principal de eu não

ter conseguido superar a saudade que sempre me trouxe de vol-

ta nas tentativas de morar fora daqui. Hoje em dia, a saudade é

tão grande que já não consigo ficar mais do que dez dias longe

da minha grande casa, o Brasil.

SJF: Festivais costumam atrair plateias bem diversificadas,

com gostos e saberes musicais distintos. Para quem se apresen-

ta, esse público tão heterogêneo é também um desafio?

Gismonti: No meu entender o maior desafio de todos é viver

feliz. Quando ligamos nossa “tomada” principal, a miscigenação,

o encontro com público heterogêneo é também

uma alegria. Nada melhor do que descobrir e co-

nhecer gente daqui ou de qualquer outro lugar.

Uma vez fiz uma viagem com João do Pife [banda

de Pife de Caruaru] e conversamos muito. Uma be-

leza de pessoa. Lá pelas tantas, puxando conversa

perguntei o que era a liberdade para ele. Me olhou

calmo e com atenção e disse “liberdade a gente

não conquista não, a gente ganha de presente dos

outros”. Isso mudou conceitos que eu julgava esta-

rem solidificados na minha alma. O Brasil foi feito

pra ser contemporâneo, vivo. Esperto, alegre, livre

de preconceito, viva o Brasil!

SJF: Na música o que é mais importante: técnica,

criatividade ou liberdade?

Gismonti: Depende de quem a faça. Nos anos

80, começando uma amizade com Manfred Rei-

cher [ECM Records, a mais respeitada gravadora

ENTREVISTA

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de discos de jazz do mundo] perguntei qual era a

diferença entre os equipamentos que eu tinha e

os que ele usava no estúdio para gravar os discos

da ECM. Ele respondeu em duas partes: a dife-

rença dos equipamentos em dinheiro era muito

grande, mas complementou “você tem um gra-

vador cassete? É mono? Já gravou alguma coisa

nele? Ficou feliz?... eu fiquei sem saber o que dizer

e ele complementou “se ficou feliz essa é a me-

lhor gravação”. Eu realmente não sei o que pode

ser mais importante para a música do que a felici-

dade que ela pode gerar nos espectadores através

do estímulo de viver ou da crença de que na vida

tudo é possível.

SJF: Compor sob encomenda traz a mesma sa-

tisfação do que a composição por livre e espon-

tâneo desejo?

Gismonti: Já compus sob encomenda para quase

30 filmes, 30 balés, dezenas de peças teatrais e muitos especiais

de TV. Garanto que todos esses projetos, além dos 65 discos que

fiz, ajudaram na minha evolução, além de me fazerem entender

melhor o que eu desejava da vida e da minha música.

SJF: De que forma a vivência com a musicalidade dos índios

ainda influencia sua criação?

Gismonti: A minha vida pode ser contada em algumas passa-

gens únicas e determinantes. Uma delas foi ter passado algumas

semanas no Alto Xingu, na aldeia dos Yawalapeti, e conviver com

uma sociedade onde o respeito pela vida se mostrava presente

em tudo. A relação entre jovens e velhos foi outra lição de respeito

à vida e à liberdade. A maior influência dos Yawalapeti não foi na

música, mas na vida, quando aprendi a coragem e a determinação

à procura do universo pessoal. Acredito que a quantidade de pro-

jetos que fiz está diretamente ligada ao aprendizado da liberdade

e da coragem dos índios.

SJF: Já tem o programa do que pretende apresentar? Os santis-

tas podem esperar por clássicos como “Palhaço” e “Sonho”?

Gismonti: O programa completo ainda não tenho, mas, sua

pergunta, ou sugestão, acaba de me dar uma ideia, fazer um

resumo das últimas décadas da minha vida como compositor.

Possivelmente visitarei uma das músicas citadas.

SJF: Quem são suas referências na música?

Gismonti: Minhas referências iniciais são alguns composi-

tores cultos [chamados de clássicos, eruditos, etc] dos sécu-

los XVII, XVIII, XIX e XX; alguns poucos estrangeiros e mui-

tos brasileiros como Carlos Gomes, Claudio Santoro, Edino

Krieger, Villa-Lobos, Pixinguinha, Nelson Cavaquinho, Tom

Jobim, Baden Powell, Chico Buarque, Guinga, Paulo Belinati,

Déa Trancoso, Marlui Miranda, Milton, Gil, Toninho Horta,

Hermeto, Carlos Malta, João do Pife, Sapain, Raoni, tia Amélia,

tio Edgar, Chiquinha Gonzaga, etc., etc., etc.

Hoje em dia, a saudade é tão grande que já não consigo ficar mais do que dez dias longe da minha grande casa, o Brasil

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QUAL É A SUA

ATRAÇÕES

NUNO MINDELISDas cordas da inquieta guitarra de Nuno Mindelis já

saltaram vários ritmos: samba, hip hop, psicodelia, eletrônico, jazz... Mas foi no blues que o músico

luso-brasileiro, nascido em Angola, ganhou projeção internacional. Nuno começou a se interessar por

instrumentos musicais por volta dos 5 anos e não parou mais. Em 1975, morando no Canadá, montou

uma banda de blues com um primo e passou a tocar em clubes locais. Porém, foi no Brasil, onde

veio morar um ano depois, que firmou de vez sua carreira. O primeiro disco, Blues & Derivados, lançado em 1990, recebeu rasgados elogios da crítica. Depois

vieram mais seis e vários convites para participar de apresentações pelo mundo, como o Festival de Montreal. Em artigo da revista americana Guitar

Player, Jas Obrecht, uma das maiores autoridades de blues do mundo, compara Nuno Mindelis a ninguém

menos do que Jimmy Page. Para fincar de vez suas raízes no Brasil, o guitarrista emprestou seu

elegante ritmo a Zélia Duncan, Rappin’ Hood e muitas outras estrelas. Com tanta versatilidade no

currículo, a apresentação no Santos Jazz Festival tem tudo para ser um momento de celebração.

Seis dias de música,

7 palcos, 24 shows. Escolha o

seu ritmo e entre nessa festa

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STAFFORD HUNTER & BABI MENDESCom pinta de galã, Stafford Hunter já foi modelo e dividiu a sala de aula nos tempos de colégio com o ator Will Smith, mas foi na música que encontrou sua verdadeira vocação. O primeiro trombone caiu-lhe nas mãos quase por acaso. Depois de assistir a uma apresentação da banda de seu colégio, na Filadélfia, o artista resolveu participar das aulas de música. Sem saber qual instrumento escolher optou pelo saxofone ao ver uma foto de Charles Parker na parede. Com muitos inscritos naquela modalidade, o professor sugeriu o trombone. Assim começou a virtuosa carreira de um dos maiores trombonistas, que já tocou ao lado de nomes consagrados, como Tony Bennett, Joss Stone, Amy Winehouse, Roy Hargrove, Mc Coy Tyner’s, Duke Ellington, entre outros. Stafford fará o ambiente musical perfeito para receber a voz da santista Babi Mendes. Com uma carreira consistente dentro e fora do Brasil, Babi se inspira na música norte-americana de Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Betty Carter e Nina Simone. Além delas, composições de Tom Jobim, Chico Buarque e Milton Nascimento deram o tom do seu primeiro álbum, Short Stories, lançado em 2011.

DELTA BLUES REVIVAL Eduardo Elói entra com guitarra e voz, Digo Maransaldi com o som

da batera e Rogério Duarte com o baixo. Juntos eles revisitam o repertório da banda Delta Blues, um power trio com influências do

blues rock e soul music formado em 1993 no Guarujá e que ficou mais de uma década nas paradas de sucesso da noite da baixada.

Reverenciando mestres como Stevie Ray Vaughan, Jimi Hendrix, Muddy Waters, Carlos Santana, B. B. King, James Brown, Elói, Digo

e Rogério prometem um revival à altura do apuro musical e refinamento que marcou a trajetória da Delta Blues.

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ATRAÇÕES

Pixinguinha, Tom Jobim, Nelson Cavaquinho, Jacob do Bandolim, Cartola, Caymmi e Ernesto Nazareth são alguns dos artistas que a Banda Mantiqueira promete revisitar em sua apresentação no Santos Jazz Festival. Formada em 1991 por iniciativa do clarinetista, saxofonista, compositor e arranjador Nailor Azevedo, mais conhecido como Proveta, a banda tem hoje 11 integrantes e começou tocando em bares em São Paulo, como o Sanja, o Vou Vivendo e o Supremo Musical. Aos poucos conquistou palcos de outras cidades e caiu no mundo. Fez participações especiais em festivais internacionais acompanhando a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência de John Neschiling, e parcerias memoráveis com Gal Costa, Mônica Salmaso e João Bosco. Na apresentação no Santos Jazz, a Mantiqueira chega escoltando a voz de Virgínia Rosa. Com quatro CDs no currículo, a cantora paulistana acostumada a ouvir de Elisete Cardoso a música sertaneja na adolescência, começou sua vida artística

como vocalista de Itamar Assumpção. Na década de 80 partiu para a carreira solo e no cardápio de suas melodias entra de tudo: samba, forró, maxixe, jazz, reggae, carimbó, funk, blues e até música erudita.

BANDA MANTIQUEIRA E VIRGÍNIA ROSA

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HERALDO DO MONTE E LUIS DO MONTEPai e filho prometem esquentar o fim de tarde no Parque Anilinas, em Cubatão, com a mistura pra lá de brasileira de jazz com música nordestina. O recifense Heraldo do Monte começou sua carreira como músico da TV Tupi e foi integrante do Quarteto Novo, ao lado de Hermeto Pascoal, Airto Moreira e Théo Barros. Fez os arranjos dos maiores clássicos dos festivais da Record, como “Ponteio”, de Edu Lobo, e “Disparada”, de Geraldo Vandré. Seguindo os passos do pai, Luisinho do Monte tornou-se um célebre guitarrista, mas manteve a tradição familiar ao adotar também o violão e a viola caipira em suas apresentações. Em seu rol de parcerias entram artistas como Bebel Gilberto, Jards Macalé, Arismar do Espírito Santo e Amelinha.

JAZZILEIRA & CELSO LAGOA banda santista Jazzileira faz tabelinha com Celso Lago para uma apresentação eletrizante. Criada em 2004 pelo saxofonista e arranjador Maurício Fernandes, a Jazzileira resgata a essência do jazz a partir de releituras de Duke Ellington, Tom Jobim, Edu Lobo, Gilson Peranzetta, Wayne Shorter, entre outros. Com dois CDs lançados, o grupo põe na caixa o som de piano, baixo acústico, guitarra, bateria, saxofone, trompetes e trombones, tendo como crooner o cultuado cantor Celso Lago, reconhecido como um dos melhores intérpretes do litoral paulista.

BANDA +Q2O violão e a voz aveludada de Cláudia Martins dão o tom perfeito para a bateria de Zé Cintra em standards de bossa nova e cool jazz, em inspiradas interpretações de Dick Farney, Tamba Trio, Bossa Três, Edson Machado e Sergio Mendes. O quarteto de virtuoses conta também com a participação do baixista Téo Cardoso e do guitarrista Alexandre Birkett, músicos já reconhecidos e consagrados, que garantem a harmonia e a sofisticação dos arranjos. FO

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ATRAÇÕES

Indicado em 2012 ao Latin Grammy com o CD Forró Chorado, de Oswaldinho do Acordeon, o contrabaixista soma 20 anos de uma carreira bem-sucedida, tendo levado sua bossa e swing para diversos países da Europa, além de Estados Unidos e Japão. É reconhecido por músicos com os quais se apresentou – em uma citação rápida destacam-se Hermeto Pascoal, Dominguinhos, Toninho Horta, George Benson, Paulo Moura, Yamandu Costa, além dos pais Arismar do

Espírito Santo e Silvia Goes. Em seu primeiro CD solo, Thiago Espírito Santo recebeu elogios rasgados da crítica por sua desenvoltura como baixista, violonista e compositor de nove das 14 faixas do álbum, com releituras de Villa-Lobos, Bach e Tom Jobim. Em 2011 gravou seu primeiro CD internacional, The Jazz Tradition, ao lado de Jim Stinnett, Todd Johnson e Dom Moio, e ingressou como baixista no grupo O Teatro Mágico.

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THIAGO ESPÍRITO SANTO

A AfroElectro apimenta sua influência africana com um molho para lá de brasileiro. Formada em 2009 pelos músicos Sérgio Machado, Michel Ruzitschka, João Taubkin, Mauricio Badé e Denis Duarte, a banda lançou seu primeiro disco em 2012, em que mescla ritmos e culturas que vão do carimbó ao hip hop, do rock ao maracatu e, é claro, o afrobeat. A balada se completa com a participação dos DJs Vitrolada (foto), três discotecários santistas que pesquisam a música afrodescendente mundial e que agitam os melhores dancings da cidade.

AFROELECTRO & DJS VITROLADA

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ROMERO LUBAMBO & LENY DE ANDRADEEle é um carioca com muito groove e um dos mais importantes nomes da guitarra jazzística do Brasil. Só para ter uma ideia do naipe desse rei das cordas, Romero Lubambo já tocou com Cesar Camargo Mariano e, ao vivo ou em estúdio, com Grover Washington Jr., Paquito D’Rivera, Al Jarreau, Ivan Lins e muitos outros. Ela é a grande diva do jazz brasileiro. Tem um pé na bossa nova e costuma soltar o vozeirão inconfundível nas melhores casas do ramo, incluindo o nova-iorquino Blue Note e o Ronie Scott’s Club, de Londres. Tem, entre seus parceiros e admiradores, nomes como Toot Tilemans, Paquito D’Rivera e Tony Benett.Se separado cada um já vale por uma banda inteira, quando sobem juntos ao palco, o público pode esperar por uma apresentação elegante e improvisações certeiras de ambos os lados. A sintonia é tanta que o sério relacionamento musical entre Lubambo e Leny já rendeu dois discos e um sem-número de apresentações ao vivo. Prepare-se para duelos de voz e guitarra da mais fina elegância e também para rememorar deliciosos clássicos da música brasileira com um quê de world music.

MARCOS CANDUTA & JAZZOFÔNICOO violonista e guitarrista Marcos Canduta se junta ao sexteto Jazzofônico pela primeira vez nesta edição do Santos Jazz Festival. São dele algumas composições e os arranjos de canções de Edu Lobo, Duke Ellington, do belga Django Reinhardt, entre outros, que ganham uma sonoridade inusitada que transita entre o erudito e popular. O Jazzofônico é formado por Débora Gozzoli, Germano Blume, Edmur Vianna, Pablo Peres, Márcio Rampin e Alexandre Faccas.

A banda Druidas de Blues, ou simplesmente Druidas, é uma velha conhecida do público

santista por suas apresentações no Torto Bar. Há mais de 25 anos na estrada, já passou por diversão formações. Hoje conta com Mauro Hector (guitarra), Marcos Paulo (voz e baixo) e Plínio Romero (bateria e vocais de apoio). Em seu show no Parque Anilinas, em Cubatão, o Druidas vai dividir o palco com Patrícia Nóbrega, backing vocal do ex-Mutante Sérgio Dias no CD Estação da Luz.

DRUIDAS & PATRÍCIA NÓBREGA

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ATRAÇÕES

Se é fato que a música brasileira disputa com a cubana o rótulo de a mais rica e sofisticada em todo o mundo, essa dupla quer mostrar toda a intensidade dessa fusão em alto e bom som, no palco da praça Rui Barbosa. A consistente carreira de Max de Castro, como músico e arranjador, esbarrou na trajetória do arista cubano multi-instrumentista já há alguns anos e dessa alquimia nasceu uma série de shows que passou por várias cidades brasileiras. Yaniel faz das muitas viagens entre São Paulo e Havana a ponte para revigorar o repertório e criar possibilidades de mais parcerias musicais. Buscar talentos com o mesmo refinamento artístico é uma das vocações do cubano, que já passou uma longa temporada acompanhando Carlinhos Brown e tocou até com o elenco do Buena Vista Social Club. No repertório estão clássicos do cancioneiro latino e uma seleção bem brasileira.

YANIEL MATOS & MAX DE CASTRO

MARQUINHO MENDONÇA & BANDA EM ÓRBITAMarquinho Mendonça, compositor, multi-instrumentista e

arranjador, trabalha sonoridades universais, que vão do choro ao blues, passando pela bossa nova e até baião e frevo. Versátil,

já realizou trabalhos com nomes de peso no mundo musical, como Yamandu Costa, Dominguinhos, Zé Menezes, Orquestra

Popular do Recife, Renato Anesi, Banda Mafuá, Vanessa da Mata, Tião Carvalho, etc. A Banda em Órbita é formada

nesta ocasião por Daniel Grajew ao piano, Marcos Paiva no contrabaixo e Ricardo Mosca na bateria.

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VILLA-LOBOS IN JAZZClássicos de compositores consagrados como

Bach, Debussy, Radamés Gnatalli, Ary Barroso, Tom Jobim, Camargo Guarnieri, Egberto Gismonti e do

próprio Villa-Lobos, que inspirou o nome do grupo, compõem o repertório do quarteto formado por

Otávio Garcia, Ozias Gonçalves, Fernando Corona e Felipe Poli. Sucesso no Brasil e no exterior, o grupo

interpreta canções que resgatam as raízes da cultura musical brasileira e despertam a memória

afetiva ao trazerem lembranças da infância.

ROBERTINHO SILVA & COLETIVO QUERÔAlém de explorar todas as fronteiras da percussão, batucando tudo quanto é instrumento, Robertinho Silva é um dos músicos mais cosmopolitas em atividade no Brasil. Acompanhou os nomes mais expressivos dos últimos 30 anos da MPB e carimbou passaporte nos maiores festivais de música do mundo. Contracenando ao vivo ou no estúdio com gênios como Wayner Shorter e George Benson, Silva desembarca no Santos Jazz Festival comandando uma formação jovem mantida pelo projeto Arte no Dique, a Banda Querô. Com forte influência do samba reggae, a banda vem ganhando notoriedade nos últimos anos, após o lançamento do CD de estreia A Arte no Dique, em 2007, que rendeu três participações na maior festa a céu aberto do mundo, o carnaval de Salvador.

SIMONE PADRON & BANDAA santista, vencedora do Troféu

Brás Cubas, começou sua carreira estudando piano clássico, mas optou

pelo canto, sua grande paixão. Seu repertório transita pela bossa nova,

MBP, jazz e blues – estilos em que se aperfeiçoou em Savona, na Itália.

Apresentou-se nos mais conceituados bares e casas noturnas da Baixada

Santista e excursionou por diversos países da América Latina, Europa

e África. Foi aclamada pelo público nos shows Revivendo Elis e Tributo

a Milton Nascimento, que tem a participação especial de sua filha, a

também cantora Nataly Alves.

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ATRAÇÕES

Depois de comandar o show com a Banda Mantiqueira, Proveta volta ao palco agora ao lado da Banda Marcial Municipal de Cubatão. Com 120 integrantes, sob a regência do maestro Alexandre Felipe Gomes, o grupo com repertório que vai do erudito ao popular já encantou plateias em várias cidades brasileiras e em 2005 representou o país no Festival Sul-americano de Bandas e Fanfarras de Millipilla, no Chile. Mantida pela prefeitura da cidade, a Banda tornou-se uma referência sóciocultural de Cubatão por seu trabalho de formação musical junto a jovens e adolescentes.

PROVETA & BANDA MARCIAL MUNICIPAL DE CUBATÃO

SWISS COLLEGE DIXIE BANDO ano era 1975. A paixão pelo jazz, mais especificamente pela versão dixieland, levou um grupo de professores suíços radicados em São Paulo a formar a Swiss College Dixie Band. O que começou como uma brincadeira ganhou ares profissionais em pouco tempo, com a chuva de convites para apresentação. Ao longo das décadas a formação original foi cedendo espaço a novos músicos e hoje apenas o pianista, Heinz Brunner, é remanescente do grupo fundador. O tempo passou, mas o autêntico estilo dixie se mantém no repertório da trupe formada por oito amigos que revivem o que eles consideram ser o “puro espírito do jazz”.

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Adepto de um estilo vigoroso e cheio de atitude, que flerta com o rock, Michel Leme é considerado um dos maiores expoentes da guitarra no Brasil. Por isso mesmo foi convocado para encerrar os trabalhos desta segunda edição do Santos Jazz Festival. A experiência foi acumulada em mais de 20 anos de estrada, acompanhando músicos da estatura de Gary Williams, Michael Brecker e Joe Lovano. Quem for à apresentação do grupo no Emissário Submarino na noite de domingo pode se preparar para um groove nada mauricinho. É jazz tocado com alma e sangue nos olhos. Pra lavar a alma!

MICHEL LEME & TRIO

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Eles são parceiros musicais de longa data. Estudaram na mesma escola, a mítica Clam, comandada pelo Zimbro Trio, praticamente na mesma época, mas cada um perseguiu a própria trilha. André Christovam escolheu a vertente do blues mais próxima do rock’n’roll e despontou como um dos maiores guitarristas do Brasil. Seu estilo visceral, que prega a comunhão do blues com o samba, a world music e a MPB, foi aclamado numa das noites mais quentes do Santos Jazz Festival de 2012. Já Michel Freidenson tem um estilo mais bossa-nova e colocou seu teclado a

ANDRÉ CHRISTOVAM & MICHEL FREIDENSON

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serviço de uma geração de ouro da música brasileira. Quando tocam juntos, todas as possibilidades sonoras estão em jogo. “É exatamente o que trazem na bagagem para uma apresentação de gala na Praça Rui Barbosa: “As possibilidades de criação no momento em que estivermos no palco são de fato infinitas”, adianta Christovam. “ Será uma festa musical maravilhosa”, aposta Freidenson.

VASCO FAÉA antológica versão de “Trem das 11”, misturada com Hoochie Coochie Man, certamente será um dos momentos mais aguardados na apresentação de Vasco Faé, multi-instrumentista que dedilhou os primeiros acordes no piano da tia, se aventurou na bateria e hoje é uma referência em voz e gaita no cenário do blues brasileiro. Foi integrante do Blues Etílicos, fundou a Irmandade do Blues e em 2007 lançou seu segundo CD solo, Manoblues, em que faz jus à alcunha de “homem banda” tocando sozinho gaita, bumbo, guitarra e voz.

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CHICO GOMES TRIOReconhecido como um dos maiores baixistas solo do mundo por craques como Raul D’ Souza, Stanley Jordan (que o tem como mestre), Billy Cobham e Moraes Moreira (que o considera o Pelé do contrabaixo), Chico Gomes desenvolveu técnicas como o Triplo Domínio – execução do baixo, da harmonia e da melodia, que dá a impressão de que são três músicos tocando. Ele desfila seu repertório de “boa MPB com improvisação” nos baixos de 7 e 8 cordas que criou e mandou construir, acoplados a uma guitarra e um contrabaixo.

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Uma sessão de SketchJAMS reúne cerca

de 20 participantes. Na mesa do bar,

cada um desenha no seu ritmo e estilo

T er bom papo e gostar de música

e arte. São apenas esses os pré-re-

quisitos para quem deseja partici-

par dos encontros do SketchJAMS,

um grupo de amigos que se reú-

ne regularmente em bares de São Paulo para fazer

desenhos, ilustrações e pinturas dos shows que ro-

lam ao vivo no palco. Ao contrário do que se possa

imaginar, não é preciso ser um ás dos pincéis e das

canetas coloridas para entrar para a trupe. Nos en-

contros, rola gente de várias tribos: médicos, arqui-

tetos, designers, jornalistas, professores e até ilus-

tradores. Gente, enfim, que apenas deseja passar o

tempo em boa companhia, ouvindo boa música e

desenhando. Alguns nem chegam perto das folhas

em branco e dos caderninhos. Frequentam o grupo

apenas para fazer amizades e desfrutar do alto-astral

da turma. Caso da médica Fernanda Giacomelli, que

há um ano bate ponto nas reuniões do SketchJAMS.

“Gosto do ambiente, amo jazz, blues, bossa nova,

ouço quase de tudo. E aprecio muito a pintura, gos-

taria de saber fazer, principalmente aquarela, mas

venho apenas para olhar”, conta. A médica conhe-

ceu o grupo ao ler uma matéria sobre eles no jornal.

“Vim sem conhecer ninguém e fiquei”, recorda.

As sessões são comandadas pelos ilustradores Joel Lobo e

Fabio Corazza. A ideia é divulgar estilos de música e grupos não

muito conhecidos do público em geral e ao mesmo tempo fa-

zer arte. “Para quem vive dos desenhos é um aprendizado, uma

oportunidade de trocar informações, ver como as outras pesso-

as trabalham, ou simplesmente um momento para relaxar, ten-

tar um traço que não se pode aplicar profissionalmente. A gente

deixa a música levar a nossa imaginação”, explica Lobo. Mas nem

tudo é romantismo. Curiosos e garçons passam a todo instante

diante dos olhos atentos dos artistas. No palco, os músicos se

movimentam o tempo todo e alguns desenhos ficam inacaba-

dos porque a cena muda num piscar de olhos. Não tem estresse.

Simplesmente vira-se a página e começa tudo novamente.

DESENHOPela internet, ilustradores se organizam em grupos para praticar duas paixões a um só tempo: ouvir jazz e desenhar|TEXTO|ROSIANE MORO

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BAGUNÇA ORGANIZADAÀ primeira vista parece que nada vai funcionar.

As pessoas chegam aos poucos, ocupam mesas e

balcões ao lado do palco. Lápis, tintas e papéis dispu-

tam o pequeno espaço com copos, sanduíches e pe-

tiscos. Quando a banda arrisca os primeiros acordes,

alguns já começam a desenhar enquanto os outros

ainda comem, bebem e batem papo. Não há regras

pra nada. Cada um faz o que quer e tudo a seu tem-

po. No fim da apresentação, uma pilha de sketches

de variadas cores e traços decora a mesa.

O ilustrador Fernando Mosca é um dos fre-

quentadores que usam as sessões do SketchJAMS

para fazer experiências. “Faço animação digital e

sempre tenho o prazo de entrega muito apertado.

Aqui é diferente, faço os desenhos no meu ritmo, posso brincar

com aquarela e pastel, uso novas técnicas. Uma vez aprovei um

trabalho com um cliente usando como referência uma ilustra-

ção daqui”, declara.

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o trabalho

ou até fazer parte do grupo, que hoje já conta com mais de 300

integrantes, é só acompanhar os anúncios dos próximos even-

tos pelo blog sketchjam.com ou pelo twiter @sketch_jams e

depois aparecer no bar. E Joel Lobo avisa: “Não precisa saber de-

senhar, cada um escolhe os materiais mais confortáveis para si

e traz principalmente a vontade de praticar desenho. Também

não cobramos nada de ninguém. O participante paga apenas

pelos custos da casa (couvert e consumo) como em qualquer

outro show”.

SKETCHJAMS

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Para quem vive dos desenhos é um aprendizado, uma oportunidade de trocar informações, ver como as outras pessoas trabalham, ou simplesmente um momento para relaxarJoel Lobo

Uma página no Facebook

concentra todos os sketches produzidos nos bares. Aqui uma pequena mostra da

produção da trupe

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Page 34: Revista Santos Jazz Festival - 2013

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EFEITOSNas oficinas, músicos compartilham técnicas, experiências e macetes. Tem até aula para melhorar a comunicação com o público e com o mercado através da internet|TEXTO|RAQUEL ALVES

OFICINAS

“N osso desejo é que o

som do Santos Jazz

Festival siga reverbe-

rando, mesmo depois

de encerrado o último

show.” Com essa frase o produtor cultural e diretor

musical do festival, Jamir Lopes, resume a missão

das oficinas, eventos paralelos às apresentações

que colocam artistas consagrados para comparti-

lhar técnicas e experiências com os interessados. A

ideia nasceu na primeira edição do festival e con-

tou com a pronta adesão de músicos profissionais,

amadores e simpatizantes. No line-up de 2013, Ro-

mero Lubambo, Proveta, Heraldo Do Monte, Thia-

go Espírito Santo e Robertinho Silva, a bordo de

seus respectivos instrumentos, vão falar sobre cria-

tividade, inovação e improvisação. “Muito além de

propor somente entretenimento, o nosso festival

nasceu com esse compromisso, o de deixar um

legado para a música da nossa região. As oficinas

cumprem esse papel”, arremata Jamir.

Thiago Espírito Santo é um que vai levar se-

gredos de família para dividir com os inscritos da

oficina de contrabaixo. “Vou usar uma metodolo-

gia desenvolvida pela minha mãe, Silvia Goes, que

quebra alguns mitos do aprendizado formal. O im-

portante é entender o som que está dentro de você

e poder expressá-lo. Afinal a música é um idioma,

o meu segundo idioma, aliás, e vamos usar essa lin-

guagem para dialogar e contar as nossas histórias.”

Acompanhando o pai, Heraldo, o guitarrista

Luis do Monte já estruturou o conteúdo da oficina

sobre improvisação na guitarra: “A arte de improvi-

sar requer fundamentação. Vamos conversar sobre

todas as leis que regem o encadeamento harmô-

nico e melódico”, adianta o músico, que aplica o

método na própria escola da família, o Núcleo de

Aprendizagem Musical.

TUDO PELA MÍDIA SOCIALAlém de abordar temas ligados à criação musical,

uma das salas, comandada pelos jovens Rodrigo

Monteiro e Victor Birkett, vai tratar de comuni-

cação digital para artistas independentes. Juntos,

eles prometem dar dicas sobre como planejar,

criar estratégias e principalmente como usar as

redes sociais. “Entre 2005 e 2008 aconteceu o

boom de bandas na internet. As caixas de recado

do Orkut, Fotolog e tantas outras redes sociais da

época eram bombardeadas com inúmeros spams.

Essa era passou, e o spam não funciona mais. Os

artistas estão tendo de se reinventar e serem mais

criativos em suas campanhas. O velho e bom boca

a boca voltou com força”, acredita Victor.

Rodrigo se preocupa em passar o conteúdo

da maneira mais prazerosa possível: “Não quere-

mos falar até o pessoal cansar. Nossa proposta é

passar o conteúdo e partir para exercícios práticos”.

SONOROS

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Músicos e estudantes prestigiaram as oficinas

no ano passado. No teatro Guarany, conversas

e exercícios práticos deram o tom dos trabalhos

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.santosjazzfestival.com.br

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VITRINE

QUALQUER NOTAPara não fi car na saudade, alguns mimos garantem o tom até o próximo Santos Jazz Festival|TEXTO|ROSIANE MORO

AFICIONADOS DO JAZZTriste porque o festival acabou? Então leve algumas lembrancinhas para recordar os melhores momentos: camiseta de algodão (R$ 30), capa de iPhone (R$ 40) e caneca (R$ 20).

Onde: à venda nos nos palcos da praça Rui Barbosa, Bolsa do Café e shopping Balneário

ON BROADWAYO musical All that Jazz, no fi m dos anos 70, volta à cena nas versões moringa (R$ 110) e caixa de azulejo (R$ 106). Na Relicário Presentes.

Onde: Shopping Praiamar, rua Alexandre Martins, 80, loja 256, Santos, SP.Tel. (13) 3238-2000.

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FESTIVAL

>> exclusivo

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DANCE, DANCE, DANCE As pranchas de skate (R$ 236,80 e R$ 131,60, respectivamente) e a caixinha de som para iPod (R$ 85,05) garantem o ritmo certo durante as manobras.

Onde: www.zazzle.com.br

TRIO Miniesculturas de músicos de metal

e parafusos (R$ 6, cada uma) para alegrar o ambiente em casa.

Onde: Ita Decorações e Presentes, rua 25 de março, 811, Centro, São Paulo, SP.

Tel.: 11 3229-1055.

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ANOS DOURADOS Para resgatar o clima dos salões do Cotton Club e do Roseland Ballroom da Nova York na década de 20, Robert Nippoldt produziu e ilustrou o livro Jazz. New York in the Roaring Twienties (US$ 49.99), escrito por Hans-Jürgen Schaal e editado pela Taschen.Acompanha CD com as melhores canções da época.

Onde: www.taschen.com

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PROGRAMAÇÃO - 2013

18/06 (terça-feira)

1. Teatro Sesc Santos20H_ ABERTURA21H_ EGBERTO GISMONTI

19/06 (quarta-feira)

2. Praça Mauá 12H_ VASCO FAÉ – O HOMEM BANDA

1. Auditório Sesc Santos14H_ OFICINA “CRIATIVIDADE NA GUITARRA” com Heraldo do Monte

3. Instituto Arte no Dique16H_ BATE-PAPO com Robertinho Silva

4. Shopping Parque Balneário19H_ BANDA JAZZILEIRA & CELSO LAGO

20/06 (quinta-feira)

3. Instituto Arte no Dique10H_ OFICINA “PERCUSSÃO E RITMOS BRASILEIROS” com Robertinho Silva

5. Bolsa do Café 13H_ CHICO GOMES TRIO

4. Shopping Parque Balneário19H_ SIMONI PADRON & BANDA

1. Bar do Sesc Santos20H_ BAILE AFROJAZZLATINO DJS VITROLADA + SHOW BANDA AFROELECTRO

21/06 (sexta-feira)

3. Instituto Arte no Dique10H_ OFICINA “PERCUSSÃO E RITMOS BRASILEIROS” com Robertinho Silva

2. Praça Mauá 12H30_ MARQUINHO MENDONÇA & BANDA EM ÓRBITA

1. Auditório Sesc Santos14H_ OFICINA “IMPROVISAÇÃO NO BAIXO” com Thiago Espírito Santo

5. Bolsa do Café15H30_ BANDA + Q217H30_ VILLA-LOBOS IN JAZZ (RJ)

6. Palco Praça Rui Barbosa19H_ BANDA MANTIQUEIRA Participação especial: Virgínia Rosa20H30_ THIAGO ESPÍRITO SANTO & TRIO 22H_ MICHEL FREIDENSON & ANDRÉ CHRISTOVAM TRIO23H30_ STAFFORD HUNTER (EUA) & BABI MENDES

DIA 22/06 (sábado)

3. Instituto Arte no Dique10H_ OFICINA “PERCUSSÃO E RITMOS BRASILEIROS” com Robertinho Silva

9. Sede da Banda Marcial – Cubatão14H_ OFICINA “SOPROS NO JAZZ” com Proveta

1. Auditório Sesc Santos DAS 10H ÀS 17H_ OFICINA “COMUNICAÇÃO DIGITALPARA ARTISTAS INDEPENDENTES”com Rodrigo Monteiro e Victor Birkett

SE JOGA! Veja local e o horário do seu show preferido e prepare-se para os momentos de muita diversão

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Endereços•Sesc Santos - Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida•Shopping Balneário - Av. Dona Ana Costa, 549 – Gonzaga•Emissário Submarino - Praia José Menino•Praça Mauá - Paço Municipal – Centro•Bolsa do Café - Rua XV de Novembro, 95•Instituto Arte no Dique - Rua Hugo Maia, 285 – Jardim Rádio Clube•Praça Ruy Barbosa - Centro•Parque Anilinas Cubatão - Rua Assembléia de Deus, 435 - Centro

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1. Sesc Santos R. Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida

2. Praça Mauá Paço Municipal – Centro

3. Instituto Arte no Dique Rua Hugo Maia, 285 –

4. Shopping Parque Balneário Av. Dona Ana Costa, 549 – Gonzaga

5. Bolsa do Café Rua XV de Novembro, 95

6. Palco Praça Rui Barbosa Centro

7. Parque Anilinas – Cubatão Rua Assembleia de Deus, 435 - Centro

8. Emissário Submarino – Santos Praia José Menino

9. Banda Marcial – Cubatão Rua Dr. Fernando Costa, 433

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Page 39: Revista Santos Jazz Festival - 2013

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5. Bolsa do Café13H_ MARCOS CANDUTA & JAZZOFÔNICO

1. Teatro Sesc Santos19H_ ROMERO LUBAMBO & LENY ANDRADE

6. Palco Praça Rui Barbosa20H30_ SWISS COLLEGE DIXIE BAND22H_ YANIEL MATOS (CUBA) & MAX DE CASTRO23H30_ NUNO MINDELIS & BANDA – BLUES

23/06 (domingo)

9. Sede da Banda Marcial – Cubatão10H_ OFICINA “SOPROS NO JAZZ” com Proveta

3. Instituto Arte no Dique 10H_ OFICINA “PERCUSSÃO E RITMOS BRASILEIROS” com Robertinho Silva

1. Auditório do Sesc Santos 11H_ OFICINA “JAZZ NO VIOLÃO” com Romero Lubambo

7. Parque Anilinas – Cubatão14H_ PROVETA & BANDA MARCIAL DE CUBATÃO

15H30_ DRUIDAS & PATRÍCIA NÓBREGA 17H_ HERALDO DO MONTE & LUIS DO MONTE

8. Emissário Submarino – Santos17H30_ ROBERTINHO SILVA & COLETIVO QUERÔ19H_ DELTA BLUES20H30_ MICHEL LEME TRIO

Endereços•Sesc Santos - Rua Conselheiro Ribas, 136 – Aparecida•Shopping Balneário - Av. Dona Ana Costa, 549 – Gonzaga•Emissário Submarino - Praia José Menino•Praça Mauá - Paço Municipal – Centro•Bolsa do Café - Rua XV de Novembro, 95•Instituto Arte no Dique - Rua Hugo Maia, 285 – Jardim Rádio Clube•Praça Ruy Barbosa - Centro•Parque Anilinas Cubatão - Rua Assembléia de Deus, 435 - Centro

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JOSÉ CARLOS SIMONIAN Hora de desfrutarLogo na abertura, temos o imperdível Egberto Gismonti, um dos caras mais importantes, pelo bom gosto e por tudo que representou para a música instrumental brasileira. Romero Lubambo & Leny Andrade também merecem a visita do público. Com certeza será uma apresentação com muita influência da bossa nova. O festival também cria espaço para os músicos locais, o que é muito legal. Recomendo vivamente o som da banda Jazzileira, que é pulsante e muito interessante. O baixista Chico Gomes é outro que

VEMTrês figuras inspiradoras da cena musical da baixada mostram o mapa da mina do festival|TEXTO|RAQUEL ALVES

DICAS

tem muita coisa boa para mostrar. Uma porque é um ícone do jazz na nossa região e outra pelos desafios que ele propõe ao baixo de sete cordas. Enfim, temos aí uma turma da pesada. Nomes que foram referência para toda uma geração e muitos não tiveram tanto espaço na mídia. Agora eles podem mostrar o seu trabalho e o público pode desfrutar de uma festa musical. Nem gosto de falar em música de qualidade, porque a qualidade depende da perspectiva de quem vê. O fato é que ter um festival nesses moldes é um sonho antigo. Tomara que a iniciativa dure muito tempo.

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WAGNER PARRAAtrás das melhores “mixturas”Egberto Gismonti é um dos músicos mais importantes da minha geração. Cresci ouvindo seus discos. Um elo perfeito entre as música clássica, experimental e popular. A gente nunca sabe o que poderá acontecer no palco. Vale a surpresa.

DEBORAH TARQUINIO Momento de tietagemChico Gomes: o grande baixista, musicista e mais... de um poder de superação do qual já fui testemunha por mais de uma vez. Toda minha admiração é pouca, para um gênio nas sete e oito cordas...Celso Lago: o que dizer mais do que as melodias belissimamenteinterpretadas por essa voz cheia de veludo e técnica primorável? Agora a coisa é um pouco mais séria... Leny Andrade. Tento expressar o que ela contribui para o nosso bom gosto e capacidade musical. É uma única e rara referência do que melhor temos em nossa veia

musical, o swing que nos é peculiar com a cadência da nossagingada. Oh... Leny... Leny

Só indo lá para ouvir.

Outra boa pedida: Banda Mantiqueira, liderada por um dos maiores músicos da história da

música popular brasileira, Proveta. Acompanho a Banda Mantiqueira desde os tempos de Sanja e Vou

Vivendo nos anos 90. A cereja do bolo fica por conta da participação da cantora Virgínia Rosa. Yaniel Matos (Cuba) & Max de Castro. Imperdível a “mixtura” da música cubana com o swing pilantragem do Max de Castro. Yaniel já tocou com grandes músicos cubanos como Chucho Valdes, Issac Delegado e Maraca. Duas das mais ricas culturas musicais do planeta juntas. Tem também o Stafford Hunter (EUA) & Babi Mendes. Babi é uma das grandes revelações do jazz, prata da casa que já caiu no mundo e volta desta vez com o trombonista americano Stafford Hunter. Imperdível.

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A música é como o vento. É como o céu, como as estrelas. É como as coisas que voam e as que a gente respira. A pátria dela é o amor

Hermeto Pascoal

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MELHOR DE 2012

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TUDO DE BOMO Santos Jazz Festival já nasceu grande. Em seu ano de estreia o cardápio musical reuniu alguns dos melhores nomes da música instrumental, em shows de casa cheia

Yamandu Costa, Izzy Gordon,

Arismar do Espírito Santo e

Filó Machado: um tributo ao jazz

brasileiro

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MELHOR DE 2012

Ingressos sempre esgotados e praças lotadas. Em 2012 não faltou swing, energia e gente a fim de ouvir boa música

Rua XV de Novembro, Teatro

Coliseu e o talento de Roberto Sion (abaixo), cenas para o álbum

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10 RAZÕES para amar o jazz

1. UMA CANÇÃO: “In a Sentimental Mood” de I. Mills, Duke Ellington e M. Kurtz, interpretada com lirismo por Duke Ellington, piano, e John Coltrane, sax.

2. UM DISCO: Maurício Einhorn e Sebastião Tapajós convidam Arismar do E. Santo. Vale repetir Tião Tapajós – “A harmonia entre os povos estaria solucionada se houvesse um tratamento à busca de acertos que os músicos almejam”.

3. UM BAR: Blue Note, NY, onde tive a oportunidade de assistir a ótima Nancy Wilson, vocal, e na noite seguinte o espetacular Paquito D’Rivera, sax alto. Inesquecível.

4. UM CLUB: 150 Night Club, do Maksoud Plaza. Infelizmente não mais existe. Lá, em apresentações memoráveis recordamos alguns nomes – Benny Carter, Alberta Hunter, Michel Legrand, Bobby Short, Lionel Hampton, Tom Jobim, João Donato, o saudoso amigo Johnny Alf, a 150 Big Band, liderada por Hector Costita, e tantos outros artistas.

5. UMA CIDADE: New Orleans, a capital mundial do jazz. Numa das edições do Heritage Jazz Festival foi possível ver numa mesma noite, no Preservation Hall, Miles Davis e B. B. King.

6. UM INSTRUMENTO: Sax tenor lembra as memoráveis “batalhas” entre Dexter Gordon e Johnny Griffi n no Festival de Ann Arbor (1978).

7. UM LIVRO: Johnny Alf – Duas ou três coisas que você não sabe, de João Carlos Rodrigues – Coleção Aplauso, da Imprensa Ofi cial. Biografi a de Johnny Alf ou “Genialf”, segundo Tom Jobim.

8. OUTRO LIVRO: The Big Bands – As Grandes Orquestras de Jazz, de George T. Simon, tradução de Edman Ayres de Abreu. Apresentação de Frank Sinatra, pela Ícone Editora.

9. UM FILME: Round Midnight. Ninguém acreditava que um dia este fi lme pudesse ser feito. Herbie Hancock é o diretor musical e Dexter Gordon o astro deste retrato da vida do saxofonista Bud Powell após sua chegada em Paris. Uma poesia.

10. UMA SAUDAÇÃO: Com tanta gente talentosa que vem por aí, saúdo Leny Andrade, Romero Lubambo, Egberto Gismonti e Maestro Branco em nome dos envolvidos na organização do Santos Jazz Festival, que proporciona me alimentar da boa música. Obrigado!

Empresário, produtor cultural e

idealizador de bares e casas noturnas que marcaram época na

noite santista, pela mistura bem dosada

de música boa e ambiente descolado,

como Reciclagem, Bar da Praia e Barnabé,

Eduardo Caldeira é um apaixonado pelo jazz

POR EDUARDO CALDEIRA

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SANTO ANDRÉ > AVENIDA INDUSTRIAL, 1455 > 11 4433.6161SANTOS > AVENIDA CONSELHEIRO NÉBIAS, 159 > 13 2127.0003

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Page 48: Revista Santos Jazz Festival - 2013

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