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REVISTA TERCEIRAIDADE - WWW.REVISTATERCEIRAIDADE.COM.BR A BUSCA DA LONGEVIDADE & A NOVA CARA DA TERCEIRA IDADE WWW. REVISTATERCEIRAIDADE .COM.BR ANO 1 - N° 3 TV, BLOG E REVISTA TERCEIRAIDADE - UNINDO GERAÇÕES A NOVA CARA DA 3ª IDADE SUELI FACCIOLO-60 ANOS R$ 14,90 TERCEIRAIDADE A REVOLUÇÃO DOS IDOSOS TERCEIRA IDADE BRASIL/PORTUGAL INOVAÇÃO POLITICA LEITURA NOTÍCIAS SAÚDE E MUITO MAIS... Foto: www.luisvilelastudio.com

REVISTA TERCEIRA IDADE Nº 3

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A revista das pessoas com experiência de vida

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RE VIST A TE RC EIR AI DA DE - W WW.RE VIS TATE RC EIR AID AD E.COM.BR

A B U S C A D A L O N G E V I D A D E & A N O V A C A R A D A T E R C E I R A I D A D E

W W W . R E V I S T A T E R C E I R A I D A D E . C O M . B R

ANO 1 - N° 3T V, B L O G E R E V I S TA T E R C E I R A I D A D E - U N I N D O G E R A Ç Õ E S

A N O V A C A R A D A 3 ª I D A D E �S U E L I F A C C I O L O - 6 0 A N O S �

R$ 14,90

TERCEIRAIDADE

A REVOLUÇÃO�DOS IDOSOS

TERCEIRA IDADE�BRASIL/PORTUGAL

INOVAÇÃO POL IT I CA LE I TURA NOT ÍC I AS SAÚDE

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Novo Medicamento traz�esperança para idosos�

que sofrem com a �dificuldadede enxergar

Notícia: Apresentação `a imprensa

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Lançamento do�Eylia no Brasil

F o i ap res en tado pa ra im p rens a no m ês ab r i l em S ão P au lo , pe la B ay e r H e lthC a re P ha rm ac eu t ic a ls , em pa rc e r ia c om a R egene ron P ha rm ac eu t ic a ls , um nov o t ra tam en to pa ra a D egene raç ão M ac u la r R e lac ionada à Idade (D M R I) na fo rm a úm ida , o E y lia (a f l ibe rc ep te ) . O tra tam en to pode s e r fe ito po r idos os que ap res en tam a “D egene raç ão M ac u la r ” re lac ionada a idade , doenç a que a fe ta c e rc a de 30 m ilhões de pes s oas em todo o m undo . A D M R I é um a doenç a as s oc iada ao env e lhec im en to que reduz g radua lm en te a v is ão c en tra l, que é jus tam en te aque la que c on fe re n it idez e f ix aç ão das im agens . A pes a r da fa lta de c onhec im en to da D M R I, es ta doenç a é a p r im e ira c aus a de c egue ira em pac ien tes de 50 anos ou m a is em pa ís es indus tr ia l iz ados e a fe ta c e rc a de 30 m ilhões de pes s oas em todo m undo . O nov o m ed ic am en to c om ba te a D M R I úm ida , a fo rm a m a is s é r ia e g rav e da doenç a e é as s oc iada a um a de te r io raç ão na qua lidade de v ida , is o lam en to s oc ia l, dep res s ão c lín ic a , aum en to do r is c o de ac iden tes c om o quedas e f ra tu ras de quad r i l e a en tradas p rem a tu ras nos c en tros m éd ic os . A R E V IS T A T E R C E IR A ID A D E , v ia jou pa ra S ão P au lo a c onv ite da B ay e r pa ra a c obe r tu ra do ev en to . M a rc e lo V e ig a WWW.REVISTATERCEIRAIDADE.COM.BR

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R E V IS TA TE R C E IR A I D A D E

DIRE ÇÃO E EDIÇÃO: MARCELO VEIGA�DIRE ÇÃO E ARTE: KÉSIA VEIGA�COME RCIAL: (83) 9189-3003 / 9977-3748�EMAIL: [email protected]

EDIÇÃO�ANTERIOR�

Nº 2

SUMÁRIO2 Lançamento Eylia - Bayer�

5 Conquista Revista 3ª Idade�6 A Revolução dos Idosos�

8 Carta dos Leitores�10 Notícias�

12 Longevidade�16 Política�

20 Renovação e Criatividade�22 Fifty Models�

24 Saúde�25 Aposentadoria�

26 Envelhecimento Ativo / PT

PRÓXIMA EDIÇÃO Nº 4 - AGO 2013

COM REGINA DUARTE

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TV, BLOG & REVISTA TERCEIRA IDADE

S.Paulo - Rev ista Terceira Idade - Patrocinio Bayer HealthCare - A Rev is ta Terceira Idade viajou a conv ite da Bayer para cobertura do evento de lançamento de um de seus novos medicamentos para a Terceira Idade em S.Paulo. Marcelo Veiga, jornalista e editor da rev ista ficou hospedado no hotel Sheraton WTC a conv ite da Bayer Health Care.

Associação Brasile ira de Alzheimer - Marcelo Veiga da Revista Terceira Idade completou o curso de Cuidador de Idosos promovido pela Associação Brasileira de Alzheimer de Minas Gerais em parceria com o s ite Cuidar de Idosos.

MINC - Ministério da Cultu ra� A TV TERCEIRA IDADE (www.terceiraidade.tv ) produtora da Rev is ta Terceira Idade recebeu o I I Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa - Edição Inez ita Barroso, cuja premiação foi revert ida para o lançamento do Blog da Terceira Idade (www.blogdaterceiraidade.com.br) e para o lançamento da Revista Terceira Idade (www.rev istaterceiraidade) formando o conjunto de mídias convergentes sobre a Terceira Idade mais acessado da internet.

Conquistas

Lançamento Revista Impressa - Sheraton WTC/S.P.

C e rtifica d o C u rso “C u id a d o r d e Ido so s”�Associação Brasileira de Alzheimer

II Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa - Ministério da Cultura & Instituto Empreender

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Que a Europa se tornou um país de idosos, todo mundo sabe. Mas na verdade trata-se de um fenômeno chamado baixa natalidade e aumento da expectativa de vida, um bem, ou mal dos países desenvolvidos. Enquanto na China se recompensa quem não tem mais de um fi lho, na Europa começam a pagar para que se façam crianças. Tal fenômeno é fruto do desenvolv imento das nações e o Brasil passou de terceiro mundo`a uma das maiores potências econômicas do Globo. Como se não bastassem todos os fantás ticos dados estatíst icos de inúmeras inst ituições idôneas dando conta de que já somos no país , mais velhos do que criancas, e que em poucos anos a terceira idade será mais de 30 por cento da população, o futuro nos acena com dados excitantes mas ao mesmo tempo preocupantes. Os idosos deterão a maior parte do poder de consumo, oportunidades de negócios es tão brotando, e há décadas Peter Druck já alerta para os profundos impactos da maior revolução domográf ica da história da humanidade. Mas parece que o problema pode ser maior se não fizermos a nossa parte. No liv ro “A Revolução dos Idosos” de Frank Shirrmacher o autor af irma que finalmente os idosos serão maioria, pois as japonesas hoje já vivem em média 85 anos e uma em cada duas v ive em média 100 anos e um em cada dois meninos, um viverá até os 95, chegando em 2050 na China, a ter cento e cinquenta milhões de pessoas ac ima dos 80 anos.

O controle de doenças, a melhoria da qualidade de vida, os avanços da ciência e as previsões demográf icas já são bastante confiáveis para afirmar que muito em breve chegaremos a média de idade de mais de 100 anos e sabe-se que uma pessoa hoje pode ser mais criativa aos 90 anos do que com 80. Somos a geração mais longeva da terra depois de nossos ancestrais patriarcas do povo de Deus na Bíblia, que v iviam cerca de 700 a 900 anos. Mesmo sem poder afirmar que já estamos de novo atingindo estas marcas, nossa Terra gravitando no universo será um grande lar de idosos. E qual será o impacto disso tudo na vida da humanidade? Seremos maioria com poder de inf luênc ia como sábios experientes ou aguardaremos a v ida terminar na conformidade da ex istênc ia? Ou faremos a ponte no abismo das gerações ou ainda seremos perseguidos por um novo racismo etário. Seguiremos os velhos conceitos indevidamente impostos a toda uma geração ou nos faremos ouv ir do alto de nossa experiência para melhorar a vida na terra unindo gerações, ens inando o que sabemos aos jovens e sendo ac ima de tudo exemplo para os que caminham para também um dia chegar lá? É hora de preparamos nossa melhor idade agora, hoje, de planejarmos um mundo melhor para todos no presente para que cheguemos fel izes lá na frente. A idade mais produt iva do homem tem s ido a partir dos 50 anos de idade. Aponsentadoria não pode ser letargia, homens e mulheres de sucesso, a frente de grandes empreendimentos ou posições de liderança, dão o melhor de si após os 55 anos de idade. Como em uma feira de lindos carros ant igos, tinindo de novos, ter idade deve ser mot ivo de orgulho pois f icar velho é opção. Por que deixar es tragar então? Não precisa ser ass im

conosco, temos hoje todas as informações disponíveis para vivermos mais e melhor. A era da segmentação da informação e do mercado está abrindo portas para termos o nosso espaço na mídia impressa, jornalis tica e televisiva. Novos espaços nas mídias tradicionais para dizermos o que pensamos, rev istas , blogs e TVs próprias såo otimas oportunidades não só de vivermos nossos anseios, bem como de dizermos o que pensamos. Precisamos nos mot ivar mutuamente aumentando nossa autoconf iança, precisamos perceber as oportunidades que se abrem neste novo mundo para sermos tão novos em nós mesmos como o mundo renovável ao nosso derredor, precisamos impor nosso poder de mobilização e de mudança, usando bem todas as ferramentas tecnológicas de que dispomos. A maioria diz que está fel iz, mais de dois terços afirmaram que podem controlar suas próprias vidas e que se sentem independentes. Nove em cada dez idosos ainda têm objet ivos marcantes. Os que pensavam pos itivamente sobre velhice v iveram em média sete anos e meio a mais. Depois do boom da internet já existem grupos de jovens que já não acham mais a grande rede tão atraente voltando a busca dos relacionamentos reais em detrimento dos digitais. As crises econômicas mundiais aumentaram as famíl ias unindo de novo gerações. Os padrões de educação das escolas estão despreparando jovens para a vida, c riando seres que se graduam cheios de conhec imentos mas não os ensinam a v iver. A compreensão da brev idade da v ida no jovem depende da atuação, exemplo e atitude do idoso. Marcelo Veiga

A REVOLUÇÃO DOS IDOSOSEditorial

Por Marcelo Veiga

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Velho é quem acha que a�

I n t e r n e t �é só dos jovens

FOTOS: https://www.google.com.br/imghp?hl=pt-BR&tab=wi

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Parabens. Marcelo! ! Que inic iat iva pos itiva. Parabéns e grande sucesso. Também gostei de ver as fotos de seu fi linho e de sua esposa. Vocês são uma famíl ia linda. Parabéns, se tornou um bus inessman, um executivo capaz dos assuntos complexos e completos. É experiência de v ida que nos dá es tas habilidades. Me lembrei de você e falei de sua rev ista quando um conhec ido, um arquiteto daqui de Florianópolis me contou de sua avó de 92 anos, mora em Taquaral RGS, que faz trabalhos manuais e a fi lha de 72 anos os vende. A avó de 92 anos mantém a contabilidade e f ica cobrando por telefone as pessoas que estão devendo. Você certamente deve ter muitas estórias que mostram que os tempos para os idosos mudaram. Allois me ens inou mergulhar quando eu t inha 65 anos e achei que eu já t inha muita idade. Quando eu t inha 72 ele me fez dirigir barcos e jetski. Alex me forçou apreender l idar com computador quando poucos jovens lidavam, creio que eu tinha uns cinquenta anos e foi muito bom. Sorte e fel iz quem tem queridos que levam os idosos sempre para uma nova aventura de conhec imento. Até dirigir com direção do lado direito do carro me acostumei com setenta e cinco anos. (Também consegui, ainda

que foi dif íc il me reacostumar ao trânsito bruto de volta aqui em Florianópolis .) Estou feliz de saber que você esta sempre com idéias novas, com planos e es tá arriscando e os es tá executando. Parabéns e gosto de saber. Tudo de bom para todos vocês deseja Elisaabeth Wagner [email protected] ___________________________

Caros Marcelo e Kesia, Meus parabéns muito s inceros ! Pelo lançamento da marav ilhosa Rev ista “TERCEIRA IDADE” que estão editando e assim enriquecendo o campo de leitura e informaçao de assunto tão relevante ! A populaçao brasileira que tende a aumentar nessa faixa de idade, usufruindo dos novos recursos da medicina preventiva, carece de boa leitura a respeito ! A sua marav ilhosa e tão signif icativa idéia de i lustrar a capa com as t rês gerações da Familia Veiga - vovó Bet inha, Papai Marcelo e Filipe, foi simplesmente impactante, em todos os sent idos ! Uma grande homenagem para a sua querida mãe que sempre dedicou o maior amor aos quatro belos fi lhos que teve a alegria de criar ! Eu, Marcelo, sei o quanto ela se preocupava com todos e cada um de vocês, todos os dias, em todos os sent idos ! Portanto, o

seu carinho, enriquec ido pelo de sua esposa e Fil ipe, deve estar sendo um bálsamo neste estágio da vida da Betinha; pois ela o sente, mas dific ilmente consegue expressar essa emoção com palavras .. . Que Deus cont inue a abençoá-los , com muitas graças, pela doação do seu tempo, paciênc ia, carinho e Amor por aquela que o merece e tem vocês no coração - a minha grande Betinha, amiga desde a nossa juventude, portanto ... faz bastante tempo . .. !!! Mais uma vez, aqui ficam os meus Parabéns com votos de muito sucesso e Felic idade no seu empreendimento e na sua vida! O meu abraço, Marina Machado de Oliveira [email protected] P.S. Será fác il eu encontrar a Rev ista Terceira Idade em Sao Paulo ? Em livrarias ou stands ? Já acessei a internet e vi o primeiro lançamento, mas gostaria de adquirir os exemplares. Avise-me, por favor

Parabens. Marcelo! ! Muito bem bolado! Manoel Silva [email protected]

Leitores

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Cartas p/ [email protected]�Seu email poderá ser publicado

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E mui to ma is .. .

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A MAIS B ELA IDOSA DE S.PAULO - “ A BARBIE PERNAMBUCANA” A pernambucana I renilda de Oliveira Menezes, 65, foi eleita agora em maio, a mais bela idosa da capital paulista, na décima edição do concurso realizado pela Secretaria de Estado de Saúde. O evento faz parte da programação para o Dia das Mães.

ETERNA MULHER MA RAVILHA LYNDA CA RTER, 61 A NOS DEMONSTRA BOA FORMA EM NY Aos 61 anos, a atriz Lynda Carter provou que ainda faz jus ao posto de Mulher Maravilha, super-heroína que interpretou por anos no seriado de telev isão da década de 1970. Flagrada fazendo compras em Manhat tan, em Nova York, a at riz demonstrou uma boa forma invejável para a sua idade.

A carreira de Lynda como atriz des lanchou após ela ter sido eleita Miss EUA em 1972. Depois do sucesso da Mulher Maravilha, porém, ela enfrentou problemas com o alcoolismo e precisou se internar em uma clínica de reabil itação. Recuperada há 10 anos, a americana hoje dedica-se à mús ica — ela já gravou t rês discos. Mas o passado de super-heroína parece ser difíc il de esquecer: questionada se ainda guarda em casa a fantas ia vermelha e azul, a atriz confessou: — Sim... E eu ainda a visto de vez em quando.

NAS IDAS E VINDA S DA VIDA, ELA PA SSA - “ E ONDE ESTÁ O PORTO SEGURO” O Vai e Vem Das Pessoas! A primeira, segunda e terceira idade. A brev idade da v ida. Imagino que somos TODOS iguais , alguns viajam para NEGÓCIOS, outros DIVERSÕES, alguns para tratamento de SAÚDE etc. Enfim, um VAI E VEM sem FIM, ou MELHOR, um VAI e VEM com FIM! pensando na PALAVRA, Deus diz assim: Louco, de que ADIANTA ganhar o MUNDO inteiro e PERDER sua própria ALMA? Não estou espiritualizando; entendo TODOS os dia que diante das IDAS e VINDAS, Deus É o único PORTO SEGURO pois n’Ele e somente n’Ele, está a VIDA ETERNA. Pense nisso! Paz e Benção. Inaldo Camelo

TERCEIRA IDADE É A MA IOR COMPRA DORA DE CA RROS PESQUISA NOS U.S.A. MOSTRA QUE MAIORES DE 50 COMPRAM MAIS CARROS��Não são mais jovens que adquirem os veículos novos. Hoje, 62% de todos os carros e caminhões zero kilometros são comprados por pessoas com mais de 50 anos. Em 2001, es te número era de apenas 39%. Apenas 12,7% dos donos de carros zero tem menos de 35 anos.

TINTURA NO CA BELO É CULTURA - “ A ONDA PRATEADA CHEGOU” Mulheres assumem cada vez mais jovens os cabelos brancos. Hoje, cultivar os tons grisalhos, v irou opção não mais res tri ta `as avós. Saiu no IG, na coluna de Lu Lacerda, com o t ítulo: “Cabelos Brancos Sobem `a Cabeça das Cariocas” e também na coluna Ela do jornal o Globo. Pelo jeito é tendência e esta virando moda. Empresárias, execut ivas, artistas, sociali tes, estão todas aderindo ao fim da escrav idão dos salões de beleza. Entre prós e contras, as opiniões se div idem entre preconceito e pratic idade entre outros .

Notícias

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ESTRELA LANÇA JOGOS PARA A TERCEIRA IDADE Mais do que crianças, a Brinquedos Estrela foca no público da terceira idade. Com quatro jogos, a linha foi desenvolvida para est imular as funções de linguagem, atenção e memória. Expandir o target é a es tratégia da Brinquedos Estrela para acompanhar o envelhec imento da população brasileira. Para Aires Leal Fernandes, diretor de market ing da empresa , o mercado da terceira idade está em ascensão. “Essa faixa etária carece de produtos específ icos. São pessoas com poder aquisit ivo e tempo ocioso”, afirma.

A bras ileira Neusa Maria dos Re is, é atualmente a mulher da melhor idade que mais conquistou homenagens e prêmios diferenc iados em concursos e homenagens na área de beleza, com faixas, coroas, troféus, medalhas e cert if icados em geral, no período de um ano. Natural de Ibiá, Minas Gerais , nasceu em 14 de junho de 1953. São os mais variados títulos de: Miss, Rainha, Princesa, Musa, Lady, Diva, Imperatriz , Modelo, Madrinha, Soberana, Embaixatriz , entre outros, são cerca de vinte conquis tas até o momento, dos anos 2012/2013, oriundos de diversas Ent idades Culturais e de Honrarias ao Mérito, Concursos e Eventos de Moda e Beleza, isso sem contar outros tipos de homenagens em outras áreas humanas. Ela acabou de chegar de Santa Catarina onde part icipou do concurso Miss e Mister das Américas 2013 e obteve com louvor e merecimento em uma disputa acirrada, o grande titulo de Soberana das Américas, e já está class ificada para participar em vários eventos internac ionais, inc lus ive o t itulo de Miss Recordista da Maturidade até o f im de 2013. Neuza iniciou sua carreira de modelo e miss recentemente, quando foi escolhida em uma brincadeira para ser a Dama do Blog do Comendador Franklin Lopes, com quem namora, em Julho do ano passado. Após essa experiência, que deu resultado, o namorado e ela decidiram partic ipar em concursos de beleza, encontros e reuniões de outorgas de alguns prêmios e condecorações em geral. Para ser recordista ela já provou para o Guinness Brasil e para o Rank Brasil que conquistou em um ano, t ítulos, faixas, coroas, t roféus, entre outros galardões, desde Julho de 2012 até o momento.

POPULA Çà O IDOSA CRESCE�E TRANSORMA SOCIEDADE, FAMÍLIA E POLÍTICA��A invenção da terceira idade é compreendida como fruto do processo crescente de socialização da gestão da velhice: durante muito tempo considerada como própria da esfera privada e familiar, uma questão de previdência individual ou de assoc iações filantrópicas, ela se t ransformou em questão pública, transformando a soc iedade, a famíl ia, gerências empresariais e acenando para futuros processos políticos governamentais.

NotíciasMiss Recordista Brasileira �da Terceira Idade

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Voltamos com o canal liv re que desta vez discute o aumento da expectat iva de v ida da população brasileira e como se preparar para esta nova realidade, que é grande e desafiadora. Nesta segunda parte do programa o convidado é o gerontologis ta Alexandre Kalache que é doutor em saúde publica e também foi diretor do programa de envelhecimento do curso de vida da Organização Mundial da Saúde. De acordo com Dr. Alexandre, “É um desafio enorme, mas é também uma conquista fabulosa. Quando eu nasci no Rio de Janeiro em 1945, a expectat iva de v ida era de 43 anos e hoje estamos próximos a 75, o que é fantást ico. Envelhecer é bom, o ruim é morrer cedo. Temos que encarar este desaf io de uma forma pos itiva e realmente há grandes desafios a frente. Nós não es tamos preparados, mas a coisa boa é que nós temos uma janela de oportunidade. Esta janela está começando a fechar mas nós ainda temos alguns anos onde ainda não temos tantos idosos e temos cada vez menos jovens, porque taxa de natalidade, de fecundidade no Brasil , decresceu de uma forma vertiginosa nos últ imos vinte anos. O Bras il já não é mais um país jovem, nós hoje es tamos com 11% de pessoas com mais de 60 anos. A

organização das Nações Unidas diz que quando passamos de 7 para 14 por cento, você es tá em franco processo de envelhecimento. Nós daqui a 15 `a 17 anos nós vamos dobrar de 11% para 22% da população o número de idosos no país. Nós estamos entre os três países que mais rapidamente estão envelhecendo no mundo. Em 2042 nós vamos estar mais envelhec idos do que o Japão hoje, que é o país mais envelhec ido do mundo hoje. O mais interessante é que hoje nós estamos chegando a ter mais pessoas com mais de 60 anos do que com pessoas de cinco anos. Daqui a uns poucos anos nós vamos ter mais pessoas com mais de 60 anos do que com pessoas com menos de 15 anos. Is to é revolucionário em termos de soc iedade. Hoje você observa claramente que a expectat iva de v ida está aumentando, mas o que alimenta a velocidade deste envelhecimento é nós termos menos jovens, é a taxa da fecundidade que comanda a velocidade e nós saímos na década de 70 com uma taxa de fecundidade com um número médio de f ilhos da mulher bras ileira de 5,8 e hoje é de 1,7, um fenômeno que mesmo geograficamente desproporc ional, atinge indiscriminadamente, todas as regiões do país . O que aparentemente pode parecer

uma conquis ta revela que na verdade o Brasil não esta preparado para esta mudança em vários setores. O primeiro mais importante é que nós não estamos formando os profissionais de acordo com este envelhec imento. Na área médica, por exemplo, nós estamos hoje formando médicos no Brasil para o século XX, eles aprendem tudo sobre crianc inhas, saúde materno-infanti l e mulher grávida e eles vão tratar cada vez mais de uma parcela da população que esta envelhecendo, de pessoas idosas, e não estamos falando do geriat ra mas do gastroenterologista, do endocrinologista, do cirurgião, do ortopedista, do médico de famíl ia. Evidentemente quando saímos de 21 milhões de pessoas idosas que temos hoje para 63 milhões, estas pessoas que estão se formando hoje, vão ter uma vida profissional de 40 anos, elas vão estar cada vez mais t ratando de pessoas idosas seja qual for a espec ial idade, a menos que faça pediat ria ou obstet rícia. Este erro de perspect iva já esta criando um erro muito grave, os médicos já não estão tendo como atender as demandas que já es tão acontecendo em relação a esta população. Mas além dos médicos, falando da soc iedade me geral, nós não estamos preparados no planejamento urbano, na arquitetura, na advocacia, com o f isioterapeuta,

Envelh ece r é b om, o ru i m é morrer ced o

A BUSCA DA LONGEVIDADEPrograma �Canal Livre

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com o nutricionista, a mídia que continua ainda caracterizando o idoso como gagá, que não tem com o que contribuir, isto tudo está nos levando a idolat rar a juventude, a não pensarmos num país que es tá envelhecendo e pensar no envelhec imento como uma coisa muito boa. Será que nós queremos voltar para o século passado e morrer aos 43 anos, acho que ninguém está interessado nisso, então temos que olhar de uma forma posit iva, mas pensando bem uma coisa que é profundamente complexa. Não adianta olhar para a Dinamarca, Canadá e o Japão e tenta copiar o que eles fizeram porque os países desenvolvidos, primeiro enriqueceram para depois envelhecer, nós es tamos fazendo o contrário, es tamos envelhecendo antes de enriquecer onde nós temos ainda bolsões imensos de miséria, com pessoas que vieram com uma carga de toda a vida, de exclusões, de problemas graves, de pobreza, de falta de acesso `a saúde, `a prevenção, a rendimento mínimo, e isso tudo faz com que você tenha uma massa de pessoas idosas que chagam mal, e vão continuar chegando mal ao final de suas vidas. Ou seja, se não f izermos nada estamos em uma rota certeira de colisão. No depoimento da economista e demógrafa do IPEA, o Ins tituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Ana Amélia Camarano, especialista em estudos sobre o envelhec imento da população brasileira ela diz: “Nós estamos caminhando para uma população que deverá diminuir a partir de 2030 provavelmente, e será uma população super envelhecida em um processo semelhante que está em curso no Japão atualmente. Na verdade ele é um processo que hoje ele es tá acontecendo ou já aconteceu em quase todo o mundo, inc lus ive na África sub-saariana. Na Europa ele começou no final do século XIX. Hoje a população

européia é uma população bastante envelhec ida. O idoso está assumindo papéis não esperados, tornando-se hoje o provedor principal em 25% dos lares brasileiros e apenas 11% da população brasileira é idosa, então há uma super representação da população idosa nos domicí lios brasileiros . A disponibi lidade da famíl ia cuidar do idoso hoje é muito menor do que no passado, então esta população que chega em algum momento em que prec isa ser cuidada, isto está sobrecarregando a família, as ins tituições de repouso são poucas e estão lotadas e não ex is te uma política intermediária. Viver muito é uma conquis ta social, diz Ana Camarano, ela acha que talvez a maior conquis ta social da metade do século XX.

V i v e r m u i t o é u m a

g r a n d e c o n q u i s t a Dr. Alexandre Kalache concorda que viver muito é uma grande conquista e nós temos que acordar para es ta conquista para não tornarmos a conquista do século XX num problema imenso. Ao prever uma possível colisão no futuro breve por não es tarmos planejando esta nova realidade, Dr. Kalache diz não estar sendo analista, mas estar tentando chamar a atenção para a nossa soc iedade, para os polít icos e todos os profissionais de que ex iste um fato novo, que nós es tamos neste transição demográf ica que não tem caminho de volta, nós vamos continuar envelhecendo e envelhecendo muito rápido e que nós temos que preparar esta soc iedade, uma soc iedade que ainda tem bolsões grandes de pobreza. A definição de idoso como aqueles a partir dos 60 anos é uma definição das Nações Unidas apesar de a maioria absoluta estar em plena condição de t rabalhar e de oferecer sua experiênc ia de vida para a

soc iedade. As empresas brasileiras já estão descobrindo isso aos poucos. Nós t ivemos a dois meses atrás uma manchete da Folha de São Paulo mostrando que a parcela que mais es tá crescendo na contratação para t rabalho é o grupo de 50 anos ou mais , porque es ta faltando mão de obra qualificada, está faltando experiência e isto tem que ser buscado onde não esta sendo aproveitado. Este aproveitamento do idoso que já tem experiênc ia é um fato que a iniciativa privada adotou. E outro aspecto revolucionário muito pos itivo da nossa soc iedade, que são as pensões soc iais que es tão sendo dadas hoje a quase 10 milhões de brasileiros, que não tiveram as oportunidades que nos tivemos, de ter empregos dignos, que pudéssemos contribuir para o nosso seguro soc ial e ter uma pensão no f inal da vida. Isto não é dos governos mais recentes , isto já vem de 12 a 14 anos, mas foi inventado, e consolidado na administ ração do pres idente Lula, e hoje nós temos este imenso número de pessoas que tem a fonte regular única da famí lia. E não só da família, os dois mil munic ípios mais pobres do Brasil tem hoje a sua economia girando em torno dessa pensão por que o resto v ive de trabalhos esporádicos, os chamados bicos. E is to não é um característ ica de uma região do país, como por exemplo poderia se pensar que aconteceria no Nordeste porque isto ocorre nas própria periferia de São Paulo. Uma pessoa de 80 anos, recebendo pela primeira vez aquela quantia certa todo mês, ou uma mulher que nunca trabalhou na vida de forma remunerada, e agora recebe aquilo e tem autonomia de decidir como gastar, o que você vai fazer, você não vai comprar maquiagem, por exemplo, a pessoa vai comprar comida para o neto, você vai comprar uma máquina de costura para sua fi lha contribuir para a renda familiar. Então a pessoa chega a um mercadinho e diz , o Sr. me

Viver muito é uma conquista social do século XX.

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desculpe, nós prec isamos de comida e eu pago no f inal do mês porque agora eu não tenho dinheiro, e a pessoa vai ter crédito. A auto-est ima que is to está proporcionando é revoluc ionaria. Sobre a Previdência Social no Bras il é um desafio cada dia maior com um déf ic it crescente, mas há um equívoco nesta discussão. Há algumas áreas aparentemente def icitárias, mas que a sociedade tem obrigação de garantir. Parece haver um consenso geral de se dar este amparo, essa renda mínima para esta parcela que sempre sofreu des igualdade e sempre foi exc luída. O equívoco es ta em colocar isso como déf icit, mas como invest imento e res tituição para estas pessoas que foram tão pouco privilegiadas durante a vida. Devemos colocar como déf ic it aqueles que são aposentados com aposentadorias estratosféricas comparado ao que acontece em outros países desenvolvidos, es te déf icit que foi de quase 100 bilhões no ano passado é quase duas vezes e meia o custo de um trem bala que vai do Rio para São Paulo. Nós temos que ter a coragem política e temos v isto muito pouca discussão concreta e técnica em relação a um tema tão importante como este. Deveríamos como meio de discussão, separar o que é setor público e privado e este é um tema interessante porque estamos sempre esperando que o governo vá resolver ou que ele tenha a obrigação enquanto o envelhec imento é um tema sério demais para deixar só nas mãos do governo. O setor privado vai ter que inc luir cada vez mais o assunto e há eventos que são posit ivos como, por exemplo, agora o Banco Bradesco lançar três prêmios, um para jornalismo, para quem escreva melhor sobre envelhec imento, um para acadêmicos, para que se faça mais pesquisa e o terceiro para que haja mais solidariedade entre o jovem e o idoso, sobre jovens escrevendo histórias de vida de

pessoas ordinárias , comuns do dia a dia, isto que nós estamos precisando.

N ó s e s t a m o s p r e c i s a n d o m a i s i m a g i n a ç ã o e m

e n f r e n t a r e s t e a s p e c t o ,

t r a z e r t o d a a s o c i e d a d e p a r a r e p e n s a r e l e m b r a r

q u e , o q u e m e l h o r p o d e a c o n t e c e r n o n o s s o

f u t u r o é e n v e l h e c e r ,

e n t ã o v a m o s n o s p r e p a r a r .

Acabamos de falar sobre a grande conquista da renda mínima com função social. Outra grande conquista soc ial que tivemos nos últ imos 20 anos é o fato de que nós temos hoje na Constituição Brasileira de 88, a saúde como um direito de todos, isso muda por completo porque se você envelhece com uma renda mínima e tem acesso a saúde, apesar de muita coisa que precisa ser feita, mas o fato de ser um direito onde as empregadas domésticas hoje, l igam e marcam suas consultas, quando no passado elas dependiam da beneficência e caridade duvidosa muitas vezes, de quem as empregava, is to tudo muda, es te direito a saúde, esta conquis ta é uma segurança que te dá, que é fundamental. Então, temos coisas que es tão boas, mas ainda precisamos fazer muito esforço como soc iedade como um todo para estarmos preparados para este desafio que temos pela f rente. Há algumas carências de entendimento do problema em áreas absolutamente fundamentais como, por exemplo, a área de medicina que nos deixa escandalizado em ver a falta de preparo que nos falta em relação a expectat iva que já é vis ível, e não existe no Bras il uma discussão sobre is to, não é um tema político, não é um tema de campanha eleitoral, não há centros que discutam isto com repercussão nac ional, ou seja, es tamos na

estaca zero. A mídia em geral não esta tratando do problema e muito pelo contrario, continua colocando os mesmos estereót ipos, colocando o velho com alguém que não tem nada pra contribuir, não falando dos aspectos pos itivos, não valorizando ou est imulando a solidariedade entre gerações, as nossas famí lias são diferentes das famílias em que nós crescemos, é o pai e a mãe com um filho ou dois no máximo e muitas vezes sem nenhum, como estas crianças vão ter familiaridade com o envelhec imento se elas não es tão aprendendo nem dentro de casa e é isso que nós temos que forjar, responder como soc iedade, e fac ilmente iríamos nos escandalizar com o despreparo de muitas outras áreas e diversos outros setores . Há quatro coisas fundamentais as quais eu chamaria não de envelhec imento saudável, mas muito mais amplo, que é o envelhec imento ativo, que é um processo de otimizar as oportunidades para a saúde, partic ipação, segurança e educação continuada. Nós precisamos ter saúde para participar na sociedade, precisamos da educação continuada para ter novos conhec imentos e ins trumentos para continuarmos contribuindo, mas temos que ter o quarto pilar que é a segurança. Qualquer país que se chame de civ ilizado, temos que ter a consciência de que entre aqueles mais vulneráveis e entre eles os mais idosos, de que se alguma coisa acontecer como ficar doente ou incapacitado, que vamos ser protegidos por um sis tema que esperamos que seja publico, mas que pode ser o privado, pode ser o do seu bolso, pode ser de um seguro, para que todos nós tenhamos a consc iência de poder dormir feliz, de colocar a cabeça no travesseiro e saber que ninguém vai ser deixado para t rás . Fonte: Extraido do Programa Canal Livre exibido no Youtube

Não há pauta política para se falar sobre o idoso

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Vamos mudar a cara da 3º idade?

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ACESSE www.facebook.com/Nova3idade

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A professora Mar tha de Fre itas Azevedo Pannunzio, de 74 anos, é de Uberlânc ia. Ela escreveu uma carta para a presidente Dilma que foi entregue em mãos. Vale a pena ler. É a voz de quem não se cala e não consente. Bom d ia , don a D i lm a ! Eu também ass ist i ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da c lasse média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, f iquei preocupada com o anúnc io do BRASIL CARINHOSO. Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalis ta? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Bras il crie um mecanismo bastante severo de controle dos

impulsos eleitoreiros dos seus execut ivos (pres idente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil . Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm f ilhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai est imular o convív io famil iar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para engordar sua renda. Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produz ir filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano quinquenal engenhoso de est ímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT. É muito fác il dar bom dia com chapéu alheio. É muito fác il fazer gracinha, jogar para a platéia. É fácil e é um s intoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.

Não falo pelos outros , dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, marx is ta, sobrevivente da ditadura mili tar e radicalmente nac ionalista. Eu jamais votei nem votarei num petista, simplesmente porque a cart ilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmát ico no mau sent ido, e delirante. Vocês são adeptos do quanto pior, melhor. São discric ionários, praticantes do bullying mais indecente da História do Brasil. Em 1988 a Assembléia Nac ional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Bras il uma Carta Magna bastante democrát ica e moderna. No seu Art. 5º es tá escrito que todos são iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta dispos ição, enfiando goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes : os beneficiários

R E V IS TA TE R C E IR A I D A D E

PROFESSORA�DE 74 ANOS�

BATE FORTE�NA PRESIDENTE

POLÍTICA

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das cotas e das bolsas-esmola. A partir de vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável. E a Constituição que vá para a pqp. Vocês selec ionaram estes brasileiros e bras ileiras, colocaram-nos no t ronco, como eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida de que são mal-nasc idos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza, publicamente, uma apartação étnica e social.E o PROUNI se transformou num balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem duv idosa, convalidadas pelo Ministério de Educação. Faculdades capengas, que estavam na UTI f inanceira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País . A Câmara Federal endoidou? O Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá, nesta trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma? Oi, por favor, alguém pare o t rem que eu quero descer! Uma escola pública decente, realis ta, s intonizada com um País empreendedor, com uma grade curricular objet iva, com professores bem remunerados, bem preparados, orgulhosos da carreira, fel izes, é disto que o Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, prof iss ionalizante. Para ontem. Nossa grade curricular é tão superf ic ial e supérflua, que o aluno chega ao final do ens ino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe regra de três . Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de suas capitais .

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Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz de fri tar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste. Nossos meninos e jovens leem (quando leem), mas não compreendem o que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com conhec imento de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da escola pública mineira, por opção polí tica e ideológica, apesar da humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou informando. Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se anunc iasse apenas duas dec isões: um programa nac ional de planejamento familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer is to? Eu ajudo. Releia Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de Darcy Ribeiro. Rev isite os governos gaúcho e fluminense de seu meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Conv ide o senador Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civ il torça o nariz. Ele tem o mapa da mina. A senhora se lembra dos CIEPs? É dis to que o Bras il precisa. De escola em tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas, miseráveis ou mil ionárias . Escola com quatro refeições diárias, escova de dente e banho. E aulas objetivas , evidentemente. Com bibl ioteca, auditório e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita horta, para aprendizado dos alunos e

abastecimento da cant ina. Escola adequada para os de zero a seis , para estudantes de ensino fundamental e para os de ensino médio, em ins talações individuais para um máximo de quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina de casa. De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os f inlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem. Aqui a evasão é exorbitante. Educação custa caro? Depende do ponto de vista de quem analisa. Só que educação não é despesa. É invest imento. E tem que ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente. Povo educado ganha mais, consome mais, come mais corretamente, adoece menos e recolhe mais imposto para as burras dos governos. Vale à pena invest ir mais em educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu, material ista convic ta. Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem nada a ver com controle de natalidade. Aliás , é a única medida capaz de ev itar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida indesejável, apesar de alguns países prec isarem recorrer a ela. Uberlândia, inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do planejamento famil iar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar es ta iniciat iva, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da mesma e dec laro is to sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com quem está falando. Senhora Presidenta, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do seu governo

Dona Dilma, Cada Delírio Seu, Quem Paga Sou EuPolítica

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como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater forte, se for prec iso. A primeira chibatada é o seu veto a este Código Flores tal, que ainda está muito ruim, prec isado de muito amadurecimento e aprendizado. O planeta terra é muito mais importante do que o lucro do agronegóc io e a histeria da reforma agrária fajuta que vocês estão promovendo. Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental. Exatamente por is to não perco a sensatez . Deixe o Congresso pensar um pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasí lia, bem ins talados e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para beneficiar seu partido e sua base aliada. Outros usaram? E daí? A senhora não é os outros. A senhora é a senhora, eleita pelo povo brasileiro para ser a pres identA do Brasil , e não a presidentA de um partidinho de aluguel, qualquer. Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro. Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do seu presente: as mães da classe média baixa, da c lasse média média, da classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com marido ou sem marido, que, junto com os homens produt ivos, geradores de empregos, pagadores de impostos , sustentamos a carruagem mil ionária e a corte perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada oportunis ta e voraz. A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao v ivo os beneficiários da Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefíc io.

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Estou firmemente convenc ida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de não solucionar o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma casta inoperante, parasita soc ial, sem qualif icação profissional, que não levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de propaganda institucional feita incessantemente pelo governo pet ista na última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro, a maioria qualif icada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os brasileiros e brasileira vão f icar chupando prego, entregues ao deus-dará, na ociosidade que os levará à delinquência e às drogas. Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para criar meus cinco fi lhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública, o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda es tá na es taca zero, com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de votar e ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no os tracismo soc ial, alienada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu ros to. Sem dignidade, mas com um tí tulo de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a favor do polít ico paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, es ta foi a escolha de vocês. A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta dec isão sem me consultar. Num país com taxa de cresc imento industrial

abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro-de-carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-famí lia, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras esmolas que tais . Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não ref rescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do Bras il miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de div idir, só para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital. Democrac ia é isto, minha cara. Transparênc ia. Não ofende. Não dói. Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE. Não sou impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e português. Por favor, corrija esta informação. Se eu mandar esta correspondênc ia pelo correio, talvez ela pare na Casa Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou concorde. O contraditório é muito saudável. Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança de zero a seis anos, é uma esmolinha bem ins ignif icante, bem insultuosa, não é não, dona Dilma? Carinho de presidentA da república do Bras il

A pobreza é consequência da esmola, corta que acabaPolítica

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neste momento, no meu conceito, é uma campanha ins titucional a favor da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois f ilhos . E mais c reche ins tituc ional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula, do laboratório, competente e bem remunerado. É ensino profissionalizante e gente capacitada para o mercado de trabalho. Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da corrupção escandalosa o meu assunto para esta cat ilinária. Mas não. Prefiro me ocupar de algo mais grave, muit íssimo mais grave, que é um desv io de conduta de líderes polít icos desonestos, chamado populismo, ut ilizado para destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as classes sociais menos favorec idas é indecente e profundamente desonesto. =Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos , exc luídos? Os miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos. Esta é a jogada. Suja. A televisão mostra ininterruptamente imagens de desespero soc ial. Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho. Enquanto is to, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente produz ida

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anuncia um programa de est ímulo à vagabundagem.Estamos na contramão da His tória, dona Dilma! Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da minoria de brasileiros e bras ileiras que mourejam dia após dia para sustentar a máquina extrav iada do governo pet is ta. Últ imo lembrete: a pobreza é uma consequência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro. Não me leve a mal por es te protes to público. Tenho obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu. Atenciosamente, Martha de Freitas Azevedo Pannunzio Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012 marthapannunz [email protected] CPF nº 394172806-78

Sai Dilma, chega...Política

REVISTA �TERCEIRA �IDADE��“A revista para �as pessoas com�experiência de�vida”��ACESSE:�www.�revista�terceiraidade.�com.br

PR ÓX IM A ED IÇ ÃO �ES PE CI AL N º 4�COM RE GINA D UA RTE

CAPA: REGINA DUARTE (65)

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Elisabeth Wagner

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Elisabeth Wagner começou dando aulas de inglês para os próprios filhos e chegou a ter 600 alunos por ano em São Paulo e aos 78 anos, não deixa de fazer o que mais gosta. Ela diz que trabalhou em outras coisas na v ida, foi secretária em quatro idiomas, alemão, francês, inglês e português, já foi aeromoça e já teve uma metalúrgica durante 14 anos, mas descobriu que naquilo que se formou, em línguas, de fato, é a sua vocação. Ela mora em Florianópolis com a filha Juliana e as duas abriram um novo caminho depois que alunos sentiram falta da professora desde que saiu de São Paulo. Começaram a produz ir vídeos caseiros para atender os antigos alunos, mas acabaram ganhando a rede. Desde maio de 2011, 37 v ídeos já foram postados e visualizados por cerca de meio milhão de pessoas em 25 países. Juliana, diz que o sucesso deve-se a s implicidade do método onde tentam não complicar. Em segundo lugar a simpatia de sua mãe Elisabeth. Elas asseguram que esta fórmula: “s implicidade e s impat ia”, aliada as ferramentas online, faz com que o curso que minist ram farão qualquer pessoa falar em um ano. Os vídeos são simples , não se encontram animações de alta resolução, cenários elaborados ou avançadas técnicas de edição. Os vídeos de Elisabeth contam só com desenhos caseiros e inst ruções simples de professora. Para a surpresa de educadores adeptos aos recursos high tech, ela acumula 115,6 mil acessos em um único vídeo em que ens ina inglês , postado na internet no ano passado.

As expos ições da jovial e elegante senhora de 78 anos comprovam que ainda há espaço para aulas tradic ionais, amparadas em metodologia e didática. As produções realizadas em uma casa no Porto da Lagoa, em Florianópolis , têm a tecnologia apenas como uma forma de divulgação, sendo postadas no Youtube. O método, para iniciantes no inglês, foi desenvolv ido por ela na década de 1960, quando surgiu a possibil idade da famí lia, que morava em São Paulo, se mudar para os Estados Unidos. Elisabeth precisaria fazer os f ilhos mais velhos, na época com cinco e seis anos, aprenderem a nova língua. Nessa tarefa, ajudou a experiência de viver em países da Europa desde criança, aprendendo com diferentes professores alemão, f rancês e latim, além do inglês.

Elisabeth diz que existem duas formas de ens inar: a complicada, que pode fazer com que eu me valorize, e a simples e objet iva, que vai fazer com que os alunos entendam e comecem a falar em pouco tempo. Ela diz que v iveu no naz ismo, no comunismo e mesmo ass im pode trabalhar, es tudar e construir uma vida. Agora, quer devolver tudo isso, ret ribuir relata, emocionada. Apreendi cedo de que a terceira lei da fís ica sempre func iona: ação e reação, causa e efeito, em inglês se diz : “What goes around, comes around”. Se eu gero boa energia, boa energia voltará para mim, já que é minha. Exemplos como o de Elisabeth são incent ivadores não só para idosos mas para os jovens, provando que determinação, inovação e vontade de ajudar os outros, não tem idade.

Renovação e Cr ia t iv idade não tem Idade

S E U S V Í D E O S E M 2 A N O S J Á A T I N G E M �M A I S D E M E I O M I L H Ã O D E A C E S S O S

ELISABETH WAGNER, 78 ANOS, USANDO TECNOL OGIA `A SERVIÇO DA EDUCAÇÃO

PROFESSORA DE INGLÊS DE 78 ANOS�FAZ SUCESSO NA INTERNET

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F I F T Y �MODE L S

WWW.F IF TYMODELS .COM.BR

Quando os c inquenta, invadiram minha pele e meu corpo percebi a rápida passagem do tempo e o quanto necess itava reverter o rumo de minha própria história. Ou deixava-me abater deitada no sofá, suspirando pelo passado e pelas perdas sofridas ou correria atrás dos meus sonhos . Resolvi levantar e seguir adiante. Sempre quis ser modelo , mas a v ida t raçou outros rumos. Casei, tive fi lho, tornei-me advogada, no entanto o sonho permanec ia ali, latente. Ao vivenc iar a própria maturidade observei o preconceito velado e atroz contra as mulheres de minha idade. Somos inexistentes ao mundo, embora tão atuantes na soc iedade. Dirigimos a casa e presidimos a nação, mas nosso lado feminino passa a ser ignorado, não temos a moda e a beleza atendendo as nossas necess idades nem mesmo vemos discut idos assuntos de nosso interesse.Tudo é voltado para a juventude e mais recentemente um pouco para a terceira idade. Mas nós, mulheres da meia idade, permanecemos esquec idas. Então arregacei as mangas. Resolvi realizar meu sonho de ser modelo profissional. Fiz curso de modelagem, tirei DRT e criei o primeiro grupo de mulheres bonitas com mais de c inquenta anos. A ideia foi mostrar à sociedade a nova mulher madura contemporânea: antenada, elegante e ativa. Lindas mulheres para a idade que tem e pela v ivenc ia adquirida pela passagem dos anos. Em nosso grupo há as belas de cinquenta e também com mais de sessenta e setenta.

Atletas, escritoras, psicólogas, advogadas, empresarias, professoras. Todas, com suas his tórias de coragem, superação, perdas e alegrias como é a v ida das maduras. Mulheres que o tempo manteve a beleza exterior, porque não se deixaram abater pelas pedras do caminho, souberam se preservar e manter v iva a beleza interior . Com esta garra, fomos à luta e começamos a desfi lar, fazer comerc iais, entrev istas, pontas em novelas e f ilmes e mostrar a nova cara da meia idade e também da terceira idade dos novos tempos.

A maturidade seja ela da quinta, sexta, sétima, oitava, nona década pode ser um tempo de paz e enriquec imento pessoal se conseguirmos conviver e aceitar nossas imperfeições, se entendermos as l imitações alheias, e principalmente se cuidarmos do fís ico, da mente e do espírito. Tudo passa, todos partirão. Estaremos conosco até o final, então sejamos amigos de nós mesmos. Acredite, a vida é uma dádiva que nos foi concedida para sermos felizes . Se chegamos até aqui, é porque já somos grandes vencedores.

FIFTY MODELS�ONDE A BELEZA E O TALENTO�NAO TEM IDADE

Maria Rosa von Horn, 55 anos, �modelo, advogada, escritora, �criadora do primeiro grupo de �modelos bonitas, �com mais de 50 anos .

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R E V IS TA TE R C E IR A I D A D E

Su e li�6 0 an o s

Ve ra �63 a n o s

modelos fi fthymodels com mais de 60

Merc edez �76 anos

A n to n ia �7 3 a no s

Mar inez�59 anos

Neste mês vou fazer 37 anos de casamento, tenho dois filhos homens, o mais velho casado que nos deu uma neta linda que hoje está com 6 anos, trabalho na Prefeitura de São Paulo há 22 anos, adoro meu trabalho, acho que este é o principal fator que contribui para me manter jovem e bem disposta. Meu lazer, é fazer caminhadas, viajar e para manter o corpo, procuro me alimentar com alimentos naturais, frutas, verduras, tomo cuidado nas quantidades e uso sempre filtro solar para evitar o envelhecimento precoce da pele. Tomei conhecimento através da internet que havia muitas modelos de mulheres acima dos 50 anos, então conheci a FiftyModels, e tem sido muito legal. Já fiz alguns trabalhos na TV, minha família apoia e quando me dizem que não pareço que tenho 60 anos digo que é estar bem com a vida, mesmo nas horas mais difíceis, não se abater porque tudo passa e a vida continua. As fotos da capa e da reportagem são do fotógrafo Luiz Vilela, especializado em fazer books para mulheres maduras - www.luisvilelastudio.com

SU EL I F AC IO LO , 6 0 AN O S�CA PA D A R EV IS T A TE RC E IR A ID A DE

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C om a correria do dia a dia, a falta de tempo para prat icar exercícios tornou-se a grande vi lã da saúde, junto com outros fatores , tais como o estresse e a alimentação inadequada. Tempo para meditar então, nem pensar! Com isso, a prática de at ividades físicas e o cuidado com a mente acabam ficando em segundo plano, sendo procurados apenas quando surge um problema de saúde. Quando se fala em T`ai Chi Chuan é comum as pessoas associarem essa atividade aos idosos, que são, de fato os princ ipais prat icantes. Eva Julianna Medveczky mostra que o T`ai Chi Chuan não é apenas a prát ica de uma ativ idade física e sim uma forma de integrar a mente e o corpo aos elementos da natureza, pois de acordo com a filosofia taoísta, o universo todo está conectado.

Conhecendo a arte do T`ai Chi Chuan como uma f ilosofia e não apenas como uma at ividade fís ica, é possível potencializar os benefícios desta milenar prát ica chinesa. Com ilus trações que ensinam o passo a passo dos mov imentos, é possível prat icar o T`ai Chi Chuan de maneira autodidata. A autora traz as técnicas para controlar a respiração e relaxar, de forma que a meditação s irva como ferramenta para atingir o equilíbrio, além de comparti lhar cases de pessoas que tinham doenças crônicas graves e foram curadas através do T`ai Chi Chuan. O livro é leitura obrigatória para quem se preocupa com o bem estar do corpo e da mente e que quer conhecer mais sobre esta ativ idade como f ilosofia e como arte.

Edito ra Qualymark Formato: 14x21 cm Total de páginas: 128 Preço de capa: 19,90 ISBN: 978-85.-414-0054-1 Sobre a au to ra Eva Julianna Medveczky é Presidente e fundadora da Associação Cultural Sul Fluminense de T`ai Chi Chuan e professora de artes marciais chinesas. Formada na Suíça e na China, também é terapeuta corporal e respiratória. Minist ra cursos no Brasil e no exterior e trabalha com idosos no Centro de Prevenção a Saúde do Idoso, na Associação de Aposentados e Pens ionistas de Volta Redonda.

T`ai Chi Chuan �e a Ecologia do SerVai além da simples prática �da atividade física

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Com autoconhecimento e v ivendo naturalmente as realidades, essa pode ser uma fase de trans ição, onde sonhos e objetivos se tornam metas acessíveis de atingir. Div idido em t rês partes: Aposentadoria. Transição e Mutação; Ress ignif icando os afetos e a polifonia do amor; e Qualidade de vida após a meia-idade, o livro, de forma bem didát ica, e, enriquec ido com citações de filósofos, escritores e grandes compos itores; ensina a encarar esse momento da vida como uma etapa vencida, onde novas ressignificações v itais se fazem necessárias . Esta é uma obra indicada para quem vai se aposentar, quem já se aposentou, para grupos de RH trabalhar o assunto nas empresas, e quem mais est iver interessado. Afinal, todo jovem se aposentará !

A obra comprova que se aposentar é um importante processo de evolução. Atire a primeira pedra quem nunca se viu perdido, com dúvidas, ou, no mínimo, curioso, quanto a aposentadoria e todo o seu processo. Quando é a hora de parar de trabalhar? Como será o relacionamento com a famíl ia? Qual o impacto dela no orçamento da casa? Muitos se imaginam velhinhos, em uma cadeira de balanço, dormindo boa parte do dia, e deixando a outra para ass ist ir televisão e ler jornal. Contradizendo essa expectativa, hoje as pessoas se aposentam na faixa dos 50/60 anos, e, graças a evolução humana e longev idade, continuam com muita dispos ição para v iver os próx imos 20 anos! Sim, se aposentar não significa parar com tudo.

Edito ra Qualymark Dados Técnicos: Formato: 14x21cm Número de Páginas: 160 Preço de capa: R$ 29,90 Peso: 0,220 ISBN: 978-85-414-0050-3 Sobre o au to r: Dulcinéa da Mata Ribeiro Mon te iro Nascida em São João Del Rei-MG e radicada no Rio de Janeiro desde 1976, Ps icóloga, Gerontóloga. Professora Univers itária em Geriat ria e Gerontologia-UERJ e Palestrante na área de Recursos Humanos.

Aposentador iaO m o m e n t o d e v i v e r �

c o m q u a l i d a d e

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A RUTIS (Associação Rede de Universidades da Terceira Idade) é uma Inst ituição de Ut ilidade Publica e a entidade representat iva das Universidades Seniores (UTIs) Portuguesas. A RUTIS é também a ent idade cert ificadora das UTIS, através do Instituto Português da Propriedade Industrial, e a representante nacional junto da Associação Internacional de Universidades da Terceira Idade e da UNESCO na II Assembléia Mundial do Envelhecimento. A idéia de criar uma assoc iação representat iva e de apoio às Universidades Seniores surgiu durante o I II Encontro Nac ional de UTIs que decorreu em Almeirim, sob a organização da Univers idade Sénior de Almeirim. Nesse encontro os dirigentes presentes referenc iaram a necessidade de criar uma rede que unisse as 30 UTIs existentes na altura. Assim surgiu a RUTIS que foi c riada oficialmente a 21 de Novembro de 2005.Desde essa data que temos desenvolvido um profícuo t rabalho em prol das UTIS, dos seniores e do envelhec imento act ivo que se ref lec tem nas parcerias firmadas, nas ac tividades desenvolvidas, nos trabalhos publicados e no número crescente de membros. Todas as nossas acções envolvem directamente os seniores e as UTIS em act iv idades conjuntas , das quais destacamos as Reuniões do Conselho Geral, os Encontros Nac ionais de UTIs, o Concurso de Cultura Geral e os Festivais de Mús ica e Teatro Sénior. Convido-vos a visitarem melhor o site para conhecerem o universo das UTIs em Portugal e se forem ou quiserem ser uma UTI a juntarem-se a nós. A RUTIS edita uma revista “RUTI Sénior” a cores, com notícias das e para as UTIs . O projecto iniciou com o formato de jornal tendo em 2012 passado para o formato rev is ta.

As Universidades Seniores (UTIs) são a resposta sóc io-educativa, que visa criar e dinamizar regularmente act ividades sociais, culturais, educac ionais e de convív io, preferencialmente para e pelos maiores de 50 anos. Quando existirem act ividades educativas será em regime não formal, sem fins de certi ficação e no contexto da formação ao longo da vida”. As Universidades Seniores, Universidades da Terceira Idade ou Academia Seniores, independente da denominação são sempre um espaço priv ilegiado de inserção e partic ipação soc ial dos mais velhos. Através das várias ac tiv idades desenvolvidas pelas UTIs (aulas , vis itas, of ic inas, blogs, rev is tas e jornais, grupos de música ou teatro, voluntariado, etc) os seniores sentem úteis, ac tivos e partic ipativos. Existem milhares de UTIs no mundo inteiro, com base no exemplo francês ou no exemplo inglês, e apesar da primeira UTI ter surgido em Portugal apenas três anos após a criação da primeira em França, em 1973, só nos últ imos cinco anos este modelo se implantou verdadeiramente com o nasc imento de dezenas de novas UTIs , passou de 30 em 2001 para 112 em finais de 2008.No modelo francês as UTIs são criadas pelas universidades tradic ionais, tem professores remunerados, garantem cert ificação e seguem um modelo mais formal. No modelo inglês , que Portugal segue, as UTIs nascem no seio de organizações sem f ins lucrativos, os professores são voluntários, são mais informais e não garantem certif icação. Em Portugal as UTIs estão representadas pela RUTIS e são um exemplo de vital idade da sociedade civ il e envelhec imento act ivo. As UTIs nac ionais são frequentadas maioritariamente por mulheres, entre

os 60-70 anos, com graus de ins trução variável, desde a 4ª classe ao Doutoramento e essenc ialmente por reformados. A RUTIS tem procurado, nas suas act ividades, promover o envelhec imento act ivo, sendo este “o processo de opt imização de oportunidades para a saúde, partic ipação e segurança, no sentido de aumentar a qualidade de vida durante o envelhec imento” (OMS, 2002).O envelhec imento pode ser estudado em duas perspectivas , a demográf ica e a indiv idual. O envelhec imento demográfico das populações verif ica-se na maioria dos países desenvolvidos devido a diversos factores, nomeadamente à diminuição da natalidade, fecundidade e mortalidade e ao aumento da esperança média de vida. O envelhec imento individual corresponde às modificações biológicas e psicossociais que ocorrem com o passar dos anos. Perante as proporções que o envelhec imento populacional está a atingir, o princ ipal desaf io que se impõe hoje às sociedades cons is te em permitir que as pessoas não só morram o mais tardiamente possível, como também desfrutem de uma velhice com qualidade de vida. A OMS, no final do século XX, substituiu o conceito de envelhec imento saudável pelo de envelhec imento act ivo, no sentido de melhorar as oportunidades de saúde, de partic ipação e de segurança. Surgia ass im um novo paradigma na velhice que identificava as pessoas mais velhas como membros integrados na soc iedade em que v ivem. Desta forma, o envelhecimento ac tivo visa a manutenção da autonomia e da independênc ia, quer ao nível das act ividades básicas de v ida diária (AVD), quer ao nível das actividades ins trumentais de v ida diária (AIVD), a valorização de competênc ias e o aumento da qualidade de vida e da saúde.

PORTUGAL E O ENVELHECIMENTO ATIVOO segredo de um envelhecimento bem sucedido é a forma como se prepara a velhice, �pois os comportamentos adotados ao longo da vida ref let ir-se-ão na fase f inal desta.

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