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Revista Universitária "Perspectiva: Ações & Pesquisas Educacionais"

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Revista experimental produzida por Lanna Sant'Anna para a disciplina de "Planejamento e Produção de Revista (1º/2015)" do curso de Jornalismo na Faculdade Anhanguera de Brasília, sob orientação do docente Marcos Fernandes. Criada com o objetivo de mostrar ações, resultados e projetos na área de educação em Brasília, a revista de edição única foi realizada pela vontade de abrir o olhar para a área empreendedora pedagógica e de ensino. O conteúdo, voltado para o público adulto, é apresentado de forma diversificada com reportagens de projetos em atuação em escolas, universidades, além de mostrar como pesquisas científicas podem colaborar para o melhor desenvolvimento de estudantes.

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Do primário ao ensino médio, direito obrigatório do Estado, somos nor-teados por educação. Há quem diga que nunca usaremos aquela equação em matemática, nem precisaríamos saber do sistema político de dois sé-culos passados em configuração aos dias atuais e tão pouco a virgula para quê virgula. O que se aprende no hoje é levado para a vida. Independente do nível de compreensão.

Este semestre, a oportunidade de produzir uma revista sozinha me atingiu em cheio. Porém, a felicidade veio quando delimitei a temática que me inspira: Educação. Aqui você verá projetos que acontecem dentro e fora da sala de aula, e que são transformadoras na sociedade.

Esta edição foi feita com muito suor, amor e carinho. Inspire-se.Lanna Santanna

Aprender cálculo 1, disciplina obrigatória em engenharia, nunca pareceu tão fácil com quadro ao ar livre e em formato de jogos.

Para entender a ciência não é preciso mais de livros densos, termos técnicos e muito laboratório experimental... Com canal de vídeos, amigos realizam divulgação científica de modo divertida e didática.

Com a quebra de estereótipos, meninas tem cada vez mais a paixão por robôs e suas variáveis. Projeto de extensão leva aulas gratuitas para garotas ainda no ensino médio sobre robótica.

Fora do ambiente escolar, crianças crescem cada vez mais sendo educados em casa. O homeschoolling ganha adeptos no Brasil. Conheça aspectos dessa prática.

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CARTA DA EDITORA

ÍNDICE

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O dom de ensinar matemáticaReportagem EspecialFotografias Dani Lima

Ações interativas e jogos didáticos vêm ganhado espaço em âmbito

universitário. Ricardo Fragelli, docente da Universidade de Brasí-

lia, é exemplo singular disto.Há mais de 5 anos desenvolve pro-jetos que envolvem a disciplinas na área de exatas. O esforço rende até hoje melhora no rendimentos dos alunos, maior interação na sala de aula, integração fora do ambiente

escolar e premiações.Confira a íntegra da entrevista

INOVAÇÃO

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Ricardo Fragelli: “Os projetos mais importantes são o Rei da Derivada (RDD), o Summaê e, mais recentemente, os Trezentos. O Rei da Derivada é um jogo de aprendizagem em que os alunos vão ao quadro e resolvem ques-tões elaboradas pelo professor. Já o Summaê é uma aula de exercícios no estilo de show de auditório em que as perguntas são feitas por meio de ví-deos criativos e que, em muitos deles, há celebridades, como Marcos Pon-tes, Rafinha Bastos e vários outros. E para trabalhar a ideia de colaboração, união e cumplicidade, o Trezentos foi criado. A ação consiste na possibili-dade dos alunos que não se saíram bem em alguma avaliação terem a possi-bilidade de refazê-la, desde que realizem algumas atividades de estudo em grupos liderados por alunos que possuem um domínio maior do conteúdo.

Ações desenvolvidas

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RF: “Tornar a aprendizagem mais atraente e significativa para o estu-dante. Além disso, lutar contra um quadro de desnivelamento, desinte-resse e isolamento que geralmente acontece nos anos iniciais dos cur-sos de Engenharia e de Exatas. Esse contexto é altamente prejudicial e leva a um alto índice de reprova-ção”.

RF: “Houve desde o primeiro mo-mento um clima de cooperação que envolve também os professores, es-tudantes veteranos, funcionários e pessoas da comunidade! Frequen-temente recebemos visitas de cole-gas de outras Instituições de Ensino Superior do DF e de outros estados brasileiros.”

RF:”Com as atividades lúdicas con-seguimos uma aprendizagem muito mais ativa e integradora, aumentan-do o interesse dos alunos pela ma-téria. Contudo, o projeto Trezentos resultou em uma turma com muita cumplicidade e engajamento.”

RF:”O mais significativo foi promo-vido pela Universidade de Brasília: Primeiro lugar no “Concurso de Experiências Inovadoras sobre Tec-nologias de Informação e Comuni-cação no Ensino Superior” ofereci-do pela ADM/UnB com o apoio da CAPES. Isso mostrou que a minha Instituição valorizava esse tipo de iniciativa, o que me motivou bas-tante!”

Se conseguimos motivar pessoas que não estão na escola e

que geralmente já possuem uma visão

negativa da matemática, como

não conseguir motivar aqueles que estão na

sala de aula? Algo está errado!

”“

Porque usar abordagensdiferenciadas?

Interação

Resultados em sala de aula

Prêmios

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RF: “Todos são feitos em ambiente dinâmico e com muitos colaborado-res, portanto, estão sempre sendo aperfeiçoados e levados para no-vos contextos. O Rei da Derivada já foi feito em escolas dos Ensinos Médio e Fundamental e no ano de 2014 foi feito em ambiente não es-colar. O principal objetivo foi ver se conseguiríamos atrair a atenção dos usuários da rodoviária do Gama utilizando apenas um quadro, al-guns pincéis e a dinâmica do Rei da Derivada. Em alguns minutos de atividade já havia um aglomerado em torno do quadro e nos questio-namos: “Se conseguimos motivar pessoas que não estão na escola e que geralmente já possuem uma vi-são negativa da matemática, como não conseguir motivar aqueles que estão na sala de aula? Algo estáerrado!”

Novos projetos ereformulações

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Universo e psicologia a um clique

AR: Não há padrão de como o tema nasce. Boa parte deles foi inspira-ção de áreas que já estudei. O im-portante é pensar em um tema inte-ressante, e como algo legal poderia ser dito sobre esse assunto. A par-tir disso há muita pesquisa. Tam-bém usamos sugestões que recebe-mos nos comentários dos vídeos.

AR: No começo, não sabíamos o que esperar. Nós nos baseamos em um formato que é vastamente usa-do em outros canais estrangeiros. Nossa sorte é de ter a oportunida-de de termos um ilustrador extre-mamente talentoso. Acho que isso aliado ao fato de divulgarmos mui-ta coisa sobre psicologia, uma área de ciência que não costuma ser o foco de canais como o nosso, tam-bém ajudou a chamar a atenção.

Com o avanço da tecnologia, a internet se tornou um amplo

meio de informações de forma prática e rápida. Percebendo essa virtude, os amigos André Rabelo, Pedro Costa e Pedro Francisco (Chicão) se uniram e criaram o canal Minutos Psíquicos.

No espaço são divulgadas sema-nalmente temáticas que tratam de questionamentos da vida cotidia-na ligados à neurociência, psicolo-gia, medicina e filosofia.

Para André Rabelo, formado em Psicologia e um dos idealizado-res, explica que o envolvimento na pesquisa foi algo natural. E por conta disso, se tornou blogueiro da rede ScienceBlogs.

“Foi a partir de discussões no ScienceBlogs [a maior plataforma de blogs sobre Ciência do mundo] que fui alimentando a ideia do projeto, pois me parecia que esse formato era atrativo”, explica Ra-belo.

As ilustrações e a área abordada [psicologia], foram os fatores con-tribuintes para chamar atenção do público. De maneira didática e humorada, se aprende sobre sen-timentos, emoções e outros assun-tos da existência humana. Acesse

Youtube/Minutospsíquicos

Isa Lima/UnB Agência

PLAY!

Talento e conhecimento. É aformula do sucesso?

Temáticas

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P ara estimular a entrada feminina no mercado de trabalho nas áreas tec-nológicas e também desenvolver competências técnicas existentes nelas,

surgiu a ideia do projeto “Meninas na Computação”. A iniciativa veio das pro-fessoras Aleteia Patrícia, Maria Emília Machado e Maristela Holanda, do De-partamento de Ciências da Computação da Universidade de Brasília (UnB).

A parceria começou no colégio público Paulo Freire, localizado em Brasília, onde ocorrem aulas e instruções todas as sextas-feiras do ano letivo. Carlos Alberto, professor de matemática na escola, entre-ga kits de montagem de automação e orienta as alunas participantes.

O intuito é que as meninas tenham a possibilidade de conhecer a com-putação através de experimentações lúdicas. E, que ainda no ensi-no médio, possam usar a matemática e física para desenvolver o ra-ciocínio lógico. E assim, atrair meninas para as áreas universitárias onde o público ingressante é majoritariamente formado por homens.

“É uma realidade, a mulher ainda é minoria nos cursos de engenha-ria e computação”, explica Aleteia Patrícia. Um exemplo disso é In-grid Lopes, do 2º semestre de Ciência da Computação na Universi-dade de Brasília. Ela é a única mulher em uma turma de 40 alunos.

Computação para meninas

Recentemente, algumas empresas multinacionais, como a HP Brasil, criaram comissão dentro da organi-zação para incentivar a participação de mulheres entre os executivos e reter talentos. “É uma onda mun-dial das empresas. A indústria ne-cessita disso, de ideias divergentes”, ressalta Aleteia Patrícia, atual coor-denadora do projeto.

Conheça através do sitemeninas.cic.unb.br

Isa Lima/UnB Agência

NO MUNDO

TECNOLOGIA

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A rotina diária de estudos começa cedo, após o café da manhã. Aten-

tas, as crianças observam as explica-ções da professora, fazem perguntas quando as dúvidas aparecem e seguem as orientações antes de darem início às atividades propostas para a assimila-ção dos conteúdos que seguem diretri-zes do Ministério da Educação (MEC).

Típica de qualquer escola brasileira, a cena guarda um detalhe que faz toda a diferença: a aula é dada na sala de es-tudo da casa de Mariana* (nome fictí-cio), em São Paulo.

A família é uma entre as mais de mil em todo o país que praticam o chama-do Homeschooling, traduzido para o português como educação domiciliar. A estimativa é da Associação Nacional de Ensino Domiciliar (Aned), com base no cadastro daquelas que contatam a entidade com frequência. Mas há for-tes desconfianças de que o número seja bem maior, podendo chegar a 2 mil, e que esteja em crescimento. Isso porque tornam-se cada vez mais comuns gru-pos de discussão sobre o tema na inter-net, bem como no interesse acadêmico.

A dificuldade para a obtenção de infor-mações mais precisas sobre as famílias que decidiram educar seus filhos em casa faz todo sentido: embora não seja proibida – e nem recomendada – pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), essa modalidade de ensino não é reconhecida e nem regu-lamentada por lei no Brasil. O mesmo não ocorre no resto do mundo: a ho-meschooling está regulamentada em 64 países.

Educação domiciliar no Brasil

Na falta de regras, os pais-educadores enfrentam insegurança jurídica: mes-mo conduzindo uma rotina intensa e organizada de estudos com seus filhos, podem ser indiciados por “abandono intelectual” – daí o fato de muitos deles preferirem o anonimato que mascara as estatísticas.

Na tentativa de regularizar a prática e evitar que tantos casos continuem chegando aos tribunais, o deputado federal Lincoln Portela (PR-MG) pro-pôs o Projeto de Lei 3179, de 2012. Se for aprovado, vai acrescentar um pa-rágrafo ao artigo 23 da LDB, tornan-do “facultado aos sistemas de ensino admitir a educação básica domiciliar, sob a responsabilidade dos pais ou tu-tores”. A proposta, que já teve parecer favorável da Comissão de Educação da Câmara, prevê supervisão e avaliações periódicas da aprendizagem por órgãos oficiais.

Autoria de Cida de Oliveira e Sarah Fernandes, da Rede Brasil Atual (RBA)

HOMESCHOOLING

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Anhanguera EducacionalFaculdade Anhanguera de Brasília

Diretor Leandro CerruttiCoordenadora de Comunicação Social Laura Farias

Professor Marcos Fernandes

Editora-Chefe Lanna Sant’AnnaReportagens Lanna Sant’AnnaIlustração Stéphane Valadares

Fotografias Isa Lima, Dani Lima

PERSPECTIVA: Ações e Pesquisas EducacionaisRevista Experimental Universitária

Planejamento e Produção de RevistaFaculdade Anhanguera de Brasília

[email protected]

Edição Única | Junho de 2015

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