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Edição 174 | Ano XXV | www.aborlccf.org.br Páginas Azuis: Presidentes eleitos das Academias revelam planos para os próximos dois anos O que diz a Lei: Recusa terapêutica e objeção de consciência Conquistas da ABORL-CCF: Brasil recebe pela 1ª vez Simpósio Internacional de Rinossinusites e Pólipos Nasais Congresso Brasileiro: programação científica abrangente e presença de muitos convidados internacionais estão entre os destaques

Revista VOX #174 - ABORL-CCF · Simpósio Internacional sobre Avanços Recentes em Rinossinusites e Pólipos Nasais, que contou com a participação de mais de 20 médicos do exterior;

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Edição 174 | Ano XXV | www.aborlccf.org.br

Páginas Azuis: Presidentes eleitos das Academias revelam planos para os próximos dois anos

O que diz a Lei:Recusa terapêutica e objeção de consciência

Conquistas da ABORL-CCF:Brasil recebe pela 1ª vez Simpósio Internacional de Rinossinusites e Pólipos Nasais

Congresso Brasileiro: programação científi ca abrangente e presença de muitos

convidados internacionais estão entre os destaques

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Diretoria 2019PresidenteDr. Luiz Ubirajara Sennes - São Paulo (SP)

Primeiro Vice-Presidente Dr. Geraldo Druck Sant”Anna - Porto Alegre (RS)

Segundo Vice-Presidente Dr. Eduardo Baptistella - Curitiba/PR

Diretor-SecretárioDr. Ronaldo Frizzarini - São Paulo (SP)

Diretora-Tesoureira Dra. Renata Dutra de Moricz - São Paulo (SP)

Diretor-Secretário AdjuntoDr. Eduardo Macoto Kosugi - São Paulo (SP)

Diretor-Tesoureiro AdjuntoDr. Joel Lavinsky - Porto Alegre/RS

PRESIDENTES DOS COMITÊS

Comitê de Eventos e CursosDr. Vitor Guo Chen - São Paulo (SP)

Comitê de ComunicaçãoDr. Ricardo Landini Lutaif Dolci - São Paulo (SP)

Comitê de Educação Médica ContinuadaDra. Roberta Boeck Noer Pilla - São Paulo (SP)Comitê de Ética e DisciplinaDr. Roberto Campos Meirelles - Rio de JaneiroComitê de Residência e TreinamentoDr. Ali Mahmoud - São Paulo - SPComitê de Título de EspecialistaDr. Rodolfo Alexander Scalia - São PauloComitê de Defesa ProfissionalDr. Casimiro Villela Junqueira Filho - Rio de JaneiroComitê de Planejamento EstratégicoDr. Jose Eduardo Lutaif Dolci - São Paulo

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ulga

ção ABORL-CCF

Mensagem do

PRESIDENTELuiz Ubirajara Sennes

Chegamos à última edição da Vox Otorrino em 2019 comemorando o sucesso do 49º Con-gresso Brasileiro. Trazemos aqui a cobertura

completa desse evento, para que todos os colegas da espe-cialidade possam acompanhar tudo o que presenciamos durante os quatro dias de encontro.

Presidir um evento dessa magnitude mostra a importância da gestão de uma das mais respeitadas sociedades de especialidade.

Um dos maiores diferenciais desse evento foi a parceria entre ABORL-CCF e Academia Brasileira de Rinologia que trouxeram, pela primeira vez ao Brasil, o 12º Simpósio Internacional de Avanços Recentes em Rinossinusites e Pólipos Nasais.

Outras ações se destacaram durante o evento, como o “Dia a dia do Consultório”, “II Encontro Multiprofissional” e do “III Encontro das Mulheres Otorrinolaringologistas”.

Realizamos, ainda, os lançamentos dos livros “Otoneurologia Clínica - 2ª edição” e “Eletrofisiologia. As obras foram disponibilizadas para venda com preço promocional durante o evento. Merece destaque também o número expressivo de 866 trabalhos científicos aprovados para o 49º Congresso Brasileiro.

Não poderia deixar de agradecer aos nossos patrocinadores e parceiros, pois a grandeza de um

Congresso demanda investimentos expressivos, viáveis graças a parceiros desse nível.

Estamos chegando ao final de nossa gestão. Enfrentamos importantes ameaças ao exercício profissional impostas aos médicos sem que tivesse havido qualquer forma de debate ou negociação. Embora não tenhamos conseguido entregar ao associado resultados efetivos em muitas delas, estamos com a consciência tranquila de que fizemos o que estava ao nosso alcance para tentar obtê-los.

Por outro lado, conseguimos fazer uma reforma estatutária aprimorando-a e garantindo maior agilidade para ABORL-CCF atuar na valorização e formação do colega otorrinolaringologista, desde seu treinamento na residência e estágios, até sua atuação profissional.

Finalizo agradecendo toda ajuda dos Drs. Ronaldo Frizzarini e Renata de Moricz, meu secretário e tesoureira, que se despedem da diretoria, enquanto eu assumirei a presidência do Conselho Administrativo e Fiscal no próximo ano. Desejo todo sucesso ao novo presidente, Dr. Geraldo Druck Sant’Anna, sua Diretoria, Comitês, Comissões e Departamentos, que junto com os brilhantes funcionários da ABORL-CCF, com toda certeza darão continuidade e aprimorarão as inúmeras tarefas desempenhadas pela Associação.

Um bom Natal e feliz ano de 2020 a todos!

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Carta ao leitor

Congresso Brasileiro: 49ª edição do evento é realizada em Brasília

Páginas Azuis: Entrevistas com os novos presidentes das Academias

Conquistas ABORL-CCF: Simpósio Internacional de Rinologia pela primeira vez no Brasil

Conduta Médica: Publicidade na atividade médica

Gestão e Carreira: A importância da atualização permanente

ABORL-CCF em Ação: Comissão de Relações Internacionais

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Internacional: Congresso da Academia Americana e Mundial de Plástica da Face

O que diz a Lei: Recusa terapêutica e objeção de consciência

Educação Médica Continuada

Qualidade de vida: Exercício diário como forma de manter o bem-estar

HumORL

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VOX Otorrino

Presidente:Dr. Luiz Ubirajara Sennes

Comitê de Comunicações: Ricardo Landini Lutaif DolciAlexandre Beraldo Ordones Andre Alcantara Csordas

Davi Knoll RibeiroEdson Ibraim Mitre

Fabrizio Ricci RomanoHormy Biavatti Soares

Ingrid Helena Lopes de OliveiraLuiz Fernando Manzoni Lourençone

Assistente de Comunicação da ABORL-CCF:

Eduardo Vianna

Conteúdo jornalístico:AG Comunica

Jornalista responsável:Renato Gutierrez

Fotos:Charles Damasceno

Raphael GalloSandro Damasceno

Diagramação:Ronaldo Lopes TesserLeandro Galha Sgobbi

Produção:Eskenazi Indústria Gráfi ca

Fone: (11) 3531-7900

Periodicidade:Bimestral

Tiragem:6.500 exemplares

Os artigos assinados são de inteira respon-sabilidade dos autores e não refletem, ne-cessariamente, a opinião da ABORL-CCF.

Espaço do leitor

Sugestões de pauta, críticas ou elogios? Fale conosco:[email protected]

(11) 95266-1614

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CF CARTA AO

LEITORDr. Ricardo Landini

Lutaif Dolci

Trabalho e consolidação

Presidente do Comitê de Comunicações

Chegamos à última edição da VOX Otorrino de 2019 com o sentimento de dever cumprido. Ao longo de mais um ano de muito trabalho, di-versos desafi os foram enfrentados e vencidos pela presidência, diretoria

executiva, comitês, comissões e equipe de colaboradores.Tivemos um ano de muita luta em questões de defesa da especialidade, tais

como pacotização, telemedicina e invasão profi ssional. Temas que afl igem todos nós, mas, estejam certos, continuaremos trabalhando para resguardar os direitos conquistados.

Neste ano a ABORL-CCF promoveu a IV edição do Combined Meeting; os cursos UP! Evolution, com transmissão online para que os interessados pudessem participar de qualquer local; os cursos itinerantes, em diferentes cidades do país; Alergia em Foco; Medicina do Sono; e o curso de Eletroneurofi siologia.

Também trabalhamos no apoio e divulgação de diversas campanhas de prevenção e conscientização à população, como a Semana Nacional da Voz, o Dia Mundial do Sono, a Semana da Tontura e a Campanha Respirar 2019.

O 49º Congresso Brasileiro foi um sucesso! E não seria diferente, graças à dedicação e esforço de todos os envolvidos na organização do evento e na elaboração da grade científi ca. Recebemos, pela primeira vez no Brasil, o 12º Simpósio Internacional sobre Avanços Recentes em Rinossinusites e Pólipos Nasais, que contou com a participação de mais de 20 médicos do exterior; promovemos encontro multiprofi ssional, “dia a dia no consultório”, dissecção de cadáveres, entre muitas outras atividades aos congressistas participantes.

Por fi m, a virada de mais um ciclo se aproxima. Celebre as conquistas alcançadas, renove as esperanças e esteja aberto a novas oportunidades, pois elas certamente surgirão. Excelentes festas a todos e um 2020 repleto de boas notícias!

Ricardo Landini Lutaif Dolci

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CONGRESSO BRASILEIRO

Programação científica abrangente, intensas atividades

e presença de muitos convidados internacionais

49ª edição do encontro foi realizado de 30 de outubro a 2 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil

Renato Gutierrez / Fotos: Divulgação

A 49ª edição do Congresso Brasileiro promo-vido pela ABORL-CCF foi concluída com balanço altamente positivo. Durante os qua-

tro dias do evento, as salas disponibilizadas para a programação científica receberam mais de 3 mil mé-dicos participantes.

O encontro contou também com a presença de alguns dos mais importantes nomes da otorrinolaringologia mundial, profissionais vindos de países como Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Índia, Itália, Japão, Rússia e Turquia marcaram presença e enriqueceram ainda mais as apresentações.

Nas próximas páginas, destacamos algumas das ações promovidas ao longo do evento, recheado de intensas atividades que, de forma abrangente, alcançaram as expectativas dos congressistas participantes.

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Cerimônia de AberturaO cerimonial que abre oficialmente o Congresso

Brasileiro ocorreu no dia 31 de outubro durante o intervalo dos trabalhos. Na oportunidade, o presidente da ABORL-CCF, Dr. Luiz Ubirajara Sennes, fez o discurso de abertura, deu as boas-vindas a todos os participantes e realizou uma breve explanação a respeito do trabalho executado ao longo deste ano na entidade.

Na sequência, foram promovidas homenagens aos otorrinolaringologistas Heitor Guerreiro Ribeiro Dantas e Ricardo Ferreira Bento, devido à valiosa contribuição prestada por ambos, tanto à especialidade, quanto à ABORL-CCF.

Por fim, Marcelo Minutti, consultor nas áreas de inovação, mídia digital, estratégia empresarial e design de negócios, proferiu uma palestra aos presentes que teve como tema O impacto das novas tecnologias na medicina e seus desdobramentos, onde abordou questões como tecnologias emergentes e as mudanças na natureza do trabalho, dando um enfoque especial para a área da saúde. “Novas tecnologias sempre tiveram grande influência na dinâmica do mercado. A diferença do momento atual para o que aconteceu no passado é que agora as transformações estão bem mais rápidas. Muitas vezes, para uma profissão perder relevância e se tornar obsoleta era um processo que levava décadas. O problema desse aumento na velocidade das mudanças é que nós, enquanto sociedade e como indivíduos, estamos pouco preparados para isso”, ponderou o palestrante.

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AssembleiasA Assembleia Geral da ABORL-CCF, da Sociedade

Brasileira de Otologia e das Academias Brasileiras de Rinologia, Laringologia e Voz, Cirurgia Plástica da Face e Otorrinolaringologia Pediátrica ocorreram sem nenhuma intercorrência.

Todas elas contaram com aprovação da ata anterior, sendo apresentados os relatórios financeiros das gestões e discutidas novas estratégias de trabalho.

Durante os encontros, também foram divulgadas as constituições das novas diretorias que, em todos os casos, foram aclamadas em chapa única, e tomarão posse em janeiro de 2020.

A Assembleia Geral Ordinária da ABORL-CCF referendou o nome de Renato Roithmann como diretor segundo vice-presidente para o ano de 2020. Além dele, também foram divulgados os nomes de: Bruno de Carvalho Barros, para o Comitê de Título

de Especialista; Daniela Vieira Martins e Giulliano Enrico Ruschi e Luchi, para o Comitê de Educação Médica Continuada; Cesar Bertoldo Garcia, para o Comitê de Ética e Disciplina; e Nedio Atolini Junior, para o Comitê de Defesa Profissional.

Edson Mitre assume a presidência da Sociedade Brasileira de Otologia em 2020 e traz consigo Arthur Menino Castilho, como secretário; Miguel Angelo Hyppolito, segundo secretário; João Paulo Peral Valente, tesoureiro;

Robinson Koji Tsuji, segundo tesoureiro; Renato Valério Rodrigues Cal, vice-presidente região Norte; Luiz Rodolpho Penna Lima Jr, vice-presidente região Nordeste; Fayez Bahmad Jr, vice-presidente região Centro-Oeste; Maurício Lopes da Silva, vice-presidente região Sul; e Marcio Cavalcante Salmito, vice-presidente região Sudeste.

“Quero retomar a Campanha Nacional de Prevenção à Surdez, e para isso já conversei com o Dr. Geraldo Druck Sant’Anna, próximo presidente da ABORL-CCF, para que desenvolvamos uma ação conjunta, de grande repercussão nacional”, adiantou Edson Mitre.

A Academia Brasileira de Laringologia e Voz proclamou Rui Imamura como presidente. Junto dele compõem a chapa: Hugo Valter Lisboa Ramos, vice-presidente; Adriana Hachiya, secretária-geral; Daniel Vasconcelos D’Avila, secretário-adjunto; Sílvio José de Vasconcelos, tesoureiro geral; Alexandre Minoru Enoki, tesoureiro adjunto; Natasha Mascarenhas

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Braga, comunicação e publicação; e Luciana Miwa Watanabe, eventos e cursos.

“A Campanha da Voz é sempre uma preocupação para cada nova diretoria. Na gestão 2020/2021 vamos procurar ‘digitalizar’ a Campanha, buscando

Na Academia Brasileira de Rinologia, o quadro ficou definido com Fabrizio Ricci Romano na presidência; Otávio Bejzman Piltcher como secretário; Marco Cesar Jorge dos Santos, tesoureiro; Marcio Nakanishi nas relações exteriores; Thiago Freire Bezerra, vice-presidente Norte-Nordeste; Maria Julia Abraão Issa, vice-presidente Centro-Oeste; Henrique Faria Ramos, vice-presidente Leste; Fabio de Rezende Pinna, vice-presidente São Paulo capital; Fabiana Cardoso Valera, vice-presidente São Paulo interior; e Camila Degen Meotti, vice-presidente Sul.

“Queremos mapear as pessoas que se dedicam à Rinologia de forma acadêmica no país, seja com ensino ou com pesquisa. Também pretendemos conseguir fornecer bolsas de pesquisa e auxílios de ida a Congressos para os jovens rinologistas. Outro sonho é a realização de cada vez mais estudos

obter uma melhor relação custo-abrangência, criando ferramentas que possam ser utilizadas por gestões futuras para facilitar sua realização”, revelou Rui Imamura.

multicêntricos para, assim, termos dados nacionais relacionadas às doenças nasossinusais”, disse Fabrizio Romano.

A Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica divulgou a seguinte composição de diretoria para o biênio 2020/2021: Rebecca Kathleen Maunsell, presidente; Tânia Maria Sih, vice-presidente; Cláudia Schweiger, secretária; Rodrigo Guimarães Pereira, segundo

secretário; Carolina Miura, tesoureira; e Alexandre Guimarães, segundo tesoureiro. Vinícius Ribas Fonseca será o presidente do Conselho Fiscal; Melissa Ameloti Avelino, secretária do Conselho Fiscal; e Renata Di Francesco, secretária adjunto.

“Acredito que o mais importante do trabalho que vem sendo realizado pela ABOPe nos últimos anos é a valorização da atuação do otorrinolaringologista junto à população pediátrica, com discussões e aulas de alto nível científico nos congressos e cursos, o que vem se refletindo no público cada vez maior nas salas da otorrinolaringologia pediátrica”, declarou Rebecca Maunsell.

A Academia Brasileira de

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Para a Academia de Cirurgia Plástica da Face, o presidente será Mario Bazanelli Junqueira Ferraz, que traz consigo Lucas Gomes Patrocínio, na vice-presidência; Leila Freire Rêgo Lima, como secretária; Michelle Lavinsky Wolff, secretária adjunta; Geraldo Augusto Gomes, tesoureiro; e Rodolfo Borsaro Bueno Jorge, tesoureiro adjunto. O Conselho Científico da ABCPF é formado por Carlos Alberto Caropreso, Eduardo Landini Lutaif Dolci, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Marcos Mocellin, Lessandro Paiva Martins, Maurício Pereira Maniglia e Lucas Gomes Patrocínio.

“Nossa diretoria foi formada selecionando colegas com grande preparo, mas todos os objetivos só serão alcançados se conseguirmos trazer grande parte dos associados para trabalharem ativamente em

nossos planos. Comitês especializados para objetivos específicos serão criados com prazos a serem cumpridos. Os melhores parceiros para cada trabalho serão chamados para nos ajudarem”, explicou Mario Ferraz.

Academia de Cirurgia Plástica da Face, o presidente será Mario Bazanelli Junqueira Ferraz, que traz consigo Lucas Gomes Patrocínio, na vice-presidência; Leila Freire Rêgo Lima, como secretária; Michelle Lavinsky Wolff, secretária adjunta; Geraldo Augusto Gomes, tesoureiro; e Rodolfo Borsaro Bueno Jorge, tesoureiro adjunto. O Conselho Científico da ABCPF é formado por Carlos Alberto Caropreso, Eduardo Landini Lutaif Dolci, Washington Luiz de Cerqueira Almeida, Marcos Mocellin, Lessandro Paiva Martins, Maurício Pereira Maniglia e Lucas

nossos planos. Comitês especializados para objetivos

Uma das grandes novidades do evento este ano foi a parceria entre ABORL-CCF e Academia Brasileira de Rinologia, que trouxeram pela primeira vez ao Brasil o 12º Simpósio Internacional sobre Avanços Recentes em Rinossinusites e Pólipos Nasais.

“A troca de conhecimento e experiências com expoentes de outros países agrega aumento da qualidade científi ca, bem como atrai maior número de participantes ao evento”, afi rmou o presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Marcio Nakanishi.

Todos os detalhes a respeito do Simpósio estão na coluna “Conquistas da ABORL-CCF”.

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O Congresso Brasileiro promoveu também o III Encontro de Mulheres Otorrinolaringologistas. O tema do encontro foi Como empreender e vencer as barreiras e contou com palestras de Marcia Abrahão Moura, reitora da Universidade de Brasília (UnB); Ísis Maria Quezado Soares Magalhães, Diretora Técnica do Hospital da Criança de Brasília; e Janete Vaz, sócia-fundadora e diretora executiva do Grupo Sabin.

Na oportunidade, as palestrantes revelaram histórias inspiradoras e falaram um pouco das respectivas experiências profissionais que resultaram nas carreiras bem-sucedidas conquistadas.

Coordenado pela Dra. Wilma Anselmo Lima, primeira mulher presidente da ABORL-CCF, o evento busca ampliar a representatividade feminina dentro da especialidade. “Dentre os objetivos da

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Outra ação de destaque no evento foi o Dia a dia do Consultório, que apresentou temas práticos do cotidiano do profi ssional no desempenho de suas atividades. Questões como “Diferenças entre corticoides nasais”, “Como fazer a esterilização das fi bras no consultório” e “Como orientar a higienização nasal” estiveram entre as discussões. A sala destinada a esses temas fez muito sucesso e se manteve lotada ao longo de todos os dias.

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iniciativa estão: discutir e trabalhar em prol da igualdade de direitos, bem como estimular uma maior participação da mulher otorrinolaringologista em posições de liderança e nas tomadas de decisão”, declarou Dra. Wilma.

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Durante os horários de intervalo dos trabalhos, outras ações eram promovidas no estande da Associação Brasileira. Por lá ocorreram os lançamentos dos livros: “Eletrofi siologia – Vias Auditivas e Vestibulares, Monitoramento Intraoperatório”, com autoria de Signe Grasel e Roberto Beck, do Departamento de Eletroneurofi siologia da ABORL-CCF; além da segunda edição do livro “Otoneurologia Clínica”, do Departamento de Otoneurologia de ABORL-CCF. O movimento foi intenso, muitos congressistas prestigiaram os lançamentos e houve o sorteio de exemplares aos presentes.

Pelo segundo ano consecutivo, o Congresso Brasileiro contou com o Encontro Multiprofi ssional, a ação aconteceu em salas específi cas, com uma programação voltada aos multiprofi ssionais da área da saúde, como fonoaudiólogos, odontologistas, psicólogos, fi sioterapeutas, nutricionistas, dentre outros. O encontro abordou questões como “Atraso de fala e linguagem”, “Impacto no desenvolvimento cognitivo”, “Fissuras lábio palatinas”, “Controle salivar”, “Perda auditiva”, “Respiração oral e apneia obstrutiva do sono”, entre outros, promovendo uma ampla confl uência de ideias e apresentando temáticas relacionadas à otorrinolaringologia para colegas de outras profi ssões.

Balanço: mais de três mil profi ssionais se inscreveram e participaram do evento que, ao longo dos quatro dias de trabalhos, contou com mais de 280 atividades, divididas em 12 salas. Professores vindos dos quatro cantos do planeta prestigiaram o encontro, que teve ainda 35 empresas apresentando seus produtos na área destinada aos expositores.

a ação aconteceu em salas específi cas, com uma programação voltada aos multiprofi ssionais da área

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Festa de EncerramentoMais de 800 trabalhos científicos foram expostos

durante o Congresso Brasileiro. Como tradicionalmente ocorre, o anúncio dos vencedores antecedeu o show principal da noite.

Em “Tema Livre”, o primeiro lugar foi para TL028 - Desenvolvimento e Validação do Protocolo de Avaliação de Voz do Deficiente Auditivo (PAV-DA), tendo como autora principal: Ana Cristina Coelho e coautores: Alcione Ghedini Brasolotto e Fayez Bahmad Junior, da Universidade de Brasília. A indicação rendeu um prêmio de R$ 5 mil.

Já na categoria “Pôster”, os vencedores ganharam uma inscrição para a 50ª edição do Congresso Brasileiro.

Fechando a noite em grande estilo, o Unique Palace recebeu uma das maiores bandas da história do rock brasileiro. Os Titãs subiram ao palco e revisitaram sons históricos do grupo. O público, que lotou as dependências da casa de shows, foi presenteado com clássicos como Sonífera Ilha, Diversão e Pra Dizer Adeus e aproveitou a festa ao máximo, invadindo a madrugada e cantando todas as músicas junto com os artistas.

O 50º Congresso Brasileiro já tem data e local definidos. Programe-se para participar deste que é o principal e maior encontro da otorrinolaringologia brasileira: de 20 a 22 de novembro de 2020, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

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Tenha acesso a todas as fotos da cobertura do Congresso Brasileiro através do QRCode:

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PÁGINAS AZUIS

PRESIDENTES ELEITOS DAS ACADEMIASREVELAM PLANOS PARA OS PRÓXIMOS DOIS ANOS

Durante o 49º Congresso Brasileiro da ABORL-CCF, as Academias Brasileiras de Laringologia e Voz, Rinologia, Otorrinolaringologia Pediátrica, Cirurgia Plástica da Face e a Sociedade Brasileira de Otologia promoveram suas respectivas Assembleias.

Na oportunidade, foram divulgados os resultados das eleições e apresentadas as novas diretorias. Conversamos com os presidentes eleitos, que assumirão seus mandatos em janeiro de 2020 e permanecerão à frente das entidades pelos próximos dois anos.

Saiba um pouco mais sobre o que eles pensam, o que pretendem e quais os principais projetos que devem ser implementados em cada entidade.

Renato Gutierrez / Fotos: Arquivo pessoal

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VOX OTORRINO: Sob seu ponto de vista, qual a importância do trabalho realizado pela ABR?

Dr. Fabrizio Ricci Romano: A Academia Brasileira de Rinologia, que está próxima de completar 50 anos, tem sido o braço científico da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial na área da Rinologia. Além de organizar a grade científica do Congresso Brasileiro e outros cursos e eventos, ela tem o papel de promover o desenvolvimento da Rinologia no Brasil.Outro papel importante é a realização, anualmente, da Campanha “Respire pelo Nariz e Viva Melhor”, que visa conscientizar a população sobre a importância da respiração nasal saudável.

VOX OTORRINO: O que pode ser melhorado?

F.R.: Muito tem sido feito ao longo dos últimos anos, porém ainda há muito a se melhorar. Por exemplo, queremos mapear as pessoas que se dedicam à Rinologia de forma acadêmica no país, seja com ensino ou com pesquisa. Também pretendemos conseguir fornecer bolsas de pesquisa e auxílios de ida a Congressos para os jovens rinologistas. Outro sonho é a realização de cada vez mais estudos multicêntricos para, assim, termos dados nacionais relacionadas às doenças nasossinusais.

VOX: Quais serão as suas prioridades ao longo dos próximos dois anos de mandato?

F.R.: Democratizar a gestão da Academia Brasileira de

Dr. Fabrizio Ricci RomanoPresidente da Academia Brasileira de Rinologia - Gestão 2020/2021

“Democratizar a gestão da ABR, descentralizar as decisões e estimular a produção científica em Rinologia, em todo o Brasil, estão entre as prioridades da gestão.”

Dr. Fabrizio Ricci Romano

Rinologia, incorporando todos aqueles que queiram participar; descentralizar as decisões, formando comissões independentes; e estimular a produção científica em Rinologia em todo o Brasil, e não apenas nos grandes centros.

VOX: Como deseja que sua gestão seja lembrada no futuro?

F.R.: Felizmente o grupo da Rinologia atualmente é bem coeso e estamos conseguindo manter uma continuidade gestão após gestão, o que nos permite sonhar com objetivos mais ambiciosos, que dificilmente seriam atingidos em apenas dois anos.

VOX: Considerações finais

F.R.: Fica aqui o convite a todos que se dedicam à Rinologia e queiram participar da Academia Brasileira a entrarem em contato comigo ou com o Secretário da Gestão, Otavio Piltcher.

VOX OTORRINO: Sob seu ponto de vista, qual a importância do trabalho realizado pela Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face?

Dr. Mário Ferraz: Em primeiro lugar, temos que reforçar que a ABCPF é o “braço” científico e educacional da ABORL-CCF em Cirurgia Plástica Facial. Ela congrega todos os otorrinos e alguns colegas de outras especialidades interessados em cirurgia plástica da face. Promove a troca de experiências e aprendizado entre os

mais experientes e também dos mais experientes para os mais jovens. Vale lembrar que os brasileiros estão associados à Federação Internacional das Sociedades de Plástica Facial (IFFPSS) através da ABCPF. A IFFPSS reúne as associações de plástica facial do mundo inteiro e, desta forma, estamos em íntimo contato com todo o mundo através deste vínculo. Devido a este vínculo podemos ser submetidos a uma avaliação internacional para obtenção de um

Dr. Mário Bazanelli Junqueira FerrazPresidente da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face - Gestão 2020/2021

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PÁGINAS AZUIS

título internacional em plástica facial. Atualmente, o presidente da IFFPSS é, com muito orgulho, o Dr. José Antonio Patrocínio, brasileiro.

VOX OTORRINO: O que pode ser melhorado?

M.F.: Sempre temos que ter em mente o fortalecimento contínuo da ABCPF, de seus membros, da ABORL-CCF e de toda a especialidade. Diante disso, os principais objetivos são:Promover a pesquisa e centralizar na ABCPF a ajuda para desenho de estudos, projetos e publicação da experiência dos associados. Planejamos fazer uma comissão para ajudar o associado em todas as etapas de uma publicação. Muitas das experiências e novidades dentro de uma área, como a plástica facial, estão nas clínicas e hospitais privados e longe das revistas e do conhecimento dos colegas. O objetivo é fortalecer a escola brasileira de plástica facial. Muito do que já fazíamos, há anos, tem aparecido nas revistas de prestígio internacional como novidade trazido por outras nacionalidades;Tornar o site mais interativo, de maneira a promover um link direto com as redes sociais, sites, clínicas e pacientes dos nossos associados.Internacionalizar a ABCPF. Devemos ser uma referência e principal polo de troca de experiências na América do Sul e países de língua portuguesa. O latino americano tem que considerar uma especialização em nosso país e em nossos programas de fellowship antes de se dirigir a locais mais distantes.Fortalecimento dos nossos programas de fellowship, colocando-os à disposição do mundo inteiro via IFFPSS. Isso requer adequação e avaliação constantes dos nossos serviços.Ser parceiro dos associados no que diz respeito à propaganda e à divulgação do nosso trabalho e dos resultados. Neste sentido, uma parceria com a ABORL-CCF em entendimento das nossas necessidades por parte de nossa Associação Mãe é indispensável.

VOX: Quais serão as suas prioridades ao longo dos próximos dois anos de mandato?

M.F.: Adequação e centralização dos programas de fellowship com a internacionalização mencionada; ajuda aos associados para publicações; interação do site com os associados e com a população consumidora, usuários e pacientes; divulgação da

Devemos ser uma referência e principal polo de troca de experiências na América do Sul e países de língua portuguesa. O latino americano tem que considerar uma especialização em nosso país e em nossos programas de fellowship antes de se dirigir a locais mais distantes.

Dr. Mário Bazanelli Junqueira Ferraz

nossa subespecialidade.

VOX: Como deseja que sua gestão seja lembrada no futuro?

M.F.: Os grandes avanços são frutos de trabalhos contínuos e levam alguns mandatos. Espero iniciar alguns projetos que poderão ter seguimento com as futuras diretorias. Se tiver que escolher algumas opções gostaria que fôssemos lembrados como a gestão que iniciou a internacionalização da ABCPF; que criou as bases de ajuda a pesquisa e a publicações científicas, bem como a gestão que iniciou a mudança na forma de divulgação da subespecialidade entre associados e pacientes; a que deu os primeiros passos rumo ao estabelecimento de uma área de atuação.

VOX: Considerações finais...

M.F.: Nossa diretoria foi formada selecionando colegas com grande preparo para alguns destes objetivos, mas todos os descritos só serão alcançados se conseguirmos trazer grande parte dos associados a trabalhar ativamente nos nossos planos. Comitês especializados para objetivos específicos serão criados com prazos para cumprirem estes objetivos. Os melhores parceiros para cada trabalho serão chamados para nos ajudarem.Por fim, espero contar com o apoio e o bom relacionamento da ABORL-CCF, pois só com ela faremos algo relevante. Para minha sorte estarei com dois próximos presidentes de mente muito aberta e com muita simpatia pelos nossos temas. Fortalecer a plástica facial é fortalecer uma das áreas de fronteira da Otorrinolaringologia e uma das que mais atraem os jovens especialistas.

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VOX OTORRINO: Sob seu ponto de vista, qual a importância do trabalho realizado pela Academia Brasileira de Laringologia e Voz?

Dr. Rui Imamura: A ABLV é o braço científico e representativo da ABORL-CCF que atende aos interesses dos associados que atuam na área de laringologia e voz. Dessa forma, preocupa-se com a atualização científica dos associados em diversas atividades e eventos, bem como quanto à projeção da laringologia nacional, além de permitir a cooperação entre entidades afins. Por fim, organiza campanhas nacionais de informação ao público e auxilia a Associação Mãe em diversas questões relacionadas à área de atuação.De modo geral, preocupamo-nos com o estabelecimento e a expansão da laringologia e voz como importante área de atuação dentro da otorrinolaringologia.

VOX OTORRINO: O que pode ser melhorado?

R.I.: A Campanha da Voz é sempre uma preocupação para cada nova diretoria. Na gestão 2020/2021 vamos procurar “digitalizar” a Campanha, buscando obter uma melhor relação custo-abrangência, criando ferramentas que possam ser utilizadas por gestões futuras para facilitar sua realização. Com o auxílio dos associados, iremos criar vídeos informativos sobre as diversas laringopatias, com linguagem simples e acessível ao público leigo para alimentar as mídias sociais da Campanha. Ess trabalho já começou e no último Congresso Brasileiro da ABORL-CCF, em Brasília, iniciamos as gravações para a Campanha 2020.Optamos também por mudar o atendimento ao público para os anos ímpares, com o intuito de facilitar o planejamento logístico e a execução de cada nova diretoria que, assumindo num ano par, sempre ficava com tempo reduzido para gerenciar a grande mobilização que a Campanha exige em anos que contam com atendimento à população.Além disso, vamos procurar estabelecer convênios com entidades internacionais para facilitar o intercâmbio de experiências e conhecimento na área de laringologia e voz.

VOX: Quais serão as suas prioridades ao longo dos próximos dois anos de mandato?

R.I.: A tradicional Campanha da Voz é sempre uma

prioridade de cada nova diretoria, já que, além de seu cunho socioeducativo, ajuda a divulgar a otorrinolaringologia na mídia em geral. Vamos buscar englobar o maior número de associados possível, procurando ampliar a adesão e democratizar a Campanha da voz.Uma outra prioridade é manter o alto nível científico atingido em nossos eventos. Vamos estimular a apresentação e discussão de teses e trabalhos científicos, sobretudo aqueles de cunho prático, trazendo o “limite do conhecimento” para discussão em horários nobres no Congresso.Precisamos estimular o desenvolvimento e a divulgação de novas técnicas e métodos ”made in Brazil”, dentro e fora do país e, com isso, ampliar nossa importância e influência no cenário mundial.Por fim, buscaremos atrair o jovem otorrinolaringologista a considerar a laringologia e voz como área importante em seu campo de atuação.

VOX: Como deseja que sua gestão seja lembrada no futuro?

R.I.: Da mesma forma que as gestões anteriores: como uma diretoria que trabalhou pelos interesses dos associados de maneira transparente e democrática.

VOX: Considerações finais...

R.I.: Sabemos dos desafios que nos aguarda e que enfrentaremos dificuldades, mas a diretoria está empenhada em fazer o seu melhor. Esperamos contar com a compreensão e ajuda de todos para que possamos concretizar nossos planos e contribuir para que a laringologia se expanda dentro e fora do país.

Dr. Rui ImamuraPresidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz - Gestão 2020/2021

“Entre as prioridades está manter o alto nível científico atingido em nossos eventos. Vamos estimular a apresentação e discussão de teses e trabalhos científicos, sobretudo aqueles de cunho prático, trazendo o “limite do conhecimento” para discussão em horários nobres no Congresso.”

Dr. Rui Imamura

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PÁGINAS AZUIS

VOX OTORRINO: Sob seu ponto de vista, qual a importância do trabalho realizado pela ABOPe?

Dra. Rebecca Maunsell: Os últimos 20 anos foram de um grande crescimento de todas as especialidades pediátricas com os avanços dos cuidados intensivos às crianças. Hoje temos uma crescente população infantil portadora de doenças crônicas, distúrbios genéticos e malformações que deverá ser integrada à sociedade com seu máximo potencial e que frequenta os consultórios e hospitais aonde atuamos.O otorrinolaringologista tem um papel fundamental no diagnóstico e tratamento ou reabilitação das deficiências auditivas, distúrbios de aprendizagem, distúrbios de deglutição e disfunções respiratórias destas crianças. Para este reconhecimento precisamos fazer um trabalho muito sério de disseminação do conhecimento na nossa especialidade. Acredito que o mais importante do trabalho que vem sendo realizado pela ABOPe nos últimos anos é a valorização da atuação do otorrinolaringologista junto à população pediátrica, com discussões e aulas de alto nível científico nos congressos e cursos, o que vem se refletindo no público cada vez maior nas salas da otorrinolaringologia pediátrica.Muitas especialidades pediátricas desconhecem a importância da atuação precoce e contínua do otorrinolaringologista em crianças com doenças crônicas, malformações e síndromes. A ABOPe tem contemplado em sua grade científica, nos eventos e congressos promovidos pela ABORL-CCF e em suas intervenções em redes sociais, temas do dia a dia do otorrinolaringologista no diagnóstico e tratamento de doenças corriqueiras. Com o surgimento de novas tecnologias e a “globalização” do conhecimento, é importante que estejamos atualizados no que é de fato válido e cientificamente aceito para uso nas crianças.

VOX OTORRINO: O que pode ser melhorado?

R.M.: Há uma grande necessidade de reconhecimento do otorrinolaringologista atuante nas unidades de terapia intensiva pediátricas e neonatais. Para tal, é preciso uma disseminação do papel da nossa especialidade tanto entre pediatras e

neonatologistas quanto entre os próprios colegas otorrinolaringologistas, visando o treinamento de jovens otorrinolaringologistas que queiram se dedicar a esta área.Além disso, é necessário que tomemos a frente no esclarecimento e informação à população sobre os temas otorrinolaringológicos mais prevalentes na população pediátrica, bem como sobre os temas específicos às crianças de alta complexidade.

VOX: Quais serão as suas prioridades ao longo dos próximos dois anos de mandato?

R.M.: Manter a linha ideológica que tem permeado as ações da ABOPe nos últimos anos para fortalecermos todos os otorrinolaringologistas, independente do nível de atenção em que praticam a otorrinolaringologia pediátrica. Isso tem sido feito e continuará sendo realizado através da educação continuada dos nossos associados, tanto nas grades da otorrinolaringologia pediátrica em nossos congressos quanto nos cursos e comunicações, contemplando a atuação em otorrinolaringologia pediátrica nos seguintes níveis:Primário - doenças mais prevalentes da ORL da infância que não exijam equipe multidisciplinar treinada e morbidade que não aumente chance de complicações e necessidade de UTI.Secundário - patologias prevalentes em crianças com características especiais como pacientes sindrômicos, com doenças sistêmicas graves, doenças mais complexas e raras, em que a morbidade dos quadros otorrinolaringológicos, mesmo que corriqueiros, necessitam de atenção especial com uma maior frequência de necessidade de UTI, mesmo que preventiva, além de materiais especiais, equipe multidisciplinar treinada e interdisciplinaridadeTerciário - patologias otorrinolaringológicas pediátricas com alto grau de complexidade, com necessidade de suporte avançado de vida, interdisciplinaridade e equipe multidisciplinar e interdisciplinar.Essa estratificação teórica proposta na última gestão, pelo do Dr. Vinicius Ribas Fonseca, visa contemplar a prática da otorrinolaringologia pediátrica em

Profa. Dra. Rebecca MaunsellPresidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica - Gestão 2020/2021

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“É preciso uma disseminação do papel da nossa especialidade

tanto entre pediatras e neonatologistas

quanto entre os próprios colegas

otorrinolaringologistas, visando o

treinamento de jovens otorrinolaringologistas

que queiram se dedicar a esta área”

Profa. Dra. Rebecca Maunsell

todos os níveis pelos associados da ABOPe, dentro das aptidões e perfis de atendimento de cada um.Pretendemos manter o modelo de discussão multiprofissional, um modelo de comunicação que só traz ganhos para todas as especialidades e, particularmente, para nossos pacientes.

Deveremos ainda dar continuidade a um importante projeto de atenção à criança com traqueostomia iniciado pela ABOPe em 2016 e 2017, com ações junto ao Ministério da Saúde e à população. Uma especial atenção será dada ao jovem otorrinolaringologista com informações objetivas que serão divulgadas sobre os serviços de especialização ou aperfeiçoamento (Fellows) em Otorrinolaringologia Pediátrica existentes no País e a aproximação do associado da ABOPe, através das mídias sociais, para fomentarmos ações educativas e científicas conjuntas.

VOX: Como deseja que sua gestão seja lembrada no futuro?

R.M.: Gostaria que esta gestão fosse lembrada no futuro como uma gestão de aproximação da ABOPe com todos os otorrinolaringologistas e com a demais especialidades pediátricas.

Prof. Dr. Edson Ibrahim MitrePresidente da Sociedade Brasileira de Otologia - Gestão 2020/2021

VOX OTORRINO: Sob seu ponto de vista, qual a importância do trabalho realizado pela SBO?

Dr. Edson Mitre: A Sociedade Brasileira de Otologia é responsável por ampliar e difundir os conhecimentos da área de otologia e de otoneurologia, não apenas para os colegas médicos, mas também para o público leigo.É nossa responsabilidade apontar os riscos que existem para a saúde auditiva e para o equilíbrio, inclusive no âmbito de saúde pública e políticas governamentais de prevenção e tratamento da perda auditiva e dos riscos inerentes à ela e ao desequilíbrio.Uma Sociedade que existe e trabalha ininterruptamente há 50 anos demonstra que o nosso trabalho é sério e pautado na correção ética e científica, permitindo que sejamos grandes balizadores das condutas diagnósticas, terapêuticas e de saúde pública nesta área.

VOX OTORRINO: O que pode ser melhorado?

E.M.: Temos na história da Sociedade Brasileira

de Otologia grandes nomes, não apenas como ex-presidentes, mas também como membros sempre ativos na prática assistencial e científica, por quem eu tenho profunda admiração. É nestes “mestres” que eu me baseio para pensar nas nossas possibilidades.A área de otologia e otoneurologia cresceu muito, ampliamos nossas fronteiras e isto demanda um aprendizado mais específico e constante. Podemos proporcionar ao associado maior difusão deste conhecimento, mas sobretudo mostrar ao público leigo a importância do nosso trabalho e que o otologista é o especialista que deve ser consultado inicialmente. Muitas vezes, o atraso do encaminhamento do paciente a nós, por falta de

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PÁGINAS AZUIS

“Devemos mostrar ao público e aos demais colegas médicos e demais profi ssionais de saúde que o otologista é o médico mais capacitado para diagnosticar rápida e corretamente e orientar o melhor tratamento para os pacientes com queixas relacionadas à audição e ao equilíbrio.”

Prof. Dr. Edson Ibrahim Mitre

conhecimento dos demais profissionais de saúde, dificulta o tratamento mais adequado e interfere nas capacidades de comunicação e socialização do paciente.Devemos investir mais na divulgação da importância da audição e de sua preservação para garantir uma boa comunicação em todas as idades. Da mesma forma, o equilíbrio adequado permite, principalmente para os pacientes mais idosos, uma maior mobilidade e prevenção de acidentes decorrentes de quedas, mesmo no ambiente domiciliar. Audição e equilíbrio sempre caminharam juntos e cabe à Sociedade Brasileira de Otologia difundir estes cuidados.

VOX: Quais serão as suas prioridades ao longo dos próximos dois anos de mandato?

E.M.: Nosso foco é o associado. Não há sentido em nenhuma atividade associativa onde o associado não seja a prioridade. É claro que as ações desenvolvidas junto aos demais profissionais de saúde e junto ao público leigo inevitavelmente acabarão por difundir a nossa especialidade e, assim, o associado será beneficiado, recebendo mais pacientes em seu consultório.Quero retomar a Campanha Nacional de Prevenção à Surdez, e para isto já conversei com o Dr. Geraldo Druck Sant’Anna, próximo presidente da ABORL-CCF, para que desenvolvamos uma ação conjunta, de grande repercussão nacional. É importante mostrarmos que vivemos em um mundo de ouvintes - esta é a natureza humana - e todas as medidas devem ser tomadas para a preservação da audição. E quando a audição está comprometida, devemos apresentar aos nossos pacientes todas as possibilidades de reabilitação da audição que forem possíveis para cada caso. Respeitamos as demais formas de comunicação, mas entendemos que

devem ser reservadas às situações onde a restauração da audição não é mais possível de nenhuma forma.O outro ponto importante é ampliarmos os conhecimentos para os nossos colegas que estão mais distantes dos grandes centros acadêmicos, proporcionando cursos de curta duração sobre reabilitação auditiva, otoneurologia e exames correlacionados em diferentes cidades brasileiras, a exemplo do antigo PPA (Projeto Próteses Auditivas), que ajudamos a estruturar e que foi um grande sucesso.

VOX: Como deseja que sua gestão seja lembrada no futuro?

E.M.: Ao propor minha candidatura para a presidência da Sociedade Brasileira de Otologia, preocupei-me em convidar colegas de todo o Brasil que estivessem envolvidos e empenhados em realmente trabalhar pelo progresso e pela difusão da nossa especialidade para participarem da nossa administração.Quero trabalhar para o fortalecimento dos laços entre otologistas e otoneurologistas da mesma forma que a cóclea e o labirinto estão intimamente relacionados e indivisíveis na nossa anatomia. Juntos somos muito mais fortes, tal qual o feixe de Esopo. E, sendo mais fortes, poderemos difundir melhor e mais eficientemente a nossa especialidade e nosso trabalho, e isto reverte, inevitavelmente, em mais pacientes nos consultórios de nossos associados.Queremos ser lembrados pela união e pelo trabalho em prol do associado. Que a otologia seja rapidamente lembrada e reconhecida por pacientes, médicos e demais profissionais de saúde como a primeira especialidade a ser procurada nas queixas relacionadas à audição, equilíbrio e comunicação.

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CONQUISTAS ABORL-CCF

A possibilidade de trazer o Simpósio para o Brasil foi levantada em 2015, no Panamá, pelo Prof. Hideyuki Kawauchi, ex-presidente do Congresso sediado no Japão e membro do conselho diretor. “Na ocasião, já havia sido decidido para os anos subsequentes, as cidades de Kuala Lumpur, Manila e Bangalore. Apresentei a proposta para o conselho diretor, presidido pelo Prof. Passali, que aprovou o Brasil como sede da 12ª edição. Para a concretização do evento no Brasil, anunciamos ao término do 11º simpósio, na Índia em 2018, a cidade de Brasília como sede do evento.”, detalha Nakanishi.

Dentre os pontos mais relevantes apresentados durante o encontro, podemos destacar inovações terapêuticas e estratégias cirúrgicas baseadas no endofenótipo.

Representando o Brasil, o Prof. Aldo Stamm apresentou a cirurgia de precisão para os casos de rinossinusite, apontando as evidências científicas e

A 12ª edição do Simpósio Internacional de Rinossinusites e Pólipos Nasais foi realizado pela primeira vez no Brasil durante o 49º

Congresso Brasileiro da ABORL-CCF.Fundado pelo Professor italiano Desidério Passali,

o encontro teve a primeira edição realizada no ano de 2000, em Siena, Itália. Inicialmente, tratou-se de um evento bianual, porém, devido ao reconhecido sucesso e crescente número de participantes, passou a acontecer anualmente.

Cidades como Zagreb, na Croácia; Bruxelas, na Bélgica; Moscou, na Rússia; Kiev, na Ucrânia; Kuala Lumpur, na Malásia; e Manila, nas Filipinas estão entre as localidades que já sediaram o Simpósio, realizado este ano pela primeira vez na América do Sul. “Trazer o evento para o Brasil é de grande importância pois coloca o país em destaque no cenário internacional”, declara o presidente da Academia Brasileira de Rinologia, Dr. Marcio Nakanishi.

BRASIL RECEBE PELA PRIMEIRA VEZSimpósio Internacional de

Rinossinusites e Pólipos NasaisEncontro foi um dos grandes destaques do 49º Congresso Brasileiro

Renato Gutierrez / Fotos: Divulgação

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estratégias de personalização. Ainda na área cirúrgica, os professores Amim Javer, do Canadá; Janakiram Narayanan, da Índia; e Gil Vicente, das Filipinas; apresentaram, respectivamente, os conceitos de manejo da rinossinusite fúngica, cirurgia do seio frontal e rinite alérgica.

Nas sessões plenárias, houve a participação dos professores Hideyuki Kawauchi e Shinichi Haruna, do Japão, que discutiram os últimos avanços no conhecimento da fisiopatogenia da rinossinusite crônica e suas aplicações práticas no diagnóstico e terapia.

O treinamento olfatório, a recuperação cirúrgica do olfato nos casos de hamartoma, a reabilitação da função olfatória nos laringectomizados e últimas pesquisas e terapias foram os temas debatidos no painel sobre olfato.

Já na patogênese, ocorreram apresentações sobre o microbioma, disfunções imunológicas – papel dos Toll-like receptors na inflamação crônica persistente, endótipo e fenótipo na prática clínica. No tratamento, foi discutido síndrome N-ERD, uso dos macrolídeos, e sinusite odontogênica. Enquanto as novidades dos imunobiológicos e suas indicações foram apresentadas na palestra magna do Prof. Joseph Han, presidente eleito da Academia Americana de Rinologia.

O grupo Italiano, capitaneado pelo Prof. Giulio Passali, trouxe para o Simpósio os temas da telangectasia hemorrágica hereditária, patogênese da inflamação crônica, opções cirúrgicas da rinite alérgica, correção da perfuração septal e novidades da fitoterapia no tratamento das rinossinusites.

“Vale destacar também a participação do Prof. Janakiram Narayanan, da Índia, que realizou a dissecção dos seios paranasais e base do crânio, ação transmitida ao vivo do IRCAD-RJ para o 49º Congresso Brasileiro, em Brasília”, lembra Nakanishi.

O presidente da Academia Brasileira de Rinologia conclui ressaltando que um encontro dessa magnitude dá a oportunidade para que os otorrinolaringologistas brasileiros tenham a oportunidade de participarem de um evento internacional em sua própria casa. “A troca de conhecimento e experiências com expoentes de outros países agrega aumento da qualidade científica, bem como atrai maior número de participantes”, finaliza.

“Trazer o evento para o Brasil, pela primeira vez, foi de grande importância

para colocar o país em destaque no cenário internacional”

Marcio Nakanishipresidente da Academia Brasileira de

Rinologia.

dos macrolídeos, e sinusite odontogênica. Enquanto as novidades dos imunobiológicos e suas indicações foram apresentadas na palestra magna do Prof. Joseph Han, presidente eleito da Academia Americana de

O grupo Italiano, capitaneado pelo Prof. Giulio Passali, trouxe para o Simpósio os temas da telangectasia hemorrágica hereditária, patogênese

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CONDUTA MÉDICA

é uma atividade finalística de cunho econômico, mas sim de promover a saúde do paciente, que é o alvo de toda atenção do médico, portanto é nesse contexto de oferecer subsídios de promoção da saúde que a publicidade na atividade médica deve ser realizada, sempre de maneira sóbria, discreta e comedida.

É entendimento que aquele que se propuser a publicar foto do antes e depois do procedimento realizado pelo paciente contraria as disposições do artigo 75 do Código de Ética Médica, do artigo 3º, alínea “g” da Resolução CFM nº 1974/2011 e do Decreto nº 4113/42, e comete infração ética, com aplicação de penas disciplinares pelos Conselhos Regionais conforme artigo 22 da Lei nº 3268/57 como advertência confidencial em aviso reservado, censura confidencial em aviso reservado, censura pública em publicação oficial, suspensão do exercício profissional até 30 dias e cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Medicina.

CASE: Processo Ético-Profissional – exibição foto paciente – médico condenado: advertência confidencial em aviso reservado.

O Código de Ética Médica pontua em seu artigo 17 que é vedado ao médico “Deixar de cumprir, salvo motivo justo, as normas

emanadas dos Conselhos Federal e Regional de Medicina e de atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado”, impõe tal obrigação por ser o Conselho Federal e Regional de Medicina o órgão que normatiza, disciplina e fiscaliza o exercício profissional médico e, portanto, o médico tem dever de obediência a tais normas sob pena de responder pelos atos práticos perante o Conselho de sua jurisdição.

Desse modo, ao questionar: Posso publicar / expor nas Redes Sociais a foto do “Antes e depois” do procedimento médico do paciente? É imprescindível que a análise deste tipo de conduta seja realizada com base em instrumentos éticos e no ordenamento jurídico que regulamenta a matéria.

Nota-se, como demostrado no primeiro parágrafo, o exercício profissional médico é normatizado, disciplinado e fiscalizado pelos Conselhos Federal e Regional de Medicina e, portanto, deixar de cumprir as normas emanadas pelos Conselhos e de atender às requisições administrativas, intimações ou notificações, conforme artigo 17 do Código de Ética Médica, é ato tipificado como infração ética, passível de sanções de advertência confidencial até a cassação do exercício profissional.

A regulamentação da publicidade na atividade médica está ancorada em preceitos ético-legal previstos no Código de Ética Médica, na Resolução CFM nº 1974/2011 e no Decreto nº 4113/42, que permite sua realização, mas sempre ancorada em princípios e no limite da ética médica e, quando se ultrapassa este, há violação do objetivo da publicidade e estamos diante da autopromoção, sensacionalismo e mercantilização da medicina.

Ressalta-se que atividade profissional médica não

PUBLICIDADE NA ATIVIDADE MÉDICA

Posso publicar / expor nas Redes Sociais a foto do “Antes e depois” do procedimento médico do paciente?

Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr., do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

EXIBIR FOTOANTES E DEPOIS

PACIENTE VIOLA

Deveres deontológicos

Sigiloprofissional

Direito de imagem

Direito à vida privada

Direito à intimidade

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médico-paciente, e, portanto, o paciente não espera do médico que exponha sua imagem, por exemplo, na rede mundial de computadores.

Conclui-se que o médico que expõe/exibe foto do “antes e depois” do procedimento do paciente viola tanto princípios deontológicos como princípios fundamentais garantidos pela Constituição Federal e, portanto, responde tanto na espera ética como na civil, podendo ser penalizado de advertência confidencial até a cassação do exercício profissional, dependendo da gravidade do fato e reincidência, bem como no âmbito civil, respondendo civilmente com reparação dos danos suportados pelo paciente que teve sua vida privada exposta nas redes sociais.

O Conselho de Medicina não precisa ser provocado para instaurar a Sindicância, podendo de oficio fazê-la, por meio de busca ativa nas redes sociais, portanto, exerça a medicina com zelo e de acordo com as boas práticas médicas, realize a publicidade médica com intuito de esclarecer a sociedade, pois a maioria das denúncias advém de busca ativa pela CODAME, que monitora as atividades profissionais médicas em redes sociais e publicações.

A recomendação do Departamento Jurídico para os associados da ABORL-CCF é: quando o assunto é publicidade médica, não utilize deste mecanismo para publicação de fotos de procedimentos do paciente, compromete a relação médico-paciente, viola o sigilo profissional e garantias constitucionais asseguradas ao paciente. Sóbria, discreta e cometida, assim que a publicidade deve ser realizada.

CASE PROCESSO JUDICIAL EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO DE MEDICINA. PROPAGANDA TIDA POR IRREGULAR. RETIRADA DE SITE DO AR. LEGITIMIDADE. PODER DE POLÍCIA. SINDICÂNCIA POSTERIOR NÃO INVIABILIZADA. Os Conselhos Profissionais têm o poder/dever de fiscalizar a regularidade do exercício das profissões, notificando os profissionais quando constatada qualquer irregularidade, para fins de instauração da respectiva sindicância. A divulgação de procedimentos médicos ou qualquer outra conduta ligada diretamente à saúde humana deve ser estritamente fiscalizada, tendo em vista o risco aos leigos de crerem em segurança não comprovada, seja do procedimento em si ou da aplicabilidade ao seu caso em específico. Mantida a sentença por seus legais fundamentos, que integram as razões de decidir desta Turma.

O uso das redes sociais pelo profissional médico não pode ser praticado como se não houvesse regramento, porque há, e o médico tem o dever de obediência, conforme preconizado nos artigos 17 e 18 do Código de Ética Médica.

A publicidade não pode buscar a mercantilização da medicina, o sensacionalismo, a autopromoção, tampouco de induzir o paciente à promessa de resultados, mas deve ter como ato primordial o esclarecimento e orientação à população quanto aos cuidados relacionados à saúde.

Salienta-se que expor a foto do paciente “antes e depois” do procedimento viola preceitos deontológicos e princípios fundamentais garantidos pela Constituição Federal como os relacionados à imagem, à vida privada e à intimidade do paciente.

Além de violação ética-jurídica, esse método de exposição ilude o público com a promessa de resultado de procedimentos e viola, principalmente, o compromisso com o sigilo profissional, que se materializa com a relação

O Departamento Jurídico está à disposição dos associados e pode ser contatado para atendimento consultivo e contencioso pelos e-mails: [email protected] e [email protected]

Ementa: Processo ético-profissional. Infração ao Código de Ética Médica: “Ao médico cabe zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão”; “É VEDADO AO MÉDICO: FAZER REFERÊNCIA A CASOS CLÍNICOS IDENTIFICÁVEIS, EXIBIR PACIENTES OU SEUS RETRATOS em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos em programas de rádio, televisão ou cinema e em artigos, entrevistas ou reportagens em jornais, revistas ou outras publicações leigas. “Comete ilícito ético o médico que em publicidade divulga fotos de pacientes, mesmo autorizada, de forma sensacionalista e promocional com o interesse comercial, contrário ao que determina resolução acerca do assunto”.Pena: Advertência confidencial em aviso reservado.

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CURSOS ABORL-CCF:excelente alternativa para rever e aprimorar

atividades profi ssionais nos principais temas

da otorrinolaringologia

GESTÃO E CARREIRA

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Nesta era de velocidade das informações, a atualização permanente significa uma po-derosa ferramenta, pois o que antes demo-

rava dias, meses, ou até anos para ser transmitido, hoje nos chega em questão de segundos.

Acompanhar esta evolução e aproveitar todas a melhorias que ela pode gerar é fundamental. Com tantas transformações que ocorrem em todas as áreas, fruto de pesquisas e estudos, é impossível se manter estático, ignorando os avanços e utilizando apenas os conteúdos acadêmicos adquiridos anos atrás. Afinal, profissional que busca novos conhecimentos e se mantém atualizado é mais produtivo e gera melhores resultados, antecipando-se a possíveis problemas e estando sempre mais próximo das soluções.

Indo ao encontro deste pensamento, a ABORL-CCF tem investido permanentemente na disponibilização de conteúdo a seus associados, promovendo grande quantidade de cursos, seja na sede da entidade, em São Paulo; bem como em outras cidades do país, além de oferecer também a possibilidade de participação online para aqueles que se veem impedidos de comparecer presencialmente.

Seguindo essa linha, uma das opções é o Up! Evolution, que tem como objetivo trazer conhecimentos práticos da Otorrinolaringologia e é promovido de forma presencial e com transmissão ao vivo via streaming. “O participante tem a oportunidade de desfrutar de excelentes aulas; demonstrações de cirurgias e procedimentos através de vídeos; telões que permitem, simultaneamente, assistir às aulas e se atualizar com artigos publicados sobre o tema discutido; além de esclarecer as dúvidas com os palestrantes ao longo dos trabalhos”, explica o coordenador do curso, Dr. Thiago Bezerra.

De acordo com Bezerra, o foco do curso é sempre o de compartilhar a experiência de cada professor no assunto abordado e não simplesmente transformar a aula em uma exposição de dados da literatura. “Evoluímos ao longo deste ano na experiência da aprendizagem, isso quer dizer que conseguimos desenvolver uma nova formatação, onde foram promovidos vários cursos itinerantes. Apresentamos conteúdos diversos, numa verdadeira imersão de aprendizagem, tanto para aqueles que estiveram presentes, quanto aos que acompanharam à distância”, diz.

Além do Up! Evolution, há outros, como o Up! Start, que é o curso de introdução para o residente - baseado unicamente em casos clínicos; e o Up! Gestão, voltado à parte administrativa e de atendimento - que aborda como melhorar o funcionamento de um consultório.

Curso Up! Evolution: grande quantidade de

palestrantes, conteúdo extenso e aulas dinâmicas

de vídeos; telões que permitem, simultaneamente, assistir às aulas e se atualizar com artigos publicados sobre o tema discutido; além de esclarecer as dúvidas com os palestrantes ao longo dos trabalhos”, explica

De acordo com Bezerra, o foco do curso é sempre o de compartilhar a experiência de cada professor no assunto abordado e não simplesmente transformar a aula em uma exposição de dados da literatura. “Evoluímos ao longo deste ano na experiência da aprendizagem, isso quer dizer que conseguimos desenvolver uma nova formatação, onde foram promovidos vários cursos itinerantes. Apresentamos conteúdos diversos, numa verdadeira imersão de aprendizagem, tanto para aqueles que estiveram presentes, quanto aos que acompanharam Curso Up! Evolution: grande quantidade de

palestrantes, conteúdo extenso e aulas dinâmicas

“O foco do curso Up! Evolution é o de compartilhar a experiência de cada

professor no assunto abordado e não simplesmente transformar a aula em uma

exposição de dados da literatura”

Thiago Bezerra

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Para 2020, o coordenador dos cursos Up! adianta que diversos professores já foram convidados e estão sendo agendadas as gravações das primeiras aulas. “O Up! Pedia, que estamos planejando para o próximo ano, consiste em aproximadamente 350 aulas, de três a cinco minutos cada, personalizadas de acordo com o tema para que o médico possa acessá-las de forma rápida e prática. Também estamos trabalhando novidades em relação ao Up! Evolution e uma das ideias é agregarmos ações simultâneas aos congressos regionais, aproveitando a presença dos palestrantes nestes eventos e enriquecendo ainda mais esses encontros”, revela Thiago Bezerra.

Já o curso de Medicina do Sono, criado em 2008, formou neste ano a 12ª turma. “Procuramos sempre dar ênfase para o que há de novo na área de medicina do sono, especialmente os critérios mais atualizados para leitura de polissonografia e de outros estudos do sono. O formato do curso tem sido modificado ao longo dos anos e, atualmente, ele é semipresencial, com aulas teóricas e práticas, algumas na sede da ABORL-CCF e outras online”, explica o coordenador do Departamento de Medicina do Sono da ABORL-CCF, Dr. Fabio Lorenzetti.

Segundo o coordenador do Departamento de Medicina do Sono, aproximadamente 250 médicos já participaram do curso. “É muito comum o otorrinolaringologista atender pacientes com distúrbios do sono, sejam adultos ou crianças, especialmente ronco e apneia obstrutiva do sono. O nosso curso permite que os participantes adquiram uma visão mais ampla da medicina do sono, com noções básicas para interpretação, leitura e análise crítica da polissonografia e de outros estudos do sono. Desta forma, o curso é a ‘porta de entrada’ para esta área tão fascinante que é a medicina do sono”, ressalta.

Para 2020, Fabio Lorenzetti revela algumas novidades que devem ser implementadas. “Nosso objetivo é sempre aprimorar o curso a cada ano. A princípio, pretendemos manter o formato semipresencial, atualizar o conteúdo das aulas e incluir temas atuais, como por exemplo os critérios para leitura dos diferentes tipos de monitorização portátil do sono”, adianta.

Vários cursos e palestras também foram realizados por todo o país em celebração ao Dia da Tontura,

GESTÃO E CARREIRA

Curso de Medicina do Sono: iniciado por Dr. José Antonio Pinto e atualmente coordenado pelo Dr. Edilson Zancanella. Foram 12 turmas e aproximadamente 250 alunos.

Curso de Medicina do Sono: iniciado por Dr.

“O curso permite que os participantes adquiram uma visão mais ampla da

medicina do sono, com noções básicas para interpretação, leitura e análise

crítica da polissonografia, assim como de outros estudos do sono”

Fabio Lorenzetti

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comemorado em 22 de abril. “Somente naquele mês foram emitidos mais de 900 certificados de participação nos cursos e palestras que foram promovidos pela ABORL-CCF, por meio do Departamento de Otoneurologia”, comemora o Coordenador do Departamento, Dr. Marcio Cavalcante Salmito.

Agora, para 2020, Salmito revela que deve ser ampliada ainda mais a campanha de alerta sobre a tontura. “Afinal, trata-se do segundo sintoma mais frequente do ser humano, só perdendo para a cefaleia. Além disso, o médico referência da tontura é o otorrinolaringologista, então é imprescindível que ele conheça profundamente os assuntos da otoneurologia. Os conhecimentos desta área cresceram e mudaram muito nos últimos anos, assim, é fundamental ficarmos atentos às novas abordagens do assunto”, conclui o Coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF.

Há também os cursos itinerantes, que em 2019 marcaram presença em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Com coordenação de Monica Menon Miyaki, teve como temas: “O que há de novo em Faringotonsilites, Refluxo e ORL Geriátrica” e contou com palestras de Claudia Eckley, Roberto Campos Meirelles e Elisabeth Araújo.

Houve ainda o Curso Teórico de Eletroneurofisiologia, com coordenação de Roberto Beck, Signe Grasel e Mariana Lopes Fávero. O encontro proporcionou um dia de imersão total ao tema Eletroneurofisiologia, destacando uma diversidade de questões envolvendo avaliação eletrofisiológica e monitoramento de pares cranianos.

O presidente da ABORL-CCF, Dr. Luiz Ubirajara Sennes, ressalta a importância dos cursos de educação continuada para os associados em diferentes níveis de formação. “Esse tipo de curso é importante para aqueles que querem rever e aprimorar suas atividades profissionais nos principais temas da otorrinolaringologia, além de interagir e trocar experiência com grandes nomes da área”, conclui.

Acompanhe o site e as redes sociais da ABORL-CCF, através desses canais você ficará sabendo, em primeira mão, todas as informações a respeito dos próximos cursos que serão promovidos pela entidade ao longo de 2020: data, local, tema, palestrantes e forma de inscrição. Prestigie essa importante

“O médico referência da tontura é o otorrinolaringologista, então é imprescindível que ele conheça profundamente os assuntos da otoneurologia”

Marcio Salmito

iniciativa da ABORL-CCF, participe e aproveite o conteúdo oferecido, agregando informações e ampliando conhecimento.

Curso de Eletroneurofisiologia contou com grande

número de participantes

Departamento de Otoneurologia”, comemora o Coordenador do Departamento, Dr. Marcio

Agora, para 2020, Salmito revela que deve ser ampliada ainda mais a campanha de alerta sobre a tontura. “Afinal, trata-se do segundo sintoma mais frequente do ser humano, só perdendo para a cefaleia. Além disso, o médico referência da tontura é o otorrinolaringologista, então é imprescindível que ele conheça profundamente os assuntos da otoneurologia. Os conhecimentos desta área cresceram e mudaram muito nos últimos anos, assim, é fundamental ficarmos atentos às novas abordagens do assunto”, conclui o Coordenador do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF.

Há também os cursos itinerantes, que em 2019 Curso de Eletroneurofisiologia contou com grande

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ABORL-CCF EM AÇÃO

Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo pessoal

A Comissão de Relações Internacionais tem como projeto mais ambicioso a internacionalização da ABORL-CCF. Para tal, discute permanente-

mente estratégias que levem ao cumprimento desta mis-são: transformar a ABORL-CCF numa marca mundial de qualidade e excelência, bem como os Congressos promovidos em polos de atração global. O resultado prático projetado destas ações é estreitar relações com colegas de outros países, incrementando a fundamental e desejada troca de experiências acadêmicas, científicas e sociais.

“Falando especificamente da América Latina, o Brasil é o centro geopolítico da região e, obviamente, a medicina brasileira tem de ser vista como exemplo e benchmark para nossos vizinhos. Para atingir estes objetivos é que esta Comissão foi criada e já estamos planejando e desencadeando uma série de atividades-vetores que serão detalhadas em breve”, afirma o Coordenador da Comissão, Dr. Sady Selaimen da Costa.

Para alcançar os objetivos traçados, o grupo mantém relação com várias sociedades internacionais. “Como exemplo, podemos citar o trabalho desenvolvido pelo Prof. Eugene Myers que, quando coordenador da Comissão de Assuntos Globais da Academia Americana

Grupo tem como maior atribuição a inserção definitiva da ABORL-CCF e, consequentemente, da otorrinolaringologia brasileira no cenário médico global

Comissão de Relações Internacionais

de Otorrinolaringologia (AAO-HNS), criou em 1997 um programa de relacionamentos internacionais daquela entidade. A primeira parceria estabelecida foi com a Sociedade Espanhola de Otorrinolaringologia e, desde então, o número de International Corresponding Societies cresceu constantemente, chegando, em 2019, à incrível marca de 72 sociedades afiliadas”, revela o Coordenador da Comissão de Relações Internacionais da ABORL-CCF.

Com o objetivo de coordenar esta complexa teia de relacionamentos, foi criado, durante o Meeting de São Diego, em 2016, um comitê interno chamado de International Advisory Board (IAB). Este grupo mescla colegas americanos com membros internacionais da academia e as funções de Chair e Vice-Chair são reservadas e exclusivas sempre a membros de outros países. Assim, Dr. Sady Selaimen da Costa é o atual Chair do IAB, tendo sido escolhido em uma eleição mundial em Atlanta, realizada há dois anos. “O IAB está tão inserido no processo de tomada de decisões da AAO-HNS que seu Chairman é membro perpétuo e com poder de voto na diretoria executiva daquela instituição”, complementa o Chair do IAB.

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COMISSÃO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Coordenador:Sady Selaimen da Costa

MembrosAgrício Nubiato Crespo

Aldo StammMarcos MocelinPaulo PerazzoPaulo Pontes

Ricardo Ferreira BentoTania Sih

educação médica continuada, fomos vanguarda em programas de aperfeiçoamento veiculados via internet (tendo realizado com grande sucesso três congressos transmitidos integralmente pela rede mundial), nossos eventos estão entre os mais movimentados e prestigiados do planeta e organizamos de forma impecável um congresso mundial”, relata.

O Coordenador da Comissão reforça o fato de a ABORL-CCF manter constante expansão nos relacionamentos internacionais. “Recentemente, representada pelo vice-presidente, Geraldo Druck Sant’Anna, foi firmado acordo com a Confederação Europeia de Otorrinolaringologia (CEORL-HNS), tornando-se “Coopted Members” ou, numa tradução mais simples, Membro Associado. Alia-se a esta façanha nosso protagonismo e atuação na International Federation of ORL Societies (IFOS), a posição de International Corresponding Society com a AAO-HNS, a posição de liderança na América Latina e Cone Sul, a inserção na Associação Pan-Americana de ORL e o relacionamento atávico com as sociedades portuguesas e espanholas”, finaliza.

Contatos da ABORL-CCF:Instagram: @aborlccf Whatsapp: (11) 95266-1614

e-mail: <[email protected]>

Telefones: 0800 7710 821 - (11) 5053-7500 - Fax: 5053-7512

Facebook: /aborlccf

“A medicina brasileira tem de ser vista

como exemplo e benchmark para nossos

vizinhos. Para atingir estes objetivos

é que esta Comissão foi criada e já

estamos planejando e desencadeando

uma série de atividades-vetores que

serão detalhadas em breve.”

Sady Selaimen da Costa

De acordo com Sady Selaimen, a Comissão de Relações Internacionais tem buscado a excelência gerencial, assistencial e acadêmica. “No plano assistencial, não resta dúvidas de que a otorrinolaringologia brasileira cresceu e, com ela, cresceram e amadureceram aqueles que se dedicam à sua prática como especialistas. O trabalho desenvolvido por colegas de todo o país catapultou a relevância da especialidade no cenário médico nacional e, extrapolando as fronteiras, tornou as nossas supras em referências globais. No âmbito acadêmico também colecionamos conquistas, só para citar algumas: publicamos há décadas uma conceituada e disputada revista cientifica em dois idiomas, editamos o mais ambicioso e abrangente compêndio do mundo, mantemos uma série de atividades pioneiras em

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Realizado no San Diego Convention Center, de 20 a 23 de setembro, o encontro reuniu alguns dos mais renomados especialistas que, na opor-

tunidade, puderam compartilhar experiências com cole-gas de mais de 70 diferentes países.

O Encontro proporcionou a diferentes gerações de profissionais a oportunidade de agregar conhecimento em diferentes aspectos educacionais e de prática cirúrgica.

A Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos

Congresso Mundial de Plástica Facial

INTERNACIONAL

(ASPS) é a maior organização especializada em cirurgia plástica do mundo. Representa 94% de todos os profissionais da especialidade certificados nos EUA e mais de 8 mil em todo o mundo, o que torna a ASPS uma instituição global e principal autoridade em cirurgia plástica estética e reconstrutiva.

Diversos otorrinolaringologistas brasileiros com atuação em cirurgia plástica da face também marcaram presença em mais esse importante encontro científico, onde puderam transmitir seus conhecimentos e se atualizar com as mais recentes descobertas na área.

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Realizada de 15 a 18 de setembro, no Ernest N. Morial Convention Center, em New Orleans, a reunião da AAO-HNSF e a OTO Experience é

considerada o principal evento da comunidade de cirur-gia otorrinolaringológica e de cabeça e pescoço.

Promovido anualmente, o encontro oferece uma oportunidade para milhares de membros da Academia ampliarem conhecimento e networking, atraindo aproximadamente 7 mil especialistas, vindos de mais de 80 países, para quatro dias de intensos trabalhos.

Na oportunidade, foi apresentada uma enorme quantidade de aulas, palestras e discussões sobre as mais recentes ferramentas e técnicas de ponta, além

de um programa educacional com professores de renome internacional.

A ABORL-CCF mais uma vez marcou presença neste grande evento. Em registro oficial, o

Delegação brasileira no estande da ABORL-CCF durante o Congresso da Academia Americana de Otorrinolaringologia

Aproximadamente 7 mil profi ssionais participaram

do evento, vindos de todas as partes do mundo. Na

imagem acima: Marc Remacle, Clark Rosen, Tuan

Jen Fang, Geraldo Druck Sant’Anna e Mark San

Courey

Congresso da Academia Americanade Otorrinolaringologia

presidente da Associação, Dr. Luiz Ubirajara Sennes, posou ao lado dos membros da Diretoria e demais otorrinolaringologistas brasileiros presentes ao encontro no estande da entidade.

A reunião anual 2020 da Academia Americana já tem data e local definidos. Será realizada de 13 a 16 de setembro, em Boston.

Delegação brasileira no estande da ABORL- do evento, vindos de todas as partes do mundo. Na Aproximadamente 7 mil profi ssionais participaram

Fotos: Arquivo pessoal

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O QUE DIZ A LEI

Foi publicada a Resolução CFM nº 2232/2019, que estabelece normas éticas para a recusa tera-pêutica por pacientes e objeção de consciência na

relação médico-paciente.Neste contexto é importante trazer ao conhecimento

dos associados da ABORL-CCF a normativa do Conselho Federal de Medicina, que é de relevante destaque no compromisso com o respeito à dignidade da pessoa humana e à autonomia do profissional médico.

Denota-se que a relação médico-paciente é construída com base nos pilares da confiança, do mútuo respeito, da dignidade da pessoa humana, da autonomia do paciente - que se materializa no termo de ciência e consentimento após a prestação de informações qualificadas, adequadas e esclarecidas.

Contudo, há situações que levam o médico à difícil tomada de decisão, por exemplo, quando o paciente manifesta sua recusa terapêutica ao que foi proposto como o tratamento adequado.

Neste momento, o médico se vê diante de um dilema entre o que fazer de acordo com as evidências científicas, as melhores práticas médicas, a melhor terapêutica e a recusa manifestada pelo paciente.

RECUSA TERAPÊUTICA E OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIADireito é assegurado ao paciente maior de idade, capaz, lúcido, orientado e consciente no momento da decisão

Por Vania Rosa Moraes e Carlos Michaelis Jr, do Departamento Jurídico da ABORL-CCF

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Mas afinal, o que é recusa terapêutica? A própria resolução em seu artigo 1º traz a resposta

(...) é a manifestação de vontade do paciente em não aceitar determinada conduta terapêutica. Direito do paciente a ser respeitado pelo médico, desde que o médico o informe dos riscos e das consequências previsíveis de sua decisão.

Esse direito é assegurado ao paciente maior de idade, capaz, lúcido, orientado e consciente no momento da decisão.

Hipóteses em que o médico não deve aceitar a recusa terapêutica:

• Em situações de risco relevante à saúde• Paciente menor de idade, ou• Adulto que não esteja no pleno uso de suas

faculdades mentais• Abuso de direito caracterizado quando a decisão

do paciente coloque em risco a saúde de terceiros; ao tratamento de doenças transmissíveis; qualquer outra possibilidade que exponha a sociedade a risco de contaminação.

Qual o cuidado ético-jurídico que o profissional médico deve ter?

De acordo com a Resolução CFM nº 2232/2019, o médico deve:

• Registrar o ato de recusa terapêutica de forma que contemple a manifestação de vontade do paciente, incluindo todas as informações, esclarecimentos, riscos, consequências previsíveis da decisão e qual outro tratamento – quando disponível – proposto pelo médico ao paciente. Paciente e médico devem assinar e cópia deve ser arquivada em prontuário, além de descrevê-la /registrá-la em prontuário.

Quando em estabelecimento de saúde, o médico deve registrar em prontuário e comunicar, por escrito, ao diretor técnico para que tome as providências necessárias, inclusive perante as autoridades competentes, visando a continuidade do tratamento.

Nota-se que exceção à regra, ou seja, que a recusa terapêutica não será acatada nos casos que a recusa possa colocar em risco terceiros.

Destaca-se então que a recusa terapêutica é ato que pode ser praticado pelo paciente. Contudo a resolução também normatiza a objeção de consciência.

Afinal, o que é objeção de consciência? Quem tem a prerrogativa de exercê-la?

A objeção de consciência é o ato de se abster do atendimento diante da recusa terapêutica do paciente, direito do médico, que está fundamentado no item IX do capítulo II do Código de Ética Médica.

Capítulo II, item IX - É direito do médico: Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência.

Esse ato decorrente do direito de se abster de atender o paciente provocará a descontinuidade da relação médico-paciente pacificada no capítulo II, item IX, combinado com o parágrafo primeiro do artigo 36 do Código de Ética Médica. Deve ser registrada em prontuário todas as informações prestadas pelo médico ao paciente, além do termo referente à recusa terapêutica e todas as demais providências que foram tomadas decorrentes de tal ato.

Destaca-se que todos esses cuidados não eximem o médico em ter que responder seja no âmbito ético, civil ou penal.

Contudo, a ABORL-CCF se preocupa em trazer aos seus associados as inovações das regras éticas e legais na busca das melhores práticas da especialidade e disponibiliza aos seus associados adimplentes o programa de extensão jurídica capitaneado pelo Departamento Jurídico para atender os casos de dúvidas dos associados, que pode ser contato pelos e-mails: [email protected] e [email protected]

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EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADAEsta seção é de inteira responsabilidade

do Comitê de Educação Médica Continuada da ABORL-CCF

ATUALIDADES NO TRATAMENTO DASDisfunções da Tuba Auditiva

Marcos Luiz AntunesMestre e Doutor pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP);Professor adjunto do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP

alguns anos, porém com a necessidade muitas vezes de recolocação destes tubos, procedimento com riscos como perfuração timpânica permanente, otorréia e hipoacusia, além da necessidade de proteção auricular.

Baseado nas teorias atuais sobre a fisiopatologia desta doença, onde o principal sítio de origem e obstrução da tuba é sua porção nasofaringeana (porção cartilaginosa), associada com o avanço na visão endoscópica da tuba, além da aplicação de questionários sobre a função tubária, foram propostos alguns procedimentos, a saber:

• Aplicação de laser ou microdebridador na porção cartilaginosa ou peri-tubárea;

• Dilatação tubária através de balão (tuboplastia por balão);

• Procedimentos cirúrgicos para a tuba patente.

A aplicação de laser nos tecidos tubários da nasofaringe é um procedimento realizado em alguns países desde meados de 2010. Os resultados são conflitantes e há falta de ensaios clínicos randomizados. Em recente revisão sistemática, Wang e cols.1 compararam a eficácia da tuboplastia por balão com uso de laser na disfunção tubária. Ambos os procedimentos apresentaram melhora nos sintomas da disfunção tubária, porém os estudos com laser não utilizaram questionários validados e os resultados na timpanometria pós-operatória foram melhores nos pacientes submetidos à tuboplastia por balão. No entanto, os resultados de melhora com manobra

A tuba auditiva é uma estrutura complexa que conecta o pró-tímpano à nasofaringe e é formada por osso em sua porção mais

lateral, cartilagem em sua porção medial e mucosa de revestimento. Suas funções principais são a equalização de pressão na orelha média, transporte muco-ciliar, proteção da orelha média contra sons, patógenos e secreções da nasofaringe. As alterações no funcionamento da tuba auditiva estão intimamente relacionadas ao aparecimento de diversos processos inflamatórios na orelha média. A disfunção tubária (presente em até 4% da população adulta mundial) pode estar relacionada a fatores como inflamação da mucosa tubária ou peri-tubária, movimentos incoordenados dos músculos do véu palatino, condições anatômicas do palato mole, assim como a presença de tecido linfoide excessivo na região da nasofaringe, ocasionando otite com efusão, retrações timpânicas ou até colesteatoma.

A tuba patente, por sua vez, é uma condição incomum na qual a tuba permanece aberta constantemente, causando autofonia e tinnitus sincrônicos com a respiração. As causas são diversas, mas aproximadamente um terço dos casos estão relacionados à perda de gordura peri-tubária (gordura de Ostmann) em casos de rápido emagrecimento, além de atrofia de mucosa e submucosa, ausência de cartilagem na parede ântero-lateral ou hipertonicidade dos músculos do véu palatino.

O tratamento da disfunção tubária, através de timpanotomia com colocação de tubos de ventilação, era o único tratamento eficaz para esta afecção até

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de Valsalva no pós-operatório entre os grupos foi semelhante. A tuboplastia por microdebridador foi iniciada por Metson e cols. e atualmente é usado também em conjunto com a tuboplastia por balão.

A dilatação da tuba auditiva por balão (tuboplastia) foi primeiro realizada por Sudoff, na Alemanha em 2009, e seu grupo publicou, em 2012, um artigo com um número de 120 pacientes adultos submetidos ao procedimento em um período de dois anos e meio, apresentando resultados satisfatórios na melhora da função tubária (em torno de 80%) identificado por timpanometria, tubomanometria e questionários de função tubária. O procedimento consiste na introdução de um cateter pelo óstio faríngeo da tuba auditiva, através de visão por endoscópio por via nasal, colocando-se dois centímetros para dentro da porção cartilaginosa e insuflando o balão com solução fisiológica numa pressão de 10 bar por dois minutos.

Um grupo de Harvard, liderado pelo Dr. Poe, iniciou estudos sobre a tuboplastia por balão e, através de um estudo multicêntrico nos EUA, publicaram seus resultados em 2018. O estudo foi um ensaio clinico randomizado comparando a tuboplastia por balão com uso de esteroide nasal por seis semanas e o grupo controle, só o uso de esteroide nasal pelo mesmo tempo. Os resultados foram baseados na timpanometria e no questionário de função tubária

(ETDQ-7), que foi recentemente validado para a língua portuguesa por Gallardo e cols. e publicado na BJORL. O estudo consistiu num total de 323 pacientes (462 orelhas) e os resultados mostraram normalização na timpanometria em 62% no grupo da tuboplastia em até 24 semanas e em torno de 14% no grupo controle; e a normalização do questionário em 60% no grupo estudo contra 8,5% no grupo controle (estatisticamente significante). As complicações do procedimento foram raras e incluíram sangramento, falso trajeto, enfisema local, perfuração timpânica, tuba patente e sinéquia. Até o momento, a FDA não aprovou o procedimento em crianças nos EUA e o tipo de cateter utilizado naquele país apresenta algumas poucas diferenças de tamanho e angulação em relação ao cateter comercializado na Europa (notadamente na Alemanha).

Alguns procedimentos são realizados hoje para o tratamento da tuba patente. Entre eles: aplicação de hidroxiapatita peri-tubária (55% de melhora), enxerto de gordura, fáscia ou fragmento de cartilagem na porção ântero-lateral da parte cartilaginosa da tuba (55% de melhora) e introdução de cateter na tuba para diminuição da luz (SHIM). Entre estes, o que tem demonstrado melhores resultados, podendo ser removido para evitar o fechamento excessivo da tuba, é a colocação de cateter (85% de sucesso).

REFERÊNCIAS1. Wang TC, Lin CD, Shih TC, et al. Comparison of ballon dilatation and laser eustachian tuboplasty in patients with eustachian tube dysfunction: a meta-analysis. Otolaryngol Head Neck Surg 2018; 158: 617-26.

2. Metson R, Pletcher SD, Poe DS. Microdebrider eustachian tuboplasty: a preliminar report. Otolaryngol Head Neck Surg 2007; 136:422-7.

3. Schröder S, Reineke U, Lehmann M, Ebmeyer J, Sudhoff H. Chronic obstructive eustachian tube dysfunction in adults: a long-term results of ballon eustachian tuboplasty. HNO 2013; 61:142-51.

4. Poe D, Anand V, Dean M, et al. Ballon dilatation of the Eustachian Tube for dilatory dysfunction: a randomized controlled trial. Laryngoscope 2018; 126: 1200-6.

5. Gallardo FP, Onishi ET, Lira FI, Suzuki FB, Testa JRG. Translation, validation and cultural adaptation of the “Eustachian Tube Dysfunction Questionnaire-7”(ETDQ-7) to Brazilian Portuguese (BR). Braz J Otorhinolaryngol 2019; 85:456-64.

6. Ward BK, Chao WC, Abiola G, et al. Twelve-month outcomes of eustachian tube procedures for management of patulous eustachian tube dysfunction. Laryngoscope 2019; 129:222-8.

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QUALIDADE DE VIDA

Renato Gutierrez I Fotos: Arquivo Pessoal

Exercício diário

bem-estar físico e mentalcomo forma de manter o

Há mais de 45 anos, Dr. Ney Penteado de Castro Júnior pratica atividades físicas de forma regular. “Hábito dissipa o estresse, areja a mente e vislumbra a solução de problemas”, garante o médico

Desde os 28 anos de idade, Dr. Ney Pente-ado de Castro Júnior se acostumou com a prática regular de atividades físicas. Pri-

meiro vieram as corridas, de até quatro quilômetros, em média por quatro ou cinco dias na semana, ten-do, inclusive, participado de quatro meia maratonas. Essa rotina durou até os 69 anos, quando uma fascite plantar teimou em atrapalhar a vida do médico. “O problema limitou minhas corridas e me vi obrigado e deixá-las de lado, foi aí que passei a praticar natação e ciclismo”, revela.

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“Trekking é outra atividade física que o médico aprecia. Ao menos uma vez por ano

viaja com a esposa para este fim. Dessa forma, já esteve em lugares como a Chapada

Diamantina, Bahia; Patagônia, na Argentina; e Ilha da Madeira, em Portugal.”

Os dois novos esportes eram realizados, inicialmente, aos finais de semana. Porém, aos poucos, foram tomando mais espaço na agenda do profissional. “A escolha por esses esportes foi por eles estimularem o sistema cardiorrespiratório, bem como serem de baixo impacto, ou seja, sem o mesmo risco de sofrer lesões por esforço repetitivo, como ocorre frequentemente com quem realiza corridas”, explica.

As novas opções esportivas são realizadas há cinco anos, com uma dedicação maior para a natação. “Treino por 45 minutos, duas vezes na semana. Hoje faço entre 1,2 e 1,4 quilômetro em cada sessão. Comparado a outros companheiros de piscina, considero-me uma ‘tartaruga’, pois eles fazem tranquilamente de 1,7 a 1,9 quilômetro”, afirma, de forma despretensiosa, Dr. Ney Penteado.

O médico aprendeu e executa todos os estilos. “Nado preferencialmente o crawl, mas treino os outros estilos também, principalmente costas e peito, já a modalidade ‘borboleta’ é a única em que sinto um pouco mais de dificuldade”, descreve.

Dr. Ney Penteado considera a prática de qualquer modalidade esportiva fundamental para a manutenção do equilíbrio pessoal. “É o momento em que conseguimos nos desconectar dos problemas cotidianos e, portanto, uma atividade que dissipa o estresse, areja a mente e, por diversas vezes, permite o vislumbre para a soluções de problemas até então intransponíveis” acredita.

O otorrinolaringologista não se considera um atleta e diz que encara o esporte apenas como um hobby, sem pretensões de competição. “O mais importante é o ganho de qualidade de vida, pois em nossa profissão o estresse é onipresente e o derivativo de uma atividade física regular é fundamental para o bem-estar físico e mental”, finaliza.

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HumORL

Dr. Tarcísio Pierre, meu pai, renomado otorrinolaringologista da cidade de Crato, no interior do Ceará, está completando 60 anos de atividade profissional. Tanta experiência de consultório resultou em muitos casos curiosos e engraçados protagonizados por pacientes de várias cidades do Ceará e estados vizinhos. Um

desses casos, conto a seguir.Um padre, de uma cidade vizinha, sempre vinha ao Crato para suas compras no seu Volkswagen e, nessas idas

e vindas, fez muitas amizades. Certa vez se queixou de uma perda auditiva que o acompanhava há alguns anos e foi orientado, por um amigo comum, a procurar o Dr. Pierre.

Na consulta, foram constatadas rolhas de cera em ambos os ouvidos, daquelas que, de tão antigas, chegam a endurecer ao ponto de parecerem petrificadas. Após paciente e trabalhosa remoção do cerume, o padre voltou a se encontrar com o amigo, que foi logo perguntando:

- Como foi a consulta Padre, resolveu o problema?O Padre então respondeu:- A consulta foi ótima, gostei muito do Dr. Pierre. O que não gostei foi que ele estragou o meu fusquinha!- Como assim, Padre? Perguntou o amigo sem entender patavina.- É que meu fusquinha não tinha um barulho sequer. Eu andava por qualquer tipo de estrada e não ouvia um grilo,

uma batidinha, nada. Depois da consulta o carro parece mais uma escola de samba de tanto barulho que faz...

Barulhinho bom!Por Jorge Henrique A. Pierre, otorrinolaringologista na cidade de Crato-CE.

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