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Pág. 1 de 23 TÍTULO VII Condições gerais dos equipamentos e sistemas de segurança CAPÍTULO IV Controlo de fumo SECÇÃO I Aspectos gerais Artigo 152.º Critérios de segurança Os edifícios devem ser dotados de meios que promovam a libertação para o exterior do fumo e dos gases tóxicos ou corrosivos, reduzindo a contaminação e a temperatura dos espaços e mantendo condições de visibilidade, nomeadamente nas vias de evacuação. Artigo 153.º Métodos de controlo de fumo 1 - O controlo do fumo produzido no incêndio pode ser realizado por varrimento ou pelo estabelecimento de uma hierarquia relativa de pressões, com subpressão num local sinistrado relativamente aos locais adjacentes, com o objectivo de os proteger da intrusão do fumo. 2 - A desenfumagem pode ser passiva, quando realizada por tiragem térmica natural, ou activa, nos casos em que se utilizem meios mecânicos. 3 - As instalações de desenfumagem passiva compreendem aberturas para admissão de ar e aberturas para libertação do fumo, ligadas ao exterior, quer directamente, quer através de condutas. RGSCIE – DESENFUMAGEM RGSCIE – DESENFUMAGEM E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO E EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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TÍTULO VII

Condições gerais dos equipamentos e sistemas de segurança

CAPÍTULO IV

Controlo de fumo

SECÇÃO I

Aspectos gerais

Artigo 152.º

Critérios de segurança

Os edifícios devem ser dotados de meios que promovam a libertação para o exterior do fumo e dos gases tóxicos ou corrosivos, reduzindo a contaminação e a temperatura dos espaços e mantendo condições de visibilidade, nomeadamente nas vias de evacuação.

Artigo 153.º

Métodos de controlo de fumo

1 - O controlo do fumo produzido no incêndio pode ser realizado por varrimento ou pelo estabelecimento de uma hierarquia relativa de pressões, com subpressão num local sinistrado relativamente aos locais adjacentes, com o objectivo de os proteger da intrusão do fumo.

2 - A desenfumagem pode ser passiva, quando realizada por tiragem térmica natural, ou activa, nos casos em que se utilizem meios mecânicos.

3 - As instalações de desenfumagem passiva compreendem aberturas para admissão de ar e aberturas para libertação do fumo, ligadas ao exterior, quer directamente, quer através de condutas.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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4 - O recurso a desenfumagem passiva em locais amplos cobertos, incluindo pátios interiores e átrios, com altura superior a 12 m, deve ser devidamente fundamentada à ANPC.

5 - Nas instalações de desenfumagem activa, o fumo é extraído por meios mecânicos e a admissão de ar pode ser natural ou realizada por insuflação mecânica.

6 - As instalações de ventilação e de tratamento de ar dos edifícios podem participar no controlo do fumo produzidos no incêndio, desde que sejam satisfeitas as exigências expressas neste capítulo.

Artigo 154.º

Exigências de estabelecimento de instalações de controlo de fumo

1 - Devem ser dotados de instalações de controlo de fumo:

a) As vias verticais de evacuação enclausuradas;

b) As câmaras corta-fogo;

c) As vias horizontais a que se refere o n.º 1 do artigo 44.º;

d) Os pisos situados no subsolo, desde que sejam acessíveis a público ou que tenham área superior a 200 m2, independentemente da sua ocupação;

e) Os locais de risco B com efectivo superior a 500 pessoas;

f) Os locais de risco C referidos no n.º 6 do artigo 19.º;

g) As cozinhas na situação prevista no n.º 2 do artigo 40.º;

h) Os átrios e corredores adjacentes a pátios interiores, nas condições previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 38.º, no caso de serem cobertos;

i) Os espaços cobertos afectos à utilização-tipo II;

j) Os espaços afectos à utilização-tipo XII, cumprindo as respectivas condições específicas;

k) Os espaços cénicos isoláveis, cumprindo as respectivas condições específicas.

2 - O controlo de fumo em vias verticais enclausuradas de evacuação de edifícios com altura superior a 28 m deve ser efectuado por sistemas de sobrepressão, que devem ser duplicados por sistemas de desenfumagem passiva de emergência com manobra reservada aos bombeiros.

3 - O controlo de fumo em vias de evacuação horizontais enclausuradas de edifícios com altura superior a 28 m deve ser efectuado por sistemas activos de arranque automático, podendo a admissão de ar ser efectuada a partir do exterior ou pela câmara corta-fogo.

4 - O controlo de fumo em cozinhas na situação prevista no n.º 2 do artigo 40.º deve ser efectuado por sistemas de desenfumagem activa, devendo ser instalados painéis de cantonamento dispostos entre as cozinhas e as salas de refeições.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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5 - O controlo de fumo em pisos enterrados, sendo mais do que um piso abaixo do plano de referência, faz-se sempre por recurso a meios activos, de preferência por hierarquia de pressões.

6 - As escadas que servem pisos no subsolo, desde que a sua saída não seja directamente no exterior, devem ser pressurizadas.

7 - Nos recintos itinerantes ou provisórios, a ANPC pode exigir a instalação de meios de desenfumagem activa, nos casos em que sejam previstos tempos de implantação do recinto num mesmo local superiores a seis meses.

Composição de um Sistema de Desenfumagem Natural:

Exutores de fumo:

Montados na cobertura, ou na fachada junto à cobertura, podem ser de diversos tipos:

● Clarabóias tradicionais com cúpula;

● Exutores de lamelas, horizontais ou verticais;

● Janelas, horizontais ou verticais;

Seja qual for o tipo, devem ter sido sujeitos a ensaios de aptidão do mecanismo, a ensaios de deformação térmica e a ensaios aerodinâmicos. A sua principal característica é a área útil para desenfumagem, a qual é determinada durante os ensaios aerodinâmicos. A norma europeia EN 12101-2 especifica os processos de ensaio e as características exigidas para os exutores de fumo.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Exutor de fumo

Abertura de fachada para entrada de ar

fresco

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Aberturas de fachada:

Montadas na fachada, junto ao solo, também podem ser de diversos tipos:

● Exutores de lamelas, verticais;

● Janelas, verticais;

Tal como acontece com os exutores de fumo, também as aberturas de fachada têm de ser sujeitas a ensaios de aptidão do mecanismo, a ensaios de deformação térmica e a ensaios aerodinâmicos. A sua principal característica é a área útil para desenfumagem, a qual é determinada durante os ensaios aerodinâmicos. A norma europeia EN 12101-2 especifica os processos de ensaio e as características exigidas para as aberturas de fachada.

Actuadores para exutores de fumo:

Os exutores de fumo e as aberturas de fachada têm de abrir em caso de incêndio. Para esta acção podem ser utilizados três tipos diferentes de actuadores, que funcionam com outros tantos tipos diferentes de energia. Actuadores que funcionam com energia mecânica, com energia pneumática ou com energia eléctrica.

● Actuadores que funcionam com energia mecânica:

Totalmente em desuso, têm grandes desvantagens relativamente aos outros dois tipos de actuadores. Baseado em molas, roldanas e cabos de aço, a sua utilização só praticável com um ou dois exutores de fumo, por exemplo em caixas de escada, não podendo no entanto ser utilizados em caixas de escada de edifícios de grande altura, devido ao excesivo comprimento do cabo de aço.

● Actuadores que funcionam com energia pneumática:

Ainda largamente utilizados, permitem a abertura simultânea de grandes quantidades de exutores e a abertura de exutores de grandes dimensões, normalmente com tempos de abertura muito rápidos. Os sistemas de desenfumagem que utilizam este tipo de actuadores utilizam, no dia-a-dia, um compressor de ar para as funções de ventilação natural (arejamento) e centrais de garrafas de CO2 para as funções de desenfumagem. A ventilação natural só pode é feita do tipo "tudo ou nada" - janela/exutor todo fechado ou todo aberto.

● Actuadores que funcionam com energia eléctrica:

Cada vez mais utilizados, em caso de incêndio funcionam pelo princípio da abertura total, mas em ventilação, no dia-a-dia, permitem ser controlados linearmente para regular o arejamento - ver em http://www.petaproj.pt/ventilacao.html as vantagens e os princípios da ventilação natural - o que permite rentabilizar o investimento feito num sistema que se espera que nunca venha a ser necessário, ou seja, em caso de incêndio.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Central de desenfumagem:

Os actuadores precisam de uma central, normalmente designada por central de desenfumagem, que faça a interface entre estes e os restantes componentes relacionados com o sistema de desenfumagem, tais com a central de detecção de incêndio (CDI), ou os sensores de fumo, e as botoneiras de comando manual, tipo quebra vidro. Estas centrais têm de ter, obrigatoriamente, autonomia própria, para o caso de faltar a energia no edifício, caso que, aliás, acontece sempre que há um incêndio, uma vez que é uma das primeiras operações que os bombeiros fazem quando chegam ao local do incêndio - cortar a energia eléctrica do edifício.

Exutores e aberturas de fachada

Sensor de fumo ou CDI

Central de desenfumagem

Botoneira de desenfumagem tipo quebra-vidro

O esquema apresentado é de um sistema que funciona com energia eléctrica. Para os sistemas mecânicos e pneumáticos terão de ser utilizadas as centrais adequadas para esses tipos de sistemas.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Painéis de cantonamento:

Em diversas situações ter exutores de fumo e aberturas de fachada não chega, o controlo do fumo também se faz pela limitação das áreas enfumadas, chamados cantões de desenfumagem, e cujos limites são definidos no RGSCI.

Esta limitação pode ser obtida com a própria arquitectura do edifício, ou então são utilizados os denominados painéis de cantonamento. O objectivo é impedir a propagação do fumo para os cantões adjacentes, criando compartimentos livres de fumo para onde as pessoas possam fugir e serem evacuadas em segurança.

No cantão sinistrado são criados "armazéns" de fumo, junto ao tecto ou à cobertura, chamada zona enfumada, com uma altura tal que, em função do pé direito existente, ainda fique uma altura livre de fumo suficiente para a evacuação das pessoas. A quantidade de exutores de fumo a instalar depende do volume da zona enfumada.

H = Altura média da cobertura

H' = Zona livre de fumo

Os painéis de cantonamento podem ser feitos de diversos materiais, desde que resistentes ao calor e à chama (ver características exigidas no regulamento). Uma solução muito utilizada são as cortinas automáticas pára-fumo, principalmente em locais de edifícios onde a estética é uma factor importante, como por exemplo os centros comerciais e os edifícios administrativos. As cortinas automáticas pára-fumo podem estar escondidas no tecto falso, e descem em caso de incêndio até uma altura predefinida.

Na Internet: http://www.petaproj.pt/cortinas.html

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Painel de cantonamento

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Artigo 155.º

Localização das tomadas exteriores de ar e das aberturas para descarga de fumo

1 - As tomadas exteriores de ar, através de vãos de fachada ou bocas de condutas, devem ser dispostas em zonas resguardadas do fumo produzido pelo incêndio.

2 - As aberturas para descarga do fumo, através de exutores, vãos de fachada e bocas de condutas, devem ser dispostas de acordo com as exigências expressas no presente regulamento para as clarabóias em coberturas, ou para as aberturas de escape de efluentes de combustão, consoante o caso.

3 - Nas instalações de controlo de fumo podem ser considerados os vãos de fachada que possam abrir segundo um ângulo superior a 60º, devendo situar-se no terço superior do espaço quando se destinem à evacuação do fumo.

Exemplo de janelas resguardadas do fumo:

A norma EN 12101 também diz que, caso sejam utilizadas aberturas de fachada para a evacuação de fumo, estas deverão ser duplicadas, em fachadas opostas, e só deverão actuar as aberturas que estiverem do lado contrário ao do vento.

O princípio de funcionamento é igual ao da ventilação natural por convecção - ver animação em http://www.petaproj.pt/vent_empilhada.html - o ar quente sobe porque é mais leve do que o ar frio. Quando o ar quente sobe até à cobertura de um edifício, um pequeno vácuo é criado ao nível mais baixo, sugando o ar fresco através de janelas abertas ao nível do chão - assim, é criado um fluxo de ar natural. Devido à sua natureza física, para que este princípio de ventilação funcione é necessário haver uma certa diferença de altura entre as janelas de saída e de entrada de ar - ver no RGSCI as cotas prescritas.

Os exutores e/ou aberturas de fachada são utilizados para deixar sair o fumo, enquanto que as janelas dos níveis inferiores permitem a admissão de ar fresco e livre de fumo.

O efeito de convecção é combinado com o movimento do vento no exterior do edifício. As janelas por onde é deixado entrar e sair o ar são definidas pela direcção do vento. As janelas de entrada de ar fresco do lado onde sopra o vento não abrem ou abrem menos dos que as janelas do lado contrário, enquanto que, na cobertura, só abrem as janelas que estiverem do lado contrário ao do vento.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Artigo 156.º

Características das bocas de ventilação interiores

1 - As bocas de admissão de ar e as de extracção de fumo dispostas no interior do edifício devem permanecer normalmente fechadas por obturadores, excepto nos casos em que sirvam condutas exclusivas de um piso nas instalações de ventilação e de tratamento de ar que participem no controlo de fumo.

2 - Os obturadores referidos no número anterior devem ser construídos com materiais da classe A1 e possuir uma resistência E ou EI, consoante realizem admissão ou extracção, de escalão igual ao requerido para as condutas respectivas.

Artigo 157.º

Características das condutas

1 - As condutas das instalações devem ser construídas com materiais da classe A1 e garantir classe de resistência ao fogo padrão igual à maior das requeridas para as paredes ou pavimentos que atravessem, mas não inferior a EI 15, ou ser protegidas por elementos da mesma classe.

2 - No caso de alojamento das condutas em ductos, estes só podem conter quaisquer outras canalizações ou condutas se aquelas assegurarem a resistência ao fogo exigida no número anterior.

Artigo 158.º

Determinação da área útil de exutores, vãos e aberturas de saída de fumo

1 - A área útil dos exutores é determinada com base em ensaios realizados por organismo acreditado pela entidade competente do SPQ.

2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, no caso de exutores de cobertura que abram segundo um ângulo superior a 110º pode ser considerado, para efeitos de cálculo, que a área útil é igual a 100% da sua área livre.

3 - A área útil dos vãos de fachada permitidos e das aberturas de saída de fumo pode ser considerada igual a 50% da sua área livre, desde que possam abrir num ângulo superior a 60º.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Artigo 159.º

Comando das instalações

1 - As instalações de controlo de fumo devem ser dotadas de sistemas de comando manual, duplicados por comandos automáticos quando exigido, de forma a assegurar:

a) A abertura apenas dos obturadores das bocas, de insuflação ou de extracção, ou dos exutores do local ou da via sinistrada;

b) A paragem das instalações de ventilação ou de tratamento de ar, quando existam, a menos que essas instalações participem no controlo de fumo;

c) O arranque dos ventiladores de controlo de fumo, quando existam.

2 - Nos sistemas de comando manual, os dispositivos de abertura devem ser accionáveis por comandos devidamente sinalizados, dispostos na proximidade dos acessos aos locais, duplicados no posto de segurança, quando este exista.

3 - Os sistemas de comando automático devem compreender detectores de fumo, quer autónomos, quer integrados em instalações de alarme centralizadas, montados nos locais ou nas vias.

4 - Nos locais ou vias de evacuação para os quais se exigem instalações de alarme compreendendo detectores automáticos de incêndio, as instalações de controlo de fumo devem ser dotadas de comando automático.

5 - Nas instalações dotadas de comando automático deve ser assegurado que a entrada em funcionamento da instalação num local ou num cantão bloqueie a possibilidade de activação automática da mesma instalação noutro local, devendo contudo permanecer a possibilidade de controlo de fumo noutros locais, por comando manual.

6 - A restituição dos obturadores, ou dos exutores, à sua posição inicial deve ser efectuada, em qualquer caso, por dispositivos de accionamento manual.

7 - Nos locais equipados com sistemas de extinção automática por água deve ser assegurado que as instalações de desenfumagem entrem em funcionamento antes daqueles.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Exemplo da vantagem dos sistemas eléctricos sobre os pneumáticos:

Uma das vantagens dos sistemas de comando eléctrico sobre os sistemas de comando pneumático, é precisamente a sua versatilidade, ao nível funcional e ao nível dos encravamentos que podem ser feitos.

Os sistemas de detecção automática podem ser implementados pela central de detecção de incêndio, e esta estar interligada com a central de desenfumagem, ou pode a central de desenfumagem implementar directamente a detecção automática. Justifica-se a primeira solução em sistemas de média e grande dimensão, já não se justifica num pequeno sistema com, por exemplo, um ou dois detectores de fumo, caso em que estes podem ficar ligados directamente à central de desenfumagem.

Também são mais fáceis no sistema eléctrico do que no sistema pneumático as interligações com outros subsistemas, por exemplo "a paragem das instalações de ventilação ou de tratamento de ar", ou "o arranque dos ventiladores de controlo de fumo", ou o assegurar que a desenfumagem entre em funcionamento antes dos sistemas de extinção automática por água.

SECÇÃO II

Instalações de desenfumagem passiva

Artigo 160.º

Admissão de ar

A admissão de ar para desenfumagem pode ser realizada por meio de:

a) Vãos dispostos em paredes exteriores, cuja parte superior se situe a uma altura até 1 m do pavimento, ou confinando com locais amplamente arejados;

b) Bocas de admissão, ligadas a tomadas exteriores de ar eventualmente através de condutas.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Artigo 161.º

Evacuação de fumo

1 - A evacuação do fumo pode ser realizada por meio de:

a) Vãos dispostos em paredes exteriores cuja parte inferior se situe, pelo menos, a uma altura de 1,8 m do pavimento;

b) Exutores de fumo;

c) Bocas de extracção cuja parte inferior se situe, pelo menos, a uma altura de 1,8 m do pavimento, ligadas a aberturas exteriores, eventualmente através de condutas.

2 - As condutas das instalações de desenfumagem passiva devem possuir:

a) Secção mínima igual ao somatório das áreas livres das bocas que servem em cada piso;

b) Relação entre dimensões transversais não superior a dois, exigência que também se aplica às bocas que servem.

3 - As condutas colectoras verticais não devem comportar mais de dois desvios, devendo qualquer deles fazer com a vertical um ângulo máximo de 20º.

4 - Em cada piso, o comprimento dos ramais horizontais de ligação à conduta colectora vertical não deve exceder 2 m, a menos que seja justificado pelo cálculo que a tiragem requerida é assegurada.

5 - Para os cálculos referidos no número anterior, o fumo deve ser considerado à temperatura de 70 ºC, o ar exterior à temperatura de 15 ºC e a velocidade nula.

SECÇÃO III

Instalações de desenfumagem activa

Artigo 162.º

Admissão de ar

1 - A admissão de ar para desenfumagem activa pode ser realizada por meios naturais ou mecânicos, em conformidade com os números seguintes.

2 - Os meios naturais de admissão de ar devem ser estabelecidos nas condições indicadas no artigo 155.º.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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3 - A admissão de ar por meios mecânicos deve ser realizada por bocas de insuflação cuja parte mais elevada se situe, no máximo, a 1 m do pavimento.

4 - As condutas de admissão de ar por meios naturais devem satisfazer as disposições dos n.os 2, 3 e 4 do artigo anterior.

Artigo 163.º

Extracção de fumo

1 - A extracção do fumo pode ser realizada por ventiladores ou bocas cuja parte inferior se situe, pelo menos, a uma altura de 1,8 m do pavimento, ligadas a ventiladores através de condutas.

2 - As condutas de insuflação de ar forçado e de extracção de fumo devem apresentar um caudal total de fuga inferior a 20% do caudal a exigir no piso mais desfavorável.

3 - Os ventiladores de extracção do fumo devem resistir, sem alterações sensíveis do seu regime de funcionamento, à passagem de fumo a uma temperatura de 400 ºC, durante uma hora, em edifícios com altura não superior a 28 m, e durante duas horas em edifícios com altura superior a 28 m ou em pisos enterrados.

4 - A certificação das características exigidas no número anterior deve ser feita por organismo acreditado no âmbito do SPQ.

5 - Os dispositivos de ligação dos ventiladores às condutas devem ser constituídos por materiais da classe A1.

6 - A posição dos aparelhos de comando dos ventiladores deve ser sinalizada no posto de segurança, quando exista.

Artigo 164.º

Condicionantes ao dimensionamento

Para efeitos de dimensionamento, a velocidade do ar nas bocas de insuflação deve ser inferior a 5 m/s e o seu caudal deve ser da ordem de 60 % do caudal das bocas de extracção, à temperatura de 20ºC.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Artigo 165.º

Comando das instalações

1 - Os sistemas de comando das instalações de desenfumagem activa devem assegurar que os ventiladores de extracção de fumo só entrem em funcionamento após a abertura dos obturadores das bocas de admissão e de extracção dos espaços interessados.

2 - O accionamento dos ventiladores deve ser garantido, mesmo que a abertura dos obturadores não chegue ao fim de curso.

3 - Sempre que os sistemas de ventilação ou de tratamento de ar do edifício participem no controlo de fumo, deve ser assegurada a obturação de todas as bocas, abertas em exploração normal, que possam permitir o escoamento do fumo para zonas do edifício não sinistradas.

Artigo 166.º

Alimentação de energia eléctrica

A alimentação dos ventiladores envolvidos no controlo de fumo deve ser feita a partir do quadro de colunas ou do quadro geral da utilização-tipo e apoiada por fontes de energia de emergência, nas condições do artigo 91.º.

SECÇÃO IV

Controlo de fumo nos pátios interiores e pisos ou vias circundantes

Artigo 167.º

Métodos aplicáveis

1 - Consideram-se naturalmente desenfumados os pátios descobertos.

2 - O controlo de fumo nos pátios interiores cobertos prolongados até ao topo do edifício pode ser realizado por desenfumagem passiva ou activa.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Artigo 168.º

Instalações de desenfumagem dos pátios interiores

1 - Nas instalações de desenfumagem passiva, as aberturas para admissão de ar devem ser colocadas na zona inferior do pátio e o mais baixo possível.

2 - As aberturas para evacuação de fumo devem consistir em exutores dispostos na sua cobertura.

3 - Caso existam paredes exteriores sobranceiras à cobertura com vãos não protegidos os exutores devem respeitar a distância mínima de 4 m a essas paredes.

4 - Excepcionalmente, podem ser considerados vãos de evacuação de fachada, desde que estejam situados no terço superior do pátio e não contribuam com mais de um terço para a área total útil das aberturas de evacuação.

5 - A área total útil das aberturas para evacuação não deve ser inferior a 5 % da maior das secções horizontais do pátio, medidas em planta.

6 - As instalações devem dispor de:

a) Comando automático a partir de detectores ópticos lineares de absorção instalados na zona superior do pátio e, no caso de pátios com altura superior a 12 m, de detectores idênticos instalados a média altura;

b) Comando manual de recurso, devidamente sinalizado, accionável a partir do piso principal.

7 - Devem ser dispostos painéis de cantonamento ao longo do perímetro do pátio que confine com vias horizontais servindo locais de risco A ou B, para garantir uma altura livre de fumos mínima de 2 m, na desenfumagem dessas vias.

8 - São permitidas instalações de desenfumagem activa, desde que produzam resultados

equivalentes aos das instalações referidas nos números anteriores.

9 - No caso de existirem espaços do edifício com aberturas para o pátio dotados de instalações de desenfumagem activa, devem ser previstos painéis de cantonamento entre tais espaços e o pátio.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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Exemplos de painéis de cantonamento:

Solução standard Solução com cortinas Stobich

Painéis fixos de cantonamento, por exemplo vidro.Painéis automáticos de cantonamento, apenas visíveis em caso de incêndio.

Na Internet: http://www.petaproj.pt/produtos.html

Artigo 169.º

Instalações de desenfumagem nos pisos ou vias circundantes de pátios interiores cobertos

1 - O controlo de fumo nos pisos dos pátios interiores cobertos abertos pode efectuar-se por meios activos e por hierarquização de pressões, mantendo o piso sinistrado em depressão relativamente aos restantes, devendo ser cumprido o referido no n.º 9 do artigo anterior.

2 - Quando nos pátios interiores cobertos fechados existirem locais de risco D e E, as vias horizontais de evacuação que os circundam devem cumprir as disposições aplicáveis do artigo 38.º e ser desenfumadas.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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SECÇÃO V

Controlo de fumo nos locais sinistrados

Artigo 170.º

Métodos aplicáveis

O controlo de fumo nos locais sinistrados pode ser realizado por desenfumagem passiva ou activa.

Artigo 171.º

Cantões de desenfumagem

1 - Os locais não compartimentados, cuja área seja superior a 1600 m2 ou em que uma das suas dimensões lineares exceda 60 m, devem ser divididos em cantões de desenfumagem, preferencialmente iguais, cujas dimensões não ultrapassem aqueles valores.

2 - As disposições constantes do número anterior aplicam-se independentemente do método de desenfumagem ser activo ou passivo.

3 - Constituem excepção ao disposto no n.º 1 os espaços afectos à utilização-tipo II, onde não são exigidos cantões de desenfumagem.

4 - A excepção prevista no número anterior pode ser extensiva a outras utilizações-tipo, mediante proposta devidamente fundamentada e sujeita à aprovação da ANPC.

Artigo 172.º

Instalações de desenfumagem passiva

1 - Nas instalações de desenfumagem passiva, as aberturas para admissão de ar devem ser instaladas totalmente na zona livre de fumo e o mais baixo possível, enquanto que as aberturas para evacuação de fumo se devem dispor totalmente na zona enfumada e o mais alto possível.

2 - O somatório das áreas livres das aberturas para admissão de ar deve situar-se entre metade e a totalidade do somatório das áreas livres das aberturas para evacuação de fumo.

3 - Se o declive do tecto não for superior a 10 %, a distância, medida em planta, de um ponto do local a

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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uma abertura de evacuação de fumo não deve ser superior a sete vezes o pé-direito de referência, com um máximo de 30 m.

4 - Se o declive do tecto for superior a 10 %, as aberturas para evacuação devem ser localizadas integralmente acima do pé-direito de referência e o mais alto possível.

5 - No caso de bocas de evacuação ligadas a condutas verticais, o comprimento das condutas deve ser inferior a 40 vezes a razão entre a sua secção e o seu perímetro.

6 - Quando, no mesmo local, existirem exutores e vãos de evacuação de fachada, estes apenas podem contribuir com um terço para a área total útil das aberturas de evacuação.

7 - A área total útil das aberturas para evacuação deve ser objecto de cálculo devidamente fundamentado.

8 - Consideram-se naturalmente ventilados e desenfumados por meios passivos:

a) Os locais que apresentem fenestração directa para o exterior, desde que os respectivos vãos possam ser facilmente abertos e as vias de acesso sejam desenfumadas;

b) Os pisos dos parques de estacionamento cobertos abertos;

c) Os pisos dos parques de estacionamento semi-enterrados onde, sobre duas fachadas opostas, seja possível garantir aberturas de admissão de ar, ventilação baixa, e saída de fumo, ventilação alta, cujas bocas em ambos os casos tenham dimensões superiores a 0,06 m2 por lugar de estacionamento, em condições que garantam um adequado varrimento;

d) Os parques de estacionamento da 1.ª categoria de risco, desde que possuam condições para garantir um adequado varrimento.

Artigo 173.º

Instalações de desenfumagem activa

1 - Os sistemas de desenfumagem activa devem ser realizados de acordo com o disposto nos n.os 1, 3 e 4 do artigo anterior e ainda com as disposições constantes dos números seguintes.

2 - As bocas de extracção devem ser distribuídas à razão de uma por cada 320 m2 de área do local e proporcionar um caudal de 1 m3/s por cada 100 m2 de área do local, com um mínimo de 1,5 m3/s.

3 - Os sistemas de desenfumagem activa comuns a vários locais devem ser dimensionados para a soma dos caudais exigidos para os dois locais de maiores dimensões.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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4 - Os sistemas de climatização ou controlo ambiental podem ser utilizados para efeitos de controlo de fumo, desde que cumpram o disposto no capítulo V do título VI.

5 - Nos pisos dos parques de estacionamento cobertos fechados:

a) A extracção de fumo em caso de incêndio deve ser activada com um caudal de 600 m3/hora por veículo no compartimento corta-fogo sinistrado;

b) A insuflação deve ser parada no compartimento corta-fogo sinistrado e ser accionada nos compartimentos corta-fogo adjacentes que comuniquem com o sinistrado, com caudais iguais a 60% da extracção do piso sinistrado;

c) No caso particular de compartimentos corta-fogo que não possuam, no seu interior, rampas de comunicação a outros pisos, a desenfumagem tem de ser efectuada, nesse compartimento, por insuflação ou extracção com os caudais referidos nas alíneas anteriores;

d) O sistema de controlo de fumo pode recorrer ao sistema de ventilação para controlo de poluição por meios activos, desde que disponha das características exigidas pelo presente regulamento para o controlo de fumo.

SECÇÃO VI

Controlo de fumo nas vias horizontais de evacuação

Artigo 174.º

Métodos aplicáveis

O controlo de fumo nas vias horizontais de evacuação pode ser realizado por desenfumagem passiva, por desenfumagem activa ou por sobrepressão relativamente ao local sinistrado.

Artigo 175.º

Controlo por desenfumagem passiva

1 - Nas instalações de desenfumagem passiva, as aberturas para admissão de ar e evacuação de fumo devem ser alternadamente distribuídas.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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2 - A distância máxima, medida segundo o eixo da circulação, entre duas aberturas consecutivas de admissão e evacuação deve ser de 10 m nos percursos em linha recta e de 7 m nos restantes percursos.

3 - Qualquer saída de um local de risco não situada entre uma abertura de admissão e outra de escape deve distar, no máximo, 5 m desta última.

4 - As aberturas para admissão de ar não devem ser em número inferior às destinadas ao escape de fumo e qualquer destas últimas aberturas deve ter a área livre mínima de 0,10 m2 por unidade de passagem de largura da via.

5 - Os vãos de fachada podem ser equiparados a bocas de admissão e extracção simultâneas, sendo a área livre considerada para extracção compreendida na zona definida no n.º 1 do artigo 163.º e a área livre considerada para admissão compreendida fora daquela zona.

6 - No posicionamento dos vãos de fachada deve ter-se em conta a eventual acção do vento, dispondo-os de forma a permitirem o varrimento das vias horizontais de evacuação por acção das diferenças de pressão estabelecidas pelo vento em fachadas diferentes.

7 - Não é permitido efectuar ligações a uma mesma conduta vertical destinada a evacuação de fumo por meios passivos em mais do que cinco pisos sucessivos.

Artigo 176.º

Controlo por desenfumagem activa

1 - Nas instalações de desenfumagem activa, as bocas para admissão de ar e extracção de fumo devem ser distribuídas nas condições dos n.os 1 e 2 do artigo anterior e qualquer saída de um local de risco não situada entre uma boca de insuflação e outra de extracção deve distar, no máximo, 5 m de uma dessas bocas.

2 - A distância máxima, medida segundo o eixo da circulação, entre duas aberturas consecutivas de admissão e extracção deve ser de 15 m nos percursos em linha recta e de 10 m nos restantes percursos.

3 - No caso de admissão natural:

i. As zonas da circulação compreendidas entre uma abertura para admissão de ar e uma boca de extracção de fumo devem ser varridas por um caudal de extracção não inferior a 0,5 m3/s por unidade de passagem da circulação;

ii. A secção dos vãos de parede para a admissão deve assegurar uma velocidade máxima do ar condicione de 5 m/s.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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4 - No caso de insuflação mecânica:

i. Obrigam a que a velocidade de admissão esteja compreendida entre 2 a 5 m/s;

ii. Impõem que o caudal de extracção seja 1,3 vezes do de admissão.

5 - No caso de serem utilizados vãos de parede para admissão de ar, a respectiva área livre considerada deve situar-se na metade inferior do pé-direito de referência.

6 - Quando o sistema funcionar, a diferença de pressão entre a via horizontal e os caminhos verticais protegidos a que dê acesso deve ser inferior a 80 Pa, com todas as portas de comunicação fechadas.

Artigo 177.º

Controlo por sobrepressão

1 - O controlo de fumo por sobrepressão de vias horizontais enclausuradas relativamente aos locais sinistrados apenas é permitido se estes dispuserem de uma instalação de escape de fumo própria, devendo ser estabelecida uma diferença de pressões da ordem de 20 Pa entre as vias e aqueles locais.

2 - Quando a comunicação entre o local e a via seja dotada de câmara corta-fogo, a diferença de pressões referida deve ser criada na câmara e, nestes casos, as próprias vias devem dispor de instalações de desenfumagem.

3 - Quando exista uma câmara corta-fogo a interligar dois locais e não possa ser desenfumada por meios passivos nos termos deste regulamento, a câmara deve ser pressurizada entre 20 e 80 Pa relativamente aos referidos locais e garantida uma velocidade de passagem do ar não inferior a 0,5 m/s com uma porta aberta.

4 - As galerias fechadas de ligação entre edifícios independentes ou entre corpos do mesmo edifício devem ser pressurizadas e as vias que lhes dão acesso devem dispor elas próprias de instalações de desenfumagem.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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SECÇÃO VII

Controlo de fumo nas vias verticais de evacuação

Artigo 178.º

Métodos aplicáveis

1 - O controlo de fumo nas vias verticais de evacuação, normalmente caixas de escada, apenas pode ser realizado por desenfumagem passiva ou por sobrepressão relativamente aos espaços adjacentes.

2 - Não é permitida a extracção forçada de fumo em vias verticais de evacuação.

Artigo 179.º

Controlo por desenfumagem passiva

1 - Nas instalações de desenfumagem passiva, o arejamento deve ser assegurado por aberturas dispostas no topo e na base das vias verticais, nos termos dos n.os 2 a 6 do presente artigo.

2 - A abertura superior deve ser permanente, ou estar equipada com um exutor de fumo, e ter uma área livre não inferior a 1 m2.

3 - O exutor referido no número anterior pode permanecer normalmente fechado, devendo ser dotado de um dispositivo de comando manual de abertura, instalado no interior da escada ao nível do acesso.

4 - O somatório das áreas livres das aberturas inferiores deve ser, no mínimo, igual à da abertura superior.

5 - É admissível o recurso à desenfumagem passiva para a desenfumagem das escadas servindo pisos enterrados e com saída directa no exterior, desde que:

a) Exista uma grelhagem permanente com 1 m2 de área útil ao nível da saída, na parte superior da porta ou junto à laje de tecto;

b) Seja admitido, na parte inferior do piso de cota mais baixa, um caudal de ar de compensação não inferior a 0,8 m3/s, ou exista admissão do ar por meios passivos devidamente dimensionada.

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E EXEMPLOS DE APLICAÇÃOE EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

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6 - Nos casos em que seja exigida câmara corta-fogo, esta se situar abaixo do nível de referência e exista um único piso enterrado, a câmara pode ser considerada ventilada e desenfumada se existirem condutas de entrada e saída de ar com dimensões iguais ou superiores a 0,1 m2.

7 - Admite-se que, nas instalações de desenfumagem passiva, o arejamento possa ser assegurado exclusivamente por vãos dispostos em todos os patamares intermédios, cujas áreas úteis por patamar sejam superiores a 0,25 m2.

8 - No caso previsto no número anterior, os vãos devem estar permanentemente abertos ou possuir abertura simultânea em caso de incêndio, de modo automático ou por comando do piso de acesso, devidamente sinalizado.

Artigo 180.º

Controlo por sobrepressão

1 - Nas instalações de controlo por sobrepressão, a introdução do fumo nas vias verticais é limitada pelo estabelecimento de uma sobrepressão nas mesmas, a qual pode ser realizada por:

a) Insuflação de ar nas vias verticais por forma a estabelecer uma diferença de pressão entre a via vertical e os espaços adjacentes a esta no piso sinistrado, compreendida entre os 20 e os 80 Pa;

b) Combinação da insuflação de ar nas vias verticais e controlo de fumo no espaço adjacente a esta, de modo a estabelecer a diferença de pressões referida na alínea a).

2 - A diferença de pressões referida na alínea a) do número anterior deve ser obtida com todas as portas de acesso à escada fechadas.

3 - Quando existir câmara corta-fogo de acesso à escada a sua pressão deve ser intermédia entre a da via vertical e os espaços com que comunica.

4 - Em edifícios de grande altura, as instalações de controlo de fumos por sobrepressão pode ser realizada por:

a) Insuflação de ar nas vias verticais, insuflação independente nas câmaras corta-fogo e controlo de fumo no espaço a elas adjacente do piso sinistrado;

b) Insuflação de ar nas vias verticais, insuflação independente nas câmaras corta-fogo e a passagem de ar para os corredores, através de grelha dotada de registo corta-fogo de guilhotina calibrado para 70 ºC, associada a extracção no espaço adjacente do piso sinistrado.

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5 - Os caudais de insuflação das instalações de controlo de fumo por sobrepressão referidas devem permitir:

a) Uma velocidade de passagem do ar, na porta de acesso à escada quando esta estiver aberta, não inferior a 0,50 m/s, se não existir câmara corta-fogo;

b) Nas vias verticais com câmara corta-fogo, uma velocidade de passagem do ar entre a câmara e os espaços adjacentes do piso sinistrado não inferior a 1 m/s, se as duas portas se encontrarem abertas.

6 - No topo da via vertical, deve ser ainda instalado um exutor de fumo de socorro, com 1 m2 de área útil que satisfaça o disposto do n.º 3 do artigo anterior, de activação alternativa, cuja abertura deve ser apenas facultada aos delegados de segurança e aos bombeiros.

7 - No caso de escadas pressurizadas que sirvam pisos enterrados e sejam regulamentarmente exigidas câmaras corta-fogo, estas:

a) Devem ser pressurizadas nos termos dos números anteriores;

b) No caso de servirem espaços da utilização-tipo II, podem possuir sistema que garanta uma renovação horária equivalente a cinco volumes, no mínimo, e uma diferença de pressão entre a câmara e os locais adjacentes não ultrapasse 80 Pa.

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