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1 APOSTILA DE PORTUGUÊS Câmara Municipal de Belo Horizonte Ricardo Erse

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APOSTILA DE PORTUGUÊS Câmara Municipal de Belo Horizonte

Ricardo Erse

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SUMÁRIO

Parte 1: Gramática Unidade 1: Pré-requisitos para a concordância nominal (substantivo, adjetivo, advérbio)........................... 3

Unidade 2: Concordância nominal ............................................................................................................... 8

Unidade 3: Pronomes............................................................................................................... ...................14

Unidade 4: Verbos ............................................................................................................... .......................19

Unidade 5: Concordância verbal............................................................................................................. ....23

Unidade 6: Pré-requisitos para a regência verbal: predicação....................................................................27

Unidade 7: Regência...................................................................................................................................30

Unidade 8: Crase.........................................................................................................................................40

Unidade 9: Pontuação.................................................................................................................................44

Unidade 10: Período composto......................................................................................................... .........50

Parte 2: Conteúdos mais específicos

Unidade 1: Estrutura das palavras...............................................................................................................55 Unidade 2: Processo de formação de palavras...........................................................................................57

Unidade 3: Fonologia........................................................................................................ .........................59

Unidade 4: Nova ortografia.................................................................................................. ......................61

Unidade 5: Acentuação gráfica...................................................................................................................67

Parte 3: Texto e produção de sentido

Unidade 1: A importância do texto nas provas de concursos públicos.......................................................68

Unidade 2: O texto na prática.....................................................................................................................70

Unidade 3: Linguagem denotativa e conotativa.................................................................................... ....76

Unidade 4: Linguagem verbal e não verbal............................................................................ ...................77

Unidade 5: Variação linguística.......................................................................................................... .......79

Unidade 6: Tipologia textual.......................................................................................................................83

Unidade 7: Desmontando um texto dissertativo.........................................................................................87

Unidade 8: Funções de linguagem.............................................................................................................91

Unidade 9: Figuras de linguagem...............................................................................................................98

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PARTE 1: TÓPICOS COMUNS À MAIORIA DOS CONCURSOS Unidade 1:

Pré-requisitos para a concordância nominal: substantivo – adjetivo – advérbio

SUBSTANTIVO

Substantivo é tudo o que nomeia as "coisas" em geral.

Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.

Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo .

Classificação e Formação

Substantivo Comum

Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma genérica. Por exemplo pedra, computador, cachorro, homem, caderno.

Substantivo Próprio

Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado, individualizando-o. Por exemplo Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser escrito com letra maiúscula.

Substantivo Concreto

Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo ar, som, Deus, computador, Ester.

Substantivo Abstrato

Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais, existência de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo saída (prática de sair), beleza (existência do belo), saudade.

Formação dos substantivos

Os substantivos, quanto à sua formação, podem ser:

Substantivo Primitivo

É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na língua portuguesa. Por exemplo pedra, jornal, gato, homem.

Substantivo Derivado

É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa. Por exemplo pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.

Substantivo Simples

É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo pedra, pedreiro, jornal, jornalista.

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Substantivo Composto

É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo pedra-sabão, homem-rã, passatempo.

Substantivo Coletivo

É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma espécie.

ADJETIVO

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se "encaixa" diretamente ao lado de um substantivo.

Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos que além de expressar uma qualidade, ela pode ser "encaixada diretamente" ao lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa bondosa.

Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo, pois admite o artigo: a bondade.

Morfossintaxe do Adjetivo:

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas relativas aos substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Classificação do Adjetivo Explicativo: exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria. Restritivo: exprime qualidade que não é própria do ser. Por exemplo: fruta madura.

Formação do Adjetivo

Quanto formação, o adjetivo pode ser:

ADJETIVO SIMPLES

Formado por um só radical. Por exemplo: brasileiro, escuro, magro, cômico.

ADJETIVO COMPOSTO

Formado por mais de um radical.

Por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, amarelo-canário.

ADJETIVO PRIMITIVO

É aquele que dá origem a outros adjetivos.

Por exemplo: belo, bom, feliz, puro.

ADJETIVO DERIVADO

É aquele que deriva de substantivos ou verbos.

Por exemplo: belíssimo, bondoso, magrelo.

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ADVÉRBIO

Definição: palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.

ADVÉRBIO MODIFICANDO UM VERBO OU ADJETIVO

Ocorre quando o advérbio modifica um verbo ou um adjetivo acrescentando a eles uma circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade que determina um fato, ampliando a informação nele contida. Ex.: Antônio construiu seu arraial popular ali. Estradas tão ruins.

ADVÉRBIO MODIFICANDO OUTRO ADVÉRBIO

Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro advérbio, geralmente intensificando o significado. Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal

ADVÉRBIO MODIFICANDO UMA ORAÇÃO INTEIRA

Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância. Ex.:Lamentavelmente o Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.

Locução Adverbial

É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio.

Ex.: De modo algum irei lá.

TIPOS DE ADVERBIOS

DE MODO: Ex.:Sei muito BEM que ninguém deve passar atestado da virtude alheia. Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde,devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente:calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente

DE INTENSIDADE: Ex.:Acho que, por hoje, você já ouviu BASTANTE. Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo,bem (quando aplicado a propriedades graduáveis)

DE TEMPO: Ex.: Leia e depois me diga QUANDO pode sair na gazeta. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia

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DE LUGAR: Ex.: A senhora sabe AONDE eu posso encontrar esse pai-de-santo? Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distancia, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta

DE NEGAÇÃO :Ex.: DE MODO ALGUM irei lá Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum

DE DÚVIDA: Ex.: TALVEZ ela volte hoje Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe

DE AFIRMAÇÃO: Ex.: REALMENTE eles sumiram Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente

DE EXCLUSÃO: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente

DE INCLUSÃO: Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência. Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também

DE ORDEM: Depois, primeiramente, ultimamente

DE DESIGNAÇÃO: Eis

DE INTERROGAÇÃO: Ex.: E então?QUANDO é que embarca? onde?(lugar), como?(modo), quando?(tempo), porque?(causa), quanto?(preço e intensidade), para que?(finalidade

Palavras Denotativas

Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a advérbios. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras, por isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.

ADIÇÃO: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais Ainda, além disso

AFASTAMENTO: Ex.: Foi embora daqui. embora

AFETIVIDADE: Ex.: Ainda bem que passei de ano Ainda bem, felizmente, infelizmente

APROXIMAÇÃO: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de

DESIGNAÇÃO: Ex.: Eis nosso novo carro eis

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EXCLUSÃO: Ex.: Todos irão, menos ele. Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer, senão,

EXPLICAÇÃO: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias. isto é, por exemplo, a saber, ou seja

INCLUSÃO: Ex.: Até ele irá viajar. Até, inclusive, também, mesmo, ademais

LIMITAÇÃO: Ex.: Apenas um me respondeu. só, somente, unicamente, apenas

REALCE: Ex.: E você lá sabe essa questão? é que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.

RETIFICAÇÃO: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro aliás, isto é, ou melhor, ou antes

SITUAÇÃO: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? então, mas, se, agora, afinal

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Unidade 2:

Concordância nominal

Introdução

Leia a frase abaixo e observe as inadequações:

Aquele dois meninos estudioso leram livros antigo.

Note que as inadequações referem-se aos desajustes entre as palavras que a constituem.

Para que a frase concorde, adequadamente, entre todos os termos, é necessário:

Aquele concordar com a palavra dois;

Estudioso concordar com meninos;

Antigo concordar com livros.

Fazendo-se os ajustes necessários a frase ficará assim:

Aqueles dois meninos estudiosos leram os livros antigos

Assim, concordância nominal consiste na adaptação de uns nomes aos outros, harmonizando-se nas suas flexões com as palavras de que dependem.

REGRA GERAL

O artigo, o pronome, o adjetivo e o numeral devem concordar em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) com o substantivo a que se refere.

Exemplo:

O alto ipê cobre-se de flores amarelas.

Adj. Adjetivo

Faz duas horas que cheguei de viagem.

Num.

OUTROS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. Um adjetivo após vários substantivos

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1.1 Quando os substantivos são do mesmo gênero há duas concordâncias:

a) assumir o gênero do substantivo e vai para o plural:

exemplo: Encontramos um jovem e um homem preocupados.

Adjetivo

No exemplo acima o adjetivo assumiu o gênero masculino e foi para o plural.

b) concordar só com o último substantivo em gênero e número:

Exemplo: Ela tem irmão e primo pequeno.

Adjetivo

Acima o adjetivo assumiu o gênero masculino e concordou só com o último substantivo.

Observação:

Quando os substantivos são do mesmo gênero as duas concordâncias podem ser usadas, embora a primeira seja mais adequada porque mostra que a característica é atribuída aos dois substantivos.

Se o último substantivo estiver no plural, a concordância só poderá ficar no plural.

Exemplo: Ele possui perfume e carroscaros.

Se o adjetivo funcionar como predicativo, o plural será obrigatório.

Exemplo: O irmão e o primo dele são pequenos.

VL Predicativo

1.2 Quando os substantivos são de gêneros diferentes também há duas possibilidades:

a) ir para o masculino plural:

Exemplo: “Uma solicitude e um interesse mais que fraternos.” (Mário Alencar)

b) concordar só com o substantivo mais próximo:

Exemplo: A Marinha e o Exército brasileiro estavam alerta.

Observação:

No caso de substantivos de gêneros diferentes o adjetivo irá para o masculino plural, se o adjetivo tiver a função de predicativo.

Exemplo: O aluno e a aluna estão reprovados.

VL Predicativo

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2. Um adjetivo anteposto a vários substantivos

A concordância se dará com o substantivo mais próximo.

Exemplo: Tiveste má idéia e pensamento.

Velhos livros e revistas estavam empilhados na prateleira.

Observação:

Quando o adjetivo exerce a função de predicativo, ele pode concordar só com o primeiro ou ir para o plural.

Exemplo: Ficou reprovada a aluna e o aluno.

Ficaram reprovados a aluna e o aluno.

Se o adjetivo anteposto referir-se a nomes próprios, o plural será obrigatório.

Exemplo: As simpáticas Lúcia e Luana são irmãs.

3. Um substantivo e mais de um adjetivo

Admitem-se duas concordâncias:

a) Quando o substantivo estiver no plural, não se usa o artigo antes dos adjetivos.

Exemplo: Estudava os idiomas francês e inglês.

b) Se o substantivo estiver no singular, o uso do artigo será obrigatório a partir do segundo adjetivo.

Exemplo: Estudo a língua inglesa, a francesa e a italiana.

4. É bom, é necessário, é proibido

Essas expressões concordam obrigatoriamente com o substantivo a que se referem, quando for precedido de artigo. Caso contrário são invariáveis.

Exemplo: Vitamina C é bom para saúde.

É necessária muita paciência.

5. Um e outro (num e noutro)

Nesse caso o substantivo fica no singular e o adjetivo vai para o plural.

Exemplo: Numa e noutra questão complicadas ela se confundia.

6. Anexo, incluso, apenso, próprio, obrigado

Por serem adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem.

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Exemplo: Seguem anexos os acórdãos.

A procuração está apensa aos autos.

Os documentos estão inclusos no processo.

Obrigado, disse o rapaz.

Elas próprias resolveram os exercícios.

Observação

A expressão em anexo é invariável.

Exemplo: Em anexo segue a procuração

Em anexo segue o despacho.

7. Mesmo, bastante

Tanto pode ser advérbio como pronome. Quando for advérbio permanece invariável. Quando é pronome concorda com a palavra a que se refere.

Exemplo: Os alunos mesmos resolveram o problema.

Pronome

Os alunos resolveram mesmo o problema. Nesse caso mesmo = realmente

Advérbio

Haviam bastantes razões para ela reclamar.

Pronome

Eles chegaram bastante cedo ao aeroporto.

Advérbio

8. Menos, alerta

São palavras invariáveis.

Exemplo: O Amazonas é o Estado menos populoso do Brasil.

Havia menos alunas na sala hoje.

Os soldados estavam alerta.

Observação

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Atualmente alerta vem sendo utilizada no plural.

Exemplo: Nossos chefes estão alertas.

9. Meio

Essa palavra pode ser numeral ou advérbio.

a) Quando for numeral é variável e concorda com a palavra a que se refere.

Exemplo: Tomou meia garrafa de champanhe.

numeral

Isso pesa meio quilo.

numeral

b) Se for advérbio é invariável.

Exemplo: A porta estava meio aberta.

Advérbio

Ele anda meio cabisbaixo.

Advérbio

10. Muito, pouco, longe, caro

Quando essas palavras funcionam como adjetivo variam de acordo com a palavra a que se referem. Se funcionarem como advérbio são invariáveis.

Exemplo: Muitos alunos compareceram à formatura.

Adjetivo

Os perfumes eram caros.

Adjetivo

As mensalidades escolares aumentaram muito.

Advérbio

Vocês moram longe.

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Advérbio

11. Só

a) Quando tem o significado de sozinho(s) ou sozinha(s) essa palavra vai para o plural.

Exemplo: Joana ficou só em casa. (sozinha)

Lúcia e Lívia ficaram sós. (sozinhas)

b) Ela é invariável quando significa apenas/somente.

Exemplo: Depois da guerra só restaram cinzas. (apenas)

Eles queriam ficar só na sala. (apenas)

Observação

A locução adverbial a sós é invariável.

12. Possível

Quando acompanhada de expressões superlativas (o mais, a menos, o melhor, a pior) varia conforme o artigo que integra as expressões.

Exemplo: As previsões eram aspiorespossíveis.

Recebemos a melhor notícia possível.

13. Pronomes de tratamento

Os pronomes de tratamento sempre concordam em 3ª pessoa.

Exemplo: Vossa Santidade está muito preocupado.

3ª P.S

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Unidade 3:

Pronomes

PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem pararepresentar os nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa…………a que fala 2ª pessoa…………com quem se fala 3ª pessoa…………de quem se fala

Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:

São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.

Singular Plural Exemplo

1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.

2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?

3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).

Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos ( acompanhados de preposição):

Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.

Desejo-te boa sorte… Faça-me o favor…

Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s).

Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas. A mim pouco importa o que dizem…

Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas do discurso.

Colocação pronominal De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que

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se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo: 1. próclise: pronome antes do verbo 2. ênclise: pronome depois do verbo 3. mesóclise: pronome no meio do verbo

Próclise A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: • Palavras com sentido negativo:

Nada me faz querer sair dessa cama. Ninguém me falou que tinha prova. • Advérbios:

Nesta casa se fala alemão. Naquele dia me falaram que a professora não veio. • Pronomes relativos:

A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. • Pronomes indefinidos:

Quem me disse isso? Todos se comoveram durante o discurso de despedida. • Pronomes demonstrativos:

Isso me deixa muito feliz! Aquilo me constrangeu a mudar de atitude! • Preposição seguida de gerúndio:

Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar. • Conjunção subordinativa:

Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. Ênclise A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando: • Verbo estiver no imperativo afirmativo:

Amem-se uns aos outros. Sigam-me e não terão derrotas. • O verbo iniciar a oração:

Diga-lhe que está tudo bem. Chamaram-me para ser sócio.

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• O verbo estiver no infinitivo:

Eu não quis vangloriar-me. Gostaria de elogiar-te hoje pelo bom trabalho. • O verbo estiver no gerúndio:

Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se, beijando-me a face. • Houver vírgula ou pausa antes do verbo:

Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas. Mesóclise A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito: A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. Far-lhe-ei uma proposta irrecusável.

PRONOMES POSSESSIVOS – Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo que lhe pertence.

Singular Plural

1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)

2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em relação às pessoas do discurso. 1ª pessoa este(s), esta(s), isto……………..se refere a algo que está perto da pessoa que fala. 2ª pessoa esse(s), essa(s), isso…………….se refere a algo que esta perto da pessoa que ouve. 3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo…se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante. Estes – perto de quem fala essas – perto de quem ouve naquela – distante de ambos

PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso.

Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis. São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer…

São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..

Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

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PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser variáveis ou invariáveis.

Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s). Invariáveis: que, onde, quem…

Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se classificam em variáveis e invariáveis.

Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s). Invariáveis:que, quem, onde.

Conseguiu o emprego que tanto queria.

Emprego dos pronomes relativos 1. Os pronomes relativos virão precedidos de preposição se a regência assim determinar. Este é o pintor a cuja obra me refiro. Este é o pintor de cuja obra gosto. 2. O pronome relativo quem é empregado com referência a pessoas: Não conheço o político de quem você falou. 3. O relativo quem pode aparecer sem antecedente claro, sendo classificado como pronome relativo indefinido. Quem faltou foi advertido. 4. Quando possuir antecedente, o pronome relativo quem virá precedido de preposição. Marcelo era o homem a quem ela amava. 5. O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural. Não conheço o rapaz que saiu. Gostei muito do vestido que comprei. Eis os ingredientes de que necessitamos. 6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o, a, os, as. Falo o que sinto. (o pronome o equivale a aquilo) 7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões). Aquele é o livro com que trabalho. Aquela é a senhora para a qual trabalho. 8. O pronome relativo cujo (e flexões) é relativo possessivo equivale a do qual, de que, de quem. Deve concordar com a coisa possuída. Apresentaram provas em cuja veracidade eu creio. 9. O pronome relativo quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os

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pronomes indefinidos tudo, todos ou todas. Comprou tudo quanto viu. 10. O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de em que, no qual. Este é o país onde habito. a) onde é empregado com verbos que não dão idéia de movimento. Pode ser usado sem antecedente. Sempre morei no país onde nasci. b) aonde é empregado com verbos que dão idéia de movimento e equivale a para onde, sendo resultado da combinação da preposição a + onde. Voltei àquele lugar aonde minha mãe me levava quando criança.

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Unidade 4:

Verbos

O verbo é a palavra variável que exprime um acontecimento representado no tempo, seja

ação, estado ou fenômeno da natureza.

Os verbos apresentam três conjugações. Em função da vogal temática, podem-se criar três

paradigmas verbais. De acordo com a relação dos verbos com esses paradigmas, obtém-se a

seguinte classificação:

regulares: seguem o paradigma verbal de sua conjugação;

irregulares: não seguem o paradigma verbal da conjugação a que pertencem. As

irregularidades podem aparecer no radical ou nas desinências (ouvir - ouço/ouve, estar -

estou/estão);

Entre os verbos irregulares, destacam-se os anômalos que apresentam profundas

irregularidades. São classificados como anômalos em todas as gramáticas os verbos ser e ir.

defectivos: não são conjugados em determinadas pessoas, tempo ou modo (falir - no

presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural). Os defectivos distribuem-

se em três grupos: impessoais, unipessoais (vozes ou ruídos de animais, só conjugados

nas 3ª pessoas) por eufonia ou possibilidade de confusão com outros verbos;

abundantes - apresentam mais de uma forma para uma mesma flexão. Mais freqüente

no particípio, devendo-se usar o particípio regular com ter e haver; já o irregular com ser e

estar (aceito/aceitado, acendido/aceso - tenho/hei aceitado ≠ é/está aceito);

auxiliares: juntam-se ao verbo principal ampliando sua significação. Presentes nos

tempos compostos e locuções verbais;

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certos verbos possuem pronomes pessoais átonos que se tornam partes integrantes

deles. Nesses casos, o pronome não tem função sintática (suicidar-se, apiedar-se, queixar-

se etc.);

formas rizotônicas (tonicidade no radical - eu canto) e formas arrizotônicas (tonicidade

fora do radical - nós cantaríamos).

Quanto à flexão verbal, temos:

número: singular ou plural;

pessoa gramatical: 1ª, 2ª ou 3ª;

tempo: referência ao momento em que se fala (pretérito, presente ou futuro). O modo

imperativo só tem um tempo, o presente;

voz: ativa, passiva e reflexiva;

modo: indicativo (certeza de um fato ou estado), subjuntivo (possibilidade ou desejo de

realização de um fato ou incerteza do estado) e imperativo (expressa ordem, advertência ou

pedido).

As três formas nominais do verbo (infinitivo, gerúndio e particípio) não possuem função

exclusivamente verbal. Infinitivo é antes substantivo, o particípio tem valor e forma de adjetivo,

enquanto o gerúndio equipara-se ao adjetivo ou advérbio pelas circunstâncias que exprime.

Quanto ao tempo verbal, eles apresentam os seguintes valores:

presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se

fala;

presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no

momento ou época em que se fala;

pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída

no passado;

pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no

passado, mas não foi concluída ou era uma ação costumeira no passado;

pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético

cuja ação foi iniciada mas não concluída no passado;

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a

outra ação já passada;

futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época

vindoura;

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futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num

momento futuro, mas ligado a um momento passado;

futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num

momento ou época futura;

Quanto à formação dos tempos, os chamados tempos simples podem ser primitivos

(presente e pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal) e derivados:

São derivados do presente do indicativo:

pretérito imperfeito do indicativo: TEMA do presente + VA (1ª conj.) ou IA (2ª e 3ª

conj.) + Desinência número pessoal (DNP);

presente do subjuntivo: RAD da 1ª pessoa singular do presente + E (1ª conj.) ou A

(2ª e 3ª conj.) + DNP;

Os verbos em -ear têm duplo "e" em vez de "ei" na 1ª pessoa do plural (passeio, mas

passeemos).

imperativo negativo (todo derivado do presente do subjuntivo) e imperativo afirmativo

(as 2ª pessoas vêm do presente do indicativo sem S, as demais também vêm do presente

do subjuntivo).

São derivados do pretérito perfeito do indicativo:

pretérito mais-que-perfeito do indicativo: TEMA do perfeito + RA + DNP;

pretérito imperfeito do subjuntivo: TEMA do perfeito + SSE + DNP;

futuro do subjuntivo: TEMA do perfeito + R + DNP.

São derivados do infinitivo impessoal:

futuro do presente do indicativo: TEMA do infinitivo + RA + DNP;

futuro do pretérito: TEMA do infinitivo + RIA + DNP;

infinitivo pessoal: infinitivo impessoal + DNP (-ES - 2ª pessoa, -MOS, -DES, -EM)

gerúndio: TEMA do infinitivo + -NDO;

particípio regular: infinitivo impessoal sem vogal temática (VT) e R + ADO (1ª

conjugação) ou IDO (2ª e 3ª conjugação).

Quanto à formação, os tempos compostos da voz ativa constituem-se dos verbos auxiliares

TER ou HAVER + particípio do verbo que se quer conjugar, dito principal.

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No modo Indicativo, os tempos compostos são formados da seguinte maneira:

pretérito perfeito: presente do indicativo do auxiliar + particípio do verbo principal (VP)

[Tenho falado];

pretérito mais-que-perfeito: pretérito imperfeito do indicativo do auxiliar + particípio

do VP (Tinha falado);

futuro do presente: futuro do presente do indicativo do auxiliar + particípio do VP

(Terei falado);

futuro do pretérito: futuro do pretérito indicativo do auxiliar + particípio do VP (Teria

falado).

No modo Subjuntivo a formação se dá da seguinte maneira:

pretérito perfeito: presente do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tenha falado);

pretérito mais-que-perfeito: imperfeito do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP

(Tivesse falado);

futuro composto: futuro do subjuntivo do auxiliar + particípio do VP (Tiver falado).

Quanto às formas nominais, elas são formadas da seguinte maneira:

infinitivo composto: infinitivo pessoal ou impessoal do auxiliar + particípio do VP (Ter

falado / Teres falado);

gerúndio composto: gerúndio do auxiliar + particípio do VP (Tendo falado).

O modo subjuntivo apresenta três pretéritos, sendo o imperfeito na forma simples e o

perfeito e o mais-que-perfeito nas formas compostas. Não há presente composto nem pretérito

imperfeito composto

Quanto às vozes, os verbos apresentam a voz:

ativa: sujeito é agente da ação verbal;

passiva: sujeito é paciente da ação verbal;

A voz passiva pode ser analítica ou sintética:

analítica: - verbo auxiliar + particípio do verbo principal;

sintética: na 3ª pessoa do singular ou plural + SE (partícula apassivadora);

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reflexiva: sujeito é agente e paciente da ação verbal. Também pode ser recíproca ao

mesmo tempo (acréscimo de SE = pronome reflexivo, variável em função da pessoa do

verbo);

Na transformação da voz ativa na passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser

na maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ele fez o trabalho - O trabalho foi

feito por ele (mantido o pretérito perfeito do indicativo) / O vento ia levando as folhas - As folhas

iam sendo levadas pelas folhas (mantido o gerúndio do verbo principal).

Unidade 5:

Concordância verbal

Regra geral da concordância verbal

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.

Exemplos:

O técnico escalou o time.

Os técnicos escalaram os times.

Casos especiais da concordância verbal

Sujeito composto

a) anteposto: verbo no plural.

b) posposto: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural.

c) de pessoas diferentes: verbo no plural da pessoa predominante.

d) com núcleos em correlação: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural.

e) ligado por COM: verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o plural.

f) ligado por NEM: verbo no plural e, às vezes, no singular.

g) ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU.

Exemplos da concordância verbal:

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O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo.

Chegou(aram) ontem o técnico e os jogadores.

Eu, você e os alunos iremos ao museu.

Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuário.

O cientista assim como o médico pesquisa(m) a causa do mal.

O professor, com os alunos, resolveu o problema.

O maestro com a orquestra executaram a peça clássica.

Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Joana.

Valdir ou Leão será o goleiro titular.

João ou Maria resolveram o problema.

O policial ou os policiais prenderam o perigoso assassino.

Sujeito constituído por:

a) um e outro, nem um nem outro: verbo no singular ou plural.

b) um ou outro: verbo no singular.

c) expressões partitivas seguidas de nome plural: verbo no singular ou plural.

d) coletivo geral: verbo no singular.

e) expressões que indicam quantidade aproximada seguida de numeral: verbo concorda com o substantivo.

f) pronomes (indefinidos ou interrogativos) seguidos de pronome: verbo no singular ou plural.

g) palavra QUE: verbo concorda com o antecedente.

h) palavra QUEM: verbo na 3ª pessoa do singular.

i) um dos que: verbo no singular ou plural.

j) palavras sinônimas: verbo concorda com o mais próximo ou fica no plural.

Exemplos da concordância verbal:

Um e outro médico descobriu(ram) a cura do mal.

Nem um nem outro problema propostos foi(ram) resolvido(s).

A maioria dos candidatos conseguiu(iram) aprovação.

Mais de um jogador foi elogiado pela crônica esportiva.

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Cerca de dez jogadores participaram da briga.

O povo escolherá seu governante em 15 de novembro.

Qual de nós será escolhido?

Poucos dentre eles serão chamados pelo Exército.

Alguns de nós seremos eleitos.

Hoje sou eu que faço o discurso.

Amanhã serão eles quem resolverá o problema.

Foi um dos alunos desta classe que resolveu o problemas.

Seu filho foi um dos que chegaram tarde.

A Ética ou a Moral preocupa-se com o comportamento humano.

Verbo acompanhado da palavra SE

a) SE = pronome apassivador: verbo concorda com o sujeito paciente.

Exemplos da concordância verbal:

Viam-se ao longe as primeiras casas.

Ofereceu-se um grande prêmio ao vencedor da corrida.

b) SE = índice de indeterminação do sujeito: verbo sempre na 3ª pessoa do singular.

Exemplos da concordância verbal:

Necessitava-se naqueles dias de novas idéias.

Estava-se muito feliz com o resultado dos jogos.

Morria-se de tédio durante o inverno.

Verbos impessoais

Verbos que indicam fenômenos; verbo haver indicando existência ou tempo; verbo fazer, ir, indicando tempo: ficam sempre na 3ª pessoa do singular.

Exemplos da concordância verbal:

Durante o inverno, nevava muito.

Ainda havia muitos candidatos para a Universidade.

Ontem fez dez anos que ela se foi.

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Vai para dez meses que tudo terminou.

Verbo SER

a) indicando tempo, distância: concorda com o predicativo.

Exemplos da concordância verbal:

Hoje é dia três de outubro, pois ontem foram dois e o amanhã serão quatro.

Daqui até o centro são dez quilômetros.

b) com sujeito que indica quantidade e predicativo que indica suficiência, excesso: concorda com o predicativo.

Exemplos da concordância verbal:

Dez feijoadas era muito para ela.

Vinte milhões era muito por aquela casa.

c) com sujeito e predicativo do sujeito: concorda com o que prevalecer.

Exemplos da concordância verbal:

O homem sempre foi suas idéias.

Santo Antônio era as esperanças da solteirona.

O problema eram os móveis.

Hoje, tudo são alegrias eternas.

Mulheres discretas é coisa rara.

A Pátria não é ninguém; somos todos nós.

Verbo DAR

Verbo dar (bater e soar) + hora(s): concorda com o sujeito.

Exemplos da concordância verbal:

Deram duas horas no relógio do campanário.

Deu duas horas o relógio da igreja.

Verbo PARECER

Verbo parecer + infinitivo: flexiona-se um dos dois.

Exemplos da concordância verbal:

Os cientistas pareciam procurar grandes segredos.

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Os cientistas parecia procurarem grandes segredos.

Sujeito = nome próprio plural.

a) com artigo singular ou sem artigo: verbo no singular.

Exemplos da concordância verbal:

O Amazonas deságua no Atlântico.

Minas Gerais exporta minérios.

b) com artigo plural: verbo no plural.

Exemplos da concordância verbal:

Os Estados Unidos enviaram tropas à zona de conflito.

"Os Lusíadas" narram as conquistas portuguesas.

Unidade 6: Pré-requisitos para a regência verbal: predicação

É o estudo do comportamento do verbo na oração. É a partir da predicação verbal que se analisa a ocorrência de ação ou de fato, de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito.

Quanto à predicação verbal, os verbos podem ser:

Intransitivos Transitivos De Ligação

Os transitivos e os intransitivos são também denominados verbos significativos.

Verbos Intransitivos:

São verbos intransitivos os que não necessitam de complementação, pois já possuem sentido completo. Leia estas frases, retiradas de manchetes de jornais:

Rei Hussein, da Jordânia, morre aos 63. 24 mil casam-se ao mesmo tempo. 2ª parcela do IPVA vence a partir de hoje.

Observe que esses verbos não necessitam de elemento algum para complementar seu sentido, pois quem morre, morre, quem se casa, casa-se e aquilo que vence, vence.

Há verbos intransitivos, porém, que vêm acompanhados de um termo acessório, exprimindo alguma circunstância - lugar, tempo, modo, causa, etc. O estudante não deve confundir esse elemento acessório com complemento de verbo. Observe esse exemplo:

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Governador diz que irá a Brasília para reunião.

Aparentemente, o verbo ir apresenta complementação, pois quem vai, vai a algum lugar, porém lugar é uma circunstância e não complementação, como à primeira vista possa parecer.

Os verbos que indicam destino ou procedência são verbos intransitivos, normalmente acompanhados de circunstância de lugar - Adjunto Adverbial de Lugar. São eles ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer, dirigir-se.... Esses verbos admitem as preposições a, para e de; esta para indicação de procedência, aquelas para a indicação de destino.

Outros exemplos:

O avião caiu ao mar. Cheguei a casa antes da meia-noite. Nessa frase não ocorre o acento indicador de crase, pois a palavra casa só admite o artigo quando estiver especificada: Cheguei à casa de Joana.

Verbos Transitivos:

São verbos que necessitam de complementação. pois têm sentido incompleto. Observe as orações:

O Santos venceu o Corinthians. Cliente reclama de promoção da BCP. Medida tomada pelo Governo dá alívio para os Estados.

Observe que os três verbos utilizados nos exemplos necessitam de complementação, pois quem vence, vence alguém, quem reclama, reclama de algo e quem dá, dá algo a/para alguém. A complementação, porém, dá-se de três maneiras diferentes: na primeira, o verbo não exige preposição, mas na segunda, sim, e, na terceira, há dois complementos, um com preposição, outro,sem. Quanto a isso, os verbos são:

Transitivos diretos:

Exigem complemento sem preposição obrigatória. O complemento é denominado de objeto direto.

O Presidente receberá os governadores. A falta de verbas causa problemas.

Transitivos indiretos:

Exigem complemento com preposição obrigatória. O complemento é denominado de objeto indireto.

Eleitor não obedece à convocação do TRE. A população ainda acredita nos políticos.

Transitivos diretos e indiretos ou bitransitivos:

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Possuem dois complementos; o objeto direto e o objeto indireto.

O Governador perdoa a Deputado traição do passado. Empresário doa rendimentos do mês à Unicef.

Junto de verbo significativo pode surgir uma qualidade do sujeito ou uma qualidade do objeto. Esta denomina-se predicativo do objeto; aquela, predicativo do sujeito. Veja estes exemplos:

O professor encontrou os alunos estressados naquela tarde. (O verbo encontrar é transitivo direto, o termo alunos, objeto direto e estressados, predicativo do objeto.)

Maria morreu feliz. (O verbo morrer é intransitivo, e feliz, predicativo do sujeito)

Verbos de Ligação:

São verbos que servem como elementos de ligação entre o sujeito e uma qualidade ou estado ou modo de ser, denominado de Predicativo do Sujeito. Os principais verbos de ligação são ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar. Não decore, porém, quais são os verbos de ligação, e sim memorize o significado dele:

Verbo de ligação é aquele que indica a existência de uma qualidade do sujeito, sem que ele pratique uma ação nem que participe ativamente de um fato.

Investimento direto será menor no próximo ano. Matéria-prima fica mais cara.

Quando o verbo indica ação, além de qualidade do sujeito, é denominado transitivo ou intransitivo, mesmo que haja predicativo do sujeito.

Seleção volta abatida da Ásia.

Nesse exemplo o verbo não é de ligação, pois está indicando uma ação - quem volta, volta de algum lugar, mesmo que haja o predicativo do sujeito abatida. É, então, um verbo intransitivo, já que da Ásia é Adjunto Adverbial de Lugar. Então, conclui-se que pode haver predicativo do sujeito sem que haja verbo de ligação.

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Unidade 7:

Regência

Regência Verbal e Nominal Definição: Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. REGÊNCIA VERBAL

Termo Regente: VERBO

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe: A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos: Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.

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Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.

Verbos Intransitivos

Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.

a) Chegar, Ir

Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino ou direção são: a, para.

Exemplos:

Fui ao teatro. Adjunto Adverbial de Lugar Ricardo foi para a Espanha. Adjunto Adverbial de Lugar

Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.

Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:

Cheguei a Roma em outubro. Adjunto Adverbial de Tempo Chegamos no trem das dez. Adjunto Adverbial de Meio

b) Comparecer

O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.

Por Exemplo:

Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.

Verbos Transitivos Diretos

Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.

São verbos transitivos diretos, dentre outros:

abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer,

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conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.

Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:

Amo aquele rapaz. / Amo-o. Amo aquela moça. / Amo-a. Amam aquele rapaz. / Amam-no. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.

Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).

Exemplos:

Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto) Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira) Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)

Verbos Transitivos Indiretos

Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são o "lhe", o "lhes", para substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:

a) Consistir

Tem complemento introduzido pela preposição "em".

Por Exemplo:

A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.

b) Obedecer e Desobedecer:

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".

Por Exemplo:

Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Eles desobedeceram às leis do trânsito.

c) Responder

Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a quem" ou "ao que" se responde.

Por Exemplo:

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Respondi ao meu patrão. Respondemos às perguntas. Respondeu-lhe à altura.

Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica. Veja:

O questionário foi respondido corretamente. Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

d) Simpatizar e Antipatizar

Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".

Por Exemplo:

Antipatizo com aquela apresentadora. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.

Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos

Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique modificações de sentido. Dentre os principais, temos:

Abdicar

Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo.

Acreditar

Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força.

Almejar

Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações.

Ansiar

Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas.

Anteceder

Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos estranhos.

Atender

Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.

Atentar

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Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.

Cogitar

Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos de uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.

Consentir

Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados consentiram na adoção de novas medidas econômicas.

Deparar

Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa trilha.

Gozar

Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.

Necessitar

Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para preparar a apresentação.

Preceder

Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à mudança de regime.

Presidir

Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro.

Renunciar

Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.

Satisfazer

Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe.

Versar

Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:

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Agradecer, Perdoar e Pagar

São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:

Agradeço aos ouvintes a audiência. Objeto Indireto Objeto Direto Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. Objeto Direto Objeto Indireto Paguei o débito ao cobrador. Objeto Direto Objeto Indireto

O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:

Agradeci o presente. / Agradeci-o. Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. Paguei minhas contas. / Paguei-as. Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

Saiba que:

Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto, mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:

A empresa não paga aos funcionários desde setembro. Já perdoei aos que me acusaram. Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.

Informar

Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.

Por Exemplo:

Informe os novos preços aos clientes. Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)

Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:

Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)

Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.

Comparar

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Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o complemento indireto.

Por Exemplo:

Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.

Pedir

Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.

Por Exemplo:

Pedi – lhe favores. Objeto Indireto Objeto Direto Pedi– lhe que mantivesse em silêncio. Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

Saiba que:

1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.

Por Exemplo:

Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.

Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).

2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.

Preferir

Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".

Por Exemplo:

Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Prefiro trem a ônibus.

Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).

Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado

Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico

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muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:

AGRADAR

1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.

Por Exemplo:

Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.

2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela preposição "a".

Por Exemplo:

O cantor não agradou aos presentes. O cantor não lhes agradou.

ASPIRAR

1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.

Por Exemplo:

Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)

2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.

Por Exemplo:

Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas)

Obs.: como o objeto direto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo:

Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)

ASSISTIR

1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.

Por Exemplo:

As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.

2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.

Exemplos:

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Assistimos ao documentário. Não assisti às últimas sessões. Essa lei assiste ao inquilino.

Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".

Por Exemplo:

Assistimos numa conturbada cidade.

CHAMAR

1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.

Por exemplo:

Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.

2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.

Exemplos:

A torcida chamou o jogador mercenário. A torcida chamou ao jogador mercenário. A torcida chamou o jogador de mercenário. A torcida chamou ao jogador de mercenário.

CUSTAR

1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.

Por exemplo:

Frutas e verduras não deveriam custar muito.

2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto.

Por exemplo:

Muito custa viver tão longe da família. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Intransitivo Reduzida de Infinitivo Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Indireto Reduzida de Infinitivo

Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:

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Custei para entender o problema. Forma correta: Custou-me entender o problema.

IMPLICAR

1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:

a) dar a entender, fazer supor, pressupor

Por exemplo:

Suas atitudes implicavam um firme propósito.

b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar

Por exemplo:

Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.

2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver

Por exemplo:

Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.

Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".

Por Exemplo:

Implicava com quem não trabalhasse arduamente.

PROCEDER

1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.

Exemplos:

As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las. Você procede muito mal.

2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição" de") e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição "a") é transitivo indireto.

Exemplos:

O avião procede de Maceió. Procedeu-se aos exames. O delegado procederá ao inquérito.

QUERER

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1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.

Querem melhor atendimento. Queremos um país melhor.

2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.

Exemplos:

Quero muito aos meus amigos. Ele quer bem à linda menina. Despede-se o filho que muito lhe quer.

VISAR

1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.

Por Exemplo:

O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque.

2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".

Exemplos:

O ensino deve sempre visar ao progresso social. Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

Unidade 8:

Crase

Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento

grave.

Fomos à piscina

à artigo e preposição

Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que

aceite o artigo a.

Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:

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I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos

diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.

Exemplos:

Temos amor à arte.

(Temos amor ao estudo)

Respondi às perguntas.

(Respondi aos questionário)

II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:

Exemplos:

Contarei uma estória a você.

(Contarei uma estória para você.)

Fui à Holanda

(Fui para a Holanda)

3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é

porque ocorre a crase.

Exemplos:

Iremos a Curitiba.

(Voltaremos de Curitiba)

Iremos à Bahia

(Voltaremos da Bahia)

Não ocorre a Crase

a) antes de verbo

Voltamos a contemplar a lua.

b) antes de palavras masculinas

Gosto muito de andar a pé.

Passeamos a cavalo.

c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:

Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza

Dirigiu-se à Sra. com aspereza.

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d) antes de pronomes em geral:

Não vou a qualquer parte.

Fiz alusão a esta aluna.

e) em expressões formadas por palavras repetidas:

Estamos frente a frente

Estamos cara a cara.

f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:

Não falo a pessoas estranhas.

Restrição ao crédito causa o temor a empresários.

Crase facultativa

1. Antes de nome próprio feminino:

Refiro-me à (a) Julinana.

2. Antes de pronome possessivo feminino:

Dirija-se à (a) sua fazenda.

3. Depois da preposição até:

Dirija-se até à (a) porta.

Casos particulares

1. Casa

Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum

adjunto adnominal, não ocorre a crase.

Exemplos:

Regressaram a casa para almoçar

Regressaram à casa de seus pais

2. Terra

Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.

Exemplos:

Regressaram a terra depois de muitos dias.

Regressaram à terra natal.

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3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.

Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai

ocorrer a crase.

Exemplos:

Está é a nação que me refiro.

(Este é o país a que me refiro.)

Esta é a nação à qual me refiro.

(Este é o país ao qual me refiro.)

Estas são as finalidades às quais se destina o projeto.

(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)

Houve um sugestão anterior à que você deu.

(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)

Ocorre também a crase

a) Na indicação do número de horas:

Chegamos às nove horas.

b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:

Usam sapatos à (moda de) Luís XV.

c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:

Chegou à tarde (tempo).

Falou à vontade (modo).

d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...

OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:

Há - indica tempo passado.

Moramos aqui há seis anos

A - indica tempo futuro e distância.

Daqui a dois meses, irei à fazenda.

Moro a três quarteirões da escola.

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Unidade 9:

Pontuação

Os sinais de pontuação são recursos variados e representam as pausas e entonações da fala. A pontuação dá à escrita maior clareza e simplicidade. A seguir veremos os principais empregos de alguns sinais de pontuação. USO DA VÍRGULA Quanto ao emprego, a vírgula provoca muitas dúvidas, pois tem várias funções. O uso da vírgula no interior de orações: • Separar elementos que exercem a mesma função sintática.

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Ex: “Tivera pai, mãe, marido, dois filhos. Todos aos poucos tinham morrido.” (nesse exemplo a vírgula separa uma série de objetos diretos do verbo “ter”.) LISPECTOR, Clarice. A legião estrangeira. Quando elementos que têm mesma função sintática aparecem unidos pelas conjunções e, nem e ou, não se usa vírgulas, a não ser que as conjunções apareçam repetidas: Ex: Tenho muito cuidado com meus livros e meus CD’s. Ou você, ou sua esposa deve comparecer à escola de seu filho. • Para indicar que uma palavra, geralmente verbo, foi suprimida. Ex: Patrícia, a todos os seus irmãos, deu um presente de Natal; ao marido, apenas um beijo. (A vírgula após “marido" está indicando a supressão do verbo “dar”.) • Isolar vocativo. Ex: - E agora, meu marido, aceito ou não o emprego? • Isolar aposto. Ex: Goiânia, capital de Goiás, é uma cidade que tem belas mulheres. • Isolar complemento verbal ou nominal antecipados. Ex: Um medo terrível, eu senti naquele momento. (inversão do objeto direto) De cobra, eu morro de medo! (inversão do complemento nominal) • Isolar adjunto adverbial antecipado. Ex: “Dizem muito que, no Brasil, os corruptos ficam soltos enquanto os ladrões de galinha vão para a cadeia.” VERISSIMO, Luis Fernando. Novas comédias da vida pública – A versão dos afogados. • Isolar nome de lugar, quando se transcrevem datas. Ex: Goiânia, 21 de janeiro de 2001. • Isolar conjunções intercaladas. Ex: A ferida já foi tratada. É preciso, porém, cuidar para que não infeccione. • Intercalar expressões como “em suma”, “isto é”, “ou seja”, “vale dizer”, “a propósito”. Ex: Preciso dar uma maquiada no texto, ou seja, subentender algumas idéias. Uso da vírgula entre orações A vírgula é usada para: • Separar as orações coordenadas assindéticas e as sindéticas que não sejam introduzidas pela conjunção e: Ex: Cheguei, peguei o livro, voltei correndo para o curso. Há aqueles que se esforçam muito, porém nunca são reconhecidos. É aconselhável usar a vírgula quando a conjunção e: - aparece repetida no período: Ex: Passaram aqui para perguntar, e questionar, e amolar, e comprometer. - aparece entre orações de sujeitos diferentes: Ex: O tempo estava nublado, e o piloto desistiu do vôo. - não tem sentido de adição:

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Ex: A senhora apertou a campainha, e ninguém veio atender. ( o e tem valor de conjunção adversativa) • Isolar orações intercaladas. Ex: E o ladrão, perguntei eu, foi condenado ou não? • Isolar orações adjetivas explicativas. Ex: As frutas, que estavam maduras, caíram no chão. • Isolar orações adverbiais. Ex: “Fiquei tão alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão.” (Machado de Assis) • Isolar orações reduzidas. Ex: “Para serenar a roda, propus novo chope.” (Cyro dos Anjos) PONTO FINAL É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Exemplo: Lembrei-me de um caso antigo. Vamos animar a festa. O ponto final também é utilizado em abreviaturas. Exemplo: Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página). PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta. Exemplo: Quem é você? Por que ninguém ligou? Não deve ser usado nas perguntas indiretas. Exemplo: Perguntei a você quem estava no quarto. PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções. Exemplo: Ah! Deixa isso aqui. Nossa! Isso é demais!

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VÍRGULA A vírgula é usada nos seguintes casos: - para separar o nome de localidades das datas. Recife, 28 de junho de 2005. - para separar vocativo. Exemplo: Meu filho, venha tomar seus remédios. - para separar aposto. Exemplo: Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores. - para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além, por exemplo, além disso, então. Exemplo: O nosso sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus. Além disso, precisamos de um bom firewall. - para separar orações coordenadas assindéticas. Exemplo: Ela ganhou um carro, mas não sabe dirigir. - para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas por e, ou e nem. Exemplo: Cobram muitos impostos, poucas obras são feitas. - para separar orações adjetivas explicativas. Exemplo: A Amazônia, pulmão mundial, está sendo devastada. - para separar o adjunto adverbial. Exemplo: Com a pá, retirou a sujeira. PONTO E VÍRGULA O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final. Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos:

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- para itens de uma enumeração. Exemplo: As vozes do verbo são: voz ativa; voz passiva; voz reflexiva. - para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e substituir a vírgula. Exemplo: Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite. DOIS PONTOS Os dois pontos são empregados nos seguintes casos: - para iniciar uma enumeração. Exemplo: O computador tem a seguinte configuração: - memória RAM 256 MB; - HD 40 GB; - fax-modem; - placa de rede; - som. - antes de uma citação. Exemplo: Já diz o ditado: tal pai, tal filho. Como já diz a música: o poeta não morreu. - para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. Exemplo: O repórter disse: - Nossa reportagem volta à cena do crime. - para indicar esclarecimento, um resultado ou resumo do que já foi dito. Exemplo: O Ministério de Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde. Nota de esclarecimento: Nossa empresa não envia e-mail a seus clientes. Quaisquer informações devem ser tratadas em nosso escritório. RETICÊNCIAS Indicam uma interrupção ou suspensão na seqüência normal da frase. São usadas nos seguintes casos:

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- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Exemplo: Estava digitando quando... Guiava tranquilamente quando passei pela cidade e... - para indicar hesitações comuns na língua falada. Exemplo: Não vou ficar aqui por que... por que... não quero problemas. - para indicar movimento ou continuação de um fato. Exemplo: E a bola foi entrando... - para indicar dúvida ou surpresa na fala da pessoa. Exemplo: Rodrigo! Você... passou no vestibular! Antônio... você vai viajar? ASPAS São usados nos seguintes casos: - na representação de nomes de livros e legendas. Exemplo: Já li “O Ateneu” de Raul Pompéia. “Os Lusíadas” de Camões tem grande importância literária. - nas citações ou transcrições. Exemplo: “Tudo começou com um telefonema da empresa, convidando-me para trabalhar lá na sede. Já havia mandado um currículo antes, mas eles nunca entraram em contato comigo. Quando as seleções recomeçaram mandei um currículo novamente”, revelou Cleber. - destacar palavras que representem estrangeirismo, vulgarismo, ironia. Exemplo Que “belo” exemplo você deu. Vamos assistir a “show” de mágica. PARÊNTESES São usados nos seguintes casos:

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- na separação de qualquer indicação de ordem explicativa. Exemplo: Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: o verbo (núcleo verbal) e o predicativo (núcleo nominal). - na separação de um comentário ou reflexão. Exemplo: Os escândalos estão se proliferando (a imagem política do Brasil está manchada) por todo o país. - para separar indicações bibliográficas. Pra que partiu? Estou sentado sobre a minha mala No velho bergantim desmantelado... Quanto tempo, meu Deus, malbaratado Em tanta inútil, misteriosa escala! (Mario Quintana, A Rua dos Cata-Ventos, Porto Alegre, 1972). CONCLUSÃO-RESUMO O ponto final é utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Também é usado em abreviaturas. O ponto de interrogação é utilizado no final de palavras, orações ou frases para indicar uma pergunta direta. Não deve ser empregado em perguntas indiretas. O ponto de exclamação é usado no final de frases exclamativas e depois de interjeições ou locuções. A vírgula tem vários casos de emprego, entre eles estão: separação de nomes de localidades, vocativos, aposto, expressões explicativas, orações coordenadas sindéticas, etc. O ponto e vírgula servem para enumerar itens, aumentar a pausa antes de conjunções adversativas. Dois pontos são usados para iniciar uma enumeração, antes de citações, no início da fala de uma pessoa, personagem e para indicar esclarecimento, resultado ou resumo do que já foi dito.

Unidade 10:

Período composto

É o período constituído de duas ou mais orações, sabendo-se que cada oração é, obrigatoriamente, estruturada em torno de um verbo. "Traziam / não sei / que fluido misterioso e enérgico, uma força / que arrastava para dentro,/ como a vaga / que se retira da praia, nos dias de ressaca. (M. Assis).

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I - ORAÇÕES SUBORDINADAS São orações dependentes sintaticamente de outra. Exercem uma função sintática correspondente ao substantivo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: Os credores internacionais esperavam / que o Brasil suspendesse o pagamento dos juros. Nesse exemplo, a segunda oração está subordinada à primeira, pois exerce função sintática de objeto direto do verbo esperar. Orações subordinadas substantivas São aquelas que exercem função sintática própria de um substantivo, a saber: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto ou agente da passiva. Assim temos: a) Subjetiva Função de sujeito em relação ao verbo da principal. Exemplos: É importante / que tenhamos o equilíbrio da balança comercial. Ainda se espera / que o governo mude as normas do imposto de renda. Ainda era esperado / que a equipe palmeirense se reabilitasse. Consta / que haverá mudanças no ministério, caso o presidente seja reeleito. b) Objetiva direta Função de objeto direto em relação ao verbo da principal. Exemplo: Os contribuintes esperam / que o governo altere as normas do imposto de renda. c) Objetiva indireta Função de objeto indireto em relação ao verbo da principal. Exemplo: O país necessita / de que se faça uma melhor distribuição de renda. d) Completiva nominal Função sintática de complemento nominal em relação a um substantivo, adjetivo ou advérbio da principa Exemplos: O país tem necessidade / de que se faça uma reforma social. O governador era contrário / a que mudassem as regras do jogo. Percebia-se que agia favoravelmente / a que mudassem as regras do jogo. e) Predicativa Função de predicativo do sujeito em relação à principal. Exemplo: O medo dos empresários era / que sobreviesse uma violenta recessão. f) Apositiva Função de aposto em relação a um termo da principal. Exemplo: O receio dos jogadores era esse: / que o técnico não os ouvisse. g) Agente da passiva

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Função de agente da passiva em relação à principal. Exemplo: O assunto era explicado / por quem o entendia profundamente. Orações subordinadas adjetivas São aquelas que exercem função sintática própria de um adjetivo: a) Restritivas Restringem, limitam o sentido de um termo da oração principal. Não são isoladas por vírgulas. Exemplo: A doença que surgiu nestes últimos anos pode matar muita gente. b) Explicativas Explicam, generalizam o sentido de um termo da oração principal. São isoladas por vírgulas. Exemplo: As doenças, que são um flagelo da humanidade, já mataram muita gente. Observação: As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos: que, quem, o qual, a qual, cujo, onde, como, quando etc. Os pronomes relativos exercem funções sintáticas, a saber: a) Sujeito Exemplo: Os trabalhadores que fizeram greve exigiam aumento salarial. (= Os trabalhadores fizeram greve.) b) Objeto direto Exemplo: As reivindicações que os trabalhadores faziam preocupavam os empresários. (= Os trabalhadores faziam as reivindicações.) c) Objeto indireto Exemplo: O aumento de que todos necessitavam proveria o sustento da casa. (= Todos necessitavam do aumento.) d) Complemento nomina Exemplo: O aumento de que todos tinham necessidade proveria o sustento da casa. (= Todos tinham necessidade do aumento.) e) Predicativo do sujeito Exemplo: O grande mestre que ele sempre foi agradava a todos. (= Ele sempre foi o grande mestre.) f) Adjunto adnominal Exemplo: Os peregrinos de cujas contribuições a paróquia dependia retornaram à sua cidade.

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(= A paróquia dependia de suas contribuições.) g) Adjunto adverbial Exemplo: Observem o jeitinho como ela se requebra. (= Ela se requebra com jeitinho.) Orações subordinadas adverbiais São aquelas que exercem função sintática própria de advérbio, ou seja, adjunto adverbial em relação à principal. a) Causal Exemplo: Todos se opuseram a ele, porque não concordavam com suas idéias. b) Condicional Exemplo: Se houvesse opiniões contrárias, o acordo seria desfeito. c) Temporal Exemplo: Assim que chegou a casa, resolveu os problemas. d) Proporcional Exemplo: Quanto mais obstáculos surgiam, mais ele se superava. e) Final Exemplo: O pai sempre trabalhou para que os filhos estudassem. f) Conformativa Exemplo: Os jogadores procederam segundo o técnico lhes ordenara. g) Consecutiva Exemplo: Suas dívidas eram tantas que vivia nervoso. h) Concessiva Exemplo: Embora enfrentasse dificuldades, procurava manter a calma. i) Comparativa Exemplo: Ele sempre se comportou tal qual um cavalheiro.

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II - ORAÇÕES COORDENADAS As orações coordenadas são independentes sintaticamente. Não exercem nenhuma função sintática em relação a outra dentro do período. Quando não são introduzidas por conjunções (conectivos), são classificadas como assindéticas. Exemplo: "No alto da figueira estava, / no alto da figueira fiquei." (J. C. de Carvalho) Se introduzidas por conjunções (conectivo), classificam-se como sindéticas, recebendo o nome da conjunção que as introduzem, assim: a) aditivas (e, nem, mas também...) Exemplo: O ministro não pediu demissão e manteve sua posição anterior. b) adversativa (mas, porém, todavia, contudo, entretanto) Exemplo: O ministro pediu demissão, mas o presidente não a aceitou. c) explicativas (que, porque, e a palavra pois antes do verbo) Exemplo: Peçam a demissão dos seus assessores, pois eles pouco fazem para o bem do povo. d) conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, por isso, de modo que e a palavra pois após o verbo) Exemplo: Os assessores pouco fazem pelo povo; devem, pois, deixar seus cargos. e) alternativas (ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja, já ... já, talvez ... talvez) Exemplo: O Congresso deve ser soberano, ou perderá a legitimidade. III - ORAÇÕES REDUZIDAS Não são introduzidas por conjunção e possuem verbo em uma das formas nominais (infinitivo, particípio ou gerúndio). a) Infinitivo (pessoal ou impessoal) Exemplos: Todos sabiam ser impossível a manutenção da política econômica. O.S.S.Objetiva Direta reduzida de infinitivo. Seria bom manteres a calma nesse momento. O.S.S. Subjetiva reduzida de infinitivo. b) Gerúndio Exemplos: Entrando na sala de aula, foi recebido com frieza. O.S. Ad. Temporal reduzida de gerúndio.

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Vencendo seus adversários futuros, o clube ganhará o campeonato. O.S. Adv. Condicional reduzida de gerúndio. c) Particípio Exemplos: Realizado o congresso internacional, percebeu-se a gravidade da moléstia. O.S. Ad. Temporal reduzida de particípio. Encontrado o autor dos assaltos, a população ficará aliviada. O.S. Condicional reduzida de particípio. Entristecido com a campanha do seu clube, não mais discutia futebol. O.S. Adv. Causal reduzida de particípio.

PARTE 2: CONTEÚDOS MAIS ESPECÍFICOS

Unidade 1:

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Estrutura das palavras

Estudar a estrutura das palavras é estudar os elementos que formam a palavra, denominados de morfemas. São os seguintes os morfemas da Língua Portuguesa. Radical O que contém o sentido básico do vocábulo. Aquilo que permanecer intacto, quando a palavra for modificada. Ex. falar, comer, dormir, casa, carro. Obs: Em se tratando de verbos, descobre-se o radical, retirando-se a terminação AR, ER ou IR. Vogal Temática Nos verbos, são as vogais A, E e I, presentes à terminação verbal. Elas indicam a que conjugação o verbo pertence: • 1ª conjugação = Verbos terminados em AR. • 2ª conjugação = Verbos terminados em ER. • 3ª conjugação = Verbos terminados em IR. Obs.: O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, já que proveio do antigo verbo poer. Nos substantivos e adjetivos, são as vogais A, E, I, O e U, no final da palavra, evitando que ela termine em consoante. Por exemplo, nas palavras meia, pente, táxi, couro, urubu. Cuidado para não confundir vogal temática de substantivo e adjetivo com desinência nominal de gênero, que estudaremos mais à frente. Tema É a junção do radical com a vogal temática. Se não existir a vogal temática, o tema e o radical serão o mesmo elemento; o mesmo acontecerá, quando o radical for terminado em vogal. Por exemplo, em se tratando de verbo, o tema sempre será a soma do radical com a vogal temática - estuda, come, parti; em se tratando de substantivos e adjetivos, nem sempre isso acontecerá. Vejamos alguns exemplos: No substantivo pasta, past é o radical, a, a vogal temática, e pasta o tema; já na palavra leal, o radical e o tema são o mesmo elemento - leal, pois não há vogal temática; e na palavra tatu também, mas agora, porque o radical é terminado pela vogal temática. Desinências É a terminação das palavras, flexionadas ou variáveis, posposta ao radical, com o intuito de modificá-las. Modificamos os verbos, conjugando-os; modificamos os substantivos e os adjetivos em gênero e número. Existem dois tipos de desinências: Desinências verbais Modo-temporais = indicam o tempo e o modo. São quatro as desinências modo-temporais: -va- e -ia-, para o Pretérito Imperfeito do Indicativo = estudava, vendia, partia. -ra-, para o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo = estudara, vendera, partira. -ria-, para o Futuro do Pretérito do Indicativo = estudaria, venderia, partiria. -sse-, para o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo = estudasse, vendesse, partisse. Número-pessoais = indicam a pessoa e o número. São três os grupos das desinências número-pessoais. Grupo I: i, ste, u, mos, stes, ram, para o Pretérito Perfeito do Indicativo = eu cantei, tu cantaste, ele cantou, nós cantamos, vós cantastes, eles cantaram.

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Grupo II: -, es, -, mos, des, em, para o Infinitivo Pessoal e para o Futuro do Subjuntivo = Era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem. Quando eu puser, tu puseres, ele puser, nós pusermos, vós puserdes, eles puserem. Grupo III: -, s, -, mos, is, m, para todos os outros tempos = eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam. Desinências nominais de gênero = indica o gênero da palavra. A palavra terá desinência nominal de gênero, quando houver a oposição masculino - feminino. Por exemplo: cabeleireiro - cabeleireira. A vogal a será desinência nominal de gênero sempre que indicar o feminino de uma palavra, mesmo que o masculino não seja terminado em o. Por exemplo: crua, ela, traidora. de número = indica o plural da palavra. É a letra s, somente quando indicar o plural da palavra. Por exemplo: cadeiras, pedras, águas. Afixos: São elementos que se juntam a radicais para formar novas palavras. São eles:

Prefixo: É o afixo que aparece antes do radical. Por exemplo destampar, incapaz, amoral.

Sufixo: É o afixo que aparece depois do radical, do tema ou do infinitivo. Por exemplo pensamento, acusação, felizmente.

Vogais e consoantes de ligação: São vogais e consoantes que surgem entre dois morfemas, para tornar mais fácil e agradável a pronúncia de certas palavras. Por exemplo flores, bambuzal, gasômetro, canais.

Unidade 2:

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Processos de formação de palavras

A língua portuguesa possui dois processos básicos de formação de palavras: derivação e composição. 1) Derivação: consiste, basicamente, na modificação de determinada palavra primitiva por meio do acréscimo de afixos. 1.1) Derivação prefixal: acréscimo de um prefixo ao radical.

A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva. Ex.: re/com/por ( dois prefixos), desfazer, im paciente. 1.2) Derivação sufixal: acréscimo de um sufixo ao radical.

A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva. Ex.: realmente, folhagem. 1.3) Derivação prefixal e sufixal: acréscimo de um prefixo e um sufixo num mesmo radical.

A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado. Ex.: deslealmente ( des- prefixo e -mente sufixo ). Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras desleal e lealmente 1.4) Derivação parassintética: ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e do sufixo.

A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

Ex.: anoitecer ( a- prefixo e -ecer sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar. 1.5) Derivação regressiva: ocorre quando se retira a parte final de uma palavra derivada. É o processo de formação de substantivos derivados de verbos (1ª e 2ª conjugações); tais substantivos são chamados de “deverbais”.

A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem. Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português). 1.6) Derivação imprópria: ocorre quando a palavra muda de classe gramatical.

A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando palavra comumente usada como pertencente a uma classe é usada como fazendo parte de outra.

Ex.: coelho (substantivo comum) usado como substantivo próprio em Daniel Coelho da Silva; verde geralmente como adjetivo (Comprei uma camisa verde.) usado como substantivo (O verde do parque comoveu a todos.) 2) Composição: consiste na formação de palavras pela junção de duas delas. A formação de

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palavras por composição dão-se por: 2.1) Justaposição: semalteração fonética (palavras compostas sem alteração fonética). 2.2) Aglutinação: há alteração fonética na formação da palavra. Outros Processos de Formação de Palavras 3) Hibridismo: palavras formadas por elementos vindos de outros idiomas. 4) Onomatopéia: palavras que procuram imitar sons, ruídos, sons de animais. 5) Abreviação vocabular: a forma original deu origem a uma forma abreviada. Ex: motocicleta > moto 6) Siglas: criação de palavras a partir de siglas. Ex: AIDS.

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Unidade 3:

Fonologia

Fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como os fones (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-os em unidades capazes de distinguir significados, chamadas fonemas Letra É o sinal gráfico da escrita. Exemplos: pipoca – tem 6 letras hoje – tem 4 letras Fonema É o som da fala. Exemplos: pipoca – tem 6 fonemas Hoje – tem 3 fonemas *Observe de acordo com os exemplos que o número de letras e fonemas não precisam ter a mesma quantidade. Chuva – tem 5 letras e 4 fonemas, já que o “ch” tem um único som. Hipopótamo – tem 10 letras e 9 fonemas, já que o “h” não tem som. Galinha – tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “nh” tem um único som. Pássaro – tem 7 letras e 6 fonemas, já que o “ss” só tem um único som. Nascimento – 10 letras e 8 fonemas, já que não se pronuncia o “s” e o “en” tem um único som. Exceção – 7 letras e 6 fonemas, já que não tem som o “x”. Táxi – 4 letras e 5 fonemas, já que o “x” tem som de “ks”. Guitarra – 8 letras e 6 fonemas, já que o “gu” tem um único som e o “rr” também tem um único som. Queijo – 6 letras e 5 fonemas, já que o “qu” tem um único som. Repare que através do exemplo a mudança de apenas uma letra ou fonema gera novas palavras. C A V A L O C A V A D O C A L A D O C O L A D O S O L A D O Encontro vocálico é o encontro de duas ou mais vogais em uma palavra. Exemplos: coração, mamãe, herói, loiro, Paraguai, ciúme e poético. Classificação do encontro vocálico: ditongo, hiato e tritongo. DITONGO -> é o encontro de duas vogais pronunciadas na mesma sílaba. Exemplos: água -> á – gua espécie -> es – pé – cie muito -> mui – to pelotão -> pe – lo – tão pais -> pais HIATO -> é o encontro de duas vogais pronunciadas em sílabas separadas. Exemplos: receoso -> re – ce – o – so triunfo -> tri – un – fo poeta -> po – e – ta país -> pa – is

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TRITONGO -> é o encontro de três vogais pronunciadas na mesma sílaba. Exemplos:

saguõe sa –s guões

quai quais –squer quer

enxaguou en – xa – guou Encontro consonantal é o encontro de duas consoantes, as duas consoantes são pronunciadas. Exemplos com as consoantes na mesma sílaba: Pedra -> pe – dra Planta -> plan – ta Glicose -> gli – co – se Gravidade -> gra – vi – da – de Exemplos com as consoantes em sílabas separadas: Garfo -> gar – fo Ignorar -> ig – no – rar Vista -> vis – ta Dígrafo é o encontro de duas letras com um único som. Exemplos: chapéu, piscina, carroça, descer, pássaro, mosquito, exceção, galinha, tampa, ponta, índia, comprimido e renda. Na modalidade escrita, indicamos a divisão silábica com o hífen. Esta separação obedece às regras de silabação. Não se separam: 1. as letras com que representamos os dígrafos ch, lh e nh: cha-ma, ma-lha, ma-nhã, a-char, fi-lho, a-ma-nhe-cer; 2. os encontros consonantais que iniciam sílaba: a-blu-ção, cla-va, re-gra, a-bran-dar, dra-gão, tra-ve; 3. a consoante inicial seguida de outra consoante: gno-mo, mne-mô-ni-co, psi-có-ti-co; 4. as letras com que representamos os ditongos: a-ni-mais, cá-rie, sá-bio, gló-ria, au-ro-ra, or-dei-ro, jó-ia, réu; 5. as letras com que representamos os tritongos: a-güen-tar, sa-guão, Pa-ra-guai, u-ru-guai-a-na, ar-güiu, en-xá-guam. Separam-se: 1. as letras com que representamos os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc: car-ro, pás-sa-ro, des-ci-da, cres-ça, ex-ce-len-te; 2. as letras com que representamos os hiatos: sa-ú-de, cru-el, gra-ú-na, re-cu-o, vô-o; 3. as consoantes seguidas que pertencem a sílabas diferentes: ab-di-car, cis-mar, ab-dô-men, bis-ca-te, sub-lo-car, as-pec-to. Divisão de palavras no fim da linha Muitas vezes, quando estamos produzindo um texto, não há espaço no final da linha para escrevermos uma palavra toda. Devemos, então, recorrer a sua divisão em duas partes. Esta partição é sempre indicada com hífen e obedece às regras de separação silábica que acabamos de mencionar.

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Unidade 4:

Nova ortografia

O Acordo Ortográfico é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países. Mudanças no alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z Trema Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Como era Como fica agüentar aguentar argüir argüir bilíngüe bilíngüe Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.Exemplos: Müller, mülleriano. Mudanças nas regras de acentuação 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Como era Como fica alcalóide alcaloide alcatéia alcateia andróide androide apóia (verbo apoiar) apoia apóio (verbo apoiar) apoio asteróide asteroide bóia boia celulóide celuloide clarabóia claraboia Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os monossílabos tônicos terminados em éis e ói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer),sóis etc. 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo decrescente. Como era Como fica baiúca baiuca bocaiúva bocaiuva* cauíla cauila** feiúra feiúra * bocaiuva = certo tipo de palmeira

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**cauila = avarento

Atenção: 1) se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí; 2) se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra. 3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Como era Como fica abençôo abençoo crêem (verbo crer) creem dêem (verbo dar) deem dôo (verbo doar) doo enjôo enjoo lêem (verbo ler) leem 4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Como era Como fica Ele pára o carro. Ele para o carro. Ele foi ao pólo Ele foi ao pólo Norte. Norte. Ele gosta de jogar pólo Ele gosta de jogar. polo. Esse gato tem pêlos brancos Esse gato tem pelos brancos. Atenção! • Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3.ª pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. • Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas. • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? 5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir. 6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja: a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

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Exemplos: • verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. • verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras): • verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. • verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. Uso do hífen com compostos 1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca * Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo. 2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde, pega-pega, corre-corre 3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças,faz de conta * Exceções: água-de-colônia, arco- -da-velha, cor-de-rosa, mais-que- -perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará,à queima-roupa. 4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d’água, pé-d’água 5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos: Belo Horizonte — belo-horizontino Porto Alegre — porto-alegrense Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte África do Sul — sul-africano 6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia

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Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares: a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras). b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal). Uso do hífen com prefixos As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.). Casos gerais 1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano 2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: micro-ondas anti-inflacionário sub-bibliotecário inter-regional 3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: autoescola antiaéreo intermunicipal supersônico superinteressante agroindustrial aeroespacial semicírculo * Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram- se essas letras. Exemplos: minissaia antirracismo ultrassom semirreta Casos particulares 1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: sub-região sub-reitor sub-regional sob-roda 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.

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Exemplos: circum-murado circum-navegaçãopan-americano 3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra 4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: coobrigação coedição coeducar cofundador coabitação coerdeiro corréu corresponsável cosseno 5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos: preexistente preelaborar reescrever reedição 6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r. Exemplos: ad-digital ad-renal ob-rogar ab-rogar Outros casos do uso do hífen 1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos: (acordo de) não agressão (isto é um) quase delito 2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos: mal-entendido mal-estar mal-humorado

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mal-limpo * Quando mal significa doença, usa- -se o hífen se não houver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias. 3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos: capim-açu amoré-guaçu anajá-mirim 4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói eixo Rio-São Paulo 5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta- -se que ele foi viajar. O diretor foi receber os ex--alunos.

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Unidade 5:

Acentuação gráfica

Veja algumas regras de acentuação:

Regras Gerais

1º regra - Acentuação das palavras monossílabas tônicas.

Acentuam-se as monossílabas tônicas terminadas em Exemplos

A (s) chá, gás, más, dá-lo

E (s) mês, crê, dê, lê, vê-lo

O (s)

2º regra - Acentuação das palavras oxítonas.

acentuam-se as oxítonas terminadas em Exemplos

A (s) guaraná, xarás, criticá-lo

E (s) você, jacarés, vendê-las

O (s) bisavô, retrós, expô-la

Em/Ens vintém, parabéns, alguém

3º - Acentuação das palavras paroxítonas.

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em Exemplos

I (s), U (s) biquíni, tênis, bônus

L, N, R, X notável, hífen, fêmur, tórax

UM/ UNS, OS fórum, álbuns, bíceps, fórceps

à (s) órfã, ímã, ímãs

DITONGO (+s) falência, órfãos, pônei, áreas

Observação: Os prefixos, não levam acentos.

Exemplos: semiárido, anti-virus, super-homem

4º regra - Acentuação das palavras proparoxítonas.

Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas.

Exemplos: típico, máquinas, tônicas, códigos, relêssemos.

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PARTE 3: TEXTO E PRODUÇÃO DE SENTIDO

Unidade 1:

A importância do texto nas provas de concursos públicos.

Os concursos, de modo geral, apresentam questões interpretativas que têm por

finalidade a identificação de um leitor consciente e autônomo. Portanto, o

candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da

lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de

reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira

cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-

se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de

leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-

chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a

ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória

visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há

limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de

responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com

outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em

que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e

dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem

dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na

identificação do autor.

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Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do

texto e as

inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser

sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática

qualquer. Ao se fazer a compreensão e interpretação de textos, portanto, não

se preocupe com o subjetivismo, a moral, o emocional, que seu conteúdo

possa inspirar. Fique restrito àquilo de que o texto trata, às ideias explícitas e

implícitas que seu autor expõe. As experiências de vida do intérprete não

interessam à compreensão e interpretação de textos.

Comece a prova lendo as orientações ao candidato; elas são

importantíssimas, pois fornecem informações importantes. Há casos em que o

candidato não lê as orientações antecipadamente e acaba seguindo um curso

errado durante a prova.

Resumindo... algumas breves dicas!

a) Faça uma primeira leitura rápida do texto (mapeamento geral do texto); dê

uma "olhada" geral, uma para tirar a ansiedade sobre o tema que caiu na

prova. Cuidado para não começar a dar as respostas ou definir qual é a

pergunta.

b) Agora você fará uma leitura calma e atenta (mapeamento específico do

texto). O tempo gasto vale a pena. Mantenha uma atitude positiva e sempre se

pergunte o que o examinador quis informar. Essa leitura ajuda o cérebro a

começar a procurar respostas; com o tempo, você aprenderá a juntar as duas

leituras. Vá destacando a parte principal de cada parágrafo, a fim de facilitar o

mapeamento das respostas quando estiver lendo as questões. Importante: o

que você “achou” do texto NÃO IMPORTA! Lembre-se que se trata de um

concurso público e não de uma entrevista com você!

c) Formule as respostas lendo o enunciado de cada uma delas por vez. Ao ler

o enunciado, analise criticamente a questão a fim de procurar a resposta. Se

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quiser, sublinhe as palavras-chaves e anote ao lado da questão o que você

deve ou quer dizer.

d) Ao separar o tempo em provas de múltipla escolha, reserve um período, ao

final, para marcar o cartão de respostas.

Unidade 2:

O texto na prática

Não é o intuito deste material fazer análises de questões, tão pouco sugerir

atividades aos alunos, mas, a título de ilustração e de incentivo ao estudo de

interpretação textual, para um perfeito entendimento da discussão inicial, leia o

texto e a pertinente questão aplicada em prova de concurso público do MPU,

pela organizadora FCC, (adaptado):

Os mitólogos costumam chamar de imagens de mundo certas estruturas

simbólicas pelas quais, em todas as épocas, as diferentes sociedades

humanas fundamentaram, tanto coletiva quanto individualmente, a

experiência do existir. Ao longo da história, essas constelações de ideias

foram geradas quer pelas tradições étnicas, locais, de cada povo, quer

pelos grandes sistemas religiosos. No Ocidente, contudo, desde os

últimos três séculos uma outra prática de pensamento veio se

acrescentar a estes modos tradicionais na função de elaborar as bases de

nossas experiências concretas de vida: a ciência. Com efeito, a partir da

revolução científica do Renascimento as ciências naturais passaram a

contribuir de modo cada vez mais decisivo para a formulação das

categorias que a cultura ocidental empregará para compreender a

realidade e agir sobre ela.

No texto acima, o autor

A. . . .

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B. ratifica a ideia, construída ao longo da trajetória humana, de que o

pensamento científico é a via mais eficaz para o conhecimento da

realidade.

C. atribui a idiossincrasias culturais as distintas representações daquilo que

legitimaria as práticas humanas.

D. . . .

E. expressa sua compreensão de que, fora do âmbito racional, não há base

sólida que fundamente a vida dos seres humanos.

Uma pessoa, simpatizante do espírito científico, ou seja, que tende a aceitar

somente aquilo que pode ser explicado pela razão, seria fortemente

influenciada a considerar verdadeira a opção "B" ou a "E". Além disso, o autor

faz expressivas alusões ao caráter científico nos dois últimos períodos, que

formam mais da metade do parágrafo em análise. Tudo isso constitui forte

carga de influência para quem tem que resolver a questão e, ainda por cima,

sob a coação do tempo, como o é em concursos públicos. Vista sob esse

aspecto, a tarefa de compreensão e interpretação de textos está seriamente

comprometida pelas armadilhas representadas por essas duas opções acima

referidas.

Como para cada veneno há um antídoto apropriado, essas "pegadinhas", em

compreensão e interpretação de textos, podem ser evitadas, se prestarmos

mais atenção ao verbo que indica a ação ou posição do autor sugerida em

cada alternativa. Na alternativa "B", o verbo é "ratifica a ideia, construída ao

longo da trajetória humana, ...", e, na alternativa "E", é "expressa sua

compreensão de que, ...". Como se trata de um parágrafo cujo texto é do tipo

descritivo (descrição de realidades em determinadas épocas), longe está a

possibilidade de o autor "ratificar alguma ideia", como também de "expressar

sua compreensão". Situações, essas, próprias de textos dissertativos.

Deixamos de mencionar as opções "A" e "D" por fugirem do tema influência da

subjetividade do intérprete cuja importância pretendemos destacar em

compreensão e interpretação de textos.

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Em compreensão e interpretação de textos, há uma categoria de questões do

tipo "Pode-se inferir do texto que ...". O que se pede, nessa classe de

questões, não está explícito no texto, isto é, não está escrito. Tem-se que

chegar à alternativa correta por conclusão, deduzir por raciocínio. Por exemplo,

se encontrarmos em um texto a seguinte afirmação: "Aquela lata velha foi o

meu primeiro carro.", podemos inferir, sem nenhum temor, que o autor possuiu

mais de um carro. A palavra "primeiro", da afirmação em análise, dá margem a

essa conclusão.

Observe o texto e a respectiva questão, a seguir.

(FCC - CADEP, com adaptações para a nova ortografia)

A cultura, e consequente organização social, política e econômica dominante

na sociedade contemporânea, ainda é aquela que começou a nascer no século

XVI, quando um conjunto de inovações tecnológicas num contexto histórico

favorável contribuiu para o início do enterro do Antigo Regime, no qual a Terra

estava no centro do universo, a ordem social era imutável e a Igreja, junto com

o poder absolutista, tinha o monopólio da informação.

A prensa de Gutenberg estava entre as inovações tecnológicas que

contribuíram para a ascensão do mundo burguês. E os seus principais

produtos - o livro e o jornal - foram entendidos durante muitos anos pela ordem

dominante como ferramentas subversivas. Esta subversão gestou e gerou o

mundo em que vivemos. Um mundo onde a iniquidade social ainda incomoda e

assusta, mas no qual todas as barreiras para a geração de riqueza e de

conhecimento foram derrubadas, num processo que também gerou a onda de

inovação que estamos vivendo e a possibilidade de darmos o próximo salto.

Não é função da indústria pensar a educação. A missão de qualquer empresa é

lutar com todas as suas forças para crescer e se perpetuar. Mesmo quando

isso vai de encontro aos interesses da comunidade em que está inserida. Ela

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jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços

focada em educação.

Por isso mesmo, nenhum representante da indústria de tecnologia poderia ter

sido pioneiro num projeto de educação fundamentado nas profundas e

dramáticas mudanças que a cibernética tem trazido para as nossas vidas.

É correto inferir do texto que seu autor,

A. como jornalista que é, questiona a importância do livro e do jornal no

mundo contemporâneo, como instrumentos essenciais para a divulgação

do conhecimento.

B. ao apontar a importância de algumas inovações tecnológicas do mundo

moderno, reconhece a importância da cibernética para os projetos

educacionais.

C. pensando em um projeto de educação eficaz, afasta qualquer

possibilidade de envolvimento de empresas, a despeito do interesse que

elas possam demonstrar.

D. ao reconhecer a inoperância do empresariado, especialmente na área

da cibernética, ignora o impacto que essa tecnologia poderia causar em

um projeto educacional.

E. como defensor do desenvolvimento tecnológico, propõe uma educação

voltada especificamente para a indústria da informática, base da

integração social.

Esse tipo de questão exige atenção redobrada do intérprete. Seja pela resposta

não estar explicitamente no texto, seja pelas requintadas sugestões das

opções errôneas. Vamos, então, à compreensão e interpretação do texto,

opção por opção.

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Trata-se de um texto dissertativo. Cuidado! Há períodos muito longos, que

podem comprometer o trabalho de compreensão e interpretação de texto.

Na opção "A", afirma-se que o autor "questiona a importância do livro e do

jornal no mundo contemporâneo". Ora, questionar é levantar um assunto como

questão, como foco de discussão. E isso não ocorre em relação ao livro e ao

jornal, aos quais faz uma breve referência, como principais produtos da prensa

de Gutenberg. Aqui, a compreensão e interpretação de texto nos aponta esta

opção como INCORRETA.

A alternativa "C" é um primor de "pegadinha" e começa com a forma verbal

"pensando". O terceiro parágrafo do texto em análise, inicia e termina por frase

cujo verbo é "pensar". Espero que o leitor tenha percebido a forçada de barra

da FCC, saturando a mente do intérprete com o verbo pensar. Vamos começar

analisando as sentenças desta opção. Primeiramente, coloca-se todo o período

composto em ordem direta para facilitar a compreensão e interpretação de

texto, obtendo-se: "(O autor) afasta qualquer possibilidade de envolvimento de

empresas, pensando em um projeto eficaz, a despeito do interesse que elas

possam demonstrar."

A primeira sentença, por si só, já é suficiente para indicar algum indício de

incoerência. A propósito, duvide sempre de sentenças absolutistas do tipo

"nunca, jamais, qualquer, todo etc.". E que temos, então? Nada mais, nada

menos que uma dessas sentenças (" afasta qualquer possibilidade") em

dissonância com o último período do terceiro parágrafo do texto, que afirma

"Ela jamais poderá pensar com a devida isenção numa plataforma de serviços

focada em educação." Assim sendo, é admitida a possibilidade de "ela (a

empresa) pensar", interessar-se, envolver-se em educação, desde que SEM A

DEVIDA ISENÇÃO. Portanto, nem todas as possibilidades de envolvimento

foram afastadas. Superada a barreira da "isenção", é possível o envolvimento

da empresa com educação. É bom que se destaque que o verbo pensar pode

ser tomado no sentido de envolver-se, interessar-se etc. Essa equivalência

semântica verbal é ocorrência bastante comum em compreensão e

interpretação de textos.

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A opção "D" já é reprovada na primeira frase, uma vez que o autor não

considera o empresariado inoperante em nenhuma área, muito menos na área

da cibernética. Uma ou outra "colher de chá", como essa, sempre ocorre em

compreensão e interpretação de texto, ou seja, a constatação imediata e fácil

da inconsistência de uma opção.

Na opção "E", também a primeira frase já a descredencia como verdade, uma

vez que o autor não defende o desenvolvimento tecnológico. A compreensão e

interpretação de texto, aqui, também não oferece nenhuma dificuldade

aparente.

A RESPOSTA CORRETA ESTÁ NA ALTERNATIVA "B", na qual o autor

"aponta a importância de ALGUMAS inovações tecnológicas", em vez de

"defender o desenvolvimento tecnológico", como ressalta, erroneamente, a

opção "E". Na alternativa "B", que é a CORRETA, o autor apenas "reconhece a

importância da cibernética (ciência que se relaciona a organismos vivos e

máquinas) para a educação", em vez de propor qualquer coisa, como também

indica, indevidamente, a opção "E". Em compreensão e interpretação de textos,

como se pode notar, a opção verdadeira deve ser legitimada tanto pela sua

harmonia com o texto em análise quanto pela contradição a outras alternativas

que a ela aparentam assemelhar-se.

Depreende-se da resolução desta questão a importância da significação dos

verbos. O conhecimento daquilo que o verbo quer dizer é a chave para fazer

inferências, ou seja, conclusões às quais se chega por deduções. Por exemplo,

há uma visível distinção entre "reconhecer o livro e o jornal como principais

produtos da prensa de Gutenberg" (segundo parágrafo do texto) e "questionar

a importância do livro e do jornal.", conforme atesta a alternativa "A". A

mensagem expressa pelo verbo é ponto meritório em compreensão e

interpretação de textos.

Numa outra base de compreensão e interpretação de textos, veja a opção "C",

que afirma que o autor "afasta qualquer possibilidade" de envolvimento de

empresas, enquanto, no último período do texto, esse envolvimento é

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restringido apenas para manter-se a isenção. Em compreensão e interpretação

de textos, também tenta-se pegar o incauto intérprete em armadilhas grotescas

como a da opção "D", a qual refere-se à inoperância do empresariado, fato que

não encontra eco no contexto analisado. A importância da significação do

verbo volta à baila na questão "E", que usa falsamente a forma "defender", ao

passo que o autor, em seu texto, apenas "aponta" a importância de algumas

tecnologias. Mais adiante, a mesma alternativa indica, também de modo

errado, que o autor propõe, enquanto, no texto analisado, o referido autor não

faz nenhuma proposta.

(http://mundotexto.com.br/adaptado)

Unidade 3:

Linguagem denotativa e conotativa

O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o

chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a

atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão,

depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada

construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.

Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa,

numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações

diferenciadas em seus leitores.

Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados,

como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto

final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso

à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que

lhe completem e esclareçam o sentido.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de

resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto,

errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada.

Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais

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adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por

isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a

adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra

alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto

transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo

que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de

palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a

dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido

global proposto pelo autor, dessa maneira a resposta será mais consciente e

segura.

Unidade 4:

Linguagem verbal e não verbal

O homem, como ser social, precisa se comunicar e viver em comunidade, que

é onde troca seus conhecimentos e suas experiências. Estes, por sua vez, irão

levá-lo a assimilar e compreender o mundo em que vive, dando-lhe meios para

transformá-lo. Ao acumular as experiências de sua comunidade, o homem vai

construindo uma cultura própria que é transmitida de geração para geração.

Para transmitir sua cultura e para suprir a necessidade de buscar a melhor

expressão de suas emoções, suas sensações e seus sentimentos, o homem se

viu diante de certos desafios: um deles foi o de criar e desenvolver uma

maneira de comunicar-se com seus semelhantes. Distanciou-se, então, ainda

mais dos outros animais, pois foi o único que conseguiu criar símbolos e signos

de vários tipos (linguísticos, picturais e gráficos) com o intuito de comunicar-se.

Existem várias formas de comunicação. Quando o homem se utiliza da palavra,

ou seja, da linguagem oral ou escrita, dizemos que ele está utilizando uma

linguagem verbal, pois o código usado é a palavra. Tal código está presente,

quando falamos com alguém, quando lemos, quando escrevemos. A linguagem

verbal é uma forma de comunicação muito presente em nosso cotidiano.

Mediante a palavra falada ou escrita, expomos aos outros as nossas ideias e

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pensamentos, comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindível

em nossas vidas. A linguagem verbal se faz presente em nossas vidas por

meio de propagandas diversas; em reportagens (jornais, revistas, etc.); em

obras literárias e científicas; na comunicação entre as pessoas; em discursos

(Presidente da República, representantes de classe, candidatos a cargos

públicos, etc.); e em tantas outras situações do nosso dia a dia. Agora observe

estes símbolos:

O primeiro sinal demonstra que é proibido fumar em um determinado local. A

linguagem utilizada é a não-verbal, pois não utiliza do código "língua

portuguesa" para transmitir que é proibido fumar. Na figura ao lado,

percebemos que o semáforo, nos transmite a ideia de atenção, de acordo com

a cor apresentada no semáforo, podemos saber se é permitido seguir em frente

(verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se é proibido seguir em frente

(vermelho) naquele instante

Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente decodificadas.

Você notou que em nenhuma delas existe a presença da palavra? O que está

presente é outro tipo de código. Apesar de haver ausência da palavra, nós

temos uma linguagem, pois podemos decifrar mensagens a partir das imagens.

O tipo de linguagem, cujo código não é a palavra, denomina-se linguagem não-

verbal, isto é, usam-se outros códigos (o desenho, a dança, os sons, os gestos,

a expressão fisionômica, as cores)

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Unidade 5:

Variação linguística

(DJOTA. Só dando gizada. Correio Popular. Campinas, 12/08/2003. In: ABAURRE, M. L. M. et alii. Português: contexto,

interlocução e sentido. São Paulo: Moderna, 2008, p.205.)

Empregada por tão grande quantidade de indivíduos, em situações tão

diferentes e a todo o momento, é de se esperar que a língua não se apresente

estática. Ou seja, condicionantes sociais, regionais e as diversas situações em

que se realiza determinam a ocorrência de variações em uma língua. Dino

Preti subordina o estudo das variedades linguísticas a dois amplos campos:

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1. Variedades geográficas

Regionalismos ou dialetos

Linguagem urbana x linguagem rural.

2. Variedades socioculturais

Falante:

- Dialetos sociais

- Grau de escolaridade, profissão, idade, sexo etc.

- Contexto

- Níveis de fala ou registros (formal/coloquial)

- Tema, ambiente, intimidade ou não entre os falantes, estado emocional do

falante.

VARIEDADES GEOGRÁFICAS

O anúncio faz um trocadilho entre "bichas" (filas), marca típica da sociedade

urbana e burocratizada, e "bichos", símbolo de natureza e vida natural. O texto,

no entanto, talvez soe estranho ao falante da língua portuguesa que mora no

Brasil. Para nós, as pessoas formam filas (e não bichas) quando aguardam sua

vez de serem atendidas em um banco, em uma bilheteria de cinema etc. Pode-

se perceber facilmente que a maneira como o português é empregado no Brasil

e em Portugal não é exatamente a mesma, assim como também é diferente

nas regiões geográficas brasileiras e até numa mesma região. Tomemos como

exemplo o Sudeste: os falares de Minas Gerais e do Rio de Janeiro

apresentam suas peculiaridades e distinções. Do mesmo modo, as regiões

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urbanas e as regiões rurais também possuem vocabulário e pronúncia

diferentes, bem como expressões típicas. Portanto, há variações na língua

condicionadas a aspectos geográficos.

VARIEDADES SOCIOCULTURAIS

FALANTE X GRUPOS CULTURAIS

Uma pessoa que conhece a língua que emprega apenas "de ouvido", que não

teve a oportunidade de tomar conhecimento das regras internas que a

compõem (gramática), domina essa língua de cujas realizações participa de

forma diversa de uma pessoa que tem contato com esse código linguístico por

meio de livros, periódicos, dicionários ou ainda por intermédio da convivência

com pessoas de boa formação intelectual.

Atenção: não se quer dizer que um fale melhor ou pior que o outro. Deseja-se

apenas registrar o fato de que a formação escolar de um indivíduo, por

exemplo, suas atividades profissionais, seu nível cultural podem determinar um

domínio diferente da língua. Cada classe social — econômica, mas, sobretudo

culturalmente falando — emprega a língua de uma maneira especial.

JARGÃO - VARIAÇÃO SOCIAL

Observe os diversos grupos profissionais: cada um deles faz uso de um

vocabulário e expressões que são típicos de seu trabalho. O jargão — essa

linguagem técnica que alguns profissionais dominam — é empregado por um

grupo restrito de pessoas e muitas vezes é inacessível a outros falantes da

língua. Se pensarmos, por exemplo, na linguagem da economia, da

informática, do direito... Quantos de nós estamos preparados para entendê-

las? Observe a tira com atenção.

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O humor da tira é determinado pelo "excesso de informalidade" por parte do

namorado que acaba de ser apresentado aos pais da garota. Como norma de

boa educação, espera-se que a pessoa estranha seja gentil, dirija-se aos

donos da casa com respeito e manifeste alguma cerimônia, como um pedido

de licença. Cabe à pessoa visitada dispensar as formalidades e fazer com que

o estranho se sinta bem. Nesse caso, observe que o namorado nem mesmo

cumprimenta a garota e se dirige aos pais dela com tanta grosseria que Hãgar

toma uma posição "defensiva", ameaçando o rapaz com um machado. A

ilustração nos mostra o emprego de uma linguagem pouco adequada à

situação que envolve as personagens. Analisando nossa própria maneira de

falar, cada um de nós é capaz de perceber que dominamos várias "línguas", ou

seja, temos várias maneiras de "registrar" a língua. A cada momento fazemos

uso de um desses registros. Observe: uma criança de dois anos, quando cai,

pode dizer que machucou o bumbum. Sua mãe, ao agradá-la, pergunta: "O

nenê machucou a bundinha?". Ocorrendo um problema mais grave, ao levá-la

ao médico, os pais provavelmente diriam que o problema é nas nádegas. E o

médico? Bem, ele poderia anotar que a dor é na região glútea... Veja que todas

essas expressões são de nosso conhecimento e sabemos, quase

intuitivamente, qual é o momento mais adequado para empregar uma ou outra.

Pratique!

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http://www.portalimpacto.com.br/docs/adaptado

Unidade 6:

Tipologia textual

Texto Literário

Expressa a opinião pessoal do autor que também é transmitida através de

figuras, impregnado de subjetivismo.

Exemplos:

um romance

um conto

uma poesia

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Texto não-literário

Preocupa-se em transmitir uma mensagem da forma mais clara e objetiva

possível.

Exemplos:

uma notícia de jorna

uma bula de medicamento

TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO

Conotação Figurado, subjetivo

Pessoal

Denotação Claro, objetivo

Informativo

1. A Descrição

Descrever é representar verbalmente um objeto, uma pessoal, um lugar,

mediante a indicação de aspectos característicos, de pormenores

individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser

descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de

elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão

autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar,

é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. A classe de

palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, por sua função

caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever

sensações ou sentimentos.

Exemplos

Seu rosto era claro e estava iluminado pelos belos olhos azuis e contentes.

Aquele sorriso aberto recepcionava com simpatia a qualquer saudação, ainda

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que as bochechas corassem ao menor elogio. Assim era aquele rostinho de

menina-moça da adorável Dorinha.

2. A Narração

Modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num

determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Estamos

cercados de narrações desde que nos contam histórias infantis como

Chapeuzinho Vermelho ou Bela Adormecida, até as piadas ou histórias

verídicas do cotidiano.

São seus elementos constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu

núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença

de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito.

Exemplos

Numa tarde de primavera, a moça caminhava a passos largos em direção ao

convento. Lá estariam a sua espera o irmão e a tia Dalva, a quem muito

estimava. O problema era seu atraso e o medo de não mais ser esperada...

A Narração envolve:

I. Quem? Personagem;

II. Quê? Fatos, enredo;

III. Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;

IV. Onde? O lugar da ocorrência;

V. Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;

VI. Por quê? A causa dos acontecimentos.

Observação

Normalmente, narração e descrição mesclam-se nos textos; sendo difícil,

muitas vezes, encontrar textos exclusivamente descritivos, como se pode ver

no exemplo abaixo:

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Piscina

Fernando Sabino

Era uma esplêndida residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona

Sul do Rio de Janeiro, cercada de jardins e tendo ao lado uma bela piscina.

Pena que a favela, com seus barracos grotescos se alastrando pela encosta do

morro, comprometesse tanto a paisagem.

Diariamente desfilavam diante do portão aquelas mulheres silenciosas e

magras, lata d’água na cabeça.

De vez em quando surgia sobre a grade a carinha de uma criança, olhos

grandes e atentos, espiando o jardim. Outras vezes eram as próprias mulheres

que se detinham e ficavam olhando.

Naquela manhã de sábado, ele tomava seu gim-tônica no terraço, e a

mulher um banho de sol, estirada de maiô à beira da piscina, quando

perceberam que alguém os observava pelo portão entreaberto. Era um ser

encardido, cujos molambos em forma de saia não bastavam para defini-la

como mulher. Segurava uma lata na mão, e estava parada, à espreita,

silenciosa como um bicho. Por um instante as duas mulheres se olharam,

separadas pela piscina.

De súbito pareceu à dona de casa que a estranha criatura se

esgueirava, portão adentro, sem tirar dela os olhos. Ergueu-se um pouco,

apoiando-se no cotovelo, e viu com terror que ela se aproximava lentamente: já

atingia a piscina, agachava-se junto à borda de azulejos, sempre a olhá-la, em

desafio, e agora colhia água com a lata. Depois, sem uma palavra, iniciou uma

cautelosa retirada, meio de lado, equilibrando a lata na cabeça – e em pouco

sumia-se pelo portão.

Lá no terraço o marido, fascinado, assistiu a toda a cena. Não durou

mais de um ou dois minutos, mas lhe pareceu sinistra como os instantes tensos

de silêncio e de paz que antecedem um combate.

Não teve dúvida: na semana seguinte vendeu a casa.

(SABINO, Fernando. A Mulher do Vizinho, Rio de Janeiro, 1976)

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3. A Dissertação

Dissertar é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista

baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito.

Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O

raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a

fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho. Tem por

base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de

defender um ponto de vista. É a modalidade mais exigida nos concursos em

geral, por promover uma espécie de “raio-X” do candidato no tocante a suas

opiniões. Nesse sentido, exige dos candidatos mais cuidado em relação às

colocações, pois também revela um pouco de seu temperamento, numa

espécie de psicotécnico.

Exemplos

Tem havido muitos debates em torno da ineficiência do sistema educacional do

Brasil. Ainda não se definiu, entretanto, uma ação nacional de reestrutura do

processo educativo, desde a base ao ensino superior.

Unidade 7:

Desmontando um texto dissertativo

Vamos partir do princípio de que escrever é comunicar, é transmitir uma

mensagem ao leitor. Portanto quem quer comunicar e ser bem compreendido

precisa ser claro, bem organizado nos seus atos de comunicação.

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Um texto dissertativo, para ser entendido, precisa ter uma estrutura bem

organizada também. O que acontece muitas vezes é que o aluno "joga" as

suas idéias caoticamente no papel, não conseguindo criar uma linha de

raciocínio, não relacionando uma idéia com outra, não provando absolutamente

nada.

Então como seria uma dissertação bem organizada?

Existe um modelo de dissertação que se organiza em três partes:

introdução, desenvolvimento e conclusão.

A introdução normalmente apresenta a ideia central, que vai ser

discutida, de modo que o leitor já saiba do que o texto irá tratar. Corresponde

geralmente a um parágrafo.

O desenvolvimento corresponde ao desdobramento da ideia central.

Corresponde à exposição dos argumentos que vão provar a ideia contida na

introdução. Pode haver um ou mais parágrafos.

A conclusão "amarra" o texto. Pode funcionar como uma confirmação da

tese inicial, resumindo os principais aspectos discutidos no texto. A conclusão

consta geralmente de um parágrafo.

Frise-se bem: nem todos os textos dissertamos que você lê no dia a dia

seguem esta estrutura, porém podemos crer que esta é uma maneira clara e

compreensível de se expressar.

Vejamos um modelo:

Os microcomputadores: uma ameaça?

(l) A expansão tecnológica prossegue acelerada nestes últimos anos,

modificando dia a dia a feição e os hábitos de nossa Sociedade.

(2) Talvez a maior novidade, que começa a preocupar os observadores,

seja a "revolução informática" e suas conquistas mais recentes:

videogames, videocassetes e, principalmente, os microcomputadores, que

começam a fazer parte do nosso cotidiano e cuja manipulação já é acessível

não só aos adultos leigos, mas até às crianças. Isso indica que já entramos

na era do computador; e que uma revolução da mente acompanhará a

revolução informática.

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(3) Essa "revolução" iminente vem alertando os responsáveis pela

Educação das crianças e jovens para a ameaça de robotizaçào que o uso

regular dos computadores, introduzidos nas escolas e fora delas, poderá

provocar nas mentes em formação.

(4) Para neutralizar tal ameaça, faz-se urgente a descoberta (ou a

adoção) de métodos ativos que estimulem a energia criativa dos novos. E

principalmente se faz urgente que as novas gerações descubram a leitura

estimuladora ou criadora e através dela alcancem a formação humanística

(Literatura, História, Filosofia, Ciências Humanas e Artes em geral) que lhes

dará a base cultural indispensável para serem no futuro os criadores de

programas que a nova era vai exigir. E não os programadores obsessivos

em que forçosamente se transformarão em pouco tempo, "robotizados" pela

automação exigida para uso dos computadores.

(5) Em lugar de lutarmos contra esse novo instrumento da civilização e

do progresso, urge que nos preparemos para dominá-lo.

(Nelly Novaes Coelho, Panorama histórico da literatura infantil/Juvenil)

Introdução: parágrafo l. Introduz o tema que vai ser discutido, isto é,

a mudança da nossa sociedade devida à expansão tecnológica.

Desenvolvimento:

o parágrafo 2. Delimita o tema, colocando a questão das

mudanças trazidas pela Informática.

o parágrafo 3. Situa as possíveis conseqüências da "revolução

informática", especialmente na escola.

o parágrafo 4. Apresenta possíveis soluções para os problemas

trazidos por uma revolução informática.

Conclusão: parágrafo 5. Apoiada nas ideias discutidas no

desenvolvimento, a autora coloca resumidamente uma proposta de

ação que, de certa forma, responde à questão colocada no título.

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O PARÁGRAFO

Você percebeu que o texto anterior é formado por parágrafos. Como dividir

um texto em parágrafos?

A noção de parágrafo esta ligada à noção de ideia central. Cada parágrafo

deve desenvolver se em tomo de uma ideia, deve ter uma certa unidade.

É comum vermos redações de alunos que apresentam um parágrafo

único. Outras vezes, pelo contrário, a cada frase corresponde um novo

parágrafo.

No primeiro caso, o aluno provavelmente colocou várias ideias em um só

parágrafo, tornando o texto confuso.No segundo caso, é bem possível que ele

tenha fragmentado uma mesma ideia, perdendo o texto a sua unidade.

A estrutura do parágrafo

Assim como no texto, podemos perceber no parágrafo dissertativo uma

certa estrutura organizada em introdução, desenvolvimento e, às vezes,

conclusão.

A introdução expressa, em um ou dois períodos curtos, a ideia central

(chamada também de tópico frasal). A seguir há o desenvolvimento da mesma

ideia central. Finalmente uma conclusão, mais rara, retoma a ideia central.

“A concepção do homem sobre si mesmo e sobre o mundo tem mudado

radicalmente. Primeiro, os homens pensavam que a Terra fosse plana e que

fosse o centro do universo; depois, que o homem é uma criação divina

especial, que só existem quatro elementos básicos, que a loucura é causada

pelas mudanças da Lua, que os átomos são partículas irreduzíveis, etc.

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Copérnico, Darwin, Galileu e muitos outros têm contribuído muito para

modificar estas ideias, mas ainda não temos um quadro claro de como as

coisas realmente são. O progresso da ciência ou, mais amplamente, a

aprendizagem, é um mecanismo que força uma contínua reorganização das

crenças.”

(K. E. Scheibe)

A introdução é representada pelo período inicial ("A concepção do

homem sobre si mesmo e sobre o mundo tem mudado radicalmente.").

O desenvolvimento exemplifica as diversas concepções do homem sobre si

mesmo e sobre o mundo ("a Terra é plana", "o homem é uma criação divina

especial", etc.).

A conclusão busca a causa das mudanças da concepção humana: o

progresso da ciência, a aprendizagem.

Unidade 8:

Funções de linguagem

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Para se estudar a funcionalidade do Processo de Comunicação, precisamos

usar recursos que dão ênfase a intenção que o emissor quer transmitir para

que a mensagem seja compreendida ou se reforce algum elemento linguístico

específico para a composição. Desde o passado o homem tem criado meios

para se apropriar de signos, sinais, gestos, desenhos, letras e por fim a palavra

oral e escrita na realização deste processo de comunicação. Para que esses

recursos sejam bem empregados precisamos primeiro rever os elementos da

comunicação.

Todo texto apresenta várias possibilidades de leitura, as funções tem como

objetivo levar o leitor a compreender determinado efeito, para determinado

objetivo. Daí o fato de enfatizar algum recurso ficar a cargo da capacidade

criativa do autor ou emissor da mensagem.

O estudo sobre as funções da linguagem, requer antes de apresentar sua

tipolologia, no processo de comunicação e as interações das mesmas no dia a

dia, conforme o papel recorrente a que se presta, lembrar que todo processo

comunicativo é centrado nesses elementos, para então ser compreendida a

verdadeira mensagem. Chalhub, 1990, p.1. reflete que:

“Diferentes mensagens veiculam significações as mais diversificadas,

mostrando na sua marca e traço[...]

O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir

— uma vez que participam do processo comunicacional: um emissor que envia

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a mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta, por sua

vez, refere-se a um contexto. A passagem da emissão para a recepção faz-se

através do suporte físico que é o canal. Aí estão, portanto, os fatores que

sustentam o modelo de comunicação: emissor; receptor; canal; código;

referente; mensagem”.

Assim podemos apresentar o emissor – que emite, codifica a mensagem;

receptor – que recebe, decodifica a mensagem; canal - meio pelo qual circula

a mensagem; código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção

da mensagem; referente - contexto relacionado a emissor e receptor;

mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor.

Para Chalhub, 1990, p.9:

“Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer, uma vez que,

atualizando corretamente possibilidades de uso do código, entrecruzam-se

diferentes níveis de linguagem. A emissão, que organiza os sinais físicos em

forma de mensagem, colocará ênfase em um a das funções — e as demais

dialogarão em subsídio, [...].”

Com os elementos da comunicação temos a geração e interelação dos

variados diálogos das funções, que são conhecidas como:

Função referencial;

Função emotiva;

Função conativa;

Função fática;

Função metalinguistica;

Função poética;

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Assim se apresenta os primeiros modelos como o do psicólogo austríaco Karl

Bühler de forma triádica, “apontando três fatores básicos: o destinador

(mensagens de caráter expressivo), o destinatário (mensagens de caráter

apelativo) e o contexto (mensagens de caráter comunicativo)”; o de Roman

Jakobson, que “no ensaio Linguística e poética, amplia para seis,

complementando o modelo de Bühler. Para isso, Jakobson enfoca o perfil da

mensagem, conforme a meta ou orientação (Einstellung) dessa mesma

mensagem em cada fator da comunicação. Assim, as atribuições de sentido, as

possibilidades de interpretação — as mais plurais — que se possam deduzir e

observar na mensagem, estão localizadas primeiramente na própria direção

intencional do fator da comunicação, o qual determina o perfil da mensagem,

determina sua função, a função de linguagem que marca aquela informação”.

São Funções das Linguagens:

1. Função referencial (ou denotativa)

É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da

realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do

singular. Linguagem usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo”

do referente e das notícias de jornal e livros científicos.

“A conotação da linguagem é mais comumente compreendida como

“linguagem figurada”. Se dissermos “pé da mesa”, estamos nos referindo à

semelhança entre o signo pé — que está no campo orgânico do ser humano —

e o traço que compõe a sustentação da mesa, no campo dos objetos. Um signo

empresta sua significação para dois campos diversos, uma espécie de

transferência de significado. Assim, a linguagem “figura” o objeto que sustenta

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a mesa, com base na similaridade do pé humano e essa relação se dá entre

signos.

Por outro lado, a denotação tenta uma relação e uma aproximação mais diretas

entre o termo e o objeto. O pé do animal, o pé do ser humano seriam signos

denotativos, linguagem correlacionada a um real, que responderia sempre à

pergunta “que é tal objeto?” com o nome do objeto, sem figuração ou

intermediários. Observemos, então, que referente, objeto, denotação são

termos que se relacionam por semelhança, embora não sejam sinônimos.

Referente e contexto respondem a um do que se fala? Fala-se sobre um objeto

referido ao mundo extralinguístico, mundo fenomênico das coisas — coisas

essas sempre designadas por expressões referenciais, denotativas. A ideia

aqui é de transparência entre o nome e a coisa (entre o signo e o objeto), de

equivalência, de colagem: a linguagem denotativa referencial reflete o mundo.

Seria, assim, tão simples?”.

O quê é referente / Mensagem referencial. Terceira pessoa do singular

(ele/ela), Informações, Descrições de fatos, Neutralidade, Jornais, Livros

técnicos.

2. Função emotiva (ou expressiva)

É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela

prevalece a primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a

linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Primeira

pessoa do singular (eu), Emoções, Interjeições; Exclamações; Blog;

Autobiografia; Cartas de amor.

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3. Função apelativa (ou conativa)

É aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o

comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o

uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos.

Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao

consumidor. Segunda pessoa do singular, Imperativo; figuras de linguagem,

discursos políticos, sermões, promoção em pontos de venda - propaganda.

4. Função Fática

É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato

com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas

telefônicas, saudações e similares. Interjeições, lugar comum, saudações,

comentários sobre o clima.

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5. Função poética

É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados

pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as

palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras

literárias, letras de música, em algumas propagandas. Subjetividade, figuras de

linguagem, brincadeiras com o código, poesia, letras de música.

6. Função metalinguística

É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A

poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta

outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem.

Referência ao próprio código, poesia sobre poesia, propaganda sobre

propaganda, dicionário.

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Assim podemos dizer que a linguagem não é aparente, ela depende de um

conjunto de fatores que permeiam os variados grupos sociais que compomos

em nossa vida diária. Desde de criança aprendendo com a Fala até o

aprimoramento da escrita e da linguagem falada atingindo o nível culto de sua

língua. Chalhub, reflete sobre isso,1990, p.10:

“Não nos alongaremos aqui na discussão sobre linguagem e realidade: ela

permeia toda a questão da filosofia, da arte, da religião, da psicanálise; é uma

questão ancestral. No entanto, é possível desde já, desconfiar dessa relação

ingênua entre signo e realidade como algo direto, sem intermediários. A partir

da afirmação de Saussure acerca da arbitrariedade do signo em relação ao

objeto, podemos perceber como não é fácil fazer afirmações categóricas e

absolutas a respeito da representação da realidade através do signo. Porque

se convencionou nomear “árvore” o objeto que conhecemos como tal, e não

por outro signo? Portanto, levemos em conta que, apenas por necessidade

didática, enviamos a essa cisão — linguagem legível, denotativa e linguagem

figurada, conotativa.”.

CHALHUB, Samira., Professora da Pontifícia, Universidade Católica de São Paulo, FUNÇÕES DA LINGUAGEM - Série

Princípios – 1990 - Editora Ática.

Por Robson Moura

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Unidade 9:

Figuras de linguagem

As figuras de linguagem tornam mais expressivas as mensagens. Subdividem-

se em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras

de palavras.

Figuras de som

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.

“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.

“Sou um mulato nato no sentido lato

mulato democrático do litoral.”

c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas

de significados distintos.

“Eu que passo, penso e peço.”

Figuras de construção

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo

contexto.

“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.

Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração

ou elementos do período.

“ E sob as ondas ritmadas

e sob as nuvens e os ventos

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e sob as pontes e sob o sarcasmo

e sob a gosma e sob o vômito (...)”

d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.

“De tudo ficou um pouco.

Do meu medo. Do teu asco.”

e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o

que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:

• De gênero

Vossa Excelência está preocupado.

• De número

Os Lusíadas glorificou nossa literatura.

• De pessoa

“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa

coisinha verde e mole que se derrete na boca.”

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso

ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta

por outra.

A vida, não sei realmente se ela vale alguma coisa.

g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a

mensagem.

“E rir meu riso e derramar meu pranto.”

h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou

frases.

“ Amor é um fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

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É dor que desatina sem doer”

Figuras de pensamento

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se

opõem pelo sentido.

“Os jardins têm vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual,

obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.

“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca;

em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.

Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.

Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados

predicativos que são próprios de seres animados.

O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente

(clímax) ou descendente (anticlímax)

“Um coração chagado de desejos

Latejando, batendo, restrugindo.”

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa

personificada).

“Senhor Deus dos desgraçados!

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Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Figuras de palavras

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do

habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o

sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o

conectivo comparativo fica subentendido.

“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou

seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com

outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com

base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora

sempre alguma relação lógica entre os termos. Observe:

Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um

conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo,

não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.

O pé da mesa estava quebrado.

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma

expressão que o identifique com facilidade:

...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por

diferentes órgãos do sentido.

A luz crua da madrugada invadia meu quarto.

Vícios de linguagem

A gramática é um conjunto de regras que estabelece um determinado uso da

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língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas

estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas, em se

tratando da linguagem escrita. O ato de desviar-se da norma padrão no intuito

de alcançar uma maior expressividade, refere-se às figuras de linguagem.

Quando o desvio se dá pelo não conhecimento da norma culta, temos os

chamados vícios de linguagem.

a) barbarismo: consiste em grafar ou pronunciar uma palavra em desacordo

com a norma culta.

pesquiza (em vez de pesquisa)

prototipo (em vez de protótipo)

b) solecismo: consiste em desviar-se da norma culta na construção sintática.

Fazem dois meses que ele não aparece. (em vez de faz; desvio na sintaxe de

concordância)

c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um modo tal que

ela apresente mais de um sentido.

O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do guarda ou do

suspeito?)

d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras.

Paguei cinco mil reais por cada.

e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma ideia.

O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.

Observação: Quando o uso do pleonansmo se dá de modo enfático, este não é

considerado vicioso.

f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo som.

O menino repetente mente alegremente.

Por Marina Cabral

Especialista em Língua Portuguesa e Literatura (adaptado)

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