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Em atenção ao Requerimento de Licenciamento Ambiental proto- colado no Instituto Ambiental do Paraná – IAP sob o n° 07.586.924- 0, solicitando Licença Prévia com vistas à Implantação de Empreen- dimento localizado na Fazenda Carumbé (Estrada marginal ao Rio Ribeira sentido Colônia Sete Bar- ras), município de Adrianópolis, para produção de aglomerantes hidráulicos (cimento), e tendo em vista o previsto na Resolução CEMA n° 065/2008 e Resolução 01/86 do CONAMA, o empreendi- mento pretendido necessita de apresentação de EPIA/RIMA Estudo Prévio de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental, anteriormente ao Licen- ciamento Prévio, em função de suas características, porte, locali- zação e impactos decorrentes da extração e transporte de matéria- prima e emissão de poluentes atmosféricos na região. Em conformidade com o exigi- do no Ofício 105/2009-IAP/DIRAM/ DLE, observadas as legislações vigentes bem como demais rele- vantes à implantação de Unidades Industriais para Aglomerantes Hidráulicos (cimento), elaborou os Estudos e, respectivo Relatório Impacto Ambiental com o objetivo de obtenção do licenciamento ambiental. Desta maneira, conside- rando os parâmetros definidos por normas e leis vigentes e o caráter decisivo sobre as ações adminis- trativas voltadas ao licenciamento ambiental, o EPIA-RIMA torna-se um dos principais recursos técnicos à análise da viabilidade operacional do empreendimento. Desta maneira, considerando os parâmetros definidos por nor- mas e leis vigentes e o caráter decisivo sobre as ações adminis- trativas voltadas ao licenciamento ambiental, o EPIA/RIMA torna-se um dos principais recursos técnicos à análise da viabilidade operacional da indústria. A Avaliação dos Impactos Ambientais, como resultado de mecanismos técnicos e científicos, foi instituída pela Política Nacional do Meio Ambiente em 1986, atra- vés da Resolução nº 001/86 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece diretrizes básicas e critérios gerais para a elaboração dos planos e projetos, de acordo com a natureza e o porte do empreendimento. Os estudos ambientais na área de influência do empreendimento foram desenvolvidos através do diagnóstico dos sistemas naturais e antrópicos, da avaliação dos im- pactos ambientais nas fases de viabilização do empreendimento, da definição das medidas mitigado- ras e da criação de programas de monitoramento ambiental. O diagnóstico ambiental na área de influência direta e direta- mente afetada abrangeu atividades de pesquisa e levantamentos técni- cos para a caracterização dos aspectos físicos, bióticos e sócio- econômicos dos sistemas regio- nais. A avaliação dos impactos ambientais resultou de um conjunto de procedimentos, adotados com base em métodos científicos de análise, que compreenderam a identificação, a classificação e a hierarquização das possíveis inter- ferências. A proposição das medidas mitigadoras visou o estabelecimen- to de ações preventivas e correti- vas para controlar e minimizar os impactos negativos, recuperar as áreas degradadas e potencializar os impactos positivos. Por fim, os programas ambien- tais envolveram o planejamento executivo dos métodos e parâme- tros técnicos a serem implementa- dos para a manutenção e o contro- le da qualidade ambiental. Volume 1, Edição 1 APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO Março/2010 RIMA Relatório de Impacto Ambiental é o docu- mento utilizado para apresentar à popula- ção empreendimentos que de alguma forma promovam alterações ao meio ambiente. Deve resumir as ca- racterísticas do em- preendimento, levan- tar os impactos gera- dos e definir medidas e programas que os atenuem. A leitura do RIMA para implanta- ção da Unidade In- dustrial para Aglome- rantes Hidráulicos no município de Adrianó- polis deve permitir o entendimento pelo público e está à dis- posição para consulta na Prefeitura Munici- pal de Agudos do Sul e na Biblioteca do Instituto Ambiental do Paraná. UNIDADE INDUSTRIAL PARA UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO LOCALIZAÇÃO E ACESSO A ÁREA O local para a implantação da Unidade Industrial para Aglomerantes Hidráulicos (Cimento) na Rua Januario Blaster Tranin, s/n, Vila Bela, no Município de Adrianópolis - PR. Esse Município está situado no Vale da Ribeira, pertence à Região Metropolitana de Curitiba e localiza-se a Nordeste do Estado do Paraná e divisa com o Estado de São Paulo pelo Rio Ribeira. O principal acesso ao local do empreendimento, a partir de Curitiba, é seguindo pela rodovi- a BR-476 até Adrianópolis, pas- sando por Bocaiúva do Sul e Tunas, com cerca de 130 km. A partir de Adrianópolis, seguir em direção à localidade de Vila Mota, deslocando-se aproximadamente 500 m até o Rio Carumbé, divisa do imóvel a ser implantado o empreendi- mento. Este acesso até área de instalação da unidade industrial é feito por um trecho pavimenta- do até o Rio Carumbé e a partir deste ponto por acesso não pavimentado.

RIMA Margem - C pia · onde, através de outra correia transportadora, são transporta-dos aos seus respectivos silos; Os materiais são dosados e transportados ao moinho de cru,

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Em atenção ao Requerimento de Licenciamento Ambiental proto-colado no Instituto Ambiental do Paraná – IAP sob o n° 07.586.924-0, solicitando Licença Prévia com vistas à Implantação de Empreen-dimento localizado na Fazenda Carumbé (Estrada marginal ao Rio Ribeira sentido Colônia Sete Bar-ras), município de Adrianópolis, para produção de aglomerantes hidráulicos (cimento), e tendo em vista o previsto na Resolução CEMA n° 065/2008 e Resolução 01/86 do CONAMA, o empreendi-mento pretendido necessita de apresentação de EPIA/RIMA – Estudo Prévio de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental, anteriormente ao Licen-ciamento Prévio, em função de suas características, porte, locali-zação e impactos decorrentes da extração e transporte de matéria-prima e emissão de poluentes atmosféricos na região.

Em conformidade com o exigi-do no Ofício 105/2009-IAP/DIRAM/DLE, observadas as legislações vigentes bem como demais rele-vantes à implantação de Unidades Industriais para Aglomerantes Hidráulicos (cimento), elaborou os Estudos e, respectivo Relatório Impacto Ambiental com o objetivo

de obtenção do licenciamento ambiental. Desta maneira, conside-rando os parâmetros definidos por normas e leis vigentes e o caráter decisivo sobre as ações adminis-trativas voltadas ao licenciamento ambiental, o EPIA-RIMA torna-se um dos principais recursos técnicos à análise da viabilidade operacional do empreendimento.

Desta maneira, considerando os parâmetros definidos por nor-mas e leis vigentes e o caráter decisivo sobre as ações adminis-trativas voltadas ao licenciamento ambiental, o EPIA/RIMA torna-se um dos principais recursos técnicos à análise da viabilidade operacional da indústria.

A Avaliação dos Impactos Ambientais, como resultado de mecanismos técnicos e científicos, foi instituída pela Política Nacional do Meio Ambiente em 1986, atra-vés da Resolução nº 001/86 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece diretrizes básicas e critérios gerais para a elaboração dos planos e projetos, de acordo com a natureza e o porte do empreendimento.

Os estudos ambientais na área de influência do empreendimento foram desenvolvidos através do diagnóstico dos sistemas naturais e

antrópicos, da avaliação dos im-pactos ambientais nas fases de viabilização do empreendimento, da definição das medidas mitigado-ras e da criação de programas de monitoramento ambiental.

O diagnóstico ambiental na área de influência direta e direta-mente afetada abrangeu atividades de pesquisa e levantamentos técni-cos para a caracterização dos aspectos físicos, bióticos e sócio-econômicos dos sistemas regio-nais.

A avaliação dos impactos ambientais resultou de um conjunto de procedimentos, adotados com base em métodos científicos de análise, que compreenderam a identificação, a classificação e a hierarquização das possíveis inter-ferências.

A proposição das medidas mitigadoras visou o estabelecimen-to de ações preventivas e correti-vas para controlar e minimizar os impactos negativos, recuperar as áreas degradadas e potencializar os impactos positivos.

Por fim, os programas ambien-tais envolveram o planejamento executivo dos métodos e parâme-tros técnicos a serem implementa-dos para a manutenção e o contro-le da qualidade ambiental.

Volume 1 , Edição 1

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

Março/2010

RIMA Relatório de Impacto Ambiental é o docu-mento utilizado para apresentar à popula-ção empreendimentos que de alguma forma promovam alterações ao meio ambiente. Deve resumir as ca-racterísticas do em-preendimento, levan-tar os impactos gera-dos e definir medidas e programas que os atenuem. A leitura do RIMA para implanta-ção da Unidade In-dustrial para Aglome-rantes Hidráulicos no município de Adrianó-polis deve permitir o entendimento pelo público e está à dis-posição para consulta na Prefeitura Munici-pal de Agudos do Sul e na Biblioteca do Instituto Ambiental do Paraná.

UN I DA D E I N DUS TR I A L PA R A UN I DA D E I N DUS TR I A L PA R A

AG LOMERANTE S H I D R ÁUL I C O S ( C I M ENTO )AG LOMERANTE S H I D R ÁUL I C O S ( C I M ENTO )

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTOEMPREENDIMENTOEMPREENDIMENTO

LOCALIZAÇÃO E ACESSO A ÁREA

O local para a implantação da Unidade Industrial para Aglomerantes Hidráulicos (Cimento) na Rua Januario Blaster Tranin, s/n, Vila Bela, no Município de Adrianópolis - PR. Esse Município está situado no Vale da Ribeira, pertence à Região Metropolitana de Curitiba e localiza-se a Nordeste do Estado do Paraná e divisa com o Estado de São Paulo pelo Rio Ribeira.

O principal acesso ao local do empreendimento, a partir de Curitiba, é seguindo pela rodovi-a BR-476 até Adrianópolis, pas-sando por Bocaiúva do Sul e Tunas, com cerca de 130 km.

A partir de Adrianópolis, seguir em direção à localidade de Vila Mota, deslocando-se aproximadamente 500 m até o Rio Carumbé, divisa do imóvel a ser implantado o empreendi-mento. Este acesso até área de instalação da unidade industrial é feito por um trecho pavimenta-do até o Rio Carumbé e a partir deste ponto por acesso não pavimentado.

O processo de fabri-

cação, por via seca, do Cimento

Portland é descrito a seguir:

O calcário e a argila são extraí-

dos de jazida situada a aproxi-

madamente 3.500 m;

Das jazidas, o calcário e a argila

são transportados por cami-

nhões basculantes até o brita-

dor de martelos que reduz suas

granulometrias;

Depois de britados, são condu-

zidos por correias transportado-

ras ao pátio de matérias-primas

onde são estocados e homoge-

neizados;

Desse pátio, o calcário, a argila

e também o minério de ferro

são levados para moega, de

onde, através de outra correia

transportadora, são transporta-

dos aos seus respectivos silos;

Os materiais são dosados e

transportados ao moinho de cru,

onde são secos na câmara

inicial com o gás proveniente

do forno e moídos nas outras

duas câmaras;

A farinha, como é chamada

esse material moído (calcário,

argila e minério de ferro), já

com a granulometria desejada

segue ao silo de homogenei-

zação, de onde é transportada,

através de elevador de cane-

cas à torre de ciclones. A fari-

nha com granulometria indese-

jada retorna ao moinho;

Na torre de ciclones acontece

o pré-aquecimento do material,

ocorrendo a descarbonatação

da farinha a uma temperatura

final de 900ºC;

Após o pré-aquecimento, a

farinha segue ao forno que

tem como combustível o coque

de petróleo. Neste forno, a

temperatura de entrada da

farinha é de 900ºC, enquanto a

de saída é de 1450ºC. A forma-

ção dos compostos que forma-

rão o clinquer ocorre entre 1300

e 1450ºC;

O material segue, então, ao

resfriador de grelhas, onde é

resfriado bruscamente, saindo

com uma temperatura de 60ºC

maior que a ambiente;

O clinquer é então britado e

armazenado em silo e posterior-

mente segue à moagem;

No moinho do produto final, o

clinquer, juntamente com o ges-

so e outros possíveis aditivos, no

caso a pozolana, é moído de

acordo com a granulometria

desejada. Como anteriormente,

o material com granulometria

indesejada, retorna ao moinho;

O material é, então, conduzido

ao silo de armazenamento para

expedição a granel ou em sacos.

Página 2

PP R O C E S S OR O C E S S O I I N D U S T R I ALN D U S T R I AL D ED E FF AB R I C AÇ Ã OAB R I C AÇ Ã O D ED E A A G L O M E R AN T E SG L O M E R AN T E S

HH I D R Á U L I CO SI D R Á U L I CO S (C (C I M E N TOI M E N TO ) )

Volume 1 , Edição 1

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO)

Existe um consenso

internacional que a viabili-

dade econômica de uma

Fábrica de Cimento, por via

úmida ou seca, que é o

caso da Margem Compa-

nhia de Mineração, deve

ficar o mais próximo possí-

vel das jazidas minerais,

principalmente o calcário.

Essa condição determi-

na a presença da unidade

fabril da Margem na região,

cuja geologia é em particu-

lar adequada pela rica for-

mação de calcários.

O presente Estudo Pré-

vio de Impacto Ambiental

está dirigido e converge

para a Instalação da Fábri-

ca de Cimento.

Do ponto de vista técni-

co, fica evidente que o

“modus operandus” de uma

nova unidade fabril mais

moderna e simplificada

proporcionará condições

mais adequadas no contro-

le das atividades que serão

implementadas.

Do ponto de vista eco-

nômico, é obvio que a re-

dução de custos implica em

construir a linha de produ-

ção o mais próximo possí-

vel, da jazida existente no

local e a instalação foi pre-

vista com o intuito de con-

cretizar esta condicionante.

Do ponto de vista ambi-

ental, a Unidade Industrial

sendo instalada próximo à

jazida, pouco afetará o

meio ambiente, não só na

fase de construção, como

também de operação. As

atividades, por exemplo, na

fase de construção, seus

aspectos ambientais e im-

pactos associados, são

temporários, localizados e

praticamente não afetariam

os meios físico, biótico e

antrópico.

Sabe-se que a Fábrica

funciona usando a tecnolo-

gia denominada via seca,

cujas características de

completo domínio tecnoló-

gico, é consagrada em todo

o mundo. Inclusive e princi-

palmente nos países mais

industrializados, onde as

exigências ambientais são

mais fortes, existe uma

expansão desse processo,

por ser mais econômico e

ambientalmente controlado.

Os fornos rotativos,

cada vez mais avançados

do ponto de vista tecnológi-

co, estão sendo fabricados

praticamente em série e

este processo de fabrica-

ção deve rigorosamente

satisfazer as exigências

ambientais dos seus pró-

prios países, em geral mais

rigorosas que as brasilei-

ras.

Em suma, a nova tecno-

logia a ser importada e

implantada na Margem

Companhia de Mineração,

em todas suas operações,

em todos seus aspectos, são

planejadas e executadas,

visando como alvo principal,

o atendimento da legislação

vigente.

A não realização do em-

preendimento implica em

reverter às expectativas da

comunidade com respeito ao

aumento de renda e empre-

go para o município. Está

previsto, na fase de implan-

tação 700 empregos diretos

e 1.000 empregos indiretos e

na fase de operação da fá-

brica em torno de 100 em-

pregos diretos e 400 empre-

gos indiretos.

Em relação aos meios

biológico e físico a não insta-

lação da indústria implica na

permanência da qualidade

ambiental atual sem nenhu-

ma modificação ou melhoria

paisagística. A implantação

Programa de Revegetaliza-

ção das Áreas de Preserva-

ção Permanente e Reserva

Legal, através de um Projeto

de Recuperação, é um e-

xemplo de uma alteração e

melhoria na paisagem local,

além da melhoria ambiental,

proporcionada pelo progra-

ma pela formação de um

possível corredor de biodi-

versidade na região.

Página 3

OBJETIVOS E JUSTIFICATIVASOBJETIVOS E JUSTIFICATIVASOBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA - AII

A Área de Influência Indireta (AII) para o

meio físico, biótico e socioeconômico correspon-

de a uma divisão espacial do município de Adri-

anópolis em sua área total de 1.343,37 km²,

região de implantação da unidade industrial.

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – AID

MEIO FÍSICO E BIÓTICO

A Área de Influência Direta (AID) é definida

pela porção da Fazenda Carumbé cuja superfí-

cie não será utilizada no Plano Diretor da Unida-

de Industrial e a estrada para o transporte do

minério A AID corresponde a 80,9284 hectares

da fazenda que não serão utilizados pela cons-

trução da fábrica de cimento e o acesso para o

transporte do minério da mina para fábrica, em

um percurso de 3,5 km.

MEIO SÓCIO ECONÔMICO

A AID compreendeu o Município de Adrianó-

polis, região de implantação do empreendimen-

to e corresponde aos espaços, pessoas e bens

situados no entorno, e localidades próximas ao

empreendimento que poderão ser afetados pela

obra como Vila Bela e Vila Carumbé.

ÁREA DIRETAMENTE AFETADA - ADA

A ADA corresponde ao local de implantação

do Plano Diretor da Unidade Industrial para

Aglomerantes Hidráulicos (Cimento) e obras de

apoio e corresponde a apenas 12,3089 hectares

da área total da Fazenda Carumbé.

Página 4

Para determinação das áreas de

influência, foram consideradas

todas as variáveis

levantadas nos diagnósticos ambientais,

estabelecendo-se, desta

maneira, a interposição das mesmas para os

meios físico, biológico e sócio-

econômico.

Volume 1 , Edição 1

ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

DETERMINAÇÃO DETERMINAÇÃO DETERMINAÇÃO DASDASDAS ÁREASÁREASÁREAS DEDEDE INFLUÊNCIAINFLUÊNCIAINFLUÊNCIA

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO)

As informações relativas

aos dados de temperatura

média do ar, umidade relativa

do ar, insolação, pressão at-

mosférica, evaporação e nebu-

losidade foram obtidas na Es-

tação Meteorológica de Cerro

Azul, operada pelo IAPAR-

Instituto Agronômico do Para-

ná, situada mais próximo ao

empreendimento (Lat. 24°

49’S / Long. 49°15’W / Alt.

360m), apresentando dados

confiáveis em relação aos as-

pectos climáticos da região.

Página 5

MEIO FÍSICO ASPECTOS CLIMÁTICOS

DIAGNÓSTICO AMBIENTALDIAGNÓSTICO AMBIENTALDIAGNÓSTICO AMBIENTAL

PLANO DIRETOR DA UNIDADE FABRIL - ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)

Página 6 Volume 1 , Edição 1

Antes da implantação do empreendimento é necessário avaliar a situação atual da qualidade do ar na região. Em Adrianópolis e entorno há fontes de emissão de poluentes, como por exemplo, algumas atividades de mineração, veículos e vias não pavimentadas, que também podem afetar a qualidade do ar. Desta maneira, este trabalho contempla o monitoramento da qualidade do ar na região de influência do empreendimento para quantificação da concentração de poluentes considerados importantes. A substância avaliada por este estudo é a mais comum e de maior importância na atividade da cimenteira: material particulado em suspensão.

O monitoramento de material particulado em suspensão da atmosfera foi realizado com base em medições com estação de qualidade do ar, conforme as Resoluções CONAMA 003/90 e SEMA (PR) 054/06, utilizando-se amostrador de grandes volumes.

Devido ao desconhecimento das concentrações atmosféricas na AID e AII do empreendimento, por não haver estação de qualidade do ar em operação na região, as concentrações atmosféricas medidas pela campanha realizada na área diretamente afetada pelo empreendimento (ADA) são adotadas como representativas para toda a região.

A campanha de medição teve medição contínua, durante 7 dias com um amostrador de grandes volumes (também conhecido com hivol) para medição de material particulado em suspensão. Este é o método de referência da Resolução CONAMA 003/90 e também da SEMA 054/06. Como a campanha se deu em uma situação meteorológica específica (sem apresentar sazonalidade), a avaliação das con-centrações é feita com base nas condições de tempo, com respectiva interpretação dos resultados com base nessas informações meteorológicas.

O hivol foi instalado no nível do solo, a menos de 50 metros a noroeste da área onde será implanta-da a indústria. Esta alocação do equipamento deveu-se pela necessidade de alimentação elétrica contí-nua do hivol e por questão de segurança, ficando, então, próximo à residência do caseiro que cuida da área do empreendimento. A figura abaixo mostra o local de monitoramento. Devido à grande proximida-de entre o ponto de monitoramento e o ponto de instalação do hivol, podemos considerar que esta cam-panha de medição representa bem as condições de material particulado em suspensão tanto da AID – entorno de cerca de 1 Km de raio – quanto da ADA.

Observou-se para esta campanha de medição a concentração média de 32,31 µg/m³ de partículas totais em suspensão, o que representa um percentual perto de 40% do limite máximo anual estabelecido pelas resoluções CONAMA 003/90 e SEMA 054/06 (o limite anual é de 80 µg/m³).

QUALIDADE DO AR

Prognóstico da Qualidade do Ar A avaliação de impactos se dá a partir das estimativas de emissão de poluentes e com posterior simulação matemática de concen-trações resultantes no entorno. As emissões são calculadas com base nos dados de projeto e valores típicos para indústrias cimenteiras, de características semelhantes à da Margem. O modelo ma-temático é aplicado para as emissões cal-culadas e para as condições topográficas e meteorológicas regionais. Utiliza-se modelo computacional de grande uso na comunida-de de qualidade do ar. Emissões de poluentes atmosféricos A principal emissão atmosférica na fabrica-ção de cimento é do forno rotativo de clin-quer onde são gerados os poluentes mate-rial particulado total (MPT), gases de com-bustão como monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitro-gênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e hidrocarbonetos totais (THC). Os gases do forno rotativo passam ainda pelo moinho de cru antes de serem conduzidos ao filtro

manga para o controle da emissão de MPT. Depois são lançados pela chaminé de 105 m de altura (segundo dados do projeto).

As demais etapas da fabricação de cimento com relevantes emissões atmosféricas consistem no manuseio de material fragmentado, tais como transporte e moagem, que geram emissões de MPT, todas controladas por filtro de mangas. Foram identificadas três fontes deste tipo (além do Forno rotati-vo):

Resfriamento de clinquer; Moinho de cimento; e Moinho de coque.

Para fins de avaliação de impactos sobre a qualidade do ar considerou o impacto apenas as princi-pais substâncias: MPT, NOX e SOx, que são as mais representativas e possuem limites de emissão regulamentados pelo CONAMA, através da Resolução 382/06, e pelo Estado do Paraná, através da Resolução 054/06.

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 7

Modelagem matemática de dispersão atmosférica Este trabalho avalia a contribuição das principais fontes de emissões conduzidas de efluentes atmos-

féricos. Para isso, utiliza-se como principal ferramenta um modelo matemático de dispersão, que consiste em representar através de equações escritas em um programa computacional os processos físicos e químicos que ocorrem na atmosfera, representando analiticamente o comportamento dos poluentes du-rante o processo de dispersão no ar, levando em conta as características das fontes de emissão, da topo-grafia da área de influência e condições meteorológicas de dispersão.

Implementação do Modelo ISC3 Configuração do ISCST3

Condições Topográficas A simulação da dispersão leva em conta os aspectos topográficos do entorno das fontes.

Condições Meteorológicas O modelo ISC3 necessita como dados de entrada a meteorologia da região, sendo os parâmetros

necessários: direção e velocidade do vento, temperatura, estabilidade at-mosférica, altura da camada-limite atmosférica e precipitação.

Resultados Concentrações de PTS A maior concentração anual (a maior de 3 anos simulados) é de

25,50 µg/m³ que se reduz a 21,30 µg/m³ para o quinto maior valor. Para fins de comparação, o padrão primário de qualidade do ar para PTS é de 80 µg/m³ e secundário 60 µg/m³. Para correta avaliação futura, os resultados obti-dos na modelagem matemática deves ser somados a esta a concentração média já existente na região. No diagnóstico mostrou-se que as medições levam a uma concentração média de 32,31 µg/m³. Assim, pode-se afirmar que o impacto de longo prazo do empreendimento é a soma do que já exis-te com o que se estima para seu funcionamento. Dessa maneira, é estima-da a concentração total de 57,81 µg/m³, no pior caso para a média anual.

Concentrações de NOx A maior concentração de NOx de 85,18 µg/m³ ocorre na mesma

região de maior impacto para as demais substâncias. O impacto neste caso é moderado, uma vez que os padrões anuais primário e secundário para NOx possuem ambos o valor de 100 µg/m³. Novamente, fora da AII o impacto é bastante reduzido, com valores inferiores a 15 µg/m³, bem abaixo do limite legal.

MARGEM

Adrianópolis/PR

VILA BELA

VILA CORUMBÉ

BARRA GRANDE

Rio

Rib

eira

Concentração Média Anual de SOx

µg/m³

r=1km

r=2,5km

701000 701500 702000 702500 703000 703500 704000 704500 705000 705500 706000 706500 7070007268000

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MARGEM

Adrianópolis/PR

VILA BELA

VILA CORUMBÉ

BARRA GRANDE

Rio

Rib

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-0123456789101112131415161718192021222324

Concentração Média Anual de PTS

µg/m³

r=1km

r=2,5km

701000 701500 702000 702500 703000 703500 704000 704500 705000 705500 706000 706500 7070007268000

7269000

7270000

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MARGEM

Adrianópolis/PR

VILA BELA

VILA CORUMBÉ

BARRA GRANDE

Rio

Rib

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Concentração Média Anual de NOx

µg/m³

r=1km

r=2,5km

701000 701500 702000 702500 703000 703500 704000 704500 705000 705500 706000 706500 7070007268000

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Concentrações de SOx O maior valor é de 44,41 µg/m³ diminuindo para 35,64 µg/m³,

sendo que os padrões anuais primário e secundário para SOx têm como limite 80 µg/m³ e 40 µg/m³, respectivamente. O impacto de longo prazo desta substância é moderado, uma vez que o consumo de combustível (em geral coque e eventualmente óleo ou carvão) é bastante elevado. Embora existam outras fontes de SOx, é provável que a concentração ambiental já existente seja baixa, pois a frota circulante na região é pequena, bem como não há outras grandes fontes de emissão de óxidos de enxofre.

Página 8 Volume 1 , Edição 1

O estudo dos níveis de ruído para esse empreendimento busca conhecer a situação atual e avaliar maneiras de minimizar os impactos à população humana e à biota. Dessa forma, um diagnóstico dos atuais níveis acústicos, nas áreas de influência, se faz necessário, assim como uma previsão de au-mento de ruídos que será causado pela operação do complexo industrial.

Locais Monitorados O ponto 1 encontra-se a oeste e a aproximadamente 150m da fábrica (703607,72/7270448,32m), no

trevo da BR-476 com a estrada que da acesso ao local do empreendimento. Este ponto é classi-ficado segundo a NBR 10151/2000 como área mista, predominantemente residencial, sendo que o limite de ruídos para esta área, no período diurno segundo a mesma norma é de 55 dB(A). Neste local os ruídos são provenientes de tráfego, operação de carga/descarga, entre outros.

O ponto 2 fica localizado a oeste, a aproximadamente a 400m da fábrica (703911,33/7270224,08) pró-ximo ao Rio Carumbé junto a estrada que dá acesso a fábrica. Segundo a NBR 10151/2000 esta área é classificada como áreas de sítios e fazendas, e o limite de ruídos para o período diurno é de 40 dB(A). Neste local os ruídos são provenientes de tráfego. A via de acesso à fábrica não é pavimentada.

O ponto 3 está localizado a norte e a aproximadamente 200m metros do empreendimento (704034,36/7270386,80). O local fica entre áreas urbanizadas, porém com características rurais, é classificado e tem o mesmo limite de ruídos que o ponto 2. Neste local os ruídos são proveni-entes de tráfego, sendo que a via onde foi realizado o monitoramento não é pavimentada.

O ponto 4 está localizado a leste e a aproximadamente 140m do local do empreendimento (704349,87/7270430,46). Este ponto tem seus ruídos provenientes de tráfego por uma via não pavimentada e das residências que ficam ao lado do local. Os limites e classificação se mantêm o mesmo que nos pontos 2 e 3.

O ponto 5 está localizado a oeste e a aproximadamente 700m do local do empreendimento (704619,75/7270218,13). Este ponto tem seus ruídos provenientes de tráfego por uma via pavi-mentada, operação de carga e descarga, residências. O local fica em uma área urbana, e segun-do a 10151/2000 como área mista, predominantemente residencial, sendo que o limite de ruídos para o período diurno é de 55 dB(A).

DE FORMA GERAL, CONSIDERANDO

O PERÍODO DIURNO MONITORADO,

PERCEBEU-SE QUE A MAIOR PARTE

DOS ALTOS NÍVEIS SONOROS É

GERADA PELA PASSAGEM DE VEÍ-

CULOS. TODOS OS LOCAIS MONITO-

RADOS APRESENTAM NÍVEIS SONO-

ROS ACIMA DO LIMITE ESTABELECI-

DO NA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL,

CONSIDERANDO O LOCAL COMO

UMA ÁREA MISTA PREDOMINANTE-

MENTE RESIDENCIAL E ÁREAS DE

SÍTIOS E FAZENDAS E OS PADRÕES

E S T A BE L EC I D O S P EL A N B R

10151/2000. NO ENTANTO, SEGUN-

DO O PLANO DIRETOR DO MUNICÍ-

PIO DE ADRIANÓPOLIS, QUE A-

GUARDA TRAMITES LEGAIS, A

REGIÃO DE IMPLANTAÇÃO É CONSI-

DERADA COM ÁREA INDUSTRIAL E

TERIA OS LIMITES DE NÍVEIS SONO-

ROS AUMENTADOS. A LOCALIZA-

ÇÃO DOS PONTOS DE MONITORA-

MENTO FOI, VIA DE REGRA, MARGI-

NAL ÀS RUAS E ESTRADAS, E ES-

SES NÍVEIS SONOROS NÃO SÃO OS

MESMOS QUE SERIAM MEDIDOS

DIRETAMENTE JUNTO À POPULA-

ÇÃO E OUTROS RECEPTORES,

COMO ANIMAIS. ASSIM SENDO, A

CONDIÇÃO ATUAL NÃO PODE SER

CONSIDERADA PREOCUPANTE,

AINDA QUE DEVA MERECER ATEN-

ÇÃO DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS.

Resultados do Monitoramento

Ponto 1 - O nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 61,2 dB(A), ou seja, acima do valor permitido pela legislação.

Ponto 2 - O nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 59,9 dB(A), ou seja, acima do valor permitido pela legislação.

Ponto 3 - O nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 63,5 dB(A), ou seja, acima do valor permitido pela legislação.

Ponto 4 - Para este ponto o nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 57,8 dB(A), ou seja, acima do permitido pela legislação.

Ponto 5 - Para este ponto o nível equivalente resultante para o tempo monitorado foi de 57,9 dB(A), ou seja, acima do permitido pela legislação.

RUÍDOS

Ponto 1

Ponto 2

Ponto 3

Ponto 4

Ponto 5

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 9

GEOLOGIA

Conforme carta de Solos do Estado do Paraná (escala 1:600.000), EMBRAPA/IAPAR (2008), na Área de Influência Indireta (AII), ocorrem 14 (quatorze) associações de solos, sendo Podzólicos (05), Neossolos (05), Chernossolo (01) e Associação Cambissolo + Neossolo (02).

Na Área de Influência Direta (AID), ocorrem 03 (três) associações de solos sendo:

PVAd18 – ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, textura média/argilosa pouco cascalhenta, A modera-do, fase campo subtropical, relevo forte ondulado e montanhoso.

PVAd28 – Associação ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico latossólico, álico, fase flores-ta tropical perúmida relevo ondulado e forte ondu-lado + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, fase floresta tropical perenifólia de várzea, relevo plano, substrato sedimentos do Quaternário, ambos A moderado, textura argilosa.

RRdh4 – NEOSSOLO REGOLÍTICO Distro-úmbrico típico, textura média, álico, fase floresta subtropical subpernifólia, relevo ondulado, substra-to siltitos e arenitos finos.

A Área Diretamente Afetada (ADA), local de implantação do empreendimento, a Fazenda Ca-rumbé, encontra-se no domínio da seguinte classe de solo:

PVAd18 - ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico típico, textura média/argilosa pouco cascalhenta, A moderado, fase campo subtropical, relevo forte ondulado e montanhoso.

SOLOS

Pedologia nas Áreas de Influência do Empreendimento

TESTE DE INFILTRAÇÃO

Para a realização dos ensaios de infiltração, visando determinar o coeficiente de infiltração dos solos da Área Diretamente Afetada (ADA), foram escavados 03 (três) poços.

A disposição dos poços foi baseada no relevo da área, a fim de se obter resultados representativos das condicionantes locais. A execução dos poços obedeceu às especificações contidas na norma NBR 7229-ABNT. Os resultados e o perfil dos solos descritos encontram-se dispostos abaixo.

Poço Descrição dos intervalos Coeficiente de infiltração (Ci) (L/m2. dia)

C1 0,00 – 1,30 m: Solo castanho avermelhado, compacto, argiloso, variegado com vermelho e cinza. <21

C2 0,00 – 1,30 m: Solo castanho avermelhado, compacto, argiloso, variegado com vermelho e cinza. <21

C2 0,00 – 0,50 m: Solo areno-argiloso, castanho escuro, rico em matéria orgânica. 0,90 – 1,30 m: Solo arenoso, castanho avermelhado, friável, com granulometria milimétrica, úmido. <21

Para a execução do ensaio de permeabilidade utilizou-se o método descrito por Lima (1983), com ensaio do tipo “carga variável”, em furos de sondagem. Foram realizados 02 (dois) furos de sondagem com trado manual (6”), nos quais foram introduzidos um tubo DN40, completando-se o espaço interno do tubo até o nível considerado zero. Na seqüência foram medidos o tempo de descida e a posição do nível d’água em escala graduada.

Com o objetivo de caracterizar a qualidade ambiental dos solos na área diretamente afetada, foram coletadas amostras nas sondagens a trado, apresentando-se todas dentro dos valores máximos permiti-dos.

Poço C1 Poço C2 Poço C3

Página 10 Volume 1 , Edição 1

Na Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento ocorrem rochas das seguintes unidades geológicas: Quaternário Aluviões em geral Jurássico Cretáceo Gabro José Fernandes Proterozóico Superior Grupo Açungui Proterozóico Médio Grupo Setuva Arqueano-Proterozóico Inferior Complexo Granítico-gnáissico e

Complexo Granítico-migmatítico A Área de Influência Direta (AID)

é composta predominantemente por rochas metacarbonáticas, quartzitos, mica-xistos, do Grupo Açungui (Formação Votuverava); rochas me-tabásicas; e sedimentos aluvionares ao longo do Rio Ribeira e seus aflu-entes.

Na Área Diretamente Afetada (ADA), foi possível caracterizar ro-chas do Grupo Açungui (Formação Votuverava) e sedimentos aluviona-res do Rio Ribeira. A Formação Votu-verava é representada principalmente por mica-xistos (sericita-xisto), com textura lepidoblástica, estrutura xisto-sa, de cor cinza escuro. Estas rochas apresentam-se extremamente fratu-radas e com veios centimétricos de quartzo.

GEOTECNIA

Com o objetivo de

caracterizar o subsolo da área

diretamente afetada, foram

realizadas sondagens a trado

manual (ST) e sondagens à

percussão tipo SPT (Standart

Penetration Test). Foram reali-

zadas 10 (dez) sondagens

totalizando 46,85 m de perfura-

ção, com profundidade máxima

de 10,00 m. O equipamento

utilizado foi o trado manual, tipo

GEOLOGIA

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 11

HIDROGEOLOGIA A água subterrânea, na Área de Influência Indireta (AII) e na Área de Influência Direta (AID), está

inserida em dois sistemas aqüíferos principais: o aqüífero freático, zona onde o solo encontra-se satura-do em água, e aqüíferos profundos, localizados principalmente nas fraturas de rochas metassedimenta-res e nas estruturas cársticas das rochas metacarbonáticas (aqüífero cárstico). Na área diretamente afetada, os aqüíferos profundos, em função da litologia, são representados apenas pelas fraturas dos metassedimentos.

Para determinação da permeabilidade da zona saturada foram realizados 03 (três) testes em poços provisórios instalados nas sondagens a trado ST-04, ST-06 e ST-08. Este tipo de ensaio consiste no rebaixamento do nível d’água e no acompanhamento de sua recuperação, medindo-se a elevação do nível d’água em intervalos de tempo pré-determinados.

Os valores obtidos para a condutividade

hidráulica foram: 3,357 x 10-4 cm/s; 3,07 x 10-4 cm/s; 1,102 x 10-4 cm/s.

Com o objetivo de caracterizar a quali-dade ambiental das águas do lençol freático na área diretamente afetada, foram coleta-das amostras nas sondagens a trado. Os resultados das análises laboratoriais realiza-das em amostras de água das sondagens a trado coletadas em campo apresentaram valores dos parâmetros analisados dentro dos valores máximos permitidos.

Página 12 Volume 1 , Edição 1

Geomorfologia Regional A caracterização geomorfológica identifica as formas de relevo existentes na área em foco e os

processos passados e/ou atuais que incidem sobre ela. Por sua pequena dimensão, convém compreen-der o espaço geomorfológico maior, onde está inserida.

A unidade geográfica mais evidente para análise geoambiental do empreendimento em questão é a Bacia do Rio Ribeira que abrange os Estados do Paraná e São Paulo. Esta bacia tem uma direção a-proximada de SW-NE, com nascentes no Segundo Planalto Paranaense e a foz na planície litorânea de São Paulo. As nascentes são representadas pelos Rios Açungui e Ribeirinha, de cuja confluência surge o Ribeira propriamente dito. Este corre sobre o Primeiro Planalto Paranaense, ou Planalto de Curitiba, desenvolvendo posteriormente, seus trechos médio e inferior já em território paulista.

Dentro da classificação geomorfológica de Ross (1985), que identificou 28 macro-unidades para o Brasil, a Bacia do Ribeira está praticamente toda na categoria Planaltos e na subclasse Planaltos em Cinturões Orogênicos. Dentro desta subclasse, a Bacia faz parte da unidade morfológica mais específi-ca identificada pelo autor como Planaltos e Serras do Atlântico Leste Sudeste. Ab'Saber, citado por Ross (1985), identificou esta macro unidade como "Domínio dos Mares de Morros".

Ross (1985, 1996), considera que o relevo atual resulta da associação de fatores morfoestruturais e morfoesculturais. A morfoestrutura está vinculada à presença de estruturas geológicas antigas e litolo-gicamente variadas, enquanto a morfoescultura resulta da ação climática que esculpe formas de relevo sobre as diferentes estruturas geológicas. Assim, com exceção do trecho inferior da Bacia do Ribeira, que corresponde à planície costeira, em termos gerais as formas e os processos geomorfológicos exis-tentes, apresentam semelhanças em toda sua extensão. Inserida neste ambiente, a região do empreen-dimento caracteriza-se pelas formas estruturais de litologia resistente como os quartzitos, por exemplo, que formam elevações cujos topos têm área reduzida, e pela ação do clima e da drenagem que entalha-ram o relevo, esculpindo tanto formas antigas quanto as mais recentes. Portanto, o relevo é residual, intensamente dissecado, resultante de erosão diferencial, com vales profundos, encaixados, e com vertentes longas e íngremes, típicos de ambiente dinâmico em termos geomorfológicos, onde predomi-nam processos erosivos sobre processos deposicionais.

Na perspectiva geográfica do Estado do Paraná, a Área de Influência Indireta (AII) do empreendi-mento está na Zona Montanhosa do Açungui, uma subdivisão geomorfológica do norte do Primeiro Planalto de Curitiba, na região Morfoestrutural do Cinturão Orogênico do Atlântico. Segundo descrição de Canali e Oka-Fiori (1997, p. 106), esta Zona "foi esculpida pelo sistema de drenagem do Alto Ribeira em rochas de origem Pré-Cambriana" com forte controle lito-estrutural e predominância de quartzito, filito, calcário, dolomito, metassiltitos, dentre outros.

GEOMORFOLOGIA E RELEVO

Mapa Geomorfológico das Áreas de Influência do Empreendimento

CRISTA ALONGADA DE MICA-XISTOS COM DIREÇÃO SW-NE.

ÁREAS ELEVADAS REBAIXADAS EM RELAÇÃO ÀS ALTITUDES DO ENTORNO

Geomorfologia Local

A Área de Influência Direta (AID) é configurada por cristas alongadas de mica-xistos ao sul e quartzitos no centro-sul, e morros arredondados devido a grande ocorrência de rochas metacarbonáticas. As altitudes variam entre 500 m e 140 m, tendo, portanto, um desnível local de até 360 metros, for-mando um relevo descendente em direção ao fundo do vale do Rio Ribeira, e um certo alonga-mento das elevações no senti-do SW-NE. As cotas mais altas do terreno coincidem com as altas vertentes cujos topos encontram-se a sudoeste da área, e as cotas mais baixas coincidem com o talvegue do Rio Ribeira, pouco abaixo de 150 metros.

A interpretação de cartas topográficas mostra certa com-plexidade geomorfológica e diversidade de formas na Área Diretamente Afetada (ADA). Foi possível caracterizar áreas de elevação rebaixadas em rela-ção às altitudes do entorno. As principais formas de relevo identificadas foram: o vale do Rio Ribeira, pequenas planícies e depressão entre linhas de cristas, cristas alongadas e morros arredondados.

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 13

Tanto na Área de Influ-ência Direta (AID) quanto na Área Diretamente Afe-tada (ADA) ocorrem faixas de declividade de relevo

plano ao montanhoso. Na região do empreendimen-to, onde a altitude média

local é 210 m, há o predo-mínio de declividade entre 3 e 8%, caracterizando um

relevo suave ondulado.

Na AID e ADA as variações de relevo são entre plano e montanhoso, com predomínio de relevo ondulado (34%) e forte ondulado (31%) para AID e suave ondulado (36%) e ondulado (32%) para área de implanta-ção da fábrica. Os solos ocorrentes nessas áreas apresentam-se suceptíveis a processos erosivos, devi-

do às próprias características de relevo em suas altas declividades e solos pouco profundos classificando-se de acordo com o seu grau de limitação como terras inaptas para uso agrícola

Página 14 Volume 1 , Edição 1

Foi realizado um levantamento das cavernas conhecidas no Município de Adrianópolis junto ao CO-DEX (Cadastro Nacional de Cavernas), e este destaca 32 ocorrências no município (AII). Estas cavernas, grutas, abismos e buracos foram reunidas e descritas no que diz respeito à litologia pertencente e coorde-

nadas geográficas e UTM’s.

ESPELEOLOGIA

HIDROGRAFIA O Paraná possui bacias associa-

das aos rios que fluem para o litoral, com direção oeste-leste, indo desa-

guar no Oceano Atlântico e formam a

Bacia Hidrográfica do Atlântico e as

bacias interiorianas cujos cursos

principais seguem no sentido leste-

oeste e norte-sul, e que acabam por

serem afluentes diretos ou indiretos da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná.

O Rio Ribeira e os rios do litoral

paranaense pertencem à Bacia Hidro-

gráfica Atlântica do Sudeste. Os rios

Ribeirinha e Açungui nascem na zona

norte do Primeiro Planalto e com os inúmeros pequenos afluentes, são os

principais rios da cabeceira do Rio

Ribeira. Este segue para leste, che-

gando a terras paulistas onde é co-

nhecido como Ribeira do Iguape. Os

rios desta bacia possuem uma impor-

tância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviá-

rio, abastecimento d'água e geração

de energia elétrica.

A área total da Bacia Hidrográfica do Ribeira corresponde a 24.330 km²

e abrange totalmente 32 municípios,

no estado do Paraná e São Paulo.

A porção paranaense é ocupada

por 9.129 km² pelos municípios de

Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro

Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná,

sendo estes totalmente inseridos na

bacia. Estão, ainda, parcialmente

inseridos na Bacia do Ribeira, dez

municípios paranaenses: Almirante

Tamandaré (27%), Campina Grande do Sul (89%), Campo Largo (77%),

Campo Magro (72%), Castro (37%),

Colombo (35%), Guaraqueçaba

(13%), Palmeira (2%), Ponta Grossa

(19%) e Quatro Barras (60%).

Destaca-se na bacia, o próprio

Rio Ribeira com seu curso percorren-do 470 km desde sua origem, na

região de Ponta Grossa até servir de

fronteira com o Estado de São Paulo,

adentra neste para desaguar no Oceano Atlântico na altura do municí-

pio de Iguape. De toda sua extensão,

o Rio Ribeira tem 220 km em território

paranaense.

Dentre os principais afluentes do

Rio Ribeirinha pela margem esquerda

destacam-se os rios Turvo e Itapira-puã e os afluentes do Rio Açungui

menciona-se apenas o Rio Ouro Fino

com o Rio do Cerne e Córrego Frio e

o Rio Tacaniça com o Rio das Pom-

bas e Rio Capivara. Desde a conflu-

ência do Rio Azul com o Rio Ribeira às localidades de Ribeira (SP) e

Adrianópolis cita-se os rios Santana,

Ponta Grossa, Bom Sucesso, o Rio

Pardo e o Rio Carumbé.

Ressalta-se que o Rio Carumbé

limita o local de instalação do empre-

endimento em sua porção oeste e tem a sua foz no Rio Ribeira.

Rio Carumbé, na AID do empreendimento

Foz do Rio Carumbé, no Rio Ribeira, AID Córrego, drenagem sul - leste, AID Córrego, drenagem a leste, AID

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 15

Com o objetivo de caracterizar a qualidade ambiental das águas superficiais na área diretamente afeta-da, foram coletadas amostras a montante e a jusante do Rio Carumbé e do Rio Ribeira.

De acordo com os resultados laboratoriais das análises de água superficial, alguns parâmetros encontram-se acima dos limites máxi-mos permitidos. Os valores em termos de DBO em um corpo d’água são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática. Assim, haverá necessidade de uma quantidade maior de oxigênio para oxidação da matéria orgâni-ca através de um agente químico, o que significa valores da DQO normalmente maiores que os da DBO.

O manganês é um elemento que acompanha o ferro em virtude de seu comportamento geoquímico e ocorre naturalmente na água superficial e subterrânea, no entanto, as atividades antropogênicas são também responsáveis pela contaminação da água. Raramente atinge concentrações de 1,0 mg/l em águas superficiais naturais e, normalmente, está presente em quantidades de 0,2 mg/l ou menos, quase sempre como óxido de manganês bivalente, que se oxida em presença do ar, dando origem a precipitados negros.

Os resultados revelaram valores bem acima do limite permitido pela legislação para coliformes termotolerantes provenientes principal-mente do processo de urbanização local e a falta de saneamento básico, e atividades de pecuária observadas na região. As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de contaminação fecal. O uso das bactérias coliformes termotolerantes para indicar poluição sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria coliforme “total”, porque as bactérias fecais estão restritas ao trato intestinal de animais de sangue quente. A determinação da concentração dos coliformes assume importância como parâmetro indicador da possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, disenteria bacilar e cólera.

árvores emergentes de até 40 m de altura. Possui densa vegetação arbistiva, c o m p o s t a p o r s a m a m b a i a s , arborescentes, bromélias e palmeiras. As trepadeiras e epífitas (bromélias e orquídeas), cactos e samambaias também são muito abundantes. Nas áreas úmidas, as vezes temporariamente encharcadas, antes da degradação do homem, ocorriam figueiras, jerivás (Syagrus) e palmitos (Euterpe edulis).

A Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária) é exclusiva do Planalto Meridi-onal Brasileiro. Esta formação, encontrada atualmente em poucas reservas naturais, ocupava quase que inteiramente o planal-to acima dos 500 m de altitude, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Porém, na década de 50, em grandes extensões de terrenos situa-dos entre as cidades de Lages - SC e Rio Negro - PR, podia-se observar a Araucaria angustifolia ocupando e emergindo da submata de Ocotea pulchella e Ilex para-guariensis acompanhada de Cryptocarya aschersoniana e Nectandra megapotami-ca, ao norte de Santa Catarina e ao sul do Paraná, o pinheiro estava associado com a imbuia, formando agrupamentos bem característicos.

De modo geral, segundo ALONSO, é encontrada nas áreas mais elevadas, de temperaturas mais baixas, ao longo do planalto Meridional, iniciando-se na ver-tente ocidental da Serra do Mar. Rara-mente aparece nos vales maiores e quando aí é encontrada, é apenas no alto das encostas dos cursos superiores. Quanto à altitude, ela é variável, diminuin-do do norte para o sul. Ocorre em altitu-des superiores a 600 metros.

A Floresta Ombrófila Mista caracteriza-se por apresentar árvores com porte variando entre 25 a 30 metros de altura, com abundante sub-bosque, lianas e epífitas. Estruturalmente, apresenta dois estratos arbóreos e um arbustivo. O estrato superi-or é constituído pela Araucária e o inferior,

A região do Vale do Ribeira está situada no grande “domínio morfo-climático Atlântico” representado por uma de suas mais impor-tantes unidades fitoecológicas, a Floresta Ombrófila Densa, associada a outras tipologias vegetacionais bastante distintas a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Ombrófila Mista.

Veloso et. al. (1991) definiram áreas de Tensão Ecológica como os locais de vegetação indiferenciada onde ocorre o contato entre tipologias vegetacionais distintas formando áreas de transição florística ou contatos edáficos. Nestes locais onde ocorrem espécies de mais de uma Formação Vegetal, de duas ou mais regiões ecológicas diferentes que se encontram há, quase sempre, uma comuni-dade indiferenciada onde as floras se interpenetram e constituem as transições florísticas ou contatos edáficos (IBGE, 1992).

Há duas situações distintas para as zonas de tensão ecológica: o ecótono, onde ocorre a mistura florística entre tipos vegetacionais distintos, e o encrave, caracterizado por áreas disjuntas de vegetação que ocorrem uma dentro da outra, formando “ilhas” de tipos diferentes facilmente constatadas em mapeamentos.

O ecótono não apresenta estas “ilhas” e a mistura entre floras é gradual e, em muitos casos, quase imperceptível, onde convi-vem lado a lado espécies típicas de ambas as formações.

A Floresta Ombrófila Densa , também conhecida como Floresta ou Mata Atlânti-ca, trata-se de uma tipologia tipicamente tropical; distribui-se em zonas de elevada precipitação, com chuvas distribuídas o ano todo e altos valores de umidade relativa do ar, sendo que no sul e sudeste do país a Serra do Mar é tida como seu limite oriental.

A Floresta Ombrófila Densa é uma formação perenifólia, ou seja, sempre verde com dossel de até 50 m, com

por outros elementos cuja constituição e altura variam de acordo com as condições locais e com o estado da vegetação. Muitas de suas espécies perdem as folhas durante a estação seca. São comuns as epífitas, como bromeliáceas, aráceas e orquidáceas.

Dentre as espécies arbóreas de expressão econômica ou ecológica que ocorrem nesta formação florestal, distinguem-se: pinheiro brasileiro (Araucaria angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), erva-mate (Ilex paraguari-ensis), pessegueiro-bravo (Prunus sp.), cedro (Cedrela fissilis), canjerana (Cabralea canje-rana), açoita-cavalo (Luehea divaricata), guaçatunga (Casearia sp), carvalho brasileiro (Roupala sp.), cambará (Gochnatia polymor-pha), vassourão-preto (Vernonia discolor), vassourão-branco (Piptocarpha angustifolia), sassafrás (Ocotea pretiosa), canela-preta (Ocotea catharinensis), canela-lageana (Ocotea pulchella), bracatinga (Mimosa scabrella), pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii e Podocarpus sellowii), capororoca (Myrs inae sp . ) , ma mica-de-porca (Zanthoxylum sp.), tarumã (Vitex megapota-mica).

A Floresta Estacional Semidecidual carate-riza-se por pela dupla estacionalidade climáti-ca: uma tropical, com época de intensas chuvas de verão seguidas por estiagens acentuadas; e outra subtropical, sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio de inverno, com temperatu-ras médias inferiores a 15°C. É constituída por fanerófitos com gemas foliares protegidas da seca por escamas (catáfilos ou pêlos), tendo folhas adultas esclerófilas ou membra-náceas deciduais. Em tal tipo de vegetação, a porcentagem das árvores cducifólias, no conjunto florestal e não das espécies que perdem as folhas individualmente, é de 20 e 50%. Nas áreas tropicais, é composta por mesofanerófitos que revestem, em geral, solos areníticos distróficos. Já nas áreas subtropicais, é composta por macrofanerófi-tos, pois revestem solos basálticos eutrófi-cos.

Página 16

F o r m a ç ã o Ve g e t a l O r i g i n a l

Volume 1 , Edição 1

FLORA

Distribuição da cobertura vegetal original na AID e ADA Fragmento florestal que compõe a RL, na AID

MEIO BIOLÓGICO

FORAM REALIZADAS PESQUISAS EM

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, EM

SITES DA REDE INTERNACIONAL DE

COMPUTADORES, E CONTATO COM

O ÓRGÃO AMBIENTAL RESPONSÁ-

VEL NO ESTADO DO PARANÁ (IAP –

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ)

E CONSTATOU-SE A EXISTÊNCIA DE

UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

NO MUNICÍPIO DE : O PARQUE

ESTADUAL DAS LAURÁCEAS, DIS-

TANTE APROXIMADAMENTE 30 KM

DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DA

FÁBRICA DE CIMENTO E QUE A-

BRANGE TAMBÉM O MUNICÍPIO DE

TUNAS DO .PARANÁ..

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO)

A formação vegetacional encontrada na região do Vale do Ribeira é uma área de tensão entre a Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacio-nal Semidecidual; apresentando elementos típicos de cada uma destas formações e constituindo um mosaico florístico bastante diverso com características ímpares, tendo em vista a mistura de floras distintas.

O conhecimento natural da região é funda-mental para o desenvolvimento de estudos das fitocenoses, contribuindo para a caracteri-zação da vegetação primitiva e subsidiando projetos de conservação da biodiversidade e recuperação de áreas degradadas.

As atividades antrópicas ocorridas no decorrer do processo evolutivo e o desenvolvi-mento regional ocasionaram o aparecimento de atividades de pecuária (bovinos, suínos e galináceos) e atividades agrícolas, com monoculturas de milho, feijão e mandioca.

Na área do empreendimento, a fitofisionomi-a encontra-se bastante alterada com cobertu-ra vegetal formada por pastagem, composta por espécies pioneiras e heliófilas, que ocu-pam a maior parte da área, pouco exigentes e resistentes à seca e à alta incidência de radiação solar e por uma formação Secundá-ria em Estágio Inicial de Regeneração, em Áreas de Preservação Permanente do Rio Carumbé (limite Oeste do imóvel), Rio Ribeira (limite Norte) e outras duas drenagens na área de influência indireta (uma que drena a porção sul da fazenda e sua foz a leste e outra na porção leste).

As APP totalizam uma área total de 28,0855

hectares composta por cerca de 53,78% de Vegetação Secundária em Estágio Inicial (15,1056 ha), 43,73% de Pastagem (12,2806 ha), 1,37% de área urbanizada (0,3851 ha) e 1,12% ocupada por uma porção da Estrada Municipal para Vila Mota (0,3142 ha).

No imóvel, a área de Reserva Legal foi calculada em função da área da Fazenda Carumbé (93,3093 ha), excluindo-se as áreas ocupadas por terceiros (6,7324 ha), totalizando uma área remanescente da fazenda de 86,5769 hectares. Assim, a área de Reserva Legal é composta por 17,3154 ha, sendo predominantemente

ocupada por pastagem em 15,3638 ha (88,73 %) e Vegetação Secundária Inicial em uma área de 1,9516 ha (11,27 %).

Nas áreas legalmente protegidas, as formações de pastagens deverão ser recuperadas promovendo a revegetaliza-ção utilizando preferencialmente espécies nativas já adaptadas ao ambiente confor-me Plano de Recuperação de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanen-te, a ser proposto nos Programas Ambien-tais. Deverão ser recuperados 12,2806 hectares de Áreas de Preservação Perma-nente e 15,3638 hectares de Reserva Legal em áreas compostas por pastagens.

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Situação Fito-paisagística Atual

Os materiais utilizados neste trabalho tiveram a finalidade de auxiliar o técnico nos procedi-mentos do levantamento faunísti-co da região, bem como auxiliar as observações diretas e indire-tas, localização, segurança, etc. Entre os materiais utilizados neste trabalho, estão: máquina fotográfica digital, aparelho de GPS, binóculos, lanternas, gra-vador e sonorizador (para vocali-zação de aves), trena e escala, equipamento de proteção indivi-dual (EPI). Devido a opção de técnica utilizada pelo pequeno período da pesquisa, não foram utilizadas redes de neblina, puçá, ou armadilhas pitfalls e live traps para capturas, buscando não interferir na biota. Levantamen-tos quantitativos mais detalhados serão propostos nos programas de monitoramento das medidas mitigadoras dos impactos do empreendimento. Os registros esperados deverão envolver, assim, principalmente os peque-nos mamíferos pertencentes às ordens Chiroptera, Didelphimor-phia e Rodentia.

A fauna foi amostrada a partir de uma combinação de técnicas distintas para cada um dos qua-tro grupos de vertebrados, estas técnicas são consagradas usual-mente por demais pesquisadores

quando da realização de estu-dos deste teor. As técnicas de amostragem incluem: censos terrestres (diurnos e noturnos); observações com binóculos; registros das manifestações sonoras e sua replicação; ob-servações indiretas através de indícios da presença da espé-cie na área, como fezes, pega-das, ninhos, carcaças e abri-gos; e informações confiáveis, baseadas em observações de terceiros ou em entrevistas com a população local. Embora não sejam aplicáveis em análi-ses estatísticas, os métodos qualitativos tornam-se impor-tantes por amostrarem espé-cies que podem não ser regis-tradas pelos métodos quantita-tivos, devido à seletividade destes.

Todos os locais estudados foram registrados através de fotografias e as coordenadas obtidas através da utilização de GPS. A pesquisa foi realizada com auxílio de cartas geográfi-cas, mapas e imagens de saté-lite. A fauna silvestre abordada neste estudo foi composta pelos anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

A incursão a campo ocor-reu na maior extensão possí-vel, utilizando-se picadas, mar-gens de cursos d’água e estra-das. Esse procedimento visou aumentar as oportunidades de observação de animais e de encontrar vestígios deixados por eles no ambiente, como também de localizar e identifi-car locais de alimentação e abrigo (tocas, ninhos, buracos, outros). Os vestígios procura-dos foram: pegadas, pêlos, fezes e restos de alimentos, principalmente de frutos. As pegadas ou rastros constituem excelentes indicadores da presença animal. Apesar das dificuldades de observação direta na natureza, espécies diurnas, gregárias e com voca-lização audível, permitem mai-ores chances de visualização. Nas áreas mais alagadiças, onde a presença da água é constante, foi averiguada a presença de anfíbios e alguns répteis, freqüentes nestes am-bientes. De acordo com os estudos e bibliografias consul-tadas é possível se estimar potencialmente a fauna da região, principalmente pela associação dos grupos aos diferentes ambientes encontra-dos.

FAUNA

Vegetação na ADA

RL do imóvel

A implantação ou duplicação de um empreendimento do setor industrial possui características muito próprias, associadas ao uso e o processo de ocupação do espaço. Dessa forma, optou-se pela identificação e definição de algumas áreas de influência específicas para as análises ambientais pertinentes ao meio socioeconômico, as quais pos-suem características comple-mentares, porém diferenciadas, considerando os aspectos de implantação e operação do projeto.

Área de Influência Indireta (AII) - É composta pelo município onde o empreendimento pretende instalar-se, ou seja, Adrianópo-lis.

Área de Influência Direta (AID) - A Área de Influência Direta é composta pelas comunidades lindeiras ao empreendimento: Vila Bela e Vila Carumbé.

A primeira fase de pesquisa para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental foi constituída pela coleta de dados secundá-rios a respeito dos municípios de Adrianópolis.

A coleta de dados secundá-rios, em sua fase inicial, teve como principal fonte de pesquisa as diversas instituições governa-mentais federais, estaduais e municipais, responsáveis pela geração de informações e de indicadores socioeconômicos das diferentes áreas de influên-cia do Estudo de Impacto Ambi-ental.

Foram consideradas, como fonte de pesquisa, somente as instituições que apresentassem critérios adequados de validade, cobertura e confiabilidade de informações. Outro critério fun-damental considerado foi o nível de desagregação da informação,

sendo desejável que a mesma se apresentasse passível de desagregação por município.

Além da obtenção de dados secundários, na referida primei-ra fase foi possível estabelecer alguns parâmetros para a orga-nização da segunda fase de pesquisa para a elaboração do estudo: a pesquisa de campo. A pesquisa de campo teve a finali-dade de compilar os dados mais específicos sobre as comunida-des localizadas no entorno do empreendimento, pertencentes à AID. A pesquisa de campo – coleta de dados primários – foi realizada no mês de fevereiro de 2010. Foram entrevistadas as lideranças comunitárias (presidentes de associações e agentes comunitários de saúde), bem como representantes da Prefeitura Municipal de Adrianó-polis.

Segundo dados do IBGE, 77,14% da população adrianopolitana com dez anos ou mais é alfabetizada; no Paraná, este índice é de 91,43%.

O índice IDH-M Educação alcançado pelo município em 2000 foi de 0,735, abaixo da média paranaense de 0,879; já o índice IDEB registrado em 2007 foi de 4,2 para os Anos Iniciais, não havendo registro de nota para os Anos Finais, enquanto a nota paranaense, para os Anos Iniciais, foi de 5,2.

Saúde

Segundo o CNES, o município de Adrianó-polis possui apenas 07 estabelecimentos, sendo que 5 deles são Centros / Unidades Básicas de Saúde, e os outros 2, Postos de Saúde.

Energia elétrica

A maior parte do consumo de energia elétrica no município, fornecida pela Copel e suas Concessionárias.

Comunicação

A ANATEL possui registrado em seu sistema, em relação à Adrianópolis, ape-nas a Retransmissora de TV Panelas Ltda., que opera através das geradoras Rádio e Televisão Iguaçu S.A. e Sociedade Radioe-missora Paranaense S.A, prestando servi-ços de RTV (Rádio e TV).

Saneamento

O abastecimento de água da população de Adrianópolis divide-se proporcionalmente entre rede geral e poço ou nascente: em 2000, 46,6% da população era abastecida através da primeira forma, e 49,3%, atra-vés da segunda.

As condições de instalações sanitárias no município são variadas, entretanto a maioria é do tipo fossa rudimentar (26,3%) ou do tipo fossa séptica (20,5%). 14,1% dos moradores não possuem instalações sanitárias de nenhum tipo, 11,7% utilizam rio, lago ou mar, e 9,7 %, vala, enquanto que 13,2% estão conectados à rede geral de esgoto.

O empreendimento refere-se às obras de implantação de unidade fabril para produ-ção de cimento, no município paranaense de Adrianópolis. O diagnóstico socioeconômico é resultante dos trabalhos de revisão biblio-gráfica e pesquisa de campo.

O principal objetivo foi o conhecimento das questões socioeconômicas pertinentes, em suas diferentes áreas de abrangência. O conhecimento dos aspectos socioeconômi-cos das diversas áreas de influência agrega informações sobre a dinâmica populacional, uso e ocupação do solo, infra-estrutura e economia, entre outras temáticas abordadas. Forma obtidos dados referentes a:

Aspectos gerais: Histórico e Localização

Desmembrado de Bocaiúva do Sul e elevado à categoria de Município através da Lei Estadual nº. 4.245 de 25 de julho de 1960, tendo sido instalado em 15 de novembro de 1961, o município paranaense de Adrianópo-lis atualmente localiza-se na região conheci-da como Vale do Ribeira, na porção Sudeste do Estado, pertencendo também à Mesorre-gião Geográfica Metropolitana de Curitiba, e à Microrregião Geográfica de Cerro Azul, juntamente com os municípios de Cerro Azul e Doutor Ulysses. Faz divisa ao norte com o Estado de São Paulo, ao sul com as cidades de Bocaiúva do Sul e Tunas do Paraná, e a oeste com o município de Cerro Azul

Aspectos Demográficos

Segundo a estimativa populacional para 2009 (divulgada pelo IBGE), Adrianópolis conta atualmente com 6.856 habitantes, distribuí-dos por uma área de 1.349 km², gerando uma densidade populacional de 5,08 habitan-tes por km².

Entre 1970 e 2009, a população de Adrianó-polis reduziu-se de 11.540 para 6.856 habi-tantes (reduzindo-se de 11.540 para 7.007 entre 1970 e 2000), sendo que no ano de 2000, 76,98% da população residia na área rural do município e 23,02%, na área urba-na., com predominância de população mais jovem.

Educação

Estrutura Fundiária

Dados divulgados pelo IBGE referente à estrutura fundiária do município de Adrianó-polis no ano de 1995 indicam que, da área total de terras existentes, 96,62% são terras próprias, 1,57% são arrendadas, 0,32% são parcerias, e 1,49% são terras ocupadas.

Quanto à condição dos produtores existen-tes no município, a grande maioria das terras (97,55%) possui produtores que são também proprietários de suas terras, en-quanto apenas 0,98% são arrendatários e 0,32%, parceiros; já a proporção de ocupan-tes é de 1,15%.

Economia

O índice IDHM geral de Adrianópolis, em 2000, foi de 0,683, e o índice IDHM – Ren-da, 0,566, enquanto os índices paranaen-ses foram de 0,787 (geral) e 0,763 (Renda).

O PIB do município, entre 2002 e 2006, foi composto principalmente pelo setor de Serviços, logo seguido pelo setor Agropecu-ário.

Quanto à produção de tipo “lavoura tempo-rária”, no ano de 2008, aponta a cana de açúcar e a mandioca como as maiores produções, seguida do milho, o feijão, o tomate e o arroz.

A “lavoura permanente” baseia-se principal-mente na banana e na tangerina, produzin-do-se também limão, laranja, abacate, maracujá, mamão e pêssego.

Transporte

A frota municipal cadastrada para o municí-pio é de 1.204 veículos, sendo que 607 (50,4%) deles são automóveis, e 360 (29,9%), motocicletas, além dos demais tipos de veículos.

Nas simulações realizadas no Estudo de Tráfego, pode ser observado que mesmo considerando-se um fluxo estimado para a hora do pico de 28 veículos por hora entran-do e 28 veículos saindo do empreendimento, este fluxo será absorvido pelo sistema viário, e o impacto produzido pode ser considerado de baixa intensidade e significância.

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Área de Influência Indireta

Volume 1 , Edição 1

MEIO SOCIOECONÔMICO

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO)

Duas comunidades fazem parte da Área de Influên-cia Direta da Indústria. A Vila Carumbé e a Vila Bela. A dinâmica socioeconômica das duas comunidades é bastante semelhante.

A Vila Carumbé começou a crescer recentemente. Teve início em meados da década de 80, com pouquís-simas casas. O crescimento da comunidade deveu-se ao fato de ser um lugar sossegado e seguro. De acordo com os entrevistados, grande parte dos moradores está aposentada, e a comunidade foi escolhida justamente por ser um lugar mais tranquilo. Não há documentos de titularidade dos lotes, mas Contratos de Compra e Venda. A comunidade é composta por cerca de 200 famílias. Apesar da maioria dos moradores serem de aposentados, os jovens e adultos trabalham em Adria-nópolis ou Ribeira, muitos em empregos públicos. Ou-tros possuem ocupações na área de prestação de servi-ços como pedreiros, domésticas e diaristas.

Vila Bela possui ocupação mais recente. Os lotes da comunidade foram cedidos pela Administração Muni-cipal em exercício naquela época. Na questão ocupa-

cional, Vila Bela é semelhante à Vila Carumbé, sendo que os aposentados representam a maior parte da população.

O abastecimento de água é realizado através da concessionária para ambas as comunidades. Vila Bela possui rede coletora de esgoto para os domicílios localiza-dos na sede comunitária. Na Vila Carumbé a maior parte dos domicílios possui fossa séptica para o escoamento do esgoto doméstico.

A questão da saúde nas duas comunidades é bem similar, com incidência alta de doenças entre a população idosa (diabete e hipertensão). Em relação às crianças, a maior incidência é de verminoses, doenças de pele e gripe comum. No ano passado não ocorreu nenhum registro de gravidez na adolescência e as comunidades contam com orientações relativas aos métodos contraceptivos e doen-ças sexualmente transmissíveis (DSTs), através do traba-lho dos Agentes Comunitárias de Saúde. De acordo com as entrevistas, a população jovem busca esse tipo de orientação. Vila Bela e Vila Carumbé contam com as ativi-dades da Pastoral da Criança, que trabalham em parceria com os agentes comunitários de saúde. A unidade de saúde frequentada pelos moradores de ambas as vilas é a que se localiza no centro da cidade. Os entrevistados ressaltaram que depois do asfaltamento da rodovia que liga Adrianópolis à Curitiba, a questão do atendimento especializado à saúde melhorou.

Os alunos estudam em escola na sede do município ou numa comunidade próxima. Há transporte escolar. Há moradores das vilas que estão freqüentando o EJA – Educação de Jovens e Adultos.

Na Vila Carumbé não há organização comunitária. Na Vila Bela há organização formal.

Os resíduos sólidos domiciliares são coletados três vezes por semana em ambas as comunidades. Nas proxi-midades da Vila Bela havia um aterro que foi recentemente desativado. Além das comunidades, no entorno da indús-tria estão localizados a APAE e o Cemitério Jardim da Saudade.

tomada, visto que a escavação elucida parte dos conheci-

mentos das culturas pré-históricas e históricas, mas conco-mitante, a destruição do sítio e da matriz arqueológica;

Produzir recomendações com medidas mitigadoras e

compensatórias, de forma a salvaguardar os testemunhos

arqueológicos identificados ou inéditos, a paisagem e a

ambiência dos sítios, seguindo as normas, a legislação e as recomendações nacionais e internacionais pertinente

ao patrimônio arqueológico.

Caso sejam identificados artefatos da cultura material de

significância arqueológica, serão coletados e identificados para estudo e análise em laboratório, compondo os dados

analisados no relatório final de pesquisa arqueológica.

Os sítios arqueológicos que por ventura forem inéditos

serão registrados em ficha no CNSA, com indicação de medidas para salvaguarda do patrimônio arqueológico.

Após a realização das vistorias em campo, serão reali-

zadas as seguintes atividades:

Sistematização e avaliação quantitativa e qualitativa

das informações recolhidas e de seus resultados em cam-

po, ao final de cada dia de trabalho da equipe;

Sistematização do programa de Educação Patrimo-

nial;

Organização do registro fotográfico das atividades

realizadas.

Elaboração de relatório final de pesquisa contendo

os resultados obtidos em campo, as orientações acerca da

proteção dos possíveis sítios arqueológicos identificados,

bem como proposições para seu salvamento e elaboração

de medidas mitigatórias.

Os objetivos neste projeto de pesquisa de Levantamento

Arqueológico classificam-se em:

Identificar vestígios e/ou sítios arqueológicos na

área de pesquisa deste projeto, prevenindo impactos ao

patrimônio arqueológico – Pré-Histórico ou Histórico. Esta

é uma medida preferencial na metodologia adotada;

Relacionar os sítios e as ocorrências arqueológicas,

porventura, inéditas e registradas regionalmente, a partir

de suporte arqueológico bibliográgico e in loco;

Ampliar os conhecimentos arqueológicos, paleoam-

bientais, ecológicos e da paisagem, regionais, através de uma pesquisa bibliográfica e de campo transdisciplinar;

Aliar ao conhecimento produzido as pesquisas

produzidas pela USP - MAE (Museu de Arqueologia e

Etnologia da USP - Universidade de São Paulo), através do projeto Investigações arqueológicas e geofísicas dos

sambaquis fluviais no Vale do Ribeira do Iguape, e de

antigos pesquisas do CEPA - Paraná (Centro de Pesqui-

sas Arqueológicas);

Identificar e mapear as áreas de valor espeleológico

na Área de Influência Direta (AID) em Adrianópolis;

Construir as diretrizes para o Programa de Educa-

ção Patrimonial, para educar as comunidades locais

sobre o conhecimento Pré-Histórico e sobre a importância de preservá-lo;

Elaborar planos de salvamento arqueológico para

os sítios que possam ser impactados seja pela ação das

obras (caso o empreendimento seja licenciado) ou de impactos futuros (advindos da instalação de outros em-

preendimentos, aproximação de pessoas e usos do solo);

A preservação é uma medida preferencial a ser

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P A T R I M Ô N I O A R Q U E O L Ó G I C O

Área de Influência Direta

C O M U N I D A D E S N A A I D

VILA BELA

Poderá ser identificado na

região do empreendimento

dados referentes a diversi-

dade e a quantidade de

sítios arqueológicos locali-

zados nesta porção do

estado fornecendo uma

amostra do potencial arque-

ológico e confirmado pela

etapa seguinte da pesquisa,

que corresponde a realiza-

ção do levantamento arque-

ológico interventivo de

campo e caso constate

presença de algum sítio,

proceder-se-á o salvamento

Página 20 Volume 1 , Edição 1

A primeira etapa explicita as características do empreendimento. A segunda etapa do trabalho identifica e avalia os efeitos do empreendimento sobre o ambiente que lhe dá suporte e as medidas associáveis à mitigação ou potencialização das situações emergentes, a partir do início das obras. A terceira etapa engloba as recomendações de planos e programas de monitoramento, correção ou com-pensação considerados pertinentes ao assunto.

A identificação dos impactos partiu do conhecimento das atividades potencialmente geradoras de alterações ambientais relacionadas aos processos de implantação e operação do empreendimento. No processo de implantação estão incluídas a instalação do canteiro de obras e a execução dos procedi-mentos construtivos necessários à implantação da Unidade Industrial para Aglomerantes Hidráulicos. O processo de operação abrange a execução de tarefas relacionadas a produção de cimento, atividades administrativas, manutenção e monitoramento da unidade.

Objetivando-se tornar mais fácil a compreensão do texto, em seguida à descrição e análise dos impactos ambientais, serão propostas as medidas necessárias à sua mitigação.

ANÁLISE DOS IMPACTOS ANÁLISE DOS IMPACTOS ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAISAMBIENTAISAMBIENTAIS

A análise das interferências ambientais decorrentes da implantação da Unidade Industrial para Aglo-merantes Hidráulicos, nas diferentes fases do empreendimento, foi realizada pelo método das Matrizes de Interação, que possibilita identificar e classificar os impactos, através dos resultados obtidos com o cruzamento entre as atividades de engenharia e os fatores ambientais caracterizados para os meios a sofrerem modificações.

A primeira etapa dos trabalhos compreendeu a elaboração de uma listagem preliminar dos impactos, gerada a partir das informações gerais sobre o projeto de engenharia e do diagnóstico ambiental realiza-do nas áreas de influência do empreendimento.

Na seqüência dos procedimentos metodológicos, os impactos integrantes da listagem preliminar fo-ram avaliados conforme os seguintes parâmetros de classificação:

Quanto à natureza: indica os efeitos negativos ou positivos sobre os componentes ambientais;

Quanto à magnitude: refere-se à quantificação superficial, volumétrica ou populacional da interferência, atribuindo-se nível baixo, médio ou alto;

Quanto à importância: fornece a qualidade do impacto, que varia entre pequena, média ou grande, con-forme a magnitude da alteração a ser imposta;

Quanto à duração: relativo ao caráter permanente ou temporário do impacto, conforme o período de ma-nifestação após o término da atividade;

Quanto à reversibilidade: indica a capacidade de cessação dos efeitos, caso sejam implementadas medi-das minimizadoras;

Quanto à abrangência: esclarece a área da alteração, podendo ter influência local ou regional;

Quanto à forma: refere-se ao efeito direto ou indireto da interferência; e

Quanto à temporalidade: variando de imediato a curto ou médio prazo, indica o espaço de tempo entre a execução da atividade causadora do impacto e a manifestação dos efeitos sobre o meio ambiente.

Objetivando a hierarquização dos impactos ambientais, atribui-se valores aos parâmetros classificató-rios, cujo produto resulta nos conceitos individuais de significância.

Na fase de implantação, os impactos principais o-correrão no meio físico.

Os impactos serão tempo-rários e reversíveis

O principal impacto positi-vo na operação será a geração de emprego e

renda, incremento na eco-nomia regional e geração de tributos ao Município

de Adrianópolis.

IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAISAMBIENTAISAMBIENTAIS

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 21

LISTAGEM DOS IMPACTOS AMBIENTAISLISTAGEM DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAISAMBIENTAISAMBIENTAIS

III M P A C T O SM P A C T O SM P A C T O S P O S I T I V O SP O S I T I V O SP O S I T I V O S : 1 6 2: 1 6 2: 1 6 2 III M P A C T O SM P A C T O SM P A C T O S N E G A T I V O SN E G A T I V O SN E G A T I V O S : 1 5 4: 1 5 4: 1 5 4

A hierarquização dos impactos, quanto a sua significância, de-monstram os níveis de preocupação e rigidez que devem ser destinados a cada uma das interferências negativas e o grau de otimização dos impac-tos positivos. Apesar de compreender estudos tecnicamente especializa-dos, a classificação dos impactos a serem gerados pelo empreendimento fabril apresenta certo grau de subjetividade, merecendo devida considera-ção para a leitura e a interpretação dos quadros demonstrativos.

Neste contexto, os resultados da análise apontam a fase de cons-trução da obra como geradora de maior número de impactos ambientais de natureza negativa, no entanto a maioria são reversíveis com a finaliza-ção das obras. A maioria dos impactos ambientais compreende valores com significância entre fraca e moderada, para o meio físico, com exceção da geração de resíduos sólidos na fase de implantação e operação devido ao aumento no número de pessoas em função da obra e operação da uni-dade. Para o meio biótico, apresentam valores de significância fraca (supressão de vegetação) e muito forte (mudança na composição florística pela implantação de Projeto de Recuperação de APP e RL). Para o meio socioeconômico, a geração de empregos e renda resultou significância dos impactos entre moderada (pela geração de empregos temporária na fase de implantação), e o incremento na economia regional, tributos ao município com a implantação e operação da unidade fabril significância muito forte.

Os impactos negativos são em quase sua totalidade reversíveis sendo, estes impactos minimizados através da adoção de adequadas me-didas mitigadoras e/ou de controle ambiental que se encontram descritas no item subseqüente. Com relação ao patrimônio arqueológico, na etapa seguinte da pesquisa poderá ser confirmado seu potencial arqueológico, com o levantamento interventivo de campo após emissão do ofício pelo IPHAN. Assim, o resultado dos impactos positivos gerados pelo empreen-dimento até a presente data supera os impactos negativos, com a confir-mação da inexistência de sítios arqueológicos no local.

Na fase de operação do empreendimento, apesar da natureza ne-gativa da maioria dos impactos, em geral, foram detectadas significâncias variando entre fraca e moderada para os impactos negativos, e moderada e muito forte para os impactos positivos, o que representa o grande bene-fício, principalmente em relação ao meio sócio econômico relacionados à melhoria dos componentes econômicos e de infra-estrutura social.

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UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 23

MEIO FÍSICO GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos gerados na implantação da obra são: papel sanitário, lixo orgânico, papéis, papelões, plásticos, embalagens e entulhos da obra civil da fábrica. Os resíduos sólidos gerados na operação são basicamente da unidade administrativa (material de escritório, papel sanitário, lixo orgânico). Nas atividades administrativas, os resíduos

sólidos gerados serão destinados à coleta seletiva, para que, posteriormente, os mesmos possam ter a destinação adequada, quer seja reutilização, recuperação ou reciclagem ou outra forma de disposição final. Medidas recomendadas:

� Remoção periódica dos detritos gerados pela obra e pelos trabalhadores, bem como o encaminhamento ao aterro sanitário do município;

� A disposição de todos os resíduos sólidos deverá atender à legislação vigente, destinando cada um da maneira mais adequada possível, quer seja recuperação, reciclagem, reutilização, co-processamento ou aterros sanitários;

� Atendimento ao Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. GERAÇÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

Os efluentes líquidos gerados na implantação e operação do empreendimento são provenientes dos sanitários e dos refeitórios, oriundos do canteiro de obras e do setor administrati-vo.

O processo de fabricação do Cimento Portland dá-se por via seca, portanto, não gera efluentes líquidos. Dessa forma, os efluentes líquidos gerados pelo empreendimento correspon-dem ao esgoto doméstico, às águas pluviais contaminadas, às águas da drenagem da área de estocagem de matéria-prima, águas provenientes da área de lavagem de equipamentos e da lavagem de pisos e galpões. Medidas recomendadas:

� Implantação de Estação de Tratamento de Efluente e posterior lançamento ao corpo hídrico local, dentro dos parâmetros permitidos pela legislação vigente - efluente doméstico e sanitário;

� Bacias de sedimentação e lançamento no Rio Carumbé - sistema de drenagem na área industrial;

� Sistema Caixa Separadora Água – Óleo - oficina mecânica, combustíveis e lavagem de equipamentos e galpões;

� Atendimento a normas técnicas de implantação a todos os sistemas de tratamento. EMISSÕES ATMOSFÉRICAS

A emissão atmosférica avaliada é predominantemente originada nos processos de combustão no forno de clinquer e no processamento dos materiais de fabricação do cimento. Além disso, emissões menos significativas serão originadas pelos veículos e pesados.

Nas fases de implantação e operação, as principais substâncias emitidas serão material particulado, SOx e NOx,, no entanto, está previsto no projeto pela empresa Margem Companhi-a de Mineração a operação dos equipamentos dentro dos parâmetros da resolução CONAMA.

Durante a obra, os serviços de terraplenagens e circulação de veículos são fontes de material particulado e gases poluentes. Para minimização de impactos, os serviços devem ser realizados adotando-se medidas como aspersão de água em situações de levantamento exagerado de pó e controle de emissões veiculares.

Todas as atividades ligadas à produção do cimento devem ser feitas com o melhor nível de operação de máquinas e equipamentos, bom sistemas de controle e redução de poluição. No forno de clinquer, como o consumo de combustível é bastante elevado, deve-se garantir a melhor eficiência energética. Da mesma forma, em todas as etapas de produção de

cimento (recebimento de material, moagem, secagem, etc.) o processo deve ter controlada qualquer emissão que possa haver, seja ela pelas fontes conduzidas (dutos e chaminés) ou pelas fontes fugitivas.

Deverão ser tomadas algumas medidas para reduzir as emissões de poluentes pelas atividades relacionadas à construção e operação do empreendimento. Medidas recomendadas:

� Evitar circulação de veículos em vias não pavimentadas durante a fase de construção do empreendimento e realizar aspersão com água se houver períodos longos sem chuva ou baixa umidade relativa do ar;

� Pavimentar vias permanentes que serão utilizadas durante a operação do empreendimento;

� Promover a correta manutenção de veículos e equipamentos, visando a redução do consumo de combustível e redução das emissões;

� Garantir alta eficiência energética no forno de clinquer;

� Garantir correto funcionamento dos sistemas de controle de poluição (filtros de mangas, ciclones, etc.);

� Minimizar emissões fugitivas em todo o processo de fabricação do cimento;

� Evitar armazenamento de material fragmentado que possa sofrer erosão e transporte por ação do vento;

� Monitorar as fontes de poluição de acordo com a Resolução SEMA 054/06 e CONAMA 382/06;

� Monitorar periodicamente o impacto no entorno da área do empreendimento, acompanhando eventuais incômodos à população vizinha e tomar medidas cabíveis no caso de identificação de potenciais problemas.

GERAÇÃO DE RUÍDOS Alguns dos impactos nos níveis sonoros diagnosticados foram considerados de grande relevância e para que esses impactos sejam evitados ou mitigados, devem ser tomadas algu-

mas ações. O foco deve ser dado à fase de operação, a qual apresenta impactos de maior relevância. Para as três fases do empreendimento, pré-implantação, implantação e operação, os dois impactos a serem mitigados são:

Aumento do ruído na ADA; Aumento do ruído ao longo das vias de acesso da AID e da AII;

O primeiro deles é basicamente causado pela utilização de equipamentos, máquinas, caminhões e operações de construção e posteriormente de operação. O segundo é causado pelo maior tráfego de veículos.

Dessa forma, as medidas devem ser pensadas de forma a minimizarem as fontes causadoras desses impactos – os veículos automotores e as máquinas e equipamentos que auxili-em na construção e/ou operação da fábrica.

Em relação ao trânsito de veículos, principal causador do aumento nos níveis de ruído nas estradas, algumas considerações devem ser feitas. Para um maior conforto da população, o tráfego de veículos deveria ser prioritariamente diurno, com exceção dos locais não habitados, de modo que não influenciasse na qualidade do sono dos habitantes das regiões marginais às rodovias. Porém, a concentração desse tráfego de veículos durante o dia, no período entre oito da manhã e dez da noite aumentaria a quantidade de veículos por hora, aumentando, dessa forma, a produção de ruídos durante o dia.

Por esse motivo, recomenda-se, para o período de operação da fábrica, para prevenir os impactos à população e fauna marginal a essas vias de acesso:

� Operação do transporte entre a mina e a fábrica com caminhões modernos, com controle da emissão dos ruídos;

� Campanhas de educação ao motorista que transporte produtos acabados para a regulagem preventiva do caminhão, prevenindo o aumento dos ruídos do veículo;

� Valorização das empresas de transporte que utilizem veículos mais novos e menos ruidosos. Os impactos nos níveis de ruídos na ADA serão causados principalmente pelas atividades de construções e operação da fábrica. Para que sejam mitigados esses impactos, recomenda-se:

� Adotar as máquinas e equipamentos com a melhor tecnologia em termos de emissão de ruídos para cada estágio da construção;

� Adoção da melhor combinação, com a menor emissão de ruídos, dos equipamentos para a operação da cimenteira;

� Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) adequados para a segurança dos trabalhadores, tanto no período de operação quanto no período de construção;

� Adoção de barreiras defletoras dos ruídos (exemplos na Figura 107) para equipamentos que emitam mais de 100 dBA em sua operação, diminuindo a área impactada pelas fontes emissoras;

� As barreiras sonoras podem ser usadas em diversas situações durante a operação de máquinas e equipamentos dentro da ADA. A Figura 107 mostra o exemplo da utilização dos próprios contêineres para o abatimento da propagação dos ruídos emitidos. Recomenda-se ainda que no período de construção, principalmente para as atividades de perfuração do solo, seja utilizada a melhor tecnologia em termos de emissão de ruídos de

modo que o impacto aos receptores próximos seja minimizado tanto quanto possível.

MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE AMBIENTALAMBIENTALAMBIENTAL

MEIO BIOLÓGICO

FLORA E FAUNA As medidas mitigadoras dos impactos ao Meio Biológico são discutidas de um modo integrado, tanto para fauna, como para a flora, visto que as alterações faunísticas, de um modo

geral, estão associadas a mudanças na vegetação. O imóvel possui área de Reserva Legal, além das Áreas de Preservação Permanente, as quais deverão ser recuperadas e mantidas de forma a gerar um refúgio para os animais

afetados diretamente pelas alterações ambientais em decorrência da instalação e operação da unidade industrial. Medidas recomendadas:

� Implantar placas de controle de velocidade em 40 Km/h, nas estradas de acesso ao empreendimento para evitar o atropelamento de animais silvestres;

� Implantar placas de orientação aos colaboradores proibindo atividades de caça e pesca na área do empreendimento;

� Implantar filtros de poluição atmosférica e métodos controladores de ruídos de maquinários e demais equipamentos;

� Evitar a manutenção de animais domésticos na área do canteiro de obras e empreendimento para evitar proliferação de vetores de doenças e também a caça de animais silves-tres pelos animais domésticos;

� Realizar a manutenção de toda a vegetação próxima às drenagens na AID, sem nenhuma supressão, corte ou alteração, propiciando a manutenção de corredores florestados para fauna;

� Realizar o monitoramento da fauna silvestre ocorrente na região, visando gerar resultados capazes de indicar a qualidade ambiental, manejo e conservação da fauna;

� Restaurar áreas degradadas buscando a conectividade entre os pequenos fragmentos existentes na região do empreendimento, para facilitar o trânsito dos animais silvestres bem como dispersão de sementes e assim, a proliferação das espécies, promovendo a recuperação da Reserva Legal e APP’s, com o plantio de essências florestais nativas da região

bioclimática.

MEIO SÓCIO-ECONÔMICO

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA A medida potencializadora para esse impacto consiste na contratação preferencial de mão-de-obra local. Estima-se que 60% do contingente de funcionários possa ser proveniente do

município de Adrianópolis. O empreendedor também buscou apoio junto à Prefeitura Municipal e o SENAI, para qualificação de mão-de-obra. Os cursos a serem ministrados em Adrianópolis são os seguintes:

pedreiro, carpinteiro, armador, eletricista montador, mecânico montador, soldador, eletricista de manutenção, mecânico de manutenção e técnico eletromecânico. INCREMENTO NA ECONOMIA REGIONAL

Uma das medidas apropriadas para potencializar os efeitos benéficos sobre as atividades econômicas locais e regionais consiste na ampla conscientização dos trabalhadores da obra e de suas famílias, do empreendedor e também dos empreiteiros responsáveis pela construção civil da importância de se valerem de estabelecimentos localizados no município da área de influência indireta do projeto para o suprimento das suas necessidades, beneficiando e incentivando dessa forma as atividades produtivas e de serviços locais e regionais. EXPECTATIVAS DA POPULAÇÃO

A implantação de um empreendimento desse porte e a movimentação de técnicos na região atrai a atenção da população diretamente afetada. Isso pode criar um clima de inquietação e ansiedade nos moradores das comunidades locais, expectativas em relação à criação de postos de trabalho ou oportunidades de geração de renda. Caso sejam expectativas não condizentes com a real oferta de trabalho, pode haver situações de conflito entre a comunidade e a gerência do empreendimento. Medidas recomendadas:

� Promover o Programa de Comunicação Social. ALTERAÇÃO NO QUADRO DEMOGRÁFICO

A instalação da Unidade Industrial para fabricação de cimento poderá transformar-se num atrativo para moradores de outras regiões, os quais estejam à procura de trabalho. Isso poderá acarretar em tentativas de ocupação desordenada (ou parcelamento irregulares de propriedades) nas áreas do entorno. Medidas recomendadas:

� A medida que poderá ser tomada para minimizar esse impacto é o registro de mão-de-obra qualificada e não qualificada de trabalhadores residentes e de pequenas empresas localizadas em Adrianópolis, em parceria com associações comunitárias, sindicatos e Prefeitura. Dessa forma, a mão-de-obra local deverá ter preferência na contratação pelas empre-sas responsáveis pela implantação da indústria. O empreendedor, quando prioriza a mão-de-obra local, consegue evitar a atração populacional, bem como a possibilidade de uma ocupação desordenada na sede comunitária.

� A correta divulgação das características das obras através do Programa de Comunicação Social também poderá diminuir o possível afluxo populacional para a região.

CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS NA OBRA Durante a fase de construção haverá aumento do fluxo de veículos leves e pesados, além da movimentação de máquinas e equipamentos necessários à implantação do empreendi-

mento, fato esse que irá apresentar transtornos temporários para os moradores da Área de Influência Direta, e que deverão ser adotadas medidas para minimizar as interferências dessa natureza. Medidas recomendadas:

� A implantação do Programa de Comunicação Social;

� Orientação aos motoristas para a condução e procedimentos adequados no tráfego de veículos, máquinas e equipamentos de grande porte;

� Sinalização adequada quanto a situações de risco, perigo, desvios, contornos;

� Adoção de normas para a redução de velocidade em pontos críticos que representam potencial de ocorrência de acidentes;

� Cuidados especiais deverão ser adotados para locais de maior movimentação de pessoas, em especial nas imediações de escolas;

� Antes da saída dos caminhões para a via pública, o material transportado deverá ser coberto com lona para evitar o derramamento, e nos dias de chuva ou umidade, deverá ser procedida à lavagem dos rodados dos caminhões mediante equipamento de jato de água a alta pressão. Estas duas medidas têm por objetivo evitar o derramamento de materiais nas vias públicas, e consequentemente que haja o comprometimento em relação ao levantamento de poeira, ao trânsito de outros veículos, ao desgaste da sinalização viária e a obstrução de bocas de lobo;

� Complementação da estruturação viária no trecho sem pavimentação definitiva e a sinalização regulamentar da via. O trecho do acesso à fábrica entre a cabeceira do Rio Carum-bé e a portaria deverá ser pavimentado;

� A segurança dos pedestres poderá ser mitigada com a implantação de calçadas no trecho da rodovia urbana que dá acesso a fábrica, entre a cabeceira da ponte sobre o rio Carumbé e a portaria da fábrica. A continuidade da calçada deverá ser garantida com a construção de passarelas laterais à ponte, que permitam o trânsito de pedestres com segurança até a fábrica, ou o alargamento da ponte, que permita a continuidade das calçadas.

ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA Para este impacto é necessária a adoção de medidas mitigadoras, com a remoção periódica dos detritos gerados pela obra e pelos trabalhadores, bem como o acompanhamento da

disposição dos mesmos em aterros sanitários adequados. Em relação à poluição sonora é necessária a adoção de algumas medidas, sendo observados os horários normais de funcionamento das máquinas, com manutenção periódica do

maquinário, que deve estar dentro dos padrões técnicos exigidos. Quanto à poluição atmosférica, o empreendedor deverá adotar medidas de contenção e de filtragem, as quais garantam que as populações das vilas próximas não sejam afetadas. A implantação do Programa de Comunicação Social, através do qual a população tenha facilidade para se comunicar com o empreendedor pode auxiliar no processo. Através do

contato com as comunidades, o empreendedor também poderá evitar situações de conflito e avaliar constantemente quais os incômodos causados pela obra, os quais interferem com a qualidade de vida da população.

Deverá ocorrer um controle efetivo dos principais vetores de doenças, com monitoramento constante, inclusive nas propriedades ao longo do traçado, para evitar a deposição de resíduos. Os trabalhadores deverão se submeter a exames admissionais, demissionais e periódicos para detecção de qualquer tipo de doença.

Contudo, após o término das obras de instalação do empreendimento e o início da operação da unidade fabril, iniciar-se-ão processos benéficos à população local. O incremento da economia local com o aporte de recursos provenientes do recolhimento de impostos e da circulação de pessoas e serviços relacionados à operação da fábrica ocasionará uma renda adicio-nal a uma parcela da população, assim como, recursos adicionais para o governo local que poderá utilizá-los em obras sociais, como criação e melhoria dos serviços de saúde, educação, segurança e infra-estrutura geral. PRODUÇÃO DE CIMENTO PARA O MERCADO CONSUMIDOR

O calcário extraído da jazida e processado pela britagem será utilizado na produção de cimento, atendendo a demanda regional e nacional. Indiretamente, o aumento da produção de cimento tende a incrementar as atividades relacionadas à construção civil. A estimativa de produção de cimento da unidade é de 750.000 toneladas por ano.

MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE MEDIDAS MITIGADORAS E DE CONTROLE AMBIENTALAMBIENTALAMBIENTAL

Página 24 Volume 1 , Edição 1

PROGRAMAS AMBIENTAISPROGRAMAS AMBIENTAISPROGRAMAS AMBIENTAIS

Estão sendo propostos 08 Programas Ambientais para o Projeto de Implantação da Unidade Industrial

para Aglomerantes Hidráulicos da empresa Margem companhia de Mineração:.

1. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR E DAS EMISSÕES GASOSAS

2. PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS

3. PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

4. PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS

5. PROGRAMA DE REVEGETALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E

RESERVA LEGAL

6. PROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE

7. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

8. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

UNIDADE INDUSTRIAL PARA AGLOMERANTES HIDRÁULICOS (CIMENTO) Página 25

PROJETO DA UNIDADE INDUSTRIAL DA EMPRESA MARGEM COMPANHIA DE MINERAÇÃO

EMPREENDEDOR ELABORADOR DO EPIA/RIMA

Rua Antonio Escorsin, 1326, Sala 04, Santa Felicidade, Curitiba - PR.

Fone/Fax 41-3372-8284

E-mail: [email protected]

UNIDADE INDUSTR IAL PARA AGLOMERANTES H IDRÁUL ICOS Página 26

Sede Industrial: Rua Januário Blaster Tranin, s/n, Vila Bela, Adrianópolis - PR.

Foro Administrativo: Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, s/n, BR 476 , Adrianópolis - PR.

Fone: 47-3242-2128 (Pomerode - SC)

Apoio Técnico

Adriana de Oliveira Semmer Formanda em Geologia

Danuza Stall Formanda em Engenharia Florestal

Karina Stival Carlos Santos Licenciada em Letras

Paulo Roberto Rodachinski Analista Ambiental

Raul Cabral Figlie Formando em Geologia

Ricardo dos Santos Lada Analista Ambiental

RELAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICARELAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICARELAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA

EMPREENDEDOR / COORDENADOR DA IMPLANTAÇÃO

Alessandro Eichstaedt

Diretor Presidente

Alessandro Fontenelle

Diretor Executivo

Mauricio Kugler

Gerente de Projetos

COORDENAÇÃO GERAL

Lella Regina Curt Bettega

Engenheira Florestal CREA-PR 25.120-D

Advogada OAB 20.437

EQUIPE TÉCNICA

Nome do Profissional Formação Registro de Classe Cadastro Técnico Federal

Coordenação Geral

Lella Regina Curt Bettega Engenheira Florestal CREA-PR 25.120-D 33.406

Advogada OAB 20.437

Meio Físico

André Luciano Malheiros

Mestre em Engenharia Civil Modelo de Dispersão Atmosférica e Ruídos

CREA-PR 67.038-D 924.222

Andréas Grauer

Doutor em Engenharia de Processos Modelo de Dispersão Atmosférica

- 4.902.481

Elaine Aparecida Bonacim Mestre em Geologia Ambiental CREA-PR 21.960-D 53.837

Helder Rafael Nocko Engenheiro Ambiental

Modelo de Dispersão Atmosférica e Ruídos CREA-PR 86.285-D 1.563.032

Jefferson Carnieri Hernandez Geólogo CREA-PR 85.338-D 4.971.503

Piero Romfeld Dutra Geólogo CREA-PR 107.446-D 4.976.673

Meio Biológico

Robson Odeli Espíndola Hack Biólogo - Fauna CRBio7 50.923-D 3.718.864

Vania Portela Engenheira Florestal - Flora CREA-PR 55.079-D 456.440

Meio Sócio-econômico

Carla Valesca de Moraes Socióloga DRT-PR 255 97.418

Laura Sokolowski Socióloga - 4.968.777

Osvaldo Paulino da Silva Historiador - Mestre em Arqueologia - 33.412

Paulo Roberto Malucelli Engenheiro Civil - Estudo de Tráfego CREA-PR 9198-D 355.465