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A proposta desta apresentação é fazer alguns apontamentos sobre este tema palpitante que é a fé, abordando os seguintes tópicos: 1. Definição de fé 2. Quando ela surge em nós? 3. Como a vivenciamos? 4. Que benefícios ela nos dá? 5. A fé quanto à intensidade 6. A fé religiosa 7. A fé quanto à aplicabilidade

A fe transporta montanhas cap 19 ese

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Page 1: A fe transporta montanhas cap 19 ese

A proposta desta apresentação é fazer alguns apontamentos sobre este tema palpitante que é a fé, abordando os seguintes tópicos:

1. Definição de fé

2. Quando ela surge em nós?

3. Como a vivenciamos?

4. Que benefícios ela nos dá?

5. A fé quanto à intensidade

6. A fé religiosa

7. A fé quanto à aplicabilidade

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A cura do epilético

Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água.

Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar.

Jesus respondeu. dizendo: Ó raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino.

E tendo Jesus repreendido o Espírito mau que o acompanhava, fez com que este se afastasse, curando-o no mesmo instante.

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Mateus cap. 17 vv. 14 a 20

Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio?

- Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade (falta de fé). Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível.

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1. Definição de fé:

a) Fé (do Latim fides, fidelidade e do Grego πίστη pistia, acreditar) é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta ideia ou fonte de transmissão.

b) Fé é uma palavra que significa confiança, crença, credibilidade, fidelidade.

c) Pelo apóstolo Paulo: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem”. (Hebreus 11:1)

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2 – Quando a fé surge em nós?

Nos humanos, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.

Ela está presente nos seres humanos desde a sua criação, mas necessita ser desenvolvida.

• No princípio apenas acreditamos,

• depois compreendemos e,

• finalmente, a vivenciamos.

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3 – Como a compreendemos?

A maneira como compreendemos e vivenciamos a fé, depende do grau de maturidade espiritual que tenhamos alcançado:

Fé ingênua ou infantil: Acredito simplesmente sem

pensar a respeito, sem pedir provas. Acredito em tudo

que me dizem, simploriamente, ingenuamente.

Para alguns esta forma de crer é vista como uma virtude.

Procurar compreender os fatos demonstraria falta de fé.

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Na fase do desenvolvimento das emoções a fé passa a ser

um sentimento ou uma emoção que se acende ou apaga, aumenta e diminui, segundo o estado emocional da

criatura.

É a fé que se conquista diante de um ato de generosidade

ou se perde, num segundo, diante de uma desilusão; mais baseada nos outros, com suas qualidades e defeitos, do

que em si mesmos, em seu próprio conhecimento da verdade.

Pode levar ao extremo da fé cega ou da descrença total.

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Na fase do desenvolvimento da razão e do intelecto a fé se torna um sinônimo das palavras convicção, certeza e

confiança.

Representa, então, uma virtude intelectual, um fruto da experiência, e não mais uma emoção. Supõe o conhecimento

profundo do assunto: a certeza científica baseada nesse conhecimento é a fé.

É a segurança do químico que, ao fazer as combinações de

ácidos com bases, tem a certeza de que obterá um sal: fé absoluta, fé raciocinada e experimentada, com fundamento em fatos vividos e verificados sob controle.

Nesta fase a fé não é oscilante de conformidade com o estado de humor.

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Na fase mais espiritualizada, quando já sintonizados com a

presença divina dentro de cada um, a fé representa a fidelidade aos princípios divinos.

Uma vez conhecido o caminho e encontrado o Mestre, não

haverá mais esmorecimentos nem desvios, não se permanecerá mais no saber, nem no falar, mas se exigirá de

si mesmo o máximo, o SER, o vivenciar com fidelidade os princípios divinos, havendo o ajustamento, a justeza, do

modelado com o modelo, do cristão com o Cristo.

Nesta fase há plena confiança nos princípios divinos.

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4 – Que benefícios ela nos dá?

a) Transpor os obstáculos: A confiança do homem em suas próprias forças faz com que ele seja capaz de realizar

coisas materiais que não pode fazer quando duvida de si mesmo.

Neste capítulo 19, porém, devemos procurar entender este ensino sobre a fé no seu aspecto moral.

As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má vontade dos homens mesmo quando tudo está correndo bem.

Os preconceitos, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são também montanhas que barram o caminho de todo aquele que trabalha pelo progresso da Humanidade.

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b) A certeza e a confiança de se atingir um objetivo: Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a desenvolve caminha, por assim dizer, com absoluta segurança.

Nos dois casos: transpor obstáculos e ter a confiança de se

atingir um objetivo, a fé nos beneficia no sentido de obter grandes realizações.

Então a fé, quando é forte, fornece a perseverança, a energia e os recursos necessários para vencer os obstáculos.

A fé que vacila provoca em nós a falta de confiança da qual se aproveitam os adversários.

A fé que vacila não procura os meios de vencer pois nem sequer acredita na possibilidade de vitória.

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5 – A fé quanto a intensidade

a) A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado.

b) Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer. Sente a sua própria fraqueza. Quando é estimulada pelo interesse, tornar-se enfurecida e julga suprir, com a violência, a força que não tem.

A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.

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5 – A fé quanto a intensidade

c) A fé robusta é a que dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos tanto nas pequenas como nas grandes coisas.

d) A fé confiante é aquela na qual se tem a confiança no cumprimento de uma coisa, na certeza de atingir um objetivo.

Obs.: O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.

ESE Cap. 19 item 5

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6 – A fé religiosa

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões.

Todas elas têm seus artigos de fé.

A fé nas verdades espirituais básicas não se receita, não se impõem. Ela é desenvolvida e ninguém esta impedido de possuí-la.

Há os que mesmo tendo as provas chovendo ao seu redor, agem com descaso, ou por temor de serem forçados a mudar seus hábitos. Porém na sua maioria, há o orgulho negando-se a reconhecer a existência de uma força superior, porque teriam que inclinar-se diante dela.

Sob esse aspecto, a fé pode ser:

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a) Fé cega: é aquela que nada examina, aceita tudo sem verificação, tanto o verdadeiro como o falso, e choca-se, a cada passo, com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Por estar apoiada no erro, cedo ou tarde desmorona. Cada religião pretende ter a posse exclusiva da verdade; impor a alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

b) Fé raciocinada. A fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer com o progresso do conhecimento, uma vez que o que é verdadeiro na sombra, também o é à luz do dia. Esta fé se apoia nos fatos e na lógica. É clara, não deixa atrás de si nenhuma dúvida. A pessoa crê e tem certeza pois compreendeu.

Fé inabalável é somente a que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da Humanidade.

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Obs.: A fé necessita de uma base e essa base é a perfeita

compreensão daquilo em que se deve acreditar. Para acreditar, não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender.

A fé cega é a que produz hoje o maior número dos incrédulos,

porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o

livre-arbítrio.

É principalmente contra essa fé (fé cega) que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode verdadeiramente afirmar que

não se deve receitar a ninguém. Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à

dúvida.

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7 – A fé quanto à aplicabilidade

Jesus procurou mostrar o que o homem pode realizar quando tem desenvolvida a sua fé, isto é, a vontade e a certeza. Os chamados milagres passam a ser vistos como efeitos naturais cujas causas hoje se explicam e são compreendidas, em grande parte.

Com o estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis.

A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas

faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das

suas aspirações celestiais e futuras.

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7 – A fé quanto à aplicabilidade

a) Fé humana: Quando o homem usando de sua inteligência,

persegue a realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de

chegar ao fim desejado, certeza essa que lhe dá imensa força.

b) Fé divina: O homem de bem usa sua inteligência para seu

aperfeiçoamento espiritual. Crente e confiante em sua

existência futura, preenche sua existência com nobres e belas ações, retira de sua fé e da certeza da felicidade que o

aguarda, a força necessária para realizar os milagres da caridade, do devotamento e do desapego. Com a fé não

existem tendências más que não possam ser vencidas.

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O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta

em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos

singulares, qualificados outrora de milagres.

A fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem

bem persuadidos da força que trazem consigo, e se quisessem

colocar sua vontade a serviço dessa força, seriam capazes de

realizar o a que, até agora chamamos de prodígios, mas que,

não passam do desenvolvimento das faculdades humanas.

Um Espírito Protetor. - Paris, 1863

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A fé: mãe da esperança e da caridade

A fé, para ser proveitosa, deve ser ativa: não deve ficar

adormecida.

A esperança e a caridade são resultantes da fé.

A fé desperta todos os sentimentos nobres que conduzem o

homem para o bem e é a base de sua regeneração. É preciso

que esta base seja forte e durável para que tudo o que se

construa sobre ela não possa ser abalado.

José, Espírito protetor – Bordeaux, 1862

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Parábola da Figueira Seca

Quando saíram de Betânia, Jesus teve fome e, vendo uma figueira ao longe, foi até ela, para ver se encontrava algum fruto para comer. Ao se aproximar, encontrou apenas folhas, pois não era tempo de figo. Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém coma de você nenhum fruto” e os discípulos ouviram. No dia seguinte, perceberam que ela estava seca até a raiz. Pedro, lembrando-se das palavras de Jesus, disse-Lhe: “Mestre, olha como a figueira que o senhor amaldiçoou, tornou-se seca”. E Jesus respondeu: “Tenham fé em Deus. Em verdade, Eu lhes digo que todo aquele que disser a esta montanha “Saia daqui e vá para o mar, sem que seu coração hesite, acreditando firmemente no que esta dizendo, verá, de fato, sua ordem se cumprir”.

(Marcos, 11: 12-14 e 20-23).

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Parábola da Figueira Seca

Considerações:

a) Estava-se no mês de abril. Na Palestina os figos só amadurecem em fins de junho. Qualquer palestino sabia disso.

b) Saíram de Betânia, da casa de Maria, Marta e Lázaro que era onde Jesus costumava se hospedar quando subia a Jerusalém. Supondo que não tivesse nada comido lá, a caminhada até Jerusalém seria de 3 km.

c) Próximo às portas de Jerusalém estava o povoado de Betfagé (cujo nome significa “casa dos figos não maduros”)

d) O relato em Mateus coloca o acontecimento em um único dia.

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Tudo indica então que é o relato de uma Parábola

A figueira seca é o símbolo das pessoas que apenas aparentam o bem, mas na realidade nada produzem de bom: dos oradores que possuem mais brilho do que solidez, dotados do verniz das palavras de maneira que estas agradam aos ouvidos; mas, quando as analisamos, nada revelam de substancial para o coração; e, quando as acabamos de ouvir, perguntamos que proveito tivemos.

É também o símbolo de todas as pessoas que podem ser úteis e não o são; de todas as utopias, de todos os sistemas vazios, de todas as doutrinas sem bases sólidas. O que falta, na maioria das vezes, é a verdadeira fé, a fé realmente fecunda, a fé que comove as fibras do coração.

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São árvores frondosas, mas sem frutos, e é por isso que Jesus as condena a esterilidade, pois dia virá em que ficarão secas até à raiz. Isso quer dizer que todos os sistemas, todas as doutrinas que não produziram nenhum bem para a humanidade, serão reduzidas a nada; e que todos os homens voluntariamente inúteis, que não se utilizaram dos recursos de que estavam dotados, serão tratados como a figueira seca.

Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos. Suprem o organismo material que falta a estes, para nos transmitirem as suas instruções. Eis porque são dotados de faculdades para esse fim. Nestes tempos de renovação social, desempenham uma missão especial: são como árvores que devem dispensar o alimento espiritual aos seus irmãos.

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Mas se eles desviam de seu fim providencial a faculdade preciosa que lhes foi concedida, se a colocam a serviço de coisas fúteis e prejudiciais, ou dos interesses mundanos; se, em vez de frutos salutares, dão maus frutos; se se recusam a torná-la proveitosa para os outros; se nem mesmo para si tiram os proveitos da melhoria própria, então se assemelham à figueira estéril.

Deus, então, lhe retirará um dom que se tornou inútil em suas mãos; a semente que não souberam semear; e assim acabarão por se tornarem alvos dos maus Espíritos.

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Bibliografia: - Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec - Sabedoria do Evangelho – Carlos Torres Pastorino