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ATAS DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REFERENTE AO LICENCIAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DOS CAMPOS DE TARTARUGA VERDE E MESTIÇA, NA BACIA DE CAMPOS, RIO DE JANEIRO ________________________________________________________________________________ 1 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS ATA SÍNTESE DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REFERENTE AO LICENCIAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DOS CAMPOS DE TARTARUGA VERDE E MESTIÇA, NA BACIA DE CAMPOS, RIO DE JANEIRO, REALIZADA NO DIA CINCO DE SETEMBRO DE DOIS MIL E DEZESSETE, ÀS QUINZE HORAS E CINCO MINUTOS, NO HOTEL PARADISO CORPORATE, AVENIDA TEIXEIRA E SOUZA, 2011, NO BAIRRO BRAGA, CABO FRIO, RIO DE JANEIRO, PARA ATENDER À EXIGÊNCIA DO IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS I ABERTURA E APROVAÇÃO DA PAUTA Às quinze horas e cinco minutos do dia cinco de Setembro do ano de dois mil e dezessete, no município de Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro, no Hotel Paradiso Corporate, situado à Avenida Teixeira e Souza, dois mil e onze, no Bairro Braga daquela cidade, reuniram-se, na presença de trezentos e setenta e sete participantes, sob a Presidência do Senhor Itagyba Alvarenga Neto, presidente da Mesa, o Senhor Tomás de Oliveira Bredariol, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama; o Senhor Ivan Garcia dos Santos, o Senhor José Celso Pessanha Junior e a Senhora Cathia Souto, representantes da Petrobras; e a Senhora Clarissa Lourenço de Araújo, representante da Consultoria Mott MacDonald, em atendimento às disposições legais pertinentes à matéria e com vistas a garantir à sociedade civil, em geral, os princípios da publicidade, legalidade, transparência, impessoalidade e moralidade, que regem a Administração Pública, e, especificamente, acolher ao Processo de Licenciamento Ambiental do “Desenvolvimento da produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, Bacia de Campos”, Processo Ibama nº 02022.000776/13, pleiteado pela empresa Petróleo Brasileiro S.A. Petrobras, em consonância ao disposto na Resolução CONAMA nº 001/86 e 009/87 e na Portaria MMA nº 422/11, com o objetivo de garantir a ampla participação dos interessados no Processo de Licenciamento Ambiental do supracitado empreendimento. Após a execução do Hino Nacional e a composição da Mesa, o Senhor Itagyba Alvarenga Neto, Presidente, declarou abertos os trabalhos. Em sua explanação inicial, o Senhor Presidente Itagyba Alvarenga Neto agradeceu a presença de todos, explanou sobre a necessidade da Audiência Pública dentro do Processo de Licenciamento, elucidando sua finalidade em expor ao público as características do projeto e o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental RIMA, documentos elaborados a pedido do empreendedor, Petrobras, e distribuídos a órgãos e entidades para que possam enviar suas manifestações ao Ibama como subsídio a esta Audiência Pública. De pronto, passou a palavra ao Senhor Tomás de Oliveira Bredariol, Ibama, que discorreu sobre a estrutura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, mais especificamente sobre a incumbência da Coordenação de Licenciamento de Petróleo e Gás, explicando que ainda não foi emitido parecer técnico sobre o assunto em pauta na Audiência Pública, parecer este que será composto, além dos estudos técnicos, pelas contribuições trazidas a esta Audiência Pública pelos

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ATAS DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REFERENTE AO LICENCIAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DOS CAMPOS DE TARTARUGA VERDE E MESTIÇA, NA BACIA DE CAMPOS, RIO DE JANEIRO

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1 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

ATA SÍNTESE DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REFERENTE AO LICENCIAMENTO PARA O “DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DOS CAMPOS DE TARTARUGA VERDE E MESTIÇA, NA BACIA DE CAMPOS, RIO DE JANEIRO”, REALIZADA NO DIA CINCO DE SETEMBRO DE DOIS MIL E DEZESSETE, ÀS QUINZE HORAS E CINCO MINUTOS, NO HOTEL PARADISO CORPORATE, AVENIDA TEIXEIRA E SOUZA, 2011, NO BAIRRO BRAGA, CABO FRIO, RIO DE JANEIRO, PARA ATENDER À EXIGÊNCIA DO IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS I – ABERTURA E APROVAÇÃO DA PAUTA Às quinze horas e cinco minutos do dia cinco de Setembro do ano de dois mil e dezessete, no município de Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro, no Hotel Paradiso Corporate, situado à Avenida Teixeira e Souza, dois mil e onze, no Bairro Braga daquela cidade, reuniram-se, na presença de trezentos e setenta e sete participantes, sob a Presidência do Senhor Itagyba Alvarenga Neto, presidente da Mesa, o Senhor Tomás de Oliveira Bredariol, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama; o Senhor Ivan Garcia dos Santos, o Senhor José Celso Pessanha Junior e a Senhora Cathia Souto, representantes da Petrobras; e a Senhora Clarissa Lourenço de Araújo, representante da Consultoria Mott MacDonald, em atendimento às disposições legais pertinentes à matéria e com vistas a garantir à sociedade civil, em geral, os princípios da publicidade, legalidade, transparência, impessoalidade e moralidade, que regem a Administração Pública, e, especificamente, acolher ao Processo de Licenciamento Ambiental do “Desenvolvimento da produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, Bacia de Campos”, Processo Ibama nº 02022.000776/13, pleiteado pela empresa Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em consonância ao disposto na Resolução CONAMA nº 001/86 e 009/87 e na Portaria MMA nº 422/11, com o objetivo de garantir a ampla participação dos interessados no Processo de Licenciamento Ambiental do supracitado empreendimento. Após a execução do Hino Nacional e a composição da Mesa, o Senhor Itagyba Alvarenga Neto, Presidente, declarou abertos os trabalhos. Em sua explanação inicial, o Senhor Presidente Itagyba Alvarenga Neto agradeceu a presença de todos, explanou sobre a necessidade da Audiência Pública dentro do Processo de Licenciamento, elucidando sua finalidade em expor ao público as características do projeto e o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, documentos elaborados a pedido do empreendedor, Petrobras, e distribuídos a órgãos e entidades para que possam enviar suas manifestações ao Ibama como subsídio a esta Audiência Pública. De pronto, passou a palavra ao Senhor Tomás de Oliveira Bredariol, Ibama, que discorreu sobre a estrutura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, mais especificamente sobre a incumbência da Coordenação de Licenciamento de Petróleo e Gás, explicando que ainda não foi emitido parecer técnico sobre o assunto em pauta na Audiência Pública, parecer este que será composto, além dos estudos técnicos, pelas contribuições trazidas a esta Audiência Pública pelos

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presentes. Em seguida, tomou a palavra o Senhor Ivan Garcia dos Santos, Gerente Geral dos Projetos de Desenvolvimento da Produção, Petrobras, que, falando sobre o Processo de Licenciamento Ambiental do “Desenvolvimento da produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, Bacia de Campos, fez considerações técnicas sobre o escopo do Projeto". Imediatamente, a Senhora Clarissa Araújo, representante da Consultoria Mott MacDonald, deu ciência sobre sua consultoria, dissertando sobre o EIA – Estudo de Impacto Ambiental e o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental e explicando como foi estruturado o estudo ambiental. Durante sua apresentação, informou, ilustrando com mapas e quadros, gráficos, as vantagens e desvantagens do projeto, bem como as consequências ambientais de sua implementação, ponderando sobre os objetivos e justificativas do projeto, os prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, os horizontes de tempo de incidência dos impactos, indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para a identificação, quantificação e interpretação dos dados utilizados no projeto, sublinhando os projetos propostos, como o PMA – Projeto de Monitoramento Ambiental, o Projeto de Controle da Poluição – PCP, o Projeto de Manejo de Aves - PMAVE, o Projeto de Comunicação Social – PCS, o Projeto de Educação Ambiental dos Trabalhadores – PEAT e o Projeto Desativação, bem como o Plano de Gerenciamento de Riscos, a Revisão Periódica de Avaliação de Riscos, as Auditorias Periódicas, o PEI – Programa de Emergência Individual e o PEBHC – Plano de Emergência da Bacia Hidrográfica de Campos. Finalizando, a Senhora Clarissa Lourenço de Araújo, representante da Consultoria Mott MacDonald, declarou o projeto tecnicamente, economicamente, socialmente e ambientalmente viável, grifando, contudo, ser prerrogativa do Ibama aprová-lo ou não. Logo após, o Senhor Itagyba Alvarenga Neto, representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, informou que cópias do EIA e do RIMA foram entregues a instituições sediadas nas localidades envolvidas no empreendimento. E, antes de desfazer a Mesa para um intervalo de quinze minutos, o Senhor Presidente Itagyba Alvarenga Neto agradeceu o comparecimento à Audiência Pública das autoridades presentes, o Senhor Naldir de Oliveira Mendonça, Secretário Municipal de Fazenda e Planejamento da Prefeitura de Araruama; o Senhor Cláudio Barreto, Secretário de Meio Ambiente do Município de Araruama; e a Senhora Alexandra Codeço, Vereadora do Município de Cabo Frio. Em sequencia, iniciaram-se as inscrições para as perguntas. II - SÍNTESE DAS DISCUSSÕES Na volta dos trabalhos, compôs-se a Mesa de Debates, sob a Presidência do Senhor Itagyba Alvarenga Neto, presidente da Mesa, o Senhor Tomás de Oliveira Bredariol, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama; o Senhor Ivan Garcia dos Santos, o Senhor José Celso Pessanha Junior e a Senhora Cathia Souto, representantes da Petrobras; e a Senhora Clarissa Lourenço de Araújo, representante da Consultoria Mott MacDonald. O Senhor Presidente Itagyba Alvarenga Neto reabriu a Audiência Pública e agradeceu a presença do Presidente da Câmara Municipal de Cabo Frio, Senhor Aquiles Barreto. Com as perguntas agrupadas por temas, os questionamentos por escrito, feitos pelo Senhor José Francisco, Senhora Maria Helena Vicente, Senhor Sérgio Ferreira, Senhor Ronicler Pereira, Senhor Joel Dias, Senhora Sara, Senhora Ana Caroline, Senhora Lidiane Chagas, Senhora Geneci Terra, Senhor Roberto Brum, Senhor José Moura, Senhor Jeremias Figueiredo, Senhor Alexandre Silva, Senhora Lídia Maria, Senhor Mauro Conceição, Senhora Ana Carolina Pavão, Senhor Alexandre Lopes, Senhor Valdir de Alcântara, Senhor Welington Meireles, Senhor Joel Dias, Senhor Adélio Pereira Silva,

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Senhora Marina, Senhor Roberto Lúcio Gomes, Senhor Carlos de Souza, Senhor Edgard Costa, Senhora Marcia Maria dos Santos, Senhor Adriano Pessanha, e as perguntas orais, feitas pelo Senhor Airton Martins, Senhor Orlando Pacheco, Senhor Célio Xavier, Senhor Nelson Barbosa, Senhora Rose Ribeiro, Senhor Alexandre Marques, Senhora Luciana Zaneti, Senhor Saulo Januário, Senhora Júlia Nataline, Senhora Jaciara Gomes, Senhor Patrick de Almeida, Senhor Eli da Costa Cardoso, foram sendo esclarecidos, oralmente, pelos componentes da Mesa, o Senhor Itagyba Alvarenga Neto, presidente da Mesa; o Senhor Tomás de Oliveira Bredariol, representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama; o Senhor José Celso Pessanha Junior, Petrobras; a Senhora Cathia Souto, Petrobras; o Senhor Ivan Garcia, Petrobras; a Senhora Clarissa Lourenço de Araújo, Consultoria Mott MacDonald, e, igualmente, pelo Senhor Alysson de Paula Cavalcante Fraga e a Senhora Karen Lopes Dinnuci, ambos da Consultoria Mott MacDonald; Senhor Rafael Chaves Camacho, ANP – Agência Nacional de Petróleo; Senhor Anderson de Souza Vicente, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama; e o Senhor Fernando Augusto Galheigo, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama. III – ENCERRAMENTO E, como não houvesse mais nada a tratar, às vinte horas e trinta minutos, o Senhor Itagyba Alvarenga Neto, representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, presidente da Mesa, encerrou a Audiência Pública convocada para cumprir exigência legal referente ao Licenciamento para o Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça na Bacia de Campos, e lavrou-se a presente Ata Síntese, que segue anexa à Ata Completa e à Lista de Presença.

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4 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

ATA COMPLETA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REFERENTE AO LICENCIAMENTO PARA O “DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DOS CAMPOS DE TARTARUGA VERDE E MESTIÇA, NA BACIA DE CAMPOS, RIO DE JANEIRO”, REALIZADA NO DIA CINCO DE SETEMBRO DE DOIS MIL E DEZESSETE, ÀS QUINZE HORAS E CINCO MINUTOS, NO HOTEL PARADISO CORPORATE, AVENIDA TEIXEIRA E SOUZA, 2011, NO BAIRRO BRAGA, CABO FRIO, RIO DE JANEIRO, PARA ATENDER À EXIGÊNCIA DO IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS I Parte Audiência Pública para discutir o Licenciamento para o Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, na Bacia De Campos, Rio de Janeiro, iniciada às 15 horas e 5 minutos A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Senhoras e

senhores, boa tarde! Primeiramente, solicitamos que mantenham os seus celulares

no modo silencioso. E solicito a atenção de todos para as orientações de segurança

deste local.

(O Técnico de Segurança presta informações sobre a segurança do local)

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Agora,

convidamos a todos para a execução do Hino Nacional.

(Ouve-se o Hino Nacional)

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Agradecemos a

presença de todos neste evento, em que a Petrobras cumpre uma exigência legal,

referente ao licenciamento para o desenvolvimento da “Produção dos Campos de

Tartaruga Verde e Mestiça na Bacia de Campos”.

Para iniciarmos os trabalhos desta tarde, convidamos para compor a Mesa,

representando a Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras, o Gerente Geral dos Projetos

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de Desenvolvimento da Produção, senhor Ivan Garcia dos Santos; o Gerente de

Segurança, Meio Ambiente e Saúde, senhor José Celso Pessanha Júnior; e

representando a Gerência de Comunicação na Bacia de Campos, senhora Cáthia

Souto; representando a Consultoria Mott MacDonald, a senhora Clarissa Araújo;

representando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis – Ibama, o senhor Tomás de Oliveira Bredariol, Analista Ambiental da

Coordenação Geral de Petróleo e Gás. E, para presidir a mesa, representando o

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama,

o senhor Itagyba Alvarenga Neto, Coordenador de Licenciamento Ambiental de

Produção de Petróleo e Gás da Coordenação de Licenciamento Ambiental de

Produção de Petróleo e Gás, que fará a abertura oficial deste evento.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – É um prazer estar

aqui com vocês. Meu nome é Itagyba Alvarenga Neto, sou Analista Ambiental do

Ibama, desde 2005. E, a partir de Dezembro de 2016, respondo pela Coordenação

de Licenciamento Ambiental de Produção de Petróleo e Gás do Ibama.

Este evento faz parte do Processo de Licenciamento Ambiental para o

Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, na Bacia

de Campos, de interesse da Petrobras.

A Audiência Pública, dentro do Processo de Licenciamento, é um momento muito

importante e muito especial. Apesar do discurso do Ibama, ao longo do processo,

tentar identificar os impactos, os riscos, enfim, avaliar as consequências para a

sociedade, avaliar da melhor forma o Projeto, este é o momento em que estamos

aqui, como órgão licenciador com a empresa interessada, a consultora do estudo, de

frente para vocês a responder as questões para a sociedade, as perguntas, os

anseios. E receber contribuições de vocês.

É um momento muito importante e valioso para enriquecer o Processo de

Licenciamento, para que a gente possa ter os melhores resultados. Estamos aqui,

agora, todos dispostos, falando por mim e pelo Ibama, e, tenho certeza, também

pela Petrobras e pela Consultora, para responder as suas perguntas.

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6 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Em momento algum deixem de nos questionar, trazer suas contribuições e participar

desta atividade. A participação de vocês não é pro forma, e será integralmente

considerada, dentro do Processo de Licenciamento. É nossa obrigação como órgão

licenciador.

Desejo a todos um excelente evento. Espero que todos tenham capacidade de

esclarecer as questões, trabalhar juntos para obtermos os melhores resultados.

Agora, na sequência dos trabalhos que será passada pela nossa Cerimonialista,

teremos diversos momentos, como a apresentação do órgão, da Petrobras, da

Consultora. Haverá momentos para o questionamento, para a participação direta de

vocês. Repetindo mais uma vez, participem, tirem suas dúvidas, contribuam

conosco.

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Agora, vamos

passar a palavra ao Analista Ambiental Tomás Bredariol, que fará uma apresentação

institucional sobre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis – Ibama.

O SENHOR TOMÁS DE OLIVEIRA BREDARIOL (Ibama) – Bom dia a todos! Vou fazer

uma apresentação bem simples, só para situar onde este Processo de

Licenciamento está no Ibama, o caminho que percorre e como vocês podem se

manifestar da melhor forma, hoje e posteriormente.

(Apresentação institucional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis – Ibama)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –

Ibama é responsável por diversas agendas, sendo uma delas o Licenciamento

Ambiental Federal, o que estamos aqui para tratar hoje, especificamente do

empreendimento de Produção de Petróleo e Gás que, por ser no mar, é uma

atribuição do Ibama.

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7 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Dentro do Ibama, temos uma série de Diretorias. Especificamente para o

Licenciamento Ambiental, temos a Diretoria de Licenciamento. Na Diretoria de

Licenciamento temos três Coordenações Gerais, uma coisa que mudou há pouco

tem na sua configuração. Quem já participou de outras Audiências Públicas deste

tipo de empreendimento vai notar que, atualmente, estamos na Coordenação Geral

de Empreendimentos Marinhos e Costeiros - CGMac. Antes, tínhamos a

Coordenação Geral de Empreendimentos de Produção e Exploração de Petróleo e

Gás – CGPEG.

Nesta linha pontilhada, que vocês estão vendo, era o que antigamente era a

CGPEG, atualmente, temos a CGMac, em Brasília. As duas Coordenações

responsáveis pela parte de Petróleo e Gás são a Coordenação de Exploração –

COEXP e a Coordenação de Produção – COPROD continuam no Rio de Janeiro.

O Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, em

específico, é um Processo de Licenciamento Ambiental que está sob a Coordenação

de Produção – COPROD, que está com uma linha branca.

Especificamente com relação a este Projeto, já houve a entrega do Estudo de

Impacto Ambiental – EIA, há algum tempo, no início de 2016. Mas a Petrobras tem

uma série de Projetos que estão na Carteira de Licenciamento da COPROD. Então,

a Petrobras nos indica qual a prioridade. Este passou a ser prioridade só a partir de

meados de 2017, quando, então, começou a análise do Estudo de Impacto

Ambiental – EIA.

Esta análise não foi concluída. Então, a COPROD, o Ibama, ainda não emitiu

nenhum parecer técnico sobre o estudo. Já foi iniciado, temos algumas coisas

levantadas, mas não foram consolidadas em Parecer.

O Parecer vai sair, mais ou menos, no fim deste ano. E já vai incorporar as

contribuições da Audiência Pública. Quem quiser fazer contribuições após a

Audiência Pública, terá um período de 10 (dez) dias úteis para encaminhar. Claro, se

recebermos alguma coisa depois, vamos tentar incorporar ao Processo, dentro do

possível. Eventualmente, pode ser que siga num Parecer posterior. Mas, como o

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8 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Itagiba falou, as contribuições são muito bem-vindas, podem enviar quando

quiserem. Ao final da apresentação vão estar os contatos.

Então, hoje, estamos aqui para esta etapa, a Audiência Pública, a princípio, a única

prevista no âmbito deste Processo. E, aí, vocês estão vendo as formas de poder

entrar em contato.

Hoje, vocês podem protocolar qualquer tipo de documento. Vai ter um intervalo após

as apresentações, após a apresentação da Petrobras e da Consultoria, um intervalo

de quinze minutos. Quem quiser é só subir nesta mesa do meu lado direito e

protocolar qualquer documento.

Aí, vocês estão vendo também o telefone e o e-mail. Qualquer coisa é só entrar em

contato. Muito obrigado.

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Vamos passar

a palavra agora ao Gerente Geral dos Projetos de Desenvolvimento da Produção da

Petrobras, senhor o senhor Ivan Garcia dos Santos, que fará uma apresentação

sobre o empreendimento e seus objetivos.

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Boa tarde a todos.

Como falaram, é um grande prazer poder dividir o conhecimento deste Projeto com

toda a comunidade, partilhando informações com todos vocês, aqui.

(Apresentação institucional da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras)

Vou dar informações técnicas do nosso Projeto para dar conhecimento a todos.

Vamos tratar do Projeto de Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga

Verde e Mestiça, situado na Bacia de Campos. A apresentação vai estar dividida em

dois grandes blocos, o bloco em que vamos falar dos aspectos gerais do

empreendimento, incluindo localização, atividades, o cronograma previsto para o

Projeto. E, no segundo bloco, vamos falar da visão ambiental do empreendimento, o

esquema de produção, o sistema de escoamento, a rede de apoio marítimo e aéreo

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9 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

previstos para o Projeto, bem como o tratamento de resíduos e efluentes, como

estamos projetando trabalhar.

O Campo de Tartaruga Verde está situado na Região Sul da Bacia de Campos, a

cerca de 129 (cento e vinte e nove) quilômetros de Macaé, bem próximo de outros

campos já existentes, como mostra a figura. E numa lâmina d’ água que oscila entre

cerca de 650 (seiscentos e cinquenta) metros a 1.300 (mil e trezentos) metros,

sendo que o navio produtor, o Floating, Production, Storage and Offloading – FPSO,

fica na lâmina d’água de 765 (setecentos e setenta e cinco) metros de profundidade.

Os poços vão oscilar nestas lâminas d’água entre 650 (seiscentos e cinquenta)

metros e 1.300 (mil e trezentos) metros.

O nosso Campo de Tartaruga Verde possui duas jazidas, a Jazida de Tartaruga

Verde e a Jazida de Tartaruga Mestiça, como estamos mostrando, dentro dos blocos

uma mais acima e outra mais abaixo. Todas essas jazidas compõem o Campo de

Tartaruga Verde.

O nosso Projeto engloba a existência de poços interligados através de um Sistema

Submarino, linhas submarinas interligadas através de uma Unidade de Produção. E

a parte de escoamento é interligada através do submarino, do sistema de

submarino, com linhas de exportação de gás, interligados ao sistema já existente da

Bacia de Campos.

Na parte do Sistema Submarino a gente trabalha com dutos, os chamados flexíveis,

dutos compostos de várias camadas de interligação, lançados ao fundo do mar,

fazendo a interligação entre a cabeça do poço e a plataforma. Aqui, um corte típico

de um duto. E tem também umbilicais de controle, como chamamos os dutos com

pequenas mangueiras que fazem a comunicação de pressão hidráulica para o

acionamento de válvulas de segurança, a abertura de válvulas e controle da

operação de segurança dos poços e válvulas instaladas no fundo do mar.

Esses dutos são fabricados e ficam instalados em carretéis que, posteriormente, são

lançados ao mar, instalados no mar, utilizando-se de embarcações de lançamento e

instalação de dutos, que fazem o lançamento e a comunicação coma plataforma.

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10 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Na parte da Plataforma de Produção, estamos suplantando um navio de produção

conhecido como FPSO, um navio de produção e estocagem e transferência de

petróleo. Está aqui a foto real o navio na fase final de construção. Este navio tem

uma capacidade de produção de 150.000 (cento e cinquenta mil) barris de óleo, com

capacidade de líquidos de 180.000 (cento e oitenta mil), capacidade de

processamento de gás de 3.500.000 (três milhões e quinhentos mil) e capacidade de

150 (cento e cinquenta) pessoas a bordo para manter as rotinas de operação,

manutenção e a continuidade operacional segura da plataforma.

Ele é interligado no campo através de linhas de ancoragem num total de 22 (vinte e

duas) linhas de ancoragem, compostas por amarras divididas em blocos, em grupos

de quatro. Então, temos aqui a imagem de um grupamento de amarras, que fazem a

interligação e o posicionamento da unidade no local a ser instalado.

Olhando esta visão, entrando em mais detalhes sobre a operação, aquelas amarras

apontadas são fixas, presas ao fundo mar, através do que chamamos estacas-

torpedos. Essas estacas são cravadas ao fundo mar, através do uso de

embarcações que lançam as estacas e fazem a cravação no fundo do mar.

As embarcações que ajudam a fazer o lançamento e cravação das estacas no

fundo, depois, levam a amarra até a plataforma, onde esta vai fazer a fixação na

posição adequada do Projeto.

Na parte de exportação, na parte de petróleo, a gente exporta o petróleo dentro dos

tanques do próprio navio. A parte de gás não tem estocagem, tem um duto de

exportação de gás, que vai ser lançado da saída da plataforma até a rede de

gasodutos existente na Bacia de Campos. Esta interliga a rede que vai levar o gás,

passando pela Plataforma de Enchova e toda a malha de gás já existente.

O cronograma do Projeto, no ano de 2017, tem o planejamento, a busca da a visão

da ancoragem do navio, a instalação do sistema de coleta, a parte de linhas

produzidas, o início do sistema de coleta e início do sistema de exportação. E tem a

pretensão de tentar iniciar a produção até o final do ano.

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11 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Ao longo do ano de 2018, a expectativa é concluir a parte de instalação da

exportação de gás. E, ao longo de todo o ano de 2018 e mais 2019, vamos fazer a

sequência de interligação poço a poço, com a conclusão de todos os poços

interligados e o projeto efetivamente concluído no ano de 2019.

O esquema de produção da unidade está previsto, como mostrei naquele esquema,

de um navio conectado ao tanque de poços, através do qual poços e linhas

submarinas recebem a matéria-prima, o petróleo produzido, o óleo, o gás. Alimenta

o navio, passa por processos de tratamento dentro do navio para dar destinação aos

produtos, detalhados mais à frente.

E também dependem, para sua operação de suprimentos, equipamentos, bens,

artigos de hotelaria, de sobrevivência da unidade, bem como produtos químicos e

toda a parte de suprimentos fundamentais à manutenção da operação segura e da

preservação da unidade. Assim como, prevê sistemas de tratamento de resíduos e

de destinação adequada para efluentes, dentro do escopo do projeto diretamente.

Entrando num zoom, num detalhe um pouco maior da parte de produtos, os dois

produtos principais são o gás e o óleo.

O óleo será tratado para armazenamento dentro do tanque do próprio navio, e

posterior transferência para um navio de transporte. Este navio vai levar o óleo,

efetivamente, para as refinarias, para os terminais para ser processado.

O gás será escoado através da malha de gasodutos, onde vamos fazer uma linha

nova para interligar à malha de gasodutos da Bacia de Campos. Aqui, demonstra

como é feita a parte do alívio, a retirada de produção do óleo. Na rotina, o petróleo é

recebido e produzido dentro da própria unidade de produção FPSO.

Posteriormente, está previsto no projeto a cada sete dias colocar um segundo navio,

atrás daquele, conectado com um mangote para fazer o bombeamento do óleo do

navio produtor para o navio chamado de aliviador, que vai transportar o óleo para as

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12 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

refinarias e terminais, dar destinação. E, aí, abre mais espaço no navio produtor

para receber mais óleo, enquanto continua o processo produtivo.

Na parte de gás, como falei, não tem estocagem, só o tratamento, o processamento

dentro da plataforma e o tratamento. No projeto, temos a interligação desta nova

linha a esta parte restante já existente na malha da Bacia de Campos para fazer a

exportação de gás.

Entrando um pouco no suprimento, o suprimento marítimo da embarcação tem

etapas. Na etapa inicial do projeto, na parte de instalação, tem uma previsão intensa

de uso dos portos de Arraial do Cabo, Niterói, Forno e Vila Velha. E, na parte da

operação, o uso mais intenso dos portos do Rio de Janeiro e Macaé, como suporte

às operações da unidade.

Em termos de transporte aéreo há expectativa de uso do Aeroporto de Macaé e do

Aeroporto de Cabo Frio para movimentar as pessoas para embarque na plataforma.

Em termos de resíduos e efluentes, o projeto prevê um sistema de gerenciamento

de resíduos, segregação , acondicionamento para destinação final, através de

empresas devidamente licenciadas a fazer a destinação.

Não prevemos, não há nenhuma expectativa de descarte de resíduos sólidos,

apenas resíduos alimentares, devidamente autorizados e triturados para descarte no

mar.

Na parte de efluentes sanitários, o projeto contempla unidades de tratamento de

esgoto sanitário dimensionada para as condições, equipe a bordo para a instalação

de todo o serviço da plataforma. E a parte de resíduos oleosos serão coletados

através de sistemas de drenagens, encaminhados para separadores que separam a

agua do óleo. O óleo retorna ao processo principal, e a parte de água é tratada com

o objetivo de atingir a condição legal de descarte na água em condição ambiental

adequada, atendendo às legislações existentes, todas listadas no rodapé da

apresentação.

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13 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Por fim, pessoal, este é o escopo do Projeto. A parte que estamos abordando, o

Licenciamento, incorpora toda a parte de instalação e linhas de sistema de coleta,

sistema submarino, a plataforma nova com suas interfaces e interligações. E o

sistema de exportação. E futuramente, nos anos de 2018 e 2019, a interligação dos

novos poços para atingir a sua capacidade de produção.

Pessoal, obrigado. Era o que tinha a apresentar a vocês. E me coloco à disposição

na sequência das demais apresentações para esclarecimento de alguma dúvida.

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Agora, para

falar sobre o Estudo de Impacto Ambiental – EIA do empreendimento, convidamos a

representante da Consultoria Mott Macdonald, senhora Clarissa Araújo.

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott Macdonald) – Boa tarde.

Dando continuidade à sequência de apresentações, vou falar sobre os resultados

EIA-RIMA do Projeto de Desenvolvimento da Produção do Campo de Tartaruga

Verde, conduzido pela Consultora Mott MacDonald.

A Mott MacDonald é uma consultora global, localizada na cidade do Rio de Janeiro,

que atende diversos setores, como educação, meio ambiente, infraestrutura,

transporte e, também, o setor de óleo e gás.

A Habtec Engenharia Ambiental foi fundada em 1990. Em 2013, foi adquirida pelo

Grupo Mott MacDonald. Por isso, o estudo tem ainda o nome Habitec Mott

MacDonald, porque foi produzido no processo de integração. A partir de 2016,

passamos a adotar o nome Mott MacDonald.

A equipe técnica é uma equipe multidisciplinar, composta por Antropólogos,

Advogados, Comunicadores Sociais, Biólogos, Engenheiros e Oceanógrafos. Além

disso, contamos com a parceria da Consultora Tetra Tech, localizada em São Paulo,

que ficou responsável pelo Diagnóstico do Meio Físico, atendendo aos temas de

Oceanografia e Meteorologia. E também realizou a modelagem da dispersão de óleo

e efluentes.

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14 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Como foi estruturado o nosso estudo ambiental? A partir da característica do projeto

foi definida a área de estudo, uma área geográfica que contém os impactos indiretos

e diretos do empreendimento.

A partir da definição dessa área de estudo, começa o esforço para o Diagnóstico

Ambiental da região. Então, são coletadas informações de aspecto naturais e

socioambientais.

Do diagnóstico, a equipe começa a pensar nas possíveis alterações da presença

deste empreendimento, e nas medidas e projetos para reduzir e controlar essas

alterações ambientais.

É feito um estudo de risco ambiental, em que são avaliados todas as possibilidades

de risco ambiental no projeto. É feito o gerenciamento deste risco, estabelecidos

programas, como o Programa de Gerenciamento de Risco – PGR, alinhado ao qual

temos o PEI – Programa de Emergência Individual, programa para atendimento no

caso de derramamento de óleo.

Resumindo, quando se agregam essas informações, consegue-se chegar a uma

conclusão sobre a viabilidade técnica do Projeto.

Nosso FPSO está localizado a 129 (cento e vinte e nove) quilômetros da costa de

Macaé, numa coluna d’água de 765 (setecentos e sessenta e cinco) metros de

profundidade, conectada a 12 (doze) poços produtores de óleo, 6 (seis) injetores

d’água. A este sistema submarino, temos conectado um gasoduto para fazer a

exportação do gás e, frequentemente, na nossa locação, teremos a presença de

embarcações de apoio e de um navio aliviador.

Na definição da área de estudo da atividade foram adotados critérios no Termo de

Referência deste estudo. Para o meio natural, seria a localidade da instalação do

empreendimento, a área sujeita ao descarte de efluentes sanitário e de produção, as

áreas utilizadas pelas embarcações que vão prestar apoio à atividade. E os

municípios que teriam alguma possibilidade de alteração devido ao trânsito de

embarcações nas Unidades de Conservação.

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15 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Além disso, foram considerados também os municípios em que se poderia ter a

probabilidade de toque de óleo, no caso de derrame acidental. Então, foram

adotados critérios para incluir, dentro da área de estudo, os municípios com

probabilidade acima de 30% (trinta por cento), cuja chegada do óleo venha a ocorrer

com tempo inferior ou igual a 60 (sessenta) horas.

Para o meio socioeconômico, foram considerados os municípios que possuem

instalações de apoio, os municípios que têm alguma demanda de infraestrutura ou

serviços durante a instalação e operação do empreendimento. Os municípios

beneficiários dos royalties.

Nesse critério foram considerados os municípios confrontantes ao bloco, os

municípios que sofrem a interferência sobre a atividade de pesca, sobre as

atividades econômicas, recreativas. E também os municípios com probabilidade de

toque superior aos 30% (trinta por cento), com tempo inferior ou igual a 60

(sessenta) horas.

O estudo, o nosso campo está localizado a 129 (cento e vinte e nove) quilômetros

da costa de Macaé. Como as embarcações seguirão as rotas do Porto de Vitória,

Companhia Portuária de Vila Velha, Terminal Alfandegado de Imbetiba, Porto do

Forno, Porto de Niterói e o Porto do Rio de Janeiro, o trato é considerado para

definição da área de estudo.

Na parte de operação, serão demandadas às bases de apoio do Terminal

Alfandegado de Imbetiba e o Porto do Rio de Janeiro. Os navios aliviadores, embora

tenham uma frequência de viagens inferior, temos embarcações direcionadas ao

Terminal Madre de Deus, ao Terminal Aquaviário da Baia de Guanabara. E também

o Terminal Almirante Barroso.

Bom, como base de apoio aéreo, temos o Aeroporto de Macaé e o Aeroporto de

Cabo Frio.

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16 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A partir desses critérios, foi definida como área de estudo do meio físico biótico toda

a porção costeira e marítima da Bacia de Campos, pegando a extensão de Vila

Velha até Armação de Búzios. E também foram incluídos os municípios, alguns

municípios na porção Norte da Bacia de Campos, devido ao tráfego de embarcações

de apoio. Ou seja, pegamos esses municípios “hachurados” até o limite do Rio de

Janeiro.

Para o meio socioeconômico, a extensão da área vai de Vitória até o município do

Rio de Janeiro. Os municípios também estão “hachurados” em marrom.

E como é o meio ambiente da região? A partir da determinação desta área de

estudo, começa-se a avaliar a qualidade ambiental. Dentro do diagnóstico, vamos

compor a análise para o meio físico, para o meio biótico e o meio socioeconômico.

No meio físico, é apresentada a análise sobre o clima da região, com informações a

respeito da temperatura do ar, evaporação, passagem de frente fria. Foi utilizado um

Banco de Dados bastante robusto, abrangendo uma extensão temporal de trinta

anos.

No oceonografia, foram apresentados dados de salinidade d’água, temperatura,

massas d’água e correntes. Também foram utilizados Bancos de Dados nacional e

internacional.

Para a qualidade d’água do sedimento foram utilizados dados produzidos pelo

programa de caracterização regional da Bacia de Campos, um projeto desenvolvido

pela Petrobras, que tem uma extensa malha amostral, em que foram coletadas

informações tanto na área rasa de plataforma quanto na área profunda, no talude

onde o empreendimento está localizado.

Como foi feito o Diagnóstico da Geologia? Foram utilizadas literatura e outras

publicações, como artigos científicos. E a Petrobras também fez a aquisição de

alguns dados da região, dados de sísmica, imageamento do fundo a partir de dados

de ROV - Remote Operated Vehicle. Então, são apresentados neste diagnóstico

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17 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

tanto a questão de mineralogia quanto questões de segurança, associadas à

instalação do empreendimento.

Como o meio biótico da Bacia de Campos é uma área com grande diversidade de

ecossistemas, com restingas, manguezais, lagoas. A fauna também é bastante rica.

Então, há necessidade de criação de Unidades de Conservação.

Como foi feito o detalhamento? Qual foi o banco utilizado para a determinação das

Unidades de Conservação? Foram consultadas publicações do Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, do Ministério do Meio

Ambiente – MMA. E também foram feitos contatos com as Secretarias de Meio

Ambiente.

A partir das informações foram identificadas 79 (setenta e nove) Unidades de

Conservação na região, 4 (quatro) federais, 14 (quatorze) estaduais e 61 (sessenta

e um) municipais, dentre as quais 46 (quarenta e seis) áreas de proteção Integral e

33 (trinta e três) áreas de uso sustentável.

Esse mapa apresenta algumas das unidades identificadas no Estado do Espírito

Santo e no Estado do Rio de Janeiro. No detalhe hachurada em rosa estão as

unidades de uso sustentável; em verde, as áreas de proteção integral.

Vou passar uma sequência com algumas Unidades de Conservação identificadas ao

longo do projeto, como entre Vila Velha e Piúma, o trecho entre Anchieta a

Marataízes, de São Francisco de Itabapoana até Carapebus, de Macaé até Arraial

do Cabo. Algumas unidades foram identificadas na Baía de Guanabara, em Maricá,

e no Complexo Lagunar de Sepetiba.

Além das Unidades de Conservação, foram incluídas análises dos grupos presentes

na região, como o Diagnóstico dos Quelônios, que são as tartarugas marinhas, aves

marinhas e cetáceas, incluindo os grandes como baleias e golfinhos. Foi dada

atenção à questão da presença, nesta região, de espécies em extinção, espécies

indicadoras de qualidade ambiental ou aquelas que têm importância ecológica e

econômica.

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18 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Foi feito o Diagnóstico dos Bancos Biogênicos, os bancos de corais, algas, moluscos

e de comunidades de fundo, a comunidade dos seres que vivem sobre sedimentos

ou soterrados. E também de recursos pesqueiros.

No diagnóstico foi feito o detalhamento da área de ocorrência das espécies, e de

questões associadas às rotas de migração para poder verificar a possibilidade de

interferência sobre a vida dos animais.

No meio socioeconômico foram apresentadas informações a respeito de grupos de

interesse, aquelas entidades relacionadas ao ambiente marinho, ligadas à pesca, ao

turismo e ao lazer. Como exemplos, temos a Z-4, em Cabo Frio; a Colônia de

Pescadores Z-19, em Campos de Goytacazes. E uma colônia identificada em

Armação de Búzios.

No item Grupos de Interesse, foram apresentadas informações a respeito do uso do

solo, ocupação e uso do solo da região. Apresentamos informações sobre a

dinâmica demográfica, ou seja, o estudo da população do entorno, com informações

a respeito de escolaridade e etc. E também informações sobre a infraestrutura, que

seriam as demandas privadas e públicas necessárias às necessidades básicas da

população.

Outro tema abordado, dentro do Diagnóstico Socioeconômico, foi a atividade

pesqueira, quando foi feito todo o detalhamento da frota que atua na região, com as

espécies alvo da pesca, as áreas de pesca dos municípios, a área de abrangência

das embarcações.

Esse detalhamento foi feito a partir de um banco de dados bem robusto, que vai

conter dados de outros estudos ambientais, como o TLD – Teste de Longa Duração

de Libra, o TLD de Forno, o EIA-RIMA de Rota 3. Mas também dados de programas

ambientais conduzidos na Bacia de Campos e no Espírito Santo, como o Programa

de Desembarque Pesqueiro, o Programa de Caracterização Regional da Bacia de

Campos, o PEA – Programa de Educação Ambiental da Bacia de Campos e dados

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19 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

da CEPERJ - Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas

e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro.

A partir dessas informações, foram diagnosticados 6 (seis) municípios no Espírito

Santo que teriam atividade de pesca, na área de estudo. Neste primeiro mapa , em

rosa, vemos a área de atuação deste município.

Na sequência, temos área de pesca de Vila Velha, Guarapari, Piúma, Itapemirim e

Marataízes.

No Rio de Janeiro, foram identificados 17 (dezessete) municípios atuantes na região,

São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Campos dos Goytacazes,

Quissamã, Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio, Armação de Búzios, Arraial do Cabo,

Saquarema, Maricá, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Magé, Duque de Caxias e Rio de

Janeiro.

Além de informações a respeito da atividade pesqueira artesanal, foi avaliada

também a atividade pesqueira industrial, sendo considerada a frota industrial como

uma frota de maior mobilidade. Então, foi adotado como critério para a inclusão

embarcações com arqueamento acima de cinquenta, arqueamento bruto. E foram

utilizados dados do Boletim de Pesca do extinto Ministério de Pesca e Apicultura,

num banco de dados que abrange 2008, 2009 e 2010. Além de informações do

Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélites –

PREPS e do Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira.

A partir deste diagnóstico, foram identificadas 6 (seis) Artes de Pesca, atuando na

região, com arrasto duplo, o emalhe de fundo, o espinhel horizontal de superfície, a

rede de cerco, a vara com isca viva e a captura com armadilha.

Daí, a equipe começou a pensar quais seriam os impactos da presença do

empreendimento no ambiente. A análise do impacto é feita a partir de uma literatura

consagrada, seguindo o modelo clássico de avaliação de impactos. E dividimos os

impactos em efetivos e potenciais.

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20 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Os impactos efetivos seriam as modificações ambientais positivas ou negativas que

ocorrem por conta das ações de instalação, operação e desativação do

empreendimento.

Os impactos potenciais seriam aqueles associados à possibilidade de um

vazamento de óleo decorrente da atividade. Então, como critério adotado, trouxemos

como exemplo de qualificação impactos positivo e negativo. O impacto positivo

seria o impacto que gera melhoria, qualidade ambiental. O negativo é quando há

perda da qualidade ambiental. Então, é preciso ponderar a relevância do impacto

entre pequena, média e grande. Na análise do ecossistema e das áreas de

reprodução e alimentação, analisa-se se há pouco uso humano, espécies com baixa

sensibilidade, e qualifica-se como baixa, média ou alta.

Além da identificação dos impactos, a equipe pensou em medidas para controle ou

redução das alterações no ambiente. As medidas podem ser classificadas em quatro

tipos, medidas mitigadora, de controle, compensatória ou potencializadora. No

entanto, neste estudo não temos medidas compensatórias.

Avançando na análise de impacto, neste estudo temos um diferencial, que seria não

fazer a análise de impacto durante toda a fase do empreendimento. Então, foi feita

uma divisão, considerando o impacto na fase de instalação, como uma ponderação.

À fase de operação, devido à maior duração desta fase, foi atribuída outra

ponderação. E também a desativação.

Os fatores ambientais no meio físico foram água, ar, assoalho marinho, ave e fauna,

biota marinha, cetáceos e quelônios, comunidade bentônica, comunidade

planctônica, ictiofauna, cetáceos e quelônios. Nestes grupos o mesmo fator pode

aparecer em três impactos, em três fases diferentes. Por causa disso, há um

quantitativo de impactos para o meio físico quanto socioeconômico maior do que em

outros estudos ambientais porque faz esta separação em fases.

Por exemplo, o impacto sobre a qualidade d’água do descarte de efluentes vai

aparecer nas três fases por que há embarcações atuando no apoio do

empreendimento e gerando efluentes. Então, avaliamos o impacto por três vezes.

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21 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

No meio socioeconômico, esses foram os fatores avaliados, população,

conhecimento técnico-científico, atividade pesqueira industrial, atividade pesqueira

artesanal, tráfego marinho, infraestrutura portuária, tráfego aéreo, economia local,

estadual e nacional, infraestrutura e disposição de resíduos.

Bom, como exemplos, trouxemos impactos do meio físico e do meio

socioeconômico. No meio físico biótico, temos um primeiro impacto com a introdução

de espécies exóticas. Esta unidade PSO está sendo mobilizada, a transferência, o

tráfego até a locação pode vir a introduzir espécies que não são naturais da região.

Então, precisamos propor medidas, e a medida associada a este impacto é o

gerenciamento da água de lastro.

Outro impacto é a ressuspensão do sedimento marinho. Como foi dito pelo Ivan,

serão instaladas estruturas sobre o fundo. Então, uma vez que se lança o sistema

de amarramento, cravam-se as estacas no fundo ou faz a instalação do gasoduto,

há ressuspensão do sedimento marinho. A ressuspensão do sedimento marinho

Pode vir a causar um impacto temporário sobre a qualidade d’água, e também

sobre a fauna que vive associada ao fundo. Como medida associada, temos o

acompanhamento das interferências ambientais da instalação de equipamentos

submarinos.

Outro impacto é a geração de ruídos. O próprio funcionamento do maquinário do

FPSO e o tráfego de embarcações prestando apoio a esta unidade pode fazer

ocorrer a geração de impactos sobre grupos como cetáceos e quelônios. Então,

pode haver impactos sobre as tartarugas marinhas e sobre baleias e golfinhos. E,

coo medida associada, temos a manutenção e inspeção de equipamentos.

Além da questão do ruído, esses grupos também são impactados pelo tráfego de

embarcações. Embora a gente tenha a redução da velocidade das embarcações que

vão estar prestando apoio, pode vir ocorrer interferência, causar afungentamento.

Ou trafegar em velocidade incompatível, pode vir a ocorrer abalroamento de

organismos. Então, o ideal é que haja capacitação dos trabalhadores para que

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22 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

sigam as normas para que naveguem em velocidade inferior, o que permitirá

manobras, evitando a questão da interferência sobre a vida de cetáceos e quelônios.

Outro impacto seria a interferência sobre a ictiofauna decorrente do lançamento de

efluentes do FPSO e das embarcações que vão prestar apoio. Os efluentes líquidos

e os resíduos alimentares lançados podem causar interferência temporária e pontual

sobre a qualidade d’água, que pode ocasionar a atração dos peixes para esta

região. Como medida associada, temos o gerenciamento dos efluentes líquidos,

lembrando que os resíduos alimentares são triturados em partículas bem

pequenininhas lançadas na coluna d’água.

Ainda temos a alteração da qualidade d’água. Além dos efluentes líquidos, serão

lançados n’ água os rejeitos da unidade de remoção de sulfato e a própria água de

produção. Como medida associada, temos o gerenciamento de efluentes.

Outro impacto é a alteração da qualidade do ar. A queima de gases para a geração

de energia pode causar uma alteração na qualidade do ar pontual, lembrando que o

FPSO está a 129 (cento e vinte e nove) quilômetros da costa de Macaé. Então, a

própria dinâmica natural da atmosfera tende a dissipar as emissões de gases. A

medida associada é o gerenciamento das emissões atmosféricas.

A partir da análise do meio físico e biótico foram identificados 35 (trinta e cinco)

impactos, 35 (trinta e cinco) impactos negativos, lembrando que temos a questão de

repetir o mesmo impacto durante as fases do empreendimento, por isso, um

quantitativo de impactos grandes. Dentre os 35 (trinta e cinco) impactos negativos,

17 (dezessete) impactos são de pequena importância e 18 (dezoito) de média

importância.

No meio socioeconômico, temos o impacto de geração de expectativa na população,

motivo por estarmos todos aqui presentes. A chegada do empreendimento gera

certa insegurança, a população quer saber quais alterações o empreendimento vai

trazer para sua vida cotidiana. Quer saber quais seriam os postos de serviço

gerados. Então, como medida associada, temos o esclarecimento à população e às

autoridades.

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23 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Outro impacto é a interferência na atividade pesqueira. O tráfego das embarcações

que vão prestar apoio pode interferir sobre a área de pesca dos municípios. Além

disso, temos a questão da criação de uma Zona de segurança, que abrange um raio

de 500 (quinhentos) metros da unidade. Nesta área só será possível o tráfego de

embarcações que prestarão apoio.

Além da interferência na área de pesca, temos também municípios que atuam

diretamente na pesca na localidade onde será instalado o empreendimento. Como

medida associada, temos o esclarecimento às comunidades pesqueiras e os avisos

permanentes.

Outro impacto é a pressão sobre a infraestrutura de disposição final de resíduos.

Todos os resíduos gerados na plataforma passam por um processo de separação, o

destino final é feito em terra, e podem ser a reciclagem, o processamento, o

aproveitamento como adubo. O transporte será feito com bastante segurança, com

preenchimento de documentos, certificados para fazer o registro. Como medida

associada, temos o gerenciamento dos resíduos sólidos e a capacitação ambiental

dos trabalhadores.

Mais um impacto seria a pressão sobre o tráfego marítimo. Embora as embarcações

que vão prestar apoio ao empreendimento já atuem na região, teremos um

incremento do número de viagens, que pode causar pressão sobre o tráfego

marítimo na região. Como medida associada, temos o atendimento às Normas de

Navegação e a capacitação ambiental dos trabalhadores.

Da mesma forma, a gente tem o incremento no tráfego aéreo com a questão de

trocas de turno. Como medida associada a este impacto, temos o atendimento às

Normas de Uso do Espaço Aéreo.

A pressão sobre a infraestrutura portuária é outro impacto, embora as bases de

apoio, os portos também já venham sendo demandados pela indústria de óleo e gás.

Nós prevemos uma maior entrada e saída de embarcações, que pode gerar uma

pressão sobre esta infraestrutura. Este impacto não tem uma medida associada.

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24 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Também, há o impacto da geração de empregos indiretos e a manutenção de

empregos. Está prevista a contratação de mão de obra especializada durante a fase

de instalação, operação e desativação do empreendimento.

Além disso, preveem-se novos postos de serviços, associados à hotelaria,

alimentação. Ou seja, a demanda de bens e serviços pode vir a gerar a abertura de

novas vagas de emprego. Este é um impacto positivo, e sem medida associada.

Outro impacto é o aumento da produção de petróleo. A chegada deste

empreendimento na região vai aumentar a produção não somente da Petrobras,

mas localmente na Bacia de Campos. De acordo com as estimativas, teremos um

incremento de 33% (trinta e três por cento) na produção de óleo na Bacia de

Campos e 23% para o gás. Isto corresponde a 5,16% de incremento de produção de

petróleo da Petrobras. Este é um impacto positivo, e sem medida associada.

Outros impactos positivos são a geração de tributos relacionados aos comércio e

serviços, as aquisições. A demanda do empreendimento vai gerar renda para s

municípios, além da geração de royalties. Os municípios vão ter o beneficio de

incremento de renda. Este é um impacto positivo, e sem medida associada.

Na síntese de impactos do meio socioeconômico foram identificados 36 (trinta e

seis) impactos, 25 (vinte e cinco) negativos, 11 (onze) positivos. Dentre os impactos

negativos, 14 (quatorze) são de pequena importância, 7 (sete) de média importância

e 3 (três) de grande importância.

Nos impactos positivos, 7 (sete) impactos foram classificados como de alta

importância.

Além dos impactos efetivos, foram avaliados no estudo os impactos potenciais,

aqueles associados ao derramamento acidental de óleo. Como exemplo, trouxemos

a alteração da qualidade ambiental, devido ao derramamento acidental de óleo.

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25 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Mas precisamos reforçar que foram avaliados outros fatores ambientais, como a

fauna e flora da região. Foram incluídos impactos sobre cetáceos, quelônios, sobre a

atividades socioeconômicas, impactos sobre a pesca, o tráfego aéreo. Então, temos

outros fatores incluídos no estudo.

Para aquele impacto, temos como medida associada a gestão e prevenção de risco

e ações de controle de acidentes.

A partir da identificação dos impactos e da proposição de medidas , precisamos

agregar as medidas em projetos ambientais. Então, quais são os projetos ambientais

propostos no âmbito do Projeto de Desenvolvimento da Produção dos Campos de

Tartaruga Verde e Mestiça?

O Projeto de Monitoramento Ambiental – PMA, que busca identificar através de

amostragens periódicas de qualidade d’água, do sedimento, as possíveis alterações

do meio. É um programa de âmbito regional, já atende à Bacia de Campos. O

cronograma vai seguir este programa.

O Projeto de Controle da Poluição – PCP estabelece os critérios para o

gerenciamento de efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões gasosas. Temos

também o Projeto de Manejo de Aves – PMAVE, sabendo que a presença dessas

unidades em alto mar causa efeito atrator para aves, por causa da questão de pouso

e da questão da presença de iluminação na plataforma. A equipe que está presente

no FPSO precisa saber como lidar com isso. Então, dentro deste Projeto trazemos

orientações e ações de resposta em caso de ocorrência de aves para minimizar os

efeitos sobre este grupo.

Em relação aos projetos socioeconômicos, temos o Projeto de Comunicação Social

– PCS, que procura trazer esclarecimentos à população da atividade da Petrobras

na Bacia de Campos. Orienta sobre os riscos das atividades e as medidas

necessárias para a segurança da população.

O Projeto de Educação Ambiental – PEA utiliza técnicas educativas e participativas

para que os grupos sociais impactados venham a ter o empoderamento e possam

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26 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

participar das atividades que vão favorecer a tomada de decisão na gestão

ambiental regional.

Em referência ao PEA, temos o Projeto de Educação Ambiental dos Trabalhadores –

PEAT, quando os trabalhadores receberão capacitação de atitudes individuais ou

coletivas que visem a preservação do ambiente e a segurança no ambiente de

trabalho.

O Projeto Desativação contempla todos os procedimentos que serão adotados na

época da desativação do empreendimento.

E quais são os riscos ambientais do projeto? Como são tratados? Conforme havia

dito, a partir da inscrição da atividade, temos a identificação dos possíveis cenários

acidentais. É feita uma análise preliminar de perigos. Então, reúne-se neste

documento todas as situações acidentais passiveis de evoluir para vazamento de

óleo no mar. É feito também o imput de uma análise histórica, com a coleta de

informações a respeito de acidentes nacionais e internacionais para dar suporte à

prevenção do risco.

Com base no risco mapeado, temos a elaboração do Plano de Gerenciamento de

Risco, conhecimento como PGR, que vai consolidar as medidas preventivas para

reduzir a possibilidade de qualquer acidente.

Agora, serão apresentadas algumas ações do PGR, como a Revisão Periódica da

Avaliação do Risco, um documento que será visitado, sempre atualizado pela

empresa, incluindo, caso seja mapeado, algum risco não considerado no Projeto.

O Programa de Inspeção Periódica e Manutenção dos Equipamentos, o Programa

de Capacitação dos Equipamentos, o Programa de Capacitação Técnica dos

Trabalhadores, o Sistema de Permissão de Trabalho, com o controle de cada

atividade desenvolvida na FPSO. Também, temos a realização de auditorias

periódicas.

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27 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Além das medidas preventivas do PGR, ainda existem planos de combate a

situações de emergência com vazamento de óleo no mar, como o PEI – Programa

de Emergência Individual, que segue a Diretriz Conama 398/2008 e o PEBHC –

Plano de Emergência para Vazamento de Óleo, que atende à área geográfica da

Bacia de Campos.

Como ações, temos a Definição das Ações de Resposta, a Comunicação dos

Acidentes. Então, há toda uma sequência a ser seguida para notificação de um

acidente, com a identificação do responsável pela comunicação, que vai acionar as

pessoas que estarão trabalhando, no caso de acidente com vazamento de óleo.

Tem um Sistema de Identificação de Responsabilidade dentro do PGR, com a

descrição de todos os equipamentos e materiais utilizados nas Ações de Resposta,

como os coletores de óleo, as barreiras de contenção. Além disso, é feito todo o

registro e investigação de informação. Para cada acidente reportado será

investigada a causa, que servirá de imput para a prevenção de novos acidentes.

É preciso ficar claro que os trabalhadores participam de simulados. A equipe sabe o

que fazer, está preparada para atender a uma situação de emergência.

Como conclusão do estudo, a partir da reunia de todas essas informações, a equipe

técnica da Mott MacDonald faz uma análise sobre a viabilidade ambiental do projeto.

Então, com base no conjunto de dados apresentados, a equipe avaliou o Projeto

como tecnicamente, economicamente, socialmente e ambientalmente viável. Mas,

claro, a prerrogativa de validar esta viabilidade técnica é de responsabilidade do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama.

A equipe técnica da Mott MacDonald agradece a oportunidade de ter conduzido este

projeto, um projeto bastante estimulante, desafiador para nossa equipe. E que muito

contribuiu para o conhecimento técnico de toda a equipe.

Muito obrigada a todos. (Palmas)

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Obrigada,

senhora Clarissa Araújo, por sua apresentação. Agora, vamos ouvir o senhor

Itagyba Neto, que tem algumas informações de procedimentos para nos passar.

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28 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Primeiramente,

gostaria de registrar a presença de algumas autoridades nesta Audiência Pública.

Gostaria de registrar a presença do senhor Naldir de Oliveira Mendonça, Secretário

Municipal de Fazenda e Planejamento da Prefeitura de Araruama; senhor Cláudio

Barreto, Secretário de Meio Ambiente do Município de Araruama; e a senhora

Alexandra Codeço, Vereadora do Município de Cabo Frio. Agrademos a presença na

Audiência.

Algumas questões deveriam ter sido faladas no início da Audiência Pública. Por

exemplo, as cópias do Estudo Ambiental, que acabou de ser apresentado, foram

distribuídas para diversas instituições ao longo da área de influência, identificada

pela Petrobras e pela Consultora para este empreendimento.

A relação completa de onde os Estudos foram entregues, onde estão

disponibilizados, consta no Edital publicado na abertura de prazo e na divulgação

desta Audiência Pública.

Temos aqui neste momento, nesta Audiência Pública, cópias integrais dos Estudos

Ambientais e algumas versões do RIMA, caso alguém tenha interesse consultar.

Partiremos, após a apresentação de todos, para o momento principal, o momento

dos questionamentos que serão trazidos por vocês para que nós possamos

responder.

Neste momento, algumas orientações para darmos um fluxo melhor à Audiência

Pública. Para as questões por escrito, peço que para cada pergunta seja preenchido

um formulário. Você tem três perguntas? Preencha três formulários, e entregue. Isto

facilita na hora de organizar, até por que fazemos a separação por tema. Então,

muitas perguntas num mesmo formulário dificulta.

Para as questões orais, as recepcionistas que fazem parte do Cerimonial terão uma

lista para que vocês se inscrevam. Então, após a conclusão das perguntas por

escrito, passaremos para este momento.

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29 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Por último e muito importante, caso qualquer um de vocês tenha um documento,

uma contribuição a entregar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis – Ibama para inserir dentro do Processo de Licenciamento,

peço que agora, no momento do intervalo, vocês se direcionem à mesa do Ibama,

aqui atrás do palco, para protocolar o documento. O documento será, integralmente,

inserido no Processo de Licenciamento e será objeto de avaliação pela equipe

técnica do Ibama. Então, peço que tragam para a gente neste intervalo.

Vou passar a palavra ao Cerimonial. Teremos um intervalo e, a partir de agora,

vocês poderão solicitar as fichas para as perguntas por escrito, bem como se

inscreverem para as questões orais.

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Neste

momento, faremos o intervalo a que o senhor Itagyba se referiu. O intervalo será de

quinze minutos. E iniciaremos as inscrições para as perguntas. Os formulários, como

o senhor Itagyba falou, estão sendo distribuídos por nossos recepcionistas, tanto

para as perguntas escritas quanto para as perguntas orais.

Vocês receberam um voucher durante o credenciamento. Pois com este voucher,

vocês receberão um lanche. Não é preciso sair do seu lugar. Basta aguardar que o

carrinho vai passar fazendo a distribuição dos lanches.

Até daqui a pouco!

(Encerra-se a I Parte da Audiência Pública às 16 horas e 16 minutos)

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30 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

II Parte Audiência Pública para discutir o Licenciamento para o Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga Verde e Mestiça, na Bacia De Campos, Rio de Janeiro, iniciada às 16 horas e 57 minutos

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Senhoras e

senhores, daremos início, agora, à sessão de perguntas. Para tanto, vamos compor

a Mesa de Debates, convidando, representando a Petróleo Brasileiro S.A. -

Petrobras, o Gerente Geral dos Projetos de Desenvolvimento da Produção, senhor

Ivan Garcia dos Santos; o Gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, senhor

José Celso Pessanha Júnior; e representando a Gerência de Comunicação na Bacia

de Campos, senhora Cáthia Souto; representando a Consultoria Mott MacDonald, a

senhora Clarissa Araújo; representando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o senhor Tomás de Oliveira Bredariol,

Analista Ambiental da Coordenação Geral de Petróleo e Gás. E, para presidir a

Mesa, representando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis – Ibama, o senhor Itagyba Alvarenga Neto, Coordenador de

Licenciamento Ambiental de Produção de Petróleo e Gás da Coordenação de

Licenciamento Ambiental de Produção de Petróleo e Gás.

Composta a Mesa, vamos iniciar a sessão de perguntas. Passo, agora, a palavra ao

senhor Itagyba Alvarega Neto, que vai conduzir a sessão de perguntas.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Vamos retomar os

trabalhos. Permanecem abertas as inscrições para questionamentos orais. Daqui a

alguns minutos iremos encerrar este momento.

Gostaria de registrar a presença do Presidente da Câmara Municipal de Cabo Frio,

senhor Aquiles Barreto.

Para deixar clara a forma com que iremos trabalhar, nós recebemos uma série de

questões que tentamos agrupar por tema, como pesca, royalties, impactos, riscos

porque a questão de uma pessoa se repete diversas vezes. Assim, conseguimos

utilizar melhor as respostas.

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31 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Estamos fazendo o agrupamento. Eu chamarei o autor da pergunta para que se

identifique, levante para que a gente só traga à Mesa as questões das pessoas

presentes, enfim, por que alguns podem ter se ausentado.

A primeira questão foi feita pelo senhor José Francisco Marinho: “Por que no quadro

de critérios, o município de Araruama não aparece como beneficiário de royalties?”

A segunda pergunta é da senhora Maria Helena Vicente: “Qual a necessidade da

área de influência, afetada pelo empreendimento, que irá receber royalties?”

Para responder a essas questões, temos representantes da ANP – Agência

Nacional do Petróleo, que tratam da questão de royalties. Esta não é uma

competência do Ibama, a ANP é que trata dessas questões. Vou chamar o

representante da ANP para prestar esclarecimentos sobre essas situações.

O SENHOR RAFAEL CHAVES CAMACHO (ANP) – Boa tarde. Meu nome é Rafael, e

trabalho na Superintendência de Participações Governamentais. Vou tentar

esclarecer de uma forma bem sucinta os critérios de participações governamentais,

de royalties.

A participação governamental depende de ter a produção acontecendo. Aqui, no

caso, pelo que ouvimos na apresentação, feita em termos técnicos pelo Diretor

Geral, a operação vai acontecer somente a partir do ano de 2018.

Então, quando acontecer a produção, a gente vai poder identificar a necessidade.

Um dos critérios é a parcela de 5% (cinco por cento) para os municípios afetados

por operações de embarque e desembarque de petróleo, gás e etc. Mas somente

quando houver a operação, vamos poder identificar que município vai receber por

aquele critério.

Agora fica difícil dar uma posição e dizer qual município vai receber royalties. E a

parcela acima de 5% vai ter uma confrontação com o campo. Então, precisamos

saber qual o limite do campo para delimitar quais são os municípios que irão receber

os royalties.

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32 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Peço que, quando estiver mais perto, a gente possa se manifestar e deixar claro

quais são os municípios que irão receber os royalties. Esta é uma das perguntas.

A outra pergunta, acredito que essa resposta já abrangeu esta outra pergunta,

também. Vamos nos manifestar quando acontecer realmente a produção do campo.

(Manifestações da plenária)

Acredito que na primeira resposta já tenha atendido essa pergunta. Somente quando

acontecer a produção, vamos conseguir definir quais são os municípios beneficiados

por royalties, entendeu?

Ficou claro ou alguém tem mais alguma dúvida?

(Manifestações da plenária)

Em Araruama, a gente precisa ver, quando entrar em produção, para definir quais

são os beneficiários dos royalties, entendeu? Quais são os municípios, entendeu? O

estado, posso falar com certeza, que será o Rio de Janeiro. Agora, sobre os

municípios, preciso que entre em produção para poder passar uma posição concreta

para vocês, entendeu?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado.

Estão contemplados com a resposta? Vamos seguir. Até o momento, tivemos 373

(trezentos e setenta e três) presentes em nossa Audiência Pública.

Senhor Sérgio Ferreira está presente? A sua pergunta: “Como será feita a

compensação dos pescadores durante a implantação do projeto?” “Quais critérios

serão usados e qual o tempo de duração da compensação?” Petrobras e Mott

MacDonald.

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Boa tarde.

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33 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Esta Audiência Pública faz parte de um processo para a gente identificar

oportunidades do atendimento. Então, nós entendemos que, quando sair a Licença

do Ibama em relação a este empreendimento, vamos identificar oportunidades que,

de repente, foram levantadas neste próprio ambiente aqui para que a gente possa

fazer a implementação dessa compensação.

Então, está dentro do próprio Processo de Licenciamento, como todos os outros

projetos em que a gente identifica para fazer a compensação. Tem alguma

compensação em lei, e tem outras que, dentro do entendimento do Ibama, em

relação a esta discussão, pode ser incorporada quando chegar a licença para a

Petrobras.

O entendimento é este. Não sei se o Ibama quer fazer mais algum complemento.

O SENHOR TOMÁS DE OLIVEIRA BREDARIOL (Ibama) – Vou fazer alguns

esclarecimentos. Existe uma compensação, a compensação ambiental para as

Unidades de Conservação, mas não é o que estamos falando no momento.

O empreendimento vai ter compensação ambiental, que é o valor destinado para o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Mas o esclarecimento que vamos

fazer aqui é sobre outros projetos que tem a ver com a questão da pesca.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Com relação às

questões de pesca de maneira geral, o Anderson, nosso Analista, vai fazer

esclarecimentos adicionais.

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Especificamente com relação

à Compensação da Atividade Pesqueira, os PCAPs, a princípio, este

empreendimento, pelas características, ainda não avaliamos se é passível de

compensação de atividade pesqueira. Mas a princípio, pelas características dele, da

forma como temos conduzido até agora, não é passível de PCAP. Mas vamos

avaliar ainda, e aguardamos contribuições desta Audiência Pública, por parte dos

pescadores, para levarmos em consideração as informações que, por ventura,

cheguem ao processo. E levar em consideração na análise.

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34 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

(Manifestações da plenária)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – A próxima

pergunta é do senhor Ronicler Pereira Feliciano: “Se houver um derramamento de

óleo, afetaria Cabo Frio e Quissamã, pois Rio das Ostras e Macaé estão no

ambiente que foram identificados para receber royalties?” Como está se tratando de

derramamento de óleo, a consultora vai responder.

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Boa tarde.

Conforme foi apresentado, foi feito um estudo de modelagem de dispersão de óleo.

A partir dos resultados, no domínio da mancha não temos municípios com

probabilidade de toque superior a 30%. Então, não temos inclusão de nenhum

município por esta questão. Não prevemos este tipo de impacto sobre a atividade

pesqueira.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Ronicler

foi atendido? Microfone para ele, por favor.

O SENHOR RONICLER PEREIRA FELICIANO – Na página vinte e um está previsto para

Quissamã e Cabo Frio. Dentre esses municípios, fica na imediação Macaé,

Carapebus e Rio das Ostras. Se houver um derramamento possível, tudo é possível,

quando se trata de empreendimento. Tem a possibilidade de dar certo ou dar

errado. Quer dizer, que só vai afetar Quissamã e Cabo Frio? Se houver um

derramamento está dentro da área?

Se você olhar o mapa, o zoneamento, não tem como mentir. Foram vocês que

fizeram. Se tem alguma coisa de errado, a senhora tenta corrigir. No mapa, Macaé

fica praticamente no centro de tudo. Então, por favor, exijo que seja incluído aqui,

também, na área dos royalties já nesta previsão de contemplar esses municípios,

também. Muito obrigado. (Palmas)

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Bom, temos

um especialista responsável pela modelagem, a Andrea. Ela gostaria de ter a

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35 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

oportunidade de responder, assim como o Alisson pode fazer uma complementação

em relação à pesca.

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) – Pelo

que estou vendo, pelo meu entendimento, está havendo uma questão em relação à

modelagem de óleo e o recebimento de royalties.

O que está apresentado naquela tabela, apenas em Quissamã e Macaé, é o critério

preliminar de confrontação com o poço para pagamento de royalties. Então, neste

critério preliminar, que ainda vai ser aprofundado pela ANP, como foi apresentado,

realmente só entraram Quissamã e Cabo Frio.

Em relação à modelagem, nenhum daqueles municípios que estão na área de

influência, entraram por conta de um critério de toque por que nenhum teve acima

de 30%, se houver um acidente.

Então, os municípios entraram na área de influência por questão de pesca, por

interferência com a rota das embarcações, municípios que pescam na área do bloco

e do poço, onde vai ficar a FPSO. E municípios que estão com os aeroportos, os

portos, que vão ter alguma base para atendimento.

Essa questão de apenas Quissamã e Arraial do Cabo foi por conta deste critério

preliminar de confrontação.

Ainda em relação à questão de pesca, só para fazer uma pequena conclusão,

também é apontado nos impactos potenciais que áreas de pesca são afetadas,

mesmo sem ter o toque. Os pescadores estão além da costa, pescando, colocando

seus apetrechos, indo atrás de suas espécies. E isto causaria um impacto em caso

de acidente, por que fica proibida a pesca. Você vai ter que ter um processo de

limpeza de área. E, aí, vem todas as questões que foram pensadas e contempladas,

caso venha a ocorrer um cenário potencial como esse.

Para esclarecer, essa questão dos royalties não tem a ver com o toque de óleo. O

toque de óleo é outro critério. E os municípios entraram por uma análise que

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36 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

considerou muitos outros critérios, que podemos ir explicando à medida que as

dúvidas venham surgindo, ok? Era só para esclarecer mesmo.

O SENHOR RONICLER PEREIRA FELICIANO – Tudo bem. Você explicou ai, rodou pra

lá. Então, vou voltar aqui. Pesca na área de instalação, já que você tocou no assunto

da pesca. Aqui não se encontra Macaé, aqui não se encontra Arraial do Cabo, aqui

não se encontra Quissamã. Isso aqui foi escrito por vocês, não por mim!

Se vocês não sabem o que fazer, pergunta nas associações, nas colônias. Aí, vocês

terão um trabalho digno de contemplar o pescador. Porque se fala muito em

pescador, mas só se fala. Mas atender a necessidade do pescador, não atende.

(Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Vamos prosseguir?

Para reforçar o que foi colocado aqui, a questão dos royalties não está vinculada à

questão do vazamento, da emergência, do impacto. São critérios que estão, inclusive,

fora do Processo de Licenciamento Ambiental.

As questões a serem tratadas aqui se relacionam aos impactos do empreendimento,

aos riscos do empreendimento e às medidas, enfim, necessárias para minimizar os

impactos negativos e conter os riscos.

Então, questões relacionadas a royalties, a recebimento de valores, como o colega a

ANP falou, são tratados em outro momento, no momento da efetivação da produção.

E com outra instituição, a ANP.

Isto ainda está sendo construído. O momento agora é para questões que vocês

estão trazendo, impactos sobre a pesca, sobre o meio biótico, enfim, diversos

temas. É para isto que estamos aqui, para receber a contribuição de vocês para

conseguir enriquecer o Processo de Licenciamento.

Em caso de inadequações, imprecisões, lacunas que existam no estudo ambiental,

que ainda está sob avaliação do Ibama e foi elaborado pela Consultora sob

demanda da Petrobras... O Processo de Licenciamento ainda está em construção.

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37 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Qualquer colaboração de vocês, questões, não concordo, a informação correta não

é essa... Esse é o momento. Estamos aqui para ouvir de vocês e para abrir esta

porta para recebermos. Temos absoluta consciência de que vocês, a população

local, os pescadores, os que desenvolvem suas atividades aqui, têm um

conhecimento extremamente elevado sobre a realidade, sobre as características da

região.

Então, temos a mesma noção de que vocês podem contribuir e muito com o

processo. Reforçando as indicações que demos, se tiverem contribuições, estamos

aqui para receber e inserir. Mesmo depois desta Audiência Pública, vocês têm os

endereços indicados aqui para contribuir, encaminhar o material, informações,

questionamentos. E a gente vai dar o tratamento dentro do Processo de

Licenciamento Ambiental.

O senhor Joel Dias, a senhora Sara, fazem questões semelhantes. Vamos agrupar

em uma resposta só, ok? “Por que os pescadores de Arraial do Cabo não estão

incluídos?” “Afirmamos que os pescadores de Arraial do Cabo utilizam pesqueiros

desta região do mar, e por isso, requeremos nossa entrada neste quesito”. “Por que

os pescadores de São Gonçalo não estão como afetados na área de instalação da

plataforma, se eles pescam nesta área? Exigimos sua entrada!”

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Obrigada pelo

questionamento. Os municípios de São Gonçalo e Arraial do Cabo foram incluídos

no estudo. Temos a apresentação das áreas de pesca. A avaliação de impacto

também reporta os municípios que realmente pescam efetivamente na localidade do

empreendimento. Agora, em relação à atividade pesqueira de São Gonçalo queria

pedir ao Alysson para fazer a complementação.

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) - Em

relação a São Gonçalo, o agente utilizou o Projeto de Monitoramento de

Desembarque Pesqueiro - PMDP da Bacia de Santos, que inclui ou municípios da

Baia de Guanabara, que entraram neste estudo por conta das rotas de

embarcações.

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38 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

O PMDP tem um mapeamento de áreas de pesca, e vai atualizando o mapeamento

de áreas de pesca presencialmente, ano a ano, com os pescadores e suas fichas de

desembarque. Toda vez que tem um desembarque, o pescador diz onde foi que

capturou aquele pescado, qual foi o tipo de embarcação, a aparelho de pesca

utilizado.

Este estudo, um dos estudos desenvolvidos para o Programa Regional da Bacia de

Santos, tem as áreas de pesca identificadas lá, as áreas frequentadas por essas

embarcações. Então, foram essas áreas que utilizamos, baseado neste estudo, um

estudo referência. Quando plotou a área do campo junto com as áreas identificadas

neste PMDP, não deu nenhuma área de sobreposição com a área da instalação

onde vai ser perfurado. Porém, foi identificado, sim, que pescam na rota, por isso,

foram considerados e mantidos.

Mesmo São Gonçalo estando distante é incorporado, é afetado pelas atividades do

empreendimento. Este foi o nosso referencial para estar trazendo essas informações

para o estudo. E qualquer questão adicional, qualquer informação que vocês

tenham, como foi posto, esta é a hora de colocar para a gente estar reaveriguando.

Porém, este realmente é o estudo referência para a região, um estudo que sempre

está sendo atualizado anualmente, junto à comunidade pesqueira.

Os dados são disponibilizados publicamente, qualquer pessoa pode ter acesso aos

dados do PMDP por que é uma exigência do Licenciamento Ambiental para a Bacia

de Santos. E pode estar sendo acessado neste estudo e no próprio relatório do

PMDP, ok?

Assim, as informações que a gente usou para cá são as informações referenciais

que encontramos no PMDP, nos programas ambientais que ocorrem na região. Por

isso, estamos trazendo para vocês com segurança essas informações que

encontramos.

Havendo divergências em relação, estamos abertos para discutir. Um dos temas

mais polêmicos é sobre a área de pesca. A gente sabe disso, mas também não está

aqui para afirmar que essas são as áreas de pesca tal qual vocês pescam. A gente

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39 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

sabe que tem grupos que não participam de PMDP, grupos não são contemplados

em análises de campo, quando a gente vai a campo. Porém, são informações

referenciais, repito, que a gente confia por que sabe a metodologia que está sendo

utilizada.

Ou seja, quando a gente desenvolveu o estudo era o que tinha de melhor para

utilizar e apresentando por que são informações referenciadas em campo,

registradas, apresentadas à comunidade e disponibilizadas publicamente em site

oficial, onde é possível encontrar esse estudo, o site da Coordenação Geral de

Empreendimentos Marinhos e Costeiros – CGMac.

O SENHOR JOEL DIAS – Não sei se já é boa noite, está escuro lá fora.

Ela falou que está dentro, só que aqui, posso reparar que não está. Eu queria que

ela me explicasse melhor, por favor, este círculo que eu marquei.

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Na verdade foi

o que o Alysson explicou. A gente tem dois critérios para a análise de pesca, que

seriam os municípios que teriam interferência com as rotas de embarcações e os

municípios que pescam na água de instalação.

Uma vez que tenha o suporte de informações para comprovar que o município

pesca na localidade em que o empreendimento será ancorado, podemos fazer a

inclusão das informações, está bem?

(Manifestações da plenária)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Como foi dito, as

informações que vocês nos entregarem, serão consideradas, inclusive para revisão

do estudo, se for necessário.

O senhor Joel e a senhora Sara estão satisfeitos com o encaminhamento? Dona

Sara não está, não?

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40 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A SENHORA SARA – Boa tarde a todos. Vocês estão dizendo que, lá na área de São

Gonçalo, não tem pescadores que trabalham naquela área? Mas tem, sim,

entendeu? A entrevista que vocês fizeram lá, acho que não foi ampla, para todos. Eu

acho que a entrevista podia ter sido feita bem melhor para procurar saber

informações de todos os pescadores.

Lá, tem a região de São Gonçalo, Gradim, Praia das Pedrinhas, Itaoca. Até por que

a Petrobras fez a draga lá no local, onde os pescadores não podiam pescar e foram

indenizados. A Petrobras e outras entidades sabem, sim. Então, a gente não aceita!

(Palmas)

(Manifestações da plenária)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Dona Sara, como

foi dito, todas as manifestações estão sendo registradas. E serão consideradas pela

equipe técnica do Ibama, ao longo do Processo de Licenciamento. Será questionado

à empresa, e as alterações, aperfeiçoamentos serão solicitados, quando

necessários.

O senhor Sérgio Ferreira e senhora Ana Caroline Pavão: “Como fica a situação dos

pescadores durante a operação?” “Como vocês avaliaram a situação do pescador,

após a implantação e ampliação, uma vez que, com a plataforma em operação, a

tendência dos pescados é se aglomerar em volta dela e o pescador não pode se

aproximar da plataforma para a pesca?” “No relatório não foi dito quantos

pescadores serão afetados diretamente pelo empreendimento. A consultoria teria

esses números?”

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Em relação ao

efeito atrator do pescado, conforme foi falado na apresentação, a gente tem um

efeito pontual. E realmente a gente tem a restrição da navegação no entorno da

plataforma. Precisa ficar claro que não é apenas para a segurança da operação,

mas para a segurança do próprio pescador.

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41 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Agora, com relação a quantitativo de pescadores, não sei se o Alysson poderia fazer

uma complementação. Você pode, Alysson? Você tem uma ideia?

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) – Em

relação ao quantitativo de pescadores é levantado nos estudos e nos projetos

ambientais que ocorrem na região, assim como também no RGP – Registro Geral da

Atividade Pesqueira. Então, no estudo vocês encontram as organizações de pesca

que foram identificadas na localidade, a quantidade de pescadores posta, mas

também o número de pescadores registrados no RGP. Então, você consegue ter o

número de pescadores ali.

Porém, quando se inclui o município, considera-se que a pesca daquele município

vai ser afetada. Então, a gente levanta o número de pescadores daquele município,

que estão registrados em RGP e os que foram levantados em alguns projetos,

sendo o RGP uma grande referência.

Em relação ainda a esta questão do efeito atrator, a gente sabe que para a pesca já

estão discutindo em vários projetos na Bacia de Campos. A grande questão é a

adstrição. Quem pesca na região sabe que tem aquela área de restrição, o efeito

atrator. E a gente considera, inclusive, o efeito cumulativo. O que seria isso?

Quando você tem numa região, várias outras plataformas ou FPSO já

implementados.

Então, você tem um conjunto de áreas de restrição, o que também é considerado,

avaliado e ponderado no impacto sobre a pesca, que é considerado este impacto

efetivo. No estudo completo a gente tem, sim, este levantamento do número de

pescadores por município.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Sérgio,

está contemplado na resposta? Quer falar?

O SENHOR SERGIO FERREIRA – Boa tarde a todos. Vou aproveitar por que o Alysson

tocou de RGP. Alysson, tem uma pergunta que eu fiz também, mas ainda não foi

lida. Eu fiz exatamente em cima de RGP.

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42 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A maioria do pescador, hoje, se você puxar número de RGP, as carteiras dos

pescadores... Tenho uma na minha bolsa, eu também sou pescador, e posso provar

para você o seguinte: se você conseguir, hoje, inserir o número do RGP no sistema,

no SINPESQ - Sistema Nacional de Informações da Pesca e Aquicultura, você não

vai conseguir fazer o rastreio do pescador.

Por quê? Desde 2005, esses registros foram suspensos ou cancelados pelo

Ministério da Pesca e Aquicultura. Em decorrência dessas mudanças que estão

havendo nos Ministérios, saiu o Ministério da Pesca e foi para o Ministério da

Agricultura. Hoje, a pesca foi para um Ministério que, infelizmente, nós sabemos,

temos conhecimento, que não tem a mínima capacidade de arguir com a situação,

com a perda do setor pesqueiro, que foi para o Comércio Exterior.

A gente sabe, a gente tem estudos sobre isso. Se fosse hoje buscar por RGP, você

não vai conseguir nem 30% dos pescadores que hoje estão trabalhando. Então,

acho que esta avaliação por RGP, hoje, deveria ser um pouco mais avaliada, até por

que saiu, no dia 27 de Julho, agora, uma Portaria, onde o atual Ministério do

Comércio e Indústria, deu Parecer favorável a todos os pescadores que estavam

cancelados e/ou suspensos. E por quê? Autorizando que eles recebessem a

liberdade de atividade pesqueira que estava suspensa por que não existe ainda uma

igualidade, uma igualdade de informações entre os Ministérios.

O pescador, hoje, na verdade vai para um lado e vai pro outro. A minoria, hoje, do

setor pesqueiro consegue fazer a sua atividade pesqueira dentro do regime de

registro. Vou falar até legalidade! Hoje, a maioria do pescador está na ilegalidade.

Saiu esta Portaria no dia 27 de Julho, porém, quando você chega na Secretaria de

Pesca, não consegue fazer ainda a sua renovação de registro de pescador. Então,

essa avaliação que vocês fizeram, salvo algum engano, a partir de 2008... Não foi

isso que vocês fizeram o levantamento? Isso está, desde 2005, que a gente vem

enfrentando... O setor de pesca vem enfrentando este problema, desde 2005, das

renovações de credenciais de pesca, entendeu?

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43 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Eu acho que devia ser melhor avaliado esse setor por que, se vocês usarem este

critério que estão usando, hoje, se for este o critério, eu te garanto que vocês vão

deixar de fora 80% do profissional de pesca, do pai de família que depende da

pesca por causa de uma avaliação que... Infelizmente, o nosso próprio sistema, se

você procurar a RGP, não vai conseguir esses dados. (Palmas)

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) – Eu

concordo plenamente com o que foi posto, totalmente. Hoje, inclusive no ano de

2017, a gente não consegue fazer nenhum estudo utilizando o RGP por que

nenhuma informação está disponível. É como se os pescadores do Brasil tivessem

desaparecido do RGP.

É uma verdade! Estamos contemplando nos estudos que estão saindo agora, após

essa troca do Ministério da Pesca, que foi para a Agricultura, e as informações não

são mais disponíveis. E a gente tem usado as informações que as colônias

disponibilizam.

Mas os estudos antigos, também! Então, a gente não coloca mais só o número do

RGP porque a gente sabe. A gente chega na colônia, vai ter quantos filiados? 2.000

(dois mil)? Você vai no RGO e tem 300 (trezentos)!

Então, a gente faz essa consideração, também. O número do RGP não reflete a

realidade da pesca, por conta da informalidade, por conta da dificuldade para estar

fazendo o registro de pesca. Por conta das cassações que são feitas nos processos

de que tem renovação anual. E, agora, a gente tem um problema ainda maior com

essa transição, o desaparecimento das informações.

Lá, tem as informações dos pescadores em colônia, as associações registradas e

tem informações do RGP. E também tem essa consideração por que mesmo o

estudo não reflete a realidade do quantitativo da pesca. A cada ano, entram novas

pessoas para pescar, saem pessoas. E, se houver qualquer cenário acidental tem

que se fazer a análise de quantos pescadores tem na região.

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44 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Tem que fazer um levantamento. Mas aquilo é um referencial, e essas ponderações

estão colocadas. Inclusive, o ano de 2017, como disse, não está mais utilizando os

dados do RGP por que não está mais disponível no ar para ninguém acessar.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – É... só para dar

fluxo, a gente está com bastantes questões, estamos com muitas questões. Vamos

procurar, tanto nas respostas quanto nas questões, ser bem objetivos para que a

gente possa responder a todos que estão aqui, presentes.

Vamos dar continuidade. Mais alguma coisa, Sérgio?

O SENHOR SERGIO FERREIRA – Alysson, essa questão... Vou dar até uma sugestão.

Hoje, a gente consegue ainda alguma informação, se você conseguir o MPAdoc. O

que é isso? É um arquivo que o pessoal tem ainda, em alguns lugares você ainda

consegue. Se você conseguir visualizar esse MPAdoc, eu te garanto que vai facilitar

muito mais a questão de pesquisa, a atuação desse dados.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado. É só

para registrar: dentro de dez minutos, vamos encerrar as inscrições para questões

orais, ok? Dona Ana Caroline Pavão, está contemplada com a resposta?

Senhora Lidiane Chagas. Estudantes do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia

do Rio de Janeiro – IFRJ, Arraial do Cabo. Geneci Terra: “Gostaria de saber por que

os pescadores serão impactados e não serão beneficiados?” “Pescadores da área

do entorno das embarcações, sobre os pescadores que sofrerão a interferência, que

solução será dada?” “A pesca é seu meio de sobrevivência, e haverá o isolamento

das áreas das embarcações, onde a mesma não poderá executar suas atividades.

Será que esse fluxo não vai prejudicar cada vez mais a sofrida classe pesqueira?”

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Bom,

respondendo a pergunta das estudantes do IFRJ, conforme foi apresentado, a gente

tem a criação desta área de restrição de pesca. Mas a gente deve considerar que

algumas embarcações, principalmente as embarcações industriais tem capacidade

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45 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

de mobilidade, e podem se direcionar a outras áreas para a busca do pescado, para

a execução da sua atividade.

A gente tem a criação da área de restrição, mas tem que considerar também que a

atividade pesqueira, em cada município, conforme foi apresentado, tem uma grande

área de abrangência. Então, você restringe a pesca na localidade do

empreendimento, mas não na área de pesca do município como um todo.

Com relação ao transito dos navios aliviadores, a gente precisa fazer uma

ponderação. A presença dessas embarcações vai ser necessária, a partir da

necessidade de escoamento da produção. Então, a gente não tem um fluxo intenso

nessa área. Conforma foi apresentado, no empreendimento a gente pode vir a ter

uma viagem semanal. O impacto não é tão significativo assim sobre a atividade

pesqueira.

Com relação ao impacto sobre a atividade pesqueira, se os pescadores serão

beneficiados, cabe ao Alysson fazer a explicação sobre algumas coisas. E o pessoal

de Programas da Petrobras poderia dizer quais seriam as ações do PCS.

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) – Eu

queria iniciar fazendo uma retificação no que foi posto no que está escrito. Essa

questão do benefício, não há benefício. O que há, na verdade, é uma exigência do

Licenciamento Ambiental para que mitigue ou compense os impactos gerados pela

atividade.

Então, os pescadores que forem identificados na rota de embarcações e pescando

na área onde vai ser instalado o empreendimento, vai ver um conjunto de exigências

legais para essa licença poder ser efetivada, tem que cumprir com essas exigências.

Não há assim, sou impactado, logo, vou receber um benefício. Não existe isso. Tudo

vem de uma exigência legal de um Processo de Licenciamento bem conduzido.

O nosso trabalho é identificar o impacto, sua magnitude, quem está sendo de fato

afetado e pelo quê para que, tanto os responsáveis pelo empreendimento quanto o

órgão licenciados, tenha a capacidade de fazer as exigências. E, a partir dai,

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desenvolverem os programas que vão ser implementados. O nosso papel é a

identificação do impacto para que o órgão ambiental e o empreendedor possam

saber quais as medidas de impacto e qual o melhor programa para estar mitigando

ou compensando, se for o caso, ok?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Geneci, ok?

Obrigado pela participação. Pessoal do IFRJ, alguma colocação? Ok? Lidiane

Chagas, ok? Obrigado.

A SENHORA LIDIANE CHAGAS – Boa noite a todos. Sobre a questão do pescador, de

não ter o benefício, comprovar que o pescador pesca na área que vai ser explorada?

Pescador não tem paradeiro, pescador vai aonde tá o peixe. O mar é o limite. Então,

assim, comprovar que o pescador vai ter que estar próximo, tirar foto que estava

pescando ali? Por que pescador não tem limite. Então, se ele vai tá próximo ou não

depende se vai ter pescado... e ele tá indo!

Então, é complicado porque ele é impactado. E o pescador é cada vez excluído do

seu território de pesca. Desde que ele entende, viveu ali da pesca, mas é excluído.

A cada 500 (quinhentos) metros, o pescador tá cada vez sendo excluído da sua área

de pesca. E aí como fica a situação do pescador nesse caso? (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Camilo,

está presente? Não. Senhor Jerson, presente? Não. Senhor Roberto Brum? Senhor

José Moura? Senhor Renato Cordeiro? Não está presente. Senhor Jeremias

Figueiredo?

A pergunta do senhor Roberto: “O nome já diz, conservação, por que mexer, furar

em várias unidades de conservação?” “Qual o benefício que o pescador terá? Em

nossas regiões existem riscos ambientais. Sou morador e pescador, dependo da

pesca de peixes, crustáceos e moluscos.” “Sobre a pesca marítima e artesanal, não

existe compensação no RIMA, mas nós pescadores usaremos essas compensações

em nossos projetos de geração de trabalho e renda.”

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47 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Senhor Roberto, para entender. O senhor está se referindo a atividades em

unidades de conservação, é isso?

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Vou responder

à pergunta do senhor Roberto. Senhor Roberto, na verdade o senhor está falando

das unidades de conservação. Conforma foi apresentado, teria possibilidade de

interferência nas unidades de conservação devido ao trânsito de embarcações.

É preciso recordar que o empreendimento está a 129 (cento e vinte e nove)

quilômetros da costa, a locação do empreendimento. Então, teria a possibilidade de

interferência na atividade pesqueira se você tiver, dentro de unidades de

conservação. E também com as formas de vida. E, para isso, você precisa de

proposição de medidas para evitar que tenha uma grande alteração sob a unidade

de conservação.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Ok, senhor

Roberto?

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Na questão do Jeremias, estou

entendendo essas compensações e projetos de trabalho e renda, só para esclarecer

que, hoje, tem um Projeto dentro do TAC – Termo de Ajustamento de Conduta de

Produção da Bacia de Campos, que a gente denomina Pescarte. O projeto está

relacionado ao desenvolvimento da unidade pesqueira, um projeto de geração de

trabalho e renda. Então, isso hoje já existe dentro dos programas que temos para

educação ambiental na Bacia de Campos.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Ok, senhor

Jeremias?

O SENHOR JEREMIAS FIGUEIREDO – Boa noite. Eu gostaria de saber o seguinte: eu

sei que existe esse projeto, mas a Petrobras já nos deixou em falta por algum

tempo. Eu gostaria de saber qual é o comprometimento hoje, de hoje em diante, da

Petrobras com o Projeto Pescarte? Porque nós, pescadores da região de Arraial do

Cabo, somos sempre massacrados, estamos sempre sendo massacrados. Sempre

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48 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

tem planos mirabolantes que terminam em nada. Eu gostaria... eu botei muito fé

neste Projeto Pescarte... que ele não terminasse como tantos outros. E obrigado.

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Jeremias, deixa eu aproveitar a

oportunidade, neste ambiente, para explicar uma questão sobre esse projeto de

educação ambiental que está acontecendo, e continua acontecendo, retomando o

conceito original.

Lá em 2013, a gente identificou... aprovamos este projeto de forma a ter duas linhas

de ação, uma com educação ambiental e outra em relação ao conhecimento da

comunidade em relação aos royalties. E a gente identificou que a implantação do

projeto seria adequada, se a gente fizesse uso no meio acadêmico. Então,

identificamos na região de Campos uma universidade que poderia nos ajudar a

implantar esse programa, dentro da definição que o Ibama fez.

Naquela época, a gente identificou que a universidade teria que ter convênios para

que a gente exercesse o que a gente realmente planejou. Fizemos um convênio com

uma empresa, não, com a FUNDENOR - Fundação Norte

Fluminense de Desenvolvimento Regional, e começamos o projeto, em 2014.

Em função desse modelo de convênio, a gente teve dificuldade para exercer

imediatamente, após o primeiro ciclo, que foi em Maio de 2016 e a gente conseguiu

postergar até Agosto de 2016. A gente teve dificuldade por que nesse modelo de

convênio a Petrobras só pode renovar se todas as prestações de contas fossem

realizadas. E, naquela momento, tivemos algumas dificuldades de procedimentos,

não outras a não ser essas. E a gente conseguiu imediatamente renovar para

começar especificamente o segundo ciclo.

E a gente identificou que, se a gente continuasse com o mesmo modelo de

contratação de convênio, todo o processo de continuidade deste projeto, caso

ocorresse, a gente ia ter lacuna novamente, ia ter descontinuidade.

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Então, a gente demorou um tempo para executar o processo de contratação de uma

empresa, que é fundação também, mas permite à Petrobras, dentro do seu modelo

de contratação, fazer a contratação do serviço e não mais por convênio.

Então, a gente reconhece essa lacuna, em função desse modelo definido no

passado, por convênio. E a gente tende para este novo modelo. Essa lacuna, se

existir no próximo ciclo, se o projeto se desenvolver dentro do que foi planejado, a

gente não vai ter mais essa dificuldade.

Então, reforçando o seu comentário sobre o comprometimento, a gente acredita que,

com essa participação da FIA - Fundação Instituto de Administração, vinculada à

Universidade de São Paulo – USP que, com convênio com a Universidade do Norte

Fluminense – UENF, a gente consiga dar continuidade. A gente acredita e espera

que não tenha mais lacunas, como aconteceu no passado.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – E,

complementando a resposta, tanto o Pescarte quanto o Territórios são projetos que

são condicionantes impostos pelo Ibama, dentro dos diversos processos de

Licenciamento Ambiental em relação à produção de petróleo e gás na Bacia de

Campos.

A contestação da interrupção foi feita pela equipe do Ibama. A equipe do Ibama

encaminhou para autuação. Nós preparamos relatório, a Petrobras foi notificada

para retornar com o projeto imediatamente. Nós encaminhamos para a autuação

para que a Petrobras sofra as sanções também de autuação por conta de uma

quebra de condições que se estabeleceu.

Nós implementamos, dentro do processos de Licenciamentos Ambientais referentes,

todas as medidas necessárias para que o projeto retornasse. Como foi dito aqui,

como é reconhecido como um projeto extremamente bem avaliado, com resultados

muito bom, nós entendemos a gravidade da interrupção desse projeto. O Ibama agiu

com todos os seus recursos para que eles retornassem. E tem agido, tem mantido

diálogos constantes com a Petrobras, que está consciente que situações como

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essas de interrupção de projetos que ensejem em quebra de condicionante de

Licenciamento Ambiental, não pode se repetir.

Então, nós acreditamos que daqui para frente não teremos mais situações

semelhantes a essas, ok? O senhor José Moura está atendido com essas

respostas? Obrigado.

Senhor Alexandre Silva e senhora Lídia Maria: “Por que, quando há compensação,

essa não vai diretamente para os projetos já existentes na região afetada?” “Por que

somente mitigação e não compensação?” “Por que o Plano de Compensação não

pode ir direto para as Associações Quilombolas, que estão todas devidamente

legalizadas?” “As Associações Quilombolas gostariam de receber diretamente esse

repasse, não tendo como mediadora das colônias.” “Por que a colônia não leva

nenhuma informação para nossa comunidade?”

(Manifestações da plenária)

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Deixa eu tentar esclarecer por

que, quando há compensação, essa não vai diretamente para os projetos já

existentes na região afetada? Quando isso é possível, a gente orienta que isso

aconteça. Mas nem sempre é possível.

Tinha uma outra questão, mas acho que a pessoa não estava presente: “Por que os

PCAPs não vão para o Pescarte?” Esse é um desejo nosso que aconteça, mas a

gente não tem garantia, nos municípios onde o Pescarte está atuando, a gente não

tem garantia de que terão PCAPs. Uma vez que tenha PCAP naquele município,

uma compensação naquele município, a gente pode solicitar que vá estruturar os

projetos que são gerados no Pescarte Esse é um desejo nosso, e uma orientação

que a gente tem feito.

Por isso, a princípio, se for possível que as compensações estruturem ou reforcem

projetos que já estão em andamento, será desejável. Mas vai depender de como o

diagnóstico, que informações o diagnóstico vai trazer e quais são os anseios

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daquelas comunidades que estão recebendo a compensação naquele momento,

também. Não tem como assegurar, mas é desejável, sim.

Por que somente mitigação e não compensação? Vou tentar explicar de forma

objetiva, não sei se vou conseguir. A gente tem outros projetos que estão

interagindo com os pescadores recorrentemente. A gente acha que esses espaços

são mais privilegiados que as Audiências Públicas por que a gente tem a

oportunidade de discutir e desenvolver o conhecimento de uma forma mais tranquila

e mais calma.

As mitigações são solicitadas quando você sabe que acontece um impacto, mas não

tem como dizer exatamente quem está sofrendo o impacto e como o impacto está

sendo percebido ou sofrido naquela região. A mitigação é adequada para impactos

difusos, quando não se consegue identificar objetivamente que grupos vão estar

sofrendo aquele impacto.

Royalties afeta de diferentes formas, formas que você não tem como precisar. Não

tem como dizer exatamente como o impacto dos royalties acontece numa

determinada região. Por conta disto, as medidas atreladas ao impacto royalty são

medidas de mitigação.

No caso da pesca, a gente tem tanto mitigação quanto compensação. A

compensação a gente exige quando consegue identificar exatamente qual o grupo,

qual comunidade está sendo impactada por uma determinada atividade.

Por isso, as compensações são direcionadas para determinadas colônias, para

determinados municípios. E, às vezes, a gente consegue fazer o recorte até de

comunidades pesqueiras que recebem o impacto.

No caso das atividades de produção, como este aqui, é mais comum ter

compensação quando há um duto chegando em terra. Aí, você tem de fato uma área

de exclusão no momento de instalação do duto. Tem como identificar exatamente

que comunidades tiveram algum pesqueiro que teve acesso impedido. E, por conta

disso, a gente solicita a compensação.

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Pescarte é uma mitigação que vai para o pescador. Ele é para o caso dos projetos

de produção que tem unidades que estão operando muito longe. Ou que a gente

acredita que, por conta da mobilidade das frotas, elas têm condição de minimizar,

pela própria característica da frota, de diminuir aquele impacto de uma área que tem

o acesso restrito.

Aí, no caso do Pescarte, a gente pega os municípios inteiros. No caso, inicialmente,

são 7 (sete) municípios. Depois da Audiência do TAC da Bacia de Campos, por

contribuição inclusive da Audiência Pública, a gente solicitou a inclusão de mais dois

municípios. Aí, a gente tem este tipo de característica de projeto, um projeto de mais

longo prazo com um aspecto mais pedagógico, mais educativo e menos concreto na

forma de compensações objetivas.

Para complementar, se a Petrobras pudesse dar uma passagem rápida de quantos

PCAPs já aconteceram na Bacia de Campos, as características, mais ou menos,

peço... Se for o caso e o público quiser que essa informação seja complementada,

peço que a Petrobras ajude neste sentido, tanto em relação ao Pescarte quanto em

relação aos PCAPs.

Não é fácil de entender por que mitigação, às vezes, compensação. Eu sei que não

um conceito simples, mas é isso aqui que falei em linhas gerais.

O Plano de Compensação da Atividade Pesqueira – PCAP é direcionado para as

comunidades pesqueiras. Tem uma questão aqui com relação às associações

quilombolas, mas aí as ações são diferenciadas.

No caso, no momento, o único projeto direcionado para quilombolas é o QUIPEA –

Quilombos no Projeto de Educação Ambiental, um projeto de educação ambiental da

Shell.

No momento, o QUIPEA compreende 21 (vinte e uma) comunidades quilombolas no

Estado do Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Esse é o nosso projeto no momento

com quilombolas.

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PCAPs para quilombolas pescadores, a gente ainda não conseguiu fazer, não que

eu tenha conhecimento. Até por que a gente não tem na produção muitos PCAPs. A

maioria dos PCAPs é na equipe de exploração, tá bom? Mas a gente pode tentar

entender essa relação e, se for o caso direcionar alguma ação de compensação

para quilombolas pescadores. A gente não está fechado para isso, não.

A outra é por que a colônia não leva informação do PCAP para as Associações

Quilombolas? Ah, a gente pode verificar depois qual é especificamente e tentar ver

um caminho. É isso? Mais alguma questão? Você quer complementar? Oi, Lídia,

tudo bom? Chegou bem em casa?

A SENHORA LIDIA MARIA – Eu cheguei, sim. A gente já se conhecemos.

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Estávamos juntos até

anteontem.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Queria registrar

que estão encerradas, neste momento, as inscrições para os questionamentos orais.

A SENHORA LIDIA MARIA – Boa noite a todos e a todas. Você falou que no projeto não

tem para quilombola, mas para o pescador. Mas a nossa comunidade tem uma área

marisqueira, onde fica as marisqueiras e os pescadores. E, aí, eu tô sentindo que a

Petrobras acho que não tem conhecimento das marisqueiras, dos pescadores

ribeirinhos. E, ai, por isso, a gente fica esquecido lá na ponta. A gente fica esquecido

lá na ponta.

Eu tenho marisqueira que hoje está com setenta anos, né, por aí. E nunca foi

compensado. Não tem sua carteirinha, mas elas são impactadas. Quando surge o

impacto para o pescador, impacta também a marisqueira, que ela sobrevive do

marisco. E por que não? Por que não? Esta resposta não aceito. Por que não?

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Dona Lídia, desculpa, a sua

comunidade é?

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A SENHORA LIDIA MARIA – Barrinha.

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Qual o município?

A SENHORA LIDIA MARIA – São Francisco.

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – A gente tem alguns PCAPs

acontecendo lá e um Projeto de Educação Ambiental voltado para Mulheres da Pesca,

que é de outra empresa. Vou tentar procurar a senhora. A gente pode tentar conversar

nesse sentido de contemplar Barrinha também em alguma ação direta para os

pescadores ou para as marisqueiras. Pode ser, Dona Lídia?

A SENHORA LIDIA MARIA – Pode ser por que eles fizeram uma carteirinha, e foi negada as

carteirinhas. Por que nós não temos direito? Por que as marisqueiras não têm vez? É

por isso que eu digo... eu quero deixar bem claro que vocês pudessem tudo que

acontecesse levasse para nossa Comunidade Quilombola. Se a gente, se nós estamos

hoje aqui é porque ela existe na cadeia ambiental.

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Com certeza, Dona Lídia. Eu

lembro da senhora sempre, até por que tenho um artesanato seu lá em casa. Obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado, Dona

Lídia. Senhor Alexandre Silva, contemplado com a resposta? Muito obrigado. A Dona

Lídia quer fazer mais um aparte, por favor. Tem microfone para ela?

A SENHORA LIDIA MARIA – Eu queria só era saber um esclarecimento, por que o Projeto

Observação trabalha com os quilombolas de Búzios? O nosso é mitigação!

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – O Observação, em cada

município que atua, faz a opção de um grupo. Me ajuda, pessoal do Observação, esse

não é um dos projetos que eu acompanho, não. Ele faz a opção de um grupo, que ele

prioriza para contemplar suas ações. É isso, pessoal do Observação? O pessoal do

Observação está trabalhando com quilombolas só em Búzios, não é isso?

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É isso, Dona Lídia. Nem sempre eles escolhem os quilombolas como público. Aí, a

gente não tem como, nós, Ibama, não temos como interferir dentro dos projetos, nesse

nível de detalhe, como qual o grupo prioritário que eles vão trabalhar.

É como estou falando para a senhora. Barrinha está acabando de entrar no QUIPEA.

Aí, isso já assegura para a gente a visibilidade que a gente precisa da comunidade da

senhora, a senhora está entendendo? A gente começar a procurar outras ações que

possam estar chegando lá na sua comunidade, também.

A SENHORA LIDIA MARIA – Para as marisqueiras nada?

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – É isso que estou falando para a

senhora. A gente vai tentar agora, com os projetos que estão atuando lá e ver de que

forma a gente pode articular para aumentar e melhorar as ações lá, para além do

QUIPEA, que acabou de chegar lá.

A SENHORA LIDIA MARIA – Eu estou esperando.

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Falou, Dona Lídia. Depois, vou ai

falar com a senhora, se for o caso.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Satisfeitos com as

respostas? Ok. Vamos seguir, então. Senhor José Francisco Marinho, está presente?

Não. Senhora Ana Paula Rodrigues? Ana Paula não está presente? Senhor Isais

Andrade? Não está presente. Senhor Ronicler Pereira? Está ali no fundo. Senhora

Selma Maria? Selma Maria? Selma Maria, está presente? Não.

Senhor Ronicler Pereira: “Em relação ao Quadro 1, da página 21, exigimos incluir na

coluna Pesca na Área de Instalação os municípios de Macaé, Quissamã, Campos de

Goytacazes e Arraial do Cabo, visto que existem pesqueiros nesta área utilizados pelos

pescadores artesanais!”

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Obrigada pela

pergunta. Conforme já foi falado pelo Alysson, a determinação dessas áreas de estudo

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foi feita a partir do Banco de Dados apresentados. Mas a empresa está aberta ao

recebimento de maiores informações para a gente poder complementar esta questão

de inclusão de municípios que pescam no entorno da área de instalação do

empreendimento.

O Alysson quer fazer alguma complementação?

(Manifestações da plenária)

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) – Senhor

Ronicler.

O SENHOR RONICLER PEREIRA – É mais uma sugestão por que, de acordo com o gráfico

que vocês puseram, nos municípios da área de estudo, mais uma vez não contempla

os municípios que realmente atuam nesta área.

Aí, o rapazinho de camisa listrada de branco falou que o estudo é feito pelo MPA -

Ministério da Pesca e Aquicultura. O Ministério da Pesca não atende pescador,

desde 2005. Então, como que vai fazer um levantamento baseado num estudo para

passar? Usar coisa do passado é museu, gente! Nós precisamos realmente é de

coisas que nos atenda, onde nós podemos que ter representatividade. Se nós

atuamos nessas áreas de pesca, nós temos que estar inseridos aqui!

Aí, me levaram para outra mesa, quando falei que não contempla o pescador! Mas

eu não estou falando mentira. Foram vocês que escreveram, não fui eu! Está ai, está

ai com vocês.

Agora, pergunta lá ao Alexandre, que é presidente, à Rose - os demais, me

desculpem por não lembrar o nome de todos -, se os barcos não atuam nessa área,

se os pescadores atuam nessa área? Pergunta aos presidentes, eles estão aqui!

Não é só encaminhar sugestões, é muito mais que isso. É se sentir representado e

respeitado por que o pescador precisa de respeito!

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57 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

O pescador precisa de respeito! A MPA tem para a indústria do petróleo, e o

pescador é excluído. A família do pescador, muitas das vezes, fica impactada! Eu

quero saber... uma hora dessas todos que estão na mesa vão receber! O pescador

vem aqui de graça!

Não estou falando que nós queremos nada de vocês, miséria não. Eu estou falando

que nós temos que brigar diretamente pelo espaço que Deus deixou pra gente! Pelo

amor de Deus, gente, quando fizer as coisas tem um pouquinho de sensibilidade e

procura as entidades que realmente representam o pescador. Muito obrigado.

(Palmas)

(Manifestações da plenária)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – A Consultoria vai

fazer uma complementação.

O SENHOR ALYSSON DE PAULA CAVALCANTE FRAGA (Mott MacDonald) –

Inicialmente, só para fazer uma retificação. Peço desculpas sobre o que falei em

relação ao MPA, mas o MPA não é atualizado, os estudos do MPA para fazer o

nosso estudo.

O que falei do MPA é que, quando a gente entra para ver o sistema do RGP, a gente

vê o número de pescadores. Porém, a gente sabe que não é um número real. Mas

os estudam que dão o balanceamento para a gente definir as áreas de pesca, são

estudos de programas que acontecem na região, como o Monitoramento e

Desembarque Pesqueiro, que ocorre tanto na Bacia do Espírito Santo quanto na

Bacia de Campos e de na Bacia de Santos.

Esses monitoramentos levantam informações, trabalhos que são feitos. Diversos

estudos vem sendo feitos na região, e identificando historicamente as áreas onde os

pescadores atuam. Essas áreas, nós sabemos que elas podem estar mudando. E, à

medida que nós tivermos mais informações em novos estudos, que apresentem que

as áreas estão avançando, vai ser publicado.

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58 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Agora, quando a gente fez o levantamento, utilizamos os Monitoramentos de

Desembarque Pesqueiro feitos por consultorias ambientais muitas vezes em

projetos que são exigências de Licenciamento Ambiental. A partir daí é que

chegamos a essas áreas.

Hoje, com esses questionamentos, o que nós podemos fazer? Podemos fazer o

levantamento de novas informações desses projetos que ocorrem na região para

aquelas que estão registrando áreas de pesca.

Outra questão muito importante é que as próprias comunidades têm seus

instrumentos para estar registrando as suas áreas, como cartas náuticas, locais de

pesca que são registrados e se tornam documento público. E a gente estar

utilizando. Não há restrição nenhuma da nossa parte, ok?

À medida que as áreas avancem, vamos estar registrando. As colaborações de

vocês, a gente não vem aqui só para dizer legal, aceito como sugestão, não. A gente

vai trabalhar em cima de todos esses questionamentos posteriores. Vamos atrás de

novas informações. E vamos estar fazendo as complementações, todas que forem

necessárias, está ok?

Peço desculpas se deixei algum mal-entendido de ter utilizado algum documento do

MPA ultrapassado. Não foi. São documentos atualizados. Quando a gente fez o

estudo, utilizamos informações de 2008, 2009, 2010 até 2015, as que estavam

disponíveis. Utilizamos todas as informações e chegamos nessas áreas de pesca.

Hoje, estamos em 2017. Se tiverem novas informações e a gente precisar atualizar para

estar atualizando os mapas de pesca, a gente não é que esteja disposto a fazer, a

gente tem que fazer! Isto vai ser encaminhado para o Ibama. Está sendo registrado.

E ele exige parecer técnico que a gente revise considerando o que vocês apontaram

aqui, ok? Vocês podem ter essa garantia. Esses questionamentos vão vir para a

gente. A gente tem que avaliar. E avaliar a partir dos novos dados que estão

disponíveis nos programas e projetos que estão ocorrendo, está ok? (Palmas)

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O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Ronicler, está

ok? Obrigado. Senhor Mauro Conceição, senhora Ana Carolina Pavão e senhor

Alexandre Lopes: “Quais os benefícios para a região Sul do Espírito Santo, as colônias

de pesca, pescadores, marisqueiras e postos de trabalho, em relação aos impactos

ambientais citados?” “Li no RIMA que haverá geração de 300 (trezentos) empregos

diretos e indiretos. Como será possível saber se esses empregos serão voltados para

os habitantes da área de influencia?” “Como podemos obter informações sobre as

melhorias aos municípios com a exploração de petróleo?”

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Boa noite. Eu gostaria de

agradecer à Ana Pavão. Com relação à geração de (300) trezentos empregos, como

disse na apresentação do empreendimento, a unidade vai ter 150 (cento e

cinquenta) vagas de pessoas a bordo, que são necessárias para a operação e

manutenção das suas atividades.

Então, essa estimativa de geração de (300) trezentos empregos se deve a este fato.

Efetivamente, a equipe trabalha em regime de revezamento. Então, há efetivamente

esta geração de emprego, de (300) trezentas pessoas, empregos diretos, fora os

empregos indiretos que vão ser gerados a partir da necessidade de trabalho em

terra.

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Em relação às melhorias nos

municípios que podemos ter informações, na verdade, hoje, neste projeto da

mediação dos Territórios de Petróleo, a gente abrange ate São Francisco, e não

pegamos esta área dos municípios Espírito Santo, ainda.

Isso pode ser discutido, e desenvolvido ao longo dessas questões dessa Licença de

Instalação dessa operação. Hoje, a gente tem um trabalho muito forte na região

Norte, Nordeste e Litoreira do Estado do Rio. Mas ainda não está contemplando a

área do Espírito Santo.

Sobre quais os benefícios para a região Sul do Espírito Santo, acredito que a resposta

está muito similar. Mas o que complemento aqui é a questão das colônias de pescas,

pescadores, marisqueiras e postos de trabalho. Eu acho que, como falei no primeiro

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questionamento, na primeira pergunta, isso vai depender do desenvolvimento, da

avaliação do Licenciamento Ambiental desse empreendimento, para vermos o

desdobramento deste benefício, que, na verdade, como foi explicado aqui é mitigação,

compensação e não benefício.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhora Ana

Carolina, satisfeita? Passe para ela, por favor, o microfone.

A SENHORA ANA CAROLINA PAVÃO – Boa noite. Então, eu queria um esclarecimento,

por que eu quero saber mesmo, se esses empregos vão ir para pessoas dos

municípios impactados, os habitantes?

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Ana, complementando a

pergunta, acho que a quantidade de empregos diretos que a gente colocou aqui, a

questão do número de vagas no regime de revezamento... Garantir que essas

vagas serão ocupadas, necessariamente, pelos locais próximos das áreas de

influência, como você está dizendo, a gente não pode ter essa garantia efetiva.

Essas vagas são abertas. E todos têm muito interesse que sejam alocadas por

pessoas próximas da região, o que inclusive reduz o custo dos empregadores. A

tendência ainda é que tenhamos mais do que essas vagas diretas, uma vez que tem

a geração dos serviços indiretos e também os trabalhos de apoio. Agora, a garantia

efetiva que esses funcionários vão ser contratados, especificamente, das áreas de

influência, de fato, não podemos ter.

A SENHORA ANA CAROLINA PAVÃO – E onde vão estar disponíveis essas vagas, as

inscrições?

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Estamos tratando de um

processo de Licenciamento Ambiental, neste momento. Essas unidades não estão

disponíveis. Não estão autorizadas a fazer licenciamento, instalação, contratação.

Então, a partir do instante que a gente esteja autorizado a iniciar as atividades, os

empregadores vão lançar essas oportunidades de emprego. Em geral, há grande

interesse que sejam profissionais da região, com experiência no perfil de atividade.

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Não tem um canal direto da Petrobras para essas vagas. Essas vagas vão estar

disponíveis pelas respectivas áreas de atuação. Então, se for da área de

manutenção, as empresas de manutenção, da área de operação, as empresas de

operação vão estar colocando essas vagas disponíveis no mercado.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Ok, Dona Ana

Carolina? Obrigado. Senhor Mauro!

O SENHOR MAURO CONCEIÇÃO – Boa noite a todos.

O porquê da minha perguntas é por que as colônias do Sul do estado foram

convidadas para estar aqui, nesta noite. E aceitaram de bom grado. E sabe que

estou falando em nome de Piúma, que está representando a Colônia Z-9, através de

pescadores e marisqueiras aqui presentes. Nós esperávamos uma boa notícia, mas

tudo bem... A gente espera.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado, senhor

Mauro. Reforçando, o Processo de Licenciamento ainda está em curso. O Ibama

ainda está fazendo avaliações. O estudo está sob avaliação, a questão dos

impactos, dos riscos e das devidas medidas, sejam mitigadoras, compensatórias,

enfim, de monitoramento.

O processo não se encerra neste momento. Havendo a identificação de algum

impacto, alguma questão que necessite de alguma ação direta sobre determinada

região ou determinado grupo, o Ibama agirá para que essas medidas sejam

adotadas, ok?

(Manifestações da plenária)

Senhor Alexandre Lopes, satisfeito? O microfone para o senhor Alexandre, por

favor.

O SENHOR ALEXANDRE LOPES – Era sobre a implantação da mão de obra da

Petrobras, sobre os empregos. Eu queria saber se a Petrobras pode intensificar

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cursos qualificatórios para os empregos nos municípios que vão ser impactados pela

exploração? (Palmas)

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Sobre profissionalização ou

incentivos, acho que isso tudo tem que ver via algum convênio, alguma demanda de

um programa específico. Mas falar aqui que a gente pode prometer um curso

desses, a gente não consegue afirmar. E a gente tem que continuar na linha de

onde vier oportunidades.

E ver, principalmente, questões de relacionamento com a comunidade,

oportunidades de convênio, alguma coisa específica, como a gente tem feito em

alguns PCAPs, em relação a cursos de informática, algumas coisas específicas para

melhorar a qualificação, aumentar a qualificação da comunidade. Isso a gente tem

feito via PCAPs.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Alexandre,

está ok? Obrigado. Senhora Wanda de Cássia? Senhora Wanda? Senhora Wanda

está presente? Não. Senhor Waldir de Alcântara? Senhor Alexandre Lopes? Senhor

Sebastião Ribeiro? Senhor Sebastião Ribeiro? Senhor Sebastião Ribeiro, está

presente? Não?

Senhor Waldir de Alcântara e senhor Alexandre Lopes: “Qual o percentual de

emprego para os habitantes do municípios envolvidos na exploração?” Com se

candidatar aos serviços que poderão aparecer com o início da exploração?” “Se a

Petrobras vai ter cursos e oportunidades de trabalho para as pessoas de Arraial do

Cabo?"

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Confirmando o que o Ivan

apresentou, esse empreendimento, a gente está fazendo com a empresa prestadora

de serviço. Ela vai operar a embarcação, vai operar o FPSO, dentro dos

procedimentos, dentro das regras da Petrobras. E dentro do atendimento das

normas, ela vai fazer a contratação na época devida. E isso vai estar aberto a

qualquer área de interferência nesse empreendimento.

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63 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Então, reafirmo o que o Ivan comentou. A gente não consegue, não deve e não

pode fazer qualquer influência para que contratações sejam feitas. Mas,

naturalmente, essas empresas buscam nessas regiões os recursos que precisam,

dentro da qualificação esperada e que necessita o empreendimento.

Historicamente, a gente entende que grande parte da própria região até por ter a

questão de logística e de atendimento a suas bases. Logicamente, a suas bases

ficam aqui na região. E, aí, a oportunidade, normalmente, a gente não, como o Ivan

falou, a gente não pode afirmar, mas normalmente, são abertas para a região.

É... a gente entende que, nesse tipo de movimento, indiretamente, principalmente

indiretamente, as coisas melhoram para o município, independente do emprego.

Por exemplo, o desembarque de material ou de pessoas, onde tem aeroportos,

necessariamente, tem todo um custo e dispêndio que ajudam na questão dessas

cidades.

Então, além do próprio emprego da cidade, também esse movimento que de alguma

enriquece um pouco a movimentação dessas cidades, onde principalmente tem o

transporte de pessoas e transporte de material.

Mas voltando à questão de contratação, a porcentagem de pessoas a serem usadas

no município, como é um empreendimento que a gente contratou, a gente não tem

interferência direta na forma e no modelo de contratação. Mas a gente acredita, pelo

história que a gente tem, que a região é privilegiada na hora de atender esses

postos de trabalhos e empregos diretos, embarcados ou indiretos em apoio em terra.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Waldir,

está satisfeito ou quer falar? Passem o microfone para o senhor Waldir, por favor,

aqui na frente, perto do Datashow. Tem alguém para ajudar aqui, por favor.

O SENHOR WALDIR DE ALCÂNTARA – Alô! Com relação à prestação de contas, há

trinta anos atrás, lá na Colônia de Pescadores tinha dentista, pediatra, tá

entendendo. Hoje, a gente não tem nada. Então, é... quando vocês passarem

alguma verba para a colônia, isso vai levar ao conhecimento da imprensa, como

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64 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

rádio, televisão, entendeu? Para que a gente não fica à mercê da ignorância! Para

que a gente saiba que o dinheiro que foi, foi designado pra aquela instituição. Por

que eu falo? Por que não tem mais dentista?

Todo mundo defende pescador, eu também sou filho de pescador. E o pior de tudo é

quando você é enganado por aquele representante que você botou ali, naquele

poder ali, entendeu? E não tem uma seriedade. Então, eu quero que fica claro,

quando o projeto enviar alguma verba, que ela passa pra imprensa, que ela divulga

pra rádio, pra que o pescador fica ciente que ali foi designado tanto x.

Hoje, o que a gente vê é corrupção no nosso país, tá entendendo? E a gente fica,

não sabe de nada. É só isso que eu queria falar! (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Agradeço, senhor

Waldir. Para esclarecer e deixar claro: quando identificado determinado impacto,

determinada medida mitigadora, enfim, algum tipo de medida, o princípio do Ibama é

trabalhar com a maior transparência possível dentro do Processo de Licenciamento

Ambiental.

Então, tudo que for tratado, enfim, toda a construção não se restringe ao Ibama e à

empresa. A comunidade, a população que vai ser atendida é instada, é chamada a

participar da construção dos projetos.

O princípio do Ibama, dentro do seu processo de Licenciamento Ambiental, é de

total transparência e participação da população na construção dos projetos que irão

atendê-los, ok?

(Manifestações da plenária)

Microfone, por favor. Microfone, por favor.

O SENHOR WALDIR DE ALCÂNTARA – Às vezes, a gente vai pedir esclarecimento, aí

fala: Ah, a prefeitura não apoia a gente. A Petrobras não apoia a gente. Então, poxa,

eu sempre contribui com a colônia, voto na colônia, tá entendendo? Então, a gente

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65 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

quer um esclarecimento! Nada mais justo do que um esclarecimento por que não

tem mais dentista, por que não tem mais pediatra, por que não tem médico? Não

tem benefício pro pescador! Não tem um kit escolar! A Petrobras sempre deu kit

escolar pra lá, mas não tá dando mais.

Agora, a gente não sabe. Isso aí tem que ser passado pra rádio, pra rádio pra

divulgar pra que o pescador fica ciente daquilo que tá acontecendo com a as nossas

colônias, tá entendendo? É só isso.

E, com relação ao emprego, aos jovens, a nossa cidade lá, as 5.000 (cinco mil)

pessoas que eu entrevistei, certo, que fui pedir abaixo-assinado para emprego e

renda no município, 4.500 (quatro mil e quinhentas) pessoas, falaram que a

necessidade do município é emprego. Porque a violência... a nossa cidade era muito

tranquila, tá entendendo? É muito bonita, e era muito tranquila. Hoje, a gente vê a

violência por falta do emprego!

Os comerciantes, você vai com R$ 50,00 (cinquenta reais) para comprar um cartão

de telefone e não tem troco. A cidade não tem capital de dinheiro. Então, é muito

importante esse projeto passar informação, tá entendendo? Porque você tirar um

jovem, dar um curso profissionalizante para um jovem, e dar seu primeiro emprego,

com certeza você vai tirar ele da ociosidade, das drogas, tá entendendo?

É só isso! Vamos acatar os nossos jovens para a gente terminar com essa violência,

tá entendendo? É só isso, obrigado. (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado. Senhor

Alexandre Borges, está ok? Obrigado. Senhor Welington Meireles, senhor Joel:

“Trabalhei cinco anos como monitor de praia pelo Projeto Tamar. E queria saber se

tem possibilidade do projeto voltar a operar na região de São João da Barra?”

“Queremos a garantia de investimentos no GTR – Geração Trabalho e Renda do

Pescarte.”

Bom, com relação ao Tamar, o Tamar é um projeto que não está relacionado aos

Processos de Licenciamento que a gente avalia. É um projeto do ICMBio, uma outra

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66 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

instituição, que trabalha com a biodiversidade e as unidades de conservação. Ele

não está vinculado aos nossos processos de licenciamento.

Então, a questão da dinâmica dos projetos, quando são realizados, as regiões em

que são realizados não estão sob gerência do Ibama. Na verdade, sequer fazem

parte do Processo de Licenciamento. É jurisprudência do ICMBio a autorização e

manutenção deste projeto.

Com relação ao Pescarte, você vai falar?

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – É... nesse segundo ciclo... Joel,

nesse segundo ciclo do Pescarte, a gente está, efetivamente, trabalhando nesta

questão de construir o modelo para fazer efetivamente a geração, o Projeto de

Geração de Trabalho e Renda – PGTR. Então, este é o objetivo do segundo ciclo.

Não sei qual o seu envolvimento com o Pescarte na sua comunidade, mas esse

segundo ciclo, a gente sentou e definiu junto ao Ibama. E foi aprovado pelo Ibama.

Ele tem o objetivo principal, a gente efetivamente desenvolver o projeto para que a

gente tenha este projeto concluído, pelo menos modelado ao final desse ciclo.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Joel, ok?

Obrigado. Senhor Welington, ok? Obrigado. Senhora Célia Moura? Célia Moura?

Está ausente? Senhor Waldir, a outra pergunta é relacionada à primeira. O senhor

está atendido? Obrigado.

Senhor Adélio Pereira Silva e senhora Marina: “Qual classe social será mais

impactada com o Projeto Tartaruga Verde e Mestiça?” “Sabe-se que a implantação

de um empreendimento é apenas uma pequena porção da indústria petrolífera,

estrutura na região da Bacia de Campos. Como a empresa e o Ibama pretendem

mitigar os impactos socioeconômicos, cinéticos e cumulativos? Este fato foi

contemplado e previsto no estudo?”

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67 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Com relação

às classes sociais impactadas e o impacto sobre a indústria petrolífera, vou pedir à

Karen para fazer a complementação.

A SENHORA KAREN LOPES DINUCCI (Mott MacDonald) – Boa noite, senhor

Adelton. Com relação à pergunta: “Qual classe social será mais impactada com o

Projeto Tartaruga Verde e Mestiça?”

Eu gostaria de dizer que o nosso estudo não trata... Com relação à classe social

mais afetada, eu gostaria de dizer que nosso Estudo de Impacto Ambiental não

divide a comunidade, a sociedade por estratos sociais. Todo mundo tem que ser

avaliado da mesa forma.

Mas importa qual setor produtivo, qual setor da economia e se este setor é afetado.

Obviamente, como a gente teve a oportunidade de conversar bastante, hoje aqui, a

comunidade pesqueira é o setor produtivo. Portanto, uma classe da sociedade que

merece um destaque especial em estudos que são realizados no mar, o local de

sobrevivência e sustento dessa comunidade.

Mas falar em estrato social, assim, não cabe. No nosso entendimento não cabe no

contexto de um estudo desse. A gente avalia a comunidade como um todo, a

sociedade como um todo.

A vinda de royalties para os municípios recebedores, ou para o estado recebedor,

deve ser um fator que alavanque a sociedade como um todo. Que ofereça recursos

para ser investido para o bem da sociedade e não para o bem de uma determinada

classe social ou outra.

Então, sob este ponto, a classe social, o nosso estudo não trata o fato ambiental,

socioeconômico, as pessoas dessa forma.

Com relação à pergunta: “Sabe-se que a implantação de um empreendimento é

apenas uma pequena porção da indústria petrolífera...” Em primeiro lugar, a nossa

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68 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

metodologia de impactos ambientais traz dentro dela o conceito de sinergia e

cumulatividade.

Então, para cada impacto, sinergia e cumulatividade foram, sim, avaliadas. E a

gente contextualiza o Estudo de Impacto Ambiental do Campo de Tartaruga numa

situação, num cenário da Bacia de Campos, que já é uma região onde a vocação da

indústria petrolífera se estabeleceu no Brasil, desde a década de 70.

Se eu não estiver errada, é a bacia sedimentar que mais produz no país. E que mais

se desenvolveu para a indústria de óleo e gás. Portanto, é nosso entendimento que

esta vocação foi escolhida, em algum grau estratégico, de que esta localidade tinha

essa vocação natural. E que, desde que desenvolvido de maneira correta,

sustentável, dando os direcionamentos corretos para os impactos ambientais e

sociais positivos e negativos, essa indústria tem como se desenvolver na região da

melhor forma possível.

Com ônus e bônus, como qualquer projeto traz, mas trazendo ao máximo os benefícios

para a sociedade e para o país, que se entende produtor de petróleo. Então,

respondendo objetivamente à pergunta se sinergia e cumulatividade foram critérios

avaliados, se há uma análise específica sobre isso na síntese conclusiva dos

impacto ambientais.

A SENHORA CERIMONIALISTA SONIA VASCONCELOS (Petrobras) – Senhores, vou

pedir um pouquinho de silêncio. As pessoas aqui na frente estão reclamando que

estão se confundindo com o barulho que está vindo detrás. Obrigada.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Dona Marina,

satisfeita com a resposta ou quer uma colocação adicional? Obrigada. Senhor

Adélio, satisfeito ou quer uma colocação adicional? Obrigado. Senhora Virgínia dos

Santos, está presente? Não. Senhor Sergio Ferreira: “Qual a distância percorrida

pelo ruído do embarque durante a fixação das estacas?” “Qual a distância entre os

pontos de fixação e os grupos de estacas?”

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69 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Boa noite,

senhor Sérgio. É uma pergunta bastante interessante, em relação aos ruídos. A

gente não consegue prever essa distância, mas a gente sabe que a propagação do

som na água é cinco vezes, a velocidade é cinco vezes mais rápida do que no ar.

No tocante à avaliação de impactos, a gente prevê impacto sobre o grupo de

cetáceos e quelônios, baleias, golfinhos e tartarugas. Mas eu alerto que não é um

impacto de magnitude tão elevada quanto o impacto da sísmica. Este é um impacto

apenas de funcionamento de maquinário. Então, o nível decibéis é bem inferior, está

bom?

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Sérgio, obrigada pela

contribuição. Esta questão do espaçamento, a questão do ruído, como colega

respondeu tem bem menos influência dentro da questão.

A questão do espaçamento, não posso confirmar agora. Mas podemos levantar

esses números mais detalhadamente... Matheus, você tem algum complemento em

termos de distância?

A gente tem grupamentos de estacas, como mostrei na minha apresentação, onde a

gente tem distâncias de 20(vinte) metros entre cada estaca de cada agrupamento. E

em torno de raio de ancoragem em torno de 1 (um) quilômetro, não é Matheus? Um

quilômetro de distância em torno do navio. Mas esse impacto é muito pequeno em

termos de ruído.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Sérgio,

satisfeito? Obrigado. Edmar, está presente? Não? Senhor Roberto Lúcio Gomes e

Geneci Terra: “Gostaria de saber se existe um programa de evacuação em caso de

vazamento de gás e óleo para a população nas cidades onde as tubulações

passam, pois essa semana aconteceu uma emergência neste sentido em Quissamã

e não apareceu ninguém para orientar?” “Gostaria de saber o que realmente

aconteceu, foi na última sexta-feira, de 11 horas às 19 horas, um barulho muito forte

e constante, tipo um som de vazamento de gás?” “Qual a probabilidade de

acontecer um vazamento de óleo durante a instalação?”

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70 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A SRA. CÁTHIA GONÇALVES SOUTO (Petrobras) – Boa noite, senhor Rogério. O que

aconteceu no dia 31, quinta-feira, foi uma tentativa de furto no oleoduto, na

proximidade de Quissamã.

O que aconteceu? Os meliantes, ao invés de furtar o oleoduto, furaram o gasoduto.

Isso realmente ocasionou um vazamento de gás. Imediatamente, a Petrobras

detectou o vazamento, encaminhou os técnicos ao local, a área foi isolada.

No outro dia, a Petrobras providenciou – temos fotos aqui – um contato com a

comunidade, foram distribuídos inclusive alguns folhetos, junto às pessoas próximas

à cidade de Quissamã.

O barulho proveniente depois foi que a Petrobras, tecnicamente, despressurizou um

gasoduto para evitar um possível novo vazamento. Isso aconteceu para que a gente

conseguisse fazer o reparo. E eu gostaria, inclusive, de deixar aqui o telefone 168

porque, em caso de qualquer emergência que os senhores detectarem junto à linha

de dutos da Petrobras. Este telefone é o telefone para qualquer emergência, e

funciona vinte e quatro horas por dia.

O telefone é 168, ok, senhor Rogério? Roberto, desculpe. Obrigado.

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Senhor Geneci Terra, a

pergunta é: “Qual a probabilidade de acontecer um vazamento de óleo durante a

extração?”

Tinha sido lido nesta instalação, mas entendo que seja na instalação, no processo

produtivo. Como a gente informou ao longo do processo, o sistema tem uma série, a

planta do processo de instalação tem uma série de sistemas de proteção e

mitigação para interromper a planta, em qualquer situação de anormalidade.

E os impactos disso, probabilidade disso acontecer é muito baixa, de ter algum

vazamento estabelecido. Mas é baseado numa metodologia que a área técnica

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71 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

estabelece, avaliando a probabilidade de toque, em caso de ocorrência de alguma

coisa, para ver as áreas afetadas.

Mas respondendo diretamente, qual a probabilidade, não tenho um número para lhe

dizer diretamente, mas é uma probabilidade muito baixa, que todos os sistemas de

proteção trabalham com redundância e com suporte de paralisação das operações,

em qualquer situação de emergência, para evitar vazamento.

Se a pergunta for instalação, como foi falado, aí o risco é praticamente zero porque,

durante a instalação não tem petróleo produzido, os tanques, os navios estão

vazios, sem nenhum petróleo na embarcação.

Se for durante a vida produtiva, ai, os sistemas de segurança e processamento

atuam para evitar que esse vazamento aconteça. Mas ainda existe alguma

probabilidade. E, por isso, toda a avaliação de impacto e risco ao toque à

comunidade, caso isso aconteça é previsto no estudo e avaliada.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – E para esclarecer

também questões relacionadas ao risco, bem como ao Plano de Emergência, tudo

relacionado ao caso de ocorrer uma contingência, está presente no Estudo de

Impacto Ambiental, nas versões que foram distribuídas nos locais que falamos

anteriores. Como estão presentes aqui, e como está disponível no site do Ibama

para consulta e download o estudo completo.

Senhor Roberto, satisfeito com a resposta? Senhor Geneci, ok? Senhora Maria

Rejane, está presente? Maria Rejane? Não está? Senhor Carlos de Souza, Edgar

Costa?

Vou aproveitar para informar que está próximo de concluir os questionamentos por

escrito. Partiremos para as questões orais. Então, quero pedir, tanto para quem for

fazer as perguntas quanto para nós que iremos responder, objetividade na pergunta

e na resposta. Temos participantes desta Audiência Pública que são de longe,

pessoas do Espírito Santo. E, enfim, a gente precisa ser célere, sem tolher a fala de

ninguém, mas conseguir que todos participem, efetivamente.

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Senhor Carlos de Souza, Edgar Costa: “Como fazer a proibição do arrastão de barco

em ação na costa para não prejudicar os peixes pequenos?” “A sísmica traz

prejuízos para a fauna submarina?”

O SENHOR FERNANDO AUGUSTO GALHEIGO (Ibama) – Alô, Boa noite. Meu nome é

Fernando, atualmente sou analista ambiental. Trabalho no Ibama.

Quanto à questão da sísmica trazer prejuízo para a fauna marinha, traz, sim. Por

isso, existe todo um Processo de Licenciamento, semelhante ao que estamos

fazendo aqui, para as atividades de sísmica, processos complexos, também.

Quando é realizada em águas mais profundas, existe Processo de Licenciamento

também, só que é mais simplificado. Quando é em água mais rasa, por estar muito

mais próximo de ambientes mais sensíveis, onde até a atividade pesqueira é mais

intensa, existe um processo bem mais rigoroso, conforme o EIA-RIMA.

E quanto a proibição ao arrastão de barcos próximos à costa, isso é um toque que

vem sendo discutido no Ibama há muito tempo. Quando teve a criação do Ministério

a Pesca fizeram algumas normativas sobre esta questão.

E é sempre problemático porque o próprio registro de pesca tenta estabelecer

alguns limites para este tipo de operação. São legislações, como sabem muito bem,

são no papel, mas não são efetivas e nem conseguem ser aplicáveis na prática.

É um desafio não só vocês, pescadores, que querem trabalhar, promovendo o

trabalho de vocês e a preservação ambiental. Nós também do órgão de controle

também temos essa limitação de como executar este tipo de atividade.

Então, não tenho como responder a esta pergunta aqui, até por que acaba fugindo

um pouco do foco deste evento. Por favor, senhor Carlos de Souza, podemos nos

encontrar depois deste evento e conversar um pouco sobre essas questões, para

saber como podemos aprimorar essa questão.

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73 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Mas, como o Itagyba comentou, tem gente que precisa voltar para casa. Está

começando a ficar tarde. Mas é só me procurar ali, e a gente conversa. Mas,

efetivamente, é um desafio muito grande. Obrigado.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Edgard,

quer falar alguma coisa? Está ok? Ele quer o microfone.

O SENHOR EDGARD COSTA – A pergunta que eu fiz a respeito da sísmica, não fiquei

satisfeito com a resposta. Por quê? Eu gostaria de saber a respeito da sísmica,

como vai haver nova perfuração, essa sísmica vai atingir nós, pescadores.

Nós já temos um impacto grande. Não podemos pescar a (500) quinhentos metros

da plataforma. Quando vier outras plataformas, vai acabar que a nossa região de

pesca não vai funcionar mais. Nós não vamos mais ter a fauna sobremarina.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Para esclarecer,

como o Fernando falou, a atividade sísmica antecede, é um processo específico

que antecede a perfuração, que antecede a produção.

O atual processo que estamos conduzindo aqui, que estamos debatendo é o

desenvolvimento da produção. Agora, neste momento, não está sendo discutida a

atividade sísmica.

Como o Fernando falou, a atividade sísmica possui impactos que são avaliados ao

longo do Processo de Licenciamento Ambiental. E são tomadas as medidas

necessárias para minimizar esses impactos, compensar os que não foram possíveis

mitigar.

Mas são processos distintos, atividades distintas, entendeu? O atual momento,

deste empreendimento especificamente, se refere ao desenvolvimento da produção.

Ou seja, já é outra etapa. E não está previsto, neste licenciamento, o

desenvolvimento de atividade sísmica.

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Como o Fernando falou, e é bom deixar claro, a sísmica tem, sim, impactos, seja na

pesca, seja na fauna. Tem impactos e são avaliados pelo Ibama, e considerados ao

longo dos Processos de Licenciamento Ambiental específicos, ok?

O SENHOR FERNANDO AUGUSTO GALHEIGO (Ibama) – Senhor Edgard, aqui teve

uma pergunta que perguntou sobre impacto sinérgico. Sua pergunta acaba trazendo

um pouco essa questão.

Como o Itagyba comentou, a sísmica é etapa inicial para saber se existe

possibilidade de ter óleo. Eles perfuram para confirmar que tem óleo. E aqui

estamos no cenário para produzir esse óleo.

Daqui a um tempo, quando já tiverem produzindo durante um certo período, esse

reservatório vai ter alguns comportamentos. E vão querer saber melhor o que está

acontecendo com esses reservatórios. A quantidade de óleo pode estar

aumentando.

Por isso, a atividade, e muitas vezes aqui na Bacia de Campos vocês já ouviram

falar disso, que a sísmica 4D. Ou seja, primeiro eles fazem uma sísmica, e, daqui a

cinco, dez ou vinte anos, fazem uma sísmica de novo para saber se o óleo que

estão tirando está na camada certa, se podem fazer um poço um pouco mais acima.

Talvez, seja uma informação que a Petrobras possa trazer, se existe já um

indicativo, uma previsão da próxima sísmica para essa atividade. Então, acho que é

mais ou menos relacionado aos impactos sinérgicos, como vai ter essa atividade de

produção, no futuro, sim ocorrerá uma atividade sísmica, possivelmente, neste bloco

também. Não sei se a Petrobras já tem esse tipo de resposta ou não

O SENHOR IVAN GARCIA DOS SANTOS (Petrobras) – Sendo especifico para esse

projeto, para o Projeto de Desenvolvimento da Produção dos Campos de Tartaruga

Verde e Mestiça, não há previsão de novas sísmicas. Isso já foi feito num processo

anterior, sem previsão de nova sísmica para este projeto em desenvolvimento.

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O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – E, se por acaso

esta ideia, o projeto for alterado e houver necessidade de nova sísmica, passarão

por um Processo de Licenciamento específico, entendeu?

Senhor Carlos Souza, satisfeito com a resposta? Microfone para o senhor Carlos,

por favor.

O SENHOR CARLOS DE SOUZA – Boa noite a todos.

Eu quero saber, mais ou menos, quantos metros os barcos têm que arrastar fora da

costa, porque são muitas áreas de peixe que eles destroem. Eu creio que isso aí é

uma destruição da natureza. Então, eu queria saber se isso aí é da Marinha ou o

Ibama tem que tomar consciência sobre esse assunto?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Como se trata de

uma questão que não está, eminentemente, vinculada ao Processo de

Licenciamento, o Fernando, nosso especialista no assunto, vai explicar que é uma

atividade também atribuição do Ibama, mas não especificamente do Licenciamento.

Para a gente ganhar tempo, o Fernando está indo conversar com o senhor, está ok?

Obrigado pela participação.

Senhora Marcia Maria dos Santos? Senhor Eliseu Alves? Não está presente?

Senhor Adriano Pessanha? Senhor Edmar? Senhor Edmar não está presente?

Senhora Marcia Maria dos Santos: “Gostaria de saber se Cabo Frio faz parte da

Bacia de Santos?” Não. Cabo Frio faz parte da Bacia de Campos.

Senhor Adriano Pessanha: “Se já somos autossuficientes no petróleo por que

pagamos tão caro nos combustíveis? Se for oportuno para o momento, gostaria de

saber?”

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Bom, essa é uma

questão que não é objeto... Enfim, a questão do preço não é objeto do Processo de

Licenciamento em si. É uma questão, enfim, dos valores do barril de petróleo, a

cotação, impostos. O preço do combustível é composto por uma série de fatores que

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ATAS DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REFERENTE AO LICENCIAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DOS CAMPOS DE TARTARUGA VERDE E MESTIÇA, NA BACIA DE CAMPOS, RIO DE JANEIRO

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76 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

não estão na competência do Ibama, da própria Petrobras. Ele é composto por uma

série de fatores. Acho que ninguém aqui conseguiria responder adequadamente a

sua pergunta.

O SENHOR TOMÁS DE OLIVEIRA BREDARIOL (Ibama) – Senhor Adriano, esta é a

última pergunta. O José Celso, da Petrobras, se disponibilizou a conversar com o

senhor sobre este assunto, em particular. Está bom? Só para a gente poder seguir

para a parte das perguntas orais.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Ok? Encerramos

as perguntas escritas, e iniciaremos agora as colocações orais. Reforçamos, a fim

de atender a todos, que as perguntas feitas no máximo em três minutos. E quem for

responder seja o célere possível e claro para que a gente possa dar fluidez.

O senhor Ayrton Miranda Martins, está presente? O senhor tem três inscrições.

Então, se o senhor puder fazer as três perguntas nesta mesma fala, a gente

consegue ser mais célere.

O SENHOR AYRTON MIRANDA MARTINS – Só vou fazer uma só. Vou fazer uma

pergunta aqui no meio da turma pra todo mundo dar risada. Bem-vindo, Pedro

Alvares Cabral, chegando ao Brasil! Os senhores estão destruindo nossa Amazônia

azul, estão que nem os portugueses, quando chegaram ao Brasil, expulsando os

pescadores.

Estão expulsando nós para as pequenas áreas, tirando o nosso pesqueiro. E chega

aqui, agrada nós om biscoitinho, uma conversa de executivo. Eu vi um rapaz ali

vagando... O RPG do pescador, o senhor não procura só na água salgada, o senhor

procura na água doce porque tem muito pescador tem o RPG que recebe água doce

para você saber pelo menos um cadinho...

Eu tenho vinte e oito anos de registro. Eu tenho 51 anos de idade. Eu estou desde

89, desde a primeira Conama, entendeu? Eu estou desde o primeiro Licenciamento

Ambiental que o Ibama exigiu a vocês.

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77 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Aqui, está sendo engana trouxa. Eu já estou enjoado de servir aqui, vim aqui e ver

vocês querendo engrupir nós. Chega! Vamos ser realistas!

O Licenciamento aqui, não preciso nem dizer, 50 (cinquenta) pessoas aprovam.

Chega lá no Ibama já tá aprovado! Já aconteceu assim lá em Rio das Ostras, com a

primeira plataforma.

Não tem espaço físico... Nós fomos humilhados, quem chegou na hora, na refeição

ficou uns comendo arroz puro. Eu fiquei dando risada! Sinto muito dizer, mas isso

aqui já virou uma brincadeira! Vou lá pra fora fumar pra me acalmar! (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Primeiro, quero

deixar claro que o Ibama está aqui como órgão licenciador. O Ibama, posso falar,

não nenhuma intenção em fazer teatro.

Esta Audiência Pública não é proforma. Tudo que está sendo falado aqui, está

sendo registrado. E será, empenho minha palavra, considerado no Processo de

Licenciamento Ambiental.

Os Processos de Licenciamento Ambiental do Ibama são feitos dentro dos princípios

do serviço público, com clareza, transparência, primor técnico e moralidade. O

Processo de Licenciamento, temos absoluta clareza, precisa ser constantemente

aprimorado.

Estamos trabalhando, nos empenhando muito para isso. O Ibama, dentro das suas

características, das suas condições, tem tentado aumentar os canais de diálogo com

a sociedade.

Temos, aqui, várias pessoas que participam dos diversos projetos que são

obrigações criadas pelo Processo de Licenciamento Ambiental do Ibama. São

construídos, prioritariamente, de forma conjunta com a sociedade. Temos,

claramente, muito a evoluir, mas gostaria de confirmar aqui a seriedade e o objetivo

do Licenciamento Ambiental, que o empreendimento tenham seus impactos

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negativos trazidos ao mínimo, assim como seus riscos. E que a gente consiga

projetos melhores para a sociedade, para vocês, para mim, para todos aqui.

O Ibama é um órgão público. É a vocês que a gente serve. Não temos nenhuma

pretensão, enfim, compromisso com determinado grupo econômico, nada disso. O

Ibama é uma instituição pública, e está aqui para servir à sociedade.

Gostaria de deixar claro para vocês que o Processo de Licenciamento é conduzido

dentro dos princípios de seriedade, clareza e primor técnico. Isso posso garantir em

nome de toda a equipe técnica do Ibama.

Senhor Orlando Pacheco?

O SENHOR ORLANDO PACHECO – Boa noite a todos.

Ouvi da Clarissa muitos impactos, impacto no solo, impacto no mar, impacto na

sociedade civil, impacto ali, impacto aqui. Quem saiu impactado fui eu! (Risos)

Sério, saí impactado e muito triste por não ver, composta nesta Mesa, o Ministério

Público e as classes impactadas. Por exemplo, a sociedade civil não tem um

representante ali. A pesca não tem um representante ali.

Eu sei que o impacto lá no mar, com os peixes, o tubarão não poderia estar ali. Tudo

bem, o tubarão eu aceito, mas os outros, não aceito!

Vejo, assim, que os projetos que vocês, Petrobras, bancam são muito interessantes.

Faço parte de todos. Eu sou chamado inclusive de PM, porque faço parte de todos

os projetos. E os projetos, vejo assim, vocês vão ter que fazer a mitigação para essa

exploração de petróleo.

E eu fico pensando, por que não aumentar a participação dessa mitigação, em cima

dos projetos que já existem, como o Pescarte, que é um Projeto de Trabalho e

Renda, entendeu, melhorando as condições desses projetos.

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79 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Inclusive, eu gostaria de dizer que o Poder Público Municipal de Cabo Frio, será que

tem algum representante aqui do Poder Público? Eu gostaria de agradecer ao Poder

Público por ter cedido, para nós, o espaço para implantação da nossa cooperativa.

E também à Câmara Municipal por ter votado, unanimemente, esse pedido, essa

indicação do Prefeito, que passou, unanimemente, na Câmara Municipal de Cabo

Frio.

A minha pergunta, na verdade, já foi contemplada na escrita. Eu gostaria de

agradecer a participação de todos que estão aqui. Muito obrigado por tudo. Boa

noite. (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Eu que agradeço,

senhor Orlando.

Por uma questão de ordem, vou passar à frente os representantes de Piúma, do

Espírito Santo. Nós temos dois representantes de Piúma inscritos aqui. Vou passá-

los à frente por causa da questão do deslocamento deles. É bem distante, vamos

adiantar para que eles possam se deslocar.

Senhor Sérgio Xavier? Microfone para o senhor Sérgio, por favor.

O SENHOR SERGIO XAVIER – Boa noite a todos.

Qual o valor compensatório, em função do impacto na atividade econômica e

ambiental do empreendimento, que irá provocar desenvolvimento socioeconômico

nos municípios envolvidos, uma vez que na apresentação não foi contemplado e

nem no estudo?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Não ficou clara a

questão. Qual o impacto, é isso?

O SENHOR SERGIO XAVIER – Qual o valor compensatório? Veja bem, tem um impacto

econômico e social nessa atividade. Em função disso, tem que ter um estudo

socioeconômico disso aí. E uma projeção econômica de algum valor compensatório

e tudo.

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80 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

De acordo com a apresentação e o estudo não foi contemplado isso. Pode ser que

tenha um estudo disso, mas não foi apresentado. Se isso aí não puder ser

respondido agora, por algum problema técnico, alguma coisa, que me responda

posteriormente por e-mail.

Não teria problema nenhum. Eu disponibilizo meu e-mail, e vocês me respondem

depois. Mas que me seja respondido por que já vim em várias Audiências da

Petrobras, ficaram de me responder, vários contatos foram feitos. E nenhuma

resposta foi dada.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Desculpe, para

deixar claro, o senhor está se referindo à compensação ambiental, é isso ou não?

O SENHOR SERGIO XAVIER – Não... Por exemplo, vocês vão fazer... Tem lá o exemplo

dos royalties... A exemplo dos royalties, eles pagam uma compensação por um

possível impacto nas atividades exploratórias e tudo. Em função disso, o

questionamento é esse. Não sei se fui claro.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Agora, ficou mais

claro.

A questão dos royalties é aquilo que foi colocado pelo colega da ANP naquele

momento. Os valores são decorrentes da produção, e serão calculados a seguir. Se

o senhor está falando dos projetos de mitigação, enfim, que existem dentro do

Processo de Licenciamento Ambiental, esses projetos serão construídos ao longo do

Processo de Licenciamento.

Nós temos a avaliação de impacto, a avaliação. Com base nisso, nós definiremos os

projetos e quais serão as linhas de ação. É isso?

O SENHOR SERGIO XAVIER – Veja bem, quando vocês fazem a apresentação de um

projeto desse, no fundo disso tem os impactos econômicos, socioeconômicos e

ambientais. Isso tem que ter contemplado.

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81 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

É claro que é uma coisa muito técnica, muito específica, que demanda uma série de

tempo, demanda uma série de explicações técnicas e tudo mais. Em função disso,

tem que ter uma compensação.

No projeto, mesmo que seja inicial e ao longo os anos vai sendo construído, vai

sendo adaptado, tem que ser contemplado isso. E eu não vi isso. E a própria

apresentadora, se não me falha a memória, no momento falou que não estava

sendo contemplado isso.

Você entendeu? É em função disso que eu tô perguntando. Se não tiver condições

de ser respondido agora pelo detalhe técnico, que me seja respondido

posteriormente. Eu disponibilizo meu e-mail e tudo. Mas que me seja respondido.

O SENHOR TOMÁS DE OLIVEIRA BREDARIOL (Ibama) – Para esclarecer, no âmbito

deste projeto não tem uma compensação direta. Não vai ter um valor que vai ser

entregue em momento algum.

O que nós temos são projetos, que têm escopos diferentes, para mitigar impactos.

Aí, foi citado aqui o Programa de Comunicação Social, o Pescarte. Durante a

apresentação, ela falou do PMAVE. Então, a gente tem uma série de projetos que

vão atuar nos impactos. Mas não tem compensação.

A única compensação que tem no âmbito deste projeto é a compensação ambiental

para o SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Valor,

dinheiro entregue, não acontece.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Está ok?

O SENHOR SERGIO XAVIER – Isso tem que ser contemplado. É obrigatório isso em

qualquer projeto que tenha a contemplação tem que estar. De uma forma ou de

outra ela tem que estar. E não é o primeiro projeto, não. Eu acompanho vocês. Eu

rodo o Brasil afora vendo isso. Não só a Petrobras, a ANP e outras coisas mais. E

não está sendo contemplado. Isso não está claro, mas tem que estar claro.

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82 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Agora, se não tem condições de me responder agora por alguma coisa, que me

responda posteriormente.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Está ok. Na

verdade, é nossa obrigação. Estamos sempre abertos aos questionamentos, mesmo

depois da Audiência Pública

O SENHOR SERGIO XAVIER – Aberto é uma coisa, responder é outra.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – É nossa obrigação

responder. Não é um favor, somos obrigados a responder. Mas com relação a

direcionamento de recursos para municípios, não é objeto do Processo de

Licenciamento Ambiental.

O SENHOR SERGIO XAVIER – Mas não...

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Não existe

previsão legal.

O SENHOR SERGIO XAVIER – Mas aí faz parte do projeto.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Não no âmbito do

Processo de Licenciamento Ambiental.

O SENHOR SERGIO XAVIER – Mas está previsto?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – O Licenciamento

Ambiental avalia impactos e riscos, trabalha com medidas para mitigar ambos. A

questão de recursos decorrentes da exploração da produção direcionados

diretamente a municípios, são no âmbito dos royalties, são com a ANP. Não está no

âmbito do Licenciamento Ambiental, ok? Obrigado.

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83 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

O SENHOR ORLANDO PACHECO - Ei, eu quero falar um minutinho só. Nós queremos

ir embora. Nós moramos a quatro horas, seis horas de viagem daqui!

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Eu não posso

tolher a palavra dos demais.

O SENHOR ORLANDO PACHECO – Vocês dois podem dar autorização para a gente

receber a informação lá fora. Todo mundo ouviu.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Não, não. Para

deixar claro, ao mesmo tempo em que não posso tolher ninguém de falar, a gente

também não tem autoridade para prender os senhores.

O SENHOR ORLANDO PACHECO – Nós estamos querendo ir embora!

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Desculpe, todo

mundo que está nesse ônibus está indo embora?

O SENHOR ORLANDO PACHECO – Todo mundo tá querendo ir embora?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Todos?

O SENHOR ORLANDO PACHECO – A maioria tá todos eles querendo ir embora.

(Manifestações da plenária)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – A logística foi

planejada para todos. Não podemos deixar outros para trás.

(Manifestações da plenária)

Esse grupo tem interesse? Todos eles? O grupo que tiver, pode ir. A gente não vai

prender, sem problema. A Petrobras está resolvendo esta questão dos ônibus para

liberar, está ok? Podemos seguir?

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84 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Senhor Edgard Costa? Perdão, desculpa, senhor Nelson Barbosa, de Piúma.

Senhor Nelson, está presente? Não está presente o senhor Nelson?

O SENHOR NELSON BARBOSA – Eu queria, em nome de Piúma, agradecer a presença

de todos. E dizer apenas três coisas. A primeira é que faço parte de Audiências

Públicas da Petrobras desde 2004.

E gostaria de dizer a todos vocês que a questão dos PCAPs é necessário que a

Petrobras reveja essa questão dos PCAPs, que ele seja direcionado à cultura de

cada município.

Nós temos o Rio de Janeiro com 42 (quarenta e dois) municípios, o Estado do

Espírito Santo, com 78 (setenta e oito), sendo que no Estado do Espírito Santo

poucos municípios recebem royalties. No Estado do Rio de Janeiro quase todos os

municípios são contemplados com royalties.

Nós não viemos aqui à toa nem pra passear. Eu gostaria até de me desculpar por

aquelas pessoas que acham isso. Eu lido com controle social, já faz quase vinte

anos. E isso aqui também é controle social por que nós estamos defendendo o que

é nosso.

E os pescadores brasileiros são verdadeiros heróis por que, quando Marcelo Crivella

era Secretário Nacional da Agricultura e Pesca, eu participei, durante quatro meses,

de um estudo juntamente com ele.

Nós percebemos que os pescadores brasileiros são verdadeiros heróis por que eles

conseguem pegar madeira, linha, prego, barbante e cola, faz um barco. E consegue

ficar cerca de vinte a vinte e dois dias nesse barco no mar. E consegue trazer o

sustento pra casa.

Vamos olhar isso aí! Boa noite a todos. Muito obrigado. (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Boa noite.

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85 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Senhor Edgard Costa, está presente? Alcir Ferreira, não quer mais falar? Senhor

Vitor Meireles? Ali no fundo, por favor.

O SENHOR VITOR MEIRELES – Eu sou de São João da Barra, e estou desde cedo

querendo fazer uma pergunta, mas está complicado. Mas de um jeito ou de outro,

temos que respeitar o horário de todo mundo.

Então, eu tenho várias perguntas para fazer, mas como todo mundo está apressado,

não vou fazer todas. Uma coisa é que, quando a gente vem pra uma Audiência

Pública, ninguém vem para ser alienado ou para participar de educação bancária,

que é o que está acontecendo.

Eu acho que uma Audiência Pública é onde todo mundo tem que expressar a sua

opinião. Eu acho que sou totalmente contra a você ter que assinar um papel para

você poder falar. Porque tinha várias pessoas aqui que queriam falar, e acabou, foi

embora porque não teve como escrever o nome.

Então, eu acho que temos que respeitar o horário de cada um, respeitar a opinião de

cada um, o que não é que tá acontecendo. E também explicar as pessoas de um

jeito onde elas vão começar a entender, por que eu acho que vocês estão

explicando de um jeito onde ninguém tá entendendo, onde tá querendo convencer

as pessoas uma coisa que não é a realidade, não é a verdade.

Porque todo mundo que tá aqui não tá conseguindo entender quase nada. E a

minha pergunta, que eu queria fazer, acho que nem é mais válida. Todo mundo

perguntando tanta coisa, mas tanta coisa. Eu acho que se eu for perguntar isso pra

vocês, vocês não vão saber me responder. (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – O senhor não vai

querer fazer a pergunta? Podemos seguir? Rose Ribeiro? Microfone para Dona

Rose, por favor.

A SENHORA ROSE RIBEIRO – Boa noite a todos. Boa noite ao Alexandre.

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86 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

A partir do momento que o cumprimento, cumprimento todos os pescadores, todos

os presentes aqui.

Bem, a Clarissa sempre frisou que há um impacto, mas não tem compensação,

PCAP. E a partir do momento que faz uma implementação de um projeto tão grande

como esse, a partir desse momento há o impacto, sim, entendeu?

Então, tem que procurar fazer o estudo. Vocês fizeram o estudo da parte de vocês, e

na verdade os pescadores, quando perguntam, vocês dizem que ainda vão ver

ainda. Então, vocês vão fizeram um estudo realmente na parte da pesca.

Então, a partir do momento que há um empreendimento tão grande, que a Petrobras

vai ganhar muito em cima, a gente tem o impacto, sim. E nada me convence 100%

de que todo o resíduo que é tirado de lá é colocado em local adequadamente. Isso

fala com certeza por que a gente escuta relatos de pessoas que trabalham

embarcados, a gente tem parentes.

Quem pode dizer pra gente que esses resíduos 100% são jogados no local certo?

Então, há o impacto. E há o impacto também do ir e vir, transporte, tráfego. Então,

há um impacto também. A partir do momento que vai ter várias embarcações

trazendo material, levando, trazendo resíduo, levando, isso aí compromete a parte

dos pescadores, das embarcações dos pescadores.

Então, queria que vocês revessem. E quero também pedir uma reunião pública para

a gente cuidar dos projetos, dos trabalhos referentes aos pescadores. Então, a

gente tá solicitando aqui ao Ibama essa reunião pública.

E quando falaram que a verba teria que passar pro Pescarte, pra não sei pra onde,

se quando vai pra colônia... Porque o dinheiro, gente, deixa eu explicar a vocês o

que o Anderson falou ali. O PCAP vai para as colônias, mas “vai” - entre aspas -, só

quando o Ibama libera o que eles acham que é bom para o pescador.

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87 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Às vezes, a gente vai lá, vota projeto, mas eles não liberam. Aí, o dinheiro fica preso

no Ibama. Quem decide é o Ibama. Dinheiro não entra na colônia, tá? Porque

falaram ali que o PCAP vai pras colônias. Então, vai e não vai.

Se o PCAP que a gente tinha lá em Quissamã fosse para o projeto Pescarte ou pra

outra coisa, ia levar dez ano pra sair a colônia. Foi para a colônia, levou quatro anos

para sair o nosso prédio que compramos essa semana. Quatro anos! Quatro anos!

Então, se for pra outro local, se não for direcionado pra a colônia e os pescadores,

que tem que ser em conjunto, vamos levar dez, quinze anos para sair um projeto aí.

Eu não concordo do Pescarte levar tanto tempo, gastando tanto dinheiro para poder

implementar os projetos! Eu não concordo com isso, todo mundo sabe, só que

ninguém dá confiança. Ninguém concorda, mas ninguém fala nada!

Acho muitos anos pro pescador esperar esses projetos que vão vir. Dez, doze anos!

Olha a fortuna que se gasta! Então, gente, vamos rever, vamos respeitar quando o

pescador votar qual o projeto que eles querem, entendeu, com mais serenidade,

com mais compromisso de vocês para poder a gente chegar ao Ibama, ajudar,

apoiar a classe pesqueira que precisa muito, tá gente! (Palmas)

O SENHOR ANDERSON DE SOUZA VICENTE (Ibama) – Nenhum dinheiro de PCAP vai

para o Ibama, sob hipótese alguma, nunca, em nenhuma situação!

A Petrobras poderia fazer a leitura da relação dos PCAPs na Bacia de Campos, por

favor? Eu entendo que os PCAPs são morosos, mas é porque a gente quer ouvir as

demandas dos pescadores.

Com relação à votação da demanda até a efetiva execução, alguma de fato pode ser

responsabilidade de aprovação do Ibama. Mas não é regra. Se alguém quiser

explicar sobre a metodologia do PCAP, o que impacta, questões de contratação,

aquisição.

A Petrobras, como uma empresa de capital misto, está sujeita a uma legislação

muito rigorosa para aquisição. Então, se alguém esclarecer sobre isso, está bom?

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O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Essa questão já teve

anteriormente, e a gente estava aqui com a relação, só para vocês entenderem o

PCAP. Estamos falando do PCAP. Ele é realmente discutido, nesse Processo de

Licenciamento. E são discutidos na maioria dos casos, até onde eu sei, junto com a

comunidade.

A gente teve 3 (três) PCAPs em Macaé, 3 (três) em São Francisco de Itabapoana,

1(um) em São João da Barra, 1 (um) em Campos, 3 (três) em Quissamã, 1 (um) em

Rio das Ostras, 3 (três) em Casimiro de Abreu, Tamoios e Distrito de Cabo Frio, e 3

ainda em diagnóstico, Cabo Frio, Armação de Búzios e Arraial do Cabo.

Desses 18 (dezoito) que falei, 8 (oito) já foram concluídos, já foram entregues, entre

eles, a reforma da sede e aquisição de equipamentos mobiliários na Z-3 de Macaé,

curso profissionalizante para a Colônia de Macaé, sede da Associação de

Pescadores, que está em andamento.

Já concluímos, em São Francisco de Itabapoana, o auditório, a reforma do núcleo

da colônia e a base de rádio costeira. Esses três projetos já foram concluídos e

entregues.

A gente tem dois projetos em São João da Barra, sendo um centro de convivência

local, em andamento, curso profissionalizante, em andamento.

Em Campos, temos dois projetos em andamento, a bomba que, posteriormente, com

a discussão com a comunidade, transformou-se em uma draga, que está em

processo de discussão para a gente comprar o equipamento, efetivamente. E a

gente também entregou equipamentos de salvatagem para esta colônia.

Em Quissamã, a gente teve 3 (três) projetos, 2 (dois) concluídos, o aparelhamento

da Colônia Z-27, equipamento, salvatagem e material de reforma de embarcação,

concluído. E está em andamento a sede da Z-27, que está em processo de

operacionalização da aquisição porque o imóvel já foi escolhido. Estamos num

processo de formalização.

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89 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Rio das Ostras está em fase de diagnóstico, como falei, junto com Cabo Frio, Arraial

do Cabo e Armação de Búzios. E tem Casimiro de Abreu, a Casa do Pescador, a

sede do pescador desta cidade, entregue no ano passado.

Esse é um dos exemplos de PCAPs que relacionamos e estamos tratando. Tem

alguns que demoraram, sim, pessoal, por várias dificuldades, principalmente

aquisição de imóvel, que os locais tinha que tratar. Eles tinham dificuldade de

documento, e tivemos que acertar.

E, para fazer contratação desse tipo, não é uma contratação normal, na linha dos

processos da Petrobras. Não é um procedimento que a gente não vá fazer, estamos

fazendo. Mas não é a linha normal de contratação de serviços e bens da Petrobras.

Então, temos dificuldades em alguns casos, em relação a prazos, mas tenham

certeza que nenhum deles, a partir do momento que são definidos, eles são

parados. E a gente dá prioridade para serem executados.

A SENHORA ROSE RIBEIRO – Eu agradeço o apoio que vocês dão nesses 3 (três)

PCAPs, mas foi em quarenta anos, gente, quarenta anos da Petrobras na Bacia de

Campos que fizeram isso.

Eu agradeço muito a vocês. Tem o Mozart que apoia muito a gente. Se não fosse o

Mozart, a gente não estaria com os nossos documentos em dia. No geral, eu

agradeço a ele que tá empenhado em ajudar a nós. Só tô dizendo meu ponto de

vista.

Eu acho o tempo muito longo. Isso tem que ser já pensado pra vocês reduzir o

tempo. Daqui a dez anos, eu acho muito tempo, entendeu , pra gente conseguir um

projeto pras famílias tudo que tá passando dificuldade agora.

É Piscicultura, vamos ver o que gente pode fazer. Esse é meu pensamento. E eu

tenho só a agradecer também, só que em quarenta anos a gente conseguiu esses

projetos ai, tá, gente! Quarenta anos na Bacia de Campos! (Palmas)

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90 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Nós é que

agradecemos, Dona Rose.

Senhor Alexandre Marques?

O SENHOR ALEXANDRE MARQUES – Não vai ter dinheiro para pagar indenização do

impacto do microfone, não. (Risos)

Está desde cedo, comunicação péssima, desde o transporte até a presença aqui

dentro, gente. Quero parabenizar à Mesa, parabenizar à Petrobras e parabenizar...

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – O senhor pode

falar um pouco mais alto, está meio baixo, por favor.

O SENHOR ALEXANDRE MARQUES – É o impacto do microfone, que não é da agora.

Isso aí tá desde cedo. Olha só, quero parabenizar a todos os municípios que

receberam esses PCAPs, porque Cabo Frio está vergonhoso.

Cabo Frio está vergonhoso não é por falta de luta do presidente da Colônia, não. Eu

tenho ação no Ministério Público contra a Petrobras, eu não vejo, eu não vejo, tá. Eu

fico revoltado quando eu saio. Eu falei que não ia falar mais nada em Audiência.

Mas, infelizmente, não consigo ficar calado.

Estamos com um processo de R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais)

engavetado dentro da Petrobras, que não quero mais. O projeto que foi escolhido

pelos pescadores, nós já fizemos, nós já fizemos. Vocês vão ter que voltar de novo,

sentar lá.

Eu gostaria que a Petrobras me desse uma resposta... Não existe quebra de

condicionante. Não cumpriu! A plataforma não para de produzir! Eu não sei o que tá

acontecendo. Mas quero parabenizar os municípios que tão recebendo, mas

levaram bastante tempo pra receber.

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91 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Mas voltando no que nós viemos pra cá, eu gostaria que o Ibama prevalecesse,

lesse esse documento do Fórum que foi elaborado pelo CGPL - Comitê de Gestão

da Pesca da Lagosta – CGPL. E que faça cumprir aquilo ali que foi determinado por

mais de 180 (cento e oitenta) pessoas, durante três dias, elaborando aquele Fórum

para evitar escândalos como esse que saiu de dentro daqui desta audiência. Eu

acho que ali d´pra gente fazer uma parceria legal.

Sobre o RIMA, eu acho que tá faltando uma atualização, principalmente pela parte

da pesca. Eu não vi coordenadas geográficas na tubulação do gás. Eu não vi a

distância de Cabo Frio para o empreendimento. Vimos de Macaé até o

empreendimento.

Na página 5.774, Interferência das Atividades Pesqueiras Artesanais Devido à

Criação Área, é uma compensação de PCS. Chega de PCS! Chega de PEA! Se tiver

que se PEA, é uma PEA compensação. A classe pesqueira está sendo atingida, sim.

A gente sabe que está sendo atingida, e não está detectando.

Eu gostaria, sim, que o Ibama revesse uma atualização, sim da Lei nº 11.959, tá,

onde diz que a pesca artesanal não é comercial, só a industrial. A arqueação bruta,

a Instrução Normativa – IN nº 6, de novembro de 2012, as embarcações artesanais

chegam até 20 AB. Não está atualizado nesse RIMA.

Então, eu gostaria de pedir à Mesa, ao Ibama, até à empresa aí. Eu já tinha

entregue um Relatório do que nós vimos aqui e tava equivocado, entreguei na

Petrobras. Não sei se já teve essa correção, quero saber se teve essa correção por

que eu entreguei tem mais de três meses.

E rever, rever o que nós temos que fazer. Porque a gente já não aguenta mais essa

demora de PCAP, demora de PCS.

Quando um pescador perguntou se Cabo Frio estava dentro da Bacia de Santos,

teve alguém que riu. Mas se a gente não está dentro da Bacia de Santos por que

recebemos PCS da Bacia de Santos da Queiroz Galvão? Não dá pra entender! Se

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não tem a ver Cabo Frio com a Bacia de Santos, não tem o porquê fazer PCS dentro

da Bacia de Campos, não é?

E, sim, esse empreendimento tem que sair. A gente sabe que tem que sair. É

importante para a cadeia do emprego, para o município, para o país, mas eu

gostaria de fortalecer o que Rose falou, uma reunião pública com a entidade para a

gente até questionar ou vocês dar uma solução pra gente, pra gente demandar

todas essas reivindicações nossas, desse RIMA, sobre os impactos.

E eu gostaria de parabenizar vocês, irmãos, pela determinação no Poço de Libra,

que é o PMAP – Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira. O PMAP do

Poço de Libra, da Petrobras, aquilo funciona. A estatística pesqueira é tudo que nós

precisamos.

Como aquele menino de Macaé falou, Macaé pesca ali. Macaé tem pesca e só

descobriram através do gasoduto Rota Cabiúnas, com um belo trabalho que a

Feperj - Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro, que comprovou,

que naquela área, Cabo Frio tem 150 (cento e cinquenta) embarcações que

trabalham naquele lugar. Então, teve a compensação.

Tem que se basear nisso aí. Se o contrato for de dois anos, que renove em cima

não no Poço de Libra, mas no Poço de Tartaruga Verde.

Eu gostaria de sair daqui com uma resposta. Eu posso encaminhar todas essas

reivindicações do que eu achei, do que nós achamos de mudança nesse RIMA? E a

possibilidade de uma reunião pública coma entidade.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Com relação à

encaminhamento é desejável. É extremamente importante para a gente receber as

contribuições de vocês. Sim, se o senhor tiver disponível agora, pode ser entregue

diretamente aqui, na Mesa. Não estando aí, o senhor pode encaminhar por e-mail,

por Correios, que será, garanto ao senhor, inserido dentro do Processo de

Licenciamento Ambiental. E avaliado pela equipe técnica do Ibama.

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Então, a resposta é sim. Você pode, deve, na verdade. E é extremamente

importante para o Processo de Licenciamento Ambiental, a contribuição dentro do

processo.

Com relação à participação do Ibama em reuniões, o que for, o Ibama tem estado

presente em diversos projetos. A gente tem tentado intensificar a nossa participação

no acompanhamento dos projetos que são obrigações condicionantes nossas, nos

Licenciamentos. Nós temos feito um esforço bem grande, dentro de uma realidade

de restrição orçamentária, enfim, com todas as nossas dificuldades, o Ibama tem

estado presente na maioria das atividades.

Estamos, sim, abertos. Havendo o convite, conseguimos agenda da equipe técnica

para participar de reuniões com a população, com a sociedade, enfim, com quem

demandar, dentro do nosso Processo de Licenciamento Ambiental, ok?

O SENHOR ALEXANDRE MARQUES – Eu só quero agradecer ao Seu Fernando, que

está de volta aí. O Fernando sempre foi parceiro da gente, apesar de várias

discussões. Mas nós estamos aqui pra fazer o melhor. Abração, Fernando!

Sobre a pressa nossa do PCAP, nós recentemente, como Rose falou, nós

ganhamos um terreno. Mas a gente sabe como é político. A política é agora, você

tem que aproveitar aquele, sim. E, se não aproveitar aquele sim, daqui a pouco vai

ter um não.

Nós ganhamos um terreno, sim na beira da Lagoa. O prefeito concedeu, foi

aprovado na Câmara. É um terreno aproximadamente no valor de R$ 2.000.000,00

(dois milhões de reais) na área onde é.

Eu gostaria até de que o Ibama solicitasse à PGS, que ficou responsável pela

conclusão do PCAP, fosse falar com a gente, adiantasse pra gente pegar esse

recurso de R$ 140.000,00 (cento e quarenta mil reais) e colocar na legalização do

documento do terreno. E preparar a base pro terceiro ciclo do Pescarte que, se não

me engano, é Março de 2019.

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A gente já tá com a base pronta pra receber a nossa Sala de Beneficiamento do Pescarte.

Demais, muito obrigado. E me desculpe se eu ofendi alguém. (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado a você,

Alexandre.

Senhora Luciane Zaneti? Luciane está presente? Por favor, ali, a senhora Luciane.

A SENHORA LUCIANE ZANETI – Eu só queria saber como foi que a Vitek chegou à

conclusão de que a ressurgência só ocorre no Verão? Porque para a classe

pesqueira, esse fenômeno ocorre durante todo o ano. E por que não chamaram os

pescadores para participar desses estudos?

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – É importante a

colocação. Lógico, a gente tem que avaliar quem atua na região. Mas o Diagnóstico

de Oceanografia foi feito com uma base de dados. Foi consultada a literatura tanto

de artigos científicos quanto de livros. Então, a estrutura do documento considera a

avaliação feita por pesquisadores, a consideração da literatura consagrada.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Dona Luciane,

alguma colocação a mais? Obrigado pela participação.

Senhora Márcia Maria Azevedo. Não? Senhor Saulo Januário, ali.

O SENHOR SAULO JANUÁRIO – Boa noite.

Só esclarecendo que eu faço parte do Projeto de Educação Ambiental da Bacia de

Campos, e em atuação nesse projeto, que é uma medida de mitigação de impacto

nos empreendimentos da Petrobras, nós solicitamos o RIMA para apreciação na

Superintendência do INEA – Instituto Estadual do Ambiente, em Macaé. E a gente

não encontrou este documento lá.

Depois, nos retornaram a ligação, dizendo que este documento estava disponível na

sexta-feira. Eu vim pra relatar este acontecimento por que nos entendemos que a

Audiência Pública é muito importante, é o espaço em que a sociedade pode

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95 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

participar efetivamente do Processo de Licenciamento Ambiental. E nesse momento

a gente não teve condições de acessar esse documento. Tivemos que buscar outras

formas porque no site do Ibama não estava disponibilizando. Tentamos por diversas

vezes, não sei se outras pessoas tentaram para comprovar porque é minha palavra

que está sendo empenhada aqui.

Não tenho interesse em dizer, falar mentiras, mas de ressaltar um ponto que é

importante, a publicização dos documentos. Isso viabiliza a participação d

sociedade, efetivamente...

Então, vim deixar esse relato aqui, solicitando mais publicidade nessas audiências

por que não tivemos, a meu ver, uma publicização desta Audiência Pública eficiente

em Macaé, uma cidade que está, segundo o RIMA, a cidade que mais absorve os

impactos, segundo a planilha da página 21. E a gente não teve, a meu ver, uma

publicização desta Audiência, conforme imagino ser o ideal.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Com relação ao

RIMA, bom, nós distribuímos para uma série de instituições dentro da área de

influência. Adicionalmente, adicionalmente, não, também é colocado no site do

Ibama. Possivelmente, foi algum problema técnico por que até na emissão do

ofícios, a gente verifica o link para deixar disponibilizado. Enfim, foi colocado, está

disponível. Possivelmente, foi algum problema técnico no site do Ibama.

A gente entende e corrobora a posição. Publicidade é fundamental no Processo de

Licenciamento de todos os atos. Então, teremos mais atuação. Temos empenhado

esforços, e recebemos inclusive manifestação do Grupo NEA-BC - Núcleo de

Educação Ambiental da Bacia de Campos. Nós respondemos ao ofício de vocês,

com relação à demanda de reunião, de audiência. Enfim, estamos absolutamente

dispostos a dialogar e aumentar a transparência dos nossos processos.

Os problemas técnicos que, eventualmente, tenham ocorrido no site do Ibama, serão

verificados. Mas o Estudo está lá, o EIA, o RIMA. Qualquer um tem direito a solicitar

acesso, vistas ao Processo de Licenciamento, que é público. Então, com relação à

transparência é fundamental. Eu corroboro com suas palavras.

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O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Saulo, é José Celso, aqui.

Confirma pra mim, se entendi errado. Você trabalha naquele projeto de Educação

Ambiental que a gente renovou a partir de Maio, correto?

O SENHOR SAULO JANUÁRIO – Não. Eu trabalho no NEA-BC - Núcleo de Educação

Ambiental da Bacia de Campos. Já estamos no terceiro, no segundo ano do terceiro

ciclo.

O SENHOR JOSÉ CELSO PESSANHA (Petrobras) – Só queria fazer duas colocações.

Primeiro, como você tem relacionamento com a Petrobras, acho que você

conseguiria pela Petrobras esse documento. É para a gente abrir mais uma porta,

não defendendo que os outros processos legais não tinham que estar disponíveis.

Não estou discordando de você. Mas pelo relacionamento com a Petrobras, a gente

poderia disponibilizar para você.

Outra questão é a questão da publicação. A gente trabalhou muito nessa publicação.

Trabalhou muito para garantir que tudo que você falou ai não acontecesse, que não

tivesse uma boa publicação. Discutimos muito com o Ibama, qual a forma de

publicação. Verificamos o que estava no regramento para fazer esta Audiência

Pública. E nos causa surpresa, vou falar em nome da Petrobras, você dizer que

Macaé não teve a publicação adequada.

Isso pode ser uma oportunidade de melhoria para a gente, mas o tempo todo a

gente trabalhou para que isso não acontecesse, ok?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Obrigado, Saulo.

Senhora Julia Nataline.

A SENHORA JULIA NATALINE – Boa noite. É quase um complemento do que o Saulo

falou. Na verdade, é mais uma sugestão. A gente queria sugerir que, apesar de

terem nos mandado um ofício, e já ter ido respondido que teria esta Audiência, em

Cabo Frio, hoje, a gente queria solicitar que tivesse uma em Macaé.

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Porque, se a gente olha o quadro, Macaé tem, praticamente, todos os critérios

sinalizados. Então, eu acredito que seja muito importante ter lá, até para a

população de lá saber o que está acontecendo.

Na cidade tem acontecido algumas Audiências Públicas, não vou dizer que é sobre

o mesmo assunto, mas de portes parecidos, podemos dizer assim. Então, a

população já está meio confusa quanto a algumas coisas.

Então, só avisar que vai ter uma Audiência Pública em outra cidade é muito

complicado para a gente, sabe? Principalmente, para quem não participa de nenhum

projeto, não tem disponibilidade de estar aqui às 14 horas, em outra cidade.

Então, eu queria reiterar o ofício que foi enviado, pedir para vocês realmente

pensarem em uma Audiência Pública, em Macaé. Seria muito importante.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Esta é a primeira

Audiência Pública marcada. Se ao longo do Processo de Licenciamento Ambiental,

o Ibama identificar a necessidade de audiências, serão marcadas quantas foram

necessárias, nos locais que o Ibama definir.

Então, como disse, o processo não está fechado. Ele está em construção. E outras

audiências podem ser consideradas. Enfim, todas as contribuições que nós

recebermos aqui vão ser avaliadas, comparadas com as informações do

Licenciamento, com outras informações que o Ibama tem. Caso seja necessário,

vamos realizar quantas audiências forem necessárias. Muito obrigado.

Senhora Jaciara Gomes.

A SENHORA JACIARA GOMES – Primeiramente, boa noite a todos.

Eu sou Jaciara, sou de um Projeto de Educação Ambiental, o Projeto Rema de São

João da Barra, do Coletivo Embarcação.

Em primeiro lugar, eu até gostaria de pedir desculpas pelo meu colega do Coletivo,

por que ele se exaltou, ele é sujeito da ação, é filho de pescador, já vive os impactos

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há muito tempo. Está no PEA há bastante tempo. E já compreende um pouco mas

esses impactos, e causa esse tipo de revolta, muitas vezes.

Mas a minha pergunta, que me inscrevi para fazer, é referente a uma dúvida que eu

tenho. Se existe essa vontade, esse anseio de fazer esse empreendimento, e todas

as comunidades que foram ali demarcadas, que vocês passaram ali, elas foram

consultadas? Se elas foram consultadas, qual a relevância da opinião delas para

que se possa ou não realizar o novo poço, o novo empreendimento?

Eu queria saber se a comunidade possui algum poder? Porque eu vi aqui a

indignação de alguns pescadores, alguns comunitários, sobre o novo

empreendimento. Nós, como população, como comunidade, as comunidades

tradicionais, elas têm algum poder de veto, de falar: “Ah, não, a gente não quer”? Ou

não existe isso? Eu gostaria de saber sobre isso.

Outra coisa que queria acrescentar. Eu estava conversando aqui atrás com algumas

mulheres de pescadores, também da comunidade tradicional de onde eu venho, e já

existem algumas Políticas Públicas feitas, até mesmo por conta dos impactos do

petróleo na região, que acabam tendo alguns gargalos.

Por exemplo, a Política do Óleo Diesel, aquela da subvenção ao óleo. O pescador

não consegue acessar por que existe uma burocracia na questão do posto de

gasolina aderir ao projeto, aderir a tudo isso.

E também a outra questão, do rádio, do PCAP. Eles consideram muito importante,

mas não conseguem ter acesso. Eles têm essa dificuldade. Muitas vezes, a gente

acaba colocando as Politicas Públicas, acaba colocando a compensação e tudo

mais, mas não consegue de fato realizar.

Mas a minha pergunta é sobre a relevância da opinião dessas comunidades que são

diretamente impactadas por esses empreendimentos. Muito obrigada pela

oportunidade. (Palmas)

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O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Bom, com relação

à identificação das populações, a Consultoria que elaborou o estudo pode falar

melhor do que eu.

Mas com relação à consideração da população, isso é avaliado pelo Ibama. Existe

uma avaliação de impacto. E é com base nessa avaliação de impacto que as

medidas são projetadas, sejam PEAs, PCAPs, enfim, todas as medidas são

avaliadas com base nos impactos identificados ao longo do Processo de

Licenciamento.

E, como foi dito, o Ibama trabalha muito na linha da construção com a população

dos projetos. Como você falou, você é participante de um projeto. Enfim, estamos

absolutamente claros das dificuldades que, ás vezes, têm dentro do serviço público,

em ter canais mais eficientes de diálogo. Mas nós trabalhamos, nos esforçamos

para que esse canal esteja cada vez mais acessível. E que os projetos,

efetivamente, contemplem as demandas e mitiguem efetivamente os impactos

identificados.

Temos absolutamente claro que podemos sempre evoluir e melhorar. E nós

contamos inclusive com a participação da sociedade nesse processo. As questões

que são trazidas pela sociedade, seja nas Audiências Públicas, seja no âmbito dos

projetos que trazem uma quantidade enorme de informações para a gente, são, sim,

incorporadas pela análise do Ibama para a tomada de decisão. Então, elas são

consideradas no momento da análise, dentro de uma série de questões, as questões

trazidas pela sociedade, sim, são avaliadas dentro do Processo de Licenciamento,

ok?

O SENHOR TOMÁS DE OLIVEIRA BREDARIOL (Ibama) – Só para deixar clara essa

questão de veto ou não veto, com relação às comunidades. Na verdade, o pessoal

do Ibama, a equipe técnica, vai emitir um parecer sobre a viabilidade ou não do

empreendimento, de acordo com algumas condicionantes.

Existe a possibilidade do parecer indicar que o empreendimento é inviável

ambientalmente. Existe essa possibilidade, e já ocorreu, inclusive. Eventualmente,

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100 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

diante desse parecer, a Presidente do Ibama, vai decidir se ela vai proceder à

Licenciamento Ambiental ou não. Esta é uma decisão que vai sempre caber à

Presidente do Ibama.

A opinião das comunidades é importante na elaboração do Parecer Técnico, seja se

manifestando como favorável ao empreendimento, contrário ao empreendimento. Ou

especificamente com relação a alguma condicionante.

Aqui, a gente ouviu muito essa questão da comunidade afetada pela pesca, dos

PCAPs, do Pescarte. Com certeza, vai entrar no nosso Parecer Técnico, vai fazer

parte da avaliação.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Está ok?

Obrigado.

Senhor Francisco Carlos da Silva? Senhor Francisco, está presente? Senhor Patrick

de Almeida. Aqui, o senhor Patrick.

O SENHOR PATRICK DE ALMEIDA – Boa noite.

Assim como a Jaciara, também faço parte do Projeto Rema, só que aqui em Cabo

Frio. Minha pergunta é a seguinte: Considerando o incremento da atividade da

Petrobras, a instalação de uma nova plataforma, e o aumento dos impactos, eu

gostaria de saber se existe alguma proposta de aumento na ampliação dos próprios

Projetos de Educação Ambiental?

Pelo que foi mostrado nos mapas, as cidades que já eram afetadas antes por outras

plataformas, também vão sofre os impactos desse novo empreendimento. Nessas

cidades, esses projetos vão ser incrementados? E nas cidades que ainda não

tinham esses impactos, esses projetos serão instalados? Minha dúvida é em relação

a isso.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Essa questão vai

ser fruto de análise dentro do Processo de Licenciamento. A gente vai avaliar o

estudo apresentado. Na verdade, já estão em avaliação as contribuições da

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101 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Audiência Pública. E a gente vai avaliar as medidas que são necessárias para

mitigar esses impactos.

Sendo constatado pela equipe do Ibama que há necessidade de atividades

adicionais aos projetos já existentes, sim, será exigido pelo Ibama medidas

adicionais. Mas a gente não tem como manifestar, nesse momento, quais seriam, se

seriam ou existiriam.

Estamos em avaliação para saber a abrangência do impacto, as medidas que já

temos. E se elas seriam passiveis de complementação ou se seriam necessárias

complementações. Isso vai ser construído ao longo do Processo de Licenciamento,

ok?

O SENHOR TOMÁS DE OLIVEIRA BREDARIOL (Ibama) – É nesse sentido que as

contribuições são muito bem-vindas. Tendo alguma demanda objetiva, olha, gente,

gostaria que tal projeto fosse implementado em tal local, vamos avaliar a demanda,

ver se tem relação com os impactos. E, eventualmente, transformar numa

condicionante ou não. Então, tal projeto precisa ter uma medida específica? Esse

tipo de contribuição é muito bem-vinda.

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Senhor Hélio da

Costa Cardoso. Acho que é Eli, desculpe.

O SENHOR ELI DA COSTA CARDOSO – Nada. Boa noite a todos.

Eu quero, inicialmente, primeiro, agradecer a Deus por podermos estar aqui até

agora, com o cansaço de muitos, as dificuldades de outros. Mas Ele permitiu e

iremos chegar ao final, com a graça e com a paz Dele, se Deus quiser.

Eu gostaria, dirigindo-me especialmente ao senhor Itagyba, de falar, olhando o

RIMA, olhando a documentação do projeto, que nos vimos que, diante de tantos

impactos, interferência nas atividades pesqueiras por que não existe PCAPs?

São quatro perguntas, e se o senhor puder me ouvir, está bom. Como será o PL que

está previsto para ser desenvolvido? Já foi dito, mas quero repetir mais uma vez, por

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que, senhores, que sempre nessas audiências, nessas reuniões, onde sempre o

mais afetado é a pesca e o pescador, e nós entendemos perfeitamente que o

progresso, que o ouro negro tem que ser desenvolvido... O país precisa. Mas quem

mais é afetado somos nós, os pescadores. E por que não termos um representante

nosso compondo a Mesa.

Claro, essa Mesa é grandiosa, maravilhosa, mas quem sabe, quem sabe das nossas

dificuldades, quem mais entende e sabe onde nós somos prejudicados, me

permitam, somos nós, os pescadores. E nós temos pessoas supercapacitadas, tanto

ou igual aos senhores, no que diz razão à pesca, para sentar a esta Mesa e tirar

muitas dúvidas em perguntas que são feitas aos senhores. (Palmas)

Depois, senhor Itagyba, eu gostaria de fazer uma outra pergunta ao senhor. Por que

não é feito, e isso foge, talvez, um pouco, mas Cabo Frio é um município diferente. É

banhado pelo oceano, tem rios e lagoas. Então, é uma situação um pouco

diferenciada. E foi muito falado, e estamos vibrando, quando se fala em estatística

pesqueira.

É tudo, tudo que nós precisamos, é que o pescador e a pesca, os investidores na

nossa região e a fomentação do nosso município, a afirmação que somos a segunda

renda.

Fala-se muito em turismo. O turismo, aqui na nossa região, é três meses. A pesca é o

segundo maior produtor, o maior empregador na nossa região. Sem dúvida nenhuma

de falar aos senhores. E tem muitas autoridades... Os senhores falaram em pesquisa,

falaram em tantas coisas, mas nós não temos nenhuma temeridade em afirmar isso

aí.

E dizer uma afirmação para o senhor. A lagoa, me desculpe voltar ao assunto,

também é afetada, se houver o derramamento de óleo no oceano, pois é banhada

pelas águas do oceano.

E se a lagoa também é afetada, se nós precisamos, como pescadores de camarão, a

nossa maior venda na Lagoa de Araruama é o camarão, e por que... Dizem, e estou

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dizendo ao senhor, dizem que a culpa é do Ibama, que o Ibama não permite. Por

que o Ibama não permite, se é verdade? Eu estou lhe perguntando e gostaria de

ouvir. É verdade? Por que o Ibama não permite que as entidades, que a Fundação

Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro - FIPERJ, por exemplo, façam

estatísticas pesqueiras na Lagoa de Araruama?

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Eu anotei, mas se

deixar passar alguma coisa, por favor, me recorde.

Com relação ao PCAP, por que não PCAP? Não temos a conclusão ainda. O estudo

foi apresentado, está sob avaliação do Ibama. Enfim, se ao longo do Processo de

Licenciamento for identificada a necessidade, será cobrado, dentro do Processo de

Licenciamento, como condicionante a implementação do PCAP.

Eu não tenho condições, hoje, de afirmar para o senhor, está em avaliação, dentro

do Processo de Licenciamento.

Com relação aos PEAs, enfim, a gente tem desenvolvido os PEAs. A Petrobras teve

um problema na implementação de interrupção dos PEAs aqui. O Ibama tomou

todas as medidas necessárias para que eles voltassem. E tem trabalhado para que

a Petrobras não interrompa novamente, porque a gente sabe do impacto que têm

para a população.

Temos absoluta consciência da importância deles. E o objetivo do Ibama é que as

condicionantes impostas no Processo de Licenciamento sejam integralmente

cumpridas, o que inclui os PEAs.

Dentro do Processo de Licenciamento, uma das questões mais sensíveis,

claramente, os colegas que trabalham na questão da pesca podem falar com mais

propriedade do que eu, que a pesca é, sim, um dos fatores mais impactados. Por

isso, muitas vezes, a área de influência se estende tanto. Você tem que identificar

cada, enfim, cada grupo que está sendo afetado. Pelas rotas, pela instalação, enfim,

por uma série de atividades decorrentes da atividade em licenciamento.

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Por isso, temos um cuidado bastante grande. E estamos absolutamente abertos a

receber as contribuições, ouvir vocês, para inclusive apontar: “Olha, vocês não

identificaram esse impacto, esse impacto existe aqui. E é por causa disso.”

Isso é fundamental para nós. Temos absoluta clareza que ninguém conhece melhor

a região e as mudanças que vem sendo implementadas nela do que quem vive aqui,

sobretudo, quem vive diretamente do mar, os pescadores.

Então, estamos abertos a receber as contribuições, que serão consideradas ao

longo do processo.

Com relação ao representante, enfim, quando a gente inicia o Processo de

Audiência Pública, são encaminhadas cartas. Ofícios são encaminhados para

representantes de vários órgãos, inclusive os representantes da pesca.

Hoje, não temos mais o Ministério da Pesca, mas é encaminhado para o Ministério

da Agricultura, para a FIPERJ, distribuído para as Secretárias Municipais. Nós

encaminhamos da forma mais ampla possível para que todos estejam aqui,

presentes. E possam se manifestar dentro do Processo de Licenciamento.

Inclusive, tivemos o exemplo, mais cedo, do representante da ANP. Eles foram

convidados, e compareceram. Os ofícios vão inclusive para os Ministérios Públicos,

tanto federal quanto estadual, Secretarias de Meio Ambiente, Secretarias de Pesca.

Enfim, temos absoluto interesse em ter a maior gama de instituições, de

representações aqui para enriquecer o Processo de Licenciamento. E, se possível,

que ninguém fique sem resposta nesse momento.

Com relação à Lagoa, se é afetada ou não, em caso de vazamento, um vazamento

de óleo que tenha toque, a gente tem clareza que vai afetar. O que a gente não tem

claro ainda, e isso é construído ao longo do Licenciamento, é se o empreendimento

em questão, esse agora, Tartaruga Verde e Mestiça, se há previsão de toque ali.

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Com relação a isso, nós temos uma série, além da prevenção, dentro do âmbito do

Processo de Licenciamento, os Planos de Emergência, que contemplam, inclusive,

proteção à costa, à fauna, resposta offshore, que são avaliados e aprovados de

forma a minimizar ao máximo esse risco.

A gente sabe que pode acontecer. E a gente trabalha dentro desse limite. Caso

algum incidente aconteça e venha a ter, a empresa é responsável, tem que dar

todas as respostas necessárias. E fazer as atividades tanto de resposta,

emergência, como as reparações decorrentes do acidente que tenha sido causado

pelo empreendimento dela.

Cobri todas as questões do senhor ou deixei passar alguma? A Clarissa quer fazer a

complementação.

A SENHORA CLARISSA LOURENÇO DE ARAÚJO (Mott MacDonald) – Em relação à

modelagem, acredito que a sua dúvida possa ocorrer para outras pessoas. Durante

a elaboração deste Relatório e feito o detalhamento da área estuarina. Então, se

tiver a entrada de óleo, vai ser relatado no Relatório de Modelagem, está bom?

O SENHOR ELI DA COSTA CARDOSO – A minha preocupação... Quanto a isso, eu sei.

Eu sei que o derramamento... Eu falei para você, para a Mesa, que nós temos

oceano, lagoa e rio. Nós temos certeza que, se houver um derramamento e adentrar

o Rio São João, os senhores farão tudo. E vão resolver da mesma maneira e com a

mesma preocupação e agilidade. E se entrar na Lagoa de Araruama, da mesma

maneira será feito. Não existirá discriminação de um ponto ou de outro, preferencia

para ser tratado.

A nossa pergunta, a nossa preocupação é que nós, lá no Rio São João, no segundo

distrito, conforme a Lagoa de Araruama que banha Cabo Frio, São Pedro, Iguaba,

Araruama e Arraial do Cabo, a estatística pesqueira é a continuação e a

necessidade que temos de nos mostrar para a sociedade, para as entidades, para o

Ibama, para a FIPERJ, para a Petrobras, para a Prolar. Desculpe, falei Prolar por

que é a que mais nos afeta.

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Queremos provar para essas entidades que nós temos um quantitativo de pesca

suficiente para nossa sobrevivência. Agora, por exemplo, estamos no período de

defeso. E o camarão, me perdoe, mas para que as pessoas entendam o que falei, o

camarão sai da lagoa para o oceano de quinze em quinze dias.

Nós temos três meses de defeso. E o camarão vai embora, vai voltar, nós vamos ter

dificuldades. E não vamos conseguir provar para ninguém, sem uma estatística

pesqueira, que nós existimos, que nossa pesca é produtiva, é rica. E que nós

precisamos ter condições de ganhar a nossa vida pescando no Rio São João, no

oceano e na Lagoa de Araruama.

Que Deus abençoe vocês todos! Muito obrigado. Foi um prazer imenso. Quero

agradecer aos nossos companheiros, pescadores, ao pessoal do projeto, enfim, a

todos que estão aqui nos ajudando e nos dando força para que possamos ter

coragem suficiente para lutar pelo dia a dia, com dignidade, com prazer e a

satisfação que temos.

Para os senhores terem uma ideia, sairemos daqui, agora, deste local maravilhoso,

da presença dos senhores, neste hotel maravilhoso, que raramente um pescador

adentra numa área dessas. Pegaremos os porões dos barcos, a friagem dos barcos,

e nem cobertura temos na luta do dia a dia pela nossa sobrevivência.

Veja, se fosse só este momento maravilhoso, estarmos discutindo e brigando pelos

nossos direitos. Felizmente, Deus nos colocou diante dos senhores que, além da

autoridade que têm, são seres humanos e sensíveis. E irão levar os nossos pedidos,

as nossas argumentações, e estudá-las com o carinho que nós precisamos e

merecemos. Os senhores são capazes suficientemente de nos ajudar.

Que Deus abençoe a todos! Muito obrigado. (Palmas)

O SENHOR PRESIDENTE ITAGYBA ALVARENGA NETO (Ibama) – Eu que agradeço.

Gilcilei Lopes? Gilcilei Lopes? Gilcilei ou Gilcei Lopes? Está presente? Não?

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107 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS SÃO REGISTRADAS IPSIS VERBIS

Encerramos, então, as questões orais. Dessa forma, nós tivemos um total de

presentes, a esta Audiência Pública, 377 (trezentos e setenta e sete) pessoas, 54

(cinquenta e quatro) perguntas escritas, 15 (quinze) perguntas orais.

Gostaria de agradecer a todos que participaram, às instituições públicas, aos

representantes da sociedade civil, às empresas, todos os presentes. Gostaria de

reforçar a importância da Audiência Pública, o valor dela para o Processo de

Licenciamento.

Reforço que as contribuições que vocês tenham e estejam aqui, agora, podem ser

protocoladas junto ao Ibama. Caso não estejam aqui presentes, vocês podem ainda

protocolar no prazo de 10 (dez) dias úteis, após esta Audiência Pública, seja pelo e-

mail que está aparecendo na tela, seja por correspondência, seja protocolando

direto em qualquer unidade do Ibama, referenciando este Processo de

Licenciamento.

Agradeço a presença de todos. E declaro válida a Audiência Pública. Boa noite a

todos! (Palmas)

(Encerra-se a II Parte da Audiência Pública às 20 horas e 30 minutos)