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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO E GESTÃO SOCIAL
MESTRADO MULTIDISCIPLINAR E PROFISSIONAL EM DESEMPENHO E
GESTÃO SOCIAL
RITA DE CÁSSIA MACHADO ARAÚJO
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA GESTÃO DA SEDE DO
SEBRAE, EM SALVADOR: COMO INTEGRAR NOVAS PRÁTICAS?
Salvador
2014
RITA DE CÁSSIA MACHADO ARAÚJO
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA GESTÃO DA SEDE DO
SEBRAE, EM SALVADOR: COMO INTEGRAR NOVAS PRÁTICAS?
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Multidisciplinar e Profissional em Desenvolvimento e
Gestão Social do Programa de Desenvolvimento e
Gestão Social da Universidade Federal da Bahia, como
requisito parcial, à obtenção do grau de Mestre em
Desenvolvimento e Gestão Social.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Suzana de Souza Moura
(Doutora em Administração pela UFBA)
Salvador
2014
Escola de Administração - UFBA
A663 Araújo, Rita de Cássia Machado.
Sustentabilidade ambiental na gestão da sede do Sebrae, em Salvador:
como integrar novas práticas? / Rita de Cássia Machado Araújo. – 2014.
146 f.
Orientador: Profa. Dra. Maria Suzana de Souza Moura.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Escola de
Administração, Salvador, 2015.
1. Sebrae-BA – Aprendizagem organizacional. 2. Sustentabilidade e
meio ambiente. 3. Desenvolvimento sustentável. 4. Responsabilidade
ambiental da empresa. 5. Organizações – Políticas ambientais. I.
Universidade Federal da Bahia. Escola de Administração. II. Título.
CDD – 658.408
RITA DE CÁSSIA MACHADO ARAÚJO
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA GESTÃO DA SEDE DO
SEBRAE, EM SALVADOR: COMO INTEGRAR NOVAS PRÁTICAS?
Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Desenvolvimento e Gestão Social, na Universidade Federal da Bahia,
à seguinte banca examinadora:
Aprovada em 11 de novembro de 2014.
Banca Examinadora
Prof.ª Dr.ª Maria Suzana de Souza Moura ___________________________________
Doutora em Administração
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Prof. Dr. José Célio Silveira Andrade _______________________________________
Doutor em Administração
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Prof.ª Dr.ª Andréa Ventura _________________________________________________
Doutora em Administração
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
À minha amada e inesquecível mãe
Noêmia (in memorian) pela vida, amor,
carinho, sabedoria, perseverança, fé e
dedicação à família.
Ao meu pai, João, que me mostrou
importantes valores humanos.
A minha querida irmã, Rose, presente
em todos os momentos da minha vida.
Minha inspiração diária.
Aos meus queridos irmãos Robson,
Roberto, Neize e Nadjane pelo apoio,
união e compreensão.
AGRADECIMENTOS
Em especial a Deus, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, que me deu forças, saúde,
perseverança e fé para enfrentar a todas as dificuldades.
Na última e mais difícil etapa da elaboração desta dissertação, tive inestimáveis apoios
para concluir. Dentre eles os solidários colegas e parceiros do Sebrae Bahia, em especial a
equipe da Unidade de Atendimento Individual (UAIN). Também merecedores de gratidão os
colegas do Sebrae Mato Grosso e Espírito Santo, profissionais generosos que me acolheram e
compartilharam suas valiosas experiências.
Aos dirigentes e colegas do Sebrae-BA por terem me fornecido condições e apoio para
a realização deste trabalho.
A Nadja Souza, Isabel Ribeiro, Dora Costa, Milena Oliveira, Olívia Biasin, Paloma
Noblat, Marcos Fonseca – para estas pessoas e organizações fica registrado especial
reconhecimento, mesmo que estas palavras jamais possam expressar plenamente a intensidade
dos sentimentos de respeito e simpatia.
Aos professores que fizeram a diferença e a turma pela harmonia, pela convivência e
compartilhamento de informações e conhecimentos.
A minha orientadora, professora Drª. Maria Suzana Moura, pela sua competência,
condescendência, paciência e incentivo.
Ao CIAGS/UFBA, pela oportunidade e aprendizado.
Muito obrigada por possibilitarem essa experiência enriquecedora e gratificante de
suma importância para meu crescimento como ser humano e profissional.
“O homem é ao mesmo tempo obra e
construtor do meio ambiente que o cerca,
o qual lhe dá sustento material e lhe
oferece oportunidade para desenvolver-
se intelectual, moral, social e
espiritualmente”.
Declaração de Estocolmo - 1972
“Estamos todos aqui neste planeta, por
assim dizer, como turistas. Nenhum de
nós pode morar aqui pra sempre. O
maior tempo que podemos ficar é
aproximadamente 100 anos. Sendo
assim, enquanto estamos aqui
deveríamos procurar ter um bom coração
e fazer de nossas vidas algo positivo e
útil. Quer vivamos poucos anos ou um
século inteiro, seria lamentável e triste
passar este tempo agravando os
problemas que afligem as outras pessoas,
os animais e o meio ambiente. O mais
importante de tudo é ser uma boa
pessoa”.
Dalai Lama
ARAÚJO, R. C. M. Sustentabilidade ambiental na gestão da sede do Sebrae, em
Salvador: como integrar novas práticas? (Dissertação) Mestrado Profissional em
Desenvolvimento em Gestão Social da Universidade Federal da Bahia. 146 f. Salvador, BA,
2014.
RESUMO
A sustentabilidade é muito mais do que uma agenda ambiental. Ser sustentável não é apenas
ser “verde” ou pensar na preservação do meio ambiente. É um conjunto de práticas e ações
que se mostrem perene e sejam replicáveis na estratégia da organização. O presente trabalho
objetiva verificar as práticas que podem potencializar a inserção da sustentabilidade ambiental
na gestão interna do Sebrae-BA. A necessidade de identificar práticas ambientais
desenvolvidas pelo Sebrae deu início à fase exploratória da pesquisa, de caráter qualitativo,
com estudo de caso e um aporte teórico descritivo que, somados aos resultados das visitas ao
campo, estudos sobre sustentabilidade no âmbito das organizações, contribuíram para
responder à principal questão de partida: Quais são as práticas que podem potencializar a
inserção da sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae, em Salvador? Para
responder a essa pergunta, utilizou-se a seguinte combinação de técnicas: pesquisa
bibliográfica, pesquisa de campo, averiguação de trabalhos já realizados, conhecimentos
prévios e casos de experiências bem-sucedidas efetivadas no Centro Sebrae de
Sustentabilidade, Sebrae-MT e Sebrae-ES. A aplicação de um instrumento de coleta de dados
(questionário estruturado e semiestruturado) direcionado aos colaboradores da unidade Sebrae
em questão possibilitou traçar recomendações propositivas. Nesta perspectiva, o caminho
metodológico escolhido levou ao desenvolvimento de uma proposta de ação para integrar
novas práticas sustentáveis, considerando a responsabilidade ambiental na gestão estratégica
interna. Dentre os resultados obtidos com a pesquisa, percebe-se que existem várias maneiras
do Sebrae-BA mostrar-se atuante quanto à conservação do meio ambiente e solidária quanto à
garantia de vida futura saudável no planeta. Para tanto, é imprescindível o compromisso dos
dirigentes, que devem incluir na estratégia da organização a implementação da gestão
sustentável e inclusiva com vistas à melhoria contínua do desempenho ambiental, assim como
promover ações de conscientização junto aos colaboradores, deste modo, contribuindo com o
uso racional e equilibrado dos recursos naturais no desenvolvimento de qualquer atividade,
adotando medidas de menor impacto ambiental.
Palavras-chave: Sebrae-BA – Aprendizagem organizacional. Sustentabilidade e meio
ambiente. Desenvolvimento sustentável. Responsabilidade ambiental da empresa.
Organizações – Políticas ambientais.
ARAÚJO, R. C. M. Environmental sustainability in the management of the headquarters
of Sebrae, in Salvador: how to integrate new practices? (Dissertation) Masters in
development and Social management of the Federal University of Bahia. 146 f. Salvador, BA,
2014.
ABSTRACT
Sustainability is much more than an environmental agenda. Be sustainable is not just being
"green" or thinking about preserving the environment. Is a set of practices and actions that are
perennial and are replicable in the strategy of the organization. The present work aims to
check the practices that can foster the integration of environmental sustainability in the
internal management of Sebrae-BA. The need to identify environmental practices developed
by Sebrae initiated the exploratory phase of the research, qualitative character, with case study
and a theoretical contribution, added to the descriptive results of field visits, studies on
sustainability within the organizations, contributed to answer the main question: what are the
practices that can foster the integration of environmental sustainability in the internal
management of Sebrae in Salvador? To answer that question, we used the following
combination of techniques: bibliographical research, field research, investigation of work
already carried out, previous knowledge and successful experiences take effect in the center
of sustainability Sebrae, Sebrae-MT and Sebrae-ES. The implementation of a data collection
instrument (questionnaire structured and semi-structured) directed to employees of the unit
concerned, enabled trace Sebrae recommendations propositivas. In this respect, the
methodology chosen path has led to the development of a proposal for action to integrate new
sustainable practices, considering the environmental responsibility in strategic management.
Among the results obtained with the search, there are several ways of Sebrae-BA show active
regarding environmental conservation and caring about the future healthy life assurance on
the planet. To this end, it is essential the commitment of leaders, who must include in the
strategy of the Organization the implementation of sustainable and inclusive management
with a view to continual improvement of environmental performance, as well as promote
awareness campaigns among the employees, thus contributing to the rational and balanced use
of natural resources in the development of any activity, adopting measures to lower
environmental impact.
Keywords: Sebrae-BA-organizational learning. Sustainability and the environment.
Sustainable development. Environmental responsibility. Organizations-Environmental
Policies.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Síntese dos conceitos de desenvolvimento sustentável 31
Figura 2 Evolução das expectativas sociais 36
Figura 3 Indicadores para a sustentabilidade empresarial 38
Figura 4 Modelo das três dimensões de organização sustentável 40
Figura 5 Tripé da Sustentabilidade Empresarial 41
Figura 6 Visão dos 3Ps 41
Figura 7 Eixos temáticos da A3P 43
Figura 8 Espiral do Sistema de Gestão Ambiental 48
Figura 9 Gestão estratégica, competitiva e sustentável 54
Figura 10 Gestão estratégica de pessoas 56
Figura 11 Mapa Estratégico Sebrae 2013-2022 61
Figura 12 Desempenho das ações sustentáveis 68
Figura 13 Eixos sustentáveis prioritários do plano de gestão sustentável do Sebrae-ES 77
Figura 14 Segregação dos resíduos secos e úmidos 78
Figura 15 Identificação dos coletores: lixo seco (azul) e úmido (preto) 79
Figura 16 Projeto arquitetônico do estande de negócios verdes e sustentáveis 89
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Síntese dos principais conceitos de sustentabilidade nas organizações 32
Quadro 2 Mudanças na empresa pela conscientização ambiental 57
Quadro 3 Ações implantadas 2011 - 2014 87
Quadro 4 Principais iniciativas em responsabilidade socioambiental 90
Quadro 5 Proposta de diretrizes para ação ambiental 98
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AIA Avaliação de Impacto Ambiental
ANA Agência Nacional das Águas
A3P Agenda Ambiental na Administração Pública
CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
Cempre Compromisso Empresarial com a Reciclagem
CGU Controladoria Geral da União
Conama Conselho Nacional de Meio Ambiente
CRA Centro de Recursos Ambientais – BA
CSS Centro Sebrae de Sustentabilidade
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EPI Equipamento de Proteção Individual
Femsa Fomento Econômico Mexicano
FNQ Fundação Nacional da Qualidade
GEM Global Entrepreneurship Monitor
Ibama Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IBQP Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade
IFBA Instituto Federal de Educação Bahia
ISO International Organization for Standardization
LEED Leadership in Energy and Environmental Design
MEG Medida Estratégica de Gestão
MEI Microempreendedor Individual
MMA Ministério do Meio Ambiente
MPE Micro e Pequena Empresa
OIT Organização Internacional do Trabalho
OMS Organização Mundial da Saúde
ONG Organização Não Governamental
ONU Organização das Nações Unidas
Osha Occupational Safety and Health Administration
PGA Programa de Gestão Ambiental
P+L Produção mais Limpa
PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
Pnuma Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PSEG Programa Sebrae de Excelência em Gestão
RNC Relatório de Não Conformidade
RS Responsabilidade Socioambiental
Sebrae Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Sebrae-BA Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado Bahia
Sebrae-ES Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado Espírito Santo
Sebrae-MT Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado Mato Grosso
Sema Secretaria Especial do Meio Ambiente
SGA Sistema de Gestão Ambiental
SGI Sistema de Gestão Integrada
Sisnama Sistema Nacional do Meio Ambiente
SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
TCU Tribunal de Contas da União
UAIN Unidade de Atendimento Individual
UNCED United Nations Conference on Environment and Development
WBCSD World Business Council for Sustainable Development
WWF The Worldwide Fund for Nature
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 14
2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES 20
2.1 CONTEXTO DO SURGIMENTO DOS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE 20
2.2 COMO AS ORGANIZAÇÕES ESTÃO INSERINDO A SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL 34
2.2.1 O tripé da sustentabilidade 39
2.2.2 Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) 42
2.2.3 Política ambiental da organização 47
2.2.4 Instrumentos de gestão ambiental 49
2.3 OS DESAFIOS DA PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE 52
3 REFERÊNCIAS PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO
SEBRAE 60
3.1 A EXPERIÊNCIA DO CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE - MATO
GROSSO 65
3.2 A EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO SEBRAE-ES DE SUSTENTABILIDADE 75
4 SUSTENTABILIDADE NO SEBRAE EM SALVADOR 84
4.1 PROPOSTAS E PRÁTICAS RECENTES 86
4.1.1 O comitê de sustentabilidade 86
4.1.2 Feira do empreendedor sustentável 89
4.2 SEBRAE: PERCEPÇÃO SOBRE A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA SEDE
DE SALVADOR 91
4.3 PROPOSIÇÕES PARA FORTALECER A INSERÇÃO DA SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL NO SEBRAE, EM SALVADOR 96
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 100
REFERÊNCIAS 106
APÊNDICE A - Questionário da pesquisa 116
APÊNDICE B - Resultados da pesquisa 120
APÊNDICE C - Diretriz teórica e prática 141
ANEXO A - Termo de referência para atuação do sistema Sebrae em sustentabilidade 142
14
1 INTRODUÇÃO
As preocupações com o meio ambiente têm assumido dimensões cada vez maiores em
decorrência dos desequilíbrios gerados à natureza pelo homem. As organizações, vistas há
algum tempo como as principais responsáveis pelo problema, estão, gradativamente,
conseguindo responder à questão ambiental com atitudes positivas. Ainda que as ações
ambientalmente responsáveis não sejam adotadas por uma parcela significativa das
organizações, aquelas que o fazem conquistam boa reputação e se tornam referências em seus
setores de atividades, figurando como exemplos para adoção de diretrizes de sustentabilidade.
No atual contexto de problemas ambientais, é preciso refletir sobre as causas e
consequências e, sobretudo, a necessidade de disseminar atitudes educativas de caráter crítico,
construtivo, consciente e participativo, voltadas para a organização, que impactem o cotidiano
tanto de forma individual, quanto coletiva. Num cenário aquecido pelo tema da
sustentabilidade ambiental, as organizações, nos diversos setores e segmentos econômicos,
possuem papel relevante, pois podem contribuir de forma expressiva para o próprio
crescimento, adotando medidas que irão motivar mudanças nos modos de consumir, prestar
serviços e produzir, isto é, de fazer negócios.
A dimensão ambiental da sustentabilidade é, portanto, uma diretriz importante para
todo tipo de organização, que deve implantar ações e iniciativas direcionadas a essa nova
demanda, promovendo a efetiva transição para um modelo sustentável de negócio, em que
haja redução do uso de recursos naturais e de energia, bem como adequada destinação dos
resíduos sólidos e eletrônicos.
A competitividade nos negócios permeia os conceitos de inovação e sustentabilidade.
Um novo contexto vem sendo desenhado ao longo dos últimos anos, em que a eficiência no
uso de recursos, o desenvolvimento local e a sociedade do bem-estar ganham destaque ao
mesmo tempo em que a economia extrativista encontra natural finitude. Nesta direção, a
sustentabilidade ambiental desponta também como eixo estratégico fundamental para
organizações, independente do setor em que atuam.
Esta pesquisa teve por base o desejo de conhecer a situação e perspectivas do Sebrae,
em Salvador em relação à sustentabilidade ambiental. Tal desejo foi motivado pelas
observações cotidianas na sede do Sebrae-BA, isto é, os comportamentos incipientes na
minimização dos desperdícios, na gestão das atividades e processos e nas ações de adequação
à legislação ambiental vigente. A partir daí, surgiram algumas questões prementes: Como o
15
Sebrae-BA se situa perante as outras Unidades Federativas do Sebrae? Quais os principais
avanços já realizados em relação às práticas ambientais? Como incluir, de forma prática, a
sustentabilidade ambiental na sede do Sebrae Salvador? Quais os principais desafios a
enfrentar? Os colaboradores, de algum modo, adotam ou pretendem adotar as práticas de
gestão ambiental nas suas atividades e processos?
Nesse contexto, a pesquisa tem como objetivo geral identificar as práticas que
potencializarão a inserção da sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae, em
Salvador. Como desdobramento do objetivo geral, têm-se os seguintes objetivos específicos:
sistematizar as referências teóricas e práticas sobre sustentabilidade ambiental aplicada às
organizações; investigar práticas ambientais desenvolvidas pelo Sebrae em outros estados e
desenvolver uma proposta de ação interna para a gestão ambiental do Sebrae, em Salvador.
Esta dissertação-projeto justifica-se pela necessidade de se diagnosticar as lacunas e
dificuldades na implantação de efetivas ações sustentáveis na gestão interna na sede do
Sebrae, em Salvador. A referida organização disponibiliza programas, métodos e serviços
para o desenvolvimento ambiental aos seus clientes-alvo, às Micro e Pequenas Empresas.
Cumpre-lhe também o papel de proporcionar às empresas de pequeno capital, os instrumentos
para busca do aprimoramento de práticas de responsabilidade ambiental, destinadas à
melhoria na gestão do uso racional dos recursos naturais. Assim sendo, é imprescindível que o
Sebrae, como agente de transformação, dê exemplos de ações conscientes na sua gestão
interna, colocando em prática as recomendações existentes para inserir a sustentabilidade
ambiental no âmbito interno da gestão, pois percebe-se que, embora a organização detenha o
conhecimento teórico, pouco tem sido feito para alcançar esse fim.
Convém esclarecer, que os Sebrae Estaduais têm autonomia para adotar as medidas
que consideram eficientes no que diz respeito à aplicação de medidas mitigadoras e
potencializadoras direcionadas aos impactos ambientais. As Unidades são livres para
formular, diversificar as diretrizes, os eixos estratégicos prioritários e difundir as práticas
ambientais para promover mudanças relevantes na sua gestão interna. Assim, o Sebrae
Nacional atribui direcionamento estratégico, apoia, mas não impõe a adoção de ações
sustentáveis nas Unidades Federativas.
O presente estudo é uma pesquisa de caráter exploratório e qualitativo. Exploratório
porque, embora o tema da sustentabilidade venha sendo debatido, ainda são poucos os estudos
especificamente voltados para o setor de serviços, que é o caso do Sebrae, e que se
direcionem para o âmbito interno da gestão. A abordagem dos dados é qualitativa porque é
16
pautada na aplicação de questionário, observação, análise de documentos e na percepção dos
atores do próprio Sebrae-BA, entre eles, a pesquisadora.
Quanto à realização da pesquisa, ela foi desenvolvida, basicamente, em duas etapas, a
saber: pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica e seleção dos
elementos teórico-práticos envolveram autores e organizações de notório saber em questões de
sustentabilidade ambiental, de modo a formar uma estrutura metodológica convergente com o
tema da dissertação-projeto. As teorias que serviram de base para o desenvolvimento desta
pesquisa vieram da leitura de dissertações, teses, artigos científicos, técnicos, normas e livros,
destacando-se os seguintes autores: Reinaldo Dias (2011), José Eli da Veiga (2005), Alcir
Vilela Júnior (2013), Jacques Demajorovic (2013), José Carlos Barbieri (2009), Jorge Emanuel
Reis Cajazeira (2009), Enrique Leff (2001), Lilian Aligleri (2011), Luiz Antônio Aligleri
(2011), Isak Kruglianskas (2009), Ignacy Sachs (1993), Fritoj Capra (1996, 2002, 2006), Carlos
Loureiro (2003), Roberto Guimarães (2001), entre outros referenciados no trabalho.
A pesquisa de campo foi feita no próprio Sebrae, com uso de instrumentos de coleta de
dados, quais sejam: análise de documentos (leituras dos relatórios de gestão, Termo de
Referência para atuação do Sebrae em Sustentabilidade, plano de gestão sustentável, boletins,
balanço de atividades, normas, campanhas educativas, cartilhas, folhetos, dentre outros),
observação, compartilhamento de experiências e aplicação de questionário. A análise de
documentos consistiu em levantar, identificar, verificar e avaliar as informações específicas
sobre a concepção e as boas práticas ambientais desenvolvidas pelo Sebrae.
A observação direta ocorreu no ambiente de trabalho da pesquisadora (a sede de
Salvador do Sebrae). A análise complementar foi realizada durante a Residência Social1 no
Centro Sebrae de Sustentabilidade - Sebrae Mato Grosso e no Sebrae Espírito Santo, realizada
em novembro de 2013. Tais unidades foram às escolhidas pela autora por serem exemplos
reconhecidos de boas práticas e capacidade mobilizadora junto aos Sebrae UF. As unidades
supracitadas conquistaram um espaço de referência legitimado pela qualidade das ações
realizadas. De maneira pragmática e com resultados visíveis, o Centro Sebrae de
1A Residência Social (RS) configura-se como um tipo especial de atividade curricular de aprendizagem prático-
reflexiva. Propõe a imersão do mestrando em contextos sócios práticos relacionados com o campo da gestão
social e o desenvolvimento social de territórios, bem como seu tema específico de estudo, que sejam diferentes
dos seus contextos habituais de ação, de forma a promover um tipo especial de aprendizagem, situada e
significativa. O objetivo principal da RS é proporcionar um espaço prático para formação dos gestores alunos do
mestrado, onde eles possam articular diferentes saberes, desenvolvidos ao longo do curso, com os seus próprios
saberes em uma vivência prática intensiva. A RS pode gerar demandas por intervenção ou sugestões de
alternativas de ação para a organização ou projeto visitado. Entende-se que, nesse processo, o visitante aprende e
também contribui para a reflexão, a aprendizagem e o desenvolvimento das práticas no local onde realiza a
residência, numa relação de reciprocidade. (Regulamento da Atividade de Residência Social, 2012, p.1)
17
Sustentabilidade buscou certificação de suas instalações, conquistando em 2013 a certificação
da Eletrobrás/Procel de prédios eficientes, o que serve de estímulo para que todas as sedes do
Sistema Sebrae também busquem este resultado.
O CSS vem alcançando feitos importantes em sua ainda recente existência, tais como
sua participação na Conferência Mundial do Clima – Rio+20, onde, através de diversas
demonstrações de práticas de sustentabilidade, atraiu o interesse de visitantes de vários países
em conhecer a forma pragmática com que o Sebrae, por meio do CSS, traz elementos sobre a
sustentabilidade ambiental. No ano de 2014, contribuiu amplamente para a difusão do tema,
disponibilizando aos colaboradores e credenciados do Sistema Sebrae, uma plataforma de
acesso à distância, cujo nome faz alusão à fonte de energia e de sobrevivência do planeta,
chamada “SOL”. Com mais esta iniciativa, que agrega novos atores na discussão de práticas
de sustentabilidade, o CSS conquistou sua legitimidade como referência sobre o tema no
Sistema Sebrae e também no habitat das MPE, que buscam os caminhos para se
desenvolverem de forma sustentável.
Houve ainda intercâmbio de informações, via e-mail, com o Sebrae Goiás, Rio Grande
do Norte, Ceará, Minas Gerais, Distrito Federal e Santa Catarina, que são referências e
exemplos pelas suas práticas ambientais, e serviram de inspiração para a elaboração da
proposta de ação ambiental. O objetivo desses diálogos foi buscar mais informações sobre a
experiência de inserir, na gestão da organização, as novas ações ambientais, verificar as
limitações, os desafios e as oportunidades de melhorias.
Cabe ressaltar que sempre foram levadas em consideração as adaptações necessárias à
aplicação de práticas de sustentabilidade ambiental para que proporcionem resultados
semelhantes no Sebrae-BA. Com isso, entende-se por compartilhamento de boas práticas as
ações organizadas e estruturadas que tenham proporcionado benefícios concretos ao meio
ambiente natural na organização adotante e que tenham potencial de disseminação, ou seja,
que tenham obtido resultados positivos na dimensão da sustentabilidade ambiental.
Para complementar a pesquisa de campo, aplicou-se um questionário na Sede do
Sebrae, em Salvador, à qual a pesquisadora está vinculada. Para coletar os dados dos
respondentes foi aplicado um questionário estruturado, composto por onze (11) questões,
sendo nove (9) objetivas e duas (2) subjetivas (Apêndice A), para 130 (centro e trinta)
integrantes, sendo 3 (três) dirigentes e 127 (cento e vinte e sete) colaboradores. Conforme Gil
(2009), esse instrumento deve constar de questões abertas e fechadas; isto porque as questões
abertas dão aos respondentes a liberdade de expressar sua opinião, além de incluir sugestões
18
que podem trazer à luz um ponto de vista não explorado; e as questões fechadas possibilitam
ao respondente mais de uma opção, que melhor retrate sua realidade.
O questionário eletrônico ficou disponível no Portal Intranet e a pesquisadora
monitorou diariamente a quantidade de respondentes. Como resultado, foram contabilizados
38 (trinta e oito) respondentes, aproximadamente 30% dos colaboradores lotados nessa sede.
Por fim, para a análise dos dados e formulação da proposta, foram confrontadas as
referências teóricas (estudos secundários) e os dados primários obtidos na pesquisa de campo.
A análise de dados foi desenvolvida para averiguar as práticas que podem potencializar a
inserção da sustentabilidade sob a perspectiva da dimensão ambiental. Na busca da
confirmação dos resultados, foram cruzadas algumas informações coletadas a fim de
comprovar como a sustentabilidade ambiental é entendida e se é praticada pelos
colaboradores entrevistados.
Diante do exposto, este trabalho pretende contribuir, especificamente, de quatro
maneiras para a prática da Gestão Ambiental: no diagnóstico sobre a situação existente,
possibilitando a identificação e o entendimento das práticas ambientais adotadas nas Unidades
Federativas visitadas; no prognóstico das condições ambientais com a recomendação
propositiva no plano de ação ambiental; com as práticas ambientais mitigadoras e
potencializadoras a serem adotadas e com o programa de acompanhamento e monitoramento
da evolução das ações ambientais nas atividades e serviços.
Esta dissertação-projeto, apresentada em forma de relato, está estruturada em quatro
capítulos, sendo o primeiro esta introdução, na qual estão expostos os aspectos
metodológicos, o problema abordado, os objetivos a serem atingidos, a justificativa para a sua
consecução, o referencial teórico-prático que o embasa, a metodologia, coleta, análise e
interpretação dos dados e resultados.
O Capítulo 2 trata das abordagens de sustentabilidade ambiental nas organizações e
traz o histórico dos conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade, levando a
entender os objetivos das dimensões ambiental, social e econômica.
O Capítulo 3 apresenta o relato das experiências práticas de sustentabilidade ambiental
vivenciadas na Residência Social, no Centro Sebrae de Sustentabilidade - Sebrae Mato Grosso
e no Núcleo Sebrae-ES de Sustentabilidade.
O Capítulo 4 apresenta as práticas ambientais atualmente adotadas pelo Sebrae, em
Salvador, tais como a formação do Comitê da Sustentabilidade e a Feira do Empreendedor,
com ações de responsabilidade socioambiental; as percepções e sugestões de práticas
sustentáveis dos colaboradores, obtidas por meio da análise dos resultados da pesquisa
19
aplicada e, por fim, os desafios e as propostas para implementar e integrar a prática da
sustentabilidade ambiental nessa organização.
Após os citados capítulos, chega-se às considerações finais e ao referencial
bibliográfico utilizado em toda a dissertação-projeto. Expõem-se os principais resultados
obtidos, relacionando-os à pergunta de partida e aos objetivos estabelecidos no início desse
trabalho, além de elencar as contribuições geradas e as recomendações para estudos futuros.
20
2 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES
As seções subsequentes contextualizam as origens e desenvolvimento do conceito de
sustentabilidade aplicado à realidade humana, além das organizações preocupadas com a sua
relação com o meio ambiente. Inicialmente, será abordada a ideia de sustentabilidade nos
eixos ambiental, social e econômico. Em seguida, o desenvolvimento sustentável, suas
principais divisões e aplicações nas organizações, bem como a visão estratégica da
sustentabilidade nos novos modelos de gestão.
Há diferentes conceitos nem sempre consensual para os termos desenvolvimento
sustentável e sustentabilidade. Assim, faz-se necessária uma breve retrospectiva histórica com
a intenção de se conhecerem as abordagens apresentadas. O tópico seguinte trará os principais
fatos relacionados com o desenvolvimento sustentável e as questões ambientais no mundo e
no Brasil, conforme o ponto de vista de Dias (2011, p. 40-42).
2.1 CONTEXTO DO SURGIMENTO DOS CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE
A industrialização causou diversos problemas ambientais, como alta concentração
populacional, devido à urbanização acelerada; consumo excessivo de recursos naturais, sendo
alguns não renováveis, como por exemplo, petróleo e carvão mineral; contaminação do ar, do
solo, das águas e desflorestamento, entre outros.
A agressão industrial ao meio ambiente não foi contestada ao longo do século XIX e
por um período do século XX. O equívoco de que os recursos naturais eram ilimitados e
estavam à disposição do ser humano, só começou a ser percebido e debatido pela humanidade
na década dos anos 70, ainda que nos anos 50 e 60 tenha havido atos pontuais nesse sentido,
quando os processos de desgaste ambiental e a probabilidade de esgotamento de determinados
recursos naturais se tornaram mais evidentes.
Apesar de o começo do desenvolvimento industrial ter ocorrido há quase 300 anos, foi
somente nas duas últimas décadas do século XX que o volume físico da produção industrial
no mundo cresceu de forma exagerada. Considera-se que, na segunda metade do século XX,
foram usados mais recursos naturais na produção de bens que em toda a história anterior da
humanidade. Para Dias (2011, p.7), “um dos problemas mais visíveis causados pela
industrialização é a destinação dos resíduos de qualquer tipo (sólido, líquido ou gasoso) que
sobram do processo produtivo, e que afetam o meio ambiente natural e a saúde humana”.
21
Nesta linha do tempo, cabe sublinhar as explosões das bombas atômicas em Hiroshima
e Nagasaki no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1945, pela Força Aérea dos
Estados Unidos. Ao mesmo tempo, as destruições dessas duas cidades e as mortes de cerca de
200 mil pessoas alertaram a humanidade para o poder destrutivo da indústria bélica2. Após a
Segunda Guerra Mundial, o mundo passou por uma fase de significativas transformações
tecnológicas, desencadeadas, sobretudo, pela interação entre conhecimento científico e
produção industrial. O processo industrial, ligado ao conhecimento científico e à pesquisa, foi
a principal característica da chamada Terceira Revolução Industrial.
Essa nova percepção da realidade provoca uma mudança radical de paradigma por
parte das organizações do setor privado e público, que passam a levar em consideração a
opinião da sociedade humana quando se trata das questões ambientais. Tal atitude se mostra
relevante como resposta a um cenário global de crise ambiental, evidenciada pelas emissões
de gases de efeito estufa, aquecimento global, desmatamento, além da geração e lançamento
de poluentes em grandes quantidades, sem respeito à capacidade de suporte dos ecossistemas.
As organizações precisam reconhecer o manejo do meio ambiente como uma das mais altas
prioridades, além de adotá-lo como fator determinante e essencial para o desenvolvimento
sustentável.
Ainda que os princípios básicos sejam aparentemente simples, a concepção de
desenvolvimento sustentável gera controvérsias sobre a questão ambiental em quaisquer
setores das atividades humanas. A seguir serão abordados os principais acontecimentos
históricos globais que corroboraram para os desdobramentos conceituais teóricos que os
estudiosos elaboraram para estabelecerem o significado do termo.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o movimento ambientalista
começou tempos atrás como uma resposta à industrialização e à era nuclear, que fizeram
surgir temores de um novo tipo de poluição por radiação.
Em 1968, com o objetivo de analisar o crescimento econômico e seus impactos,
empresários, cientistas e pesquisadores formaram um grupo de discussão que ficou conhecido
como o “Clube de Roma”. O resultado desses debates foi à publicação, em 1972, do relatório
Os Limites do Crescimento, que apresentou um balanço do ritmo de degradação dos recursos
naturais advinda da rápida expansão das economias mundiais no período pós-guerra. O
documento afirma que qualquer que seja a associação realizada entre os cinco fatores básicos
2 A expressão indústria bélica faz referência a um negócio global destinado à produção de armas, equipamento e
tecnologia militar. Tal setor concentra-se na pesquisa, desenvolvimento e produção de equipamento bélico, em
geral, e atende principalmente às forças armadas dos países de todo o mundo. (SANTIAGO, 2003)
22
decisivos do crescimento (população, produção agrícola, recursos naturais, produção
industrial e poluição) os resultados serão sempre aterrorizantes com intensa perda: a
estabilidade da condição humana até o ano de 2100.
A Declaração de Estocolmo – documento final da Confederação das Nações Unidas
para o Meio Ambiente Humano – realizada em 1972, reuniu delegações de 113 países, e dois
chefes de Estado: o da Suécia e a primeira ministra da Índia, Indira Gandhi, que representou o
bloco dos países pobres. O encontro teve como objetivo criar metas e estabelecer uma agenda
de discussões sobre aspectos ambientais. Para Sachs, Secretário Geral da Conferência, o
desenvolvimento sustentável será alcançado se três critérios fundamentais forem obedecidos
concomitantemente: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica.
Como consequências positivas, diversos países criaram os próprios ministérios,
secretarias e agências do meio ambiente e passaram a adotar uma legislação mais rigorosa
para controlar os impactos negativos promovidos principalmente pelas indústrias. Assim, o
principal documento originado por ocasião da Conferência das Nações Unidas,
Estocolmo, Suécia, de 5 a 15 de junho de 1972, foi a Declaração sobre o ambiente humano, e
também foi instituído o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O
lançamento, em 1982, do Pnuma, criado para celebrar os dez anos da Conferência de
Estocolmo, estimulou várias atividades, propostas e programas ambientais em diversos países
do mundo.
Em 1987, o Relatório Brundland, mais conhecido como Nosso futuro comum3,
apresentou o conceito de desenvolvimento sustentável, convidando os indivíduos a
modificarem seus estilos de vida para evitar desigualdades sociais e degradação ambiental.
Apresentado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cmmad),
coordenada por Gro Halem Brundland4, primeira ministra da Noruega, e produzido pela
Comissão Brundland, o relatório é um marco histórico na definição oficial das Nações Unidas
para o termo “desenvolvimento sustentável”, declarando que desenvolvimento sustentável é
“aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as
gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”. (CMMAD, 1991, p.46)
3 Elaborado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cmmad), esse
documento integra uma série de iniciativas anteriores à agenda 21 que tratam dos riscos do uso excessivo dos
recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório Nosso futuro comum
(1988) mostra que os padrões atuais de produção e consumo são incompatíveis com o desenvolvimento
sustentável. 4 Gro Harlem Brundland (1939) política e diplomata norueguesa. Formada em medicina e ligada ao Partido dos
Trabalhadores da Noruega (social democrata). Tornou-se, em 1981, a primeira mulher a assumir a chefia do
governo daquele país. Entre 1983 e 1987, presidiu a Comissão Brundland da ONU, dedicada ao estudo da
relação entre o meio ambiente e o progresso econômico e social. (VOLTOLINI, 2011, p. 22)
23
Esta primeira definição, no entanto, tem sido criticada por ser passível de diversas
interpretações. Uma delas é a de que o desenvolvimento sustentável poderia representar uma
revolução, estabelecendo uma nova postura para o comportamento humano; para outros
grupos sociais ele seria apenas um mecanismo de ajuste dos padrões de produção e consumo
da sociedade capitalista.
Um dos principais resultados da iniciativa da Organização das Nações Unidas
consistiu na realização de uma nova Conferência Internacional, mais conhecida como Rio-92,
no Rio de Janeiro, em 1992.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-
92, teve um relevante resultado: a Agenda 21, que propõe ações para um novo modelo de
desenvolvimento e uso sustentável dos recursos naturais, além da preservação da
biodiversidade com garantia da qualidade de vida das futuras gerações, por meio da educação
e formação profissional. Dedica também um capítulo específico às empresas, no qual
recomenda que elas considerem a gestão socioambiental como uma das suas mais altas
prioridades e fator determinante do desenvolvimento sustentável.
Em 1997, foi realizada a Conferência Rio+5, em Nova York, para avaliar os avanços
da Agenda 21. Cinco anos depois, reuniu-se a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, Rio+10, em Johanesburgo-África do Sul, para avaliar os encaminhamentos da
Agenda 21 e fortalecer suas iniciativas locais. No ano de 2007, a Conferência Rio+15,
discutiu, no Rio de Janeiro, as consequências da Rio-92: o que avançara e o que precisava ser
fortalecido e/ou modificado. Por fim, em 2012, a Conferência Rio+20, discutiu formas de
assegurar o compromisso político das nações com o desenvolvimento sustentável, isto é, para
decidir como o mundo enfrentará os desafios que afetam o crescimento econômico, o bem-
estar social e a proteção ambiental nos próximos anos.
O conceito de desenvolvimento continuou, durante muito tempo, associado ao
crescimento econômico. O aumento de riquezas poderia melhorar as condições de vida da
população, embora conceitualmente, desenvolvimento e crescimento não tenham o mesmo
significado, podendo, inclusive, serem conduzidos de formas opostas.
De certa maneira, esta visão afasta-se da realidade, pois nela é ressaltada apenas a
geração de riquezas, não havendo consideração de ordem social, cultural e ambiental. Nesse
modelo, a premissa básica está na tentativa de aumentar o bem-estar social por meio de
processo de industrialização, que objetiva a produção de bens e serviços para atender às
necessidades da sociedade humana. Esta relação conflitava com o uso de recursos naturais,
cujas externalidades negativas pouco eram avaliadas. Sob esta ótica, o caminhar do
24
desenvolvimento correspondia a um ritmo acelerado de crescimento econômico, propagação
da tecnologia, acumulação de capital, exploração do trabalho e desejo por incrementar o
consumo per capita.
Nesse contexto, observou-se que o desenvolvimento deveria ter uma conotação que
superasse o aspecto econômico, incluindo as organizações e o governo, além dos atores
sociais e privados. Apenas isso, porém não seria suficiente, pois devido às características
centralizadoras do planejamento realizado pelos governos, nem sempre as peculiaridades
locais eram respeitadas como peças chave para atingir o desenvolvimento.
Assim, teve início a reflexão, em diversos campos das áreas do conhecimento
(biologia, geografia, economia, pedagogia, administração, filosofia, ciência política,
antropologia, sociologia, direito, física, química e engenharia) a respeito de um novo conceito
de desenvolvimento: o desenvolvimento sustentável e sustentabilidade.
Esses dois termos por muitas vezes se confundem, mas têm significados distintos. O
desenvolvimento sustentável tem como objetivo preservar o ecossistema, mas também atender
às necessidades socioeconômicas das comunidades e manter o desenvolvimento econômico.
A sustentabilidade, por sua vez, visa a estabelecer um equilíbrio entre o que a natureza pode
oferecer e qual o limite para o consumo dos recursos naturais e a melhora da qualidade de
vida. Isso mostra que os termos são multidisciplinares, complexos, polêmicos e, integram as
diferentes dimensões em suas práticas.
Para o canadense Maurice Strong5, o conceito normativo básico de desenvolvimento
sustentável surgiu na Conferência de Estocolmo de 1972 denominado, no período,
“abordagem do ecodesenvolvimento” e, depois, renomeado com a designação atual. O tema
tomou forma em 1972 quando o ecossocioeconomista polonês, naturalizado francês, Ignacy
Sachs, discorreu sobre ecodesenvolvimento. Além da preocupação com o meio ambiente,
agrupou as devidas atenções às questões sociais, econômicas, culturais, de gestão participativa
e ética. Serrão, Almeida e Carestiato (2012, p.14), argumentam que “na década de 1980, o
economista francês Ignacy Sachs desenvolveu o termo, propondo estratégias para alcançar o
ecodesenvolvimento em âmbito planetário, na mesma época em que se discutia a crise
ambiental”. Pode-se constatar que ao longo dos anos, principalmente nos livros, artigos e
entrevistas de Sachs, o conceito relativo ao ecodesenvolvimento foi posteriormente, adotado
para desenvolvimento sustentável. Atualmente, Sachs usa comumente os termos
“ecodesenvolvimento” e “desenvolvimento sustentável” como sinônimo. Ambos abordam,
5 Nas palavras de Maurice Strong, “[...] o conceito vem sendo continuamente aprimorado, e hoje possuímos uma
compreensão mais acurada das complexas interações entre a humanidade e a biosfera”. (STRONG apud SACHS, 1993, p. 7)
25
grosso modo, conjuntos de questões para a concepção de um mundo equilibrado e com uma
sociedade sustentável.
O conceito de sustentabilidade formulado por Sachs (1993, p.37-38) abrange as
seguintes dimensões:
Sustentabilidade ambiental: utilizar os recursos naturais que são renováveis e
limitar o uso dos recursos não renováveis;
Sustentabilidade social: trata do desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da
qualidade de vida da população. Para o caso de países com problemas de desigualdade e de
inclusão social, sugere a adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento à
saúde, educação, habitação e seguridade social;
Sustentabilidade econômica: possibilita uma gestão eficiente dos recursos em
geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado. Implica a
avaliação da eficiência por processos macrossociais (Agenda 21 brasileira);
Sustentabilidade política nacional: baseia-se no processo de construção da
cidadania para garantir a incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento;
Sustentabilidade política internacional: trata da promoção da paz e da cooperação
internacional, do controle financeiro internacional, da gestão da diversidade natural e cultural
e da cooperação científica e tecnológica;
Sustentabilidade espacial ou territorial: busca de equilíbrio na configuração rural-
urbana e melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e atividades econômicas,
melhorias no ambiente urbano e elaboração de estratégias ambientalmente seguras para áreas
ecologicamente frágeis, a fim de garantir a conservação da biodiversidade e do
ecodesenvolvimento;
Sustentabilidade cultural: trata do respeito à cultura de cada local, garantindo
continuidade e equilíbrio entre a tradição e a inovação.
Em consonância parcial com as abordagens de Sachs (1993, GUIMARÃES, 1997
apud LOUREIRO, 2003, p.27), acrescenta que os “princípios do desenvolvimento sustentável,
normalmente apontados como norteadores da ação social e do pensamento acerca de uma
sociedade substantivamente democrática e ecologicamente viável”, são:
Sustentabilidade planetária: reversão dos processos globais de degradação
(emissão de poluentes, depleção da camada de ozônio, desmatamento, desertificação e
redução da biodiversidade), com o devido respeito à soberania dos Estados-Nação;
26
Sustentabilidade ecológica e ambiental: engloba o respeito aos ecossistemas
naturais;
Sustentabilidade demográfica: urbanização planejada, dinâmica e demográfica,
realizada sob as bases sociais e econômicas justas;
Sustentabilidade cultural: respeito à pluralidade de valores aceitos universalmente
e às minorias étnicas, entre outras;
Sustentabilidade social: melhor qualidade de vida para todos, pautada em justiça
distributiva, satisfação das necessidades básicas, convivência e respeito entre os povos e
culturas, e garantia dos direitos civis, políticos e sociais;
Sustentabilidade política: consolidação de espaços públicos participativos e
deliberativos, democracia e cidadania plena;
Sustentabilidade institucional: projeta no próprio desenho das instituições, que
regulam a sociedade e a economia, as dimensões sociais e políticas da sustentabilidade em seu
conteúdo macro.
Neste contexto, a sustentabilidade é multidimensional, compondo um sistema
complexo, no qual o ser humano está inserido. No último decênio do século XX, consolidou-
se uma nova visão de desenvolvimento que não somente envolve o meio ambiente natural,
mas também inclui os aspectos socioculturais em uma posição de destaque, revelando que a
qualidade de vida dos seres humanos passou a ser a condição para o progresso. As propostas
de desenvolvimento sustentável estão baseadas na perspectiva de utilização atual dos recursos
naturais desde que sejam preservados para as gerações futuras (DIAS, 2011, p.35).
Além das dimensões citadas, Sachs (1993), apontou cinco aspectos condutores do
modelo de desenvolvimento que chamou a atenção às seguintes questões: satisfação das
necessidades básicas; participação da população envolvida; preservação dos recursos naturais
e do meio ambiente em geral; elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança
social e respeito a outras culturas; programas de educação.
Para Dias (2011, p. 37), a expressão “desenvolvimento sustentável” tem sido objeto de
polêmicas desde a sua formulação. Quando se busca precisá-lo, aprofundam-se as
divergências. Baroni (1992 apud DIAS, 2011, p.37), encontrou onze definições que
“exemplificam a diversidade de ideias e refletem a falta de precisão na conceituação corrente
do termo”. Desta forma, é relevante distinguir os conceitos de desenvolvimento, crescimento
sustentável e uso sustentável, visto que os significados são distintos.
27
Para Bigotto, Vitiello e Albuquerque (2010, p.204), o termo crescimento sustentável é,
em si mesmo, uma contradição, pois seria impraticável crescer indefinidamente com
sustentabilidade. A expressão uso sustentável, por sua vez, refere-se ao emprego de recursos
naturais em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação. Conclui-se daí, que o
desenvolvimento sustentável só seria possível dentro de padrões limitados de produção e
consumo, e com o uso controlado dos recursos naturais.
Diante disso, Dias (2011, p. 38) reitera que:
Fica claro que o conceito dá margem a interpretações que de modo geral baseiam-se
num desequilíbrio entre os três eixos fundamentais do conceito de sustentabilidade,
que são: o crescimento econômico, a preservação ambiental e a equidade social. O
predomínio de qualquer desses eixos desvirtua o conceito e torna-se manifestação de
interesse de grupos, isolados do contexto mais geral, que é o interesse da
humanidade como um todo.
Neste debate, Veiga (2010, p. 20-21), diante da pergunta “O que é sustentabilidade”?
declara:
[...] não há resposta simples (e muito menos definitiva). O que exige muito cuidado
com os vulgares abusos que estão sendo cometidos no emprego dessa expressão.
Porém, não há como interditar que se apropriem dela em outros contextos, e muito
menos proibir seu emprego metafórico, que já se consolidou [...]. Nada garante que
tais comportamentos ou processos sejam realmente sustentáveis, mas essa foi a
maneira selecionada para comunicar que está sendo feito algum esforço nessa
direção.
Já segundo Mariotti (2013, p. 12-13), na sua complexa abordagem:
A sustentabilidade é um fenômeno natural. Suas práticas são elaborações da mente
humana. O homem é ao mesmo tempo natural e cultural. [...] Em consequência, a
porção cultural do homem em muitos casos é um estorvo à sua dimensão natural, e
também uma das formas pelas quais ele exerce sua destrutividade sobre a natureza.
Este é o núcleo da questão da sustentabilidade: saber se o mundo natural seguirá
habitável apesar da presença do ser humano ou se não seguirá assim devido a ela. As
ideias, atitudes e ações ligadas à sustentabilidade são meritórias e bem-vindas, mas é
preciso reconhecer que para serem efetivas elas pressupõem a mudança da forma de
pensar binária para um modo mais abrangente. Essa necessidade parece óbvia, mas
está sujeita ao mesmo processo no qual se baseia a sua principal limitação: a
resistência e a lentidão que nós, humanos, opomos às mudanças de qualquer
natureza, mesmo quando sabemos que elas serão benéficas para nossa vida, bem-
estar e o futuro de nossos descendentes.
Isso significa reforçar um dos princípios básicos da sustentabilidade: a relação entre o
ser humano e o meio ambiente. As ações de cada indivíduo refletem na família, no trabalho e,
em cadeia, no bairro, na cidade e no país. Como profere o físico austríaco e fundador do
28
Centro de Ecoalfabetização, nos Estados Unidos, Fritjof Capra6 (1996): “A sustentabilidade
não é uma propriedade individual, mas de uma teia completa de relacionamentos”.
Capra esclarece que o conceito de sustentabilidade tem assumido diversas formas
desde a sua concepção na década de 1980: “Os primeiros passos [...] seriam entender como a
natureza sustenta a vida, isso envolve toda uma nova compreensão ecológica, um pensamento
sistêmico. É compreender que a natureza tem sustentado a ‘Teia da Vida” por milhões de
anos”. (CAPRA, 1996, p. 228)
Em sintonia com o princípio maior do conceito de desenvolvimento sustentável, o
físico afirma que “reconectar-se com a teia da vida significa construir, nutrir e educar
comunidades humanas sustentáveis, onde se pode satisfazer as necessidades e aspirações sem
diminuir as oportunidades das futuras gerações” (CAPRA, 1996, p. 231). Para tanto, enfatiza
o autor, o ser humano precisa aprender as valiosas lições que o estudo dos ecossistemas pode
proporcionar, já que são comunidades sustentáveis de plantas, animais e micro-organismos.
No entanto, para que isso se torne possível, ele precisa aprender os princípios básicos da
ecologia7. A partir daí, os indivíduos se tornarão ecologicamente alfabetizados, ou seja,
entenderão os princípios de organização dos ecossistemas para saber aplicá-los nas
comunidades humanas. Capra avalia que a “teoria dos sistemas vivos fornece o quadro
conceitual para o estabelecimento do vínculo entre as comunidades ecológicas e as humanas,
já que ambos são sistemas vivos que exibem os mesmos princípios básicos de organização”.
(1996, p.231)
Com base nesses pressupostos, o mesmo autor expõe uma relação de princípios de
organização, que podem ser identificados como princípios básicos da ecologia, para que possa
transpô-los para a sociedade e utilizá-los como guia de construção das comunidades humanas
sustentáveis. O primeiro princípio é a interdependência – todos os membros da comunidade
ecológica estão conectados numa ampla e complexa rede de relações, a teia da vida; já o
segundo é o da reciclagem – as comunidades de organismos têm evoluído dessa maneira,
usando e reciclando de forma contínua as mesmas moléculas de minerais, de água e de ar. Por
isso, não há produção de resíduos na natureza. A parceria, ou seja, a tendência à associação
6 Físico e teórico de sistemas é um dos diretores-fundadores do Centro de Ecoalfabetização de Berkeley,
Califórnia, que promove a divulgação do pensamento ecológico e sistêmico nas redes de educação primária e
secundária. Ele faz parte do corpo docente do Schumacher College, centro internacional de estudos ecológicos,
localizado na Inglaterra. 7 Estuda a interação dos organismos uns com os outros e dos organismos com o lugar em que vivem. Em
resumo, a ecologia estuda o ambiente, que é formado pelos fatores físicos (o solo, a água e a temperatura) e pelos
seres vivos que nele habitam.
29
que estabelece vínculos de cooperação, compõe o terceiro e o quarto princípios como uma
característica essencial das comunidades sustentáveis.
As trocas cíclicas de matéria e energia nos ecossistemas são sustentadas por uma
cooperação difundida entre os membros da rede. Nas comunidades humanas, a parceria
significa a democracia e o poder pessoal, por causa dos diferentes papéis sociais
desempenhados. Neste sentido, outro princípio destacado, por Capra, é a flexibilidade de um
ecossistema que alcança o ponto de equilíbrio após um período de mudanças nas condições
ambientais.
Em cada comunidade existem contradições e conflitos, como a tensão entre
estabilidade e mudança, ordem e liberdade, tradição e inovação. O autor sugere que “esses
inevitáveis conflitos são resolvidos pelo estabelecimento de um equilíbrio dinâmico, porque
ambos os lados da tensão são importantes, dependendo do contexto em que se encontram, e a
contradição dentro de uma comunidade não é nada mais do que um sinal de diversidade e
vitalidade que contribui para a viabilidade do sistema”. (CAPRA, 1996, p.235)
Nesta conjetura, o referido pesquisador aborda o último princípio da ecologia: a
diversidade, que está intimamente ligada à estrutura em rede do sistema. Um ecossistema
diverso também será resiliente, pois ele possui muitas espécies com diversas funções
ecológicas que podem ser parcialmente substituídas, caso um elo da rede se rompa. Quanto
mais complexa for à rede, mais intricado é o padrão das conexões e, consequentemente, mais
resiliente será o sistema. O resultado desses princípios é: interdependência, reciclagem,
parceria, flexibilidade e diversidade. É a viabilidade do ecossistema, isto é, a sua
sustentabilidade. A sobrevivência da humanidade no novo milênio dependerá da capacidade
de entender os princípios da ecologia e viver em conformidade com eles, ou seja, da
alfabetização ecológica.
De acordo com David W. Orr8 (apud CAPRA, 2006, p.117) “tornar-se ecologicamente
alfabetizado, seria compreender o humano como uma repentina erupção na enormidade do
tempo evolucionário”. Neste sentido, a alfabetização ecológica pressupõe a compreensão das
relações estabelecidas entre as sociedades humanas e a natureza e como elas poderiam ocorrer
em bases sustentáveis. Na mesma direção de David W. Orr, o Fritoj Capra (2006) ressalta que
para o ser humano adquirir a sua inteira humanidade, seria necessário recuperar no cotidiano a
experiência das conexões da teia da vida. O físico acrescenta:
8 Diretor do Centro de Ecoalfabetização desde a sua fundação. Atualmente, é professor de ciências ambientais e
presidente do Environmental Studies Program do Oberlim College. Já publicou mais de 120 artigos em
publicações científicas especializadas e é editor-colaborador da revista Conservation Biology.
30
Não é exagero dizer que a sobrevivência da humanidade vai depender da nossa
capacidade, nas próximas décadas, de entender corretamente esses princípios da
ecologia e da vida. A natureza demonstra que os sistemas sustentáveis são possíveis.
O melhor da ciência moderna está nos ensinando a reconhecer os processos pelos
quais esses sistemas se mantêm. Cabe a nós aprender a aplicar esses princípios e
criar sistemas de educação pelos quais as gerações futuras poderão aprender os
princípios e aprender a planejar sociedades que os respeitem e aperfeiçoem.
(CAPRA, 2006, p. 57).
Assim, Capra sublinha a necessidade indispensável de o ser humano compreender os
princípios de organização que os ecossistemas desenvolveram para sustentar a teia da vida.
Para ele, a sabedoria da natureza, que fez com que os ecossistemas se organizassem de forma
a maximizar a sustentabilidade em mais de três bilhões de anos de evolução, é o motivo para
se confiar na necessidade de aprender lições a partir dos princípios da ecologia. A
longevidade da natureza a qualifica como uma boa mestra. Contudo, enquanto David W. Orr
limitou-se a discorrer sobre os fundamentos da alfabetização ecológica, Capra envolveu-se
com a descrição dos princípios básicos da ecologia, considerados como princípios
organizadores da teia da vida.
Ainda que não seja consensual entre os estudiosos, o conceito de desenvolvimento
sustentável, já comentado anteriormente, “tem o mérito de incorporar a percepção
multidimensional de desenvolvimento, envolvendo os aspectos econômico, social, ambiental,
político, institucional e territorial, sendo que essas três últimas perpassam as demais. O grande
desafio é associá-los na prática” (SERRÃO; ALMEIDA; CARESTIATO, 2012, p.26). O
desenvolvimento sustentável é um processo dinâmico e permanente, isto é, que busca
melhorias contínuas, significando que os seus desdobramentos futuros estão em aberto. Para
Buarque (2002, p.58), o desenvolvimento sustentável “se difunde como uma proposta de
desenvolvimento diferenciada, demandando novas concepções e percepções”.
Dentro desse panorama complexo que é o campo da sustentabilidade, destaca-se a
dimensão ecológica. A sustentabilidade ecológica recomenda o uso dos ecossistemas com sua
mínima destruição. Dessa forma, permite que a natureza encontre novos equilíbrios de
recomposição, por meio de uma utilização que corresponda ao seu ciclo natural de vida e
renovação. Para tanto, deve-se também conservar as fontes de recursos energéticos e hídricos.
As autoras Serrão, Almeida e Carestiato (2012), ressaltam que para o alcance da
sustentabilidade ecológica é imprescindível: desenvolvimento seguro para áreas
ecologicamente frágeis, produção com respeito aos ciclos naturais dos ecossistemas,
prudência no uso de recursos naturais não renováveis e respeito à capacidade de renovação
31
dos ecossistemas naturais. O desafio, no entanto, é descobrir como o ser humano poderá
contribuir para concretizar essa dimensão ecológica da sustentabilidade.
A adequação ao modelo de desenvolvimento sustentável questiona as formas de
produção empregadas pela organização e o comportamento humano, demandando novos
padrões de produção e consumo. Por outro lado, abre-se uma série de oportunidades que
podem alavancar o desenvolvimento de regiões e países, baseadas em formas de produção que
possibilitem o aumento da renda com a garantia da preservação ambiental.
Diante das reflexões, debates e conceitos ora apresentados, infere-se que
desenvolvimento sustentável é o mesmo que sustentabilidade. Esse conceito estabelece o
equilíbrio entre forças econômicas, sociais e ambientais na exploração dos recursos naturais,
ou seja, a sustentabilidade entende que o empreendimento será perene e sólido caso se mostre
economicamente rentável, ambientalmente correto e socialmente justo. A sustentabilidade é
um conceito que dialoga cada vez mais com as atividades humanas em todos os níveis,
passando por métodos de menor impacto ambiental, pelas ações conscientes no cotidiano das
organizações.
De fato, desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade, é poder crescer com a
garantia de continuar evoluindo. Deve-se buscar, de forma ininterrupta, conservar e preservar
a natureza para o bem-estar da humanidade.
A seguir, a composição dos principais conceitos de desenvolvimento sustentável,
exemplificados por Lélé (1991), na Figura 1.
Figura 1– Síntese dos conceitos de desenvolvimento sustentável
Fonte: LÉLÉ, S. M. Sustainable Development: a critical review. World Development, v.19, n.6, jun.1991, p.608
32
É interessante destacar, à luz das teorias citadas, o elenco das abordagens mais
relevantes que buscam conciliar o comportamento ambientalmente responsável das
organizações com o incremento da competitividade no negócio. São estudos publicados na
literatura e em revistas técnicas especializadas, que trazem elementos que contribuem com
novas diretrizes estratégicas e proposições de práticas sustentáveis a serem implementadas no
Sebrae-BA. Estas podem ser entendidas pelo resumo disposto no Quadro1.
Quadro 1 - Síntese dos principais conceitos de sustentabilidade nas organizações
Continua...
AUTORES E
DOCUMENTOS REFERENCIADOS
DIRETRIZES E PROPOSIÇÕES
Relatório de Brundtland
“Garantir os meios de atendimento às necessidades e
exigências atuais sem comprometer a sobrevivência das
gerações futuras”.
Princípios básicos: desenvolvimento econômico, proteção
ambiental e equidade social.
Conferência de Ottawa (Carta de Ottawa, 1986). Integração da conservação e do desenvolvimento; Satisfação
das necessidades básicas humanas; Alcance de equidade e
justiça social; Provisão da autodeterminação social e da
diversidade cultural; Manutenção da integração ecológica.
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Cmmad, 1988, 1991).
Objetiva a conservação do uso racional dos recursos naturais
incorporados às atividades produtivas.
Ignacy Sachs Sustentabilidades: ambiental; social; econômica; política
nacional; internacional; espacial ou territorial; cultural.
José Roberto Pereira Guimarães Sustentabilidades: planetária; ecológica e ambiental;
demográfica; cultural; social; política; institucional.
John Elkington
Tripé da sustentabilidade corporativa: dimensão ambiental,
social e econômica.
Enrique Leff
“O desenvolvimento sustentável converte-se num projeto
destinado a erradicar a pobreza, satisfazer as necessidades
básicas e melhorar a qualidade de vida da população”.
Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável
O desenvolvimento sustentável procura a melhoria da
qualidade de vida de todos os habitantes do mundo sem
aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da
Terra.
José Carlos Barbieri “Diretrizes e atividades administrativas e operacionais, tais
como planejamento, direção, controle, alocação de recursos
e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos
sobre o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os
danos ou problemas causados pela ação humana”.
33
Fonte: Elaboração da autora.
Em suma, esta seção apresentou a evolução histórica do problema ambiental, alguns
dos desdobramentos conceituais, as principais dimensões da sustentabilidade, bem como as
questões ambientais que ganharam importância ao longo de algumas décadas e passaram a
ocupar gradativamente uma posição central nas agendas de diversos países, contribuindo,
assim, para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável em todo o mundo.
Percebe-se que a problemática ambiental, atualmente, faz parte da pauta obrigatória da maior
parte dos encontros mundiais e torna-se preocupação significativa de algumas organizações
que querem continuar com a imagem destacada na sociedade civil. Abordou também os
princípios básicos da ecologia, assim como a alfabetização ecológica, que se baseia na
importância do aprendizado das relações ecológicas e humanas, possibilitando a compreensão
das conexões ocultas que regem a teia da vida.
A partir do conhecimento já expresso, parte-se para o âmbito empresarial, no qual as
três dimensões da sustentabilidade com o conceito de Triple Bottom Line e o Programa
Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), criado pelo Ministério do Meio
World Business Council Sustainable
Development (Wbcsd)
“A ecoeficiência atinge-se através da disponibilização de
bens e serviços a preços competitivos, que por um lado,
satisfaçam as necessidades humanas e contribuam para a
qualidade de vida e, por outro, reduzam progressivamente o
impacto ecológico e a intensidade de utilização de recursos
ao longo do ciclo de vida, até atingirem um nível, que pelo
menos, seja compatível com a capacidade de renovação
estimada para o planeta Terra”.
Ministério do Meio Ambiente. A3P 1. Uso racional dos recursos naturais e bens públicos. 2.
Gestão adequada dos recursos gerados. 3. Qualidade de vida
no ambiente do trabalho. 4. Sensibilização e capacitação dos
servidores. 5. Licitações Sustentáveis.
Adoção da política da educação ambiental 7Rs: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Recusar,
Reparar e Reintegrar.
Cyro Eyer do Valle “O desenvolvimento sustentável deve, portanto, assegurar as
necessidades econômicas, sociais e ambientais, sem
comprometer o futuro de nenhuma delas”.
Fritjop Capra “Uma comunidade sustentável deve ser desenvolvida de
forma que a nossa forma de viver, nossos negócios, nossa
economia, tecnologias, e estruturas físicas não interfiram na
capacidade da natureza de sustentar a vida. Devemos
respeitar e viver de acordo com isto”.
Sebrae “Conjunto de práticas adotadas que visam a diminuir os
impactos gerados pelas atividades humanas que poderiam
prejudicar o meio ambiente”.
34
Ambiente (MMA) com a finalidade de estimular os gestores para as práticas de ações
sustentáveis que proporcionem o uso racional dos recursos naturais nas suas atividades, serão
abordadas com foco na sustentabilidade das organizações. No que tange aos direcionamentos
dos eixos temáticos da A3P, esta nova cultura da responsabilidade ambiental nas instituições
públicas (esferas federal, estadual e municipal), pode ser adaptada às organizações privadas
independentes do âmbito no qual atuam.
2.2 COMO AS ORGANIZAÇÕES ESTÃO INSERINDO A SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL
Os assuntos abordados até aqui demonstram que pensar em desenvolvimento
sustentável implica considerar os aspectos que permitam a formulação de uma sociedade justa
e igualitária. Planejamento, consciência, visão do futuro, ética e cultura são palavras-chave
para a sustentabilidade empresarial. Logo, é preciso conhecer o ambiente organizacional para
propor estratégias de atuação com foco na resolução dos problemas inerentes às dimensões da
sustentabilidade.
Inserir os conceitos de sustentabilidade ambiental nas organizações não é como muitos
podem imaginar difícil ou oneroso. Implantar nas empresas o senso da responsabilidade para
com o meio ambiente, na maioria das vezes, aumenta a credibilidade destas junto aos clientes,
fornecedores, atores institucionais e as partes interessadas e a expande a margem de lucro e o
valor das empresas no mercado, bem como de seus produtos e serviços. Para Valle (2012, p.
34):
A incorporação dos conceitos do desenvolvimento sustentável e da conservação
ambiental no dia a dia de uma empresa requer uma mudança de cultura em todos os
seus níveis funcionais. A inserção desses novos conceitos na cultura da organização
exige um sistema de comunicação eficiente entre seus vários níveis hierárquicos, por
meio do estabelecimento de um programa de educação ambiental que mobilize todos
os seus integrantes.
Além disso, Valle (2002, p. 35), afirma que a “educação ambiental corporativa
constitui um processo ao mesmo tempo informativo e formativo dos indivíduos, tendo por
objetivo a melhoria de sua qualidade de vida e a de todos os membros da comunidade a que
pertencem”.
De fato, observa-se que, atualmente, as organizações estão incluindo a cultura da
consciência ambiental como mecanismo para a melhoria de desempenho no ambiente natural.
35
A Norma ISO 14001 ressalta, entre os inúmeros procedimentos, a relevância dos processos de
conscientização como um dos elementos essenciais da implementação de um sistema de
gestão ambiental.
Para Simons (2013, p. 206), ainda é preciso, porém, percorrer um longo caminho para
que se possa assumir um papel efetivo na gestão ambiental empresarial, pois esses programas
não estão enraizados na cultura organizacional. Neste contexto, com o intuito de esclarecer a
abordagem do tópico, o sociólogo Prando (2014, p.118), define melhor o conceito de empresa
sustentável, muitas vezes confundido com o meio natural:
Ser uma empresa sustentável significa considerar as dimensões econômica, social e
ambiental de modo a dispor de recursos sem esgotá-los para as próximas gerações. É
claro que a companhia precisa dar lucro, mas isso tem um impacto a ser
considerado, há relações com clientes, funcionários, fornecedores e outros
stakeholders, há o uso de bens da natureza. Para produzir, é preciso consumir. Mas a
ideia é consumir sem esgotar os recursos futuros.
Barbieri e Cajazeira (2009, p. 70) consideram que “empresa sustentável é que procura
incorporar os conceitos e objetivos relacionados com o desenvolvimento sustentável em suas
políticas e práticas de modo consciente”. Logo, a disposição desta empresa deverá ser a de
contribuir para o desenvolvimento sustentável, abarcando as dimensões econômica, social e
ambiental da sustentabilidade. Deverão ser adotadas estratégias de negócios e atividades que
acolham as necessidades das organizações e dos seus clientes, enquanto conservam,
protegem, sustentam e aumentam os recursos humanos e naturais que serão benéficos no
futuro.
Na concepção de Barbieri e Cajazeira (2009, p. 71) “da confluência desses dois
movimentos, o da responsabilidade social e o do desenvolvimento sustentável, surge o
conceito de empresa sustentável, que representa a culminância de uma longa trajetória na qual
a gestão empresarial foi paulatinamente incorporando comprometimentos com as demandas
da sociedade”, como representado na Figura 2.
36
Figura 2 – Evolução das expectativas sociais
Fonte: HITCHCOCK e WILLARD, 2006, p. 12.
De certo modo, “a gestão ambiental alinhada com as estratégias empresariais tem sido
estimulada pelo crescimento da preocupação ambiental, por amplos setores da sociedade, que
têm pressionado as autoridades para tornar as leis mais rigorosas e sua fiscalização mais
efetiva” (BARBIERI, 2009, p. 73). Sob esta ótica são ações ativas coerentes com os objetivos
do desenvolvimento sustentável, reduzir a quantidade de materiais e energia por bem ou
serviço produzido, substituir insumos obtidos de recursos naturais não renováveis por
insumos provenientes de recursos renováveis, eliminar substâncias tóxicas, entre outras
providências.
Ainda assim, Valle (2002, p. 22) destaca:
Na década de 1990, [...] o homem se viu preparado para internalizar os custos da
qualidade de vida em seu orçamento e pagar o preço de manter limpo o ambiente em
que vive. A preocupação com o uso parcimonioso das matérias-primas escassas e
não renováveis, a racionalização do uso da água e da energia, o entusiasmo pela
reciclagem, que combate o desperdício, convergiram para uma abordagem mais
ampla e lógica do tema ambiental, que pode ser resumida pela expressão Qualidade
Ambiental. [...]. Um produto para ser bem aceito deve permitir a reciclagem de
todos os seus componentes e sua desmontagem deve ser fácil. Em 1992 é lançado o
primeiro refrigerador que não utiliza CFCs9 e os automóveis passaram a ser
projetados já se tendo em vista a reciclagem de todos os seus componentes ao fim de
sua vida útil.
9 Os clorofluorcarbonos (CFCs) são substâncias artificiais que foram por muito tempo utilizadas nas indústrias
de refrigeração e ar condicionado, espumas, aerossóis e extintores de incêndio. A Resolução 267/2000, do
Conselho Nacional de Meio Ambiente proibiu a utilização de CFCs em novos produtos. Desde 1999, não se
produzem condicionadores de ar com CFC.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente
37
Desta maneira, as oportunidades dos negócios ligadas ao meio ambiente, considerando
as iniciativas ligadas à preservação ambiental, traz o desafio de difundir tecnologias que
promovam a interação homem meio ambiente, pois já se dispõem de conhecimentos para
diminuir o problema por meio da reciclagem, para o reaproveitamento de matérias-primas,
bem como para a racionalização do uso da água e consumo de energia, portanto, informação
suficiente para a proteção das riquezas naturais.
Andrade (2008) considera que a gestão precavida se faz com o objetivo inicial de
prevenir o impacto ambiental e de antecipar-se à evolução da regulamentação. Ainda sobre as
abordagens do tema, o documento elaborado pelo World Business Council Sustainable
Development (WBCSD) sobre a “ecoeficiência criando mais valor com menos impacto”,
indica alguns fatores que constroem a sustentabilidade empresarial, como sintetizado na
Figura 3.
O WBCSD (2013, p.9) define assim a ecoeficiência no âmbito da sustentabilidade:
A ecoeficiência atinge-se através da disponibilização de bens e serviços a preços
competitivos, que por um lado, satisfaçam as necessidades humanas e contribuam
para a qualidade de vida e, por outro, reduzam progressivamente o impacto
ecológico e a intensidade de utilização de recursos ao longo do ciclo de vida, até
atingirem um nível, que pelo menos, seja compatível com a capacidade de
renovação estimada para o planeta Terra.
O WBCSD declara ainda que a ecoeficiência é composta por sete elementos: redução
da intensidade do material; redução da intensidade de energia; redução de emissão de
substâncias tóxicas; aumento da reciclabilidade, maximização do uso de fontes renováveis;
aumento da durabilidade dos produtos e aumento da intensidade de serviços. Seu conceito
desafia o mundo empresarial a agregar mais valor para o negócio, reduzindo as quantidades
de materiais, energia e emissões. As empresas têm de ser criativas e inovadoras. Por exemplo,
novas tecnologias, práticas mais eficientes na cadeia de fornecimento e produtos melhorados
podem contribuir para estimular a ecoeficiência. O incentivo para o mundo empresarial
melhorar o desempenho da ecoeficiência é a promessa de que as organizações atingirão mais
valor com consequências menos adversas para o ambiente (WBCSD, 2000, p.9).
38
Figura 3 – Indicadores para a sustentabilidade empresarial
Fonte: World Business Council Sustainable Development (WBCSD), 2000.
O Guia do WBCSD esclarece que, embora a ecoeficiência seja um instrumento útil
para o mundo empresarial e um conceito político valioso para os órgãos de soberania em prol
da sustentabilidade, é preciso reconhecer que há outros passos igualmente necessários, para
atingir este objetivo em longo prazo, e que abrangem os vetores econômico, ambiental e
social (WBCSD, 2000, p.9).
O conceito de ecoeficiência não aborda a dimensão social, porém não restringe a sua
aplicação nas organizações que atuam no setor de serviços, pois é um indicador estratégico na
gestão sustentável. Portanto, ela traz resultados positivos nos aspectos ambientais para a
empresa e para o cliente. Os autores (DAY, 1998 apud DEMAJOROVIC, 2013, p.176-177)
acrescentam:
No entanto, o que prevalece na maior parte das organizações empresariais é uma
ênfase à eficiência do processo como sinônimo de ecoeficiência enquanto o
desenvolvimento de novos produtos e novos serviços continua a ocupar uma posição
secundária. Nesse sentido, uma aplicação parcial do conceito de ecoeficiência não
pode ser confundida com o desenvolvimento sustentável. Além disso, é importante
frisar que a ecoeficiência não trabalha com todas as variáveis presentes no debate
atual sobre sustentabilidade socioambiental corporativa. Trata-se de um conceito que
relaciona apenas duas dimensões: econômica e ambiental. A variável social,
elemento fundamental do triple bottom line, não está incluída. Apesar desses limites,
a ecoeficiência é uma ferramenta fundamental para as estratégias das organizações,
particularmente para o setor de serviços, que apenas recentemente descobriu a
potencialidade desse instrumento no seu processo de tomada de decisão. Por fim,
ecoeficiência pode ser utilizada por organizações de serviços de forma a garantir que
tanto a organização como seus clientes tenham um comportamento comprometido
com a melhoria do desempenho econômico e ambiental.
39
A mudança para o novo paradigma da sustentabilidade propõe uma nova dinâmica e
ordem para o mundo atual, relacionadas à interação e a cooperação entre as empresas e a
sociedade civil, organizada na construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Torna-se
cada vez mais emergente a necessidade da reflexão dos dirigentes e lideranças empresariais
sobre o seu papel no desenvolvimento da sociedade sustentável e responsável.
2.2.1 O tripé da sustentabilidade
Dentre as possíveis contribuições oferecidas pelas diferentes abordagens no âmbito
empresarial, as três dimensões da sustentabilidade se identificam com o conceito de Triple
Bottom Line (tríplice linha de resultados líquidos), já citado na seção anterior. Essa expressão
surgiu na década de 1990 e tornou-se de conhecimento do público, em 1997, com a
publicação do livro Cannibals With Forks: The Triple Bottom Line of 21 st Century Business,
de John Elkington, um dos sócios da empresa de consultoria britânica Sustainability. O autor
criou uma nova maneira de se entender à sustentabilidade nos negócios e formulou um
pensamento significativo sobre o objetivo das empresas: “O lucro é apenas uma parte
essencial para que a empresa busque sempre cumprir a sua missão. Esta missão deve ser o
objetivo principal da empresa”.
O Triple Bottom Line, chamado em português de tripé da sustentabilidade, prevê que o
ambiental, o social e o econômico estejam em equilíbrio no resultado das organizações. Este
modelo incorpora as dimensões da sustentabilidade conforme a perspectiva do
desenvolvimento sustentável. Os pilares básicos do Triple Bottom Line estão em acordo com
as seguintes dimensões da sustentabilidade:
Dimensão ambiental: a organização deve em adotar uma postura de
responsabilidade ambiental, oferecer condições para o desenvolvimento de uma cultura
ambiental, buscar a conservação do ambiente natural, com medidas como: uso eficiente da
energia, recursos hídricos, resíduos e materiais, a coleta seletiva, biodiversidade, entre outros;
Dimensão social: a organização deve proporcionar as melhores condições de
trabalho aos seus colaboradores, procurando contemplar a diversidade cultural existente na
sociedade em que atua além de propiciar oportunidade de trabalho aos portadores de
necessidades especiais de modo geral. Os dirigentes devem participar e subsidiar atividades
socioculturais de expressão da comunidade no entorno da empresa.
Dimensão econômica: a sustentabilidade prevê que as organizações têm que ser
economicamente viáveis. Sua função na sociedade empresarial deve ser cumprida levando em
40
consideração o aspecto da rentabilidade, ou seja, dar retorno ao investimento realizado pelo
capital privado.
Portanto, é necessário que as três dimensões caminhem em sintonia com os valores,
objetivos e processos da organização. A Figura 4 apresenta a estrutura básica do modelo de
organização sustentável.
Figura 4 – Modelo das três dimensões de organização sustentável
Fonte: Sebrae 2012, p.4
Alcançar o equilíbrio do Tripé da Sustentabilidade é um desafio que exige
intervenções em todos os níveis da economia. No nível macroeconômico, são elaboradas as
diretrizes para as políticas internacionais e nacionais a fim de estabelecer parcerias e priorizar
ações. No nível médio, o governo atua com a implantação de programas e políticas regionais e
locais para regular os setores produtivos e o planejamento para o crescimento. No nível micro,
as empresas são responsáveis pelo desenvolvimento de tecnologias para atenuar os impactos
ambientais e sociais na execução de suas atividades (CORAL, 2002).
No nível microeconômico, a responsabilidade social das empresas envolve temas
como direitos humanos, direitos do trabalho, meio ambiente e desenvolvimento sustentável,
que perpassam pelos níveis macro e médio. O desenho do Triple Bottom Line com a
conjuntura organizacional e sua relação com as dimensões da sustentabilidade podem ser
vistos na Figura 5.
41
Figura 5 – Tripé da sustentabilidade empresarial
Fonte: SEBRAE. Ações sustentáveis podem gerar ganhos aos negócios, jun. 2012, p.2.
De acordo com esse modelo, observa-se que a sustentabilidade é permeada por uma
complexidade de fatores que vão além do ambiental. A compreensão dessa realidade é
imprescindível para que os dirigentes e colaboradores das organizações tracem estratégias
empresariais mais alinhadas às dimensões da sustentabilidade.
Nesse aspecto, o bem estar das pessoas, o respeito ao meio ambiente e os lucros estão
integrados ao negócio e não podem ser dissociados. É conhecido como a visão dos 3Ps:
People (pessoas) – tratamento do capital humano de uma empresa ou sociedade; Planet
(planeta) – capital natural de uma empresa ou sociedade e Profit (lucro) – resultado positivo
econômico de uma empresa. Abaixo, os 3Ps são representados:
Figura 6 – Visão dos 3Ps
Fonte: www.ricoh.pt/about-ricoh/our-principles/csr/
42
Nesta perspectiva, Elkington (1998, p. 201) lista sete formas de mudanças
significativas nas empresas:
[...] para que haja uma nova forma de comportamento e de um repensar mais amplo
do que seja o sucesso nos negócios; muitas outras revoluções se fazem necessárias.
A primeira revolução diz respeito ao mercado, que estará mais aberto para a
competição, tanto nacional como internacional, mantendo-se nele, só as
organizações que atenderem as expectativas de seus interessados (ambiental, social e
econômico). A segunda modificação deve ser referente aos valores humanos e
sociais. A sociedade está cada vez mais exigente quanto aos produtos e serviços que
atentem aos valores sociais e ambientais. A terceira versa sobre a monitoração da
sociedade nos processos organizacionais e ações, buscando verificar mudanças nas
atitudes éticas, de valores. A quarta enfoca o ciclo de vida do produto, exigindo a
compreensão de todas as suas funções, desde a sua extração até o produto final
(compreendendo as implicações sociais, econômicas e ambientais). A quinta
contempla as alianças estratégicas como nova forma de competição. A sexta, como a
organização gerencia o tempo e a sétima, está relacionada à responsabilidade social
e como a organização promove ações que minimizem o impacto social decorrente de
suas atividades, atendendo à suas responsabilidades econômicas, legais, éticas e
voluntárias.
O mais relevante na abordagem das três dimensões da sustentabilidade empresarial é o
seu equilíbrio dinâmico, necessário e permanente. O Global Reporting Initiative (GRI), que
será comentado na seção 2.2.4, discorre o modelo do Triple Bottom Line e o seu uso nas
organizações, refletindo um conjunto de valores, objetivos e processos que uma organização
deve focar para criar valor nas dimensões ambiental, social e econômico.
2.2.2 Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)
A Agenda Ambiental para a Administração Pública (A3P) é uma ação voluntária que
busca a adoção de novos padrões de produção e consumo sustentáveis, dentro do governo
federal, estadual e municipal. Foi instituída em 1999 como um projeto do Ministério do Meio
Ambiente (MMA) que buscava a revisão dos modelos para a adoção de novos referenciais de
sustentabilidade ambiental. Em 2001, consolidou-se como Programa Agenda Ambiental
Administração Pública. Em 2002, a A3P foi reconhecida pela Unesco devido à relevância do
trabalho desempenhado e dos resultados positivos obtidos ao longo do seu desenvolvimento,
com um prêmio na categoria meio ambiente. São princípios do programa A3P: necessidade de
gerar economia de água e energia, desenvolver construções sustentáveis e auxiliar no processo
de inserção da responsabilidade socioambiental e da sustentabilidade nas atividades. Contudo,
para o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL. MMA, 2013, p.9):
43
O grande desafio consiste em transpor o discurso meramente teórico e concretizar a
boa intenção num compromisso sólido, já que a adoção de princípios sustentáveis na
gestão pública exige mudanças de atitudes e de práticas. Para que isso ocorra, se
fazem necessárias a cooperação e união de esforços visando minimizar os impactos
sociais e ambientais advindos das ações cotidianas atinentes à Administração
Pública. Outro desafio da A3P é promover a responsabilidade socioambiental como
política governamental, auxiliando na integração da agenda de crescimento
econômico respectivamente ao desenvolvimento sustentável.
A3P é baseada em cinco eixos temáticos prioritários, representados na Figura 7.
Figura 7 - Eixos temáticos da A3P
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. A3P, 2009, p38
O uso racional dos recursos naturais e bens públicos: implica em usá-los de forma
econômica e reduzida, evitando o seu desperdício. Este eixo engloba o uso racional de
energia, água e madeira, além do consumo de papel, copos plásticos e outros materiais de
expediente. Além disso, o principal objetivo da A3P é promover e incentivar as instituições
públicas no país a adotarem e implantarem ações na área de responsabilidade socioambiental
em suas atividades internas e externas. A ordem é consumir apenas o necessário, sem
desperdícios.
[A] economia verde, ou seja, a aplicação da sustentabilidade nos negócios é uma
atitude inteligente e de bom senso de quem pensa no presente e no futuro do planeta.
Para reduzir a conta de energia elétrica, a mais amplamente utilizada no setor
industrial, comercial e de serviços, parte dela pode ser substituída por algum do tipo
renovável, como a solar e a eólica, por exemplo, que está disponível todo o
momento e não correm risco de esgotamento (SEBRAE, 2012, p.5-9).
44
A energia elétrica é o principal recurso na maioria das organizações. Dessa forma, os
colaboradores devem ser conscientes no uso da iluminação artificial e dos equipamentos
eletroeletrônicos. Esse aspecto merece especial atenção e requer uma mudança atitudinal das
pessoas, pois ambientes com luzes acesas e aparelhos ligados, sem que o funcionário esteja no
local de trabalho, são os exemplos básicos mais comuns e evitáveis de desperdício.
A água é um recurso natural com grande valor “ambiental, social e econômico”,
portanto, fundamental para sobrevivência dos seres vivos. Entretanto, ainda é pouca a
compreensão de seu valor pelos os indivíduos. Por isto, “É preciso comprar produtos
produzidos com responsabilidade socioambiental [...], onde o tratamento e a recuperação da
água utilizada são partes do processo. Isto inclui o consumo de alimentos, pois a água ‘virtual
e/ou invisível’ está presente em cada produto digerido”. (SEBRAE, 2012, p.13)
A Gestão dos Resíduos Sólidos (GRS), o Brasil deverá ter uma gestão integrada até
2020. Todos os municípios brasileiros deverão ter eliminado completamente seus lixões e
implantado aterros sanitários. Isso deverá ser realizado por todas as prefeituras. A nova
Política de Gestão de Resíduos Sólidos10
(PNRS) estabelece a responsabilidade compartilhada
entre o poder público, as organizações e os consumidores. As prefeituras de todo o Brasil
devem oferecer para suas cidades o manejo responsável dos resíduos, com o planejamento e
construção de aterros sanitários para onde devem seguir apenas resíduos orgânicos. As
organizações precisam trabalhar seus processos de forma a oferecer produtos que não
contenham materiais desnecessários, pois se tornarão resíduos nas casas e escritórios de seus
clientes, e os consumidores devem ser orientados a separar todos os resíduos que podem ter
alguma utilidade e não misturar resíduos orgânicos com resíduos recicláveis.
Atualmente, os pesquisadores asseguram que qualquer que seja o resíduo sempre
haverá uma destinação mais adequada do que meramente descartar. Da reutilização à geração
de energia, tudo tem valor e pode, inclusive, tornar-se uma atividade econômica rentável.
Pode gerar emprego e renda para os catadores de materiais recicláveis, que devem ser os
parceiros prioritários na coleta seletiva.
10
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é bastante atual e contém
instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas
ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a
redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto
de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem
valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos
(aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA)
45
A gestão adequada dos resíduos gerados passa pela adoção da política da educação
ambiental que orienta os gestores públicos para a aplicabilidade dos conceitos dos “5Rs”,
atualmente ampliado para “7Rs”: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Recusar, Reparar e
Reintegrar. Dessa forma, deve-se primeiramente pensar em reduzir o consumo e combater o
desperdício para só então destinar o resíduo gerado corretamente. Veja a seguir os “erres” que
reciclam os hábitos dos indivíduos (SEBRAE, 2012, p.11):
Repensar: não tomar atitudes por impulso, ou seja, analisar a necessidade da
aquisição, tendo como princípio, o questionamento sobre o que é fundamental;
Recusar: ao concluir que determinado consumo é desnecessário, a atitude mais
sensata é recusar a oferta;
Reduzir: não se deve adquirir algo que não será utilizado ou consumido, seja nas
residências ou nas empresas;
Reparar: verificar, antes de destinar algo ao lixo, se tem conserto. A atitude pode
sair mais barata e ainda contribui com a redução de resíduos;
Reutilizar: um mesmo objeto pode ter múltiplas funcionalidades, sem agredir o
meio ambiente;
Reciclar: significa transformar materiais usados em novos produtos para o
consumo (metais, papéis e papelões, plásticos, vidros);
Reintegrar: ação relacionada a alimentos e outros produtos orgânicos, que podem
retornar à natureza por meio de compostagem, para a produção de adubo.
Outro eixo temático e prioritário na diretriz da A3P trata da qualidade de vida no
ambiente de trabalho, que visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao
exercer suas atividades na organização, através de ações para o desenvolvimento e
desempenho pessoal e profissional. Neste contexto, Magalhães (2009, p 27) diz que:
[...] a compreensão das relações unificadas pela ausência de fronteira entre o
trabalho e a vida pessoal provocará grandes mudanças, com o trabalho se tornando
um caminho de crescimento e desenvolvimento para a missão pessoal, e não apenas
um meio de ganhar dinheiro. Essas mudanças acontecerão principalmente porque as
pessoas estarão mais sensíveis às limitações dos recursos naturais, voltando-se,
assim, para as práticas espirituais em busca da satisfação interior, que deverá
controlar o consumismo desenfreado, fonte de desperdícios e colapso das reservas
naturais do planeta.
A sensibilização e capacitação é o eixo fundamental para o novo olhar do cidadão às
práticas socioambientais. O programa da A3P apresenta, como intuito primordial, uma
46
mudança na atitude dos gestores públicos para a problemática ambiental. A inserção da
sensibilização do indivíduo para as questões ambientais pode representar um elemento para a
conquista de uma sociedade mais consciente da sua responsabilidade na conservação da
natureza. Por sua vez, a capacitação proporcionará aos colaboradores a oportunidade de
desenvolver habilidades e atitudes para melhor desempenho das suas atividades e
implementação de ações que busquem a sustentabilidade.
O último eixo temático e prioritário na diretriz da A3P é a Licitação Sustentável, que
segundo o art. 3º da Lei nº 8.666/1993 “é aquela que se destina a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável [...]” (Redação dada
pela Lei nº 12.349, de 2010).
Neste sentido, pode-se dizer que a licitação sustentável é o procedimento
administrativo formal que contribui para a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável mediante a inserção de critérios nas aquisições de bens, contratações de serviços e
execução de obras. De uma maneira geral, trata-se da utilização do poder de compra do setor
público e privado para gerar benefícios econômicos e socioambientais.
No que se refere à implementação de planos de ações, o Programa A3P destaca o tema
construções e reformas sustentáveis como o conjunto de medidas adotadas durante todas as
etapas da obra e que visam à sustentabilidade da edificação. Através da adoção dessas
medidas, é possível minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente, além de
promover a economia dos recursos naturais e a melhoria na qualidade de vida dos seus
ocupantes. Segundo os sistemas de certificação que são referência na área de construção
sustentável no mundo BREEAM (Inglaterra), Green Star (Austrália), LEED (Estados Unidos),
HQE (França), AQUA (Brasil), existem nove princípios que norteiam as diretrizes de uma
obra que se propõe a ser ambientalmente responsável (A3P, 2009, p.83-84): planejamento
sustentável da obra; aproveitamento passivo dos recursos naturais; eficiência energética;
gestão e economia de água; gestão dos resíduos na edificação; qualidade do ar e do ambiente
interior; conforto termo acústico; uso racional de materiais; uso de produtos e tecnologias
ambientalmente amigáveis.
De fato, o setor da construção civil é um dos que contribuem para a degradação
ambiental. Uma obra sustentável leva em consideração todo o projeto da construção desde a
sua elaboração, quando deve ser analisado o ciclo de vida do empreendimento e dos materiais
que serão usados, passando por cuidados com a geração de resíduos e minimização do uso de
matérias-primas com reaproveitamento de materiais durante a execução da obra.
47
Em síntese, a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) visa à inclusão de
uma nova cultura institucional direcionada ao uso racional dos recursos naturais, à destinação
adequada dos resíduos, à licitação sustentável, à promoção da sensibilização, capacitação e
qualidade de vida no ambiente de trabalho, e à realização de construções e reformas
sustentáveis. Entretanto, destaca-se que a diretriz do trabalho é a integração da
sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae-BA, organização privada sem fins
monetários que atua especificamente no setor de serviços com baixa externalidade ambiental
negativa. A A3P é uma abordagem que tem convergências de ações inerentes a qualquer
gestão pública e privada, com iniciativas ligadas à preservação ambiental, que promove a
interação homem-meio ambiente. Por isso, a gestão da sustentabilidade precisa ser conduzida
de uma maneira tal que se reconheça essa inter-relação.
Em retrospecto, tem-se que os pilares de sustentabilidade abrangem três dimensões: a
ambiental, a social e a econômica (tripé da sustentabilidade), e que os eixos temáticos da A3P
operam na intersecção da gestão sustentável, onde as preocupações das organizações privadas
e as questões das instituições públicas se encontram. Em vistas disso, o processo de formação
da consciência ambiental deve contemplar comportamentos que fundamentem o propósito,
estimulando a adoção de práticas cotidianas sustentáveis nas suas atividades. Um enfoque
estratégico como esse é importante para que se façam mudanças de atitudes e sejam adotadas
práticas significativas, ao invés de apenas pontuais, para encorajar iniciativas em organizações
onde o número de procedimentos e metas tem sido um obstáculo para a ação ambiental.
2.2.3 Política ambiental da organização
A política ambiental da organização deve promulgar um pacto formal com o meio
ambiente, adotado perante a sociedade, definindo intenções e princípios em relação ao seu
desempenho. Será preciso inserir um acordo de melhoria contínua: prevenção da poluição,
atendimento à legislação e às normas ambientais aplicáveis. Neste âmbito, o compromisso da
organização deve ser de conhecimento de todos os seus colaboradores e necessita estar
disponível para os clientes e partes interessadas, conforme ilustrada na Figura 8.
48
Figura 8 - Espiral do Sistema de Gestão Ambiental
Fonte: ISO 14001, 2004.
Nesse contexto, a política ambiental, é o ponto de partida para uma gestão sustentável
adequada nas organizações, estimulando a integração dos aspectos ambientais às suas
atividades operacionais. A política de gestão ambiental privada, nos termos das normas ISO,
tem como princípio escutar os setores da sociedade envolvidos para criar um sistema de
gestão dos aspectos ambientais, de seus processos e produtos, melhorando-os continuamente.
A aplicação da gestão ambiental requer, como premissa essencial, um
comprometimento do corpo diretivo da organização em definir uma política transparente e
direta. Essa deve nortear as ações com relação ao meio ambiente e ser apropriada aos
objetivos e à linha de atuação da empresa, além de haver uma preocupação com os impactos
ambientais de suas atividades, produtos e serviços. De acordo com Valle (2002, p.73):
A política ambiental é uma forma de a organização explicitar seus princípios de
respeito ao meio ambiente e sua contribuição para a solução racional dos problemas
ambientais. Ela deve ser parte do planejamento estratégico da empresa e da
elaboração de seus planos de marketing. A política ambiental não deve ser encarada
como mera formalidade para atender ao texto da norma, mas sim como uma
ferramenta importante para o sucesso da empresa que, além de cumprir a lei, deseja
firmar sua boa imagem.
As ferramentas para garantir a prevenção sistemática, atingir a política e os objetivos
ambientais incluem, entre outras, sistema de gestão ambiental11
e auditorias que contribuam
no monitoramento, controle e aperfeiçoamento do desempenho de acordo com a política
11
“O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) deve ter como um dos seus objetivos o aprimoramento contínuo das
atividades da organização, em harmonia com o meio ambiente. A formalização de um SGA constitui um
primeiro passo obrigatório para a certificação da empresa nas normas da série ISO 14000, que possibilitará
incorporar a gestão ambiental na gestão integrada da organização“. (VALLE, 2002, p. 74)
49
adotada na organização. Nesta direção, com base na política ambiental, deverão ser
elaboradas ou revistas diretrizes, resoluções e normas internas de conhecimento de todos os
seus colaboradores, clientes, prestadores de serviços e fornecedores, que servirão para
estabelecer um plano de trabalho com foco na sustentabilidade.
A próxima seção será dedicada a apresentar, em formato sintético, os instrumentos de
gestão ambiental que têm como finalidade levar ao cumprimento transparente da estratégia da
organização como meio de contribuição para que as diretrizes ambientais se tornem uma
realidade prática.
2.2.4 Instrumentos de gestão ambiental
Da mesma forma que o conceito, as práticas relacionadas à responsabilidade
socioambiental estão em contínuo processo de construção e aperfeiçoamento. Atualmente,
existe um grande número de ferramentas que estão sendo oferecidas como alternativas para os
setores empresarial e governamental com vistas a promover avanços em seus projetos,
tornando-os mais transparentes e incluindo a participação social. Essas ferramentas são
compatíveis com os diversos modelos da gestão e se aplicam individualmente a cada uma das
dimensões da sustentabilidade: ambiental, social e econômica.
Entre os vários instrumentos de sustentabilidade que as empresas podem utilizar para
alcançar o sucesso no cumprimento das suas metas, destacam-se: auditoria, estudos de
impactos, sistema de gestão, relatórios, gerenciamento de riscos, educação e levantamento de
passivo (é contabilizado como depreciação do patrimônio das empresas e influenciam na
obtenção de financiamentos e seguros). O relatório de sustentabilidade é uma ferramenta que
mensura e divulga impactos socioambientais causados pelas atividades cotidianas de uma
organização.
É grande o interesse das organizações em tornar seus produtos e serviços mais
sustentáveis e estabelecer um método de elaboração de relatório de sustentabilidade para
medir, avaliar desempenhos, estabelecer metas e monitorar mudanças operacionais. Um
relatório de sustentabilidade é o elemento fundamental para comunicar os impactos
ambientais positivos e negativos, bem como para obter informações que podem influenciar na
estratégia e nas oportunidades de melhorias dos processos, produtos e serviços de uma forma
contínua.
Para as organizações, é benéfico relatar as práticas sustentáveis bem-sucedidas por
vários motivos: melhorar a reputação e a fidelidade à marca; ajudar a compreender os
50
impactos de sustentabilidade e desempenho; influenciar na estratégia e política de gestão em
curto, médio e longo prazo e no planejamento da empresa; servir como padrão de referência
(benchmarking) e avaliação das práticas de sustentabilidade com respeito às leis, normas,
códigos, padrões de desempenho e iniciativas voluntárias; comparar o desempenho gerencial
interno; contribuir com a organização e com a sociedade gerindo riscos socioambientais;
aprimorar o sistema de gestão e estabelecimento de metas; integrar os setores e promover a
inovação e criatividade. Assim, para Almeida (2002, p.85)
[...] embora muitas empresas e organizações já façam seus relatórios de
sustentabilidade, esses documentos raramente são comparáveis. Além disso, em
muitos casos, os dados são inconsistentes, incompletos e/ou de difícil verificação.
As diretrizes para relatórios de sustentabilidade do Global Reporting Initiative (GRI)
são formuladas justamente para ajudar as empresas e organizações a produzir
relatórios consistentes, relevantes, confiáveis e comparáveis e, assim, facilitar os
processos de tomada de decisão.
A metodologia estrutural para elaboração de relatórios de sustentabilidade da Global
Reporting Initiative12
(GRI) é uma das mais utilizadas pelas organizações no âmbito mundial,
como referência na transparência de resultados. Esta estrutura inclui as diretrizes para a
elaboração de relatórios e estabelece os princípios e indicadores que as organizações podem
usar para medir e comunicar seu desempenho econômico, ambiental e social como forma de
prestação de contas à sociedade. Além disso, ela pode ser aplicada por organizações de
qualquer tamanho, atividade e setor.
Para a GRI (2006) a forma de gestão e indicadores de desempenho de sustentabilidade
está organizada nas categorias ambiental, social e econômica. A dimensão ambiental da
sustentabilidade se refere aos impactos da organização sobre sistemas naturais, incluindo
ecossistemas, terra, ar e água. Os indicadores ambientais abrangem o desempenho relacionado
aos insumos (como material, energia, água) e à produção (emissões, efluentes, resíduos).
Além disso, compreendem o desempenho relativo à biodiversidade, à conformidade ambiental
e outras informações relevantes, tais como gastos com meio ambiente e os impactos de
produtos e serviços. Deve-se fornecer um relato conciso sobre a abordagem da gestão com
referência aos seguintes aspectos ambientais: materiais, energia, água, biodiversidade,
emissões, efluentes e resíduos, produtos e serviços, conformidade e transporte.
12
É uma ONG com ampla rede independente composta por milhares de indivíduos e organizações distribuídas
em mais de 30 países e com sede em Amsterdam - Holanda. No Brasil, a GRI conta com a parceria da UniEthos
e do núcleo de estudos em sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, o GVces. A GRI é também um núcleo
oficial de colaboração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
51
Outras informações relevantes para compreender o desempenho organizacional são:
principais metas atingidas e não atingidas; principais riscos e oportunidades organizacionais
relacionadas a questões ambientais; principais mudanças, no período coberto pelo relatório de
sistemas ou estruturas, visando melhorar o comportamento ambiental; principais estratégias e
procedimentos para a implementação de políticas ou alcance dos objetivos.
Convém ressaltar que os relatórios de sustentabilidade são a maneira de medir e
divulgar o desempenho organizacional enquanto se trabalha rumo ao desenvolvimento
sustentável. Assim, fornece uma declaração equilibrada para comunicar o desempenho de
sustentabilidade da organização, incluindo contribuições positivas e negativas. A
periodicidade de divulgação dos resultados à sociedade fica a critério da organização – o mais
comum é anual.
Uma iniciativa brasileira é a do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
– Organização Não Governamental (ONG) – que, como o nome indica, dedica-se a promover
a Responsabilidade Social Corporativa. Atua na área de pesquisa e difusão de conhecimentos
sobre sustentabilidade e boas práticas em gestão empresarial sustentável. A instituição
formulou um questionário, intitulado “Indicadores Ethos”, com a finalidade de auxiliar as
empresas a avaliar seu desempenho social, ou seja, um instrumento de autodiagnóstico. O
resultado dessa avaliação visa a apontar as falhas e mostrar quais práticas de gestão precisam
ser aprimoradas. O documento divide o desempenho empresarial em sete grandes temas:
valores e transparência, público interno; meio ambiente; fornecedores; consumidores;
comunidade; governo e sociedade. Propõe ainda dois grupos de indicadores: um para avaliar o
estágio atual da responsabilidade socioambiental da empresa e outro para determinar a postura
mais adequada, que permita à organização avaliar a sua atuação medida em relação a que
considera ideal ou predominante no mercado.
Além desses indicadores socioambientais, existem outras ferramentas baseadas em
princípios diretivos e orientadores de uso interno ou iniciativas para o diagnóstico e
planejamento das práticas de sustentabilidade empresarial, como: Normas ABNT NBR ISO
14001, Declaração Universal dos Direitos do Homem; Agenda 21; Carta da Terra; Metas do
Milênio (objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU) e o Pacto Global.
Em resumo, a organização sustentável é aquela que persegue contínua e
sistematicamente a obtenção de desempenhos expressivos de acordo com as três dimensões da
sustentabilidade. As práticas ambientais promovem mudanças no comportamento habitual, no
desempenho das atividades e nos processos da organização. Para implementar uma política
52
nos processos internos coerente com a gestão ambiental, o Sebrae-BA pode aproveitar-se dos
conceitos, modelos, princípios e instrumentos de gestão abordados nas seções anteriores.
2.3 OS DESAFIOS DA PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE
O Guia de Sustentabilidade para as Empresas, do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC, 2007, p.23), faz uma reflexão sobre o mapeamento dos estágios que as
organizações percorrem para inserir a sustentabilidade como estratégia em seus negócios.
Ressalta que tal postura empresarial varia em função dos estímulos externos (legislação e
regulamentação vigente) e internos (integração à estratégia ou aos princípios e propósitos da
empresa). Na publicação supracitada, os estágios estão descritos da seguinte forma:
1) Pré-cumprimento legal: neste estágio a empresa entende que os lucros são sua
única obrigação, ignora o tema sustentabilidade e se coloca contra qualquer regulamentação
nesse sentido, pois representaria gastos adicionais;
2) Cumprimento legal: a empresa gerencia seus passivos, obedecendo à legitimação
trabalhista, ambiental, de saúde e segurança. Ações sociais e ambientais são consideradas
como custo;
3) Além do cumprimento legal: a empresa apresenta postura proativa,
compreendendo que pode economizar custos por intermédio de iniciativas de ecoeficiência e
reconhece que investimentos nessa área podem gerar valor de marca e melhorar positivamente
seus resultados;
4) Estratégia integrada: a empresa se redefine em termos de marca e integra a
sustentabilidade como estratégia-chave de negócios. No lugar de custos e riscos, percebe
investimentos e oportunidades e desenvolve produtos e serviços com atenção em seus ciclos
de vida com mecanismos limpos;
5) Propósito & paixão: a empresa adota as práticas de sustentabilidade por entender
que não faz sentido contribuir para um mundo insustentável (IBGC, 2007, p. 23).
Os estágios descritos acima correspondem a um extenso caminho já percorrido por
algumas empresas que se destacam e ganham relevância no atual cenário, repleto de
oportunidades, mas também de novos obstáculos. Líderes que vivenciaram desafios ao
tentarem implantar práticas sustentáveis apontam seus aprendizados em entrevistas analisadas
e sistematizadas na série de publicações do IBGC. Eles afirmam que a prática da
sustentabilidade evidencia que resistências individuais e culturais, dentro e fora das empresas,
53
podem ser entraves para conseguir êxito nessa nova caminhada. As organizações que
passaram por essa experiência, também revelam que é fundamental adotar processo aberto de
diálogo e de comunicação com os colaboradores e partes interessadas, acrescido da
explicitação de conquistas demonstradas por meio de indicadores e mensuração de resultados.
Há diversos estímulos para a adoção de métodos de gestão que podem incentivar a
organização a se envolver mais na questão da sustentabilidade. As principais razões internas
que motivam a organização a se engajar na implementação de práticas ambientais são:
redução de custos na aquisição de materiais; uso eficiente da energia; redução no consumo da
água; fortalecimento da imagem do produto e serviço da organização; incorporação da
inovação nos processos, produtos, serviços, programas e projetos; responsabilidade social,
(pois apresenta consciência ambiental à comunidade) e sensibilização dos colaboradores a se
integrarem às práticas sustentáveis. Já as razões externas são: demandas do mercado por
parte dos clientes, legislação ambiental, ambiente sociocultural, certificações ambientais e
fornecedores.
Dias (2011, p. 63) considera ainda que o nível de competitividade de uma organização
depende de um conjunto de fatores, variados e complexos, que se inter-relacionam e são
mutuamente dependentes, tais como custos, qualidade dos produtos e serviços, nível de
controle de qualidade, capital humano, tecnologia e capacidade de inovação. O autor afirma
que, nos últimos anos, a gestão ambiental tem adquirido cada vez mais uma posição
destacada, em termos de competividade, devido aos benefícios que traz ao processo produtivo
como um todo e a alguns fatores em particular que são potencializados. Entre as vantagens
competitivas da gestão ambiental, identifica-se que:
Ao cumprir as exigências normativas, melhora-se o desempenho ambiental da
organização, abrem-se as possibilidades de maior inserção no mercado, cada vez mais atento
aos termos ecológicos, e há melhora da imagem junto aos clientes e a comunidade;
Ao adotar o ecodesign 13
do produto, é possível torna-lo mais flexível, com um
custo menor e uma vida útil maior;
Ao reduzir o consumo de recursos energéticos, oportuniza-se a melhora na gestão
ambiental, como também a redução nos custos de produção;
Ao reduzir seus custos, as organizações elevam sua competitividade no mercado,
cada vez mais acirrado e exigente, pois podem cobrar preços acessíveis na comercialização
13
Ecodesign tem como objetivo a concepção de produtos que causem o menor impacto ambiental negativo
possível e respeite os procedimentos ambientalmente corretos. Porém, se preocupa também na sua utilização e na
gestão de seus resíduos.
54
dos produtos e serviços. Além disso, conquistam novos clientes pela demonstração de
responsabilidade socioambiental. Atualmente, os clientes mais conscientes e bem informados
a respeito dos efeitos ambientais e processos produtivos ecologicamente saudáveis estão
dispostos a comprar produtos com marcas associadas a uma atitude positiva em relação à
conservação do meio ambiente (SEBRAE, 2013, p. 11-12).
A partir disso, percebe-se que a sustentabilidade ambiental além de transversal, é uma
diretriz estratégica de todas as unidades que compõem a cultura da organização, considerada
no seu planejamento estratégico e no portfólio de produtos e serviços, conforme exemplifica a
Figura 9.
Figura 9 – Gestão estratégica, competitiva e sustentável
Fonte: www.signosol.com.br/UserFiles/DimGECS.jpg
Observa-se que é comum pensar que as indústrias, inclusive as agroindústrias, são as
grandes poluidoras do meio ambiente, pois lidam com recursos naturais, consomem muita
água e energia, emitem poeira, gases tóxicos e geram efluentes e resíduos sólidos de difícil
tratamento. Porém, na realidade, qualquer atividade humana está envolvida com questões
ambientais relevantes para a natureza.
Compete enfatizar que os setores de atividades econômicas do comércio e serviços
também têm ampla responsabilidade ambiental, porque são consumidores, vendedores,
prestadores de serviços e repassadores de produtos industrializados. Assim, podem
55
desenvolver, por exemplo, programas, projetos especiais de conservação de energia e água, de
reaproveitamento de embalagens, de reciclagem de papel, plástico, metal e vidro para a
qualificação do consumo de produtos ambientalmente mais saudáveis com vistas a
melhorarem seu desempenho ambiental e gerencial.
Comércio e serviços são grandes empregadores de mão de obra qualificada. Essa
conscientização é importante para o aperfeiçoamento de processos e incremento das práticas
sustentáveis de produtores e consumidores. A adoção de práticas sustentáveis faz-se
imprescindível diante de uma legislação exigente quanto ao cumprimento das leis ambientais.
Entretanto, ainda é difícil mensurar tais práticas quando se trata do setor de serviços, visto que
ele apresenta uma variedade de aspectos ambientais que, dependendo da atividade, podem se
transformar em mais ou menos impactantes.
Ao optar pelas práticas sustentáveis como elemento estratégico, as organizações não
devem vislumbrar apenas os benefícios financeiros, o fortalecimento da marca, a economia de
energia, água, papel, matéria prima, eficiência na produção e marketing. Deve-se levar em
conta também os riscos de não gerenciar adequadamente as questões ambientais, tais como
acidentes, descumprimento da legislação ambiental, incapacidade de acesso a crédito
bancário, serviços financeiros e outros investimentos de capitais e a perda de mercados por
incapacidade competitiva.
Leff (2001) reflete que há a necessidade de se formar agentes capacitados para orientar
um desenvolvimento constituído em bases ecológicas, de equidade social, diversidade cultural
e democracia participativa. Assim, estabelece o direito à educação, à capacitação e à formação
ambiental como fundamentos da sustentabilidade e permite a cada pessoa produzir e
apropriar-se de saberes, técnicas e conhecimentos para participar na gestão de seus processos
de produção. Isso permitirá romper a dependência e inequidade fundadas na distribuição
desigual do conhecimento e promoverá um processo no qual os cidadãos, os povos e as
comunidades poderão intervir, a partir de saberes e capacidades próprias, nos processos de
decisão e gestão do desenvolvimento sustentável. Esse novo modelo comportamental, cultural
e social provoca uma mudança de paradigma no indivíduo, pois requer tempo de preparação e
assimilação conceitual da sua contribuição na perspectiva de sustentabilidade ambiental.
Logo, esse aprendizado é complexo e delongado.
A identificação, nas áreas de negócio de questões relacionadas à temática da
sustentabilidade, é fundamental para o engajamento do público interno e avanço da discussão
e integração nas empresas. O alinhamento das áreas depende do entendimento por parte dos
profissionais de sustentabilidade, das questões relevantes para as áreas de negócio e como o
56
tema interage com o dia a dia, suas atividades, metas e relações (CEBDS. Relatório de
Sustentabilidade 2013, p. 17).
Por sua vez, Veiga (2008, p. 182) pondera:
[...] mesmo que ainda esteja longe o surgimento de uma medida mais consensual de
sustentabilidade ambiental, é imprescindível entender que os índices e indicadores
existentes já exercem papel fundamental nas relações de fiscalização e pressão que
as entidades ambientalistas devem exercer sobre governos e organizações
internacionais.
Os colaboradores14
constituem um dos elementos mais importantes e necessários para
que a organização cumpra com êxito as ações para concretizar a adoção das práticas
sustentáveis na gestão interna. São eles que lidam diretamente com as diretrizes estabelecidas,
materializando-as e criando condições para operacionalização. Assim, a gestão ambiental
deve desenvolver mecanismos que garantam compromisso, envolvimento e motivação das
pessoas que atuam na organização. Esses fatores juntamente com a educação, a comunicação
e a qualidade formam a base estrutural dessa gestão, esquematizada na Figura 10.
Figura 10 - Gestão estratégica de pessoas
Nessa conjuntura, é determinante a participação de todos os atores da organização na
implementação das práticas sustentáveis, principalmente, na análise e avaliação de seus
14
“Entende-se por colaboradores todos aqueles indivíduos que participam das atividades da organização,
incluindo dirigentes, administradores, empregados diretos ou terceirizados, prestadores de serviços em geral que
atuem na área”. (VALLE, 2002, p.35)
57
resultados. Essa análise permite a identificação de desvios e necessidades de ajustes de modo
a corrigir as rotas que levam à efetiva integração de todos na sustentabilidade. De acordo com
Valle (2002, p. 38):
A conscientização ambiental dos dirigentes de uma organização pode provocar
intensas alterações em suas prioridades estratégicas e algumas mudanças de
abordagem que vão modificar as atitudes e o comportamento de todos os seus
colaboradores.
O Quadro 2 mostra o esquema das mudanças de abordagem motivadas pela
conscientização ambiental.
Quadro 2 – Mudanças na empresa pela conscientização ambiental
Fonte: VALLE, 2002 (grifo do autor)
Neste sentido, também cabe citar Magalhães (2009, p.28) que traz uma reflexão sobre
valores, comportamentos e relações humanas no trabalho.
58
As tendências e suas manifestações concretas tornam-se cada vez mais claras no dia
a dia. As ondas de transformação trazem a necessidade de outros comportamentos e
estilos de relacionamentos. As empresas e a comunidade como um todo precisam
assumir essas mudanças culturais por meio de um amplo processo educativo de
transformação dos desafios em práticas sustentáveis.
De um modo ou de outro, todas as atividades humanas modificam o ambiente, por
isso, o ser humano precisa cuidar do ambiente e de si mesmo. Nos dias atuais a sociedade
empresarial se vê diante de grandes desafios, que devem ser enfrentados de forma consciente
por todos os cidadãos para garantir que os progressos científico, tecnológico e econômico
sejam promovidos em benefício de todos, de forma justa e sustentável. Abaixo estão
relacionados alguns dos desafios mais urgentes:
Preservar as espécies vivas;
Controlar os níveis de poluição no ar, na água e no solo;
Lidar com o problema do lixo, criando alternativas menos nocivas ao ambiente e
às espécies vivas, tais como a coleta seletiva, a reciclagem de materiais, a utilização de aterros
sanitários, dentre outras;
Lidar com a escassez de recursos naturais, como o uso da água, da energia;
Desenvolver tecnologias que não agridam ao meio ambiente;
Tornar o conhecimento científico e tecnológico acessível a todo cidadão;
Tornar possível a convivência pacífica entre pessoas e grupos de pessoas,
independentemente da origem nacional, etnia, religião e posses econômicas.
O MMA (2014, p.51) enfatiza que:
A sensibilização e a capacitação dos colaboradores para adoção de práticas
sustentáveis é fundamental para conservação dos recursos naturais através de
mudanças nos hábitos, comportamentos e padrões de consumo dos cidadãos. A
maioria das pessoas não tem consciência dos impactos ambientais que produzem no
seu cotidiano, sejam positivos ou negativos.
Em suma, para que essas e inúmeras outras metas desafiadoras sejam factíveis, é
imprescindível, em primeiro lugar, pensar em uma harmonização da espécie humana com a
natureza e desenvolver uma forma de viver que privilegie a conservação dos recursos
ambientais. O sociólogo Prando (2014, p.117) afirma: “chegamos a um momento em que é
preciso saltar de um patamar de discussão do conceito e seguir para a prática real do que é
sustentabilidade”. Nesta perspectiva, um dos desafios consiste em transformar o discurso em
prática e tornar a boa intenção em compromisso. Para que isto aconteça, faz-se necessária à
assunção dos dirigentes adotando medidas de menor impacto ambiental.
59
Face ao exposto, a prática de implantar a sustentabilidade nas organizações perpassa
por alguns desafios. Neste sentido, a tratativa que compõe o desenvolvimento do projeto visa
à inserção de novas práticas de sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae-BA.
Para isso, é essencial o engajamento dos dirigentes e colaboradores por meio de cultura da
consciência com o intento de incorporar a pauta ambiental na organização.
Os enfoques teóricos apresentados constituem fontes de ideias para a prática da
sustentabilidade, bem como os modelos gerais de gestão sustentável a serem analisados e sua
possível aplicabilidade no ambiente interno da sede do Sebrae-BA, assuntos que serão
tratados oportunamente. Por fim, os instrumentos que podem ser usados em quaisquer
empresas, independente do porte e setor de atuação, são os relatórios de sustentabilidade –
principais ferramentas de comunicação do desempenho ambiental, social e econômico. Neste
âmbito, o modelo da Global Reporting Initiative (GRI) é, atualmente, o mais difundido no
mundo.
A concepção do Termo de Referência (Anexo A) marca o primeiro passo do Sistema
Sebrae no processo de aprendizado organizado a respeito da sustentabilidade. Ele toma como
diretriz prioritária a dimensão ambiental. As experiências bem-sucedidas das Unidades
Federativas do Sebrae Mato Grosso e Espírito Santo, referências em práticas sustentáveis,
bem como o novo olhar do Sebrae para a sustentabilidade ambiental, são enfatizados a seguir,
no Capítulo 3.
60
3 REFERÊNCIAS PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO
SEBRAE
Há mais de quatro décadas, o Sistema Sebrae se dedica a promover o desenvolvimento
sustentável dos pequenos negócios, no sentido de torná-los mais competitivos. Sua missão é
"promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e
fomentar o empreendedorismo, para fortalecer a economia nacional”. (SEBRAE, 2011, p.6)
O Sebrae é organizado sob a forma de sistema e é composto por uma unidade
nacional coordenadora e por unidades operacionais vinculadas, localizadas em cada um dos
Estados da Federação e no Distrito Federal. À unidade nacional, com jurisdição em todo o
território nacional, compete as funções de direcionamento estratégico, de orientação técnica e
normativa, de coordenação, de controle operacional e de correição do Sistema Sebrae.
O Direcionamento Estratégico do Sistema Sebrae 2013-2022, representado na Figura
11, estabelece ainda que a organização deve “atuar como catalisadora de iniciativas para
elevar a competitividade e a sustentabilidade dos pequenos negócios, e articular e incentivar o
empreendedorismo, gerando resultados crescentes e de impacto para fortalecer a economia e o
desenvolvimento do país”. (SEBRAE, 2013)
61
Figura 11 – Mapa estratégico Sebrae, 2013-2022
Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e fomentar o empreendedorismopara fortalecer a economia nacional.
Ter excelência no desenvolvimento dos pequenos negócios, contribuindo para a construção de um país mais justo,competitivo e sustentável.
Para quem já é ou quer ser empresário, o SEBRAE é a opção mais fácil e econômica de obter informações e conhecimento para apo iar as suas decisões, porque é quem mais entende de Pequenos Negócios e possui a maior rede de atendimento do país.
MISSÃO
VISÃO
POSICIONAMENTO DA MARCA
Pa
rte
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tere
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s P
roce
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ecu
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Ser a instituição de referência na promoção da competitividade dos
pequenos negócios
Contribuir para o desenvolvimento do país por meio do fortalecimento dos
pequenos negócios
VALORESCompromisso com o Resultado
ConhecimentoInovação
SustentabilidadeTransparência
Valorização humana
Desenvolver e reter capital humano comprometido, motivado e com competências voltadas à inovação e à obtenção de resultados
Ampliar e fortalecer a rede de fornecedores
Ter as melhores soluções tecnológicas e de infraestrutura para a gestão do Sebrae e o
atendimento dos clientes
Prover conhecimentosobre e para os
pequenos negócios
Alavancadores da atuação do Sebrae
Articular e fortalecera rede de
parceiros estratégicos
Ter excelência no desenvolvimento de produtos, serviços e canais de
comunicação e atendimento adequados aos segmentos de clientes
Assegurar a efetividade e a transparência na
aplicação dos recursos e na comunicação de resultados
Promover a educação e a cultura
empreendedora
Potencializar um ambiente favorável para o
desenvolvimento dos pequenos negócios
Ter excelência no atendimento, com foco no resultado para o cliente
Pequenos Negócios Sociedade
Soluções para os empreendedores e para as empresas Atuação no ambiente dos pequenos negócios
Fonte: Direcionamento Estratégico Sistema Sebrae 2013-2022
Além disso, no que concerne às partes interessadas, são elementos indispensáveis aos
valores do Sebrae: compromisso com o resultado, conhecimento, inovação, sustentabilidade,
transparência e valorização humana. É fundamental que o Sistema Sebrae intensifique a
atuação em torno da transversalidade do tema sustentabilidade como eixo estruturante de seus
programas, projetos e atividades em todo o País. Se, a princípio, as iniciativas dependiam de
mudanças na legislação direcionadas à conservação do meio ambiente, hoje os projetos de uso
racional dos recursos naturais são reconhecidos como ferramentas para o desempenho do
papel sustentável das organizações. Diante disso, o Sebrae está atento a cumprir a sua missão
e dar o exemplo às partes interessadas15
.
15
“Organização, pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma organização. A maioria das
organizações apresenta as seguintes classes de partes interessadas: clientes, força de trabalho, acionistas,
mantenedores ou proprietários, fornecedores e sociedade. A quantidade e a denominação das partes interessadas
podem variar em razão do perfil da organização”. (FNQ, 2013, p.120)
62
Para que isso aconteça de fato, é preciso entender a inserção de sustentabilidade
ambiental como um desafio multifacetado. Só assim serão encontradas as múltiplas respostas
que o problema impõe. O Sebrae se destina a estimular, sensibilizar, conscientizar, integrar as
boas práticas e difundir conhecimento. O aspecto mais aparente desse desafio está ligado ao
meio ambiente. Nesse contexto, o primeiro passo foi à concepção, em 2011, do Termo de
Referência para Atuação do Sistema Sebrae em Sustentabilidade (Anexo A). Ele vem como
consequência da constatação de que a competitividade de uma empresa passa a estar
associada cada vez mais à adoção de práticas sustentáveis.
O documento citado acima não pretende esgotar a discussão sobre o tema, pois sua
utilidade dependerá do acompanhamento sistemático das demandas do mercado por ações
sustentáveis. Uma vez vencida a primeira etapa por todas as Unidades Federativas, o Sebrae
estará pronto para assumir novos desafios. Nesta primeira edição do TR foram eleitos dois
eixos prioritários de atuação: Gestão de Resíduos Sólidos e Eficiência Energética.
A organização tem por objetivo planejar, coordenar e orientar programas técnicos,
projetos e atividades de apoio às micro e pequenas empresas, em conformidade com as
políticas nacionais de desenvolvimento, particularmente as relativas às áreas de serviços,
comércio, indústria, agronegócio, tecnológica e economia criativa. Para atender à execução de
suas políticas, o Sebrae recebe contribuições sociais de empresas. Tais contribuições são
repassadas, mensalmente, pela Receita Federal do Brasil. Os recursos, por serem considerados
públicos, estão sujeitos à prestação de contas, pelos gestores, aos órgãos de controle interno e
externo.
Desta forma, a Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da
União-SFC/CGU forneceu aos administradores do Sistema Sebrae orientações decorrentes de
entendimentos firmados pela CGU que visam a subsidiar os atos de gestão que envolve a
aplicação de recursos advindos das contribuições parafiscais16
, de acordo com o disciplinado
no art. 70, parágrafo único da Constituição Federal. O Sistema Sebrae, por gerenciar recursos
públicos provenientes de tributos parafiscais, está sob a jurisdição do TCU (inciso V do artigo
5º da Lei 8443/92), sujeito à prestação de contas anual, cuja apresentação é definida pelo
Tribunal de Contas da União (TCU), por meio de Instrução Normativa.
16
O tributo é parafiscal quando objetiva a arrecadação de recursos para o custeio de atividades que, em princípio,
não integram funções próprias do Estado, mas este as desenvolve através de entidades específicas, por
exemplo, o Sistema “S”, dentre eles o Sebrae. Ou seja, é mantida pela iniciativa privada, da contribuição das
empresas.
63
Assim sendo, é elaborado o Relatório de Gestão do Sebrae, apresentado aos órgãos de
controle interno e externo como prestação de contas anual, baseado no princípio da
transparência aplicado aos Serviços Sociais Autônomos, também chamados de Sistema “S”.
Apesar da autonomia administrativa e financeira desses serviços, por administrarem recursos
públicos, eles devem justificar a sua aplicação regular, em conformidade com as normas e
regulamentos emanados das autoridades administrativas competentes. Um dos capítulos deste
relatório tratará dos resultados da gestão ambiental com o detalhamento da política adotada
pela organização para estimular o uso racional dos recursos naturais.
Embora tais respeitáveis iniciativas, ainda estão pouco integradas no dia a dia dos
processos de atividades na organização. No entanto, em 2012, a implantação do Programa
Sebrae de Excelência em Gestão (PSEG), visou à geração de melhores resultados para
clientes, colaboradores e sociedade, tendo como referência o Modelo de Excelência da Gestão
(MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Logo, é “dever da organização de
responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente, e
de contribuir para a melhoria das condições de vida, por meio de um comportamento ético e
transparente, visando ao desenvolvimento sustentável” (FNQ, 2013, p. 12). Compete ressaltar
que o Sebrae já tem um banco para compartilhamento das Boas Práticas de Gestão
(www.boaspraticas.sebrae.com.br), agrupadas e classificadas, de acordo com os Fundamentos
de Excelência. Ele é alimentado gradualmente a cada ciclo de Autoavaliação Assistida.
Com isso, espera-se que os valores voltados para atuação ética, transparente e
sustentável, conservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, como parte
integrante da estratégia do Sebrae, potencializem a inserção da sustentabilidade ambiental na
sua gestão interna. Além disso, outro exemplo da preocupação da organização foi à
inauguração, em novembro de 2010, da nova sede do Sebrae Nacional, em Brasília, pois
representa um processo de mudança dos últimos anos, já que se trata de uma construção
moderna, econômica e sustentável, com aproveitamento do vento, sol e paisagem. A obra foi
realizada por meio de seleção pública entre cento e quinze propostas vindas de todos os
estados do País e avaliada por comissão julgadora.
Além do aspecto inovador na arquitetura, a nova sede – ampla, iluminada e
ambientalmente correta, é o resultado da reestruturação interna que permitiu um salto de
qualidade na construção e disseminação do conhecimento, tendo sido premiada como a
melhor obra de arquitetura do País, em 2010. A distribuição funcional, sistemas estruturais e
concepção de conforto ambiental foram algumas das características descritas pelo júri como
principais destaques da obra.
64
Ainda no atual cenário de estímulos internos para adoção de métodos de gestão
ambiental, algumas Unidades Federativas Sebrae já deram o primeiro passo na concepção de
práticas sustentáveis. Eis alguns exemplos:
Mato Grosso: a implantação do Plano de Gestão Sustentável teve início em 2011;
Espírito Santo: a implantação do Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES teve
início em 2012;
Goiás: ambiente do conhecimento sustentável, ou seja, a Biblioteca Sebrae com
mobiliário de madeira reflorestada;
Santa Catarina: disponibiliza a ferramenta Sistema de Inteligência Setorial (SIS)
que contém um repositório de informações sobre sustentabilidade empresarial
(www.sebrae-sc.com.br/sis);
Distrito Federal: implantou, em 2012, o Sistema de Gestão Ambiental e
Sustentabilidade, que aconteceu por meio do Comitê de Gestão Ambiental;
Ceará – o edifício sede em Fortaleza está no processo de obtenção da Certificação
LEED17
;
Minas Gerais: programa ambientação, comunicação e educação socioambiental,
que promove a sensibilização para a mudança de comportamento e a internalização
de atitudes ecologicamente corretas no cotidiano dos colaboradores;
Rio Grande do Norte: comitê de sustentabilidade com o propósito de reduzir a
energia elétrica, os copos descartáveis e papel.
Rondônia: está implementando o Plano de Gestão Sustentável (PGS), voltado à
eficiência energética, redução de consumo de água e papel, promoção de
campanhas, entre outros objetivos.
Em síntese, a concepção e atuação gradativa nas Unidades Federativas do Sebrae na
temática responsabilidade socioambiental, deve-se ao cumprimento das exigências normativas
dos órgãos de controle já mencionados, à aderência ao Termo de Referência em
Sustentabilidade Sebrae Nacional, ao Direcionamento Estratégico e às ações integradoras das
práticas sustentáveis explicitadas no Programa Sebrae de Excelência em Gestão (PSEG).
Também é relevante salientar que a incorporação da gestão sustentável no ambiente interno
17
Criada pelo U.S.Green Building Council (USGBC) nos EUA há mais de uma década, a certificação LEED
para construção sustentável chegou ao Brasil há quase cinco anos e, hoje, é considerada o principal selo para
edificações.
65
do Sebrae UF depende do grau de assunção dos dirigentes e o envolvimento dos
colaboradores em adotar uma postura proativa na questão ambiental.
As seções a seguir destacam as lições apreendidas das práticas sustentáveis bem
sucedidas na gestão interna do Sebrae Mato Grosso, CSS e Sebrae Espírito Santo, observadas
na Residência Social (pesquisa de campo) entre as unidades de referências nacional do
Sistema Sebrae neste tema. Por fim, foi possível identificar métodos, propiciou aprendizado,
novas ideias e alternativas para desenvolver, de forma estruturada, proposta de
sustentabilidade ambiental na gestão interna na sede do Sebrae, em Salvador.
3.1 A EXPERIÊNCIA DO CENTRO SEBRAE DE SUSTENTABILIDADE - MATO
GROSSO
O Sebrae Mato Grosso atua por meio de doze unidades operacionais, sendo oito
Agências (Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Confresa, Lucas do Rio Verde,
Rondonópolis, Sinop e Tangará da Serra) e quatro postos de atendimento (Nova Mutum,
Colíder, Paranaíta e Primavera), atendendo clientes em cento e quarenta e um municípios. A
sede da organização está situada em Cuiabá, de onde partem as diretrizes operacionais.
Entre as diretrizes do Sebrae-MT estão à promoção da inovação e do desenvolvimento
sustentável e aprimoramento de processos internos com foco na qualidade de gestão. Diante
disso, se fez necessário adotar a gestão sustentável interna, uma vez que essa deve ser
praticada pela organização de modo sistêmico. A gestão sustentável consiste em um conjunto
de medidas e procedimentos bem definidos e adequadamente aplicados, visando reduzir e
controlar os impactos introduzidos por um empreendimento ou atividade sobre o meio
ambiente.
Atendendo a esse fim, a construção do prédio da sede do Centro Sebrae de
Sustentabilidade, que foi concebido e erguido dentro dos princípios da arquitetura sustentável,
transmite aos colaboradores internos, terceirizados do Sebrae-MT, aos seus clientes e à
sociedade em geral, um exemplo a ser reproduzido em termos de otimização de recursos e de
respeito à preservação, conservação e uso sustentável do meio ambiente. A implantação do
Plano de Gestão Sustentável do Sebrae em Mato Grosso, que teve início em 2011, se deu por
66
meio da execução de ecotécnicas18
e de ações lúdicas de sensibilização junto ao quadro de
colaboradores. Como essência, o projeto contribui para promover uma gestão interna mais
inovadora e sustentável. A seguir as intenções que nortearam a implementação do Plano de
Gestão Sustentável:
Sintonizar o Sebrae-MT com os novos comportamentos mundiais referentes ao
desempenho socioambiental;
Cumprir as determinações que estão especificadas na Portaria TCU Nº 277 de 07
de dezembro de 2010, que dispõe sobre informações quanto à adoção de critérios na licitação
sustentável - aquisição de bens e materiais de Tecnologia da Informação e na contratação de
serviços ou obras:
Implantar boas práticas que podem ser replicadas nas Unidades Federativas;
Diminuir os custos e a pressão sobre os recursos naturais por meio das
ecotécnicas;
Sensibilizar os colaboradores sobre a importância da gestão ambiental, por meio
de ações educativas;
Promover a redução dos resíduos sólidos por meio da implantação da coleta
seletiva e de sua destinação correta;
Implantar o uso eficiente e promover a redução do consumo de energia;
Implantar ecotécnicas que permitam a redução do uso do papel;
Sensibilizar a classe empresarial para a cultura de sustentabilidade como
estratégia de negócios.
Para sua execução foram mapeados os gargalos referentes aos processos de
ecoeficiência na organização e para minimizá-los foram elencados quatro focos prioritários.
Estes focos são trabalhados em todas as Unidades do Sebrae-MT:
1. Uso eficiente de papel, coleta seletiva e destinação correta dos resíduos: o plano
de gerenciamento e valorização dos resíduos sólidos foi trabalhado internamente como um
aspecto estratégico; além de estimular a qualidade ambiental, também possibilita a redução de
custos diretos (consumo e matérias-primas) e indiretos (danos ambientais). Compreende a
definição de diretrizes: ações capazes de oferecer alternativas para redução do desperdício e
diminuição dos resíduos produzidos.
18
Conjunto de intervenções tecnológicas no ambiente que se baseia na compreensão dos processos naturais e
tem como foco a resolução de problemas com o menor custo energético possível e com uso de eficiente de bens
naturais (MMA, 2012).
67
Realizou-se um diagnóstico dos resíduos sólidos gerados no Sebrae-MT, sendo
identificadas as principais ações implantadas para o uso eficiente do papel. Tais ações
compreendem atitudes comportamentais ambientais, como: uso eficiente dos recursos de
informática, por exemplo, visualização do documento antes de imprimi-lo e impressão frente
e verso; oficinas de capacitação; palestras de educação ambiental; elaboração de diretrizes que
estabelecem metas que visam o envolvimento de todos os colaboradores; monitoramento e
avaliação mensal.
2. Eficiência energética na sede do Sebrae-MT: o projeto tem como base a redução
de consumo e despesas, estimulando mudanças de comportamento dos colaboradores da sede
do Sebrae-MT. Da mesma forma, busca expandir seus efeitos nas Agências e Postos de
Atendimento do estado. Assim, são identificados desvios e novas oportunidades de melhorias
para redução do consumo de energia e conscientização dos colaboradores e estagiários quanto
ao seu uso eficiente, diminuindo a geração de desperdícios e custos.
A metodologia para execução do eixo eficiência energética do plano de gestão
sustentável apresenta os seguintes princípios: eliminação de desperdícios e redução de custos;
otimização do desempenho de equipamentos com o mínimo de consumo e demonstração de
uma atitude lógica e consciente na utilização do insumo “energia”.
3. Qualidade do ambiente interno: o Programa de Saúde e Qualidade de Vida
Sustentável, “Viva”, foi desenvolvido em parceria com a Unidade Desenvolvimento de Seres
Humanos e o Centro Sebrae de Sustentabilidade. É destinado a todos os colaboradores,
podendo ser inserida a participação dos familiares em algumas ações. Este programa visa à
valorização da prevenção de doenças e de viver de forma sustentável. Inserido nesta temática
como consciência integral em relação aos compromissos que devem permear as atividades
individuais e coletivas, o programa foi elaborado com ações de formação, educação ambiental
e adequação de práticas sustentáveis internas na gestão do Sebrae-MT, estabelecendo-se
indicadores nas metas corporativas que integram o salário variável.
Foram propostas ações que visam à melhoria da qualidade de vida, tanto no ambiente
interno quanto no externo, por meio da prática de atividade física, lazer e esporte, com a
finalidade de promover a saúde, a motivação e a integração social dos colaboradores. O
programa Viva Sustentável no Sebrae-MT, abordar a dimensão física: ginástica laboral,
caminhadas ecológicas, gincanas e lazer; e mental: com cursos e palestras, informativos e
cultura.
4. Disseminação da cultura de Sustentabilidade nos eventos: em todos os eventos,
realizados ou patrocinados pelo Sebrae Mato Grosso, é obrigatória a inserção do tema
68
sustentabilidade como eixo estruturante, abordado através da realização de palestras, oficinas,
acesso a tecnologias, divulgação de casos empresariais, e da disponibilização de serviços com
parceiros para adequação das empresas. O propósito é estimular o público presente e, em
especial a classe empresarial, à formação da cultura sustentável nos negócios. Como fruto
dessa prática, foi desenvolvido o Programa Compensação Futura de Emissões, para o qual se
criou a metodologia Compensação de CO2, de Gases de Efeito Estufa (GEE) em Eventos, a
fim de compensar os impactos causados pela atividade empresarial no meio em que está
inserida. O trabalho é dividido em quatro etapas: inventário de emissões de CO2 e de Gases de
Efeito Estufa; gestão dos resíduos sólidos através da coleta seletiva; cálculo das emissões
geradas; ações de compensação das emissões.
Para consolidar a cultura interna junto aos colaboradores na gestão sustentável, é
realizado monitoramento que objetiva garantir que todas as atividades compreendidas na
gestão sustentável sejam executadas corretamente pelas equipes. Os monitoramentos
acontecem no horário de almoço ou depois do expediente, em dias alternados. São verificados
os seguintes itens por Equipe/Unidade: desligamento de luminárias, monitores, computadores,
ar condicionado e verificado, nas lixeiras, o descarte correto dos resíduos. Após cada
monitoramento é elaborado um ranking das equipes e divulgado para todo o Sebrae-MT, isso
permite evidenciar quais equipes mais contribuem para a eficiência dos processos. Abaixo, na
Figura 12, modelo de e-mail corporativo enviado a todos os colaboradores com o desempenho
das ações sustentáveis.
Figura 12 – Desempenho das ações sustentáveis
Fonte: Portal Intranet Sebrae Mato Grosso
69
Ainda mensalmente acontece no Sebrae Mato Grosso, uma reunião com os líderes e
nela são apresentados os resultados de cada equipe para que atentem sobre a responsabilidade
do alcance das metas. Todos precisam se envolver em busca dos resultados positivos. O
programa de gestão sustentável do Sebrae-MT compreende a definição de diretrizes e ações
capazes de estimular a cultura de sustentabilidade nos colaboradores, oferecer alternativas
para a utilização eficiente dos recursos em suas atividades de gestão interna e promover
formas eficientes de reduzir, reutilizar e reciclar insumos que a organização usa e resíduos que
gera. O cumprimento das metas estabelecidas impacta diretamente na avaliação do salário
variável a partir dos indicadores de resultados estabelecidos em consenso entre diretoria e
colaboradores do Sebrae-MT:
Metas de ecoeficiência na gestão interna: relativa aos indicadores estabelecidos de
eficiência energética e redução de consumo de papel e redução, reutilização e destinação de
resíduos gerados;
Metas com clientes externos: conscientização por meio dos eventos, que devem
evidenciar os marcos regulatórios e divulgação das oportunidades de econegócios que
permeiam a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos;
Todo o material de limpeza utilizado nas dependências do Sebrae-MT deve ser
biodegradável. A organização não utiliza produtos à base de solventes para não expor
colaboradores ou terceirizados aos riscos causados por tais materiais;
A diretriz ambiental de materiais usados por peso ou volume é determinada pela
Central de Compras, que fica na sede, em Cuiabá, e isto permite o controle das aquisições
realizadas por meio da licitação de compras sustentáveis e do cadastro de fornecedores. O
Sebrae-MT visa à utilização de materiais/produtos menos agressivos ao meio ambiente em
suas unidades. Um dos grandes objetivos da organização é adquirir cada vez mais produtos
que geram o mínimo de resíduos.
Com a finalidade de evidenciar e disseminar os resultados das ações sustentáveis, o
Comitê de Sustentabilidade da Gestão elabora anualmente o Relatório de Sustentabilidade e
Responsabilidade Corporativa do Sebrae-MT. Nele, são apresentados os principais resultados
alcançados pela organização, ao longo do ano, nas esferas ambiental, social e econômica com
base nos indicadores traçados pela Global Reporting Initiative (GRI). O Sebrae-MT publica
este documento, que tem como principal objetivo divulgar e compartilhar informações com
diversos públicos sobre sua atuação e estratégias implementadas no desenvolvimento
sustentável.
70
O Comitê de Sustentabilidade do Sebrae-MT, composto por representantes de quatro
unidades da organização, é o responsável por documentar, manter, atualizar os registros do
monitoramento, o controle ambiental, a consolidação dos dados e resultados dos aspectos
destacados no Plano de Gestão Ambiental. Criado em 2013, este comitê está subordinado à
Diretoria Executiva e sua principal atribuição é o acompanhamento das ações de
sustentabilidade, que permeiam toda a atuação do Sebrae-MT. O referido documento é
difundido para a sociedade, no site do CSS (http://sustentabilidade.sebrae.com.br/) após a
validação da Diretoria Executiva.
Além disso, todas as ações têm como base as decisões de sua Governança Corporativa,
instituída por meio do Fórum Sebrae de Sustentabilidade e dos Comitês Temáticos. O Fórum
é uma instância de discussão estratégica para nortear as ações de sustentabilidade no Sistema
Sebrae. Entre seus desígnios estão analisar as principais tendências do tema aplicado aos
pequenos negócios, detectar oportunidades e gargalos que envolvem a atuação nos Sebrae UF
e construir uma gestão compartilhada.
Deste modo, cabe destacar as lições apreendidas relacionadas às boas práticas
sustentáveis do Sebrae-MT:
Redução no consumo do papel: sensibilização e configuração para impressão
frente e verso, bem como reaproveitamento de papéis, por exemplo, para blocos de anotações;
Coleta seletiva: a sede do Sebrae-MT evitou que 3 835Kg de papel e 2 145Kg de
plástico fossem enviados ao aterro sanitário da cidade, direcionando os resíduos para
Cooperativa dos Trabalhadores e Produtores de Materiais Recicláveis de Mato Grosso
(Coopermar);
Eficiência energética e gerenciamento de emissões: as iniciativas de eficiência
energética estão associadas às seguintes ações: controle avançado de processo, modernização
das instalações e aquisição de equipamentos mais eficientes;
Tratamento e reuso de água: o compromisso com a sustentabilidade está
presente em sua agenda desde a inauguração do Centro de Eventos do Pantanal Sebrae Mato
Grosso, em 2000. Ocupando área de 14 hectares, esta unidade é cercada por uma reserva de
mata ciliar e dispõe de uma lagoa de decantação para tratamento de esgoto e dos resíduos
líquidos. O sistema implantado permite o tratamento de efluentes. É composto por fossa
séptica, filtro de pedras e filtro de raízes de árvores (trata-se de tecnologia chinesa premiada
pela ONU, em 1998), que garante a purificação da água em 98%. Essa água é usada para
71
regar jardins e não é descartada em rios e riachos da região. Em todo o processo, a força de
gravidade é utilizada, evitando o consumo de energia elétrica para seu bombeamento;
Emissões: a gestão de riscos ambientais tem recebido atenção especial. Em 2012,
foi realizado mapeamento da frota composta por trinta e nove veículos. Constatou-se a
necessidade de se adquirir veículos mais econômicos e menos poluentes. Para calcular o
índice de emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), proveniente
de automóveis, o Sebrae-MT realizou o inventário que qualifica, quantifica e localiza
emissões para mitigação. O objetivo principal do trabalho foi o de melhorar o controle e
gerenciamento de sua pegada de carbono, além de adotar ações para reduzir as emissões;
Iniciativas para mitigar os impactos de produtos e serviços: o Sebrae-MT visa
harmonizar a utilização de tecnologias e aplicação de materiais menos agressivos ao meio
ambiente em suas atividades operacionais. Essa premissa está presente nas licitações de
produtos de limpeza por intermédio de cláusulas que obrigam a empresa vencedora do
certame a utilizar produtos menos poluentes;
Capacitação em sustentabilidade e sociedade: o programa disponibiliza
conteúdo teórico sobre responsabilidade social e sustentabilidade ambiental para todos os
colaboradores;
Comunicação e marketing: a Unidade de Marketing desenvolve todos os rótulos
(banner, folder, cartilhas), levando em conta as etapas da sua produção e o atendimento das
exigências legais vigentes. É importante salientar que ocorrem campanhas internas para
conscientizar os colaboradores sobre a destinação correta do resíduo gerado. As lixeiras estão
disponíveis na lanchonete da Sede do Sebrae-MT, e nas mesas de trabalho onde são dispostas
as lixeiras de papel, plástico, metal, vidro, orgânico e outros. Abaixo estão relacionadas às
ações ecoeducativas:
E-mail marketing referente às metas corporativas: que influenciam na
“remuneração variável19
”: redução no consumo de energia elétrica em 10% e redução na
quantidade de impressões e cópias em 20%;
19
É um estímulo para os colaboradores atingirem os objetivos tanto de sua unidade, quanto da organização,
buscando permanentemente a melhoria dos níveis de qualidade e produtividade, assegurando o contínuo
desenvolvimento organizacional. O reconhecimento é feito quando as metas organizacionais e de equipes,
vinculadas a indicadores e ao planejamento das unidades, são alcançadas. O modelo é único para todos os
colaboradores, ou seja, os critérios para alcance das metas, o percentual de salários e as regras de distribuição são
os mesmos para todos os colaboradores do Sebrae.
72
Mailing de sensibilização: desligar o monitor no horário de almoço, fazer coleta
seletiva e estimular os colegas a fazerem o mesmo, desligar totalmente o computador no
final do expediente e diminuir a quantidade de impressões e cópias;
Semana do meio ambiente: estímulo à carona solidária e caminhada com a família;
Criação de cartazes com estímulos: ao reaproveitamento de papéis; à impressão no
verso das folhas; nos banheiros: ensaboar as mãos antes de acionar a torneira, utilizar
apenas duas folhas de papel para secá-las, não desperdiçar água, não segurar a descarga
mais do que o necessário.
Programa de saúde e qualidade de vida sustentável: ginástica laboral, aeróbica
e assessoria de corrida, palestras saúde e segurança no trabalho.
Compostagem e minhocário: além de dar destino adequado aos resíduos
orgânicos, há uma produção constante de húmus, que pode ser aproveitada em jardins e
hortas;
Outras estratégias: adoção de lâmpadas mais econômicas e eficientes,
modernização dos banheiros, com torneiras automáticas e descargas sanitárias inteligentes,
pintura do telhado, que diminui o calor interno do ambiente e reduz o consumo de energia.
Como fica evidenciado, a gestão sustentável do Sebrae-MT está presente em quaisquer
atividades, do planejamento à execução, contextualizada com a realidade local e a dinâmica
da organização.
Inaugurado em abril de 2011 o Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), projeto em
parceria com o Sebrae Nacional, localizado no Espaço Sebrae do Conhecimento em
Cuiabá/Mato Grosso – com projeto arquitetônico baseado nas casas indígenas do Xingu – tem
a arquitetura própria, com um laboratório de práticas sustentáveis na construção civil, por
isso, recebe visitantes brasileiros e estrangeiros interessados em conhecer projetos inovadores
e de baixo impacto ambiental. O autor do projeto original é o arquiteto cuiabano José Afonso
Botura Portocarrero. Ele se inspirou na sabedoria dos primeiros habitantes do Mato Grosso e
na originalidade, funcionalidade e conforto ambiental das casas indígenas para conceber a
sede do Centro Sebrae de Sustentabilidade.
A visão do CSS é referência em gestão do conhecimento em sustentabilidade para o
desenvolvimento das micro e pequenas empresas. A missão é prospectar, desenvolver e
disseminar conhecimentos e práticas em sustentabilidade aplicada às micro e pequenas
empresas, com o objetivo de ampliar e promover sua competitividade. O formato ogival
favorece a iluminação natural do local e a refrigeração, reduzindo o consumo de energia com
73
a possibilidade do reuso de água. As características sustentáveis do prédio diminuem o
consumo e despesas mensais com água e energia em torno de 50%.
Centro Sebrae de Sustentabilidade
Fonte: Banco de imagens do Sebrae-MT
O Sebrae Mato Grosso também criou a Biblioteca, idealizada com o objetivo de
permitir aos clientes internos e externos pensar, sentir e fazer a conexão com a consciência
ecológica. Isso, por sua vez, favorece a busca, a leitura, a descoberta, a melhoria, a adoção de
novos produtos e técnicas sustentáveis. Nomeada de Espaço do Conhecimento, a estrutura
ecologicamente correta, com estilo arquitetônico em formato aerodinâmico e cobertura
projetada em duas cascas, permite que a água permeie o seu interior para resfriamento natural.
O Centro Sebrae de Sustentabilidade e o Espaço do Conhecimento, que estão instalados no
mesmo ambiente físico possuem:
Layout interno projetado em espaços que proporcionam flexibilidade de uso e
visibilidade da área externa;
Captação, reserva e utilização das águas de chuvas na manutenção do prédio e na
descarga de bacias sanitárias que possuem acionamento duplo, utilizado conforme uso;
74
Aproveitamento de iluminação natural, com presença de vidros de baixa absorção
térmica e alta reflexão;
Iluminação de espaços no subsolo e na área externa alimentada por sistema
fotovoltaico, integrado com sistema de iluminação convencional;
Uso de materiais de baixo impacto ambiental e materiais reciclados, com
certificação que atestam sua procedência;
Resgate da cultura regional na concepção do projeto arquitetônico, valorizando a
cultura e sabedoria dos ancestrais indígenas da região. As linhas da obra refletem a estética e
os conhecimentos dos primeiros habitantes do Estado de Mato Grosso;
1 000 metros quadrados de área construída em integração total com a natureza.
O Centro Sebrae de Sustentabilidade, por meio da plataforma de conhecimento,
dissemina as práticas sustentáveis corporativas bem sucedidas. Este ambiente virtual integra o
portal do CSS (http://sustentabilidade.sebrae.com.br), onde estão registrados casos de
empresas que adotaram o conceito e os princípios de sustentabilidade. Ainda tem dicas,
cartilhas, infográficos, eventos, entrevistas, notícias, vídeos, leis, certificados ambientais,
dentre outros.
A perspectiva do Centro Sebrae de Sustentabilidade é ser um centro de referência
nacional para às Micro e Pequenas Empresas. Assim, o centro tem o intuito de apoiar a
transversalidade da sustentabilidade em todo o atendimento territorial do Sistema Sebrae e ter
uma atuação mais intensa, estruturada em programas, projetos e atividades, de forma a
agregar valor às cadeias produtivas, nos diferentes setores econômicos (serviços, comércio,
indústria e agronegócio), em temas como eficiência energética, gestão da água, consumo
consciente e destinação adequada de resíduos sólidos. Desta forma, o Sebrae estimula a
reflexão, a elaboração de propostas e as ações junto às partes interessadas para expandir as
práticas sobre a sustentabilidade.
Além das ações já descritas, o CSS, em junho de 2014, instituiu – em parceria com a
Universidade Corporativa Sebrae – o Prêmio SOL de forma a motivar as ações voltadas para a
sustentabilidade. O concurso foi dirigido a colaboradores e consultores que têm acesso ao
sistema Sustentabilidade Online (www.sol.sebrae.com.br). Eles poderiam concorrer em três
categorias: atendimento, gestão interna e produção de conteúdo. Os finalistas nacionais, sendo
dois de cada categoria, participaram da Missão Técnica em Fernando de Noronha em data
pré-estabelecida pelo CSS, com o objetivo de conhecer empresas exitosas na área de
Sustentabilidade.
75
Sendo assim, o Sebrae Mato Grosso e o Centro Sebrae de Sustentabilidade são
referências na temática sustentabilidade ambiental. Ainda que a construção da sede Sebrae-
MT não seja sustentável, ela foi gradativamente adaptada para fomentar a inserção de ações
voltadas para a gestão ambiental. O alcance exitoso das ações que envolveram o projeto está
mensurado pelo uso eficiente de papel, coleta seletiva e destinação correta dos resíduos,
processos de eficiência energética e qualidade do ambiente interno.
3.2 A EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO SEBRAE-ES DE SUSTENTABILIDADE
O Sebrae está presente em todas as regiões do estado do Espírito Santo, promovendo e
apoiando ações voltadas à consolidação de um modelo de desenvolvimento sustentável,
baseado na facilitação do acesso ao conhecimento, crédito, tecnologia e mercado. Presentes
nas mais diversas áreas, as ações do Sebrae beneficiam setores importantes para a economia,
como o agronegócio, comércio e serviços, turismo, cultura e indústria. Assim, o Sebrae, no
Espírito Santo, possibilita crescimento com responsabilidade social, geração de renda e
oportunidade para os capixabas.
Em consonância com as premissas do Termo de Referência para Atuação do Sistema
Sebrae em Sustentabilidade e do CSS, sediado no Sebrae-MT, o Núcleo Sebrae-ES de
Sustentabilidade, elaborou o seu próprio Termo de Referência, que apresenta conceitos e
métodos para o desenvolvimento do Programa de Sustentabilidade Sebrae-ES (PSS) –
utilizado como diretriz para a atuação do Sebrae-ES em Sustentabilidade com foco nas Micro
e Pequenas Empresas (MPE) em conformidade com a Portaria TCU 150, de 3 de julho de
2012, Parte A, Item 9, do Anexo II da DN TCU Nº 119, de 18/01/2012, “Gestão do Uso dos
Recursos Renováveis e Sustentabilidade Ambiental”.
O Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES teve início em 2012, com a formação do
Grupo de Trabalho de Sustentabilidade do Programa Sebrae de Excelência em Gestão
(PSEG), no qual se definiu a implantação e o acompanhamento de práticas sustentáveis por
meio de um Plano de Gestão Sustentável pelos colaboradores do Sebrae-ES. A implantação
do Plano se deu por meio da retomada de ações já iniciadas pelo Sebrae anteriormente e
complementadas através de execução de ecotécnicas e ações de sensibilização dos
colaboradores com o intento de promover uma gestão sustentável e ecoeficiente.
Com a formação do Núcleo Sebrae de Sustentabilidade na Unidade de Acesso a
Inovação e Tecnologia (UAIT), foi proposto que esse núcleo esteja ligado ao Grupo Trabalho
76
(GT) e que a gestão deste plano seja realizada por esta UAIT. Assim, o Plano é organizado de
forma a se obter um conjunto de informações que permita, de uma maneira geral, analisar o
grau de desenvolvimento da gestão ambiental na organização.
O Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES tem por base a sua missão: “Promover a
competitividade e o desenvolvimento sustentável de micro e pequenas empresas e fomentar o
empreendedorismo no Estado do Espírito Santo” (SEBRAE, 2013), um estímulo para os
comportamentos e atitudes dos colaboradores que possibilita uma gestão sustentável na
organização compatível com estes desafios. A seguir os principais aspectos das questões
ambientais:
Cumprir as determinações que estão especificadas na Portaria TCU Nº 150, de 03
de julho de 2012, que orienta para a elaboração de conteúdos exigidos nas partes A e B do
Anexo II da Decisão Normativa TCU Nº 119, de 18 de janeiro de 2012, parte A, Item 9:
Gestão Ambiental e Licitações Sustentáveis, Consumo de Papel, Energia e Água;
As aquisições de bens/produtos e contratação de obras e serviços das unidades
deverão se basear em critérios de sustentabilidade ambiental nos respectivos processos
licitatórios;
Sensibilizar a classe empresarial para a cultura de sustentabilidade como
estratégia de negócios através dos eventos realizados pelo Sebrae-ES;
Promover o sistema de gerenciamento de resíduos interno;
Sensibilizar os colaboradores sobre a importância da gestão ambiental, por meio
de ações de educação ambiental, em prol de uma gestão interna mais sustentável;
Estimular os participantes a aderirem ao projeto para promover a redução dos
resíduos sólidos através da implantação da coleta seletiva e de sua destinação correta;
Promover o uso eficiente e a redução e desperdício de água nas Unidades do
Sebrae-ES;
Implantar o uso eficiente e promover a redução do consumo de energia elétrica e
melhorar a eficiência energética nas unidades do Sebrae-ES;
Implantar ecotécnicas que permitam a redução do uso do papel nos processos do
Sebrae;
Sensibilizar o público externo sobre a importância das práticas sustentáveis nas
dependências do Sebrae.
Com base no exposto, apresentam-se os métodos da implementação do Plano de
Gestão Sustentável do Sebrae-ES: mapeamento dos gastos; consumo racional de papel,
77
redução dos custos de energia elétrica e água dos últimos três anos; sensibilização junto ao
quadro de colaboradores; campanhas de conscientização da necessidade de proteção do meio
ambiente; campanhas de preservação de recursos naturais voltadas para os colaboradores;
distribuição de tarefas para as Unidades e Agência de Desenvolvimento Regional (ADR);
acompanhamento das metas estabelecidas.
Foram mapeados os processos de ecoeficiência na sede, no Espaço Empreendedor nas
Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs): Cachoeiro de Itapemirim, Colatina,
Linhares, Venda Nova do Imigrante, Anchieta, São Mateus, Nova Venécia. Nessas, foram
definidos seis eixos prioritários para a gestão sustentável:
1. Uso eficiente de papel, coleta seletiva e destinação correta dos resíduos;
2. Uso eficiente da água;
3. Eficiência energética;
4. Qualidade do ambiente interno;
5. Sustentabilidade para os eventos do Sebrae-ES;
6. Licitações Sustentáveis.
A seguir, na Figura 13, é apresentado o Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES. A
partir deste, percebe-se que as ações no eixo da sustentabilidade foram realizadas de forma a
sensibilizar os colaboradores.
Figura 13 – Eixos sustentáveis prioritários do Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES
Fonte: Plano de Gestão Sustentável no Sebrae/ES
Evidenciam-se algumas atitudes sustentáveis para economizar papel, incentivadas
pelo Sebrae-ES, como por exemplo: imprimir frente e verso; comprar papel não clorado ou
78
reciclado; incluir no contrato de reprografia a impressão dos documentos frente e verso;
comprar impressoras que imprimam em frente e verso; produzir papelaria genérica para
crachás, pastas, blocos, sem indicar data ou nome; usar papéis que seriam jogados no lixo
para confecção de blocos; utilizar correio eletrônico (e-mail) para comunicação interna.
A gestão sustentável implementada no Sebrae-ES, no que tange à coleta seletiva,
exigirá dos seus colaboradores, criatividade, competência e agilidade na busca pela
sustentabilidade, assim como investimentos em formação e capacitação relativa à consciência
ambiental. Considerando a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Nº 12.305/2010, um
dos princípios fundamentais é a ordem de prioridade para a gestão dos resíduos, que deixa de
ser voluntária e passa a ser obrigatória.
Esta nova gestão tem os seguintes princípios: não geração, redução, reutilização,
reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos. Outra questão é diferenciar resíduo e rejeito: resíduos devem ser reaproveitados e
reciclados e apenas rejeitos devem ter disposição final. Para correta segregação dos resíduos,
estão disponíveis na área da recepção e de treinamento conjunto de coletores com códigos de
cores de acordo com o Conama nº 275/2001.
Nas demais unidades foram redistribuídas e reordenadas os coletores existentes e
adesivados com a etiqueta lixo seco e lixo úmido, conforme Figura14. É utilizado o saco azul
para o lixo seco e o saco preto para o lixo úmido.
Figura 14 – Segregação dos resíduos secos e úmidos
Fonte: Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES
Para as demais áreas será utilizada a segregação para lixo seco e úmido, conforme
evidenciado na Figura 15.
79
Figura 15 – Identificação dos coletores: lixo seco (azul) e úmido (preto)
Fonte: Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES
Cabe explicitar que a gestão de resíduos sólidos assume um caráter fundamental à
questão ambiental. Por isso, é essencial que hajam iniciativas voltadas para a reciclagem do
lixo, reaproveitamento, melhor uso de insumos e a inclusão social a partir dessas ações.
Destacam-se algumas mudanças de hábitos e atitudes que podem fazer a diferença no
uso eficiente de energia, tais como: aproveitar melhor a luz natural; usar luminárias
espelhadas e reatores eletrônicos; usar lâmpadas fluorescentes, pois são mais econômicas já
que as luzes ficam acesas por mais tempo; apagar a luz ao sair do ambiente; fazer a
manutenção de equipamentos de ar condicionado (limpeza de filtros, evaporadores,
condensadores, entre outros); evitar deixar os equipamentos em stand-by (modo de espera) –
desligar os aparelhos da tomada quando não estiverem sendo usados; evitar o uso de
benjamins – o acúmulo de ligações na mesma tomada pode causar aquecimento e aumentar as
perdas elétricas; não deixar o computador ligado ao encerrar o expediente e comprar
eletrodomésticos com o Selo Procel, pois são mais econômicos. Neste sentido, utilizar a
energia elétrica com eficácia significa combater o desperdício, consumindo apenas o
necessário, preservando os recursos naturais do planeta.
A água é um elemento essencial que contribui para a promoção do desenvolvimento e
da qualidade de vida, mas é também um recurso limitado e, se não se alterarem as tendências
atuais, agravar-se-ão significativamente as crises hídricas. É neste contexto que o Sebrae-ES
compromete-se e contribui para o uso eficiente da água nas edificações.
Ressalta-se que as estruturas físicas do Sebrae-ES, em sua maioria, são imóveis
alugados, cujas construções não possibilitam implementar as medidas de controle, tais como,
hidrômetro individual, sistemas de aproveitamento da água de chuva e reuso de águas. Estes
componentes economizadores tem o objetivo de contribuir para a redução do consumo.
80
Entretanto, pode-se realizar, nas manutenções preventivas e corretivas, a substituição por
temporizadores de água. Outro aspecto relevante é a detecção e correção de vazamentos como
primeira medida visando à redução de consumo da água. Este controle deve ser permanente e
sistemático em todas as Unidades do Sebrae-ES, de modo a conservar as instalações
hidrossanitárias em condições plenas de funcionamento.
O Sebrae-ES desenvolve os seguintes programas voltados à qualidade do ambiente
interno:
• Programa de Qualidade de Vida no Trabalho: objetiva promover, incentivar e
apoiar hábitos e estilos de vida saudáveis dos colaboradores, no ambiente do trabalho e fora
dele. Este programa inclui práticas como ginástica laboral, quick massage (massagem rápida),
acompanhamento nutricional, entre outras que proporcionam inúmeros benefícios.
Programa de Incentivo à Prática Esportiva (PIPE): ação de incentivo à prática
esportiva, com o objetivo de estabelecer um programa voltado para melhoria do ambiente e
qualidade de vida do colaborador.
Com a implantação desses programas, o Sebrae-ES visa a aperfeiçoar a motivação
pessoal de seus colaboradores, pois faz parte de uma visão de melhoria na qualidade de vida a
prevenção ou tratamento de doenças, reeducação alimentar, programas de condicionamento
físico e tratamento de estresse, que beneficiarão positivamente à empresa, pois os
colaboradores passarão a trabalhar motivados.
Também foi estabelecido no Plano de Gestão Sustentável que em todos os eventos
realizados ou patrocinados pelo Sebrae-ES estará inserido o tema “sustentabilidade” como
eixo estruturante, através da realização de palestras, oficinas, acesso a tecnologias, divulgação
de casos empresariais e de serviços disponíveis com parceiros para adequação das empresas.
O propósito é estimular no público presente e, em especial, na classe empresarial, a formação
da cultura sustentável nos negócios, com menor impacto ambiental.
Ao introduzir requisitos ambientais na licitação pública, cria-se um instrumento de
ação positiva em prol da integração de critérios ambientais em todos os estágios do processo
de compra e contratação, possibilitando a redução de impactos ao meio ambiente. Desta
maneira, para a aquisição de equipamentos eletroeletrônicos, deverá ser exigido o “selo
verde”, ou seja, produtos que não contenham substâncias tóxicas como o mercúrio, chumbo e
cádmio na sua produção, que possuam sistema de economia de energia elétrica e em
conformidade com a diretriz europeia Restriction of Hazardous Substances (ROHS). O
objetivo do selo verde é garantir que o equipamento, no final de seu ciclo de vida útil, não
81
seja mais um lixo eletrônico prejudicial à natureza e ao homem. O selo tem também o
objetivo de incentivar as empresas a investir em pesquisa e a fabricarem equipamentos de
Tecnologia da Informação (TI) sustentáveis.
Os critérios adotados por selos de credibilidade servem para determinar o que constitui
um produto sustentável sob o ponto de vista ambiental. Utilizando este critério, o Sebrae-ES
poderá estar seguro que os aspectos ambientais mais significativos do produto a ser adquirido
não agridam ao meio ambiente. No Brasil, ainda são poucas as iniciativas de produtos
certificados.
A futura nova sede do Sebrae-ES ocupará uma área de 1 980,08m². Nas especificações
técnicas de uma “Obra Verde”, deve-se privilegiar a saúde e o conforto dos usuários. No
projeto a ser contratado pelo Sebrae-ES as seguintes premissas serão requeridas com relação
aos aspectos construtivos: tecnologias que proporcionem economia, reduzindo o consumo de
água; sistema de medição individualizada de consumo; sistema de reuso de água, com
aproveitamento de água de chuva; sistemas construtivos que evitem a produção de resíduos e
sistema de baixo custo de manutenção.
Há também uma campanha educativa interna referente à coleta seletiva, produzida
para conscientizar os colaboradores sobre a destinação correta do resíduo gerado. O Sebrae-
ES deverá desenvolver um canal de comunicação na sua Intranet, como instrumento
estratégico, principalmente para disseminar novos conhecimentos, sensibilizar, educar e
manter os colaboradores informados, sobretudo quanto ao monitoramento da sua unidade com
relação à minimização dos resíduos sólidos, energia e água contemplados no Plano de
Sustentabilidade.
É pertinente enfatizar que, na implantação do Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-
ES, foram estabelecidas metas para a organização a partir de 2013. As metas estabelecidas
para os eixos de sustentabilidade referem-se a:
Consumo Sustentável:
o Eficiência Energética: redução de 5% do consumo de energia;
o Eficiência Hídrica: redução de 5% do consumo de água;
o Papel: redução de 10% do consumo e de 10% do número de cópias.
Gestão de Resíduos Sólidos: programa de coleta seletiva.
Licitações Sustentáveis: seleção e atendimento dos critérios ambientais para
produtos e serviços a partir de 2014.
82
Programas de Sustentabilidade: relatório de iniciativas realizadas em eventos
pelas unidades.
Para o cumprimento destas metas foram acordados indicadores de avaliação de
resultados em consenso com a diretoria e colaboradores do Sebrae-ES.
Neste âmbito, conclui-se que o Plano de Gestão Sustentável do Sebrae-ES, visa a
estabelecer a cultura de sustentabilidade na organização por meio de ações e diretrizes que
estimulem o uso eficiente de recursos em suas atividades internas. São seis os eixos
prioritários estabelecidos neste plano: uso eficiente de papel, coleta seletiva e destinação
correta dos resíduos, uso eficiente de energia e água, qualidade do ambiente interno,
sustentabilidade para os eventos do Sebrae-ES e licitações sustentáveis.
O monitoramento diário da segregação adequada dos resíduos gerados perpassa por
quatro ações: a compra, o consumo, a coleta seletiva e o descarte do produto. Estes são
métodos simples e sistemáticos que envolvem o Sebrae-MT e o Sebrae-ES. Além disso, o
acompanhamento do uso inteligente da energia e da água são práticas significativas para
identificar medidas corretivas, preventivas e educativas que poderão mitigar o impacto
ambiental negativo. Desta maneira, para conhecimento de todos colaboradores, os resultados
são publicados no Portal Intranet das respectivas organizações e, no fim de cada ano, são
destacados os melhores desempenhos individuais e de equipe com a “remuneração variável”.
A implantação do programa da A3P no Sebrae-ES será uma iniciativa que demandará
esforços individuais e coletivos a partir do comprometimento pessoal e da disposição para
incorporar conceitos preconizados com o objetivo de mudança dos hábitos e a difusão do
programa. Apesar das ações em comum, destaca-se que cada unidade apresenta
particularidades e demanda prioridades diferentes.
Ainda que os modelos de gestão sustentável sejam diferentes (o Sebrae-MT e o
Centro Sebrae de Sustentabilidade adotaram o tripé da sustentabilidade e o Sebrae-ES adotou
a iniciativa da Agenda Ambiental na Administração Pública), estes se completam e trazem
estratégias e princípios coerentes com o objetivo do Sebrae, que é alcançar a sustentabilidade
ambiental por meio da adoção das práticas sustentáveis com redução dos impactos negativos
das suas atividades, contribuindo para a mudança dos padrões atuais de consumo e cultura do
desperdício. Sendo assim, as experiências exitosas das duas Unidades Federativas trazem
elementos fundamentais que podem ser inseridos na gestão interna do Sebrae-BA. Neste
sentido, as UF visitadas têm-se mostrado como eficazes para todo o Sistema Sebrae e a
sociedade promovendo discussões, difundindo boas práticas, eventos e apoiando a inserção da
sustentabilidade ambiental.
83
Compete explicitar que, apesar de existir o Termo de Referência para Atuação do
Sistema Sebrae em Sustentabilidade, o documento traz um viés híbrido quanto à sua
aplicabilidade na gestão das MPE e na gestão interna do Sebrae, nos dois eixos primários de
atuação: 1) Gestão de Resíduos Sólidos; 2) Eficiência Energética. Na diretriz corporativa a ser
seguida, cada unidade do Sistema Sebrae promove a adoção de práticas sustentáveis como
diferencial competitivo no atendimento aos clientes de pequenos negócios.
De fato, o atual TR não versa de maneira explícita a respeito da integração de ações
sustentáveis na gestão interna do Sistema Sebrae. Ele apenas apresenta soluções práticas para
os clientes externos, as MPE. Contudo, como está evidente que os resultados esperados não
foram alcançados, o Comitê Nacional de Sustentabilidade iniciou a revisão e atualização do
TR com direcionamentos estratégicos para a incorporação de práticas ambientais na sua
gestão interna.
Portanto, a pesquisa de campo serviu de inspiração para a identificação das boas
práticas de sustentabilidade ambiental adotadas pelo Sebrae Mato Grosso, Centro Sebrae de
Sustentabilidade e o Sebrae Espírito Santo, considerados modelos de referência e aprendizado
na inserção de ações economicamente viáveis, socialmente justas e ecologicamente corretas,
integradas aos processos internos da organização. Estes modelos promoveram a ampliação da
compreensão e questionamentos sobre as ações ambientais, deste modo, permitindo um
exercício de reflexão sobre a gestão ambiental e a adequação de suas práticas aos conceitos de
uma organização sustentável. Além disso, esses intercâmbios de informações foram muito
úteis e contribuirão para formular a proposta de ação para efetiva adoção das novas práticas
de sustentabilidade ambiental e os seus desdobramentos na sede do Sebrae, em Salvador.
84
4 SUSTENTABILIDADE NO SEBRAE EM SALVADOR
Neste capítulo, serão abordadas as características do Sebrae-BA e sua proposta de
gestão, sob um olhar ambiental, social e economicamente sustentável. Para isto, utilizar-se-ão
instrumentos gerenciais do atendimento empresarial em benefício da sociedade. Serão tratadas
as atuais práticas no ambiente do Sebrae-BA, tais como: formação do Comitê da
Sustentabilidade, Feira do Empreendedor com ações de responsabilidade socioambiental,
percepções e sugestões de práticas ambientais dos colaboradores por meio das análises dos
resultados da aplicação de um questionário e, por fim, os desafios e as propostas para
implementar e integrar, nos processos internos, as diretrizes da prática da sustentabilidade
ambiental nessa organização.
Ciente de seu papel na contribuição para o desenvolvimento sustentável, o Sebrae está
atento ao seu compromisso com a responsabilidade ambiental, por meio de ações graduais
direcionadas à incorporação destes princípios às suas atividades. Pode-se afirmar que uma
organização que pretende adotar ações sustentáveis visa à ética, ao respeito, à transparência e
à conservação dos recursos naturais. No entanto, se não estiver incluída em sua cultura
organizacional, dificilmente tais ações serão incorporadas.
A sociedade atual tende a privilegiar as organizações que conservam o ambiente
natural e que não só adotam medidas compensatórias para diminuir as externalidades
ambientais negativas, mas que realmente evidenciam, por meio de seus relatórios de gestão,
os compromissos assumidos e os resultados alcançados em relação à sustentabilidade.
A partir de todo o contexto apresentado, reitera-se que a sustentabilidade é um termo
usado para definir ações e atividades dos seres humanos que têm em vista suprir as
necessidades básicas da população sem comprometer o futuro das próximas gerações. A
sustentabilidade está diretamente interligada com o desenvolvimento social e econômico sem
que haja dano ao meio ambiente, sempre usando os recursos naturais de um modo inteligente
para eles possam existir no futuro.
O Sebrae é uma sociedade civil, sem fins lucrativos e mantida pela iniciativa privada,
por meio da contribuição social de 0,3% das empresas. Apesar de atuar no setor de serviços,
apresenta baixa externalidade negativa no aspecto ambiental, de tal modo que as exigências
legais quanto à sustentabilidade são mínimas, porém, a responsabilidade para com os seus
clientes não diminui o seu compromisso quanto à temática. Contando com uma rede formada
por trinta e um Pontos de Atendimento presencial, que abrangem os quatrocentos e dezessete
municípios baianos, o Sebrae Bahia oferece produtos e serviços que atendem o empreendedor
85
nos diferentes estágios de desenvolvimento do negócio e oferecem orientação técnica
completa a quem deseja abrir, diversificar ou ampliar um empreendimento, disponibilizando
cursos, palestras, oficinas, consultorias, projetos e programas específicos de atualização para
melhoria da gestão empresarial. Desenvolve também projetos que incentivam a formalização
dos pequenos negócios e articula para a disseminação e criação de políticas públicas que
favoreçam o crescimento dos pequenos empreendimentos, contribuindo, assim, para a geração
de renda e emprego e o desenvolvimento econômico-social da Bahia e do Brasil.
A identificação de uma organização se faz, não só por meio de sua estrutura e de sua
forma de funcionar, mas também pela correta compreensão da sua missão, visão e valores. O
Sebrae tem como missão “promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos
pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo, para fortalecer a economia nacional”. No
que tange à visão da organização, preza pela excelência no desenvolvimento dos pequenos
negócios, contribuindo para a construção de um país mais justo, competitivo e sustentável.
Seus valores primordiais são: conhecimento, inovação, compromisso com o resultado,
sustentabilidade, valorização humana e transparência.
O Sebrae-BA, pela natureza do seu negócio, gera diversos impactos sociais positivos:
geração de emprego e renda, promoção da inclusão social e desenvolvimento local de modo
sustentável. Os resultados que o Sebrae entrega à sociedade, em consonância com sua missão,
são voltados para o desenvolvimento social e medidos em função do desempenho no
mercado, junto aos clientes.
Compete sublinhar que a sustentabilidade empresarial e ambiental considera a
rentabilidade da organização, a geração de resultados econômicos, o cumprimento das metas
físicas e orçamentárias e ainda a contribuição para o desenvolvimento da sociedade. Neste
sentido, trata-se do conceito já citado nas seções anteriores, o Triple Bottom Line (tripé de
sustentabilidade), que determina que a empresa deva gerir suas atividades em busca – não só
do resultado financeiro, mas também do resultado ambiental e social. Nesta perspectiva, o
bem-estar dos indivíduos, a conservação da natureza e os lucros estão interligados ao negócio
e não podem ser dissociados.
Dito isto, o Sebrae-BA deverá estimular comportamentos e atitudes nos seus
colaboradores que permitam uma gestão sustentável compatível com os seus desafios
estratégicos, visto que seria incoerente o Sebrae-BA trabalhar ações de sustentabilidade
ambiental apenas com as empresas de micro e pequeno porte, e se eximir de adotar
internamente medidas de menor impacto ambiental.
86
4.1 PROPOSTAS E PRÁTICAS RECENTES
A partir das experiências apresentadas, percebe-se um crescente interesse, por parte
dos dirigentes e colaboradores, em difundir e integrar práticas sustentáveis nas suas unidades.
É inegável a relevância do tema no Sistema Sebrae, mas há um caminho a ser percorrido para
que essas ações possam dar uma contribuição significativa para a melhoria do desempenho
ambiental na organização. As iniciativas já estão acontecendo em determinados Sebrae
Estaduais, sejam de forma atitudinal da consciência ambiental dos dirigentes e colaboradores,
seja para cumprir o seu papel como uma organização que tem, entre seus propósitos, o
objetivo de disponibilizar programas e projetos que incluem a sustentabilidade para atender à
sociedade empresarial.
O Sebrae-BA ainda não conseguiu efetivar amplamente as práticas sustentáveis nas
suas atividades. Uma das iniciativas existentes estão apresentadas no Quadro 3 e fazem parte
de ações integradoras de responsabilidade ambiental. Muito, do que será visto, apenas está no
papel sendo necessário um trabalho intenso de sensibilização do corpo diretivo e
colaboradores para que sejam cumpridas.
4.1.1 O comitê de sustentabilidade
É formado por um grupo multidisciplinar, criado em 2011, de acordo com a Resolução
DIREX nº 13/2011, com o objetivo de integrar a sustentabilidade à gestão do Sebrae-BA.
Desde então, o comitê tem buscado atuar de forma estratégica com a finalidade de disseminar
e aplicar práticas sustentáveis em todos os processos da organização.
Uma das lacunas identificadas pelos membros do comitê é a concretização de um
plano de ação baseado no Termo de Referência do Sistema Sebrae, em parceria com o Centro
Sebrae de Sustentabilidade. O plano de ação está estruturado em três eixos: 1. Gestão de
resíduos sólidos; 2. Eficiência energética; 3. Minimização de resíduos. Dentre as ações a
serem implantadas no Sebrae-BA para tratamento de impactos estão: coleta e destinação dos
resíduos sólidos; disponibilização de coletores seletivos de lixo; parceria com uma
cooperativa de reciclagem para coleta de resíduos sólidos; capacitação de fornecedores;
economicidade da água e energia com uso de torneiras automáticas e sensores de presença na
sede do Sebrae-BA; inclusão, nos processos licitatórios, de bens e produtos, de exigência do
cumprimento das Normas Brasileiras (NBR) que dizem respeito à gestão ambiental e
87
orientação aos expositores da Feira do Empreendedor quanto à adoção de práticas
sustentáveis, na coleta e destinação dos resíduos.
Na primeira etapa da implantação, serão contempladas a sede do Sebrae-BA e o
Sebrae Mercês, onde funciona a Unidade Regional Salvador. Desenvolvido em 2012, o
ambiente virtual no portal corporativo Intranet compartilha, de forma esporádica, as ações e
informações voltadas para a sustentabilidade. Elaborado em 2013 pelo Comitê de
Sustentabilidade, o Plano de Gestão Sustentável do Sebrae propõe fazer com que a
organização atue nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômica. O plano
consiste na apresentação de alternativas que visam à eficácia no consumo, evitam o
desperdício desnecessário e promovam responsabilidade socioambiental da organização.
Os eixos prioritários para incorporar a gestão ambiental às ações do Sebrae são: uso
eficiente do material de consumo, uso eficiente de energia, redução do consumo de água,
envio correto dos resíduos sólidos, promoção da qualidade do ambiente interno e
disseminação do tema sustentabilidade entre os colaboradores. Esses eixos estratégicos são
indispensáveis para inserir a sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae-BA. No
entanto, as ações e práticas no Sebrae-BA ainda são incipientes, isto é, tímidas, pontuais e
superficiais.
Quadro 3 – Ações implantadas, 2011- 2014
ASPECTO
IDENTIFICADO
TIPO DE IMPACTO
(RELATIVO AO PRODUTO,
PROCESSO E/OU
INSTALAÇÕES)
AÇÃO IMPLANTADA
Consumo de Papel
Geração de resíduos
Instalações de novas impressoras com um
sistema inteligente que realiza a contagem de
impressão por colaborador, automaticamente
programadas para impressão frente e verso,
sendo eficiente também na redução de
desperdício, possibilitando a impressão após
liberação por crachá ou senha - já
implantadas nas Unidades Regionais e nos 1º,
3º e 6º andares da sede.
Consumo de Água
Esgotamento de recursos
naturais e danos ao ecossistema
1. Mudança das torneiras para modelo com
controle automático;
2. Adesivos de conscientização nos espelhos
dos banheiros.
Consumo de Energia
Esgotamento de recursos
naturais
1. Implantação de sensor de presença no
elevador;
2. Desligamento (stand by) automático dos
monitores dos computadores.
88
Consumo de Copo
Descartável
Geração de resíduo
Distribuição de canecas personalizadas para
os colaboradores do Sebrae-BA.
Fonte: Comitê de Sustentabilidade Sebrae-BA
No plano de atuação do Comitê de Sustentabilidade, as recentes ações sustentáveis na
sede do Sebrae-BA foram baseadas nas abordagens temáticas, ou seja, referem-se ao eixo 1 da
A3P – usar racionalmente os recursos naturais e bens públicos implica em economia e
redução do desperdício. Este eixo engloba o uso eficiente da energia e água, além do consumo
racional de papel, copos plásticos e outros materiais de escritório.
Entre os aspectos e impactos ambientais consideráveis no âmbito das atividades do
Sebrae-BA, que não foram levantados pelo Comitê de Sustentabilidade, destaca-se o descarte
de lâmpadas fluorescentes, sendo este um resíduo contaminado e que merece toda a atenção
desde o momento da compra até o seu descarte. Estas deverão ser substituídas por lâmpadas
LED que são mais duráveis, além de reduzirem o consumo de energia, e não emitirem muito
calor. Outros resíduos importantes para descarte de forma adequada são aqueles do setor de
informática – lixo tecnológico, como computadores, impressoras, mouses, teclados, toner,
periféricos e outros utensílios. Desta forma, fazer uso de produtos sustentáveis na organização
significa contribuir para a preservação do meio ambiente.
As ações sustentáveis foram documentadas, porém poucas foram implantadas. Por
conta disso, percebe-se um cuidado maior na disseminação de dicas e campanhas internas
relacionadas ao calendário ambiental, especialmente a partir da adesão do Sebrae-BA ao
Modelo de Gestão da Excelência 20
(MEG), tendo em vista o quarto critério “Sociedade” 21
da
Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) que aborda a importância de entender as
necessidades e expectativas da sociedade e da comunidade na qual a organização está
inserida. Este critério avalia e divulga a relação da organização para com a sociedade a partir
do foco na responsabilidade socioambiental. Deste modo, o marco crítico é “Integrar a gestão
ambiental nas ações do Sebrae-BA”, a fim de atingir os objetivos traçados no Plano de
Melhoria da Gestão (PMG).
Mostra-se a seguir a experiência da Feira do Empreendedor, com base na
responsabilidade socioambiental, seus principais desafios e benefícios às partes interessadas.
20
O Modelo de Excelência da Gestão (MEG) é o carro-chefe da FNQ para a concretização da sua missão, que é
a de estimular e apoiar as organizações brasileiras no desenvolvimento e na evolução de sua gestão para que
se tornem sustentáveis, cooperativas e gerem valor para a sociedade e outras partes interessadas. 21
O quarto critério é Sociedade do Modelo de Excelência da Gestão (MEG). Esse Critério aborda os processos
gerenciais relativos ao respeito e tratamento das demandas da sociedade, ao meio ambiente e ao
desenvolvimento social das comunidades mais influenciadas pela organização.
89
4.1.2 Feira do empreendedor ssustentável
O planejamento da Feira do Empreendedor 2013, em conformidade com o critério da
responsabilidade social, da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), considerando a
representação da sociedade, coerente com a missão do Sebrae, contemplou ações sociais e
ambientais que trouxeram benefícios para os clientes e a comunidade circunvizinha.
O estande Negócios Verdes e Sustentáveis teve um espaço de suma importância na
Feira do Empreendedor da Bahia 2013. Empresas que fazem uso de novas tecnologias e de
processos produtivos que reduzam o impacto negativo de suas ações sobre o meio ambiente
ou propiciem a redução dos impactos negativos de terceiros, são empresas que descobriram
oportunidades de negócios baseadas nas práticas de sustentabilidade. Ver o projeto
arquitetônico na Figura 16.
Para a avaliação das empresas candidatas à área de negócios verdes, foram
considerados os aspectos: valor do investimento inicial, aplicabilidade da tecnologia ou
processo produtivo, inovação e adequação ao mercado local.
Figura 16 – Projeto arquitetônico do estande de negócios verdes e sustentáveis
Fonte: Portal Intranet Sebrae Bahia, 2013.
A Ilha de Negócios Verdes e Sustentáveis teve a participação de onze expositores de
empresas, cujo foco de atuação era o reaproveitamento de materiais, redução do consumo de
recursos naturais e minimização do impacto sobre o meio ambiente, inspirando e
conscientizando os visitantes da feira para a tendência de consumo consciente. Foram
90
Expositores de Negócios Verdes e Sustentáveis: Bahia Bikes; BioMagnetizer; Ecojardim;
Ecoplanet Energy; Ecotop; Estúdio Eco embalagens; Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Bahia (IFBA); Ingresso Verde; Koisa Nova; Lacerta Ambiental; Salveterra.
Além disso, a coordenação da Feira do Empreendedor firmou parceria com o Instituto
Federal da Bahia (IFBA) e contratou o Serviço Social da Indústria (SESI), para planejar e
executar as ações nesta área. O Quadro 4 resume as principais iniciativas:
Quadro 4 – Principais iniciativas em responsabilidade socioambiental
Fonte: Relatório da Feira do Empreendedor da Bahia 2013.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), por meio do
Grupo de Pesquisa em Produção e Química, realizou a gestão ambiental da Feira do
Empreendedor, assim como realizou, em 2009 e 2011. A gestão ambiental do evento valeu-se
das práticas de sustentabilidade orientadas pelo princípio da produção mais limpa. O trabalho
teve como foco ações específicas para o gerenciamento de resíduos, ecodesign e energias
ÁREA AÇÕES
Ambiental
Montagem de toda a feira, priorizando o uso de materiais reutilizáveis;
Avaliação da emissão de carbono resultante da realização do evento e plantio de
250 mudas de árvores para sua neutralização;
Coleta seletiva;
Distribuição de squeezes (garrafas térmicas) para todos os expositores, reduzindo
a utilização de copos descartáveis;
Realização de campanha de conscientização por meio da distribuição de cartilhas
com dicas de ações sustentáveis e cartazes educativos para redução do consumo
de água e energia em todo o pavilhão;
Elaboração de relatório da gestão ambiental do evento, com avaliação de
consumo de água, energia, combustível e geração de resíduos.
Social Realização de capacitações para membros da comunidade local do evento:
Associação Feminina Cristã, Comunidade Kolping, Comunidade Santo Antônio,
Colégio Garrastazu Médici;
Doação de notas fiscais recolhidas durante a feira para a utilização no programa
estadual “Nota Fiscal Solidária” à Associação Feminina Cristã e Comunidade
Kolping;
Doação de todo o material reciclável recolhido durante a feira para a cooperativa
de catadores CANORE, sediada no bairro de Nordeste de Amaralina, em
Salvador/BA;
Recolhimento e doação do óleo utilizado na área de gastronomia para a
Associação Pracatum;
Doação de toda a renda da bilheteria para a Associação Pracatum.
91
renováveis que podem ser aplicadas aos pequenos negócios. Durante a feira, também foi
realizada a coleta seletiva por meio de lixeiras instaladas nas áreas de circulação e produção
do evento, promovendo a separação do material reciclável dos não recicláveis.
A montagem da estrutura foi realizada com materiais prioritariamente reutilizáveis,
evitando a produção ou desperdício de produtos. Também foi realizada orientação a
expositores, parceiros e patrocinadores, via manual específico, sobre o consumo consciente de
água, energia e demais insumos utilizados durante o evento.
O material reciclável recolhido durante a feira foi doado para cooperativas de
catadores que foram selecionadas pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA). Também, durante o
evento, foram realizadas palestras com foco na temática sustentável: “Gestão de Resíduos
Sólidos”, “Sustentabilidade, um Planeta de Negócio” e uma vídeo palestra (Cine Empresarial)
sobre “Os 3Rs da Sustentabilidade”.
A Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia (UAIT), em parceria com o CSS,
acomodou em seu estande o espaço de Sustentabilidade, no qual o público interagia com a
equipe presente e com os equipamentos tecnológicos que traziam diversas informações sobre
as oportunidades de negócios sustentáveis.
4.2 SEBRAE: PERCEPÇÃO SOBRE A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA SEDE
DE SALVADOR
Diante da problemática apresentada, a teoria foi posta em prática aplicando-se um
questionário com o objetivo de identificar conhecimentos tácitos relativos à consciência
ambiental dos colaboradores na sede do Sebrae-BA em comportamentos explícitos, com o
intuito de analisar o nível de percepção dos colaboradores acerca do tema sustentabilidade
ambiental (ver as Tabelas e Gráficos, no Apêndice B).
A pesquisa de conhecimento, avaliação e utilização de práticas sustentáveis na gestão
interna, na sede do Sebrae-BA, propiciou questionar:
Quais procedimentos vêm sendo adotados na sede do Sebrae-BA, relacionados aos
aspectos ambientais?
Aderência do colaborador à medida que o Sebrae-BA vem adotando as práticas
sustentáveis, por meio da sua autoavaliação, quanto à aplicabilidade da
sustentabilidade ambiental no seu cotidiano;
92
Quais as sugestões que os colaboradores apresentaram para fortalecer a inserção de
práticas de sustentabilidade ambiental na organização?
A sustentabilidade ambiental é parte da estratégia da organização?
Qual o nível de conhecimento dos colaboradores sobre o tema sustentabilidade
ambiental?
Qual o grau de importância atribuído ao tema pelos colaboradores?
O Sebrae-BA transmite uma boa imagem à sociedade em termos de iniciativas
sustentáveis no racional uso dos recursos naturais?
A aplicabilidade destes resultados poderá ser estendida ao Sebrae-BA na sua
totalidade, contribuindo assim na formação de uma Política Ambiental de Governança
Sustentável Corporativa.
Esta pesquisa permitiu avaliar aspectos relacionados ao tema práticas sustentáveis, na
sede do Sebrae-BA, no município de Salvador. A sondagem mostra a percepção dos
colaboradores sobre o nível de conhecimento em relação ao conceito de sustentabilidade
ambiental e sua aplicação no cotidiano; como se veem enquanto possíveis colaboradores;
propostas que se apresentam coerentes com o objeto da pesquisa.
Aproximadamente 30% dos colaboradores que responderam ao questionário
consideram que a sustentabilidade ambiental é parte integrante da estratégia do Sebrae-BA,
seja porque existe preocupação com a temática, seja pelo fato de a organização buscar atender
a uma expectativa social devido à sua natureza de sociedade civil sem fins lucrativos, o que,
em decorrência, poderia transmitir uma melhor imagem da organização.
Isoladamente, o tópico a conscientização para Sustentabilidade foi à razão apresentada
para fundamentar a não assimilação dos colaboradores aos princípios da sustentabilidade
ambiental, embora este item também tenha sido assinalado para argumentar que existe a
preocupação com a temática, denotando uma incoerência nos termos. Diante do exposto, os
respondentes sugerem para aceitação e adesão de todos os colaboradores que o Sebrae-BA,
faça campanha educativa e de incentivo voltada para a conservação do meio ambiente, por
meio de palestras, workshops, fóruns, folders, entre outros.
A pesquisa apontou que, para os colaboradores, o Sebrae-BA não é um exemplo de
organização sustentável, assim como até o momento não possui estratégias de estímulo às
práticas de gestão ambiental interna, cada vez mais demandadas pela sociedade em geral. Foi
dito ainda que o comitê criado para estruturar ações de conscientização ambiental não é
atuante, ou seja, não treina os colaboradores (apenas 8% participaram de mais de três ações de
93
capacitação e debate sobre o assunto produzido pela organização). Ainda afirmaram que não
há divulgação de teorias e discussões sobre o tema, não são concluídas ações já existentes,
como a correta destinação dos resíduos selecionados, pois no fim do dia, estes são misturados
ao lixo comum, além de coletar pilhas e baterias que após a sua separação não possuem
também a devida destinação. Para estas situações, foi sugerida a criação de parceria entre o
Sebrae-BA e entidades que façam a coleta dos materiais e reciclagem.
Quanto à minimização do uso de copos descartáveis, a solução dada pelo Comitê de
Sustentabilidade foi à distribuição de canecas personalizadas, como incentivo à adoção de um
significativo controle do consumo de copos plásticos. Para isto, cabe ressaltar que 78% dos
colaboradores evitam o uso de copos descartáveis com a utilização das canecas.
Outra sugestão para a melhoria do uso racional de papel seria a substituição de
trâmites burocráticos de consultores e instrutores credenciados a organização – atualmente são
impressos os documentos para pagamentos desses prestadores de serviços. Recomenda-se que
os documentos sejam enviados por e-mail e armazenados eletronicamente no sistema de
gestão de processos de pagamentos. Deste modo, estaria adotando uma ação sustentável: o
controle do consumo de papel.
A iniciativa dessa organização em adquirir impressoras que identificam o seu usuário
foi amplamente elogiada pelos colaboradores como sendo uma ação eficaz, mas que deve ser
reforçada, junto a estes, a ideia de imprimir somente o necessário com a utilização de ambos
os lados da folha. Foi perceptível ainda o anseio dos respondentes por mais capacitações – em
função de sua autoavaliação entende-se que os colaboradores possuem atitudes de
sustentabilidade ambiental mediana.
Fatores como os acima mencionados, impactam na imagem da empresa perante seus
colaboradores e partes interessadas. Isto justifica que apenas 32% considerem que a empresa
passa uma boa imagem à sociedade, 41% afirmam que a empresa não possui ações de
sustentabilidade ambiental em sua estratégia e, apenas, 8% avaliam boas as orientações e
debates, práticas de consumo racional e as compras sustentáveis.
Ainda que o Sebrae-BA não transmita uma boa imagem em termos de
comportamentos sustentáveis, entende-se que a cultura organizacional é o ponto de partida de
fomento e inserção de práticas voltadas para a sustentabilidade ambiental. O Sebrae-BA,
quando participa como agente transformador nas questões de impactos ambientais, faz com
que seus colaboradores se tornem mais conscientes em relação às atitudes sustentáveis.
Considerando a finalidade da pesquisa, de verificar as práticas que promovam a
integração da gestão ambiental na sede do Sebrae-BA, os colaboradores contribuíram com
94
sugestões de melhorias nos aspectos de sustentabilidade ambiental. A seguir, a síntese das
ações recomendadas:
Descarte e destinação de resíduos eletrônicos: informar aos colaboradores sobre a
importância da coleta, aumentar o número de coletores e constituir uma parceria entre o
Sebrae-BA e uma empresa (associação/cooperativa) de reciclagem para a coleta contínua dos
materiais. Além disso, a faculdade de Ciência da Computação da UFBA recebe tais materiais
e os reusa como atividades práticas de algumas disciplinas;
Uso racional dos recursos hídricos: conscientização dos colaboradores;
substituição de torneiras que não tenham temporizadores; arejadores; troca dos mecanismos
de descargas por modelos sustentáveis, isto é, a vácuo e que tem dois fluxos diferentes com
separação por nível de água; coleta e uso da água da chuva para lavar o edifício e para
descargas; consertar vazamentos, utilização dos filtros de água e não de água mineral;
Uso racional da energia: deixar cortinas abertas para iluminação natural, limpeza
dos aparelhos de ar condicionado, sensores de presença para que a luz somente fique acesa
com pessoas no ambiente, desligar os aparelhos de ar condicionado, desligar os monitores
(inclusive na hora do almoço), apagar a luz ao sair; separação dos pontos de luz para que as
salas tenham iluminações independentes, utilização de energia eólica, como forma de reduzir
luz e passivos trabalhistas ao apagar a luz às 19h;
Segregação e destinação dos resíduos sólidos: separar os resíduos, o lixo úmido e
seco, treinar os colaboradores para que não descartem resíduos orgânicos nas salas; instituir
parcerias com empresas (associações/cooperativas) para a coleta seletiva de forma orientada e
com recolhimento contínuo e ordenada; certificar que o lixo separado terá o destino adequado;
Inserção de exigências sustentáveis nos processos licitatórios: adquirir produto
com Selo Verde; comprar equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos com o selo do
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel); solicitar aos fornecedores
que se capacitem na metodologia “5 Menos que São Mais – Redução de Desperdício” está
organizada para proporcionar benefícios associados à melhoria do desempenho ambiental da
empresa; exigir carta das empresas declarando a inexistência de trabalho infantil ou escravo,
ampliar isso a todo o processo de licitação; sensibilizar os dirigentes quanto ao assunto e
incentivar a inserção de cláusulas e a especificação de produtos e serviços sustentáveis nos
Termos de Referência;
95
Uso racional de papel, toner e cartuchos: a utilização de impressoras que
identificam o usuário “foi excelente”; ter cota de papel por colaborador e cota mensal de toner
e cartucho por Unidade; utilizar na impressão os dois lados do papel (frente e verso);
Uso racional de copos plásticos: incentivar o uso das canecas ou usar se
necessário, apenas um copo descartável por dia;
Uso racional de combustíveis: revisar o veículo; incentivar carona solidária; fazer
reuniões virtuais ao invés de fazer reuniões presenciais com deslocamento; fazer a gestão do
uso do carro e, assim, mais de um colaborador utilizar o mesmo carro para ações externas;
limitar a quilometragem por colaborador; criar e comparar indicadores de uso de combustível
por colaborador; determinar que os automóveis sejam abastecidos apenas com combustível de
fontes renováveis (etanol).
Com base nas informações coletadas por meio da aplicação do questionário e na
comprovação realizada pela avaliação da pesquisadora, pode-se inferir que há necessidade do
Sebrae-BA implementar – de forma efetiva e atuante – a gestão ambiental, com o intuito de
oferecer aos colaboradores orientações e treinamentos específicos. Assim estes, serão
sensibilizados quanto à relevância e benefícios que poderão obter por meio da adoção de
atitudes relativas às boas práticas sustentáveis de maneira continuada e periodicamente
avaliada. Além disso, faz-se necessário monitorar os resultados e criar indicadores de
sustentabilidade ambiental no processo de gestão.
O Sebrae-BA deverá preparar seus colaboradores para conviverem com essa realidade,
que se consolida, a cada dia, a sustentabilidade ambiental, uma vez que é imprescindível
preservar os recursos naturais, é preciso criar formas de assegurar essa proteção sem
comprometer o atendimento às necessidades atuais do ser humano, mas também sem
nenhuma ameaça à capacidade de desenvolvimento no futuro.
Portanto, a partir das percepções, observações e da análise das respostas dadas ao
questionário aplicado aos colaboradores lotados na sede do Sebrae-BA, a pesquisadora
proporá diretrizes ambientais que poderão potencializar a inserção da sustentabilidade
ambiental na gestão interna, na sede do Sebrae-BA (ver Quadro 4).
96
4.3 PROPOSIÇÕES PARA FORTALECER A INSERÇÃO DA SUSTENTABILIDADE
AMBIENTAL NO SEBRAE, EM SALVADOR
De maneira prática, o que se observa é que, ao incorporar práticas mais sustentáveis,
as organizações conseguem diminuir o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente,
além de reduzir custos.
Ao racionalizar a utilização da energia, a empresa não apenas ajuda a natureza, mas
também reduz despesas. Ao adotar uma política de transporte mais eficaz, a empresa diminui
a emissão de gases de efeito estufa e ainda minimiza custos. Ao engajar seus colaboradores
nas metas de desempenho individual, de equipe e na avaliação fundamentada no plano de
ação ambiental, com a possibilidade de adequar o Programa Sebrae de Excelência em Gestão,
e oferecer o melhor ambiente de trabalho, o Sebrae-BA ganha em produtividade e
economicidade. Esses são apenas alguns exemplos que compõem uma visão sistêmica mais
aprimorada de gestão inserida no contexto da quebra de paradigmas e mudanças em prol da
responsabilidade ambiental.
Conforme descrito na seção 4.1.1, o Comitê de Sustentabilidade elaborou o Plano de
Gestão Sustentável do Sebrae-BA, que consiste na apresentação de alternativas que visam
eixos prioritários baseados na A3P e no Termo de Referência para Atuação do Sistema Sebrae
em Sustentabilidade. A proposta deste plano é fazer com que o Sebrae-BA atue nas três
dimensões da sustentabilidade: ambiental, social e econômica, o modelo citado na seção 2.2.1,
o Triple Bottom Line. Adotá-lo permite que o Sebrae Bahia tenha uma análise comparativa de
seu desempenho nas dimensões supracitadas em relação às organizações de todo o mundo.
Como referencial na gestão de suprimentos, o Sebrae-BA adotará as recomendações
definidas no programa A3P, do Ministério do Meio Ambiente, no item “Compras
Sustentáveis”, abordado na seção 2.2.2. A atuação com responsabilidade ambiental, dentre
outros atributos indispensáveis para a busca da nova organização, deverá observar as práticas
futuras e pensar no presente. Neste contexto, está inserida a gestão sustentável no controle do
consumo de energia, da água, papel, copos plásticos, destinação dos resíduos sólidos e outros
elementos, menos óbvios, porém não menos importantes.
Nos capítulos e seções anteriores, discutiu-se a sustentabilidade, dada sua
característica multidimensional e os princípios que a cercam. Foram também abordadas suas
dimensões e os autores que as defendem. Sendo assim, as informações trazidas evidenciam a
necessidade de pensar a sustentabilidade ambiental de forma prática em toda dimensão da
intervenção humana no ambiente natural.
97
Cabe sublinhar que, atinente à sustentabilidade ambiental, a literatura é vasta quando
se trata do setor da indústria (pois este é notadamente o que traz maior impacto negativo ao
meio ambiente), porém pouco foi escrito a respeito da relação entre o setor de serviços e a
problemática ambiental. Os estudos de casos estão relacionados aos agentes financeiros, ou
seja, os bancos privados e oficiais; hotéis; escolas; universidades e hospitais. No entanto, “[...]
todas as atividades de serviços, em menor ou maior escala, geram impactos ambientais em seu
dia a dia, que podem incluir consumo de energia e de água, geração de resíduos sólidos e
efluentes líquidos, poluição do ar, além de alterações nos ecossistemas e ambientes naturais”
(VILELA Jr.; DEMAJOROVIC, 2013, p.171 e 172). O Sistema Sebrae atua no setor de
serviços e os estudos de campo foram realizados em duas Unidades Federativas: Mato Grosso
e Espírito Santo, assim como a pesquisa foi aplicada na sede do Sebrae-BA, onde a
pesquisadora atua.
A elaboração desse trabalho se recorreu as contribuições advindas da fundamentação
teórica, apreciações de documentos, artigos científicos e técnicos, das percepções despertadas
durante a pesquisa de campo, dos depoimentos, dos intercâmbios de informações e das
análises da pesquisa aplicada aos colaboradores, foi desenvolvida a proposta de ação para
potencializar a sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae-BA, baseada na
questão principal do trabalho. Assim, baseados nos eixos temáticos da A3P, nas experiências
bem sucedidas do Centro Sebrae de Sustentabilidade, Sebrae-MT e do Sebrae-ES e nos
modelos de gestão organizacional centrada na sustentabilidade ambiental, foram traçadas
diretrizes para integrar novas práticas sustentáveis na gestão interna do Sebrae, em Salvador.
Diretrizes propostas:
1. Implantar a ISO 14001
2. Eficiência energética;
3. Uso eficiente da água;
4. Gerenciamento de resíduos sólidos;
5. Compras sustentáveis;
6. Investir na qualificação de colaboradores e parceiros.
A partir das diretrizes propostas foi elaborada a seguir, no Quadro 5, a proposta de
ação ambiental.
98
Quadro 5 – Proposta de diretrizes para ação ambiental
PROPOSTA DE AÇÕES AMBIENTAIS ALINHADAS COM AS DIRETRIZES
22
No âmbito da edificação sustentável, entende como essenciais: adequação do projeto ao clima do local,
minimizando o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais;
previsão de requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou, no mínimo, possibilidade de
adaptação posterior; atenção para a orientação solar adequada, evitando-se a repetição do mesmo projeto em
orientações diferentes; utilização de coberturas verdes; e a suspensão da construção do solo (a depender do
clima).
AÇÕES
COMO FAZER
Realizar o planejamento estratégico
participativo direcionado a sustentabilidade
ambiental
O planejamento, que deverá ser discutido, elaborado e
aprovado por todos do Comitê de Sustentabilidade e,
principalmente, pelos dirigentes;
Publicar o planejamento estratégico na página da
Sustentabilidade e divulgar o link no Boletim semanal -
“Sebrae Informa”.
Elaborar diagnóstico com base na ISO 14001
Implantar Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
Elaborar diagnóstico sobre eficiência
Energética
Racionalizar o uso da água
Realizar compras de forma Sustentável
Sensibilizar e conscientizar colaboradores e os
terceirizados na adoção de práticas
sustentáveis
Contratar consultoria especializada para realizar esta etapa.
Implementar as ações para implantação do Sistema de Gestão
Ambiental - NBR ISO 14001, ferramenta que descreve todos
os procedimentos para obter a certificação.
Contratar uma consultoria especializada para vistoriar a
eficiência energética e ar condicionado.
Monitorar o uso da água e buscar implementar ações para
redução do consumo. Criar indicadores de sustentabilidade
ambiental do processo de gestão.
Integrar considerações ambientais e sociais em todos os
estágios do processo da compra e contratação, com o
objetivo de reduzir impactos à saúde humana, ao meio
ambiente e aos direitos humanos.
Capacitar e orientar os colaboradores e terceirizados;
Promover vivências práticas fora da organização com foco
no conhecimento das ecotécnicas, compostagem e outros. Ou
seja, encontros lúdicos educativos.
Premiar o melhor colaborador nas iniciativas
no uso racional dos recursos naturais
Construir a nova sede do Sebrae-BA de forma
Sustentável 22
Desenvolver aplicativos para monitorar o
consumo de água, energia, copos descartáveis e
papel
Mecanismo de reconhecimento ao controle do consumo de
energia, água, copos descartáveis, papel e combustível. Além
disso, o incentivo dos colaboradores ao uso eficiente dos
recursos naturais.
Acompanhar a execução do projeto da obra sustentável
podendo utilizar como parâmetro os Selos AQUA ou LEED.
Medir e avaliar o desempenho dos indicadores ambientais
quantitativos regularmente (água, energia, resíduos sólidos,
entre outros). Indicadores psicossociais qualitativos (valores,
atitudes, comportamentos);
99
Fonte: Elaborado pela autora.
A proposta de ação ambiental deve ser posta em prática através da interação direta e a
participação da alta direção. Assim, para que tudo não fique apenas no plano do discurso, é
necessária a interação humana, o diálogo e a compreensão, por parte da gestão, que deve
partir dela a incorporação das práticas sustentáveis.
A partir das discussões, compreende-se que implementar a cultura pró-sustentabilidade
em uma organização não acontece imediatamente. Mas o primeiro passo tem que ser dado, e o
caminho dar início pela conscientização ambiental, juntamente com a postura ética,
transparência e respeito aos públicos de relacionamento. É perceptível, contudo, que a
transição efetiva para adoção de práticas ambientais requererá esforços substanciais e o
engajamento de todos os colaboradores do Sebrae-BA, especialmente dos dirigentes,
assumindo seu papel de agente de mudança, para se seguir nesse caminho.
Conclui-se que mudar hábitos, atitudes e construir novos valores na organização são
questões necessárias e demandam que o corpo diretivo e colaboradores mudem sua cultura. O
envolvimento e a participação de todos os colaboradores nas ações ambientais do Sebrae-BA
promoverá uma conduta de corresponsabilidade pelas mudanças de paradigmas. Ainda que
não haja transformações na estrutura social, haverá melhor qualidade de vida no ambiente
interno e externo da organização, promovendo um espaço mais dinâmico entre os atores que
promovem uma gestão ambiental participativa.
Elaborar cartilhas em quadrinhos e
infográficos
Implementar a Norma Regulamentadora – NR
9
O sistema de monitoramento contínuo promoverá a
transparência dos resultados e, no fim do ano, contribuirá
para premiar o colaborador;
Imprimir cartilhas, folhetos, agendas em papel 100%
reciclado, com tinta vegetal e práticas ecológicas.
Ilustração educativa e lúdica, inerentes às boas práticas
cotidianas do colaborador sustentável.
Acompanhamento e avaliação do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA) - visa à preservação da saúde e
da integridade dos colaboradores, por meio do controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a
existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
100
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma vez que um dos motivos para a realização da presente pesquisa foi a inquietação
em identificar lacunas das práticas de sustentabilidade ambiental aplicadas pelo Sebrae, os
elementos que garantissem a continuidade e a sustentação das atuais práticas, e a inserção de
novas medidas na gestão interna, foram agregados ao enfoque analítico as abordagens à
sustentabilidade, buscando responder a principal pergunta: Quais são as práticas que podem
potencializar a inserção da sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae, em
Salvador?
Com base na indagação supracitada, chega-se ao objetivo geral do trabalho: verificar
as práticas que podem potencializar a inserção da sustentabilidade ambiental na gestão interna
do Sebrae, em Salvador. Contudo, para se cumprir a esse objetivo, primeiro foi preciso avaliar
o contexto da sustentabilidade e identificar as organizações do setor de serviços com melhores
práticas ambientais.
Os objetivos prévios traçados para responder a essa questão foram: primeiro,
sistematizar as referências teóricas e práticas sobre sustentabilidade ambiental aplicada às
organizações – conforme explicitado pelos autores Sachs e Guimarães, a sustentabilidade
possui uma característica multidimensional, após as apreciações dos modelos, observa-se que
há interseções nas definições dos autores. Buscou-se também identificar práticas ambientais
desenvolvidas pelo Sebrae. Os resultados obtidos após conhecer as diferentes abordagens de
sustentabilidade contidas nos livros, artigos, relatórios, documentos eletrônicos, vídeos,
depoimentos, conversas, nas lições apreendidas por meio da Residencial Social, com os
integrantes da sede do Sebrae-BA e avaliação das pesquisas de campo, contribuíram para o
desenvolvimento de uma proposta de diretrizes para ação ambiental na gestão interna do
Sebrae, em Salvador.
Por meio da perspectiva de novas práticas elencadas no Quadro 5 – Proposta de
Diretrizes para Ação Ambiental – pode-se chegar à implementação de políticas e práticas
inovadoras de gestão sustentável, com vistas ao consumo racional dos recursos naturais a
partir da incorporação de algumas iniciativas eficientes e estratégicas no dia a dia da
organização. Estas são: elaborar o planejamento estratégico; desenhar o modelo de negócios
sustentáveis - Canvas; gravar vídeo explicativo sobre educação ambiental; fazer o diagnóstico
da infraestrutura física da sede Sebrae-BA, no que tange à eficiência energética e recursos
hídricos; sensibilizar e conscientizar os colaboradores e os terceirizados de serviços gerais na
aplicação de práticas ambientais; premiar o melhor colaborador que tenha promovido
101
iniciativas no uso racional dos recursos naturais; produzir game interativo sustentável;
desenvolver programa para monitorar em tempo real o consumo de água, energia, copos
descartáveis, papel e material de escritório; proporcionar carona solidária corporativa;
infográfico da conscientização ambiental com intuito de forma ilustrativa, lúdica, informar,
educar e persuadir os colaboradores sobre as transformações necessárias voltadas para
comportamentos ambientais; construção sustentável da nova sede Sebrae-BA; implantar o
Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Essas são algumas propostas de práticas ambientais –
adotar instrumentos para aproveitar de forma eficiente às condições naturais e fazer com que
os benefícios trazidos por essas ações sejam incorporadas de maneira inclusiva pelos
dirigentes e colaboradores dessa organização.
Este trabalho apresenta as dimensões ambiental, social e econômica para o
desenvolvimento sustentável nas organizações. No âmbito empresarial, as três dimensões da
sustentabilidade se identificam com o conceito do Tripé da Sustentabilidade, abordado
anteriormente na seção 2.2.1. No entanto, ao cumprimento do objetivo proposto pela pesquisa,
foi enfatizada a dimensão ambiental do tripé da sustentabilidade, nos campos teórico e
prático.
Embora o Sebrae-BA ainda não tenha aderido completamente aos eixos temáticos da
A3P, as ações implantadas no âmbito da organização demonstram consonância com os
elementos do programa de gestão da sustentabilidade, mencionado na seção 2.2.2.
Antes de iniciar a exposição dos principais resultados, convém tecer um comentário
sobre a limitação da pesquisa do presente estudo: a dificuldade de aplicar o questionário no
modo presencial com os colaboradores locados na sede do Sebrae-BA levou a pesquisadora a
optar pelo formato eletrônico por meio da plataforma SharePoint, além de a pesquisa ter
ficado disponível no Portal Corporativo Intranet, durante dez dias. Também foram enviados e-
mails como forma de incentivar os colaboradores a serem céleres em responder ao
questionário. Mesmo assim, da população de cento e trinta colaboradores, em Salvador
apenas, trinta e oito respondentes.
A partir dos resultados obtidos, foi possível traçar um perfil não só da inserção da
sustentabilidade ambiental na gestão interna do Sebrae-BA, como também perceber a atual
situação, sobretudo ao comprometimento, à vontade e a disposição dos dirigentes e dos
colaboradores na dinâmica de adotar atitudes das práticas ambientais. Esse conhecimento é
fundamental, pois manter todos os colaboradores motivados é um importante desafio para
alcançar a sustentabilidade ambiental. A seguir, apresentam-se os principais pontos de
reflexão acerca dos resultados dessa pesquisa:
102
De acordo com os colaboradores, a sustentabilidade ambiental ainda não é parte
da estratégia da organização. Porém, afirmam que são receptivos em aderir a práticas mais
sustentáveis, entretanto, caberá ao comitê de sustentabilidade reformular sua estratégia de
ação;
Apontam as reduzidas discussões e esclarecimentos sobre metas e objetivos mais
amplos da organização sobre a incorporação de práticas ambientais nas suas atividades e
processos;
A maior aceitação veio no quesito de recursos hídricos. Contudo, as práticas
podem ser melhoradas à medida que torneiras e descargas sejam trocadas, além da
reutilização da água da chuva, e do conserto dos vazamentos de torneiras;
Os colaboradores sentem necessidade de serem incentivados a adotarem as
práticas sustentáveis e também de terem acesso a novos conhecimentos. A maioria deles é
interessada nas práticas de sustentabilidade ambiental, mas precisam de estímulos. Nesta
perspectiva, do discurso a ação, ainda é preciso percorrer um razoável caminho para que a
conscientização possa assumir um papel efetivo na gestão ambiental, uma vez que as ações
não estão integradas na cultura organizacional do Sebrae-BA, encontrando-se apenas
formatadas no papel.
Na prática, há uma distância entre a intenção e a atitude, o discurso não se traduz em
práticas ambientais cotidianas, porque os princípios da conscientização ambiental continuam
incipientes.
Diante do exposto, a incorporação das práticas sustentáveis e da conservação
ambiental no dia a dia do Sebrae-BA requer uma mudança de cultura em todos os seus níveis
funcionais. A inserção dessas ações na cultura da organização exige um sistema de
comunicação eficiente entre seus vários níveis hierárquicos, por meio do estabelecimento de
um programa de conscientização ambiental que mobilize os dirigentes, que são atores
estratégicos, para a efetiva implementação das práticas sustentáveis, assim como todos os seus
colaboradores e terceirizados.
Apesar disso, percebe-se que a educação ambiental começa gradativamente se fazer
presente nas atividades do Sebrae-BA, mesmo que, ainda de forma tímida e pontual. Por
exemplo, nos processos licitatórios, realizados pela Unidade de Tecnologia da Informação e
Comunicação (UTIC), tem sido exigido que o licitante classificado apresente à Comissão de
Licitação o certificado de proteção ambiental. Também foram tomadas algumas precauções
na contratação de empresa especializada para prestação de serviço de impressão corporativa,
103
de forma que haja garantia dos equipamentos que prezem pela conservação do ambiente e
fontes energéticas.
O caminho lógico percorrido na fundamentação teórica e prática estão alicerçados em
diversos trabalhos, dentre os quais se destacam os teóricos: Sachs, Veiga, Barbieri, Dias,
Capra, Valle, Villela Jr.; Demajorovic; do Programa A3P; das experiências e os saberes
apreendidos pela pesquisadora no CSS, Sebrae-MT e no Sebrae-ES; das reflexões esboçadas
na pesquisa, logo esses conhecimentos foram apropriados no desenvolvimento da proposta de
ação, descrita na seção 4.3, que visa incorporar a variável ambiental na gestão estratégica
interna do Sebrae, em Salvador.
Retornando às interpretações dos autores explicitados no arcabouço do referencial
teórico, às práticas observadas e à análise dos resultados da pesquisa de campo, é perceptível
que as recomendações propositivas requerem ações complementares, com vistas a atingir o
objetivo do prognóstico do estudo. A seguir, apresentam-se os produtos a serem elaborados
para auxiliar o Sebrae-BA nessa caminhada, a saber:
Criação em formato digital do Guia de Gestão Ambiental do Sebrae-BA. Esse e-book
será divulgado no site (http://bis.sebrae.com.br/) da Biblioteca Interativa Sebrae (BIS),
ambiente de compartilhamento de conteúdos na rede;
A gravação de vídeos com os exemplos das melhores práticas ambientais adotadas
pelos dirigentes e colaboradores. Esses vídeos serão publicados no Portal Corporativo
Intranet, na página da sustentabilidade
https://intranet.ba.sebrae.com.br/sustentabilidade/).
Este trabalho é importante para o avanço da conscientização empresarial sobre a
eficiência e a qualidade dos serviços e reforça a introdução de práticas de gestão para a
sustentabilidade ambiental como forma de agregar valor institucional ao Sebrae-BA. Em
consonância com as proposições, visa contribuir para melhoria e promoção da sua gestão
sustentável. A atuação dentro do Sebrae-BA deve ser entendida como um círculo, onde não há
princípio, meio e fim. Reitera-se que todos - desde dirigentes até colaboradores - devem estar
comprometidos com as suas práticas, pensamentos e ações. Esse círculo virtuoso passa, por
exemplo, pelo estímulo a conceitos ambientalmente responsáveis e pelo uso racional dos
recursos naturais. Nesta conjuntura, faz-se necessário, como etapa obrigatória, apresentar a
devolutiva do estudo ao Comitê de Sustentabilidade; ao corpo diretivo por meio da reunião da
104
Diretoria Executiva; publicá-lo na Universidade Corporativa Sebrae, no “Portal Saber”
(http://uc.sebrae.com.br/pagina/portal-saber) - plataforma de registro de publicações
desenvolvida para os colaboradores do Sebrae compartilharem seus estudos e experiências,
visando ao registro e disseminação do conhecimento de todos que contribuem com a missão
do Sebrae, em qualquer momento e de qualquer lugar. Deste modo, ele permite que outros
colaboradores possam ler, avaliar, inserir no repositório de favoritos e comentar o trabalho,
contribuindo com novas ideias que geram novos conteúdos. Além disso, as discussões devem
ser difundidas em seminários, cursos, fóruns, oficinas, workshops.
A pesquisadora participará, acompanhará e monitorará ativamente a aplicação da
proposta de ação ambiental nas dependências da sede do Sebrae, em Salvador junto a outros
colaboradores, com objetivo de nivelar e aperfeiçoar a metodologia de aplicação das práticas
ambientais à realidade e à necessidade dessa organização.
Após a plena implementação da proposta de ação ambiental, são esperados os
seguintes resultados: redução do desperdício e minimização dos impactos ambientais;
economia dos recursos naturais e dos bens públicos; mudança de hábitos do corpo diretivo e
colaboradores e melhoria da qualidade de vida no trabalho com a adoção de atitudes e
procedimentos ambientalmente corretos.
Este estudo de averiguação das práticas que podem potencializar a inserção da
sustentabilidade ambiental na gestão interna, na sede do Sebrae-BA, gerou um corpo de
conhecimentos, que poderá servir como base para uma sequência de análises e reflexões sobre
as atitudes em relação à sustentabilidade ambiental, tais como o compromisso dos dirigentes;
o desempenho do Comitê de Sustentabilidade, além de provocar, nos colaboradores, o
sentimento de importância e cooperação efetiva, entre outros, no sentido de traçar
direcionamentos estratégicos futuros para organização. Assim sendo, entende-se que este
estudo cumpriu o propósito mencionado, fruto das investigações, das contribuições no campo
teórico e prático a respeito de sustentabilidade ambiental.
Como é de se esperar, o estudo não se esgota, pelo contrário, suscita novas questões
prospectivas relevantes existentes em torno do tema que podem gerar pesquisas futuras: A
transformação cultural necessária no aspecto ambiental corresponde aos valores dos
colaboradores? Como evoluiu a performance sustentável do Sebrae-BA e da nova estratégia
de sustentabilidade ambiental? Além disso, ainda existem novos desafios a serem estudados
no processo da gestão ambiental com a proposta de apresentar a visão holística do Sebrae-BA.
Devido à natureza do trabalho, a metodologia proposta, alguns aspectos certamente vão ser
complementados por outros trabalhos de interesse semelhante.
105
Espera-se que este trabalho possa subsidiar os interessados na promoção da
sustentabilidade ambiental, e que ao induzirem o processo, contribuam de alguma maneira,
para a conservação ambiental e para a construção de uma sociedade mais justa e mais
sustentável.
106
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ABREU, M. A. de. Sem ela, nada feito: educação ambiental e a ISO 14001. Salvador: Casa
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com os princípios ecológicos nas empresas. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo,
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2007.
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110, 2004.
116
APÊNDICE A – Questionário da pesquisa
Práticas Sustentáveis na Gestão Interna do Sebrae-BA
Se preocupar com o meio ambiente e cuidar dele é uma obrigação de todos, pois é nele
que vivemos e é de seus recursos que dependemos. Porém, nem todo mundo tem essa
consciência, há muitos indivíduos que ainda não despertaram para a importância das práticas
ambientais no dia a dia, seja nas atividades do trabalho, seja em sua residência.
Com a finalidade de verificar as iniciativas relacionadas às práticas da sustentabilidade
ambiental na gestão interna do Sebrae-BA, convido a responder a pesquisa para saber se você
é ecologicamente correto ou precisa reciclar seus hábitos para melhorar sua relação com o
meio ambiente?
Agradeço a disponibilidade e conto com a sua valiosa contribuição!
1) Considerando os princípios da sustentabilidade e avaliando a sua aplicabilidade no
edifício Sede Sebrae, de 0 a 4, dê a nota à medida que os procedimentos vêm sendo
adotados no Sebrae Bahia. Sendo:
1 – Baixa aderência
2 – Aderência regular
3 – Média aderência
4– Alta aderência
Aspectos ambientais avaliados 1 2 3 4 Não sei
responder
Não quero
responder
Descarte e destinação de resíduos tecnológicos,
isto é, o lixo eletrônico: computadores, monitores,
impressoras, CD, DVD, baterias, pilhas, telefones,
dentre outros.
Uso racional dos recursos hídricos.
Uso racional da energia.
Segregação e destinação dos resíduos sólidos.
Inserção de exigências sustentáveis nos processos
licitatórios.
Uso racional de papel, copos descartáveis, toner e
cartuchos.
Uso racional de combustíveis.
Campanhas educativas para sensibilizar a adoção
de práticas sustentáveis.
117
2) Considerando os princípios da sustentabilidade e avaliando a sua aplicabilidade no
edifício Sede Sebrae, de 0 a 4, dê a nota que você se autoavalia quanto a sua aderência à
medida que o Sebrae Bahia vem adotando as práticas sustentáveis. Sendo:
1 – Baixa aderência
2 – Aderência regular
3 – Média aderência
4– Alta aderência
Aspectos ambientais avaliados 1 2 3 4 Não sei
responder
Não quero
responder
Descarte e destinação de resíduos tecnológicos,
isto é, o lixo eletrônico: computadores,
monitores, impressoras, CD, DVD, baterias,
pilhas, telefones, dentre outros.
Uso racional dos recursos hídricos.
Uso racional da energia.
Segregação e destinação dos resíduos sólidos.
Inserção de exigências sustentáveis nos
processos licitatórios.
Uso racional de papel, copos descartáveis, toner
e cartuchos.
Uso racional de combustíveis.
Campanhas educativas para sensibilizar a adoção
de práticas sustentáveis.
3) Agora, dê as suas contribuições para que essas medidas possam ser implementadas
pela organização e por você colaborador (a) do Sebrae/BA. Cite até três medidas
prioritárias para cada um dos aspectos ambientais.
Aspectos ambientais Medidas que podem ser implementadas
Descarte e destinação de resíduos eletrônicos e
equipamentos e componentes eletroeletrônicos.
1.
2.
3.
Uso racional dos recursos hídricos. 1.
2.
3.
Uso racional da energia. 1.
2.
3.
Segregação e destinação dos resíduos sólidos. 1.
2.
3.
Continua...
118
Inserção de exigências sustentáveis nos processos
licitatórios.
1.
2.
3.
Uso racional de papel, copos descartáveis, toner e
cartuchos.
1.
2.
3.
Uso racional de combustíveis. 1.
2.
3.
4) Para você a sustentabilidade ambiental é parte da estratégia da organização?
( ) Sim
( ) Não. Por quê? ___________________________________________________
5) Como avalia o seu conhecimento sobre a gestão ambiental interna?
( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Ótimo
6) Na sua opinião, qual a nota que atribui para o Sebrae/BA, 1 (Péssimo); 2 (Ruim);
3 ( Regular); 4 (Boa); 5 (Ótimo). Em termos de:
( ) Orientações, debates e estudos sobre sustentabilidade ambiental
( ) Práticas relacionadas com o consumo racional de recursos naturais
( ) Compras sustentáveis
( ) Relevância nas ações estratégicas que envolvam as práticas sustentáveis
7) O Sebrae-BA transmite uma boa imagem em termos de iniciativas sustentáveis no uso
racional dos recursos naturais?
( ) Sim. Exemplifique: ____________________________________________________
( ) Não. Por quê?_________________________________________________________
8) Com relação ao seu hábito de usar a impressão:
( ) Uso frequentemente papel rascunho
( ) Imprimo frente e verso
( ) Tenho o hábito de imprimir no modo normal (só de um lado da folha)
( ) Procuro reduzir a quantidade de impressões, fazendo o arquivamento eletrônico dos meus
documentos
9) Desde que trabalha no Sebrae Bahia, você participou de seminários, fóruns, debates,
palestras, congressos, sessões cientificas, workshop, feiras onde tenha sido abordado o
tema sustentabilidade ambiental?
( ) Nenhum
( ) Uma vez
( ) Duas vezes
( ) Três vezes
( ) Mais de três vezes
119
10) Se a gestão ambiental fosse incluída na meta individual de desempenho, quais
atitudes você adotaria no seu cotidiano?
( ) Fomentar internamente a sensibilização e a educação ambiental
( ) Realizar coleta seletiva
( ) Sugerir ou promover reformas sustentáveis
( ) Conscientização do uso da água e energia, papel e copos descartáveis
( ) Aquisições de produtos ecologicamente corretos
( ) Outras práticas sustentáveis:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11) Uso caneca ou xícara para tomar água, chá e café. Evito o uso de copos descartáveis.
( ) Sim
( ) Não. Por quê? ____________________________________________________________
120
APÊNDICE B - Resultados da pesquisa
Avaliação quanto aos procedimentos de sustentabilidade ambiental adotados no
edifício sede Sebrae-BA
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Quando se observa a avaliação realizada pelo conjunto de colaboradores, depreende-se
que a performance da organização, no que concerne à aplicabilidade dos aspectos ambientais
no âmbito do edifício sede, é percebida majoritariamente, por três distintos conceitos, em
percentuais com ligeira variação. Assim, os conceitos Regular, Média e Baixa, traduzem o
nível de Aderência aos procedimentos constantes na tabela acima.
Digno de nota, o fato de se observar na amostra consultada um contingente de quase
1/3 dos colaboradores que considera Baixa a referida aderência ao conjunto dos diversos
itens. Dentre estes, o uso racional da energia, as Campanhas educativas para adoção de
práticas sustentáveis, o Uso racional de papel, copos descartáveis, toners e cartuchos.
Se equacionar os conceitos de Regular e Média Aderência, constatar-se-á que cerca
43% das avaliações emitidas concentram-se na média. O fato de se observar que mais da
metade dos colaboradores consultados se abstêm de responder acerca da possível Inserção de
exigências sustentáveis nos processos licitatórios, assim como, sobre o Uso racional de
combustíveis, o que sugere desconhecimento de tais questões.
Aspectos ambientais
Aderência Não
Respondeu Total
Alta Regular Média Baixa Não
sabe
Não
quis
Descarte e destinação de resíduos
tecnológicos - 10 9 9 9 1 38
Uso racional dos recursos hídricos
6 10 13 6 3 - 38
Uso racional da energia
3 8 10 16 1 - 38
Segregação e destinação dos
resíduos sólidos 1 7 10 13 7 - 38
Inserção de exigências sustentáveis
nos processos licitatórios 4 2 4 7 21 - 38
Uso racional de papel, copos
descartáveis, toners e cartuchos - 10 11 14 1 - 38
Uso racional de combustíveis
- 4 5 4 - 25 38
Campanhas educativas para adoção
de práticas sustentáveis 2 11 8 15 2 - 38
∑ 16 62 70 84 44 26 302
% 5,30 20,53 23,18 27,81 14,57 8,61 100,00
121
Autoavaliação quanto aos procedimentos de sustentabilidade adotados no edifício
sede do Sebrae-BA
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Aspectos ambientais
Aderência Não
Respondeu
Total
Alta Regular Média Baixa
Não
sabe
Não
quis
Descarte e destinação de resíduos
tecnológicos 7 8 10 7 4 2 38
Uso racional dos recursos
hídricos 17 6 13 - 1 1 38
Uso racional da energia
14 9 11 3 - 1 38
Segregação e destinação dos
resíduos sólidos 10 9 10 4 5 - 38
Inserção de exigências
sustentáveis nos processos
licitatórios
3 3 5 9 17 1 38
Uso racional de papel, copos
descartáveis, toners e cartuchos 13 9 14 2 - - 38
Uso racional de combustíveis
1 3 4 3 25 2 38
Campanhas educativas para
adoção de práticas sustentáveis 9 7 11 8 3 - 38
∑ 74 54 78 36 55 7 304
% 24,34 17,76 25,66 11,84 18,09 2,30 100,00
122
As informações denotam a ocorrência de semelhança no que concerne aos conceitos
Regular e Média, entre as avaliações enunciadas quanto à percepção do desempenho do
Sebrae-BA e a autoavaliação dos colaboradores. Registra-se um idêntico índice relativo de
43,4%. Por outro lado, também se observa uma variação expressiva atinente à existência de
Alta aderência aos procedimentos avaliados. Quase ¼ dos conceitos enunciados pelos
respondentes situa-se neste aspecto. Isso sugere que a população que compõe amostra
consultada possui um apreciável senso de adesão aos princípios da sustentabilidade ambiental.
Assim, pode-se inferir, com algum grau de representatividade estatística, que existem
condições subjetivas favoráveis a um processo de sensibilização e pertinente à implementação
de ações que, em seu conjunto, propiciam usufruir dos benefícios oriundos das circunstâncias
socialmente construídas a partir da noção de sustentabilidade ambiental.
Destacam-se entre as variáveis referentes à sustentabilidade com as quais se verifica
alta adesão dos colaboradores, o uso racional dos recursos hídricos, energia, papel e
descartáveis.
Contribuições que poderiam ser implementadas pela organização e
colaboradores
Conceito Síntese Frequência
N◦ %
Não especificado com precisão 81 30,45
Ações de consciência ambiental 60 22,55
Ações para estimular consumo racional de recursos
naturais 47 17,67
Coleta Seletiva 24 9,02
Encaminhamentos institucionais 14 5,26
Parcerias institucionais 14 5,26
Criar ações alternativas 10 3,76
Reticente adesão do colaborador 8 3,01
Controle de impressão 7 2,63
Descrença do colaborador 1 0,38
∑ 266 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
123
As respostas estão sistematizadas, as categorias sintetizadas a partir do conteúdo
presente no elenco de proposições oriundas dos colaboradores. Aqui, busca-se compreender o
alcance e relevância implícitos em cada uma das sugestões enunciadas.
Cerca de 1/3 do rol de sugestões não apresentou precisão em seu enunciado, razão pela
qual foram incluídas na rubrica dos que se abstiveram de responder. Por sua vez, os
encaminhamentos orientados para ações de consciência ambiental e/ou de criação de recursos
alternativos diversos encontram-se na fração de mais de ¼ das proposições oriundas dos
colaboradores. Em uma perspectiva mais pragmática, algo em torno de 1/3 dos
encaminhamentos propostos foram direcionados para ações de estímulo ao consumo racional
de recursos naturais, à coleta seletiva e ao controle do uso de impressoras.
Uma fração composta por 10% das sugestões enunciadas foram catalogadas nas
rubricas encaminhamentos e parcerias institucionais, que traduzem algumas iniciativas que,
por sua natureza, dependem de chancela dos dirigentes do Sebrae-BA.
124
A sustentabilidade ambiental é parte da estratégia da organização?
É parte da estratégia da organização? Sim Não TOTAL
Por quê? Nº Nº Nº %
Não especificado 2 3 5 13.2
Falta conscientização para sustentabilidade 6 9 15 39.5
Faltam ações efetivas - 1 1 2.6
Inexorabilidade de incorporar a sustentabilidade ambiental na
gestão da organização 1 - 1 2.6
Desconhece - 1 1 2.6
Enfoque apenas econômico da sustentabilidade - 1 1 2.6
Existe preocupação com a temática 6 - 6 15.8
Expectativa social por ser ente público 2 - 2 5.3
Melhoria da imagem da empresa 5 - 5 13.2
Sustentabilidade reduz custos 1 - 1 2.6
Total 23 15 38
% 60.5 39.5 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
Cerca 39,5 % dos respondentes afirmam que falta conscientização para
sustentabilidade da parte dos dirigentes. Porém, 15,8 % diz que existe preocupação com a
temática.
Um segmento dos colaboradores considera a sustentabilidade ambiental parte
integrante da estratégia do Sebrae-BA, seja por que existe preocupação com a temática, ou
pelo fato de a organização buscar atender a uma expectativa social devido à sua natureza de
125
sociedade civil sem fins lucrativos, o que, em decorrência, poderia levar a uma melhoria na
imagem da organização.
Nota-se que o item Falta conscientização para Sustentabilidade foi a razão
apresentada com maior frequência para fundamentar a não assimilação pelo Sebrae-BA dos
aspectos da sustentabilidade ambiental, embora este item também tenha sido assinalado para
argumentar a plena adoção de tais orientações, denotando uma incoerência nos termos.
Como avalia o seu conhecimento sobre a gestão ambiental interna?
Avaliação TOTAL
Nº %
Regular 22 57,9
Bom 8 21,1
Ruim 6 15,8
Ótimo 1 2,6
Péssimo 1 2,6
Total 38
% 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores sede Sebrae-BA, agosto/2014
Verifica-se que 57% dos respondentes apontaram como regular o seu conhecimento
sobre gestão ambiental interna.
126
Desempenho do Sebrae-BA quanto às práticas sustentáveis
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Avaliação atribuída à performance do Sebrae-
BA Péssimo Ruim Regular Bom Ótimo Total
Orientações, debates e estudos sobre
sustentabilidade ambiental 6 10 21 1 - 38
Práticas relacionadas com o consumo racional
de recursos naturais 3 10 22 3 - 38
Compras sustentáveis 3 13 18 3 1 38
Relevância nas ações estratégicas que
envolvam as práticas sustentáveis 8 10 17 3 - 38
∑ 20 43 78 10 1 152
% 13,16 28,29 51,32 6,58 0,66 100,00
127
A leitura das informações contidas nas respostas denota que mais da metade de todas
as avaliações enunciadas encontra-se vinculada ao conceito Regular. Em seguida, perfazendo
quase 1/3 de todas as notas atribuídas à performance do Sebrae-BA, registra-se o conceito
Ruim. Mesmo considerando que a representatividade estatística de trinta e oito respondentes é
expressiva, observa-se que apenas 6,58 % dos conceitos emitidos pelos colaboradores são
considerados Bom. O aguçado senso crítico dessa parcela dos colaboradores assinala a
necessidade da organização atentar para as circunstâncias que vêm contribuindo para a
ocorrência de tal situação.
Em termos de iniciativas sustentáveis o Sebrae-BA transmite uma boa imagem no uso
racional dos recursos naturais
Transmite uma boa imagem? Sim Não TOTAL
Por quê? Nº Nº Nº %
Faltam ações efetivas 2 13 15 39.5
Desconhece - 1 1 2.6
Inexiste marketing institucional 1 5 6 15.8
Não utilização de energia solar - 1 1 2.6
Processo ainda é incipiente - 1 1 2.6
Desperdício de materiais - 1 1 2.6
Não especificado 2 3 5 13.2
Observam-se ações efetivas 8 - 8 21.1
Total 13 25 38
% 34,2 65,8 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
128
O Sebrae-BA não transmite uma boa imagem de acordo com 39,5% dos
colaboradores, pois faltam ações efetivas. Entre tais colaboradores, a justificativa para esta
visão é interna, no que tange à falta de divulgação por parte do Comitê de Sustentabilidade, de
teorias e de ações que sejam realizadas, assim como a falta de incentivo aos colaboradores
para que os mesmos reflitam sobre comportamentos cada vez mais sustentáveis em ações
contínuas. O uso de energia solar, de software que substitua o papel de comprovação dos
fornecedores, o destino adequado da coleta seletiva e a automatização de energia nos
ambientes foram sugestões para a melhoria da imagem interna do Sebrae-BA. Quanto à
melhora da sua imagem perante a sociedade, o Sebrae-BA deverá investir em marketing e
cursos sobre sustentabilidade ambiental, de acordo com os 15,8% dos colaboradores.
Para os 21,1% que acham que o Sebrae-BA possui boa imagem, a explicação foi o uso
de materiais reciclados para a distribuição em eventos, a impressão em frente e verso e de um
comitê sobre este tema, além da coleta seletiva de lixo em todos os andares, do uso de
impressoras sustentáveis e da distribuição de canecas personalizadas para evitar o uso
excessivo de copos descartáveis. Esta avaliação é fundamentada na percepção de que faltam
ações efetivas, chanceladas pela organização, para que o desempenho seja redefinido nos
parâmetros pertinentes com os aspectos da sustentabilidade ambiental.
129
Descarte e destinação de resíduos tecnológicos
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência Não sei
Não quero
responder TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 3 2 - 2 - 7 18.4
Aderência regular 4 2 - 2 - 8 21.1
Média aderência - 3 7 - - 10 26.3
Alta aderência - 2 2 3 - 7 18.4
Não sei 1 - - 2 1 4 10.5
Não quero responder 1 1 - - - 2 5.3
Total 9 10 9 9 1 38
% 23,7 26,3 23,7 23,7 2,6 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
Quanto ao descarte e destinação de resíduos tecnológicos, isto é, do lixo eletrônico:
computadores, monitores, impressoras, toners, periféricos, CD, DVD, baterias, pilhas,
telefones, dentre outros, 26,3% dos colaboradores consideram aderência regular.
130
Uso racional dos recursos hídricos
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência
Alta
aderência Não sei TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Aderência regular 1 4 1 - - 6 15.8
Média aderência 3 4 6 - - 13 34.2
Alta aderência 1 2 6 6 2 17 44.7
Não sei - - - - 1 1 2.6
Não quero responder 1 - - - - 1 2.6
Total 6 10 13 6 3 38
% 15,8 26,3 34,2 15,8 7,9 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
A análise do resultado aponta que 34,2% dos colaboradores consideram que o uso
racional dos recursos hídricos por parte do Sebrae-BA possui média aderência. Entretanto,
26,3% consideram a aderência regular.
131
Uso racional da energia
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência
Alta
aderência
Não sei
responder TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 3 - - - - 3 7.9
Aderência regular 3 4 2 - - 9 23.7
Média aderência 5 3 3 - - 11 28.9
Alta aderência 4 1 5 3 1 14 36.8
Não quero responder 1 - - - - 1 2.6
Total 16 8 10 3 1 38
% 42,1 21,1 26,3 7,9 2,6 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Entre os colaboradores, 42,1% consideram o uso racional da energia de baixa
aderência. Somente 7,9% consideram o uso racional de energia de alta aderência.
Segregação e destinação dos resíduos sólidos
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência
Alta
aderência Não sei TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 2 1 1 - - 4 10.5
Aderência regular 4 1 3 - 1 9 23.7
Média aderência 4 3 2 - 1 10 26.3
Alta aderência 2 2 4 1 1 10 26.3
Não sei 1 - - - 4 5 13.2
Total 13 7 10 1 7 38
% 34,2 18,4 26,3 2,6 18,4 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
132
Observa-se que 34,2% dos colaboradores consideram a segregação e destinação dos
resíduos sólidos de baixa aderência. Enquanto, 26,3 dos colaboradores apontaram a média
aderência para este tópico.
Inserção de exigências sustentáveis nos processos licitatórios
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência
Alta
aderência Não sei TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 2 1 - 2 4 9 23.7
Aderência regular 2 - - - 1 3 7.9
Média aderência 1 1 3 - - 5 13.2
Alta aderência 1 - - 2 - 3 7.9
Não sei 1 - 1 - 15 17 44.7
Não quero responder - - - - 1 1 2.6
Total 7 2 4 4 21 38
% 18,4 5,3 10,5 10,5 55,3 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
133
Mais da metade, ou seja, 47,3% dos colaboradores não souberam responder o quesito
sobre a inserção de exigências sustentáveis nos processos licitatórios do Sebrae-BA. Entre os
respondentes, 23,7% consideram que o Sebrae-BA possui baixa aderência a tais exigências.
Uso racional de papel, copos descartáveis, toners e cartuchos
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência Não sei TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 2 - - - 2 5.6
Aderência regular 2 7 - - 9 25
Média aderência 6 2 4 1 13 36.1
Alta aderência 4 1 7 - 12 33.3
Total 14 10 11 1 36
% 38,9 27,8 30,6 2,8 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
O uso racional de papel, copos descartáveis, toners e cartuchos foram considerados por
38,9% dos colaboradores como de baixa aderência.
134
Uso racional de combustíveis
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência
Alta
aderência
Não
quero
responder
TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 1 1 - - 1 3 7.9
Aderência regular - 2 - - 1 3 7.9
Média aderência - - 3 - 1 4 10.5
Alta aderência - 1 - - - 1 2.6
Não sei 1 - 2 - 22 25 65.8
Não quero responder 2 - - - - 2 5.3
Total 4 4 5 - 25 38
% 10.5 10.5 13.2 - 65.8 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
Quanto ao uso racional de combustíveis a análise demonstra que 65,8% dos
colaboradores não sabem responder a este quesito.
135
Campanhas educativas para sensibilizar a adoção de práticas sustentáveis
Procedimentos adotados pelo Sebrae-BA x Autoavaliação do colaborador
Avaliação do Sebrae-BA Baixa
aderência
Aderência
regular
Média
aderência
Alta
aderência Não sei TOTAL
Autoavaliação Nº Nº Nº Nº Nº Nº %
Baixa aderência 6 1 1 - - 8 21.1
Aderência regular 3 2 1 - 1 7 18.4
Média aderência 1 5 4 - 1 11 28.9
Alta aderência 4 1 2 2 - 9 23.7
Não sei 1 2 - - - 3 7.9
Total 15 11 8 2 2 38
% 39.5 28.9 21.1 5.3 5.3 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores sede Sebrae-BA, agosto/2014
Esta questão aponta que 39,5% dos colaboradores consideram baixa a aderência às
campanhas educativas relacionadas à adoção de práticas sustentáveis. Porém, 28,9% apontam
a aderência regular.
136
Contribuições para ser implementadas pelo Sebrae-BA e pelo colaborador
Uso racional de papel, copos descartáveis, toners e cartuchos TOTAL
Nº %
Ações conscientizadoras 12 31,6
Equipamentos modernos contribuem 5 13,2
Não especificado 3 7,9
Imprimir dois lados 2 5,3
Controle de impressão 2 5,3
Continuar com as boas práticas da impressora 1 2,6
Copos descartáveis para visitante 1 2,6
Economia institucional 1 2,6
Implantar medidas previstas 1 2,6
Consultoria de paperless 1 2,6
Diminuir exigência de papel na burocracia 1 2,6
Avaliar desperdícios de materiais 1 2,6
Interagir com entidades atuantes no setor 1 2,6
Prática de educação ambiental como meta de remuneração variável 1 2,6
Incentivo ao uso de caneca 1 2,6
Identificação de quem imprime 1 2,6
Coleta seletiva 1 2,6
Evitar uso de descartáveis 1 2,6
Comprar de empresas com certificação ambiental 1 2,6
Total 38
% 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
Sobre o uso racional de papel, copos descartáveis, toners e cartuchos –
31,6% dos respondentes sinalizam as ações de conscientização. Enquanto, 13,2%
ressaltam que equipamentos modernos contribuem para a racionalização desses
produtos.
137
Com relação ao seu hábito de usar a impressão
Com relação ao seu hábito de usar a impressão TOTAL
Nº %
Procuro reduzir a quantidade de impressões, fazendo o arquivamento eletrônico dos
meus documentos 18 47,4
Imprimo frente e verso 17 44,7
Tenho o hábito de imprimir no modo normal (só de um lado da folha) 2 5,3
Uso frequentemente papel rascunho 1 2,6
Total 38
% 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Como se pode observar, a quase totalidade dos respondentes apresenta atitudes
proativas e ecologicamente responsáveis quando precisa usar a impressora, o que denota
maturidade e plena assunção das orientações ambientalmente sustentáveis.
138
Desde que trabalha no Sebrae-BA, participou de seminários, fóruns, debates, palestras,
congressos, sessões cientificas, workshop, feiras onde tenha sido abordado o tema
sustentabilidade ambiental
Desde que trabalha no Sebrae-BA, participou de seminários, fóruns, debates,
palestras, congressos, sessões cientificas, workshop, dentre outros sobre
sustentabilidade ambiental?
TOTAL
Nº %
Nenhum 17 44,7
Uma vez 12 31,6
Duas vezes 5 13,2
Três vezes 3 7,9
Mais de três vezes 1 2,6
Total 38
% 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Uma fração composta por 55% dos respondentes já teve oportunidades de participar de
algum tipo de evento de natureza técnica ou científica, momentos em que absorveram
conhecimentos transmitidos nas diversas atividades relacionadas à sustentabilidade ambiental.
139
Atitudes adotadas pelo colaborador na hipótese da gestão ambiental ser incluída na
meta de desempenho
Atitudes Nº %
A Aquisições de produtos ecologicamente corretos 18 19,78
B Conscientização do uso da água e energia, papel e copos
descartáveis 23 25,27
C Fomentar internamente a sensibilização e a educação ambiental 15 16,48
D Outras práticas sustentáveis 7 7,69
E Realizar coleta seletiva 16 17,58
F Sugerir ou promover reformas sustentáveis 12 13,19
Total 91 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto 2014
Traduzindo uma consistente assimilação das orientações presentes nas reflexões que
fundamentam a sustentabilidade ambiental, o rol de atitudes que os colaboradores enunciaram
que adotariam em seu cotidiano em um cenário onde a gestão sustentável estivesse presente
como item na avaliação de desempenho, reflete plena existência de condições que propiciam
os respondentes às ações empreendedoras sustentáveis no âmbito da organização.
140
Usa caneca ou xícara para tomar água, chá e café. Evita o uso de copos descartáveis.
Por quê?
Usa caneca ou xícara? Sim Não TOTAL
Por quê? Nº Nº Nº %
Pratico e aprovo a ideia 10 2 12 31.6
Higiênico e mais rápido 1 - 1 2.6
Inexiste higienização confiável das canecas 1 - 1 2.6
Não especificado 5 - 5 13.2
Não são necessariamente práticas sustentáveis 1 - 1 2.6
Necessário incentivar seu uso 1 - 1 2.6
Restrito ao público interno 1 - 1 2.6
Usa copos descartáveis 1 - 1 2.6
Prática Sustentável 4 1 5 13.2
Louvável, mas resíduos orgânicos no lixo atraem baratas, inibem uso
das canecas - 2 2 5.3
Desconfia da limpeza efetiva 1 1 2 5.3
Atitude louvável do comitê de sustentabilidade 1 1 2 5.3
Copos descartáveis ficam disponíveis 1 - 1 2.6
Diminui o lixo 1 - 1 2.6
Exemplo prático adotado pelo Sebrae-BA 1 - 1 2.6
Exige higienização constante e inviável - 1 1 2.6
Total 30 8 38
% 78,9 21,1 100,00
Fonte: Respostas dos colaboradores da sede Sebrae-BA, agosto/2014
Do total de respondentes, 31,6% evitam o uso de copos descartáveis, utilizando caneca
ou xícara. Entre os que não usam canecas ou xícaras, a justificativa é a dificuldade em
higienizar as mesmas, uma vez que existe copa apenas no 2º, 3º, 4º, 7º e 8º andar e o consumo
de água e café não permite ao colaborador ir à copa todas as vezes que for higienizar o
recipiente.
141
APÊNDICE C – Diretriz teórica e prática
CONCEITOS
DIMENSÃO
PRINCIPAIS AUTORES
Sustentabilidade
Ambiental
Cyro Eyer do Valle, Centro Sebrae
de Sustentabilidade, Sebrae-MT,
Núcleo Sebrae/ES de
Sustentabilidade, Sebrae, Termo de
Referência para atuação do Sistema
Sebrae em Sustentabilidade, Termo
de Referência para atuação do
Sebrae-SP em Sustentabilidade,
Álvaro Machado, José Eli da Veiga,
Lilian Aligleri, Luiz Antonio
Aligleri, Isak Kruglianskas, Mônica
Serrão, Aline Almeida, Andréa
Carestiato, Marta de Azevedo
Irving, Elizabeth Oliveira,
Humberto Mariotti, Takeshy
Tachizawa, Rui Otávio Bernardes
de Andrade, Alcir Vilela Júnior,
Jacques Demajorovic, Reinaldo
Dias, Gino Giacomini Filho, Elias
Fajardo, Michael k. Stone, Zenobia
Barlow, Enrique Leff, Carlos Minc,
Peter Senge, Clóvis Cavalcanti,
Daniel C. Esty, Maria H. Ivanova,
Roberto Smeraldi, Ministério do
Meio Ambiente (A3P), Carlos
Barros, Wilson Paulino, John
Elkington.
Social
Lilian Aligleri, Luiz Antonio
Aligleri, Isak Kruglianskas, Isa
Magalhães, Mônica Serrão, Aline
Almeida, Andréa Carestiato, Marta
de Azevedo Irving, Elizabeth
Oliveira, Takeshy Tachizawa, Rui
Otávio Bernardes de Andrade, Gino
Giacomini Filho, Enrique Leff,
Ministério do Meio Ambiente
(A3P), John Elkington.
Econômica
Mônica Serrão, Aline Almeida,
Andréa Carestiato, Humberto
Mariotti, Enrique Leff, Peter Senge,
Clóvis Cavalcanti, John Elkington.
Fonte: Elaboração da autora.
142
ANEXO A – Termo de Referência para Atuação do Sistema Sebrae em Sustentabilidade
1 INTRODUÇÃO
Este Termo de Referência é consequência da constatação de que a competitividade de
uma empresa passa a estar associada, cada vez mais, à adoção de práticas sustentáveis. Ele
não pretende exaurir a discussão sobre o tema e certamente passará por atualizações
periódicas, pois sua utilidade dependerá do acompanhamento sistemático das demandas do
mercado por práticas sustentáveis e da assimilação, por parte das Micro e Pequenas Empresas
(MPE), dessa nova forma de fazer negócios e das oportunidades por ela geradas.
A elaboração deste documento teve início com um processo democrático e virtual de consulta
aos colaboradores do Sistema Sebrae; uma open innovation que permitiu a construção remota
e participativa de um documento de orientação para todos aqueles que levam o Sebrae até os
pequenos negócios.
Foram 320 contribuições, das 28 unidades do Sistema Sebrae, com 1.346 sugestões,
enviadas ao Centro Sebrae de Sustentabilidade; uma mostra robusta da complexidade do tema
e da diversidade e riqueza de entendimentos dentro do Sistema. Essas contribuições foram
muito úteis e também constituem matéria-prima para futuros trabalhos.
A sustentabilidade tem despertado paixões, mudado opiniões e definido
comportamentos, o que, em muito, lhe faz assemelhar a outras tantas ideias que surgiram na
sociedade e não passaram de uma questão de moda. Para o Sistema Sebrae, a sustentabilidade
representa um modo de pensar o cliente e de efetivamente promover a competitividade das
empresas no seu atendimento.
2 OBJETIVO
Estabelecer os eixos estratégicos de atuação para que o atendimento do Sistema Sebrae
promova a adoção de práticas sustentáveis como diferencial competitivo pelos pequenos
negócios.
3 JUSTIFICATIVA
É missão do Sebrae "Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável
das micro e pequenas Empresas e fomentar o empreendedorismo".
143
O direcionamento estratégico 2009-2015 do Sistema Sebrae estabelece ainda que a
instituição deve “Atuar como agente catalisador de iniciativas para melhorar a
competitividade das micro e pequenas empresas, gerando resultados crescentes e de
impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil”.
No atual panorama de negócios, é inegável que a sustentabilidade se tornou um
diferencial competitivo. Nesse sentido, a empresa ganhará competitividade se estabelecer
práticas sustentáveis na sua relação com consumidores, clientes, fornecedores, funcionários e
com a sociedade em geral.
Além disso, as empresas devem estar em conformidade com aspectos da
sustentabilidade presentes na legislação e, também, aproveitar as oportunidades oferecidas por
políticas de governo que incentivam a adoção de práticas sustentáveis em todo o processo
produtivo.
É sabido que, nos últimos anos, o Sistema Sebrae realizou uma série de atendimentos
por meio de programas e projetos que incluem a sustentabilidade, valor novo e altamente
estratégico para a competitividade. No entanto, estas importantes iniciativas ainda estão
difusas no dia a dia do Sistema.
Um passo importante para uma atuação organizada do Sistema Sebrae nesta temática
foi a inauguração, em abril de 2011, do Centro Sebrae de Sustentabilidade, em Cuiabá, cuja
finalidade é ser um centro de referência nacional em sustentabilidade aplicada às micro e
pequenas empresa. Assim, o centro visa apoiar a transversalização da sustentabilidade em
todo o atendimento do Sistema Sebrae.
.
4 CONTEXTO DA SUSTENTABILIDADE
O panorama atual do mercado demonstra um movimento crescente de
condicionamento do sucesso de um negócio à assimilação de práticas sustentáveis, capazes de
propiciar ganhos à imagem e agregar valor à empresa.
A sustentabilidade empresarial pressupõe que a empresa seja rentável, gere resultados
econômicos e ainda contribua para o desenvolvimento da sociedade. Trata-se do conceito de
Triple Bottom Line (Tripé da Sustentabilidade), que determina que a empresa deva gerir suas
atividades em busca não só do resultado econômico, mas também dos resultados ambiental e
social. Nesta perspectiva, o bem-estar das pessoas, a preservação da natureza e os lucros estão
integrados ao negócio e não podem ser dissociados. É a visão dos 3Ps – people (pessoas),
planet (planeta) e profit (lucro).
144
Às Micro e Pequenas Empresas, pela sua proximidade com o consumidor, tem a
oportunidade de rapidamente perceber as práticas sustentáveis demandadas e adotá-las como
diferencial competitivo. Ser competitivo significa ser capaz de ofertar no mercado um produto
com as características exigidas no momento e com o preço que o consumidor está disposto a
pagar. É ter um posicionamento diferenciado para os consumidores, compradores, formadores
de opinião e sociedade organizada, em relação aos seus concorrentes.
A sustentabilidade, integrada à gestão do negócio, é conquistada por etapas e de forma
continuada. É fundamental que se tenha uma estratégia bem definida, tanto no processo
produtivo, como na conquista de mercado, sobretudo no campo dos negócios sustentáveis. É
essencial manter o foco e ter indicadores claros e precisos para avaliação e ajuste de percurso.
O posicionamento do negócio em relação à sustentabilidade pode trazer efeitos tanto
positivos (quando as MPE se antecipam e ganham mercado) quanto negativos (quando não
possuem práticas diferenciadas e perdem competitividade). A gestão voltada para a
sustentabilidade é uma oportunidade para um salto de qualidade nos produtos e serviços
oferecidos pela empresa e para a criação de negócios inovadores. O fator determinante para o
sucesso das iniciativas é a agilidade das MPE responderem às demandas de mercado
relacionadas à temática da sustentabilidade e tornarem-se reconhecidas por isso.
O desenvolvimento e a aplicação de ferramentas de gestão simplificadas e inteligentes
transformam os investimentos iniciais dessa mudança em ganhos de eficiência e redução de
desperdícios, o que amplia a rentabilidade da empresa. Estes são exemplos de práticas
sustentáveis que tornam o empreendimento mais competitivo.
Neste aspecto, a partir da década de 90, observou-se no mundo todo o
desenvolvimento de inúmeros padrões, iniciativas, normas, diretrizes, ferramentas
relacionadas ao tema da sustentabilidade. Estes instrumentos, de natureza obrigatória ou
voluntária, podem ter abrangência regional, nacional ou internacional e advir do setor público,
de diversos setores industriais ou mesmo da sociedade civil organizada.
Um exemplo desses instrumentos são as publicações “Ferramentas de Autoavaliação
e Planejamento - Indicadores Ethos-Sebrae de Responsabilidade Social Empresarial para
Micro e Pequenas Empresas” e “Responsabilidade Social e Empresarial para Micro e
Pequenas Empresas - Passo a Passo”, desenvolvidas pelo Sebrae, em parceria com o
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade. Outro exemplo de ferramenta de
implementação da sustentabilidade empresarial é a “ISO 26000 - Diretrizes sobre
Responsabilidade Social" (ABNT NBR ISO 26000), lançada em 2010.
145
5 EIXOS ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO
O caminho para a sustentabilidade é amplo e multifacetado. A capacidade operacional
das MPE é pequena face às diversas práticas sustentáveis existentes. Portanto, é preciso se
definir uma estratégia de atuação que alcance os segmentos empresariais atendidos pelo
Sebrae e que possa ser transversalizada em todo o atendimento do Sistema.
Este Termo de Referência marca o primeiro passo do Sistema Sebrae no seu processo
de aprendizado organizado sobre sustentabilidade e, portanto, expressará, na definição de suas
prioridades, a consciência deste início. Uma vez vencida a primeira etapa por todo o Sistema,
o Sebrae estará pronto para assumir novos desafios.
Nesta primeira edição de um Termo de Referência de Atuação do Sistema Sebrae em
Sustentabilidade, foram eleitos dois eixos prioritários de atuação: 1) Gestão de Resíduos
Sólidos; 2) Eficiência Energética.
O Sistema Sebrae buscará promover a sustentabilidade como fator de competitividade
para as MPE mantendo o foco do seu atendimento nesses dois eixos prioritários, com a devida
adequação aos diferentes segmentos: Microempreendedor Individual; Microempresa e
Empresa de Pequeno Porte; Produtor Rural e Potencial Empresário – e seguindo os
parâmetros das políticas nacionais.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada em 02 de agosto de 2010, e
integra a Política Nacional do Meio Ambiente estabelecida pela Lei 6.938/1981. Entre as suas
inovações, destaca-se o conceito de responsabilidade compartilhada em relação à destinação
dos resíduos. Isso significa que cada integrante da cadeia produtiva de fabricantes,
importadores, distribuidores, comerciantes e até os consumidores fica responsável, junto com
os titulares dos serviços de limpeza e de manejo dos resíduos sólidos, pelo ciclo de vida
completo dos produtos, que vai da obtenção de matérias-primas e insumos, passando pelo
processo produtivo, pelo consumo, até que eles sejam descartados.
O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) tem
possibilitado ao Sistema Sebrae, por meio de parcerias, o desenvolvimento de produtos que
promovem a eficiência energética nas MPE atendidas pelo Sebrae. Em 2001, a Lei nº 10.225,
conhecida como Lei da Eficiência Energética, ampliou o arcabouço legal para abranger toda e
qualquer forma de energia e enfatizar a "eficiência". Essa lei está sendo revista no contexto da
elaboração do Plano Nacional de Eficiência Energética, previsto no Plano Nacional de
Energia 2030. As propostas em discussão sinalizam oportunidades de redução de custos na
gestão de energia e de novos negócios com fontes de energia alternativa.
146
Em julho de 2011, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou a
tradução da ISO 50001. Esta norma que trata de "Sistema de Gestão de Energia" oferece
práticas e ferramentas para a eficiência energética tornar-se parte do plano de sustentabilidade
de qualquer organização.
Assim, na área Gestão de Resíduos Sólidos, o Sebrae promoverá:
Reutilização e redução de resíduos (economia de matéria prima e redução do
custo de manejo de resíduos);
Reciclagem de resíduos;
Inserção na cadeia de limpeza e de manejo de resíduos, com foco, em especial,
nos catadores;
Inovação em produtos, serviços e processos com melhores resultados para a
sustentabilidade da empresa.
Na área de Eficiência Energética, o Sebrae promoverá:
Redução de perdas de energia no processo produtivo e de acesso ao mercado;
Redução da participação do insumo energia no custo do produto e do negócio;
Inovação em produtos, serviços e processos com melhores resultados para a
sustentabilidade da empresa.
6 IMPLEMENTAÇÃO
A diversidade econômica, ambiental e social do país e a dinamicidade do processo de
adequação à sustentabilidade fazem de qualquer tentativa de resposta, por definição,
incompleta. Além disso, uma resposta única poderia produzir certa rigidez nas ações,
comprometendo a criatividade da massa crítica qualificada que o Sistema Sebrae possui. Para
dar conta desse duplo desafio é fundamental que:
1) O diagnóstico que inicia qualquer atendimento contemple uma avaliação sobre as
práticas sustentáveis na gestão do negócio;
2) Em todos os atendimentos sejam considerados a pertinência de ações relacionadas
aos dois eixos prioritários apresentados neste Termo de Referência.
Cada unidade do Sistema Sebrae realizará o processo de implementação dessa
estratégia de atendimento com o apoio do Centro Sebrae de Sustentabilidade, que manterá um
arquivo digital atualizado de experiências, iniciativas e ferramentas, testadas em ambientes
diversos, para instigar a criatividade e produção de respostas em cada situação espacial, de
público e natureza das Micro e Pequenas Empresas.