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Rita Maria Castro Guedes Ferreira ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA Relatório de Estágio no âmbito do Mestrado em Economia, ramo de especialização Economia Industrial orientada pela Prof.ª Doutora Catarina Frade e pela Prof.ª Doutora Maria Rita Martins e apresentado à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para obtenção do grau de Mestre. fevereiro de 2021

Rita Maria Castro Guedes Ferreira

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Rita Maria Castro Guedes Ferreira

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À

COVID-19 NA CIM COIMBRA

Relatório de Estágio no âmbito do Mestrado em Economia, ramo de especialização Economia Industrial orientada pela Prof.ª

Doutora Catarina Frade e pela Prof.ª Doutora Maria Rita Martins e apresentado à Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra para obtenção do grau de Mestre.

fevereiro de 2021

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Rita Maria Castro Guedes Ferreira

Estratégias Locais de Adaptação à Covid-19 na CIM

Coimbra

Relatório de Estágio de Mestrado em Economia, na especialidade de Economia Industrial,

apresentado à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para obtenção do grau

de Mestre.

Orientadoras: Prof.ª Doutora Catarina Frade

Prof.ª Doutora Maria Rita Martins

Coimbra, fevereiro de 2021

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

i

Agradecimentos

Este relatório representa o culminar do meu percurso académico ao nível de mestranda.

Às minhas orientadoras, Doutora Rita Martins e Doutora Catarina Frade, agradeço toda a

disponibilidade, preocupação e apoio contínuo ao longo de todo o semestre. Por terem zelado

sempre pelo meu sucesso, por me auxiliarem em todos os momentos e por me ouvirem sobre

todas ansiedades associadas a esta situação excecional em que concluo esta etapa académica.

À coordenação do CeBER/FEUC – Centre for Business and Economics Research – por me

acolherem da melhor maneira possível na entidade.

À Doutora Margarida Mano pela grande acessibilidade e por todo o apoio quando demonstrei

interesse na Plataforma para o Desenvolvimento da Região de Coimbra – Coimbra 2030,

oferecendo-me a oportunidade de investigar um tema do meu interesse.

Ao Coordenador Executivo da Plataforma Coimbra 2030, Cristóvão Monteiro, e aos

estudantes do Curso de Verão da Plataforma Coimbra 2030, por me auxiliarem na recolha

de informação e, especialmente, por me disponibilizarem informações relativas à Região de

Coimbra.

Ao Doutor Luís Moura Ramos, por toda a disponibilidade, colaboração e simpatia para com

a minha investigação.

Às representantes da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, nomeadamente à

Dr.ª Susana Ferreira, à Dr.ª Paula Silvestre e ao Responsável da Proteção Civil e Florestas

Eng.º José Lopes, por toda a informação dispensada relativa às iniciativas realizadas na

Região e aos serviços prestados pela CIM.

Aos Coordenadores dos Grupos de Ação Local pertencentes à Comunidade Intermunicipal

da Região Coimbra, pela disponibilidade e pela atenção no fornecimento de informações,

nomeadamente aos Drs. Mário Fidalgo (AD ELO), Ana Souto (Dueceira), David Leandro

(GAL Terras de Sicó), Horácio Silva (GAL Pinhal do Zêzere) e João Figueiredo (GAL

Adices).

À Vice Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Doutora Liliana Pimentel, e

à Responsável pelo Gabinete Apoio ao Empreendedor, Dr.ª Ana Bela Malo por todos os

conhecimentos concedidos.

À Dr.ª Bruna Goes, pela informação e disponibilidade dada sobre a ScalesOceans, Lda..

Aos meus pais e amigas, que sempre me acompanharam, incentivaram e acreditaram em

mim e por me proporcionarem a concretização de mais uma etapa académica.

A realização deste estudo não teria sido possível sem a ajuda de todos vós: muito obrigada.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

ii

Resumo

De modo a mitigar os contágio e os efeitos económicos e sociais causados pela

pandemia Covid-19, várias instituições públicas e privadas implementaram medidas com o

intuito de proteger a comunidade e a economia envolvente. Este relatório apresenta um

mapeamento de medidas implementadas pelos órgãos autárquicos, pelo tecido empresarial e

pela sociedade civil na CIM-RC, bem como uma análise territorial e à resiliência económica

da região ao longo da primeira vaga pandémica que ocorreu de março a agosto de 2020.

Após a recolha de informação através de pesquisas, questionários, entrevistas e reuniões

junto da CIM, das autarquias e dos GAL e a organização de informação por categorias e

subcategorias, foram elaborados quatro mapas que refletem o dinamismo e a resiliência da

região. Para complementar esta análise foi efetuado o levantamento de dados estatísticos e

calculados quocientes de localização para as todas as atividades económicas.

O território da CIM-RC demonstra uma dicotomia interior/litoral, onde as regiões

do interior, denominadas territórios de baixa densidade, são caracterizadas por uma baixa

densidade populacional, envelhecimento demográfico, dependência do setor primário e

fraco dinamismo empresarial. Estas características revelam vulnerabilidades territoriais e

uma especial preocupação perante a atual crise de saúde pública, económica e social, pois

são fatores que reduzem a resiliência económica regional. Em relação às iniciativas

implementadas pelas autarquias, classificadas como as de reação à pandemia, de promoção

económica e de promoção social, é evidenciada uma tendência para a sua adoção por parte

dos territórios de baixa densidade. O envelhecimento populacional e a dependência às

atividades de apoio social com e sem alojamento revelam-se justificativas das principais

medidas de proteção da população: a entrega de EPI e a realização de rastreio à Covid-19.

Já a implementação de medidas de promoção económica e social reflete-se na sua maioria

homogénea, uma vez que a CIM-RC depende economicamente do comércio a retalho e do

setor primário. Em relação às iniciativas do tecido empresarial – principalmente baseadas na

solidariedade social e na reconversão dos processos produtivos –, os resultados evidenciam

que os concelhos com uma relevante dependência das atividades de investigação e

desenvolvimento e dos setores cujos processos de produção são semelhantes à produção de

EPI e desinfetantes (como o têxtil, produtos farmacêuticos, das bebidas e de matérias

plásticas) são os territórios mais resistentes e, por isso, economicamente mais resilientes.

Palavras-chave: Covid-19; Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra; Resiliência

económica regional; Territórios de baixa densidade; Vulnerabilidade;

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

iii

Abstract

In order to mitigate the contagion and economic and social effects caused by the

Covid-19 pandemic, several public and private institutions have implemented measures to

protect the community and the surrounding economy. This report presents a mapping of

measures implemented by local authorities, the business fabric and civil society in CIM-RC,

as well as a territorial analysis and economic resilience of the region over the first earthquake

wave that occurred from March to August 2020. After collecting information through

surveys, questionnaires, interviews, and meetings to the CIM, the municipalities and the

LAGs and the organization of information by categories and subcategories, four maps were

prepared that reflect the dynamism and resilience of the region. To complement this analysis,

statistical data were collected, and localization quotients were collected for all economic

activities.

The territory of CIM-RC demonstrates an interior/coastal dichotomy, where the

regions of the interior, called low density territories, are characterized by a low population

density, demographic aging, dependence on the primary sector and weak business

dynamism. These characteristics reveal territorial vulnerabilities and a particular concern in

the current public, economic, and social health crisis, as they are factors that reduce regional

economic resilience. In relation to the initiatives implemented by the municipalities,

classified as those of reaction to the pandemic, economic promotion and social promotion, a

tendency towards their adoption by low density territories is evidenced. Population aging

and dependence on social support activities with and without housing are the justifications

of the main measures to protect the population: the delivery of PPE and the screening to

Covid-19. The implementation of measures for economic and social promotion is mostly

homogeneous, since CIM-RC depends economically on retail trade and the primary sector.

In relation to the initiatives of the business fabric – mainly based on social solidarity and the

reconversion of production processes – the results show that municipalities with a significant

dependence on research and development activities and sectors whose production processes

are similar to the production of PPE and disinfectants (such as textiles, pharmaceuticals,

beverages, and plastics) are the most resilient and therefore economically more resilient

territories.

Keywords: Covid-19; Comunidade Intermunicipal de Coimbra; Regional economic

resilience; Low-density territories; Vulnerability;

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

iv

Lista de siglas e abreviaturas

CIM- RC – Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra

DGS – Direção-Geral de Saúde

EPI – Equipamentos de Proteção Individual

GAL – Grupo de Ação Local

INE – Instituto Nacional de Estatística

IPSS e ERPI – Instituições Particulares de Solidariedade Social e Estruturas Residenciais

para Pessoas Idosas

OMS – Organização Mundial da Saúde

PME – Pequenas e Médias Empresas

QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional

NUTS II – Nomenclaturas das Unidades Territoriais Estatísticas de nível II

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

v

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Índice de envelhecimento e dos QL das atividades de apoio social relativo à

análise da entrega de EPI às IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosa. ............. 28

Tabela 2 - Densidade populacional e Índice de envelhecimento relativos à análise da entrega

de EPI aos Munícipes ....................................................................................................... 29

Tabela 3 – Proporção da população residente com 65 ou mais anos para a análise relativa à

testagem e realização da população à Covid-19 ................................................................ 30

Tabela 4 – Quocientes de localização das atividades de saúde humana para análise relativa

às iniciativas de adaptação de espaços para acolhimento e para tratamento. ...................... 31

Tabela 5 – Quocientes de Localização do comércio a retalho face à análise dos alívios nos

pagamentos e prolongamentos de prazos para o comércio, indústria e serviços. ................ 39

Índice de Quadros

Quadro 1 – Grupos de Ação Local da CIM Região de Coimbra ........................................ 13

Quadro 2 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelos órgãos autárquicos ..... 21

Quadro 3 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelo tecido empresarial ....... 21

Quadro 4 – Descrição dos ícones por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados

na Figura 2 ....................................................................................................................... 26

Quadro 5 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados

na Figura 3 ....................................................................................................................... 36

Quadro 6 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios utilizados

na Figura 4 ....................................................................................................................... 43

Quadro 7 – Descrição dos ícones utilizados, por categoria e por empresas, na Figura 5 .... 51

Índice de Figuras

Figura 1 – Mapa dos Municípios de Baixa Densidade da Região de Coimbra, em setembro

de 2018. Elaboração própria adaptada de [centro.portugal2020.pt] ................................... 16

Figura 2 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas

às medidas sanitárias de reação à pandemia (elaboração própria) ..................................... 27

Figura 3 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas

às medidas de promoção económica (elaboração própria)................................................. 37

Figura 4 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas

às medidas de promoção social (elaboração própria) ........................................................ 44

Figura 5 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelo tecido empresarial (elaboração

própria) ............................................................................................................................ 52

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

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Sumário

1 – Introdução ....................................................................................................................1

2 – Resiliência e Vulnerabilidade Regional: Revisão de Literatura .....................................3

2.1 Resiliência: conceito e tipologia................................................................................3

2.2 Resiliência económica regional .................................................................................5

2.4 Pandemia, resiliência e vulnerabilidade.....................................................................9

3 – Estudo Empírico ......................................................................................................... 11

3.1 – Motivação e objetivos do estudo empírico............................................................ 11

3.2 – Dados e Metodologia ........................................................................................... 12

a) Recolha de informação e respetivas metodologias ................................................. 12

b) Tratamento da informação e respetivas metodologias............................................ 14

3.3 – Enquadramento do estudo empírico: a CIM-RC ................................................... 15

3.4 - Apresentação e discussão de resultados ................................................................ 20

a) Medidas promovidas pela CIM-RC .................................................................... 22

b) Medidas Sanitárias de Reação à Pandemia ......................................................... 22

c) Medidas de Promoção Económica ...................................................................... 33

d) Medidas de Promoção Social ............................................................................. 41

e) Iniciativas do tecido empresarial e da sociedade civil ......................................... 46

4 – Conclusão .................................................................................................................. 57

5 – Estágio Curricular ...................................................................................................... 60

5.1 – O Centro de Investigação em Economia e Gestão (CeBER) ................................. 60

5.2 – Enquadramento do Estágio na Plataforma Coimbra 2030 e objetivos ................... 60

5.3 – Análise crítica ...................................................................................................... 61

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 63

Anexos

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

1

1 – Introdução

O presente relatório de estágio integra-se no âmbito do Mestrado em Economia,

ramo de especialização de Economia Industrial para obtenção do grau de Mestre pela

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. O estágio foi realizado no CeBER –

Centre for Business and Economics Research, em colaboração com a Plataforma para o

Desenvolvimento da Região de Coimbra 2030, Task Force Covid-19.

O vírus SARS-CoV-2, originário de uma província chinesa, foi rapidamente

propagado a nível internacional, obrigando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a

declarar uma situação pandémica, em março de 2020. Perante uma crise de saúde pública, a

resiliência dos sistemas socioeconómicos foi testada, levando regiões a implementar

medidas que mitigassem os efeitos nefastos da Covid-19, desde a imposição de

confinamentos gerais obrigatórios e o encerramento das fronteiras, até ao encerramento do

comércio e atividades económicas locais não essenciais. A elevada dependência económica

do comércio internacional de Portugal e a internacionalização dos processos produtivos

nacionais, transformou a crise de saúde pública numa crise económica, de consequências

sociais indesejáveis.

Dada a importância destas medidas ao nível económico e social, a presente

investigação reflete a análise da resiliência do território da Comunidade Intermunicipal da

Região de Coimbra (CIM-RC), perante a atual pandemia. Esta investigação tem como

objetivo o levantamento e o mapeamento das medidas para combater os efeitos económicos

e sociais, implementadas pelos órgãos autárquicos, pelo tecido empresarial e pela sociedade

civil da CIM-RC. A partir dos dados recolhidos, será realizada uma análise territorial para

observar o nível de adaptação e de dinamismo dos agentes intervenientes, mais

concretamente das autarquias e das empresas ao contexto pandémico.

Este estudo pretende contribuir para identificar, no território da CIM-RC, as condições de

resiliência e de adaptação a contextos económicos especialmente adversos aí existentes,

provenientes tanto dos poderes públicos locais, como das organizações privadas e da

sociedade civil.

A metodologia utilizada para esta investigação passou pela realização de um

levantamento prévio de medidas implementadas pelas Câmaras Municipais, empresas e

sociedade civil, através da conceção e implementação de um questionário, da revisão de

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

2

jornais e de websites. A informação inicialmente recolhida foi posteriormente

complementada com entrevistas e reuniões realizadas com responsáveis da CIM-RC, dos

Grupos de Ação Local (GAL) e com questionários realizados à Câmara Municipal de

Condeixa-a-Nova e à empresa ScalesOceans, Lda., situada na Figueira da Foz. Com todos

os dados obtidos, a organização e tratamento dos mesmos foram feitos de modo a ser possível

o mapeamento das iniciativas no território da CIM-RC.

Este relatório está estruturado em duas partes: uma primeira parte correspondente a

um enquadramento teórico, com revisão de literatura e uma segunda parte que integra o

estudo empírico realizado. Em relação à revisão de literatura são examinados estudos que

contribuem para a análise da resiliência dos sistemas socioeconómicos, principalmente da

resiliência económica regional. É exposta a relação entre vulnerabilidades e especificidades

territoriais, bem como a sua contribuição para a resiliência económica perante uma situação

de crise. Por último, é evidenciada a relação destes tópicos com a pandemia Covid-19 e os

seus efeitos.

No contexto do estudo empírico, depois de apresentadas a metodologia e as questões de

pesquisa às quais esta investigação tenciona dar resposta, é descrito o contexto de análise,

ou seja, a CIM-RC, incluindo a sua composição territorial e a sua especialização económica

dada através dos Quocientes de Localização. São também identificados os Grupos de Ação

Local (GAL) que funcionam na CIM-RC, uma vez que são importantes organizações de

dinamização económica local. São depois apresentados os resultados, nomeadamente

através de mapas e tabelas. A sua análise e discussão é feita de modo a procurar evidenciar

algumas das condições de resiliência económica (e também vulnerabilidade) que se podem

observar no contexto da CIM-RC.

Por fim é realizada uma exposição do estágio efetuado na instituição CeBER e uma

reflexão crítica sobre a experiência profissional num contexto pandémico.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

3

2 – Resiliência e Vulnerabilidade Regional: Revisão de Literatura

Ao longo deste ponto serão apresentados e analisados os conceitos-chave da

investigação realizada, designadamente os conceitos de resiliência económica e de

vulnerabilidade, a partir da revisão da literatura efetuada. Reconhecendo a relação entre

vulnerabilidade/resiliência e as características regionais e locais, é introduzido também o

conceito de territórios de baixa densidade, dando assim expressão a uma dualidade

económica e social observável na CIM-RC como se apresentará mais adiante. Por fim,

relaciona-se a crise pandémica causada pela Covid-19 com as questões da vulnerabilidade

territorial e da resiliência.

2.1 Resiliência: conceito e tipologia

A literatura (Gonçalves, 2017; Pinto e Pereira, 2014; Porter et al., 2012; Santos,

2009, Soria et al., 2007) é consensual relativamente à origem do conceito de resiliência, na

medida em que este conceito surgiu na Física e tinha como objetivo avaliar a relação

existente entre a força aplicada e a deformação provocada num objeto. Após ter sido

estendida às ciências sociais, através da Psicologia, a resiliência tornou-se num conceito

interdisciplinar, relacionando-se com o crescimento e com o desenvolvimento humano e

social.

Numa abordagem transversal, a resiliência é a capacidade de um sistema persistir

diante da mudança e prosseguir com o processo de desenvolvimento Folke (2016). A

resiliência é uma característica inconstante dos sistemas, na medida em que pode evoluir

consoante a natureza e a direção do desenvolvimento de uma região (Martin, 2018).

É possível classificar a resiliência em diversas categorias, em função dos agentes

intervenientes, do espaço e do tempo. Relativamente aos agentes, e segundo Soria et al.

(2007), a resiliência pode ser individual ou comunitária. Enquanto a primeira consiste na

interação entre o agente (criança ou adulto) e a estrutura (realidade do agente) levando ao

desenvolvimento de acordo com as adversidades, a segunda consiste na interação entre um

grupo de agentes e a estrutura, cujo objetivo é o de superar desafios coletivos, através da

mobilização das solidariedades sociais. Em relação ao espaço, segundo Castro e Lourenço

(2020), a resiliência pode ser in loco (se a adaptação ao choque ocorre no território

geográfico, utilizando os recursos locais) ou ex loco (se não ocorre no território geográfico,

implicando a necessidade capital de mobilidade e da respetiva deslocação). Em relação ao

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

4

tempo, a resiliência de um sistema pode ser vista em três momentos: antes, durante e após o

choque, que correspondem à resiliência antecipatória, reativa e de recuperação. No que

respeita à resiliência antecipatória ou estratégica, Santos (2009: 38) explica que não se

baseia apenas na capacidade de suportar os choques, mas na “capacidade de prever, de

planificar e de orientar o sistema no longo prazo”. Com esta, as organizações locais

conseguem identificar os choques futuros mais prováveis cujas consequências podem ser

severas sobre as economias. Segundo Martin (2018: 9), a resiliência como desenvolvimento

de adaptação conforme resposta ou antecipação a um choque é refletida no fenómeno bounce

forward – que indica a “capacidade de reestruturação, reorientação e transformação

económica” de um sistema, reduzindo a vulnerabilidade da economia local. Já a resiliência

reativa e a de recuperação são conceções de resiliência que têm como objetivo absorver ou

tolerar, e restaurar, respetivamente, a economia ao ponto pré-choque, tal como Santos (2009)

e Martin (2018) expõem. Estes processos de autocorreção capazes de colocar a economia na

situação inicial (pré-choque) são denominados por fenómeno bounce back, apresentado por

Martin (2018) e por Gonçalves (2017).

Tal como é exposto na literatura (Folke, 2016; Santos, 2009), para além de um

conceito, a resiliência pode ser um pensamento. Este pensamento resiliente reflete-se,

segundo Folke (2016: 3), na necessidade que os “sistemas socio ecológicos têm de ser

orientados para a flexibilidade e emergência”. Tal como expõe Santos (2009), esta

orientação torna as trajetórias de desenvolvimento mais sustentáveis, perante o dinamismo

existente nos sistemas. Considerando a economia um sistema dinâmico (Pinto e Pereira,

2014; Simmie e Martin, 2010), a resiliência económica tem sido estudada através de uma

ótica evolucionista. Numa adaptação aos sistemas socioeconómicos, a resiliência é avaliada

através da resistência à perturbação e da velocidade de regresso ao estado estacionário. Deste

modo, é analisada como a capacidade de adaptação aos choques referentes ao espaço e ao

tempo.

Dada a importância para a teoria evolucionista, estes autores refletem sobre a diferença entre

os conceitos de adaptação e de adaptabilidade. A partir de Pinto e Pereira (2014) se, por um

lado, a adaptação – também designada de resiliência estática – consiste na resposta do

sistema a um choque a partir de um modelo de desenvolvimento regional com bons

resultados obtidos anteriormente, numa situação pré-choque, por outro lado a adaptabilidade

– também considerada de resiliência dinâmica – é a capacidade de o sistema alterar a

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

5

trajetória utilizada anteriormente (independentemente dos resultados) por uma nova

trajetória que promova a evolução interna do sistema.

Esta abordagem evolucionista defende que, para analisar a possível evolução do sistema,

existe a necessidade de o delimitar entre territórios. Este pensamento defende ainda que a

diversidade territorial e a partilha de conhecimento entre setores, bem como a existência de

uma base económica diversificada (não muito dependente de um único setor económico),

proporciona um elevado nível de resistência e de resiliência às regiões.

2.2 Resiliência económica regional

De acordo com Martin (2018: 9), a resiliência económica regional consiste na

“capacidade de uma região recuperar com sucesso de choques económicos que desviam ou

têm potencial para desviar a economia do seu crescimento”. As regiões podem recuperar dos

choques económicos através da sua resistência, da sua reposição ou através da superação, tal

como expõe Gonçalves (2017). A resistência significa que a região é dotada de uma estrutura

socioeconómica bem definida e com total controlo e capacidade de absorção dos efeitos dos

choques. Na recuperação pela reposição, a estrutura socioeconómica apresenta elasticidade

suficiente para, após se retrair com os efeitos da perturbação, repor o crescimento em

situação pré-choque. Em relação à recuperação pela superação, a região após absorver os

maiores efeitos do choque e de repor a situação económica, reposiciona o seu modelo de

desenvolvimento fortalecido.

No entanto, os choques económicos podem apresentar efeitos com elevada severidade,

colocando um impedimento à economia regional de recuperar até ao seu ponto de equilíbrio

pré-choque. Deste modo, com base na teoria evolucionista, a literatura (Martin, 2018; Pinto

e Pereira, 2014; Simmie e Martin, 2010) é consensual no que respeita à rejeição da existência

de um único ponto de equilíbrio, devido aos sérios efeitos dos choques. Com isto, é a partir

da reação aos choques económicos que se analisa a resiliência de uma região. Nas palavras

de Pinto e Pereira (2014: 6),

“sistemas pouco resilientes podem ver as suas trajetórias de crescimento ser interrompidas por

choques e, posteriormente, ficarem bloqueados em trajetórias de declínio de longo prazo e

equilíbrios com um baixo desempenho, enquanto sistemas mais resilientes podem encontrar

trajetórias de longo prazo mais virtuosas e estados estacionários com desempenho superior.”

Estas questões relativas às trajetórias de crescimento e ao desempenho de um

sistema revelam a influência que a resiliência apresenta numa economia e,

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

6

consequentemente, no desenvolvimento de uma região (Martin, 2018). A resiliência

económica, considerada por Santos (2009) um instrumento de orientação para o

desenvolvimento estratégico de regiões, consiste num processo de interdependência entre

quatro dimensões, a “vulnerabilidade, a resistência, a reorientação e a capacidade de

recuperação” Martin (2018: 12).

Como já foi mencionado, diferentes regiões reagem de maneiras distintas a um

mesmo choque económico, já que cada uma apresenta características estruturais

socioeconómicas únicas. Essas características estruturais influenciam a resiliência de uma

economia regional perante um choque, sendo capazes de, num cenário positivo, reduzir a

vulnerabilidade e de ampliar a resistência regional Martin (2018). Todavia, este autor atribui

às regiões mais frágeis a capacidade de construírem a sua resiliência, promovendo o

crescimento e desenvolvimento económico e às regiões mais resistentes a ideia de que a

resiliência deve ser continuamente renovada. Assim, as regiões devem estabelecer um

objetivo de crescimento e executá-lo através da flexibilização das cadeias utilizadas pelas

empresas locais, do apoio à inovação e ao investimento em novos produtos e tecnologias, da

promoção de uma força de trabalho altamente qualificada e de uma infraestrutura local

moderna. Aliando esta transformação estrutural à capacidade de antecipação a eventuais

choques e à promoção de uma cultura empreendedora, a região estimula a confiança

empresarial que irá conceber uma recuperação mais rápida a um choque.

Portanto, para que exista um aumento da capacidade de recuperação e da resistência, as

regiões devem incentivar e promover condições quer de adaptação, quer de adaptabilidade,

para que a economia reoriente as suas atividades à medida que o ambiente económico,

tecnológico e competitivo se altera.

Tendo por base o estudo realizado por Pietro et al. (2020) relativo à resiliência

económica das NUTS-II da União Europeia e às variáveis-chave que impulsionam a

resiliência após um choque externo – nomeadamente a intensidade capitalista da região

(nível de intensidade do processo produtivo regional do fator trabalho ou capital), o grau de

abertura para com o exterior e a especialização da região –, os autores retiram três

conclusões. A primeira, a de que as regiões mais abertas ao exterior se tornam menos

resistentes a choques da procura. A segunda, a de que as regiões mais intensivas em trabalho

são mais resistentes e também mais resilientes, tendo maior capacidade de adaptação a

perturbações. E a terceira, a de que as regiões mais especializadas e relativamente mais

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

7

abertas ao exterior não se tornam mais prováveis de usufruírem de uma recuperação mais

rápida a choques.

A partir destas conclusões compreende-se que o grau de abertura de uma economia

para com o exterior e o nível de especialização são fatores cruciais para aumentar a

vulnerabilidade de uma região. No contexto de uma pandemia mundial, como a que se vive

presentemente, esta leitura é inevitavelmente posta à prova.

2.3 Vulnerabilidades: territórios de baixa densidade

Perante crises e choques económicos, as regiões ficam mais expostas às debilidades

estruturais, principalmente as que não se apresentam com elevados níveis de resistência.

Sendo o conceito de vulnerabilidade definido por Martin (2018: 12) como o “grau de

exposição a choques”, é simples entender a influência negativa que esta dimensão exerce

sobre a resiliência: quanto mais vulnerável for a região, menor a sua capacidade de

adaptação.

Tal como é apresentado por Gonçalves (2017: 375), num contexto de uma perturbação, a

“resiliência [de uma região] é confrontada com a vulnerabilidade inerente e com os seus

recursos disponíveis”. Desta forma, considerando que uma região resiliente perante um

choque é estimulada a constituir novas estruturas de desenvolvimento e a aproveitar nichos

de mercado anteriormente inexplorados, o confronto da economia com as suas

vulnerabilidades pode permitir o aumento da sua resistência.

A vulnerabilidade é definida pela estrutura socioeconómica da região e, através da

ótica da resiliência estratégica, está dependente do grau de conhecimento geral das situações

por parte dos agentes intervenientes. Independentemente do grau de exposição das regiões

aos choques, as respostas à vulnerabilidade devem ser controladas e desenvolvidas

permanentemente. Para isso, Folke et al. (2002) apresentam, sobretudo para as regiões mais

débeis, fatores que estas necessitam de construir para amenizar as suas vulnerabilidades. São

eles o aumento das suas competências para lidar com a incerteza e o inesperado, a promoção

da diversidade de competências na gestão dos riscos, a partilha de conhecimentos entre

diferentes áreas e a criação de oportunidades para inovações tecnológicas.

Nas estruturas socioeconómicas mais fracas e com menor capacidade de

desenvolvimento, a capacidade de resistência é menor, uma vez que perante um choque não

existe um sistema diversificado que permita a recuperação. É o que se observa nos chamados

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

8

territórios de baixa densidade. Estes territórios originaram-se através da perda de

centralidade económica e social para as regiões mais próximas dos grandes centros urbanos”

(Ferrão 2000: 46), ocorrida após a Revolução Industrial. Os polos urbanos, capazes de atrair

mão de obra qualificada e de expandir infraestruturas, transformaram-se em “polos de

prestação de serviços sociais e pessoais” Ferrão (2000: 46), deixando as áreas rurais

despovoadas e com fracas ligações aos centros urbanos.

Os territórios de baixa densidade são reconhecidos, segundo o Observatório do Quadro de

Referência Estratégico Nacional (QREN) (2013: 1), pela predominância de características

como o “envelhecimento populacional, a escassez de atividades económicas, a baixa

qualificação dos recursos humanos, a exiguidade do mercado de trabalho e a falta de

dinamismo institucional e dos serviços de apoio às atividades”. Deste modo, apresentam um

conjunto de vulnerabilidades na sua estrutura socioeconómica que não lhes permite atingir

elevados níveis de resiliência. Segundo Ramos (2014), a problemática da baixa densidade

baseia-se nas características endógenas da estrutura destes territórios, que conduzem a um

círculo vicioso de problemas estruturais e de perdas de competitividade, condicionando o

desenvolvimento regional. Apesar de terem sido fornecidos meios e infraestruturas para

promover o bem-estar populacional e a coesão territorial nacional – uma vez que a nível

nacional a divisão entre litoral e interior é nítida – os efeitos no desenvolvimento económico

e social dos territórios de baixa densidade não foram os esperados.

Estes efeitos podem, contudo, ser contrariados através de políticas de adaptação às

especificidades e vulnerabilidades territoriais. Estas políticas têm como instrumentos

privilegiados os fundos e programas europeus que promovem o desenvolvimento regional e

rural bem como a inovação e o empreendedorismo nestas áreas, aumentando a sua resistência

e resiliência. De acordo com o estudo de Cañete et al. (2018: 740), apesar da distribuição

destes programas ser promovida por agentes locais – nomeadamente pelas autarquias locais

e pelos Grupo de Ação Local –, as conclusões retiradas baseiam-se no “aumento dos

desequilíbrios económicos internos, favorecendo os municípios mais dinâmicos em

detrimento das regiões predominantemente agrárias e com população envelhecida”. De

acordo com Santos (2009: 35), estas políticas que promovem o desenvolvimento regional e

a construção da resiliência estão “dependentes da acumulação de capital social e da

aprendizagem social, que permitem (…) adquirir maior capacidade de adaptação”. Deste

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

9

modo, não existem recursos para as regiões mais vulneráveis, como os territórios de baixa

densidade, que não detém capital social e dinamismo para construírem a sua resiliência.

Assim, tendo por base Castro e Lourenço (2020), a correlação entre a

vulnerabilidade e os mecanismos de resiliência é decisiva para o progresso das regiões,

incitando ao pensamento de políticas e de reformas institucionais capazes de conferir

resiliência aos sistemas socioeconómicos mais frágeis.

2.4 Pandemia, resiliência e vulnerabilidade

Na atual crise causada pelo SARS-CoV-2, as estruturas socioeconómicas ficaram

expostas a várias perturbações, uma vez que a Covid-19 gerou um “choque instantâneo e

simultâneo negativo quer do lado da oferta quer do lado da procura” (Coelho 2020: 80), para

além de que afetou simultaneamente toda a economia mundial (Hassan et al. 2020).

Com a implementação de medidas como o confinamento geral obrigatório, o encerramento

das atividades económicas (exceto cadeias de supermercados, farmácias, bombas de gasolina

e a restauração em regime takeaway) e o encerramento das fronteiras terrestres, marítimas e

aéreas, tornou-se evidente que “o objetivo de evitar o colapso económico [entrou] em

conflito com o objetivo de combater a pandemia” (Bação e Sequeira 2020: 1). Todas as

iniciativas do âmbito da saúde pública tomadas pelos agentes decisores traduziram-se em

grandes custos económicos, incutindo um aumento das vulnerabilidades regionais (Snower,

2020).

Por exemplo, o confinamento geral obrigatório, explicado por Bação e Sequeira (2020),

gerou uma quebra na procura de bens e serviços, implicando vulnerabilidades económicas

ao nível da redução da produção e consequentes perdas financeiras, por parte dos produtores.

Com a permanência destas condições, muitas empresas nacionais encerraram por não

adquirirem lucros nem cobrirem custos fixos. A extensão destes efeitos aos fornecedores

obrigou-os a entrar no mesmo círculo vicioso de perdas económicas e de desemprego. No

entanto, o confinamento também gerou vulnerabilidades nos consumidores, cujos salários

foram reduzidos ou cujos empregos desapareceram, gerando a quebra de procura e de

consumo. Tal como Mishra et al. (2020: 5) afirmam, “o confinamento e o encerramento de

serviços influenciaram razoavelmente o PIB de cada país em aspetos económicos

substanciais”, refletindo-se, no caso de Portugal, numa variação em termos homólogos do

PIB negativa em 13,6%, no segundo trimestre de 2020 (Banco de Portugal, 2020).

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

10

Ao considerar a pandemia um choque imprevisível, Hynes et al. (2020) reconhecem

que a recuperação internacional terá efeitos de longo prazo capazes de gerar várias

vulnerabilidades em diversos setores. Para além disto, admitem a necessidade de se

promover a gestão do risco, para que os sistemas socioeconómicos não só se adaptem, mas

aproveitem o surgimento de novas oportunidades.

Ao nível nacional, o sistema socioecónomico procurou soluções de adaptação e de

adaptabilidade, que redefiniram as suas capacidades tecnológicas. Relativamente às medidas

de adaptabilidade, a reconversão dos processos produtivos das empresas foi capaz de

reorientar a capacidade de inovação do tecido empresarial. No entanto, esta reconversão não

foi possível em todas as empresas, uma vez que nem sempre a alteração dos processos

produtivos gera um aumento considerável da procura, tornando o investimento lucrativo

(Bação e Sequeira, 2020). Estas alterações através das inovações refletem a capacidade de

resiliência das atividades económicas, tal como Reardon e Swinnen (2020) defendem. De

acordo com estes autores, as adaptações podem ser categorizadas como inovações de

estratégia de negócios (serviços de entregas ao domicílio) e inovações tecnológicas

(reconversão da produção). Já em relação às medidas de adaptação, e segundo Harris et al.

(2020), face às quebras de procura e à redução do consumo, a reorganização tornou-se

necessária. Perante as medidas sanitárias como o confinamento e o distanciamento social,

que geraram quebras económicas, as inovações são também consideradas, por Reardon e

Swinnen (2020), como sociais, consistindo no aumento e na flexibilização dos turnos de

trabalho.

O estudo de Hassan et al. (2020), relativo à vulnerabilidade das empresas à Covid-

19, por comparação com as exposições em outras epidemias, conclui que existiram grandes

diferenças entre regiões geográficas, indústrias e empresas. Isto é, os resultados mostram

que empresas tecnológicas preveem grandes efeitos positivos com a pandemia, enquanto

empresas de transportes apresentaram um colapso na procura.

Deste modo, a literatura apresentada é crucial numa análise ao crescimento e ao

desenvolvimento económico, através da resiliência dos sistemas socioeconómicos, num

contexto pandémico.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

11

3 – Estudo Empírico

3.1 – Motivação e objetivos do estudo empírico

A Covid-19 propagou-se pelo mundo, originando uma crise sanitária internacional

com consequências imediatas e de médio prazo, com repercussões ao nível económico e

social. A livre circulação de pessoas e de mercadorias, derivadas da globalização, tornou

várias economias, como a portuguesa, fortemente dependentes do comércio internacional.

Ora, o combate à pandemia causada pela Covid-19 – que obrigou ao encerramento das

fronteiras e das atividades económicas consideradas não essenciais –, colocou países como

Portugal mais dependentes deles próprios e, por isso, mais expostos às suas vulnerabilidades

e mais desafiados a mostrar resiliência. A capacidade que os agentes económicos

apresentaram para se adaptar à nova realidade, de modo a cumprir as regras de controlo da

Covid-19 impostas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e a capacidade de alguns deles, para

se reconverter – transformando as suas atividades económicas – para continuarem a produzir

baseia-se na resiliência, resistência e no dinamismo próprio e do sistema socioeconómico

envolvente.

Esta investigação baseia-se na análise da resiliência e do dinamismo do território

da CIM-RC, perante a atual pandemia. O principal objetivo é o mapeamento das medidas

implementadas pelos órgãos autárquicos, pelo tecido empresarial e pela sociedade civil da

CIM-RC para mitigar as consequências económicas e sociais da Covid-19. Pretende-se

observar o nível de resiliência e de dinamismo dos agentes intervenientes, mais

concretamente das autarquias e das empresas na CIM-RC, bem como perceber se a

resiliência apresenta oscilações conforme se trate de municípios considerados mais ou menos

vulneráveis, designadamente por referência à classificação de territórios de baixa densidade.

O período de referência tido em conta neste estudo é de março de 2020 a agosto de 2020,

correspondente à primeira vaga pandémica a nível nacional.

Este relatório pretende ser um contributo para a análise do desenvolvimento

económico e social da região de Coimbra, em situação de crise, apresentando resultados de

utilidade e conhecimento público, metodicamente organizados. Deste modo, é possível

formular as seguintes questões de investigação, às quais se tenciona responder com a

discussão dos resultados:

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

12

(i) Que medidas foram implementadas pelos órgãos autárquicos destinadas a combater

a Covid-19?

(ii) Que medidas foram adotadas pelo tecido empresarial para lidar com a pandemia?

(iii) Considerando o potencial de inovação associado à Covid-19, em que medida as

empresas reconverteram os seus processos produtivos, tanto para sobreviver como

para aproveitar novas oportunidades de mercado?

(iv) Que iniciativas foram desenvolvidas pela sociedade civil para apoiar as populações

locais no enfrentamento da pandemia?

3.2 – Dados e Metodologia

a) Recolha de informação e respetivas metodologias

De modo a responder às questões de investigação estabelecidas, os métodos de

recolha de informação utilizados e as metodologias aplicadas para o seu tratamento e análise

foram múltiplos e diversificados.

Em primeiro lugar, foi realizada uma pesquisa sobre as entidades existentes no

território da CIM-RC capazes de fornecerem informações relevantes para esta investigação,

nomeadamente as câmaras municipais e a própria CIM-RC. A partir de uma das reuniões

com os estudantes do Curso de Verão da Plataforma Coimbra 2030, identificaram-se os

Grupos de Ação Local (GAL) como entidades igualmente relevantes para a obtenção de

informação.

Os GAL constituem, de acordo com o art. 3.º alínea a) do Regulamento do Regime

de Apoio ao Desenvolvimento Local de Base Comunitária nos Domínios do Apoio

Preparatório e dos Custos Operacionais e de Animação, aprovado pela Portaria n.º 52/2016,

de 24 de março, uma parceria formada por representantes locais dos setores público e

privado de um determinado território de intervenção, representativa das atividades

socioeconómicas e com uma estratégia de desenvolvimento própria. Os GAL intervêm em

representação dos agentes locais junto da CIM-RC com o intuito de promover o

desenvolvimento local através da dinamização sociocultural e económica e da promoção de

iniciativas nas áreas dos recursos humanos, da formação, do ambiente, da igualdade de

oportunidades e do género, do turismo e do património, da cultura e do apoio às atividades

produtivas. No território da CIM-RC existem 7 GAL, tal como se pode observar no Quadro

1.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

13

GAL Municípios abrangidos pela CIM-RC

AD ELO Cantanhede, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-

Velho e Penacova

ADIBER Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua

ADICES Mortágua

Coimbra Mais Futuro Coimbra

Dueceira Lousã, Miranda do Corvo, Penela e V. N. de Poiares

Pinhais do Zêzere Pampilhosa da Serra

Terras de Sicó Condeixa-a-Nova, Penela e Soure

Quadro 1 – Grupos de Ação Local da CIM Região de Coimbra

Em segundo lugar, para se proceder à recolha de informação sobre as iniciativas

públicas foi efetuada, num primeiro momento, a consulta das páginas de internet da CIM-

RC e de cada uma das 19 câmaras municipais integrantes da CIM-RC, bem como dos 7

GAL. Num momento posterior, foi realizado um questionário1 que, com a ajuda dos

estudantes do Curso de Verão da Plataforma Coimbra 2030, foi apresentado a alguns órgãos

autárquicos.

Em terceiro lugar, procedeu-se à realização de entrevistas online com várias

instituições, para complementar a informação previamente recolhida. A reunião com as

responsáveis da CIM-RC foi fundamental, uma vez que forneceram informações detalhadas

relativamente a iniciativas dos órgãos autárquicos e esclareceram a sua importância e o seu

envolvimento no combate a esta crise de saúde pública. Foram ainda facultados alguns

exemplos de iniciativas de carácter privado, bem como disponibilizado um contacto com o

GAL Dueceira (via email) para o acesso a informações relativas ao tecido empresarial.

Em quarto lugar, e a fim de identificar e analisar a reconversão de processos

produtivos de empresas, quer para produzir bens e serviços destinados ao combate à

pandemia (como Equipamentos de Proteção Individual ou EPI), quer para garantir a sua

própria sobrevivência no mercado, procurou-se obter, através de entrevistas realizadas

online com os responsáveis da AD ELO, da ADICES, da ADIBER, da Pinhais do Zêzere e

da Terras de Sicó e de alguns responsáveis da autarquia de Condeixa-a-Nova, a sinalização

dessas empresas. Dada a dificuldade no acesso à informação relativa às iniciativas

empresariais, a informação foi complementada com uma pesquisa na imprensa escrita

regional e no sítio da internet www.centro.portugal2020.pt/index.php/projetos-aprovados,

que apresenta os projetos aprovados pelo FEDER para a reconversão ou adaptação das

1 Consultar Anexo 7.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

14

empresas à Covid-19. Por esta razão, a definição do período correspondente às medidas

privadas foi desvalorizado em favorecimento da extensão da informação, admitindo-se

também um potencial enviesamento para as medidas privadas que decorreram de programas

de financiamento, por haver registo sistemático das mesmas, ao contrário de outras eventuais

medidas não financiadas.

Em quinto lugar, efetuou-se um primeiro contacto via email, seguido de contactos

telefónicos, com as empresas identificadas, às quais foi enviado um questionário2 destinado

a apurar quais as transformações operadas nos processos produtivos associados ao contexto

da pandemia e qual a sua finalidade.

Contudo, a recolha da informação apresentada neste relatório não se baseia só nas

medidas, públicas e privadas, de combate à pandemia. Através do INE, foi recolhida

informação estatística para a análise territorial, a partir da qual foram calculados os

Quocientes de Localização apresentados, por atividades e subactividades e tanto para a CIM-

RC, como para os 19 municípios que a integram.

b) Tratamento da informação e respetivas metodologias

A partir da informação recolhida junto dos órgãos da CIM-RC, foi elaborada uma

listagem de medidas adotadas por município. Procedeu-se depois à análise das medidas,

dividindo-as, desde logo, em função dos três agentes promotores identificados nas questões

de investigação: as iniciativas públicas, privadas e sociais. Após este agrupamento inicial,

foram estabelecidas as categorias gerais, cujo objetivo é representar o conteúdo das medidas

que as incluem. Depois deste tratamento inicial, seguiu-se um tratamento mais exaustivo,

cujo objetivo foi agrupar os dados por tipo de medida, de modo a criar subcategorias mais

concretas e simplificadas. Neste momento, foram tidos em conta também, os destinatários

das medidas, criando-se três grupos: os munícipes, as Instituições Particulares de

Solidariedade Social (IPSS) e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e os

serviços essenciais (profissionais de saúde, forças de segurança, proteção civil e

bombeiros…). Para as subcategorias e para os destinatários, foram criados ícones

representativos, que são utilizados nos mapas apresentados como resultado. No fim, as

medidas foram analisadas novamente, para que fossem identificados os municípios que

2 Consultar Anexo 8.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

15

apresentaram pelo menos uma das medidas de cada subcategoria, bem como para que fosse

possível elaborar o mapeamento a que este relatório se propõe.

Assim, os resultados depois do tratamento dos dados, são apresentados em mapas

e tabelas. A partir dos mapas elaborados são sinalizadas as diferentes categorias de medidas

adotadas em cada concelho, permitindo ter uma perceção dos municípios mais ativos e

dinâmicos. A partir das tabelas, são descritas as medidas pertencentes às subcategorias e o

ícone que as representa. Complementando os mapas e tabelas, os resultados são analisados

à luz dos Quocientes de Localização calculados e apresentados no Anexo 5 para os 19

municípios da CIM-RC.

3.3 – Enquadramento do estudo empírico: a CIM-RC

Este relatório baseia-se no território da CIM da Região de Coimbra (CIM-RC). De

acordo com a Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, uma CIM é uma entidade intermunicipal

constituída por contrato, celebrado entre as Câmaras Municipais integrantes (art. 80º). São

algumas atribuições das CIM, segundo o art. 81º, as seguintes:

a) Promover o planeamento e a gestão da estratégia de desenvolvimento económico,

social e ambiental do território abrangido;

b) Articular os investimentos municipais de interesse intermunicipal;

c) Participar na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional, designadamente

no âmbito do QREN; (…)

Segundo o art. 82º da Lei n.º 75/2013, os órgãos das CIM são: a) a Assembleia

Intermunicipal; b) o Conselho Intermunicipal; c) o Secretariado Executivo Intermunicipal;

d) o Conselho Estratégico para o desenvolvimento intermunicipal. A Assembleia

Intermunicipal é constituída por membros de cada assembleia municipal, eleitos de forma

proporcional, tendo em conta o número de eleitores dos municípios. O Conselho

Intermunicipal é constituído pelos presidentes das câmaras municipais integrantes, que

elegem de entre si o presidente e dois vice-presidentes. A ele cabe, entre outras

competências, definir e aprovar as opções políticas e estratégicas da CIM, submeter à

Assembleia Intermunicipal a proposta do plano de ação da CIM e o orçamento e, ainda,

propor ao Governo os planos , os programas e os projetos de investimento e desenvolvimento

de interesse intermunicipal (art. 90º, n.º 1). É também o Concelho Intermunicipal que

assegura a representação externa da CIM (art. 91º). O Secretariado Executivo executa as

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

16

deliberações do Conselho intermunicipal, dirige os serviços da CIM e efetua a articulação

entre os municípios a Administração central (art. 96º). O Conselho Estratégico é, com base

no art. 98º, n.º1, um órgão de natureza consultiva destinado a apoiar o processo de decisão

dos restantes órgãos da CIM.

A CIM-RC compreende 19 municípios: Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-

a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-

Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure,

Tábua e Vila Nova de Poiares. Todos os concelhos pertencem ao distrito de Coimbra, à

exceção dos município de Mealhada e de Mortágua, que integram, respetivamente, os

distritos de Aveiro e de Viseu.3 Desta forma, a CIM-RC abrange 227 freguesias

compreendidas numa superfície territorial de 4 336km2, correspondendo a cerca de 4,7% do

território português.

Segundo os dados da Comissão Interministerial de Coordenação relativamente aos

municípios de baixa densidade, é possível verificar que 12 dos 19 concelhos da CIM-RC,

nomeadamente Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Mortágua, Oliveira do Hospital,

Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares, são

considerados territórios de baixa densidade (Figura 1)4.

O território da CIM-RC é, portanto, dissemelhante, sendo possível observar uma

dicotomia interior/litoral. Conforme referido no ponto 2.3 deste relatório, os territórios de

3 Dada esta distinção, os municípios de Mealhada e Mortágua apresentam-se com uma cor cinzenta nas Figuras

3, 4, 5 e 6. 4 Consultar Anexo 1.

Figura 1 – Mapa dos Municípios de Baixa Densidade da Região de Coimbra, em setembro

de 2018. Elaboração própria adaptada de [centro.portugal2020.pt]

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

17

baixa densidade têm características específicas, apresentando um conjunto de

vulnerabilidades demográficas, económicas e sociais, nomeadamente pela existência de

baixa densidade populacional, pelo número reduzido de entidades dinamizadoras de

desenvolvimento rural, pelo reduzido investimento e inovação, pelas fracas relações entre o

setor público e privado e por um tecido empresarial carenciado. Deste modo, e de acordo

com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (2014: 24), os territórios de baixa

densidade são considerados “igualmente como municípios rurais”.

Perante esta diversidade socioeconómica, considera-se necessária uma simples

caracterização realizada em três dimensões: sociodemográfica, económica e administrativa.

Para o efeito, serão utilizados os indicadores estatísticos mais recentes disponibilizados pelo

Instituto Nacional de Estatística (INE).

Dimensão Sociodemográfica

Na caracterização sociodemográfica serão tidos em conta os indicadores da

densidade populacional e do índice de envelhecimento5, uma vez que, através deles, se

consegue perceber a dinâmica populacional.

Relativamente à densidade populacional, a CIM-RC apresenta 100,1 pessoas por

km2, valores inferiores à média nacional, que corresponde a 111,6 pessoas por km2. Neste

indicador percebe-se que existe uma dualidade entre os municípios do interior e do litoral,

ou seja, os valores para os municípios de Arganil, Góis, Mortágua, Oliveira do Hospital,

Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e V. N. Poiares são excessivamente

inferiores à média da CIM-RC, contrariamente aos municípios de Coimbra, Condeixa-a-

Nova, Figueira da Foz, Lousã e Mealhada que apresentam valores acima da média da CIM-

RC e da média nacional.

Em relação ao índice de envelhecimento, a CIM-RC apresenta valores de 217,5

pontos, bastante superiores aos valores da média nacional de 163,2 pontos. A nível

municipal, os concelhos de Pampilhosa da Serra e de Góis representam os valores máximos

da CIM-RC, com cerca de 530,5 pontos e de 304,5 pontos, respetivamente. É ainda relevante

mencionar os municípios de Arganil, Cantanhede, Figueira da Foz, Mira, Miranda do Corvo,

5 Os valores podem ser consultados no Anexo 2.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

18

Mortágua, Oliveira do Hospital, Penacova, Penela e Soure que apresentam índices de

envelhecimento superiores aos da CIM-RC.

Dimensão Económica

Para se realizar uma caracterização ao nível económico do território da CIM-RC é

importante saber qual o setor da atividade económica que apresenta um maior peso na

economia local. Um indicador que reflete este peso é o Quociente de Localização (QL). Tal

como Cabral e Sousa (2001) explicam, os QL são instrumentos úteis para a caracterização

interna das regiões, bem como para realizar uma comparação inter-regional e com a unidade

territorial padrão. Assim, o QL corresponde ao rácio entre o peso duma variável, num certo

ramo de atividade, numa região, em relação ao peso da mesma variável, relativa ao mesmo

ramo de atividade, numa região-padrão. Para o obter recorre-se ao indicador estatístico

relativo ao número de pessoas ao serviço por estabelecimentos por atividade económica,

sendo calculado da seguinte forma:

O valor mínimo possível de um QL é 0, significando que o setor não está presente na região,

e pode ser superior a 1, se o peso da atividade na região j for superior ao peso médio da

região-padrão.

Os valores relativos à análise do peso de todas as atividades e subactividades

económicas foram calculados quer para a CIM-RC, quer para os 19 municípios que a

integram, para o ano mais recente, que corresponde a 20186.

Relativamente ao setor primário correspondente às atividades de Agricultura,

Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca, a CIM-RC apresenta um QL agregado

normalizado (1.094). Contudo, e numa análise aos subsetores, observa-se que a CIM-RC

tem uma maior dependência relativamente à Silvicultura e Exploração Florestal, cujo QL da

CIM-RC é igual a 2.857, seguido do subsetor da Pesca e Aquicultura, cujo QL é de 1.25, e

por fim um QL reduzido (0.9) em relação ao setor da Agricultura, Produção Animal, Caça e

atividades dos serviços relacionados.

6 Os Quocientes de Localização podem ser consultados no Anexo 5.

𝑄𝐿 =

𝑁º 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖, 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑗𝑁º 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖, 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜

𝑁º 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑗𝑁º 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙, 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜

, 0 ≤ 𝑄𝐿 < ∞

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

19

Relativamente ao setor secundário, as atividades correspondentes a alguns

subsetores das Indústrias Transformadoras e dos Serviços de eletricidade e água, apresentam

pesos relevantes na CIM-RC. Mais concretamente nos subsetores relativos à indústria

alimentar, ao Fabrico de pasta, de papel, de cartão e seus artigos, ao Fabrico de mobiliário e

de colchões, à Fabricação de máquinas e de equipamentos e ao Fabrico de outros produtos

minerais não metálicos, que apresentam QL com valores iguais a1.82, 2.157, 1.767, 1.767 e

1.657, respetivamente. A CIM-RC apresenta também um QL elevado (1.613) referente ao

setor da Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás, Vapor, Água Quente e Fria e Ar Frio,

dada a produção de energia de origem eólica, geotérmica e solar pelos diferentes parques

situados pelo território regional.

Relativamente ao setor terciário, correspondente aos serviços, na CIM-RC o peso

dos Transportes e Armazenagem apresenta um valor relativamente importante (1.28), sendo

que o subsetor com maior peso é o dos Transportes terrestres e transportes por oleodutos ou

gasodutos (1.711). Em relação às atividades de investigação científica e desenvolvimento, a

CIM-RC apresenta um elevado QL (2.281) e ao setor da Educação, um QL correspondente

a 1.194. Em relação às atividades ligadas ao setor da saúde humana e apoio social, a CIM-

RC apresenta um peso relevante (1.388), considerando que depende mais das atividades de

apoio social com alojamento (1.703).

A proporção da despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) no PIB7 revela

que a CIM-RC apresenta valores de 2,37%, bastante acima dos valores relativos ao Centro

e a Portugal. Esta percentagem justifica-se pelo peso relevante do ensino superior na CIM-

RC (nomeadamente através da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico de

Coimbra) com valores correspondentes a 1,46% e o peso do tecido empresarial com valores

de 0,79%.

Dimensão Administrativa

Em relação ao número de trabalhadores da Administração Local8, é analisado o

indicador por milhar de habitantes, que demonstra que a média da CIM-RC é igual à média

nacional onde, em 2019, trabalhavam 12 funcionários nos serviços municipais por cada 1000

habitantes. Este indicador mostra ainda que os municípios de Góis e Pampilhosa da Serra

7 Os valores podem ser consultados no Anexo 5, apesar de não existirem valores para cada município. 8 Os valores podem ser consultados no Anexo 3.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

20

apresentam um maior número de funcionários públicos por mil habitantes (50 e 49

funcionários, respetivamente). Em sentido inverso encontramos os municípios de

Cantanhede e Montemor-o-Velho – com 8 funcionários públicos – e da Figueira da Foz, com

9 funcionários públicos, por mil habitantes.

3.4 - Apresentação e discussão de resultados

Nesta secção, os dados serão, em primeiro lugar, apresentados através de quadros

que explicitam a categorização e a subcategorização elaborada das iniciativas públicas e

privadas, bem como dos promotores e destinatários das mesmas. Em segundo lugar, serão

apresentados os resultados através dos quadros descritivos que definem os ícones escolhidos

e as medidas que integram as subcategorias, bem como os mapas elaborados, seguindo-se

da análise dos respetivos resultados.

Os agentes promotores das iniciativas são, como se referiu, as autarquias, as

empresas e as organizações da sociedade civil, aos quais correspondem as medidas públicas,

as medidas privadas e as medidas de origem sociais. Quanto aos destinatários das medidas

identificaram-se os seguintes grupos: munícipes, trabalhadores dos serviços essenciais

(profissionais de saúde, forças de segurança, proteção civil e bombeiros…) – doravante

serviços essenciais – e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e

Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI).

De modo a complementar este relatório com as informações obtidas, é ainda considerada a

CIM-RC como instituição promotora de medidas de combate à Covid-19, juntamente com a

proteção civil e os GAL.

Em relação às iniciativas públicas, as principais categorias correspondem às

medidas sanitárias de reação à pandemia, às medidas de promoção económica e às medidas

de promoção social, sendo desdobradas nas subcategorias apresentadas no Quadro 2.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

21

Quadro 2 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelos órgãos autárquicos

Em relação às iniciativas privadas, as principais categorias correspondem às

iniciativas de solidariedade social, medidas de apoio a serviços essenciais, iniciativas de

reconversão de processos produtivos, medidas de adaptação das atividades e espaços à

Covid-19 e medidas da sociedade civil, sendo desdobradas em subcategorias mais concretas

(Quadro 3).

Quadro 3 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelo tecido empresarial

Categorias Subcategorias

Medidas Sanitárias de

Reação à Pandemia

Encerramento e Restrições (espaços e atividades);

Fornecimento de equipamentos de proteção individual

Testagem e realização de triagem da população

Adaptação de espaços para acolhimento e prestação de

cuidados médicos

Disponibilização de apoio pela autarquia

Disponibilização de apoio a serviços de saúde

Higienização de espaços públicos

Medidas de Promoção

Económica

Alívio e Prolongamento de prazo nos pagamentos

Alívio e prolongamento de prazos de nos pagamentos pelo

comércio/indústria/serviços

Atribuição de fundos e subsídios

Promoção do comércio pela autarquia

Promoção do turismo pela autarquia

Adaptação e Promoção de eventos culturais

Medidas de Promoção Social Criação de linhas e programas de apoio aos munícipes

Ações de sensibilização pela autarquia

Atividades de voluntariado promovidas pela autarquia

Distribuição de bens alimentares

Distribuição de medicamentos

Apoio pela autarquia a estudantes do ensino obrigatório

Categorias Subcategorias

Iniciativas de Solidariedade

Social

Doação de equipamentos de proteção individual;

Doação de equipamentos de higienização;

Medidas de apoio a serviços

essenciais

Disponibilização pelas unidades de alojamento de quartos;

Iniciativas de reconversão dos

processos produtivos

Empresas que reconverteram os seus processos produtivos

para a produção de álcool gel, desinfetantes ou aparelhos e

esterilização;

Empresas que reconverteram os seus processos produtivos

para a produção de equipamentos de proteção individual;

Empresas que reconverteram os seus processos formatos de

comercialização para entregas ao domicílio;

Medidas de adaptação das

atividades e espaços à Covid-19

Empresas de investigação com projetos relativos à Covid-19;

Empresas que se adaptaram para cumprir as regras da DGS;

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

22

a) Medidas promovidas pela CIM-RC

No início da pandemia provocada pela Covid-19, o mercado não satisfazia as

necessidades dos consumidores, nomeadamente em relação à disponibilização de EPI,

provocando níveis de preço excessivos e dificuldades no acesso, principalmente pelos

serviços essenciais. De modo a combater esta situação, a CIM-RC criou uma plataforma de

gestão de stocks e de georeferenciação de casos, juntamente com um banco de reserva

estratégica para salvaguardar necessidades básicas urgentes. O objetivo desta plataforma era

promover compras agrupadas de EPI, para tentar diminuir os preços de aquisição através do

esmagamento de margens. A CIM-RC promoveu também workshops e ações de formação

para os funcionários que aderiram ao teletrabalho, para que todos os trabalhadores

mantivessem a sua eficiência laboral.

A CIM-RC participou em reuniões juntamente com a Autoridade Regional de

Saúde e a Proteção Civil, de forma a gerir a propagação do SARS-CoV-2 na região Centro.

Dada a inexperiência em lidar com uma crise pandémica, a união de sinergias entre estas

instiuições tornou-se importante e determinou o dinamismo das mesmas.

Juntamente com o GAL ADICES, a CIM-RC estabeleceu parcerias, nomeadamente

com a DOTT e os CTT, para o lançamento do mercado eletrónico regional destinado à venda

e distribuição de produtos endógenos da região Viseu Dão Lafões.

b) Medidas Sanitárias de Reação à Pandemia

A categoria relativa às medidas sanitárias de reação à pandemia integra as

iniciativas implementadas pelos órgãos autárquicos com o objetivo de controlar e mitigar o

contágio da Covid-19, bem como disponibilizar apoios em diferentes vertentes como aos

serviços essenciais, às IPSS e ERPI e aos munícipes. A partir do Quadro 4 observa-se a

descrição dos ícones utilizados no mapa e na Figura 2 é apresentado o mapeamento destas

iniciativas implementadas pelos municípios integrantes da CIM-RC.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

23

Medidas Sanitárias de Reação à Pandemia Municípios abrangidos

Encerramento e Restrições (Espaços e Atividades)

→ Encerramento do atendimento presencial nos serviços de

atendimento ao munícipe, devendo o atendimento ser

efetuado por telefone, e-mail ou correio;

→ Cancelamento de eventos promovidos pela Câmara

Municipal;

→ Proibição de acesso a parques de estacionamento;

→ Suspensão da realização de reuniões presenciais dos órgãos

municipais;

→ Suspensão da realização das feiras e de mercados;

→ Encerramento de equipamentos e instalações municipais tais

como pavilhões, campos de treino, piscinas, Bibliotecas,

Museus, Parques infantis, Postos de Turismo…

→ Restrições à entrada nos Cemitérios Municipais com

exceção das cerimónias fúnebres;

→ Restrições no acesso e na afetação dos espaços nos

estabelecimentos comerciais, de restauração ou de bebidas;

→ Todos os municípios da CIM-

RC

Fornecimento de equipamentos de

proteção individual aos munícipes → Distribuição de equipamentos de proteção individual

(máscaras, viseiras, batas, …);

→ Entrega de material a voluntários para produção de máscaras

de proteção;

→ Figueira da

Foz

→ Mira

→ Mealhada

→ Montemor-

o-Velho

→ Penela

→ Lousã

→ Mortágua

→ V. N.

Poiares

→ Góis

→ Pampilhosa

da Serra

→ Tábua

Fornecimento de equipamentos de proteção individual aos serviços

essenciais (profissionais de saúde,

forças de segurança, proteção civil,…)

→ Distribuição de equipamentos de proteção individual

(máscaras, viseiras, batas, …);

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Góis

→ Mortágua

→ Pampilhosa

da Serra

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

24

→ Colocação de barreiras físicas e/ou o uso obrigatório de

viseiras apropriadas, nas áreas de atendimento ao público

nos diversos serviços municipais;

→ Constituição de uma reserva estratégica nos serviços de

proteção civil, de bens essenciais, para a assistência e

proteção a todos aqueles que colaboram no combate à

pandemia SARS-CoV-2, ou de munícipes devidamente

identificados pelas autoridades de saúde;

→ Lousã

Fornecimento de equipamentos de

proteção individual às IPSS e Estruturas

Residenciais para Pessoas Idosas

→ Distribuição de equipamentos de proteção individual

(máscaras, viseiras, batas, …);

→ Atribuição de capital para aquisição de material

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Condeixa a

Nova

→ Figueira da

Foz

→ Mira

→ Montemor-

o-Velho

→ Oliveira do

Hospital

→ Penela

→ Soure

→ Tábua

Testagem e realização de triagem da população

→ Aquisição de testes à Covid-19 para profissionais de IPSS,

Misericórdias, bombeiros e GNR;

→ Realização de testes de rastreio à Covid-19 a grupos de

risco;

→ Investimento em testes de rastreio à Covid-19;

→ Instalação de tendas de apoio a centros de saúde;

→ Arganil

→ Góis

→ Lousã

→ Miranda do

Corvo

→ Montemor-

o-Velho

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ V. N.

Poiares

Adaptação de espaços para acolhimento e para prestação de cuidados médicos

→ Adaptação de salas de aula e o pavilhões em hospitais de

campanha;

→ Criação de centros de acolhimento;

→ Reforço da capacidade de acolhimento em equipamentos

alternativos pelas forças de segurança para idosos que não

necessitem de assistência médica;

→ Abertura de Centro de Diagnóstico Covid-19 em parceria

com laboratório de análises;

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Lousã

→ Miranda do Corvo

→ Montemor-

o-Velho

→ Oliveira do

Hospital

→ Penela

→ Tábua

→ V. N.

Poiares

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

25

Disponibilização de apoio pela autarquia aos serviços essenciais

(profissionais de saúde, forças de

segurança, proteção civil,…)

→ Disponibilização de alojamento gratuito e centros de

acolhimento;

→ Disponibilização de telemóveis para facilitar comunicação

entre médicos e utentes;

→ Acolhimento de crianças e filhos a cargo de profissionais de

saúde;

→ Criação de uma linha telefónica dedicada nos serviços de

proteção civil municipal, para intermediar com outras

entidades, nomeadamente autoridades de saúde, policiais e

Bombeiros Voluntários, quaisquer questões, emergências,

ou esclarecimentos no âmbito da pandemia;

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Figueira

→ Lousã

→ Montemor-

o-Velho

→ Oliveira do

Hospital

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penela

→ Tábua

Disponibilização de apoio pela

autarquia às IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas e aos

serviços essenciais (profissionais de

saúde, forças de segurança, proteção

civil,…)

→ Disponibilização de alojamento gratuito;

→ Acolhimento de crianças e filhos a cargo;

→ Disponibilização de quartos em unidades hoteleiras para

acolhimento dos utentes dos lares em caso de evacuação por

contaminação;

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Pampilhosa

da Serra

Disponibilização de apoio a serviços de

saúde para munícipes

→ Contactar com entidades/associações e criação de equipas

de apoio específicas para reforçar o apoio aos cidadãos que

possam vir a necessitar de ajuda ao nível da prestação de

cuidados de saúde;

→ Aquisição de ventiladores para uso hospitalar;

→ Criação de um Observatório da Terceira Idade para

acompanhar o estado geral da população sénior do concelho,

através do contacto telefónico aos idosos que se encontram

mais isolados e do acionamento de um veículo sonorizado

para prestar informações de alerta e de proteção à

população;

→ Cantanhede

→ Mealhada

→ Miranda do

Corvo

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

26

Higienização de espaços públicos → Limpeza e higienização de diversos espaços públicos com

maiores concentrações de pessoas (como farmácias, centros

de saúde, lares, centros veterinários, padarias/pastelarias,

CTT, multibancos, supermercados e hipermercados), com a

colaboração de equipas do município e Juntas de Freguesia;

→ Desinfeção dos contentores de resíduos sólidos urbanos;

→ Reforço da limpeza e desinfeção dos transportes públicos,

instalação de doseador com solução desinfetante dentro dos

autocarros e sensibilização para a aquisição atempada dos

bilhetes evitando a sua compra a bordo;

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da

Foz

→ Lousã

→ Mira

→ Miranda do

Corvo

→ Montemor-

o-Velho

→ Mortágua

→ Oliveira do

Hospital

→ Penela

→ Penacova

→ Tábua

→ V.N. Poiares

Quadro 4 – Descrição dos ícones por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados na Figura 2

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

27

Figura 2 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas às medidas sanitárias de reação à pandemia

(elaboração própria)

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

28

Analisando os dados apresentados, todas as Câmaras Municipais impuseram o

encerramento dos espaços ( ) e dos edifícios administrativos públicos – colocando os

funcionários em regime de teletrabalho de modo a manter a operacionabilidade exigida – e

o cancelamento das atividades e eventos, razão pela qual o ícone correspondente é colocado

uma única vez no mapa. Este resultado corresponde ao esperado, uma vez que estas medidas

foram impostas pelo Governo aquando do estabelecimento do confinamento geral

obrigatório. A mesma preocupação com o controlo da Covid-19 no que respeita à

higienização dos espaços públicos mais frequentados bem como à desinfeção dos

contentores do lixo ( ) verificou-se em 15 dos 19 municípios da CIM-RC, nomeadamente

em Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Lousã, Mira,

Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Penela, Penacova,

Tábua e V. N. Poiares.

Relativamente ao fornecimento de EPI ( ), como máscaras e viseiras, 18 das 19

Câmaras Municipais integrantes da CIM-RC investiram na proteção da população com a

entrega de EPI. Como é observável, os municípios decidiram disponibilizar estes

equipamentos pelos munícipes, pelas IPSS e ERPI e pelos serviços essenciais.

A maioria das autarquias (11 dos 18 municípios) entregou EPI a IPSS e ERPI ( ),

nomeadamente as de Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Miranda

do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Penela, Soure e Tábua. Esta estratégia

fica mais evidente, quando se observa, como se faz na Tabela 1, o índice de envelhecimento

e os QL das atividades de apoio social destes 11 municípios.

Argan

il

Coim

bra

Con

deix

a-

a-N

ova

Fig

uei

ra d

a

Fo

z

Mir

a

Mir

an

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o-V

elh

o

Oli

vei

ra d

o

Hosp

ital

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Índice de

Envelhecimento 278,9

205

140,8

219,7

227,5

219,8

201,5

242.7

288,4

287

216,4

Qu

oci

en

te

de

Lo

cali

zação

da

s

Ati

vid

ad

es

de

Ap

oio

Socia

l

Com

alojamento 0

0,6

3

4,5

6

1,1

7

0,1

2

3

2,1

3

1,1

8

6,2

5

2,9

0

Sem

alojamento ...

0,8

7

2,3

0,2

1

7,3

6

0,6

1

0,9

7

0,2

3

16,9

1,4

0,3

2

Tabela 1 – Índice de envelhecimento e dos QL das atividades de apoio social relativo à

análise da entrega de EPI às IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosa.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

29

Ao analisar estes dados, é possível identificar uma tendência para a entrega de EPI a IPSS e

ERPI nos municípios com uma população mais idosa, onde o índice de envelhecimento

apresenta valores muito elevados e superiores à média da CIM-RC (217,5). Porém, nos

municípios onde este índice é menor, como por exemplo em Condeixa-a-Nova (140,8), a

entrega de EPI a este grupo é justificada pelo elevado peso das atividades de apoio social

com e sem alojamento, respetivamente 4.56 e 2.3.

A distribuição dos EPI pelos munícipes ( ) foi realizada pelas autarquias de Figueira da

Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Pampilhosa da Serra,

Penela, Tábua e Vila Nova de Poiares (11 das 19). São 7 dos 12 municípios de baixa

densidade da CIM-RC (exceto Figueira da Foz, Mira e Montemor-o-Velho) e apresentam

densidades populacionais maioritariamente inferiores à densidade populacional da CIM-RC

(100,1), conforme apresentado na Tabela 2.

Fig

uei

ra

da

Fo

z

is

Lo

usã

Mealh

ad

a

Mir

a

Mo

nte

mo

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o-V

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osa

da

Serr

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Pen

ela

bu

a

V.

N.

de

Po

iares

Densidade Populacional

(n.º/km2) 15

5

14

,5

12

4

18

0

95

,4

11

0,2

35

10

,2

40

56

,9

82

,2

Índice de

Envelhecimento 21

9,7

30

4,5

14

5,2

19

6,8

22

7,5

20

1,5

31

0

53

0,2

28

8,4

21

6,4

16

2,2

Tabela 2 - Densidade populacional e Índice de envelhecimento relativos à análise da

entrega de EPI aos Munícipes

A partir desta análise, denota-se uma tendência por parte das câmaras municipais destes

territórios em distribuir EPI aos munícipes. Refletindo características específicas dos

territórios de baixa densidade, como uma população menos densa e mais envelhecida e de

menores recursos financeiros, estas autarquias implementam uma medida mais inclusiva.

Como é também observável, as autarquias de Mira, Montemor-o-Velho, Penela e Tábua

distribuíram cumulativamente EPI aos munícipes e às IPSS e ERPI.

Em relação à distribuição de EPI junto dos serviços essenciais ( ), esta medida

foi implementada por 6 municípios, nomeadamente Arganil, Coimbra, Góis, Lousã,

Mortágua, e Pampilhosa da Serra. É relevante mencionar que destes 6 concelhos, apenas

Coimbra não é um município de baixa densidade e ainda que as autarquias de Góis, Lousã,

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

30

Mortágua e Pampilhosa da Serra distribuíram estes equipamentos pelos munícipes e pelos

serviços essenciais.

As medidas relativas à testagem e à realização de triagem da população ( ) foram

implementadas por 9 das 19 autarquias da CIM-RC, mais concretamente por Arganil, Góis,

Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela e V.

N. de Poiares. Numa análise ao rastreio à Covid-19 dos grupos de risco pode-se observar a

Tabela 3 que apresenta a proporção da população residente com 65 ou mais anos na

população residente total9. Este indicador é utilizado uma vez que pertencem ao grupo de

risco pessoas com 65 ou mais anos, com doenças crónicas ou com sistemas imunitários

comprometidos (DGS, 2020). Uma vez que não se obtem o número de pessoas com doenças

do grupo de risco, considera-se para a análise toda a população com 65 ou mais anos.

Arg

an

il

is

Lo

usã

Mir

an

da

do

Co

rv

o

Mo

nte

mo

r-

o-V

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o

Pa

mp

ilh

osa

da

Serr

a

Pen

aco

va

Pen

ela

V.

N.

de

Po

iares

Proporção da população residente

≥ 65 anos, na população residente

total (%) 28

.0

30

,3

20

,1

22

,3

24

,4

38

,4

29

30

19

,4

Tabela 3 – Proporção da população residente com 65 ou mais anos para a análise relativa

à testagem e realização da população à Covid-19

Todos estes municípios, sendo territórios de baixa densidade (exceto Montemor-o-Velho),

apresentam percentagens elevadas de população residente com 65 ou mais anos,

maioritariamente superiores à média da CIM-RC (25,7%). Perante a vulnerabilidade da

população destes concelhos, expressa através do fator idade e da incidência que a Covid-19

apresenta na população mais velha, estes territórios, que apresentam maior proporção de

residentes com 65 ou mais anos que a CIM-RC, apresentam uma tendência para a

implementação de medidas de rastreio ao SARS-CoV-2.

É também observável a existência de uma associação entre a realização de testes à Covid-19

e a entrega de EPI aos munícipes, tal como ocorreu nos concelhos de Góis, Lousã,

Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra, Penela e V. N. de Poiares. Mas, as medidas no

âmbito da testagem à Covid-19 ocorreram também em municípios que efetuaram a

9 Dados relativos a 2019.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

31

distribuição de EPI às IPSS e ERPI - como em Arganil, Penela, Montemor-o-Velho e

Miranda do Corvo – e aos serviços essenciais como Arganil, Góis, Lousã, Pampilhosa da

Serra. Verifica-se, assim, uma implementação conjunta das medidas relativas à testagem à

Covid-19 e à entrega de EPI, na sua maioria em municípios de baixa densidade.

Em relação às iniciativas de adaptação de espaços para acolhimento e prestação de

cuidados médicos ( ), 10 dos 19 municípios da CIM-RC (Arganil, Coimbra, Condeixa-a-

Nova, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Penela, Tábua e

V. N. de Poiares), implementaram medidas como a adaptação de salas de aula e pavilhões

em hospitais de campanha, bem como o reforço da capacidade de acolhimento em

equipamentos alternativos pelas forças de segurança para idosos que não necessitem de

assistência médica. Através da Tabela 4, estão apresentados os QL das atividades de saúde

humana para estse 10 concelhos.

Arg

an

il

Co

imb

ra

Co

nd

eix

a-

a-N

ov

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Lo

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Mir

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Oli

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Pen

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bu

a

V.

N.

de

Po

iares

Quociente de Localização das

atividades de saúde humama 0,4

1,6

1,7

0,6

1,2

0,9

0,5

1,5

0,3

0,4

Tabela 4 – Quocientes de localização das atividades de saúde humana para análise relativa

às iniciativas de adaptação de espaços para acolhimento e para tratamento.

Observa-se que os municípios que adaptaram espaços para tratamento e acolhimento são os

que apresentam um menor peso das atividades de saúde humana na sua economia local

(exceto Coimbra, Condeixa-a-Nova, Miranda do Corvo e Penela). Por outras palavras, são

os que necessitaram de apoiar os seus serviços de saúde para combater a pandemia,

nomeadamente para auxiliar os respetivos centros de saúde. Nos municípios de Condeixa-a-

Nova, Miranda do Corvo e Penela, esta adaptação de espaços pode ser justificada pelo

elevado QL das atividades de apoio social com e sem alojamento (Tabela 1). Dada a

importância que estas atividades aí apresentam, a adaptação de espaços foi uma medida

implementada para separar os idosos infetados dos não infetados. Já no município de

Coimbra esta adaptação foi para acolhimento de pessoas sem-abrigo.

Relativamente à disponibilização de apoios a serviços de saúde a munícipes ( ),

5 das 19 autarquias da CIM-RC, nomeadamente Cantanhede, Mealhada, Miranda do Corvo,

Pampilhosa da Serra e Penacova implementaram medidas como a aquisição de ventiladores

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

32

para uso hospitalar, a criação de equipas de apoio específicas para reforçar a prestação de

cuidados de saúde.

A disponibilização de apoios aos serviços essenciais ( ) foi efetuada por 9 das 19

autarquias, nomeadamente por Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Montemor-o-

Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penela e Tábua, através de medidas como

a disponibilização de alojamento gratuito aos profissionais de saúde, de equipamentos

tecnológicos para facilitar a comunicação entre utentes e profissionais bem como a criação

de programas para acolher os filhos destes profissionais de serviços essenciais. Os

municípios que implementaram estas medidas são, exceto Pampilhosa da Serra e Penela, os

que exibem um número mais elevado de profissionais dos serviços considerados como

essenciais (médicos/as, enfermeiros/as, bombeiros/as e forças de segurança10). É também

notável que esses municípios não são considerados territórios de baixa densidade, refletindo

características económicas mais robustas e uma maior resiliência económica.

As autarquias de Cantanhede, Coimbra e Pampilhosa da Serra também disponibilizaram

estes apoios às IPSS e ERPI ( ).

Assim, os municípios de Lousã, Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra e Penela

foram os que apresentaram mais medidas implementadas pelos órgãos autárquicos para

controlarem a Covid-19, sendo, desse ponto de vista, os mais dinâmicos da CIM-RC.

Contudo, o dinamismo deve ser analisado sobretudo pela diversidade e complexidade de

medidas, bem como pela variedade de grupos abrangidos. A partir do Quadro 5, ao realizar-

se a comparação entre Montemor-o-Velho, Lousã e Penela e Pampilhosa da Serra é notório

que estes municípios apresentam o mesmo número de iniciativas (7 medidas em 10

elencadas), mas Montemor-o-Velho, Lousã e Penela implementaram iniciativas mais

abrangentes do que Pampilhosa da Serra (nomeadamente com a higienização dos espaços

públicos e a adaptação de espaços para acolhimento e para prestação de cuidados médicos).

Todavia, pode concluir-se que o concelho de Pampilhosa da Serra, caracterizado por uma

população muito envelhecida e considerado um território de baixa densidade, baseou as suas

medidas na proteção direta dos munícipes e dos serviços essenciais (através do fornecimento

de EPI) e com a disponibilização de apoios às IPSS e ERPI, compensando-lhes a não

disponibilização de EPI. Contrariamente, o município com o menor número de medidas

10 Dada a dificuldade em encontrar um indicador respeitante às forças de segurança, utiliza-se por defeito esta

caracterização. Os valores podem ser consultados no Anexo 6.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

33

implementadas foi Soure que investiu no fornecimento de EPI a IPSS e ERPI, seguido do

municípios de Mealhada que investiu na disponibilização de EPI aos munícipes e em apoios

a serviços de saúde dos munícipes.

c) Medidas de Promoção Económica

A categoria da promoção económica integra as medidas desenvolvidas pelas

autarquias da CIM-RC destinadas a apoiar os munícipes, as IPSS e as ERPI e o

comércio/serviços/indústria face aos impactos adversos causados pela Covid-19. O Quadro

5 apresenta a descrição dos ícones utilizados no mapa, bem como as subcategorias e as

medidas associadas que representam. Na Figura 3 observa-se o mapeamento destas

iniciativas.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

34

Medidas de Promoção Económica Municípios

Alívio nos pagamentos e Prolongamento de prazos para os

munícipes

→ Isenção do pagamento de taxas, (por exemplo, as

referentes à Ação Social Escolar (ATL e Refeições

Escolares);

→ Prolongamento dos prazos de todos os pagamentos e

entrega de documentos que digam respeito aos serviços

municipais, sem penalização;

→ Redução em 50 % da fatura da água, saneamento e

resíduos11 para todos os munícipes;

→ Suspensão do pagamento da taxa de estacionamento de

duração limitada em todos os parcómetros;

→ Suspensão do pagamento de rendas municipais;

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da

Foz

→ Góis

→ Mira

→ Miranda do Corvo

→ Montemor-o-Velho

→ Oliveira do Hospital

→ Pampilhosa da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Soure

→ V. N. Poiares

Alívio prazo nos pagamentos e

Prolongamento de prazos para as

IPSS e Estruturas Residenciais

para Pessoas Idosas

→ Suspensão dos prazos de renovação de licenças

municipais;

→ Redução da fatura da água, saneamento e resíduos12

paras as IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas

Idosas;

→ Arganil

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da

Foz

→ Mira

→ Miranda do

Corvo

→ Montemor-o-

Velho Oliveira do

Hospital

→ V. N. Poiares

Alívio nos pagamentos e Prolongamento de prazos para os

serviços essenciais

→ Redução em 50 % da fatura da água, saneamento e

resíduos13 para instituições como corporações de

bombeiros;

→ Arganil

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da Foz

→ Mira

→ Oliveira do

Hospital

→ Soure

11 23 24 Esta redução depende dos grupos-alvo, isto é, para 1) os munícipes: Isenção do pagamento dos consumos mensais correspondentes ao 10º escalão da Tarifa Variável de

água, 2) o comércio/indústria/serviços: Isenção do pagamento das Tarifas Fixas de água e saneamento, 3) as IPSS e ERPI Isenção do pagamento da Tarifa Fixa e da Tarifa

Variável de água e saneamento

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

35

Alívios nos pagamentos e prolongamento de prazos para o

comércio, indústria e serviços

→ Suspensão da cobrança das rendas das concessões ou

arrendamentos de espaços/edifícios municipais;

→ Redução do pagamento das Tarifas Fixas de água e

saneamento correspondentes aos consumidores "não

domésticos — comércio/ indústria/ serviços";

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da

Foz

→ Mira

→ Mealhada

→ Mortágua

→ Miranda do Corvo

→ V. N. Poiares

→ Pampilhosa da

Serra

Atribuição de fundos e subsídios → Aprovação da constituição de reservas de meios e

recursos humanos em todos os agentes municipais de

proteção civil;

→ Apoio às micro, pequenas e médias empresas, através da

prestação de informação sobre procedimentos

necessários para acesso aos programas de incentivos e

medidas de recuperação económica para salvaguarda

dos postos de trabalho;

→ Assegurar o pagamento aos agentes culturais dos

contratos já celebrados;

→ Adiantamento do valor médio dos subsídios concedidos

pela autarquia como apoio às entidades desportivas e

culturais, mediante compromisso de apresentação de

candidatura no presente ano civil;

→ Atribuição de subsídios a coletividades concelhias;

→ Pagamento de reformas ao domicílio;

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Góis

→ Mealhada

→ Montemor-

o-Velho

→ Oliveira do

Hospital

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Soure

→ V. N. de

Poiares

Promoção do comércio pela

autarquia → Promoção do comércio local;

→ Criação de uma rede de distribuição ao domicílio de bens

e produtos alimentares através dos pequenos

comerciantes e produtores locais;

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Figueira da

Foz

→ Lousã

→ Mortágua

→ Oliveira do

Hospital

→ Pampilhosa da

Serra

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

36

→ Entrega de vales para ajudar as famílias mais carenciadas

e promover o comércio local;

→ Mealhada

→ Miranda do

Corvo

→ Montemor-o-

Velho

→ Penela

→ Soure

→ Tábua

→ V. N. Poiares

Promoção do turismo pela

autarquia → Disponibilização de plataformas para divulgação do

território;

→ Sensibilização para a obtenção do selo “CLEAN &

SAFE” do Turismo de Portugal

→ Figueira da

Foz

→ Pampilhosa

da Serra

→ Tábua

Adaptação e Promoção de

eventos culturais → Reagendamento de espetáculos não realizados;

→ Disponibilização de serviços online pelas Bibliotecas

Municipais;

→ Promoção da retoma de hábitos culturais;

→ Promoção de espetáculos (entre eles drive-in);

→ Promoção de formações online e webminares;

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Mealhada

→ Miranda do

Corvo

→ Mortágua

→ Pampilhosa da

Serra

→ Penacova

→ Penela

→ V. N. Poiares

Quadro 5 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados na Figura 3

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

37

Figura 3 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas às medidas de promoção económica (elaboração

própria)

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

38

Através da Figura 3, pode-se observar que a maioria dos municípios (16 dos 19

pertencentes à CIM-RC), exceto Mealhada, Mortágua e Tábua, implementou medidas

relativas ao alívio nos pagamentos de taxas e ao prolongamento dos prazos de pagamentos

( ), sendo que nem todos aplicaram os auxílios a todos os destinatários identificados. No

que respeita aos munícipes ( ), este tipo de medidas foi implementada em 16 municípios,

dos quais Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã,

Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra,

Penacova, Penela, Soure e V. N. Poiares. Esta implementação generalizada é justificável por

serem medidas promovidas pelo Governo. No que respeita às IPSS e ERPI ( ), apenas 9

municípios da CIM-RC estenderam estas medidas a este grupo e em relação aos serviços

essenciais ( ), apenas Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Oliveira

do Hospital e Soure estenderam esta medida a corporações de bombeiros.

Em relação ao alívio nos pagamentos e ao prolongamento dos prazos para o

comércio, indústria e serviços ( ), 11 das 19 câmaras municipais (Cantanhede, Coimbra,

Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Mortágua,

Pampilhosa da Serra e V. N. de Poiares) implementaram medidas como a suspensão da

cobrança das rendas das concessões ou de arrendamentos de espaços/edifícios municipais e

a redução do pagamento das faturas da água, saneamento e resíduos.

É notável, a partir da Figura 5, que existe uma conjugação da implementação do alívio nos

pagamentos e prolongamento dos prazos de pagamento para os munícipes e para o comércio,

indústria e serviços, representando uma preocupação por parte das autarquias em auxiliar

quer os munícipes em geral, quer os comércio local.

Em relação à promoção do comércio local ( ), 14 dos 19 municípios

implementaram estas medidas através do desenvolvimento de plataformas eletrónicas para

venda de produtos endógenos e da alteração para o regime de entregas ao domicílio e

takeaway, nomeadamente Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada,

Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da

Serra, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares. Através da Tabela 5, são apresentados

os QL que revelam a importância do setor do comércio a retalho, da agricultura, da

silvicultura e da pesca em cada um destes 14 concelhos.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

39

Can

tan

hed

e

Coim

bra

Fig

uei

ra d

a

Foz

Lou

Mealh

ad

a

Mir

an

da d

o

Corvo

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Mortá

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Oli

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o

Hosp

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Pam

pil

hosa

da S

err

a

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

V.

N.

de

Poia

res

Comércio A

Retalho

0,9

1,2

0,8

1,2

1,1

1,2

0,7

0,7

1,1

1,2

0,6

1,4

4

0,5

1,1

Agricultura

Produção

Animal e

Caça 2,4

0,5

0,8

0,5

1,2

2,5

4

0,8

1,2

0,7

2,5

0,6

0,2

Silvicultura

e

Exploração

Florestal 0,8

0,2

0,8

0,8

0,5

1,8

0,7

12,3

0,7

1,1

2,3

1

1,7

Pesca e

Aquicultura 0,5

0,3

3,7

0

0

0

0,6

0

0

0

0

Tabela 5 – Quocientes de Localização do comércio a retalho face à análise dos alívios nos

pagamentos e prolongamentos de prazos para o comércio, indústria e serviços.

Observa-se que estes 14 municípios apresentam uma dependência ligeira relativamente ao

QL do comércio a retalho, como é o caso de Coimbra, Lousã, Mealhada, Miranda do Corvo,

Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Soure e V. N. de Poiares cujos valores são iguais

ou superiores ao QL da CIM-RC (1.1).

Os restantes municípios, apesar de não apresentarem uma dependência do comércio local,

têm uma dependência do setor primário relevante. Nos concelhos de Cantanhede, Figueira

da Foz, Montemor-o-Velho, Mortágua, Penela e Tábua, uma parte significativa da população

trabalha no setor da Agricultura, Produção Animal, Caça e atividades dos serviços

relacionados, da Silvicultura e Exploração Florestal e da Pesca e Aquicultura. Deste modo,

estes concelhos promoveram o comércio e estimularam o mercado local para favorecer a

economia local e, consequentemente, a população ocupada nestas atividades.

Em relação ao apoio a eventos ( ), e com os impactos causados pela pandemia no

setor da cultura, 10 dos 19 municípios da CIM-RC (Cantanhede, Coimbra, Mealhada,

Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Pampilhosa da Serra, Penacova e V. N.

de Poiares), implementaram medidas de promoção de eventos culturais apostando também

na readaptação para serviços online das Bibliotecas Municipais.

Observando as infraestruturas usadas para promover eventos cultuais, dos 18 recintos de

espetáculos presentes na CIM-RC, Coimbra e Miranda do Corvo apresentam um número

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

40

considerável de recintos no seu território, 8 e 2, respetivamente. Para além disto, ao analisar

o peso que o setor das atividades de teatro, música, dança e outras14 representa, denota-se

que apenas Coimbra e Miranda do Corvo apresentam uma dependência relevante destas

atividades. É, contudo, observável que os restantes municípios que não apresentam uma

dependência desta atividade são concelhos vizinhos, colocando-se em consideração a

implementação de medidas por efeito de vizinhança.

Relativamente à atribuição de fundos e subsídios ( ), os 11 municípios que

implementaram esta subcategoria de medidas foram os de Cantanhede, Coimbra, Góis,

Mealhada, Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Oliveira do

Hospital e V. N. de Poiares.

Em relação às iniciativas de promoção do turismo ( ), apenas 3 câmaras

municipais as implementaram, através da disponibilização de plataformas eletrónicas para

divulgação do território. Estes concelhos, nomeadamente Figueira da Foz, Pampilhosa da

Serra e Tábua apresentam características relevantes que justificam estas iniciativas.

Considerando a estada média, o número de dormidas e o número de hóspedes que deram

origem a essas dormidas, o valor da CIM-RC corresponde a 1.7 dias e os valores para estes

3 concelhos são, respetivamente, 2, 1.9 e 3.7 dias15. Isso mostra um elevado peso do turismo

nestes municípios.

Após esta análise, os municípios que implementaram mais medidas de promoção

económica foram Coimbra, Figueira da Foz, Pampilhosa da Serra e V. N. de Poiares. Destes

4 concelhos com o maior número de iniciativas, Pampilhosa da Serra e V. N. de Poiares são

territórios de baixa densidade, enquanto Figueira da Foz e Coimbra são cidades com maior

prosperidade socioeconómica. O dinamismo dos concelhos de baixa densidade demonstra

uma preocupação com a coesão económica e social da população, através da imposição dos

mesmos alívios para o comércio, indústria e serviços, bem como para os munícipes.

Observa-se ainda que a promoção do comércio é importante para todos os concelhos,

independentemente do seu grau de desenvolvimento. Para além disto, reconhecendo o peso

do turismo na Figueira da Foz, em Tábua e na Pampilhosa da Serra, a promoção desta

14 Consultar Anexo 4. 15 Os valores relativos a este indicador estão apresentados no Anexo 4.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

41

atividade, seja através de plataformas como através da sensibilização para a importância do

selo Clean&Safe, demonstra a necessidade destes concelhos em manter essa dependência.

d) Medidas de Promoção Social

A categoria da promoção social inclui medidas com o objetivo de promover o bem

estar geral e a proteção da população contra o vírus SARS-CoV-2, através de ações de

voluntariado, de sensibilização e de linhas de apoio. Inclui ainda medidas que promovam a

igualdade no acesso a bens essenciais e à educação. A partir do Quadro 6 são descritos os

ícones utilizados no mapa, bem como subcategorias que eles representam e as medidas que

as incluem, e a partir da Figura 4 observa-se o mapeamento destas iniciativas.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

42

Medidas de Promoção Social Municípios abrangidos

Criação de linhas e programas de apoio aos

munícipes

→ Linha telefónica da ação social e saúde para dar resposta aos pedidos

de pessoas isoladas ou em situação de carência económica, para assegurar o transporte de géneros alimentares e medicamentos ao

domicílio, proporcionando ainda apoio psicossocial às pessoas mais

fragilizadas;

→ Equipa de Intervenção em Situações de Exceção para dar resposta aos pedidos de apoio das pessoas em situação de carência e entregar

ao domicílio bens alimentares e outros produtos de primeira

necessidade;

→ Programas para combater o isolamento, sedentarismo e entretenimento infantil

→ Linha de apoio à Covid-19

→ Programa de apoio para munícipes que possam necessitar de

prestação de cuidados de saúde;

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da Foz

→ Lousa

→ Mealhada

→ Mira

→ Montemor-

o-Velho

→ Mortágua

→ Oliveira do

Hospital

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Soure

→ Tábua

→ V. N. Poiares

Ações de sensibilização

pela autarquia → Criação de uma equipa para sensibilização das pessoas sem-abrigo

para a COVID-19;

→ Realização de ações de sensibilização e esclarecimento para as IPSS

e Associações;

→ Sensibilização das juntas de freguesia para o incentivo de formas

alternativas ao atendimento presencial para prevenção do vírus;

→ Sensibilização para o isolamento social voluntário;

→ Arganil

→ Coimbra

→ Figueira da Foz

→ Miranda do

Corvo

→ Montemor-

o-Velho

→ Mortágua

→ Oliveira do Hospital

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Tábua

Atividades de voluntariado

promovidas pela autarquia → Criação de Bolsa de Voluntariado para o combate à pandemia

Covid-19;

→ Elaboração de projetos de solidariedade para entrega de

equipamentos de proteção individual

→ Angariação de voluntários para produção de equipamentos de proteção individual

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Lousã

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Soure

→ V. N. Poiares

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

43

Distribuição de bens alimentares aos munícipes

→ Promoção e implementação ao apoio direto da população com a

distribuição de bens alimentares e de primeira necessidade às famílias economicamente mais fragilizadas e expostas a situações

de carência económica;

→ Aquisição e doação de cabazes de compras, com bens de primeira

necessidade, aos agregados familiares dos alunos mais necessitados

→ Distribuição de refeições escolares, em regime de entrega ao

domicílio, a todos os alunos que necessitem

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Coimbra

→ Condeixa-a-

Nova

→ Figueira da Foz

→ Góis

→ Lousã

→ Mealhada

→ Mortágua

→ Montemor-

o-Velho

→ Oliveira do Hospital

→ Pampilhosa

da Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Soure

→ Tábua

→ V. N. de

Poiares

Distribuição de bens alimentares às IPSS e

Estruturas Residenciais

para Pessoas Idosas

→ Criação de serviço de apoio às IPSS e Estruturas Residenciais para

Pessoas Idosas na entrega das refeições aos utentes no âmbito do Apoio Domiciliário

→ Condeixa-a-

Nova

→ Soure

Distribuição de medicamentos ao

munícipes

→ Promoção de iniciativas para a distribuição/entrega de medicação e

informações relevante a idosos, pessoas com mobilidade reduzida, pessoas em situação de isolamento profilático, em situação de

quarentena e infetadas pelo vírus Covid-19;

→ Arganil

→ Cantanhede

→ Condeixa-a-Nova

→ Figueira da

Foz

→ Góis

→ Lousã

→ Mealhada

→ Oliveira do

Hospital

→ Mortágua

→ Pampilhosa da

Serra

→ Penacova

→ Soure

→ Tábua

→ V.N.de Poiares

Apoio pela autarquia a

estudantes do ensino obrigatório

→ Promoção de iniciativas para garantir o acesso às aulas online;

→ Entrega de equipamentos informáticos;

→ Entrega de materiais lúdico-pedagógicos e manuais escolares;

→ Disponibilização de transportes escolares;

→ Arganil

→ Figueira da Foz

→ Mealhada

→ Miranda do

Corvo

→ Mortágua

→ Pampilhosa da

Serra

→ Penacova

→ Penela

→ Tábua

→ V. N. Poiares

Quadro 6 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios utilizados na Figura 4

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

44

2

Figura 4 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas às medidas de promoção social (elaboração

própria)

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

45

Em relação à criação e à promoção de linhas de apoio à população ( ) para

esclarecimentos sobre o isolamento social, esclarecimentos sobre a Covid-19, violência

doméstica e programas de apoio para assegurar a entrega de bens essenciais (como bens

alimentares e medicamentos), cerca de 17 das 19 Câmaras Municipais da CIM-RC

implementaram iniciativas desta subcategoria. Foram elas, como Arganil, Cantanhede,

Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho,

Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila

Nova de Poiares.

Relativamente à distribuição de bens alimentares ( ), de um modo geral todas as

autarquias promoveram e implementaram medidas de apoio direto para as famílias

economicamente mais fragilizadas e expostas a situações de carência económica, bem como

para os agregados familiares dos alunos mais fragilizados ( ), nomeadamente Arganil,

Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Montemor-o-

Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure,

Tábua e Vila Nova de Poiares. Destes 18 municípios, Condeixa-a-Nova e Soure criaram

serviços de apoio às IPSS e ERPI na entrega das refeições aos utentes ( ).

Em relação à entrega de medicamentos ( ), as 13 autarquias que promoveram a

sua distribuição a idosos, a pessoas com mobilidade reduzida, a pessoas em situação de

isolamento profilático, em situação de quarentena e infetadas pela Covid-19, foram Arganil,

Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mortágua,

Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Soure e Vila Nova de Poiares.

Perante as iniciativas de sensibilização à Covid-19 ( ), 11 dos 19 concelhos

promoveram campanhas de esclarecimento para o isolamento voluntário para IPSS e ERPI

como para pessoas sem-abrigo, nomeadamente Arganil, Figueira da Foz, Montemor-o-

Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Tábua e

Vila Nova de Poiares.

Relativamente às atividades de voluntariado promovidas pelas autarquias ( ), 8

das 19 câmaras municipais (Arganil, Cantanhede, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penacova,

Penela, Soure e V. N. de Poiares), basearam-se na criação de bolsas de voluntariado com o

objetivo de apoiar o combate à Covid-19, sendo também promovida a angariação de

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

46

voluntários para a produção de EPI e para o desenvolvimento de projetos de solidariedade

para a entrega de equipamentos.

De modo a garantir a igualdade no acesso ao ensino, o apoio a estudantes do ensino

obrigatório foi realizado por 10 municípios (Arganil, Figueira da Foz, Mealhada, Miranda

do Corvo, Mortágua, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Tábua e V. N. Poiares), através

de medidas capazes de garantir o acesso dos estudantes às aulas online, da entrega de

equipamentos informáticos, como tablets e manuais escolares e cadernos de atividades e da

disponibilização de transportes escolares gratuitos para os alunos.

Assim, a implementação de iniciativas de promoção social foi mais

homogénea por parte dos municípios da CIM-RC, tal como se pode observar, não existindo

distinções entre territórios de baixa densidade e territórios mais robustos.

e) Iniciativas do tecido empresarial e da sociedade civil

A categoria relativa às medidas implementadas pelo tecido empresarial inclui

iniciativas de solidariedade social, como a realização de doações de EPI e álcool-gel a órgãos

autárquicos ou a IPSS e ERPI, de apoio aos serviços essenciais e de reconversão dos

processos produtivos das empresas. A partir do Quadro 7 são descritos os ícones utilizados

no mapa com as respetivas subcategorias que eles representam, bem como as medidas que

incluem. Na Figura 5 observa-se o mapeamento destas iniciativas.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

47

Ícone Iniciativas de solidariedade social Empresas

Doação de equipamentos de proteção individual

Arganil

→ SOS Arganil;

Cantanhede

→ Mundo molduras, Lda.;

→ Ventiplast, Lda.;

Coimbra

→ Instituto Pedro Nunes;

→ Universidade de Coimbra;

Figueira da Foz

→ MICROplásticos S.A;

→ ScalesOceans, Lda.;

Doação de equipamentos de higienização

Lousã

→ Carranca Redondo, Lda. (Licor Beirão);

Mira

→ MVP Distribuições, Unipessoal Lda.;

Mealhada

→ Eixorientador, Lda.;

Montemor-o-Velho

→ DIVA – Cerveja Artesanal;

Penacova

→ Naturdermo, Lda.;

Ícone Iniciativa de reconversão processos produtivos Empresas

Empresas que reconverteram os seus processos para a produção de

álcool gel, desinfetantes ou aparelhos de esterilização;

Coimbra

→ Greendet, Lda.;

→ TIS – Techonological and Intelligent Systems, Lda.;

Condeixa-a-Nova

→ Farmolabor – Produtos Farmacêuticos, S.A.;

Lousã

→ Carranca Redondo, Lda. (Licor Beirão);

Mira

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

48

→ Tacha-Representações, Lda.;

Montemor-o-Velho

→ DIVA – Cerveja Artesanal;

Mortágua

→ FHC Farmacêutica, S.A.;

Empresas que reconverteram os seus produtos para a produção de

equipamentos de proteção individual

Cantanhede

→ Mundomolduras – Comércio de molduras, Lda. numa parceria com

Ekolor, Urva Bike Team e Imobiliária Nova Central;

→ Ventiplast, Lda.;

Figueira da Foz

→ Michael Folke Wiberg (MFW) – Importação e Exportação Lda.;

→ MICROplásticos, S.A;

→ ScalesOceans, Lda.;

→ Walking Habit;

Lousã

→ Meia Mania Unipessoal, Lda.;

→ My Dara International, Lda.;

Mira

→ DOM Mira, Lda.;

Montemor-o-Velho

→ Process Plas, Lda.;

Mortágua

→ Filipa Van Brabant- Clothing, Lda.;

Oliveira do Hospital

→ Azuribérica - Têxtil S.A.;

→ DAVION - Indústria de vestuário S.A.;

→ Dressing World Unipessoal, Lda.;

→ OHMASCARAS, Lda.;

→ WellGiven, Lda.;

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

49

Empresas que reconverteram os seus formatos de comercialização para

entregas ao domicílio;

Coimbra

→ BIZARRO & BIZARRO Lda.;

→ Briosa do Mondego – atividades hoteleiras, Lda.;

→ DUX - TABERNA URBANA, Lda.;

→ Farmácia Paula Murta;

→ PEREIRA LOPES & BOTELHO, Lda.;

Condeixa-a-Nova

→ CORDEIROVENDING - SERVIÇOS DE VENDING, Lda.;

→ TRILHOS E SAVANAS, Lda.;

Lousã

→ Coisas da Quinta, (ARCIL)

→ Coração da Terra

Montemor-o-Velho

→ Farmácia Dias Amaral

→ Farmácia Oliveira Ribeiro

→ Padaria Pastelaria Arca Doce, Lda.

→ Queijadinha-Doçaria Conventual

Ícone Medidas de Adaptação de atividades e espaços à Covid-19 Empresas

Empresas que se adaptaram para cumprir as regras da

Direção Geral da Saúde

Arganil

→ Doce Abraço, Lda.;

→ Exubernumber, Unipessoal Lda.;

Cantanhede

→ Pneus Recta do Norte, Lda.;

→ SILABAPRESTÍGIO - Unipessoal Lda.;

Coimbra

→ BOM PULSO - Ginásio De Manutenção E Reabilitação, Lda.;

→ CELISC - Centro Linguístico de Coimbra, Lda.;

→ CIMDC - Centro Integrado de Medicina Dentária de Coimbra, Lda.;

→ D'OREY GOUVEIA MELO, Unipessoal Lda.;

→ DUDENTIS, Lda.;

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

50

→ Fernanda Fraga, Lda.;

→ IDESEC - Instituto De Desenvolvimento Educativo Do Centro, Lda.;

→ Limpezas Do Centro, SANTOS & CARVALHO, LDA

→ LORSENIOR - Actividades Sociais, Lda.;

→ Maria Emília Rocha Simões, Lda.;

→ PROJEDOMUS, Projetos e Instalações Elétricas Inteligentes, Lda.;

→ VIAPLANTA - Sociedade Comercial De Limpezas E Ajardinamentos,

Lda.;

Figueira da Foz

→ FORMELLA - Formação E Consultoria, Lda.;

→ QUIAIOS HOTEL - Empreendimentos Turísticos S.A.;

→ SANCHEZ, Lda.;

Lousã

→ COLQUIDA, Lda.;

→ DESTINOS ENLAÇADOS, Lda.;

→ F.A. CORTEZ & FILHOS, Lda.;

→ ISIDOVIAS – Investimentos, Lda.;

→ VERDECLICK - Soluções Energéticas, Lda.;

Mealhada

→ CERTOMA-Comércio Técnico De Máquinas, Lda.;

Mira

→ EXUMAS CONSULTING GROUP, Lda.;

Miranda do Corvo

→ AUTOGARSILVA, Lda.;

Montemor-o-Velho

→ AZENHA & GONÇALVES, Lda.;

→ CEFORCIVIL - Consultoria E Formação, Lda.;

→ Lineve, Lda.;

→ NOVAPERCAMPO, Lda.;

→ Outeiro Do Mondego Eventos - Restauração E Serviços, Lda.;

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

51

→ PATINHOS - Sociedade De Hotelaria, Lda.;

→ Sabores de Tentúgal, Lda.;

Oliveira do Hospital

→ Cooperativa Agro Pecuária Da Beira Central CRL;

→ GARGON, S.A;

Penacova

→ Hotel Rural Quinta Da Conchada, Lda.;

V. N. de Poiares

→ Associação De Desenvolvimento Integrado De Poiares;

Empresas de investigação com projetos relativos à Covid-19

Cantanhede

→ BIOCANT - Associação De Transferência De Tecnologia;

→ EXOGENUS THERAPEUTICS, S.A.;

→ LIMM THERAPEUTICS, S.A.;

Coimbra

→ LASERLEAP TECHNOLOGIES,S.A.

Penela

→ ECOEXPERIENCE, Lda.;

→ SICGEN - Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia, Lda.;

Ícone Medidas de apoio a serviços essenciais Empresas

Disponibilização pelas unidades de alojamento de quartos;

Permanência no apoio a veículos de entidades em serviço permanente;

Montemor-o-Velho

→ Campus Aquático;

→ Hotel Abade João;

→ Lourenço & Letra, Lda.;

Quadro 7 – Descrição dos ícones utilizados, por categoria e por empresas, na Figura 5

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

52

Figura 5 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelo tecido empresarial (elaboração própria)

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

53

As iniciativas de reconversão das empresas, no âmbito da Covid-19, podem ocorrer

através da alteração para a produção de álcool gel, desinfetantes ou aparelhos de

esterilização, a produção de EPI ou para modelos de entregas ao domicílio.

Em relação à alteração para a produção de álcool gel e desinfetantes ( ), estas

reconversões existiram nos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Lousã, Mira,

Montemor-o-Velho e Mortágua. Em Coimbra, a Greendet, Lda., Lda., empresa que produz

e comercializa produtos de limpeza e a TIS – Techonological and Intelligent Systems

empresa de soluções tecnológicas inovadoras, adaptaram-se à nova realidade imposta pela

Covid-19 e passaram a produzir, respetivamente, uma nova gama de produtos desinfetantes

e um equipamento móvel capaz de inativar o vírus SARS-CoV-2 através da radiação

ultravioleta. Em Mira, a empresa TACHA-Representações, Lda. que produzia pesticidas e

desinfetantes, incluiu a produção de álcool gel. A Farmolabor, S.A., em Condeixa-a-Nova,

e FHC, S.A., em Mortágua, empresas de produtos farmacêuticos, ajustaram os seus

processos para produzir álcool gel. A mesma iniciativa foi implementada pela Licor Beirão,

na Lousã, que interrompeu a sua produção de bebidas alcoólicas e se concentrou na produção

de desinfetantes e pela DIVA- Cerveja Artesanal, em Montemor-o-Velho. Estes 6

municípios apresentaram resiliência empresarial, uma vez que as empresas cujos processos

produtivos se adaptaram facilmente à produção de desinfetantes pertencem a atividades

económicas dos setores das indústrias transformadoras, nomeadamente a indústria das

bebidas, fabrico de produtos químicos e fabrico de produtos farmacêuticos. Tal como se

observa pelos QL16, estes municípios apresentam valores relevantes em pelo menos um

desses setores, justificando a capacidade de adaptação. A reconversão da empresa TIS, Lda.

enquadra-se nas atividades de investigação científica e de desenvolvimento, cujo QL é de

2.1. Em relação à reconversão das farmacêuticas de Condeixa-a-Nova e de Mortágua, a

dependência desta atividade revê-se no QL da fabricação dos produtos farmacêuticos de base

e de preparações farmacêuticas, pelo menos no município de Mortágua (QL=15,7), uma vez

que o QL de Condeixa-a-Nova está sob segredo estatístico. A reconversão da empresa de

Mira reflete-se no QL da fabricação de produtos químicos artificiais (14.4) e as empresas da

Mealhada e da Lousã, sabendo que integram a indústria das bebidas refletem-se no QL

respetivo.

16 Consultar Anexo 4.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

54

Em relação à produção de EPI ( ), as reconversões existiram nos municípios da

Figueira da Foz, Lousã, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua e Oliveira do Hospital. Para as

reconversões para a produção de máscaras e de fatos de proteção, empresas como a Michael

Folke Wiberg (MFW), Lda. (na Figueira da Foz), a Meia Mania, Lda. e a My Dara

International, Lda. (na Lousã), a DOM, Lda. (em Mira), a Filipa Van Brabant, Lda. (em

Mortágua) e a Azuribérica, S.A., a DAVION, a Dressing World, Lda., a OHMASCARAS,

Lda. e a WellGiven, Lda. (em Oliveira do Hospital), reformularam os seus processos, sendo

que algumas recorreram ao FEDER para se conseguirem readaptar. Estes 5 municípios

apresentaram resiliência empresarial, principalmente através das empresas cujos setores que

integram, se adaptam à produção de máscaras e fatos de proteção, como o setor têxtil, o setor

do vestuário e a fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas. Na da Tabela 9,

pode-se observar os QL destes municípios para os setores de atividade.

Para a produção de viseiras, acrílicos de proteção e componentes de ventiladores empresas

de fabricação de matérias plásticas, como a Ventiplast, Lda. (de Cantanhede), a

MICROplásticos, S.A, a ScalesOceans, Lda. (da Figueira da Foz) e a Process Plas, Lda. (de

Montemor-o-Velho), adaptaram os seus processos produtivos. A partir do contacto com a

ScalesOceans, Lda., empresa de artigos náuticos, a iniciativa de reconversão surgiu pela

solidariedade social, uma vez que no início da pandemia não existiam EPI suficientes para

tanta procura, nomeadamente viseiras. Assim, juntamente com outras duas entidades, a

empresa adaptou os seus processos produtivos e produziu e doou estes equipamentos de

proteção. Contudo, com o aumento da oferta no mercado, esta empresa sentiu necessidade

de colocar o produto à venda, por um preço de mercado mais justo, permitindo-lhe cobrir

alguns custos de produção. Após a primeira vaga pandémica e com o aumento da oferta

destes EPI, a empresa decidiu não continuar a sua produção, uma vez que não parou a sua

atividade principal. A ScalesOceans, Lda. introduziu ainda a produção de acrílicos para

balcões no seu portefólio.

A partir dos QL17 consegue-se justificar a readaptação dos processos produtivos da

empresa da Figueira da Foz, cujos valores da fabricação de matérias plásticas é elevado

(QL=5,4), das empresas da Lousã e de Oliveira do Hospital, pertencentes ao setor do têxtil

(QL=3,2 e QL=2,8, respetivamente). A empresa de Mira reflete-se no setor do vestuário

(QL=1.4), sendo a atividade da DOM, Lda. o calçado. As empresas dos restantes municípios

17 Consultar Anexo 4.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

55

encontram-se refletidas no fabrico de matérias plásticas, cujo QL se encontra sob segredo

estatístico.

Para as readaptações dos formatos de comercialização ( ), as iniciativas

ocorreram em Coimbra, Condeixa-a-Nova, Lousã e Montemor-o-Velho, principalmente

com unidades hoteleiras, pastelarias e restaurantes.

Relativamente às iniciativas de solidariedade social, mais concretamente a doação

de EPI ( ), observa-se que empresas como a SOS Arganil, a Ventiplast, Lda.,

Mundomolduras, Lda. o Instituto Pedro Nunes, a Universidade de Coimbra, a

MICROplásticos, S.A. e a ScalesOceans, Lda. contribuíram com a doação de EPI (viseiras)

a várias instituições, respetivamente, à Câmara Municipal de Arganil (10 000 unidades), à

Câmara Municipal de Cantanhede (100 unidades), à Câmara Municipal de Cantanhede (300

unidades), à CIM, à ONGD-SIM18 (300 unidades), à Câmara Municipal de Montemor-o-

Velho (100 unidades) e ao Hospital da Figueira da Foz.

As iniciativas solidárias relativas à doação de equipamentos de higienização ( )

ocorreram nos municípios de Lousã, Mira, Mealhada, Montemor-o-Velho e Penacova,

através das empresas Licor Beirão, Lda., MVP (com 194 unidades de álcool gel doados aos

Bombeiros Voluntários, à GNR, à Obra do Frei Gil e à Cercimira), Eixorientador, Lda.,

DIVA – Cerveja Artesanal (com 300 litros de desinfetante) e Naturdermo, Lda. (com 30

litros de desinfetante oferecidos à Corporação de Bombeiros de Penacova).

Estas doações ocorreram no início da pandemia, quando não existia no mercado oferta

suficiente para a elevada procura, principalmente de EPI, mas também de álcool gel e

desinfetantes.

Nas iniciativas de apoio aos serviços essenciais ( ), as empresas que efetuaram

medidas que se enquadram nesta categoria foram, na sua maioria, empresas de alojamento,

sendo que as únicas informações obtidas foram relativas ao concelho de Montemor-o-Velho,

com a disponibilização de quartos para os profissionais dos serviços essenciais pelo Campus

Aquático e pelo Hotel Abade João. Existiu também a implementação de apoio permanente

a veículos de entidades em serviço permanente, como ambulâncias, pela empresa de

reparação e manutenção automóvel Lourenço & Letra, Lda..

18 Organização Não Governamental para o Desenvolvimento – Solidariedade Internacional a Moçambique.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

56

Relativamente às medidas de adaptação de atividades e espaços à Covid-19 ( ),

empresas de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada, Mira,

Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penacova, Oliveira do Hospital e V. N. de Poiares

utilizaram o FEDER como apoio para adaptarem as suas atividades às regras estipuladas

pela Direção-Geral de Saúde de modo a ser-lhes permitido continuar com as suas atividades.

As empresas de investigação e desenvolvimento com projetos relativos à Covid-19

( ), localizam-se nos municípios de Cantanhede, Coimbra e Penela. Estas empresas

desenvolveram investigações para perceber a foto-inativação da Covid-19 – pela

LASERLEAP TECHNOLOGIES, S.A. (em Coimbra) –, a deteção e avaliação da presença

da Covid-19 no ar, em espaços fechados – pela BIOCANT –, o tratamento de insuficiência

aguda pela Covid-19 através das células estaminais – pela EXOGENUS THERAPEUTICS,

S.A. –, a função das células linfoides inatas na proteção de complicações renais em pacientes

com Covid-19 – pela LIMM THERAPEUTICS, S.A. –, em Cantanhede, a valorização de

óleos alimentares como agentes bioativos no combate ao Sars-Cov-2 – pela

ECOEXPERIENCE, Lda. –, o desenvolvimento e produção de anticorpos anti-Sars-Cov-2

pela SICGEN, Lda., em Penela. Pelos valores dos QL das atividades de investigação

científica e de desenvolvimento e outras atividades de consultoria, científica, técnicas e

similares19, é possível entender o peso que a investigação e o desenvolvimento tem nestes 3

municípios, justificando a capacidade destes municípios apresentarem estas iniciativas.

Ao nível das iniciativas da sociedade civil, as comunidades locais aproveitaram a

internet e criaram grupos nas redes sociais – como por exemplo no Facebook – para a partilha

de informações e de iniciativas de entreajuda para a população, nomeadamente para a da

região Centro, através o Grupo “Covid-19 Zona Centro”. É ainda através destes grupos que

são iniciadas ações de apoio na recolha de bens essenciais para diversas comunidades e

realizada a partilha de informações para eventuais questões que possam existir na sociedade.

Foram também criadas redes de apoio entre vizinhos na Lousã, por exemplo, como a

Plataforma SOS Vizinho que, com o apoio da Cooperativa António Sérgio para a Economia

Social, da Altice, da GoParity, da AGEAS e da “Lous@ em Rede” permitiu que a população

mais vulnerável fosse auxiliada com a compra de bens essenciais, como alimentação e

medicamentos.

19 Consultar Anexo 4.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

57

4 – Conclusão

Perante a necessidade de implementar medidas de combate e de mitigação da

Covid-19, e das respetivas consequências, à realidade territorial, os órgãos autárquicos, as

empresas e a sociedade civil colocaram em prática diversas iniciativas, com os seus recursos

disponíveis. Os resultados obtidos permitem responder às questões que deram origem a esta

investigação, enunciadas na subsecção 3.1..

(i) Em relação às câmaras municipais, os tipos de medidas implementadas foram as

classificadas como de reação à pandemia, como a entrega de EPI, adaptação de

espaço, testagem da população, higienização de espaços públicos, encerramento e

restrições e a disponibilização de apoios a serviços de saúde e a profissionais de

saúde. Contudo, as autarquias colocaram ainda em prática medidas de carácter

económico, com o objetivo de mitigar as consequências da Covid-19, como alívios

nos pagamentos dos munícipes e do comércio/indústria, prolongamento de prazos

de entrega de documentos, atribuição de fundos e subsídios, e promoção do

comércio local e do turismo. Adotaram, ainda, medidas de carácter social, como

realização de ações de sensibilização, criação de bancos de voluntariado,

disponibilização de refeições às famílias carenciadas, e entrega de bens e

medicamentos à população isolada ou com dificuldades.

(ii) Ao nível empresarial existiram medidas de carácter solidário, medidas de adaptação

e de adaptabilidade, com o objetivo de combater a pandemia. O excesso de procura

registado no início da pandemia em relação aos EPI e, consequentemente, o preço

excessivo destes bens fez transparecer a solidariedade social das empresas,

demonstrando a sua preocupação e sensibilidade para com a comunidade

envolvente. Para as atividades essenciais existiu a obrigatoriedade do cumprimento

das regras sanitárias, através de medidas de adaptação de espaços e, para as

empresas que apresentavam a capacidade e recursos suficientes, através de medidas

de reconversão.

(iii) Várias empresas na CIM-RC reconverteram os seus processos produtivos. Na

fabricação de EPI destacam-se empresas do setor têxtil, do vestuário, das matérias

plásticas e borrachas, enquanto na fabricação de desinfetantes sobressaem empresas

do setor das bebidas, produtos farmacêuticos, produtos de limpeza e empresas

tecnológicas.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

58

(iv) Foi possível mapear também algumas iniciativas da sociedade civil na CIM-RC,

principalmente as que se traduziram na mobilização através das redes sociais e da

criação, com parceiros estratégicos, de redes de entreajuda.

Após a apresentação e discussão dos dados, conseguem-se retirar algumas

conclusões. A primeira das quais diz respeito às medidas públicas, onde o dinamismo dos

municípios da CIM-RC foi geral, com iniciativas de implementação básica como a

desinfeção de espaços, a disponibilização de EPI pelo menos a um grupo destinatário, o

encerramento e restrições de espaços, os auxílios nos pagamentos e prolongamento de prazos

(a munícipes e comércio/serviços/indústria) e medidas de promoção social.

A segunda conclusão, é que as medidas de proteção direta da população, como o

fornecimento de EPI a IPSS e ERPI e aos munícipes e a realização de testes de rastreio à

Covid-19, se concentrarem nas regiões com uma população mais idosa, em que a população

com 65 ou mais anos corresponde aproximadamente a 30% da população total, e com

atividades económicas dependentes dos serviços de apoio social, tendo como exemplos os

municípios de Lousã, Pampilhosa da Serra e Penela – territórios de baixa densidade. Assim,

e denotando a não implementação de muitas iniciativas desta categoria por concelhos mais

resistentes ao nível económico e social, pode-se perceber que os territórios de baixa

densidade foram mais dinâmicos e resilientes.

A terceira conclusão refere-se à atribuição por quase todos os municípios de auxílios

económicos, nomeadamente aos munícipes e ao comércio, e à promoção do comércio,

demonstrando a dependência da CIM-RC ao setor primário e ao comércio a retalho e

refletindo uma questão de necessidade em contexto de crise.

A quarta conclusão é relativa aos territórios de baixa densidade não apresentarem, na sua

maioria, iniciativas promovidas pelo tecido empresarial, resultado expectável, uma vez que

o fraco dinamismo empresarial é uma especificidade destes territórios. Contrariamente, os

de Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mealhada, Mira e Montemor-

o-Velho apresentaram iniciativas de reconversão e de solidariedade social, bem como

projetos de investigação e desenvolvimento para o combate à Covid-19.

Da análise realizada sobre o nível de dinamismo territorial, constatou-se que, para

iniciativas privadas existe uma predominância de medidas nos concelhos mais resistentes e,

por isso, com melhores recursos e capacidades instaladas para se demonstrarem resilientes

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

59

face à pandemia. Por outro lado, para iniciativas públicas, os territórios de baixa densidade

da CIM-RC apresentaram medidas mais dinâmicas e abrangentes, o que pode ser

interpretado como sinal de que o motor da sua capacidade de resiliência foi a necessidade.

Espera-se que este relatório seja uma mais-valia para o conhecimento da resiliência

e da vulnerabilidade económica do território da CIM-RC. De notar que este relatório foi

realizado no âmbito da primeira vaga pandémica e que, durante as duas vagas seguintes,

muitas destas medidas foram melhoradas, desenvolvidas e dinamizadas por todo o território,

gerando homogeneidade dos sistemas socioeconómicos e demonstrando a necessidade que

as regiões têm de construir a sua resiliência económica e estimular a confiança empresarial.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

60

5 – Estágio Curricular

5.1 – O Centro de Investigação em Economia e Gestão (CeBER)

O Centre for Business and Economics Research (CeBER) é o Centro de

Investigação em Economia e Gestão da Faculdade de Economia da Universidade de

Coimbra. Fundado em 2016, rege-se pelos estatutos da Universidade de Coimbra e tem como

missão realizar atividades de investigação científica fundamental aplicada às áreas da

economia e da gestão, bem como fomentar a inter-relação com outras áreas do

conhecimento. O CeBER forma investigadores e presta serviços de conhecimento e de

desenvolvimento avançados à comunidade envolvente, procurando o avanço e a

disseminação do conhecimento científico e promovendo a colaboração interdisciplinar entre

investigadores, professores e estudantes da Universidade de Coimbra e membros de outras

instituições. Estrategicamente orientado para a inovação e para o desenvolvimento, o CeBER

inclui três pilares de investigação (clusters temáticos) – Organização e desenvolvimento;

Instituições e políticas para o desenvolvimento sustentável e Decisões e políticas de saúde.

(www.uc.pt/uid/ceber, 2020)

A estrutura de gestão do centro de investigação é composta pelo Diretor, Doutor

Luís Dias, e pelos Subdiretores, Doutora Marta Simões e Doutor Pedro Godinho. O CeBER

tem 3 Coordenadores dos seus clusters temáticos, que fazem igualmente parte da sua

Comissão Científica, conjuntamente com o Diretor e com os coordenadores dos programas

de doutoramento associados às áreas de investigação do CeBER. Dispõe ainda de um

Conselho Consultivo Científico Externo, composto por três personalidades estrangeiras de

renome nas áreas da economia e da gestão.

5.2 – Enquadramento do Estágio na Plataforma Coimbra 2030 e objetivos

O estágio curricular realizado no CeBER para a obtenção do grau de mestre em

Economia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, enquadra-se na

Plataforma para o Desenvolvimento da Região de Coimbra – Coimbra 2030 (adiante

Plataforma). Esta Plataforma tem como parceiros estratégicos a Universidade de Coimbra

(através do CeBER), a Comunidade Intermunicipal de Coimbra (CIM-RC) e o Instituto

Pedro Nunes. A Plataforma visa apoiar o desenvolvimento económico e social da Região de

Coimbra, através da recolha e disponibilização de informação sobre os incentivos à atividade

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

61

económica, sobre a coesão social e as políticas públicas, bem como as tendências de

mercado, perante a atual crise pandémica causada pela Covid-19, incluindo as consequências

económicas e sociais daí decorrentes.

Este estágio integra o Laboratório de Investigação da Plataforma contribuindo com

a realização de atividades de investigação científica de suporte ao desenvolvimento de

políticas públicas de qualidade. Deste modo, o contributo deste relatório para a Plataforma

consiste na realização de um mapeamento das medidas implementadas pelos órgãos

autárquicos, pelo tecido empresarial e pela sociedade civil na CIM-RC, bem como das

iniciativas de reconversão de processos produtivos e outras dinâmicas de adaptação, para

combater os efeitos económicos e sociais da Covid-19. Para além do mapeamento, a análise

do nível de dinamismo e de adaptação dos municípios integrantes da CIM-RC é também um

contributo para o desenvolvimento e resiliência da região, em contexto de crise.

A duração do estágio foi de 5 meses (de Setembro de 2020 a Janeiro de 2021) e,

apesar de me fornecerem um espaço próprio no CeBER, a maioria do estágio foi realizada

em teletrabalho, dada a situação pandémica.

Ao longo destes meses, as minhas tarefas foram exclusivamente focadas na

investigação para a elaboração do relatório de estágio, que é compatível com um estágio

realizado num centro de investigação. As tarefas realizadas foram:

(i) Listagem inicial das iniciativas e medidas implementadas pelas autarquias, pelas empresas

e pela sociedade civil na CIM-RC para combater a Covid-19;

(ii) Realização de questionários e entrevistas para a recolha de informação;

(iii) Realização de reuniões com responsáveis da CIM-RC e Grupos de Ação Local para

conhecimento das organizações, estabelecimento de contactos e recolha de informação

relevante;

(iv) Organização e tratamento dos dados recolhidos;

(v) Análise da informação e elaboração do relatório de estágio.

5.3 – Análise crítica

A realização do meu estágio no CeBER forneceu-me a oportunidade de colocar em

prática uma das vertentes que o curso em Economia oferece: a investigação. Aliando esta

oportunidade ao prévio conhecimento da instituição, foi-me proporcionado um profundo

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

62

conforto e bem-estar, bem como uma total disponibilidade para qualquer necessidade que

ocorresse.

Contudo, a situação pandémica causada pela Covid-19 afastou-me da instituição e

das suas atividades presenciais, afetando a interação com os seus investigadores, a

participação em conferências e seminários e a colaboração noutros projetos de investigação.

Este afastamento foi a grande dificuldade do estágio, não me proporcionando uma

experiência plena de um estágio de investigação e limitando a partilha de experiências e de

conhecimentos com outros investigadores. Uma segunda dificuldade baseou-se numa

execução mais lenta das tarefas iniciais, o que causou algum atraso na recolha de informação.

Porém, com a permanente ajuda e cooperação das minhas orientadoras, Doutora Catarina

Frade e Doutora Rita Martins, estas dificuldades foram sendo ultrapassadas.

Deste modo, o balanço deste estágio curricular é positivo, fornecendo-me uma

experiência em investigação que, apesar de singular, me dotou e desenvolveu capacidades

profissionais importantes, como o aumento da exigência profissional, o incremento de

competências de disciplina pessoal, a capacidade de análise crítica e a inter-relação da

matéria económica com a aplicação prática da mesma.

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

63

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ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Anexos

Anexo 1- Municípios e Freguesias de baixa densidade, em setembro de 2018 [fonte:

centro.portugal2020.pt]

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Anexo 2 – Indicadores estatísticos relativos às dimensões demográfica e territorial [fonte:

ine.pt]

20 Elaboração própria, adaptada de ine.pt

Demográfica Territorial

Densidade

Populacional

(Nº/Km2)

Índice de

Envelhecimento

População residente (N.º) Superfície

(km2)

Freguesia

(Nº)

Total ≥ 65

anos

Proporçã

o 20

2019 2019 2019 2019 2011 2011

Portugal 111.6 163.2 - 92 212 4 260

Região De

Coimbra

100.1 217.5 43392

3

11148

0

25.7 4 336 227

Arganil 33.1 278.9 11014 3087 28.0 333 18

Cantanhede 89.6 238.8 35011 9482 27.1 391 19

Coimbra 420.1 205 13416

6

34789 25.9 319 31

Condeixa-A-

Nova

127.9 140.8 17733 3470 19.6 139 10

Figueira Da

Foz

155 219.7 58747 15054 25.6 379 18

Góis 14.5 304.5 3805 1151 30.2 263 5

Lousã 124 145.2 17158 3448 20.1 138 6

Mealhada 180 196.8 19914 4671 23.5 111 8

Mira 95.4 227.5 11832 3131 26.5 124 4

Miranda Do

Corvo

100.6 219.8 12708 2835 22.3 126 5

Montemor-O-

Velho

110.2 201.5 25224 6155 24.4 229 14

Mortágua 35 310 8803 2716 30.9 251 10

Oliveira Do

Hospital

82.1 242.7 19253 5104 26.5 235 21

Pampilhosa Da

Serra

10.2 530.5 4037 1549 38.4 396 10

Penacova 63.2 299.8 13694 3960 28.9 217 11

Penela 40 288.4 5397 1615 29.9 135 6

Soure 64.6 287 17120 5189 30.3 265 12

Tábua 56.9 216.4 11368 2731 24.0 200 15

V. N. de

Poiares

82.2 162.2 6939 1343 19.4 84 4

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Anexo 3 - Indicadores estatísticos relativos às dimensões económica e político-

administrativa [fonte: ine.pt]

Económica Político-Administrativa

Poder de

Compra

Per Capita

Estada Média nos estabelecimentos de

alojamento turístico

(N.º)

Trabalhadores da

Administração Local

(Mil Habitante)

2017 2019 2019

Portugal 100,00 12

Região De Coimbra 93,69 1.7 12

Arganil 68,20 1.6 19

Cantanhede 79,79 2.3 8

Coimbra 128,71 1.5 10

Condeixa-A-Nova 77,91 1.5 12

Figueira Da Foz 94,96 2 9

Góis 63,97 1.7 50

Lousã 80,57 1.6 11

Mealhada 86,91 1.4 16

Mira 72,20 2.3 17

Miranda Do Corvo 67,32 2.1 14

Montemor-O-Velho 70,98 2.4 8

Mortágua 74,13 2.4 16

Oliveira Do Hospital 74,52 1.5 13

Pampilhosa Da Serra 64,57 1.9 49

Penacova 63,71 2 14

Penela 69,97 1.6 22

Soure 70,67 1.8 14

Tábua 68,63 3.7 18

V. N. de Poiares 70,54 2.1 17

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Anexo 4 – Quocientes de localização das atividades económicas pelos diferentes municípios da região de Coimbra, em 2018. [Elaboração

própria, adaptado de ine.pt]21

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas A

rgan

il

Can

tan

hed

e

Coim

bra

Con

dei

xa

-a-

Nova

Fig

uei

ra d

a

Foz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da d

o

Corv

o

Mon

tem

or-

o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra d

o

Hosp

ital

Pam

pil

hosa

da S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Agricultura, produção animal, caça, floresta e

pesca

0.9

78

1.9

11

0.3

81

0.5

72

0.9

78

1.8

54

0.5

01

0.9

42

1.5

68

2.1

63

3.0

46

3.2

69

0.6

85

1.8

9

0.8

78

1.0

19

1.9

2

0.6

64

0.5

62

1.0

94

Agricultura, produção animal, caça e atividades

dos serviços relacionados

0.4

89

2.4

24

0.4

65

0.6

57

0.7

62

0.4

55

1.1

78

1.2

04

2.4

95

4.0

58

0.7

66

1.0

79

0.3

74

0.7

2.5

32

0.6

07

0.2

38

0.9

Silvicultura e exploração florestal 2

.768

0.7

82

0.1

46

0.4

86

0.8

08

6.8

09

0.7

94

0.5

09

0.1

42

1.8

1

0.7

1

12.2

5 4

0.6

48

2.6

14

2.3

01

1.0

41

1.7

22

2.8

57

Pesca e aquicultura 0

0.4

83

0.3

12

0

3.6

95

0

0

9.8

71

0

0.5

72

0

0.2

34

0

0

0

1.2

5

Indústrias extrativas

Outras indústrias extrativas

1.5

73

0.1

39

6.5

44

1.7

41

0

0

0

0

0

0

7.2

9

0

0.5

5

Indústrias transformadoras

1.6

32

1.4

2

0.4

49

1.0

47

1.1

01

0.8

81

1.5

3

1.1

96

1.4

0.3

18

0.5

83

1.5

6

1.8

62

0.4

37

0.6

32

1.2

24

1.1

47

3.2

76

1.5

56

1.0

17

21 As células vazias presentes na tabela 2 correspondem a cálculos incompletos dada a omissão de valores por parte do INE

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas

Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da

do C

orv

o

Mon

tem

or

-o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra

do

Hosp

ital

Pam

pil

hos

a d

a S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Indústrias alimentares

1.3

49

1.0

56

0.7

08

1.4

08

1.5

43

0.3

91

1.1

45

0.2

86

1.9

07

0.4

02

1.1

31

0.2

31

1.4

49

0.8

17

0.4

51

2.7

03

1.4

3

0.9

28

0.9

78

1.8

15

Indústria das bebidas

0.4

16

2.1

21

0.3

06

0.8

7

0

7.3

36

0

1.4

93

0.2

73

0

6.0

48

0.2

26

0

1.0

19

Fabricação de têxteis 0.3

55

0.5

03

0.7

09

0

3.1

45

0

2.3

82

0

0

2.7

7

0.4

14

9.6

23

0

0.2

42

Indústria do vestuário

6.4

6

0.5

76

0.1

48

0.0

46

0.5

65

0.7

5

1.3

98

0.0

77

0.0

85

0.0

48

9.7

19

0

0.1

98

0.3

52

5.5

35

0.2

02

0.7

34

Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, exceto mobiliário; Fabricação de obras de

cestaria e de espartaria

6.2

84

1.4

54

0.1

16

0.2

5

0.1

75

0.7

52

1.6

71

2.3

06

0.7

91

1.2

31

1.3

39

6.2

18

3.2

35

1.7

79

0.7

36

1.0

63

1.0

99

Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos

0

0

0.1

3

0

0

10

.08

0

0

0

0

0

0

0

0

0

2.1

57

Impressão e reprodução de suportes gravados

0.5

71

1.0

94

0.3

38

0.4

74

0

4.5

17

1.3

26

0.6

37

0

2.3

81

3.4

13

0.6

88

0.5

97

Fabricação de produtos químicos e de fibras

sintéticas ou artificiais, exceto produtos farmacêuticos

0

1.0

18

0.1

49

0

2.0

18

3.1

03

14.4

4 1

0

0

0

0

0

0.8

67

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas

Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da

do C

orv

o

Mon

tem

or

-o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra

do

Hosp

ital

Pam

pil

hos

a d

a S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e

de preparações farmacêuticas

0

1.1

4

0

0

0

0

0

0

0

15.7

2 3

0

0

0

0

0

0

0

Fabricação de artigos de borracha e de matérias

plásticas

0

0.5

73

0.0

65

5.3

74

1.9

52

0

0

0

0

0

0

0.6

91

Fabricação de outros produtos minerais não metálicos

1.2

26

0.2

75

4.6

98

1.5

55

0.0

91

3.5

2

0.5

83

0.1

23

0.1

26

5.1

83

0.3

86

0.0

69

0.4

16

1.1

34

0.7

4

0.7

19

1.6

57

Fabricação de produtos metálicos, exceto

máquinas e equipamentos 1.4

74

3.5

55

0.4

14

0.0

84

0.9

41

1.6

85

0.5

95

1.0

93

0.2

58

1.0

28

1.7

9

0.9

2.8

6

0.3

96

0.9

61

0.4

25

0.8

68

0.8

12

Fabricação de equipamento elétrico

0.4

4

16.9

2 3

16.7

2 2

0

0

0

0

0

0

0

1.1

2

Fabricação de máquinas e de equipamentos 0

6.1

3

0.5

12

0.5

74

0

0.8

08

0.0

73

0

0

0

0

1.7

67

Fabrico de mobiliário e de colchões

0.4

93

0.3

93

0.0

46

0.0

67

0.0

68

0.1

23

0.1

03

0.2

36

0.3

2

1.7

03

1.2

75

0.3

53

24

.14 1

1.9

64

Outras indústrias transformadoras

0.5

26

0.4

27

0.3

5

0.3

98

0

0.3

5

1.0

52

0.2

05

0.1

37

0.1

65

0

5.2

96

32

.22 1

1.5

Reparação, manutenção e instalação de

máquinas e equipamentos

0.1

17

0.7

57

0.6

96

1.2

68

0

0.1

82

6.7

62

1.5

34

1.5

61

0.1

54

0

0.5

28

0.4

46

0.2

14

1.0

65

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas

Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da

do C

orv

o

Mon

tem

or

-o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra

do

Hosp

ital

Pam

pil

hos

a d

a S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e

ar frio

0.5

13

3.3

59

0.7

36

0.5

26

0.7

95

1.2

78

0.6

65

0.6

72

0.7

26

1.3

54

0.2

1

5.6

58

1.2

91

0.3

88

1.1

01

0.4

17

0.6

33

1.6

13

Captação, tratamento e distribuição de água;

saneamento, gestão de resíduos e despoluição

1.5

78

1.6

12

1.2

68

0

0

0

0

0.5

57

0.1

38

0

0.7

36

0.4

15

0.9

75

Captação, tratamento e distribuição de água

1.1

65

Recolha, drenagem e tratamento de águas

residuais

1.3

42

Recolha, tratamento e eliminação de resíduos;

valorização de materiais

1.6

62

1.2

01

0

0.5

67

0

0

0

1.2

57

0.3

11

0

0

0.9

36

0.7

91

Construção

1.6

07

0.8

75

0.5

71

0.6

85

1.8

05

1.3

47

1

0.5

12

0.7

78

1.5

03

1.1

84

1.3

47

1.6

32

2.4

29

2.0

02

1.5

81

0.7

4

0.5

46

0.6

45

1.2

56

Promoção imobiliária (desenvolvimento de

projetos de edifícios); construção de edifícios

2.6

83

1.4

36

0.5

38

0.5

77

0.6

29

2.5

88

1.4

0.5

68

1.2

23

2.2

58

1.1

19

2.5

94

5.3

58

2.6

81

1.7

95

1.0

93

0.9

96

1.0

84

Engenharia civil

0.8

22

2.5

85

0.3

99

2.0

76

0.5

93

0.5

98

0.4

36

3.0

53

0.8

92

8.4

31

0

0.2

65

0.5

04

Atividades especializadas de construção

0.5

72

0.5

9

2.8

49

0.5

89

0.4

51

1.0

03

1.3

06

1.3

78

0.7

53

1.5

8

0.7

72

0.5

36

0.2

24

0.6

83

1.7

05

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas

Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da

do C

orv

o

Mon

tem

or

-o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra

do

Hosp

ital

Pam

pil

hos

a d

a S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Comércio por grosso e a retalho; reparação

de veículos automóveis e motociclos

0.9

39

1.1

02

1.2

01

0.8

68

0.7

49

1.0

38

1.0

39

0.7

49

1.1

76

1.1

88

0.6

61

0.7

1.0

02

1.0

96

0.9

82

0.6

14

1.1

93

0.5

31

1.3

68

1.0

52

Comércio, manutenção e reparação, de veículos

automóveis e motociclos

0.7

68

1.0

28

1.1

86

0.8

98

0.7

14

0.9

59

1.0

28

0.7

87

0.8

41

1.6

16

0.6

05

0.7

24

1.0

36

0.3

79

1.1

34

0.9

55

0.9

63

0.9

17

1.8

91

1.1

7

Comércio por grosso (inclui agentes), exceto de

veículos automóveis e motociclos

0.8

66

1.7

22

1.1

81

0.9

27

0.6

18

0.6

63

0.7

6

0.7

96

1.3

23

0.9

32

0.6

58

0.6

7

0.8

05

1.1

67

1.3

08

0.5

2

0.7

11

0.2

75

1.7

15

0.8

82

Comércio a retalho, exceto de veículos

automóveis e motociclos 1.0

09

0.8

66

1.2

13

0.8

36

0.8

1

1.2

1

1.1

55

0.7

21

1.1

96

1.1

92

0.6

75

0.7

07

1.0

74

1.2

36

0.8

13

0.5

72

1.4

44

0.5

44

1.1

04

1.1

13

Transportes e armazenagem

0.7

52

0.7

04

0.8

1.4

42

0.9

41

0.7

98

0.4

43

3.3

23

0.2

03

0.5

39

2.0

22

0.1

91

0.3

75

0.7

09

2.8

92

0.5

83

0.7

68

0.6

36

1.5

44

1.2

8

Transportes terrestres e transportes por

oleodutos ou gasodutos

0.6

96

0.7

1

1.5

47

0.9

33

0.3

56

3.4

64

0.5

75

2.2

86

3.1

99

1.6

56

1.7

11

Armazenagem e atividades auxiliares dos transportes(inclui manuseamento)

0.4

32

0.7

79

0.6

43

1.8

57

0

5.1

54

0

0

0

0

0

0

0.3

71

Atividades postais e de courier

0.9

4

1.0

22

1.0

92

1.3

93

Alojamento, restauração e similares

1.1

21

0.7

01

1.2

05

1.0

26

0.9

56

1.3

54

0.9

19

1.2

23

1.1

97

1.1

36

0.7

86

0.6

38

0.7

62

1.4

23

0.8

14

0.8

76

0.5

99

0.4

63

0.8

28

0.8

15

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

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Mir

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Mir

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Mon

tem

or

-o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra

do

Hosp

ital

Pam

pil

hos

a d

a S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Alojamento

1.6

83

0.4

41

1.0

32

0.7

75

1.0

69

1.6

68

1.0

77

1.5

58

1.7

97

1.7

26

0.5

25

1.1

5

1.2

26

3.0

95

0.6

55

1.6

67

0.1

88

0.4

32

0.1

46

0.6

06

Restauração e similares

0.9

68

0.7

72

1.2

52

1.0

94

0.9

25

1.2

69

0.8

76

1.1

31

1.0

34

0.9

76

0.8

58

0.4

99

0.6

36

0.9

68

0.8

57

0.6

6

0.7

11

0.4

71

1.0

14

0.9

Atividades de informação e de comunicação

0.1

1

2.3

03

0.3

04

0

0.3

59

0.4

67

0.3

28

0.3

98

0.2

25

0.0

39

0.0

85

0.8

21

Atividades de edição

2.3

11

0.2

83

0

2.0

15

0.2

88

0

0

0

0

0

0.8

26

Telecomunicações

0

2.4

72

0.4

95

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0.6

11

Consultoria e programação informática e atividades relacionadas

0.1

43

2.2

84

0.9

69

0.2

78

0

0.5

45

0.5

35

0.1

03

0.4

89

0.2

2

0.0

59

0.4

04

0

0.9

5

Atividades dos serviços de informação 0

0

2.5

97

0.5

0

0.6

33

0

0

0

0

0.8

8

Atividades imobiliárias

0.5

37

0.6

12

1.3

6

1.1

79

1.1

95

0.9

97

1.0

3

0.6

66

0.8

08

0.6

75

0.4

24

0.3

72

0.4

47

0.8

22

0.8

35

0.4

96

0.5

12

0.8

72

0.7

15

0.6

46

Atividades de consultoria, científicas, técnicas

e similares

0.7

01

0.6

64

1.4

36

1.0

18

0.7

38

0.6

04

1.0

48

0.6

8

0.7

42

0.8

62

0.8

19

1.0

22

0.7

03

0.9

37

0.7

48

0.9

32

0.7

2

0.4

32

0.6

81

0.9

64

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas

Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

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Mir

a

Mir

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da

do C

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Mort

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Hosp

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Pen

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va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Atividades jurídicas e de contabilidade

0.9

81

0.7

17

1.3

51

1.1

74

0.8

39

0.7

2

1.0

1

0.5

9

0.8

69

1.1

17

0.8

33

0.5

87

0.7

18

1.2

61

0.9

3

0.4

48

0.9

72

0.5

16

0.7

58

1.1

52

Atividades das sedes sociais e de consultoria

para a gestão

0.1

37

0.4

97

1.5

63

0.7

17

0.7

95

1.3

07

0.7

48

0.6

4

0.4

61

0.6

3

0.5

71

0.8

14

0.6

41

0.8

31

0.5

79

0.6

55

0.4

38

Atividades de arquitetura, de engenharia e

técnicas afins; atividades de ensaios e de análises técnicas

0.5

48

0.4

79

1.4

37

0.9

38

0.7

26

0.8

14

1.1

19

1.0

68

0.6

73

1.0

46

0.9

87

0.3

95

0.7

88

0.8

95

0.9

06

1.1

36

0.4

58

0.4

75

0.8

01

1.2

Atividades de investigação científica e de

desenvolvimento

1.6

8

2.1

06

0.0

48

0

0.1

09

0.5

98

0

0

0

0

2.2

81

Publicidade, estudos de mercado e sondagens de opinião

0.7

24

1.2

73

0.9

62

2.9

91

0.3

26

1.4

3

1.3

41

0

0.4

69

Outras atividades de consultoria, científicas,

técnicas e similares 0.5

7

0.4

6

1.4

33

1.2

06

0.6

33

0.4

17

0.7

48

0.4

78

0.6

33

5.0

41

0.2

23

0.2

5

1.7

27

0.7

73

0.0

93

0.5

36

1.0

51

Atividades veterinárias

0.5

04

0.9

53

0.9

41

1.6

31

0.8

13

0

1.4

53

0.6

04

2.4

7

0.7

87

0

0.7

36

1.3

68

0.5

47

1.4

23

1.3

2

Atividades administrativas e dos serviços de

apoio

0.4

66

0.6

55

1.1

36

1.0

21

1.3

56

0.8

68

0.9

25

1.2

24

0.5

4

0.8

45

1.4

73

0.5

81

0.4

13

0.2

27

0.6

71

1.3

22

0.6

03

0.2

68

0.5

87

0.6

59

Atividades de aluguer

0.7

71

0.7

28

0.9

3

0.8

2

1.9

41

2.5

96

0.9

0

0

0.4

16

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas

Arg

an

il

Ca

nta

nh

e

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

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da F

oz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da

do C

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o

Mon

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o

Mort

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Hosp

ital

Pam

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erra

Pen

aco

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Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Atividades de emprego

0

0

0.6

47

0

3.4

46

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0.3

02

Agências de viagem, operadores turísticos,

outros serviços de reservas e atividades

relacionadas

0.5

85

0.5

98

1.7

96

0.7

64

0

0.9

81

0.2

68

0

0.5

07

0.4

94

Atividades de investigação e segurança 0

0

2.7

47

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0.3

5

Atividades relacionadas com edifícios, plantação

e manutenção de jardins

0.2

74

0.2

64

1.1

99

0.1

53

1.2

21

0.1

82

0.4

65

0.2

2

0.4

02

4.2

06

0.3

21

0.4

28

0.1

8

0.1

24

0.1

19

0.7

02

Atividades de serviços administrativos e de apoio prestados às empresas

0.6

28

0.9

36

1.0

63

1.5

4

1.1

52

1.4

06

0.9

86

0.7

28

1.1

56

1.0

71

0.8

09

0.5

08

0.2

55

0.9

67

0.8

84

0.3

78

0.8

11

0.9

27

Educação

0.5

31

0.7

63

1.4

53

0.9

69

0.6

74

0.3

16

0.9

18

0.6

92

0.9

49

1.0

25

0.9

16

0.4

05

0.8

29

0.4

56

0.5

48

0.8

76

1.3

66

0.3

69

0.5

99

1.1

94

Atividades de saúde humana e apoio social

0.3

68

0.4

94

1.6

1

1.7

12

0.6

37

0.5

2

0.6

06

0.5

04

0.7

87

1.1

99

0.8

63

0.4

28

0.4

58

0.1

14

0.5

12

1.5

37

1.0

06

0.2

56

0.3

8

1.3

88

Atividades de saúde humana

0.5

27

1.7

67

1.3

15

0.5

83

0.6

4

0.5

1

0.6

3

0.9

83

0.6

92

0.3

54

0.3

71

0.1

34

0.4

77

0.3

39

0.7

33

0.2

87

1.3

81

Atividades de apoio social com alojamento 0

0.2

82

0.6

31

4.5

55

1.1

69

0.2

74

0.1

2

3.0

02

2.1

28

1.1

82

0

6.2

53

2.9

44

0

1.7

03

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Municípios da CIM-RC

Setor de Atividades Económicas Arg

an

il

Can

tan

he

de

Coim

bra

Con

dei

xa

-

a-N

ova

Fig

uei

ra

da F

oz

Góis

Lou

Mea

lhad

a

Mir

a

Mir

an

da

do C

orv

o

Mon

tem

or

-o-V

elh

o

Mort

águ

a

Oli

vei

ra

do

Hosp

ital

Pam

pil

hos

a d

a S

erra

Pen

aco

va

Pen

ela

Sou

re

Táb

ua

Vil

a N

ova

de

Poia

res

Reg

ião d

e

Coim

bra

Atividades de apoio social sem alojamento

0.3

44

0.8

71

2.2

98

0.2

12

0.8

61

7.3

63

0.6

12

0.9

67

0.2

28

0

16.9

29

1.4

64

0.3

16

0

0.9

17

Atividades artísticas, de espetáculos,

desportivas e recreativas

Atividades de teatro, de música, de dança e

outras atividades artísticas e literárias

1.1

53

0.9

47

1.3

39

1.2

73

1.1

33

0.5

2

1.9

56

0.8

52

0.5

87

0.4

46

0.7

59

0.7

25

0.7

07

1.0

32

Lotarias e outros jogos de aposta

0.6

21

0.7

69

4.3

06

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

1.0

52

Atividades desportivas, de diversão e recreativas

1.3

4

0.7

62

2.9

64

1.2

76

0.7

07

0.6

45

0.6

5

4.4

8

1.6

81

0.8

94

0.6

01

1.1

45

0.6

44

Outras atividades de serviços

0.8

66

1.1

42

1.0

04

1.1

24

0.7

56

2.0

95

1.2

58

0.8

93

1.3

28

1.5

6

0.8

63

0.7

27

0.8

05

1.1

03

0.9

45

0.8

48

1.7

34

1.1

18

1.1

65

1.1

Atividades das organizações associativas

0.8

76

1.0

65

0

0.4

47

0

0

0

0

1.3

03

Reparação de computadores e de bens de uso

pessoal e doméstico

2.5

79

0.7

12

1.3

42

0.4

16

0

3.0

21

0.9

52

0.9

75

1.1

88

Outras atividades de serviços pessoais

0.8

55

1.0

02

1.0

32

1.2

28

0.8

32

1.2

35

0.9

12

1.2

79

1.6

76

0.9

51

0.5

0.6

78

1.0

95

1.9

47

0.8

88

1.3

22

1.0

71

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Anexo 5 - Proporção da Proporção da Despesa em Investigação e Desenvolvimento

(I&D) no PIB, (BASE 2016 - %) [fonte: ine.pt]

Anexo 6 – Número de profissionais dos serviços essenciais [fonte: ine.pt] Bombeiros

(Nº)

Enfermeiros

(Nº)

Médicos

(Nº)

Total

Região De Coimbra 1601 6161 5599 -

Arganil 71 47 11 129 Cantanhede 81 266 117 464

Coimbra 211 4316 4628 9155

Condeixa-A-Nova 70 191 102 363 Figueira Da Foz 91 412 365 868

Góis 39 19 2 60

Lousã 129 71 30 230

Mealhada 78 98 64 240 Mira 53 59 43 155

Miranda Do Corvo 81 70 30 181

Montemor-O-Velho 54 178 61 293 Mortágua 49 42 28 119

Oliveira Do Hospital 132 75 33 240

Pampilhosa Da Serra 77 10 2 89

Penacova 95 103 18 216 Penela 81 39 12 132

Soure 73 97 31 201

Tábua 97 45 17 159 Vila Nova De Poiares 39 23 5 67

Proporção da Despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) no PIB

(Base 2016 - %)

Total Estado Empresas Ensino

superior

Instituições

privadas

sem fins

lucrativos

% % % % %

Portugal 1.35 0.07 0.69 0.56 0.02

Centro 1.30 0.02 0.68 0.59 0.01

Região De Coimbra 2.37 0.09 0.79 1.46 0.03

ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA

Anexo 7 – Questionário destinado às autarquias

1. Pode indicar iniciativas de empresas ou outros organismos locais que tenham

reconvertido processos produtivos ou atividades para produzir bens necessários ao

combate à pandemia (ex: gel, máscaras, componentes de ventiladores, material

médico, etc.)?

2. Pode indicar iniciativas das empresas e organismos locais destinadas a assegurar a

sobrevivência das atividades económicas (ex: distribuição online, novos produtos,

entrega ao domicílio de cabazes, etc.)?

3. Que ações foram implementadas e por quem para ajudar os munícipes a enfrentar

a pandemia (ex: fornecimento de material de proteção, entrega em casa de

alimentos ou medicamentos, tarifas de água e saneamento mais baixas,

fornecimento de material informático e apoio técnico, etc.)?

Anexo 8 – Questionário destinado às empresas

1. Dada a resiliência necessária para sobreviver no mercado, o que foi necessário

reorganizar ao nível interno para a produção de produtos e serviços de combate à

pandemia? Estas adaptação representaram maior exigência financeira? Houve

necessidade de criação de novos meios/plataformas para a distribuição desses

produtos?

2. Relativamente aos novos produtos criados por causa da pandemia, a empresa

tenciona manter (ou adaptar) a sua produção desses produtos num cenário pós

pandémico?

3. Aquando do início da pandemia, os trabalhadores (ou parte deles) passaram ao

regime de teletrabalho ou a empresa criou novas dinâmicas produtivas, por exemplo,

mais turnos para manter o distanciamento social necessário? De que forma isso

afetou a produtividade?