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Rita Maria Castro Guedes Ferreira
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À
COVID-19 NA CIM COIMBRA
Relatório de Estágio no âmbito do Mestrado em Economia, ramo de especialização Economia Industrial orientada pela Prof.ª
Doutora Catarina Frade e pela Prof.ª Doutora Maria Rita Martins e apresentado à Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra para obtenção do grau de Mestre.
fevereiro de 2021
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Rita Maria Castro Guedes Ferreira
Estratégias Locais de Adaptação à Covid-19 na CIM
Coimbra
Relatório de Estágio de Mestrado em Economia, na especialidade de Economia Industrial,
apresentado à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para obtenção do grau
de Mestre.
Orientadoras: Prof.ª Doutora Catarina Frade
Prof.ª Doutora Maria Rita Martins
Coimbra, fevereiro de 2021
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
i
Agradecimentos
Este relatório representa o culminar do meu percurso académico ao nível de mestranda.
Às minhas orientadoras, Doutora Rita Martins e Doutora Catarina Frade, agradeço toda a
disponibilidade, preocupação e apoio contínuo ao longo de todo o semestre. Por terem zelado
sempre pelo meu sucesso, por me auxiliarem em todos os momentos e por me ouvirem sobre
todas ansiedades associadas a esta situação excecional em que concluo esta etapa académica.
À coordenação do CeBER/FEUC – Centre for Business and Economics Research – por me
acolherem da melhor maneira possível na entidade.
À Doutora Margarida Mano pela grande acessibilidade e por todo o apoio quando demonstrei
interesse na Plataforma para o Desenvolvimento da Região de Coimbra – Coimbra 2030,
oferecendo-me a oportunidade de investigar um tema do meu interesse.
Ao Coordenador Executivo da Plataforma Coimbra 2030, Cristóvão Monteiro, e aos
estudantes do Curso de Verão da Plataforma Coimbra 2030, por me auxiliarem na recolha
de informação e, especialmente, por me disponibilizarem informações relativas à Região de
Coimbra.
Ao Doutor Luís Moura Ramos, por toda a disponibilidade, colaboração e simpatia para com
a minha investigação.
Às representantes da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, nomeadamente à
Dr.ª Susana Ferreira, à Dr.ª Paula Silvestre e ao Responsável da Proteção Civil e Florestas
Eng.º José Lopes, por toda a informação dispensada relativa às iniciativas realizadas na
Região e aos serviços prestados pela CIM.
Aos Coordenadores dos Grupos de Ação Local pertencentes à Comunidade Intermunicipal
da Região Coimbra, pela disponibilidade e pela atenção no fornecimento de informações,
nomeadamente aos Drs. Mário Fidalgo (AD ELO), Ana Souto (Dueceira), David Leandro
(GAL Terras de Sicó), Horácio Silva (GAL Pinhal do Zêzere) e João Figueiredo (GAL
Adices).
À Vice Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Doutora Liliana Pimentel, e
à Responsável pelo Gabinete Apoio ao Empreendedor, Dr.ª Ana Bela Malo por todos os
conhecimentos concedidos.
À Dr.ª Bruna Goes, pela informação e disponibilidade dada sobre a ScalesOceans, Lda..
Aos meus pais e amigas, que sempre me acompanharam, incentivaram e acreditaram em
mim e por me proporcionarem a concretização de mais uma etapa académica.
A realização deste estudo não teria sido possível sem a ajuda de todos vós: muito obrigada.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
ii
Resumo
De modo a mitigar os contágio e os efeitos económicos e sociais causados pela
pandemia Covid-19, várias instituições públicas e privadas implementaram medidas com o
intuito de proteger a comunidade e a economia envolvente. Este relatório apresenta um
mapeamento de medidas implementadas pelos órgãos autárquicos, pelo tecido empresarial e
pela sociedade civil na CIM-RC, bem como uma análise territorial e à resiliência económica
da região ao longo da primeira vaga pandémica que ocorreu de março a agosto de 2020.
Após a recolha de informação através de pesquisas, questionários, entrevistas e reuniões
junto da CIM, das autarquias e dos GAL e a organização de informação por categorias e
subcategorias, foram elaborados quatro mapas que refletem o dinamismo e a resiliência da
região. Para complementar esta análise foi efetuado o levantamento de dados estatísticos e
calculados quocientes de localização para as todas as atividades económicas.
O território da CIM-RC demonstra uma dicotomia interior/litoral, onde as regiões
do interior, denominadas territórios de baixa densidade, são caracterizadas por uma baixa
densidade populacional, envelhecimento demográfico, dependência do setor primário e
fraco dinamismo empresarial. Estas características revelam vulnerabilidades territoriais e
uma especial preocupação perante a atual crise de saúde pública, económica e social, pois
são fatores que reduzem a resiliência económica regional. Em relação às iniciativas
implementadas pelas autarquias, classificadas como as de reação à pandemia, de promoção
económica e de promoção social, é evidenciada uma tendência para a sua adoção por parte
dos territórios de baixa densidade. O envelhecimento populacional e a dependência às
atividades de apoio social com e sem alojamento revelam-se justificativas das principais
medidas de proteção da população: a entrega de EPI e a realização de rastreio à Covid-19.
Já a implementação de medidas de promoção económica e social reflete-se na sua maioria
homogénea, uma vez que a CIM-RC depende economicamente do comércio a retalho e do
setor primário. Em relação às iniciativas do tecido empresarial – principalmente baseadas na
solidariedade social e na reconversão dos processos produtivos –, os resultados evidenciam
que os concelhos com uma relevante dependência das atividades de investigação e
desenvolvimento e dos setores cujos processos de produção são semelhantes à produção de
EPI e desinfetantes (como o têxtil, produtos farmacêuticos, das bebidas e de matérias
plásticas) são os territórios mais resistentes e, por isso, economicamente mais resilientes.
Palavras-chave: Covid-19; Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra; Resiliência
económica regional; Territórios de baixa densidade; Vulnerabilidade;
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
iii
Abstract
In order to mitigate the contagion and economic and social effects caused by the
Covid-19 pandemic, several public and private institutions have implemented measures to
protect the community and the surrounding economy. This report presents a mapping of
measures implemented by local authorities, the business fabric and civil society in CIM-RC,
as well as a territorial analysis and economic resilience of the region over the first earthquake
wave that occurred from March to August 2020. After collecting information through
surveys, questionnaires, interviews, and meetings to the CIM, the municipalities and the
LAGs and the organization of information by categories and subcategories, four maps were
prepared that reflect the dynamism and resilience of the region. To complement this analysis,
statistical data were collected, and localization quotients were collected for all economic
activities.
The territory of CIM-RC demonstrates an interior/coastal dichotomy, where the
regions of the interior, called low density territories, are characterized by a low population
density, demographic aging, dependence on the primary sector and weak business
dynamism. These characteristics reveal territorial vulnerabilities and a particular concern in
the current public, economic, and social health crisis, as they are factors that reduce regional
economic resilience. In relation to the initiatives implemented by the municipalities,
classified as those of reaction to the pandemic, economic promotion and social promotion, a
tendency towards their adoption by low density territories is evidenced. Population aging
and dependence on social support activities with and without housing are the justifications
of the main measures to protect the population: the delivery of PPE and the screening to
Covid-19. The implementation of measures for economic and social promotion is mostly
homogeneous, since CIM-RC depends economically on retail trade and the primary sector.
In relation to the initiatives of the business fabric – mainly based on social solidarity and the
reconversion of production processes – the results show that municipalities with a significant
dependence on research and development activities and sectors whose production processes
are similar to the production of PPE and disinfectants (such as textiles, pharmaceuticals,
beverages, and plastics) are the most resilient and therefore economically more resilient
territories.
Keywords: Covid-19; Comunidade Intermunicipal de Coimbra; Regional economic
resilience; Low-density territories; Vulnerability;
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
iv
Lista de siglas e abreviaturas
CIM- RC – Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra
DGS – Direção-Geral de Saúde
EPI – Equipamentos de Proteção Individual
GAL – Grupo de Ação Local
INE – Instituto Nacional de Estatística
IPSS e ERPI – Instituições Particulares de Solidariedade Social e Estruturas Residenciais
para Pessoas Idosas
OMS – Organização Mundial da Saúde
PME – Pequenas e Médias Empresas
QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional
NUTS II – Nomenclaturas das Unidades Territoriais Estatísticas de nível II
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
v
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Índice de envelhecimento e dos QL das atividades de apoio social relativo à
análise da entrega de EPI às IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosa. ............. 28
Tabela 2 - Densidade populacional e Índice de envelhecimento relativos à análise da entrega
de EPI aos Munícipes ....................................................................................................... 29
Tabela 3 – Proporção da população residente com 65 ou mais anos para a análise relativa à
testagem e realização da população à Covid-19 ................................................................ 30
Tabela 4 – Quocientes de localização das atividades de saúde humana para análise relativa
às iniciativas de adaptação de espaços para acolhimento e para tratamento. ...................... 31
Tabela 5 – Quocientes de Localização do comércio a retalho face à análise dos alívios nos
pagamentos e prolongamentos de prazos para o comércio, indústria e serviços. ................ 39
Índice de Quadros
Quadro 1 – Grupos de Ação Local da CIM Região de Coimbra ........................................ 13
Quadro 2 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelos órgãos autárquicos ..... 21
Quadro 3 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelo tecido empresarial ....... 21
Quadro 4 – Descrição dos ícones por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados
na Figura 2 ....................................................................................................................... 26
Quadro 5 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados
na Figura 3 ....................................................................................................................... 36
Quadro 6 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios utilizados
na Figura 4 ....................................................................................................................... 43
Quadro 7 – Descrição dos ícones utilizados, por categoria e por empresas, na Figura 5 .... 51
Índice de Figuras
Figura 1 – Mapa dos Municípios de Baixa Densidade da Região de Coimbra, em setembro
de 2018. Elaboração própria adaptada de [centro.portugal2020.pt] ................................... 16
Figura 2 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas
às medidas sanitárias de reação à pandemia (elaboração própria) ..................................... 27
Figura 3 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas
às medidas de promoção económica (elaboração própria)................................................. 37
Figura 4 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas
às medidas de promoção social (elaboração própria) ........................................................ 44
Figura 5 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelo tecido empresarial (elaboração
própria) ............................................................................................................................ 52
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
vi
Sumário
1 – Introdução ....................................................................................................................1
2 – Resiliência e Vulnerabilidade Regional: Revisão de Literatura .....................................3
2.1 Resiliência: conceito e tipologia................................................................................3
2.2 Resiliência económica regional .................................................................................5
2.4 Pandemia, resiliência e vulnerabilidade.....................................................................9
3 – Estudo Empírico ......................................................................................................... 11
3.1 – Motivação e objetivos do estudo empírico............................................................ 11
3.2 – Dados e Metodologia ........................................................................................... 12
a) Recolha de informação e respetivas metodologias ................................................. 12
b) Tratamento da informação e respetivas metodologias............................................ 14
3.3 – Enquadramento do estudo empírico: a CIM-RC ................................................... 15
3.4 - Apresentação e discussão de resultados ................................................................ 20
a) Medidas promovidas pela CIM-RC .................................................................... 22
b) Medidas Sanitárias de Reação à Pandemia ......................................................... 22
c) Medidas de Promoção Económica ...................................................................... 33
d) Medidas de Promoção Social ............................................................................. 41
e) Iniciativas do tecido empresarial e da sociedade civil ......................................... 46
4 – Conclusão .................................................................................................................. 57
5 – Estágio Curricular ...................................................................................................... 60
5.1 – O Centro de Investigação em Economia e Gestão (CeBER) ................................. 60
5.2 – Enquadramento do Estágio na Plataforma Coimbra 2030 e objetivos ................... 60
5.3 – Análise crítica ...................................................................................................... 61
Referências Bibliográficas ............................................................................................... 63
Anexos
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
1
1 – Introdução
O presente relatório de estágio integra-se no âmbito do Mestrado em Economia,
ramo de especialização de Economia Industrial para obtenção do grau de Mestre pela
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. O estágio foi realizado no CeBER –
Centre for Business and Economics Research, em colaboração com a Plataforma para o
Desenvolvimento da Região de Coimbra 2030, Task Force Covid-19.
O vírus SARS-CoV-2, originário de uma província chinesa, foi rapidamente
propagado a nível internacional, obrigando a Organização Mundial da Saúde (OMS) a
declarar uma situação pandémica, em março de 2020. Perante uma crise de saúde pública, a
resiliência dos sistemas socioeconómicos foi testada, levando regiões a implementar
medidas que mitigassem os efeitos nefastos da Covid-19, desde a imposição de
confinamentos gerais obrigatórios e o encerramento das fronteiras, até ao encerramento do
comércio e atividades económicas locais não essenciais. A elevada dependência económica
do comércio internacional de Portugal e a internacionalização dos processos produtivos
nacionais, transformou a crise de saúde pública numa crise económica, de consequências
sociais indesejáveis.
Dada a importância destas medidas ao nível económico e social, a presente
investigação reflete a análise da resiliência do território da Comunidade Intermunicipal da
Região de Coimbra (CIM-RC), perante a atual pandemia. Esta investigação tem como
objetivo o levantamento e o mapeamento das medidas para combater os efeitos económicos
e sociais, implementadas pelos órgãos autárquicos, pelo tecido empresarial e pela sociedade
civil da CIM-RC. A partir dos dados recolhidos, será realizada uma análise territorial para
observar o nível de adaptação e de dinamismo dos agentes intervenientes, mais
concretamente das autarquias e das empresas ao contexto pandémico.
Este estudo pretende contribuir para identificar, no território da CIM-RC, as condições de
resiliência e de adaptação a contextos económicos especialmente adversos aí existentes,
provenientes tanto dos poderes públicos locais, como das organizações privadas e da
sociedade civil.
A metodologia utilizada para esta investigação passou pela realização de um
levantamento prévio de medidas implementadas pelas Câmaras Municipais, empresas e
sociedade civil, através da conceção e implementação de um questionário, da revisão de
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
2
jornais e de websites. A informação inicialmente recolhida foi posteriormente
complementada com entrevistas e reuniões realizadas com responsáveis da CIM-RC, dos
Grupos de Ação Local (GAL) e com questionários realizados à Câmara Municipal de
Condeixa-a-Nova e à empresa ScalesOceans, Lda., situada na Figueira da Foz. Com todos
os dados obtidos, a organização e tratamento dos mesmos foram feitos de modo a ser possível
o mapeamento das iniciativas no território da CIM-RC.
Este relatório está estruturado em duas partes: uma primeira parte correspondente a
um enquadramento teórico, com revisão de literatura e uma segunda parte que integra o
estudo empírico realizado. Em relação à revisão de literatura são examinados estudos que
contribuem para a análise da resiliência dos sistemas socioeconómicos, principalmente da
resiliência económica regional. É exposta a relação entre vulnerabilidades e especificidades
territoriais, bem como a sua contribuição para a resiliência económica perante uma situação
de crise. Por último, é evidenciada a relação destes tópicos com a pandemia Covid-19 e os
seus efeitos.
No contexto do estudo empírico, depois de apresentadas a metodologia e as questões de
pesquisa às quais esta investigação tenciona dar resposta, é descrito o contexto de análise,
ou seja, a CIM-RC, incluindo a sua composição territorial e a sua especialização económica
dada através dos Quocientes de Localização. São também identificados os Grupos de Ação
Local (GAL) que funcionam na CIM-RC, uma vez que são importantes organizações de
dinamização económica local. São depois apresentados os resultados, nomeadamente
através de mapas e tabelas. A sua análise e discussão é feita de modo a procurar evidenciar
algumas das condições de resiliência económica (e também vulnerabilidade) que se podem
observar no contexto da CIM-RC.
Por fim é realizada uma exposição do estágio efetuado na instituição CeBER e uma
reflexão crítica sobre a experiência profissional num contexto pandémico.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
3
2 – Resiliência e Vulnerabilidade Regional: Revisão de Literatura
Ao longo deste ponto serão apresentados e analisados os conceitos-chave da
investigação realizada, designadamente os conceitos de resiliência económica e de
vulnerabilidade, a partir da revisão da literatura efetuada. Reconhecendo a relação entre
vulnerabilidade/resiliência e as características regionais e locais, é introduzido também o
conceito de territórios de baixa densidade, dando assim expressão a uma dualidade
económica e social observável na CIM-RC como se apresentará mais adiante. Por fim,
relaciona-se a crise pandémica causada pela Covid-19 com as questões da vulnerabilidade
territorial e da resiliência.
2.1 Resiliência: conceito e tipologia
A literatura (Gonçalves, 2017; Pinto e Pereira, 2014; Porter et al., 2012; Santos,
2009, Soria et al., 2007) é consensual relativamente à origem do conceito de resiliência, na
medida em que este conceito surgiu na Física e tinha como objetivo avaliar a relação
existente entre a força aplicada e a deformação provocada num objeto. Após ter sido
estendida às ciências sociais, através da Psicologia, a resiliência tornou-se num conceito
interdisciplinar, relacionando-se com o crescimento e com o desenvolvimento humano e
social.
Numa abordagem transversal, a resiliência é a capacidade de um sistema persistir
diante da mudança e prosseguir com o processo de desenvolvimento Folke (2016). A
resiliência é uma característica inconstante dos sistemas, na medida em que pode evoluir
consoante a natureza e a direção do desenvolvimento de uma região (Martin, 2018).
É possível classificar a resiliência em diversas categorias, em função dos agentes
intervenientes, do espaço e do tempo. Relativamente aos agentes, e segundo Soria et al.
(2007), a resiliência pode ser individual ou comunitária. Enquanto a primeira consiste na
interação entre o agente (criança ou adulto) e a estrutura (realidade do agente) levando ao
desenvolvimento de acordo com as adversidades, a segunda consiste na interação entre um
grupo de agentes e a estrutura, cujo objetivo é o de superar desafios coletivos, através da
mobilização das solidariedades sociais. Em relação ao espaço, segundo Castro e Lourenço
(2020), a resiliência pode ser in loco (se a adaptação ao choque ocorre no território
geográfico, utilizando os recursos locais) ou ex loco (se não ocorre no território geográfico,
implicando a necessidade capital de mobilidade e da respetiva deslocação). Em relação ao
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
4
tempo, a resiliência de um sistema pode ser vista em três momentos: antes, durante e após o
choque, que correspondem à resiliência antecipatória, reativa e de recuperação. No que
respeita à resiliência antecipatória ou estratégica, Santos (2009: 38) explica que não se
baseia apenas na capacidade de suportar os choques, mas na “capacidade de prever, de
planificar e de orientar o sistema no longo prazo”. Com esta, as organizações locais
conseguem identificar os choques futuros mais prováveis cujas consequências podem ser
severas sobre as economias. Segundo Martin (2018: 9), a resiliência como desenvolvimento
de adaptação conforme resposta ou antecipação a um choque é refletida no fenómeno bounce
forward – que indica a “capacidade de reestruturação, reorientação e transformação
económica” de um sistema, reduzindo a vulnerabilidade da economia local. Já a resiliência
reativa e a de recuperação são conceções de resiliência que têm como objetivo absorver ou
tolerar, e restaurar, respetivamente, a economia ao ponto pré-choque, tal como Santos (2009)
e Martin (2018) expõem. Estes processos de autocorreção capazes de colocar a economia na
situação inicial (pré-choque) são denominados por fenómeno bounce back, apresentado por
Martin (2018) e por Gonçalves (2017).
Tal como é exposto na literatura (Folke, 2016; Santos, 2009), para além de um
conceito, a resiliência pode ser um pensamento. Este pensamento resiliente reflete-se,
segundo Folke (2016: 3), na necessidade que os “sistemas socio ecológicos têm de ser
orientados para a flexibilidade e emergência”. Tal como expõe Santos (2009), esta
orientação torna as trajetórias de desenvolvimento mais sustentáveis, perante o dinamismo
existente nos sistemas. Considerando a economia um sistema dinâmico (Pinto e Pereira,
2014; Simmie e Martin, 2010), a resiliência económica tem sido estudada através de uma
ótica evolucionista. Numa adaptação aos sistemas socioeconómicos, a resiliência é avaliada
através da resistência à perturbação e da velocidade de regresso ao estado estacionário. Deste
modo, é analisada como a capacidade de adaptação aos choques referentes ao espaço e ao
tempo.
Dada a importância para a teoria evolucionista, estes autores refletem sobre a diferença entre
os conceitos de adaptação e de adaptabilidade. A partir de Pinto e Pereira (2014) se, por um
lado, a adaptação – também designada de resiliência estática – consiste na resposta do
sistema a um choque a partir de um modelo de desenvolvimento regional com bons
resultados obtidos anteriormente, numa situação pré-choque, por outro lado a adaptabilidade
– também considerada de resiliência dinâmica – é a capacidade de o sistema alterar a
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
5
trajetória utilizada anteriormente (independentemente dos resultados) por uma nova
trajetória que promova a evolução interna do sistema.
Esta abordagem evolucionista defende que, para analisar a possível evolução do sistema,
existe a necessidade de o delimitar entre territórios. Este pensamento defende ainda que a
diversidade territorial e a partilha de conhecimento entre setores, bem como a existência de
uma base económica diversificada (não muito dependente de um único setor económico),
proporciona um elevado nível de resistência e de resiliência às regiões.
2.2 Resiliência económica regional
De acordo com Martin (2018: 9), a resiliência económica regional consiste na
“capacidade de uma região recuperar com sucesso de choques económicos que desviam ou
têm potencial para desviar a economia do seu crescimento”. As regiões podem recuperar dos
choques económicos através da sua resistência, da sua reposição ou através da superação, tal
como expõe Gonçalves (2017). A resistência significa que a região é dotada de uma estrutura
socioeconómica bem definida e com total controlo e capacidade de absorção dos efeitos dos
choques. Na recuperação pela reposição, a estrutura socioeconómica apresenta elasticidade
suficiente para, após se retrair com os efeitos da perturbação, repor o crescimento em
situação pré-choque. Em relação à recuperação pela superação, a região após absorver os
maiores efeitos do choque e de repor a situação económica, reposiciona o seu modelo de
desenvolvimento fortalecido.
No entanto, os choques económicos podem apresentar efeitos com elevada severidade,
colocando um impedimento à economia regional de recuperar até ao seu ponto de equilíbrio
pré-choque. Deste modo, com base na teoria evolucionista, a literatura (Martin, 2018; Pinto
e Pereira, 2014; Simmie e Martin, 2010) é consensual no que respeita à rejeição da existência
de um único ponto de equilíbrio, devido aos sérios efeitos dos choques. Com isto, é a partir
da reação aos choques económicos que se analisa a resiliência de uma região. Nas palavras
de Pinto e Pereira (2014: 6),
“sistemas pouco resilientes podem ver as suas trajetórias de crescimento ser interrompidas por
choques e, posteriormente, ficarem bloqueados em trajetórias de declínio de longo prazo e
equilíbrios com um baixo desempenho, enquanto sistemas mais resilientes podem encontrar
trajetórias de longo prazo mais virtuosas e estados estacionários com desempenho superior.”
Estas questões relativas às trajetórias de crescimento e ao desempenho de um
sistema revelam a influência que a resiliência apresenta numa economia e,
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
6
consequentemente, no desenvolvimento de uma região (Martin, 2018). A resiliência
económica, considerada por Santos (2009) um instrumento de orientação para o
desenvolvimento estratégico de regiões, consiste num processo de interdependência entre
quatro dimensões, a “vulnerabilidade, a resistência, a reorientação e a capacidade de
recuperação” Martin (2018: 12).
Como já foi mencionado, diferentes regiões reagem de maneiras distintas a um
mesmo choque económico, já que cada uma apresenta características estruturais
socioeconómicas únicas. Essas características estruturais influenciam a resiliência de uma
economia regional perante um choque, sendo capazes de, num cenário positivo, reduzir a
vulnerabilidade e de ampliar a resistência regional Martin (2018). Todavia, este autor atribui
às regiões mais frágeis a capacidade de construírem a sua resiliência, promovendo o
crescimento e desenvolvimento económico e às regiões mais resistentes a ideia de que a
resiliência deve ser continuamente renovada. Assim, as regiões devem estabelecer um
objetivo de crescimento e executá-lo através da flexibilização das cadeias utilizadas pelas
empresas locais, do apoio à inovação e ao investimento em novos produtos e tecnologias, da
promoção de uma força de trabalho altamente qualificada e de uma infraestrutura local
moderna. Aliando esta transformação estrutural à capacidade de antecipação a eventuais
choques e à promoção de uma cultura empreendedora, a região estimula a confiança
empresarial que irá conceber uma recuperação mais rápida a um choque.
Portanto, para que exista um aumento da capacidade de recuperação e da resistência, as
regiões devem incentivar e promover condições quer de adaptação, quer de adaptabilidade,
para que a economia reoriente as suas atividades à medida que o ambiente económico,
tecnológico e competitivo se altera.
Tendo por base o estudo realizado por Pietro et al. (2020) relativo à resiliência
económica das NUTS-II da União Europeia e às variáveis-chave que impulsionam a
resiliência após um choque externo – nomeadamente a intensidade capitalista da região
(nível de intensidade do processo produtivo regional do fator trabalho ou capital), o grau de
abertura para com o exterior e a especialização da região –, os autores retiram três
conclusões. A primeira, a de que as regiões mais abertas ao exterior se tornam menos
resistentes a choques da procura. A segunda, a de que as regiões mais intensivas em trabalho
são mais resistentes e também mais resilientes, tendo maior capacidade de adaptação a
perturbações. E a terceira, a de que as regiões mais especializadas e relativamente mais
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
7
abertas ao exterior não se tornam mais prováveis de usufruírem de uma recuperação mais
rápida a choques.
A partir destas conclusões compreende-se que o grau de abertura de uma economia
para com o exterior e o nível de especialização são fatores cruciais para aumentar a
vulnerabilidade de uma região. No contexto de uma pandemia mundial, como a que se vive
presentemente, esta leitura é inevitavelmente posta à prova.
2.3 Vulnerabilidades: territórios de baixa densidade
Perante crises e choques económicos, as regiões ficam mais expostas às debilidades
estruturais, principalmente as que não se apresentam com elevados níveis de resistência.
Sendo o conceito de vulnerabilidade definido por Martin (2018: 12) como o “grau de
exposição a choques”, é simples entender a influência negativa que esta dimensão exerce
sobre a resiliência: quanto mais vulnerável for a região, menor a sua capacidade de
adaptação.
Tal como é apresentado por Gonçalves (2017: 375), num contexto de uma perturbação, a
“resiliência [de uma região] é confrontada com a vulnerabilidade inerente e com os seus
recursos disponíveis”. Desta forma, considerando que uma região resiliente perante um
choque é estimulada a constituir novas estruturas de desenvolvimento e a aproveitar nichos
de mercado anteriormente inexplorados, o confronto da economia com as suas
vulnerabilidades pode permitir o aumento da sua resistência.
A vulnerabilidade é definida pela estrutura socioeconómica da região e, através da
ótica da resiliência estratégica, está dependente do grau de conhecimento geral das situações
por parte dos agentes intervenientes. Independentemente do grau de exposição das regiões
aos choques, as respostas à vulnerabilidade devem ser controladas e desenvolvidas
permanentemente. Para isso, Folke et al. (2002) apresentam, sobretudo para as regiões mais
débeis, fatores que estas necessitam de construir para amenizar as suas vulnerabilidades. São
eles o aumento das suas competências para lidar com a incerteza e o inesperado, a promoção
da diversidade de competências na gestão dos riscos, a partilha de conhecimentos entre
diferentes áreas e a criação de oportunidades para inovações tecnológicas.
Nas estruturas socioeconómicas mais fracas e com menor capacidade de
desenvolvimento, a capacidade de resistência é menor, uma vez que perante um choque não
existe um sistema diversificado que permita a recuperação. É o que se observa nos chamados
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
8
territórios de baixa densidade. Estes territórios originaram-se através da perda de
centralidade económica e social para as regiões mais próximas dos grandes centros urbanos”
(Ferrão 2000: 46), ocorrida após a Revolução Industrial. Os polos urbanos, capazes de atrair
mão de obra qualificada e de expandir infraestruturas, transformaram-se em “polos de
prestação de serviços sociais e pessoais” Ferrão (2000: 46), deixando as áreas rurais
despovoadas e com fracas ligações aos centros urbanos.
Os territórios de baixa densidade são reconhecidos, segundo o Observatório do Quadro de
Referência Estratégico Nacional (QREN) (2013: 1), pela predominância de características
como o “envelhecimento populacional, a escassez de atividades económicas, a baixa
qualificação dos recursos humanos, a exiguidade do mercado de trabalho e a falta de
dinamismo institucional e dos serviços de apoio às atividades”. Deste modo, apresentam um
conjunto de vulnerabilidades na sua estrutura socioeconómica que não lhes permite atingir
elevados níveis de resiliência. Segundo Ramos (2014), a problemática da baixa densidade
baseia-se nas características endógenas da estrutura destes territórios, que conduzem a um
círculo vicioso de problemas estruturais e de perdas de competitividade, condicionando o
desenvolvimento regional. Apesar de terem sido fornecidos meios e infraestruturas para
promover o bem-estar populacional e a coesão territorial nacional – uma vez que a nível
nacional a divisão entre litoral e interior é nítida – os efeitos no desenvolvimento económico
e social dos territórios de baixa densidade não foram os esperados.
Estes efeitos podem, contudo, ser contrariados através de políticas de adaptação às
especificidades e vulnerabilidades territoriais. Estas políticas têm como instrumentos
privilegiados os fundos e programas europeus que promovem o desenvolvimento regional e
rural bem como a inovação e o empreendedorismo nestas áreas, aumentando a sua resistência
e resiliência. De acordo com o estudo de Cañete et al. (2018: 740), apesar da distribuição
destes programas ser promovida por agentes locais – nomeadamente pelas autarquias locais
e pelos Grupo de Ação Local –, as conclusões retiradas baseiam-se no “aumento dos
desequilíbrios económicos internos, favorecendo os municípios mais dinâmicos em
detrimento das regiões predominantemente agrárias e com população envelhecida”. De
acordo com Santos (2009: 35), estas políticas que promovem o desenvolvimento regional e
a construção da resiliência estão “dependentes da acumulação de capital social e da
aprendizagem social, que permitem (…) adquirir maior capacidade de adaptação”. Deste
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
9
modo, não existem recursos para as regiões mais vulneráveis, como os territórios de baixa
densidade, que não detém capital social e dinamismo para construírem a sua resiliência.
Assim, tendo por base Castro e Lourenço (2020), a correlação entre a
vulnerabilidade e os mecanismos de resiliência é decisiva para o progresso das regiões,
incitando ao pensamento de políticas e de reformas institucionais capazes de conferir
resiliência aos sistemas socioeconómicos mais frágeis.
2.4 Pandemia, resiliência e vulnerabilidade
Na atual crise causada pelo SARS-CoV-2, as estruturas socioeconómicas ficaram
expostas a várias perturbações, uma vez que a Covid-19 gerou um “choque instantâneo e
simultâneo negativo quer do lado da oferta quer do lado da procura” (Coelho 2020: 80), para
além de que afetou simultaneamente toda a economia mundial (Hassan et al. 2020).
Com a implementação de medidas como o confinamento geral obrigatório, o encerramento
das atividades económicas (exceto cadeias de supermercados, farmácias, bombas de gasolina
e a restauração em regime takeaway) e o encerramento das fronteiras terrestres, marítimas e
aéreas, tornou-se evidente que “o objetivo de evitar o colapso económico [entrou] em
conflito com o objetivo de combater a pandemia” (Bação e Sequeira 2020: 1). Todas as
iniciativas do âmbito da saúde pública tomadas pelos agentes decisores traduziram-se em
grandes custos económicos, incutindo um aumento das vulnerabilidades regionais (Snower,
2020).
Por exemplo, o confinamento geral obrigatório, explicado por Bação e Sequeira (2020),
gerou uma quebra na procura de bens e serviços, implicando vulnerabilidades económicas
ao nível da redução da produção e consequentes perdas financeiras, por parte dos produtores.
Com a permanência destas condições, muitas empresas nacionais encerraram por não
adquirirem lucros nem cobrirem custos fixos. A extensão destes efeitos aos fornecedores
obrigou-os a entrar no mesmo círculo vicioso de perdas económicas e de desemprego. No
entanto, o confinamento também gerou vulnerabilidades nos consumidores, cujos salários
foram reduzidos ou cujos empregos desapareceram, gerando a quebra de procura e de
consumo. Tal como Mishra et al. (2020: 5) afirmam, “o confinamento e o encerramento de
serviços influenciaram razoavelmente o PIB de cada país em aspetos económicos
substanciais”, refletindo-se, no caso de Portugal, numa variação em termos homólogos do
PIB negativa em 13,6%, no segundo trimestre de 2020 (Banco de Portugal, 2020).
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
10
Ao considerar a pandemia um choque imprevisível, Hynes et al. (2020) reconhecem
que a recuperação internacional terá efeitos de longo prazo capazes de gerar várias
vulnerabilidades em diversos setores. Para além disto, admitem a necessidade de se
promover a gestão do risco, para que os sistemas socioeconómicos não só se adaptem, mas
aproveitem o surgimento de novas oportunidades.
Ao nível nacional, o sistema socioecónomico procurou soluções de adaptação e de
adaptabilidade, que redefiniram as suas capacidades tecnológicas. Relativamente às medidas
de adaptabilidade, a reconversão dos processos produtivos das empresas foi capaz de
reorientar a capacidade de inovação do tecido empresarial. No entanto, esta reconversão não
foi possível em todas as empresas, uma vez que nem sempre a alteração dos processos
produtivos gera um aumento considerável da procura, tornando o investimento lucrativo
(Bação e Sequeira, 2020). Estas alterações através das inovações refletem a capacidade de
resiliência das atividades económicas, tal como Reardon e Swinnen (2020) defendem. De
acordo com estes autores, as adaptações podem ser categorizadas como inovações de
estratégia de negócios (serviços de entregas ao domicílio) e inovações tecnológicas
(reconversão da produção). Já em relação às medidas de adaptação, e segundo Harris et al.
(2020), face às quebras de procura e à redução do consumo, a reorganização tornou-se
necessária. Perante as medidas sanitárias como o confinamento e o distanciamento social,
que geraram quebras económicas, as inovações são também consideradas, por Reardon e
Swinnen (2020), como sociais, consistindo no aumento e na flexibilização dos turnos de
trabalho.
O estudo de Hassan et al. (2020), relativo à vulnerabilidade das empresas à Covid-
19, por comparação com as exposições em outras epidemias, conclui que existiram grandes
diferenças entre regiões geográficas, indústrias e empresas. Isto é, os resultados mostram
que empresas tecnológicas preveem grandes efeitos positivos com a pandemia, enquanto
empresas de transportes apresentaram um colapso na procura.
Deste modo, a literatura apresentada é crucial numa análise ao crescimento e ao
desenvolvimento económico, através da resiliência dos sistemas socioeconómicos, num
contexto pandémico.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
11
3 – Estudo Empírico
3.1 – Motivação e objetivos do estudo empírico
A Covid-19 propagou-se pelo mundo, originando uma crise sanitária internacional
com consequências imediatas e de médio prazo, com repercussões ao nível económico e
social. A livre circulação de pessoas e de mercadorias, derivadas da globalização, tornou
várias economias, como a portuguesa, fortemente dependentes do comércio internacional.
Ora, o combate à pandemia causada pela Covid-19 – que obrigou ao encerramento das
fronteiras e das atividades económicas consideradas não essenciais –, colocou países como
Portugal mais dependentes deles próprios e, por isso, mais expostos às suas vulnerabilidades
e mais desafiados a mostrar resiliência. A capacidade que os agentes económicos
apresentaram para se adaptar à nova realidade, de modo a cumprir as regras de controlo da
Covid-19 impostas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e a capacidade de alguns deles, para
se reconverter – transformando as suas atividades económicas – para continuarem a produzir
baseia-se na resiliência, resistência e no dinamismo próprio e do sistema socioeconómico
envolvente.
Esta investigação baseia-se na análise da resiliência e do dinamismo do território
da CIM-RC, perante a atual pandemia. O principal objetivo é o mapeamento das medidas
implementadas pelos órgãos autárquicos, pelo tecido empresarial e pela sociedade civil da
CIM-RC para mitigar as consequências económicas e sociais da Covid-19. Pretende-se
observar o nível de resiliência e de dinamismo dos agentes intervenientes, mais
concretamente das autarquias e das empresas na CIM-RC, bem como perceber se a
resiliência apresenta oscilações conforme se trate de municípios considerados mais ou menos
vulneráveis, designadamente por referência à classificação de territórios de baixa densidade.
O período de referência tido em conta neste estudo é de março de 2020 a agosto de 2020,
correspondente à primeira vaga pandémica a nível nacional.
Este relatório pretende ser um contributo para a análise do desenvolvimento
económico e social da região de Coimbra, em situação de crise, apresentando resultados de
utilidade e conhecimento público, metodicamente organizados. Deste modo, é possível
formular as seguintes questões de investigação, às quais se tenciona responder com a
discussão dos resultados:
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
12
(i) Que medidas foram implementadas pelos órgãos autárquicos destinadas a combater
a Covid-19?
(ii) Que medidas foram adotadas pelo tecido empresarial para lidar com a pandemia?
(iii) Considerando o potencial de inovação associado à Covid-19, em que medida as
empresas reconverteram os seus processos produtivos, tanto para sobreviver como
para aproveitar novas oportunidades de mercado?
(iv) Que iniciativas foram desenvolvidas pela sociedade civil para apoiar as populações
locais no enfrentamento da pandemia?
3.2 – Dados e Metodologia
a) Recolha de informação e respetivas metodologias
De modo a responder às questões de investigação estabelecidas, os métodos de
recolha de informação utilizados e as metodologias aplicadas para o seu tratamento e análise
foram múltiplos e diversificados.
Em primeiro lugar, foi realizada uma pesquisa sobre as entidades existentes no
território da CIM-RC capazes de fornecerem informações relevantes para esta investigação,
nomeadamente as câmaras municipais e a própria CIM-RC. A partir de uma das reuniões
com os estudantes do Curso de Verão da Plataforma Coimbra 2030, identificaram-se os
Grupos de Ação Local (GAL) como entidades igualmente relevantes para a obtenção de
informação.
Os GAL constituem, de acordo com o art. 3.º alínea a) do Regulamento do Regime
de Apoio ao Desenvolvimento Local de Base Comunitária nos Domínios do Apoio
Preparatório e dos Custos Operacionais e de Animação, aprovado pela Portaria n.º 52/2016,
de 24 de março, uma parceria formada por representantes locais dos setores público e
privado de um determinado território de intervenção, representativa das atividades
socioeconómicas e com uma estratégia de desenvolvimento própria. Os GAL intervêm em
representação dos agentes locais junto da CIM-RC com o intuito de promover o
desenvolvimento local através da dinamização sociocultural e económica e da promoção de
iniciativas nas áreas dos recursos humanos, da formação, do ambiente, da igualdade de
oportunidades e do género, do turismo e do património, da cultura e do apoio às atividades
produtivas. No território da CIM-RC existem 7 GAL, tal como se pode observar no Quadro
1.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
13
GAL Municípios abrangidos pela CIM-RC
AD ELO Cantanhede, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor-o-
Velho e Penacova
ADIBER Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua
ADICES Mortágua
Coimbra Mais Futuro Coimbra
Dueceira Lousã, Miranda do Corvo, Penela e V. N. de Poiares
Pinhais do Zêzere Pampilhosa da Serra
Terras de Sicó Condeixa-a-Nova, Penela e Soure
Quadro 1 – Grupos de Ação Local da CIM Região de Coimbra
Em segundo lugar, para se proceder à recolha de informação sobre as iniciativas
públicas foi efetuada, num primeiro momento, a consulta das páginas de internet da CIM-
RC e de cada uma das 19 câmaras municipais integrantes da CIM-RC, bem como dos 7
GAL. Num momento posterior, foi realizado um questionário1 que, com a ajuda dos
estudantes do Curso de Verão da Plataforma Coimbra 2030, foi apresentado a alguns órgãos
autárquicos.
Em terceiro lugar, procedeu-se à realização de entrevistas online com várias
instituições, para complementar a informação previamente recolhida. A reunião com as
responsáveis da CIM-RC foi fundamental, uma vez que forneceram informações detalhadas
relativamente a iniciativas dos órgãos autárquicos e esclareceram a sua importância e o seu
envolvimento no combate a esta crise de saúde pública. Foram ainda facultados alguns
exemplos de iniciativas de carácter privado, bem como disponibilizado um contacto com o
GAL Dueceira (via email) para o acesso a informações relativas ao tecido empresarial.
Em quarto lugar, e a fim de identificar e analisar a reconversão de processos
produtivos de empresas, quer para produzir bens e serviços destinados ao combate à
pandemia (como Equipamentos de Proteção Individual ou EPI), quer para garantir a sua
própria sobrevivência no mercado, procurou-se obter, através de entrevistas realizadas
online com os responsáveis da AD ELO, da ADICES, da ADIBER, da Pinhais do Zêzere e
da Terras de Sicó e de alguns responsáveis da autarquia de Condeixa-a-Nova, a sinalização
dessas empresas. Dada a dificuldade no acesso à informação relativa às iniciativas
empresariais, a informação foi complementada com uma pesquisa na imprensa escrita
regional e no sítio da internet www.centro.portugal2020.pt/index.php/projetos-aprovados,
que apresenta os projetos aprovados pelo FEDER para a reconversão ou adaptação das
1 Consultar Anexo 7.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
14
empresas à Covid-19. Por esta razão, a definição do período correspondente às medidas
privadas foi desvalorizado em favorecimento da extensão da informação, admitindo-se
também um potencial enviesamento para as medidas privadas que decorreram de programas
de financiamento, por haver registo sistemático das mesmas, ao contrário de outras eventuais
medidas não financiadas.
Em quinto lugar, efetuou-se um primeiro contacto via email, seguido de contactos
telefónicos, com as empresas identificadas, às quais foi enviado um questionário2 destinado
a apurar quais as transformações operadas nos processos produtivos associados ao contexto
da pandemia e qual a sua finalidade.
Contudo, a recolha da informação apresentada neste relatório não se baseia só nas
medidas, públicas e privadas, de combate à pandemia. Através do INE, foi recolhida
informação estatística para a análise territorial, a partir da qual foram calculados os
Quocientes de Localização apresentados, por atividades e subactividades e tanto para a CIM-
RC, como para os 19 municípios que a integram.
b) Tratamento da informação e respetivas metodologias
A partir da informação recolhida junto dos órgãos da CIM-RC, foi elaborada uma
listagem de medidas adotadas por município. Procedeu-se depois à análise das medidas,
dividindo-as, desde logo, em função dos três agentes promotores identificados nas questões
de investigação: as iniciativas públicas, privadas e sociais. Após este agrupamento inicial,
foram estabelecidas as categorias gerais, cujo objetivo é representar o conteúdo das medidas
que as incluem. Depois deste tratamento inicial, seguiu-se um tratamento mais exaustivo,
cujo objetivo foi agrupar os dados por tipo de medida, de modo a criar subcategorias mais
concretas e simplificadas. Neste momento, foram tidos em conta também, os destinatários
das medidas, criando-se três grupos: os munícipes, as Instituições Particulares de
Solidariedade Social (IPSS) e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e os
serviços essenciais (profissionais de saúde, forças de segurança, proteção civil e
bombeiros…). Para as subcategorias e para os destinatários, foram criados ícones
representativos, que são utilizados nos mapas apresentados como resultado. No fim, as
medidas foram analisadas novamente, para que fossem identificados os municípios que
2 Consultar Anexo 8.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
15
apresentaram pelo menos uma das medidas de cada subcategoria, bem como para que fosse
possível elaborar o mapeamento a que este relatório se propõe.
Assim, os resultados depois do tratamento dos dados, são apresentados em mapas
e tabelas. A partir dos mapas elaborados são sinalizadas as diferentes categorias de medidas
adotadas em cada concelho, permitindo ter uma perceção dos municípios mais ativos e
dinâmicos. A partir das tabelas, são descritas as medidas pertencentes às subcategorias e o
ícone que as representa. Complementando os mapas e tabelas, os resultados são analisados
à luz dos Quocientes de Localização calculados e apresentados no Anexo 5 para os 19
municípios da CIM-RC.
3.3 – Enquadramento do estudo empírico: a CIM-RC
Este relatório baseia-se no território da CIM da Região de Coimbra (CIM-RC). De
acordo com a Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, uma CIM é uma entidade intermunicipal
constituída por contrato, celebrado entre as Câmaras Municipais integrantes (art. 80º). São
algumas atribuições das CIM, segundo o art. 81º, as seguintes:
a) Promover o planeamento e a gestão da estratégia de desenvolvimento económico,
social e ambiental do território abrangido;
b) Articular os investimentos municipais de interesse intermunicipal;
c) Participar na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional, designadamente
no âmbito do QREN; (…)
Segundo o art. 82º da Lei n.º 75/2013, os órgãos das CIM são: a) a Assembleia
Intermunicipal; b) o Conselho Intermunicipal; c) o Secretariado Executivo Intermunicipal;
d) o Conselho Estratégico para o desenvolvimento intermunicipal. A Assembleia
Intermunicipal é constituída por membros de cada assembleia municipal, eleitos de forma
proporcional, tendo em conta o número de eleitores dos municípios. O Conselho
Intermunicipal é constituído pelos presidentes das câmaras municipais integrantes, que
elegem de entre si o presidente e dois vice-presidentes. A ele cabe, entre outras
competências, definir e aprovar as opções políticas e estratégicas da CIM, submeter à
Assembleia Intermunicipal a proposta do plano de ação da CIM e o orçamento e, ainda,
propor ao Governo os planos , os programas e os projetos de investimento e desenvolvimento
de interesse intermunicipal (art. 90º, n.º 1). É também o Concelho Intermunicipal que
assegura a representação externa da CIM (art. 91º). O Secretariado Executivo executa as
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
16
deliberações do Conselho intermunicipal, dirige os serviços da CIM e efetua a articulação
entre os municípios a Administração central (art. 96º). O Conselho Estratégico é, com base
no art. 98º, n.º1, um órgão de natureza consultiva destinado a apoiar o processo de decisão
dos restantes órgãos da CIM.
A CIM-RC compreende 19 municípios: Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-
a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-
Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure,
Tábua e Vila Nova de Poiares. Todos os concelhos pertencem ao distrito de Coimbra, à
exceção dos município de Mealhada e de Mortágua, que integram, respetivamente, os
distritos de Aveiro e de Viseu.3 Desta forma, a CIM-RC abrange 227 freguesias
compreendidas numa superfície territorial de 4 336km2, correspondendo a cerca de 4,7% do
território português.
Segundo os dados da Comissão Interministerial de Coordenação relativamente aos
municípios de baixa densidade, é possível verificar que 12 dos 19 concelhos da CIM-RC,
nomeadamente Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Mortágua, Oliveira do Hospital,
Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares, são
considerados territórios de baixa densidade (Figura 1)4.
O território da CIM-RC é, portanto, dissemelhante, sendo possível observar uma
dicotomia interior/litoral. Conforme referido no ponto 2.3 deste relatório, os territórios de
3 Dada esta distinção, os municípios de Mealhada e Mortágua apresentam-se com uma cor cinzenta nas Figuras
3, 4, 5 e 6. 4 Consultar Anexo 1.
Figura 1 – Mapa dos Municípios de Baixa Densidade da Região de Coimbra, em setembro
de 2018. Elaboração própria adaptada de [centro.portugal2020.pt]
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
17
baixa densidade têm características específicas, apresentando um conjunto de
vulnerabilidades demográficas, económicas e sociais, nomeadamente pela existência de
baixa densidade populacional, pelo número reduzido de entidades dinamizadoras de
desenvolvimento rural, pelo reduzido investimento e inovação, pelas fracas relações entre o
setor público e privado e por um tecido empresarial carenciado. Deste modo, e de acordo
com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (2014: 24), os territórios de baixa
densidade são considerados “igualmente como municípios rurais”.
Perante esta diversidade socioeconómica, considera-se necessária uma simples
caracterização realizada em três dimensões: sociodemográfica, económica e administrativa.
Para o efeito, serão utilizados os indicadores estatísticos mais recentes disponibilizados pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE).
Dimensão Sociodemográfica
Na caracterização sociodemográfica serão tidos em conta os indicadores da
densidade populacional e do índice de envelhecimento5, uma vez que, através deles, se
consegue perceber a dinâmica populacional.
Relativamente à densidade populacional, a CIM-RC apresenta 100,1 pessoas por
km2, valores inferiores à média nacional, que corresponde a 111,6 pessoas por km2. Neste
indicador percebe-se que existe uma dualidade entre os municípios do interior e do litoral,
ou seja, os valores para os municípios de Arganil, Góis, Mortágua, Oliveira do Hospital,
Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e V. N. Poiares são excessivamente
inferiores à média da CIM-RC, contrariamente aos municípios de Coimbra, Condeixa-a-
Nova, Figueira da Foz, Lousã e Mealhada que apresentam valores acima da média da CIM-
RC e da média nacional.
Em relação ao índice de envelhecimento, a CIM-RC apresenta valores de 217,5
pontos, bastante superiores aos valores da média nacional de 163,2 pontos. A nível
municipal, os concelhos de Pampilhosa da Serra e de Góis representam os valores máximos
da CIM-RC, com cerca de 530,5 pontos e de 304,5 pontos, respetivamente. É ainda relevante
mencionar os municípios de Arganil, Cantanhede, Figueira da Foz, Mira, Miranda do Corvo,
5 Os valores podem ser consultados no Anexo 2.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
18
Mortágua, Oliveira do Hospital, Penacova, Penela e Soure que apresentam índices de
envelhecimento superiores aos da CIM-RC.
Dimensão Económica
Para se realizar uma caracterização ao nível económico do território da CIM-RC é
importante saber qual o setor da atividade económica que apresenta um maior peso na
economia local. Um indicador que reflete este peso é o Quociente de Localização (QL). Tal
como Cabral e Sousa (2001) explicam, os QL são instrumentos úteis para a caracterização
interna das regiões, bem como para realizar uma comparação inter-regional e com a unidade
territorial padrão. Assim, o QL corresponde ao rácio entre o peso duma variável, num certo
ramo de atividade, numa região, em relação ao peso da mesma variável, relativa ao mesmo
ramo de atividade, numa região-padrão. Para o obter recorre-se ao indicador estatístico
relativo ao número de pessoas ao serviço por estabelecimentos por atividade económica,
sendo calculado da seguinte forma:
O valor mínimo possível de um QL é 0, significando que o setor não está presente na região,
e pode ser superior a 1, se o peso da atividade na região j for superior ao peso médio da
região-padrão.
Os valores relativos à análise do peso de todas as atividades e subactividades
económicas foram calculados quer para a CIM-RC, quer para os 19 municípios que a
integram, para o ano mais recente, que corresponde a 20186.
Relativamente ao setor primário correspondente às atividades de Agricultura,
Produção Animal, Caça, Floresta e Pesca, a CIM-RC apresenta um QL agregado
normalizado (1.094). Contudo, e numa análise aos subsetores, observa-se que a CIM-RC
tem uma maior dependência relativamente à Silvicultura e Exploração Florestal, cujo QL da
CIM-RC é igual a 2.857, seguido do subsetor da Pesca e Aquicultura, cujo QL é de 1.25, e
por fim um QL reduzido (0.9) em relação ao setor da Agricultura, Produção Animal, Caça e
atividades dos serviços relacionados.
6 Os Quocientes de Localização podem ser consultados no Anexo 5.
𝑄𝐿 =
𝑁º 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖, 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑗𝑁º 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖, 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
𝑁º 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑗𝑁º 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑎𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙, 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑔𝑖ã𝑜 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜
, 0 ≤ 𝑄𝐿 < ∞
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
19
Relativamente ao setor secundário, as atividades correspondentes a alguns
subsetores das Indústrias Transformadoras e dos Serviços de eletricidade e água, apresentam
pesos relevantes na CIM-RC. Mais concretamente nos subsetores relativos à indústria
alimentar, ao Fabrico de pasta, de papel, de cartão e seus artigos, ao Fabrico de mobiliário e
de colchões, à Fabricação de máquinas e de equipamentos e ao Fabrico de outros produtos
minerais não metálicos, que apresentam QL com valores iguais a1.82, 2.157, 1.767, 1.767 e
1.657, respetivamente. A CIM-RC apresenta também um QL elevado (1.613) referente ao
setor da Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás, Vapor, Água Quente e Fria e Ar Frio,
dada a produção de energia de origem eólica, geotérmica e solar pelos diferentes parques
situados pelo território regional.
Relativamente ao setor terciário, correspondente aos serviços, na CIM-RC o peso
dos Transportes e Armazenagem apresenta um valor relativamente importante (1.28), sendo
que o subsetor com maior peso é o dos Transportes terrestres e transportes por oleodutos ou
gasodutos (1.711). Em relação às atividades de investigação científica e desenvolvimento, a
CIM-RC apresenta um elevado QL (2.281) e ao setor da Educação, um QL correspondente
a 1.194. Em relação às atividades ligadas ao setor da saúde humana e apoio social, a CIM-
RC apresenta um peso relevante (1.388), considerando que depende mais das atividades de
apoio social com alojamento (1.703).
A proporção da despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) no PIB7 revela
que a CIM-RC apresenta valores de 2,37%, bastante acima dos valores relativos ao Centro
e a Portugal. Esta percentagem justifica-se pelo peso relevante do ensino superior na CIM-
RC (nomeadamente através da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico de
Coimbra) com valores correspondentes a 1,46% e o peso do tecido empresarial com valores
de 0,79%.
Dimensão Administrativa
Em relação ao número de trabalhadores da Administração Local8, é analisado o
indicador por milhar de habitantes, que demonstra que a média da CIM-RC é igual à média
nacional onde, em 2019, trabalhavam 12 funcionários nos serviços municipais por cada 1000
habitantes. Este indicador mostra ainda que os municípios de Góis e Pampilhosa da Serra
7 Os valores podem ser consultados no Anexo 5, apesar de não existirem valores para cada município. 8 Os valores podem ser consultados no Anexo 3.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
20
apresentam um maior número de funcionários públicos por mil habitantes (50 e 49
funcionários, respetivamente). Em sentido inverso encontramos os municípios de
Cantanhede e Montemor-o-Velho – com 8 funcionários públicos – e da Figueira da Foz, com
9 funcionários públicos, por mil habitantes.
3.4 - Apresentação e discussão de resultados
Nesta secção, os dados serão, em primeiro lugar, apresentados através de quadros
que explicitam a categorização e a subcategorização elaborada das iniciativas públicas e
privadas, bem como dos promotores e destinatários das mesmas. Em segundo lugar, serão
apresentados os resultados através dos quadros descritivos que definem os ícones escolhidos
e as medidas que integram as subcategorias, bem como os mapas elaborados, seguindo-se
da análise dos respetivos resultados.
Os agentes promotores das iniciativas são, como se referiu, as autarquias, as
empresas e as organizações da sociedade civil, aos quais correspondem as medidas públicas,
as medidas privadas e as medidas de origem sociais. Quanto aos destinatários das medidas
identificaram-se os seguintes grupos: munícipes, trabalhadores dos serviços essenciais
(profissionais de saúde, forças de segurança, proteção civil e bombeiros…) – doravante
serviços essenciais – e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e
Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI).
De modo a complementar este relatório com as informações obtidas, é ainda considerada a
CIM-RC como instituição promotora de medidas de combate à Covid-19, juntamente com a
proteção civil e os GAL.
Em relação às iniciativas públicas, as principais categorias correspondem às
medidas sanitárias de reação à pandemia, às medidas de promoção económica e às medidas
de promoção social, sendo desdobradas nas subcategorias apresentadas no Quadro 2.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
21
Quadro 2 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelos órgãos autárquicos
Em relação às iniciativas privadas, as principais categorias correspondem às
iniciativas de solidariedade social, medidas de apoio a serviços essenciais, iniciativas de
reconversão de processos produtivos, medidas de adaptação das atividades e espaços à
Covid-19 e medidas da sociedade civil, sendo desdobradas em subcategorias mais concretas
(Quadro 3).
Quadro 3 – Apresentação das Subcategorias implementadas pelo tecido empresarial
Categorias Subcategorias
Medidas Sanitárias de
Reação à Pandemia
Encerramento e Restrições (espaços e atividades);
Fornecimento de equipamentos de proteção individual
Testagem e realização de triagem da população
Adaptação de espaços para acolhimento e prestação de
cuidados médicos
Disponibilização de apoio pela autarquia
Disponibilização de apoio a serviços de saúde
Higienização de espaços públicos
Medidas de Promoção
Económica
Alívio e Prolongamento de prazo nos pagamentos
Alívio e prolongamento de prazos de nos pagamentos pelo
comércio/indústria/serviços
Atribuição de fundos e subsídios
Promoção do comércio pela autarquia
Promoção do turismo pela autarquia
Adaptação e Promoção de eventos culturais
Medidas de Promoção Social Criação de linhas e programas de apoio aos munícipes
Ações de sensibilização pela autarquia
Atividades de voluntariado promovidas pela autarquia
Distribuição de bens alimentares
Distribuição de medicamentos
Apoio pela autarquia a estudantes do ensino obrigatório
Categorias Subcategorias
Iniciativas de Solidariedade
Social
Doação de equipamentos de proteção individual;
Doação de equipamentos de higienização;
Medidas de apoio a serviços
essenciais
Disponibilização pelas unidades de alojamento de quartos;
Iniciativas de reconversão dos
processos produtivos
Empresas que reconverteram os seus processos produtivos
para a produção de álcool gel, desinfetantes ou aparelhos e
esterilização;
Empresas que reconverteram os seus processos produtivos
para a produção de equipamentos de proteção individual;
Empresas que reconverteram os seus processos formatos de
comercialização para entregas ao domicílio;
Medidas de adaptação das
atividades e espaços à Covid-19
Empresas de investigação com projetos relativos à Covid-19;
Empresas que se adaptaram para cumprir as regras da DGS;
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
22
a) Medidas promovidas pela CIM-RC
No início da pandemia provocada pela Covid-19, o mercado não satisfazia as
necessidades dos consumidores, nomeadamente em relação à disponibilização de EPI,
provocando níveis de preço excessivos e dificuldades no acesso, principalmente pelos
serviços essenciais. De modo a combater esta situação, a CIM-RC criou uma plataforma de
gestão de stocks e de georeferenciação de casos, juntamente com um banco de reserva
estratégica para salvaguardar necessidades básicas urgentes. O objetivo desta plataforma era
promover compras agrupadas de EPI, para tentar diminuir os preços de aquisição através do
esmagamento de margens. A CIM-RC promoveu também workshops e ações de formação
para os funcionários que aderiram ao teletrabalho, para que todos os trabalhadores
mantivessem a sua eficiência laboral.
A CIM-RC participou em reuniões juntamente com a Autoridade Regional de
Saúde e a Proteção Civil, de forma a gerir a propagação do SARS-CoV-2 na região Centro.
Dada a inexperiência em lidar com uma crise pandémica, a união de sinergias entre estas
instiuições tornou-se importante e determinou o dinamismo das mesmas.
Juntamente com o GAL ADICES, a CIM-RC estabeleceu parcerias, nomeadamente
com a DOTT e os CTT, para o lançamento do mercado eletrónico regional destinado à venda
e distribuição de produtos endógenos da região Viseu Dão Lafões.
b) Medidas Sanitárias de Reação à Pandemia
A categoria relativa às medidas sanitárias de reação à pandemia integra as
iniciativas implementadas pelos órgãos autárquicos com o objetivo de controlar e mitigar o
contágio da Covid-19, bem como disponibilizar apoios em diferentes vertentes como aos
serviços essenciais, às IPSS e ERPI e aos munícipes. A partir do Quadro 4 observa-se a
descrição dos ícones utilizados no mapa e na Figura 2 é apresentado o mapeamento destas
iniciativas implementadas pelos municípios integrantes da CIM-RC.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
23
Medidas Sanitárias de Reação à Pandemia Municípios abrangidos
Encerramento e Restrições (Espaços e Atividades)
→ Encerramento do atendimento presencial nos serviços de
atendimento ao munícipe, devendo o atendimento ser
efetuado por telefone, e-mail ou correio;
→ Cancelamento de eventos promovidos pela Câmara
Municipal;
→ Proibição de acesso a parques de estacionamento;
→ Suspensão da realização de reuniões presenciais dos órgãos
municipais;
→ Suspensão da realização das feiras e de mercados;
→ Encerramento de equipamentos e instalações municipais tais
como pavilhões, campos de treino, piscinas, Bibliotecas,
Museus, Parques infantis, Postos de Turismo…
→ Restrições à entrada nos Cemitérios Municipais com
exceção das cerimónias fúnebres;
→ Restrições no acesso e na afetação dos espaços nos
estabelecimentos comerciais, de restauração ou de bebidas;
→ Todos os municípios da CIM-
RC
Fornecimento de equipamentos de
proteção individual aos munícipes → Distribuição de equipamentos de proteção individual
(máscaras, viseiras, batas, …);
→ Entrega de material a voluntários para produção de máscaras
de proteção;
→ Figueira da
Foz
→ Mira
→ Mealhada
→ Montemor-
o-Velho
→ Penela
→ Lousã
→ Mortágua
→ V. N.
Poiares
→ Góis
→ Pampilhosa
da Serra
→ Tábua
Fornecimento de equipamentos de proteção individual aos serviços
essenciais (profissionais de saúde,
forças de segurança, proteção civil,…)
→ Distribuição de equipamentos de proteção individual
(máscaras, viseiras, batas, …);
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Góis
→ Mortágua
→ Pampilhosa
da Serra
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
24
→ Colocação de barreiras físicas e/ou o uso obrigatório de
viseiras apropriadas, nas áreas de atendimento ao público
nos diversos serviços municipais;
→ Constituição de uma reserva estratégica nos serviços de
proteção civil, de bens essenciais, para a assistência e
proteção a todos aqueles que colaboram no combate à
pandemia SARS-CoV-2, ou de munícipes devidamente
identificados pelas autoridades de saúde;
→ Lousã
Fornecimento de equipamentos de
proteção individual às IPSS e Estruturas
Residenciais para Pessoas Idosas
→ Distribuição de equipamentos de proteção individual
(máscaras, viseiras, batas, …);
→ Atribuição de capital para aquisição de material
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Condeixa a
Nova
→ Figueira da
Foz
→ Mira
→ Montemor-
o-Velho
→ Oliveira do
Hospital
→ Penela
→ Soure
→ Tábua
Testagem e realização de triagem da população
→ Aquisição de testes à Covid-19 para profissionais de IPSS,
Misericórdias, bombeiros e GNR;
→ Realização de testes de rastreio à Covid-19 a grupos de
risco;
→ Investimento em testes de rastreio à Covid-19;
→ Instalação de tendas de apoio a centros de saúde;
→ Arganil
→ Góis
→ Lousã
→ Miranda do
Corvo
→ Montemor-
o-Velho
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ V. N.
Poiares
Adaptação de espaços para acolhimento e para prestação de cuidados médicos
→ Adaptação de salas de aula e o pavilhões em hospitais de
campanha;
→ Criação de centros de acolhimento;
→ Reforço da capacidade de acolhimento em equipamentos
alternativos pelas forças de segurança para idosos que não
necessitem de assistência médica;
→ Abertura de Centro de Diagnóstico Covid-19 em parceria
com laboratório de análises;
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Lousã
→ Miranda do Corvo
→ Montemor-
o-Velho
→ Oliveira do
Hospital
→ Penela
→ Tábua
→ V. N.
Poiares
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
25
Disponibilização de apoio pela autarquia aos serviços essenciais
(profissionais de saúde, forças de
segurança, proteção civil,…)
→ Disponibilização de alojamento gratuito e centros de
acolhimento;
→ Disponibilização de telemóveis para facilitar comunicação
entre médicos e utentes;
→ Acolhimento de crianças e filhos a cargo de profissionais de
saúde;
→ Criação de uma linha telefónica dedicada nos serviços de
proteção civil municipal, para intermediar com outras
entidades, nomeadamente autoridades de saúde, policiais e
Bombeiros Voluntários, quaisquer questões, emergências,
ou esclarecimentos no âmbito da pandemia;
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Figueira
→ Lousã
→ Montemor-
o-Velho
→ Oliveira do
Hospital
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penela
→ Tábua
Disponibilização de apoio pela
autarquia às IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas e aos
serviços essenciais (profissionais de
saúde, forças de segurança, proteção
civil,…)
→ Disponibilização de alojamento gratuito;
→ Acolhimento de crianças e filhos a cargo;
→ Disponibilização de quartos em unidades hoteleiras para
acolhimento dos utentes dos lares em caso de evacuação por
contaminação;
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Pampilhosa
da Serra
Disponibilização de apoio a serviços de
saúde para munícipes
→ Contactar com entidades/associações e criação de equipas
de apoio específicas para reforçar o apoio aos cidadãos que
possam vir a necessitar de ajuda ao nível da prestação de
cuidados de saúde;
→ Aquisição de ventiladores para uso hospitalar;
→ Criação de um Observatório da Terceira Idade para
acompanhar o estado geral da população sénior do concelho,
através do contacto telefónico aos idosos que se encontram
mais isolados e do acionamento de um veículo sonorizado
para prestar informações de alerta e de proteção à
população;
→ Cantanhede
→ Mealhada
→ Miranda do
Corvo
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
26
Higienização de espaços públicos → Limpeza e higienização de diversos espaços públicos com
maiores concentrações de pessoas (como farmácias, centros
de saúde, lares, centros veterinários, padarias/pastelarias,
CTT, multibancos, supermercados e hipermercados), com a
colaboração de equipas do município e Juntas de Freguesia;
→ Desinfeção dos contentores de resíduos sólidos urbanos;
→ Reforço da limpeza e desinfeção dos transportes públicos,
instalação de doseador com solução desinfetante dentro dos
autocarros e sensibilização para a aquisição atempada dos
bilhetes evitando a sua compra a bordo;
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da
Foz
→ Lousã
→ Mira
→ Miranda do
Corvo
→ Montemor-
o-Velho
→ Mortágua
→ Oliveira do
Hospital
→ Penela
→ Penacova
→ Tábua
→ V.N. Poiares
Quadro 4 – Descrição dos ícones por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados na Figura 2
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
27
Figura 2 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas às medidas sanitárias de reação à pandemia
(elaboração própria)
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
28
Analisando os dados apresentados, todas as Câmaras Municipais impuseram o
encerramento dos espaços ( ) e dos edifícios administrativos públicos – colocando os
funcionários em regime de teletrabalho de modo a manter a operacionabilidade exigida – e
o cancelamento das atividades e eventos, razão pela qual o ícone correspondente é colocado
uma única vez no mapa. Este resultado corresponde ao esperado, uma vez que estas medidas
foram impostas pelo Governo aquando do estabelecimento do confinamento geral
obrigatório. A mesma preocupação com o controlo da Covid-19 no que respeita à
higienização dos espaços públicos mais frequentados bem como à desinfeção dos
contentores do lixo ( ) verificou-se em 15 dos 19 municípios da CIM-RC, nomeadamente
em Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Lousã, Mira,
Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Penela, Penacova,
Tábua e V. N. Poiares.
Relativamente ao fornecimento de EPI ( ), como máscaras e viseiras, 18 das 19
Câmaras Municipais integrantes da CIM-RC investiram na proteção da população com a
entrega de EPI. Como é observável, os municípios decidiram disponibilizar estes
equipamentos pelos munícipes, pelas IPSS e ERPI e pelos serviços essenciais.
A maioria das autarquias (11 dos 18 municípios) entregou EPI a IPSS e ERPI ( ),
nomeadamente as de Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Miranda
do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Penela, Soure e Tábua. Esta estratégia
fica mais evidente, quando se observa, como se faz na Tabela 1, o índice de envelhecimento
e os QL das atividades de apoio social destes 11 municípios.
Argan
il
Coim
bra
Con
deix
a-
a-N
ova
Fig
uei
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a
Fo
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o
Oli
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o
Hosp
ital
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Índice de
Envelhecimento 278,9
205
140,8
219,7
227,5
219,8
201,5
242.7
288,4
287
216,4
Qu
oci
en
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de
Lo
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da
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vid
ad
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de
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Socia
l
Com
alojamento 0
0,6
3
4,5
6
1,1
7
0,1
2
3
2,1
3
1,1
8
6,2
5
2,9
0
Sem
alojamento ...
0,8
7
2,3
0,2
1
7,3
6
0,6
1
0,9
7
0,2
3
16,9
1,4
0,3
2
Tabela 1 – Índice de envelhecimento e dos QL das atividades de apoio social relativo à
análise da entrega de EPI às IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosa.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
29
Ao analisar estes dados, é possível identificar uma tendência para a entrega de EPI a IPSS e
ERPI nos municípios com uma população mais idosa, onde o índice de envelhecimento
apresenta valores muito elevados e superiores à média da CIM-RC (217,5). Porém, nos
municípios onde este índice é menor, como por exemplo em Condeixa-a-Nova (140,8), a
entrega de EPI a este grupo é justificada pelo elevado peso das atividades de apoio social
com e sem alojamento, respetivamente 4.56 e 2.3.
A distribuição dos EPI pelos munícipes ( ) foi realizada pelas autarquias de Figueira da
Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua, Pampilhosa da Serra,
Penela, Tábua e Vila Nova de Poiares (11 das 19). São 7 dos 12 municípios de baixa
densidade da CIM-RC (exceto Figueira da Foz, Mira e Montemor-o-Velho) e apresentam
densidades populacionais maioritariamente inferiores à densidade populacional da CIM-RC
(100,1), conforme apresentado na Tabela 2.
Fig
uei
ra
da
Fo
z
Gó
is
Lo
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Mealh
ad
a
Mir
a
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osa
da
Serr
a
Pen
ela
Tá
bu
a
V.
N.
de
Po
iares
Densidade Populacional
(n.º/km2) 15
5
14
,5
12
4
18
0
95
,4
11
0,2
35
10
,2
40
56
,9
82
,2
Índice de
Envelhecimento 21
9,7
30
4,5
14
5,2
19
6,8
22
7,5
20
1,5
31
0
53
0,2
28
8,4
21
6,4
16
2,2
Tabela 2 - Densidade populacional e Índice de envelhecimento relativos à análise da
entrega de EPI aos Munícipes
A partir desta análise, denota-se uma tendência por parte das câmaras municipais destes
territórios em distribuir EPI aos munícipes. Refletindo características específicas dos
territórios de baixa densidade, como uma população menos densa e mais envelhecida e de
menores recursos financeiros, estas autarquias implementam uma medida mais inclusiva.
Como é também observável, as autarquias de Mira, Montemor-o-Velho, Penela e Tábua
distribuíram cumulativamente EPI aos munícipes e às IPSS e ERPI.
Em relação à distribuição de EPI junto dos serviços essenciais ( ), esta medida
foi implementada por 6 municípios, nomeadamente Arganil, Coimbra, Góis, Lousã,
Mortágua, e Pampilhosa da Serra. É relevante mencionar que destes 6 concelhos, apenas
Coimbra não é um município de baixa densidade e ainda que as autarquias de Góis, Lousã,
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
30
Mortágua e Pampilhosa da Serra distribuíram estes equipamentos pelos munícipes e pelos
serviços essenciais.
As medidas relativas à testagem e à realização de triagem da população ( ) foram
implementadas por 9 das 19 autarquias da CIM-RC, mais concretamente por Arganil, Góis,
Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela e V.
N. de Poiares. Numa análise ao rastreio à Covid-19 dos grupos de risco pode-se observar a
Tabela 3 que apresenta a proporção da população residente com 65 ou mais anos na
população residente total9. Este indicador é utilizado uma vez que pertencem ao grupo de
risco pessoas com 65 ou mais anos, com doenças crónicas ou com sistemas imunitários
comprometidos (DGS, 2020). Uma vez que não se obtem o número de pessoas com doenças
do grupo de risco, considera-se para a análise toda a população com 65 ou mais anos.
Arg
an
il
Gó
is
Lo
usã
Mir
an
da
do
Co
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Pa
mp
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osa
da
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aco
va
Pen
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V.
N.
de
Po
iares
Proporção da população residente
≥ 65 anos, na população residente
total (%) 28
.0
30
,3
20
,1
22
,3
24
,4
38
,4
29
30
19
,4
Tabela 3 – Proporção da população residente com 65 ou mais anos para a análise relativa
à testagem e realização da população à Covid-19
Todos estes municípios, sendo territórios de baixa densidade (exceto Montemor-o-Velho),
apresentam percentagens elevadas de população residente com 65 ou mais anos,
maioritariamente superiores à média da CIM-RC (25,7%). Perante a vulnerabilidade da
população destes concelhos, expressa através do fator idade e da incidência que a Covid-19
apresenta na população mais velha, estes territórios, que apresentam maior proporção de
residentes com 65 ou mais anos que a CIM-RC, apresentam uma tendência para a
implementação de medidas de rastreio ao SARS-CoV-2.
É também observável a existência de uma associação entre a realização de testes à Covid-19
e a entrega de EPI aos munícipes, tal como ocorreu nos concelhos de Góis, Lousã,
Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra, Penela e V. N. de Poiares. Mas, as medidas no
âmbito da testagem à Covid-19 ocorreram também em municípios que efetuaram a
9 Dados relativos a 2019.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
31
distribuição de EPI às IPSS e ERPI - como em Arganil, Penela, Montemor-o-Velho e
Miranda do Corvo – e aos serviços essenciais como Arganil, Góis, Lousã, Pampilhosa da
Serra. Verifica-se, assim, uma implementação conjunta das medidas relativas à testagem à
Covid-19 e à entrega de EPI, na sua maioria em municípios de baixa densidade.
Em relação às iniciativas de adaptação de espaços para acolhimento e prestação de
cuidados médicos ( ), 10 dos 19 municípios da CIM-RC (Arganil, Coimbra, Condeixa-a-
Nova, Lousã, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Penela, Tábua e
V. N. de Poiares), implementaram medidas como a adaptação de salas de aula e pavilhões
em hospitais de campanha, bem como o reforço da capacidade de acolhimento em
equipamentos alternativos pelas forças de segurança para idosos que não necessitem de
assistência médica. Através da Tabela 4, estão apresentados os QL das atividades de saúde
humana para estse 10 concelhos.
Arg
an
il
Co
imb
ra
Co
nd
eix
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a-N
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Mir
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Oli
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o
Ho
spit
al
Pen
ela
Tá
bu
a
V.
N.
de
Po
iares
Quociente de Localização das
atividades de saúde humama 0,4
1,6
1,7
0,6
1,2
0,9
0,5
1,5
0,3
0,4
Tabela 4 – Quocientes de localização das atividades de saúde humana para análise relativa
às iniciativas de adaptação de espaços para acolhimento e para tratamento.
Observa-se que os municípios que adaptaram espaços para tratamento e acolhimento são os
que apresentam um menor peso das atividades de saúde humana na sua economia local
(exceto Coimbra, Condeixa-a-Nova, Miranda do Corvo e Penela). Por outras palavras, são
os que necessitaram de apoiar os seus serviços de saúde para combater a pandemia,
nomeadamente para auxiliar os respetivos centros de saúde. Nos municípios de Condeixa-a-
Nova, Miranda do Corvo e Penela, esta adaptação de espaços pode ser justificada pelo
elevado QL das atividades de apoio social com e sem alojamento (Tabela 1). Dada a
importância que estas atividades aí apresentam, a adaptação de espaços foi uma medida
implementada para separar os idosos infetados dos não infetados. Já no município de
Coimbra esta adaptação foi para acolhimento de pessoas sem-abrigo.
Relativamente à disponibilização de apoios a serviços de saúde a munícipes ( ),
5 das 19 autarquias da CIM-RC, nomeadamente Cantanhede, Mealhada, Miranda do Corvo,
Pampilhosa da Serra e Penacova implementaram medidas como a aquisição de ventiladores
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
32
para uso hospitalar, a criação de equipas de apoio específicas para reforçar a prestação de
cuidados de saúde.
A disponibilização de apoios aos serviços essenciais ( ) foi efetuada por 9 das 19
autarquias, nomeadamente por Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Montemor-o-
Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penela e Tábua, através de medidas como
a disponibilização de alojamento gratuito aos profissionais de saúde, de equipamentos
tecnológicos para facilitar a comunicação entre utentes e profissionais bem como a criação
de programas para acolher os filhos destes profissionais de serviços essenciais. Os
municípios que implementaram estas medidas são, exceto Pampilhosa da Serra e Penela, os
que exibem um número mais elevado de profissionais dos serviços considerados como
essenciais (médicos/as, enfermeiros/as, bombeiros/as e forças de segurança10). É também
notável que esses municípios não são considerados territórios de baixa densidade, refletindo
características económicas mais robustas e uma maior resiliência económica.
As autarquias de Cantanhede, Coimbra e Pampilhosa da Serra também disponibilizaram
estes apoios às IPSS e ERPI ( ).
Assim, os municípios de Lousã, Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra e Penela
foram os que apresentaram mais medidas implementadas pelos órgãos autárquicos para
controlarem a Covid-19, sendo, desse ponto de vista, os mais dinâmicos da CIM-RC.
Contudo, o dinamismo deve ser analisado sobretudo pela diversidade e complexidade de
medidas, bem como pela variedade de grupos abrangidos. A partir do Quadro 5, ao realizar-
se a comparação entre Montemor-o-Velho, Lousã e Penela e Pampilhosa da Serra é notório
que estes municípios apresentam o mesmo número de iniciativas (7 medidas em 10
elencadas), mas Montemor-o-Velho, Lousã e Penela implementaram iniciativas mais
abrangentes do que Pampilhosa da Serra (nomeadamente com a higienização dos espaços
públicos e a adaptação de espaços para acolhimento e para prestação de cuidados médicos).
Todavia, pode concluir-se que o concelho de Pampilhosa da Serra, caracterizado por uma
população muito envelhecida e considerado um território de baixa densidade, baseou as suas
medidas na proteção direta dos munícipes e dos serviços essenciais (através do fornecimento
de EPI) e com a disponibilização de apoios às IPSS e ERPI, compensando-lhes a não
disponibilização de EPI. Contrariamente, o município com o menor número de medidas
10 Dada a dificuldade em encontrar um indicador respeitante às forças de segurança, utiliza-se por defeito esta
caracterização. Os valores podem ser consultados no Anexo 6.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
33
implementadas foi Soure que investiu no fornecimento de EPI a IPSS e ERPI, seguido do
municípios de Mealhada que investiu na disponibilização de EPI aos munícipes e em apoios
a serviços de saúde dos munícipes.
c) Medidas de Promoção Económica
A categoria da promoção económica integra as medidas desenvolvidas pelas
autarquias da CIM-RC destinadas a apoiar os munícipes, as IPSS e as ERPI e o
comércio/serviços/indústria face aos impactos adversos causados pela Covid-19. O Quadro
5 apresenta a descrição dos ícones utilizados no mapa, bem como as subcategorias e as
medidas associadas que representam. Na Figura 3 observa-se o mapeamento destas
iniciativas.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
34
Medidas de Promoção Económica Municípios
Alívio nos pagamentos e Prolongamento de prazos para os
munícipes
→ Isenção do pagamento de taxas, (por exemplo, as
referentes à Ação Social Escolar (ATL e Refeições
Escolares);
→ Prolongamento dos prazos de todos os pagamentos e
entrega de documentos que digam respeito aos serviços
municipais, sem penalização;
→ Redução em 50 % da fatura da água, saneamento e
resíduos11 para todos os munícipes;
→ Suspensão do pagamento da taxa de estacionamento de
duração limitada em todos os parcómetros;
→ Suspensão do pagamento de rendas municipais;
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da
Foz
→ Góis
→ Mira
→ Miranda do Corvo
→ Montemor-o-Velho
→ Oliveira do Hospital
→ Pampilhosa da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Soure
→ V. N. Poiares
Alívio prazo nos pagamentos e
Prolongamento de prazos para as
IPSS e Estruturas Residenciais
para Pessoas Idosas
→ Suspensão dos prazos de renovação de licenças
municipais;
→ Redução da fatura da água, saneamento e resíduos12
paras as IPSS e Estruturas Residenciais para Pessoas
Idosas;
→ Arganil
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da
Foz
→ Mira
→ Miranda do
Corvo
→ Montemor-o-
Velho Oliveira do
Hospital
→ V. N. Poiares
Alívio nos pagamentos e Prolongamento de prazos para os
serviços essenciais
→ Redução em 50 % da fatura da água, saneamento e
resíduos13 para instituições como corporações de
bombeiros;
→ Arganil
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da Foz
→ Mira
→ Oliveira do
Hospital
→ Soure
11 23 24 Esta redução depende dos grupos-alvo, isto é, para 1) os munícipes: Isenção do pagamento dos consumos mensais correspondentes ao 10º escalão da Tarifa Variável de
água, 2) o comércio/indústria/serviços: Isenção do pagamento das Tarifas Fixas de água e saneamento, 3) as IPSS e ERPI Isenção do pagamento da Tarifa Fixa e da Tarifa
Variável de água e saneamento
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
35
Alívios nos pagamentos e prolongamento de prazos para o
comércio, indústria e serviços
→ Suspensão da cobrança das rendas das concessões ou
arrendamentos de espaços/edifícios municipais;
→ Redução do pagamento das Tarifas Fixas de água e
saneamento correspondentes aos consumidores "não
domésticos — comércio/ indústria/ serviços";
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da
Foz
→ Mira
→ Mealhada
→ Mortágua
→ Miranda do Corvo
→ V. N. Poiares
→ Pampilhosa da
Serra
Atribuição de fundos e subsídios → Aprovação da constituição de reservas de meios e
recursos humanos em todos os agentes municipais de
proteção civil;
→ Apoio às micro, pequenas e médias empresas, através da
prestação de informação sobre procedimentos
necessários para acesso aos programas de incentivos e
medidas de recuperação económica para salvaguarda
dos postos de trabalho;
→ Assegurar o pagamento aos agentes culturais dos
contratos já celebrados;
→ Adiantamento do valor médio dos subsídios concedidos
pela autarquia como apoio às entidades desportivas e
culturais, mediante compromisso de apresentação de
candidatura no presente ano civil;
→ Atribuição de subsídios a coletividades concelhias;
→ Pagamento de reformas ao domicílio;
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Góis
→ Mealhada
→ Montemor-
o-Velho
→ Oliveira do
Hospital
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Soure
→ V. N. de
Poiares
Promoção do comércio pela
autarquia → Promoção do comércio local;
→ Criação de uma rede de distribuição ao domicílio de bens
e produtos alimentares através dos pequenos
comerciantes e produtores locais;
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Figueira da
Foz
→ Lousã
→ Mortágua
→ Oliveira do
Hospital
→ Pampilhosa da
Serra
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
36
→ Entrega de vales para ajudar as famílias mais carenciadas
e promover o comércio local;
→ Mealhada
→ Miranda do
Corvo
→ Montemor-o-
Velho
→ Penela
→ Soure
→ Tábua
→ V. N. Poiares
Promoção do turismo pela
autarquia → Disponibilização de plataformas para divulgação do
território;
→ Sensibilização para a obtenção do selo “CLEAN &
SAFE” do Turismo de Portugal
→ Figueira da
Foz
→ Pampilhosa
da Serra
→ Tábua
Adaptação e Promoção de
eventos culturais → Reagendamento de espetáculos não realizados;
→ Disponibilização de serviços online pelas Bibliotecas
Municipais;
→ Promoção da retoma de hábitos culturais;
→ Promoção de espetáculos (entre eles drive-in);
→ Promoção de formações online e webminares;
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Mealhada
→ Miranda do
Corvo
→ Mortágua
→ Pampilhosa da
Serra
→ Penacova
→ Penela
→ V. N. Poiares
Quadro 5 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios, utilizados na Figura 3
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
37
Figura 3 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas às medidas de promoção económica (elaboração
própria)
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
38
Através da Figura 3, pode-se observar que a maioria dos municípios (16 dos 19
pertencentes à CIM-RC), exceto Mealhada, Mortágua e Tábua, implementou medidas
relativas ao alívio nos pagamentos de taxas e ao prolongamento dos prazos de pagamentos
( ), sendo que nem todos aplicaram os auxílios a todos os destinatários identificados. No
que respeita aos munícipes ( ), este tipo de medidas foi implementada em 16 municípios,
dos quais Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã,
Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra,
Penacova, Penela, Soure e V. N. Poiares. Esta implementação generalizada é justificável por
serem medidas promovidas pelo Governo. No que respeita às IPSS e ERPI ( ), apenas 9
municípios da CIM-RC estenderam estas medidas a este grupo e em relação aos serviços
essenciais ( ), apenas Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mira, Oliveira
do Hospital e Soure estenderam esta medida a corporações de bombeiros.
Em relação ao alívio nos pagamentos e ao prolongamento dos prazos para o
comércio, indústria e serviços ( ), 11 das 19 câmaras municipais (Cantanhede, Coimbra,
Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Mortágua,
Pampilhosa da Serra e V. N. de Poiares) implementaram medidas como a suspensão da
cobrança das rendas das concessões ou de arrendamentos de espaços/edifícios municipais e
a redução do pagamento das faturas da água, saneamento e resíduos.
É notável, a partir da Figura 5, que existe uma conjugação da implementação do alívio nos
pagamentos e prolongamento dos prazos de pagamento para os munícipes e para o comércio,
indústria e serviços, representando uma preocupação por parte das autarquias em auxiliar
quer os munícipes em geral, quer os comércio local.
Em relação à promoção do comércio local ( ), 14 dos 19 municípios
implementaram estas medidas através do desenvolvimento de plataformas eletrónicas para
venda de produtos endógenos e da alteração para o regime de entregas ao domicílio e
takeaway, nomeadamente Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada,
Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da
Serra, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares. Através da Tabela 5, são apresentados
os QL que revelam a importância do setor do comércio a retalho, da agricultura, da
silvicultura e da pesca em cada um destes 14 concelhos.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
39
Can
tan
hed
e
Coim
bra
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Foz
Lou
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an
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da S
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a
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
V.
N.
de
Poia
res
Comércio A
Retalho
0,9
1,2
0,8
1,2
1,1
1,2
0,7
0,7
1,1
1,2
0,6
1,4
4
0,5
1,1
Agricultura
Produção
Animal e
Caça 2,4
0,5
0,8
0,5
1,2
2,5
4
…
0,8
1,2
0,7
2,5
0,6
0,2
Silvicultura
e
Exploração
Florestal 0,8
0,2
0,8
0,8
0,5
1,8
0,7
12,3
0,7
1,1
2,3
…
1
1,7
Pesca e
Aquicultura 0,5
0,3
3,7
0
0
0
0,6
…
0
…
0
…
0
0
Tabela 5 – Quocientes de Localização do comércio a retalho face à análise dos alívios nos
pagamentos e prolongamentos de prazos para o comércio, indústria e serviços.
Observa-se que estes 14 municípios apresentam uma dependência ligeira relativamente ao
QL do comércio a retalho, como é o caso de Coimbra, Lousã, Mealhada, Miranda do Corvo,
Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Soure e V. N. de Poiares cujos valores são iguais
ou superiores ao QL da CIM-RC (1.1).
Os restantes municípios, apesar de não apresentarem uma dependência do comércio local,
têm uma dependência do setor primário relevante. Nos concelhos de Cantanhede, Figueira
da Foz, Montemor-o-Velho, Mortágua, Penela e Tábua, uma parte significativa da população
trabalha no setor da Agricultura, Produção Animal, Caça e atividades dos serviços
relacionados, da Silvicultura e Exploração Florestal e da Pesca e Aquicultura. Deste modo,
estes concelhos promoveram o comércio e estimularam o mercado local para favorecer a
economia local e, consequentemente, a população ocupada nestas atividades.
Em relação ao apoio a eventos ( ), e com os impactos causados pela pandemia no
setor da cultura, 10 dos 19 municípios da CIM-RC (Cantanhede, Coimbra, Mealhada,
Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Pampilhosa da Serra, Penacova e V. N.
de Poiares), implementaram medidas de promoção de eventos culturais apostando também
na readaptação para serviços online das Bibliotecas Municipais.
Observando as infraestruturas usadas para promover eventos cultuais, dos 18 recintos de
espetáculos presentes na CIM-RC, Coimbra e Miranda do Corvo apresentam um número
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
40
considerável de recintos no seu território, 8 e 2, respetivamente. Para além disto, ao analisar
o peso que o setor das atividades de teatro, música, dança e outras14 representa, denota-se
que apenas Coimbra e Miranda do Corvo apresentam uma dependência relevante destas
atividades. É, contudo, observável que os restantes municípios que não apresentam uma
dependência desta atividade são concelhos vizinhos, colocando-se em consideração a
implementação de medidas por efeito de vizinhança.
Relativamente à atribuição de fundos e subsídios ( ), os 11 municípios que
implementaram esta subcategoria de medidas foram os de Cantanhede, Coimbra, Góis,
Mealhada, Montemor-o-Velho, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Oliveira do
Hospital e V. N. de Poiares.
Em relação às iniciativas de promoção do turismo ( ), apenas 3 câmaras
municipais as implementaram, através da disponibilização de plataformas eletrónicas para
divulgação do território. Estes concelhos, nomeadamente Figueira da Foz, Pampilhosa da
Serra e Tábua apresentam características relevantes que justificam estas iniciativas.
Considerando a estada média, o número de dormidas e o número de hóspedes que deram
origem a essas dormidas, o valor da CIM-RC corresponde a 1.7 dias e os valores para estes
3 concelhos são, respetivamente, 2, 1.9 e 3.7 dias15. Isso mostra um elevado peso do turismo
nestes municípios.
Após esta análise, os municípios que implementaram mais medidas de promoção
económica foram Coimbra, Figueira da Foz, Pampilhosa da Serra e V. N. de Poiares. Destes
4 concelhos com o maior número de iniciativas, Pampilhosa da Serra e V. N. de Poiares são
territórios de baixa densidade, enquanto Figueira da Foz e Coimbra são cidades com maior
prosperidade socioeconómica. O dinamismo dos concelhos de baixa densidade demonstra
uma preocupação com a coesão económica e social da população, através da imposição dos
mesmos alívios para o comércio, indústria e serviços, bem como para os munícipes.
Observa-se ainda que a promoção do comércio é importante para todos os concelhos,
independentemente do seu grau de desenvolvimento. Para além disto, reconhecendo o peso
do turismo na Figueira da Foz, em Tábua e na Pampilhosa da Serra, a promoção desta
14 Consultar Anexo 4. 15 Os valores relativos a este indicador estão apresentados no Anexo 4.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
41
atividade, seja através de plataformas como através da sensibilização para a importância do
selo Clean&Safe, demonstra a necessidade destes concelhos em manter essa dependência.
d) Medidas de Promoção Social
A categoria da promoção social inclui medidas com o objetivo de promover o bem
estar geral e a proteção da população contra o vírus SARS-CoV-2, através de ações de
voluntariado, de sensibilização e de linhas de apoio. Inclui ainda medidas que promovam a
igualdade no acesso a bens essenciais e à educação. A partir do Quadro 6 são descritos os
ícones utilizados no mapa, bem como subcategorias que eles representam e as medidas que
as incluem, e a partir da Figura 4 observa-se o mapeamento destas iniciativas.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
42
Medidas de Promoção Social Municípios abrangidos
Criação de linhas e programas de apoio aos
munícipes
→ Linha telefónica da ação social e saúde para dar resposta aos pedidos
de pessoas isoladas ou em situação de carência económica, para assegurar o transporte de géneros alimentares e medicamentos ao
domicílio, proporcionando ainda apoio psicossocial às pessoas mais
fragilizadas;
→ Equipa de Intervenção em Situações de Exceção para dar resposta aos pedidos de apoio das pessoas em situação de carência e entregar
ao domicílio bens alimentares e outros produtos de primeira
necessidade;
→ Programas para combater o isolamento, sedentarismo e entretenimento infantil
→ Linha de apoio à Covid-19
→ Programa de apoio para munícipes que possam necessitar de
prestação de cuidados de saúde;
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da Foz
→ Lousa
→ Mealhada
→ Mira
→ Montemor-
o-Velho
→ Mortágua
→ Oliveira do
Hospital
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Soure
→ Tábua
→ V. N. Poiares
Ações de sensibilização
pela autarquia → Criação de uma equipa para sensibilização das pessoas sem-abrigo
para a COVID-19;
→ Realização de ações de sensibilização e esclarecimento para as IPSS
e Associações;
→ Sensibilização das juntas de freguesia para o incentivo de formas
alternativas ao atendimento presencial para prevenção do vírus;
→ Sensibilização para o isolamento social voluntário;
→ Arganil
→ Coimbra
→ Figueira da Foz
→ Miranda do
Corvo
→ Montemor-
o-Velho
→ Mortágua
→ Oliveira do Hospital
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Tábua
Atividades de voluntariado
promovidas pela autarquia → Criação de Bolsa de Voluntariado para o combate à pandemia
Covid-19;
→ Elaboração de projetos de solidariedade para entrega de
equipamentos de proteção individual
→ Angariação de voluntários para produção de equipamentos de proteção individual
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Lousã
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Soure
→ V. N. Poiares
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
43
Distribuição de bens alimentares aos munícipes
→ Promoção e implementação ao apoio direto da população com a
distribuição de bens alimentares e de primeira necessidade às famílias economicamente mais fragilizadas e expostas a situações
de carência económica;
→ Aquisição e doação de cabazes de compras, com bens de primeira
necessidade, aos agregados familiares dos alunos mais necessitados
→ Distribuição de refeições escolares, em regime de entrega ao
domicílio, a todos os alunos que necessitem
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Coimbra
→ Condeixa-a-
Nova
→ Figueira da Foz
→ Góis
→ Lousã
→ Mealhada
→ Mortágua
→ Montemor-
o-Velho
→ Oliveira do Hospital
→ Pampilhosa
da Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Soure
→ Tábua
→ V. N. de
Poiares
Distribuição de bens alimentares às IPSS e
Estruturas Residenciais
para Pessoas Idosas
→ Criação de serviço de apoio às IPSS e Estruturas Residenciais para
Pessoas Idosas na entrega das refeições aos utentes no âmbito do Apoio Domiciliário
→ Condeixa-a-
Nova
→ Soure
Distribuição de medicamentos ao
munícipes
→ Promoção de iniciativas para a distribuição/entrega de medicação e
informações relevante a idosos, pessoas com mobilidade reduzida, pessoas em situação de isolamento profilático, em situação de
quarentena e infetadas pelo vírus Covid-19;
→ Arganil
→ Cantanhede
→ Condeixa-a-Nova
→ Figueira da
Foz
→ Góis
→ Lousã
→ Mealhada
→ Oliveira do
Hospital
→ Mortágua
→ Pampilhosa da
Serra
→ Penacova
→ Soure
→ Tábua
→ V.N.de Poiares
Apoio pela autarquia a
estudantes do ensino obrigatório
→ Promoção de iniciativas para garantir o acesso às aulas online;
→ Entrega de equipamentos informáticos;
→ Entrega de materiais lúdico-pedagógicos e manuais escolares;
→ Disponibilização de transportes escolares;
→ Arganil
→ Figueira da Foz
→ Mealhada
→ Miranda do
Corvo
→ Mortágua
→ Pampilhosa da
Serra
→ Penacova
→ Penela
→ Tábua
→ V. N. Poiares
Quadro 6 – Descrição dos ícones, por categorias, subcategorias e por municípios utilizados na Figura 4
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
44
2
Figura 4 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelas Câmaras Municipais relativas às medidas de promoção social (elaboração
própria)
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
45
Em relação à criação e à promoção de linhas de apoio à população ( ) para
esclarecimentos sobre o isolamento social, esclarecimentos sobre a Covid-19, violência
doméstica e programas de apoio para assegurar a entrega de bens essenciais (como bens
alimentares e medicamentos), cerca de 17 das 19 Câmaras Municipais da CIM-RC
implementaram iniciativas desta subcategoria. Foram elas, como Arganil, Cantanhede,
Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho,
Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila
Nova de Poiares.
Relativamente à distribuição de bens alimentares ( ), de um modo geral todas as
autarquias promoveram e implementaram medidas de apoio direto para as famílias
economicamente mais fragilizadas e expostas a situações de carência económica, bem como
para os agregados familiares dos alunos mais fragilizados ( ), nomeadamente Arganil,
Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Montemor-o-
Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure,
Tábua e Vila Nova de Poiares. Destes 18 municípios, Condeixa-a-Nova e Soure criaram
serviços de apoio às IPSS e ERPI na entrega das refeições aos utentes ( ).
Em relação à entrega de medicamentos ( ), as 13 autarquias que promoveram a
sua distribuição a idosos, a pessoas com mobilidade reduzida, a pessoas em situação de
isolamento profilático, em situação de quarentena e infetadas pela Covid-19, foram Arganil,
Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mortágua,
Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Soure e Vila Nova de Poiares.
Perante as iniciativas de sensibilização à Covid-19 ( ), 11 dos 19 concelhos
promoveram campanhas de esclarecimento para o isolamento voluntário para IPSS e ERPI
como para pessoas sem-abrigo, nomeadamente Arganil, Figueira da Foz, Montemor-o-
Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Tábua e
Vila Nova de Poiares.
Relativamente às atividades de voluntariado promovidas pelas autarquias ( ), 8
das 19 câmaras municipais (Arganil, Cantanhede, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penacova,
Penela, Soure e V. N. de Poiares), basearam-se na criação de bolsas de voluntariado com o
objetivo de apoiar o combate à Covid-19, sendo também promovida a angariação de
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
46
voluntários para a produção de EPI e para o desenvolvimento de projetos de solidariedade
para a entrega de equipamentos.
De modo a garantir a igualdade no acesso ao ensino, o apoio a estudantes do ensino
obrigatório foi realizado por 10 municípios (Arganil, Figueira da Foz, Mealhada, Miranda
do Corvo, Mortágua, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Tábua e V. N. Poiares), através
de medidas capazes de garantir o acesso dos estudantes às aulas online, da entrega de
equipamentos informáticos, como tablets e manuais escolares e cadernos de atividades e da
disponibilização de transportes escolares gratuitos para os alunos.
Assim, a implementação de iniciativas de promoção social foi mais
homogénea por parte dos municípios da CIM-RC, tal como se pode observar, não existindo
distinções entre territórios de baixa densidade e territórios mais robustos.
e) Iniciativas do tecido empresarial e da sociedade civil
A categoria relativa às medidas implementadas pelo tecido empresarial inclui
iniciativas de solidariedade social, como a realização de doações de EPI e álcool-gel a órgãos
autárquicos ou a IPSS e ERPI, de apoio aos serviços essenciais e de reconversão dos
processos produtivos das empresas. A partir do Quadro 7 são descritos os ícones utilizados
no mapa com as respetivas subcategorias que eles representam, bem como as medidas que
incluem. Na Figura 5 observa-se o mapeamento destas iniciativas.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
47
Ícone Iniciativas de solidariedade social Empresas
Doação de equipamentos de proteção individual
Arganil
→ SOS Arganil;
Cantanhede
→ Mundo molduras, Lda.;
→ Ventiplast, Lda.;
Coimbra
→ Instituto Pedro Nunes;
→ Universidade de Coimbra;
Figueira da Foz
→ MICROplásticos S.A;
→ ScalesOceans, Lda.;
Doação de equipamentos de higienização
Lousã
→ Carranca Redondo, Lda. (Licor Beirão);
Mira
→ MVP Distribuições, Unipessoal Lda.;
Mealhada
→ Eixorientador, Lda.;
Montemor-o-Velho
→ DIVA – Cerveja Artesanal;
Penacova
→ Naturdermo, Lda.;
Ícone Iniciativa de reconversão processos produtivos Empresas
Empresas que reconverteram os seus processos para a produção de
álcool gel, desinfetantes ou aparelhos de esterilização;
Coimbra
→ Greendet, Lda.;
→ TIS – Techonological and Intelligent Systems, Lda.;
Condeixa-a-Nova
→ Farmolabor – Produtos Farmacêuticos, S.A.;
Lousã
→ Carranca Redondo, Lda. (Licor Beirão);
Mira
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
48
→ Tacha-Representações, Lda.;
Montemor-o-Velho
→ DIVA – Cerveja Artesanal;
Mortágua
→ FHC Farmacêutica, S.A.;
Empresas que reconverteram os seus produtos para a produção de
equipamentos de proteção individual
Cantanhede
→ Mundomolduras – Comércio de molduras, Lda. numa parceria com
Ekolor, Urva Bike Team e Imobiliária Nova Central;
→ Ventiplast, Lda.;
Figueira da Foz
→ Michael Folke Wiberg (MFW) – Importação e Exportação Lda.;
→ MICROplásticos, S.A;
→ ScalesOceans, Lda.;
→ Walking Habit;
Lousã
→ Meia Mania Unipessoal, Lda.;
→ My Dara International, Lda.;
Mira
→ DOM Mira, Lda.;
Montemor-o-Velho
→ Process Plas, Lda.;
Mortágua
→ Filipa Van Brabant- Clothing, Lda.;
Oliveira do Hospital
→ Azuribérica - Têxtil S.A.;
→ DAVION - Indústria de vestuário S.A.;
→ Dressing World Unipessoal, Lda.;
→ OHMASCARAS, Lda.;
→ WellGiven, Lda.;
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
49
Empresas que reconverteram os seus formatos de comercialização para
entregas ao domicílio;
Coimbra
→ BIZARRO & BIZARRO Lda.;
→ Briosa do Mondego – atividades hoteleiras, Lda.;
→ DUX - TABERNA URBANA, Lda.;
→ Farmácia Paula Murta;
→ PEREIRA LOPES & BOTELHO, Lda.;
Condeixa-a-Nova
→ CORDEIROVENDING - SERVIÇOS DE VENDING, Lda.;
→ TRILHOS E SAVANAS, Lda.;
Lousã
→ Coisas da Quinta, (ARCIL)
→ Coração da Terra
Montemor-o-Velho
→ Farmácia Dias Amaral
→ Farmácia Oliveira Ribeiro
→ Padaria Pastelaria Arca Doce, Lda.
→ Queijadinha-Doçaria Conventual
Ícone Medidas de Adaptação de atividades e espaços à Covid-19 Empresas
Empresas que se adaptaram para cumprir as regras da
Direção Geral da Saúde
Arganil
→ Doce Abraço, Lda.;
→ Exubernumber, Unipessoal Lda.;
Cantanhede
→ Pneus Recta do Norte, Lda.;
→ SILABAPRESTÍGIO - Unipessoal Lda.;
Coimbra
→ BOM PULSO - Ginásio De Manutenção E Reabilitação, Lda.;
→ CELISC - Centro Linguístico de Coimbra, Lda.;
→ CIMDC - Centro Integrado de Medicina Dentária de Coimbra, Lda.;
→ D'OREY GOUVEIA MELO, Unipessoal Lda.;
→ DUDENTIS, Lda.;
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
50
→ Fernanda Fraga, Lda.;
→ IDESEC - Instituto De Desenvolvimento Educativo Do Centro, Lda.;
→ Limpezas Do Centro, SANTOS & CARVALHO, LDA
→ LORSENIOR - Actividades Sociais, Lda.;
→ Maria Emília Rocha Simões, Lda.;
→ PROJEDOMUS, Projetos e Instalações Elétricas Inteligentes, Lda.;
→ VIAPLANTA - Sociedade Comercial De Limpezas E Ajardinamentos,
Lda.;
Figueira da Foz
→ FORMELLA - Formação E Consultoria, Lda.;
→ QUIAIOS HOTEL - Empreendimentos Turísticos S.A.;
→ SANCHEZ, Lda.;
Lousã
→ COLQUIDA, Lda.;
→ DESTINOS ENLAÇADOS, Lda.;
→ F.A. CORTEZ & FILHOS, Lda.;
→ ISIDOVIAS – Investimentos, Lda.;
→ VERDECLICK - Soluções Energéticas, Lda.;
Mealhada
→ CERTOMA-Comércio Técnico De Máquinas, Lda.;
Mira
→ EXUMAS CONSULTING GROUP, Lda.;
Miranda do Corvo
→ AUTOGARSILVA, Lda.;
Montemor-o-Velho
→ AZENHA & GONÇALVES, Lda.;
→ CEFORCIVIL - Consultoria E Formação, Lda.;
→ Lineve, Lda.;
→ NOVAPERCAMPO, Lda.;
→ Outeiro Do Mondego Eventos - Restauração E Serviços, Lda.;
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
51
→ PATINHOS - Sociedade De Hotelaria, Lda.;
→ Sabores de Tentúgal, Lda.;
Oliveira do Hospital
→ Cooperativa Agro Pecuária Da Beira Central CRL;
→ GARGON, S.A;
Penacova
→ Hotel Rural Quinta Da Conchada, Lda.;
V. N. de Poiares
→ Associação De Desenvolvimento Integrado De Poiares;
Empresas de investigação com projetos relativos à Covid-19
Cantanhede
→ BIOCANT - Associação De Transferência De Tecnologia;
→ EXOGENUS THERAPEUTICS, S.A.;
→ LIMM THERAPEUTICS, S.A.;
Coimbra
→ LASERLEAP TECHNOLOGIES,S.A.
Penela
→ ECOEXPERIENCE, Lda.;
→ SICGEN - Investigação e Desenvolvimento em Biotecnologia, Lda.;
Ícone Medidas de apoio a serviços essenciais Empresas
Disponibilização pelas unidades de alojamento de quartos;
Permanência no apoio a veículos de entidades em serviço permanente;
Montemor-o-Velho
→ Campus Aquático;
→ Hotel Abade João;
→ Lourenço & Letra, Lda.;
Quadro 7 – Descrição dos ícones utilizados, por categoria e por empresas, na Figura 5
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
52
Figura 5 – Mapeamento das iniciativas implementadas pelo tecido empresarial (elaboração própria)
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
53
As iniciativas de reconversão das empresas, no âmbito da Covid-19, podem ocorrer
através da alteração para a produção de álcool gel, desinfetantes ou aparelhos de
esterilização, a produção de EPI ou para modelos de entregas ao domicílio.
Em relação à alteração para a produção de álcool gel e desinfetantes ( ), estas
reconversões existiram nos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova, Lousã, Mira,
Montemor-o-Velho e Mortágua. Em Coimbra, a Greendet, Lda., Lda., empresa que produz
e comercializa produtos de limpeza e a TIS – Techonological and Intelligent Systems
empresa de soluções tecnológicas inovadoras, adaptaram-se à nova realidade imposta pela
Covid-19 e passaram a produzir, respetivamente, uma nova gama de produtos desinfetantes
e um equipamento móvel capaz de inativar o vírus SARS-CoV-2 através da radiação
ultravioleta. Em Mira, a empresa TACHA-Representações, Lda. que produzia pesticidas e
desinfetantes, incluiu a produção de álcool gel. A Farmolabor, S.A., em Condeixa-a-Nova,
e FHC, S.A., em Mortágua, empresas de produtos farmacêuticos, ajustaram os seus
processos para produzir álcool gel. A mesma iniciativa foi implementada pela Licor Beirão,
na Lousã, que interrompeu a sua produção de bebidas alcoólicas e se concentrou na produção
de desinfetantes e pela DIVA- Cerveja Artesanal, em Montemor-o-Velho. Estes 6
municípios apresentaram resiliência empresarial, uma vez que as empresas cujos processos
produtivos se adaptaram facilmente à produção de desinfetantes pertencem a atividades
económicas dos setores das indústrias transformadoras, nomeadamente a indústria das
bebidas, fabrico de produtos químicos e fabrico de produtos farmacêuticos. Tal como se
observa pelos QL16, estes municípios apresentam valores relevantes em pelo menos um
desses setores, justificando a capacidade de adaptação. A reconversão da empresa TIS, Lda.
enquadra-se nas atividades de investigação científica e de desenvolvimento, cujo QL é de
2.1. Em relação à reconversão das farmacêuticas de Condeixa-a-Nova e de Mortágua, a
dependência desta atividade revê-se no QL da fabricação dos produtos farmacêuticos de base
e de preparações farmacêuticas, pelo menos no município de Mortágua (QL=15,7), uma vez
que o QL de Condeixa-a-Nova está sob segredo estatístico. A reconversão da empresa de
Mira reflete-se no QL da fabricação de produtos químicos artificiais (14.4) e as empresas da
Mealhada e da Lousã, sabendo que integram a indústria das bebidas refletem-se no QL
respetivo.
16 Consultar Anexo 4.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
54
Em relação à produção de EPI ( ), as reconversões existiram nos municípios da
Figueira da Foz, Lousã, Mira, Montemor-o-Velho, Mortágua e Oliveira do Hospital. Para as
reconversões para a produção de máscaras e de fatos de proteção, empresas como a Michael
Folke Wiberg (MFW), Lda. (na Figueira da Foz), a Meia Mania, Lda. e a My Dara
International, Lda. (na Lousã), a DOM, Lda. (em Mira), a Filipa Van Brabant, Lda. (em
Mortágua) e a Azuribérica, S.A., a DAVION, a Dressing World, Lda., a OHMASCARAS,
Lda. e a WellGiven, Lda. (em Oliveira do Hospital), reformularam os seus processos, sendo
que algumas recorreram ao FEDER para se conseguirem readaptar. Estes 5 municípios
apresentaram resiliência empresarial, principalmente através das empresas cujos setores que
integram, se adaptam à produção de máscaras e fatos de proteção, como o setor têxtil, o setor
do vestuário e a fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas. Na da Tabela 9,
pode-se observar os QL destes municípios para os setores de atividade.
Para a produção de viseiras, acrílicos de proteção e componentes de ventiladores empresas
de fabricação de matérias plásticas, como a Ventiplast, Lda. (de Cantanhede), a
MICROplásticos, S.A, a ScalesOceans, Lda. (da Figueira da Foz) e a Process Plas, Lda. (de
Montemor-o-Velho), adaptaram os seus processos produtivos. A partir do contacto com a
ScalesOceans, Lda., empresa de artigos náuticos, a iniciativa de reconversão surgiu pela
solidariedade social, uma vez que no início da pandemia não existiam EPI suficientes para
tanta procura, nomeadamente viseiras. Assim, juntamente com outras duas entidades, a
empresa adaptou os seus processos produtivos e produziu e doou estes equipamentos de
proteção. Contudo, com o aumento da oferta no mercado, esta empresa sentiu necessidade
de colocar o produto à venda, por um preço de mercado mais justo, permitindo-lhe cobrir
alguns custos de produção. Após a primeira vaga pandémica e com o aumento da oferta
destes EPI, a empresa decidiu não continuar a sua produção, uma vez que não parou a sua
atividade principal. A ScalesOceans, Lda. introduziu ainda a produção de acrílicos para
balcões no seu portefólio.
A partir dos QL17 consegue-se justificar a readaptação dos processos produtivos da
empresa da Figueira da Foz, cujos valores da fabricação de matérias plásticas é elevado
(QL=5,4), das empresas da Lousã e de Oliveira do Hospital, pertencentes ao setor do têxtil
(QL=3,2 e QL=2,8, respetivamente). A empresa de Mira reflete-se no setor do vestuário
(QL=1.4), sendo a atividade da DOM, Lda. o calçado. As empresas dos restantes municípios
17 Consultar Anexo 4.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
55
encontram-se refletidas no fabrico de matérias plásticas, cujo QL se encontra sob segredo
estatístico.
Para as readaptações dos formatos de comercialização ( ), as iniciativas
ocorreram em Coimbra, Condeixa-a-Nova, Lousã e Montemor-o-Velho, principalmente
com unidades hoteleiras, pastelarias e restaurantes.
Relativamente às iniciativas de solidariedade social, mais concretamente a doação
de EPI ( ), observa-se que empresas como a SOS Arganil, a Ventiplast, Lda.,
Mundomolduras, Lda. o Instituto Pedro Nunes, a Universidade de Coimbra, a
MICROplásticos, S.A. e a ScalesOceans, Lda. contribuíram com a doação de EPI (viseiras)
a várias instituições, respetivamente, à Câmara Municipal de Arganil (10 000 unidades), à
Câmara Municipal de Cantanhede (100 unidades), à Câmara Municipal de Cantanhede (300
unidades), à CIM, à ONGD-SIM18 (300 unidades), à Câmara Municipal de Montemor-o-
Velho (100 unidades) e ao Hospital da Figueira da Foz.
As iniciativas solidárias relativas à doação de equipamentos de higienização ( )
ocorreram nos municípios de Lousã, Mira, Mealhada, Montemor-o-Velho e Penacova,
através das empresas Licor Beirão, Lda., MVP (com 194 unidades de álcool gel doados aos
Bombeiros Voluntários, à GNR, à Obra do Frei Gil e à Cercimira), Eixorientador, Lda.,
DIVA – Cerveja Artesanal (com 300 litros de desinfetante) e Naturdermo, Lda. (com 30
litros de desinfetante oferecidos à Corporação de Bombeiros de Penacova).
Estas doações ocorreram no início da pandemia, quando não existia no mercado oferta
suficiente para a elevada procura, principalmente de EPI, mas também de álcool gel e
desinfetantes.
Nas iniciativas de apoio aos serviços essenciais ( ), as empresas que efetuaram
medidas que se enquadram nesta categoria foram, na sua maioria, empresas de alojamento,
sendo que as únicas informações obtidas foram relativas ao concelho de Montemor-o-Velho,
com a disponibilização de quartos para os profissionais dos serviços essenciais pelo Campus
Aquático e pelo Hotel Abade João. Existiu também a implementação de apoio permanente
a veículos de entidades em serviço permanente, como ambulâncias, pela empresa de
reparação e manutenção automóvel Lourenço & Letra, Lda..
18 Organização Não Governamental para o Desenvolvimento – Solidariedade Internacional a Moçambique.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
56
Relativamente às medidas de adaptação de atividades e espaços à Covid-19 ( ),
empresas de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada, Mira,
Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Penacova, Oliveira do Hospital e V. N. de Poiares
utilizaram o FEDER como apoio para adaptarem as suas atividades às regras estipuladas
pela Direção-Geral de Saúde de modo a ser-lhes permitido continuar com as suas atividades.
As empresas de investigação e desenvolvimento com projetos relativos à Covid-19
( ), localizam-se nos municípios de Cantanhede, Coimbra e Penela. Estas empresas
desenvolveram investigações para perceber a foto-inativação da Covid-19 – pela
LASERLEAP TECHNOLOGIES, S.A. (em Coimbra) –, a deteção e avaliação da presença
da Covid-19 no ar, em espaços fechados – pela BIOCANT –, o tratamento de insuficiência
aguda pela Covid-19 através das células estaminais – pela EXOGENUS THERAPEUTICS,
S.A. –, a função das células linfoides inatas na proteção de complicações renais em pacientes
com Covid-19 – pela LIMM THERAPEUTICS, S.A. –, em Cantanhede, a valorização de
óleos alimentares como agentes bioativos no combate ao Sars-Cov-2 – pela
ECOEXPERIENCE, Lda. –, o desenvolvimento e produção de anticorpos anti-Sars-Cov-2
pela SICGEN, Lda., em Penela. Pelos valores dos QL das atividades de investigação
científica e de desenvolvimento e outras atividades de consultoria, científica, técnicas e
similares19, é possível entender o peso que a investigação e o desenvolvimento tem nestes 3
municípios, justificando a capacidade destes municípios apresentarem estas iniciativas.
Ao nível das iniciativas da sociedade civil, as comunidades locais aproveitaram a
internet e criaram grupos nas redes sociais – como por exemplo no Facebook – para a partilha
de informações e de iniciativas de entreajuda para a população, nomeadamente para a da
região Centro, através o Grupo “Covid-19 Zona Centro”. É ainda através destes grupos que
são iniciadas ações de apoio na recolha de bens essenciais para diversas comunidades e
realizada a partilha de informações para eventuais questões que possam existir na sociedade.
Foram também criadas redes de apoio entre vizinhos na Lousã, por exemplo, como a
Plataforma SOS Vizinho que, com o apoio da Cooperativa António Sérgio para a Economia
Social, da Altice, da GoParity, da AGEAS e da “Lous@ em Rede” permitiu que a população
mais vulnerável fosse auxiliada com a compra de bens essenciais, como alimentação e
medicamentos.
19 Consultar Anexo 4.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
57
4 – Conclusão
Perante a necessidade de implementar medidas de combate e de mitigação da
Covid-19, e das respetivas consequências, à realidade territorial, os órgãos autárquicos, as
empresas e a sociedade civil colocaram em prática diversas iniciativas, com os seus recursos
disponíveis. Os resultados obtidos permitem responder às questões que deram origem a esta
investigação, enunciadas na subsecção 3.1..
(i) Em relação às câmaras municipais, os tipos de medidas implementadas foram as
classificadas como de reação à pandemia, como a entrega de EPI, adaptação de
espaço, testagem da população, higienização de espaços públicos, encerramento e
restrições e a disponibilização de apoios a serviços de saúde e a profissionais de
saúde. Contudo, as autarquias colocaram ainda em prática medidas de carácter
económico, com o objetivo de mitigar as consequências da Covid-19, como alívios
nos pagamentos dos munícipes e do comércio/indústria, prolongamento de prazos
de entrega de documentos, atribuição de fundos e subsídios, e promoção do
comércio local e do turismo. Adotaram, ainda, medidas de carácter social, como
realização de ações de sensibilização, criação de bancos de voluntariado,
disponibilização de refeições às famílias carenciadas, e entrega de bens e
medicamentos à população isolada ou com dificuldades.
(ii) Ao nível empresarial existiram medidas de carácter solidário, medidas de adaptação
e de adaptabilidade, com o objetivo de combater a pandemia. O excesso de procura
registado no início da pandemia em relação aos EPI e, consequentemente, o preço
excessivo destes bens fez transparecer a solidariedade social das empresas,
demonstrando a sua preocupação e sensibilidade para com a comunidade
envolvente. Para as atividades essenciais existiu a obrigatoriedade do cumprimento
das regras sanitárias, através de medidas de adaptação de espaços e, para as
empresas que apresentavam a capacidade e recursos suficientes, através de medidas
de reconversão.
(iii) Várias empresas na CIM-RC reconverteram os seus processos produtivos. Na
fabricação de EPI destacam-se empresas do setor têxtil, do vestuário, das matérias
plásticas e borrachas, enquanto na fabricação de desinfetantes sobressaem empresas
do setor das bebidas, produtos farmacêuticos, produtos de limpeza e empresas
tecnológicas.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
58
(iv) Foi possível mapear também algumas iniciativas da sociedade civil na CIM-RC,
principalmente as que se traduziram na mobilização através das redes sociais e da
criação, com parceiros estratégicos, de redes de entreajuda.
Após a apresentação e discussão dos dados, conseguem-se retirar algumas
conclusões. A primeira das quais diz respeito às medidas públicas, onde o dinamismo dos
municípios da CIM-RC foi geral, com iniciativas de implementação básica como a
desinfeção de espaços, a disponibilização de EPI pelo menos a um grupo destinatário, o
encerramento e restrições de espaços, os auxílios nos pagamentos e prolongamento de prazos
(a munícipes e comércio/serviços/indústria) e medidas de promoção social.
A segunda conclusão, é que as medidas de proteção direta da população, como o
fornecimento de EPI a IPSS e ERPI e aos munícipes e a realização de testes de rastreio à
Covid-19, se concentrarem nas regiões com uma população mais idosa, em que a população
com 65 ou mais anos corresponde aproximadamente a 30% da população total, e com
atividades económicas dependentes dos serviços de apoio social, tendo como exemplos os
municípios de Lousã, Pampilhosa da Serra e Penela – territórios de baixa densidade. Assim,
e denotando a não implementação de muitas iniciativas desta categoria por concelhos mais
resistentes ao nível económico e social, pode-se perceber que os territórios de baixa
densidade foram mais dinâmicos e resilientes.
A terceira conclusão refere-se à atribuição por quase todos os municípios de auxílios
económicos, nomeadamente aos munícipes e ao comércio, e à promoção do comércio,
demonstrando a dependência da CIM-RC ao setor primário e ao comércio a retalho e
refletindo uma questão de necessidade em contexto de crise.
A quarta conclusão é relativa aos territórios de baixa densidade não apresentarem, na sua
maioria, iniciativas promovidas pelo tecido empresarial, resultado expectável, uma vez que
o fraco dinamismo empresarial é uma especificidade destes territórios. Contrariamente, os
de Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Mealhada, Mira e Montemor-
o-Velho apresentaram iniciativas de reconversão e de solidariedade social, bem como
projetos de investigação e desenvolvimento para o combate à Covid-19.
Da análise realizada sobre o nível de dinamismo territorial, constatou-se que, para
iniciativas privadas existe uma predominância de medidas nos concelhos mais resistentes e,
por isso, com melhores recursos e capacidades instaladas para se demonstrarem resilientes
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
59
face à pandemia. Por outro lado, para iniciativas públicas, os territórios de baixa densidade
da CIM-RC apresentaram medidas mais dinâmicas e abrangentes, o que pode ser
interpretado como sinal de que o motor da sua capacidade de resiliência foi a necessidade.
Espera-se que este relatório seja uma mais-valia para o conhecimento da resiliência
e da vulnerabilidade económica do território da CIM-RC. De notar que este relatório foi
realizado no âmbito da primeira vaga pandémica e que, durante as duas vagas seguintes,
muitas destas medidas foram melhoradas, desenvolvidas e dinamizadas por todo o território,
gerando homogeneidade dos sistemas socioeconómicos e demonstrando a necessidade que
as regiões têm de construir a sua resiliência económica e estimular a confiança empresarial.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
60
5 – Estágio Curricular
5.1 – O Centro de Investigação em Economia e Gestão (CeBER)
O Centre for Business and Economics Research (CeBER) é o Centro de
Investigação em Economia e Gestão da Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra. Fundado em 2016, rege-se pelos estatutos da Universidade de Coimbra e tem como
missão realizar atividades de investigação científica fundamental aplicada às áreas da
economia e da gestão, bem como fomentar a inter-relação com outras áreas do
conhecimento. O CeBER forma investigadores e presta serviços de conhecimento e de
desenvolvimento avançados à comunidade envolvente, procurando o avanço e a
disseminação do conhecimento científico e promovendo a colaboração interdisciplinar entre
investigadores, professores e estudantes da Universidade de Coimbra e membros de outras
instituições. Estrategicamente orientado para a inovação e para o desenvolvimento, o CeBER
inclui três pilares de investigação (clusters temáticos) – Organização e desenvolvimento;
Instituições e políticas para o desenvolvimento sustentável e Decisões e políticas de saúde.
(www.uc.pt/uid/ceber, 2020)
A estrutura de gestão do centro de investigação é composta pelo Diretor, Doutor
Luís Dias, e pelos Subdiretores, Doutora Marta Simões e Doutor Pedro Godinho. O CeBER
tem 3 Coordenadores dos seus clusters temáticos, que fazem igualmente parte da sua
Comissão Científica, conjuntamente com o Diretor e com os coordenadores dos programas
de doutoramento associados às áreas de investigação do CeBER. Dispõe ainda de um
Conselho Consultivo Científico Externo, composto por três personalidades estrangeiras de
renome nas áreas da economia e da gestão.
5.2 – Enquadramento do Estágio na Plataforma Coimbra 2030 e objetivos
O estágio curricular realizado no CeBER para a obtenção do grau de mestre em
Economia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, enquadra-se na
Plataforma para o Desenvolvimento da Região de Coimbra – Coimbra 2030 (adiante
Plataforma). Esta Plataforma tem como parceiros estratégicos a Universidade de Coimbra
(através do CeBER), a Comunidade Intermunicipal de Coimbra (CIM-RC) e o Instituto
Pedro Nunes. A Plataforma visa apoiar o desenvolvimento económico e social da Região de
Coimbra, através da recolha e disponibilização de informação sobre os incentivos à atividade
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
61
económica, sobre a coesão social e as políticas públicas, bem como as tendências de
mercado, perante a atual crise pandémica causada pela Covid-19, incluindo as consequências
económicas e sociais daí decorrentes.
Este estágio integra o Laboratório de Investigação da Plataforma contribuindo com
a realização de atividades de investigação científica de suporte ao desenvolvimento de
políticas públicas de qualidade. Deste modo, o contributo deste relatório para a Plataforma
consiste na realização de um mapeamento das medidas implementadas pelos órgãos
autárquicos, pelo tecido empresarial e pela sociedade civil na CIM-RC, bem como das
iniciativas de reconversão de processos produtivos e outras dinâmicas de adaptação, para
combater os efeitos económicos e sociais da Covid-19. Para além do mapeamento, a análise
do nível de dinamismo e de adaptação dos municípios integrantes da CIM-RC é também um
contributo para o desenvolvimento e resiliência da região, em contexto de crise.
A duração do estágio foi de 5 meses (de Setembro de 2020 a Janeiro de 2021) e,
apesar de me fornecerem um espaço próprio no CeBER, a maioria do estágio foi realizada
em teletrabalho, dada a situação pandémica.
Ao longo destes meses, as minhas tarefas foram exclusivamente focadas na
investigação para a elaboração do relatório de estágio, que é compatível com um estágio
realizado num centro de investigação. As tarefas realizadas foram:
(i) Listagem inicial das iniciativas e medidas implementadas pelas autarquias, pelas empresas
e pela sociedade civil na CIM-RC para combater a Covid-19;
(ii) Realização de questionários e entrevistas para a recolha de informação;
(iii) Realização de reuniões com responsáveis da CIM-RC e Grupos de Ação Local para
conhecimento das organizações, estabelecimento de contactos e recolha de informação
relevante;
(iv) Organização e tratamento dos dados recolhidos;
(v) Análise da informação e elaboração do relatório de estágio.
5.3 – Análise crítica
A realização do meu estágio no CeBER forneceu-me a oportunidade de colocar em
prática uma das vertentes que o curso em Economia oferece: a investigação. Aliando esta
oportunidade ao prévio conhecimento da instituição, foi-me proporcionado um profundo
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
62
conforto e bem-estar, bem como uma total disponibilidade para qualquer necessidade que
ocorresse.
Contudo, a situação pandémica causada pela Covid-19 afastou-me da instituição e
das suas atividades presenciais, afetando a interação com os seus investigadores, a
participação em conferências e seminários e a colaboração noutros projetos de investigação.
Este afastamento foi a grande dificuldade do estágio, não me proporcionando uma
experiência plena de um estágio de investigação e limitando a partilha de experiências e de
conhecimentos com outros investigadores. Uma segunda dificuldade baseou-se numa
execução mais lenta das tarefas iniciais, o que causou algum atraso na recolha de informação.
Porém, com a permanente ajuda e cooperação das minhas orientadoras, Doutora Catarina
Frade e Doutora Rita Martins, estas dificuldades foram sendo ultrapassadas.
Deste modo, o balanço deste estágio curricular é positivo, fornecendo-me uma
experiência em investigação que, apesar de singular, me dotou e desenvolveu capacidades
profissionais importantes, como o aumento da exigência profissional, o incremento de
competências de disciplina pessoal, a capacidade de análise crítica e a inter-relação da
matéria económica com a aplicação prática da mesma.
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
63
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ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Anexos
Anexo 1- Municípios e Freguesias de baixa densidade, em setembro de 2018 [fonte:
centro.portugal2020.pt]
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Anexo 2 – Indicadores estatísticos relativos às dimensões demográfica e territorial [fonte:
ine.pt]
20 Elaboração própria, adaptada de ine.pt
Demográfica Territorial
Densidade
Populacional
(Nº/Km2)
Índice de
Envelhecimento
População residente (N.º) Superfície
(km2)
Freguesia
(Nº)
Total ≥ 65
anos
Proporçã
o 20
2019 2019 2019 2019 2011 2011
Portugal 111.6 163.2 - 92 212 4 260
Região De
Coimbra
100.1 217.5 43392
3
11148
0
25.7 4 336 227
Arganil 33.1 278.9 11014 3087 28.0 333 18
Cantanhede 89.6 238.8 35011 9482 27.1 391 19
Coimbra 420.1 205 13416
6
34789 25.9 319 31
Condeixa-A-
Nova
127.9 140.8 17733 3470 19.6 139 10
Figueira Da
Foz
155 219.7 58747 15054 25.6 379 18
Góis 14.5 304.5 3805 1151 30.2 263 5
Lousã 124 145.2 17158 3448 20.1 138 6
Mealhada 180 196.8 19914 4671 23.5 111 8
Mira 95.4 227.5 11832 3131 26.5 124 4
Miranda Do
Corvo
100.6 219.8 12708 2835 22.3 126 5
Montemor-O-
Velho
110.2 201.5 25224 6155 24.4 229 14
Mortágua 35 310 8803 2716 30.9 251 10
Oliveira Do
Hospital
82.1 242.7 19253 5104 26.5 235 21
Pampilhosa Da
Serra
10.2 530.5 4037 1549 38.4 396 10
Penacova 63.2 299.8 13694 3960 28.9 217 11
Penela 40 288.4 5397 1615 29.9 135 6
Soure 64.6 287 17120 5189 30.3 265 12
Tábua 56.9 216.4 11368 2731 24.0 200 15
V. N. de
Poiares
82.2 162.2 6939 1343 19.4 84 4
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Anexo 3 - Indicadores estatísticos relativos às dimensões económica e político-
administrativa [fonte: ine.pt]
Económica Político-Administrativa
Poder de
Compra
Per Capita
Estada Média nos estabelecimentos de
alojamento turístico
(N.º)
Trabalhadores da
Administração Local
(Mil Habitante)
2017 2019 2019
Portugal 100,00 12
Região De Coimbra 93,69 1.7 12
Arganil 68,20 1.6 19
Cantanhede 79,79 2.3 8
Coimbra 128,71 1.5 10
Condeixa-A-Nova 77,91 1.5 12
Figueira Da Foz 94,96 2 9
Góis 63,97 1.7 50
Lousã 80,57 1.6 11
Mealhada 86,91 1.4 16
Mira 72,20 2.3 17
Miranda Do Corvo 67,32 2.1 14
Montemor-O-Velho 70,98 2.4 8
Mortágua 74,13 2.4 16
Oliveira Do Hospital 74,52 1.5 13
Pampilhosa Da Serra 64,57 1.9 49
Penacova 63,71 2 14
Penela 69,97 1.6 22
Soure 70,67 1.8 14
Tábua 68,63 3.7 18
V. N. de Poiares 70,54 2.1 17
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Anexo 4 – Quocientes de localização das atividades económicas pelos diferentes municípios da região de Coimbra, em 2018. [Elaboração
própria, adaptado de ine.pt]21
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas A
rgan
il
Can
tan
hed
e
Coim
bra
Con
dei
xa
-a-
Nova
Fig
uei
ra d
a
Foz
Góis
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Mir
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Corv
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Mort
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Oli
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o
Hosp
ital
Pam
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Pen
aco
va
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Agricultura, produção animal, caça, floresta e
pesca
0.9
78
1.9
11
0.3
81
0.5
72
0.9
78
1.8
54
0.5
01
0.9
42
1.5
68
2.1
63
3.0
46
3.2
69
0.6
85
1.8
9
0.8
78
1.0
19
1.9
2
0.6
64
0.5
62
1.0
94
Agricultura, produção animal, caça e atividades
dos serviços relacionados
0.4
89
2.4
24
0.4
65
0.6
57
0.7
62
0.4
55
1.1
78
1.2
04
2.4
95
4.0
58
0.7
66
1.0
79
0.3
74
0.7
2.5
32
0.6
07
0.2
38
0.9
Silvicultura e exploração florestal 2
.768
0.7
82
0.1
46
0.4
86
0.8
08
6.8
09
0.7
94
0.5
09
0.1
42
1.8
1
0.7
1
12.2
5 4
0.6
48
2.6
14
2.3
01
1.0
41
1.7
22
2.8
57
Pesca e aquicultura 0
0.4
83
0.3
12
0
3.6
95
0
0
9.8
71
0
0.5
72
0
0.2
34
0
0
0
1.2
5
Indústrias extrativas
Outras indústrias extrativas
1.5
73
0.1
39
6.5
44
1.7
41
0
0
0
0
0
0
7.2
9
0
0.5
5
Indústrias transformadoras
1.6
32
1.4
2
0.4
49
1.0
47
1.1
01
0.8
81
1.5
3
1.1
96
1.4
0.3
18
0.5
83
1.5
6
1.8
62
0.4
37
0.6
32
1.2
24
1.1
47
3.2
76
1.5
56
1.0
17
21 As células vazias presentes na tabela 2 correspondem a cálculos incompletos dada a omissão de valores por parte do INE
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas
Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
a-N
ova
Fig
uei
ra
da F
oz
Góis
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Mea
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Mort
águ
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Oli
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Hosp
ital
Pam
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hos
a d
a S
erra
Pen
aco
va
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Indústrias alimentares
1.3
49
1.0
56
0.7
08
1.4
08
1.5
43
0.3
91
1.1
45
0.2
86
1.9
07
0.4
02
1.1
31
0.2
31
1.4
49
0.8
17
0.4
51
2.7
03
1.4
3
0.9
28
0.9
78
1.8
15
Indústria das bebidas
0.4
16
2.1
21
0.3
06
0.8
7
0
7.3
36
0
1.4
93
0.2
73
0
6.0
48
0.2
26
0
1.0
19
Fabricação de têxteis 0.3
55
0.5
03
0.7
09
0
3.1
45
0
2.3
82
0
0
2.7
7
0.4
14
9.6
23
0
0.2
42
Indústria do vestuário
6.4
6
0.5
76
0.1
48
0.0
46
0.5
65
0.7
5
1.3
98
0.0
77
0.0
85
0.0
48
9.7
19
0
0.1
98
0.3
52
5.5
35
0.2
02
0.7
34
Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, exceto mobiliário; Fabricação de obras de
cestaria e de espartaria
6.2
84
1.4
54
0.1
16
0.2
5
0.1
75
0.7
52
1.6
71
2.3
06
0.7
91
1.2
31
1.3
39
6.2
18
3.2
35
1.7
79
0.7
36
1.0
63
1.0
99
Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos
0
0
0.1
3
0
0
10
.08
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2.1
57
Impressão e reprodução de suportes gravados
0.5
71
1.0
94
0.3
38
0.4
74
0
4.5
17
1.3
26
0.6
37
0
2.3
81
3.4
13
0.6
88
0.5
97
Fabricação de produtos químicos e de fibras
sintéticas ou artificiais, exceto produtos farmacêuticos
0
1.0
18
0.1
49
0
2.0
18
3.1
03
14.4
4 1
0
0
0
0
0
0.8
67
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas
Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
a-N
ova
Fig
uei
ra
da F
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Mort
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Oli
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Pam
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Pen
aco
va
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Fabricação de produtos farmacêuticos de base e
de preparações farmacêuticas
0
1.1
4
0
0
0
0
0
0
0
15.7
2 3
0
0
0
0
0
0
0
Fabricação de artigos de borracha e de matérias
plásticas
0
0.5
73
0.0
65
5.3
74
1.9
52
0
0
0
0
0
0
0.6
91
Fabricação de outros produtos minerais não metálicos
1.2
26
0.2
75
4.6
98
1.5
55
0.0
91
3.5
2
0.5
83
0.1
23
0.1
26
5.1
83
0.3
86
0.0
69
0.4
16
1.1
34
0.7
4
0.7
19
1.6
57
Fabricação de produtos metálicos, exceto
máquinas e equipamentos 1.4
74
3.5
55
0.4
14
0.0
84
0.9
41
1.6
85
0.5
95
1.0
93
0.2
58
1.0
28
1.7
9
0.9
2.8
6
0.3
96
0.9
61
0.4
25
0.8
68
0.8
12
Fabricação de equipamento elétrico
0.4
4
16.9
2 3
16.7
2 2
0
0
0
0
0
0
0
1.1
2
Fabricação de máquinas e de equipamentos 0
6.1
3
0.5
12
0.5
74
0
0.8
08
0.0
73
0
0
0
0
1.7
67
Fabrico de mobiliário e de colchões
0.4
93
0.3
93
0.0
46
0.0
67
0.0
68
0.1
23
0.1
03
0.2
36
0.3
2
1.7
03
1.2
75
0.3
53
24
.14 1
1.9
64
Outras indústrias transformadoras
0.5
26
0.4
27
0.3
5
0.3
98
0
0.3
5
1.0
52
0.2
05
0.1
37
0.1
65
0
5.2
96
32
.22 1
1.5
Reparação, manutenção e instalação de
máquinas e equipamentos
0.1
17
0.7
57
0.6
96
1.2
68
0
0.1
82
6.7
62
1.5
34
1.5
61
0.1
54
0
0.5
28
0.4
46
0.2
14
1.0
65
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas
Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
a-N
ova
Fig
uei
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da F
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Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e
ar frio
0.5
13
3.3
59
0.7
36
0.5
26
0.7
95
1.2
78
0.6
65
0.6
72
0.7
26
1.3
54
0.2
1
5.6
58
1.2
91
0.3
88
1.1
01
0.4
17
0.6
33
1.6
13
Captação, tratamento e distribuição de água;
saneamento, gestão de resíduos e despoluição
1.5
78
1.6
12
1.2
68
0
0
0
0
0.5
57
0.1
38
0
0.7
36
0.4
15
0.9
75
Captação, tratamento e distribuição de água
1.1
65
Recolha, drenagem e tratamento de águas
residuais
1.3
42
Recolha, tratamento e eliminação de resíduos;
valorização de materiais
1.6
62
1.2
01
0
0.5
67
0
0
0
1.2
57
0.3
11
0
0
0.9
36
0.7
91
Construção
1.6
07
0.8
75
0.5
71
0.6
85
1.8
05
1.3
47
1
0.5
12
0.7
78
1.5
03
1.1
84
1.3
47
1.6
32
2.4
29
2.0
02
1.5
81
0.7
4
0.5
46
0.6
45
1.2
56
Promoção imobiliária (desenvolvimento de
projetos de edifícios); construção de edifícios
2.6
83
1.4
36
0.5
38
0.5
77
0.6
29
2.5
88
1.4
0.5
68
1.2
23
2.2
58
1.1
19
2.5
94
5.3
58
2.6
81
1.7
95
1.0
93
0.9
96
1.0
84
Engenharia civil
0.8
22
2.5
85
0.3
99
2.0
76
0.5
93
0.5
98
0.4
36
3.0
53
0.8
92
8.4
31
0
0.2
65
0.5
04
Atividades especializadas de construção
0.5
72
0.5
9
2.8
49
0.5
89
0.4
51
1.0
03
1.3
06
1.3
78
0.7
53
1.5
8
0.7
72
0.5
36
0.2
24
0.6
83
1.7
05
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas
Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
a-N
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Fig
uei
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da F
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Góis
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Pen
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Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Comércio por grosso e a retalho; reparação
de veículos automóveis e motociclos
0.9
39
1.1
02
1.2
01
0.8
68
0.7
49
1.0
38
1.0
39
0.7
49
1.1
76
1.1
88
0.6
61
0.7
1.0
02
1.0
96
0.9
82
0.6
14
1.1
93
0.5
31
1.3
68
1.0
52
Comércio, manutenção e reparação, de veículos
automóveis e motociclos
0.7
68
1.0
28
1.1
86
0.8
98
0.7
14
0.9
59
1.0
28
0.7
87
0.8
41
1.6
16
0.6
05
0.7
24
1.0
36
0.3
79
1.1
34
0.9
55
0.9
63
0.9
17
1.8
91
1.1
7
Comércio por grosso (inclui agentes), exceto de
veículos automóveis e motociclos
0.8
66
1.7
22
1.1
81
0.9
27
0.6
18
0.6
63
0.7
6
0.7
96
1.3
23
0.9
32
0.6
58
0.6
7
0.8
05
1.1
67
1.3
08
0.5
2
0.7
11
0.2
75
1.7
15
0.8
82
Comércio a retalho, exceto de veículos
automóveis e motociclos 1.0
09
0.8
66
1.2
13
0.8
36
0.8
1
1.2
1
1.1
55
0.7
21
1.1
96
1.1
92
0.6
75
0.7
07
1.0
74
1.2
36
0.8
13
0.5
72
1.4
44
0.5
44
1.1
04
1.1
13
Transportes e armazenagem
0.7
52
0.7
04
0.8
1.4
42
0.9
41
0.7
98
0.4
43
3.3
23
0.2
03
0.5
39
2.0
22
0.1
91
0.3
75
0.7
09
2.8
92
0.5
83
0.7
68
0.6
36
1.5
44
1.2
8
Transportes terrestres e transportes por
oleodutos ou gasodutos
0.6
96
0.7
1
1.5
47
0.9
33
0.3
56
3.4
64
0.5
75
2.2
86
3.1
99
1.6
56
1.7
11
Armazenagem e atividades auxiliares dos transportes(inclui manuseamento)
0.4
32
0.7
79
0.6
43
1.8
57
0
5.1
54
0
0
0
0
0
0
0.3
71
Atividades postais e de courier
0.9
4
1.0
22
1.0
92
1.3
93
Alojamento, restauração e similares
1.1
21
0.7
01
1.2
05
1.0
26
0.9
56
1.3
54
0.9
19
1.2
23
1.1
97
1.1
36
0.7
86
0.6
38
0.7
62
1.4
23
0.8
14
0.8
76
0.5
99
0.4
63
0.8
28
0.8
15
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
a-N
ova
Fig
uei
ra
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Góis
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aco
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Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Alojamento
1.6
83
0.4
41
1.0
32
0.7
75
1.0
69
1.6
68
1.0
77
1.5
58
1.7
97
1.7
26
0.5
25
1.1
5
1.2
26
3.0
95
0.6
55
1.6
67
0.1
88
0.4
32
0.1
46
0.6
06
Restauração e similares
0.9
68
0.7
72
1.2
52
1.0
94
0.9
25
1.2
69
0.8
76
1.1
31
1.0
34
0.9
76
0.8
58
0.4
99
0.6
36
0.9
68
0.8
57
0.6
6
0.7
11
0.4
71
1.0
14
0.9
Atividades de informação e de comunicação
0.1
1
2.3
03
0.3
04
0
0.3
59
0.4
67
0.3
28
0.3
98
0.2
25
0.0
39
0.0
85
0.8
21
Atividades de edição
2.3
11
0.2
83
0
2.0
15
0.2
88
0
0
0
0
0
0.8
26
Telecomunicações
0
2.4
72
0.4
95
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.6
11
Consultoria e programação informática e atividades relacionadas
0.1
43
2.2
84
0.9
69
0.2
78
0
0.5
45
0.5
35
0.1
03
0.4
89
0.2
2
0.0
59
0.4
04
0
0.9
5
Atividades dos serviços de informação 0
0
2.5
97
0.5
0
0.6
33
0
0
0
0
0.8
8
Atividades imobiliárias
0.5
37
0.6
12
1.3
6
1.1
79
1.1
95
0.9
97
1.0
3
0.6
66
0.8
08
0.6
75
0.4
24
0.3
72
0.4
47
0.8
22
0.8
35
0.4
96
0.5
12
0.8
72
0.7
15
0.6
46
Atividades de consultoria, científicas, técnicas
e similares
0.7
01
0.6
64
1.4
36
1.0
18
0.7
38
0.6
04
1.0
48
0.6
8
0.7
42
0.8
62
0.8
19
1.0
22
0.7
03
0.9
37
0.7
48
0.9
32
0.7
2
0.4
32
0.6
81
0.9
64
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas
Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
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Fig
uei
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Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Atividades jurídicas e de contabilidade
0.9
81
0.7
17
1.3
51
1.1
74
0.8
39
0.7
2
1.0
1
0.5
9
0.8
69
1.1
17
0.8
33
0.5
87
0.7
18
1.2
61
0.9
3
0.4
48
0.9
72
0.5
16
0.7
58
1.1
52
Atividades das sedes sociais e de consultoria
para a gestão
0.1
37
0.4
97
1.5
63
0.7
17
0.7
95
1.3
07
0.7
48
0.6
4
0.4
61
0.6
3
0.5
71
0.8
14
0.6
41
0.8
31
0.5
79
0.6
55
0.4
38
Atividades de arquitetura, de engenharia e
técnicas afins; atividades de ensaios e de análises técnicas
0.5
48
0.4
79
1.4
37
0.9
38
0.7
26
0.8
14
1.1
19
1.0
68
0.6
73
1.0
46
0.9
87
0.3
95
0.7
88
0.8
95
0.9
06
1.1
36
0.4
58
0.4
75
0.8
01
1.2
Atividades de investigação científica e de
desenvolvimento
1.6
8
2.1
06
0.0
48
0
0.1
09
0.5
98
0
0
0
0
2.2
81
Publicidade, estudos de mercado e sondagens de opinião
0.7
24
1.2
73
0.9
62
2.9
91
0.3
26
1.4
3
1.3
41
0
0.4
69
Outras atividades de consultoria, científicas,
técnicas e similares 0.5
7
0.4
6
1.4
33
1.2
06
0.6
33
0.4
17
0.7
48
0.4
78
0.6
33
5.0
41
0.2
23
0.2
5
1.7
27
0.7
73
0.0
93
0.5
36
1.0
51
Atividades veterinárias
0.5
04
0.9
53
0.9
41
1.6
31
0.8
13
0
1.4
53
0.6
04
2.4
7
0.7
87
0
0.7
36
1.3
68
0.5
47
1.4
23
1.3
2
Atividades administrativas e dos serviços de
apoio
0.4
66
0.6
55
1.1
36
1.0
21
1.3
56
0.8
68
0.9
25
1.2
24
0.5
4
0.8
45
1.4
73
0.5
81
0.4
13
0.2
27
0.6
71
1.3
22
0.6
03
0.2
68
0.5
87
0.6
59
Atividades de aluguer
0.7
71
0.7
28
0.9
3
0.8
2
1.9
41
2.5
96
0.9
0
0
0.4
16
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas
Arg
an
il
Ca
nta
nh
e
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
a-N
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Fig
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aco
va
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Atividades de emprego
0
0
0.6
47
0
3.4
46
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.3
02
Agências de viagem, operadores turísticos,
outros serviços de reservas e atividades
relacionadas
0.5
85
0.5
98
1.7
96
0.7
64
0
0.9
81
0.2
68
0
0.5
07
0.4
94
Atividades de investigação e segurança 0
0
2.7
47
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0.3
5
Atividades relacionadas com edifícios, plantação
e manutenção de jardins
0.2
74
0.2
64
1.1
99
0.1
53
1.2
21
0.1
82
0.4
65
0.2
2
0.4
02
4.2
06
0.3
21
0.4
28
0.1
8
0.1
24
0.1
19
0.7
02
Atividades de serviços administrativos e de apoio prestados às empresas
0.6
28
0.9
36
1.0
63
1.5
4
1.1
52
1.4
06
0.9
86
0.7
28
1.1
56
1.0
71
0.8
09
0.5
08
0.2
55
0.9
67
0.8
84
0.3
78
0.8
11
0.9
27
Educação
0.5
31
0.7
63
1.4
53
0.9
69
0.6
74
0.3
16
0.9
18
0.6
92
0.9
49
1.0
25
0.9
16
0.4
05
0.8
29
0.4
56
0.5
48
0.8
76
1.3
66
0.3
69
0.5
99
1.1
94
Atividades de saúde humana e apoio social
0.3
68
0.4
94
1.6
1
1.7
12
0.6
37
0.5
2
0.6
06
0.5
04
0.7
87
1.1
99
0.8
63
0.4
28
0.4
58
0.1
14
0.5
12
1.5
37
1.0
06
0.2
56
0.3
8
1.3
88
Atividades de saúde humana
0.5
27
1.7
67
1.3
15
0.5
83
0.6
4
0.5
1
0.6
3
0.9
83
0.6
92
0.3
54
0.3
71
0.1
34
0.4
77
0.3
39
0.7
33
0.2
87
1.3
81
Atividades de apoio social com alojamento 0
0.2
82
0.6
31
4.5
55
1.1
69
0.2
74
0.1
2
3.0
02
2.1
28
1.1
82
0
6.2
53
2.9
44
0
1.7
03
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Municípios da CIM-RC
Setor de Atividades Económicas Arg
an
il
Can
tan
he
de
Coim
bra
Con
dei
xa
-
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Fig
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Pen
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va
Pen
ela
Sou
re
Táb
ua
Vil
a N
ova
de
Poia
res
Reg
ião d
e
Coim
bra
Atividades de apoio social sem alojamento
0.3
44
0.8
71
2.2
98
0.2
12
0.8
61
7.3
63
0.6
12
0.9
67
0.2
28
0
16.9
29
1.4
64
0.3
16
0
0.9
17
Atividades artísticas, de espetáculos,
desportivas e recreativas
Atividades de teatro, de música, de dança e
outras atividades artísticas e literárias
1.1
53
0.9
47
1.3
39
1.2
73
1.1
33
0.5
2
1.9
56
0.8
52
0.5
87
0.4
46
0.7
59
0.7
25
0.7
07
1.0
32
Lotarias e outros jogos de aposta
0.6
21
0.7
69
4.3
06
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1.0
52
Atividades desportivas, de diversão e recreativas
1.3
4
0.7
62
2.9
64
1.2
76
0.7
07
0.6
45
0.6
5
4.4
8
1.6
81
0.8
94
0.6
01
1.1
45
0.6
44
Outras atividades de serviços
0.8
66
1.1
42
1.0
04
1.1
24
0.7
56
2.0
95
1.2
58
0.8
93
1.3
28
1.5
6
0.8
63
0.7
27
0.8
05
1.1
03
0.9
45
0.8
48
1.7
34
1.1
18
1.1
65
1.1
Atividades das organizações associativas
0.8
76
1.0
65
0
0.4
47
0
0
0
0
1.3
03
Reparação de computadores e de bens de uso
pessoal e doméstico
2.5
79
0.7
12
1.3
42
0.4
16
0
3.0
21
0.9
52
0.9
75
1.1
88
Outras atividades de serviços pessoais
0.8
55
1.0
02
1.0
32
1.2
28
0.8
32
1.2
35
0.9
12
1.2
79
1.6
76
0.9
51
0.5
0.6
78
1.0
95
1.9
47
0.8
88
1.3
22
1.0
71
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Anexo 5 - Proporção da Proporção da Despesa em Investigação e Desenvolvimento
(I&D) no PIB, (BASE 2016 - %) [fonte: ine.pt]
Anexo 6 – Número de profissionais dos serviços essenciais [fonte: ine.pt] Bombeiros
(Nº)
Enfermeiros
(Nº)
Médicos
(Nº)
Total
Região De Coimbra 1601 6161 5599 -
Arganil 71 47 11 129 Cantanhede 81 266 117 464
Coimbra 211 4316 4628 9155
Condeixa-A-Nova 70 191 102 363 Figueira Da Foz 91 412 365 868
Góis 39 19 2 60
Lousã 129 71 30 230
Mealhada 78 98 64 240 Mira 53 59 43 155
Miranda Do Corvo 81 70 30 181
Montemor-O-Velho 54 178 61 293 Mortágua 49 42 28 119
Oliveira Do Hospital 132 75 33 240
Pampilhosa Da Serra 77 10 2 89
Penacova 95 103 18 216 Penela 81 39 12 132
Soure 73 97 31 201
Tábua 97 45 17 159 Vila Nova De Poiares 39 23 5 67
Proporção da Despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) no PIB
(Base 2016 - %)
Total Estado Empresas Ensino
superior
Instituições
privadas
sem fins
lucrativos
% % % % %
Portugal 1.35 0.07 0.69 0.56 0.02
Centro 1.30 0.02 0.68 0.59 0.01
Região De Coimbra 2.37 0.09 0.79 1.46 0.03
ESTRATÉGIAS LOCAIS DE ADAPTAÇÃO À COVID-19 NA CIM COIMBRA
Anexo 7 – Questionário destinado às autarquias
1. Pode indicar iniciativas de empresas ou outros organismos locais que tenham
reconvertido processos produtivos ou atividades para produzir bens necessários ao
combate à pandemia (ex: gel, máscaras, componentes de ventiladores, material
médico, etc.)?
2. Pode indicar iniciativas das empresas e organismos locais destinadas a assegurar a
sobrevivência das atividades económicas (ex: distribuição online, novos produtos,
entrega ao domicílio de cabazes, etc.)?
3. Que ações foram implementadas e por quem para ajudar os munícipes a enfrentar
a pandemia (ex: fornecimento de material de proteção, entrega em casa de
alimentos ou medicamentos, tarifas de água e saneamento mais baixas,
fornecimento de material informático e apoio técnico, etc.)?
Anexo 8 – Questionário destinado às empresas
1. Dada a resiliência necessária para sobreviver no mercado, o que foi necessário
reorganizar ao nível interno para a produção de produtos e serviços de combate à
pandemia? Estas adaptação representaram maior exigência financeira? Houve
necessidade de criação de novos meios/plataformas para a distribuição desses
produtos?
2. Relativamente aos novos produtos criados por causa da pandemia, a empresa
tenciona manter (ou adaptar) a sua produção desses produtos num cenário pós
pandémico?
3. Aquando do início da pandemia, os trabalhadores (ou parte deles) passaram ao
regime de teletrabalho ou a empresa criou novas dinâmicas produtivas, por exemplo,
mais turnos para manter o distanciamento social necessário? De que forma isso
afetou a produtividade?